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AVALIAÇÃO DE UM RESÍDUO DA CONSTRUÇÃO CIVIL BENEFICIADO
COMO MATERIAL ALTERNATIVO PARA SISTEMA DECOBERTURA
Mauricio Correia de Barros
TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS
PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIA EM
ENGENHARIA CIVIL.
Aprovada por:
_________________________________
Prof. Maria Claudia Barbosa, D. Sc.
__________________________________
Prof. Mauricio Ehrlich, D. Sc.
___________________________________
Prof. Cláudio Fernando Mahler, D. Sc.
___________________________________
Prof. Gustavo Ferreira Simões, D. Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL
MAIO DE 2005
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BARROS, MAURICIO CORREIA
Avaliação de um resíduo da construção civil
beneficiado como material alternativo para
sistema de cobertura [Rio de Janeiro]2005
XIII, 96 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, M.Sc.,
Engenharia Civil, 2005)
Tese – Universidade Federal do Rio de
Janeiro, COPPE
1. Resíduos de construção e demolição (RCDs).
2. Propriedades físicas de resíduos.
3. Sistemas de cobertura.
4. Aterros de resíduos.
I. COPPE/UFRJ II. Título (série)
ii
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Dedico este trabalho a toda minha família,
em especial, a minha esposa Adriana e a
minha filha Ana Beatriz, que me apoiaram
para que eu conseguisse realizar este
sonho.
iii
AGRADECIMENTOS
Todas as nossas vitórias e conquistas resultam não do nosso esforço, mas
também da colaboração de outras pessoas. Por isso, agradeço a Deus e a Jesus Cristo, o
mestre por excelência por me proporcionar vida e a oportunidade de aprender.
Agradeço a professora Maria Cláudia Barbosa pela disponibilidade apresentada
em todos os momentos que necessitei e pelo companheirismo durante todo o curso.
Obrigado também por acreditar no meu trabalho. A sua maneira de orientar é um
exemplo brilhante para aqueles que estão ao seu lado.
Ao engenheiro civil e amigo Fernando Afonso pelo fornecimento do agregado
reciclado miúdo de RCD, que foi utilizado na realização desta pesquisa.
Ao professor Marcio Almeida por me fornecer subsídios didáticos e literaturas
que foram de suma importância para esta pesquisa.
Ao professor e Diretor da Geo-Rio, Rogério Feijó, pela indicação para curso de
mestrado.
Aos laboratoristas Carlos, Bororó e Elcio pela colaboração na realização de vários
ensaios.
Ao engenheiro civil Sérgio pela especial colaboração nos ensaios de
condutividade hidráulica e cisalhamento direto.
A doutoranda Tatiana que sempre me apoiou e orientou nos momentos de
dificuldades e de dúvidas.
As doutorandas Deise e Marcela que nunca mediram esforços para me
incentivarem, obrigado pela amizade e ajuda durante todo o curso. A minha conquista é
também de vocês.
As doutorandos Petrônio e Antonio que sempre acreditaram na minha
capacidade. A amizade e o companheirismo são pontos fortes da personalidade de
vocês. Hoje devo agradecer a amizade e colaboração recebida.
Aos meus chefes imediatos, Jorge Clímaco, Jair Loureiro e Alexandre José por
acreditarem no meu potencial e me apoiarem em toda trajetória desta pesquisa.
E por fim a todos que direta ou indiretamente me ajudaram a atingir o meu alvo, o
meu muito obrigado.
iv
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M. Sc.)
AVALIAÇÃO DE UM RESÍDUO DA CONSTRUÇÃO CIVIL BENEFICIADO
COMO MATERIAL ALTERNATIVO PARA SISTEMA DE COBERTURA
Mauricio Correia de Barros
Maio/2005
Orientadora: Maria Cláudia Barbosa
Programa: Engenharia Civil
Este trabalho apresenta o estudo do aproveitamento do resíduo da construção e
demolição beneficiado, como material alternativo para cobertura de aterros.
São apresentados os resultados da investigação das características físicas e químicas,
e ainda o comportamento geomecânico, quanto à resistência ao cisalhamento, à
erodibilidade e à condutividade hidráulica do agregado reciclado miúdo proveniente do
beneficiamento do entulho da cidade do Rio de Janeiro.
Por meio dos ensaios realizados pode-se concluir que o material estudado apresenta
características e comportamento típicos de um solo granular. Possui peso específico
aparente seco máximo – γ
dmax
: 1,93g/cm
3
, umidade ótima - W
ót
: 13,5%, ângulo de atrito
interno(ø) de 35°, coeficiente de permeabilidade saturada (k
sat
) na ordem de 10
-5
cm/s,
podendo atingir 10
-12
cm/s na condição não saturada para uma sucção de 200 kPa. É um
material erodível, porém não dispersivo, com
potencial de aplicação em diferentes
camadas de coberturas de aterros de resíduos, principalmente em regiões de climas
árido e semi-árido.
v
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfilment of the requirements
for the degree Master's of Sciences (M. Sc.)
EVALUATION OF A RECYCLED CONSTRUCTION CIVIL WASTE AS
ALTERNATIVE MATERIAL FOR COVER SYSTEM
Mauricio Correia de Barros
May/2005
Advisor: Maria Cláudia Barbosa
Department: Civil Engineering
This work introduces the study of the application of the recycled construction and
demolition waste, as an alternative material for cover system.
The investigation results of the physical and chemical characteristics, and of the
geomechanical behavior, involving shear strength, erodibility and hydraulic
conductivity parameters of the recycled material from Rio de Janeiro, are presented.
It can be concluded that the material studied has characteristics and geomechanical
behavior similar to a granular soil. It has a maximum dry apparent specific mass of
1,93g/cm
3
, optimum moisture content of 13,5%, friction angle of 35°, saturated
coefficient of permeability in the order of 10
-5
cm/s and not saturated in the order of 10
-
12
cm/s for a suction of 200 kPa. This material is erodible, but it is not dispersive, with
potential application in different layers of landfill covers, particularly in areas with arid
and semi-arid climates.
vi
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO ......................................................................................................01
1.1 – O Resíduo da Construção e Demolição .......................................................01
1.2 - Objetivos da pesquisa ...................................................................................04
1.3 – Estrutura e apresentação da pesquisa ...........................................................05
2 - RESÍDUO DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO ..............................................06
2.1 – Definições, conceitos e classificação ..........................................................06
2.2 – Histórico .......................................................................................................08
2.3 – Composição do RCD ....................................................................................09
2.4 - Impurezas na composição do RCD ............................................................12
2.5 – Beneficiamento do RCD ..............................................................................13
2.5.1 – Equipamentos utilizados no beneficiamento do RCD .....................14
2.5.2 – Características do material beneficiado ............................................15
2.6 – Aspectos econômicos de produção e utilização do RCD ...........................18
3 - SISTEMAS DE COBERTURA EM ATERROS ...............................................20
3.1 – Fatores avaliados no projeto do sistema de cobertura final ........................20
3.2 – Cobertura ......................................................................................................21
3.2.1 – Tipos de cobertura ..........................................................................21
3.2.2 – Componentes de uma cobertura final ..............................................22
3.3 – Coberturas Alternativas ..............................................................................31
4 - CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA ..................................................................36
4.1 - Conceitos .....................................................................................................36
4.2 - Fatores que influenciam na condutividade hidráulica ..................................36
4.2.1 – Índice de vazios ..............................................................................36
4.2.2 – Grau de saturação ............................................................................37
4.2.3 – Estrutura dos solos .........................................................................37
4.2.4 – Peso específico e viscosidade do líquido percolante ......................38
4.2.5 – Textura e forma da partícula ............................................................39
4.2.6 – Composição mineralógica ..............................................................39
4.3 - Ensaios de permeabilidade com carga constante e variável ........................39
vii
4.3.1 – Ensaio de permeabilidade com carga constante .............................39
4.3.2 – Ensaio de permeabilidade com carga variável .................................41
4.4 –Sucção
do solo e sua correlação com condutividade hidráulica não saturada 42
4.4.1 – Conceitos de sucção do solo ...........................................................42
4.4.2 – Método de medição de sucção matricial .........................................44
4.4.3 - Curva de retenção de água do solo ..................................................47
4.4.4 – Curva característica de condutividade hidráulica não saturada .......51
5 – PROGRAMA EXPERIMENTAL ......................................................................54
5.1 – Introdução ..................................................................................................54
5.2 – Coleta de amostras ....................................................................................54
5.3 – Caracterização dos materiais ......................................................................55
5.3.1 – Análise granulométrica ...................................................................55
5.3.2 – Densidade real dos grãos ................................................................55
5.3.3 – Ensaio de compactação ...................................................................56
5.4 – Ensaios de condutividade hidráulica ..........................................................56
5.5 – Curva característica .....................................................................................57
5.6 - Ensaio de erodibilidade ...............................................................................59
5.6.1 – Ensaio de desagregação ..................................................................59
5.6.2 – Ensaio de Crumb Test ....................................................................60
5.7 – Ensaio de cisalhamento direto ....................................................................61
5.8 – Ensaio de lixiviação e solubilização ............................................................63
5.8.1 – Ensaio de lixiviação ........................................................................64
5.8.2 – Ensaio de solubilização ...................................................................65
6 – APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS E ANÁLISES ...................................66
6.1 – Ensaios de caracterização ............................................................................66
6.1.1 – Análise granulométrica ...................................................................66
6.1.2 – Densidade real dos grãos ................................................................67
6.1.3 – Compactação da amostra ................................................................67
6.2 – Ensaios de condutividade hidráulica ...........................................................69
6.3 – Curva característica pelo método do papel filtro ........................................72
6.4 – Ensaio de erodibilidade e Crumb Test .......................................................74
6.4.1 – Ensaio de erodibilidade ...................................................................74
viii
6.4.2 – Ensaio de Crumb Test ......................................................................78
6.5 – Ensaios de Cisalhamento direto .................................................................80
6.6 – Ensaios de lixiviação e solubilização ..........................................................84
6.6.1 – Ensaio de lixiviação ........................................................................84
6.6.2 – Ensaio de solubilização ..................................................................85
7 – CONCLUSÕES .....................................................................................................87
7.1 – Verificação para cobertura final de aterros de resíduos sólidos urbanos .....88
7.2 - Verificação para coberturas alternativas ......................................................90
7.3 – Considerações finais ....................................................................................91
7.4 – Sugestões para futuras pesquisas ................................................................91
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
ix
LISTA DE SÍMBOLOS
k(ψ)
coeficiente de condutividade hidráulica não saturada
k coeficiente de condutividade hidráulica saturada
θ
s
umidade volumétrica saturada
θ
r
umidade volumétrica residual
m e n constantes empíricas
G densidade real dos grãos
D
s
diâmetro efetivo das partículas
γ
w
peso específico do fluido
γ
d
peso específico aparente seco
Μ viscosidade do fluido
E índice de vazios
C fator de forma
Q volume de água percolada
L
1
altura do corpo de prova
Rt fator de correção da viscosidade da água
H perda de carga hidráulica
A área do corpo de prova
T tempo decorrido
A seção do tubo do permeâmetro
L Altura do corpo de prova
h
i
carga inicial
h
f
carga final
ψ
sucção total
ψ
M
sucção matricial
ψ
O
sucção osmótica
u
a
pressão do ar
u
w
pressão da água
pF logaritmo de pressão expresso em centímetros de água
w
p
umidade do papel
ψ
a
sucção matricial que corresponde à entrada de ar (air entry)
ψ
r
sucção matricial que corresponde à umidade volumétrica residual
θ
umidade volumétrica
α
parâmetro de ajuste da curva
λ
parâmetro de ajuste, depende do tipo de solo
a
r
valor aproximado da sucção matricial de entrada de ar
τ tensão cisalhante
σ tensão normal
c coesão
ø ângulo de atrito
i gradiente hidráulico
w umidade
w
ot
umidade ótima
x
ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 2.1 – Distribuição da composição do resíduo da construção e demolição de
São Carlos/SP .....................................................................................11
FIGURA 2.2 – Composição média do entulho de Salvador/BA ...................................11
FIGURA 2.3 – Curva Granulométrica do agregado reciclado miúdo de Salvador ...... 16
FIGURA 2.4 – Curva Granulométrica do agregado reciclado graúdo de Salvador .......17
FIGURA 3.1 – Tipos de cobertura .................................................................................21
FIGURA 3.2 – Camadas de um sistema de cobertura final ............................................22
FIGURA 3.3 – Tipos de configurações de cobertura final .............................................24
FIGURA 3.4 – Modelo de sistema de drenagem de águas pluviais ...............................24
FIGURA 3.5 – Tipos de sistemas de drenagem no pé do talude ................................... 28
FIGURA 3.6 – Balanço hídrico de duas regiões semi-áridas, (a) Joanesburgo-África
do Sul e (b) Regina – Canadá ...............................................................31
FIGURA 3.7 – Exemplos de duas coberturas finais de aterro sanitário que permitem
percolação máxima ................................................................................. 33
FIGURA 3.8 – Modelos de coberturas finais alternativas para regiões áridas e semi-
Áridas...............................................................................................................................34
FIGURA 4.1 – Permeâmetro com carga constante......................................................... 40
FIGURA 4.2 – Permeâmetro de carga variável.............................................................. 41
FIGURA 4.3 – Esquema ilustrativo da definição de sucção.......................................... 42
FIGURA 4.4 – Tipos de fluxo de água do solo para o papel filtro ............................... 45
FIGURA 4.5 – Curvas características de solos argilosos e arenosos .............................47
FIGURA 4.6 – Curvas características por umedecimento e secagem ............................48
FIGURA 4.7 – Efeito da estrutura do solo na curva de retenção .................................49
FIGURA 4.8 – Curvas características obtidas para diferentes tipos de solos ................50
FIGURA 4.9 – Curva ilustrativa de condutividade hidráulica não saturada .................52
FIGURA 5.1 – Interior da usina de reciclagem da usina de Catumbi ..........................54
FIGURA 5.2 – Agregado reciclado ...............................................................................55
FIGURA 5.3 – Esquema de saturação com bomba a vácuo ..........................................57
FIGURA 6.1 – Curva de distribuição granulométrica do agregado reciclado miúdo de
RCD ................................................................................................................................66
FIGURA 6.2 – Curva de compactação do agregado reciclado miúdo de RCD ............68
xi
FIGURA 6.3 – Curva de retenção de água do agregado reciclado miúdo de RCD .....72
FIGURA 6.4 – Curva de condutividade hidráulica não saturada ..................................73
FIGURA 6.5 – Esquema e disposição da amostra no ensaio de desagregação .............74
FIGURA 6.6 – Primeiro estágio do ensaio de desagregação ........................................75
FIGURA 6.7 – Segundo estágio do ensaio de desagregação ........................................76
FIGURA 6.8 – Terceiro estágio do ensaio de desagregação .........................................76
FIGURA 6.9 – Quarto estágio do ensaio de desagregação ...........................................77
FIGURA 6.10 – Final do ensaio de desagregação ........................................................77
FIGURA 6.11 – Primeira etapa do ensaio de Crumb Test ............................................78
FIGURA 6.12 – Segunda etapa do ensaio de Crumb Test ............................................79
FIGURA 6.13 – Envoltória para todas as tensões .........................................................80
FIGURA 6.14 – Envoltória para tensões mais baixas ....................................................81
FIGURA 6.15 – Deslocamento vertical x deslocamento horizontal ..............................82
FIGURA 6.16 – Tensão normalizada e deslocamento horizontal ................................82
xii
ÍNDICE DE TABELAS
TABELA 2.1 – Índices de composição de RCD em Hong Kong ...................................10
TABELA 2.2 - Classificação
granulométrica do agregado reciclado miúdo de Salvador17
TABELA 2.3 - Classificação
granulométrica do agregado reciclado graúdo de Salvador18
TABELA 2.4 – Custos do gerenciamento de resíduos da construção e demolição em
alguns municípios brasileiros .............................................................. 19
TABELA 4.1 – Correlações para determinação da sucção matricial com o método do
papel filtro..............................................................................................46
TABELA 5.1 – Classificação do solo quanto à dispersividade .....................................61
TABELA 6.1 – Quadro resumo dos índices físicos iniciais ..........................................69
TABELA 6.2 – Quadro resumo de ensaios de condutividade hidráulica sem
compactação - Carga Constante ............................................................70
TABELA 6.3 – Quadro resumo de ensaios de condutividade hidráulica com
Compactação Proctor Normal – Cargas constante e variável ..............70
TABELA 6.4 – Quadro resumo de ensaios de condutividade hidráulica com
compactação estática – Carga Variável ................................................71
TABELA 6.5 – Índices físicos iniciais do ensaio pelo método do papel filtro ..............72
TABELA 6.6 – Índices físicos iniciais do ensaio de desagregação ................................74
TABELA 6.7 – Índices físicos iniciais do ensaio de Crumb Test .................................78
TABELA 6.8 – Quadro resumo do ensaio de Crumb Test ........................................... 79
TABELA 6.9 – Índices físicos iniciais do ensaio de cisalhamento direto .....................80
TABELA 6.10 – Quadro resumo do ensaio de lixiviação ............................................ 84
TABELA 6.11 – Quadro resumo do ensaio de solubilização ....................................... 85
xiii
1 – INTRODUÇÃO
1.1 – O Resíduo da Construção e Demolição
A geração de resíduos e o meio ambiente
Todos os bens materiais que existem um dia serão resíduo, sejam eles casas,
automóveis, móveis, pontes, aviões. Aliados a estes existem os resíduos provenientes
dos processos de extração de matérias-primas e de produção de bens. Desta forma, a
quantidade de resíduos que são gerados todos os dias tende a superar a quantidade de
bens que são consumidos.
A geração desenfreada de resíduos, associada a uma disposição inadequada tem
como conseqüência a poluição do meio ambiente. Por este motivo a cada dia que passa,
torna-se maior a preocupação da população mundial com a preservação do meio
ambiente, que constantemente tem sido alvo de ataques pelos acidentes e catástrofes, e
que por razões diversas ocorrem em todas as partes do planeta. Um outro fator
preocupante, na atualidade, é o consumo excessivo dos recursos naturais, que ao longo
do tempo tem se tornado uma ameaça no contexto ambiental.
Com a finalidade de minimizar o impacto ambiental causado pelas atividades
humanas, todos os segmentos da sociedade têm buscado métodos de produção de forma
a não poluir o meio ambiente, tendo em vista que os bons negócios estão interligados às
atitudes e medidas tomadas para reduzir a degradação do meio ambiente.
Todos os setores industriais têm contribuído para degradação do meio ambiente
e o setor da construção civil é um destes, pois a quantidade de energia e recursos
naturais consumidos e o volume de resíduos gerados são bastante significativos. Isto se
verifica por vários motivos, um deles é a falta de qualidade dos bens e serviços
realizados por este setor, que conseqüentemente promovem a geração de entulho e
contribuem sobremaneira no volume de resíduos gerados.
No Brasil, PINTO (1986) estimou um índice médio de produção de entulho de
0,9 tonelada por metro quadrado construído e, aplicando este índice para a cidade de
São Carlos, por exemplo, obteve o cálculo de treze mil toneladas de entulho ao mês.
Dados do mesmo autor, em 1999, segundo LEITE (2001) mostram que no Brasil é
gerado 0,52 tonelada de entulho por habitante por ano, representando de 54% a 61% da
massa total de resíduos sólidos urbanos.
1
Outro fator de grande relevância na geração de resíduos da construção é o nível
de desenvolvimento sociocultural e econômico dos centros urbanos, pois o crescimento
econômico ocasiona, também, o crescimento do setor de construção, o que acarreta um
aumento na demanda de matéria prima e energia, e que por ingerência dos processos
produtivos pode aumentar também a geração de resíduos. Vale ainda salientar que no
Brasil, por exemplo, o déficit habitacional é um dos agentes propulsores para construção
de novas habitações, o que conseqüentemente contribui para geração de resíduos.
Segundo LEVY e HELENE (2000) um outro fator que contribui para geração de
resíduos foram as construções, em um passado não muito distante, de muitas estruturas
de concreto confeccionadas sem o conhecimento técnico necessário sobre a sua
durabilidade, o que levou, e leva, ainda hoje, à redução da vida útil das estruturas,
causando sério aumento no volume dos resíduos gerados.
Aliado a estes fatores tem-se ainda a falta de cultura de reciclagem nas reformas
e demolições, o que contribui de forma significativa na geração de resíduos.
Existe ainda o fator desastre que pode ser tanto de ordem natural (terremotos e
avalanches) como causado pelo homem, ou seja, guerras e bombardeios, ou ainda os
decorrentes de falhas estruturais, que culminam com a geração de resíduos de
construção e demolição.
Diante do exposto acima pode-se verificar que são várias as fontes geradoras de
resíduos da construção e demolição, mas não é só a geração de resíduos que preocupa o
setor. À medida que o tempo passa tornam-se cada vez mais escassas as fontes de
recursos naturais não renováveis, próximo aos grandes centros urbanos, como as de
agregados a serem utilizados no setor da construção civil. Aliado a isto, os problemas
com o gerenciamento dos resíduos gerados, o escasseamento de áreas de disposição e a
limpeza urbana, entre outros, são pontos de grande relevância e que precisam ser
avaliados na análise do impacto ambiental causado por um determinado setor.
Porém, o somatório de todos estes fatores impulsiona a busca de soluções e de
alternativas a fim de minimizar o impacto ambiental gerado pela indústria da
construção.
A nova geração de engenheiros geotécnicos tem se despertado na busca de
soluções dos problemas ambientais que são causados pela alta geração de resíduos da
construção civil, pois são sabedores que o desenvolvimento sustentável requer uma
redução do consumo de matérias primas não renováveis.
2
Reciclagem do resíduo da construção civil
A reciclagem desponta como a melhor alternativa para reduzir o impacto que o
ambiente pode sofrer com o consumo de matéria prima e a geração desordenada de
resíduos.
Ultimamente a reciclagem de resíduos tem sido incentivada em todo o mundo,
seja por questões de ordens políticas, econômicas ou ambientais. Esta técnica de
minimização de resíduos é importante, pois com a reciclagem de resíduos de construção
e demolição haverá uma diminuição do impacto ambiental nos grandes centros e uma
elevada contribuição no gerenciamento dos problemas causados pelo alto volume que
diariamente é produzido. Haverá um crescimento da vida útil dos aterros sanitários,
diminuição dos pontos de descarte clandestinos, (causadores do agravamento das
enchentes urbanas) e redução dos custos de gerenciamento de resíduos.
Porém, para que haja aceitação no mercado de um produto resultante da reciclagem
é necessário conhecê-lo muito bem quanto às suas propriedades físicas, químicas e
tecnológicas, bem como a viabilidade econômica de sua produção e utilização. Quanto
ao aspecto físico deve-se levar em consideração que um dos maiores problemas do
agregado reciclado do resíduo da construção e demolição é a heterogeneidade, pois a
sua composição mineral pode variar com a etapa em que se encontra a obra, podendo o
mesmo apresentar alto teor de material cerâmico, durante a execução de alvenaria de
tijolo cerâmico, ou de argamassa na fase de revestimentos, ou ainda de concreto na fase
estrutural. Com relação às propriedades químicas é necessário avaliar qualitativa e
quantitativamente os impactos ambientais que podem ser causados com a utilização
desse produto, tais como as possíveis contaminações químicas das águas subterrâneas e
superficiais e as interações deste produto com o solo. A economia também deve ser
avaliada, pois a viabilidade de produção do agregado reciclado está condicionada ao
fato do mesmo ter um custo inferior ao do agregado natural.
Utilização do resíduo da construção e demolição reciclado
Quanto à utilização dos resíduos de construção e demolição, atualmente, várias
são as suas aplicações e algumas delas já estão bem difundidas, tais como, a utilização
na confecção de blocos de concreto, argamassa para revestimentos, em base e sub-base
de pavimentos, na produção de concretos magros sem fins estruturais, entre outros.
3
Especificamente, quanto ao uso do resíduo da construção e demolição (RCD)
reciclado como material alternativo na cobertura de aterros sanitários, não existem
muitas publicações em literaturas técnicas. Porém, segundo KOERNER e DANIEL
(1997), alguns materiais de construção e demolição podem ser usados no sistema de
cobertura final. Tem-se conhecimento que o resíduo da construção e demolição, sem
passar por um processo de beneficiamento, vem sendo utilizado empiricamente em
vários centros urbanos, como por exemplo no aterro metropolitano de Jardim
Gramacho, Duque de Caxias – RJ. Sabe-se também que na cidade de Belo Horizonte -
MG, existe um aterro sanitário, em que o resíduo da construção e demolição (sem passar
por um processo de beneficiamento) tem sido utilizado como camada de cobertura
diária, porém com acompanhamento e avaliação da compactação deste material
(SIMÕES et al, 2003).
1.2 – Objetivos da pesquisa:
Este trabalho tem como objetivo geral avaliar a possibilidade de utilização do
agregado reciclado miúdo proveniente do beneficiamento do resíduo da construção e
demolição (RCD) como material substitutivo, total ou parcial, dos agregados naturais
que são usados nas diversas camadas de um sistema de cobertura final de aterros.
Os objetivos específicos são:
avaliar algumas propriedades físicas do agregado reciclado miúdo produzido a partir
do resíduo de construção e demolição, comparando os resultados obtidos com as
especificações da Norma Brasileira para agregados naturais (por exemplo:
granulometria, densidade, entre outras);
avaliar os parâmetros geotécnicos exigidos para cada camada do sistema de
cobertura final, e quais os que se assemelham aos encontrados no agregado
reciclado miúdo de RCD.
avaliar o comportamento mecânico do agregado reciclado miúdo, em termos de
resistência ao cisalhamento;
avaliar, por análises químicas, se o agregado reciclado miúdo possui substâncias
consideradas contaminantes; e
4
avaliar em quais camadas do sistema de cobertura final de aterros o agregado
reciclado miúdo do RCD pode ser aplicado como material substituto do agregado
natural.
1.3 – Estrutura da apresentação da pesquisa
Esta dissertação está dividida em sete capítulos. Uma breve introdução, com
abordagem de questões relativas à justificativa e importância da pesquisa, bem como
seus objetivos, estão apresentados no Capítulo 1.
O segundo capítulo apresenta a revisão bibliográfica sobre resíduos de
construção e demolição no tocante a assuntos mais genéricos como a quantidade,
composição, métodos e equipamentos de beneficiamento disponíveis para este tipo de
resíduo, uma avaliação dos tipos de impurezas que podem estar presentes na sua
composição e, por fim, alguns aspectos econômicos relativos ao resíduo.
No terceiro capítulo apresenta-se a revisão bibliográfica de alguns tipos de
sistema de cobertura de aterros, sua composição por camadas, os materiais mais
comumente utilizados nestas camadas e, por fim, a questão das possíveis alternativas de
cobertura para regiões de clima árido e semi-árido.
O quarto capítulo apresenta a revisão bibliográfica sobre a condutividade
hidráulica saturada e não saturada, tipos de sucção no solo e correlações com a
condutividade não saturada.
O quinto capítulo descreve o programa experimental da pesquisa. Neste capítulo
apresentam-se a caracterização do agregado reciclado, os métodos utilizados para a
realização dos ensaios de condutividade hidráulica, erodibilidade, cisalhamento direto,
solubilização e lixiviação.
O sexto capítulo apresenta a análise e discussão dos resultados obtidos.
No sétimo capítulo são feitas as conclusões finais e sugestões para trabalhos
futuros. Na bibliografia constam as principais referências que serviram de base para a
pesquisa e nos anexos, planilhas de ensaios realizados durante a pesquisa.
5
2 – RESÍDUO DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO
2.1 – Definições, conceitos e classificação
Definição:
O resíduo da construção e demolição pode ser definido como as sobras e rejeitos
de materiais provenientes de obras de construções novas ou de reformas e de
demolições.
A Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002, define este resíduo com
os seguintes termos:
Resíduo da construção civil: são os provenientes de construções, reformas,
reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação
e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em
geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados,
forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos,
tubulações, fiação elétrica etc, comumente chamados de entulhos de obras,
caliça ou metralha.
A mesma Resolução também conceitua e define outras terminologias que são
importantes para um melhor entendimento deste trabalho, dentre os quais destacam-se
as seguintes:
Geradores: são pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas,
responsáveis por atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos
definidos nesta Resolução;
Agregado Reciclado: é o material granular proveniente do beneficiamento
de resíduos de construção que apresente características técnicas para a aplicação
em obras de edificação, de infra-estrutura, em aterros sanitários ou outras obras
de engenharia;
Gerenciamento de resíduos: é o sistema de gestão que visa reduzir,
reutilizar ou reciclar resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades,
6
práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as ações
necessárias ao cumprimento das etapas previstas em programas e planos;
Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo sem
transformação do mesmo;
Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter
sido submetido à transformação;
Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo a operações e/ ou
processos que tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam que
sejam utilizados como matéria-prima ou produto;
Aterro de resíduos da construção civil: é a área onde serão empregadas
técnicas de disposição de resíduos da construção civil Classe “A” no solo,
visando a reservação de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso
futuro e/ ou futura utilização de área, utilizando princípios de engenharia para
confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao
meio ambiente;
Áreas de destinação de resíduos: são áreas destinadas ao beneficiamento
ou à disposição final dos resíduos.
Classificação
Para classificação dos resíduos da construção e demolição tomam-se por base os
parâmetros estabelecidos na norma brasileira, que trata da classificação de resíduos
sólidos, a NBR 10004 (2004).
A Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002 classifica o resíduo da
construção civil dentro das seguintes classes:
Classe A – são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais
como:
7
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de
outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações:
componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.),
argamassa e concreto;
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas
em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc) produzidas nos canteiros de obras;
Classe B – são resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos,
papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;
Classe C - são resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou
aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais
como os produtos oriundos do gesso;
Classe D – são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como
tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições,
reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.
2.2 – Histórico
Ao contrário do que se imagina, a prática do uso de agregado reciclado
proveniente dos resíduos da construção e demolição não é recente. Alguns estudos
registram que os romanos já faziam uso de alvenaria britada para produção de concreto
(SCHULZ e HENDRICKS, 1992, apud LEITE, 2001).
Porém, a primeira utilização significativa de resíduo da construção e demolição
se evidenciou após o término da 2ª guerra mundial, pois devido à destruição de
inúmeras edificações, milhares de escombros ficaram espalhados pelas cidades e alguns
fatores como o destino a ser dado ao enorme volume de entulho gerado, a necessidade
de aquisição de matéria-prima e da própria reconstrução das cidades, culminaram com a
reutilização parcial dos resíduos.
Na Europa, cidades alemãs e inglesas são exemplos do uso dos escombros
deixados pela guerra. A partir daí vários trabalhos e pesquisas vêm sendo desenvolvidos
na tentativa de melhorar a utilização de resíduos da construção e demolição. Baseados
8
nestes fatos LEVY e HELENE (2000) afirmam que 1946 foi o marco para o início do
desenvolvimento de técnicas para utilização do resíduo da construção e demolição.
No Japão, na década de 70, foram propostas as primeiras normas para utilização
de agregado reciclado de concreto (LEITE, 2001). E, segundo VÁSQUEZ e BARRA
(2000), neste país dois terços do resíduo de concreto demolido é utilizado na
pavimentação.
No Brasil, o arquiteto Tarcísio de Paula Pinto (1986) apresentou o primeiro
estudo sistemático sobre a utilização de resíduos da construção e demolição. Seu estudo
visava o uso do agregado reciclado na produção de argamassas (PINTO, 1986).
Porém, foi na década de 90 que efetivamente a reciclagem começou no Brasil,
mais especificamente na cidade de Belo Horizonte. Atualmente a técnica está em
expansão e existem usinas de reciclagem em alguns estados do país (LEITE, 2001).
2.3 – Composição do resíduo da construção e demolição
Vários estudos foram realizados, tanto no Brasil como no exterior, para
determinação da composição do resíduo da construção e demolição e, em todos eles,
ficou comprovado que a sua composição final depende muito da fonte que o originou.
Segundo CARNEIRO (2001), além dos fatores regionais, as diferenças observadas na
composição do entulho podem ser atribuídas ao período de amostragem, à técnica de
amostragem utilizada e ao local de coleta da amostra (canteiro/aterro). Por fim, os tipos
de obras predominantes podem influenciar na composição do entulho, conforme o
exemplo da cidade de Hong Kong, demonstrado na tabela 2.1.
9
TABELA 2.1 – Índices de composição de RCD em Hong Kong
Componentes
presentes
Trabalhos
rodoviários (%)
Escavações
(%)
Sobras de
demolição
(%)
Obras
diversas
(%)
Sobra de
limpeza (%)
concreto 48,0 6,1 54,1 17,5 18,4
tijolos - 0,3 6,3 12,0 5,0
areia 4,6 9,6 1,4 3,3 1,7
Solo, poeira e
lama 16,8 48,9 11,9 16,1 30,5
rocha 7,0 32,5 11,4 23,1 23,9
asfalto 23,5 - 1,6 - 0,1
metais - 0,5 3,4 6,1 4,4
Madeira de
construção 0,1 1,1 7,2 18,3 10,5
Papel e mat.
orgânica - 1,0 1,6 2,7 3,5
outros - - 0,9 0,9 2,0
Fonte: Hong Kong, Polytechnic (1993), citado por LEVY (1997)
De acordo com as análises feitas por PINTO (1986), em estudo que realizou
sobre a composição do resíduo de construção proveniente dos canteiros de obras da
cidade de São Carlos, no estado de São Paulo, cerca de 64% da composição do resíduo é
de argamassa, 30% de componentes cerâmicos e os 6% restantes de outros materiais.
Sendo que para este estudo foram avaliadas 33 amostras de diferentes pontos de coleta
na cidade. A figura 2.1 ilustra estes percentuais.
10
Argamassa (63,67%) Tijolos maciços (17,98%)
Telhas, lajotas, etc. (11,11%) Concreto (4,38%)
Pedras (1,38%) Ldrilhos de concreto (0,39%)
Cimento Amianto (0,38%) Papel e matéria orgânica (0,20%)
Solo (0,13%) Blocos de concreto (0,11%)
Madeira (0,11%)
FIGURA 2.1- Distribuição da composição do resíduo da construção e demolição de São
Carlos/SP - (PINTO, 1986)
Em estudos apresentados por CARNEIRO (2001) na determinação da
composição dos resíduos da construção da cidade e de Salvador, chegou-se a conclusão
que, na sua composição, cerca de 94% de materiais possuem alto potencial para
reciclagem e utilização posterior na construção civil. E ainda que 53% da composição
são provenientes de concreto e argamassa, 14% de cerâmicas vermelha e branca, 5% de
rochas naturais, que juntos perfazem 72% do entulho estudado. Esses materiais, após
um processo de britagem, podem produzir agregados graúdos com alto potencial de
utilização na construção civil. Outra parte significativa desse entulho é composta por
solo e areia (22%), que após a britagem será ainda maior. Pela figura 2.2 (composição
média do entulho de Salvador ) podem-se visualizar estes percentuais.
Concreto e argamassa (53%)
Cerâmica vermelha (9%)
Cerâmica branca (5%)
Solo e areia (22%)
outros (2%)
Pláticos (4%)
Rocha naturais (5%)
FIGURA 2.2 - Composição média do entulho de Salvador/BA (CARNEIRO, 2001)
11
Pode-se observar nestes estudos que existem diferenças na composição final do
resíduo da construção e demolição, tanto em cidades de diferentes regiões do Brasil
como São Carlos - SP (região sudeste) e Salvador – BA (região Nordeste), bem como
no exterior (Hong Kong). Estas diferenças são justificadas por diversos fatores, que
estão diretamente associados ao local estudado, dentre os quais se destacam:
O tipo de obras desenvolvidas (edificações, metrô, esgotamento sanitário,
restauração de centros históricos);
O desenvolvimento econômico e cultural;
Os tipos de materiais predominantes na região;
O tipo de arquitetura das edificações; e
As técnicas de construção e demolição empregadas.
2.4 – Impurezas na composição do resíduo da construção e demolição
Não se deve descartar a possibilidade de encontrar nestes resíduos substâncias
contaminantes, pois a sua composição química e o risco de contaminação estão
relacionados diretamente com os materiais utilizados na obra que o originou. Apesar de
a maioria das construções e demolições produzirem resíduos inertes, pode haver casos
em que a matéria-prima utilizada altere a classificação do entulho.
Um exemplo é o agregado gerado pela reciclagem de concretos produzidos com
escória com alto teor de metais pesados, que estavam encapsuladas na matriz do
cimento e que podem ser prejudiciais ao meio ambiente e à saúde dos trabalhadores e
usuários (CASSA et al, 1998).
È importante a realização de estudos mais minuciosos sobre os agregados
reciclados a fim de se detectar a existência e os tipos de contaminantes. Estes estudos
devem relacionar os possíveis contaminantes que são passíveis de serem encontrados
nos agregados reciclados e explicitar os seus valores orientadores, para viabilizar ou não
a sua aplicação.
12
2.5 – Beneficiamento do resíduo da construção e demolição
O processo de beneficiamento dos resíduos da construção e demolição inicia-se
com a coleta, passando na seqüência pelo transporte, triagem, britagem, peneiramento, e
termina na estocagem.
Neste processo estão inseridas as usinas de reciclagem, compostas por
equipamentos trituradores, que são os mais importantes na linha de produção dos
agregados reciclados. Estes trituradores são denominados de britadores, que podem ser
do tipo mandíbulas ou de impacto.
Quanto à implantação de uma usina de reciclagem ou unidade recicladora,
alguns aspectos devem ser observados, dentre os quais destacam-se: o local de sua
instalação e volume de entulho a ser reciclado.
No que tange ao local de instalação deve ser analisado se o mesmo está inserido
dentro do contexto urbano e o mais próximo possível das fontes geradoras. Deve-se
observar ainda se as vias de acesso facilitam o tráfego e transporte do agregado
reciclado.
Outro fator de grande relevância na implantação de uma unidade recicladora é o
impacto ambiental que a mesma pode causar. Para evitar danos ao meio ambiente e às
populações que porventura habitarem no entorno, faz-se necessário a instalação de
equipamentos que reduzam os ruídos causados pelos britadores bem como a emissão de
poeiras.
Num trabalho realizado por CARNEIRO (2001), na cidade de Salvador/BA
foram implantados pontos de coleta de entulho espalhados em pontos estratégicos na
cidade, denominados de Pontos de Descarga de Entulho (PDE), com limite de recepção
diária de 2 m
3
por transportador. Esta alternativa obteve resultados positivos, pois
diminuiu o descarte de entulhos nos terrenos baldios e nos cursos d’água. Os PDE são
importantes no processo de reciclagem porque funcionam como elo de ligação entre o
gerador e a usina de reciclagem.
13
No Brasil, algumas prefeituras têm implantado usinas de reciclagem de entulho e
são exemplos de sucesso, tais como a da cidade de Belo Horizonte/MG; São Paulo/SP;
São José dos Campos/SP; Ribeirão Preto/SP; Piracicaba/SP; Londrina/ PR; e Muriaé/RJ
entre outras.
2.5.1- Equipamentos utilizados no beneficiamento do resíduo da construção e
demolição
Dentre os vários equipamentos existentes, destacam-se os britadores. Cada tipo
de britador, segundo alguns autores, possui vantagens e desvantagens.
Britadores de mandíbula
É um equipamento que fratura o resíduo da construção e demolição por
esmagamento das partículas. Este tipo de britador, segundo LIMA (1999), não reduz
muito o tamanho das partículas, sendo utilizado como britador primário. Desta forma
produz agregados graúdos em grande quantidade, sendo necessária uma rebritagem em
moinhos de martelo ou britadores de mandíbula de pequeno porte, entre outros
equipamentos.
Vantagens do equipamento:
Segundo HANSEN (1992) este equipamento:
o Proporciona distribuição granulométrica de agregados mais adequada
para o uso em concreto;
o Produz apenas 20% de finos abaixo de 4,8 mm.
Desvantagens do equipamento:
Segundo LIMA (1999) este equipamento:
o Necessita de uma segunda britagem, que aumenta o custo do processo;
o Não é recomendável para britagem de peças de madeira ou de maiores
dimensões, pois geralmente quebram o eixo do britador;
o Apresenta alta emissão de ruídos.
14
Britador de Impacto
Este equipamento pode ser utilizado em britagem primária e secundária, a
depender da necessidade. Possui uma câmara de impacto na qual o material é britado
através do choque de martelos maciços fixados por um rotor e pelo choque com placas
fixas (LIMA, 1999).
Vantagens do equipamento:
Segundo LIMA (1999) este equipamento:
o É robusto e processa tanto peças de concreto armado, quanto vigas de
madeira;
o Promove alta redução das peças britadas. Às vezes dispensa a
rebritagem, pois gera uma quantidade de finos razoável;
o Gera grãos de forma cúbica, com boas características mecânicas;
o Apresenta baixa emissão de ruídos.
Desvantagens do equipamento:
Segundo HANSEN (1992) este equipamento apresenta desvantagens devido ao
seu alto custo de manutenção, com alto desgaste.
2.5.2 – Características do material beneficiado
CARNEIRO (2001), apresentou um trabalho de caracterização do agregado
reciclado da cidade de Salvador, onde se buscou definir parâmetros adequados ao seu
emprego na produção de materiais de construção e ainda identificar aplicações que
maximizassem sua utilização na construção civil. Neste trabalho o entulho foi
fragmentado por um britador de mandíbulas e separado granulometricamente por uma
peneira vibratória, o que resultou na produção de dois tipos de materiais com
granulometrias distintas, ou seja, o agregado reciclado miúdo (material passante na
peneira 4,8mm) e o agregado reciclado graúdo (material passante na peneira 19mm). A
amostragem dos agregados seguiu os procedimentos da NBR 7216/87.
As características do material beneficiado, resultado deste processo foram as
seguintes:
15
Agregado reciclado miúdo - a distribuição granulométrica (figura 2.3) e sua
classificação de acordo com a ABNT (NBR 6502/95); ASTM - American Society for
Testing Material (1980) e ME 083/98 do DNER, citados por CARNEIRO (2001)
indicam tratar-se de um material predominantemente constituído de areia (grossa, média
e fina), com baixo percentual de argila e silte (18% ABNT e 20% DNER). Esse
resultado constata que o agregado reciclado miúdo apresenta uma classificação
granulométrica arenosa. Pela USCS – Unified Soil Classification (CASAGRANDE,
1998), citados por CARNEIRO (2001) esse material é classificado como SM, ou seja,
material granular, com uma quantidade apreciável de partículas finas, no entanto não
plástico.
FIGURA 2.3 - Curva Granulométrica do agregado reciclado miúdo de Salvador.
Fonte: CARNEIRO (2001).
16
A tabela 2.2 apresenta os percentuais de materiais obtidos de acordo com
ABNT, ASTM e DNER.
TABELA 2.2 – Classificação granulométrica do agregado reciclado miúdo de
Salvador
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
ABNT ASTM DNER
Pedregulho 0% 0% 0%
Areia grossa 0% 6% 10%
Areia média 10% 31% -
Areia Fina 72% 2% 70%
Silte 2% 47% 4%
Argila 16% 14% 16%
Fonte: CARNEIRO (2001)
Agregado reciclado graúdo – A distribuição granulométrica (figura 2.4),
conforme as classificações da ABNT, ASTM e DNER indicou uma predominância de
pedregulho, notando-se, ainda, uma fração significativa de areia grossa, média e fina.
Além disso, o percentual de silte e argila é bastante baixo, indicando que este material
possui pouca quantidade de material fino.
FIGURA 2.4 - Curva Granulométrica do agregado reciclado graúdo de Salvador
Fonte: CARNEIRO (2001)
17
A tabela 2.3 apresenta os percentuais de materiais obtidos de acordo com
ABNT, ASTM e DNER.
TABELA 2.3 – Classificação granulométrica do agregado reciclado graúdo de
Salvador
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
ABNT ASTM DNER
Pedregulho 50% 59% 59%
Areia grossa 9% 8% 13%
Areia média 13% 18% -
Areia Fina 22% 2% 21%
Silte 3% 11% 4%
Argila 3% 2% 3%
Fonte: CARNEIRO (2001)
2.6 – Aspectos econômicos da produção e utilização do RCD
Dentre os vários fatores que são considerados quanto à viabilidade de produção
e lançamento no mercado de um produto reciclado está o fator econômico.
No caso do agregado reciclado é necessário verificar o seu custo final e
compará-lo com o custo dos agregados naturais.
Segundo o estudo realizado por PINTO (1999), apud CARNEIRO (2001), o
custo do agregado reciclado, incluindo os custos de manutenção com os equipamentos
da usina, provisão de água, força e luz, custos de mão-de-obra, juros, amortização e
equipamentos para manejo interno, tem apontado para valores na ordem de R$ 5,00 por
tonelada processada. Este valor, se comparado ao de um agregado natural, é bem
inferior.
Segundo MACHADO Jr. e LATTERZA (1997), o custo por metro cúbico de
agregado reciclado é aproximadamente 20 % do custo do agregado natural. Dados
levantados por BRITO FILHO (1999) na usina de reciclagem de São Paulo, indicam o
18
custo dos agregados reciclados entre R$ 5,20 a R$7,80 por metro cúbico (R$ 4,00 a R$
6,00 por tonelada), contra valores da ordem de R$ 20,00 por metro cúbico de agregado
natural comercializado na região, ou seja, uma economia de cerca de 67 %,em média.
Outro fator importante quanto ao aspecto econômico do resíduo da construção e
demolição é o seu gerenciamento.
Pelos levantamentos realizados pela I&T em Belo Horizonte/MG e nas cidades
de São José do Rio Preto, Jundiaí e Santo André, todas no estado de São Paulo, de
acordo com LIMA (1999), os custos de remoção e aterramento dos resíduos estão cada
vez mais altos, devido ao escasseamento dos locais de disposição e pelo aumento das
distâncias a serem percorridas. A tabela 2.5 expõe os custos de gerenciamento de
resíduos da construção e demolição em alguns municípios brasileiros.
TABELA 2.4 - Custos do gerenciamento de resíduos da construção e demolição
em alguns municípios brasileiros.
MUNICÍPIO FONTE CUSTO
Belo Horizonte/MG SLU – 1993 US$ 7,92/t
São José dos Campos/SP I&T – 1995 US$ 10,66/t
Ribeirão Preto/SP I&T – 1995 R$ 5,37/t
São José do Rio Preto/SP I&T - 1997 R$ 11,38/t
Fonte: LIMA (1999)
O mesmo autor também afirma que o gerenciamento de resíduos, que envolve
coletá-los, transportá-los e aterrá-los, é mais dispendioso do que reciclá-los.
Analisando os fatores citados acima, verifica-se que existe viabilidade quanto ao
aspecto econômico na produção de agregado reciclado.
19
3 – SISTEMA DE COBERTURA FINAL EM ATERROS
Quando os aterros encontram-se com suas áreas de disposição totalmente
utilizadas, tendo ocupado todo o espaço físico previsto em projeto, e se deseja prover a
separação física entre o resíduo e o meio ambiente, visando à proteção da saúde pública,
existe a necessidade da construção de um sistema de cobertura final.
3.1 – Fatores avaliados no projeto do sistema de cobertura final
Para a confecção de um projeto do sistema de cobertura final de aterros de
disposição de resíduos devem ser considerados e avaliados vários fatores, dentre os
quais destacam-se:
- O tipo e a classe de resíduo a ser coberto, se ele é um resíduo sólido urbano
( RSU), resíduo perigoso, resíduo radioativo, etc;
- O balanço hídrico do local onde está implantado o aterro. Tal fator é de suma
importância para determinação do tipo de material a ser utilizado como cobertura, tendo
em vista que quanto maior o índice pluviométrico do local, menor deverá ser a
permeabilidade do solo a ser aplicado como cobertura;
- O clima do local também é um fator relevante, pois o clima influencia
diretamente não só na definição do tipo de solo a ser utilizado na cobertura, como
também no dimensionamento da espessura da camada da cobertura. Por isso, o projeto
de um sistema de cobertura para atender um aterro localizado em uma região de clima
árido ou semi-árido terá especificações e dimensionamentos um tanto quanto diferentes
dos projetos que atenderão a aterros construídos em regiões de clima úmido;
- A estabilidade dos taludes do sistema de cobertura é outro fator a ser avaliado.
Para isto deverão ser verificados a erodibilidade e a resistência ao cisalhamento do solo
que se pretende usar como cobertura, projetando de forma que a inclinação dos taludes
proporcione segurança e estabilidade a todo o sistema de cobertura final. Ainda com
relação à estabilidade vale ressaltar que os impactos adversos à mesma podem ser
minimizados ou até mesmo eliminados por meio de um sistema adequado de drenagem;
- A recuperação da área do aterro, o que pode ser realizado por meio de um
sistema de revegetação.
20
3.2 – Cobertura
3.2.1 – Tipos de Cobertura
Dependendo do propósito a ser atingido e do que for definido no projeto do
sistema de cobertura final, poderão existir vários tipos de cobertura. De acordo com a
ilustração ( figura 3.1 ) existem três condições diferentes de cobertura final.
FIGURA 3.1 – Tipos de cobertura
Fonte: KOERNER e DANIEL (1997)
21
A configuração apresentada na:
- Figura 3.1(a) representa um tipo de cobertura final que tem por objetivo o controle
de infiltração de água para o interior do aterro, minimizando a percolação.
- Figura 3.1(b) o controle de liberação de gases de dentro do aterro.
- Figura 3.1(c) prove a separação física entre o resíduo e o meio ambiente,
visando a proteção da saúde pública.
3.2.2 – Componentes de um sistema de cobertura final
O sistema de cobertura final de aterros de resíduos sólidos urbanos, aterros de
resíduos perigosos e os projetos de ações corretivas (incluindo os depósitos de resíduos
abandonados) possui um número muito similar de componentes, em todas estas
condições. Conforme ilustrado na figura 3.2, existem 6 ( seis) componentes básicos em
um sistema de cobertura final, que são:
FIGURA 3.2 – Camadas de um sistema de cobertura final
Fonte: KOERNER e DANIEL (1997)
No entanto, nem todos os componentes são necessários em todos os tipos de sistema
de cobertura final. A camada de drenagem, por exemplo, pode não ser necessária em
sistemas de cobertura final de regiões áridas. Da mesma forma, a camada de coleta de
gás pode ser exigida para algumas coberturas, mas não para outras. Isto dependerá se o
resíduo ou o material contaminado produzem gases que necessitem de coleta e
gerenciamento.
22
Algumas camadas podem ser também combinadas. Por exemplo, tem-se
verificado que a camada de superfície pode ser combinada com a camada de proteção,
formando uma única camada. Da mesma forma, a camada de coleta de gás (composta
por solo granular) é freqüentemente combinada com a camada de base, formando uma
única camada. Vale ressaltar que para a construção dessas camadas, além dos solos
naturais, são utilizados também os materiais geosintéticos (KOERNER e DANIEL,
1997).
Camada de superfície
A função primária desta camada é separar os componentes que se encontram
abaixo da mesma do meio ambiente. Para esta camada são utilizados solos naturais
(misturados ou não), cascalhos, concreto asfáltico e outros materiais, inclusive alguns
materiais de demolição e construção.
Quando esta camada é construída por solos naturais, proporciona suporte para o
plantio de vegetação e conseqüentemente promove a transpiração da água de volta para
a atmosfera e reduz a erosão, pois a vegetação nesta camada diminui o impacto da
chuva e o efeito da velocidade do vento.
Geralmente o melhor material a ser utilizado na construção desta camada é uma
mistura de argila, silte e areia.
Outro aspecto importante na camada de superfície é a sua inclinação, que deve
ser avaliada a fim de garantir a estabilidade do conjunto e evitar a erosão.
Conforme ilustra a figura 3.3, muitas coberturas finais possuem uma seção
inclinada relativamente plana no topo e mais íngremes nas laterais, sendo que o
potencial de erosão é maior nas seções laterais. Para controlar a erosão é necessário
prover o desvio da água da superfície ao longo da seção, principalmente nas seções com
inclinações acima de 5% (KOERNER e DANIEL, 1997).
23
FIGURA 3.3 – Tipos de configurações de cobertura final
Fonte: KOERNER e DANIEL (1997)
A figura 3.4 ilustra o desvio da água de superfície, o qual é feito por meio de
bancadas perpendiculares à seção inclinada, as quais interceptam o fluxo ao longo da
seção.
FIGURA 3.4- Modelo de sistema de drenagem de águas pluviais
Fonte: ROBERT e DANIEL (1997)
24
Quanto à espessura de projeto da camada de superfície, foi verificado que pode
ser maior que 150 mm, mas isto depende de muitos fatores, como por exemplo as raízes
de plantas cultivadas nesta camada. Se as raízes penetram a uma profundidade além dos
150mm é recomendada uma espessura de solo maior, de forma a acomodar o
crescimento das raízes.
Se, no entanto, a camada de superfície for composta de material granular a
espessura mínima usual é de 150 mm.
Deve ser observada também a questão da seleção de espécies de plantas, tendo
em vista que arbustos e árvores são inadequados, devido a suas raízes se estenderem a
profundidades que normalmente invadem as camadas que se encontram abaixo,
podendo provocar trincamentos e comprometer o sistema de cobertura final.
Camada de proteção
A camada de proteção encontra-se diretamente abaixo da camada de superfície, e
em alguns casos as duas podem ser combinadas, formando uma única camada. É
utilizada para proteger as camadas do sistema de cobertura que se encontram abaixo e
armazenar a água que percola através da camada de superfície.
Enquanto a grande maioria das coberturas possui uma camada de proteção,
algumas não possuem. Nestes casos a camada de superfície pode ser colocada de forma
direta sobre a camada de drenagem ou barreira. Porém tal prática não é muito
apropriada, pois caso haja erosão na camada de superfície, poderá haver
conseqüentemente um rompimento desta camada e das subjacentes.
No caso de aterros de resíduos perigosos, onde a percolação mínima através do
sistema de cobertura final é necessária, a camada de proteção é recomendada e
usualmente necessária.
Caso o projeto do sistema de cobertura exija que a camada de superfície seja
composta de vegetação, a camada de proteção deve ser capaz de sustentar o crescimento
das espécies para minimizar a erosão.
Quanto à espessura da camada de proteção, deve-se ressaltar que a espessura
mínima necessária para esta camada depende de muitos fatores específicos do local e
que o dimensionamento da mesma deverá atender a vários requisitos, de forma que esta
espessura seja adequada para:
a) acomodar o sistema de raízes das plantas que se espera crescer na
camada de superfície;
25
b) diminuir a intrusão das raízes das plantas para dentro dos demais
componentes do sistema de cobertura;
c) prover uma adequada retenção de água com capacidade de atenuar a
infiltração da água de chuva para a camada de drenagem e sustentar a
vegetação em períodos secos;
d) prevenir para que os componentes do sistema de cobertura não sejam
danificados pela invasão de animais ou intrusão humana acidental;
e) proteger, caso necessário, os componentes do sistema de cobertura
contra os efeitos da umidade e dos ciclos de gelo e degelo; e
f) ser confeccionada com solo suficiente para acomodar ao longo do
tempo a perda por erosão.
Segundo KOERNER e DANIEL (1997) existem uma variedade de solos que
podem ser utilizados como camada de cobertura e a escolha do tipo de solo a ser usado
deve ser precedida de uma avaliação dos existentes no local onde se pretende construir a
cobertura. Os solos de granulometria média têm em geral características melhores para
germinar sementes e desenvolvimento de raízes das plantas. Os solos de textura fina,
como as argilas, são freqüentemente férteis, podendo apresentar dificuldades em
períodos úmidos para o estabelecimento inicial da vegetação. Solos arenosos podem ser
um problema devido à baixa retenção de água e à perda de nutrientes por lixiviação.
Outros materiais, como cascalhos, também podem ser usados como camada de proteção,
em aplicações especiais.
Camada de drenagem
A água que penetra para o interior do sistema de cobertura pode ser removida
usando-se uma camada de drenagem.
A camada de drenagem possui três funções principais, que são:
a) reduzir a carga hidráulica (do líquido) na camada inferior que
funciona como barreira, minimizando assim a quantidade de água
que infiltra para as camadas inferiores, do resíduo ou do solo
contaminado;
b) drenar a água do solo acima, permitindo absorver e reter a água
adicional; e
c) eliminar a poropressão na interface da barreira subjacente.
26
O grande problema na camada de drenagem é a sua obstrução excessiva ao
longo do tempo. A obstrução ocorre tanto em drenos de solos naturais como nos de
geossintéticos.
É importante ressaltar que, se por exemplo a estabilidade do talude depende do
funcionamento apropriado da camada de drenagem e esta camada encontra-se obstruída
excessivamente, a ruptura do talude se torna uma possibilidade muito real (KOERNER
e DANIEL, 1997). Portanto a camada de drenagem deve ser projetada, construída e
operada para funcionar sem obstrução excessiva durante o tempo útil de sua instalação.
Este tipo de problema pode ser evitado e prevenido com a incorporação de filtro
de solo ou geotêxtil entre a camada de drenagem e a camada superior.
Em regiões áridas, a necessidade e o projeto de uma camada de drenagem devem
ser baseados na freqüência e intensidade da precipitação e capacidade de retenção das
outras camadas do sistema de cobertura. Para estes locais pode ser possível a construção
de uma camada de superfície e de proteção que absorverá a maioria, se não toda a
precipitação que infiltra nestas camadas, eliminando assim a necessidade da construção
de uma camada de drenagem.
Os materiais mais comumente utilizados na construção desta camada são os
granulares, sendo que para esta camada, segundo KOERNER e DANIEL (1997), devem
ser observadas as seguintes especificações:
a) espessura mínima de 300 mm e seção inclinada (talude) com o
mínimo de 3% de inclinação, no fundo da camada;
b) condutividade hidráulica do material drenante não deve ser inferior a
1x10
– 2
cm/s;
c) não deve conter nenhum detrito ou partícula que possa causar danos
excessivos à geomembrana, nem devem conter finos que possam
obstruir excessivamente ou migrar para dentro da camada e obstruir a
área de saída; e
d) prever a inclusão de uma camada de filtro entre a camada de
drenagem e a camada de proteção acima para prevenir a obstrução
excessiva da camada de drenagem por partículas finas.
27
A figura 3.5 exemplifica três tipos de configurações de sistemas de drenagem
com a especificação dos materiais utilizados na sua construção.
FIGURA 3.5 – Tipos de sistemas de drenagem no pé do talude
Fonte: KOERNER e DANIEL (1997)
Camada de barreira hidráulica ou de gás
Esta camada tem a função de controlar o movimento de líquidos e/ou gases.
Para construção desta camada geralmente são utilizadas as seguintes categorias de
materiais:
28
Geomembranas;
Liner (revestimento) de argila geossintética (GCL); e
Liner (revestimento) de argila compactada (CCL).
Geomembranas:
As geomembranas formam uma parte essencial nesta camada.
Segundo KOERNER e DANIEL (1997), os critérios gerais esperados com a
utilização de geomembranas são os seguintes:
Prover uma barreira hidráulica capaz de impedir a entrada de água no
resíduo ou de diminuir a infiltração na camada de solo abaixo,
Prover uma barreira de gás, prevenindo contra a migração
descontrolada de gases para a atmosfera,
Funcionar como barreira hidráulica e/ou de gás por toda vida útil da
instalação e após o seu fechamento,
Funcionar de forma que não haja um contato íntimo com o CCL
subjacente ou GCL, isto no caso de estar sendo utilizado como um
liner composto,
Prover resistência por atrito adequada entre as superfícies e os
materiais adjacentes de forma que a estabilidade da seção inclinada
esteja assegurada,
Ser capaz de ter uma instalação razoável e competir dentro do
contexto de geomembranas com outros materiais de barreira, e
Ser de custo razoável e ter disponibilidade para competir com outras
geomembranas e outros materiais de barreira.
Liner de argila geossintética (GCLs)
Este material consiste de um produto fabricado com uma camada de bentonita
colocada entre geotêxteis ou adesivos unidos a uma geomembrana. A bentonita é um
componente de baixa condutividade hidráulica, sendo que o GCL constituído por
bentonita sódica apresenta uma condutividade hidráulica na ordem de 1x10
-9
a 5x10
-9
cm/s.
29
Liner de argila compactada (CCLs)
Este liner é constituído primariamente de solos naturais que são ricos em argila,
embora possa conter materiais processados como a bentonita.
Camada de coleta de gás
Esta camada fica localizada entre a camada de base e a camada de barreira
hidráulica/gás. Na construção desta camada devem ser observadas as seguintes
especificações (KOERNER e DANIEL, 1997):
Quando for utilizado solo natural, a camada deverá ter espessura
mínima de 300 mm,
Geossintéticos podem ser usados, desde que tenham características
de transmissividade equivalentes,
Os materiais utilizados nesta camada deverão ser granulares e
altamente permeáveis (como cascalhos e pedregulhos),
Quando for utilizado solo natural nesta camada, deverá existir um
ponto de abertura para o exterior para a disposição e tratamento,
O número de tubos de elevação verticais, através do sistema de
cobertura, deverão ser diminuídos e localizados em pontos altos da
seção da camada. Eles deverão ser projetados de forma a impedir a
infiltração de água por meio deles ou em seus entornos.
Os materiais usados na construção da camada coletora de gás deverão ter
especificações similares aos materiais granulares usados na camada de drenagem ou
similares aos materiais geossintéticos de drenagem. Estes materiais deverão ser
dispostos de tal forma que facilitem a construção e compactação.
Camada de fundação
Esta camada é construída imediatamente sobre o resíduo e serve de base para as
outras camadas que compõem o sistema de cobertura final. Dependendo do tipo de
resíduo que esteja sendo coberto, ela pode ser a última camada de solo colocado
diariamente, ou uma cobertura de solo temporária, ou ainda uma camada de solo
colocada previamente à construção do sistema de cobertura.
Quando esta camada possuir espessura superior a 300 mm e for de solo granular
poderá atuar também como uma camada de coleta de gás.
30
3.3 – Coberturas Alternativas
Em função dos vários fatores que são avaliados num projeto de cobertura final,
em particular aqueles que estão relacionados ao balanço hídrico e ao clima local, tem
sido incentivada a pesquisa e a descoberta de materiais alternativos para coberturas,
bem como de coberturas com diferentes números e espessuras de camadas. Alguns
estudos foram realizados e os resultados apresentados vêm demonstrando que as
coberturas finais construídas em aterros de locais de clima árido e semi-árido podem ter
especificações diferentes em relação a locais de outras condições climáticas.
Pesquisas nesta área foram realizadas por BLIGHT e FOURIE (1999) em dois
aterros sanitários em regiões semi-áridas, um em Joanesburgo (África do Sul) e outro
em Regina (Canadá). Para ambos foi considerado o balanço hídrico e as condições
climáticas (figura 3.6).
FIGURA 3.6- Balanço hídrico de duas regiões semi-áridas, (a) Joanesburgo-
África do Sul e (b) Regina - Canadá
BLIGHT e. FOURIE (1999)
A figura 3.6 ilustra a precipitação e a evapotranspiração durante todos os meses
do ano. A parte “a” da figura é relativa a Joanesburgo (África do Sul), local de clima
31
quente, e a parte “b” é relativa a Regina (Canadá), local de clima frio. Nestes dois locais
a precipitação é menor que a evaporação. Para Joanesburgo pode-se observar que existe,
em média, um déficit de água com potencial acumulado de evapotranspiração, durante
todo o ano. Para Regina este déficit é verificado entre os meses de abril a outubro
(meses mais quentes para o local).Vale ressaltar que a medida de evapotranspiração (E)
está relacionada a E
A,
que é uma medida de evaporação realizada dentro de um padrão
americano.
Através destes estudos BLIGHT e FOURIE (1999) concluíram que a produção
de líquido lixiviado nestes aterros é muito pequena ou em quantidade pouco
significativa. Tomando-se por base as evidências disponíveis verificou-se também que
não é necessário seguir rigorosamente os padrões para as camadas do sistema de coleta
de líquido lixiviado, sendo isto plenamente justificável em regiões áridas e em muitas
semi-áridas.
Já os estudos realizados em vários aterros nos Estados Unidos, por BENSON et
al (2003) apontam uma cobertura monolítica como uma alternativa mais comum para
aterros em regiões de clima árido e semi-árido. Esta nova opção está sendo considerada
como uma solução mais natural e de menor custo efetivo. Nos projetos destas coberturas
são avaliados e conhecidos a evapotranspiração e o balanço hídrico. É avaliada também
a textura do solo, com o intuído de verificar a infiltração das águas de chuva no mesmo.
A camada monolítica tem a função de limitar a percolação da água para dentro das
camadas de resíduo. Ela funciona como uma esponja que acumula a água infiltrada de
forma que as plantas retornem esta água para a atmosfera pelo fenômeno da
evapotranspiração.
Com relação à cobertura final para atender a aterros de resíduos sólidos urbanos
nos Estados Unidos, KOERNER e DANIEL (1997) citam a questão da percolação
passando pelas camadas e chegando até o resíduo e consideram três categorias de
cobertura final para resíduos sólidos urbanos, que são:
Mínima percolação permitida, usando camadas de geomembrana e
GCL combinadas, além do liner de argila;
Média percolação permitida, usando uma camada de geomembrana e
liner; e
32
Máxima percolação permitida, usando apenas camada de argila, além
da camada de superfície.
Sendo que a categoria de máxima percolação permitida é utilizada para atender
regiões de clima áridos e semi-áridos.
Também apresenta exemplos de coberturas finais com os respectivos materiais e
espessuras para cada camada, utilizadas em aterros de resíduos sólidos urbanos nos
Estados Unidos, que podem ser vistos na figura 3.7 (adaptada de KOERNER e
DANIEL, 1997).
FIGURA 3.7- Exemplos de duas coberturas finais de aterro sanitário que
permitem percolação máxima.
A figura 3.7 (a) apresenta uma cobertura com apenas duas camadas, sendo a
primeira camada composta de solo vegetativo com espessura de 150mm e a segunda
33
camada composta de um solo com coeficiente de permeabilidade K< 10
-5
cm/s e
espessura de 450mm.
A figura 3.7 (b) mostra uma cobertura composta também por duas camadas,
sendo a primeira camada constituída por material granular (cascalhos ou pedras para
pavimentação) com espessura de 300mm e a segunda de um solo com coeficiente de
permeabilidade K< 10
-5
cm/s e espessura de 450mm.
Segundo KOERNER e DANIEL (1997), as coberturas finais em regiões de
clima árido e semi-árido devem possuir configurações e especificações de solos a serem
utilizados diferentes das coberturas convencionais construídas em aterros de regiões de
clima úmido. Apresentam modelos alternativos de sistema de cobertura final, sendo que
em um deles é utilizado apenas o solo nativo, ou seja, o solo existente na própria região
árida ou semi-árida, onde se pretende construir a cobertura.
A figura 3.8 (adaptada de KOERNER e DANIEL, 1997) ilustra estes tipos de
coberturas alternativas.
FIGURA 3.8- Modelos de coberturas finais alternativas para regiões áridas e
semi-áridas (adaptada de KOERNER e DANIEL, 1997)
34
Com a análise das diversas configurações de cobertura, tanto convencional como
alternativas, pode-se perceber que cada camada do sistema de cobertura possui
características e funções específicas. Sendo que existem camadas em que a baixa
permeabilidade é primordial para que ocorra o funcionamento adequado, enquanto
outras não. A erosão é outro fator importante e que precisa ser evitado, pois
compromete a estabilidade do sistema de cobertura.
Verifica-se também que um mesmo material pode ser aplicado em diferentes
camadas, desde que haja adequabilidade entre os seus parâmetros geotécnicos e as
características e funções das camadas. Desta forma:
Um solo fino (como a argila) que possui baixo coeficiente de
permeabilidade pode ser utilizado na camada de proteção, pois atenua a
infiltração da água de chuva para camada de drenagem, bem como nas
camadas de barreira hidráulica, barreira capilar e de fundação; e
Um solo granular (como a areia) por ser mais permeável pode ser
utilizado como barreira capilar, bem como camada de fundação e em
condições não saturadas como barreira hidráulica. Pode também ser
aplicado na camada de superfície, sendo que para isto deverá ser feito o
plantio de vegetações e/ou a sua construção em taludes.
35
4 – CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA
4.1 – Conceitos
Condutividade hidráulica ou permeabilidade é uma propriedade que os solos
apresentam de permitirem a passagem (percolação) de um determinado fluido, como por
exemplo a água, através deles, sendo o seu grau expresso numericamente pelo
coeficiente de permeabilidade.
HEAD (1982) define a condutividade hidráulica como a taxa na qual um fluido
(geralmente água) sob pressão pode difundir através dos vazios de um solo. O
coeficiente de permeabilidade (k) é a velocidade de escoamento média do fluxo de água
em um solo sob a ação de um gradiente hidráulico unitário. É geralmente expresso em
metros por segundo (m/s) ou centímetros por segundo (cm/s).
A condutividade hidráulica pode ser saturada e não saturada.
Saturada: é aquela que ocorre quando o solo atinge o grau de saturação, de
forma que o volume de vazios é totalmente preenchido com água.
Não saturada: é aquela que ocorre no solo em qualquer condição de
umidade menor do que a de saturação.
4.2 – Fatores que influenciam a condutividade hidráulica
A condutividade hidráulica depende de vários fatores, dentre os quais destacam-
se o índice de vazios, o grau de saturação, a estrutura, textura e composição
mineralógica do solo, o peso específico e viscosidade do líquido percolante.
4.2.1 - Índice de vazios
O modo como o solo é preparado para ser ensaiado tem um efeito considerável
no tamanho e disposição dos vazios entre as suas partículas, e conseqüentemente na
condutividade hidráulica.
Segundo TAYLOR (1948), quanto mais fofo o solo mais permeável ele é.
36
4.2.2 – Grau de saturação
O grau de saturação de um solo tem uma influência importante sobre sua
condutividade hidráulica. A proporção na qual os vazios são preenchidos com água é
crucial nas medidas de condutividade hidráulica. Bolhas de ar podem bloquear os canais
de percolação entre as partículas, reduzindo significativamente a condutividade
hidráulica. Se o grau de saturação é inferior a 85% , o ar é provavelmente contínuo, ao
invés de bolhas isoladas, o que invalida a lei de Darcy. Vale lembrar que a lei de Darcy
é válida para escoamento laminar, tal como é possível e deve ser considerado o
escoamento na maioria dos solos naturais, e aplica-se a solos saturados. Por isso nos
ensaios de permeabilidade são feitos esforços para eliminar o ar de modo que o solo
possa ser assumido como saturado.
No que tange a um solo não saturado, a percolação da água não remove todo o ar
que se encontra dentro do mesmo, de forma que as bolhas de ar nele contidas pela
tensão superficial da água, permanecem e tornam-se um obstáculo para o fluxo da água.
Por isso, segundo PINTO (2000) o coeficiente de permeabilidade de um solo não
saturado é menor do que ele apresentaria se estivesse saturado.
4.2.3 – Estrutura dos solos
A estrutura do solo e a disposição relativa dos grãos também influenciam na
condutividade hidráulica dos solos. Por exemplo, os solos residuais, em virtude dos
macroporos de sua estrutura, tendem a apresentar permeabilidades maiores. Deve-se
observar também a compacidade, a consistência e ainda se o solo apresenta-se
compactado ou encontra-se no seu estado natural, tendo em vista que o solo compactado
apresenta uma condutividade hidráulica menor que no seu estado natural. Geralmente
quando o solo é compactado mais seco, a disposição de suas partículas, por apresentar
uma estrutura floculada, tende a apresentar uma condutividade hidráulica maior em
relação a um solo compactado mais úmido, onde a estrutura encontra-se dispersa,
mesmo que possuam o mesmo índice de vazios (e).
Outro aspecto importante na estrutura dos solos é que eles não são isotrópicos
em relação à condutividade hidráulica. A exemplo têm-se os solos sedimentares, que
tendem a apresentar maiores coeficientes de permeabilidade na direção horizontal do
37
que na vertical. Isto se explica, pois as partículas tendem a se posicionar com suas
maiores dimensões orientadas na direção horizontal.
4.2.4 – Peso específico e viscosidade do líquido percolante
PINTO (2000) apresenta uma equação para o coeficiente de permeabilidade
deduzida por TAYLOR (1948), onde este correlacionou o fluxo do líquido pelo solo à
percolação de água por um conjunto de tubos capilares, associando-se à lei de Darcy.
C
e
e
Dk
s
×
+
××=
)1(
3
2
µ
γ
equação 4.1
Em que:
k – condutividade hidráulica de Darcy [L/T]
D
s
– diâmetro efetivo das partículas [L]
γ
w
- peso específico do fluido [F/L
3
]
µ - viscosidade do fluido [MT/L
2
]
e – índice de vazios
C – fator de forma
Por esta equação pode-se observar que o coeficiente de permeabilidade depende do
peso específico (γ
w
) e da viscosidade do líquido (µ). E estas duas propriedades da água
variam com a temperatura. O peso específico tende a variar pouco, porém a viscosidade
tende a variar mais, sendo o seu efeito mais sensível.
Um aumento na temperatura causa uma redução na viscosidade da água, ou seja,
a água torna-se mais “fluida”, o que afeta o valor da condutividade hidráulica medida.
A fim de se obter uma uniformidade, foi adotado por convenção o coeficiente
referido à água na temperatura de 20º C.
38
4.2.5-Textura e forma da partícula
A forma e a textura dos grãos influenciam a condutividade hidráulica. Partículas
alongadas ou irregulares criam trajetórias de fluxos mais tortuosos do que aqueles ao
redor de partículas aproximadamente esféricas. Partículas de superfície de textura
áspera apresentam maior resistência por atrito ao fluxo do que partículas de superfície
lisa. Desta forma os efeitos das partículas alongadas e irregulares, bem como a textura
áspera, tendem a reduzir a velocidade de fluxo de água através do solo, ou seja, a
reduzir sua condutividade hidráulica.
4.2.6 - Composição mineralógica
Em solos finos a composição mineralógica é um fator adicional, pois os diferentes
tipos de minerais conservam diferentes espessuras de água adsorvida e,
consequentemente, o diâmetro efetivo dos poros varia. Por esta razão, o tipo de mineral
pode influenciar a condutividade hidráulica de argilas mais do que o tamanho das
partículas. Nos solos mais granulares (com exceção da mica e da matéria orgânica), a
influência da composição do solo sobre a condutividade hidráulica pode ser de pequena
importância.
4.3 – Ensaios de permeabilidade com carga constante e variável
O coeficiente de permeabilidade do solo pode ser determinado por meio de
ensaios de campo ou em laboratório. Os ensaios de laboratório mais utilizados para
medida direta de condutividade hidráulica são os com carga constante e carga variável.
Para estes ensaios são utilizados permeâmetros de paredes rígidas ou flexíveis.
4.3.1 – Ensaio de permeabilidade com carga constante
Os ensaios de permeabilidade com carga constante são recomendados para solos
granulares, que apresentam altos valores de coeficiente de permeabilidade. O
permeâmetro geralmente se apresenta com a configuração mostrada na figura 4.1.
39
FIGURA 4.1 – Permeâmetro com carga constante
O ensaio consiste em se manter constante a carga hidráulica h, durante um certo
tempo. A água que percola o corpo de prova (CP) é coletada e o seu volume medido.
Conhecidas a vazão e as características geométricas do CP, tais como sua área (A) e
altura (L), o coeficiente de permeabilidade é calculado pela seguinte expressão:
hAT
RQL
k
t1
= equação 4.2
Em que:
k – coeficiente de permeabilidade [L/T]
Q – volume de água percolada num tempo T [L
3
]
L
1
– altura do corpo de prova [L]
Rt – fator de correção da viscosidade da água (a 20º C)
h – perda de carga hidráulica [L]
A – área do CP [L
2
]
T – tempo decorrido [T]
40
4.3.2 – Ensaio de permeabilidade com carga variável
Os ensaios de permeabilidade com carga variável são recomendados para solos
que apresentam coeficientes de permeabilidade mais baixos, como as argilas, siltes,
areias argilosas. Sua configuração é mostrada na figura 4.2.
FIGURA 4.2 – Permeâmetro de carga variável
Este ensaio é realizado verificando-se o tempo que a água na bureta superior
leva para baixar da altura inicial h
i
à altura final h
f
em um instante t qualquer, a partir do
início, a carga é h e o gradiente h/L. O coeficiente de permeabilidade é calculado pela
expressão:
f
i
h
h
At
aLRt
k log3,2=
equação 4.3
Em que:
k – coeficiente de permeabilidade [L/T]
a – seção do tubo do permeâmetro [L
2
]
L
– altura do corpo de prova [L]
Rt – fator de correção da viscosidade da água (a 20º C)
h
i
– carga inicial [L]
h
f
- carga final [L]
A – área do CP [L
2
]
T – tempo decorrido [T]
41
4.4 - Sucção do solo e sua correlação com a condutividade hidráulica não saturada
4.4.1- Conceitos de sucção no solo
Sucção total
A interação solo-água pode também ser quantificada a partir da afinidade que
um solo não saturado tem por água. Se colocado em contato com um reservatório de
água o solo absorve água, isto é, ele exerce uma sucção sobre a água.
A sucção total ou energia livre da água do solo é a sucção equivalente derivada
da medida da pressão parcial de vapor de água em equilíbrio com uma solução idêntica
com a composição da água do solo, relativa à pressão parcial de vapor de água em
equilíbrio com a água pura (FREDLUND
& RAHARDJO, 1993).
A sucção total do solo é definida como a pressão manométrica negativa, em
relação à pressão externa de gás sobre a água do solo, que deve ser aplicada a um
reservatório de água pura (à mesma cota e temperatura) de sorte a que se mantenha o
equilíbrio, através de uma membrana semi-permeável (permite o fluxo de água porém
não o de solutos), entre a água do reservatório e a água do solo. A Figura 4.3
esquematiza essa definição.
FIGURA 4.3- Esquema ilustrativo da definição de sucção: Corresponde a u
a
-u
w
Comumente u
a
=Patm.
Vale ressaltar que a sucção total corresponde ao potencial total, quando o
potencial gravitacional pode ser desprezado.Assim, esta mesma sucção total pode ser
decomposta em sucção osmótica e a sucção matricial, que correspondem,
respectivamente, ao potencial osmótico (produzido pela diferença de composição entre
a água do solo e a água pura, devido à presença de sais minerais e substâncias
orgânicas) e ao potencial matricial (resultante da ação de forças capilares e de adsorção,
42
que surgem devido à interação entre a água e as partículas minerais, ou seja, a matriz
que compõe o solo).
Desta forma, tem-se:
ψ
= ψ
M
+ ψ
O =
u
a
- u
w
equação 4.4
Em que:
ψ - sucção total [F/L
2
]
ψ
M: -
sucção matricial [F/L
2
]
u
a -
pressão do ar [F/L
2
]
u
w
- pressão da água [F/L
2
]
Sucção osmótica
A sucção osmótica (ψ
O
) equivale à sucção total quando o solo se encontra
saturado, ou seja, quando a componente matricial não ocorre, restando apenas o efeito
da concentração de solutos.
Sucção matricial
A sucção matricial (ψ
M
) equivale à sucção total quando a água do solo é idêntica
à água padrão (água pura ou solução com a mesma composição da água do solo),
restando apenas o efeito da matriz do solo (capilaridade e adsorção)
Para a mecânica dos solos tem-se rotineiramente, atribuído uma mudança na
sucção total a variações na sucção matricial (sucção osmótica desprezível), de forma
que:
ψ
= ψ
M =
u
a
- u
w
equação 4.5
43
4.4.2 - Método de medida de sucção matricial
A medição da sucção matricial pode ser feita diretamente utilizando o
tensiômetro, câmara de pressão ou indiretamente através do método do papel filtro.
Tensiômetro
O tensiômetro é um instrumento que consiste de um tubo onde, em uma
extremidade existe um sistema de medição de pressão e na outra, uma pedra porosa, a
qual permitirá o fluxo de água entre o solo e o próprio tensiômetro. O sistema de
medição de pressão pode ser um manômetro de mercúrio, um manômetro de vácuo ou
um transdutor de pressão.
O princípio básico de funcionamento do tensiômetro é a sucção da água do
instrumento pela água existente no solo, até que se estabeleça o equilíbrio, cessando
assim o fluxo. Isto ocorre devido à diferença de pressão que há entre eles.
Uma vez atingido o equilíbrio entre o solo e o sistema de medição, a água no
tensiômetro terá a mesma sucção do solo.
Método do Papel Filtro
Fluxo de umidade
Segundo MARINHO (1994), toda técnica de medição de sucção requer troca
entre a água do solo e o sistema de medição. Usualmente o método do papel filtro é
utilizado com o papel absorvendo água. A absorção pode ocorrer por dois caminhos, ou
seja, por fluxo de vapor ou por fluxo capilar.
Na situação por fluxo de vapor, as moléculas de água tendem a escapar do solo
por forças capilares de dentro do solo ou por eventuais forças osmóticas.
O fluxo capilar ocorre através do contato entre as partículas do solo e as fibras
do papel filtro, sendo que o papel absorve a água do solo até que ocorra o equilíbrio.
A figura 4.4 ilustra os fluxos de vapor e capilar.
44
FIGURA 4.4 – Tipos de fluxo de água do solo para o papel filtro (MARINHO,
1994)
O método do papel filtro tem sido usado como uma alternativa simples e não
onerosa para se medir a sucção do solo. O procedimento do ensaio consiste em se
colocar o papel filtro sobre o solo. Espera-se por um período para que a sucção do papel
filtro equilibre-se com a sucção matricial do solo. Segundo FREDLUND e
RAHARDJO (1993) apud CALLE (2000), o tempo de resposta do papel é da ordem de
no mínimo uma semana. Uma vez atingido o equilíbrio, mede-se a umidade do papel
filtro e infere-se a sucção do solo segundo uma curva de calibração do papel filtro.
Embora seja um método simples, tal ensaio requer cuidados em sua realização, como
por exemplo o tempo de pesagem do papel filtro que deve ser de aproximadamente 30
segundos, para evitar que o mesmo ganhe ou perca umidade para a atmosfera. A técnica
também requer manuseio do papel e precisão da pesagem (da ordem de 0.001g).
A Norma ASTM-D 5298-03 sugere que o papel filtro seja seco em estufa no
mínimo 16h antes do seu uso. Porém, segundo MARINHO (1994), este procedimento
pode afetar as características de adsorção do papel, resultando na alteração da curva de
calibração.
Segundo MARINHO (1994), para o papel filtro Whatman No 42 a umidade
inicial no estado seco ao ar é aproximadamente 6%. Isto permite medições de sucção
matricial de 0 a 29MPa, sendo esta a máxima sucção matricial que o solo pode ter para
que o papel filtro absorva água do mesmo. Por outro lado, o papel filtro pode ser
utilizado inicialmente saturado, porém é necessária uma calibração especifica.
45
Na Tabela 4.1 são mostradas algumas correlações usadas para a determinação da
pressão de sucção matricial (expressas em cm de água) em função da umidade de
equilíbrio do papel.
TABELA 4.1- Correlações para determinação da sucção matricial com o método do
papel filtro.(CALLE, 2000)
Autor Tipo de papel Correlação Observação
Fawcett & Collis-
George, (1967)
Whatman Nro 42 pF = 5,777-0,060w
p
pF entre 2,6 e 4,5
McQueen Miller, (1968) Schleider & Schull Nro.
589
pF = 6,246-
0,0723w
p
pF entre 2,3 e 5,9
Hamblin, (1981) Whatman Nro 42 pF = 6,281-
0,0822w
p
Chandler & Gutierrez,
(1986)
Whatman Nro 42 pF = 5,85-0,062w
p
pF entre 2,9 e 4,8
w
p
entre 17% e 47%
sucção matricial
entre 80 e 600kPa
Chandler et al., (1992) Whatman Nro 42
ψ = 10
6,05 – 2,48logwp
ψ = 10
4,84 – 0,0622wp
w
p
47%
w
p
<47%
S em kPa
ASTM D5298 Whatman Nro 42 pF = 6,327-
0,0779w
p
pF = 3,412-
0,0135w
p
w
p
<54%
w
p
>54%
pF>2,1
Sucção
matricial>50Kpa
Em que:
pF: logaritmo de pressão expresso em centímetros de água;
ψ : sucção matricial; e
w
p
: umidade do papel.
46
4.4.3 – Curva de retenção de água do solo
A curva de retenção de água do solo, também denominada curva de sucção
matricial e curva característica, é uma curva que representa uma relação entre a sucção
matricial e o teor de umidade ou grau de saturação do solo, ou seja, é uma representação
da capacidade do solo de armazenar água.
HILLEL (1971) apresenta um exemplo com curvas de sucções matriciais (figura
4.5) onde se verifica que a sucção total do solo é influenciada pela variação da umidade,
produzindo-se uma diminuição da sucção total quando a umidade é incrementada.
FIGURA 4.5- Curvas características de solos argilosos e arenosos (HILLEL, 1971).
Para obtenção da curva de retenção em laboratório são utilizados os
procedimentos de secagem e umedecimento
secagem (ou desidratação): consiste em secar gradualmente a
amostra previamente saturada, expondo-a a potenciais matriciais
crescentes, o que implica ir diminuindo a umidade do solo; e
umedecimento (molhamento ou hidratação): consiste em
hidratar uma amostra de forma gradual, incrementando-se
umidade.
A figura 4.6 mostra duas curvas características, sendo uma obtida pelo
procedimento de secagem e a outra por umedecimento. Nesta figura é mostrado, através
da não coincidência das curvas, o fenômeno denominado histerese.
47
FIGURA 4.6- Curvas características por umedecimento e secagem (HILLEL, 1971).
Embora existam os dois procedimentos de obtenção de curva característica, o
procedimento de secagem é considerado a forma mais comum de determinação da
mesma. No procedimento por secagem, quando a amostra de solo fica exposta a sucções
matriciais crescentes, verifica-se que se inicia um fluxo de água para fora da amostra a
partir de um determinado valor de sucção matricial. Este fato se dá sempre quando o
maior poro do solo esvazia-se; neste momento, o valor da sucção matricial é
denominado de valor de registro de passagem de ar ou valor de entrada de ar, também
denominado de sucção matricial crítica.
Segundo HILLEL (1971) o valor da sucção matricial crítica, de um modo geral,
é menor para solos granulares do que para solos finos. Além disso, como nos solos
granulares existem possibilidades maiores de uniformização granulométrica (mal
graduado) e porosimétrica, a sucção matricial crítica mostra-se melhor caracterizada
nestes do que nos solos finos.
Fatores que interferem na curva de retenção de água do solo
Existem vários fatores que interferem no formato da curva de retenção de água
do solo, dentre os quais destacam-se: distribuição dos poros, a estrutura e a mineralogia
das partículas e a distribuição granulométrica.
Distribuição dos poros
Com relação aos solos arenosos, devido à maioria dos poros serem relativamente
grandes, verifica-se que a uma dada sucção matricial muitos poros se esvaziam e poucos
48
ainda podem reter água. Porém nos solos argilosos a capacidade de retenção de água é
maior, e percebe-se que a cada sucção matricial, apenas uma parcela dos poros drenam,
de forma que ainda permanece uma certa quantidade cheia de água. Portanto nos solos
argilosos não se verificam variações bruscas na curva de retenção.
Estrutura do solo
A estrutura do solo é outro fator que afeta a forma da curva de retenção. Na
figura 4.7 estão representadas duas curvas de retenção de um mesmo solo, sendo que
para uma o solo foi agregado em suas condições naturais e na outra compactado.
FIGURA 4.7 – Efeito da estrutura do solo na curva de retenção (HILLEL, 1971)
Pelos trabalhos realizados por KOOREVAAR
et al. (1983), CRONEY &
COLEMAN (1961),
in FREDLUND & RAHARDJO (1993), pode-se verificar que, com
um mesmo valor de sucção, as argilas em relação as areias apresentam um maior
conteúdo de água volumétrico, ou seja, uma maior capacidade de retenção de água.
A figura 4.8 ilustra várias curvas de retenção para diferentes tipos de solo.
49
FIGURA 4.8-
Curvas características obtidas para diferentes tipos de solos (KOOREVAR et al., 1983).
Relações empíricas para definir a curva de retenção de água no solo
A curva de retenção pode ser representada mediante relações empíricas, a partir
dos dados de sucção matricial e umidade volumétrica obtidos em ensaios de laboratório,
como por exemplo o método do papel filtro.
Diversas relações empíricas são comumente usadas para estimar a curva de
retenção de água. Algumas delas são apresentadas a seguir:
VAN GENUTCHEN (1980)
()
()
[]
m
n
rs
r
αψ+
θθ
+θ=θ
1
equação 4.6
m=1-1/n
FREDLUND, XING e HUANG (1994)
m
n
r
r
6
r
s
a
eIn
1
10
1In
1In
1
ψ
+
ψ
+
ψ
ψ
+
θ=θ
equação 4.7
50
BROOKS e COREY (1966) in FREDLUND & RAHARDJO (1993)
r
a
rs
)( θ+
ψ
ψ
θθ=θ
λ
equação 4.8
Em que:
ψ - sucção matricial [L];
ψ
a
- sucção matricial que corresponde à entrada de ar (air entry) [L];
ψ
r
- sucção matricial que corresponde à umidade volumétrica residual [L];
θ - umidade volumétrica [L
3
/L
3
];
θ
s
- umidade volumétrica de saturação [L
3
/L
3
];
θ
r
- umidade volumétrica residual [L
3
/L
3
];
α - parâmetro de ajuste da curva [1/L];
λ - parâmetro de ajuste, depende do tipo de solo;
e - 2,71828;
a
r
- valor aproximado da sucção matricial de entrada de ar [L];
n,m - parâmetros de ajuste; e
10
6
- valor limite de sucção matricial para qualquer tipo de solo [F/L
2
].
4.4.4 – Curva característica de condutividade hidráulica não saturada
Para obtenção da curva de condutividade não saturada faz-se necessário
conhecer a sucção matricial (que pode ser obtida pela técnica do papel filtro) e a curva
de retenção de água do solo.
A partir desta curva pode-se observar os valores em ordem de grandeza da
condutividade hidráulica não saturada em relação à sucção.
A figura 4.9 ilustra uma curva de condutividade hidráulica não saturada de um
solo residual composto por areia fina a média argilosa, de uma região próxima da cidade
de São Carlos - SP, que segundo CALLE (2000) foi obtida com a utilização do
permeâmetro Ghelph e fórmula desenvolvida por REYNOLDS e ELRICKS (1985).
51
1.E-20
1.E-18
1.E-16
1.E-14
1.E-12
1.E-10
1.E-08
1.E-06
1.E-04
1.E-02
1 10 100 1000
Sucção (kPa)
Condutividade Hidráulica não Saturada
(cm/s)
FIGURA 4.9 – Curva ilustrativa de condutividade hidráulica não saturada
Fonte: CALLE (2000)
Uma das primeiras relações para determinação do coeficiente de condutividade
hidráulica para solos não saturados foi apresentada por CHILDS & COLLIS GEORGE
(1950). O método baseia-se na variação dos tamanhos dos poros do solo, partindo do
princípio de que a porosidade é um fator muito importante nos solos não saturados, e a
distribuição dos poros influencia nos potenciais capilares (sucção matricial). O método
foi modificado por KUNZE
et al (1968) apud FREUDLUND, XING e HUANG (1994).
Diversos autores têm proposto formulações alternativas para a função
condutividade hidráulica. Muitas delas apoiam-se na curva de retenção de água no solo,
como a de VAN GENUCHTEN (1980):
k(
ψ)=k
s
((θ-θ
r
)/θ
s
-θ
r
))
0.5
*(1-{1-
rs
r
θθ
θ
θ
]
1/m
}
m
)
2
equação 4.9
Onde:
k(ψ): coeficiente de condutividade hidráulica não saturada [L];
k
s
: coeficiente de condutividade hidráulica saturada [L];
θ
s
: umidade volumétrica saturada [L
3
/L
3
];
θ
r
: umidade volumétrica residual [L
3
/L
3
];
n
e m: constantes empíricas;
52
Neste capítulo foi abordado a condutividade hidráulica saturada e não saturada,
pois o conhecimento desta propriedade dos solos e seus coeficientes são de suma
importância para o dimensionamento de um sistema de cobertura, tendo em vista, que
estes parâmetros estão intrisicamente ligados ao comportamento, dimensionamento,
perfomance e vida útil de uma cobertura. Portanto, para que uma cobertura funcione de
maneira adequada e atinja o seu objetivo de projeto faz-se necessário que os valores
destes parâmetros sejam definidos corretamente e que haja compatibilidade entre os
mesmos e os materiais a serem utilizados em cada camada do sistema de cobertura.
53
5 – PROGRAMA EXPERIMENTAL
5.1 – Introdução
Para pesquisar e investigar o agregado reciclado miúdo proveniente do resíduo da
construção e demolição (RCD), foi realizado um programa experimental, constando de
caracterização deste material quanto ao aspecto físico, verificação do seu
comportamento mecânico (resistência), identificação de parâmetros geotécnicos, bem
como análise química.
5.2 – Coleta de amostra
O resíduo da construção e demolição estudado é oriundo da cidade do Rio de
Janeiro, sendo britado e transformado em agregado reciclado miúdo em uma Usina de
Reciclagem, situada no bairro Catumbi – Rio de Janeiro. Após passar pelo processo de
beneficiamento, o resíduo foi transportado para o Laboratório de Geotecnia da COPPE
– UFRJ, onde passou por um processo de quarteamento, com a finalidade de se obter
amostras o mais uniforme possível, e em seguida foi armazenado e identificado em
sacos plásticos para realização dos ensaios. As figuras 5.1 e 5.2 mostram
respectivamente, o interior da usina de reciclagem e o agregado reciclado utilizado na
pesquisa.
FIGURA 5.1 – Interior da usina de reciclagem da usina de Catumbi.
54
FIGURA 5.2 – Agregado reciclado usado na pesquisa
5.3 – Ensaios de Caracterização
5.3.1 - Análise granulométrica
O ensaio de granulometria foi realizado segundo os procedimentos descritos na
NBR 7181/84 (análise granulométrica).
5.3.2- Densidade real dos grãos
Para obtenção da densidade real dos grãos, foram utilizados os procedimentos
descritos na norma ME 093/94 do DNER, que diz respeito à densidade real dos grãos
para solos.
55
5.3.3 – Ensaio de compactação
Com a finalidade de se obter a curva de compactação, bem como a umidade
ótima e o seu respectivo peso específico aparente seco, relativos ao agregado reciclado
miúdo do RCD, foi realizado o ensaio normal de compactação (Proctor-Normal). Para
este ensaio foram utilizados os procedimentos descritos na norma da ABNT – NBR
7182/86.
5.4 – Ensaios de condutividade hidráulica
Os coeficientes de permeabilidade (k) foram obtidos em ensaios de condutividade
hidráulica com carga constante e variável, e a utilização das equações descritas nos
itens 4.3.1 e 4.3.2, respectivamente. Para estes ensaios foram observados os
procedimentos do laboratório de Geotecnia da COPPE/UFRJ.
Foi realizada uma série de 11 (onze) ensaios, sendo 2 (dois) ensaios realizados
com amostras do agregado reciclado miúdo do RCD não compactadas e os outros 9
(nove) com amostras compactadas nas umidades abaixo da ótima, ótima e acima da
ótima.
Ensaios sem compactação
Nestes ensaios o agregado reciclado miúdo do RCD não foi pluviado. Tal
procedimento foi evitado, pois este material é heterogêneo. A moldagem dos corpos de
prova foi realizada colocando-se este material dentro do permeâmetro, gradativamente,
e em seguida foi realizada a saturação por ascensão.
Ensaios com compactação
Nos ensaios com compactação, as amostras foram moldadas com o método de
compactação com energia do tipo proctor-normal e ainda com compactação estática.
Para garantir a saturação, conforme a descrição de item 4.2.2 e fazer valer a lei de
Darcy, foi adotado para estes ensaios, além da imersão do corpo de prova em um
vasilhame com água, a utilização de uma bomba a vácuo, com o propósito de retirar o
ar existente no corpo de prova. Este método de saturação consistiu em se colocar o
corpo de prova, após a compactação, dentro de uma célula, interligando-a à bomba a
vácuo por meio de uma mangueira. A bomba permaneceu ligada por um período de 12
horas, retirando assim o ar do corpo de prova. Após este período, foi conectada uma
outra mangueira à célula e através desta introduziu-se água no corpo de prova, durante
56
um período de 2 horas, de forma que os vazios existentes foram preenchidos com água,
saturando o corpo de prova.
A figura 5.3 mostra o equipamento utilizado para saturação.
FIGURA 5.3 – Esquema de saturação com bomba a vácuo
5.5 – Curva característica
Para obtenção da curva característica ou curva de retenção de água do agregado
reciclado miúdo do RCD e conseqüentemente a curva de condutividade hidráulica não
saturada desse material, foi realizada a medição de sua sucção matricial pelo método do
papel filtro.
O ensaio pelo método do papel filtro foi realizado segundo os procedimentos
descritos na Norma ASTM-D 5298-03. Foram moldados 7 corpos de prova com
compactação estática, em uma umidade pré-definida e o seu respectivo índice de vazios,
em moldes (anéis cilíndricos) de 4,6cm de diâmetro e 2,3cm de altura. A partir desta
umidade foi realizado o procedimento de secagem, citado no item 4.4.3, obtendo-se 7
amostras com umidades diferentes. Para realização do processo de secagem, as amostras
foram expostas para secagem ao ar livre e os teores de umidade foram controlados com
relação ao peso de água perdido no processo de evaporação.
57
Após a conclusão da etapa de secagem, as amostras foram colocadas em contato
com o papel filtro. A norma ASTM-D 5298-03 recomenda o uso de 2 ou 3 papéis,
porém foi colocado apenas um papel em cada face da amostra. Tal procedimento foi
adotado baseado na observação de HAMBLIM (1981) citada por MARINHO (1994),
que sugere o uso de apenas um papel filtro, tendo em vista que o tempo de equilíbrio do
papel filtro com o solo depende do número de papéis usados. Em seguida, as amostras
foram totalmente envolvidas, duas vezes, com um filme de PVC e colocadas em um
saco plástico na posição horizontal para evitar que o papel filtro posicionado em uma
das faces da amostra adquirisse mais umidade em relação ao da outra face.
Estas amostras foram, em seguida, acondicionadas dentro de uma caixa de
isopor, onde permaneceram durante 7 dias (conforme descrito no item 4.2.2), dentro de
uma sala com temperatura controlada. Segundo GREACEN
et al (1987) apud
MARINHO (1994), a maior parte da água é absorvida pelo papel filtro nos primeiros
minutos chegando ao equilíbrio em aproximadamente 7 dias. Após este período os
papéis foram retirados do contato com as amostras, pesados em uma balança de precisão
de quatro casas decimais (0,0001g), colocadas dentro de cápsulas (para evitar perda ou
ganho de umidade) e levados para estufa, onde permaneceram por um período de 24
horas. Logo após este período, os papéis foram novamente pesados e assim foram
obtidas as umidades de cada papel filtro.
Também foi feita a medição da umidade das 7 amostras do agregado reciclado
miúdo de RCD.
De posse dos dados de umidade do papel filtro foram calculadas as sucções
matriciais do solo, segundo as expressões da ASTM D5298 da Tabela 4.1. Com os
dados de sucção matricial e umidade volumétrica do solo, foram inferidos os parâmetros
α, m, n, θ
s
e θ
r
da equação 4.7, utilizando o programa CURVARET (VAN LIER &
NETO, 1991). Conseqüentemente, com as informações obtidas foi possível traçar a
curva de retenção de água do solo.
Em seguida, com os parâmetros obtidos e a condutividade hidráulica saturada
determinou-se a condutividade hidráulica não saturada com auxilio da equação 4.1
(VAN GENUTCHEN,1980).
58
5.6 –Ensaios de erodibilidade
A fim de se determinar se o agregado reciclado miúdo do RCD é um
material erodível, foram realizados dois tipos de ensaios de erodibilidade.
O primeiro ensaio é o de Desagregação e o segundo de Dispersão Rápida.
Ambos os ensaios não são de caráter quantitativo, porém fornecem resultados e
subsídios para uma avaliação qualitativa.
5.6.1 – Ensaio de Desagregação
Segundo SANTOS & CAMAPUM (1998), o ensaio de desagregação, proposto
por HOEMGREN & FLANAGEM em 1977, consiste na colocação de uma amostra
cúbica, de 6 cm de aresta, dentro de uma bandeja com água, observando-se então a sua
reação ao processo da submersão.
Para obtenção da amostra indeformada, o agregado reciclado miúdo do RCD
foi moldado com compactação estática, em um molde tripartido, na umidade ótima, e
em seguida, com a utilização de uma lâmina e uma régua, este corpo de prova foi
cortado de forma cuidadosa até atingir o formato de um cubo de 6 cm de aresta.
O ensaio foi realizado com inundação controlada em estágios, seguindo o
procedimento descrito por SANTOS & CAMAPUM (1998). No primeiro estágio, a
amostra colocada sobre pedra porosa permanece cerca de 30 minutos com água na
altura da base. No segundo estágio o nível é elevado para 1/3 da altura da amostra,
permanecendo por 15 minutos. No terceiro estágio eleva-se o nível para 2/3 da amostra,
permanecendo também por 15 minutos. No quarto e último estágio completa-se com
água até a total submersão da amostra, permanecendo até 24 horas do início do ensaio.
Durante todos os ensaios são realizadas anotações sobre o comportamento da amostra.
59
Após o término do ensaio, além da verificação da desagregabilidade, pode ser
feita a classificação quanto a reação à inundação de acordo com os seguintes
comportamentos:
Sem resposta: quando a amostra mantém sua forma e tamanho originais.
Abatimento (Slumping): quando a amostra se desintegra formando uma pilha
de material desestruturado.
Fraturamento: quando a amostra se quebra em fragmentos, mantendo a
forma original das faces externas.
Dispersão: quando as paredes da amostra se tornam difusas com o
surgimento de uma “nuvem” coloidal que cresce à medida que a amostra se
dissolve.
5.6.2 – Ensaio de Crumb Test
O ensaio de
Crumb Test, recomendado por SHERARD et al (1972) foi
desenvolvido para verificar a dispersão de solos argilosos.
Segundo a norma NBR 13601/ 1996, o procedimento de ensaio consiste na
colocação de um torrão de formato aproximadamente esférico, de 6 mm a 10 mm de
diâmetro, em béquer contendo cerca de 150mL de água destilada ou solução de
hidróxido de sódio. Porém, SHERARD
et al (1972) orientam que o uso de hidróxido de
sódio pode promover uma situação considerada excessivamente severa, visto que pode
produzir a ocorrência de dispersão embora o solo não seja dispersivo na condição
natural.
A amostra deve ser indeformada, mas pode ser obtida a partir de corpos de prova
compactados, nas condições que se esperam no campo. Após uma hora de repouso
deve-se observar as reações ocorridas e classificar o solo quanto à dispersão por meio de
análise visual, de acordo com a tabela 5.1.
60
TABELA 5.1 – Classificação do solo quanto à dispersividade
Classificação
Características
Não dispersivo
O torrão pode espalhar-se no fundo do recipiente,
porém não se observa sinal de turvação causada por
colóides em suspensão
Levemente dispersivo
Aparecimento de turvação à superfície do torrão
Moderadamente dispersivo
Aparecimento de nuvem de colóides em suspensão
facilmente reconhecível, freqüentemente espalhando-
se em finas estrias na base do recipiente, e não
chegando a cobrir toda a área
Altamente dispersivo
Nuvem coloidal cobrindo toda a base do recipiente
freqüentemente em uma camada muito fina. Em casos
extremos a água torna-se turva
5.7 - Ensaio de Cisalhamento Direto
Para determinação da resistência ao cisalhamento do agregado reciclado miúdo
do RCD, a fim de verificar a sua aplicabilidade como material alternativo em sistema de
cobertura final, foram realizados ensaios de cisalhamento direto.
A escolha deste ensaio deu-se pelos seguintes fatores:
O ensaio de cisalhamento direto é o mais antigo e mais simples
procedimento técnico para determinação de resistência ao cisalhamento
do solo (PINTO, 2000);
Por meio deste ensaio determinam-se a envoltória de resistência e os
parâmetros “ c ” (coesão) e “ ø ” (ângulo de atrito ) do solo; e
Este ensaio é de grande valor e aplicabilidade nas obras de construção
civil, dentre as quais se destacam as obras que envolvem a estabilidade
de taludes, o que é de suma importância para escolha da configuração de
um sistema de cobertura final, tendo em vista que existem configurações
em formato de taludes, conforme exemplificado nas figuras 3.3 e 3.4.
61
A interpretação do ensaio de cisalhamento direto baseia-se no critério de Mohr-
Coulomb, segundo a seguinte expressão:
τ = c + σ x tg ø
Em que:
τ : tensão cisalhante [F/L
2
]
σ : tensão normal [F/L
2
]
c : coesão [F/L
2
]
ø : ângulo de atrito (°)
Este ensaio é geralmente realizado em duas etapas, a primeira é chamada de
confinamento e a segunda de cisalhamento propriamente dito.
O ensaio consiste em se moldar um corpo de prova, o qual é colocado dentro da
caixa de cisalhamento, porém no caso de amostra deformada pode ser remoldada ou
recompactada diretamente na caixa de cisalhamento. Em seguida aplica-se a tensão
normal desejada (σ ) e ocorre , então, a primeira etapa do ensaio, que é o confinamento
do corpo de prova, onde o movimento vertical da superfície superior do corpo de prova,
que indica a variação do volume, é medido, e permite que sejam avaliadas as variações
na densidade e índice de vazios, durante o confinamento. Após a estabilização do
confinamento, inicia-se a segunda etapa do ensaio, com o deslizamento de uma metade
do corpo de prova em relação à outra pela ação da força cisalhante (num plano
horizontal) com incrementos constantes. Assim determina-se para cada tensão normal
(σ ) aplicada, o valor do esforço cisalhante (τ ) necessário para provocar a deformação
contínua até a ruptura.
Dentro do programa experimental foram realizados 6 ensaios de cisalhamento
direto, sendo 3 com cargas mais baixas (12,5 ; 25 e 50 kPa) e 3 com cargas mais altas
(100, 200 e 400 kPa). Para execução destes ensaios foi adotado o seguinte
procedimento:
62
Compactou-se o agregado reciclado miúdo do RCD com compactação
estática, num molde tripartido, na umidade ótima, obtendo-se uma amostra
com formato cilíndrico;
Nesta amostra cravou-se um molde de aço inox de formato quadrado, com 6
cm de aresta na face interna, obtendo-se o corpo de prova com 2,5 cm de
espessura e nas mesmas dimensões do molde;
Transportou-se o corpo de prova indeformado para a caixa de cisalhamento;
Aplicou-se a tensão normal desejada, realizando-se o confinamento do corpo
de prova;
Após a estabilização do estágio de confinamento, foi realizado o
cisalhamento;
Por último, foram retiradas partes do corpo de prova cisalhado para medição
e verificacão da umidade final, em relação à inicial.
A velocidade utilizada durante os ensaios foi de 0,3658 mm/min.
5.8 – Ensaios de lixiviação e solubilização
Foram realizados ensaios de lixiviação e solubilização para determinação de
possíveis elementos químicos considerados contaminantes.
Para realização destes ensaios foi feita uma solicitação à Empresa TASQA
Serviços Analíticos LTDA, da cidade de Paulínea – São Paulo – SP, para atender uma
pesquisa de tese sobre aplicação de agregado reciclado em pavimentação
(CINCONEGUE, 2004). Como o material ensaiado é o mesmo agregado reciclado
miúdo do RCD desta pesquisa, optou-se por utilizar os resultados encontrados nestes
dois ensaios.
63
5.8.1 – Ensaio de Lixiviação
Segundo a norma ABNT/NBR 10005/1987, que descreve os procedimentos para
realização do ensaio de lixiviação, o objetivo deste ensaio é identificar a concentração
de substâncias que se separam do material por meio de lavagem e percolação.
De acordo com o relatório apresentado pela empresa TASQA Serviços
Analíticos LTDA, o procedimento adotado por esta empresa para realização deste
ensaio, e que se encontra em consonância com a norma ABNT/NBR 10005/1987, é o
seguinte:
Primeiramente, verifica-se o teor de sólidos não filtráveis da amostra para que
esta seja preparada por um dos três casos abaixo, que são: Amostras sólidas (caso 1);
amostras líquidas com teor de sólidos não filtráveis inferior a 0,5% (caso 2) e amostras
líquidas com teor de sólidos não filtráveis superior a 0,5% (caso 3 )
Caso 1: Amostras sólidas: O extrato de lixiviado é montado mantendo-se a proporção de
100g da amostra na base úmida para 1600g de água ultrapurificada. O pH da mistura é
medido e se for superior a 5,2 é ajustado em 5,0 mais ou menos 0,2 pela adição de
solução de Ácido Acético 0,5 mol/L. A mistura é colocada sob agitação. Em períodos
adequados o pH do meio é monitorado de forma a mantê-lo em 5,0 se necessário com a
solução de Ácido Acético. A agitação é encerrada após 24 horas. O volume final da
fração líquida é completado com água ultrapurificada o suficiente para 1600 mL de
solução. A solução resultante é filtrada em filtro de porosidade 0,45µm para em seguida
ser submetida às determinações químicas.
Caso 2: Amostras líquidas com teor de sólidos não-filtráveis inferior a 0,5%: O extrato
para análise é obtido pela filtração da amostra em filtro de porosidade 0,45µm na qual a
fase sólida é descartada.
Caso 3: Amostras líquidas com teor de sólidos não filtráveis superior a 0,5%:
Primeiramente filtra-se a amostra em filtro de porosidade 0,45µm até a obtenção de uma
massa de sólidos não-filtráveis. A fração líquida obtida é quantificada e acondicionada
para ser adicionada ao extrato do lixiviado dos sólidos não-filtráveis. A porção de
sólidos não-filtráveis é submetida a extração como no caso 1.
64
5.8.2 – Ensaio de Solubilização
Segundo a norma ABNT/NBR 10006/1987, que descreve os procedimentos a
serem utilizados na realização do ensaio de solubilização, o objetivo deste ensaio é
identificar a concentração de substâncias solúveis em água que estão presentes no
material.
De acordo com o relatório apresentado pela empresa TASQA Serviços
Analíticos LTDA, o procedimento adotado por esta empresa, para realização deste
ensaio, e que se encontra em consonância com a norma ABNT/NBR 10006/1987, é o
seguinte:
Para realização deste ensaio são colocados 250 g da amostra (base seca) em
frasco de 2000mL. São adicionados 1000mL de água ultrapurificada e agitada a amostra
em velocidade baixa por 5 minutos. Feito isto, tampa-se o frasco e deixa-se em repouso
por 7 dias. Após o período de repouso, esta solução é filtrada em esquema de
aparelhagem com membrana filtrante de 0,45µm. Após este procedimento faz-se a
comparação dos dados obtidos com os constantes no anexo G da ABNT/NBR 10004/
2004.
65
6 – APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS E ANÁLISES
6.1 – Ensaios de Caracterização
Com o intuito de pesquisar o agregado reciclado miúdo oriundo do RCD e de
caracterizá-lo quanto aos materiais que fazem parte de sua composição, foram
realizados ensaios de análise granulométrica, densidade real dos grãos e de
compactação.
6.1.1 – Análise granulométrica
O resultado encontrado pode ser visualizado na figura 6.1.
FIGURA 6.1 – Curva de distribuição granulométrica do agregado reciclado miúdo do
RCD
66
Por esta curva pode-se visualizar que o agregado reciclado miúdo do RCD é
um material que possui uma composição heterogênea, tendo uma fração maior de areia
(62 %), e frações menores de pedregulho (18%), silte (10%) e argila (10%). Percebe-se
também que a fração areia é bem graduada.
Devido à predominância da areia na composição do agregado reciclado miúdo,
podemos considerá-lo como um material granular do tipo areia pedregulhosa com finos
não plásticos. Pelo sistema USCS (Unified Soil Classification System) equivaleria a SW
com Coeficiente de Uniformidade (C
u
= 275). Encontram-se no anexo os resultados de
mais dois ensaios de análise granulométrica deste material que ratificam essa
classificação.
Comparando este resultado com o encontrado no agregado reciclado miúdo
oriundo do RCD da cidade de Salvador-BA (conforme ilustração da figura 2.3), pode-se
verificar que tanto um como o outro possuem faixas granulométricas similares,
apresentando em suas composições um percentual maior de areia.
6.1.2 – Densidade real dos grãos
O ensaio de determinação da densidade real dos grãos do agregado reciclado
miúdo, oriundo do RCD foi efetuado de acordo com o disposto no item 5.3.2.
O valor encontrado foi de 2,676.
6.1.3 – Compactação da amostra
Para obtenção da curva de compactação foram compactados 5 corpos de prova
com energia do tipo proctor-normal.
A figura 6.2 apresenta o resultado deste ensaio.
67
1,70
1,72
1,74
1,76
1,78
1,80
1,82
1,84
1,86
1,88
1,90
1,92
1,94
1,96
1,98
2,00
8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0 17,0 18,0
umidade ( % )
peso esp. aparente seco ( g/cm3 )
FIGURA 6.2 – Curva de compactação do agregado reciclado miúdo do RCD
Por meio desta curva pode-se visualizar a umidade ótima do agregado reciclado
miúdo do RCD, que está em torno de 13,5% para um peso específico aparente seco
máximo de 1,93g/cm
3
. Estes valores são consistentes com o comportamento de um solo
granular.
68
6.2 – Condutividade Hidráulica
Para os ensaios de condutividade hidráulica foram utilizados os valores dos
índices físicos iniciais que se encontram na tabela 6.1 (Quadro resumo dos índices
físicos iniciais).
TABELA 6.1 – Quadro resumo dos índices físicos iniciais
N° do
ensaio
Umidade - w
(%)
Densidade real
dos grãos - G
Peso Especifico
Seco - γ
d
(g/cm
3
)
Índice de
Vazios - e
1
1,2
2,676
1,27
1,10
2
1,0
2,676
1,26
1,13
3
11,5
2,676
1,88
0,42
4
12
2,676
1,90
0,40
5
13,5
2,676
1,93
0,39
6
13,5
2,676
1,93
0,39
7
14,5
2,676
1,90
0,41
8
15,2
2,676
1,86
0,44
9
12
2,676
1,90
0,40
10
13,5
2,676
1,93
0,39
11
15
2,676
1,87
0,43
69
Os valores de coeficientes de permeabilidade (k) encontrados nestes ensaios
estão apresentados nas tabelas 6.2 (Quadro resumo de ensaios sem compactação), 6.3
(Quadro resumo de ensaios com compactação do tipo Proctor Normal) e 6.4 (Quadro
resumo de ensaios com compactação estática). Vale ressaltar que os valores de k
contidos nestas tabelas foram os obtidos como último valor médio de k para cada
ensaio.
TABELA 6.2- Quadro resumo de ensaios de condutividade hidráulica saturada sem
compactação - Carga Constante
RCD NÃO COMPACTADO
k (cm/s)
Índice de vazios (e) Gradiente hidráulico (i)
Saturação final (%)
1 5,42 x 10
-3
1,10 8,42 86,7
2 8,47 x 10
-3
1,13 8,42 89,9
TABELA 6.3 - Quadro resumo de ensaios de condutividade hidráulica com
compactação Proctor Normal – Cargas Constante e Variável
RCD COMPACTADO ABAIXO DA UMIDADE ÓTIMA
N° k
(cm/s)
Índice de vazios
(e)
Umidade de
compactação (%)
Saturação
final (%)
3
1,47 x 10
-4
0,41
W
ot
-2,0
99,86
4
1,28 x 10
-5
0,38
W
ot
-1,5
90,80
RCD COMPACTADO NA UMIDADE ÓTIMA
N° k
(cm/s)
Índice de vazios
(e)
Umidade de
compactação (%)
Saturação
final (%)
5
1,54 x 10
-5
0,40
W
ot
93,66
6
2,28 x10
-5
0,37
W
ot
110,65
RCD COMPACTADO ACIMA DA UMIDADE ÓTIMA
N° k
(cm/s)
Índice de vazios
(e)
Umidade de
compactação (%)
Saturação
final (%)
7
7,8 x10
-5
0,42
W
ot
+1,0
98,76
8
1,82 x10
-7
0,45
W
ot
+1,7
97,35
70
TABELA 6.4 - Quadro resumo de ensaios de condutividade hidráulica com
compactação estática – Carga Variável
RCD COMPACTADO ABAIXO DA UMIDADE ÓTIMA
k
(cm/s)
Índice de vazios
(e)
Umidade de
compactação (%)
Saturação
final (%)
9
4,97 x 10
-5
0,40
W
ot
-1,8
113,06
RCD COMPACTADO NA UMIDADE ÓTIMA
N° k
(cm/s)
Índice de vazios
(e)
Umidade de
compactação (%)
Saturação
final (%)
10
9,4 x 10
-6
0,39
W
ot
118,22
RCD COMPACTADO ACIMA DA UMIDADE ÓTIMA
N° k
(cm/s)
Índice de vazios
(e)
Umidade de
compactação (%).
Saturação
final (%)
11
2,04 x10
-5
0,43
W
ot
+1,5
115,25
Analisando os resultados encontrados nestes ensaios pode-se perceber que com
relação aos ensaios sem compactação a ordem de grandeza é de 10
-3
cm/s, o que é
considerado coerente, pois o agregado reciclado miúdo é um material composto, em sua
maior parte, de fração areia. Pode-se verificar também que a ordem de grandeza
predominante para o coeficiente de permeabilidade (k) tanto nos ensaios com
compactação do tipo proctor-normal quanto estática é de 10
-5
cm/s, observada para
umidades abaixo da ótima, ótima e acima da ótima. Pela tabela 6.2, observou-se ainda
que houve um ensaio, com compactação do tipo proctor-normal, e umidade acima da
ótima, que apresentou um resultado, a princípio, não esperado, ou seja, k na ordem de
10
-7
cm/s.
Segundo um exemplo citado por PINTO (2000) de um solo arenoso fino
existente em uma extensa área no Estado de São Paulo, este solo apresentou no seu
estado natural, k na ordem de 10
-3
cm/s, e compactado apresentou k na ordem de 10
-6
a
10
-7
cm/s. Em função deste exemplo e tendo em vista que o agregado reciclado miúdo
do RCD é composto na sua maior parte de material arenoso, não se deve desconsiderar
este resultado.
71
6.3 – Curva característica
Por meio do ensaio pelo método do papel filtro pode-se medir a sucção matricial
do agregado reciclado miúdo de RCD e traçar a curva de retenção de água.
Na tabela 6.5 encontram-se os índices físicos iniciais dos corpos de prova deste
ensaio.
TABELA 6.5 – Índices físicos iniciais do ensaio pelo método do papel filtro
Índice de vazios (e): 0,39
Umidade (w): 12,43%
Saturação (S): 85,35%
Peso específico aparente seco (γ
d
): 1,92 g/cm
3
A figura 6.3 apresenta os resultados deste ensaio.
0
0.1
0.2
0.3
1.E-02 1.E-01 1.E+00 1.E+01 1.E+02 1.E+03 1.E+04 1.E+05 1.E+06
Sucção matricial [kPa]
Umidade Volumetrica
PF VG
FIGURA 6.3 – Curva de retenção de água do agregado reciclado miúdo do RCD
72
Analisando esta curva com as curvas apresentadas na figura 4.8 percebe-se uma
semelhança com a curva característica de um silte arenoso, o que confirma que o
agregado reciclado miúdo de RCD possui características de uma areia.
A partir da medição da sucção matricial também foi possível determinar a curva
de condutividade hidráulica não saturada, que pode ser vista na figura 6.4.
FIGURA 6.4 – Curva de condutividade Hidráulica não saturada ajustada pela equação
de VAN GENUTCHEN (1980)
Analisando esta curva pode-se verificar que o material apresenta valores da
ordem de 10
-5
cm/s na condição saturada e decresce rapidamente para cerca de 10
-8
cm/s
em uma sucção de cerca de 2 kPa, até 10
-10
cm/s em uma sucção de 20 kPa e até 10
-12
cm/s em uma sucção de 200 kPa
73
6.4 – Ensaios de erodibilidade e Crumb Test
6.4.1 – Ensaio de Erodibilidade
Ensaio de desagregação
Os índices físicos iniciais do corpo de prova deste ensaio encontram-se na tabela
6.6.
TABELA 6.6 - Índices físicos iniciais do ensaio de desagregação
Índice de vazios (e): 0,39
Umidade (w): 13,5%
Peso específico aparente seco ( γ
d
): 1,93 g/cm
3
O esquema mostrando a disposição da amostra e o medidor de nível de água
para a realização do ensaio de desagregação pode ser visto na figura 6.5.
FIGURA 6.5 - Esquema e disposição da amostra no ensaio de desagregação
74
No decorrer do ensaio pode-se observar que o agregado reciclado miúdo do
RCD apresentou no primeiro estágio uma leve desagregação nos cantos, quase que
imperceptível (figura 6.6). No segundo estágio, quando o nível de água foi elevado a 1/3
da altura da amostra, pode-se observar que nas quatro extremidades inferiores da
amostra (nos cantos) houve desagregação por abatimento (figura 6.7). No terceiro
estágio, quando o nível de água foi elevado a 2/3 da altura da amostra, verificou-se que
a desagregação por abatimento, ocorrida no estágio anterior, aumentou (figura 6.8). No
quarto estágio, quando se elevou o nível de água até o topo da amostra, pode-se
observar, logo no início, que a amostra desagregou ainda mais e apareceram duas
fraturas na sua face superior (figura 6.9). No dia seguinte (24 horas após o início do
ensaio) pode-se verificar ainda que a amostra desagregou por abatimento (
slumping) e
por fraturamento (figura 6.10).
FIGURA 6.6 – Primeiro estágio do ensaio de desagregação (N.A. na base da amostra)
75
Figura 6.7 – Segundo estágio do ensaio de desagregação (N.A. a 1/3 da altura)
Figura 6.8 – Terceiro estágio do ensaio de desagregação (N.A. a 2/3 da altura)
76
Figura 6.9 – Quarto estágio do ensaio de desagregação (N.A. no topo da amostra)
Figura 6.10 – Final do ensaio de desagregação (24 horas após o início)
77
6.4.2 – Ensaio de Crumb Test
Os índices físicos iniciais do corpo de prova deste ensaio encontram-se na tabela
6.7
TABELA 6.7 - Índices físicos iniciais do ensaio de
Crumb Test
Índice de vazios (e): 0,39
Umidade (w): 13,5%
Peso específico aparente seco (γ
d
): 1,93 g/cm
3
Tão logo se iniciou o ensaio pode-se perceber que a amostra (pequeno torrão)
desagregou. No final do ensaio, após uma hora, pode-se observar que a amostra
desagregou e não dispersou. As figuras 6.11 e 6.12 apresentam as duas etapas do ensaio.
Figura 6.11 – 1ª etapa do Crumb Test (início)
78
Figura 6.12 – 2ª etapa do Crumb Test (1 hora)
A fim de sintetizar o resultado deste ensaio e facilitar a análise, bem como
classificar o agregado reciclado miúdo do RCD, foi elaborada a tabela 6.8, baseada no
trabalho proposto por SHERARD
et al (1972).
TABELA 6.8 – Quadro resumo do ensaio de
Crumb Test
Água destilada
Início do ensaio
Final do ensaio
Classificação
Agregado reciclado
miúdo
Desagrega e não
dispersa
Desagrega e não
dispersa
Não dispersivo
Este ensaio foi realizado por dois motivos:
- O agregado reciclado miúdo do RCD possui um percentual de material argiloso
e, segundo SHERARD
et al (1972), as argilas muito erodíveis são denominadas solos
dispersivos, mesmo quando compactadas com solos não coesivos como areias finas e
siltes, as quais em presença de água em movimento sofrem erosão por um processo
conhecido como dispersão.
79
- Este ensaio serve como um ensaio preliminar, já que através do mesmo pode-se
verificar a desagregação do material ensaiado.
Analisando os ensaios de erodibilidade e de
Crumb Test pode-se verificar que o
agregado reciclado miúdo do RCD é um material erodível e facilmente desagregável,
embora não dispersivo.
6.5 – Ensaio de Cisalhamento Direto
Os índices físicos iniciais destes ensaios encontram-se na tabela 6.9.
TABELA 6.9 - Índices físicos iniciais do ensaio de cisalhamento direto
Índice de vazios (e): 0,39
Umidade (w): 13,5%
Peso específico aparente seco (γ
d
): 1,93 g/cm
3
Através dos dados obtidos nestes ensaios pode-se traçar duas envoltórias, uma
com todas as tensões e outra para as tensões mais baixas, que podem ser visualizadas
nas figuras 6.13 e 6.14, respectivamente.
y = 0,7072x
R
2
= 0,9683
c=0 e
φ
=35
y = 0.491x + 82.119
c=82.1 e
φ
= 26.2
y = 0,8484x
R
2
= 0,9728
c=0 ø=40,3
0
50
100
150
200
250
300
350
400
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
tensão normal ( kPa )
tensão cisalhante ( kPa )
Figura 6.13 – Envoltória de resistência para todas as tensões (12,5 a 400 kPa)
80
y = 0.9768x + 3.6643
R
2
= 0.9926
c=3.7
φ
=44.3
y = 1.0708x
R
2
= 0.9808
c= 0
φ
=47
0
10
20
30
40
50
60
0 10203040506
tensão normal ( kPa )
tensão cisalhante ( kPa )
0
Figura 6.14 – Envoltória de resistência para tensões mais baixas (de 12,5 a 50 kPa)
Analisando estes gráficos pode-se perceber que os valores de ângulo de atrito (ø)
encontrados para cada envoltória revelam uma semelhança com valores de ângulos de
atrito de areias. Tendo em vista que estudos com solo granular revelam que o ângulo de
atrito de uma areia angulosa, bem graduada e compacta é de 45°(LAMBE, 1976).
O número restrito de ensaios realizados, no entanto, não permite afirmar que o
comportamento seja efetivamente diferenciado entre os dois níveis de tensão. Pode-se
admitir, portanto, um ângulo de atrito interno ø = 35
° para este material (figura 6.13).
Ainda pelos resultados obtidos nestes ensaios pode-se plotar também os gráficos
das figuras 6.15 (deslocamento vertical x deslocamento horizontal) e figura 6.16 (tensão
normalizada x deslocamento horizontal).
81
-0,15
-0,10
-0,05
0,00
0,05
0,10
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
Deslocamento horizontal ( cm )
Deslocamento vertical ( cm )
12.5 kPa
25 kPa
50 kPa
100 kPa
200kPa
400 kPa
FIGURA 6.15 - Deslocamento vertical x deslocamento horizontal nos ensaios de
cisalhamento direto.
FIGURA 6.16 – Tensão normalizada x deslocamento horizontal nos ensaios de
cisalhamento direto.
82
Pela análise destes gráficos verifica-se que o agregado reciclado miúdo do RCD teve
o comportamento de uma areia. Para as tensões mais baixas ocorreu pico figura (6.16) e
ocorreu também no início do cisalhamento, uma diminuição de volume, mas logo em
seguida houve expansão, ou seja, um aumento do volume, causado pelo “galgamento”
dos grãos (figura 6.15). Este fenômeno é denominado de dilatância.
Considerou-se importante analisar o comportamento sob baixas tensões normais
porque em geral os sistemas de cobertura operam sob pequenas cargas (peso próprio das
camadas subjacentes). Apenas durante a construção os sistemas de coberturas são
submetidos a tensões mais altas, devido à passagem de equipamentos. Para situação sob
baixas tensões normais observa-se também que o material tem um comportamento não-
coesivo com ângulo de atrito interno bastante elevado.
Aparentemente para tensões mais altas, superiores a 200 kPa, o material
apresenta um comportamento típico de quebra de partículas. A curva tensão x
deslocamento indica um aumento gradual e lento da resistência com o aumento da
deformação. A resistência final em σ = 400 kPa se aproxima da resistência final em σ =
200 kPa, só que em níveis bem maiores de deslocamento (cerca de duas vezes maior),
ou seja: 0,8 cm para 400 kPa contra 0,4 cm para 200 kPa. Mais ensaios seriam
necessários para verificar este comportamento.
83
6.6 – Ensaios de Lixiviação e Solubilização
6.6.1 – Ensaio de Lixiviação
A empresa TASQA Serviços Analíticos LTDA concluiu que a amostra do
agregado reciclado miúdo do RCD pertence ao caso 1 e apresentou os resultados do
ensaio de lixiviação por meio de um relatório, os quais podem ser visualizados na tabela
6.10 (quadro resumo do ensaio de lixiviação).
TABELA 6.10 – Quadro resumo do ensaio de lixiviação
Lixiviado
Parâmetros
Resultado
(mg/L)
LQ
(mg/L)
Limite Max. Lixiviado
(mg/L)
Alumínio
Arsênio
0,03
0,005 5
Bário
0,15
0,003 100
Berílio
Cádmio
< LQ
0,03 0,5
Chumbo
< LQ
0,2 5
Cianeto
Cloreto
Cobre
Cromo Total
< LQ
0,08 5
Cromo VI
Dureza
Fenóis
Ferro
Fluoreto
0,29
0,07 150
Manganês
Mercúrio
< LQ
0,0005 0,1
Nitrato
Prata
< LQ
0,05 5
Selênio
0,06
0,007 1
Sódio
Sulfato
Surfactantes
Vanádio
Zinco
LQ: limite de quantificação
Fonte: Reproduzido de CINCONEGUE (2004)
84
6.6.2 – Ensaio de Solubilização
Os resultados encontrados neste ensaio podem ser visualizados através da tabela
6.11 (quadro resumo do ensaio de solubilização).
TABELA 6.11 – Quadro resumo do ensaio de solubilização
Solubilizado
Parâmetros
Resultado
(mg/L)
LQ
(mg/L)
Limite Max.
Lixiviado
(mg/L)
Alumínio
0,29
0,05 0,2
Arsênio
0,03
0,005 0,05
Bário
0,02
0,003 1
Berílio
Cádmio
< LQ
0,004 0,005
Chumbo
< LQ
0,003 0,05
Cianeto
< LQ
0,015 0,1
Cloreto
21,4
2 250
Cobre
< LQ
0,1 1
Cromo Total
< LQ
0,013 0,05
Cromo VI
Dureza
192
0,05 500
Fenóis
0,004
0,001 0,001
Ferro
< LQ
0,1 0,3
Fluoreto
0,40
0,07 1,5
Manganês
0,02
0,05 0,1
Mercúrio
< LQ
0,0005 0,001
Nitrato
4,1
0,1 10
Prata
< LQ
0,05 0,05
Selênio
< LQ
0,007 0,01
Sódio
12,5
0,01 200
Sulfato
<LQ
2 400
Surfactantes
0,11
0,04 0,2
Vanádio
Zinco
0,02
0,01 5
LQ: limite de quantificação
Fonte: Reproduzido de CINCONEGUE - 2004
85
Segundo as análises realizadas pela Empresa TASQA Serviços Analíticos LTDA
a partir dos resultados destes ensaios, o agregado reciclado miúdo do RCD foi
classificado como resíduo classe ll (resíduo não-inerte). Esta classificação teve por base
os valores encontrados pra alumínio e fenóis no ensaio de solubilização. Tais valores
são maiores que o limite máximo referenciados na norma ABNT/NBR 10006/1987.
Porém, foi publicada uma nova edição da norma de solubilização em 2004 e por esta
nova edição o valor encontrado para fenóis (0,004 mg/l) encontra-se dentro do valor de
referência (0,01 mg/l).
Apenas o alumínio apresenta-se ainda acima do admissível pela nova edição.
Entretanto, este resultado não foi reportado em outras análises de RCD, como por
exemplo o de Salvador ( CARNEIRO, 2001) e pode estar relacionado a uma partida de
beneficiamento em que permaneceram algumas impurezas de materiais.
Para caracterizar o risco de uso deste agregado seria necessário efetuar análises
sistemáticas de diferentes partidas de beneficiamento, o que fugia ao escopo da presente
pesquisa. De qualquer forma, a diferença encontrada em relação ao valor admissível não
é um fator que impossibilite sua utilização, sobretudo se o material for usado como
cobertura de aterros de resíduos.
86
7 – CONCLUSÕES
De posse dos resultados dos ensaios e de suas análises (descritos no capítulo 6)
conclui-se que o agregado reciclado proveniente do beneficiamento do RCD é um
material que apresenta comportamento semelhante a um solo granular.
Sua caracterização física revelou um material granular do tipo areia
pedregulhosa com finos não plásticos.
Tanto os valores de coeficiente de permeabilidade (saturada na ordem de10
-5
cm/s e não saturada na ordem de 10
-12
cm/s para uma sucção de 200kPa) quanto os de
ângulos de atrito obtidos através dos ensaios de resistência ao cisalhamento (ø: de 26° a
47°) ratificam esta caracterização, pois são valores consistentes com comportamento de
solos granulares.
Conclui-se ainda que este material é erodivel e facilmente desagregável, porém
não dispersivo.
Com relação às análises químicas pode-se concluir que embora este material
tenha sido classificado como não inerte, devido principalmente ao valor de alumínio
encontrado no ensaio de solubilização, isto não constitui um fator que impossibilite sua
utilização, sobretudo se este material for utilizado como cobertura de aterros de
resíduos.
A partir dos resultados dos ensaios e de suas análises pode-se também avaliar
quais os parâmetros encontrados no agregado reciclado miúdo do RCD se assemelham
tecnicamente aos dos materiais que compõem um sistema de cobertura final de aterros
do tipo convencional, bem como dos tipos alternativos de coberturas finais. E de posse
desta avaliação, verificar se o agregado reciclado miúdo de RCD pode ser utilizado
como um material alternativo em sistema de cobertura.
87
7.1 – Verificação para cobertura final de aterros de resíduo sólido urbano
Com relação aos componentes de um sistema de cobertura final de aterro de
resíduos sólidos urbanos, do tipo convencional, como descrito no Capítulo 3, composto
por 6 (seis) camadas, pode-se concluir que:
Para camada de superfície, o agregado reciclado miúdo do RCD,
embora seja composto de uma mistura de argila, silte e areia, que são
materiais recomendáveis para esta camada, torna-se a princípio
inadequado pelo fato de ser um material erodível. Portanto, para ser
utilizado como material substituto na camada de superfície deverá ser
feito um plantio de forma que se obtenha uma camada de superfície
composta de vegetação e/ou sua construção em taludes .
Para camada de proteção, o agregado reciclado miúdo do RCD
apresenta restrições quanto ao coeficiente de permeabilidade (k), pois
o material utilizado nesta camada deve prover uma adequada retenção
de água com capacidade de atenuar a infiltração de águas de chuvas
para a camada de drenagem, e apresentar valores de k <10
-5
cm/s.
Como os resultados dos ensaios de condutividade hidráulica do
agregado reciclado miúdo do RCD apresentaram valores para k, na
sua maioria, na ordem de 10
-5
cm/s, este material não é adequado a
princípio.
Para camada de drenagem, o agregado reciclado miúdo do RCD
torna-se inviável pelo fato de apresentar condutividade hidráulica
menor que a especificada tecnicamente (k = 1 x 10
-2
cm/s). Outro
aspecto relevante é o provável coeficiente de atrito muito baixo no
contato com a geomembrana.
Para a barreira hidráulica ou de gás o agregado reciclado miúdo do
RCD não é recomendado em condições saturadas, pois esta camada é
composta basicamente por geomembranas,
liner de argila
geossintética (GCL) e
liner de argila compactada (CCL), materiais
88
altamente impermeáveis, com coeficiente de permeabilidade na
ordem de 1 x 10
-9
a 5 x 10
-9
cm/s, e estes valores não foram
encontrados para o referido agregado nos ensaios saturados. Porém
para condições não saturadas pode funcionar, pois nestas condições
foram encontrados coeficientes de permeabilidade até menores, na
ordem de 1 x 10
-12
cm/s para sucção de 200 kPa.
.
Para camada de coleta de gás recomenda-se o uso de grãos grossos e
altamente permeáveis, como cascalhos e britas. Com relação ao
agregado reciclado miúdo de RCD, pode-se perceber pela sua curva
granulométrica que é um material composto, na sua maior parte, por
areia, porém não somente grossa. É um material fofo e que não
garante qualidade na execução desta camada. Portanto não irá
funcionar.
Para camada de base, a princípio não existem restrições quanto ao
uso do agregado reciclado miúdo do RCD, sendo que o projeto de
cobertura deve especificar a espessura adequada e compatível a este
material.
89
7.2 – Verificação para coberturas alternativas
Como já comentado no capítulo 3, existem alguns estudos realizados sobre
coberturas alternativas e que têm demonstrado que as coberturas finais de aterros em
climas árido e semi-árido devem ter especificações diferentes daquelas de climas
úmidos.
Segundo os modelos de coberturas finais alternativas apresentadas por
KOERNER e DANIEL (1997), para clima semi-árido, pode-se verificar que o agregado
reciclado miúdo do RCD possui especificações e parâmetros que possibilitam a sua
utilização como material alternativo e substituto ao da camada de superfície e ao
material granular da barreira capilar. Sendo que na camada de superfície deve ser feito o
plantio de vegetações para conter a erosão. Há também a possibilidade de uso como
uma camada monolítica, porém com uma espessura maior em substituição ao solo
nativo. Para esta substituição é recomendável uma avaliação do solo nativo, a fim de
verificar as possíveis semelhanças (quanto a caracterização e parâmetros geotécnicos)
entre o solo e o agregado reciclado miúdo.
Um outro fator de grande relevância a ser considerado para os aterros em regiões
áridas e semi-áridas é a condutividade não saturada do material a ser aplicado como
cobertura. Através da curva de condutividade hidráulica não saturada pode-se verificar
que o agregado reciclado miúdo do RCD apresenta uma condutividade hidráulica não
saturada que pode chegar a valores na ordem de 10
cm/s, o que favorece a sua
utilização como material alternativo nestas regiões, tendo em vista que a evaporação
para estes locais é maior do que a precipitação, logo a condutividade hidráulica do
agregado reciclado miúdo do RCD tenderá a ocorrer sempre em condições de umidade
menor que a de saturação.
-12
Ainda, segundo o exemplo de cobertura alternativa apresentada por KOERNER
e DANIEL (citado no capítulo 3) para aterros de resíduos sólidos urbanos nos Estados
Unidos, em que é permitida a máxima percolação, pode-se verificar que o agregado
reciclado miúdo do RCD possui coeficiente de permeabilidade em condições
semelhantes ao do solo da camada que se encontra acima do resíduo. Isto possibilita a
aplicação do agregado reciclado miúdo do RCD como material alternativo para esta
camada, bem como para camada de solo vegetativo.
90
7.3 – Considerações finais
Por meio dos ensaios realizados e dos resultados obtidos pode-se considerar que
os objetivos desta pesquisa foram atingidos. Tanto a caracterização física, quanto os
ensaios de condutividade hidráulica, erodibilidade, resistência ao cisalhamento e os
ensaios químicos demonstraram que o material pesquisado, embora seja o resultado do
beneficiamento de um resíduo, é um material alternativo e que possui um grande
potencial de aplicação em obras de construção civil, diminuindo os efeitos negativos ao
meio ambiente, contribuindo de forma positiva para o desenvolvimento sustentável,
podendo ser aplicado de maneira nobre em vários projetos de engenharia.
Com relação ao sistema de cobertura final, este material surge como uma
alternativa a ser considerada, principalmente em regiões áridas e semi-áridas, bem como
em municípios pequenos, onde os aterros sanitários são construídos para atender uma
demanda pequena.
7.4 – Sugestões para futuras pesquisas:
Realizar ensaios de Inderbitzen, pois estes ensaios permitem avaliar
quantitativamente a erosão superficial do agregado reciclado miúdo do
RCD.
Realizar ensaios, misturando o agregado natural com o agregado
reciclado miúdo do RCD, em proporções diferentes, a fim de verificar o
comportamento geo-mecânico, bem como a permeabilidade; com a
finalidade de avaliar se os resultados são mais favoráveis ou não para
utilização em sistema de cobertura final.
Verificar o comportamento do agregado reciclado miúdo do RCD em
relação a fertilidade para estudos de revegetação.
Verificar o comportamento do agregado reciclado miúdo do RCD quanto
a passagem de gases e seus efeitos.
Recomendação de um estudo sistemático de diferentes partidas de
agregados resultantes do beneficiamento do RCD, envolvendo análises
físicas e químicas.
91
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96
ANEXO A – Planilhas dos ensaios de caracterização:
- Granulometria
- Densidade real dos grãos
- Ensaio de compactação
97
GRANULOMETRIA - PENEIRAMENTO FINO E GROSSO
PESO AMOSTRA SECA UMIDADE HIGROSCÓPICA
amostra total umida 2374.80
cápsula n
0
23 15 1
retido na # 10 437.03 solo umido + capsula 101.20 123.33 111.29
umido passando na # 10 1937.77 solo seco + capsula 99.86 121.66 109.79
seco passando na # 10 1906.46 capsula 18.50 19.64 18.50
amostra total seca 2343.49 solo seco 81.36 102.02 91.29
umidade (h%) 1.647 1.637 1.643
PENEIRAMENTO GROSSO umidade média (hm %) 1.64
peneiras mat.retido material %total fator de correção 0.9838
USBS acum. passado acum.pas.
1 1/2" 0.00 2343.49 100.0 PENEIRAMENTO FINO
1" 0.00 2343.49 100.0 peneiras retido material %parcial %total
3/4" 0.00 2343.49 100.0 USBS acumul. passado acum.pas. acum.pas.
3/8" 6.60 2336.89 99.7 10 0 69.93 100.0 81.4
4 136.48 2207.01 94.2 20 11.52 58.41 83.5 68.0
8 384.01 1959.48 83.6 30 16.71 53.22 76.1 61.9
10 437.03 1906.46 81.4 40 28.24 41.69 59.6 48.5
60 37.86 32.07 45.9 37.3
SEDIMENTAÇÃO 100 46.22 23.71 33.9 27.6
peso umido (g) 71.08 200 51.94 17.99 25.7 20.9
peso seco (g) 69.93
DENSIDADE REAL DOS GRÃOS: 2.676
obs.
COPPE/UFRJ PROGRAMA DE ENGENHARIA CIVIL
ALUNO: MAURICIO
LAB. DE GEOTECNIA - CARACTERIZAÇÃO
MESTRADO: AMOSTRA:
RCD
OPERADOR:
LCARLOS
RECEBIDO EM
__/__/ __
DATA:
10/mai
REG.LAB.
98
GRANULOMETRIA - PENEIRAMENTO FINO E GROSSO
PESO AMOSTRA SECA UMIDADE HIGROSCÓPICA
amostra total umida 1120.00
cápsula n
0
20 1 3
retido na # 10 183.56 solo umido + capsula 65.71 93.41 85.73
umido passando na # 10 936.44 solo seco + capsula 63.35 90.09 82.87
seco passando na # 10 896.33 capsula 10.43 16.39 18.77
amostra total seca 1079.89 solo seco 52.92 73.70 64.10
umidade (h%) 4.460 4.505 4.462
PENEIRAMENTO GROSSO umidade média (hm %) 4.48
peneiras mat.retido material %total fator de correção 0.9572
USBS acum. passado acum.pas.
1 1/2" 0.00 1079.89 100.0 PENEIRAMENTO FINO
1" 0.00 1079.89 100.0 peneiras retido material %parcial %total
3/4" 0.00 1079.89 100.0 USBS acumul. passado acum.pas. acum.pas.
3/8" 0.00 1079.89 100.0 10 0 71.21 100.0 83.0
4 12.58 1067.31 98.8 20 11.02 60.19 84.5 70.2
8 152.04 927.85 85.9 30 20.41 50.80 71.3 59.2
10 183.56 896.33 83.0 40 25.9 45.31 63.6 52.8
60 38.78 32.43 45.5 37.8
SEDIMENTAÇÃO 100 47.69 23.52 33.0 27.4
peso umido (g) 74.4 200 54.49 16.72 23.5 19.5
peso seco (g) 71.21
DENSIDADE REAL DOS GRÃOS: 2.676
obs.
COPPE/UFRJ PROGRAMA DE ENGENHARIA CIVIL
ALUNO: MAURICIO
LAB. DE GEOTECNIA - CARACTERIZAÇÃO
MESTRADO: AMOSTRA:
RCD 1
OPERADOR:
LCARLOS
RECEBIDO EM
__/__/ __
DATA:
11/mai
REG.LAB.
99
GRANULOMETRIA - PENEIRAMENTO FINO E GROSSO
PESO AMOSTRA SECA UMIDADE HIGROSCÓPICA
amostra total umida 1188.70
cápsula n
0
18 15 26
retido na # 10 124.18 solo umido + capsula 76.41 69.47 53.30
umido passando na # 10 1064.52 solo seco + capsula 73.80 67.17 51.68
seco passando na # 10 1023.73 capsula 10.10 9.38 9.89
amostra total seca 1147.91 solo seco 63.70 57.79 41.79
umidade (h%) 4.097 3.980 3.877
PENEIRAMENTO GROSSO umidade média (hm %) 3.98
peneiras mat.retido material %total fator de correção 0.9617
USBS acum. passado acum.pas.
1 1/2" 0.00 1147.91 100.0 PENEIRAMENTO FINO
1" 0.00 1147.91 100.0 peneiras retido material %parcial %total
3/4" 0.00 1147.91 100.0 USBS acumul. passado acum.pas. acum.pas.
3/8" 0.00 1147.91 100.0 10 0 71.86 100.0 89.2
4 17.64 1130.27 98.5 20 10.46 61.40 85.4 76.2
8 90.05 1057.86 92.2 30 21.38 50.48 70.2 62.6
10 124.18 1023.73 89.2 40 27.74 44.12 61.4 54.8
60 40.28 31.58 43.9 39.2
SEDIMENTAÇÃO 100 48.61 23.25 32.4 28.9
peso umido (g) 74.72 200 54.97 16.89 23.5 21.0
peso seco (g) 71.86
DENSIDADE REAL DOS GRÃOS: 2.676
obs.
COPPE/UFRJ PROGRAMA DE ENGENHARIA CIVIL
ALUNO: MAURICIO
LAB. DE GEOTECNIA - CARACTERIZAÇÃO
MESTRADO: AMOSTRA:
RCD 2
OPERADOR:
LCARLOS
RECEBIDO EM
__/__/ __
DATA:
11/mai
REG.LAB.
100
101
102
DENSIDADE REAL DOS GRÃOS
PICNÔMETRO N
0
1 2 3
TEMPERATURA DA ÁGUA E SOLO (
0
C) T 25 25 25
CÁPSULA N
0
PICNÔMETRO + SOLOSECO 43,63 37,63 37,96
PICNÔMETRO 32,05 26,04 26,59
PICNÔMETRO + ÁGUA W
W
85,57 82,37 83,09
PICNÔMETRO + SOLO + ÁGUA W
WS
92,83 89,65 90,22
SOLO SECO (g) W
S
11,58 11,59 11,37
ÁGUA DESLOCADA (W
S
+ W
W
-W
WS
) 4,32 4,31 4,24
FATOR DE CORREÇÃO K 0,9971 0,9971 0,9971
DENSIDADE REAL DOS GRÃOS G
S
2,673 2,681 2,674
W
S
. K / (W
S
+ W
W
- W
WS
) MÉDIA 2,676
COPPE/UFRJ PROGRAMA DE ENGENHARIA CIVIL
ALUNO: MAURICIO
LAB. DE GEOTECNIA - CARACTERIZAÇÃO
MESTRADO:
AMOSTRA:
RCD
OPERADOR: LCARLOS RESP. SETOR:
RECEBIDO EM
__/_05_/04__
DATA:
10/5/2004
REG.LAB.
103
ENSAIO DE COMPACTAÇÃO
Amostra : Amostra RDC Prof.: 0,00 A 0,30M
CARACTERÍSTICAS DO ENSAIO
Tipo : P. Normal n
0
da Camadas 3 golpes/camadas 26
COMPACTAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA
ENSAIO 3 4 5 4 5
Molde N
0
2 2 2 2 2
Diâmetro(cm)
15,20 15,20 15,20 15,20 15,20
Altura(cm)
12,55 12,70 12,55 12,70 12,55
Volume(cm
3
)
944,46 942,65 987,85 987,07 987,85
P. molde(g)
1984,60 2000,00 2162,00 2300,00 2162,00
P.T.Úmido(g)
3874,40 3998,00 4323,60 4378,20 4211,20
Solo Seco(g)
1722,92 1786,82 1901,69 1793,72 1747,80
γs (g/cm
3
)
1,824 1,896 1,925 1,817 1,769
Cápsula n
0
156 163 153 48 43 165 185 184 179 181
Tara (g ) 40,70 32,20 33,40 41,80 41,40 43,30 38,10 36,50 35,60 37,10
P.T.Úmido (g) 223,90 187,90 125,20 165,70 158,00 149,60 179,20 214,60 222,70 209,90
P.T.Seco (g) 207,90 174,00 115,50 152,60 144,00 136,80 160,30 189,70 195,60 184,10
Solo Seco (g) 167,20 141,80 82,10 110,80 102,60 93,50 122,20 153,20 160,00 147,00
Umidade (%) 9,57 9,80 11,81 11,82 13,65 13,69 15,47 16,25 16,94 17,55
h.média (%) 9,69 11,82 13,67 15,86 17,24
COPPE/UFRJ
LABORATÓRIO DE GEOTECNIA
ALUNO: MAURICIO Interessado :
Local : RIO DE JANEIRO data : 25/4/2004 figura :
104
ANEXO B: Planilhas dos ensaios de permeabilidade
105
Ensaio de Permeabilidade – Carga Constante
N° 1
Data:27 /04 / 04 Obs.: Amostra sem compactação (in natura)
Amostra: RCD ...........Profundidade :_______________Operador:Mauricio
Caracteristicas do solo Características do Corpo de Prova
Tara +solo ( seco) 5571,42 Diâmetro cm D 7,30
Tara 4531,3 Área
cm
2
A 41,85
Peso em
gramas
Solo seco Ws 1040,12 Altura Inicial cm
L 19,53
Densidade real dos Grãos Gs 2,676 Volume Inicial, A x L cm
3
V 817,3
Volume de sólidos Ws/Gs ( cm3) Vs 388,68
Indice de Vazios inicial(V-Vs)/Vs e 1,10
Distância entre os níveis piezométricos L
1
19,53
Ensaio
Altura do Corpo de Prova cm L 19,53 19,53 19,53
Índice de Vazios=(AL-Vs)/Vs e 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08
Perda de Carga (cm) h 164,5 164,5 164,5 164,5 164,5 164,5
Volume de água percolada (cm
3
) Q 129,0 116,0 126,0 110,0 108,0 106,0
Tempo decorrido (s) t 49,3 47,87 54,18 49,34 49,43 50,28
Temperatura da água (°C) T 25 25 25 25 25 25
Fator de Correção Rt 0,89 0,89 0,89 0,89 0,89 0,89
K 6,61x10
-3
6,12x10
-3
5,87x10
-3
5,63x10
-3
5,52x10
-3
5,32x10
-3
Coeficiente de permeabilidade
20ºC (cm/s)
Med 6,36x10
-3
5,75x10
-3
5,42x10
-3
Rt = Fator de correção para a viscosidade da água a 20º C
K
20
=
Q x L1 x Rt
H x A x t
Caso não sejam usados os níveis piezométricos, toma-se L1 = L e h é medido desde o
nível do reservatório de água até o nível inferior da água.
106
Ensaio de Permeabilidade – Carga Constante
N° 2
Data: 24 /05 / 04 Obs.: Amostra sem compactação ( in natura) para confirmar a
permeabilidade realizada em 27/04/04
Amostra: RCD Profundidade :_______________Operador: Mauricio
Caracteristicas do solo Características do Corpo de Prova
Tara +solo ( seco) 5554,22 Diâmetro cm D 7,30
Tara 4530,6 Área
cm
2
A 41,85
Peso em
gramas
Solo seco Ws 1022,92 Altura Inicial cm
L 19,53
Densidade real dos Grãos Gs 2,676 Volume Inicial, A x L cm
3
V 817,33
Volume de sólidos Ws/Gs ( cm3) Vs 382,26
Indice de Vazios inicial(V-Vs)/Vs e 1,13
Distância entre os níveis piezométricos L
1
19,53
Ensaio
Altura do Corpo de Prova cm L 19,53 19,53 19,53
Índice de Vazios=(AL-Vs)/Vs e 1,11 1,11 1,11 1,11 1,11 1,11
Perda de Carga (cm) h 164,5 164,5 164,5 164,5 164,5 164,5
Volume de água percolada (cm
3
) Q 230 230 230 230 230 230
Tempo decorrido (s) t 59 60 62 64 66 68
Temperatura da água (°C) T 26 26 26 26 26 26
Fator de Correção Rt 0,87 0,87 0,87 0,87 0,87 0,87
K 9,62x10
-3
9,46x10
-3
9,15x10
-3
8,87x10
-3
8,60x10
-3
8,34x10
-3
Coeficiente de permeabilidade
20ºC (cm/s)
Med 9,54x10
-3
9,01x10
-3
8,47x10
-3
Rt = Fator de correção para a viscosidade da água a 20º C
K
20
=
Q x L1 x Rt
H x A x t
Caso não sejam usados os níveis piezométricos, toma-se L1 = L e h é medido desde o
nível do reservatório de água até o nível inferior da água.
107
Ensaio de Permeabilidade – Carga Constante
N° 3
Data:23 /06/ 04
Obs.: Compactado 2,0 % abaixo da umidade ótima
Amostra: RCD Profundidade :_______________Operador: ___________
Caracteristicas do solo Características do Corpo de Prova
Tara +solo (seco) 2370,04 Diâmetro cm D 10,13
Tara 819,10 Área
cm
2
A 80,59
Peso em
gramas
Solo seco Ws 1550,94 Altura Inicial cm
L 10,13
Densidade real dos Grãos Gs 2,676 Volume Inicial, A x L cm
3
V 816,37
Volume de sólidos Ws/Gs ( cm3) Vs 579,57
Indice de Vazios inicial(V-Vs)/Vs e 0,41
Distância entre os níveis piezométricos L
1
10,13
Ensaio
Altura do Corpo de Prova cm L 10,13 10,13 10,13
Índice de Vazios=(AL-Vs)/Vs e 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39
Perda de Carga (cm) h 164,5 164,5 164,5 164,5 164,5 164,5
Volume de água percolada (cm
3
) Q 53 51 51 50 51 51
Tempo decorrido (s) t 116 153 190 200 219 233
Temperatura da água (°C) T 25 25 25 25 25 25
Fator de Correção Rt 0,89 0,89 0,89 0,89 0,89 0,89
K 3,14x10
-4
2,26x10
-4
1,83x10
-4
1,70x10
-4
1,58x10
-4
1,47x10
-4
Coeficiente de permeabilidade
20ºC (cm/s)
Med 2,70x10
-4
1,77x10
-4
1,53x10
-4
Rt = Fator de correção para a viscosidade da água a 20º C
K
20
=
Q x L1 x Rt
H x A x t
Caso não sejam usados os níveis piezométricos, toma-se L1 = L e h é medido desde o
nível do reservatório de água até o nível inferior da água.
108
Ensaio de Permeabilidade – Carga Variável
N°4
Obs. Amostra compactada com 1,5% abaixo da ótima
Data : 24/ 05/ 04
Amostra : RCD Profundidade:____________ Operador: Mauricio
Umidade inicial Umidade final Características do ensaio
Diâmetro C.P. ( cm ) D 10,14 Cápsula 180 172 I-18 I-30
Área C.P. (cm
2
) A 80,75
Peso da cápsula
( g )
37,5 38,5 14,0 13,4 Altura Inicial C P.(cm) L 10,14
Volume C. P. (cm
3
) V 818,81 Cápsula+solo
úmido(g )
169,50 179,90 69,8 66,8
Área do tubo ( cm
2
) a 0,139
Cápsula +solo seco
( g )
155,25 164,79 63,5 60,7
Características do solo
Peso da água
( g )
14,25 15,11 6,3 6,1 Tara +solo úmido ( g ) 2661,6
Tara ( g ) 886,9 Peso de solo seco
( g )
117,75 126,29 49,5 47,3
Solo seco ( g ) Ws 1589,3
Densidade dos grãos Gs 2,676 Umidade (%) 12,10 11,96 12,73 12,89
Volume sólidos (cm
3
) Vs 592,14
Umidade média
(%)
12,00 12,81
Índice de Vazios e 0,38
LEITURA
Carga Inicial (cm ) Ho 133,9 133,9 133,9 133,9 133,9 133,9
Carga Final (cm ) Hf 123,9 113,9 103,9 123,9 113,9 103,9
Tempo decorrido (segundos) t 88 186 295 93 197 310
Temperatura da água °C T 24,5 24,5 24,5 24,5 24,5 24,5
Fator de Correção Rt 0,90 0,90 0,90 0,90 0,90 0,90
Permeabilidade ( cm/s ) K
1,38x10
-5
1,60x10
-5
1,35x10
-5
1,31x10
-5
1,29x10
-5
1,28x10
-5
Permeabilidade média ( cm/s) K
m
1,49x10
-5
1,33x10
-5
1,28x10
-5
Rt = Fator de correção para a viscosidade da água a 20º C Vs
=
Ws e
=
V-Vs
Gs Vs
K
=
2,3 x a x L x Rt x Log 10 x Ho
A x t Hf
109
Ensaio de Permeabilidade – Carga Variável
N°5
Obs. Amostra compactada na umidade ótima
Data : 23/ 06/ 04
Amostra : RCD Profundidade:____________ Operador:Mauricio
Umidade inicial Umidade final Características do ensaio
Diâmetro C.P. ( cm ) D 10,16 Cápsula 13 16 D
1
15
A
Área C.P. (cm
2
) A 81,07
Peso da cápsula ( g ) 18,2 19,1 19,2 19,90 Altura Inicial C. P.(cm) L 10,16
Volume C. P. (cm
3
) V 823,70 Cápsula+solo úmido(g ) 70,10 66,10 86,2 75,60
Área do tubo ( cm
2
) a 0,139
Cápsula +solo seco ( g )
64,00 60,50 77,97 68,75
Características do solo
Peso da água ( g ) 6,50 5,60 8,23 6,85 Tara +solo úmido ( g ) 2679,5
Tara ( g ) 894,6 Peso de solo seco ( g )
45,80 41,40 58,77 48,85
Solo seco ( g )
Ws
1572,6
Densidade dos grãos Gs 2,676 Umidade (%) 13,32 13,63 14,00 14,02
Volume sólidos (cm
3
) Vs 587,66
Umidade média (%) 13,5 14,0
Índice de Vazios e 0,40
LEITURA
Carga Inicial (cm ) Ho 133,9 133,9 133,9 133,9 133,9 133,9
Carga Final (cm ) Hf 123,9 113,9 103,9 123,9 113,9 103,9
Tempo decorrido (segundos) t 75 158 248 77 161 254
Temperatura da água °C T 25 25 25 25 25 25
Fator de Correção Rt 0,89 0,89 0,89 0,89 0,89 0,89
Permeabilidade ( cm/s ) K
1,60x10
-5
1,58x10
-5
1,58x10
-5
1,56x10
-5
1,55x10
-5
1,54x10
-5
Permeabilidade média ( cm/s) K
m
1,59x10
-5
1,57x10
-5
1,54x10
-5
Rt = Fator de correção para a viscosidade da água a 20º C Vs
=
Ws e
=
V-Vs
Gs Vs
K
=
2,3 x a x L x Rt x Log 10 x Ho
A x t Hf
110
Ensaio de Permeabilidade – Carga Variável
N°6
Obs. Amostra compactada na umidade ótima
Data : 30/ 07/ 04
Amostra : RCD Profundidade:____________ Operador:Mauricio
Umidade inicial Umidade final Características do ensaio
Diâmetro C.P. ( cm ) D 10,16 cápsula D1 15A
12 23
Área C.P. (cm
2
) A 81,07
Peso da cápsula ( g ) 19,3 19,9 15,55 18,50 Altura Inicial C.P. (cm) L 10,16
Volume C. P. (cm
3
) V 823,70 Cápsula+solo úmido(g ) 38,70 37,20 67,45 65,77
Área do tubo ( cm
2
) A 0,139
Cápsula +solo seco ( g )
36,38 35,14 60,66 59,44
Características do solo
Peso da água ( g ) 2,32 2,06 6,79 6,33 Tara +solo úmido ( g ) 2717,7
Tara ( g ) 894,6 Peso de solo seco ( g )
17,08 15,24 45,11 40,94
Solo seco ( g )
Ws
1606,6
Densidade dos grãos Gs 2,676 Umidade (%) 13,5 13,5 15,10 15,50
Volume sólidos (cm
3
) Vs 600,38
Umidade média (%) 13,5 15,3
Índice de Vazios e 0,37
LEITURA
Carga Inicial (cm ) Ho 133,9 133,9 133,9 133,9 133,9 133,9
Carga Final (cm ) Hf 123,9 123,9 118,9 117,9 113,9 113,9
Tempo decorrido (segundos) t 115 115 187 205 250 257
Temperatura da água °C T 23 23 23 23 23 23
Fator de Correção Rt 0,93 0,93 0,93 0,93 0,93 0,93
Permeabilidade ( cm/s ) K
2,41x10
-5
2,41x10
-5
2,27x10
-5
2,21x10
-5
2,31x10
-5
2,25x10
-5
Permeabilidade média ( cm/s) K
m
2,41x10
-5
2,24x10
-5
2,28x10
-5
Rt = Fator de correção para a viscosidade da água a 20º C Vs
=
Ws e
=
V-Vs
Gs Vs
K
=
2,3 x a x L x Rt x Log 10 x Ho
A x t Hf
111
Ensaio de Permeabilidade – Carga Constante
N° 7
Data:02 /06 / 04
Obs.: Corpo de prova moldado com 1,0% acima da umidade ótima
Amostra: RCD Profundidade :_______________Operador: Mauricio
Caracteristicas do solo Características do Corpo de Prova
Tara +solo ( seco) 2424,52 Diâmetro cm D 10,14
Tara 886,7 Área cm
2
A 80,75
Peso
em
gramas
Solo seco Ws 1537,82 Altura Inicial cm
L 10,14
Densidade real dos Grãos Gs 2,676 Volume Inicial, A x L cm
3
V 818,81
Volume de sólidos Ws/Gs ( cm3) Vs 557,67
Indice de Vazios inicial(V-Vs)/Vs e 0,42
Distância entre os níveis piezométricos L
1
10,14
Ensaio
Altura do Corpo de Prova cm L 10,14 10,14 10,14
Índice de Vazios=(AL-Vs)/Vs e 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24
Perda de Carga (cm) h 164,5 164,5 164,5 164,5 164,5 164,5
Volume de água percolada (cm
3
) Q 48 20 10 10 10 10
Tempo decorrido (s) t 60 60 60 60 90 90
Temperatura da água (°C) T 23,5 23,5 23,5 23,5 23,5 23,5
Fator de Correção Rt 0,92 0,92 0,92 0,92 0,92 0,92
K 5,62x10
-4
2,34x10
-4
1,17x10
-4
1,17x10
-4
7,80x10
-5
7,80x10
-5
Coeficiente de permeabilidade
20ºC (cm/s)
Med 3,98x10
-4
1,17x10
-4
7,80x10
-5
Rt = Fator de correção para a viscosidade da água a 20º C
K
20
=
Q x L1 x Rt
H x A x t
Caso não sejam usados os níveis piezométricos, toma-se L1 = L e h é medido desde o
nível do reservatório de água até o nível inferior da água.
112
Ensaio de Permeabilidade – Carga Variável
Obs. Amostra compactada a 1,7% acima da umidade ótima
Data : 19/ 08/ 04
Amostra : RCD Profundidade:____________ Operador:Mauricio
Umidade inicial Umidade final Características do ensaio
Diâmetro C.P. ( cm ) D 10,16 cápsula 16 48
26A
Área C.P. (cm )
2
A 81,07
Peso da cápsula ( g ) 16,9 18,84 13,21 Altura Inicial C. P.(cm) L 10,16
Volume C. P. (cm )
3
V 823,70 Cápsula+solo úmido(g ) 62,20 101,13 91,50
Área do tubo ( cm
)
2
A 0,139
N°8
E1
19,0
69,80
113
Cápsula +solo seco ( g ) 63,06 56,11 90,95 79,22
Características do solo
Peso da água ( g ) 6,74 6,09 10,18 12,28 Tara +solo úmido ( g ) 2644,5
Tara ( g ) 894,6 Peso de solo seco ( g )
44,06 39,21 72,01 66,01
Solo seco ( g )
Ws
1519,8
Densidade dos grãos Gs 2,676 Umidade (%) 15,29 15,02 14,14 18,60
Volume sólidos (cm
3
) Vs 567,95
Umidade média (%) 15,2 16,4
Índice de Vazios e 0,45
LEITURA
Carga Inicial (cm ) Ho 133,9 133,9 133,9 133,9 133,9 133,9
Carga Final (cm ) Hf 131,4 130,4 129,4 128,4 127,4 126,4
Tempo decorrido (segundos) t 1320 1980 2700 3360 4080 4800
Temperatura da água °C T 26 26 26 26 26 26
Fator de Correção Rt 0,87 0,87 0,87 0,87 0,87 0,87
Permeabilidade ( cm/s ) K
2,16x10
-7
2,04x10
-7
1,91x10
-7
1,88x10
-7
1,84x10
-7
1,81x10
-7
Permeabilidade média ( cm/s) K
m
2,10x10
-7
1,89x10
-7
1,82x10
-7
Rt = Fator de correção para a viscosidade da água a 20º C Vs
=
Ws e
=
V-Vs
Gs Vs
K
=
2,3 x a x L x Rt x Log 10 x Ho
A x t Hf
Ensaio de Permeabilidade – Carga Variável
N°9
Obs. Amostra compactada a 1,8 % abaixo da umidade ótima
Data : 13/ 10/ 04
Amostra : RCD Profundidade:____________ Operador:Mauricio
Umidade inicial Umidade final Características do ensaio
Diâmetro C.P. ( cm ) D 10,13 Cápsula 6C 12
46 F7
Área C.P. (cm
2
) A 81,59
Peso da cápsula ( g ) 20,0 15,33 11,99 19,19 Altura Inicial C. P.(cm) L 10,13
Volume C. P. (cm
3
) V 816,37 Cápsula+solo úmido(g ) 48,44 42,49 61,60 75,85
Área do tubo ( cm
2
) A 0,307
Cápsula +solo seco ( g )
45,46 39,65 53,56 68,72
Características do solo
Peso da água ( g ) 2,98 2,84 8,04 7,13 Tara +solo úmido ( g ) 2571,8
Tara ( g ) 819,1 Peso de solo seco ( g )
25,46 24,32 41,57 49,53
Solo seco ( g )
Ws
1565,0
Densidade dos grãos Gs 2,676 Umidade (%) 11,7 11,7 19,3 14,4
Volume sólidos (cm
3
) Vs 584,84
Umidade média (%) 11,7 16,9
Índice de Vazios e 0,40
LEITURA
Carga Inicial (cm ) Ho 133,9 133,9 133,9 133,9 133,9 133,9
Carga Final (cm ) Hf 123,9 113,9 103,9 123,9 113,9 103,9
Tempo decorrido (segundos) t 49 100 163 51 108 172
Temperatura da água °C T 26 26 26 26 26 26
Fator de Correção Rt 0,87 0,87 0,87 0,87 0,87 0,87
Permeabilidade ( cm/s ) K
5,3x10
-5
5,4x10
-5
5,2x10
-5
5,1x10
-5
5,0x10
-5
4,94x10
-5
Permeabilidade média ( cm/s) K
m
5,35x10
-5
5,15x10
-5
4,97x10
-5
Rt = Fator de correção para a viscosidade da água a 20º C Vs
=
Ws e
=
V-Vs
Gs Vs
K
=
2,3 x a x L x Rt x Log 10 x Ho
A x t Hf
114
Ensaio de Permeabilidade – Carga Variável
N°10
Obs. Amostra compactada na umidade ótima
Data : 20/ 10/ 04
Amostra : RCD Profundidade:____________ Operador:Mauricio
Umidade inicial Umidade final Características do ensaio
Diâmetro C.P. ( cm ) D 10,13 Cápsula 26 46
751 606
Área C.P. (cm
2
) A 80,59
Peso da cápsula ( g ) 12,53 11,96 12,92 11,89 Altura Inicial C. P.(cm) L 10,13
Volume C. P. (cm
3
) V 816,37 Cápsula+solo úmido(g ) 41,34 41,81 44,26 48,33
Área do tubo ( cm
2
) A 0,307
Cápsula +solo seco ( g )
37,92 38,26 39,79 42,81
Características do solo
Peso da água ( g ) 3,42 3,55 4,47 5,52 Tara +solo úmido ( g ) 2607,1
Tara ( g ) 819,1 Peso de solo seco ( g )
25,39 26,3 26,87 30,92
Solo seco ( g )
Ws
1575,3
Densidade dos grãos Gs 2,676 Umidade (%) 13,5 13,5 16,61 17,84
Volume sólidos (cm
3
) Vs 588,68
Umidade média (%) 13,5 17,23
Índice de Vazios e 0,39
LEITURA
Carga Inicial (cm ) Ho 133,9 133,9 133,9 133,9 133,9 133,9
Carga Final (cm ) Hf 123,9 113,9 103,9 123,9 113,9 103,9
Tempo decorrido (segundos) t 290 627 1010 294 630 942
Temperatura da água °C T 23 23 23 23 23 23
Fator de Correção Rt 0,93 0,93 0,93 0,93 0,93 0,93
Permeabilidade ( cm/s ) K
9,59x10
-6
9,25x10
-6
9x10
-6
9,46x10
-6
9,21x10
-6
9,65x10
-6
Permeabilidade média ( cm/s) K
m
9,42x10
-6
9,23x10
-6
9,43x10
-6
Rt = Fator de correção para a viscosidade da água a 20º C Vs
=
Ws e
=
V-Vs
Gs Vs
K
=
2,3 x a x L x Rt x Log 10 x Ho
A x t Hf
115
Ensaio de Permeabilidade – Carga Variável
N°11
Obs. Amostra compactada a 1,7% acima da umidade ótima
Data : 27/ 10/ 04
Amostra : RCD Profundidade:____________ Operador:Mauricio
Umidade inicial Umidade final Características do ensaio
Diâmetro C.P. ( cm ) D 10,13 cápsula F19 3A
21A 371
Área C.P. (cm
2
) A 80,59
Peso da cápsula ( g ) 9,83 9,68 15,05 17,19 Altura Inicial C. P.(cm) L 10,13
Volume C. P. (cm
3
) V 816,37 Cápsula+solo úmido(g ) 35,62 34,84 85,09 135
Área do tubo ( cm
2
) A 0,139
Cápsula +solo seco ( g )
32,26 31,63 74,86 115,42
Características do solo
Peso da água ( g ) 3,36 3,21 10,23 19,58 Tara +solo úmido ( g ) 2574,7
Tara ( g ) 819,1 Peso de solo seco ( g )
22,43 21,95 59,81 98,23
Solo seco ( g )
Ws
1529,3
Densidade dos grãos Gs 2,676 Umidade (%) 14,98 14,62 17,1 19,93
Volume sólidos (cm
3
) Vs 571,47
Umidade média (%) 14,815 18,52
Índice de Vazios e 0,43
LEITURA
Carga Inicial (cm ) Ho 133,9 133,9 133,9 133,9 133,9 133,9
Carga Final (cm ) Hf 123,9 113,9 103,9 123,9 113,9 103,9
Tempo decorrido (segundos) t 57 120 190 58 120 190
Temperatura da água °C T 26 26 26 26 26 26
Fator de Correção Rt 0,87 0,87 0,87 0,87 0,87 0,87
Permeabilidade ( cm/s ) K
2,06x10
-5
2,05x10
-5
2,03x10
-5
2,03x10
-5
2,05x10
-5
2,03x10
-5
Permeabilidade média ( cm/s) K
m
2,05x10
-5
2,03x10
-5
2,04x10
-5
Rt = Fator de correção para a viscosidade da água a 20º C Vs
=
Ws e
=
V-Vs
Gs Vs
K
=
2,3 x a x L x Rt x Log 10 x Ho
A x t Hf
116
ANEXO C : Planilhas do ensaio pelo método do papel filtro para curva de sucção e
permeabilidade hidráulica não saturada
117
Curva característica - Método do Papel Filtro
Amostra rcd
Operador mauricio
Data
Anel 1 2 3 4 5 6 7
Diâmetro (cm) 4,6 4,6 4,6 4,6 4,6 4,6 4,6
Altura (cm) 2,3 2,3 2,3 2,3 2,3 2,3 2,3
Volume (cm3) 38,20 38,20 38,20 38,20 38,20 38,20 38,20
P anel (g) 41,12 41,22 40,3 41,68 40,8 40,98 40,27
P anel + solo compac.(g) 123,7 124 123 124,4 123,7 123,7 123,4
Peso específico (Y)
(g/cm3) 2,17 2,17 2,17 2,17 2,17 2,17 2,17
P solo úmido (g) 82,90 82,90 82,90 82,90 82,90 82,90 82,90
P água(g) 9,17 9,17 9,17 9,17 9,17 9,17 9,17
Psolo seco (g) 73,73 73,73 73,73 73,73 73,73 73,73 73,73
G 2,676 2,676 2,676 2,676 2,676 2,676 2,676
P espec. seco (g/cm3) 1,92 1,92 1,92 1,92 1,92 1,92 1,92
índice de vazios 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39
Teor de umidade inicial Compactados
Cápsula nº. 601 719 P solo úmido (g) 82,91
Pcápsula (g) 13,48 12,7
índice de
vazios 0,39
Pcápsula+solo úmido (g) 29,2 29,5 umidade (%) 12,43
Pcápsula+solo seco (g) 27,5 27,6
Págua (g) 1,7 1,9
Psolo seco (g) 14,02 14,9
umidade (%) 12,13 12,75
umidade média (%) 12,43
S 85,35
Secagem da amostra
Anel 1 2 3 4 5 6 7
Grau de saturação (%) 85,35 70,00 60,00 50,00 40,00 25,00 10,00
teor de umidade (%) 12,33 10,11 8,66 7,22 5,78 3,61 1,44
umidade inicial (%) 12,43 12,43 12,43 12,43 12,43 12,43 12,43
Peso de água inicial (g) 9,17 9,17 9,17 9,17 9,17 9,17 9,17
Peso de água final (g) 9,09 7,46 6,39 5,33 4,26 2,66 1,07
Peso de água (+ ou -) (g) -0,08 -1,71 -2,78 -3,84 -4,91 -6,51 -8,10
Peso final esperado (g) 123,62 122,29 120,22 120,56 118,79 117,19 115,30
118
Ensaio pelo método do papel filtro
Amostra : RCD Operador: Mauricio
Pesagem do papel filtro
anel
1
2
3
4
5
6
7
Papel
filtro
1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2
Cápsula
(g)
30,9077 26,8923 26,8909 31,1192 26,8933 31,0209 26,8915 30,9080 26,8938 30,9078 26,8936 30,9075 26,8936 30,9070
Cap.
+papel
úmido
(g)
31,3977 27,3917 31,4144 27,3747 31,2914 27,2836 31,1955 27,1680 31,1184 27,1422 31,1177 27,1548 31,1000 27,0915
papel
úmido
(g)
0,4900
0,4994 0,2952 0,4814 0,2705 0,3921 0,2875 0,2742 0,2106 0,2486 0,2102 0,2612
0,193 0,2006
Cápsula
(g)
30,9000 26,8820 30,9000 26,8820 30,9000 26,8838 30,9010 26,8829 30,9021 26,8845 30,9015 26,8842 30,9050 26,8863
Cápsula
+papel
seco (g)
31,0849 27,0700 31,1005 27,0547 31,0336 27,0172 31,0328 27,0100 31,0220 27,0342 31,0675 27,1014 31,0741 27,0672
Papel
seco (g)
0,1849 0,185 0,2005 0,1727 0,1336 0,1334 0,1316 0,1271 0,1195 0,1497 0,166 0,2172 0,1691 0,1809
Peso de
água (g)
0,3051 0,3144 0,0947 0,3087 0,1369 0,2587 0,1559 0,1471 0,0911 0,0989 0,0442 0,044 0,0239 0,1089
Umidade
do papel
(%)
165 169,89 47,23 178,74 102,47 193,92 118 115,735 76,23 66,065 26,626 20,26 14,13 10,89
Média
167,44
112,98 148,19
116,85 71,14 23,44 12,51
119
Teor de umidade final do RCD
Anel
1 2 3 4 5 6 7
N
Cápsula
642 887 534
819 739 755
608 841 606 637 626 781 614 797
P da
Cap. (g)
13,535 12,435 12,851 13,598 12,946 12,652 12,994 13,005 12,940 11,889 12,883 12,506 12,090 12,528
P da
Cap. +
solo
úmido(g)
42,880 47,867 34,490 43,489 45,682 45,218 44,729 46,830 39,408 39,681 40,240 41,267 42,601 47,440
43,43 39,74 39,57 41,82 41,21 43,74 37,10 37,36 40,02 41,98 46,70
Peso
água(g)
4,437 3,558 2,62 3,745 3,310 3,862 1,719 3,09 2,308 2,321 1,22 1,247 0,621 0,740
Peso
solo
seco(g)
29,895 19,435 26,142 29,168 28,666 27,930 26,624 28,205 30,8 25,211 24,477 26,514 29,129 34,172
Umidade
(%)
14,84 14,34 13,24 12,47 13,48 12,43 12,41 10,03 9,15 9,48 4,6 4,45 2,13 1,16
Média
14,2
13,3 12,84 11,25 9,32 4,52 2,14
P da
Cap. +
solo
seco(g)
31,87 41,66 39,02
120
Dados do ensaio pelo método do papel filtro:
Valores de sucção matricial do solo.
wp meia pf sucção [cm]
anel 1 167,445
1,15 14,17
112,985
1,89 77,04
148,195
1,41
116,85
1,83 68,32
anel 5 71,145
2,45 282,84
anel 6 23,455
4,50 31612,26
anel 7 12,51
5,35
anel 2
anel 3
25,79
anel 4
225149,51
Valores dos parâmetros da equação 4.7 encontrados pelo programa CURVARET (Van
Lier & Neto, 1991)
α
0.0872
m 0.0305
n 1.0314
θ
r
-0.591
θ
s
0.27
Valores de sucção e umidade calculados e ajustados para curva de retenção.
Sucção Umidade Volumetrica
kPa cm Calculada Van Genutchen (1980)
0.00001 0.0001 0.27 0.27
0.0001 0.001 -- 0.27
0.001 0.01 -- 0.27
0.01 0.1 -- 0.27
0.1 1 -- 0.27
1.42 14.17 0.25 0.25
2.58 25.79 0.25 0.24
7.70 77.04 0.21 0.22
28.28 282.84 0.18 0.19
3161.23 31612.26 0.09 0.08
22514.95 225149.51 0.04 0.04
100000.00 1000000 -- 0.01
121
Planilhas de Condutividade Hidráulica Não Saturada.
α
0.0872
m
0.0305
n
1.0314
θ
-0.591
r
θ
s
0.27
k sat
0.00005
Dados
ψ (cm) ψ (KPa)
θ (cm
3
/cm
3
)
Permeabilidade (cm/s)
0.000 0.000 0.270 5.00E-05
14.170 1.417
2.579 0.250
7.704 0.210 4.32E-10
282.840 28.284
0.18
3.24E-11
31612.260 3161.226 0.090 8.66E-15
225149.510 22514.951 5.62E-17 0.040
Calculado
ψ (cm) ψ (KPa)
θ
Permeabilidade (cm/s)
(cm
3
/cm
3
)
0.270
0.0001 0.000 0.270 4.71E-06
0.001 0.000 0.270 3.25E-06
0.01 0.001 0.270 1.98E-06
0.1 0.010 0.270 9.63E-07
1.0 0.100 0.268 2.89E-07
5.0 0.500 0.261 6.53E-08
10.0 1.000 0.254 2.64E-08
20.0 2.000 0.244 9.02E-09
30.0 3.000 0.236 4.49E-09
33.689 3.369 0.234 3.65E-09
45.647 4.565 0.228 2.09E-09
67.605 6.760 0.220 9.95E-10
165.004 16.500 0.199 1.71E-10
304.074 30.407 0.185 4.94E-11
924.734 92.473 0.159 5.01E-12
6189.838 618.984 0.115 9.73E-14
0.250 1.74E-08
25.790 1.74E-08
77.040
0.00000 0.000 1.03E-05
122
ANEXO D: Planilhas dos ensaios de cisalhamento direto
123
Planilha do ensaio de cisalhamento direto com tensão de 12,5 kPa
Deslocamento Deslocamento Tensão Deslocam Deslocam. Tensão Tensão Área
Horizontal Vertical
Cis. ( τ )
Horizontal Vertical
Normal
n
)
Cis. ( τ )
τ/σ
Corrigida
(mm ) ( mm ) ( kPa ) ( cm ) ( cm ) ( kPa ) ( kPa ) ( cm
2
)
0,000 0,000 0,000 0,000 12,500 0,000 0,000
0,005 0,000 0,002 0,001 12,504 0,000 0,000 35,99
0,020 0,005 0,000 0,002 0,001 12,504 0,000 0,000 35,99
0,023 0,005 0,000 0,002 0,001 12,505 0,000 0,000 35,99
0,023 0,005 0,000 0,002 12,505 0,001 0,000 0,000 35,99
0,002 0,001 0,000
0,005 0,000 0,003 12,506 0,000 0,000 35,98
0,005 0,000 0,003 0,001 0,000 35,98
0,081 0,005 1,153 0,008 0,001 12,517 1,153 0,092 35,95
0,158 0,008 2,310 0,016 0,001 12,533 35,91 2,310 0,184
0,016 3,082 0,022 0,002 12,545 3,082 0,246 35,87
0,020 3,472 0,030 0,002 12,562 3,472 0,276 35,82
0,358 0,025 4,248 0,036 0,003 12,575 4,248 0,338 35,79
0,410 0,029 4,639 0,041 0,003 12,586 4,639 0,369 35,75
0,486 0,032 4,645 0,049 0,003 12,602 4,645 0,369 35,71
0,547 0,033 5,424 0,055 0,003 12,615 5,424 0,430 35,67
0,592 0,034 6,204 0,059 0,003 12,625 6,204 0,491 35,64
0,657 0,033 6,599 0,066 0,003 12,638 6,599 0,522 35,61
0,723 0,033 7,383 0,072 0,003 12,652 7,383 0,584 35,57
0,781 0,031 7,780 0,078 0,003 7,780 35,53 12,665 0,614
0,840 0,028 8,177 8,177 0,645 0,084 0,003 12,677 35,50
0,905 0,023 8,186 0,091 0,002 12,691 8,186 0,645 35,46
0,954 0,019 8,973 0,095 0,002 12,702 8,973 0,706 35,43
1,020 0,015 9,373 0,102 0,002 12,716 9,373 0,737 35,39
1,069 0,009 9,772 0,107 0,001 12,727 9,772 0,768 35,36
1,128 0,003 10,173 0,113 0,000 12,740 10,173 0,799 35,32
1,193 -0,003 10,576 0,119 0,000 12,754 10,576 0,829 35,28
1,256 -0,011 10,980 0,126 -0,001 12,767 10,980 0,860 35,25
1,315 -0,019 11,383 0,132 -0,002 12,780 11,383 0,891 35,21
1,389 -0,026 11,790 0,139 -0,003 12,796 11,790 0,921 35,17
1,447 -0,035 12,196 0,145 -0,004 12,809 12,196 0,952 35,13
1,492 -0,046 12,599
0,149 -0,005 12,819 12,599 0,983 35,10
1,549 -0,058 13,005
0,155 -0,006 12,831 13,005 1,014 35,07
1,589 -0,07 13,014
0,159 -0,007 12,840 13,014 1,014 35,05
13,424
0,166 -0,008 12,855 13,424 1,044 35,01
1,695 -0,096 13,828
0,170 -0,010 12,863 13,828 1,075 34,98
1,754 -0,109 13,842
0,175 -0,011 12,876 13,842 1,075 34,95
1,805 -0,124 14,25
0,181 -0,012 12,888 14,250 1,106 34,92
1,857 -0,137 14,659
1,136 0,186 -0,014 12,899 14,659 34,89
1,902 -0,151 14,67
1,136 0,190 -0,015 12,909 14,670 34,86
1,961 -0,165 15,082
0,196 -0,017 12,922 15,082 1,167 34,82
2,019 -0,179 15,494
0,202 -0,018 12,935 15,494 1,198 34,79
2,051 -0,193 15,503
0,205 -0,019 12,942 15,503 1,198 34,77
0,000 36,00
0,018
0,023 0,005 0,000 12,505 0,000 35,99
0,029 0,001
0,034 12,507 0,000
0,216
0,295
1,657 -0,084
124
-0,21 15,92
15,920 1,229 34,73
2,152 -0,226 15,928
0,215 -0,023 12,965 15,928 1,229 34,71
2,19 -0,242 16,337
0,219 -0,024 16,337 34,69 12,974 1,259
-0,026 12,989 16,357 1,259
2,301 -0,277 16,767
0,230 -0,028 12,998 16,767 1,290 34,62
2,359 -0,296 16,784
0,236 -0,030 13,012 16,784 1,290 34,58
2,4 -0,314 16,796
0,240 -0,031 13,021 16,796 1,290 34,56
2,454 -0,331 16,812
0,245 -0,033 13,033 16,812 1,290 34,53
2,514 -0,352 17,23
0,251 -0,035 13,047 17,230 1,321 34,49
2,557 -0,369 17,243
0,256 -0,037 13,056 17,243 1,321 34,47
2,609 -0,387 17,259
0,261 -0,039 13,068 17,259 1,321 34,43
2,661 -0,405 17,274
0,266 -0,041 13,080 17,274 1,321 34,40
-0,422 17,292
0,272 -0,042 13,093 17,292 1,321 34,37
2,76 -0,44 17,304
0,276 -0,044 13,103 17,304 1,321 34,34
2,811 -0,459 17,32
0,281 -0,046 13,114 1,321 17,320 34,31
2,875 -0,476 17,742
0,288 -0,048 13,129 17,742 1,351 34,28
2,917 -0,497 17,756
0,292 -0,050 13,139 17,756 1,351 34,25
2,978 -0,514 17,775
0,298 -0,051 13,153 17,775 1,351 34,21
3,037 -0,532 17,793
0,304 -0,053 13,166 17,793 1,351 34,18
3,084 -0,549 17,808
0,308 -0,055 13,177 17,808 1,351 34,15
3,136 -0,568 17,824
0,314 -0,057 13,189 17,824 1,351 34,12
3,203 -0,587 17,845
0,320 -0,059 13,205 17,845 1,351 34,08
3,246 -0,604 17,858
0,325 -0,060 13,215 17,858 1,351 34,05
3,295 -0,624 17,874
0,330 -0,062 13,226 17,874 1,351 34,02
3,352 -0,639 17,892
0,335 -0,064 13,240 17,892 1,351 33,99
3,417 -0,659 17,912
0,342 -0,066 13,255 17,912 1,351 33,95
3,462 -0,679 17,927
0,346 -0,068 13,265 17,927 1,351 33,92
3,512 -0,696 17,942
0,351 -0,070 13,277 17,942 1,351 33,89
3,561 -0,716 17,958
0,356 -0,072 13,289 17,958 1,351 33,86
3,606 -0,731 17,972
0,361 -0,073 13,299 17,972 1,351 33,84
3,939 -0,826 18,079
0,394 -0,083 13,378 18,079 1,351 33,64
Continuação da planilha de 12,5 kPa
2,123
0,212 -0,021 12,959
2,26 -0,259 16,357
0,226 34,64
2,719
125
Planilha do ensaio de cisalhamento direto com tensão de 25 kPa
Deslocamento Deslocamento Tensão Deslocam Deslocam. Tensão Tensão Área
Horizontal Vertical
Cis. ( τ )
Horizontal Vertical
Normal
n
)
Cis. ( τ )
τ/σ
corrigida
(mm ) (mm) ( kPa ) ( cm ) ( cm ) ( kPa ) ( kPa ) ( cm
2
)
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 25,000 0,000 0,000 36,00
0,016 0,001 0,000 0,002 0,000 25,007 0,000 0,000 35,99
0,104 0,006 4,615 0,010 0,001 25,043 4,615 0,184 35,94
0,259 0,008 7,712 0,026 0,001 25,108 7,712 0,307 35,84
0,410 0,009 9,664 0,041 0,001 25,172 9,664 0,384 35,75
0,599 0,011 11,246 0,060 0,001 25,252 11,246 0,445 35,64
0,768 0,014 13,611 0,077 0,001 25,324 13,611 0,537 35,54
0,925 0,014 15,597 0,093 0,001 25,391 15,597 0,614 35,45
1,087 0,014 17,595 0,109 0,001 25,461 17,595 0,691 35,35
1,258 0,009 19,215 0,126 0,001 25,535 19,215 0,752 35,25
1,423 -0,012 20,449 0,142 -0,001 25,607 20,449 0,799 35,15
1,567 -0,037 22,076 0,157 -0,004 25,670 22,076 0,860 35,06
1,718 -0,066 22,923 0,172 -0,007 25,737 22,923 0,891 34,97
1,864 -0,098 23,773 0,186 -0,010 25,802 23,773 0,921 34,88
2,012 -0,136 24,629 0,201 -0,014 25,867 24,629 0,952 34,79
2,156 -0,174 25,487 0,216 -0,017 25,932 25,487 0,983 34,71
2,305 -0,213 25,952 0,231 -0,021 25,999 25,952 0,998 34,62
2,460 -0,258 26,422 0,246 -0,026 26,069 26,422 1,014 34,52
2,584 -0,302 26,880 0,258 -0,030 26,125 26,880 1,029 34,45
2,726 -0,346 26,947 0,273 -0,035 26,190 26,947 1,029 34,36
2,866 -0,393 27,416 0,287 -0,039 26,254 27,416 1,044 34,28
3,021 -0,442 27,490 0,302 -0,044 26,325 27,490 1,044 34,19
3,174 -0,486 27,564 0,317 -0,049 26,396 27,564 1,044 34,10
3,347 -0,534 27,649 0,335 -0,053 26,477 27,649 1,044 33,99
3,489 -0,577 27,718 0,349 -0,058 26,544 27,718 1,044 33,91
3,833 -0,653 27,888 0,383 -0,065 26,706 27,888 1,044 33,70
126
Planilha do ensaio de cisalhamento direto com tensão de 50 kPa
Deslocamento Deslocamento Tensão Deslocam Deslocam. Tensão Tensão Área
Horizontal Vertical
Cis. ( τ )
Horizontal Vertical
Normal
n
)
Cis. ( τ )
τ/σ
corrigida
(mm ) ( div. ) ( kPa ) ( cm ) ( cm ) ( kPa ) ( kPa ) ( cm
2
)
0,000 3,814 0,000 0,000 0,000 50,000 0,000 0,000 36,00
0,029 0,000 0,384 0,003 0,000 50,024 0,384 0,008 35,98
0,144 0,004 6,927 0,014 0,000 50,120 6,927 0,138 35,91
0,297 0,025 0,230 11,575 0,030 0,003 50,249 11,575 35,82
0,468 0,041 16,251 0,047 0,004 50,393 16,251 0,322 35,72
0,630 0,051 21,340 0,063 50,531 0,005 21,340 0,422 35,62
0,797 0,058 25,680 0,507 0,080 0,006 50,673 25,680 35,52
0,961 0,061 33,945 0,096 0,006 50,814 33,945 0,668 35,42
1,101 0,062 38,718 0,110 0,006 50,935 38,718 0,760 35,34
1,261 0,062 0,126 0,006 41,961 41,961 51,073 0,822 35,24
1,420 0,062 44,828 0,142 0,006 51,212 44,828 0,875 35,15
1,582 0,043 47,318 0,158 0,004 51,354 47,318 0,921 35,05
1,704 0,017 50,578 0,170 0,002 51,462 50,578 0,983 34,98
1,857 -0,010 52,692 0,186 -0,001 51,597 52,692 1,021 34,89
1,999 -0,044 54,012 0,200 -0,004 51,723 54,012 1,044 34,80
2,138 -0,091 54,540 0,214 -0,009 51,847 54,540 1,052 34,72
2,271 -0,141 55,065 0,227 -0,014 51,967 55,065 1,060 34,64
2,402 -0,191 55,190 0,240 -0,019 52,085 55,190 1,060 34,56
2,550 -0,241 55,332 0,255 -0,024 52,219 55,332 1,060 34,47
2,694 -0,291 55,472 0,269 -0,029 52,351 55,472 1,060 34,38
2,850 -0,342 55,219 0,285 -0,034 52,493 55,219 1,052 34,29
-0,398 54,963 0,300 -0,040 52,634 54,963 1,044 34,20
3,158 -0,454 54,303 0,316 -0,045 52,778 54,303 1,029
53,643 -0,051 53,643 34,01
3,498 -0,553 52,999 0,350 -0,055 53,095 52,999 0,998 33,90
3,831 -0,636 50,443 0,383 -0,064 53,410 50,443 0,944 33,70
3,003
34,11
3,318 -0,506 0,332 52,927 1,014
127
Planilha do ensaio de cisalhamento direto com tensão de 100 kPa
Deslocamento Deslocamento Tensão Deslocam Deslocam. Tensão Tensão Área
Horizontal Vertical
Cis. ( τ )
Horizontal Vertical
Normal
n
)
Cis. ( τ )
τ/σ
corrigida
(mm ) (mm ) ( kPa ) ( cm ) ( cm ) ( kPa ) ( kPa ) ( cm
2
)
4,179 0,000 0,000 100,000 0,000 0,000 36,00
0,018 0,009 2,304 0,002 0,001 100,030 2,304 0,023 35,99
0,036 0,010 6,146 0,004 0,001 100,060 6,146 0,061 35,98
0,011 9,230 0,010 0,001 100,174 9,230 0,092 35,94
0,133 0,016 12,313 0,013 0,002 100,222 12,313 0,123 35,92
0,200 0,025 15,408 0,020 0,003 100,334 15,408 0,154 35,88
0,252 0,034 18,120 0,025 0,003 100,422 18,120 0,180 35,85
0,311 0,041 22,769 0,031 0,004 100,521 22,769 0,227 35,81
0,374 0,048 26,270 0,037 0,005 100,627 26,270 0,261 35,78
0,441 0,056 28,234 0,044 0,006 100,740 28,234 0,280 35,74
0,475 0,063 29,410 0,048 0,006 100,798 29,410 0,292 35,72
0,531 0,072 31,375 0,053 0,007 100,893 31,375 0,311 35,68
0,583 0,078 32,565 0,058 0,008 100,981 32,565 0,322 35,65
0,630 0,083 34,143 0,063 0,008 101,061 34,143 0,338 35,62
0,700 0,091 35,349 0,070 0,009 101,180 35,349 0,349 35,58
0,745 0,097 36,542 0,075 0,010 101,257 36,542 0,361 35,55
0,799 0,103 37,743 0,080 0,010 101,350 37,743 0,372 35,52
0,862 0,110 39,341 0,086 0,011 101,458 39,341 0,388 35,48
0,923 0,116 40,551 0,092 0,012 101,562 40,551 0,399 35,45
0,979 0,122 41,370 0,098 0,012 101,659 41,370 0,407 35,41
1,049 0,127 42,592 0,105 0,013 101,779 42,592 0,418 35,37
1,089 0,133 43,403 0,109 0,013 101,849 43,403 0,426 35,35
1,177 0,139 43,859 0,118 0,014 102,001 43,859 0,430 35,29
1,207 0,147 44,273 0,121 0,015 102,053 44,273 0,434 35,28
1,270 0,155 44,713 0,127 0,016 102,162 44,713 0,438 35,24
1,335 0,160 45,548 0,134 0,016 102,276 45,548 0,445 35,20
1,398 0,165 46,383 0,140 0,017 102,386 46,383 0,453 35,16
1,450 0,170 46,817 0,145 0,017 102,477 46,817 0,457 35,13
1,499 0,175 47,251 0,150 0,018 102,562 47,251 0,461 35,10
1,569 0,180 48,095 0,157 0,018 102,685 48,095 0,468 35,06
1,616 0,185 48,529 0,162 0,019 102,768 48,529 0,472 35,03
1,681 0,190 49,373 0,168 0,019 102,882 49,373 0,480 34,99
1,742 0,196 50,216 0,174 0,020 102,990 50,216 0,488 34,95
1,785 0,201 51,044 0,179 0,020 103,066 51,044 0,495 34,93
1,853 0,205 51,895 0,185 0,021 103,187 51,895 0,503 34,89
1,907 0,208 52,737 0,191 0,021 103,283 52,737 0,511 34,86
1,972 0,213 53,590 0,197 0,021 103,398 53,590 0,518 34,82
2,028 0,218 54,039 0,203 0,022 103,498 54,039 0,522 34,78
2,089 0,222 54,892 0,209 0,022 103,607 54,892 0,530 34,75
2,15 0,225 55,347
0,215 0,023 103,717 55,347 0,534 34,71
2,21 0,228 56,203
0,221 0,023 103,824 56,203 0,541 34,67
2,26 0,231 57,049
0,226 0,023 103,914 57,049 0,549 34,64
2,319 0,234 58,305
0,232 0,023 104,020 58,305 0,561 34,61
0,000 0,000
0,104
128
Continuação da planilha de 100 kPa
2,377 0,236 59,164
0,238 0,024 104,125 59,164 0,568 34,57
2,431 0,239 59,619
0,243 0,024 104,223 59,619 0,572 34,54
2,49 0,24 60,481
0,249 0,024 104,330 60,481 0,580 34,51
2,541 0,24 60,936
0,254 0,024 104,422 60,936 0,584 34,48
2,6 0,242 61,801
0,260 0,024 104,530 61,801 0,591 34,44
2,652 0,243 62,259
0,265 0,024 104,624 62,259 0,595 34,41
2,717 0,243 62,732
0,272 0,024 104,743 62,732 0,599 34,37
2,775 0,245 63,198
0,278 0,025 104,849 63,198 0,603 34,34
2,834 0,246 64,069
0,283 0,025 104,957 64,069 0,610 34,30
2,886 0,247 64,53
0,289 0,025 105,053 64,530 0,614 34,27
2,944 0,247 65,404
0,294 65,404 0,622 0,025 105,160 34,23
0,247 65,471
0,300 0,025 105,269 65,471 0,622 34,20
3,07 0,247 66,358
0,025 34,16 0,307 105,393 66,358 0,630
3,12 0,247 66,821
0,312 0,025 105,485 66,821 0,633 34,13
3,176 0,247 67,292
0,318 0,025 105,589 67,292 0,637 34,09
3,223 0,247 67,348
0,322 0,025 105,677 67,348 0,637 34,07
0,247 68,222
0,328 0,025 105,773 34,04
3,347 0,247 68,715
0,335 0,025 105,908 0,649 68,715 33,99
3,647 0,247 71,124
0,365 0,025 106,472 71,124 0,668 33,81
3,982 0,244 73,195
0,398 0,024 107,108 73,195 0,683 33,61
4,313 0,227 74,043
0,431 0,023 107,745 74,043 0,687 33,41
4,63 0,21 74,468
0,463 0,021 108,362 74,468 0,687 33,22
0,194 75,303
0,494 0,019 75,303 0,691
0,18 75,375
0,530 0,018 109,683 75,375 0,687 32,82
5,657 0,169 75,874
0,566 0,017 32,61 110,410 75,874 0,687
75,913
0,599 0,016 111,086 75,913 0,683 32,41
0,157 75,964
0,633 0,016 111,790 75,964 0,680 32,20
6,672 0,146 76,455
0,667 0,015 112,511 76,455 0,680 32,00
7,016 0,14 76,952
0,702 0,014 113,242 76,952 0,680 31,79
7,323 0,134 77,399
0,732 0,013 113,902 77,399 0,680 31,61
7,635 0,13 77,422
0,764 0,013 114,580 77,422 0,676 31,42
7,975 0,129 77,928
0,798 0,013 115,329 77,928 0,676 31,22
8,286 0,129 77,505
0,829 0,013 116,023 77,505 0,668 31,03
0,129 77,461
0,855 0,013 116,627 30,87
3,003
3,275
68,222 0,645
4,939
108,970 33,04
5,297
5,988 0,162
6,328
8,554
77,461 0,664
129
Planilha do ensaio de cisalhamento direto com tensão de 200 kPa
Deslocamento Deslocamento Tensão Deslocam Deslocam. Tensão Tensão Área
Horizontal Vertical
Cis. ( τ )
Horizontal Vertical
Normal
n
)
Cis. ( τ )
τ/σ
corrigida
( mm. ) (mm. ) ( kPa ) ( cm ) ( cm ) ( kPa ) ( cm( kPa )
2
)
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 200,000 0,000 0,000 36,00
0,005 0,007 0,000 0,001 0,001 200,017 0,000 0,000 36,00
0,018 0,010 2,688 0,002 0,001 200,060 2,688 35,99 0,013
0,032 0,017 2,689 0,003 0,002 200,107 2,689 0,013 35,98
0,072 0,018 2,691 0,007 0,002 200,240 0,013 2,691 35,96
0,011 0,003 200,354 6,923 0,035
0,225 0,037 15,029 0,023 35,87 0,004 200,753 15,029 0,075
0,053 20,848 0,005 201,123 20,848 0,104 35,80
0,446 0,076 31,717 35,73 0,045 0,008 201,498 31,717 0,157
0,554 0,100 39,524 0,055 201,864 39,524 35,67 0,010 0,196
0,655 0,125 45,414 0,066 0,013 202,207 45,414 0,225 35,61
0,781 0,150 52,123 0,015 0,257 0,078 202,638 52,123 35,53
0,898 0,174 56,124 0,090 0,017 203,039 56,124 0,276 35,46
1,024 0,197 61,322 0,102 0,020 203,473 61,322 0,301 35,39
1,105 0,216 68,446 0,111 0,022 203,752 68,446 0,336 35,34
1,211 0,240 75,230 0,121 0,024 204,120 75,230 0,369 35,27
1,306 0,260 81,238 0,131 0,026 204,450 81,238 0,397 35,22
1,416 0,278 85,323 0,142 0,028 204,834 85,323 0,417 35,15
1,526 0,300 90,999 0,153 0,030 205,219 90,999 0,443 35,08
1,614 0,321 94,687 0,161 0,032 205,529 94,687 0,461 35,03
1,713 0,339 99,195 0,171 0,034 205,878 99,195 0,482 34,97
1,823 0,356 103,343 0,182 0,036 206,267 103,343 0,501 34,91
1,911 0,373 107,861 0,191 0,037 206,580 107,861 0,522 34,85
2,008 0,393 112,410 0,201 0,039 206,925 112,410 0,543 34,80
2,109 0,406 118,575 0,211 0,041 207,286 118,575 0,572 34,73
2,199 0,418 122,745 0,220 0,042 207,609 122,745 0,591 34,68
2,287 0,427 127,722 0,229 0,043 207,925 127,722 0,614 34,63
2,377 0,437 132,718 0,238 0,044 208,250 132,718 0,637 34,57
2,474 0,443 136,545 0,247 0,044 208,601 136,545 0,655
0,256 208,928 140,369 0,672 34,46
2,658 0,454 144,618 209,271 144,618 34,41 0,266 0,045 0,691
2,933 0,461 159,038 0,293 210,279 34,24 0,046 159,038 0,756
3,257 0,461 172,125 0,326 0,814 0,046 211,480 172,125 34,05
3,667 0,442 180,737 0,367 33,80 0,044 213,019 180,737 0,848
0,408 186,068 0,404 0,041 214,450 186,068 0,868 33,57
4,398 0,378 188,086 33,36 0,440 0,038 215,820 188,086 0,871
4,743 0,349 0,474 189,259 0,035 217,167 189,259 0,871 33,15
5,123 0,323 188,472 0,512 0,032 218,671 188,472 0,862 32,93
0,106 0,025 6,923 35,94
0,335 0,034
34,52
2,564 0,449 140,369 0,045
4,043
130
Planilha do ensaio de cisalhamento direto de 400 kPa
Descolamento Deslocamento Tensão Deslocam Deslocam. Tensão Tensão Área
Horizontal Vertical
Cis. ( τ )
Horizontal Vertical
Normal
n
)
Cis. ( τ )
τ/σ
corrigida
( mm ) (mm ) ( kPa ) ( cm ) ( cm ) ( kPa ) ( kPa ) ( cm
2
)
6,185 3,000 0,000 0,000 0,000 400,000 0,000 0,000 36,00
0,002 -0,001 -0,768 0,000 0,000 400,013 -0,768 -0,002 36,00
0,005 -0,001 7,295 0,001 0,000 400,033 7,295 0,018 36,00
0,025 0,000 28,422 0,000 0,003 400,167 28,422 0,071 35,99
0,065 0,000 0,007 0,109 43,814 0,000 400,434 43,814 35,96
0,106 0,000 60,381 0,011 0,000 400,708 60,381 0,151 35,94
0,140 0,000 73,884 0,014 0,000 400,936 73,884 0,184 35,92
0,196 0,000 82,427 0,020 0,000 401,311 82,427 0,205 35,88
0,277 0,009 87,553 0,028 0,001 401,855 87,553 0,218 35,83
0,353 0,027 91,914 0,035 0,003 91,914 0,228 35,79 402,367
0,425 0,046 94,731 0,043 0,005 402,854 94,731 0,235 35,75
0,497 0,067 99,879 0,050 0,007 403,341 99,879 0,248 35,70
0,592 0,089 102,364 0,059 0,009 403,986 102,364 0,253 35,64
0,673 0,109 104,833 0,067 0,011 404,538 104,833 0,259 35,60
0,765 0,133 107,719 0,077 0,013 405,166 107,719 0,266 35,54
0,853 0,153 111,773 0,085 0,015 405,769 111,773 0,275 35,49
0,934 0,174 114,657 0,093 0,017 406,325 114,657 0,282 35,44
1,026 0,194 117,180 0,103 0,019 406,959 117,180 0,288 35,38
1,087 0,213 120,429 0,109 0,021 407,380 120,429 0,296 35,35
1,193 0,234 122,212 0,119 0,023 408,115 122,212 0,299 35,28
1,279 0,251 124,351 0,128 0,025 408,712 124,351 0,304 35,23
1,357 0,263 127,661 0,136 0,026 409,256 127,661 0,312 35,19
1,450 0,276 131,010 0,145 0,028 409,906 131,010 0,320 35,13
1,526 0,293 133,939 0,326 0,153 0,029 410,439 133,939 35,08
1,612 0,309 137,291 0,161 0,031 411,043 137,291 0,334 35,03
1,700 0,329 140,263 0,170 0,033 411,664 140,263 0,341 34,98
1,778 0,343 144,014 0,178 0,034 412,215 144,014 0,349 34,93
1,871 0,356 147,017 0,187 0,036 412,875 147,017 0,356 34,88
152,273 0,206 0,038 414,236 152,273 0,368 34,76
2,132 0,389 156,039 0,213 34,72 0,039 414,737 156,039 0,376
34,67
2,310 0,410 0,231 0,041 416,017 160,114 0,385 34,61
2,397 0,422 162,357 0,240 0,042 416,645 162,357 0,390 34,56
2,474 0,432 165,376 0,247 0,043 417,203 165,376 0,396 34,52
2,571 0,441 167,259 0,257 0,044 417,907 167,259 0,400 34,46
2,656 0,453 169,116 0,266 0,045 418,527 169,116 0,404 34,41
2,746 0,464 172,198 0,275 0,046 419,185 172,198 0,411 34,35
2,832 0,481 176,485 0,283 0,048 419,815 176,485 0,420 34,30
2,926
0,498 179,199
0,293 0,050 420,507 179,199 0,426 34,24
3,007
0,51 182,283
0,301 0,051 421,104 182,283 0,433 34,20
3,694
0,567 202,915
0,369 0,057 426,242 202,915 0,476 33,78
4,414
0,613 222,121
0,441
0,061 431,763 222,121 0,514 33,35
1,963 0,365 150,426 0,196 0,037 0,364 413,529 150,426 34,82
2,062 0,376
2,224 0,399 157,883 0,222 0,040 415,397 157,883 0,380
160,114
131
Continuação da planilha de 400 kPa
5,148
0,653 241,05
0,515 0,065 437,541 241,050 0,551 32,91
5,895
0,706 256,727
0,590 0,071 443,582 256,727 0,579 32,46
6,591
0,768 282,929
0,659 0,077 449,362 282,929 0,630 32,05
7,309
0,772 296,839
0,731 0,077 455,486 296,839 0,652 31,61
8,077
0,775 303,889
0,808 0,078 462,223 303,889 0,657 31,15
8,554
0,77 307,604
0,855 0,077 466,509 307,604 0,659 30,87
8,563
0,77 307,658
0,856 0,077 466,590 307,658 0,659 30,86
8,576
0,77 307,738
0,858 0,077 466,708 307,738 0,659 30,85
8,585
0,77 307,792
0,859 0,077 466,790 307,792 0,659 30,85
8,592
0,77 307,833
0,859 0,077 466,853 307,833 0,659 30,84
8,592
0,769 307,833
0,859 0,077 466,853 307,833 0,659 30,84
8,594
0,769 307,846
0,859 0,077 466,872 307,846 0,659 30,84
0,769 307,873
0,860 0,077 466,917 307,873 0,659 30,84
0,769 307,9
0,860 0,077 466,953 307,900 0,659 30,84
8,610
0,769 307,941
0,861 0,077 467,017 307,941 0,659 30,83
8,619
0,769 307,995
0,862 0,077 467,099 307,995 0,659 30,83
8,621
0,769 308,008
0,862 0,077 467,117 308,008 0,659 30,83
8,630
0,769 308,062
0,863 0,077 467,199 308,062 0,659 30,82
8,639
0,769 308,116
0,864 0,077 467,281 308,116 0,659 30,82
8,648
0,769 308,17
0,865 0,077 467,363 308,170 0,659 30,81
8,657
0,769 308,224
0,866 0,077 467,444 308,224 0,659 30,81
8,664
0,769 308,265
0,866 0,077 467,508 308,265 0,659 30,80
8,671
0,768 308,305
0,867 0,077 467,572 308,305 0,659 30,80
8,675
0,768 308,332
0,868 0,077 467,608 308,332 0,659 30,80
8,682
0,768 308,373
0,868 0,077 467,672 308,373 0,659 30,79
8,689
0,768 308,413
0,869 0,077 467,736 308,413 0,659 30,79
8,696
0,767 308,903
0,870 0,077 467,800 308,903 0,660 30,78
0,767 308,93
0,870 0,077 467,836 308,930 0,660 30,78
8,707
0,767 308,971
0,871 0,077 467,900 308,971 0,660 30,78
8,714
0,767 309,011
0,871 0,077 467,964 309,011 0,660 30,77
8,723
0,766 309,066
0,872 0,077 468,046 309,066 0,660 30,77
8,732
0,766 309,569
0,873 0,077 468,128 309,569 0,661 30,76
0,766 309,61
0,874 0,077 468,183 309,610 0,661 30,76
8,756
0,766 309,719
0,876 0,077 468,348 309,719 0,661 30,75
8,761
0,765 309,746
0,876 0,077 468,393 309,746 0,661 30,74
8,768
0,765 309,787
0,877 0,077 468,457 309,787 0,661 30,74
8,770
0,764 309,801
0,877 0,076 468,476 309,801 0,661 30,74
8,770
0,764 309,801
0,877 0,076 468,476 309,801 0,661 30,74
8,770
0,764 309,801
0,877 0,076 468,476 309,801 0,661 30,74
8,772
0,763 309,814
0,877 0,076 468,494 309,814 0,661 30,74
8,777
0,763 309,841
0,878 0,076 468,540 309,841 0,661 30,73
8,779
0,763 309,855
0,878 0,076 468,558 309,855 0,661 30,73
8,786
0,762 309,896
0,879 0,076 468,622 309,896 0,661 30,73
8,792
0,762 309,937
0,879 0,076 468,677 309,937 0,661 30,72
8,797
0,762 309,964
0,880 0,076 468,723 309,964 0,661 30,72
8,804
0,762 310,005
0,880 0,076 468,787 310,005 0,661 30,72
8,817
0,762 310,087
0,882 0,076 468,906 310,087 0,661 30,71
8,828
0,761 310,155
0,883 0,076 469,006 310,155 0,661 30,70
8,835
0,761 310,196
0,884 0,076 469,071 310,196 0,661 30,70
8,846
0,761 310,264
0,885
0,076 469,172 310,264 0,661 30,69
8,599
8,603
8,700
8,738
132
Continuação da planilha de 400 kPa
8,851
0,761 310,291
0,885 0,076 469,217 310,291 0,661 30,69
8,858
0,761 310,332
0,886 0,076 469,282 310,332 0,661 30,69
8,867
0,76 310,387
0,887 0,076 469,364 310,387 0,661 30,68
8,873
0,76 310,428
0,887 0,076 469,419 310,428 0,661 30,68
8,876
0,76 310,442
0,888 0,076 469,447 310,442 0,661 30,67
8,880
0,76 310,469
0,888 0,076 469,484 310,469 0,661 30,67
8,887
0,759 310,51
0,889 0,076 469,548 310,510 0,661 30,67
8,894
0,759 310,551
0,889 0,076 469,612 0,661 310,551 30,66
8,900
0,759 310,592
0,890 0,076 469,667 310,592 0,661 30,66
8,921
0,759 310,715
0,892 0,076 469,860 310,715 0,661 30,65
8,932
0,759 310,784
0,893 0,076 469,962 310,784 0,661 30,64
8,932
0,758 310,784
0,893 0,076 469,962 310,784 30,64 0,661
8,939
0,758 310,825
0,894 0,076 470,026 310,825 0,661 30,64
8,941
0,758 310,839
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8,941
0,757 310,839
0,894 0,076 470,044 310,839 0,661 30,64
8,950
0,757 310,893
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0,895 0,076 470,164 310,921 0,661 30,63
8,959
0,757 310,948
0,896 0,076 470,210 310,948 0,661 30,62
8,966
0,756 310,989
0,897 0,076 470,275 310,989 0,661 30,62
8,966
0,756 310,989
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8,968
0,756 311,003
0,897 0,076 470,293 311,003 0,661 30,62
8,986
0,756 311,113
0,899 0,076 470,459 311,113 0,661 30,61
8,995
0,756 311,168
0,900 0,076 470,542 311,168 0,661 30,60
9,004
0,756 311,223
0,900 0,076 470,625 311,223 0,661 30,60
9,004
0,756 311,223
0,900 0,076 470,625 311,223 0,661 30,60
311,223 30,60
9,004
0,756 311,223
0,900 0,076 470,625 311,223 0,661 30,60
9,004
0,756 311,223
0,900 0,076 470,625 311,223 0,661 30,60
9,004
0,756 311,223
0,900 0,076 470,625 311,223 0,661 30,60
9,004
0,754 311,674
0,900 0,075 470,625 311,674 0,662 30,60
9,009
0,754 311,702
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9,009
0,754 311,702
0,901 0,075 470,671 311,702 0,662 30,59
9,009
0,754 311,702
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9,009
0,754 311,702
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9,009
0,754 311,702
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9,009
0,754 311,702
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9,004
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