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FUNDAÇÃO VISCONDE DE CAIRU
FACULDADE VISCONDE DE CAIRU
CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA VISCONDE DE CAIRU - CEPPEV
MESTRADO INTERDISCIPLINAR EM MODELAGEM COMPUTACIONAL
FACOL
FERRAMENTA DE AUTORIA COLABORATIVA PARA COMUNIDADES DE
APRENDIZAGEM
MARCONDES MENEZES DE SOUZA DOURADO
SALVADOR-BAHIA
JUNHO/2006
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Livros Grátis
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MARCONDES MENEZES DE SOUZA DOURADO
FACOL
FERRAMENTA DE AUTORIA COLABORATIVA PARA COMUNIDADES DE
APRENDIZAGEM
SALVADOR-BAHIA
JUNHO/2006
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Copyright © 2006 Marcondes Menezes de Souza Dourado.
É permitida a cópia, distribuição e/ou modificação deste documento sob os temos da
Licença de Documentação Livre GNU, Versão 1.2 ou qualquer versão posterior
publicada pela Free Software Foundation; sem Seção Invariante, textos da capa e
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Free Documentation License”.
Dourado, Marcondes Menezes de Souza
D739 FACOL - Ferramenta de autoria colaborativa para
comunidades de aprendizagem / Marcondes Menezes de Souza Dourado.
– Salvador, 2006
137 f.: il.
Orientador: Alfredo Eurico Rodrigues Matta.
Dissertação (mestrado) – Fundação Visconde de Cairú.
Resumo em português e inglês.
Referências: f. 120 - 124
1. Ensino a distância. 2.Comunidades de aprendizagem. 3.
Interatividade. 4. Colaboração. I. Título
CDD:
004
FACOL
FERRAMENTA DE AUTORIA COLABORATIVA PARA COMUNIDADES DE
APRENDIZAGEM
MARCONDES MENEZES DE SOUZA DOURADO
FACOL
FERRAMENTA DE AUTORIA COLABORATIVA PARA COMUNIDADES DE
APRENDIZAGEM
Dissertação apresentada à Coordenação de Mestrado
Interdisciplinar em Modelagem Computacional da
Fundação Visconde de Cairu para obtenção do título de
Mestre em Modelagem Computacional.
Orientador:
Prof. Dr. Alfredo Eurico Rodrigues Matta
Mestrado Interdisciplinar em Modelagem Computacional
Centro de Pós-graduação e Pesquisa Visconde de Cairu
Fundação Visconde de Cairu
SALVADOR-BA
JUNHO/2006
FACOL
Ferramenta de Autoria Colaborativa para comunidades de aprendizagem
MARCONDES MENEZES DE SOUZA DOURADO
Dissertação apresentada em 08 de junho de 2006 e aprovada pela Banca
Examinadora, constituída pelos professores:
Prof. Dr. Alfredo Eurico Rodrigues Matta
Orientador - Presidente da Banca
Prof. Dr. Renelson Ribeiro Sampaio
Componente da Banca
Prof. Dr. Trazíbulo Henrique Pardo Casas
Componente da Banca
Agradecimentos
Em primeiro lugar agradeço a Deus pelo dom da vida.
Aos meus pais, Altair Menezes de Souza Dourado e Adail Marques Dourado; por tanto
amor, bondade e tolerância para comigo.
A minha esposa e companheira de jornada, Genilda Dória Feijó, pela paciência e
compreensão pelas muitas ausências ocasionadas na elaboração deste trabalho.
Aos meus filhos, Jéssica Feijó Dourado, Maite Dourado Menezes e Cristiano Dourado
Menezes.
Ao meu Orientador Dr. Alfredo Eurico da Matta, por colocar-se sempre à minha
disposição seus ensinamentos e experiências sempre que as necessitava.
Ao professor Roberto Luis Souza Monteiro coordenador de EAD da FIB, pela bondade
em atender as minhas solicitações.
Aos meus alunos da turma de Estruturas de Dados do noturno da FIB, pela
participação nesta pesquisa, pelas discussões e sugestões, e também por
responderem ao questionário, que muito contribuiu para o desenvolvimento do
trabalho.
À todos que contribuíram de alguma forma para a realização deste trabalho.
“Ensinar não é uma função vital, porque não
tem o fim em si mesma; a função vital é
aprender.”
Aristóteles
Lista de tabelas
Tabela 1 – Características fundamentais das Comunidades de Aprendizagem -------
26
Tabela 2 – Diferentes abordagens de EAD ------------------------------------------------------
29
Tabela 3 – Evolução da EAD ------------------------------------------------------------------------
30
Tabela 4 – Características fundamentais da EAD --------------------------------------------- 35
Tabela 5 – Evolução didática da EAD -------------------------------------------------------------
37
Tabela 6 – Características fundamentais das CA em EAD ----------------------------------
41
Tabela 7 – Características dos modelos de ambientes essenciais ------------------------
51
Tabela 8 – Características fundamentais do FACOL --------------------------------------- 52
Lista de Figuras
Figura 01 – Diagrama de Contexto ------------------------------------------------------------ 54
Figura 02 – Relacionamentos entre as entidades ----------------------------------------- 55
Figura 03 – A classe Usuário e suas subclasses ------------------------------------------ 56
Figura 04 – Diagrama de Estado -------------------------------------------------------------- 57
Figura 05 – Diagrama de Casos de Uso do FACOL ----------------------------------- 58
Figura 06 – Diagrama de Classes ------------------------------------------------------------- 59
Figura 07 – Diagrama de Interação do Evento Identificação do Usuário (Logon) 60
Figura 08 – Diagrama de Interação do Evento Fazer Download --------------------- 60
Figura 09 – Diagrama de Interação do Evento Fazer Upload -------------------------- 61
Figura 10 – Diagrama de Interação do Evento Alterar Senha -------------------------- 61
Figura 11 – Diagrama de Interação do Evento Cadastrar Usuário -------------------- 62
Figura 12 – Tela Principal da FACOL ------------------------------------------------------ 69
Figura 13 – Tela de Cadastro de Usuários -------------------------------------------------- 70
Figura 14 – Tela de Download ----------------------------------------------------------------- 71
Figura 15 - Tela de Upload ---------------------------------------------------------------------- 72
Figura 16 – Etapas do questionário ----------------------------------------------------------- 83
Figura 17 – Etapa 1 do questionário ---------------------------------------------------------- 84
Figura 18-A – Etapa 2 do questionário ------------------------------------------------------- 85
Figura 18-B – Continuação da etapa 2 do questionário --------------------------------- 87
Figura 19 – Etapa 3 do Questionário --------------------------------------------------------- 88
Figura 20 – Experiência dos usuários em relação aos softwares ---------------------- 94
Figura 21 – Média das respostas no Aspecto Interface ---------------------------------- 96
Figura 22 – A ferramenta é auto-explicativa –---------------------------------------------- 97
Figura 23 – Finalidade dos botões disponíveis é de fácil entendimento -----------
97
Figura 24 – A interface da ferramenta facilita o uso da mesma ----------------------
98
Figura 25 – A interação é facilitada pela simplicidade e clareza da interface ----
99
Figura 26 – Você conseguiu fazer download’s e upload’s sem dificuldades ------
99
Figura 27 – Combinação de cores -----------------------------------------------------------
100
Figura 28 – Padrão na execução das tarefas ---------------------------------------------
101
Figura 29 – Inserção de contribuição ------------------------------------------------------- 102
Figura 30 – Opinião sobre interface ---------------------------------------------------------
103
Figura 31 – Média das respostas no aspecto Aprendizagem -------------------------
104
Figura 32 – Distribuição adequada do conteúdo -----------------------------------------
104
Figura 33 – Opinião sobre o conteúdo ------------------------------------------------------
105
Figura 34 – Média das respostas no aspecto Colaboração ---------------------------
106
Figura 35 – Importância no processo ensino-aprendizagem ------------------------- 107
Figura 36 – Grau de Satisfação no aspecto Colaboração -----------------------------
107
Figura 37 – Média das respostas no aspecto Participação/Autonomia ------------
108
Figura 38 – Desenvolvimento da autonomia ao inserir contribuições --------------
109
Figura 39 – Expectativas em relação as Consultas -------------------------------------
110
Figura 40 – Sentimento do aluno-educador -----------------------------------------------
110
Figura 41 – Grau de satisfação no aspecto autonomia -------------------------------- 111
Figura 42 – Grau de satisfação do FACOL ------------------------------------------------
112
Abreviaturas
CA – Comunidade de Aprendizagem
EAD – Educação a Distância
HTML – Hipertext Markup Language
PHP– Hypertext Preprocessor
UML – Unified Modeling Language
Resumo
DOURADO, Marcondes Menezes de Souza. Modelagem Sistêmica Educacional:
FACOL Ferramenta de Autoria Colaborativa para comunidades de aprendizagem,
SSA/BA. 2006, Dissertação (Mestrado Interdisciplinar em Computação Cientifica),
CEPPEV, FVC, Salvador.
O presente trabalho tem como objetivo a Modelagem de uma Ferramenta de Autoria
Colaborativa para comunidades de aprendizagem com características baseadas nos
estudos da teoria do conhecimento e da modelagem da interatividade humana.
O estudo aborda ainda o contexto tecnológico da sociedade atual, tendendo para as
características e atitudes dos sujeitos sociais, analisando a importância dos conceitos
sócio-interacionistas, tendendo para o conceito das comunidades de aprendizagem.
Para a Modelagem da Ferramenta são apresentados gráficos e diagramas da
Linguagem Unificada de Modelagem (UML) que apresentam de forma clara e precisa
a estrutura do sistema, para que educadores e estudiosos, mesmo sem o
conhecimento profundo em informática, possam entender o funcionamento do
ambiente.
A idéia deste estudo surgiu a partir da observação dos diversos softwares
desenvolvidos para cursos de Educação à Distância e se evidenciou que o
insuficientes as ferramentas existentes para construção do conhecimento coletivo,
capazes de compor um Sistema de Educação a Distancia numa abordagem de
comunidades de aprendizagem. Neste estudo delineou-se uma parte teórica e outra
prática, após o que, será avaliada a efetividade da FACOL.
Para a avaliação da efetividade da FACOL, é feito um pré-teste com uma turma de
graduação onde os alunos interagem com a ferramenta, contribuindo com downloads
e uploads, e depois pudessem lançar sugestões e críticas ao ambiente trabalhado.
Palavras-chave: Ensino a Distância, Comunidades de Aprendizagem, Download’s,
Upload’s, UML, PHP.
Abstract
DOURADO, Marcondes Menezes de Souza. Educational Systemic Modelling: FACOL
Cooperation Authorship Tool for Learning Communities, Salvador/BA - Brazil. 2005,
Paper ( Interdisciplinar Master’s Degree Course on Scientific Computer), CEPPEV,
FVC, Salvador.
This Academic work has as its object, the Systemic Modeling of a Collective
Cooperation Authorship Tool for Distance Education communities, based on the
knowledge theory studies, and on the human interactive modeling.
The study also covers the technological context of today’s society, focusing the
atiitudes and characteristics of the social actors, analysing the importance of the socio-
interactionist concepts, tending towards the concepts of the learning communities.
For the Modelling of the Tool graphics and diagrams of the UML - Unified Modelling
Tool, which shows clearly and precisely, the system structure, so that educators and
scholars may understand the ambient working methods, even those without a deep
knowledge of the information science.
The Idea for this study came as a result of the observation of several Distance
Education softwares which showed insufficient as tools for the construction of the
collective knowledge, able to compose a Distance Education System, when
considering learning communities. In this study it was set one theoretical part along
with a practical one, after which the effectiveness of FACOL Ferramenta de Autoria
Colaborativa para comunidades de aprendizagem, wil be evaluated.
For this evaluation, a semi-experimental survey is made with a graduation class, where
the students interact with the tool, downloading and uploading, and afterwords make
suggestions and criticisms upon the worked ambient.
Keywords: Distance Education, Learning Communities, Downloads, Uploads, UML,
PHP.
SUMÁRIO
p.
1 INTRODUÇÃO 16
2 Comunidades de Aprendizagem e EAD 22
2.1 Comunidades de Aprendizagem 24
2.2 Educação a Distância – EAD 27
3 FERRAMENTAS DE AUTORIA COLABORATIVA 43
3.1 Autoria Colaborativa 44
3.2 A escolha do Modelo 51
3.3 Análise de requisitos do sistema a ser modelado 53
4 IMPLEMENTANDO A SOLUÇÃO COMPUTACIONAL 64
4.1. PHP 64
4.2. Mysql 66
4.3 Modelagem Visual 66
4.4 A Interface 68
5 METODOLOGIA PARA EXPLORAÇÃO DA EFETIVIDADE DO FACOL 74
5.1. Modelo de Pesquisa 75
5.2. Campo de Pesquisa 76
5.3 Fonte de Dados 78
5.4 Procedimentos de Pesquisa 79
5.5 Etapas do estudo 80
5.6 Reflexão e Análise dos dados 90
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS 92
6.1 Análise da eficácia dos procedimentos utilizados 93
6.1.1 Ficha de Observação 93
6.1.2 Questionários 94
7 CONCLUSÃO 114
7.1 Conclusão 114
7.2 Limitações 118
7.3 Recomendações e Estudos Futuros 118
REFERÊNCIAS 120
APÊNDICES 125
ANEXOS 133
16
Capítulo 1
Introdução
"A cooperação, com efeito, é um método característico da sociedade que se
constrói pela reciprocidade dos trabalhadores e a implica, ou seja, é
precisamente uma norma racional e moral indispensável para a formação das
personalidades, ao passo que a coerção fundada apenas sobre a autoridade
dos mais velhos ou do costume, nada mais é que a cristalização da
sociedade construída e enquanto tal personalidade não tem justamente
nada de oposto às realidades sociais, pois constitui, ao contrário, o produto
por excelência da cooperação." (Piaget, 1998, p. 141)
Este capítulo apresenta a definição do problema do estudo proposto para este
trabalho, iniciando-se com a pesquisa, seguida das questões teóricas e práticas,
apresentando os objetivos norteadores e indicadores das soluções a serem
encaminhadas. O capítulo prossegue, organizando a necessidade de contribuir para o
avanço do conhecimento na direção proposta, assim como, explicando as origens da
preocupação com o problema abordado.
1.1. Definição do Problema
17
A educação à distância, por muito tempo, foi vista como um processo de baixa
qualidade, sem credibilidade e prestígio, utilizado para ocupar as lacunas do ensino
convencional e dirigida para uma parcela da população de poder econômico
relativamente baixo. Com o surgimento da Internet, o panorama do ensino à distância
começou a mudar.
A Internet é uma rede que reúne diversos tipos de mídia e disponibiliza vários recursos
que podem ser utilizados na educação. Sua característica hipermídia, na qual se
combinam texto, imagem, som e animação, com rapidez e flexibilidade. Permite,
também, formas de comunicação, como o correio eletrônico, listas de discussão,
chats, etc. Ela viabiliza a aprendizagem através da interação de muitas pessoas,
independentemente do tempo e da localização de cada uma.
A maioria dos Cursos à Distância tem utilizado a Internet para aplicar seus conteúdos,
e milhares destes, estão disponíveis em sites especializados. Já existem cursos em
vários níveis de ensino. No Brasil a EaD (Educação a Distância) foi normalizada pela
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em Fevereiro de 1998.
Vários ambientes de suporte para EaD on-line, oferecem ferramentas utilizadas para
comunicação assíncrona como:
– E-mail
– Grupos de discussão
– FTP e Download
– Vídeo e Áudio sob demanda, etc.
Diversos são os ambientes on-line para EaD, que permitem interações em tempo real
para os encontros temporais, síncronos e assíncronos dos sujeitos separados no
espaço.
18
Entre esses ambientes podemos citar por exemplo: AulaNet
1
, Teleduc
2,
etc.
O problema a ser estudado surgiu a partir da observação dos diversos ambientes
desenvolvidos para cursos de educação a distancia e se evidenciou que: Inexiste na
Fundação Visconde de Cairu, uma ferramenta para armazenamento de autoria
colaborativa para comunidades de ensino e aprendizagem. Essa condição nos
levou a modelar e implementar, como será visto, uma ferramenta assíncrona baseada
nas características das comunidades de aprendizagem para o referido
armazenamento e contribuição do conhecimento coletivo
Os objetivos desse estudo são:
- Utilizando a modelagem sistêmica desenvolver e implementar uma ferramenta
assíncrona que permita armazenar e acessar objetos multimídia obtidos pela
autoria colaborativa e que contribua para a construção do conhecimento coletivo
baseado em comunidades de aprendizagem.
- Avaliar a efetividade pedagógica desse ambiente implementado.
O presente estudo enfatiza os aspectos teóricos relativos ao tema abordado na
pesquisa documental complementando a teoria, e, além disto, será incluído um
segmento prático em que haverá um pré-teste participativo.
1
Aula Net ambiente desenvolvido em 1997 pelo Laboratório de Engenharia de Software (LES), do Departamento
de Informática da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO) com apoio do CNPq.
2
Teleduc ambiente EaD desenvolvido em 1997 no Núcleo de Informática Aplicada a Educação (NIED) em
parceria com o Instituto de Computação, ambos da UNICAMP.
19
1.2. Questões Propostas
Da definição do problema a ser investigado, assim como dos estudos iniciais
realizados até este ponto, foi possível o levantamento de algumas questões
norteadoras da pesquisa a ser realizada, e que são apresentadas abaixo:
Questões:
1. O que são comunidades de aprendizagem e como realizá-la em EAD?
2. Como caracterizar uma ferramenta de autoria colaborativa, que permita
armazenar objetos multimídia na WEB, que esteja em acordo com as
definições da questão 1?
3. Como conceber uma solução computacional para o que foi definido na
questão 2?
4. Como validar o funcionamento da solução computacional criada no contexto
das comunidades de aprendizagem EAD ?
As duas primeiras questões são de natureza teórica e as duas últimas de natureza
prática e que nos levaram ao desenvolvimento de uma metodologia.
A primeira questão possibilita um estudo acerca dos fundamentos pedagógicos de
interação do sistema e o encontro entre as participações do ambiente que será
desenvolvido dentro do sistema como um todo. Aborda o contexto tecnológico da
sociedade atual, e a localização da Educação nesse contexto. A utilização dos
computadores assim como a Internet na Educação e finalizando com a integração das
comunidades de aprendizagem - Educação a Distância.
A segunda questão estuda e aprofunda as características fundamentais para
construção do ambiente, identificando os ambientes de EaD, o ambiente de mediação
dos processos de ensino-aprendizagem.
20
A terceira questão apresenta a solução computacional depois de analisados os tipos
de sistemas essenciais que modelam o mínimo necessário de um ambiente de ensino
presencial.
A quarta questão nos leva ao caráter metodológico a ser estudado. Será demonstrado
que o sistema funciona dentro dos princípios apresentados no estudo das duas
primeiras questões. O termo efetividade pedagógica é utilizado no sentido da
capacidade do sistema permitir que ele alcance seus objetivos primários de
colaboração, objetivos esses, baseados nos princípios sócio-interacionistas, ou seja,
que ele possa atender aos aspectos considerados importantes dentro do contexto
sócio-interacionista.
1.3. Estrutura da Dissertação
Esta dissertação está estruturada em capítulos, conforme mostra o esquema a seguir:
Capítulo 1: Introdução - apresenta a intenção de contextualizar o trabalho, mostrar
sua relevância, explicitando as questões que norteiam o trabalho. Como serão
estruturados os demais capítulos além dos conceitos que fundamentaram a pesquisa.
Capítulo 2: Comunidades de Aprendizagem e EAD - apresentam as
fundamentações teóricas da sociedade atual, a educação e o computador, trazendo
também a Internet e a Educação a Distância além das características das
Comunidades de Aprendizagem (CA). Esse capítulo é de suma importância para
concretização da pesquisa visto que serão fundamentados os aspectos que irão
nortear a pesquisa.
Capítulo 3: Ferramentas de Autoria Colaborativa - Conceitua Autorias
Colaborativas, que será utilizada na elaboração do FACOL. Apresenta ainda a
modelagem sistêmica do FACOL e a fundamentação das ferramentas de
desenvolvimento utilizadas durante o trabalho. Além disso apresenta a modelagem
21
visual na forma de diagramas que irá gerar as telas do FACOL criadas a partir da
fundamentação teórica apresentada no capítulo anterior.
Capítulo 4: Implementando a Solução Computacional Nesta parte são descritos
os softwares’s que foram utilizados para a implementação da ferramenta FACOL, bem
como, são apresentadas as telas do FACOL que foram criadas a partir da modelagem
visual apresentada no capítulo anterior.
Capítulo 5: Metodologia para avaliação da Efetividade Pedagógica do FACOL
Aqui é apresentada a metodologia para avaliar a efetividade do FACOL, aplicado ao
contexto educacional da turma de Estruturas de Dados do Curso de Sistemas de
Informação do Centro Universitário FIB, observando os pontos relevantes que foram
apresentados neste trabalho para o processo de construção coletiva do conhecimento,
através de um pré-teste experimental com pós-teste também experimental aplicado à
turma.
Capítulo 6: Análise dos resultados - É apresentada a análise dos resultados no
formato de tabelas e gráficos construídos a partir dos dados que foram selecionados
no pré-teste. Mostra os resultados seguindo os critérios e padrões estabelecidos no
capítulo anterior.
Capítulo 7: Conclusão Resumidamente apresenta as conclusões, as
recomendações e as perspectivas para futuros trabalhos.
22
CAPÍTULO 2
Comunidades de Aprendizagem e EAD
É possível constatar que o conceito de organização que aprende, sustentáculo
principal da criatividade e capacidade organizacionais, começa já a infiltrar-se no
âmbito educativo. A idéia de uma organização que aprende como sendo aquela que
em que os indivíduos têm a oportunidade para desenvolver a sua própria teoria de
ação e que promove a construção social de conhecimento, facilitando a aprendizagem
coletiva (Senge, 1990), revela a necessidade e premência do reinventar da educação
para este milênio.
A literatura organizacional veio reforçar a literatura educativa, trazendo para o meio
educativo o interesse pelos processos e métodos organizacionais, enquanto
promotores de uma aprendizagem mais eficaz. À medida que o paradigma da
aprendizagem organizacional vai sendo abraçado pelos teóricos da educação e
introduzido no meio educativo, o rótulo de organizações que aprendem’ começa a
transformar-se para o de ‘comunidades de aprendizagem’.
A concepção de comunidades de aprendizagem, entendidas como a estrutura social
que sustenta o trabalho de um grupo de indivíduos no prosseguimento de um objetivo
comum, alberga um novo modelo de cultura e de organização educativa que suporta a
mudança em contexto educativo. Este modelo manifesta-se pelo empenho contínuo
dos componentes no trabalho colaborativo e pelo reforço da capacidade de criação de
elementos significativos dentro da comunidade.
Poderíamos afirmar que a unidade central de uma comunidade de aprendizagem é o
indivíduo e, neste sentido, a capacidade de trabalhar e aprender a aprender
coletivamente, são questões cruciais nas organizações em geral e, sobretudo, nas
organizações educativas.
23
Este capítulo, portanto, pretende esclarecer algumas das idéias existentes em torno da
definição, concepção e desenvolvimento de comunidades de aprendizagem, realçando
a sua importância e possibilidades de realizá-la em EAD.
24
2.1. Comunidades de Aprendizagem
“Pessoas reunidas em torno de interesses comuns constituem uma rede que,
à medida que vai se desenvolvendo a convivência e consolidando as relações
entre as pessoas, tende a operar como uma comunidade. Comunidade como
um tipo de relação social entre pessoas, onde prevalece o cuidado e a
solidariedade como dimensões éticas e a participação como dimensão
política.” (SANTOS, 2000).
A reorganização do processo de ensino-aprendizagem sob a forma de comunidades
de aprendizagem não é uma idéia totalmente nova, podendo encontrar-se
referências a este modelo nos trabalhos de autores sócio-construtivistas como
Vygotsky, Dewey e Wittegenstein (Gordin et al., s.d.).
Trabalhar com comunidade de aprendizagem é contextualizar, ressignificar, trabalhar
colaborativa e cooperativamente onde cada pessoa é responsável pela sua
aprendizagem e também pela aprendizagem dos companheiros do grupo, onde o
conhecimento é construído através de discussões, reflexões e tomadas de decisões
no grupo. Aprender através de comunidades de aprendizagem demanda o
desenvolvimento de postura participativa, ativa e interativa por parte de todos os
elementos pertencentes ao processo. É um ambiente onde a participação social
incentiva as colaborações, por isso precisa ser simples e de fácil uso para propiciar o
crescimento coletivo.
Uma revisão da literatura sobre o assunto, se depara com uma grande variedade de
coisas que se denominam como Comunidades de Aprendizagem. Identifiquei
basicamente quatro tipos distintos de CA's. É uma classificação que serve para
exemplificar a heterogeneidade de experiências.
As Comunidades de Aprendizagem identificadas são:
1 - Organização de aulas e alunos em classe como Comunidades de Aprendizagem;
25
2 - Experiências, propostas e interações dirigidas não à aula, mas ao conjunto da
escola, numa tentativa de organizar o funcionamento desse centro educativo como
uma Comunidade de Aprendizagem;
3 - Comunidades de Aprendizagem que, à falta de uma expressão mais adequada,
chamamos de territoriais. São bairros ou regiões que têm uma comunidade de
interesses e que se põem de acordo sobre o que fazer para atingir esses objetivos,
mediante ações que têm como eixo integrador a aprendizagem;
4 - Um dos tipos de comunidades de aprendizagem que mais cresceram nestes
últimos quatro ou cinco anos e que muito contribuíram inclusive para a popularização
do termo são as chamadas Comunidades Virtuais de Aprendizagem, grupos que se
utilizam das novas tecnologias de comunicação para criar espaços de aprendizagem.
As comunidades de aprendizagem virtuais, certamente, não substituem o contato
presencial. A experiência da aprendizagem presencial é fundamental na formação
psicológica e social do ser humano. Estas comunidades configuram-se como um novo
espaço para a consolidação do diálogo, como forma privilegiada de interação humana
na busca de soluções adequadas para os seus problemas. Um recurso a mais na
tentativa de superar o poder pedagógico atribuído historicamente a secular sala de
aula sem, contudo, desqualificar esta em sua função. Pelas comunidades de
aprendizagem virtuais a cooperação torna-se o recurso pedagógico privilegiado na
construção do conhecimento, o desenvolvimento do senso crítico, do respeito para
com as diferenças, a superação das limitações, o abandono dos preconceitos.
Pode-se então se dizer que as comunidades de aprendizagem fornecem uma infra-
estrutura comum de aprendizagem devendo ser acessível a todos, chamando a
atenção para a natureza relacional da cognição humana e para o papel crucial do
contexto na aprendizagem, ao promoverem o desenvolvimento de competências
horizontais e transversais e a construção social do conhecimento.
Torna-se agora mais fácil perceber quais os elementos que distinguem as
comunidades de aprendizagem de qualquer outro grupo de aprendizagem e que
devem ser desenvolvidos quando se pretende construir uma comunidade deste tipo:
26
poder distribuído, conhecimento socialmente construído e partilhado, atividades de
aprendizagem flexíveis e partilhadas, membros autônomos, níveis elevados de
interação e colaboração, interesses e objetivos comuns. (Wilson e Ryder, s.d.)
O elemento central no projeto de comunidades de aprendizagem é a criação de
contextos de aprendizagem que promovam a participação coletiva e a interação
dialógica enquanto suportes de reflexão, argumentação e refutação. Pretende-se
construir ambientes de aprendizagem que facilitem e promovam a interação social e o
desenvolvimento da cognição no seio de contextos colaborativos de aprendizagem.
Estes contextos suportam a construção social do conhecimento ao promover a
natureza situada e a dimensão social da aprendizagem.
De acordo com as idéias expostas acima, sintetizamos em forma de tabela as
características mais importantes para a abordagem adotada.
Tabela 1
Características fundamentais das Comunidades de Aprendizagem
Colaboração
Troca, intercâmbio, relação dialogal (PF), com vistas a
construção social do conhecimento através da interação.
Aprendizagem
“... É o processo pelo qual o indivíduo adquire informações,
habilidades, atitudes, valores, etc. a partir de seu contato com
a realidade, o meio ambiente e as outras pessoas”. (Oliveira,
1993, p. 57)
Interação
No d
icionário Houaiss encontramos o seguinte significado:
interação é: "influência mútua de órgãos ou organismos inter-
relacionados; ação recíproca de dois ou mais corpos; atividade
ou trabalho compartilhado, em que existem trocas e influências
recíprocas; comunicação entre pessoas que convivem;
diálogo, trato, contato; intervenção e controle, feitos pelo
usuário, do curso das atividades num programa de
computador, num CD-ROM etc".
27
2.2. Educação a Distância - EAD
“A educação e a aprendizagem são processos que acontecem
dentro da pessoa -- não há como possam ser realizadas as
distâncias. Tanto a educação como a aprendizagem (com a qual
a educação está conceitualmente vinculada) acontecem onde
quer que esteja o indivíduo que está se educando ou
aprendendo." (CHAVES, 1999: 2).
A Educação a Distância (EAD) mostra-se como uma das alternativas ao ensino
convencional ao possibilitar a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos
didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de
informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos
meios de comunicação” (Lei de Diretrizes e Bases de 1998).
A utilização de tecnologias de comunicação e de informação incorporadas à Educação
a Distância tem influenciado de forma significativa essa modalidade de educação
ampliando as suas possibilidades e o seu alcance, quer seja no acesso a cursos de
formação e cursos de qualificação, ou como meio no processo de formação
continuada.
Podemos observar que o processo de desenvolvimento da Educação a Distância,
vem fazendo uso das mais variadas ferramentas pedagógicas possíveis, considerando
fatores como: as características da escola e dos professores; o tipo de curso
ministrado; a distribuição geográfica entre escola e alunos e, principalmente, a
tecnologia disponível e a relação custo/benefício para o uso da mesma.
O afastamento físico geográfico e/ou temporal entre professores e alunos, no
processo educativo da EAD, pressupõe que o processo de comunicação que induz à
aprendizagem faça uso de um conjunto de recursos tecnológicos que suplantam a
apresentação verbal. Esses meios incluem os materiais impressos, os produtos de
áudio e vídeo, as transmissões radiofônicas e televisivas, além de uma ampla
28
quantidade de recursos que a informática e as telecomunicações podem oferecer, e
nas quais se destaca a Internet.
A tabela 2 abaixo mostra as diferentes maneiras de conceber a educação a distância
(EAD) e, dependendo da abordagem utilizada, ela pode ou não contribuir para o
processo de construção de conhecimento.
29
Tabela 2
Diferentes abordagens de EAD
Abordagem Descrição
Broadcast
Essa abordagem de EAD é baseada na idéia dos tutoriais
computacionais (Valente, 1999) ou nos livros de instrução
programada. O professor do curso organiza a informação de acordo
com uma seqüência que ele entende ser a mais adequada e essa
informação é enviada ao aluno, utilizando-se dos meios
tecnológicos como já aconteceu com o material impresso, o rádio e
a televisão. No entanto, o computador também pode ser utilizado
para entregar” a informação ao aluno, usando, por exemplo, os
recursos da Internet. Nesse caso, o professor armazena as lições em
um determinado arquivo, em um servidor e os alunos, via Internet,
podem ter acesso a esse servidor, ao arquivo e, conseqüentemente,
às lições.
Escola Virtual
Nada mais é do que a tentativa de implementar, via telemática, a
escola tradicional. O processo educacional é centrado no
professor, que detém a informação e passa-a para o aprendiz. No
entanto, como acontece na sala de aula tradicional, nessa
modalidade de EAD existe alguma interação entre o aluno e o
professor. Essa interação é feita via Internet tanto para o professor,
quanto para o aluno enviar informação para o professor. Assim, o
professor passa a informação ao aluno que recebe essa informação
e pode simplesmente armazená-la ou processá-la, convertendo-a
em conhecimento. Para verificar se a informação foi ou não
processada, o professor pode apresentar ao aprendiz situações
problema, em que ele é obrigado a usar as informações fornecidas.
30
Para Loyolla (2000), a evolução da educação a Distância pode ser dividida em três
fases cronológicas, ou gerações, considerando a tecnologia de transmissão de
informação adotada conforme descrita na Tabela 3 abaixo:
Tabela 3
Evolução da EAD
Geração Período Descrição
Geração Textual
Até a década de
1960
Baseou-se no auto-aprendizado com suporte
apenas em textos simples (estudo por
correspondência).
Geração Analógica
Entre as décadas
de 1960 e de 1980
Baseou-se no auto-aprendizado com suporte em
textos impressos complementados com recursos
tecnológicos de multimídia, tais como gravações de
vídeo e áudio (surgem as primeiras Universidades
Abertas).
Geração Digital
Atual
Baseia-se no auto-aprendizado com suporte em
recursos tecnológicos (Internet). E pode ser
caracterizada pelos seguintes fatores:
A eficiência e o baixo custo dos modernos
sistemas de telecomunicação digital e via
satélite;
A alta interatividade e o baixo custo dos
modernos computadores pessoais;
A amplitude e o custo acessível das redes
computacionais locais e remotas, tais como as
Intranets e a Internet.
31
A expansão das redes de computadores e o desenvolvimento da infra-estrutura de
comunicação possibilitaram o uso de outras tecnologias para a realização de
educação a distância, aumentando o acesso dos alunos à informação e aumentando
também a sua autonomia na busca por essas informações. Esses fatores propiciam a
preservação do ritmo e do estilo de aprendizagem de cada aluno.
2.2.1. Características e definições de EAD
Landim (1997), apresenta quatro características necessárias para o sistema de
educação a distância:
Aluno
Docente
Comunicação
Estrutura e organização
Peters (2001), relaciona diferentes modelos de ensino a distância:
Ensino por correspondência
Ensino a distância clássico
Ensino a distância com base na pesquisa
Ensino a distância grupal
Ensino a distância autônomo
Ensino a distância por teleconferência
Ensino a distância com base em quatro formas de teleconferência
teleconferência
32
Segundo (Macedo, et. al., 2000), a característica geral mais importante da EAD é que
ela se baseia na comunicação não direta. São características da Educação a
distância:
Pode-se atender, em geral, a uma população estudantil dispersa geograficamente
e, em particular, aquela que se encontra em zonas periféricas, que não dispõem
das redes das instituições convencionais;
Administra mecanismos de comunicação múltipla, que permitem enriquecer os
recursos de aprendizagem e eliminar a dependência do ensino face a face;
Estabelece a possibilidade de personalizar o processo de aprendizagem, para
garantir uma seqüência acadêmica que responda ao ritmo do rendimento do aluno;
Promove a formação de habilidades para o trabalho independente e para um
esforço auto-responsável;
Formaliza vias de comunicação bidirecionais e freqüentes relações de mediação
dinâmica e inovadora;
Garante a permanência do aluno em seu meio cultural e natural evitando assim os
êxodos que incidem no desenvolvimento regional.
Realiza esforços que permitem combinar a centralização da produção com a
descentralização do processo de aprendizagem;
Precisa de uma modalidade para atuar com eficácia e eficiência na atenção de
necessidades conjunturais da sociedade, sem os desajustes gerados pela
separação dos usuários de seus campos de atuação.
Através da reunião desses aspectos, Arieto (2001) define Educação a Distância como
um sistema tecnológico de comunicação bidirecional (multidirecional) que pode ser
massivo, baseado na ação sistemática e conjunta de recursos didáticos e com apoio
de uma organização e tutoria que , separados fisicamente dos estudantes, propiciam a
eles uma aprendizagem independente (cooperativa).
33
2.2.2. Vantagens e Limites da EAD
Segundo Arieto (1994 apud Landim, 1997), entre as diversas condições favoráveis ao
desenvolvimento da modalidade de ensino à distância, podemos destacar:
amplia as possibilidades de acesso a educação;
reduz as barreiras tempo/espaço/idade;
atende grande número de alunos a um tempo e a um custo potencialmente
reduzido;
contempla aqueles que não puderam seguir a educação formal e que, vinculados
ao mercado de trabalho, podem imprimir seu próprio ritmo de estudo;
permite programas de capacitação de recursos humanos, reciclagem de mão-de-
obra e aperfeiçoamento individual, tanto por empresas como pelo Estado ou
ainda por iniciativas individuais, atendendo às prioridades traçadas com
possibilidades de impactos a curto e médio prazos antes inimagináveis;
facilita e modifica o processo de aprendizagem, ampliando os canais de
comunicação e interação, tornando o processo ensino/aprendizagem
personalizado e flexível, com o aluno ocupando o centro do processo e com
capacidade de responder às mudanças sociais impostas pelo novo paradigma
científico-tecnológico.
Segundo Landim (1997), existem diversos obstáculos para ser concretizada a
implantação da Educação a Distância, que serão citados abaixo:
Alcançar o objetivo da socialização, pelas escassas ocasiões para interação dos
alunos com o docente e entre si;
Empobrecimento da troca direta de experiências proporcionada pela relação
educativa pessoal entre professor e aluno;
34
Necessidade de um rigoroso planejamento a longo prazo, com as desvantagens
que possa ocasionar, embora com a vantagem de um repensar e de um refletir
por mais tempo;
O perigo da homogeneidade dos materiais instrucionais - todos aprendem o
mesmo, por um pacote institucional, conjugado a poucas ocasiões de diálogo
aluno/docente pode ser evitado e superado com a elaboração de materiais que
proporcionem a espontaneidade, a criatividade e a expressão das idéias do
aluno;
Para determinados cursos, a necessidade do aluno possuir elevado nível de
compreensão de textos e saber utilizar os recursos da multimídia, ainda que se
afirme ser possível alfabetizar a distância, por rádio;
Excetuando-se as atividades presenciais de avaliação, os resultados da avaliação
a distância são menos confiáveis do que os da Educação Presencial,
considerando-se as oportunidades de plágio ou fraude, embora estes fatos
também possam ocorrer na modalidade presencial;
De acordo com as idéias expostas acima, sintetizamos em forma de tabela as
características mais importantes da EAD.
35
Tabela 4
Características fundamentais da EAD
Separação professor-aluno
a distância física professor-aluno: a presença física do professor
ou do tutor, isto é do interlocutor, da pessoa com quem o
estudante vai dialogar o é necessária e indispensável para
que se dê a aprendizagem. Ela se de outra maneira,
"virtualmente";
Meios técnicos
o uso de tecnologias: os recursos técnicos de comunicação, que
hoje têm alcançado um avanço espetacular (correio, rádio, TV
audiocassete, hipermídia interativa, Internet), permitem romper
com as barreiras das distâncias, das dificuldades de acesso à
educação e dos problemas de aprendizagem por parte dos
alunos que estudam individualmente, mas não isolados e
sozinhos. Oferecem possibilidades de se estimular e motivar o
estudante, de armazenamento e divulgação de dados, de acesso
às informações mais distantes e com uma rapidez incrível.
Comunicação bidirecional
O estudante não é mero receptor de informações, de
mensagens; apesar da distância, busca-se estabelecer relações
dialogais, criativas, críticas e participativas.
Aprendizagem independente
Estudo individualizado e independente: reconhece-se a
capacidade do estudante de construir seu caminho, seu
conhecimento por ele mesmo, de se tornar autodidata, ator e
autor de suas práticas e reflexões;
36
2.2.3. Diversidade Didática da EAD
Nos últimos tempos o grande desenvolvimento da informática possibilitou a
estruturação das Tecnologias da Informação e Comunicação TIC. O uso das TIC no
processo ensino aprendizagem tem propiciado oportunidades de qualificação a um
público que anteriormente se encontrava excluído deste processo. Uma das facetas
das TIC é a formação de uma estrutura de interação assíncrona, que se mostra
adequada à construção de comunidades especiais de aprendizagem (Palloff e Pratt-
2002-pág. 53), e que possibilita a diminuição da distância transacional (Peters-2001-
pág. 63).
A tabela 5 abaixo, apresenta de forma resumida a diversidade didática da EAD ao
longo do tempo.
37
Tabela 5
Diversidade didática da EAD
1.Difusão: Professor estabelece comunicação com aluno mas o existe a
comunicação do aluno para o professor (não existe interação). Ex: Cursos
televisionados, livros, tutoriais em rede, etc.
2.Tutoração: Ocorre a interação, contudo, a comunicação é predominantemente no
sentido do professor para o aluno. A comunicação no sentido inverso, do aluno para o
professor, é ocasional e esporádica. Ex: Explicação de um conteúdo (a ênfase é dado
na comunicação do professor para o aluno, embora possam existir algumas poucas
interrupções para o aluno esclarecer alguma dúvida); cursos via Internet onde a
ênfase é a leitura de material didático, embora o aluno possa enviar algumas poucas
mensagens por correio-eletrônico.
3.Moderação: A comunicação entre professor e aluno é equilibrada. Não existe (ou
existe pouca) predominação de ambas as partes. Ex: Algumas aulas particulares,
diálogos, etc.
4.Orientação: A comunicação é predominantemente do aluno para o professor. Ex:
Orientação de testes e trabalhos científicos; casos onde o professor precisa
compreender o aluno (que se comunica mais) para então poder orientar ou tirar
uma dúvida específica (professor comunica-se menos).
5.Participação (ou Colaboração): A interação entre professor e aluno pode seguir
qualquer modelo acima - a diferença consiste na existência de interação propositada e
incentivada entre os alunos. Esta interação não é vista como "algo ruim" ou ineficiente,
embora a participação de todos não seja obrigatória, não exista comprometimento. Ex:
Debates.
6.Cooperação: Cada participante compartilha informações aprendidas, trocam idéias
e alinham esforços para estudar algo em comum. A interação é equilibrada e contínua,
existe comprometimento, não existe a clara distinção entre "professor" e "aluno". Ex:
Grupo de estudo.
38
2.3. Criação de Comunidades de Aprendizagem e suas
possibilidades EAD
“A inexistência de fronteiras faz do hiperespaço um ambiente simbólico
singular, no qual cada pessoa se obrigada a reconstruir sua
subjetividade e, portanto, sua identidade, na base de interações
essencialmente comunicativas. Espaços virtuais, como a Internet,
redefinem as normas e a maneira como os seres humanos se comunicam
com seus semelhantes. Num grupo de discussão na Internet não atores
privilegiados, o cenário é fluido e o conhecimento de cada participante da
discussão sofre constantes reformulações ao confrontar-se com a
perspectiva do outro, independente de quem seja ou de onde esteja no
plano geográfico”. (PACHECO, 1997:16)
Será certamente elementar, e consensual, admitir que não algoritmos para
construir comunidades. De fato, não se trata de um mero problema de engenharia
basicamente apenas centrado na tecnologia e no desenho de interfaces visuais
sofisticadas. Trata-se sobretudo de um problema envolvendo pessoas e, como tal,
objetivos, idéias, emoções, disponibilidades, confiança, relacionamentos e
interatividade a diferentes níveis e ritmos (Sergiovanni, 1996). Por este fato vários
investigadores procuram identificar e enumerar princípios básicos da colaboração
humana, também imprescindíveis no sucesso da criação das comunidades virtuais.
Alguns destes trabalhos, são influenciados ou estão ligados ao mundo sico
acentuando por isso a relevância a dar às pessoas, face ao potencial tecnológico
disponível (Kollock, 1997).
Estamos perante um espaço que não é de lugares, mas sim de fluxos. Estamos
perante uma tecnologia que tem a virtude de equilibrar o processo de produção com o
de consumo de informação, o que não acontecia com os meios tradicionais.
John Hagel e Arthur Armstrong identificam quatro tipos básicos de necessidades que
as comunidades virtuais podem satisfazer (Hagel e Armstrong, 1977):
39
Interesse (e. g. partilha de interesse num assunto específico, por exemplo, em
informática ou em educação);
Relacionamento (e. g. partilhar eventos da vida, uma doença específica);
Fantasias e Imaginário (e. g. imergir em ambientes adequados à personalidade e
ao momento de equilíbrio emocional);
Negócio (e. g. comércio, comprar, vender, etc.).
Poderemos concluir que as Comunidades de Aprendizagem são desde logo
comunidades de interesses cognitivos e a sua criação podem colocar-se em dois
planos fundamentais:
As pessoas conhecem-se no mundo físico e começam a utilizar a tecnologia,
nomeadamente a INTERNET como plataforma que permita de forma econômica
e versátil o desenvolvimento da sua rede de interesses. Diremos que estamos
perante comunidades on-line.
As pessoas não se conhecem e utilizam a INTERNET para iniciarem um
processo de desenvolvimento de uma rede de laços fracos. Diremos que, neste
caso, estamos perante uma comunidade virtual. Comunidade que pode evoluir
posteriormente para comunidade on-line.
Num, como no outro caso, e com aspectos e dificuldades naturalmente muito distintas,
é possível a sua evolução para comunidades de aprendizagem. Isto é, desenvolvendo
interação capaz de gerar informação, conhecimento e recursos valiosos no plano
educativo.
Todo o modelo de criação deve evidenciar um conjunto de fases que permita atender
aos aspectos tecnológicos e aos fatores de socialização, sobretudo no caso da
evolução do virtual para o on-line.
A criação de uma comunidade de aprendizagem deverá subordinar a sua concepção a
um modelo que integre os seus objetivos, necessidades e funcionalidades.
Teremos assim a necessidade de um modelo especifico de acordo com cada tipo de
comunidade a desenvolver, à semelhança dos sistemas de informação concebidos
40
especificamente de acordo com uma determinada área de negócio que lhe
proporcione competitividade e diferenciação.
Nos espaços reais a arquitetura e a ergonomia dos equipamentos, não determinam o
comportamento humano, mas tem claro poder e influência sobre fatores de bem estar.
De fato, também no mundo real a construção de um modelo de ambiente é apenas
uma parte de um conjunto mais vasto de variáveis. Como tal, estes espaços embora
condicionando, não determinam na totalidade, a percepção que os sujeitos têm do
mundo. Contudo, no espaço virtual o seu modelo e design é tudo. Trata-se, neste
caso, de criar contextos de interação humana (Donath, 1997).
Equacionar de forma equilibrada as possibilidades de algumas ferramentas de
comunicação, com a performance do serviço prestado, a complexidade da sua
utilização ou as barreiras colocadas pelos custos associados é imprescindível.
Muitos destes ambientes procuram induzir a sua usabilidade através do recurso a
metáforas do mundo real para conceber estes espaços de fluxos. Esta aproximação
ao real passa também pela construção de sistemas socialmente translúcidos, isto é,
mecanismos que superem a função social da imagem inexistente (Kollock e Smith,
1996).
Se a colaboração é mediada por tecnologia é então necessário equacionar os serviços
colaborativos que a tecnologia permite, o entendimento de regras de funcionamento e
exploração, assim como os princípios de organização do trabalho para a prossecução
dos objetivos individuais e da comunidade.
Resumimos abaixo, em forma de tabela, as características fundamentais das
Comunidades de Aprendizagem em EAD.
41
Tabela 6
Características fundamentais das Comunidades de Aprendizagem em EAD
Interface visual
A interface visual é o conjunto de elementos gráficos formadores de uma
identidade visual de um conceito, produto ou serviço possibilitando que a
comunicação seja feita de forma equilibrada e esteticamente agradável.
O conceito de interface visual vai além da simples aparência gráfica:
compreende aspectos estruturais e interativos, os quais, visam facilitar o diálogo
entre usuário e máquina. Convenciona que certas zonas, representadas por
ícones, correspondem às funções a serem utilizadas.
As palavras-chave que lhe emprestam sentido o acessibilidade, usabilidade,
interatividade, manipulação e virtualidade, responsáveis pelo nível de percepção
dos signos visuais e sonoros ou código escrito: quanto mais objetiva for a
interface, mais imediata a comunicação se realizará, gerando uma primazia ao
produto. Raramente limita-se a um único menu, sendo constituído geralmente
pela soma de diferentes interfaces, dependendo da função e do contexto em que
estarão representados.
Comunidade virtual
Comunidade Virtual é um espaço para debates através da troca de mensagens
entre participantes de um grupo de NetCidadãos interessados e inscritos em um
tema específico. Os temas debatidos em cada Comunidade Virtual são:
- Pessoas
- Arte e Cultura
- Qualidade de Vida
- Empreendimento
Colaboração
Colaboração é um processo pelo qual um grupo de sujeitos busca objetivos
comuns, de maneira coordenada.
Não existe uma regra, mas a colaboração geralmente envolve os seguintes
elementos:
- objetivos coletivos em comum - mesmo que cada integrante tenha objetivos
específicos em particular, uma série de objetivos coletivos em comum.
- papéis diferenciados - os integrantes assumem diferentes funções durante o
trabalho colaborativo
- auto-gestão - seja com chefes ou de maneira descentralizada, o grupo que
trabalha colaborativamente organiza-se de dentro para fora, com pouca
interferência externa
- comunicação - um projeto colaborativo depende fundamentalmente de haver
42
um grande vel de comunicação e troca de informações entre os seus
integrantes
- benefícios colaterais - o trabalho colaborativo muitas vezes acaba gerando
benefícios para outras pessoas que não estavam entre os objetivos nem do
coletivo nem dos seus integrantes
Analisando a tabela 6 apresentada acima, podemos concluir que uma comunidade de
Aprendizagem com possibilidades de EAD tem que possuir as referidas características
fundamentais.
43
CAPÍTULO 3
Ferramentas de Autoria Colaborativa
“Todo inventor, até mesmo um gênio, é sempre conseqüência de seu
tempo e ambiente. Sua criatividade deriva das necessidades que foram
antes criadas dele e baseia-se nas possibilidades que, uma vez mais,
existem fora dele. É por isso que observamos uma continuidade rigorosa
no desenvolvimento histórico da tecnologia e da ciência. Nenhuma
invenção ou descoberta científica aparece antes de serem criadas as
condições materiais e psicológicas necessárias para o seu surgimento. A
criatividade é um processo historicamente contínuo em que cada forma
seguinte é determinada pelas precedentes”. (Lev. S. Vygotsky)
Este capítulo mostra o processo de autoria colaborativa e a sua relação com as
tecnologias computacionais. Diferentemente do que as pessoas normalmente pensam,
a incorporação pura e simples do computador em processos que envolvem seres
humanos não implica necessariamente a sua melhoria (Clement, 1990). Para que a
sua utilização represente um ganho de produtividade e qualidade é necessário
entender como estes processos ocorrem e onde e como a tecnologia computacional
irá contribuir para seu aprimoramento.
44
3.1. Autoria Colaborativa
No sentido vulgar, o conceito de autoria está normalmente vinculado à idéia de alguém
que realiza alguma coisa. Por exemplo, "a autoria do atentado foi atribuída ao grupo
...", "fulano é responsável pela autoria do crime". Assim, autoria e autor (quem faz) se
confundem. No sentido jurídico, segundo Gandelman (1997), autoria é um atributo do
detentor de direitos patrimoniais sobre obras intelectuais o que, em bom português,
significa quem pode ganhar dinheiro com a obra. O mesmo jurista classifica as obras
intelectuais em quatro grandes divisões:
Obra individual as que são livremente criadas, individualmente, e por
inspiração própria (por exemplo, um romance de João Ubaldo Ribeiro, um quadro
de Portinari, uma sinfonia de Villa-Lobos, e assim por diante);
Obra em colaboração as que dois ou mais parceiros criam (por exemplo, uma
ópera, um samba-canção, um balé e outras);
Obra sob encomenda as que são criadas por solicitação de uma pessoa física
ou jurídica, que fornece e orienta o tema, e cujo pagamento prevê a transferência
dos direitos patrimoniais para quem as encomendou;
Obra coletiva as que são criadas por ordem e direção geral de uma pessoa
física ou jurídica, e nas quais as participações dos colaboradores não podem ser
individualizadas ou personalizadas (por exemplo, as obras audiovisuais, as peças
de campanhas publicitárias, enciclopédias e outras).
Assim, sob a ótica legal, o conceito de autoria pode estar associado a um indivíduo, a
vários, à pessoa jurídica (empresa) que encomenda a obra ou ao diretor geral de uma
obra coletiva como, por exemplo, o diretor de um filme.
Do ponto de vista cognitivo, o conceito de autoria é bem diferente. A ciência da
Cognição não está preocupada com os direitos patrimoniais advindos da realização da
45
obra intelectual. Ela está sim interessada no processo de produção dessa obra. Dessa
maneira, autoria é o processo intelectual que leva à realização da obra intelectual.
O processo de autoria pode envolver apenas um indivíduo ou mais de um; neste
segundo caso, temos um processo de autoria colaborativa. O processo de autoria
colaborativa pode ser classificado em níveis. Na chamada autoria colaborativa real, os
participantes colaboram em todas as tarefas, em oposição à autoria em co-publicação
(co-publishing), em co-responsabilidade (co-responsability) e aos cenários de ajuda
(helping scenarios) (Michels,1995). Na co-publicação, a obra colaborativa é resultado
da soma dos trabalhos de cada indivíduo; na co-responsabilidade os indivíduos
interagem apenas na fase de revisão; e nos cenários de ajuda ocorre a ajuda
voluntária durante o processo de escrita propriamente dito.
Na verdade, existem os mais variados níveis de interação e formas de organização
que se alteram durante o processo de autoria (Neuwirth et al.,1990; Ellis et al., 1991;
Posner & Baecker, 1992). Porém, todos o processos de colaboração para
elaboração de obras intelectuais. Se observamos atentamente a classificação acima,
verificaremos que apenas a obra individual é que utiliza um processo de autoria
rigorosamente individual, e mesmo assim, muito freqüentemente, um autor individual
pede sugestão aos colegas para obter uma avaliação sobre seu trabalho. Do ponto de
vista do processo, já está sendo envolvido um outro indivíduo e, portanto, já está
ocorrendo colaboração, ou seja, um processo de autoria colaborativa.
Com o advento dos computadores, um novo conjunto de oportunidades surgiu para
melhorar o processo de autoria colaborativa. A possibilidade de conexão remota dos
participantes do processo, a utilização de recursos gráficos, multimídia e de editoração
eletrônica, bem como a tecnologia de banco de dados para armazenamento de
informações são apenas algumas das tecnologias computacionais que podem vir a
serem usadas no contexto de autoria colaborativa. A utilização da tecnologia
computacional na autoria colaborativa deu origem a uma área de pesquisa chamada
Autoria Colaborativa mediada por Computador (Computer Supported Collaborative
Writing).
46
O processo de autoria colaborativa mais estudado é o de produção de textos. Posner
& Baecker (1992) realizaram um estudo de vários grupos envolvidos na produção de
textos em colaboração. Neste estudo, os textos elaborados incluíam uma gama
variada de material como artigos científicos, livros, roteiros para televisão, texto
jornalístico etc. Neuwirth et al. (1990) fizeram, por sua vez, uma análise do processo
de produção de textos científicos; e Ellis et al. (1991), da fase de elaboração de idéias.
Chamamos a atenção que o processo de autoria colaborativa não se restringir apenas
a textos e poder ser estendido para outras formas de realização intelectual como as
gráficas, as musicais e inclusive computacionais como especificações de sistema e
programas (Chang et al. 1998).
O armazenamento de trabalhos colaborativos na WEB é uma das tarefas intelectuais
mais complexas existentes. Entre as razões dessa complexidade incluem-se o fato de
não existir uma solução esperada bem definida ou um objetivo fixo (open-ended task),
e muito menos uma seqüência de passos que levam ao resultado esperado; permite
várias soluções possíveis, todas igualmente válidas; e o processo para obtenção da
produção final desejada tem um caráter interativo: raras vezes a primeira versão é a
definitiva.
Como definimos no capítulo 1 deste trabalho, o objetivo principal do mesmo será
modelar e implementar um ambiente EAD para armazenamento colaborativo coletivo,
baseado nas características das comunidades de aprendizagem que utilize o potencial
da Internet.
Mas toda essa potencialidade da Internet para a modalidade de ensino a distância
pode não valer muito quando ela é baseada nos princípios instrucionistas, ou seja, é
transferido para o ambiente virtual o ensino tradicional
Segundo Matta (2003), a Educação à Distância EAD tem se desenvolvido em várias
linhas e abordagens, desde aquelas inseridas em um formato mais instrucional,
baseado em soluções sistêmicas prontas e fechadas, até outras de filosofia aberta e
comunitária. Estas últimas parecem estar se mostrando mais adequadas ao mundo
atual, na medida em que se percebe o crescimento de sua adoção e aplicações, assim
47
a ampliação da demanda por formação e educação no presente, que vem sendo
atendida com sucesso por este tipo de abordagem.
Os cursos, na modalidade de educação a distância, oferecidos na rede não devem se
efetivar como sistemas isolados, sem vínculos. Pelo contrário, a utilização das
múltiplas formas de interação e comunicação possibilitando o fortalecimento de
parcerias, intercâmbios e cooperação entre pessoas de todo o mundo. A partir dessa
interação surgem novas estruturas grupais de ensino na rede: grupos de estudos,
equipes de trabalho e comunidades de aprendizagem.
Ainda segundo Matta (2003,1)
“a grande demanda por cursos EAD está concentrada em alunos que livremente
buscam programas de formação e capacitação de forma aberta, procurando escolher
seus cursos de acordo com suas necessidades, capacidade de interação e trabalho, e
principalmente pela riqueza de práxis diversificadas, criativas e pela demanda de
capacidade de resolução de problemas singulares do presente.
Para estes casos a EAD desenvolveu soluções baseadas no conceito de comunidades
de aprendizagem, ou comunidades de práxis, plenos de interatividade,
tecnologicamente simples e potencialmente realizável a baixos custos.”
Essas comunidades de aprendizagem são divididos em quatro grandes categorias:
ambientes essenciais; ambientes recomendáveis; ambientes complementares e outros
ambientes.
a) Ambientes essenciais como o próprio nome diz, são fundamentais para a
existência da EAD. É caracterizado por interatividade e assincronia, permitindo
interações diversas facilitando o processo de ensino e aprendizagem.
Apresenta-se como um ambiente de apoio à interação dos sujeitos
participantes. Além disso, o ambiente disponibiliza ferramentas como FAQ,
quadro de avisos, textos, anexos e etc. O ambiente essencial em EAD deverá
possuir ferramenta como fórum para estabelecer mediação dos processos
ensino e aprendizagem a partir da colaboração fruto dos mapas de cognição
dos sujeitos aprendizes. Igualmente, o ambiente deve dispor de espaço para
48
autoria e construção coletiva a exemplo de webquest , equitext e ou sistemas
capazes de construir páginas web.
b) Ambientes recomendáveis em EAD Caracterizado por ser um ambiente que
favorece o processo de ensino e aprendizagem em EAD. Ambientes síncrono
como chat que permite encontro temporal para interações, palestras,
seminários, aulas on-line favorecendo interatividade dos sujeitos participantes.
Poderá ter sons e imagens como vídeo conferencia. Ambientes de gestão EAD,
como forma de manter a segurança e controle dos processos evitando a
invasão via rede.
c) Ambientes complementares em EAD possibilidades de complementar os
sistemas EAD com outros ambientes lógicos de capacidade dinâmica, flexível,
aberta e interativa. Como o ambiente de correio eletrônico que poderá ser de
interatividade informal ou não com objetivo de formar comunidades outras
reunidas por interesses comuns. Um outro ambiente complementar poderá ser
um de ambiente gestor de uma área de trabalho dos sujeitos participantes como
programas de enciclopédia, dicionários, calculadora. E por fim ambientes para
interações informais, que se caracteriza por espaços informais onde sujeitos
poderão se encontrar objetivando lazer, afetividade ou mesmo de
aprendizagem.
Continua Matta (2003, 3), grande parte da sociedade informatizada de nossos dias
compreende exatamente o exercício de modelagem dos ambientes interativos e de
convivência concretos do mundo dito real e físico, para que possam ser realizados no
ambiente virtual, mas não menos concreto, de convivência e realização de sujeitos em
meio à rede de computadores. Aplicando esta característica modelar da informática ao
conhecimento das comunidades de aprendizagem seria necessário desenvolver uma
interpretação sistêmica das mesmas para que pudéssemos elaborar um modelo capaz
de ser representado computacionalmente e, portanto, de funcionar no ambiente de
rede mediando relações comunitárias de práxis, colaboração e construção do
conhecimento. Com a EAD também não poderia ser diferente. Logo, se desejamos
49
construir EAD baseada na realização de comunidades de práxis necessitamos
modelar seu processo e realizá-lo em rede
Segundo tem-se observado, no ambiente presencial os processos interativos ocorrem
em paralelo, ao mesmo tempo e em conjunto, de fato eles ocorrem inseparavelmente
e no todo das relações humanas. Isso ocorre por que o meio no qual se constrói a
práxis social e de aprendizagem é o mesmo de nossa presença física, o mesmo da
prática de vida de todos, no qual todos podem ao mesmo tempo exercer com
naturalidade e toda integralidade a atuação como sujeitos de sua própria existência.
Ao desejarmos modelar a comunidade para que esta seja realizada em rede,
necessitaremos isolar, porém, cada processo interativo indispensável para que ela
possa ocorrer em meio digital. A modelagem sistêmica não pode pretender repetir a
riqueza de interações presenciais de nenhum tipo. Entendemos que toda uma
complexidade interativa existe no encontro concreto e pleno de inumeráveis
relacionamentos pertencente ao engajamento síncrono entre pessoas, e que seria
praticamente impossível modelar todas as dimensões presentes nesse evento, ao
menos em nossos dias. Mas se vamos realizar comunidades em rede têm-se a
obrigação de construir ambientes digitais nos quais se dêem o essencial das
interações que tornam possível a comunidade e sua práxis. Identificamos a existência
de 3 tipos de exercício da interatividade entre sujeitos pertencentes a comunidades de
aprendizagem presenciais que seriam indispensáveis para que esta funcione como tal.
Uma comunidade de aprendizagem necessita sempre de certo número e formas de
procedimentos que permitam a interatividade de apoio e organização da
aprendizagem. Esses ambientes são aqueles que permitem a marcação de agendas,
distribuição de material, discussão e acerto de procedimentos, reclamações,
sugestões e outras interações que podemos caracterizar como da comunidade com
ela mesma, visando à organização da realização do projeto ou de outro procedimento
que possa engajar sujeitos individuais em um processo coletivo. No ambiente
presencial, ou mesmo em um presencial a distância como as videoconferências, enfim
em ambiente síncrono, ele ocorre toda vez que diálogos sobre a metodologia e a
ordem, que distribuição de material e que agendamentos acontecem.
50
Outro ambiente necessário é aquele que realiza a interatividade para a
aprendizagem e construção do conhecimento propriamente dito. Trata-se também
de uma interatividade entre a comunidade, seus participantes e ela mesma, mas difere
da anterior, pois esta diretamente ligada ao processo de construção de habilidade e da
aprendizagem, que seriam o foco das atenções do processo de ensino-aprendizagem.
Estes ambientes são todos aqueles que permitem o exercício das discussões e
construções significativas. Sincronicamente, ocorrem quando existem debates,
apresentações, exposições, experiências, vivências e demais práticas que tratam do
objeto mesmo do estudo e da construção do ensino -aprendizagem de cada um, e do
coletivo.
Por fim pudemos perceber que a comunidade necessita estar sempre exercitando sua
capacidade de autoria e realização das habilidades que vão sendo adquiridas e
construídas, com o objetivo de gerar confiança e a autonomia necessária aos
aprendizes, para que possam ser considerados amadurecidos e poderem deixar tal
condição diante de sua sociedade. Para tanto as comunidades presenciais necessitam
ter ambientes capazes de mediar a interatividade de autoria coletiva. Estes
ambientes ocorrem quando se possibilita a realização de eventos como feiras de
ciências, ou se trabalha com realização de peças teatrais, exposições coletivas de
fotos ou publicações coletivas. Ocorrem principalmente quando da realização de
pedagogia de projetos coletivos (Nogueira, 2001). É necessário que se compreenda
que a depender do projeto de autoria, este pode ter sua autoria singularizada, mas
nem por isso deixa de ser tratado como autoria coletiva já que os envolvidos estariam
engajados em um mesmo projeto social, como por exemplo, uma edição de pôsteres
sobre um dado tema.
A partir destas considerações podemos então dizer que um modelo capaz de realizar
uma comunidade de aprendizagem em rede de computadores teria que reproduzir em
meio digital pelo menos os 3 ambientes essenciais, descritos na tabela 7 abaixo:
51
Tabela 7
Características dos modelos de ambientes essenciais
Ambientes para a interatividade de apoio e organização da aprendizagem;
Ambientes para a interatividade para a aprendizagem e construção do
conhecimento;
Ambientes para a interatividade de autoria coletiva.
Apesar do progresso no domínio do conhecimento referente à aprendizagem enquanto
processo social, a maioria dos modelos de ambientes para gestão da aprendizagem
parece ignorar o papel crucial da interação e da construção social do conhecimento na
promoção de aprendizagens efetivas e significativas. Este tipo de aprendizagem
requer a criação de ambientes sociais contextualmente ricos, cujas virtudes podem ser
plenamente observadas nas comunidades de aprendizagem. A escolha de ambientes
para a interatividade de autoria coletiva tem como elemento central desta concepção,
facilitar a interação entre os indivíduos que partilham objetivos comuns, de modo a
construir um sentimento de responsabilidade partilhada e promover o esforço coletivo
na criação de recursos e no apoio à aprendizagem.
3.2. A escolha do Modelo
De acordo com as características abordadas neste capítulo apresentaremos o que
iremos modelar. Mostraremos também a definição dos requisitos do FACOL que é a
ferramenta a ser modelada e a fundamentação das linguagens de programação
utilizadas no desenvolvimento dessa ferramenta.
Optamos por modelar a parte do espaço para armazenamento e colaboração de
autoria e construção coletiva. Essa escolha está apoiada no fato de que apesar de
muitos sistemas pagos como é o caso do HPG implementarem esta solução, e outros
52
tantos oferecerem-na gratuitamente, como a solução desenvolvida pela UFRGS que
possibilita a construção de escritas coletivas. Podendo esse sistema gratuito, por
exemplo, construir artigos, monografias e outros textos coletivamente, o que significa
criar um produto válido e reconhecido, para e pela sociedade, a partir da experiência e
prática da comunidade de aprendizagem. E além dele oferecer um ambiente para que
um número indeterminado de autores cadastrados possa estar engajado na
construção, reconstrução e organização do texto final, ainda é desconhecido que o
mesmo ofereça opções de espaço para armazenamento que possibilite a colaboração
de autoria e construção coletiva de objetos multimídia.
Na tabela abaixo são descritas as principais características do FACOL que aliadas as
características descritas nas tabelas anteriores, o tornam uma ferramenta de apoio
à colaboração para mediação do conhecimento coletivo.
Tabela 8
Características Fundamentais do FACOL
Assincronia
Devem estar sempre disponíveis na rede, independente
da hora e local em que o aluno esteja , os sujeitos
envolvidos no processo ensino-aprendizagem estarão
interagindo.
Colaboração
A colaboração de dá através de um processo de criação
compartilhada, isto é, quando dois ou mais indivíduos,
com habilidades complementares, interagem para criar
um conhecimento compartilhado que nenhum deles
tinha previamente ou poderia obter por conta própria.
53
3.3. Análise de requisitos do sistema a ser modelado
O modelo proposto do espaço de armazenamento para colaborações de autoria e
construção coletiva, FACOL, é uma ferramenta que usará um banco de dados para
armazenar textos, imagens, sons, vídeos e web sites para que cada usuário possa
inserir sua colaboração.
Baseado nos conceitos apresentados anteriormente como: colaboração, comunidades
de aprendizagem, e demais; a ferramenta mediadora do processo de aprendizagem
em sua modelagem irá alcançar os seguintes objetivos fundamentais:
O armazenamento de web sites individuais e coletivos;
O armazenamento de arquivos de sons e imagens;
Gerenciar as contribuições de todos os participantes; o gerenciamento parte da
identificação inicial até a contribuição que cada participante armazena na
ferramenta. Todos numa comunidade podem trazer contribuições armazenando
até mesmo baixando objetos armazenados para que possam participar
ativamente do processo ensino-aprendizagem. Numa comunidade não existe o
autor do produto, todos interagem formando uma construção coletiva.
Para a modelagem será utilizado a UML, Linguagem Unificada de Modelagem, que é
“uma linguagem-padrão para a elaboração da estrutura de projetos de software. A
UML poderá ser empregada para a visualização, a especificação, a construção e a
documentação de artefatos que façam uso de sistemas complexos de software.”
(Booch, 2000).
Inicialmente é desenhado um Diagrama de Contexto que mesmo não fazendo parte
das notações em UML, é importante para que o educador conheça como o sistema se
relaciona com o exterior (as entidades externas). O Diagrama de Contexto apresenta o
sistema de forma geral, mostra através do diagrama o que o sistema faz e não como
ele é feito. A partir do Diagrama de Contexto da Fig.1 , temos a idéia do FACOL como
um todo.
54
Percebe-se que as entidades (pessoas que se relacionam com o sistema
externamente) que se relacionam e interagem com o FACOL são alunos e
educadores. Essa colaboração para aprendizagem e construção do conhecimento se
dá dentro do ambiente entre os sujeitos participantes do processo.
Na Fig.1, temos as entidades, representadas através de retângulos, já descritas
anteriormente. O círculo que representa o sistema de forma geral. E as setas indicam
as solicitações que são feitas pelas entidades aos sistemas, nesse caso, os alunos
como os educadores podem fazer tanto um download inicial, como podem também
contribuir fazendo upload para ampliar o conteúdo armazenado no FACOL.
Figura 1 - Diagrama de Contexto
Analisando a Figura 2 abaixo, observamos que os relacionamentos, podem se feitos
entre os próprios alunos e também com o educador. Dessa forma, educadores e
educadores, educadores e alunos, aluno e alunos, interagem armazenando e
FACOL
ALUNO
DO
EDUCADOR
Legenda:
ALUNO
Legenda:
Download
DO
UP
Upload
UP
UP
DO
DO
DO
55
baixando as produções contribuindo assim para o conhecimento coletivo. Numa
comunidade não importa se é um educador ou um aluno que estará fazendo uma
armazenagem ou baixando objetos sobre um determinado tema, mas a colaboração
que os sujeitos participantes terão na participação do FACOL.
Figura 2 – Relacionamentos entre as entidades
Um tipo de entidade é um conjunto de artefatos com a mesma estrutura, Por exemplo:
turma, docente, curso e disciplina são tipos de entidades. A cada tipo de entidade
T, associamos um conjunto universo T , que contém todos as instâncias possíveis
daquela entidade.
Os sujeitos participantes do processo são chamados de atores e são representados no
desenho por um homem-palito conforme mostrado na Figura 2. Um ator é um papel
56
que o usuário desempenha em relação ao sistema e que estimulam o sistema com
eventos de entrada e recebem algo do mesmo.
Como podemos observar na Figura 2, existem apenas duas classes de entidades que
são: aluno e educador. Ambas são derivadas (subclasses) de uma classe maior
(superclasse) chamada de Usuário. Para o FACOL o que existe é essa superclasse
chamada de Usuário que terá um login e uma senha de acesso, logo as suas
subclasses alunos e educadores também terão um login e uma senha de acesso
conforme mostrado na Figura 3 abaixo.
Figura 3 – A classe Usuário e suas subclasses
O diagrama de estado como visto na Figura 4 logo abaixo, especifica o
comportamento de um objeto (entidade) que no nosso caso, verifica se o usuário que
acessa o FACOL seja ele educador ou aluno, possui um cadastro, e solicita a
identificação (id-usuário e senha) do mesmo para que tenha acesso ao sistema, caso
contrário, o usuário irá receber uma identificação para que o mesmo seja habilitado a
usar o FACOL.
USUÁRIO
Aluno Educador
Superclasse
Subclasse
s
57
Figura 4 – Diagrama de Estado
A classe Usuário possui os seguintes comportamentos: Armazenar ( ), e Baixar ( ).
Esses comportamentos são descritos mais detalhadamente , abaixo:
Carregar arquivos () - O usuário pode fazer o upload (carregar) no FACOL a
produção obtida através de autoria individual ou coletiva, ocorrendo assim a
aprendizagem. Essa produção pode ser imagem, som, vídeo ou um web site.
Baixar arquivos () - O usuário pode fazer o download (baixar) do FACOL o
conteúdo da produção armazenada que pode ser imagem, som, vídeo ou um web
site.
Essas duas ões realizadas pelo usuário podem ser efetivadas, se o mesmo
estiver cadastrado no ambiente
Diagramas de casos de uso fornecem um modo de descrever a visão externa do
sistema e suas interações com o mundo exterior, representado uma visão de alto nível
de funcionalidade internacional mediante o recebimento de um tipo de requisição de
usuário (Furlan, 1998).
58
Diagrama de Casos de Usos é considerado uma ferramenta essencial na captura de
requisitos e no planejamento e controle de um projeto interativo. No desenho do
diagrama de Casos de Usos do FACOL, na Fig. 5, é possível observar os
comportamentos desempenhados pelo usuário, seja ele aluno ou educador.
Figura 5 – Diagrama de Casos de Uso do FACOL
Na UML, o diagrama de classes é definido como a descrição dos tipos de objetos no
sistema e os vários tipos de relacionamentos estáticos que existem entre eles.” Na
Figura 6 observamos todas as classes que o FACOL possuirá e como elas se
interrelacionam-se.
59
Figura 6 – Diagrama de Classes
Quando queremos visualizar a vinculação dos objetos entre si, usamos a interação
que é empregada para a modelagem do fluxo de controle de uma operação, uma
classe, um componente, um caso de uso ou do sistema como um todo. Essa
visualização é apresentada em forma de diagramas de interação que são subdividos
em: diagramas de seqüência e de colaboração. Esses diagramas apresentam uma
descrição do comportamento dos objetos do FACOL , considerando a troca de
mensagens seqüencialmente no tempo.
Para demonstrar o evento do acesso Inicial feito pelo usuário conforme a Figura 7
abaixo, o diagrama de seqüência mostra os passos que o sistema faz
internamente.Inicialmente o ambiente disponibiliza para os usuários as opções, o
usuário seleciona a opção que ele deseja, o sistema carrega o banco e apresenta a
tela para que o usuário se identifique para que possa realizar a sua escolha feita
anteriormente.
USUÁRIO
ALUNO
EDUCADOR
Id_Usuário
Senha
ACESSO
Id_Usuário
Senha
realiza
AÇÃO
Download
Upload
executa
60
Figura 7 – Diagrama de Interação do Evento Identificação do Usuário (Logon)
Na Figura 8 abaixo, o diagrama ilustra o evento de Fazer Download. O que diferencia
do evento de Identificação do Usuário é que neste, o usuário já está cadastrado
podendo assim realizar esta opção do menu.
Figura 8 – Diagrama de Interação do Evento Fazer Download
61
Na Figura 9 abaixo, o diagrama ilustra o evento de Fazer Upload. O que diferencia do
evento de Identificação do Usuário é que neste, o usuário está cadastrado podendo
assim realizar esta opção do menu.
Figura 9 – Diagrama de Interação do Evento Fazer Upload
Na Figura 10 abaixo, o diagrama ilustra o evento de Alterar Senha. O que diferencia
do evento de Identificação do Usuário é que neste, o usuário já está cadastrado
podendo assim realizar esta opção do menu.
Figura 10 – Diagrama de Interação do Evento Alterar Senha
62
Na Figura 11 abaixo, o diagrama ilustra o evento de Cadastrar Usuário. O que
diferencia do evento de Identificação do Usuário é que neste, o usuário ainda não está
cadastrado podendo assim realizar esta opção do menu.
Figura 11 – Diagrama de Interação do Evento Cadastrar Usuário
Veja abaixo a descrição detalhada da seqüência típica dos eventos:
Evento: Download
Ação do Ator Resposta do Sistema
1. O Usuário acessa o FACOL
2. É feita a identificação 3.
Apresenta a tela inicial com as opções
disponíveis
4. Escolhe a opção download 5 Mostra o conteúdo disponível
63
Evento: Upload
Ação do Ator Resposta do Sistema
1. O Usuário acessa o FACOL
2. É feita a identificação 3.
Apresenta a tela inicial com as opções
disponíveis
4. Escolhe a opção upload 5 Solicita a contribuição
Evento: Alterar Senha
Ação do Ator Resposta do Sistema
1. O Usuário acessa o FACOL
2. Solicita os dados do usuário 3. Mostra
mensagem confirmando a
alteração ou não da senha
Evento: Cadastrar Usuário
Ação do Ator Resposta do Sistema
1. O Usuário acessa o FACOL pela
primeira vez
2. É feito o cadastra inicial 3. Mostra Login e Senha
4. Mostra a tela principal
64
CAPÍTULO 4
Implementando a solução computacional
Para implementação da ferramenta FACOL, usaremos software’s padrão open source,
como PHP, para obtermos independência da plataforma que será utilizada. Usaremos
também o banco de dados Mysql, UML como linguagem para a modelagem visual e a
metodologia orientada a objeto. Um dos grandes diferenciais da programação
orientada a objetos, em relação a outros paradigmas de programação, que também
permitem a definição de estruturas e operações sobre essas estruturas, está no
conceito de herança, mecanismo através do qual definições existentes podem ser
facilmente estendidas. Juntamente com a herança, deve ser enfatizada a importância
do polimorfismo, que permite selecionar funcionalidades que um programa irá utilizar
de forma dinâmica, durante sua execução.
4.1. PHP
A comunicação na Internet ocorre através de um sistema bi-direcional: A informação
trafega nos dois sentidos, do computador para a Internet e da Internet para o
computador. Para atender a interação necessária de um ambiente voltado para Web,
buscou-se desenvolver o FACOL numa linguagem que atendesse a estas
especificações, o PHP.
PHP é o acrônimo de Hypertext Preprocessor. É uma linguagem de programação do
lado do servidor gratuito e independente de plataforma, rápido, com uma grande
livraria de funções e muita documentação.
Uma linguagem do lado do servidor é aquela que se executa no servidor web, justo
antes da página ser enviada através da Internet ao cliente. As páginas que se
65
executam no servidor podem realizar acessos a bases de dados, conexões em rede, e
outras tarefas para criar a página final que será vista pelo cliente. O cliente somente
recebe uma página com o código HTML resultante da execução da PHP. Como a
página resultante contém unicamente código HTML, é compatível com todos os
navegadores.
Assim como Java que é uma linguagem de programação orientada à objetos o PHP,
também aceita orientação à objetos.
Usando PHP qualquer um pode enviar dados ou programas para qualquer computador
ligado na Internet. Através de códigos da linguagem dados e programas trafegam pela
rede e são executadas no computador destino (servidor). Essas características são a
maior força de poder, flexibilidade e dinamismo da Internet.
Como PHP é focado para ser uma linguagem de script do lado do servidor, você pode
fazer qualquer coisa que outro programa CGI pode fazer, como: coletar dados de
formulários, gerar conteúdo dinâmico de páginas ou enviar e receber cookies. Mas o
PHP pode fazer muito mais.
Esses são os maiores campos onde os scripts PHP podem se utilizados:
Script no lado do servidor (server-side). Este é o mais tradicional e principal campo
de atuação do PHP. Você precisa de três coisas para seu trabalho. O interpretador do
PHP (como CGI ou módulo), um servidor web e um browser. Basta rodar o servidor
web conectado a um PHP instalado. Você pode acessar os resultados de seu
programa PHP com um browser, visualizando a página PHP através do servidor web.
Veja as instruções de instalação para maiores informações.
Script de linha de comando. Você pode fazer um script PHP funcionar sem um
servidor web ou browser. A única coisa necessária é o interpretador. Esse tipo de uso
é ideal para script executados usando o cron (ou o Agendador de Tarefas no
Windows), ou rotinas de processamento de texto.
Escrevendo aplicações GUI no lado do cliente (client-side). O PHP não é
(provavelmente) a melhor linguagem para produção de aplicações com interfaces em
janelas, mas o PHP faz isso muito bem, e se você deseja usar alguns recursos
66
avançados do PHP em aplicações no lado do cliente poderá utilizar o PHP-GTK para
escrever esses programas. E programas escritos desta forma ainda serão
independentes de plataforma.
4.2. Mysql
No dia-a-dia de quase todos os seres humanos mesmo nas tarefas mais triviais,
utilizamos banco de dados. As operadoras de telefonia, lojas comerciais,bibliotecas e
bancos, por exemplo, não podem viver sem um banco de dados. Assim com o FACOL
não poderia ser diferente, ele precisa armazenar todas as produções obtidas pela
comunidade de aprendizagem.
O Mysql é um SGBD - Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados relacional que
utiliza a linguagem padrão SQL e é largamente utilizado em aplicações Internet. Além
de oferecer vários recursos não existente em outros os bancos como a capacidade de
lidar com um número ilimitado de usuários, capacidade de manipular mais cinqüenta
milhões de registros, execução muito rápida de comandos, sistema de segurança
simples e funcional.
O Mysql é Open source, significa que é possível para qualquer um usar e modificar o
programa. Qualquer pessoa pode fazer download do Mysql pela Internet e usá-lo sem
pagar nada. É possível ainda, estudar o código fonte e alterá-lo para adequá-lo às
suas necessidades. Tem, então, a vantagem de ser totalmente gratuito característica
que foi observada para construção do FACOL.
4.3. Modelagem Visual
Modelagem visual é uma maneira de se pensar sobre problemas, usando modelos
organizados em torno de idéias do mundo real. Os modelos são úteis para a
67
compreensão de problemas, para comunicação com qualquer um envolvido com o
projeto (clientes, especialistas de domínio, designers, etc), modelagem de
empreendimentos, preparação de documentação e para o design de programas e
banco de dados. A modelagem promove o melhor entendimento de exigências,
designs mais limpos e manutenção de sistemas.
Modelos o abstrações que retratam a essência de um problema ou estrutura
complexa, filtrando detalhes não essenciais, tornando um problema mais fácil de
entender. A abstração é uma capacidade humana fundamental, que nos permite lidar
com a complexidade. Engenheiros, artistas e artesãos montaram modelos por centena
de anos, para testar designs antes de executá-los. Desenvolvimento de sistemas de
software não deveria ser uma exceção. Para montar sistemas complexos, os
projetistas precisam abstrair diferentes vistas do sistema, montar modelos usando
notações precisas, verificar que os modelos satisfaçam as exigências do sistema e
acrescentar, gradativamente, detalhes para transformar os modelos em uma
implementação.
Moldamos modelos de sistemas complexos, porque não podemos compreender
inteiramente tais sistemas. Existem limites à capacidade humana de entender a
complexidade.
Os modelos nos ajudam a organizar, visualizar, entender e criar coisas complexas.
São usados para nos ajudar a atingir os desafios de desenvolver software, atualmente
e provavelmente no futuro.
68
4.4. A Interface
O usuário – principal causa do sucesso de um sistema – é o componente mais
importante, pois qualquer sistema de computador é construído em virtude dele. Do
ponto de vista do usuário, pouco importa a complexidade interna do sistema, o que
interessa para ele é somente o que é visto e o que pode ser feito, ou seja, as partes
externas do sistema.
O sistema está diretamente relacionado aos aspectos técnicos de análise e
programação. Isto é, as operações realizadas de forma correta e adequadas para seu
funcionamento e que são transparentes ao usuário. Do ponto de vista da informática, a
engenharia de softwares e de sistemas destaca-se como disciplina interessada em
sistematizar e desenvolver métodos, técnicas e ferramentas que permitam
implementar e desenvolver funcionalidades de um sistema web.
A interface é responsável por uma parte fundamental do sistema, a parte visível para o
usuário, através da qual ele se comunica para realizar as tarefas desejadas. Quando
bem projetada, pode tornar-se uma fonte facilitadora e, dependendo de suas
características, uma grande ferramenta para o usuário. Caso contrário, pode
transformar-se em um ponto decisivo na rejeição de um sistema, na limitação de uma
ferramenta ou na execução de tarefas.
A ferramenta de construção do conhecimento coletivo FACOL conforme foi descrito
anteriormente foi criado numa abordagem de Comunidades de Aprendizagem.
Inicialmente o FACOL visa despertar a autonomia nos participantes, a fim de que eles
tenham iniciativa para inserir/ consultar colaborações no FACOL.
Para atender todas as características apresentadas pela Tabela 1: colaboração,
aprendizagem e interação o FACOL oferece ao usuário cadastrado as seguintes
opções:
Download produções armazenadas no banco de dados da ferramenta para que
possa promover contribuições mediadoras para o processo de construção;
69
Upload – nova contribuição a ser armazenada no banco de dados da ferramenta.
Figura 12 – Tela Principal do FACOL
Na composição desta interface a maior preocupação foi a de conseguir implementar
um ambiente que atendesse as características apresentadas na Tabela 6:
colaboração, capacidade de armazenamento, interface interativa de agradável
aparência e de fácil utilização. Proporcionando um ambiente de interação entre os
sujeitos participantes. Através da tela de cadastro de usuários, Fig. 13, é possível
visualizar todos os itens para se conectar ao sistema.
70
Figura 13 – Tela de Cadastro de Usuários
Focando na Figura 8 que mostra o evento download a tela que o implementa é
representada pela Figura 14 mostrada logo abaixo:
71
Figura 14 – Tela de Download
72
Focando na Figura 9 que mostra o evento Upload a tela que o implementa é
representada pela Figura 15 mostrada logo abaixo:
Figura 15 – Tela de Upload
73
Finalizando este capítulo observamos que conforme as características apresentadas
nas tabelas 1 e 6 do capitulo 1 e também a tabela 9 do capítulo 3, a ferramenta para
armazenamento de objetos hipermídia FACOL, é um ambiente para construção do
conhecimento coletivo criado numa abordagem de Comunidades de Aprendizagem
que leva em consideração as características própria de cada aluno que como indivíduo
devem ser respeitadas e merecedora de atenção ao ritmo de estudo individual. Com
isso o FACOL utilizando-se de sua interface simples e amigável pretende trabalhar
com as características descritas nas referidas tabelas que são: colaboração,
aprendizagem, zona proximal e interação.
No próximo capítulo será abordada a metodologia para avaliação da efetividade do
FACOL.
74
Capitulo 5
Metodologia para Exploração da Efetividade do FACOL
"O conceito de cooperação é mais complexo que o de interação e de
colaboração pois além de pressupor ambos requer relações de respeito mútuo
e não hierárquicas entre os envolvidos, uma postura de tolerância e convivência
com as diferenças e um processo de negociação constante. Percebemos que a
diferença fundamental entre os conceitos de colaboração e cooperação reside
no fato de que para haver colaboração o indivíduo deve interagir com o outro
existindo ajuda - mútua ou unilateral. Para existir cooperação deve haver
interação, colaboração mas também objetivos comuns, atividades e ações
conjuntas e coordenadas." Maçada e Tijiboy (1997, no prelo).
Para verificarmos se a ferramenta FACOL atingiu os objetivos a que se propõem, será
apresentada neste capítulo, a metodologia para verificar a efetividade da referida
ferramenta. Por ser realizada com apenas um único grupo, mudando-se apenas as
condições deste grupo, a pesquisa caracterizou-se do tipo pré-teste, contendo uma
variável dependente e outra independente onde utilizamos duas avaliações. Uma
processual sendo realizado através das observações feitas pelo professor-mestrando
e a outra de caráter somativa que foi realizada no final com o pós-teste aplicado aos
alunos.
75
5.1 Modelo de pesquisa
A avaliação da Efetividade da ferramenta FACOL será um processo de permanente
situação de ajuste e/ou redefinição, onde é utilizada inicialmente, um pré–teste,
aplicação do sistema modelado para pós-teste e uma sistematização de observação,
procurando-se chegar à verificação da efetividade do modelo, segundo os parâmetros
estabelecidos.
O pré-teste contém apenas duas categorias:
ambientes para construção do conhecimento coletivo;
ambientes de apoio à Educação a Distancia numa abordagem de comunidades de
aprendizagem.
Será analisada a segunda categoria com base nas características apresentadas nas
tabelas 1 e 6 do capitulo 2 e também a tabela 9 do capítulo 3. Portanto ela será
subdividida nas seguintes características: Aprendizagem; Colaboração; Interação e
Autonomia.
Categoria Independente:
Ambientes para construção do conhecimento coletivo
Categoria Dependente:
Sistema de Educação a Distancia numa abordagem de Comunidades de
Aprendizagem
Aspecto 1 – Aprendizagem
Aspecto 2 – Colaboração
Aspecto 3 – Interação
Aspecto 4 – Autonomia
76
As divisões da categoria dependente em aspectos observáveis será útil na elaboração
dos instrumentos de observação, criados para registrar suas ocorrências e também no
processo de análise dos resultados.
O plano de pesquisa e a definição dos instrumentos de coleta a seguir, aprimoraram a
visão das categorias em estudo, assim como a forma de sua utilização.
5.2. Campo de Pesquisa
No campo de pesquisa sobre ambientes de apoio à aprendizagem colaborativa em
Educação a Distância, será necessário avaliar se o FACOL estará obedecendo a
todas as características consideradas como relevantes neste estudo, para o
desenvolvimento do ambiente de construção do conhecimento coletivo buscou-se
estudá-lo numa turma presencial. Para manter o caráter participativo da pesquisa os
estudos foram realizados na Instituição que o mestrando trabalha como professor.
Para tal estudo foi escolhido o ambiente do Centro Universitário – FIB,
“Instituição criada e mantida pela Sociedade Tecnopolitana da Bahia, fundada em 12
de abril de 1996 criada para ser uma Instituição Líder em Educação, oferecendo
qualidade e excelência em seus produtos, serviços e soluções para atender a um
mundo em transformações.” (Portal FIB, 2005).
onde o mestrando e também professor, ministra aulas nas turmas de graduação. A
participação do mestrando como professor aconteceu devido a sua pós-graduação em
Educação e as Novas Tecnologias da Comunicação e da Informação onde ficou
conhecendo a modalidade de Educação a Distancia a qual foi adotada nesse estudo, o
que possibilitou a condução dos trabalhos conforme os pressupostos estabelecidos.
Por outro lado, o havendo nenhuma questão de cunho pessoal em jogo, nenhum
77
resultado preferido, a presença do mesmo não trouxe nenhuma conseqüência
tendenciosa ou de desvio aos resultados do trabalho.
Segundo Almeida e Pinto (1995, p.133) na Observação Participante, o principal
instrumento de pesquisa, é o investigador, num contato direto, freqüente e prolongado
com os atores sociais e os seus contextos; as diversas técnicas reforçam-se, sendo
sujeitas a uma constante vigilância e adaptação segundo as reações e as situações.
Neste tipo de observação o pesquisador se incorpora ao grupo participando de suas
atividades. O objetivo inicial é ganhar a confiança do grupo, fazendo com que os
alunos compreendam a importância da investigação, sem ocultar os seus objetivos e
metas. O professor-mestrando desenvolve uma metodologia semipresencial
através da utilização de ambientes mínimo essenciais de EaD com seus alunos,
podendo também com isso verificar de perto as variações e intercorrências que
venham a acontecer durante a aplicação do FACOL no grupo. Acredita-se com isso
que a influencia que venha a existir durante a avaliação possa ser positiva para o
processo.
Para a utilização da tecnologia no ensino (computador, software e Internet), duas
condições são indispensáveis:
a) Disponibilidade de laboratório apropriado para o desenvolvimento do trabalho
pedagógico. Apesar desta proposta incluir a utilização do ensino à distância, o que
permitiria a participação dos alunos nas atividades pedagógicas estando eles em
outro local que não a instituição, esses alunos, não necessariamente, dispõem em
suas residências de computadores, de software ou de acesso à Internet.
b) Conhecimento por parte dos alunos de como utilizar esses recursos tecnológicos.
É sempre possível capacitar os alunos para o uso do computador, de um software
específico ou da Internet, mas o número disponível de horas em cursos regulares
é, em geral, reduzido, prejudicando o processo de treinamento ou o
desenvolvimento da atividade pedagógica proposta, ou a ambos.
Atendendo a todos esses requisitos optou-se em escolher a turma de Estruturas de
Dados do curso de Sistemas de Informação do Centro Universitário - FIB para servir
78
de laboratório para este estudo e, seus alunos para serem os sujeitos da presente
pesquisa.
A FIB disponibilizou seu servidor EAD para hospedar a ferramenta FACOL. Ficando
disponível no Portal da Faculdade na seguinte URL http://www.ead.fib.br/facol. Com
esse endereço Web os alunos e educadores podem acessar o FACOL de qualquer
parte que tenha um computador conectado à Internet.
5.3. Fonte de Dados
O experimento será feito com a participação dos vinte alunos do segundo semestre da
disciplina Estruturas de Dados do curso de Sistemas de Informação ministrada pelo
professor da referida instituição.
Essa turma durante o semestre letivo atual, iniciou suas atividades de forma
colaborativa, numa abordagem de comunidades de aprendizagem, em que cada aluno
tem uma participação importante no contexto da aprendizagem. Os alunos participam
ativamente das dinâmicas desenvolvidas em sala de aula, nos laboratórios de
informática e principalmente numa participação a distância, numa modalidade
semipresencial, através da utilização dos ambientes essenciais disponibilizados
durante esse semestre, através de um grupo de discussão eles interagem e participam
além da sala de aula. Utilizaram ainda recursos de autoria coletiva para construção do
conhecimento coletivo. Segundo Jonassen nesse sentido, os educadores pedagógicos
preocupam-se em prover ambientes e ferramentas que ajudem os alunos a interpretar
as múltiplas perspectivas de análise da realidade, possibilitando a criação de suas
próprias perspectivas (Jonassen, 1998).
Neste sentido, a educação é um processo que leva o aluno a aprender a aprender, a
construir seus próprios significados, a aprendizagem se por meio da construção de
conhecimento, a partir da reflexão das situações concretas do mundo real. Estas
79
reflexões acontecem numa relação dialógica, com participação ativa dos alunos no
seu processo de crescimento cognitivo.
Com o FACOL eles terão a oportunidade de trabalhar com um ambiente essencial que
possibilita a hospedagem de trabalhos e objetos multimídia que levam à vivências,
experiências e construções significativas para cada participante.
O FACOL foi aplicado nesta turma obedecendo ao calendário da instituição que
encerra suas atividades semestrais no final do mês de novembro/2005. Logo, vamos
precisar reduzir a solução apresentada no Capitulo 3 do FACOL.
O FACOL é um ambiente mínimo de EaD que disponibiliza espaço de armazenamento
aos participantes para que estes interajam constantemente com o mesmo, para atingir
tal propósito foi criado uma tela principal com as seguintes opções: fazer upload no
qual os participantes, seja ele educador ou educando, pode armazenar uma
contribuição no ambiente; fazer download onde os participantes podem baixar os
conteúdos inseridos na ferramenta.
5.4. Procedimento de Pesquisa
A turma da disciplina de Estruturas de Dados do curso de Sistemas de Informação do
Centro Universitário - FIB têm aula as segundas e quartas-feiras das 20:30 ás 22:10 h.
Essas aulas são ministradas num laboratório de informática equipado com vinte e
cinco computadores, sendo que cada aluno fica com um micro-computador. A
pesquisa se dará em cinco etapas que serão abaixo descritas, são elas: Finalidade da
Importância do estudo; Exploração do FACOL; Tabela de Observação; Questionário e
Aplicação do Questionário.
80
5.5. Etapas do estudo
a) Finalidade e Importância do estudo
Antes da utilização do FACOL será feita uma explanação onde os alunos serão
informados dos objetivos desse estudo, para que os mesmos tenham uma visão da
importância e da finalidade dessa ferramenta com isso queremos amenizar ou até
mesmo sanar quaisquer objeções que um ou alguns alunos dos alunos possa vir a ter.
Informá-los que cada um deles será um ator no processo de avaliação da efetividade
do FACOL. Mostrando a importância que a veracidade e clareza nas respostas
auxiliarão no controle e análise dos resultados. É importante que o educando tenha a
certeza que todas as respostas apresentadas no questionário que eles irão responder
são valiosas. E que para responder ao questionário eles terão que utilizar durante as
próximas aulas o ambiente de construção do conhecimento coletivo, o FACOL.
b) Exploração do FACOL
Nesta etapa os alunos da turma de Estruturas de Dados serão encaminhados a um
dos vinte laboratórios de informática da FIB para utilização do FACOL. Inicialmente
será apresentado pelo professor o ambiente e os conceitos que direcionaram a
pesquisa para a criação do FACOL. Mostra as características que este possui para
que possa ser usado com facilidade e clareza.
Inicialmente é feito o cadastramento dos alunos na ferramenta, esse cadastramento é
obrigatório para todos que desejem acessar a ferramenta para que possam fazer
download e upload e com isso colaborar com os demais colegas e/ou educadores.
O professor, iniciará o uso da ferramenta já contendo objetos multimídia armazenados
na mesma e fará upload’s, isto é, armazenará novos objetos para incentivar os alunos
a participarem fazendo também seus download’s e upload’s na ferramenta e solicitará
que escrevam sua opinião pessoal ou experiência sobre suas contribuições.
81
Dessa forma, os alunos iniciarão o processo de exploração da ferramenta incluindo
suas contribuições para efetivação da mesma.
Os alunos e/ou educadores serão conscientizados a usarem a ferramenta a qualquer
hora, de qualquer lugar, pois a mesma ficará disponível na Internet.
c) Quadro de Observação
Para acompanhamento do processo foi elaborada pelo professor uma tabela de
observações baseada nos conceitos apresentados nos capítulos 1 e 2.
Nesta tabela os alunos serão avaliados individual e coletivamente nos seguintes
aspectos:
desenvolvimento da colaboração, aprendizagem, interação dos atores envolvidos
no processo;
disponibilidade de um ambiente que proporcione discussões, experiências,
vivências e construções significativas para cada participante.
Durante a elaboração da tabela de observações foram selecionados alguns
indicadores para verificar os aspectos apresentados anteriormente:
interação
Compartilhamento de idéias
Interface Interativa e fácil
Comunicação (Discussão entre os participantes)
Estimulo ao Diálogo
Modos de participações
Sistema de influência
Autonomia
Os participantes determinam por onde começar
82
Os participantes tomam para si a responsabilidade sobre seu aprendizado
Os participantes selecionam as contribuições, isto é, que upload’s irão fazer
Cooperação
Utilidade dos recursos do FACOL
Os recursos serão validados pelos participantes
A composição da tabela de observações foi elaborada pelo professor que
acompanhou os alunos durante a exploração do ambiente. Á medida em que os
alunos iam utilizando o ambiente, o professor observava e registrava em sua tabela as
participações dos alunos.
d) Questionário
“Avaliar consiste fundamentalmente em fazer um julgamento de valor a
respeito de uma intervenção ou sobre qualquer um de seus componentes,
com o objetivo de ajudar na tomada de decisões. Este julgamento pode ser
resultado da aplicação de critérios e normas (avaliação normativa) ou se
elaborar a partir de um procedimento científico (pesquisa avaliativa).
(CONTANDRIOPOULOS, 1994)
A avaliação somativa será feita com o pós–teste. Os alunos após o uso da ferramenta,
serão submetidos a um questionário (APÊNDICE C) que segundo Lakatos e Marconi
(2001) é “um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de
perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.”
(2003, 201), em que eles responderão perguntas relativas a efetividade do ambiente,
características como colaboração, autonomia, interação, interface que serão
analisadas, totalizando vinte e três questões.
83
O questionário será constituído basicamente de perguntas fechadas, contendo
também algumas perguntas abertas. A predominância das questões fechadas sobre
as abertas deve-se ao fato da necessidade de precisão das respostas a fim de que as
categorias que serão divididos as perguntas do questionário possam atender ao
estudo proposto. “Nas perguntas fechadas o conjunto de alternativas de resposta é
uniforme e, portanto, facilita comparações além de limitar respostas estranhas e
irrelevantes.” Andrade M. (2003, 44)
Na elaboração do questionário foram feitas perguntas para análise de algumas
características especificas, para ter uma disposição mais clara dividiu-se o
questionário em três etapas conforme mostra a Figura 16 abaixo:
Etapas Ação
1 – Perfil do aluno
Onde serão identificadas as informações do aluno como
usuário de tecnologia. São feitas perguntas sobre a
experiência do usuário em relação a alguns softwares
identificando-se seu nível de conhecimento como iniciante,
intermediário ou avançado (Figura 17).
2 – Características principais da
Ferramenta
Onde serão apresentadas questões sobre interface/interação;
aprendizado; colaboração; participação/autonomia e
satisfação. (Figura 18)
3 – Questões mistas (abertas e
fechadas)
Onde foram escritas algumas proposições mistas (abertas e
fechadas) para analise do favorecimento do ambiente em
relação as características: diálogo, comunicação,
socialização, interação, autonomia, independência e
compartilhamento de experiências. Além de solicitar
sugestões para o estudo. (Figura 19)
Figura 16 – Etapas do questionário
84
Na primeira etapa como podemos observar na Figura 17 abaixo, o foco das perguntas
feitas aos alunos, diz respeito ao uso durante os últimos seis meses, de software’s que
são utilizados exclusivamente na Internet pois a ferramenta FACOL também pertence
a essa categoria.
Figura 17 – Etapa 1 do questionário
Na segunda etapa do questionário foram criadas perguntas para análise de algumas
características especificas, para ter uma disposição mais clara será dividido em
aspectos que são: interface/interação; aprendizado; colaboração;
participação/autonomia e satisfação. As questões foram elaboradas conforme as
Tabelas apresentadas nos Capítulos 1 e 2. Por entender que esses aspectos são
importantíssimos na construção de um ambiente de EaD baseado nos conceitos de
comunidades de aprendizagem. As perguntas de cada categoria foram criadas de
forma a testar a efetividade pedagógica de cada uma das características
apresentadas.
Parte I : Perfil do Aluno
Sexo: Masculino Feminino
Nos últimos 6 meses que tipo de software você utilizou? (Assinale as proposições que
estão de acordo com sua experiência).
Considerando sua experiência enquanto usuário você se considera ...
SOFTWARES
Leigo
Iniciante Intermediário
Avançado
Aplicações Multimídia
Bowsers da Internet
Correio Eletrônico
Lista de Discussão
Comunidade de Aprendizagem
Chats
Filmes
Música
Outros
85
No aspecto Interface/ Interação foram elaboradas seis questões avaliando o grau de
satisfação em relação a interface pois é desejável que a mesma seja agradável e claro
ao usuário do ambiente visto que esta é a “ porta de entrada”, o usuário deve sentir-se
a vontade para explorar e participar ativamente do ambiente. As ações devem ser
precisas e claras, a fim de que um usuário leigo em informática possa também
contribuir no processo de construção do conhecimento. É importante que a interface
estimule a interação entre os sujeitos participantes. Todas as perguntas foram criadas
para atender a essas expectativas.
No aspecto Aprendizagem, criou-se apenas uma pergunta em relação ao grau de
satisfação, para ver como os alunos se sentem como auxiliares no processo de
construção do conhecimento, através de suas contribuições fazendo upload’s.
No aspecto Colaboração foi feita apenas uma proposição para avaliar o grau de
satisfação do aluno que se através da inserção de contribuições baseado nos
interesses pessoais de cada um deles.
Cada um destes aspectos juntamente com as perguntas e respostas se encontram
detalhados na Figura 18-A abaixo:
INTERFACE/ INTERAÇÃO
01 02 03 04 05
A ferramenta é auto-explicativa
A finalidade dos botões disponíveis na ferramenta é de fácil
entendimento
Mesmo para um usuário leigo a interface da ferramenta facilita o uso da
mesma
A interação é facilitada pela simplicidade e clareza da interface? Por que
Você conseguiu fazer download’s e upload’s sem dificuldades
A combinação de cores não agride os olhos
86
Os procedimentos de navegação e a execução das tarefas se aprende
de forma praticamente imediata.
É possível inserir uma contribuição no local desejado.
Opinião sobre a interface
APRENDIZAGEM
A distribuição do conteúdo facilita as contribuições?
Opinião sobre conteúdo
COLABORAÇÃO
Ao fazer uma contribuição na ferramenta você se sente importante no
processo de ensino-aprendizagem
Opinião sobe colaboração
Figura 18-A – Etapa 2 do questionário
No aspecto Participação / Autonomia que é bastante relevante a qualquer ambiente de
Educação a Distância foi elaborado questões para avaliar o grau de concordância e de
satisfação. Procurou-se verificar se os recursos presentes na ferramenta estimulam
esse aspecto no indivíduo.
Cada um destes aspectos juntamente com as perguntas e respostas se encontram
detalhados na Figura 18-B abaixo:
87
PARTICIPAÇÃO/ AUTONOMIA
01 02 03 04 05
Ao facilitar a contribuição do usuário, o FACOL desenvolve a
autonomia do aluno.
É possível encontrar as contribuições com facilidade.
Ao armazenar uma contribuição no ambiente a possibilidade do
aluno sentir-se também educador.
Opinião sobre autonomia
SATISFAÇÃO
Opinião geral do ambiente
Figura 18-B – Continuação da etapa 2 do questionário
Por último desejamos conhecer o grau de satisfação que o usuário tem ao usar o
ambiente. É importante ter um ambiente agradável e estimulante a fim de que
possamos atender aos princípios de um ambiente para construção do conhecimento
coletivo.
As etapas I e II do questionário foram feitas tomando por base os estudos do Prof. Dr.
Hernane Pereira (2002) em sua tese sobre Análise experimental dos critérios de
evolução da interface das aplicações multimídia em torno da Educação a Distância.
Na terceira e última etapa do questionário foram escritas algumas proposições mistas
(abertas e fechadas) para analise do favorecimento do ambiente em relação as
características: diálogo, comunicação, socialização, interação, autonomia,
independência e compartilhamento de experiências. Além de solicitar sugestões para
o estudo. (Figura 19)
88
Figura 19- Etapa 3 do questionário
Observando as perguntas feitas vemos que as mesmas facilitam as respostas e com
isso trazem mais contribuições em forma de criticas e sugestões para o estudo. Por
isso foram inseridas perguntas dicotômicas e também algumas abertas e limitadas, a
fim de aumentar a eficácia e validade do questionário.
Quanto ao aspecto material e estético, também foram levados em consideração:
disposição dos itens por tópicos, tamanho para não causar fadiga/desinteresse e
espaço suficiente para as respostas.
Parte 3 : Proposições Mistas (abertas e fechadas)
1. Quanto à contribuição para o seu aprendizado você considera o FACOL....
Diálogo ____ Comunicação___ Compartilhamento de experiências __
Independência__ Autonomia ___ Interação___ Socialização___
2. Quanto à contribuição para o seu aprendizado você considera o FACOL....
Excelente___ Ótimo ___ Bom ___ Com restrições _____
3. Vojá usou outras ferramentas iguais a esta?
_____Sim _____Não
4. Comparando-as ao FACOL você o considera:
Igual as outras_____ Melhor_____ Pior_____
5. Caso você deseje expressar alguns comentários escreva-os nas linhas abaixo:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
89
Este instrumento foi escolhido em função das respostas serem mais simples, rápidas e
precisas e também pela uniformidade na avaliação, em virtude da natureza impessoal
do mesmo.
Obedecendo a todos esses aspectos buscou-se atender prioritariamente os itens
apresentados nos capítulos 1 e 2 para que pudesse ter uma visão mais detalhada da
efetividade pedagógica do ambiente. E as perguntas divididas em categorias
buscaram salientar a importância de cada aspecto do processo de construção do
conhecimento.
e) Aplicação do Questionário
Após algumas aulas destinadas à sondagem da ferramenta em que os alunos tiveram
oportunidade de experimentá-la, eles terão uma aula para responder ao questionário.
Os questionários serão distribuídos individualmente pelo professor que logo depois
apresenta-los-á aos alunos alertando-os para as perguntas dicotômicas que
poderão ter uma única resposta e para as perguntas abertas que poderão contribuir
com criticas e sugestões a respeito da pergunta.
Será apresentado ainda os tópicos, que foram sub-divididos no questionário, para que
eles possam tirar as possíveis dúvidas para respondê-lo corretamente. Após esse
diálogo inicial o professor informará aos alunos que eles ficarão momentaneamente
sozinhos na sala de aula para que fiquem mais a vontade para responderem o
questionário. No momento da recepção do questionário serão observadas com
atenção as respostas dadas pelos alunos para que as mesmas estejam isentas de
erro , por exemplo, verificar se assinalou mais de uma resposta a fim de evitar
informações confusas, distorcidas e incompletas, que possam prejudicar o resultado
da pesquisa.
90
5.6. Reflexão e Análise dos Dados
Os resultados dos questionários serão analisados juntamente com a tabela de
observação que o professor aplicou quando da utilização do FACOL pelos alunos.
Em cada aspecto da categoria dependente (interação, aprendizagem, colaboração,
autonomia e satisfação) foram feitas perguntas para chegar a efetividade do FACOL e
ao final uma pergunta chave em relação ao aspecto perguntado:
Opinião em relação a colaboração
Grau de Satisfação varia de 01 na 05
Em todos os aspectos foi utilizado como parâmetro uma escala de 01 a 05 no grau de
concordância das afirmativas e também o grau de satisfação do ambiente em cada
aspecto e no ambiente como todo.
Baseado nos estudos de Pereira (2002, 197-198)
“O formato da escala de quantificação das perguntas se baseia na escala da Likert que tem um total de
5 pontos distribuídos da seguinte forma: 1 discordo plenamente; 2 discordo; 3 indiferente; 4
concordo; 5 – concordo plenamente”.
A partir dos resultados obtidos se estabelece a dia calculada como o parâmetro de análise para
validação das condições propostas na taxonomia. Neste sentido se classificam as perguntas como:
- representativas - aquelas que a média das respostas é igual maior a quatro;
- parcialmente representativas - aquelas em que a média se situa entre 3 e 3,99;
- pouca representatividade – aquelas em é a média é menor que 2,99.”
Na Parte III das proposições mistas (abertas e fechadas) várias características são
analisadas: diálogo, comunicação, independência, interação. Para essas
características será feita uma análise percentual. Mostrando qual o grau percentual
que cada uma dessas características exerce dentro do ambiente.
Ainda na Parte III as perguntas foram formuladas do tipo questões mistas (abertas e
fechadas). Neste tipo de pergunta não é possível fazer uma pré-codificação, para
tanto, após receber os questionários são selecionados todos os itens apresentados
91
pelo grupo e caso haja igualdade, estes são mensurados e computados para futuras
análises.
Depois de selecionados todos os questionários, serão feitos a inserção dos dados num
software para fazer um tratamento estatísticos dos dados coletados na pesquisa. Com
essa codificação é possível inserir os dados num software de computador, tipo
Microsoft Excel, para que sejam criadas as tabelas e os gráficos comparativos desses
aspectos, numa visão individual e coletiva.
A tabulação é computadorizada, pois, economiza tempo, esforço, diminui as margens
de erro e fica mais econômica e eficaz.
A partir desse ponto pode se concentrar o trabalho na apresentação da análise dos
dados e dos resultados da pesquisa, assim como do significado dos resultados em
relação ao problema inicial dado.
As respostas colhidas trazem riqueza de informações no aspecto quantitativo e,
principalmente, no que diz respeito ao aspecto qualitativo, tanto na interpretação dos
gráficos provenientes das questões estruturadas quanto na análise das questões
abertas. Foi feita a opção de apresentar a análise dos gráficos, representando os
dados de identificação e os dados colhidos nas questões referentes as Partes I e II do
questionário.
As questões da Parte III do questionário sendo do tipo aberta, dependendo das
respostas dadas pelos alunos, será possível fazer uma categorização, podendo ser
feita uma representação gráfica. As questões que tiverem respostas muito
diversificadas, podendo sugerir análises das respostas e não a representação em
gráficos.
No próximo capítulo serão analisadas as relações do FACOL e sua efetividade
pedagógica.
92
Capítulo 6
Análise dos resultados
“(...)A educação não se reduz à cnica, mas não se faz
educação sem ela. Utilizar computadores na educação, em
lugar de reduzir, pode expandir a capacidade crítica e
criativa de nossos meninos e meninas. Depende de quem a
usa, a favor de que e de quem e para quê. [...] O homem
concreto deve se instrumentar com os recursos da ciência
e da tecnologia para melhor lutar pela causa de sua
humanização e de sua libertação.” (FREIRE, 1995:
98,1979: 22).
Este capítulo tem a finalidade de apresentar os resultados da pesquisa das analises
feitas com a coleta dos dados, detalhando-os através de gráficos e tabelas, e
mostrando a importância do FACOL para o contexto do ensino-aprendizagem.
93
6.1. Analise da eficácia dos procedimentos utilizados
6.1.1. Ficha de Observação
Através dos indicadores descritos no capítulo anterior: de interatividade, de autonomia
e de colaboração, foi possível compor o quadro de observação aplicado no
experimento e fazer a análise de cada um dos indicadores separadamente.
Interatividade baseado nos estudos realizados no Capítulo 1, Sergiovanni(1996) e
Vygotsky(1998-A) afirmam que a interação acontece de forma que o conhecimento
não parte nem do sujeito, nem do objeto, mas da interação indissolúvel entre eles,
considerando a interação um importante aspecto sócio-interacionista a ser analisado
num ambiente de mediação dos processos ensino-aprendizagem colaborativos.
Após as explicações iniciais do professor não se notou nenhuma dificuldade para o
uso do ambiente em questão pois imediatamente os alunos já foram testando o
mesmo.
Autonomia - um ambiente de aprendizagem se caracteriza por uma riqueza de
estímulos para provocar o interesse, a curiosidade, a vontade de conhecer e de se
relacionar. Nesse contexto atua a autonomia do participante, característica
imprescindível numa abordagem de comunidade de aprendizagem. Neste aspecto os
alunos mostraram-se bem independentes em relação a utilização do ambiente, poucas
vezes eles solicitaram a intervenção do professor no processo de descoberta do
ambiente. Utilizando-se da opção de upload, eles faziam novas colaborações e
sentiam-se importantes no processo ensino-aprendizagem. Utilizaram o ambiente em
outros momentos, inclusive enviando sugestões ao professor com isso validando o
modelo que foi construído baseado nos requisitos das comunidades de aprendizagem
apresentados no Capítulo 2.
Colaboração - A sócio interação entre os sujeitos participantes, a troca de experiências
e o compartilhamento das experiências e das vivências onde segundo Koschmann
(1996), marcam a colaboração descritas nas idéias de Vygotsky e Piaget. Os recursos
94
do FACOL foram validados pelo grupo na medida em que eles utilizavam cada um
deles. Existiu ainda uma participação nas contribuições de forma bastante significativa
pois eles buscavam conteúdo específico da disciplina na Internet e utilizando a opção
upload armazenava os mesmos no ambiente.
6.1.2. Questionários
Após serem aplicados os questionários aos vinte alunos da disciplina de Estruturas de
Dados, mas, treze questionários foram devolvidos totalmente preenchidos, os
dados foram inseridos numa planilha eletrônica para serem desenhados os gráficos.
0
2
4
6
8
10
12
14
Leigo
I
nic
ia
nte
Interm
ed
iário
Avançado
Aplicações Multimídia
Browseres da Internet
Correio Eletrônico
Lista de Discussão
Comunidades de
Aprendizagem
Chats
Filmes
Música
Outros
Figura 20 – Experiência dos usuários em relação aos softwares
Vemos que, na Figura 20 acima, o perfil geral dos alunos é de usuários intermediários.
Foi observado que apenas dois usuários são leigos no que diz respeito à
Comunidades de Aprendizagem enquanto que os outros itens que compõe os
95
ambientes mínimos de educação a distância são utilizados por todos, possuindo nível
intermediário e avançado.
As perguntas referentes a segunda parte do questionário foram perguntas simples
com as respostas computadas pela escala de Likert. A partir dos dados obtidos é
calculada a média como parâmetro de análise para validação das condições propostas
no estudo. Neste sentido, as perguntas são classificadas como:
Representativas – (Média>=4,0)
Parcialmente representativas – (3,0>Média<3,99)
Pouco representativa – (Média <=2,99)
Foram desenhados gráficos de todas as perguntas de cada categoria, sendo
analisados individualmente e coletivamente no contexto da categoria em que se
encontra. As características serão analisadas separadamente por categoria:
interface/interação, aprendizagem, colaboração, autonomia, satisfação.
Interface/ Interação
Segundo Maddix(1990), Interface é a parte do sistema com o qual o usuário entra em
contato por meio do plano físico, perceptivo e cognitivo.
Logo, a questão da interface está diretamente associada a ergonomia (ou fatores
humanos), que de acordo com Hendrick (1994), a ergonomia, em termos de sua
tecnologia singular, pode ser definida como "o desenvolvimento e aplicação da
tecnologia de interface do sistema ser humano-máquina. Ao nível micro, isso inclui a
tecnologia de interface ser humano-máquina, ou ergonomia de hardware; tecnologia
de interface ser humano-ambiente, ou ergonomia ambiental, e tecnologia de interface
usuário-sistema, ou ergonomia de software (também relatada como ergonomia
cognitiva porque trata como as pessoas conceitualizam e processam a informação).
Num nível macro temos a tecnologia de interface organizacão-máquina, ou
macroergonomia, que tem sido definida como uma abordagem top-dow do sistema
sócio-técnico".
96
Entretanto, para o nosso estudo não somente pretendemos atingir às necessidades do
usuário, mas principalmente a facilidade que a interface proporciona e para que seja
estimulada a colaboração dos sujeitos participantes da comunidade, é nesse sentido
que a colaboração será analisada.
Respostas sobre a Interface
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Perguntas
Médias
Figura 21 - Média das respostas no aspecto Interface
Considerando o Aspecto Interface as respostas tiveram variação de 3,5 a 5,0 o que é
considerado relevante (Figura 21) mesmo assim, algumas características não
atenderam as expectativas propostas. Precisando ser revista e reestruturada para
atender aos princípios fundamentados nos Capítulos 1 e 2 do presente estudo.
Os gráficos referentes a cada uma das nove questões serão apresentados
separadamente a seguir. Na primeira questão (Figura 22) é analisada a facilidade no
uso da ferramenta que obteve a média de 3,92, podendo ser considerada como
parcialmente representativo.
97
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3 4 5
Figura 22 – A ferramenta é auto-explicativa
Com relação a distribuição dos botões nas telas da ferramenta a pergunta foi se era
de fácil entendimento (Figura 23) neste item a média das respostas é de 4,77 que é
uma boa representatividade.
0
1
2
3
4
5
6
7
1 2 3 4 5
Figura 23 – Finalidade dos botões disponíveis é de fácil entendimento
A terceira questão: Mesmo para um usuário leigo a interface da ferramenta facilita o
uso da mesma (Figura 24). Esta é uma característica importante para o ambiente,
pois a ausência desta facilidade dificultaria a utilização do mesmo, gerando assim um
fator desestimulante afugentando assim o usuário. Para essa característica, o FACOL
98
atende aos requisitos, apresentando uma tela padrão com seus elementos estruturais
constantes em toda aplicação.
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3 4 5
Figura 24 – A interface da ferramenta facilita o uso da mesma
Segundo Andrade (2003, 100)
“a forma como a interface se comunica com o usuário deve atender ao critério
de legibilidade, utilizando-se de elementos visuais que levem em conta
características cognitivas e perceptivas, e de agrupamento das informações,
segundo suas inter-relações, similares ou diferenças, posicionando-as e
ordenando-as de forma a distingui-las por sua localização ou formato.”
Com média 4,00 a questão: A interação é facilitada pela simplicidade e clareza da
interface? Representada pela Figura 25 abaixo, foi uma das que obteve respostas
quase que semelhantes em relação aos pontos 3, 4 e 5.
99
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
1 2 3 4 5
Figura 25 – A interação é facilitada pela simplicidade e clareza da interface
A questão: Você conseguiu fazer download’s e upload’s sem dificuldades (Figura 26)..
È a mais importante do formulário de interface/interação pois representa a finalidade
principal da ferramenta e obteve média de 3,46 que é considerada parcialmente
representativa.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
1 2 3 4 5
Figura 26 – Você conseguiu fazer download’s e upload’s sem dificuldades
Ainda segundo Andrade A. (2003, p.108) “a cor é uma importante propriedade estética
em uma interface, pois pode ser utilizada para identificar elementos que devem atrair a
atenção do usuário. Seu uso pode ter conseqüências positivas ou negativas quanto a
produtividade e motivação do usuário.”
100
Portanto, a combinação de cores é também uma característica importante a ser
considerada pela Interface. A Figura 27 que representa a questão: A combinação de
cores não agride os olhos, obteve média de 6,15 que foi a maior entre todas as outras
de todos os formulários atendendo aos pressupostos teóricos, pois uma mensagem
legível não agride aos olhos nem desestimula os leitores, sendo um ponto positivo ao
processo de interação.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1 2 3 4 5
Figura 27 – A combinação de cores não agride os olhos
Os procedimentos de navegação e a execução das tarefas segue um padrão ao longo
do ambiente facilitando assim a execução das mesmas pelos usuários. Assim como os
elementos estruturais as tarefas também devem seguir um padrão a fim de que os
participantes possam interagir com o ambiente sem a preocupação de conhecer novas
tarefas a cada momento. Nesse quesito, o FACOL apresenta uma estrutura padrão,
considerada pelos participantes (Figura 28) como sendo bastante representativa,
possuindo uma média de 5,50.
101
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3 4 5
Figura 28 - Os procedimentos de navegação e a execução das tarefas
Para que o participante se envolva com o processo de tomada de decisão para a
construção do seu conhecimento de dos outros participantes, é preciso que o mesmo
se sinta bem, pois em um ambiente de mediação do processo de ensino e
aprendizagem colaborativo o mesmo é considerado como um ser pensante, ativo e
crítico. Para inserir uma contribuição no ambiente o participante não teve nenhuma
dificuldade bastou para isso escolher a opção upload e a categoria do arquivo a ser
inserido conforme ilustra a Figura 29. A média deste quesito é de 4,50. A resposta
desse item valida a relevância do modelo nesse aspecto, pois a maioria dos
participantes sente-se importante no processo de construção do conhecimento.
102
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3 4 5
Figura 29 – Inserção de contribuição
Na última questão sobre interface/interação pergunta-se a opinião do participante
sobre a interface do ambiente como um todo, pois é importante que a mesma estimule
o educador e o aluno a participar das interações e troca de experiências,
incentivando-os a contribuírem sem desestimular ou deixar o participante cansado
devido ao excesso de cores. É necessário estar claro para o participante como ele
pode executar uma ação e também a facilidade de se aprender os elementos
estruturais e os procedimentos do ambiente. Nesse sentido o aspecto
Interface/interação atende a todas essas expectativas, proporcionando ao participante
um ambiente simples, claro e estimulador de interações. Ao atingir todas essas
características o experimento valida o modelo proposto pelo estudo no aspecto
Interface/interação (Figura 30).
103
0
1
2
3
4
5
6
7
1 2 3 4 5
Figura 30 – Opinião sobre a interface
Aprendizagem
Quanto ao critério de aprendizagem foram elaboradas questões referentes ao
conteúdo que estará disponível no ambiente e também em relação a importância que
se dá as contribuições contidas para a comunidade, para isso foram feitas duas
perguntas no questionário. A média das respostas foi de 4,0 o que é relevante para
este estudo (Figura 31). Com base nas observações do experimento e na
fundamentação propostas, o modelo atendeu completamente os objetivos propostos
no Capítulo 4.
104
Respostas sobre Aprendizagem
3,75
3,80
3,85
3,90
3,95
4,00
4,05
4,10
4,15
4,20
4,25
4,30
1 2
Perguntas
Médias
Figura 31 - Média das respostas no aspecto Aprendizagem
É importante para as contribuições, que a distribuição do conteúdo seja simples e de
fácil localização, pois isto facilitará a busca dos mesmos. Neste item o FACOL atende
parcialmente as expectativas possuindo uma média de concordância de 3,92 (Figura
32). Essa característica incentiva a uma maior contribuição dos sujeitos participantes,
porque tendo clareza em relação ao conteúdo poderá colaborar inúmeras vezes
expandindo com isso o conteúdo do ambiente.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
1 2 3 4 5
Figura 32 – Distribuição adequada do conteúdo
105
Na questão: Opinião sobre o conteúdo, o ambiente obteve uma média 4,23 o que é
considerada relevante pois segundo a opinião dos participantes do experimento isto
tem influência sobre a aprendizagem (Figura 33). Vale ressaltar que, como foi
mostrada na Figura 20, a maioria dos participantes possui nível intermediário em
comunidades de aprendizagem. Vemos que, para atender aos pressupostos dos
ambientes de ensino e aprendizagem colaborativos que é o objetivo desse estudo, faz-
se necessário na implementação da nova versão do FACOL a opção categoria para
que cada arquivo, dependendo do seu conteúdo, fique dentro da sua categoria
específica.
1
2
3
4
5
S1
0
1
2
3
4
5
6
Figura 33 – Opinião sobre o conteúdo
Colaboração
A Colaboração se através da troca de experiências entre os sujeitos participantes.
Partindo do pressuposto Vygotskyano, que vê o aprendizado como um processo
profundamente social, a interação virtual rompe as paredes da sala de aula e permite
que novos atores passem a fazer parte do ambiente educacional, propiciando a cada
aprendiz, inclusive ao professor, uma experiência ao mesmo tempo coletiva e única.
Para se avaliar a efetividade dessa categoria no ambiente foram feitas duas
perguntas. Houve uma pequena variação da média das respostas mostrando-se
relevante em ambas as perguntas como ilustra a Figura 34.
106
Respostas sobre Colaboração
4,00
4,10
4,20
4,30
4,40
4,50
4,60
4,70
4,80
4,90
1 2
Perguntas
Médias
Figura 34 – Média das respostas no aspecto Colaboração
É importante que o participante sinta-se bem ao contribuir no processo de construção
do outro, pois eles aprendem coletivamente. O participante precisa estar envolvido
com o processo de tomada de decisão e sentindo-se capaz de construir seu
conhecimento. No ambiente de mediação do processo ensino–aprendizagem
colaborativo o participante é considerado como ser pensante, um participante ativo e
crítico, responsável pelos seus processos, enfim um agente da construção do
conhecimento. A resposta desse item valida a relevância do modelo nesse aspecto,
pois a maioria dos participantes sente-se importante no processo de construção do
conhecimento (Figura 35). A média 4,31 obtida é relevante.
107
0
1
2
3
4
5
6
7
8
1 2 3 4 5
Figura 35 – Importância no processo ensino-aprendizagem
Como podemos ver na Figura 36 abaixo, no item colaboração o ambiente atinge
satisfatoriamente a categoria relevante com média 4,77. Como foi observado o modelo
estimula aos participantes a colaborarem através das suas contribuições e com isso,
validando a efetividade pedagógica nesse aspecto Sócio-interacionista.
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3 4 5
Figura 36 – Grau de Satisfação no aspecto Colaboração
108
Participação/ Autonomia
Conforme Preti (2000, 131)
ter autonomia significa ser autoridade, isto é, ter força para falar em próprio
nome, poder professar (daí o sentido de ser professor) um credo, um
pensamento, ter o que ensinar a outrem, ser possuidor de uma mensagem a
ser proferida. Em outras palavras, é ser autor da própria fala e do próprio agir.
Daí a necessidade da coerência entre o dizer e o agir, entre a ão e o
conhecimento, isto é, a não-separação desses dois momentos
interdependentes.”
O ambiente favorece esse aspecto sócio-construtivista possibilitando o aluno a
construir seu conhecimento. Para analise desse aspecto foram feitas quatro
perguntas, a média das respostas nesse aspecto apresentou uma pequena variação
conforme ilustra a Figura 37.
Respostas sobre Participão/Autonomia
3,40
3,60
3,80
4,00
4,20
4,40
4,60
4,80
1 2 3 4
Perguntas
Médias
Figura 37 – Média das respostas no aspecto Participação/Autonomia
109
Uma das facilidades que o FACOL oferece é a possibilidade de se fazer uma
contribuição usando a opção upload. Essa facilidade faz com que os participantes
tenham o prazer de contribuir mais e mais (Figura 38), estimulando com isso o
desenvolvimento da sua autonomia.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
1 2 3 4 5
Figura 38 – Desenvolvimento da autonomia ao inserir contribuições.
Ao interagir com o ambiente é importante que o participante possa localizar as
contribuições que achar pertinente com facilidade para que ele possa retomá-la
quando for preciso.
Conforme Figura 39 abaixo, os participantes encontraram as contribuições que
desejavam.
110
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3 4 5
Figura 39 – Expectativas em relação as consultas
O professor perdeu o papel de detentor do conhecimento, no processo ensino-
aprendizagem os alunos assumem o papel de educador e vice-versa. Ao poder inserir
uma contribuição no ambiente espera-se que o aluno possa se sentir importante no
processo ensino-aprendizagem que por algum momento ele é também educador. A
Figura 40 mostra como os alunos se sentem importantes nesse processo. Validando
os papeis dos educadores e educandos da educação atual apresentada no Capítulo 3.
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3 4 5
Figura 40 – Sentimento do aluno-educador
111
Quanto a autonomia é possível perceber um grau de satisfação bastante relevante,
apresentando média de 4,69 conforme Figura 41 abaixo. O ambiente do FACOL
incentivou significativamente para que os participantes tivessem o prazer de fazer as
suas contribuições, garantindo a efetividade do modelo nesse aspecto.
1
2
3
4
5
0
1
2
3
4
5
6
Figura 41 – Grau de Satisfação no aspecto Autonomia
Satisfação
O ambiente analisado em seus aspectos sócio-interacionistas, atendendo as
necessidades da abordagem de comunidades de aprendizagem, na maioria dos
aspectos foi bem relevante e cumpriu o que devia, validando a efetividade pedagógica
desse modelo.
O ambiente como um todo também foi analisado (Figura 42). Os participantes
consideraram o FACOL muito bom, com uma relevância de 4,38.
112
1
2
3
4
5
0
1
2
3
4
5
6
7
Figura 42 – Grau de Satisfação do FACOL
As características que são desenvolvidas num ambiente mediador dos processos
ensino-aprendizagem colaborativos como: colaboração, comunidades de
aprendizagem e demais, foram apontadas pela maioria dos participantes como sendo
favorecidas pelo ambiente:
Essas características que foram destacadas pelos participantes são :
O armazenamento de web sites individuais e coletivos;
O armazenamento de arquivos de sons, imagens e filmes;
O gerenciamento das contribuições de todos os participantes.
Como foi possível analisar nos aspectos sócio-interacionistas em todos eles
constatou-se alguns como parcialmente relevantes e outros bastantes relevantes no
processo ensino-aprendizagem. Faz-se necessário a modificação do modelo em
alguns aspectos para que sejam atingidos satisfatoriamente todos os pontos, visto a
importância que eles exercem no processo ensino-aprendizagem colaborativo.
Conforme os conceitos apresentados em formato de tabelas nos Capítulos 1 e 2 deste
estudo, e detalhados no Capítulo V, tais como: colaboração, interação, comunidades
de aprendizagem e demais. Esses ambientes visam ampliar as possibilidades de
113
interações entre os sujeitos participantes desse processo, e facilitando com isso a
construção do conhecimento individual e coletivo.
Apenas no aspecto Interação será preciso implementar as opções de Hospedagem de
web sites e edição de imagens e sons. Para garantir a efetividade pedagógica do
ambiente essas implementações serão apresentadas na segunda versão do FACOL.
No próximo capítulo são apresentadas as conclusões e as recomendações finais
desse estudo.
114
Capítulo 7
Conclusão
“Oxalá tivéssemos outra palavra com menos conotações de
armadilha e mais sugestiva pelo fato de incluir aspectos
legais, organizacionais e técnicos.Não encontrando tal
palavra, tentarei redimir a que está disponível, usando-a
como sinônimo de teia educacional. O que é preciso são
novas redes, imediatamente disponíveis ao público em
geral e elaboradas de forma a darem igual oportunidade
para a aprendizagem e o ensino. (...) Essa rede seria bem
diferente da atual rede de tv. Daria oportunidade para a
livre expressão: letrados e iletrados poderiam igualmente
gravar, guardar, difundir e repetir opiniões. (ILLICH,1988).”
Este capítulo trata das conclusões do estudo e suas limitações, bem como
recomendações para trabalhos futuros.
7.1. Conclusão
A importância da tecnologia no processo de educação da sociedade atual é inegável;
porém ela se torna mais significativa quando permite o diálogo entre as pessoas,
quando provoca interações, quando proporciona a comunicação enfim, quando é
capaz de estimular a construção do conhecimento.
115
A construção do conhecimento conforme a teoria Vygotskiana (Vygotsky, 1998-B) é
fruto da relação dialógica entre o educando e educador, os seus pares, o objeto de
conhecimento e o ambiente de aprendizagem. Nesse processo, merece destaque a
colaboração e os aspectos sócio-interacionistas avaliados no ambiente do FACOL,
que devem estar presentes num ambiente mediador do processo ensino-
aprendizagem.
Para construir um ambiente de mediação do conhecimento é necessário analisar
aspectos sócio-interacionistas que compõem o ambiente. A implementação do FACOL
foi possível devido ao embasamento sócio-interacionista feito nesse estudo.
Com o FACOL esperamos ter trazido alguma contribuição no sentido de aprimorar a
eficácia dos ambientes computacionais voltado ao processo educacional, agregando
conceitos e avanços de outras áreas através da implementação de um ambiente de
Educação a Distância, contendo ambientes mínimos desenvolvidos baseados nos
princípios sócio-interacionistas, numa abordagem de comunidades de aprendizagem.
Este estudo de caráter nitidamente interdisciplinar buscou unir alguns avanços obtidos
em áreas afins, para obter resultados no campo da pesquisa experimental aplicada.
Espera-se com ele trazer algum avanço no sentido de aprimorar a eficácia dos
ambientes computacionais voltado ao processo educacional, agregando conceitos e
avanços de outras áreas através da implementação de um ambiente de Educação a
Distância, contendo ambientes nimos desenvolvidos baseados nos princípios sócio-
interacionistas, numa abordagem de comunidades de aprendizagem.
Chegou-se as seguintes conclusões:
a) Como abordagem no Capítulo 1 sobre comunidades de aprendizagem em que os
sujeitos participantes do processo precisam estar envolvidos tornando o
aprendizado espontâneo, automotivado e ricamente conectado a cultura. Logo, o
modelo apresentado desenvolveu habilidades que são capazes de atender às
demandas da sociedade atual.
116
b) Conforme as análises dos aspectos sócio-interacionistas que descrevem a
interatividade, a autonomia, a colaboração, etc. como fundamentais para
construção de ambientes EaD mediados pela Internet, então podemos considerar o
FACOL como um ambiente de mediação do processo de encena colaborativo.
c) No modelo apresentado, o FACOL, corresponde à teoria sócio-construtivista
proposta, porém em alguns aspectos sócio-interacionistas terão que ser feitas
algumas alterações para que ele possa atender satisfatoriamente os princípios
sócio construtivistas fundamentais nesse estudo.
Seguem algumas sugestões em relação as alterações que precisam ser
implementadas para suprir tais carências.
Aspecto Interface/Interação
Neste aspecto sócio-interacionista o modelo atende aos pressupostos estabelecidos
nos Capítulos 1 e 2.
Como pudemos observar, a distribuição dos elementos estruturais no nosso modelo é
bastante simples e claro, levando os participantes a executarem as ações desejadas
sem nenhuma dificuldade.
Aspecto Aprendizagem
Uma característica importante que deveria ser oferecida pelo FACOL seria a de
construir Web Sites, editar imagens, sons e vídeos utilizando para isso software’s
livres (Open Source) que seriam disponibilizados pelo ambiente. Essa opção vai ser
implementada na segunda versão.
117
Aspecto Colaboração
A interação entre os sujeitos participantes é um ponto importante na colaboração,
discutido anteriormente no Capítulo 1. No modelo apresentado não foi possível
perceber a interação dos sujeitos participantes do FACOL.
Para suprir essa carência no ambiente, deverá ser implementadas uma área com uma
relação contendo o login e o e-mail dos participantes que estão conectados no
ambiente e que estão naquele momento fazendo suas colaborações através da opção
de upload para que os demais participantes sejam incentivados a fazerem também as
suas contribuições, dessa forma, ficará evidente o interacionismo das zonas de
desenvolvimento proximal que formam as comunidades de aprendizagem nas quais os
participantes estarão envolvidos. Porém devido a complexidade do algoritmo de
implementação não pôde ser desenvolvido nesta versão ficando a implementação
deste recurso para estudo futuro.
Aspecto Autonomia/Satisfação
Os participantes tiveram autonomia para localizarem as contribuições que mais
estavam de acordo com seus interesses e fazerem seus download’s e colaborarem
também através de seus upload’s. Dessa forma, o aspecto autonomia atendeu aos
pressupostos estabelecidos nesse estudo.
Aspecto Validação do Ambiente
As características destacadas no estudo, conforme apresentada no Capítulo V, todas
foram apontadas pela maioria dos participantes como sendo favorecidas pelo
ambiente: colaboração, interação, comunidades de aprendizagem e demais. Validando
o modelo de ambiente mediador do processo ensino aprendizagem colaborativo, pois
como apresentou o Capítulo 2, esses ambientes visam ampliar as possibilidades de
interações entre os sujeitos participantes desse processo, e facilitando com isso a
construção do conhecimento individual e coletivo.
118
De todos requisitos analisados e descritos no capítulo 2, item 2.3. apenas o
armazenamento de web sites individuais e coletivos não foi implementado no FACOL.
Isto ocorreu pelo pouco tempo disponível e por falta de espaço suficiente para
hospedagem dos mesmos, mas, isto ficará registrado como recomendações para
implementação futura.
O trabalho que está sendo concluído, e que implementou um ambiente e avaliou a
efetividade pedagógica de um ambiente de mediação não pretende esgotar os temas
aqui trabalhados, todas as sugestões ainda serão implementadas. Coloca-se, porém,
como estímulo ao desenvolvimento dos ambientes mínimos respaldados numa
fundamentação pedagógica coerente, a fim de que os ambientes de Educação a
Distância possam potencializar essa modalidade de ensino, dando oportunidade de se
democratizar a educação, contribuindo para a qualidade de vida.
7.2. Limitações
Como o estudo proposto neste trabalho baseou-se na realidade de uma turma
presencial de graduação do ensino superior, a análise foi feita com uma pequena
amostra.
7.3. Recomendações e Estudos Futuros
Como a ferramenta FACOL foi aplicada sem alguns recursos que foram sugeridos
pelos participantes, logo após a experiência feita com a mesma, ficou evidenciada a
necessidade dos mesmos para compor um ambiente de mediação dos processos
ensino-aprendizagem colaborativos. Fica a recomendação para análises em outros
contextos de ensino-aprendizagem com o FACOL contendo todas as implementações
sugeridas na conclusão.
Portanto, para trabalhos futuros fazem-se necessárias as seguintes recomendações: a
implementação das sugestões apresentadas na conclusão melhorando os aspectos
sócio-interacionistas, a aplicação do FACOL em um ambiente de Educação a
Distância na rede, verificando se todos os tópicos abordados nesta pesquisa foram
119
levados em consideração, e a existência de outros que quiçá, não foram
contemplados. O refinamento das estratégias de medição de cada parte que compõe o
modelo. Que seja contemplada, ainda, a análise do modelo numa modalidade de
Educação a Distância, já incluindo o FACOL completo num ambiente de Educação a
Distância.
A presente pesquisa não tem como objetivo ser determinante nos resultados nem tão
pouco esgotar o tema em questão. Ao contrário, visa incentivar mais estudos acerca
dos temas aqui discutidos.
É apenas o início da exploração do potencial que as tecnologias neste campo trazem
e a utilização dos princípios sócio-interacionistas, ainda um longo caminho a seguir
a pesquisa e desenvolvimento, para ser possível a construção do conhecimento, que
viabilize mudanças significativas que possam aproximar os experimentos que vêem
sendo feitos nessa modalidade como o que se entende nesse contexto como
verdadeira Educação.
120
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125
APÊNDICES
FACOL
Ferramenta de Autoria Colaborativa Coletiva para
comunidades de ensino e aprendizagem EAD
126
APÊNDICE A
Texto Informativo
O FACOL é uma ferramenta Web para Ambiente de mediação dos processos de
ensino-aprendizagem colaborativa. Através dessa ferramenta os participantes,
educadores ou alunos, poderão participar fazendo download’s e upload’s.
Ao acessar a ferramenta, será apresentada uma tela de autenticação onde deverá ser
informados nome e senha.
Um usuário especial, criado, com a permissão de administrar o FACOL imanter o
cadastro de usuários incluindo novos usuários, removendo usuários, alterando
permissões e senhas.
Os usuários poderão fazer novas contribuições através da opção upload, eles também
poderão baixar arquivos previamente escolhidos através da opção download.
127
APÊNDICE B
Telas do FACOL
128
129
APÊNDICE C
Questionário
Aluno (a)______________________________________________________
Parte I : Perfil do Aluno
Sexo: Masculino Feminino
Nos últimos 6 meses que tipo de software você utilizou? (Assinale as proposições que
estão de acordo com sua experiência).
Considerando sua experiência enquanto usuário você se considera ...
SOFTWARES
Leigo
Iniciante Intermediário
Avançado
Aplicações Multimídia
Bowsers da Internet
Correio Eletrônico
Lista de Discussão
Comunidade de Aprendizagem
Chats
Filmes
Música
Outros
130
Parte II: Categorias Sócio-interacionistas da Ferramenta FACOL
INTERFACE/ INTERAÇÃO
01 02 03 04 05
A ferramenta é auto-explicativa
A finalidade dos botões disponíveis na ferramenta é de fácil
entendimento
Mesmo para um usuário leigo a interface da ferramenta facilita o uso da
mesma
A interação é facilitada pela simplicidade e clareza da interface? Por que
Você conseguiu fazer download’s e upload’s sem dificuldades
A combinação de cores não agride os olhos
Os procedimentos de navegação e a execução das tarefas se aprendem
de forma praticamente imediata.
É possível inserir uma contribuição no local desejado.
Opinião sobre a interface
APRENDIZAGEM
A distribuição do conteúdo facilita as contribuições?
Opinião sobre conteúdo
COLABORAÇÃO
Ao fazer uma contribuição na ferramenta você se sente importante no
processo de ensino-aprendizagem
Opinião sobe colaboração
131
PARTICIPAÇÃO/ AUTONOMIA
01 02 03 04 05
Ao facilitar a contribuição do usuário, o FACOL desenvolve a autonomia
do aluno.
É possível encontrar as contribuições com facilidade.
Ao armazenar uma contribuição no ambiente a possibilidade do aluno
sentir-se também educador.
Opinião sobre autonomia
SATISFAÇÃO
Opinião geral do ambiente
132
Parte III – Proposições mistas
Parte 3 : Proposições Mistas (abertas e fechadas)
6. Quanto à contribuição para o seu aprendizado você considera o FACOL....
Diálogo ____ Comunicação___ Compartilhamento de experiências __
Independência__ Autonomia ___ Interação___ Socialização___
7. Quanto à contribuição para o seu aprendizado você considera o FACOL....
Excelente___ Ótimo ___ Bom ___ Com restrições _____
8. Vojá usou outras ferramentas iguais a esta?
_____Sim _____Não
9. Comparando-as ao FACOL você o considera:
Igual as outras_____ Melhor_____ Pior_____
10. Caso você deseje expressar alguns comentários escreva-os nas linhas abaixo:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
133
ANEXOS
FACOL
Ferramenta de Autoria Colaborativa Coletiva para
comunidades de ensino e aprendizagem EAD
134
ANEXO 01 - Análises do questionário aplicado.
INTERFACE/ INTERAÇÃO 1 2 3 4 5 dia
A ferramenta é auto-explicativa 0 0 4 6 3 3,92
A finalidade dos botões disponíveis na ferramenta é de fácil entendimento 0 0 2 7 4 4,77
Mesmo para um usuário leigo a interface da ferramenta facilita o uso da mesma 0 0 2 6 5 5,08
A interação é facilitada pela simplicidade e clareza da interface? 0 1 3 3 4 4,00
Você conseguiu fazer download’s e upload’s sem dificuldades 0 1 0 4 8 3,46
A combinação de cores não agride os olhos 0 0 2 2 9 6,15
Os procedimentos de navegação e a execução das tarefas se aprendem de
forma praticamente imediata.
0 0 2 4 6 5,50
É possível inserir uma contribuição no local desejado. 0 0 3 3 6 4,50
Opinião sobre a interface 0 0 1 7 5 4,15
APRENDIZAGEM
1 2 3 4 5 Média
A distribuição do conteúdo facilita as contribuições?
0 1 4 3 5 3,92
Opinião sobre conteúdo
0 0 4 3 6 4,23
COLABORAÇÃO
1 2 3 4 5 Média
Ao fazer uma contribuição na ferramenta você se sente importante no
processo de ensino-aprendizagem
0 1 2 2 8 4,31
Opinião sobe colaboração
0 0 4 3 6 4,77
135
PARTICIPAÇÃO/ AUTONOMIA
1 2 3 4 5 Média
Ao facilitar a contribuição do usuário, o FACOL
desenvolve a
autonomia do aluno.
0 1 3 5 4 3,92
É possível encontrar as contribuições com facilidade. 0 0 3 6 4 4,23
Ao armazenar uma contribuição no ambiente a possibilidade
do aluno sentir-se também educador.
0 0 4 6 3 4,62
Opinião sobre autonomia 0 0 4 6 3 4,69
SATISFAÇÃO
1 2 3 4 5 Média
Opinião geral do ambiente 0 0 2 4 7 4,38
Características desenvolvidas pelo ambiente
Características Sim Não
Diálogo 10 3
Comunicação 11 2
Independência 10 3
Autonomia 11 2
Interação 11 2
Compartilhamento de
Experiências
12 1
Socialização 11 2
136
Contribuição para o aprendizado
Excelente Ótimo Bom Com restrições
0,0% 75,0% 25,0% 0,0%
Já utilizou outras ferramentas iguais a esta
Sim Não
66,6% 33,4%
Comparando a outras ferramentas...
Igual Melhor Pior
44,4% 55,6% 0,0%
137
SOFTWARES
Leigo Iniciante Intermediário
Avançado
Aplicações Multimídia 0
2
9
2
Bowsers da Internet 0
2
6
5
Correio Eletrônico 0
0
5
8
Lista de Discussão 0
2
7
3
Comunidade de Aprendizagem 2
1
7
2
Chats 0
2
6
5
Filmes 0
1
6
6
Música 0
1
4
7
Outros 0
2
3
0
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