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UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO
DE CIÊNCIAS RURAIS
PROGRAMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA
EXPRESSÃO DE P63 E P53 EM TUMORES
MAMÁRIOS MISTOS DE CADELAS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Angélica Cavalheiro Bertagnolli
Santa Maria, RS, Brasil
2006
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EXPRESSÃO DE P63 E P53 EM TUMORES MAMÁRIOS
MISTOS DE CADELAS
por
Angélica Cavalheiro Bertagnolli
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de
Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Área de Concentração em
Fisiopatologia da Reprodução Animal (UFSM, RS), como requisito parcial para
obtenção do grau de
Mestre em Medicina Veterinária.
Orientador: Prof. Paulo Bayard Dias Gonçalves
Santa Maria, RS, Brasil
2006
Universidade Federal de Santa Maria
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3
Centro de Ciências Rurais
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Dissertação de Mestrado
EXPRESSÃO DE P63 E P53 EM TUMORES MAMÁRIOS MISTOS DE
CADELAS
elaborada por
Angélica Cavalheiro Bertagnolli
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Medicina Veterinária
COMISSÃO EXAMINADORA:
Paulo Bayard Dias Gonçalves, Dr.
(Presidente/Orientador)
Rui Fernando Felix Lopes, Dr. (UFRGS)
Josiane Bonel Raposo, Dr. (UFPel)
Santa Maria, 10 de Fevereiro de 2006
4
AGRADECIMENTOS
Á Deus por estar presente em todos os momentos da minha vida protegendo e iluminado meu
caminho
Aos meus queridos pais, para os quais dedico minhas conquistas, pelo incentivo, exemplo de
vida, compreensão e amor incondicional.
Ao meu orientador Prof. Paulo Bayard por ter me dado a oportunidade de ingressar na carreira
científica, pelo incentivo, credibilidade, exemplo profissional, amizade e pelos conhecimentos
transmitidos ao longo desses cinco anos de convivência.
Ao meu co-orientador Prof.Geovanni Dantas Cassali pela acolhida, amizade, exemplo
profissional e por ter transmitido os conhecimentos imprescindíveis para a realização desse
trabalho. Agradeço também pelas longas horas extras dedicadas a leitura de lâminas e pelo
apoio emocional.
Ao Prof. Jõao Francisco Coelho pela amizade, pelos conhecimentos transmitidos, pelo
exemplo profissional e por todo o auxílio técnico prestado.
À todos os colegas da família BioRep pela amizade, companheirismo, apoio técnico e
emocional que fazem da nossa família um ambiente de crescimento profissional e pessoal.
À todos os colegas do Laboratório de Patologia Comparada em especial a Mariana, Fabiano,
Enio e Marisa pela acolhida, amizade, apoio emocional e técnico.
Ao amigo e colega de pós - graduação, Enio pelos ensinamentos fundamentais para o
desenvolvimento desse estudo, pela amizade, sinceridade e bom humor.
As amigas Mônica, Jana, Fernanda e Bruna pela amizade, pelo apoio técnico e pelos
momentos de descontração.
Ao amigo e colega Juca pela amizade, companheirismo e por estar sempre disposto a auxiliar
de alguma forma.
À família Almeida Costa pela hospitalidade, carinho e por terem preenchido o espaço deixado
pela distância e saudade dos familiares.
Aos amigos e colegas de pós- graduação, Rogério e Anita pela amizade e apoio.
À prof
a
Gleidice Lavalle pela amizade e auxílio prestado
À Ângela e Fabiana pela amizade e hospitalidade.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão
da bolsa.
À universidade Federal de Santa Maria e Universidade Federal de Minas Gerais por
proporcionar ensino de qualidade e gratuito.
5
O encanto
sobrenatural
que há
nas coisas da Natureza!
No entanto, amiga,
Se nelas algo te dá
encanto ou medo,
não me digas que seja feia
ou má,
é, acaso, singular...
E deixa-me dizer-te em segredo
um dos grandes segredos do mundo:
-Essas coisas que parece
não ter beleza
nenhuma
-é simplesmente porque
Não houve nunca quem lhes desse ao
menos
Um segundo
Olhar!
Mario Quintana
6
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária
Universidade Federal de Santa Maria
EXPRESSÃO DE P63 E P53 EM TUMORES MAMÁRIOS MISTOS DE
CADELAS
A
UTORA: ANGÉLICA CAVALHEIRO BERTAGNOLLI
O
RIENTADOR: PAULO BAYARD DIAS GONÇALVES
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 10 de fevereiro de 2006.
A proteína p63 é expressa no núcleo das células mioepiteliais da mama e apresenta
funções sinérgicas ou antagonistas com a proteína de supressão tumoral p53. A expressão
imuno-histoquímica de p63 foi estudada para acessar o papel das células mioepiteliais na
histogênese dos tumores mistos. Adicionalmente, avaliou-se a possível relação entre
expressão imuno-histoquímica de p63 e p53 com a finalidade de obter informações sobre a
biologia desses tumores. Quatro amostras de mama normais, 20 tumores mistos benignos, 35
carcinomas em tumores mistos e 11 carcinomas tubulopapilares foram avaliados. Células
mioepiteliais, formando camadas periductais/periacinares contínuas, foram imunoreativas
para p63 na mama normal e nos tumores mistos benignos. Todos os carcinomas em tumores
mistos e 72,7% (8/11) dos carcinomas tubulopapilares foram reativos para p63. A reatividade
para p63 foi superior nos tumores mistos benignos quando comparada com os carcinomas.
Nos tumores mistos, células mioepiteliais com formato fusiforme e estrelado, presentes no
estroma mucinoso também foram reativas para p63. A proteína p53 foi expressa em 20,0%
(4/20), 28,6% (10/35) e 36,4% (4/11) dos tumores mistos benignos, carcinomas em tumores
mistos e carcinomas tubulopapilares, respectivamente. Não houve relação entre a expressão
de p53 e p63 nos diferentes tipos tumorais. O presente estudo evidenciou a participação das
células mioepiteliais na histogênese dos tumores mistos. A diminuição da expressão de p63
nas células mioepiteliais que compõem a camada basal dos carcinomas pode ser um evento
importante para a progressão tumoral.
Palavras-chave: p63; p53; célula mioepitelial; mama; cão.
7
ABSTRACT
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária
Universidade Federal de Santa Maria
EXPRESSION OF P63 AND P53 IN CANINE MAMMARY MIXED
TUMORS
A
UTORA: ANGÉLICA CAVALHEIRO BERTAGNOLLI
O
RIENTADOR: PAULO BAYARD DIAS GONÇALVES
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 10 de fevereiro de 2006.
The p63 protein is expressed in the nuclei of the mammary myoepithelial cells and has
synergisms or antagonisms with p53 tumor suppressor protein. The immunohistochemistry
expression of p63 was studied for access the role of myoepithelial cells in histogenesis of the
mixed tumors. Additionally, the possible association between p63 and p53 for access the
biological aspects of this tumors was evaluated. Four specimens of the normal gland, 20
benign mixed tumors, 35 carcinomas in mixed tumors and 11 tubulopapilary carcinomas were
evaluated. Myoepithelial cells forming layers periductals/periacinars continuous were reactive
for protein p63 in normal gland and in benign mixed tumor. The carcinomas in mixed tumors
and 72.7% (8/11) tubulopapilary carcinomas were reactive for p63. In the mixed tumors star
and spindle –shaped cells were reactive for p63. The p53 protein was expressed in 20.0%
(4/20), 28.6% (10/35) and 36.7% (4/11), benign mixed tumors, carcinoma in mixed tumors
and tubulopapilary carcinomas, respectively. There was not relation between p63 and p53
expression in none type of tumor. The present study point the participation of the
mioepithelial cells in the histogenesis of the mixed tumors. The decrease in p63 expression in
the basal myoepithelial cells of the carcinomas may be important for tumoral progression.
Keywords: p63; p53; myoepithelial cell; breast; dog.
8
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Caracterização da imunoreatividade para p63 nos diferentes tipos celula-
res dos diferentes tumores da glândula mamária normal de cadelas..................................45
TABELA 2 – Expressão imuno-histoquímica de p63 e ASMA em células mioepiteliais
de tumores mamários de cadelas........................................................................................46
TABELA 3 – Expressão imuno-histoquímica de p53 e p63 em tumores mamários de
cadelas...............................................................................................................................47
9
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Glândula mamária normal; cadela. Camada de células mioepiteliais em repouso
imunoreativas para p63, escore (+++). Células luminais não
imunoreativas............................................................................................................................48
FIGURA 2 - Carcinoma em tumor misto; cadela. Área carcinomatosa com ausência de
imunoreatividade para p63.......................................................................................................48
FIGURA 3 - Carcinoma em tumor misto; cadela. Células mioepiteliais imunoreativas para
p63.............................................................................................................................................48
FIGURA 4 - Carcinoma em tumor misto; cadela. Imuno-histoquímica para ASMA na mesma
área apresentada na da Figura 3................................................................................................48
FIGURA 5 – Reatividade para p63 nos diferentes tipos tumorais ...........................................49
10
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................11
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................13
2.1 Células mioepiteliais da mama..........................................................................................13
2.1.1. Distribuição, morfologia e função das células mioepiteliais mamárias...........................13
2.1.2. As células mioepiteliais e as neoplasias...........................................................................14
2.1.3. Células mioepiteliais e o diagnóstico das neoplasias.......................................................15
2.2. Tumores mistos benignos e carcinomas em tumores mistos.........................................17
2.2.1.Tumores mistos benignos..................................................................................................17
2.2.2. Carcinomas em tumores mistos........................................................................................18
2.3. Proteína p53.......................................................................................................................19
2.3.1. Estrutura e função............................................................................................................19
2.3.2. A proteína p53 e neoplasias..............................................................................................20
2.4. Proteína p63.......................................................................................................................22
2.4.1. Estrutura...........................................................................................................................22
2.4.2. Papel de p63 no bloqueio de ciclo celular e apoptose......................................................23
2.4.3. Papel de p63 nos tecidos..................................................................................................24
2.4.4.Papel de p63 nas neoplasias..............................................................................................25
2.4.5. p63 e o tecido mamário....................................................................................................26
2.4.6. Interação entre p53 e p63.................................................................................................27
3. CAPÍTULO 1 - EXPRESSÃO DE P63 E P53 EM TUMORES MAMÁRIOS MISTOS
DE CADELAS..........................................................................................................................29
4. 1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................49
5. GLOSSÁRIO........................................................................................................................60
11
1. INTRODUÇÃO
Os tumores mamárioso as neoplasias mais freqüentes na cadela e representam um
problema de grande impacto em medicina veterinária, visto que implicam em um alto índice
de mortalidade. Estima-se que aproximadamente 48% das cadelas morrem ou são
eutanasiadas um ano após a intervenção cirúrgica, devido à recorrência tumoral ou
aparecimento de metástases (GRAHANM et al.,1999). Diante desse contexto, muitos esforços
estão sendo direcionados para adoção de critérios que permitam a padronização do
diagnóstico, o entendimento do comportamento e evolução tumoral e avaliação de fatores
prognósticos como: morfologia, expressão de oncogenes e alterações gênicas. O
conhecimento e adoção desses parâmetros são de fundamental importância para a escolha e
sucesso de terapias que promovam diminuição da recorrência tumoral e aumento da
sobrevida. Adicionalmente, os tumores mamários da cadela apresentam similaridades
epidemiológicas (HÉLLMEN et al., 1993), clínicas (MILER, 1991; LAS MULAS et al.,
2005), biológicas (MOULTON 1990; GERALDES et al., 2000) e genéticas (LEE et al., 2004)
com as neoplasias mamárias da mulher sendo por isso, considerados ótimos modelos em
estudos comparativos. Portanto, a aplicação do conhecimento obtido nos tumores mamários
da cadela, pode muitas vezes ser estendida para a espécie humana.
Aproximadamente 50% dos tumores mamários que acometem a cadela são benignos e
dentre eles, os tumores mistos benignos são os mais freqüentes (MISDORP., 1999). Os
tumores mistos benignos são raros na mama humana, mas são os mais freqüentes na glândula
salivar onde são também denominados adenomas pleomórficos (VOZ et al., 2000). Esses
tumores são caracterizados por uma complexa heterogeneidade fenotípica e biológica e
possuem capacidade de malignizar. Em ambas as espécies, tanto a origem histogênica dos
elementos heterólogos que os compõem, quanto às características que determinam a sua
evolução maligna não são completamente conhecidos.
O papel da proteína p63 tem sido muito investigado em neoplasias mamárias da espécie
humana. Devido a sua expressão específica no mioepitélio mamário, p63 tem sido incluída no
grupo dos marcadores de células miopiteliais, constituindo uma importante ferramenta para
acessar a histogênese tumoral (BARBARESCHI et al., 2001). Adicionalmente, a avaliação da
expressão de p63 pode trazer importantes informações sobre a biologia tumoral, visto que p63
apresenta ações sinérgicas e/ou antagonistas com a proteína de supressão tumoral, p53
(YANG et al., 1998). P53 atua como um fator de transcrição regulando a expressão de genes
envolvidos na inibição do ciclo celular e indução apoptose. O bloqueio do ciclo ou a morte
12
celular impedem proliferação desordenada das células que sofreram algum tipo de dano (EL
DEIRY, et al., 1993). Alterações no gene p53 e/ou na expressão proteíca de p53 são
alterações moleculares freqüentes em tumores e geralmente estão envolvidas com a
carcinogênese (KRAGGERUD et al., 1997).
Este trabalho foi delineado com o objetivo de investigar a expressão imuno-histoquímica
de p63 e p53 em tumores mamários mistos da cadela visando acrescentar informações sobre a
histogênese e evolução desses tumores. Além disso, pretende-se contribuir com informações
que possam ser estendidas para a espécie humana, uma vez que os tumores mistos
compartilham similaridades com os adenomas pleomórficos da espécie humana.
13
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Células mioepiteliais da mama
2.1.1. Distribuição, morfologia e função das células mioepiteliais mamárias
A mama é formada por ductos ramificados, os quais são subdivididos em lóbulos que se
estendem para um estroma intersticial. Os sistemas ductal e lobular são constituídos
basicamente por dois tipos epiteliais: um epitélio luminal e um mioepitélio (AHMED, 1974).
Além dessas células, sugere-se a presença de uma população progenitora, visto que o
desenvolvimento mamário é acompanhado por eventos cíclicos de proliferação e apoptose.
Diversas células indiferenciadas como as células claras da camada basal têm sido apontadas
como candidatas a progenitoras (SMITH & MEDINA, 1988). Estudos recentes propõem a
existência de células tronco ou “stem cells” pluripotentes, com capacidade para originar tanto
células progenitoras do mioepitélio quanto células progenitoras do epitélio luminal
(STINGEL et al., 2005).
O epitélio luminal compõe a superfície interna dos ductos e lóbulos e é constituído por
camadas de células colunares. As células luminais participam da produção e secreção do leite
e apresentam um fenótipo citoesquelético puramente epitelial constituído por filamentos
intermediários como citoqueratinas 8, 14,18 e 19 (CHU & WEISS, 2002). Além disso,
expressam proteínas epiteliais específicas como a MUC-1 (GORDON et al., 2003) e
moléculas de adesão como ESA e o receptor trans-membrana ERb2 (MONBURG et al.,
1987).
O mioepitélio da mama normal é constituído por células contráteis, com formato
cuboíde ou fusiforme, posicionadas entre o epitélio luminal e a membrana basal. Essas células
são ligadas ao epitélio luminal por desmossomas e à membrana basal por hemidesmossomas
formando camadas contínuas ao redor dos ductos e descontínuas ao redor dos lóbulos
(BATSAKIS et al., 1983). Juntamente com a membrana basal, as células mioepiteliais
formam a base dos ductos e lóbulos, separando fisicamente o epitélio luminal do estroma
intersticial (LAKHANI & O’HARE, 2000). As células mioepiteliais apresentam um duplo
fenótipo, visto que, são constituídas tanto por microfilamentos citoesqueléticos característicos
de músculo liso como: alfa-actina de músculo liso (ASMA), miosina de músculo liso de
14
cadeia pesada (SMMHC) e calponina, (DABBS & GOWN, 1999; FOSCHINI et al., 2000),
quanto por elementos intermediários característicos de células epiteliais como citoqueratinas
5, 6 e 14 (CHU & WEISS, 2002).
Devido a sua morfologia, constituição e localização o mioepitélio mamário participa de
uma série de mecanismos. A capacidade contrátil confere-lhes um importante papel no
processo de ejeção do leite mediado pela ocitocina (LAKHANI & O’HARE, 2000). A
localização facilita a troca de componentes e informações entre o epitélio luminal e o estroma
e mantém a polaridade das células luminais (GUDJONSON et al., 2002). O papel na
regulação do desenvolvimento normal da mama é refletido pela expressão de fatores de
crescimento e/ou seus receptores (GOMM et al., 1997), pela síntese de componentes da
membrana basal como: colágeno, laminina e tenascina (GUTERSON et al., 1986) e pela
expressão de proteínas envolvidas como o ciclo celular como p63 e WT-1(YANG et al., 1998;
MANN et al., 2003).
2.1.2. As células mioepiteliais e as neoplasias
A ausência de células mioepiteliais ou perda na integridade da camada
basal/mioepitelial é considerada um dos pré-requisitos para invasão tumoral e metástase. A
manutenção de camadas de células mioepiteliais intactas na maioria lesões benignas e in situ,
contrastando com a ausência ou perda de integridade nas lesões invasoras evidenciam a
participação do mioepitélio no mecanismo de supressão tumoral (STERNLICHT et al., 1997).
Apesar do mecanismo pelo qual o mioepitélio atua não estar bem esclarecido, a expressão de
uma série de proteínas envolvidas com o mecanismo de supressão tumoral supõe que um dos
caminhos seja via atuação parácrina sobre as células luminais. Uma das proteínas presentes
com essa função é maspin. Maspin pertence à família dos inibidores serina protease e
experimentos in vivo e in vitro verificaram sua participação na inibição da motilidade celular
e invasão. Adicionalmente, observou-se perda da expressão dessa proteína em lesões
invasivas de humanos (ZHANG et al., 1997). Maspin também é expresso nas células
mioepiteliais mamárias de cadelas, demonstrando ser um bom marcador desse tipo celular,
mas seu papel na invasão não foi abordado (LOS MONTEROS et al., 2005). Outras proteínas
envolvidas com a regulação do ciclo celular como: WT-1 (MAN et al., 2003), p63
(BARBARESCHI et al., 2001), p73 (YAMAMOTO et al., 2001), 14,3-3 sigma (MAN &
SANG, 2004) também são consistentemente expressas no mioepitélio, e os níveis de
15
expressão dessas proteínas são inversamente correlacionados com a progressão de tumores
mamários.
O impacto da perda de integridade do mioepitélio sobre a progressão tumoral, invasão e
fenótipo biológico das células epiteliais luminais, bem como a identificação de sinais iniciais
de destruição da camada mioepitelial tem ganhado importância. Nesse contexto, MAN &
SANG (2004) verificaram que as células epiteliais luminais adjacentes a focos de quebra da
camada mioepitelial apresentam padrão morfológico, imuno-histoquímico e genético
diferentes daquelas adjacentes às áreas em que a camada está íntegra. Os mesmos autores
observaram uma correlação positiva entre a quebra da camada e a infiltração leucocitária e
índices proliferativos das células mioepitelias adjacentes aos focos de lesão, sugerindo que a
alteração focal seja resultante da morte celular.
Um evento paradoxal ao efeito supressor tumoral atribuído ao mioepitélio, consiste no
fato de que uma série de neoplasias é constituída pela proliferação de células mioepiteliais. Na
mama humana, lesões desse tipo são raras e são categorizadas em mioepitelioses,
adenomioepitelioses e carcinomas mioepiteliais (MAN & SANG, 2004). Nos tumores
mamários de cadelas a proliferação de células mioepiteliais é muito comum principalmente
nos tumores complexos e mistos, os quais apresentam tanto células mioepiteliais adjacentes à
membrana basal, que podem estar em repouso ou proliferação, quanto células fusiformes ou
células estreladas, dispersas no estroma (MOULTON et al., 1986). Diversas investigações têm
apontado as células mioepiteliais como progenitores dos elementos heterólogos que constituem
os tumores mistos da mama da cadela (DEXTEXHE et al., 1993), da glândula parótida
humana (DARDICK et al., 1982) e dos carcinomas metaplásicos da mama humana (REIS
FILHO et al., 2003). É possível que em tumores desse tipo haja alterações na expressão dos
genes, refletindo-se em um desequilíbrio e proliferação celular .
2.1.3. Células mioepiteliais e o diagnóstico das neoplasias
Na medicina humana, o acesso à integridade da camada de células mioepiteliais/basais
muitas vezes é uma importante ferramenta no diagnóstico diferencial entre as lesões malignas
in situ e invasoras, auxiliando principalmente na detecção de focos de microinvasão
(STERNLICHT et al., 1997; YAZIJI et al., 2000). A precisão na determinação de focos de
invasão dos tumores mamários permite predizer o comportamento biológico, já que focos de
invasão podem ser associados com metástase e com prognóstico inferior ao das lesões in situ
16
(HODA et al., 1999). Além disso, a presença de invasão determina a necessidade de
realização de esvaziamento linfático e quimioterapia (BONDENSON & LINDHOLM, 1997).
No entanto, a identificação das células mioepiteliais na rotina de coloração pela
hematoxilina–eosina (HE) nem sempre é fácil, pois carcinomas in situ de alto grau
freqüentemente são associados com infiltração linfocitária e/ou de miofibroblastos, imitando
invasão. Como ferramentas adicionais para o diagnóstico de rotina, diversos anticorpos que
reconhecem as proteínas que compõem o fenótipo das células mioepiteliais são empregados
em estudos imuno-histoquímicos. Anticorpos contra as proteínas alfa-actina de músculo liso,
alfa-actina de músculo liso de cadeia pesada, CD10, calponina, h-caldesmon, S-100 ou
citoqueratina 14 (DABBS & GOWN, 1999; YAZIJI et al., 2000; CHU & WEISS, 2001) são
classicamente utilizados. Novos marcadores como maspin, p63 e CD10 também têm sido
incluídos nos ensaios imuno-histoquímicos (REIS FILHO et al., 2001; BARBARESCHI et
al., 2001; KALOF et al., 2004). Todos os marcadores acima descritos são citoplasmáticos
com exceção da proteína p63. O uso dos marcadores citoplasmáticos em amostras
provenientes de biópsias de aspiração por agulha fina (PAAF) é limitante, pois em alguns
casos o citoplasma acaba sendo danificado (REIS-FILHO et al., 2002). Outra limitação
encontrada na maioria dos marcadores mioepiteliais citados anteriormente, com exceção de
p63, é que apresentam reação cruzada com outros elementos como miofibroblastos e
fibroblastos estromais (DABBS & GOWN, 1999; YAZIJI et al., 2000) ou expressam também
em uma pequena proporção de células luminais (YAZIJI et al., 2000).
Em medicina veterinária, os marcadores mioepiteliais têm sido empregados
principalmente em pesquisa direcionadas para a determinação da histogênese tumoral.
Marcadores mioepiteliais como alfa-actina de músculo liso, S-100 (DESTEXHE et al., 1993),
calponina (LOS MONTEROS et al., 2002), p63 (GAMA et al., 2003) e maspin (LOS
MONTEROS et al., 2005) têm sido empregados com essa finalidade. Entretanto, o uso como
ferramenta auxiliar na determinação de invasão ainda é limitado e poucos estudos abordaram
esse aspecto.
17
2.2. Tumores mistos benignos e carcinomas em tumores mistos
2.2.1.Tumores mistos benignos
A incidência de tumores mamários na cadela é duas a três vezes superiores a na
mulher. Embora haja algumas disparidades nos dados referentes à proporção de tumores
benignos e malignos que acometem a mama da cadela, a maioria dos estudos verificaram
que aproximadamente 50% dos tumores são benignos (LAGADIC et al., 1990; CASSALI,
2000). Dentre as neoplasias benignas, os tumores mistos benignos e os complexos são
geralmente os mais freqüentes (MOULTON, 1990).
Os tumores mistos benignos são neoplasias que apresentam um complexo padrão
histológico, visto que, são caracterizados pela proliferação de epiteliais luminais e/ou
mioepiteliais benignas, elementos mesenquimais como cartilagem, osso além de gordura ou
tecido fibroso (MISDORP et al., 1999). Na espécie humana os tumores mistos ou adenomas
pleomórficos são lesões incomuns na mama, no entanto, são as neoplasias mais freqüentes
nas glândulas salivares (VOZ et al., 2000). Os tumores mistos mamários da cadela e
adenomas pleomórficos das glândulas salivares se assemelham em vários aspectos. Além de
similaridades morfológicas (ELLIS & AUCLAIR, 1996; MISDORP et al., 1999), em ambos
há uma relação inversamente proporcional entre o tamanho da glândula e a propensão para
desenvolvimento de tumores malignos (COTRAN et al., 1999; GERALDES et al., 2000).
A origem histogênica dos elementos mesenquimais que compõem os tumores mistos é
um dos aspectos que tem chamado atenção dos pesquisadores. Algumas contradições têm sido
geradas ao longo do tempo. Estudos iniciais sugeriram que as células formadoras de tecidos
mesenquimais como cartilagem e osso tinham origem epitelial (ALLEN, 1940).
Posteriormente, HUGGINS & MOULDER (1944) sugeriram que os componentes mixóides,
condróides e ósseos dos tumores mistos eram originados por metaplasia de componentes
estromais. Atualmente, a hipótese inicialmente levantada por PULLEY (1973), o qual sugeriu
uma origem mioepitelial para os componentes mesenquimais é a mais abordada e vem sendo
amparada por diversas evidências. Modificações progressivas na composição das fibras do
citoesqueleto haviam sido previamente descritas em estudo usando microscopia eletrônica
(TATEYAMA & COTCHIN, 1978). Estudos empregando marcadores para componentes do
citoesqueleto celular têm revelado que as células mioepiteliais em repouso mantêm suas
características protéicas, no entanto, as células em proliferação começam a perder a expressão
18
de constituintes mioepiteliais como: alfa-actina de músculo liso, citoqueratinas, calponina e
maspin (DEXTEXHE et al., 1993; GÄRTNER et al., 1999; LOS MONTEROS et al., 2002;
LOS MONTEROS et al., 2005) e apresentam aumento paralelo de proteínas característica de
fenótipo mesenquimal como vimentina, e uma proteína envolvida com diferenciação
condrocitária denominada, tubulina tipo II (DEXTEXHE et al., 1993; GARTNER et al., 1999;
ARAI et al., 2003). As modificações protéicas acompanham a transição fenotípica das células
em proliferação, que se diferenciam para fusiformes e estreladas e provavelmente
condroblastos. Corroborando com esses achados TATEYAMA et al. (2001), observaram a
expressão de BMP-6 (proteína morfogênica óssea do tipo 6) nas células fusiformes e
estreladas presentes no estroma passando por diferenciação condróide ou hialina.
2.2.2. Carcinomas em tumores mistos
Os adenomas pleomórficos da glândula salivar podem sofrer transformação maligna
originando carcinomas ex-adenomas pleomórficos, também denominados carcinomas em
tumores mistos ou tumores mistos malignos, cuja evolução está intimamente relacionada com
o tempo de evolução do tumor e o número de recorrências (FOOTE & FRAZELL, 1953). De
maneira similar ao que ocorre com os tumores mistos da espécie humana, os tumores mistos
benignos da cadela também podem sofrer evolução temporal originando carcinomas em
tumores mistos (MOULTON, 1990).
Os carcinomas em tumores mistos são caracterizados pelo desenvolvimento focal ou
nodular de malignidade em associação com um tumor misto benigno primário (MISDORP et
al., 1999). No entanto, em alguns casos a distinção entre o tumor benigno e sua contraparte
maligna é difícil, pois o componente maligno pode ter substituído completamente o
componente benigno (MISDORP, 2002). A mesma problemática é relatada no diagnóstico
dos carcinomas ex-adenomas pleomórficos da glândula salivar humana. Muitas vezes é difícil
saber se o tumor primário era benigno ou se o carcinoma já existia e não havia sido detectado,
visto que, a malignidade pode se desenvolver a partir de tumores benignos clinicamente
indetectáveis. Portanto, para o estabelecimento do diagnóstico de carcinoma ex-adenoma
pleomórfico é preconizado que haja a evidência histológica de um tumor misto benigno em
associação com um carcinoma (LEWIS et al., 2001).
Apesar da incidência em cadelas ser mais alta que em humanos, muito pouco se sabe
sobre os aspectos relacionados à evolução e prognóstico dos carcinomas em tumores mistos
19
(MISDORP, 2002). É possível que isso decorra da ausência de critérios adequados e
divergências no diagnóstico.
Na espécie humana a ocorrência de carcinomas ex-adenomas pleomórficos na
glândula salivar é rara, mas os aspectos referentes ao seu comportamento são bastante
abordados, pois os tumores apresentam um grande impacto já que são geralmente agressivos.
Há muita inconsistência nos dados a respeito dos fatores preditivos e prognósticos e sobre o
comportamento biológico que culmina com a malignidade dos carcinomas ex-adenomas
pleomórficos. Isso provavelmente decorre de sua baixa incidência, e das divergências no
diagnóstico em função das variedades histogênicas. Sabe-se que a malignidade parece estar
relacionada com a extensão da invasão, a infiltração de estruturas subjacentes
e o subtipo
histológico
(TORTOLEDO et al., 1984). Além disso, múltiplas recidivas locais associadas à
incompleta excisão cirúrgica e/ou longo tempo de evolução do tumor estão diretamente
relacionados à transformação maligna (LEONETTI et al., 2005). Alguns achados como
mutações e amplificações em genes envolvidos com o controle do ciclo celular como o p53
(YAMAMOTO et al., 1996), p21 e c-myc
(DEGUSHI et al., 1993) e aumento da expressão de
receptores de fatores de crescimento e diminuição de proteínas de adesão e proteínas
constituintes da membrana basal têm sido relacionados com a evolução dos carcinomas ex-
adenomas pleomórficos.
2.3. Proteína p53
2.3.1. Estrutura e função
O gene p53 localiza-se no braço menor do cromossomo 17 e codifica uma
fosfoproteína nuclear de 393 aminoácidos e 53 KD. O gene é composto por 11 exons. A
região compreendida entre os exons 5 a 8 codifica a porção central da proteína, que contém
o sítio para ligação a seqüências específicas de DNA. Outros exons codificam a região
amino-terminal que contém o domínio de ativação da transcrição e a região carboxi-terminal
responsável pela oligomerização (LANE, 1992). A região correspondente aos exons 3 a 8 foi
seqüenciada em cadelas e apresenta 83% de homologia com a da espécie humana
(KRAEGEL et al., 1995).
20
P53 é considerada uma proteína de supressão tumoral que exerce suas funções
principalmente via regulação inibitória sobre do ciclo celular e via indução de apoptose. Em
situações de estresse celular como hipóxia, diminuição de DNTPs e defeitos na telomerase,
p53 promove bloqueio no ciclo celular, permitindo a reparação do DNA ou promove a morte
celular, impedindo a multiplicação desordenada das células (EL-DEIRY et al., 1993;
LEVINE, 1997). Essas ações são mediadas principalmente pela ligação de p53 a seqüências
específicas localizadas nos sítios iniciadores de genes envolvidos no controle do crescimento
e diferenciação celular como p21
WAF1
, ou envolvidos na apoptose, como BAX. Existem
evidências de que ações apoptóticas de p53 possam ocorrer também independentemente de
sua ação na transcrição gênica. Uma das evidências interessantes foi a observação de que a
alterações no domínio rico em prolina, localizado na região amino-terminal impediu a ação
apoptótica de p53, mesmo com a capacidade de trans-ativar genes alvo da apoptose como
BAX ter sido preservada (SAKAMURO et al., 1997).
A proteína p53 é constantemente expressa nas células, mas apresenta uma meia vida
curta e com baixos níveis de expressão nas células normais (EL-DEIRY et al., 1993). Sua
estabilidade é regulada principalmente pela proteína mdm2, a qual se liga a p53 sinalizando-
a para degradação proteosomal (HAUPT et al., 1997). Outros reguladores atuantes tanto nos
níveis transcricionais, traducionais ou pós-traducionais, bem como mutações que acarretam
em alterações conformacionais também interferem com a estabilidade de p53 (LU, 2005).
2.3.2. A proteína p53 e neoplasias
A inativação da proteína p53 é considerada um dos principais eventos relacionados
com o processo tumorigênico. A demonstração de que camundongos com deleção no gene
p53 são altamente susceptíveis ao desenvolvimento de neoplasias, evidenciou o seu
importante papel na supressão tumoral (DONEHOVER et al., 1992). Uma das causas mais
freqüentes de inativação é a ocorrência de mutações que acarretam em modificações
conformacionais na proteína, levando a um aumento de sua meia vida, e acúmulo nas células
(LEVINE, 1997). As formas mutantes geram proteínas que perdem a capacidade de se ligar
ao DNA e regular a transcrição dos genes alvo. Além disso, muitas formas mutantes
impedem a ação da proteína normal, devido à formação de heteroligômeros (MILNER &
MEDCALF, 1991). Portanto, a inativação abre uma porta para a proliferação descontrolada
21
das células, as quais se proliferam como clones p53 negativos, caso apresentem vantagem
seletiva sobre as células normais (LEVINE, 1997).
O aumento da expressão da proteína p53 nos tecidos geralmente reflete alterações no
gene ou no seu produto, e a avaliação da expressão imuno-histoquímica de p53 como
ferramenta para predição de mutações tem sido foco de vários estudos. KRAGGERUD et al.
(1997) e SCHMITT et al. (1998) observaram uma boa correlação entre aumento da
expressão de p53 e mutações em neoplasias mamárias humanas. No entanto, em outros
estudos não foi observada correlação entre ambas as alterações (GREENBLAT et al., 1994;
SOONG et al., 1996). As divergências obtidas provavelmente resultam do fato de que nem
toda a mutação acarreta em acúmulo protéico e nem todo acúmulo é decorrente de mutação.
Outros fatores como estresse persistente (GRAEBER et al., 1994), instabilidade genética e
interação com outras proteínas (HSIEH et al., 1999) também podem ocasionar aumento da
estabilidade protéica. O emprego de critérios pouco precisos para avaliação da imuno-
expressão de p53 também podem contribuir para a inconsistência obtida (SCHMITT et al.,
1998).
Em neoplasias mamárias de cadelas, LEE et al. (2004), encontraram uma boa
correlação entre o aumento da expressão e mutações. Os autores observaram mutação em
seis dos sete tumores que haviam apresentado aumento da expressão de p53, mas estudos
avaliando um maior número de casos são necessários para obtenção de conclusões mais
sólidas.
Alterações em p53 (aumento da expressão nuclear e mutações) são freqüentes em
tumores mamários de mulheres e cadelas. Os percentuais de mutações em tumores mamários
de mulheres e cadelas variam de 20% a 40% e 15 a 35%, respectivamente. Em ambas as
espécies os domínios mais conservados, referentes ao sítio de ligação ao DNA, são os
maiores alvos de mutação (CARON & SOUSSI, 1992; MUTO et al., 2000; LEE et al.,
2004). Embora as alterações em p53 sejam mais acentuadas nas lesões invasivas da mama
humana, alguns autores observaram alterações em lesões pré-malignas como hiperplasias
atípicas, carcinomas in situ e tumores benignos (KEOVHAVONG et al., 2004). A detecção
de alterações de p53 em lesões pré-malignas juntamente com a observação do mesmo tipo
de mutação tanto nos componentes invasores quanto nos componentes in situ (KANG et al.,
2001), sugere que a inativação de p53 exerça um importante papel na progressão tumoral. O
papel de p53 no processo de transformação maligna também parece ser importante para
neoplasias da glândula salivar. YAMAMOTO et al. (1996) observaram que áreas benignas,
22
transicionais e carcinomatosas de carcinomas ex-adenoma pleomórficos apresentavam o
mesmo tipo de alteração genética para p53 (perda da heterozigosidade e microssatélites).
Porém, nas áreas carcinomatosas a alteração é mais acentuada. Algumas abordagens não
verificaram mutações em lesões benignas da mama de cadelas (CHU et al., 1998). Porém,
outros estudos observaram alterações em p53 tanto em lesões benignas quanto malignas da
mama de cadelas, similar ao encontrado na espécie humana (MUTO et al., 2000; LEE et al.,
2004).
Há controvérsias quanto ao valor prognóstico de p53 em neoplasias mamárias. Existem
evidências de que o aumento da expressão imuno-histoquímica e/ou mutações de p53 são
associados com negatividade para receptores esteroidais, alto grau histológico, alto índice de
proliferação (ISOLA et al., 1992), aumento do risco de recorrência e prognóstico
desfavorável (ANDERESEN et al., 1993). Contraditoriamente, outros autores não
observaram correlação entre o aumento de expressão de p53 e indicadores prognóstico
desfavorável (OSTROWSKI et al., 1991).
A procura de marcadores tumorais para quimiosensibilidade é de grande interesse na
medicina humana. Devido ao fato de grande parte das neoplasias mamárias apresentarem
mutações em p53, diversos estudos têm abordado a relação entre alterações de p53 e
resistência a tratamentos. Apesar de alguns estudos observarem uma correlação positiva
entre o aumento de expressão ou mutação de p53 e ausência de resposta ao tratamento
(BERNS et al., 2000; GEISLER et al, 2001), o papel de p53 como marcador é questionável.
Muitas vezes a ausência de resposta se deve ao fenótipo mais maligno que p53 reflete e não
a uma resistência mediada por p53 (FEKI & FINGER, 2004).
2.4. Proteína p63
2.4.1. Estrutura
A proteína p63 compreende um grupo de aproximadamente seis proteínas que são
produzidas de um único gene, devido à utilização de dois promotores e splicings alternativos.
O gene p63 também denominado de KET, p40, p73L e p51 (Gen Bank, acesso N AF091627),
mapeado no cromossomo 3q27-29, é um dos membros mais recentes da família do gene de
supressão tumoral p53. De maneira similar a p53, p63 codifica um domínio amino-terminal
23
de trans-ativação, um domínio central de ligação ao DNA e um domínio carboxi- terminal de
oligomerização. No entanto, diferente de seu homólogo, o gene p63 possui dois sítios de
iniciação transcripcionais, os quais podem gerar transcritos codificantes de proteínas com e
sem o domínio de trans - ativação. O mRNA transcrito do promotor mais próximo região 5’
codifica isoformas, apresentando o domínio de ativação da transcrição (TAp63). Contudo, a
transcrição a partir do promotor mais próximo da região 3’ codifica proteínas sem o domínio
TA (ΔNp63). Além disso, ambos podem sofrer splicings alternativos resultando em diferentes
formas do domínio carboxi-terminal. Conseqüentemente as isoformas TAp63 e ΔNp63 podem
apresentar três variações do domínio carboxi-terminal denominados α, β, γ (YANG et
al.1998). As proteínas que contém o domínio do tipo alfa apresentam ainda uma região
adicional denominada de SAM (sterile alfa motif). Há descrições de que esse domínio esteja
envolvido na ativação da proteína, trans-ativação de outras moléculas importantes como as
quinases e aumento da estabilidade da molécula (SERBER et al., 2002).
2.4.2. Papel de p63 no bloqueio do ciclo celular e apoptose
A homologia entre o domínio central das proteínas p63 e p53 sugeriu que ambas
compartilhavam similaridades na regulação da transcrição de genes alvo. Para confirmação da
suspeita, YANG et al. (1998) avaliaram a capacidade de p63 em trans-ativar genes repórter
controlados por elementos responsivos a p53. A isoforma TA-p63γ demonstrou uma alta
capacidade de ativar os genes repórter, mas a isoforma TA-p63α não apresentou a mesma
capacidade. A incapacidade das isoformas TA-p63α em ativar os genes repórter
provavelmente decorre da presença de um domínio inibitório na região carboxi-terminal
identificado nos isotipos α em um estudo subseqüente (SERBER et al., 2002). As isoformas
ΔNp63, que não continham o domínio amino-terminal requerido para trans-ativação gênica,
não foram capazes de induzir a transcrição de genes responsivos à p53. Porém, elas exerceram
um efeito negativo sobre a ativação de p53 e sobre as formas ativadoras de p63 como TA-
p63γ, tornando-as inativas (YANG et al., 1998).
YANG et al (1998) comprovaram que p63 também participa da apoptose mediada por
p53. Vetores expressando diferentes isoformas de p63 foram transfectados em células de
murinos. As células transfectadas com as isoformas TA-p63γ foram altamente susceptíveis a
morte celular, diferente das células que foram transfectadas com as isoformas TA-p63α, as
24
quais não sofreram apoptose. No mesmo estudo, a isoforma ΔNp63γ mantinha uma pequena
capacidade de ocasionar apoptose, este fato foi comprovado em estudos subseqüentes, os
quais ressaltaram a função anti-apoptótica das variantes ΔN (LIEFER et al., 2000).
2.4.3. Papel de p63 nos tecidos
A primeira evidência do papel de p63 nos tecidos foi dada quando YANG et al. (1998)
observaram a expressão de p63 nas camadas basais de diversos tecidos como epiderme,
cérvix, vagina, bexiga, próstata de murinos e humanos. Esse achado foi interessante, pois
todos esses tecidos apresentavam mesmo tipo de epitélio (estratificado ou de transição), e pelo
fato de p63 ter sido expresso nas células basais, as quais são consideradas progenitoras das
demais células nesses tecidos. Posteriormente, dois estudos avaliando o papel de p63 na
embriogênese, verificaram que camundongos com deleção no gene p63 apresentavam
ausência de epiderme e seus derivados e não desenvolviam diversos tecidos derivados das
mesmas células que a epiderme como glândula mamária, glândula salivar, glândulas sebácea e
lacrimal (YANG et al., 1999). A deleção de p63 também acarretou em deformidades e/ou
ausência dos membros e deformidades crânio-faciais (YANG et al., 1999; MILLS et al.,
1999). Os resultados dos dois estudos foram muito similares diferindo apenas na conclusão.
MILLS et al. (1999) concluíram que p63 foi essencial tanto para o desenvolvimento inicial
quanto para a diferenciação do epitélio, enquanto YANG et al. (1999) concluíram que p63 foi
necessário apenas para o desenvolvimento inicial e manutenção do epitélio, já que a expressão
de marcadores de diferenciação celular foi mantida.
O papel de p63 também é amparado por evidências clínicas. Diversas síndromes
humanas, cujos sinais incluem alterações no desenvolvimento da glândula mamária, bem
como de outros tecidos com origem ectodérmica, além de defeitos nas mãos e pés são
associadas a mutações germinais no gene p63 (CELLI et al., 1999; FOMENKOV et al.,
2003).
Após os resultados obtidos em camundongos, diversos estudos foram direcionados para
determinar a expressão de p63 nos diferentes tecidos humanos. A expressão de p63 foi
confirmada nas células progenitoras da pele, tonsilas, esôfago, cérvix, cálices renais, ureteres,
bexiga, uretra mucosa oral e tecidos epiteliais simples como ácinos e ductos das glândulas
salivar e próstata (DI COMO et al., 2002; NYLANDER et al., 2002; BILAL et al., 2003). A
isoforma expressa na camada basal da maioria dos tecidos abordados foi ΔNp63α (YANG et
25
al, 1998). NYLANDER et al. (2002) observaram que em tecidos com epitélio estratificado as
camadas basais expressam a isoforma ΔNp63α e as camadas mais superficiais expressam a
TAp63. Esses achados corroboram com descrições posteriores que sugerem que as isoformas
TAp63 são requeridas para a diferenciação celular, e que as isoformas ΔNp63 estão
envolvidas no processo de renovação mantendo a população de reserva, via inibição da
transcrição de genes alvo de p53 (KOSTER et al., 2004).
2.4.4. Papel de p63 nas neoplasias
Com base nas evidências da participação de p63 ciclo normal de diversos epitélios e de
que as isoformas TAp63 atuam de maneira similar a proteína p53, enquanto as isoformas
ΔNp63 apresentam funções opostas, diversas abordagens têm sido feitas com objetivo de
avaliar o papel de p63 nas neoplasias.
Inicialmente, considerava-se que diferente do seu homólogo, mutações no gene p63 não
estavam relacionadas com a ocorrência de neoplasias (HAGIWARA et al., 1999). Porém, em
um estudo recente verificou-se que camundongos com deleção heterozigótica para p63,
desenvolveram uma série de tumores malignos acompanhadas por um aumento de lesões
benignas e pré–malignas, reforçando a participação de p63 no processo neoplásico (FLORES
et al., 2005). Foi demonstrado também que p63 pode cooperar com p53, pois a presença
concomitante de mutações heterozigóticas em p63 e p53 resultou em tumores com fenótipo
mais agressivo, quando comparado com os tumores decorrentes de animais que dispunham
alteração em um único gene.
Paralelamente, em estudos com neoplasias da espécie humana, neoplasias como
adenocarcinoma da mama (DI COMO et al., 2002) e carcinoma da bexiga (PARK et al.,
2000), carcinomas ex-adenoma pleomórfico da parótida (GENELHU et al., 2006) haviam
sido associadas com a perda da expressão de p63. FLORES et al. (2005) também observaram
que vários adenocarcinomas mamários e carcinomas da bexiga perderam a expressão de p63
como decorrência de perda da heterozigozidade no gene. Adicionalmente, alguns tumores
mantiveram a expressão das isoformas ΔNp63, mas perderam das isoformas TAp63,
indicando que a perda das isoformas TAp63 pode ser importante para a progressão desse tipo
de neoplasia também na espécie humana. Previamente, PARK et al. (2000) já haviam
26
observado perda da isoforma TA em carcinomas de células de transição na bexiga humana,
confirmando a função supressora de p63.
Adicionando mais complexidade às informações, outros tumores como carcinomas de
células escamosas da cavidade oral (LO MUZIO et al., 2005) e carcinomas da pele (MOLL et
al., 2001), são associados com aumento da expressão das isoformas ΔNp63, indicando
possível papel como oncogene. Os dados obtidos até o momento refletem a complexidade do
papel e regulação de cada isoforma, cujas ações são provavelmente tecido-específicas.
2.4.5. p63 e o tecido mamário
No tecido mamário humano e de cadelas a proteína p63 é expressa nas células
mioepiteliais dos ductos e lóbulos (BARBARESCHI et al., 2001; GAMA et al., 2003). Na
maioria das investigações a isoforma ΔNp63α foi a mais expressa na camada basal e baixos
níveis de mRNA de TAp63 foram detectados nessas células (BARBARESCHI et al., 2001).
NYLANDER et al. (2002) utilizando anticorpos específicos para as isoformas detectaram que
algumas células epiteliais luminais também expressaram a isoforma TAp63. Considerando
que a isoforma ΔNp63 mantém a capacidade proliferativa das células, seu predomínio nas
células mioepiteliais reforça a hipótese de que o mioepitélio hospeda as células progenitoras
da mama (SMITH & MEDINA, 1988).
Os tumores benignos de mulheres e de cadelas tendem a manter a expressão de p63 no
núcleo das células mioepiteliais ductais e alveolares (BARBARESCHI et al., 2001; REIS-
FILHO et al., 2002; REIS-FILHO et al., 2003; RIBEIRO-SILVA et al., 2003; GAMA et al.,
2003). Similar ao tecido normal, algumas células luminais expressam p63 (REIS FILHO et
al., 2003) e essa expressão é atribuída a uma possível diferenciação ligada ao mioepitélio.
Conforme descrito no tópico anterior, em lesões malignas como adenocarcinomas (DI COMO
et al, 2002) e demais carcinomas invasores (BARBARESCHI et al., 2001; REIS FILHO et al.,
2003), observa-se diminuição ou perda da expressão de p63. É importante lembrar que nos
carcinomas invasivos muitas vezes a diminuição da expressão está relacionada com a perda da
camada mioepitelial que acompanha a invasão. Nos tumores que mantêm a expressão de p63
apenas a isoforma ΔNp63α é identificada na camada basal (BARBARESCHI et al., 2001;
NYLANDER et al., 2002) reforçando a hipótese apontada por FLORES et al. (2005), os quais
sugerem que a perda da isoforma TAp63 possa ser um importante passo para a progressão
27
tumoral. Em neoplasias com diferenciação escamosa e com diferenciação mesenquimal, p63
apresenta uma alta expressão, refletindo uma histogênese mioepitelial.
P63 tem demonstrado maior especificidade e similar sensibilidade para marcação do
mioepitélio, quando comparado com os biomarcadores tradicionais (BARBARESCHI et al.,
2001; NYLANDER et al., 2002; REIS FILHO et al., 2003; WERLING et al., 2003). Mas, seu
uso como marcador confiável na determinação de invasão não foi confirmado (RIBEIRO
SILVA et al., 2003).
Por outro lado, p63 tem sido empregado como ferramenta no acesso da histogênese de
alguns tumores com diferenciação mioepitelial como carcinomas metaplásicos. Os
carcinomas metaplásicos da mulher são tumores malignos em que o epitélio carcinomatoso é
parcial ou totalmente transformado em elementos aglandulares como: células escamosas,
células fusiformes, cartilagem e osso, os quais possivelmente possuem origem mioepitelial. A
observação da expressão de p63 nos vários componentes dos carcinomas metaplásicos (REIS
FILHO et al., 2003) reforçou a possibilidade de histogênese mioepitelial. Posteriormente, foi
proposto que p63 pode ser usado como ferramenta na diferenciação de carcinomas
metaplásicos de outros tumores mesenquimais (KOKER & KLEER, 2004). A confirmação da
expressão de p63 no mioepitélio canino também sugere o uso de p63 como marcador na
definição da histogênese dos tumores mistos e complexos (GAMA et al., 2003) e adenomas
pleomórficos da glândula salivar humana (GENELHU et al., 2006).
2.4.6. Interação entre p53 e p63
A homologia entre os domínios de p53 e p63 sugeriu que ambas poderiam interagir
fisicamente através da formação de heteroligômeros. A comprovação da interação foi descrita
por vários estudos in vitro, mas só as formas mutantes de p53 foram capazes de se associarem
e inibirem a ativação trasncripcional tanto de p63 como p73 (DI COMO et al., 1999;
GAIDDON et al., 2001, STRANO et al., 2002). Esse pode ser um mecanismo tumorigênico
adicional pelo qual, formas mutantes de p53 interferem negativamente sobre a capacidade
transcripcional de p63 sobre genes alvo envolvidos com a diferenciação, apoptose e controle
do crescimento celular. Essa via também pode estar envolvida com o controle sobre a
estabilidade de p63 e conseqüentemente, com alterações na expressão observadas nos
tumores. Um estudo in vitro evidenciou que formas mutantes de p53 se associaram e
promoveram a degradação de isoformas ΔNp63 (RATOVTSKI et al., 2001). A capacidade de
28
interação, bem como a ação resultante parece depender do tipo de mutação (RATOVTSKI et
al., 2001; GAIDDON et al., 2001).
29
3. CAPÍTULO 1
TRABALHO A SER ENVIADO PARA PUBLICAÇÃO:
EXPRESSÃO DE P63 E P53 EM TUMORES MAMÁRIOS
MISTOS DE CADELAS
A.C. BERTAGNOLLI, G.D.CASSALI, F. A.COSTA, J. F. C. OLIVEIRA,
P.B.D.GONÇALVES
Laboratório de Biotecnologia e Reprodução Animal, Universidade
Federal de Santa Maria, Rs, Brasil (ACB, JFCO, PBDG,) e Laboratório de Patologia
Comparada, Universidade Federal de Minas Gerais, MG, Brasil (GDC, FAC)
VETERINARY PATHOLOGY, 2006
30
EXPRESSÃO DE P63 E P53 EM TUMORES MAMÁRIOS
MISTOS DE CADELAS
A.C.BERTAGNOLLI, G.D.CASSALI, F.A. COSTA, J. F. C. OLIVEIRA,
P.B.D.GONÇALVES
Laboratório de Biotecnologia e Reprodução Animal, Universidade Federal de Santa Maria,
RS, Brasil (ACB, JFCO, PBDG) e Laboratório de Patologia Comparada, Universidade
Federal de Minas Gerais, MG, Brasil (GDC, FAC)
Resumo
A proteína p63 é expressa no núcleo das células mioepiteliais da mama e apresenta
funções sinérgicas ou antagonistas com a proteína de supressão tumoral p53. A expressão
imuno-histoquímica de p63 foi estudada para acessar o papel das células mioepiteliais na
histogênese dos tumores mistos. Adicionalmente, avaliou-se a possível relação entre
expressão imuno-histoquímica de p63 e p53 com a finalidade de obter informações sobre a
biologia desses tumores. Quatro amostras de mama normais, 20 tumores mistos benignos, 35
carcinomas em tumores mistos e 11 carcinomas tubulopapilares foram avaliados. Células
mioepiteliais, formando camadas periductais/periacinares contínuas, foram imunoreativas
para p63 na mama normal e nos tumores mistos benignos. Todos os carcinomas em tumores
mistos e 72,7% (8/11) dos carcinomas tubulopapilares foram reativos para p63. A reatividade
para p63 foi superior nos tumores mistos benignos quando comparada com os carcinomas.
Nos tumores mistos células mioepiteliais com formato fusiforme e estrelado presentes
no estroma mucinoso foram reativas para p63. A proteína p53 foi expressa em 20,0% (4/20),
28,6% (10/35) e 36,4% (4/11) dos tumores mistos benignos, carcinomas em tumores mistos e
carcinomas tubulopapilares, respectivamente. Não houve relação entre a expressão de p53 e
p63 nos diferentes tipos tumorais. O presente estudo evidenciou a participação das células
mioepiteliais na histogênese dos tumores mistos. A diminuição da expressão de p63 nas
células mioepiteliais que compõem a camada basal dos carcinomas pode ser um evento
importante para a progressão tumoral.
Palavras-chave: p63; p53; célula mioepitelial; mama; cão.
31
Abstract
The p63 protein is expressed in the nuclei of the mammary myoepithelial cells and has
synergisms or antagonisms with p53 tumor suppressor protein. The immunohistochemistry
expression of p63 was studied for access the role of myoepithelial cells in histogenesis of the
mixed tumors. Additionally, the possible association between p63 and p53 for access the
biological aspects of this tumors was evaluated. Four specimens of the normal gland, 20
benign mixed tumors, 35 carcinomas in mixed tumors and 11 tubulopapilary carcinomas were
evaluated. Myoepithelial cells forming layers periductals/periacinars continuous were reactive
for protein p63 in normal gland and in benign mixed tumor. The carinomas in mixed tumors
and 72.7% (8/11) tubulopapilary carcinomas were reactive for p63. In the mixed tumors star
and spindle –shaped cells were reactivity for p63. The p53 protein was expressed in 20.0%
(4/20), 28.6% (10/35) and 36.7% (4/11), benign mixed tumors, carcinoma in mixed tumors
and tubulopapilary carcinomas, respectively. There was not relation between p63 and p53
expression in none type of tumor. The present study point the participation of the
myoepithelial cells in the histogenesis of the mixed tumors. The decrease in p63 expression in
the basal myopepithelial cells of the carcinomas may be important for tumoral progression.
Keywords: p63; p53; myoepithelial cell; breast; dog.
Os tumores mistos são neoplasias freqüentes na mama da cadela e na glândula salivar
humana, onde são também denominados adenomas pleomórficos.
26,38
Os tumores mistos são
caracterizados pela proliferação de células luminais e mioepiteliais dispersas em um estroma
mixóide, condróide, osteóide ou lipídico.
8, 24
De maneira similar aos adenomas pleomórficos
da glândula salivar humana, os tumores mistos da cadela podem desenvolver focos
carcinomatosos originando carcinomas em tumores mistos.
25
Dois aspectos referentes aos
32
tumores mistos permanecem sem esclarecimento: a origem histogênica dos constituintes
heterólogos que os compõem e o mecanismo que acompanha e determina a evolução maligna
de alguns tumores. Várias evidências em tumores mistos e adenomas pleomórficos apontam
para uma histogênese mioepitelial.
5, 13, 14, 18, 19
Diversos eventos moleculares têm sido associados com a transformação maligna dos
adenomas pleomórficos humanos.
7, 9
Dentre eles destacam-se mutações e aumento da
expressão de p53.
1, 11, 39
P53 é uma proteína de supressão tumoral que atua promovendo
bloqueio do ciclo celular e apoptose em resposta a danos no DNA. Portanto, sua inativação
exerce papel fundamental na proliferação desordenada de células.
6, 17
Recentemente,
alterações em p63, membro da família p53, também têm sido descritas em tumores salivares.
14, 22
P63 participa do desenvolvimento e diferenciação normal dos epitélios e pode apresentar
ações sinérgicas e/ou antagonistas à proteína p53.
23, 40
No tecido mamário humano e canino,
p63 é expressa no núcleo das células mioepiteliais, sendo considerada um marcador com boa
especificidade e sensibilidade para esse tipo celular, uma vez que não reage com
miofibroblastos estromais.
3, 12
Estudos in vitro sugerem que formas mutantes de p53 podem
interagir com p63 modificando a sua estabilidade.
29
No presente estudo, avaliou-se a
expressão imuno-histoquímica de p63 e p53 em tumores mamários da cadela. Objetivou-se
acessar o papel das células mioepiteliais na histogênese dos tumores mistos. Adicionalmente,
avaliou-se a possível relação entre expressão imuno-histoquímica de p63 e p53 com a
finalidade de obter informações sobre a biologia desses tumores.
Material e Métodos
Amostras de tecidos
Amostras de neoplasias mamárias e de tecido mamário normal foram obtidas de cadelas
de várias raças, seguindo-se extirpações cirúrgicas realizadas no Hospital da Escola de
Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais e em uma clínica veterinária localizada
33
em Belo Horizonte–MG. As amostras de tecido mamário normal foram obtidas em necropsias
realizadas no Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura de Belo Horizonte. As amostras
foram fixadas por 24 horas em formol a 10% tamponado, incluídas em parafina, seccionadas a
4 micrometros e coradas com hematoxilina – eosina (HE). O diagnóstico histológico foi
realizado sob secções coradas com HE de acordo com os critérios diagnósticos para tumores
mamários de cadelas propostos por Misdorp et al. (1999). Após a revisão dos casos, 4
amostras de mama normal e 66 amostras tumorais incluindo: 20 tumores mistos benignos, 35
carcinomas em tumores mistos e 11 carcinomas tubulopapilares foram selecionadas para os
estudos imuno-histoquimicos.
Imuno-histoquímica
Os anticorpos primários usados para os estudos imuno-histoquímicos incluíram
anticorpo monoclonal de rato (clone 4A4, Neomarkers, Freemont, CA, USA), que reconhece
tanto as isoformas TA quanto as isoformas N, da proteína p63 humana, diluído em buffer
fosfato salina (PBS) na diluição 1:100 em pH 7,4. Para reconhecimento da proteína p53,
utilizou-se um anticorpo policlonal de camundongo (clone CM1, Novocastra, Reino Unido)
na diluição 1:150. Vinte e dois tumores foram selecionados para realização de um estudo
imuno-histoquímico adicional, utilizando-se um anticorpo contra a alfa-actina de músculo liso
(ASMA, clone 1A4, Dako, Denmark), um marcador tradicional de células mioepiteliais,
empregando-se a diluição de 1:100.
Para os estudos imuno-histoquímicos secções de 4 micrometros foram cortadas de cada
caso e coletadas sobre lâminas gelatinizadas. As lâminas foram desparafinizadas, re-
hidratadas em uma série de álcoois progressivamente diluídos, e submetidas a recuperação
antigênica pelo calor (banho maria a 95° por 20 minutos) com Target Retrieval Solution, pH
6.0. Posteriormente as lâminas foram incubadas em peróxido de hidrogênio 3% em metanol
34
para o bloqueio da atividade da peroxidase endógena por 15 minutos. Após o resfriamento, as
lâminas foram cobertas com soro normal de coelho a 10% em PBS por 15 minutos.
Posteriormente, foram incubadas com o anticorpo primário por 1 hora a 25° e na seqüência foi
aplicado o método do complexo estreptavidina-biotina peroxidase (ABC; Ultra vision large
volume detection system anti-polyvalent, HRP – ready to use- Lab Vision; DAKO K0690).
Finalmente as secções foram expostas ao cromógeno 3,3 – diaminobenzidina 4 HCL e contra-
coradas com hematosilina de Mayer’s.
Controles negativos foram obtidos pela substituição do anticorpo primário por PBS. O
tecido mamário normal adjacente aos tumores serviu como controle interno em cada teste.
Amostras de mama normal foram utilizadas como controle positivo para p63 e ASMA.
Tumores positividade previamente confirmada foram usados como controles positivos para
p53.
Avaliação imuno-histoquímica
Reatividade para p63 e p53 foi indicada pela presença de distinta marcação nuclear.
Imuno-marcação citoplasmática indicou reatividade para ASMA. Preconizou-se a avaliação
da imunoexpressão de p63 e ASMA em quatro tipos de células mioepiteliais, que foram
classificadas segundo a sua morfologia em células mioepiteliais constituintes da camada
basal periductal e periacinar (em repouso ou em proliferação) e células com formato
fusiforme e estrelado presentes no estroma. O número de células positivas para p63 e ASMA
foi avaliado semi-quantitativamente, utilizando o escore proposto por Reis Filho et al.
(2002)a: -, ausência de marcação; +, <5% das células marcadas; ++, 5-50% das células
marcadas; +++, >50% das células marcadas. O número de células reativas para p53 foi
determinado como a percentagem de células positivas sobre o total de células contadas em
10 campos. Posteriormente, os casos foram categorizados obedecendo aos mesmos escores
usados para p63, mas somente os tumores com escore ++ a +++ foram considerados
35
positivos.
35
Para avaliação da relação entre p63 e p53, o número total de células positivas
para p63 foi acessado pela contagem do total de células positivas em 10 campos do tumor,
selecionando-se as áreas com maior concentração de marcação.
Análise estatística
As comparações entre os diferentes tumores e a expressão de p63 e p53 foram
analisadas pelo teste de ANOVA em um modelo estatístico para dados categóricos, utilizando
o PROC CATMOD (CATEGORICAL DATA ANALYSIS PROCEDURES) no programa
estatístico SAS (1998). Quando foram detectadas diferenças estatísticas, as variáveis
independentes foram comparadas pelo teste de contraste. Para determinar a relação entre a
variável independente (número de células reativas para p63) e a variável dependente (p53) os
dados foram transformados pelo PROC RANK e analisados por regressão polinomial no
PROC GLM.
4, 36
RESULTADOS
Tecido mamário normal
Na glândula mamária normal (Fig.1) e tecido mamário normal adjacente aos tumores
(Fig.2), as células mioepitelais da camada basal foram intensamente reativas para p63 (+++).
As células reativas formaram camadas contínuas ao redor de ductos e ácinos. Não houve
imunoreatividade em células epiteliais luminais ou componentes estromais. Nos casos em que
a alfa-actina de músculo liso foi avaliada, as mesmas células que marcaram para p63 também
apresentaram reatividade citoplasmática para ASMA. Não houve imunoreatividade para p53.
Tumores mistos benignos (n=20)
Esses tumores foram constituídos pela proliferação de células benignas,
morfologicamente caracterizadas como epiteliais luminais e/ou mioepiteliais, acompanhadas
de matriz mixóide e/ou condróide. Além das células mioepiteliais constituintes da camada
36
basal (repouso ou proliferação), células mioepiteliais com formato fusiformes e estrelado
também foram observadas dispersas no estroma.
Todos os tumores foram reativos para p63. A maior imunoreatividade para p63 foi
observada no núcleo das células mioepiteliais que compunham a camada basal. Dezesseis
tumores apresentaram uma intensa reatividade (+++) e outros 4 tumores apresentaram
reatividade moderada (++) (Tabela 1). Nas áreas apresentando componentes mesenquimais,
células mioepiteliais com formato fusiforme ou estrelado foram pouco reativas para p63 (+).
Um estudo imuno-histoquímico adicional, utilizando a ASMA foi realizado em cinco
tumores, para confirmar a o fenótipo mioepitelial das células marcadas para p63. As mesmas
células que marcaram para p63 também apresentaram imunoreatividade citoplasmática para
ASMA (Tabela 2). Quatro dos 20 tumores mistos benignos foram positivos para p53 (Tabela
3).
Carcinomas em tumores mistos (n=35)
Esses tumores apresentaram as mesmas características histológicas que os tumores
mistos benignos, porém com a presença de componentes epiteliais carcinomatosos. Todos os
carcinomas associados a tumores mistos apresentaram células imunoreativas para p63. As
células mioepitelais da camada basal apresentaram intensa reatividade em 3 tumores (+++),
moderada (++) em 15 e baixa (+) em 17 (Tabela 1). Em 7 de 10 casos submetidos ao estudo
adicional com ASMA, as células mioepitelais da camada basal que apresentaram ausência de
reatividade p63 também foram negativas para ASMA. Em três casos a imunoreatividade para
ASMA foi preservada em muitas células que não haviam marcado para p63 (Tabela 2, Figuras
3 e 4). As células mioepiteliais com formato fusiforme e estrelado apresentaram baixa
reatividade (+) para p63, conforme observado nos tumores mistos benignos. Em sete tumores,
células com aparência epitelial foram reativas para p63 e ASMA, em três casos a positividade
37
foi observada em células com metaplasia escamosa (Tabela 2). Dez dos 35 tumores foram
positivos para p53 (Tabela 3).
Carcinomas Tubulopapilares (n=11)
Os carcinomas tubulopapilares foram caracterizados pela proliferação de células
epiteliais malignas apresentando um padrão tubular ou formando múltiplas papilas nos ductos.
Três carcinomas invasores de alto grau foram negativos para p63 (-). Oito dos onze
carcinomas tubulopapilares apresentaram células reativas para p63. Em três casos as células
mioepiteliais da camada basal apresentaram baixa reatividade (+) para p63, dois casos
apresentaram moderada reatividade (++) e um caso apresentou intensa reatividade (+++). Em
outros dois casos somente células com aparência epitelial foram reativas para p63 (+++)
(Tabela 1).
Sete casos foram submetidos ao estudo adicional com ASMA (Tabela 2). Em cinco
deles as células que não reagiram para p63 também foram imunonegativas para ASMA. Em
dois casos células imunonegativas para p63 foram reativas para ASMA. Quatro dos 11
carcinomas tubulopapilares foram positivos para p53 (Tabela 3).
Expressão de p63 e p53 nos diferentes tumores
A reatividade para p63 foi significativamente superior nos tumores mistos benignos
quando comparada com os carcinomas em tumores mistos e carcinomas tubulopapilares (p<
0,001, Fig.5). O número de tumores positivos para p53 não diferiu estatisticamente entre os
diferentes tipos tumorais. Não houve relação entre o número de células positivas para p63 e a
expressão de p53 nos diferentes tumores.
38
DISCUSSÃO
No presente estudo, observou-se uma diminuição na imunoreatividade para p63 nas
células mioepiteliais que compunham a camada periductal/periacinar de 91.4% dos
carcinomas em tumores mistos. O estudo imuno-histoquímico adicional utilizando a ASMA
evidenciou que a redução da imunoreatividade para p63 foi associada com a perda das células
mioepiteliais em 70% dos casos submetidos à dupla investigação. Portanto, a diminuição de
reatividade observada nos tumores avaliados provavelmente esteja associada com a
capacidade invasiva desses tumores. Complementando essa observação, três carcinomas
tubulopapilares invasores de alto grau foram destituídos de imunoreatividade p63. O acesso à
integridade da camada mioepitelial é uma importante ferramenta para o diagnóstico
diferencial entre lesões in situ e lesões invasoras, visto que a degradação células mioepiteliais
e da membrana basal são pré-requisitos para invasão.
41
Além disso, recentes estudos têm
observado que a perda na integridade da camada periductal é associada com características
preditivas de fenótipo mais agressivo em carcinomas humanos.
20, 21
Por outro lado, em 30%
dos tumores observou-se que a diminuição da proteína p63 não coincidiu com a diminuição
de ASMA. Este achado sugere a ocorrência de uma diminuição gradual na expressão da
proteína p63, precedendo a perda das células mioepiteliais nesses tumores. Resultados
similares já haviam sido observados em carcinomas ductais humanos.
33
A transcrição do
gene p63 pode originar tanto isoformas que ativam os mesmos genes alvo de p53,
compartilhando a função de supressão tumoral (TAp63), quanto isoformas que atuam como
oncogenes impedindo a ativação transcricional tanto de p53 como das isoformas TA (Np63).
40
Com base nesse conhecimento, é possível que a diminuição da expressão de p63 observada
nesses tumores esteja relacionada com a perda da isoforma que apresenta função na supressão
tumoral. Corroborando com esta hipótese, um recente estudo observou diminuição da
expressão da isoforma TA em carcinomas ex - adenomas pleomórficos humanos.
22
39
A diminuição de reatividade para p63 observada nas células mioepiteliais à medida
que se proliferaram no estroma mucinoso (mioepiteliais fusiformes e mioepiteliais estreladas)
dos tumores mistos, evidenciou a participação das células mioepiteliais no processo
metaplásico desses tumores. Tem sido demonstrado que durante a transformação metaplásica
dos tumores mistos, as células da camada basal mantêm seu perfil protéico, enquanto as
células mioepiteliais estromais apresentam diminuição progressiva de seus componentes
citoesqueléticos com paralelo aumento de proteínas envolvidas com diferenciação
mesenquimal.
2, 5, 11, 13, 18, 19, 37
A presença de reatividade para p63 nas células epiteliais com
metaplasia escamosa em 5.7% dos tumores é esperada uma vez que p63 é considerado um
marcador sensível e específico para células com diferenciação escamosa.
16, 32
A presença de
reatividade para p63 em células sem diferenciação escamosa observada em nosso estudo já
havia sido descrita em tumores humanos e de cadelas e provavelmente reflete a ocorrência de
diferenciação mioepitelial.
11, 31
Adicionalmente, um tumor diagnosticado pelo HE como
carcinoma tubulopapilar foi totalmente constituído por células com aparência epitelióide,
imunoreativas tanto para p63, quanto para asma. Tumores malignos humanos com
imunofenótipo mioepitelial e ausência de características imunofenotípicas glandulares são
classificados como carcinomas mioepiteliais.
15
Os achados sugerem a realização de estudos
imuno-histoquímicos adicionais, principalmente com marcadores epiteliais, com a finalidade
melhor caracterizar este tumor.
No presente estudo não foi observada associação entre a expressão imuno-
histoquímica de p53 e p63. Estudos empregando a análise mutacional de p53 e a distinção das
isoformas de p63 devem ser dirigidos para melhor investigar este aspecto, pois a capacidade
regulatória das formas mutantes de p53 parece estar relacionada com o tipo de isoforma de
p63 e depende do tipo de mutação de p53.
10
Aumentos da expressão de p53 em tumores
benignos, conforme observado no presente estudo têm sido descrito em tumores mamários
40
caninos e humanos e provavelmente reflete a participação da proteína p53 nos processos
iniciais de tumorigênese.
27, 34
A associação entre o aumento da expressão de p53 e maior
índice proliferativo em adenomas pleomórficos humanos, bem como a observação de que
tanto as áreas benignas quanto carcinomatosas dos carcinomas em tumores mistos
compartilham o mesmo tipo de mutação de p53 fortalecem a hipótese.
28, 39
Em conclusão, p63
evidenciou a participação das células mioepiteliais na origem dos elementos heterólogos que
compõem os tumores mistos. A diminuição da expressão de p63 nas células mioepiteliais que
compõem o compartimento basal nos carcinomas pode ser um evento relacionado com a
progressão tumoral.
Agradecimentos
A Clínica Veterinária São Francisco e equipe cirúrgica da Escola de Veterinária da UFMG
pela doação dos tumores. A FAPEMIG e ao CNPq pelo apoio financeiro. Ao colega Enio
Ferreira pelo apoio técnico.
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Tabela1. Caracterização da imunoreatividade para p63 nos diferentes tipos celulares presentes
nos diferentes tumores e glândula mamária normal de cadelas.
Tumores
Tipo celular
Tipo tumoral
n
p63 MER MEP MEF MEE CB CE
- 0 0 0 0 0 0
+ 0 0 0 0 0 0
++ 0 0 0 0 0 0
Mama normal 4
+++ 4 4 0 0 0 0
- 0 0 3 4 20 16
+ 0 0 8 5 0 3
++ 4 4 9 11 0 1
Tumor misto
benigno
20
+++ 16 16 0 0 0 0
- 0 0 10 15 0 26
+ 17 17 22 17 0 7
++ 15 15 3 13 0 2‡
Carcinoma em
tumor misto
35
+++ 3 3 0 0 0 0
- 5 5 7 0 - 9
+ 3 3 3 0 - 0
++ 2 2 0 0 - 0
Carcinoma
tubulopapilar
11
+++ 1 1 1 0 - 2
MER=células mioepiteliais em repouso; MEP=células mioepiteliais em proliferação; MEF=células
mioepiteliais fusiforme; MEE=células mioepiteliais estreladas; CB=condroblastos; CE=células epiteliais
luminais.
- = nenhuma célula marcada; + = menos do que 5% das células marcadas; ++=5-50% células marcadas; +++=
mais do que 50% das células marcadas
= Tumores com células epiteliais com diferenciação escamosa
46
Tabela 2. Expressão imuno-histoquímica de p63 e ASMA nas células mioepiteliais de tumores
mamários de cadelas.
p63*
Tipo tumoral
Tumores
n
ASMA*
- + ++ +++
Tumor misto benigno
5/
20
- 0 0 0 0
+ 0 0 0 0
++ 1 0 2 1
+++ 0 1 0 1
Carcinoma em tumor misto 10/
35
- 0 0 0 0
+ 0 2 0 0
++ 0 1 5 0
+++ 0 2 0 0
Carcinoma tubulopapilar 7/
11
- 1 0 0 0
+ 0 2 0 0
++ 1 1 1 0
+++ 0 0 0 1
* - = nenhuma célula marcada; + = menos do que 5% das células marcadas; ++ = 5-50% marcadas marcadas; +++ =
mais do que 50% das células marcadas.
47
Tabela 3. Expressão imuno-histoquímica de p53 e p63 em tumores mamários de cadelas.
p63 *
Tipo Tumoral
Tumores
n
p53*
- + ++ +++
Tumor misto benigno 20 - 0 1 0 1
+ 0 0 3 11
++ 0 0 2 2
+++ 0 0 0 0
Carcinoma em tumor misto 35 - 0 1 0 0
+ 0 12 9 3
++ 0 5 4 1
+++ 0 0 0 0
Carcinoma tubulopapilar 11 - 0 0 0 1
+ 3 0 1 2
++ 2 2 0 2
+++ 0 0 0 0
* - = nenhuma célula marcada; + = menos do que 5% das células marcadas; ++ = 5-50% células positivas; +++ =
mais do que 50% das células positivas.
48
2
1
3 4
Fig. 1. Glândula mamária normal; cadela. Camada de células mioepiteliais em repouso
imunoreativas para p63, grau (+++) e células luminais não imunoreativas. Método do
complexo estreptavidina-biotina-peroxidase. Contra coloração com hematoxilina de
Mayer’s
Fig.2. Carcinoma em tumor misto; cadela. Foco carcinomatoso com ausência de
imunoreatividade para p63. Observar a reatividade do tecido mamário normal adjacente,
usado como controle interno. Contra coloração com hematoxilina de Mayer’s.
Fig.3. Carcinoma em tumor misto; cadela. Células mioepiteliais imunoreativas para p63.
Observar diminuição da reatividade da camada de células periacinar, formando uma
camada descontínua, escore (+). Contra coloração com hematoxilina de Mayer’s.
Fig.4. Carcinoma em tumor misto; cadela. Imunoreatividade para ASMA na mesmo área
da figura 3. Citoplasma das células mioepiteliais imunoreativas formando camada
contínua, escore, (+++).
49
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tumor misto
benigno
Carcinoma em
tumor misto
Carcinoma
tubulopapilar
% Tumores
- + ++ +++
a b b
Fig. 5. Reatividade para p63 nos diferentes tipos tumorais. Letras diferentes indicam
diferença estatística.(p<0,001).
50
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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60
5. GLOSSÁRIO
ASMA - Alfa-actina de músculo liso de cadeia pesada
BAX – Proteína membro da família Bcl2 , presente na mitocôndria, membrana nuclear,
retículo endoplasmático rugoso. Participa do processo de apoptose
CD10 - Antígeno comum leucêmico de fase aguda , antígeno associado a leucemia
CM1 - Anticorpo policlonal anti p53 humano
DNA – Àcido desoxirribonucléico
DNTPs - Dinucleotídeos
ESA- Antígeno epiteliail específico
ERB2 - Receptor para o fator de crescimento epidermal
MUC-1 - Proteína glicosilada componente da membrana plasmática apical
mRNA- RNA (ácido ribonucléico) mensageiro
Mdm2 - proteína mouse double minute 2- possui capacidade de degradar e limitar a atividade
de p53
S-100 - Proteína expressa principalmente nas células mioepiteliais – participa do ciclo celular
P21
WaF1
- Proteína codificada pelo gene WAF 1 – inibe a transição da fase G1 para G2 do
ciclo celular
WT-1 - Fator de transcrição similar a p53, também denominado Wilms’ tumor 1
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