151
OBSERVAÇÃO 6.ª – O ditongo nasal ei(s) escreve-se em ou en(s) assim nos monossílabos como nos
polissílabos de qualquer categoria gramatical: bem, cem, convém, convéns, mantém, manténs, nem, sem,
virgem, virgens, voragem, voragens, etc.
29. Os encontros vocálicos átonos e finais que podem ser pronunciados como ditongos crescentes
escrevem-se da seguinte forma: ea (áurea), eo (cetáceo), ia (colônia), ie (espécie), io (exímio), oa
(nódoa), ua (contínua), ue (tênue), uo (tríduo), etc.
IX
HIATOS
30. A 1.ª, 2.ª e 3.ª pessoas do singular do presente do conjuntivo e a 3.ª do singular do imperativo dos
verbos em oar escrevem-se comoe, e não oi: abençoe, amaldiçoes, perdoe, etc.
31. As três pessoas do singular do presente do conjuntivo e a 3.ª do singular do imperativo dos verbos em
uar escrevem-se com ue, e não com ui: cultue, habitues, preceitue, etc.
X
PARÔNIMOS E VOCÁBULOS DE GRAFIA DUPLA
32. Deve-se fazer a mais rigorosa distinção entre os vocábulos parônimos e os de grafia dupla que se
escrevem com e ou com i, como ou com u, com c ou q, com ch ou x, com g ou j, com s, ss ou c, ç, com s
ou x, com s ou z, e com os diversos valores do x.
33. Deve-se registrar a grafia que seja mais conforme à etimologia do vocábulo e à sua história, mas que
esteja em harmonia com a prosódia geral dos brasileiros, nem sempre idêntica à lusitana. E quando há dois
vocábulos diferentes, v.g., um escrito com e e outro escrito com i, é necessário que ambos sejam
acompanhados da sua definição ou do seu significado mais vulgar, salvo se forem de categorias gramaticais
diferentes, porque, neste caso, serão acompanhados da indicação dessas categorias. Ex.: censório, adj. Cf.
sensório, adj. e s.m. Assim, pois, devem ser inscritos vocábulos como: antecipar, criador, criança, criar,
diminuir, discricionário, dividir, filintiano, filipino, idade, igreja, igual, imiscuir-se, invés, militar, ministro,
pior, quase, quepe, tigela, tijolo, vizinho, etc.
34. Palavras como cardeal e cardial, desfear e desfiar, descrição e discrição, destinto e distinto, meado e
miado, recrear erecriar, se e si serão consignadas com o necessário esclarecimento e a devida remissão.
Por exemplo: descrição, s.f.: ação de descrever. Cf. discrição. Discrição, s.f.: qualidade do que é discreto.
Cf. descrição.
35. Os verbos mais usados em ear e iar serão seguidos das formas do presente do indicativo, no todo ou
em parte.
36. De acordo com o critério exposto, far-se-á rigorosa distinção entre os vocábulos que se escrevem:
a) com o ou com u: frágua, lugar, mágoa, manuelino, polir, tribo, urdir, veio (v. ou subst.), etc.
b) com c ou q: quatorze (seguido de catorze), cinqüenta, quociente (seguido de cociente), etc.
c) com ch ou x: anexim, bucha, cambaxirra, charque, chimarrão, coxia, estrebuchar, faxina, flecha, tachar
(notar; censurar), taxar (determinar a taxa; regular), xícara, etc.
d) com g ou j: estrangeiro, jenipapo, genitivo, gíria, jeira, jeito, jibóia, jirau, laranjeira, lojista, majestade,
viagem (subst.), viajem (do v. viajar), etc.
e) com s, ss ou c, ç: ânsia, anticéptico, boça (cabo de navio), bossa (protuberância; aptidão), bolçar
(vomitar), bolsar (fazer bolsos), caçula, censual (relativo a censo), sensual (lascivo), etc. OBSERVAÇÃO –
Não se emprega ç em início de palavra.
f) com s ou x: espectador (testemunha), expectador (pessoa que tem esperança), experto (perito;
experimentado), esperto (ativo; acordado), esplêndido, esplendor, extremoso, flux (na locução a flux),
justafluvial, justapor, misto, etc.
g) com s ou z: alazão, alcaçuz (planta), alisar (tornar liso), alizar (s.m.), anestesiar, autorizar, bazar,