Em nosso estudo, observamos uma alta prevalência de pacientes com
sintomatologia para disfunção temporomandibular (19 articulações), que não apresentavam
alterações na RMN. Observando individualmente cada um dos exames de RMN dos
pacientes, pudemos encontrar as seguintes situações: pacientes que apresentavam estalo e
que, no exame de RMN, mostraram-se com o disco em posição normal, sem deslocamento;
e pacientes que apresentaram estalos e que, no exame de RMN, mostraram-se com o disco
em posição de deslocamento anterior sem e com redução.
O que vem ao encontro com o trabalho de Augthun et al., em 1998, que não
encontraram correlacionamento entre o grau de deslocamento do disco e a dor à palpação
dos músculos mastigatórios, ruídos ou achados oclusais. Resultados esses reforçados pelo
estudo de Tenembaum et al., em 1999, que não encontraram relacionamento entre a
severidade dos sintomas com grau de deslocamento do disco, e discordando de trabalhos
como o de Yýlmaz-Taskaya et al., em 2002, que encontram uma significante relação entre
a imagem de Ressonância Magnética Nuclear e o exame clínico.
Barclay et al., em 1999, em estudo com pacientes e RMN, encontraram estalos em
36% das A TMs com posição normal do disco; em 82% das ATMs com deslocamento
com redução, e afirmam que o diagnóstico clínico de estalos não pode ser utilizado como
regra para a determinação da presença e do tipo de deslocamento existente.
O estalo não deve ser considerado como sinal patognomônico desse
deslocamento. Cholitgul et al., em 1997, observaram que o estalo é o sinal mais freqüente
em pacientes com suspeita de deslocamento do disco, mas foi encontrado apenas em 53%
desses pacientes e apenas 7% de crepitação.
Em nosso estudo, nossos resultados encontraram de que os sinais clínicos, estalos
ou crepitação não são suficientes para diagnosticarmos algum tipo de alteração discal.