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Entendemos que a escola deve ser um espaço de interação social, no qual as
práticas sociais de linguagem acontecem e se circunstanciam, assumindo características
bastante específicas em função de sua finalidade: o ensino. Assim é que os PCNs enfocam o
ensino escolar de língua materna como um processo de continuidade da apropriação de
práticas sociais em circulação nos espaços públicos e formais.
O jovem que se distancia do livro enfadonho, procura uma leitura que retrate
melhor o seu dia-a-dia, que não se afaste da estrutura de mundo com a qual tem convivido.
Ensinar a Língua Portuguesa é, antes de tudo lembrar que a língua está viva, pertence a um
momento histórico, a um espaço e a uma cultura e, como tal, precisa ser aprendida como
conhecimento e como instrumento de aprender mais.
A aceleração tecnológica, o contato maior com os meios de comunicação,
influencia as formas de aprender e de sentir o mundo. É necessário reconhecer, nesse
contexto, que as novas formas de produzir e fazer circular as informações atingiu diretamente
as mais diversas instituições e os livros didáticos sofreram uma reformulação nesse sentido,
passando a introduzir, em sua maioria, os diferentes tipos de textos, inclusive dos meios de
comunicação, como por exemplo, os textos publicitários.
Num mundo globalizado, transnacional, nossos alunos precisam estar
preparados para uma leitura crítica das transformações que ocorrem em
escala mundial. Num mundo de intensas transformações científicas e
tecnológicas, precisam de uma formação geral sólida, capaz de ajudá-los na
sua capacidade de pensar cientificamente, de colocar cientificamente os
problemas humanos. Por outro lado, diante da crise de princípios e valores,
resultante da deificação do mercado e da tecnologia, do pragmatismo moral
ou relativismo ético, é preciso que a escola contribua para uma nova postura
ético-valorativa de recolocar valores humanos fundamentais como a justiça,
a solidariedade, a honestidade, o reconhecimento da diversidade e da
diferença, o respeito à vida e aos direitos humanos básicos, como suportes de
convicções democráticas. A par disso, a escola tem um grande papel no
fortalecimento da sociedade civil, das entidades, das organizações e
movimentos sociais (LIBÂNEO, 1999, p. 89).