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Relato: Reunião PSA
RELATO: REUNIÃO PSA
Em uma das reuniões do “PSA 102”, que
identifica que a área de serviço policial número
dois do Primeiro Distrito, realizada nas
dependências de uma escola naquele “PSA”, havia
no quadro o seguinte roteiro: Estatísticas
Criminais; Perguntas e Respostas com o Sargento
Tidline; Plano de Realinhamento do PSA; Assuntos
Importantes: “Morris Place” e “Ludlow Taylor”;
Outros. Prevista para iniciar às 19:00h, o líder
comunitário aguardava a chegada de mais pessoas,
principalmente os policiais. Havia 10 pessoas na
sala de aula cedida para reuniões comunitárias.
A reunião iniciou-se às 19:10h e o líder
chamou atenção para o encontro do “Citizens
Advisory Council” (CAC) na segunda terça feira
do mês, pedindo o comparecimento da comunidade.
Alertou que o crime naquele Distrito estava
aumentando para assaltos a mão armada, e furto
em veículos. Disse ainda que o sistema de
computadores da polícia estava lento, e não havia
acesso a todas as informações necessárias, fosse no
distrito policial ou no escritório do promotor, e
mesmo no “Youth Services”, que cuidava dos
assuntos relativos a adolescentes no MPD.
Outro representante da comunidade
relatou sua conversa com uma conselheira do
“D.C. Council”, sobre a legislação de emergência
da cidade e a reestruturação dos PSA, a serem
aprovadas para implementação. Revelou que havia
várias controvérsias quanto aos limites dos PSA´s
em toda a cidade, que seriam revisados. A
proposta original era proporcionar um equilíbrio
entre policiais e a área dos PSA´s, mas o MPD não
estaria alocando o mínimo de policiais por PSA
como havia prometido, daí, havia sugerido mudar
os limites de alguns dos PSA´s do 1º Distrito e
ainda estava em estudo na sede do MPD.
As 19:30h os policiais chegaram,
comandados por uma sargento, pois o tenente
estava resolvendo um problema. Os dois outros
policiais pareciam muito cansados, assim como
ela. Enquanto isso, outro senhor discorria sobre
um novo investimento na região, um hotel e
alertava sobre o aumento do tráfego na área, que
causaria também problemas de estacionamento e
seu nas proximidades e lazer dos moradores.
A partir desse mote, o policial responsável
relatou que havia recebido reclamações naquela
área, pois o local reservado para recreação
infantil, não era local apropriado para cachorros,
que acabavam fazendo suas necessidades no local,
e eram temidos pelas crianças. Apenas moradores
da área tinham livre acesso ao parque, que haviam
notado a presença de estranhos, o que os
afugentava dos locais. A situação deveria ser
inversa: a presença de moradores espanta os
marginais, relatou a sargento. Curiosamente, a
sargento estava providenciando o policiamento
“com cães”, pois poderia ser útil. Com as pessoas
freqüentando o parque, os elementos-problema
eram mantidos longe dele, como discutido nas
patrulhas comunitárias.
O problema dos roubos nas casas também
havia sido contemplado, principalmente nos becos
entre as casas. A sugestão era maior presença da
comunidade olhando esses locais, pois a polícia
estava super atarefada. Aqui retorna a situação do
cidadão como vigilante como parte do
policiamento comunitário. A Sargento mostrou que
a maioria dos crimes caiu na região do PSA 102,
em todas as áreas em particular. Alertou que o
furto de objetos nos carros continuava, pedindo
para que não fossem deixados objetos a vista como
bolsas, computadores portáteis, principalmente nas
ruas próximas da “Union Station” (estação central
de trem da cidade). Estavam em contato com outras
agências policiais, como a “Park Police” e
“Amtrack” para prevenir roubos nas áreas
adjacentes àquela estação, principalmente nos dias
de sexta-feira e sábado. Havia um tipo de roubo de
oportunidade, a pessoa saindo da estação, cheias
de bagagem, segurando o celular, não prestando
atenção no entorno, tornando-se vítima fácil para
os meliantes, pois atraíam a atenção.
Quando foi aberta a seção de perguntas,
uma moradora perguntou sobre a situação dos
sem-teto, que ameaçavam os transeuntes em uma
rua próxima; eles eram conhecidos e a policial
prometeu ir ao local para conversar com eles.
Outro senhor reclamou que em determinada praça
eram os mesmos problemas: pessoas bebendo,
urinando em público, realizando atividades ilegais.
A sargento prometeu enviar uma equipe com essa
missão específica. Outro senhor chamou a atenção
para uma casa de outra rua, em que os moradores
não tinham como manter a casa, necessitavam de
ajuda, e os vizinhos não sabiam como fazer.
A sargento agradeceu as manifestações
dizendo que nas próximas reuniões as informações
poderiam ser ainda mais específicas pois isso
auxiliaria a tomar providencias mais rapidamente.
Um morador disse ainda se o MPD não poderia se
empenhar mais em convocar os moradores para as
reuniões da comunidade, tanto residentes como
comerciantes, para discutir os problemas. Talvez
algum aviso na Internet, para as pessoas se
precaverem durante a noite, ou reuniões
específicas sobre alguns temas,, para tornar as
pessoas mais envolvidas com as ações
comunitárias e de polícia. A sargento agradeceu, e
a reunião foi encerrada, por volta de 20:10h.
Fonte: Elaborado pelo autor.