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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
CENTRO TECNOLÓGICO
MESTRADO PROFISSIONAL DE SISTEMA DE GESTÃO
DIMAS BARBOSA TEIXEIRA
AVALIAÇÃO CRÍTICA DA CONFORTABILIDADE TÉRMICA E LUMÍNICA EM
LABORATÓRIO DE QUÍMICA
Niterói
2006
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DIMAS BARBOSA TEIXEIRA
AVALIAÇÃO CRÍTICA DA CONFORTABILIDADE TÉRMICA E LUMÍNICA EM
LABORATÓRIO DE QUÍMICA
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistema de Gestão
da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para
obtenção do Grau de Mestre em Sistema de Gestão. Área de
concentração: Sistema de Gestão pela Qualidade Total.
Orientador:
Prof. Fernando Benedicto Mainier, D. Sc.
Niterói
2006
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DIMAS BARBOSA TEIXEIRA
AVALIAÇÃO CRÍTICA DA CONFORTABILIDADE TÉRMICA E LUMÍNICA EM
LABORATÓRIO DE QUÍMICA
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistema de Gestão
da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para
obtenção do Grau de Mestre em Sistema de Gestão. Área de
concentração: Sistema de Gestão pela Qualidade Total.
Aprovado em 25 de abril de 2006
BANCA EXAMINADORA:
_______________________________________________
Prof. Fernando Benedicto Mainier, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense - UFF
_______________________________________________
Prof. Mara Telles Salles, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense - UFF
_______________________________________________
Prof. Sidnei Quezada Meireles. Leite, D.Sc.
Centro Federal de Educação Tecnologia de Química – CEFETQUÍMICA/Rj
Dedico este trabalho
Aos meus pais Waldomiro Felix Teixeira e Maria Ephigênia Barbosa Teixeira, a minha
esposa Letícia Ramalho Ferreira, e a meu filho Igor Ramalho Ferreira Teixeira, pela paciência
e compreensão durante esta nobre etapa de minha vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por mais esta oportunidade que está me sendo dada nesta
vida.
Agradeço ao meu orientador, Prof. Fernando B. Mainier, D. Sc., pela dedicação, paciência e
preciosa orientação dada a este estudo.
Agradeço aos meus colegas do INMETRO pela colaboração e presteza para conclusão deste
estudo.
Agradeço aos professores e coordenadores do LATEC/UFF pela oportunidade que me foi
concedida na busca pelo conhecimento e melhoria pessoal e profissional.
Agradeço ao meu filho, Igor Ramalho Ferreira Teixeira, pela suas brincadeiras em frente
ao computador nas horas em que eu estava escrevendo a minha dissertação.
Agradeço a minha esposa, Letícia Ramalho Ferreira, pela sua paciência e compreensão
quando eu ia deitar-me tarde da noite, escrevendo a minha dissertação.
Por fim agradeço ao INMETRO por confiar-me este estudo.
RESUMO
O presente trabalho tem por finalidade fazer uma a análise quantitativa e qualitativa da
situação do conforto ambiental, do ponto de vista térmico e lumínico, em um laboratório
hermeticamente fechado submetido a uma climatização forçada. A análise quantitativa é
realizada para o acesso térmico e condições de iluminação. Isto é feito, medindo-se
diretamente as propriedades físicas do nível de iluminação de uma fonte artificial,
temperatura, umidade relativa e velocidade do ar. Por outro lado, a análise qualitativa busca
coletar informações e opiniões descritas pelos usuários sobre a qualidade do ambiente de
trabalho. Estas duas análises nos permitem uma visão abrangente sobre o ambiente
laboratorial e uma comparação com os procedimentos e normas existentes.
Baseado na análise desses dados, ações corretivas são sugeridas para a correção dos
problemas detectados e, a adequação dos parâmetros ambientais aos limites impostos pelos
procedimentos normativos vigentes, visando uma otimização da segurança, conforto, saúde e
bem-estar das pessoas que trabalham em um ambiente controlado.
Palavras-chave: Conforto Lumínico, Conforto Térmico, Saúde do Trabalhador, Legislações e
Normas.
ABSTRACT
The present work aims to perform both quantitative and qualitative analysis of the
environmental comfort status, from a thermal and illumination point of view, in a specific
hermetically closed laboratory submitted to a forced climatization. A quantitative analysis is
carried out to access thermal and illumination conditions. This is done by measuring directly
physical proprieties like illumination level of an artificial source, temperature, humidity and
velocity of the air. On the other hand, a qualitative research is carried out to collect user
impressions and opinions related to the quality of the environment they work These two
quantitative and qualitative approaches permit a panoramic view of the laboratory
environment status and a comparison to parameters attested in present normative procedures.
Based on analysis of these data, corrective actions are suggested to correct problems detected
and to adequate the environmental parameters to the limits imposed by effective normative
procedures aiming the optimization of the Security, Comfort, Helth and well-being of those
who work daily in such a controlled environments.
Key-words: Illumination comfort, Thermal comfort, Health of the Worker, Legislation and
Standards.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01:
Vista geral do Termo-Higrômetro 24
Figura 02:
Vista Geral do Anemômetro 25
Figura 03:
Detalhe do sensor do anemômetro 25
Figura 04:
Vista geral do Luxímetro. 25
Figura 05:
Sistema de Ar-condicionado de Expansão Direta 29
Figura 06:
Ofuscamento Direto 41
Figura 07:
Ofuscamento Refletido 41
Figura 08:
Dispersão por meio de um prisma de refração 46
Figura 09:
Tipos de Sistemas de Iluminação 48
Figura 10:
Áreas com luminárias individuais dispostas simetricamente em duas
ou mais fileiras
52
Figura 11:
Área regular com uma única luminária (luminária central) 53
Figura 12:
Área regular com uma única fila de luminárias individuais 53
Figura 13:
Área regular com duas ou mais filas contínuas de luminárias 54
Figura 14:
Área com duas ou mais filas contínuas de luminárias 55
Figura 15:
Escola de Engenharia 58
Figura 16:
Vista aérea da Escola de Engenharia 58
Figura 17:
Local onde se situa o objeto de estudo 59
Figura 18:
Laboratório de Química 59
Figura 19:
Área arborizada rente ao laboratório de Química 59
Figura 20:
Bloco D e vegetação entre os dois blocos 59
Figura 21:
Visão interna do Laboratório 1 60
Figura 22:
Visão interna do Laboratório 2 61
Figura 23:
Esquema da distribuição geométrica das luminárias no teto de Lab 1 63
Figura 24:
Esquema da distribuição geométrica das luminárias no teto de Lab 2 63
Figura 24:
Tipo do Ar-Condicionado usado nos Laboratórios - Aparelho de
Janela
64
Figura 26: Vegetação entre Lab 1 e Lab 2 75
LISTA DE TABELAS
Tabela 01:
Características do Termo-Higrômetro 24
Tabela 02:
Características do Anemômetro de fio quente 25
Tabela 03:
Condições Internas para Verão 32
Tabela.04:
Condições Internas para Inverno 33
Tabela 05:
Estratégia de amostragem 34
Tabela 06:
Parâmetros de Conforto Térmico 35
Tabela 07:
Iluminação por classe de Tarefas Visuais 39
Tabela 08:
Fatores de reflexão de diferentes materiais e cores 44
Tabela 09:
Dados meteorológicos da cidade de Niterói referente ao mês de julho
de 2005
58
Tabela 10:
Dados dos valores relativos à nebulosidade e seu correspondente
significado
58
Tabela 11:
Relações das superfícies de revestimento do objeto de estudo e suas
características
61
Tabela 12:
Dados meteorológicos da cidade de Niterói referente ao dia 01/07/05
(I) e 04/07/05 (II) no turno da manhã e tarde no Lab 1 e Lab 2
68
Tabela 13:
Dados meteorológicos da cidade de Niterói referente às medidas do
dia 1 julho de 2005
82
Tabela 14:
Dados meteorológicos da cidade de Niterói referente às medidas do
dia 4 julho de 2005
83
Tabela15:
Parâmetros de Conforto Térmico 85
LISTA DE ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E SIGLAS
A
s
Área superficial do corpo (m
2
).
a
c
Altura do corpo (m).
ABNT
Associação Brasileira de Normas Técnicas
ASHRAE
Americam Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning
Dittioning Engineers
ANVISA-MS
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Ministério da Saúde
ABILUX
Associação Brasileira da Industria de Iluminação
BF
Fator de fluxo luminoso
cd
Candela
C
conv
Calor trocado por convecção (W/m
2
).
C
ev
Calor perdido por evaporação do suor (W/m
2
)
C
met
Parcela de energia metabólica transformada em calor (W/m
2
)
C
rad
Calor perdido por radiação (W/m
2
)
CLT
Consolidação das leis Trabalhistas
CONAMA
Conselho Nacional de Meio Ambiente
Clo
Unidade de medida do isolamento térmico das vestimentas
E
Iluminamento ou Iluminância (lx)
I
Intensidade Luminosa (cd)
I
CL
Isolamento térmico básico da vestimenta (clo)
I
CLU
Isolamento térmico efetivo dos itens do vestuário (clo)
IES
Instituição de Ensino Superior
INMET
Instituto Nacional de Meteorologia
INMETRO
Instituto Nacional de Metrologia Normalização e Qualidade Industrial
k
Kelvin
lm
Lúmen
lx
Lux
L
Luminância (cd/m
2
)
M
Energia do metabolismo humano (MET)
M
C
Massa do corpo (kg)
MS
Ministério da Saúde
MMA
Ministério do Meio Ambiente
NR
Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego
NBR
Norma Técnica Brasileira
OMS
Organização Mundial de Saúde
PEI
Porcentagem de pessoas insatisfeita com o ambiente
P
Fluxo radiante
Q
Calor total trocado pelo corpo (W/m
2
)
SED
Síndrome do Edifício Doente
T
a
Temperatura do ambiente = Temperatura de bulbo seco (
o
C)
Trm
Temperatura radiante média (
o
C)
T
Temperatura de cor (k)
UR
Umidade relativa do ar
VME
Índice do voto médio estimado
η
Eficiência Luminosa
Ø
Fluxo Luminoso (lm)
LISTA DE GRAFICOS
Gráfico 01:
Faixa etária dos usuários dos laboratórios 65
Gráfico 02:
Visão dos usuários quanto a utilização de lentes corretoras 65
Gráfico 03:
Iluminância no turno da manhã – Lab 1 76
Gráfico 04:
Iluminância no turno da manhã – Lab 2 76
Gráfico 05:
Iluminância no turno da tarde – Lab 1 79
Gráfico 06:
Iluminância no turno da tarde – Lab 2 79
Gráfico 07:
Iluminância no turno da noite – Lab 1 81
Gráfico 08:
Iluminância no turno da noite– Lab 2 81
Gráfico 09:
Temperatura dos quatros sensores distribuídos em Lab 1 83
Gráfico 10:
Temperatura dos quatros sensores distribuídos em Lab 2 84
Gráfico 11:
Umidade dos quatros sensores distribuídos em Lab 1 84
Gráfico 12:
Umidade dos quatros sensores distribuídos em Lab 2 84
Gráfico 13:
Temperatura de Niterói nos dias das medições 85
Gráfico 14:
Umidade de Niterói no dias das medições 85
Gráfico 15:
Velocidade do Ar x ANVISA –LAB1 e LAB2 86
Gráfico 16:
Diagrama de conforto para a estação de inverno 86
LISTA DE PLANILHAS
Planilha 01:
Medição do nível de iluminamento do turno da manhã do Lab 1 69
Planilha 02:
Medição do nível de iluminamento do turno da manhã do Lab 2 70
Planilha 03:
Medição do nível de iluminamento do turno da tarde do Lab 1 71
Planilha 04:
Medição do nível de iluminamento do turno da tarde do Lab 2 72
Planilha 05:
Medição do nível de iluminamento do turno da noite do Lab 1 73
Planilha 06:
Medição do nível de iluminamento do turno da noite do Lab 2 74
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
16
1.1. O PROBLEMA 16
1.2. FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA 17
1.3. OBJETIVO DE ESTUDO 18
1.4. DELIMITAÇÃO E IMPORTANCIA DO TRABALHO 18
1.5. QUESTÃO DE ESTUDO 19
1.6. METODOLOGIA 19
1.6.1. Pesquisa e Avaliação Bibliográfica
20
1.6.2. Pesquisa de Campo
20
1.6.2.1. Identificação das variáveis de influência e parâmetros subjetivos de
conforto
21
1.6.2.2. Delimitação do campo das pesquisas e dimensionamento das amostras 21
1.6.2.3. Escolha e preparo do ferramental necessário 22
1.6.2.4.Caracterização do laboratório em estudo e medições preliminares 24
1.6.2.5. Características gerais da região onde se situa o laboratório em estudo 25
1.6.2.6 Pesquisa de opinião 25
1.6.2.7. Organização do trabalho 26
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
27
2.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 27
2.2. SISTEMAS DE AR-CONDICIONADO DE JANELA 27
2.3. CONFORTO TÉRMICO 28
2.3.1. Parâmetros de Conforto Térmico
30
2.3.2. Recomendações de Outras Entidades
34
2.4. CONFORTO LUMÍNICO 37
2.4.1. Considerações Iniciais
37
2.4.2. Parâmetros para o Conforto Visual
38
2.4.3. Problema de uma iluminação Precária
39
2.4.4. Variáveis do Conforto Visual
42
2.4.4.1. Características das superfícies de revestimento dos materiais 42
2.4.4.2. Sistema de iluminação existente 46
2.4.4.3. Influência do clima na iluminação de um ambiente 48
2.4.4.4. Influência do homem na iluminação do ambiente 49
2.4.5. Medição do Iluminamento de Interiores
50
2.4.6. Recomendações de Outras Entidades sobre Conforto Lumínico
54
2.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 55
3 ESTUDO DE CASO
56
3.1. O LABORATÓRIO EM ESTUDO 56
3.2. CARACTERISTICAS FÍSICAS EXTERNAS 56
3.3. CARACTERISTICAS FÍSICAS INTERNAS 59
3.3.1. Sistema de Iluminação Existente 61
3.3.2. Sistema de Climatização Existente 63
3.4. CARACTERISTICAS DOS USUÁRIOS 64
3.5. PESQUISA DE OPINIÃO 64
3.5.1. Analise e Conclusão da Pesquisa de Opinião
65
3.5.1.1 Análise da pesquisa de opinião a respeito do conforto lumínico 65
3.5.1.2. Análise da pesquisa de opinião a respeito do conforto térmico 65
3.5.1.3. Conclusão sobre a pesquisa de opinião 66
3.6. MEDIÇÕES E RESULTADOS DO CONFORTO LUMÍNICO
REFERENTE AO LAB 1 E LAB 2.
67
3.7. RESULTADOS DAS PLANIHAS EETRÔNICAS REFERENTES AOS
LAB 1 E LAB 2.
68
3.8 ANALISES E CONSIDERAÇÕES REFERENTES AOS LAB 1 E LAB 2 74
3.8.1 Análise Referente ao Turno da Manhã 74
3.8.2 Analise Referente às Planilhas 01 e 04 75
3.8.3 Análise Referente ao Turno da tarde 77
3.8.4 Análise Referente às Planilhas 02 e 05 78
3.8.5. Análise Referente ao Turno da Noite 79
3.8.6 Resultados Referentes às Planilhas 03 e 06 79
3.9
MEDIÇÕES E RESULTADOS OBTIDOS PARA CONFORTO TÉRMICO 81
4. CONSIDERAÇÕES
88
4.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS 88
4.1.1.Considerações Sobre Conforto Lumínico
88
4.1.2. Considerações Sobre Conforto Térmico
90
4.2. CONCLUSÕES 91
4.3. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 92
REFERÊNCIAS
94
GLOSSÁRIO E TERMOS TÉCNICOS
97
APÊNDICES
101
16
1 INTRODUÇÃO
1.1 O PROBLEMA
As pessoas, bem mais do que os processos ou a estrutura são os responsáveis pelos
resultados de uma empresa. Portanto, a gestão de pessoas é de fundamental importância para
o sucesso e/ou o fracasso de uma empresa, seja trabalhando na coordenação e homogeneidade
do grupo, na administração das dificuldades e nas realizações das tarefas necessárias. Isto,
aliado às dificuldades inerentes ao trabalho, podem gerar conflitos, desmotivação e alienação
do trabalho, demandando, conseqüentemente, na atuação eficaz do gerente nesta área.
De modo geral, a gestão de pessoas compreende três itens:
o sistema de trabalho;
a educação e o desenvolvimento;
o bem-estar e a satisfação pessoal.
Esse estudo tratará apenas a questão de bem estar e satisfação pessoal com enfoque
no ambiente de um laboratório de química de uma instituição de ensino superior.
A gestão de pessoas significa fornecer as condições necessárias para que as atividades de uma
instituição de ensino se desenvolvam com segurança, conforto e bem-estar, já que existe uma
relação, direta e indireta, entre conforto ambiental e sintomas entre trabalhadores expostos a
ambientes fechados, ou seja, ambientes com ventilação e climatização artificiais (OMS,
1982).
Estudos realizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que os
ocupantes desses recintos apresentam um alto percentual de sintomas persistentes, de menor
ou maior gravidade, tais como: alergia, dor de cabeça, irritação e cansaço nos olhos, irritação
das mucosas, dores de garganta, tonturas, náuseas e fadiga em geral, não atribuíveis a fatores
pessoais de sensibilidade ou doença, e que desaparecem pouco tempo depois da saída do
recinto, ficando, dessa forma, evidente que os sintomas estavam relacionados com as
condições ambientais do local em questão. Estes problemas caracterizam o que se
convencionou designar como “Síndrome do Edifício Doente” definida pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), em 1982, e que vem sendo tratado em quase todos os países por
legislações e procedimentos normativos próprios na tentativa da erradicação das doenças
oriundas de sistemas de ar-condicionado e de sistemas de iluminação deficiente.
17
Considerando a necessidade da implantação de procedimentos que visem minimizar o
risco potencial à saúde dos ocupantes, que tem uma permanência prolongada nestes
ambientes, fez-se necessária à adoção de parâmetros qualitativos e quantitativos que
permitissem uma interpretação científica sobre a qualidade do conforto lumínico e térmico de
ambientes interiores e a correta tomada de decisão quanto à intervenção, para se determinar à
ocorrência de problemas, como também corrigir problemas de construção, ocupação, uso e
limpeza, além da verificação da eficácia das medidas de controle dos programas de
manutenção preventiva de climatização artificial dos ambientes e dos circuitos de iluminação.
1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA
Problemas relacionados com o desconforto e a saúde de ocupantes de certos ambientes
têm surgido com uma freqüência constante e tem sido objeto de muita divulgação pela mídia e
por especialistas da área de saúde pública.
A hipersensibilidade causada por exposição ao ar condicionado e a má qualidade de
luz no ambiente pode causar problemas de saúde aos ocupantes destes recintos.
Atualmente, diante dos relatos anteriores, a confortabilidade dos ocupantes destes tipos de
ambientes tem sido uma preocupação constante dos pesquisadores da área de Conforto
Ambiental no Trabalho (CAT), e ainda mais se trata de docentes e discentes em Instituições
de Ensino Superior.
Segundo Vianna (2001), para o bom aprendizado e rendimento dos alunos, a boa
iluminação juntamente com a boa acústica, conforto térmico e qualidade do ar são parâmetros
fundamentais. Porém nem sempre esses parâmetros estão devidamente ajustados, e esses
desajustes podem comprometer o desempenho dos alunos.
A queda de rendimento, fadiga visual (também conhecida como astenopia), irritação
ocular, poluição visual e a sonolência, como outras enfermidades são alguns dos fatores que
podem interferir no sucesso das atividades intelectuais e na saúde de alunos e professores,
caso o ambiente esteja inadequado do ponto de vista do conforto ambiental.
Deste modo, dentro desta preocupação e com o pensamento voltado para a ocupação
dos espaços, este estudo pretende avaliar as condições lumínicas e térmicas de um laboratório
de química destinado a pesquisa e ao ensino de Química de uma Instituição de Ensino
Superior (IES).
18
1.3 OBJETO DE ESTUDO
O estudo tem os seguintes objetivos:
avaliar através de pesquisa, as opiniões das sensações sentidas pelos trabalhadores
acerca do conforto ambiental do laboratório de Química de uma IES com a preocupação
quanto a confortabilidade térmica e lumínica;.
pesquisar e avaliar, criticamente, se as legislações e as normas técnicas vigentes para o
conforto lumínico e térmico se estão sendo aplicadas;
avaliar quantitativa e qualitativamente, as variáveis do conforto ambiental do
laboratório;
introduzir sugestões de melhoria das condições ambientais dos laboratórios visando
sempre o conforto e a saúde dos usuários.
1.4 DELIMITAÇÃO E IMPORTANCIA DO TRABALHO
O estudo limitar-se-á a apresentar um levantamento da situação de conforto ambiental
de dois laboratórios de Química de uma IES, destinados ao ensino e pesquisa com a
preocupação do conforto térmico e lumínico dos seus usuários, tendo por base medições
locais, análises do ambiente, artigos, publicações técnicas, legislações e padrões normativos
brasileiros.
A relevância do tema, no que diz respeito aos aspectos de saúde e conforto, é
inquestionável, sendo este fato levado em consideração quando de sua escolha, cujo objetivo é
prestar uma contribuição concreta do estado atual do laboratório, bem como as sugestões para
sua melhoria ocupacional.
Espera-se que este estudo venha ratificar a importância e necessidade do atendimento
as legislações e procedimentos normativos pertinentes aos recintos hermeticamente fechados
no que diz respeito ao sistema de luz e térmico, levando a uma melhoria da qualidade de vida
e, conseqüentemente, uma diminuição do risco a saúde dos usuários desses locais.
Cabe ressaltar, ainda, que o presente trabalho tem caráter acadêmico e não faz parte
deste escopo apontar falhas cabais e/ou fazer denúncias, e sim lembrar dos compromissos de
uma melhor qualidade de vida para os usuários de laboratórios semelhantes ao estudo em
questão.
19
1.5 QUESTÃO DE ESTUDO
É notório que a boa qualidade do conforto ambiental no recinto de trabalho
proporciona condições para um melhor desempenho das tarefas laboratoriais com
conseqüente aumento do rendimento das pessoas se comparado a ambientes que não há
nenhuma preocupação com o conforto ambiental. Num país como o Brasil, praticamente todo
situado em área tropical, com alta insolação e umidade, são poucos os locais que podem
prescindir de climatização por condicionamento de ar e uma boa iluminação. Além desse fato,
o desenvolvimento da informática e de outros equipamentos eletro-eletrônicos destinados ao
estudo e pesquisa na área de Química estaria, praticamente, inviabilizado caso não existisse
um sistema de climatização de ambiente.
Considerando que o presente trabalho trata-se da análise da situação das condições
ambientais internas de um laboratório, não se buscará o dimensionamento do sistema de
conforto térmico e lumínico como também não tratará a questão que pode provocar
modificações à saúde dos usuários que utilizam ambientes climatizados artificialmente e suas
doenças associadas em função das possíveis contaminações físico-químicas e/ou
microbiológicas.
A análise da situação-problema, a ser apresentada, dará ênfase nas medições e análise
dos resultados das variáveis ambientais como iluminância, temperatura do ar, umidade
relativa do ar e velocidade relativa do ar do estabelecimento estudado em comparação com as
legislações e normas técnicas vigentes e pesquisa de opinião das sensações sentidas pelos
usuários dos laboratórios.
1.6 METODOLOGIA
A concepção, o planejamento e a execução da dissertação aqui apresentada têm como
foco estabelecer uma contribuição para a saúde ambiental, sob o ponto de vista do conforto
lumínico e térmico, na área interna de um laboratório de Química voltados para a pesquisa e o
ensino, baseada na experiência do autor e das normas regulatórias.
A metodologia empregada para atingir os objetivos do presente trabalho foi
desenvolvida em três etapas, a saber:
pesquisa e avaliação bibliográfica;
20
pesquisa de campo envolvendo as opiniões das sensações dos trabalhadores a respeito
do conforto lumínica e térmico e coletas dos dados das variáveis lumínicas e térmicas;
considerações e sugestões finais sobre o tema.
1.6.1 Pesquisa e Avaliação Bibliográfica
A pesquisa e a avaliação bibliográfica pode ser classificada em: teórica e institucional.
Do ponto de vista teórico, consistiu em uma revisão bibliográfica, através de livros,
artigos e teses, recursos fornecidos pela internet e toda a regulamentação sobre o assunto com
a finalidade de obter-se o embasamento teórico necessário para a compreensão e produção do
presente trabalho.
Já a pesquisa bibliográfica institucional correspondeu a uma pesquisa relativa aos
dados relacionados aos órgãos, às normas e às leis que regem o estudo do conforto lumínico e
térmico em ambientes de trabalho, como: Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
Associação Brasileira das Industrias de Iluminação (ABILUX) e as leis federais que garantem
o cumprimento das mesmas, como a lei nº 6514/17 (Manuais de Legislação Atlas, 1977) e a
Consolidação das Leis do Trabalho, 1943 (CLT).
1.6.2 Pesquisa de Campo
A pesquisa em campo compreendeu desde visitas técnicas aos laboratórios de
Temperatura e Óptica do INMETRO, e aos laboratórios em estudo propriamente dito.
Esta pesquisa de campo nos laboratórios em estudo, que se realizou predominantemente no
mês de abril-setembro (2005), seguindo os seguintes passos:
identificação das variáveis de influência e parâmetros subjetivos de conforto térmico e
lumínico;
delimitação do campo das pesquisas e dimensionamento das amostras;
escolha e preparo do ferramental necessário;
caracterização do laboratório em estudo;
características gerais da região onde situa o laboratório em estudo;
organização do trabalho.
21
pesquisa das opiniões das sensações sentidas pelos trabalhadores
1.6.2.1 Identificação das variáveis de influência e parâmetros subjetivos de conforto
A relação existente entre o ser humano, clima e arquitetura, podem fornecer de
verdade tudo aquilo que se espera de uma atividade que é essencialmente humana (VIANNA,
2001). Desta forma, é necessária a caracterização do objeto de estudo, para uma correta
análise do conforto ambiental interno.
Falar em correta análise, é pensar em todas as características inerentes à edificação,
tais como: características climáticas onde a mesma estão implantada, dos usuários, da
arquitetura e, finalmente, dos sistemas de iluminação e climatização, a fim de avaliar a
influência de uma variável sobre a outra em um ambiente construído.
Com relação ao conforto lumínico os fatores dominantes das variáveis climáticas são a
radiação solar, a umidade e a nebulosidade do tempo, influindo bastante nas radiações
luminosas.
As variáveis humanas que influenciam na iluminação são: a idade dos usuários e o
olho (órgão receptor da visão), que apresentam características denominadas de: acomodação,
adaptação, campo de visão, acuidade, persistência visual e visão de cores.
Em relação à arquitetura, as variáveis que contribuem na iluminação do ambiente são:
fechamentos utilizados na construção, iluminação artificial, características reflexivas dos
materiais de revestimento, as cores utilizadas, as formas e a formações arquitetônicas.
Por fim, em relação ao conforto térmico, os fatores dominantes que influenciam na
remoção de calor do corpo são: temperatura do ar, temperatura radiante, umidade relativa do
ar, velocidade relativa do ar, vestimenta utilizada pelo usuário e sentimentos psicológicos das
pessoas com relação ao ambiente.
1.6.2.2 Delimitação do campo das pesquisas e dimensionamento das amostras
Por objetivar o presente trabalho, o estabelecimento de parâmetros visando o conforto
ambiental interno de laboratórios de Química dos usuários que passam o seu dia em um
recinto hermeticamente fechado, com muito pouca iluminação natural e climatizado.
22
As pesquisas de campo foram realizadas durante o ano letivo da Universidade, ou seja,
durante os meses de abril, maio, junho, julho, agosto, setembro do ano de 2005.
Essa delimitação fundamentou-se, principalmente, na vivência do autor em trabalhar
em ambientes hermeticamente fechado, sem janela e ventilação forçada e a preocupação,
então, com recintos escolares, mais especificamente as salas de aulas e laboratórios que são
projetados e construídos na maioria das vezes sem maiores preocupações sobre o bem estar e
conforto de seus usuários, vindo a prejudicá-los em seus aprendizados.
O fator preponderante na construção, ampliação ou adaptação de um ambiente é hoje
em dia, o conhecimento sobre técnicas construtivas convencionais, aliadas ao fator
econômico. Tal fato pode ser explicado pela falta de conhecimento sobre os condicionantes
que afetam subjetivamente as sensações dos usuários, quer sejam no aspecto térmico,
lumínico ou acústico.
Como amostra a ser estudada nesse trabalho foi escolhido o laboratório de Química, da
Escola de Engenharia de uma IES, situada na região de Niterói, Estado do Rio de Janeiro. O
numero de usuários do laboratório é pequeno, mais o local é de grande relevância para a
Instituição. A composição deste laboratório é mista, com predominância do sexo feminino,
distribuído com faixa etária variando entre 20 a 65 anos.
1.6.2.3 Escolha e preparo da instrumentação necessária
Os instrumentos utilizados nas pesquisas foram equipamentos para medições das
variáveis de conforto térmico e lumínico e questionários para as coletas das variáveis pessoais
e parâmetros subjetivos.
Sobre o conforto térmico, este estudo se limitou a medir as variáveis como
temperatura do ambiente (t
a
), umidade relativa do ar (UR) e velocidade relativa do ar (v
r
),
considerando a temperatura radiante média igual à temperatura do ambiente (trm=t
a
), devido
a não existência de fontes importantes de radiação de calor no ambiente do laboratório
estudado.
Então, para a coleta das variáveis térmicas e lumínicas foram utilizados os seguintes
medidores:
termo-higrômetro;
anemômetro de fio quente;
luxímetro.
23
Para a coleta das variáveis térmicas como a temperatura e umidade relativa do ar,
foram utilizados medidores denominado termo-higrômetro, de marca SATO KEIRYOKI,
modelo SK – L200TH, calibrados pelo laboratório de Higrometria do INMETRO.
Este aparelho é composto de um sensor do tipo thermistor interno para medição das
variáveis que é conectado a um dispositivo registrador de dados, “data logger”, o qual por sua
vez pode ser conectada via interface através de um cabo serial RS232 a um microcomputador
PC, que permiti visualizar, avaliar e trabalhar os dados através de programas computacionais
e planilhas eletrônicas, como por exemplo, a planilha Excel.
A figura 01, a seguir, mostra o equipamento completo usado nas medições das
variáveis térmicas.
Figura 01: Vista geral do Termo-Higrômetro
Este equipamento efetua medições apenas de temperatura e umidade do ar e possuem
as seguintes características, conforme mostra a tabela 01, a seguir.
Tabela 01: Características do Termo-Higrômetro
Variável Ambiental Faixa de Indicação Resolução
Umidade relativa do Ar (UR) 20,0% a 99,9% 0,1%
Temperatura do Ar, (t
a
), °C 10 a 60 0,1° C
A velocidade relativa do ar foi medida por meio de um anemômetro (figura 02 e 03)
cujas principais características são mostradas, a seguir, na tabela 02.
24
Tabela 02: Características do Anemômetro de fio quente
Na medição do nível de iluminância foi utilizado um medidor chamado Luxímetro,
marca ICEL, modelo LD–500, com escala de 0 à 2000 lux, calibrado pelo INMETRO,
composto de um transdutor do tipo foto diodo conectado ao luxímetro, que lê os valores da
iluminância, que serão anotados valor a valor em uma planilha excel.
A figura 04, a seguir, ilustra o equipamento completo utilizado na medição do
iluminamento dos laboratórios.
Fig 04: Vista geral do Luxímetro
1.6.2.4 Caracterização do laboratório em estudo e medições preliminares.
Observou-se neste item, as características físicas internas do ambiente, como:
Variável
Ambiental
Faixa de Indicação (m/s) Resolução (m/s) Precisão (m/s)
velocidade do Ar (v
r
) 0 - 10 0,01m/s ±0,04
Figura 02 – Vista geral do anemômetro Figura 03 – Detalhe do sensor do anemômetro
25
nome do laboratório;
atividade desenvolvida;
tamanho do laboratório;
tamanho e número de janelas;
tipo de revestimentos;
tipo de luminárias e lâmpadas;
a quantidade e tipo do aparelho responsável pela climatização.
1.6.2.5 Características gerais da região onde situa o laboratório em estudo
Este item é responsável pela localização da região onde se situa o objeto de estudo e
caracterização do clima da região. Enquanto a localização possibilitou situar o ambiente
pesquisado na esfera global da cidade de Niterói, como também, a caracterização do clima da
região, identificando as condições climáticas que está detalhado no subitem características
físicas externas.
1.6.2.6 Pesquisa de opinião
A pesquisa preocupou-se em saber sobre as sensações dos usuários a respeito do
conforto térmico e lumínico do objeto de estudo. Foi realizada no mês de julho de 2005, junto
aos usuários do ambiente em questão. Os resultados obtidos dessa pesquisa junto com os
parâmetros normativos e legislações vigentes foram utilizados para confrontar com os
resultados das medições que foram realizadas nos dias 1 e 4 de junho de 2005 com o intuito
de fortalecer as conclusões finais, a respeito do conforto deste ambiente.
A pesquisa será analisada no capítulo III e no anexo I e II encontra-se ela completa
para melhor entendimento.
26
1.6.2.7 Organização do trabalho
O trabalho desenvolveu-se em cinco capítulos, onde este primeiro capítulo apresenta
aspectos históricos e gerais sobre o assunto abordado, citando pontos de relevância para o
entendimento do problema em estudo e o objetivo a que pretendo atingir. Este capítulo ainda
cita como será desenvolvido o trabalho nos capítulos subseqüentes.
No segundo capítulo buscou-se apresentar um embasamento teórico sobre o problema,
os aspectos legais e normativos do mesmo, além de uma discrição do sistema de ar-
condicionado de janela e de luz existentes a fim de dar subsídios para a apresentação da
proposta de avaliação do conforto ambiental do ambiente em estudo.
O terceiro capítulo apresentará o estudo de caso, trazendo a avaliação dos sistemas de
luz e ar-condicionado, em função dos parâmetros e padrões recomendados para os mesmos e
opiniões das sensações dos usuários a respeito do ambiente interno do laboratório.
No quarto capítulo são apresentadas algumas considerações finais sobre o tema,
visando substanciar as análises conclusivas e as propostas de trabalhos futuros, que serão
apresentadas no capítulo final (capítulo V).
O texto será concluído com as referências bibliográficas consultadas e o anexo I e II,
contendo a sensação do conforto térmico e lumínico dos usuários do objeto de estudo e um
glossário de termos técnicos.
27
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Neste capítulo II será feita uma analise teórica do conforto térmico e lumínico,
abordando as legislações e procedimentos normativos vigentes e aplicáveis, além de outras
informações, obtidas através de literaturas específicas, artigos e pesquisas na internet,
necessárias para dar subsídios ao trabalho proposto.
Será feita uma abordagem referente ao conforto térmico e do bem-estar, haja vista ser
a função básica dos sistemas de climatização artificial, com o levantamento de parâmetros de
conforto quanto à faixa de temperatura e umidade relativa do ar, e demais parâmetros físicos
que interferem diretamente para o bem-estar das pessoas expostas a esses ambientes de
trabalho.
Será também abordado neste capítulo, assunto referente à engenharia de iluminação, e
no que esta ciência interfere nos aspectos que estão vinculados com a pessoa, pois a
iluminação é dirigida ao ser humano para proporcionar conforto.
2.2 SISTEMAS DE AR-CONDICIONADO DE JANELA
O sistema de ar-condicionado para climatização dos ambientes dos laboratórios é do
tipo mais simples de equipamento de expansão direta e condensação a ar que existe, e
normalmente é utilizado em ambientes de pequeno e médio porte, conforme mostra o
esquema apresentado a seguir, conforme apresentado na figura 05.
O sistema é dito de Expansão Direta, porque o ar é diretamente resfriado pelo fluído
refrigerante (Freon)
28
Figura 05: Sistema de ar-condicionado de expansão direta
Fonte: Sítio da MULTIVAC, 2004
Através da figura 05, pode-se notar que este tipo de sistema o gás refrigerante (Freon)
é utilizado para o resfriamento do ar ambiente, através de um trocador de calor que, por sua
vez, atua como evaporador do gás refrigerante. O ar circula em um sistema fechado, através
de ventiladores, tendo uma renovação externa de ar para compensar escape de ar ou variações
na circulação em função de ajustes do sistema. O gás refrigerante é resfriado no condensador,
o qual pode ser a ar ou pode ser por um sistema de circulação de água, através de um
permutador de calor, sendo esta água resfriada externamente, através de torres de
resfriamento.
2.3 CONFORTO TÉRMICO
Segundo Ruas (1999), o Conforto Térmico é definido como uma sensação de bem-
estar de uma pessoa, em um determinado ambiente, levando em conta a temperatura do ar (t
a
),
umidade relativa do ar (UR), taxa de metabolismo do indivíduo, temperatura radiante média
(trm) e velocidade relativa do ar (V
r
).
Porém, esta sensação de bem estar sentida pelo indivíduo é subjetiva, porque depende
da sensibilidade de cada pessoa, das atividades desenvolvidas e de sua vestimenta, sendo
impossível estabelecer condições ambientais que sejam consideradas satisfatória para a
29
totalidade das pessoas presentes no ambiente. A ANVISA, através de sua Resolução N
o
9, de
16 de janeiro de 2003, define em seu Capítulo III e item (b) como ambiente aceitável são
“ambientes livres de contaminantes em concentrações potencialmente perigosas à saúde dos
ocupantes ou que apresentem um mínimo de 80% dos ocupantes destes ambientes sem
queixas ou sintomatologia de desconforto”.
Permanência por muito tempo em ambientes considerados desconfortáveis, maior será
a interferência destes locais no sistema orgânico humano, desenvolvendo uma série de reações
fisiológicas de adaptação, compensação e defesa do organismo contra possíveis agressões
advindas destes ambientes.
O equilíbrio orgânico ou o conforto térmico, quando afetado, não é perceptível logo
pelo indivíduo, levando algum tempo, ocorrendo no tempo em que estiver exposto. Este
processo depende na maioria das vezes, da capacidade de adaptação e resposta do organismo.
Ainda, na opinião de Ruas (1999), um fator importante é o teor de umidade relativa do
ar, que quando acima de 70%, causa redução de evaporação de água da epiderme, pela
elevação parcial do vapor atmosférico. A perda de calor do corpo é mais difícil em ambientes
úmidos, ficando desconfortável ao indivíduo exposto quando este está realizando atividades
que exijam esforço físico, diminuindo assim, seu rendimento orgânico.
Já o ar seco, por sua vez, favorece a formação e a expansão de partículas na atmosfera,
alem de provocar a desidratação da mucosa respiratória, mudando a ação muco ciliar de
proteção e remoção destas partículas das vias aéreas respiratórias superiores e inferiores,
constituindo-se num dos principais fatores de risco favoráveis aos agravos provocados no
indivíduo.
Então, quando a variável temperatura do ar, umidade relativa do ar e qualidade do ar
não estão em equilíbrio, os limites de resposta orgânica aos agravos diminuem
proporcionalmente ao desequilíbrio observado, de acordo com a capacidade de respostas dos
órgãos de regulação fisiológicas.
Embora sejam parâmetros de conforto térmico, os fatores físicos acima citados, hoje se
confundem com as questões de saúde dos ambientes climatizados, sendo tratados desta forma
neste trabalho a partir da avaliação das condições ambientais do objeto pesquisado e de posse
deste resultado, comparados com a legislação e normalização específicas de modo a garantir a
saúde e o bem - estar das pessoas expostas a estes ambientes.
30
2.3.1 Parâmetros de Conforto Térmico
Os parâmetros de conforto térmico e bem-estar podem ser obtidos nas diversas
normas, resoluções, artigos e trabalhos publicados. Para este estudo será um confronto da
avaliação que será feita no ambiente pesquisado com as legislações e normalizações
existentes e em uma pesquisa de opinião sobre a sensação dos usuários dos laboratórios sobre
o ambiente.
A seguir é apresentado um levantamento de algumas fontes das legislações e padrões
normativos brasileiros.
Portaria 3.214 de 8 de junho de 1978 do ministério do trabalho:
A questão do conforto térmico também é abordada na Portaria em questão através da
Norma Regulamentadora N
o
17, que trata da Ergonomia e define as condições ambientais de
trabalho no seu artigo 17.5.
Segundo o texto deste artigo da NR-17, “As condições ambientais de trabalho devem
estar adequadas às características psicológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser
executado” e “Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação
intelectual e atenção constante, tais como: sala de controle, laboratórios, escritórios, salas de
desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendada as seguintes
condições de conforto: a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10.152; b)
índice de temperatura efetiva entre 20 a 23
o
C; c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s; d)
umidade relativa do ar não inferior a 40%”.
Consolidação das Leis do Trabalho de 1943:
A CLT, em seu Título II, Capítulo V, Seção VIII do Conforto Térmico, determina que:
“Art. 176. Os locais de Trabalhos deverão ter ventilação natural, compatível com o
serviço realizado”.
“Parágrafo único. A ventilação artificial será obrigatória sempre que a natural não
preencher as condições de conforto térmico”.
“Art. 177. Se as condições de ambiente se tornam desconfortáveis, em virtude de
instalações geradoras de frios ou de calor, será obrigatório o uso de vestimenta adequada para
o trabalho em tais condições ou de capelas, anteparos, paredes duplas, isolamento térmico e
31
recursos similares, de forma que os empregados fiquem protegidos contra radiações
térmicas”.
“Art. 178. As condições de conforto térmico dos locais de trabalho devem ser
mantidas dentro dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho”.
Entende-se, com isso, que o artigo 178 da CLT amarra os limites previstos pela NR-17
e descritos no item 2.4.1.1 acima.
NBR 6401 de dezembro de 1980:
Segundo a NBR 6401, subitem 2.1, “o condicionamento de ar, qualquer que seja a
finalidade a que se destina, implica preliminarmente na limitação entre os seguintes valores
preestabelecidos das grandezas discriminadas, representativos das condições que devem
coexistir nos recintos, no período de tempo em que se considera a aplicação d processo:
a) temperatura do ar no termômetro de bulbo seco;
b) umidade relativa do ar;
c) movimento do ar;
d) grau de pureza do ar;
e) nível de ruído admissível;
f) percentagem ou volume de renovação de ar”.
Para a temperatura do ar, as Tabelas 03 e 04, a seguir, resumem as Tabelas 1 e 2 do
item 2.2.1 da referida norma, quanto ao conforto térmico em locais de trabalho, no caso
escritório, onde podem se enquadrar os serviços realizados no objeto de estudo.
Tabela 03: Condições Internas para Verão
Recomendável Máxima
Finalidade Local
TBS (
o
C) UR (%) TBS (
o
C) UR (%)
Conforto
Residências
Hotéis
Escritórios
Escolas
23 a 25 40 a 60 26,5 65
TBS = Temperatura de Bulbo Seco (
o
C)
UR = Umidade Relativa (%)
Fonte: NBR – 6401 – Associação Brasileira de Normas Técnicas
32
Tabela 04: Condições Internas para Inverno
TBS (
o
C) UR (%)
20 - 22 35 -65
Fonte: NBR 6401 – Associação Brasileira de Normas Técnicas
A NBR 6401 define ainda que, “a diferença entre as temperaturas do termômetro de
bulbo seco, simultâneas entre dois pontos quaisquer de um recinto,ao nível de 1,5m do pis,
não deve ser superior a 2
o
C”. Além disso, “a velocidade do ar, ao mesmo nível de 1,5m do
piso, não deve ser inferior a 0,025 m/s nem superior a 0,25 m/s”.
Correntes de ar com velocidade excessiva provocam sensação de desconforto, mesmo
estando a temperatura ambiente dentro da faixa de conforto, quando afetam a região da nuca e
dos tornozelos desprotegidos de pessoas sedentárias, sentadas em auditórios, escritórios e
outros.
Resolução ANVISA – RE N
o
9, de 16 de janeiro de 2003:
Está resolução N
o
9 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), tem por
objetivo a revisão e atualização da antiga Resolução ANVISA – RE N
o
176 de 24 de outubro
de 2000 quanto aos “Padrões Referenciais do Ar Interior em Ambientes Climatizados
artificialmente de Uso Público e Coletivo, frente ao conhecimento e a experiência adquirida
no país, nos primeiros anos de sua vigência”.
Neste item são levantados os Padrões Referenciais da RE N
o
9, quanto ao conforto
térmico, umidade relativa do ar, velocidade e taxa de renovação do ar e grau de pureza do ar.
A temperatura recomendada, para o período de verão, deverá estar na faixa de 23 a
26
o
C e a Umidade Relativa do ar entre 40 e 65%, enquanto que no inverno a temperatura
poderá variar entre 20 e 22
o
C e a UR entre 35 e 65%.
A velocidade do ar, no nível de 1,5m do piso, deve ser inferior a 0,25m/s, não
estabelecendo, contudo, valor mínimo previsto na NBR 6401.
Esta resolução recomenda a adoção das Normas Técnicas 003 e 004, anexa à mesma,
como padrões para avaliação e controle dos parâmetros físicos de Temperatura, Umidade,
Velocidade do Ar e concentração de aerodispersoides em Ambientes Interiores com vistas ao
Conforto e Bem-estar.
É apresentado, a seguir, o principal ponto da Norma Técnica 003.
Objetivo: Pesquisa, monitoramento e controle do processo de climatização de ar em
ambientes climatizados.
33
Parâmetros de controle: Temperatura (
o
C); Umidade do ar (%) e velocidade do ar
(m/s).
Método de Amostragem:
Equipamento de leitura direta. Termo-higrômetro a base de sensor de temperatura do
tipo termo-resistência e sensor de umidade do tipo capacitivo ou por condutividade elétrica.
Calibração anual com faixas de 0
o
C a 70
o
C de temperatura, com exatidão de ± 0,8
o
C, e 5% a
95% de umidade, com exatidão de ± 5% do valor medido de umidade.
Equipamento de leitura direta. Anemômetro utilizando, preferencialmente, sensor de
velocidade do tipo fio aquecido ou fio térmico. Calibração anual com faixa de “zero” a 10m/s,
com exatidão de ± 0,1 m/s ou 4% do valor medido.
Tabela 05: Norma 003 – Estratégia de Amostragem
Área construída (m
2
) Número mínimo de amostras
Até 1.000 1
1.000 a 2.000 3
2.000 a 3.000 5
3.000 a 5.000 8
5.000 a 10.000 12
10.000 a 15.000 15
15.000 a 20.000 18
20.000 a 30.000 21
Acima de 30.000 25
Fonte: Resolução ANVISA RE N
o
9
As unidades funcionais dos estabelecimentos com características epidemiológicas
diferenciadas, tais como serviço médico, restaurantes, creches e outros, deverão ser
amostrados isoladamente.
Os pontos amostrais deverão ser distribuídos uniformemente e coletados com o
amostrador localizado na altura de 1,5m do piso, no centro do ambiente ou zona ocupada,
para o termo-higrômetro e no espectro de ação do difusor para o anemômetro.
Consolidação dos Parâmetros de Conforto Térmico:
Tomando por base o colocado acima, os parâmetros físicos de conforto térmico e bem-
estar podem ser consolidados na Tabela 06 abaixo.
34
Tabela 06: Parâmetros de conforto térmico
Parâmetros
Padrão de
Referência
verão
Padrão de
referência
inverno
Comentários
Temperatura
ambiente (
o
C)
23 a 26 20 a 22
Estas faixas de valores estão, apriori, extrapolando a faixa
definida e recomendada pela NR-17 a qual é usada como
referência na C|LT. Contudo, estão sendo consideradas,
para efeito deste trabalho, as faixas definidas e
recomendadas pela NBR 6401 e RE N
o
9 da ANVISA por
serem, respectivamente,uma Associação Brasileira de
Normalização e uma Agencia Governamental de
Vigilância Sanitária.
A questão das variações das taxas de metabolismo
corpóreo em função de variações da temperatura ambiente
não é abordada neste trabalho por se tratar de uma
Proposta de Avaliação das condições ambientais, não
sendo escopo a avaliação dos critérios utilizados no
dimensionamento do sistema, o qual deverá ser verificado
caso seja encontrada alguma desconformidade nos
parâmetros ambientais.
Recomenda-se adotar os métodos e estratégia de
amostragem definida pela Norma Técnica 003 da RE No
9 da ANVISA.
Umidade Relativa
do Ar (%)
40 a 65 35 a 65
O comentário é idêntico ao anterior embora, a NR-17
recomenda que a UR, independente de verão ou inverno,
não seja inferior a 40%, enquanto que a faixa de 35 a
65%, para o inverno, tem respaldo da NBR 6401 e RE N
o
9 da Anvisa. Recomenda-se adotar os métodos e
estratégia de amostragem definida pela Norma Técnica
003 da RE No 9 da ANVISA.
Velocidade Max. Do
Ar (m/s)
0,25
Neste caso a NR-17 recomenda valor superior ao das
fontes legais, sendo estes mais conservadores quanto ao
limite máximo de 0,25 m/s. Recomenda-se adotar os
métodos e estratégia de amostragem definida pela Norma
Técnica 003 da RE No 9 da ANVISA.
2.3.2 Recomendações de Outras Entidades
Além das normas Técnicas da ABNT e de Portarias e Resoluções publicadas pelo
Governo brasileiro sobre Conforto Térmico, existem as elaboradas pela ISO (International
Organization for Standardization) e pela ASHRAE (American Society of Heating,
Refrigerating and Air-Conditioning Engineers, Inc.) sendo que possuem em comum o fato de
que seus conteúdos foram extraídos de estudos realizados em câmaras climatizadas,
principalmente os de Fanger (1970).
As principais normas encontram-se relacionadas abaixo:
ISO 7730/94:
35
Determina os índices VME e PEI e especificações das condições para conforto. Esta
Norma Internacional se aplica à avaliação de ambientes térmicos moderados.
Quando os parâmetros físicos de um ambiente, temperatura do ar, temperatura radiante
média, velocidade do ar e umidade do ar, bem como os parâmetros pessoais como atividade
desempenhada e vestimenta utilizada pelas pessoas são conhecidos ou medidos, a sensação
térmica para o corpo como um todo pode ser estimado pelo cálculo do índice do voto médio
estimado, VME, descrito nesta Norma.
A Norma também descreve como calcular o índice da percentagem de pessoas
insatisfeitas com o ambiente, PEI, que é a percentagem de pessoas que gostariam que o
ambiente estivesse mais quente ou mais frio. Além disso, fornece também um método para o
cálculo da percentagem de pessoas insatisfeitas devido às correntes de ar, bem como
apresenta os parâmetros relativos à condição de aceitabilidade térmica de um ambiente, tendo
em vista os índices do VME e PEI. A principal atualização entre a ISO 7730 - 1994 e sua
versão anterior, ISO 7730 - 1984, diz respeito à inclusão de parâmetros relativos ao
desconforto localizado devido à correntes de ar indesejáveis, "draught rating", apresentando
esse parâmetro como um índice de desconforto, DR, cuja metodologia de determinação
encontra-se atualizada na norma.
ISO/DIS 7726/96:
Essa norma internacional encontra-se atualmente em discussão, por tratar-se de
atualização de norma pré-existente, ISO 7726 - 1985, sendo que seu objetivo principal é a
definição dos parâmetros e orientação com relação as medições dos parâmetros físicos de
ambientes térmicos, tanto ambientes moderados, para análise de conforto térmico, como
ambientes extremos, para análise de stress térmico. Especifica as características mínimas dos
equipamentos e métodos de medição das variáveis físicas. Objetiva apenas a padronização do
processo de registro de informações sobre as variáveis, que levem à obtenção do índice global
de conforto térmico. Deve ser utilizada como referência quando se deseja fornecer
especificações a fabricantes e usuários de equipamentos de medição de variáveis físicas de um
ambiente. Essa versão atualizada é mais abrangente no que diz respeito à classificação de
ambientes, homogêneos ou heterogêneos, para efeito de medições, e apresenta também
relações psicrométricas do ar úmido de maneira mais completa.
36
ISO 8996/90 - Ergonomia - Determinação da produção do calor metabólico.
Esta Norma Internacional apresenta metodologia para a determinação da produção do
calor metabólico, em três níveis de precisão distintos: nível I, classificação de acordo com o
tipo de atividade e ocupação, sendo o risco de erro muito grande; nível II, utilizando tabelas
de estimativas da taxa metabólica por atividades específicas ou utilizando-se a taxa cardíaca
sob condições pré-definidas, ainda com altos riscos de erros sendo a precisão da ordem de
15%; nível III, utilizando-se medições diretas através do consumo de oxigênio, onde os riscos
de erros são bem menores e a precisão é da ordem de 5%.
ISO 10551/95:
Verificação da influência do ambiente térmico usando escalas subjetivas de
julgamento. Esta Norma Internacional fornece subsídios para a construção e uso de escalas de
julgamento, tais como escala de percepção ou de conforto térmico, de preferências térmicas,
de aceitabilidade térmica e de tolerância térmica, para a utilização na obtenção de dados
confiáveis e comparativos sobre os aspectos subjetivos do conforto e estresse térmico.
ISO 9920/95:
Estimativa do isolamento térmico e resistência evaporativa de um traje de roupas. Esta
Norma Internacional especifica métodos para a estimativa das características térmicas
(resistência à perda de calor sensível e a perda de calor latente), em condições de estado
permanente para trajes de roupas, baseados em valores conhecidos do isolamento das
vestimentas, peças e tecidos. Também é discutida nessa norma a influência do movimento do
corpo e a penetração do ar sobre o isolamento térmico e a resistência evaporativa.
ASHRAE Standard 55-92:
Essa é uma Norma Norte-americana utilizada em estudos de conforto térmico. O
padrão atual ASHRAE 55-1992, é abrangente, pois inclui informações sobre isolamento das
vestimentas, medições dos períodos e localizações, desconforto com correntes de ar,
juntamente com uma bibliografia atualizada. Este padrão é acordado com a ISO 7726, (1996)
37
e 7730, (1994) baseado nos estudos de Fanger em câmaras climatizadas. Considera a
temperatura efetiva (TE) como índice para definir limites, mas passa a retratar zonas de
conforto distintas para o verão e para o inverno. Essa norma americana também é uma
atualização de outra pré-existente, ASHRAE Standard 55 - 1981, sendo que as principais
alterações na versão atualizada dizem respeito a uma maior seção de definições, maiores
informações a respeito do isolamento térmico das vestimentas, melhor enfoque sobre períodos
e locais apropriados de medições, desconforto devido à correntes de ar, apresentando uma
bibliografia bem mais atualizada sobre o assunto. Esta Norma Norte-americana, encontra-se
em conformidade com os dizeres da ISO 7730, bem como da ISO 7726.
2.4 CONFORTO LUMÍNICO
2.4.1 Considerações Iniciais
Na sociedade moderna as pessoas passam a maior parte do seu tempo em ambientes
hermeticamente fechados e iluminados artificialmente no desenvolvimento de suas atividades.
Sendo assim, o conforto ambiental interno passou a exigir um papel extremamente importante
na concepção do projeto arquitetônico.
Segundo Vianna (2001), o Conforto Ambiental interno pode ser entendido como a
avaliação das exigências humanas, pois está baseado no princípio de que quanto maior for o
esforço para adaptação do indivíduo, maior será sua sensação de desconforto.
Sendo uma das variáveis do conforto ambiental interno, a iluminação é de grande
importância na concepção do projeto arquitetônico, pois está diretamente relacionada ao
conforto visual que irá propor as pessoas, necessitando assim de quantidade e qualidade de
iluminação, como também é de suma importância no quesito economia de energia elétrica,
porque um menor dispêndio de energia elétrica dos ambientes tem de ser considerado como
um critério importante do desenvolvimento do projeto, estimulando o uso dos recursos
endógenos quando possível (energia proveniente do Sol ou do clima) nos projetos.
Portanto, conclui-se que o conforto visual está relacionado com o conjunto de
condições, num determinado ambiente, no qual o ser humano pode desenvolver suas tarefas
visuais com o máximo de acuidade e precisão visual, com menor esforço, com menor risco de
prejuízos à vista e com reduzidos riscos de acidentes (LAMBERTS, 1997), pois a inadequada
38
iluminação pode causar acidentes e erros de trabalho, fadiga, cefaléia e irritabilidade ocular,
os quais traduzirão em uma diminuição da atividade produtiva.
2.4.2 Parâmetros para o Conforto Lumínico
A informação visual é o que fornece ao indivíduo condições para ele se relacionar
dentro do espectro em que exerce suas atividades, capacitando-o para a execução de suas
tarefas, sendo assim, conforto visual é o grau de satisfação visual produzido pelo ambiente
iluminado.
Segundo Lamberts (1997), para um ambiente adequadamente iluminado, ele deve
apresentar as seguintes qualidades:
a) iluminância suficiente:
Segundo Costa (1998), o melhor conceito para iluminância talvez seja uma densidade
de luz necessária para uma determinada tarefa visual. Sendo assim nos leva supor que, existe
um valor ótimo de luz para quantificar um projeto de iluminação. Baseadas em pesquisas
realizadas em diferentes níveis de iluminação, os valores foram tabelados, por iluminância por
classe de tarefas visuais, sendo que, as classes, bem como os tipos de atividades não são
rígidos quanto a iluminância limites recomendadas, ficando a critério do projetista avançar ou
não nos valores das classes e tipos de atividades adjacentes, dependendo das características do
local e tarefa, conforme tabela 07 a seguir.
Tabela 07: Iluminação por classe de tarefas visuais
Classe Iluminância (lux) Tipo d Atividade
20 – 30 - 50 Áreas públicas com arredores escuros.
50 – 75 – 100 Orientação simples para permanência curta.
100 – 150 – 200
Recintos não usados para trabalho contínuo;
depósitos.
A
Iluminação geral para áreas
usadas interrruptamente ou
com tarefas visuais simples
200 – 300 - 500
Tarefas com requisitos visuais limitados,
trabalho bruto de maquinaria, auditório.
500 – 750 – 1000
Tarefas com requisitos visuais normais,
trabalho médio de maquinaria, escritórios.
B
Iluminação geral para áreas
de trabalho
1000 – 1500 - 2000
Tarefas com requisitos especiais, gravação
manual, inspeção, indústria de roupas.
200 – 3000 – 5000
Tarefas visuais exatas e prolongadas,
eletrônica de tamanho pequeno.
500 – 7500 – 10000
Tarefas visuais muito exatas, montagem de
microeletrônica.
C
Iluminação adicional para
tarefas visuais difíceis
10000 – 15000 - 20000 Tarefas visuais muito especiais, cirurgia.
Fonte: ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) - NBR 5413 – Iluminância de interiores – Abril de
1992.
39
b) boa distribuição de iluminância:
Distribuir a iluminância de acordo com a exigência das tarefas.
c) ausência de ofuscamento:
A preocupação com o ofuscamento conhecido também como encadeamento ou
deslumbramento é fundamental para se obter um bom desempenho visual. Ele é sentido
quando lâmpadas, luminárias, janelas ou outras superfícies são claras demais quando
comparadas com a luminosidade geral do interior.
d) contrastes adequados:
Avaliar subjetivamente a diferença em aparência de duas partes de um campo de visão
vistas simultaneamente ou sucessivamente.
e) bom padrão e direção de sombras (dependem da tarefa visual):
2.4.3 Problemas de uma Iluminação Precária
Um sistema de iluminação precária está relacionado com o aspecto quantitativo e
qualitativo. No aspecto quantitativo tem o nível de iluminação como principal problema, e o
qualitativo, refere-se aos fenômenos de ofuscamento e sombreamento.
Conforme Costa (1998) o ofuscamento, leva a luminâncias muito excessivas ao redor
de luminâncias muito baixa, levando a sensação de claridade ou brilho.
Segundo Vianna (2001) o grau de ofuscamento desconfortador depende dos seguintes
fatores:
a) Luminância da fonte;
b) Luminância de seu fundo;
c) Tamanho aparente da fonte de luz;
d) Número de fontes presentes no campo visual;
e) Posição relativa da fonte em relação à direção de visão.
40
O ofuscamento, pode ser direto ou refletido. O ofuscamento é direto (figura 06)
quando for causado por uma fonte de luz de grande luminosidade no campo visual do
observador e o ofuscamento refletido (figura 07) é quando o observador vê a reflexão dessa
fonte numa superfície brilhante, reproduzindo uma imagem por reflexão.
Figura 06: Ofuscamento Direto Figura 07: Ofuscamento Refletido
Fonte: Associação Brasileira da Industria de Iluminação (ABILUX) - 1992
Costa (1998), ainda classifica o ofuscamento como perturbador, que dá uma sensação
de claridade na retina, sem enfraquecer a visão dos objetos, como, por exemplo, quando se
olha para uma superfície branca, profusamente iluminada pelo sol. Em reflexões velantes, em
que a tarefa visual é mascarada total ou parcialmente, prejudicando a correta visão dos
objetos, como no caso do livro confeccionado com papel brilhante e que não permite uma
leitura adequada. E ainda em ofuscamento desconfortável levando incômodo ou dor, como
por exemplo, quando se olha diretamente para o sol, sem qualquer proteção.
O efeito do ofuscamento leva a uma série de incômodos nos trabalhadores para
realizarem suas tarefas, podendo trazer problemas, principalmente, levando a fadiga visual
que proporciona um sentimento de desconforto, interferindo no conforto visual do trabalhador
e em sua produtividade.
De acordo com Vianna (2001 P. 101), “Esses contrastes excessivos dificultam o
entendimento da mensagem visual. Interferem violentamente na comunicação visual,
inclusive fisiologicamente, à medida que causam a fadiga muito rápida dos órgãos ópticos”.
Assim, sendo constatado o ofuscamento, é necessário fazer algumas medidas de
correção. No caso do ofuscamento direto as principais medidas a serem tomadas para a sua
eliminação são: redução da luminosidade, deslocamento das fontes luminosas para fora do
41
campo visual, aumento da iluminação nas zonas circunvizinhas da fonte ofuscante, dotar as
luminárias com medidas antiofuscante, etc. Já no caso de ofuscamento indireto recomenda-se
mudanças na fonte luminosa e, inclusive, o mascaramento das superfícies refletoras.
Segundo Costa (2000), um outro fenômeno relativo a má iluminação são as sombras,
que estão ligadas com a percepção dos objetos, podendo até impedir a visão correta da tarefa
visual. E que segundo o autor três casos são possíveis: “Sombras nítidas, quando o objeto está
iluminado por uma única fonte; sombras múltiplas, quando existem várias fontes luminosas,
cada uma produzindo uma fonte nítida, em direções diferentes; e sombras suaves, quando a
iluminação é distribuída de tal forma que nenhuma fonte luminosa é predominante”.
Dessa forma as péssimas condições de iluminamento (ofuscamento e o sombreamento)
como também os níveis ineficazes de iluminação, ajudado pelo tamanho insuficiente das
letras e objetos e a permanência das pessoas o dia inteiro em frente aos monitores de vídeos
bem como o uso de lâmpadas de baixa reprodutividade cromática, trazem como
conseqüências mais comuns à queda do rendimento e fadiga no trabalho.
De acordo com Couto (2002 p. 118), “A queda de rendimento constitui-se na mais
óbvia das conseqüências, embora freqüentemente ignorada. Existe especialmente nas tarefas
em que a visão é fundamental, e é bastante nítida em pessoas com mais de 45 anos, mesmo na
existência de correção visual”.
Segundo Iilda (1990), a fadiga é definida, como o efeito de um trabalho continuado,
que provoca diminuição reversível da capacidade do organismo e uma degradação da
qualidade da execução do trabalho, porque uma pessoa com fadiga tende aceitar menores
padrões de precisão e segurança, elevando, então, os índices de erros e acidentes, como
também, redução no desempenho ou da produtividade e velocidade e precisão dos
movimentos.
Conforme Vianna (2001), “Ambientes absolutamente uniformes, em termos de
iluminação e, inclusive com uma pobreza no uso das cores, causam depois de algum tempo o
que conseguimos descrever como sonolência, cansaço, redução para disposição ao trabalho,
etc., ou seja, tudo aquilo que reflete a sensação de conforto visual que o ambiente acarreta”.
Essa sensação de desconforto visual que o autor descreve é denominada fadiga visual
ou astenopia que segundo Couto (2002, p. 118) caracteriza como: “Ardor e dolorimento nos
olhos, vermelhidão da conjutiva, modificação na freqüência de piscar, lacrimejamento,
fotofobia (intolerância à claridade), diplopia (visão dupla), sensação de visão velada,
percepção de auras coloridas em torno dos objetos, persistência anormal de pós-imagens,
instabilidade da imagem em sua definição espacial. Costuma vir com outros sinais e sintomas
42
extraoculares, tais como cefaléia de características variáveis, freqüentemente agravada pelo
cumprimento da tarefa, sensação de vertigem, manifestação diversas de natureza
gastrintestinal, sensação de desconforto e irritabilidade fácil”.
Além da baixa qualidade do ambiente pelo ponto de vista lumínico, o desconforto
visual, também é ocasionado por equipamentos de trabalho, como por exemplo, o monitor de
vídeo do computador que exige demasiadamente da visão do trabalhador, que geralmente fica
próximo ao monitor, causando esforço do músculo ciliar, como também, a iluminação de
baixa qualidade (COUTO, 2002 p. 118).
2.4.4 Variáveis do Conforto Lumínico
São três as variáveis que influenciam no conforto lumínico, que são: Arquitetura,
Homem e o Clima.
Segundo VIanna (2001), a relação que existe entre essas três variáveis podem fornecer
parâmetros que se espera de uma atividade que é essencialmente humana. Sendo assim, para
fazer uma correta avaliação do conforto lumínico, é necessário caracterizar o objeto de estudo,
fazendo uma análise das características da edificação, do clima como também dos seus
usuários.
Agora, dentre as variáveis da arquitetura onde o objeto de estudo está localizado, que
influenciam na qualidade da iluminação, destacam-se as características das superfícies de
revestimento dos materiais, as cores utilizadas, o tipo de fechamento utilizado na construção,
os sistemas de iluminação usados, entre outras.
Quanto as variáveis climáticas, estas influem no conforto lumínico, através da
construção de ambientes favoráveis do ponto de vista do controle da radiação solar,
temperatura do ar e ventilação, para garantir ambientes com níveis de conforto ambiental
adequados aos usuários.
Por fim, às variáveis humanas relativas à iluminação são: a) idades dos usuários, b) o
órgão receptor da visão, o olho. Este apresenta as seguintes características, como:
acomodação, adaptação, campo de visão, acuidade, persistência visual e visão de cores.
2.4.4.1 Características das superfícies de revestimento dos materiais
43
Saber escolher os materiais de revestimentos que vão fazer parte do acabamento de
uma arquitetura é de suma importância, devido a grande influência que os materiais de
revestimentos tem com o nível de iluminação de um ambiente, pois cada superfície de
revestimento apresenta propriedades distintas frente à incidência do fluxo luminoso.
Segundo ABILUX (1992), os fatores de reflexão são os índices de reflexão
normalmente aceitos para diversos tipos e cores de materiais de acabamento utilizados nos
tetos, paredes e pisos dos ambientes a serem iluminados, conforme tabela 08 a seguir. As
cores mais claras apresentam fatores de reflexão maiores, trazendo um rendimento superior
aos sistemas de iluminação.
Tabela 08: Fatores de reflexão de diferentes materiais e cores
Fonte: ABILUX (Associação Brasileira da Industria de Iluminação) –
Uso Racional de Energia Elétrica em Edificação, pagina 30 – São Paulo, 1992
O fluxo luminoso, que é a quantidade de luz emitida por uma fonte (
Φ
) quando incide
em uma superfície, por exemplo, de vidro, é submetida a uma perturbação. Então o fluxo
luminoso incidente, neste caso, dividi-se em três partes, dadas as proporções, que depende das
características da matéria sobre a qual a luz incide em: reflexão (
ρ
), absorção (
α
) e
transmissão (
τ
). Sendo assim, existem três fatores a definir, que são:: refletância,
transmitância e fator de absorção.
Material / Cores Fator Material / Cores Fator
asfalto sem poeira 7 escuras 15 - 30
cal 88 médias 30 - 50
cantaria 25 - 60 claras 50 – 70
cerâmica vermelha 30 muito claras 50 - 70
concreto aparente 55 brancas 85 - 95
gesso (branco) 95 cinzenta 25 - 60
granito 40 parda 8 - 50
granolite 17 pérola 72
macadam 18 alumínio polido 60 - 70
mármore branco 45 cromo 60 - 65
pedregulho 13 aço inox 55 - 65
terra 1 – 20 esmalte 60 – 90
tijolo 13 – 48 amarelas 30 –70
fazenda escura (lã) 2 azul 5 – 55
grama escura 6 bege 25 – 65
Livros em estantes 10 – 20 branca 85 – 95
madeira clara 13 casca de ovo 81
madeira escura 7 – 13 creme 60 – 68
nuvens 80 marfim 71 – 77
papel branco 80 – 85 espelhos 80 – 90
troncos de árvores 3 – 5 preta 4 – 8
44
a) Fator de Absorção (
α
)
É quando o material absorve uma parte ou todo o fluxo luminoso, apresenta um fator
que indica a sua relação com fluxo incidente, conhecido como fator de absorção ou
absortância.
Segundo Moreira (1976), este fator é expresso entre o fluxo luminoso absorvido por
uma superfície (
Φ
a
) e o fluxo luminoso que incide sobre a mesma em forma de porcentagem,
α
=
φ
φ
a
(2a)
b) Transmitância ou fator de transmissão (
τ
)
É a passagem do fluxo luminoso através de um meio sem alteração do seu espectro,
como por exemplo, o vidro, a água, os cristais, etc. É a razão entre o fluxo luminoso
transmitido por uma superfície (
Φ
t
) e o fluxo luminoso incidente, (MOREIRA, 1976).
φ
φ
τ
t
= ;
(
)
(
)
(
)
λ
φ
λ
φ
λ
τ
t
=
(2b)
c) Refletância ou fator de reflexão (
ρ
)
Segundo Moreira (1976), é a relação entre o fluxo luminoso refletido por uma
superfície (
Φ
r
) e o fluxo luminoso (
Φ
) incidente sobre ela:
ρ
=
φ
φ
r
(2.c)
Normalmente, o valor da refletância é dado em percentagem, correspondendo a um
valor médio no espectro visível.
Sendo que para determinado intervalo
λ
do espectro, a refletância espectral é
ρ
(
λ
),
ρ
(λ) =
() ()
λ
φ
λ
φ
r
(2.d)
podendo atender ao valor médio obtido na equação 2.c.
A reflexão ao contrário das demais, poderá dependendo das diferentes superfícies dos
materiais, ser especular (proporcionada por uma superfície polida ou lisa), difusa (superfície
áspera ou composta de partículas refletivas diminutas, como por exemplo, uma superfície
cristalina) e mista (quando materiais agem como refletores compostos, isto é, a reflexão não é
especular e nem difusa, mas uma combinação das duas)
Assim, das três partes do fluxo luminoso, a absorção caracteriza-se pela perda de
potência luminosa através da produção de calor, enquanto tanto a transmitância como as
refletâncias são essenciais para a conservação de energia. Desta forma, para um satisfatório
45
rendimento no sistema de iluminação, os valores da transmissão e da reflexão devem ser mais
acentuados.
A capacidade com que os objetos têm de absorver, refratar ou refletir o fluxo luminoso
incidente sobre eles, resultam na visão de cores, que é um atributo psicológico da luz
percebido pelo olho, apenas os corpos luminosos apresentam cor própria.
E segundo Costa (2000 p. 40), “O fenômeno de coloração, percebido sobre os corpos,
é o resultado da reação de partículas eletricamente carregadas frente à ação da onda
eletromagnética incidente. Os objetos não têm cor; o que têm é certa capacidade de absorver,
refratar ou refletir determinada radiação luminosa, que sobre ela incidem”.
A separação da luz branca nas suas cores componentes passando através de um prisma
de refração, ocasiona um fenômeno chamado dispersão, conforme mostra, a seguir, a figura
08.
Figura 08: Dispersão por meio de um prisma de refração
Fonte: Manual de Iluminação – N.V.Philips’Gloeilampenfabrieken. - 1976
O fenômeno da cor é muito complexo, assim como sua definição, cuja palavra é
muitas vezes associada a três significados: cor percebida, cor psicofísica e cor objeto. No
entanto, será levado em conta apenas o conceito de cor percebida para o presente estudo. que
conforme Costa (2000 p. 67), exige uma preocupação com o todo: “Por cor percebida
entende-se a percepção instantânea que se tem de um objeto ou fonte luminosa. A cor
percebida é o resultado da interação de muitos fatores complexos, como as características do
objeto ou fonte luminosa, a luz incidente no objeto, o meio-ambiente, o eixo da visão, as
características e a adaptação do observador”.
Sendo assim, as cores provocam respostas emocionais que irão influenciar no estado
comportamental do indivíduo. As radiações apresentam uma energia que se associa a cada
cor, por exemplo, o vermelho, o laranja e o amarelo são considerados cores quentes,
propiciando ao indivíduo uma sensação de dinamismo, vitalidade, excitação e movimento,
como também é utilizada em salas de estar, quartos ou locais onde se deseja tornar ambientes
mais aconchegantes, já o verde, o azul e o violeta são cores frias, dando uma sensação de
46
frescor, descanso e paz (COSTA, 2000), como também podem ser utilizadas em escritórios,
cozinhas ou em locais em que se deseja estimular ou realizar alguma atividade.
Segundo Costa (2000 p 66), verifica-se que: “o vermelho desperta os instintos; o azul
desperta a intelectualidade; o amarelo desperta os afetos; o laranja desperta a ação; o verde
desperta a adaptação; o violeta desperta o equilíbrio; o preto, o branco e o cinza despertam a
neutralidade”.
Convém ressaltar que, do ponto de vista psicológico, é dito que um sistema de
iluminação apresenta luz “quente” não significa que a luz apresenta uma maior temperatura de
cor, mais sim, que a luz apresenta uma tonalidade mais amarelada. Da mesma forma, quanto
mais alta for a temperatura de cor, mais “fria” será a luz. Dessa forma é muito importante de
se observar na escolha de uma lâmpada ou cor do revestimento, pois dependendo do tipo de
ambiente existe uma temperatura de cor mais adequada para esta aplicação.
Apesar das pesquisas existentes em comportamento humano em relação aos aspectos
emocionais proporcionados pela cor, poucos estudos foram realizados no sentido de avaliar
suas influências sobre o desempenho do homem no trabalho.
2.4.4.2 Sistema de iluminação existente
Existem três tipos de iluminação: natural, artificial e mista, os quais devem fornecer
aos ambientes uma iluminação de qualidade e suficiente para oferecer aos usuários destes uma
visibilidade tal que lhes garantam boa visibilidade no desempenho de suas atividades.
Por ser mais fácil de manipular, atualmente, a iluminação artificial passou a ser tratada
com mais seriedade, de forma a trazer aos ambientes de trabalho uma iluminação apropriada
com ênfase no conforto visual e na eficiência energética.
Para atender ambos objetivos, existem duas formas para obtenção de uma iluminação
artificial de qualidade e eficiente, que é através da disposição dos sistemas luminosos ou do
tipo de luminárias utilizadas.
Em relação à disposição dos sistemas de iluminação são apresentados os seguintes
sistemas de iluminação: iluminação geral, iluminação localizada, e iluminação local,
conforme figura 09 a seguir.
47
Iluminação Geral Iluminação Localizada
Iluminação Local
Figura 09: Tipos de Sistemas de Iluminação
Fonte: Associação Brasileira da Industria de Iluminação (ABILUX) - 1992
A iluminação geral proporciona a iluminância sobre a área total com um certo grau de
uniformidade, produzindo um iluminamento horizontal e uniforme, ocasionando com isto,
uma indesejada monotonia, que pode ser minimizada ou eliminada através do seu uso
integrado com outros sistemas de iluminação. Este sistema também é de alto consumo de
energia quando a tarefa visual requer iluminância alta.
A iluminação direcional, que é bastante utilizada para iluminar painéis de exposição,
caracterizando por uma iluminação onde a luz, no plano de trabalho ou num objeto, incide
predominante em uma direção em particular.
Já a iluminação localizada é produzida colocando-se as luminárias próximas da tarefa
visual, de maneira a iluminar somente uma pequena área. Esta iluminação é completada por
um sistema de iluminação geral.
Lamberts (1997), comenta que: “É fundamental a distribuição correta dos pontos de
luz, que podem ser direcionados para iluminação de tarefas, possibilitando maior eficiência
visual nos ambientes de trabalho e, conseqüentemente, menor consumo de energia”.
Por fim, a iluminação local caracteriza pela instalação de luminárias próximas a tarefa
visual, iluminando pequenas áreas (SILVA, 1992). Este sistema contribui para economia de
48
energia, porque concentra-se sua luz apenas no campo de trabalho, visto que estará ligada
apenas quando o necessário.
É um tipo de iluminação suplementar, sendo empregada em conjunto com qualquer
outro tipo de sistema de iluminação. Porém, a relação máxima entre a iluminação suplementar
e outro sistema não deve ser inferior a um décimo, para evitar que o ambiente seja irritante
aos usuários que não estejam necessitando daquele valor de iluminância no seu campo visual
(COSTA, 2000).
2.4.4.3 Influência do clima na iluminação de um ambiente
O clima exerce bastante influência na qualidade do iluminamento dos ambientes e
percebe-se que a maior responsável por esta influência é a luz natural, que fornece
quantidades de luz requeridas para quase todas as atividades produtivas durante parte do dia.
Existem dois fatores que influenciam sobre o sistema de iluminação de um ambiente, desde
que este ambiente seja dotado de janelas para captação deste sistema de iluminação.
Então, uma vez que a terra descreve uma órbita em torno do sol e que nosso planeta
possui uma inclinação no seu eixo, a incidência de energia solar varia de acordo com a
latitude orientação da edificação e horário. A natureza nos fornece diversas formas de
obtenção de luz natural, tanto de forma direta, através dos raios solares, quanto de forma
indireta, através da luz da abóbada celeste. Por este fato, ao se fazer um estudo de localização
de uma edificação, é de suma importância analisar a orientação das fachadas envidraçadas,
como também, das características dos vidros e a existência de elementos de sombreamento,
como venezianas, telas, toldos e brises,etc, Pena (2002).
Conforme Romero (2001), a luz oriunda da abóbada celeste possui luminância própria,
que atua como uma fonte secundária, resultado dos fenômenos de difusão atmosférica da luz
solar. Esse tipo de luz se caracteriza por uma luz difusa, emitida em todas as direções, que
provoca uma iluminância homogênea, com níveis de iluminação mais confortáveis que a luz
direta solar, pois seus valores absolutos são mais baixos, adquirindo assim, maior importância
dentro da iluminação natural, trazendo também menos danos que a luz direta proveniente do
sol, que devido ao alto nível de iluminação causam ofuscamento, calor, brilho, efeitos
devastadores sobre o mobiliário e etc. Porém a luz solar apresenta vantagens relacionadas à
salubridade dos ambientes evitando o surgimento de doenças.
49
No entanto, a iluminação natural é bastante difícil de se manusear, em virtude da sua
inconstância e disponibilidade.
2.4.4.4 Influência do homem na iluminação do ambiente
Por ser um mecanismo bastante complexo, a visão humana que compreende o olho e o
cérebro, e que juntos constituem um sistema informacional que capta, analisa e processa as
grandes quantidades de dados que vêm do mundo exterior em forma de energia luminosa
(COSTA, 2000).
“No seu trajeto, o raio luminoso passa inicialmente por um sistema óptico (olho), que
ao estimular um órgão sensor (retina), encaminha impulsos via uma rede elétrica (nervo
óptico), ao órgão formador da imagem (cérebro)” (COSTA, 2000).
O olho humano apresenta características que otimizam ou minimizam a visão, logo
são de extrema importância no momento da análise da tarefa visual. Estas propriedades são
denominadas de: acomodação, acuidade, adaptação, campo de visão, persistência visual e,
finalmente, visão de cores, esta subordinada às demais.
De acordo com Vianna (2001), algumas dessas propriedades estão ligadas ao tempo de
vida do homem, porque com a idade tem-se redução da acuidade visual, na velocidade de
percepção e o aumento no tempo necessário de adaptação, principalmente na passagem de um
ambiente mais claro para um mais escuro, como também, outros efeitos como a diminuição
na habilidade de perceber movimentos no campo visual periférico e na diminuição a
resistência na perturbação por ofuscamentos ou contrastes excessivos.
“Em pessoas com mais de 45 anos, os prejuízos são devidos à opacificação gradativa
dos líquidos do olho e à presbiopia (dificuldade de focalização para perto devido à
perda de elasticidade do cristalino, que se acentua em ambientes mais escuros)”
(COUTO, 2002 p.118).
Sendo assim, a acomodação está ligada ao foco, que permiti a visão nítida de objetos
situados a diferentes distâncias ao passo que a acuidade visual está ligada com a visão dos
detalhes, isto é, a capacidade em distinguir o mínimo visível (acuidade de resolução) e a
capacidade em distinguir o mínimo separável (acuidade de reconhecimento), resultando no
sentido qualitativo e no sentido quantitativo. (COSTA, 2002).
50
A adaptação está relacionada com a abertura da pupila, que se altera conforme os
diferentes níveis de iluminação (COSTA, 2000). Esta adaptação da pupila com os diversos
graus de luminosidade é função dos diferentes comprimentos de ondas da radiação, isto é,
com as cores.
Então, ao passar de um espaço para outro com diferentes níveis de iluminância,
ocorrerá uma adaptação da pupila para cada ambiente que pode vir a provocar fadiga visual
pelo esforço do olho humano.
Já o campo visual é a totalidade de pontos vistos juntamente com a cabeça e os olhos
imóveis, logo está relacionado com a visão do olho esquerdo, do olho direito e com a região
espacial binocular. Na horizontal, o campo de visão binocular é de aproximadamente 120ºe na
vertical, 60º para cima e 70º para baixo (COSTA, 2000).
A persistência visual, como o nome diz, é a persistência da imagem na retina durante
algum tempo, em função da natureza química do processo do olho humano. Dessa forma, o
sistema de iluminação deve ser projetado tendo o homem como o principal elemento da
edificação, devendo atender todas as propriedades do olho humano com a finalidade de
oferecer conforto visual.
2.4.5 Medição de Iluminamento de Interiores
Para conhecer os níveis de iluminamento de interiores, faz-se com o auxílio de
fotômetros calibrados em lux (luxímetro) e o conhecimento da norma NBR 5382 (ABNT,
1985) de verificação de iluminação de interiores.
O luxímetro é um equipamento que apresenta uma fotocélula cuja corrente é
transformada, por meio de uma escala apropriada em lux, devendo também apresentar
correção para cor e para cosseno. Para garantia das medidas, o luxímetro deve ser calibrado
para que as leituras por ele realizadas sejam perfeitamente conhecidas. No Brasil a calibração
do instrumento é realizada pelo INMETRO ou através de laboratórios acreditados pelo
próprio INMETRO.
Já a norma brasileira NBR 5382 (ABNT, 1992) é usada para estabelecer os valores de
iluminâncias médias em serviço para iluminação artificial em interiores, onde se realizam
atividades de comercio, industrias, ensino, esportes e outros.
A norma NBR 5382 (ABNT, 1985) trás vários métodos para o conhecimento do
iluminamento de um interior. Um dos métodos utilizados é a divisão da superfície em
51
pequenas áreas (50 x 50 cm aproximadamente) elementares nas quais se mede o
iluminamento e depois tomaria o iluminamento médios dessas áreas
O outro método é dividido em cinco casos, segundo as disposições geométricas das
luminárias, e que levam a resultados com erros menores que 10%, absolutamente tolerável,
conforme será tratado a seguir.
Primeiro caso: Área com luminárias individuais dispostas simetricamente em duas ou mais
fileiras (figura 10).
Figura 10: Áreas com luminárias individuais dispostas simetricamente em duas ou mais fileira.
Fonte:NBR 5382 (ABNT, 1985)
Em primeiro lugar coloca-se o luxímetro, prestando atenção em colocar a superfície da
fotocélula que acompanha o luxímetro no plano horizontal, a uma distância de 80 cm do piso,
nos seguintes pontos, conforme figura 10 para correta leitura dos iluminamentos:
a) em oito pontos r, escolhidos em áreas elementares aproximadamente no centro da sala
e tendo em vista a posição das luminárias (que formam as áreas elementares); as luminárias
são representadas por círculos brancos e os pontos de medição por círculos pequenos pretos;
b) em quatro pontos q, sendo dois em cada uma das áreas elementares aproximadamente
centrais dos lados da sala;
c) em quatro pontos t, sendo dois em cada uma das áreas elementares aproximadamente
centrais dos lados da sala;
d) em dois pontos p, centros de duas áreas elementares situadas em cantos opostos da
sala.
O iluminamento médio será calculado pela fórmula 2.e a seguir.
()( ) ()
(
)
[]
NMPMTNQMNRL
×
+
×
+
×+××= 1111 (2.e)
onde:
52
R = é a média dos iluminamentos (lux) medidos nos pontos r (oito vezes);
N = é o número de luminárias por fila;
M = é o número de filas de luminárias;
Q = é a média dos iluminamentos dos quatro pontos q;
T = é a média dos iluminamentos dos quatro pontos t;
P = é a média dos iluminamentos dos quatro pontos p.
Segundo caso: Área regular com uma única luminária (luminária central), figura 11 a seguir.
Figura 11: Área regular com uma única luminária (luminária central)
Fonte:NBR 5382 (ABNT, 1985)
O medidor será colocado nos quatro pontos p (p-1, p-2, p-3, p-4) e o iluminamento
médio será a média aritmética das quatro leituras, conforme formula 2.f a seguir.
4
4321
PPPPL +++= (2.f)
onde, P = é a média dos iluminamentos dos quatro pontos P;
Terceiro caso: Área regular com uma fila única de luminárias individuais, figura 12 a seguir.
Figura 12: Área regular com uma única fila de luminárias individuais
Fonte:NBR 5382 (ABNT, 1985)
Colocar o luxímetro nas seguintes posições:
a) em oito pontos q, sendo dois em cada uma das quatro áreas elementares quaisquer,
53
tomadas duas de cada lado da fila;
b) em dois pontos p, centro de duas áreas elementares situadas em cantos opostos da sala.
O iluminamento médio será, conforme fórmula a seuir.
()
NPNQL += 1 (2.g)
Onde:
N = número de luminárias
Q = é a média dos iluminamentos dos oitos pontos q
Quarto caso: Área com duas ou mais filas contínuas de luminárias, figura 13 a seguir.
Figura 13: Área regular com duas ou mais filas contínuas de luminárias
Fonte:NBR 5382 (ABNT, 1985)
Posicionar o luxímetro nos seguintes pontos:
a) em quatro pontos r quaisquer, situados aproximadamente no centro da sala;
b) em dois pontos t, sendo dois em cada uma das áreas elementares aproximadamente
centrais dos outros dois lados da sala;
c) em dois pontos q, situados um em cada centro das partes laterais da sala;
d) em dois pontos p, centro de duas áreas elementares situadas em cantos opostos da sala.
O iluminamento médio será dado pela fórmula, a seguir.
()
(
)
(
)
111
+
×
+
×+×
+
××= NMPMTNQMNRL (2.h)
Onde:
R = é a média dos iluminamentos medidos nos quatro pontos r;
N = é o numero de luminárias por fila;
54
M = o número de filas;
Q = a média dos iluminamentos medidos nos dois pontos q;
T = a média dos iluminamentos medidos nos dois pontos t; e
P = a média dos iluminamentos medidos nos dois pontos p.
Quinto caso: Área regular com uma linha contínua de luminárias (figura 14) a seguir.
Figura 14: Área com duas ou mais filas contínuas de luminárias
Fonte:NBR 5382 (ABNT, 1985)
Dividi-se a fila em quatro partes iguais e tomam-se as medições nos seguintes pontos:
a) em seis pontos q (três de cada lado), opostos dois a dois e situados na linha imaginária
da divisão feita anteriormente;
b) em dois pontos p, centro de duas áreas situadas em cantos opostos da sala.
O iluminamento médio será:
1++×= NPNQL (2.i)
Onde:
N = é o número de luminárias que compõe m a fila;
Q = a média dos iluminamentos dos seis pontos q; e;
P = a média dos iluminamentos dos dois pontos p.
2.4.6 Recomendações de Outras Entidades sobre Conforto Lumínico
Além das normas NBR 5382 e NBR 5413 abordadas, segui abaixo outras entidades.
55
a) Portaria de 3214 de 8 de junho de 1978 do Ministério do Trabalho:
O Conforto Luminoso é abordado nesta portaria através da Norma Regulamentadora
Nº 17, que trata da Ergonomia e define as condições de trabalho no seu artigo 17.5.3. E
estabelece que:
NR-17.5.3, “Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada,
natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade”.
NR – 17.5.3.1, “A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e
difusa”.
NR – 17.5.3.2, “A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e
instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes
excessivos”.
NR – 17.5.3.3, “Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos
locais de trabalho são os valores de iluminância estabelecidas na NBR 5413, norma brasileira
registrada no INMETRO”.
NR – 17.5.3.4, “A medição dos níveis de iluminamento previstos no campo de trabalho no
subitem 17.5.3.3 deve ser feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro
com fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do ângulo de incidência”.
NR – 17.5.3.5, “Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem
17.5.3.4 este será um plano horizontal a 0,75 m do piso”.
b) A CLT – Consolidação das Leis do Trabalho de 1943
O conforto luminoso é tratado no Título II, Capítulo V, Seção VII, da CLT.
2.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme descrito no início deste capítulo II, o objetivo do mesmo é apresentar o
embasamento teórico pertinente ao tema do trabalho, que para o estudo de Conforto Térmico
e Lumínico, tomou por base toda a legislação brasileira e padrões normativos aplicáveis e
literaturas específicas sobre o tema.
56
3 ESTUDO DE CASO
3.1 O LABORATÓRIO EM ESTUDO
O estudo foi realizado no Laboratório de Química de uma IES, situada na cidade de
Niterói, no Estado do Rio de Janeiro. Os principais objetivos deste laboratório são propiciar
infraestrutura para formação de engenheiros químicos, desenvolvimento de pesquisas na área
de Química, suporte técnico aos alunos de graduação, mestrado e doutorado na elaboração de
seus experimentos para concretização de suas dissertações.
Em virtude da complexidade de funções, o laboratório é formado por uma equipe
multidisciplinar constituída de pesquisadores, alunos de graduação e aluno de pós-graduação.
O objeto de estudo se situa em uma área bem arborizada, cercada pelo mar, por vários
edifícios residenciais e uma praça pública. A entrada da IES é feita por uma rua de leve fluxo
de carro, situado num dos principais bairros da cidade de Niterói.
3.2 CARACTERISTICAS FÍSICAS EXTERNAS
As características físicas externas equivalem ao levantamento das características
meteorológicas da região e do prédio em que o laboratório está implantado.
A região de Niterói, segundo INMET (2005), está situada em uma latitude de 22°54' S
e longitude de 43°7'W e encontra-se aproximadamente dez metros do nível do mar. Possui um
clima tropical quente úmido, com temperatura média anual de 23,1ºC, com pico máximo que
pode chegar a 44ºC e mínimo de 24ºC e umidade relativa do ar entorno de 70% o que
contribui significativamente na absorção, de boa parte, dos raios infravermelhos, sendo que,
de um a três meses do ano o clima torna-se mais seco do que a média anual. Neste tipo de
clima, a radiação difusa é muito intensa, devido a elevada concentração de vapor de água das
nuvens, ou seja, os altos índices de umidade do ar. De acordo com tais características
climáticas, a nebulosidade da região possui menos de 1/3 do céu corresponde a um tipo de céu
claro, com luz intensa direta do sol.
Já em relação a qualidade do ar, infelizmente, não foi encontrado nenhum dado a
respeito, apesar das camadas de poluição agirem com barreiras dos raios luminosos, refletindo
cerca de 60% de volta para o espaço superior (VIANNA, 2001).
57
Enfim, para garantir um maior precisão quanto aos dados meteorológicos citados, a
tabela a seguir ilustra os valores relativos ao mês correspondente às medições, julho de 2005.
Tabela 09: Dados meteorológicos da cidade de Niterói referente ao mês de julho de 2005.
Radiação Solar
(cal/cm
2
/min)
Insolação
(horas)
Nebulosidade
(em 10 de céu)
Umidade
Relativa
Temperatura
(°C)
603,04 7,6
1/3
(céu claro)
63,1 24,7
Fonte: INMET (Instituto Nacional de Meteorologia)
Para garantir uma melhor compreensão, os valores referentes à nebulosidade foram
traduzidos conforme a tabela a seguir.
Tabela 10: Dados dos valores relativos à nebulosidade e seu correspondente significado
Valor dado em 3 de céu
Céu correspondente
0/3
Céu ensolarado: ausência de nuvens
1/3 Céu claro: onde a nuvem é ocasional
1/3 a 2/3
Céu parcialmente nublado: abóbada celeste coberta
de nuvens
3/3 Céu encoberto: onde o sol não é visível
Fonte: INMET (Instituto Nacional de Meteorologia)
O prédio da Escola de Engenharia, formado por dois blocos (D e E), construídos, lado
a lado, a uma distancia de mais ou menos 20 metros, localizado à rua Passo da Pátria,
conforme mostram, a seguir, as figuras 15 e 16 referentes ao mapa de localização e a
fotografia de Satélite.
Figura. 15: Escola de Engenharia Figura 16:Vista da Escola de Engenharia
O laboratório em estudo situado no primeiro andar do bloco E (fig. 17), no prédio da
Escola de Engenharia, nas salas destinadas ao Laboratório de Química, construída com cinco
janelas, dando para uma área arborizada conforme mostram, a seguir, as figuras 18 a 19, com o
58
objetivo de contribuir diretamente para uma melhor iluminação do ambiente interior devido à
entrada de iluminação lateral natural por estas janelas.
Fig. 17: Local onde se situa o objeto de estudo Fig. 18:Laboratório de Química
Fig. 19: Área arborizada rente ao laboratório
Entretanto, o excesso de luz solar lateral no interior do laboratório através dessas
janelas pode trazer uma série de incômodos, portanto, esse excesso é controlado graças ao
bloco D que dista a 20 metros das janelas do bloco E, de mesma altura e também pela
existência entre os dois blocos uma pequena vegetação conforme mostram, a seguir, as fig. 20.
Figura 20: Bloco D e vegetação entre os dois blocos
59
Observa-se que o bloco D e a vegetação fornecem ao bloco E uma grande proteção
termoluminosa, e que segundo Lamberts (1997), isto pode interceptar entre 60 a 90% da
radiação solar, funcionando como elemento de proteção solar.
3.3 CARACTERISTICAS FÍSICAS INTERNAS
O laboratório em estudo é dividido em dois ambientes nomeados de Lab 1 e Lab 2. por
uma parede de alvenaria pintada com tinta acrílica à base dágua e comunicam-se por uma
passagem de 1,25 x 2,12 m sem porta nesta mesma parede divisória, sendo que o Lab 1
apresenta uma forma retangular com dimensões que equivalem aproximadamente 4,52 x
12,43m e pé-direito com 3,81m. Esse módulo possui 3 janelas iguais em tamanho,
posicionadas verticalmente com 1,25 m largura x 2,12 m altura e uma porta de dimensão 1,26
de largura x 2,12 m de altura revestida com tinta óleo na cor bege escura, conforme figura 21
a seguir.
Figura. 21: Visão interna do Lab 1
Já o segundo módulo, Lab 2, é um pouco menor que o primeiro com dimensões que
equivalem aproximadamente, a 4,52 x 11,20 m e de mesmo pé direito de Lab 1.
Possuindo apenas duas janelas posicionadas verticalmente, de mesmo tamanho que do
laboratório Lab 1 e uma porta também do mesmo tamanho e cor da primeira, conforme figura
22, a seguir:
60
Figura 22: Visão interna do Lab 2
Em relação às superfícies de revestimentos, os dois ambientes são idênticos, como
pode ser observado na tabela abaixo.
De acordo com a ABILUX (1992), a tabela 11 abaixo traz os fatores de reflexão das
superfícies de revestimentos tanto do laboratório Lab 1 como do laboratório Lab 2.
Tabela 11: Relações das superfícies de revestimento do objeto de estudo e suas características.
Superfícies
Internas de
Revestimento
Cor Fator de reflexão (%) Estado de conservação
Teto
Cinza-cimento 20 Bem conservada
Parede
Tinta acrílica branca
à base d’água
70 Bem conservada
Piso
Bege escuro 20 Bem conservado
Móveis
Madeira Escura 13 Bem conservado
Fonte: ABILUX (1992)
Conforme Vianna (2001), para o projeto de edifícios de escritórios deve-se equilibrar as
iluminâncias internas, recomendando-se, “não utilizar cores escuras nos mobiliários, mesas,
divisórias, paredes e, principalmente, no teto, pois este será a principal superfície para reflexão
da luz.
Ainda, segundo Vianna (2001), as superfícies internas de um sistema padronizado
poderiam apresentar os seguintes coeficientes de reflexão:
Teto = 80%, exemplo: branco;
Paredes = 50%, exemplo: cores claras;
Mobiliários = 40%, cores claras (foscas);
Piso = 15 a 20%, (valores adotados independentemente das cores) exemplo: cinza,
marrom, bege escuro”.
61
Percebe-se pela tabela 3c, que alguns dos materiais de revestimentos do objeto de
estudo, tanto do laboratório Lab 1 e Lab 2, como exemplo, o piso, esta de acordo com os
limites recomendados por Vianna (2201), entretanto, o teto, as paredes e alguns mobiliários
estão fora dos valores recomendados, podendo, assim, contribuir para um desequilíbrio da
iluminação nestes dois ambientes.
3.3.1 Sistema de Iluminação Existente.
Os dois ambientes de laboratório não utilizam somente iluminação natural, para os
dois turnos (manhã e tarde) para iluminação do seu espaço interno devido aos seguintes
fatores:
posicionamento do prédio;
influência de uma pequena vegetação rente às janelas do laboratório;
pequenas dimensões das janelas do laboratório;
influência da sombra do bloco D.
Sendo assim, para sanar o problema de iluminação utiliza-se para os turnos da manhã e
da tarde a iluminação mista, nos horários que vão das 8 horas da manhã às 17 horas e 30
minutos da tarde. A partir deste horário a luz proveniente do sol e da abóbada celeste não é
mais significante sobre as janelas.
Por sua vez, a iluminação artificial, do Lab 1 é feita por sistema do tipo geral, com oito
luminárias divididas em quatro circuitos elétricos dependentes. Cada luminária, por sua vez,
comporta duas lâmpadas fluorescentes tubulares de 40 watts, grandes, sem refletor, com
espaçamento entre as luminárias ao plano de trabalho de 2 m de altura. As lâmpadas são de
diferentes fabricantes, tais como: General Eletric Universal, Sylvania e Philips.
A figura 23,
a seguir, traz o esquema interno da distribuição geométrica das luminárias
no teto de Lab 1.
62
Figura: 23: Esquema da distribuição geométrica das luminárias no teto de Lab 1
Os grupos de luminárias como as do centro, da esquerda e direita como pode se
observado na figura 3i acima estão separadas umas das outra pelas vigas de sustentação do
teto, vindo deste modo a comprometer a distribuição uniforme da luz emitidas pelas
lâmpadas, porque as vigas estão a mais ou menos a 20 cm da superfície do teto e como as
luminárias estão instaladas bem próximas da superfície do teto, agindo assim, como uma
superfície de sombreamento para as lâmpadas, prejudicando, substancialmente, assim a
iluminância total do ambiente em estudo.
Já o Lab 2, a distribuição das luminárias no teto, é apresentado, conforme a figura 24.
Figura: 24: Esquema da distribuição geométrica das luminárias no teto de Lab 2
Pode observar-se, pela figura 24 a, que a iluminação artificial de Lab 2 é feita também
por um sistema do tipo geral, com seis luminárias divididas em três circuitos elétricos
dependentes. Cada luminária, por sua vez, comporta duas lâmpadas fluorescentes tubulares de
40 watts grandes sem refletor, com espaçamento entre as luminárias ao plano de trabalho de 2
m de altura. As lâmpadas são de diferentes fabricantes, tais como: General Eletric Universal,
Sylvania e Philips.
Como no Lab 1, o grupo de luminárias está também separado umas das outra pelas
vigas de sustentação do teto, vindo deste modo também a prejudicar a distribuição uniforme
da luz.
63
Cabe aqui ressaltar que o tipo de lâmpada utilizado por ser do tipo fluorescente tubular
é definido por Silva (1992), pela boa eficiência luminosa e vida útil da ordem de 7000 a 12000
horas.
3.3.2 Sistemas de Climatização Existentes
Será apresentado nesta seção o sistema usado para climatização dos dois laboratórios
em analise do departamento de engenharia química.
Conforme já exposto no capítulo II, o sistema de climatização artificial utilizado para
climatização interna dos laboratórios é do tipo aparelho de janela.
Este sistema é o mais comum e mais difundido, principalmente em área residencial ou
em locais em que possuem instalações de pequenas e médias capacidades em vista de sua
praticidade de instalação, manutenção e baixo consumo de energia. A figura 3k, a seguir
apresenta um modelo do tipo aparelho de janela existentes no mercado.
Fig. 25: Aparelho de Janela
Fonte: Springer (2005)
O ambiente determinado como Lab 1 é climatizado por dois ar condicionados de
marca SPRINGER de 18.000 BTUs em bom estado de conservação.
Já o Lab 2 usa para sua climatização apenas um ar refrigerado de marca CONSUL também de
18.000 BTUs e está em bom estado de conservação.
64
3.4 CARACTERISTICAS DOS USUÁRIOS
A caracterização dos usuários foi baseada em questionários distribuídos entre os
mesmos (ANEXOS), como também através da própria observação dos laboratórios.
Após análise dos questionários e de observações, constatou-se, que 60% dos usuários
são do sexo feminino e, conseqüentemente os 40% restante corresponde ao sexo
masculino,
distribuídos com faixa etária que varia entre 20
e 60 anos, conforme gráfico 01 a seguir.
Gráfico 01: Faixa etária dos usuários dos laboratórios
Através dos questionários observou-se, também, que apenas 25% dos funcionários
apresentavam problemas relativos à visão, fazendo uso de lentes corretoras, conforme gráfico
02 a seguir.
Gráfico 02: Visão dos usuários quanto à utilização de lentes corretoras
3.5 PESQUISA DE OPINIÃO
Foi realizado no decorrer do mês julho de 2005, junto aos usuários dos laboratórios e os
resultados obtidos serão utilizados neste trabalho, junto com os parâmetros normativos e
legislações vigentes de conforto lumínico e térmico para fortalecer as conclusões finais sobre o
tema, após as medições das variáveis ambientais realizadas no interior dos laboratórios.
75%
25%
0%
0%
Normal
Lentes
75%
17%
8%
0%
< 40
40 - 55
> 55
65
3.5.1 Análise e Conclusão da Pesquisa de Opiniões
Foram 15 o número de formulários respondidos, tanto para conforto
lumínico, tanto para conforto térmico que levaram as seguintes conclusões.
3.5.1.1Análise da pesquisa de opinião a respeito do Conforto Térmico
a) O sistema de climatização deste laboratório traz conforto para você e a tarefa
realizada?
95% (14 pessoas) responderam que o sistema de climatização traz conforto a eles e a
tarefa realizada e 5% (1 pessoa) não opinaram.
b) Têm apresentado em você nos últimos dias alguns sintomas como: tosse, falta de ar,
cansaço, dor de cabeça, dores de garganta ou outra doença respiratória, não atribuíveis a
fatores pessoais de sensibilidade e doença, que desaparecem pouco depois da saída do
laboratório?
85% (12 pessoas) opinaram que não apresentam sintomas de doenças, 20% (3
pessoas), manifestaram apresentar alguns sintomas, mas não sabem associar se é devido à
permanência no local
c) É feita limpeza nas superfícies de revestimento do laboratório como: paredes, janelas,
mobiliários, chão e nos condicionadores de ar com: gabinetes, bandejas, serpentinas e filtros
de ar para remoção da poeira acumulada?
100% manifestaram que não, com exceção do chão e mobiliário.
3.5.1.2Análise da pesquisa de opinião a respeito do Conforto Lumínico
a) O sistema de iluminação traz conforto para você?
66
95% (14 pessoas) dos usuários constataram que o sistema de iluminação não traz
conforto a eles e a tarefa realizada e 5% (1 pessoa) manifestaram que sim.
b) Você tem sentido dor de cabeça, irritação nos olhos e cansaço visual não atribuível a
fatores pessoais de sensibilidade ou doença, e que desaparecem pouco depois da saída do
laboratório?
73 % (11 pessoas) manifestaram apresentar algum tipo de distúrbios e/ou
doenças, mas não souberam afirmar se tem haver com o ambiente em questão e 27% (4
pessoas) afirmaram que não apresentam nenhuma doença.
c) É feita limpeza nas lâmpadas e luminárias como também nas superfícies de
revestimentos dos laboratórios como: paredes, janelas, tetos, mobiliários e chão com
freqüência para eliminação da poeira acumulada?
100% (15 pessoas) constataram que não são feitas nenhuma limpeza, com exceção dos
mobiliários e do chão.
d) 100% (15 pessoas) não responderam o item 7 do questionário.
3.5.1.3 Conclusão sobre a Pesquisa de Opinião
Segundo a pesquisa, o sistema de iluminação não traz conforto aos usuários e a tarefa
realizada, como também existe problema de manutenção nos ambientes dos dois laboratórios
analisados. Mas ainda falta fazer uma conclusão final do sistema, juntamente com as medições
e análises dos dados coletados nos dois ambientes do laboratório e no sistema de iluminação
para confirmar a opinião dos usuários.
Já o sistema de climatização, ao contrário do sistema de iluminação parece por
enquanto trazer conforto aos usuários e a tarefa realizada, embora haver problemas também
de manutenção nos dois ambientes do laboratório, mas conforme o sistema de iluminação
ainda falta realizar medições das variáveis temperaturas do ar, umidade relativa do ar e
velocidade do ar para comprovação desta pesquisa.
67
3.6 MEDIÇÕES E RESULTADOS DO CONFORTO LUMÍNICO REFERENTE AO
LAB 1 E LAB 2.
A primeira providência para o conhecimento dos níveis de iluminamento do ambiente
interno dos dois ambientes do laboratório foi através das medições realizadas nos dias 1 e 4 de
julho de 2005 nos turnos da manhã, tarde e noite.
Por meio de um luxímetro e da Norma NBR 5382, adaptou-se a geometria das
luminárias do teto dos dois laboratórios a uns dos cincos casos tratados nesta norma de
disposições geométricas das luminárias, já descritas no capitulo II aos laboratórios.
Nos turnos da manhã e tarde tanto de LAB1e LAB2 utilizam-se à iluminação natural
em conjunto com a iluminação artificial (iluminação mista) e para o turno da noite apenas a
iluminação artificial.
Na avaliação do conforto lumínico do ambiente do laboratório para os turnos da
manhã e da tarde, é importante o conhecimento das influências climáticas na medição destes
turnos, tornando-se importante o conhecimento das condições meteorológicas a fim de
constatar uma maior ou menor variação do nível de iluminação natural, que em conjunto com
a artificial existente dará o nível médio da iluminância para esse turno.
A tabelas 12, a seguir, apresentam as condições climáticas dos dias 1 e 4 de julho no
turno da manhã e tarde referentes ao Lab 1 e Lab 2.
Tabela 12: Dados meteorológicos da cidade de Niterói referente aos turnos da manhã e tarde no Lab 1e Lab 2
Data
Horário
Coleta
Radiação
Solar
(cal/cm
2
/min)
Insolação
(horas)
Nebulosidade
(em 10 de céu)
Umidade
relativa
(%)
Temperat.
do ar
(
o
C)
01/07/05
(I)
A partir
das 9:30
633,1 9,1 1/3 70,2 23,4
04/07/05
(II)
A partir
das 9:30
665,5 9,8 1/3 71,1 24,0
01/07/05
(I)
A partir
das 14:00
633,1 9,1 1/3 59,3 25,8
04/07/05
(II)
A partir
das 14:00
665,5 9,8 1/3 60,3 25,0
Fonte: INMET (Instituto Nacional de Meteorologia)
68
3.7 RESULTADOS DAS PLANIHAS EETRÔNICAS REFERENTES AOS LAB 1 E LAB 2
As paginais a seguir, são apresentadas as planilhas eletrônicas de 01 a 06 referentes às
medições ocorridas nos turnos manhã, tarde e noite dos laboratórios 1 e 2.
Planilha 01: Medição do Nível do iluminamento do turno da manhã do Lab 1
Data:
(I)
(II)
(I)
(II)
Valor
(
I
)
Valor
(
II
)
Val. Corri
g
ido
(
I
)
Val. Corri
g
ido
(
II
)
(
I
)
r1 417 420 473,4 476,8 (II)
r2 244 244 276,4 276,4 (I)
r3 208 208 235,4 235,4 (II)
r4 243 243 275,3 275,3
r5 785 795 892,5 903,9 (I)
r6 224 224 253,6 253,6 (II)
r7 126 126 142,0 142,0 R = (r1+r2+r3+r4+r5+r6+r7+r8) / 8
r8 326 326 369,8 369,8 Q = (q1+q2+q3+q4) / 4
q1 134 134 151,1 151,1 T = (t1+t2+t3+t4) / 4
q2 105 105 118,1 118,1 P = (p1+p2) / 2
q3 137 137 154,5 154,5 L = [R(N - 1)(M - 1)+Q(N - 1)+T(M - 1)+
q4 928 948 1055,4 1078,2 + P] / NM
t1 1797 1802 2045,1 2050,8 N = número de luminárias por fila
t2 233 233 263,9 263,9 M = número de filas
t3 68 68 75,9 75,9 Cor = correção do certificado
t4 176 176 198,9 198,9
p1 283 283 320,8 320,8
p2 116 116 130,6 130,6
Nome Ambiente:
Atividade:
Iluminão Natural (sim,não) sim
Iluminão Artificial (sim,não) sim Refletor (sim,não)
No de luminárias p/ fila (N): 4 Comprimento - L(m):
No de filas (M): 2 Largura - W(m):
Qtde de lâmp. por luminária: 2 Altura (m):
No de lâmp. Queimadas: nenhuma
Modelo das Lâmpadas:
Ambiente (limpo,médio ou sujo)
Reflectância Teto (muito clara,clara,média,escura ou preta)
Reflectância Parede (muito clara,clara,média,escura ou preta)
Reflectância Piso (muito clara,clara,média,escura ou preta) Escur
a
Medi
ç
ão do Nível de Iluminamento - LAB1 - Turno da Manhã
01 e 04/07/200
5
Fluorescente
di
o
Escur
a
Clara
o
12,4
3
4,5
2
L
(
x
)
= 387,4
3,81
Características do Ambiente
LAB1
Laboratório de Química
P
(
lx
)=
225,
7
L
(
lx
)
= 384,4
T
(
lx
)=
647,4
P
(
lx
)=
225,
7
Q
(
lx
)=
375,
5
T
(
lx
)=
646,0
Escala: 0 à 2000lx
R
(
lx
)=
364,
8
ICEL (lx)
R
(
lx
)=
366,
7
Q
(
lx
)=
369,
8
Realizado
p
or: Dimas Barbosa. Teixeira
Instrumento: Fabricante: Icel - Modelo: LD-50
0
69
Planilha 02: Medição do nível de iluminamento do turno da tarde do Lab 1
Data:
(I)
(II)
(I)
(II)
Valor
(
I
)
Valor
(
II
)
Val. Corri
g
ido
(
I
)
Val. Corri
g
ido
(
II
)
(
II
)
r1 217 217 245,6 245,6 (II)
r2 145 145 163,6 163,6 (I)
r3 152 152 171,6 171,6 (II)
r4 159 159 179,6 179,6
r5 306 306 347,0 347,0 (I)
r6 117 117 131,8 131,8 (II)
r7 80 80 89,6 89,6 R = (r1+r2+r3+r4+r5+r6+r7+r8) / 8
r8 113 113 127,2 127,2 Q = (q1+q2+q3+q4) / 4
q1 75 75 83,9 83,9 T = (t1+t2+t3+t4) / 4
q2 72 72 80,5 80,5 P = (p1+p2) / 2
q3 150 150 169,3 169,3 L = [R(N - 1)(M - 1)+Q(N - 1)+T(M - 1)+
q4 287 287 325,4 325,4 + P] / NM
t1 466 502 529,2 570,2 N = número de luminárias por fila
t2 137 137 154,5 154,5 M = número de filas
t3 61 61 68,0 68,0 Cor = correção do certificado
t4 149 149 168,2 168,2
p1 152 152 171,6 171,6
p2 83 83 93,0 93,0
Nome Ambiente:
Atividade:
Iluminação Natural (sim,não) sim
Iluminação Artificial (sim,não) sim Refletor (sim,não)
No de luminárias p/ fila (N): 4 Comprimento - L(m):
No de filas (M): 2 Largura - W(m):
Qtde de lâmp. por luminária: 2 Altura (m):
No de lâmp. Queimadas: nenhuma
Modelo das Lâmpadas:
Ambiente (limpo,médio ou sujo)
Reflectância Teto (muito clara,clara,média,escura ou preta)
Reflectância Parede (muito clara,clara,média,escura ou preta)
Reflectância Piso (muito clara,clara,média,escura ou preta)
Realizado
p
or: Dimas Barbosa. Teixeira
Instrumento: Fabricante: Icel - Modelo: LD-500
Escala: 0 à 2000lx
R
(
lx
)
= 182,0
ICEL (lx)
R
(
lx
)
= 182,0
Q
(
lx
)
= 164,8
Q
(
lx
)
= 164,8
T
(
lx
)
= 230,0
T
(
lx
)
= 240,2
P
(
lx
)
= 132,3
P
(
lx
)
= 132,3
L
(
lx
)
= 175,3
L
(
x
)
= 176,6
3,81
Características do Ambiente
LAB1
Laboratório de Química
Escura
Medi
ç
ão do Nível de Iluminamento - LAB1 - Turno da Tarde
01 e 04/07/2005
Fluorescente
Médio
Escura
Clara
não
12,43
4,52
70
Planilha 03: Medição do nível de iluminamento do turno da noite do Lab 1
Data:
(I)
(II)
(I)
(II)
Valor
(
I
)
Valor
(
II
)
Val. Corri
g
ido
(
I
)
Val. Corri
g
ido
(
II
)
(
II
)
r1 151 156 170,5 176,2 (II)
r2 145 145 163,6 163,6 (I)
r3 155 158 175,0 178,4 (II)
r4 164 164 185,3 185,3
r5 122 122 137,4 137,4 (I)
r6 105 105 118,1 118,1 (II)
r7 102 102 114,7 114,7 R = (r1+r2+r3+r4+r5+r6+r7+r8) / 8
r8 110 110 123,8 123,8 Q = (q1+q2+q3+q4) / 4
q1 86 86 96,4 96,4 T = (t1+t2+t3+t4) / 4
q2 70 70 78,2 78,2 P = (p1+p2) / 2
q3 149 149 168,2 168,2 L = [R(N - 1)(M - 1)+Q(N - 1)+T(M - 1)+
q4 128 128 144,3 144,3 + P] / NM
t1 114 114 128,3 128,3 N = número de luminárias por fila
t2 127 127 143,1 143,1 M = número de filas
t3 30 30 32,7 32,7 Cor = correção do certificado
t4 164 164 185,3 185,3
p1 176 181 198,9 204,6
p2 80 80 89,6 89,6
Nome Ambiente:
Atividade:
Iluminação Natural (sim,não) não
Iluminação Artificial (sim,não) sim Refletor (sim,não)
No de luminárias p/ fila (N): 4 Comprimento - L(m):
No de filas (M): 2 Largura - W(m):
Qtde de lâmp. por luminária: 2 Altura (m):
No de lâmp. Queimadas: nenhuma
Modelo das Lâmpadas:
Ambiente (limpo,médio ou sujo)
Reflectância Teto (muito clara,clara,média,escura ou preta)
Reflectância Parede (muito clara,clara,média,escura ou preta)
Reflectância Piso (muito clara,clara,média,escura ou preta)
Realizado
p
or: Dimas Barbosa. Teixeira
Instrumento: Fabricante: Icel - Modelo: LD-500
Escala: 0 à 2000l
x
R
(
lx
)
= 148,6
ICEL (lx)
R
(
lx
)
= 149,7
Q
(
lx
)
= 121,8
Q
(
lx
)
= 121,8
T
(
lx
)
= 122,4
T
(
lx
)
= 122,4
P
(
lx
)
= 144,3
P
(
lx
)
= 147,1
L
(
lx
)
= 134,7
L
(
x
)
= 135,5
3,81
Características do Ambiente
LAB1
Laboratório de Química
Escura
Medi
ç
ão do Nível de Iluminamento - LAB1 - Turno da Noite
01 e 04/07/2005
Fluorescente
Médio
Escura
Clara
não
12,43
4,52
71
Data:
(I)
(II)
(I)
(II)
Valor
(
I
)
Valor
(
II
)
Val. Corri
g
ido
(
I
)
Val. Corri
g
ido
(
II
)
(
II
)
r1 101 108 113,5 121,5 (II)
r2 97 101 109,0 113,5 (I)
r3 67 68 74,8 75,9 (II)
r4 71 73 79,4 81,6
r5 252 252 285,5 285,5 (I)
r6 150 158 169,3 178,4 (II)
r7 113 115 127,2 129,5 R = (r1+r2+r3+r4+r5+r6+r7+r8) / 8
r8 61 62 68,0 69,1 Q = (q1+q2+q3+q4) / 4
q1 105 109 118,1 122,6 T = (t1+t2+t3+t4) / 4
q2 166 170 187,6 192,1 P = (p1+p2) / 2
q3 70 75 78,2 83,9 L = [R(N - 1)(M - 1)+Q(N - 1)+T(M - 1)+
q4 108 111 121,5 124,9 + P] / NM
t1 169 171 191,0 193,3 N = número de luminárias por fila
t2 100 104 112,4 116,9 M = número de filas
t3 60 30 66,8 32,7 Cor = corrão do certificado
t4 69 68 77,1 75,9
p1 62 65 69,1 72,5
p2 146 151 164,8 170,5
Nome Ambiente:
Atividade:
Iluminação Natural (sim,não) sim
Iluminação Artificial (sim,não) sim Refletor (sim,não)
No de luminárias p/ fila (N): 3 Comprimento - L(m):
No de filas (M): 2 Largura - W(m):
Qtde de lâmp. por luminária: 2 Altura (m):
No de lâmp. Queimadas: nenhuma
Modelo das Lâmpadas:
Ambiente (limpo,médio ou sujo)
Reflectância Teto (muito clara,clara,média,escura ou preta)
Reflectância Parede (muito clara,clara,média,escura ou preta)
Reflectância Piso (muito clara,clara,média,escura ou preta)
Realizado
p
or: Dimas Barbosa. Teixeira
Instrumento: Fabricante: Icel - Modelo: LD-500
Escala: 0 à 2000lx
R
(
lx
)
=128,3
ICEL (lx)
R
(
lx
)
=131,9
Q
(
lx
)
=126,3
Q
(
lx
)
=130,9
T
(
lx
)
=111,
8
T
(
lx
)
=104,7
P
(
lx
)
=116,9
P
(
lx
)
=121,
5
L
(
lx
)
=123,0
L
(
x
)
=125,3
3,81
Características do Ambiente
LAB2
Laboratório de Qmica
Escura
Medi
ç
ão do Nível de Iluminamento - LAB2 - Turno da Manh
ã
01 e 04/07/200
5
Fluorescente
di o
Escura
Clara
o
11,2
4,52
Planilha 04: Medição do nível de iluminamento do turno da manhã do Lab 2
72
Data:
(I)
(II)
(I)
(II)
Valor
(
I
)
Valor
(
II
)
Val. Corri
g
ido
(
I
)
Val. Corri
g
ido
(
II
)
(
II
)
r1 93 93 104,4 104,4 (II)
r2 97 106 109,0 119,2 (I)
r3 66 68 73,7 75,9 (II)
r4 71 74 79,4 82,8
r5 255 256 288,9 290,1 (I)
r6 147 129 165,9 145,4 (II)
r7 120 122 135,2 137,4 R = (r1+r2+r3+r4+r5+r6+r7+r8) / 8
r8 93 95 104,4 106,7 Q = (q1+q2+q3+q4) / 4
q1 122 121 137,4 136,3 T = (t1+t2+t3+t4) / 4
q2 162 159 183,0 179,6 P = (p1+p2) / 2
q3 69 71 77,1 79,4 L = [R(N - 1)(M - 1)+Q(N - 1)+T(M - 1)+
q4 93 105 104,4 118,1 + P] / NM
t1 144 146 162,5 164,8 N = número de luminárias por fila
t2 100 102 112,4 114,7 M = número de filas
t3 57 60 63,4 66,8 Cor = correção do certificado
t4 65 64 72,5 71,4
p1 58 61 64,6 68,0
p2 153 148 172,8 167,1
Nome Ambiente:
Atividade:
Iluminação Natural (sim,não) sim
Iluminação Artificial (sim,não) sim Refletor (sim,não)
No de luminárias p/ fila (N): 3 Comprimento - L(m):
No de filas (M): 2 Largura - W(m):
Qtde de lâmp. por luminária: 2 Altura (m):
No de lâmp. Queimadas: nenhuma
Modelo das Lâmpadas:
Ambiente (limpo,médio ou sujo)
Reflectância Teto (muito clara,clara,média,escura ou preta)
Reflectância Parede (muito clara,clara,média,escura ou preta)
Reflectância Piso (muito clara,clara,média,escura ou preta)
Realizado
p
or: Dimas Barbosa. Teixeira
Instrumento: Fabricante: Icel - Modelo: LD-500
Escala: 0 à 2000lx
R
(
lx
)
= 132,6
ICEL (lx)
R
(
lx
)
= 132,7
Q
(
lx
)
= 125,5
Q
(
lx
)
= 128,3
T
(
lx
)
= 102,7
T
(
lx
)
= 104,4
P
(
lx
)
= 118,7
P
(
lx
)
= 117,5
L
(
lx
)
= 122,9
L
(
x
)
= 124,0
3,81
Características do Ambiente
LAB2
Laboratório de Química
Escur
a
Medi
ç
ão do Nível de Iluminamento - LAB 2 - Turno da Tarde
01 e 04/07/2005
Fluorescente
Médio
Escur
a
Clar
a
não
11,2
4,52
Planilha 05: Medição do Nível do Iluminamento do turno da tarde do Lab 2
73
Planilha 06: Medição do Nível do Iluminamento do turno da NOITE do Lab 2
Data:
(I)
(II)
(I)
(II)
Valor
(
I
)
Valor
(
II
)
Val. Corri
g
ido
(
I
)
Val. Corri
g
ido
(
II
)
(
II
)
r1 91 92 102,1 103,3 (II)
r2 93 93 104,4 104,4 (I)
r3 62 62 69,1 69,1 (II)
r4 59 60 65,7 66,8
r5 162 162 183,0 183,0 (I)
r6 151 151 170,5 170,5 (II)
r7 128 129 144,3 145,4 R = (r1+r2+r3+r4+r5+r6+r7+r8) / 8
r8 118 120 132,9 135,2 Q = (q1+q2+q3+q4) / 4
q1 122 124 137,4 139,7 T = (t1+t2+t3+t4) / 4
q2 163 163 184,1 184,1 P = (p1+p2) / 2
q3 69 69 77,1 77,1 L = [R(N - 1)(M - 1)+Q(N - 1)+T(M - 1)+
q4 108 107 121,5 120,4 + P] / NM
t1 144 145 162,5 163,6 N = número de luminárias por fila
t2 96 96 107,8 107,8 M = número de filas
t3 58 56 64,6 62,3 Cor = correção do certificado
t4 66 66 73,7 73,7
p1 59 59 65,7 65,7
p2 159 159 179,6 179,6
Nome Ambiente:
Atividade:
Iluminação Natural (sim,não) não
Iluminação Artificial (sim,não) sim Refletor (sim,não)
No de luminárias p/ fila (N): 3 Comprimento - L(m):
No de filas (M): 2 Largura - W(m):
Qtde de lâmp. por luminária: 2 Altura (m):
No de lâmp. Queimadas: nenhuma
Modelo das Lâmpadas:
Ambiente (limpo,médio ou sujo)
Reflectância Teto (muito clara,clara,média,escura ou preta)
Reflectância Parede (muito clara,clara,média,escura ou preta)
Reflectância Piso (muito clara,clara,média,escura ou preta) Escura
Medi
ç
ão do Nível de Iluminamento - LAB 2 - Turno da Noite
01 e 04/07/2005
Fluorescente
Médio
Escura
Clara
não
11,2
4,52
L
(
x
)
= 121,6
3,81
Características do Ambiente
LAB2
Laboratório de Química
P
(
lx
)
= 122,6
L
(
lx
)
= 121,3
T
(
lx
)
= 101,9
P
(
lx
)
= 122,6
Q
(
lx
)
= 130,3
T
(
lx
)
= 102,1
Escala: 0 à 2000lx
R
(
lx
)
= 121,5
ICEL (lx)
R
(
lx
)
= 122,2
Q
(
lx
)
= 130,0
Realizado
p
or: Dimas Barbosa. Teixeira
Instrumento: Fabricante: Icel - Modelo: LD-500
74
3.8 ANALISES E CONSIDERAÇÕES REFERENTES AOS LAB 1 E LAB 2
3.8.1 Análise Referente ao Turno da Manhã
De acordo com as médias mensais, ilustradas na tabela 01 (Dados meteorológicos da
cidade de Niterói), referente às médias mensais do mês de julho de 2005, os dias supracitados
apresentavam-se acima da média quanto à radiação solar, insolação e umidade relativa.
Entretanto, os resultados referentes ao céu (céu claro) estavam iguais à média mensal, para os
dias 01/07/05 (I) e 04/07/05 (II) (tabela 05), conseqüentemente, a iluminação da abóbada
celeste neste horário estava bem difusa, proporcionando uma iluminância primordialmente
homogênea sobre o bloco D e a vegetação existente em frente ao bloco E, onde situa o
laboratório, não permitindo que a luz solar e da abóbada celeste venha a incidir totalmente
sobre as janelas do laboratório (Lab 2), agindo, deste modo, como uma proteção para a luz
natural, diminuindo, consideravelmente, a iluminação natural sobre o interior deste laboratório,
objetivo pelo qual a luz natural sozinha não é analisada aqui neste trabalho.
Do mesmo modo, a mesma análise feita para Lab 2 foi feita também para Lab 1. A
única diferença é que a luz solar que incide sobre as janelas é mais forte, porque a vegetação
existente em frente a este laboratório é menos densa, proporcionando uma iluminância mais
alta neste ambiente, sendo assim, uma média final de iluminância maior que Lab 2, que pode
ser constatado por meio da figura 26 a seguir e pela planilha 01 e 04, referente ao item 3.6.
Figura 26. Vegetação entre Lab1 e Lab2
Por outro lado, de acordo com a norma NBR 5382, foi feita a identificação da
disposição geométrica das luminárias dos ambientes de Lab1 e 2.
75
Conforme mostram as figuras 23 e 24 das disposições das luminárias de Lab 1 e Lab
2, foi escolhido o primeiro caso para o conhecimento dos níveis de iluminância para os dois
ambientes, porque ela trata “campo de trabalho retangular, iluminado com fontes de luz em
padrão regular, simetricamente espaçadas em duas ou mais fileiras”.
Por último, no dia anterior ao dia 1 de julho foram marcados os pontos nos pisos dos
dois ambientes em estudo conforme orienta a norma e no dia seguinte às 9 horas da manhã foi
colocado o luxímetro sobre esses pontos e feito as coletas dos níveis do iluminamento em
cada ponto, e os valores anotados nas planilhas 01 e 04, já apresentadas.
3.8.2 Analise Referente às Planilhas 01 e 04
Os gráficos 03 e 04, a seguir, apresentam a comparação entre o nível de iluminância
estabelecido para os dois laboratórios (L = 500 lux), segundo método apresentados no cap.1
com a iluminância média no turno da manhã de Lab 1 e Lab 2 referentes aos dias 1 (I) e 4 (II)
de julho de 2005 e do mínimo, não inferior a 70%, conforme a Norma NBR 5413 (ABNT,
1992).
Gráfico 03: Iluminância no turno da manhã – Lab 1
Gráfico 04: Iluminância no turno da manhã – Lab 2
5
0
0
3
5
0
3
84,
4
5
0
0
3
5
0
3
87,
4
0
100
200
300
400
500
600
Iluminância
III
Dias
NBR 5413
70% NBR
Mista
5
0
0
3
5
0
1
2
3
,
0
5
0
0
3
5
0
1
2
5
,
3
0
100
200
300
400
500
600
Iluminânci
a
III
Dias
NBR 5413
70% NBR
Mis ta
76
Analisando o gráfico 03 referente ao Lab1, pode-se constatar que os níveis de
iluminância mista nos dias 01/07/05 (I) e 04/07/05 (II) estão abaixo do estabelecido pela
norma, mas um pouco acima dos 70% que é o mínimo permitido pela citada norma. Isto
ocorre porque, o sol que atinge tanto Lab 1 como Lab 2 na parte da manhã é mais
representativo para Lab 1. Isto ocorre porque a vegetação paralela aos dois laboratórios é
menos intensa para Lab 1, conforme pode ser verificado pela analise da figura 26,
possibilitando assim, uma maior incidência da luz natural nas janelas do laboratório 1,
permitindo assim, uma iluminância um pouco acima dos 70% permitidos, apesar de que
menor que o estabelecido, e bem maior se comparado ao laboratório 2 .
Por outro lado, a analise do gráfico 04 referente ao Lab 2, verificou-se que os níveis de
iluminância mista nos dias 01/07/05 (I) e 04/07/05 (II) estão bem abaixo do estabelecido pela
norma como também abaixo dos 70% do mínimo permitido e bem abaixo do nível de
iluminância se comparado ao Lab1. Esta baixa iluminância é explicado, pela existência da
vegetação paralela ao Lab1 e ao Lab2, que é bastante densa para Lab 2, conforme mostra a
figura 26.
Apesar do grande número de luminárias nos dois laboratórios, o baixo nível de
iluminação mista nos dois laboratórios pode ser explicado como já foi dito antes pelo baixo
nível de iluminação natural que incide sobre as janelas dos laboratórios neste horário, pois,
neste período a luz solar e da abóbada celeste que deveriam atingir totalmente as janelas do
laboratório com toda intensidade e são bastante minimizados pelo bloco D e pela pequena
vegetação existente ao lado do objeto de estudo, que é menos intensa para Lab 1 e mais
representativa ao Lab 2 e que intercepta entre 60 a 90% da luz natural, funcionando como
uma brise (quebra sol).
O baixo nível de iluminamento pode ser também explicado pela existência de algumas
lâmpadas com sinais de envelhecimento e sujeira acumulada, vindo assim, desta forma,
prejudicar o nível de iluminamento neste horário.
A ABILUX (1992), referenda que a iluminância (ou iluminamento) resultante de uma
instalação de iluminação, em qualquer ambiente, diminui progressivamente durante o seu uso,
devido ao acúmulo de poeira nas lâmpadas e luminárias, além da distância elevada entre as
iluminarias, o campo de trabalho, índices de refletâncias das paredes, tetos e mobiliários.
Nota-se também, com base no gráfico uma pequena elevação da iluminância média no
segundo dia (II) de medição em relação ao primeiro dia (I), devido a uma pequena diferença
existente nos níveis de radiação solar e insolação conforme mostra a tabela 12.
77
A diferença entre os níveis de iluminância dos dias 01/07/05 (I) e 04/07/05 (II) é
explicado quando se observa a diferença entre os valores da radiação solar e da insolação,
sendo maiores para o dia que obteve uma maior iluminância.
Por outro lado, o baixo nível de iluminância nos dois períodos ocorrem também
devido ao rebaixamento das vigas de sustentação do teto do laboratório que separam os
grupos de luminárias um do outro (fig 21 e 22), vindo deste modo a comprometer a
distribuição uniforme da luzes emitidas pelas lâmpadas fluorescentes.
Observou-se que os monitores e as mesas de escritório estão voltados para as janelas
demonstrando que a iluminação é deficiente para as tarefas com maiores exigências visuais,
minimizando, assim, um pouco o problema da baixa iluminação do ambiente.
Neste turno, não foi constatado nenhum ofuscamento, nem tampouco sombreamento
no campo do trabalho, só iluminamento fora do exigido pela norma.
3.8.3 Análise Referente ao Turno da Tarde
Conforme o período da manhã, a iluminação no período da tarde também é mista.
Assim, as medições, que ocorreram apartir das 13 horas, coletaram os níveis de iluminação
mista, tornando possível, assim como no turno da manhã, a realização de análises
comparativas entre o nível de iluminação mista e o estabelecido pela norma para os dois
laboratórios.
Como não é analisada a iluminação natural independente da iluminação artificial, foi
necessário também o conhecimento das condições climáticas, conforme tabela 12, a fim de
avaliar uma maior ou menor variação do nível de iluminação natural que influenciará o nível
da iluminação mista dos laboratórios.
Conforme as médias mensais, ilustradas na tabela 12 (Dados meteorológicos da cidade
de Niterói) referente às médias mensais do mês de julho de 2005, os dias supracitados
apresentavam acima da média quanto à radiação solar, a insolação e a temperatura do ar
enquanto a umidade relativa estava abaixo da mensal. O valor da nebulosidade, por sua vez,
continuou a mesma da média mensal.
Conforme o turno da manhã, os valores medidos com o luxímetro, foram anotados na
planilha excel 02 e 05 referentes aos dois laboratórios e o valor do iluminamento médio final
para o turno da tarde calculado automaticamente.
78
3.8.4 Análise referente às planilhas 02 e 05
Os gráficos 05 e 06, a seguir, apresentam a comparação entre o nível de iluminância
estabelecido para os dois laboratórios (L = 500 lux), segundo método apresentados no cap.1
com a iluminância média no turno da tarde do Lab 1 e Lab 2 referentes aos dias 1 (I) e 4 (II)
de julho de 2005 e do mínimo, não inferior a 70%, conforme a Norma NBR 5413 (ABNT,
1992).
Gráfico 05: Iluminância no turno da tarde – Lab 1
Gráfico 06: Iluminância no turno da tarde – Lab 2
A partir do gráfico 3e, nota-se que a iluminação mista neste turno é bem menor do que
no turno da manhã, e apresentava níveis de iluminamento abaixo da NBR 5413, como
também abaixo dos 70% permitidos pela citada norma.
Nota-se também, em comparação ao turno da manhã, uma pequena degradação do
nível de iluminamento para os dois dias medidos, embora não houvesse diferença entre o
turno da manhã e o turno da tarde no que diz respeito às características climáticas para
explicar o baixo iluminamento médio encontrado. Então pela análise visual ao ambiente,
externo constatou-se que a diminuição gradativa da iluminância era devido à posição do sol
que não estava mais incidindo nas janelas dos laboratórios como na parte da manhã, que neste
5
0
0
3
5
0
1
2
2
,
9
5
0
0
3
5
0
1
2
4
,
0
0
100
200
300
400
500
600
Iluminânci
a
III
Dias
NBR 5413
70% NBR
Mis ta
5
0
0
3
5
0
1
3
4
,
7
5
0
0
3
5
0
1
3
5
,
5
0
100
200
300
400
500
600
Iluminância
III
Dias
NBR 5413
70% NBR
Mista
79
horário o sol estava posicionado sobre o prédio E, provocando assim, junto com a iluminação
artificial (iluminação mista) uma iluminação insuficiente, ou melhor, menor que o turno da
manhã e bem maior se comparado ao laboratório 2.
Por outro lado, pelo analise do gráfico 3f, referente ao Lab 2, pode também constatar
com em Lab1, que os níveis de iluminância mista nos dias 01/07/05 (I) e 04/07/05 (II) estão
bem abaixo do estabelecido pela norma como também abaixo dos 70% do mínimo permitido
e bem abaixo do nível de iluminância se comparado ao Lab1. E esta baixa iluminância é
explicado também, pela existência da vegetação paralela ao Lab1 e ao Lab2 que é bastante
densa para Lab 2, ver figura 3l.
No mais, as explicações para uma iluminação ineficiente para este turno são as
mesmas relatadas para o Lab 1.
Excetuando a baixa iluminância, não foi constatado nenhum ofuscamento, nem
tampouco sombreamento no campo do trabalho.
3.8.5 Análise Referente ao Turno da Noite
Neste turno, não houve a necessidade das informações das condições climáticas, para
análise dos níveis relativos a iluminação, porque as medições ocorreram apartir das 18:00
horas, horário em que o sol já havia se posto, existindo assim, só a iluminação artificial.
Conforme o período da manhã e da tarde, as medições, que ocorreram apartir das 18
horas, coletaram os níveis de iluminação artificial, tornando possível, assim como nos turnos
anteriores, a realização de análises comparativas entre o nível de iluminação artificial e o
estabelecido pela norma para os dois laboratórios.
Conforme o turno da manhã e tarde, os valores medidos com o luxímetro, foram
anotados nas planilhas excel 03 e 06 referentes aos dois laboratórios e o valor do
iluminamento médio final para o turno da noite foram calculado automaticamente.
3.8.6 Resultados referentes às planilhas 03 e 06
Os gráficos 07 e 08, a seguir, apresentam a comparação entre o nível de iluminância
estabelecido para os dois laboratórios (L = 500 lux), segundo método apresentados no cap.1
com a iluminância média no turno da noite do Lab 1 e Lab 2 referentes aos dias 1 (I) e 4 (II)
80
de julho de 2005 e do mínimo, não inferior a 70%, conforme a Norma NBR 5413 (ABNT,
1992).
Gráfico 07: Iluminância no turno da noite – Lab 1
Gráfico 08: Iluminância no turno da noite – Lab 2
Apartir dos gráficos 07 e 08 exposto, conclui-se que a iluminação artificial no
ambiente em estudo estava ineficaz, pois os dois ambientes do laboratório apresentavam
níveis de iluminação bem abaixo da NBR – 5413, como também abaixo dos 70% permitidos
pela citada norma e conseqüentemente, bem abaixo dos turnos anteriores, já que neste turno
não existe iluminação natural para contribuir com o aumento do seu valor com nos turnos
anteriores.
Apesar do grande numero de luminárias, o baixo nível de iluminação artificial é
conseqüente das elevadas distancias entre as mesmas e o plano de trabalho.
Em função dessas diferentes distâncias entre as iluminarias e o campo de trabalho,
percebe-se também o baixo nível de iluminação devido a fatores como manutenção e
diminuição progressiva da iluminância em função do acúmulo de poeira nas lâmpadas e
luminárias (ABILUX, 1992).
5
0
0
3
5
0
1
2
1
,
3
5
0
0
3
5
0
1
2
1
,
6
0
100
200
300
400
500
600
Iluminância
III
Dias
NBR 5413
70% NBR
Artificial
5
0
0
3
5
0
1
1
6
,
6
5
0
0
3
5
0
1
1
7
,
0
0
100
200
300
400
500
600
Iluminância
III
Dias
NBR 5413
70% NBR
Artificial
81
Do ponto de vista perceptivo, como pode constatar através da pesquisa feita aos
usuários dos laboratórios, apesar da baixa iluminância, a iluminação apresentava estar
suficiente para as perspectivas tarefas.
No mais, as explicações para uma iluminação ineficiente para este turno são as
mesmas relatadas para os turnos da manhã e da tarde.
Excetuando a baixa iluminância, não foi constatado nenhum ofuscamento, nem
tampouco sombreamento no campo do trabalho, com o sistema de iluminação artificial
adotado, proporcionando uma iluminação uniforme, marcada pela ausência de contrastes para
este turno.
3.9 MEDIÇÕES E RESULTADOS OBTIDOS PARA CONFORTO TÉRMICO
Em função da influência das condições climáticas para as medições da temperatura
ambiente (t
a
), umidade relativa do ar (Ur) e da velocidade do ar (Vra) nos laboratórios LAB1
e LAB2, tornou-se necessário o conhecimento das condições meteorológicas dos dias 01 e
04/05/2005, a fim de constatar uma maior ou menor variação no nível das medições. As
tabelas, a seguir, ilustram os valores da previsão climática relativo ao dia correspondente às
medições.
Tabela 13: Dados meteorológicos da cidade de Niterói referente às medidas do dia 01 julho de 2005
Seg
4 Jul
9:00
Seg
4 Jul
10:00
Seg
4 Jul
11:00
Seg
4 Jul
12:00
Seg
4 Jul
13:00
Seg
4Jul
14:00
Seg
4 Jul
15:00
Seg
4 Jul
16:00
Seg
4 Jul
17:00
Seg
4 Jul
18:00
Previsão Ensola
rado
Ensola
rado
Ensola
rado
Ensola
Rado
Ensola
rado
Ensola
rado
Ensola
rado
Ensola
rado
Ensola
rado
Céu
claro
Tempo
21°C 22°C 23°C 23°C 25°C 25°C 25°C 25°C 24°C 24°C
Úmida-
de
71% 70% 66% 65% 60% 57% 56% 56% 59% 62%
Fonte: INMET ( Instituto Nacional de Meteorologia), Niterói, sexta feira, 01 de junho de 2005, às 08:51.
82
Tabela 14: Dados meteorológicos da cidade de Niterói referente às medidas do dia 04julho de 2005
Seg
4 Jul
9:00
Seg
4 Jul
10:00
Seg
4 Jul
11:00
Seg
4 Jul
12:00
Seg
4 Jul
13:00
Seg
4Jul
14:00
Seg
4 Jul
15:00
Seg
4 Jul
16:00
Seg
4 Jul
17:00
Seg
4 Jul
18:00
Previs
ão
Ensola
rado
Ensola
rado
Ensola
rado
Ensola
rado
Ensola
rado
Ensola
rado
Ensola
rado
Ensola
Rado
Ensola
rado
Céu
claro
Temp
22°C 23°C 24°C 24°C 26°C 26°C 26°C 26°C 26°C 25°C
Umid 73% 71% 66% 64% 60% 58% 58% 58% 60% 62%
Fonte:INMET ( Instituto Nacional de Metrologia), Niterói, sexta feira, 04 de junho de 2005, às 08:51.
Durante os dias 01 e 04/07/2005, foram realizadas 512 medições das variáveis
ambientais, com os equipamentos configurados para coletar os dados de minuto a minuto,
iniciando as 9:00 da manhã e encerrando as 18:00 do mesmo dia.
Os gráficos 09, 10, 11, 12 a seguir trazem os comportamentos das variáveis ambientais
medidas nestes dois dias que serão confrontados com os gráficos 13 e 14 referente aos dados
meteorológicos da cidade de Niterói dos dias 01 e 04 de julho de 2005 conforme dados
coletados no INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e com os parâmetros de conforto
térmico da resolução Anvisa – RE n° 9, que também fixa valores para temperatura e umidade,
conforme tabela 3f.
Gráfico 09: Temperatura dos quatro sensores distribuídos em Lab 1
20
,
9
21
,
2
2
1,5
2
1,8
22
,
1
22
,
4
2
2,7
2
3
9
:
3
0
1
0
:
3
0
1
1
:
3
0
1
2
:
3
0
1
3
:
3
0
1
4
:
3
0
1
5
:
3
0
1
6
:
3
0
1
7
:
3
0
1
8
:
3
0
Te mpo
Temperatura
sensor - 430
sensor - 752
sensor - 394
sensor - 252
83
Gráfico 10: Temperatura dos quatro sensores distribuídos em Lab 2
Gráfico 11: Umidade dos quatro sensores distribuídos em Lab 1
Gráfico 12: Umidade dos quatro sensores distribuídos em Lab2
Tempo
Umidade
sensor - 430
sensor - 752
sensor - 394
sensor - 252
4
5
,
0
5
0
,
0
5
5
,
0
6
0
,
0
6
5
,
0
9
:
3
0
1
0
:
3
0
1
1
:
3
0
1
2
:
3
0
1
3
:
3
0
1
4
:
3
0
1
5
:
3
0
1
6
:
3
0
1
7
:
3
0
1
8
:
3
0
Tempo
Umidad
e
sensor - 430
sensor - 752
sensor - 394
sensor - 252
22,5
23,0
23,5
24,0
24,5
25,0
25,5
9:
30
10:
30
11:
30
12:
30
13:
30
14:
30
15:
30
16:
30
17:
30
18:
30
Tempo
Temperatura
sensor - 430
sensor - 752
sensor - 394
sensor - 252
84
Gráfico 13: Temperatura de Niterói no dia das medições
Gráfico 14: Umidade de Niterói no dia das medições
Tabela 15 – Parâmetros de Conforto Térmico
55
57
59
61
63
65
67
69
71
73
9:0
0
10:
00
11:
00
12:
00
13:
00
14:
00
15:
00
16:
00
17:
00
18:
00
19:
00
20:
00
tempo
Umidade
umi-04/07/2005
umi-01/07/2005
Parâmetro
Padrão de
referência verão
Padrão de
referência inverno
Temperatura
Ambiente (°C)
23 a 26 20 a 22
Umidade Relativa
do Ar (%)
40 a 65 35 a 65
Velocidade Máx.
do Ar (m/s)
0,25
Fonte: Resolução ANVISA RE N
O
9
18
20
22
24
26
28
9:00 10:0
0
11:0
0
12:0
0
13:0
0
14:0
0
15:0
0
16:0
0
17:0
0
18:0
0
19:0
0
Tempo
Temperatura
temp-04/07/2005
temp-01/07/2005
85
Gráfico 15: Velocidade do Ar x ANVISA –LAB1 e LAB2
Os dados coletados refletem o comportamento térmico do ambiente pesquisado que,
apesar de não ter sofisticações de máquinas e controles, apresentam um desempenho
satisfatório quanto ao seu uso diário para a estação do inverno, o que pode ser constatado pela
análise dos gráficos das variáveis de temperatura e umidade.
Ao iniciar o trabalho de coleta de dados das variáveis ambientais interna aos dois
laboratórios, pode-se constatar através da análise das tabelas 12 e 13 e dos gráficos 13 e 14
referente aos dados meteorológicos da cidade de Niterói, que a média de temperatura e
umidade referente ao dia 01 de julho de 2005 estava em torno de 21ºC e 71% e para o dia 04
de julho de 2005, eram aproximadamente 22ºC e 73%.
Após a coleta dos dados e pela analise dos gráficos gerados 09 e 10 para a variável
temperatura e 11 e 12 referente a variável umidade, pode-se constatar que, a temperatura e
umidade no interior de Lab 1 e Lab 2 estam de acordo com o requerido pela resolução
ANVISA RE N° 9, tabela 15.
Para o dia 01/07/05, a média da temperatura e umidade referente ao Lab 1 estavam em
torno de 24,1ºC e 53,43%, e Lab 2 encontrava-se com sua temperatura média
aproximadamente a 21,9ºC e a uma umidade relativa do ar entorno de 47,8%.
Analisando o comportamento da temperatura e umidade dos dois laboratórios pelos
gráficos 09 a 12, pode-se verificar que os condicionadores de ar levaram aproximadamente
cerca de 3 (três) horas para que os ambientes atingissem uma umidade média de
aproximadamente de 55%, estabilizando o laboratório n.º 1 em 24ºC e o n.º 2 em 21,9ºC, até o
encerramento do expediente às 17:00 horas.
Neste sentido, pode-se observar que o conforto térmico dos laboratórios ficou
praticamente inalterado nas atividades laboratoriais. No entanto, quando comparados os dados
0,02
5
0
,25
0
,12
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
Velocidade do ar
ANVISA-m in (m /s)
ANVISA-max (m/s)
Anemômetro (m/s)
86
com as recomendações da ANVISA (conforme tabela 15 acima), verifica-se que os valores
médios de umidade para os dois laboratórios estão dentro da faixa recomendada, porém, a
temperatura média do laboratório n.° 1 encontra-se 2 ºC acima da recomendação, fato este
devido à disposição das cargas de calor latente distribuídas pelo laboratório, contendo fontes
de calor não muito expressivas mas o suficiente para acrescer a temperatura um pouco em
relação ao laboratório 2. Ao contrário do laboratório n.º 1, o laboratório n.º 2 encontra-se em
equilíbrio sem fontes de calor expressivas, com as faixas de temperatura e umidade dentro do
previsto pela ANVISA.
O conjunto de dados demonstra que, para o período analisado (estação de inverno),
onde a temperatura média externa ao laboratório é bem amena, entorno de 21 a 22ºC os
condicionadores de ar existentes apesar de sua simplicidade conseguem obter um equilíbrio e
conforto após 3 (três) horas de operação. No entanto, deve-se para a estação mais agressiva
(estação de verão), quando as temperaturas médias externas variam entre 35°C a 45°C, com
umidade entre 70% e 90%, realizar as mesmas avaliações como as descritas para a estação
inverno para saber o comportamento dos condicionadores de ar existentes. Também não
foram constatadas fontes de radiação significativas em função do equilíbrio das leituras
realizadas e também pelo fato da velocidade da troca de ar dos condicionadores ser de
aproximadamente de 0,12 m/s, estando, portanto, dentro da faixa recomendada pela ANVISA,
ver gráfico 15.
Observa-se que para o conforto térmico dos laboratórios para o período de inverno,
conforme o diagrama de conforto térmico proposto por Fanger (1970, p.244), sabendo-se que
não foram constatadas fontes de radiações de calor importantes nos ambientes, que a
velocidade do ar é próxima a 0,1m/s, ver gráfico 15 de velocidade do ar, que a atividade dos
ocupantes é sedentária com calor metabólico estimado em de 58,2 W/m
2
e o isolamento
térmico da vestimenta dos ocupantes dos laboratórios foi observada que é média, com
isolamento térmico considerado para a época do inverno de 1,0 clo e umidade do ar média
para os dois laboratórios entorno de 50%. Constatou-se que a temperatura do conforto térmico
para o período avaliado (estação de inverno) para os dois laboratórios é de aproximadamente
23ºC, conforme mostra a gráfico 16 estando entre as médias medidas no local que ficaram
entorno de 24ºC para Lab 1 e 21,9 ºC para Lab 2, dando uma temperatura média de 22,95ºC.
87
Gráfico 16: Diagrama de conforto para a estação de inverno
Então, de acordo com os parâmetros de conforto térmico de Fanger (1970, p.244) e as
recomendações da ANVISA, constata-se que os laboratórios estudados estão em
conformidade com os parâmetros no período de equilíbrio das 12:00 às 17:30 horas, quando
as cargas térmicas e os geradores de frio entram em equilíbrio no período analisado.
88
4 CONSIDERAÇÕES
4.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base no capítulo II (Fundamentação Teórica) e no capítulo III (Estudo de Caso),
são feitas as seguintes considerações, visando consubstanciar as conclusões e as propostas de
trabalhos futuros, que serão apresentadas no capítulo final:
4.1.1 Considerações Sobre Conforto Lumínico.
do ponto de vista quantitativo, os níveis de iluminação tanto do Laboratório 1 quanto
do Laboratório 2, estão em não conformidade com a Norma NBR 5382 (Verificação de
iluminância de interiores), entretanto uma pequena parcela dos usuários respondeu através de
um questionário aplicado aos dois laboratórios (anexo I – Pesquisa de opinião sobre o sistema
de iluminação do laboratório) que estão satisfeitos com o sistema de iluminação, o que pode
ser explicado pela simples adaptação do homem ao meio em que vive (Costa, 1998 p.48);
no entanto, considerando os gráficos de iluminância média para o laboratório 1 e
laboratório 2 (capítulo III), os inapropriados níveis de iluminação encontrados nas medições
efetuadas nos laboratórios poderão vir, com o passar do tempo, a comprometer a integridade
física dos trabalhadores. Portanto, segundo Couto (2002) poderá acarretar cefaléias,
problemas relativos à visão (diminuição da capacidade de enxergar) e, principalmente, a
fadiga visual poderá surgir com maior freqüência, levando o trabalhador à desmotivação,
alienação e faltas ao trabalho. Assim, fica claro que um bom projeto de iluminação poderá
estimular o aumento de produtividade e não trazer problemas à saúde do trabalhador, gerando,
conseqüentemente, um ambiente prazeroso e com menor probabilidade de acidentes;
com base em Couto (2002), observa-se que há maior incidência de fadiga visual, os
indivíduos de meia idade e idosos, portadores de astigmatismo, estrabismo, os usuários de
lentes de contato ou óculos e os que trabalham mais de seis horas por dia em um computador,
necessitando, desta forma, um cuidado maior nos projetos de iluminação para o objeto de
89
estudo, devido aos baixos valores de iluminância coletados para não comprometer ainda mais
a visão destes indivíduos;
um ponto importante que deve ser ressaltado relaciona-se a arquitetura interna dos
dois laboratórios estudados que privilegiam a iluminação artificial, de baixa qualidade, em
detrimento da existência da iluminação natural. Isto propicia um maior gasto de energia
elétrica e uma iluminação de baixa qualidade;
alguns estudos mostram (ROBBINS, 1986; ENERGY RESEARCH GROUP, 1994)
que a luz natural está relacionada diretamente a aspectos positivos com a visão e o contato
com o exterior. Então, os gestores dos ambientes estudados (Lab 1 e Lab 2), devem
preocupar-se por um projeto que leva em conta a luz natural, devido aos benefícios
psicológicos e fisiológicos que ela traz aos usuários, bem como, uma melhor qualidade da luz;
além dos fatores citados, segundo a ABILUX (1992), que são inerentes à fabricação
das luminárias e que influenciam grandemente no rendimento do sistema de iluminação são os
fatores de manutenção e depreciação, visto que, a poeira e o tempo de vida útil das lâmpadas,
a iluminação em qualquer ambiente diminui durante seu uso, sendo assim, os laboratórios
devem possuir um esquema preventivo voltados para os fatores de manutenção e depreciação;
é de suma importância no projeto de iluminação a escolha correta das superfícies de
revestimento de materiais, tendo em vista, a reflexão da luz. Os laboratórios analisados não
tiveram nenhuma preocupação com este fator, que segundo Viana (2001), não se deve utilizar
cores escuras nos mobiliários, mesas, divisórias, paredes e, principalmente no teto que é a
principal superfície para reflexão da luz;
segundo Dos Santos (2005), um outro aspecto importante que deve ser considerado em
projetos de iluminação é o estudo das cores, que embora seja visto por grande parte dos
engenheiros como um fator ambiental secundário na concepção dos espaços de trabalho,
tornando-se de fundamental importância para os ergonomistas à medida que contribui com a
adequação do seu uso, não só para segurança (codificação de perigos pelo uso da cor),
ordenação e auxilio de orientação organizacional (princípio de organização da cor), mas
também para a saúde e bem estar dos trabalhadores (devido a sua influência psicológica).
90
Então, é importante para os laboratórios avaliados, pensar no momento da revitalização dos
seus sistemas de iluminação uma correta reprodução das cores dos objetos e ambientes
iluminados;
segundo Foglia (1987), o espaço físico de uma moradia ou de um local de trabalho,
deve ser concebido segundo uma análise criteriosa das necessidades de seus ocupantes
adaptando a configuração das cores do referido ambiente as características fisiológicas e
psicológicas de seus ocupantes. Sendo assim, para o objeto de estudo, deve procurar fazer
antes de qualquer projeto de revitalização, uma análise criteriosa das necessidades de seus
ocupantes, sintonizando-os as configurações das cores do referido ambiente.
4.1.2 Considerações Sobre Conforto Térmico
embora, os dados coletados que refletem o comportamento térmico do ambiente
pesquisado não apresentarem um desempenho insatisfatório do sistema de ar condicionado
quanto ao seu uso diário para a estação do inverno, o que pode ser constatado pela análise dos
gráficos das variáveis de temperatura e umidade, considera-se que, futuramente seja feita esta
mesma avaliação por um período maior, por exemplo, na estação de verão, para analisar o
comportamento dos condicionadores de ar existentes para esta estação;
deve-se disseminar uma cultura de avaliação do sistema de ar condicionado tanto de
Lab 1 quanto de Lab 2, através da padronização nos procedimentos de operação, manutenção
e inspeção do sistema existente, que deve ser executado por profissionais habilitados,
sintonizando-os com a legislação vigente e procedimentos normativos, para assim, poder
garantir a saúde e o conforto das pessoas que convivem nos laboratórios;
deve considerar-se, a questão da renovação do ar e do grau de pureza do ar do objeto
de estudo por se tratar de um ambiente laboratorial de química com parâmetros físicos de
conforto ambiente. Este trabalho deve levantar questões importantes na medida em que
podem servir de alerta às pessoas expostas a ambientes como o objeto de estudo, sobre os
riscos possíveis oriundos do ar que respiram, e cujas atenções eram voltadas aos sistemas de
climatização apenas quando ocorria alteração na temperatura ambiente que levasse a situações
de desconforto térmico;
91
este estudo reflete as condições de ambientes internos de inúmeras instalações no
Brasil, não só em nível laboratorial como também do ponto de vista de gestão administrativa,
então o desafio é de um projeto de um sistema de iluminação e ar condicionado, procurando
buscar o equilíbrio entre os seguintes parâmetros:
características de reflexão dos materiais de revestimentos;
luz natural;
luz artificial ;
cor;
idade das pessoas que atuam neste posto de trabalho;
deficiências físicas;
características do tipo de trabalho;
qualidade do ar.
Desta forma, deve-se buscar, em virtude da crescente preocupação de reduzir o
consumo de energia elétrica e melhoria da qualidade de vida, um projeto de interior, que
busque a utilização de sistemas que sejam mais eficientes e inteligentes, lançando mão de
tecnologias, como o uso da informática e de sistemas eletrônicos, por exemplo, o uso de
programas de computadores que irão controlar sensores para controle da quantidade e
qualidade da luz, do ar interior, do ruído, da temperatura, umidade e segurança, que embora
apesar de ter um custo inicial maior, este será amortizado com o passar do tempo com a
redução do consumo de energia e o aumento da qualidade de vida para os usuários.
4.2 CONCLUSÕES
Com base no referencial teórico, nas mediações realizadas nos laboratórios (estudo de
caso) e nas entrevistas com usuários são estabelecidas as seguintes conclusões;
pode-se afirmar que, os dois laboratórios do objeto de estudo, necessitam passar por
um trabalho de revitalização para melhoria do seu sistema de iluminação e climatização,
tendo em vista, que não atendem completamente as legislações e normas vigentes;
92
o projeto de revitalização do sistema em estudo, deve buscar atender os seguintes
parâmetros:
economia de energia;
uma boa condição de visibilidade;
uma boa reprodução de cores;
combinar a iluminação artificial com a iluminação natural;
menor custo de manutenção;
preocupação com as superfícies de acabamento do teto, parede, piso e mobiliários;
automação referente aos itens de climatização, iluminação e segurança;
climatização, iluminação e qualidade do ar dentro dos níveis de confortabilidade e
segurança.
deve-se ressaltar que, o projeto de revitalização deve ser feito, sempre levando em
consideração a idade dos usuários e tipo de trabalho, buscando sistemas inteligentes para
controle de todas as variáveis ambientais de um ambiente interno laboratorial;
a não conformidade com as normas vigentes referentes ao conforto ambiental interno
de uma edificação pode, com o passar do tempo, vir a comprometer a integridade física dos
usuários, desde uma simples cefaléia, a desmotivação e/ou afastamento do posto de trabalho;
finalmente, conclui-se que a arquitetura é o grande articulador entre o conforto do
usuário e o seu ambiente de trabalho, afinal, é o responsável pela concepção do ambiente
construído com todas as propriedades que irão contribuir em maior ou menor grau no conforto
resultante. Assim, o aumento da satisfação ambiental estará colaborando para uma maior
produtividade entre os usuários.
4.3 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
A análise e as considerações do presente estudo permitem apresentar as seguintes
sugestões:
estudar a questão da renovação do ar no ambiente bem com avaliar o grau de pureza
do ar no interior do objeto de estudo;
estudar a questão das variações das taxas de metabolismo corpóreo em função da
temperatura ambiente do laboratório
93
pesquisar as modificações à saúde dos usuários que utilizam ambientes climatizados
artificialmente e suas doenças associadas em função das possíveis contaminações físico-
químicas e/ou microbiológicas;
Em virtude da crescente preocupação de reduzir o consumo de energia elétrica e
confortabilidade ambiental deve-se pesquisar a utilização de sistemas que sejam mais
eficientes e inteligentes, lançando mão de tecnologias, como o uso da informática e de
sistemas eletrônicos.
94
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5413: norma de
iluminância de interiores. Abril de 1992.
____.NBR 5382: verificação de iluminância de interiores. Abril, 1985.
____.NBR 6401: Instalações centrais de ar-condicionado para conforto.Dezembro de 1980.
____.NBR 10.152: Níveis de ruído para conforto acústico. Dezembro de 1987.
AGENCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITÁRIA (BRASIL). Resolução RE N
o
09.
Padrões Referenciais de qualidade do ar interior em ambientes climatizados Artificialmente
de uso Público e Coletivo, da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária.Janeiro de 2003.
AMERICAN SOCIETY OF HEATING, REFRIGERATING AND AIR CONDITIONING
ENGINEERS, INC. Thermal Environmental Conditions for Human Occupancy, ASHRAE
Standard 55. Atlanta, 1992.
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energia elétrica em edificações, São Paulo, abril de 1992.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE REFRIGERAÇÃO, AR CONDICIONADO,
VENTILAÇÃO E AQUECIMENTO. Revista Abrava, SÃO PAULO, N
o
193, junho de
2002.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR05, redação dada
pela portaria n
o
3214 de 1978. In: Ed Atlas. Manual de Legislação Atlas de Segurança e
Medicina do trabalho, 56Ed., São Paulo: Atlas, 2005, 803p.
____. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR06, redação dada
pela portaria n
o
3214 de 1978. In: Ed Atlas. Manual de Legislação Atlas de Segurança e
Medicina do trabalho, 56Ed., São Paulo: Atlas, 2005, 803p.
____. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR07 – Anexo, redação
dada pela portaria n
o
3214 de 1978. In: Ed Atlas. Manual de Legislação Atlas de Segurança e
Medicina do trabalho, 56Ed., São Paulo: Atlas, 2005, 803p.
____. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR09, redação dada
pela portaria n
o
3214 de 1978. In: Ed Atlas. Manual de Legislação Atlas de Segurança e
Medicina do trabalho, 56Ed., São Paulo: Atlas, 2005, 803p.
____. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR12, redação dada
pela portaria n
o
3214 de 1978. In: Ed Atlas. Manual de Legislação Atlas de Segurança e
Medicina do trabalho, 56Ed., São Paulo: Atlas, 2005a 803p.
95
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR17, redação dada
pela portaria n
o
3214 de 1978. In: Ed Atlas. Manual de Legislação Atlas de Segurança e
Medicina do trabalho, 56Ed., São Paulo: Atlas, 2005, 803p.
____. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR24, redação dada
pela portaria n
o
3214 de 1978. In: Ed Atlas. Manual de Legislação Atlas de Segurança e
Medicina do trabalho, 56Ed., São Paulo: Atlas, 2005, 803p.
____. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR26, redação dada
pela portaria n
o
3214 de 1978. In: Ed Atlas. Manual de Legislação Atlas de Segurança e
Medicina do trabalho, 56Ed., São Paulo: Atlas, 2005, 803p.
____. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR28, redação dada
pela portaria n
o
3214 de 1978. In: Ed Atlas. Manual de Legislação Atlas de Segurança e
Medicina do trabalho, 56Ed., São Paulo: Atlas, 2005, 803p.
COSTA, G.J.C. Iluminação econômica e calculo e avaliação. 2.ed. Porto Alegre: Edipucrs,
2000.
COUTO, H.A. Ergonomia Aplicada ao Trabalho em 18 lições. Belo Horizonte: Ergo, 2002.
DOS SANTOS, A.R.M. Percepção de Cores em Ambientes Industriais. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Mecânica) – Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de
Engenharia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2003.
FANGER, P.O. Analysis and Application in Environmental Engineering. Copenhagen,
1970. 244p.
FOGLIA, V. G., Fisiologia Humana. São Paulo: Guanabara Koogan, 1987.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION ISO 7933. Hot
environments - Analytical determination and interpretation of thermal stress using calculation
of required sweat rate,. Geneva, 1989.
____. ISO 9920: Ergonomics of the thermal environment - Estimation of the thermal
insulation and evaporative resistance of a clothing ensemble. Geneva, 1995.
____. ISO 8996: Ergonomics of the thermal environment - Determination of metabolic heat
production. Geneva, 1995.
____. ISO 7726: Ergonomics of the thermal environment – Instruments for measuring
physical quantities. Geneva, 1996.
____. ISO 7730: Moderate thermal environments – Determination of the PMV and PPD
indices and specification of the conditions for thermal comfort. Geneva, 1994.
96
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 1051; Ergonomics
of the thermal environment – Assessment of the influence of the thermal environment using
subjective judgement scales. Geneva, 1995.
IILDA, Itiro. Ergonomia projeto e produção. São Paulo: E. Blucher, 2005.
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<http://www.inmet.gov.br>. Acesso em: 6 de junho, 2005.
LAMBERTS, R. Eficiência energética na arquitetura. São Paulo, Editora PW, 1997.
MOREIRA, V.A. Iluminação e Fotometria: teoria e aplicação. São Paulo: E. Blucher,
1976.
RUAS, Á.C. Conforto Térmico nos Ambientes de Trabalho. SÃO PAULO: Fundacentro,
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RUAS, Á C. Sistematização da avaliação do conforto térmico em ambiente edificado e sua
aplicação num software. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – UNICAMP, SÃO PAULO,
2002.180p.
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VIANNA, N S., GONÇALVES, J.C.S. Iluminação e Arquitetura. São Paulo: Virtus, 2001.
97
GLOSSÁRIO E TERMOS TÉCNICOS
1 CONFORTO TÉRMICO (Fonte: ABILUX - Associação Brasileira da Industria de
Iluminação. Uso Racional de energia Elétrica Em Edificações, São Paulo, Abril de 1992).
AR-CONDICIONADO DE JANELA: Tipo mais simples de equipamento de expansão
direta e condensação a ar existente.
ANEMÔMETRO: Instrumento para medição da velocidade do ar em movimento.
CLO: Unidade de medida do isolamento térmico das vestimentas. 1clo = 0,155 m
2
x
o
C/W
CALOR: Forma básica de energia que pode ser parcialmente convertida em outras formas e
na qual todas as outras formas podem ser totalmente convertidas.
CALORIA: O calor por unidade de peso necessário para elevar a temperatura da água em um
grau centígrado. Assim, uma grande caloria é a quantidade de calor necessário para elevar a
temperatura de um grama de água em grau centígrado.
CONDENSAÇÃO: Processo de fornecer calor latente de vaporização a fim de liquefazer um
vapor.
CONDENSADOR: Dispositivo de transferência de calor que recebe vapor à alta pressão, a
temperaturas acima da dos refrigerantes, como ar ou água, ao qual o condensador transmite
calor latente do refrigerante, provocando a liquefação do vapor refrigerante.
CONDENSADOR À AR: A troca de calor ´é feita do refrigerante para o ar atmosférico sem
contato direto entre eles.
CONDENSADOR À ÁGUA: Onde a troca de calor do refrigerante é procedida desde para a
água sem contato direto entre o refrigerante e a água.
CONDICIONAMENTO DO AR: Controle simultâneo de todos, ou pelo menos três
primeiros dos seguintes fatores que afetam as condições químicas e físicas da atmosfera
dentro de uma estrutura: temperatura, umidade, movimento, distribuição, pó, bactéria,odores,
gases tóxicos e ionização, a maioria dos quais afeta a saúde humana ou o conforto.
EXPANSÃO DIRETA: O ar é diretamente resfriado pelo fluído refrigerante
EVAPORADOR: Dispositivo no qual o refrigerante se evapora enquanto absorve calor
FILTRO: Dispositivo para remover material sólido de um fluido por ação filtrante.
FLUÍDO REFRIGERANTE: Gás utilizado nos sistemas de refrigeração.
ISOLAMENTO TÉRMICO BÁSICO (I
cl
). Isolamento da pele até a superfície da
vestimenta, considerando o efeito do aumento da área de um corpo vestido.
98
ISOLAMENTO TÉRMICO EFETIVO (I
clu
). Isolamento da pele até a superfície da
vestimenta, excluindo o efeito do aumento da área de um corpo vestido.
MET: Unidade de medida do metabolismo. 1 Met = 58,2 W/m
2
.
METABOLISMO (M): É a energia produzida pelo corpo humano como resultado da reação
exotérmica de oxidação dos alimentos, por unidade superficial do corpo humano.
TERMO-HIGRÔMETRO: Instrumento para medição da temperatura do ar e umidade
relativa do ar.
UMIDADE ABSOLUTA: A quantidade de água definida contida em uma quantidade
definida de ar. Geralmente medida em gramas de água por libra ou pé cúbico de ar.
UMIDADE RELATIVA: A relação entre a pressão de água-vapor do ar, comparada com a
pressão do vapor que ela teria se fosse saturada à temperatura do bulbo seco. Muito próxima
da relação entre a quantidade de umidade contida no ar comparada com a que ele suportaria a
temperatura existente
2 CONFORTO LUMÍNICO (Fonte: Conforto Térmico nos Ambientes de Trabalho
- Fundacentro – 1999).
ABSORÇÃO: Transformação de energia radiante numa forma de energia por interação com
a matéria.
ÂNGULO VISUAL: Ângulo subtendido por um objeto ou detalhe no ponto de observação,
geralmente medido em minutos de arco.
ACOMODAÇÃO: Ajuste focal do olho, geralmente espontâneo, com a finalidade de olhar
para um objeto situado a uma dada distância.
ACUIDADE VISUAL: Clareza de visão de detalhes.
ADAPTAÇÃO: Processo pelo qual as características do sistema visual são modificadas de
acordo com as luminância ou estímulo de cor apresentado.
BRISE: Quebra-sol.
CAMPO VISUAL: Extensão angular do espaço no qual um objeto pode ser percebido,
quando os olhos observam um objeto diretamente na frente. O campo poderá ser monocular
ou biocular.
CONTROLADOR DE LUZ: Parte da luminária projetada para conntrolar a distribuição
espacial do fluxo luminoso das lâmpadas.
CONFORTO VISUAL: Grau de satisfação visual produzido pelo ambiente iluminado.
CONTRASTE: Avaliação subjetiva da diferença em aparência de duas partes de um campo
de visão vista simultaneamente ou sucessivamente.
99
CÉU CLARO: Abóbada celeste coberta com nuvens em menos de 1/3 de sua superfície total.
CÉU PARCIALMENTE NUBLADO: Abóbada celeste coberta de nuvens em 1/3 a 2/3 de
sua superfície total.
CÉU NUBLADO: Abóbada celeste coberta em mais de 2/3 de sua superfície total.
CÉU ENCOBERTO: Abóbada celeste totalmente coberta por nuvens, na qual o sol não é
visível.
EFICIEMCIA LUMINOSA (de uma fonte): Quociente do fluxo luminoso emitido e
potencia consumida (lúmen/watt).
FLUXO LUMINOSO: Quantidade derivada do fluxo radiante emitida pela radiação, de
acordo com a sua ação sobre um receptor seletivo cuja sensibilidade espectral é definida pelas
eficiências espectral padrão (lúmen,lm).
ILUMINANCIA (lux, lx): Quociente do fluxo luminoso incidente num elemento da
superfície que contem o ponto, pela área deste elemento.
ILUMINAÇÃO: Aplicação da radiação visível a um objeto.
LAMPADA: Fonte fabricada a fim de produzir luz.
LUXIMETRO: Instrumento para medição do iluminamento.
LUMINÂNCIA (L): Quociente do fluxo luminoso saindo, chegando ou passando através de
um elemento de superfície neste ponto e propagado em direções definidas num cone
elementar contendo a direção dada, pelo produto do ângulo sólido de cone e a área de
projeção ortogonal do elemento da superfície num plano perpendicular à direção dada.
LUZ: Cada radiação capaz de causar uma sensação visual direta, isto é, radiação visível.
MORTALIDADE DE LÂMPADAS: Número de horas de funcionamento antes que uma
certa percentagem das lâmpadas deixe de funcionar.
REFLEXÃO: Devolução de radiação por uma superfície, sem modificação da freqüência dos
componentes monocromáticos.
REFLEXÃO DOIFUSA: Difusão por reflexão na qual, sob escala monocromática, não há
reflexão regular.
REFLEXÃO ESPECULAR: Reflexão sem difusão, de acordo com as leis de reflexão
óptica, como num espelho.
REFRAÇÃO: Modificação na direção de propagação de radiação, determinada pela
modificação na velocidade de propagação, atravessando um meio não-homogêneo, ou
passando de um meio para outro.
100
SISTEMA VISUAL: Grupo de estrutura compreendendo o olho, o nervo óptico e certas
partes do cérebro que transformam o estímulo de luz num complexo de excitação do nervo,
cuja correlação subjetiva é percepção visual.
101
APÊNDICE A – Opinião sobre o Sistema de Iluminação
1 Pesquisa de opinião sobre o sistema de iluminação do Laboratório de Química
/Departamento de Engenharia Química.
NOTA: A pesquisa é individual e deve ser respondida obrigatoriamente em cada turno. Caso
o mesmo usuário utilize o laboratório em outro turno no mesmo dia, ele deverá responder a
pesquisa novamente.
Identificação:
Data: ___/___/___
Turno: Manhã Tarde Noite
Horário de Entrada: _________
Horário de Saída: ___________
Sexo: Masculino Feminino
Idade: ______
Você apresenta problemas relativos a visão: Sim Não
Usa lentes corretoras: Sim Não
Registre nos itens abaixo a sua percepção das questões:
1 - O sistema de iluminação deste laboratório traz conforto para você e a tarefa realizada ?
Sim Não
102
Porque?_____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2. Você tem sentido dor de cabeça, irritação nos olhos e cansaço visual não atribuível a
fatores pessoais de sensibilidade ou doença, e que desaparecem pouco depois da saída do
laboratório?
Sim Não
Quais?______________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3. É feita limpeza nas lâmpadas e luminárias como também nas superfícies de
revestimentos dos laboratórios como: paredes, janelas, tetos , mobiliários e chão com
freqüência para eliminação da poeira acumulada?
Sim Não
4. Após a limpeza, você constatou melhora na iluminação do laboratório em relação ao
dia anterior a limpeza e aos sintomas relatados no item 2.
Sim Não
103
APÊNDICE B – Opinião sobre o Sistema de Climatização
2 Pesquisa de opinião sobre o sistema de climatização do laboratório de Química
/Departamento de Engenharia Química.
NOTA: A pesquisa é individual e deve ser respondida obrigatoriamente em cada turno. Caso
o mesmo usuário for utilizar o laboratório em outro turno no mesmo dia, ele deverá responder
a pesquisa novamente.
Identificação:
Data: ___/___/___
Turno: Manhã Tarde Noite
Horário de Entrada: _________
Horário de Saída: ___________
Sexo: Masculino Feminino
Idade: ______
Registre nos itens abaixo a sua percepção da questão:
1. O sistema de climatização deste laboratório traz conforto para você e a tarefa
realizada?
Sim Não
Porque?_____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
104
2. Têm apresentado em você nos últimos dias alguns sintomas como: tosse, falta de ar,
cansaço, dor de cabeça, dores de garganta ou outra doença respiratória, não atribuíveis a
fatores pessoais de sensibilidade e doença, que desaparecem pouco depois da saída do
laboratório?
Sim Não
Especifique:_________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
3. É feita limpeza nas superfícies de revestimento do laboratório como: paredes, janelas,
mobiliários, chão e nos condicionadores de ar com: gabinetes, bandejas, serpentinas e filtros
de ar para remoção da poeira acumulada?
Sim Não
4. Após a limpeza, você constatou a presença de poeira depositados em algum lugar do
laboratório como também diminuição das queixas relatadas nos itens 2?
Sim Não
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