CAROLINE MARIA DA SILVA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Biologia Animal, Instituto de Biociências da Universidade Federal

do Rio Grande do Sul, como requisito parcial à obtenção do título

Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

Agradeço esta Dissertação a todas as pessoas e instituições sem as quais

não teria sido possível concretizar este trabalho:

À minha Orientadora Drª. Laura Verrastro pelo suporte financeiro e

estrutura física, sem os quais este trabalho seria inviável, pelo apoio, pelos

Ao meu co-orientador Dr. Thales de Freitas também pelo suporte financeiro

e estrutura física, pelos ensinamentos, apoio e amizade;

À Universidade Federal do Rio Grande do Sul e à CAPES pela bolsa de

Laboratório de Ictio, Cassi (grande amiga!), Tati e família (pessoas especiais que

me ajudaram a levantar quando foi preciso), todos da Casa do Estudante, de

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Cladograma com proposta de relações filogenéticas do grupo

"wiegmannii" de E

poros pré-cloacais (a – pequeno; b – grande). Exemplar DZUFRGS 3717;

Figura 9 - Indivíduo de Liolaemus occipitalis apresentando somente uma fileira de

parietais inteiras (a, b). Exemplar DZUFRGS 3897; Aumento: 10,00 X 3,00........ 35

parietais subdivididas (a, b). Exemplar DZUFRGS 3740; Aumento: 10,00 X

2,25........................................................................................................................ 36

parietais fragmentadas em elementos irregulares (a, b). Exemplar DZUFRGS

3730; Aumento: 10,00 X 2,25................................................................................ 36

Aumento: 10,00 X 4,00.......................................................................................... 37

Figura 14 - Indivíduo de Liolaemus occipitalis apresentando apenas a escama

Aumento: 10,00 X 3,00.......................................................................................... 37

lorilabiais (a). Exemplar DZUFRGS 3798; Aumento: 10,00 X 2,50....................... 40

fusionada com a pré-ocular (a). Exemplar DZUFRGS 3711; Aumento: 10,00 X

2,50........................................................................................................................ 42

2,25........................................................................................................................ 42

Figura 23 - Indivíduos de Liolaemus occipitalis apresentando pequenas manchas

paravertebrais em forma aproximada de “meia-lua” (a) e faixa dorsal mediana de

cor-base (b); indivíduo de L. occipitalis da população da Praia da Joaquina

apresentando linha dorsal delgada e mais clara (c). Exemplares DZUFRGS 3798

(esquerda) e DZUFRGS 3738 (direita).................................................................. 49

método de Neighbor-Joining. Os números ao lado de cada nó indicam seu apoio

freqüência na amostra. As linhas que os unem representam as conexões entre

Figura 30 – Representação gráfica do logaritmo de Nm entre pares de populações

contra o logaritmo dos valores das distâncias geográficas pareadas. Mostra-se a

Tabela II - Espécimes de Liolaemus occipitalis depositados na Coleção Científica

merística e morfométrica (n=16)............................................................................ 22

número de espécimes analisados por população. (Kruskal-Wallis, KW=30,361;

Wallis, KW=10,719; p=0,2954).............................................................................. 28

de machos analisados; NF – número de fêmeas analisadas. NT: (Kruskal-Wallis,

p<0,05; Teste de Dunn, p>0,05). As letras iguais significam as populações entre

as quais existiram diferenças significativas (*=p<0,05)......................................... 31

T

T

DONOSO-BARROS 1986; LEMA 1994);

- Liolaemus wiegmannii (DUMÉRIL & BIBRON, 1837): com uma

ampla distribuição na Argentina (CEI 1986) e Uruguai (GUDYNAS

1981a, b, c);

- Liolaemus scapularis LAURENT, 1982: nas planícies áridas das

- Liolaemus multimaculatus (DUMÉRIL & BIBRON, 1837): nas

regiões costeiras de Buenos Aires e do Rio Negro, Argentina;

- Liolaemus salinicola LAURENT, 1986: em Catamarca, Argentina

2000).

VERRASTRO & BUJES 1998; VERRASTRO & KRAUSE 1999), e está classificada

Figura 2 – Exemplar de Liolaemus occipitalis em seu habitat.

dependentes deste recurso. Estas alterações são, provavelmente, as maiores

causas do declínio das populações de anfíbios e répteis (VINCIPROVA &

VERRASTRO 2001).

representada por espécies de outros ecossistemas adjacentes (Mata Atlântica

aporte de luminosidade solar, resultando em elevadas temperaturas. O

substrato arenoso apresenta um rápido escoamento de água pluvial, resultando

características restringem a ocorrência de muitos grupos de animais, mas

favorecem a existência de organismos como os répteis que se adaptam às

restrições de água livre e às altas temperaturas do substrato.

Devido à natureza relativamente recente dos hábitats de restinga, a

taxa de endemismos entre as espécies de répteis é relativamente baixa,

as variações oceânicas que ocorreram nos últimos cinco mil anos e que teriam

isolado populações de um ancestral comum do gênero Liolaemus que se

costeiras do Sul e do Sudeste brasileiro até o Rio de Janeiro.

Figura 1), com as novas informações acrescentadas por VERRASTRO et al.

todos os lagartos é normalmente coberto com escamas cujas formas variam

ventrais, segundo a literatura, são maiores do que as dorsais em L. occipitalis

das espécies do grupo wiegmannii, são elas: Liolaemus lutzae, L.

corte e atividades reprodutivas (SMITH, 1946).

g) Tamanho, formato e melanização das escamas dorsais e ventrais dos

estereomicroscópio e a olho nu;

pigmentação escura (melanina) mantêm-se, devido a isso o termo

coloração foi substituído pelo termo pigmentação;

(CC), largura da cabeça (LC), comprimento dos membros anteriores (MA),

número de escamas dorsais, ventrais e ao redor do meio do corpo; número de

medidas morfométricas. O teste foi realizado utilizando-se o programa

estatístico GraphPad Instat V.3.0 (GraphPad Software, San Diego, CA).

dorsal (Fig. 4) e lateral (Fig. 5) a cabeça de um exemplar de L. occipitalis.

protocolo de verificação de extração de DNA através de gel de agarose (Anexo

2).

Foi amplificado via PCR (Polimerase Chain Reaction) um fragmento de

711 pares de bases (pb) do cyt b utilizando-se os primers da fita leve GLUDGL

através do programa PAUP* (SWOFFORD 2001).

variância e o desvio padrão da diversidade de haplótipos.

RIGHT 1951). As estimativas de Nm

(analisando-se a relação entre o logaritmo de Nm e o logaritmo da distância

dos pontos utilizando-se o programa GPSTrackMaker (F

espécimes, distribuídos entre as populações amostradas (Tab. I) e alguns

espécimes analisados por população.

3,00.

espécimes analisados por população.

Figura 10 - Indivíduo de Liolaemus occipitalis apresentando ambas as escamas

Figura 11 - Indivíduo de Liolaemus occipitalis apresentando ambas as escamas

2,25.

Figura 13 - Indivíduo de Liolaemus occipitalis apresentando apenas a escama

Figura 14 - Indivíduo de Liolaemus occipitalis apresentando apenas a escama

localizadas superiormente e com a narina ocupando a maior parte da escama

apresentando duas fileiras completas de escamas lorilabiais (Fig. 16), ou duas

lorilabiais (Tab. XI). Esta redução se deu através de uma só escama (Fig. 17)

uma só fileira através de mais de uma escama seguida (Tipo 3); N = número de

lateral (a). Exemplar DZUFRGS 3835. Aumento: 10,00 X 1,00.

em intensidade de cor, podendo apresentar-se mais escuros ou mais claros, e

pontos escuros na garganta (a) e no ventre (b). Exemplar DZUFRGS 3644.

posição destes sítios foi: 12, 13, 67, 72, 120, 210, 240, 285, 309, 313, 330, 360,

A partir dos sítios polimórficos foram identificados 26 haplótipos, sendo

21 para o Estado do Rio Grande do Sul e cinco para Santa Catarina.

A freqüência dos haplótipos nas amostras variou de 0,01 (15 haplótipos

transversões (A ↔ T). No nucleotídeo que teve três mutações, ocorreu uma

transição (G ↔ A) e uma transversão (A ↔ T ou G ↔ T). A taxa de transições

foi 12 vezes maior do que a taxa de transversões.

que suportam os nós) e na figura 29.

consenso com um Índice de Consistência (CI, número mínimo de passos /

destes caracteres; porém alguns caracteres demonstraram haver diferenças

bastante variável (Tab. VIII), não concordando, na maioria das vezes, com o

distribuição geográfica da espécie (Morro dos Conventos e Praia da Joaquina),

apresenta irregulares, grandes e rugosas (CEI 1986). Também se verificou que

(Cidreira) em direção ao norte da distribuição de L. occipitalis (Morro dos

mais de 50% de seus indivíduos de acordo com o descrito na literatura. Já as

variação, porém, devido às pequenas porcentagens apresentadas pelas

apresentá-las em duas fileiras, ao invés de uma, entre a escama rostral e as

(33,33%); Praia do Hermenegildo (60,00%); Balneário do Cassino (20,00%);

população.

concordaram com o descrito por BOULENGER (1885), ficando no intervalo de 69-

um caractere que não se diferenciou significativamente entre as populações

estudadas, não indicando nenhum padrão de diferenciação geográfica entre

elas.

indivíduos analisados foi a escama nasal. Todos eles apresentaram ambas as