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OLGER DE SOUZA TORNIN
Avaliação da concordância interobservadores na análise do
envolvimento da artéria carótida por linfonodos cervicais metastáticos
do trato aerodigestório superior, por meio de tomografia
computadorizada
Dissertação de Mestrado apresentada ao
CPG em Ciências da Saúde do Hospital
Heliópolis – HOSPEL para a obtenção do
Título de Mestre em Ciências da Saúde
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Pires de Souza
SÃO PAULO
2006
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Livros Grátis
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Preparada pela Bibliotecária
Lic. Rogéria Cristina Dias – CRB-8
a
/ 7382
reprodução autorizada pelo autor
Tornin, Olger de Souza
Avaliação da concordância interobservadores na análise do envolvimento
da artéria carótida por linfonodos cervicais metastáticos do trato aerodigestório
superior, por meio de tomografia computadorizada / Olger de Souza Tornin. --
São Paulo, 2006.
Dissertação(mestrado)—Hospital Heliópolis. Curso de Pós-Graduação
em Ciências da Saúde.
Orientador: Ricardo Pires de Souza
Descritores: 1.Avaliação 2.Carcinoma de células escamosas
3.Metástase neoplásica 4.Neoplasias de cabeça e pescoço 5.Tomografia
por raios x
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DEDICATÓRIA
II
Aos meus pais, Luiz e Eni, pelo incentivo
constante e apoio em todos os momentos da minha
vida.
À Luana Coelho de Luca, minha namorada,
pelo amor, ajuda, compreensão e paciência
incondicionais, nas longas horas de dedicação e
estudo durante a execução desta Dissertação.
À Renata, minha irmã, simplesmente pela sua
existência.
AGRADECIMENTOS
IV
Ao Prof. Dr. Ricardo Pires de Souza, orientador, pela constante crítica,
paciência e inspiração.
À Prof
a
. Dra. Claudia da Costa Leite, Chefe da Ressonância Magnética da
Universidade de São Paulo, pela oportunidade, atenção e amizade, exemplo
de profissionalismo.
Ao Prof. Dr. Abrão Rapoport, Coordenador da Pós-Graduação do Hospital
Heliópolis, pelo talento e dinamismo de saber vencer as enormes
adversidades, sem esmorecer.
Aos Radiologistas Dr. Ademar José de Oliveira Paes Junior, Dr. Fábio da
Mota Gonzalez, Dr. Flamarion de Barros Cordeiro e Dra. Ilka Yamashiro,
não só pela análise das imagens, sem as quais este trabalho não seria
possível, mas também pelo exemplo e estímulo nesta incipiente vida
acadêmica.
Ao Prof. Dr. José Francisco Sales Chagas, Professor do Curso de Pós-
Graduação do Hospital Heliópolis, pelo incentivo e conselhos durante o
período da Pós-Graduação em Campinas que resultaram na defesa deste
projeto.
Ao Prof. Dr. Carlos Alberto Marcovechio Fonseca, Cirurgião do Hospital
Heliópolis, pela disponibilidade, paciência e integridade, qualidades dos
autênticos mestres.
Ao Dr. Wagner Moraes Barros, Chefe do Serviço de Diagnóstico por
Imagem do Hospital Heliópolis, pelo incentivo para ingressar neste projeto.
Ao meu melhor amigo, colega médico, sócio Dr. Renato Assayag Botelho
que foi essencial na finalização desta dissertação.
V
Às Funcionárias do Hospital Heliópolis Conceição Prado, Maria Ascenção
e Selma Pagotto pela ajuda e carinho.
Aos Médicos Assistentes do Serviço de Diagnóstico por Imagem do
Hospital Heliópolis, pelo apoio na busca do conhecimento na especialidade
de Radiologia e Diagnóstico por Imagem.
Aos Residentes do Serviço de Diagnóstico por Imagem do Hospital
Heliópolis, pelo estímulo e ajuda durante o cumprimento dos créditos.
À amiga Sandra P. de Barros, pelos conselhos e pela ajuda na trajetória
final deste trabalho.
À Rosicler Aparecida de Melo, Secretária da Pós-Graduação pela ajuda
incondicional, paciência, força e incentivo.
À Renata de Souza e Inocêncio Becker, Bacharéis em Letras, pela revisão
da ortografia dos textos em Língua Inglesa e Língua Portuguesa,
respectivamente.
A todos os funcionários do Curso de Pós-graduação do Hospital
Heliópolis, do Serviço de Diagnóstico por Imagem, do Serviço de Cirurgia de
Cabeça e Pescoço e do Serviço de Anatomia Patológica, pela colaboração
nesta dissertação.
Aos pacientes, dos quais foram originados os exames, meu agradecimento
especial.
Aos alunos do Curso de Pós-Graduação do Hospital Heliópolis, pelas
críticas e conselhos durante as explanações, fundamentais no
aperfeiçoamento da arte de transmitir o conhecimento, razão principal
desta qualificação.
SUMÁRIO
VII
SUMÁRIO
Dedicatória .....................................................................................
I
Agradecimentos .............................................................................
III
Sumário ...........................................................................................
VII
Lista de Abreviaturas ....................................................................
X
Lista de Figuras .............................................................................
XI
Lista de Quadros ...........................................................................
XII
Lista de Tabelas .............................................................................
XIII
Resumo ...........................................................................................
XV
Summary .........................................................................................
XVII
1
INTRODUÇÃO .................................................................
1
2
OBJETIVO ........................................................................
4
3
REVISÃO DA LITERATURA ...........................................
6
3.1 Estruturas linfáticas ..........................................................
6
3.2 Tomografia computadorizada ...........................................
9
3.3 Estadiamento dos linfonodos cervicais .............................
12
3.4 Análise interobservadores ................................................
14
4
MÉTODO ..........................................................................
22
4.1 Casuística .........................................................................
22
4.2 Técnica de tomografia computadorizada ..........................
24
4.3 Leitura dos exames ..........................................................
25
4.4 Método estatístico ............................................................
30
5
RESULTADOS .................................................................
33
6
DISCUSSÃO ....................................................................
41
7
CONCLUSÃO ...................................................................
59
VIII
8
ANEXO .............................................................................
61
9
REFERÊNCIAS ................................................................
70
FONTES BIBLIOGRÁFICAS
APÊNDICES
LISTAS
X
ABREVIATURAS
AJCC American Joint Committee against Cancer
CE Carcinoma epidermóide
cm Centímetro
EC Espaço carotídeo
EPF Espaço parafaríngeo
HOSPEL Hospital Heliópolis
k Kappa
ml Mililitro
mm Milímetro
Observ Observador
TC Tomografia computadorizada
US Ultra-sonografia
XI
FIGURAS
Figura 1 – TC axial para partes moles. Envolvimento por
linfonodomegalia da carótida entre 25-50% .................
26
Figura 2 – TC axial para partes moles. Envolvimento por
linfonodomegalia da carótida esquerda entre 25-50%.
Realce anelar ...................................................................
27
Figura 3 TC axial para partes moles. Envolvimento por
linfonodomegalia da carótida esquerda maior que
50%. Edema subcutâneo, linfangite ..............................
28
Figura 4 TC axial para partes moles. Envolvimento por
linfonodomegalia da carótida esquerda entre 25-50%.
Calcificações carotídea ..................................................
29
Figura 5 TC axial para partes moles. Envolvimento por
linfonodomegalia da carótida direita entre 50 - 75%.
Ruptura capsular ............................................................
34
Figura 6 TC axial para partes moles. Envolvimento por
linfonodomegalia da carótida direita entre 75 - 100% .
35
Figura 7 –
A
natomia normal do espaço carotídeo acima da
bifurcação da carótida pela TC (setas) .........................
42
XII
QUADROS
Quadro 1 – Divisão dos casos por topografia do tumor
primário ..................................................................
23
Quadro 2 – Avaliação da concordância interobservadores
de acordo com o índice Kappa calculado ...........
30
XIII
TABELAS
Tabela 1 – Classificação TNM (clínico) obtida a partir da
revisão dos prontuários: tumor primário ..................
36
Tabela 2 Classificação TNM (clínico) obtida a partir da
revisão dos prontuários: linfonodos .........................
37
Tabela 3 Resultado da avaliação dos observadores em
números absolutos – classificação simples ............
37
Tabela 4 – Concordância interobservadores classificação
simples .........................................................................
38
Tabela 5 –
Kappa Geral – classificação simples ........................
38
Tabela 6 Resultado da avaliação dos observadores em
números absolutos – classificação complexa .........
38
Tabela 7 – Concordância interobservadores classificação
complexa .....................................................................
39
Tabela 8 –
Kappa Geral – classificação complexa .....................
39
RESUMO
XV
Tornin OS. Avaliação da concordância interobservadores na análise do
envolvimento da artéria carótida por linfonodos cervicais metastáticos do
trato aerodigestório superior, por meio de tomografia computadorizada
[dissertação]. São Paulo: Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
do Hospital Heliópolis; 2006. 78p.
Objetivo: Avaliar a concordância interobservadores, por meio da análise da
tomografia computadorizada, em relação ao envolvimento da artéria carótida
por linfonodos cervicais metastáticos do trato aerodigestório superior, com
base em duas classificações, uma complexa e outra simples. Método:
Foram selecionados e avaliados exames de tomografia computadorizada, do
período entre 1990 a 2004, de 99 pacientes com carcinoma epidermóide,
sendo que 27 destes pacientes aprentavam linfonodomegalias bilaterais,
totalizando de 126 casos, neste estudo retrospectivo e não randomizado.
Todos os pacientes eram oriundos do Serviço de Cirurgia de Cabeça e
Pescoço do Hospital Heliópolis, São Paulo, Brasil. Dentre os pacientes, 86
eram do sexo masculino e apenas 13 eram do sexo feminino, com idade
variando de 32 a 76 anos. Os exames foram avaliados por quatro
radiologistas, separadamente, sem o conhecimento prévio do estadiamento
clínico. Todos os pacientes não haviam recebido qualquer tratamento até o
momento do exame de imagem, como cirurgia, quimioterapia ou
radioterapia. Biópsias confirmaram todos os casos. As informações foram
obtidas baseadas na revisão de prontuários médicos. Resultados: O índice
Kappa foi calculado para estimar a concordância entre os quatro
observadores. Enquanto a força de concordância variou de desprezível a
moderada na classificação complexa, na simples foi moderada. Conclusão:
Obteve-se um Kappa geral de 0,53 para a classificação simples e de 0,36
para a complexa.
Palavras-chave: 1.Avaliação 2.Carcinoma de células escamosas
3.Metástase neoplásica 4.Neoplasias de cabeça e pescoço 5.Tomografia por
raios X
SUMMARY
XVII
Tornin OS. Assessment of interobservers agreement in the analysis of
carotid artery involvement by cervical lymph nodes metastasis of the upper
aerodigestive tract by means of computed tomography [dissertation]. “São
Paulo: Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde do Hospital
Heliópolis”; 2006. 78p.
Objective: The aim of this study was to evaluate interobserver agreement by
means of computed tomography analysis regarding the involvement of the
carotid by cervical lymph nodes metastasis from carcinomas of the upper
aerodigestive tract. Method: Ninety-nine computed tomography images of
patients with epidermoid carcinoma, from 1990 to 2004, were selected and
evaluated. Twenty-seven of these were bilateral, totalizing 126 cases. All the
patients were from the Service of Head and Neck Surgery of the Hospital
Heliópolis, São Paulo, Brazil. Among the patients, 86 were males and 13
females, with ages ranging from 32 to 76 years. Imaging results were
analyzed by four radiologists, alone, without any previous knowledge of the
clinical stage. No patients had received any previous treatment up to the
moment of imaging examination, like surgery, chemotherapy or radiotherapy.
All the cases were confirmed by biopsy. Informations were obtained from the
medical file. Results: Kappa Index was calculated by assessing agreement
between four observers. We obtained in the simple classification moderate
and slight to moderate levels of agreement in the complex classification.
Conclusions: The General Kappa Index was 0,53 in the simple classification
and 0,36 in the complex classification.
Keywords: 1.Evaluation 2.Carcinoma, squamous cell 3.Neoplasm
metastasis 4.Head and neck neoplasms 5.Tomography, X-ray.
INTRODUÇÃO
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1 INTRODUÇÃO
Este trabalho desenvolveu-se no campo das metástases do
carcinoma epidermóide (CE) do trato aerodigestório superior. Este
carcinoma corresponde a 90% dos tumores malignos desta região, os quais
apresentam freqüentemente metástases para os linfonodos cervicais,
segundo Batsakis (1979).
Os vasos linfáticos cervicais drenam as superfícies mucosas da
cabeça e do pescoço, executando função importante no desenvolvimento
das doenças que comprometem essa região. A drenagem linfática é
direcionada aos linfonodos antes de atingir a circulação sangüínea. Cerca de
40% dos linfonodos do corpo encontram-se acima das clavículas (Som,
1987).
O comprometimento linfonodal influencia a escolha terapêutica, uma
vez que a invasão da artéria carótida por metástases, geralmente, significa
tratamento não-cirúrgico, em função da alta taxa de morbidade e mortalidade
durante o procedimento cirúrgico (Nix, 2003). Alguns autores referem que a
detecção de metástases pode reduzir em até 50% a sobrevida em cinco
anos (Snow et al., 1982; Shah, 1990).
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Antes do advento da tomografia computadorizada (TC), a avaliação
dos linfonodos cervicais e, por sua vez, do comprometimento da artéria
carótida era restrito ao exame físico do pescoço e ao achado intra-operatório
(van den Brekel et al., 1990).
O diagnóstico de metástases de carcinomas do trato aerodigestório
superior beneficiou-se com o aparecimento dos métodos seccionais de
imagem como a TC e ressonância magnética (RM) (Mancuso et al.,
1981;
Som, 1992; van den Brekel, 2000).
Além disso, a TC, também, permitiu a avaliação de disseminação
extracapsular de metástases dos linfonodos, cuja implicação prognóstica
pode corresponder a uma redução de até 50% na sobrevida, em dois anos,
quando comparada a pacientes com metástases limitadas aos linfonodos
(Som, 1987; Johnson,
1990; Yousem et al., 1992).
Diante do que foi exposto, percebe-se a importância do conhecimento
prévio, no início do tratamento, dos aspectos relacionados ao estadiamento
regional das metástases dos carcinomas do trato aerodigestório superior,
além do envolvimento circunferencial da artéria carótida por estas
linfonodomegalias.
Portanto, é necessário que estas informações fornecidas pelos radiologistas
ao cirurgião sejam precisas e reprodutíveis, razão da decisão por esta
pesquisa.
OBJETIVOS
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2 OBJETIVOS
O presente estudo buscou avaliar a concordância interobservadores de
quatro radiologistas com base em dois tipos de classificação, uma simples e
outra complexa (Apêndice A).
REVISÃO DA LITERATURA
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3 REVISÃO DA LITERATURA
3.1 Estruturas linfáticas
Rouvière (1932) descreveu inicialmente os linfonodos e o padrão de
fluxo linfático do pescoço.
Flamant (1964), Mancuso et al.,
(1983), Som (1987) e Fischer e
Fischer (1967) demonstraram que os linfáticos executam uma função
essencial na fisiologia da circulação, mantendo o equilíbrio entre o volume
extravascular e intravascular. Entretanto, também, é meio de disseminação
de doenças infecciosas e neoplásicas.
As primeiras descrições da anatomia e do fluxo linfático do pescoço,
com base nas imagens de TC, surgiram na década de 80, segundo Mancuso
et al., (1981, 1983).
Mancuso et al., (1983), Jinkins (1987), Som
(1987) e Testut e Latarjet
(1988) tinham sugerido que as superfícies mucosas da cabeça e do pescoço
eram drenadas pelos linfáticos cervicais.
Demonstrou-se que a cadeia cervical lateral era subdividida em
linfonodos cervicais superficiais e laterais profundos. O grupo superficial, que
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seguia o trajeto do sistema jugular superficial, podendo ser dispensável o
estudo por imagem. Já, os linfonodos profundos, por sua vez, eram muito
estudados por imagem, principalmente, os júgulo-carotídeos e cervicais
transversos (Mancuso et al., 1983, Som, 1987).
Demonstraram, ainda, que os linfonodos júgulo-carotídeos eram
situados profundamente ao músculo esternocleidomastóideo, no trajeto da
veia jugular interna. Foram divididos em altos, médios e baixos (Mancuso et
al., 1983; Jinkins, 1987; Som, 1987).
No pescoço, a drenagem linfática atravessa ao menos um linfonodo,
antes de atingir o sistema venoso (Som, 1987).
Os linfáticos, geralmente, situam-se adjacentes aos vasos
sanguíneos, ocupando os planos adiposos situados entre os músculos e,
também, ao redor dos vasos mais calibrosos (Testut e Latarjet, 1988).
A drenagem linfática, também, pode ser dividida como superficial e
profunda, conforme a descrição a seguir feita por Testut e Latarjet
(1988).
Até 1984, a classificação mais utilizada foi a de Rouvière (1932), um
anatomista francês.
A classificação por níveis foi adotada pelo AJCC (American Joint
Committee against Cancer) a partir de 1984, em substituição a de Rouvière
(1932), de forma a simplificá-la, dando ênfase aos linfonodos que eram
palpados (Som e Curtin, 1996).
Percebeu-se que o conhecimento da anatomia linfática era útil,
considerando que a presença de um linfonodo comprometido ou suspeito,
direcionava a investigação para sítios mais específicos, conforme
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destacaram Som e Curtin (1996), embasados na classificação utilizada pelo
AJCC.
Por essa classificação, quando eram encontrados linfonodos no nível
I, sugeria lesões no soalho da boca, língua, lábios, mucosa jugal (vestibular),
mucosa bucal, gengiva, nariz ou glândulas submandibular e sublingual.
No nível II, devia-se suspeitar de lesão em nasofaringe, orofaringe,
hipofaringe, língua, parótidas ou laringe supraglótica.
Já, os linfonodos no nível III, lesão, principalmente, da língua, faringe
e laringe supraglótica.
Linfonodos no nível IV comprometidos poderiam sugerir,
principalmente, lesões da laringe subglótica, tireóide ou esôfago.
Quando havia comprometimento no nível V, inferia-se lesão em
faringe, incluindo, principalmente, a orofaringe (base da língua e loja tonsilar)
e a tireóide.
No nível VI, devia-se lembrar de comprometimento da laringe,
tireóide, esôfago ou orofaringe.
Enfim, no nível VII, pensava-se em lesão originária de tireóide,
pulmões, mama, esôfago ou abdome.
Deve-se ressaltar que o comprometimento da artéria carótida era
detectado, principalmente, nos níveis II e III.
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3.2 Tomografia computadorizada
Com as descobertas, em 1973, de Hounsfield
e de Lauterbur, que
desenvolveram respectivamente a TC e a RM, os radiologistas tornaram-se
aptos a utilizá-las sistematicamente para a complexa anatomia do pescoço,
compreendida em espaços distintos, em função do caráter seccional destes
métodos, que, ademais, produzem imagens com contraste tecidual de
melhor qualidade.
As imagens por meio da TC passaram, então, a gerar o desuso
progressivo da radiologia tradicional no manejo clínico dos pacientes com
carcinomas de orofaringe e hipofaringe.
A partir da década de 70, as tumorações da cabeça e do pescoço
passaram a ser avaliadas por meio da TC, permitindo, assim, que massas
de partes moles passassem a ser diretamente visibilizadas radiologicamente
com mais definição.
A baixa resolução, que caracterizava os equipamentos de tomografia
computadorizada iniciais, foi substituída por melhores resoluções espaciais
com o desenvolvimento de equipamentos de tomografia computadorizada de
alta resolução.
Larsson et al.
(1982) destacaram que a tomografia computadorizada
era adequada para o estudo das doenças da cabeça e do pescoço, devido
aos planos teciduais apresentarem diferentes densidades.
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A TC forneceu valiosas informações que, associadas a cuidadoso
exame clínico, podem interferir no planejamento terapêutico dos pacientes
com carcinoma do trato aerodigestório superior (Silver et al., 1983).
Alterações sutis em pacientes com suspeita clínica deviam ser
relatadas com precaução. Embora alterações muito evidentes parecessem
óbvias, a correlação com exame clínico e anatomopatológico era
mandatório, pois, em muitos casos, poderia alterar o manejo do paciente.
Cabe ressaltar que, embora os achados fossem inespecíficos, a tomografia
computadorizada pode fornecer informações que não podiam ser obtidas por
outros métodos não-seccionais de imagem (Mancuso et al., 1983; Som e
Curtin, 1996).
Quanto à invasão da artéria carótida, Langman et al.
(1989)
correlacionaram achados de TC, RM e ultra-sonografia (US) com achados
cirúrgicos. Trinta e três pacientes portadores de carcinomas epidermóides de
cabeça e pescoço, que apresentavam suspeita de invasão das paredes da
artéria carótida pelo exame físico ou pela TC, foram submetidos a estudos
de US e RM, mas, apenas 24 desses foram operados. Vinte e dois pacientes
foram submetidos aos 3 exames de imagem, 11 foram submetidos a US ou
a RM. Das 24 US realizadas, a sensibilidade foi de 100% e a especificidade
de 75%. A RM teve uma sensibilidade de 100% e uma especificidade de
87%. Concluíram, então, que esses métodos não-invasivos oferecem
vantagens em relação à TC, na avaliação da fixação da artéria carótida.
Madison et al.,
(1994) defenderam que tumores da cabeça e pescoço
podem ser estadiados através da TC ou RM, em vários planos e com uso do
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meio de contraste. Expuseram algumas vantagens da TC sobre a RM, como
o custo, a aquisição mais rápida, maior sensibilidade na detecção da
destruição óssea. Alternativa para pacientes portadores de claustrofobia,
“clips” metálicos, marcapassos.
Curtin et al.
(1998) estudaram 213 pacientes portadores de
carcinomas da cabeça e pescoço, comparando achados de TC e RM com os
respectivos anatomopatológicos, no estadiamento das metástases cervicais.
Segundo esse estudo, a TC demonstrou um valor preditivo negativo de 84%
e um valor preditivo positivo de 50%, já a RM, um valor preditivo negativo de
79% e um valor preditivo positivo de 52%. Concluindo, então, que a TC é
discretamente superior à RM quando usada para este propósito, isto é,
informações sobre a estrutura linfonodal. Enfatizando, desta forma, que é
mais importante a anormalidade estrutural interna do linfonodo do que o seu
tamanho.
Yoo et al.,
(2000) estudaram esse mesmo tópico. Trinta e quatro
pacientes foram submetidos à ressecção da artéria carótida, baseada na
inspeção clínica. Dezoito destes foram submetidos à TC e 28 a exames
histológicos. Foram feitas medidas da distância entre as células tumorais e a
lâmina elástica do vaso; os dados foram comparados e analisados quanto ao
prognóstico desses pacientes. Por fim, concluíram que o envolvimento
circunferencial maior que 180 graus era um sinal de mau prognóstico, mas
não critério de invasão vascular. Já Yousem (1995) verificou, nos casos com
envolvimento circunferencial da artéria carótida maior que 270 graus,
invasão direta do tumor em 83%.
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Groell et al.
(2001) estudaram a importância do meio de contraste
iodado para aumentar a conspicuidade das lesões, demonstrando ser este
indispensável.
3.3 Estadiamento dos linfonodos cervicais
Foi descrito que o linfonodo podia representar um sítio de
disseminação de tumor para outros linfonodos ou mesmo para a circulação
sanguínea (Fischer e Fischer,
1967).
Devia-se investigar se as metástases restringiam-se aos linfonodos
ipsilaterais ao tumor primário ou se existiam também metástases
contralaterais, as quais representariam pior prognóstico, segundo Spiro et
al.(1974) e Snow et al.
(1982).
Para Spiro et al.
(1974) e Shah et al.
(1976), o mais relevante era o
estadiamento anatomopatológico dos linfonodos. Já para Stell et al.
(1983) e
Ellis et al.
(1989), o principal fator prognóstico era o estadiamento clínico dos
linfonodos.
Se o paciente apresentasse metástase, mesmo que única, no mesmo
lado ou no lado contralateral ao tumor, a sobrevida em 5 anos reduzia-se em
cerca de 50%. Já, no caso de metástases bilaterais, mesmo que únicas, este
teria sua sobrevida em cinco anos estimada em cerca de 25% daquela que
era esperada em pacientes sem metástases. Agravava-se ainda mais o
prognóstico, se fosse verificado a presença de rotura capsular, reduzindo,
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assim, pela metade a sobrevida estimada daquele paciente. Então, caso
apresentasse metástases bilaterais e sinal de rotura capsular, sua sobrevida
estimada seria de aproximadamente 1/8 da sobrevida de um paciente sem
metástases, como citaram Batsakis
(1979) e Farr et al.
(1980).
Metástase regional para os linfonodos cervicais era conhecido como o
mais comum mecanismo de disseminação dos carcinomas da cabeça e do
pescoço. Após a penetração na membrana basal, as células neoplásicas
podiam atingir o sistema linfático e seguirem até os linfonodos localizando-se
em topografia subcapsular. Após a sua instalação no linfonodo, este perdia
sua arquitetura interna. Geralmente, os tumores tinham, então, a capacidade
de induzir fibrose, chamada de reação desmoplásica. Êmbolos de células
tumorais, progrediam para os vasos eferentes dos linfonodos, bloqueando-
os e ocasionando massas extranodais, como descreveu Carr (1983).
Considerou-se que o prognóstico do paciente era determinado,
basicamente, por três principais tipos de fatores: os relacionados ao tumor,
os relacionados ao paciente e aqueles resultantes do tratamento escolhido
(Stell et al., 1983, Ellis et al., 1989).
O número de metástases para alguns autores podia representar o teor
agressividade do tumor primário (Som, 1987; van den Brekel, 2000).
O prognóstico também se reduzia à metade, se houvesse comprometimento
linfonodal no momento do diagnóstico ou no seguimento de pacientes com
carcinoma, segundo Candela et al.
(1990) e Leemans et al.
(1990), pois já
era amplamente aceito que o número de metástases cervicais variava
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proporcionalmente com a piora do prognóstico, conforme trabalhos
anteriores de Cachin et al.
(1979), Snow et al.
(1982) e Lefebvre et al.
(1987).
Muitos níveis linfonodais, descritos anatomicamente, não eram
satisfatoriamente identificados em cirurgias ou em avaliações
anatomopatológicas.
Outros fatores prognósticos foram relacionados, estimando o quanto
os linfonodos distavam do tumor primário, assim como, também, a extensão
extracapsular microscópica e a fixação dos linfonodos (rotura capsular
macroscópica), segundo descreveram Spiro et al.
(1974), Carter et al.
(1987)
e Lefebvre et al.
(1987).
3.4 Análise interobservadores
Uma importante questão para a medicina clínica, especialmente nos
exames clínicos e complementares, sempre foi grau de discordância na
observação de um mesmo sinal na avaliação realizada por médicos
diferentes, ou seja, a capacidade de reprodutibilidade de uma observação
(Ransohoff e Feinstein, 1978; Jekel et al., 1999).
Os métodos estatísticos, utilizados para medir e explicar a variação
total, podiam variar aleatoriamente, parte por deficiência do método de
exame empregado e parte por falha do observador (Ransohoff e Feinstein,
1978; Jekel et al., 1999).
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Dois objetivos importantes na coleta e na análise de dados foram
descritos: acurácia e reprodutibilidade (Ransohoff e Feinstein, 1978; Jekel et
al., 1999).
A acurácia refere-se à capacidade de uma medida de ser correta. Se
a medida não era acurada, era viciada (Ransohoff e Feinstein, 1978; Jekel et
al., 1999).
A reprodutibilidade foi descrita como a capacidade de uma medida ou
observação dar o mesmo resultado ou muito semelhante nas medições ou
observações de um mesmo fato ou sinal (Ransohoff e Feinstein, 1978; Jekel
et al.,
1999).
Se o mesmo médico examinasse uma radiografia várias vezes, sem
saber que se tratava da mesma, provavelmente haveria alguma variação,
mesmo pequena, na interpretação. Isso ficou denominado de variação intra-
observador. Quanto maior o número de variáveis na interpretação, maior
seria o erro. Deviam-se buscar sinais que apresentassem pouca variação,
entretanto, precisava-se antes identificá-los. Se uma mesma radiografia
fosse interpretada por mais de um médico, as diferenças identificadas nas
interpretações caracterizariam a variação interobservadores (Ransohoff e
Feinstein, 1978; Jekel et al., 1999).
Se existisse concordância intra-observadores ou interobservadores,
os dados no estudo eram considerados fidedignos e iriam merecer mais
confiança. Todavia, confiança não é prova de validade; dois observadores
poderiam relatar a mesma leitura, mas estarem errados (Ransohoff e
Feinstein, 1978; Jekel et al., 1999).
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Demonstrou-se que não era incomum encontrar concordância
imperfeita entre observadores, nem mesmo observar que o observador,
olhando para o mesmo sinal, muitas vezes discordava de sua própria leitura,
feita em ocasião anterior (Ransohoff e Feinstein, 1978; Jekel et al., 1999).
Se um teste usava uma variável dicotômica (sim ou não), os dados
poderiam ser colocados em uma tabela padrão 2x2, podendo-se calcular a
concordância, se utilizada a avaliação de dois observadores (Ransohoff e
Feinstein, 1978; Jekel et al.,
1999).
Uma maneira que se tornou comum foi a de medir a concordância,
calculando-se a percentagem global de concordância. Então, os casos que
estavam nas células que representavam a concordância, seja positiva ou
negativa, entre os observadores, tendo-se uma boa concordância global
(Ransohoff e Feinstein, 1978; Jekel et al., 1999; Gönen et al., 2001).
Entretanto, a porcentagem global de concordância não diz a
prevalência dos achados nos indivíduos estudados. Ela também não informa
como as discordâncias ocorreram: os resultados positivos e negativos
estavam distribuídos uniformemente entre os dois observadores ou um
encontrou, consistentemente, mais resultados positivos do que outro? Além
disso, uma concordância considerável seria esperada apenas ao acaso,
sendo que a percentagem global de concordância não dizia em que grau
essa concordância melhorou por acaso (Ransohoff e Feinstein, 1978; Jekel
et al., 1999).
O método Kappa permitiu identificar a concordância entre
observadores e também estimar a concordância ao acaso. A concordância
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máxima possível tornou-se o número de observações (Ransohoff e
Feinstein, 1978; Jekel et al., 1999). Mas qual era importância dessas
diferenças? Porque métodos de imagem não faziam diagnósticos. Na
verdade, eles apenas auxiliam os médicos no diagnóstico, os quais
dominavam o conhecimento técnico na execução, informações clínicas e
habilidades visuais, cognitivas e perceptivas, muitas vezes, subjetivas, o que
enriquecia a avaliação. No entanto, mediante a grande importância do
médico no processo diagnóstico, não somente o equipamento a ser utilizado
no exame deveria ser avaliado, mas também o radiologista, na busca de
suas vulnerabilidades, para que se buscassem alternativas para corrigi-las
(Ransohoff e Feinstein, 1978; Jekel et al., 1999).
Algumas perguntas deveriam ser realizadas, quando se investigar um
método diagnóstico, especialmente, de imagem. Em quanto uma técnica de
imagem aumentaria a habilidade diagnóstica do radiologista? Quanto acima
da média, obtida pelo método usualmente utilizado, uma nova técnica
poderia superar de forma consistente? Que variabilidade o método poderia
apresentar em uma população de radiologistas gerais e dentro de
subespecialidades? Quanto as características do radiologista interfeririam na
interpretação do método? Qual a discordância esperada para determinado
sinal nos métodos de exame? A variação que seria encontrada poderia
interferir no manejo clínico do paciente? A partir de que grau de variação
poderia haver conseqüências negativas para o paciente? Estas eram apenas
algumas das muitas perguntas que podem ser feitas e, também, alguns dos
muitos trabalhos científicos que poderiam ser desenvolvidos. Infelizmente,
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essas perguntas não poderiam ser respondidas utilizando a avaliação de
apenas um observador radiologista. Seria necessária a interação de muitos
radiologistas pesquisadores (Ransohoff e Feinstein, 1978; Jekel et al.,
1999).
Obuchowski e Zepp
(1996) destacam que em 1990, tomando o
exemplo do American Journal of Roentgenology, foram encaminhados 9
artigos com múltiplos observadores versus 18 artigos com um único
observador. Em 1995, foram encaminhados 29 artigos com múltiplos
observadores e 8 artigos com um único observador.
Entretanto, os trabalhos versavam, principalmente, sobre a acurácia
de cada observador, independentemente. Para se ter uma idéia, dos 29
artigos em 1995, apenas 7 artigos apresentavam dados da variabilidade
interobservadores, representando cerca de 24%.
Hermans et al.
(1998) investigaram a reprodutibilidade intra-
observador e interobservador, utilizando o método Kappa, na análise de
exames de TC de 13 pacientes com carcinoma de laringe, avaliando a
mensuração do volume. Embora houvesse diferenças nos índices de
concordância, conforme a estrutura analisada, os autores concluíram que a
interpretação de imagens pela TC em câncer de laringe era reprodutível.
Paiva et al.
(2001) avaliaram 22 pacientes com CE de prega vocal,
objetivando verificar a concordância interobservadores por meio da TC no
envolvimento tumoral em regiões de interesse. Os autores encontraram uma
concordância excelente para o comprometimento tumoral das cartilagens
cricóide e tireóide, bem como para a detecção de extensão extralaríngea e
uma concordância boa, para a presença de tumor na supraglote e na
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subglote. A concordância entre os observadores no estadiamento T foi
considerada boa; quatro dos seis casos discordantes ocorreram em tumores
T1 ou T2. Em nenhum tumor T4, houve discordância.
Gusso et al.
(2001) estudaram a concordância interobservadores no
estadiamento por TC, em 15 casos. A análise da concordância entre os
observadores quanto à extensão e envolvimento da fossa infratemporal,
seios esfenoidal e cavernoso, e fossa craniana média foi excelente; em
relação à fissura orbitária superior, foi boa; e em relação à base do processo
pterigóide e fossa craniana anterior, foi ruim.
Aragão Júnior
(2002) estudou a concordância entre dois observadores
que analisaram 39 tomografias de pacientes com CE de laringe supraglótica
(epiglote, pregas ariepiglóticas e bandas ventriculares). A análise específica
da concordância no estudo das pregas ariepiglóticas apresentou valor de
Kappa de 0,75 (boa).
Houve forte concordância na avaliação de prega ariepiglótica no estudo,
com 0,84 de Kappa médio. Apresentou as seguintes variações de resultado:
0,79 (observ 1 X observ 3); 0,86 (observ 2 X observ 3); 0,86 (observ 1 X observ
2). Demonstrou, também, concordância interobservadores ótima, com índice
Kappa 0,88 (forte concordância), na avaliação tomográfica da extensão para
a subglote de tumores da supraglote.
Paes Junior
(2004) avaliou a concordância interobservadores, por
meio da análise da tomografia computadorizada, em relação à extensão
tumoral local e regional do carcinoma da base da língua. Pacientes
submetidos a estudos por imagens, cujos filmes de tomografia
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computadorizada estavam disponíveis para reavaliações, com diagnóstico
de carcinoma de base da língua, totalizaram 14 casos. Todos os exames
foram avaliados por três radiologistas, separadamente, sem o conhecimento
prévio do estadiamento clínico, avaliando a extensão para sítios de
disseminação local e regional das lesões. O índice Kappa médio foi
calculado para estimar a concordância entre os três observadores. A
concordância entre os observadores na definição do estadiamento das
lesões da base da língua variou de regular a excelente, sendo os valores
significantes, apesar da ampla amplitude dos intervalos de confiança
(resultado da casuística com reduzido número de casos).
Mendes et al.
(2004) estudaram a concordância interobservadores,
por meio da tomografia computadorizada, na avaliação de 32 casos de
polipose naso-sinusal, utilizando 2 radiologistas experientes,
separadamente, em relação à presença ou não de alargamento infundibular
do recesso óstio-meatal, abaulamento da lâmina papirácea e rarefação
óssea. O coeficiente de correlação de Kendall foi significante nos três sinais.
A maior concordância estava presente no alargamento infundibular, achado
tomográfico também mais freqüente.
MÉTODO
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4 MÉTODO
4.1 Casuística
Foi realizado estudo retrospectivo não-randomizado, no qual foram
avaliados exames de tomografia computadorizada de região cervical,
realizados no período entre 1990 e 2004, de 99 pacientes com carcinoma do
trato aerodigestório superior, cujos focos primários eram a boca, os
segmentos da faringe (nasofaringe, orofaringe e hipofaringe) e a laringe
(Quadro 1). Todos os pacientes possuíam linfonodomegalias metástaticas
de carcinoma epidermóide, o que foi comprovado por exames
histopatológicos.
Os dados a respeito dos pacientes foram obtidos a partir da revisão
dos prontuários médicos do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do
Hospital Heliópolis, de São Paulo.
Observou-se que 13 pacientes eram do sexo feminino (13,1%) e 86
eram do sexo masculino (86,9%).
A idade variou entre 32 e 76 anos, tendo por média 55,6 anos e por
mediana 57.
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Tabagismo foi relatado em 71 pacientes (71,7%) e etilismo, em 64
deles (64,6%). Todos os pacientes etilistas eram também tabagistas.
Também, coletaram-se dados quanto ao exame anatomopatológico e
estadiamento clínico.
Como critérios de inclusão de pacientes neste estudo, foram
considerados a existência de linfonodomegalia metastática de tumores
primários de cabeça e pescoço, a disponibilidade dos filmes de tomografia
computadorizada para interpretação e o diagnóstico histopatológico de
carcinoma epidermóide.
Os pacientes apresentavam lesões primárias de todos os segmentos
da região de cabeça e pescoço, sendo a maioria da orofaringe, hipofaringe e
laringe (Quadro 1).
Quadro 1 –
Divisão dos casos por topografia do tumor
primário
Segmento Número de Casos Percentual (%)
Boca 12 12,1
Nasofaringe 02 2,0
Orofaringe 30 30,4
Hipofaringe 22 22,2
Laringe 23 23,2
Primário Oculto 10 10,1
Total 99 100,0
Fonte: Dados obtidos a partir dos prontuários dos pacientes incluídos no presente estudo
(2006).
Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do
Hospital Heliópolis, sendo permitida a sua realização mesmo sem a
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apresentação do consentimento informado, visto que era um estudo
retrospectivo de uma doença de alto índice de mortalidade (Apêndice D).
4.2 Técnica de tomografia computadorizada
Os exames de tomografia computadorizada foram realizados em três
aparelhos, sendo um Somation Emotion 46334 – Helicoidal (Siemens), um
TCT – 500S (Toshiba Medical Incorporation) e um CT – MAX (General
Electric Medical Systems).
As imagens no plano axial foram obtidas com o paciente em decúbito
dorsal, adquirindo-se as imagens desde a região supra-selar, com extensão
inferior até o nível da porção superior da articulação esterno-clavicular, com
angulação do gantry perpendicular à coluna aerodigestória, com espessura
de corte e incremento de 5,0mm.
Em todos os pacientes foi injetado, por via endovenosa, material de
contraste iodado iônico, na dose de 1,0 a 2,0ml/kg, com concentração de
60% e 76%.
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4.3 Leitura dos exames
Os exames foram avaliados por quatro radiologistas com formação
em diagnóstico por imagem da cabeça e do pescoço, sendo denominados:
observador 1 (observ 1) e observador 2 (observ 2), observador 3 (observ 3)
e observador 4 (observ 4).
Os observadores possuíam aproximadamente 5 anos de experiência
em interpretação de exames de cabeça e pescoço.
Os quatro fizeram a leitura dos exames individualmente, sem o
conhecimento prévio do estadiamento clínico, levando-se em consideração
critérios relacionados com a extensão da lesão. Preencheram, conforme seu
julgamento em relação ao grau de envolvimento circunferencial da artéria
carótida, duas classificações (Anexo 1) extrapoladas inicialmente a partir do
trabalho de Picus (1983) e, posteriormente, utilizadas até em avaliações por
RM da carótida, com os intervalos (0-50%, 51-75% e acima de 75%) por
Yousem (1995).
Foram considerados linfonodos júgulo-carotídeos (ou jugulares
internos) aqueles localizados no feixe vascular júgulo-carotídeo. São
divididos em: altos, quando localizados entre a base do crânio e a bifurcação
da carótida (ou no nível do osso hióide); médios, quando localizados entre a
bifurcação da carótida (ou no nível do osso hióide) e a borda inferior da
cartilagem cricóide; baixos, quando localizados entre a borda inferior da
cartilagem cricóide e as fossas supraclaviculares.
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Como sinais tomográficos de comprometimento linfonodal, foram
considerados aspectos como aumento do tamanho do linfonodo
(linfonodomegalia), isto é, quando o linfonodo apresentava diâmetro maior
do que 1,5 cm nas cadeias júgulo-carotídeas altas, considerado apenas no
plano axial. A morfologia arredondada também é suspeita, já que a
morfologia habitual é ovalada. Denominava-se agrupamento de linfonodos,
quando eram identificados dois ou mais linfonodos contíguos num mesmo
nível linfonodal. Outro critério importante era necrose central, muitas vezes,
com realce periférico do linfonodo pelo meio de contraste endovenoso.
Também a perda da regularidade da interface entre a margem do linfonodo e
o plano adiposo ou muscular, que o envolvia, era critério importante para se
suspeitar de envolvimento metastático.
Figura 1 TC axial para partes moles. Envolvimento por linfonodomegalia
da carótida esquerda entre 25-50% (Seta)
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Figura 2 – TC axial para partes moles. Envolvimento por linfonodomegalia
da carótida esquerda entre 25-50% (Setas). Realce anelar. BL –
Bloco linfonodal
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Em quaisquer circunstâncias, foram excluídos da análise estatística,
os casos nos quais um dos observadores imputou como achados duvidosos,
quando relacionados a artefatos decorrentes de restaurações dentárias
(Figura 3), aparelhos ortodônticos, calcificações (Figura 4) ou próteses
dentárias metálicos.
Figura 3 – TC axial para partes moles. Envolvimento por linfonodomegalia
da carótida esquerda maior que 50%. Edema subcutâneo,
linfangite. (*) – Bloco linfonodal; C – Carótidas
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Figura 4 – TC axial para partes moles. Envolvimento por linfonodomegalia
da carótida direita entre 25-50%. Calcificações carotídea (Seta).
BC – Bifurcação carotídea
Já outros artefatos como os decorrentes da movimentação do
paciente, deglutição, também ocasionaram diminuição da casuística. Menos
freqüentemente, foram excluídos por planejamento dos cortes insuficiente
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para fazer a varredura das cadeias mais baixas, até mesmo pela ausência
ou insuficiência de contraste endovenoso.
4.4 Método estatístico
Após a interpretação dos exames de tomografia computadorizada,
para a avaliação da concordância interobservadores, foi utilizado o índice
Kappa (k), com os critérios de concordância mostrados no Quadro 2,
assumindo-se, como nível de significância, o valor de p de 0,05 e intervalo
de confiança de 95%.
Nos casos em que havia comprometimento linfonodal bilateralmente,
foi computado “n” duplicado, considerando os dois lados analisados (direito e
esquerdo) como espécimes distintos.
Quadro 2 – Avaliação da concordância interobservadores
de acordo com o índice Kappa calculado
VALOR DO ÍNDICE KAPPA CONCORDÂNCIA
< 0,20 DESPREZÍVEL
0,21 – 0,40 MÍNIMA
0,41 – 0,60 MODERADA
0,61 – 0,80 BOA
0,81 – 1,0 EXCELENTE
Fonte: Altman DG. Practical Statistics for Medical Research. London: Chapman &
Hall; 1991.
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O programa estatístico utilizado foi o EPIDAT – Análise
Epidemiológica de Dados Tabulados, versão 1.0, 1994, Junta de Galícia –
Organização Panamericana de Saúde.
RESULTADOS
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5 RESULTADOS
Todos os pacientes apresentavam carcinoma epidermóide,
confirmado por biópsia.
Quanto ao estadiamento clínico TNM (Anexo), a maioria dos
pacientes chegou ao serviço de diagnóstico por imagem em estágio
avançado (Figura 5). Foram, ainda, estudados 10 casos (10,1%) com tumor
primário oculto (Tx), além de 2 casos (2,0%), cujo estadiamento não foi
descrito no prontuário (Tabelas 1 e 2 ).
Quanto ao comprometimento dos linfonodos, 69 casos estavam
estadiados clinicamente entre N2 (a, b ou c) e N3, representando
aproximadamente 69,8% dos pacientes (Figura 6).
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Figura 5 –
TC axial para partes moles. Envolvimento por linfonodomegalia
da carótida direita entre 50 – 75%. Ruptura capsular. BL – Bloco
linfonodal; CI – Carótida interna; CE – Carótida externa
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Figura 6 TC axial para partes moles. Envolvimento por linfonodomegalia
da carótida esquerda entre 75-100%. Sinal da garra (seta). BL –
Bloco linfnodal; CI – Carótida interna; CE – Carótida externa
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Outros 28 casos eram estadiados como N1 e N0, representando
28,2%. Em 2 casos, que correspondem a 2,0%, o estadiamento não foi
descrito no prontuário.
Nenhum paciente incluído no estudo apresentava metástase à
distância relatada nos prontuários.
Tabela 1 Classificação TNM (clínico) obtida a partir da revisão dos
prontuários: tumor primário
Primário N° de pacientes Percentual(%)
Tx 10 10,1
T1 4 4,0
T2 19 19,2
T3 32 32,3
T4 32 32,3
Não citado 2 2,0
Total 99 100,0
Fonte: Protocolos de coleta de dados dos prontuários dos pacientes, incluídos no presente
estudo. São Paulo, 2006.
Em nenhum dos pacientes que evoluíram para cirurgia e dos quais se
obteve o anatomopatológico (total de 27 pacientes), houve invasão vascular.
Isso representa, nesta amostra, um valor preditivo negativo de 100% em
relação à invasão da parede da artéria carótida por linfonodos cervicais
metastáticos.
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Tabela 2 Classificação TNM (clínico) obtida a partir da revisão dos
prontuários: linfonodos
Linfonodo N° de casos Percentual(%)
N0
11 11,1
N1
17 17,2
N2a
20 20,2
N2b
9 9,1
N2c
13 13,1
N3
27 27,3
Não citado
2 2,0
Total 99 100,00
Fonte: Protocolos de coleta de dados dos prontuários dos pacientes, incluídos no presente
estudo. São Paulo, 2006.
Os valores de concordância interobservadores, na avaliação do
comprometimento da artéria carótida por linfonodos cervicais metastáticos
de carcinoma epidermóide do trato aerodigestório superior, serão
demonstrados a seguir, com base nas duas classificações: simples e
complexa.
Tabela 3 –
Resultado da avaliação dos observadores, em números
absolutos, da classificação simples
Observador 1 Observador 2 Observador 3 Observador 4
0-50% 96 102 105 102
51-100% 30 24 21 24
Total 126 126 126 126
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Tabela 4 – Concordância interobservadores – classificação simples
Kappa
Intervalo de
Confiança
p Concordância
0 – 50% 0,535 0,46 – 0,60 < 0,0001 Moderada
51 –100% 0,535 0,46 – 0,60 < 0,0001 Moderada
Tabela 5 – Kappa Geral – classificação simples
Kappa geral
0,535
P – valor geral
< 0,001
Intervalo de 95% de confiança do Kappa
sup: 0,606
inf: 0,464
Tabela 6 Resultado da avaliação dos observadores, em números
absolutos, da classificação complexa
Observador 1 Observador 2 Observador 3 Observador 4
0-25% 61 47 37 51
26-50% 35 55 68 51
51-75% 8 19 13 13
76-100% 22 5 8 11
Total 126 126 126 126
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Tabela 7 –
Concordância interobservadores – classificação complexa
Kappa
Intervalo de
Confiança
p Concordância
0-25% 0,499 0,42-0,57 <0,0001 Moderada
26-50% 0,294 0,22-0,36 <0,0001 Mínima
51-75% 0,206 0,13-0,27 <0,0001 Desprezível
76-100% 0,362 0,29-0,43 <0,0001 Mínima
Tabela 8 – Kappa Geral – classificação complexa
Kappa geral
0,364
P-valor geral
< 0,001
Intervalo de 95% de confiança do Kappa
sup:0,412
inf: 0,316
Sup – superior; Inf – inferior
DISCUSSÃO
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6 DISCUSSÃO
Anatomistas e cirurgiões utilizam uma divisão distribuída em
triângulos, obtida a partir da observação externa do pescoço, através da
dissecção das estruturas anatômicas. Os radiologistas, a partir do início do
século XX, não o faziam devido à dificuldade de correlacionar os espaços
com as radiografias convencionais ou contrastadas, sujeitas à sobreposição
de imagens, sem citar, ainda, a baixa resolução e contraste de tecidos
moles, conforme descrevem Apter et al. (1984).
O surgimento da TC, desenvolvida por Housfield
(1973), e da RM,
desenvolvida por Lauterbur
(1973), permitiu a divisão do pescoço em
espaços com limites determinados no plano axial, e com doenças próprias
ou mais comuns, embora não exclusivas de cada um deles.
Considerando o enfoque deste trabalho, é importante descrever o
espaço carotídeo (Figura 7).
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Figura 7 Anatomia normal do espaço carotídeo acima da bifurcação da
carótida TC (setas)
O espaço carotídeo (EC) tem aspecto cilíndrico, limitado
superiormente pela base do crânio, no nível do forame jugular e,
inferiormente, pelo arco aórtico, sendo, portanto, um compartimento tanto do
pescoço supra-hióideo, quanto do infra-hióideo, com extensão para o
mediastino superior. Os limites do EC no pescoço supra-hióideo são a
faringe (ântero-medialmente), a fáscia pré-vertebral (posteriormente), o
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espaço parafaríngeo (EPF) e o processo estilóide (anteriormente) e o
espaço parotídeo (lateralmente). Como a gordura do EPF situa-se
anteriormente ao EC, as lesões desse espaço deslocam-na anteriormente,
denunciando sua origem (Fruin et al., 1990; Mukherji e Castillo, 1998).
O EC supra-hióideo contém a artéria carótida interna, veia jugular
interna, nervo glossofaríngeo (IX), nervo vago (X), nervo espinhal acessório
(XI), nervo hipoglosso (XII), cadeia simpática e os linfonodos do nível II,
jugulares internos ou júgulo-carotídeos altos (Fruin et al., 1990; Mukherji e
Castillo, 1998).
É importante ressaltar também que os linfonodos cervicais são
encontrados nos planos adiposos do pescoço, facilitando a sua identificação
nas imagens seccionais de TC e RM. Cabe lembrar que, dos 800 linfonodos
estimados existentes no corpo, cerca de 300 linfonodos estão localizados no
pescoço (Som, 1987).
Devido à grande quantidade de linfonodos nas cadeias jugulares alta,
média e baixa, muitos processos neoplásicos em cabeça e do pescoço,
especialmente o CE, apresentam disseminação linfática de metástases para
o EC. O linfoma também é uma doença que, freqüentemente, envolve os
linfonodos do EC (Fruin et al., 1990; Mukherji e Castillo, 1998).
A linfonodomegalia acomete o EC, segundo Fruin et al. (1990),
Mukherji e Castillo
(1998) e Som e Curtin (1996).
A avaliação do pescoço pela TC e RM trouxe avanços no processo de
diagnóstico e estadiamento das doenças da cabeça e do pescoço,
especialmente dos tumores, mas, por certo, ainda apresenta várias
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limitações (Thabet et al., 1996). Assim, cirurgias do tipo “exploradoras”
deixam de ser realizadas em pacientes nos quais os métodos de imagem
passaram a demonstrar lesões ressecáveis, mas inoperáveis. Por outro lado,
o auxílio à abordagem dos pacientes N0 com indicação de esvaziamento de
oportunidade continua a ser um dilema não resolvido pelos métodos de
imagem (Stern et al., 1990). Ambos os métodos seccionais – TC e RM –
apresentam vantagens e limitações (van den Breke,l 2000).
A TC é mais barata e menos sujeita a artefatos de movimento. A
utilização de material de contraste iodado por via endovenosa auxilia na
identificação de vasos e lesões vascularizadas, mas apresenta os riscos
bem conhecidos de reações adversas para o paciente. A TC permite a
realização de cortes axiais e coronais da cabeça, eventualmente não
realizáveis devido à necessidade de hiper-extensão do pescoço. A TC
helicoidal obtém imagens, muito rapidamente, em cortes muito finos (até
1mm, se necessário), o que permite reformatações razoáveis nos planos
coronal e sagital, assim como, a realização de angio-TC (Carter et al., 1977;
van den Brekel et al., 1990; Som e Curtin, 1996; van den Brekel, 2000).
A RM apresenta melhor resolução de tecidos moles, sendo possível a
realização de vários tipos de seqüências de imagens com finalidades
específicas, como, por exemplo, as Técnicas de Supressão de Gordura e a
Angio-RM. Sua sensibilidade à presença de doença parece ser maior do que
a da TC. Sua capacidade multiplanar (obtenção de cortes em planos axiais,
sagitais, coronais e oblíquos) não depende de posições outras que o
decúbito dorsal horizontal. O contraste paramagnético (gadolínio) apresenta
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incidência muito baixa de reações adversas. No entanto, a RM é mais cara,
menos disponível e mais sujeita a artefatos de movimento do que a TC,
considerando o maior tempo de exame (Yousem et al.,
1992; Curtin et al.,
1998; van den Brekel, 2000).
O trato aerodigestório superior é revestido superficialmente por
epitélio epidermóide e sua mais grave doença é o carcinoma epidermóide
(CE), neoplasia maligna, potencialmente curável, quando precocemente
diagnosticada e tratada.
O crescimento do tumor para os planos teciduais adjacentes aos
linfonodos pode determinar o comprometimento de estruturas vitais como as
carótidas, por exemplo, necessitando, muitas vezes, que se proceda à
extirpação das estruturas comprometidas, aumentando a morbidade do
tratamento (Paes Junior, 2006).
Nos pacientes acometidos por CE do trato aerodigestório superior, é
freqüente o achado de metástases regionais. Os linfonodos, geralmente,
representam barreiras ineficazes à progressão dos carcinomas (Fischer e
Fischer,
1967) e o desenvolvimento de metástases.
Metástase regional para os linfonodos cervicais é o mais comum
mecanismo de disseminação dos carcinomas da cabeça e do pescoço,
como descreve Carr (1983).
Antes da utilização clínica da tomografia computadorizada, a palpação
era a única ferramenta para o estudo dos pacientes com suspeita de
metástases. Era considerado sugestivo de linfonodomegalia, quando maior
do 1,5 cm no seu maior eixo (com uma taxa de falso-positivo estimada entre
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20 e 28%) ou quando fixo aos planos teciduais, sugerindo extensão
extracapsular (van den Brekel et al., 1990).
O número de metástases pode representar a agressividade do tumor
primário e, algumas vezes, sugerir o sítio primário. Dados sobre o
estadiamento dos linfonodos, para avaliação prognóstica, são fundamentais
para o planejamento terapêutico.
Diversos autores concordam, com base no exame clínico ou
anatomopatológico, que o estadiamento dos linfonodos cervicais em
pacientes com câncer de cabeça e pescoço é o principal fator prognóstico,
como é descrito por Spiro et al. (1974), Shah et al. (1976), Stell et al. (1983)
e Ellis et al. (1989).
É amplamente aceito que o prognóstico do paciente piora, quanto
maior o número de metástases cervicais, conforme Cachin et al. (1979),
Snow et al. (1982), Lefebvre et al. (1987) e Shah et al.
(1990).
O prognóstico pode ser reduzido à metade, se houver
comprometimento linfonodal no momento do diagnóstico ou no seguimento
de pacientes com carcinoma, segundo Spiro et al. (1974) e Leemans et al.
(1990).
No que se refere ao tratamento das metástases, o esvaziamento
cervical é a modalidade terapêutica amplamente aceita na maior parte dos
casos, associada, geralmente, à radioterapia, como descrevem Lenz et al.
(1993) e Sarvanan et al. (2002). Existem altas taxas de recidiva,
principalmente, nos casos de extensão extracapsular e metástases
múltiplas, segundo Snow et al. (1982). Isso reforça a importância do estudo,
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dada à possibilidade dos achados da tomografia computadorizada
interferirem no manejo dos pacientes.
Devido à grande importância clínica, muitos trabalhos estudaram o
estadiamento dos linfonodos cervicais por tomografia (Mancuso et al., 1983;
Som, 1987; van den Brekel et al., 1990; Yousem et al., 1992; Steinkamp et
al., 1994; Don et al., 1995; Shingaki et al., 1995; Sarvanan et al.,
2002; King
et al., 2004).
O grau de concordância na observação de um mesmo sinal na
avaliação realizada por médicos diferentes, ou seja, a capacidade de
reprodutibilidade de uma observação, especialmente nos exames clínicos e
complementares, é mais um importante capítulo a ser estudado dentro da
vastidão do conhecimento da medicina (Ransohoff e Feinstein, 1978; Jekel
et al., 1999).
Os métodos de imagem, especialmente a tomografia
computadorizada, podem exercer um papel importante na detecção de
metástases não palpáveis, especialmente, em tumores primários com pouca
ou nenhuma manifestação clínica. Também, a TC fornece informações sobre
o número de linfonodos, nível de comprometimento, sinais de rotura capsular
(contornos irregulares), além de expressar sua relação com as artérias
carótidas, já que a invasão de sua(s) parede(s) praticamente indica
tratamento não-cirúrgico, considerando, principalmente, tratamentos à base
de radioterapia e/ou quimioterapia, dependendo das condições clínicas do
paciente (Yousem, 1995). A TC oferece detalhadas informações acerca dos
linfonodos e, também, do tumor primário, sendo uma importante ferramenta
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auxiliar no diagnóstico, que é clínico, mediante a confirmação histopatológica
(Mancuso et al., 1983; Som, 1987; van den Brekel, 2000).
Estudando e detectando as limitações, especificamente na
concordância entre radiologistas, na interpretação de exames de tomografia
computadorizada, com a intenção de ser uma pequena etapa no processo
de diagnóstico e tratamento dos pacientes, pode-se auxiliar na conduta
terapêutica e no aumento da qualidade de vida.
Entretanto, qual a discordância esperada para um método de exame?
A variação encontrada pode interferir no manejo clínico do paciente? Essas
são apenas algumas das muitas perguntas que podem ser feitas e, também,
alguns dos muitos trabalhos científicos que podem ser desenvolvidos a partir
delas.
O presente estudo tem por objetivo avaliar a concordância
interobservadores, por meio da análise de filmes de tomografia
computadorizada, do envolvimento da artéria carótida por linfonodos
cervicais metastáticos de carcinoma epidermóide do trato aerodigestório
superior, com base em duas classificações, uma simples e outra complexa,
derivadas de trabalhos científicos (Picus, 1983; Yousem, 1995).
Reafirma-se aqui que é fácil reconhecer a importância do
conhecimento prévio, no início do tratamento, dos aspectos concernentes ao
estadiamento regional do carcinoma do trato aerodigestório superior, sendo,
portanto, necessário que as informações fornecidas pelos radiologistas
sejam precisas e reprodutíveis.
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Mediante a grande importância do médico no processo diagnóstico,
não somente o equipamento a ser utilizado no exame deve ser avaliado,
mas também, o radiologista, na busca de suas vulnerabilidades, para se
buscar alternativas para corrigi-las. Métodos de imagem não fazem
diagnósticos. Na verdade, eles apenas auxiliam os médicos no diagnóstico,
que se baseiam no conhecimento técnico da execução, informações clínicas
e habilidades visuais, cognitivas, perceptivas e subjetivas. Dessa forma, foi
proposta uma comparação entre duas classificações simples e complexa,
para ser utilizada pelos radiologistas.
Com base na literatura revisada, nenhum trabalho foi publicado,
estudando a variação interobservadores na avaliação do envolvimento da
artéria carótida por linfonodos cervicais metastáticos de carcinoma
epidermóide por meio de exames de tomografia computadorizada.
A disponibilidade dos filmes de tomografia computadorizada para
nova interpretação foi outro critério de inclusão. Não seria possível obter
conclusão alguma, acerca de concordância interobservadores, sem a
utilização de um protocolo que permitisse uma nova interpretação por
radiologistas, de forma “prospectiva”. Os filmes dos 99 exames de
tomografia computadorizada analisados foram e estão disponíveis para
consulta, no caso de um novo estudo; por exemplo, uma análise intra-
observadores.
Outro viés de método que pode ser aventado é quanto à avaliação de
concordância devido ao tempo de experiência diferente entre os
radiologistas, como o encontrado em estudos anteriores (Cordeiro, 2005;
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Yamashiro, 2006). Buscou-se, dessa forma, radiologistas com tempo de
experiência similar em cabeça e pescoço, com formação no mesmo serviço
de diagnóstico por imagem.
Vários trabalhos, como Mancuso et al. (1983), Som (1987), van den
Brekel et al. (1990), Yousen et al. (1992), Steinkamp et al. (1994), Don et al.
(1995), Shingaki et al. (1995), Sarvanan et al.
(2002) e King et al. (2004),
descrevem a tomografia computadorizada como o melhor método para o
estadiamento por imagem dos linfonodos cervicais. Esses trabalhos
comparam os achados de imagem com os aspectos anatomopatológicos,
obtendo bons valores de sensibilidade e especificidade no estadiamento das
cadeias linfonodais cervicais e, por conseguinte, sua relação com a artéria
carótida.
Muitos métodos estatísticos podem ser utilizados para medir e
explicar a variação total, pois parte é aleatória, outra, por deficiência do
método de exame empregado e, às vezes, por falha do observador
(Ransohoff e Feinstein, 1978; Jekel et al., 1999). Pode-se avaliar a
reprodutibilidade e o valor preditivo negativo. Este último, com base nos
casos que foram ressecados posteriormente. Em nenhum, se observou
invasão vascular, o que confere um valor preditivo negativo de 100%.
A reprodutibilidade é a capacidade de uma medida ou observação
apresentar o mesmo resultado ou muito semelhante nas medições ou
observações de um mesmo fato ou sinal, seja por métodos ou interpretação
médica (Ransohoff e Feinstein, 1978; Jekel et al., 1999).
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O tema “concordância interobservadores” tem recebido mais atenção
nos últimos anos nas publicações científicas.
Na observação dos resultados da análise da variação
interobservadores, na avaliação do comprometimento da artéria carótida por
linfonodos cervicais metastáticos de carcinoma epidermóide do trato
aerodigestório superior, através da análise de tomografia computadorizada,
foi possível obter valores estatisticamente significantes nas duas
classificações estudadas.
O método Kappa, que foi utilizado, serve para identificar a
concordância entre pelo menos dois observadores para um mesmo sinal,
variando entre 0 (discordância total) e 1,0 (concordância total), podendo
classificá-la em níveis de concordância (desprezível, mínima, moderada, boa
e excelente), conforme descreve Altman (1991). Optou-se por 4
observadores, ao invés de menos observadores, como nas pesquisas que
nos antecederam (Paes Junior, 2004; Cordeiro, 2005; Yamashiro, 2006),
para reduzir ainda mais a possibilidade dos resultados se darem ao acaso.
Poucos trabalhos foram publicados estudando a concordância
interobservadores no estadiamento do carcinoma do trato aerodigestório
superior, a maior parte deles não se referindo aos linfonodos
comprometidos, descritos a seguir.
A literatura comprova a variação na interpretação de imagens, mesmo
por médicos adequadamente preparados. Thaete et al. (1994), utilizando
nove médicos (observadores), comparou a análise de radiografias digitais e
convencionais do tórax, com amplas variações de interpretação.
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Beam et al. (1996), por sua vez, conduziu um estudo que avaliou 108
radiologistas que atuavam na área de mamografia, certificados pelo
American College of Radiology, os quais interpretaram 79 mamografias; eles
encontraram sensibilidade, variando entre 0,47 e 1,00 e especificidade,
variando entre 0,36 e 0,99.
Assim como este trabalho, a maior parte dos estudos da variação
interobservadores na interpretação de exames de imagem, embora de
outros segmentos do corpo que não o pescoço, não apresenta níveis de
concordância perfeitos, como avaliação do comprometimento da base da
língua (Paes Junior, 2004), do complexo naso-sinusal (Cordeiro, 2005), e da
loja amigdalina (Yamashiro, 2006).
Um sítio de grande importância, pela freqüência de comprometimento
por metástases, é a cadeia júgulo-carotídea alta. A presença de linfonodos
comprometidos na cadeia linfonodal júgulo-carotídea alta alcançou índice de
concordância interobservadores considerado excelente, para a totalidade
dos exames. Embora represente um sítio, também, facilmente identificado
pelo exame clínico, este nem sempre pode atribuir à metástase, de forma
segura, uma linfonodomegalia palpável. Pode, também, representar
comprometimento inflamatório. Os linfonodos normais, nesta topografia,
apresentam dimensões um pouco maiores, quando comparados às demais
cadeias (van den Brekel, 2000), podendo trazer dúvida na interpretação do
exame clínico.
As demais cadeias júgulo-carotídeas obtiveram concordância boa
para a totalidade de exames. Em alguns casos, pode existir dúvida na
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localização de linfonodos, se pertencentes à cadeia júgulo-carotídea, quando
estão muito próximos da veia jugular interna. Este aspecto é mais evidente
nas cadeias júgulo-carotídeas, onde o músculo esternocleidomastóideo se
encontra mais medializado. Apesar disso, pouca influência na conduta do
paciente é esperada, pois, se optado pelo esvaziamento dos linfonodos, o
acesso cirúrgico é lateral (Batsakis,
1979).
Os resultados obtidos por este estudo permitem concluir que, com
base na casuística apresentada, a tomografia computadorizada apresenta
concordância interobservadores moderada na classificação simplificada e de
desprezível à moderada, na complexa.
A maior parte dos pacientes apresentava estadio clínico avançado,
tanto T, quanto N. Observou-se que 64,6% eram T3 ou T4; já no estadio
clínico N, 69,8% dos pacientes eram N2 ou N3 e, apenas, 28,2% dos
pacientes eram N0 ou N1.
Bons resultados na concordância podem ser explicados pela
utilização neste trabalho de critérios já amplamente estudados na literatura
(Mancuso et al., 1983; Som, 1987; van den Brekel et al., 1990; Yousem et
al., 1992; Sarvanan et al.,
2002; Steinkamp et al., 1994; Don et al., 1995;
Shingaki et al., 1995; King et al., 2004), como foi descrito no método.
Embora os resultados tenham consagrado a tomografia
computadorizada como método para estadiamento cervical em pacientes
com CE do trato aerodigestório, consideramos necessário o conhecimento
acerca de sua reprodutibilidade, quando interpretada por mais de um
radiologista.
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É importante estudar as atuais limitações dos radiologistas na
interpretação das imagens. Se forem pontuados, os sinais com maior
variabilidade interobservadores, este conhecimento pode ser útil na conduta
clínica, especialmente, nas decisões cirúrgicas, bem como, é uma forma de
estimular os radiologistas a melhorarem os protocolos de aquisição das
imagens nesses sítios, para obtenção de melhores sinais.
Os resultados obtidos, a partir da conclusão deste trabalho trazem
informações muito úteis para a prática clínica, pois o resultado de 0,53
obtido na classificação simples pelos radiologistas é próximo ao nível crítico
de aceitação, que é de 0,6. Já, na classificação complexa, a concordância é
0,36. Valor, este, considerado de concordância mínima. A metodologia deste
trabalho, embora simples, mas facilmente reprodutível, permitiu atingir
resultados que assegurassem nível moderado de concordância entre os
radiologistas na classificação simplificada (Kappa Geral de 0,53) e, entre
desprezível a moderada, na classificação complexa (Kappa Geral de 0,36),
quando a análise do envolvimento da artéria carótida por linfonodos cervicais
metastáticos for necessária.
A concordância baixa na classificação complexa pode ser devida ao
maior número de estratificações, o que prejudicou a análise junto a regiões
limítrofes entre os intervalos que a compõem e também ao calibre da artéria
carótida que é inferior ao da artéria aorta descendente utilizada no trabalho
de Picus (1983). Nos intervalos abaixo de 50% de contato com a artéria
carótida, por exemplo, o prognóstico é razoável e inclui a maioria dos
pacientes que foram operados.
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Yoo et al. (2000) considera um envolvimento maior que 180 graus da
artéria carótida um fator de pior prognóstico cirúrgico.
Um comprometimento maior que 270 graus, por si só não significa
invasão mural da carótida, como se observou neste mesmo trabalho, já que
um processo inflamatório pode estar coexistindo com a linfonodomegalia.
Por outro lado, há um trabalho sobre envolvimento maior que 270 graus,
este por RM, que indica invasão da parede em 83% dos casos (Yousem,
1995).
Revisando os prontuários, somente o valor preditivo negativo pode ser
calculado, já que só 27 pacientes evoluíram para tratamento cirúrgico.
Nestes, o valor foi de 100%, visto que, nos prontuário dos pacientes que
foram ressecados, havia o laudo do exame anatomopatológico, no qual não
existia descrição de invasão da artéria carótida.
A decisão de intervir cabe ao cirurgião, com base no somatório de
dados clínicos e de imagem. Atualmente, está cada vez mais em desuso a
substituição da carótida invadida por prótese, já que a morbidade e
mortalidade são bastante elevadas. Até 180 graus, há relatos de tentativa
até mesmo de “peeling” como alternativa de terapêutica segundo (Yoo,
2000). Mas, isso não significa que o cirurgião, ao analisar a TC e
observando um comprometimento maior que 270 graus, não analise a
possibilidade de intervir com o objetivo de cura, se a massa for móvel, num
paciente jovem e com boas condições clínicas. Muitas vezes, como nesse
caso, a decisão final de investir pode se dar com base no achado intra-
operatório ou mesmo numa cirurgia de resgate.
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No entanto, diante do exposto, pode-se propor uma seqüência deste
estudo, buscando outros argumentos a favor de uma classificação mais
simplificada, a qual leve os radiologistas a uma melhor concordância entre
si, sem prejudicar a qualidade da informação fornecida ao cirurgião.
Por fim, o laudo tomográfico deve ser usado como um critério a mais
para o cirurgião tomar ciência das dificuldades que irá enfrentar, mas não
deve ser usado para predizer cirurgias potencialmente curáveis, pois tende a
superestimar comprometimento da artéria (Nix, 2003), conforme percebeu-
se na análise do observador 1 em relação aos outros observadores. Mesmo
em lesões enormes, se não houver alteração da gordura junto a carótida,
não se considera seu envolvimento, o que pode ter gerado erro ao
observador 1, já que a maioria das lesões da amostra tinham estadio alto.
Percebeu-se também que nas linfonodomegalias que deslocavam a
artéria carótida, este mesmo observador tendia a considerar um alto grau de
envolvimento o que, geralmente, por si só não é correto, como relataram os
outros 3 observadores.
Ruptura capsular, irregularidade dos contornos de pequenos
linfonodos são mais agressivos que grande parte das lesões maiores sem
estas características.
Acredita-se que é importante estudar as atuais limitações dos
radiologistas na interpretação das imagens. Se forem identificados os pontos
com maior variabilidade entre um número maior de observadores, estes
pontos podem ser úteis não só na conduta clínica e decisões cirúrgicas mas,
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principalmente, como uma forma de estimular os radiologistas a se
respaldarem em melhores sinais.
Embasado neste trabalho com 4 observadores, é proposto que se
adote à classificação simplificada, pois, além de aumentar a concordância
entre os radiologistas, não super-estima tanto o grau de envolvimento
quanto a classificação complexa, podendo, desta forma, não dissuadir
aqueles profissionais que poderiam indicar ou realizar um tratamento
curativo e acabem optando por uma alternativa paliativa.
CONCLUSÃO
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7 CONCLUSÃO
A concordância interobservadores em relação ao envolvimento da
artéria carótida por linfonodos cervicais metastáticos de carcinoma
epidermóide do trato aerodigestório superior, por meio de tomografia
computadorizada, foi a seguinte com base nestas duas classificações:
1. Classificação Simples: kappa geral = 0,53 (Concordância Moderada)
2. Classificação Complexa: kappa geral = 0,36 (Concordância Mínima)
Anexo
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61
ANEXO
TNM – Classificação de Tumores Malignos
TNM
CLASSIFICAÇÃO DE TUMORES MALIGNOS
6ª edição, 2004
Ministério da Saúde
Instituto Nacional de Câncer
UICC - União Internacional Contra o Câncer
Edição original em Inglês: TNM Classification of Malignant Tumours - 6th ed.
Edited by L.H. Sobin and Ch. Wittekind. John Wiley & Sons, INC., Publication –
2002.
ISBN 0-471-22288-7 (alk. Paper)
Editores: L. H. Sobin, M. D. Division of Gastrointestinal Pathology, Armed Forces
Institute of Pathology, Washington, D. C. 20306, USA
Prof. Dr. med. Ch. Wittekind, Institut für Pathologie der Universität, Liebigstra Be 26,
D-04103 Leipzig, Germany
A tradução, edição e publicação da versão em Português foi realizada com a
autorização da UICC – União Internacional Contra o Câncer e da Wiley-Liss, Inc. O
Instituto Nacional de Câncer é o único responsável pela tradução.
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Faringe (CID-O C01, C05.1,2, C09, C010.0, 2,3, C 11-13)
Regras para Classificação
A classificação é aplicável somente para carcinomas. Deve haver
confirmação histológica da doença. O procedimento para a avaliação das
categorias T, N e M são os seguintes:
Categorias T: Exame físico, endoscopia e diagnóstico por imagem;
Categorias N: Exame físico e diagnóstico por imagem;
Categorias M: Exame físico e diagnóstico por imagem.
Localizações e sub-localizações anatômicas
Orofaringe (C01, C05.1,2, C09,0,1,9, C10.0,2,3)
1. Parede anterior (área glosso-epiglótica)
Base da língua posteiror as papilas valadas ou terço posterior) (C01)
Valécula (C10.0)
2. Parede lateral (C10.2)
Amigdala (C09.9)
Fossa amigdaliana (C09.0) e pilar amigdaliano (faucial) (C09.1)
Prega glossopalatino (pilares amigdalianos) (C09.1)
3. Parede posterior (C10.3)
4. Parede superior
Superfície inferior do palato mole (C05.1)
Úvula (C05.2)
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Nasofaringe (C11)
1. Parede póstero-superior: estende-se desde o nível da junção do palato
duro com o palato mole até a base do crânio (C11.0,1)
2. Parede lateral: incluindo a fossa de Rosenmuller (C11.2)
3. Parede inferior: consiste na superfície superior do palato mole (C11.3)
Nota: a margem dos orifícios das coanas, incluindo a margem posterior do
septo nasal, é incluída com a fossa nasal.
Hipofaringe (C12, 13)
1. Junção faringo-esofageana área pós-cricóidea (C13.0): estende-se desde
o nível das cartilagens aritenóides e pregas de conexão, até a borda inferior
da cartilagem cricóide, formando, assim, a parede anterior da hipofaringe.
2. Seio piriforme (C12.9): estende-se desde a prega faringo-epiglótica até o
limite superior do esôfago. É delimitado lateralmente pela cartilagem tireóide
e medialmente pela superfície da prega ariepiglótica (C13.1) e pelas
cartilagens aritenóide e cricóide.
3. Parede posterior da faringe (C13.2): estende-se desde o nível superior do
osso hióide (soalho da valécula) até o nível da borda inferior da cartilagem
cricóide e do ápice de um seio piriforme a outro.
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Tipos histológicos de tumor
Linfonodos Regionais
Os linfonodos regionais são os cervicais.
A fossa supra-clavicular (relevante na classificação dos carcinomas da
nasofaringe) é uma região triangular definida por três pontos: (1) margem
superior da borda esternal da clavícula; (2) a margem superior da borda
lateral da clavícula; (3) o ponto onde o pescoço se encontra com o ombro.
Este inclui a porção caudal dos níveis VI e V.
TNM - Classificação Clínica
T – Tumor Primário
Orofaringe
TX O tumor primário não pode ser avaliado
T0 Não há evidência de tumor primário
Tis Carcinoma in situ
T1 Tumor com 2 cm ou menos em sua maior dimensão
T2 Tumor com mais de 2 cm e até 4 cm em sua maior dimensão
T3 Tumor com mais de 4 cm em sua maior dimensão
T4a Tumor que invade qualquer das seguintes estruturas: laringe, músculos
profundos/extrínsecos da língua (genioglosso, hioglosso, palatoglosso e
estiloglosso), pterigóide medial, palato duro e mandíbula.
T4b Tumor que invade qualquer das seguintes estruturas: músculo
pterigóide lateral, lâminas pterigóides, nasofaringe lateral, base do crânio ou
adjacentes a artéria carótida.
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N – Linfonodos Regionais
Oro e hipofaringe
NX Os linfonodos regionais não podem ser avaliados
N0 Ausência de metástase em linfonodos regionais
N1 Metástase em um único linfonodo homolateral, com 3cm ou menos em
sua maior dimensão
N2 Metástase em um único linfonodo homolateral, com mais de 3 cm e até 6
cm em sua maior dimensão, ou em linfonodos homolaterais múltiplos,
nenhum deles com mais de 6 cm em sua maior dimensão; ou em linfonodos
bilaterais ou contralaterais, nenhum deles com mais de 6 cm em sua maior
dimensão
N2a Metástase em um único linfonodo homolateral, com mais de 3 cm e até
6 cm em sua maior dimensão
N2b Metástase em linfonodos homolaterais múltiplos, nenhum deles com
mais de 6 cm em sua maior dimensão
N2c Metástase em linfonodos bilaterais ou contralaterais, nenhum deles com
mais de 6 cm em sua maior dimensão
N3 Metástase em linfonodo com mais de 6 cm em sua maior dimensão
Nota: Os linfonodos de linha média são considerados linfonodos
homolaterais.
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M – Metástase à Distância
MX A presença de metástase à distância não pode ser avaliada
M0 Ausência de metástase à distância
M1 Metástase à distância
p TNM – Classificação Patológica
As categorias pT, pN e pM correspondem às categorias T, N e M.
pN0 O exame histológico do espécime de um esvaziamento cervical seletivo
incluirá, geralmente, 6 ou mais linfonodos. Já o exame histológico do
espécime de um esvaziamento cervical radical ou modificado incluirá,
geralmente, 10 ou mais linfonodos. Se os linfonodos são negativos, mesmo
que o número usualmente examinado seja não encontrado, classificam-se
como pN0. Quando o tamanho for um critério para a classificação pN, mede-
se a metástase e não o linfonodo inteiro.
G – Graduação Histopatológica
GX O grau de diferenciação não pode ser avaliado
G1 Bem diferenciado
G2 Moderadamente deferenciado
G3 Pouco diferenciado
G4 Indiferenciado
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Grupamento por Estadios
Oro e hipofaringe
Estadio 0 Tis N0 M0
Estadio I T1 N0 M0
T2 N0 M0
Estadio II
T1 N1 M0
T2 N1 M0
T3 N0/N1 M0
T1 N2 M0
Estadio III
T2 N2 M0
T3 N2 M0
T4a N0,N1,N2 M0
Estadio IVA
T4b qqN M0
Estadio IVB qqT N3 M0
Estadio IVC qqT qqN M1
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Resumo Esquemático
Oro e hipofaringe
T1 < = 2 cm
T2 > 2 até 4 cm
T3 > 4 cm
T4a laringe, músculos profundos/extrínsecos da língua, pterigóide medial,
palato duro, mandíbula
T4b músculo pterigóide lateral, lâminas pterigóides, nasofaringe lateral, base
do crânio, artéria carótida
N1 Homolateral, único, < = 3 cm
N2 (a) Homolateral, único, > 3 até 6 cm
(b) Homolateral, múltiplo, < = 6 cm
(c) Bilateral, contralateral, < = 6 cm
N3 > 6 cm
REFERÊNCIAS
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1997.
Som PM, Curtin HD. Head and Neck Imaging. 4th ed. St. Louis - MI: Mosby
Years Book; 2003.
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Thawley SE, O’Leary M. Otolaryngology - Head and Neck Surgery. 2nd ed.
St. Louis - MI: Mosby Years Book; 1993.
Apêndices
A
A
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C
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APÊNDICE A
Hospital Heliópolis
Serviço de Diagnóstico por Imagem
Protocolo de Coleta de Dados
Curso de Pós-graduação
Caso ( ) Observador ( ):
Comprometimento da
carótida
Direita Esquerda
0 a 25%
26 a 50%
51 a 75%
76 a 100%
Comprometimento da
carótida
Direita Esquerda
0 a 50%
51 a 100%
A
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APÊNDICE B
Hospital Heliópolis
Serviço de Diagnóstico por Imagem
Protocolo de Coleta de Dados
Curso de Pós-graduação
Caso ( )
1. Nome do Paciente:
2. Idade:
3. Hábitos: ( ) Tabagismo ( ) Etilismo
4. Estadiamento Clínico TNM:
5. Estudo Anatomopatológico:
Invasão vascular ( ) Sim ( ) Não
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APÊNDICE C
RELAÇÃO DOS PACIENTES INCLUÍDOS NO ESTUDO
Paciente
-Código
Sexo Idade Queixa Principal Primário Estadio
1-2 M 67 Nódulo cervical nasofaringe T1N2a
2-5 M 62 Odinofagia orofaringe T4N2c
3-8 M 52 Disfonia laringe T3N0
4-12 M 70 Disfonia e dispnéia laringe T3N2c
5-15 M 57 Disfonia laringe T2N0
6-17 M 54 Disfonia laringe T1N0
7-21 F 35 Disfonia e Disfagia laringe T4N2c
8-22 M 65 Disfonia e
Odinofagia
laringe T4N2c
9-23 F 63 Disfonia laringe T2N1
10-24 M 40 Nódulo cervical laringe T2N3
11-26 M 50 Disfonia e disfagia laringe T3N3
12-32 M 45 - boca -
13-36 M 50 Trismo boca T4N2b
14-38 M 46 - boca -
15-40 M 67 Ferida na boca boca T3N1
16-43 M 61 Nódulo cervical boca T4N3
17-47 M 47 Odinofagia orofaringe T2N0
18-51 M 46 Disfonia laringe T3N1
19-52 M 67 Disfonia e disfagia hipofaringe T4N0
20-56 F 59 Disfonia e disfagia hipofaringe T4N1
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Paciente -
Código
Sexo Idade Queixa Principal Primário Estadio
21-59 F 40 Nódulo cervical laringe T3N2a
22-62 M 60 Disfagia e dispinéia laringe T3N0
23-66 M 73 Disfonia hipofaringe T3N2a
24-67 M 48 Disfagia hipofaringe T4N2c
25-72 M 72 Odinofagia e
disfonia
hipofaringe T3N1
26-73 M 70 Disfonia laringe T2N2a
27-74 F 65 Dor e disfonia laringe T3N2a
28-76 M 52 Nódulo cervical hipofaringe T3N2a
29-80 M 57 Disfonia laringe T3N1
30-81 M 38 Disfonia laringe T3N0
31-82 M 52 Odinofagia orofaringe T4N2c
32-85 M 61 Disfonia laringe T3N0
33-86 F 58 Nódulo cervical oculto TxN3
34-87 F 58 Nódulo cervical oculto TxN2a
35-88 M 62 Nódulo cervical oculto TxN3
36-89 M 66 Nódulo cervical oculto TxN3
37-91 M 43 Disfagia orofaringe T4N2c
38-92 M 56 Dor orofaringe T4N2b
39-93 M 67 Odinofagia orofaringe T4N3
40-94 M 50 Nódulo cervical orofaringe T4N3
41-95 M 55 Nódulo cervical orofaringe T2N2a
42-96 M 71 Dor cervical orofaringe T3N0
43-97 M 40 Disfagia orofaringe T4N2a
44-99 M 66 Nódulo cervical nasofaringe T4N3
45-109 M 49 Nódulo cervical orofaringe T1N3
46-112 M 60 Odinofagia orofaringe T2N0
47-121 M 60 Nódulo cervical orofaringe T4N3
48-122 M 58 Nódulo cervical boca T2N2c
49-123 M 45 Disfonia laringe T4N2c
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Paciente -
Código
Sexo
Idade Queixa Principal Primário Estadio
50-124 F 53 Disfonia laringe T3N2a
51-126 F 63 Disfagia laringe T2N2c
52-130 M 52 Disfagia orofaringe T4N3
53-131 M 52 Nódulo cervical oculto TxN3
54-132 M 59 Nódulo cervical oculto TxN3
55-133 M 63 Nódulo cervical oculto TxN3
56-134 M 57 Nódulo cervical oculto TxN2a
57-135 M 50 Nódulo cervical oculto TxN2a
58-136 M 56 Nódulo cervical oculto TxN2a
59-139 M 54 Dor na boca orofaringe T3N2a
60-140 F 32 Nódulo na língua boca T3N2a
61-141 M 37 Disfagia orofaringe T3N0
62-142 M 45 Ardência garganta hipofaringe T2N3
63-143 M 50 Odinofagia boca T4N1
64-144 M 46 Ferida na língua orofaringe T2N2a
65-145 F 49 Odinofagia boca T4N2b
66-146 M 51 Nódulo cervical boca T2N1
67-148 M 64 orofaringe T2N3
68-150 M 62 Otalgia orofaringe T3N2a
69-154 M 57 Disfagia orofaringe T3N1
70-155 M 51
Odinofagia e
otalgia
orofaringe T4N2a
71-156 M 58 Odinofagia orofaringe T4N2b
72-157 M 69 Lesão cervical orofaringe T2N3
73-158 M 50 Otalgia orofaringe T4N1
74-162 M 59 Nódulo cervical orofaringe T3N3
75-163 M 54 Ferida na boca boca T3N2b
76-164 M 37 Odinofagia orofaringe T2N2c
77-165 M 72 Disfagia orofaringe T3N3
78-166 M 60 Ferida boca orofaringe T2N1
Disfagia
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Paciente -
Código
Sexo Idade Queixa Principal Primário Estadio
79-168 M 40 Odinofagia orofaringe T4N2b
80-169 M 44 Nódulo cervical boca T2N1
81-171 M 54 Dor gengival orofaringe T3N3
82-174 M 46 Nódulo cervical hipofaringe T4N3
83-176 F 61 Nódulo cervical hipofaringe T3N1
84-177 M 56 Nódulo cervical laringe T4N2a
85-178 F 60 Dor laringe T1N1
86-180 M 68 Emagrecimento hipofaringe T3N3
87-182 M 54 Disfonia e disfagia laringe T4N2c
88-183 M 58 Nódulo cervical hipofaringe T3N2b
89-184 M 53 Odinofagia hipofaringe T3N2c
90-187 M 59 Nódulo cervical hipofaringe T2N3
91-188 M 54 Disfonia e disfagia hipofaringe T3N1
92-189 M 73 Nódulo cervical hipofaringe T4N3
93-190 M 51 Disfonia hipofaringe T3N2b
94-191 M 53 Disfonia hipofaringe T4N3
95-192 M 56 Nódulo cervical hipofaringe T4N2b
96-193 M 64 Nódulo cervical hipofaringe T4N3
97-194 M 43 Dor cervical hipofaringe T2N1
98-197 M 68 Disfonia hipofaringe T3N1
99-198 M 76 Nódulo cervical hipofaringe T4N2a
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APÊNDICE D
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