Discussão
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essa rápida indução é muito importante, em especial no início do
procedimento, em que o paciente normalmente está mais apreensivo e a
anestesia local, muitas vezes, pode desencadear dor e estresse, alterando os
parâmetros fisiológicos em “cascata”, como pressão arterial, freqüência
cardíaca, maior sangramento e metabolização mais rápida do anestésico local,
dificultando o procedimento para o cirurgião e aumentando o desconforto para
o paciente. Estes efeitos foram comprovados em tratamentos dentários em
crianças por Veerkamp et al (1991), Henry et al (1992), Shapira et al (1992);
Primosch et al (1999), Leelataweewud et al (2000) e Bryan (2002); e, em
adultos, por Peretz et al (1996), Peretz et al (1998), Willumsen et al (2001),
Takarada et al (2002), Willumsen, Vassend (2003) e Ong et al (2004).
A percepção da dor, ao final do procedimento cirúrgico, também foi
maior no grupo sem analgesia em comparação com o grupo que recebeu
analgesia com óxido nitroso. Esse momento da avaliação dolorosa tem uma
importância significativa, já que demonstra o grau de percepção dolorosa, em
todo o procedimento cirúrgico, adicionando cada ato cirúrgico desde a incisão
até a sutura que, ao final, causaram menos dor no grupo com analgesia.
Outro dado importante é que percebemos uma diferença significativa
quando comparamos os resultados das EVAS nos dois momentos da avaliação
da dor no grupo sem analgesia, ou seja, houve um aumento significativo na
percepção da dor, ao final do procedimento cirúrgico no grupo sem analgesia.
Já no grupo com analgesia, essa diferença não foi estatisticamente
significativa, ou seja, o óxido nitroso foi eficiente em diminuir a percepção
dolorosa, quando comparamos os dois momentos cirúrgicos.
A recuperação do paciente após o término da sedação com óxido
nitroso é rápida, sendo o gás eliminado do organismo em cerca de cinco
minutos após o término da administração. Comparado com o efeito de outros
sedativos, o óxido apresenta um menor tempo médio para recuperação de
adultos em tratamento dental, como observado nos estudos de Takarada et al
(2002), que observaram um tempo de recuperação de 80 e 52 minutos para os
anestésicos midazolam e propofol, respectivamente.