redução do volume do lobo-temporal (6% à esquerda e 9,5% à direita) assim como a
do complexo amigdalo-hipocampal (6,5% à esquerda e 5,5% à direita). Woods
(1998) relata excessiva perda de volume cerebral total.
O alargamento dos ventrículos laterais (44% à esquerda e 36% à direita)
parece estar presente desde o primeiro episódio psicótico (GOURION et al., 2004, p.
112), no entanto o autor critica a neuro-imagem, pois a maioria dos trabalhos não
apresenta um perfil clínico homogêneo dado à complexidade dos sinais e sintomas.
Para Busato Filho (2000) as técnicas neurorradiológicas são limitadas no
aspecto clínico da esquizofrenia, principalmente no que se refere ao diagnóstico.
Torna-se fundamental então o acompanhamento do neurodesenvolvimento. Porém,
em nosso estudo, não foi possível descrever os achados do desenvolvimento infantil
pela escassez de informações nos prontuários, o que nos despertou preocupação na
Assistência à Saúde da Infância e da Adolescência – ação tão próxima à ocorrência
dos fatos. Isto pressupõe que no adulto a tentativa de informações a cerca do
neurodesenvolvimento deverá ser mais difícil ainda, pois nele estará reforçado o viés
de memória das informações.
Um dos estudos pioneiros acerca do desenvolvimento neuropsicomotor de
crianças esquizofrênicas foi descrito por Fish ressaltando que o retardo global no
desenvolvimento motor poderia prover um marcador na infância para os defeitos
neurointegrativos herdados na esquizofrenia (FISH, 1977, p.1297).
Em estudos comparativos com pacientes esquizofrênicos, seus parentes e um
grupo controle sadio, pesquisadores encontraram sinais neurológicos em 78% dos
pacientes esquizofrênicos virgens de neurolépticos, contra 7% do grupo controle,
sugerindo que as alterações do neurodesenvolvimento estão presentes no início da
doença. Portanto, a alta prevalência de sinais neurológicos torna um achado
consistente em pacientes esquizofrênicos, revelando possíveis desconexões neurais
entre áreas corticais e sub-corticais (FLYCKT et al., 1999, p. 126).
Quanto à análise do desempenho psicomotor, os estudos revelam
comprometimento significativo das habilidades motoras desde a infância, com
alterações na coordenação motora fina, modificação na velocidade e amplitude dos
movimentos, além de alterações na lateralidade (FLYCKT et al., 1999, p.120;
PUTZHAMMER et al., 2005, p. 122; ERLENMEYER-KIMLING, 2001, p. 1421).
Porém, os estudos são limitantes, já que as atividades dependem do desejo e
motivação do indivíduo para sua realização, nível de educação para entendimento