Download PDF
ads:
i
ANTONIO MARCIO BARBOSA JUNIOR
CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS CLÍNICAS DE
Cryptococcus neoformans ISOLADOS EM SERGIPE
NO PERÍODO DE 2001 A 2004
São Cristóvão
Núcleo de Pós Graduação em Medicina – UFS
2005
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ii
ANTONIO MARCIO BARBOSA JUNIOR
CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS CLÍNICAS DE
Cryptococcus neoformans ISOLADOS EM SERGIPE
NO PERÍODO DE 2001 A 2004
Dissertação apresentada à Coordenação do Curso
de Mestrado em Ciências da Saúde da
Universidade Federal de Sergipe, como requisito
para obtenção do titulo de Mestre em Ciências da
Saúde.
Área de Concentração: Microbiologia.
Orientadora: Prof. Dra. Rita de Cássia Trindade
ABRIL
2005
ads:
iii
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
Barbosa Junior, Antonio Marcio.
B238c Caracterização das amostras clínicas de Cryptococcus neoformans isolados no
estado de Sergipe no período de 2001 a 2004 / Antonio Marcio Barbosa Junior
São Cristóvão, 2005.
77 f. : il.
Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) Núcleo de s
Graduação em Medicina, Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa,
Universidade Federal de Sergipe.
Orientadora: Prof. Drª Rita de Cássia Trindade.
1. Microbiologia médica. 2. Cryptococcus neoformans – Teste
de sensibilidade. 3. Epidemiologia - Meningite. 4. Saúde pública –
Sergipe. 5. Cryptococcus gattii. I. tulo.
CDU 579.61:616-092(813.7)”2001/2004”
iv
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE – UFS
NÚCLEO EM PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA - NPGMED
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS CLÍNICAS DE
Cryptococcus neoformans ISOLADOS EM SERGIPE NO
PERÍODO DE 2001 A 2004
ANTONIO MARCIO BARBOSA JUNIOR
DISSERTAÇÃO DEFENDIDA EM ___ DE ___ DE 2005.
APROVADA PELA BANCA EXAMINADORA EM __/__/__/ NOTA _____
CONSTITUÍDA PELOS PROFESSORES:
______________________________________
Profa. Dra. Rita de Cássia Trindade
Departamento de Morfologia – Universidade Federal de Sergipe
_______________________________________________
Profa. Dra. Cláudia Maffei
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
______________________________________
Prof Dr. Cristiano Barros de Melo
Departamento de Engenharia Agronômica – Universidade Federal de
Sergipe
v
Dedico este trabalho a Deus, a
minha família e todos aqueles que
me ajudaram e me deram força para
executa-lo.
vi
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Aos meus pais, Márcio e Cecília, por tudo aquilo que fizeram ao longo de todos
esses anos através da compreensão, carinho e na ajuda me mostrando um
futuro digno e sincero.
A Dângelly pela luta, carinho e no complemento para a construção da minha
vida.
À Professora Rita pela orientação, confiança e amizade colocada não somente
durante esse período, mas em toda a minha formação acadêmica e cientifica.
À Patrícia pelas sugestões, companheirismo e na aplicação nas minhas
conquistas cientificas.
À Fátima Travália sem a sua ajuda e apoio nada disso teria se construído,
muito obrigado.
À Márcia Lázera pelo auxilio e nas sugestões para a realização dessa obra
alem de ter aberto as portas do seu laboratório para um curto, porem grandioso
estágio.
A Eryca pelo apoio e auxilio ao longo desses anos.
Ao professor Cristiano pela participação nessa reta final e acima de tudo na
visão científica apresentada e nas grandes sugestões fundamentais
levantadas.
À atual equipe LMA, Diogo, Erick, Emerson, Euvaldo, Flávia, Reinalda, Camila
pelas conversas e sugestões recebidas.
vii
Aos velhos integrantes da equipe LMA, Michel, Celso, Éden, Mila, Meyline,
Talita pelas dicas e ajuda recebida.
Ao grande ”brother” Rodrigo Neomed pelo auxilio e apoio além das grandes
conversas realizadas nesse período.
Ao colega Francisco pelo apoio necessário na realização desse curso.
Aos meus colegas da pós-graduação Paula, Vaneska, Sergio, Alexsandro,
Mônica Paixão pela convivência e apoio recebido.
Ao professor Ângelo Antoniolli e Jéferson Costa por terem participado da minha
banca de exame de qualificação em que me indicaram varias sugestões que
em muito me fez pensar e escrever cientificamente.
Ao Instituto Parreiras Horta por ter cedido, gentilmente, as amostras para
elaboração dessa obra.
Ao Laboratório de Microbiologia Aplicada pela aplicação, execução e apoio
irrestrito recebido ao longo desses anos.
Ao Laboratório de Micologia Ambiental do IPEC, em especial para Gláucia e
Berna pela orientação e execução no estagio no Rio de Janeiro.
À professora Cida da UFMG pelas dicas recebidas na execução dessa
dissertação.
Ao Núcleo de Medicina pela oportunidade recebida.
Á CAPES pela concessão da bolsa de pesquisa em mestrado.
Aos funcionários, professores e colegas da Universidade Federal de Sergipe
pelo convívio durante esses anos.
viii
SUMÁRIO
PREFÁCIO _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ xi
RESUMO GERAL _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ xiii
ABSTRACT_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ xiv
1. CAPÍTULO 1 -Introdução, revisão de literatura, objetivos e referencias
bibliográficas_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 1
2. CATULO 2 Determinação das variedades de Cryptococcus neoformans
no Estado de Sergipe_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 27
3. CAPÍTULO 3 - Teste de sensibilidade de amostras clínicas de Cryptococcus
neoformans isolados do líquido cefalorraquidiano a antingicos _ _ _ _ 43
4. CATULO 4 - Identificação do mating type de isolados clínicos de
Cryptococcus neoformans, pela reação em cadeia da polimerasePCR _ _ _ _
_ __ _ 62
5. CAPÍTULO 5 - Discussão inter-relacionada e perspectivas futuras _ _ 75
6. CAPÍTULO 6 - Conclusões gerais_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 77
7. CAPÍTULO 7 – Referências bibliográfica geral _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 79
ix
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Identificação das variedades, soropositividade para HIV das
amostras de Cryptococcus neoformans, isolados clínicos do Estado de Sergipe
no período de 2001 a 2004. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 34
TABELA 2 Valores de Concentração Inibitória Mínima (CIM) dos antifúngicos
testados frente aos isolados clínicos de Cryptococcus neoformans no Estado
de Sergipe _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 49
LISTA DE FIGURA
FIGURA 1 Resultado da PCR para detecção do estágio sexual de
Cryptococcus neoformans isolados clínicos em Sergipe no período de 2001 a
2004, amostras de 1 a 9. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 68
FIGURA 2 Resultado da PCR para detecção do estágio sexual de
Cryptococcus neoformans isolados clínicos em Sergipe no período de 2001 a
2004, amostras 10 a 13 alem dos padrões. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 69
x
LISTA DE SIGLAS
5-FC – 5-Fluorocitosina
AM – Anfotericina B
ATCC American Type Collection
Culture
C – Carbono
CDTB – Creatinina Dextrose Timina de
Azul de Bromotimol
CET – Cetoconazol
CGB Canavanina Glicina de Azul de
Bromotimol
CIM – Concentração Inibitória Mínima
DMSO – Dimetilsulfóxido
DNA – Acido Desoxiribonucléico
EDTA Ethylenediaminetetraacetic
acid.
FLU – Fluconazol
HART High HIV/Aids Response
Team
HIV Vírus da Imunodeficiência
Humana
IGS Seqüências dos Espaçadores
Intergênicos
ITR – Itraconazol
LCR – Liquido Cefaloraquidiano
MAT – Mating type
MIC Minimum Inhibitory
Concentration
MIZ – Miconazol
MOPS Acido
Morfolinepropanesulfônico
N – Nitrogênio
NCCLS National Committee For
Clinical Laboratory Standard
PCR Reação em Cadeia da
Polimerase
R – Resistência
RAPD – Random Amplification of
Polymorphic DNA
RFLP – Restriction Fragment Length
Polymorphism
RPMI Roswell Park Memorial
Institute.
S – Sensibilidade
SDD Sensibilidade Dose
Dependente
SDS – Dodecilsulfato de sódio.
SIDA Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida
SNC – Sistema Nervoso Central
TER – Terbinafrina
UFC Unidades Formadoras de
Colônias
YM Agar – Yeast Modified Agar
xi
PREFÁCIO
CATULO 1 -Introdução, revisão de literatura, objetivos e referências
bibliográficas.
Neste capitulo foi realizada uma introdução geral sobre o tema proposto
finalizando com a justifica para a realização dessa dissertação. Logo em
seguida, foi realizada uma revisão da literatura com alguns tópicos: taxonomia,
aspecto clinico, variedades do microrganismo, características bioquímicas,
fisiogicas e fatores de virulência, características epidemiológicas, ecológicas,
mating type e sensibilidade aos antifúngicos. E por fim, foram apresentados os
objetivos dessa dissertação de mestrado.
CATULO 2 - Determinação das variedades de Cryptococcus neoformans no
Estado de Sergipe.
Foi estudada a ocorrência das variedades de Cryptococcus neoformans
isolados clínicos mais freqüentes em Sergipe no período estudado
correlacionando com outros estados e paises.
Este capítulo, assim como os dois seguintes, foram elaborados em
forma de artigo. Esse modelo foi composto por uma breve introdução, materiais
e o método trabalhado, os resultados e discussão (quadros, tabelas e figuras
foram inseridos no texto) e por fim as conclusões. Vale ressaltar que cada
referencia bibliográfica correspondente foi colocada no final de cada capitulo.
CATULO 3 - Teste de sensibilidade de amostras clínicas de Cryptococcus
neoformans isolados do líquido cefalorraquidiano a antingicos.
Neste capitulo foram determinadas às concentrações inibirias mínimas
frente aos antifúngicos estudados baseados no documento M-27 da NCCLS.
Onde foi discutido o comportamento dos microrganismos no perfil de
xii
sensibilidade, como mérito de informação, esse experimento seguindo as
recomendações padronizadas foi o primeiro realizado em Sergipe.
CATULO 4 - Identificação do mating type de isolados clínicos de
Cryptococcus neoformans, pela reação em cadeia da polimerase – PCR
Foi identificado e analisado o tipo sexual ou mating type sexual dos
isolados clínicos de Cryptococcus neoformans em Sergipe. Usou-se a reação
em cadeia da polimerase com primers específicos após utilização de cnicas
para extração de DNA de leveduras modificada para a levedura em questão.
Poucos trabalhos são citados para a analise do mating type sexual de
Cryptococcus neoformans o que torna esses resultados de fundamental
importância na literatura.
CATULO 5 - Discussão inter-relacionada e perspectivas futuras
Neste capitulo foi colocado uma síntese correlacionando os resultados
obtidos nos capítulos 2, 3 e 4. Apresentando de forma integrada as
informações obtidas.
CATULO 6 - Conclusões gerais
E por fim foram colocadas as conclusões gerais obtidas após as
analises experimentais respondendo assim o que foi proposto nos objetivos.
CATULO 7 – Referências bibliográficas geral
Nesse capítulo o apresentadas as referências bibliográficas da
dissertação de mestrado.
xiii
RESUMO GERAL
Cryptococcus neoformans é um fungo oportunista que desencadeia meningite
tanto em pacientes imunocompetentes como em pacientes hígidos Este
trabalho teve como objetivo estudar as variedades (neoformans e gattii) de
Cryptococcus neoformans isolados no Estado de Sergipe a partir do LCR de
pacientes com meningite infecciosa. Também teve como objetivo determinar a
sensibilidade de C. neoformans variedade neoformans e variedade gattii,
isolados do líquor de pacientes com meningite infecciosa no Estado de
Sergipe, através do método de microdiluição (NCCLS) e determinar o mating
type de isolados clínicos de Cryptococcus neoformans através da Reação em
Cadeia da DNA Polimerase em Sergipe. Foram utilizadas amostras do LCR
que deram entrada no IPH/LACEN/SE no período de 2001 a 2004. Foi
realizada microscopia direta através da coloração com Tinta Nanquim. Uma
alíquota do quor foi transferida para tubos contendo Agar Sabouraud com
clorafenicol e incubado em temperatura ambiente 25ºC e a 37ºC.Foram
realizadas provas para identificação presuntiva, fenotípica em meio Níger e das
variedades em meio CGB. No período analisado, apenas uma amostra
apresentou características fenotípicas em meio Níger diferenciada das outras.
Do total de 15 amostras analisadas em meio CGB, 02 amostras (13,33%) se
apresentaram positiva, ou seja, foram identificadas como variedade gattii,
sendo uma delas isolada de paciente soronegativo para HIV (paciente o
aidético). As outras 13 amostras (86,67%) apresentaram CGB negativo, ou
seja, foram identificadas como variedade neoformans. A maioria das amostras
de Cryptococcus neoformans isolados do líquor de pacientes com meningite
infecciosa são da variedade neoformans em Sergipe. Para a realização do
teste de sensibilidade foram utilizadas duas amostras de C. neoformans
variedade gattii e 11 de C. neoformans variedade neoformans listadas acima.
Para controle dos testes foi utilizada a cepa padrão ATCC 32608. Em seguida
foi realizada a preparação do inóculo. Foram utilizados os seguintes
antifúngicos: Anfotericina B, Fluconazol, Cetoconazol, Miconazol, Itraconazol,
5- Fluorocitosina e Terbinafrina. A suspensão ngica foi ajustada numa
concentração final de 0,5x10³ para 2,5x10³ UFC no meio RPMI. O experimento
foi realizado em placas de microtitulação. Após a inoculação, as placas de
microdiluição foram incubadas a 37ºC e lida em 24, 48 e 72 horas. O ponto
final da CIM foi determinado nas leituras de 48 e 72 horas. Os isolados clínicos
de C. neoformans apresentaram valores altos de CIM para os agentes
antifúngicos testados, o que simboliza uma alta taxa de resistência
principalmente a Anfotericina B e ao Fluconazol, dado que pode ser
correlacionado com os dados clínicos. Para análise do mating type sexual
foram utilizadas 13 amostras de C. neoformans a partir do líquor de pacientes
com meningite infecciosa em Sergipe durante o período de 2001 e 2004. Os
procedimentos laboratoriais relacionados à biologia molecular seguiram como
referência Chatuverdi et al. (2000). Todas as amostras de C. neoformans tanto
aquelas pertencentes à variedade neoformans como gattii são matting type a,
considerado de maior virulência.
Palavras chaves: Cryptococcus neoformans; Cryptococcus gattii; teste de
sensibilidade; variedades; tipo sexual; epidemiologia; saúde publica.
xiv
ABSTRACT
Cryptococcus neoformans is one yeast opportunist that it unchains meningitis in
imunocompetentes patients in such a way as in patients This work had as
objective to study the varieties (neoformans and gattii) of isolated C.neoformans
in the State of Sergipe from the liquor liquid of patients with infectious miningitis.
Also had as objective to determine the sensitivity of C. neoformans variety
neoformans and variety gattii, isolated of the líquor of patients with infectious
meningite in the State of Sergipe, through the microdilution method (NCCLS)
and to determine the sexual type - mating type of isolated physicians of
Cryptococcus neoformans through the Reaction in Chain of DNA Polimerase
(PCR) in Sergipe. Samples of the LCR had been used that had given entered in
the IPH/LACEN/SE in the period of 2001 the 2004. Direct microscopy through
the coloration with Nanquim Ink was carried through. An aliquot one of the
líquor (0,1mL) was transferred to pipes contends Agar Sabouraud with
clorafenicol and incubado in ambient temperature 25ºC and 37ºC. Tests for
presumptive, fenotípica identification had been carried through in half Níger and
of the varieties in half CGB. In the analyzed period, only one sample presented
fenotípicas characteristics in half Níger differentiated of the others. Of the total
of 15 samples analyzed in half CGB, 02 samples (13,33%) if had presented
positive, or either, had been identified as variety gattii, being one of them
isolated one of soronegativo patient for HIV (patient not aidético). The others 13
samples (86,67%) had presented negative CGB, or either, they had been
identified as variety neoformans. The majority of the isolated samples of
Cryptococcus neoformans of the líquor of patients with infectious meningite is of
the variety neoformans in Sergipe. For the accomplishment of the sensitivity
test variety had been used two samples of C. neoformans var. gattii and 11 of
C. neoformans listed variety neoformans above. For control of the tests
standard ATCC 32608 was used. After that suspension of ngicas cells. The
following antifungal had been used: Anphotericin B, Fluconazol, Cetoconazol,
Miconazol, Itraconazol, 5- Fluorocitosina and Terbinafrina. The fungal
suspension was adjusted in a final concentration of 0,5x10³ for 2,5x10³ UFC in
the half RPMI. The experiment was carried through in microtitulação plates.
After the inoculation, the microdilution plates had been incubadas 37ºC and
deal in 24, 48 and 72 hours. The end point of the CIM was determined in the
readings of 48 and 72 hours. The isolated physicians of C. neoformans had
presented high values of CIM for the antifungal agents tested, what he mainly
symbolizes one high tax of resistance Anfotericina B and to the Fluconazol,
given that he can be correlated with the clinical data. For analysis of mating
type sexual of C. neoformans from the líquor of patients with infectious
meningite in Sergipe during the period of 2001 and 2004 had been used 13
samples. The related laboratoriais procedures to molecular biology (extration of
DNA and accomplishment of the PCR) had followed as Chatuverdi reference et
al. (2000). All the samples of C.neoformans tested, as much that pertaining to
the variety neoformans as gattii are matting type, considered of bigger
virulence.
Keys-words: Cryptococcus neoformans; Cryptococcus gattii; sensitivity test;
varieties; sexual type; epidemiology; health publishes
1
CAPÍTULO 01
2
1 INTRODUÇÃO
O Reino Fungi é extremamente diversificado e estima-se que existem
mais de 100.000 espécies de fungos descritas. Destas, cerca de 150 espécies
são reconhecidas como patógenos humanos e veterinários (KWON-CHUNG;
BENNETT, 1992). Dados mais recentes mostraram que estes números são
ainda mais expressivos, 200.000 espécies de fungos identificados e
caracterizados estando aproximadamente 200 espécies associadas às
infecções (SIDRIN; MOREIRA, 1999).
Os fungos o decompositores de organismos mortos e/ou seus
produtos (sapróbios ou saprótropos), além disto parasitam seres vivos e
apresentam como característica a ausência de clorofila (ARENAS, 1994).
Podem ser encontrados em vários habitats, tendo uma distribuição ubiquitária
na natureza, onde elaboram processos de síntese e decomposição (MIDGLEY
et al., 1996). As espécies sapróbias são bem adaptadas às diversas condições
ambientais, e, em alguns casos, podem ser encontrados em ambientes com
pouca exigência nutricional.
Dentre as espécies de fungos que se relacionam com os seres vivos
podem ser identificados alguns patógenos que apresentam invasidade e
multiplicação em tecidos nos hospedeiros e podem ser integrantes da
microbiota normal deste hospedeiro (SEVERO; LONDERO, 1996).
Os fungos patogênicos causam imeras doenças de localização:
superficial, cutânea, subcutânea ou sistêmica, com caráter oportunista ou
causando patogenia em hospedeiro hígido (KWON-CHUNG; BENNETT, 1992).
A freqüência de patogenia por esses microrganismos pode ser favorecida na
presença de fatores predisponentes (como por exemplo: Síndrome da
imunodeficiência adquirida (SIDA), diabetes, uso de corticóides, leucemias,
tumores, antibioticoterapia etc) que colaboram com alteração do mecanismo de
defesa do hospedeiro. Porém, somente a existência destes fatores não
3
determina necessariamente um aumento na freqüência de infecção, pois esta
depende da exposição ao agente infectante (MIDGLEY et al., 1996).
Durante o processo de invasão no hospedeiro humano, os fungos
patógenos elaboram diversos produtos de expressão para escape dos
mecanismos de defesa do hospedeiro como: produção de cápsulas
polissacarídeas ou mucopolissacarídeas, elaboração de produtos na parede
celular, síntese de melanina etc, contribuindo assim para sua multiplicação nos
tecidos (MIDGLEY et al., 1996). Esses processos invasivos tornam-se mais
eficazes quando relacionados a indivíduos imunocomprometidos,
caracterizando uma infecção oportunista. Os fungos “oportunistas” têm tido
destaque em estudos biomédicos devido a crescente freqüência nos últimos
anos, tanto no Brasil como no mundo.
Nesse universo insere-se a criptococose, micose oportunista causada
pelo Cryptococcus neoformans (Sanfelice) Vuillemin, 1901 e suas variedades
gattii e neoformans. As variedades da espécie C. neoformans apresentam
características muito distintas entre si (fisiológicas, bioquímicas,
epidemiológicas, genéticas, ecológicas, espectro clinico e patogenicidade) e
isso suscitou o interesse na realização do presente trabalho, que busca
aprofundar o conhecimento acerca de C. neoformans em Sergipe pela
caracterização de algumas amostras clínicas e assim disponibilizar dados para
a Rede Nacional de Criptococcias, além de fornecer informações sobre a
meningite criptocócicas, patogenia que ocorre de forma oportunista e/ou
endêmica na Região Nordeste do Brasil.
Esta dissertação está estruturada seguindo o modelo de artigos
(capítulos) sendo iniciada por uma introdução e revisão de literatura sobre o
tema seguindo pelos objetivos (geral e específicos). Cada objetivo específico
originou um artigo, o qual foi elaborado no seguinte modelo: título do artigo,
resumo, introdução, objetivo, materiais e métodos, resultados e discussão,
conclusões e referências bibliográficas. Tal estruturação foi padrão para os três
4
artigos. Na seqüência foi elaborado o tópico: resultados e discussão geral, no
qual foi possível relacionar os dados obtidos nos três artigos. E por fim uma
conclusão geral e as referências bibliográficas referentes aos tópicos:
introdução e revisão de literatura.
5
2 REVIO DE LITERATURA
2.1 Taxonomia
São descritas 19 espécies de Cryptococcus. É sabido que o
Cryptococcus neoformans é essencialmente um agente infectante, porém
infecções causadas por outras espécies, como Cryptococcus albidus e
Cryptococcus laurentii, ocorrem em casos raríssimos (HOROWITZ et al., 1993).
A espécie está inserida no Reino Funghi;
Filo Basidiomycota;
Ordem Filobasidiales;
Familia Filobasidiacea;
Gênero Filobasidiella.
Dividindo-se em duas fases distintas, baseadas em diferenças nas
estruturas reprodutivas, em fase teleomorfica correpondente à Filobasidiella
neoformans relacionada a variedade neoformans e Filobasidiella neoformans
correspondente a variedade bacillispora. E na fase anamorfica, definido em
Cryptococcus neoformans variedade neoformans e Cryptococcus neoformans
variedade gattii, respectivamente (CASADEVALL; PERFECT, 1998).
Sua inserção na família Filobasidiacea se deve a semelhanças na
composição de ácidos graxos e características fenotípicas entre os gêneros
Cryptococcus e Tremella (SMITH et al., 1988, WICLES et al., 1996). A
aproximação taxonômica entre os gêneros Filobasidiella e Tremellaceae foi
confirmada através do seqüênciamento dos genes do RNA ribossômico 16 S
like, 26 S e 5 S por CASADEVALL; Perfect (1998 b). Na fase leveduriforme
(fase anamórfica), apresentam morfologia esférica de 3 a 8µm de diâmetro com
presença de cápsula mucopolissacarídea espessa (1a 30µm), essa estrutura
está relacionada com a invasidade e patogenicidade do fungo (BATISTA;
SILVA, 1996).
6
2.2 Aspecto clínico
O Cryptococcus neoformans é o agente etiogico da criptococose,
doença crônica ou subaguda, ocasionando manifestações cutâneas e/ou
principalmente meningoencefalites (ZAITS et al., 1998).
A infecção tem seu inicio com a inalação de propágulos que se
depositam nos pulmões. Para se ter uma efetiva penetração, as partículas
devem ter menos de 2µm de diâmetro, tamanho inferior ao das células
leveduriformes do Cryptococcus neoformans. Uma vez que os basidsporos
de Filobasidella neoformans apresentam de 1,8 a 2µm de tamanho, estão
presentes em hifas aéreas e aerolizadas, e o mais resistentes à dissecação
do que as células leveduriformes, acredita-se que os basidiósporos (fase
teleomorfa) são mais infectantes do que as células leveduriformes (fase
anamorfa) (WICLES et al., 1996).
Provavelmente um grande número de pessoas inala os basidiósporos,
mas apenas uma pequena parte da população que os inalam desenvolve a
doença, isso se explica pela ocorrência de uma imunidade celular íntegra que
promovem uma eficiente barreira imunológica contra a colonização de
Cryptococcus neoformans (CASADEVALLL, 1994; MITCHEL et al., 1995).
Quase todas as áreas do organismo do hospedeiro podem ser atingidas,
porém, os principais sítios são: pulmão, sistema nervoso central (SNC), pele,
próstata e olhos (MITCHELL; PERFECT, 1995). No pulmão se apresenta nas
seguintes formas: primaria e/ou regressiva assintomáticos ou subagudos;
progressiva assintomáticos ou invasivo (como uma infecção leve ou aguda) e
disseminada acometimento de qualquer órgão, lesão cutânea e lesão no
SNC (LONDERO, GONÇALVEZ, 1988).
7
A pneumonia criptocócica reflete uma infecção primaria, podendo
regredir ou apresentar forma sub-clínica com cura sem tratamento. a
meningoencefalite é resultante de uma disseminação secundária, sendo
considerada a manifestação clinica mais comum da criptococose. Na maioria
dos casos apresenta sinais e sintomas como vomito, febre, distúrbio visuais,
coma, perda de memória e alteração de comportamento (RIPPON, 1988;
MITCHEL; PERFECT, 1995).
Sinais específicos de infecção meníngea como rigidez da nuca, sinais
meníngeos, raramente estão presentes na criptococose, por isso, a punção
liquórica torna-se obrigatória em doentes com criptococose (COLLIER et al.,
1998).
A doença é sempre grave principalmente com tendência à disseminação
para o sistema nervoso central (SNC), sítio pelo qual o agente etiológico
apresenta tropismo. Assim, o acometimento do SNC é o quadro clinico mais
comum da doença, representando de 70 a 90% dos casos de criptococose
(KWON-CHUNG; BENNETT, 1992; MITCHELL et al., 1995). O neurotropismo é
aspecto essencial na patogênese uma vez que a mortalidade decorrente da
criptococose está relacionada com a presença de meningoencefalite
(CASADEVALL, 1994).
Esse neurotropismo pode estar associado na presença de substancias
que servem de substratos para a fenoloxidase como a epinefrina,
noraepinefrina e dopamina essenciais para a atividade cerebral existente em
todo o sistema nervoso central (JACOBSON; EMERY, 1991).
Lesões hematogênicas na pele ocorrem em aproximadamente 10% dos
pacientes com criptococose, principalmente em imunodeprimidos (MITCHEL;
PERFECT, 1995). Uma vez que estes apresentam uma infecção diferente e
mais rápido que os pacientes imunocompetentes (COLLIER et al., 1998).
8
2.3 Variedades
Similaridades bioquímicas, morfológicas, epidemiológicas e genéticas
levam Cryptococcus neoformans ao agrupamento em quatro sorotipos e dois
sorogrupos A e D (variedade neoformans) e B e C (variedade gattii) (KWON-
CHUNG; BENNETT, 1992 e MITCHELL et al., 1995). A taxa de reassociação
DNA DNA observada entre as duas variedades sugere a sua divergência
gênica, indicando a ocorrência de espécies distintas e diferenciadas (AULAKH
et al., 1981).
Segundo Kwon-Chung; Bennett (1992) Cryptococcus neoformans
apresenta diferenças sorológicas, sendo identificados os sorotipos A, B, C, D e
AD. Estes sorotipos identificados se diferenciam através da composição
antigênica da cápsula do Cryptococcus neoformans visualizado através da
técnica de aglutinação em lamina utilizando kits especiais Cryptocchek
(MITCHELL; PERFECT, 1995).
Kwon-Chung (1984) citou que as duas variedades da espécie
apresentaram características metabólicas, fisiológicas e epidemiológicas
diferenciadas. A variedade gattii foi proposta em 1970 com base na morfologia
atípica de um isolado de Cryptococcus neoformans isolado a partir de liquido
cefalorraquidiano de um menino africano com meningite (CASADEVALL;
PERFECT, 1998).
Uma das formas de diferenciação das variedades é através de cultivo
em meios sólidos específicos como o meio Agar canavanina – glicina – azul de
bromotimol (CGB) e o meio creatinina dextrose azul de bromotimol – timina
(CDTB) (IROKANULO et al., 1995; KWON-CHUNG et al., 1982).
A capacidade de degradação da glicina em meio CGB pode ser utilizada
para diferenciar a variedade gatti, sendo verificada através da mudança da cor
9
do meio CGB de verde para azul, resultado da reação de alcalinização pela
produção de amônio (KWON-CHUNG; BENNETT, 1984, 1992). Por outro lado,
na variedade neoformans não ocorre esta alcalinização do meio CGB, pois esta
variedade não assimila glicina e é sensível a canavanina indicando resultado
negativo. Raros isolados desta variedade, classificados como sorotipo A,
podem assimilar a glicina, porém, o sensíveis à canavanina o que impede o
seu crescimento (KWON-CHUNG; BENNETT, 1984, 1992).
A D-prolina é utilizada pela variedade gattii como fonte de nitrogênio (N),
mas não o é pela variedade neoformans, este teste é sugerido quando
existência de resultados duvidosos, mas mesmo assim o meio CGB continua
sendo a primeira e principal opção para o estudo das variedades (DUFAIT,
1987; NISHIKAWA, 1996).
2.4 Características bioquímicas, fisiológicas e fatores de virulência.
As leveduras do nero Cryptococcus neoformans são aeróbios,
apresentam assimilação de galactose, glicose, maltose e sacarose, mas, não
assimilam nitrato (fonte de N) nem lactose (fonte de carbono - C); outra
característica é a habilidade de crescimento à 37ºC (termotolerância) e
patogenicidade para camundongo. Sintetizam fenoloxidase (presença de uma
lacase) am da enzima urease em meios especiais, o sensíveis a
ciclohexamida, hidrolisam peptona, uréia e creatinina e não reduzem o nitrato
(KWON-CHUNG; BENNETT, 1992; MITCHELL; PERFECT, 1995).
Cryptococcus neoformans é a única espécie do gênero Cryptococcus
que produz melanina quando cultivada em meios contendo compostos
fenólicos. A fenoloxidase presente realiza a hidroxilação do fenol gerando
polimerização e produção de pigmento marrom característica da melanina. A
melanina tem a capacidade neutralizante contra ação dos agentes oxidantes
10
naturais produzidos pelos seres vivos como óxido nítrico, superóxido etc
(JACOBSON; EMERY, 1991).
Essa atividade bioquímica é importante na identificação de Cryptococcus
neoformans principalmente quando se utiliza meio de cultura suplementado
com sementes de níger (Guizotia abyssinica) e com concentração de glicose
inferior a 0,1% (KWON-CHUNG; BENNETT; 1992; KWON-CHUNG; RHODES,
1986).
Cryptococcus neoformans apresenta vários fatores de viruncia, como
cápsulas mucopolissacarídea, sintentização de melanina, termotolerância a
37ºC, além de produzir efeitos xicos aos hospedeiros, como a produção de
proteases e manitol (KOZEL, 1995).
Os genes responsáveis pela produção da cápsula forma identificados
como CAP 59, CAP 64 e CAP 60. A deleção desses genes produz cepas
acapsuladas e sem virulência expressa (CHANG; KWON-CHUNG, 1988).
A presença do mucopolissacarídeo capsular associada à produção da
enzima fenoloxidase responsável pela conversão de hidrobenzóicos em
melanina, e a capacidade de crescimento em 37ºC são importantes fatores
envolvidos na virulência de Cryptococcus neoformans (CASADEVALLL, 1994;
MITCHEL et al., 1995).
2.5 Características epidemiológicas
A variedade gattii comporta-se como patógeno primário enquanto que a
variedade neoformans, como patógeno oportunista (KWON-CHUNG;
BENNETT, 1992).
11
Entre os isolados da variedade neoformans o sorotipo A tem prevalência
mundial, o sorotipo D tem maior ocorrência na Europa ocidental (KWON-
CHUNG; BENNETT, 1992; DROMER et al., 1999).
Sorrel et al (1996) classificaram o sorotipo híbrido AD como variedade
neoformans, isso se deve ao resultado cruzado que acontece na técnica de
aglutinação em lâmina (CryptoCheck). Franzot et al. (1999) sugeriram que o
sorotipo A seja classificado como uma nova variedade grubbii devido as suas
diferenças clínicas, epidemiológicas, moleculares e biológicas.
Com relação à variedade gattii, o sorotipo B é mais prevalente que o
sorotipo C, este é mais freqüente no sul da Calirnia, nos Estados Unidos
(KWON-CHUNG; BENETT, 1992).
Boekhout et al (1999) sugeriram que os quatros sorotipos de
Cryptococcus neoformans representam linhagens genéticas distintas,
identificadas pelas seqüências dos espaçadores intergênicos (IGS) do DNA
ribossômico.
A criptococose não é doença de notificação compulsória, portanto não é
possível estabelecer a sua prevalência real tanto no mundo como no Brasil
(CASADEVALL, 1994; MINISTERIO DA SAÚDE, 2000). O Cryptococcus
neoformans é capaz de causar doença em hospedeiro imunocompetente,
porém esta não é uma ocorrência comum sendo bem mais freqüente em
pacientes imunosuprimidos e/ou imunodeprimidos (CASADEVALL, 1994;
LEVITZ, 1991; MITCHEL et al., 1995).
Nos casos de pacientes soropositivo para HIV pacientes com SIDA, a
meningite criptocócica é, entre as infecções micóticas, aquela responsável
pelas maiores taxas de mortalidade (MITCHELL et al., 1995).
12
Estima-se que de cinco a 13% dos pacientes com SIDA desenvolvem a
criptococose (CASADEVALL, 1994). no Brasil, entre 1980 e 1999, 4,5% das
infecções oportunistas associadas à SIDA foram causadas pelo Cryptococcus
neoformans (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1999).
Dados do MINISTÉRIO DA SAÚDE (1999) mostraram que em pacientes
maiores de 12 anos acometidos por doenças associadas à SIDA foi verificado
um aumento expressivo nos casos notificados de criptococose. No período de
1980/84, 15 casos, de 1985/87, 297 e 1988/99, 6601, totalizando 6913 casos
no período de 1980 a 1999.
em pacientes menores de 13 anos com SIDA foram notificados, pelo
Ministério da Saúde, um (01) caso entre os anos de 1983 a 1984 e oito (08) no
período de 1985/87. De 1983 a 1999 foram constatados 53 casos, totalizando
no período de 1983 a 1999, 62 registros (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1999).
A ocorrência da criptococose em pacientes com SIDA no oeste europeu
representa 3 a 6% dos casos relatados (KWON-CHUNG; BENNETT, 1992).
na África Sub-saariana esse número sobe para 15 a 20% dos casos notificados
(COLLIER et al., 1998).
A freqüência de casos de meningite criptocócica causada pela variedade
neoformans associada a pacientes imunocompetentes é mais expressiva
mesmo em áreas geográficas endêmicas para a variedade gattii. Embora
ocorram casos raros de pacientes com SIDA infectados pela variedade gattii
(LEVITZ, 1991; KWON-CHUNG; BENNETT, 1992; ROSEMBAUM et al., 1992;
1994;OLIVARES, 1997; FILIU, 2000).
Não diferenças significativas na ocorrência com relação a raça e
ocupação. m sido relatados casos clínicos em todas as faixas de idade,
sendo mais raro em crianças. O sexo masculino e a faixa adulta (20 a 59 anos)
fornecem os números mais elevados da criptococose. Isto se deve
13
principalmente à exposição mais freqüente aos propágulos e ás diferenças
hormonais (KWON-CHUNG; BENNETT, 1992; RIPPON, 1988).
Recentemente, o método de tipagem molecular tem sido aplicado para o
estudo da epidemiologia das infecções fúngicas, principalmente aquelas
causadas por espécies do nero Candida e, em menor extensão, por
Cryptococcus neoformans e outros fungos patogênicos (PFALLER et al., 1995).
A importância no uso destas técnicas é que permitem estabelecer se os
isolados compartilham ou não o mesmo perfil e/ou padrão de DNA (PFALLER
et al., 1995). Desse modo pode-se detectar a ocorrência de microepidemias,
casos de recidivas ou reinfecção, surgimentos de novas linhagens ou
persistência de resistência (PFALLER et al., 1992).
Com relação ao Cryptococcus neoformans têm sido empregadas as
seguintes técnicas: análise de fragmentos por enzimas de restrição (Restriction
Fragment Length Polymorphism RFLP), análise eletroforética do cariótipo,
seqüenciamento de DNA e a PCR utilizando-se primers específicos ou
aleatórios (Random amplification of polymorphic DNA RAPD). Tais
procedimentos m evidenciado a grande heterogeneidade genética entre
isolados clínicos e isolados ambientais (DROMER et al., 1999; VARMA et al.,
1995; PERFECT et al., 1993; CASADEVALL, 1992; YAMAMOTO et al., 1995).
A variabilidade genética pode ser evidenciada por mudanças fenotípicas,
tais como perda ou aquisição de virulência, ou na susceptibilidade aos agentes
antifúngicos (TIMBAYREME, 1996). Estudos de variabilidade genética,
somados a testes padronizados de sensibilidade aos antifúngicos representam
uma nova abordagem da epidemiologia, da patogenia e no tratamento das
infecções fúngicas (PFALLER, 1995).
2.6 Características ecológicas
14
A variedade neoformans apresenta distribuição mundial sendo
constantemente associada ao habitat de aves, particularmente de pombo
(Collumbia ssp.) (LAZÉRA, 1994; CASADEVALL, 1994; LEVITZ, 1991;
MITCHEL et al., 1995). a variedade gattii tem distribuição geográfica mais
restrita sendo limitada às áreas tropicais e subtropicais (SORREL et al., 1996).
As fezes de pombo contêm altas concentrações de resíduos
nitrogenados que favorecem o crescimento do fungo. A alta temperatura
corpórea – 42ºC, da ave impede que se tornem infectados pela levedura
(MITCHELL et al., 1995).
Cryptococcus neoformans foi isolado em fezes secas de aves como
canários, papagaios, pardais e periquitos além de outros ambientes
contaminados com as excretas como madeira, folha e solo (SORREL; ELLIS,
1997).
ELLIS; PFEIFFER (1990 a, b) isolaram cepas sorotipo B (Cryptococcus
neoformans var. gattii de restos vegetais sob a copa de Eucalyptus
camaldulensis na Austrália e nos Estados Unidos. Porém, esta variedade
nunca foi encontrada em fontes ambientais relacionada aos ssaros (KWON-
CHUNG; BENNETT, 1992).
A variedade gattii foi identificada em outras espécies de Eucaliptus como
Eucaliptus tereticornis (LICEA et al., 1999) assim como de outras fontes
ambientais como um ninho de vespas no Uruguai (GEZUELE et al., 1993) e
amendoeiras na Colômbia (CALLEJAS et al., 1998).
A ocorrência de um paralelismo entre a distribuição geográfica de
árvores como Eucaliptus spp. e a incidência de infecção causada pela
variedade gattii (SORREL et al., 1996) tem sido contestada pelo isolamento de
novos habitats – ocos de arvores – nativas no Brasil (FORTES et al., 2001).
15
EMMON (1955) relata a presença pioneira de Cryptococcus neoformans
no solo demonstrando que isolados virulentos são abundantes em ninhos de
pombo e nas suas fezes.
LAZÉRA (1989) conseguiu identificar Cryptococcus neoformans var
neoformans em oco de arvores (Syzygium jambolana), este trabalho é o
primeiro relato da presença sapróbia da levedura no ambiente.
Lazéra; Wanke (1993) no Rio de Janeiro encontraram Cryptococcus
neoformans var. neoformans em ocos de árvores de cássia rosa (Cassias
grandis), cássia amarela (Senna multijuga) e fícus (Ficcus microcarpa).
Em Teresina/PI, foi identificada cepa de Cryptococcus neoformans var.
gattii sorotipo B em oco de arvore de fícus, cássia rosa e oiti (Moquilea
tomentosa) (LAZÉRA, 1998).
Trabalhos recentes demonstram uma positividade significativa de
Cryptococcus neoformans variedade neoformans em poeira domiciliar tanto em
Bujumbura na África como no Rio de Janeiro indicando que a exposição
cotidiana do homem ao fungo nesses ambientes torna-se preocupante
(SWINNE et al., 1991; PASSONI et al., 1994).
A variedade neoformans foi isolada inicialmente em 1894 de suco de
pêssego (CASADEVALL; PERFECT, 1998) sendo encontrados de forma mais
comum nos outros diversos microambientes do que a variedade gattii (CHEN et
al., 2000).
Lazéra (1999) citou o achado das duas variedades no mesmo habitat
(ocos de arvores) apresentando uma possível ligação entre ambas variedades
no ciclo vital na natureza.
16
Estes resultados sugeriram que nos ambientes onde são isolados
Cryptococcus neoformans ocorre uma interação entre as duas variedades.
Dessa forma, em estudos nos quais foi encontrada apenas uma destas,
devem-se aprofundar novos experimentos porque se supõem que a outra
variedade ainda não tenha sido isolada devido a baixa concentração dos
propágulos existentes. Essa afirmação é corroborada em trabalhos realizados
por MACEDO et al (2001).
2.7 Mating type
O cruzamento dos sorotipos B e C levou à formação de basidiósporos
bacilares com ou sem curvatura e com parede celular lisos, denominando
Filobasidiella bacillispora como sendo a forma teleomórfica de Cryptococcus
neoformans var gattii (KWON-CHUNG; BENNETT, 1992).
Esses mesmos autores ao cruzarem cepas dos sorotipos A e D, de
Cryptococcus neoformans var. neoformans descrevem a formação de
basidiósporos globosos de forma circular, alongados, elípticos com parede
celular fina rugosa. Devido a isso se considerou Filobasidiella neoformans
como a forma teleomórfica de Cryptococcus neoformans var. neoformans.
A fase teleomórfica é representada por células haplóides heterotálicas,
porém, algumas são homotálicas autofertéis produzindo basidiósporos sem
troca de material genético, o que se observa na maioria dos Basidiomicetos
(KWON-CHUNG; BENNETT, 1992).
Para que aconteça o ciclo sexuado torna-se necessária à presença de
tipos sexuados opostos num estado de carência nutricional (MOORE; EDMAN;
1993).
O cruzamento sexual é controlado pelo sistema bipolar de
incompatibilidade, onde as células de ambos os tipos conjugadas produzem
17
hifas dicarticas com ligações em ansa a partir dos conjugantes representados
por duas células haplóides do tipo α e tipo a (KWON-CHUNG; BENNETT,
1992).
As hifas produzidas são hialinas com 3µm em media de largura com
ramificações regulares, doliporos sem parentossoma e ligações em ansa em
cada septo (KWON-CHUNG; BENNETT, 1992).
Os basídios se desenvolvem na porção terminal ou em ramificações
laterais de hifas. Os basídios apresentam forma delgada, não apresentam
septos e se expandem formando no ápice formato de clava onde ocorre
formação de basidiósporos. Devido à umidade, se rompem, liberando os
esporos e em poucas horas produzem brotamentos e formação de cápsulas
(KWON-CHUNG; BENNETT, 1992).
O genoma DNA que produz ferormônio lócus mating type α é
identificado somente nas células MAT α. Não ocorre lócus silencioso de alelos
MAT α. Isto acontece porque não há troca de tipos sexuais (MOORE; EDMAN,
1993).
Os mating type MAT α ocorrem com 30 a 40 vezes mais freqüência do
que os mating type MAT a, tanto em isolados clínicos como ambientais; não é
comum ocorrer células diplóides auto-fertéis (WHITE, 1985).
A partir de um par de cepas congênitas de Cryptococcus neoformans
nota-se que o mating type α é muito mais virulento que o mating type a. Isso se
deve ao fato de que este mating type apresenta um gene STE 12 alpha que de
acordo com Chang et al. (2000) ao ser rompido, deixa as cepas
correspondentes menos virulentas (CHANG, 2000; KWON-CHUNG, 1991).
18
Os tipos sexuais α apresentam maior produção da enzima
fenoloxidase e, conseqüentemente, também de melanina que os tipos sexuais
a (WICLES et al., 1996) o que é considerado um fator de virulência.
2.8 Sensibilidade aos antifúngicos
O inicio do tratamento especifico deve-se ser rápido assim logo se
estabeleça o diagnostico definido do agente infeccioso (KWON-CHUNG;
BENNETT, 1992).
A primeira terapia efetiva para o tratamento de criptococose foi o uso de
anfotericina B (CASADEVALLL; PERFECT, 1998).
O uso do antibiótico poliênico anfotericinia B, associada ou não a 5-
flucitosina é o tratamento usual e principal para o combate a criptococose,
porém, os efeitos tóxicos conseqüentes desse uso são extremamente graves e
sérios (DISMUKES, 1993).
Essa associação mudou drasticamente a terapia, e diminuiu a
mortalidade de 95% para 25% dos casos clínicos (CASADEVALLL; PERFECT,
1998).
Os derivados azólicos são utilizados como meio alternativo a essa
terapia e teve sua utilização aumentada após a ocorrência de pacientes
portadores de SIDA (DISMUKES, 1993). Após a implantação do uso de
fluconazol (uso oral) na década de 80, completou-se o tratamento da
criptococose (CASADEVALLL; PERFECT, 1998).
19
3. OBJETIVOS
3.1. GERAL
- Caracterizar as amostras clínicas de Cryptococcus neoformans isolados
no Estado de Sergipe no período de 2001 a 2004.
3.2. ESPECÍFICOS
- Determinar as variedades de Cryptococcus neoformans isolados em
Sergipe;
- Verificar a sensibilidade dos isolados de C. neoformans a antifúngicos
através da técnica de determinação da concentração inibitória mínima
segundo o teste padrão do National Committee For Clinical Laboratory
Standard (NCCLS);
- Identificar o mating type dos isolados clínicos de C. neoformans através
da reação em cadeia da polimerase (PCR).
20
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ARENAS, R. Micologia médica ilustrada clinica, laboratório y terapêutica.
México: Interamericana – McGraw-Hill, 1994. 41p.
AULAKH, H.S.; STRAUS, S.E.; KWON-CHUNG, K.J. Genetic relatedness of
Filobasidiella neoformans (Cryptococcus neoformans) and Filobasidiella
bacillispora (Cryptococcus bacillisporus) as determined by deoxyribonucleic
acid base composition and sequence homology studies. Int. J. Syst. Bacteriol.
V. 31, p. 97- 103, 1981.
BATISTA, L.; SILVA, M.V. Criptotocose. In: VERONESI, R.; FOCACCIA, R.
Tratado de Infectologia. Sao paulo: Atheneu, 1996. 1113-15p
BOEKHOUT, T.; THEELEN, B.; ABELN, E.; DIZ, M.; FELL, J.W. population
genetics based epidemiology of Cryptococcus neoformans. 4
th
International
Conference on Cryptococcus and Cryptococcosis. Anais… London: ISHAM,
1999, 85p.
CALLEJAS, A.; ORDONEZ, N.; RODRIGUES, M.C.; CASTANEDA, E. First
isolation of Cryptococcus neoformans var. gattii serotype C from the
environmental in Colombia. Med. Mycol. V. 36, p. 314-44, 1998.
21
CASADEVALLL, A. Cryptococcus neoformans: ecology and pathogenesis.
Clinguide Fungal Infect. V. 4, p. 1-6, 1994.
CASADEVALLL, A.; PERFECT, J.R. Cryptococcus neoformans. Washington:
ASM Press, 1998. 541p.
CHANG, Y.C. ; WICKES, B.L.; MILLER, G.F. ; PENOYER, L.A.; KWON-
CHUNG, K.J. Cryptococcus neoformans STE12 Regulates Virulence but Is Not
Essential for Mating. The J. Exper. Medicine. V. 191. N. 5. p. 871-82, 2000.
CHANG, Y.C.; KWON-CHUNG, K.J. Isolation of the third capsule associated
gene CAP 60, requerid for virulence Cryptococcus neoformans. Infect Immun.
V. 66, p. 2230-36, 1998.
CHEN, S.C.A.; SORREL, T.; NIMMO, G.; SPEED, B.R.; CURRIE, B.; ELLIS,
D.; MARRIOT, D.; PFEIFFER, T.; PAN, D.; BYTH, K. Epidemiology and host
and variety depdent characteristics of infection due to Cryptococcus
neoformans in Australia and New Zealand. Clin. Infect. Disea. V. 31. p. 499-
508, 2000.
COLLIER, L.; BALOWS, A.; SUSSMAN, M. Microbiology and microbial
infections. New York: Arnold, 1998. 484p.
DISMUKES, W. E. Management of cryptococcosis. Clin. infect. Dis., 17 (suppl.
2): p. 507-12, 1993.
DROMER, F.; GARCIA-HERMOSO, D. ; JANBON, G. Epidemiological
Evidence for Dormant Cryptococcus neoformans Infection. J. Clin. Microbiol.;
v. 37 n.10. p. 3204 – 09, 1999.
22
DUFAIT, R. VELHO, R.; VROEY, C. Rapid indetification of two varieties of
Cryptococcus neoformans by D-proline assimilation. Mikosen. V. 30, p. 483-85,
1987.
ELLIS, D.; PFEIFFER, T.J. Natural habitat of Cryptococcus neoformans var.
gattii. Journal Clin. Microbiol. V. 28. p. 1642-44, 1990a.
ELLIS, D.H.; PFEIFFER, T.J. Ecology, life cycle and infectious propagule of
Cryptococcus neoformans. Lancet. V. 28. p. 923-25, 1990b.
EMMONS, C.W. Saprohytic sources of Cryptococcus neoformans associeted
with the pigeon (Columbia livia). Am. J. Hyg. Baltimore v. 62, p. 227-32, 1955.
FILIU, W. Cryptococcus neoformans de origem saprofítica na cidade de
Campo Grande, MS. 2000. 69p. Dissertação (Mestrado em Biologia
Parasitária) – Fundação Osvaldo Cruz), Rio de Janeiro, 2000.
FORTES, S. T.; LAZÉRA, M.S.; NISHIKAWA, M.M.; MACEDO, R.C.L.;
WANKE, B. First isolation of Cryptococcus neoformans var. gattii from a native
jungle tree in the Brazilian Amazon rainforest. Mycoses. V. 44. p. 137-40, 2001
FORTES, S.; LAZÉRA, M.; MACÊDO, R.L.; BEZERRA, C.C.F.; NISHIKAWA,
M.M.; WANKE, B. Cryptococcus neoformans var. gattii em oco de arvores vivas
na Amazônia: dados preliminares da Ilha de Maracá, Roraima, Brasil.In:
Congresso Brasileiro de Micologia. Anais... Rio de Janeiro: Sociedade
Brasileira de Micologia, 1998. 184 p.
FRANZOT, S.P.; SALKIN, I.F.; CASADEVALLL, A. Cryptococcus neoformans
var. grubbi: separate varietal status for Cryptococcus neoformans serotype A
isolates. J. Clin. Microbiol. V. 37, p. 838-40, 1999.
23
HOROWITZ, R. K. WINSTON, D. J., P. H. CHANDRASEKAR, H. M. LAZARUS,
J. L. GOODMAN, J. L. SILBER, H. H. Fluconazole prophylaxis of fungal
infections in patients with acute leukemia. Ann. Intern. Med. V. 118. p. 495-
503, 1993.
IROKANULO, E.A.O.; AKUESHI, C.O. Virulence of Cryptococcus neoformans
seritypes A, B, C and D for mouses straisns. J. Med. Microbiol. V. 43. p. 289-
93, 1995.
JACOBSON, E.S.; EMERY, H.S. Cathecolamine uptake, melanization and
oxygen toxicity in Cryptococcus neoformans. J. Bacteriol. V. 173 . p. 401-03,
1991.
KOZEL, T.R. Virulence factors of Cryptococcus neoformans. Trends in
Microbiol. V. 3. p.295-98, 1995.
KWON-CHUNG, K.J. The Discovery of creatinine assimilation in Cryptococcus
neoformans and subsequent work on the caracaterization of the two varieties of
Cryptococcus neoformans. Zentralbl. Bakteriol. V. 275. p. 390-3, 1991.
KWON-CHUNG, K.J.; BENNETT, J.E. Medical Mycologic. Philadelphia: Lea &
Febiger, 1992.
KWON-CHUNG, K.J.; POLACHECK, I.; BENNETT, J.E. Improved diagnostic
medium for separation of Cryptococcus neoformans var. neoformans (serotype
A and D) and Cryptococcus neoformans var. gattii (serotype B and C). J. Clin.
Microbiol. V. 15. p. 535-37, 1982.
KWON-CHUNG, K.J.; RHODES, J.C. Encapsulation and melanin formation as
indicators of virulence in Cryptococcus neoformans. Infect. Immun. V. 51
p.218-223, 1986.
24
KWON-CHUNG, K.J; BENNETT, J.E. Epidemiologic differences between the
twon varieties of Cryptococcus neoformans. Am. J. Epidemiol. V. 120. p.123-
30, 1984.
LAZÉRA, M.S. Fontes saprofíticas de Cryptococcus neoformans na cidade
do Rio de Janeiro. 1989, 131p Dissertação (Mestrado em Microbiologia)
Universidade Federal do Rio de Janeiro), Rio de Janeiro, 1989.
LAZÉRA, M.S. Ocos de arvores vivas como habitat de Cryptococcus
neoformans var. neoformans. 1994. 73p. Tese (Doutorado) Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de janeiro, 1994. 73p.
LAZÉRA, M.S. Possible primary ecological niche of Cryptococcus neoformans.
In: 4
th
International Conference on Cryptococcus and Cryptococcosis. Anais…
London: ISHAM, 1999, 88p.
LAZÉRA, M.S.; CAVALCANTI, M.A.S.; TRILLES, L.; NISHIKAWA, M.M.;
WANKE, B. Cryptococcus neoformans var. gattii evidence for a natural habitat
related to decaying wood in a pottery tree hollow. Med. Mycol. V. 36, p. 119-22,
1998.
LAZÉRA, M.S.; WANKE, B.; NISHIKAWA, M.M. Isolation of both varieties of
Cryptococcus neoformans from sapropfytic sources in the city of Rio de Janeiro,
Brasil. J. Med. Vet. Mycol. V. 31. p. 449-54, 1993.
LEVITZ, S.M. The ecology of Cryptococcus neoformans and the epidemiology
of cryptococcosis. Rev. Infect. Dis. V. 13 p. 1163-69, 1991.
LICEA, B.A.; GARZA, D.G.; URBIETA, V.F.; OLIVARES, R.A.C. Aislamiento y
caracterizacion de Cryptococcus neoformans var. Gatti a partir de muestras de
25
Eucalyptus camaldulensis en la Ciudad de Mexico. Rev. Iberoam. Micol v. 16.
p. 40-42, 1999.
LONDERO, A.T.; GONÇALVES, A.J.R. Criptococose. J. Bras. Med. V. 55. p.
83-95, 1988.
MACEDO, R.C.L.; TRILLES, L.; EULÁLIO, K.D.; CAVALCANTI, M.A.S.;
MORAES, L.O.; LAZÉRA, M.S.; WANKE, B. Cryptococcus neoformans
sorotipos A e D em habitat de tatu no Nordeste do Brasil. In: III Congresso
Brasileiro de Micologia. Anais... Águas de Lindóia: Sociedade Brasileira
Micologia, 2001. 111p.
MIDGLEY, T.G.; SIMS, K.L.; WOOD, C.J. Proteins in the cell wall and
membrane of Cryptococcus neoformans stimulate lynphocytes from both adult
and fetal cord blood to proliferate. Infect. Immun. V. 64. p. 4911-19, 1996.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim epidemiológico AIDS: semana
epidemiológica, ano IX, n. 01. Brasília: 1999.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual para o Diagnóstico Laboratorial das
Meningites Bacterianas. Brasília/DF, 2000.
MITCHELL, T.G.; PERFECT, J.R. Cryptococcosis in the era of AIDS 100
years after the discovery of Cryptococcus neoformans. Clin. Microbiol. V. 8.
p.515-48, 1995.
MOORE, T.D.E; EDMAN, J.C. The α - mating type locus of Cryptococcus
neoformans contains a peptide pheromone gene. Mol. Cel. Biol. V. 13. p.1962-
70, 1993.
26
NISHIKAWA, M.M.; SANT’ANNA, O.D.; LAZÉRA, M.S.; WANKE, B. Use of D-
proline assimilation and CGB medium for screening brazilian in Cryptococcus
neoformans isolates. J. Med. Vet. Mycol. V. 34. p. 365-66, 1996.
OLIVARES, L.R.; MARTINEZ, RL.; ANGULO, G.B. Cryptococcus neoformans
var. gattii in na AIDS patient: first observation in México. J. Med. Vet. Mycol. V.
35. p. 57-9, 1997.
PASSONI, L.F.C. Cryptococcus neoformans no ambiente domiciliar:
Estudo de residências de aidéticos com e sem criptococose e de
indivíduos aparentemente sadios na região metropolitana do Rio de
Janeiro. 1994 . Dissertação (Mestrado) Fundação Osvaldo Cruz). Rio de
Janeiro, 1994.
PERFECT, J.R.; KETABCHI, N.; COX, G.M.; INGRAM, C.W.; BEISER, C.L.
Karyotiping of Cryptococcus neoformans as an epidemiological tool. J. Clin.
Microbiol. V. 31. p. 3305-09, 1993.
PFALLER, M. A.; BALE, M.; BUSCHELMAN, B.; LANCASTER M.; ESPINEL-
INGROFF, A.; REX, J. H.; RINALDI, M.G.; COOPER, C. R.; MCGINNIS M. R.;
Quality Control Guidelines for National Committee for Clinical Laboratory
Standards Recommended Broth Macrodilution Testing of Amphotericin B,
Fluconazole and Flucytosine. J. Clin. Microbiol. v. 33, No. 5. p. 1104–1107,
1995.
PFALLER, M.A.; WENZEL, R. Impact of the changing epidemiology of fungal
infections in the 1990s. Eur. J. Clin. Microbiol. Infect. Dise. V. 11. p. 287-91,
1992.
RIPPON, J.W. Medical Mycology. The patogenic fungi and pathogenic
actiomycetes. New York: W.B. Saunders, 1988. 609p.
27
ROZEMBAUM, R.; GONÇALVES, A.J.R.; WANKE, B.; CAIUBY, M.J.;
CLEMENTE, H.; LAZÉRA, M.S.; MONTEIRO, P.C.F.; LONDERO, A.T.
Cryptococcus neoformans varieties as agents of cryptococcosis in Brazil.
Mycopathological. V. 199. p.133-36, 1992.
SEVERO, L.C.; LONDERO, A.T. Micoses. In: VERONESI, R.; FOCACCIA, R.
Tratado de Infectologia. Sao paulo: Atheneu, 1996. p. 1015-57.
SIDRIM, J.J. C.; MOREIRA, J.L.B. Fundamentos clínicos e laboratoriais da
micologia medica. 1.ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1999.
SMITH, E.J.; KOCK, J.LF.; VAN DER WESTHERIZEN, J.P.F.; BRITZ, T.J.
Taxonomic relationships of Cryptococcus and Tremella based on fatty acid
composition and other phenotypic characters. J. Gen. Microbiol. V. 134. p.
2849-55, 1988.
SORREL, T.C.; CHEN, S.C.A.; RUMA, P.; MEYER, W.; PFEIFFER, T.J.;
ELLIS, D.H.; BROWNLEE, A.G. Concordance of clinical and environmental
isolates of Cryptococcus neoformans var. gattii by random amplification of
polymorphic DNA analysis and PCR fingerprinting. J. Clin. Microbiol. v. 34. p.
1253-60, 1996.
SORREL, T.C.; ELLIS, D.H. Ecology of Cryptococcus neoformans. Rev.
Iberoame. Micol. V. 14. p. 42-3, 1997.
SWINNE, D.; DEPPNER, M.; MANIRATUNGA, S.; LAROCHE, R.; FLOCH, J.J.;
KADENDE, P. AIDS associated cryptococcosis in Bujumbura, Burundi: na
epidemiological study. J. Med. Vet. Mycol. V. 29. p. 25-30, 1991.
TIBAYRENC, M.; KJELLBERG, F.; ARNOUD, J.; OURY, B.; BRENIERE, S.F.;
DARDÉ, M.L.; AYALA, F.J. Are eukaryotic microorganisms clonal or sexual? A
28
population genetics vantage. Proc. Natl. Acad. Sci. USA. V. 88. p.5129-33,
1991.
VARMA, A.; SWINNE, D.; STAIB, F.; BENNET, J.E.; KWON-CHUNG, K.J.
Diversity of DNA fingerprints in Cryptococcus neoformans. J. Clin. Microbiol.
V. 33. p. 1807-14, 1995.
WHITE, C.W. occurrence of diploid strains of Cryptococcus neoformans. J.
Bacteriol.. v. 161. p.1231-32, 1985.
WICLES, B.L.; EDMAN, U. EDMAN, J.C. The Cryptococcus neoformans STE
12 gene: a putative Saccharomyces cerevisiae STE 12 homologue that is
mating type specific. Mol. Microbiol. v. 26. p. 951-60, 1997.
WICLES, B.L.; MAYORG, M.E.; EDMANS, U.; EDMAN, J.C. Dimorphism and
haploid fruiting in Cryptococcus neoformans association with the alpha mating
type. Proc. Natl. Acad. Sci. USA. V. 93. p. 7327-31, 1996.
YAMAMOTO, Y.; KOHNO, S.; KOGA, H.; KAKEYA, H.; TOMONO, K.; KAKU,
M.; YAMAZAKI, T.; ARISAWA, M.; HARA, K. Random amplified polymorphic
DNA analysis of clinically and environmentally isolated Cryptococcus
neoformans in Nagasaki. J. Clin. Microbiol. v. 33. p. 3328-32, 1995.
ZAITZ, C.; CAMPBELL, I.; MARQUES, S.L.; RUIZ, L.R.B.; SOUZA, V.M.
Compêndio de Micologia Medica. 1.ed. São Paulo: MEDSI, 1998. 434p.
29
CAPÍTULO 02
Medical Mycology
ISSN: 1369-3786
30
ARTIGO 1
DETERMINAÇÃO DAS VARIEDADES DE Cryptococcus neoformans
NO ESTADO DE SERGIPE
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo estudar as variedades (neoformans e gattii)
de Cryptococcus neoformans isolados no Estado de Sergipe a partir do líquido
cefalorraquidiano de pacientes com meningite infecciosa. Foram utilizadas
amostras do Líquido cefalorraquidiano que deram entrada no IPH/LACEN/SE
no período de 2001 a 2004. Foi realizada microscopia direta através da
coloração com Tinta Nanquim. Uma alíquota do líquor (0,1mL) foi transferida
para tubos contendo Agar Sabouraud com clorafenicol e incubado em
temperatura ambiente 25ºC e a 37ºC. Foram realizadas provas para
identificação presuntiva, fenotípica em meio Níger e das variedades em meio
CGB. No período analisado, apenas uma amostra apresentou características
fenotípicas em meio Níger diferenciada das outras. Do total de 15 amostras
analisadas em meio CGB, 02 amostras (13,33%) se apresentaram positiva, ou
seja, foram identificadas como variedade gattii, sendo uma delas isolada de
paciente soronegativo para HIV (paciente não aidético). As outras 13 amostras
(86,67%) apresentaram CGB negativo, ou seja, foram identificadas como
variedade neoformans. A maioria das amostras de Cryptococcus neoformans
isolados do líquor de pacientes com meningite infecciosa são da variedade
neoformans em Sergipe.
Palavras-chaves: Cryptococcus neoformans; variedades; meningite
criptocócica; levedura patogênica; Agar Níger
31
4.1 INTRODUÇÃO
Cryptococcus neoformans é um basidiomiceto encapsulado que infectas
tanto pacientes imunodeprimidos como pacientes imunocompetentes (KWON-
CHUNG; BENNETT, 1992). A meningite criptocócica ocorre em
aproximadamente 8 a 30% dos pacientes com a síndrome de imunodeficiência
adquirida (SIDA); apesar da terapia antifúngica a mortalidade permanece
elevada de 6 a 29% dos casos (MITCHELL; PERFECT, 1995; POWDERLY,
1996).
Esta levedura apresenta duas variedades descritas, a variedade
neoformans (sorotipos A, D e AD) e a variedade gattii (sorotipos B e C) (ELLIS;
SORREL, 1997). A variedade neoformans tem sido isolada de fezes de aves,
restos vegetais e solos contaminados por esses materiais (KWON-CHUNG;
BENNETT, 1992; CASADEVALLL; PERFECT; 1998). Também foi encontrado
em vegetais como Eucaliptos (ELLIS; PFEIFFER, 1990) e de plantas nativas do
Brasil (LAZÉRA et al., 1996; FORTES et al., 2001).
A variedade gattii acomete pacientes principalmente de regiões tropicais
(KWON-CHUNG; BENNETT, 1992). Foi isolado continuamente de ambientes e
materiais de Eucaliptus spp. (ELLIS; PFEIFFER, 1990). Também foi isolado de
plantas nativas da Amazônia como a Guetarda spp. (FORTES et al., 2001),
esta variedade foi descrita no primeiro exemplo de criptococose causada por
um golfinho macho Tursiops truncatus presente no Oceano Atlântico (MILLER
et al., 2002). SORREL et al. (2002) apresentam um surto epidêmico de
Cryptococcus neoformans var. gattii na região de Vancouver Canadá, região
temperada da América do Norte, causando criptococose em pacientes hígidos,
imunodepridimidos, animais (cães e golfinhos) e isolados em espécies de
plantas nas cercanias da região epidêmica.
32
O sorotipo A predomina tanto em amostras clínicas quanto ambientais,
com exceção do Norte europeu e isso pode ser reflexo da diferenças climáticas
e da virulência do sorotipo (DHROMER et al., 1996).
o sorotipo C foi recentemente encontrado em detritos vegetais na
Colômbia, em áreas identificadas como endêmicas para a variedade gattii
(CALLEJAS et al., 1998). Esta variedade também foi encontrada em vespa,
morcego, coalas e camelos (LAZÉRA et al., 1993; MONTAGNA et al., 1996;
ELLIS; PFEIFFER; 1990). Neves et al (2004) isolaram ambas variedades em
areia contaminada com fezes de galinha assim como madeira em
decomposição de tábuas de casas e tronco de palmeira, e isolou pela primeira
vez em ninho de cupim no Estado de Roraima. Macedo et al (2001)
apresentam um relato de ocorrência de Cryptococcus neoformans em “habitat”
de tatu no Nordeste do Brasil.
Uma das características fisiológicas de C. neoformans é a produção de
fenoloxidase, enzima recentemente identificada como uma lacase
(WILLIAMSON, 1994) que apresenta atividade relacionada à virulência do
fungo. Esta enzima tem capacidade de mineralização da lignina e isto sugere
uma adaptação natural de Cryptococcus neoformans as diversas espécies de
plantas e não somente a Eucaliptus, o que favorece sua associação a estes
nichos (LAZÉRA et al., 1993). As presenças de substâncias fenólicas em
extratos de Níger favorecem a tal atividade bioquímica de Cryptococcus
neoformans, que se caracteriza pela produção regular de fenoloxidase e
confere a esse meio, Agar Staib, grande aplicabilidade na micologia médica.
Nele, C. neoformans desenvolve colônias marrons (POLACHEK, 1991) e pode
se diferenciar de outras espécies de Cryptococcus, bem como de Candida
albicans, outra levedura de grande interesse médico.
O objetivo deste trabalho foi determinar as variedades (neoformans e
gattii) de Cryptococcus neoformans isolados em Sergipe a partir do líquido
cefalorraquidiano de pacientes com meningite infecciosa.
33
4.2 MATERIAL E MÉTODO
4.2.1 Processamento dos materiais biológicos
As amostras do Líquido cefalorraquidiano deram entrada no Instituto
Parreiras Horta Laboratório Central de Saúde Pública através do Laboratório
de Micologia no período de 2001 a 2004. Foi realizada microscopia direta
através da coloração com Tinta Nanquim. Uma alíquota do líquor (0,1mL) foi
colocado em tubos de Agar Sabouraud com clorafenicol e incubado em
temperatura ambiente 25ºC e a 37ºC.
4.2.2 Identificação presuntiva
Colônias brancas ou creme e mucóides foram confirmadas como
Cryptococcus neoformans a partir de nova preparação usando Tinta Nanquim.
Essas cepas foram enviadas para o Laboratório de Microbiologia Aplicada
(LMA) da Universidade Federal de Sergipe para os testes presuntivos.
4.2.3. Identificação fenotípica
Foi utilizada a metodologia recomendada por STAIB et al. (1987) onde
cada cepa foi re-isolada, utilizando meio Níger (sementes de Guizotia
abyssinica) e três colônias de cada amostra e/ou morfotipos com fenótipos
diferentes foram isoladas de cada amostra. Esse tipo de atividade é
recomendado caso haja variabilidade (de variedade, sorotipo, sorogrupo ou tipo
molecular) intracolonial de Cryptococcus neoformans.
No meio Níger, Cryptococcus neoformans apresenta uma coloração
marrom e úmida, devido à produção de uma enzima classificada como lacase –
fenoloxidase que produz melanina, importante fator de virulência.
34
4.2.4 Identificação das variedades
Cada colônia foi replicada em Agar Sabouraud à temperatura de 25ºC e
incubada por 48 horas para a realização do teste de variedade, através da
técnica de inoculação no meio canavanina – glicina – azul de bromotimol
(CGB). Nesta técnica um pequeno inóculo foi semeado no meio CGB e
incubado a 25ºC durante 48 horas.
A variedade gattii utiliza a glicina e são resistentes a canavanina.
Quando esta variedade cresce no meio CGB, a cor do meio muda de verde
para o azul, resultado da alcalinização do meio e pela produção de amônio, isto
se deve a degradação da glicina indicando resultado positivo (KWON-CHUNG;
BENNETT, 1984, 1992).
A variedade neoformans o promove a alcalinização do meio CGB,
pois esta variedade não assimila glicina e suas amostras são sensíveis a
canavanina indicando resultado negativo. Raros isolados desta variedade,
pertencentes ao sorotipo A, podem assimilar a glicina, porem, são sensíveis a
canavanina, o que impossibilita o seu crescimento (KWON-CHUNG;
BENNETT, 1984, 1992).
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.3.1 Processamento dos materiais biológicos
Os líquor amostrados foram corados com tinta Nanquim para pesquisa
direta de células de leveduras em uni ou multibrotamento de tamanho regular,
globosas, arredondadas, apresentando cápsula mucopolissacarídica bem
evidenciada.
35
4.3.2 Identificação presuntiva
No período de 2001 a 2004 obteve-se 13 amostras de C. neoformans
crescidos em Ágar Sabouraud.
4.3.3 Identificação fenotípica em meio Níger
O “screening” realizado em meio Níger, quase todas as amostras
testadas apresentam atividade fenoloxidase positiva, o que pode ser
evidenciado pela presença de colônias de coloração marrom (melanização),
puntiformes ou até 2mm de diâmetro com aspecto úmido; a única exceção foi à
colônia D da amostra 13. Esta cepa apresentou características morfotípicas
diferentes como colônia creme, brilhante e com 2mm de diâmetro.
O achado nesta pesquisa sugere a ocorrência de uma linhagem
mutante, porém tal afirmação necessita de estudos mais aprofundados com
esta cepa de característica fenotípica diferente, entretanto, estudos como o de
Williamson, (2003), pode corroborar ou o esta afirmação, haja vista que o
mesmo afirma que a síntese da enzima responsável pela melanização é
regulada pelo gene CNLAC1, o qual, após depleção de bases de DNA
desencadeia a formação de linhagens mutantes não produtoras de
pigmentação. Este mesmo autor cita que expressão deste gene CNLAC1 foi
evidenciada através de uma indução de uma grande expressão do gene STE12
que regula a produção dessa enzima.
Para contrapor a afirmação de Staib et al. (1987) que o tempo de
pigmentação e diferentes concentrações dos solutos do meio podem alterar a
caracterização morfotípica das colônias de Cryptococcus neoformans foram
realizados sucessivos repiques em diferentes lotes de Agar Níger e os mesmos
resultados foram verificados. Mesmo com a possibilidade de alteração de
melanização o método proposto por Staib et al (1987) continua sendo a melhor
ferramenta para a caracterização fenotípica da levedura.
36
4.3.4 Identificação das variedades
Na Tabela 1 são apresentados os resultados do teste para
caracterização das variedades de Cryptococcus neoformans através do meio
CGB.
Número da amostra
HIV Variedade
1 Positiva neoformans
2 Positiva neoformans
3 Negativo neoformans
4 Negativo neoformans
5 Negativo neoformans
6 Negativo gattii
7 Positiva neoformans
8 Positiva neoformans
9 Positiva neoformans
10 Positiva gattii
11 Negativo neoformans
12 Positiva neoformans
13 Negativo neoformans
13 - colônia D Negativo neoformans
14 Negativo neoformans
De acordo com a tabela 01, do total de 15 amostras analisadas através
do meio CGB, apenas duas amostras apresentaram CGB positivo, ou seja,
foram identificadas como variedade gattii, o que representa 13,33% dos isolado
clínicos de Cryptococcus neoformans em Sergipe no período de 2001 a 2004.
As demais amostras (13) apresentaram CGB negativo, sendo identificadas
Tabela 1
: Identificação das variedades, soropositividade para HIV das amostras de
Cryptococcus neoformans
, isolados clínicos do Estado de Sergipe no período de
2001 a 2004. São Cristóvão/SE, 2004.
37
como variedade neoformans, representando 86,67% do total dos isolados
clínicos.
Pode-se observar também, que das sete amostras isoladas de pacientes
HIV positivos apenas uma amostra pertencia à variedade gattii enquanto os
seis restantes revelaram-se como variedade neoformans. Com relação às
amostras isoladas de pacientes HIV negativos, também apenas uma amostra
pertence à variedade gattii enquanto as outras sete amostras foram variedade
neoformans.
O morfotipo D da amostra 13 que apresentou característica fenotípica
diferente no meio Níger apresentou-se como variedade neoformans (CGB
negativo), resultado idêntico aos outros morfotipos da mesma amostra. Esse
morfotipo pode está apresentando uma variabilidade fenotípica que merece
destaque que ele foi confirmado como Cryptococcus neoformans variedade
neoformans, tanto através do meio CGB como pela tinta Nanquim. Uma vez
que já foi eliminada qualquer possibilidade de contaminação, propõe-se um
estudo mais aprofundado com esta cepa.
Merecem destaque as amostras 06 e 10. A amostra 06, que foi
identificada como Cryptococcus neoformans variedade gattii e isolada de
paciente HIV negativo se apresenta epidemiologicamente de acordo com a
literatura comentada, porém, nesse trabalho, o número de casos de pacientes
HIV negativo com meningite criptocócica causada pela variedade gattii ficou
abaixo do esperado mostrando, em Sergipe, uma frequencia mais significativa
da variedade neoformans. Outros trabalhos realizados na região Nordeste do
Brasil, precisamente no Piauí, demonstraram que 91,2% dos casos de
pacientes HIV negativo com criptococose foram acometidos pela variedade
gattii prevalecendo o sorotipo B em 100% das amostras (CAVALCANTI, 1997;
NISHIKAWA et al., 2003).
38
A amostra 10, isolada de paciente HIV positivo foi identificada como
Cryptococcus neoformans variedade gattii. Este dado é pouco freqüente na
literatura e é aqui apresentado como único caso identificado e analisado em
Sergipe. Entretanto, embora se tenha pouca citação neste sentido, estudo
realizado por GARZA et al (1995) revelou que das cepas isoladas de pacientes
com HIV positivo na América Latina, 15% pertenciam a variedade gattii e 85%
a variedade neoformans. Esses dados indicaram que a variedade gattii está
amplamente distribuída no meio ambiente e é capaz de infectar indivíduos
imunodeprimidos.
O aumento na incidência da criptococose causada principalmente pela
variedade gattii pode ser atribuído a migração da população urbana para locais
rurais assim como para áreas de desmatamento de mata nativa além dos
fatores sociais (desnutrição e estresse sico-emocional) e da deficiência
imunológica do paciente (Py et al., 1997).
Garza et al (1995) afirmaram que em cepas isoladas de pacientes com
SIDA foi encontrada uma ocorrência de 15% para a variedade gattii e 85% para
a variedade neoformans e indicaram que a variedade gattii está amplamente
distribuída no meio ambiente e é capaz de infectar indivíduos imunodeprimidos.
Na rego Nordeste do Brasil, precisamente no Piauí foi isolado 91,2%
dos casos de pacientes com criptococose não SIDA foram acometidos pela
variedade gattii prevalecendo o sorotipo B em 100% das amostras
(CAVALCANTI, 1997; NISHIKAWA et al., 2003).
Entre as cnicas de tipificação empregadas em estudos
epidemiológicos, os esquemas de sorotipagem tornaram-se valiosos devido à
associação da infecção com isolados sorotipo A e pacientes com SIDA e, a
maior dificuldade, no tratamento com antifúngicos nas infecções pela variedade
gattii (AOKI et al., 1999).
39
Estudos recentes sugerem uma nova classificação: C. neoformans var.
grubii (sorotipo A) e C. neoformans var. neoformans (sorotipo D), ambos de
distribuição mundial; C. neoformans var. gattii (sorotipos B e C) restritos a
regiões de clima tropical e subtropical (FRANZOT et al., 1999; STEENBERG et
al., 2000). Tais variedades apresentam diferenças significativas tanto em
questões morfofisiológicas quanto em distribuição e “habitat”.
A freqüência mundial das variedades neoformans e gattii indicou uma
proporção bem mais significativa da primeira variedade citada nos casos
clínicos; dados epidemiológicos do México indicaram que aproximadamente
86% dos casos de meningite criptocócica são da variedade neoformans, na
Argentina de 97% de neoformans, no Brasil de 83% de neoformans; em Cuba
de 97% dos casos são pertencentes à variedade neoformans; e na Venezuela
de aproximadamente de 67% dos casos são da variedade neoformans. em
Porto Rico (100% da variedade neoformans) e no Paraguai (100% da
variedade gattii) apresentaram freqüências contestadas devido aos poucos
casos ocorridos (CASTANON-OLIVARES et al., 2000).
Banerjee et al (2004) mostraram o primeiro caso reportado em que um
individuo imunocompetente foi infectado pelas duas variedades (sorotipos A e
B) simultaneamente. Isto sugere uma variabilidade intracolonial entre os
isolados clínicos e ambientais de Cryptococcus neoformans.
Após a implantação do HART (terapia anti-retroviral de grande
capacidade) a meningite criptocócica está se alterando epidemiologicamente,
principalmente no Nordeste brasileiro, diminuindo o numero de casos
relacionados aos pacientes soropositivo para o HIV e atingindo de modos mais
freqüentes pacientes hígidos. Esse novo comportamento evidencia a
ocorrência em que a levedura acontece de modo ocorrente, porém não
detectado e favorece a pesquisa de novos nichos ecogicos e modos de
contaminação em Sergipe.
40
4.4 CONCLUSÃO
Nas amostras de Cryptococcus neoformans isolado de líquor de pacientes
com meningite infecciosa em Sergipe, no período de 2001 a 2004,
prevaleceram às variedades neoformans frente as gatti.
41
REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS
AOKI, F. H., IMAI,T., TANAKA, R., MIKAMI, Y., TAGUCHI, H., NISHIMURA, N.
F., NISHIMURA, K., MIYAJI, M., SCHREIBER, A. Z., BRANCHINI, M. L. M.
New PCR primer pairs specific for Cryptococcus neoformans serotype A or B
prepared on the basis of random amplified polymorphic DNA fingerprint pattern
analyses. J. Clin. Microbiol., v.37n.2.p. 315-320. 1999.
BANERJEE, U.; DATTA, K.; CASADEVALLL, A. Serotype distribution of
Cryptococcus neoformans in patients in a tertiary care center in India. Med.
Mycol. V. 42. p. 181-86. 2004.
CASADEVALLL, A, PERFECT, JR. Cryptococcus neoformans. Washington:
ASM Press; 1998
CASADEVALLL, A.; ROSASA, B. A. L.; NOSANCHUKC, J. D. Melanin and
virulence in Cryptococcus neoformans. Curr. Opi. Microbio.V. 3. p. 354-358.
2000.
CASTANON-OLIVARES, L.R.; ARREGUIN-ESPINOSA, R.; RUIZ-PALACIOS,
G.; LOPEZ-MARTINEZ, R. Frequency of Cryptococcus neoformans and
varieties in Mexico and their comparison some Latin American countries. Rev.
Latino-Ameri. Microbiol. v. 42. p.35-40. 2000.
42
CAVALCANTI, M.A.S. Criptococose e seu agente no Meio-norte, estados
do Piauí e Maranhão – Brasil. 1997. Tese (Doutorado em Biologia Parasitária)
- Instituto Osvaldo Cruz. Universidade Federal do Piauí, Teresina, 1997.
DHROMER, F.; MATHOULIN, B.; DUPONT, L.; LETENNEUR; RONIN, O.
Indicidual and environmental factors associated with infections due to
Cryptococcus neoformans serotype D. Clin. Infect. Dis. V. 23. p. 91-96. 1996.
ELLIS, D.H.; PFEIFFER, T.J.; Ecology, life cicle and infectious propagule of
Cryptococcus neoformans. Lancet. v .36. p. 923-25. 1990.
FORTES, S. T.; LAZÉRA, M.S.; NISHIKAWA, M.M.; MACEDO, R.C.L.;
WANKE, B. First isolation of Cryptococcus neoformans var. gattii from a native
jungle tree in the Brazilian Amazon rainforest. Mycoses. V. 44. p. 137-40. 2001.
FRANZOT, S.P., SALKIN, I. F., CASADEVALLL, A.. Cryptococcus neoformans
var. grubii: separate varietal status for Cryptococcus neoformans serotype A
isolates. J. Clin. Microbiol., v. 37. p.838-840. 1999
GARZA, G.D.; URIBE, J.L.B.; CRUZ, E.M.; ARGUERO, L.B. Caracterización de
cepas de Cryptococcus neoformans aisladas de pacientes com Síndrome de
Inmunodeficiencia Adquirida (SIDA). Rev. LatinoAmer. Microbiol. v. 37. p.
273-79. 1995.
KWON-CHUNG, K.J.; BENNETT, J.E. High PREVALence of Cryptococcus
neoformans var. Gatti in tropical and subtropical regions. Zbl. Bakt.Hyg. v.
257. p. 213-18, 1984.
KWON-CHUNG, K.J.; BENNETT, J.E. Medical Mycology. Philadelphia: Lea &
Febiger, 1992. 446p.
43
KWON-CHUNG, K.J.; POLACHEK, Y.; BENNETT, J.E. Improved diagnostic
medium for separation of Cryptococcus neoformans var. Neoformans (serotype
A and D) and Cryptococcus neoformans var. Gattii (serotype B and C). J. Clin.
Microbiol. v.15. p. 535-37. 1982.
LAZÉRA, M., PIRES, F.D.A.; CARNILO-COURA, L. Natural habitat of
Cryptococcus neoformans var. neoformans in decaying wood forming hollows in
living trees. J. Med. Vet. Mycol. V. 34. p. 127-31. 1996.
LAZÉRA, M.; WANKE, B.; NISHIKAWA, M.M. Isolation of both varieties of
Cryptococcus neoformans from saprophytic sources in the city of Rio de
Janeiro, Brazil. J. Med. Vet. Mycol. V. 31. p. 449-54. 1993.
MACEDO, R.C.L.; TRILLES, L.; EULÁLIO, K.D.; CAVALCANTI, M.A.S.;
MORAES, L.O.; LAZÉRA, M.S.; WANKE, B. Cryptococcus neoformans
sorotipos A e D em habitat de tatu no Nordeste do Brasil. In: III CONGRESSO
BRASILEIRO DE MICOLOGIA. Anais... Águas de Lindóia: Sociedade
Brasileira de Micologia, 2001. 111p.
MILLER, G. W.; PADHYE, A.A.; BONN, W.V.; MARY. E.J.; BRANDT, E.;
RIDGWAY, S.H.; Cryptococcosis in a bottlenose dolphin (Tursiops truncatus)
caused by Cryptococcus neoformans var. gattii . Journal of Clinical
Microbiology. V. 40; p. 721-724. 2002.
MITCHELL, T. G. & PERFECT, J. R. Cryptococcosis in the era of AIDS— 100
years after the discovery of Cryptococcus neoformans. Clin. Microbio. Revi. V.
8. p. 515 –48. 1995.
MONTAGNA, M.T.; TORTORANO, A.M.; BARBUTI S. First isolation of
Cryptococcus neoformans var. gattii in Apula, Italy. In: Proceedings of the 3
rd
44
International Conference on Cryptococcus and cryptococcosis. Anais... Paris:
ISHAM, 1996. 159p.
NEVES, M.A.; SILVA, A.D.; FARIAS FILHO, L.P.; FORTES, S.T. Novas fontes
ambientais de Cryptococcus neoformans var. gattii em Boa Vista, Roraima. In:
IV Congresso Brasileiro de Micologia. Anais... Ouro Preto: Sociedade Brasileira
de Micologia, 2004. 62p.
NISHIKAWA, M.M.; LAZÉRA, M.S.; BARBOSA, G.C.; TRILLES, L.;
BALASSIANO, B.R.; MACEDO, R.C.L.; BEZERRA, C.C.F.; PEREZ, M.A.;
CARDARELLI, P.; WANKE, B. Serotyping of 467 Cryptococcus neoformans
isolates from clinical and environmental sources in Brazil: analysis of host and
regions patterns. J. Clin. Microbiol. V. 41. p. 73-77. 2003.
POLACHEK, I. The Discovery of melanin production i Cryptococcus
neoformans and its impact on diagnosis and study of virulence. Zbl. Bakt. Hyg.
v. 276. p. 120-23. 1991.
POWDERLY, W. G. Recent advances in the management of cryptococcal
meningitis in patients with AIDS. Clin. Infect. Dise. V. 22 , Suppl. 2, p.119 –23.
1996.
PY, E.A.; ALÓE, M.; BURLAMARQUI, L.; GUASTI, S.; MONERAT, P.J.T.
Relato de cinco casos de meningite criptocócica em crianças com a síndrome
da imunodeficiência adquirida (AIDS). Arqu. Brasi. Pedi. V. 4. p. 15-20p, 1997.
SALAS, S.D.; BENNETT, J.E.; KWON-CHUNG, K.J. ; PERFECT, J.R.;
WILLIAMSON, P.R. Effect of the laccase gene, CNLAC1, on virulence of
Cryptococcus neoformans. J. Exp. Med. V. 184. p. 377– 86. 1996.
45
SORRELL, TC; STEPHEN, C.; LESTER, S.; BLACK, W.; FYFE, M.; RAVERTY,
S. Cryptococcus neoformans variety gatti multispecies outbreak of
cryptococcosis on southern Vancouver Island, British Columbia. Med Mycol.
Vol. 39, p. 155–168.; 2002
STAIB, F.; SEIBOLD, M.; L’AGE, M. The brown colour effect (BCE) of
Cryptococcus neoformans in the diagnosis, control and epidemiology of C.
Neoformans infections of AIDS patients. Zetralbi Bakteriol. Hyg. v. 266. p.
167-77. 1987.
STEENBERGEN, J. N., CASADEVALLL, A. Prevalence of Cryptococcus
neoformans var. neoformans (Serotype D) and Cryptococcus neoformans var.
grubbi (Serotype A) isolates in New York City. J. Clin. Microbiol., v. 38.
p.1974-1976. 2000.
WILLIAMSON, P.R. Biochemical and molecular characterization of the diphenol
oxidase of Cryptococcus neoformans: identification as a lacase. J. Bacteriol.
V. 176. p. 656-64. 1994.
WILLIAMSON, P.R. Novel regulatiors of laccase in Cryptococcus neoformans.
In: International Society Human American Mycologic ISHAM. Anais... San
Antonio: ISHAM, 2003. 211p.
46
CAPÍTULO 03
Journal of Antimicrobial
Chemotherapy
ISSN 0305-7453
47
ARTIGO 2
TESTE DE SENSIBILIDADE DAS AMOSTRAS CLÍNICAS DE Cryptococcus
neoformans ISOLADOS DO LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO A
ANTIFÚNGICOS
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo determinar a sensibilidade de C. neoformans
variedade neoformans e variedade gattii, isolados do líquor de pacientes com
meningite infecciosa em Sergipe, pelo método de microdiluição (NCCLS). Para
a realização do teste foram utilizadas duas amostras de C. neoformans
variedade gattii e 11 de C. neoformans variedade neoformans. Para controle
dos testes foi utilizada a cepa padrão ATCC 32608. Em seguida foi realizada a
preparação do inóculo – suspensão de células fúngicas até atingir o nível 3+ da
escala de Mcfarland com salina estéril. Foram utilizados os seguintes
antifúngicos: Anfotericina B (AMB), Fluconazol (FLU), Cetoconazol (CET),
Miconazol (MIZ), Itraconazol (ITR), 5- Fluorocitosina (5-FC) e Terbinafrina
(TER). A suspensão fúngica foi ajustada numa concentração final de 0,5x10³
para 2,5x10³ UFC no meio RPMI. O experimento foi realizado em placas de
microtitulação. Após a inoculação, as placas de microdiluição foram incubadas
a 37ºC e lida em 24, 48 e 72 horas. O ponto final da CIM foi determinado nas
leituras de 48 e 72 horas. Os isolados clínicos de C. neoformans apresentaram
valores altos de CIM para os agentes antifúngicos testados, o que simboliza
uma alta taxa de resistência principalmente a Anfotericina B e ao Fluconazol,
dado que pode ser correlacionado com os dados clínicos. Palavras-chaves:
Cryptococcus neoformans; MIC; Nordeste brasileiro, resistência antifúngica.
48
5.1 INTRODUÇÃO
O Cryptococcus neoformans é um fungo patogênico que afeta pacientes
imunocomprometidos ou, em casos esporádicos, imunocompetentes. As
drogas disponíveis – anfotericina B, fluconazol, 5 fluorocitosina e miconazol são
tóxicas ou causam interações droga-droga que afetam o seu uso (Drouhet,
1997). Além disso, o surgimento de cepas resistentes às drogas é alarmante na
era pós-SIDA (DUPONT, 1990).
A variedade neoformans age como agente causador de infecção
oportunista atingindo pacientes imunodeprimidos como portadores de HIV,
leucêmicos, transplantados, e pacientes submetidos à quimioterapia
antitumores, uso de corticóides e antibioticoterapia prolongada (MITCHEL;
PERFECT, 1995; RIPPON, 1988). Já a variedade gattii é um patógeno primário
afetando pacientes imunocompetentes (KWON-CHUNG; BENNETT, 1992.
ROSENBAUM; GONÇALVES, 1994).
Desde 1980 a ocorrência de infecções por Cryptococcus neoformans
tem crescido dramaticamente nos mais diversos paises como resultado da
susceptibilidade às infecções oportunistas dos pacientes com SIDA
(CASADEVALL; PERFECT, 1998).
Aproximadamente 5% dos pacientes com SIDA da Europa Central
apresentam criptococose (LISTEMANN; MEIGEL, 1995); dados do Ministério
da Saúde através da Coordenação Nacional DST/AIDS, revelaram que no
período de 1980 a 1997, 4,3% das infecções oportunistas associadas aos
pacientes com HIV foram causadas por Cryptococcus neoformans (LEVI,
1998).
O tratamento efetivo com anfotericina B sozinha ou combinada com 5-
fluorocitosina, tem sido recomendado para o tratamento da meningite
49
criptocócica. A partir da cada de 70 os azólicos começaram a ser utilizado
como método alternativo ou complementar (SLAVOSKI et al., 1995).
Recentemente tem-se uma atenção em especial para os relatos de
resistências às diversas drogas antingicas principalmente ao uso e abuso
destes agentes antifúngicos (ALEXANDER et al., 1997), o que revela o mau
uso e a não implantação na rotina, dos testes antifúngicos.
Na realidade, os testes de sensibilidade não são de fácil execução e a
padronização de alguns testes tem sido proposta somente recentemente
(ESPINE-INGROFF et al., 1998). O National Committee For Clinical
Laboratory Standard (NCCLS) tem investido nessa padronização para
detecção exata da concentração inibitória mínima das drogas antifúngicas. A
técnica de diluição em caldo tem sido destacada como o melhor método para
as leveduras patogênicas (NCCLS, 2002).
A resposta terapêutica antimicrobiana é resultado da resistência
microbiana (intrínseca ou desenvolvida durante a terapia) e a resistência clinica
e está associada com diversos fatores como: farmacocinética da droga,
resposta imune do hospedeiro, estado da doença, manipulação do paciente,
grau de infecção e viruncia (REX et al., 1997).
A determinação da concentração inibitória mínima é de extrema
importância no auxilio da resposta clinica ao uso correto de antimicrobianos,
principalmente, na interpretação dos pontos finais. Este método é o que mais
corrobora o aspecto in vivo devido à diminuição de fatores físicos ou químicos
envolvidos (ESPINEL-INGROFF, 1997).
Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo determinar a
sensibilidade de C. neoformans variedade neoformans e variedade gattii,
isolados do líquor de pacientes com meningite infecciosa em Sergipe, pelo
50
método de microdiluição estabelecido pelo National Committee For Clinical
Laboratory Standard (NCCLS).
5.2 MATERIAL E MÉTODOS
5.2.1 Amostras de Cryptococcus neoformans.
Para a realização do teste foram utilizadas duas amostras (AM) de
Cryptococcus neoformans variedade gattii (AM 06 e AM 10) e 11 amostras de
Cryptococcus neoformans variedade neoformans (AM 01, AM 02, AM 03, AM
04, AM 05, AM 07, AM 08, AM 09, AM 11, AM 12 e AM 13) pertencentes ao
banco de linhagens do Laboratório de Microbiologia Aplicada da Universidade
Federal de Sergipe. Para controle dos testes foi utilizada a cepa padrão da
American Type Culture Colection (ATCC) Cryptococcus neoformans 32608.
Antes da realização dos testes, as amostras foram cultivadas em Agar
Sabouraud, 37ºC por 48 horas.
Em seguida foi realizada a preparação do inóculo – suspensão de
células fúngicas até atingir o nível 3+ da escala de Mcfarland com salina estéril,
com aproximadamente 0,5x10³ UFC. A suspensão fúngica foi ajustada para
uma concentração final de 2,5x10³ UFC em meio RPMI 1640 (Sigma) -
tamponado para pH 7,0 com acido morfolinepropanesulfônico (MOPS),
conforme descrito no documento NCCLS M – 27 (1997).
5.2.2 Agentes antifúngicos.
Foram utilizados os seguintes antifúngicos: Anfotericina B (AMB),
Fluconazol (FLU), Cetoconazol (CET), Miconazol (MIZ), Itraconazol (ITR), 5-
51
Fluorocitosina (5-FC) e Terbinafrina (TER). Anfotericina B, cetoconazol e
itraconazol foram dissolvidos em DMSO (dimetilsulfóxido) e colocados em
banho-maria por 1 hora a 75ºC. Fluconazol, miconazol, 5-fluorocitosina e
terbinafrina foram dissolvidos em água destilada estéril. Os agentes
antifúngicos foram preparados numa concentração estoque de 10000µg/mL.
Estas soluções foram diluídas em meio Roswell Park Memorial Institute (RPMI)
e a concentração final das drogas variou de 0,243 a 250µg/mL.
O experimento foi realizado em placas de microtitulação de 96 poços, ou
seja, cada amostra de Cryptococcus neoformans com a sua respectiva placa.
Em cada poço foi inoculado 100µL da suspensão fúngica padronizada. Em
cada linha foi testado um antifúngico respectivamente. No primeiro poço de
cada linha foi inoculado 100µL da maior concentração (250µg/mL). Formando
neste primeiro poço uma solução de 200µL da concentração do antifúngico e
da suspensão fúngica.
Após homogeneização da solução no primeiro poço foi transferido 100µL
da solução para o poço subseqüente. Assim subseqüente até o ultimo poço;
sempre deixando no poço anterior a concentração dobrada do poço atual, ou
seja, de modo que após a transferência deste volume a concentração do poço
foi reduzida a metade.
Esse protocolo foi iniciado numa concentração antifúngica de 250µg/µL
e finalizando a 0,243µg/µL das drogas. Perfazendo uma taxa entre 250µg/µL a
0,243µg/µL em todas as drogas submetidas ao teste.
Para padronizar o CIM (Concentração Inibitória Mínima), foi realizado
um controle positivo suspensão celular, mais meio RPMI sem a droga e um
controle negativo – suspensão da droga no meio RPMI, sem células.
5.2.3 Determinação da Concentração Inibitória Mínima
52
Após a inoculação, as placas de microdiluição foram incubadas a 37ºC e
a leitura foi realizada em 24, 48 e 72 horas respectivamente. O ponto final da
concentração inibitória mínima foi determinado nas leituras de 48 e 72 horas.
O crescimento em cada poço foi determinado numa escala de turvação:
Escala 0 – ausência de crescimento nos poços.
Escala 1 – Leve turbidez quando comparado com o controle positivo.
Escala 2 Proeminente decréscimo na turbidez quando comparado com o
controle positivo (aproximadamente 50% de inibição).
Escala 3 Leve redução na turbidez quando comparado com o controle
positivo (aproximadamente 90% de inibição).
Escala 4 Não redução na turbidez quando comparado com o controle livre
da droga.
Para os agentes azólicos e 5-Fluorocitosina a concentração inibitória
mínima (CIM) é definida como a concentração mais baixa da droga com ligeira
turbidez (escala 1). para Anfotericina B a CIM é considerada a mais baixa
concentração que se apresente totalmente clara (escala 0).
5.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este trabalho foi realizado em duas etapas. A primeira realizada com os
seguintes antifúngicos: AMB anfotericina B; TER Terbinafrina, Flu
Fluconazol, ITRA Itraconazol e 5-FC 5-fluorocitosina. E a segunda com
terbinafrina, 5-fluorocitosina e alguns antifúngicos da classe dos azólicos, como
MICO – Miconazol e CETO – Cetoconazol.
53
Espécie testada MIC 50% (mg/mL ou µg/µL)
MIC 90% (mg/mL ou µg/µL)
Drogas antifúngicas testadas
48h 72h 48h 72h
Cryptococcus neoformans
1
Anfotericina B 0,243 0,4875 0,4875
0.97
Terbinafrina <=0,24 0,243 <=0,24
0.24
5-Fluorocitosina <=0,24 0,243 1,95 3.91
Fluconazol 1,95 3,91 15,63 31.25
Itraconazol <= 0.24 <=0,24 <= 0.24
<= 0.24
2
Anfotericina B <= 0.24 <= 0.24 0,24 0.48
Terbinafrina 0,4875 0,975 1,95 3.91
5-Fluorocitosina 0,4875 0,975 1,95 3.91
Fluconazol 3,91 7,81 7,81 15.63
Itraconazol <=0,24 <=0,24 62,5 125
3
Anfotericina B 0,24 0,4875 0,4875
0.97
Terbinafrina 0,24 0,4875 0,4875
0.97
5-Fluorocitosina 0,24 0,4875 0,4875
0.97
Fluconazol 15,63 15,63 15,63 31.25
Itraconazol 0,4875 0,975 7,81 15.63
4
Anfotericina B 0,4875 0,975 1,95 3.91
Terbinafrina 0,24 0,4875 0,4875
0,975
5-Fluorocitosina 0,4875 0,975 31,25 62.5
Fluconazol 3,91 7,81 7,81 15.63
Itraconazol 0,24 0,4875 125 250
TABELA 2 – Concentração Inibitória Mínima
(CIM) dos antifúngicos testados frente aos
isolados clínicos de Cryptococcus neoformans em Sergipe.
54
5
Anfotericina B 0,4875 0,975 3,91 7.81
Terbinafrina <= 0.24 0,243 0,4875
0.97
5-Fluorocitosina <= 0.24 0,4875 1,95 3.91
Fluconazol 7,81 7,81 7,81 15.63
Itraconazol 1,95 3,91 62,5 125
6
Anfotericina B <= 0.24 0,4875 1,95 3.91
Terbinafrina 0,4875 0,975 1,95 3.91
5-Fluorocitosina 1,95 3,91 7,81 15.63
Fluconazol 1,95 3,91 3,91 7,81
Itraconazol 0,4875 0,975 62,5 125
7
Anfotericina B 0,4875 0,975 1,95 3.91
Terbinafrina 0,4875 0,975 1,95 3.91
5-Fluorocitosina 0,4875 0,975 1,95 3.91
Fluconazol 3,91 7,81 15,63 31.25
Itraconazol <=0,243 <=0,243 62,5 125
8
Anfotericina B 0,24 0,4875 3,91 7.81
Terbinafrina <=0,243 0,4875 1,95 3.91
5-Fluorocitosina 0,24 0,4875 1,95 3.91
Fluconazol 1,95 3,91 7,81 15.63
Itraconazol <=0,243 0,975 62,5 125
9
Anfotericina B 31,25
5,26
62,5
521
Terbinafrina 31,25
5,26
62,5
521
5-Fluorocitosina 0,4875 0,975 125
052
55
Fluconazol 62,5 62,5 125 125
Itraconazol 62,5 62,5 125 125
10
Anfotericina B 3,91 7,81 7,81 15,63
Fluconazol 0,243 0,4875 7,81 15,63
Itraconazol <=0,243 0,4875 1,95 3,91
Miconazol <=0,243 0,4875 15,63 31,25
Cetoconazol 0,243 0,4875 7,81 15,63
11
Anfotericina B 15,63 31,25 31,25 62,5
Fluconazol 62,5 125 125 250
Itraconazol 0,24 0,4875 0,4875
0,975
Miconazol 1,95 3,91 3,91 7,81
Cetoconazol 3,91 7,81 7,81 15,63
12
Anfotericina B 7,81 15,63 15,63 31,25
Fluconazol 0,975 1,95 1,95 3,91
Itraconazol 3,61 7,81 7,81 15,63
Miconazol 0,975 1,95 1,95 3,91
Cetoconazol 0,975 1,95 1,95 3,91
13
Anfotericina B 3,91 7,81 7,81 15,63
Fluconazol 0,975 1,95 1,95 3,91
Itraconazol 0,24 0,4875 0,4875
0,975
Miconazol 0,975 1,95 1,95 3,91
Cetoconazol 0,24 0,4875 0,4875
0,975
ATCC 32608
Anfotericina B 0,243
342,0
0,243 0,48
Terbinafrina 0,243 0,4875 1,95 3,91
5-Fluorocitosina 0,243
342,0
15,63 31,25
56
Fluconazol 15,63 31,25 31,25 62,5
Itraconazol 3,91 7,81 7,81 15,63
Na Tabela 02 é demonstrado que as amostras de Cryptococcus
neoformans apresentam alto valor de concentração inibitória mínima,
principalmente na CIM 90%, para anfotericina B. Esses resultados evidenciam
a alta resistência destas cepas clinicas para justamente à droga de escolha no
combate a criptococose.
Vale destacar que a amostra nove apresenta resistência a todos os
antifúngicos não azólicos (MIC >250µg/µL).
Esses dados corroboram aqueles obtidos por Soares et al (2003) que
registraram alta atividade da terbinafrina contra o fungo, embora em
concentrações maiores em comparação àquelas requeridas pelos azólicos em
geral.
Observa-se na Tabela 02 uma resistência dose dependente para os
agentes azólicos, principalmente para o fluconazol. Este antifúngico é usado
em conjunto com a anfotericina B para pacientes imunodeprimidos ou que
sofrem com os efeitos da anfotericina B.
De acordo com o NCCLS (2002) os agentes antifúngicos podem ser
considerados como agente fungicida ou fungistático. Para a anfotericina B,
quando os valores de MIC detectados no teste enquadram o agente somente
como sensível ou resistente, infere-se que a ação da anfotericina B é fungicida.
Quando agindo como fungistático, podem ser encontrados valores que
caracterizam a sensibilidade dose dependente. Para este antifúngico uma cepa
é considerada sensível quando apresenta valores de CIM 1µg/mL. Enquanto
que para ser considerada uma cepa resistente deve apresentar valores de CIM
1µg/mL.
57
Para o fluconazol, uma cepa considerada sensível (S) deve apresentar
um CIM 8µg/mL; sensível dose dependente (SDD) entre 16 e 32µg/mL e
resistentes (R) valores 64µg/mL. Para itraconazol, CIM 0,125µg/mL
caracteriza as cepas sensíveis (S), entre 0,25 e 0,5µg/mL caracteriza a
sensibilidade dose dependente (SDD) e valores 1µg/mL caracterizam as
cepas resistentes (R). Para o cetoconazol o NCCLS não especifica valores de
sensibilidade e resistência e apenas indica que as concentrações inibitórias
mínimas variam entre 0,03 e 16µg/mL.
Para a 5-fluorocitosina as cepas são consideradas sensíveis (S) quando
apresentam valores 4µg/mL; para esse grupo de fármacos não existem
valores de sensibilidade dose dependente, mas sim valores intermediários (I)
que está entre 8 e 16µg/mL. A cepa é considerada resistente (R) quando
apresenta valores 32µg/mL.
De acordo com os resultados obtidos neste trabalho e comparando-se
com o padrão de valores sugerido pelo documento NCCLS M27-A2 (2002), as
amostras um, dois e três apresentaram sensibilidade para a anfotericina B. Já o
restante das amostras (77%) apresentou valores que as caracterizam como
cepas resistentes. Para a 5-fluorocitosina nenhuma amostra apresentou
valores resistentes, apenas as amostras cinco e seis apresentaram valores
intermediários.
Para os azólicos, as amostras nove e 11 apresentaram resistência ao
fluconazol porem, 77% das amostras restantes, com exceção apenas da
amostra seis (variedade gatti), apresentaram valores relacionados à
sensibilidade dose dependente, o que configura um aspecto preocupante na
utilização desta droga. Este resultado reforça o comportamento diferenciado e
mais virulento relacionado à variedade gatii como afirmaram Speed et al (1995)
e Peach et al (1998). Peetermans et al (1993) relataram a ocorrência de
resistência em um paciente AIDS infectado com a variedade gatti.
58
Os valores obtidos para itraconazol causam preocupação, que
nenhuma das amostras analisadas apresentou valores relacionados aos
padrões de sensibilidade. Apenas as amostras um, 11 e 13 apresentaram
sensibilidade dose dependente. O restante das amostras (77%) apresentou
valores que as classificam como resistentes. Com relação ao cetoconazol
todas as amostras analisadas foram consideradas sensíveis, dose dependente.
Anfotericina B e outros poliênicos agem ligando-se ao ergosterol da
membrana celular do fungo inibindo conseqüentemente a formação das
enzimas da biossíntese do ergosterol, a citocromo P-450 dependente e a 14α
esterol dimetilase (P450-DM). Quando cepas apresentam resistência a
anfotericina B isso se deve a alterações na biossíntese dos lipídeos de
membrana como também a interrupção dos fosfolipídios da membrana
plasmática (DICK et al., 1980).
os azólicos atuam exclusivamente na inibição da P450-DM que
resulta na inibição do ergosterol e aumento na concentração da 24 α metil
esterol causando grande inibição na formação das células fúngicas. Como
também nos poliênicos, um mecanismo comum de resistência é a mudança na
composição do esterol nas membranas da célula fúngica (HITCHCOCK, 1993).
Kerridge et al (1990) afirmaram que a existência de cepas resistentes a
anfotericina B está relacionada com o tratamento prévio com derivados
azólicos que afeta a membrana celular (redução da síntese do ergosterol)
podendo provocar a seleção de mutantes.
Joseph-Horne et al (1996) reportaram poucos casos de resistência a
anfotericina B na era SIDA. Enquanto que Orni-Wasserlauf et al (1999)
relataram que cepas fluconazol resistentes isoladas de pacientes
imunodeprimidos ocorrem de forma mais comum, o que serve de alerta já que
em pacientes com SIDA esta droga tem sido combinada com a anfotericina B.
59
Isolados do Rio Grande do Sul demonstraram pouca susceptibilidade
aos antifúngicos com valores baixos de CIM (VAINSTEIM et al., 2001),
enquanto resultados obtidos por Fraznot et al., (2001) com isolados de Minas
Gerais sugeriram uma certa resistência aos azólicos em especial ao fluconazol.
Em outros isolados de Minas Gerais (MORAES et al., 2003), foi
detectada grande ocorrência de amostras com resistência dose dependente
além de variabilidade nas leituras de 24 e 48 horas. Esses dados foram
também registrados neste trabalho e reforça a idéia de que os testes ainda
estão em fase de padronização. O documento NCCLS M 27-A (2002) indicou
uma leitura máxima em 72 horas.
Em um trabalho realizado por Diaz et al. (2003) com amostras de São
Paulo, registrou perfil de sensibilidade diferenciado: ocorrência de resistência
apresentada por um isolado ambiental frente a 5- Fluorocitosina, um isolado
clínico frente ao Fluconazol, um isolado ambiental frente ao Voriconazol, dois
isolados ambientais e um isolado clínico frente a Anfotericina B.
Armengou et al (1996) citaram altas taxas de CIM para os azólicos, em
especial para o fluconazol, fato que tem sido associado à falta de resposta do
fluconazol em pacientes imunodeprimidos. Devido a isso novos agentes
triazólicos tem sido pesquisado como voriconazol e posaconazol além da
utilização de anfotericina B combinada com outros produtos como substancias
lipossolúvel (Viviane et al., 1998). Nesse sentido, Pfaller et al (1999)
apresentaram as maiores taxas de resistência de Cryptococcus neoformans, 12
a 40%.
Yamazumi et al (2003) sugeriram a existência de clones
heteroresistentes, fruto de uma seleção rápida de fenótipos resistentes sob
exposição ao fluconazol. Isso reforça a necessidade do desenvolvimento de
métodos apropriados para não a detecção de resistência, mas a
60
determinação de clones heteroresistentes de Cryptococcus neoformans frente
aos agentes antifúngicos.
Silveira et al (2004) ressaltaram a relação existente entre melanização e
baixa susceptibilidade de Cryptococcus neoformans, principalmente frente a
anfotericina B. Segundo esses autores ocorre uma taxa maior de sobrevincia
de cepas produtora de colônias melanizadas. In vitro a melanização foi
associado com a resistência microbiana, esse efeito acontece devido à
oxidação do sistema imunológico do hospedeiro alterando a composição dos
peptídeos microbicidas e principalmente ao agente antifúngico anfotericina B
(CASADEVALL, 2000).
Dados apresentados por Revankara et al (2004) evidenciaram a relação
entre o gene ERG11 e a resistência aos agentes azólicos mostrando que a
regulão desse gene caracteriza um perfil resistente de Cryptococcus
neoformans frente aos agentes azólicos. Esses autores ainda não obtiveram
resultados que confirmem a mesma relação com os novos azólicos.
Estes resultados sugerem que se faz necessário ampliar as opções de
técnicas disponíveis para a determinação da resistência antimicrobiana de
Cryptococcus neoformans pela associação da determinação da CIM, com
outros métodos como o E TEST e através da identificação e seqüenciamento
de genes de resistência. Com dados seguros acerca do perfil de sensibilidade
e resistência, associados ao conhecimento dos genes envolvidos, será possível
realizar um estudo epidemiológico de qualidade e assim, elucidar a dinâmica
local da relação ambiente-fungo-paciente.
61
5.4 CONCLUSÃO
Os isolados clínicos de Cryptococcus neoformans isolados no Estado de
Sergipe apresentaram valores altos de concentração inibitória mínima CIM
para os agentes antifúngicos testados, o que simboliza alta taxa de resistência
principalmente a Anfotericina B e ao Fluconazol, dado que pode ser
correlacionado com os dados clínicos.
62
REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS
ALEXANDER, B.D.; PERFECT, J.R. Antifungal resistance trends toward the
year 2000. implications for therapy and new approaches. Drugs. V. 54. p. 657-
78. 1997.
ARMENGOU, A.; PORCAR, C.; MASCARO, J.; GARCIA- BRAGADO, F.
possible development of resistance to fluconazole during suppressive therapy
for AIDS associated cryptococcal meningitis. Clin. Infect. Dis. v. 23. p. 1337-
38, 1996.
CASADEVALL, A.; PERFECT, J.R. Cryptococcus neoformans. Washington:
American Society for Microbiology, 1998.
CASADEVALL, A.; ROSASA, B. A. L.; NOSANCHUKC, J. D. Melanin and
virulence in Cryptococcus neoformans. Curr. Opi. Microbio.V. 3. p. 354-358.
2000.
DIAS, A.L.T.; GANDRA, R.F.; MATSUMOTO, F.E.; CRUZ, M.V.N.; AULER,
M.E.; MELHEM, M.S.C.; SIQUEIRA, A.M.; PAULA, C.R. Avaliação do método
da microdiluição (“NCCLS-like”) no teste de sensibilidade de isolados clínicos e
ambientais de Cryptococcus neoformans a cinco drogas antingicas. In: XXII
63
Congresso Brasileiro de Microbiologia. Anais... Florianópolis: Sociedade
Brasileira de Microbiologia, 2003. CD.
DICK, J.W.; MERZ; SARAL, R. Incidence of polyene resistant yeast
recovered from clinical specimes. Antimicrob. Agents. Chemother. V. 18. p.
158-63, 1980.
DROUHET, E. Milestones in the history of Cryptococcus and Cryptococcosis. J.
Med. Mycol. v.7. p. 10-28, 1997.
DUPONT, B. Azole antifungal agents: emerging and inherent resistance. Curr.
Opin. Infect. Dis. v. 8.p. 424-27, 1990.
ESPINE-INGROFF, A. Clinical relevance of antifungal resistance. Infect. Dis.
Clin. V.44. p. 929-44, 1997.
ESPINE-INGROFF, A.; BARCHIESI, F.; HAZEN, K.C.; MARTINEZ-SUAZREZ,
J.V. SCALISE, G. Standardization of antifungal susceptibility testing and clinical
relevance. Med. Mycol. V. 36. p. 68-78, 1998.
FRAZOT, S.P.; HANDAM, J.S. In vitro susceptibilities of clinical and
environmental isolates of Cryptococcus neoformans to five antifungal drugs.
Antimicrob. Agents. Chemother. V. 40. p. 822-24, 1996.
HITCHCOCK, C. Resistance of Candida albicans to azole antifungal agents.
Biochem. Soc. Trans. V. 21. p. 1039-1047, 1993.
JOSEPH-HORNE, T.; LOEFLER, R.S.T.; HOLLOMON, D.W.; KELLY, S.L.
Amphotericin B resistant isolates of Cryptococcus neoformans without alteration
in sterol biosysnthesis. J. Med. Vet. Mycol. V. 34. p. 223-25, 1996.
64
KERRIDGE, D.; BOSSCHE, H.V. Handobook of experimental
pharmacology: chemoterapy of fungal disease. Berlim: Springer Verlag, 1990.
KWON-CHUNG, K.J.; BENNETT, J.E. Medical Mycology. Philadelphia: Lea &
Febiger, 1992. 446p.
LISTEMANN, H.; MEIGEL, W. HIV-assoziierte mykosen. Mycoses. v. 38. p. 40-
4, 1995.
MITCHELL, T.G.; PERFETC, JR. Cryptococcosis in the era of AIDS 100
years after the discovery of Cryptococcus neoformans. Clin. Microbiol. Rev. v .
8. p. 515- 48, 1995.
MORAES, E.M.P.; PRÍMOLA, N.S.; HANDAM, J.S. Antifungal susceptibility of
clinical and environmental isolates of Cryptococcus neoformans to four
antifungal drugs determined by two techniques.Mycoses. v. 46. p. 164-68,
2003.
NATIONAL COMMITEE FOR CLINICAL LABORATORY STANDARDS.
Reference method for both diluition antifungal susceptibility testing of
yeast. Approved standard M-27A.Villanova: NCCLS, 2002.
ORNST-WASSERLAUF, R.; IZKHAKOV, E.; SIEGMAN-IGRA, Y. Fluconazole
resistant Cryptococcus neoformans isolated from an immunocompetent patient
without prior exposure to fluconazole. Clin. Infect. Dise.V. 29. p. 1592-93,
1999.
PEACH, P.R.; PHARM, D.; PAUL, O.The association between cryptococcal
variety and imunnocompetent hosts. Pharmacotherapy. V. 18. p. 255-64,
1998.
65
PEETERMANS, S.W.; BOBBAERS, H.; VERHAEGEN, J.; VANDEPITTE, J.
Fluconazole resistant Cryptococcus neoformans var. Gatti in an AIDS patient.
Acta. Clin. Belg. V. 48. p. 405-09, 1993.
PFALLER, M.A.; ZHANG, J.; MESSER, S.A. In vitro activities of voriconazole,
fluconazole and itraconazole against 566 clinical islates of Cryptococcus
neoformans from the United States and Africa. Antimicrob. Agents.
Chemother. V. 43. p. 169-71, 1999.
REVANKARA, S.G. ; FUA, B, 1, J.; RINALDIB, M.G.; KELLYC, S.L.; KELLYC,
D.E.; LAMBC, D.C.; KELLERA, S.M.; AND WICKESA, B.L. Cloning and
characterization of the lanosterol 14α-demethylase (ERG11) gene in
Cryptococcus neoformans. Biochem. Biophy. Resea. Commun. V. 324, p.
719-728, 2004.
REX, J. et al. Developmente of interpretive breakpoints for antifungal
sussceptibility testing: conceptual framework and analysis of in vitro in vivo
correlation data for fluconazole, itraconazol and Candida infections. Clin.
Infect. Dis. v. 24. p. 235-47, 1997.
RIPPON, J.W. Medical Mycology. In: The pathogenic fungi and pathogenic
actinomycetes. New York: W.B. Saunders, 1988. p. 582-609.
ROSENBAUM, R.; GONÇALVES, A.J.R. Clinical epidemiological study of 171
cases cryptococcosis. Clin. Infect. Disea. v . 18. p. 369-80, 1994.
SILVEIRA, C.; SCHEID, L.; LINARES, C.R.B.; NASCENTE, P.; SANTUÁRIO,
J.M.; MEIRELES, M.; ALVES, S.H.In: IV Congresso Brasileiro de Micologia.
Anais... Ouro Preto: Sociedade Brasileira de Micologia, 2004. 113p.
66
SLAVOSKI, L.A.; TUNKEL, A.R.. Therapy of fungal meningitis. Clin.
Neuropharmacol. V. 18. p. 95-112. 1995.
SOARES, B.M.; RAMIREZ-ARRIETA, E.I.; DUARTE, E.R.; FIGUEIREDO,
V.H.T.; SANTOS, D.A.; HAMDAN, J.S. Comparação entre a atividade de
terbinafina e itraconazol in vitro para 30 amostras de Cryptococcus neoformans
var. gattii. In: XXII Congresso Brasileiro de Microbiologia. Anais…
Florianópolis: Sociedade Brasileira de Microbiologia, 2003.
SPEED, B.; DUNT, D.; Clinical and host differences between infection with the
two varietes of Cryptococcus neoformans. Clin. Infect. Dis. v. 21. p. 28-34,
1995.
VAINSTEIN, M.H.; CASALI, A.K.; LUBECK, L.; COSTA, J.M.; OLIVEIRA, L.T.;
ALVES, S.H. in vitro susceptibility to fungal antifungal agents of clinical and
envieronmental Cryptococcus neoformans isolated in Souther of Brazil. Rev.
Inst. Med. Trop. V. 43. p. 267-70, 2001.
VIVIANE, M.A.; MARIE, S.D.; GRAYBILL, J.R. YAMAGUCHI, H.; ANAISSIC,
E.; CAILLOT, D. New approaches to antifungal chemotherapy. Med. Mycol. V.
36. p. 194-206p., 1998.
YAMAZUMI, T.; PFALLER, M.A.; MESSER, S.A.; HOUSTON, A.K.; BOYKEN,
L.; HOLLIS, R.J.; FURUTA, I.; JONES, R.N. Characterization of
heteroresistance to fluconazole among clinical isolates of Cryptoccoccus
neoformans. J. Clin. Microbiol. V. 41. p. 267-72, 2003.
67
CAPÍTULO 04
Memória do Instituto
Oswaldo Cruz
ISSN 0074-0276
68
ARTIGO 3
IDENTIFICAÇÃO DO MATING TYPE DE ISOLADOS CLÍNICOS DE
Cryptococcus neoformans, PELA REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE
PCR
RESUMO
O Cryptococcus neoformans é um fungo oportunista que desencadeia
meningite tanto em pacientes imunocompetentes como em pacientes gidos.
O ciclo de vida de Cryptococcus neoformans envolve uma fase anamorfa
(leveduriforme, presente tanto na natureza quanto em espécimes clínicos) e
uma teleomorfa (filamentosa, ausente em espécimes clínicos), com formação
de basidiósporos, indicando que o estado sexual do fungo existe na natureza.
Os basidiósporos o dispersos no ar e podem atingir os pulmões. A
reprodução sexual de ambas variedades de Cryptococcus neoformans tem sido
observada sob condições laboratoriais. Conjugações entre os tipos sexuais
(mating types) MAT α e MAT a, resultam na formação de micélio dicariótico,
com a presença de basídios, seguida por meiose com formação de
basidiósporos que germinam na forma de levedura. Esses tipos sexuais
também estão relacionados aos aspectos da viruncia sendo o MATα se
apresenta como o mais virulento e também mais freqüente. Este trabalho tem
como objetivo determinar o tipo sexual mating type de isolados clínicos de
Cryptococcus neoformans através da Reação em Cadeia da DNA Polimerase
(PCR) em Sergipe. As cepas são pertencentes do banco de linhagens do
Laboratório de Microbiologia Aplicada da Universidade Federal de Sergipe. 13
amostras de Cryptococcus neoformans a partir do líquor de pacientes com
meningite infecciosa em Sergipe durante o período de 2001 e 2004. Os
procedimentos laboratoriais relacionados a biologia molecular (extração de
69
DNA e realização da PCR) seguiu como referência Chatuverdi et al. (2000).
Todas as amostras de Cryptococcus neoformans testadas, tanto aquelas
pertencentes à variedade neoformans como gattii são matting type a,
considerado de maior virulência.
Palavras-chaves: Cryptococcus neoformans; tipo sexual; MAT; alpha mating
type
70
6.1 INTRODUÇÃO
O Cryptococcus neoformans é um fungo oportunista que desencadeia
meningite e acomete mais freqüentemente pacientes imunodeprimidos (CD4 <
100 cels/mm³) embora recentemente venha ocorrendo em pacientes
imunocompetentes (PINNER et al., 1995; POWDERLY et al., 1996).
O ciclo de vida de Cryptococcus neoformans envolve uma fase
anamorfa (leveduriforme, presente tanto na natureza quanto em espécimes
clínicos) e uma teleomorfa (filamentosa, ausente em espécimes clínicos), com
formação de basidiósporos, indicando que o estado sexual do fungo existe na
natureza. Os basidiósporos são dispersos no ar e podem atingir os pulmões
(ELLIS; PFEIFFER, 1990). A reprodução sexual de ambas variedades de
Cryptococcus neoformans tem sido observada sob condições laboratoriais.
Conjugações entre os tipos sexuais (mating types) MAT α e MAT a, resultam
na formação de micélio dicariótico, com a presença de basídios, seguida por
meiose com formação de basidiósporos que germinam na forma de levedura
(KWON-CHUNG et al., 1992).
O “mating type” tem sido postulado como um fator de virulência e
sugere-se que o mating type α é mais virulento e comum em amostras clínicas
(KWON-CHUNG et al., 1992).
Detectou-se a ocorrência natural do estagio sexual de Cryptococcus
neoformans no seu habitat natural como fezes de pombo e oco de arvore viva
mostrando que a levedura apresenta a fase sexual no seu desenvolvimento
natural no ecossistema (SWUINNE et al.; 1992).
Este trabalho tem como objetivo determinar o tipo sexual mating type de
isolados clínicos de Cryptococcus neoformans através da Reação em Cadeia
da DNA Polimerase (PCR) em Sergipe.
71
6.2 MATERIAL E MÉTODO
6.2.1 Amostras de Cryptococcus neoformans
As cepas são pertencentes do banco de linhagens do Laboratório de
Microbiologia Aplicada da Universidade Federal de Sergipe. 13 amostras de
Cryptococcus neoformans a partir do líquor de pacientes com meningite
infecciosa em Sergipe durante o período de 2001 e 2004.
Cabe ressaltar que cada isolado clinico gerou uma cepa discriminada e
identificada, porém, após a semeadura, cada colônia foi subcultivda e
identificada como cepas individuais da mesma amostra. Tal metodologia
permitiu obter uma análise através da variabilidade intracolonial de cada cepa
isolada podendo verificar algum caso de conjugação entre colônias com
estagio sexual diferente.
Como cepas controle, foram utilizadas as amostras padrão ATCC 28957
(matting type α) e ATCC 28958 (matting type a) respectivamente, fornecidas
pelo Laboratório de Micologia Ambiental do Instituto Evandro Chagas da
Fundação e Instituto Osvaldo Cruz Rio de Janeiro. Todas as amostras foram
cultivadas em YM Agar (Yeast modified Agar) e incubadas à 25ºC durante 48
horas. Os procedimentos laboratoriais relacionados a biologia molecular
(extração de DNA e realização da PCR) seguiu como referência Chatuverdi et
al. (2000).
6.2.2 Presença e integridade do DNA fúngico extraído
O material extraído (DNA fúngico) de cada amostra foi colocado em gel de
agarose a 1,6%, numa corrida de eletroforese utilizando tampão de corrida TBE
1x (0,89M Tris, 0,89M Borato e 0,02M EDTA pH 8,4) em 70V por uma hora. O
resultado da corrida foi visualizado num transluminador 110V com brometo de
72
etídio 4µL. Utilizou-se marcador molecular de 100pb e 3µL de corante orange
para realizar o contraste do DNA extraído.
A concentração do DNA extraído foi verificada em espectrofotômetro
(Amersham pharmacia biotech Gene Quant Pro) a 260nm. Para tanto o DNA
extraído foi diluído com água ultrapura para uma concentração final de
20ng/µL. O DNA foi estocado a –20ºC.
6.2.3. A reação da PCR
Para a reação da PCR foram utilizados os seguintes “primers” de acordo
com Chatuverdi et al. (2000).
- MAT α 1 (senso): 5 3’ : CTT CAC TGC CAT CTT CAC CA
- MAT α 2 (antisenso): 5’ 3’: GAC ACA AAG GGT CAT GCC A
- MAT a 1 (senso): 5’ 3’: CGC CTT CAC TGC TAC CTT CT
- MAT a 2 (antisenso): 5’ 3’: AAC GCA AGA GTA AGT CGG GC
Foi utilizado um ciclo térmico para amplificação do DNA alvo da seguinte
forma: 1 ciclo de 95ºC por 3 minutos; 30 ciclos: de 94ºC, 57,5ºC e 72ºC por 1
minuto cada. Finalizando com 1ciclo de 72ºC por 7 minutos.
A reação de PCR foi padronizada para um volume final de 25µL. Em
todos os tubos foi colocado 5µL do DNA template (DNA extraído) numa
concentração de 20ng/µL; 6,25µL de tampão com DNTP (280µL de água
ultrapura, 200µL de tampão 10x e 20µL de DNTP a 2mM); 1,5µL de MgCl
2
;
1,25µL do primer senso; 1,25µL do primer antisenso; 0,25µL de Taq DNA
polimerase e 9,5µL de água ultrapura estéril. Toda a reação foi realizada em
capela especifica para PCR sanitizada.
73
6.2.4 Corrida eletroforética do produto de PCR
O material amplificado realizou uma corrida em cuba de eletroforese
100V por uma hora em gel de agarose 2%. Colocaram-se 3µL de orange com
17µL do produto de PCR para auxiliar no contraste. Foi utilizado marcador
molecular de 100 e 50pb. Os produtos da PCR foram visualizados com
brometo de etídio em transluminador de 110V.
6.2.5 Análise dos produtos de PCR
As bandas, que apresentaram um tamanho de 117pb foram identificadas
como “mating typea. bandas que apresentaram tamanho de 101pb foram
identificadas como mating type” α. As comparações de tamanho foram
baseadas nas cepas padrão corrido em paralelo às amostras clinica ATCC
28958 matting type” a e ATCC 28957 matting type α. Na ultima canaleta foi
colocado o branco (reação da PCR sem os “primers”).
6.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A extração de DNA fúngico produziu um material limpo com pouco rastro
(contaminação com DNA estranho e/ou proteínas) com exceção das amostras
sete, 12 e 13, mas nada que interferiu na realização da PCR.
Nas Figuras 01 e 02 observa-se o produto de PCR. Nas canaletas
números 1 e 20 está o marcador molecular de 100pb; após o marcador
molecular sempre na primeira canaleta, pode-se observar o material
amplificado pelo primer” MAT α e logo em seguida pelo “primer” MAT a. Em
ambas as canaletas a mesma amostra.
.
74
50 pb
Primer
α
Primer
a
Branco
1a b 2a b 3a b 4a b 5a b 6a b 7a b 8a b 9 1a b 2a b 3a b 4a b 5a b 6a b 7a b 8a b 9
Figura 1
Resultado da PCR para detecção do est
ágio sexual de
Cryptococcus
neoformans
isolados clínicos em Sergipe no período de 2001 a 2004, amostras de
1 a 9.
75
As Figuras 1 e 2 observam-se que todas as amostras de Cryptococcus
neoformans testadas, tanto aquelas pertencentes à variedade neoformans
como gattii são matting type α, considerado de maior virulência. Isto corrobora
com o comportamento dessas cepas frente aos agentes antifúngicos (dados
não publicados) e com os dados clínicos.
Estudo realizado por Fortes et al (2001) realizado com amostras clínicas
e ambientais de Roraima, no Norte do Brasil, também apresentaram baixa
diversidade do tipo sexual. Nessas amostras, os isolados ambientais todas
Figura 2
Resultado da PCR para detecção do estágio sexual de
Cryptococcus
neoformans
isolados clínicos em Sergipe no período de 2001 a 2004, amostras 10
a 13 alem dos padrões.
MAT a - 117pb
ATCC 28958
Branco
MAT α - 101pb
ATCC 28957
50pb
10 11 12 13 13D
76
foram MAT α e isolados clínicos: 10 amostras foram MAT α e apenas 1
amostra foi MAT a. Esta cepa, através do teste de cruzamento in vitro, revelou
autofertilidade.
Outro trabalho realizado com amostras do Estado de São Paulo
(MATSUMOTO et al., 2003) demonstrou que a ocorrência do tipo MAT α, em
todas as amostras analisadas, o que corrobora com os dados aqui
apresentados. Pereira et al (2004) com amostras do Estado de Minas Gerais
também obtiveram um grande percentual de matting type α (88 %) contra
apenas 12% heterozigotos. Fraser et al (2003); Halliday et al (1999) e Kwon-
Chung et al (1978) relataram que em 95% dos casos de criptococose os
isolados apresentaram frutificação haplóide do tipo matting type α.
Martins et al (2004) mostraram resultados do Meio-Norte do Brasil nos
quais o matting type α foi detectado em 85 amostras, nenhum matting type a foi
detectado e em 5 isolados, e a seqüência do gene do feromônio não foi
detectada pelos primers utilizados. Estes resultados sugeriram um melhor
estudo relacionado ao desenho dos primers. Essas amostras circulam em uma
região endêmica para a criptococose no Brasil e apresentaram as mesmas
características apresentadas pelas amostras isoladas neste trabalho.
Wicles et al (1996) citaram que os “matting type” α produzem propágulos
infecciosos com diâmetro de 3µm ou até menos e formação de psulas com
pequena espessura. Segundo estes autores, tais características o
fundamentais na capacidade de resistência desse propágulo ao dessecamento
e favorece o escape dos mecanismos de defesa do hospedeiro, o que facilitou
a invasão e conseqüentemente a infecção pelo Cryptococcus neoformans.
Através da PCR, Chatuverdi et al. (2000) encontraram amostras tanto
MAT a como MAT α. Neste mesmo trabalho foram encontradas apenas duas
amostras positivas para MAT a enquanto que 53 amostras apresentaram
77
positividade para MAT α, relação que está em acordo com os dados deste
trabalho.
Tscharkea et al (2003) estabeleceram que a frutificação hapide em
Cryptococcus neoformans não é exclusivo do sistema MAT e até o momento
não se tem nenhuma evincia da associação genética entre o tipo de
acoplamento no cruzamento e a frutificação haplóide. A frutificação haplóide
serve como um mecanismo da sobrevivência para a levedura na natureza e em
espécimes clínicos.
Macedo et al (2001) relataram a ocorrência de Cryptococcus
neoformans no “habitat” de tatu no Nordeste do Brasil de ambos tipos sexuais.
Os resultados deste trabalho induz a novos desdobramentos com
relação à frutificação e recombinação das amostras clinicas aqui trabalhadas
com vistas na verificação da diversidade molecular dessas cepas e sua relação
com as características fenotípicas.
6.4 CONCLUSÃO
Todas as cepas circulantes de Cryptococcus neoformans, isolados do
líquor de pacientes com meningite infecciosa em Sergipe no período de 2001 a
2004 pertencem ao matting type α .
78
REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS
C.L. HALLIDAY, T. BUI, M. KROCKENBERGER, R. MALIK, D.H. ELLIS AND
D.A. CARTER, Presence of alpha and a mating types in environmental and
clinical collections of Cryptococcus neoformans var. gattii strains from Australia.
J. Clin. Microbiol. V. 37. p. 2920–2926. 1999
CHATUVERDI, S.; RODEGHIER, B.; FAN, J.; McCLELLAND, C.M.; WICLES,
B.L.; CHATUVERDI, V. Direct PCR of Cryptococcus neoforms MAT α and MAT
a pheromones to determine matting type, ploidy and variety: a tool for
epidemiological and molecular pathogenesis studies. J. Clin. Microbiol. V. 38.
p. 2007-09, 2000.
ELLIS, D.H.; PFEIFFER, T.J.; Ecology, life cicle and infectious propagule of
Cryptococcus neoformans. Lancet. v .36. p. 923-25, 1990.
FORTES, S.T.; TRILLES, L.; FERREIRA, G.V.; LAZÉRA, M.S.; WANKE, B.
Evidencia de Filobasidiella neoformans var. bacillispora em arvore nativa da
Amazônia. In: III Congresso Brasileiro de Micologia. Anais... Águas de Lindóia:
Sociedade Brasileira de Micologia, 2001. 110p.
FORTES, S.T.; TRILLES, L.; NEVES, M.A.; FERREIRA, G.S.; LAZÉRA, M.S.;
WANKE, B. Sexualidade de Cryptococcus neoformans de origem clinica e
ambiental em área urbana, Roraima, Brasil. In: III Congresso Brasileiro de
79
Micologia. Anais… Águas de Lindóia: Sociedade Brasileira de Micologia, 2001.
111p.
FRASER, J.A.; SUBARAN, R.L.; NICHOLS, C.B.; HEITMAN, J. Recapitulation
of the sexual cycle of the primary fungal pathogen Cryptococcus neoformans
var. gattii: implications for an outbreak on Vancouver Island, Canada. Euk. Cell.
V. 2. p. 1036–45, 2003.
FRAZOT, S.P.; SALKIN, I.F.; CASADEVALL, A. Cryptococcus neoformans var.
grubii: separate varietal status for Cryptococcus neoformans serotype A
isolates. J. Clin. Microbiol. V. 37. p. 838-40, 1999.
HALLIDAY, C.L.; BUI, T.; KROCKENBERGER, M.; MALIK, R.; ELLIS, D.H.;
CARTER, D.A. Presence of α and a mating type in environmental and clinical
collectios of Cryptococcus neoformans var. gattii strains from Australia. J. Clin.
Microbiol. V. 37. p. 2920-26, 1999.
K.J. KWON-CHUNG AND J.E. BENNETT, Distribution of alpha and a mating
types of Cryptococcus neoformans among natural and clinical isolates. Am. J.
Epidemiol. V. 108. p. 337–340. 1978.
K.J. KWON-CHUNG, T. BOEKHOUT, J.W. FELL AND M. DIAZ, (1557)
Proposal to conserve the name Cryptococcus gattii against C. hondurianus and
C. bacillisporus (Basidiomycota, Hymenomycetes, Tremellomycetidae).
TAXON. V.51. p. 804–806, 2002.
KWON-CHUNG, K.J.; BENNETT, J.E. High PREVALence of Cryptococcus
neoformans var. Gatti in tropical and subtropical regions. Zbl. Bakt.Hyg. v.
257. p. 213-18, 1984.
80
MACEDO, R.C.L.; TRILLES, L.; EULÁLIO, K.D.; CAVALCANTI, M.A.S.;
MORAES, L.O.; LAZÉRA, M.S.; WANKE, B. Cryptococcus neoformans
sorotipos A e D em habitat de tatu no Nordeste do Brasil. In: III Congresso
Brasileiro de Micologia. Anais... Águas de Lindóia: Sociedade Brasileira de
Micologia, 2001. 111p.
MARTINS, L.M.S.; LAZÉRA, M.S.; LEAL, M.J.S.; MOBIM, M.; CAVALCANTI,
M.A.S.; EULÁLIO, K.D.; TRILLES, L.; MORALES, B.P.; WANKE, B.
Criptococose em crianças e adolescentes com imunidade preservada no meio-
norte do Brasil In: IV Congresso Brasileiro de Micologia. Anais... Ouro Preto:
Sociedade Brasileira de Micologia, 2004. 107p.
MATSUMOTO, M.T.; FUSCO-ALMEIDA, A.M.; BAEZA, L.C.; KLENNER,
A.A.P.; MELHEM, M.S.C.; MENDES-GIANNINI M.J.S. Genotipagem,
sorotipagem e determinação do mating type de Cryptococcus neoformans de
diferentes cidades do Estado de São Paulo. In: XXII Congresso Brasileiro de
Microbiologia. Anais... Florianópolis: Sociedade Brasileira Microbiologia, 2003.
PEREIRA, M.G.A.G.; DIAS, A.L.T.; PAULA, C.R.; SIQUEIRA, A.M.; FRANCO,
M.C. Caracterizaçao molecular de isolados ambientais de Cryptococcus
neoformans. In: IV Congresso Brasileiro de Micologia. Anais…Ouro Preto:
Sociedade Brasileira de Micologia, 2004. 105p.
PINNER, R.W.; HAJJEH, R.A.; POWERDELY, W.G. Prospects for preveting
cryptococcosis in person infected with human immunodeficiency virus. Clin.
Infect. Dis. v. 21. p. 103-7, 1995.
SWUINNE, D.; BAUWENS, L.; DESMET, P. Mores information about the
natural habitat of Cryptococcus neoformans. ISHAM Newsletter. V. 60. p. 4,
1992.
81
TSCHARKEA, R. L.; LAZÉRA, M.S.; CHANGA, B.Y.C; WICKES, B. L. C.;
KWON-CHUNG, K. J. Haploid fruiting in Cryptococcus neoformans is not
mating type αspecific. Fung. Gene. and Biol. V. 39. p. 230-237. 2003.
WICLES, B.L.; MAYORGA, M.E.; EDMAN, U.; EDMAN, J.C. Dimorphism and
haploid fruiting in Cryptococcus neoformans: associated with the α - matting
type. Proc. Nati. Acad. Sci. v. 93. p. 7327-7331, 1996.
82
CAPÍTULO 05
83
7. DISCUSO GERAL
As amostras 6 e 10 diferem das outras por serem variedade gattii enquanto
que as outras são pertencentes a varidade neoformans. Porem os resultados
obtidos no perfil de sensibilidade não mostraram evidencia que apresente que
uma variedade seja mais resistente que outra no trabalho. Nota-se certa
diferença dentro da variedade neoformans em que as amostras 09 e 11
apresentaram resistência ao fluconazol as amostras 01, 02 e 03
apresentaram sensibilidade para a anfotericina B.
Um fato de destaque é que o restante das amostras apresentou valores que
as caracterizam como cepas resistentes independentes de ser neoformans ou
gatti.
Em relação ao mating type sexual não foi apresentando diferença entre as
variedades encontradas já que todas as amostras foram MAT α.
Trabalhos futuros serão necessários para determinar ou não genes de
resistência que evidenciem esses perfis de sensibilidade; como também
experimentos que complementem as analises de epidemiologia molecular que
aumentem as informações a respeito sobre esse microrganismo importante
atualmente no cenário nacional além de verificar como se caracterizam os
isolados de diversos nichos ambientados onde são encontradas essas
leveduras patogênicas.
84
CAPÍTULO 6
85
8. CONCLUSÕES GERAIS
A maioria das amostras de Cryptococcus neoformans isolado de líquor de
pacientes com meningite infecciosa no Estado de Sergipe no período de 2001
a 2004 são da variedade neoformans.
Apenas duas amostras de Cryptococcus neoformans isolados clínicos
pertence à variedade gattii sendo uma delas isolada de paciente soro negativo
para HIV.
Os agentes antingicos são eficientes em inibir o crescimento de
Cryptococcus neoformans em Sergipe.
Todas as cepas circulantes de Cryptococcus neoformans, isolados do líquor
de pacientes com meningite infecciosa em Sergipe no período de 2001 a 2004
são pertencentes ao tipo sexual alpha ou matting type α.
86
CAPÍTULO 7
87
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GERAIS
ALEXANDER, B.D.; PERFECT, J.R. Antifungal resistance trends toward the
year 2000. implications for therapy and new approaches. Drugs. V. 54. p. 657-
78. 1997.
ARENAS, R. Micologia médica ilustrada clinica, laboratório y terapêutica.
México: Interamericana – McGraw-Hill, 1994. 41p.
ARMENGOU, A.; PORCAR, C.; MASCARO, J.; GARCIA- BRAGADO, F.
possible development of resistance to fluconazole during suppressive therapy
for AIDS associated cryptococcal meningitis. Clin. Infect. Dis. v. 23. p. 1337-
38, 1996.
AULAKH, H.S.; STRAUS, S.E.; KWON-CHUNG, K.J. Genetic relatedness of
Filobasidiella neoformans (Cryptococcus neoformans) and Filobasidiella
bacillispora (Cryptococcus bacillisporus) as determined by deoxyribonucleic
acid base composition and sequence homology studies. Int. J. Syst. Bacteriol.
V. 31, p. 97- 103, 1981.
BATISTA, L.; SILVA, M.V. Criptotocose. In: VERONESI, R.; FOCACCIA, R.
Tratado de Infectologia. Sao paulo: Atheneu, 1996. 1113-15p
BOEKHOUT, T.; THEELEN, B.; ABELN, E.; DIZ, M.; FELL, J.W. population
genetics based epidemiology of Cryptococcus neoformans. 4
th
International
Conference on Cryptococcus and Cryptococcosis. Anais… London: ISHAM,
1999, 85p.
C.L. HALLIDAY, T. BUI, M. KROCKENBERGER, R. MALIK, D.H. ELLIS AND
D.A. CARTER, Presence of alpha and a mating types in environmental and
clinical collections of Cryptococcus neoformans var. gattii strains from Australia.
J. Clin. Microbiol. V. 37. p. 2920–2926. 1999
CALLEJAS, A.; ORDONEZ, N.; RODRIGUES, M.C.; CASTANEDA, E. First
isolation of Cryptococcus neoformans var. gattii serotype C from the
environmental in Colombia. Med. Mycol. V. 36, p. 314-44, 1998.
CASADEVALL, A.; ROSASA, B. A. L.; NOSANCHUKC, J. D. Melanin and
virulence in Cryptococcus neoformans. Curr. Opi. Microbio.V. 3. p. 354-358.
2000.
CASADEVALLL, A. Cryptococcus neoformans: ecology and pathogenesis.
Clinguide Fungal Infect. V. 4, p. 1-6, 1994.
CASADEVALLL, A.; PERFECT, J.R. Cryptococcus neoformans. Washington:
ASM Press, 1998. 541p.
88
CHANG, Y.C. ; WICKES, B.L.; MILLER, G.F. ; PENOYER, L.A.; KWON-
CHUNG, K.J. Cryptococcus neoformans STE12 Regulates Virulence but Is Not
Essential for Mating. The J. Exper. Medicine. V. 191. N. 5. p. 871-82, 2000.
CHANG, Y.C.; KWON-CHUNG, K.J. Isolation of the third capsule associated
gene CAP 60, requerid for virulence Cryptococcus neoformans. Infect Immun.
V. 66, p. 2230-36, 1998.
CHATUVERDI, S.; RODEGHIER, B.; FAN, J.; McCLELLAND, C.M.; WICLES,
B.L.; CHATUVERDI, V. Direct PCR of Cryptococcus neoforms MAT α and MAT
a pheromones to determine matting type, ploidy and variety: a tool for
epidemiological and molecular pathogenesis studies. J. Clin. Microbiol. V. 38.
p. 2007-09, 2000.
CHEN, S.C.A.; SORREL, T.; NIMMO, G.; SPEED, B.R.; CURRIE, B.; ELLIS,
D.; MARRIOT, D.; PFEIFFER, T.; PAN, D.; BYTH, K. Epidemiology and host
and variety depdent characteristics of infection due to Cryptococcus
neoformans in Australia and New Zealand. Clin. Infect. Disea. V. 31. p. 499-
508, 2000.
COLLIER, L.; BALOWS, A.; SUSSMAN, M. Microbiology and microbial
infections. New York: Arnold, 1998. 484p.
DIAS, A.L.T.; GANDRA, R.F.; MATSUMOTO, F.E.; CRUZ, M.V.N.; AULER,
M.E.; MELHEM, M.S.C.; SIQUEIRA, A.M.; PAULA, C.R. Avaliação do método
da microdiluição (“NCCLS-like”) no teste de sensibilidade de isolados clínicos e
ambientais de Cryptococcus neoformans a cinco drogas antingicas. In: XXII
Congresso Brasileiro de Microbiologia. Anais... Florianópolis: Sociedade
Brasileira de Microbiologia, 2003. CD.
DICK, J.W.; MERZ; SARAL, R. Incidence of polyene resistant yeast
recovered from clinical specimes. Antimicrob. Agents. Chemother. V. 18. p.
158-63, 1980.
DISMUKES, W. E. Management of cryptococcosis. Clin. infect. Dis., 17 (suppl.
2): p. 507-12, 1993.
DROMER, F.; GARCIA-HERMOSO, D. ; JANBON, G. Epidemiological
Evidence for Dormant Cryptococcus neoformans Infection. J. Clin. Microbiol.;
v. 37 n.10. p. 3204 – 09, 1999.
DROUHET, E. Milestones in the history of Cryptococcus and Cryptococcosis. J.
Med. Mycol. v.7. p. 10-28, 1997.
DUFAIT, R. VELHO, R.; VROEY, C. Rapid indetification of two varieties of
Cryptococcus neoformans by D-proline assimilation. Mikosen. V. 30, p. 483-85,
1987.
89
DUPONT, B. Azole antifungal agents: emerging and inherent resistance. Curr.
Opin. Infect. Dis. v. 8.p. 424-27, 1990.
ELLIS, D.; PFEIFFER, T.J. Natural habitat of Cryptococcus neoformans var.
gattii. Journal Clin. Microbiol. V. 28. p. 1642-44, 1990a.
ELLIS, D.H.; PFEIFFER, T.J. Ecology, life cycle and infectious propagule of
Cryptococcus neoformans. Lancet. V. 28. p. 923-25, 1990b.
EMMONS, C.W. Saprohytic sources of Cryptococcus neoformans associeted
with the pigeon (Columbia livia). Am. J. Hyg. Baltimore v. 62, p. 227-32, 1955.
ESPINE-INGROFF, A. Clinical relevance of antifungal resistance. Infect. Dis.
Clin. V.44. p. 929-44, 1997.
ESPINE-INGROFF, A.; BARCHIESI, F.; HAZEN, K.C.; MARTINEZ-SUAZREZ,
J.V. SCALISE, G. Standardization of antifungal susceptibility testing and clinical
relevance. Med. Mycol. V. 36. p. 68-78, 1998.
FILIU, W. Cryptococcus neoformans de origem saprofítica na cidade de
Campo Grande, MS. 2000. 69p. Dissertação (Mestrado em Biologia
Parasitária) – Fundação Osvaldo Cruz), Rio de Janeiro, 2000.
FORTES, S. T.; LAZÉRA, M.S.; NISHIKAWA, M.M.; MACEDO, R.C.L.;
WANKE, B. First isolation of Cryptococcus neoformans var. gattii from a native
jungle tree in the Brazilian Amazon rainforest. Mycoses. V. 44. p. 137-40, 2001
FORTES, S.; LAZÉRA, M.; MACÊDO, R.L.; BEZERRA, C.C.F.; NISHIKAWA,
M.M.; WANKE, B. Cryptococcus neoformans var. gattii em oco de arvores vivas
na Amazônia: dados preliminares da Ilha de Maracá, Roraima, Brasil.In:
Congresso Brasileiro de Micologia. Anais... Rio de Janeiro: Sociedade
Brasileira de Micologia, 1998. 184 p.
FORTES, S.T.; TRILLES, L.; FERREIRA, G.V.; LAZÉRA, M.S.; WANKE, B.
Evidencia de Filobasidiella neoformans var. bacillispora em arvore nativa da
Amazônia. In: III Congresso Brasileiro de Micologia. Anais... Águas de Lindóia:
Sociedade Brasileira de Micologia, 2001. 110p.
FORTES, S.T.; TRILLES, L.; NEVES, M.A.; FERREIRA, G.S.; LAZÉRA, M.S.;
WANKE, B. Sexualidade de Cryptococcus neoformans de origem clinica e
ambiental em área urbana, Roraima, Brasil. In: III Congresso Brasileiro de
Micologia. Anais… Águas de Lindóia: Sociedade Brasileira de Micologia, 2001.
111p.
FRANZOT, S.P.; SALKIN, I.F.; CASADEVALLL, A. Cryptococcus neoformans
var. grubbi: separate varietal status for Cryptococcus neoformans serotype A
isolates. J. Clin. Microbiol. V. 37, p. 838-40, 1999.
90
FRASER, J.A.; SUBARAN, R.L.; NICHOLS, C.B.; HEITMAN, J. Recapitulation
of the sexual cycle of the primary fungal pathogen Cryptococcus neoformans
var. gattii: implications for an outbreak on Vancouver Island, Canada. Euk. Cell.
V. 2. p. 1036–45, 2003.
FRAZOT, S.P.; HANDAM, J.S. In vitro susceptibilities of clinical and
environmental isolates of Cryptococcus neoformans to five antifungal drugs.
Antimicrob. Agents. Chemother. V. 40. p. 822-24, 1996.
FRAZOT, S.P.; SALKIN, I.F.; CASADEVALL, A. Cryptococcus neoformans var.
grubii: separate varietal status for Cryptococcus neoformans serotype A
isolates. J. Clin. Microbiol. V. 37. p. 838-40, 1999.
HALLIDAY, C.L.; BUI, T.; KROCKENBERGER, M.; MALIK, R.; ELLIS, D.H.;
CARTER, D.A. Presence of α and a mating type in environmental and clinical
collectios of Cryptococcus neoformans var. gattii strains from Australia. J. Clin.
Microbiol. V. 37. p. 2920-26, 1999.
HITCHCOCK, C. Resistance of Candida albicans to azole antifungal agents.
Biochem. Soc. Trans. V. 21. p. 1039-1047, 1993.
HOROWITZ, R. K. WINSTON, D. J., P. H. CHANDRASEKAR, H. M. LAZARUS,
J. L. GOODMAN, J. L. SILBER, H. H. Fluconazole prophylaxis of fungal
infections in patients with acute leukemia. Ann. Intern. Med. V. 118. p. 495-
503, 1993.
IROKANULO, E.A.O.; AKUESHI, C.O. Virulence of Cryptococcus neoformans
seritypes A, B, C and D for mouses straisns. J. Med. Microbiol. V. 43. p. 289-
93, 1995.
JACOBSON, E.S.; EMERY, H.S. Cathecolamine uptake, melanization and
oxygen toxicity in Cryptococcus neoformans. J. Bacteriol. V. 173 . p. 401-03,
1991.
JOSEPH-HORNE, T.; LOEFLER, R.S.T.; HOLLOMON, D.W.; KELLY, S.L.
Amphotericin B resistant isolates of Cryptococcus neoformans without alteration
in sterol biosysnthesis. J. Med. Vet. Mycol. V. 34. p. 223-25, 1996.
K.J. KWON-CHUNG AND J.E. BENNETT, Distribution of alpha and a mating
types of Cryptococcus neoformans among natural and clinical isolates. Am. J.
Epidemiol. V. 108. p. 337–340. 1978.
K.J. KWON-CHUNG, T. BOEKHOUT, J.W. FELL AND M. DIAZ, (1557)
Proposal to conserve the name Cryptococcus gattii against C. hondurianus and
C. bacillisporus (Basidiomycota, Hymenomycetes, Tremellomycetidae).
TAXON. V.51. p. 804–806, 2002.
91
KERRIDGE, D.; BOSSCHE, H.V. Handobook of experimental
pharmacology: chemoterapy of fungal disease. Berlim: Springer Verlag, 1990.
KOZEL, T.R. Virulence factors of Cryptococcus neoformans. Trends in
Microbiol. V. 3. p.295-98, 1995.
KWON-CHUNG, K.J. The Discovery of creatinine assimilation in Cryptococcus
neoformans and subsequent work on the caracaterization of the two varieties of
Cryptococcus neoformans. Zentralbl. Bakteriol. V. 275. p. 390-3, 1991.
KWON-CHUNG, K.J.; BENNETT, J.E. High PREVALence of Cryptococcus
neoformans var. Gatti in tropical and subtropical regions. Zbl. Bakt.Hyg. v.
257. p. 213-18, 1984.
KWON-CHUNG, K.J.; BENNETT, J.E. Medical Mycology. Philadelphia: Lea &
Febiger, 1992. 446p.
KWON-CHUNG, K.J.; POLACHECK, I.; BENNETT, J.E. Improved diagnostic
medium for separation of Cryptococcus neoformans var. neoformans (serotype
A and D) and Cryptococcus neoformans var. gattii (serotype B and C). J. Clin.
Microbiol. V. 15. p. 535-37, 1982.
KWON-CHUNG, K.J.; RHODES, J.C. Encapsulation and melanin formation as
indicators of virulence in Cryptococcus neoformans. Infect. Immun. V. 51
p.218-223, 1986.
KWON-CHUNG, K.J; BENNETT, J.E. Epidemiologic differences between the
twon varieties of Cryptococcus neoformans. Am. J. Epidemiol. V. 120. p.123-
30, 1984.
LAZÉRA, M.S. Fontes saprofíticas de Cryptococcus neoformans na cidade
do Rio de Janeiro. 1989, 131p Dissertação (Mestrado em Microbiologia)
Universidade Federal do Rio de Janeiro), Rio de Janeiro, 1989.
LAZÉRA, M.S. Ocos de arvores vivas como habitat de Cryptococcus
neoformans var. neoformans. 1994. 73p. Tese (Doutorado) Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de janeiro, 1994. 73p.
LAZÉRA, M.S. Possible primary ecological niche of Cryptococcus neoformans.
In: 4
th
International Conference on Cryptococcus and Cryptococcosis. Anais…
London: ISHAM, 1999, 88p.
LAZÉRA, M.S.; CAVALCANTI, M.A.S.; TRILLES, L.; NISHIKAWA, M.M.;
WANKE, B. Cryptococcus neoformans var. gattii evidence for a natural habitat
related to decaying wood in a pottery tree hollow. Med. Mycol. V. 36, p. 119-22,
1998.
92
LAZÉRA, M.S.; WANKE, B.; NISHIKAWA, M.M. Isolation of both varieties of
Cryptococcus neoformans from sapropfytic sources in the city of Rio de Janeiro,
Brasil. J. Med. Vet. Mycol. V. 31. p. 449-54, 1993.
LEVITZ, S.M. The ecology of Cryptococcus neoformans and the epidemiology
of cryptococcosis. Rev. Infect. Dis. V. 13 p. 1163-69, 1991.
LICEA, B.A.; GARZA, D.G.; URBIETA, V.F.; OLIVARES, R.A.C. Aislamiento y
caracterizacion de Cryptococcus neoformans var. Gatti a partir de muestras de
Eucalyptus camaldulensis en la Ciudad de Mexico. Rev. Iberoam. Micol v. 16.
p. 40-42, 1999.
LISTEMANN, H.; MEIGEL, W. HIV-assoziierte mykosen. Mycoses. v. 38. p. 40-
4, 1995.
LONDERO, A.T.; GONÇALVES, A.J.R. Criptococose. J. Bras. Med. V. 55. p.
83-95, 1988.
MACEDO, R.C.L.; TRILLES, L.; EULÁLIO, K.D.; CAVALCANTI, M.A.S.;
MORAES, L.O.; LAZÉRA, M.S.; WANKE, B. Cryptococcus neoformans
sorotipos A e D em habitat de tatu no Nordeste do Brasil. In: III Congresso
Brasileiro de Micologia. Anais... Águas de Lindóia: Sociedade Brasileira de
Micologia, 2001. 111p.
MARTINS, L.M.S.; LAZÉRA, M.S.; LEAL, M.J.S.; MOBIM, M.; CAVALCANTI,
M.A.S.; EULÁLIO, K.D.; TRILLES, L.; MORALES, B.P.; WANKE, B.
Criptococose em crianças e adolescentes com imunidade preservada no meio-
norte do Brasil In: IV Congresso Brasileiro de Micologia. Anais... Ouro Preto:
Sociedade Brasileira de Micologia, 2004. 107p.
MATSUMOTO, M.T.; FUSCO-ALMEIDA, A.M.; BAEZA, L.C.; KLENNER,
A.A.P.; MELHEM, M.S.C.; MENDES-GIANNINI M.J.S. Genotipagem,
sorotipagem e determinação do mating type de Cryptococcus neoformans de
diferentes cidades do Estado de São Paulo. In: XXII Congresso Brasileiro de
Microbiologia. Anais... Florianópolis: Sociedade Brasileira Microbiologia, 2003.
MIDGLEY, T.G.; SIMS, K.L.; WOOD, C.J. Proteins in the cell wall and
membrane of Cryptococcus neoformans stimulate lynphocytes from both adult
and fetal cord blood to proliferate. Infect. Immun. V. 64. p. 4911-19, 1996.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim epidemiológico AIDS: semana
epidemiológica, ano IX, n. 01. Brasília: 1999.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual para o Diagnóstico Laboratorial das
Meningites Bacterianas. Brasília/DF, 2000.
93
MITCHELL, T.G.; PERFETC, JR. Cryptococcosis in the era of AIDS 100
years after the discovery of Cryptococcus neoformans. Clin. Microbiol. Rev. v .
8. p. 515- 48, 1995.
MOORE, T.D.E; EDMAN, J.C. The α - mating type locus of Cryptococcus
neoformans contains a peptide pheromone gene. Mol. Cel. Biol. V. 13. p.1962-
70, 1993.
MORAES, E.M.P.; PRÍMOLA, N.S.; HANDAM, J.S. Antifungal susceptibility of
clinical and environmental isolates of Cryptococcus neoformans to four
antifungal drugs determined by two techniques.Mycoses. v. 46. p. 164-68,
2003.
NATIONAL COMMITEE FOR CLINICAL LABORATORY STANDARDS.
Reference method for both diluition antifungal susceptibility testing of
yeast. Approved standard M-27A.Villanova: NCCLS, 2002.
NISHIKAWA, M.M.; SANT’ANNA, O.D.; LAZÉRA, M.S.; WANKE, B. Use of D-
proline assimilation and CGB medium for screening brazilian in Cryptococcus
neoformans isolates. J. Med. Vet. Mycol. V. 34. p. 365-66, 1996.
OLIVARES, L.R.; MARTINEZ, RL.; ANGULO, G.B. Cryptococcus neoformans
var. gattii in na AIDS patient: first observation in México. J. Med. Vet. Mycol. V.
35. p. 57-9, 1997.
ORNST-WASSERLAUF, R.; IZKHAKOV, E.; SIEGMAN-IGRA, Y. Fluconazole
resistant Cryptococcus neoformans isolated from an immunocompetent patient
without prior exposure to fluconazole. Clin. Infect. Dise.V. 29. p. 1592-93,
1999.
PASSONI, L.F.C. Cryptococcus neoformans no ambiente domiciliar:
Estudo de residências de aidéticos com e sem criptococose e de
indivíduos aparentemente sadios na região metropolitana do Rio de
Janeiro. 1994 . Dissertação (Mestrado) Fundação Osvaldo Cruz). Rio de
Janeiro, 1994.
PEACH, P.R.; PHARM, D.; PAUL, O.The association between cryptococcal
variety and imunnocompetent hosts. Pharmacotherapy. V. 18. p. 255-64,
1998.
PEETERMANS, S.W.; BOBBAERS, H.; VERHAEGEN, J.; VANDEPITTE, J.
Fluconazole resistant Cryptococcus neoformans var. Gatti in an AIDS patient.
Acta. Clin. Belg. V. 48. p. 405-09, 1993.
PEREIRA, M.G.A.G.; DIAS, A.L.T.; PAULA, C.R.; SIQUEIRA, A.M.; FRANCO,
M.C. Caracterizaçao molecular de isolados ambientais de Cryptococcus
neoformans. In: IV Congresso Brasileiro de Micologia. Anais…Ouro Preto:
Sociedade Brasileira de Micologia, 2004. 105p.
94
PERFECT, J.R.; KETABCHI, N.; COX, G.M.; INGRAM, C.W.; BEISER, C.L.
Karyotiping of Cryptococcus neoformans as an epidemiological tool. J. Clin.
Microbiol. V. 31. p. 3305-09, 1993.
PFALLER, M. A.; BALE, M.; BUSCHELMAN, B.; LANCASTER M.; ESPINEL-
INGROFF, A.; REX, J. H.; RINALDI, M.G.; COOPER, C. R.; MCGINNIS M. R.;
Quality Control Guidelines for National Committee for Clinical Laboratory
Standards Recommended Broth Macrodilution Testing of Amphotericin B,
Fluconazole and Flucytosine. J. Clin. Microbiol. v. 33, No. 5. p. 1104–1107,
1995.
PFALLER, M.A.; WENZEL, R. Impact of the changing epidemiology of fungal
infections in the 1990s. Eur. J. Clin. Microbiol. Infect. Dise. V. 11. p. 287-91,
1992.
PFALLER, M.A.; ZHANG, J.; MESSER, S.A. In vitro activities of voriconazole,
fluconazole and itraconazole against 566 clinical islates of Cryptococcus
neoformans from the United States and Africa. Antimicrob. Agents.
Chemother. V. 43. p. 169-71, 1999.
PINNER, R.W.; HAJJEH, R.A.; POWERDELY, W.G. Prospects for preveting
cryptococcosis in person infected with human immunodeficiency virus. Clin.
Infect. Dis. v. 21. p. 103-7, 1995.
REVANKARA, S.G. ; FUA, B, 1, J.; RINALDIB, M.G.; KELLYC, S.L.; KELLYC,
D.E.; LAMBC, D.C.; KELLERA, S.M.; AND WICKESA, B.L. Cloning and
characterization of the lanosterol 14α-demethylase (ERG11) gene in
Cryptococcus neoformans. Biochem. Biophy. Resea. Commun. V. 324, p.
719-728, 2004.
REX, J. et al. Developmente of interpretive breakpoints for antifungal
sussceptibility testing: conceptual framework and analysis of in vitro in vivo
correlation data for fluconazole, itraconazol and Candida infections. Clin.
Infect. Dis. v. 24. p. 235-47, 1997.
RIPPON, J.W. Medical Mycology. The patogenic fungi and pathogenic
actiomycetes. New York: W.B. Saunders, 1988. 609p.
ROSENBAUM, R.; GONÇALVES, A.J.R. Clinical epidemiological study of 171
cases cryptococcosis. Clin. Infect. Disea. v . 18. p. 369-80, 1994.
ROZEMBAUM, R.; GONÇALVES, A.J.R.; WANKE, B.; CAIUBY, M.J.;
CLEMENTE, H.; LAZÉRA, M.S.; MONTEIRO, P.C.F.; LONDERO, A.T.
Cryptococcus neoformans varieties as agents of cryptococcosis in Brazil.
Mycopathological. V. 199. p.133-36, 1992.
SEVERO, L.C.; LONDERO, A.T. Micoses. In: VERONESI, R.; FOCACCIA, R.
Tratado de Infectologia. Sao paulo: Atheneu, 1996. p. 1015-57.
95
SIDRIM, J.J. C.; MOREIRA, J.L.B. Fundamentos clínicos e laboratoriais da
micologia medica. 1.ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1999.
SILVEIRA, C.; SCHEID, L.; LINARES, C.R.B.; NASCENTE, P.; SANTUÁRIO,
J.M.; MEIRELES, M.; ALVES, S.H.In: IV Congresso Brasileiro de Micologia.
Anais... Ouro Preto: Sociedade Brasileira de Micologia, 2004. 113p.
SLAVOSKI, L.A.; TUNKEL, A.R.. Therapy of fungal meningitis. Clin.
Neuropharmacol. V. 18. p. 95-112. 1995.
SMITH, E.J.; KOCK, J.LF.; VAN DER WESTHERIZEN, J.P.F.; BRITZ, T.J.
Taxonomic relationships of Cryptococcus and Tremella based on fatty acid
composition and other phenotypic characters. J. Gen. Microbiol. V. 134. p.
2849-55, 1988.
SOARES, B.M.; RAMIREZ-ARRIETA, E.I.; DUARTE, E.R.; FIGUEIREDO,
V.H.T.; SANTOS, D.A.; HAMDAN, J.S. Comparação entre a atividade de
terbinafina e itraconazol in vitro para 30 amostras de Cryptococcus neoformans
var. gattii. In: XXII Congresso Brasileiro de Microbiologia. Anais…
Florianópolis: Sociedade Brasileira de Microbiologia, 2003.
SORREL, T.C.; CHEN, S.C.A.; RUMA, P.; MEYER, W.; PFEIFFER, T.J.;
ELLIS, D.H.; BROWNLEE, A.G. Concordance of clinical and environmental
isolates of Cryptococcus neoformans var. gattii by random amplification of
polymorphic DNA analysis and PCR fingerprinting. J. Clin. Microbiol. v. 34. p.
1253-60, 1996.
SORREL, T.C.; ELLIS, D.H. Ecology of Cryptococcus neoformans. Rev.
Iberoame. Micol. V. 14. p. 42-3, 1997.
SPEED, B.; DUNT, D.; Clinical and host differences between infection with the
two varietes of Cryptococcus neoformans. Clin. Infect. Dis. v. 21. p. 28-34,
1995.
SWINNE, D.; DEPPNER, M.; MANIRATUNGA, S.; LAROCHE, R.; FLOCH, J.J.;
KADENDE, P. AIDS associated cryptococcosis in Bujumbura, Burundi: na
epidemiological study. J. Med. Vet. Mycol. V. 29. p. 25-30, 1991.
SWUINNE, D.; BAUWENS, L.; DESMET, P. Mores information about the
natural habitat of Cryptococcus neoformans. ISHAM Newsletter. V. 60. p. 4,
1992.
TIBAYRENC, M.; KJELLBERG, F.; ARNOUD, J.; OURY, B.; BRENIERE, S.F.;
DARDÉ, M.L.; AYALA, F.J. Are eukaryotic microorganisms clonal or sexual? A
population genetics vantage. Proc. Natl. Acad. Sci. USA. V. 88. p.5129-33,
1991.
96
TSCHARKEA, R. L.; LAZÉRA, M.S.; CHANGA, B.Y.C; WICKES, B. L. C.;
KWON-CHUNG, K. J. Haploid fruiting in Cryptococcus neoformans is not
mating type αspecific. Fung. Gene. and Biol. V. 39. p. 230-237. 2003.
VAINSTEIN, M.H.; CASALI, A.K.; LUBECK, L.; COSTA, J.M.; OLIVEIRA, L.T.;
ALVES, S.H. in vitro susceptibility to fungal antifungal agents of clinical and
envieronmental Cryptococcus neoformans isolated in Souther of Brazil. Rev.
Inst. Med. Trop. V. 43. p. 267-70, 2001.
VARMA, A.; SWINNE, D.; STAIB, F.; BENNET, J.E.; KWON-CHUNG, K.J.
Diversity of DNA fingerprints in Cryptococcus neoformans. J. Clin. Microbiol.
V. 33. p. 1807-14, 1995.
VIVIANE, M.A.; MARIE, S.D.; GRAYBILL, J.R. YAMAGUCHI, H.; ANAISSIC,
E.; CAILLOT, D. New approaches to antifungal chemotherapy. Med. Mycol. V.
36. p. 194-206p., 1998.
WHITE, C.W. occurrence of diploid strains of Cryptococcus neoformans. J.
Bacteriol.. v. 161. p.1231-32, 1985.
WICLES, B.L.; EDMAN, U. EDMAN, J.C. The Cryptococcus neoformans STE
12 gene: a putative Saccharomyces cerevisiae STE 12 homologue that is
mating type specific. Mol. Microbiol. v. 26. p. 951-60, 1997.
WICLES, B.L.; MAYORG, M.E.; EDMANS, U.; EDMAN, J.C. Dimorphism and
haploid fruiting in Cryptococcus neoformans association with the alpha mating
type. Proc. Natl. Acad. Sci. USA. V. 93. p. 7327-31, 1996.
YAMAMOTO, Y.; KOHNO, S.; KOGA, H.; KAKEYA, H.; TOMONO, K.; KAKU,
M.; YAMAZAKI, T.; ARISAWA, M.; HARA, K. Random amplified polymorphic
DNA analysis of clinically and environmentally isolated Cryptococcus
neoformans in Nagasaki. J. Clin. Microbiol. v. 33. p. 3328-32, 1995.
YAMAZUMI, T.; PFALLER, M.A.; MESSER, S.A.; HOUSTON, A.K.; BOYKEN,
L.; HOLLIS, R.J.; FURUTA, I.; JONES, R.N. Characterization of
heteroresistance to fluconazole among clinical isolates of Cryptoccoccus
neoformans. J. Clin. Microbiol. V. 41. p. 267-72, 2003.
ZAITZ, C.; CAMPBELL, I.; MARQUES, S.L.; RUIZ, L.R.B.; SOUZA, V.M.
Compêndio de Micologia Medica. 1.ed. São Paulo: MEDSI, 1998. 434p.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo