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JOÃO GILBERTO TEIXEIRA SILVA
CONTRIBUIÇÃO AO PROJETO DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE
CONCRETO ARMADO COM DESCONTINUIDADES ATRAVÉS DO
MODELO DE PAINÉIS ENRIJECIDOS.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil da
Universidade Federal de Alagoas como
requisito parcial para a obtenção do título de
Mestre em Engenharia Civil.
MACEIÓ
2004
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Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
ii
JOÃO GILBERTO TEIXEIRA SILVA
CONTRIBUIÇÃO AO PROJETO DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE
CONCRETO ARMADO COM DESCONTINUIDADES ATRAVÉS DO
MODELO DE PAINÉIS ENRIJECIDOS.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil da
Universidade Federal de Alagoas como
requisito parcial para a obtenção do título de
Mestre em Engenharia Civil.
Área de concentração: Estruturas
Orientador: Prof. Doutor Severino Pereira
Cavalcanti Marques.
MACEIÓ
2004
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Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
iii
SILVA, João Gilberto Teixeira
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com
descontinuidades através do Modelo dos Painéis Enrijecidos. Maceió, 2004. 103 p
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Alagoas. Programa de Pós -
Graduação em Engenharia Civil.
1. Painéis 2. Enrijecidos
Universidade Federal de Alagoas. Centro de Tecnologia. Programa de Pós-Graduação
em Engenharia Civil
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
iv
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
v
Dedico este trabalho a meu pai João
Rosendo Silva, ao meu filho João Vítor e a
todos o meus familiares.
Agradeço especialmente à Simone por ter
estado ao meu lado nesses dois últimos anos.
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
vi
Agradecimentos
Agradeço a Deus pela vida e por ter conseguido terminar este trabalho.
Ao professor Dr Severino Pereira Cavalcante Marques pela orientação e
dedicação.
A meu pai e minha esposa pelo apoio e incentivo.
Á FAPEAL que financiou este trabalho.
Aos amigos do PPGEC que me ajudaram direto e indiretamente neste trabalho.
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
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Sumário
Agradecimentos ...................................................................................................... vi
Lista de Figuras ...................................................................................................... x
Lista de Tabelas ..................................................................................................... xiii
Lista de Símbolos ................................................................................................... xiv
Resumo .................................................................................................................... xxii
Abstract .................................................................................................................. xxiii
Capítulo 1 ................................................................................................................. 1
1. Introdução ............................................................................................................ 1
1.1. Considerações iniciais ................................................................................... 1
1.2. Objetivos e relevância ................................................................................... 4
1.3. Estrutura da dissertação ................................................................................. 4
Capítulo 2 ................................................................................................................. 6
2. Aspectos gerais do Método dos Painéis Enrijecidos ......................................... 6
2.1. Descrição geral do método ............................................................................ 6
2.2. Base teórica do MPE ..................................................................................... 9
2.3. Contribuição do trabalho e sua situação no contexto geral ........................... 10
Capítulo 3 ................................................................................................................. 11
3. Enrijecedores ....................................................................................................... 11
3.1 Introdução ....................................................................................................... 11
3.2. Matriz de rigidez do enrijecedor .................................................................... 11
3.3 Relações constitutivas ..................................................................................... 19
3.3.1 Enrijecedor tracionado com concreto não fissurado .............................. 19
3.3.2. Enrijecedor tracionado com concreto fissurado e sem escoamento da
armadura ............................................................................................. 20
3.3.3. Enrijecedor tracionado com concreto fissurado e armadura escoando . 21
3.3.4. Enrijecedor comprimido sem esmagamento do concreto e sem
escoamento da armadura ..................................................................... 22
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
viii
3.3.5. Enrijecedor comprimido com esmagamento do concreto e sem
escoamento da armadura .....................................................................
23
3.3.6. Enrijecedor comprimido sem esmagamento do concreto e com
escoamento da armadura ..................................................................... 24
3.4 Dimensionamento das armaduras dos enrijecedores ...................................... 27
Capítulo 4 ................................................................................................................. 28
4. Painéis ................................................................................................................... 28
4.1. Introdução ......................................................................................................
28
4.2. Matriz de rigidez do painel ............................................................................ 29
4.2.1. Relações de equilíbrio ........................................................................... 29
4.2.2. Energia Potencial Complementar do painel ......................................... 33
4.2.3. Determinação da rigidez do painel ....................................................... 35
4.3. Dimensionamento das armaduras dos painéis ............................................... 37
4.4. Relação tensão - deformação não linear do painel ........................................ 41
4.4.1. Relações constitutivas dos materiais..................................................... 41
4.4.2. Capacidade de transmissão de tensão através das fissuras ................... 42
4.4.3. Procedimentos para obtenção da tensão de cisalhamento do painel na
análise não linear ................................................................................ 47
Capítulo 5 ................................................................................................................. 49
5. Aspectos da Análise Estrutural .......................................................................... 49
5.1. Considerações iniciais ................................................................................... 49
5.1.1. Transformações de coordenadas para os enrijecedores ........................ 49
5.1.2. Transformações de coordenadas para os painéis .................................. 52
5.2 Formulação da análise não linear ................................................................... 54
5.2.1. Estratégia de controle da análise ........................................................... 54
5.2.2. Sistematização dos procedimentos da análise ...................................... 57
5.2.3. Atualização da matriz de rigidez dos elementos ................................... 60
Capítulo 6 ................................................................................................................. 63
6. Exemplos Numéricos............................................................................................ 63
6.1. Considerações iniciais ................................................................................... 63
6.2. Caso de uma viga de seção T dotada de abertura retangular na alma ........... 63
6.2.1. Dimensionamento e análise comparativa das armaduras ..................... 64
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
ix
6.2.2. Diagramas carga-deslocamento para a viga de seção T ....................... 69
6.2.3. Comparação entre resultados das análises linear e não linear .............. 71
6.3. Caso de uma viga parede com reforços verticais ........................................... 74
6.3.1. Dimensionamento e análise comparativa das armaduras ..................... 75
6.3.2. Diagramas carga-deslocamento para a viga parede .............................. 83
6.3.3. Comparação entre resultados das análises linear e não linear .............. 85
6.4. Caso de uma viga parede com uma grande abertura ..................................... 89
6.4.1. Dimensionamento e análise comparativa das armaduras ..................... 90
6.4.2. Comparação entre resultados das análises linear e não linear .............. 96
Capítulo 7 ................................................................................................................. 99
7. Considerações Finais e Sugestões para Trabalhos Futuros ............................. 99
Referências Bibliográficas ...................................................................................... 102
Bibliografia Complementar..................................................................................... 103
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
x
Lista de Figuras
Figura 1.1 - Deformação de uma seção localizada em região “B”.............................. 1
Figura 1.2 - Deformação de uma seção localizada em região “D”.............................. 2
u
ras com regiões “B” e “D”...................................... 3
m
a estrutu
r
a pelo MPE - Hoogenboom (1998).......... 7
Figura 2.2 - Esforços atuantes nos painéis e enrijecedores......................................... 7
Figura 2.3 - Curvas carga-deslocamento das análises linear (a) e não linear (b) ....... 8
Figura 2.4 - Exemplos de estruturas que podem ser analisadas e projetadas pelo
MPE........................................................................................................ 9
Figura 3.1- Forças e deslocamentos típicos de um enrijecedor ..............................
13
Figura 3.2 - Esforços normais atuantes em um enrijecedor ........................................ 13
Figura 3.3 - Pontos de integração de Gauss para um enrijecedor ............................... 18
Figura 3.4 - Relação constitutiva do enrijecedor quando o esmagamento do
concreto ocorre depois do escoamento das armaduras ....................... 26
Figura 3.5 - Relação constitutiva do enrijecedor quando o esmagamentodo
concreto ocorre antes do escoamento das armaduras ......................... 26
Figura 4.1- Geometria do painel e tensões atuantes ................................................... 28
Figura 4.2 - Ações e deslocamentos nos pontos nodais do painel .............................. 28
Figura 4.3 - Relação constitutiva do painel ................................................................ 35
Figura 4.4 - Superposição de esforços em um elemento de membrana ...................... 37
Figura 4.5 - Tensões principais no elemento de membrana em cisalhamento puro ... 39
Figura 4.6 - Equivalência de tensões de tração nas armaduras ................................... 40
Figura 4.7 - Tensões atuantes em uma seção entre fissuras e ao longo de uma
fissura -Vecchio & Collins (1986) .........................................................
43
Figura 4.8 - Tensões devidas ao intertravamento dos agregados -Vecchio & Collins
(1986) ..................................................................................................... 43
Figura 4.9 - Esquema ilustrativo da área efetiva ........................................................ 47
Figura 4.10 - Curva tensão – deformação do painel ................................................... 49
Figura 5.1 - Coordenadas locais de um enrijecedor ................................................... 49
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
xi
Figura 5.2 - Transformação de coordenadas locais (a) para coordenadas globais (b)
de um enrijecedor ...................................................................................
50
Figura 5.3 - Relação entre as coordenadas locais (a) e as coordenadas globais (b)
do painel ..................................................................................................50
Figura 6.1- Viga de seção T com abertura na alma (medidas em metro) ................... 64
Figura 6.2 - Discretização utilizada para a viga de seção T ....................................... 65
Figura 6.3 - Distâncias entre eixos dos enrijecedores (em metros) ............................ 65
Figura 6.4 - Distribuição e valores dos esforços normais e tensões cisalhantes ......... 66
Figura 6.5 - Armaduras da viga de seção T obtida pelo MPE .................................... 67
Figura 6.6 - Armaduras da viga de seção T utilizadas por Tan et al (1996) .............. 67
Figura 6.7 - Nova discretização para a viga de seção T .............................................
69
Figura 6.8 - Valores dos esforços normais e tensões cisalhantes da viga de seção T
usando a discretização para a discretização mostrada na figura 6.7 ...... 69
Figura 6.9 - Diagramas carga-deslocamento da viga de seção T................................ 70
Figura 6.10 - Diagrama de esforços normais e tensões cisalhantes para a análise
não linear obtido pela discretização mostrada na figura 6.2 ............... 72
Figura 6.11 - Diagrama de esforços normais e tensões cisalhantes para a análise
não linear obtido pela discretização mostrada na figura 6.7 ............... 72
Figura 6.12 - Armaduras da viga de seção T obtidas através das análises não
lineares ................................................................................................ 73
Figura 6.13 - Viga parede com mudança brusca de espessura nas extremidades e no
meio do vão ........................................................................................... 75
Figura 6.14 - Discretização utilizada para a viga parede ............................................ 76
Figura 6.15 - Distâncias entre eixos dos enrijecedores (em metros) 76
Figura 6.16 - Distribuição e valores dos esforços normais e tensões cisalhantes ....... 77
Figura 6.17 - Armaduras da viga parede obtida pelo MPE ........................................ 78
Figura 6.18 - Armaduras da viga parede utilizadas por Shayanfar et al. (1997) ........ 78
Figura 6.19 - Segunda discretização para a viga parede ............................................. 80
Figura 6.20 - Terceira discretização para a viga parede ............................................. 80
Figura 6.21 - Valores dos esforços normais e tensões cisalhantes para a
discretização mostrada na figura 6.19 .............................................
81
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
xii
Figura 6.22 - Valores dos esforços normais e tensões cisalhantes para a
discretização mostrada na figura 6.20 .............................................
81
Figura 6.23 - Armaduras da viga parede obtidas pelo MPE através da discretização
da figura 6.19 ......................................................................................... 82
Figura 6.24 - Armaduras da viga parede obtidas pelo MPE através da discretização
da figura 6.20 ......................................................................................... 82
Figura 6.25 - Diagramas carga-deslocamento da viga parede .................................... 84
Figura 6.26 - Diagrama de esforços normais e tensões cisalhantes para a análise
não linear obtido pela discretização mostrada na figura 6.14 ............. 85
Figura 6.27 - Diagrama de esforços normais e tensões cisalhantes para a análise
não linear obtido pela discretização mostrada na figura 6.19 ............. 86
Figura 6.28 - Diagrama de esforços normais e tensões cisalhantes para a análise
não linear obtido pela discretização mostrada na figura 6.20 ............. 86
Figura 6.29 - Armaduras da viga parede obtidas através das análises não lineares
das discretizações das figuras 6.14 e 6.19 ....................................... 87
Figura 6.30 - Armaduras da viga parede obtidas através da análise não linear com
uso da discretização mostrada na figura 6.20 ..................................... 87
Figura 6.31 - Viga parede com abertura próxima ao apoio ........................................ 89
Figura 6.32 - Discretização utilizada para a viga parede com grande abertura .......... 90
Figura 6.33 - Distâncias entre eixos dos enrijecedores (em metros) .......................... 91
Figura 6.34 - Distribuição e valores dos esforços normais e tensões cisalhantes ....... 92
Figura 6.35 - Armaduras da viga parede obtida pelo MPE ........................................ 93
Figura 6.36 - Armaduras da viga parede utilizadas por Schlaich et al. (1987) .......... 93
Figura 6.37 - Nova discretização para a viga parede com abertura ............................ 94
Figura 6.38 - Valores dos esforços normais e tensões cisalhantes para a
discretização mostrada na figura 6.37 ............................................. 95
Figura 6.39 - Armaduras da viga parede obtidas pelo MPE através da discretização
da figura 6.37 ......................................................................................... 95
Figura 6.40 - Diagrama de esforços normais e tensões cisalhantes para a análise
não linear obtido pela discretização mostrada na figura 6.32 ............. 96
Figura 6.41 - Diagrama de esforços normais e tensões cisalhantes para a análise
não linear obtido pela discretização mostrada na figura 6.37 ............. 97
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
xiii
Figura 6.42 - Armaduras da viga parede obtidas através da análise não linear para a
discretização da figura 6.37 ...................................................................
97
Lista de Tabelas
Tabela 3.1- Parâmetros para integração numérica de Gauss ...................................... 18
Tabela 6.1 - Propriedades dos materiais da viga de seção T ...................................... 64
Tabela 6.2 - Quadro das armaduras obtidas pelo MPE .............................................. 68
Tabela 6.3 - Quadro das armaduras utilizadas por Tan et al. (1996) ..........................
68
Tabela 6.4 - Quadro de armaduras para os esforços das análises não lineares ...........
73
Tabela 6.5 - Valores médios do esforço normal e tensões cisalhantes para a viga de
seção T dotada de abertura retangular na alma ......................................
74
Tabela 6.6 - Propriedades dos materiais ..................................................................... 74
Tabela 6.7 - Quadro de armaduras obtido pelo MPE ................................................. 79
Tabela 6.8 - Quadro de armaduras utilizadas por Shayanfar et al (1997) .................. 78
Tabela 6.9 - Quadro de armaduras obtido pela segunda discretização ....................... 83
Tabela 6.10 - Quadro de armaduras obtido pela terceira discretização ...................... 83
Tabela 6.11 - Quadro de armaduras para os esforços das análises não lineares para
as discretizações mostradas nas figuras 6.14 e 6.19 .............................. 88
Tabela 6.12 - Quadro de armaduras para os esforços da análise não linear para a
discretização mostrada na figuras 6.20 ................................................. 88
Tabela 6.13 - Valores médios do esforço normal e tensões cisalhantes para a viga
parede com reforços verticais ............................................................. 89
Tabela 6.14 – Propriedades dos materiais .................................................................. 90
Tabela 6.15 - Valores médios do esforço normal e tensões cisalhantes para a viga
parede com uma grande abertura ........................................................ 98
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
xiv
Lista de Símbolos
Maiúsculos romanos.
A Área da seção transversal de um enrijecedor;
c
A
Área de concreto do enrijecedor;
cx
A ;
cy
A
Áreas de concreto nas direções x e y;
S
A
Área de aço do enrijecedor;
sx
A ;
sy
A
Áreas de aço nas direções x e y;
P
A
Área superficial do painel;
[
p
B
]
Matriz que relaciona os deslocamentos generalizados com os
deslocamentos locais do painel;
[B
e
]
Matriz que relaciona os deslocamentos generalizados com os
deslocamentos locais do enrijecedor;
C Fração do trabalho total;
4321
C ;C ;C ;C
Constantes definidas pela equação 4.10 a-d;
D
Relação entre a tensão e a deformação generalizada do painel;
o
}D{
Vetor de deslocamentos da estrutura segundo direções globais
obtido na análise linear;
1t
}D{
Vetor de deslocamentos nodais da estrutura nas direções
globais referente ao passo incremental t-1;
E
Módulo de elasticidade do enrijecedores
c
E
Módulo de elasticidade do concreto;
S
E
Módulo de elasticidade do aço;
i
}F{
Norma euclidiana do vetor das forças desequilibradas na
iteração i;
1i
}F{
Vetor das forças desequilibradas no final da iteração i-1;
ij
F
Coeficientes de flexibilidade do enrijecedor;
RS
F
Resultante de forças na direção perpendicular ás fissuras;
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
xv
F
s
Matriz de flexibilidade do enrijecedor
yx
F;F
Resultante de forças nas direções x e y;
*
G
Módulo de rigidez transversal secante na origem
H Variável que determina o sinal do fator de carga na primeira
iteração;
1
K
Constante de valor 0,4 para barras nervuradas e 0,8 para barras
lisas;
2
K
Constante definida pela equação (4.62);
[
e
K ]
t-1
Matriz de rigidez do elemento na última iteração do passo de
carga t-1;
[
gs
K
]
Matriz de rigidez do enrijecedor relativa às coordenadas
globais;
[
gp
K
]
Matriz de rigidez do painel relativa às coordenadas globais;
[
1i
K
]
Matriz de rigidez da estrutura , na iteração i-1;
[]
i
t
K
Matriz de rigidez da estrutura atualizada na iteração i
[
t
K ]
o
Matriz de rigidez tangente inicial da estrutura;
[
p
K ]
Matriz de rigidez do painel relativa às coordenadas locais;
[K
s
]
Matriz de rigidez do enrijecedor;
N
Esforço normal no enrijecedor;
N
1
;N
2
Valor do esforço normal nas extremidades do enrijecedor;
c
N
Parcela do esforço normal atuante no concreto quando
cc
f
=
σ
;
cr
N
Valor do esforço normal de tração que provoca a primeira
fissura no enrijecedor;
c
max,d
N
Valor de cálculo do esforço normal de compressão;
t
max,d
N
Valor de cálculo do esforço normal de tração
r
N
Parâmetro dado pela equação (3.47);
S
N
Parcela do esforço normal atuante nas armaduras;
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
xvi
t
N
Esforço normal que profoca o esmagamento do concreto
)x(N
Função do esforço normal de um enrijecedor;
yr
N
Esforço normal nas armaduras quando o aço escoa;
P
Trabalho realizado pelas forças externas atuantes sobre o
enrijecedor;
}R{
Vetor das cargas de referência;
}R{
Vetor de cargas de projeto;
1t
}R{
Vetor de cargas nodais da estrutura segundo direções globais
referente ao passo incremental t-1;
4321
S; S; S;S
Constantes definidas pelas equações 4.10 e-h;
ie
}S{
Vetor de esforços internos no elemento na iteração i
1t
e
}S{
Vetor de esforços internos do elemento na última iteração do
passo incremental t –1.
}S{
it
Vetor das ações nodais nos elementos rotacionados na direção
das coordenadas globais para a iteração i
1t
t
}S{
Vetor das ações nodais nos elementos rotacionados na direção
das coordenadas globais para o passo de carga t-1
c
U
Energia de deformação complementar total no volume.
Minúsculos romanos.
a
Dimensão máxima do agregado graúdo;
w
b
Largura do enrijecedor;
c
Cobrimento das barras;
b
d
Diâmetro das barras longitudinais;
e
Deslocamento generalizado do painel;
{e} Vetor dos deslocamentos generalizados do enrijecedor;
21
e;e
Deslocamentos generalizados do enrijecedor;
}f{
Vetor das ações atuantes nas faces do painel;
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
xvii
321
f;f;f
Ações nas coordenadas locais 1, 2 e 3 respectivamente, do
enrijecedor;
4321
f;f;f;f
Ações atuantes nas faces do painel;
c
f
Resistência do concreto à compressão
cd
f
Resistência à compressão cilíndrica de cálculo do concreto;
ck
f
Resistência característica do concreto;
ct
f
Resistência à tração do concreto;
{f
e
} Vetor de esforços locais no enrijecedor;
{f
eg
} Vetor de esforços globais no enrijecedor;
y
f
Resistência ao escoamento do aço
yd
f
Tensão de escoamento de cálculo do aço;
yx
f ;
yy
f
Tensão de escoamento no aço nas direções x e y;
h
Altura do elemento estrutural;
e
h
Altura do enrijecedor;
k
1
; k
2
; k
3
; k
4
Constantes definidas pelas equações 4.15 a-d;
f
k
Constate definida pela equação (4.14);
l
Comprimento do enrijecedor;
4321
l;l;l;l
Medidas dos lados do painel;
n
Número de graus de liberdade da estrutura;
q
Carregamento distribuído ao longo do enrijecedor;
4321
r ;r;r;r
Constantes definidas pelas equações 4.10 i-m;
s
Espaçamento máximo entre barras longitudinais;
θ
m
s
Distância média entre fissuras;
mx
s :
Distância média entre fissuras na direção x;
my
s
Distância média entre fissuras na direção y;
t
Espessura do painel;
{u
e
} Vetor dos deslocamentos locais do enrijecedor;
u(x)
Deslocamento axial em um ponto genérico de coordenada x;
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
xviii
4321
u;u;u;u
Graus de liberdade do painel;
c
u
Energia de deformação específica complementar;
}u{
e
Vetor dos deslocamentos locais do enrijecedor;
e
3
e
2
e
1
u;u;u
Deslocamentos locais do enrijecedor;
}u{
eg
Vetor dos deslocamentos globais do enrijecedor;
eg
1
u ;
eg
2
u ;
eg
3
u ;
eg
4
u ;
eg
5
u
Deslocamentos globais do enrijecedor;
{
p
u }
Vetor de deslocamentos locais do painel;
p
4
p
3
p
2
p
1
u;u;u;u
Deslocamentos locais do painel;
{
pg
p
u }
Vetor dos deslocamentos globais do painel;
pg
1
u ;
pg
2
u ;
pg
3
u
;
pg
4
u
Deslocamentos globais do painel
ci
v
Tensão de cisalhamento devido ao intertravamento formado
pela rugosidade da superfície fissurada;
ciMax
v Máximo valor de
ci
v ;
x;x;x;x
4321
Valores da coordenada x dos vértices do painel;
i
x
Valor da coordenada x no i-ésimo ponto de integração
numérica;
4321
y;y;y;y
Valores da coordenada y dos vértices do painel;
w: Trabalho total;
f
w
Abertura média das fissuras;
i
w
Valor do i-ésimo peso de integração numérica.
Maiúsculos gregos.
i
}D{
Segunda parcela do vetor de incremento de deslocamento na
ietração i;
i
}D{
Vetor dos incrementos de deslocamentos na iteração i;
i
}D
{
Primeira parcela do vetor de incremento de deslocamento na
ietração i;
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
xix
ie
}D{
Vetor de incremento de deslocamentos locais do elemento
para a iteração i
o
}D{
Vetor dos incrementos de deslocamento no passo de carga
anterior ao passo de carga corrente;
i
}R{
Vetor dos incrementos de carga;
o
}R{
Vetor dos incrementos de carga no passo incremental
anterior;
ie
}S{
Vetor de incremento de esforços nos elementos na iteração i;
it
}S{
Vetor de incremento das ações nodais nos elementos relativos
às coordenadas globais
w
Incremento de trabalho;
Π
Energia de Deformação Potencial Complementar Total;
c
Π
Energia de Deformação Potencial Complementar Total;
c
Π
Energia potencial complementar no painel por unidade de
volume;
x
F
Somatório de forças na direção x;
y
F
Somatório de forças na direção y;
M
Somatório de momentos em relação á origem do sistema de
coordenadas.
Minúsculos gregos
α
Ângulo que define as direções das tensões principais do painel;
β
Tensão generalizada no painel;
[]
S
β
Matriz de rotação do enrijecedor;
[]
T
S
β
Transposta da matriz de rotação do enrijecedor;
[
]
p
β
Matriz de rotação do painel;
[]
T
p
β
Transposta da matriz de rotação do painel;
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
xx
γ
Distorção no centro do painel;
i
γ ;
1i
γ
Distorção no centro do painel para o nível de carga i e i-1;
xy
γ
Distorção do painel no plano xy;
ε
Deformação axial;
1
ε
Maior deformação de tração na área efetiva;
21
;εε
Deformações principais;
2
ε
Menor deformação de tração na área efetiva
c
ε
Deformação axial no concreto quando
cc
f
=
σ
;
cr
ε
Valor da deformação associado à resistência à tração do concreto;
xx
ε
Deformação no plano perpendicular ao eixo x na direção do eixo x;
yy
ε
Deformação no plano perpendicular ao eixo y na direção do eixo y;
η
Relação entre o módulo de elasticidade do aço e do concreto;
4321
;;;
θ
θ
θ
θ
Ângulos entre os lados do painel e o eixo x do sistema de referência
cartesiano adotado para o painel;
i
λ
:
Fator de carga correspondente à iteração i;
i
µ
Valor absoluto da relação entre a intensidade de qualquer carga não
nula atualizada e seu correspondente valor em
}R{ na iteração i;
ν
Coeficiente de Poisson para o concreto não fissurado;
ξ
Parâmetro que relaciona as rigidezes do aço e do concreto;
ef
ρ
Taxa efetiva de aço;
sysx
;ρρ
Taxas de armadura nas direções x e y;
σ
Tensão normal no enrijecedor;
c1
σ
;
c2
σ
Tensões principais no concreto;
c
σ
Tensão de compressão no concreto;
cr
σ
O mesmo que
f
ct
;
S
σ
Tensão no aço;
sysx
;
σσ
Tensões atuantes nas armaduras nas direções x e y;
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
xxi
cr,sycr,sx
;
σ
σ
Tensão na armadura na região das fissuras na direção x e y
respectivamente;
yx
;
σ
σ
Tensão atuante no painel nas direções x e y;
ycxc
;
σ
σ
Tensões atuantes no concreto nas direções x e y;
τ
Tensão cisalhante média atuante no painel;
4321
;;;
τ
τ
τ
τ
Tensões de cisalhamento atuantes nas faces do painel;
c
τ
Tensão de cisalhamento no concreto;
i
xy
τ
;
1i
xy
τ
Tensão de cisalhamento no painel para o nível de carga i e i-1;
φ
Diâmetro das barras.
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
xxii
Resumo
SILVA, JOÃO G. T. (2004). Contribuição ao projeto de elementos estruturais de
concreto armado com descontinuidades através do Modelo de Painéis Enrijecidos.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2004.
A não aplicabilidade da hipótese de Navier-Bernoulli implica na não validade do
uso da tradicional teoria de vigas no estudo de vigas paredes, consolos curtos, regiões
com grandes aberturas ou mudança de inércia. Para estruturas de concreto armado são
freqüentemente utilizados procedimentos baseados na teoria das chapas, nos métodos
dos elementos finitos e das bielas e tirantes.
Neste trabalho, emprega-se para projetos desses tipos de estruturas em concreto
armado, um procedimento alternativo que reúne as vantagens do método de bielas e
tirantes e do método dos elementos finitos. Através deste procedimento, denominado
aqui como Método dos Painéis Enrijecidos (também conhecido na literatura inglesa
como
Stringer and painel model), a estrutura é modelada como um conjunto de painéis
com contornos enrijecidos por barras. Admite-se que as barras transmitem apenas forças
normais e os painéis apenas forças de cisalhamento.
As análises podem ser feitas considerando-se distribuição de tensões elásticas,
denominada de análise linear, ou levando em conta a redistribuição de tensões devido à
fissuração do concreto. Os painéis utilizados na discretização das vigas são
quadrilaterais quaisquer.
Alguns exemplos são analisados e os resultados encontrados para as armaduras
são comparados com os obtidos por outros métodos. Também é analisada a influência
do tamanho dos elementos no volume de aço obtido, além de se fazer a comparação dos
diagramas carga-deslocamento experimental e teórico. Também é comparado o volume
de aço obtido com as análises linear e não linear.
Palavras-chave: Concreto armado, regiões D, painéis, enrijecidos, análise não linear
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
xxiii
Abstract
SILVA, JOÃO G. T. (2004). Contribution to the design of reinforced concrete structural
elements with descontinuities using the
Stringers and Panel model. Master Science
Dissertation - Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2004.
The traditional beam theory cannot be applied to study walls, corbels and
regions with holes or change of inertia, because the Navier-Bernoulli’s hypothesis
cannot be used to these cases. Procedures based in the plates theories, the finite element
method or truss-and-tie method are often used to study these type of reinforced concrete
structures.
In this work, an alternative procedure that joins the advantages of truss-and-tie
method and finite element method is used to design the above mentioned types of
reinforced concrete structures. Using this procedure, called Stringer and panel model,
the structures are modeled as a group of panels with their edges stiffened by straight
bars (stringers).
It’s supposed that the stringers transmit only axial forces, while the panels,
transmit only shear forces. The analyses can be made considering the distribution of
elastic stresses, called linear analysis, or considering the redistribution of stresses due to
the concrete crack.
Examples are analyzed, and the results for the reinforcement are compared with
the other results obtained by the use of other methods. Element size effects on the
reinforcement volume are analyzed and the theoretical load-displacement curves are
compared with the corresponding experimental load-displacement curves. Finally,
comparison between the reinforcement volumes obtained by the linear analysis and by
the non linear analysis is made.
Keywords: Reinforced concrete, regions D, panels, stringers, non linear
analysis
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
1
Capítulo 1
Introdução
1.1. Considerações iniciais
Os primeiros modelos formulados para projetos de estruturas de concreto
armado surgiram no final do século XIX. Como exemplo, pode ser citado aquele
conhecido por Analogia de Treliça proposto por Wilhelm Ritter (1899) e melhorado por
Emil Mörsh (1908). Tal modelo ainda hoje é utilizado como base para o
dimensionamento de vigas submetidas a força cortante.
Segundo hoogenboom (1198), na década de trinta (do século passado), vários
pesquisadores como C. S. Whitney e O. Bauumann desenvolveram a base do atual
modelo empregado para o dimensionamento à flexão das vigas usuais de concreto
armado.
As partes que constituem as estruturas são freqüentemente classificadas como
regiões “B” ou regiões “D”. As chamadas regiões “B” são aquelas cujas seções
transversais satisfazem a hipótese de Navier-Bernoulli, ou seja, suas seções transversais
apresentam uma distribuição linear de deformação, conforme mostrado na figura 1.1.
Figura 1.1 - Diagrama de deformação de uma seção localizada em região “B”.
c
ε
t
ε
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
2
Ao contrário, as chamadas regiões “D” são aquelas cujas seções transversais não
obedecem a hipótese acima referida, como ilustrado na figura 1.2. Estas regiões são
geradas por descontinuidades físicas, como forças concentradas e reações de apoio, e
geométricas, tais como aquelas caracterizadas pela presença de furos, mudança brusca
de dimensões e de direção. Como exemplos de elementos que apresentam regiões “D”,
podem ser citados: vigas parede (com ou sem furo), vigas furadas, consolos curtos, nós
de pórticos, dentes Gerber, encontro de pilar e fundação.
Figura 1.2 - Diagrama de deformação de uma seção localizada em região “D”.
Não existe uma maneira exata de se delimitar as regiões “D” em uma estrutura.
Para isso, utiliza-se na prática uma regra baseada no Princípio de Saint-Venant
(Timoshenko & Gere, 1970), a qual emprega a medida da altura h da seção transversal
como parâmetro de delimitação, como mostrado na figura 1.3 para trechos de estruturas
dotadas de região “B” (em branco) e regiões “D” (hachuradas).
c
ε
t
ε
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
3
h
h
h
h
h
h
h
hh
11
h
h
1
2
h
2
h
2
h
Figura 1.3 - Regra de delimitação de regiões “D”
Por volta da década de cinqüenta do século passado, com o desenvolvimento da
computação, surgiu o Método dos Elementos Finitos. Posteriormente, utilizando-se os
conceitos desse método, desenvolveram-se aplicações para estruturas de concreto
armado, tornando-se mais uma importante ferramenta no projeto de estruturas dotadas
de regiões “D”.
Em 1979 o alemão Jorg Schllaich começou a utilizar o Método de Bielas e
Tirantes (
strut-and-tie model) para explicar aos seus alunos o comportamento de
estruturas de concreto dotadas de região “D”. Juntamente com seu colega Kurt Schafer,
organizou sistematicamente o método, generalizando suas aplicações (Schlaich et
al.1987). O Método de Bielas e Tirantes é considerado como um aperfeiçoamento dos
procedimentos empíricos empregados em projeto de estruturas de concreto armado e
consiste em uma extensão do modelo da Analogia de Treliça.
Baseados nos conceitos desenvolvidos pelo pesquisador dinamarquês Morgens
Peter Nielsen (Nielsen, 1999), os holandeses Hoogenboom e Blaauwendrad
(Blaauwendaad & Hoogenboom, 1996) lançaram o aqui chamado Método dos Painéis
Enrijecidos, denominado na literatura inglesa como
Stringer-Panel Model. Tal método
apresenta-se como uma ferramenta numérica alternativa para o projeto e análise de
estruturas de concreto armado dotadas de regiões “D”.
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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4
1.2. Objetivos e relevância
O objetivo deste trabalho é a apresentação de um estudo voltado para o projeto
de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidades, tais como vigas
paredes e vigas com aberturas, consolos curtos, dentes Gerbers, etc, utilizando o
Método dos Painéis Enrijecidos (MPE).
Elementos com descontinuidades (regiões “D”) são muito freqüentes nos
projetos estruturais e não podem ser analisados através de teorias baseadas na hipótese
de Navier-Bernoulli. Para os projetos e análises de tais elementos estruturais são
bastante utilizados o Método de Bielas e Tirantes (MBT) e o Método dos Elementos
Finitos (MEF).
O MPE apresenta-se como uma ferramenta alternativa para análise e projeto
desses elementos com descontinuidades. Tal método combina uma abordagem
computacional similar àquela empregada no Método dos Elementos Finitos, com as
vantagens de apresentar facilidade na discretização da estrutura e simplicidade para o
detalhamento das armaduras.
O Método de Bielas e Tirantes é um procedimento muito usado no projeto de
estruturas de concreto armado, apresentando como uma desvantagem a necessidade de
se conhecer, para efeito de discretização, as trajetórias das tensões principais, o que
muitas vezes exige o emprego de métodos numéricos, tal como o Método dos
Elementos Finitos. Dois inconvenientes normalmente encontrados com o uso da
formulação em deslocamento do MEF em projetos de elementos de concreto armado
consistem na maior complexidade para a discretização da estrutura e para o
detalhamento de suas armaduras.
1.3. Estrutura da dissertação
A dissertação está estruturada em sete capítulos incluindo este, onde se apresenta
uma introdução. No capítulo 2 é feita uma explanação sobre o Método dos Painéis
Enrijecidos, contendo uma descrição geral do mesmo, seu embasamento teórico, os
tipos de análises usados no presente estudo e exemplos de estruturas que podem ser
analisadas.
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
5
No capítulo 3 são apresentados os procedimentos para montagem da matriz de
rigidez de um enrijecedor, assim como suas relações constitutivas e os critérios usados
para o dimensionamento de armaduras quando necessárias.
O capítulo 4 trata da formulação da matriz de rigidez de um painel, como
também sua relação constitutiva e dimensionamento de armaduras.
O capítulo 5 apresenta os procedimentos numéricos correspondentes às análises
linear e fisicamente não linear empregados no estudo.
No capítulo 6 são mostrados resultados das análises de exemplos de estruturas,
comparando os valores encontrados pelo MPE com outros obtidos através de diferentes
procedimentos.
Finalmente, no capítulo 7, são apresentadas as considerações finais.
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
6
Capítulo 2
Aspectos Gerais do Método dos Painéis Enrijecidos
2.1. Descrição geral do método
Observando-se a técnica de armar vigas paredes, percebe-se que as armaduras
consistem, na maioria dos casos, de malhas ortogonais dispostas nas proximidades das
superfícies laterais da viga e de uma concentração de barras nas regiões próximas aos
limites inferior e superior da estrutura e ao redor de furos, quando estes existem.
Considerando esta típica disposição de armaduras e tendo como base teórica o
Teorema do Limite Inferior, da Teoria da Plasticidade, desenvolveu-se o aqui
denominado Método dos Painéis Enrijecidos (Stringer Panel Model), que consiste em
discretizar a estrutura em um conjunto de elementos lineares chamados enrijecedores
que, quando tracionados, contém as armaduras principais, contornando painéis com
armaduras dispostas em forma de malha.
Para discretização de uma estrutura pelo Método de Painéis Enrijecidos (MPE) é
necessária a disposição de enrijecedores ao longo das bordas da mesma, ao redor de
furos eventualmente existentes, ao longo da linha de ação de reações de apoio e de
cargas concentradas. Os painéis são as regiões da estrutura limitadas pelos
enrijecedores, conforme mostrado na figura 2.1.
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
7
Painéis
Enrijecedores
Figura 2.1 - Discretização de uma estrutura pelo MPE - Hoogenboom (1998).
Os enrijecedores são considerados como submetidos unicamente a esforços
normais de compressão ou de tração, enquanto que os painéis são admitidos como
solicitados apenas a esforços de cisalhamento ao longo de suas bordas, conforme
mostrado na figura 2.2.
Figura 2.2 - Esforços atuantes nos painéis e enrijecedores.
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
8
No presente estudo, dois tipos de análises são realizados: análise linear e análise
fisicamente não linear. No primeiro não se leva em conta a perda de rigidez dos
elementos que compõem o modelo estrutural, ou seja, admite-se que os materiais que
constituem os enrijecedores e os painéis têm comportamento elástico linear. Tal análise
é normalmente utilizada como etapa preliminar para o dimensionamento das armaduras.
Depois de dimensionadas as armaduras, pode-se efetuar uma análise fisicamente não
linear na qual consideram-se as mudanças de rigidez dos elementos devidas à fissuração
do concreto e ao escoamento das armaduras. Através desta análise obtêm-se
configurações de equilíbrio mais realísticas para o modelo estrutural idealizado, sendo
inclusive utilizada para a simulação do comportamento carga-deslocamento da
estrutura. A figura 2.3 mostra o diagrama carga-deslocamento de uma estrutura
utilizando os dois tipos de análises acima referidos.
Figura 2.3 - Curvas carga-deslocamento das análises linear (a) e não linear (b)
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
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Com o MPE é possível analisar e projetar estruturas dotadas de região “D”
bastante comuns em projetos estruturais tais como aquelas mostradas na figura 2.4.
a)
b)
c)
Figura 2.4 - Exemplos de estruturas que podem ser analisadas e projetadas pelo MPE:
a) Viga parede; b) Consolo curto; c) Viga com mudança brusca de rigidez
inercial.
2.2. Base Teórica do MPE
Conforme já foi mencionado, o MPE tem como fundamentação teórica o
Teorema do Limite Inferior (
Lower Bound Theorem), que pode ser assim enunciado:
“Se para um dado carregamento atuante sobre uma estrutura for possível encontrar uma
distribuição de tensões estaticamente admissível e segura, então a carga atuante não
provoca o colapso da estrutura”. Maiores detalhes e dedução podem ser encontradas em
Nielsen (1999).
Com isso, idealizando-se a estrutura como sendo constituída por uma associação
de enrijecedores e painéis, se for garantido que existe uma distribuição de esforços
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
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internos, atuantes nos mesmos, em equilíbrio entre si e com as forças externas e que,
além do mais, tal distribuição seja segura, no sentido de que os elementos estão
projetados para suportar os esforços internos sem ruptura, conclui-se pelo citado
teorema que aquelas forças externas não provocam o colapso da estrutura. Vale ressaltar
que o Teorema do Limite Inferior tem seu campo de validade regido pelas hipóteses e
leis da Teoria da Plasticidade e, assim sendo, somente pode ser utilizado para estruturas
de concreto armado se estas atenderem a condições de ductilidade que permitam atingir
a configuração de equilíbrio idealizada sem antes entrar em colapso. Esta limitação é
comum a todos os procedimentos de análise de estruturas de concreto baseados na
Teoria da Plasticidade, tal como o Método de Bielas e Tirantes.
2.3. Contribuição do trabalho e sua situação no contexto geral.
A referência Hoogenboom (1998) apresenta uma formulação do Método dos
Painéis Enrijecidos do tipo não linear incremental, considerando-se os painéis como
submetidos a tensões normais e de cisalhamento. Tal referência consiste na principal
fonte bibliográfica para o desenvolvimento do presente trabalho.
Baseando-se em Hoogenboom (1998), o presente estudo apresenta, como
contribuição, uma formulação do MPE destinada à análise linear e não linear,
incremental iterativa, implementada usando o ambiente MATLAB. Outra contribuição
do estudo aqui apresentado consiste na apresentação de comparações de resultados
obtidos pelo MPE com outros correspondentes a diferentes procedimentos.
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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11
Capítulo 3
Enrijecedores
3.1. Introdução
Os enrijecedores são elementos lineares que absorvem apenas esforço normal,
sendo considerados como desprovidos de qualquer rigidez à flexão.
Uma vez que os enrijecedores transmitem somente esforço normal, tais
elementos podem estar totalmente tracionados ou comprimidos, ou apresentar trechos
submetidos à tração e à compressão.
Para o dimensionamento dos enrijecedores, supõe-se que os esforços de tração
são absorvidos pelas armaduras de aço e, nas regiões comprimidas, que os esforços
normais são absorvidos pelo concreto ou, no caso de compressão excessiva, também por
armaduras de aço.
3.2. Matriz de rigidez do enrijecedor
Para se determinar a matriz de rigidez de um enrijecedor emprega-se o Princípio
da Mínima Energia de Deformação Potencial Complementar (ver por exemplo Shames,
1989). Como definido na Mecânica dos Sólidos, em um determinado ponto de um corpo
submetido a um estado uniaxial de tensão, a energia de deformação específica
complementar é dada por:
=
σ
σε
0
du
c
(3.1)
onde
ε é a deformação axial e
σ
a correspondente tensão. Em um dado volume V do
corpo a energia de deformação complementar total é definida pela expressão:
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
12
=
V
cC
dVuU
(3.2)
ou ainda, usando a equação (3.1),
∫∫
=
V0
C
dVdU
σ
σε
(3.3)
No caso de um enrijecedor, admitindo que a seção transversal é constante ao
longo de seu eixo, a tensão normal em qualquer ponto é dada por
A
)x(N
=
σ
(3.4)
sendo
()
xN o valor do esforço normal atuante na seção tranversal de área A e definida
pela coordenada
x. Substituindo-se (3.4) em (3.3) e considerando-se que
AdxdV =
,
resulta
∫∫
=
l
xN
C
dNdxxNU
0
)(
0
))((
ε
(3.5)
onde
l representa o comprimento do enrijecedor.
No modelo aqui apresentado, o enrijecedor é suposto como um elemento de
barra submetido a forças concentradas
f
1
e f
3
em suas extremidades 1 e 3,
respectivamente, e a forças uniformemente distribuídas
q ao longo de seu comprimento,
conforme mostrado na figura 3.1. Desta forma, o esforço normal varia linearmente ao
longo do enrijecedor, como ilustrado na figura 3.2, com uma distribuição dada pela
equação (3.6).
+
=
21
N
l
x
N
l
x
1)x(N
(3.6)
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
13
q
Figura 3.1- Forças e deslocamentos típicos de um enrijecedor.
Figura 3.2 - Esforços normais atuantes em um enrijecedor.
As grandezas
N
1
e N
2
representam os valores do esforço normal em 0
=
x e
lx = , respectivamente.
O trabalho realizado pelas forças externas atuantes sobre o enrijecedor pode ser
obtido através da seguinte expressão:
++=
l
0
3311
u(x)dxqufufP
(3.7)
Sendo
u
1
e u
3
os deslocamentos nas extremidades 1 e 3, respectivamente, e u(x) o
deslocamento axial em um ponto genérico de coordenada x.
Por considerações de equilíbrio, admitindo-se que esforços normais de
compressão são negativos e aqueles de tração são positivos, têm-se as seguintes relações
entre as forças externas e os esforços normais
N
1
e N
2
:
11
Nf -=
(3.8)
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
14
23
Nf =
(3.9)
)/lN(Nqf
212
-==
(3.10)
Fazendo-se a substituição das equações (3.8), (3.9) e (3.10) em (3.8), tem-se
então a seguinte expressão para o trabalho das forças externas:
++=
l
0
213211
dx)x(u)NN(
l
1
uNuNP
(3.11)
Definindo-se o deslocamento no ponto médio do enrijecedor pela equação
=
l
0
2
dx)x(u
l
1
u
(3.12)
o trabalho das forças externas pode ser obtido em função dos deslocamentos nodais pela
seguinte expressão
2213211
u)NN(uNuNP ++=
(3.13)
Assim, a energia pontencial complementar total em um enrijecedor,
PU
c
=
Π
, pode
ser expressa pela equação:
2213211
)x(N
0
l
0
u)NN(uNuNdNdx))x(N( +=
εΠ
(3.14)
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
15
Aplicando-se o Princípio da Mínima Energia de Deformação Potencial
Complementar, tem-se
0
N
1
=
Π
(3.15)
0
N
2
=
Π
(3.16)
Com isso, usando-se a condição (3.15) e a equação (3.14), resulta
[]
21
)x(N
0
1
l
0
1
uudNdx))x(N(
dN
d
N
+=
ε
Π
(3.17)
Usando-se a regra da cadeia para obtenção da derivada que figura no integrando
da equação (3.17) e a expressão (3.6), obtém-se
[]
==
l
x
1
dN
d
dN
dN
dN
d
))x(N(
dN
d
11
εε
ε
(3.18)
e daí, substituindo-se (3.18) em (3.17) e fazendo-se a integração em N(x), resulta
0uudx))x(N(
l
x
1
N
21
l
0
1
=+
=
ε
Π
(3.19)
Desenvolvendo-se de maneira análoga a condição (3.16), chega-se na equação
(3.20).
0uudx))x(N(
l
x
N
32
l
0
2
=+
=
ε
Π
(3.20)
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
16
Definem-se como deslocamentos generalizados os valores
1
e e
2
e dados por
121
uue =
(3.21)
232
uue =
(3.22)
ou, em forma matricial,
{}
[]
{}
uBe =
(3.23)
onde
{}
=
2
1
e
e
e
(3.24)
{}
=
3
2
1
u
u
u
u
(3.25)
=
110
0 1 1
B
(3.26)
Através de (3.19) e (3.20), os deslocamentos generalizados podem ser obtidos
por
=
l
0
1
dx))x(N(
l
x
1e
ε
(3.27)
dxxN
l
x
e
l
))((
0
2
ε
=
(3.28)
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
17
Os coeficientes de flexibilidade do enrijecedor são definidos pela seguinte
equação:
j
i
ij
N
e
F
=
(3.29)
da qual, usando (3.27) e (3.28), resulta a matriz de flexibilidade de ordem (2 x 2) dada a
seguir:
=
l
0
l
0
l
0
l
0
s
dx
2dN
)]x(N([d
l
x
dx
1dN
)]x(N([d
l
x
dx
2dN
)]x(N([d
l
x
1dx
1dN
)]x(N([d
l
x
1
F
εε
εε
(3.30)
ou, ainda,
=
l
0
2
l
0
l
0
l
0
2
s
dx
dN
d
l
x
dx
dN
d
l
x
l
x
1
dx
dN
d
l
x
l
x
1dx
dN
d
l
x
1
F
εε
εε
(3.31)
Para o caso particular de um enrijecedor elástico linear com rigidez axial
constante EA, a matriz de flexibilidade é dada por
=
3
1
6
1
6
1
3
1
EA
l
F
s
(3.32)
Quando
dNd /
ε
variar ao longo do enrijecedor, as integrais que aparecem na
equação (3.31) são resolvidas por integração numérica. Para isto utilizam-se as relações
constitutivas apresentadas na seção 3.3 deste capítulo e a regra de Quadratura Gaussiana
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
18
com quatro pontos de integração mostrados na figura 3.3. Na tabela 3.1 estão indicados
os elementos usados para realizar a referida integração numérica.
Tabela 3.1- Parâmetros para integração numérica de Gauss
Figura 3.3 - Pontos de integração de Gauss para um enrijecedor.
Com isso, os coeficientes de flexibilidade do enrijecedor são calculados pelas seguintes
expressões:
=
=
4
1i
i
i
2
i
11
w
dN
dε
l
x
1F
(3.33)
=
=
4
1i
i
i
ii
12
w
dN
dε
l
x
l
x
1F
(3.34)
Ponto de integração(i)
i
x Peso )(
i
w Esforço Normal ( )x(N
i
)
1
l07,0
0,35
2N07,01N93,0
+
2
l33,0
0,65
2N33,01N67,0
+
3
l67,0
0,65
2N67,01N33,0
+
4
l93,0
0,35
2N93,01N07,0
+
,
,
,
,
,
,
,
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
19
1221
FF =
(3.35)
=
=
4
1i
i
i
2
i
22
w
dN
dε
l
x
F
(3.36)
O termo
i
dN
dε
indica o valor de
dN
dε
correspondente ao i-ésimo ponto de integração.
Conhecida a matriz de flexibilidade do enrijecedor, pode-se obter a matriz de
rigidez do mesmo através da equação:
[ ] [][ ] []
B F BK
1
s
T
s
=
(3.37)
então, para o caso de um enrijecedor elástico linear, introduzindo (3.26) e (3.32) em
(3.37), resulta a seguinte matriz de rigidez
=
4 62
612 6
2 64
l
EA
K
s
(3.38)
3.3. Relações constitutivas
3.3.1. Enrijecedor tracionado com concreto não fissurado
Para qualquer solicitação em que as tensões de tração atuantes no enrijecedor
não provocam fissuras, tanto o aço quanto o concreto são admitidos no regime elástico
linear e, portanto, as forças atuantes em tais materiais são dadas, respectivamente, por:
ε
SSS
AEN =
(3.39)
ε
ccc
AEN =
(3.40)
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Modelo de Painéis Enrijecidos
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20
onde
S
E - módulo de elasticidade do aço;
c
E - módulo de elasticidade do concreto;
ε
- deformação axial do enrijecedor;
S
A - área da armadura longitudinal de aço;
c
A - área da seção transversal de concreto.
Assim sendo, o esforço normal N atuante ao longo do enrijecedor pode ser obtido pela
seguinte equação:
ε
)AEAE(N
ccSS
+=
(3.41)
Introduzindo-se o parâmetro
cc
ss
ΑΕ
ΕΑ
ξ =
em (3.41), resulta a seguinte expressão
para a deformação axial
ξ)(1AE
N
ε
cc
+
=
(3.42)
3.3.2. Enrijecedor tracionado com concreto fissurado e sem escoamento da
armadura
Através da equação (3.41), o esforço normal
cr
N correspondente à primeira
fissura do concreto de um enrijecedor tracionado pode ser obtido por
)1(AEN
cccrcr
ξ
ε
+
=
(3.43)
onde
cr
ε indica o valor da deformação associado à resistência à tração do concreto
ct
f ,
dada por (Collins
et al. 1996)
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
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21
cccrct
f33,0Ef
==
ε
(3.44)
sendo
c
f a resistência do concreto à compressão. Em (3.44) deve ser usado MPa como
unidade de tensão.
Introduzindo (3.44) em (3.43), resulta a seguinte expressão para o esforço
normal de fissuração do concreto:
)1(AfN
cctcr
ξ
+=
(3.45)
Com o concreto fissurado, ou seja para
N > N
cr
,a deformação média do enrijecedor
tracionado varia com o esforço normal através de uma relação não linear (Ghali & Favre
1994). O Eurocode 2 (1991) [art 4.4.2.4 (4.81), p 171] sugere a seguinte expressão
empírica, relacionando a deformação axial média e o esforço normal no enrijecedor:
NAE
NN
SS
2
r
2
-
=
ε
(3.46)
onde o parâmetro
r
N é dado por
ξ
+
=
1
N
N
cr
r
(3.47)
3.3.3. Enrijecedor tracionado com concreto fissurado e armadura escoando
Após o escoamento do aço e a fissuração do concreto, a peça teoricamente não
apresenta capacidade para resistir a acréscimos de esforço normal. Assim sendo, neste
regime de solicitação, o cálculo da derivada
dNd /
ε
leva a erros ou problemas
numéricos no modelo computacional. Baseando-se em Hoogenboom (1998), a presente
formulação utiliza a seguinte relação entre a deformação média e o esforço normal para
obtenção da referida derivada:
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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22
SScc
yr
yrSS
2
r
2
yr
AEAE
)NN(10
NAE
NN
+
+
=
η
ε
(3.48)
onde
c
S
E
E
=
η
(3.49)
ySyr
fAN =
(3.50)
Em (3.50), o parâmetro
y
f indica a resistência ao escoamento do aço.
3.3.4. Enrijecedor comprimido sem esmagamento do concreto e sem escoamento da
armadura
Para o caso do enrijecedor comprimido, adota-se a seguinte relação
constitutiva para o concreto:
=
2
cc
cc
2f
ε
ε
ε
ε
σ
(3.51)
onde:
c
ε
- deformação do concreto correspondente à resistência
c
f
c
σ
- tensão de compressão no concreto.
Na equação (3.51), admite-se que as deformações e as tensões de compressão são
negativas, enquanto que a resistência do concreto à compressão,
c
f
, é tomada como
positiva. É encontrada na literatura a seguinte relação para avaliação da deformação
correspondente ao ponto de tensão máxima:
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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23
c
c
c
E
f
2
=
ε
(3.52)
O esforço normal atuante no enrijecedor comprimido pode ser obtido por
SScc
AAN
σ
σ
+=
(3.53)
Substituindo-se a equação (3.51) em (3.53) e admitido que εE=σ
SS
quando a
armadura não estiver escoando, resulta a seguinte expressão:
SS
2
cc
cc
A E2AfN
ε
ε
ε
ε
ε
+
=
(3.54)
da qual obtém-se
+++=
cc
2
c
Af
N
)(1-1
ξξεε
(3.55)
3.3.5. Enrijecedor comprimido com esmagamento do concreto e sem escoamento
da armadura
Quando o concreto sofre esmagamento, todo o esforço de compressão é
transferido para o aço. Nesta situação, a armadura pode entrar em regime de
escoamento, não resistindo a acréscimos de esfoo normal. Com isso, assim como na
situação descrita no item 3.3.3, o valor da derivada
dNd /
ε
tenderá para o infinito,
gerando erros ou problemas numéricos no modelo computacional. Para contornar tal
situação, Hoogenboom (1998) propõe o uso da seguinte expressão para avaliação da
deformação axial em função do esforço normal atuante no enrijecedor:
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
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24
)NN(
AEAE
10
t
ccSS
c
+
+=
η
εε
(3.56)
onde
N
t
é dado pelo maior dos valores, em módulo, calculados pelas expressões abaixo
apresentadas.
2
cct
)1(AfN
ξ
+
=
(3.57)
yScct
fAAfN
=
(3.58)
3.3.6. Enrijecedor comprimido sem esmagamento do concreto e com escoamento
da armadura
Nas regiões comprimidas do enrijecedor, duas relações constitutivas podem ser
utilizadas, a primeira para o caso em que o valor absoluto da deformação
correspondente ao esmagamento do concreto é maior do que o valor absoluto da
deformação de escoamento do aço e, a outra, para o caso contrário.
Quando o aço entra em escoamento, admitindo-se que o mesmo tem um
comportamento elastoplástico perfeito, tem-se:
yS
f=
σ
(3.59)
Assim, usando as equações (3.51) e (3.59), resulta a expressão abaixo
apresentada para o esforço normal.
Sy
2
cc
cc
Af2AfN --
=
ε
ε
ε
ε
(3.60)
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Modelo de Painéis Enrijecidos
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25
Resolvendo a equação (3.60) para
ε
, obtém-se:
+
=
c
yr
c
N
NN
11
εε
(3.61)
sendo os termos
yr
N
e N
c
dados pelas equações (3.62) e (3.63), respectivamente.
ySyr
fAN =
(3.62)
ccc
AfN
=
(3.63)
Dependendo da relação entre a deformação de escoamento do aço e a
deformação correspondente à resistência do concreto comprimido, o enrijecedor pode
apresentar duas relações constitutivas. Uma delas, mostrada na figura 3.4,
correspondente à situação em que o esmagamento do concreto acontece depois de
ocorrido o escoamento da armadura. A outra, ilustrada na figura 3.5, retrata a situação
inversa, ou seja, quando ocorre o esmagamento do concreto antes do escoamento do
aço.
Para ilustrar, suponha um enrijecedor confeccionado com um concreto de 30
MPa e armado com aço CA-25 (
MPa250f
y
=
). Neste caso, tem-se 002,0
c
=
ε
e
00119,0
y
=
ε
. Assim sendo, o aço entra em escoamento antes de ocorrer a ruptura do
concreto e, portanto, deve ser utilizada a relação constitutiva mostrada na figura 3.5. Se
o enrijecedor acima citado fosse armado com aço CA-50 (
MPa500f
y
= ), as
deformações limites dos materiais teriam os valores
002,0
c
=
ε
e 0024,0
y
=
ε
,
implicando na necessidade do uso da relação constitutiva representada na figura 3.5.
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Modelo de Painéis Enrijecidos
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26
Figura 3.4 - Relação constitutiva do enrijecedor quando o esmagamento do concreto
ocorre depois do escoamento das armaduras.
Figura 3.5 - Relação constitutiva do enrijecedor quando o esmagamento do
concreto ocorre antes do escoamento das armaduras.
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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27
3.4. Dimensionamento das armaduras dos enrijecedores
O dimensionamento das armaduras nas regiões tracionadas dos enrijecedores
pode ser feito admitindo-se que o concreto sob tração não oferece resistência ao esforço
normal, sendo o mesmo absorvido apenas pelo aço. Assim sendo, a área de aço da
armadura de tração é dimensionada pela seguinte expressão:
yd
t
max,d
S
f
N
A =
(3.64)
onde
t
max,d
N - valor de cálculo do esforço normal de tração;
yd
f - tensão de escoamento de cálculo do aço.
Em caso de projeto estrutural, os valores de cálculo acima referidos são obtidos
através da introdução de coeficientes de segurança recomendados pelas normas de ações
e segurança estrutural.
Para o caso de regiões comprimidas, somente se faz necessário o cálculo de
armadura quando o valor da tensão atuante superar a resistência do concreto à
compressão. Em tal situação, a armadura comprimida é dimensionada para absorver a
parcela do esforço normal que excede a aquela que corresponde à resistência da seção
de concreto, conforme ilustrado pelas equações (3.65) e (3.66).
SydSwecd
c
max,d
A.f)Abh(fN +=
(3.65)
)ff(
b h fN
A
cdyd
wecd
c
max,d
S
=
-
(3.66)
Nas expressões acima, tem-se:
c
max,d
N
- valor de cálculo do esforço normal de compressão;
h
e
- altura do enrijecedor;
w
b - largura do enrijecedor.
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Modelo de Painéis Enrijecidos
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28
Capítulo 4
Painéis
4.1. Introdução
No modelo de painéis enrijecidos (MPE) considerado no presente estudo, os
painéis são admitidos com um formato quadrilateral qualquer, tendo suas faces
solicitadas apenas por tensões tangenciais,
i
τ , conforme mostrado na figura 4.1. Para
efeito de análise, são associados a cada painel graus de liberdade paralelos às suas
respectivas faces, como ilustrado na figura 4.2 (Hoogenboom 1998).
Figura 4.1- Geometria do painel e tensões atuantes
Figura 4.2-Ações e deslocamentos nos pontos nodais do painel
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29
4.2. Matriz de rigidez do painel
4.2.1. Relações de equilíbrio
Com base na figura 4.1, as relações de equilíbrio do painel, expressas pelas
nulidade das somas de forças nas direções x e y e de momentos das mesmas em relação
à origem dos eixos, são dadas por
0F
x
=
444333222111
θcostlτθcostlτθcostlτθcostlτ0 +++=
(4.1 a-b)
0F
y
=
344333222111
θsentlτθsentlτθsentlτθsentlτ0 +++=
(4.2 a-b)
0M =
xθsentlτyθcostlτxθsentlτyθcostlτ
xθsentlτyθcostlτxθsentlτyθcostlτ0
4444444433333333
2222222211111111
++
++=
-
--
(4.3 a-b)
Os termos
i
cos θ e
i
sen
θ
, que figuram nas equações acima, podem ser obtidos
em função das coordenadas dos vértices do painel pelas seguintes equações:
1
12
1
1
12
1
l
y-y
sen;
l
xx
cos
==
θθ
-
2
23
2
2
23
2
l
y-y
sen;
l
xx
cos
==
θθ
-
(4.4
a-h)
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
30
3
34
3
3
34
3
l
y-y
sen;
l
xx
cos
==
θθ
-
4
41
4
4
41
4
l
y-y
sen;
l
xx
cos
==
θθ
-
os quais quando substituídos em (4.1 b), (4.2 b) e (4.3 b) resultam
)xx()xx()xx()xx(0
414343232121
----
τ
τ
τ
τ
+
+
+
=
(4.5)
)yy()yy()yy()yy(0
414343232121
----
τ
τ
τ
τ
+
+
+
=
(4.6)
)yxyx(τ)yxyx(τ)yxyx(τ)yxyx(τ0
41144344332332212211
---- +++=
(4.7)
onde:
t - espessura do painel;
x;x;x;x
4321
- valores das coordenadas x dos vértices do painel;
4321
y;y;y;y - valores das coordenadas y dos vértices do painel;
4321
l;l;l;l - medidas dos lados do painel;
4321
;;;
τ
τ
τ
τ
- tensões de cisalhamento atuantes nas faces do painel;
4321
;;;
θ
θ
θ
θ
- ângulos entre os lados do painel e o eixo x do sistema de referência (Fig
4.1).
Hoogenboom & Blaauwendraad (2000) definem como tensão generalizada
β
a
grandeza dada por
t)(
4
1
4321
ττττβ
++=
(4.8)
que, juntamente com as equações de equilíbrio (4.5), (4.6) e (4.7), leva ao seguinte
sistema de equações:
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
31
=
t/4
0
0
0
1111
rrrr
SSSS
CCCC
4
3
2
1
4321
4321
4321
β
τ
τ
τ
τ
(4.9)
onde os termos C
i
, S
i
e r
i
são dados pelas conjunto de equações abaixo:
414343232121
x-xC ; x-xC ; x-xC ; xxC ==== -
414343232121
y-y S; y-y S; y-y S; yyS ==== -
41144344332332212211
yx-yxr ; yx-yxr ; yx-yxr ; yxyxr ==== -
(4.10 a-m)
Usando a regra de Cramer em (4.9) para determinar a tensão
1
τ
, tem-se
111t/4
rrrr
SSSS
CCCC
111t/4
rrr0
SSS0
CCC0
4321
4321
4321
432
432
432
1
=
β
β
τ
(4.11)
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
32
ou, ainda, aplicando a regra de Laplace para cálculo de determinantes,
321
321
321
421
421
421
431
431
431
432
432
432
432
432
432
1
rrr
SSS
CCC
rrr
SSS
CCC
rrr
SSS
CCC
rrr
SSS
CCC
rrr
SSS
CCC
t
4
+++
=
β
τ
(4.12)
Em forma mais compacta, a equação (4.12) pode ser expressa como
f
1
1
k
k
t
4
β
τ
=
(4.13)
sendo
4321f
kkkkk
+
++=
(4.14)
e
321
321
321
4
421
421
421
3
431
431
431
2
432
432
432
1
rrr
SSS
CCC
k ;
rrr
SSS
CCC
k
rrr
SSS
CCC
k ;
rrr
SSS
CCC
k
==
==
(4.15 a-d)
Através da equação (4.13) e da figura 4.1, a força que atua na face
correspondente ao lado
1
l do painel pode ser obtida pela expressão
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
33
f
11
1
k
lk4
f
β
-
=
(4.16)
Analogamente, determinam-se as forças
432
f e f ,f atuantes nas demais faces do
painel por
f
22
2
k
βlk4
f
=
(4.17)
f
33
3
k
lk4
f
β
-
=
(4.18)
f
44
4
k
βlk4
f
=
(4.19)
Utilizando as equações (4.16) a (4.19), pode-se escrever a relação entre o vetor
das forças no painel, {
f}, e a tensão generalizada,
β
, como segue
{}
[]
β
T
p
Bf =
(4.20)
onde
{}
=
T
f {f
1
f
2
f
3
f
4
}
[]
[]
44332211
f
p
lklklklk
k
4
B --=
(4.21 a-b)
4.2.2. Energia Potencial Complementar do painel
Na presente formulação o Princípio da Mínima Energia Potencial Complementar
é utilizado para a determinação da matriz de rigidez do painel. Considerando a figura
4.1, a energia potencial complementar do painel é dada pela equação
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
34
-
-
-
-
=
4321p
l
444
l
333
l
222
l
111
A
pcc
dluτtdluτdluτtdluτtdAΠtΠ
(4.22)
onde
c
Π
é a energia potencial complementar por unidade de volume e A
p
é a área da
superfície do painel. As tensões
, ,
321
τ
τ
τ
e
4
τ
são consideradas como constantes ao
longo das faces do painel, enquanto que as componentes dos deslocamentos ao longo
das mesmas,
321
u ,u ,u
e
4
u
, são assumidas com variação linear ao longo dos lados
l ,l ,l
321
e
4
l respectivamente. Desta última hipótese, resulta que a integral
i
l
ii
dlu é
dado por
ii
lu , onde
i
u é o valor de
i
u
no meio da face i do painel. Com isto a equação
(4.22) pode ser reescrita na seguinte forma
444333222111
A
pcc
luτtluτtluτtluτtdAΠtΠ
p
----
=
(4.23)
ou, ainda, usando as equações (4.16)
a (4.19),
k
βlk4
u
k
βlk4
u
k
βlk4
u
k
βlk4
udAΠtΠ
f
44
4
f
33
3
f
22
2
f
11
1
A
pcc
p
-+-+
=
(4.24)
Introduzindo a relação entre os deslocamentos nodais do painel e a deformação
generalizada,
e, dada por
(4.25)
em (4.24), obtém-se
(4.26)
}u]{B[e
pp
=
βΠΠ
edAt
p
A
pcc
-
=
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
35
4.2.3. Determinação da rigidez do painel
Usando a equação (4.26) e aplicando o Princípio da Mínima Energia Potencial
Complementar, obtém-se a expressão:
=-
Ap
pc
0e)dAΠt(
βd
d
(4.27)
de onde resulta a seguinte equação para a deformação generalizada:
=
p
A
pc
dAt
d
d
e
Π
β
(4.28)
A energia de deformação complementar por unidade de volume,
c
Π
, é dada pela
área sobre a curva
γτ × da figura 4.3, ou seja,
=
τ
0
c
τd γΠ
(4.29)
Figura 4.3 - Relação constitutiva do painel
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
36
De acordo com a figura 4.3, a distorção no painel,
γ
, pode ser relacionada ponto
a ponto com a tensão
τ
, através do módulo de rigidez trasversal secante na origem
*
G ,
pela equação
*
G
τ
γ =
(4.30)
Admitindo que o painel está submetido a uma tensão de cisalhamento constante
e igual a
t
β
, chega-se, através de (4.8), (4.28) e (4.30), à seguinte expressão:
=
βd
G
β
βd
d
t
A
e
β
0
*
p
(4.31)
Assim, como
*
G
β
é uma função de
β
, )(f
β
, resulta de (4.27) a relação entre a
tensão e a deformação generalizadas:
[]
=
β
=
p
*
A
tG
e
D
(4.32)
Usando (4.8), (4.25) e (4.32) obtém-se a seguinte relação entre a distorção do
painel
γ
e o vetor de deslocamentos nodais {u
p
}:
p
pp
A
}u]{B[
=
γ
(4.33)
Da mesma forma que se fez para os enrijecedores, a matriz de rigidez do painel é
calculada pelo triplo produto matricial mostrado na equação (4.34).
]B][D[]B[]K[
pTp
P
=
(4.34)
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
37
4.3. Dimensionamento das armaduras dos painéis
O painel é um elemento de membrana quadrilateral, com duas dimensões
preponderantes, e que apresenta uma armadura disposta em forma de grelha, com
armaduras na direção vertical e na direção horizontal, formando assim uma malha
ortogonal. Para o dimensionamento das armaduras toma-se como base o esquema
mostrado na figura 4.4.
Figura 4.4 - Superposição de esforços em um elemento de membrana
O esquema da figura 4.4 mostra as tensões atuantes em um elemento de
membrana em concreto armado, decomposto em concreto e armaduras, onde é suposto
que as tensões cisalhantes são absorvidas unicamente pelo concreto e as tensões normais
pelos dois materiais, conforme descrito pelas equações (4.35), (4.36) e (4.37).
sxsxxcx
σ
ρ
σ
σ
+=
(4.35)
sysyycy
σ
ρ
σ
σ
+=
(4.36)
c
ττ =
(4.37)
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
38
Os termos que aparecem nestas últimas equações têm os seguintes significados:
x
σ
,
y
σ
- tensão normal atuante total nas direções x e y, respectivamente;
ycxc
,
σ
σ
- tensão normal atuante no concreto nas direções x e y, respectivamente;
sysx
,
σ
σ
- tensão normal atuante no aço nas direções x e y, respectivamente;
τ
- tensão cisalhante no elemento de membrana;
c
τ
- tensão cisalhante atuante no concreto do elemento de membrana;
sysx
,
ρ
ρ
- taxas de armaduras nas direções x e y do elemento de membrana,
respectivamente.
Fazendo uma análise de tensões do elemento, sem as armaduras, mostrado na
figura 4.4, têm-se as seguintes equações de equilíbrio:
ασασσ
2
c2
2
c1yc
sencos +=
(4.38)
ασασσ
2
c1
2
c2xc
sencos +=
(4.39)
onde
c1
σ
,
c2
σ
- tensões principais atuantes no concreto do elemento de membrana; e
α
- ângulo que define as direções principais de tensões.
Para efeito de dimensionamento das armaduras, admite-se que a tensão principal
de tração
c1
σ
é nula.
Admitindo-se que as tensões
x
σ e
y
σ
são nulas e que todas as armaduras estão
escoando, resultam de (4.35), (4.36), as seguintes equações:
ασρ
2
c2yxsx
cosf -=
(4.40)
ασρ
2
c2yysy
senf -=
(4.41)
onde
yx
f ,
yy
f - tensão de escoamento do aço nas direções x e y, respectivamente.
Através de (4.40) e (4.41), obtém-se:
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
39
yxsx
yysy
2
fρ
fρ
αtg
=
(4.42)
A figura 4.5 mostra as tensões principais
1
σ
e
2
σ
atuantes em um elemento de
membrana em estado de cisalhamento puro, as quais estão relacionadas com a tensão
cisalhante
τ através das equações (4.43) e (4.44).
Figura 4.5 - Tensões principais no elemento de membrana em cisalhamento puro
α
α
τ
σ
cossen2
1
=
(4.43)
α
α
τ
σ
cossen2
2
-=
(4.44)
Para se determinar as taxas de armadura nas direções x e y é assumido que a
tensão principal de tração na direção 1 (figura 4.5) é absorvida pelas armaduras
dispostas nas direções x e y, conforme mostra a figura 4.6.
Figura 4.6 - Tensões de tração nas armaduras
f
yx
f
yy
σ
1
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
40
As forças atuantes nas armaduras dispostas nas direções x e y apresentam como
resultante na direção principal 1 uma força F
RS
dada por
αcosfAαsenfAF
yysyyxsxRS
+=
(4.45)
sendo
sysx
A,A - áreas de aço nas direções x e y , respectivamente.
As taxas geométricas de aço nas direções x e y são dadas por:
α
ρ
sent
A
A
A
sx
cx
sx
sx
==
(4.46)
α
ρ
cost
A
A
A
sy
cy
sy
sy
==
(4.47)
onde
cycx
A,A
- área de concreto nas direções x e y, respectivamente;
t - espessura do painel.
Fazendo
tσF
1RS
= na equação (4.45) e utilizando (4.46) e (4.47), chega-se com
αcosfραsenfρσ
2
yysy
2
yxsx1
+=
(4.48)
Dividindo os termos da equação (4.48) por
αcos
2
e introduzindo (4.42) e
(4.43), resulta a seguinte expressão para a taxa geométrica de armadura na direção y:
αtg
f
τ
ρ
yy
sy
=
(4.49)
Analogamente, encontra-se para a taxa geométrica correspondente à direção x a
equação:
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
41
yx
sx
f
τ
αtg
1
ρ
=
(4.50)
4.4. Relação tensão - deformação não linear do painel
Esta relação é importante para determinar a rigidez do painel em cada iteração
da análise não linear
4.4.1. Relações constitutivas dos materiais
As relações constitutivas para o concreto utilizadas no presente estudo foram
propostas por Collins & Mitchell (1997).
Para o concreto tracionado, a relação entre a tensão principal e a correspondente
deformação é dada por
>
+
=
=
0,00008 se
5001
00008,0 se E
1
1
cr21
c1
11cc1
ε
ε
σαα
σ
εεσ
(4.51 a-b)
onde:
=
1
α 1, para barras com nervuras;
=
1
α 0,7, para barras lisas;
=
1
α
0, para barras não aderentes;
=
2
α 1, para carga rápida monotônica;
=
2
α 0,7, para carga mantida e ou cíclica;
ccr
f33,0σ
= ;
c
f
- resistência à compressão do concreto em MPa.
Os autores acima referidos propõem a seguinte relação entre as tensões
principais de compressão e as respecticas deformações:
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
42
=
2
c
2
c
2
maxc2c2
2
ε
ε
ε
ε
σσ
(4.52)
onde
=
c
1
cmaxc2
34,0
8,0
1
f
ε
ε
σ
(4.53)
As deformações principais
1
ε e
2
ε podem ser obtidas pelas relações do círculo
de Mohr em função das deformações do painel referidas aos eixos x e y.
Na formulação empregada neste trabalho o aço é considerado como uma
material elastoplástico perfeito.
4.4.2. Capacidade de transmissão de tensão através das fissuras
Um dos problemas encontrados para a formulação do MPE consiste na
determinação das tensões
yx
σ,σ e
xy
τ , atuantes em um painel fissurado, a partir das
deformações correspondentes
yx
ε,ε e
xy
γ . Para isso, no presente trabalho, é utilizada a
Teoria do Campo de Compressão Modificado, proposta por Vecchio & Collins (1986).
A figura 4.7 mostra as tensões atuantes em um plano 1-1, paralelo às fissuras e
localizado entre duas delas, e ao longo do plano 2-2 que coincide com a superfície de
uma fissura. Na superfície de uma fissura as tensões de tração do concreto são nulas,
podendo existir tensões de cisalhamento
ci
v e de compressão
ci
f quando as armaduras
em pelo menos uma das direções estiverem escoando (Vecchio & Collins 1986). Nesta
situação, as últimas tensões acima citadas são necessárias para manter o equilíbrio do
elemento de painel e surgem devido à rugosidade da superfície fissurada a qual é gerada
pelo intertravamento dos agregados (figura 4.8).
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
43
Figura 4.7 - Tensões atuantes em uma seção entre fissuras e ao longo de uma fissura
-Vecchio & Collins (1986)
Figura 4.8 - Tensões devidas ao intertravamento dos agregados
-Vecchio & Collins (1986)
Para a direção perpendicular às fissuras, a força resultante sobre o plano 1-1
deve ser equivalente àquela atuante no plano 2-2, levando à seguinte equação,
ααρσααρσ
α
α
ρ
σ
α
α
ρ
σ
σ
coscossensen
coscossensen
sycr,sxsxcr,sx
sysysxsxc1
+
=
++
(4.54)
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
44
onde
sysx
σ,σ
- tensões nas armaduras dispostas nas direções x e y, respectivamente, em uma
região entre fissuras;
cr,sycr,sx
σ,σ - tensões nas armaduras dispostas nas direções x e y, respectivamente, em
uma fissura;
c1
σ
- tensão de tração atuante no concreto existente entre fissuras;
α
- ângulo de inclinação das fissuras.
Em (4.54), as tensões de compressão
ci
σ
foram desprezadas.
Resolvendo a equação (4.54) para
C1
σ
, chega-se na equação
αρσσαρσσσ
2
sysycr,sy
2
sxsxcr,sxc1
cos)(sen)( -- +=
(4.55)
Fazendo o mesmo para a direção paralela às fissuras, resulta a equação
ααρσααρσ
α
α
ρ
σ
α
α
ρ
σ
cossencossenv
cossencossen
sycr,sxsxcr,sxci
sysysxsx
+
=
+
-
(4.56)
Através de (4.56), obtém-se a seguinte expressão para a tensão cisalhante
ci
v
α
α
σ
σ
ρ
σ
σ
ρ
cossen)]()([v
sycr,sysysxcr,sxsxci
---=
(4.57)
De acordo com Collins & Mitchell (1997), o valor de
ci
v é limitado pela
expressão (4.58), a qual depende da abertura da fissura, w
f
, do diâmetro máximo do
agregado graúdo, a, e da resistência do concreto à compressão.
16a
w24
3,0
)MPa(f18,0
v
f
c
ciMax
+
+
=
(4.58)
Segundo os mesmos autores, a abertura média das fissuras pode ser avaliada
pela seguinte equação
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
45
θ
ε
m1f
sw =
(4.59)
onde:
1
ε
- deformação principal de tração; e
θm
s - distância média entre fissuras.
O CEB-FIP Model Code (1978) sugere a seguinte expressão para a avaliação da
distância média entre fissuras:
mymx
θm
s
αcos
s
αsen
1
s
+
=
(4.60)
onde
mx
s - distância média entre fissuras na direção x;
my
s - distância média entre fissuras na direção y;
α
- ângulo de inclinação das fissuras em relação ao eixo x.
As distâncias médias entre fissuras
mx
s e
my
s são calculadas através da equação
genérica
ef
b
21m
d
KK
10
s
c2s
ρ
+
+=
(4.61)
onde
s- espaçamento máximo entre as barras na direção considerada (x ou y);
c- cobrimento das armaduras;
b
d - diâmetro das barras da armadura na direção considerada;
K
1
= 0,4, para barras nervuradas ou K
1
= 0,8, para barras lisas.
O coeficiente
K
2
é dado pela equação
ef
1
2
ef
1
2
2
)(25,0
K
ε
εε
+
=
(4.62)
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
46
sendo
ef
1
ε
e
2
ε
- deformação máxima e mínima de tração, respectivamente, dentro da área
efetiva de concreto, definida conforme a figura 4.10.
A taxa efetiva de aço,
ef
ρ , é dada pela seguinte equação
ef
S
ef
A
A
ρ =
(4.63)
onde A
S
é a área de aço na direção considerada e
ef
A é a chamada área efetiva, definida
como mostrado pelas regiões hachuradas da figura 4.9.
Figura 4.9 - Esquema ilustrativo da área efetiva
Como no painel as deformações têm distribuição uniforme nas direções x e y
(
2
ef
1
εε
=
), então, 25,0K
2
= .
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
47
4.4.3. Procedimentos para obtenção da tensão de cisalhamento do painel na análise
não linear
As tensões de cisalhamento atuantes nas bordas de um painel podem ser obtidas
a partir do vetor de deslocamentos {
p
u
}. Para isto adotam-se a hipótese de aderência
perfeita entre o aço e o concreto e os seguintes procedimentos:
1
o
) Determina-se a distorção
xy
γ através da equação (4.33);
2
o
) Considerando-se nulas as deformações médias nas direções x e y (
x
ε =
y
ε = 0) e
tendo-se o valor de
xy
γ
, obtém-se as deformações principais
1
ε e
2
ε , e suas respectivas
direções, pelas relações do círculo de Mohr das deformações;
3
o
) Utilizando-se as relações constitutivas (4.51) e (4.52), determinam-se as tensões
principais no concreto
c1
σ
e
c2
σ
;
4
o
) A partir das equações (4.35), (4.36), (4.38), e (4.39), chegam-se nas seguintes
expressões para o cálculo das tensões atuantes nas armaduras
sx
2
c2
2
c1
sx
)cossen(
ρ
ασασ
σ
+
=
sy
2
c2
2
c1
sy
)sencos(
ρ
ασασ
σ
+
=
(4.64 a-b)
sendo
α ângulo entre a direção principal 1 e o eixo y (figura 4.5).
5
o
) Com valores de
sx
σ ,
sy
σ
,
c1
σ
e
c2
σ
obtém-se as tensões nas armaduras em uma
fissura
cr,sx
σ e
cr,sy
σ e a tensão cisalhante
ci
v , através das equações (4.54) e (4.56).
6
o
) Caso o valor absoluto de
ci
v ultrapasse
ciMax
v , dado pela equação (4.58), adota-se
para
ci
v este último valor e, em seguida, recalcula-se
c1
σ
,
cr,sx
σ e
cr,sy
σ utilizando-se
novamente as equações (4.54) e (4.56);
7
o
) Como
xyc
ττ =
pela equação (4.37), resulta, usando o círculo de Mohr para as
tensões, a seguinte expressão:
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
48
α
σ
σ
ττ
2sen
2
c1c2
xyc
+
==
(4.65)
Através dos valores da tensão
xy
τ e das correspondentes distorções
xy
γ ,
determina-se a curva tensão - deformação não linear do painel. A figura 4.11 ilustra um
exemplo de tal curva.
Figura 4.10 - Curva tensão - deformação do painel
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
49
Capítulo 5
Aspectos da Análise Estrutural
5.1. Considerações iniciais
Em uma análise linear usando o MPE, admite-se que tanto o enrijecedor, quanto
o painel, tem um comportamento elástico linear. Tal análise é normalmente utilizada em
projetos para obtenção das armaduras. De acordo com Blaauwendraad & Hoogenboom
(1996), as armaduras encontradas através dos esforços obtidos em uma análise linear
geralmente atendem às exigências de projeto. No presente trabalho, os resultados da
análise linear são utilizados para se obter as armaduras de partida para a execução da
análise não linear.
5.1.1. Transformações de coordenadas para os enrijecedores
O enrijecedor apresenta, a nível local, três graus de liberdade paralelos ao seu
eixo e numerados conforme mostra a figura 5.1.
Figura 5.1 - Coordenadas locais de um enrijecedor.
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
50
Tratando um enrijecedor como elástico linear, sua matriz de rigidez relativa às
coordenadas locais é aquela dada em (3.38). Para encontrar a correspondente matriz de
rigidez referida às coordenadas globais, é utilizada uma matriz de rotação
][
S
β
montada através da transformação de coordenadas apresentada na figura 5.2.
[
S
β
]
(a)
(b)
Figura 5.2 - Transformação de coordenadas locais (a) para coordenadas globais (b) de um
enrijecedor.
Com base na figura 5.2, as equações que relacionam os deslocamentos locais e
globais são as seguintes:
θθ
senucosuu
eg
2
eg
1
e
1
+=
eg
5
e
2
uu =
θθ
senucosuu
eg
4
eg
3
e
3
+=
(5.1
a-c)
onde
e
1
u ,
e
2
u ,
e
3
u - deslocamentos locais do enrijecedor;
eg
1
u ,
eg
2
u ,
eg
3
u ,
eg
4
u ,
eg
5
u - deslocamentos globais do enrijecedor; e
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
51
θ - ângulo que o eixo do enrijecedor faz com a direção x.
Em forma matricial, as equações (5.1 a-c) podem ser expressas por:
{
u
e
}= [
S
β
]{u
eg
}
(5.2)
sendo
}u u u{}u{
e
3
e
2
e
1
T
e
=
}u u u u u{}u{
eg
5
eg
4
eg
3
eg
2
eg
1
Teg
=
=
00sencos0
10000
000sencos
S
θθ
θθ
β
Analogamente, pode-se mostrar que os esforços locais estão relacionados com
os esforços globais pela equação:
{
f
eg
}= [
S
β
]
T
{f
e
}
(5.3)
sendo
{
f
e
} - vetor de esforços locais no enrijecedor;
{
f
eg
} - vetor de esforços globais
Por sua vez, a relação entre deslocamentos e esforços referidos às coordenadas
globais pode ser escrita na forma:
{
f
eg
}= [K
gs
]{u
eg
} (5.4)
onde [
K
gs
] é a matriz de rigidez global do enrijecedor.
Do mesmo modo, a relação entre os esforços referidos às coordenadas locais e
seus respectivos deslocamentos locais é dada por:
{
f
e
}= [K
s
]{u
eg
} (5.5)
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
52
Daí, usando as equações (5.2), (5.3), (5.4) e (5.5), obtém-se a seguinte expressão
para determinação da matriz de rigidez global do enrijecedor:
[
K
gs
] = [
S
β
]
T
[K
s
][
S
β ]
(5.6)
onde:
[
S
β
] - matriz de rotação do enrijecedor;
[
S
β
]
T
- transposta da matriz de rotação do enrijecedor.
A matriz calculada em (5.6) é utilizada para calcular as contribuições do
elemento na matriz de rigidez da estrutura.
5.1.2. Transformações de coordenadas para os painéis
Conforme foi visto no capítulo 4 (figura 4.2), o painel apresenta, a nível de
coordenadas locais, quatro graus de liberdade paralelos às suas faces
Todo o procedimento para se determinar a matriz de rigidez local do painel está
descrito no capítulo 4. Para o caso específico da análise linear, a variável
*
G que figura
na expressão da rigidez D é dada pela equação
)1(2
E
G
c
*
ν
+
=
(5.7)
onde:
c
E - módulo de elasticidade do concreto não fissurado ;
ν - coeficiente de Poisson para o concreto não fissurado.
A transformação entre coordenadas locais e globais para os painéis, conforme
esquematizado da figura 5.4, é efetuada através da matriz de rotação
][
p
β
.
Analisando a última figura citada, chega-se às seguintes relações entre os deslocamentos
locais e globais:
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
53
[
p
β
]
(a) (b)
Figura 5.3 - Relação entre as coordenadas locais (a) e as coordenadas globais (b) do
painel
pg
1
p
1
uu =
pg
2
p
2
uu =
pg
3
p
3
uu =
pg
4
p
4
uu =
(5.8
a-d)
onde:
p
1
u ;
p
2
u ;
p
3
u ;
p
4
u - deslocamentos locais do painel;
pg
1
u ;
pg
2
u ;
pg
3
u ;
pg
4
u - deslocamentos globais do painel.
Em forma matricial, as equações (5.8 a-d) podem ser expressas por:
{
u
p
}= [
p
β
]{
pg
p
u }
(5.9)
sendo:
=
T
p
}u{ {
p
1
u
p
2
u
p
3
u
p
4
u}
=
Tpg
p
}u{ {
pg
1
u
pg
2
u
pg
3
u
pg
4
u}
p
β
=
10 0 0
0 10 0
0 0 1 0
0 0 0 1
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
54
De modo análogo aos enrijecedores, matriz de rigidez do painel com relação às
coordenadas globais é dada por:
[
gp
K ] = [
p
β
]
T
[
P
K ][
p
β
]
(5.10)
onde:
[
gp
K ] - matriz de rigidez do painel relativa às coordenadas globais;
[
P
K ] - matriz de rigidez do painel relativa às coordenadas locais;
[
P
β
] - matriz de rotação do painel;
[
P
β
]
T
- transposta da matriz de rotação do painel.
5.2. Formulação da análise não linear
5.2.1. Estratégia de controle da análise
Nesta seção apresentam-se os procedimentos utilizados para a análise não linear
incremental iterativa das estruturas aqui consideradas. Os efeitos não lineares levados
em conta são aqueles de natureza física.
Utiliza-se na formulação um método numérico incremental iterativo que adota
como parâmetro de controle para a determinação dos incrementos de carga uma certa
quantidade de trabalho. Esta estratégia de controle é chamada de Método do Controle de
Trabalho.
Este método impõe como condição básica para a determinação dos incrementos
de carga a constância do trabalho realizado pelos mesmos ao longo dos correspondentes
incrementos de deslocamentos.
De maneira geral, na análise não linear, através de procedimentos iterativos
chega-se a uma equação incremental de equilíbrio na forma da equação (5.11)
1i
__
1-i
}F{}R{{K
+=
ii
λD}][
(5.11)
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
55
onde:
[]
1i
K
- matriz de rigidez da estrutura, na iteração i-1;
i
D}
{ - vetor dos incrementos de deslocamentos na iteração i;
i
λ
- fator de carga correspondente à iteração i;
}R{
__
- vetor das cargas de referência;
}F{
i-1
- vetor das forças desequilibradas existentes no final da iteração i-1.
Pela equação (5.11), o vetor dos incrementos de cargas obtidos na iteração i é
dado pela equação (5.12).
i
}R{
ii
λR}{ =
(5.12)
Nesta formulação, o vetor dos incrementos de deslocamento
i
}D{
é
decomposto em dois vetores
i
}D{
e
i
}D{
, conforme mostrado na equação (5.13).
i
}D{{
+=
iii
}DλD}{
(5.13)
Substituindo a equação (5.13) na equação (5.11), resultam:
[]
}R{{ K
1i
=
i
}D
[]
}F{}D{ K
1-i
=
i
i-1
(5.14 a -b)
Definindo-se, de maneira conveniente, um valor para o incremento de trabalho
w
a ser utilizado como controle da análise, as expressões básicas do método resultam
da imposição de que em cada passo incremental, os incrementos de carga referentes à
primeira iteração sejam tais que o trabalho dos mesmos ao longo dos incrementos de
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
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56
deslocamento seja sempre igual a
w
e que nas iterações subseqüentes do mesmo passo
incremental o trabalho realizado seja nulo. Dessa forma, chega-se com:
w}R{}D{
11
T
λ
=
(5.15)
No início de cada passo incremental o vetor de forças desequilibradas {F}
i-1
é
nulo, sendo assim, na primeira iteração de cada passo incremental tem-se, tomando
como base as equações (5.13) e (5.14 b) ,
}0{}D{ =
e }D{}D{
1
λ
= .
Substituindo esse valor de
}D{
, obtido na primeira iteração do passo
incremental, na equação (5.15), chega-se em uma expressão que determina o valor do
fator de carga
λ
na referida iteração:
}R}{D{
w
T
1
λ
±=
(5.16)
Para as demais iterações, conforme já mencionado,
0w =
e 0}D{
.
Fazendo as devidas substituições nas equações (5.15) e (5.13), chega-se à seguinte
expressão para o fator de carga nas demais iterações:
}R{}D{
}R{}D{
i
T
i
T
i
λ
=
(5.17)
para i = 2,3,4 ...
Conforme mostra a equação (5.16), é necessário definir um sinal para o fator de
carga da primeira iteração. Uma maneira de definir tal sinal é impor que o
desenvolvimento da análise, em seus vários passos, seja efetuado em um único sentido
ao longo da trajetória de equilíbrio da estrutura. Isto equivale a dizer que no caso
simples de uma única carga e um só deslocamento, a trajetória de equilíbrio da estrutura
é percorrida em um único sentido durante a análise. A vantagem do Método do Controle
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
57
de Trabalho, em relação ao tradicional Método de Newton-Raphson , é que ele pode ser
aplicado em qualquer tipo de trajetória de equilíbrio, ascendente, descendente e até
mesmo com reversões de deslocamentos.
A determinação do sinal de
1
λ
pode ser feita através da seguinte expressão
apresentada em Marques (1990):
0R{}R{}D{}D{
1o
T
11o
T
} +
λλ
(5.18)
onde
o
}D{
e
o
}R{
são, respectivamente, os vetores de incrementos totais de
deslocamento e de cargas do passo incremental anterior (passo i-1).
Colocando
1
λ
em evidência na equação (5.18), resulta a equação
0 }]R{}R{}D{}D[{
o
T
1o
T
1
+
λ
(5.19)
Denotando por H o termo entre colchetes em (5.19),
1
λ
pode ser calculado pela
seguinte expressão:
=
}R}{D{
w
)H(sinal
T
1
λ
(5.20)
sendo sinal(H) a função que associa à variavel independente H o seu próprio sinal.
5.2.2. Sistematização dos procedimentos da análise
Mostra-se no presente item um esquema geral das etapas do algoritmo
computacional desenvolvido para a análise não linear utilizando o Método do Controle
de Trabalho.
1
a
etapa: Montagem da matriz de rigidez inicial [
t
K ]
o
e do vetor de cargas }R{ da
estrutura
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
58
2
a
etapa: Determinação do trabalho de controle w
e do vetor de cargas de
referência
}R{ através das expressões:
C
}R{]K[}R{
w
1
ot
T
o
=
(5.21)
}R{
C
1
}R{ =
(5.22)
onde:
C - valor constante adotado convenientemente (por exemplo: C=10, 20, 30 ....)
3
a
etapa: Cálculo do fator de carga
1
λ
para o passo incremental de carga t, através das
equações (5.19) e (5.20) e impondo
}0{}D{
1
=
4
a
etapa: Atualização dos vetores de cargas e de deslocamentos na iteração 1 pelas
equações
1
1t
1
}R{}R{}R{
+=
(5.23)
1
1t
1
}D{}D{}D{
+=
(5.24)
onde os vetores
1
}R{
e
1
}D{
são dados por (5.12) e (5.13), rerspectivamente.
5
a
etapa: Obtenção dos esforços internos solicitantes nos elementos através de (5.25) e
(5.26) e atualização de suas matrizes de rigidez usando os procedimentos descritos no
item 5.2.3, na primeira iteração do passo incremental t
1e
1t
e1e
}D{]K[}S{
=
(5.25)
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
59
1e
1t
e1e
}S{}S{}S{
+=
(5.26)
onde:
1e
}S{
- vetor de incremento de esforços internos no elemento;
1t
e
]K[
- matriz de rigidez do elemento na última iteração do passo de carga t-1;
1e
}D{
- vetor de incremento de deslocamentos locais do elemento
1e
}S{ - vetor de esforços internos no elemento na iteração 1;
1t
e
}S{
- vetor de esforços internos do elemento na última iteração do passo
incremental t –1.
Após a obtenção das novas matrizes de rigidez dos elementos, monta-se a matriz
de rigidez atualizada
1t
]K[ da estrutura.
6
a
etapa: Cálculo do vetor de forças desequilibradas
1
}F{ na iteração 1 do passo de
carga t por
1t11
}}R{}F{ {S-=
(5.27)
onde
1
}R{ é o vetor de forças externas da estrutura na iteração 1 do passo de carga t e
1t11
}}R{}F{ {S-=
(5.28)
1t
1t
t1t
}S{}S{}S{
+=
(5.29)
11t1t
}D{]K[}S{
=
(5.30)
com
1t
}S{ e
1t
t
}S{
indicando os vetores das ações nodais nos elementos
rotacionados na direção das coordenadas globais, respectivamente, para a iteração 1 do
passo de carga t e para a última iteração do passo de carga t-1. E, finalmente,
1t
}S{
é o
vetor de incremento das ações nodais nos elementos relativos às coordenadas globais.
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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______________________________________________________________________________
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60
7
a
etapa: Cálculo do erro e teste de convergência
O cálculo do erro e a verificação de convergência para a iteração 1 são feitos
através da seguinte expressão (Marques, 1990):
Tol
n
}F{
Erro
1
1
=
µ
(5.31)
onde:
1
}F{ - norma Euclidiana do vetor de forças desequilibradas;
n - número de graus de liberdade da estrutura;
1
µ
- valor absoluto da relação entre a intensidade de qualquer carga não nula
atualizada e seu correspondente valor em {
R
};
Tol - tolerância adotada (usualmente entre 0,001 e 0,000001).
8
a
etapa:Cálculo do fator de carga para iterações subseqüentes e atualização de variáveis
Ao final de cada iteração, verifica-se se o erro calculado por (5.31) é menor que
a tolerância adotada. Se for menor, passa-se para o próximo passo de carga, senão,
efetua-se nova iteração com o fator de carga obtido pela equação (5.17).
Após a determinação do fator de carga repete-se a 4
a
, 5
a
, 6
a
e 7
a
etapa até que a
condição de convergência seja atendida.
5.2.3. Atualização da matriz de rigidez dos elementos
No caso de uma análise não linear, as matrizes de rigidez dos elementos podem
variar de uma iteração para a outra, a depender do nível de deformação em que se
encontra o elemento. As etapas utilizadas para a atualização de tais matrizes são
apresentadas a seguir.
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Modelo de Painéis Enrijecidos
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______________________________________________________________________________
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61
- Atualização da matriz de rigidez dos enrijecedores
Etapa 1: Em cada iteração genérica i, obtém-se as forças nodais
321
f e f ,f
atuantes no enrijecedor;
Etapa 2: Determinam-se os valores do esforço normal nas extremidades do
enrijecedor ,
1
N e
2
N , através das equações
11
fN
=
e
32
fN
=
;
Etapa 3: Através de um processo de interpolação linear entre
1
N e
2
N , os
valores do esforço normal são calculados nos pontos de integração definidos na tabela
3.1;
Etapa 4: Com o valor do esforço normal em cada ponto de integração, usando a
relação constitutiva do enrijecedor descrita no item 3.3, obtém-se o valor de
dN/d
ε
em cada um dos referidos pontos;
Etapa 5: Determina-se a matriz de flexibilidade do enrijecedor utilizando as
equações (3.33) a (3.36);
Etapa 6: Conhecendo-se a matriz de flexibilidade, chega-se à matriz de rigidez
através da equação (3.37).
- Atualização da matriz de rigidez dos painéis
A determinação da matriz de rigidez de um painel no início do passo iterativo
i+1 segue as seguintes etapas:
Etapa 1: Determina-se as distorções
i
γ
e
1i
γ
correspondentes às iterações i e i-
1, respectivamente, através da equação (4.33);
Etapa 2: Calcula-se as tensões cisalhantes
i
xy
τ
e
1i
xy
τ
segundo os procedimentos
descritos na seção 4.4.3;
Etapa 3: Usando a equação
1ii
1i
xy
i
xy
*
G
=
γγ
ττ
, determina-se
*
G
;
Etapa 4: A matriz de rigidez é obtida através dos procedimentos descritos na
seção 4.2;
Os painéis localizados em região de flexão pura não sofrem distorção
γ
e, assim,
a diferença entre as distorções
i
γ
e
1i
γ
é nula, acarretando problemas numéricos na
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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______________________________________________________________________________
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62
análise. Para contornar este inconveniente, adota-se para tais painéis
*
G o valor dado
pela equação (5.7).
Quando a deformação de um painel corresponde ao ramo descendente de sua
relação constitutiva (
i
xy
τ
<
1i
xy
τ
), adota-se 0G
*
= e partir deste ponto vetor de
esforços internos no painel fica constante devido ao fato de o vetor de incremento de
esforços internos do painel ser nulo a partir deste ponto.
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63
Capítulo 6
Exemplos Numéricos
6.1. Considerações iniciais
Neste capítulo são apresentados os resultados encontrados nas análises de
exemplos numéricos, incluindo, além de valores dos esforços e deslocamentos, os
seguintes pontos:
-Estudo comparativo entre armaduras obtidas pelo (MPE) e por outros
métodos indicados para análise e projeto de estruturas com região “D”;
-Estudo do efeito da discretização sobre os esforços, armaduras e
deslocamentos;
-Comparação de diagramas carga-deslocamento encontrados pelo MPE através
de análises não lineares com outros obtidos experimentalmente;
-Comparação entre valores de esforços e armaduras resultantes de análises
lineares e não lineares.
6.2. Caso de uma viga de seção T dotada de abertura retangular na alma
Este exemplo trata de uma viga com seção T, apresentando uma abertura
retangular na alma, como mostrado na figura 6.1. A parte central da viga consiste em
uma região “D” caracterizada por descontinuidades de natureza mecânica e geométrica.
Esta viga foi analisada experimentalmente por Tan
et al. (1996a) para verificar um
modelo analítico simplificado que considera as partes localizadas acima e abaixo da
abertura como barras submetidas à flexão composta com forças cortantes (Mansur
et al.
1985). A tabela 6.1 apresenta as propriedades dos materiais que constituem a viga.
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
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64
Tabela 6.1 - Propriedades dos materiais da viga de seção T
Concreto Aço
(MPa)f
c
)(GPaE
c
)(mm
φ
)/(
2
cmkNf
y
)(GPaE
s
6,3 35,52 200
10 53,88 200
37 28,9
13 51,36 200
Figura 6.1- Viga de seção T com abertura na alma (medidas em metro)
6.2.1. Dimensionamento e análise comparativa das armaduras
Para se fazer um estudo comparativo das armaduras obtidas pelo MPE com
aquelas empregadas por Tan
et al. (1996a), a viga foi inicialmente discretizada em
enrijecedores e painéis conforme mostrado na figura 6.2. Para tal discretização, os
esforços internos nos elementos constituintes foram encontrados mediante uma análise
linear e, em seguida, usando os procedimentos descritos nos itens 3.3 e 4.3, as
armaduras foram dimensionadas.
kN
kN
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Modelo de Painéis Enrijecidos
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65
Figura 6.2 - Discretização utilizada para a viga de seção T
Os enrijecedores horizontais localizados nas linhas abaixo da abertura possuem
seção transversal com 5 cm de altura e 20 cm de largura, enquanto que os demais
enrijecedores horizontais têm seção transversal com 10 cm de altura e 70 cm de largura.
Os enrijecedores verticais apresentam 10 cm de altura por 20 cm de largura. As
distâncias, medidas em metros, entre eixos dos enrijecedores estão apresentadas na
figura 6.3.
Figura 6.3 - Distâncias entre eixos dos enrijecedores (em metros)
A figura 6.4 mostra a distribuição e os valores dos esforços internos nos
enrijecedores (em kN) e das tensões cisalhantes nos painéis (kN/cm
2
) obtidos através da
análise linear acima mencionada e para cargas concentradas iguais a 120 kN. Este valor
corresponde à carga máxima de ruptura encontrada por Tan
et al. (1996a) no ensaio da
viga. Observa-se que, na figura 6.4, as tensões cisalhantes que solicitam cada painel
estão representadas pela letra V seguida do número de identificação do mesmo.
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
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______________________________________________________________________________
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66
Figura 6.4 - Distribuição e valores dos esforços normais e tensões cisalhantes
Considerando-se os valores dos esforços normais apresentados na figura 6.4 e as
áreas das seções transversais dos enrijecedores, chega-se à conclusão de que a maior
tensão de compressão atuante nos mesmos é de 6MPa. Assim sendo, pelo fato de tal
tensão ser menor que a resistência à compressão do concreto, torna-se dispensável o
emprego de armadura de compressão nos enrijecedores.
Como é observado na figura 6.4, a maior tensão cisalhante atua nos painéis 10 e
13 e, sendo assim, por motivo de simplificação, adotou-se a taxa de armadura calculada
para mesmos em todos os painéis localizados entre apoio e carga concentrada. Para os
demais painéis, considerando-se a ausência de tensões cisalhantes, foi empregada uma
taxa, considerada mínima, de 0,14%.
A figura 6.5 mostra o detalhamento das armaduras da estrutura obtidas através
do MPE e da discretização apresentada na figura 6.2, enquanto que a figura 6.6 mostra
as armaduras utilizadas por Tan
el al (1996).
Em termos de volume de aço, as armaduras obtidas pelo MPE apresentaram um
volume 21% maior do que aquelas empregadas por Tan
et al (1996), conforme pode ser
visto nas tabelas 6.2 e 6.3. Mesmo sendo teoricamente desnecessárias, foram adotadas
armaduras longitudinais nos enrijecedores comprimidos idênticas àquelas usadas pelos
autores acima citados.
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
67
Figura 6.5 - Armaduras da viga de seção T obtida pelo MPE
Figura 6.6 - Armaduras da viga de seção T utilizadas por Tan
et al (1996)
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
68
Tabela 6.2 - Quadro das armaduras obtidas pelo MPE
Tabela 6.3 - Quadro das armaduras utilizadas por Tan
et al. (1996)
Para fins de verificar a influência da discretização sobre as armaduras, a viga de
seção T foi também analisada usando o arranjo de enrijecedores e painéis mostrados na
figura 6.7. Utilizando tal discretização, os esforços obtidos através de uma análise linear
são aqueles mostrados na figura 6.8. As armaduras correspondentes a tais esforços estão
ilustradas na figura 6.9.
Como pode ser observado através das figuras 6.4 e 6.8, os esforços relativos às
duas discretizações são aproximadamente os mesmos, implicando em áreas de
armaduras praticamente iguais.
Quadro das armaduras
Bitola(mm) Comp(cm) Quant Nome Volume (m
3
)
16 365 2 N1 0,00147
12,5 325 9 N2 0,00359
10 325 1 N3 0,00026
6,3 106 16 N4 0,00053
6,3 130 34 N5 0,00138
6,3 70 2 N6 0,00004
6,3 75 20 N7 0,00047
Total 0,00774
Quadro das armaduras
Bitola(mm) Comp(cm) Quant Nome Volume (m
3
)
6,3 130 14 N5 0,00057
6,3 70 12 N6 0,00026
6,3 75 20 N7 0,00047
12,5 325 10 N2 0,00399
10 130 2 N8 0,0002
12,5 365 2 N10 0,0009
Total 0,00639
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
69
Figura 6.7 - Nova discretização para a viga de seção T.
Figura 6.8 - Valores dos esforços normais e tensões cisalhantes da viga de seção T
usando a discretização para a discretização mostrada na figura 6.7.
6.2.2. Diagramas carga-deslocamento para a viga de seção T
Tan
et al. (1996) submeteram a viga a um ensaio de flexão com incrementos de
carga de 5 kN até o colapso, obtendo o diagrama que relaciona o valor das cargas e o
deslocamento no meio do vão.
Visando confrontar resultados numéricos obtidos pelo MPE com aqueles
experimentais encontrados por Tan
et al. (1996), foram realizadas análises não lineares
da viga utilizando as discretizações ilustradas nas figuras 6.2 e 6.7.
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
70
A figura 6.9 ilustra a curva carga-deslocamento obtida através das análises não
lineares, baseadas na formulação incremental iterativa, juntamente com a curva
experimental resultante do ensaio de Tan
et al. (1996). Vale ressaltar que as curvas
carga-deslocamento correspondentes às duas discretizações acima mencionadas são
coincidentes. Nas duas simulações numéricas foram utilizadas as armaduras empregadas
no estudo experimental, as quais são mostradas na figura 6.6.
Figura 6.9 - Diagramas carga-deslocamento da viga de seção T
Como a formulação numérica empregada no presente estudo é baseada no
Teorema do Limite Inferior, era de se esperar que o valor teórico da carga de colapso
fosse menor do que aquele relativo ao ensaio da estrutura, conforme observado na figura
6.9.
Início da fissuração
dos enrijecedores
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
71
6.2.3. Comparação entre resultados das análises linear e não linear
Neste item, é feita uma comparação entre resultados correspondentes às análises
linear e não linear da viga de seção T.
Para obter os esforços da análise não linear, inicialmente utilizam-se as
armaduras obtidas através da análise linear. Com esta armadura, realiza-se uma análise
não linear até que seja atingida uma configuração de equilíbrio correspondente à carga
última teórica e, com os respectivos esforços, obtém-se uma nova armadura. Em
seguida, esta última é comparada com aquela obtida na análise linear. Se a diferença
entre elas for significativa, realiza-se nova análise não linear adotando-se a última
armadura encontrada. Tal processo é repetido até que a diferença entre duas armaduras
consecutivas seja considerada insignificante.
As figuras 6.10 e 6.11 mostram os diagramas finais de esforços normais e
tensões cisalhantes obtidos pelo processo iterativo acima descrito e utilizados para o
dimensionamento das armaduras ilustradas na figura 6.12. As armaduras encontradas
usando-se as duas opções de discretização e tais esforços resultaram praticamente
iguais. A tabela 6.4 apresenta mais detalhes sobre as referidas armaduras.
O valor da carga última teórica final, encontrado pelo referido processo iterativo
e uso da discretização mostrada na figura 6.2, foi de 106 kN, enquanto que para a
discretização da figura 6.7, o mencionado valor chegou a 111 kN, exibindo uma certa
dependência em relação ao arranjo dos elementos. Vale observar que para comparações
entre os esforços correspondentes às análises linear e não linear se faz necessário levar
em conta as diferenças entre os valores das cargas últimas das mesmas. Nestes casos os
esforços oriundos da análise linear devem ser corrigidos proporcionalmente
considerando os valores das mencionadas cargas últimas.
Ressalta-se que os esforços das figuras 6.10 e 6.11 correspondem às cargas
últimas das duas discretizações (106 kN e 111 kN, respectivamente).
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
72
Figura 6.10 - Diagrama de esforços normais e tensões cisalhantes para a análise não
linear obtido pela discretização mostrada na figura 6.2
Figura 6.11 - Diagrama de esforços normais e tensões cisalhantes para a análise não
linear obtido pela discretização mostrada na figura 6.7
-106
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
73
Tabela 6.4 - Quadro das armaduras para os esforços das análises não lineares.
Figura 6.12 - Armaduras da viga de seção T obtidas através das análises não lineares
Para uma melhor visualização dos resultados de esforço normal e tensões
cisalhantes das análises efetuadas para esta viga, é mostrada abaixo uma tabela com as
médias dos valores dos referidos esforços.
Quadro das armaduras
Bitola(mm) Comp(cm) Quant Nome Volume(m
3
)
16 365 2 N1 0,00147
12,5 325 8 N2 0,00319
6,3 112 12 N4 0,00042
6,3 130 32 N5 0,0013
6,3 70 2 N6 0,00004
6,3 75 20 N7 0,00047
8 325 3 N9 0,00049
Total 0
,
00738
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
74
Vale ressaltar que para obter a média do esforço normal em cada uma das
análises, utilizou-se todos o valores de pico do referido esforço, tomando cada um deles
com seu valor em módulo.
Tabela 6.5 - Valores médios do esforço normal e tensões cisalhantes para a viga de
seção T dotada de abertura retangular na alma
6.3. Caso de uma viga parede com reforços verticais
Este exemplo trata de uma viga parede biapoiada, enrijecida lateralmente e
submetida a uma carga concentrada no meio do vão, como mostrado na figura 6.13. A
mudança brusca na espessura da viga, no meio do vão e nas extremidades, a presença de
forças concentradas e a alta relação entre a altura da seção transversal e o vão
introduzem regiões “D” caracterizadas por descontinuidades de natureza mecânica e
geométrica.
Esta viga foi estudada por Shayanfar
et al. (1997) objetivando analisar a
influência da malha de elementos finitos sobre o comportamento carga – deslocamento
através de comparações entre os resultados numéricos e aqueles obtidos
experimentalmente. A tabela 6.6 apresenta as propriedades dos materiais que constituem
a viga.
Tabela 6.6 - Propriedades dos materiais
Concreto
Aço
25,2 20
10
35,3
200
)MPa(f
c
)GPa(E
c
)mm(
φ
)cm/kN(f
2
y
)GPa(E
S
Viga de seção T dotada de abertura retangular na alma
Análise Linear Análise Não Linear
Discretização
E. Normal T. Cisalhante E. Normal T. Cisalhante
utilizada Médio (kN) Média (kN/cm
2
) Médio (kN) Média (kN/cm
2
)
14 painéis 146,8 0,116 146,8 0,119
16 painéis 157,1 0,122 146,8 0,120
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
75
Figura 6.13 - Viga parede com mudança brusca de espessura nas extremidades e
no meio do vão
6.3.1. Dimensionamento e análise comparativa das armaduras
Para se fazer um estudo comparativo das armaduras obtidas pelo MPE com
aquelas empregadas por Shayanfar
et al. (1997), a viga foi inicialmente discretizada
conforme mostrado na figura 6.14. Assim como foi feito na viga do item 6.1, para esta
discretização os esforços internos nos elementos constituintes foram encontrados
mediante uma análise linear e, em seguida, usando os procedimentos descritos nos itens
3.3 e 4.3, as armaduras foram dimensionadas.
0,076
120 kN
0,1
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
76
Figura 6.14 - Discretização utilizada para a viga parede
Os enrijecedores horizontais possuem seção transversal com 10 cm de altura e
7,5 cm de largura, enquanto que os enrijecedores verticais têm seção transversal com 10
cm de altura e 22,3 cm de largura. As distâncias, medidas em metros, entre eixos dos
enrijecedores estão apresentadas na figura 6.15.
Figura 6.15 - Distâncias entre eixos dos enrijecedores (em metros)
A figura 6.16 mostra a distribuição e os valores dos esforços internos nos
enrijecedores (em kN) e das tensões cisalhantes nos painéis (kN/cm
2
) obtidos através da
análise linear acima mencionada e para carga concentrada igual a 120 kN. Este valor
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
77
corresponde à carga máxima de ruptura encontrada por Shayanfar
et al. (1997) no
ensaio da viga.
Figura 6.16 - Distribuição e valores dos esforços normais e tensões cisalhantes
Considerando-se os valores dos esforços normais apresentados na figura 6.16 e as áreas
das seções transversais dos enrijecedores, chega-se à conclusão de que a maior tensão
de compressão atuante nos mesmos é de 10,5 MPa. Assim sendo, pelo fato de tal tensão
ser menor do que o valor da resistência à compressão do concreto (tabela 6.6), torna-se
dispensável o emprego de armadura de compressão nos enrijecedores.
A figura 6.17 mostra o detalhamento das armaduras da estrutura obtidas através
do MPE e da discretização apresentada na figura 6.15, enquanto que a figura 6.18
mostra as armaduras utilizadas por Shayanfar
et al. (1997).
Em termos de volume de aço, as armaduras obtidas pelo MPE apresentaram um
volume de aço 25% menor do que aquelas empregadas por Shayanfar
et al. (1997),
conforme pode ser visto nas tabelas 6.7 e 6.8. Observa-se que as armaduras dos
enrijecedores tracionados apresentam um volume de aço superior ao de Shayanfar
et al.
(1997) enquanto que as armaduras dos painéis apresentam um volume de aço inferior
àquele das armaduras encontradas pelos autores do artigo. Mesmo sendo teoricamente
desnecessárias, foram adotadas armaduras longitudinais nos enrijecedores verticais
comprimidos idênticas às empregadas por Shayanfar
et al. (1997).
V1=V2=0,121 kN/cm
2
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
78
Figura 6.17 - Armaduras da viga parede obtida pelo MPE
Figura 6.18 - Armaduras da viga parede utilizadas por Shayanfar
et al. (1997)
2XN1
6XN6
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Tabela 6.7 - Quadro das armaduras obtido pelo MPE.
Tabela 6.8 - Quadro das armaduras utilizadas por Shayanfar
et al (1997)
Para fins de verificar a influência da discretização sobre as armaduras, a viga
parede foi também analisada usando os arranjos de enrijecedores e painéis mostrados
nas figuras 6.19 e 6.20. Utilizando tais discretizações, os esforços obtidos através de
uma análise linear são aqueles mostrados nas figuras 6.21 e 6.22. As armaduras
correspondentes a tais esforços estão ilustradas nas figura 6.23 e 6.24.
Como pode ser visto nas tabelas 6.9 e 6.10, a armadura correspondente à
discretização da figura 6.19 apresentou um volume 22 % menor do que aquela relativa
à discretização da figura 6.20.
Quadro de armaduras
Bitola(mm) Comp(cm) Quant Nome Volume(m
3
)
12,5 177 2 N1 0,00043
8 177 4 N3 0,00036
8 71 8 N4 0,00029
10 54 15 N5 0,00064
10 71 18 N6 0,0010
Total 0,00272
Quadro de armaduras
Bitola(mm) Comp(cm) Quant Nome Volume(m
3
)
10 54 24 N5 0,00102
10 71 34 N6 0,00189
10 177 9 N7 0,00125
Total 0,00416
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
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Figura 6.19 - Segunda discretização para a viga parede
Figura 6.20 - Terceira discretização para a viga parede
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
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Figura 6.21 - Valores dos esforços normais e tensões cisalhantes para a discretização
mostrada na figura 6.19.
Figura 6.22 - Valores dos esforços normais e tensões cisalhantes para a discretização
mostrada na figura 6.20
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
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Figura 6.23 - Armaduras da viga parede obtidas pelo MPE através da discretização da
figura 6.19
Figura 6.24 - Armaduras da viga parede obtidas pelo MPE através da discretização da
figura 6.20
2XN1
6XN6
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
83
Tabela 6.9 - Quadro das armaduras obtido pela segunda discretização
Tabela 6.10 - Quadro das armaduras obtido pela terceira discretização
6.3.2. Diagramas carga - deslocamento para a viga parede
Shayanfar
et al. (1997) submeteram a viga a um ensaio de flexão até atingir o
colapso, obtendo o diagrama que relaciona o valor da carga e o deslocamento no meio
do vão.
Visando confrontar resultados numéricos obtidos pelo MPE com aqueles
experimentais encontrados por Shayanfar
et al. (1997), foram realizadas análises não
lineares da viga utilizando as discretizações ilustradas nas figuras 6.14, 6.19 e 6.20.
Quadro de armaduras
Bitola(mm) Comp.(cm) Quant. Nome Volume(m
3
)
12,5 177 2 N1 0,00043
8 177 4 N3 0,00036
8 71 8 N4 0,00029
10 54 15 N5 0,00064
10 71 18 N6 0,001
Total 0,00272
Quadro de armaduras
Bitola(mm) Comp.(cm) Quant. Nome Volume(m
3
)
12,5 179 2 N1 0,00044
8 179 5 N2 0,00045
8 179 5 N3 0,00045
8 69 10 N4 0,00035
10 54 15 N5 0,00064
10 71 18 N6 0,001
Total 0,00333
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
84
A figura 6.25 ilustra a curva carga-deslocamento obtida através das análises não
lineares, baseadas na formulação incremental iterativa, juntamente com a curva
experimental resultante do ensaio de Shayanfar
et al. (1997). Nas três simulações
numéricas foram utilizadas as armaduras empregadas no estudo experimental, as quais
são mostradas na figura 6.18.
Figura 6.25 - Diagramas carga-deslocamento da viga parede
Assim como a viga analisada no item 6.2, nas três discretizações, o valor teórico
da carga de colapso foi menor do que aquele relativo ao ensaio da estrutura, conforme
observado na figura 6.25.
Vale ressaltar que a discretização mostrada na figura 6.20 (discretização com 16
painéis) foi a única cuja curva carga-deslocamento não exibiu o trecho linear quase
horizontal apresentado pelas demais discretizações. A análise não linear forneceu
resultados aparentemente coerentes até uma carga de aproximadamente 80 kN, a qual
foi considerada como a carga última da estrutura ( figura 6.25). Vale ressaltar que
durante a análise não foi constatado qualquer esmagamento de enrijecedores ou
Início da fissuração dos enrijecedores
mais tracionados
(Fig 6.19)
(Fig 6.20)
(Fig 6.14)
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
85
escoamento das armaduras tracionadas. Mesmo assim, a formulação deixou de
apresentar valores fisicamente coerentes a partir do referido nível de carga.
6.3.3. Comparação entre resultados das análises linear e não linear
As figuras 6.26, 6.27 e 6.30 mostram os diagramas finais de esforços normais e
tensões cisalhantes obtidos pelo procedimento iterativo e utilizados para o
dimensionamento das armaduras ilustradas nas figuras 6.29 e 6.28. As armaduras
encontradas usando-se as três discretização analisadas e correspondentes esforços e
tensões resultaram praticamente iguais. As tabelas 6.11 e 6.12 apresentam mais detalhes
sobre as referidas armaduras.
O valor da carga última teórica final, encontrado pelo referido procedimento
iterativo para a discretização da figura 6.14, foi de 128 kN, enquanto que para as
discretizações das figuras 6.19 e 6.20, os valores encontrados foram de 138 kN e 133
kN, respectivamente. Vale frisar que os esforços das figuras 6.26, 6.27 e 6.28
correspondem à carga última experimental, ou seja, 120 kN.
Figura 6.26 - Diagrama de esforços normais e tensões cisalhantes para a análise não
linear obtido pela discretização mostrada na figura 6.14
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Figura 6.27 - Diagrama de esforços normais e tensões cisalhantes para a análise não
linear obtido pela discretização mostrada na figura 6.19
Figura 6.28 - Diagrama de esforços normais e tensões cisalhantes para a análise
não linear obtido pela discretização mostrada na figura 6.20
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
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Figura 6.29 - Armaduras da viga parede obtidas através das análises não lineares
das discretizações das figuras 6.14 e 6.19
Figura 6.30 - Armaduras da viga parede obtidas através da análise não linear
com uso da discretização mostrada na figura 6.20
6xN6
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
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Tabela 6.11 - Quadro das armaduras para os esforços das análises não lineares para
as discretizações mostradas nas figuras 6.14 e 6.19
Tabela 6.12 - Quadro das armaduras para os esforços da análise não linear para a
discretização mostrada na figura 6.20
A tabela abaixo mostra o valor médio dos picos de esforço normal atuantes nos
enrijecedores e o também a média das tensões cisalhantes em cada uma das análises
realizadas para esta estrutura.
Quadro de armaduras
Bitola(mm) Comp.(cm) Quant. Nome Volume (m
3
)
12,5 177 2 N1 0,00043
8 177 4 N3 0,00036
8 71 8 N4 0,00029
10 54 15 N5 0,00064
10 71 18 N6 0,00100
Total 0,00272
Quadro de armaduras
Bitola(mm) Comp.(cm) Quant. Nome Volume (m
3
)
12,5 177 1 N1 0,00022
8 177 4 N3 0,00036
8 71 10 N4 0,00036
10 54 18 N5 0,00076
10 71 18 N6 0,00100
10 177 2 N7 0,00028
Total 0,00298
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
89
Tabela 6.13 - Valores médios do esforço normal e tensões cisalhantes para a viga parede
com reforços verticais
6.4. Caso de uma viga parede com uma grande abertura
O presente exemplo consiste em uma viga parede biapoiada, com uma grande
abertura próxima ao apoio esquerdo e submetida a uma carga concentrada aplicada a 2,5
m do apoio direito, como mostrado na figura 6.31. A existência da abertura e de forças
concentradas, assim como a alta relação entre a altura da seção transversal e o vão da
viga geram regiões com descontinuidades de natureza mecânica e geométrica.
Esta viga foi estudada por Schlaich
et al (1987) objetivando validar o Método de
Bielas e Tirantes para o projeto de estruturas dotadas de regiões “D”. A tabela 6.14
apresenta as propriedades dos materiais que constituem esta viga.
Figura 6.31 - Viga parede com abertura próxima ao apoio (dimensões em metros)
Tabela 6.14 - Propriedades dos materiais.
Viga parede com reforços verticais
Análise Linear Análise Não Linear
Discretização
E. Normal T. Cisalhante E. Normal T. Cisalhante
utilizada Médio (kN) Média (kN/cm
2
) Médio (kN) Média (kN/cm
2
)
2 painéis 79,6 0,121 79,32 0,1200
4 painéis 79,2 0,119 68,83 0,1205
16 painéis
53,6
0,120
52,7
0,1180
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
90
Tabela 6.14 – Propriedades dos Materiais
Concreto Aço
)(MPaf
ck
)(GPaE
c
)(mm
φ
)/(
2
cmkNf
y
)(GPaE
s
16 43,4 200
12,5 43,4 200
10 43,4 200
8 43,4 200
17 30
6,3 43,4 200
6.4.1. Dimensionamento e análise comparativa das armaduras
Visando comparar as armaduras obtidas através do MPE com aquelas
empregadas por Schlaich
et al (1987), a viga foi inicialmente discretizada conforme
mostrado na figura 6.32. Assim como foi feito para as duas estruturas já apresentadas no
presente estudo, inicialmente os esforços internos nos enrijecedores e painéis foram
encontrados mediante uma análise linear e, em seguida, as armaduras foram
dimensionadas.
Figura 6.32 - Discretização utilizada para a viga parede com grande abertura
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Dissertação de Mestrado de João Gilberto Teixeira Silva
91
Todos os enrijecedores possuem seção transversal com 50 cm de altura e 40 cm
de largura, exceto aqueles localizados ao longo da linha vertical que coincide com o
lado direito da abertura, os quais têm seção transversal com 20 cm de altura por 40 cm
de largura. A figura 6.33 apresenta as distâncias, em metros, entre eixos dos
enrijecedores para a citada discretização.
‘’
Figura 6.33 - Distâncias entre eixos dos enrijecedores (em metros)
A figura 6.34 mostra a distribuição e os valores dos esforços normais nos
enrijecedores (em kN) e das tensões cisalhantes nos painéis (kN/cm
2
) obtidos através da
análise linear acima mencionada e para carga concentrada igual a 3000 kN. Este valor
corresponde à carga utilizada por Schlaich
et al. (1987) no estudo da viga através do
Método de Bielas e Tirantes.
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Figura 6.34 - Distribuição e valores dos esforços normais e tensões cisalhantes
Para os esforços normais apresentados na figura 6.34 e as seções transversais
adotadas para os enrijecedores comprimidos, a maior tensão de compressão atuante nos
mesmos é de 1,5 MPa. Portanto, como nos casos anteriores, também é dispensável o uso
de armaduras em tais enrijecedores.
Na figura 6.35 são mostrados os detalhes das armaduras calculadas através do
MPE e da discretização apresentada na figura 6.32, enquanto que a figura 6.36 mostra
as armaduras utilizadas por Schlaich
et al. (1987).
As armaduras obtidas pelo MPE apresentam um volume de aço 3% menor do
que aquelas obtidas pelo Método de Bielas e Tirantes em Schlaich
et al. (1987).
-1071,4
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Figura 6.35 - Armaduras da viga parede obtida pelo MPE
Figura 6.36 - Armaduras da viga parede utilizadas por Schlaich
et al. (1987)
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Para analisar a influência da discretização sobre as armaduras, a viga parede foi
também estudada considerando-se a combinação de painéis e enrijecedores ilustrada na
figura 6.37. Neste caso, os esforços e tensões encontrados através de uma análise
linearizada são aqueles mostrados na figuras 6.38. As armaduras correspondentes a tais
esforços estão ilustradas na figura 6.39.
Figura 6.37 - Nova discretização para a viga parede com abertura
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Figura 6.38 - Valores dos esforços normais e tensões cisalhantes para a discretização
mostrada na figura 6.37.
Figura 6.39 - Armaduras da viga parede obtidas pelo MPE usando a discretização da
figura 6.37
-1071,4
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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Os volumes de aço resultantes para a primeira e a segunda discretizações foram
de 0,085 m
3
e 0,108 m
3
, respectivamente. Assim, o aumento do número de elementos
usados na discretização implicou em um consumo de aço de aproximadamente 18%
maior.
6.4.2. Comparação entre resultados das análises linear e não linear
Através de análises não lineares, empregando o procedimento iterativo descrito
anteriormente, resulta a distribuição final de esforços mostrados nas figuras 6.40 e 6.41.
As armaduras encontradas pelo diagrama da figura 6.40 resultaram praticamente iguais
às aquelas ilustradas na figura 6.35, enquanto que as armaduras correspondentes ao
diagrama da figura 6.41 estão exibidas na figura 6.42. Estas últimas resultaram em um
volume de aço 12,3 % maior do que o volume encontrado com a primeira discretização
(figura 6.32) na análise não linear, e 5 % menor do que o volume de aço encontrado
para a mesma discretização na análise linear.
O valor da carga última teórica final, encontrado pelo referido procedimento
iterativo para a discretização da figura 6.32, foi de 3103 kN, enquanto que para a
discretização da figura 6.37, o valor encontrado foi de 3106 kN. Vale frisar que os
esforços das figuras 6.40 e 6.41 correspondem à carga de 3000 kN.
Figura 6.40 - Diagrama de esforços normais e tensões cisalhantes para a análise não
linear obtido pela discretização mostrada na figura 6.32
-
-1071,4
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
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-1071,4
Figura 6.41 - Diagrama de esforços normais e tensões cisalhantes para a análise não
linear obtido com a discretização mostrada na figura 6.37
Figura 6.42 - Armaduras da viga parede obtidas através da análise não linear
para a discretização da figura 6.37
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
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Similar ao que foi feito nos outros dois exemplos analisados, a tabela abaixo
mostra a média dos picos de esforço normal e a média das tensões cisalhantes obtidos
em cada uma das situações analisadas para esta estrutura.
Tabela 6.15 - Valores médios do esforço normal e tensões cisalhantes para a
viga parede com uma grande abertura
Capítulo 7
Viga parede com grande abertura
Análise Linear Análise Não Linear
Discretização
E. Normal T. Cisalhante E. Normal T. Cisalhante
utilizada Médio (kN) Média (kN/cm
2
) Médio (kN) Média (kN/cm
2
)
5 painéis 1250,00 0,0958 1252,25 0,0958
10 painéis 1075,38 0,0961 1095,00 0,0962
Viga parede com grande abertura
Análise Linear Análise Não Linear
Discretização
E. Normal T. Cisalhante E. Normal T. Cisalhante
utilizada Médio (kN) Média (kN/cm
2
) Médio (kN) Média (kN/cm
2
)
5 painéis 1250,00 0,0958 1252,25 0,0958
10 painéis 1075,38 0,0961 1095,00 0,0962
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Capítulo 7
Considerações Finais e Sugestões para Trabalhos Futuros
O presente estudo teve como objetivo a análise de estruturas dotadas de regiões
“D” através do Método dos Painéis Enrijecidos. A formulação implementada é do tipo
incremental-iterativo e fisicamente não linear, usando como estratégia de controle o
Método do Controle de Trabalho. Os painéis foram admitidos como submetidos apenas
a esforços de cisalhamento em seu contorno e os enrijecedores solicitados a esforços
normais.
Para o estudo dos painéis foi utilizada a Teoria do Campo de Compressão
Modificado e para os enrijecedores empregou-se a teoria convencional de barras
comprimidas e tracionadas, considerando-se neste último caso, os efeitos de
tension
stiffening.
Nas relações constitutivas dos enrijecedores e dos painéis adotou-se para o
concreto a relação tensão-deformação parabólica admitindo como valor máximo para
tensão no concreto o valor correspondente à deformação
c
ε
(Eq. 3.51), enquanto que o
aço foi admitido como elastoplástico perfeito sem fixação de um limite de deformação.
Na análise não linear, as relações constitutivas dos enrijecedores (Fig 3.4 ou 3.5)
e dos painéis (Fig 4.10) seguiam indefinidamente (sem limites de deformação), só
interrompendo a análise quando a estrutura entrasse em colapso. Considerou-se como
colapso da estrutura situações em que a matriz de rigidez da estrutura tornava-se
singular (seu determinante aproximadamente zero) ou quando o diagrama carga-
deslocamento da estrutura apresentava um comportamento incoerente.
Foram apresentados os resultados de três exemplos, selecionados entre aqueles
analisados durante o estudo. Com os resultados obtidos foram efetuadas as seguintes
comparações: taxas de armadura obtidas pelo MPE e por outro método alternativo;
curva carga-deslocamento experimental e curva carga-deslocamento teórica obtida
através de uma análise não linear; taxas de armaduras fornecidas através de diferentes
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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100
discretizações e, para finalizar, taxas de armadura dadas pelos esforços internos
determinados pela análise linear e por aqueles obtidos através de análise não linear.
No que se refere às taxas de armaduras encontradas com os esforços obtidos
pelos diferentes métodos confrontados, observou-se que, na maioria dos casos
analisados, aquelas relativas aos esforços fornecidos pelo MPE resultaram inferiores às
taxas correspondentes aos esforços calculados pelos outros métodos.
Comparando os diagramas de esforços obtidos através dos dois tipos de análises
implementados, verificou-se que a diferença entre os esforços variou em média 3,4 %
no que se refere ao valor do esforço normal e 1,2 % para as tensões cisalhantes.
À medida que se aumentava a quantidade de elementos na discretização dos
exemplos analisados, notou-se que média das tensões cisalhantes atuantes nos painéis
variaram em torno de 2% enquanto que a média do esforço normal atuante nos
enrijecedores variou 13,5 %. Como pode ser observado nas tabelas 6.5, 6.13 e 6.15, à
medida que se aumentava a quantidade de elementos na discretização o valor da média
de esforço normal diminuía, com exceção da média obtida com discretização da figura
6.7.
As médias de esforço normal obtidas com a análise não linear foram menores do
que aquelas obtidas na análise linear, com exceção das médias obtidas com as
discretizações das figuras 6.32 e 6.37, cujas médias de esforço normal na análise não
linear foram em média 1% maior do que as médias obtidas com a análise linear (tabela
6.15).
Nos exemplos analisados, observou-se que as cargas de colapso obtidas nas
curvas carga-deslocamento teóricas resultaram abaixo daquelas obtidas
experimentalmente e disponíveis na literatura. Este resultado é compatível com o que
postula o Teorema do Limite Inferior, no qual se fundamenta o Método dos Painéis
Enrijecidos.
No exemplo analisado no item 6.2, as curvas carga-deslocamento
correspondentes às duas discretizações empregadas resultaram praticamente iguais. Em
tal exemplo utilizou-se uma armadura mínima de 0,14% para os painéis localizados
entre as duas cargas concentradas, pelo fato destes painéis não estarem submetidos a
tensões cisalhantes. O objetivo da armadura mínima adotada é controlar a fissuração
dos referidos painéis.
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Modelo de Painéis Enrijecidos
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Reconhecidamente, os procedimentos para discretização e detalhamento de
armaduras das estruturas projetadas pelo MPE são relativamente simples. No entanto,
há necessidade da realização de comparações com resultados experimentais de
elementos estruturais, com armaduras obtidas e detalhadas com base no MPE, para que
se tirem conclusões definitivas a respeito da sua eficiência como ferramenta para
projetos estruturais. Vale ressaltar que o fato do concreto não ser, a rigor, um material
elastoplástico perfeito, reforça a necessidade de se conhecer mais resultados de testes
experimentais, especialmente no que se refere aos estudos relacionados com a
ductilidade de estruturas de concreto armado.
Verificou-se durante o estudo que as trajetórias de equilíbrio apresentavam
sensibilidade com relação ao valor do trabalho utilizado como controle da análise. Daí,
a necessidade de se adotar com cautela o valor do trabalho
w
. Nas análises efetuadas
no presente estudo, os valores de
w
foram adotados após verificações do
comportamento das forças desequilibradas em análises preliminares.
Como sugestões para trabalhos futuros, propõe-se o desenvolvimento de uma
formulação em três dimensões para analisar, por exemplo, vigas caixão submetidas à
torção.Também é sugerida a extensão do método para o estudo de estruturas em
concreto protendido e uma formulação alternativa e consistente para a matriz de rigidez
de painéis submetidos a tensões normais e de cisalhamento ao longo de seus lados.
Contribuição ao projeto de elementos estruturais de concreto armado com descontinuidade através do
Modelo de Painéis Enrijecidos
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102
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