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Assim sendo a Legislação Previdenciária do Brasil permite que os Auditores
Fiscais da Previdência e Assistência Social passem a auditar as empresas
verificando como elas estão realizando a Gestão dos Riscos Ocupacionais nela
gerados.
Segundo Cardella (1999 apud CAMPOS, 2004, p. 24):
Toda organização é caracterizada por um complexo de padrões de
comportamento, crenças e valores espirituais e materiais, transmitido
coletivamente. Esse complexo, chamado Cultura Organizacional, é
constituído pelas formas de expressão do grupo social. Fazem parte da
cultura a maneira de pensar e viver, usos, costumes, crenças, valores,
atitudes, rituais, mitos, tabus, heróis, histórias, arte, formas de
comportamento, hábitos, linguagem. Esses elementos são representativos
da “visão do mundo” ou do paradigma dominante na organização. A Cultura
Organizacional reflete a forma como as pessoas da organização respondem
à estímulos. A Cultura organizacional surge da necessidade de
perpetuação. Para atingir esse objetivo, o grupo adota um conjunto de
premissas básicas que foram estabelecidas, descobertas e desenvolvidas
no processo de aprendizagem, solução de problemas, adaptação externa e
integração interna. O lastro cultural próprio que o identifique é condição
básica para um grupo social sentir-se comunidade. Caso contrário, seria
apenas um bando de gente, um conglomerado humano.
Nas atividades de rotina do Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho Júnior (2000 apud CAMPOS, 2004, p. 24),
afirma: “Se observar as atividades do Setor de Segurança Medicina e Higiene do
Trabalho – SMHT no diário de uma organização, sob um foco restrito, percebe-se
que ela praticamente ocorre no âmbito interno, com poucos elementos externos
afetando-a diretamente”.
Se bem que esta realidade vem sendo alterada, hoje vários profissionais de
segurança têm procurado outros caminhos alinhados com o negócio da empresa.
O impacto disto na Segurança e Saúde no Trabalho é enorme, pois vários
profissionais usam o termo “aqui estamos apagando incêndio”, ou seja, estão
“fazendo segurança”, sem planejar, sem checar ou agir, não há ciclos de
aprendizado. Isso se deve porque um grande número de profissionais preocupa-se
em reduzir os índices de acidentes / incidentes, fazendo com que isso ocupe uma
boa parte de sua jornada, desviando, portanto, o foco da Gestão de SSO. Este
desconforto (negativo) ocorre um pouco pela repercussão que esses resultados
impactam nas partes interessadas (clientes, acionistas, governo, sindicatos, alta
administração, fornecedores, funcionários, terceiros e na Comunidade).