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I
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
CRESCIMENTO CORPORAL E APTIDÃO FÍSICA
RELACIONADA À SAÚDE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Silvan Silva de Araújo
Aracaju – Sergipe
2006
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I
I
SILVAN SILVA DE ARAÚJO
CRESCIMENTO CORPORAL E APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À
SAÚDE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Dissertação apresentada ao Núcleo de
Pós-Graduação em Medicina da
Universidade Federal de Sergipe como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Ciências da Saúde.
Orientador: Prof. Dr. Antonio César Cabral de
Oliveira
Aracaju – Sergipe
2006
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II
II
Ficha catalográfica / Biblioteca da Saúde / UFS
Araújo, Silvan Silva de
A663c Crescimento corporal e aptidão física relacionada à saúde
de crianças e adolescentes / Silvan Silva de Araújo. - - Araca-
ju, 2006.
131f.
Orientador: Prof. Dr. Antonio César Cabral de Oliveira.
Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Universi-
dade Federal de Sergipe, Pró-Reitoria de Pós-Graduação e
Pesquisa, Núcleo de Pós-Graduação em Medicina.
1. Composição corporal 2. Crianças 3. Adolescentes 4.
Corpo humano 5. Exercícios físicos 6. Crescimento de esco-
lares 7. Educação física 8. Saúde física I. Título
CDU613.71-053.5/.6:796.035
III
III
Silvan Silva de Araujo
Crescimento Corporal e Aptidão Física Relacionada à Saúde de
Crianças e Adolescentes
Dissertação apresentada ao Núcleo de Pós-Graduação em Medicina da
Universidade Federal de Sergipe como requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Ciências da Saúde.
Aracaju – Sergipe, 2006
COMISSÃO EXAMINADORA
____________________________________________
Prof. Dr. Antônio César Cabral de Oliveira (Orientador)
Universidade Federal de Sergipe
____________________________________________
Prof. Dr. Antônio Carvalho da Paixão
Universidade Federal de Sergipe
____________________________________________
Prof. Dr. Édio Luiz Petroski
Universidade Federal de Santa Catarina
Aracaju – Sergipe, 4 de agosto de 2006
IV
IV
DEDICATÓRIA
Este trabalho que representa o triunfo de mais uma etapa da minha jornada
profissional, dedico às pessoas que formam o meu mundo particular e são a minha
verdadeira família, meus pais, Juracy Silva de Araujo (in memorian) e Manoel
Umbelino de Araujo (in memorian), meus irmãos, Sérgio, Selma, Suely, Silvane,
Sormane, Sigelman e Aureliano, minha esposa, Sheila Christina Guimarães
Silva de Araujo, e a minha filhinha, Sofia Guimarães Silva de Araujo.
V
V
AGRADECIMENTOS
À Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Aracaju, pela autorização
para a realização da pesquisa.
À minha esposa, Sheila pela força e incentivo nos momentos mais decisivos da
minha vida.
Ao meu orientador, o professor Dr. Antonio César Cabral de Oliveira, pela sua
contribuição que obteve início na graduação, e se concretiza agora com o mestrado.
Aos colegas professores Bráulio Alcântara e Íris Dantas, pela colaboração durante
a coleta de dados e Roberto Jerônimo, pela força e contribuição nos últimos
momentos, todos imprescindíveis.
Aos acadêmicos de Educação Física da UFS e da UNIT, que estiveram ao meu
lado.
Aos colegas do curso, especialmente Alexandre (RN), Amintas, Érika, Hyder,
Lorena, Mônica e Venâncio, pelas boas e construtivas discussões durante o curso.
A todos os funcionários do NPGME/UFS, pela paciência e dedicação prestada, e aos
professores, pelos ensinamentos que completaram, sobremaneira, a minha
formação.
VI
VI
EPÍGRAFE
___________________________________________
E aquele que é versado na ciência dos números, pode falar-vos
das regiões dos pesos e medidas, mas não pode vos conduzir
para lá.
Pois a visão de um homem não empresta suas asas para
outro.
E assim como cada um de vós está só no conhecimento de
Deus, assim também cada um deve ter seu conhecimento
único de Deus e sua própria compreensão da Terra.
Jubran Khalil Jubran (O Profeta)
___________________________________________
VII
VII
RESUMO
Este estudo com característica transversal, teve como objetivo avaliar as
características de crescimento, composição corporal e os componentes da aptidão
física relacionada à saúde (AFRS) em crianças e adolescentes de escolas públicas
municipais da cidade de Aracaju (Se). A amostra foi composta por 288 escolares do
nível de ensino fundamental. Destes, 146 são meninos e 142 são meninas, com
idades entre 10 a 14 anos. Os dados referentes ao crescimento corporal foram
comparados com estudos nacional e internacional. Os resultados da AFRS foram
comparados com estudos local, regional e nacionais. Todas as variáveis foram
tratadas através do software SPSS® 10.0 for Windows, utilizando estatística
descritiva, teste t Student para amostras independentes e análise de variância
(ANOVA) com post hoc de Newman-Keuls, teste de diferença entre percentuais de
Wilcoxon (p < 0,05). Os resultados apresentados tornou possível concluir que a
massa corporal de ambos os sexos, não apresentou diferenças quando comparadas
entre si ao longo da faixa etária pesquisada. Com relação à estatura, constatou-se
diferença em favor do sexo masculino somente aos 12 anos. Porém, dentro do
próprio grupo dos escolares do sexo masculino obteve impulso a partir dos 13 anos,
enquanto que no sexo feminino a partir dos 11 anos. A massa corporal entre os
escolares do sexo masculino se incrementou a partir dos 13 anos, enquanto que no
sexo feminino a partir dos 11 anos. Foi verificado que o sexo feminino apresentou
valores medianos das variáveis de crescimento mais próximos aos referenciais
regional, nacional e internacional considerados do que o sexo masculino. A
prevalência de sobrepeso, obesidade e desnutrição em ambos os sexos comportou-
se de forma idêntica a estudos realizados na região nordeste. As meninas
apresentaram massa gorda superior à do sexo masculino dos 11 aos 14 anos. Entre
os escolares do sexo masculino esta variável não sofreu variações dos 10 aos 14
anos, enquanto que entre os escolares do sexo feminino houve um incremento aos
14 anos. Os meninos apresentaram massa magra superior à do sexo feminino aos
14 anos. A massa magra entre os escolares do sexo masculino se incrementou a
partir dos 12 anos, enquanto que no sexo feminino a partir dos 11 anos. Os níveis
médios de flexibilidade nas idades estudadas, não diferiram significativamente entre
ambos os sexos. A força/resistência abdominal dos indivíduos do sexo masculino se
mostrou superior a do sexo feminino aos 11, 12 e 13 anos, enquanto que a
força/resistência de braços essa diferença se deu somente aos 12 anos. A
capacidade aeróbica dos escolares do sexo masculino foi superior a do sexo
feminino aos 10, 12 e 14 anos. A maturação mostrou influente sobre a manifestação
da estatura, massa corporal, massa gorda e VO
2
max no sexo masculino, enquanto
que no sexo feminino sobre a estatura, massa corporal, massa magra e massa
gorda.
Palavras Chave: Composição corporal; Crescimento; Aptidão física; Escolares.
VIII
VIII
ABSTRACT
This study is characterized as cross-sectional, aimed to evaluate the characteristics
of growth, body composition and physical fitness related to the health components in
children and adolescents of district public schools in Aracaju – Se. The sample was
composed by 288 students from the elementary education level. 146 out of 288 are
boys and 142 are girls aged between 10 and 14 years old. The data referring to the
body growth was compared with national and international studies. All variables were
treated through SPSS® 10.0 for Windows software, using statistical descriptive,
Student t test to independent samples and variance analysis with post hoc of
Newman-Keuls, test of difference between percentages of Wilcoxon (p < 0,05). The
achieved results became possible to conclude that the body mass of both sexes did
not present differences when compared within group throughout the researched
ages. In relation to stature, comparing both sexes to the 12-year-olds, only were
evidenced difference in favor of the masculine sex. The stature among the students
of the masculine sex got impulse when they became 13 years old, while that in the
feminine sex when they became 11 years old. The body mass among the students of
the masculine sex developed itself when they became 13 years old, while that in the
feminine sex when they became 11 years old. It was verified that the feminine sex
presented medium values of growth variables closer to the regional, national and
international studies considered than the masculine sex. The prevalence of
overweight, obesity and malnutrition in both sexes were identical to the studies
carried through in the northeast region. The girls had presented fat body mass higher
than the one of the boys between 11 to the 14 years. This variable between student
boys did not suffer variations from 10 to the 14 years, while that it between the
student girls had an increment to the 14 years. The boys had presented higher lean
body mass than the one of the girls to the 14 years. The lean body mass among the
student of the masculine sex developed itself from the 12 years, while that in the
feminine sex from the 11 years. The average levels of flexibility in the ages
researched, had not significantly differed between both sexes. The abdominal
strength/endurance of the subjects of the masculine sex showed itself higher than the
feminine sex to the 11, 12 and 13 year-olds, while that the strength/endurance of
arms this difference showed to the 12 years. The aerobic capacity of the student of
the masculine sex was higher than the feminine sex to the 10, 12 and 14 years old.
The maturation results showed to have influenced on the manifestation of the stature,
body mass, fat body mass and VO
2
max in the masculine sex, while that in the
feminine sex on the stature, body mass, lean body mass and fat body mass.
Words Key: Body composition; Growth; Physical Fitness; Students
IX
IX
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: Comparativo entre estaturas (cm) de ambos os gêneros por idade
(Aracaju – SE)............................................................................................................67
FIGURA 2: Curva de crescimento estatural (cm) ambos os gêneros por idade
(Aracaju – SE) .......................................................................................................... 68
FIGURA 3: Curvas com valores medianos da estatura dos escolares de Aracaju, em
relação aos valores referenciais propostos pelo NCHS, ANJOS (2003), para gênero
e idade........................................................................................................................69
FIGURA 4: Curvas com valores medianos da estatura dos escolares de Aracaju, em
relação aos valores referenciais propostos pelo NCHS (2002), ANJOS (2003), para
gênero e idade............................................................................................................70
FIGURA 5: Curvas com valores medianos da massa corporal dos escolares de
Aracaju, em relação aos valores referenciais propostos pelo NCHS (2002) e ANJOS
(2003), para gênero e idade.......................................................................................72
FIGURA 6: Curvas com valores medianos massa corporal dos escolares de Aracaju,
em relação aos valores referenciais propostos pelo NCHS (2002) e ANJOS (2003),
para gênero e idade...................................................................................................73
FIGURA 7: Relação entre o IMC e os estágios maturacionais (Aracaju – SE)..........75
FIGURA 8: com valores medianos do IMC dos escolares Aracaju, em relação aos
valores referenciais propostos pelo NCHS (2002) e ANJOS (2003), para gênero e
idade...........................................................................................................................76
FIGURA 9: Curvas com valores medianos do IMC dos escolares de Aracaju, em
relação aos valores referenciais propostos pelo NCHS (2002) e ANJOS (2003), para
gênero e idade............................................................................................................77
FIGURA 10: Freqüências de baixo peso (P5), sobrepeso (P85) e obesidade (P95)
para ambos os sexos (Aracaju-SE)............................................................................78
FIGURA 11: Gordura relativa à massa corporal (%G) entre ambos os gêneros
(Aracaju – SE)............................................................................................................79
FIGURA 12: Massa gorda entre ambos os gêneros (Aracaju–SE)............................81
FIGURA 13: Massa magra entre ambos os gêneros (Aracaju–SE)
....................................................................................................................................83
FIGURA 14: Somatório das dobras (Tr+Se) entre ambos os gêneros (Aracaju – SE)
....................................................................................................................................84
X
X
FIGURA 15: Desempenho da flexibilidade (cm) entre os gêneros (Aracaju –
SE)..............................................................................................................................85
FIGURA 16: Desempenho da força/resistência abdominal (rep/30 s) entre os
gêneros (Aracaju-SE).................................................................................................88
FIGURA 17: Desempenho da força/resistência de braços (rep/min) entre os gêneros
(Aracaju – SE)............................................................................................................89
FIGURA 18: Valores médios do VO2max no shuttle run 20 m test por gênero e faixa
etária (Aracaju – SE)..................................................................................................90
XI
XI
LISTA DE TABELAS
TABELA 1: Distribuição Amostral...............................................................................37
TABELA 2: Tamanho da Amostra Total por Faixa Etária e Gênero...........................37
TABELA 3: Valores descritivos quanto ao sexo, idade e a comparação entre sexo e
idade da massa corporal e da estatura......................................................................50
TABELA 4: Análise estatística intra-sexo na estatura por idade –
Masculino...................................................................................................................50
TABELA 5: Análise estatística intra-sexo na massa corporal por idade –
Masculino...................................................................................................................51
TABELA 6: Análise estatística intra-sexo na altura por idade –
Feminino.....................................................................................................................51
TABELA 7: Análise estatística intra-sexo na massa corporal por idade –
Feminino.....................................................................................................................52
TABELA 8: Valores das médias e desvios padrão das variáveis de crescimento de
acordo com os estágios maturacionais......................................................................52
TABELA 9: Análise Estatística intra-sexo para a massa corporal por estágio
maturacional – Masculino...........................................................................................53
TABELA 10: Análise estatística intra-sexo para a estatura por estágio maturacional –
Masculino...................................................................................................................53
TABELA 11: Análise intra-sexo para a massa corporal por estágio maturacional –
Feminino.....................................................................................................................53
TABELA 12: Análise intra-sexo para a estatura por estágio maturacional –
Feminino.................................................................................................................... 54
TABELA 13: Valores descritivos quanto ao sexo, idade e a comparação entre sexo e
idade do IMC .............................................................................................................54
TABELA 14: Valores descritivos das variáveis de crescimento de acordo com os
estágios maturacionais ..............................................................................................55
TABELA 15: Análise intra-sexo para o IMC por estágio maturacional –
Feminino.....................................................................................................................55
TABELA 16: Estado nutricional de acordo com os pontos de corte as OMS............56
TABELA 17: Comparação inter-sexos para as variáveis da composição corporal....57
XII
XII
TABELA 18: Análise intra-sexo para a massa magra por idade –
Masculino...................................................................................................................58
TABELA 19: Análise intra-sexo para a massa gorda por idade –
Feminino.....................................................................................................................58
TABELA 20: Análise intra-sexo para a massa magra por idade –
Feminino.....................................................................................................................58
TABELA 22: Valores das médias e desvios padrão das variáveis de composição
corporal de acordo com os estágios maturacionais...................................................59
TABELA 23: Análise estatística para a massa magra por estágio maturacional –
Masculino...................................................................................................................60
TABELA 24: Análise estatística por estágio maturacional –
Feminino.....................................................................................................................60
TABELA 25: Análise Estatística para a massa gorda por estágio maturacional –
Feminino.....................................................................................................................60
TABELA 26: Valores médios e estatísticos para as variáveis da AFRS....................61
TABELA 27: Valores médios e estatísticos para as variáveis da AFRS....................62
TABELA 28: Análise estatística para o VO
2
máx por idade – Masculino....................62
TABELA 29: Análise estatística para o VO
2
máx por idade – Feminino ....................63
TABELA 30: Variáveis das médias e desvios padrão das variáveis da AFRS de
acordo com os estágicos maturacionais....................................................................63
TABELA 31: Análise estatística para a flexibilidade por estágio maturacional –
Masculino...................................................................................................................64
TABELA 32: Análise estatística para o VO
2
máx por estágio maturacional – Masculino
....................................................................................................................................64
TABELA 33: Análise Estatística para o VO
2
máx versus Maturação – Feminino.......65
XIII
XIII
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1: Constantes por sexo e idade para o cálculo da gordura corporal.........43
QUADRO 2: Classificação do Estágio Maturacional..................................................44
QUADRO 3: Especificações para a realização do 20 m shuttle-run test.................. 48
XIV
XIV
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.............105
APÊNDICE B: FICHA PARA COLETA DE DADOS.................................................107
APÊNDICE C: VALORES NORMATIVOS EM PERCENTIS PARA AS VARIÁVEIS
DE CRESCIMENTO E AFRS...................................................................................108
XV
XV
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A: PLANILHAS DE MATURAÇÃO – FEMININO........................................111
ANEXO B: PLANILHAS DE MATURAÇÃO – MASCULINO....................................112
XVI
XVI
LISTA DE SIGLAS
AAHPERD – American Alliance of Health Physical Education Recreation and Dance
ACSM – American College of Sports Medicine
AFRS – Aptidão Física Realcionada à Saúde
EMEF – Escola Municipal de Ensino Fundamental
INAN – Instituto Nacional de Alimenta e Nutrição
IOTF - International Obesity Task Force
MS – Ministério da Saúde
NCHS – National Center for Health Statistics
OMS – Organização Mundial da Saúde
PMA – Prefeitura Municipal de Aracaju
PVA – Pico de Velocidade de Crescimento
SBME – Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte
SEMED – Secretaria Municipal de Educação
WHO – World Health Organization
XVII
XVII
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................1
1.1 JUSTIFICATIVA.....................................................................................................5
1.2 OBJETIVOS...........................................................................................................6
2. REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................8
2.1 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO CORPORAL.......................................8
2.2 APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE......................................................19
2.2.1 Componentes da Aptidão Física Relacionada Saúde.......................................22
2.2.1.1 Composição Corporal.....................................................................................22
2.2.1.2 Capacidade cardiorrespiratória......................................................................25
2.2.1.3 Força/Resistência muscular...........................................................................28
2.2.1.4 Flexibilidade....................................................................................................32
2.3 CINEANTROPOMETRIA......................................................................................35
3 MATERIAIS E MÉTODOS...............................................................................36
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO......................................................................36
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA.................................................................................36
3.2.1 Aspectos Éticos.................................................................................................38
3.3 DELIMITAÇÃO.....................................................................................................39
3.4 LIMITAÇÃO .........................................................................................................39
3.5 VARIÁVEIS DE ESTUDO.....................................................................................40
3.6 VARIÁVEIS DE CRESCIMENTO FÍSICO............................................................40
3.7 VARIÁVEIS DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE............................40
3.8 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DOS DADOS..........................................41
3.8.1 Avaliação da composição corporal....................................................................43
3.8.2 Avaliação da maturação biológica.....................................................................44
3.8.3 Testes de aptidão física relacionada à saúde...................................................45
3.8.4 Análise dos dados.............................................................................................48
4 RESULTADOS...................................................................................................49
4.1 VARIÁVEIS DE CRESCIMENTO FÍSICO............................................................49
4.1.1 Estatura e Massa Corporal................................................................................49
4.1.1.1 – Variáveis de Crescimento e Maturação.......................................................52
4.1.2 Níveis de obesidade e estado nutricional dos escolares...................................54
XVIII
XVIII
4.1.3 - Composição corporal dos escolares...............................................................56
4.1.3.1 – Massa Gorda, Massa Magra e Quantidade Relativa de Gordura (%).........56
4.1.3.2 – Massa Gorda, Massa Magra e Maturação..................................................59
4.2 - VARIÁVEIS DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE.........................61
4.2.1 - Variáveis da AFRS relacionadas à Maturação................................................63
5 DISCUSSÃO.......................................................................................................66
5.1 CRESCIMENTO...................................................................................................66
5.1.1 Estatura.............................................................................................................66
5.1.2 Massa Corporal.................................................................................................71
5.2 APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE......................................................74
5.2.1 Índice de Massa Corporal..................................................................................74
5.2.1.1 Prevalência de sobrepeso e obesidade nos escolares de Aracaju-SE..........77
5.2.2 Composição corporal.........................................................................................78
5.2.2.1 Gordura relativa (%G)....................................................................................79
5.2.2.2 Massa de gordura (kg)...................................................................................81
5.2.2.3 Massa magra (kg)...........................................................................................82
5.2.2.4 Somatório das dobras cutâneas (TR+SE)......................................................83
5.2.3 Capacidades Físicas Relacionadas à Saúde....................................................85
5.2.3.1 Flexibilidade....................................................................................................85
5.2.3.2 Força/resistência Abdominal..........................................................................87
5.2,3.3 Força/resistência de Braços...........................................................................88
5.2.3.4 Capacidade Aeróbica.....................................................................................89
6. CONCLUSÕES.................................................................................................92
REFERÊNCIAS.....................................................................................................94
APÊNDICE A........................................................................................................105
APÊNDICE B........................................................................................................107
APÊNDICE C........................................................................................................108
ANEXO A..............................................................................................................111
ANEXO B..............................................................................................................112
1
1
1- INTRODUÇÃO
A atividade física e o desempenho motor em crianças têm sido objeto de
estudo entre os pesquisadores na área das ciências da motricidade humana, com
forte contribuição às áreas do crescimento, desenvolvimento e aptidão física
relacionada à saúde.
A literatura especializada tem dado enfoque sobre o crescimento somático, ou
seja, estatura e massa corporal, e também nos componentes da aptidão física
relacionada à saúde, aqui identificados como sendo a composição corporal,
capacidade aeróbica, força-resistência muscular e flexibilidade (ACSM, 2000).
Esses estudos vêm sendo desenvolvidos tanto de modo transversal, como
longitudinal em populações de crianças e adolescentes escolares nacionais
(BENIGNA et al., 1987; BÖHME, 1995; KAC e SANTOS, 1996; GUEDES e
GUEDES, 2002; GLANER, 2002; SILVA, 2002), o que permite melhores
esclarecimentos acerca das variedades dos resultados mostrados nas diversas
populações e com possibilidades de estabelecer parâmetros mais consistentes.
A avaliação do crescimento e desenvolvimento humano deve ser encarada
como rotina não somente por profissionais de educação física em seu cotidiano
escolar, mas também por todos os demais profissionais que atuam no campo da
saúde. Ademais, este acompanhamento deve ocorrer não só nas instituições
formais, mas também naquelas que interagem direta ou indiretamente com o
indivíduo em crescimento, como a família, com o objetivo de se detectar possíveis
intercorrências que alterem os padrões esperados desta qualidade física.
O crescimento ocorre de forma individual e pode ser monitorizado por meio de
comparação com curvas de referência pré-estabelecidas, a exemplo da curva de
2
2
crescimento de Tanner e Whitehouse (1966), obtida em estudo longitudinal misto,
com dados de crianças e adolescentes europeus avaliados desde o nascimento até
os quinze anos de idade, bem como, as curvas de Marcondes et al. (1982), que
reúnem dados brasileiros de crianças de zero a doze anos e adolescentes de dez a
vinte anos, de classe socioeconômica alta de Santo André – SP.
A OMS adota a curva do National Center for Health Statistics – NCHS,
construída através de estudo de corte transversal com crianças americanas desde o
nascimento aos dezoito anos de idade (ZEFERINO, 2003).
De modo geral as curvas são elaboradas com enfoque específico para uma
dada população e suas vicissitudes. Esta premissa questiona a validade do emprego
das curvas do NCHS como referência universal em avaliações antropométricas,
inclusive da estatura (VAN LOON et al., 1986; KAC e SANTOS, 1996).
Para o estudo da composição corporal, variável bastante condicionada a
fatores ambientais, a massa corporal que é subdividida em dois ou mais
compartimentos tem sido o principal marcador utilizado. O modelo clássico de dois
constituintes teciduais divide a massa corporal em massa de gordura e massa
corporal magra (HEYWARD e STOLARCZYK, 2000; GUEDES e GUEDES, 1998).
Destaca-se esta variável como importante marcador do estado de saúde da
criança e do adolescente, uma vez que, um incremento excessivo da relação massa
gorda/massa corporal, caracteriza um equilíbrio energético positivo, podendo resultar
em sobrepeso e obesidade, as quais estão associadas ao surgimento de doenças
como dislipidemia, diabetes, hipertensão, diversos tipos de câncer, doenças
coronarianas, problemas psicológicos e sociais (POLLOCK e WILMORE, 1993;
NIEMAN, 1999; MCARDLE et al., 2003).
3
3
É importante também ressaltar que um bom desempenho motor, reflete uma
conduta motora de crianças e adolescentes vivenciada em suas histórias de vida,
pois as experiências motoras associadas aos fatores biológicos do crescimento,
promovem o desenvolvimento motor dos indivíduos, assumindo um papel
fundamental para a efetiva participação em programas de atividade física, daí a
importância da sua verificação na população jovem.
Segundo Silva (2002), as variáveis de desempenho físico também sofrem
influências dos aspectos genéticos, do meio ambiente e da maturação. Além disto,
existe uma forte evidência de que a atividade física e o exercício regular têm estreita
relação com o desenvolvimento das aptidões potenciais de crianças e adolescentes
(GUEDES e GUEDES, 2002; MALINA e BOUCHARD, 2002), favorecendo deste
modo, o crescimento somático, a composição corporal e o desempenho motor nessa
fase da vida.
O componente funcional, aqui representado pela aptidão cardiorrespiratória, consiste na
capacidade de realizar atividades de resistência e manter determinado desempenho, com uma
grande dependência do metabolismo aeróbico e sendo determinado pelo consumo máximo de
oxigênio (O
2
) por minuto (McARDLE et al., 2003). Está intimamente relacionada com a saúde,
sobretudo porque baixos níveis desta capacidade apresentam correlação com um risco crescente
de morte prematura devido a qualquer causa, especialmente por doenças cardíacas coronarianas
(ACSM, 2000; NIEMAN, 1999).
A força/resistência muscular consiste na capacidade de determinado músculo
ou grupamento muscular, sustentar contrações repetidas por determinado período
de tempo (WILMORE e COSTILL, 2001). Níveis adequados de resistência e força
previnem problemas posturais, articulares e lesões músculo-esqueléticas, reduzindo
os riscos de lombalgias e fadigas localizadas.
4
4
No que concerne ao componente flexibilidade, ou amplitude da movimentação
articular, a medicina esportiva atesta a importância desta valência física como meio
de prevenção de lesões musculares, para a reeducação postural, na melhoria da
qualidade dos movimentos esportivos e no tratamento de dores articulares (BOHME,
1995).
Em estudos que envolvem a avaliação do crescimento corporal e das
variáveis de desempenho relacionadas à saúde, torna-se relevante identificar os
níveis de maturação biológica de adolescentes. Segundo Martin et al. (2001), sua
importância é devida às relações existentes entre o desempenho e a idade biológica.
Os mesmos autores afirmam que somente a idade cronológica não é suficiente para
identificar em qual fase de desenvolvimento a criança se encontra, uma vez que as
modificações decorrentes da maturação sexual que ocorrem no período da
puberdade são significativas.
Neste contexto, fomentar a atividade física recreativa ou esportiva na infância
e na adolescência significa estabelecer uma base sólida para a redução do
sedentarismo na idade adulta, além de operar como estratégia de prevenção
primária contra o desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas ao longo de
toda a vida.
Portanto, é evidente a importância de se realizar um estudo que responda aos
seguintes questionamentos:
¾ Existem diferenças significativas entre os sexos feminino e masculino dos
escolares com referência ao crescimento corporal e AFRS?
¾ Qual a influência da maturação biológica nas variáveis do estudo?
1.1 JUSTIFICATIVAS
5
5
A escolha deste tema se deu pela sua proximidade com a área de Educação
Física, pela experiência pessoal em escolas públicas atuando com crianças e
adolescentes, e principalmente pela ausência na literatura de dados claros que
refletissem a realidade da população que foi estudada com relação aos seus níveis
de crescimento e desenvolvimento corporal.
Ao longo da história, os adolescentes além de terem sido as principais vitimas
da desigualdade social, do desemprego e da violência, estão submetidos a outros
fatores de risco tais como, as doenças cardiovasculares e outros distúrbios
orgânicos. Estes por sua vez, provenientes dos altos índices de sobrepeso e
obesidade que vêm se notificando nesse grupo populacional. O índice de massa
corporal das crianças e adolescentes em todo o mundo vem aumentando
significativamente pela inatividade física, impulsionada cada vez mais pela crescente
urbanização e pela oferta de alimentos de alta densidade calórica.
Deve-se ressaltar o importante papel que a atividade física pode
desempenhar na prevenção, conservação e melhoria da capacidade funcional, e,
por conseguinte na saúde dos jovens. Neste contexto, a avaliação do crescimento
somático, dos níveis ponderais e da aptidão física relacionada à saúde de crianças e
adolescentes, possibilita uma visão epidemiológica do estado de saúde e nutrição
presentes no referido grupo, de modo a subsidiar programas nutricionais,
conscientização e motivação para a prática de atividades físicas sistemáticas por
toda a vida.
Os resultados aqui obtidos certamente preencherão uma lacuna referente a
estudos populacionais com foco em escolares do ensino público municipal da cidade
de Aracaju - SE, com relação às variáveis cineantropométricas, dando um suporte
na elaboração de parâmetros referenciais consistentes para comparações com
6
6
estudos de tendências de crescimento e desenvolvimento desta ou de outras
regiões do Brasil.
Não menos relevante do que o papel que estes referenciais podem desempenhar como indicadores
confiáveis do estado de saúde dos escolares, estes se constituem como um instrumento para profissionais de
educação física organizar e programar suas atividades tanto no ambiente escolar, como no desportivo,
respeitando a individualidade biológica de alunos e futuros atletas.
Espera-se que a concretização destes resultados estimule políticas públicas voltadas para a
população em estudo, no sentido de se enfatizar a prevenção primária para a promoção da saúde, reeducação
nutricional na escola, fomento do lazer, recreação e exercício físico orientado por profissionais qualificados.
1.2 OBJETIVOS
Para que se concretizem as respostas das questões de investigação, foram
traçados os seguintes objetivos:
1.2.1 Objetivo Geral
Avaliar as características de crescimento, composição corporal e os
componentes da Aptidão Física Relacionada à Saúde (AFRS) em crianças e
adolescentes de escolas públicas municipais da cidade de Aracaju (Se).
i. Objetivos específicos
Comparar as variáveis de crescimento corporal (estatura e massa corporal) e
AFRS (composição corporal; capacidade cardiorrespiratória; força/resistência
muscular e flexibilidade), por idade cronológica e sexo.
7
7
Verificar os níveis de desnutrição, sobrepeso e obesidade em ambos os
sexos.
Analisar a influência da maturação biológica nas variáveis do estudo.
8
8
2 REVISÃO DE LITERATURA
Neste capítulo serão abordados tópicos sobre o crescimento e
desenvolvimento corporal humano, descrevendo suas fases e formas de estudos.
Serão enfocados aspectos sobre a aptidão física relacionada à saúde e seus
componentes, resistência aeróbica, força-resistência muscular, flexibilidade e
composição corporal, assim como a cineantropometria e seus procedimentos..
2.1 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO CORPORAL
Crescimento e desenvolvimento são processos naturais e dinâmicos
decorrentes das alterações morfológicas ocorridas desde a vida intra-uterina até o
estágio adulto completo. Segundo Nahas et al. (1992), o crescimento sofre
influências da herança genética e de fatores ambientais (fenótipo). Com relação aos
fatores ambientais, Marcondes (1985), descreve: alimentação, estimulação
biopsicossocial e atividade física. Portanto, o crescimento depende da interação
entre meio ambiente e o potencial genético. Assim sendo, acredita-se que a ação
exercida pelo meio ambiente pode induzir a maiores ou menores variações nas
diferentes fases de crescimento do ser humano em diferentes décadas, juntamente
com a tendência secular.
Apesar de ocorrerem em ritmo e intensidade diferenciados, o crescimento e o
desenvolvimento se processam simultaneamente durante a infância e a
adolescência e são integrados em seu significado, todavia, diferem em sua
concepção fisiológica (MALINA e BOUCHARD, 2001, MARCONDES et al., 2003).
9
9
Guedes e Guedes (2002) assumem que, o crescimento corresponde às
alterações físicas nas dimensões do corpo como um todo, ou de partes específicas,
em relação ao fator tempo. Fortes (2004) complementa esse conceito, afirmando
que há um crescimento fisiológico de novos tecidos que se reflete numa aquisição
de proteína e água. Borer (1995) acrescenta dividindo o crescimento corporal em
estatura ou incremental, hipertrófico e reparativo. De um modo geral o crescimento
pode ser medido em centímetros (estatura) e quilogramas (massa corporal).
O desenvolvimento é um termo de difícil definição, uma vez que não há na
literatura um posicionamento consistente acerca do mesmo. Todavia, deve ser
dissociado do crescimento em sentido etimológico, uma vez que nem sempre a
ocorrência do primeiro justifica a do segundo. Para Marcondes et al. (2003), o termo
desenvolvimento fundamenta-se no ganho da capacidade do indivíduo na realização
de funções cada vez mais complexas, a qual não é facilmente mensurável. Segundo
os mesmos autores,
O termo desenvolvimento é mais abrangente que o crescimento, pois, além
de incluí-lo, refere-se também às alterações da composição e do
funcionamento das células, à dimensão dos membros, à maturação dos
órgãos e à aquisição de novas funções. (Marcondes et al., 2003, p.23).
Malina e Bouchard (2002), afirmam que o desenvolvimento pode ser
analisado sob dois enfoques distintos. Um biológico correspondendo à diferenciação
celular, relacionada à formação dos tecidos, sistemas e órgãos orientados
geneticamente. O segundo enfoque é o comportamental relacionado às influências
ambientais e culturais. Posicionamento assumido por Kiss et al. (1999) e Docherty
(1996), onde o desenvolvimento está relacionado com o crescimento, maturação,
aprendizagem e experiência. Marcondes et al. (2003), concluem que o biológico e o
10
10
psicológico são as duas dimensões do desenvolvimento da criança, ambos, porém,
sob efeitos dos determinantes sociais, econômicos e culturais.
Do ponto de vista biológico, o crescimento pode ser estudado pela simples
observação das alterações do tamanho, da forma ou das funções celulares e
representa a distância percorrida entre dois dados momentos da vida do indivíduo.
Neste sentido o acompanhamento do crescimento se estenderia da fecundação à
senilidade, uma vez que os processos celulares são constantes.
Os níveis de crescimento expressos através da estatura e massa corporal, em
crianças e adolescentes apresentam-se como uma boa maneira para se observar os
níveis de saúde e nutrição de um indivíduo ou de determinada comunidade
(ZEFERINO et al., 2003; SILVA, 2002). Além disso, são indicadores sensíveis,
internacionalmente aceitos, para detectar qualidade social, econômica e política do
ambiente no qual elas vivem (GOLDSTEIN e TANNER, 1980; GOPALAN, 1988).
Tanner (1986) reforça esta hipótese colocando que as variáveis antropométricas
podem ser usadas como o reflexo da sociedade.
Alguns estudos suportam este contexto, como por exemplo, Bogin e Keep
(1999), que elaboraram estudo longitudinal na Guatemala em período de guerra, de
1983 a 1995, com crianças de 10 a 11 anos. Eles observaram redução na estatura,
o que evidenciou negativa influência dos fatores sociais, econômicos e políticos por
ocasião da guerra. Olds e Harten (2001) compilaram 41 estudos, de 1899 a 1999,
sobre crescimento de crianças australianas de 5,0 a 16,9 anos, evidenciando
positiva influência da tendência secular do crescimento em virtude de melhores
condições de nutrição, higiene e prevenção. Hesse et al. (2003) mostraram
incremento nas variáveis antropométricas em crianças da antiga Alemanha Oriental
11
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resultantes das alterações sociais históricas ocorridas naquele país. Importante
estudo realizado com escolares de 6 a 17 anos de Maputo, Moçambique, nascidos e
criados no período da guerra civil (1980 – 1992), identificou menores taxas de
crescimento quando comparados com os valores referenciais da OMS e a amostra
de alto status socioeconômico de 1999 (PRISTA et al., 2005).
A literatura tem fornecido dados sobre estudos do crescimento de escolares a
partir de referenciais elaborados pelas relações entre as mensurações cronológicas
(idade), lineares (altura) e de massa (peso corporal). Segundo Fagundes et al.
(2004), os índices antropométricos recomendados pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) e adotados pelo Ministério da Saúde (MS), são peso/idade (expressa
massa corporal pela idade cronológica), estatura/idade (crescimento linear da
criança) e peso/ estatura (harmonia entre as dimensões corporais).
Além da herança genética, o conjunto de fatores ambientais mais importantes
relacionados ao crescimento saudável é: alimentação, estimulação biopsicossocial e
atividade física (MARCONDES, 1985). Embora, deva-se ressaltar o papel da
atividade física no fenótipo humano. Nesse contexto, a educação física através de
atividades como ginástica, jogos e esportes, é um auxiliar importante para o
aprimoramento do crescimento em todos os seus aspectos. McArdle et al. (2003),
comentam que tanto a atividade física programada como a não programada deve ser
monitorada de modo a propiciar benefícios agudos e crônicos para as crianças e
adolescentes.
Corroborando os dados existentes, Damsgaard et al. (2000), em um estudo
realizado com 184 crianças dinamarquesas de ambos os sexos, atletas, colocam
que o crescimento não é adversamente influenciado pelo esporte em nível
competitivo. Segundo Marcondes (1985), a prática de esportes desde que simpática
12
12
ao pré-púbere e que seja realizada de forma não programada são estimulantes para
o crescimento. Porém, Bricout (2003), em estudo de revisão, concluiu que se deve
respeitar as variações individuais acerca dos efeitos do treinamento precoce para
esta faixa etária. Embora alguns estudos tenham demonstrado resultados deletérios
no crescimento corporal e maturação, ainda são poucos os estudos que abordam os
efeitos do treinamento físico intenso e inapropriado.
Considerando as modificações dos componentes corporais, tanto
longitudinais quanto transversais, serem facilmente mensuráveis por procedimentos
antropométricos de baixo custo, diversos estudos foram desenvolvidos para
estabelecer padrões de crescimento físico de crianças e adolescentes utilizados
como referenciais que acompanham os impactos ambientais, em todos os seus
aspectos, e os genéticos que vêm alterando a estatura e massa corporal ao longo
das gerações.
Dentre os destacáveis, lembra-se o realizado pelo Center of Disease Control
and Prevention – National Center of Health Statistic (KUCZMARSKI et al., 2002),
adotado pela Organização Mundial da Saúde como referência internacional para as
curvas de crescimento, que caracteriza o risco de sobrepeso na infância e
adolescência determinado por um IMC/idade entre o percentil 85º e 95
o
, o sobrepeso
entre os percentis 95 e 97, a obesidade acima do percentil 97.
Porém, deve ser colocado que cada país, estado ou região tem propiciado o
desenvolvimento de seus valores de referência, com o intuito de minimizar os
reflexos das diversidades demográficas, regionais e culturais.
Neste propósito pode-se citar o relevante estudo de Benigna et al. (1987), no
estado da Paraíba, onde os mesmos compararam o crescimento (peso e estatura
por idade) de 7.990 crianças de zero a 11 anos, com as curvas de crescimento das
13
13
referências nacional e internacional. Os resultados mostraram um déficit de
crescimento muito acentuado, sobretudo com relação à referência internacional.
Glaner (2002) analisou o crescimento e aptidão física relacionada à saúde de
escolares de 7 a 17 anos, das zonas rural e urbana dos municípios de Erval Grande
– RS, Chapecó – SC, Concórdia – SC e Saudades – SC,
verificando que a quase
totalidade da amostra apresentou crescimento normal segundo referência nacional.
Silva (2002), avaliando escolares de 7 a 14 anos da região do Cotinguiba –
SE, ao comparar com as curvas para crescimento regional e nacional considerado,
verificou-se, em ambos os sexos, valores superiores, em todas as idades.
Silva, Silva Júnior e Oliveira (2005), analisaram o comportamento das curvas
de crescimento em escolares de 7 a 14 anos, da região nordeste (Sergipe e
Pernambuco) com relação às pesquisas do INAN e NCHS. Ficou evidenciada
inferioridade nos níveis de crescimento (estatura e peso) dos adolescentes da região
nordeste com relação à curva do NCHS, ao passo que a estatura foi equivalente
quando comparada aos valores de referência nacional (INAN).
Assim como o Brasil, outros países têm procurado elaborar seus próprios
referenciais a fim de estabelecer padrões de crescimento específicos, os quais,
como comenta Marcondes (1994), representam recomendações da International
Union of Nutritional Sciences. Neste sentido vale ressaltar os estudos aqui já citados
de Hesse et al. (2003), Prista et al. (2005) e Olds and Harten (2001).
Em todos os estudos pesquisados, percebera-se uma tendência significativa
nos modelos de crescimento das crianças e adolescentes, que se refere às
particularidades genéticas e às influências ambientais, refletidas pelas condições
sócio-econômicas, nutricionais, sanitárias e cuidados com a saúde.
14
14
Os estudos do crescimento do tipo longitudinal fornecem informações
importantes acerca do processo ao longo de determinado período. Com este
desenho metodológico, é possível observar, por exemplo, o estado de crescimento
ou altura atingida, que indica o tamanho atingido pela criança em uma dada idade ou
a distância que as crianças já percorreram rumo à estatura de adultos e o progresso
ou taxa de crescimento, que determinam a curva de velocidade para a estatura e
peso.
Segundo Malina e Bouchard (2002), tanto a estatura quanto o peso seguem
um padrão de crescimento em fases distintas periodicamente, iniciando-se na
primeira infância e no início da infância, passando pelo estirão de crescimento da
adolescência, e finalizando na fase adulta. Quanto à taxa de crescimento, Faulkner
(1996) e Baxter-Jones et al. (2005), afirmam ser o mais comum indicador da idade
biológica, pois estima a idade do estirão de crescimento da adolescência (maturação
somática), ou a idade da taxa máxima de crescimento, também denominada de pico
de velocidade na altura (PVA).
É sabido que a idade cronológica não se caracteriza como um forte indicador
da maturação, pois descarta as variações na velocidade e no tempo em que o
indivíduo atinge a maturidade biológica e as alterações sexuais observáveis, ambos
marcadores da maturação biológica. A aplicabilidade deste conceito se caracteriza
no esclarecimento de alguns fenômenos inerentes a crianças e adolescentes. Por
exemplo, alguns meninos apresentam crescimento dos pêlos pubianos mais cedo do
que outros de mesma faixa etária; ou ainda, o entendimento nas diferenças gritantes
no desempenho físico (força; cardiorrespiratório; velocidade) entre crianças e
adolescentes de ambos os sexos. Neste sentido, Baxter-Jones et al. (2005),
esclarecem que no processo de avaliação da maturação biológica, é importante
15
15
apreciar que um ano no tempo cronológico não é equivalente a um ano no tempo
biológico.
Nesta perspectiva, Baxter-Jones et al. (2005), alertam para as diferenças
entre a idade do evento maturacional (ex.: idade da menarca, idade do
desenvolvimento dos seios ou idade do PVA) e à velocidade no progresso da
maturação (ex.: quão rapidamente o indivíduo passa dos estágios iniciais da
maturação sexual para o estado maduro).
As técnicas para avaliação do estado maturacional variam de acordo com o
sistema em estudo. Faulkner (1996), Malina e Bouchard (2002), Guedes e Guedes
(1998), Baxter-Jones et al. (2005), afirmam que os estudos maturacionais baseiam-
se na observação da maturação esquelética, sexual, corporal externa e dental.
Porém, Tavares et al. (2000), enfatizam que o início da maturação está condicionado
tanto ao estresse ambiental quanto a significante controle genético.
Quanto ao estresse ambiental, que além de outros, pode ser representado
pelo treinamento físico e status nutricional, principalmente, Gage (2003), Damsgaard
et al (2000) e Duarte (1993), colocam que o estágio puberal tende a ter um forte
impacto na estatura, no índice de massa corpórea (IMC), no acúmulo de gordura
corporal em meninas. Tourinho Filho e Tourinho (1998) lembram o efeito significante
também no desempenho aeróbico e na potência anaeróbica.
Malina e Bouchard (2002) e Faulkner (1996), afirmam que entre os métodos
de avaliação da maturação biológica, a avaliação da maturação sexual é o mais
usual devido à sua praticidade, não invasividade e possibilita avaliar a maturação em
qualquer idade. A avaliação da maturação sexual é baseada na observação direta
do desenvolvimento das características sexuais secundárias, tais como:
desenvolvimento das mamas (M) e idade da menarca em meninas (IM),
16
16
desenvolvimento dos órgãos genitais em meninos (G) e pêlos pubianos (P) em
ambos os sexos. Segundo Martin et al. (2001), o desenvolvimento de cada
característica foi dividido por Tanner em cinco estágios: a) mamas – M1 a M5; b)
pêlos pubianos – P1 a P5; c) Genitais – G1 a G5.
Baseado nos estágios de desenvolvimento dos pêlos pubianos e genitais,
Malina e Bouchard (2002), classificaram os estágios da seguinte forma: estágio 1
indica um estado de pré-adolescência; estágio 2 indica o início do período
pubertário; estágio 3, e 4, indicam a continuidade do desenvolvimento, ou uma fase
intermediária; estágio 5 indica a fase final do desenvolvimento, muito próxima com o
estado adulto. Vale destacar que o desenvolvimento destas características é
contínuo e que a classificação citada tende a facilitar a avaliação, o que não significa
ser ela um padrão definitivo.
Contudo, esta técnica apesar de simples, apresenta uma importante limitação
quanto à sua aplicabilidade. Além da exigência da presença de um médico pediatra,
Guedes e Guedes (2002), alerta para os aspectos culturais e o constrangimento
provocado no ambiente da avaliação, pois o avaliado deve se colocar semi-despido
diante do observador.
Para contornar esta limitação, alguns pesquisadores (KREIPE e GEWANTER,
1985; MATSUDO e MATSUDO, 1991; SCHLOSSBERGER, TURNER e IRWIN,
1992) propõem como alternativa o procedimento de auto-avaliação das
características sexuais secundárias, a fim de tornar possível a adoção de um método
mais simples e pouco constrangedor, no qual seria dispensável a presença de um
profissional da medicina. Este procedimento que consiste em mostrar ao
adolescente fotos ou desenhos representativos dos estágios maturacionais, onde os
17
17
próprios apontam em qual estágio eles se enquadram, pode ser desempenhado por
professores de educação física treinados.
Outro importante marcador biológico para a maturação sexual é a idade da
primeira menstruação (idade da menarca (IM)), a qual segundo Petroski, Velho e De
Bem (1999), é muito utilizada como indicador de maturidade sexual, muito útil para
os profissionais de Educação Física, pois as necessidades da cultura do movimento
corporal são diferentes nos períodos pré e pós-puberal.
Faulkner (1996) relaciona três métodos para avaliação da idade da menarca.
No acompanhamento regular das meninas, o avaliador acompanha um determinado
grupo de meninas em intervalos regulares perguntando acerca do estado menstrual.
Este apresenta a desvantagem de se utilizar um grande grupo amostral dos 10 aos
15 anos de idade. No método do status-quo, é utilizada a criação de referenciais
normativos para determinada população, não sendo recomendada para avaliação
individual, esta consiste em uma coleta de dados do tipo transversal de uma grande
população para verificar a média de idade e a variância esperada para a mesma. O
método mais usual é o retrospectivo e consiste em questionar às meninas em fase
pós-púbere sobre o seu primeiro ciclo menstrual. Ross e Marfell-Jones (1991),
lembram que este método apresenta uma alta exatidão quando realizado de forma
cuidadosa.
A maioria dos eventos puberais (idade do PVA, idade da menarca,
desenvolvimento dos órgãos sexuais, etc.) assim como o desenvolvimento das
capacidades físicas, não teria uma definição segura sem a avaliação da maturação
biológica. Neste contexto, Chipkevitch (2001), afirma que a idade cronológica deixa
de ser um parâmetro seguro para a caracterização biopsicossocial de um
determinado indivíduo e apresenta baixa correlação com as fases da puberdade.
18
18
2.2 APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE
Ao longo da história da humanidade o ser humano vem se tornando cada vez
menos dependente das suas capacidades físicas para sobreviver. Os tempos
modernos reduziram ou em alguns casos, extinguiram as atividades laborais e
cotidianas de predominância física. Como conseqüência, os hábitos das pessoas
tornaram-se menos ativos. Se por um lado os recursos eletrônicos aumentam a
produtividade dos bens de consumo, por outro têm contribuído para a manutenção
de uma cultura não adequada ao ser humano, a inatividade física. Além disso, surge
a crescente urbanização da sociedade, na qual seus indivíduos em busca de
condições de vida satisfatórias têm saturado as cidades demograficamente,
interferindo negativamente na qualidade de vida.
Na década de 70, quando a Educação Física brasileira acompanhou a
tendência esportiva impulsionada pelas grandes competições internacionais que o
Brasil então atuava, a consciência pela prática da atividade física relacionada à
saúde ainda era incipiente. Para tanto, Powers e Howley (2000) e Pitanga (2002),
consideram a atividade física como qualquer movimento corporal produzido pela
musculatura esquelética com gasto energético acima do repouso. Embora a
atividade física venha sendo considerada um hábito saudável em busca de um
estado superior de saúde, Monteiro et al. (2003), afirmam que fortes evidências
relatam serem recentes os benefícios advindos da sua prática.
Aptidão física relacionada à saúde (AFRS) é descrita como a capacidade de
executar atividades físicas com energia e vigor sem excesso de fadiga, e também
como a demonstração de qualidades e capacidades físicas que conduzam ao menor
risco de desenvolvimento de doenças e incapacidades funcionais (ACSM, 2002).
19
19
Neste contexto, Nieman (1999), coloca que a saúde pode ser entendida como um
conjunto de fatores que envolvem bem-estar físico, mental e social e não meramente
a ausência de doenças ou enfermidades.
Portanto, avaliar a atividade física de um determinado grupo de escolares,
implica em conhecer seus níveis de aptidão e compará-los a critérios estabelecidos
e aceitos como referência. É possível afirmar que indivíduos que se encontram com
escores dos componentes da AFRS acima dos critérios referenciados, estão menos
expostos a riscos de várias doenças crônico-degenerativas, tais como câncer,
dislipidemia, hipertensão, coronariopatias, diabetes, osteoporose, obesidade, entre
outras (ACSM, 2000). Os componentes da AFRS envolvem os aspectos:
morfológico, funcional, motor, fisiológico e comportamental. Embora o presente
estudo esteja limitado aos três primeiros.
Níveis aquém dos desejados para uma boa AFRS tornar-se-á mais grave
quando associado a comportamentos de alto risco, ou seja, exposição ao tabagismo,
dietas hipercalóricas e, sobretudo, o sedentarismo. É consenso entre diversos
autores que a escola é o melhor ambiente para a transmissão de bons
comportamentos para a promoção da saúde e o professor de Educação Física, seu
principal facilitador.
Com o intuito de se preservar a saúde e o bem-estar da população infanto-
juvenil e prevenir ocorrências de patologias prematura e morte precoce, vale aqui
destacar o posicionamento de Holman e Hetinger (1983), de que o comportamento
ativo deve se iniciar já nesta fase da vida. Há uma positiva relação entre a prática de
atividades físicas e hábitos alimentares saudáveis e os níveis de saúde em crianças
e adolescentes (POLLOCK e WILMORE, 1993), fato que aumenta a probabilidade
de uma vida adulta salutar. Segundo Malina e Bouchard (2002), hábitos de atividade
20
20
física, desenvolvidos durante a infância são mantidos e continuados durante a
adolescência e a vida adulta.
Segundo Glaner (2003), a saúde não somente depende de uma boa aptidão
física, mas de um conjunto de fatores que devem estar em harmonia perfeita.
Portanto, salientam-se as condições inadequadas de trabalho, o ambiente familiar,
as dietas inadequadas, a falta de conhecimento sobre hábitos saudáveis de vida e
acesso limitado aos serviços de saúde. Isto é, a saúde também está relacionada aos
fatores sócio-econômicos.
2.2.1 Componentes da Aptidão Física Relacionada Saúde
Neste estudo, serão pesquisados os componentes morfológico, funcional e
motor. O componente morfológico é estudado a partir da avaliação da composição
corporal, ou dos componentes da massa corporal total. A função cardiorrespiratória
refere-se ao componente funcional e a força/resistência e flexibilidade ao
componente motor, estes determinarão o nível de desenvolvimento motor do grupo
em estudo.
2.2.1.1 Obesidade, Estado Nutricional e IMC
Atualmente a relação peso/estatura é expressa na forma do índice de massa
corporal (IMC), onde o peso (em quilograma) é dividido pela estatura (em metro
elevada ao quadrado), bastante utilizada em estudos populacionais sobre excesso
de peso e obesidade. Malina e Bouchard (2002), afirmam que esta relação informa
21
21
com precisão o estado nutricional do pré-adolescente (se subnutrido ou ultra
nutrido).
Cole et al. (2000), propuseram curvas de IMC da infância à idade adulta a
partir de levantamentos populacionais realizados em vários países, dentre eles o
Brasil, pela International Obesity Task Force (IOTF). A interpretação dessas curvas
designa pontos de cortes para sobrepeso de adolescentes no percentil 91,
equivalente ao valor de 25 kg/m
2
, e obesidade situando-se acima do percentil 98,
equivalente ao valor de 30 kg/m
2
, ambos passando aos 18 anos.
Todavia, a OMS reconhece que o uso do IMC de forma isolada para a
detecção de adolescentes em risco de sobrepeso/obesidade não é um completo
indicador. Sugere-se, portanto, sua associação com medidas de dobras cutâneas
tríceps e subescapular e estagiamento maturacional, e estabelecimento da relação
entre o IMC e agravos à saúde (ANJOS et al., 1998). Porém, como afirmam Chiara
et al. (2003), devido às dificuldades para os serviços de saúde adotarem tais
procedimentos em larga escala, as curvas do IMC têm sido utilizadas como principal
indicador de rastreamento populacional.
Sobre as limitações deste índice quando da predição do sobrepeso e da
obesidade na primeira infância e infância, é importante pontuar possibilidades de
baixa sensibilidade. Mei et al. (2000) afirmam que os resultados devem ser
interpretados com precaução, pois uma pessoa com excessivo desenvolvimento
muscular e ósseo pode ser classificada com sobrepeso ou obesa. Assim como, uma
pessoa com baixo peso corporal em relação à sua estatura pode ser classificada
como normal ou subnutrida, podendo apresentar excessiva quantidade de gordura
em relação à sua massa corporal. Principalmente, segundo colocam Chiara et al.
22
22
(2003), após a maturação, ambos os sexos aumentam seus IMC’s, mais em função
da massa gorda do que da estatura.
Outros fatores podem influenciar os resultados obtidos com a relação massa
corporal/estatura. Swallen et al. (2005) pesquisaram crianças e adolescentes dos 12
aos 20 anos, e verificaram forte associação entre obesidade e qualidade de vida. Já,
Guimarães et al. (2006) relatam aumento na prevalência de sobrepeso entre
crianças e adolescentes de 6 a 18 anos no Brasil, e dentre outras, buscam-se
identificar entre as variáveis econômicas, sociais, ambientais e biológicas, os fatores
associados à ocorrência de obesidade.
2.2.1.2 Composição Corporal
A composição corporal é entendida como a quantificação do corpo humano
em componentes fracionados da massa corporal, massa corporal gorda, massa
corporal magra, massa óssea (GUEDES, 1996; PETROSKI, 1999). Esses
componentes são continuamente influenciados pelas idades cronológica e biológica,
sexo, etnia e estado de treinamento físico.
Segundo Heyward (2001), busca-se com a avaliação da composição corporal
identificar indivíduos em risco devido a elevados níveis de gordura corporal.
Considerado importante marcador do estado de saúde, pois o excesso de massa
gorda em relação à massa corporal implica em obesidade, a qual pode estar
associada a diversas comorbidades, como citadas por Reilly et al. (2003) e Swallen
et al. (2005), hipercolesterolemia, diabetes, acidente vascular cerebral. Swallen et al.
(2005), ainda reforça a significante associação entre a obesidade e à crescente
limitação funcional de crianças e adolescentes.
23
23
Segundo Guedes (1996), a obesidade pode ser caracterizada como o
aumento do percentual de gordura acima dos níveis médios para homens e
mulheres. Tem como principal conseqüência o desequilíbrio entre a energia ingerida
e a gasta. Vale ressaltar que a avaliação da composição corporal pode prevenir o
curso das patologias acima citadas, principalmente durante o período escolar. Neste
sentido, garantindo diagnóstico preciso sobre os aspectos nutricionais, crescimento
e desenvolvimento aptidão física relacionada à saúde.
A literatura tem colocado que a obesidade na infância tem-se apresentado
como uma epidemia global. Nos Estados Unidos já atinge cerca de 25% de meninos
e meninas de 6 a 17 anos (VILLARES, GALVÃO e SILVA, 2005). Segundo estes
autores, em países em desenvolvimento, a obesidade coexiste com a desnutrição,
devido às mudanças nos hábitos alimentares adotados estarem próximos aos dos
norte-americanos.
A obesidade pode iniciar em qualquer idade, sendo esta desencadeada por
uma multiplicidade de fatores, os quais partem dos aspectos genéticos e
comportamentais, como desmame precoce, distúrbios do comportamento alimentar,
além do sedentarismo principalmente no período de aceleração do crescimento
(JENOVESI et al., 2003; GIUGLIANO e CARNEIRO, 2004).
De acordo com Astrand e Rodhal (1980), a obesidade na infância pode fazer
aumentar o número de células adiposas, gerando uma predisposição para um
subseqüente excesso de massa gorda. A obesidade na infância e adolescência é
uma das principais causas de baixa aptidão física, e quem sabe, seu efeito tem
tornado-se um problema primário de saúde pública. Anteriormente afirmara-se que a
obesidade era o maior problema de saúde pública nos Estados Unidos da América
do Norte.
24
24
Pesquisas feitas entre os anos 70 e 80 evidenciaram uma relação entre a falta
de atividade física e obesidade. Ao relacionarem 30 fatores de atividade física com o
somatório das dobras cutâneas tríceps, subescapular e perna medial, evidenciou-se
que crianças que assistiam mais TV são mais gordas e tiveram pior desempenho no
teste de correr/caminhar 1600 m.
Mais recentemente, Pinho e Petroski (1999) ao analisarem a relação entre
adiposidade corporal (tríceps + subescapular) e os indicadores de atividade física
(movimentos produzidos e gasto energético relativo) em adolescentes masculinos,
encontraram uma correlação negativa significativa entre: adiposidade com o nível de
prática de atividade física e com o gasto energético relativo à massa corporal; maior
acúmulo de tecido adiposo com prevalência de comportamento sedentário; índice de
adiposidade inversamente proporcional ao nível de atividade física leve a vigorosa.
Alguns fatores podem contribuir para um estilo de vida menos ativo. O
aumento brusco dos compromissos estudantis e profissionais, a disponibilidade de
tecnologia, o aumento da insegurança e a progressiva redução dos espaços livres
nos centros urbanos reduzem as oportunidades de lazer e de uma vida fisicamente
ativa, favorecendo atividades sedentárias, tais como: assistir a televisão, jogar
videogames e utilizar computadores. Em seu posicionamento oficial, a Sociedade
Brasileira de Medicina do Esporte (SBME, 1998), afirma que existe associação entre
sedentarismo, obesidade e dislipidemia, e que as crianças obesas serão futuros
adultos obesos. Atesta ainda que a redução da incidência da obesidade e doenças
cardiovasculares está condicionada ao fomento de hábito de vida ativo na infância e
na adolescência.
Matsudo et al. (1998), ao compararem o nível de atividade física entre
adolescentes femininas e masculinas de 10 a 15 anos, de baixo e alto nível sócio-
25
25
econômico, verificaram que o nível de atividade física, medido por monitores de FC,
não diferiu estatisticamente entre as amostras de diferentes níveis sócio-
econômicos, assim como o consumo máximo de oxigênio.
O estudo da composição corporal pode ser usado também para determinar a
massa corporal ideal, assim como o peso adequado para atletas competitivos, os
quais participam de esportes que usam este parâmetro como classificatório para
competições. Heyward (2001) lembra que profissionais da área de saúde, dentre
eles os de educação física, podem monitorar o crescimento, a maturação e
mudanças na composição corporal relacionada à saúde de escolares.
2.2.1.3 Capacidade cardiorrespiratória
A capacidade cardiorrespiratória está relacionada com a função acoplada dos
sistemas respiratório e cardiovascular, e pode ser definida como a capacidade do
corpo para manter um exercício moderado durante períodos prolongados de tempo.
Ou ainda, a capacidade do sistema cardiovascular em captar e transportar oxigênio
aos músculos e remover o dióxido de carbono destes em atividades cíclicas e
duradouras.
Portanto, a função básica dos sistemas cardiovascular e pulmonar é manter o
processo de respiração celular, e uma das maneiras de se aferir essa função é
através da determinação do consumo máximo de oxigênio e da produção de dióxido
de carbono. Segundo Braga e Nunes (2005), o método mais confiável, atualmente, é
a ergoespirometria, a qual possibilita também a prescrição precisa e segura de
treinamento aeróbico e triagem de indivíduos com riscos à saúde.
26
26
Segundo Malek et al. (2004), considerando o alto custo, a exigência de
equipamentos e pessoal qualificado para a realização do teste ergoespirométrico,
além de outros testes laboratoriais, a avaliação do consumo máximo de oxigênio,
tem sido, freqüentemente realizada utilizando-se testes indiretos de campo, os quais
podem ser aplicados de forma mais simples, e, sobretudo, em ampla escala
populacional.
Vale ressaltar que, a capacidade cardiorrespiratória, é representada pela
junção de três componentes que tendem a funcionar em conjunto de forma a facilitar
ao indivíduo suportar determinadas cargas de trabalho. Estes componentes segundo
Robergs (2001), classificam-se como o consumo máximo de oxigênio (VO
2
máx); a
eficiência mecânica e o limiar anaeróbico. Este mecanismo atua de forma
diferenciada na criança e no adolescente em relação ao adulto, sobretudo devido à
influência da maturação.
Para Nieman (1999), um alto nível de VO
2
max depende do funcionamento de
três importantes sistemas no corpo: 1. o sistema respiratório, que leva o oxigênio do
ar para os pulmões e o transporta dentro do sangue; 2. o sistema cardiovascular,
que bombeia e distribui o oxigênio através da corrente sangüínea para o corpo; e, 3.
o sistema músculo-esquelético, que usa o oxigênio absorvido para converter os
carboidratos e as gorduras da dieta na molécula de adenosina trifosfato (ATP) para a
contração muscular e produção do calor.
Os determinantes do desempenho aeróbico durante o crescimento são
analisados em termos de alterações cardiovasculares, pulmonares, músculo-
esqueléticas, de substrato e termorregulatórias. A interação destes fatores determina
uma maior ou menor eficiência mecânica, a qual, segundo Malina e Bouchard
27
27
(2002), pode ser definida como a razão entre o dispêndio de trabalho mecânico e o
custo do exercício metabólico.
A resistência aeróbica está relacionada à saúde porque de acordo com o
ACSM (2000), baixos níveis dela apresentam correlação com um risco crescente de
morte prematura devido a qualquer causa, especialmente por doenças do coração.
Nieman (1999) e Pitanga (2002) citam diversos estudos evidenciando que indivíduos
treinados aerobiamente apresentam menores risco de doenças crônico-
degenerativas, como doença arterial coronariana (DAC), acidente vascular cerebral
(AVC), câncer, diabetes, hipertensão, obesidade, osteoporose.
Estudos epidemiológicos tiveram por objetivo analisar a relação das doenças
cardiovasculares com a resistência aeróbica. Eles evidenciaram que os indivíduos
com altos e médios níveis de atividade física, bem como os que adotaram estilo de
vida ativo e tornaram-se aptos, apresentaram baixos riscos de doenças
cardiovasculares e viveram por mais tempo. Enquanto os pares inativos chegaram a
apresentar risco duas vezes maior.
Segundo Malina e Bouchard (2002), o VO
2
máx absoluto (l/min) aumenta
linearmente com a idade até os 16 anos de idade nos meninos, enquanto nas
meninas, há um incremento com a idade até os 13 anos, atingindo um platô durante
a adolescência. As alterações no VO
2
máx relativo por unidade de peso corporal
(ml/kg/min) têm demonstrado declínio acentuado, o que segundo os autores,
significa que o peso corporal está aumentando mais rapidamente do que o VO
2
max,
sobretudo durante a puberdade.
Para a determinação da capacidade aeróbica através da estimativa do VO
2
máx
existe uma grande variedade de testes motores, podendo ser realizados em
laboratório ou em campo. Os testes mais baratos e acessíveis em escala
28
28
populacional são os de campo, e dentre estes se podem citar os testes de corrida de
9 e 12 minutos, teste da milha, teste da 1,5 milha e o shuttle run test (este também
conhecido como PACER – Progressive Aerobic Cardiovascular Endurance Run).
Trata-se de um teste de medição indireta desta valência física, o qual vem
fazendo parte das baterias de testes dos mais conceituados institutos de pesquisa
da aptidão física, como EUROFIT e FITNESSGRAM (DUARTE e DUARTE, 2001).
Léger e Lambert (1982) e Léger et al. (1988), se basearam na hipótese de que o
VO
2
max aumenta proporcionalmente com a velocidade de corrida.
2.2.1.4 Força/Resistência muscular
A força máxima ou torque desenvolvido por um músculo, ou grupo muscular,
durante ação voluntária máxima, com duração variável em uma velocidade
específica. A resistência muscular refere-se à capacidade do músculo, ou de um
grupo muscular, sustentar contrações repetidas por um determinado período de
tempo (McARDLE et al., 2004; GAUL, 1996). Níveis adequados dessa qualidade
física estão relacionados com a diminuição de lesões e problemas posturais e
aumento da autonomia de movimento. Por outro lado debilidades nestes
componentes indicam riscos de lombalgias e fadigas localizadas (ACSM, 2000).
O trabalho objetivando aumentos dos índices de força e resistência muscular
para crianças e adolescentes envolve padrões de movimentos idênticos aos adultos,
contudo, devem-se resguardar as devidas especificidades etárias e critérios de
segurança. Os quais, segundo Faigenbaum et al. (2003), envolvem além de
acompanhamento integral de profissionais especializados, máquinas e
equipamentos adequados biomecânica e ergonomicamente. Estes autores afirmam
29
29
que o treinamento de força tem se tornado um método de condicionamento aceito
para crianças, sobretudo, porque os programas envolvendo força e resistência
muscular apresentam forte relação com a aptidão física relacionada à saúde,
principalmente por se tratarem de valências motoras solicitadas constantemente nas
diversas atividades do cotidiano.
Os tipos de ações musculares podem ser divididas em ações musculares
estática e dinâmica, onde a primeira, implica em ação muscular isométrica, isto é, os
músculos geram força contra uma resistência externa sem qualquer alteração no
comprimento do músculo ou alteração aparente no ângulo articular (MORROW Jr. et
al., 2003). A força isométrica é geralmente mensurada em grupos musculares
isolados, como por exemplo, força de preensão de mãos.
No que se refere às ações musculares dinâmicas, do ponto de vista prático,
pode-se dividi-las em excêntrica, concêntrica, isotônica e isocinética. Segundo
Monteiro (1997), no primeiro caso há um estiramento das fibras musculares e o
segmento será deslocado no sentido oposto à linha de força, enquanto que no
trabalho concêntrico a força gerada promove um torque onde o músculo é encurtado
e o segmento é deslocado no sentido da força. Quanto à ação muscular isotônica,
os músculos geram força suficiente para mover uma carga constante em uma
velocidade variável por meio da amplitude total de movimento (MORROW Jr. et al.,
2003). No que se refere à ação muscular isocinética, a geração de força se dá em
uma velocidade constante durante uma amplitude total de movimento, segundo os
mesmos autores.
Outras formas de expressão da força incluem a combinação das ações
musculares mencionadas. Segundo Malina e Bouchard (2002), a força explosiva, é a
capacidade dos músculos gerarem o máximo de força num menor tempo possível.
30
30
Tarefas com saltos verticais e horizontais são comumente usadas como indicadores
de força explosiva. Ainda segundo estes autores, há a resistência ou endurance
muscular, onde a força é gerada por ações musculares repetidas ao longo do tempo.
Os testes de flexão de braços e de abdominais são mensurações comumente
usadas de resistência muscular.
Especificamente no que se refere ao trabalho com crianças e adolescentes,
há uma idéia geral de que este tipo de trabalho tende a trazer uma série de
malefícios na forma de lesões ósteo-mio-articulares que além de desconforto,
tendem a favorecer a inibição do crescimento, prejudicando a estatura final.
Dessa forma, segundo Payne, Morrow Jr., Johnson e Dalton (1997), de um
modo geral as idéias que se opõem à prática regular de exercícios de resistência por
pré-púberes, se fundamentam nas seguintes concepções: 1) crianças necessitam de
uma quantidade suficiente de androgênios circulantes de forma a facilitar um
significativo aumento na resistência muscular ou na força; 2) mesmo que haja
aumento, não haverá melhora no rendimento esportivo; 3) o treinamento de
resistência em pré-púberes pode induzir uma alta freqüência de lesões. Ainda
segundo estes autores, estas afirmações podem ser equivocadas, pois, os mesmos
não encontraram tais afirmações em seus estudos.
Porém, diversos estudos enfatizam os benefícios do trabalho de força, seja
ele induzido na forma de treinamento ou simplesmente como conteúdo lúdico dos
programas de educação física. César, Pardini e Barros (2001), pontuam que fatores
mecânicos produzidos pelas diversas ações musculares esqueléticas e
gravitacionais é um fator determinante na remodelação e manutenção da massa
óssea e do aumento da força do osso. Indivíduos fisicamente ativos apresentam um
índice de massa óssea maior do que os sedentários.
31
31
Associando a força muscular com a densidade mineral óssea, Ribom et al.
(2004), evidenciaram que a força desempenha papel fundamental na prevenção da
osteoporose, principalmente no sexo feminino. Inúmeras pesquisas (RIBOM, 2004;
ARAGÃO e DANTAS, 2001; COURTEIX et al., 2000) evidenciaram que a
predisposição à osteoporose começa na infância e adolescência, e que a maior
parte do conteúdo mineral ósseo do adulto é depositado no final da adolescência,
este afetado pelo processo genético (fator intrínseco) e estilo de vida (fatores
extrínsecos). Como fatores extrínsecos, Campos et al. (2003) incluem fatores
mecânicos e nutricionais, hábitos, presença de doenças crônicas e uso de
medicamentos. Porém, destaca-se a importância da força em qualquer faixa etária
para a prevenção, manutenção e promoção da saúde.
Segundo Malina e Bouchard (2002), de um modo geral, a força aumenta
linearmente durante o crescimento, entre meninos dos 5 aos 13 ou 14 anos, seguida
por um estirão mais acentuado. Enquanto nas meninas, não há evidência de um
estirão, mas a ocorrência de desaceleração dos 13 aos 18 anos.
Os níveis mais acentuados de força observada nos meninos devem-se,
principalmente a ação androgênica da testosterona. Mas, talvez as diferenças sejam
suplantadas pelos aspectos culturais, nos quais as meninas são estimuladas a
serem menos ativas do que os meninos.
Silva (2002), ao comparar os níveis de força entre meninos e meninas (idade
= 7 a 14 anos), evidenciou que entre as idades de 08 e 13 anos, há superioridade
feminina para o trabalho de flexão de braços, sendo que os meninos têm valores
superiores quando considerados os extremos (7 e 14 anos).
32
32
2.2.1.5 Flexibilidade
A flexibilidade é um dos componentes da aptidão física, podendo ser definida
como a amplitude máxima fisiológica passiva de um dado movimento articular
(ARAÚJO, 2000). Considerando ser relevante para a manutenção da saúde, para o
desempenho desportivo e para a preservação da qualidade de vida, não há
evidências suficientes que definam quais os níveis ótimos para cada indivíduo
(ARAÚJO, 2005; ARAÚJO, 2000). Para Guedes e Guedes (2002), a mensuração
dessa capacidade física encontra algumas dificuldades em razão da flexibilidade não
se configurar como uma característica geral do corpo, mas a uma articulação em
particular, e para determinado movimento. Tal fato, porém, não descarta sua
importância na vida de todo ser humano, inclusive para realizar várias atividades do
cotidiano, uma vez que qualquer que seja a tarefa motora, esta implica em um
mínimo de flexibilidade nas articulações, principalmente nas regiões dorsal e
posteriores da coxa (ACSM, 2000; BOHME, 1995).
Wilmore e Costill (1993), afirmam que a flexibilidade é influenciada por fatores
como: o grau de atividade física, tipo de atividade, sexo e idade. Fleck e Kraemer
(1998), afirmam que a flexibilidade evolui à medida do incremento do nível de
condicionamento físico e que algumas atividades esportivas exercem influências
positivas sobre a flexibilidade de determinados segmentos corporais, em detrimento
de outras. Malina e Bouchard (2002) esclarecem que os níveis de flexibilidade
estabilizam dos 5 aos 8 anos e decrescem até os 12 e 13 anos, voltando a crescer
até os 18 anos entre os meninos. Já com as meninas, as pontuações médias são
estáveis dos 5 aos 11 anos, incrementando até os 14 anos, em seguida atingindo
um platô. As meninas são mais flexíveis do que os meninos, e esta diferença
33
33
aumenta constantemente durante o estirão adolescente (MALINA e BOUCHARD,
2002; BÖHME, 1995).
Um fato interessante a ser relatado, refere-se à avaliação da flexibilidade.
Vários estudos têm utilizado como referência de análise tabelas de normas e
critérios que se baseiam na análise da flexibilidade de tronco. Segundo Farinatti et
al. (1998), em um estudo feito com crianças com idade entre 5 e 15 anos em que se
utilizou o flexíndice como parâmetro, verificou-se que os movimentos de tronco são
os que mais marcam as diferenças entre os sexos, sendo que quando considerados
os primeiros anos escolares, estes movimentos são responsáveis pela diferença
entre as idades menores em relação às maiores. Estes fatos, segundo aqueles
autores, sugerem que os movimentos de tronco, melhor que outros grupos
articulares, quando consideradas as diferenças entre os sexos, são os que melhor
identificam o comportamento da flexibilidade total, o que sugere a utilização do teste
de sentar e alcançar para uma boa avaliação da flexibilidade em crianças e
adolescentes. Farinatti et al. (1998), corroboram esta dedução, pois, ao verificarem a
relação entre este teste e o flexiteste desenvolvido por Araújo (1986), em crianças e
adolescentes de 5 a 15 anos, encontraram uma boa correlação com a flexibilidade
total durante o período circumpuberal, sugerindo a utilização deste teste como
parâmetro para a flexibilidade total de crianças e adolescentes.
Outros termos freqüentemente relacionados à flexibilidade são mobilidade
articular e alongamento. Entendemos que a expressão mobilidade pode, na grande
maioria das vezes, ser utilizada como sinônimo de flexibilidade, sem qualquer
prejuízo da compreensão. Contudo, a expressão alongamento aplica-se, melhor, a
uma forma de exercícios físicos em busca de uma maior flexibilidade.
34
34
Alterações na composição e nas propriedades físicas das proteínas podem
induzir a um estado de hipermobilidade ou hiperlassitude ligamentar, que se constitui
num grau patológico da flexibilidade articular. Segundo Maffulli (1998), a presença
ou exacerbação de um trabalho de hipermobilidade pode favorecer o aparecimento
de lesões ligamentares, especialmente após a adolescência, principalmente se a
força não é suficiente para estabilizar as articulações. Weineck (1999) contribui para
a discussão colocando que se esta hipermobilidade for seguida de debilidade
postural, deve ser feito um treinamento de fortalecimento muscular, evitando-se a
abrangência de exercícios de alongamento, de forma a fortalecer o sistema motor
passivo de maneira a favorecer a melhora da postura.
As mais recentes diretrizes sobre exercício físico, preconizadas pelo Colégio
Americano de Medicina Desportiva (ACSM, 2000), incluem os exercícios de
flexibilidade como elementos fundamentais e dados, também recentes, têm
identificado uma associação positiva entre ganhos de flexibilidade e melhoria de
qualidade de vida, relacionada à saúde.
Como fora mencionado, os componentes da aptidão física relacionada à
saúde (AFRS), podem ser mensurados por diversos testes padronizados na
literatura que abrange as ciências do esporte de forma relativamente precisa e
individual. Submetidos a estes, determinados níveis de desempenho (desempenho)
dos escolares, estarão ou não adequados para a qualificação dos níveis
morfológicos, funcionais e motores requeridos para minimizar o aparecimento
precoce de doenças associadas à inatividade física.
35
35
2.3 CINEANTROPOMETRIA
Sobre a cineantropometria pode-se afirmar uma ferramenta imprescindível
para profissionais da área de saúde (aptidão física), para a quantificação dos níveis
de crescimento (tamanho e massa corporal), forma e proporções corporais
(somatotipo), composição corporal, maturação e dos aspectos funcionais
(capacidades motoras) do corpo do indivíduo ou de um grupo de indivíduos. Beunen
e Borms (1990), a definem como uma disciplina científica para o estudo das relações
entre estrutura e movimento humano.
Através dos métodos cineantropométricos diversas pesquisas têm sido
realizadas contribuindo efetivamente para os diferentes campos de aplicação, dentre
eles a Educação Física, objetivando avaliar a qualidade dos processos
educacionais, treinamento físico e do status de saúde da população em estudo.
Como instrumento de pesquisa, as técnicas de medidas realizadas em
estudos cineantropométricos devem obedecer aos pré-requisitos de autenticidade
científica, isto é, devem ser padronizadas, reprodutíveis, válidas e objetivas (Böhme,
2000).
Sabidamente a educação física utilizando-se da cineantropometria,
principalmente no âmbito escolar, assume papel fundamental para a mudança de
antigas atitudes assumidas erroneamente por alguns profissionais, os quais
restringiam a participação nas atividades físicas a alguns indivíduos
privilegiadamente mais “fortes” em detrimento da grande maioria, esta condenada
aos males advindos pela inatividade física experimentada na infância e
adolescência.
36
36
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Aqui será apresentado o tipo de estudo realizado, as características da
população e amostra selecionadas, sua origem e quantificação. Serão definidas as
variáveis que caracterizam o objeto do estudo, as normas e os critérios de referência
para posterior análise. Concluindo será descrito o procedimento utilizado na análise
estatística dos dados coletados.
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO
Este estudo trata-se de uma pesquisa descritiva com delineamento
transversal. Estudos dessa natureza constituem-se em levantamentos normativos
(surveys), caracterizados pela coleta e análise dos dados rigidamente padronizadas
(THOMAS e NELSON, 2002). Segundo os mesmos autores, as observações
realizadas estão limitadas às medidas de status das capacidades físicas dos
indivíduos em relação a diferentes categorias, como idade e sexo.
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população alvo do presente estudo, foi composta por escolares da rede
pública de ensino do município de Aracaju-Se, subordinada à Secretaria Municipal
de Educação/Prefeitura Municipal de Aracaju (SEMED/PMA). Dados do ano de 2005
mostram que a rede possuía 39 escolas divididas em 5 núcleos (Nc) distribuídos por
jurisdição do município de Aracaju. A amostra, escolhida ao acaso, foi composta por
288 adolescentes (142 femininos e 146 masculinos), com idades variando entre 9,50
37
37
e 14,49 anos. As escolas foram selecionadas de forma aleatória e estratificada
dentro do respectivo núcleo educacional, de forma a garantir a proporcionalidade
dos escolares quanto à faixa etária em estudo. Escolheu-se, portanto 8 unidades
educacionais (TABELA 1) e o quantitativo da amostra pesquisada por faixa etária e
sexo (TABELA 2), foi calculado pela equação proposta por Barbetta (2001):
n = N*n0/N+n0
onde:
n = amostra
N = população
n0 = primeira aproximação para o tamanho da amostra, calculado pela fórmula: n0 =
1/E0
2
(sendo E0 o erro amostral tolerável).
TABELA 1
Distribuição Amostral
Núcleo
Escolas Alunos
(10 a 14 anos)
Amostra
Nc1 EMEF José Carlos Teixeira 62 7
EMEF Laonte Gama 556 11 Nc2
EMEF Presidente Tancredo Neves 214 17
EMEF Santa Rita de Cássia 664 69
EMEF General Freitas Brandão 117 56 Nc3
EMEF Presidente Vargas 576 84
Nc4 EMEF Sabino Ribeiro 46 7
Nc5 EMEF Olga Benário 479 37
Total 3.992 288
Fonte: Prefeitura Municipal de Aracaju (2005)
TABELA 2
Tamanho da amostra total por faixa etária e sexo
Grupo etário Masculino Feminino
Total
10 anos
13 10
23
11 anos
17 29
46
12 anos
61 58
119
13 anos
33 25
58
14 anos
22 20
42
Total 146 142 288
38
38
Inicialmente houve uma visita às diferentes escolas escolhidas a fim de
avaliar as condições estruturais das mesmas e posteriormente reuniões com a
comunidade foram realizadas para expor os objetivos e a sistemática do estudo.
A faixa etária do grupo amostral foi dividida em idade decimal, segundo
proposta de Ross e Marfell-Jones (1982). Por este procedimento, a idade inferior é
considerada com uma fração de 0,50 e a superior de 0,49 anos. Partindo deste
procedimento a idade de 10 anos foi determinada entre os valores de 9,50 anos e
10,49 anos, considerando como base de cálculo a data da coleta dos dados.
Como critérios para a exclusão do estudo, foram utilizados a não permissão
dos pais ou responsáveis para a participação do mesmo, a ausência do aluno no dia
da coleta de dados ou alguma incapacidade clínica ou física.
3.2.1 Aspectos Éticos
O presente foi realizado segundo a legislação em vigor. Portanto, o estudo
cumpriu as “Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres
Humanos” (196/96), editadas pela Comissão Nacional de Saúde, e foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe sob o registro
1138.0.000.107-06.
A SEMED/PMA autorizou a utilização da rede municipal para a realização da
pesquisa e os pais ou responsáveis pelos estudantes concordantes, assinaram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A). Onde, tanto os alunos
quanto seus responsáveis foram informados sobre os propósitos do estudo e
procedimentos a serem adotados, sendo garantida a liberdade de desistir de
participar do estudo em qualquer momento. O termo foi assinado em três vias
39
39
conforme a exigência da Comissão de Ética de Pesquisa. Todos os procedimentos
da pesquisa atenderam as recomendações descritas na literatura e não implicaram
em qualquer risco ou prejuízo para os indivíduos participantes. Casos particulares
em que fossem detectadas necessidades específicas foram comunicados ao setor
ambulatorial da escola e encaminhados aos responsáveis.
3.3 DELIMITAÇÃO
Para este estudo foram coletados dados de escolares de ambos os sexos, na
faixa etária de 10 a 14 anos, matriculados na rede pública municipal de ensino de
Aracaju – Se.
3.4 LIMITAÇÃO
Este estudo tem como limitação o fato de se ater às escolas da rede
municipal de ensino e à faixa etária de 10 a 14 anos, descartando a possibilidade de
se verificar como as variáveis de estudo se comportam nas populações que
compõem a rede estadual e privada de ensino em idades inferiores a dez anos e
superiores a catorze anos. Por ter sido desenhado como um modelo transversal,
este estudo estará limitado ao diagnóstico de um momento da população,
impossibilitando o conhecimento de uma evolução mais profunda das variáveis
dependentes e independentes.
40
40
3.5 VARIÁVEIS DE ESTUDO
Como variáveis independentes ou não manipuladas neste estudo,
consideraram-se sexo e idade cronológica. Como variáveis dependentes, ou seja, o
efeito presumido ou variável critério foram consideradas, no estudo, o crescimento
físico e a aptidão física relacionada à saúde.
3.6 VARIÁVEIS DE CRESCIMENTO FÍSICO
As variáveis antropométricas usadas para caracterizar o crescimento físico,
foram massa corporal e estatura, medidos de acordo com a seguinte padronização:
MC: massa corporal - (kg): conforme descrito em Lonhman (1986) e Petroski
(1999)
E: estatura (cm): conforme descrito em Lonhman (1986) e Petroski (1999).
Como um parâmetro complementar para a avaliação dos níveis de
crescimento, utilizou-se o Índice de Massa Corporal, que representa uma relação
entre a massa corporal e a estatura, sendo obtido por meio da seguinte equação:
IMC = MC(kg)/E
2
(m)
3.7 VARIÁVEIS DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE
As variáveis da AFRS foram medidas utilizando-se protocolos específicos e
padronizados.
41
41
A composição corporal, caracterizada por percentual de gordura, massa
gorda e massa magra, foi determinada conforme a padronização proposta por
Lonhman (1986).
A força/resistência neuromuscular representada pela força/resistência
muscular de braços e de abdome, foi mensurada seguindo-se a padronização
proposta pela AAHPERD (1988).
Para medir a flexibilidade da musculatura posterior, gastrocnêmios, flexores
do joelho, glúteos, lombar e torácica e escapular, utilizou-se o teste de sentar-e-
alcançar modificado como proposto pela AAHPERD (1988).
A resistência aeróbica foi determinada utilizando-se o protocolo de medida de
Leger et al. (1988).
3.8 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DOS DADOS
Com o objetivo de tornar mais eficiente o processo de coleta de dados,
organizou-se uma bateria composta por estações. Cada estação constituindo-se em
um teste o qual era aplicado por um profissional de educação física. Estes, por sua
vez, devidamente treinados com antecedência nas suas respectivas atribuições.
Para avaliar o nível de habilidade dos avaliadores foi realizado um experimento
piloto no próprio grupo e com estudantes de uma escola da rede pública estadual.
Os dados de cada avaliado eram anotados em uma planilha, cujo modelo
encontra-se no Apêndice B. A seguir serão descritos os procedimentos adotados
para aplicação dos testes e efetivação da coleta de dados respeitando os critérios
científicos.
42
42
Os procedimentos para obtenção da massa corporal e da estatura foram
adotados como citado anteriormente.
Massa corporal: foi medida em balança antropométrica de marca Filizola®,
calibrada com precisão de 100 gramas, na qual o avaliado posiciona-se sobre a
plataforma da balança de frente para o avaliador em posição ortostática, utilizando o
mínimo de roupa possível, short e camiseta, por exemplo.
Estatura: utilizou-se uma fita métrica metálica de 2 metros (escala de 1 mm)
afixada à parede, esta não deve possuir rodapé, estando o marco zero colocado ao
nível do solo. O avaliado posicionou-se na posição ortostática, com as pernas
unidas, braços paralelos e unidos ao corpo, Plano de Frankfurt paralelo ao solo e em
apnéia inspiratória. Foi utilizado um esquadro colocado no vértex do avaliado para
alinhamento perfeito da medida do valor da estatura.
Dobras cutâneas: utilizou-se medidor de dobras cutâneas da marca Cescorf
®
,
com precisão de 1,0 mm. Como exige o protocolo adotado, as medidas foram
tomadas sempre do lado direito do corpo, de forma seqüencial, sendo realizadas três
medidas e calculada a média aritmética. As medidas coletadas para o estudo foram
as dobras cutâneas de tríceps (TR) e subescapular (SE).
a) Dobra Cutânea de Tríceps: esta dobra é medida verticalmente, na região
posterior do braço, no ponto médio entre o processo acromial da escápula e o
processo olecraniano da ulna. Para a marcação do ponto, o braço deve estar a 90º.
A dobra é medida a um centímetro abaixo do ponto de pinça mento com o braço
estendido e relaxado.
b) Dobra Cutânea Subescapular: esta dobra é obliqua e realizada abaixo do
ângulo inferior da escápula. A dobra é pinçada a um centímetro abaixo do ponto de
pinçamento.
43
43
3.8.1 Avaliação da composição corporal
Para determinação do percentual de gordura utilizou-se a seguinte equação
proposta por Lohman (1986) para crianças e adolescentes de 07 a 18 anos:
%G = 1.35(TR+SE) - 0.012(TR+SE)
2
- C
Onde,
%G = percentual de gordura
TR = valor da dobra cutânea do tríceps(mm)
SE = valor da dobra cutânea subescapular (mm)
C = constante para idade e sexo (tabela abaixo)
As constantes para correções utilizadas adaptadas para as idades pesquisadas
neste estudo estão contidas Quadro 1:
IDADE
SEXO 10* 11** 12** 13* 14**
Masculino
4,4 4,7 5,0 5,4 5,7
Feminino
2,4 2,7 3,0 3,4 3,6
QUADRO 1 – Constantes por sexo e idade para o cálculo da gordura corporal
Fonte: *Lohman (1992) e sugeridas por **Pires Neto e Petroski (1996)
Foram também estimadas a massa de gordura corporal (MG) e a massa
corporal magra (MM) utilizando-se as equações abaixo descritas:
MG = (MC x %G)/100
Onde,
MC: Massa Corporal (kg)
%G: Percentual de Gordura
MM = MC – MG
44
44
3.8.2 Avaliação da maturação biológica
Para a determinação do estágio maturacional dos escolares, foi utilizado o
método de observação de padrões fotográficos descritos por Tanner (1962). Estes
critérios constam de cinco estágios de desenvolvimento da genitália e da pilosidade
pubiana, para os meninos, e desenvolvimento mamário e da pilosidade pubiana,
para as meninas (ANEXOS A e B).
A operacionalização do método adota a alternativa da auto-avaliação, ou seja,
respeitando aspectos sócio-culturais e visando evitar constrangimento durante a
avaliação, as próprias crianças e adolescentes realizaram a avaliação das suas
características sexuais, como proposto por Matsudo e Matsudo (1991).
Todo o procedimento foi efetuado por avaliadores do mesmo sexo dos
avaliados garantindo-se sigilo e privacidade no processo avaliativo.
A proposta de classificação dos estágios maturacionais com referência na
pilificação pubiana que foram adotados no presente estudo, estão apresentados no
Quadro 2:
Estágios Masculino Feminino
Pré-puberal (PP) P
1
P
1
Puberal inicial (PI) P
2
P
2
Puberal avançado (PA) P
3
– P
4
P
3
– P
4
Adulto ou maduro (EM) P
5
P
5
QUADRO 2 – Classificação do Estágio Maturacional
Fonte: Malina e Bouchard (2002)
45
45
3.8.3 Testes de aptidão física relacionada à saúde
As variáveis da AFRS foram mensuradas conforme descrito pela bateria de
testes da AAHPERD (1988) e avaliadas levando-se em consideração os critérios-
referenciados (CR) apresentados por aquela entidade. Os testes físicos foram
aplicados em intervalos adequados de modo que o dispêndio energético do teste
anterior não influenciasse no seguinte.
Para determinação da Força/Resistência muscular da parte central do corpo,
foi utilizado o teste abdominal padronizado pela AAHPERD (1988), com duração
reduzida de 30 segundos. O avaliado deve executar o número de máximo de
repetições neste intervalo de tempo. O movimento consiste em, estando o corpo em
decúbito dorsal, joelhos flexionados, mãos atrás da nuca, flexionar o tronco até que
os cotovelos toquem os joelhos e retornar à posição inicial (GUEDES e GUEDES,
2002).
Utilizou-se para medir a força e a resistência muscular da parte superior do
corpo, o teste de flexão e extensão de braços sobre o solo. Este teste adota duas
formas de execução distintas, uma para o sexo feminino e outra para o sexo
masculino.
Para o sexo masculino, o avaliado deve estar em decúbito ventral, com as
mãos alinhadas com o ombro, estando braços e pernas estendidos. Um movimento
consiste em, o avaliado abaixar o corpo até o braço formar um ângulo de 90º e voltar
à posição inicial. Este movimento deve ser repetido até a exaustão, devendo ser
anotada a quantidade de repetições máximas conseguidas.
Para o sexo feminino, a avaliada deve estar em decúbito ventral, com as
mãos alinhadas com o ombro, braços estendidos e com os joelhos no solo. Um
46
46
movimento consiste em, a avaliada abaixar o corpo até o braço formar um ângulo de
90º e voltar à posição inicial. Este movimento deve ser repetido até a exaustão,
devendo ser anotada a quantidade de repetições máximas conseguidas.
Na avaliação da flexibilidade, utilizou-se o teste de sentar e alcançar
modificado, aplicado com a utilização do banco de Wells (Wells e Dillon, 1952).
Segundo Guedes e Guedes (2002), acredita-se ser um teste motor de bastante
utilidade para comparações entre sujeitos que apresentem as mesmas dimensões
corporais.
A execução do mesmo consiste em colocar o avaliado sentado no solo
encostado em uma parede (costas, quadris e cabeça), com a planta dos pés
totalmente apoiada no banco de madeira (banco de Wells), mantendo os membros
inferiores em extensão.
Na fase inicial o avaliado deve estender os membros superiores (flexão de
ombros), com uma mão sobre a outra até o ponto máximo, sem perder o contato
com a parede. O ponto máximo atingido nesta fase é considerado o “marco zero”.
Deste modo, compensando as variações nas dimensões corporais entre os
avaliados. Após a definição do “zero”, avaliado é instruído a fazer uma flexão
máxima de tronco, de maneira a atingir com as mãos, o ponto mais distante
possível, e mantendo os joelhos em total extensão. Verifica-se a distância entre o
“zero” e o ponto máximo atingido de forma a computar o resultado. Para efeito de
avaliação, são efetuadas três medidas e computada a maior distância atingida, não
sendo feito aquecimento para o mesmo.
Para a determinação do VO
2
max, optou-se pela utilização do teste de vai-e-
vem de 20 m (20 m shuttle-run test), aplicado segundo o que determina Léger et al.
(1988). A aplicação do teste consiste em submeter o avaliado a uma corrida de ida e
47
47
volta, em um espaço plano de 20 metros limitados por duas linhas paralelas, até a
exaustão. O avaliado tem que cruzar as linhas que marcam o espaço percorrido
cadenciado por um sinal sonoro (“bip”) emitido por um aparelho eletrônico com CD.
A freqüência dos sinais aumenta a velocidade da corrida em 0,5 Km/h a cada
minuto, sendo a velocidade inicial de 8,5 Km/h. O teste deve ser encerrado devido à
exaustão ou quando o participante não puder manter o ritmo do teste por duas voltas
seguidas. O último estágio anunciado é o equivalente da velocidade aeróbica
máxima, sendo então usado para encontrar o VO2max. Para calcular o VO2max,
Léger et al (1988), validaram a seguinte equação para a faixa etária de 06 a 18
anos, obtendo r=0,71 para crianças e adolescentes (06-18 anos):
y = 31,025 + 3,238x1 – 3,248x2 + 0,1536x1x2
onde,
y = ml/Kg/min
x1 = Km/h (velocidade máxima atingida no teste)
x2 = idade (em anos)
A variável x1 que corresponde à velocidade foi obtida utilizando uma tabela de
referência, que relaciona o número de estágios com a velocidade, tempo entre os
bips e o número de idas e voltas por estágio completado (QUADRO 3).
48
48
Estágios Velocidade Intervalo entre os
Bips (seg.)
N
o
idas e voltas por
estágio
1 8,5 8,470 7
2 9,0 8,000 8
3 9,5 7,579 8
4 10,0 7,200 8
5 10,5 6,858 9
6 11,0 6,545 9
7 11,5 6,261 10
8 12,0 6,000 10
9 12,5 5,760 10
10 13,0 5,538 11
11 13,5 5,333 11
12 14,0 5,143 12
13 14,5 4,966 12
14 15,0 4,800 13
15 15,5 4,645 13
16 16,0 4,500 13
17 16,5 4,364 14
18 17,0 4,235 14
19 17,5 4,114 15
20 18,0 4,000 15
21 18,5 3,892 15
Quadro 3: Especificações para a realização do 20 m shuttle-run test
Fonte: Léger e Lambert (1982)
3.8.4 Análise dos dados
De forma a melhor atingir os objetivos deste trabalho, foram usados os
recursos da estatística descritiva e demais procedimentos como se segue:
9 Análise de variância unidimensional ANOVA, com post hoc de Newuman-
Keuls (p < 0,05).
9 Teste t Student para amostras independentes (p < 0,05).
9 Escore Z, para análise das diferenças entre percentuais.
9 Foram utilizados o software EXCEL
®
e o programa SPSS 12.0 for Windows
®
.
49
49
4 RESULTADOS
Os resultados estão apresentados neste capítulo de acordo com os objetivos
determinados classificando a amostra por sexo, idade, variáveis de crescimento
físico e variáveis da aptidão física relacionada à saúde. As discussões serão
apresentadas no capítulo subseqüente.
4.1 VARIÁVEIS DE CRESCIMENTO FÍSICO
4.1.1 Estatura e Massa Corporal
O crescimento físico representado pelas variáveis de massa corporal e
estatura, é a melhor expressão global da saúde vivenciada pela criança, segundo
Glaner (2005) e Benigna et al. (1987). Em tese, a má nutrição, as doenças
infecciosas e parasitárias e as condições precárias de higiene, associadas aos
baixos níveis socioeconômicos retardam e até mesmo interrompem o crescimento,
que por sua vez, funciona como verdadeiro identificador do meio ambiente da
criança.
A Tabela 3 demonstra o desempenho das variáveis que representam o
crescimento físico dos escolares de dez a 14 anos de idade, do ensino público
municipal da cidade de Aracaju-SE, de acordo com o sexo e a idade, os valores da
estatística descritiva da média e desvio padrão para massa corporal e estatura, e a
comparação entre os grupos através do teste t de Student.
50
50
TABELA 3
Valores descritivos quanto ao sexo, idade e a comparação entre sexo e idade da massa
corporal e da estatura
Masculino Feminino
Masculino Feminino
Idade
(anos)
Estatura (cm)
p
Massa corporal (kg)
p
10 138,0 +7,0 137,0 +10,0 0,70 33,60 +9,38 31,49 +9,78 0,59
11 142,0 +10,0 145,0 +8,0 0,40 35,20 +6,93 36,85 +5,95 0,42
12 147,0 +
9,0 149,0 +7,0* 0,04 40,13 +9,89 42,16 +9,75 0,26
13 155,0 +
9,0 155,0 +6,0 0,98 45,11 +9,40 44,35 +7,42 0,73
14 159,0 +
10,0 158,0 +5,0 0,84 49,40 +11,2 49,96 +10,10 0,86
p<0,05
Percebe-se em ambos os sexos um incremento estatural influenciado pela
idade com média de 5,25 cm por ano, sendo que as meninas apresentaram um surto
de crescimento mais acentuado entre os 10 e 11 anos e os meninos entre os 12 e
13 anos. Porém, os resultados mostraram diferenças estatísticas apenas aos 12
anos, em favor dos escolares femininos para a estatura.
Quanto à massa corporal, o incremento anual em média para os meninos
ficou em 3,95 kg apresentando maior pico no período de maior incremento estatural,
no sexo feminino a média foi de 4,62 kg, apresentando maior pico entre os 13 e 14
anos. Os resultados entre os sexos mostraram-se não significante.
Avaliando os resultados dentro do mesmo grupo através da análise de
Variância, pode-se constatar diferenças significativas, ao nível de p<0,05, na
estatura dos escolares de 13 e 14 anos no sexo masculino (TABELA 4).
TABELA 4
Análise estatística intrasexo na estatura por idade – Masculino
IDADE 10 11 12 13 14
10
11
0,12
12
0,07 0,09
13
0,00* 0,00* 0,04*
14
0,00* 0,00* 0,00* 0,12
* (p<0,05)
51
51
Com relação à massa corporal nos escolares masculinos (TABELA 3), o
incremento anual observado dera-se com maior ênfase entre as idades de 11 e 13
anos, confirmando as diferenças significativas, ao nível de p<0,05, a partir dos 13
anos (TABELA 5).
TABELA 5
Análise estatística intrasexo na massa corporal por idade – Masculino
IDADE 10 11 12 13 14
10
11
0,60
12
0,07 0,09
13
0,00* 0,00* 0,09
14
0,00* 0,00* 0,00* 0,14
* (p<0,05)
Com relação ao sexo feminino, o incremento estatural anual com ênfase em
todas as faixas de idades, registrou diferenças significativas dos 10 aos 14 anos
(TABELA 6).
TABELA 6
Análise estatística intrasexo na estatura por idade – Feminino
IDADE 10 11 12 13 14
10
11
0,00*
12
0,00* 0,03*
13
0,00* 0,00* 0,03*
14
0,00* 0,00* 0,00* 0,08
* (p<0,05)
Quanto à massa corporal, o comportamento da variável nos escolares
femininos apresentou diferenças significativas a partir dos 10 anos (TABELA 7).
52
52
TABELA 7
Análise estatística intrasexo na massa corporal por idade – Feminino
IDADE 10 11 12 13 14
10
11
0,04*
12
0,00* 0,05
13
0,00* 0,01* 0,42
14
0,00* 0,00* 0,01* 0,04*
* (p<0,05)
4.1.1.1 – Variáveis de Crescimento e Maturação
Ao se observar a evolução da massa corporal em ambos os sexos do ponto
de vista dos níveis maturacionais propostos por Tanner (1962), observa-se,
primeiramente, uma maior distribuição da amostra nos estágios P2 e P3 (TABELA
8). Quando verificadas as variáveis de crescimento no grupo feminino com relação
aos estágios devem ser ressaltados os incrementos absolutos da massa corporal a
partir do estágio 3.
TABELA 8
Valores das médias e desvios padrão das variáveis de crescimento de acordo com os estágios
maturacionais
P1 P2 P3 P4 P5
Masculino
n = 14 n = 50 n = 42 n = 30 n = 9
Idade (anos) 11,57+1,34 12,06 +1,20 12,38 +0,88 12,67+1,09 12,11 +0,93
Massa (kg) 38,96 +12,53 37,38 +9,37 41,99 +9,99 47,39 +9,78 46,81 +11,62
Estatura (m) 144,0 +11,0 144,0 +9,0 152,0 +10,0 156,0 +9,0 155,0 +9,0
Feminino
n = 30 n = 39 n = 38 n = 27 n = 7
Idade (anos) 11,33 +0,88 11,85 +0,87 12,55 +1,00 12,63 +1,21 12,43 +1,13
Massa (kg) 36,77 +9,97 39,91 +8,86 44,79 +9,62 44,40 +8,30 48,12 +13,00
Estatura (m) 144,0 +10,0 148,0 +9,0 154,0 +6,2 153,0 +8,8 151,0 +6,5
53
53
Neste estudo, verifica-se que, a partir do estágio P5 começam a surgir
diferenças significativas nos valores de massa corporal frente aos demais níveis
anteriores (TABELA 9).
TABELA 9
Análise estatística intrasexo para a massa corporal por estágio maturacional – Masculino
Estágio P1 P2 P3 P4 P5
P1
P2
0,61
P3
0,34 0,31
P4
0,04* 0,01* 0,20
P5
0,07 0,03* 0,21 0,64
*p<0,05
Quanto à estatura, esta variável começa a manifestar influência do processo
maturacional a partir do estágio 3 (TABELA 10).
TABELA 10
Análise estatística intrasexo para a estatura por estágio maturacional – Masculino
Estágio P1 P2 P3 P4 P5
P1
P2
0,99
P3
0,01* 0,03*
P4
0,00* 0,00* 0,39
P5
0,00* 0,00* 0,49 0,54
* p<0,05
Com relação ao sexo feminino, a análise de variância apresentou diferenças
significativas entre o estágio P1 e os estágios P3, P4 e P5 (TABELA 11).
TABELA 11
Análise intrasexo para a massa corporal por estágio maturacional – Feminino
Estágio P1 P2 P3 P4 P5
P1
P2
0,28
P3
0,03* 0,22
P4
0,03* 0,13 0,89
P5
0,00* 0,07 0,44 0,64
* p<0,05
54
54
Quanto à estatura, esta variável verifica-se diferenças entre os estágios P3 e
P4 (TABELA 12).
TABELA 12
Análise intrasexo para a estatura por estágio maturacional – Feminino
Estágio P1 P2 P3 P4 P5
P1
P2
0,14
P3
0,00* 0,09
P4
0,00* 0,11 0,74
P5
0,07 0,47 0,24 0,19
* p<0,05
4.1.2 – Níveis de obesidade e estado nutricional dos escolares
A Tabela 13 demonstra o desempenho da variável que representa o IMC, dos
escolares do ensino público municipal da cidade de Aracaju-SE, de acordo com o
sexo e a idade, os valores da estatística descritiva da média e desvio padrão e
comparação entre os grupos através do teste t de Student.
TABELA 13
Valores descritivos quanto ao sexo, idade e a comparação entre sexo e idade do IMC
Masculino Feminino
Idade
(anos)
IMC (kg/m
2
)
Valor de p
10 17,43 +3.28 16,63 +3,55 0,59
11 17,20 +1,81 17,46 +1,77 0,64
12 18,37 +
2,76 18,65 +3,40 0,65
13 18,70 +
2,69 18,47 +2,35 0,66
14 19,36 +
3,33 19,91 +4,37 0,65
* p < 0,05
Não observaram-se diferenças significativas entre os sexos em quaisquer das
faixas etárias para o IMC. A influência etária no incremento dessa variável não
apresentou muita força, onde a média para os meninos foi de 0,48 kg/m
2
por ano,
apresentando o maior pico entre 11 e 12 anos. Para as meninas a média foi de 0,82
55
55
kg/m
2
por ano, com o maior pico ficando entre os 13 e 14 anos de idade. A análise
de variância não apresentou diferenças significativas quando efetuou-se
comparações no próprio grupo.
TABELA 14
Valores das médias de IMC de acordo com os estágios maturacionais
P1 P2 P3 P4 P5
n = 14 N = 50 n = 42 n = 30 n = 9
IMC (kg/m
2
)
Masculino
18,44 +3,53 17,83 +2,47 18,08 +2,77 19,36 +2,68 19,38 +3,92
n = 30 N = 39 n = 38 n = 27 n = 7 Feminino
17,48 +3,45 18,03 +2,42 18,73 +3,39 18,75 +2,57 21,07 +5,84
A Tabela 14 demonstra o comportamento do IMC com relação aos estágios
maturacionais. Não foram observadas variações significativas entre os diversos
estágios maturacionais no sexo masculino. A maturação começou a manifestar
diferenças significativas no IMC do sexo feminino no estágio P5, quando difere dos
estágios P1, P2 e P4 (TABELA 15).
TABELA 15
Análise intrasexo para o IMC por estágio maturacional – Feminino
Estágio P1 P2 P3 P4 P5
P1
P2
0,58
P3
0,42 0,48
P4
0,58 0,75 0,98
P5
0,00* 0,02* 0,07 0,03*
* p<0,05
O estado nutricional dos escolares de ambos os sexos do presente estudo
são mostrados na Tabela 16, levando-se em consideração os critérios de corte do
IMC da Organização Mundial da Saúde (WHO, 1995).
56
56
TABELA 16
Estado nutricional de acordo com os pontos de corte da OMS
Idade Amostra Baixo peso
P5
0
Sobrepeso
P85
0
Obesidade
P95
0
Masculino
Anos n % N % n % n
10 13 7,70 1 7,70 1 7,70 1
11 18 5,55 1 5,55 1 5,55 1
12 61 44,26 27 4,10 6 4,92 3
13 33 3,03 1 12,12 4 3,03 1
14 22 4,54 1 9,09 2 4,54 1
Total 147 21,08 31 9,52 14 4,76 7
Feminino
Anos n % N % n % n
10 10 10,00 1 0,00 0 10,00 1
11 29 3,45 1 10,34 3 3,45 1
12 58 1,72 2 10,34 6 1,72 2
13 25 4,00 1 8,00 2 4,00 1
14 20 5,00 1 5,00 1 10,00 2
Total 142 4,22 6 8,45 12 4,92 7
4.1.3 – Composição corporal dos escolares
Comumente, o clássico modelo de dois componentes, o qual divide a massa
corporal em massa gorda (MG) e massa magra corporal (MM), tem sido usado para
a obtenção de medidas referentes à composição corporal. Wagner e Heyward
(2000), afirmam que os componentes citados são bastante influenciados por fatores
como a idade, nível de atividade física, raça, nutrição e outros fatores ambientais.
4.1.3.1 – Massa Gorda, Massa Magra e Quantidade Relativa de Gordura (%)
Ao se estudar os níveis de adiposidade dos escolares, utilizando o porcentual
de gordura (%G) e do somatório das dobras cutâneas tríceps (TR) e subescapular
(SE), de acordo com os critérios suageridos por Lohman (1992), deve-se destacar o
57
57
comportamento dos componentes da composição corporal para os meninos, os
quais apresentaram estabilidade ao longo das idades, enquanto no feminino,
demostrou-se variações absolutas positivas (TABELA 17).
TABELA 17
Comparação intersexos para as variáveis da composição corporal
Massa Gorda (kg) Massa Magra (kg)
Idade Masculino Feminino
p
Masculino Feminino
p
10 5,49 +4,24 5,88 +5,15 0,84 28,18 +5,45 25,60 +5,51 0,28
11 4,90 +3,73 7,20 +3,14 * 0,04 30,29 +4,89 29,65 +4,27 0,65
12 6,65 +
5,40 9,20 +6,13 * 0,02 33,52 +6,26 32,98 +4,96 0,59
13 6,74 +
4,20 9,05 +4,51 * 0,05 38,37 +7,23 35,51 +4,41 0,07
14 7,07 +
5,56 11,75 +6,11 * 0,01 42,31 +7,81* 38,21 +5,28 0,05
TR+SE (mm)
%G
Idade Masculino Feminino
p
Masculino Feminino
p
10 18,53 + 8,17 18,95 +11,92 0,92 14,79 +7,03 16,63 +8,82 0,59
11 17,18 +9,81 21,45 +7,83 0,13 13,01 +8,04 19,10 +6,32* 0,01
12 20,20 +
11,43 24,19 +12,92 0,08 15,18 +8,46 20,28 +8,74* 0,00
13 19,15 +
8,16 22,99 +8,85 0,10 14,32 +6,89 19,59 +6,83* 0,00
14 18,65 +
11,10 27,21 +10,72 * 0,01 13,15 +8,65 22,53 +8,94* 0,00
* p < 0,05
Efetuando-se comparações estatísticas através do teste t de Student entre os
grupos masculino e feminino, no tocante às variáveis da composição corporal,
verificam-se diferenças significativas na massa gorda a partir dos 11 anos sempre
em favor das meninas. Contudo, com relação à massa corporal magra, verificaram-
se diferenças somente aos 14 anos em favor dos meninos. As observações
inerentes ao somatório das dobras apresentaram diferenças significativas aos 14
anos, com média superior favorável às meninas. Com relação ao porcentual de
gordura, verificaram-se diferenças significantes dos 11 aos 14 anos de idade.
Através da análise de variância, não se verificou incremento significativo da
massa gorda nas idades estudadas, contudo verificaram-se diferenças significativas
nas médias da massa magra a partir dos 10 anos até os 14 anos (TABELA 18).
58
58
TABELA 18
Análise intrasexo para a massa magra por idade – Masculino
Idade 10 11 12 13 14
10
11
0,28
12
0,02* 0,10
13
0,00* 0,00* 0,01*
14
0,00* 0,00* 0,00* 0,04*
*p<0,05
Estatisticamente pode-se observar que as diferenças significativas na massa
gorda feminina se manifestam somente aos 14 anos de idade (TABELA 19).
TABELA 19
Análise intrasexo para a massa gorda por idade – Feminino
Idade 10 11 12 13 14
10
11
0,42
12
0,18 0,44
13
0,15 0,28 0,88
14
0,00* 0,03* 0,12 0,20
* p<0,05
Contudo, a massa magra apresenta variações significativas a partir dos 11
anos de idade (TABELA 20).
TABELA 20
Análise intrasexo para a massa magra por idade – Feminino
Idade 10 11 12 13 14
10
11
0,00*
12
0,00* 0,03*
13
0,00* 0,00* 0,10
14
0,00* 0,00* 0,00* 0,06
*p<0,05
59
59
4.1.3.2 – Massa Gorda, Massa Magra e Maturação
Os valores descritivos para as variáveis da composição corporal em cada
estágio maturacional para os sexos masculino e feminino estão apresentados na
Tabela 21. Verifica-se, diante dos resultados, que para ambos os grupos, ocorrem
incrementos proporcionais à evolução da maturação biológica.
TABELA 22
Valores das médias e desvios padrão das variáveis de composição corporal de acordo com os estágios
maturacionais
Masculino
P1 P2 P3 P4 P5
(TR+SE)
(mm)
18,88
+9,84
18,36
+9,20
17,84
+9,84
21,76
+10,31
22,74
+15,96
Gordura
%
14,39
+7,97
13,82
+7,20
13,13
+7,76
16,46
+8,29
16,49
+11,00
Massa magra
(kg)
32,63
+8,03
31,84
+6,63
36,14
+7,51
39,30
+7,88
38,16
+5,97
Massa de gordura
(kg)
6,32
+5,35
5,54
+4,17
5,85
+4,57
8,09
+4,87
8,64
+7,83
Feminino
P1 P2 P3 P4 P5
TR+SE
(mm)
22,12
+13,84
20,70
+7,08
25,19
+11,60
25,22
+9,74
28,84
+15,63
Gordura
(%)
18,56
+9,10
18,26
+5,86
21,16
+8,34
21,49
+7,12
23,39
+8,78
Massa Magra
(kg)
29,32
+5,67
32,32
+5,74
34,70
+5,07
34,46
+5,06
36,20
+6,56
Massa Gordura
(kg)
7,44
+5,90
7,60
+3,93
10,05
+5,98
9,94
+4,66
11,92
+8,30
Sob o aspecto estatístico, observa-se que a massa magra sofre o efeito da
maturação de forma significativa a partir do estágio P3, quando este difere dos
estágios P4 e P5 (TABELA 23).
60
60
TABELA 23
Análise estatística para a massa magra por estágio maturacional – Masculino
Estágio P1 P2 P3 P4 P5
P1
P2
0,12
P3
0,00* 0,04*
P4
0,00* 0,00* 0,12
P5
0,00* 0,00* 0,14 0,73
*p<0,05
Contudo, o incremento da massa gorda não sofreu influências significativas
entre os estágios maturacionais quando analisadas as variâncias dentro do sexo
masculino. As análises estatísticas mostram que a maturação no sexo feminino
provoca alterações significativas na massa magra feminina a partir do estágio P2,
quando este varia dos demais exceto do estágio P1 (TABELA 24).
TABELA 24
Análise Estatística para a massa magra por estágio maturacional – Feminino
Estágio P1 P2 P3 P4 P5
P1
P2
0,12
P3
0,00* 0,02*
P4
0,00* 0,00* 0,12
P5
0,00* 0,00* 0,14 0,74
* p<0,05
A influência da maturação sobre a massa gorda feminina se manifesta a partir
do estágio P4 (TABELA 25).
TABELA 25
Análise Estatística para a massa gorda por estágio maturacional – Feminino
Estágio P1 P2 P3 P4 P5
P1
P2
0,42
P3
0,17 0,31
P4
0,04* 0,16 0,41
P5
0,05* 0,22 0,63 0,93
* p<0,05
61
61
4.2 - VARIÁVEIS DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE
Os componentes da aptidão física relacionada à saúde envolvem a
flexibilidade, a força/resistência (membros superiores e abdominal) e a capacidade
cardiorrespiratória máxima.
Ao compararem-se os resultados de todas as capacidades físicas dos grupos
masculino e feminino (TABELAS 26 e 27) utilizando-se o Teste “t” de Student para
amostras independentes, obtiveram-se as seguintes observações:
1. Flexibilidade, não ocorre nenhuma diferença significativa entre as médias em
todas as idades estudadas;
2. Força/resistência abdominal ocorrem diferenças significativas em favor do sexo
masculino nas idades de 11, 12 e 13 anos de idade;
TABELA 26
Valores médios e estatísticos para as variáveis da AFRS
FLEXIBILIDADE (cm) ABDOMINAL (rep/ 30 seg)
Idade Masculino Feminino
p
Masculino Feminino
p
10 26,81 +3,96 25,72 +4,52
0,55
13,38 + 3,10 11,70 +3,88
0,27
11 26,87 +6,71 23,82 +5,87
0,13
15,29* + 3,20 12,37 +4,98
0,02
12 24,88 +
5,89 26,56 +6,03
0,13
16,06* + 4,76 13,70 +3,56
0,00
13 24,48 +
5,11 26,82 +6,45
0,15
14,88* + 3,61 12,21 +4,23
0,02
14 23,87 +
7,37 25,46 +6,21
0,45
16,13 + 2,99 14,50 +3,84
0,13
* p<0,05
3. Força/resistência de braços: ocorre variação significativa aos 12 anos, em favor
do sexo masculino; e,
4. Capacidade cardiorrespiratória: verificaram-se alterações significativas em favor
do sexo masculino aos 10, 12 e 14 anos.
62
62
TABELA 27
Valores médios e estatísticos para as variáveis da AFRS
BRAÇOS (rep.) VO2 máximo (ml.kg/min)
Idade Masculino Feminino
p
Masculino Feminino
p
10 15,69 +6,96 11,50 +6,00
0,14
42,79 +2,86* 40,08 +1,67
0,01
11 13,29 +5,62 11,41 +6,18
0,30
40,66 +3,26 39,22 +2,64
0,13
12 15,43 +6,50* 12,70 +4,66
0,01
38,88 +2,89* 37,12 +2,67
0,00
13 11,67 +7,17 9,87 +6,70
0,34
38,21 +4,12 37,55 +3,60
0,52
14 10,54 +7,55 9,00 +6,95
0,49
36,13 +3,80* 32,30 +3,44
0,00
* p<0,05
Para o sexo masculino, quando considerada a análise de variância, não se
verificaram diferenças significativas entre as variáveis flexibilidade, resistência
abdominal e resistência de braços, por idade cronológica.
Na análise de variância da capacidade cardiorrespiratória do sexo masculino
(TABELA 28), pode-se observar principalmente, que o extremo etário superior, é
estatisticamente distinto das demais faixas de idades cronológicas. Nesta qualidade
física as variações se estabelecem a partir dos 13 anos.
TABELA 28
Análise estatística para o VO
2
máx por idade – Masculino
Idade 10 11 12 13 14
10
11
0,04*
12
0,00* 0,08
13
0,00* 0,04* 0,52
14
0,00* 0,00* 0,02* 0,04*
* p<0,05
Para as meninas, a análise de variância intrasexo, de forma similar ao sexo
masculino, não detectou variações significativas nos dados referentes à flexibilidade,
à resistência abdominal e referentes à avaliação da resistência de braços em
nenhuma das idades estudadas.
Para a capacidade cardiorrespiratória (TABELA 29), vale ressaltar, de modo
similar ao sexo masculino, que o extremo etário superior (14 anos), é
63
63
estatisticamente distinto das demais faixas de idades cronológicas. Nesta qualidade
física as variações se estabelecem a partir dos 13 anos para esse grupo pesquisado.
TABELA 29
Análise Estatística para o VO
2
máx por idade – Feminino
Idade 10 11 12 13 14
10
11
0,22
12
0,01* 0,12
13
0,02* 0,14 0,62
14
0,00* 0,00* 0,00* 0,00*
* p<0,05
4.2.1 - Variáveis da AFRS relacionadas à Maturação
Os valores descritivos para todas as capacidades físicas relacionadas à
saúde associadas à maturação para ambos os sexos encontram-se na Tabela 26.
Diante dos dados verificam-se incrementos proporcionais ao avanço da idade
maturacional.
TABELA 30
Variáveis das médias e desvios padrão das variáveis da AFRS de acordo com os estágios
maturacionais
P1 P2 P3 P4 P5
Masculino
Flexibilidade
(cm)
22,16+4,54
24,70+6,02 25,67+6,61
25,27+5,79 27,85 +2,60
Abdominal
(repetições)
14,50+3,91 14,72+3,89 15,71+3,62 17,00+4,26 15,00 +5,00
Braços
(repetições)
11,07+5,24 14,16+5,83 13,62+8,53 14,40+6,31 11,78 +9,32
VO
2máx
(ml/kg
-1
)
36,96+3,67 38,49+3,36 38,55+3,26 40,05+4,35 41,50 +4,53
Feminino
Flexibilidade
(cm)
25,30 +5,32
26,62 +5,72 25,13 +6,75
25,93 +6,63 27,10 +4,70
Abdominal
(rep/min)
12,50 +5,75 13,70 +2,96 12,66 +3,34 13,66 +4,43 13,57 +4,12
Braços
(rep/min)
12,83 +5,13 12,31 +5,50 9,60 +6,40 10,11 +6,08 14,00 +5,13
VO2máx
(ml/kg-1)
36,86 +2,03 37,29 +2,75 36,46 +3,50 37,63 +4,50 39,51 +5,87
64
64
Segundo a análise de variância realizada, o efeito da maturação sobre o
desempenho da flexibilidade no sexo masculino, se estabelece efetivamente a partir
do estágio P5 de Tanner (TABELA 31).
TABELA 31
Análise estatística para a flexibilidade por estágio maturacional – Masculino
Estágio P1 P2 P3 P4 P5
P1
P2
0,17
P3
0,23 0,86
P4
0,21 0,50 0,83
P5
0,04* 0,50 0,38 0,52
* p<0,05
No entanto, para a resistência abdominal e resistência de braços não houve
alterações significativas da maturação no desempenho. Já os resultados da
capacidade cardiorrespiratória apresentaram variações estatisticamente
significativas às custas da maturação para o sexo masculino a partir do estágio P4
(TABELA 32).
TABELA 32
Análise estatística para o VO
2
máx por estágio maturacional – Masculino
Estágio P1 P2 P3 P4 P5
P1
P2
0,18
P3
0,35 0,95
P4
0,04* 0,36 0,19
P5
0,00* 0,10 0,07 0,35
* p<0,05
Analisando estatisticamente o comportamento das variáveis da aptidão física
por estágio maturacional, não se verificaram diferenças significativas na flexibilidade,
na resistência abdominal e de braços dentro do grupo das meninas. Porém, no que
se refere à capacidade cardiorrespiratória, observou-se um comportamento
65
65
diferenciado das demais (TABELA 33), quando a idade maturacional interfere nesta
qualidade física a partir do estágio P5.
TABELA 33
Análise estatística para o VO
2
máx por estágio maturacional – Feminino
Estágio P1 P2 P3 P4 P5
P1
P2
0,51
P3
0,81 0,64
P4
0,66 0,84 0,69
P5
0,05* 0,14 0,04* 0,09
* p<0,05
66
66
5 DISCUSSÃO
Neste tópico os resultados são discutidos com referência aos objetivos
específicos do estudo, os quais são confrontados com trabalhos publicados
recentemente a nível local, regional, nacional e com os referenciais adotados pela
OMS, com o objetivo de esclarecer o comportamento das variáveis aqui
encontradas.
Inicia-se, portanto, abordando o crescimento corporal entre os sexos e
comparando-o entre si e com outros estudos. Em seguida são feitas comparações
entre os sexos com respeito aos componentes da AFRS. Na seqüência são
analisadas a influência da maturação biológica sobre as variáveis do crescimento
corporal e os componentes da AFRS.
5.1 CRESCIMENTO
5.1.1 Estatura
Como apresentado no capítulo anterior, ao compararem-se os resultados da
variável estatura entre os sexos masculino e feminino, verificaram-se em termos
absolutos, níveis estaturais femininos maiores aos 11 e 12 anos, os quais
representam 2,11% (3 cm) e 1,36 (2 cm) de diferença, respectivamente, muito
embora tais diferenças se estabeleceram estatisticamente somente aos 12 anos em
favor dos escolares femininos (FIGURA 1)
67
67
125.00
130.00
135.00
140.00
145.00
150.00
155.00
160.00
165.00
170.00
10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos
MA S
FEM
Pesquisando escolares de sete a 17 anos da cidade de Londrina, Guedes e
Guedes (1993) verificaram de forma similar ao presente estudo, níveis estaturais
femininos superiores aos 11 e 12 anos, com diferenças significativas aos 12 anos de
idade, com média superior favorável às meninas. Guedes (1994), ao avaliar o
crescimento de crianças e adolescentes de Londrina – PR, de 7 a 17 anos,
utilizando os mesmo delineamento metodológico, encontrou diferenças significativas
entre os sexos, somente a partir dos 15 anos. Em estudo longitudinal misto com
alunos do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
Waltrick (1996) evidenciou diferenças estatísticas a partir dos 13 anos, porém, na
abordagem transversal verificou diferenças após os 13 anos. Já Madureira e Sobral
(1999), ao comparar os níveis de crescimento estatural de estudantes da cidade de
Maringá – PR encontraram diferenças significativas aos 10 e 12 anos em favor das
meninas e aos 15 e 16 em favor dos meninos. Glaner (2002) estudando o
crescimento de adolescentes rurais e urbanos do interior de Santa Catarina, e
Glaner (2005) analisando o crescimento de adolescentes do norte gaúcho e oeste
*
FIGURA 1: Comparativo entre estaturas (cm) de ambos os sexos por idade (Aracaju – SE)
*p<
0,05
68
68
catarinense, verificou diferenças estatísticas entre os sexos a partir dos 14 anos em
favor dos rapazes. Ao relacionar os dados com estudo realizado no mesmo Estado
(Sergipe), onde foram avaliados adolescentes de 7 a 14 anos do Vale do Cotinguiba
(SILVA, 2002), não foram verificadas diferenças significativas entre os sexos, apesar
de ocorrerem diferenças significativas no incremento anual da estatura.
De modo geral, os autores citados acima sugerem que tais variações entre as
faixas etárias estudadas se devam em parte às influências ambientais, a um
comportamento mais ativo e ao nível sócio-econômico dos respectivos grupos
estudados.
Vale ressaltar no comportamento da estatura masculina na avaliação
intrasexo que ficaram evidenciadas diferenças significativas a partir das idades 13 e
14 anos. Com relação à estatura feminina ficaram evidenciadas diferenças
significativas em todos os valores a partir dos 10 anos até os 14 anos (FIGURA 2).
Anos
9 101112131415
Est (cm)
135
140
145
150
155
160
165
IDADE vs Est_Fem
IDADE vs Est_Mas
FIGURA 2: Curva de crescimento estatural (cm) ambos os sexos por idade
(Aracaju – SE)
*p<
0,05
69
69
As observações no presente estudo corroboram as afirmações de Marcondes
(2003), Guedes e Guedes (2002) e Malina e Bouchard (2002), de que o surto de
crescimento, para as mulheres, ocorre entre as idades de 11 a 13 anos. O
comportamento observado entre os meninos, explica-se, segundo Guedes e Guedes
(2002), pelo fato destes apresentarem pico de crescimento em torno de dois anos
mais tarde do que as mulheres, ou seja, a partir dos 14 -15 anos.
O comportamento estatural durante as fases de crescimento, como já
discutido, sofre importantes influências e mostra-se divergente entre as diversas
localidades geográficas. Na Figura 3, estão confrontados os valores do 50º percentil
(P50) do presente estudo (AJU) com realizados no município do Rio de Janeiro – RJ
(ANJOS, 2003), e nos Estados Unidos da América (Kuczmarski et al., 2002).
GÊNERO MASCULINO
120.00
125.00
130.00
135.00
140.00
145.00
150.00
155.00
160.00
165.00
170.00
10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos
AJU
RIOJAN
NCHS
Observa-se, quanto aos meninos desse estudo, que as estaturas no P50 são
inferiores aos reportados no estudo do Rio de Janeiro dos 10 aos 14 anos, numa
variação entre 1,6 cm e 6,5 cm, o que representa uma estatura inferior em torno de
FIGURA 3: Curvas com valores medianos da estatura dos escolares de Aracaju, em relação aos
valores referenciais propostos pelo NCHS, ANJOS (2003), para sexo e idade.
SEXO MASCULINO
70
70
2,66%. Ao comparar-se com os valores do NCHS, o presente estudo mostra-se
igualmente inferior dos 10 aos 14 anos, numa variação de 2,6 cm a 7,6 cm, o que
representa uma estatura inferior em torno de 3,29%. Segundo Marcondes et al
(1982), essas discrepâncias podem ser explicadas por influências étnicas e
ambientais.
Quando sobrepostos os valores das estaturas por idade no 50º percentil (P50)
das meninas de Aracaju (FIGURA 4), observa-se que elas são menores que as
meninas do Rio de Janeiro (ANJOS, 2003) dos 10 aos 13 anos e maiores aos 14
anos, o que representa uma estatura inferior em torno de 1,79% em média. Porém,
ao comparar-se com os resultados no P50 do NCHS (KUCZMARSKI et al., 2003), a
estatura das meninas de Aracaju, apresentaram valores inferiores somente aos 10
anos e superiores dos 11 aos 14 anos de idade, com variação média em torno de
0,88%.
GÊNERO FEMININO
120.00
125.00
130.00
135.00
140.00
145.00
150.00
155.00
160.00
165.00
10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos
AJU
RIOJAN
NCHS
FIGURA 4: Curvas com valores medianos da estatura dos escolares de Aracaju, em relação aos
valores referenciais propostos pelo NCHS (2002), ANJOS (2003), para sexo e idade.
SEXO
FEMI
NINO
71
71
Comprando o desempenho da variável estatura dos meninos e das meninas
do presente estudo, frente aos percentis relatados na literatura, percebe-se
claramente um resultado menor do sexo masculino. Segundo Glaner (2005) os
indivíduos do sexo masculino são mais susceptíveis às influências ambientais do
que o sexo feminino. Deduz-se que as meninas são mais resistentes às variações
climáticas, geográficas e ao ambiente social. Hesse et al. (2003) e Castilho e Barros
Filho (2000) assinalam que os fatores ambientais que mais interferem no
crescimento são a nutrição, doenças, urbanização, atividade física, estresse e
fatores econômicos e sociais.
5.1.2 Massa Corporal
Em termos absolutos, as meninas apresentaram maiores níveis de massa
corporal do que os meninos aos 11 e 12 anos, porém nenhuma diferença
significativa foi evidenciada, como abordado no capítulo anterior. Deste modo, não
coincidindo com o evidenciado por Glaner (2002; 2005), quando ficaram elucidadas
diferenças significativas entre os sexos, aos 13 anos em favor das meninas e aos 15
e 17 anos em favor dos meninos. Waltrik (1996), em seu estudo longitudinal misto,
detectou diferenças significativas a partir dos 13 anos em favor dos meninos, porém,
em abordagem transversal, após os 13 anos. Com os escolares de Maringá de 7 a
16 anos, Madureira e Sobral (1999), evidenciaram diferenças significativas em favor
das meninas aos 12, 13 e 14 anos, enquanto para os meninos, aos 15 e 16 anos.
Pode-se afirmar que os dados do presente estudo são coerentes com o
verificado por Guedes (1994), que não encontrou diferença significativa nos
escolares de Londrina de 7 a 17 anos. De forma similar, Silva (2002) não verificou
72
72
diferenças significativas dos 10 aos 14 anos entre os adolescentes do Vale do
Cotinguiba. Percebe-se no presente estudo, que o comportamento da massa
corporal tem incremento fisiológico ao longo das idades para ambos os sexos e
mesmo com a influência do surto maturacional precoce em favor das meninas
(TABELAS 8 e 12) não se evidenciaram diferenças significativas. Ao analisarem-se
os valores da massa corporal intrasexo, verificam-se variações significativas a partir
dos 10 anos nas meninas e a partir dos 13 anos nos meninos.
Na Figura 5 estão comparados os valores de massa corporal do 50º percentil
(P50) do presente estudo com os encontrados por Anjos (2003) e do NCHS
(Kuczmarski et al., 2002). Observa-se que os valores no P50 do presente trabalho
apresentam-se maiores do que os do estudo do NCHS exceto aos 10 anos, o que
representa uma massa corporal maior em torno de 1,72% em média. Quanto ao
estudo de Anjos (2003), os resultados de Aracaju apresentam-se inferior dos 10 aos
14 anos, o que representa uma massa corporal menor em torno de 8,09% em média.
GÊNERO MASCULINO
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos
AJU
RIOJAN
NCHS
FIGURA 5: Curvas com valores medianos da massa corporal dos escolares de Aracaju, em
relação aos valores referenciais propostos pelo NCHS (2002) e ANJOS (2003), para sexo e
idade.
SEXO MASCULINO
73
73
Na Figura 6, estão comparados os valores da massa corporal no P50 para o
sexo feminino. Verifica-se que os valores do presente estudo encontram-se abaixo
dos encontrados por ANJOS (2003) em todas as idades exceto aos 12 anos, o que
representa uma massa corporal menor em torno de 5,09% em média. Ao
compararem-se com a curva do NCHS (2002), os valores do presente estudo são
menores aos 10 anos e maiores dos 11 aos 14 anos, o que representa uma maior
massa corporal em torno de 0,41% em média.
GÊNERO FEMININO
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos
AJU
RIOJAN
NCHS
Salienta-se que no presente estudo, o sexo feminino manifestou valores
inferiores tanto na estatura quanto na massa corporal aos 10 anos em relação às
curvas citadas. Segundo Duarte (1993) em um trabalho de revisão e Guedes (2002),
tais fatos podem estar relacionados à variabilidade no início do surto de crescimento,
o qual determina significativamente o ritmo anual deste mesmo crescimento.
Nas demais idades, os valores de estatura e massa corporal encontrados
neste estudo evidenciam que em ambos os sexos as diferenças se tornaram mais
marcantes quando comparados com os dados de ANJOS (2003), do que quando
comparados com a curva do NCHS (2002). Este desempenho, segundo Romani e
FIGURA 6: Curvas com valores medianos massa corporal dos escolares de Aracaju, em relação
aos valores referenciais propostos pelo NCHS (2002) e ANJOS (2003), para sexo e idade.
SEXO
FEMININO
74
74
Lira (2004) e Anjos et al. (1998) reflete uma clara tendência da diminuição da
desnutrição em todo o país, acarretando em mudança no perfil epidemiológico dos
problemas nutricionais, embora em intensidades diferentes. Silva, Silva Júnior e
Oliveira (2005) reforçam que as alterações na massa corporal em crianças e
adolescentes e, sobretudo variações individuais, refletem as influências agudas e
ambientais, referentes ao status nutricional.
Ao analisar-se o comportamento das variáveis de crescimento dos escolares
neste estudo, pode-se constatar que os valores encontrados foram similares aos dos
referenciais propostos pelo NCHS (KUCZMARSKI et al. 2002), por Anjos et al.
(2003) e de outros estudos publicados (GUEDES, 1993; GUEDES e GUEDES, 1994;
WALTRICK, 1998; GLANER, 2002; SILVA, 2002), tanto na seqüência evolutiva
cronológica, quanto na magnitude das dimensões dos indivíduos.
5.2 APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE
Este tópico da discussão dos resultados foi dividido em dois momentos.
Primeiramente serão discutidos os resultados inerentes aos níveis de obesidade e
estado nutricional dos escolares pesquisados, em seguida será discutida a
composição corporal, e será finalizado com os componentes das capacidades
motoras e funcionais relacionadas à saúde.
5.2.1 Índice de Massa Corporal
Como mencionado anteriormente, com relação ao índice de massa corporal
(IMC), não se verificou diferenças significativas ao confrontar os sexos masculino e
feminino e ao efetuar uma análise intrasexo considerando-se a idade cronológica.
75
75
Contudo, a análise de variância intrasexo associada ao desenvolvimento
maturacional, mostrou diferenças significativas somente no sexo feminino (TABELA
13), evidenciando diferenças entre os estágios P2, P4 e P5 (FIGURA 7).
Maturação
P1 P2 P3 P4 P5
kg/m2
17
18
19
20
21
22
IMC_Feminino
Em similar estudo populacional, Hobold (2003) avaliando escolares de 7 a 17
anos, de Marechal Cândido Rondon – PR, também não encontrou diferenças
estatísticas entre os grupos (masculino e feminino) e nem intrasexo. Nesse sentido,
Silva (2002) verificou no sexo feminino, diferenças significativas entre os extremos
etários em seu estudo, isto é, aos 7 e 14 anos. Para o sexo masculino foi encontrada
diferença significativa entre a idade de 7 anos e as idades 13 e 14 anos, neste caso
apresentando variabilidade do IMC em relação à idade.
Na Figura 8, estão comparados os valores do IMC no percentil 50
0
(P50) para
o sexo masculino com as curvas de Anjos et al. (2003) e do NCHS (2002). Verifica-
se que os valores da mediana do presente estudo apresentam-se inferior aos dois
estudos em questão, exceto aos dez anos, o que representa um IMC menor em
torno de 1,24% e 1,70% em média, respectivamente. Vale salientar que o IMC é
*
*
*
FIGURA 7: Relação entre o IMC e os estágios maturacionais (Aracaju – SE)
*p<
0,05
76
76
uma variável bastante influenciada pela massa corporal, esta por sua vez é tanto
sensível à massa magra quanto à massa gorda (CHIARA et al., 2003).
GÊNERO MASCULINO
14
15
16
17
18
19
20
10 11 12 13 14
AJU
RJ
NCHS
A Figura 9 apresenta as comparações dos valores do IMC no percentil 50
0
(P50) para o sexo feminino. Verifica-se que os valores do presente estudo dos 10
aos 14 anos, encontram-se abaixo dos relatados por Anjos (2003), o que representa
uma mediana do IMC menor em 5,7% em média. Ao comparar-se com a curva do
NCHS (2002), o fenômeno se repete, apresentando um IMC mediano inferior 4,4%
em média. Este desempenho pode estar relacionado à influência genética e
ambiental ou à interação de ambas. Malina e Bouchard (2002) e Anjos et al. (1998)
reforçam esta observação, afirmando que os valores do IMC, principalmente após os
10 anos, sofrem influência importante do estagiamento maturacional que reflete
diretamente tanto no aumento da massa corporal magra e estatura, no sexo
masculino, quanto no aumento da massa gorda, no sexo feminino.
FIGURA 8: Curvas com valores medianos do IMC dos escolares Aracaju, em relação aos valores
referenciais propostos pelo NCHS (2002) e ANJOS (2003), para sexo e idade.
SEXO MASCULINO
SEXO MASCULINO
77
77
GÊNERO FEMININO
14
15
16
17
18
19
20
21
22
10 11 12 13 14
AJU
RJ
NCHS
5.2.1.1 Prevalência de sobrepeso e obesidade nos escolares de Aracaju-SE
No sexo masculino observa-se uma alta prevalência de desnutrição (21,08%)
com maior freqüência aos 12 anos (44,26%), enquanto que no sexo feminino os
valores são bem menores (4,22%). Jenovesi et al. (2003) evidenciaram, em crianças
de 7 a 10 anos de escolas públicas de Vila Mariana – SP, um déficit nutricional de
2% dos meninos e de 1,4% nas meninas. Boccalleto (2005), em estudo com
escolares de 7 a 10 anos do município de Vinhedo – SP verificou prevalência de
baixo peso em 6,4% dos meninos e em 8,4% dos meninas.
Os resultados apresentados na Tabela 16 analisados pelo teste de diferença
entre percentuais de Wilcoxon, demonstram que nos escolares do presente estudo,
tanto as meninas como os meninos apresentam-se em condições idênticas com
relação ao sobrepeso e à obesidade entre si e quando comparados ao estudo de
Vasconcelos e Silva (2003). Neste estudo foi verificada uma prevalência de
FIGURA 9: Curvas com valores medianos do IMC dos escolares de Aracaju, em relação aos
valores referenciais propostos pelo NCHS (2002) e ANJOS (2003), para sexo e idade.
SEXO
FEMININO
78
78
sobrepeso e obesidade em adolescentes sergipanos igual a 9,31% (sobrepeso) e
0,99% (obesidade), respectivamente. Abrantes, Lamounier e Colosimo (2002), em
estudo idêntico, quando avaliou a prevalência de crianças e adolescentes da região
nordeste não encontraram diferenças significativas entre meninos e meninas. As
comparações do presente estudo são apresentadas na Figura 10.
0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00
P5
P85
P95
Meninas
Meninos
5.2.2 Composição corporal
A composição corporal como fator determinante da aptidão física relacionada
à saúde, assume importância devido ao fornecimento de dados acerca dos
componentes que definem a massa corporal total. O conhecimento dessas variáveis
estabelece diversas vias de prevenção, contra a desnutrição, diversas doenças
degenerativas desencadeadas pela obesidade, como doenças cardiovasculares,
diabetes e câncer. O estudo da composição corporal aprimora o entendimento de
que obesidade não é excesso de massa corporal, mas de gordura corporal.
FIGURA 10: Freqüências de baixo peso (P5), sobrepeso (P85) e obesidade (P95) para ambos os
sexos (Aracaju-SE)
Freqüência (%)
79
79
5.2.2.1 Gordura relativa (%G)
A Figura 11 permite visualizar o comportamento, por sexo e faixa etária, das
médias do porcentual de gordura corporal nos grupos estudados.
Fazendo-se uma análise intergrupos, verifica-se que o sexo feminino
apresenta valores de %G significativamente superiores dos 11 aos 14 anos. De
forma correlata, Madureira e Sobral (1999) verificaram diferenças significativas em
favor de meninas, tanto do Brasil, quanto em Portugal em todas as idades do seu
estudo que envolvia escolares de 7 a 16 anos.
0
5
10
15
20
25
30
35
10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos
MAS
FEM
Estas variações encontradas entre os sexos por volta dos 10 e13 anos, geram
o dimorfismo sexual potencializado pela puberdade (Martin e Ward; 1996) que, como
afirmam Malina e Bouchard (2002), Guedes e Guedes (2002) e Weineck (2000), com
a maturação sexual das meninas, ocorre uma maior influência das gonadotrofinas
hipofisárias (LH – FSH), que ao estimularem a função ovariana, levam à produção
de quantidades progressivas de hormônios estrogênios responsáveis por crescentes
aumentos no tecido adiposo. Enquanto nos rapazes, a maturação sexual leva a uma
*
*
*
*
FIGURA 11: Gordura relativa à massa corporal (%G) entre ambos os sexos (Aracaju – SE)
* p<
0,05
80
80
maior secreção de testosterona, responsável pelo aumento da massa livre de
gordura e diminuição ou manutenção da massa gorda. Segundo Malina e Bouchard
(2002) isso explica em parte, a causa das mulheres na fase adulta apresentarem
maior massa gorda do que os homens.
Fazendo-se uma análise intrasexo é interessante ressaltar a existência de um
incremento no %G a partir dos 10 anos no sexo feminino, o qual adquire maior
intensidade a partir dos 13 anos. Em contrapartida, verifica-se uma desaceleração
na curva do sexo masculino, principalmente a partir dos 12 anos de idade. Silva
(2002) verificou que as meninas apresentavam um incremento no %G com
incremento da curva a partir dos 11 anos, já os meninos apresentaram uma curva
estatisticamente constante para o %G nos diversos grupos etários.
Hobold (2003) reportando-se à faixa etária inerente a este estudo verificou um
comportamento comparável, onde os escolares do sexo masculino apresentaram
uma desaceleração na curva (redução nas médias do porcentual de gordura) a partir
dos 13 anos. Enquanto que as meninas apresentaram uma aceleração da curva a
partir dos 9 anos. Na comparação estatística das médias do porcentual de gordura
masculino e feminino, ficaram evidenciadas diferenças significativas em favor das
meninas todas as idades, ou seja, dos sete aos dezessete anos.
Revisando o estudo de Guedes (1994), as curvas representativas do
porcentual de gordura corporal apresentaram tendência crescente em ambos os
sexos até os 10-11 anos, porém, a partir de então, entre os escolares masculinos há
uma estabilização e em seguida um decréscimo e entre as meninas verificou-se uma
aceleração abrupta e constante ao longo das idades pesquisadas.
81
81
5.2.2.2 Massa de gordura (kg)
O mesmo comportamento verificado com relação à quantidade de gordura
relativa foi observado na variável massa de gordura corporal (FIGURA 12), isto é,
com médias superiores favoráveis às meninas dos 11 aos 14 anos. Vale ressaltar o
incremento da curva ao longo das idades para o sexo feminino a partir dos 10 anos,
quando aumenta bruscamente a partir dos 13 anos. Por outro lado, verifica-se nos
meninos incremento até os 12 anos e estabilizando até os 14 anos.
As variações intrasexo não resultaram diferenças significativas entre os
meninos, porém no sexo feminino, evidenciou-se diferença significativa entre os
extremos etários. Para os meninos verificou-se um incremento porcentual de
28,78% e para as meninas verificou-se um incremento na ordem de 99,83%.
0.00
2.00
4.00
6.00
8.00
10.00
12.00
14.00
16.00
18.00
20.00
10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos
MA S
FEM
As análises desses resultados estão próximas dos encontrados por Hobold
(2003), quando verificou diferenças significativas dos sete aos 14 anos de idade,
com médias superiores sempre favoráveis às meninas do seu estudo.
*
*
*
*
FIGURA 12: Massa gorda entre ambos os sexos (Aracaju – SE)
* p<
0,05
82
82
Mais uma vez pode-se citar Malina e Bouchard (2002), quando sugerem que
a massa gorda nas meninas apresenta-se maior do que a dos meninos
progressivamente até a idade adulta, principalmente por influência das alterações no
perfil hormonal entre os sexos.
5.2.2.3 Massa magra (kg)
Com relação à massa magra (FIGURA 13), os resultados mostraram que
somente aos 14 anos, a massa magra dos meninos se apresenta significativamente
maior que a das meninas. Hobold (2003), quando verificou em seu estudo médias
masculinas, também superiores às femininas encontrando diferenças significativas
aos oito, nove, dez e quinze, dezesseis e dezessete anos.
No estudo de Guedes (1994), os resultados encontrados coincidem com os
do presente estudo, no que se refere ao comportamento da curva, uma vez que o
autor não encontrou diferenças significativas de massa magra entre os sexos
masculino e feminino na faixa etária dos 7 aos 14 anos.
A análise intrasexo, mostra que no feminino verificou-se incremento a partir
dos 10 anos, com diferenças entre as idades até os 12-13 anos e estabilizando-se
aos 14 anos. Enquanto que no masculino verificou-se homogeneidade dos 10 aos
12 anos, sendo significativamente diferentes a partir daí até os 14 anos.
83
83
10.00
15.00
20.00
25.00
30.00
35.00
40.00
45.00
50.00
10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos
MAS
FEM
Estes achados estão coerentes com o estudo de Silva (2002), que encontrou
valores absolutos de massa magra no sexo masculino superiores aos do feminino
em todas as idades. Na análise intrasexo, os resultados foram significantes em todas
as idades para o sexo feminino.
Estes resultados sugerem que, assim como a massa gorda, com maior ênfase
nas meninas, a massa magra, para ambos os sexos, sofre aumentos significativos
com o avanço maturacional e o crescimento, fato também relatado por Van Loon
(1996) e Malina e Bouchard (2002).
5.2.2.4 Somatório das dobras cutâneas (TR+SE)
Desempenho similar ao porcentual de gordura, pode ser observado em
termos absolutos, com relação ao somatório das dobras cutâneas tríceps e
subescapular (FIGURA 14).
*
FIGURA 13: Massa magra entre ambos os sexos (Aracaju – SE)
* p < 0,05
84
84
0.00
5.00
10.00
15.00
20.00
25.00
30.00
35.00
40.00
10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos
MAS
FEM
As médias por idade no sexo feminino comportaram-se com aceleração
positiva e sempre superiores às do sexo masculino, as quais a partir dos 12 anos
tendem a estabilizar-se, porém, diferença significante só foi encontrada aos 14 anos
de idade. Consultando a literatura, verifica-se comportamento idêntico quanto à
tendência da curva nos estudos de Guedes (1994) e Silva (2002). Ainda no estudo
de Guedes (1994), foram verificadas diferenças significativas em prol das meninas a
partir dos 14 anos. Glaner (2002) verificou diferenças significativas em favor das
moças em todas as idades abordadas no seu estudo, ou sejam, 11 aos 16 anos.
Madureira e Sobral (1999), em estudo com escolares brasileiros dos 7 aos 16 anos,
verificaram diferenças significativas com relação à dobra tríceps aos sete, nove,
doze, treze, catorze, quinze e dezesseis anos, já com relação à dobra subescapular,
as diferenças estavam nos nove, treze, catorze e quinze anos.
Tais estudos reforçam a utilização do somatório de dobras cutâneas
isoladamente para estimativa da adiposidade corporal, pois como afirma Glaner
(2002), este procedimento tem recebido maior aceitação para caracterizar a gordura
subcutânea e a distribuição da gordura corporal em crianças e adolescentes. Deste
FIGURA 14: Somatório das dobras (Tr+Se) entre ambos os sexos (Aracaju – SE)
* p<
0,05
*
85
85
modo, evita-se o uso exclusivo dos índices antropométricos, como o IMC,ou as
equações de regressão que combinam medidas antropométricas e dobras cutâneas.
5.2.3 Capacidades Físicas Relacionadas à Saúde
Neste item serão discutidos os resultados referentes às capacidades físicas
relacionadas à saúde dos escolares do ensino municipal da cidade de Aracaju – SE,
enfocando o desempenho nos testes de flexibilidade, força/resistência muscular
(membros superiores e abdominal) e capacidade aeróbica.
5.2.3.1 Flexibilidade
Na Figura 15 estão confrontados os desempenhos encontrados entre os
escolares masculinos e femininos da cidade de Aracaju. Os dados não
apresentaram diferenças significativas nas comparações inter e intrasexo.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos
MAS
FEM
FIGURA 15: Desempenho da flexibilidade (cm) entre os sexos (Aracaju – SE)
86
86
Roman (2004), quando pesquisou o desempenho motor de escolares de
Cascavel – PR, de sete a dez anos, verificou um decréscimo nos valores alcançados
pelos meninos e meninas proporcional ao avanço da idade. Silva (2002), de forma
similar ao presente estudo, não verificou variações estatísticas a partir dos 10 anos
em ambos os sexos. Hobold (2003), não verificou variações significativas no período
de 10 a 14 anos, mas sim aos 15 e 16 anos. Guedes e Guedes (1993) apontaram
diferenças significativas a partir dos 9 aos 17 anos. Porém, Guedes (1994), também
com escolares de Londrina na mesma faixa etária, verificou diferenças somente aos
13 e 14 anos. Glaner (2002) encontrou diferenças entre os sexos e considera ser a
flexibilidade a variável que menos cresce dos 11 aos 17 anos.
Embora em estudo longitudinal com crianças de 5 a 14 anos, Feldman et al.
(1999) evidenciaram que o crescimento não é a causa do decréscimo da
flexibilidade, para Holman e Hetinger (1980) a flexibilidade atinge seu valor máximo
já na infância escolar, com tendência a redução na puberdade. Porém, segundo
Weineck (2000), esta afirmação não se aplica para todo o sistema articular.
Mudanças anatômicas e estruturais desencadeadas pela puberdade, possivelmente
influenciam no desempenho da flexibilidade em ambos os sexos (MALINA e
BOUCHARD, 2002). Tem sido evidenciado que as meninas são mais flexíveis do
que os meninos, entretanto, não há certeza se tal qualidade ocorre devido a
características anátomo-fisiológicas ou influências ambientais (FELDMAN et al.,
1999; FARINATTI, 1995; apud SILVA, 2003). Neste contexto, Glaner (2002)
considera ser a flexibilidade a variável que menos diferencia os sexos.
87
87
5.2.3.2 Força/resistência Abdominal
Com relação ao desempenho no teste de força/resistência abdominal
(FIGURA 16), em termos absolutos o número de repetições alcançados pelos
meninos apresenta-se superior em todas as idades pesquisadas e com variações
significativas aos 11, 12 e 13 anos, com diferenças oscilando entre 10% e 19%.
Como apresentado no capítulo anterior, nenhuma variação significativa foi detectada
nas análises de variância intrasexo. Estes resultados coincidem com os de Hobold
(2003), que também verificou variações significativas no período etário abordado no
presente estudo. Guedes e Guedes (1993) encontraram variações estatísticas em
todas as idades (7 aos 17 anos), já Guedes (1994) verificou resultados semelhantes,
apesar do teste aplicado ter sido durante 1 minuto, mostrando diferenças
significativas dos 11 aos 17 anos. Segundo Malina e Bouchard (2002), este
comportamento é justificado devido ao aumento simultâneo da força/resistência
entre os períodos pré e pós puberal.
Vale salientar as médias de idade dos estágios maturacionais (TABELA 8)
obtidos neste estudo, as quais sugerem que estas variações no desempenho
estejam relacionadas ao desenvolvimento maturacional, uma vez que os
desempenhos significativos ocorrem neste período (11 aos 13 anos).
88
88
0
5
10
15
20
25
10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos
MAS
FEM
5.2.3.3 Força/resistência de Braços
O desempenho relacionado à variável força/resistência de braços
apresentado pelos escolares (FIGURA 17) assumiram um comportamento que deve
ser analisado com cautela, principalmente em relação aos meninos, onde foi
verificado moderado declínio à medida do avanço da idade cronológica. Não houve
variações significativas intrasexo em ambos os grupos. No entanto, a literatura
(GUEDES e GUEDES, 1993; GUEDES, 1994; HOBOLD, 2003; MALINA e
BOUCHARD, 2002; SILVA, 2002) vem se manifestando pelo maior desempenho da
força de membros superiores, por parte dos meninos frente às meninas, nesta faixa
etária. Entre as meninas, o desempenho apresentou-se estável com a evolução da
idade cronológica.
FIGURA 16: Desempenho da resistência abdominal (rep/30 s) entre os sexos (Aracaju – SE)
* p<
0,05
*
*
*
89
89
0
5
10
15
20
25
10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos
MAS
FEM
5.2.3.4 Capacidade Aeróbica
Quanto à capacidade aeróbica obtida através do shuttle-run test, obteve-se
valores absolutos alcançados pelos meninos, acima dos alcançados pelas meninas
em todas as idades pesquisadas, no que se refere ao VO
2
max relativo (FIGURA 18),
embora estatisticamente as médias fossem diferentes aos 10, 12 e 14 anos em
ambas as situações. Utilizando modelos de testes diferentes do aplicado no
presente estudo, Guedes e Guedes (1993) verificaram diferenças significativas do
VO
2
max em todas as idades pesquisadas, Guedes (1994) a partir dos 9 anos.
Glaner (2002) dos 11 aos 17 anos, Ronque (2003) e Pezzeta et al. (2003) aos 8 e 10
anos. Aplicando o shuttle run test, Hobold (2003) encontrou diferenças significativas
em todas as idades pesquisadas, (7 aos 17 anos).
*
FIGURA 17: Desempenho da força/resistência de MMSS (rep) entre os sexos (Aracaju – SE)
*p<
0,05
90
90
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos
MAS
FEM
As diferenças intrasexo quanto ao VO
2
max, para os meninos se estabelecem
desde o grupo etário inferior (10 anos) até o superior (14 anos). No sexo feminino
essas diferenças se estabelecem a partir dos 12 aos 14 anos. Nesse sentido Silva
(2002) não verificou variações estatísticas com relação ao sexo masculino em
nenhuma das idades, mas quanto ao sexo feminino ficaram evidenciadas diferenças
entre o extremo inferior (7 anos) e os grupos etários a partir dos 10 anos.
Com relação ao observado declínio da curva do VO
2
max relacionado à idade
cronológica para o sexo feminino no presente estudo, fato também verificado nos
estudos de Silva (2002) e Hobold (2003), o fenômeno pode ser explicado pelo
incremento da massa gorda (MALINA e BOUCHARD, 2002; LÉGER, 1996). O
menor desempenho verificado no VO
2
max, pode ser justificado pelo maior acúmulo
de gordura nas meninas, o qual foi significativamente maior em todas as idades.
Powers e Howley (2000) e Astrand e Rodhal (1980) pontuam que o desempenho
aeróbico é inversamente proporcional à quantidade relativa de gordura corporal.
*
*
*
FIGURA 18: Valores médios do VO2max no shuttle run 20 m test por sexo e faixa etária (
A
racaju
– SE) *p<
0,05
91
91
McArdle et al. (2002) e Robergs e Roberts (1997) afirmam que a potência
aeróbica máxima estimada em relação à massa corporal em crianças e adolescentes
de 6 a 16 anos, se mantém praticamente constante. Nessa linha de raciocínio
também se evidencia que entre crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, o consumo
de oxigênio necessário para correr ou caminhar numa mesma velocidade decresce
com a idade em ambos os sexos, porém ocorre de forma mais acentuada entre os
rapazes (BAR-OR, 1983).
92
92
6. CONCLUSÕES
Os resultados apresentados e discutidos sobre o crescimento corporal e a
aptidão física relacionada à saúde dos escolares das escolas públicas do ensino
municipal da cidade de Aracaju – SE, tornou possível a descrição de algumas
conclusões segundo os objetivos do presente estudo:
A massa corporal de ambos os sexos, não apresentou diferenças quando
comparadas entre si dos 10 aos 14 anos. Com relação à estatura, comparando
ambos os sexos, somente aos 12 anos constatou-se diferença em favor do sexo
masculino. A estatura entre os escolares do sexo masculino obteve impulso a partir
dos 13 anos, enquanto que no sexo feminino a partir dos 11 anos.
A massa corporal entre os escolares do sexo masculino se incrementou a
partir dos 13 anos, enquanto que no sexo feminino a partir dos 11 anos.
Foi verificado que o sexo feminino apresentou valores medianos das variáveis
de crescimento mais próximos aos referenciais regional, nacional e internacional
considerados do que o sexo masculino. A prevalência de sobrepeso, obesidade e
desnutrição em ambos os sexos comportou-se de forma idêntica a estudos
realizados na região nordeste.
As meninas apresentaram massa gorda superior à do sexo masculino dos 11
aos 14 anos. Entre os escolares do sexo masculino esta variável não sofreu
variações dos 10 aos 14 anos, enquanto que entre os escolares do sexo feminino
houve um incremento aos 14 anos.
Os meninos apresentaram massa magra superior à do sexo feminino aos 14
anos. A massa magra entre os escolares do sexo masculino se incrementou a partir
dos 12 anos, enquanto que no sexo feminino a partir dos 11 anos.
93
93
Os níveis médios de flexibilidade nas idades estudadas, não diferiram
significativamente entre ambos os sexos. A força/resistência abdominal dos
indivíduos do sexo masculino se mostrou superior a do sexo feminino aos 11, 12 e
13 anos, enquanto que a força/resistência de braços essa diferença se deu somente
aos 12 anos.
A capacidade aeróbica dos escolares do sexo masculino foi superior a do
sexo feminino aos 10, 12 e 14 anos.
A maturação parece ter tido influência sobre a manifestação da estatura,
massa corporal, massa gorda e VO
2
max no sexo masculino, enquanto que no sexo
feminino sobre a estatura, massa corporal, massa magra e massa gorda.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando que os resultados obtidos e respectivas discussões não
esgotam o tema abordado e as limitações e delimitações que este estudo traz
consigo, sugere-se a realização de novos trabalhos que optem pelos seguintes
aspectos:
Comparar crianças e adolescentes com características sociais e origens
geográficas diferentes, a fim de contrastar os resultados aqui obtidos e avaliar outras
manifestações;
Estender a faixa etária e o quantum da amostra para que se obtenham dados
mais abrangentes sobre os fenômenos estudados;
Desenvolver políticas públicas direcionadas a esta população, fomentando o
lazer, as atividades físicas e esportivas e o monitoramento dos hábitos alimentares,
com o intuito de minimizar as diferenças regionais em todos os aspectos do
crescimento e da aptidão física relacionada à saúde.
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104
104
APÊNDICE A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TERMO DE CONSENTIMENTO PARA PARTICIPAÇÃO NA PESQUISA
“CRESCIMENTO CORPORAL E APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE DE
“ESCOLARES”
(de acordo com a Resolução 196 de 10/10/1996 do Conselho Nacional de Saúde)
Caro Participante,
O Profissional de Educação Física SILVAN SILVA DE ARAUJO (CREF-5-
003G/SE), Mestrando do Núcleo de Pós-Graduação em Medicina – NPGME, da
Universidade Federal de Sergipe, na Cidade Aracaju – SE, pretende realizar estudo
sobre o Crescimento Corporal e Aptidão Física Relacionada à Saúde, orientado
pelo Professor Dr. Antônio César Cabral de Oliveira. O objetivo do presente estudo é
avaliar as características de crescimento físico e os componentes da aptidão física
nas crianças e adolescentes estudantes das escolas do município de Aracaju.
No presente estudo, não serão utilizados métodos invasivos ou que atinjam a
integridade física e/ou moral do avaliado. Serão realizadas medidas de peso
corporal, estatura e percentual de gordura. Na determinação do percentual de
gordura, será utilizado o teste de dobras cutâneas, consistindo nas dobras do tríceps
e da subescapular. Os componentes da aptidão física relacionada à saúde,
consistem na mensuração de resistência muscular abdominal, de membros
superiores (braços) e a verificação dos níveis de flexibilidade. O componente
cardiorrespiratório será avaliado pelo teste de vai-vem realizado numa quadra de
esportes, onde será determinado VO
2
max.
O momento das avaliações procurará ser o mais adequado possível, estando
associado às aulas de educação física da escola em que você estuda. Sua
participação neste estudo é absolutamente voluntária. Você está livre para negar o
seu consentimento ou abandonar o programa a qualquer momento, se assim o
desejar. Apenas os resultados serão publicados, ficando omissas quaisquer forma
de identificação pessoal. Mediante a sua aceitação, esperase que você compareça
nos dias e horários marcados e, acima de tudo, siga as instruções determinadas
pelo seu instrutor quanto à segurança durante a realização dos testes e exercícios.
105
105
Em caso de dúvidas ou perguntas, queira manifestarse, por favor, para explicações
adicionais.
Eu li estas regras, entendi o propósito do referido estudo e, estando em
perfeitas condições de participar do mesmo, isento o avaliador e a instituição à qual
ele pertence de qualquer responsabilidade sobre danos causados ao meu estado
físico.
O presente trabalho atende as normas para a realização de pesquisa em seres humanos,
resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde de dez (10) de outubro de 1996 (BRASIL,
1996).
Aracaju, ______ de _____________de 2005.
_________________________________________________
Assinatura do Participante
________________________________________________
Assinatura do Pai ou Responsável
________________________________________________
Pesquisador: Prof. Silvan Silva de Araujo
Telefone para contato: (79)3214-0605 ou 3218-2116 (comercial)
106
106
APÊNDICE B
FICHA PARA COLETA DE DADOS
Escola:_________________________________________________________
Nome: _________________________________________ Turma:__________
Sexo: ( )M ( )F Nasc.: ___/___/___ Avaliação: ___/___/___
ANTROPOMETRIA
Variáveis Unidade Medida 1
Massa kg
Estatura cm
Tr mm
Se mm
MATURAÇÃO (Pilosidade)
SEXO P
1
P
2
P
3
P
4
P
5
Mas
Fem
MENARCA (Feminino)
Sim ( ) Não ( )
Mês______ Ano______
TESTES MOTORES
Testes Unidade Medida 1 Medida 2 Medida 3 Valor
Flexibilidade cm
Abdominal Rep/30 seg
Flexões Rep/30 seg
CAPACIDADE AERÓBICA
TESTE Tempo Estágio Final Voltas
Shuttle-Run
107
107
APÊNDICE C
Valores normativos em percentis para a massa corporal (kg)
FEMININO
Idade X + sd 5 25 50 85 95
10 31,49 +9,78 23,00 25,10 26,50 48,64 49,10
11 36,85 +
5,95 25,70 33,15 36,20 43,10 47,70
12 42,16 +
9,75 30,50 34,45 39,30 51,45 62,99
13 44,35 +7,42 33,66 39,05 43,80 53,45 60,95
14 49,96
+10,10
40,03 41,40 47,45 61,87 74,49
MASCULINO
Idade X + sd 5 25 50 85 95
10 33,60 +9,38 25,70 27,30 29,50 46,59 56,00
11 35,20 +6,93 26,30 29,10 34,30 43,31 48,90
12 40,13 +9,89 28,34 33,35 37,40 50,48 59,18
13 45,11 +
9,40 32,19 29,10 42,00 55,95 63,88
14 49,40 +
11,2 31,69 40,97 45,30 64,07 67,97
Valores normativos em percentis para a estatura (cm)
FEMININO
Idade X + sd 5 25 50 85 95
10 137,0
+10,0
126,00 129,50 134,50 148,30 160,00
11 145,0
+8,0
127,00 139,00 146,00 148,70 150,00
12 149,0
+7,0
139,85 144,00 149,00 158,15 163,05
13 155,0
+6,0
141,90 149,50 155,00 161,00 168,50
14 158,0
+5,0
148,05 154,25 159,00 164,00 169,75
MASCULINO
Idade X + sd 5 25 50 85 95
10 138,0
+7,0
127,00 133,50 136,00 148,70 150,00
11 142,0
+10,0
130,00 135,50 142,00 153,20 165,00
12 147,0
+9,0
132,10 141,00 145,00 157,00 165,60
13 155,0
+9,0
139,80 135,50 156,00 163,80 171,30
14 159,0
+10,0
140,60 152,00 158,50 171,10 177,10
108
108
Valores normativos em percentis para a IMC (kg/m2)
FEMININO
Idade X + sd 5 25 50 85 95
10 16,63
+3,55
12,79 13,67 15,93 20,88 24,52
11 17,46
+
1,77
14,10 16,74 17,31 21,75 25,22
12 18,65
+
3,40
14,49 16,32 17,40 21,62 26,47
13 18,47
+2,35
15,15 17,12 17,18 20,04 24,95
14 19,91
+4,37
15,83 17,31 18,59 22,83 33,57
MASCULINO
Idade X + sd 5 25 50 85 95
10 17,43
+
3.28
14,101 15,05 16,44 21,75 25,22
11 17,20
+
1,81
15,03 15,69 16,80 20,38 20,78
12 18,37
+2,76
15,08 16,43 17,79 21,06 24,75
13 18,70
+2,69
15,06 15,69 18,10 21,67 24,22
14 19,36
+3,33
14,83 16,97 19,00 23,25 26,59
Valores normativos em percentis para o somatório das dobras TR+SE (mm)
FEMININO
Idade X + sd 5 25 50 85 95
10 18,95
+11,92
9,40 11,17 15,85 32,32 50,00
11 21,45
+
7,83
10,70 15,65 20,40 31,32 34,40
12 24,19
+12,92
9,39 15,77 20,15 37,36 53,87
13 22,99
+
8,85
13,70 16,00 19,70 34,76 42,18
14 27,21
+10,72
14,72 19,92 26,60 37,21 60,84
MASCULINO
Idade X + sd 5 25 50 85 95
10 18,53 +
8,17
10,70 12,00 13,70 31,32 34,40
11 17,18
+
9,81
7,90 9,90 13,40 28,94 45,10
12 20,20
+
11,43
8,64 12,55 16,00 28,94 46,85
13 19,15
+8,16
9,18 9,90 17,30 27,96 38,29
14 18,65
+11,10
7,67 11,50 14,90 28,79 50,81
109
109
Valores normativos em percentis para o %G
FEMININO
Idade X + sd 5 25 50 85 95
10 16,63
+8,82
8,27 10,12 14,73 27,00 38,10
11 19,10
+
6,32
7,60 14,27 18,65 25,62 27,80
12 20,28
+
8,74
7,66 14,10 18,13 31,03 38,95
13 19,59
+6,83
11,67 13,91 17,33 28,96 33,40
14 22,53
+8,94
12,47 17,33 22,92 30,34 40,20
MASCULINO
Idade X + sd 5 25 50 85 95
10 14,79
+
7,03
7,60 9,00 10,70 25,62 27,80
11 13,01
+
8,04
4,40 6,50 10,10 23,61 33,60
12 15,18
+8,46
8,64 8,95 16,00 28,94 46,85
13 14,32
+6,89
5,05 6,50 13,10 22,17 29,13
14 13,15
+8,65
3,09 7,22 10,55 22,48 34,87
Valores normativos em percentis para Flexibilidade (sentar-e-alcançar)
FEMININO
Idade X + sd 5 25 50 85 95
10 25,72
+4,52
18,50 20,07 27,35 30,42 31,20
11 23,82
+
5,87
20,00 20,25 23,70 32,07 34,20
12 26,56
+6,03
16,40 23,60 26,85 31,06 38,65
13 26,82
+
6,45
11,10 23,00 27,00 34,28 36,81
14 25,46
+6,21
12,35 21,25 24,00 33,70 37,80
MASCULINO
Idade X + sd 5 25 50 85 95
10 26,81
+3,96
20,00 23,80 27,40 32,07 34,20
11 26,87
+
6,71
15,00 23,60 26,00 34,12 42,00
12 24,88
+
5,89
12,34 21,25 25,50 31,00 33,10
13 24,48
+5,11
14,70 23,60 25,00 29,18 33,91
14 23,87
+7,37
6,90 19,75 23,50 32,00 35,55
110
110
Valores normativos em percentis para força/resistência abdominal (rep/30 s)
FEMININO
Idade X + sd 5 25 50 85 95
10 11,70
+3,88
4 9 12 16 17
11 12,37
+
4,98
9 10 12 17 18
12 13,70
+
3,56
8 10 14 17 19
13 12,21
+4,23
2 11 13 17 18
14 14,50
+3,84
5 13 15 18 22
MASCULINO
Idade X + sd 5 25 50 85 95
10 13,38 +
3,10
9 11 13 17 18
11 15,29 +
3,20
10 13 15 18 22
12 16,06 +
4,76
9 13 16 20 24
13 14,88 +
3,61
8 13 14 19 21
14 16,13 +
2,99
11 15 16 19 23
Valores normativos em percentis para força/resistência de braços (rep)
FEMININO
Idade X + sd 5 25 50 85 95
10 11,50
+6,00
2 6 12 19 20
11 11,41
+
6,18
5 6 12 22 28
12 12,70
+4,66
5 11 13 17 20
13 9,87
+
6,70
0 3 11 17 20
14 9,00
+6,95
0 3 7 17 22
MASCULINO
Idade X + sd 5 25 50 85 95
10 15,69
+6,96
5 9 16 23 28
11 13,29
+
5,62
2 10 13 21 23
12 15,43
+
6,50
4 12 16 23 26
13 11,67
+7,17
0 10 14 17 26
14 10,54
+7,55
2 5 10 20 27
111
111
Valores normativos em percentis para o VO2max (ml/kg.min)
FEMININO
Idade X + sd 5 25 50 85 95
10 40,08 +1,67 38,40 38,62 39,10 42,42 43,20
11 39,22 +2,64 36,30 36,75 37,70 42,00 45,50
12 37,12 +2,67 34,50 35,07 35,85 40,40 43,60
13 37,55 +3,60 32,70 35,45 36,50 41,32 45,32
14 32,30 +3,44 30,50 31,05 31,90 34,54 36,60
MASCULINO
Idade X + sd 5 25 50 85 95
10 42,79 +2,86 39,10 40,30 43,90 46,06 48,70
11 40,66 +3,26 37,20 37,20 39,60 44,60 47,00
12 38,88 +2,89 35,20 35,20 40,30 42,00 43,00
13 38,21 +
4,12 33,30 37,20 38,50 41,10 47,18
14 36,13 +
3,80 31.40 31,42 36,70 39,40 44,39
112
112
ANEXO A
PLANILHAS DE MATURAÇÃO – FEMININO (PÊLOS PUBIANOS)
Fonte: Mallina e Bouchard, 2002
113
113
ANEXO B
PLANILHAS DE MATURAÇÃO – MASCULINO (PÊLOS PUBIANOS)
Fonte: Mallina e Bouchard, 2002
Livros Grátis
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