Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO EM MEDICINA
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
JOSEILZE SANTOS DE ANDRADE
Construção do Modelo Assistencial de
Enfermagem do Hospital Universitário/UFS:
proposta e ação
ARACAJU
2005
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
JOSEILZE SANTOS DE ANDRADE
Construção do Modelo Assistencial de
Enfermagem do Hospital Universitário/UFS:
proposta e ação
Dissertação apresentada ao Núcleo de Pós-
graduação em Medicina da Universidade Federal
de Sergipe como um dos requisitos para a
obtenção do título de Mestre em Ciências da
Saúde.
ORIENTADORA: P
ROF
ª
D
R
ª
M
ARIA
J
ÉSIA
V
IEIRA
ARACAJU
2005
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
BIBLIOTECA CENTRAL / BIBLIOTECA DA SAÚDE
FICHA CATALOGRÁFICA
A553c
Andrade, Joseilze Santos de
Construção do Modelo Assistencial de
Enfermagem do Hospital Universitário/UFS: proposta e
ação / Joseilze Santos de Andrade.-- Aracaju, 2005.
Orientadora: Profª. Drª Maria Jésia Vieira
Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde)
Universidade Federal de Sergipe, Pró-reitoria de Pós-
graduação e Pesquisa, Núcleo de pós-graduação em
Medicina.
1. Sistematização da Assistência de enfermagem 2.
Qualidade da assistência de Enfermagem 3. Teorias de
Enfermagem I. Título
CDU 616-083
Joseilze Santos de Andrade
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do
Hospital Universitário/UFS: proposta e ação
Dissertação apresentada ao Núcleo de Pós-
graduação em Medicina da Universidade Federal
de Sergipe como um dos requisitos para a
obtenção do título de Mestre em Ciências da
Saúde.
Data de aprovação: ________ / ________ / ________
___________________________________________________________________________
Profª. Drª Maria Jésia Vieira
(Presidente)
__________________________________________________________________________________
Profª. Drª Maria Célia B. Dalri
(1ª. Examinadora)
___________________________________________________________________
Profª Drª Eleonora Ramos de O. Ribeiro
(2ª. Examinadora
)
PARECER
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Dedico este trabalho aos alunos do curso de
Enfermagem da Universidade Federal de
Sergipe, para conhecimento e aplicação de
uma metodologia assistencial a fim de
resgatar o compromisso de cuidar de
pessoas de forma individualizada,
humanizada, científica e ética.
Agradecimentos
A Deus, nosso criador e força sublime. Sabedoria e Simplicidade, Luz que ilumina os
meus caminhos. Sem a que deposito nEle nada seria possível. Obrigado Senhor
pelo Seu amor.
Aos meus pais, origem de todo o conhecimento de vida que adquiri durante estes
anos. Exemplos de dedicação, trabalho, humildade e amor. Especialmente à minha
mãe, por me ensinar princípios de coragem, luta, verdade e dignidade. Eu amo
vocês.
Aos meus filhos Arthur Vinícius e Ana Luísa, fontes de inspiração, razões da minha
vida. São vocês que me dão força para enfrentar todo tipo de obstáculo e que me
motivam a trabalhar e a crescer cada dia mais. É pra vocês que eu dedico todo o
meu esforço.
Ao meu grande amor, Luís Otávio, a quem reconheço o seu amor, companheirismo,
amizade, carinho e por me incentivar sempre a lutar por meus ideais. Agradeço,
ainda pela sua atenção, dedicação e compreensão nos momentos de minha
ausência durante a realização deste trabalho. Agradeço a Deus todos os dias pela
sua existência.
Aos meus irmãos que eu tanto amo e admiro pela nossa união e fraternidade.
Agradeço, em especial a rcio pela grande colaboração ao assumir a
responsabilidade de transportar meus filhos nos horários da escola, quando eu não
dispunha de tempo, e a Temisson pelo constante incentivo de crescimento
profissional, bem como pela revisão de estatística do presente trabalho.
À minha orientadora e amiga Drª Maria Jésia Vieira pela sua competência,
dedicação, serenidade e incomparável condução profissional neste estudo. Espero
podermos estar sempre juntas para nossos estudos, discussões e reuniões
informais. Eu disse e repito: “quero ser assim como você quando eu crescer”.
Obrigada por tudo!
À professora Drª Maria Célia B. Dalri pela sua grande contribuição na conclusão
deste trabalho. Sempre com observações serenas e educadas, porém firmes,
relevantes e de um cunho científico invejável. Muito obrigada!
Aos enfermeiros do Hospital Universitário pela aceitação em participar desta
pesquisa. Principalmente ao grupo voluntário que esteve sempre contribuindo com
suas discussões e construções de conhecimento. Refiro-me às enfermeiras Ana
Paula Vasconcelos Lemos, Ana Cristina B. Freire Abud, Maria Auciliadora Varjão
Lima, Maria Amenildes Silva Lima, Carla Porto Borba, Cleonice Serafim Oliveira,
Raquel dos Reis Tavares, Maria Regina Menezes Lima, Sângela Sumaya M. P.
Fernandez e Silvana Souza Cardoso. Conto com vocês na implementação do
modelo criado.
Aos membros da Banca de Qualificação, Dr. Ricardo Queiroz Gurgel, Dr. José
Augusto Barreto Filho e Drª Eleonora Ramos de O. Ribeiro pelas valiosas sugestões
para o crescimento científico deste estudo.
Às alunas de enfermagem, hoje enfermeiras, colaboradoras da pesquisa no período
de coleta de dados da primeira fase da pesquisa. São elas: Maria Conceição
Santana de Góis, Luciana Maria de A. Umbelino, Janice Maria A. C. Reis, Marta
Regina Góes Santos, Grazielle Fonseca de Souza e Waleska Ramos Silva Fraga,
formadas na turma 2003-2 da UFS. Vocês foram essenciais.
À Direção Geral vigente do HU, na pessoa de Dr. Henrique Batista, por ter
acreditado neste estudo e ter estimulado a realização do mesmo.
A todos os companheiros do Mestrado em Ciências da Saúde pelos momentos
produtivos e exaustivos de estudos, compensados pelas amizades e descontrações
da turma.
Ao Núcleo de s-graduação em Medicina da Universidade Federal de Sergipe pela
oportunidade e apoio oferecidos.
Aos pacientes que estiveram sempre à disposição para contribuir no período de
testagem do formulário de coleta de dados.
A todos os familiares, amigos, colegas de trabalho, ex-alunos que estiveram
torcendo pela realização deste trabalho e pelo meu sucesso.
Muito obrigada a todos!
...Foi como usar óculos depois de muito tempo de visão limitada. Quando
colocamos óculos pela primeira vez, estranhamos, sentimo-nos incomodados, não
enxergamos muito bem; enfim, parece que eles atrapalham. Mas, aos poucos, nos
habituamos com eles, as coisas ganham colorido e formas diferentes, ficam mais
claras, e nos perguntamos: como pudemos ficar tanto tempo na “cegueira”? Sim,
meu processo de “enxergar melhor” foi timidamente esboçando meu pensamento,
procurando reforçá-lo e tentando ver com meu novo olhar.
Carraro apud CARRARO (2001, p.26), ao aplicar,
pela primeira vez uma Metodologia Assistencial de
Enfermagem embasada em um marco conceitual.
RESUMO
A pesquisa propôs-se a criar um modelo de assistência de Enfermagem a ser
implementado no Hospital Universitário (HU/UFS), da cidade de Aracaju. Teve
como objetivos específicos: realizar um diagnóstico situacional centrado na
qualidade da assistência e na percepção dos enfermeiros quanto à
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) no HU/UFS; e
desenvolver um plano de ação para implementar a SAE. Utilizou-se a
abordagem qualitativa, tendo como modelo a pesquisa-ação. O estudo se
processou em duas fases: exploratória, realizada nos meses de junho e julho
de 2003, e plano de ação, desenvolvido no período de fevereiro a dezembro de
2004. Na primeira, foi realizado o diagnóstico situacional da enfermagem no
referido hospital através da observação intermitente e da aplicação de
questionários aos enfermeiros, enquanto na segunda, foram definidas as
medidas a serem tomadas para a resolução dos problemas levantados na fase
anterior e para a implementação da SAE propriamente dita. Os dados obtidos
através da observação foram submetidos à análise quantitativa, enquanto os
resultantes dos questionários o foram qualitativamente, através da análise de
conteúdo. Entre os problemas detectados, a ausência de um planejamento,
através de um modelo assistencial predominou nas análises, demonstrando
que a prestação de serviços ao cliente hospitalizado não atende, na sua
totalidade, às necessidades humanas básicas. Os resultados identificaram que
as atividades dos enfermeiros baseiam-se no tecnicismo e na administração do
serviço; que a enfermagem foi relacionada com atendimento às necessidades
humanas básicas e holismo, sendo o cliente definido como o indivíduo que
necessita de cuidados; que a maioria dos respondentes conhecia na teoria o
Processo de Enfermagem, mas não o aplicava na prática. Os problemas mais
citados decorrentes da o sistematização da assistência foram:
comprometimento da qualidade da assistência, desorganização do serviço e
conflito de papéis. Os enfermeiros consideraram a SAE necessária e
importante, principalmente por se tratar de um hospital-escola, por esta
proporcionar uma melhoria na qualidade da assistência, organizar o serviço e
contribuir na valorização do profissional enfermeiro. O modelo assistencial
discutido e construído durante a pesquisa baseou-se em quatro teorias de
enfermagem, sendo a de Horta o parâmetro básico a ser seguido . O modelo
conceitual utilizado na construção do formulário de coleta de dados foi o de
Horta adaptado por Rossi; Dalri (1993), o qual, após ter sido testado em uma
unidade piloto, foi submetido a validação do conteúdo. Em continuidade ao
trabalho, podem-se apontar algumas necessidades e procedimentos para a
efetiva Sistematização da Assistência de Enfermagem no HU/UFS: treinamento
do pessoal de enfermagem de nível médio; implantação do modelo como teste
piloto em uma unidade de internação; avaliação e implementação do modelo.
Palavras - chave: Sistematização da Assistência de Enfermagem; Qualidade
da Assistência; Necessidades Humanas Básicas; Teorias de Enfermagem.
ABSTRACT
The research intends to create a model of Nursing assistance to be
implemented in the Hospital Universitário (HU/UFS), in Aracaju. It had the
following specific objectives: carrying out a situational diagnostic centred on the
assistance quality and on the nurses perception about the Systematization of
the Nursing Assistance (SNA) in the HU/UFS; and develop a plan of action to
implement the SNA. It was used the qualitative methodology, having as strategy
the research-action. The study was processed in two phases: the exploration
one, carried out in the months of June and July of 2003, and plan of action,
developed from February to December of 2004. In the first one, it was carried
out a situational diagnostic of the nursing in the related hospital through the
intermittent observation and also through the questionnaires applied to the
nurses; while in the second, the measures to be taken had been defined in
order to solve the problems examined in the previous phase, and also for the
SNA implement. The data gotten through the observation had been submitted
to the quantitative analysis, while the questionnaires ones had been analyzed
qualitatively, through the content analysis. The absence of a planning, through
an assistential model predominated in the analyses, demonstrating that the
rendered services to the hospitalized customer does not satisfy, in its totality,
the human basic needs. The results had identified that the nurses activities are
based on the technique and on the service administration; it also identified that
the nursing was related to the satisfaction of the human basic needs and
holism, being the customer defined as the one who need cares; and that the
most of them knew in theory the Nursing Process, but did not apply it in
practice. The most cited problems originated from the lack of assistance
systematization were the following: the compromise of the assistance quality,
the service disorganization and conflict of attributions. The nurses had
considered the SNA necessary and important, mainly because it is related to a
school - hospital, and also because it provides an improvement in the
assistance quality, because it organizes the service and contributes to increase
the value of the nursing professional. The assistencial model argued and
created by the researcher and the voluntary group was based on four nursing
theories. The conceptual model used in the construction of the data collection
form was the Horta adapted for Rossi; Dalri (1993), which, after it has been
tested in a pilot unit, it was submitted to the content validation. Some
necessities and procedures can be pointed in order to get the effective
Systematization of the Nursing Assistance in the HU/UFS: training of the
nursing staff which takes part of the technical staff; implantation of the model as
pilot test in a internment unit and evaluation and Implementation of the model.
key-Words:
*Systematization of the Nursing Assistance; Assistance
Quality;
*Human*Basic*Necessities;*Nursing*Theories.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................
11
2 REVISÃO DE LITERATURA...............................................................................................
2.1 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM..........................................
2.2 QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM....................................................
17
17
35
3 OBJETIVOS........................................................................................................................
39
4. CAMINHO METODOLÓGICO .........................................................................................
4.1 MÉTODO.........................................................................................................................
4.2 ELEMENTOS GEOGRÁFICOS.......................................................................................
4.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA...................................................................................
4.4 FASES DA PESQUISA....................................................................................................
4.5 COLETA DE DADOS.......................................................................................................
4.5 ANÁLISE DOS DADOS..................................................................................................
40
40
41
42
42
45
47
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................
48
5.1 ANÁLISE E DISCUSSÃO DA FASE EXPLORATÓRIA...................................................
49
5.2.
ANÁLISE E DISCUSSÃO DO PLANO DE AÇÃO 78
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................
92
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................
APÊNDICES
96
101
APÊNDICE A – CHECK-LIST 102
APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO......................................................................................... 105
APÊNDICE C -. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO........................
106
APÊNDICE D – FORMULÁRIO DE COLETA DE DADOS .................................................. 107
APÊNDICE E – PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM............................................................ 112
APÊNDICE F- . FORMULÁRIO DE VALIDAÇÃO..................................................................
113
ANEXO - DECLARAÇÃO DE APROVAÇÂO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
11
1 INTRODUÇÃO
“Sem um pensamento directriz, o gesto da mão
não tem sentido, ele é desumanizado; sem gestos
de amor, sem uma mão estendida para aquele
que sofre, os cuidados de enfermagem não têm
razão de ser”
Margot Phaneuf
Modelos assistenciais fundamentados cientificamente direcionam a
Enfermagem a refletir o modo como está sendo desenvolvida sua prática, como o
cliente / indivíduo está sendo assistido, se estão sendo atendidas as
necessidades do mesmo. A assistência de enfermagem sistematizada, planejada,
conduz a uma significativa melhoria na qualidade dos cuidados prestados.
Tem-se percebido, empiricamente, uma dicotomia ensino - prática de
trabalho nas instituições hospitalares, gerando, muitas vezes, inseguranças e
descrédito nos estudantes, vez que a maioria das situações de ensino situam-se
no nível do ideal, sistematizado, buscando a qualidade, enquanto os serviços
onde se realizam suas aprendizagens práticas deixam de atentar para estas
condições. Como resultado desta situação formam-se profissionais divididos
entre o ideal e o real, refletindo-se na qualidade da assistência prestada, no
descrédito pelo seu trabalho, nas condições de trabalho, na insatisfação dos
mesmos e dos clientes, e conseqüentemente na manutenção de sua saúde física
e mental (ALFARO-LEFEVRE 2000; VIEIRA, 2002;
PIMENTEL; VIEIRA, 2003).
Esta problemática se intensifica, principalmente, pelo fato do campo
fundamental às aulas práticas de enfermagem ser o Hospital Universitário, o qual
deveria priorizar e adotar um modelo de assistência de enfermagem, visando e
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
12
proporcionando condições essenciais ao processo de formação do profissional
enfermeiro, modelo este, ainda não adotado no caso específico do Hospital
Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU/UFS).
O modelo biomédico predominante nas instituições de saúde, não mais
atende adequadamente às necessidades da enfermagem, a qual, segundo
Carraro (2001, p.18), “vivencia um movimento de resgate das suas origens,
voltando-se para o ser humano, embasada em modelos, que respondem às suas
necessidades enquanto ciência e arte”.
Acrescidos a este fato, a autora considera que a natureza da assistência de
enfermagem esteja além da execução de atividades cnicas e cumprimento de
tarefas ditadas por outros profissionais da equipe multidisciplinar de saúde. A
assistência de enfermagem necessita de um conhecimento e percepção dos
aspectos bio-psico-espirituais, bem como questões culturais e individuais de cada
paciente. E isso se faz possível através da utilização do processo de enfermagem
o qual é definido por Alfaro-Lefevre (2000, p.29), como “um método sistemático de
prestação de cuidados humanizados”.
A enfermagem, por se caracterizar como uma profissão dinâmica,
necessita de uma metodologia que seja capaz de refletir tal dinamismo. O
processo de enfermagem é considerado a metodologia de trabalho da profissão
mais conhecida e aceita no mundo, facilitando a troca de informações entre
enfermeiros de várias instituições (REIS; SIMÕES, 2003).
A aplicação do processo de enfermagem propicia ao enfermeiro a
possibilidade de prestação de cuidados individualizados, centrados nas
necessidades humanas básicas, e, além de ser aplicado à assistência, este pode
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
13
nortear tomadas de decisão em diversas situações vivenciadas pelo enfermeiro
enquanto gerenciador da equipe de enfermagem.
Dentro desse enfoque Marquis; Huston (2002, p.52) afirmam que
embora o processo tenha sido projetado para a prática de
enfermagem em relação ao cuidado do paciente e à
responsabilidade da enfermagem, ele pode ser facilmente
adaptado como um modelo teórico para resolver problemas
administrativos e de liderança.
De alguma forma, os enfermeiros precisam se preocupar em avaliar e
buscar a qualidade da assistência prestada pela sua equipe e, uma das maneiras
é estabelecendo e aplicando um modelo assistencial com referencial teórico-
científico. A verificação da qualidade, segundo Sullivan; Decker apud Kron; Gray
(1994, p. 288)
descreve todas as atividades relacionadas a estabelecer, manter e
assegurar um atendimento de alta qualidade aos pacientes, o que
inclui a avaliação do atendimento aos pacientes e a correção dos
problemas identificados.
Considerando que uma das principais características da prática de
enfermagem é sua atuação 24 horas por dia junto ao paciente, nota-se a grande
responsabilidade desta categoria no que se refere à segurança do indivíduo,
como consta no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (2000), cap.
III, Art. 16, que trata sobre as responsabilidades do enfermeiro: “visa assegurar
ao cliente uma assistência de enfermagem livre de danos decorrentes da
imperícia, negligência ou imprudência”. Daí a importância da utilização de uma
assistência sistematizada, na qual as ações dos cuidados são planejadas,
executadas, controladas e avaliadas, diminuindo, dessa forma, as possibilidades
de falhas na assistência.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
14
Faz-se importante ressaltar, neste momento, a Resolução COFEN nº 272 /
2002, em seu Art. 2º, o qual afirma que A implementação da Sistematização da
Assistência de Enfermagem SAE - deve ocorrer em toda instituição pública e
privada. Em São Paulo, por meio da Decisão Dir./SP 008/99, a SAE tornou-se
obrigatória desde janeiro de 2000. Toda essa ação do COFEN visa defender o
papel do enfermeiro em seu exercício profissional. No estado de Sergipe o
Hospital Universitário, por meio deste estudo, está sendo o pioneiro no
cumprimento a esta resolução, vez que criou seu próprio modelo de assistência
de enfermagem, visando o cuidado individualizado, humanizado, fundamentado
em princípios técnico-científicos à luz de um modelo conceitual de enfermagem.
Em entrevista concedida à Revista Nursing, Monetta (2002, p. 13), afirma
que “trabalhar aplicando a SAE, mais do que lei (em São Paulo), é a única forma
de proteger-se técnica e juridicamente, para o adequado registro dos
procedimentos realizados e de toda sua avaliação evolutiva do paciente”.
Rossi; Casagrande (2001, p.50), alertam para o fato de que muitos
enfermeiros têm solicitado cursos sobre Processo de Enfermagem, acreditando
que irão receber receitas “para operacionalizar essa metodologia da assistência,
que possam ser simplificadas, ceis de executar, de forma a atender a essa
solicitação, mediante a documentação do processo de enfermagem no prontuário
do paciente”. Diante de tal afirmação nota-se a importância de fundamentar o
modelo assistencial do HU/UFS por meio do estudo dos valores e outros
aspectos relacionados ao cuidado, ao cliente e à enfermagem pela própria
equipe, vez que é a mesma que irá operacionalizar o modelo escolhido.
Phaneuf (2001), ao citar algumas precauções na utilização de um modelo
assistencial, alerta quanto à importância do modelo a ser escolhido adaptar-se à
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
15
realidade de cada serviço. Daí a necessidade de realizar um estudo prévio acerca
dos aspectos relevantes para a elaboração e organização do serviço de
enfermagem.
Contudo, para a aplicação do processo de enfermagem, torna-se
necessária a adoção de modelos conceituais ou teorias de enfermagem que
fundamentem a prática assistencial. E é neste contexto que a pesquisadora
proporcionou estudos sobre teorias de enfermagem buscando adequá-las à
assistência de enfermagem do HU/UFS, e, a partir desta adequação, propõe um
modelo de assistência de enfermagem no referido hospital. Os modelos teóricos
têm sido muito utilizados como referencial na assistência de enfermagem. De
acordo com Souza (2001, p.36), “a teoria guia e aprimora a prática, dirigindo a
observação dos fenômenos, a intervenção de enfermagem e os resultados a
esperar”.
Para a utilização de uma proposta metodológica na prática da enfermagem
se faz necessário não somente conhecimento, habilidade e apoio, mas, acima de
tudo, vontade e ousadia para mudar (CARRARO,2001).
Outro aspecto significativo é quanto à formação acadêmica dos
enfermeiros que, muitas vezes contribui para que estes não busquem nem
apliquem o processo de enfermagem, pois durante aulas práticas, pode-se
perceber uma preocupação maior, tanto por alguns docentes, quanto pela maioria
dos alunos, em adquirir habilidades técnicas. Assim, deixam de identificar os
problemas do paciente e de planejar os cuidados, ficando a assistência, neste
caso, limitada a ações isoladas no decorrer de suas atividades.
Assim sendo, evidencia-se a necessidade de implantar, no Hospital
Universitário/UFS, um modelo de assistência de enfermagem o qual, por ser um
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
16
hospital escola, irá proporcionar aos alunos, professores e profissionais de
enfermagem oportunidades de conhecer e aplicar uma assistência ao ser humano
à luz de um referencial teórico de enfermagem por meio do processo de
enfermagem.
Espera-se contribuir, com este trabalho, o com o modelo construído,
como também desvelar o potencial do profissional de enfermagem, enfatizando o
verdadeiro papel que compete ao enfermeiro que é o cuidar, vez que uma das
finalidades da metodologia da assistência é resgatar o compromisso de cuidar de
pessoas de forma humanizada, individualizada, técnica, científica e ética.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
17
2
REVISÃO DE LITERATURA
O cuidar é a essência da prática de enfermagem
e envolve atos humanos no processo de assistir o
indivíduo, grupo ou comunidade, caracterizados
por ões intencionais e racionais, dotadas de
sentimentos. É um processo que envolve
relacionamento interpessoal e desenvolve-se com
base em valores humanísticos e conhecimento
científico.”
ARRUDA; MARCELINO
O apoio teórico deste estudo está concentrado nos temas abaixo:
Sistematização da Assistência de Enfermagem
Qualidade da Assistência de Enfermagem
2.1 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
A palavra “Enfermagem”, originada do latim infermus, denota espaço
(enfermaria), sujeito que faz o cuidado (enfermeiro) e situação do cliente enfermo
(FIGUEIREDO, 2002).
“A enfermagem é uma profissão que se dedica, de modo específico, à
conservação da integridade, à reparação daquilo que constitui obstáculo à vida”
(SOUZA, 2001, p.30).
A preocupação em estabelecer uma normatização de cuidados
individualizados ao cliente vem, décadas, sendo percebida pela enfermagem.
Desde 1929, nos Estados Unidos, e 1934 no Brasil, a utilização de estudos de
caso foi introduzida nas discussões de ensino e práticas. Estes estudos eram
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
18
compostos, basicamente, de: história da doença, evolução da moléstia,
tratamento médico e cuidados de enfermagem (ROSSI; CASAGRANDE, 2001).
Desde 1986, o planejamento da assistência de enfermagem caracteriza-se
como uma imposição legal. De acordo com a Lei do exercício Profissional
7.498, art. 11, alínea c, “O enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem,
cabendo-lhe: 1) Privativamente:... c) planejamento, organização coordenação e
avaliação dos serviços de assistência de enfermagem “.
Reforçando a importância e necessidade de se planejar a assistência de
enfermagem, a Resolução COFEN 272/2002, art. afirma que “A
implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem SAE - deve
ocorrer em toda instituição pública e privada”.
O enfermeiro ao planejar a assistência assume sua responsabilidade junto
ao cliente assistido, porque o planejamento, segundo Caldas (2002, p.159),
“permite diagnosticar as necessidades do cliente, garante a prescrição adequada
dos cuidados, orienta a supervisão do desempenho do pessoal, a avaliação dos
resultados e da qualidade da assistência porque norteia as ações”.
De acordo com essa mesma autora, o planejamento é uma das atividades
que distingue o gerente competente de outros, porque decidindo antecipadamente
o que, para que e como realizar, diminuirá o risco de improvisações e estará se
instrumentalizando para acompanhar o trabalho futuro.
Cianciarullo apud Carraro (2001, p.19), registra que:
os conhecimentos que fundamentam as ações de enfermagem
constituem um conjunto teórico, a ciência da Enfermagem, e são
ações expressas operacionalmente pelo processo de
Enfermagem, que busca por meio de sistematização das ações,
um nível de qualidade compatível com as necessidades do cliente,
de sua família e da comunidade, com recursos disponíveis.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
19
Dell’acqua; Miyadahira (2000), alertam sobre a importância da utilização do
processo de enfermagem pelos professores de enfermagem, quando estiverem
realizando o planejamento e implementação de suas disciplinas.
Em publicação na Revista Brasileira de Enfermagem (1996), Bittencourt et
al. citados por Rossi; Casagrande (2001, p. 44), explicitam que o objetivo do
planejamento de cuidados é “individualizar o cuidado de enfermagem,
melhorando, conseqüentemente, a qualidade da assistência”.
2.1.1 Teorias de Enfermagem
Para melhor compreensão das teorias de enfermagem que serão
estudadas neste capítulo, faz-se necessário comentar algumas definições básicas
dentro deste contexto.
Para Mota (1999, p. 70), “as teorias se justificam pela capacidade de
explicar a realidade, principalmente, pela aplicação prática na solução de
problemas administrativos”. É através das teorias que se aprende maneiras de
pensar e, conseqüentemente, de construir o novo e acreditar em mudanças.
Chinn; Kramer citados por George (2000, p.12), definem teoria como “uma
estruturação criativa e rigorosa de idéias que projetam uma tentativa, uma
resolução e uma visão sistemática dos fenômenos”. Como se vê, as teorias não
podem ser comparadas a leis científicas, porém, à medida que são pesquisadas e
testadas, denotam maior confiabilidade.
Do ponto de vista de Meleis apud George (2000 p.12), teoria de
enfermagem pode ser definida como ... “uma conceitualização articulada e
comunicada da realidade inventada ou descoberta (fenômeno central e
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
20
relacionamentos) na enfermagem com a finalidade de descrever, explicar, prever
ou prescrever o cuidado de enfermagem”. Através desta definição nota-se a
finalidade da prescrição dos cuidados de enfermagem como instrumento
importante à comunicação nesta área de atuação.
Barnum citado por George (2000), amplia o significado de teoria de
enfermagem ao afirmar que esta, para ser completa, deve possuir contexto
(ambiente no qual o ato de enfermagem tem lugar), conteúdo (o assunto da
teoria) e processo (método pelo qual o enfermeiro age ao usar a teoria).
Através da compreensão dos conceitos e teorias de enfermagem é que se
permite captar sua natureza específica, seu objeto, sua finalidade, enfim, permite
a análise do seu real significado (ALMEIDA; ROCHA, 1986).
A utilização de uma teoria como base para as ações de enfermagem é
justificada por Caldas (2002, p.160), devido esta:
Constituir a base do cuidar em enfermagem e, como tal, mantém
relação com a estrutura geral e tendências da sociedade,
especialmente com a ciência, nas diversas fases de
desenvolvimento;
•Permitir a observação das tendências das visões sobre o
processo saúde-doença e sobre realizar o cuidado terapêutico;
•Exibir a lógica utilizada que identifica a ideologia do autor;
•Ser a teoria e a prática de enfermagem complementares da
práxis, de modo a tornar a teoria uma representação menos falsa
possível da realidade do trabalho de enfermagem.
Algumas teoristas como Roy, Levine, Brodt, Rogers, King e Horta concluem
que “muitas teorias expressam a formalização da organização das ações de
enfermagem para a prestação do cuidado, mais que, propriamente, teorizam o
cuidado” (ALMEIDA; ROCHA, 1986).
Para Meleis citado por Leopardi (1999, p.48), as teorias de enfermagem
classificam-se em dois tipos: descritivas e prescritivas. As do primeiro tipo
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
21
“descrevem o fenômeno, identificam suas propriedades e seus componentes e
algumas das circunstâncias na qual ocorre, assim como as conseqüências”. Já as
teorias prescritivas, segundo a mesma autora, “preocupam-se com a terapêutica
de enfermagem e as conseqüências da intervenção; incluem proposições e
pressupõem mudança, predizendo as conseqüências de uma certa estratégia de
intervenção...”.
O instrumental indicado para orientar a enfermagem na busca de sua
autonomia, como campo específico de saber, baseia-se nas teorias, permitindo
uma delimitação de sua atuação no trabalho com outros profissionais (ALMEIDA;
ROCHA, 1986).
Com a aplicação das teorias na prática de enfermagem, espera-se
fomentar a “autonomia da profissão, gerar um saber próprio, além de aprimorar a
assistência de enfermagem, tendo em vista a responsabilidade cada vez maior
dos enfermeiros na transformação da realidade brasileira. (BECK, 1999, p.152).
Dentre tantas finalidades dos modelos teóricos, Souza (2001, p. 32) aponta
algumas:
explicitar a ontologia da pessoa, ou seja, a natureza, os valores e
princípios morais que lhe são inerentes; definir o ambiente em sua
concepção quanto à dimensão e influências no ser humano;
descrever o modo como concebem a Enfermagem, em que esta
consiste, como se faz necessária e como se manifesta em ações
práticas e, ainda, explicam a maneira como são percebidos os
estados de saúde e doença, seu significado e fatores
condicionantes.
A partir da década de 50, com a evolução científica, a enfermagem
percebeu a necessidade de construção do saber e do desenvolvimento de
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
22
conhecimento específico da profissão, levando, assim, à busca da elaboração de
suas próprias teorias (SOUZA, 2001).
A autora referida, através de um levantamento realizado em 1998 nos
periódicos de enfermagem no Brasil, encontrou as temáticas referentes às teorias
de enfermagem estudadas nestas pesquisas, as quais estão descritas a seguir:
Operacionalização de modelo, ou parte deste, no cuidado do
paciente / cliente em várias situações e condições de saúde /
doença;
Estudo de conceitos: significado, relação com outras
variáveis; aplicação a situações específicas da pessoa
perante a saúde e doença; estudo de proposições e
derivação de hipóteses;
Referencial para a sistematização da assistência;
Estudo de determinadas fases do processo de enfermagem
com base em modelos teóricos;
Estudo de modelos associados ao diagnóstico de
enfermagem (classificação da NANDA North American
Nursing Diagnosis Association);
Estudo de modelos associados a teorias de outros campos
do saber;
Investigação do conhecimento de enfermeiros sobre
determinados modelos;
Desenvolvimento de instrumentos;
Desenvolvimento de programas educativos.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
23
Para Gonzales (1999, p.39), “aplicar uma proposta teórica na enfermagem,
certamente se constitui uma nova abordagem, menos empírica e melhor
fundamentada”.
As teorias de enfermagem sempre foram importantes guias para a prática
de enfermagem. Mesmo sem apresentar seu trabalho como uma teoria, Florence
Nightingale orientou a prática da enfermagem por mais de cem anos através do
enfoque sobre organização e manipulação do ambiente físico, social e
psicológico, deixando que a natureza agisse sobre a pessoa enferma. Enfatizava,
ainda, que o sofrimento e a dor desnecessários deviam ser minimizados e
prevenidos pelas enfermeiras.
na Teoria de Hildegard Peplau, encontra-se a enfermagem como um
processo interpessoal enfermeiro/paciente com a finalidade de “esclarecer os
problemas do paciente, estabelecer metas mutuamente aceitáveis e resolver
esses problemas” (GEORGE, 2000, p. 333).
Para Virgínia Henderson, a enfermagem deve auxiliar os pacientes a
realizarem atividades que eles não podem fazer sozinhos, devido seu estado de
enfermidade. Porém, salienta a importância de auxiliá-lo a adquirir sua
independência o mais breve possível (GEORGE, 2000).
Lídia Hall enfatiza, em sua teoria, uma abordagem total da pessoa,
mostrando a importância do inter-relacionamento entre os três componentes da
enfermagem: o cuidado (componente nutridor: cuidar e confortar a pessoa); a
essência (uso terapêutico do ser: reflexão); e a cura (atendimento e
implementação de prescrições). Sua teoria torna-se limitada devido suas idéias se
aplicarem somente a um paciente adulto que tenha ultrapassado o estágio
agudo da doença (GEORGE, 2000).
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
24
A teoria de enfermagem do déficit de autocuidado de Dorothea Orem é
composta de três teorias inter-relacionadas de autocuidado, déficit de autocuidado
e sistemas de enfermagem. Dentro destas teorias são identificados seis conceitos
centrais de autocuidado: ação de autocuidado, demanda terapêutica de
autocuidado, déficit de autocuidado, ação de enfermagem, sistema de
enfermagem e fatores condicionantes básicos. Ela ainda define que a
enfermagem é necessária quando as demandas são maiores do que as
habilidades de autocuidado (GEORGE, 2000).
O modelo de sistema comportamental de D. Johnson é um modelo de
cuidados de enfermagem que defende o direito do funcionamento
comportamental eficiente e efetivo do paciente para a prevenção da doença. O
paciente é identificado como um sistema comportamental composto por sete
subsistemas: de afiliação, de dependência, de ingestão, de eliminação, sexual, de
agressão e de realização. Uma perturbação em qualquer um desses subsistemas
gera desequilíbrio e o papel da enfermagem é de auxiliar o cliente a retornar ao
estado de equilíbrio (GEORGE, 2000).
A teoria de Faye G. Abdellah aborda a solução de problemas relacionados
com as necessidades de saúde das pessoas como um meio de direcionar o
paciente à saúde. Para tanto, foram desenvolvidos 21 problemas de enfermagem,
os quais são comparados aos 14 componentes de enfermagem de Hendersom e
à hierarquia de necessidades de Maslow (GEORGE, 2000).
A adoção de um modelo assistencial fundamentado cientificamente
assegura uma melhor coesão da equipe de enfermagem. Phaneuf (2001, p.35),
lista algumas vantagens de um modelo conceitual:
“Precisar de maneira mais clara o campo de ação da enfermeira;
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
25
Fornecer uma grelha de observação e análise da realidade a fim
de captar os detalhes da situação e de apreciar rapidamente a
extensão das dificuldades vividas pela pessoa;
Organizar os cuidados de maneira coerente para a equipe;
Personalizar e humanizar mais os cuidados, respondendo assim
às necessidades da pessoa;
Permitir às enfermeiras utilizar uma linguagem comum;
Clarificar a contribuição dos cuidados de enfermagem no domínio
da saúde e do trabalho multidisciplinar;
Revalorizar o papel autônomo da enfermeira”.
2.1.2 Processo de Enfermagem
As nomenclaturas utilizadas para a Metodologia da Assistência de
Enfermagem variam de acordo com o modelo adotado e com a finalidade a que
se destina. Pode ser denominada como Sistematização da Assistência de
Enfermagem (SAE), Processo de Enfermagem, Processo de Cuidado, Consulta
de Enfermagem, Metodologia do Cuidado, ou mesmo por Metodologia da
Assistência de Enfermagem (MAE). Seja qual for o termo utilizado, trata-se de
uma organização da assistência de enfermagem baseada em um método
científico.
Em virtude de uma melhor familiarização do termo Processo de
Enfermagem, bem como a afinidade pelo cuidado/atendimento às necessidades
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
26
humanas básicas do cliente, esta terminologia foi escolhida para ser usada no
desenvolvimento deste trabalho.
O termo Processo de Enfermagem (PE) foi introduzido em 1955 por Lídia
Hall, seguido de Dorothy Johnson em 1959. No início da década de 60, Ida
Orlando (1961) e Ernestine Wiedenbach (1963) apresentaram o PE desenvolvido
em três etapas.
Mais tarde, em 1967 Lois Knowles apresentou um modelo de PE em cinco
etapas. Nesse mesmo tempo os docentes da Universidade Católica da América
do Norte dividiram o PE em quatro etapas.
Em 1969, Dolores Little e Doris Carnevali também utilizaram o processo em
quatro etapas sendo que, neste modelo, combinava avaliação do estado de saúde
e determinação do problema na primeira etapa. Um processo em seis etapas foi
introduzido por Ruth Freeman e Janet Heinrich para enfermagem comunitária. A
utilização do processo de enfermagem de cinco etapas se deu no início dos anos
70 por educadores de enfermagem enfermeiras práticas (POTTER; PERRY,
2002).
No Brasil, em 1979, Wanda Horta adotou o processo de enfermagem em
seis etapas.
Diversos autores formulam conceitos e etapas do processo de enfermagem
de forma diferenciada, porém todos eles referem-se ao mesmo como uma
metodologia de organização das ações de enfermagem.
O Processo de Enfermagem, é definido por Horta (1979, p.35) como “a
dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando a assistência ao
ser humano”.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
27
Para Alfaro-Lefevre (2000, p. 29), o processo de enfermagem é “baseado
em princípios e regras que são conhecidos por promover cuidado de enfermagem
eficiente”. A autora aborda três razões importantes para o uso do processo de
enfermagem:
Seu uso é uma exigência estabelecida pelos padrões de prática
nacionais; proporciona a base para as questões dos exames de
qualificação profissional; seus princípios e regras são destinados a
promover o pensamento crítico no cenário clínico (p.29).
Phaneuf (2001, p. 92), define processo de enfermagem como “um processo
intelectual e deliberativo, estruturado segundo etapas logicamente ordenadas,
utilizado para planificar cuidados personalizados visando a melhoria do estado de
saúde da pessoa cuidada”.
Pimenta apud Galdeano; Rossi (2002), considera o Processo de
Enfermagem como uma possibilidade de resposta aos vários questionamentos
sobre a qualidade da assistência e o desenvolvimento científico na enfermagem.
A utilização do processo de enfermagem traz inúmeras vantagens, não
somente para os pacientes, como também para os profissionais da área. Quanto
a este aspecto, Phaneuf (2001, p. 96) lista algumas vantagens profissionais,
como:
“Clarifica a contribuição da enfermeira nos cuidados preventivos e curativos;
Contribui para o desenvolvimento de todo um leque de conhecimentos próprios
da enfermagem e favorece as intervenções autônomas;
Permite à enfermeira exercer um maior controle sobre o seu trabalho;
Pode servir de instrumento para a avaliação da qualidade dos cuidados e da
carga horária de trabalho “.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
28
Além destes aspectos positivos, Phaneuf (2001) complementa que a
utilização do processo de enfermagem permite também evitar certas “armadilhas”,
como: fazer julgamentos rápidos fundamentados em percepções imprecisas;
utilização de um sistema rígido com cuidados estereotipados; concentrar-se em
um problema que parece evidente, negligenciando dificuldades pouco visíveis,
porém importantes.
Para Du Gas (1998), o problema identifica a dificuldade apresentada pelo
paciente, a necessidade define o tipo de intervenção que o enfermeiro julga,
possa resolver o problema.
Alfaro-Lefevre (2000) descreve os passos do processo de enfermagem na
seguinte ordem:
Investigação: coleta constante de dados sobre a situação de
saúde para monitorar a evidência de problemas de saúde e de
fatores de risco que possam contribuir para eles;
Diagnóstico: análise de dados para identificar problemas de
saúde potenciais ou vigentes e pontos fortes;
Planejamento: determinação dos resultados desejados e
identificação das intervenções para alcançar os resultados;
Implementação: colocação do plano em ação e observação das
respostas iniciais.
Avaliação: verificação se e como os resultados desejados foram
atingidos, se as intervenções foram efetivas e se são
necessárias modificações.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
29
Para se aplicar o processo de enfermagem, é preciso seguir as suas
etapas que, segundo Horta (1979), são: Histórico de enfermagem, Diagnóstico de
enfermagem, Plano Assistencial, Plano de Cuidados ou Prescrição de
enfermagem, Evolução de enfermagem e Prognóstico.
Histórico
O histórico ou levantamento de dados é a etapa inicial do processo de
enfermagem onde ocorre a coleta sistemática de informações com o objetivo de
identificar problemas reais ou potenciais de saúde (TIMBY, 2002).
Assim, é nesse primeiro passo, que o enfermeiro realiza, de forma
sistemática, o levantamento de dados significativos, identificando, assim, os
problemas do paciente.
O histórico de enfermagem proporciona um guia para a obtenção
sistemática de informações que possam ajudar o enfermeiro a planejar e
modificar sua assistência de forma a adaptá-la às preferências individuais do
paciente e a seus padrões habituais de vida e estabelecer a base para avaliar os
resultados das ações de enfermagem (Du GAS, 1988).
Para Potter; Perry (2002, p.103), a fase de coleta de dados “envolve a
história clínica de enfermagem, o exame físico e os resultados de testes
laboratoriais e de diagnóstico”, a fim de confirmar achados da história e do exame
físico como pode também tornar possível a identificação de outros problemas não
observados.
Ainda de acordo com as autoras acima, os dados podem ser objetivos e
subjetivos. Os primeiros referem-se a observações, enquanto os segundos
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
30
destinam-se às percepções que o paciente tem sobre seus problemas de saúde.
Vale ressaltar que os dados subjetivos só podem ser fornecidos pelo próprio
paciente.
Segundo Du Gas (1988), existem dois todos para a obtenção de
informações acerca de um paciente: a entrevista (conversa orientada com o
paciente) e o exame físico do mesmo.
A entrevista é um padrão de comunicação iniciado para um objetivo
específico e enfoca uma área de conteúdo espefica. É durante a entrevista que
o enfermeiro apreende não o nível de saúde do paciente, mas diversas
questões que podem, com freqüência, ser de natureza subjetiva (POTTER, 2002).
Segundo Horta (1979), o exame físico tem por finalidade identificar
problemas de enfermagem, diferenciando, portanto, da avaliação física realizada
pelo médico.
As técnicas que o enfermeiro utiliza no exame físico para coletar dados
objetivos sobre o paciente são inspeção, palpação, percussão e ausculta.
Para a realização de um exame físico preciso e completo torna-se
necessária a utilização de uma metodologia sistemática. As duas mais
comumente empregadas são a abordagem céfalo-caudal e a dos sistemas
corporais. A primeira consiste em uma avaliação sistemática e simétrica,
começando na cabeça e terminando nos pés do paciente. A segunda avalia cada
sistema orgânico de maneira independente (IYER; TAPTICH; BERNOCCHI-
LOSEY, 1993).
a abordagem citada por Horta (1979, p. 38), refere-se à abordagem
das necessidades humanas básicas, definidas como estados de tensões,
conscientes ou inconscientes, resultantes dos desequilíbrios homeodinâmicos dos
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
31
fenômenos vitais. Essas necessidades são classificadas em três níveis:
psicobiológico, psicossocial e psicoespiritual.
Diagnóstico
Após análise e avaliação dos dados, passa-se à segunda fase, o
diagnóstico de enfermagem. Neste momento, o enfermeiro identifica as
necessidades do paciente, determinando o grau de dependência deste
atendimento em natureza e extensão.
O diagnóstico de enfermagem representa um julgamento clínico sobre
respostas individuais, familiares ou comunitários a problemas de saúde e
processos de vida reais ou potenciais (POTTER, 2002).
Horta (1979, p. 58) define o diagnóstico de enfermagem como “a
identificação das necessidades básicas do ser humano que precisam de
atendimento, e a determinação, pelo enfermeiro, do grau de dependência deste
atendimento em natureza de extensão”.
Para Daniel (1981) o diagnóstico de enfermagem é a delimitação das
necessidades básicas afetadas e dos estados ou condições que requerem
atendimento de enfermagem.
Basicamente o processo de diagnóstico de enfermagem inclui três
elementos: análise e interpretação de dados, identificação de problemas do
paciente e formulação do diagnóstico propriamente dito.
A fim de se evitar confusões quanto ao diagnóstico de enfermagem e o
médico, convém lembrar que o objetivo do diagnóstico de enfermagem é
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
32
identificar problemas de saúde, enquanto os objetivos do diagnóstico médico são
identificar e curar a doença (POTTER; PERRY, 2002).
Planejamento
Firmado o diagnóstico de enfermagem, o enfermeiro determinará a terceira
fase do processo de enfermagem, o plano assistencial. Este é definido por Horta
(1979, p.36) como “a determinação global da assistência de enfermagem que o
ser humano deve receber diante do diagnóstico estabelecido”.
Segundo Daniel (1981), planejamento é um sistema de técnicas que têm
por objetivo a elaboração de programas que comportam não somente a
realização dos objetivos traçados, como também a previsão das diversas etapas
de execução.
É possível determinar as necessidades prioritárias através do estudo das
necessidades básicas afetadas. Nesse momento se identificam os problemas de
saúde do paciente e, conseqüentemente, o atendimento prioritário. O atendimento
das necessidades biológicas torna-se prioritário considerando-se a conservação
imediata da vida, entretanto a saúde depende do equilíbrio entre os sistemas bio-
psico-sócio-espiritual, devendo as necessidades serem atendidas na seguinte
ordem: necessidades psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais (DANIEL,
1981).
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
33
Prescrição
Após a elaboração do plano assistencial, passa-se à fase de prescrição de
enfermagem, também denominada por Horta (1979) como plano de cuidados,
quando o mesmo será implementado e servirá de instrumento coordenador da
equipe de enfermagem na execução dos cuidados para o atendimento das
necessidades humanas básicas e específicas do ser humano.
Esta prescrição dos cuidados diários mantém uma relação importante tanto
com os problemas levantados no histórico como com os identificados na evolução
diária, sendo a execução da mesma, uma fonte de informação e de elementos
indispensáveis para a avaliação da qualidade da própria prescrição e o efeito
desta sobre o paciente (FELISBINO, 1994).
A prescrição de enfermagem promove a continuidade de cuidados,
coordena as atividades de enfermagem, é um guia para a execução das mesmas
e fornece critérios para a avaliação dos cuidados (POTTER; PERRY, 2002).
Rossi; Dalri (1993, p. 338-9) descrevem algumas normas para a
elaboração da prescrição de enfermagem. São elas:
”ser elaborada pelo enfermeiro;
ser iniciada no momento da admissão do paciente;
ser realizada com base no diagnóstico de enfermagem e no plano
assistencial;
ser realizada diariamente, antecedendo a realização das ações de
enfermagem;
iniciar com o verbo no infinitivo e indicar o grau de dependência do
cliente;
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
34
conter a freqüência da realização das ações de enfermagem;
ser estruturada na seqüência que indica a prioridade da ação a ser
realizada;
ser elaborada após a avaliação do cliente e leitura das evoluções de
enfermagem;
não repetir ações estabelecidas nas prescrições médicas;
ser elaborada em impresso próprio”.
Implementação
Segundo Smeltzer; Bare (2202), a implementação abrange a execução
direta ou indireta das intervenções planejadas. Concentra-se em resolver os
diagnósticos de enfermagem e em alcançar resultados esperados, atendendo
assim às necessidades de saúde do paciente.
Daniel (1981) afirma que a implementação do plano de cuidados requer:
análise dos conhecimentos e habilidades exigidos com aplicação dos princípios
científicos, das técnicas de enfermagem e da utilização de uma metodologia;
reconhecimento de complicações potenciais; provimento de recursos necessários
objetivando uma otimização do tempo utilizado, economia no trabalho e melhor
repercussão da intervenção sobre o paciente.
A fase de implementação começa após a elaboração do plano de cuidados
e focaliza o início das intervenções de enfermagem que auxiliam o paciente a
obter os resultados desejados. Intervenções específicas de enfermagem são
implementadas de modo a modificar os fatores que contribuem para o problema
do paciente (IYER; TAPTICHI; BERNOCCHI-LOSEY, 1993).
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
35
Avaliação
Segundo Daniel (1981) a avaliação deve ser realizada pelo enfermeiro
através de sua observação objetiva e das reações provenientes do paciente, da
família e das equipes de enfermagem e interdisciplinar. Esta fase é um processo
contínuo que visa aperfeiçoar o atendimento global da pessoa quer seja no
sentido preventivo, curativo ou reabilitador.
A evolução de enfermagem é uma forma de avaliação da assistência. É na
evolução de enfermagem onde far-se-ão relatos das mudanças sucessivas que
ocorrem com o paciente. Por fim, o enfermeiro faz o prognóstico, avaliando, com
base na evolução, a capacidade do paciente atender suas necessidades após a
implementação do plano assistencial.
Quando o processo de enfermagem é utilizado na prática como uma forma
de investigação, este possibilita o enfermeiro a realizar julgamentos como os
diagnósticos de enfermagem, proporcionando uma assistência de enfermagem
segura (ROSSI; DALRI, 1993).
2.2 QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Ao analisar o tema qualidade, observa-se que, historicamente, o homem
buscava a qualidade ao procurar satisfazer suas necessidades de alimentação e
proteção. Taublib, apud Santos (1994, p. 9), enfoca que “pela própria natureza
humana, a busca pela melhoria, pelo aperfeiçoamento e pela realização foi uma
constante”.
Segundo Scheckler citado por Zanon (2001, p. 3), “qualidade não é uma
nova filosofia gerencial, é uma nova filosofia de vida, uma nova postura
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
36
comportamental, não somente para produzir mais, porém melhor, com menor
custo, menor desperdício, menos retrabalho”. Deixou de ser opcional para ser
pré-requisito de sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo
(Nogueira, apud ZANON, 2001).
Assim, torna-se claro a necessidade das empresas, neste caso os
hospitais, melhorarem os seus serviços para garantirem apoio e credibilidade
junto aos seus clientes/ comunidade. Vale ressaltar que essa melhoria deve ser
contínua em todos os setores.
Ainda buscando definir qualidade, Chiavenatto (1992, p. 201) considera
que “qualidade significa conformidade e adequação com relação ao que o cliente
espera”. Afirma ainda, que a qualidade “exige uma mobilização interna organizada
e sistemática para realizar o que foi prometido ao cliente, com menor margem de
desvio e com maior eficiência”.
Na visão de Mezomo (2001, p.73), a definição de qualidade na área da
saúde “implica também em explicitação e incorporação dos direitos fundamentais
da pessoa humana que devem ser garantidos e preservados em sua integridade”.
Por isso é de extrema importância que a equipe de enfermagem reconheça a
dignidade das pessoas, como também o valor da vida e da saúde destas,
comprometendo-se e respeitando os seus pacientes.
A qualidade da assistência de enfermagem depende de uma relação
adequada enfermeiro/paciente, da padronização dos procedimentos e de
treinamento. Ela pode ser avaliada, ainda, pela auditoria dos registros de
enfermagem no prontuário do paciente (Zanon, 2001).
Pode-se inferir que o paciente possui a competência necessária para avaliar
a qualidade do atendimento, porém falta-lhe competência para avaliar a qualidade
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
37
dos cuidados médico-assistenciais que recebe, pois como já se percebeu, a
definição de qualidade varia com as pessoas.
Wenzel citado por Zanon (2001, p. 85), conclui que “não é possível definir
qualidade somente do ponto de vista do paciente, pois um paciente perfeitamente
satisfeito poderá não estar recebendo atenção médico-hospitalar de boa
qualidade”.
Logo, pode-se afirmar que a qualidade do atendimento é avaliada pela
pesquisa de opinião do paciente, e a qualidade médico-assistencial é avaliada
através da vigilância epidemiológica, mediante levantamento de indicadores
como: falta de informação no prontuário; tempo médio de permanência;
complicações infecciosas hospitalares, dentre outros.
Considerando o serviço de enfermagem como parte integrante da equipe
de saúde, faz-se essencial discorrer aspectos relativos à qualidade da assistência
de enfermagem.
Sabe-se que um predomínio no quantitativo de pessoal de enfermagem
no ambiente hospitalar, havendo necessidade de um controle maior por parte da
gerência, bem como um bom relacionamento, estímulo e avaliação à prestação
do serviço com qualidade. É imprescindível a realização de avaliação e controle
do serviço prestado.
Assim, faz-se necessário que a assistência de enfermagem seja conduzida
por padrões e critérios bem definidos e que, fundamentalmente, esta seja
sistematizada.
Silva (1999), em seu estudo sobre Satisfação do Usuário e a Qualidade da
Assistência de Enfermagem, complementa este pensamento ao referir a
necessidade da enfermagem adotar teorias de enfermagem em sua prática para
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
38
que, durante a prestação de cuidados, possa atender seus usuários com
humanização, ajuda terapêutica e amenidades.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
39
3 OBJETIVOS
GERAL
Construir um modelo de assistência de enfermagem a ser
implementado no Hospital Universitário (HU/UFS).
ESPECÍFICOS:
Realizar um diagnóstico situacional centrado na qualidade da
assistência de enfermagem e na percepção dos enfermeiros em relação
à Sistematização da Assistência no HU/UFS;
Desenvolver um plano de ação para implementar o modelo;
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
40
4. CAMINHO METODOLÓGICO
“Diz-me que instrumentos tu utilizas raramente,
freqüentemente, a maior parte das vezes ou nunca
para prestar cuidados e eu direi que cuidados tu
prestas.”
Marie-Françoise Collière
4.1 MÉTODO
Ao se desenvolver uma proposta de investigação, vai-se reconhecendo
a conveniência e a utilidade dos métodos disponíveis, face ao tipo de informações
necessárias para se cumprirem os objetivos do trabalho.
O presente estudo foi conduzido na perspectiva qualitativa, utilizando como
estratégia a pesquisa-ação que, de acordo com Thiollent (2002, p.14),
é um tipo de pesquisa social com base emrica que é concebida e
realizada em estreita associação com a ação ou com a resolução
de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os
participantes representativos da situação ou do problema estão
envolvidos de um modo cooperativo ou participativo.
A escolha pela utilização da pesquisa-ação se deu pelo fato desta
proporcionar a participação e ação efetiva tanto da pesquisadora, quanto do
grupo envolvido na situação a ser observada, no caso, os enfermeiros do
HU/UFS.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
41
4.2 ELEMENTOS GEOGRÁFICOS
A pesquisa foi realizada no Hospital Universitário (HU/UFS), situado no
município de Aracaju-Sergipe-Brasil, localizado na 3ª Região de Saúde do estado.
O HU/UFS é um Hospital Geral articulado ao Sistema Único de Saúde –
SUS, de referência para todo o Estado e, funciona como órgão suplementar da
Universidade Federal de Sergipe, apoiando o Centro de Ciências Biológicas e da
Saúde (CCBS) nos cursos de Enfermagem, Odontologia e Medicina, sendo
caracterizado como hospital de ensino.
As unidades de internação do referido hospital compreendem: Clínica
Médica I (18 leitos), Clínica Médica II (18 leitos), Clínica Cirúrgica (20 leitos) e
Unidade de Terapia Intensiva (5 leitos), totalizando 61 leitos, o que o caracteriza
como hospital de pequeno porte. O Centro Cirúrgico dispõe de quatro salas
operatórias e uma Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA). As unidades de
Pediatria, Psiquiatria e Especialidades encontram-se em fase de instalação. Para
este estudo utilizou-se a Unidade de Clínica Médica I como unidade piloto durante
a observação sistemática intermitente e no momento da testagem do formulário
de coleta de dados.
O serviço de enfermagem desta instituição tem como principais
objetivos administrar e executar a assistência à saúde em regime de internação e
ambulatorial à comunidade e servir de instrumentos na execução das atividades
de ensino, seja graduação, pós-graduação, pesquisa ou extensão, para o Centro
de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) e outros centros da Universidade
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
42
Federal de Sergipe, bem como as áreas técnicas e administrativas no campo da
saúde (HORA, 1998).
4.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA
Na pesquisa-ação existem várias posições quanto à necessidade de
construir amostras. A primeira considera que “para exercer um efeito
conscientizador e de mobilização em torno de uma ação coletiva, a pesquisa deve
abranger o conjunto da população...” (THIOLLENT, 2002, p.61). Sendo assim, foi
construída uma amostra composta por 27 componentes do quadro de enfermeiros
do HU/UFS que aceitaram participar do estudo, sendo estes informados,
antecipadamente, quanto aos aspectos éticos da pesquisa, como: o direito de
uma das partes parar o trabalho quando não estiverem sendo cumpridos os
objetivos propostos; a efetuação de avaliações e divulgações dos resultados
parciais durante o processo, dentre outros aspectos presentes na Resolução
196/96/CONEP.
4.4 FASES DA PESQUISA
Inicialmente fez-se um contato com o Diretor Geral da instituição,
solicitando-lhe permissão para a realização da pesquisa. Diante desta autorização
e, com a anuência da Coordenação de Enfermagem vigente do HU/UFS, seguiu-
se um planejamento de atividades previamente elaborado por ocasião do projeto
desta pesquisa..
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
43
O planejamento de uma pesquisa-ação nem sempre segue fases
ordenadas, devido sua flexibilidade, bem como a ação dos pesquisadores e dos
grupos participantes ocorrer em diversos momentos da pesquisa, sendo dessa
forma, passíveis a adaptações (GIL, 1991; THIOLLENT, 2002). No entanto, as
fases seguidas neste estudo foram: fase exploratória e plano de ação, as quais
encontram-se descritas a seguir.
4.4.1 Fase exploratória
Nesta primeira fase foi realizado, inicialmente, um diagnóstico situacional
centrado na qualidade da assistência de enfermagem do HU/UFS, o qual
possibilitou diretrizes para o desenvolvimento do plano de ação.
Embora a situação fosse empiricamente conhecida, achou-se pertinente a
realização de um levantamento sistemático, no qual os problemas relevantes
foram cuidadosamente formulados procurando sempre buscar possíveis soluções.
Para o julgamento das situações foram levados em consideração os
Padrões Mínimos de Assistência de Enfermagem em Recuperação à Saúde,
preconizados pelo Ministério da Saúde desde 1978 (BRASIL, 1978), utilizando-se,
para isto, um check-list (Apêndice A). De posse destes dados, foi realizada a
avaliação da qualidade da assistência de enfermagem e, conseqüentemente, o
diagnóstico dos principais problemas relacionados à prestação de cuidados ao
cliente. Os resultados obtidos nesta fase foram tratados e analisados
quantitativamente através de percentual simples.
Ainda neste primeiro momento de investigação, foram feitos contatos com
os participantes da pesquisa (enfermeiros do HU/UFS) no intuito de detectar
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
44
expectativas, apoio e aceitação destes quanto à SAE. Para se atingir este
objetivo, foram aplicados questionários (Apêndice B) aos enfermeiros. A fase
exploratória desenvolveu-se durante os meses de junho e julho de 2003.
Dentro deste enfoque, Gil (1991, p.127) refere que a fase exploratória, tem
por objetivo “determinar o campo de investigação, as expectativas dos
interessados, bem como o tipo de auxílio que estes poderão oferecer ao longo do
processo de pesquisa”.
4.4.2 Plano de ação
Nesta fase foram definidas, pela pesquisadora, as medidas a serem
tomadas para a resolução dos problemas levantados na fase exploratória, e a
implementação da SAE propriamente dita.
1. Formação do grupo voluntário e realização de seminários com
participação da orientadora e outros colaboradores.
2. Discussão entre o grupo voluntário e a pesquisadora sobre o
Diagnóstico Situacional do HU/UFS e expectativas dos
enfermeiros quanto à SAE.
3. Definição do modelo baseado em Teorias de Enfermagem
discutidas na fase dos seminários
4. Confecção dos instrumentos necessários à SAE apropriados ao
modelo criado
5. Testagem do Formulário de Coleta de Dados e da Ficha de
Prescrição de enfermagem na Clínica Médica I
6. Validação do Formulário de Coleta de Dados
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
45
7. Treinamento do pessoal de enfermagem
8. Implantação do modelo como teste piloto em uma unidade de
internação
9. Avaliação do modelo
10. Implementação do modelo no HU/UFS
A operacionalização do plano de ação ocorreu no período de fevereiro a
dezembro de 2004 e encontra-se descrita no capítulo de Resultados e Discussão.
Para o alcance dos objetivos desta pesquisa foram desenvolvidas as
etapas de 01 a 06. As etapas que se seguem (07 a 10) serão desenvolvidas após
a conclusão desta dissertação.
4.5 COLETA DE DADOS
Como instrumentos de coleta de dados da primeira fase da pesquisa
utilizou-se um check-list (Apêndice A) e um questionário auto-aplicável (Apêndice
B) . O primeiro, um check-list baseado nos Padrões Mínimos de Assistência de
Enfermagem em Recuperação da Saúde estabelecidos pelo Ministério da Saúde
desde 1978, foi utilizado a fim de verificar a qualidade da assistência prestada
pela equipe de enfermagem ao cliente e/ou família. Por meio da observação
sistemática intermitente, este instrumento foi utilizado em dias aleatórios no mês
de junho de 2003, durante os períodos da manhã (07:00h às 13:00h), tarde
(13:00h às 19:00h) e noite (19:00h às 07:00h) na unidade de Clínica Médica I do
referido hospital, por seis acadêmicas do Curso de Enfermagem Bacharelado da
UFS (colaboradoras da pesquisa) previamente treinadas e orientadas pela
pesquisadora.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
46
Chizzotti
(2001) afirma que na observação sistemática pode-se recorrer
ao uso de formulários previamente elaborados, para se ter um registro
padronizado das observações feitas.
A observação intermitente é descrita por Verhonick, citado por Deienno
(1993) como um registro instantâneo das atividades dos elementos observados.
O segundo instrumento de coleta de dados (Apêndice B), composto por
08 questões abertas buscou conhecer a expectativa e aceitação dos enfermeiros
do HU/UFS quanto à realização da implantação da SAE. Esse instrumento foi
entregue a todos os enfermeiros que se encontravam trabalhando no HU/UFS
durante o mês de julho de 2003. Foi solicitado que os questionários fossem
devolvidos à pesquisadora e/ou colaboradoras da pesquisa (alunas do curso de
enfermagem previamente treinadas) no dia/plantão seguinte. Os enfermeiros
foram informados sobre o direito a esclarecimentos em qualquer momento em
que se fizessem necessários, bem como a liberdade de se recusarem a participar
da pesquisa, e que os dados seriam mantidos em sigilo. Dos 39 questionários
distribuídos, 27 foram respondidos e devolvidos à pesquisadora. Na ocasião, os
27 enfermeiros assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(Apêndice C), conforme a Resolução 196/96/CONEP.
Por meio das respostas obtidas dos enfermeiros foi possível identificar,
ainda, vantagens e fatores limitantes para a SAE no citado serviço.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
47
4.6 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Os dados obtidos por meio do check-list (Apêndice A) durante a
observação sistemática intermitente, foram separados manualmente e submetidos
à análise quantitativa por meio de percentual simples, tornando possível o
diagnóstico situacional da assistência de enfermagem no que se refere à
qualidade desta.
Para o tratamento dos dados obtidos por meio do questionário (Apêndice
B) aplicado aos enfermeiros, utilizou-se a análise de conteúdo fundamentada em
Bardin (1977) que, segundo Rodrigues; Leopardi (1999, p.19), “visa tornar
evidentes e significativamente plausíveis à corroboração lógica os elementos
ocultos da linguagem humana, além de organizar e descobrir o significado original
dos seus elementos manifestos”.
A análise de conteúdo, foi organizada em três pólos cronológicos: pré-
análise, exploração do material e o tratamento dos resultados seguidos de
inferência e interpretação dos dados (BARDIN, 1977).
Dessa forma, foi realizada, inicialmente, uma leitura flutuante, seguida
da elaboração de categorias analíticas as quais subsidiaram a obtenção da
análise referente à percepção dos enfermeiros quanto à Sistematização da
Assistência no HU/UFS.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
48
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
“Sabemos que nossas finalidades não vão inevitavelmente
triunfar;...devemos visualizar seu insucesso possível e até
mesmo provável. Justamente porque a incerteza sobre o
real é fundamental, é que somos conduzidos a lutar por
nossas finalidades”
Edgar Morin
A amostra deste estudo ficou composta da seguinte forma: dos 39
sujeitos que formavam o quadro de enfermeiros do HU/UFS, participaram 27
(69,23%). Desta, 92,7% são do sexo feminino e 7,3% do sexo masculino. A
maioria trabalha no período diurno e, apenas 30%, desenvolvem trabalho noturno.
Possuem, em média, 16 anos de graduação em enfermagem. A maioria (23) é
egressa da Universidade Federal de Sergipe, e apenas 4 dos respondentes
tiveram sua formação profissional em outras instituições de ensino superior.
Esses 27 enfermeiros participaram ativamente enquanto respondentes do
questionário e, somente os enfermeiros lotados na Clínica Médica I, participaram
passivamente enquanto sujeitos observados no momento de avaliação da
qualidade da assistência.
Dos 27 pesquisados inicialmente, formou-se um grupo de estudo
composto por 10 enfermeiros os quais permaneceram participativos durante todas
as fases da pesquisa, constituindo estes, o grupo voluntário. As atividades deste
grupo estão discutidas no decorrer do trabalho.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
49
5.1 ANÁLISE E DISCUSSÃO DA FASE EXPLORATÓRIA
Para esta análise, foram utilizadas, inicialmente, as informações obtidas
pelo preenchimento do check-list (Apêndice A) baseado nos Padrões Mínimos de
Enfermagem em Recuperação à Saúde por meio da observação sistemática
intermitente, no qual se enfatizou a qualidade da assistência de enfermagem.
Este instrumento foi utilizado por seis colaboradoras da pesquisa (alunas do curso
de Enfermagem Bacharelado) durante 22 oportunidades de observação das
equipes de enfermagem nos períodos da manhã, tarde e noite na Clínica Médica I
do HU/UFS.
Num segundo momento da análise, foram tratados os achados do
questionário (Apêndice B), a respeito das atividades da prática diária dos
enfermeiros, a percepção destes profissionais quanto à enfermagem e ao cliente,
a formação profissional dos mesmos, bem como os principais problemas
decorrentes da ausência de uma metodologia assistencial; e ainda as
expectativas dos enfermeiros quanto à SAE, enfocando a importância,
necessidades e vantagens desta no HU/UFS, como também as forças restritivas e
propulsoras relacionadas à implantação de um modelo assistencial no Hospital
Universitário. Os resultados desta fase estão descritos a seguir.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
50
5.1.1 Diagnóstico situacional centrado na qualidade da assistência de
enfermagem do HU/UFS
Considerando que a saúde consiste na capacidade de funcionar nos
mais elevados níveis físico, mental e social, torna-se necessário que as
necessidades básicas sejam satisfeitas. Du Gas (1988, p. 05) concorda com este
pensamento ao afirmar que “não parece haver nenhuma vida de que existem
certas necessidades básicas comuns a todos os seres humanos e que essas
necessidades precisam ser preenchidas”.
Os Padrões Mínimos de Enfermagem em Recuperação à Saúde,
avaliam as condições oferecidas pela instituição em relação à recuperação da
saúde, nos diferentes níveis de complexidade em que se realizam as ações e a
avaliação do atendimento das necessidades básicas: físicas, terapêuticas,
psicossociais, reabilitação e ambientais, servindo de guia à assistência ao cliente.
O termo “necessidade” é definido por Phaneuf (2001, p. 40), como
“uma necessidade vital que a pessoa deve satisfazer a fim de conservar o seu
equilíbrio físico, psicológico, social ou espiritual e de assegurar o seu
desenvolvimento”. Complementa ainda que, a satisfação destas necessidades
varia de acordo com as suas condições de vida, bem como de aspectos culturais
do indivíduo. Daí a importância de avaliar as necessidades humanas básicas
(NHB) do cliente atendido pela enfermagem do HU/UFS.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
51
A tabela 1 apresenta a distribuição do total de necessidades manifestas
entre as classes atendidas
, parcialmente atendidas e não atendidas, bem como
a distribuição do tipo de necessidades manifestas (físicas, terapêuticas,
psicossociais, ambientais e de reabilitação), em relação ao total de cada tipo de
necessidade.
Tabela 1 Distribuição da situação de atendimento das NHB observado em relação a cada tipo de necessidade
e classe de atendimento na Clínica Médica I do Hospital Universitário.
CLASSES DE ATENDIMENTO
TIPOS DE
NECESSIDADES
BÁSICAS
ATENDIDAS
PARCIALMENTE
ATENDIDAS
NÃO
ATENDIDAS
Total de
necessidades
manifestas
FÍSICAS
91 59,87%
24 15,79%
37 24,34%
152
TERAPÊUTICAS
143 61,91%
81 35,06%
7 3,03%
231
PSICOSSOCIAIS
37 31,09% 27 22,69%
55 46,22%
119
REABILITAÇÃO
28 37,84%
32 43,24%
14 18,92% 74
AMBIENTAIS
14 23,33% 19 31,67% 27 45,00% 60
TOTAL
313
49,21%
183 28,78%
140
22,01%
636
FONTE: Check-list / Aracaju-SE – Junho-2003
Como pode ser visto na tabela 1, as necessidades físicas e
terapêuticas foram atendidas em 59,87% e 61,91%, respectivamente, das
oportunidades observadas, evidenciando o predomínio no atendimento destas em
relação às demais.
No que se refere às necessidades parcialmente atendidas, percebe-se
que as de reabilitação (43,24%) seguidas das terapêuticas (35,06%) acentuaram-
se durante as possibilidades observadas no período de coleta de dados, sofrendo
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
52
interferência quanto ao atendimento total por motivos diversos, os quais estão
discutidos a seguir.
A tabela 1 demonstra, ainda, que as necessidades psicossociais (46,22%)
e ambientais (45,00%), foram as que obtiveram maiores índices de necessidades
não atendidas, dado este preocupante e merecedor de atenção e melhor
empenho pelas equipes de enfermagem.
Ainda na tabela 1, pode-se constatar que o número de necessidades
atendidas aproxima-se do somatório das necessidades parcialmente atendidas e
não atendidas, demonstrando que a prestação de serviços ao cliente
hospitalizado na Clínica Médica I da referida instituição não atende, na sua
totalidade, às necessidades humanas básicas do cliente, uma vez que se
preconiza o atendimento a todas as necessidades humanas básicas
simultaneamente.
Potter, Perry (2002, p.34) atentam que “embora uma necessidade
possa ser prioritária e o enfermeiro deva primeiramente se preocupar com a
necessidade que tenha maior prioridade, em geral, a assistência visa atender a
todas as necessidades simultaneamente, em diferentes níveis”.
As tendências curativa, tecnicista e não integralizadas são notadas ao
se observar que o atendimento às necessidades físicas e terapêuticas evidencia-
se durante este estudo, caracterizando, assim, uma ação de enfermagem
incompleta, vez que se encontra centrada apenas nos aspectos biológicos.
De acordo com Souza (2001, p.30), as dimensões do conhecimento em
enfermagem englobam o “saber científico, a ética, a estética, o uso terapêutico do
eu e o padrão sócio-econômico”. A autora referida enfatiza que a enfermagem, ao
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
53
empregar apenas uma destas dimensões, desenvolve uma ação incompleta,
prejudicando, inclusive, os clientes.
Assim, em relação às necessidades físicas percebe-se que houve um
atendimento correspondente a 59,87%.
Neste tipo de necessidades quando se observam as classes de
parcialmente atendidas e não atendidas, que se levar em consideração alguns
critérios que interferiram neste atendimento, tais como:
orientação quanto às necessidades de alimentação, higiene e eliminação - as
abordagens quanto a estes aspectos foram realizadas superficialmente à
medida que o cliente / família apresentava questionamentos.
envolvimento do cliente e família no plano de assistência de enfermagem, - a
enfermagem no HU/UFS não planeja sua assistência e também o cliente nem
sempre se encontra em companhia de familiares;
condições de mobilidade - os pacientes acamados são pouco estimulados e
orientados a mudarem de decúbito;
cliente com alta recebe o plano e a respectiva orientação - no momento da alta
hospitalar a enfermagem não participava ativamente nem tampouco havia uma
orientação prévia quanto a este plano. As orientações das mesmas, quando
realizadas, restringiam-se apenas às orientações referentes ao cumprimento da
prescrição medicamentosa.
Os critérios de avaliação relacionados a “encaminhamento para
cirurgias” e a “presença de irritações locais, obstruções e infecções em clientes
com drenos” não foram observados pelo fato destes serem mais freqüentes em
clínica cirúrgica e a unidade observada foi clínica médica. Os demais critérios de
avaliação relacionados às necessidades físicas foram atendidos.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
54
Quanto às necessidades terapêuticas, observou-se um predomínio no
atendimento em 61,91% das vezes. Das ações avaliadas como parcialmente
atendidas, destacam-se:
prestação de cuidados sem atentar para os princípios científicos: aqui incluídos
procedimentos teoricamente assépticos sem cumprimento da anti-sepsia.
Alterações e ocorrências anotadas de forma incompleta, como por exemplo,
registro incompleto dos sinais vitais do cliente, sendo este fato prejudicado pela
existência de apenas um tensiômetro para as três unidades de internamento, o
que somente dificulta mas não justifica, já que os sinais vitais não se restringem
apenas à verificação da pressão arterial.
As prescrições médicas eram cumpridas, no entanto não foram registradas
observações quanto às de enfermagem, vez que estas não são realizadas.
Santos (1994) preocupa-se com a qualidade das ações de enfermagem e
afirma que esta depende do envolvimento profissional, quantidade ideal de
recursos humanos e materiais, para eficácia da assistência ao cliente.
Durante o período de coleta de dados não houve oportunidade de
observação dos critérios relacionados a “conservação e aplicação dos
medicamentos e biológicos” e “orientação de clientes sobre como tomar
medicamentos e cuidar-se”. Os demais itens relacionados às necessidades
terapêuticas foram considerados como atendidos.
No que diz respeito à prestação de assistência de enfermagem às
necessidades psicossociais, não houve um bom desempenho por parte da
equipe em atender aos pacientes / clientes / familiares. Este tipo de necessidade
foi suprido em 31,09% das vezes. Eis alguns motivos que levaram ao atendimento
parcial ou não atendimento destas necessidades.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
55
os clientes, de uma forma geral, nem sempre são identificados pelo nome, e
sim pelo leito ou patologia.
a realização de orientações ao cliente e à sua família concentra-se na categoria
médica, seja o residente ou mesmo o médico preceptor. Dificilmente se percebe
o enfermeiro ou um membro de sua equipe realizando educação em saúde.
em relação à assistência espiritual, esta restringia-se a visitas esporádicas de
grupos religiosos.
quanto ao envolvimento em atividades recreativas, o cliente dispõe,
basicamente, de um aparelho de televisão, o que não satisfaz a todos. Como a
coleta de dados coincidiu com festas juninas, houve, nesta ocasião, uma
comemoração típica para os clientes.
Critérios como “o cliente é apresentado aos seus companheiros de
quarto e à equipe” e “cliente está informado quanto às normas da instituição” não
foram possíveis de se avaliar, pelo fato de , principalmente, este tipo de
informação ocorrer no momento de admissão, o que não ocorreu durante as
observações desta pesquisa. Os demais itens relacionados às necessidades
psicossociais foram avaliados como atendidos.
Segundo Phaneuf (2001, p.55), as necessidades cognitivas, afetivas e
sociais manifestam-se somente depois de as necessidades muito elementares
como beber e comer estiverem satisfeitas.
No que se trata de assistência às necessidades de reabilitação, a
equipe de enfermagem participa parcialmente (37,84%), pois com a incorporação
recente do fisioterapeuta no serviço hospitalar, as atividades de reabilitação
prestadas pela enfermagem sofreram uma redução significativa, ficando a
enfermagem, responsável apenas pela avaliação da necessidade de fisioterapia e
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
56
conseqüente solicitação deste profissional. No entanto, ações como aplicações de
compressas, mudanças de decúbito, estímulo à deambulação, dentre outras,
ainda são pertinentes à enfermagem precisando ser preservadas e
operacionalizadas, o que nem sempre está sendo considerado. Para Phaneuf
(2001, p.34) “a enfermeira deve assumir a responsabilidade do conjunto das
necessidades de uma pessoa, e isto apesar da presença de outros membros da
equipe de prestadores de cuidados e da interdisciplinaridade”.
Quando se analisou o atendimento às necessidades ambientais,
pôde-se notar que estas, foram supridas em 23,33% das oportunidades. Porém,
convém ressaltar que estas falhas não dependem exclusivamente da
enfermagem, pois os itens responsáveis pelo não atendimento foram: barulhos da
caldeira da lavanderia, luzes queimadas, descargas quebradas, campanhias de
leitos desligadas, enfim problemas inerentes a setores administrativos do hospital.
Tem-se, entretanto a observar, no que se refere à administração de pessoal e
cuidados à sua saúde que a equipe de enfermagem não realiza exames médicos
periodicamente, somente por ocasião da admissão institucional, colocando em
risco a saúde deles próprios, como também dos clientes que estão sendo
assistidos.
Na percepção de Phaneuf (2001, p. 52), “quando uma necessidade não
é satisfeita, o indivíduo encontra-se incompleto, dependente, ou seja, em estado
de desequilíbrio físico, psicológico, social ou espiritual”. Complementa, ainda,
afirmando que uma interligação entre as necessidades e, uma vez alguma
delas insatisfeita, isto poderá repercutir na satisfação das outras. Contudo, a
autora reconhece que as necessidades físicas devam ser satisfeitas em primeiro
lugar, a fim de preservar o equilíbrio homeostático. Sendo assim, faz-se
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
57
necessário satisfazer as necessidades fundamentais antes que as de outros
níveis se manifestem.
É importante que o enfermeiro envolva a família do paciente no
planejamento das ações. Esta auxiliará na determinação das prioridades
(POTTER, PERRY, 2002). Dessa forma, o enfermeiro não seguirá somente as
prioridades hierárquicas generalizadas, e sim as necessidades individuais do
paciente identificadas com a ajuda dos familiares.
Nesta análise acerca da qualidade dos serviços prestados pela equipe
de enfermagem aos clientes da instituição estudada, acredita-se que esta
necessita de ajustes, principalmente quanto ao real papel do enfermeiro na
unidade hospitalar, enquanto gerente de equipe, responsável legalmente pela
assistência prestada ao cliente. A ausência de um planejamento, por meio de uma
metodologia assistencial predominou nas análises realizadas nesta fase do
estudo, intensificando a importância e necessidade desta pesquisa e dos
desdobramentos dela decorrentes.
De acordo com a idéia de qualidade elaborada por Townsend citado por
Marques (1994), que afirma “não existir necessariamente algo errado, mas a
possibilidade da evolução do bom para o melhor e até mesmo do melhor para o
ótimo” conclui-se que o atendimento das necessidades humanas básicas
depende, segundo Kurcgant (1991), da ênfase na preocupação com os princípios
técnico-científicos e éticos.
5.1.2 Percepção e Expectativas dos enfermeiros em relação à SAE no HU/UFS.
Conforme explicitado no capítulo referente a Metodologia, os dados
obtidos por meio do questionário (Apêndice B) aplicado aos enfermeiros, foram
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
58
tratados e analisados por meio da análise de conteúdo fundamentada em Bardin
(1977), dos quais emergiram as seguintes categorias: Atividades dos enfermeiros
na prática diária; Formação profissional e aplicação do processo de enfermagem;
Percepção dos enfermeiros quanto à enfermagem e ao cliente; Problemas
decorrentes da não utilização de uma metodologia assistencial; Forças restritivas
e forças propulsoras; Importância, necessidade e vantagens da SAE no HU/UFS.
Todos estes temas encontram-se apresentados e discutidos a seguir.
Atividades dos enfermeiros na prática diária
As principais atividades da prática diária citadas pelos enfermeiros
foram categorizadas nos seguintes temas: tecnicismo, administração do serviço,
administração da assistência e atividades de ensino.
Confirmando o que foi descrito por meio da observação participante, os
próprios enfermeiros, ao serem indagados sobre suas atividades na prática
diária, assumem que estas são, predominantemente, baseadas no tecnicismo.
Pode-se visualizar este fato nas falas seguintes:
Já na área hospitalar, apenas execução de ações (E6).
Curativos, sondagens, aferição de sinais vitais, instalação e
aferição de PVC [pressão venosa central], evolução de
enfermagem (E8).
Os enfermeiros, formados com enfoque no modelo biomédico atuando em
instituições de saúde, tendem a valorizar o tecnicismo durante a assistência,
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
59
desconsiderando, na maioria das vezes, os aspectos individuais e emocionais do
cliente.
Para Bueno; Queiroz (2004, p.1), “o tecnicismo do modelo centrado em
procedimentos médicos, que a enfermagem muitas vezes reproduz em sua
prática, a torna limitada em suas ações e o ser em cuidado, perde muito com
isso”. Entende-se essa perda como perda de qualidade da assistência.
Outra atividade bastante referida pelos respondentes foi a administração
do serviço.
Diariamente faço atividades de supervisão, atentando para escala
de pessoal, suprimento de material e medicamento (E10).
Supervisão, escalas, organização do setor, previsão e controle de
material, pedidos, preparo e esterilização de material (E19).
No âmbito hospitalar, a atuação do enfermeiro nem sempre está
direcionada ao atendimento das necessidades do cliente, e sim à realização de
ações o inerentes à nossa função, levando à execução de atividades de outros
profissionais e/ou cumprimento de tarefas puramente burocráticas, o que desvia o
enfermeiro do cumprimento de suas atribuições.
Para Faveri; Fernandes (2003, p.33), o enfermeiro, quando prioriza
atribuições de outros profissionais em detrimento das suas, “subestima suas
próprias funções e a si mesmo como profissional, pois o exercício destas está
centrado na administração da assistência ao paciente e deve ser embasado nos
valores de sua profissão, e não nos valores institucionais ou de outras áreas”.
Apenas um respondente percebeu, dentre suas atividades, a
administração da assistência, como se observa a seguir:
Gerenciamento da assistência, cuidado direto ao paciente,
avaliação da assistência (E22).
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
60
É sabido que existe uma dificuldade de compreensão sobre as atividades
administrativas do enfermeiro, ou seja, a diferença, pouco evidenciada, porém
bastante significativa, entre a administração da assistência e a administração do
serviço de enfermagem.
Segundo Leopardi et al. (1992) existe uma dicotomia determinada
historicamente através da divisão de trabalho em assistencial e administrativo.
Comenta, ainda, que o ato de assistir passou por uma transformação e
organização interna na enfermagem de modo que o enfermeiro, ao prestar
assistência, assume o gerenciamento do meio hospitalar e a coordenação do
trabalho que se divide por especialidade e complexidade.
Na verdade, a função administrativa é essencial para que a assistência
seja prestada e não como desarticulá-las. Seguindo esta linha de raciocínio,
Faveri; Fernandes (2003, p.33), na perspectiva de Gaidzinski et al., alertam que
“para o enfermeiro administrar, é preciso saber prestar o cuidado, ou seja, ele não
pode administrar sem assistir”.
Uma minoria (2) relacionou suas atividades como atividades de ensino,
tanto para acadêmicos como para sua equipe/ cliente/ família.
Acompanhamento de acadêmicos de enfermagem...treinamento
de funcionários (E3).
Facilitadora no processo de aprendizagem de alunos, elo de
ligação entre paciente/família e médico (E27).
Ainda que o ensino seja considerado uma das funções do enfermeiro e,
mesmo se tratando de um hospital escola, percebe-se uma certa resistência por
parte dos enfermeiros em realizarem este tipo de atividade, não somente para
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
61
com os acadêmicos, mas, principalmente para os clientes / familiares/ equipe de
enfermagem, o que distancia, ainda mais esta categoria das suas reais
atividades.
Corroborando com este pensamento, Bueno; Queiroz (2004), afirmam que
dentre as funções do enfermeiro, a educativa parece não ser prioritária, passando
estas atividades a serem desenvolvidas com a clientela como secundárias. “É
como se a função educativa ficasse delegada às enfermeiras que trabalham no
modelo de saúde coletiva, desempenhada quase sempre fora do ambiente
hospitalar" (BUENO;QUEIROZ,2004, p. 3).
Phaneuf (2001,p.29), classifica as funções do enfermeiro como autônomas,
de colaboração e de interdependência. As primeiras, são definidas como “o
conjunto de funções deliberadas que a enfermeira exerce e que ela executa a
partir da sua própria formação e do seu próprio julgamento, sem a intervenção da
prescrição médica”. Assim, ao elaborar um plano de cuidados, o enfermeiro
estará realizando sua função autônoma. Já as funções de colaboração referem-se
ao “papel em que a enfermeira assiste o médico executando as ações que ele
prescreveu”. Quanto às funções de interdependência, são consideradas aquelas
executadas com outros membros de uma equipe multidisciplinar.
Formação profissional e aplicação do processo de enfermagem
Buscando encontrar uma associação entre a formação profissional e o
conhecimento e aplicação do processo de enfermagem investigou-se, dentre os
pesquisados, a utilização desta metodologia durante as práticas acadêmicas. Os
resultados chamaram atenção na medida em que 63% dos entrevistados afirmam
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
62
terem estudado somente a teoria do processo de enfermagem e, não o terem
aplicado (ou aplicado superficialmente) na prática, enquanto que 18,5% referem
não ter estudado ou não lembram de ter sido abordado este assunto na sua
formação acadêmica.
Quando questionados sobre as disciplinas em que os mesmos haviam
estudado e operacionalizado o processo de enfermagem durante sua formação
universitária, os respondentes apontaram as seguintes: Fundamentos de
Enfermagem, somente a teoria; Introdução a Enfermagem, com ênfase na teoria e
pouca aplicabilidade prática; Enfermagem médica, com enfoque na prática por
meio da realização de estudos de caso; e Enfermagem em Saúde Pública,
durante as consultas de enfermagem. As demais disciplinas não foram citadas
pelos enfermeiros pesquisados.
Cabe à instituição formadora uma parcela considerável de compromisso
quanto ao preparo dos profissionais de enfermagem numa abordagem científica,
organizada, sistematizada. Porém, muitas barreiras são encontradas neste
percurso, como: as realidades institucionais, onde não se utilizam metodologias
assistenciais, dificultando, assim, o desempenho didático; despreparo dos
docentes, uma vez que, a maioria destes, durante sua formação, não teve
oportunidade de desempenhar habilidades para a aplicação do Processo de
Enfermagem. Diante de tal fato, torna-se necessário e urgente a capacitação do
corpo docente e aprimoramento constante no que se refere a temas como
Semiologia, Metodologias Assistenciais, Processo de Enfermagem, dentre outros
inerentes à questão.
A extensão deste problema é discutida por Ferreira (1990), ao estudar
sobre a dicotomia do processo ensino-aprendizagem, onde afirma que o principal
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
63
objetivo do ensino de enfermagem é “preparar o enfermeiro para o planejamento
e execução do cuidado ao paciente; porém, quando profissionais, as instituições
de saúde esperam dele conhecimentos e ações relacionadas à gerência de
Unidade ou Serviço” (p.80).
Melleiro et al. (2001, p.109), afirmam que a SAE é “um processo que
permite integrar as ações docente-assistenciais, sendo por isso considerada uma
estratégia de aprendizado para alunos de graduação, pós-graduação e ao próprio
corpo de enfermagem da instituição”.
Levando em consideração a relevância da SAE na atuação profissional do
enfermeiro, desperta uma preocupação neste momento visto que, pela lei que
regulamenta o exercício profissional, o enfermeiro deve, privativamente, realizar a
prescrição de enfermagem.
No entanto, tem-se observado que, de uma forma geral, a utilização do
processo de enfermagem no ensino das disciplinas profissionalizantes dos cursos
de graduação em enfermagem restringe-se a estudos de casos isolados da
prática diária, não possibilitando, assim, a habilidade e o conhecimento
necessários à operacionalização da SAE.
Percepção dos enfermeiros quanto à enfermagem e ao cliente
Com o propósito de adquirir um melhor entendimento sobre o significado
de Enfermagem, na visão dos enfermeiros, e, conseqüentemente, buscar
subsídios para a elaboração do modelo assistencial a ser implementado no
HU/UFS, os mesmos foram questionados quanto a este aspecto.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
64
Ao serem questionados sobre a percepção que cada um tem a respeito da
enfermagem e do cliente, obteve-se os seguintes temas relacionados à
enfermagem: atendimento das necessidades humanas básicas, holismo, trabalho
em equipe, conflito entre o assistir e o gerenciar, e tecnicismo. Quanto ao
cliente, os enfermeiros o percebem como: indivíduo que necessita de cuidados,
objeto de trabalho na enfermagem e indivíduo/família/cidadão.
A partir das falas dos respondentes, pode-se observar que, dentre as
percepções sobre a enfermagem, houve um predomínio no atendimento das
necessidades humanas básicas (NHB) , como demonstram as falas abaixo:
“É um conjunto de práticas que visam atender o paciente no suprimento de suas
“É um conjunto de práticas que visam atender o paciente no suprimento de suas “É um conjunto de práticas que visam atender o paciente no suprimento de suas
“É um conjunto de práticas que visam atender o paciente no suprimento de suas
NHB para que ele evite ficar doente,para que ele
NHB para que ele evite ficar doente,para que eleNHB para que ele evite ficar doente,para que ele
NHB para que ele evite ficar doente,para que ele se recupere ou aprenda a conviver
se recupere ou aprenda a conviver se recupere ou aprenda a conviver
se recupere ou aprenda a conviver
com a patologia.(E6).”
com a patologia.(E6).”com a patologia.(E6).”
com a patologia.(E6).”
“Está vinculada ao cuidado ao cliente, tentando preservar sua integridade,
“Está vinculada ao cuidado ao cliente, tentando preservar sua integridade, “Está vinculada ao cuidado ao cliente, tentando preservar sua integridade,
“Está vinculada ao cuidado ao cliente, tentando preservar sua integridade,
ajudando
ajudandoajudando
ajudando-
--
-o nas suas necessidades básicas (E12)”.
o nas suas necessidades básicas (E12)”.o nas suas necessidades básicas (E12)”.
o nas suas necessidades básicas (E12)”.
Observa-se que a prática dos enfermeiros no HU/UFS não condiz com sua
percepção, pois apesar de acreditarem na filosofia da enfermagem como no
atendimento das NHB, foi informado anteriormente pelos mesmos que sua prática
diária se concentra em atividades técnicas.
Uma outra percepção de enfermagem apresentada foi o holismo, ao
referirem a assistência ao cliente como um todo, cuidados integrais. Constata-se
este fato observando a seguinte afirmação:
“São cuidados prestados pela equipe de enfermagem ao paciente, família e
“São cuidados prestados pela equipe de enfermagem ao paciente, família e “São cuidados prestados pela equipe de enfermagem ao paciente, família e
“São cuidados prestados pela equipe de enfermagem ao paciente, família e
comunidade a partir dos conhecimentos das necessidades de
comunidade a partir dos conhecimentos das necessidades decomunidade a partir dos conhecimentos das necessidades de
comunidade a partir dos conhecimentos das necessidades de saúde levantadas” (E9)
saúde levantadas” (E9) saúde levantadas” (E9)
saúde levantadas” (E9)
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
65
Ao considerar a assistência de enfermagem numa abordagem holística, os
enfermeiros estão considerando o ser humano nas suas dimensões física,
cognitiva, afetiva, social e espiritual, considerando, também, os seus laços com o
ambiente (PHANEUF, 2001).
Importante se faz ressaltar uma visão pouco mal entendida, principalmente
pelas ciências exatas: “dizer que a abordagem holística, tem em conta as
dimensões biopsicossociais e espirituais da pessoa não significam que a
enfermeira se encarregue de resolver as dificuldades que o doente sofre, segundo
todos estes pontos de vista” (PHANEUF, 2001, p.28). No entanto, por meio da
abordagem holística, o enfermeiro tem condições de reconhecer e compreender a
influência destas dimensões na melhoria de saúde do paciente.
Um terceiro tema abordado pelos respondentes diz respeito à valorização
do trabalho em equipe, enfocando, ainda, a necessidade de educação
continuada como meio de estimular os profissionais de saúde, bem como de
atualizar seus conhecimentos, favorecendo, conseqüentemente, a credibilidade
perante a equipe multiprofissional.
“... e que são ministradas por uma equipe de enfermagem devidamente capacitada
“... e que são ministradas por uma equipe de enfermagem devidamente capacitada “... e que são ministradas por uma equipe de enfermagem devidamente capacitada
“... e que são ministradas por uma equipe de enfermagem devidamente capacitada
para tal (E2)”.
para tal (E2)”.para tal (E2)”.
para tal (E2)”.
São os cuidados prestados pela equipe de enfermagem (E9).
São os cuidados prestados pela equipe de enfermagem (E9).São os cuidados prestados pela equipe de enfermagem (E9).
São os cuidados prestados pela equipe de enfermagem (E9).
No que diz respeito à categoria conflito entre o assistir e o gerenciar, ao
se observar a fala a seguir, percebe-se o desejo em ajustar a assistência
realizada à idealizada, sistematizada, coerente com as necessidades reais do
sujeito.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
66
A assist. de enfermagem
A assist. de enfermagem A assist. de enfermagem
A assist. de enfermagem no HU ainda permanece acontecendo de forma não
no HU ainda permanece acontecendo de forma não no HU ainda permanece acontecendo de forma não
no HU ainda permanece acontecendo de forma não
científica, ou seja, cada equipe e/ou funcionário age de acordo com o conhecimento
científica, ou seja, cada equipe e/ou funcionário age de acordo com o conhecimento científica, ou seja, cada equipe e/ou funcionário age de acordo com o conhecimento
científica, ou seja, cada equipe e/ou funcionário age de acordo com o conhecimento
adquirido sem qualquer sistematização da assistência.(E7).
adquirido sem qualquer sistematização da assistência.(E7).adquirido sem qualquer sistematização da assistência.(E7).
adquirido sem qualquer sistematização da assistência.(E7).
Pra mim assistência de enfermagem. é atender o paciente como um to
Pra mim assistência de enfermagem. é atender o paciente como um toPra mim assistência de enfermagem. é atender o paciente como um to
Pra mim assistência de enfermagem. é atender o paciente como um todo dentro da
do dentro da do dentro da
do dentro da
visão e dos limites da enfermagem. Para que isto ocorra em sua plenitude deve haver
visão e dos limites da enfermagem. Para que isto ocorra em sua plenitude deve haver visão e dos limites da enfermagem. Para que isto ocorra em sua plenitude deve haver
visão e dos limites da enfermagem. Para que isto ocorra em sua plenitude deve haver
uma sistematização da assistência.(E10).
uma sistematização da assistência.(E10).uma sistematização da assistência.(E10).
uma sistematização da assistência.(E10).
O tecnicismo foi um outro tema citado pelos respondentes como definição
de enfermagem, confirmando a forte influência do modelo biomédico, onde a
enfermagem atua como mera executora de atividades prescritas por outros
profissionais, que não enfermeiros.
Tecnicamente capacitada em sua grande maioria.(E19).
Tecnicamente capacitada em sua grande maioria.(E19).Tecnicamente capacitada em sua grande maioria.(E19).
Tecnicamente capacitada em sua grande maioria.(E19).
Deve ser um conjunto de cuidados relacionados às patologias do c
Deve ser um conjunto de cuidados relacionados às patologias do cDeve ser um conjunto de cuidados relacionados às patologias do c
Deve ser um conjunto de cuidados relacionados às patologias do cliente (E2).
liente (E2).liente (E2).
liente (E2).
No que diz respeito à percepção que os sujeitos da pesquisa têm quanto
ao cliente, houve um predomínio na definição deste enquanto o indivíduo que
necessita de cuidados.
É um ser humano portador de necessidades que ele refere
É um ser humano portador de necessidades que ele refere É um ser humano portador de necessidades que ele refere
É um ser humano portador de necessidades que ele refere ou
ouou
ou observamo
observamo observamo
observamos, as quais
s, as quais s, as quais
s, as quais
serão o objeto da nossa prática/teoria/ação no sentido do restabelecimento e/ou
serão o objeto da nossa prática/teoria/ação no sentido do restabelecimento e/ou serão o objeto da nossa prática/teoria/ação no sentido do restabelecimento e/ou
serão o objeto da nossa prática/teoria/ação no sentido do restabelecimento e/ou
manutenção do bem
manutenção do bemmanutenção do bem
manutenção do bem-
--
-estar dele (E22).
estar dele (E22).estar dele (E22).
estar dele (E22).
Uma vez que o cliente é percebido pelos enfermeiros como aquele que
precisa ser cuidado, acredita-se que, por meio da utilização do processo de
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
67
enfermagem, o enfoque da assistência seja o cuidar enquanto essência da
profissão, passando, então, a utilizar cada vez menos a assistência centrada na
doença.
De acordo com Phaneuf (2001), um dos objetivos dos cuidados é ajudar a
pessoa a satisfazer as suas necessidades de forma a melhorar o seu estado de
saúde, levando-o a reencontrar sua independência face às próprias
necessidades.
Uma outra percepção apresentada pelos respondentes sobre o cliente foi
deste como o objeto de trabalho da enfermagem.
É o objeto da assistência prestada(E11).
É o objeto da assistência prestada(E11).É o objeto da assistência prestada(E11).
É o objeto da assistência prestada(E11).
Os sujeitos da pesquisa acreditam que o objeto de trabalho da enfermagem
não sejam os problemas de saúde em si, mas a resposta dos clientes a estes
problemas. Nesse caso pode-se inferir que o centro das atenções do enfermeiro
seja as respostas do indivíduo aos problemas de saúde como resultado da
assistência prestada.
Outro tema abordado pelos enfermeiros refere-se ao cliente enquanto
Indivíduo/Família/Cidadão.
Vejo
VejoVejo
Vejo-
--
-o como um indivíduo, membro de u
o como um indivíduo, membro de uo como um indivíduo, membro de u
o como um indivíduo, membro de uma família e um cidadão da comunidade, que
ma família e um cidadão da comunidade, que ma família e um cidadão da comunidade, que
ma família e um cidadão da comunidade, que
necessita de cuidados (E16).
necessita de cuidados (E16).necessita de cuidados (E16).
necessita de cuidados (E16).
Nota-se através da fala acima a preocupação dos enfermeiros em
preservar ou resgatar a cidadania do cliente, mesmo este estando hospitalizado,
situação esta possível de dificultar tal condição. Isto implica não só na assistência
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
68
curativa mas, principalmente, na prevenção e reabilitação do indivíduo doente.
Percebe-se, ainda o entendimento do grupo em considerar o indivíduo enquanto
membro da família, integrando-o à comunidade a qual ele pertence.
NANDA (2002, p.242), ao analisar as populações específicas para as quais
serão determinados os diagnósticos de enfermagem, define indivíduo como “um
ser humano único distinto de outros, uma pessoa”. Quanto à família, esta se
encontra definida como “duas ou mais pessoas que mantém relacionamentos
contínuos ou sustentados, observando obrigações recíprocas, percebendo
significados comuns e compartilhando certas obrigações em relação ao outro”.
Problemas decorrentes da não utilização de uma metodologia assistencial
Ainda neste momento, os entrevistados foram interrogados quanto aos
principais problemas decorrentes da não utilização de uma metodologia
assistencial no Hospital Universitário, os quais foram assim categorizados:
comprometimento da qualidade da assistência: este problema foi
diagnosticado pela maioria dos respondentes. Segundo os
mesmos, o fato de
não conhecer as necessidades do cliente de forma integral, devido a não
utilização do processo de enfermagem, interfere negativamente na interação
enfermeiro / cliente, reduzindo as possibilidades de uma assistência prestada
pelo próprio enfermeiro, comprometendo, assim, a qualidade da mesma.
Uma assistência de enfermagem não voltada para o cliente, mas para supervisão.
Uma assistência de enfermagem não voltada para o cliente, mas para supervisão. Uma assistência de enfermagem não voltada para o cliente, mas para supervisão.
Uma assistência de enfermagem não voltada para o cliente, mas para supervisão.
Percebo que algu
Percebo que alguPercebo que algu
Percebo que alguns enfermeiros estão perdendo estas ações tão importantes que são o
ns enfermeiros estão perdendo estas ações tão importantes que são o ns enfermeiros estão perdendo estas ações tão importantes que são o
ns enfermeiros estão perdendo estas ações tão importantes que são o
cuidar, o observar e o humanizar (E1).
cuidar, o observar e o humanizar (E1). cuidar, o observar e o humanizar (E1).
cuidar, o observar e o humanizar (E1).
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
69
Por não termos uma diretriz única para o cuidar
Por não termos uma diretriz única para o cuidarPor não termos uma diretriz única para o cuidar
Por não termos uma diretriz única para o cuidar,
,,
, prejudicando, sobremaneira, a
prejudicando, sobremaneira, a prejudicando, sobremaneira, a
prejudicando, sobremaneira, a
assistência já que, cada um age de acordo com seus conhecimentos
assistência já que, cada um age de acordo com seus conhecimentosassistência já que, cada um age de acordo com seus conhecimentos
assistência já que, cada um age de acordo com seus conhecimentos individuais (E7).
individuais (E7). individuais (E7).
individuais (E7).
Fica difícil desenvolver um bom trabalho e uma assistência de qualidade (E11).
Fica difícil desenvolver um bom trabalho e uma assistência de qualidade (E11).Fica difícil desenvolver um bom trabalho e uma assistência de qualidade (E11).
Fica difícil desenvolver um bom trabalho e uma assistência de qualidade (E11).
desorganização do serviço: outro aspecto bastante abordado pelos
pesquisados refere-se à falta de organização do serviço gerado pelas diferentes
formas de conduta profissional na assistência. A falta de padronização dos
procedimentos, a inexistência de normas e rotinas, bem como a não utilização
de uma metodologia da assistência de enfermagem, foram os fatores
responsáveis por este diagnóstico.
A não utiliz
A não utilizA não utiliz
A não utilização da SAE permite que cada profissional tenha uma linha de
ação da SAE permite que cada profissional tenha uma linha de ação da SAE permite que cada profissional tenha uma linha de
ação da SAE permite que cada profissional tenha uma linha de
pensamento e ação, muitas vezes causando diferenças entre condutas tomadas frente
pensamento e ação, muitas vezes causando diferenças entre condutas tomadas frente pensamento e ação, muitas vezes causando diferenças entre condutas tomadas frente
pensamento e ação, muitas vezes causando diferenças entre condutas tomadas frente
ao tratamento do paciente. Estas diferenças são, às vezes, entre turnos, clínicas, etc.
ao tratamento do paciente. Estas diferenças são, às vezes, entre turnos, clínicas, etc. ao tratamento do paciente. Estas diferenças são, às vezes, entre turnos, clínicas, etc.
ao tratamento do paciente. Estas diferenças são, às vezes, entre turnos, clínicas, etc.
(E13)
(E13)(E13)
(E13)
A falta de um mode
A falta de um modeA falta de um mode
A falta de um modelo estruturado impede o processo de avaliação da
lo estruturado impede o processo de avaliação da lo estruturado impede o processo de avaliação da
lo estruturado impede o processo de avaliação da
assistência(E10).
assistência(E10).assistência(E10).
assistência(E10).
conflito de papéis: ficou nítido o conflito que os enfermeiros vivenciam entre o
desejo de prestar a assistência e as reais cobranças da instituição, ou seja, as
atividades administrativas e burocráticas. Muitos atribuíram a existência deste
conflito à dificuldade em gerenciar, principalmente em gerenciar a assistência,
atividades para as quais não se sentem preparados. Na percepção dos
respondentes, esta situação traz prejuízos às atividades de ensino, uma vez
que este conflito entre o ensino e a prática do enfermeiro pode ser percebido
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
70
pelos acadêmicos que buscam o ideal, principalmente, em se tratando de
profissionais de um hospital universitário.
Deficiência tanto nas atividades de gere
Deficiência tanto nas atividades de gereDeficiência tanto nas atividades de gere
Deficiência tanto nas atividades de gerenciamento da assistência como na prestação
nciamento da assistência como na prestação nciamento da assistência como na prestação
nciamento da assistência como na prestação
dos cuidados (E16).
dos cuidados (E16).dos cuidados (E16).
dos cuidados (E16).
O enfermeiro não conhece o paciente de forma a dificultar a sua prática deixando a
O enfermeiro não conhece o paciente de forma a dificultar a sua prática deixando a O enfermeiro não conhece o paciente de forma a dificultar a sua prática deixando a
O enfermeiro não conhece o paciente de forma a dificultar a sua prática deixando a
desejar o seu cuidado(E5).
desejar o seu cuidado(E5).desejar o seu cuidado(E5).
desejar o seu cuidado(E5).
Rossi; Casagrande (2001, p.49), ao estudarem as dificuldades de
operacionalização do processo de enfermagem na prática clínica, observaram
que “se de um lado, parece existir um interesse no alcance do entendimento,
valorizando-se a interação com o paciente, referindo-se, desse modo, às relações
que se estabelecem na vida diária, de outro essa proposta esbarra nas
conseqüências de uma prática automática resultante da burocratização”.
desvalorização do profissional enfermeiro: talvez o problema que mais
desmotiva e afeta, de forma comprometedora, a enfermagem no HU/UFS seja a
falta de reconhecimento da importância desta categoria no ambiente hospitalar.
Seria esperado e justo que as equipes de enfermagem do referido hospital
fossem referência para o Estado. No entanto, segundo os respondentes, o não
envolvimento dos profissionais em atividades de pesquisa, o descompromisso
por parte de alguns e a falta de estímulo da instituição contribui diretamente
nesta invisibilidade do enfermeiro.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
71
O não reconhecimento do trabalho do enfermeiro, a ponto de sentirmos, algumas
O não reconhecimento do trabalho do enfermeiro, a ponto de sentirmos, algumas O não reconhecimento do trabalho do enfermeiro, a ponto de sentirmos, algumas
O não reconhecimento do trabalho do enfermeiro, a ponto de sentirmos, algumas
vezes, desnecessários
vezes, desnecessáriosvezes, desnecessários
vezes, desnecessários e, por ser um hospital escola, os acadêmicos deveriam ter um
e, por ser um hospital escola, os acadêmicos deveriam ter um e, por ser um hospital escola, os acadêmicos deveriam ter um
e, por ser um hospital escola, os acadêmicos deveriam ter um
modelo para ver o que seria o ideal para fazer (E6).
modelo para ver o que seria o ideal para fazer (E6).modelo para ver o que seria o ideal para fazer (E6).
modelo para ver o que seria o ideal para fazer (E6).
Falhas na assistência prestada, não envolvimento dos profissionais de enfermagem
Falhas na assistência prestada, não envolvimento dos profissionais de enfermagem Falhas na assistência prestada, não envolvimento dos profissionais de enfermagem
Falhas na assistência prestada, não envolvimento dos profissionais de enfermagem
(E27).
(E27).(E27).
(E27).
A assistência fica sem referência, passando cada um
A assistência fica sem referência, passando cada umA assistência fica sem referência, passando cada um
A assistência fica sem referência, passando cada um a desenvolver seu trabalho como
a desenvolver seu trabalho como a desenvolver seu trabalho como
a desenvolver seu trabalho como
acha mais conveniente (E9)
acha mais conveniente (E9)acha mais conveniente (E9)
acha mais conveniente (E9)
A utilização da SAE é uma das formas de reverter este quadro. De acordo
com Carraro (2001), por meio da Metodologia Assistencial, o enfermeiro adquire
respaldo, segurança e direcionamento na execução de suas atividades,
contribuindo, assim, para a credibilidade e visibilidade da profissão.
Bianco citado por Bueno; Queiroz (2004, p. 4) que fundamentou seu estudo
sobre autonomia no referencial teórico de Agnes Heller, refere que:
"a autonomia é um valor a ser assumido pelo profissional
enfermeiro consciente - que age na sua cotidianidade com a maior
autonomização possível - e sentida como capacidade de escolha
entre alternativas. Isso vai além do saber e do fazer do
enfermeiro, enquanto noções mecânicas (...). Ser-saber-fazer
embasam a autonomia do profissional".
desgaste de Recursos Humanos: no momento em que o enfermeiro não
percebe um bom funcionamento e rendimento pela sua equipe de trabalho,
imediatamente, ele passa a desacreditar no seu potencial enquanto líder e
gerente, produzindo sensações de impotência, inutilidade e frustração, o que,
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
72
por sua vez, proporciona maior desgaste físico e, conseqüentemente,
produtividade, quantitativa e qualitativamente, na prestação de cuidados.
Grande
Grande Grande
Grande desgaste físico e emocional; Trabalho pouco produtivo por falta de
desgaste físico e emocional; Trabalho pouco produtivo por falta de desgaste físico e emocional; Trabalho pouco produtivo por falta de
desgaste físico e emocional; Trabalho pouco produtivo por falta de
planejamento, atividades sem seqüência lógica; Frustração(E3).
planejamento, atividades sem seqüência lógica; Frustração(E3).planejamento, atividades sem seqüência lógica; Frustração(E3).
planejamento, atividades sem seqüência lógica; Frustração(E3).
Queda na qualidade de atendimento ao cliente, maior desperdício de recursos
Queda na qualidade de atendimento ao cliente, maior desperdício de recursos Queda na qualidade de atendimento ao cliente, maior desperdício de recursos
Queda na qualidade de atendimento ao cliente, maior desperdício de recursos
materiais e energia do profissional(E22).
materiais e energia do profissional(E22).materiais e energia do profissional(E22).
materiais e energia do profissional(E22).
A SAE
A SAE A SAE
A SAE melhoraria o nosso trabalho, nosso serviço burocrático, nossa qualidade na
melhoraria o nosso trabalho, nosso serviço burocrático, nossa qualidade na melhoraria o nosso trabalho, nosso serviço burocrático, nossa qualidade na
melhoraria o nosso trabalho, nosso serviço burocrático, nossa qualidade na
assistência e, principalmente, nossa imagem, credibilidade e auto
assistência e, principalmente, nossa imagem, credibilidade e autoassistência e, principalmente, nossa imagem, credibilidade e auto
assistência e, principalmente, nossa imagem, credibilidade e auto-
--
-estima (E23).
estima (E23).estima (E23).
estima (E23).
perda de tempo: um ambiente de trabalho onde o planejamento das
atividades, nem determinação de prioridades, há um uma perda de tempo
significativa no processo de gerenciamento, levando os profissionais a
refazerem as atividades realizadas sem êxito. Assim, perde-se muito tempo em
resolver problemas inerentes a funções de outros profissionais da equipe e,
quando realmente se trata de atividades que competem ao enfermeiro, este não
mais dispõe de tempo para realizá-las.
Pode ocorrer perda de tempo e algumas necessidades do paciente não serem
Pode ocorrer perda de tempo e algumas necessidades do paciente não serem Pode ocorrer perda de tempo e algumas necessidades do paciente não serem
Pode ocorrer perda de tempo e algumas necessidades do paciente não serem
percebidas e não atendidas (E2).
percebidas e não atendidas (E2).percebidas e não atendidas (E2).
percebidas e não atendidas (E2).
Muitas vezes o que um faz
Muitas vezes o que um fazMuitas vezes o que um faz
Muitas vezes o que um faz, o outro desfaz, organiza e depois desorganiza (E18).
, o outro desfaz, organiza e depois desorganiza (E18)., o outro desfaz, organiza e depois desorganiza (E18).
, o outro desfaz, organiza e depois desorganiza (E18).
Forças restritivas e forças propulsoras
Tendo conhecimento dos principais problemas existentes na instituição
pesquisada, tornou-se essencial o conhecimento dos fatores que dificultariam a
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
73
implementação de uma metodologia assistencial de enfermagem no HU/UFS,
bem como os fatores que facilitariam tal processo. Quando questionados sobre os
fatores limitantes para a implementação e operacionalização do processo de
enfermagem, os enfermeiros apontaram situações ou fatores que foram
considerados pelo grupo voluntário como forças restritivas à implantação. Da
mesma forma, quando justificaram a necessidade e importância da SAE,
apontaram situações consideradas pelo mesmo grupo como forças propulsoras.
A seguir, estão relacionadas as principais forças restritivas e,
paralelamente, as propulsoras, as quais, até certo ponto, agem como
neutralizadoras das primeiras.
Restritivas Propulsoras
•Não envolvimento da equipe
•Falta de compromisso
•Desinteresse e insatisfação
profissional
•Falta de boa vontade e de motivação
da equipe
•Grupo de estudo interessado
•Falta de capacitação profissional
•Excesso de estudantes de nível médio
nas unidades
•Integração docente/ profissional/
discente
•Ser um hospital escola
•Presença do acadêmico de
enfermagem (nível superior)
•Falta de apoio da direção do hospital
•Burocracia excessiva nos diversos
setores do HU/UFS
•Estímulo e apoio da Coordenação de
Enfermagem
•Mais de um vínculo empregatício
•Falta de dedicação exclusiva a UFS
•Incompatibilidade de horários p/
reuniões
•Busca pela qualidade da assistência
de enfermagem e hospitalar
•Falta de reconhecimento do
enfermeiro
•Resistência a mudanças
•Desejo de reconhecimento da
enfermagem
•Hegemonia (pseudo-hegemonia)
médica
•Não interação entre as diversas
categorias profissionais
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
74
Importância, Necessidade e Vantagens da SAE no HU/UFS
Ao serem questionados quanto à necessidade e importância da SAE no
HU/UFS, os enfermeiros, na sua totalidade, se colocaram a favor da sua
implementação, visto este ser, segundo eles, um desejo existente algum
tempo. As razões e vantagens desta sistematização citadas pelo grupo foram
agrupadas em quatro temas: ser um hospital-escola; organização do serviço;
melhoria da qualidade da assistência e o reconhecimento e valorização
profissional. Esses temas são discutidos a seguir:
Ser um hospital-escola: segundo os respondentes, devido o HU/UFS
caracterizar-se como um hospital de ensino, é importante que este passe a ser
uma instituição de destaque, de referência no estado. É necessário que as
ações sejam fundamentadas cientificamente, conforme mostra a fala abaixo:
“... como se trata de um hospital de ensino deve dar exemplo aos demais hospitais.
“... como se trata de um hospital de ensino deve dar exemplo aos demais hospitais. “... como se trata de um hospital de ensino deve dar exemplo aos demais hospitais.
“... como se trata de um hospital de ensino deve dar exemplo aos demais hospitais.
Isso será possível a partir do moment
Isso será possível a partir do momentIsso será possível a partir do moment
Isso será possível a partir do momento em que a enfermagem possuir uma base
o em que a enfermagem possuir uma base o em que a enfermagem possuir uma base
o em que a enfermagem possuir uma base
científica para fundamentar suas ações” (E5).
científica para fundamentar suas ações” (E5).científica para fundamentar suas ações” (E5).
científica para fundamentar suas ações” (E5).
De acordo com os entrevistados, a SAE se faz importante, neste caso, por
proporcionar melhores condições na formação profissional do enfermeiro, com
interação teórico-prática por meio da operacionalização do processo de
enfermagem, o que, por sua vez, irá prepará-lo adequadamente para o mercado
de trabalho, bem como estimulará a pesquisa nesta área.
Organização do serviço: o fato de trabalhar sem utilizar uma metodologia
assistencial, prejudica a assistência prestada que, por o haver
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
75
planejamento, o serviço é gerenciado de acordo com o surgimento de
problemas, desenvolvendo, em alguns profissionais, sensações de frustração e
inutilidade, como se pode observar nas falas seguintes:
“O HU é um hospital escola, que não fazemos sistematização e nos fazemos
“O HU é um hospital escola, que não fazemos sistematização e nos fazemos “O HU é um hospital escola, que não fazemos sistematização e nos fazemos
“O HU é um hospital escola, que não fazemos sistematização e nos fazemos
parecer desnecessário”(E6).
parecer desnecessário”(E6).parecer desnecessário”(E6).
parecer desnecessário”(E6).
“Ele gerencia os problemas advindos da assistência, alterando seu caminho
“Ele gerencia os problemas advindos da assistência, alterando seu caminho “Ele gerencia os problemas advindos da assistência, alterando seu caminho
“Ele gerencia os problemas advindos da assistência, alterando seu caminho
profissional, vindo, talvez, a frustração”(E3).
profissional, vindo, talvez, a frustração”(E3).profissional, vindo, talvez, a frustração”(E3).
profissional, vindo, talvez, a frustração”(E3).
Este tipo de gerenciamento é citado por Marquis; Huston (1999), ao
afirmarem que “sem o planejamento adequado o administrador encontrará
dificuldade em iniciar o trabalho e começará a administrar por crise” (p.110-1).
Seguindo este raciocínio, os enfermeiros acreditam e dão importância à
SAE, justificando, ainda, que a equipe de enfermagem trabalhará com maior
segurança e eficácia que haverá definição dos papéis de cada profissional,
possibilitando uma assistência voltada para o cuidar.
Melhoria da qualidade da assistência de enfermagem: a busca pela
qualidade dos serviços vem sendo uma constante em todas as áreas, o que
não poderia ser diferente na área da saúde e, especificamente, na enfermagem.
Na percepção dos respondentes, com a SAE no HU/UFS, haverá uma
padronização na atuação do enfermeiro, o que, conseqüentemente, permitirá o
estabelecimento de prioridades numa assistência integralizada, favorecendo,
possivelmente, a prestação de cuidados com ênfase na qualidade.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
76
“Passaremos a ter uma uniformidade de serviço
“Passaremos a ter uma uniformidade de serviço “Passaremos a ter uma uniformidade de serviço
“Passaremos a ter uma uniformidade de serviço de enfermagem, ficando mais
de enfermagem, ficando mais de enfermagem, ficando mais
de enfermagem, ficando mais
organizado, o grupo falando a mesma linguagem, melhorando, certamente, a
organizado, o grupo falando a mesma linguagem, melhorando, certamente, a organizado, o grupo falando a mesma linguagem, melhorando, certamente, a
organizado, o grupo falando a mesma linguagem, melhorando, certamente, a
qualidade da assistência” (E9).
qualidade da assistência” (E9).qualidade da assistência” (E9).
qualidade da assistência” (E9).
Com a melhoria da qualidade, o grupo acredita que será desencadeado um
processo de motivação entre as equipes de enfermagem, pois com a assistência
planejada, os resultados esperados pelo grupo são de um trabalho organizado e
evidenciado.
“Maior qualidade no atendimento, mais economia de recursos materiais e energia do
“Maior qualidade no atendimento, mais economia de recursos materiais e energia do “Maior qualidade no atendimento, mais economia de recursos materiais e energia do
“Maior qualidade no atendimento, mais economia de recursos materiais e energia do
profissional, o que levará a uma maior motivação”(E22).
profissional, o que levará a uma maior motivação”(E22).profissional, o que levará a uma maior motivação”(E22).
profissional, o que levará a uma maior motivação”(E22).
Marques et al. (1994, p. 171) afirmam que “a assistência de enfermagem
prestada nos hospitais deve observar o princípio de melhoria continuada, haja
vista o atendimento eficaz, isto é, apropriado, oportuno, contínuo e livre de riscos
para o cliente”.
Reconhecimento e valorização profissional: mediante a atual realidade da
enfermagem do HU/UFS, onde são seguidas apenas ordens de outros
profissionais da saúde, e, considerando a administração burocrática ser ainda o
tipo de atividade realizada pelos enfermeiros em maior prevalência, torna-se
evidente a necessidade urgente da visibilidade desta profissão. Por meio dos
dados obtidos nesta pesquisa, notou-se um verdadeiro e acentuado desejo de
crescimento profissional pelos enfermeiros.
“O enfermeiro será rec
“O enfermeiro será rec“O enfermeiro será rec
“O enfermeiro será reconhecido pela sua prática no dia
onhecido pela sua prática no diaonhecido pela sua prática no dia
onhecido pela sua prática no dia-
--
-a dia. Terão um melhor
a dia. Terão um melhor a dia. Terão um melhor
a dia. Terão um melhor
conhecimento científico”(E5).
conhecimento científico”(E5).conhecimento científico”(E5).
conhecimento científico”(E5).
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
77
O planejamento da assistência diferencia o enfermeiro tradicional, rotineiro,
aquele que se limita apenas a executar as prescrições médicas, daquele que
planeja suas ações baseadas em um método científico. Dessa forma, ele estará
valorizando sua real função de responder pela assistência ao cliente, de direito e
de fato (CALDAS, 2002).
O fato de implementar uma metodologia de assistência facilitará este
processo, contudo, para que este desejo se torne realidade, é preciso
conhecimento científico, dedicação e, acima de tudo, vontade de melhorar por
parte dos próprios profissionais.
Seguindo esta linha de raciocínio, Ferreira (1990, p.79) ao citar Castro,
afirma que “para seu espaço de atuação tanto na equipe de enfermagem como na
equipe de saúde, o enfermeiro terá que assumir o seu papel de planejador e
responsável pela assistência de enfermagem”.
Assim sendo, a SAE serve de diretriz para o despertar do verdadeiro papel
da enfermagem, passando o trabalho de assistemático, seguidor do modelo
biomédico, para uma assistência planejada, organizada, fundamentada em teorias
de enfermagem.
Vale ressaltar a importância da participação efetiva da instituição hospitalar
para o crescimento profissional do enfermeiro, visto que os estímulos,
principalmente financeiros, são escassos e, ainda, a cobrança pela realização de
um gerenciamento do serviço é considerado prioridade.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
78
De acordo com Ide apud Domenico (2000, p.53),
a enfermagem está voltada ao gerenciamento de um sistema que
institucionalmente se inviabiliza, distante do cliente com quem
pouco efetivou desconhecer, hostilizada por uma equipe (intra e
extra- enfermagem) que não a reconhece enquanto elemento
integrante de uma prática assistencial, desconsiderada pelos
dirigentes que não encontram nela o respaldo para sustentação
da estrutura, que se vê abalada em sua essência.
5.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DO PLANO DE AÇÃO
Conforme planejado na metodologia deste estudo, as medidas adotadas
no plano de ação, segunda fase da pesquisa, foram operacionalizadas da
seguinte forma: iniciou-se com a formação do grupo voluntário, seguido da
realização de seminários. Discutiu-se com o referido grupo sobre o diagnóstico
situacional do HU/UFS, bem como a percepção que os enfermeiros têm sobre a
SAE no HU. Dando prosseguimento, definiu-se o modelo assistencial baseado em
Teorias de Enfermagem e confeccionaram-se os instrumentos necessários à SAE
apropriados ao modelo construído. Por fim, estes instrumentos foram testados e
validados para então serem, posteriormente, implementados e avaliados. As
etapas do plano de ação serão explanadas e discutidas neste momento.
5.2.1 Formação do grupo voluntário e realização de seminários
Após a fase exploratória, onde se realizou o diagnóstico situacional da
enfermagem no HU/UFS, bem como se investigou a aceitação e expectativa dos
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
79
enfermeiros quanto à implementação da proposta, formou-se, voluntariamente,
um grupo composto por dez enfermeiros visando possibilitar a execução desta.
Para Gonzales (1999, p.30), um grupo “não é um mero ajuntamento de
pessoas, mas um sistema identificável, composto de três ou mais indivíduos que
se engajam em certas tarefas para atingirem um objetivo comum”. Portanto,
neste estudo de pesquisa-ação, o grupo formado apresenta objetivos e propostas
semelhantes aos da pesquisadora, tornando, assim, possível a concretização da
pesquisa.
Na fase de realização de seminários, houve reuniões entre
pesquisadora, orientadora e grupo voluntário, como também se pôde contar com
contribuições e experiências de enfermeiros de outras instituições.
As principais tarefas do seminário o examinar, discutir e tomar
decisões acerca do processo de investigação; centralizar todas as informações
coletadas e discutir as interpretações; elaborar diretrizes de pesquisa e diretrizes
de ação submetidas à aprovação dos interessados; acompanhar e avaliar as
ações (THIOLLENT, 2002). Dessa forma, foram realizados três seminários,
especificados a seguir, a fim de oferecer, aos enfermeiros, subsídios teóricos nas
áreas de conhecimento correspondentes.
Sensibilização
O grupo voluntário de enfermeiros do HU/UFS foi sensibilizado, por
meio de leituras e discussões em grupo, quanto a questões antropológicas, o
saber e o saber fazer na enfermagem, dentre outros temas tocantes ao despertar
da necessidade de constante busca de crescimento profissional e psico-espiritual.
Para tanto, foi proposto ao grupo a leitura e discussão do livro Promover a Vida,
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
80
uma literatura clássica da autoria de Marie-Françoise Collière (1989), a qual
analisa a enfermagem numa perspectiva da cultura e
de historicidade. Após
quatro encontros entre pesquisadora, orientadora e o referido grupo, constatou-
se, por meio de depoimentos dos participantes, que o objetivo de sensibilizá-lo
havia sido atingido, vez que este grupo verbalizou, conforme registro em caderno
de campo, a necessidade de implementação de uma SAE no HU/UFS, bem como
a disposição dos mesmos em continuar este processo em todas as suas fases,
disposição esta considerada desejável em uma pesquisa ação (THIOLLENT,
2002). Os componentes do grupo sugeriram ainda que, quando possível, esta
sensibilização fosse extensiva para todos os enfermeiros do hospital em questão.
Teorias de Enfermagem
Posteriormente à sensibilização, procedeu-se a estudos
sobre Teorias
de Enfermagem.
As teorias abordadas nestes encontros foram as de: Hildegard E.
Peplau (Relações Interpessoais), Madeleine M. Leininger (Enfermagem
Transcultural), Ida Jean Orlando (Interação enfermeiro/paciente), Horta
(Necessidades Humanas Básicas e conceitos de holismo e autocuidado); Myra
Estrin Levine (Adaptação, Conservação e Integridade), Imogene M. King
(Sistemas abertos: pessoal, social e interpessoal), Callista Roy (Teoria da
adaptação), Margaret Newman (Saúde como expansão da consciência), Virgínia
Henderson (Funções da prática de enfermagem).
Para este estudo, procedeu-se da seguinte forma: foi feita inicialmente
uma abordagem geral sobre a importância e aplicabilidade das teorias para a
assistência de enfermagem. A seguir distribuiu-se entre os membros a
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
81
responsabilidade de esquematizar as proposições de cada teoria e apresentá-la
ao grupo, que por sua vez realizara a leitura prévia de cada uma. Procedia-se,
então a discussão destas proposições, seguidas de possíveis adaptações para o
modelo assistencial a ser proposto.
Após discussões de todas as teorias anteriormente citadas, e levando
em conta a percepção que o grupo tem sobre o cliente do Hospital Universitário,
as características da clientela e do próprio hospital, e ainda os fatores
considerados como restritivos e/ou propulsores, foram eleitas quatro teorias que,
segundo o grupo, dariam subsídio à etapa de definição do modelo. Estas teorias
e seus aspectos que subsidiam esta construção estão descritos no item 5.2.3.
Semiologia em Enfermagem
Com o término dos estudos sobre as teorias de enfermagem, procedeu-
se à realização do terceiro seminário, cujo tema foi a Semiologia para a
assistência de Enfermagem. Para tanto, foi oferecido ao grupo material didático
sobre o assunto, com o objetivo de melhor prepará-lo para discussões durante o
seminário. Nestes encontros, foram abordados os seguintes temas: Introdução ao
exame físico; Exame físico dos sistemas Respiratório, Cardiovascular e
Neurológico; Cabeça e Pescoço; Abdome; Tegumento. Para a realização deste
seminário, contou-se com a presença de enfermeiros atuantes e experientes
nesta área, na qualidade de palestrantes convidados.
Após a apresentação teórica de cada tema procedia-se à prática
relacionada, esta feita pelos participantes, tendo aí o grupo oportunidade de
discutir, questionar, reforçar a aprendizagem, até que se esgotassem as dúvidas
do grupo. Este procedimento foi considerado, também, como demonstrativo da
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
82
aprendizagem, tendo-se ao final do seminário estabelecido um diálogo sobre a
importância, necessidade deste conhecimento para a implementação da SAE,
aproveitamento do seminário, bem como dúvidas ainda existentes sobre a matéria
discutida.
Todos tiveram oportunidade de se pronunciar, dando um retorno
positivo sobre os aspectos discutidos e enfatizando a necessidade de continuar o
estudo para que possam se sentir mais seguros na prática e poderem atender à
proposta da sistematização.
Vale ressaltar que este evento fora programado e direcionado a todos
os enfermeiros do referido hospital. No entanto, participaram deste encontro cerca
de 20% do quadro de profissionais desta categoria, incluindo o grupo voluntário.
5.2.2 Discussão entre o grupo voluntário e a pesquisadora sobre o Diagnóstico
Situacional do HU/UFS e sobre a percepção dos enfermeiros em relação à SAE
no HU
Em reunião entre pesquisadora e grupo participante, desenvolveu-se uma
discussão acerca dos aspectos identificados na fase de exploração no que se
refere à qualidade da assistência prestada, percepção e expectativas dos
enfermeiros quanto à SAE. Na ocasião, houve, por parte dos participantes, uma
confirmação de problemas e percepções já sentidas pelos mesmos.
Ainda como precaução para a não desistência do grupo em trabalhar com
a SAE, houve um cuidado especial ao se elaborar o formulário de coleta de
dados, vez que este fora construído, em sua maior parte, de maneira objetiva
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
83
utilizando a forma de registro com check-list, sem, no entanto, deixar de abordar
os dados necessários para a coleta das informações.
5.2.3 Definição do modelo baseado em Teorias de Enfermagem
Os modelos de assistência instrumentalizam o planejamento científico e
sistematizado das ações a serem desenvolvidas pela equipe de enfermagem
(CARRARO,2001). A referida autora salienta sobre a importância dos enfermeiros
considerarem a adequação e a aplicabilidade das teorias escolhidas à realidade
da enfermagem em que o modelo será utilizado.
Considerando este aspecto e, tendo conhecimento de que, para a
elaboração de um modelo assistencial tem-se necessidade de apoio teórico,
dentre as teorias de enfermagem discutidas, quatro foram priorizadas pelo grupo
voluntário e pesquisadora durante os seminários. Foram elas: a de Horta para
alicerçar o atendimento às necessidades do paciente como parâmetro básico a
ser seguido na sistematização propriamente dita, bem como nos aspectos do
autocuidado e humanização; a de Hildegard E. Peplau, para fundamentar os
aspectos de relacionamento interpessoal; a de Madeleine M. Leininger, para
fundamentar a necessidade de considerar os aspectos culturais e Myra Estrin
Levine, para dar ênfase ao cuidado integralizado ao paciente.
Para a escolha das teorias citadas anteriormente foram levados em
consideração aspectos como origem e características do paciente, vez que a
maioria é provinda do interior de Sergipe, portadores de tabus e costumes
próprios de sua região. Daí a importância da consideração de aspectos culturais
encontrados na teoria de Leininger. Em relação a estes aspectos foi discutido pelo
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
84
grupo a necessidade de conhecer o paciente não somente quanto às
características que implicam em cuidados do ponto de vista técnico, mas também
em relação aos seus costumes, hábitos de vida, relacionamentos, visando
adaptar o cuidado, sempre que possível, durante a hospitalização. Dessa forma,
as informações referentes a esta questão serão avaliadas por meio dos itens III,
VII e VIII (Percepção e Expectativas do paciente, Hábitos de Vida e Outros
Achados, respectivamente) do formulário de coleta de dados (Apêndice D).
A teoria de Peplau foi escolhida devido o grupo acreditar que o paciente
precisa participar do planejamento de seus cuidados, bem como da resolução dos
seus problemas juntamente com o enfermeiro, proporcionando, assim, um
processo interpessoal. Foi considerado que a entrevista, em si, é um momento
de interação enfermeiro-paciente, especialmente quando no item III (Percepção e
Expectativas do paciente) o enfermeiro estiver atento ao que o paciente verbaliza
sobre seu estado de saúde-doença, as expectativas quanto ao tratamento e
queixas podendo estes subsidiar o plano assistencial. Considerou-se ainda que,
na implementação deste, o paciente deve ser comunicado sobre os
procedimentos e seus objetivos, tendo o direito de questionar, ser esclarecido,
aceitar ou não.
Para Daniel (1981, p.69), o relacionamento interpessoal, através da
comunicação, “facilita o ensino da saúde, contribui para o intercâmbio com os
outros membros da equipe de saúde , e estimula o paciente a participar
ativamente no seu tratamento”.
Quanto à teoria de Levine, o grupo de estudo a considerou complementar,
vez que ao atender o paciente em suas necessidades humanas básicas,
conforme a teoria de Horta, o enfermeiro estará cuidando de forma holística do
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
85
mesmo, inclusive à família. Carraro (2001, p.35) enfatiza algumas estratégias de
ações de humanização da assistência, como: “chamar pelo seu nome, envolver
sua família na assistência, ouvir, tocar, entre outras”.
Apesar de Horta preconizar seis fases durante o processo de enfermagem
(PE), o grupo voluntário e pesquisadora escolherem iniciar a SAE no HU/UFS
com quatro fases que o: Coleta de dados (Histórico), Diagnóstico, Prescrição e
Avaliação. Na fase de diagnóstico serão determinadas as necessidades básicas
afetadas e/ou problemas de enfermagem, sem, no entanto, utilizar, neste
primeiro momento, os diagnósticos da NANDA. Esta escolha se deu pelo fato dos
enfermeiros não se sentirem preparados e/ou familiarizados para a utilização da
Taxonomia da NANDA. Na ocasião, os sujeitos da pesquisa acharam pertinente
iniciar a SAE dessa forma e explanaram, ainda, a preocupação de que, mesmo
com a completa aceitação da SAE no HU/UFS pelos enfermeiros, a falta de
embasamento científico e a inexperiência na aplicabilidade do processo de
enfermagem seria um problema real e que haveria necessidade de um maior
treinamento acerca do tema proposto. Nesse sentido, fez-se um contato com uma
especialista da área, pesquisadora e docente da Escola de Enfermagem de
Ribeirão Preto, para que, por meio de convênio entre a citada escola e o Núcleo
de pós-graduação em medicina da UFS, fosse realizada tal capacitação para os
enfermeiros antes da implementação propriamente dita.
A utilização de um modelo conceitual traz inúmeras vantagens para a
enfermagem. Beneficia a pessoa cuidada, a organização do trabalho e a
identidade do profissional enfermeiro (PHANEUF, 2001).
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
86
5.2.4 Confecção dos instrumentos necessários à SAE no HU/UFS apropriados ao
modelo criado
Os instrumentos necessários à SAE, os quais correspondem ao Formulário
de Coleta de Dados (Apêndice D) e à Ficha de Prescrição de Enfermagem
(Apêndice E) foram elaborados e discutidos pela pesquisadora e grupo voluntário.
Tendo em vista que para a coleta de dados há necessidade de respaldo científico,
foi realizado um levantamento bibliográfico acerca das necessidades humanas
básicas bem como de semiologia, a fim de investigar os sinais e sintomas e/ou
dados importantes na identificação dos problemas de enfermagem referentes a
cada tipo de necessidade do paciente.
O formulário de coleta de dados, utilizado durante a primeira fase do
processo de enfermagem (histórico) é definido por Horta (1979, p.41), como “um
roteiro sistematizado para o levantamento de dados do ser humano (significativos
para o enfermeiro) que tornam possível a identificação de seus problemas”. A
aplicação de um formulário sistematizado durante a entrevista de enfermagem
facilita e direciona o levantamento de problemas e necessidades dos pacientes.
Para a apresentação dos conteúdos na confecção do formulário em
questão (Apêndice D), foi utilizado como modelo conceitual o de Wanda Horta
adaptado por Rossi; Dalri (1993), por apresentar condições de avaliação das
necessidades humanas básicas do cliente. O referido formulário consta de
questões abertas e um check-list distribuídos em oito itens: Dados de
Identificação; Dados Clínicos / Internação; Percepção e Expectativas do Paciente;
Avaliação de Saúde baseada nas Necessidades Humanas Básicas; Grau de
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
87
dependência/hábitos de vida ; Outros achados; Dados Complementares
Importantes e Informações fornecidas por familiares.
Vale ressaltar que este formulário foi construído para ser utilizado em
pacientes com problemas de saúde clínico-cirúrgicos. No entanto, o mesmo
poderá ser adaptado para outras áreas como pediatria, psiquiatria e terapia
intensiva, de acordo com cada especificidade, como também poderá sofrer alguns
ajustes ao iniciar sua utilização na prática diária dos enfermeiros no HU/UFS.
Quanto a este aspecto, Carraro (2001), ressalta que o instrumento de coleta de
dados pode ser aperfeiçoado sempre que houver necessidade.
A ficha de prescrição de enfermagem consta de quatro itens: Data (no
mínimo, uma avaliação diária); Problemas de Enfermagem (necessidades
afetadas, queixas, sintomas, dentre outros problemas); Prescrição de
enfermagem (a enumeração dos cuidados prioritários ao paciente) e Aprazamento
(distribuição dos horários de execução dos cuidados prescritos).
5.2.5 Testagem do Formulário de Coleta de Dados e da Ficha de Prescrição de
enfermagem na Clínica Médica I
Inicialmente esta fase seria destinada à implementação de um plano
piloto na unidade de escolha. No entanto, devido à greve de servidores públicos
federais e docentes da UFS, o número de clientes admitidos no período desta
implementação foi reduzido para cerca de 30% do valor normal, impossibilitando o
desenvolvimento da mesma. Apesar das dificuldades operacionais, pôde-se
aplicar o processo de enfermagem, com a utilização dos instrumentos ora
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
88
confeccionados, a 10 clientes internados na Clínica Médica a título de testagem
dos mesmos.
O resultado deste processo apontou para a consideração de alguns
aspectos, tais como: registros incompletos; ausência de evolução de enfermagem
diária; não levantamento dos problemas de enfermagem do paciente e sim
apenas sinais e sintomas da patologia; prescrições de enfermagem inadequadas
e insuficientes; não cumprimento nem checagem das prescrições de enfermagem
pelo pessoal de enfermagem de nível médio.
Ainda neste momento foram feitas afirmações pelos técnicos e
auxiliares de enfermagem quanto à descrença da importância das prescrições de
enfermagem. Fatos como este sinalizaram a necessidade de uma capacitação de
toda equipe de enfermagem e não somente dos enfermeiros.
Nesta testagem foi observado, também, que o formulário necessitava
de acréscimo de informações, bem como de melhor adequação ao modelo, vez
que o mesmo, ao invés de estar direcionado para a captação das necessidades
humanas básicas afetadas, encontrava-se estruturado mais para a coleta de
informações bio-patológicas, numa distribuição céfalo-caudal, diferente da
proposta de assistência integral para a qual o mesmo tinha sido concebido.
Em vista disso, com a colaboração do grupo voluntário e docentes de
enfermagem, o formulário de coleta de dados foi revisto e submetido a validação.
Quanto à ficha de prescrição de enfermagem, não foram levantados
questionamentos nem dificuldades de utilização da mesma. Assim, este impresso
foi considerado satisfatório, não sendo direcionado para nova avaliação.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
89
5.3.6 Processo de validação do formulário de coleta de dados
Após a confecção do novo formulário, o mesmo foi submetido a um
processo de validação, o qual, segundo Polit; Hungler (1995, p.207) consiste no
“grau em que um instrumento mede aquilo que ele supõe estar medindo”.
Fazio apud Osinaga (1999, p.66), faz distinção entre construção e
validação de instrumentos, afirmando que “construção envolve informação sobre
o objeto, enquanto que validação refere-se à informação sobre o julgamento do
objeto.
O método de validação utilizado neste estudo baseou-se na validade de
conteúdo que, de acordo com Wood; Haber (2001, p.188), após o pesquisador
definir o conceito e formular suas dimensões, “as questões são submetidas a um
grupo de juízes considerados especialistas nesse conceito”.
Foram considerados juízes aqueles que atendessem a um ou mais dos
seguintes critérios: ser enfermeiro e ter participado do grupo voluntário do estudo
em questão, atuar na docência na área de enfermagem assistencial hospitalar;
e/ou ter experiência prática em enfermagem clínico-cirúrgica.
Participaram efetivamente da validação do formulário vinte enfermeiros
e docentes de enfermagem, tendo havido a participação de 100% do grupo
voluntário. Cada item do formulário foi avaliado seguindo seis critérios os quais
estão descritos como:
Conteúdo: diz respeito ao teor contido em cada item. É definido por Kury (2002,
p.260),como “assunto, matéria, tema de uma mensagem, de uma afirmação, de
uma publicação”.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
90
Adequação ao modelo proposto: refere-se à adaptação e à apropriação do
instrumento ao modelo conceitual de Horta adaptado por Rossi; Dalri (1993).
Aparência : critério atribuído ao aspecto, à forma e à exterioridade do formulário.
Clareza/compreensão: com este critério buscou-se estabelecer uma relação
entre a transparência, a perceptibilidade a compreensibilidade dos dados.
Objetividade: critério atribuído à observação da questão em si. Passível de
entendimento sem misturar idéias pessoais. Definido como ausência de opinião
preconcebida (KURY, 2002, p.749)
Eficiência / Consistência: este item reporta-se à produção de um efeito
desejado ou um bom resultado associado à realidade, veracidade e firmeza dos
dados.
Cada critério foi avaliado como: “Aprovado”, “Necessita de
Reformulação” ou “Inadequado”. Foi solicitado, ainda, aos juizes que a análise
fosse acompanhada das sugestões cabíveis à mesma.
Após a devolução dos instrumentos de validação pode-se apurar que
75% dos avaliadores aprovaram o formulário na sua totalidade. Os 25% restantes
avaliaram a maioria dos itens como “Necessita de Reformulação”, critério este
acompanhado sempre de sugestões relevantes.
Dentre as observações foi sugerido pelo grupo de juizes que :
Melhorasse a aparência (layout), uma vez que havia muitos dados
em um espaço considerado pequeno, o que tornou a aparência “poluída”;
Aumentasse os espaços destinados aos dados descritivos,
principalmente no item Percepção e Expectativas do cliente;
Adequasse o item Hábitos de Vida, inserindo alguns aspectos no item
Avaliação de Saúde de acordo com as necessidades relativas a cada hábito;
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
91
Acrescentasse dados de investigação no item Avaliação de Saúde;
Incluísse a Escala de Coma de Glasgow na avaliação do nível de
consciência;
Incluísse a avaliação mental no item das Necessidades de Percepção
Sensorial;
Relacionasse algumas características definidoras da NANDA,
principalmente nos itens referentes a Dor, Sexualidade e Necessidades
Psicoespirituais;
Revisasse repetição de dados;
Intensificasse os dados referentes às Necessidades Psicossociais;
Adicionasse novos itens destinados a: Observações Complementares
Importantes; Outros achados que possam não estar contemplados nos itens do
formulário, bem como um item para o registro de Informações fornecidas por
familiares do paciente.
As sugestões dos juizes e conseqüentes adequações foram
consideradas na sua maioria, levando em conta as reais condições e
características do Hospital Universitário. Sendo assim, o formulário em questão foi
considerado validado e adequado para utilização na implementação da SAE no
hospital estudado.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
92
CONSIDERAÇÕES FINAIS
“Qualidade no cuidar é um direito inalienável do
ser assistido e um dever de todos elementos que
compõem a equipe de saúde, em particular do
Enfermeiro.
SANTOS, M.L.D.
A realização
deste estudo possibilitou a construção do modelo assistencial
de enfermagem do Hospital Universitário / UFS, através da pesquisa-ação, onde
houve participação ativa da pesquisadora interagindo com o grupo de dez
enfermeiras formado voluntariamente para estudar e contribuir com a execução
da pesquisa. O referido estudo constou de duas fases: exploratória e plano de
ação.
Após a análise e discussão dos resultados da fase exploratória, podê-se
afirmar que a qualidade dos serviços prestados aos clientes pela equipe de
enfermagem necessita de ajustes, principalmente quanto ao real papel do
enfermeiro na unidade hospitalar. Através da avaliação da qualidade utilizando
um check-list baseado nos Padrões Mínimos de Enfermagem em Recuperação à
Saúde, preconizados pelo Ministério da Saúde, observou-se que houve um
predomínio no atendimento às necessidades terapêuticas e físicas.
Quanto às atividades dos enfermeiros na prática diária, destacaram-se o
tecnicismo e a administração do serviço.
No que se refere à formação acadêmica, 63% dos entrevistados
afirmaram ter estudado somente a teoria do processo de enfermagem e, não o
terem aplicado (ou aplicado superficialmente) na prática, enquanto que 18,5%
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
93
referem não ter estudado ou não lembram de ter sido abordado este assunto na
sua formação acadêmica.
A percepção que os participantes da pesquisa têm sobre enfermagem foi
relacionada com atendimento às necessidades humanas básicas e holismo,
sendo o cliente definido, principalmente, como o indivíduo que necessita de
cuidados.
Os principais problemas decorrentes da não utilização de uma assistência
sistematizada foram o comprometimento da qualidade da assistência, a
desorganização do serviço, o conflito de papéis, o desgaste de recursos humanos
e a desvalorização da categoria.
Os enfermeiros levantaram fatores restritivos à implementação da SAE no
HU, no entanto, estes puderam ser neutralizados na medida em que surgiram
outros fatores que facilitariam tal processo.
As razões e vantagens desta sistematização citadas pelo grupo foram
agrupadas em quatro categorias: o fato do HU ser um hospital-escola, a SAE
servir para organização do serviço e para a melhoria da qualidade da assistência,
bem como contribuir para o reconhecimento e valorização profissional do
enfermeiro.
O modelo assistencial discutido e construído pela pesquisadora e grupo
voluntário baseou-se em quatro teorias de enfermagem, tendo como alicerce a
de Wanda Horta. O modelo conceitual utilizado na construção do formulário de
coleta de dados foi o de Horta adaptado por Rossi; Dalri (1993), o qual, está
fundamentado no atendimento das necessidades humanas básicas do cliente.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
94
Após ter sido testado em uma unidade piloto, o referido formulário foi
submetido a validação do conteúdo, o qual sofreu algumas adequações sugeridas
pelo grupo de avaliadores.
Conforme previsto na metodologia, os passos referentes aos itens 7 a 10
elaborados no plano de ação, serão operacionalizados na continuidade da
implementação propriamente dita, e desde já, pode-se apontar para algumas
necessidades e procedimentos para a efetiva Sistematização da Assistência de
Enfermagem no HU/UFS:
Treinamento do pessoal de enfermagem de nível médio: existe em
andamento um projeto de pesquisa, a nível de Mestrado, de uma das enfermeiras
participantes do grupo voluntário sobre a capacitação destes profissionais para a
SAE.
Implantação do modelo como teste piloto em uma unidade de internação:
é nesta fase que ocorrerá a operacionalização do modelo assistencial, em caráter
experimental, através da aplicação deste em uma unidade de internamento do
referido hospital
.
Avaliação e Implementação do modelo no HU/UFS: Para o tratamento
dos resultados, será formulado, posteriormente, um outro check-list, que servirá
de instrumento comparativo com os dados deste estudo, o qual antecedeu à
implementação da ação. Após avaliação do teste piloto e possíveis adequações, o
modelo proposto será implementado em todo o HU/UFS, devendo, no entanto,
fazer pequenos ajustes no formulário de coleta de dados de acordo com as
especificidades de cada setor/serviço.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
95
Os resultados apontam, ainda, para a necessidade de adequações quanto
às metodologias de ensino teórico-prático na enfermagem, sendo pertinente a
adoção de uma metodologia assistencial com embasamento científico.
A escolha pela pesquisa-ação foi de grande relevância, vez que esta
estratégia de pesquisa proporcionou uma integração pesquisadora-enfermeiro
capaz de romper barreiras, tornando possível o alcance dos objetivos deste
estudo.
Espera-se que o modelo construído não seja apenas um estudo teórico,
mas sim uma prática na assistência de enfermagem no Hospital Universitário.
Que alunos, docentes e enfermeiros utilizem o formulário de coleta de dados
como meio de cuidar do paciente de forma individualizada, humana, científica e
ética.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
96
6 REFERÊNCIAS
ALFARO-LEFEVRE, R. Aplicação do Processo de Enfermagem. Um guia
Passo a Passo. 4.ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
ALMEIDA, M.C.P.de ; ROCHA, J.S.Y. O Saber de Enfermagem e sua dimensão
prática. São Paulo: Cortez, 1986.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.
BECK, C. L. C. Sofrimento e esperança: vivências com familiares de pacientes
internados em UTI. In: GONZALES, R.M.B; BECK, C.L.C; DENARDIN, M. de L.
Cenários de cuidado. Aplicação de Teorias de Enfermagem. Santa Maria:
Palloti, 1999, p63-157.
BRASIL, Padrões Mínimos de Assistência de Enfermagem em Recuperação
da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde.Organização Pan-Americana da Saúde.
1978.
BUENO, F.M.G; QUEIROZ, M. de S. A Construção da Autonomia Profissional:
o trabalho do enfermeiro no contexto hospitalar. Disponível em<
http://www.espacorealmedico.com.br/informacoes/artigos/geral/artigos/tpl_artigo_
unicamp_0008_log.shtm> Acesso em: 23/02/2004.
CALDAS, P.N. Planejamento Assistencial de Enfermagem. In: SANTOS, I. et al.
Enfermagem Fundamental: Realidade, Questões e Soluções. São Paulo:
Atheneu, 2002 – (Série Atualização em Enfermagem. v.1).
CARRARO, T. E. Da metodologia da assistência de enfermagem: sua elaboração
e implementação na prática. In: WESTPHALEN, M. E. A.; CARRARO, T. E.
Metodologias para a assistência de Enfermagem: teorizações, modelos e
subsídios para a prática. Goiânia: AB, 2001, p.17-27.
CHIAVENATTO, I. Gerenciando pessoas: o passo decisivo para a
administração participativa. São Paulo: Makron Books, 1992, 236p.
CHIZZOTTI,A. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. 5. ed. São Paulo:
Cortez, 2001, p.51-104.
COLLIÈRE, M. F. Promover a Vida. Lisboa: Sindicato dos Enfermeiros
Portugueses, 1989, 385p.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM.Código de Ética dos Profissionais
de Enfermagem. Rio de Janeiro: Gráfica COFEN, 2000.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
97
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução COFEN 272/2002.
Disponível em <http://
www.portalcofen.gov.br/> Acesso em: 13/07/2001.
DANIEL, L. F. A Enfermagem Planejada. 3. ed. São Paulo: E.P.U., 1981.
DEIENNO, S. R. R. Atuação do Enfermeiro em unidade de internação:
enfoque sobre as atividades administrativas burocráticas e não-
burocráticas. 1993, 89f. Dissertação (Mestrado). Escola de Enfermagem de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. São Paulo, 1993.
DELL’ACQUA, M.C.Q.; MIYADAHIRA, A. M. Processo de enfermagem: fatores
que dificultam e os que facilitam o ensino.Rev. Esc. Enf. USP, v. 34, n.4, p.383-9,
dez.2000.
DOMENICO, E.B.L. et al. Revelando as ações da prática e o ideal profissional do
enfermeiro: subsídios para a implantação da SAE. Acta Paul Enf, São Paulo,
v.13, Número Especial, Parte II, p. 53-57, 2000.
DU GAS, B. W. et. al, Enfermagem Prática. 4ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1988, 580 p.
FAVERI, F. de; FERNANDES, M. S. Função administrativa do enfermeiro:
administração da assistência ou administração do serviço? Rev. Enfermagem
Atual, a. 3, n. 18, p. 32-6, nov./ dez., 2003.
FELISBINO, J. E. Processo de Enfermagem na UTI: uma proposta
metodológica. São Paulo: EPU, 1994. 93 p.
FERREIRA, L.M.N.A. Sistematização da assistência de enfermagem -
Importância para a profissão e responsabilidade no preparo do enfermeiro. Acta
Paul Enf, São Paulo, v. 3, n.3, p. 79-84, 1990.
FIGUEIREDO, N. M. A. de. Uma Perspectiva do Cuidar em Enfermagem
Considerando a Estética, Ecosofia e Autopoiese. In: SANTOS, I. et al.
Enfermagem Fundamental: Realidade, Questões e Soluções. São Paulo:
Atheneu, 2002 – (Série Atualização em Enfermagem. v.1).
GALDEANO, L.E; ROSSSI, L.A. Construção e validação de um instrumento de
coleta de dados para o período peri-operatório de cirurgia cardíaca.
Disponível em < htttp://www.eerp.usp.br/rlaenf> Acesso em: 28/10/2004
GEORGE, J.B. et. al. Teorias de Enfermagem: os fundamentos à Prática
Profissional. 4.ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000, 375p
.
GIL, A.C. Como elaborar Projetos de Pesquisa. 3.ed., São Paulo: Atlas, 1991.
GONZALES, R.M.B. A autopercepção – um trajeto vivenciado por enfermeiras. In:
GONZALES, R.M.B; BECK, C.L.C; DENARDIN, M. de L. Cenários de cuidado.
Aplicação de Teorias de Enfermagem. Santa Maria: Palloti, 1999, p.15-60.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
98
HORA, E.C. et al. O Retrato de um Hospital Universitário. Relatório (Estágio
do curso de gerência em Unidade Hospitalar) Núcleo de Pós-graduação em
Enfermagem, Universidade Federal de Sergipe, 1998.
HORTA, W. de A. Processo de Enfermagem. São Paulo: EPU, 1979, 99p.
IYER, P. W.; TAPITCH, B. J.; BERNOCCHI-LOSEY, D
.
Processo e Diagnóstico
de Enfermagem
.
Porto Alegre: Artes Médicas,1993. 325 p.
KRON, T. ; GRAY. A. Administração dos Cuidados de Enfermagem ao
paciente: colocando em ação as habilidades de liderança. Rio de Janeiro:
Interlivros, 1994, 302p.
KURGANT, P. et al. Administração em Enfermagem.São Paulo: EPU, 1991.
KURY, A.G. Mini Dicionário da língua Portuguesa.São Paulo: FTD, 2002.
1184p.
LEOPARDI, M.T. Teorias em Enfermagem: instrumentos para a prática.
Florianópolis: Papa-Livros, 1999, 228p.
LEOPARDI, M.T. et al. O significado da assistência de enfermagem no resultado
da assistência à saúde. Rev. Bras. Enf., Brasília, v.45, n. 4, p.249-258, out/dez,
1992.
MARQUES, G. S. et. al. Qualidade da assistência de enfermagem: análise
prospectiva do desempenho da equipe. Rev. de Enfermagem. Rio de Janeiro, v.
2, n. 2, p. 171-182, out./1994.
MARQUIS, B.L. ; HUSTON, C.J. Administração e Liderança em Enfermagem:
teoria e aplicação. 2.ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2002, 557p.
MELLEIRO, M. M. et. al. A Evolução do sistema de assistência de enfermagem no
Hospital Universitário da Universidade de São Paulo: uma história de 20 anos.
In:CIANCIARULLO, D.I, GUALDA, D.M.R.; MELLEIRO, M.M.; ANABUKI, M.H.
Sistema de Assistência de Enfermagem: evolução e tendências. São Paulo:
Ícone, 2001, 109-130.
MEZOMO, J.B. Gestão da Qualidade na Saúde: princípios básicos. Barueri:
Manole, 2001, 301p.
MONETTA, L. A viabilidade do consultório de Enfermagem. Nursing Revista
Técnica de Enfermagem. Barueri (SP): F&B, n. 45, p. 12-13, fev./2002.
MOTA, P. R. Transformação Organizacional: a teoria e a prática de inovar.
Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999, 224p.
NANDA, Diagnósticos de Enfermagem da NANDA Definições e
Classificação – 2001-2002.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
99
OSINAGA,V.L.M. Saúde e Doença mental: conceitos e assistência segundo
portadores, familiares e profissionais, 1999, 161f. Dissertação (Mestrado).
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. São Paulo,
1999.
PHANEUF, M. Planificação de Cuidados: um sistema integrado e
personalizado. Coimbra: Quarteto, 2001.
PIMENTEL, D.; VIEIRA, M. J. Pulsão, Trabalho e Stress. Estudos de
Psicanálise. Belo Horizonte
, n. 26, p. 41-50, out./2003.
POLIT, D.F.; HUNGLER, B.P. Fundamentos de Pesquisa em Enfermagem.
3.ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
POTTER, P. A.; PERRY, A.G. Grande Tratado de Enfermagem Prática: clínica
e prática hospitalar. 3 ed. São Paulo: Ed. Santos, 2002.
REIS, E. A. A.; SIMÕES, R. O. Terra à vista o prontuário como porto seguro na
avaliação do cuidado de enfermagem. In: BORK, A. M. T. Enfermagem de
Excelência: da visão à ação. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
RODRIGUES, M. S. P.; LEOPARDI, M.T. O Método de Análise de Conteúdo.
Fortaleza: Fundação Cearence de Pesquisa e Cultura, 1999.
ROSSI, L.A., CASAGRANDE, L.D.R. Processo de enfermagem: a ideologia da
rotina e a utopia do cuidado individualizado. In:CIANCIARULLO, D.I.; GUALDA,
D.M.R.; MELLEIRO, M.M.; ANABUKI, M.H,. Sistema de Assistência de
Enfermagem: evolução e tendências. São Paulo: Ícone, 2001, 41-62.
ROSSI, L.A.; DALRI, M.C.B. Processo de enfermagem numa unidade de
queimados: análise e proposta de reformulação segundo o modelo conceitual de
Horta e Taxonomia I dos diagnósticos da NANDA. Rev. Esc. Enf. USP., v.27, n3,
p.328-54, dez.1993.
SANTOS, M.L.D. dos. Avaliação da Qualidade da Assistência de Enfermagem
em Hospitais gerais de Salvador, 1994, 213 f. Dissertação (Mestrado em
Enfermagem) Escola de enfermagem da Universidade Federal da Bahia, Salvador
1994.
SILVA, A.G.I. da. Satisfação do Usuário e a qualidade da assistência de
Enfermagem. Belém: Imprensa Oficial do Estado, 1999, 93p.
SILVA, A.G.I. da. Ensinando e Cuidando com o Processo Diagnóstico em
Enfermagem. Belém: Smith Produções Gráficas, 2001,131p.
SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 9.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 3-65.
SOUZA, M. F. As teorias de Enfermagem e sua influência nos processos
cuidativos. In: CIANCIARULLO, D.I.; GUALDA, D.M.R.; MELLEIRO, M.M.;
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
100
ANABUKI, M.H. Sistema de Assistência de Enfermagem: evolução e
tendências. São Paulo: Ícone, 2001, p.29-39.
TIMBY, B. K. Conceitos e Habilidades Fundamentais no Atendimento de
Enfermagem. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.
THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa-ação. 11.ed. São Paulo: Cortez,
2002, 107p.
VIEIRA, M. J. Imagem cultural e motivação na escolha da Enfermagem.
Aracaju: Editora da UFS/ Fundação Oviêdo Teixeira, 2002.
WOOD, G.L.; HABER, J. Pesquisa em Enfermagem: métodos, avaliação
crítica e utilização. 4.ed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
ZANON, U. Qualidade da Assistência Médico-Hospitalar. Conceito, Avaliação
e Discussão dos Indicadores de Qualidade. Rio de Janeiro: Medsi, 2001, 205p.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
101
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
102
APÊNDICE A
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA
PESQUISA: CONSTRUÇÃO DO MODELO ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM
DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO / UFS – PROPOSTA E AÇÃO.
AUTORA: Profª. Esp. JOSEILZE SANTOS DE ANDRADE
ORIENTADORA: Profª. Drª MARIA JÉSIA VIEIRA
CHECK-LIST
PADRÃO I - NECESSIDADES FÍSICAS
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO SIM NÃO
PARCIAL OBSERVAÇÃO
O CLIENTE E/OU FAMILIARES SÃO ORIENTADOS QUANTO ÀS
NECESSIDADES DE ALIMENTAÇÃO,HIGIENE E ELIMINAÇÃO.
CLIENTE E FAMILIARES ESTÃO ENVOLVIDOS NO PLANO DE
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM.
CLIENTE SEM CONDIÇÕES DE MOBILIDADE ESTÁ LIVRE DE
ESCARAS DE DECÚBITO.
O CLIENTE ESTÁ HIGIENIZADO.
O CONTROLE DE INGESTÃO E ELIMINAÇÃO DE LÍQUIDOS É FEITO
E REGISTRADO CONFORME A ROTINA ESTAbELECIDA.
O CLIENTE INCAPACITADO É AUXILIADO NA ALIMENTAÇÃO
O CLIENTE ENCAMINHADO PARA CIRURGIAS E/OU EXAMES
PERMANECE EM JEJUM.
BAIXA OCORRÊNCIA DE ACIDENTES.
O ÍNDICE DE INFECÇÕES HOSPITALARES ESTÁ DENTRO DO LIMITE
ACEITÁVEL DE 5%.
O CLIENTE COM DRENOS E SONDAS ESTÁ LIVRE DE IRRITAÇÕES
LOCAIS, OBSTRUÇÕES E INFECÇÕES.
O CLIENTE COM ALTA RECEBE O PLANO POR ESCRITO E A
RESPECTIVA ORIENTAÇÃO.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
103
PADRÃO II - NECESSIDADES TERAPÊUTICAS
PADRÃO III - NECESSIDADES PSICOSSOCIAIS
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO SIM NÃO
PARCIAL OBSERVAÇÃO
NA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA SÃO OBSERVADOS PRINCÍPIOS
CIENTÍFICOS.
O CLIENTE ESTÁ DEVIDAMENTE IDENTIFICADO DENTRO DO
SISTEMA DE REFERÊNCIA
ALTERAÇÕES E OCORRÊNCIAS RELATIVAS AO CLIENTE SÃO
ANOTADAS NO SISTEMA DE REFERÊNCIA.
NO PLANO DE ASSISTÊNCIA ESTÃO ESPECIFICADAS AS
NECESSIDADES TERAPÊUTICAS DO CLIENTE E AS MUDANÇAS QUE
PODEM SER INTRODUZIDAS NO DECORRER DO TRATAMENTO.
A MEDICAÇÃO E O TRATAMENTO EXECUTADOS SÃO CHECADOS E
ANOTADOS.
AS DECISÕES TOMADAS PELA EQUIPE FUNDAMENTAM-SE EM
CONHECIMENTO PRÉVIO DOS FATOS.
A ASSISTÊNCIA É PRESTADA SEGUNDO TÉCNICAS
ESTABELECIDAS.
AS PRESCRIÇÕES MÉDICAS E DE ENFERMAGEM SÃO CUMPRIDAS.
A CONSERVAÇÃO E A APLICAÇÃO DOS MEDICAMENTOS E
BIOLÓGICOS SÃO FEITAS DE ACORDO COM AS NORMAS
ESTABELECIDAS.
O CLIENTE ESTÁ ORIENTADO SOBRE COMO TOMAR OS
MEDICAMENTOS PRESCRITOS E COMO CUIDAR-SE.
CADA PROFISSIONAL DA EQUIPE EXECUTA AS TAREFAS DE SUA
COMPETÊNCIA.
HÁ CONTINUIDADE DAS AÇÕES TERAPÊUTICAS EM TODOS OS
TURNOS.
DECISÕES SÃO TOMADAS EM FUNÇÃO DOS SINAIS VERIFICADOS E
SINTOMAS OBSERVADOS NO CLIENTE
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO SIM NÃO
PARCIAL OBSERVAÇÃO
O CLIENTE É IDENTIFICADO PELO SEU PLANO.
O CLIENTE E FAMILIARES ESTÃO ORIENTADOS QUANTO AO TIPO
DE TRATAMENTO A SER REALIZADO.
O CLIENTE É APRESENTADO AOS SEUS COMPANHEIROS DE
QUARTO E AO PESSOAL QUE MAIS DIRETAMENTE VAI
PARTICIPAR NA SUA ASSISTÊNCIA.
O CLIENTE ESTÁ INFORMADO QUANTO ÀS NORMAS DA
INSTITUIÇÃO.
O CLIENTE, FAMILIARES E AMIGOS, TÊM FACILIDADE PARA
COMUNICAR-SE.
O CLIENTE É ASSISTIDO EM SUAS NECESSIDADES
IDENTIFICADAS, DE ACORDO COM AS CARACTERÍSTICAS
INDIVIDUAIS.
O CLIENTE RECEBE ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL DE ACORDO COM
A SUA RELIGIÃO.
O CLIENTE É ENVOLVIDO EM ATIVIDADES RECREATIVAS.
O CLIENTE COM DOENÇA CRÔNICA ESTÁ ORIENTADO SOBRE
COMO CUIDAR DE SI MESMO..
O CLIENTE E FAMILIARES ESTÃO ORIENTADOS PARA
UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS DE SAÚDE E OUTROS DISPONÍVEIS
NA COMUNIDADE.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
104
PADRÃO IV - NECESSIDADES DE REABILITAÇÃO
PADRÃO V - NECESSIDADES AMBIENTAIS
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO SIM NÃO
PARCIAL OBSERVAÇÃO
A FAMÍLIA ESTÁ ORIENTADA QUANTO AO TRATAMENTO DO
CLIENTE.
O CLIENTE ´E A FAMÍLIA RÊM CONHECIMENTOS E DESTREZAS
NECESSÁRIAS À REABILITAÇÃO.
O PLANO DE CUIDADOS DO CLIENTE INCLUI MEDIDAS
PETINENTES À PREVENÇÃO DE INCAPACIDADES.
A ENFERMAGEM CONHECE OS RECURSOS PARA REABILITAÇÃO
EXISTENTES NO SERVIÇO E NA COMUNIDADE E SABE COMO
UTILIZÁ-LOS.
O CLIENTE DIABÉTICO SABE REALIZAR OS TESTES DE
GLICOSÚRIA E APLICAR A INSULINA INDICADA.
O CLIENTE HIPERTENSO ESTÁ ORIENTADO E REALIZA
CONTROLE PERIÓDICO DA TENSÃO ARTERIAL E OBSERVA
DIETA INDICADA.
O CLIENTE COM PNEUMONIA FAZ EXERCÍCIOS RESPIRAT[ORIOS
DE ACORDO COM A ORIENTAÇÃO DADA.
AS NECESSIDADES DE REABILITAÇÃO DO CLIENTE E AS
MEDIDAS PARA SATISFAZÊ-LAS ESTÃO ESPECIFICADAS NO
PLANO DE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM.
O CLIENTE SABE COMO UTILIZAR OS APARELHOS INDICADOS
NA CORREÇÃO DA INCAPACIDADE.
O CLIENTE COLOSTOMIZADO E SUA FAMÍLIA SABEM EXECUTAR
OS CUIDADOS INDICADOS NO USO DA BOLSA DE COLOSTOMIA.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO SIM NÃO
PARCIAL OBSERVAÇÃO
O AMBIENTE DO CLIENTE ESTÁ SEMPRE HIGIENIZADO.
EXISTEM MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA CORRENTES DE AR
PARA DIMINUIÇÃO DOS RUÍDOS.
OS EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES ESTÃO EM PERFEITO
FUNCIONAMENTO.
O CLIENTE, A FAMÍLIA E O PESSOAL DE ENFERMAGEM ESTÃO
ORIENTADOS SOBRE COMO PROCEDER EM CASO DE
ISOLAMENTO HOSPITALAR OU DOMICILIAR.
O PESSOAL DE ENFERMAGEM E DE APOIO É SUBMETIDO A
EXAMES PERIÓDICOS DA SAÚDE.
O CLIENTE E A FAMÍLIAESTÃO ORIENTADOS SOBRE MEDIDAS
PREVENTIVAS CONTRA AGRESSÕES DO MEIO.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
105
APÊNDICE B
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA
PESQUISA: CONSTRUÇÃO DO MODELO ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM
DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO / UFS – PROPOSTA E AÇÃO.
AUTORA: Profª. Esp. JOSEILZE SANTOS DE ANDRADE
ORIENTADORA: Profª. Drª MARIA JÉSIA VIEIRA
Identificação:
Nome:
Setor/ Unidade
Tempo de formação:
Turno de trabalho:
Escola de formação:
Questões:
1) Qual sua percepção sobre assistência de enfermagem?
2) E sobre cliente / paciente?
3) Que atividades de enfermagem exerce durante sua prática diária?
4) Durante sua formação acadêmica, houve conhecimento e aplicação do
processo de enfermagem nas aulas práticas? Caso afirmativo, em que
disciplinas?
5) Considera necessário e importante a sistematização da assistência de
enfermagem no Hospital Universitário (HU/UFS)? Justifique.
6) Na sua percepção, quais os problemas decorrentes da não utilização de um
modelo estruturado?
7) Na sua percepção, quais as vantagens que a implementação de um modelo
de assistência poderá oferecer para a enfermagem no HU/UFS?
8) Quais os fatores limitantes para a implementação e operacionalização do
planejamento da assistência de enfermagem neste hospital?
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
106
APÊNDICE C
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA
PESQUISA: CONSTRUÇÃO DO MODELO ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM
DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO / UFS – PROPOSTA E AÇÃO.
AUTORA: Profª. JOSEILZE SANTOS DE ANDRADE
ORIENTADORA: Profª. Drª MARIA JÉSIA VIEIRA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu,__________________________________________________________,RG
______________, declaro estar ciente da pesquisa sob o título CONSTRUÇÃO
DO MODELO ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO/ UFS: PROPOSTA E AÇÃO, a qual objetiva construir um
modelo de assistência de enfermagem a ser implementado no Hospital
Universitário (HU/UFS); realizar um diagnóstico situacional centrado na qualidade
da assistência de enfermagem e na percepção dos enfermeiros em relação à
Sistematização da Assistência no HU/UFS;desenvolver um plano de ação para
implementar o modelo.
Estou ciente de que tenho direito a esclarecimentos a qualquer
momento em que os mesmos se fizerem necessários, que tenho plena liberdade
de recusar a participar desta pesquisa, ou, mesmo tendo aceitado e assinado este
termo, de excluir meu consentimento, no todo ou em parte dos dados em
qualquer fase do processo, sem que disso resulte algum prejuízo, e que os dados
são confidenciais e serão mantidos em sigilo , conforme assegura a Resolução
n° 196, de 10 de outubro de 1996/CONEP.
Declaro consentir livremente em participar da pesquisa e permito
que a pesquisadora utilize os resultados da análise da entrevista, inclusive para
publicação.
Aracaju/SE, _____ de _____________ de ______.
__________________________________
Sujeito da Pesquisa
_________________________________
Joseilze Santos de Andrade (Pesquisadora)
9971-4443 (Fone)
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
107
APÊNDICE D
FORMULÁRIO DE COLETA DE DADOS
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome: Reg. D.N. ____/____/_____
Idade:
Sexo: Fem Mas
Estado Civil: Etnia
Ocupação Escolaridade Naturalidade Religião
Endereço Procedência
II– DADOS CLÍNICOS / INTERNAÇÃO
CLÍNICA: ENFERMARIA: LEITO:
Data de admissão: / / às ________h
Diagnóstico Médico:
Motivo da Internação:
Antecedentes Patológicos:
Patologias Atuais:
Antecedentes Familiares:
Cirurgias realizadas:
Fez uso de Hemoterápicos ?: Sim Não
Qual ? Tempo:
Alergias/Imunização:
Uso de Próteses/ Aparelhos:
Uso de Medicamentos (nome da droga, dosagem, via e freqüência e automedicação):
III – PERCEPÇÃO E EXPECTATIVAS DO PACIENTE
Quanto à doença e hospitalização:
Dúvidas / Questionamentos do paciente:
Queixas:
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
108
IV– AVALIAÇÃO DE SAÚDE NECESSIDADES PSICOBIOLÓGICAS
1. Necessidades de Oxigenação / Respiração
FR mov / min
Regular
Irregular
Dispnéia
Taquipnéia
Bradipnéia
Kussmaul
Cheyne-stokes
Epistaxe
Obstrução Nasal
Lesão mucosa
Enfisema
subcutâneo
Tiragem intercostal
Coriza
Tosse:
Freqüente
Noturna
Esporádica
Seca
Produtiva
Aspecto da
secreção:___________
Cateter O2 __l/min
Máscara de Venturi
Traqueostomia
nº ____ tempo:______
Vent. mecânica
Sat. O2 ______%
Inspeção torácica:
Normal Barril
Peito de pombo
Funil Lordose
Cifose
Escoliose
Palpação:
Expansibilidade:
Simetria
Assimetria unilateral
Assimetria bilateral
Ausculta pulmonar:
Murmúrio vesicular
Sons broncovesiculares
Roncos Estertores
Sibilos
Localizar:___________________________
Necessidade de aspiração
2. Necessidades de Circulação
PA: mmHg
FC: bat/min
P: bpm
Tipo:
Gânglios
Palpáveis
Dolorosos
Palidez
Cianose
Localizar:_________
Rede Venosa
visíveis e palpáveis
sem condições de
acesso periférico
Flebite
Infiltração
Localizar:_________
Enchimento capilar:
≤ 3 seg ≥ 3 seg
Varizes
Edema
Localizar:________
________________
Infusão venosa: ___ml/24h
Cateter periférico
Cateter Central
Dissecção venosa
Local e data de instalação:
_____________________
Sinais flogísticos
Quais e
local:__________________
Tempo:________________
Ausculta cardíaca: Bulhas Normofonéticas Bulhas Hipofonéticas Bulhas Hiperfonéticas
Arrítmico Rítmico Extra-sístoles Queixa-se de Palpitações Queixa-se de
precordialgia
3. Necessidade de Termorregulação 4. Necessidade de Higiene
T= °C Pele quente Pele fria
Sudorese Calafrio
Piloereção
Corporal: Satisfatória
Necessita de:
Higiene íntima
Banho de aspersão
Banho no leito
Horário preferido:_________
Cabelos:
Pediculose Seborréia
Alopecia quebradiços
Oral:
Halitose
Língua saburrosa
Cárie
Ressecamento / Fissura
labial
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
109
5. Necessidade de Integridade Tecidual 6. Sono e Repouso
Pele: Turgor presente Turgor diminuído
Equimose Hematoma Icterícia
Descorada
Hidratada Desidratada Prurido Hiperemia
Nódulo Descamação Perda de sensibilidade
Localizar alteração: ____________________________
Lesões: Pé Diabético Escoriação deiscência
Úlcera de pressão Estágio: Local:
Queimadura Grau: Local:
Ferida cirúrgica: limpa contaminada
Horário preferido__________________
Período de sono _________ h/dia
sonambulismo
Não consegue dormir em ambiente:
claro escuro
silencioso
com barulho
7. Necessidades de Percepção Sensorial
Estado mental:
Agressivo
Episódio de delírio
Confuso Agitado
Apático Sonolento
Reflexos presentes:
Palpebral Pupilar
Plantar Sinal de Babinski
Acuidades prejudicadas:
Visual Auditiva Olfativa
Tátil gustativa
Descrever o tipo da distorção:
Localização
Duração
Dor:
Sem Dor
Dor de Intensidade:
0 ______________10
Sinais físicos:
Inquietação Expressão
facial Defensividade
PA ↑ Pulso ↑
Respiração ↑
Descrição:
Fatores agravantes:
Fatores aliviantes:
Avaliação da Consciência: Escala de Coma de Glasgow 13 a 15 9 a 12 3 a 8
Abertura ocular: (registre
“F” em caso de olhos
fechados por edema)
Melhor Resposta motora (registre
a melhor resposta no membro
superior)
Melhor Resposta verbal
(registre “E” caso tenha sido
colocada uma Sonda
endotraqueal, “T” no caso de
traqueostomia)
Espontânea (4)
Estímulo verbal (3)
Dor (2)
Nenhuma resposta (1)
Obedece a comando verbal (6)
Localiza a dor (5)
flexão retirada (4)
Flexão anormal – rigidez da
decorticação (3)
Extensão anormal – rigidez da
descerebração (2)
Nenhuma resposta (1)
Orientado – conversação
apropriada, diz onde está,
quem é, o mês e o ano (5)
Conversação confusa (4)
Fala inadequada (3)
Sons incompreensíveis (2)
Nenhuma resposta (1)
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
110
8. Necessidades de Nutrição/Hidratação
Peso: Kg
Altura m
IMC
Perda de peso
Aumento de peso
Dificuldade de deglutir
Dificuldade de mastigar
Sangramento gengival
Ausência de dentes
Náuseas Vômitos
Azia
SNE SNG
Instalada em: ___/___/___
BH positivo
BH negativo
Ingesta hídrica habitual _____ml /24h
Restrição hídrica de ________ml/24h
Sem Restrição hídrica
Restrição alimentar para__________
Hábitos alimentares_______________
_______________________________
9. Necessidades de Eliminação
Intestinal Urinária
Freqüência normal de
evacuação:____dias
Última evacuação: / /
Esforço p/ evacuar
Fezes formadas
Fezes Pastosas
Constipação Diarréia
Características:_____________
Tempo:___________________
Incontinência fecal
Sangramento Retal
Hemorróidas
Prurido anal
Flatos
Abdome
Inspeção
Plano Retraído Globoso
Ausculta Sons intestinais:
Presentes Ausentes
Diminuídos Hiperativos
Percussão
Som Maciço
Som Timpânico
Localizar:_________________
Palpação
Normotenso
Tenso Flácido
Sinal de Murphy (+)
Sinal de Blumberg (+)
Diurese límpida e clara
Diurese concentrada
Presença de Sedimentos
Hematúria Piúria
Colúria Disúria
Urgência Urinária
Incontinência Urinária
Retenção
Oligúria ____ml/h
Poliúria ____ml/h
Polaciúria
Anúria Tempo ____hs
SVD Instalada em:
___/___/___ às ____hs
Irrigação Vesical
com______desde_______
10. Necessidade de Sexualidade
Parceiro fixo
Conflito com a preferência sexual
Freqüência da atividade sexual _________
Data da ú
ltima menstruação ____________
Dor/desconforto na relação sexual
Uso de método contraceptivo Sim Não
Qual?__________________
Mamas: Simétricas Assimétricas
Secreção Serosa
Secreção Purulenta Nódulos
Local e características______________________
Genitália: Sem anormalidades Secreção
Prurido Odor fétido Sangramento Lesão
Hiperemia Edema
Local e características______________________
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
111
V– AVALIAÇÃO DE SAÚDE NECESSIDADES PSICOSSOCIAIS
1. Necessidades
de Segurança
2. Necessidades de
Comunicação
3. Necessidades de
Interação Social
4. Necessidades de
Lazer/Recreação
Calmo
Ansioso
Retraído
Com medo
Agressivo
verbaliza
comunica-
se por gesto
disartria disfasia
afonia
comunica-
se por escrita
fala com coerência
deprimido
interage com outros
pacientes
interage com a equipe
de saúde
recebe visitas
participa de
atividades
TV Rádio
Leituras
Especificar:_________
___________________
VI – AVALIAÇÃO DE SAÚDE NECESSIDADES PSICOESPIRITUAIS
1. Necessidades Psicoespirituais
Crença religiosa:
Busca assistência espiritual na internação
Especificar__________________________
Distúrbios do sono Ansiedade
Baixa auto-estima Estresse
Demonstra preocupação com a morte
Choro Raiva
VII – Grau de Dependência/Hábitos de Vida
Grau de Dependência:
Independente Parcialmente dependente Dependente para:_________________________
Uso de drogas ilícitas Tabagismo/ Etilismo
etilista ___________________
tabagista___________________
Descrever tipo, tempo e quantidade
Tipo_____________________________
Freqüência________________________
Tempo___________________________
Quantidade________________________
VIII–OUTROS ACHADOS
IX - DADOS COMPLEMENTARES
IMPORTANTES (dados laboratoriais,
radiológicos, outros exames relevantes)
X - INFORMAÇÕES
FORNECIDAS PELOS
FAMILIARES
Data: ___/___/___ Enfº/ COREN
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
112
APÊNDICE E
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA
PESQUISA: CONSTRUÇÃO DO MODELO ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM
DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO / UFS – PROPOSTA E AÇÃO.
AUTORA: Profª. Esp. JOSEILZE SANTOS DE ANDRADE
ORIENTADORA: Profª. Drª MARIA JÉSIA VIEIRA
PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM
CLÍNICA: ____________ ENFERMARIA:___________ LEITO:__________
NOME:______________________________________REG.______________
DATA PROBLEMAS DE
ENFERMAGEM
PRESCRIÇÃO DE
ENFERMAGEM
APRAZAMENTO
_____________________________________________
Enfermeiro / COREN
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
113
APÊNDICE F
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA
PESQUISA: CONSTRUÇÃO DO MODELO ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM
DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO / UFS – PROPOSTA E AÇÃO.
AUTORA: Profª. Esp. JOSEILZE SANTOS DE ANDRADE
ORIENTADORA: Profª. Drª MARIA JÉSIA VIEIRA
Instrumento de Validação do Formulário de Coleta Dados referente ao
Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário
A fim de atender a um dos objetivos do projeto de pesquisa intitulado
“Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário:
Proposta e Ação” foI construído um Formulário de Coleta de Dados (Histórico de
Enfermagem), o qual necessita ser apreciado e analisado por profissionais
qualificados. Para tanto, contamos com a sua valiosa contribuição. Devido à sua
atuação prática na área da docência em enfermagem e/ou sua experiência em
enfermagem clínica, você foi escolhido (a) para participar dessa etapa do estudo
em questão .
O referido formulário se utilizado na fase de levantamento de dados,
onde o enfermeiro / aluno de enfermagem irá coletar , sistematicamente, as
informações relacionadas aos pacientes e seus problemas de enfermagem (ou
características definidoras) e, a partir daí, identificar os principais diagnósticos de
enfermagem e realizar a prescrição dos cuidados.
As teorias que melhor se adequaram à percepção que os enfermeiros têm
sobre o cliente assistido no HU/UFS foram as de Hildegard E. Peplau, para
fundamentar os aspectos de relacionamento interpessoal; Madeleine M.
Leininger, para fundamentar a necessidade de considerar os aspectos culturais;
Myra Estrin Levine, para dar ênfase ao cuidado holístico; Maslow para respaldar a
importância do atendimento às necessidades do paciente e Horta como
parâmetro básico a ser seguido na sistematização propriamente dita. Vale
ressaltar que o modelo conceitual utilizado na construção do Formulário em
questão foi o de Horta adaptado por Rossi; Dalri (1993).
Este instrumento encontra-se constituído de cinco itens:
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
114
1. Dados de Identificação
2. Dados Clínicos / Internação
3. Percepção e Expectativas do Paciente
4. Hábitos de Vida
5. Avaliação de Saúde baseada nas Necessidades Humanas Básicas
Cada item deverá ser analisado conforme os critérios listados a seguir.
Atentamos que a escolha pelos critérios “Necessita de Reformulação e
“Inadequado” deve ser acompanhada das sugestões cabíveis à avaliação.
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
115
DADOS CLÍNICOS /
INTERNAÇÃO
APROVADO
NECESSITA DE
REFORMULAÇÃO
INADEQUADO
Adequação ao
modelo proposto
Conteúdo
Aparência
Clareza/
compreensão
Objetividade
Eficiência/
Consistência
PERCEPÇÃO E
EXPECTATIVAS
DO PACIENTE
APROVADO
NECESSITA DE
REFORMULAÇÃO
INADEQUADO
Adequação ao
modelo proposto
Conteúdo
Aparência
Clareza/
compreensão
Objetividade
Eficiência/
Consistência
DADOS DE
IDENTIFICAÇÃO
APROVADO
NECESSITA DE
REFORMULAÇÃO
INADEQUADO
Adequação ao
modelo proposto
Conteúdo
Aparência
Clareza/
compreensão
Objetividade
Eficiência/
Consistência
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
116
HÁBITOS DE VIDA
APROVADO
NECESSITA DE
REFORMULAÇÃO
INADEQUADO
Adequação ao
modelo proposto
Conteúdo
Aparência
Clareza/
compreensão
Objetividade
Eficiência/
Consistência
AVALIAÇÃO DE
SAÚDE
APROVADO
NECESSITA DE
REFORMULAÇÃO
INADEQUADO
Adequação ao
modelo proposto
Conteúdo
Aparência
Clareza/
compreensão
Objetividade
Eficiência/
Consistência
Sugestões:______________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Grata pela sua colaboração,
Profª Msda Joseilze Santos de Andrade
Construção do Modelo Assistencial de Enfermagem do Hospital Universitário /UFS: proposta e ação.
Joseilze Santos de Andrade
117
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo