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REBECA RAPOSO DE AQUINO
RECIFE
2006
Alimentação do recém-nascido pré-
termo: métodos de transição da
gavagem para o peito materno
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REBECA RAPOSO DE AQUINO
Alimentação do recém-nascido pré-termo:
métodos de transição da gavagem para o peito
materno
Dissertação apresentada ao Colegiado do Mestrado em
Saúde da Criança e do Adolescente do Departamento
Materno Infantil do Centro de Ciências da Saúde da
Universidade Federal de Pernambuco, como requisito parcial
para obtenção do grau de Mestre em Saúde da Criança e do
Adolescente.
Orientadora:
Profª Dra. Mônica Maria Osório
RECIFE
2006
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Aquino, Rebeca Raposo de
Alimentação do recém-nascido pré-
termo :
métodos de transição da gavagem para o peito
materno / Rebeca Raposo de Aquino.
Recife : O
Autor, 2006.
92 folhas : il., tab.
Dissertação (mestrado)
Universidade Federal
de Pernambuco. CCS. Saúde da Criança e do
Adolescente, 2006.
Inclui bibliografia e anexos.
1. Saúde da criança e do adolescente Recém-
nascido pré-termo. 2. Aleitamento materno
Transição de alimentação
Gavagem e peito
materno. 3. Métodos de transição
relactação e sonda/peito. I. Título.
613.953 CDU (2.ed.) UFPE
618.92011 CDD (22.ed.) BC2006-272
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
REITOR
Prof. Dr. José Amaro Henrique Lins
VICE-REITOR
Prof. Dr. Gilson Edmar Gonçalves e Silva
PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO
Prof. Dr. Celso Pinto de Melo
CENTRO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE
DIRETOR
Prof. Dr. José Tadeu Pinheiro
COORDENADORA DA COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO DO CCS
Profª. Drª. Gisélia Alves Pontes da Silva
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Profª. Drª. Marília de Carvalho Lima (Coordenadora)
Profª. Drª. Sônia Bechara Coutinho (Vice-coordenadora)
Profª. Drª. Gisélia Alves Pontes da Silva
Profª. Drª. Emília Pessoa Perez
Prof. Dr. Pedro Israel de Cabral Lira
Profª. Drª. Ricardo Arraes de Alencar Ximenes
Profª. Drª. Mônica Maria Osório de Cerqueira
Prof. Dr. Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho
Profª. Drª. Sílvia Wanick Sarinho
Profª. Drª. Maria Clara Albuquerque
Profª. Drª. Sophie Helena Eickmann
Profª. Drª. Ana Cláudia Vasconcelos Martins de Souza Lima
Prof. Dr. Alcides da Silva Diniz
Profª. Drª. Luciane Soares de Lima
Profª. Drª. Maria Gorete Lucena Vasconcelos
Profª. Drª. Sílvia Regina Jameli
Cristiana Maria Macedo de Brito (Representante Discente)
SECRETARIA
Paulo Sérgio Oliveira do Nascimento
Título:
Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição
da gavagem para o peito materno
Nome: Rebeca Raposo de Aquino
Tese aprovada em: 21 / 02 / 2006
Membros da Banca Examinadora:
-
Sônia Bechara Coutinho ______________________
- Ana Rodrigues Falbo ______________________
- Bianca Arruda Manchester de Queiroga
___________________
Recife
2006
Aquino, Rebeca R. Métodos de alimentação utilizados na transição da gavagem para o peito em ...
Dedicatória
Dedico este trabalho a Ricardo e a
Pedro por compreenderem os meus
momentos de ausência. Sentir-me
amada por vocês me forças para
seguir em frente.
Aos meus pais, Edine e Rildo, por
me ensinarem o valor da honestidade,
do trabalho, da sinceridade e do
respeito. Com seu amor, suas mãos e
seus colos aprendi a ser GENTE.
Dedicatória
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem ...
Agradecimentos
À minha orientadora, Profa. Dra. Mônica Osório, pela paciência,
tranqüilidade, apoio constante e por acreditar que seria possível...
A Dra. Madalena, por ter me recebido com tanto carinho no meu início
de trabalho com os bebês pré-termo. Uma grande parte do pouco que sei
devo a ela, umas das pessoas mais humanas que conheço.
A Dra. Geisy Lima, pelo estímulo e apoio. Por acreditar na idéia de que
a translactação poderia dar certo. E por permitir compartilharmos com ela o
amor que sente pelo trabalho no “Canguru”. “Pularemos” juntas por estes
caminhos.
Aos meus (mais novos e melhores) amigos e colegas da 19ª turma de
mestrado, Adriana, Dr. Adolfo, Dr. Henrique, Edjane, Jana, Marcelinha,
Michel, NCésar, Nilza e Thereza, vocês sabem que formamos um time
maravilhoso. Enfrentaria qualquer desafio com vocês ao meu lado.
Agradecimentos
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem ...
Agradecimentos
Às minhas “amigas irmãs”, Adriana Castro e Milu Almeida, pelo
companheirismo e pelos ombros amigos nas horas difíceis ao longo da vida.
A Fábio Lessa, um amigo que muito me estimulou a entrar neste
mundo de pesquisas. Sem o seu estímulo nunca teria iniciado esta jornada.
Ele me mostra a cada dia que é preciso lutar.
Às equipes do IMIP (principalmente Cida, Carmem, Diva, Ana Luiza,
Marisa e Sandra) e do HAM (principalmente Adriana, Patty, Dra. Cláudia
Miranda, Dra. Angélica, Dra. Edilene) pelo apoio e compreensão de sempre.
A Paulo pela eficiência e disponibilidade, organizando a nossa vida no
mestrado.
A todos os bebês que nos ensinam a lutar pela vida, nos mostrando
que ser frágil não é ser fraco.
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem ...
“O futuro não é um lugar para onde
estamos indo, mas um lugar que estamos
criando. O caminho para ele não é encontrado,
mas construído e o ato de fazê-lo muda tanto
o realizador quanto o próprio destino”
John Schoan
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem...
Sumário
p.
LISTA DE TABELAS................................................................................................... 9
RESUMO........................................................................................................................ 10
ABSTRACT.................................................................................................................... 11
1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 12
Referências Bibliográficas.................................................................................... 15
2. ARTIGO I - ALIMENTAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO PRÉ-TERMO:
MÉTODOS DE TRANSIÇÃO DA GAVAGEM PARA O PEITO MATERNO
Resumo................................................................................................................. 18
Abstract................................................................................................................ 19
Introdução............................................................................................................. 20
- Assistência ao recém-nascido pré-termo............................................................ 24
- Alimentação e nutrição do recém-nascido pré-termo......................................... 27
- Métodos de transição da alimentação................................................................. 29
Considerações Finais............................................................................................ 36
Referências Bibliográficas.................................................................................... 37
3. ARTIGO II – RELACTAÇÃO, TRANSLACTAÇÃO E PEITO COMO
MÉTODOS DE TRANSIÇÃO DA ALIMENTAÇÃO EM RECÉM-NASCIDOS
PRÉ-TERMO
Resumo................................................................................................................. 45
Abstract................................................................................................................ 46
Introdução............................................................................................................. 47
Métodos................................................................................................................ 49
Resultados............................................................................................................. 55
Discussão.............................................................................................................. 65
Conclusões............................................................................................................ 72
Referências Bibliográficas.................................................................................... 72
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 78
5. ANEXOS............................................................................................................. 81
Sumário
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem ... 9
Lista de tabelas
p.
Tabela - 1 Características dos recém-nascidos pré-termo ao nascimento e ao entrar
no Alojamento Mãe Canguru do IMIP de acordo com o tipo de transição da
alimentação. Recife – Brasil, 2002-2005............................................................ 57
Tabela - 2 Características dos recém-nascidos pré-termo do Alojamento Mãe Canguru do
IMIP no início da transição e na alta hospitalar de acordo com o tipo de transi-
ção da alimentação. Recife – Brasil, 2002-2005.................................................. 59
Tabela - 3 Evolução dos recém-nascidos pré-termo do Alojamento Mãe Canguru do IMIP
de acordo com o tipo de transição da alimentação. Recife - Brasil, 2002-
2005..................................................................................................................... 61
Tabela - 4 Comparação das médias e medianas de algumas características dos recém-nascidos
pré-termo do Alojamento Mãe Canguru do IMIP de acordo com o
tipo de transição da alimentação. Recife - Brasil, 2002-2005............................. 63
Tabela - 5 Comparação das medianas de algumas características da transição da
alimentação dos recém-nascidos pré-termo do Alojamento Mãe Canguru
do IMIP. Recife - Brasil, 2002-2005.................................................................... 64
Lista de Tabelas
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem ... 10
Resumo
Características da prematuridade podem causar dificuldades no estabelecimento de uma
alimentação eficiente e adequada no recém-nascido pré-termo, fazendo-se necessária a
utilização de métodos alternativos até que o bebê esteja apto a mamar. O presente estudo teve
como objetivos: revisar os métodos mais utilizados na transição da alimentação por gavagem
para o peito materno em recém-nascidos pré-termo, apresentados no primeiro capítulo; e
descrever a transição da alimentação (por relactação, translactação e sonda-peito) em 432
recém-nascidos pré-termo do Alojamento Mãe Canguru do Instituto Materno Infantil Prof.
Fernando Figueira - IMIP, apresentados no segundo capítulo em um artigo original. O tempo
de transição foi menor no grupo de sonda-peito, o ganho de peso e o ganho de peso
percentual foi maior no grupo da relactação. O percentual de intercorrências durante o
período de transição, relacionadas à alimentação, foi de 1,6%. Na alta hospitalar, 90,3% dos
bebês estavam em aleitamento materno exclusivo. Na literatura, muita controvérsia em
relação a qual método mais adequado. Os métodos utilizados no estudo, relactação,
translactação e sonda-peito parecem ser eficientes na transição da alimentação de bebês pré-
termo, auxiliando-os a iniciar o aleitamento materno.
Resumo
Aquino, Rebeca R. Métodos de alimentação utilizados na transição da gavagem para o peito em ... 11
Abstract
Prematurity characteristics can cause difficulties
in the establishment of an adequate and
efficient feeding in preterm infant, becoming necessary to use alternative methods until the
baby is able to breastfeed. The objectives of this study were: to carry out a literature rewiew
of the usual methods of making the transition from tube feeding to full breastfeeding with
preterm infants, in the first chapters, and to describe the feeding transistion (relaction,
translactation and the tube-breast) with 432 preterm infants in the Instituto Materno Infantil
Prof. Fernando Figueira’s (IMIP) Kangaroo Mother Care Unit. The mean time of duration
of the transistion was 11 days, with mean of weight gain 17g/day. A small percentage of
problem (1,6%) was
related to the feeding. At the discharge, 90% of the babies had left in
full breastfeeding. It still has in literature much controversy in relation to the most adequate
method. The methods used in this study, relactation, translactation and tube-breast seem to
be efficient as methods for the feeding transistion with preterm infants, assisting them to
initiate breastfeeding.
Abstract
1. INTRODUÇÃO
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 13
Introdução
Os avanços tecnológicos, junto a uma transformação crescente e positiva nos cuidados
na unidade neonatal, têm ajudado a salvar a vida de bebês com peso e idade gestacional muito
baixos, com resultados cada vez melhores. Tais avanços têm capacitado os neonatologistas a
proporcionar um melhor suporte a estes bebês tão frágeis, considerados, até alguns anos atrás,
sem chance de sobrevivência por apresentarem uma imaturidade estrutural e funcional da
maioria dos sistemas (BROCK, 1998 e MORRIS e KLEIN, 2000). Hoje uma preocupação
em proporcionar a estes bebês não a sobrevivência mas também uma qualidade de vida
futura (CAMELO Jr e MARTINEZ, 2005).
O aleitamento materno aumenta as chances, deste bebê pequenino e frágil, de crescer e
se desenvolver de forma adequada. Por muitos anos a importância do ato de amamentar e suas
conseqüências fisiológicas e emocionais para a mãe e bebê foram desconhecidas (REA,
2003). Atualmente o leite materno é reconhecido como a melhor fonte de nutrição e proteção
para o bebê, principalmente para o recém-nascido pré-termo (COOKE e EMBLETON, 2000 e
HUFFMAN, ZEHNER e VICTORA, 2001).
A incidência e a duração do aleitamento materno são mais baixas nos recém-nascidos
pré-termo. Isto acontece, principalmente, por dois fatores: a dificuldade no estabelecimento e
Introdução
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 14
Introdução
na manutenção de uma produção eficiente de leite por parte da mãe do pré-termo, ocasionada,
entre outros motivos, pelo estresse a que é exposta e pelo afastamento do seu bebê devido à
presença de doenças neonatais freqüentemente associadas à prematuridade e à maneira como
é realizada a transição da alimentação (CALLEN e PINELLI, 2005).
A coordenação entre sucção, deglutição e respiração é essencial para o sucesso da
alimentação oral. Entretanto a forma como o leite é oferecido para os recém-nascidos pré-
termo é uma variável importante a ser considerada. Muitos investigadores têm estudado os
efeitos fisiológicos das diferentes formas de alimentar o bebê. Segundo Neifert et al. (1995),
experiências orais precoces que favoreçam o surgimento de mecanismos de sucção diferentes
dos utilizados no aleitamento materno podem causar alteração na pega e conseqüentemente
fracasso no aleitamento. Este problema é chamado de “confusão de bicos”, definido como a
dificuldade do bebê em atingir a configuração oral correta, a pega adequada e o padrão de
sucção, necessários para um aleitamento materno eficiente, depois de exposição à mamadeira
ou a qualquer outro bico artificial.
O Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira vem utilizando três métodos de
transição da alimentação dos recém-nascidos pré-termo alimentados por sonda orogástrica
para alimentação ao peito sob livre demanda: relactação, translactação e o sonda-peito, por se
acreditar que o copo e a mamadeira possam ser “confundidores de bico”.
Esta dissertação constitui-se de dois artigos. O primeiro teve como finalidade revisar,
nas bases de dados Lilacs e MEDLINE, em livros técnicos e publicações internacionais, nos
últimos 10 anos, os métodos de alimentação mais utilizados na transição da gavagem para o
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 15
Introdução
peito materno em recém-nascidos pré-termo. Este artigo seenviado para Revista Brasileira
de Saúde Materno Infantil.
O segundo artigo analisa a transição da alimentação por sonda dos recém-nascidos
pré-termo do IMIP para a alimentação no peito materno sob livre demanda, em relação aos
métodos utilizados: relactação (WHO, 1997), translactação (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2002) e o sonda-peito, considerando-se o tempo de transição, o ganho de peso durante este
período e no aleitamento materno exclusivo, e as freqüências de intercorrências relacionadas
exclusivamente à alimentação. Este artigo será traduzido e enviado para The Journal of
Human Lactation.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. BROCK R. Recém-nascido prematuro, baixo peso e retardo do crescimento intra-
uterino. In: Bassetto MC. Neonatologia, um convite à atuação fonoaudiológica. São
Paulo: Lovise; 1998. p. 67-73.
2. CALLEN J, PINELLI J. A review of the literature examining the benefits and
challenges, incidence and duration, and barriers to breastfeeding in preterm infants.
Adv Neonatal Care. 2005; 5(2):72-88.
3. COOKE RJ, EMBLETON ND. Feeding issues in preterm infants. Arch Dis Child
Fetal Neonatal. 2000; 83:F215-F8.
4. HUFFMAN SL, ZEHNER ER, VICTORA C. Can improvements in breast-feeding
practices reduce neonatalmortality in developing countries? Midwifery. 2001; 17:80-
92.
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 16
Introdução
5. CAMELO JR JS, MARTINEZ FE. Dilemas nutricionais no pré-termo extremo e
repercussões na infância, adolescência e vida adulta. J Pediatr (Rio J). 2005; 81 (1
Supl):33.
6. MINISTÉRIO DA SAÚDE, Secretaria de Políticas de Saúde. Área de Saúde da
Criança. Atenção ao recém-nascido de baixo peso método mãe canguru: manual do
curso. Brasília, DF: 2002.
7. MORRIS SE, KLEIN MD. The child who is premature. In: Morris SE, Klein MD.
Pre-Feeding Skills: a comprehensive resource for mealtime development. 2
nd
. Arizona:
Therapy Skill Builders; 2000. p. 537-52.
8. NEIFERT M, LAWRENCE R, SEACAT J. Nipple confusion: toward a formal
definition. J Pediatr. 1995; 126(6):125-9.
9. REA MF. Reflexões sobre a amamentação no Brasil: de como passamos a 10 meses
de duração. Cad Saúde Pública. 2003; 19(Supl 1):S37-S45.
10. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Nutrition Unit. Infant feeding in emergencies:
a guide for mothers. Copenhagen; 1997.
2. ARTIGO DE REVISÃO
Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos
de transição da gavagem para o peito materno
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 18
Artigo de Revisão
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi revisar os métodos de alimentação mais utilizados na transição
da gavagem para o peito materno em recém-nascidos pré-termo. A pesquisa foi realizada nas
bases de dados Lilacs e MEDLINE, em livros técnicos e publicações internacionais,
priorizando os últimos 10 anos. Características próprias à prematuridade levam a dificuldades
na realização de funções como: sucção, deglutição e a coordenação de ambas com a
respiração, fazendo-se necessário a utilização de métodos alternativos até que o bebê seja
capaz de mamar. A literatura pesquisada descreve diversos métodos de transição da
alimentação: mamadeira, copinho e recentemente, a translactação. Entretanto alguns deles
podem interferir nos resultados do aleitamento materno por causarem “confusão de bicos”. É
necessário cuidado na introdução de métodos alternativos, uma vez que estes podem alterar os
padrões inatos e em desenvolvimento da alimentação e dificultar o sucesso do aleitamento
materno.
Palavras chave: prematuro, aleitamento materno, translactação, métodos de alimentação,
mamadeira.
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 19
Artigo de Revisão
ABSTRACT
This study thoroughly investigates the usual methods of making the transition from tube
feeding to full breastfeeding with preterm infants. The information was gathered from papers
catalogued in Lilacs and MEDLINE, international technical books and publications,
prioritizing the last 10 years. Intrinsic characteristics of prematurity cause difficulties in the
co-ordination of suction, swallowing and breathing. When this happens, it becomes necessary
to use alternative methods until the baby is able to breastfeed. The litercture descrides
methods used to promote the transistion from tube feeding to breastfeeding: bottle-feeding,
cup feeding and recently, the translactation. However, some of these techniques can cause the
"nipple confusion", intervening in the results of breastfeeding . It is necessary to be cautious
in the introduction of alternative methods in the preterm feeding plan, it can modify the innate
feeding pattern and constrain breastfeeding.
Key-Words: premature, breastfeeding, translactation, feeding methods, bottle feeding.
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 20
Artigo de Revisão
INTRODUÇÃO
O aleitamento materno promove um desenvolvimento normal para o bebê por ser uma
extensão natural da vida intra-uterina, proporcionando alimentação imediata e segura,
proteção e ligação afetiva mãe-filho, as quais fazem com que a transferência para o mundo
externo seja menos agressiva
1
.
O ato de amamentar e suas conseqüências fisiológicas e emocionais para a mãe e bebê
foram durante muito tempo desconhecidas, assim como o valor nutricional e imunológico do
leite materno e sua importância na redução da morbidade infantil. No Brasil, não
referências de estudos sobre os índices de amamentação anteriores à década de 70. Nesta
época, foram registrados os mais baixos índices de aleitamento materno, encontrando-se a
mediana de amamentação em 2,5 meses
2
.
A partir dos anos 80, com o início das pesquisas em relação aos benefícios do
aleitamento, este passou a ser reconhecido como uma intervenção importante nos países em
desenvolvimento, visando à redução da mortalidade infantil decorrente da desnutrição e das
doenças infecciosas. Surgem, dessa maneira, as campanhas em prol do aleitamento materno
no Brasil
2-5
.
As crianças menores de um ano apresentam um risco maior de morrer, havendo uma
enorme divergência nas taxas de mortalidade entre os países desenvolvidos, os em
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 21
Artigo de Revisão
desenvolvimento e os países em situações de crise e conflitos. Dos 10,8 milhões de crianças
que morrem a cada ano no mundo, um número substancial (3,9 milhões) morre no período
neonatal, ou seja, nos 28 primeiros dias de vida
6
.
Nos países em desenvolvimento, 23,1% de todas as mortes na infância são decorrentes
das condições perinatais
7
. No período neonatal, algumas causas específicas são responsáveis
por altos percentuais de mortes: 29% por asfixia ao nascimento, 24% por infecções severas,
7% por tétano e 24% estão relacionadas a desordens secundárias a prematuridade
6
. Uma outra
causa bastante freqüente é a hipotermia, principalmente em recém-nascidos de baixo peso ao
nascimento
8
. A sucção e a proximidade com a mãe aumentam a temperatura do corpo do
recém-nascido, o que sugere que o aleitamento materno ajuda na prevenção da hipotermia.
Uma assistência efetiva ao bebê durante o parto e após o nascimento eliminaria de forma
substancial os percentuais de mortes por asfixia e hipotermia, passando a maior parte das
mortes no período neonatal a ser ocasionada por infecções, tais como sepsis, infecção
respiratória aguda e diarréia
9
.
Os recém-nascidos, se forem pobres, habitarem um ambiente sem higiene e sem
segurança, têm uma possibilidade maior de ir a óbito
10
. Nestas condições, o risco de morte por
diarréia é 25 vezes maior em bebês não amamentados, comparados aos exclusivamente
amamentados
11
. A introdução precoce de líquidos e/ou alimentos pode causar infecções
intestinais, adquiridas através de agentes contaminantes da água ou de alimentos, diminuindo
a proteção imunológica do bebê
12
.
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 22
Artigo de Revisão
O aleitamento materno também é fator de proteção contra a pneumonia, sendo mais
efetivo quanto menor a idade da criança
4
. O risco de morte por pneumonia é 3,6 vezes maior
em bebês não amamentados quando comparados com bebês exclusivamente amamentados
3
.
Narayanan et al.
13
, em um estudo realizado na Índia com 261 bebês de baixo peso,
alocados de forma randomizada em quatro grupos, verificaram que a taxa de infecção foi de
11% naqueles alimentados com leite humano ordenhado, 21% nos alimentados por leite
humano durante o dia e leite artificial à noite, 17% nos alimentados com colostro e leite
artificial três vezes ao dia e 48% nos que foram alimentados apenas com fórmula láctea.
Segundo análise realizada por Betrán et al.
14
, em 2001, a partir dos dados nacionais de
mortalidade infantil de 16 dos 36 países da América Latina e Caribe, 13,9% de todas as
causas de mortalidade infantil na América Latina (52.000 mortes por ano) poderiam ser
evitadas com o aleitamento materno exclusivo em bebês com idade até três meses e
aleitamento parcial durante o primeiro ano de vida. O aleitamento materno exclusivo nos seis
primeiros meses de vida é a melhor proteção contra a desnutrição e as doenças infecciosas,
podendo reduzir de forma substancial a mortalidade infantil no mundo
10, 14-16
. Estima-se que
mais de um milhão de infantes por ano podem ser salvos através desta prática
1
.
A proteção conferida pelo leite materno, principalmente do colostro, deve-se à
presença de fatores nutricionais, enzimáticos, antiinfecciosos e antiinflamatórios que não são
reproduzidos nas fórmulas comerciais e estão altamente concentrados no leite materno,
principalmente nas mães que tiveram um parto prematuro
17, 18
.
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 23
Artigo de Revisão
O sistema imunológico do recém-nascido não está completamente desenvolvido ao
nascimento, especialmente naqueles nascidos pré-termo. Este é um fator importante a ser
considerado no agravamento dos processos infecciosos que contribuem para a elevação das
taxas de morbidade e mortalidade neonatais tardias
19
.
A freqüência e a duração do aleitamento materno são mais baixas nos recém-nascidos
pré-termo. Isto acontece, principalmente, por dois fatores: a dificuldade no estabelecimento e
na manutenção de uma produção eficiente de leite por parte da mãe do pré-termo, ocasionada,
entre outros motivos, pelo estresse a que é exposta e pelo afastamento do seu bebê devido à
presença de doenças neonatais freqüentemente associadas à prematuridade e à maneira como
é realizada a transição da alimentação
20
.
Os estudos demonstram que o apoio e o encorajamento pelos profissionais de saúde
em relação à ordenha, logo após o nascimento do bebê (nas primeiras 24h), são determinantes
no estabelecimento e na manutenção da produção de leite materno. Este apoio deve ser
oferecido desde o início, não se devendo esperar uma solicitação da mãe ou da família. Um
outro fator importante é a forma como a orientação é realizada. A linguagem clara e acessível
é imprescindível, facilitando a compreensão e, conseqüentemente, o sucesso da ordenha
21,22,23
.
O presente estudo teve como objetivo revisar os métodos de alimentação mais
utilizados na transição da gavagem para o peito materno em recém-nascidos pré-termo,
descrevendo as suas vantagens e desvantagens e influência nos resultados do aleitamento
materno. Considerando as dificuldades para o início da amamentação em recém-nascidos pré-
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 24
Artigo de Revisão
termo, espera-se que este trabalho venha sensibilizar e contribuir para reflexão dos
profissionais de saúde que prestam assistência a estes bebês em unidades neonatais.
Assistência ao recém-nascido pré-termo
Em todo mundo, nascem anualmente 20 milhões de crianças com baixo peso
(< 2500g), que equivale a 5,5 % de todos os nascimentos
24
. Estes bebês estão mais propensos
a morrer quando comparados aos bebês nascidos com peso e idade gestacional adequadas
18, 25
.
A tecnologia tem ajudado a salvar a vida de bebês com peso e idade gestacional cada
vez mais baixos. Tais avanços têm capacitado os neonatologistas a dar suporte a estes bebês
tão frágeis que eram considerados, até alguns anos atrás, sem chance de sobrevivência, por
apresentarem uma imaturidade estrutural e funcional da maioria dos sistemas
26, 27
.
Os recém-nascidos pré-termo (idade gestacional < 37 semanas ou 259 dias) e/ou de
baixo peso tendem a permanecer mais tempo hospitalizados. Além da exposição ao ambiente
propício a infecções, a hospitalização prolongada põe em risco o vínculo afetivo do recém-
nascido com a família, podendo aumentar a incidência de alterações no crescimento e
desenvolvimento, negligência e abandono na infância e reduzir de forma significativa o
aleitamento materno
28
.
Junto aos avanços tecnológicos, uma transformação crescente e positiva nos cuidados
na unidade neonatal também vem acontecendo
26
. algumas décadas atrás, nos cuidados
com o recém-nascido pré-termo se enfatizava a manutenção do bebê aquecido, isolado, para
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 25
Artigo de Revisão
evitar infecções, e manuseado o mínimo possível por ser um bebê frágil e muito magrinho
29
.
Entretanto, estudos demonstraram que quando o pré-termo recebe intervenções sensório-
motoras, tais com: massagens, toques, abraços, ele ganha peso e desenvolve as habilidades
para alimentação (succção-degluitção-respiração) mais rapidamente e interage melhor com o
meio e com a família. Com o passar dos anos novos paradigmas foram surgindo e mudanças
nos cuidados deste bebê aconteceram
30-32
.
Algumas destas mudanças estão baseadas na Teoria do Desenvolvimento ncrono-
Ativa
26,27
, que tem como premissa que os bebês são colaboradores ativos nos seus cuidados e
que o seu comportamento guia e desenha o modo como ele deve ser manuseado. A
observação cuidadosa do recém-nascido durante o cuidado diário proporciona uma base
importante para diminuir seu estresse, otimizando seu desenvolvimento33-35.
Esta teoria fundamenta o programa de intervenção The Newborn Individualized
Developmental Care and Assessment Program (NIDCAP), que valoriza o relacionamento do
bebê-pais e a otimização da saúde e do desenvolvimento do bebê. Este programa está
focalizado na observação e na compreensão cuidadosas da organização neuro-comportamental
e fisiológica do prematuro. A compreensão do comportamento e das respostas do bebê
proporciona aos cuidadores perceber seus sinais iniciais de stress e de estabilidade. A
proposta é fazer com que os cuidados necessários, realizados na unidade de terapia intensiva
neonatal, se tornem “suportáveis”, e que a unidade neonatal de alto risco se torne um
ambiente acolhedor, que favoreça o fortalecimento do vínculo bebê-família e o
desenvolvimento de ambos27.
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 26
Artigo de Revisão
alguns anos, o Brasil vem trabalhando com um novo paradigma, a atenção
humanizada à criança, à mãe e à família, respeitando-as em suas características e
individualidades
35
. Esta nova visão foi construída tomando como base a Teoria Síncrono-
Ativa, já citada anteriormente, e a Metodologia Mãe Canguru.
A Metodologia Mãe Canguru, uma outra forma inovadora nos cuidados com o bebê
pré-termo e de baixo peso, foi implementada em 1978, em Bogotá - Colômbia, com objetivo
de por fim à prática que consistia em colocar dois ou três bebês na mesma incubadora e
diminuir o tempo de separação entre mãe-bebê. Nesta metodologia o bebê é colocado em
contato pele a pele com a mãe (ou cuidador). Em Bogotá, o método consiste em duas etapas,
hospitalar e ambulatorial. O bebê recebe alta quando está clinicamente estável e capaz de se
alimentar por via oral (coordenando sucção-deglutição-respiração)
36
. Segundo Martinez
Gomez et al.
37
este método reduziu a mortalidade neonatal em bebês muito pequenos e
melhorou o vínculo e os cuidados maternos.
No Brasil, a metodologia é compreendida como um tipo de assistência neonatal, e o
contato pele a pele entre mãe/pai e o recém-nascido de baixo peso, pré-termo ou não, é
realizado durante o tempo que ambos entenderem ser prazeroso e suficiente, permitindo,
dessa forma, uma maior participação dos pais nos cuidados do seu filho e o aumento do
vínculo entre o bebê e seus pais. Esta metodologia é composta de três etapas: a primeira ainda
na Unidade Neonatal, a segunda no Alojamento Mãe Canguru (alojamento conjunto) e a
terceira, após a alta hospitalar, com o bebê em casa. Para receber alta e passar para a terceira
etapa, o bebê precisa estar saudável, em aleitamento materno exclusivo, peso maior ou igual a
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 27
Artigo de Revisão
1500g e em ganho de peso diário adequado (15g) nos três dias anteriores à alta. Durante todo
este percurso o bebê e sua família são acompanhados por uma equipe interdisciplinar
35
.
Dodd
29
, em uma revisão bibliográfica sobre as implicações da Metodologia Mãe
Canguru no crescimento e desenvolvimento dos bebês pré-termo, concluiu que este método é
seguro para o recém-nascido pré-termo, por não haver um comprometimento na sua
estabilidade fisiológica (temperatura, oxigenação, freqüências cardíaca e respiratória
adequadas), e traz benefícios importantes para o seu crescimento e desenvolvimento, por
favorecer um fortalecimento no vínculo entre mãe-bebê.
Alimentação e nutrição do recém-nascido pré-termo
No início da sua vida, na unidade neonatal, o recém-nascido pré-termo pode necessitar
de um maior suporte nutricional dependendo da sua gravidade, tendo que receber os primeiros
nutrientes através da alimentação parenteral (intravenosa). Após sua melhora, o leite materno
ordenhado ou uma fórmula láctea específica é oferecido através de uma sonda orogástrica ou
nasogástrica e o seu volume é aumentado de forma lenta e gradual, proporcionando um tempo
necessário para a adaptação do sistema gastrintestinal, ainda imaturo
26
.
Além da imaturidade do sistema gastrintestinal, a sucção e a deglutição, também
imaturas, requerem a integração das atividades musculares dos lábios, bochechas, mandíbula,
língua, palato, faringe e laringe
38
. Enquanto não houver esta integração, não sendo o bebê
capaz de mamar no peito, faz-se necessária a utilização de métodos alternativos para
alimentação, tais como a sonda orogástrica ou nasogástrica
ou, quando possível, a colher e/ou
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 28
Artigo de Revisão
o copo
39
. A maturidade e a estabilidade são os fatores determinantes no início da alimentação
por via oral e no sucesso da manutenção do aleitamento materno
26, 40
. Nos seus primeiros dias
de vida, o bebê precisa abocanhar e sugar o peito de forma adequada
40
.
Morris e Klein
27
afirmam que recém-nascidos pré-termo com menos de 32 semanas de
idade gestacional têm demonstrado habilidade para coordenar sucção e deglutição durante a
amamentação. Bebês que utilizam a mamadeira parecem que amadurecem esta habilidade um
pouco mais tarde. Entre a 34ª e a 37ª semanas de idade gestacional, os bebês continuam
refinando a sua sucção. É indispensável que o cuidador saiba observar os sinais de
aproximação e de estresse, demonstrados através de alterações (ou não) na temperatura,
oxigenação, freqüências cardíaca e respiratória, antes, durante e após a alimentação,
facilitando e dando, assim, mais segurança no momento da dieta
35
.
Além do ganho de peso, um outro pré-requisito para que o bebê pré-termo receba a
alta hospitalar e possa ir para casa em segurança é estar se alimentando por via oral. A
transição da alimentação constitui uma grande dificuldade para o binômio mãe-filho, por ser
uma mudança importante para um bebê frágil e que ainda não estava preparado para
nascer
26,41
. Este bebê precisa aprender a se alimentar, de forma segura e prazerosa, o mais
rápido possível.
Os recém-nascidos sofrem perda de peso por um período após o seu nascimento e o
grande desafio é evitar que esta perda agrave o estado nutricional daqueles que nascem pré-
termo e que seus efeitos deletérios ocorram
42
. Sendo assim, uma das maiores preocupações
dos cuidadores dos recém-nascidos pré-termo, logo nos primeiros dias de vida, é assegurar
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 29
Artigo de Revisão
suas necessidades nutricionais, através do estabelecimento de uma alimentação adequada
43
. O
fracasso no ganho de peso é a principal razão da readmissão hospitalar destes bebês
44
.
Deloian
45
encontrou que bebês nascidos com baixo peso ganhavam em média 35g por
dia após a alta hospitalar, enquanto que nos bebês nascidos com baixo peso extremo
(<1000g), a média de ganho de peso foi somente de 18,7g por dia. Ernst et al.
46
descreveram
que 30% dos bebês que pesavam menos de 1500g ao nascimento mantiveram-se com o peso
abaixo do percentil 5 aos 12 meses (idade corrigida). Astbury et al.
47
, avaliando 235 recém-
nascidos pré-termo, nascidos com extremo baixo peso, aos 2 anos de idade, verificaram que
86% tinham peso para sua idade abaixo do percentil 50, 29% abaixo do percentil 10 e 11%
estavam pesando abaixo do percentil 3. Isto vem reforçar a importância de uma assistência e
acompanhamento interdisciplinar sistemático a estes bebês, por um longo período de tempo,
em que a questão da alimentação seja feita de forma cuidadosa, para que no futuro não se
tornem crianças com inadequação de peso e com as suas repercussões a longo prazo
42
.
Métodos de transição da alimentação
A alimentação é uma atividade de natureza psicossocial, organizando as primeiras
relações entre o recém-nascido e o meio ambiente, podendo levar ao estabelecimento de uma
boa relação entre a mãe e o seu bebê. É muito mais que nutrição em si, é um momento de
interação, de ligação e de amor entre a mãe e o seu bebê. A alimentação inclui, além da
maturação fisiológica, o estado de alerta, a cognição e o desenvolvimento motor e
neurológico
48
.
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 30
Artigo de Revisão
O desenvolvimento é um processo que envolve a habilidade do indivíduo em integrar
novas informações às já existentes. O objetivo da facilitação do desenvolvimento das
habilidades de alimentação (sucção, deglutição e coordenação de ambas com a respiração),
ainda na unidade de tratamento intensivo, deve ser direcionado para ajudar o recém-nascido a
atingir estabilidade fisiológica durante cada passo deste processo tão complexo
44
.
A sincronia entre sucção, deglutição e respiração é essencial para o sucesso da
alimentação oral. Entretanto, a forma como o leite é oferecido para os recém-nascidos pré-
termo é uma variável importante a ser considerada. Muitos investigadores têm estudado os
efeitos fisiológicos das diferentes formas de alimentar o bebê. Segundo Neifert et al.
49
,
experiências orais precoces que favoreçam o surgimento de mecanismos de sucção diferentes
dos utilizados no aleitamento materno podem causar alteração na pega e, conseqüentemente,
fracasso no aleitamento. Este problema é chamado de “confusão de bicos”, definido como a
dificuldade do bebê em atingir a configuração oral correta (abertura de boca e posicionamento
da língua), a pega adequada e o padrão de sucção, necessários para um aleitamento materno
eficiente, depois de exposição à mamadeira ou a qualquer outro bico artificial.
Ainda, de acordo com estes autores, algumas hipóteses podem explicar esta confusão
de bico. Uma delas seria a de que o neonato pode ter uma habilidade limitada em adaptar-se a
configurações orais variadas, para controle do fluxo e da velocidade de saída do leite, e
quando exposto a outros bicos que não o mamilo, este novo estímulo pode interferir nas ações
fisiológicas normalmente utilizadas para a amamentação, sendo necessários reajustes no
padrão de sucção
49
. Para mamar de forma eficiente, o bebê precisa abrir a boca amplamente
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 31
Artigo de Revisão
para acomodar o tecido mamário e protruir a língua sobre o lábio inferior, o qual fica evertido
abaixo da aréola
50
.
Com o uso da mamadeira, sempre que houver uma sucção ineficiente secundária à
prematuridade, retardo no crescimento intrauterino, hipóxia ao nascimento,
hiperbilirrubinemia, baixo peso, problemas neuromotores, alterações respiratórias, entre
outras, haverá um maior risco do recém-nascido apresentar confusão de bicos e,
conseqüentemente, dificuldades no aleitamento materno
49
.
Infelizmente, não há como prever quais os bebês que irão desenvolver problemas em
relação ao aleitamento materno secundários ao contato com diferentes técnicas de sucção
50
.
Mesmo havendo outras alternativas para suplementação de leite, a mamadeira ainda é a
preferida em alguns serviços de saúde
49
.
Além do fluxo, da velocidade de saída do leite e do formato, outras diferenças
existentes entre o peito materno e o bico artificial, tais como textura, elasticidade, odor, sabor
e temperatura, também podem levar a confusão de bico. Recém-nascidos que alternam entre o
peito materno e o bico artificial podem ter dificuldade em mamar corretamente e rapidamente
mostrar uma preferência pelo bico artificial
49
. Na alimentação com a mamadeira, o bebê suga
o bico com a boca parcialmente fechada. Quando esta forma de sugar é utilizada durante a
amamentação, o bebê faz uma pega inadequada, não conseguindo abocanhar a aréola, o que
diminui a extração e produção de leite e, conseqüentemente, leva ao fracasso do aleitamento
materno
50
.
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 32
Artigo de Revisão
Em seu estudo randomizado realizado com 98 recém-nascidos a termo saudáveis,
alocados em dois grupos: alimentados por copinho ou alimentados por mamadeira, Howard et
al.
40
após avaliar freqüências cardíaca e respiratória, e saturação de oxigênio, concluíram que
o uso do copinho na complementação da alimentação é uma alternativa mais eficiente que a
mamadeira. Lang et al.
50
afirmam que a principal e mais importante indicação do uso do
copinho nos paises em desenvolvimento é na promoção de um método artificial seguro para
alimentação de bebês pré-termo e de baixo peso, até que estejam fortes e/ou maduros o
suficiente e consigam se alimentar exclusivamente no peito. Outra importante função do
copinho é prevenir a utilização de mamadeira, conhecida por determinar o aumento da
morbidade e mortalidade, principalmente nas regiões ou países onde uma maior
dificuldade em relação à higiene e cuidados no preparo dos alimentos, podendo levar a
infecções e problemas de saúde graves.
A técnica do copinho é definida como um método de alimentação com um pequeno
copo de vidro ou de polipropileno sem bico ou borda
39, 50
. Para Gupta et al.
39
, o copinho é um
método de alimentação para bebês pequeninos, não invasivo, simples, prático e barato, e
proporciona experiências orais positivas. A alimentação com o copinho requer considerável
atenção por parte do cuidador
41
. Este deve segurar o bebê em estado de alerta, sentado ou
semi-sentado; encostar a borda do copinho no lábio inferior do bebê e fazer com que o leite
toque seu lábio inferior, inclinando o copinho; aguardar que o bebê sugue, retirando o leite, e
o degluta. O leite não deve ser derramado na boca do bebê
35
.
Rocha et al.
51
, em um estudo experimental controlado realizado em São Paulo, entre
1988 e 2000, investigaram o impacto da alimentação com mamadeira e com copinho em 78
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 33
Artigo de Revisão
recém-nascidos pré-termo, segundo o ganho de peso, a saturação de oxigênio e as taxas de
aleitamento materno, e não encontraram diferenças estatisticamente significantes nestes
grupos em relação ao ganho de peso (14,7 vs 14,1 g/Kg/dia) e à prevalência do aleitamento
materno na alta (79,4% vs 81,8%) ou durante o seguimento dos três primeiros meses (44,1%
vs 43,2%). Entretanto observaram efeitos benéficos do copinho quando comparado à
mamadeira, tais como: menor incidência de bebês com episódios de queda na saturação de
oxigênio durante a alimentação (13,6% para o copinho e 35,3% para a mamadeira) e maior
prevalência do aleitamento materno aos 3 meses de idade (68,4% para o copinho e 33,3% para
a mamadeira).
Em um estudo não experimental realizado em Ohio, EUA, por Dowling et al.
41
, foram
mensurados os mecanismos orais utilizados por 8 recém-nascidos pré-termo para obtenção do
leite, as freqüências cardíaca e respiratória, a saturação de oxigênio e o volume de leite
ingerido, e concluíram que por haver uma estabilidade clínica (respiração e saturação) durante
a alimentação com o copinho, este é seria um método seguro para alimentação do bebê pré-
termo.
Apesar das vantagens acima referidas sobre o uso do copinho em relação à mamadeira,
existem grandes controvérsias na literatura. A hipótese de que a alimentação com o copinho é
fácil para o bebê pré-termo tem como base a idéia de que ele é capaz de regular a ingestão do
leite e que não precisa ter o “trabalho” de sugar
41
. Ele pode controlar o ritmo sucção/lambida
enquanto o copinho é oferecido, havendo um melhor controle da respiração, e a deglutição
ocorre no momento certo. Como resultado, um menor gasto de energia
39
. Segundo Lang et
al.
50
bebês pré-termo com 30-34 semanas de idade gestacional lambem o leite do copinho
através da protrusão da língua para a obtenção de pequenas quantidades, as quais permanecem
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 34
Artigo de Revisão
na boca por um período antes da deglutição. Com a maturidade, o ato de lamber é substituído
gradualmente e o bebê passa a dar pequenos goles para a retirada do leite.
Gupta et al.
39
acreditam que o uso do copinho parece encorajar o desenvolvimento e a
maturação das estruturas do sistema motor oral (musculatura e movimentação dos lábios,
língua, bochechas), do controle do sistema respiratório, além de proporcionar, também uma
experiência oral positiva e importante para o bebê que está recebendo alimentação por
gavagem (sonda orogástrica e nasogástrica). A protrusão da língua para obtenção de leite,
durante o uso do copo, foi descrita por Lang et al.
50
como sendo um mecanismo compatível
com o utilizado na amamentação, por acentuar o desenvolvimento da movimentação da
língua. Gupta et al.
39
corroboram afirmando que não há possibilidade teórica ou real do
copinho provocar “confusão de sucção” ou de “confusão de bicos” porque o bebê não entra
em contato com bico artificial.
É importante, contudo, distinguir sucção de alimentação. A alimentação do recém-
nascido inclui, além da sucção, deglutição, controle respiratório e movimentação peristáltica
do esôfago; combinação de atividades caracterizadas por um declínio dos níveis da freqüência
respiratória e oxigenação. Embora o uso do copinho não envolva a sucção, ele inclui os outros
componentes da alimentação, tornando inconsistente a hipótese de que a alimentação com o
copinho seja mais fácil
41
.
Dowling et al.
41
perceberam que o mecanismo oral predominante para obtenção de
leite na alimentação com o copinho é o uso de pequenos goles e não lambidas, e que os goles
não facilitam os mecanismos para o aleitamento materno. Durante os golinhos, o bebê abaixa
o lábio superior até a borda do copo, conseqüentemente ocorre a oclusão labial. A atividade
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 35
Artigo de Revisão
realizada é de fechamento da boca, enquanto que o aleitamento materno requer uma excursão
máxima da mandíbula, alternando sucção com expressão e pressão negativa e positiva, usadas
para extração do leite. A combinação de diferentes mecanismos orais e da sucção, com pouca
pressão presente no uso do copinho, pode se tornar um hábito do recém-nascido, provocando
uma recusa ao aleitamento materno, similar ao que acontece na “confusão de bicos”.
Ainda em relação ao uso do copinho, o volume total ingerido é incerto, já que ocorre o
escape de leite com mais freqüência, reforçando a idéia de que a utilização do copo parece
também não ser o método mais indicado
41
.
É necessário muito cuidado na introdução de métodos alternativos que possam alterar
programações esperadas e/ou inatas de experiências orais dos bebês
41
. Na busca de uma forma
mais fisiológica e segura para transição da dieta por gavagem para uma dieta por via oral no
peito (aleitamento materno exclusivo), surgiu a translactação, iniciada no Instituto Materno
Infantil Prof. Fernando Figueira (IMIP), em agosto de 1998
52
.
A translactação foi criada tendo como base a relactação, que é uma técnica efetiva para
o restabelecimento da produção de leite nos casos das mães com um fluxo de leite reduzido
52
.
Na relactação, uma sonda nasogástrica é acoplada a um copo ou uma seringa e a outra
extremidade com furinhos é fixada na mama, próxima ao mamilo. O bebê abocanha a aréola e
a sonda simultaneamente, retirando o leite do peito e do outro recipiente (leite materno
pasteurizado de outra mãe ou fórmula láctea)
53
.
A finalidade da translactação é realizar a transição da alimentação por gavagem para o
peito materno. Neste método, uma seringa de 20 ml, sem o êmbolo, é fixada no colo materno,
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 36
Artigo de Revisão
onde uma sonda nasogástrica número 4 é acoplada. A extremidade livre, com furos, é
colocada ao nível do mamilo. O leite materno, anteriormente ordenhado, é colocado na
seringa e ao sugar o peito, o bebê, ao mesmo tempo, retira o leite do peito e da seringa. Nas
pausas para descanso do bebê, fecha-se a sonda, pinçando-a
35
.
Não diferenças na realização dos dois métodos (relactação e translactação), o que
os difere é a finalidade e o tipo de leite utilizado. A relactação é utilizada para o
restabelecimento do fluxo adequado com fórmula láctea ou leite materno pasteurizado de
outra mulher, enquanto que a translactação é utilizada para a transição da alimentação com o
leite da própria mãe
35, 53
.
Com o início deste novo método de transição, pôde-se perceber resultados importantes
no serviço em relação ao aleitamento materno, à diminuição do tempo e das intercorrências
relacionadas à transição (cianose e aspiração)
52
.
É importante ressaltar, todavia, que, por ser
ainda um método recente, é preciso a realização de estudos que comprovem as suas vantagens
e que discutam as suas indicações.
Considerações finais
Os recém-nascidos pré-termo, por características próprias da prematuridade, têm
dificuldades em iniciar e manter o aleitamento materno. Alimentar o recém-nascido pré-termo
exige muito cuidado por parte dos profissionais de saúde. Além de toda atenção em relação ao
volume e à composição nutricional necessária ao seu crescimento e desenvolvimento, é
preciso considerar a maneira como o leite é administrado durante a transição para o peito
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 37
Artigo de Revisão
materno. A literatura aponta que técnicas como a mamadeira e o copinho podem causar
“confusão de bicos”, interferindo no aleitamento materno.
maneiras mais “fáceis” para a equipe e/ou para a família e maneiras mais seguras
para o recém-nascido. A opção escolhida sempre deve ser a mais segura para o bebê. A busca
por uma melhor opção deve ser constante, fazendo-se, assim, necessárias mais pesquisas em
relação aos diversos métodos de alimentação utilizados na transição para o peito materno e de
suas repercussões a curto e longo prazo.
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Artigo de Revisão
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3. ARTIGO ORIGINAL
Relactação, Translactação e Sonda-peito como
métodos de transição da alimentação em recém-
nascidos pré-termo
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 45
Artigo Original
RESUMO
Objetivo: descrever a transição da alimentação por gavagem para o peito materno em recém-
nascidos pré-termo em relação aos métodos de relactação, translactação e sonda-peito,
considerando-se o tempo de duração da transição, o ganho de peso na transição e na
alimentação exclusiva no peito e as intercorrências relacionadas à alimentação..
Métodos: realizou-se estudo descritivo, do tipo série de casos em 432 recém-nascidos pré-
termo do Alojamento Mãe Canguru do Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira,
Recife - Brasil.
Resultados: o tempo de transição foi menor no grupo de sonda-peito, o ganho de peso e o
ganho de peso percentual foi maior no grupo da relactação. As intercorrências relacionadas à
alimentação ocorreram em 1,6% dos casos. Na alta hospitalar, 90,3% dos bebês estavam em
aleitamento materno exclusivo.
Conclusão: A relactação, translactação e sonda-peito parecem ser métodos eficientes na
transição da alimentação do pré-termo, auxiliando-os no estabelecimento do aleitamento
materno exclusivo, com ganho de peso satisfatório.
Palavras-chave: prematuro, aleitamento materno, translactação, relactação, métodos de
alimentação
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 46
Artigo Original
ABSTRACT
Objective: to describe the transition from tube feeding to full breastfeeding with preterm
infants in relation to the methods: relactation, translactation and tube-breast, considering the
duration of the transistion, the weight gain in the transistion and full breastfeeding and the
problems related to the feeding.
Methods: this is a descriptive study, a series of cases, with 432 preterm infants in the
Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira’s (IMIP) Kangaroo Mother Care Unit.
Results: the transistion time was lesser in the tube-breast group, the weight gain and the
percentege weight gain was bigger in the retactation group. The problems related to feeding
had occurred in 1.6% of the cases. At discharge, 90.3% of the babies were in full
breastfeeding.
Conclusion: The relactation, translactation and tube-breast seem to be an efficient methods
in the feeding transistion with preterm infants, assisting them to initiate breastfeeding, with a
satisfactory weight gain.
Key-Words: premature, breastfeeding, translactation, relactation, feeding methods.
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 47
Artigo Original
INTRODUÇÃO
A evolução nos cuidados aos neonatos tem ajudado bebês nascidos com peso e idade
gestacional cada vez mais baixos a sobreviverem1,2. Estes bebês tendem a permanecer por
muito tempo hospitalizados, o que coloca em risco o nculo afetivo bebê-família, podendo,
assim, aumentar a incidência de negligência e abandono na infância, alterações no
crescimento e desenvolvimento, e redução, de forma significativa, do tempo de aleitamento
materno3.
A redução no tempo de aleitamento constitui-se um problema, uma vez que,
reconhecidamente, o leite materno é o melhor alimento para o recém-nascido
4-6
,
principalmente, para os recém-nascidos pré-termo que necessitam de uma ingesta nutricional
adequada e prolongada, assegurando o seu crescimento e desenvolvimento
7
.
A “Iniciativa Hospital Amigo da Criança”
8
e o “Modelo de Assistência e-
Canguru”
9
têm ajudado a reduzir os índices de abandono do bebê e aumentado a duração do
aleitamento materno, por proporcionarem a proximidade precoce da díade mãe-bebê com sua
permanência em alojamento conjunto, fortalecendo o vínculo afetivo.
Nos casos dos bebês pré-termo, por características da prematuridade (imaturidade na
coordenação da sucção, deglutição e respiração), dificuldade para o início do aleitamento
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 48
Artigo Original
materno, sendo necessário o uso de métodos alternativos: sonda oro ou nasogástrica, colher
e/ou copo, até que o bebê esteja apto a mamar
3
.
A transição da alimentação por sonda para alimentação no peito sob livre demanda é
uma mudança importante para o bebê pré-termo por sua fragilidade clínica e desenvolvimento
imaturo. Este bebê precisa aprender a se alimentar o mais rápido possível e os seus pais, como
alimentá-lo de forma segura para que ele receba alta hospitalar
10
.
muita controvérsia em relação à melhor forma para se realizar a transição. Alguns
serviços de saúde utilizam a mamadeira, outros o copinho, o que, segundo alguns autores
11-13
,
pode interferir nos resultados do aleitamento materno pela confusão de bicos”, por alterar
programações esperadas e/ou inatas de experiências orais dos bebês.
No Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira (IMIP) estes questionamentos,
acima mencionados, também inquietavam a equipe de saúde. Por essa razão, buscando uma
forma mais fisiológica para transição da dieta por gavagem, na sonda orogástrica, para uma
dieta por via oral, no peito, surgiu a translactação, método iniciado no próprio IMIP, em
agosto de 1998
14
. Entretanto, até o momento, este método não foi avaliado à luz do rigor
científico. Atualmente, além da translactação, o IMIP vem utilizando a relactação e sonda-
peito como métodos de transição da alimentação por gavagem para o peito materno.
Este estudo foi realizado com o objetivo de descrever a transição da alimentação por
gavagem para o peito materno, nos recém-nascidos pré-termo do IMIP, em relação aos
métodos utilizados (relactação
15
, translactação
16
e sonda-peito), considerando-se como
variáveis: o tempo de duração da transição, o ganho de peso durante a transição e alimentação
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 49
Artigo Original
exclusiva no peito e as freqüências de intercorrências relacionadas exclusivamente à
alimentação.
MÉTODOS
Este é um estudo descritivo do tipo série de casos, realizado no período de agosto de
2002 a abril de 2005, com as crianças pré-termo do Alojamento Mãe Canguru do Instituto
Materno Infantil Prof. Fernando Figueira – IMIP, Recife - Brasil.
O IMIP é uma instituição não governamental, sem fins lucrativos e de utilidade
pública. Foi o primeiro hospital no Brasil a receber o título de “Hospital Amigo da Criança”,
em 1992. Sua maternidade é referência em gestações de alto risco, com cerca de 500
partos/mês. Aproximadamente 30% dos nascimentos são de recém-nascidos de baixo peso,
dos quais 90% são pré-termo. Sua unidade neonatal possui 50 leitos, dos quais 18 estão na
Unidade de Tratamento Intensivo (UTI Neonatal), 32, na Unidade Intermediária (UI) e 18, no
Alojamento Mãe Canguru.
A população foi selecionada tendo como critério de inclusão a idade gestacional <37
semanas, inicialmente, constando de 449 recém-nascidos pré-termo. Destes, 17 foram
excluídos, sendo 4 por evasão; 4 por transferência para a unidade neonatal, retornando em
peito materno exclusivo; 2 por problemas de saúde materna; 1 por óbito; 3 por não fazerem a
transição, indo direto para o peito; e 3 por informações incompletas. Ao final, foram
analisadas as informações de 432 recém-nascidos.
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 50
Artigo Original
A coleta dos dados foi realizada a partir dos prontuários dos recém-nascidos e dos
formulários específicos da transição da alimentação do Alojamento Mãe Canguru. Os dados
foram transcritos para um formulário específico contendo as variáveis deste estudo.
A idade gestacional foi registrada ao nascimento, na entrada no alojamento, no início e
no final da transição, e na alta hospitalar. A estimativa da idade gestacional (em semanas) é
baseada nas características dos exames físicos e neurológicos, realizados pelo neonatologista,
e na associação entre eles. No serviço de neonatologia do IMIP são utilizados os métodos de
Capurro17, na sala de parto, e o novo escore proposto por Ballard18, no primeiro exame
físico. Sendo assim, neste estudo há idades gestacionais calculadas pelos dois métodos.
O peso do recém-nascido foi aferido diariamente, no mesmo horário, pela equipe de
enfermagem, em balança digital com precisão de 5g. Os bebês foram pesados sem fraldas,
enrolados em um lençol. O peso foi registrado, para este estudo, ao nascimento, na entrada no
alojamento, no início e no final da transição, e na alta hospitalar.
No momento de entrada dos bebês no Alojamento Mãe Canguru, os seguintes tipos de
alimentação foram observados: sonda orogástrica, sonda orogástrica e via oral (uma parte do
volume por sonda e a outra por copinho), via oral por copinho (todo o volume oferecido no
copinho), peito estímulo e sonda orogástrica (o bemamava para estimular a produção de
leite e recebia todo volume de leite prescrito por sonda), e peito estímulo e via oral por
copinho (o bebê mamava para estimular a produção de leite e todo o volume da dieta era
oferecido por copinho). O leite prescrito, preferencialmente, era o leite materno da própria
mãe; não sendo possível, a segunda opção era leite materno pasteurizado, e por último, a
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 51
Artigo Original
fórmula láctea. O copinho foi utilizado na unidade neonatal quando a mãe o estava
acompanhando o bebê no hospital.
Na alta hospitalar, observou-se como forma de alimentação: peito materno exclusivo
(amamentação sob livre demanda), peito materno e complemento por relactação (o bebê
mamava e recebia o complemento pela relactação) e via oral por relactação ou por copinho (o
bebê recebia todo o volume prescrito por relactação). Estes últimos, nos casos em que, por
alguma razão, a mãe não conseguiu amamentar (ex: problemas na mama, mamoplastia; ou
problemas de saúde da mãe ou do bebê, onde era indicada uma fórmula láctea especial).
Inicialmente, a população foi caracterizada ao nascimento e no período neonatal (peso,
idade gestacional, intercorrências neonatais), na entrada no Alojamento Mãe Canguru (idade,
peso, idade gestacional corrigida, tipo de alimentação), na etapa de transição (idade, peso,
idade gestacional corrigida) e na alta hospitalar (idade, peso, idade gestacional corrigida, tipo
de alimentação).
Em seguida, foi descrita a transição da alimentação em relação a cada método
considerando-se: tempo de transição (tempo em dias, contados a partir do início da transição
até a chegada à alimentação exclusiva no peito), ganho de peso (aumento do peso durante a
transição e durante o período de aleitamento exclusivo no peito) e intercorrências relacionadas
exclusivamente à alimentação (qualquer alteração na estabilidade fisiológica do bebê:
dispnéia, apnéia, palidez ou cianose, percebida durante ou após a alimentação, que segundo a
avaliação médica não tenha uma relação com outro problema, como anemia, infecção,
regurgitação, refluxo gastresofágico etc).
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 52
Artigo Original
Considerou-se como transição a retirada da sonda do recém-nascido, que passa a se
alimentar por via oral, preferencialmente, ao peito materno. Os métodos aqui analisados
foram: a relactação, a translactação e o sonda-peito. No Alojamento Mãe Canguru não se
utiliza copinho como método de transição por se acreditar que este pode ser um confundidor
de bicos. Ele é utilizado na Unidade Neonatal quando a mãe não está presente, na tentativa de
retirar a sonda orogástrica.
A relactação tem como finalidade o aumento na produção de leite em mães com fluxo
reduzido19. Uma sonda é fixada no colo materno, com a extremidade dos furos colocada ao
nível do mamilo, e a outra extremidade é acoplada a uma seringa ou introduzida em um copo
com leite materno pasteurizado ou leite artificial. Quando colocado para mamar, o bebê
abocanha a aréola e a sonda, e ao sugar estimula a produção de leite ao mesmo tempo em que
é alimentado15.
No Alojamento Mãe Canguru do IMIP, a relactação além de ser utilizada para o
restabelecimento do fluxo de leite, também é usada como método de transição da alimentação
nos casos em que as mães apresentam um fluxo reduzido.
O fluxo de leite materno foi averiguado por meio dos mapas de ordenha (onde são
anotados os volumes de leite ordenhados em todos os horários de dieta), que são preenchidos
diariamente, como rotina do alojamento. Foram considerados como fluxo reduzido, os casos
em que as mães ordenhavam menos de dois terços do volume total da dieta, sendo necessário
complemento com outro leite (leite pasteurizado de outra mãe ou fórmula láctea). Desse
modo, quando indicada, era iniciada a relactação.
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 53
Artigo Original
A translactação, uma adaptação da relactação, tem como finalidade a transição da
alimentação por gavagem para via oral e transposição da alimentação na sonda para o peito.
Uma seringa de 20 ml, sem o êmbolo, é fixada no colo materno, acoplada a uma sonda
gástrica número 4, com a extremidade dos furos colocada ao nível do mamilo. O leite
materno, ordenhado anteriormente, é colocado na seringa e, ao sugar o seio, o bebê retira leite
do peito e da seringa. A sonda deve ser fechada, pinçada, nas pausas para o bebê respirar14.
A diferença entre os dois métodos é o tipo de leite utilizado. A relactação utiliza leite
pasteurizado de outra mulher ou fórmula láctea, enquanto que a translactação o leite é o da
própria mãe.
O terceiro método de alimentação utilizado foi o sonda-peito. Nele o recém-nascido
faz a transição mamando no peito e recebendo o complemento pela sonda orogástrica. Ele
mama durante o tempo que quiser e o volume da complementação diminui de acordo com a
sua aceitação e o seu ganho de peso. Este método foi adotado nos casos em que as mães
tinham fluxo excelente de leite, percebido quando o bebê não aceitava bem o volume de leite
materno pela translactação.
A transição da alimentação foi iniciada com o be clinicamente estável e após
avaliação fonoaudiológica, quando o recém-nascido era capaz de coordenar a sucção-
deglutição-respiração. Se realizada por relactação ou translactação, o volume por via oral,
prescrito pelo médico, aumentava de acordo com aceitação e/ou ganho de peso do bebê. Após
a retirada da sonda, a amamentação exclusiva era introduzida, aumentado-se o número de
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 54
Artigo Original
dietas exclusivas no peito (sem complemento), progredindo até a amamentação no peito sob
livre demanda.
Na transição sonda-peito, o volume do complemento pela sonda diminuiu conforme
aceitação e o ganho de peso do bebê, até a sonda ser retirada e o recém-nascido estar
mamando no peito sob livre demanda.
O pacote estatístico Epi-info versão 6,04 (Atlanta, GA, USA) foi utilizado para a
digitação dos dados, em dupla entrada. Inicialmente foi verificado o comportamento das
variáveis quanto à consistência e observada sua distribuição de freqüência mediante a
aplicação do teste de Kolmogorov-Smirnov. Para análise dos resultados foram utilizadas as
medidas de freqüência (percentuais), as medidas de tendência central e de dispersão (médias e
desvios padrões, e medianas e quartis). Na variável de distribuição normal foi utilizado foi
utilizado o teste ANOVA para comparação de médias e por haver diferença estatisticamente
significante, foi realizado o teste de Tuckey, para identificar quais os grupos que diferiram
entre si. Para as variáveis que apresentaram distribuição assimétrica, foi utilizado o teste não
paramétrico de Kruskal-Wallis. Adotou-se como nível de significância valor de p 0,05.
O presente estudo atendeu às Normas Regulamentares de Pesquisas Envolvendo Seres
Humanos - Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde e foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira.
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 55
Artigo Original
RESULTADOS
Os 432 bebês estudados foram divididos em grupos de acordo com o tipo de transição
da alimentação, sendo distribuídos em 111 (25,7%), 274 (63,4%) e 47 (10,9%),
respectivamente nos grupos de translactação, relactação e sonda peito. Do total dos recém-
nascidos, 52,1% tinham o peso ao nascer entre 1005g e 1500g, 85,4% nasceram entre 31-35
semanas de idade gestacional e 85,4% tiveram alguma intercorrência clínica perinatal. As
mais freqüentes foram: síndrome do desconforto respiratório (48,8%), taquipnéia transitória
do recém-nascido (27,1%), infecção perinatal (27,1%) e infecção hospitalar (17,4%).
A tabela 1 mostra as características dos recém-nascidos, de acordo com o tipo de
transição da alimentação ao nascimento e na entrada do Alojamento Mãe Canguru. Dos bebês
que realizaram a translactação, 50,5% nasceram com um peso maior que 1500g, 85,6% com
idade gestacional entre 31-35 semanas e 81,1% tiveram algum tipo de intercorrência perinatal.
A entrar no Alojamento Mãe Canguru 34,2% tinham idade menor ou igual a 7 dias e 33,3%
entre 8-14 dias, 44,1% tinham idade gestacional corrigida entre 35-36 semanas, 45%
apresentavam o peso entre 1255-1500g e 76,6% eram alimentados por sonda orogástrica.
No grupo da relactação, 57,3% dos bebês nasceram com peso entre 1005 e 1500g,
84% com idade gestacional entre 31-35 semanas e 89,4% tiveram alguma intercorrência
perinatal. Ao entrarem no Alojamento Mãe Canguru, 30,6% dos bebês tinham entre 15-28
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 56
Artigo Original
dias de vida, 41,6% idade gestacional corrigida entre 31-34 semanas, 56,2% pesando entre
1255-1500g e 71,9% eram alimentados por sonda orogástrica.
Dos bebês do grupo da sonda-peito, 57,5% nasceram pesando mais que 1500g, 93,6%
com idade gestacional entre 31-35 semanas e 72,4% apresentaram algum tipo de
intercorrência perinatal. Ao entrarem no Alojamento Mãe Canguru, 40,4% estavam com a
idade menor ou igual a 7 dias de vida, 55,3% tinham uma idade gestacional corrigida entre
31-34 semanas, 63,8% pesando entre 1255-1500g e 78,7% recebiam alimentação por sonda
orogástrica.
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 57
Artigo Original
Tabela 1 Características dos recém-nascidos pré-termo ao nascimento e ao entrar no
Alojamento Mãe Canguru do IMIP de acordo com o tipo de transição da alimentação. Recife -
Brasil, 2002-2005
TIPOS DE TRANSIÇÃO DA ALIMENTAÇÃO
TRANSLACTAÇÃO RELACTAÇÃO SONDA-PEITO
CARACTERÍSTICAS
n (111) % n (274) % n (47) % TOTAL
AO NASCIMENTO
Peso ao nascimento (gramas)
1.000 6 5,4 31 11,3 1 2,1 38
1005 – 1500 49 44,1 157 57,3 19 40,4 225
> 1500 56 50,5 86 31,4 27 57,5 169
Idade Gestacional
(semanas)
30 8 7,2 39 14,2 3 6,4 50
31 – 35 95 85,6 230 84,0 44 93,6 369
36 37 8 7,2 5 1,8 0 - 13
Intercorrências perinatais *
Sim 90 81,1 245 89,4 34 72,4 369
AO ENTRAR NO ALOJAMENTO CANGURU
Idade (em dias)
7 38 34,2 44 16,1 19 40,4 101
8 15 37 33,3 74 27,0 12 25,5 123
15 – 28 26 23,5 84 30,6 11 23,4 121
> 28 10 9,0 72 26,3 5 10,7 87
Idade gestacional
corrigida (semanas)
31 – 34 46 41,4 114 41,6 26 55,3 186
35 – 36 49 44,1 97 35,4 16 34,0 162
37 16 14,5 63 23,0 5 10,7 84
Peso (gramas) **
1250 16 14,4 41 15,0 2 4,3 59
1255 – 1500 50 45,0 154 56,2 30 63,8 234
> 1500 45 40,6 79 28,8 15 31,9 139
Tipo de alimentação
Sonda orogástrica 85 76,6 197 71,9 37 78,7 319
Sonda orogástrica e Via oral
por copinho
18 16,2 62 22,6 4 8,5 84
Via oral por copinho 3 2,7 15 5,5 5 10,7 23
Peito estímulo e Sonda
orogástrica
3 2,7 0 - 1 2,1 4
Peito estímulo e Via oral por
copinho
2 1,8 0 - 0 - 2
* 2 casos sem informação ** 1 caso sem informação
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 58
Artigo Original
As características dos bebês pré-termo no início da transição e no momento da alta
estão descritas na tabela 2, de acordo com os tipos de transição da alimentação. Ao iniciar a
transição, 44,1% dos bebês do grupo da translactação estavam com a idade entre 8-14 dias de
vida, 48,6% pesando entre1255-1500g e o mesmo percentual com peso acima de 1500g e
65,8% com idade gestacional corrigida entre 34-37 semanas. Na alta hospitalar, 52,3% dos
bebês estavam entre 21-45 dias de vida, 81,1% pesando entre 1505-2000g e todos saíram do
hospital em aleitamento materno sob livre demanda.
No grupo da relactação, ao iniciarem a transição da alimentação, 38% dos bebês
tinham entre 15-27 dias de vida e 34,3%, mais de 27 dias. Em relação ao peso, 51,8% dos
bebês deste grupo pesavam entre 1255-1500g e 58,4% apresentavam a idade gestacional
corrigida entre 34-37 semanas. Na alta hospitalar, 55,8% dos bebês estavam com idade entre
21-45 dias de vida, 81,4% pesavam entre 1505-2000g e 84,7% saíram do hospital em
aleitamento materno sob livre demanda.
Nos bebês que utilizaram o método sonda-peito, no início da transição, 38,3%
estavam com a idade entre 15-27 dias de vida, 55,3% pesavam mais que 1500g e 72,3% com
idade gestacional corrigida entre 34-37 semanas. Na alta, 51% dos bebês estavam com 21-45
dias, 89,4% pesando entre 1505-2000g e todos em aleitamento materno sob livre demanda.
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 59
Artigo Original
Tabela 2 Características dos recém-nascidos pré-termo do Alojamento Mãe Canguru do
IMIP no início da transição e na alta hospitalar de acordo com o tipo de transição da
alimentação. Recife - Brasil, 2002-2005
TIPOS DE TRANSIÇÃO DA ALIMENTAÇÃO
TRANSLACTAÇÃO RELACTAÇÃO SONDA-PEITO
CARACTERÍSTICAS
n (111) % n (274) % n (47) % TOTAL
NO INÍCIO DA TRANSIÇÃO
Idade (em dias)
7 19 17,1 18 6,6 9 19,1 46
8 15 49 44,1 58 21,1 13 27,7 120
15 28 29 26,1 104 38,0 18 38,3 151
28 14 12,7 94 34,3 7 14,9 115
Peso (g)
1250 3 2,8 7 2,6 0 - 10
1255 – 1500 54 48,6 142 51,8 21 44,7 217
> 1500 54 48,6 125 45,6 26 55,3 205
Idade Gestacional corrigida
(semanas)
31 – 33 13 11,7 27 9,8 3 6,4 43
34 – 37 73 65,8 160 58,4 34 72,3 267
> 37 25 22,5 87 31,8 10 21,3 122
NA ALTA
Idade (em dias)
20 39 35,1 26 9,5 14 29,8 79
21 – 45 58 52,3 153 55,8 24 51,0 235
> 45 14 12,6 95 34,7 9 19,2 118
Peso (em gramas)
1500 9 8,1 12 4,4 4 8,5 25
1505 – 2000 90 81,1 223 81,4 42 89,4 355
> 2000 12 10,8 39 14,2 1 2,1 52
Alimentação
Aleitamento materno sob livre
demanda
111 100 232 84,7 47 100 390
Aleitamento materno e
complemento por relactação
0 - 26 9,5 0 - 26
Via oral por relactação 0 - 16 5,8 0 - 16
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 60
Artigo Original
A tabela 3 descreve a evolução dos recém-nascidos pré-termo de acordo com o tipo de
transição da alimentação. No grupo da translactação, o tempo de transição em 50,5% dos
bebês transcorreu entre 8-15 dias, 4,5% tiveram intercorrências durante a transição, das quais
apenas 1 caso houve relação com a alimentação. O ganho de peso de 43,3% dos bebês foi
entre 105-200g e o ganho de peso percentual em 63,1% deles, entre 1-10%. Durante a
alimentação exclusiva no peito, 75,7% dos bebês obtiveram um ganho de peso entre 5-100g.
Em relação ao grupo da relactação, 57,3% dos bebês realizaram a transição entre 8-15
dias, 10,6% apresentaram alguma intercorrência durante a transição, destes 6 casos estavam
relacionados à alimentação. No que se refere ao ganho de peso, 46% dos bebês ganharam
mais de 200g, 43,1% tiveram um ganho percentual entre 1-10% e 42% entre 11-20%. Durante
a alimentação exclusiva no peito, o ganho de peso de 60,9% dos bebês foi entre 5-100g.
No grupo que realizou a transição com o método sonda-peito, 78,7% dos bebês a
realizou em 7 dias ou menos, 10,6% apresentaram algum problema durante a transição, mas
nenhum deles relacionados à alimentação. O ganho de peso em 51,1% dos bebês foi entre 5-
100g e o ganho de peso percentual na maioria (87,2%), entre 1-10%. Na alimentação
exclusiva no peito, 72,3% dos bebês obtiveram um ganho de peso entre 5-100g.
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 61
Artigo Original
Tabela 3 - Evolução dos recém-nascidos pré-termo do Alojamento Mãe Canguru do IMIP de
acordo com o tipo de transição da alimentação. Recife - Brasil, 2002-2005
TIPOS DE TRANSIÇÃO DA ALIMENTAÇÃO
TRANSLACTAÇÃO RELACTAÇÃO SONDA-PEITO
EVOLUÇÃO DOS
RECÉM-NASCIDOS
PRÉ-TERMO
n (111) % n (274) % n (47) % TOTAL
Tempo de transição (dias)
7 43 38,7 48 17,5 37 78,7 128
8 16 56 50,5 157 57,3 9 19,2 222
16 – 21 11 9,9 48 17,5 1 2,1 60
> 21 1 0,9 21 7,7 - - 22
Problemas na transição
Sim 5 4,5 29 10,6 5 10,6 39
Intercorrências relacionadas
à alimentação
Sim 1 0,9 6 2,2 0 - 7
Ganho de peso (gramas)
Perdeu e não ganhou 5 4,5 4 1,4 2 4,2 11
5 - 100 35 31,5 38 13,9 24 51,1 97
105 – 200 48 43,3 106 38,7 19 40,4 173
> 200 23 20,2 126 46,0 2 4,3 151
Ganho de peso percentual (%)
Perdeu e não ganhou 8 7,2 5 1,8 2 4,3 15
1 11 70 63,1 118 43,1 41 87,2 229
11 – 20 30 27,0 115 42,0 4 8,5 149
> 20 3 2,7 36 13,1 0 - 39
Ganho de peso durante a
alimentação exclusiva no peito
(gramas)
Perdeu e não ganhou 5 4,5 58 21,2 5 10,6 68
5 – 100 84 75,7 167 60,9 34 72,3 285
105 – 200 19 17,1 44 16,1 6 12,8 69
> 200 3 2,7 5 1,8 2 4,3 10
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 62
Artigo Original
A tabela 4 apresenta a comparação das médias e medianas de algumas características
dos recém-nascidos pré-termo do Alojamento Mãe Canguru, de acordo com o tipo de
transição. Os bebês do grupo da relactação apresentaram média de peso mais baixa do que os
bebês da translactação e do grupo sonda-peito, esta diferença foi estatisticamente significante
(Teste de Tukey) entre o grupo da relactação e translactação e entre o grupo da relactação e o
de sonda-peito. O grupo da relactação também apresentou a mais baixa mediana de idade
gestacional ao nascimento e iniciou a transição com uma mediana de idade mais alta, com
diferenças estatísticas significantes quando comparado aos outros grupos. Em relação ao peso
de início da transição, não houve diferença estatística significante entre as medianas dos três
grupos.
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 63
Artigo Original
Tabela 4 – Comparação das médias e medianas de algumas características dos recém-nascidos
pré-termo do Alojamento Mãe Canguru do IMIP de acordo com o tipo de transição da
alimentação. Recife - Brasil, 2002-2005
TIPOS DE TRANSIÇÃO DA ALIMENTAÇÃO
TRANSLACTAÇÃO RELACTAÇÃO SONDA-PEITO
CARACTERÍSTICAS
n (111)
n (274)
n (47)
p
Peso ao nascimento (em gramas)
Média ± DP 1485,8 ± 301,5
a
1364,2 ± 288,9
b
1508,0 ± 232,0
c
0,000 *
Idade Gestacional ao nascimento
(semanas)
Mediana
(P25-P75)
33,4
(32,3 - 34,4)
32,3
(31,5 - 33,4)
33,1
(32,1 - 34,2)
0,013 **
Idade no início da transição
(dias)
Mediana (P25-P75) 12 (9 - 23) 22 (13 - 35)
15 (8 - 25)
0,000 **
Peso no início da transição (g)
Mediana
(P25-P75)
1500
(1360 - 1625)
1485
(1360 - 1610)
1515
(1415 - 1620)
0,612 **
* ANOVA
** Kruskal-Wallis
*** Teste de Tuckey
a vs b = p= 0,001
b vs c = p=0,005
a vs c = p=0,879
As características da evolução da transição da alimentação dos recém-nascidos pré-
termo estão descritas na tabela 5. A mediana do tempo de transição foi menor nos bebês do
grupo sonda-peito, com significância estatística. As medianas do ganho de peso, do ganho
diário de peso e do ganho de peso percentual foram maiores no grupo da relactação, sendo,
também, estatisticamente significante. Entretanto não houve diferença nos grupo em relação
ao ganho de peso durante a alimentação exclusiva no peito.
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 64
Artigo Original
Tabela 5 – Comparação das medianas de algumas características da transição da alimentação
dos recém-nascidos pré-termo do Alojamento Mãe Canguru do IMIP. Recife - Brasil, 2002-
2005
TIPOS DE TRANSIÇÃO DA ALIMENTAÇÃO
TRANSLACTAÇÃO
RELACTAÇÃO SONDA-PEITO
EVOLUÇÃO DOS RECÉM-
NASCIDOS PRÉ-TERMO DURANTE
A TRANSIÇÃO
n (111)
n (274)
n (47)
P*
Tempo de Transição (dias)
Mediana (P25-P75) 9 (6 - 12)
10 (8 - 15)
5 (2 - 7)
0,000
Ganho de peso (gramas)
Mediana (P25-P75) 137 (65 - 190)
190 (135 - 275)
85 (30 - 145)
0,000
Mediana de ganho de peso diário (g/d) 15 (10 - 21)
18 (13 - 22)
16 (11 - 23)
0,012
Ganho de peso percentual (%)
Mediana (P25-P75) 8 (4 - 11)
11 (8 - 16)
5 (2 - 9)
0,000
Ganho de peso durante a alimentação
exclusiva no peito (gramas)
Mediana (P25-P75) 55 (40 - 85)
45 (10 - 90)
50 (20 - 80)
0,095
* Kuskal-Wallis
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 65
Artigo Original
DISCUSSÃO
A transição da gavagem para o aleitamento materno em recém-nascidos pré-termo, em
muitas unidades neonatais, é realizada utilizando-se a mamadeira ou o copinho. Geralmente a
literatura refere a ambos os métodos, comparando-os e buscando o mais eficiente e seguro.
Ainda hoje não se chegou a uma conclusão sobre qual o mais adequado. Não muitas
pesquisas referentes à transição da alimentação, em recém-nascidos pré-termo, utilizando
outros métodos. Sendo assim, este estudo vem apresentar novas opções, sem ter a pretensão
de encerrar a discussão sobre a adequação de tais métodos.
O grupo estudado foi formado por bebês muito frágeis, a maioria nascida com peso e
idade gestacional muito baixos, o que poderia explicar o grande número e variedade de
intercorrências perinatais encontradas. Este fato é corroborado pela literatura que demonstra
que quanto menor o peso e a idade gestacional ao nascimento, maior as morbidades perinatais
e as repercussões no crescimento e desenvolvimento a curto e longo prazo
20
. Em seu estudo,
Pickler e Reyna
21
concluíram que uma relação entre peso e idade gestacional ao
nascimento e complicações médicas e que quanto mais baixo o peso e a idade gestacional ao
nascimento, maior a idade ao início da transição da gavagem para via oral utilizando a
mamadeira. As condições de saúde influenciam a performance funcional do recém-nascido,
comprometendo toda a sua organização e desempenho
22
.
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 66
Artigo Original
As intercorrências perinatais prolongam o tempo de permanência do recém-nascido na
unidade neonatal, podendo justificar o alto percentual (20%) de bebês que entraram no
Alojamento Mãe Canguru com mais de 28 dias de vida. O longo tempo de separação entre
mãe e bebê, somado ao estresse materno, dificulta ainda mais a transição da alimentação e o
estabelecimento do aleitamento materno, aumentando os riscos de desmame precoce
23
. Além
das intercorrências clínicas perinatais e da separação do binômio mãe-filho, características
próprias da prematuridade, como a imaturidade neurológica, também interferem no sucesso da
amamentação
24
.
A transição da alimentação deve ser iniciada após a estabilização clínica e a
constatação de que o recém-nascido coordena sucção-deglutição-respiração, estando apto a se
alimentar por via oral de forma segura
25
. Na literatura, é muito controverso o período em que
isto ocorre. Alguns autores acreditam que bebês com menos de 32 semanas de idade
gestacional já são capazes de iniciá-la
10, 26
, outros acham que só a partir da 34ª semana
25, 27
.
Nos bebês estudados, as respostas do próprio recém-nascido e o seu comportamento à
coordenação sucção-deglutição-respiração foram os determinantes para considerá-lo apto ou
não a iniciar a transição. Alguns bebês (10%) iniciaram a transição com menos de 34 semanas
de idade gestacional corrigida, contradizendo a afirmação de alguns autores
25, 27
.
A transição da alimentação deve ser iniciada com cautela, evitando que possíveis
intercorrências (cianose, apnéia, palidez ou aspiração) ocorram durante o seu percurso,
diminuindo a possibilidade de uma re-internação na unidade neonatal, de possíveis seqüelas, e
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 67
Artigo Original
dependendo de sua gravidade, de risco de morte para o bebê
28
. Nos grupos estudados, 7 bebês
(1,6%) apresentaram algum problema relacionado à alimentação durante a transição. Este
percentual pode ser considerado satisfatório ao se comparar aos números do estudo de Rocha
et al.
29
, em que 23% dos bebês apresentaram queda de saturação (O
2
< 85%) durante a
alimentação com a mamadeira ou copinho. Méier
30
demonstra que a saturação de oxigênio
diminui durante a alimentação por mamadeira porque, neste método de alimentação, os
recém-nascidos pré-termo não respiram durante as sucções, permanecendo um tempo com a
respiração suspensa; o que não acontece durante a amamentação.
A redução do tempo de transição para alimentação no peito sob livre demanda é
importante por proporcionar ao bebê uma alta hospitalar mais rápida, diminuindo os riscos de
infecção e, conseqüentemente, uma chegada mais cedo ao ambiente familiar, o que ajuda no
fortalecimento do seu vínculo com a família (irmãos, avós, tios, etc.) e diminuição de
negligência e maus tratos
3
.
O ganho de peso influencia diretamente o tempo de transição. Neste estudo, a
evolução na transição, com aumento da dieta por via oral (por relactação ou translactação) ou
a diminuição do volume por sonda prescrito (na transição sonda-peito) foi determinado pelo
ganho de peso. O ganho de peso adequado e a estabilidade clínica são pré-requisitos para que
o bebê receba alta hospitalar. O aumento de peso demonstra que o bebê está recebendo a
quantidade de nutrientes suficiente para o seu crescimento, tranqüilizando assim a equipe de
saúde e os seus familiares
16
.
Em alguns serviços de saúde, o peso também serve de parâmetro para o início da
transição. casos onde a transição para via oral é iniciada apenas quando o bebê atinge
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 68
Artigo Original
1500g, por se acreditar que o ato de mamar exige um esforço muito grande para recém-
nascidos com peso abaixo deste valor
31
. Este critério não vem sendo utilizado na instituição
pesquisada, uma vez que aproximadamente 50% dos recém-nascidos iniciaram a transição
com o peso igual ou menor a 1500g. O sucesso na amamentação verificado neste estudo,
revela que o peso tomado isoladamente não deve ser o único fator a ser considerado para o
início da transição da alimentação.
Além da habilidade do bebê em mamar, a produção de leite também é um fator muito
importante na determinação do sucesso do aleitamento materno
23
. Sendo assim, o
comportamento do bebê ao mamar e o fluxo de leite determinaram o tipo de transição a ser
realizada neste estudo. Um grande percentual dos recém-nascidos (63,4%) realizou a transição
através da relactação por suas mães não conseguirem ordenhar 2/3 do volume da dieta
prescrita. Porém, por este estudo ter sido realizado com dados retrospectivos, não se sabe ao
certo se estas mães realmente não possuíam um bom fluxo de leite ou se, por algum motivo,
não ordenharam.
Estudos demonstram que o apoio e o encorajamento em relação à ordenha, logo após
o nascimento do bebê (nas primeiras 24h), é um fator determinante na produção de leite
materno. Este apoio deve ser oferecido desde o início, não esperando que seja solicitado. A
forma como a orientação é realizada, com uma linguagem clara e acessível é
imprescindível
24,32,33
.
Quando verificada as características dos recém-nascidos de cada grupo de transição da
alimentação, o grupo da relactação apresentou um alto percentual (cerca de 90%) de recém-
nascidos que tiveram algum tipo de intercorrência clínica perinatal, chegando tarde ao
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 69
Artigo Original
Alojamento Mãe Canguru e, portanto, iniciando a transição com uma mediana de idade
significantemente mais alta, quando comparada aos outros grupos. Este grupo também
apresentou uma média de peso ao nascimento e a mediana de idade gestacional menores, e
maior mediana em relação ao tempo na transição, com diferenças estatisticamente
significantes.
Inicialmente, poderia se pensar que esta demora na transição do grupo da relactação
seja secundária ao baixo fluxo de leite materno, mas estes bebês tiveram um ganho de peso
maior que os outros durante a transição (mediana 190g), apresentando significância
estatística. Entretanto, a hipótese do fluxo de leite diminuído poderia explicar, na visão
clínica, o baixo ganho de peso durante a alimentação exclusiva no peito, mas não uma
diferença estatisticamente significante.
Talvez a causa de uma mediana mais alta no tempo de transição no grupo da
relactação tenha sido a freqüência de intercorrências ocorridas durante a transição, tornando-
se necessário realizá-la de uma forma mais lenta. De todas as intercorrências acontecidas
durante a transição, aproximadamente 75% foram neste grupo, demonstrando a
vulnerabilidade destes bebês.
As características acima descritas também podem ser a explicação do grupo da
relactação ter sido o único em que os bebês receberam alta sem estar em alimentação
exclusiva no peito (9,5% foram para casa em aleitamento materno e complemento e 5,8% em
via oral). Os bebês que receberam alta com algum complemento, provavelmente, passaram a
receber fórmula láctea em casa, admitindo-se a grande dificuldade na manutenção prolongada
do aleitamento materno em recém-nascidos pré-termo
24
.
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 70
Artigo Original
Na possibilidade das mães do grupo da relactação terem tido um baixo fluxo de leite,
pode-se considerar que este seria um bom método de transição nestes casos, uma vez que
aproximadamente 85% dos bebês receberam alta em aleitamento no peito sobre livre
demanda. Talvez se a relactação não tivesse sido utilizada como método de transição um
maior número de bebês deste grupo poderiam ter recebido alta com complemento ou fórmula
láctea.
O grupo que utilizou o método sonda-peito apresentou um menor tempo de transição
da alimentação. A priori, poder-se-ia pensar que os pesos ao nascimento e no início da
transição teriam influenciado o tempo de transição. Talvez o que explique este tempo
reduzido seja a forma como a transição é realizada. Neste método, ao se retirar a sonda
orogástrica do bebê, este passa imediatamente para alimentação exclusiva no peito,
diminuindo o número de dias de transição.
Para a alta hospitalar é necessário, segundo as normas do Ministério da Saúde
14
,
confiança materna em relação aos cuidados com o bebê, retorno garantido para o seguimento
ambulatorial, estabilidade clínica, ganho de peso mínimo de 15g/dia (nos três dias antes da
alta) e aleitamento materno sob livre demanda.
Sendo o ganho de peso mínimo esperado para alta de 15g/dia e a média do tempo de
transição em torno de 10 dias, pode-se considerar que um ganho de peso esperado, durante a
transição, seria entre 100 e 200g. Os grupos da translactação e da relactação obtiveram uma
mediana de ganho de 137 e 190, respectivamente, o que pode ser considerado como um ganho
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 71
Artigo Original
de peso adequado. Quando a mediana de ganho de peso foi dividida pela mediana do tempo
de transição, encontrou-se que o ganho de peso diário durante a transição foi igual ou maior
que o peso mínimo esperado (15g/dia)
16
em todos os três métodos utilizados. A literatura
demonstra ganhos de peso mais elevados, em estudos que utilizaram o copinho e a
mamadeira. No entanto, os estudos geralmente são realizados com bebês saudáveis e com
menos intercorrências clínicas perinatais
29,34
.
No momento da alta hospitalar, todos os bebês dos grupos da translactação e da
transição sonda-peito estavam em alimentação no peito sob livre demanda. Do total, 90,3%
dos bebês receberam alta em aleitamento materno exclusivo, 6% em seio materno e
complemento e 3,7% em alimentação por via oral (fórmula láctea). Estes resultados são
melhores que os dos estudos de Gupta et al.
26
e Rocha et al.
29
. No primeiro
26
, em recém-
nascidos pré-termo que realizaram a transição da alimentação com o copinho,
aproximadamente 56% dos bebês receberam alta em aleitamento materno sob livre demanda e
44% em alimentação por via oral no copinho e alimentação mista (aleitamento materno e via
oral no copinho). No segundo estudo
29
, apenas 74% dos bebês que usaram a mamadeira e
81% dos bebês que usaram o copinho receberam alta em aleitamento materno parcial ou
exclusivo.
Os resultados do presente estudo demonstram, portanto, que a transição realizada
através da relactação, da translactação e sonda-peito parece ser eficiente no estabelecimento
do aleitamento materno até a alta hospitalar.
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 72
Artigo Original
CONCLUSÃO
Os resultados demonstram que os métodos descritos neste estudo para realização da
transição da alimentação por gavagem para o peito materno em recém-nascidos pré-termo
(relactação, translactação e sonda-peito), possivelmente por serem fisiológicos e não
propiciarem nenhum contato com bicos ou outros artifícios, não provocaram modificação nos
padrões de alimentação, inatos e em desenvolvimento, uma vez que demonstraram ser
eficientes, auxiliando o bebê a iniciar o aleitamento materno, mesmo com o advento das
intercorrências perinatais, e, conseqüentemente, implementando um ganho de peso
satisfatório ao seu crescimento e desenvolvimento.
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Artigo Original
14. Lima GSM, Aquino RR. Avaliação da técnica da translactação em 362 recém-nascidos
pré-termo admitidos na unidade canguru IMIP. In: Anais do XVII Congresso
Brasileiro de Perinatologia; 2001, nov, 10-14; Florianópolis, Santa Catarina,
Sociedade Brasileira de Pediatria; 2001. p. 163.
15. World Health Organization. Nutrition Unit. Infant feeding in emergencies: a guide for
mothers. Copenhagen; 1997.
16. Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde. Área de Saúde da Criança.
Atenção ao recém-nascido de baixo peso método mãe canguru: manual do curso.
Brasília, DF: 2002.
17. Lima GMS. Classificação e exame físico do recém-nascido. In: Pediatria Instituto
Materno Infantil de Pernambuco. ed. Alves JGB, Ferreira OS, Maggi RS. Rio de
Janeiro: Medsi – Ganabara Koogan, 2004. p.221-8.
18. Ballard JL, Khoury JC, Wedig K, et al: New Ballard Score, expanded to include
extremely premature infants. J Pediatrics 1991; 119:417-423.
19. Hill PD, Aldag JC, Chatterton RT, Zinaman M. Comparation of milk output between
mothers of preterm and term infants: the first 6 weeks after birth. J Hum Lact. 2005;
21 (1): 22-30.
20. Silva RNM. Prematuridade. In: Pediatria Instituto Materno Infantil de Pernambuco.
ed. Alves JGB, Ferreira OS, Maggi RS. Rio de Janeiro: Medsi Ganabara Koogan,
2004. p.258-261.
21. Pickler, RH, Reyna BA. A descriptive study of bottle-feeding opportunities in preterm
infants. Adv Neonatal Care. 2003;3(3):139-46.
22. Glass RP, Wolf LS. A global perspective on feeding assessment in the neonatal
intensive care unit. Am J Occup Ther. 1994; 48(6) 514-26.
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 75
Artigo Original
23. Callen J, Pinelli J, Atkinson S, Saigal S. Qualitative analysis of barriers to
breastfeeding in very-low-birthweight infants in the hospital and postdischarge. Adv
Neonatal Care. 2005;5(2):93-103.
24. Matias LE, Mello FD. O seguimento fonoaudiológico e a participação materna na
assistência ao recém-nascido pré-termo e de baixo peso. Fonoaudiologia Brasil. 2003;
2(3):60-4.
25. Neiva BCF, Cattoni MD et al. Desmame precoce: implicações para o desenvolvimento
motor oral. J Pediatr (Rio J). 2003; 79(1): 07-12.
26. Gupta A, Khanna K, Chattree S. Cup feeding: an alternative to bottle feeding in a
neonatal intensive care unit. J Trop Pediatr.1999; 45:108-10.
27. Hernandes AM. Atuação fonoaudiológica com o sistema estomatognático e a função
de alimentação. In: [organizadora] Hernandes AM. Conhecimentos essenciais para
atender bem o neonato. São José dos Campos: Pulso; 2003. p. 47-78.
28. Ayres AM. Alterações cognitivas e comportamentais freqüentes na prematuridade. In:
O pré-termo: morbidade, diagnóstico e tratamento. [organizador] Pachi PR. São Paulo:
Roca; 2003. p.485-500.
29. Rocha NMN, Martinez FE, Jorge SM. Cup or bottle for preterm infants: effects on
oxygen saturation, weight gain, and breastfeeding. J Hum Lact. 2002; 18(2):132-8.
30. Méier PP. Suck-breathe patternig during bottle and breastfeeding for preterm infants.
Intenational Congress and Symposium, series 215. Royal Societ of Medicine Press. 9-
20.
31. Aguayo, J. Maternal lactation for preterm newborn infants. Early Human
Development. 2001; 65 (Suppl.) S19– S2.
Aquino, Rebeca R. Relactação, Translactação e Sonda-Peito como métodos de transição da aliment... 76
Artigo Original
32. Jaeger MC, Lawson M, Filteau S. The impact of prematurity and neonatal illness on
the decision to breast-feed. J Adv Nurs. 1997; 25:729-37.
33. Wambach K, Campbell SH, Gill SL, Dodgson JE, Abiona TC Heinig J. Clinical
lactation practice: 20 years of evidence. J Hum Lact. 2005; 21(3):24558.
34. Deloian BJ. Feeding outcomes and parentering experiences as premature infants
transition to home from hospital. NCAST National News. 1999; 15(2):1-8.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 78
Considerações finais
O grupo estudado foi bastante heterogêneo, com uma ampla variação de peso, idade
gestacional e intercorrências clínicas perinatais, e mesmo assim, a utilização destes métodos
não provocou nenhuma intercorrência mais grave. Os bebês que necessitaram retornar à
unidade neonatal ficaram em observação por apenas um dia.
O percentual de aleitamento materno na alta hospitalar foi considerado satisfatório
tomando-se por base outros estudos descritos na literatura. A permanência da mãe em
alojamento conjunto, além de fortalecer o vínculo mãe-filho, proporciona a chance desta mãe
cuidar melhor do seu bebê, aumentando assim a confiança em si mesma, a confiança de que o
seu leite pode alimentá-lo. Estes fatores são fundamentais para o sucesso do aleitamento
materno.
Os bebês que receberam alta em aleitamento materno exclusivo têm mais chance de
serem amamentados, por um período mais longo, do que aqueles que estavam recebendo
complemento. Mas ainda resta a dúvida: como se comportaram estes bebês após a alta
hospitalar? Por quanto tempo perdurou o aleitamento materno exclusivo?
Considerações Finais
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 79
Considerações finais
Não há referências em relação à utilização destes métodos na transição da alimentação
de recém-nascidos pré-termo, sendo assim, este estudo parece ser um início de um longo
percurso a ser percorrido, com muitas dúvidas a serem esclarecidas.
5. ANEXOS
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 81
Anexos
INSTRUÇÕES AOS AUTORES
A
Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil é uma publicação trimestral (março, junho, setembro e dezembro)
cuja missão é a divulgação de artigos científicos englobando o campo da saúde materno infantil. As
contribuições devem abordar os diferentes aspectos da saúde materna, saúde da mulher e saúde da criança,
contemplando seus múltiplos determinantes biomédicos, sócio-culturais e epidemiológicos. São aceitos trabalhos
nas seguintes línguas: português, espanhol e inglês. A seleção baseia-se no princípio da avaliação pelos pares
(peer review) – especialistas nas diferentes áreas da saúde da mulher e da criança.
DIREITOS AUTORAIS
Os trabalhos publicados são propriedade da Revista, vedada a reprodução total ou parcial e a tradução para
outros idiomas, sem a autorização da mesma. Os trabalhos deverão ser acompanhados da Declaração de
Transferência dos Direitos Autorais, assinada pelos autores. Os conceitos emitidos nos trabalhos são de
responsabilidade exclusiva dos autores.
COMITÊ DE ÉTICA
Também serão exigidos para os artigos nacionais a Declaração de Aprovação do Comitê de Ética conforme as
diretrizes da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e, para os artigos do exterior a Declaração de
Aprovação do Comitê de Ética do local onde a pesquisa foi realizada.
SEÇÕES DA REVISTA
Editorial
Revisão apresentação do histórico da evolução científica e avaliação crítica de um tema, tendo como suporte
para a investigação a literatura considerada relevante.
Artigos Originais divulgam os resultados de pesquisas inéditas permitindo a reprodução destes resultados dentro
das condições citadas no mesmo. Para os artigos originais recomenda-se seguir a estrutura convencional
conforme as seguintes secções: Introdução: onde se apresenta a relevância do tema, as hipóteses iniciais, a
justificativa para a pesquisa e o objetivo, que deve ser claro e breve; Métodos: descreve a população estudada,
os critérios de seleção e exclusão da amostra, define as variáveis utilizadas e informa a maneira que permite a
reprodutividade do estudo, em relação a procedimentos técnicos e instrumentos utilizados, além da análise
estatística; Resultados: são apresentados de forma concisa, clara e objetiva, em seqüência lógica e apoiados
nas ilustrações: tabelas e figuras - gráficos, desenhos, fotografias; Discussão: interpreta os resultados obtidos e
verifica a compatibilidade entre estes resultados e os citados na literatura, ressaltando aspectos novos e
importantes, vinculando as conclusões aos objetivos do estudo. Aceitam-se outros formatos, quando pertinente,
de acordo com a natureza do trabalho. Os trabalhos deverão ter no máximo 25 páginas e recomenda-se citar até
30 referências bibliográficas.
Notas de Pesquisa relatos concisos sobre um tema original (máximo de cinco páginas).
Informes Técnicos Institucionais deverão ter estrutura similar a uma Revisão, mas sem o resumo/abstract. Por
outro lado podem ser feitas, a critério do autor, citações no texto e suas respectivas referências ao final.
Ponto de Vista opinião qualificadas sobre saúde materno-infantil (a convite dos editores).
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 82
Anexos
Resenhas críticas de livros publicados nos últimos dois anos ou em redes de comunicação on line (máximo de
cinco páginas).
Teses resumos de teses ou dissertações que abordem os aspectos da saúde da mulher e da criança conforme o
escopo da Revista, apresentada até no máximo de dois anos. As monografias correspondentes devem
acompanhar os resumos pois serão incorporadas ao acervo da biblioteca do Instituto Materno Infantil de
Pernambuco, IMIP.
Cartas críticas a trabalhos publicados recentemente na Revista (máximo de três páginas).
Forma e preparação de manuscritos
APRESENTAÇÃO DOS MANUSCRITOS
Os manuscritos encaminhados à Revista deverão ser digitados no programa Microsoft Word for Windows, em
fonte Times New Roman, tamanho 12, em espaço duplo, impresso em duas vias, acompanhados por um
disquete; podem também, ser enviados via e-mail.
Estrutura do manuscrito
Página de identificação título do trabalho: em português ou no idioma do texto e em inglês, nome e endereço
completo dos autores e respectivas instituições; indicação do autor responsável pela troca de correspondência;
fontes de auxílio: citar o nome da agência financiadora e o tipo de auxílio recebido.
Página dos Resumos deverão ser elaborados dois resumos para os Artigos Originais, Notas de Pesquisa e
Artigos de Revisão um resumo em português ou no idioma do texto e outro em inglês, o abstract. Os resumos
dos Artigos Originais e Notas de Pesquisa deverão ter no máximo 250 palavras e devem ser estruturados:
Objetivos/Objectives, Métodos/Methods, Resultados/Results, Conclusões/Conclusions. Nos Artigos de Revisão o
formato narrativo dispensa o uso de resumo estruturado que deverá ter no máximo 150 palavras.
Palavras-chave para identificar o conteúdo dos trabalhos os resumos deverão ser acompanhados de três a 10
palavras-chave em português e inglês. A Revista utiliza os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) da
Metodologia LILACS, e o seu correspondente em inglês o Medical Subject Headings (MeSH) do MEDLINE,
adequando os termos designados pelos autores a esses vocabulários.
Página das Ilustrações as tabelas e figuras (gráficos, desenhos, mapas, fotografias) deverão ser inseridas em
páginas à parte.
Página da Legenda as legendas das ilustrações deverão seguir a numeração designada pelas tabelas e figuras,
e inseridas em folha à parte.
Agradecimentos à colaboração de pessoas, ao auxílio técnico e ao apoio econômico e material, especificando a
natureza do apoio.
Referências devem ser organizadas na ordem em que são citadas no texto e numeradas consecutivamente; não
devem ultrapassar o número de 30 referências. A Revista adotou as normas do Committee of Medical Journals
Editors (Grupo de Vancouver), com algumas alterações; siga o formato dos exemplos:
Artigo de revista
Lopes MCS, Ferreira LOC, Batista Filho M. Uso diário e semanal de sulfato ferroso no tratamento de anemia em
mulheres no período reprodutivo. Cad Saúde Pública 1999; 15: 799-808.
Livro
Alves JGB, Figueira F. Doenças do adulto com raízes na infância. Recife: Bagaço; 1998.
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 83
Anexos
Editor ou Compilador como autor
Norman IJ, Redfern SJ, editors. Mental health care for elderly people. New York: Churchill Livingstone; 1996.
Capítulo de livro
Timmermans PBM. Centrally acting hipotensive drugs. In: Van Zwieten PA, editor. Pharmacology of
antiihypertensive drugs. Amsterdam: Elservier; 1984. p. 102-53
Congresso considerado no todo
Proceedings of the 7
th
World Congress on Medical Informatics; 1992 Sep 6-10; Geneva, Switzerland. Amsterdam:
North Holland; 1992.
Trabalho apresentado em eventos
Bengtson S, Solheim BG. Enforcement of data protection, privacy and security in medical informatics. In: Lun KC,
Degoulet P, Piemme TE, Rienhoff O, editors. MEDINFO 92. Proceedings of the 7
th
World Congress on Medical
Informatics; 1992 Sep 6-10; Geneva, Switzerland. Amsterdam: North Holland; 1992. p. 1561-5
Dissertação e Tese
Pedrosa JIS. Ação dos autores institucionais na organização da saúde pública no Piauí: espaço e movimento
[dissertação mestrado]. Campinas: Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas;
1997.
Diniz AS. Aspectos clínicos, subclínicos e epidemiológicos da hipovitaminose A no estado da Paraíba [tese
doutorado]. Recife: Departamento de Nutrição, Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de
Pernambuco; 1997.
Documento em formato eletrônico
Pellegrini Filho A. La BVS y la democratización del conocimiento y la información en salud. 1999. Disponível em
URL:
Http://www.bireme.br/bvs/reunião/doc/pellegrini.htm [2000 Jan 16]
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 84
Anexos
Journal of Human Lactation
Official Journal of the International Lactation Consultant Association
Editor-in-Chief: M. Jane Heinig, PhD, IBCLC
University of California, Davis
Manuscript Submission Guidelines:
The Journal of Human Lactation (JHL) publishes articles reporting original research, commentaries relating to
human lactation and breastfeeding behavior, case reports relevant to the practicing lactation consultant and other
health professionals who assist lactating mothers or their breastfeeding infants, and discussions of the business
aspects of lactation consulting.
Article Categories
Original Research
Limit manuscripts to 20 pages, exclusive of tables, figures, and references.
The manuscript should include: (1) an
abstract no longer than 150 words that includes a summary of the objectives of the study, findings, and
conclusions; (2) an introduction including the background and purpose of the study; (3) methods including the
study design, subject selection criteria, and statistical methods used (distinguish between infant feeding groups
and/or use definitions of breastfeeding in Labbok M, Krasovec K. “Toward consistency in breastfeeding
definitions.” Stud Fam Plann. 1990; 21:226-30);(4) results reported in a concise and organized format; and (5)
discussion of the importance of the findings reported in the results section, and how they compare to other
published reports of a similar nature.
Reviews
JHL welcomes concise and organized reviews on lactation-related topics. Contact the JHL editorial office with
questions pertaining to appropriate review topics. Manuscript format is similar to Original Research above, as
applicable.
Insights in Practice
Limit manuscripts to 8 pages, excluding table and reference pages. Manuscripts describing innovative teaching
aids and procedures, charting, and referral forms specific to a lactation workup are appropriate for this column.
We also invite general discussions about running a lactation consultant practice as well as contemporary insights
related to clinical experience. The manuscript should include an abstract no longer than 125 words; an
introduction stating the issue/problem; a presentation of the recommendations, and a summary of the information
presented. Include subheadings as necessary.
Consultants' Corner
Consultants' Corner is a forum for the timely exchange of ideas, approaches, and opinions on lactation-related
clinical issues. Each quarter, a clinical issue will be presented. Readers are invited to share their insights by
submitting a letter, typed, double spaced, and no longer than 400 words to the editorial office, Attn: Consultants'
Corner. The response should include references to support the opinions presented, when appropriate.
Case Reports
Limit manuscripts to 8 pages, excluding table and reference pages. The report should consist of an abstract; a
brief introduction, including review of the literature relating to the problem; the case presentation, including history
of the problem and other pertinent information, clinical approach, outcome; and discussion/recommendations
regarding future investigations and/or assistance of future clients. Client confidentiality must be protected in the
presentation.
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 85
Anexos
Commentary
Perspectives related to timely issues in the field of human lactation are appropriate for this column. Limit
commentaries to 8 pages, excluding table and reference pages. Commentaries do not have abstracts. It should
be reflected in the title that the manuscript is a commentary.
Letters to the Editor
JHL readers are encouraged to exchange information or provide input related to a recently published journal
article by submitting a letter to the editor. Letters must be typed, double spaced and should be no longer than
400 words. Additional space may be provided under special circumstances. Authors wishing to publish longer
letters should contact the editor.
Requirements for Manuscripts Submitted (exclusive of letters to the editor)
Preparation of Manuscript
Include line numbers in the margin of the manuscript, whenever possible. Type manuscript double-spaced on
white bond paper, 81/2" x 11 with 1" margins. Number all pages consecutively beginning with the title page. Type
the page number in the upper right hand comer of each page.
Acceptable English usage and syntax are expected. For guidance on manuscript writing style, refer to the
American Medical Association Manual of Style, 9th ed. Do not use slang, medical jargon, or obscure
abbreviations or phrasing. Metric measurement is preferred; equivalent English measurement may be included in
parentheses. Always provide the complete form of an acronym/abbreviation the first time it is presented in the
text. Write breast milk as two words, breastfeeding as one. Use generic names for drugs or devices; put trade
names in parentheses.
Authors should retain one copy. Send the original and 3 copies to:
Journal of Human Lactation Editorial Office
Jane Heinig, PhD, Editor-in-Chief
University of California
Department of Nutrition
One Shields Avenue
Davis, CA 95616 USA
Also send an electronic copy, either on diskette or via e-mail (address:
jhl@ucdavis.edu).
Once accepted and all revisions complete, a diskette copy of the manuscript in its final form will be requested.
Include the following components, each on a separate piece of paper, in the order listed:
Authorship/Cover Letter
JHL follows the guidelines for authorship as stated in the British Medical Journal. “The uniform requirements for
manuscripts submitted to medical journals state that authorship credit should be based only on substantial
contribution to:
* conception and design, or analysis and interpretation of data
* drafting the article or revising it critically for important intellectual content
* final approval of the version to be published.
All these conditions must be met. Participation solely in the acquisition of funding or the collection of data does
not justify authorship.”
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 86
Anexos
Submit each manuscript with a cover letter containing the following language:
"The contents of this manuscript are my/our original work and have not been published, in whole or in part, prior
to or simultaneous with my/our submission of the manuscript to JHL. I/We acknowledge that simultaneous
submission of the manuscript to more than one journal will result in automatic rejection for publication in JHL.In
consideration of the action of Editor(s), on behalf of the International Lactation Consultant Association (ILCA) and
Sage Publications in reviewing and editing my/our submission entitled_____, the undersigned contributor(s)
hereby transfer, assign, and otherwise convey exclusively to ILCA, its successors and assigns, all copyright
ownership in the event that such work is published in the Journal of Human Lactation (JHL). I/We acknowledge
that Editor(s), ILCA, and Sage Publications are under no obligation to publish this manuscript. It is my/our
understanding that said copyright ownership will revert to me/us if the manuscript is not published in JHL.
I/We expressly covenant, warrant, and represent that:
1. The manuscript does not infringe on any copyright. If copyrighted material is included in the manuscript, I/we
have secured written permission for its publication in JHL prior to its submission.
2. The manuscript will be delivered to JHL free from any claims of any nature whatsoever and its publication will
not subject Editor(s), ILCA, or Sage Publications to claims for payment to any third party.
3. The manuscript contents do not invade the right of privacy of any person and contain no libelous, obscene, or
otherwise unlawful matter which would contravene any other rights of third persons.
4. I/We have the full right, power, and authority to make this agreement and to grant the rights herein granted, and
Editor(s), ILCA, and Sage Publications are under no obligation to make an independent investigation to determine
the truthfulness and accuracy of these representations and warranties."
Manuscripts without cover letters including such language will be returned without review. Each
author/contributor should sign and date the cover letter containing the above language.
Title Page
The title page should include (1) a clear and concise title, (2) the authors' full names and professional degrees; (3)
affiliation of each author (position title, department, organization or institution); (4) the name, mailing address,
phone number (and fax and e-mail information, if available) of author responsible for correspondence about the
manuscript and ALL other authors; (5) source(s) of support, if applicable-funding from commercial enterprises,
such as artificial baby milk manufacturers and makers of breastfeeding devices will be acknowledged without
identifications as to brand name; (6) the name and address of author to whom requests for reprints should be
addressed; (7) a brief (1-2–sentence) statement regarding each author's professional background. In order to
ensure anonymous review of the manuscript, authors' names should only appear on the title page and nowhere
else in the manuscript.
Biographical Paragraph
Submit a brief (1-2–sentence) statement regarding each author’s professional background.
Abstract and Keywords
The abstract should be unstructured and provide a brief overview of the study and its findings. In the abstract,
summarize the objective of the study, basic procedures, main findings (including data and statistical significance),
conclusions, and important implications/applications of the results presented. Limit abstracts to no more than 150
words. Below the abstract, include 2 to 5 keywords or phrases for indexing.
Body of Paper
The text should be subdivided into sections as specified under the appropriate article category (Original
Research, Insights in Practice, Case Reports, Commentary, etc.) Introductory paragraphs should not exceed 2
manuscript pages in length. Long manuscripts may need additional subheadings.
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 87
Anexos
Ethics
When reporting research activities involving human or animal subjects, please include a statement indicating that
all procedures followed were in accord with the ethical standards of the responsible institutional council,
committee, or review board. Research articles without a clear statement of such approval will be returned without
review.
Acknowledgments
Authors may acknowledge persons who have contributed to the research or manuscript development.
Participation of research subjects may be acknowledged, but not specifically named. Limit acknowledgments to
50 words.
References
Reference all quotations, previous study findings, and facts the reader may question. Personal communications
and all other materials not yet accepted for publication may be mentioned only in the body of the manuscript.
Number references consecutively as they appear in the text, using superscripts. Follow the American Medical
Association style for references. Use journal abbreviations as listed in Index Medicus; if the periodical does not
appear in Index Medicus, use a complete title. Citation examples follow:
Journal
Buckner E, Matsubara M. Support network utilization by breastfeeding mothers. J Hum Lact. 1993;9:231-235.
Book
Jelliffe DB, Jelliffe EFP. Human Milk in the Modern World: Psychosocial, Nutritional and Economic Significance.
Oxford, UK: Oxford University Press; 1978.
Chapter in book
Kennedy KI. Fertility, sexuality and contraception during lactation. In: Riordan J, Auerbach KG, eds. Breastfeeding
and Human Lactation. Boston, Mass: Jones and Bartlett; 1993:429-457.
Thesis or dissertation
Heinig MJ. Relationship of energy and protein intake and complementary feeding to growth patterns of breastfed
and formula-fed infants. Davis, Calif: University of California; 1992. Dissertation.
Tables
Type each table double-spaced on a separate sheet of paper. Number tables consecutively as referred to in the
text. Provide each table with a brief title and each column with a heading. Place explanatory matter in footnotes.
Data incorporated from another source must be referenced or in a footnote.
Figures
Number all figures consecutively as referred to in the text. Submit original copies of all figures in the best
reproductive quality (line drawings, photographs, computer-generated figures) in a protective envelope, marked
with the name of the manuscript. Indicate on the back of each illustration the name of the first author, figure
number, and the top side. Do not staple, clip together, mount, or trim prints. Include a legend on a separate
page.
Authors may be requested to replace poor-quality line illustrations at their own expense. Photographs of subjects
will not be used unless accompanied by signed written consent from the subject and/or the minor's parent or
guardian. If using a published figure, provide written permission for its use from the copyright holder;
acknowledge the source in a footnote.
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 88
Anexos
Peer Review and Editorial Process
Peer Review
Authors will receive a letter acknowledging receipt of their manuscripts. All submissions meeting editorial criteria
with the exception of Letters are anonymously reviewed by at least two experts appropriate for the manuscript.
Manuscripts are reviewed for clarity, scientific validity, and their contribution to the field of breastfeeding and
human lactation. After approximately 10-12 weeks, the author will be mailed a copy of the reviewers' comments
along with a request for revisions or an editorial decision of acceptance or rejection. As a general policy, revised
manuscripts are again reviewed by the original reviewers. Rejected manuscripts will be returned.
Declaration of Competing Interests
A competing interest exists when professional judgment concerning a primary interest, such as patients’ welfare
or the validity of research, may be influenced by a secondary interest, such as financial gain or personal rivalry. A
competing interest may arise when authors have a financial interest that may, in theory, influence their
interpretations of given results or those of others.
To maintain the integrity of JHL’s peer review process, we believe that we should be informed of any competing
interests that publishing authors may have. This is not to say that JHL is seeking to eliminate the publication of
papers with competing interests or that papers with competing interests are necessarily less valid. Instead, it is
our hope that the disclosure of all relevant information related to such papers will only add to their validity.
When an article is accepted for publication in JHL, all authors will be asked to fill out a competing interests
questionnaire. If such interests are identified, we will ask the primary author to draft a statement that will
accompany the paper in publication. Should any competing interests become identified at a later date, such
interests will be noted and published in JHL.
Editorial Processing
Accepted manuscripts are copy edited for style, grammar, and readability. Before an accepted manuscript can be
published, all authors of the accepted manuscript must sign a Sage Publications, Inc. publishing agreement. The
author will receive proofs of the article and have an opportunity to review editorial changes before publication.
JHL makes no page charges. However, costs of excessive changes made by authors on proofs, except
typographical or scientific errors, may be charged to authors. Reprint order forms with the current print schedule
are sent with the proofs. The editor reserves the right to make final changes consistent with the editorial policy
and style of JHL.
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 89
Anexos
PROTOCOLO DE FONOAUDIOLOGIA
N.º_____
PRONTUÁRIO nº ____________
RN_______________________________________________________________________
RG:_______________
Mãe______________________________________________________________________
Idade:______________
Instrução: Analfab.( ) 1º grau inc.( ) Comp.( ) 2º grau( ) Sup. ( )
Endereço:___________________________________________________________________________
__________
Gesta________ Para________ Filhos vivos________ Filho mais novo________
PN_______consultas Patologias na gestação________________________
Data de nascimento:____/____/____ Sexo: Mas. ( ) Fem. ( )
Tipo de parto: Vaginal ( ) Fórceps ( ) Cesáreo ( )
Gemelar: S ( ) N ( ) Apgar: 1º_____ 5º_____ 10º_____
Peso ao Nascimento:______ g Idade Gestacional:________ semanas
Diagnósticos e Condutas:
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
Data de entrada no Canguru:____/___/___ Idade em dias:_____ IGC:______
Tipo de alimentação:________________________ Peso:_______ g
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 90
Anexos
Início da transição da dieta: ____/____/____ Tipo:__________________
Idade em dias:________ IGC:________ Peso:__________ g
___/___ __________________P______- ___/___ _______________P ______
___/___ __________________P______- ___/___ _______________P ______
___/___ __________________P______- ___/___ _______________P ______
___/___ __________________P______- ___/___ _______________P ______
___/___ __________________P______- ___/___ _______________P ______
___/___ __________________P______- ___/___ _______________P ______
___/___ __________________P______- ___/___ _______________P ______
Observações:_________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________
Tempo de transição:_____________ dias
Problemas apresentados: Apnéia ( ) Cianose ( ) Aspiração ( )
Causa:______________________________________________________________________________
__________
Transferido para o berçário: Sim ( ) Não ( )
Condutas:___________________________________________________________________________
_____________________________________________
Retorno ao Canguru:_______ Peso:_______ g Dias no berçário:________
Data da alta:___/___/___ Idade:______ dias IGC______ Peso:_______ g
Condições de alta: Boa ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Alimentação:_________
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 91
Anexos
FORMULÁRIO DA PESQUISA
N. º_______
Prontuário Nº________
RN de____________________________________________ IdadeMat: _________
Instrução: Analfab.(1) 1º grau inc.(2) 1º grau Comp.(3) 2º grau (4) Sup. (5)
Gesta_______ Para___________ Filhos vivos________ Filho mais novo__________
Data de Nasc.: _____/_____/_____ Apgar: 1º____ 5º____ 10º____
Tipo de parto: Vaginal (1) Cesário (2) Fórceps (3)
Gemelar: Sim (1) Não (2)
Peso ao Nascimento: ______ g
Id. Gestacional: ______
Intercorrências: (1) Sim (2) Não (9) Ignorado
(1) Tocotraumatismo (1) S (2) N (8) Inf. Perinatal (1) S (2) N
(2) Hipóxia leve (1) S (2) N (9) Inf. Hospitalar (1) S (2) N
(3) Hipóxia Moderada (1) S (2) N (10) Meningoencefalite (1) S (2) N
(4) Hipóxia Grave (1) S (2) N (11) HIC (1) S (2) N
(5) TTRN (1) S (2) N (12) Cardiopatia (1) S (2) N
(6) SDR (1) S (2) N (13) Icterícia Patológica (1) S (2) N
(
7) DBP (1) S (2) N
Data entrada no Canguru
: _____/_____/_____
Idade em dias: _____ IGC: ______ Peso: ________ g
Tipo alimentação:
(1) SOG
(2) SOG + VO
(3) VO
(4) PE + SOG
(5) PE + VO
___ ___ ___
PRONTNº __ __ __ __ __ __ __
IDAMAT ___ ___
INSTMAT ___
GESTA ___ ___ ___
PARA ___ ___
FILHOVIV ___ ___
IDFILHON ___ ___
DATANASC __ __/ __ __/ __ __ __ __
APGAR1 ___ ___
APGAR5 ___ ___
APGAR10 ___ ___
TIPOPART ___
GEM ___
PESNASC ___ ___ ___ ___
IDAGEST ___ ___ ___
INTERC ___
1 - ___ 8 - ___
2 - ___ 9 - ___
3 - ___ 10 - ___
4 - ___ 11 - ___
5 - ___ 12 - ___
6 - ___ 13 - ___
7- ___
DATENT __ __/ __ __/ __ __ __ __
IDADENT ___ ___ ___
IGCENT ___ ___ ___
PESENT ___ ___ ___ ___
ALIMENT ___
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem... 92
Anexos
Data Início da transição: _____/_____/_____ Tipo: (1) TL (2) RL (3) SM + SOG
Profissional que iniciou: (1) Fono (2) Médico
Idade em dias: ________ IGC:________ Peso:__________ g
___/___ __________________P______- ___/___ _______________P ______
___/___ __________________P______- ___/___ _______________P ______
___/___ __________________P______- ___/___ _______________P ______
___/___ __________________P______- ___/___ _______________P ______
___/___ __________________P______- ___/___ _______________P ______
___/___ __________________P______- ___/___ _______________P ______
___/___ __________________P______- ___/___ _______________P ______
___/___ __________________P______- ___/___ _______________P ______
___/___ __________________P______- ___/___ _______________P ______
___/___ __________________P______- ___/___ _______________P ______
Tempo de transição
: _______ dias Idade em dias: ________
IGC:________ Peso:__________ g
Problemas apresentados:
(1) Sim (2) Não (9) Ignorado
(1) Apnéia (1) S (2) N (8) NSA
(2) Cianose (1) S (2) N (8) NSA
(3) Aspiração (1) S (2) N (8) NSA
Causa: (1) Anemia (3) Probl. Maternos
(2) Infecção (4) Outros
Transferido para o berçário
: (1) Sim (2) Não Data Trans. ___/___/___
Idade em dias: ________ IGC:________ Peso:________ g
Retorno ao Canguru: __/___/___
Idade em dias: ________ IGC:________ Peso:________ g
Data da alta:
___/___/___ Idade:______ dias IGC______ Peso:_______ g
Alimentação: (1) SML (2) SM + VO (3) VO
DATINIC __ __/ __ __/ __ __ __ __
TIPOTRAN ___
PROFINI ___
IDAINIC ___ ___ ___
IGCINIC ___ ___ ___
PESINIC ___ ___ ___ ___
TEMPTRNS ___ ___
IDAFINAL ___ ___ ___
IGCFINAL ___ ___ ___
PESFINAL ___ ___ ___ ___
PROBTRAN ___
(1) APNÉIA ___
(2) CIANOSE ___
(3) ASPIRAÇ ___
CAUSA ___
TRANSFBE ___
DATATRAN __ __/ __ __/ __ __ __ _
IDADTRANS ___ ___ ___
IGCTRANS ___ ___ ___
PESTRANS ___ ___ ___ ___
DATARET __ __/ __ __/ __ __
IDADERET ___ ___ ___
IGCRET ___ ___ ___
PESORET ___ ___ ___ ___
DATALT __ __/ __ __/ __ __
IDADALT ___ ___ ___
IGCALT ___ ___ ___
PESALT ___ ___ ___ ___
ALIMENT ___
Aquino, Rebeca R. Alimentação do recém-nascido pré-termo: métodos de transição da gavagem...
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Anexos
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