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MAURICIO FERRAZ DE ARRUDA
Caracterização do excesso de peso na infância e sua
influência sobre o sistema musculoesquelético de
escolares em Araraquara-SP.
ORIENTADOR: PROFA. DRA . MARIA JACIRA SILVA SIMÕES
ARARAQUARA
2006
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MAURICIO FERRAZ DE ARRUDA
Caracterização do excesso de peso na infância e sua
influência sobre o sistema musculoesquelético de
escolares em Araraquara-SP.
Dissertação apresentada a Faculdade
de Ciências Farmacêuticas de
Araraquara, Universidade Estadual
Paulista “Julio de Mesquita Filho”,
para obtenção do titulo de mestre em
Alimentos e Nutrição rea de
concentração:Ciências Nutricionais).
ORIENTADOR: PROFA. DRA . MARIA JACIRA SILVA SIMÕES
ARARAQUARA
2006
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Ficha Catalográfica
Elaborada Pelo Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação
Faculdade de Ciências Farmacêuticas
UNESP – Campus de Araraquara
Arruda, Mauricio Ferraz de
A778c Caracterização do excesso de peso na infância e sua influência sobre o
sistema musculoesquetico de escolares em Araraquara-SP / Mauricio Ferraz
de Arruda. – Araraquara, 2006.
91 f.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista. lio de
Mesquita Filho”. Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Programa de s
Graduação em Alimentos e Nutrição
Orientador: Maria Jacira Silva Simões
.
1.Excesso de peso. 2.Alterações posturais. 3. Escolares.
4.Biofotogrametria. 5. Antropometria I.Simões, Maria Jacira Silva , orient.
.II. Título.
CDD: 612.3
CAPES:50700006
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DEDICATÓRIA
A minha família e minha namorada,
Por estarem sempre me apoiando e me acompanhando em mais uma
etapa de minha vida.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, por me fornecer saúde para que pudesse cumprir com minhas
responsabilidades e vontades.
A professora Maria Jacira Silva Simões que tanto contribuiu com seu
conhecimento e seriedade.
Aos meus pais, Nilton e Maria que me apresentaram com muita
decência o caminho da educação.
A minha namorada Vanessa, pela paciência empregada em muitos
momentos dos quais necessitava da mesma.
Aos pais e alunos que prontamente contribuíram para a execução
desse trabalho.
A professora Marisa Capela pelo empenho no auxilio estatístico.
Aos amigos de republica, que sempre acreditaram na proposta, e de
alguma forma me ajudaram.
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Resumo
Nas últimas décadas vem ocorrendo avanços nas condições de saúde de
crianças de todo mundo. A difusão das medidas de higiene e saúde tem proporcionado
queda expressiva na incidência de doenças infecciosas. Apesar disso, a vida urbana nas
sociedades modernas têm sido associados a mudanças de comportamento,
principalmente quanto à dieta e à atividade física, fatores estes que se relacionam de
forma importante à obesidade. Alterações posturais são decorrentes de diversos fatores,
como vícios posturais, ou por aumento das necessidades mecânicas corpóreas
observadas em indivíduos obesos ou não, mas a freqüência dessas alterações posturais
se vê aumentada pelo fator obesidade, decorrente do excesso de massa corporal e
alteração da distribuição dessa massa. O objetivo do estudo foi caracterizar o excesso de
peso e sua influência sobre o sistema musculoesquelético de escolares mostrando assim
que o excesso de peso leva à alterações no sistema muculoesqueletico em maior
proporção nos pré-obesos e obesos que nos eutróficos. A presente pesquisa trata-se de
um estudo transversal, com casuística de 100 escolares da faixa etária de 8 a 10 anos de
ambos os gêneros, de uma escola publica da região urbana central do município de
Araraquara-SP. Como metodologia utilizou-se o cálculo de IMC, a circunferência
braquial, a relação cintura quadril, a análise plantar por podoscopia, e a análise de fotos
digitalizadas processadas pelo principio da biofotogrametria. Foram avaliados 100
escolares, sendo 50 (50%) do gênero feminino e 50 (50%) do masculino. A população
estudada apresentou alta prevalência de pré-obesidade (24%) e de obesidade (40%) para
o gênero masculino e (8,0%) de pré-obesidade e (28,0%) de obesidade para o nero
feminino, respectivamente. Os indicadores antropométricos, IMC e circunferência do
braço, relacionados à caracterização do excesso de peso apresentaram correlação
estatisticamente significante entre si de (0,97) feminino e (0,98) masculino. Os escolares
apresentaram uma associação estatística significativa entre IMC e assimetria no plano
anterior sugestiva de escoliose para os com pré-obesidade de (26,7%) e (56,7%) com
obesidade, IMC e assimetria no plano posterior sugestiva de escoliose para os com pré-
obesidade de (20,7%) e (51,7%) com obesidade, IMC e assimetria no plano posterior
triangulo de tales sugestiva de escoliose para os com pré-obesidade de(29,2%) e
(37,5%) com obesidade, IMC e assimetria no plano lateral sugestiva de hiperlordose
lombar para aqueles com pré-obesidade de(18,2%) e (51,5%) com obesidade, IMC e
assimetria no plano lateral sugestiva de hipercifose torácica para os com pré-obesidade
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de (12,5%) e (50,0%) com obesidade, e o índice relação cintura quadril com
hiperlordose lombar (57,6%).Os escolares com estado nutricional de obesidade
obtiveram maior percentagem de pés planos do que os de outros estados nutricionais
(88,2%) para os escolares com obesidade (100%) com pré-obesidade. Os resultados
mostram que o aumento do índice de massa corpórea está relacionado ao aparecimento
de pés planos nos escolares acima do peso, e alterações no componente postural,
determinando em assimetrias nos planos anterior, posterior e lateral. Além disso, o
aumento da protusão abdominal associou-se positivamente a hiperlordose lombar. Esses
resultados sugerem que o aumento de massa corpórea seja um mecanismo de aumento
do risco de alterações do sistema musculoesquelético.
Palavras chave: Excesso de peso, Alterações posturais, Escolares, Biofotogametria,
Antropometria.
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Abstract
In de last few decades, positive advances are occurring in children’s
health conditions all over de world. The spread of health and hygiene measures are
contributing to an expressive fall in the incidence of infections illnesses. Despite of that,
urban life in modern societies has been associated to behavior changes, mostly
concerning diet and physical activities, topics related to obesity. Many factors can cause
postural alterations, such as postural vices, innate errors and the increase of regional
mechanical necessities, and these can be observed either in obese people or not, but it
frequently occurs because of obesity, which is a result of an exaggerated corporal mass
an the alteration on the distribution of this mass. This transversal study, which casuistry
of one hundred students, between 8 and 10 years old from both genres, was done in
public school of the central urban region in the city of Araraquara –SP. The goal of the
study was to characterize the excess of weight in childhood and its influences on these
children musculoesqueletic system. The calculation of the BMI (body mass index), the
brachial circumference, the relation waist –hip, the plantar analysis by podoscopia and
the analysis of photos processed using the principle of the biofotogametria, were used as
methodology. One hundred students were evaluated, 50 boys and girls. The studied
population presented high prevalence of overweight and obesity of 24% and 40% M for
the male sex and 8% and 28% F for the female sex, respectively. The anthropometrics
aspects, IMC and circumference or the arm, relate to the characterization of the weigh
excess, had presented positive statistic correlation in regression linear of (0,97%) female
and (0,98%) male in the use of these index. The kids had presented a significant
statistics association between: BMI and asymmetry in the previous plan, what suggests
scoliosis of (26, 7%) overweight (56, 7%) obesity, BMI and asymmetry in the posterior
plan, what suggests scoliosis, (20, 7%) overweight (51, 7%) obesity, BMI and
asymmetry in the posterior plan, triangle tales what suggests scoliosis (29, 2%)
overweight (37, 5%) obesity, BMI and asymmetry in lateral plan, what suggests lumbar
hiperlordose (18, 2%) overweight (51, 5%) obesity, BMI and asymmetry in lateral plan,
what suggests hipercifose thoracic (12, 5%) overweight (50, 0%) obesity,. The obese
students presented a higher number of plain feet than the other (88,2)obesity (100,0%)
overweight. Conclusion: The results demonstrate a high index of corporal mass with
some alterations such as, the prevalence of plain feet in overweight students, and an
alteration in the postural component resulting in asymmetries in the previous, posterior
9
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and lateral plans, as well as an alteration of the silhouette that leads to an abdominal
protuberance, which can cause lumbar hiperlordose, suggesting that this corporal mass
increase is significant mechanism that can cause alterations in musculoesqueletic
system.
Key words: excess of weight, postural alterations, biofotogametria, anthropometry,
students.
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Relação de abreviaturas e siglas utilizadas
DEXA Dual Energy X-Ray Absorptiometry
CB Circunferência do Braço
DOC Dobras Cutâneas
EIAS Espinha Iliaca Antero Superior
IMC Índice de Massa Corpórea
INSS Instituto Nacional de Serviço Social
NCHS National Health Center Statistics
PD Podologia
PDC Podobarometria Dinâmica Computadorizada
RCQ Relação Cintura Quadril
VHS Vídeo Home Sistem
WHO World Health Organization
11
Relação de Figuras
Figura 1: Alinhamento pelo fio de prumo-------------------------------------------25
Figura 2: Alteração postural (hiperlordose lombar)--------------------------------28
Figura 3: Alteração postural (hipercifose)-------------------------------------------29
Figura 4: Alteração postural (escoliose)---------------------------------------------31
Figura 5: Tipos de Pés----------------------------------------------------------------- 36
Figura 6: Posicionamento das etiquetas hipoalergênicas no plano frontal------44
Figura 7: Posicionamento das etiquetas hipoalergênicas no plano lateral------45
Figura 8: Posicionamento das etiquetas hipoalergênicas no plano posterior---46
Figura 9: Visualização e Calculo das Distâncias no Plano Frontal Através
do Posturograma 2.8------------------------------------------------------------------47
Figura 10: Visualização Para Analise da Postura Pelo Fio de Prumo no Plano
Lateral Posturograma 2.8-------------------------------------------------------------48
Figura 11: Tela de aquisição dos dados das Distancias no Plano Posterior
Através do Posturograma 2.8--------------------------------------------------------49
Figura 12: Procedimento Para Visualização Plantar no Podoscopio-----------50
Figura 13: Distribuição dos escolares segundo sexo e classificação do IMC
Araraquara, SP, 2006 ----------------------------------------------------------------52
Figura 14: Diagrama de dispersão da circunferência do braço em relação ao
IMC para o sexo feminino. Araraquara, SP, 2006.-------------------------------53
Figura 15: Diagrama de dispersão da circunferência do braço em relação ao
IMC ara o sexo masculino. Araraquara, SP, 2006.-------------------------------54
Figura 16: Diagrama de dispersão da relação cintura/quadril em relação ao
IMC para os escolares do sexo feminino. Araraquara, SP, 2006---------------54
12
Figura 17: Diagrama de dispersão da relação cintura/quadril em relação ao
IMC para os escolares do sexo feminino. Araraquara, SP, 2006------------55
Figura 18: Visualização da Tabela 3--------------------------------------------56
13
Relação de Tabelas
Tabela 1: Descrição da população estudada segundo gênero e faixa etária.
Araraquara, SP. 2006...................................................................................51
Tabela 2: Distribuição da população estudada segundo estado nutricional e
gênero. Araraquara, SP. 2006 ................................................................... 52
Tabela 3: Distribuição da freqüência da classificação do pé segundo
arco plantar e estado nutricional dos escolares. Araraquara,
SP. 2006 ................................................................................................ 55
Tabela 4: Distribuição da freqüência das posturas no plano frontal
segundo o estado nutricional dos escolares. Araraquara, SP.
2006.............................................................................................................57
Tabela 5: Distribuição da freqüência das posturas no plano posterior
através dos ângulos inferiores da escapula segundo o estado nutricional dos
escolares. Araraquara, SP. 2006 ............................................................... 58
Tabela 6: Distribuição da freqüência das assimetrias no plano posterior
através do triangulo de tales segundo o estado nutricional dos escolares.
Araraquara, SP. 2006...................................................................................59
Tabela 7: Distribuição da freqüência de hipercifose no plano lateral
segundo estado nutricional dos escolares. Araraquara, SP. 2006 ..............60
Tabela 8: Distribuição da freqüência de hipelordose lombar no plano lateral
entre os escolares segundo estado nutricional............................................61
14
Tabela 9: Distribuição da hiperlordose lombar entre os escolares segundo a
relação cintura/quadril. ..............................................................................63
15
Sumário
Resumo
Abstract
Relação de abreviaturas e siglas utilizadas
Relação de tabelas
Relação de Figuras
Sumário
1. Introdução.........................................................................................18
2. Aspectos nutricionais........................................................................19
2.1. Obesidade na infância....................................................................19
2.2. excesso de peso em escolares........................................................21
2.3. Antropometria...............................................................................21
3. Aspectos posturais............................................................................23
3.1. postura...........................................................................................23
3.2. Principais alterações na postura pelo excesso de peso no infante.26
3.2.1. hiperlordose lombar....................................................................28
3.2.2. hipercifose torácica.....................................................................29
3.2.3. escoliose......................................................................................31
3.2.4. pés planos................................................................................... 33
3.3. fotogrametria..................................................................................34
3.4. podoscopia.....................................................................................36
4.Objetivos............................................................................................38
16
4.1 Geral................................................................................................38
4.2 Específicos.......................................................................................38
5. Casuística e métodos......................................................................... 39
5.1. Tipo de estudo.................................................................................39
5.2. Local do estudo...............................................................................39
5.3. Amostra...........................................................................................39
5.4. Aspectos éticos................................................................................39
5.5. Critérios para escolha da escola......................................................39
5.6. Critérios de exclusão da amostra....................................................40
6. Coleta de dados..................................................................................40
6.1. Antropometria.................................................................................40
6.2.Altura...............................................................................................40
6.3. Massa corporal................................................................................41
6.4. I.M.C...............................................................................................41
6.5. Circunferência do braço (CB)........................................................ 41
6.6. Relação cintura quadril (RCQ)...................................................... 40
6.7. Pesagem das mochilas.....................................................................42
6.8. Avaliação postural...........................................................................43
6.9. Biofotogametria.............................................................................. 43
7. Podoscopia.........................................................................................49
8.Analise estatística..............................................................................50
17
9. Resultados e discussão........................................................................51
9.1. Aspectos amostrais..........................................................................51
9.2.Correlação entre os índices de verificação do peso corporal.............53
9.3. Análise da característica do arco plantar..........................................55
9.4. Análise das assimetrias no plano frontal sugestiva de escoliose......57
9.5. Análise das assimetrias no plano lateral sugestiva de hipercifose....60
9.6. Análise das assimetrias no plano lateral sugestiva de hiperlordose..61
10. Conclusões.........................................................................................64
11. Referências bibliográficas..................................................................65
Anexos
1. Parecer da comissão de ética em pesquisa.
2. Termo de consentimento livre e esclarecido
3. Inquérito
4.Procedimento para mensuração das distâncias no programa posturograma
versão 2.8.
18
1- INTRODUÇÃO
Ao mesmo tempo em que declina a ocorrência da desnutrição em
crianças e adultos num ritmo bem acelerado, aumenta a prevalência de pré-obesidade e
obesidade na população brasileira. Um antagonismo de tendências temporais entre
desnutrição e obesidade foi estabelecido, definindo desta forma, uma das características
marcantes do processo de transição nutricional nacional (BATISTA FILHO e RISSIN,
2003).
Vários estudos brasileiros têm analisado a ocorrência da obesidade em
escolares e demonstraram altas prevalências de pre-obesidade e obesidade (GUEDES e
GUEDES, 1998; OLIVEIRA, 2000; GUIMARAES, 2001; LEAO et aI,2003; ASSIS et
aI,2005; SILVA et aI, 2005 ; RONQUE et aI, 2005; MORAES, 2006).
Damiani e Abreu (1989) ressaltam que as conseqüências de uma
alteração metabólica o extensa quanto a que ocorre na obesidade são variadas,
atingindo praticamente todos os sistemas orgânicos. Incluem-se entre os problemas
relacionados à obesidade na infância e adolescência as dislipidemias, inflamações
crônicas, aumento da tendência a coagulação sanguínea, disfunção endotelial,
resistência a insulina, diabetes tipo 2, hipertensão, alguns tipos de cânceres, apnéia do
sono e esteatose hepática não alcoólica.
Excluindo-se as patologias de ordem traumática, senil ou infecciosa,
acredita-se que as deformações ósseas m sua origem entre o nascimento e os 20 anos
de idade. Pelo fato de, no período entre 7 e 14 anos de idade a criança estar susceptível a
modificações no sistema ósseo, a formação fica facilitada, como também sua
correção postural. Justifica-se, diante disto, a importância de diagnosticar, na época de
adolescência /juventude, os desvios posturais que ocorrem (LAPIERRE, 1982).
Vários autores referem que a obesidade, por constituir um problema
multifatorial e plurissistêmico, influi também no aparelho locomotor (MUST e
STRAUSS, 1999; LOKE, 2002; KAUR et al, 2003; DANIELS, 2006; WEARING,
2006).
19
A partir do exposto, Bruschini e Neri, (1995), inferem que a obesidade,
por se constituir em um problema multifatorial, influir também no aparelho locomotor e
que as alterações posturais não são exclusivas dos portadores da obesidade, mas surgem
com maior freqüência, em virtude da ação mecânica desempenhada pelo excesso de
massa corporal e aumento das necessidades mecânicas regionais.
Doenças que afetam o sistema músculoesquelético, ocasionada por
desvios posturais advindas principalmente, da velocidade de crescimento de crianças,
vêm sendo relatadas com freqüência por vários pesquisadores (GUNZ BURG et al.,
1999., SCHMITZ. et al., 2000). O risco da progressão de uma escoliose idiopática da
criança obesa, por exemplo, está intimamente relacionado com o potencial do
crescimento esquelético (WEVER et al., 2000).
Apesar de um tema relevante, a bibliografia da temática abordada se
escassa, deste modo faz-se necessária a apreciação da problemática do excesso de peso
sobre as alterações musculoesqueleticas de escolares.
2. Aspectos nutricionais
2.1 Obesidade na infância
A obesidade constitui-se em grande desvio nutricional que deve merecer
atenção dos profissionais da área de saúde. Na infância e adolescência, o excesso de
peso pode determinar dificuldades de socialização, além de problemas ortopédicos e
dermatológicos.
Assim, a obesidade pode ser conceituada de maneira simplificada, como
uma condição de acúmulo anormal de gordura corporal, levando a um
comprometimento do organismo (FISBERG, 1995). O grau de excesso de gordura, sua
distribuição e associação com conseqüências danosas à saúde, variam,
consideravelmente entre os indivíduos obesos. É importante identificá-la, uma vez que
os portadores dessa condição apresentam risco aumentado de morbidade e mortalidade.
20
Na atualidade, a obesidade se coloca de maneira prioritária para
intervenção, na comunidade, como um problema de nutrição em saúde publica (WHO,
1998).
Nos últimos anos, o interesse sobre os efeitos deletérios associados ao
ganho de peso na infância, tem aumentado, devido ao fato de que o desenvolvimento da
celularidade adiposa neste período será determinante nos padrões de composição
corporal de um indivíduo adulto (DÂMASO, 1994).
A obesidade de causa nutricional, também chamada de simples ou
exógena representa o tipo mais freqüente de obesidade onde mais de 95%, e reflete um
excesso de gordura decorrente de um balanço positivo de energia entre a ingestão e o
gasto calórico. Geralmente, esse processo ocorre pela diminuição da atividade física e
pelo aumento da ingestão de alimentos de grande valor calórico (FISBERG, 1995).
A obesidade adquirida de forma generalizada, sem distribuição regional é a
mais comum na criança e no adolescente. O meio ambiente, os fatores culturais,
econômicos e sociais, a ingestão de alimentos de alto valor calórico, a diminuição da
atividade física, a estrutura familiar e os fatores emocionais são cada vez mais
permissivos a expressão das tendências genéticas da obesidade (COUTINHO, 1998).
A obesidade infantil aumenta o risco da obesidade no adulto. Wirth, em
1999 verificou que crianças menores de três anos, sem pais obesos, apresentam baixo
risco de tornarem-se obesas quando adultos, mas entre as crianças mais velhas, a
obesidade apresentou forte correlação com a obesidade no adulto, independente se os
pais eram obesos, ou não. No entanto, quando os pais são obesos, a chance da criança
obesa ou não obesa, abaixo de 10 anos, ser um adulto obeso é duas vezes maior.
Entre os adolescentes, dados da Pesquisa Nacional sobre Saúde e
Nutrição de 1989, utilizando parâmetros antropométricos, mostram prevalência de pré-
obesidade de 7,6% com maior índice (10,5%) no sexo feminino (SIGULEM, 2000).
Esses dados demonstram que a obesidade é um problema de saúde pública em que sua
prevalência nunca se apresentou em grau epidêmico como na atualidade (PINHEIRO et
al, 2004).
21
2.2 Excesso de peso em escolares
Pesquisas mostram que as crianças estão experimentando o mesmo
rápido aumento na incidência da obesidade como os adultos (BRASIL, 2006). Nos
Estados Unidos da América (EUA) segundo inquéritos realizados de 1985 e 1990,
constata-se que a obesidade de crianças de 6 a 11 anos em idade escolar, aumentou
67%, nos meninos e 42%, nas meninas (DIETZ, 1994). O mesmo foi observado por
Sigulem et al., 1993. No Brasil, em 1989, a prevalência de obesidade, em crianças
menores de 10 anos, era de 2,5 e 8%, nas famílias de menor e maior renda,
respectivamente (INAN, 1991).
Ribeiro et al, (2003) concluíram em seu estudo que a prevalência de
obesidade em escolares em São Paulo foi de 10,5%, sendo duas vezes maior que a
relatada na última pesquisa nacional (BRASIL, 1989).
Elevada prevalência de obesidade em crianças e adolescentes tem sido
verificada em diversos países do mundo e tem-se constituído em fator de preocupação
crescente, na área de saúde pública (EBBELING et al, 2002; MILLER et al; 2004).
2.3 Antropometria
A antropometria é o método que avalia o tamanho, proporções e
composição do corpo humano. Sendo assim, o crescimento da criança e as dimensões
do corpo, em todas as idades, refletem o estado de saúde e bem estar dos indivíduos e
populações, podendo a antropometria ser usada para estimar as condições de saúde e de
vida (WHO, 1995).
Índices antropométricos, como índice de massa corpórea (IMC) e
relação entre circunferência da cintura e circunferência do quadril (RCQ) e (CB)
circunferência do braço, são usados para identificar indivíduos, com maior risco de
doença e ou classificar um indivíduo quanto ao estado nutricional. Com exceção da
medida de dobras cutâneas (DOC) os métodos antropométricos são relativamente
22
simples, baratos e não requerem um alto grau de treinamento e habilidade do avaliador.
Portanto, essas são medidas perfeitas para estudos de caráter epidemiológico e
propósitos clínicos.
Pietrobeli et al, (1998) avaliaram a gordura corporal total em kg e a
percentagem de peso de gordura corpórea através da densitometria computadorizada por
absormetria radiológica de dupla energia (Dual Energy x ray Aabsorptiometry) (DEXA)
e o IMC .Consideraram que o IMC é uma medida adequada de avaliação do grau de
obesidade de crianças e adolescentes , útil também na classificação aproximada do grau
de obesidade, nesta faixa de idade .
Para os adolescentes, o uso do índice de massa corporal (IMC) tem sido
validado em muitos estudos, apresentando alta especificidade para diagnostico da
obesidade com ponto de corte no percentil 95 da população de referência
(MARSHALL, 1991; MUST, 1991).
Ainda para o diagnóstico da obesidade, podem ser utilizadas técnicas
como a avaliação da composição corporal, detectando-se a proporção da massa gorda e
de massa magra. Vários métodos e equipamentos têm sido utilizados para esse fim,
como o ultra-som, tomografia computadorizada, ressonância magnética, infravermelho,
impedância bio-elétrica, densitometria óssea, pregas cutâneas. Todos esses métodos,
exceto as pregas cutâneas, são de maior custo que a antropometria e alguns, envolvem o
uso da radiação ionizante tornando –se pouco utilizados em estudos epidemiologicos
(LUKASKI, 1987; BRAY, 1992; SIGULEM, DEVINCENZI e LESSA, 2000).
A avaliação da composição corporal torna-se difícil na criança durante o
crescimento, além de não ser conhecido qual o percentual de gordura corporal que
aumenta os riscos em relação à saúde nesta faixa etária. Ela está indicada,
principalmente para verificar informações apresentadas por crianças em tratamento da
obesidade (CINTRA, 1999).
A circunferência da cintura e do quadril é um importante índice de
avaliação da gordura localizada no abdômen, formando o tipo de obesidade andróide
que é relacionada a patologias cardíacas, onde a fórmula equivale a Medida da cintura
23
em cm /Medida do quadril em cm. Os resultados obtidos são interpretados de acordo
com o sexo: os valores obtidos, até os valores de 0,8 e 1,0 para mulheres e homens
respectivamente são considerados normais, os valores obtidos acima destes valores
indicam um excesso de gordura abdominal (fator de risco para doenças
cardiovasculares), mas que deve ser interpretado em conjunto servindo como índice
para determinação do estado nutricional (NESTEL, 1999).
E a circunferência do braço é medida representativa das áreas
constituídas pelo tecido ósseo, muscular e gorduroso do braço. Servindo como mais um
índice para o determínio do estado nutricional também de crianças (CUPPARI e
SOAR, 2002).
3. Aspectos posturais
3.1 Postura
No Brasil, estatísticas mostram que uma parcela importante da
população, acometida pelo mal do desvio postural, no entanto, para entender, interferir
ou prevenir alterações posturais é necessário compreender o conceito de postura
(KNOPLICH, 1986).
Nos dias atuais, doenças da coluna têm sido consideradas um sério
problema de saúde pública, pois se apresentam com elevada incidência na população,
incapacitando-a temporária ou definitivamente para atividades profissionais. Segundo
Luca (1999) no Brasil, os dados fornecidos neste ano pelo INSS mostraram que a
principal causa de aposentados por invalidez teve como causa, tais afecções.
A academia Americana de Ortopedia define postura como o estado de
equilíbrio entre músculos e ossos com capacidade para proteger as demais estruturas do
corpo humano de traumatismos, seja na posição em pé, sentado ou deitado
(BRACCIALLI e VILARTA, 2000).
A postura humana tem sido objeto de estudo biomecânico, uma vez que
alterações estruturais e funcionais da atitude do corpo no espaço causam desequilíbrio
24
no sistema corporal, e leva a compensação, redução de suas funções e aumento de gasto
energético para manutenção de um determinado posicionamento. Estas alterações
podem ocorrer ao longo de toda a vida e começar em qualquer idade.
Durante a puberdade, a coluna vertebral cresce mais rapidamente que os
membros e os músculos e tendões nem sempre acompanham esse crescimento ósseo.O
adolescente leva tempo para acomodar-se com seu novo corpo. Nessa fase de muita
introspecção, sensibilidade e até vergonha do corpo, é que tem sido observada a postura
encolhida, o andar desengonçado, certa descoordenação nos movimentos e posições
adotadas. Na infância estes problemas também se tornam mais preocupantes, pois se
sabe que crianças são mais suscetíveis as alterações posturais, devido ao período de
crescimento e de acomodação das estruturas anatômicas de seus corpos.
Na faixa etária dos 7 aos 12 anos de idade, começam a surgir as
adaptações funcionais, conseqüentes do desenvolvimento corporal, emocional e de
atividades, podendo levar aos desvios da coluna vertebral, uma vez que a mobilidade se
torna muito extrema e a postura se adapta as atividades desenvolvidas. (PEREZ
VIDAL, 2002).
De acordo com Shouchard, (1986) a estrutura musculoesquelética é o
mecanismo de sustentação do nosso corpo. Ela determina sua forma, influencia as
funções, condiciona os movimentos e pode alterar o psiquismo. Sua deformação é
dispendiosa em energia.
Na postura padrão, a coluna apresenta curvaturas normais e os ossos dos
membros inferiores ficam em alinhamento ideal para sustentação de peso. A posição
neutra da pelve conduz ao bom alinhamento do abdome, do tronco e dos membros
inferiores. O tórax e coluna superior ficam em uma posição que favorece a função ideal
dos órgãos respiratórios. A cabeça fica ereta em uma posição bem equilibrada que
minimiza a sobrecarga sobre a musculatura cervical. (KENDALL, 1995).
A postura é também caracterizada por uma lordose cervical e lombar,
cifose dos segmentos torácicos e sacrococcígeos, inclinação anterior da pelve de
aproximadamente 30 graus, rotação femoral neutra e a cabeça centrada sobre o tronco
25
de forma tal que uma linha de prumo colocada na região do processo mastóide passe no
centro do ombro a frente dos joelhos e tornozelos.
Existem inúmeras outras definições, porém deve-se ressaltar que a
postura envolve uma relação dinâmica nas quais as partes do corpo, principalmente os
músculos esqueléticos, se adaptam em resposta a estímulos recebidos (BRACCIALLI e
VILARTA, 2000). O alinhamento esquelético ideal usado como padrão utiliza como
referência o fio de prumo, sobre estruturas anatômicas pré-definidas:
- Através do meato auditivo externo na vista lateral;
- Através do processo odontóide do axis na vista posterior;
- Através dos corpos das vértebras lombares na vista lateral;
- Ligeiramente posterior ao centro da articulação do quadril na vista lateral;
- Ligeiramente anterior ao eixo da articulação do joelho e
- Através da articulação calcâneo-cubóidea na vista lateral (KENDALL, 1995).
Os pontos seguem a seqüência acima
Figura 1: Alinhamento pelo fio de prumo
Fonte: Kendall,1996
26
O ponto na linha onde o fio de prumo é suspenso deve ser ponto fixo
padronizado. Como o único ponto fixo na postura é na base onde os pés estão em
contato com o solo, os pontos de referência devem ser a base, observado na Figura 1
(KENDALL, 1996).
3.2 Principais alterações de postura pelo excesso de peso no infante
De acordo com Braccialli e Vilarta (2000), num estudo realizado nos
EUA, revelou que numa população de 20 milhões de incapacitados, 8,4 milhões de
casos eram por doenças da coluna. Ao relacionar o ambiente escolar com postura,
percebe-se que os problemas o diversos, como por exemplo: causas ergonômicas,
como as encontradas no transporte do material escolar, arquitetura desfavorável do
imóvel, disposição e proporções inadequadas do mobiliário, as quais, provavelmente,
serão responsáveis pela manutenção, aquisição ou agravamento de hábitos posturais
inapropriados.
Considerando que as crianças permanecem por um longo período de
tempo nas instituições escolares e que estas podem não apresentar condições
ergonômicas adequadas, torna-se importante realizar estudos sobre alterações posturais,
sobretudo as da coluna vertebral, por entender que as mesmas possam gerar agravos
futuros e também pelo elevado número de adultos incapacitados para uma vida social
ativa por problemas, nesse segmento.
De acordo com Asher (1976), o comportamento postural da criança
durante os primeiros anos escolares vem a ser o grande responsável pelos vícios
posturais adquiridos, levando-se em consideração a evolução da postura ereta, as
condições anatômicas, coluna vertebral e as relações da criança com o meio social em
que vive.
Baseado nos relatos anteriores é possível dizer que a obesidade, como
forma de alteração nutricional, influi também no aparelho locomotor. Bruschini e Nery
(1995) destacam que a maioria das alterações posturais passíveis de serem observadas
nos pacientes obesos não são exclusivas dos mesmos. Os mesmos autores postulam que
27
sempre que se instala uma curvatura anômala de um segmento da coluna vertebral, os
demais segmentos irão acentuar ou atenuar suas curvaturas no sentido de compensar a
deformidade para manter o equilíbrio funcional.
As alterações ósteoarticulares em obesos surgem em maior freqüência
pelo excesso de massa corporal, diminuição da estabilidade e aumento das necessidades
mecânicas para adaptação corporal (SACCO et al, 1996).Segundo Sheehan (1996),
sérios problemas posturais são adquiridos durante a fase escolar, um dos fatos que
chamam a atenção é o de que não tem sido relatada queixa de dor por parte dos alunos.
Chein (2000) comenta que crianças com deformidades na coluna, dificilmente sentem
dor. Por ser silencioso, muitas vezes, o problema é visto pelos pais ou professores
quando já está em fase avançada.
Segundo Zanella (2000), neste período, os ossos e a própria musculatura
estão em formação. A criança não deve suportar mais de 10% do seu peso corporal nas
costas. Os riscos para quem não respeitar os seus limites são inúmeros. Um deles é o
vício postural que pode levar os jovens a ter uma postura arcada para frente ou para o
lado. A falta de prevenção pode provocar deformidades graves e quando o adolescente
for um adulto entre 30 e 40 anos, pode desenvolver artrose.
28
3.2.1 Hiperlordose lombar
Kisner e Coiby (1998) caracterizam por hiperlordose um aumento no
ângulo lombossacro, idealmente de 30 graus com aumento na lordose lombar e na
inclinação pélvica anterior e flexão de quadril (figura 2).
Figura 2: Alteração postural (hiperlordose lombar)
Fonte: Mercúrio, 1997
Lianza (2001) determina a hiperlordose lombar como a deformidade
mais importante da coluna vertebral, pois gera limitação dos movimentos das vértebras
lombares que, se realizado acima de sua capacidade, poderá levar a uma protusão do
disco intervertebral.
Algumas alterações físicas podem resultar diretamente em aumento da
lordose lombar como, por exemplo, a fraqueza ou distensão dos músculos abdominais
(KAPANDJI, 1990), e a contratura bilateral dos músculos da região lombar (KENDAL
et al, 1980).
Mangueira (2004) observou risco de 1,2 vezes maior de hiperlordose em
crianças e adolescentes com pré-obesidade quando comparadas com as de peso normal
ou baixo peso.
29
Segundo Asher (1976) e Souchard (1985), crianças de 6 a 10 anos
tendem a projetar seu abdômen para frente e hiperextender os joelhos para a distribuição
do peso ântero - posterior. Talvez, isso explique a elevada ocorrência de lordose lombar
(73,8%) por desconsiderar esta característica normal.
Bruschini e Neri (1995) também observaram alteração postural na
criança obesa como à presença do abdômen protuso, determinando o deslocamento
anterior do centro de gravidade, com aumento da lordose lombar e inclinação anterior
da pelve (anteroversão). Mas, se associada ao processo de obesidade, esta característica,
da lordose lombar sugestiona a acentuação dessa posição, e induz a um processo de
desvio postural que pode ultrapassar o limiar normal para idade, o qual poderá
contribuir para injúria no sistema locomotor futuro.
3.2.2 Hipercifose torácica
Entre as deformidades menos consideradas no tratamento da coluna
vertebral estão as hipercifoses, rotuladas como posturais na adolescência, mas que
podem ser sinais de doenças mais complexas (BERTOLINI, 1997).
Para Bertolini (1997) a hipercifose é definida como um exagero da
curvatura torácica fisiológica que é de 30 graus (figura 3). Geralmente, é compensada
por uma hiperlordose lombar e cervical. O tipo mais comum de hipercifose é a postural.
Não é uma doença definida da coluna, mas a posição que o adolescente assume no
desenvolvimento de suas atividades diárias que pode causar essa curvatura.
Figura 3: Alteração postural (hipercifose)
Fonte: Mercúrio, 1997
30
O efeito cumulativo de bitos desaconselhados na infância e
adolescência, como carregar excesso de peso, sentar errado, ou seja, sem apoio dos
ísquios, abaixar-se curvando a coluna em vez de flexionar as pernas, provoca em
crianças e adolescentes a projeção da parte superior da coluna para frente, levando ao
aparecimento da curvatura torácica.
Bruschini e Nery (1995) relatam que a hipercifose dorsal em crianças
obesas surge como mecanismo compensatório devido a hiperlordose lombar. Dessa
maneira, a cifose dorsal se acentua e obriga a lordose cervical a se aprofundar, surgindo
o deslocamento anterior da cabeça, os ombros tornam-se projetados para frente e o tórax
achatado anteriormente.
Campos et al (2002) referem que o aumento da cifose torácica foi o
achado menos freqüente em adolescentes obesos, dos quais o sexo feminino apresentou
46% e o masculino, 54%. Em conseqüência, relata elevado número de adolescentes e
crianças obesas de ambos os sexos com inclinação anterior de cabeça.
João e kussuki (2005) observaram maior incidência de hipercifose
dorsal e protusão de cabeça em escolares obesos com idade entre 7 a 10 anos quando
comparados a escolares eutróficos na mesma faixa etária. No entanto, sua correção pode
ser obtida por um simples esforço, pois o possui deformidade óssea (BERTOLINI,
1997).
31
3.2.3 Escoliose
A escoliose é um desvio lateral da coluna vertebral observado em um
plano frontal (figura 4). A progressão de uma escoliose idiopática da criança está
intimamente relacionada com o potencial do crescimento esquelético (WEVER et al.,
2000).
Figura 4: Alteração postural (escoliose)
Fonte: Mercúrio, 1997.
Além de ser um problema ortopédico, em que encontramos um desvio
lateral da coluna vertebral, podendo se localizar na região cervical, torácica ou lombar, é
importante fazer a distinção entre escoliose estrutural e funcional (CAILLIET, 1976;
CROSS., l985; MARCONDES, 1998; RODRIGUES.et al., l985).
Na escoliose funcional, o indivíduo pode corrigir ativamente esta
curvatura, principalmente quando não existe um fator antálgico ou assimetria
morfológica. No entanto, a escoliose estrutural se caracteriza pelo desvio lateral, com
rotação vertebral e alteração morfológica que não se corrige com o indivíduo variando a
postura. Em algumas pessoas, encontramos uma hipercifose associada à escoliose. Na
escoliose estrutural pode estar presente uma gibosidade no lado da convexidade da
curva, detectável ao exame clínico. No exame radiológico, observa-se rotação dos
corpos vertebrais, e alterações anatômicas em sua arquitetura.
32
A escoliose idiopática é responsável por 89% dos desvios da coluna,
entretanto sem agente etiológico conhecido. a escoliose idiopática infantil (de 1 a 3
anos) e juvenil (4 a 9 anos).
Atualmente, a escoliose idiopática é universalmente conhecida como
entidade patologica bem definida e, esta relacionada à alta incidência de obesidade,
nesta faixa etária, que abrange dos 4 aos 9 anos. Com relação a escoliose congênita,
esta representa cerca de 5% dos casos de desvio da coluna, e é uma formação óssea
anormal da coluna vertebral (CAILLIET, 1976; CROSS, l985; VENANCIO, et al.,
l990).
Quanto à escoliose neuromuscular, esta tem sido relacionada a uma série
de desordens musculares e representa 5% dos casos de escoliose. Outras desordens
como os desvios relacionados a traumas, tumores e desordens do colágeno (síndrome de
Marfan, síndrome de Ehler-Danlos e Neurofibromatoses). (CAILLIET, 1976; CROSS,
l985; MARCONDES, 1998; VENANCIO, et al., l990) representam pequeno percentual
das etiologias da escoliose. Desta forma, verifica-se que a categoria, escoliose idiopática
é a mais freqüente; surpreendida depois dos 10 anos de idade e por isso é muito
conhecida como escoliose idiopática do adolescente. É mais comum no sexo feminino e
seu aparecimento se faz mais freqüente em torno dos 9 aos 13 anos.
Segundo Pedras et al (1975), a evolução silenciosa (sem dor) da
escoliose, poderá levar as deformidades que, necessariamente, devem ser evitadas pela
detecção e tratamento precoce.
33
3.2.4 Pés planos
O pé plano constitui uma alteração no formato do pé e costuma ser
reconhecido, clinicamente, pelo mau alinhamento de várias articulações do , dessa
forma, propiciando uma condição de rebaixamento ou ausência do arco longitudinal
medial (MOSCA, 1995). Esta alteração postural pode ser encontrada em cerca de 30%
da população adulta do nosso país, com prevalência variada em diferentes grupos
étnicos (HEBERT e XAVIER, 1998).
As variações da forma do podem ser verificadas até em um mesmo
indivíduo ao longo de seu período de crescimento. No recém nato, o apresenta um
aspecto de achatamento, em função da quantidade de panículo adiposo e não
desenvolvimento do arco plantar.
À medida que a criança vai crescendo, adquirindo apoio, desenvolvendo
a marcha, o arco passa a aumentar e o começa a assumir uma forma arqueada
(PINTO e SINELLI, 1985). Root (1971), Staheii et al (1987) e Valmassy (1996)
fizeram uma referência próxima a idade de 7 anos para a redução do plano
fisiológico.
Coll-Bosch et al (2003) relataram em seu estudo que 85%, dos pés
planos em crianças se tornam normais com o crescimento. Citam, ainda, que a melhor
idade para o diagnóstico de plano esteja entre 5 e 6 anos de idade e que a frouxidão
ligamentar e a pre-obesidade são os fatores mais importantes de predisposição familiar.
Pinto e Sinelli (1984) verificaram as mudanças ocorridas na altura do
arco longitudinal medial do até a idade aproximada de 6 anos. Referem, ainda, que
qualquer modificação é menos provável de ocorrer. Sendo assim, o tende a assumir
um aspecto definitivo, semelhante àquele da vida adulta.
Para Henning et al (1994), o peso do corpo é identificado como sendo a
principal influência na magnitude das pressões debaixo dos pés de crianças em fase
escolar.
34
Segundo Van Boerum e Sangeorzan (2003), um desequilíbrio entre as
forças que tendem a achatar e suportar o arco pode direcionar a uma perda do arco
medial longitudinal. Os mesmos autores colocam o aumento do peso corporal como
fator que contribui para o aplanamento do arco medial do pé.
Nesse sentido, Dowling et al (2001) ressaltam que em crianças a
sobrecarga imposta pelo excesso de massa corporal, por um longo tempo, pode achatar
a região medial do aumentando a área e o tempo em que esta região do entra em
contato com o solo.
Nestal et al (2004) realizaram estudo em 100 adolescentes de 10 a 18
anos, por meio de impressões plantares, para analisar o impacto do excesso de peso na
estrutura plantar e concluíram que os adolescentes obesos apresentam tendência a
apresentar pé plano.
Campos et al (2002) relatam que, em ambos os sexos, o desabamento do
arco plantar destacou-se como mais um dos fatores de alterações freqüentes naquele
estudo sobre excesso de peso. Bordin et al (2001) evidenciaram em escolares de 8 a 10
anos que os que apresentavam pés planos também padeciam de pré-obesidade e
obesidade.
Souza e Sacco (2005), observaram, por meio de impressões plantares,
que as crianças obesas entre 9 e 10 anos diferenciam-se de todos os outros na
caracterização do arco plantar, sugerindo ser essa faixa etária o momento de maior
modificação desse arco em crianças obesas.
3.3 Fotogrametria
O termo fotogrametria, de origem grega, significa luz, traçado e
descrever. Exprime à aplicação da fotografia através da métrica, onde se deduz a
dimensão dos objetos contidos numa imagem de natureza fotográfica ou
cinematográfica.
35
A fotogrametria é definida como a ciência aplicada, à técnica e a arte de
extrair de fotografias métricas a forma, as dimensões e a posição dos objetos nelas
contidos (GEOBIT, 2006).
A fotogrametria cartográfica como é chamada na agrimensura,
desenvolveu-se como ferramenta útil, o que possibilitou uma evolução em
equipamentos e metodologias de produção, a ponto de quando usada em outras ciências,
a técnica ser denominada como fotogrametria não cartográfica (RICIERI, 2000).
Nesse sentido, a fotogrametria computadorizada, denominada
posteriormente biofotogrametria, desenvolveu-se pela aplicação dos princípios
fotogramétricos, as imagens fotográficas obtidas de movimentos corporais
(BARAUNA, 1997).
Segundo Baraúna (1997), a técnica surgiu em 1994, na Universidade
Técnica de Lisboa, quando Ferreira e Correia da Silva (1994) desenvolveram e
utilizaram um programa operacional em um sistema computadorizado que, através da
seleção de imagens armazenadas em fitas de VHS, permitia a delimitação de pontos e o
cálculo de ângulos formados entre esses pontos.
Referências ósseas e articulares, planos, eixos, regiões corporais, tudo
pode ser avaliado pela biofotogrametria, desde que a imagem adquirida seja
previamente demarcada “in loco” pelo observador antes da aquisição (RICIERI, 2005).
A Biofotogrametria pode ser utilizada para análise de qualquer tipo de
movimento, em todos os segmentos, bastando para isso que se desenvolvam protocolos
que validem essas aplicações (RICIERI, 2000).
Assim a Dra Francinett da Costa Dias desde 2001, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, começou o desenvolvimento de um software baseado no
conceito da fotogrametria em ambiente operacional (windons), com adaptações de
programas comerciais como (windows paint, corel draw), e a mesmo auto-cad,
resultando na obtenção de distâncias entre pontos anatômicos para determinação de
assimetrias, onde estas são evidenciadas por emissão de um laudo cnico, baseado nas
determinadas distancias aferidas por uma escala métrica.
36
3.4 Podoscopia
A podoscopia (podo-pés e scopêin-examinar) (PD) tem sido usada para
o diagnóstico de alterações na face plantar decorrente de doenças variadas. De acordo
com Magalhães (2003) segundo avaliações podoscópicas observadas em um estudo de
caso de artrite reumatóide, a eficácia do uso do podoscopio na obtenção da característica
de pressão plantar foi igualmente satisfatória a podobarometria dinâmica
computadorizada (PDC), exame este, que consiste em sensores periféricos, instalados
em finas palmilhas que captam informações sobre as pressões que ocorrem entre o solo
e a superfície plantar captadas e analisadas por um software F-scan.
A altura do arco medial do pé tem sido um dos principais critérios para a
classificação das estruturas do pé. Vários métodos são utilizados para a avaliação do
arco plantar, como o podoscópio, o fotopodograma, radiografias, radiofotopodograma,
tomogratia axial computadorizada, ressonância nuclear magnética e a ecografia
(VI LLADOT, 2003).
Villadot (2003) classifica como um normal quando a largura mínima
do arco medial encontra-se entre um terço e a metade da largura xima do antepé.
Sendo igual ou superior a metade da largura, trata-se de um plano. Quando inferior a
um terço da amplitude da impressão plantar na parte media, teríamos um pé cavo.
Figura 5: Tipos de pés
Fonte: Viladot, 2003
37
Nesse sentido, Dowling et al (2001) ressalta que em crianças a
sobrecarga imposta pelo excesso de massa corporal, por um longo tempo, aparenta
achatar a região medial do aumentando a área e o tempo em que esta região do
entra em contato com o solo.
Nestal et al. (2004) realizaram estudo em 100 adolescentes de 10 a 18
anos, por meio de impressões plantares, para analisar o impacto do excesso de IMC na
estrutura plantar e concluíram que os adolescentes obesos apresentam tendência a ter
plano.
Campos et al (2002) relatam que, em ambos os sexos, o desabamento do
arco plantar destacou-se como mais um dos fatores de alterações freqüentes naquele
estudo. Bordin et al (2001) evidenciaram em escolares de 8 a 10 anos que os que
apresentavam pés planos também padeciam de pré-obesidade e obesidade. Mostrando
que esse excesso de peso corporal leva a um abaixamento do arco longitudinal do
alterando as características da aboboda plantar.
38
4. OBJETIVOS
4.1. Geral
- Caracterizar o excesso de peso e sua influência sobre o sistema musculoesquelético
entre os escolares na faixa etária de 8 a 10 anos de uma escola pública de Araraquara-
SP.
4.2. Específicos
- Caracterizar os aspectos antropométricos relacionados ao excesso de peso;
- Avaliar a correlação da circunferência do braço e relação cintura quadril com o índice
padrão adotado IMC;
- Avaliar quantitativamente a postura dos escolares por meio do programa postural
(posturograma) e correlacionar com o peso corporal;
- Avaliar a postura dos s de escolares através da podoscopia, e correlacionar com o
peso corporal.
39
5. CASUÍSTICA E MÉTODOS
5.1 Tipo de estudo
O presente estudo consiste de uma pesquisa de corte transversal
5.2 Local do estudo
O estudo foi desenvolvido em uma escola estadual na cidade de
Araraquara, SP, localizada na região central do estado de São Paulo, com latitude de
21,79 graus e longitude 48,17graus, altitude 664 metros, 273 km da capital. Sua
população estimada em 2004 era de 194.401 habitantes. (IBGE, 2004)
5.3 Amostra
Consistiu de 100 escolares da faixa etária entre 8 e 10 anos, de ambos os
gêneros, de uma escola pública, provenientes da área urbana de Araraquara que estavam
matriculados e cursando o ensino fundamental no ano letivo de 2006, no período da
tarde. Foram avaliados escolares de duas salas da terceira série do ensino fundamental e
duas da quarta série, no horário da aula de educação física ou em horário estabelecido
pela instituição. A amostra teve caráter sistematizado escolhendo assim os números
impares da lista de chamada.
5.4 Aspectos éticos
A pesquisa foi realizada após aprovação do Comitê de ética em Pesquisa
da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara que emitiu parecer favorável à
realização do estudo. (Anexo,1). Os pais e responsáveis foram esclarecidos quanto aos
objetivos e procedimentos durante as reuniões de pais e mestres da instituição. Aqueles
que concordaram com a participação do aluno assinaram um termo de consentimento
(Protocolo, 23/2005).
5.5 Critério para escolha da escola
A instituição escolar pública foi escolhida por apresentar a população na
faixa etária requerida para o estudo, e por ser de fácil localização e acesso.
40
5.6 Critério de exclusão da amostra
Foram excluídos deste estudo os escolares que não participaram de todas
as etapas da pesquisa e que apresentaram alterações neuromotoras ou agenesias e ou
ultrapassaram 10%, do peso corporal no peso das mochilas que carregavam, pois acima
deste índice há alterações na postura por essa sobrecarga de peso externo.
6 Coleta de dados
Após o consentimento dos pais, informações sobre identificação e data
de nascimento foram obtidas do arquivo da secretaria da escola. Toda coleta de dados
foi realizada durante o primeiro semestre do ano letivo de 2006.
6.1 Antropometria
Todas as medidas antropométricas foram realizadas pelo mesmo
pesquisador. Para a avaliação antropométrica os escolares estavam descalços e trajados
de bermuda no gênero (M) masculino, bermuda e blusa de alça no gênero (F) feminino.
Procedeu-se da mesma maneira para a avaliação postural.
6.2 Altura
Com relação à mensuração da altura, uma fita métrica foi fixada em uma
superfície plana, em uma parede sem rodapé. A criança foi encostada no local onde
estava fixada a fita métrica e permaneceu com os braços estendidos ao longo do corpo,
os pés juntos, e os calcanhares, glúteos e ombros tocando a superfície da parede.
Foi orientada a manter-se reta, olhando para frente, e foi feita uma leve
pressão no queixo para cima a fim de manter a cabeça ereta, mantendo os joelhos e
calcanhares na posição correta. Foi colocado um esquadro plástico sobre a fita métrica,
até tocar a cabeça da criança. O vértice do esquadro tocava a fita métrica na marca da
altura da criança. Foram tomadas três medidas ate que duas delas, não fossem diferentes
em mais de 0,5cm.
41
6.3 Massa corporal
A coleta do peso foi feita através de uma balança antropométrica (peso
máximo 150 kg) escala de 100 gramas, da marca filizola sempre nivelada e calibrada. A
cada 5 aferições. A criança se posicionava de costas para o aparato, pés juntos, ombros
eretos e olhar na linha do horizonte e feito o pedido para que não houvesse uma mínima
movimentação.A criança foi preparada retirando as roupas extras (blusas), com auxilio
do professor de educação física, e após a estabilização do nível da balança fez-se a
coleta, separadamente meninos e meninas para determinação do IMC.
6.4 IMC
O índice de massa corporal (IMC= Kg/m2) foi utilizado como critério de
avaliação, sendo estabelecidos como pontos de corte para determinação do estado
nutricional abaixo do peso valores de IMC, menor ou igual ao percentil 5, para
eutróficos valores de índice acima do percentil 5 a 85, e pré-obesidade quando os
valores de IMC estiverem entre percentil 85 ate 95 e por fim, como indicador de
obesidade, quando os valores de IMC forem maiores que o percentil 95 (CDC, 2000).
6.5 CB Circunferência do braço
Para avaliação da circunferência da metade superior do braço, a fita foi
mantida em posição horizontal tocando a pele e seguindo os contornos do membro, mas
sem comprimir os tecidos subjacentes, a medida foi obtida no ponto médio entre o
processo acromial da escápula e o olécrano da ulna. Onde o braço foi posicionado de
forma relaxada. Para análise dos dados foi obtido as circunferências e comparadas aos
valores de referência obtidos por NHANES I (National Health Nutrition Survey) por
Frisancho, (1990).
42
6.6 RCQ Relação cintura quadril
A medida cintura quadril foi obtida a partir da circunferência da cintura
no ponto médio, entre a margem inferior da ultima costela e a margem superior da crista
ilíaca no momento da expiração e a circunferência do quadril no ponto mais largo ao
redor dos trocanteres maiores. Em ambas as medidas, as fitas sempre posicionadas
horizontalizadas, mantida em contato leve com a pele.
Calculando a divisão da circunferência da cintura (medida em cm) pela
do quadril (medida em cm) na pratica, uma relação superior a 1,0 para os homens e 0,85
para as mulheres é indicativo do estado nutricional e desenvolvimento de doenças
crônicas adotado por Soar (2002).
6.7 Pesagem das mochilas
A pesagem das mochilas dos escolares foi realizada na mesma balança
na qual foram pesados os escolares, e com o mesmo método de calibragem da balança.
Essa pesagem foi realizada como método de exclusão dos qual o peso da mochila
ultrapassa-se 10% do peso corpóreo, podendo assim, criar um viés de confundimento,
quanto à origem das alterações no sistema musculoesquelético.Quando a mochila que
possuía rodas e o escolar a puxava, não foi necessária a pesagem.
43
6.8 Avaliação Postural
Todos os procedimentos da análise postural foram executados pelo
pesquisador responsável por este estudo.
6.9 Biofotogrametria computadorizada (posturograma)
Os escolares foram fotografados, em sala cedida pela instituição de
ensino de forma individual, na presença de um professor de educação física da
instituição. Todos estes procedimentos foram realizados afim de não haver
constrangimento frente aos demais escolares.
Foram demarcados, utilizando marcadores adesivos circulares
hipoalergênicos de aproximadamente, 0,5 cm de diâmetro e fotografados por uma
maquina fotográfica digital Sony 3.1 megapixes posicionada sobre um tripé, à dois
metros e meio da criança depois de usado um nivelador de solo.
As fotos foram obtidas em uma vista anterior, posterior e vista lateral.
As crianças foram colocadas a dois metros em frente à câmera fotográfica, realizando
posição de passo, isto é, partiram de um passo ou dois atrás da demarcação (local da
obtenção da foto) para que o houvesse um rearranjo de posicionamento corporal na
hora do registro fotográfico.
Sendo assim, os escolares foram posicionados em posição ortostática
anterior e lateral e posterior com a face para frente, braços pendentes e laterais, joelhos
retilíneos e estendidos, calcanhares a uma distância de 7,5 cm. e pés posicionados em
um ângulo de 20 graus, conforme as orientações de Kendall (1980).
Para a análise das distâncias entre os pontos anatômicos, os mesmos
foram demarcados segundo Hoppenfeld (1987).
Para a detecção de uma assimetria no plano frontal (escoliose) ilustrada
na Figura 3, o escolar foi posicionado no plano frontal e foram demarcadas com
44
etiquetas circulares auto – adesivas hipoalergênicas a espinha ilíaca ântero superior
(EIAS) e acrômio bilateralmente.
Figura 6: Posicionamento das etiquetas hipoalergênicas no plano frontal
Para avaliação da lordose lombar e hipercifose torácica o plano lateral
foi demarcado no pavilhão auditivo, tubérculo maior do femur e maléolo lateral da tíbia
(representado na figura 7).
45
Figura7: Posicionamento das etiquetas hipoalergênicas no plano lateral
Para avaliação de assimetria (escoliose) o plano posterior foi demarcado
nas regiões do ângulo inferior da escapula bilateralmente e nos epicôndilos mediais do
úmero bilateralmente, (como mostra a figura 8).
46
Figura 8: Posicionamento das etiquetas hipoalergênicas no plano posterior
Para o procedimento de captura das imagens da amostragem, obedeceu-
se uma postura padronizada, que levou em consideração o posicionamento do
participante e o instrumento utilizado.
Após a captação das imagens, as fotos digitais foram armazenadas em
um lap top Pentium 4, onde foram avaliadas utilizando o principio da Biofotogrametria
Computadorizada através do software posturograma 2.8.
47
As medidas das distâncias foram tomadas a partir de 4 pontos,
previamente demarcados pelos adesivos circulares . No plano frontal, traçou-se uma reta
que saiu da EIAS até a outra EIAS, e de um acrômio até o outro, (visto na figura 9).
Calculou-se com o objeto régua, a distância do traçado transacromial até o traçado
transilíaco bilateralmente, resultando na diferença quantitativa da assimetria bilateral.
Figura 9: Visualização e cálculo das distâncias no plano frontal através do
posturograma 2.8
No plano lateral, traçou-se uma linha horizontal demarcando o chão, e
outra do maléolo lateral em direção verticalizada à cabeça (fio de prumo). Observando
assim, possíveis alterações de protusão de cintura escapular sugestinando hipercifose e
de cintura pélvica sugestionando hiperlordose (observado na figura 10).
48
Figura 10: Visualização para análise da postura pelo fio de prumo no plano lateral
posturograma 2.8
No plano posterior, traçou-se uma linha horizontal demarcando o chão e
com a unidade métrica selecionada em metros e mensurou-se a distância do ângulo
inferior da escápula ate o chão, bilateralmente. Ainda no plano posterior com a unidade
métrica selecionada em centímetros mensurou-se o Triângulo de Tales (medida entre o
epicôndilo medial até a superfície lateral do tronco) em linha horizontal bilateralmente,
observando assim, as possíveis alterações sugestivas de escoliose (visto na figura 11).
49
Figura 11: Tela de aquisição dos dados das distâncias no plano posterior através
do software posturograma 2.8
7. Podoscopia
A podoscopia foi realizada com o uso de um podoscópio da marca Carci.
Foi solicitado ao escolar que subisse no podoscópio, ficando em ,
realizando igual apoio nos dois lados por alguns instantes (Figura12). Os dados obtidos
foram analisados segundo Viladot (2003).
50
Figura 12: Procedimento para a visualização plantar no podoscópio
8. Análise estatística
Os dados obtidos foram organizados em tabelas e gráficos e as análises
estatísticas das tabelas foram realizadas através do teste G (AYRES, 2003 e
GOODMAN, 1964; GOODMAN, 1965).
O Teste G foi aplicado considerando-se para duas amostras
independentes, semelhante em todos os aspectos ao Qui-Quadrado, para dados
categóricos dispostos em tabelas de contingência 2x2, podendo estender-se para mais de
duas amostras, cada uma com duas ou mais modalidades.
A Regressão Linear e o coeficiente de correlação (AYRES, 2003) foram
utilizados com a finalidade de determinar a dependência de uma variável em relação à
outra.
Todas as discussões foram realizadas segundo um nível de 5% de
significância.
51
9. Resultados e discussão
9.1 Aspectos da amostra
O tamanho da amostra foi de 100 escolares, sendo todos os alunos
matriculados no ensino fundamental de uma escola pública da região central da cidade
de Araraquara.
A população do estudo apresentou idade entre 8 a 10 anos sendo 50% do
gênero feminino e 50% masculino.
Tabela 1: Descrição da população estudada segundo gênero e faixa etária
Araraquara-SP. 2006
Idade (anos) Feminino Masculino Total
8 20 (76,9%) 6 (23,1%) 26
9 26 (56,5%) 20 (43,5%) 46
10 4 (14,3%) 24 (85,7%) 28
Total 50 50 100
Na Tabela 2, observa-se que o gênero masculino apresenta maior
percentagem, tanto de pré-obesidade quanto obesidade do que o gênero feminino,
segundo dados descritivos.
52
Tabela 2: distribuição da população estudada segundo peso corporal e gênero.
Araraquara-SP.
IMC/
sexo Abaixo<5
Eutrófico
5 a 85
Pré-
obesidade
85 a 95
Obesidade
>95 Total
F 6 (12,0%)
26 (52,0%)
4 (8,0%) 14 (28,0%) 50
M 4 (8,0%) 14 (28,0%)
12 (24,0%) 20 (40,0%) 50
Total 10 40 16 34 100
Figura 13 Distribuição dos escolares, segundo o sexo e classificação do IMC.
Araraquara-SP. 2006
De acordo com Kac e Velasquez-Melendez (2003); Batista Filho e
Rissin (2003); Pinheiro et al. (2004), na faixa etária estudada se observa uma transição
nutricional caracterizada por uma redução na taxa de peso corporal e aumento da
obesidade e pré-obesidade que vão de encontro com os resultados do presente estudo
conforme visto Tabela 2 e Gráfico 1.
Em relação ao peso corporal e gênero, verificou-se prevalência de pré-
obesidade de 24,0% e obesidade de 40,0% para o sexo masculino, e pré-obesidade de
8,0% e obesidade, 28,0% no sexo feminino, dados muito discrepantes frente a outros
trabalhos de prevalência de excesso de peso em infantes, dados estes que referem a dada
população, achado populacional que não pode ser extrapolado para o restante do
município.
0
10
20
30
40
50
60
Abaixo
Eutrofico
obesidade
Pré-obesidade
%
F
M
53
Soar.,( 2002) encontrou prevalência de 17,9% de pré-obesidade, sendo
maior no gênero masculino (19,1%) do que no gênero feminino (16,7%) e 6,7 de
obesidade, com maiores valores no gênero masculino (7,9%) do que no gênero feminino
(5,4%) em estudo de escolares de 7 a 10 anos da rede publica de Florianópolis, onde a
incidência quanto ao gênero vai de encontro com nosso estudo, mas em proporções bem
menores .
Segundo Klish (1998) foi demonstrado que uma criança que é obesa aos
6 anos de idade tem 25% de chance de ser obeso quando adulto, e uma criança de 12
anos tem 75% de se tornar obesa. Os resultados do presente estudo ressaltam que a
obesidade em crianças na idade escolar é mais prevalente e deve ser mais bem
observado, principalmente pelo aumento dos riscos de morbi-mortalidade na idade
adulta.
9.2 Correlação entre os índices de verificação do peso corporal dos escolares.
Araraquara, SP. 2006.
Figura 14: Diagrama de dispersão da circunferência do braço em relação ao IMC
para escolares do sexo feminino. Araraquara, SP, 2006.
No Figura 14, observa-se uma associação significativa de 0,97 entre a
circunferência do braço e o IMC. Dessa forma a partir da reta de regressão podemos
prever valores do IMC ou da circunferência do braço dentro do intervalo considerado
para esta população.
y = 0.7646x + 7.2974
0.5
10.5
20.5
30.5
40.5
10.0
20.0
30.0
40.0
IMC
Circ Braço (cm)
54
Figura 15: Diagrama de dispersão da circunferência do braço em relação ao IMC
para escolares do sexo masculino. Araraquara, SP, 2006.
Na Figura 15, observa-se correlação positiva de 0,98 entre a
circunferência do braço e o IMC. Dessa forma a partir da reta de regressão podemos
prever valores do IMC ou da circunferência do braço dentro do intervalo considerado
para esta população.
Figura 16: Diagrama de dispersão da relação cintura/quadril em relação ao IMC
para os escolares do sexo feminino. Araraquara, SP, 2006.
No Figura 16, observou-se uma baixa associação de 0,41 entre a relação
circunferência cintura/quadril e o IMC. Dessa forma não foi possível obter um modelo
linear para as variáveis.
y = 0.9177x + 4.495
0.5
10.5
20.5
30.5
40.5
10.0
15.0
20.0
25.0
30.0
35.0
40.0
IMC
Circ Braço (cm)
y = 0.0279x + 0.4034
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
10.0
15.0
20.0
25.0
30.0
35.0
IMC
Cint/Quadril
55
Figura 17: Diagrama de dispersão da relação cintura/quadril em relação ao IMC
para os escolares do sexo masculino. Araraquara, SP, 2006.
Na figura 17 observou-se uma baixa associação de 0,1 entre a relação
circunferência cintura/quadril e o IMC. Dessa forma não foi possível obter um modelo
linear para as variáveis.
9.3 Análise da característica do arco plantar
A Tabela 3, mostra a relação entre a análise do arco plantar e o estado
nutricional dos escolares.
Tabela 3: Distribuição da freqüência da classificação do dos escolares, segundo
o arco plantar e peso corporal. Araraquara-SP, 2006
IMC/ arco
plantar Pé cavo Pé normal Pé plano Total
Abaixo<5 8 (80,0%) 2 (20,05%) 0 (0,0%) 10
Eutrofico
5 a 85 12 (30,0%) 28 (70,0%) 0 (0,0%) 40
Pré-
obesidade
85 a 95 0 (0,0%) 0 (0,0%) 16 (100,0%) 16
Obesidade
>95
0 (0,0%) 4 (11,8%) 30 (88,2%) 34
Total 20 34 46 100
y = 0.0075x + 0.7592
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
10.0
20.0
30.0
40.0
IMC
Cint/Quadril
56
Figura 18: Distribuição da freqüência da classificação do pé dos escolares, segundo
o arco plantar e peso corporal. Araraquara-SP, 2006
Em relação ao estado nutricional houve uma alta percentagem de pés
planos, tanto em crianças obesas quanto nas crianças com pre-obesidade, de 88,2% e
100%, respectivamente. Apresentando assim, uma característica marcante de pés planos
nos estudantes acima do peso, o que não ocorreu nos outros estados nutricionais, onde
houve maior proporção em relação a pés normais e cavos.
A explicação para a relação entre a maior proporção de pés planos
encontrados nos escolares obesos não é bem clara. Acredita-se que o coxim gorduroso
presente na região do arco longitudinal deva permanecer, em pés de crianças obesas
como uma adaptação de proteção para amenizar as cargas impostas pelo excesso de
massa corporal, causando, dessa maneira, características de um plano (RIDDFORD
et al, 2000).
Por outro lado, Mickie et al (2005) referem não haver diferença
significativa entre a espessura do coxim gorduroso entre grupo de crianças obesas e não
obesas. Os mesmos autores sugerem que a característica de plano em indivíduos
obesos são mudanças estruturais e funcionais na anatomia do pé, incluindo-se o
rebaixamento do arco longitudinal.
Essas mudanças possivelmente aconteçam devido ao aumento das forças
impostas pelo contínuo excesso de massa corporal produzindo, dessa maneira, a
0
20
40
60
80
100
120
Abaixo
Eutrófico
Obeso
pré-obesidade
%
pé cavo
norm
plano
57
distribuição das pressões por uma área maior na superfície dos pés (DOWLING et al,
2001).
Bordin et al (2001) também demonstraram diferenças estatisticamente
significativas, em que escolares em sua maioria com pré-obesidade e obesidade
apresentaram plano diferentemente daqueles com eutrofismo que apresentam pés
normais.
9.4 Análise das assimetrias no plano frontal sugestivas de escoliose
Tabela 4: Distribuição da freqüência das posturas no plano frontal segundo o peso
corporal dos escolares. Araraquara, SP. 2006.
IMC/ posturas
Abaixo<5
Eutrofismo
5 a 85
Pré-
obesidade
85 a 95 Obesidade>95
Total
simetria 6 (15,0%) 34 (85,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 40
assimetria 4 (6,7%) 6 (10,0%) 16 (26,7%) 34 (56,7%) 60
Total 10 40 16 34 100
Os resultados mostram que no plano frontal, uma associação
estatística significativa entre postura assimétrica e IMC >85%, (p<0,05) rejeitando-se a
hipótese de igualdade e aceitando-se a alternativa de que crianças em pré-obesidade e
obesidade apresentam escoliose em valores estatisticamente significantes.
A Tabela 4 representa a freqüência das assimetrias evidenciadas pelo
calculo das distancias entre os pontos anatômicos no plano frontal, segundo o estado
nutricional. Observa-se que os escolares com pré-obesidade e obesidade, obtiveram
maior proporção de assimetrias no plano frontal, sugestivo de escoliose,
respectivamente de 26,7% e 56,7%. Com relação às características de simetria,
prevalecem principalmente nos escolares em eutrofismo, em 85,0%.
58
Tabela 5: Distribuição da freqüência das posturas no plano posterior através dos
ângulos inferiores da escapula segundo o peso corporal dos escolares, Araraquara.
SP. 2006.
IMC/posturas
Abaixo<5
Eutrofismo
5 a 85
Pré-
obesidade
85 a 95 Obesidade>.85
Total
assimetria 4(6,9%) 12(20,7%) 12(20,7%) 30(51,7%) 58
simetria 6(14,3%) 28(66,7%) 4(9,5%) 4(9,5%) 42
Total 10 40 16 34 100
Os resultados mostram na vista posterior, uma associação estatística
significativa entre “postura assimétrica” e IMC > 85, (p<0,05) rejeitando-se a hipótese
de nulidade e aceitando-se a alternativa.
A Tabela 5 representa a freqüência das assimetrias evidenciadas pelo
calculo das distancias entre os pontos anatômicos no plano posterior pela distancia dos
ângulos inferiores da escapula ate o chão.
Com relação aos escolares com pré-obesidade e obesidade, observamos
maior proporção de assimetrias no plano posterior, sugestivo de escoliose,
respectivamente de 20,7% e 51,7%. Para as características de simetria prevalecem
principalmente nos escolares com eutrofismo (66,7% , do total).
59
Tabela 6: Distribuição da freqüência das assimetrias no plano posterior através do
triangulo de tales segundo o peso corporal dos escolares. Araraquara, SP. 2006.
IMC/tales Abaixo<5
Eutrofismo
5 a 85
pré-
obesidade
>85 a 95
Obesidade
> 95 Total
tales
simétrico 8(15,4%) 26(50,0%) 2(3,8%) 16(30,8%) 52
tales
assimétrico
2(4,2%) 14(29,2%) 14(29,2%) 18(37,5%) 48
Total 10 40 16 34 100
Os resultados mostram uma associação estatística significativa entre
postura assimétrica por tales e IMC >85,(p<0,05).
A Tabela 6 representa a freqüência das assimetrias evidenciadas pelo
calculo das distancias entre os pontos anatômicos no plano posterior do triangulo de
tales segundo o estado nutricional observa-se que os escolares com pré-obesidade e
obesidade, apresentaram maior proporção de assimetrias no plano frontal, sugestivo de
escoliose respectivamente, de 29,2% e 37,5% .
A Tabela mostra também um alto índice de indivíduos obesos com
simetria. Este dado decorre de uma aproximação máxima do epicôndilo medial do braço
na região lateral do tronco resultando em numeração zero, caracterizando simetria de
tales.
Os resultados do presente estudo estão de acordo com os dados
encontrados por Fisberg (1995) que mostra que de 46 crianças obesas, 67% desses
escolares do sexo feminino apresentavam escoliose e 54% do sexo masculino,
apresentaram a mesma alteração, no que diz respeito a desvios na postura. Os desvios
posturais encontrados na vista anterior foram relevantes quanto às alterações nos
ombros e ângulo de Tales em desnível em ambos os sexos neste mesmo estudo de
Fisberg (1995).
60
9.5 Análise da postura no plano lateral sugestivas de hipercifose
Tabela 7: Distribuição da freqüência de hipercifose no plano lateral segundo peso
corporal dos escolares. Araraquara, SP. 2006.
Os resultados mostram uma associação estatística significativa entre
“hipercifose” e IMC >85, (p<0,05) rejeitando-se a hipótese de nulidade e aceitando-se a
alternativa.
A Tabela 7 mostra a distribuição da freqüência de hipercifose verificada
através do fio de prumo digital, onde se observa que os escolares obesos tiveram maior
proporção de assimetrias no plano lateral sugestivo de hipercifose de 50%.Com relação
a características de simetria, prevalecem principalmente nos escolares com eutrofismo,
(28,0% do total).
O aumento dos valores angulares da curvatura torácica de
escolares obesos de ambos os gêneros pode ser explicado como uma compensação que
tem por finalidade a manutenção do equilíbrio da coluna vertebral, devido ao
deslocamento anterior do centro de gravidade, gerado pelo aumento do volume
abdominal encontrado nos obesos (BRUSCHINI e NERY, 1995).
Hipercifose/IMC
Abaixo
<5
Eutrófico
5 a 85
Pre-
obesidade
85 a 95
Obesidade
>95 Total
Hipercifose
ausente 10(14,7%)
28(41,2%)
12(17,6%) 18(26,5%) 68
Hipercifose
presente 0(0,0%) 12(37,5%)
4(12,5%) 16(50,0%) 32
Total 10
40
16
34
100
61
João e Kussuki (2005) relatam que, através de metodologia quantitativa,
nos escolares obesos foi observada hipercifose em 40% dos casos e 32% no grupo não
obeso.
Os resultados destes estudos citados estão de acordo com nossos
resultados onde observamos que os escolares obesos mostraram valores mais
acentuados, da curvatura torácica.
9.6 Análise das assimetrias no plano lateral sugestivas de hiperlordose
Tabela 8: Distribuição da freqüência de hipelordose lombar no plano lateral
segundo peso corporal dos escolares. Araraquara, SP. 2006.
Os resultados mostram uma associação estatística significativa entre
“hiperlordose” e IMC >85 (p<0,05).
A Tabela 8 mostra a distribuição da freqüência de hiperlordose verificada
através do fio de prumo digital, onde os escolares com obesidade, tiveram o maior
percentual de assimetrias no plano lateral sugestivo de hiperlordose de 51,5%.Com
relação as características de uma pelve neutra, prevalecem principalmente nos escolares
em eutrofismo, 58,8% . A tabela demonstra também alto percentual de indivíduos
eutróficos com hiperlordose. Este dado decorre de uma comum tendência de o infante
projetar seu abdômen à frente.
Hiperlordose/IMC
Abaixo
<5
Eutrófico
5 a 85
pré-
obesidade
85 a 95
Obesidade
>95 Total
hiperlordose
ausente
10
(29,4%)
20
(58,8%) 4 (11,8%) 0 (0,0%) 34
hiperlordose
presente 0 (0,0%)
20
(30,3%) 12 (18,2%) 34 (51,5) 66
Total 10 40 16 34 100
62
Outros fatores podem aumentar a lordose lombar como a orientação da
inclinação pélvica (ROUSSOULY et al, 2005), desequilíbrio da força dos músculos
abdominais e extensores da coluna (HOLSCHEN, 2004; KIM et al, 2006) e o
encurtamento dos músculos isquiotibiais, psoas-iliaco (MILITAO, 2001).
Fisberg (1995) A hiperlordose lombar foi a alteração mais freqüente,
tanto para o sexo feminino (79%) quanto para o sexo masculino (61%); como também
os fatores associados a anteroversão pélvica e o abdômen protuso foram achados
comuns em ambos os sexos em crianças tanto em pré-obesidade quanto em obesidade.
Pinto et al. (2001), comparando crianças de ambos os gêneros, com IMC
acima do percentil 95, caracterizadas como obesas, e abaixo de 80 para não obesas, na
mesma faixa etária, concluíram que a obesidade tem efeitos negativos, promovendo
mudanças biomecânicas na coluna lombar.
Estes estudos citados são concordantes com nossos resultados onde
observamos que os escolares obesos demonstraram alterações tanto no posicionamento
quanto a projeção do abdômen e conseqüente impacto do aumento da inclinação pélvica
no sentido da anteversão pélvica.
63
Tabela 9: Distribuição da hiperlordose lombar segundo a relação cintura/quadril
dos escolares. Araraquara, SP. 2006.
Hiperlordose
lombar/relação
cintura quadril
Aumento da
relação
cintura/quadril
Diminuição da relação
cintura/quadril Total
hiperlordose
ausente
6 (17,6%) 28 (82,4%) 34
Hiperlordose
presente
38 (57,6%) 28 (42,4%) 66
Total 44 56 100
Os resultados mostram uma associação estatística significativa entre
hiperlordose (ausente/presente) e relação Cintura/Quadril (RCQ+/RCQ-), (P<0,05). A
hiperlordose lombar esta presente nos escolares que apresentaram aumento da gordura
abdominal detectado pela relação cintura/quadril. Esses resultados reforçam fatores
propostos por Fisberg, (1995), que mostra o aumento da hiperlordose lombar por fatores
ligados ao abdômen protuso.
64
10. Conclusões
O estudo da caracterização do excesso de peso na infância e sua
influência sobre o sistema musculoesquelético de escolares permitiram concluir que:
- A população estudada, apresentou elevada prevalência de pré-obesidade e obesidade
para os escolares de ambos os sexos.
-Foi constatada associação entre CB e IMC em escolares de ambos os sexos.
- Não foi constatada associação entre RCQ e IMC em escolares de ambos os sexos.
- O aumento do IMC em escolares diagnosticados como pré-obesos e obesos resultou
em maior prevalência de assimetria no plano anterior, posterior e lateral. (sugestiva de
escoliose, hiperlordose lombar, hipercifose torácica).
- Os escolares com peso corporal diagnosticado como pré-obesidade e obesidade
obtiveram maior percentagem de pés planos do que os demais estados nutricionais.
65
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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82
83
84
2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu ________________________, RG ___________, Estado Civil ______, Idade
________ anos, Residente na _________________, nº. _________, Bairro _______,
Cidade ___________, Telefone ______,
Declaro ter sido esclarecido sobre os seguintes pontos:
1. O trabalho tem por finalidade obter a caracterização da postura do meu filho (a) a
fim de demonstrar uma possível relação de uma alteração dessa postura em
decorrência de um processo de obesidade;
2. A participação de meu filho (a) como voluntário deverá ter a duração de seis
meses;
3. Os dados obtidos através da pesagem e aferição de altura de meu filho (a) e
registro fotográfico para obtenção de dados sobre postura não gerarão riscos a
saúde do mesmo. O pesquisador poderá voltar a sala de avaliação localizada na
escola todas as vezes que houver necessidade para desenvolvimento desse projeto;
4. Meu filho (a) não terá nenhuma despesa ao participar desse estudo;
5. Os procedimentos aos qual meu filho (a) será submetido o provocarão danos
físicos ou financeiros e por isso não haverá a necessidade de ser indenizado por
parte da equipe responsável por esse trabalho ou da Instituição (FCF/UNESP);
6. O nome do meu filho (a) será mantido em sigilo, assegurando assim a privacidade
do mesmo e se desejar, deverei ser informado sobre os resultados dessa pesquisa;
7. Não haverá riscos, pois a obtenção dos dados será realizada por registro
fotográfico, pesagem e aferição de altura, sem possíveis incômodos.
8. Poderei me recusar meu consentimento a qualquer momento da realização dessa
pesquisa, sem nenhum prejuízo ou penalização;
9. Qualquer dúvida ou solicitação de esclarecimentos poderá entrar em contato com a
equipe científica pelo telefone: Maurício Ferraz de Arruda (16) 32424535 e/ou
Profª Drª Maria Jacira Silva Simões (16) 33016942;
10. Para notificação de qualquer situação de anormalidade que não puder ser resolvida
pelos pesquisadores deverei entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa
da Faculdade de Ciências Farmacêuticas do Campus de Araraquara da UNESP,
pelo telefone (16) 33016897.
85
“Diante dos esclarecimentos prestados, autorizo meu filho(a) .........,
impúbere, nascido aos ...../...../........, a participar do estudo Caracterização do excesso
de peso na infância e sua influência sobre o sistema musculoesquelético de escolares”, na
qualidade de voluntário.”
Araraquara, (data)
Assinatura do Responsável
86
3 . Inquérito
Nome: Idade:
Sexo:
Filiação:
Escola: Ano Escolar:
Cidade: Bairro:
1. É a primeira vez que participa de um estudo como esse?
2. Possui alguma dor? Onde?
3. Já foi vítima de traumas ósseos? Quais?
4. Possui algum tipo de doença respiratória?Asma? Bronquite?
5. Já se submeteu a algum tipo de cirurgia?
6.Observação de padrões neurológicos
7.Pesagem da mochila pesa em kg------------
9. Peso da criança ----------- Altura—---------- IMC--------
10. Circunferência do braço -------------
11.Relação cintura quadril
87
4. Procedimento para mensuração das distancias pelo programa Posturograma 2.8
Para realizar as medidas no programa Posturograma 2.8, o programa foi
iniciado e um novo documento aberto com os comandos Arquivo, Novo estudo de caso
(Fig 1).
Figura 1: Tela do Posturograma, arquivo, novo estudo de caso.
Nesta tela, realiza-se a pesquisa do individuo, através do clique da tecla
consultar, abrindo-se o documento selecionado com a foto do escolar. Para realização
dos traçados afim da obtenção das distancias se torna necessário clicar em linha para
obtenção de uma horizontal = 0 (chão) figura 3.
88
Figura 2: Tela de consulta da imagem a ser analisada
Após a utilização do objeto linha para determinação da horizontal e da
vertical (fio de prumo) neste caso vista anterior, substitui-se o objeto clicando em
ferramentas e posteriormente no objeto régua, onde este determina a distancia
correspondente entre os pontos pré-determinados: acrômio à acrômio, EIAS à EIAS,
acrômio ao chão bilateralmente, EIAS ao chão bilateralmente e acrômio à EIAS
bilateralmente.
89
Figura 3: Tela de visualização e calculo das distancias no plano frontal através do
posturograma 2.8
A determinação de uma assimetria ocorre pela diferença métrica entre os
pontos demarcados no corpo do lado direito e esquerdo.
Esta janela corresponde à tabulação dos dados para posterior analise do
programa e emissão do laudo técnico figura 5.
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Figura4: Tela de colocação dos dados para avaliação do programa
91
Figura 5: Laudo cnico de avaliação das distancias e possíveis simetrias e
assimetrias sugestivas de desvio postural.
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