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Fundação Instituto Capixaba de Pesquisa em Contabilidade,
Economia e Finanças
JORGE HENRIQUE DE MIRANDA
Abordagem da precificação de empresas de acordo com o modelo
de Ohlson e a equação para cálculo de opções de Black, Scholes e
Merton.
VITÓRIA
2006
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JORGE HENRIQUE DE MIRANDA
Abordagem da precificação de empresas de acordo com o modelo
de Ohlson e a equação para cálculo de opções de Black, Scholes e
Merton.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências Contábeis da
Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em
Contabilidade, Economia e Finanças
(FUCAPE), como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre em Ciências
Contábeis – nível Profissionalizante.
Orientador: Aridelmo José Campanaro Teixeira
VITÓRIA
2006
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FICHA CATALOGRÁFICA
Miranda, Jorge Henrique de.
Abordagem da precificação de empresas de acordo com o
modelo de Ohlson e a equação para cálculo de opções de
Black, Scholes e Merton. / Jorge Henrique de Miranda.
Vitória: FUCAPE, 2006.
52 p.
Dissertação – Mestrado.
Inclui bibliografia.
1.Precificação de empresas 2.Modelo de Ohlson
3.Black-Scholes 4.Opções I.Fundação Instituto Capixaba
de Pesquisas em Contabilidade, Economia e Finanças
II.Título.
CDD - 657
JORGE HENRIQUE DE MIRANDA
ABORDAGEM DA PRECIFICAÇÃO DE EMPRESAS DE ACORDO COM
O MODELO DE OHLSON E A EQUAÇÃO PARA CÁLCULO DE
OPÇÕES DE BLACK, SCHOLES E MERTON.
Dissertação de Mestrado apresentado ao Programa de Pós-Graduação em
Ciências Contábeis da Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade,
Economia e Finanças (FUCAPE), como requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Ciências Contábeis – nível Profissionalizante.
Banca Examinadora:
_____________________________________________________
Presidente da Banca: Prof. Dr. Aridelmo J. C. Teixeira (FUCAPE)
_____________________________________________________
Prof. Dr. Fábio Moraes da Costa
(FUCAPE)
_____________________________________________________
Prof. Dr. Ricardo Maia de Siqueira (UFRJ)
Dedico esse trabalho,
primeiro a Jayme e Norma,
meus pais, por terem
transmitido aos cinco filhos o
hábito da leitura e o amor
pelos livros.
Dedico também a Ana
Carolina, minha filha, para
que jamais esqueça os
sonhos da vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a meus pais pela educação e gosto pelos estudos. A meu avô Cleaford (in
memorian) pela fascinação do mercado financeiro, que determinou meu caminho
profissional.
Agradeço a meus irmãos, José, João, Lúcia e Luis pelo incentivo que me deram de
retomar os estudos.
Agradeço a Ana Carolina, minha filha, e Carolina, sua mãe, pelo apoio recebido.
Agradeço a muitos amigos e pesquisadores, alguns à distância como Aloyséia e
João Carlos, que me mostraram os diversos caminhos do mundo científico, e me
incentivaram nos momentos em que fraquejava.
Agradeço aos amigos de minha turma da Fucape, pelas amizades conquistadas e
por tantas horas dedicadas de estudo. Aos mais jovens, agradeço também por
ajudarem-me na adaptação com a vida formal de estudos, depois de alguns anos
sem freqüentar os bancos escolares.
Agradeço a todos os colegas da Tristão, principalmente a meu Diretor Antonio
Augusto (Duda) pela paciência e apoio dedicados nesses quase três anos de curso,
e a minha equipe, que tolerou minha impaciência e supriu minhas ausências com
grande eficiência.
Agradeço a toda a equipe da Fucape, desde os Prof. Aridelmo e Valcemiro que
primeiro me receberam e incentivaram meu projeto de retorno aos estudos, e a
todos os demais funcionários, amigos que conquistei, na biblioteca com tão
dedicadas funcionárias, na secretaria, e no corpo professores e pesquisadores.
Agradeço especialmente ao Prof. Alexsandro por sua orientação e por todos os
ensinamentos transmitidos, sem os quais certamente não teria concluído este
trabalho.
Agradeço a todos os Professores que me orientaram em tantas escolas que estudei,
desde a infância tão distante no Cícero Pena até o mestrado atual na FUCAPE.
Todos foram responsáveis pelo alicerce de meu saber.
Finalmente agradeço meu parceiro Zeus pela paciência canina em esperar nossas
caminhadas tantas vezes retardas pelas longas horas de estudo.
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.
Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
............
Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
(Canção do Tamoio - Gonçalves Dias)
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo analisar os modelos de Ohlson e a equação de Black,
Scholes e Merton para precificar empresas, buscando a relação entre estas duas
abordagens. O mercado estabelece o preço das empresas e as diversas
modelagens financeiras procuram, através dos sinais apresentados pelos números
contábeis e outros valores off balance, explicar através de modelos esse
entendimento dos investidores, ou identificar possibilidades de ganhos anormais.
Teoricamente, todos os modelos para precificar deveriam obter resultados iguais,
uma vez que o objetivo estabelecido é idêntico (o valor da empresa). Porém, cada
modelagem com sua metodologia especifica apresenta resultados próprios, muitas
vezes conflitantes entre si. A análise dos modelos e os valores encontrados pelo e a
comparação entre seus resultados e premissas são então uma contribuição ao
estudo da relevância da Contabilidade como fornecedora de informações úteis para
a tomada de decisões. Procedeu-se a comparação entre os modelos e s valores de
mercado utilizando o teste de médias t e o teste de Tukey Kramer para verificar se
os modelos são equivalentes. Pesquisou-se os balanços 136 empresas que
operaram na BOVESPA no período de 2000 a 2004 e tenham tido pelo menos 50%
de presença no pregão. Este trabalho demonstra através de testes empíricos que os
modelos são equivalentes ao precificar o valor das empresas. O modelo de Ohlson é
equivalente ao de mercado, porém o de Black-Scholes apresenta valores superiores
aos encontrados pelo Mercado. O teste feito por setor econômico com a exclusão
das empresas por setor financeiro apresentou que os três modelos são equivalentes.
ABSTRACT
The object of this work is to analyze Ohlson's model with Black, Scholes
and Merton's equation for companies valuation, and to show the relationship
between these theories. Market found the price of firms, and some
financial theories trying, applying accounting numbers and other balancing
figures, to explain with models this investor comprehension. All
valuation models in theory should give equal results, because they have the
same target (valuation of company). However, there are specific principles
in each model, that show different results between them, and more often
there are diversions. Models analysis and market value and their comparison
between their balances and their premises are an important contribution for the
relevance to Accounting studies for the supplier of useful information for
making financial decisions. There was a comparison between this models and market
value utilizing t test and Tukey Kramer test to verify if they are equivalent. There was
a research in Balance of 136 companies who have negotiation in BOVESPA
between 2000 to 2004, and that had at least 50% of negotiation . This job shows with
empirical tests that the models are similar in estimating value of companies. Onlson’s
model is equivalent to the market, but Black-Scholes model show to values that are
greater than the market. Test made in Economic Sectors without the financial sector,
presented equivalence between those three models.
LISTA DE TABELAS
Gráfico 1- Participação % dos 20 Maiores Acionistas no
Capital Total da empresa.................................................... 35
Tabela 1 – Análise Descritiva dos Valores de Empresas Calculados
Por BSM, Ohlson e Mercado Cálculo de Lucros para 100
Anos...................................................................................... 36
Tabela 2 - Estatística Descritiva – 1º e 3º Quartis Lucros Projetados
Em 100 anos......................................................................... 37
Tabela 3 - Teste F para Diferença entre duas variâncias para Lucros
Projetados por 30 anos....................................................... 38
Tabela 4 – Teste F para Diferença entre duas variâncias para o Lucro
Projetado por 30 anos – Painel.......................................... 39
Tabela 5 - Teste-t: duas amostras....................................................... 40
Tabela 6 - Teste t para duas variâncias – Dados por Setor – Lucros
Projetados para 100 anos.................................................... 42
Tabela 7- Procedimento Tukey Kramer – Lucros Projetados para
100 anos............................................................................... 43
Tabela 8- Resumo dos resultados...................................................... 44
LISTA DE SIGLAS
AT Ativo Total
ATL Ativo Líquido
BM&F Bolsa Mercantil e de Futuros
BOVESPA Bolsa de Valores de São Paulo
BS Black & Scholes
BSM Black, Scholes e Merton
CAPM Capital Asset Pricing Model
D Dividendos
DIV Dividendos
HME Hipótese de Mercado Eficiente
L Lucro
LA Lucros Anormais
LR Lucro Residual
LU Lucro
NAIC North America Industrial Classification
P Passivo
PL Patrimônio Líquido
SEC Securities and Exchange Commission.
T Tempo
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 11
1.1 - Antecedentes do Problema........................................................... 11
1.2 - Problema....................................................................................... 15
1.3 - Hipótese........................................................................................ 16
2 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................... 18
2.1- Opções........................................................................................... 18
2.1.2- O Modelo de Black & Scholes (B&S) .................................. 21
2.1.3- A função Black e Scholes sob a Ótica Contábil ................... 22
2.1.4- Capital Contábil da Empresa: Fonte de Informação Para
Clientes e Investidores................................................................. 23
2.2- Ohlson............................................................................................. 25
2.2.1- Lucro Limpo (Clean Surplus Relation).................................... 27
2.2.2- Lucro Anormal ........................................................................ 27
2.2.3 - Hipótese de Mercado Eficiente .............................................. 28
3 METODOLOGIA...................................................................................... 30
3.1- Teste de Médias............................................................................... 30
3.2- Dados Coletados.............................................................................. 31
3.3- Hipótese............................................................................................ 33
3.4- Limitações ............................................................................................ 34
4 RESULTADOS.......................................................................................... 35
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 45
6 REFERÊNCIAS ......................................................................................... 47
1 Introdução
1.1 Antecedentes do Problema
Desde os primeiros registros efetuados pelo ser humano verifica-se a
preocupação em evidenciar o patrimônio e as dívidas de cada indivíduo ou da
comunidade a que pertencem. Pictogramas sumérios em fichas de argila, datados
de 8.000 A.C. eram usados por agricultores para registrar safras, utensílios, dívidas
e outras informações “contábeis”.
Civilizações antigas, como os egípcios, gregos, chineses, dentre outros,
deixaram evidências dos controles que mantinham de suas “empresas” através dos
diversos mecanismos utilizados na época para registros (SCHMIDT 2000).
Com a evolução das sociedades e o aumento dos empreendimentos, os
controles “Contábeis” foram sendo aperfeiçoados e surgiram os primeiros relatórios
gerenciais. No século XIII na Inglaterra havia controles do custo de aço que
permitiam estimar o valor das despesas de produção. Neste período alguns
profissionais percorriam as propriedades dos nobres coletando dados sobre
produção e construções para estimativa dos valores de impostos a serem cobrados.
Esses trabalhadores poderiam ser chamados de precursores dos modernos
“controllers” (RICARDINO FILHO 1999).
Na Renascença, a Contabilidade teve suas primeiras normas e
procedimentos estabelecidos. Frei Luca Paccioli publicou em 1494 o livro “Summa
de Arithmetica, Geometria Proportioni et Propornalitá” (um trabalho voltado para a
matemática), em que difundiu os princípios de débito e crédito usados até hoje.
13
Referências de partidas dobradas foram encontrados em textos em Roma, no início
da era cristã (HENDRIKSEN e BREDA, 1999).
É interessante ressaltar esta origem da moderna Contabilidade, baseada em
um trabalho científico de base matemática, onde Frei Paccioli criou um modelo de
registro de valores positivos e negativos numa época em que a matemática não
conhecia os números negativos (que foram reconhecidos no culo XVII, no
Renascimento).
Até o advento da revolução Industrial, no século XIX, a Contabilidade se
desenvolveu nas cidades italianas, onde a atividade econômica preponderante era o
comércio. Esse foi um dos motivos que as escolas existentes nesse período fossem
voltadas para os controles de estoques e contas correntes (HENDRIKSEN e
BREDA, 1999).
A Revolução Industrial no século XIX trouxe novas realidades às relações de
produção. A Contabilidade de Custos se desenvolveu para atender as necessidades
da indústria. Investimentos de valor elevado para construção de bricas e para as
estradas de ferro contribuíram para o surgimento das “sociedades anônimas”,
empresas que necessitavam de capitais de terceiros e que passaram a ter
obrigações de evidenciar a seus sócios não administradores os resultados de suas
empresas. As empresas também passaram a serem administradas por terceiros, o
que contribuiu para o surgimento da Contabilidade Gerencial e para o surgimento
das empresas de auditoria externa (RICARDINO FILHO, 1999).
A quebra da Bolsa de Nova York em 1929 contribuiu para uma maior
normatização da Contabilidade, uma vez que uma das causas apontadas pelas
autoridades americanas para o ocorrido foi à falta de transparência nas informações
fornecidas pelas empresas. Foi constituída a SEC Securities and Exchange
14
Commission, em 1933, que estabeleceu uma série de procedimentos e leis a serem
cumpridas pelas empresas e auditores, padronizando informações e procedimentos.
Essa normatização também serviu para que o Governo pudesse manter um melhor
controle sobre a tributação (RICARDINO FILHO, 1999).
A partir destas normas a Contabilidade Financeira se desenvolveu, permitindo
a pessoas “fora” da empresa interpretarem os resultados e procederem a cálculos
para estimar fluxos de caixa, valor da empresa e outras informações que permitam
tomada de decisão para investimentos no mercado acionário ou mesmo para
concessão de crédito (HENDRIKSEN e BREDA 1999).
A Contabilidade moderna vem se desenvolvendo algum tempo na
pesquisa positiva, deixando o caráter meramente normativo para buscar através de
métodos quantitativos explicações e previsões para as práticas contábeis e seus
resultados, como o lucro e o valor de mercado do patrimônio das empresas.
Seguindo essa tendência, nos últimos anos, diversos trabalhos foram
publicados buscando identificar a relevância da Contabilidade no processo decisório
(OHLSON, 1995; ABARBABELL e BUSHEE, 1998; LEV e ZAROWIN, 1999; ZHANG,
2000 e LOPES, 2001b). Nesses trabalhos, os autores conectaram informações
relevantes obtidas por dados fornecidos pela Contabilidade para análise de
investimentos e previsão de resultados.
Accounting data contain information useful for guiding investment decisions,
and that investment underlies value creation […].Earnings and book value
are key accounting variables for value determination, as in previous studies,
but equity value with endogenous investment is shown to be nonlinear in
earning and book value (ZHANG, 2000 p. 292).
OHLSON (1995) desenvolveu um modelo que explica com dados contábeis a
interpretação de uma teoria econômica de valorização de um ativo, que tem seu
15
valor definido como a soma de seus fluxos de caixa futuros descontados a valor
presente.
Assim, segundo o modelo de OHLSON (1995), o valor da companhia é obtido
através da combinação de seu valor contábil, apurado em conformidade com os
princípios de oportunidade e competência, com o goodwillque são representados
na forma dos lucros anormais futuros, que é a expectativa do mercado (PORTELLA,
2000).
O trabalho de Ohlson (1995) é um marco no estudo da contabilidade
financeira, pois demonstra a consistência lógica dos números contábeis
para valorização de uma empresa (LUNDHOLM apud LOPES, 2001a., p.
49).
Anteriormente diversos modelos de avaliação de empresas foram
desenvolvidos, porém sem que os dados fossem coletados diretamente dos
Balanços Contábeis, apesar de na maioria das vezes suas bases terem como
origem os registros da Contabilidade.
Um importante modelo de avaliação de empresas é o obtido através de um
instrumento financeiro usado no mercado de derivativos, a fórmula de BLACK-
SCHOLES (1973) para cálculo do valor de uma call no mercado de opções.
BLACK-SCHOLES (1973) e MERTON (1973, 1974) desenvolveram um
modelo de cálculo de qualquer ativo derivado de outro (ações, commodities etc) sem
dividendos, as chamadas opções. Neste modelo, a hipótese para precificação do
valor de uma empresa, estabelecendo que o preço da companhia é uma opção de
compra (call).
16
1.2 Problema
Teoricamente todos os modelos de avaliação deveriam obter os mesmos
resultados uma vez que seus objetivos são os de estabelecerem o valor da empresa,
ou de aproximá-los do valor de mercado definido nas negociações direta entre as
partes em processos de aquisição/fusão, em bolsas de valores ou através da
avaliação de credores que procuram identificar o valor do patrimônio para concessão
de empréstimos ou realização de negócios.
São várias as formas de se medir o patrimônio e o lucro de uma empresa:
desde o Custo Histórico com base nas transações ocorridas, passando pelo
custo corrente à reposição dos fatores de produção sendo consumidos,
avaliando seu valor Líquido de realização e chegando ao valor presente dos
Fluxos de Caixa. Todas elas consideram no fundo, um único objeto: o caixa
[...] Logo, não são modelos alternativos, que implicam, obrigatoriamente, a
eliminação ou não adoção dos demais; podem simplesmente ser tratado
como complementares (MARTINS, 2000).
Outras variáveis podem ser agregadas ao fluxo de caixa e dados contábeis. A
análise fundamentalista trata desta questão utilizando além destes parâmetros
outros sinais que podem influenciar no preço futuro da empresa, como fatores macro
econômicos, concorrência, tecnologia etc.
Os analistas técnicos, ou gráficos, em contrapartida, estimam o preço da ação
(que representa o valor da empresa segundo o mercado) através da observação/
projeção de gráficos resultantes do comportamento histórico dos preços, limitado por
isto as empresas que tenham cotação e movimentação em bolsas de valores
(ASSAF NETO, 2003).
Os modelos de Ohlson e Black-Scholes têm esse mesmo objetivo: cálculo do
valor da empresa, e utilizam dados Contábeis para estimar seus resultados.
17
Ohlson utiliza o Patrimônio Líquido e os Lucros Anormais como variáveis
independentes para estimar o valor da empresa, enquanto que Black, Scholes e
Merton calculam seu modelo com o valor do Ativo, Passivo Exigível e volatilidade da
empresa. Em ambos os modelos os valores futuros são descontados pela taxa de
juros livre de riscos.
A partir desta constatação, este trabalho verifica através de teste de médias
aritméticas os seguintes questionamentos sobre os modelos:
a)- os modelos de Ohlson e Black e Scholes são equivalentes?
b)- o modelo de Ohlson é equivalente ao valor efetivo de mercado?
c) o modelo de Black e Scholes é equivalente ao valor efetivo de mercado?
d)- os modelos de Ohlson e Black e Scholes explicam o entendimento do
investidor representado pelo valor efetivo de mercado.
1.3 Hipótese
A hipótese deste trabalho é de que os modelos de Ohlson, Black e Scholes e
o Valor de Mercado apresentam evidências de terem médias iguais.
A hipótese secundária consiste em verificar no caso de o haver igualdade
se os modelos de BSM ou Ohlson são conservadores em relação ao Mercado,
estimando valores inferiores para a empresa em relação as negociações de ações
no pregão da BOVESPA.
O Conservadorismo é utilizado pela Contabilidade para registrar dentre vários
valores relevantes aquele que influenciar de maneira menos otimista o resultado da
empresa. A aplicação desta convenção gera uma tendência natural aos Contadores
18
de apresentar ao usuário informações que apresentam o menor lucro (IUDíCIBUS,
2000).
O Conservadorismo é uma das características das práticas Contábeis,
determinando que os valores devem ser registrados pelo pior cenário entre
despesas e receitas, implicando que o mercado atribua valor a empresa
mais rapidamente do que o patrimônio Líquido (LOPES, 2001a).
Desta forma, a hipótese secundária deste trabalho se justifica a partir da
constatação de que se estes modelos de avaliação trabalham com os números
Contábeis, deveriam apresentar resultados Conservadores sobre os valores de
Mercado.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Opções
“A real option is the right, but not the obligation, to take an action (e.g.,
deferring, expanding, contracting or abandoning) at a predetermined cost
called the exercise price, for a predetermined period of time the life of the
option” (COPELAND e ANTIKAROV, 2001, p. 5).
O mercado financeiro utiliza essa forma de negócios para diversos ativos,
sendo os principais as ações e as commodities. Esse instrumento também é
utilizado para lculo de projetos de investimento, valor de empresas e quaisquer
outros ativos em que se possa especificar um valor futuro e um prazo e, que neste
período, haja alguém interessado em manter um direito de compra ou de venda
deste ativo.
Um exemplo recente de uma grande operação de opções foi a transação
realizada entre o grupo italiano Fiat e a americana General Motors, em que a Fiat
negociou uma opção de venda, em 2000, para que a General Motors adquirisse o
controle acionário da Fiat Auto, até 05 de fevereiro de 2005 (FIAT, 2005). A General
Motors aceitou pagar 1,55 bilhões para que a Fiat desistisse de exercer sua opção
de venda (put), que é uma das características da operação de opção (direito de
optar pelo exercício do direito).
Operações com opções consistem numa forma de negócios em que um
lançador o direito (vende) de compra ou de venda de um ativo específico que
tenha um valor a vista (spot) determinado no mercado (ações, empresas,
mercadorias etc). por um preço pré-acordado (strike) mediante um valor pago para
garantia do negócio, o prêmio, que é conhecido como call, para o direito de comprar,
20
e como put para o direito de vender. O titular de uma opção tem então o direito,
mas não a obrigação de exercê-la.
Os contratos de opções têm prazo definido, e podem ser exercidos a qualquer
momento durante este tempo (opções americanas), ou somente no dia do
vencimento (exercício) destes (opções européias).
Os lançadores apostam que ao vencimento o mercado a vista (spot) estará
abaixo do valor de exercício (para as call), ou acima destes (para as put), realizando
então seu lucro que é valor do prêmio recebido. Os compradores (titulares)
acreditam no movimento inverso, realizando então seu lucro com a compra (ou
venda) de um ativo em condições vantajosas sobre o mercado, abaixo do valor que
está valendo no momento do exercício (HULL, 1998).
As Bolsas de todo o mundo são compostas basicamente por hedgers (clientes
que buscam se proteger de eventuais oscilações de preços) e por especuladores
que buscam apenas ganhos financeiros e que tomam posições nesses mercados e
são essenciais para garantir a liquidez das bolsas de mercadorias e de futuros. É
para eles que os hedgers
[...]
transferem os riscos de proteção” (BM&F, 1995).
também os arbitradores, que atuam como os especuladores aproveitando o viés
entre as diversas bolsas espalhadas pelo mundo.
Os especuladores dão liquidez aos hedgers para reduzirem os riscos de seus
negócios, pois sem eles não haveria operações suficientes que permitissem o
funcionamento das bolsas da forma como hoje atuam (BODIE & MERTON, 1999).
Why do speculators speculate? .. Certain the greatest is the opportunity to
make an important amount of money in relation to the capital used. Not
many speculators are naïve… Most of them are well aware of the risk that
they take in return for the large and quick profits possible, there are some
who, like gamblers, are so convinced that they will win that they are unable
to admit even them selves that they might losses (TEWELES et al, 1969).
21
Esta evidência é constatada pela liquidação física dos negócios realizados,
apenas 1% das posições abertas em commodities agrícolas têm liquidação física.
Em 2001 o volume negociado na BM&F foi de 1,6 vezes o total da safra, e em 2002
com 1,2 vezes a safra produzida, de acordo com as estatísticas na BM&F (2004).
LIMA e LOPES (2001) indicam que as operações com futuros, os derivativos
estão sendo muito utilizados no mercado financeiro internacional constituindo-se
excelente mecanismo de proteção e especulação frente ao risco de mercado.
O mais antigo registro de especulação com opções foi feito por Aristóteles, na
Grécia, sobre Thales, um astrônomo. De acordo com seus estudos, no inverno
haveria uma boa colheita de olivas. Mesmo com pouco dinheiro fez um lance para
adquirir a produção. Com a confirmação de sua previsão ele exerceu o direito de
compra e obteve um bom lucro (OPTIONS INSTITUTE, 1999).
Os primeiros registros comerciais de contratos de opções foram de operações
realizadas em Amsterdã, na Holanda, em 1634, com negociações de bulbos de
tulipas. (JOSÉ, 2004).
Uma das primeiras Bolsas a negociar contratos futuros foi a Bolsa de Arroz de
Osaka. Na Inglaterra, em 1780, começaram a serem negociados os contratos to
arrive (contatos a termo). Em 1848 foi criada a Chicago Board of Trade, cujas
operações eram semelhantes as que são feitas atualmente nas bolsas mundiais. No
Brasil a primeira bolsa de mercadorias foi estabelecida em 1917 em São Paulo, em
1983 a Bolsa Brasileira de Futuros (BBF), e em 1986 foi fundada a Bolsa de
Mercantil & Futuros em São Paulo - BM&F (LIMA e LOPES, 1999).
Nos Estados Unidos, o mercado de opções desenvolveu-se, a partir de 1791,
com a fundação da New York Stock Exchange (OPTIONS INSTITUTE, 1999. P.3).
22
2.1.2 O Modelo de Black & Scholes (B&S)
COPELAND e ANTIKAROV (2001, p. 23) expõem que desde o início dos
anos 1900 pesquisadores procuraram soluções para o cálculo das opções.
The long history of theory of option pricing began in 1900 when the French
mathematician Louis Bachelier deduced an option pricing formula base than
the assumption that the stock prices follow a Brownian motion with zero
drift” (MERTON, 1973, p.141).
O modelo de Black-Scholes foi apresentado ao Mercado no mesmo período
em que a Chicago Board Options Exchange foi fundada, e contribuiu para o
desenvolvimento deste mercado, principalmente pela forma mais simples de se
efetuar os cálculos dos operadores. O modelo de Black-Scholes foi merecidamente
considerado como “no lugar certo, no tempo correto” (SMITH, 1996).
Em 1973, o matemático FISCHER BLACK e o economista MYRON SHOLES
publicaram um artigo no Journal of Political Economy (The Pricing of Corporate
Liabilities), sobre avaliação de opções no mercado futuro, a partir do comportamento
estocástico de suas variáveis. Robert C. Merton aperfeiçoou-o, no mesmo ano, com
a publicação do artigo Theory of Rational Options Pricing (BESSADA, 2003).
Para o desenvolvimento do modelo, Black e Scholes partiram do
pressuposto que o dono das dívidas têm o direito de comprar a empresa, ou seus
ativos, em condições específicas (BLACK e SCHOLES, 1973, p. 648):
a vida da empresa é quantificada em anos, porque a taxa de variação
das ações pode ter expectativa de mudanças substanciais;
a empresa não paga dividendos nem restitui o capital. Se houver
pagamento de dividendos/ capital a formula terá que ser recalculada;
a opção pode ser exercida no seu vencimento. Caso haja exercício
anterior, a formula terá que ser recalculada;
o há possibilidade de fusão/ incorporação/ cisão;
o há custos na falência e os credores têm preferência no
recebimento das dividas.
23
PEREIRA e SECURATO (2004) testaram o modelo de Black e Scholes para
empresas do setor energético no Brasil, concluindo que das 6 empresas analisadas,
duas rejeitaram a hipótese de que o modelo apresenta valores de precificação
semelhantes ao mercado, enquanto as outras 4 apresentaram evidências de que o
modelo pode avaliar o preço das companhias..
Para se desenvolver o modelo assume-se que as ações mudam de valor em
pequenos intervalos de tempo, variando em intensidade aleatoriamente, de forma
que num pequeno intervalo de tempo (t) o acréscimo no preço da ação (S)
esperado é µ t, onde µ é a.taxa de retorno esperada.
Este desempenho é semelhante ao movimento, na física, de uma partícula
sujeita a grandes movimentos em diversos sentidos sem um padrão pré-definido,
denominado de movimento browniano. O preço de um derivativo é uma função das
variáveis estocásticas objeto do derivativo e do tempo (HULL, 1998, p. 241).
2.1.3 A função Black e Scholes sob a Ótica Contábil
A Contabilidade fornece elementos para cálculo da equação de BSM através
dos Demonstrativos Financeiros. Em sua concepção original a equação não
especifica a forma como os valores estão sendo apresentados, se a preços
correntes, custo histórico, e nem se investimentos ou dividas estão sendo
considerados a fair value.
O balanço de uma companhia é um registro de um determinado momento,
como uma fotografia que captura uma determinada imagem e a congela
para todo o sempre. Tem seu valor para efeitos comparativos, mas está a
cada instante se modificando. O balanço deve ser analisado e
complementado por outras informações fornecidas pela Contabilidade,
como o Fluxo de caixa e o Demonstrativo de Resultados (HENDRIKSEN e
BREDA, 1999).
24
A partir de dados extraídos dos balanços, publicados pelas empresas, tornar-
se-ia complexo avaliar o valor presente dos ativos, dado que diversas informações
não constam dos demonstrativos publicados e outros em face do tempo de uso,
necessidade de reposição e mesmo corrosão causada pela inflação são difíceis de
serem obtidas ou mesmo quantificadas.
No que se refere à avaliação, a forma que conceitualmente se aproxima da
natureza dos ativos seria sua mensuração a valores atuais [...] Entretanto,
esta metodologia, apesar de seus méritos conceituais e das luzes que
insere na questão do Ativo, apresenta algumas dificuldades de ordem
prática no estágio atual (IUDÍCIBUS, 2000, p. 143).
Quanto aos valores dos empréstimos a contabilidade, obedecendo a
convenção do conservadorismo e o regime de competência registra os passivos com
os valores atuais (atualizados por juros, e outras provisões).
Passivos monetários são obrigações em termos nominais [...] tipicamente
envolvem o pagamento de quantias pré-determinadas [...] a avaliação
corrente da dívida é o valor presente das quantias a serem pagas no Futuro
(HENDRIKSEN e BREDA, 1999, p. 413).
2.1.4 Capital Contábil da Empresa: Fonte de Informações para
Investidores e Credores
Os direitos do proprietário numa empresa são divididos entre o capital
realmente investido, denominado pela contabilidade de capital integralizado , e pelos
lucros retidos a disposição dos acionistas para distribuição, ou para re-investimento,
agrupados pela Contabilidade no Patrimônio Líquido (HENDRIKSEN e BREDA
1999).
Esta noção é traduzida na Teoria da Propriedade que determina que os
Ativos pertencem ao sócios e que os Passivos são suas dívidas. Nesta teoria, as
receitas representam aumentos de propriedade (capital) e as despesas diminuições
de propriedade, implicando dizer que o Lucro Líquido será aumento de riqueza do
25
proprietário (e o prejuízo, se sua perda). Os dividendos representam saída de
capital (HENDRIKSEN e BREDA 1999).
Na teoria micro econômica o capital de uma empresa tem relevância para seu
desenvolvimento. KALECKI (KEYNES e KALECKI, 1971) expõe essa importância
indicando que a capacidade de endividamento de uma firma está relacionado com o
volume aportado pelos sócios na sua empresa. Os investidores/ financiadores acima
de um certo limite da relação capital próprio/ capital de terceiros não se disporão
mais a aportarem recursos externos a companhia dificultando sua operação e
mesmo sobrevivência.
Portanto o nível de capital próprio de uma empresa irá determinar a
lucratividade e o risco da empresa. Ao determinar o nível de risco, a relação do
capital próprio / capital de terceiros se aproxima do conceito de volatilidade, que se
expandirá quanto maior for a incerteza em relação ao futuro.
MODIGLIANI e MILLER (apud ROSS et al 2002) afirmam que o retorno
esperado de uma ão está relacionado ao grau de endividamento da companhia,
pois o acionista irá ser cada vez mais cuidadoso com empresas onde a relação
capital de terceiros / capital próprio seja acentuada, desta forma, conforme os
administradores são capazes de alterar o valor de uma empresa mudando a sua
relação de endividamento.
Encontra-se na literatura sobre análise financeira vários indicadores baseados
na estrutura de capital próprio, que evidenciam as decisões estratégicas da empresa
e a qualidade da participação de terceiros. São relevantes em análise financeira, por
exemplo, o Índice de Imobilização do Capital (Ativo Permanente / Patrimônio
Líquido) e Participação de Capital de Terceiros (Passivo Exigível / Patrimônio
Líquido) (SILVA 2001).
26
2.2 Ohlson
OHLSON, em 1995, publicou um modelo de avaliação de empresas
sustentado pela avaliação do lucro limpo, onde variáveis contábeis fossem os
parâmetros principais no desenvolvimento da teoria (CUPERTINO e LUSTOSA,
2004).
O modelo admite informações além dos lucros, valor do patrimônio e
dividendos. Destaca que a importância dos lucros para análise, enquanto que o valor
contábil traz informações incompletas de valorização da empresa. Os lucros
capitalizados junto com o Patrimônio Líquido da empresa (Capital e Reservas)
demonstra um grande peso na função de estimativa de valor da empresa (OHLSON,
1995).
O modelo possui três premissas básicas (IUDÍCIBUS e LOPES 2004):
Valor de Mercado e Dividendos Esperados: O valor de mercado é
função dos dividendos futuros esperados descontados a uma taxa de
juros.
Lucro Limpo (Clean Surplus Relation): Todas as alterações ocorridas
no Patrimônio Líquido passam pelo lucro.
Comportamento Estocástico dos Lucros Residuais: Os lucros anormais
(residuais) o os lucros contábeis deduzidos da remuneração pela
utilização do capital próprio (taxa de juros livre de risco sobre a
participação dos sócios na empresa).
OHLSON (1995) desenvolveu seu modelo a partir de teoria econômica de que
o valor de um ativo será sempre a soma de seus fluxos de caixa futuros a valor
presente. Este axioma é representado para investimentos em empresas pelo valor
presente dos seus dividendos (que seria o fluxo de caixa futuro), atribuída a William
J. em 1938 (apud KOTHARI, 2000, p.75), e é representada pela fórmula:
27
( )
=
+
=
1
)01(
1
n
n
Oh
i
d
P LLLL
Onde: d = dividendos futuros; e
i = taxa de juros livre de risco.
Ohlson extraiu dos dados contábeis o valor dos dividendos:
d
t+1
= LU
t+1
- PL
t+1
+ PL
t
.................................... (Oh 02)
Onde: LU é o lucro do período e
PL o Patrimônio Líquido.
O modelo trabalha com o conceito de lucros anormais (LA) que é a diferença
entre o lucro total da empresa e uma taxa livre de risco:
LU
T+1
= LA
t+1
+ i.PL
T
.................................... (Oh 03)
Substituindo-se o valor de LU,obtido em Oh 03, na equação Oh 02 que
fornece o valor do dividendo, tem-se:
d
t+1
= LA
t+1
- PL
t+1
+ PL
t
. (1+i) …………………………………. (Oh 04)
Substituindo-se o valor de d na equação de precificação da empresa (Oh 01):
(
)
( )
(
)
( )
(
)
( )
( )
05
1
1
1
1
1
1
1
2
122011
Oh
i
iPLPLLA
i
iPLPLLA
i
iPLPLLA
P
n
nnn
n
LLLL
+
++
+
+
+
=
Daí obtem-se o modelo de precificação de OHLSON:
( )
=
+
+=
1
0
1
n
n
i
LA
PLP
Os lucros anormais têm comportamento estocástico e podem ser
representados por uma equação linear auto-regressiva e de comportamento
estacionário. Desta forma os lucros anormais de um período são função dos lucros
anormais do período anterior mais uma parcela de informações não contidas na
contabilidade do período (v
t
), mas que irá se agregar ao resultado do período futuro.
28
Quanto às “outras informações”,... se referem a informações contábeis que
não proporcionam um choque nos lucros residuais em períodos futuros.
Ohlson (1995( assume que v
t
deve ser considerada como um resumo de
eventos relevantes para a avaliação da empresa que ainda causarão
impacto sobre as demonstrações financeiras (CUPERTINO e LUSTOSA,
2006).
A partir das informações off balance OHLSON (1995) apresentou em seu
paper outra importante contribuição para a Ciência Contábil que é o cálculo do valor
da empresa no período t+1 :
( )
( )
( ) ( )
0
111
1
0
1
2
1
21
>
+×+
+
=
+
=
+
+
=
γω
ω
ω
i
i
a
e
i
a
vaLAaPLP
ttt
2.2.1 Lucro Limpo (Clean Surplus Relation)
O conceito de Lucro Limpo determina então que quaisquer alternativas, que
não estejam relacionadas com transações entre cios, devem necessariamente
passar pelo resultado. Esta afirmativa é representada pela expressão:
PL
0
– PL
1
= DIV
1
– LU
1
O Lucro Limpo determina também que os dividendos pagos no período reduz
o valor do Patrimônio Líquido (current book value) mas não o lucro corrente do ano,
(OHLSON, 1995).
2.2.2 Lucro Anormal
A expressão é motivada pela concepção de que os lucros normais são
resultantes da remuneração do capital pela taxa de juros livre e riscos (definido
como o capital investido no inicio do período). A diferença para os lucros realizados
no período seriam então os Lucros Anormais (OHLSON, 1995).
29
O´Hanlon e Peasnell (2001) expõem que os lucros anormais (ou residuais)
têm uma longa história de pesquisa, sendo extensamente debatido, nas décadas de
60 e 70 tendo sido negligenciado por um período, até que o trabalho de Ohlson, em
1995, trouxe novas idéias ao conceito do lucro anormal, associando sua importância
ao da valoração da entidade.
2.2.3 Hipótese de Mercado Eficiente
A Hipótese de Mercado Eficiente (HME), de acordo com pesquisas efetuadas
pelo Prof. Eugene Fama (HENDRIKSEN, 1999) determina que o mercado financeiro
incorpora todas as informações disponíveis, inclusive os dados contábeis, refletindo-
as em seus preços. A eficiência do mercado é medida através da velocidade de
reação dos investidores a informação divulgada, ou seja, se um novo dado
disponibilizado não irá produzir lucros extraordinários quando o público tomar
conhecimento. É classificado como Fraca, Semi-Forte e Forte (ROSS et al 2002).
LOPES (2001b) expõe que estudos efetuados indicam que somente 10% do
resultado anormal ocorre no mês em que o anúncio dos resultados contábeis é
divulgado. Trabalhos científicos realizados no mercado brasileiro, como o de SARLO
et al. (2004) demonstraram que a divulgação dos resultados contábeis é fonte
representativa de informação para o investidor.
Evidências empíricas apresentam que os mercados financeiros são favoráveis
a eficiência Fraca e Semi-Forte, mas não a eficiência Forte. O que evidencia que a
divulgação de dados contábeis pode alterar o comportamento dos investidores,
influenciando no os preços da ações (ROSS et al. 2002).
3 Metodologia
Este trabalho se caracteriza metodologicamente como pesquisa empírica
(GIL, 1991), a partir do momento que busca identificar com base nos dados de
patrimônio das empresas se há igualdade ente as médias das amostras analisadas.
A utilização de métodos estatísticos permite ao pesquisador transformar os
fenômenos econômicos em termos quantitativos e a partir destes dados obter
informações e generalizar para o universo. A estatística além de ser um método
racional é também uma técnica de experimentação e prova (MARCONI e LAKATOS,
2000).
3.1 Teste de Médias
A análise do teste de médias permite que se possa obter conclusões a partir
de amostras retiradas de populações onde se desconhece o valor da média e do
desvio padrão do universo total.
Através do teste de médias este trabalho tem por objetivo identificar se os
modelos de Ohlson e Black e Scholes apresentam resultados semelhantes, e se
estes estão de acordo com a avaliação do mercado expressa nas negociações
efetivas na BOVESPA.
Para cálculo das médias foi desenvolvido 4 modelos para a equação de Black
e Scholes (variando a volatilidade, conforme exposto na seção 3.2) e um modelo de
Ohlson num total de 5 modelos,.
31
As médias destes modelos foram comparadas par a par construindo-se a
hipótese a ser respondida neste trabalho:
211
210
:
:
XXH
XXH
=
Onde
X
representa a média aritmética de cada grupo estudado.
Foram feitos testes F (nome em homenagem a R.A. Fisher GUJARATI,
2000) para testar a igualdade entra as duas variâncias, e assim executar o teste
estatístico correto.
A partir das conclusões obtidas com o teste F, procedeu-se ao teste t para
duas amostras presumindo-se variâncias equivalentes ou diferentes (de acordo com
os resultados obtidos), para se determinar se há igualdade entre os resultados
apresentados entre os modelos, o que irá determinar se as equações estudadas
apresentam conclusões semelhantes para os usuários externos que desejem obter
estimações a partir dos dados Contábeis.
( ) ( )
+×
+
+
=
2121
2
22
2
11
21
11
2
11
nnnn
SnSn
XX
t
onde:
X
representa a média e S
2
a variância de cada amostra.
Os resultados obtidos em cada modelo foram divididos em dois grupos para
análise dos resultados:
- cross section os dados de todas as unidades (empresas) dispersos dentro
de uma mesma unidade de tempo (1 ano).
- dados em painel os dados de uma mesma unidade (empresa) analisados
durante um período de tempo (5 anos consecutivos).
32
Aplicou-se sobre os resultados encontrados para os modelos com 100 anos e
volatilidade de mercado o Teste de Tukey –Kramer para comparação das médias
entre os 3 grupos analisados, par a par. Este procedimento é feito a posteriori e
permite verificar se as médias são significativamente diferentes, e é obtido por:
Onde:
( )
= =
=
=
c
j
ij
n
i
XXSQD
n
SQD
MQD
j
1
2
1
;
1
e,
X
ij
= iéssima observação n grupo ou no nível j.
n
j
= número de observações no grupo j
n = mero total de observações de todos os grupos combinados (n= n
1
+ n
2
+ .... +
n
1
).
c = número de grupos ou níveis de fator de interesse
3.2 Dados Coletados
Selecionou-se as empresas com operações na Bolsa de Valores de São
Paulo (BOVESPA) com os seguintes parâmetros extraídos do Sistema Economática:
Presença em mais de 50% dos pregões entre junho 2000 e junho 2004;
Balanços do mês de junho dos anos de 2000 a 2004;
Exclusão de empresas com Patrimônio Líquido Negativo;
Ajuste do Ativo Total e Patrimônio Líquido da empresa com exclusão das
Reavaliações do Ativo; e
( )
0
11
2
21
21
>×
+×
QaEstatístic
nn
MQD
xx
33
Valor de Mercado Estabelecido no Sistema Economática,. Utilizado a
cotação do último dia de julho de cada ano, ou a ultima cotação caso não tenha
havido negociação neste dia.
Com base nestas premissas selecionou-se 136 empresas para
desenvolvimento dos modelos.
Para cálculo da taxa de juros livre de risco utilizou-se o índice da poupança,
por ser uma taxa livre de risco.
Na economia brasileira poderíamos considerar como risco zero as
cadernetas de poupança ou os títulos federais do tipo: BBC (Bônus do
Banco Central), NBC (Notas do Banco Central), LFT (Letras Financeiras do
Tesouro), e outros, visto que, em cada ocasião, temos um tipo de título,
como representativo do risco zero (SECURATO, 1996, p.128).
O tempo considerado para o cálculo da empresa foi de 100 anos, de acordo
com metodologia de COPELAND et al. (apud OLIVEIRA et al., 2003) para cálculo de
lucros anormais. Efetuou-se os testes para controle desta variável com tempo ad hoc
de 30 anos.
Para o desenvolvimento do lculo de opções utilizou-se quatro hipóteses de
volatilidade, sendo 3 ad hoc e a volatilidade de mercado.
Volatilidade de 15%
Volatilidade de 25%
Volatilidade de 35%
Volatilidade de Mercado (últimos 3 meses anteriores aos balanços,
calculados pelo sistema Economática).
Para desenvolvimento do modelo de Ohlson utilizou-se a dia dos lucros
anormais verificados nos cinco últimos balanços anteriores ao ano estudado,
projetando seus resultados pelo prazo de cem anos descontados a taxa da
poupança, conforme descrito anteriormente, excluindo-se as médias negativas.
34
Como controle da variável tempo os lucros foram projetados também no
período ad hoc de 30 anos.
Para cálculo dos lucros anormais, retirou-se do lucro antes do imposto de
renda e quaisquer formas de distribuição, capitalização ou transferência para
reservas de lucros (inclusive juros do capital próprio), o valor da remuneração do
capital, obtido pela aplicação da taxa da poupança pelo valor do Patrimônio Líquido
do período imediatamente anterior.
Não se procedeu a ajustes dos lucros por valores off balance ou por outros
fatores que tenham distorcido um determinado período por falta de informações
detalhadas do que ocorreu em cada ano (que não correspondiam aos exercícios
sociais, e sim de julho a junho).
Ohlson(1995) define “outras informações” como variável escalar, porém não
estabelece concretamente seu conteúdo analítico. Recentemente Ohlson
(2001. p. 112) se referiu a v
t
i como variável “misteriosa. A indefinição da
variável “outras informações” fez com que muitos pesquisadores
negligenciassem sua utilização.... (CUPERTINO e LUSTOSA, 2006).
3.3 Hipótese
As hipóteses a serem testadas são:
=
=
=
mercadodevalorOhlson
mercadodevalorOhlson
mercadodevalorBSM
mercadodevalorBSM
OhlsonBSM
OhlsonBSM
XXH
XXH
XXH
XXH
XXH
XXH
:
;
:
;
:
1
:0
1
:0
1
:0
A hipótese secundária está representada por:
35
<
AvaliaçãodeModelosMercadoH
AvaliaçãodeModelosMercadoH
:
:
1
0
3.4 Limitações
A metodologia utilizada exclui dos cálculos as empresas com Patrimônios
Líquidos negativos, apesar do Mercado atribuir valor a estas empresas. Para estas
companhias deve ser obtido outras informações off balance para as projeções de
valores.
Para o modelo de Ohlson foram também retiradas as empresas com prejuízos
anuais na média dos cinco anos anteriores ao balanço, cuja soma com o Patrimônio
Líquido positivo o tornasse negativo.
Os valores de mercado são os obtidos pelas negociações na BOVESPA, que
em virtude da forte concentração acionárias das empresas analisadas podem não
refletir o real valor das empresas.
4 Resultados
O total de empresas utilizado nas amostras foi de 136 entidades, com forte
concentração acionária, que é uma característica do mercado brasileiro (IUDÍCIBUS
e LOPES, 2004), e indica que os valores negociados na BOVESPA podem não
corresponder ao valor real da empresa, por não incluir o seu controle.
Grafico 1: Participação% dos 20 Maiores Acionistas
no Capital Total da Empresa
0
10
20
30
40
50
a25% de 25,1% até
50%
de 50,15 até
75%
acima de
75%
Participação dos 20 maiores acionistas
Empresas
.
Os dados foram agrupados em painel e cross section, para análise dos
resultados. Procedeu-se ao teste de normalidade utilizando-se o modelo de Jarque-
Bera que é utilizado para grandes amostras, que aceita a normalidade dos dados se
o valor encontrado for suficientemente alto (GUJARATI, 2000). Os cálculos
desenvolvidos confirmaram que os resíduos estão normalmente distribuídos.
A partir desta constatação fez-se a estatística descritiva para estabelecer os
parâmetros dos dados analisados, conforme apresentado na Tabela 1.
37
Eventos Média
Desvio
Padrão
Mediana ximo nimo
BSM 15% 2004 132 11.402.496 30.351.558 2.145.444 210.610.325 5.063
BSM 15% 2003 134 10.061.489 26.641.648 2.018.874 190.528.885 7.590
BSM 15% 2002 136 8.586.275 21.718.929 1.838.791 157.239.072 10.740
BSM 15% 2001 132 7.311.657 18.291.723 1.947.715 135.897.863 13.714
BSM 15% 2000 132 6.673.725 16.713.573 1.730.327 134.300.451 13.714
BSM 25% 2004 132 11.429.696 30.440.253 2.162.705 211.370.607 7.900
BSM 25% 2003 134 10.085.005 26.719.888 2.026.600 191.223.436 10.413
BSM 25% 2002 136 8.605.482 21.783.049 1.842.796 157.821.145 12.304
BSM 25% 2001 132 7.326.266 18.341.675 1.949.284 136.389.544 14.690
BSM 25% 2000 132 6.686.297 16.758.571 1.732.298 134.791.358 14.690
BSM 35% 2004 132 11.534.318 30.768.373 2.202.878 214.041.661 10.255
BSM 35% 2003 134 10.176.370 27.008.360 2.063.288 193.654.590 12.806
BSM 35% 2002 136 8.681.201 22.016.899 1.857.287 159.846.839 13.080
BSM 35% 2001 132 7.385.077 18.526.211 1.961.300 138.115.477 15.106
BSM 35% 2000 132 6.737.575 16.924.721 1.741.785 136.507.938 15.106
BSM Vol Mer 2004 130 11.679.394 30.977.841 2.200.438 214.034.981 483
BSM Vol Mer 2003 128 10.113.610 27.183.640 2.067.296 193.648.612 11.594
BSM Vol Mer 2002 129 8.871.707 22.453.949 1.940.895 159.846.759 11.662
BSM Vol Mer 2001 125 7.376.288 18.860.116 1.966.830 138.115.447 14.243
BSM Vol Mer 2000 125 6.908.867 17.311.103 1.771.060 136.503.737 12.575
Ohlson 2004 100 7.583.503 24.582.145 1.833.951 233.180.659 9.129
Ohlson 2003 92 6.996.766 24.154.856 1.750.980 222.943.506 26.847
Ohlson 2002 90 5.647.349 17.233.220 1.467.666 151.151.477 28.886
Ohlson 2001 93 5.057.816 13.830.857 1.360.283 117.821.711 69.281
Ohlson 2000 92 4.284.477 8.973.466 1.221.985 62.277.502 4.006
Mercado 2004 132 4.577.372 9.994.341 1.214.102 85.639.618 631
Mercado 2003 134 3.068.726 7.234.367 697.430 61.954.397 966
Mercado 2002 136 2.326.175 5.388.329 578.094 44.455.714 2.896
Mercado 2001 133 2.626.796 6.523.768 602.488 58.897.574 2.125
Mercado 2000 131 2.733.459 6.034.411 671.088 50.877.940 3.284
Painel BSM 15% 136 8.658.404 22.209.750 1.951.512 165.715.319 10.164
Painel BSM 25% 136 8.677.463 22.273.182 1.956.290 166.319.218 12.735
Painel BSM 35% 136 8.752.437 22.507.085 1.974.593 168.433.301 14.082
Painel BSM Vol Merc 136 7.951.781 20.020.032 1.731.317 142.019.154 3.862
Painel Ohlson 113 5.289.776 16.133.737 1.356.178 157.474.971 20.370
Painel Mercado 136 3.048.359 6.855.245 780.346 60.365.049 2.627
Modelos/Anos
Tabela 1 - Análise Descritiva dos Valores de Empresas Calculados por BSM, Ohlson e
Mercado (Cálculo dos Lucros para100 anos)
Verifica-se que os valores do desvio padrão são elevados em relação as
médias aritméticas, sendo em todas as situações superiores a esta. A média do
Coeficiente de Variação (Desvio Padrão/ Média Aritmética) é superior a 200% em
todos os modelos. Isto demonstra grande dispersão dos dados analisados.
Esta situação também é evidenciada na relação entre o valor mínimo, máximo
e mediana. Os extremos em valores absolutos e relativos estão muito distantes, fato
observado também entre a mediana e a media aritmética.
O terceiro quartil em todos os testes situa-se abaixo da média e próximo a
mediana, caracterizando a figura como assimétrica à direita, conforme Tabela 2,
para lucros estimados no período de 100 anos.
38
BSM 15% BSM 25% BSM 35%
BSM Vol.
Merc.
Ohlson Mercado
Quartil 2.004 907.857 873.459 850.057 877.713 790.285 389.446
Quartil 2.004 8.079.641 7.759.734 7.547.489 7.748.379 5.413.158 3.994.404
Quartil 2.003 799.467 759.265 739.290 797.369 865.454 203.534
Quartil 2.003 7.516.070 7.120.384 6.932.116 7.319.664 4.983.620 2.236.379
Quartil 2.002 635.525 608.577 591.873 733.170 839.022 162.440
Quartil 2.002 6.062.068 5.795.404 5.637.330 5.809.512 3.615.173 1.628.827
Quartil 2.001 609.686 589.757 574.301 680.400 661.417 154.861
Quartil 2.001 5.464.936 5.306.750 5.180.115 5.185.861 3.449.466 1.643.456
Quaritl 2.000 609.256 589.682 574.217 590.689 584.951 212.037
Quartil 2.000 5.255.420 5.034.841 4.896.854 4.921.627 4.475.915 2.220.283
Tabela elaborada pelo autor a partir de dados obtidos no Sistema Economática
Tabela 2 : Estatística Descritiva - e Quartis para Lucros
Projetados em 100 anos
Estes resultados são esperados em face da heterogeneidade das
informações coletadas. O Patrimônio Líquido das empresas e seu Valor de Mercado
não são iguais, variando de acordo com seu investimento, resultados obtidos,
perspectiva de investidores e outros fatores que diferenciam as empresas.
Observa-se que o efeito volatilidade nos cálculos quatro modelos de Black e
Scholes não alteraram significativamente o valor das médias e desvio padrão de
cada empresa, o que gera indicativos de que os valores contábeis têm um forte grau
de influencia no desenvolvimento deste modelo. Esta situação se verifica tanto nos
dados agrupados em cross section quanto em painel.
Como controle do efeito tempo, os cálculos foram refeitos considerando um
período ad hoc de 30 anos para projeção dos resultados de Black e Scholes e de
Ohlson.
Os resultados têm a mesma distribuição dos obtidos os lucros projetados para
100 anos, com o desvio padrão elevado em relação a média aritmética e grande
dispersão entre os valores extremos utilizados. O fator tempo não influenciou
significativamente os resultados da estatística descritiva.
39
O teste F indicou que as relações entre os modelos de BSM, Ohlson e Valor
de Mercado não têm variâncias equivalentes. Os quatro modelos de BSM possuem
variâncias equivalentes. O nível de significância utilizado foi de 5%, e os resultados
analisados pelo p-value, que indica que se o resultado obtido for maior que o nível
de significância estabelecido rejeita-se a hipótese de igualdade entra as variâncias
(hipótese nula, H
0
). A Tabela 3 apresenta os resultados para os lucros projetados
pelo período ad hoc de 30 anos para os valores em cross section e na Tabela 4 os
valores em painel. Os resultados com os lucros projetados por 100 anos
apresentaram resultado idêntico.
Exceção para os pares em cross section do modelo de Ohlson com a
equação de BSM no ano de 2003. Nas duas hipóteses de projeção dos lucros (100 e
30 anos) os resultados do p-value foram superiores ao nível de significância de 5% o
que implica em falhar-se na rejeição da hipótese nula (igualdade das variâncias).
Não foi identificado na metodologia dos cálculos razão para esta diferença de
resultados.
Amostra
1
Amostra
2
p- value
2004
p- value
2003
p- value
2002
p- value
2001
p- value
2000
BSM 15% Ohlson 0,0140 0,1593 0,0099 0,0024 8,40E-10
BSM 15% Mercado 1,03E-31 1,70E-41 9,95E-47 2,89E-28 2,05E-27
BSM 15% BSM 25% 0,4867 0,4865 0,4864 0,4876 0,4877
BSM 15% BSM 35% 0,4381 0,4375 0,4372 0,4422 0,4430
BSM 15% Vol. Merc. 0,4079 0,4089 0,3511 0,3645 0,3455
BSM 25% Ohlson 0,0130 0,1521 0,0091 0,0022 7,24E-10
BSM 25% Mercado 7,59E-32 1,21E-41 6,99E-47 2,18E-28 1,56E-27
BSM 25% BSM 35% 0,4513 0,4508 0,4507 0,4545 0,4551
BSM 25% Vol. Merc. 0,4209 0,4219 0,3637 0,3761 0,3568
BSM 35% Ohlson 0,0097 0,1278 0,0068 0,0016 4,19E-10
BSM 35% Mercado 2,43E-32 3,51E-42 1,95E-47 7,77E-29 5,77E-28
BSM 35% Vol. Merc. 0,4690 0,4701 0,4104 0,4196 0,3990
Vol. Merc. Ohlson 0,0082 0,1163 0,0042 0,0010 1,52E-10
Vol. Merc. Mercado 1,47E-32 3,51E-42 4,57E-48 2,59E-29 1,20E-28
Ohlson Mercado 4,87E-21 5,88E-34 3,93E-32 2,82E-15 1,66E-05
Tabela elaborada pelo autor a partir de dados obtidos no Sistema Economática
Tabela 3 - Teste F para Diferea entre duas variâncias para
Lucros Projetados por 30 anos
40
BSM 25% BSM 35%
BSM Vol
Merc
Ohlson Mercado
Painel BSM 15% 0,4868 0,4387 0,1145 0,0003 1,00E-35
Painel BSM 25% 0,4518 0,1083 0,0002 7,26E-36
Painel BSM 35% 0,0875 0,0002 2,25E-36
Painel BSM Vol Merc
0,0093 8,70E-31
Painel Ohlson 2,29E-20
Tabela 4 - Teste F para Diferença entre duas variâncias para o
Lucro Projetado por 30 anos - Painel
A partir dos resultados obtidos com o teste F realizou-se o teste t de
variâncias, aplicado a cada caso. A Tabela 5 apresenta os dados obtidos com a
variável tempo de 100 anos na análise cross section. Os resultados através da
análise pelo p-value num nível de significância de 5% rejeitaram a hipótese nula em
todos os anos, para as análises entre o modelo de BSM e o Valor de Mercado,
significando que não evidências de igualdade entre os dois modelos de avaliação
do valor da empresa.
O teste unicaudal entre os dois modelos também rejeitou a hipótese nula,
indicando que o modelo de BSM apresenta evidências de resultados superiores aos
valores calculados pelo mercado, contrariando a hipótese secundária deste trabalho
de que o Mercado estimaria valores superiores aos do modelo.
Os demais modelos falharam em rejeitar a hipótese nula, determinando que
evidencias de que os resultados obtidos pelos demais modelos podem obter
resultados semelhantes (BSM x Ohlson; Ohlson x Mercado e BSM (todos) x BSM
(todos) ) .
41
Tabela 5: Teste T para duas amostras
Amostra
1
Amostra
2
p- value
2004
p- value
2003
p- value
2002
p- value
2001
p- value
2000
p- value
2004
p- value
2003
p- value
2002
p- value
2001
p- value
2000
BSM 15% Ohlson 0,3137 0,4081 0,2947 0,3093 0,1901 0,2910 0,3701 0,2475 0,2940 0,1677
BSM 15% Mercado 0,0126 0,0034 0,0012 0,0052 0,0108 0,0152 0,0039 0,0014 0,0074 0,0141
BSM 15% BSM 25% 0,8822 0,8812 0,8768 0,8828 0,8858 0,9942 0,9942 0,9942 0,9948 0,9951
BSM 15% BSM 35% 0,8188 0,8169 0,8093 0,8159 0,8192 0,9721 0,9721 0,9715 0,9742 0,9755
BSM 15% Vol. Merc. 0,8560 0,7355 0,8676 0,7832 0,8615 0,9418 0,9565 0,9485 0,8855 0,9496
BSM 25% Ohlson 0,3770 0,4796 0,3573 0,3732 0,2361 0,2884 0,3670 0,2453 0,2916 0,0141
BSM 25% Mercado 0,0158 0,0040 0,0014 0,0065 0,0135 0,0151 0,0039 0,0014 0,0074 0,0141
BSM 25% BSM 35% 0,9352 0,9343 0,9310 0,9315 0,9319 0,9779 0,9778 0,9773 0,9794 0,9803
BSM 25% Vol. Merc. 0,9733 0,8482 0,9893 0,8954 0,9742 0,9476 0,9509 0,9428 0,8805 0,9448
BSM 35% Ohlson 0,4155 0,5221 0,3963 0,4149 0,2687 0,2783 0,3554 0,2363 0,2820 0,1604
BSM 35% Mercado 0,0181 0,0046 0,0016 0,0075 0,0157 0,0145 0,0038 0,0013 0,0071 0,0136
BSM 35% Vol. Merc. 0,9618 0,9121 0,9424 0,9621 0,9584 0,9697 0,9293 0,9206 0,8608 0,9256
Vol. Merc. Ohlson 0,3926 0,5873 0,3682 0,4504 0,2546 0,2648 0,4033 0,2360 0,2962 0,1958
Vol. Merc. Mercado 0,0167 0,0070 0,0018 0,0111 0,0161 0,0138 0,0058 0,0020 0,0133 0,0189
Ohlson Mercado 0,2186 0,1218 0,0711 0,1047 0,1220 0,2512 0,1332 0,0821 0,1174 0,1799
Lucros projetados para 100 anos Lucros projetados para 30 anos
A análise do p-value dos dados obtidos na Tabela 5 demonstra que o modelo
de Ohlson tende a capturar melhor o entendimento do mercado do que o modelo de
BSM, evidenciando conforme LOPES (2001) a relevância das informações contábeis
notadamente nas empresas com ações negociadas na BOVESPA.
O modelo de Ohlson, de acordo com o teste t, apresenta também evidências
de que os resultados de BSM podem ser semelhantes, demonstrando que os dados
contábeis podem capturar o entendimento dos analistas financeiros através do
cálculo de opções.
Os testes desenvolvidos para lucros projetados por 30 anos apresentaram
resultados semelhantes, exceção apenas para a análise em 2000 entre BSM 25% e
Ohlson, que nesta situação o teste t rejeitou a hipótese nula (igualdade das médias),
com valores sempre inferiores a 1%, indicando evidências de que os modelos o
apresentam resultados semelhantes
Os resultados em painel obtidos pelo p-value indicam as mesmas conclusões
verificadas no teste cross section, os modelos de BSM e Mercado não apresentam
evidências de que suas médias são iguais, e que BSM calcula valores maiores para
42
a empresa do que os determinado pelo mercado, com valores de p-value inferiores
a 0,5%.
O resultado encontrado para o teste t modelo de Ohlson falha em rejeitar a
hipótese nula para a análise entre os modelos de Ohlson e BSM e o valor de
Mercado, com p-values entre 15% e 30% entre modelos. Esta evidência indica que o
modelo de Ohlson pode apresentar resultados compatíveis com os encontrados
pelos investidores e os calculados através da equação de opções .
Os resultados são semelhantes tanto lucros projetados para 100 anos quanto
para 30 anos, evidenciando que este dado não é fator relevante na análise dos dois
modelos, em análises de longo prazo.
A análise em painel do teste t entre as quatro hipóteses de volatilidade para o
modelo BSM indica que todos p-value apresentam índices superiores a 90%,
demonstrando que o cálculo dos modelos de Blach-Scholes apresenta resultados
semelhantes para volatilidades ad hoc de 15% a 35% e para a volatilidade do título
definido no mercado.
Os resultados obtidos demonstram a relevância das variáveis contábeis na
estimativa do valor das empresas através do modelo financeiro de BSM.
A partir dos resultados obtidos nos testes estatísticos conclui-se que o modelo
de Black e Scholes e Ohlson desenvolvidos com os parâmetros definidos neste
trabalho têm resultados equivalentes.
O modelo de Black e Scholes não traduz os resultados obtidos no mercado,
apresentando uma tendência de sobre valorizar o preço da empresa, enquanto que
o modelo de Ohlson, para empresas com lucro, têm evidências de apresentarem
resultados semelhantes aos do mercado e do modelo de Black e Scholes.
43
Constata-se, pelos testes efetuado, que o modelo de Ohlson apresenta
resultados intermediários entre os calculados pelo modelo de Blach e Scholes e os
valores estabelecidos pelo mercado.
Procedeu-se ao teste por setor, dividindo-se o grupo de empresas em
Indústrias, Comércio e Serviços, Concessionários Públicos e Setor Financeiro. Os
resultados estão apresentados na Tabela 6.
Ao contrário dos testes anteriores, os modelos não rejeitaram a hipótese nula
em quase a totalidade dos cálculos, apresentando evidências de que os modelos de
precificação de BSM, Ohlson e Mercado são equivalentes numa análise setorial.
Indústria
Comércio
Serviços
Conces.
Públicos
Setor
Financ.
BSM x Ohlson 2.004 0,5398 0,5802 0,1150 0,0800
BSM x Mercado 2.004 0,6579 0,3373 0,0852 0,0284
Ohlson x Mercado 2.004 0,3894 0,4735 0,9776 0,0914
BSM x Ohlson 2.003 0,5646 0,5193 0,1471 0,0856
BSM x Mercado 2.003 0,2706 0,3136 0,0248 0,0397
Ohlson x Mercado 2.003 0,2898 0,4392 0,5253 0,0635
BSM x Ohlson 2.002 0,5550 0,4019 0,3044 0,0638
BSM x Mercado 2.002 0,1696 0,2813 0,0233 0,0239
Ohlson x Mercado 2.002 0,2443 0,3680 0,3559 0,0761
BSM x Ohlson 2.001 0,5659 0,7051 0,3644 0,1160
BSM x Mercado 2.001 0,3533 0,4468 0,0539 0,0644
Ohlson x Mercado 2.001 0,2913 0,4647 0,4007 0,2373
BSM x Ohlson 2.000 0,9844 0,7388 0,4204 0,1426
BSM x Mercado 2.000 0,2851 0,5961 0,1716 0,0625
Ohlson x Mercado 2.000 0,2851 0,5386 0,6174 0,1893
Painel BSM x Ohlson 0,6505 0,4006 0,1346 0,0953
Painel BSM x Mercado 0,4039 0,4474 0,0621 0,0343
Painel Ohlson x Mercado 0,3552 0,9721 0,7484 0,0539
Tabela 6: Teste T para duas variâncias - Dados por
Setor - Lucros Projetados Para 100 anos
Efetuou-se o teste de análise de variância, conhecido como ANOVA para
análise das diferenças das médias através das variâncias (GUJARATI, 2000). Os
resultados encontrados confirmaram evidências de que os três modelos apresentam
médias equivalentes na análise setorial, através de valores de p-value superiores a
44
40%. O setor financeiro falhou em rejeitar a Hipótese nula nos anos de 2001 e
2000.
Sobre os resultados por setor, efetuou-se o Procedimento Tukey-Kramer, que
permite comparar as medias do grupo para a par, para determinar se as médias
são significativamente diferentes, conforme tabela 7.
Rejeita-se a igualdade entre as médias das amostras analisadas, se o valor
da diferença absoluta entre as médias for inferior ao valor do intervalo crítico (obtido
pelo produto do erro padrão da diferença pelo valor da diferença absoluta da média).
Tabela 7: Procedimento Turkey Kramer - Lucros Projetados para 100 anos
2.004 2.003 2.002 2.001 2.000 Painel
Indústria
dias BSM e Ohlson iguais iguais iguais iguais iguais iguais
dias BSM e Mercado iguais iguais iguais iguais iguais iguais
dias Ohlson e Mercado iguais iguais iguais iguais iguais iguais
Comércio e Serviços
dias BSM e Ohlson iguais iguais iguais iguais iguais iguais
dias BSM e Mercado iguais iguais iguais iguais iguais iguais
dias Ohlson e Mercado iguais iguais iguais iguais iguais iguais
Concession. de Serviços
dias BSM e Ohlson iguais iguais iguais iguais iguais iguais
dias BSM e Mercado iguais iguais diferente diferente diferente iguais
dias Ohlson e Mercado iguais iguais iguais iguais iguais iguais
Financeiro
dias BSM e Ohlson diferente diferente diferente diferente diferente diferente
dias BSM e Mercado diferente diferente diferente diferente diferente diferente
dias Ohlson e Mercado iguais iguais iguais diferente diferente diferente
Neste teste em todos os modelos o Setor Financeiro rejeitou a igualdade de
valores. Os demais setores apresentaram evidências de igualdade das médias.
Repetiu-se o teste excluindo-se porém o Setor Financeiro. O resultado
encontrado apresentou evidências de que os três modelos apresentam médias
equivalentes, com os valores encontrados para o Intervalo Crítico sempre
superiores ao valor da Diferença Absoluta das Médias.
45
Os resultados obtidos em todos os testes efetuados neste trabalho, estão
resumidos na Tabela 8.
Tabela 8. Resumo dos Resultados
Teste F Modelos BSM (diferentes Volatilidades) apresentam variâncias equivalentes
BSM x Ohlson; BSM x Mercado e Ohlson x Mercado apresentam varâncias diferentes
Teste t Dados em Cross Section BSM x Mercado p-value inferior a 5% médias não iguais
BSM x Ohlson p-value superior a 5% médias iguais
Ohlson x Mercado p-value superior a 5% médias iguais
Teste t Dados em Painel BSM x Mercado p-value inferior a 5% médias não iguais
BSM x Ohlson p-value superior a 5% médias iguais
Ohlson x Mercado p-value superior a 5% médias iguais
Turkey- Por Setor Indústria Intervalo Ctico>Dif. Média médias iguais
Kramer Dados em Painel e Cross Comércio e Servos Intervalo Crítico>Dif. Média médias iguais
Section Concessionárias Intervalo Ctico>Dif. Média médias iguais
Financeiro Intervalo Crítico<Dif. Média médias não iguais
Turkey- Por setor exlcdo o Fianc. BSM x Mercado Intervalo Crítico>Dif.dia médias iguais
Kramer Dados em Painel e Cross BSM x Ohlson Intervalo Ctico>Dif. Média médias iguais
Section Ohlson x Mercado Intervalo Crítico>Dif. Média médias iguais
A partir dos testes efetuados conclui-se que a médias calculadas para o
Modelo de Ohlson e Black-Scholes-Merton capturam o entendimento do mercado,
apresentando evidências de que seus resultados são equivalentes aos determinados
pelos investidores, à exceção das empresas que atuam no setor financeiro.
5 Considerações Finais
Este trabalho teve por objetivo analisar os modelos de Ohlson e a equação de
Black, Scholes e Merton para precificar empresas, buscando a relação entre estas
duas abordagens, através do estudo das médias.
Os testes apresentaram evidências que o Modelo de BSM estima resultados
acima dos encontrados pelo mercado, nas negociações na bolsa, com níveis de
volatilidade acima de 15% com o tempo de 30 ou 100 anos para estimativa da
equação, sem partição por setor econômico.
Esta constatação contraria a expectativa inicial do trabalho que seria que os
cálculos financeiros, baseados em dados contábeis, seriam conservadores em
relação ao mercado.
O modelo de Ohlson, para empresas com Patrimônio Líquido positivo, após a
inclusão dos lucros anormais (projetados para um período de 100 e 30 anos),
apresenta evidências de capturar o entendimento do mercado, apresentando
resultados equivalentes aos estimados nas negociações na BOVESPA.
O modelo de Ohlson também apresentou evidências de resultados idênticos
ao de BSM, correspondendo a pergunta deste trabalho de que os dois modelos, que
trabalham com dados contábeis, apresentariam resultados semelhantes.
O modelo de Ohlson por apresentar médias iguais ao modelo de Black e
Sholes e ao entendimento do mercado apresenta evidências que seus resultados
são intermediários entre o cálculo financeiro de BSM e os números da BOVESPA.
47
Em análises setoriais os modelos apresentam evidências de que seus
resultados são semelhantes,exceto o setor financeiro.
A análise dos modelos excluindo-se setor financeiro apresentou evidências de
que as médias dos três modelos apresentam resultados idênticos.
Para futuras pesquisas sugere-se a utilização do modelo de Ohlson de
crescimento dos lucros anormais, publicado em 2003.
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