Ribeiro, Adolfo M. Fatores de risco para mortalidade neonatal em crianças com baixo peso . . .
Capítulo 3 - Artigo Original
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Todas as variáveis que apresentaram, na análise univariada, RR com
significância estatística, foram submetidas, em cada nível de determinação, à
regressão logística. Nesta etapa analítica, as variáveis que mostraram associação
com a mortalidade neonatal (OR ajustado com p<0,05) encontram-se na Tabela 4. A
evolução do Apgar, do primeiro ao quinto minuto de vida, não foi introduzida na
análise multivariada, por ter sido construída a partir de duas variáveis já existentes
(Apgar no primeiro e no quinto minutos de vida).
No nível distal das três variáveis incluídas na regressão logística, a
escolaridade materna não apresentou significância estatística e foi excluída. O
nascimento em hospital do SUS (OR=1,49) apresentou risco para o óbito neonatal
discretamente superior ao fator de exposição referente à mãe sem companheiro
(OR=1,36). No nível intermediário, das cinco variáveis incluídas, a complexidade do
hospital de nascimento foi excluída. Neste grupo de determinantes, o Apgar inferior a
7 no primeiro minuto (OR=7,86), representou o fator de exposição com maior risco,
seguido do Apgar inferior a 7 no quinto minuto (OR=7,25), do número de consultas
de pré-natal entre 0 e 6 (OR=2,01) e do parto vaginal (OR=1,64). Por fim, no nível
proximal, das seis variáveis incluídas, a idade materna foi excluída. Neste grupo de
determinantes, os seguintes fatores de exposição, por ordem decrescente do risco,
apresentaram OR com significância estatística: peso ao nascer inferior a 2000g
(OR=8,74), prematuridade (OR=5,60), presença de malformação congênita (OR=
5,50), número de filhos vivos maior ou igual a 6 (OR=1,99) e sexo masculino
(OR=1,54).
Todas as variáveis que apresentaram OR com significância estatística,
em cada nível de determinação da mortalidade neonatal, foram submetidas, em
conjunto, a uma nova regressão logística (Tabela 5). Das onze variáveis incluídas no
modelo, três foram excluídas: duas referentes aos determinantes distais (tipo do
hospital de nascimento e situação conjugal materna) e uma referente aos
determinantes proximais (número de filhos vivos). Permaneceram, portanto,
associadas com a mortalidade neonatal (p<0,05), quatro variáveis do nível
intermediário e quatro do nível proximal. Foram elas, em ordem decrescente do valor
do risco: Apgar, no 5º minuto, inferior a 7 (OR=5,38), peso ao nascer abaixo de
2000g (OR=5,30), presença de malformação congênita (OR=4,46), Apgar, no 1º