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região ou categorias específicas), o entendimento do
processo não se dá com análise exclusiva desse eixo.
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Assim estender ao Brasil os resultados de um estudo
regional baseado nos casos do Rio de Janeiro ou São Paulo
tem escasso valor para o entendimento dos matizes
regionais. A prática da história regional [...] pode servir para
destruir concepções gerais que parecem definitivas e que
foram incorporadas a tantos livros, artigos e conferências.
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Em suma, quero explorar as virtualidades do caminho que
cruza a fronteira dos estudos regionais, tanto para perceber
a especificidade desses casos, no sentido do próprio
estabelecimento de diferenças, como fazer aparecer
processos mais globais, cuja percepção se dilui nas análises
simplesmente regionais, questões que tomadas no âmbito
regional perdem seu possível significado.
64
As observações de Silvia Petersen são importantes para a reflexão do
trabalho historiográfico sobre os Círculos Operários na medida em que esta
produção está centrada nas regiões sul e sudeste. Encontro, num artigo de
Álvaro Barreto, um proficiente balanço da historiografia circulista, analisando
quatorze trabalhos, incluindo artigos, dissertações e teses.
65
O recorte espacial
64
PETERSEN, Sílvia Regina Ferraz, op. cit., pp. 89-90.
65
BARRETO, Álvaro. Uma avaliação da produção historiográfica sobre os Círculos
Operários. In: Anos 90, Revista do Programa de Pós-Graduação em História, nº 7, julho, pp.
127 –147. Porto Alegre: UFRGS, 1997. As pesquisas analisadas por Barreto neste balanço
historiográfico são as seguintes: ALMEIDA, Paulo Roberto. Círculos Operários Católicos:
práticas de assistência e de controle no Brasil. São Paulo, 1992. Dissertação de Mestrado
em História. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; BARBIAN, Hilário. Círculo
Operário e sindicalismo em Ijuí-RS (1932-1946). Florianópolis, 1991. Dissertação de
Mestrado em História. Universidade Federal de Santa Catarina; BARRETO, Álvaro. O
movimento operário rio-grandense e a intervenção estatal: a FORGS e os círculos
operários (1932-35). Porto Alegre, 1996. Dissertação de mestrado em História. Instituto de
Filosofia e Ciências Humanas. Universidade Federal do Rio Grande do Sul; ________
Propostas e contradições dos círculos operários. Pelotas: UFPEL, 1995;
BRANDÃO,Berenice. O movimento católico leigo no Brasil: as relações entre Igreja e
Estado 1930-37. Rio de Janeiro, 1975. Dissertação de Mestrado em História. Universidade
Federal Fluminense; DIEHL, Astor Antônio. Círculos Operários no Rio Grande do Sul: um
projeto social-político (dos anos 30 a 1964) Porto Alegre: Edipucrs, 1990; _______ Os
Círculos Operários: um projeto entre a modernidade e a tradição. Veritas. Porto Alegre:
PUCRS, v. 37, n. 148, dez. 1992; LAUSCHMER, Roque. A nova carta de princípios
doutrinários e programáticos do movimento circulista e a Doutrina Social da Igreja. In:
SCHÜHLY, Günther / KÖNIG, Hans Joachim / SCHNEIDER, José Odelso. Consciência social
– a história de um processo através da doutrina social da Igreja. São Leopoldo: Unisinos,
1995; MIRANDA, Carlos. A questão social e os círculos operários do Recife. Clio. Recife:
Universidade Federal de Pernambuco. n. 16, 1996; RAUCH, Urbano. Formação de lideranças
entre os trabalhadores. Os Círculos Operários. In: SCHÜHLY, Günther / KÖNIG, Hans
Joachim / SCHNEIDER, José Odelso. Consciência social – a história de um processo
através da doutrina social da Igreja. São Leopoldo: Unisinos, 1995; SCHNEIDER, José