Tabela 19: Energia livre de Gibbs de solvatação (em kcal/mol) separada em suas
contribuições calculadas (eletrostática ∆G
ele
, não-eletrostática ∆G
ne
, van der Waals
∆G
vdW
e cavitação ∆G
cav
) e as respectivas frações percentuais em relação a energia
total de solvatação para o conjunto de ânions em DMF com fator de 1,52.
Anion ∆G
ele
∆G
ele
∆G
∗
solv
∆G
ne
∆G
ne
∆G
∗
solv
∆G
cav
∆G
∗
solv
∆G
vdW
∆G
∗
solv
F
−
−78,3 82,6 −16,5 17,4 4,4 21,8
Cl
−
−58,4 88,3 −7,7 11,7 10,0 21,7
Br
−
−54,2 85,5 −9,2 14,5 11,7 26,2
I
−
−49,8 95,9 −2,1 4,1 16,6 20,7
I
−
3
−38,8 88,6 −5,0 11,4 47,3 58,7
N
−
3
−58,6 89,9 −6,6 10,1 14,4 24,5
CN
−
−57,8 86,4 −9,1 13,6 11,5 25,1
SCN
−
−50,1 80,2 −12,4 19,8 17,9 37,7
ClO
−
4
−51,0 102,8 +1,4 2,8 27,4 24,6
CH
3
CO
−
2
−59,5 89,2 −7,2 10,8 21,3 32,1
Pic
−
−41,3 79,4 −10,7 20,6 63,8 84,4
BPh
−
4
−38,8 1437,0 +41,5 1537,0 2411,1 874,1
Em DMF, a energia de solvatação calculada é de −66,1 kcal/mol, o que resulta num
desvio de 0,4 kcal/mol. Estes resultados podem ser considerados excelentes, dado
que a incerteza no valor experimental da energia de solvatação deste ânion fica na
faixa de ±7 kcal/mol
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. Se compararmos as contribuições individuais para a energia
livre de solvatação deste ânion, podemos ver que a maior contribuição fica por conta
do termo eletrostático que representa aproximadamente 90% da energia total de sol-
vatação do ânion Cl
−
tanto em AN quanto em DMF. O trabalho de cavitação e o termo
referente à energia de interação repulsiva-dispersiva de van der Waals possuem sinais
opostos e quando adicionados resultam num ganho de −5,8 kcal/mol na energia de
solvatação em AN e −7,7 kcal/mol em DMF, o que significa que aproximadamente 10%
da energia correspondente às interações que favorecem (termo negativo na energia
livre de Gibbs) a solvatação do ânion cloreto nos solventes estudados, são provenien-
tes dos efeitos estéricos. Então estes resultados nos ajudam a confirmar a hipótese
inicial, utilizada na primeira proposta de parametrização relatada neste trabalho, a Me-
todologia I, de que o processo de solvatação dos íons é dominado pelas interações
eletrostáticas íon-solvente. Estas observações são também válidas para o caso do
ânion Br
−
que apresenta resultados semelhantes quanto ao particionamento das con-
tribuições para a energia total de solvatação.
É também importante analisarmos os resultados obtidos para os ânions I
−
e I
−
3
,
pois temos mais uma vez o exemplo de um mesmo átomo que está presente em
dois solutos diferentes, e assim nós podemos avaliar a eficiência e a consistência
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