Download PDF
ads:
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
INSTITUTO DE BIOLOGIA
DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA CELULAR
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA MOLECULAR
Estudos moleculares dos genes XYL1 e XYL2
de Candida tropicalis visando a produção de xilitol
Luanne Helena Augusto Lima
Orientador: Prof. Dr. Fernando Araripe Gonçalves Torres
Co-orientadora: Maria das Graças de Almeida Felipe
BRASÍLIA - DF - BRASIL
Março, 2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
INSTITUTO DE BIOLOGIA
DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA CELULAR
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA MOLECULAR
Estudos moleculares dos genes XYL1 e XYL2
de Candida tropicalis visando a produção de xilitol
Tese desenvolvida no laboratório de
Biologia Molecular e apresentada à
Universidade de Brasília – UnB, como
requisito parcial para obtenção do título
de doutor em Ciências Biológicas –
Biologia Molecular.
Luanne Helena Augusto Lima
Orientador: Prof. Dr. Fernando Araripe Gonçalves Torres
Co-orientadora: Maria das Graças de Almeida Felipe
BRASÍLIA - DF - BRASIL
Março, 2006
ads:
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
As nossas teorias talvez reflitam mais as
nossas próprias limitações na busca da
verdade do que a verdadeira natureza da
realidade.
Stephen Jay Gould
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
AGRADECIMENTOS
Agradeço inicialmente ao Prof. Fernando Araripe Gonçalves Torres por ter
aceito o desafio deste projeto, pelo apoio e orientação; a Profa. Maria Sueli Soares
Felipe, a Profa. Lídia Maria Pepe de Moraes e aos demais professores do
Laboratório pelas preciosas recomendações e sugestões. Também agradeço a
Profa. Maria das Graças de Almeida Felipe pela co-orientação, colaboração e por
viabilizar este estudo cedendo a levedura Candida guilliermondii FTI 20037 para os
experimentos. A Profa. Sonia Maria de Freitas e ao Cristiano Guimarães do Amaral
Pinheiro pela colaboração na modelagem da proteína Xyl2.
Agradeço especialmente ao Christian Niel Berlinck pelo incomensurável apoio,
pelo esforço em me acalentar durante os momentos de frustração e por compartilhar
a euforia dos resultados positivos.
Agradeço aos meus pais, porque sem eles, indiscutivelmente, esta tese não
seria defendida, e a todos aqueles que compartilham genes comigo.
Agradeço a coordenadora do Programa de Pesquisa em Biociências Raquel
de Andrade Lima Coelho e aos coordenadores do PADCT, Tarciso José de Lima e
Paulo Ricardo Dimas Luz Cunha pelo apoio e pela complacência.
Manifesto minha gratidão a todos os companheiros do lab, por compartilhar
muito mais que pipetas e soluções, por dividir sentimentos e repartir conhecimentos.
Agradeço a Vivis, sempre disposta a colaborar, fornecendo protocolos e soluções,
dando dicas, discutindo resultados, analisando géis e etc... Agradeço a querida Paty
Vet e ao João Ricardo por me guiar nos primeiros passos; ao Saulo pela mãozinha,
preparando géis, aliquotando enzimas e segurando pedras. Agradeço também a
Nádia (minha parceira de roubadas, lembre-se se a vida te der um limão...), Camila e
Janice pelas árvores e galhos quebrados, tirando digestões, PCRs, placas entre
outros, e também à Vera pelas células realmente competentes. Ao Luciano pelo
programas culturais, culinários e alternativos. Ao Túlio pela amizade, mesmo a
10.000 km de distancia. A Karen por suportar as minhas manias e pela ajuda em
vários momentos periclitantes. Ao Hugo pela consultoria em línguas estrangeiras. A
todos os amigos, efêmeros ou não, que comemoraram e festejaram várias vezes
durante todo este tempo (Indra, Carine, Bruno Benoliel, Chrisinha, Carmela, Oscar
(Popó), Marciano, Henrique, Ceci, Pedro, Lelê, Alê, Rose, Paty Lu, Vanessinha, Didi,
Livônios, Patty Girl, André - Médico, Loise, Pollyanna, Marianna, Juju (Recife),
Andrelisse, Fabrício, Mauro, Alexsandro, Mariana, Fábio, Helga, Daniel, Marília,
Larissa, Simoneide, Hernandez, Gina, Flávia, Bárbara, Gaby, Liz, Luana, Rafael
Ajuz, Rafael Gaúcho, Thiago, Sérgio, Glória, Isabella, Maria José, Bruno Daher,
Tatiane, Mauro MX, Eduardo, Sócrates entre outros).
Agradeço carinhosamente a Fátima, Ivonildes e Conceição, por todo apoio
logístico, porque sem elas nosso laboratório entraria em colapso. Agradeço a Marísia
e a Margarete por sempre me socorrerem em momentos de emergência.
Eu não poderia deixar de agradecer a todas bactérias e leveduras que se
ofereceram em sacrifício para realização deste trabalho.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
INTRODUÇÃO 1
1. Xilitol 1
1.1. Propriedades e Aplicações 1
1.2. Toxicidade e Tolerância 4
2. Obtenção de Xilitol 5
3. Bioconversão de Xilose em Xilitol 8
3.1. Xilose Redutase 10
3.2. Xilitol Desidrogenase 12
3.3. Repressão do Metabolismo de Xilose 14
3.4.Transporte de Xilose 15
4. Leveduras do Gênero Candida 17
4.1. Candida tropicalis 19
5. Engenharia Metabólica 21
JUSTIFICATIVA 27
ESTRATÉGIA 28
OBJETIVOS 31
Objetivo Geral 31
Objetivos Específicos 31
MATERIAIS E MÉTODOS 32
1. Microrganismos 32
2. Extração de DNA de Leveduras 33
3. Purificação de DNA Plasmidial 33
4. Transformação Genética 34
4.1. Bactéria 34
4.2. Leveduras 35
5. PCR 35
5.1. Purificação 37
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
6.
Análise de Ácidos Nucléicos em Gel de Agarose 37
6.1. Purificação de Fragmentos de DNA 37
7. Seqüenciamento e Análise de DNA 38
8. Digestão de DNA com Enzimas de Restrição 39
8.1. Purificação do Sistema de Digestão 39
9. Conversão de Extremidades Protuberantes em Abruptas 39
10. Defosforilação de Vetor Linearizado 40
11. Ligação 40
12. Extração de RNA 40
13. Southern e Northern Blotting 41
13.1. Sistema de Transferência para Membrana 41
13.2. Marcação da Sonda, Pré-Hibridização e Hibridização 41
13.3. Geração e Detecção do Sinal 41
14. Seleção e Análise dos Transformantes 42
15. Medida de Atividades Enzimáticas 42
15.1 Rompimento Celular 42
15.2 Determinação de Proteína Solúvel e Atividade Enzimática 42
16. Análise de Domínios, Alinhamento de Seqüências e Análise e Comparação Estrutural 43
RESULTADOS E DISCUSSÃO 45
1. Reclassificação da levedura C. guilliermondii FTI 20037 45
2. Clonagem e análise do gene XYL1 47
3. Clonagem e análise do gene XYL2 52
3.1. Clonagem das Regiões 5’ e 3’ do Gene XYL2 55
3.1.1. Uso de Primers Internos 55
3.1.2. PCR Inverso 56
3.2. Análise da Seqüência de XYL2 58
3.3. Número de cópias do gene XYL2 63
3.4. Padrão de Expressão do gene XYL2 64
3.5. Análise da Proteína Predita 65
3.5.1 Participação de Zinco na Catálise 68
3.6. Modelagem de Xyl2 69
4. Expressão de XYL1 e XYL2 em S. cerevisiae 72
5. Transformação de C. tropicalis 76
5.1. Marca de Seleção para o Sistema de Transformação 76
5.2. Construção dos cassetes para transformação 79
5.2.1. Cassete da Marca de Seleção 79
5.2.2. Cassete para Ruptura Gênica de XYL2 84
5.2.2.1. Marca Dominante 84
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
5.2.2.2. Marca Auxotrófica 86
5.2.3. Cassete para Múltiplas Integrações da Marca de Seleção 87
5.2.4. Cassete para Super Expressão de XYL1 88
6. Transformação Genética de C. tropicalis 93
CONCLUSÕES 95
PERSPECTIVAS 96
REFERÊNCIAS 97
ANEXO 1 117
ANEXO 2 122
ANEXO 3 156
ANEXO 4 161
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Fórmula química da molécula de xilitol..................................................................................... 1
Figura 2. Metabolismo de xilose e regeneração de cofatores. Adaptado de BARBOSA et al. (1988) e
DAHIYA (1991) ................................................................................................................................. 7
Figura 3. Estratégia para obtenção de transformantes expressando múltiplas cópias de XYL1. ......... 29
Figura 4. Esquema para obtenção de transformantes com XYL2 rompido........................................... 30
Figura 5. Estrutura do cluster gênico que codifica o RNA ribossomal, evidenciando os genes
correspondentes as subunidades 18S, 5,8S e 28S, além das regiões internas ITS1 e ITS2. Acima
estão os níveis taxonômicos que cada região define, abaixo localização da região do rDNA
amplificada com os primers ITS1 e ITS4 (ITS) e da região da subunidade maior (5’ LSU)
amplificada com os primers UNIF e UNIR...................................................................................... 46
Figura 6. Reações de amplificação de regiões do rDNA analisadas em gel de agarose 1%. 1:marcador
λ EcoR I/Hind III, 2 e 3: região ITS, 4 e 5: região 5'LSU. ............................................................... 46
Figura 7. Reações de amplificação de XYL1 analisadas em gel de agarose 1%. 1: marcador 1 kb DNA
ladder (New England Biolabs), 2 e 3: amplificação com 5XRORF/3XRORF, DNA molde de C.
guilliermondii (UFRJ) e C. guilliermondii FTI 20037, respectivamente........................................... 48
Figura 8. Esquema mostrando as posições relativas de anelamento dos primers utilizados para
amplificação e confirmação de XYL1.............................................................................................. 48
Figura 9. Reações de amplificação de XYL1 e regiões internas do gene, analisadas em gel de agarose
1%. 1: marcador 1 kb DNA ladder (New England Biolabs), 2: amplificação com 5xyl1a/3xyl1, 3:
5xyl1a/3xyl1int, 4: 5xyl1int/3xyl1, 5: 5xylint/3xyl1int. ...................................................................... 49
Figura 10. Alinhamento da seqüência de XYL1 de C. tropicalis e de C. guilliermondii FTI 20037, com
as divergências sublinhadas........................................................................................................... 50
Figura 11. Alinhamento da seqüência de XYL1 com a seqüência do projeto genoma de C. tropicalis.51
Figura 12. Alinhamento entre a seqüência da proteína Xyl1 de C. guilliermondii FTI 20037 e C. tenuis
(1JEZ). Os aminoácidos dentro do quadrado hachurado representam as assinaturas das
aldocetoredutases, os resíduos envolvidos na catálise são indicados por setas, os resíduos
envolvidos no sítio de ligação à coenzima são indicados por asteriscos e os resíduos que
participam na dimerização estão indicados por quadrados............................................................ 52
Figura 13. Alinhamento das seqüências de XYL2 de P. stipitis e G. mastotermitis, evidenciando a
localização dos primers desenhados para amplificar a seqüências XYL2 de C. tropicalis............ 53
Figura 14. Reações de amplificação de XYL2 analisadas em gel de agarose 1%. 1: marcador 100 bp
DNA ladder (Invitrogen), 2: 5XDH2, 3: 3XDH3, 4: 5XDH2/3XDH3................................................. 54
Figura 15. Esquema mostrando as posições relativas de anelamento dos primers utilizados para
buscar as porções 5' e 3' de XYL2. ............................................................................................... 56
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
Figura 16. Reações de amplificação utilizando o primer 221 analisadas em gel de agarose 1%. 1:
221/xyl2-F2, 2: 221/xyl2-R2, 3: xyl2-R2, 4: xyl2-F2, 5: 221, 6: marcador 1 kb DNA ladder (New
England Biolabs)............................................................................................................................. 56
Figura 17. Esquema da técnica de PCR inverso, onde o DNA genômico total é digerido com uma
enzima de restrição (EcoR I), religado formando fitas circulares que são usadas como molde em
uma reação de PCR, utilizando primers internos (R e F). .............................................................. 57
Figura 18. Reações do PCR inverso analisadas em gel de agarose 1%. Amplificação com xyl2-R2 e
xyl2-F2, utilizando DNA total digerido e religado como molde, digestão com 1: BamH I, 2: EcoR I,
3: Hind III e 4: TopoXYL2 como controle........................................................................................ 58
Figura 19. Seqüência de nucleotídeos do gene XYL2 de C. tropicalis e a estrutura primária predita da
proteína. Seqüência de nucleotídeos nas UTR - letras minúsculas, na ORF - letras maiúsculas,
TATA Box - cinza na região 5’,possível sinal de poliadenilação - sublinhado na região
3’,seqüência deduzida de aminoácidos é mostrada sobre a seqüência de nucleotídeos da ORF.60
Figura 20. Alinhamento da seqüência de XYL2 com a seqüência do projeto genoma de C. tropicalis.61
Figura 21. Alinhamento entre a seqüência predita a partir do gene XYL2 e as seqüências primárias de
xilitol desidrogenases de diferentes organismos. ........................................................................... 62
Figura 22. Southern blotting com DNA genômico de C. tropicalis. Digestão com 1: EcoR I, 2: EcoR V,
3: Hind III, utilizando XYL2 como sonda. ........................................................................................ 63
Figura 23. Análise da expressão de XYL2 por Northern blotting em diferentes fontes de carbono. 1:
xilose, 2: glicose e 3: glicerol utilizando XYL2 como sonda, RNA ribossômico 28s como controle
da quantidade de RNA total utilizada.............................................................................................. 64
Figura 24. Alinhamento entre a seqüência da proteína Xyl2 e membros da família de cadeia média que
possui sítio de ligação a zinco. Os aminoácidos dentro do quadrado hachurado representam a
assinatura das álcool desidrogenases, os resíduos envolvidos do sítio catalítico ligado a zinco são
indicados por setas, O segundo sítio de ligação a zinco da 1E3J está dentro de quadrado e os
resíduos que estão envolvidos no sítio de ligação da coenzima são indicados por asteriscos. .... 66
Figura 25. Elementos estruturais encontrados na seqüência de Xyl2 e sua localização, segundo
análise no InterPro.......................................................................................................................... 67
Figura 26. Efeito do EDTA na atividade de Xyl2. A: Acompanhamento da redução de NAD
+
(340 nm)
na ausência (círculos) ou na presença de EDTA 1mM (triângulos). B: Atividade de XDH em
diferentes concentrações de EDTA. ...............................................................................................69
Figura 27. Modelo tridimensional de Xyl2 gerado pelo programa Pymol. ............................................. 70
Figura 28. Estrutura terciária predita dos domínios de ligação a NAD
+
e zinco. A: Domínio de ligação
ao NAD
+
com o sítio de ligação em cinza escuro, composto por motivos α e β em um padrão
Rossman fold; B: sítio de ligação à coenzima, destacando o resíduos que participam da interação
Val
187
, Asp
207
, Lys
212
, Cys
252
Asp
277
e Ser
299
; C: Domínio de ligação do sítio ativo representado
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
pelo resíduos em cinza escuro; D: sítio ativo ligado a zinco destacando os resíduos que
participam da interação His
66
, Glu
67
e Glu
159
. ................................................................................. 71
Figura 29. Mapa dos vetores YEp351PGK e YEp352PGK. .................................................................. 73
Figura 30. Reações de PCR para confirmação da clonagem de XYL1 (1-4) e XYL2 (6-9) em vetores de
expressão de S. cerevisiae analisadas em gel de agarose 1%.1 e 6: controle, 2 e 7: YEp352PGK,
3: YPGKxyl1, 4 e 9: YPGKxyl1 + Y2PGKxyl2, 5: marcador 1 kb DNA ladder (Invitrogen), 8:
Y2PGKxyl2...................................................................................................................................... 73
Figura 31. Clones transformantes de S. cerevisiae expressando os genes XYL1 e XYL2. 1:
Y2PGKxyl2, 2: YPGKxyl1, 3: YEp352PGK e 4: YPGKxyl1 + Y2PGKxyl2 em A: meio mínimo sem
leucina, B: meio mínimo sem uracila, C: meio mínimo sem uracila e leucina)............................... 74
Figura 32. Seqüência do gene ZeoCan sintetizado de novo, ressaltando os sítios de BamH I e Nco I
(em negrito) e a localização dos códons CTG substituídos por TTG (sublinhado)........................ 77
Figura 33. Mapa do plasmídio ClpACT-CYC. ........................................................................................79
Figura 34. Reação de PCR utilizando os primers 5PROACT e 3PROACT analisada em gel de agarose
1%. 1: ClpACT-CYC como molde e 2: 1 kb DNA ladder (New England Biolabs). ......................... 80
Figura 35. Estratégia para clonagem das regiões promotora (ACT1p) e terminadora (CYC1t) do vetor
ClpACT-CYC para a construção de um novo cassete de expressão. Etapa 1: reação de PCR
utilizando como molde a banda referente à região promotora obtida pela digestão do plasmídio
ClpACT-CYC com as enzimas Xho I e Cla I e os primers 5PROACT e 3PROACT, etapa 2:
clonagem do produto de PCR no vetor pGEM
®
-T Easy, etapa 3: reação de PCR utilizando o
plasmídio contendo as regiões ACT1p e CYC1t como molde e os primers 5PROACT e 3CYCTT.
........................................................................................................................................................ 81
Figura 36. Esquema da construção do cassete de expressão do gene ZeoCan o qual foi clonado no
sítio de Bcl I entre a região promotora ACT1p e terminadora CYC1t. ........................................... 82
Figura 37. Digestão do plasmídio contendo o cassete da marca de seleção analisada em gel de
agarose 1%. 2-8/10-13: plasmídios pPZeo de diferentes clones digeridos com BamH I e 1/9: 1 kb
DNA ladder (New England Biolabs)................................................................................................ 83
Figura 38. Reações de PCR para selecionar os clones com plasmídio pPZeo na orientação correta
analisadas em gel de agarose 1%.1/5: 1 kb DNA ladder (New England Biolabs), 2-4: reações com
os primers 5PROACT e 5Zeo, 6-8: reações com os primers 5PROACT/3Zeo.............................. 83
Figura 39. Esquema da contrução do cassete de ruptura de XYL2 (pPZeoXYL2) a partir da obtenção
do cassete da marca de seleção pela digestão do plasmídio pPZeo com BamH I e posterior
clonagem no sítio interno de Bcl I do gene XYL2........................................................................... 84
Figura 40. Esquema mostrando os sítios de Nco I e a combinação de primers utilizados para confirmar
a clonagem e a orientação do cassete da marca de seleção na seqüência de XYL2. .................. 85
Figura 41. Análise da digestão e de reações de PCR para confirmar a clonagem correta do plasmídio
pPZeoXyl2 em gel de agarose 1%. 1: digestão com Nco I, 2: 1 kb DNA ladder (New England
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
Biolabs), 3-7: reações com os primers 5Zeo/3xyl2, 5PROACT/3xyl2, 5xyl2/3Zeo, 5xyl2/3CYCTT e
5xyl2/3xyl2, respectivamente.......................................................................................................... 85
Figura 42. Análise de digestões para confirmar a clonagem do plasmídio ClpXyl2 em gel de agarose
1%.1: plasmídio intacto, 2: digestão com EcoR V, 3: digestão com BamH I, 4: 1 kb DNA ladder
(Promega). ...................................................................................................................................... 86
Figura 43. Esquema da construção do cassete de múltiplas integrações da marca de seleção a partir
da clonagem do cassete de expressão de ZeoCan dentro da seqüência ITS do rDNA. ............... 87
Figura 44. Análise de digestão e reações de PCR para confirmar a clonagem correta do plasmídio
pITSpZeo em gel de agarose 1%. 1: digestão com BamH I, 2: 1 kb DNA ladder (Promega), 3-5:
reações com os primers ITS1/ITS4, 5PROACT/3zeo, 5zeo/3CYCTT, respectivamente............... 88
Figura 45. Esquema mostrando as posições relativas de anelamento dos primers utilizados para
amplificação do gene PGK.............................................................................................................. 89
Figura 46. Reações de amplificação de regiões do gene PGK1 analisadas em gel de agarose 1%.
DNA molde de C. maltosa 1: PPGK/TPGK, 2: PPGK/P2PGK e de C. tropicalis 3: PPGK/TPGK, 4:
PPGK/P2PGK e 5: marcador λ EcoR I/Hind III............................................................................... 89
Figura 47. Reação de PCR confirmando a clonagem do plasmídio pGEM-T EasyPGK analisadas em
gel de agarose 1%. 1: marcador λ EcoR I/Hind III e 2: amplificação utilizando os primers
P2PGK/T2PGK e pGEM-T EasyPGK como molde. ....................................................................... 90
Figura 48. Esquema da obtenção do plasmídio contendo as regiões promotora e terminadora do gene
PGK1 de C. maltosa. O plasmídio contendo o gene PGK1 foi utilizado como molde em uma
reação de PCR com os primers P2PGK e T2PGK, o amplicom obtido foi religado originando o
plasmídio pGEMpPGK.................................................................................................................... 90
Figura 49. Reações de PCR utilizando os primers PPGK/TPGK analisadas em gel de agarose 1%.1:
pGEMpPGK como molde, 2: 1 kb DNA ladder (Promega) e 3: pGEMPGK como molde. ............. 91
Figura 50. Esquema mostrando a clonagem de XYL1 entre as regiões promotora e terminadora do
gene PGK1 para obtenção do plasmídio pPGKxyl1....................................................................... 92
Figura 51. Reação de PCR utilizando os primers PPGK/3xyl1 analisada em gel de agarose 1%. 1: 1 kb
DNA ladder (Promega), 2: pPGKxyl1 como molde......................................................................... 92
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Produção de xilitol a partir de xilose por diferentes espécies de Candida spp. ...................... 8
Tabela 2. Especificidade pelos cofatores das enzimas xilose redutase (XR) e xilitol desidrogenase
(XDH) em diferentes leveduras......................................................................................................... 9
Tabela 3. Espécies de Candida spp. com aplicação na indústria de alimentos.................................... 18
Tabela 4. Linhagens de leveduras utilizadas......................................................................................... 32
Tabela 5. Linhagens de Escherichia coli utilizadas. .............................................................................. 32
Tabela 6. Seqüência dos primers utilizados em reações de PCR, com suas respectivas seqüências,
temperaturas de anelamento e sítios de restrição (sublinhados)................................................... 36
Tabela 7. Resultados de homologia para as seqüências ITS e 5'LSU do DNA ribossomal,utilizadas na
identificação de espécies................................................................................................................ 47
Tabela 8. Identidade e semelhança estrutural da Xyl2 com outras enzimas desidrogenase. .............. 72
Tabela 9. Atividade específica (UI/mg) de xilose redutase (XR) e xilitol desidrogenase (XDH) para os
clones de Saccharomyces cerevisae: YEp352PGK (controle); YPGKxyl1, Y2PGKxyl2 e YPGKxyl1
+ Y2PGKxyl2................................................................................................................................... 75
Tabela 10. Avaliação da concentração letal de zeocina em meio YM (pH 7.5) a 30°C para diferentes
leveduras......................................................................................................................................... 78
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
RESUMO
O xilitol é um adoçante natural, anticariostático, utilizado principalmente na
indústria de alimentos, com consumo anual estimado em 500.000 toneladas. O seu
valor econômico, aliado a suas diversas aplicações, impulsionam pesquisas
biotecnológicas para aumentar sua produção. A Candida guilliermondii FTI 20037 é
uma das mais promissoras leveduras para produção de xilitol com rendimento acima
de 0,5 g/Lh. Além disso, é capaz de produzir xilitol a partir de hidrolisado
hemicelulósico de diversos resíduos agrícolas. A partir do seqüenciamento de
regiões do DNA ribossômico de C. guilliermondii FTI 20037 foi demonstrado que
esta levedura deve ser re-classificada como Candida tropicalis. O presente estudo
representa uma das primeiras iniciativas para se desenvolver um sistema que
permita a transformação genética de C. tropicalis com a finalidade de potencializar a
produção de xilitol através da manipulação dos genes XYL1 (xilose redutase) e XYL2
(xilitol desidrogenase). Estes genes foram clonados e suas seqüências analisadas. O
gene XYL2 por não ter sido ainda caracterizado, foi objeto de estudos mais
detalhados. XYL2 é representado por uma ORF (open reading frame) de 1092 pb,
que potencialmente codifica um polipeptídeo de 364 resíduos de aminoácidos, com
~40 kDa. XYL2 não possui íntrons, apresenta-se em única cópia no genoma de C.
tropicalis e é controlado em nível transcricional pela presença de xilose. A seqüência
primária da ORF XYL2 é idêntica à publicada no projeto genoma de C. tropicalis.
Estudos de modelagem molecular demonstraram que a proteína Xyl2 pertence à
família MDR (medium chain alcohol dehydrogenase) contendo sítios para ligação a
zinco e NAD
+
. Para demonstrar sua funcionalidade, os genes XYL1 e XYL2 foram
expressos com sucesso em S. cerevisiae. Visando o estabelecimento de um sistema
de transformação para espécies de Candida um gene sintético (ZeoCan) que confere
resistência a zeocina foi desenvolvido com o codon preferencial de C. tropicalis.
Todavia, os resultados de transformação mostraram que a resistência a zeocina não
é indicada como marca de seleção para C. tropicalis uma vez que esta levedura deve
possuir mecanismos genéticos para anular o efeito do antibiótico.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
ABSTRACT
Xylitol is a natural sweetener mainly used in the food industry with an annual
estimated consumption of 500.000 tons. The high ecomonic value of xylitol together
with its multiple applications have driven many biotechnological studies in order to
improve its production. The Candida guilliermondii FTI 20037 is one of the most
promising yeast of xilitol production with yields over 0.5 g/Lh. In addition, it is capable
of producing xylitol from hemicellulosic hydrolysate derived from several raw
materials. From the sequencing of ribossomal DNA regions from C. guilliermondii FTI
20037 we have shown that this yeast should be re-classified as Candida tropicalis.
The present work represents one of the first initiatives towards the development of a
system which would allow the genetic transformation of C. tropicalis with the goal of
improving xylitol production through the manipulation of the genes XYL1 (xylose
reductase) and XYL2 (xylitol dehydrogenase). These genes were cloned and the
sequences were analyzed. Since XYL2 had not yet been characterized it was the
focus of more detailed studies. XYL2 is represented by a 1092 pb open reading frame
which potentially codes for a 364 residues polypeptide with ~40 kDa. XYL2 does not
have introns, it is present as a single copy in the C. tropicalis genome and is
controlled at the transcriptional level by the presence of xylose. The primary
sequence of the XYL2 ORF is identical to the published sequence from the C.
tropicalis genome project. Molecular modeling studies showed that the Xyl2 protein
belongs to the MDR (medium chain alcohol dehydrogenase) family containing binding
sites for zinc and NAD
+
. In order to functionally analyze the cloned genes, XYL1 and
XYL2 were successfully expressed in S. cerevisiae. In order to establish a
transformation system for Candida species a synthetic gene (ZeoCan) which confers
zeocin resistance was developed with the C. tropicalis codon usage. However, the
results from transformation experiments showed that the zeocin resistance gene
should not be employed as selective marker in C. tropicalis since this yeast must
display genetic mechanisms to counteract the effects the antibody.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 1
INTRODUÇÃO
1. Xilitol
1.1. Propriedades e Aplicações
O xilitol (Figura 1) é um poliol que ocorre na natureza em diversos vegetais,
líquens e algas, aparecendo também como um intermediário no metabolismo de
carboidratos em animais e, inclusive, humanos (PEPPER e OLINGER, 1988;
HEIKKILA et al., 1992; WINKELHAUSEN et al., 1996). Em alguns organismos os
polióis podem ser acumulados até altas concentrações constituindo uma proteção
contra estresse ambiental, tais como choque osmótico (YANCEY et al., 1982;
KARLGREN et al., 2005), altas ou baixas temperaturas (CZAJKA e LEE, 1990;
WOLFE et. al., 1999).
Figura 1. Fórmula química da molécula de xilitol.
Em relação à sacarose, o xilitol é um terço menos calórico (2,4 calorias/g)
(BÄR, 1991) e possui poder adoçante equivalente, o que é superior ao de outros
polióis como manitol e sorbitol. Devido à doçura e ao baixo valor calórico, o xilitol
vem sendo utilizado como edulcorante em diversos produtos desde os anos 60.
Aliadas a estas características, outras propriedades apresentadas a seguir,
proporcionam aumento no valor econômico deste poliol.
O xilitol é um composto cariostático por não ser metabolizado por
microrganismos da microbiota bucal, principalmente Streptococcus mutans, o que
impossibilita a proliferação de bactérias e, conseqüentemente, impede a produção de
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 2
ácidos que atacam o esmalte dos dentes. Além disto, também pode ser classificado
como anticariogênico, pois estimula a produção de saliva, que possui capacidade
tamponante, o que, juntamente com o aumento na concentração de íons cálcio e
fosfato, induz a remineralização, revertendo lesões de cáries recém formadas
(BIRKHED, 1994; MAKINEN et al., 1998; MAKINEN, 2000, van LOVEREN, 2004).
Outra vantagem do consumo de xilitol é sua ajuda na prevenção da transmissão de
S. mutans de mãe para filho durante os seis primeiros anos (ISOKANGAS et al.,
2000; SODERLING, et al., 2000; SODERLING, et al., 2001).
Diversos estudos já demonstraram que o consumo regular de chicletes
contendo xilitol reduz a incidência de cáries (MAKINEN et al., 1998; HUJOEL et al.,
1999; ALANEN et al., 2000; AUTIO, 2002). Os efeitos cariostático e anticariogênico
impulsionam o uso de xilitol em cremes dentais, pastilhas, gomas de mascar e outros
produtos para controle e prevenção às cáries. Estas aplicações já geraram diversas
patentes em diferentes países, tais como US4000320 (1976), US5376389 (1994) e
JP10165103 (1998) que descrevem o uso de xilitol em chicletes, US3970747 (1976),
US5424059 (1995), PI9805385 (1998) e JP2003081795 (2003) uso em creme dental,
US5560906 (1996) e PI0206087 (2002) uso em anti-séptico bucal, entre outras.
Em alguns países europeus, o xilitol já vem sendo utilizado como adoçante,
tendo a vantagem de não apresentar sensação desagradável após o uso. No Brasil,
sua utilização se limita à composição de produtos como creme dental, gomas de
mascar e pastilhas.
O xilitol é apropriado para o uso em produtos alimentícios processados em
temperaturas elevadas quando reações de Maillard não são desejadas. Estas
reações podem ocorrer quando proteínas são aquecidas na presença de açúcares
redutores, resultando na glicosilação do resíduo de aminoácido terminal ou de
resíduos de lisina, que resultam no escurecimento do produto. O xilitol, devido à
ausência de grupos aldeídicos ou cetônicos em sua molécula, não participa destas
reações, o que potencializa sua aplicação na indústria alimentícia (MANZ et al.,
1973; SIRENIUS et al., 1979; BÄR, 1991).
Outra vantagem do xilitol é não ser fermentado por muitos microrganismos, o
que viabiliza o uso em xaropes e refrescos sem a necessidade de pasteurização e da
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 3
adição de conservantes quando o produto é estocado por quatro ou cinco meses em
frascos fechados (MANZ et al., 1973).
A sensação de vaporização nas cavidades oral e nasal é outra característica
importante do xilitol. Esta sensação é proporcionada pelo valor negativo do calor de
dissociação e é explorada em produtos farmacêuticos (vitaminas e expectorantes) e
confeitos (pastilhas e balas). Nestes produtos, o xilitol é usualmente combinado a
manitol, sorbitol ou ácido cítrico (PARAJÓ et al., 1998a).
Clinicamente, o xilitol é indicado para obesos por ser menos calórico e por
diminuir o nível de ácidos graxos livres no sangue, além de promover a mobilização e
a oxidação de gorduras (MANZ et al., 1973, GEORGIEFF et al., 1985); para
diabéticos, em substituição aos açúcares uma vez que seu metabolismo não ocorre
por vias dependentes de insulina (PEPPER e OLINGER, 1988). O xilitol também
pode ser empregado no tratamento de desordens metabólicas, como em casos de
anemia hemolítica presente em indivíduos com deficiência na enzima glicose-6-
fosfato desidrogenase, ou em casos de miopatias originadas pela deficiência em
mioadenilato desaminase. O xilitol ainda facilita a absorção de certas vitaminas e
cátions metálicos como cálcio, cobre e ferro (MAKINEN, 2000).
A utilização de xilitol em nutrição parenteral vem sendo amplamente aceita no
Japão e em alguns países da Europa. Estudos mostraram que a administração
hipocalórica de xilitol juntamente com aminoácidos preserva as proteínas do paciente
mais eficientemente que a infusão apenas de aminoácidos ou em combinação com
glicose (WAITZBERG, 1995). Além disto, comparado à glicose, o uso de xilitol reduz
a secreção de insulina e a lipogênese hepática, como também garante o fluxo de
aminoácidos dos tecidos periféricos para os órgãos, provendo precursores para a
síntese de proteínas (MAKINEN, 2000).
Pesquisas estão cada vez mais encontrando novas aplicações para o xilitol,
principalmente em uso clínico. O xilitol pode ser utilizado para a prevenção de otite
média aguda, pois inibe o crescimento e a adesão de espécies de Pneumococcus
spp. e a adesão de Haemophilus influenzae em células da nasofaringe. Ele foi
testado na forma de xarope, goma de mascar e pastilha diminuindo em 40% a
ocorrência de otite em crianças (UHARI et al., 1998). Outra aplicação do xilitol é a
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 4
proteção contra osteoporose como demonstrado por MATTILA et al. (1998) em que
ratos submetidos a ovariectemia com uma dieta suplementada com 10% de xilitol,
apresentaram maior densidade óssea e volume trabecular, além de manter a
constituição mineral dos ossos. Estes efeitos protegem contra o enfraquecimento das
propriedades biomecânicas dos ossos, causado pela osteopenia (redução da
calcificação ou da densidade óssea) devido à falta de estrógenos, situação similar a
que acontece na menopausa em mulheres.
O xilitol em aerossol pode prevenir infecções pulmonares, inclusive em
pacientes com fibrose cística, pois reduz a concentração salina do líquido que cobre
as células do revestimento interno dos pulmões, aumentando a atividade antibiótica
corpórea natural contra as bactérias (ZABNER et al., 2000). Para o controle do
balanço da microbiota da pele, MASAKO et al. (2005) observaram que o uso da
combinação de xilitol com farnesol inibe a formação de biofilme de Staphylococcus
aureus além de dissolver o biofilme já existente.
Atualmente, o xilitol já é utilizado em produtos alimentícios, farmacêuticos ou
de saúde oral em mais de 35 países (CCC, 2006) com produção anual acima de
500.000 toneladas. As principais empresas que produzem este insumo são Xyrofin
Company, na Finlândia (Functional Foods from Finland, 2006), Danisco A/S, no
Reino Unido e na China (Danisco, 2006), Towa Chemical Industry Co. Ltd., na
Indonésia e Tailândia (Mitsubish Corporation, 2006), Roquette Frères S.A., na França
(Roquette Frères, 2006) e Bolak Co. Ltd., na Coréia (Bolak, 2006).
1.2. Toxicidade e Tolerância
Em organismos superiores, o metabolismo do xilitol ocorre principalmente no
fígado onde pode ser transformado em glicose a uma taxa entre 20 e 80%,
dependendo da necessidade. Sua absorção é lenta e, por isso, também pode ser
metabolizado indiretamente pela biota intestinal. O xilitol é bem tolerado pelo corpo
humano com consumo de até 0,5 g/kg de peso corpóreo por dia. Em alguns casos, o
consumo acima desta proporção pode apresentar efeito laxativo devido ao
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 5
desbalanço osmótico causado no intestino grosso pela baixa taxa de assimilação
(PARAJÓ et al., 1998a; MAKINEN, 2000).
Quanto à segurança do consumo e utilização por humanos, o xilitol é aceito
pela Comunidade Econômica Européia - European Economic Community desde
1984, enquanto a Agência de Controle de Alimentos e Medicamentos dos EUA - U.S.
Food and Drug Administration (FDA) o classifica como “geralmente reconhecido
como seguro” (Generally Recognized as Safe - GRAS) desde 1986 e “seguro para os
dentes” (Safe for Teeth) desde 1994. O Comitê de aditivos alimentares - Joint Expert
Committee on Food Additives da Organização Mundial de Saúde, confirmou os
estudos de toxicidade e o classificou como aceitável para consumo diário
(Acceptable Daily Intake - ADI). No Brasil, o xilitol foi aprovado como produto
dietético pelo Ministério da Saúde em 1980 (AGUIAR et al., 1999).
2. Obtenção de Xilitol
O xilitol pode ser recuperado de fontes naturais como vegetais, fungos e
líquens por extração sólido-líquido, porém como está presente em pequena
proporção, menos de 0,9 g/100g, este processo se torna economicamente inviável
(PARAJÓ et al., 1998a).
A produção de xilitol em larga escala ocorre pelo processo químico, que
consiste na redução de xilose, derivada principalmente de hidrolisados de materiais
lignocelulósicos ricos em xilana. O processo convencional inclui quatro passos
básicos: i) hidrólise ácida de material vegetal, ii) purificação do hidrolisado até
obtenção de xilose pura, iii) hidrogenação catalítica da xilose a xilitol e, iv) purificação
e cristalização do produto. Este processo está patenteado desde 1977 por MELAJA e
HAMALAINEN.
O rendimento do processo químico, bem como a qualidade do xilitol, são
dependentes da pureza da solução inicial de xilose uma vez que a presença de
impurezas interfere na redução catalítica. Para a obtenção de uma solução de xilose
de elevada pureza, são necessários operações de troca-iônica, descoloração e
fracionamento cromatográfico. Além disto, após a remoção do catalisador por
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 6
filtração e troca-iônica, a solução de xilitol é concentrada, sofre fracionamento
cromatográfico utilizando resinas catiônicas e é cristalizada para obtenção do
produto puro (AGUIAR et al., 1999). As diversas etapas de purificação para remoção
de resíduos e sub-produtos resultam no aumento de tempo de processamento e
encarecimento do produto. O alto custo de produção de xilitol, dez vezes maior ao da
sacarose ou sorbitol, limita a sua utilização em larga escala (PARAJÓ et al., 1998a).
Como alternativa a este processo, o xilitol pode ser produzido
microbiologicamente a partir da xilose obtida na hidrólise de materiais
lignocelulósicos, sem a necessidade de purificação da matéria prima (ONISHI e
SUZUKI, 1971; SILVA et al., 1996; FELIPE et al., 1997; PARAJÓ et al., 1998a, b, c).
Este processo, que utiliza microrganismos fermentadores de xilose para produção de
xilitol foi patenteado na Finlândia em 1992 (HEIKKILA et al., 1992) e é utilizado pela
indústria Bolak Co. Ltd. na Coréia (BOLAK, 2006). A presença de compostos
orgânicos como xilose, arabinose, arabitol, manose, manitol entre outros, e a baixa
concentração de xilitol no final da fermentação dificultam as etapas de separação,
purificação e cristalização. Porém, DE FAVERI et al. (2002) demonstraram através
de estudos de cristalização de xilitol que é possível obter um produto altamente puro
(grau de pureza > 90%) utilizando hidrolisado hemicelulósico fermentado por
Debaryomyces hansenii.
Vários microrganismos já foram identificados como fermentadores de xilose a
xilitol. Dentre os fungos filamentosos pode-se citar espécies dos gêneros Penicillium,
Aspergillus, Rhizopus, Glicocladium, Byssochlamys, Myrothecium, Neurospora,
Rhodotorula, Torulopsis (CHIANG e KNIGHT, 1960); Mucor e Fusarium (PARAJÓ et
al. 1998a); além de Petromyces albertensis (DAHIYA, 1991). Poucas bactérias, como
Corynebacterium sp., Enterobacter liquefaciens e Mycobacterium smegmatis,
formam xilitol (WINKELHAUSEN e KUZMANOVA, 1998) porque, geralmente,
convertem xilose diretamente em xilulose sem os passos de oxirredução (Figura 2).
Porém, um screening realizado por RANGASWAMY e AGBLEVOR (2002) identificou
espécies dos gêneros Serratia, Cellulomonas e Corynebacterium que foram capazes
de produzir xilitol com rendimento de até 0,57g xilitol/g xilose.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 7
Entre os microrganismos identificados pela maior eficiência de conversão de
xilose em xilitol destacam-se as leveduras, especialmente às pertencentes ao gênero
Candida (Tabela 1). A produção de xilitol por fermentação é regulada por diversos
parâmetros como oxigênio disponível, pH, temperatura, nível inicial de xilose,
presença de outros açúcares e inóculo inicial. Para cada microrganismo utilizado
estes parâmetros devem ser otimizados.
Figura 2. Metabolismo de xilose e regeneração de cofatores. Adaptado de BARBOSA et al. (1988) e
DAHIYA (1991)
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 8
Tabela 1. Produção de xilitol a partir de xilose por diferentes espécies de Candida spp.
Levedura Xilose (g/L) Xilitol (g/L) Q
P
(g/L.h) Y
P/S
(g/g) t(h)
Candida sp. L-102 114 100 1,53 0,88 66
C. guilliermondii 300 221 0,54 0,74 406
C. parapsilosis 300 210 3,18 0,70 66
C. tropicalis IFO-0618 150 94 2,94 0,63 32
C. tropicalis KFCC-10960 300 246 3,62 0,82 68
Q
P
: produtividade, Y
P/S
: rendimento.
Fonte: OH e KIM (1998)
Existem ainda microorganismos que, por possuírem a enzima arabitol
desidrogenase, formam xilitol a partir de arabinose ou arabitol. Dentre eles destaca-
se Aspergillus niger (WITTEVEEN et al., 1994), Pichia stipitis (HALLBORN et al.,
1995) e Gluconobacter oxydans, que alcançou o rendimento de 0,98 g xilitol/ g
arabitol, quando etanol e glicose também estavam presentes no meio de cultura
(SUZUKI et al., 2002). Estes microrganismos possivelmente participam do processo
fermentativo, ou mesmo fornecem alternativas para engenharia metabólica, porém
novos estudos ainda estão sendo conduzidos.
A enzima arabitol desidrogenase de Candida tropicalis já foi caracterizada e
seu gene foi clonado por MURRAY et al. (1995), indicando que esta levedura
também pode utilizar arabinose para formar xilitol.
3. Bioconversão de Xilose em Xilitol
Geralmente, em microrganismos, o xilitol é um intermediário do metabolismo
da xilose, porém, na maioria das bactérias e em algumas leveduras, a xilose é
convertida diretamente em xilulose pela enzima xilose isomerase
(EC 5.3.1.5) sem a formação de xilitol (YOKOYAMA et al. 1995a). Já a maioria das
leveduras metabolizam xilose pela redução a xilitol catalisada pela enzima xilose
redutase (EC 1.1.1.21) na presença de cofatores reduzidos: NADPH e/ou NADH.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 9
O xilitol formado durante o metabolismo de xilose pode ser exportado ou
oxidado a xilulose, esta reação é catalisada pela enzima xilitol desidrogenase
(EC 1.1.1.9) dependente de cofatores oxidados NADP
+
e/ou NAD
+
(JEFFRIES, 1983;
SLININGER et al., 1987). A xilulose é então fosforilada no carbono 5 pela xilulose
quinase e metabolizada pela via pentose fosfato, além de poder sofrer isomerização
a xilose e reiniciar a seqüência de reações (DAHIYA, 1991). O esquema do
metabolismo inicial de xilose em microrganismos é apresentado na Figura 2.
Tabela 2. Especificidade pelos cofatores das enzimas xilose redutase (XR) e xilitol desidrogenase
(XDH) em diferentes leveduras.
Cofator
Levedura
XR XDH
Referência
Candida utilis NADPH NAD
+
BRUINENBERG et. al. (1984)
Pichia stipitis NADPH* ou NADH NAD
+
ou NADP
+
HAHN-HAGERDAL et al. (1994)
Candida shehatae NADPH* ou NADH NAD
+
ou NADP
+
HAHN-HAGERDAL et al. (1994)
Pachysolen tannophilus NADPH* ou NADH NAD
+
ou NADP
+
HAHN-HAGERDAL et al. (1994)
Kluyveromyces lactis NADPH n.a.
BILLARD et al. (1995)
Debaryomyces hansenii n.a. NAD
+
GIRIO et al.,(1996)
Candida tropicalis NADPH NAD
+
* ou NADP
+
YOKOYAMA et al. (1995a)
TAKAMIZAWA et al. (2000)
Candida guilliermondii NADPH NAD
+
ou NADP
+
SILVA et al. (1996)
Candida intermedia NADPH* ou NADH n.a.
MAYR et al. (2000)
Candida tenuis NADPH* ou NADH n.a.
KAVANAGH et al. (2003)
Candida parapsilosis NADPH ou NADH* n.a.
LEE et al. (2003)
Cryptococcus flavus NADPH n.a.
MAYR et al. (2003)
n.a.: não apresentado, *: preferencialmente
As enzimas xilose redutase (XR) e xilitol desidrogenase (XDH) podem ter
diferentes especificidades por cofatores (Tabela 2) e ainda podem se apresentar em
mais de uma forma no mesmo organismo. VERDUYN et al. (1985a,b) demonstraram
que P. stipitis possui somente uma forma de XR com especificidade para o cofator
fosfatado ou não, enquanto Pachysolen tannophilus possui duas formas de XR com
diferentes especificidades. Em Candida intermedia, foram isoladas duas formas de
XR: uma com especificidade apenas por NADPH, e outra que pode usar NADH ou
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 10
NADPH como cofator. Neste caso, a razão de NADH/NADPH disponível no citossol
deve determinar qual das duas formas será utilizada para conversão de xilose em
xilitol (MAYR et al., 2000).
A produção de xilitol por leveduras está intimamente relacionada à
regeneração de cofatores reduzidos (BRUINENBERG et al., 1984; BARBOSA et al.,
1988). Pela via pentose fosfato, 1 mol de glicose-6-fosfato é completamente oxidado
a H
2
O e CO
2
gerando 12 moles de NADPH a partir de NADP
+
. A fim de manter o
balanço de cofatores, o NADPH produzido é usado para reduzir xilose a xilitol, sendo
assim, o xilitol é catabolizado para produzir glicose-6-fosfato e regenerar suficiente
NADP
+
para manter o ciclo (BARBOSA et al., 1988).
A partir da análise das constantes cinéticas K
M
e V
max
das enzimas XR e XDH
é possível explicar o acúmulo de xilitol em C. guilliermondii FTI 20037. O K
M
de XR
(0,18 M) é quatro vezes menor que o K
M
de XDH (0,75 M), enquanto a V
max
para XR
(243 U/mL) é maior que a V
max
de XDH (168 U/mL) - isto mostra que a formação de
xilitol é mais rápida do que sua conversão em xilulose (SILVA et al.,1996).
3.1. Xilose Redutase
As XR de leveduras pertencem à família das aldoredutases, superfamília
aldocetoredutases, e catalisam a redução reversível de aldeído e cetona em seus
álcoois correspondentes. Estas enzimas estão presentes no citoplasma de
microrganismos capazes de metabolizar xilose como fonte de carbono e, devido ao
interesse em aproveitar esta pentose em processos fermentativos, diversas
pesquisas vêm sendo desenvolvidas.
As enzimas XR de diferentes leveduras e fungos já foram purificadas e
caracterizadas, sendo em sua maioria monoméricas, com massa molecular entre 33
e 40 kDa, porém em P. stipitis, Neurospora crassa, C. tropicalis e Candida
parapsilosis, a enzima apresenta duas subunidades (LEE, 1998; LEE et al., 2003).
Como pode ser observado na Tabela 2, algumas enzimas possuem especificidade
unicamente por NADPH - monoespecífica, e outras podem utilizar tanto NADPH
como NADH - duplo-específica. Já C. intermedia apresenta isoenzimas, onde uma é
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 11
monoespecífica e a outra é duplo-específica (NIDETZKY et. al, 2003). A maioria das
leveduras já estudadas apresenta XR duplo-específicas e estas preferem NADPH
como cofator, excepcionalmente C. parapsilosis apresenta uma enzima que prefere
NADH (LEE et al., 2003). YOKOYAMA et al. (1995a) sugerem que microrganismos
que apresentam XR-NADH dependente são melhor produtores de etanol, ao
contrário daqueles que apresentam XR-NADPH dependente que produzem xilitol ao
invés de etanol.
O gene XYL1, que codifica XR, de P. stipitis foi clonado e expresso na
levedura Saccharomyces cerevisiae, porém, esta não pôde utilizar xilose como fonte
de carbono. Este gene não apresenta íntrons e a proteína de 318 resíduos de
aminoácidos (aa), com massa molecular de 35,8 kDa, é codificado por uma ORF de
954 pb. (AMORE et al., 1991). O gene que codifica para XR de P. tannophilus foi
isolado e caracterizado por BOLEN et al. (1996). Em Kluyveromyces lactis, o gene
XYL1 foi isolado, apresentando uma ORF de 987 pb, que codifica um polipeptídeo de
329 aa, com 62% de identidade com o homólogo em P. stipitis. Este gene es
presente em única cópia no cromossomo V e codifica para uma enzima com
atividade dependente de NADPH sendo expressa constitutivamente (BILLARD et al.,
1995).
O gene XYL1 de C. guilliermondii foi clonado e expresso em Pichia pastoris
sob controle do promotor induzido AOX1, a proteína produzida apresentou tamanho
de 318 aa, com massa molecular de 36 kDa, igual à proteína nativa de P. stipitis,
porém, com 70,4% de identidade (HANDUMRONGKUL et al., 1998). O gene XYL1
de C. parapsilosis foi clonado e expresso em C. tropicalis, sob controle do promotor
da álcool desidrogenase, o polipeptídeo de 324 aa e 36,6 kDa é produto de uma
ORF de 975 pb (LEE et al., 2003).
Em C. tropicalis, YOKOYAMA et al. (1995b), identificaram dois genes que
codificam XR, que apresentam uma ORF de 972 pb, que codifica um polipeptídeo de
324 aa com 73% de identidade com o homólogo em P. stipitis. O seqüenciamento
destes genes revelaram que as seqüências de aminoácidos preditas diferem em
apenas 3 aa. Estes genes foram clonados e expressos em Escherichia coli. SUZUKI
et al. (1999) expressaram o gene de xilose redutase de C. tropicalis em E. coli e
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 12
obtiveram pH ótimo de 6,0, temperatura ótima de 55°C a 60°C e K
M
para xilose igual
a 38,2 mM para a enzima recombinante e 26,9 mM para nativa, enquanto para
NADPH foram observados os valores de K
M
de 14,1 µM e 9,1 µM para a
recombinante e a nativa, respectivamente. Além de xilose, a enzima foi capaz de
utilizar como substrato arabinose, gliceraldeído e galactose.
LEE (1998), comparando as seqüências primárias de XR de diferentes
leveduras, observou que são conservados em todas elas, os resíduos Asp
43
, Tyr
48
,
Lys
77
, His
110
, Lys
262
, que participam diretamente na catálise ou na ligação do cofator.
3.2. Xilitol Desidrogenase
A enzima xilitol desidrogenase (XDH), pertencente à família álcool
desidrogenase é encontrada em microrganismos que metabolizam xilose pela
formação de xilitol, sendo que a enzima catalisa a oxidação do álcool em cetona
utilizando NAD
+
como cofator, porém já foram isoladas formas de enzimas que são
capazes de utilizar as duas formas do cofator: fosforilada ou não (Tabela 2).
TAKAMIZAWA et al. (2000) purificaram parcialmente a enzima xilitol
desidrogenase de C. tropicalis IFO 0618 com a finalidade de desenvolver um
biosensor de xilitol. Eles observaram que o pH ótimo (8,0) foi semelhante ao de XDH
de Candida shehatae, P. stipitis e P. tannophilus, mas a temperatura ótima (50°C) foi
superior. Comparada com enzimas de outras leveduras, o K
M
de XDH de C. tropicalis
para xilitol é maior (49,8 µM) e portanto como biosensor é menos sensível, porém
este pode ser um dos motivos que explicam porque C. tropicalis é uma das melhores
espécies de levedura para produção de xilitol. Dos álcoois testados, xilitol foi oxidado
mais rapidamente, apresentando atividade também por sorbitol e ribitol, a enzima
não mostrou atividade em arabitol, glicerol e etanol.
Em A. niger, foram caracterizadas duas formas de XDH: uma NAD
+
dependente já isolada em diferentes leveduras, como xilitol:NAD
+
2-oxidoredutase
DXDH (EC 1.1.1.9), e outra, NADP
+
dependente, que atuaria principalmente na
redução de xilulose, identificada como xilitol:NADP
+
4-oxidoredutase LXDH
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 13
(EC 1.1.1.10) permitindo a formação de xilitol a partir de arabinose (WITTEVEEN et
al., 1994).
Na levedura P. stipitis, também foram encontradas duas formas de XDH: uma
pertencente à família das álcool desidrogenases de cadeia média, correlacionada a
sorbitol desidrogenase (EC 1.1.1.14) pela presença do sítio de ligação a zinco; e
outra, da família das desidrogenases de cadeia curta com dois resíduos
característicos no seu sítio ativo, uma tirosina e uma leucina (PERSSON et al., 1993;
JORNVALL et al.,1995). Recentes estudos com proteínas da família das
desidrogenases de cadeia curta mostraram um padrão de α/β, com uma folha β
central correspondente ao domínio Rossman-fold. Além disto, foi proposto um
mecanismo de reação com o envolvimento da tétrade Asn-Ser-Tyr-Lys
(OPPERMANN et al., 2003).
GIRIO et al. (1996) sugerem que os valores de K
M
de XDH para o substrato e
o cofator podem mostrar qual levedura acumularia maior concentração de xilitol. A
enzima de D. hansenii apresenta K
M
na mesma ordem de magnitude para xilitol e K
M
de 2 a 5 vezes maior para NAD
+
, quando comparado ao de outras leveduras. Assim
sendo, diminuindo a concentração do cofator, a oxidação de xilitol cessaria havendo
acúmulo deste intermediário no meio. PHADTARE et al. (1997) consideram a XDH
como a enzima chave na fermentação de xilose para formação de etanol já que sua
atividade determina a eficiência da conversão do substrato. WALFRIDSSON et al.
(1997) transformaram S. cerevisiae, com genes de xilose redutase (XYL1) e xilitol
desidrogenase (XYL2) de P. stipitis e analisaram o produto formado durante a
utilização de xilose. Quando a razão entre as atividades específicas das duas
enzimas (XR:XDH) foi igual a 17,5, formou-se 0,82 g de xilitol por grama de xilose
consumida; quando a razão foi igual a 5,0, formou-se 0,58 g de xilitol e, quando a
razão foi igual a 0,06, nenhum xilitol foi formado, porém, observou-se maior produção
de etanol.
As enzimas XDH de C. shehatae, P. tannophilus, N. crassa e Galactocandida
mastotermitis foram purificadas e caracterizadas, apresentando subunidades com
massa molecular de cerca de 40 kDa. As enzimas de C. shehatae e N. crassa se
apresentam com duas subunidades, enquanto que, nas de P. tannophilus e G.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 14
mastotermitis, existem quatro subunidades (PHADTARE et al., 1997, LUNZER et al.,
1998).
Até hoje, o gene XYL2 foi isolado de poucos organismos. Em 1990, KOTTER
et al. isolaram o gene XYL2 de P. stipitis e o expressaram em S. cerevisiae. Para
Trichoderma reesei, o gene foi isolado de uma biblioteca de cDNA e apresentou 1,3
kb codificando uma proteína de massa molecular de 40 kDa (WANG et al., 1998). O
gene de G. mastotermitis com cerca de 1,1 kb foi expresso em E. coli por
HABENICHT et al. (1999). Apesar de S. cerevisiae não ser capaz de fermentar
xilose, RICHARD et al., (1999) identificaram que a ORF YLR070c codifica para uma
proteína com atividade de xilitol desidrogenase. A levedura Arxula adeninivorans
possui o gene XYL2 (1107 pb) codificando uma proteína de 368 resíduos de
aminoácidos e 40.3 kDa (BÖER et al., 2005). O gene XYL2 da bactéria G. oxidans
apresentou 798 pb, codificando uma proteína de 27 kDa, confirmada com a
purificação e caracterização da enzima que pode ser classificada como da família
das desidrogenases de cadeia curta (SUGIYAMA et al., 2003).
3.3. Repressão do Metabolismo de Xilose
Glicose é a fonte de carbono preferencial na grande maioria dos organismos e
quando está presente no meio de cultura o consumo de outros açúcares, como a
xilose, é impedido por repressão catabólica. A expressão das enzimas envolvidas no
catabolismo de xilose é geralmente inibida por glicose e induzida por xilose, este
padrão foi observado para xilitol desidrogenase de Hypocrea jecorina (SEIBOTH et
al., 2003), A. adeninivorans (BÖER et al., 2005) e C. tropicalis (LIMA et al., 2006,
submetido), e para xilose redutase e xilulose-5P quinase de A. niger (HASPER et al.,
2000; van PEIJ et al., 1998).
PRATHUMPAI et al. (2004), demonstraram em Aspergillus nidulans que a
repressão por glicose no metabolismo de xilose é mediado pela proteína CreA
(proteína responsiva a cAMP). Esta proteína se liga ao promotor de genes, como os
das enzimas XR e XDH, e desta forma reprime a transcrição. Na linhagem
desreprimida (creA), quando comparada à linhagem selvagem, glicose e xilose
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 15
foram consumidas ao mesmo tempo na mesma proporção e as atividades de xilose
redutase e xilitol desidrogenase foram maiores na presença de glicose.
Para estudar a influência da repressão catabólica mediada por Mig1 e Mig2 no
metabolismo de xilose, foram construídas duas linhagens mig1 e mig1 mig2 a
partir de S. cerevisiae TMB3001, que expressa XYL1 e XYL2 de P. stipitis e
superexpressa xiluloquinase. Os melhores resultados foram obtidos para linhagem
mig1, onde se observou um aumento de 25% no consumo de xilose durante
fermentação contínua e o aumento da produtividade de etanol de 0,475 g/L.h para
0,6 g/L.h, porém foi concluído que a repressão por glicose não parece ser o maior
obstáculo para o eficiente metabolismo de xilose (ROCA et al.,2004).
3.4.Transporte de Xilose
O transporte de xilose através da membrana pode ser uma das etapas
limitantes do metabolismo deste açúcar, sendo assim, para viabilizar o processo
fermentativo este fator também deve ser considerado. Estudos de transportadores
de xilose e glicose foram realizados em diferentes microrganismos: S. cerevisiae
(LAGUNAS, 1993), C. shehatae (LUCAS e van UDEN, 1986), Schizosaccharomyces
pombe (HÖFER e NASSAR, 1987), P. stipitis (KILLIAN e van UDEN, 1988); K. lactis
(WESOLOWSKI-LOUVEL et al., 1992), Candida utilis (KILLIAN et al., 1993), D.
hanseinii (NOBRE et al., 1999) Candida succiphila e Kluyveromyces marxianus
(STAMBUK et al., 2003). Em todos esses modelos são descritos dois tipos de
transporte: por difusão facilitada e/ou simporte de prótons H
+
.
Diversos transportadores de hexoses têm sido identificados em S. cerevisiae.
Eles podem ser de alta (Hxt2, Hxt6 e Hxt7) ou baixa afinidade (Hxt1, Hxt3 e Hxt4)
para glicose e a expressão de Hxt1, Hxt2, Hxt4, Hxt6 e Hxt7 é regulada pelos
sensores Snf3 e Rgt2 (ÖZCAN et al., 1996; BOLES e HOLLENBERG, 1997). Os
mesmos transportadores também transportam xilose, mas com menor afinidade do
que para glicose, frutose ou manose, que quando utilizados como co-substratos
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 16
saturam o sistema e inibem o transporte de xilose. (MEINANDER e HAHN-
HAGERDAL, 1997).
LUCAS e van UDEN (1986) estudaram o transporte de monômeros de
hemicelulose em C. shehatae e constataram, que tanto glicose, como xilose são
transportadas por sistema de difusão facilitada e também por simporte de prótons.
Quando crescida sob condições de supressão de fontes de carbono, esta levedura
produz um sistema de difusão facilitada que reconhece glicose, D-manose e D-
xilose. Glicose e xilose são mutuamente inibidores não competitivos indicando que
as duas atividades nos sistemas de afinidade correspondem a dois simportes
distintos com K
S
e V
max
próprios (K
S
entre 1,0-3,4 mM para glicose e 100-153 mM
para xilose; V
max
entre 2,0-2,6 mmols/g.h para glicose e 20-25 mmols/g.h para
xilose). O mesmo comportamento de inibição foi observado em P. stipitis (KILIAN et
al., 1988) e para C. intermedia, para a qual também foram propostos dois sistemas
de transporte de xilose: um com alta afinidade, porém com baixa capacidade e
fortemente inibido por glicose, provavelmente por difusão facilitada, e outro por
simporte de prótons, com baixa afinidade, porém com alta capacidade de transporte
(GARDONYI et al., 2003a
). STAMBUK et al. (2003) analisando a cinética e a
regulação da assimilação de xilose por C. succiphila e K. marxianus, concluíram que,
em leveduras, existe uma grande variedade de transportadores de D-xilose com
diferentes padrões de expressão regulados tanto pela disponibilidade de açúcares,
quanto pelas condições de crescimento.
A enzima XR possui baixa afinidade por xilose (K
M
> 50–100mM), sendo
necessária alta concentração intracelular para sua eficiente utilização (RIZZI et al.,
1988). ELIASSON et al. (2000) demonstraram que, em S. cerevisiae recombinante
contendo as enzimas para o metabolismo de xilose, o transporte desta pentose limita
o seu fluxo e seu metabolismo, diminuindo o rendimento da fermentação.
GARDONYI et al. (2003b) propuseram que S. cerevisiae, mesmo expressando os
genes do metabolismo de xilose, utiliza menos este açúcar do que outras leveduras,
tais como
P. stipitis ou C. shehatae, porque estas possuem transportadores
específicos, enquanto S. cerevisiae transporta xilose por transportadores de hexose
de alta afinidade.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 17
LEE et al. (2002) estudando a afinidade dos transportadores, observaram que
xilose pode ser internalizada por transportadores de glicose de alta e baixa afinidade
e que existe outro sistema de transporte de açúcares além dos transportadores de
glicose. Os autores propõem que a expressão do transportador de alta afinidade de
glicose e do transportador de xilose pode ser uma estratégia para aumentar a
produtividade de xilitol por S. cerevisiae recombinante. Uma linhagem de S.
cerevisiae recombinante capaz de metabolizar xilose, porém deficiente em 18
transportadores de monossacarídeos, não foi capaz de crescer em xilose como única
fonte de carbono. Quando alguns genes de transportadores (HXT4, HXT5, HXT7 e
GAL2) foram reintroduzidos, a levedura restabeleceu o metabolismo de xilose
(HAMACHER et al., 2002).
Apesar da importância do transporte de xilose para o seu metabolismo,
comparando-se recombinantes de Lactococcus lactis expressando XYLT
(transportador simporte xilose-H
+
) de Lactobacillus brevis, foi observado que não
houve diferença de produtividade entre o que expressava ou não o transportador de
xilose (NYYSSOLA et al., 2005). Em S. cerevisiae a superexpressão de
transportadores de xilose não aumentou o seu crescimento, nem a taxa de
fermentação em condições aeróbicas, indicando que o transporte de xilose não
determina o seu fluxo (HAMACHER et al., 2002).
4. Leveduras do Gênero Candida
Candida é um gênero de ascomicetos que se apresenta, geralmente, na forma
unicelular, porém, muitas espécies também se desenvolvem como hifas, como as
que podem desenvolver infecções oportunistas. A espécie patogênica ao homem
mais conhecida é C. albicans que se desenvolve na pele, na mucosa oral ou vaginal.
Em indivíduos imunocomprometidos, em adição às lesões superficiais, podem-se
desenvolver esofagites ou endocardites e outras espécies podem se desenvolver
além de C. albicans. A virulência de espécie de Candida spp. é atribuída ao
dimorfismo, a aderência, secreção de enzimas, diversidade de fenótipos,
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 18
variabilidade de antígenos e receptores que se ligam ao sistema do complemento
(GILFILLAN et al., 1998).
Além da importância para a saúde pública, o gênero Candida apresenta
diversos outros interesses. Por exemplo, C. guilliermondii pode ser usada em
biorremediação por ser capaz de assimilar e metabolizar hidrocarbonetos
(ISMAILOV, 1985), e C. antartica e C. tropicalis são empregadas na produção de
ácidos dicarboxílicos, matéria-prima para produção de perfumes, poliamida, poliéster,
adesivos e antibióticos (PICATAGGIO et al., 1991; CRAFT et al., 2003). Contudo,
uma das principais áreas de aplicação de leveduras do gênero Candida é na
indústria alimentícia (Tabela 3). Mesmo podendo ser patogênicas oportunistas, a
Agência de Controle de Alimentos e Medicamentos dos EUA - US Food and Drug
Administration
(FDA) tem permitido o uso de C. guilliermondii e C. lipolytica na
produção de ácido cítrico.
Tabela 3. Espécies de Candida spp. com aplicação na indústria de alimentos.
Processo Microrganismo Referência
Glutamato Monosódico C. utilis, C. lipolytica e C. krusei Oki et al. (1971)
Ácido Cítrico C. lipolytica Pazouki et al. (2000)
Acido Ascórbico (vitamina C) C. norvegensis e C. antarctica
Cayle et al. (1986)
Yan et al. (1999)
Riboflavina (vitamina B2) C. guilliermondii Ghanem et al. (1992)
L-Arabitol C. entomaea Saha e Bothast (1996)
Xilitol C. tropicalis e C. guilliermondii
Meyrial et al. (1991)
Yahashi et al. (1996)
As leveduras do gênero Candida são conhecidas também como produtoras de
xilitol. Dentre as espécies já estudadas, C. tropicalis e C. guilliermondii são as mais
promissoras, apresentando produtividade acima de 0,7 g de xilitol/g de xilose. O
processo de produção de xilitol por C. tropicalis foi patenteado nos EUA e no Japão
por KIM et al. (1999a e 2000).
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 19
GRANSTRÖM e LEISOLA (2002), estudaram o metabolismo de xilose em C.
tropicalis e C. guilliermondii e demonstraram que a primeira apresentou taxa de
produção de xilitol máxima igual a 196 C-mmol/Cmol CDW/h após 6h de
fermentação, enquanto a segunda apresentou 92,3 C-mmol/Cmol CDW/h após 10h
de fermentação. Analisando os trabalhos publicados nos últimos cinco anos, nota-se
que a melhor condição para produção de xilitol por C. tropicalis foi estabelecida por
SHEU et al. (2003) que alcançou rendimento igual a 0,95 g xilitol/ g xilose e
produtividade igual 4,68 g/L.h, em fermentação com baixa aeração (0,2 L/min) e com
o potencial oxi-redoxi igual a -180 mV, controlado pela alimentação com glicose.
Para C. guilliermondii, a melhor condição apresentou rendimento igual a 0,76 g
xilitol/g xilose e rendimento igual a 1,55 g/L.h, utilizando fermentação em condições
de baixa aeração (GIMENES et al., 2002).
Os estudos utilizando C. guilliermondii FTI 20037 apresentam parâmetros
fermentativos superiores quando comparados aos obtidos por GIMENES et al.
(2002), porém estes não foram considerados, pois, segundo LIMA et al. (2003), esta
levedura é, na verdade, uma linhagem de C. tropicalis como demonstrado
posteriormente nesse trabalho.
4.1. Candida tropicalis
C. tropicalis é uma levedura dimórfica, esporogênica, diplóide, que tem sido
estudada quanto a sua fisiologia e suas aplicações práticas. Esta levedura possui
importantes aplicações industriais por ser capaz de assimilar n-alcanos produzindo
ácidos dicarboxílicos de cadeia longa para produção de poliamida, poliéster e
perfume (PICATAGGIO et al., 1991), bem como por fermentar xilose formando xilitol.
DOI et al. (1992), avaliando o tamanho de cromossomos de diversas espécies do
gênero Candida, confirmaram que C. tropicalis é diplóide, estimando o tamanho do
genoma em 30 Mb, com número de cromossomos total igual a 12. BLANDIN et al.
(2000) apresentaram os primeiros resultados do projeto genoma de C. tropicalis, as
seqüências foram inicialmente depositadas no EMBL Nucleotide Sequence
Database.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 20
Para transformação de C. tropicalis, já foram utilizados diferentes métodos,
tais como cloreto de lítio, formação de esferoplastos (HAAS et al., 1990; KANAYAMA
et al., 1998), acetato de lítio (LEE et al., 2003) e eletroporação (ROHRER e
PICATAGGIO, 1992). Para se estabelecer um sistema de transformação é
preponderante encontrar uma marca de seleção adequada, tendo em vista que
muitas espécies do gênero Candida traduzem CUG, um códon universal de leucina,
como serina (SUGITA e NAKASE, 1999), o que inviabiliza o uso de marcas
dominantes de outros organismos. HARA et al. (2000) construíram um vetor
utilizando o gene de resistência a higromicina (HYG), alterando todos os nove
códons CTG para CTC por mutagênese sítio-dirigida.
Zeocina é um antibiótico, membro da família de bleomicina/fleomicina, isolado
de Streptomyces verticillus que apresenta alta toxicidade contra bactérias, fungos,
plantas e células de mamíferos (BARON et al., 1992; DROCOURT et al., 1990;
MULSANT et al., 1988; PEREZ et al., 1989). Proteínas que conferem resistência a
zeocina têm sido isoladas e caracterizadas, como por exemplo, o produto do gene
ble de Streptoalloteichus hindustanus (CALMELS et al., 1991; DROCOURT et al.,
1990). Esta proteína apresenta 13,7 kDa e tem a capacidade de se ligar a zeocina,
inibindo sua atividade de quebra do DNA. A expressão desta proteína em
hospedeiros procarióticos e eucarióticos confere resistência a zeocina. TANG et al.
(2003) sintetizaram o gene ble trocando os códons CUG para códons de leucina a
fim de utilizar zeocina como marca de seleção no sistema de transformação de
Candida rugosa. LEE et al. (2003) obtiveram transformantes de C. tropicalis
utilizando um vetor com resistência a aureobasidina A como marca de seleção.
Aureobasidina A é um peptídeo cíclico, produzido por Aureobasidium pullulans, que é
inibidor do gene da enzima inositol fosfoceramida sintetase (AUR1), impedindo a
síntese de esfingolipídeos (ZHONG et al., 2000). A construção de um sistema de
transformação para leveduras utilizando o gene de resistência a aureobasidina foi
primeiramente descrito por HASHIDA-OKADO et al. (1998).
Com a finalidade de utilizar a marca auxotrófica URA3, o gene que codifica
para enzima orotidina 5’-monofosfato descarboxilase, em C. tropicalis, HAAS et al.
(1990) e HARA et al. (1999) geraram mutantes ura3
-
. Para tanto, utilizaram meio
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 21
contendo 5-FOA (ácido 5-fluorótico) uma droga que permite a contra-seleção.
Contudo a exposição a este ácido pode gerar rearranjos cromossomais e outras
anormalidades genéticas (WELLINGTON e RUSTCHENKO, 2005) e além disto
C. tropicalis apresenta dois alelos para este gene (HAAS et al.,1990) e por ser
diplóide (DOI et al., 1992) são necessários pelo menos quatro eventos de mutação.
Uma linhagem de C. tropicalis auxotrófica para uracila está disponível na American
Type Culture Collection (ATCC), porém o seu uso está patenteado nos EUA
(US5254466). HARA et al. (1999) construíram um vetor de replicação autônoma para
C. tropicalis utilizando sua seqüência ARS (Autonomously Replicating Sequence),
cuja utilização está patenteada no Japão (JP2000078980-A).
5. Engenharia Metabólica
O aumento das atividades celulares pela manipulação de funções enzimáticas,
regulatórias e de transporte na célula com o uso da tecnologia do DNA recombinante
é referido como engenharia metabólica (BAYLEY, 1991). Esta área multidisciplinar
utiliza princípios de engenharia química, ciência computacional, bioquímica e biologia
molecular. O objetivo da alteração de vias metabólicas pode ser o aumento de
produtividade de um processo ou o aumento da capacidade metabólica com a
introdução de atividades extrínsecas (YANG et al., 1998). A engenharia metabólica
consiste em duas partes: análise do sistema celular e construção da linhagem
recombinante, que interagem e se desdobram em diversos rounds até a obtenção da
linhagem recombinante ótima (OSTERGAARD et al., 2000) compreendendo as
etapas de análise, planejamento e síntese (NIELSEN, 2001),
Por engenharia metabólica pode-se alterar o transporte de açúcares e sua
assimilação, a via pentose fosfato, a glicólise, os passos finais da fermentação e o
balanço redox intracelular (JEFFRIES e JIN, 2004). Diversas modificações genéticas
enfocando o metabolismo de xilose já foram realizadas, porém o principal objetivo
destes estudos é, principalmente, a fermentação de xilose para obtenção de etanol.
A estratégia mais utilizada para viabilizar o consumo de xilose por S. cerevisiae
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 22
envolve a introdução de genes de leveduras capazes de utilizar xilose, por exemplo,
C. shehatae, P. tannophilus e P. stipitis.
KOTTER et al. (1990) isolaram o gene XYL2 de P. stipitis e transformaram S.
cerevisiae obtendo transformantes capazes de metabolizar xilose e produzir etanol.
AMORE et al. (1991) clonaram o gene XYL1 de P. stipitis e expressaram em S.
cerevisiae, porém, os transformantes não foram capazes de utilizar xilose, uma vez
que a levedura já possui outra aldose redutase. Em 1998, HO et al. transformaram S.
cerevisiae com os genes XYL1 e XYL2 de P. stipitis e aumentaram a expressão de
xiluloquinase (XKS1) homóloga e obtiveram transformantes capazes de co-fermentar
xilose e glicose. A superexpressão de XKS1 em S. cerevisiae contendo os genes
XYL1 e XYL2, resultou no aumento da produção de etanol a partir de xilose
(JOHANSSON et al., 2001). Quando XYL2 foi superexpresso em S. cerevisiae,
xilulose foi secretada, indicando que nesta situação, a atividade de xiluloquinase
limita o metabolismo de xilose (JIN e JEFFRIES, 2003). WALFRIDSSON et al. (1997)
expressaram em S. cerevisiae diferentes níveis de XYL1 e XYL2 de P. stipitis,
quando a razão entre as atividades específicas das duas enzimas (XR:XDH) foi de
0,06, nenhum xilitol foi formado e observou-se o aumento de 10% na produção de
etanol em relação à razão de 5,00. Outra tentativa de melhorar a produtividade de
etanol, foi a expressão das enzimas XR e XDH de P. stitpis fusionadas, porém
apesar do aumento nas atividades destas enzimas, não foi observada alteração na
produtividade em etanol (ANDERLUNG et al., 2001). TOIVARI et al. (2004)
estudando os genes endógenos de S. cerevisiae que participam do metabolismo de
xilose, superexpressaram GRE3 e XYL2 que codificam para uma aldose redutase
não específica e XDH, respectivamente. Comparada à linhagem que expressa XYL1
e XYL2 de P. stipitis, esta cresceu mais lentamente em xilose e acumulou mais xilitol,
chegando a 55% de rendimento, porém sem produção de etanol.
Foram realizadas também, modificações utilizando os genes TKT
(transcetolase) e TAL (transaldolase): expressão de TKT, XYL1 e XYL2 (METZGER
e HOLLENBERG, 1994), e expressão de TKT, TAL, XYL1 e XYL2 (WALFRIDSSON
et al., 1995), porém, estes trabalhos demonstraram que estas transformações não
resultaram em significantes efeitos nas linhagens de S. cerevisiae recombinante, o
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 23
que indica que a porção não-oxidativa da via da pentose fosfato não é limitante para
o metabolismo de xilose nesta levedura.
Tendo em vista que a formação de etanol a partir de xilose por S. cerevisiae
recombinante é lenta e com baixa produtividade devido ao desbalanço redox gerado
no catabolismo, JEPPSSON et al. (2002) deletaram o gene ZWF1, que codifica a
enzima glicose-6P desidrogenase a fim de diminuir o fluxo da via das pentoses. Com
esta alteração, alcançou-se o rendimento de 0,41 g etanol/ g xilose porém isto
prejudicou o consumo de xilose por ser dependente de NADPH. A fim de recuperar o
consumo de xilose, JEPPSSON et al. (2003) superexpressaram o gene XYL1 sob
controle do promotor glicolítico PGK1 na linhagem de S. cerevisiae zwf1 que, além
de aumentar o consumo de xilose, diminuiu a produção de xilitol, porém, com maior
produção de glicerol, o rendimento diminuiu para 0,34 g etanol/ g xilose. VERHO et
al. (2003) deletaram o gene ZWF1, combinando a superexpressão de GDP1
(gliceraldeído-3P desidrogenase), que aumenta a regeneração de NADPH. Tais
modificações estimularam a fermentação de xilose, diminuindo a formação de xilitol e
CO
2
, não afetando a produtividade de etanol, porém com um melhor rendimento
(0,4 g etanol/g xilose).
Na tentativa de se obter melhores parâmetros fermentativos, novas técnicas
estão sendo utilizadas associadas à engenharia metabólica. SONDEREGGER e
SAUER (2003) usaram a combinação de três modificações genéticas:
superexpressão de XR e XDH heterólogas e de xiluloquinase endógena, além de
mutagênese química e evolução dirigida para obter uma linhagem de S. cerevisiae
capaz de crescer em condições anaeróbicas e metabolizar xilose. Estes autores
conseguiram alcançar o rendimento de 0,24 g etanol/ g xilose, porém, ainda houve
produção de xilitol como subproduto. WAHLBOM et al. (2003a) conciliando
engenharia metabólica e mutagênese randômica, a partir de uma linhagem de S.
cerevisiae expressando XYL1 e XYL2 de P. stipitis e superexpressando
xiluloquinase, gerou mutantes por mutagênese química que foram selecionados
quanto à utilização de xilose e taxa de crescimento. O mutante selecionado
apresentou taxa de crescimento cinco vezes maior e menor produção de xilitol como
subproduto, com rendimento igual a 0,25 g etanol/ g xilose. Experimentos de
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 24
microarray para esta linhagem mostraram alta expressão de HXT5 (transportador de
hexose), XKS1 (xiluloquinase), SOL3, GND1, TAL1, e TKL1, enzimas da via pentose
fosfato, além dos reguladores de transcrição codificados pelos genes YCR020c,
YBR083w e YPR199c que foram diferencialmente expressos (WAHLBOM et al.,
2003b).
Para viabilizar a fermentação de xilose por S. cerevisiae, já foram realizadas
diversas tentativas de expressar a enzima xilose isomerase de bactérias, tais como
de Actinoplanes missouriensis, Bacillus subtilis (AMORE et al., 1989), Clostridium
thermosulfurogenes (MOES et al., 1996) e E. coli (HO et al., 1983 e SARTHY et al.,
1987), porém, nestes casos as enzimas se mostraram inativas. Todavia,
WALFRIDSSON et al. (1996) expressaram o gene da xilose isomerase (XYLA) da
bactéria termófila T. thermophilus e a linhagem foi capaz de produzir etanol a partir
de xilose, com rendimento igual a 0,12 g etanol/ g xilose, além de xilitol e ácido
acético. A partir desta linhagem, LONN et al. (2003) expressaram XYLA em múltiplas
cópias em plasmídio além de uma cópia extra do gene XKS1 (xiluloquinase) e
também foi deletado o gene GRE3 (aldose redutase). Com estas modificações
alcançou-se o valor de rendimento de 0,43 g etanol/ g xilose e concluiu-se que a
deleção de GRE3 foi crucial, uma vez que a redução de xilitol causa menor inibição
da atividade de xilose isomerase. KUYPER et al. (2004) demonstraram que S.
cerevisiae expressando xilose isomerase de Piromyces sp. em fermentação
anaeróbica, produz etanol a partir de xilose, com produtividade igual a 0,42 g etanol/
g xilose (80% do rendimento máximo teórico), também com produção de xilitol pela
xilose redutase da própria levedura. Esta estratégia de expressão de xilose
isomerase está protegida pela patente registrada por RAJGARHIA et al. (2004).
A enzima XR de P. stipitis possui especificidade para NADH e NADPH. O
mutante de S. cerevisiae expressando esta enzima produz glicerol como subproduto,
sendo assim, a enzima glicerol 3-fosfato desidrogenase pode estar competindo pelo
cofator não fosforilado. LINDEN et al. (1996) expressaram XYL1 em uma linhagem
gdp1 gdp2 e verificaram que o rendimento de etanol foi maior (0,38 g/g.h) em
comparação a linhagem expressando XYL1 e os dois genes (0,12 g/g.h), mas traços
de glicerol ainda foram obtidos, talvez produto da própria xilose redutase. P. stipitis
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 25
possui duas formas de álcool desidrogenase codificadas pelos genes ADH1 e ADH2;
CHO e JEFFRIES (1998) demonstraram que o rompimento de ADH1 resultou em
acúmulo de xilitol, porém, o rompimento de ADH2 não gerou efeitos significativos em
células cultivadas em xilose sob condições limitantes de oxigênio. Como a enzima
álcool desidrogenase oxida NADH durante a fermentação, o rompimento de ADH1
causou o aumento da concentração intracelular do cofator reduzido e conseqüente
acúmulo de xilitol, tendo em vista que a XR de P. stipitis utiliza NADH como cofator.
JIN et al. (2002) romperam o gene XYL3, que codifica para a enzima xiluloquinase
em P. stipitis, e observaram que isto prejudicou o consumo de xilose, porém não o
interrompeu, além de se observar acúmulo de arabitol e xilitol sem a produção de
etanol.
Uma vez que a hemicelulose é um dos principais componentes da biomassa
vegetal e que a xilana é o polímero predominante nesta fração, KATAHIRA et al.
(2004) viabilizaram a formação de etanol a partir deste carboidrato. Foi construída
uma linhagem de S. cerevisiae expressando os genes xynII (xilanase II) de T. reesei,
xylA (β-xylosidase) de Aspergillus oryzae na superfície celular, além de XYL1 e XYL2
de P. stipitis, obtendo após 62 horas o rendimento de 0,11 g/L.h, com produtividade
de 0,30 g/g, utilizando xilana como única fonte de carbono.
Visando a produção de xilitol a partir de xilose utilizando S. cerevisiae
algumas estratégias já foram utilizadas. HALLBORN et al. (1991) expressou XYL1 de
P. stipitis e obteve 95% de rendimento teórico, porém, não foi considerada a
produtividade. KIM et al. (1999b) introduziram múltiplas cópias deste gene e a
produtividade máxima encontrada foi de 0,18 g/L.h após 72 horas. GOVINDEN et al.
(2001) expressaram o gene XYL1 de P. stipitis e C. shehatae sob o controle dos
promotor/terminador ADH2 e PGK1, a maior produtividade alcançada foi de 8,24
g/L.h após 70 horas, com o clone expressando XYL1 de C. shehatae sob o controle
dos promotor/terminador PGK1. A limitação da superexpressão de XYL1 é a
regeneração do cofator NAD(P)H utilizado pela enzima XR, JANG et al. (2003)
expressando formato desidrogenase concomitante a XR e otimizando as condições
do processo alcançaram 99% de conversão de xilose.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 26
HANDUMRONGKUL et al. (1998) clonaram o gene de XYL1 de
C. guilliermondii e o expressaram em P. pastoris, mas a produtividade, após 72 horas
de fermentação, foi de apenas 0,11 g/L.h. LEE et al. (2003) expressaram em C.
tropicalis, XR de C. parapsilosis, que apresentou aumento de 5% no rendimento de
xilitol (0,92 g xilitol/ g xilose) e de 25% na produtividade (5,09 g/L.h), com diminuição
da produção de etanol e glicerol.
Outra estratégia já utilizada para aumentar a produtividade de xilitol foi a de
criar mutantes para XDH. KIM et al. (2001) cresceram mutantes de P. stipitis xyl2
-
em
meio contendo ácido glucônico como co-substrato e obtiveram 100% de rendimento
na formação de xilitol baseado na quantidade de xilose consumida.
NYYSSOLA et al. (2005) com a preocupação de produzir xilitol por espécies
do gênero Candida que são patogênicas, desenvolveu recombinantes de L. lactis
expressando XYL1 de P. stipitis e um transportador simporte xilose-H
+
(XylT) de L.
brevis. Utilizando o processo descontínuo alimentado com glicose e xilose, não
houve diferença de produtividade entre o que expressava ou não o transportador de
xilose. A produtividade máxima alcançada foi de 2,72 g/L.h após 20 horas, porém
34% da xilose inicial foi consumida.
Como descrito anteriormente, a engenharia metabólica requer o emprego de
abordagens de engenharia genética para gerar linhagens modificadas geneticamente
de um dado microrganismo. No caso específico da engenharia metabólica para a
produção de xilitol, estas abordagens podem ser voltadas para a hiper-expressão
e/ou repressão de certos genes, como os que codificam as enzimas XR (XYL1) e
XDH (XYL2), respectivamente. Em ambos os casos, haverá um acúmulo de xilitol na
célula, havendo a possibilidade de combinar os dois efeitos em uma única célula
para atingir níveis ainda maiores de produtividade. Diante dos avanços obtidos
quanto a engenharia metabólica do metabolismo de xilose, HARKKI et al. (2004)
registraram uma patente (US6723540) nos EUA para a produção de xilitol por
fermentação utilizando microrganismos recombinantes.
Para se realizar qualquer destas modificações metabólicas, algumas
ferramentas genéticas devem estar disponíveis como existência de cepas mutantes,
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 27
sistema de transformação genético e sistema que possibilite a expressão da
mensagem genética exógena.
JUSTIFICATIVA
A levedura C. guilliermondii FTI 20037 foi identificada como produtora de xilitol
em 1988 por BARBOSA et al., época em que se iniciaram os estudos do
melhoramento do processo fermentativo para sua produção. A fim de diminuir os
custos de produção, diversos substratos têm sido testados destacando-se o
hidrolisado de bagaço de cana de açúcar. Apesar da otimização do processo, ainda
não é possível viabilizá-lo uma vez que a concentração final de xilitol é limitante para
as etapas downstream, ou seja, purificação e cristalização. Diante deste cenário a
melhor alternativa é a modificação genética da levedura, que por evidências
moleculares mostrou-se ser na verdade uma linhagem de C. tropicalis.
Como apresentado anteriormente, a genética molecular de C. tropicalis foi
pouco desenvolvida, o que representa um entrave para o pleno desenvolvimento da
engenharia metabólica neste microrganismo. Contudo, a genética das leveduras
comumente chamadas de “não-Saccharomyces” ou “não-convencionais”, pode ser
desenvolvida aplicando-se as técnicas e princípios estabelecidos em S. cerevisiae. O
presente estudo representa uma das primeiras iniciativas para se desenvolver um
sistema que permita a transformação genética de C. tropicalis com a finalidade de
aumentar a produção de xilitol através da manipulação dos genes XYL1 e XYL2
isolados deste mesmo organismo. Estas manipulações podem ser tanto voltadas
para a diminuição da atividade XDH quanto para o aumento da atividade XR. Em
qualquer um dos casos, pretende-se que haja um incremento nos níveis internos de
xilitol. Dentro das etapas previstas no processo de engenharia metabólica: análise,
planejamento e síntese (NIELSEN, 2001), este trabalho parte da análise da fisiologia
da levedura desenvolvida na Faculdade de Engenharia Química de Lorena, para
propor a primeira iniciativa de modificação genética visando aumentar o rendimento
de xilitol durante a fermentação.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 28
ESTRATÉGIA
As etapas iniciais do metabolismo de xilose em leveduras podem ser assim
resumidas:
Para que haja um maior acúmulo de xilitol no interior célula, pelo menos duas
estratégias podem ser propostas: aumento da atividade XR e redução da atividade
XDH. A fim de aumentar a atividade de XR, idealizou-se uma levedura
superexpressando XYL1. Esta estratégia é baseada em múltiplas integrações
utilizando do gene usando seqüências de DNA ribossomal (rDNA) para direcionar os
cassetes de expressão para os clusters de rDNA que estão arranjados em
repetições idênticas in tandem no genoma. Inicialmente, o gene XYL1 pode ser
clonado num vetor contendo uma marca de seleção dominante, como a do gene que
confere resistência a zeocina. A seguir, uma região do rDNA seria clonada neste
mesmo vetor. Para transformar levedura, basta linearizar o vetor resultante, com uma
enzima que cliva dentro da seqüência do rDNA, desta forma, todo o vetor se integra
por recombinação homóloga nos loci de rDNA (Figura 3). O transformante seria
selecionado em meio contendo zeocina e para estimar o número de cópias seriam
plaqueados em concentrações crescentes deste antibiótico.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 29
Figura 3. Estratégia para obtenção de transformantes expressando múltiplas cópias de XYL1.
Para diminuir a atividade de XDH, pode-se eliminar/reduzir a atividade
endógena pela ruptura do gene XYL2 ou de um de seus alelos. Primeiramente, o
gene XYL2 é clonado em um plasmídio e linearizado com uma enzima que cliva em
regiões internas do gene. Uma marca de seleção é clonada dentro da seqüência do
gene interrompendo, dessa forma, a fase de leitura. Utilizando sítios de restrição nas
extremidades de XYL2, o cassete de ruptura gênica estaria pronto para a
transformação da levedura. Por recombinação homóloga o cassete se integraria no
locus XYL2 promovendo a ruptura gênica (Figura 4). Os transformantes seriam
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 30
selecionados em meio contendo antibiótico e o rompimento de XYL2 seria
confirmado por Southern blotting.
Figura 4. Esquema para obtenção de transformantes com XYL2 rompido.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 31
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Estudar os genes envolvidos no metabolismo de xilose em C. guilliermondii
FTI 20037 e desenvolver ferramentas genéticas que permitam realizar engenharia
metabólica nesta levedura visando o aumento da produtividade e rendimento em
xilitol.
Objetivos Específicos
Clonagem molecular e análise dos genes que codificam xilose redutase (XYL1) e
xilitol desidrogenase (XYL2) de C. guilliermondii FTI20037,
Análise estrutural da proteína Xyl2,
Expressão heteróloga dos genes XYL1 e XYL2 em S. cerevisiae,
Construção de vetores para transformação de leveduras do gênero Candida,
Transformação genética de C. guilliermondii FTI 20037,
Interrupção gênica de XYL2 e integração em múltiplas cópias de XYL1,
Análise da produção de xilitol nas leveduras transformadas.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 32
MATERIAIS E MÉTODOS
1. Microrganismos
As leveduras utilizadas neste trabalho, listadas na Tabela 4, bem como os
transformantes foram estocados a -80°C em glicerol 25% e mantidas em meio YPD
(extrato de levedura 1%, peptona de caseína 2%, glicose 2%) imersos em óleo
mineral.
Tabela 4. Linhagens de leveduras utilizadas.
Linhagem Genótipo Procedência
Candida guilliermondii FTI 20037 Selvagem
Faculdade de Engenharia
Química de Lorena
Candida guilliermondii Selvagem
Universidade Federal do Rio
de Janeiro
Candida maltosa ATCC 38042 Selvagem
National Institute of Diabetes
and Digestive and Kidney
Diseases
Saccharomyces cerevisiae RE1006
MATa can1-100 his3-11,15
leu2-3,112 trp1-1 ura3-52
Universidade de Brasília
* Reclasssificada por Lima et al. (2003).
As linhagens de E. coli utilizadas neste trabalho, listadas na Tabela 5
(SAMBROOK et al., 2001), bem como os transformantes, foram cultivados em meio
Luria-Bertani - LB (extrato de levedura 0,5%, peptona de caseína 1%, cloreto de
sódio 1%, pH 7,2) e estocadas a -80°C em glicerol 25%.
Tabela 5. Linhagens de Escherichia coli utilizadas.
Linhagem Genótipo
DH5α
supE44 lacU169 (
φ
80lacZM15) hsdR17 recA1 endA1
gyrA96 thi-1 relA1
JM110
dam dcm supE44 hsdR17 thi leu rpsL lacY galK galT ara tonA
thr tsx(lac-proAB) F’ [traD36 proAB
+
lacI
q
lacZ m15]
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 33
2. Extração de DNA de Leveduras
Para extração do DNA total de leveduras foi utilizado o método descrito por
AZEVEDO et al. (2003) para fungos filamentosos, que se baseia na quebra mecânica
da parede celular por maceração.
3. Purificação de DNA Plasmidial
O protocolo de extração de plasmídios de E. coli foi baseado na técnica de lise
alcalina descrita por BIRNBOIN e DOLY (1979). As células foram cultivadas durante
cerca de 18 horas em 5 mL de meio LB com antibiótico (ampicilina 100 µg/mL) e
coletadas por centrifugação (3.000 x g/ 2 min), depois o sedimento foi ressupendido
em 200 µL de solução I (Tris-HCl 25 mM, pH 8,0; EDTA 10 mM, pH 8,0; glicose 50
mM), a seguir foi adicionado 360 µL de solução II (hidróxido de sódio 0,2 M; SDS 1%
p/v). Depois de inverter o tubo delicadamente algumas vezes, o sistema foi incubado
durante 5 min. Posteriormente, 300 µL de solução III (acetato de potássio 3M, pH
5,0) foram adicionados e o tubo foi invertido gentilmente ficando 5 min incubados no
gelo. Depois de centrifugado (10.000 x g/ 5 min), o sobrenadante foi transferido para
um novo tubo, no qual foram adicionados 750 µL de isopropanol, procedendo mais
uma centrifugação nas condições anteriores. O sedimento foi ressuspendido em 200
µL de TE (Tris-HCl 25 mM, pH 8,0; EDTA 10 mM, pH 8,0), foi adicionado 110 µL de
acetato de amônio 7,5 M e misturado no vortex, a seguir foi centrifugado (10.000 x g/
10 min). O sobrenadante foi transferido para um novo tubo onde se adicionou 750 µL
de etanol e novamente submetido à centrifugação (10.000 x g/ 5 min). O precipitado
foi lavado com etanol 70% v/v e centrifugado mais uma vez. Descartou-se o
sobrenadante e após a secagem, o precipitado foi ressuspendido em 50 µL de TE e
adicionado 0,5 µL de RNAse A (4 µg/mL).
Em alguns casos, o protocolo descrito por STEMMER (1991), utilizando
brometo de etídio e acetato de amônio, também fora utilizado como mais uma etapa
de purificação a fim de melhorar a digestão com enzimas de restrição.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 34
Para o seqüenciamento, a purificação de plasmídios foi realizada utilizando o
kit Wizard
®
Plus SV Minipreps DNA Purification System (Promega) seguindo as
recomendações do fabricante.
4. Transformação Genética
4.1. Bactéria
Para transformação de E. coli por choque térmico foi adaptado o método de
indução do estado de competência por tratamento com RbCl descrito por HANAHAN
(1983). Primeiramente, foi preparado um pré-inóculo a partir de uma colônia,
inoculada em 30 mL de meio SOB (triptona 20 g/L, extrato de levedura 5 g/L, NaCl
0,6 g/L, KCl 0,5 g/L MgCl
2
10 mM, MgSO
4
10 mM) durante a noite a 37°C em
incubadora tipo shaker a 250 rpm. Foram adicionados 2 mL do pré-inóculo em 50 mL
de meio SOB e depois incubados a 37°C, sob agitação 250 rpm até densidade
óptica, a 600 nm, igual a 0,3. A cultura foi transferida para um tubo de centrífuga e
mantida em gelo por 15 min. Depois da centrifugação a
3000 xg por 5 min a 4°C, o sobrenadante foi descartado e as células ressuspendidas
em 16 mL de tampão de transformação I (RbCl 12 g/L, MnCl
2
·4H
2
O 9,9 g/L,
CaCl
2
·2H
2
O 1,5 g/L, glicerol 150 mL, acetato de potássio 30 mL de solução 1 M, pH
7,5) pH 5,8 ajustado com ácido acético 0,2 M e esterilizado por filtração (membrana
0,22 µm). Depois de 15 min no gelo, as células foram coletadas por centrifugação,
nas condições acima. Foram utilizados 4 mL de tampão de transformação II (RbCl
1,2 g/L, CaCl
2
·2H
2
O 11 g/L, glicerol 150 mL, MOPS 20 mL de solução 1 M, pH 6,8)
esterilizado por filtração (membrana 0,22 µm) para ressupender as células. Alíquotas
de 100 µL foram estocadas a -80°C. Para cada alíquota de células competentes
foram adicionados até 10 µL de DNA, mantidos no gelo por 30 minutos. Após este
período, as células foram submetidas a um choque térmico de 37°C por 5 min ou
42°C por 90s, depois foram adicionados 500 µL de meio LB ou SOB e incubadas a
37°C por 1 h. Foram plaqueados 100 µL em placas de petri com meio LB-ágar
contendo antibiótico (ampicilina 100 µg/mL) e X-Gal (30 µg/mL) quando necessário.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 35
4.2. Leveduras
A transformação de S. cerevisiae foi baseada em um protocolo rápido
utilizando acetato de lítio e polietilenoglicol - PEG descrito por ELBLE (1992), Já
C. tropicalis e C. guilliermondii foram transformadas por eletroporação e por
formação de esferoplastos. Para a eletroporação foi utilizada a metodologia descrita
por TANG et al. (2003) para C. rugosa e para formação de esferoplastos a descrita
por HAAS et al. (1990).
5. PCR
Os primers utilizados, apresentados na Tabela 6, foram ressuspendidos em
água MilliQ ou tampão Tris-HCl pH 8,0, 4 mM. As reações de PCR contendo DNA
template 10 a 100 ng, dNTPs 0,2 mM, tampão da Taq DNA polimerase, cloreto de
magnésio 2 a 3 mM, Taq DNA polimerase 1U, primers 5' e 3' 10 a 30 pmol, foram
realizadas nas seguintes condições: desnaturação inicial (94°C – 1min),
desnaturação (94°C – 30s a 1 min), anelamento (50 a 60°C – 30s a 1 min), extensão
(72°C – 30s a 2min), extensão final (72°C – 5min), sendo que o número de ciclos de
desnaturação/anelamento/extensão variou de 30 a 45 ciclos. As reações de PCR
com Platinum
®
Taq DNA Polymerase High Fidelity (Invitrogen), Elongase
®
Amplification System (Invitrogen) e Vent
R
®
DNA Polimerase (New England Biolabs)
foram realizadas de acordo com as recomendações do fabricante. Para o PCR de
colônia, substituindo o DNA template, foi utilizando sobrenadante de uma colônia
fervida em água por 5 min.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 36
Tabela 6. Seqüência dos primers utilizados em reações de PCR, com suas respectivas seqüências,
temperaturas de anelamento e sítios de restrição (sublinhados).
Primer
Seqüência (5' 3')
Tm sítio
5XR TCGTSGGTTTCGGCTGTTGG 64°C -
3XR AATSTTGTCCCAGTCCCAWGG 64°C -
5XRORF CAGATCTGCTATGTCTATCAAGTTAAACTCTG 68
o
C Bgl II
3XRORF CAGATCTTAGATGAAAGTTGGAATCTTGTC 56
o
C Bgl II
5xyl1A CAGATCTACCATGTCTACTACTCCTACT 60°C Bgl II
3xyl1 CAGATCTTTAAACAAAGATTGGAATGTTG 56
o
C Bgl II
5xyl1int TACAGATTATTTGATGGTGCTG 60°C -
3xyl1int GGTTGTTGCAAGTATGGGTG 56°C -
ITS1 TCCGTAGGTGAACCTGCGG 58°C -
ITS4 TCCTCCGCTTATTGATATGC 58°C -
ITS1Bam GGATCCGTAGGTGAACCTGCGG 58°C BamH I
ITS4Bam GGATCCTCCGCTTATTGATATGC 58°C BamH I
UNIF (CTB6) GCATATCAATAAGCGGAGGAAAAG 68°C -
UNIR (TW13) GGTCCGTGTTTCAAGACG 56°C -
5XDH1 CAACTTGTGTCCTCACATGGC 64°C -
3XDH1 TTACTCAGGGCCGTYAATGA 58°C -
5XDH2 CAATGGTCYTKGGTCACGAATC 64°C -
3XDH2 CSWTACCRACTTGAACG(W)AA 58°C -
5XDH3 GTCAAGAARACYGGTATCTGTGGT 68°C -
3XDH3 GWAWCCRTATCTGAAAGAWCC 58°C -
5XDH4 CCWGAAGACTTCTKKGTCAAGTT 70°C -
3XDH4 TTACTCAGGGCCGTYAATGAKRCACTTGA 82°C -
5xyl2 CGGATCCGTCATGACTGCAAACCCATC 60°C BamH I
3xyl2 CGGATCCCTATTCTGGACCATCAATTAAAC 62°C BamH I
PPGK GGATCCGGTTACATACGACATTTG 50°C BamH I
TPGK GGATCCAAATACCAAGAATTGACGGCTG 62°C BamH I
P2PGK AGATCTTGGATAATGACATTCTAGTTAAGGCAATTG 56°C Bgl II
T2PGK AGATCTCTAACAAAGCCTAAAATTGATTTTTTATGA 52°C Bgl II
Universal Forward GTTTTCCCAGTCACGAC 52°C -
Universal Reverse CAGGAAACAGCTATGACC 54°C -
5PROACT GGATCCAAGCTTCTATTAAGATCACCAGCCTC 58°C
BamH I
Hind III
3PROACT
GGATCCAAGCTT
AATTTGAAATATAAATAACGTTCTTAATACTAAC
ATAACTATAAAAAAATAAATAGGGACTGATCA
TTGAATGATTATAT
TTTTTTAATATTAATATCGA
76°C
Bam HI
Hind III
Bcl I
3CYCTT CGGATCCAAGCTTAATTTGAAATATAAATAACGTTCT 96°C BamH I
5Zeo CCAAGCTTATAATGGCTAAGTTGACCTCC 60°C Hind III
3Zeo CGTCGACTCAGTCTTGTTCTTCAGCAACG 62°C Sal I
221 AATCGGGCTG 32°C -
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 37
5.1. Purificação
Para purificação dos produtos de PCR foram utilizados os kits QIAquick PCR
Purification (Qiagen) ou Wizard
®
SV Gel and PCR Clean-Up System (Promega)
seguindo as recomendações do fabricante.
6. Análise de Ácidos Nucléicos em Gel de Agarose
A eletroforese em gel de agarose foi utilizada para análise e avaliação do
tamanho de DNA ou fragmentos de DNA, conforme descrito em AZEVEDO et al.
(2003). A agarose foi preparada em solução tampão TEB (Tris-Borato 45 mM, EDTA
1 mM pH 8,2) ou TAE (Tris-Acetato 40 mM, EDTA 1mM pH 8,5) em concentração de
0,8 ou 1,0% p/v. Como marcadores moleculares para DNA foram utilizados 1 kb
ladder (Invitrogen, New England Biolabs ou Promega), 100 bp DNA ladder (Promega)
ou DNA de fago λ digerido com EcoR I e Hind III.
6.1. Purificação de Fragmentos de DNA
A região do gel que continha o fragmento de interesse foi excisada e
submetida à purificação utilizando os kits QIAEX II (Qiagen), Concert™ Rapid Gel
Extraction System (Gibco) ou Wizard® SV Gel and PCR Clean-Up System
(Promega) ou ainda pelo protocolo GeneClean modificado: a porção retirada do gel
foi pesada, posteriormente foi adicionado solução de iodeto de sódio 6M, na
proporção de 300 µL por 100 mg de gel, e incubou-se a 55°C agitando-se
freqüentemente até a completa dissolução da agarose. Adicionou-se posteriormente
5 µL de solução glassmilk (sílica em água na proporção 1:1 v/v), agitado no vortex,
incubado no gelo 5 min e centrifugado a 10.000 x g por 30 s. O precipitado foi
ressuspendido em 500 µL de solução de iodeto de sódio e novamente centrifugado
(30 s/10.000 x g), a seguir o precipitado foi outra vez ressuspendido em 250 µL de
solução de iodeto de sódio e centrifugado (30 s/10.000 x g). Em seguida o
precipitado foi lavado três vezes, em cada vez o pellet foi ressuspendido com 300 µL
de solução New Wash (Etanol 50%; NaCl 0,1M; Tris 10 mM, pH 7,5; EDTA 1 mM),
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 38
agitado no vortex e centrifugado (30 s/10.000 xg). Após a última lavagem, o
precipitado foi ressuspendido em 10 µL de TE (Tris-HCl 25 mM, pH 8,0; EDTA 10
mM, pH 8,0) e incubado a 55 °C por 3 min, após foi submetido à centrifugação
(30 s/10.000 xg), o sobrenadante foi reservado e o precipitado foi novamente
ressuspendido em 10 µL de TE, incubado a 55 °C por 3 min e depois centrifugado. O
sobrenadante foi adicionado ao anterior e outra vez centrifugado para assegurar a
inexistência sílica e estocado a -20°C.
7. Seqüenciamento e Análise de DNA
As reações de seqüenciamento foram realizadas com 80 a 100 ng de
plasmídios, quantificados por espectrofotometria utilizando o GeneQuant RNA/DNA
Calculator pro (Biochrom, UK) e analisados no seqüenciador automático MegaBACE
1000 (Amersham Biosciences
). A qualidade do seqüenciamento foi analisada pelo
programa PHRED (EWING et al., 1998) e a análise das seqüências foi realizada pela
comparação com as de bancos de dados pelo BLAST
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/BLAST/) (ALTSCHUL et al., 1990).
Para análise da seqüência do gene XYL2, foram preditos os putativos
elementos TATA utilizando o programa HCtata - Hamming-Clustering Method for
TATA Signal Prediction in Eukaryotic Genes
(http://l25.itba.mi.cnr.it/~webgene/wwwHC_tata.html); os sinais de poliadenilação
pelo programa HCpolya - Hamming Clustering poly-A prediction in Eukaryotic Genes
- (http://l25.itba.mi.cnr.it/~webgene/wwwHC_polya.html) e os possíveis fatores de
transcrição foram identificados pelo TFSEARCH
(http://www.cbrc.jp/research/db/TFSEARCH.html) ou pelo MatInspector
(http://www.genomatix.de/shop/index.html) .
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 39
8. Digestão de DNA com Enzimas de Restrição
As digestões de moléculas de DNA com enzimas de restrição foram
realizadas em sistemas de 10 a 100 µL, durante 1 a 16h, de acordo com as
condições indicadas pelos fabricantes (tampão, BSA e temperatura) utilizando-se
10 a 20 U de enzima para cada 1 µg de DNA.
8.1. Purificação do Sistema de Digestão
O volume do sistema de digestão foi ajustado para 100 µL, adicionado um
volume de clorofane (fenol:clorofórmio, 1:1, pH 6,0), agitado vigorosamente no vortex
durante 3 min e centrifugado (30 s/10.000 xg). A fase aquosa foi coletada em um
novo tubo e o procedimento foi repetido. Novamente, a fase aquosa foi coletada e
adicionou-se um volume de clorofil (clorofórmio:isoamil álcool, 24:1, pH 6,0) agitado
vigorosamente no vortex durante 3 min e centrifugado (30 s/10.000 xg). Depois de
coletar a fase aquosa adicionamos-se 5 µL de glicogênio 20 mg/mL, 0,1 volume de
NaCl 3M e 2,5 volumes de etanol 100%, agitado no vortex e mantido a -20°C por
pelo menos 30 min. O sistema foi centrifugado (15 min/10.000 xg/ 4°C), descartado o
sobrenadante e ao precipitado foi adicionado 500 µL de etanol 70% v/v e outra vez
centrifugado (15 min/10.000 xg/ 4°C). Este precipitado depois de seco foi
ressuspendido em 10 µL de água MilliQ.
9. Conversão de Extremidades Protuberantes em Abruptas
Quando foram utilizadas enzimas que deixam extremidades coesivas 3’ ou 5’
protuberantes incompatíveis, utilizou-se tratamento com T4 DNA Polimerase (New
England Biolabs) para gerar extremidades abruptas de acordo com as
recomendações do fabricante.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 40
10. Defosforilação de Vetor Linearizado
Os vetores linearizados utilizando-se apenas uma enzima foram defosforilados
com a enzima fosfatase alcalina de camarão (SAP) da Boehringer Mannheim. O
sistema de defosforilação contendo vetor 50 ng, enzima 1U e tampão, foi incubado a
37°C por 10 min e a seguir, para inativação da enzima, a 65°C por 15 min.
11. Ligação
Nos sistemas de ligação, as concentrações de DNA (razão molar
vetor:inserto) variaram entre 1:3, no caso de ligações de extremidades coesivas, e
1:5 em ligações com extremidades abruptas, contendo também tampão e T4 DNA
ligase 1U (Promega). O sistema foi incubado a 16°C por pelo menos 14 h ou no caso
de sistemas comerciais, de acordo com as recomendações do fabricante.
12. Extração de RNA
Uma colônia de C. guilliermondii FTI 20037 foi inoculada em meio YPD e
cultivada em incubadora tipo shaker durante a noite (30°C/200 rpm). A cultura foi
transferida para meio YP (extrato de levedura 1%, peptona de caseína 2%),
suplementado com glicerol, glicose ou xilose (2%) até a fase exponencial
(OD
600
~0,9). As células foram recolhidas por centrifugação, lavadas com água estéril
(4°C) e congeladas em nitrogênio líquido. O RNA total foi extraído usando RNeasy
mini kit (Qiagen) e ~10 µg foi analisado em gel de agarose-formaldeído (1% p/v).
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 41
13. Southern e Northern Blotting
13.1. Sistema de Transferência para Membrana
A transferência das amostras de DNA digerido para o Southern Blot ou do
RNA total para o Northern Blot, do gel de agarose para membrana de nitrocelulose
(Hybond-N) foi utilizado o sistema de transferência por capilaridade descrito em
AZEVEDO et al. (2003). Os ácidos nucleicos foram fixados à membrana por meio de
exposição à luz ultravioleta utilizando a condição de ajuste ótimo para fixação no UV
Crosslinker (Fisher Biotech).
13.2. Marcação da Sonda, Pré-Hibridização e Hibridização
A marcação da sonda e as fases da pré-hibridização, a hibridização, a
lavagem e a detecção foram realizadas segundo o protocolo do kit AlkPhos Direct
(Amersham Biosciences
) baseado na marcação com fosfatase alcalina, conforme
recomendações do fabricante.
13.3. Geração e Detecção do Sinal
Para a geração do sinal quimioluminescente, foi utilizado o reagente CDP-Star
(Amersham Biosciences
), colocado sobre a membrana por aproximadamente 5
minutos. Após a reação, a membrana foi envolta em plástico (Saran Wrap) e exposta
a filme auto-radiográfico (Hyperfilm ECL Amersham Biosciences
). O filme foi
revelado em câmara escura com solução reveladora Dektol-76 (Kodak), interrupção
em água destilada, fixação em solução fixadora (Kodak) por 5 min e lavagem
exaustiva em água corrente.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 42
14. Seleção e Análise dos Transformantes
Os clones transformantes foram selecionados em meio contendo o antibiótico
apropriado em concentração letal, testada previamente com a linhagem selvagem.
Os transformantes foram analisados por PCR utilizando-se os primers 5Zeo e 3Zeo e
para os clones xyl2
-
os primers 5xyl2 e 3xyl2.
15. Medida de Atividades Enzimáticas
15.1 Rompimento Celular
A fim de obter as enzimas intracelulares xilose redutase e xilitol
desidrogenase, foi realizado o rompimento celular utilizando pérolas de vidro
conforme ELIASSON et al. (2000).
Uma colônia foi inoculada em 5 mL de meio e cultivada em incubadora tipo
shaker durante a noite (30°C/200 rpm). A cultura foi transferida para 500 mL de meio
até a fase exponencial (OD
600
~0,9). Para os clones de S. cerevisiae foi utilizado
meio mínimo (glicose 2%, Yeast Nitrogen Base-YNB e aminoácidos) e para C.
tropicalis meio YP suplementado com xilose 2%. As células foram recolhidas por
centrifugação, lavadas com tampão fosfato de potássio 0,1 M pH 7,2 (4°C) e
ressuspendidas no mesmo tampão para submeter ao rompimento celular. Os restos
celulares foram separados por centrifugação (12.000 xg por 20 min a 4
o
C)
recolhendo-se o sobrenadante para determinação de atividade de xilose redutase e
xilitol desidrogenase e proteína solúvel.
15.2 Determinação de Proteína Solúvel e Atividade Enzimática
A determinação de concentração de proteína no extrato livre de células foi
feita conforme método BRADFORD (1976), empregando-se albumina sérica bovina
(BSA) como padrão e reagente de Bradford (Azul-Brilhante de Coomassie G-250)
como cromóforo.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 43
As atividades enzimáticas foram determinadas em extratos celulares
preparados a partir de suspensão de células, realizadas segundo método utilizado
por LIMA et al. (2004), com modificações. O meio padrão para reação para xilose
redutase foi composto por β-mercaptoetanol 10 mM, tampão fosfato de potássio
8 mM pH 7,2, NADPH 100 µM, e xilose 100 mM, no volume total de 1,0 mL. Para
xilitol desidrogenase, o meio padrão para reação foi constituído de
β-mercaptoetanol 10 mM, tampão TRIS 100 mM pH 8,6, NAD
+
150 µM e xilitol
75 mM em 1,0 mL.
As reações foram iniciadas com a adição de xilose ou xilitol e a variação da
absorbância a 340 nm, decorrente da oxidação do NADPH ou da redução do NAD
+
,
foi acompanhada por espectrofotômetro durante 2 minutos. Uma unidade
internacional de atividade enzimática (U) foi definida como a quantidade de enzima
que catalisa a formação de um micromol por minuto de NADP
+
no caso de xilose
redutase ou NADH
para xilitol desidrogenase, à temperatura ambiente, utilizando-se
o coeficiente de extinção para os cofatores a 340 nm de 6220 M
-1
cm
-1
. Os ensaios
foram realizados em triplicata com coeficiente de variação menor que 5%.
16. Análise de Domínios, Alinhamento de Seqüências e Análise e
Comparação Estrutural
A organização dos domínios estruturais de Xyl2 foi determinada pela utilização
dos sites PFAM (http://www.sanger.ac.uk/Software/Pfam), CATH
(http://cathwww.biochem.ucl.ac.uk/latest) e INTERPRO
(http://www.ebi.ac.uk/interpro). A classificação da família foi confirmada utilizando-se
o servidor PROSITE (http://www.expasy.ch). A estrutura secundária foi predita pelo
algorítmo do programa NPS@ (http://pbil.ibcp.fr). Alinhamentos de seqüências foram
realizados utilizando-se a ferramenta Blastp (http://www.expasy.org/tools/blast/),
considerando-se proteínas com estruturas depositadas no PDB – Protein Data Bank
(http://www.rcsb.org/pdb). Para se obter o modelo estrutural, alinhamentos múltiplos
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 44
de seqüência foram gerados pelo ClustalW (EMBL-EBI,
http://www.ebi.ac.uk/clustalw/). Os modelos estruturais foram obtidos a partir de
modelagem molecular por homologia, realizada pelo servidor EsyPred-3D
(http://www.fundp.ac.be/urbm/bioinfo/esypred/) (LAMBERT et al., 2002). As
características estruturais desses modelos foram analisadas pelos visualizadores
moleculares Pymol (http://pymol.sourceforge.net) e VMD
(http://www.ks.uiuc.edu/Research/vmd/).
O complexo Xyl2/NAD
+
/zinco foi modelado pela sobreposição da estrutura
tridimensional de hSDH complexado com NAD
+
e íon de zinco. O refinamento
energético do modelo foi realizado utilizando ferramentas de mecânica molecular
disponíveis no SPDBV, que utiliza o pacote de minimização de energia do Gromos96
(GUEX e PEITSCH, 1997). Este procedimento é necessário para minimizar os efeitos
de choques esteroquímicos e para acomodação energética das cadeias laterais,
principalmente daqueles aminoácidos na interface do complexo com o NAD
+
e com o
zinco.
Estruturas tridimensionais conservadas e semelhantes à estrutura da Xyl2
foram selecionadas por meio do programa VAST - Vector Alignment Search Tool -
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/Structure/VAST/vast.shtml) (GIBRAT et al., 1996). As
estruturas tridimensionais selecionadas do PDB (1PL8, 1PL6, 1E3J, 1RJW, e 1LLU)
foram utilizadas para a sobreposição das cadeias principais e dos domínios de
ligação ao NAD
+
e de ligação ao zinco. Esta etapa foi realizada utilizando-se o
servidor MultiProt (http://bioinfo3d.cs.tau.ac.il/MultiProt). As saídas dos programas de
alinhamento estrutural mostram as estruturas sobrepostas e calcula os valores dos
deslocamentos estruturais na cadeia principal, conhecidos como r.m.s.d. (root mean
square deviation). Adicionalmente, para analisar as mudanças estruturais dos
domínios envolvidos no complexo com NAD
+
e zinco, tais domínios foram
sobrepostos considerando os resíduos de Xyl2 com 5 Å de distância da coenzima e
do íon. Para este fim foi utilizado o pacote de programas CCP4
(http://www.ccp4.ac.uk/main.html) (Collaborative computational project, 1994).
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 45
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1. Reclassificação da levedura C. guilliermondii FTI 20037
No início deste trabalho, foram realizadas várias tentativas, sem sucesso, para
se amplificar toda a região codante do gene XYL1 de C. guilliermondii, apesar dos
primers 5XRORF e 3XRORF terem sido desenhados baseados na seqüência deste
gene publicada por HANDUMRONGKUL et al. (1998). Utilizando-se outros pares de
primers degenerados 5XR e 3XR, desenhados a partir das seqüências de xilose
redutase dos organismos P. stipitis, C. tropicalis, C. guilliermondii, P. tannophilus e
K. lactis, foi possível clonar uma parte do gene. A análise pelo BLASTx (seqüência
traduzida versus banco de dados de seqüência de proteínas) revelou que a
seqüência guardava mais identidade com o homólogo de C. tropicalis do que com o
de C. guilliermondii, indicando que a linhagem de C. guilliermondii originada da
FAENQUIL poderia ter sido erroneamente classificada.
Para confirmar esta suspeita, decidiu-se investigar as seqüências intergênicas
do DNA ribossomal (rDNA), que são regiões transcritas porém perdidas durante o
processamento do RNA. Por serem regiões conservadas durante a evolução entre os
organismos, estas são comumente utilizadas para identificação de microrganismos
em nível de gênero, espécie ou variedade (GUARRO et al., 1999; FUNGARO, 2000).
Para atingir esse fim, foram utilizados dois pares de primers, que amplificam
duas regiões do rDNA. A primeira região é chamada ITS (Internal Transcribed
Spacers), amplificada com os primers ITS1 e ITS4 que compreende uma região do
18S, os espaçadores internos ITS1 e ITS2, o gene da subunidade 5.8S e uma região
da 28S, como ilustrado na Figura 5. A segunda região - 5’ LSU (Large Subunit) – é
amplificada com os primers UNIF e UNIR, e compreende uma porção do gene da
subunidade rDNA 28S (Figura 5).
Os amplicons, com tamanho de ~540 pb para região ITS e ~650 pb para
região 5’ LSU (Figura 6), foram clonados no vetor pCR
®
2.1 TOPO
®
(Invitrogen).
Após a transformação de E. coli DH5α, transformantes foram selecionados para
extração de plasmídios. Posteriormente, procedeu-se a análise da presença de
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 46
inserto a partir da digestão com EcoR I. Um clone positivo foi escolhido para ser
submetido a minipreparação com kit e posterior seqüenciamento do plasmídio.
Figura 5. Estrutura do cluster gênico que codifica o RNA ribossomal, evidenciando os genes
correspondentes as subunidades 18S, 5,8S e 28S, além das regiões internas ITS1 e ITS2. Acima
estão os níveis taxonômicos que cada região define, abaixo localização da região do rDNA
amplificada com os primers ITS1 e ITS4 (ITS) e da região da subunidade maior (5’ LSU) amplificada
com os primers UNIF e UNIR.
Figura 6. Reações de amplificação de regiões do rDNA
analisadas em gel de agarose 1%. 1:marcador λ EcoR I/Hind III,
2 e 3: região ITS, 4 e 5: região 5'LSU.
Os resultados da análise das seqüências obtidas usando o BLASTn estão
apresentados na Tabela 7. O valor de “E” foi igual a zero para as duas regiões
estudadas quando comparadas com a região homóloga em C. tropicalis, enquanto o
valor foi maior que zero para C. guilliermondii, demonstrando assim que estas
seqüências teriam maior identidade com a de C. tropicalis e que a levedura utilizada
havia sido classificada erroneamente. Baseados nestes resultados e nos dados da
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 47
clonagem de XYL1, foi publicado o artigo intitulado “Reclassification of Candida
guilliermondii FTI 20037 as Candida tropicalis based on molecular phylogenetic
analysis”, na revista Brazilian Journal of Microbiology, em novembro de 2003
(Anexo 1). Estes resultados também foram divulgados em apresentação oral no XXII
Congresso Brasileiro de Microbiologia, Florianópolis - SC em novembro de 2003.
Tabela 7. Resultados de homologia para as seqüências ITS e 5'LSU do DNA
ribossomal,utilizadas na identificação de espécies.
Seqüência BLAST Identidade E-value
C. tropicalis
(acession # 12698685)
99% 0.0
ITS
C. guilliermondii
(acession # 21666929)
96% 1e-89
C. tropicalis
(acession # 2062274)
100% 0.0
5' LSU
C. guilliermondii
(acession # 14150789)
94% e-166
2. Clonagem e análise do gene XYL1
Como a levedura foi inicialmente identificada como C. guilliermondii, foram
desenhados os primers 5XRORF e 3XRORF baseados na seqüência do gene XYL1
desta levedura publicada por HANDUMRONGKUL et al. (1998). Porém, não foram
obtidas amplificações nas reações de PCR com DNA de C. guilliermondii FTI 20037,
apenas com o controle positivo, uma linhagem de C. guilliermondii cedida pela UFRJ
(Figura 7). O fato de o PCR ter funcionado somente com a linhagem da UFRJ
classificada como C. guilliermondii, fortalece as evidências de que a linhagem da
FAENQUIL fora erroneamente classificada.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 48
Figura 7. Reações de amplificação de XYL1 analisadas em gel de
agarose 1%. 1: marcador 1 kb DNA ladder (New England Biolabs), 2 e 3:
amplificação com 5XRORF/3XRORF, DNA molde de C. guilliermondii
(UFRJ) e C. guilliermondii FTI 20037, respectivamente.
Com a reclassificação da levedura, foram desenhados primers baseados na
seqüência do gene que codifica a enzima xilose redutase I,II de C. tropicalis
disponível no GenBank (banco de dados do NCBI - National Center for Biotechnology
Information), descrita por YOKOYAMA et al. (1995b), onde 5xyl1A e 3xyl1 se
localizam nas extremidades amplificando todo o gene e dois outros 5xyl1int e 3xyl1int
que amplificam uma região interna para confirmação. A posição dos primers na
seqüência está representado na Figura 8. O resultado da reação de PCR com a
combinação destes primers está apresentado na Figura 9, e os produtos obtidos
apresentaram exatamente os tamanhos esperados, a saber: 5xyl1a/3xyl1: 978 pb,
5xyl1a/3xyl1int: 611 pb, 5xyl1int/3xyl1: 843 pb e 5xylint/3xyl1int: 476 pb.
Figura 8. Esquema mostrando as posições relativas de anelamento dos primers utilizados para
amplificação e confirmação de XYL1.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 49
Figura 9. Reações de amplificação de XYL1 e regiões internas do
gene, analisadas em gel de agarose 1%. 1: marcador 1 kb DNA
ladder (New England Biolabs), 2: amplificação com 5xyl1a/3xyl1, 3:
5xyl1a/3xyl1int, 4: 5xyl1int/3xyl1, 5: 5xylint/3xyl1int.
O produto obtido da reação de PCR com Platinum® Taq DNA Polymerase
High Fidelity, usando os primers 5xyl1a/3xyl1 foi ligado ao vetor pCR® 2.1 TOPO®
(INVITROGEN). Após a transformação de E. coli DH5α com o sistema de ligação,
analisou-se a presença de inserto a partir da digestão com EcoR I. O clone escolhido
(Topoxyl1) foi amplificado e o inserto seqüenciado. A seqüência de cerca de ~950 pb
obtida foi analisada pelo BLASTx e apresentou 98% de identidade com a seqüência
de xilose redutase I,II de C. tropicalis com E = e-180 e 77% com a de C.
guilliermondii, com E = 3e-11. No alinhamento da seqüência de XYL1 de C. tropicalis
e de C. guilliermondii FTI 20037, apresentado na Figura 10, foram encontradas 11
divergências entre as seqüências, porém a maioria delas no terceiro nucleotídeo do
códon. Dos nove códons divergentes, apenas dois ocasionaram mudança no
aminoácido correspondente, a saber: na posição 76 (AAT Æ ACC) Asn para Thr,
porém ambos são aminoácidos polares neutros e na posição 82 (GAA Æ GCC) Glu
para Ala, essa é uma modificação importante porque envolve a substituição de um
aminoácido carregado negativamente por um apolar. Diante destas modificações
pode-se interpretar que estas variações se tratam de polimorfismo entre as linhagens
de C. tropicalis ou ainda algum erro induzido pela reação de PCR.
A partir da ferramenta BLAST disponível no site do projeto genoma de C.
tropicalis - Broad Institute of Harvard and MIT
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 50
(http://www.broad.mit.edu/annotation/fungi/candida_tropicalis/) foi encontrada uma
seqüência (supercont3.11 of C. tropicalis T1) com 98% de identidade (Figura 11).
C.tropicalis ATG TCT ACT ACT CCT ACT ATT AAA TTA AAC TCT GGT TAT GAA ATG CCA TTA GTT GGT TTC 60
FTI20037 ATG TCT ACT ACT CCT ACT ATT AAA TTA AAC TCC GGT TAT GAA ATG CCA TTA GTT GGT TTC 60
C.tropicalis GGA TGT TGG AAA GTC AAT AAT GAA ACT GCT GCT GAC CAA ATC TAC AAT GCT ATC AAA ACT 120
FTI20037 GGA TGT TGG AAA GTC ACC
AAT GCC ACT GCC GCT GAC CAA ATC TAC AAT GCC ATT AAA ACT 120
C.tropicalis GGT TAC AGA TTA TTT GAT GGT GCT GAA GAT TAC GGT AAT GAA AAA GAA GTT GGT GAA GGT 180
FTI20037 GGT TAC AGA TTA TTT GAT GGT GCT GAA GAT TAC GGT AAC GAA AAA GAA GTT GGT GAA GGT 180
C.tropicalis ATT AAC AGA GCC ATT AAA GAA GGA TTA GTT AAA AGA GAA GAA TTA TTC ATC ACT TCT AAA 240
FTI20037 ATC
AAC AGA GCC ATT AAA GAA GGA TTA GTT AAA AGA GAA GAA TTA TTC ATC ACT TCT AAA 240
C.tropicalis TTA TGG AAC AAT TTC CAT GAT CCA AAG AAT GTT GAA ACT GCT TTA AAC AAA ACT TTA AGT 300
FTI20037 TTA TGG AAC AAT TTC CAT GAT CCA AAG AAT GTT GAA ACT GCT TTA AAC AAA ACT TTA AGT 300
C.tropicalis GAC TTG AAC TTG GAC TAT GTT GAT TTA TTC TTG ATT CAT TTT CCA ATT GCT TTT AAA TTT 360
FTI20037 GAC TTG AAC TTG GAC TAT GTT GAT TTA TTC TTG ATT CAT TTT CCA ATT GCT TTT AAA TTT 360
C.tropicalis GTT CCA ATT GAA GAA AAA TAC CCA CCT GGT TTC TAC TGT GGT GAT GGT GAT AAC TTC CAC 420
FTI20037 GTT CCA ATT GAA GAA AAA TAC CCA CCT GGT TTC TAC TGT GGT GAT GGT GAT AAC TTC CAC 420
C.tropicalis TAT GAA GAT GTT CCA TTA TTA GAT ACT TGG AAA GCT TTG GAA AAA TTG GTT GAA GCT GGT 480
FTI20037 TAT GAA GAT GTT CCA TTA TTA GAT ACT TGG AAA GCT TTG GAA AAA TTG GTT GAA GCT GGT 480
C.tropicalis AAG ATC AAA TCT ATT GGT ATT TCC AAT TTT ACT GGT GCT TTG ATT TAC GAT TTG ATC AGA 540
FTI20037 AAG ATC AAA TCT ATT GGT ATT TCC AAT TTT ACT GGT GCT TTG ATT TAC GAT TTG ATC AGA 540
C.tropicalis GGT GCT ACT ATC AAA CCA GCT GTT TTA CAA ATT GAA CAT CAC CCA TAC TTG CAA CAA CCA 600
FTI20037 GGT GCT ACT ATC AAA CCA GCT GTT TTA CAA ATT GAA CAT CAC CCA TAC TTG CAA CAA CCA 600
C.tropicalis AAA TTG ATT GAA TAT GTT CAA AAA GCT GGT ATT GCC ATT ACT GGT TAC TCT TCA TTT GGT 660
FTI20037 AAA TTG ATT GAA TAT GTT CAA AAA GCT GGT ATT GCC ATT ACT GGT TAC TCT TCA TTT GGT 660
C.tropicalis CCA CAA TCA TTC TTG GAA TTG GAA TCC AAG AGA GCT TTG AAC ACC CCA ACT TTA TTT GAA 720
FTI20037 CCA CAA TCA TTC TTG GAA TTA
GAA TCC AAG AGA GCT TTG AAT ACC CCA ACT TTA TTT GAA 720
C.tropicalis CAT GAA ACT ATT AAA TCA ATT GCT GAT AAA CAT GGT AAA TCC CCA GCT CAA GTT TTA TTA 780
FTI20037 CAT GAA ACT ATT AAA TCA ATT GCT GAT AAA CAT GGT AAA TCC CCA GCT CAA GTT TTA TTA 780
C.tropicalis AGA TGG GCT ACT CAA AGA AAT ATT GCT GTT ATT CCA AAA TCA AAC AAT CCA GAA AGA TTA 840
FTI20037 AGA TGG GCT ACT CAA AGA AAT ATT GCT GTT ATT CCA AAA TCA AAC AAT CCA GAA AGA TTA 840
C.tropicalis GCT CAA AAC TTG TCT GTT GTT GAC TTT GAC TTG ACT AAG GAT GAT TTG GAC AAT ATT GCT 900
FTI20037 GCT CAA AAC TTG TCT GTT GTT GAC TTT GAC TTG ACT AAG GAT GAT TTG GAC AAT ATT GCT 900
C.tropicalis AAA TTG GAC ATT GGT TTG AGA TTC AAT GAT CCA TGG GAC TGG GAC AAC ATT CCA ATC TTT 960
FTI20037 AAA TTG GAC ATT GGT TTG AGA TTC AAT GAT CCA TGG GAC TGG GAC AAC ATT CCA ATC TTT 960
C.tropicalis GTT TAA 966
FTI20037 GTT TAA 966
Figura 10. Alinhamento da seqüência de XYL1 de C. tropicalis e de C. guilliermondii FTI 20037, com
as divergências sublinhadas.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 51
Figura 11. Alinhamento da seqüência de XYL1 com a seqüência do projeto genoma de C. tropicalis.
Usando Blastp, a seqüência predita de Xyl1 mostrou maior identidade com a
xilose redutase I,II de C. tropicalis (98%), porém a Figura 12 mostra o alinhamento
com a xilose redutase de Candida tenuis (79% de identidade) pois esta proteína
possui estrutura terciária determinada e depositada no PDB. A partir deste
alinhamento, foi possível identificar os resíduos envolvidos no sítio catalítico, no sítio
de ligação à NADH e os que participam da formação de dímero (KAVANAGH et al.,
2002) (Figura 12). O sítio catalítico envolve os aminoácidos Asp
43
, Tyr
48
, Lys
77
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 52
conforme sugerido por Lee (1998). A seqüência apresentou ainda três assinaturas da
família de aldocetoredutases. A enzima XR de C. tropicalis possui especificidade por
NADPH, sendo assim, esta levedura é considerada como uma boa produtora de
xilitol (YOKOYAMA et al, 1995a).
Figura 12. Alinhamento entre a seqüência da proteína Xyl1 de C. guilliermondii FTI 20037 e C. tenuis
(1JEZ). Os aminoácidos dentro do quadrado hachurado representam as assinaturas das
aldocetoredutases, os resíduos envolvidos na catálise são indicados por setas, os resíduos envolvidos
no sítio de ligação à coenzima são indicados por asteriscos e os resíduos que participam na
dimerização estão indicados por quadrados.
3. Clonagem e análise do gene XYL2
Um vez que o gene XYL2 de C. tropicalis ainda não havia sido caracterizado
antes deste trabalho, decidiu-se cloná-lo por PCR a partir do alinhamento de genes
homólogos de P. stipitis e G. mastotermitis (Figura 13) disponíveis no GenBank. Para
tanto, foram desenhados quatro primers para a região 5' (5XDH1, 5XDH2, 5XDH3,
5XDH4) e quatro para região 3' (3XDH1, 3XDH2, 3XDH3, 3XDH4), a partir do
alinhamento das seqüências de XYL2 de P. stipitis e G. mastotermitis (Figura 13)
disponíveis no GenBank.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 53
P. stipitis ------ATGACTGCTAACCCTTCCTTGGTGTTGAACAAGATCGACGACATTTCGTTCGAA 54
G. mastotermitis ATGTCTACTCCTGAAAACTTATCTTTTGTTTTACAAAAGCCTTTTGACGTCAAGTTCGAG 60
* *** *** ** ** ** ** * *** *** * ******
5XDH3
P. stipitis ACTTACGATGCCCCAGAAATCTCTGAACCTACCGATGTCCTCGTCCAGGTCAAGAAAACC 114
G. mastotermitis GATAGACCCATCCCCAAGTTGTCTGATCCTTACTCTGTCAAGATCCAAGTCAAGAAGACT 120
* *** * * ***** *** * **** **** ******** **
P. stipitis GGTATCTGTGGTTCCGACATCCACTTCTACGCCCATGGTAGAATCGGTAACTTCGTTTTG 174
G. mastotermitis GGTATCTGTGGTAGTGATGTTCATTACTTCACCCATGGAGCTATTGGTGACTTTGTCGTC 180
************ ** * ** * ** * ******* ** *** **** ** *
5XDH2
P. stipitis ACCAAGCCAATGGTCTTGGGTCACGAATCCGCCGGTACTGTTGTCCAGGTTGGTAAGGGT 234
G. mastotermitis AAGGCCCCAATGGTCCTTGGTCACGAATCCAGTGGTGTTGTCTTGGAAGTCGGTAGCGAG 240
* ********* * ************ *** *** * * ** **** *
P. stipitis GTCACCTCTCTTAAGGTTGGTGACAACGTCGCTATCGAACCAGGTATTCCATCCAGATTC 294
G. mastotermitis GTCAAGTCACTCAAGGTTGGTGACAGAGTCGCTATGGAGCCTGGTGTTCCCAGCAGACAC 300
**** ** ** ************* ******** ** ** *** **** **** *
5XDH1
P. stipitis TCCGACGAATACAAGAGCGGTCACTACAACTTGTGTCCTCACATGGCCTTCGCCGCTACT 354
G. mastotermitis TCTGATGAATACAAGTCCGGTAGATACAACTTGTGTCCTCACATGGCATTTGCTGCTACT 360
** ** ********* **** *********************** ** ** ******
P. stipitis CCTAACTCCAAGGAAGGCGAACCAAACCCACCAGGTACCTTATGTAAGTACTTCAAGTCG 414
G. mastotermitis CCTCCTTATGATG---------------------GTACTCTTTGTAAATACTATATTCTT 399
*** * * * **** * ***** **** *
5XDH4
P. stipitis CCAGAAGACTTCTTGGTCAAGTTGCCAGACCACGTCAGCTTGGAACTCGGTGCTCTTGTT 474
G. mastotermitis CCTGAAGACTTCTGTGTCAAGTTACCTGAGCACGTTTCTTTGGAAGAGGGTGCTTTAGTT 459
** ********** ******** ** ** ***** ****** ****** * ***
P. stipitis GAGCCATTGTCTGTTGGTGTCCACGCCTCCAAGTTGGGTTCCGTTGCTTTCGGCGACTAC 534
G. mastotermitis GAACCTTTAAGTGTTGCGGTTCACTCCTCTAAGTTGGGTAACATTAAGCCCGGTAGCCAT 519
** ** ** ***** ** *** **** ********* * ** *** * *
P. stipitis GTTGCCGTCTTTGGTGCTGGTCCTGTTGGTCTTTTGGCTGCTGCTGTCGCCAAGACCTTC 594
G. mastotermitis GTTGCCATTTACGGTGCAGGACCTGTTGGTTTGTTAGTTGCCGCAGTCGCCAGTGCTTTT 579
****** * * ***** ** ********* * ** * *** ** ******* * **
P. stipitis GGTGCTAAGGGTGTCATCGTCGTTGACATTTTCGACAACAAGTTGAAGATGGCCAAGGAC 654
G. mastotermitis GGTGCTGAATCTGTTACTATTATTGATCTTGTTGAATCTAGACTTAACCTTGCCAAGGAG 639
****** * *** * * **** ** * ** * * ** * ********
P.stipitis ATTGGTGCTGCTACTCACACCT---TCAACTCCAAGACCGGTGGTTCTGAAGAATTGATC 711
G. mastotermitis TTAGGTGCTACTGCCACTGTTCAAGTTGATTTCAAG---GATACTCCTAAGGAGTCTGCT 696
* ****** ** * * * * **** * * * ** * ** *
P. stipitis ---AAGGCTTTCGGTGGTAAC---------GTGCCAAACGTCGTTTTGGAATGTACTGGT 759
G.mastotermitis GCTAAGGTTGTTGCCGCTAACAACGGAATTGCCCCTGATGTTGTCATTGATGCTTCTGGT 756
**** * * * * **** * ** * ** ** * ** * *****
P. stipitis GCTGAACCTTGTATCAAGTTGGGTGTTGACGCCATTGCCCCAGGTGGTCGTTTCGTTCAA 819
G. mastotermitis GCTGAGGCTTCCATTAATAGTGCTATCAATGCCATCAGACCTGGTGGCACTTACGTTCAA 816
***** *** ** ** * * * * ***** ** ***** ** *******
3XDH2
P. stipitis GTTGGTAACGCTGCTGGTCCAGTCAGCTTCCCAATCACCGTTTTCGCCATGAAGGAATTG 879
G. mastotermitis GTCGGTATGGGTAAGCCTGATGTCTCTTTCCCCATTGCTACTTTAATTGGTAAGGAGCTT 876
** **** * * * *** ***** ** * *** ***** *
3XDH3
P. stipitis ACTTTGTTCGGTTCTTTCAGATACGGATTCAACGACTACAAGACTGCTGTTGGAATCTTT 939
G. mastotermitis ACTGTTAAGGGATCTTTCAGATATGGTTACGGTGACTACCCTCTTGCTGTCAGCTTGCTT 936
*** * ** *********** ** * * ****** ****** * * **
P. stipitis GACACTAACTACCAAAACGGTAGAGAAAATGCTCCAATTGACTTTGAACAATTGATCACC 999
G. mastotermitis GCTA---------------GTGGAAAAG---------TCAATGTTAAAAAGTTGATTACC 972
* * ** ** ** * * ** ** * ***** ***
P. stipitis CACAGATACAAGTTCAAGGACGCTATTGAAGCCTACGACTTGGTCAGAGCCGGTAAGGGT 1059
G. mastotermitis CATGAAGTCAAGTTTGAGGATGCTGCTGAAGCTTTCCAATTGGTTAGAGATGGAAAGG-- 1030
** * ****** **** *** ****** * * * ***** **** ** ****
3XDH4
3XDH1
P. stipitis GCTGTCAAGTGTCTCATTGACGGCCCTGAGTAA 1092
G. mastotermitis -CTATCAAGTGCATCATTAACGGCCCTGAGTAA 1062
** ******* ***** **************
Figura 13. Alinhamento das seqüências de XYL2 de P. stipitis e G. mastotermitis, evidenciando a
localização dos primers desenhados para amplificar a seqüências XYL2 de C. tropicalis.
Nas reações de PCR utilizou-se como molde o DNA total de C. tropicalis;
dentre as combinações de primers que resultaram em amplificação positiva,
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 54
destacamos as que apresentaram produto com tamanho próximo ao esperado
calculado a partir da seqüência de P. stipitis, a saber: 5XDH1/3XDH2 - 511 pb,
5XDH2/3XDH3 - 728 pb, 5XDH2/3XDH1 - 911 pb, 5XDH3/3XDH1 - 989 pb (dados
não mostrados). Porém, estas duas últimas foram produtos de apenas um dos
primers, ou seja, o produto de 5XDH2/3XDH1 era resultado da amplificação de
apenas 5XDH2, enquanto o de 5XDH3/3XDH1 era produto de apenas 3XDH1.
Dentre as duas combinações possíveis, foi utilizada a que gerava o maior produto,
ou seja 5XDH2/3XDH3. O resultado da reação de PCR está apresentado na Figura
14.
Figura 14. Reações de amplificação de XYL2 analisadas
em gel de agarose 1%. 1: marcador 100 bp DNA ladder
(Invitrogen), 2: 5XDH2, 3: 3XDH3, 4: 5XDH2/3XDH3.
O fragmento de ~750 pb amplificado usando os primers 5XDH2 e 3XDH3 foi
ligado ao vetor pCR
®
2.1 TOPO
®
(Invitrogen). Após a transformação de E. coli DH5α
com o sistema de ligação, selecionou-se transformantes para extração de
plasmídios. Foi analisada a presença de inserto com digestão com EcoR I, o clone
escolhido (Topoxyl2) foi submetido a uma minipreparação de plasmídios com kit e
seqüenciado.
O plasmídio foi seqüenciado com os primers universal e reverso e a seqüência
obtida apresentou 732 pb que quando analisada pelo BLASTx, apresentou 67% de
identidade com o homólogo XYL2 de P. stipitis e 48% com o de G. mastotermitis.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 55
Os resultados referentes à clonagem do gene XYL2 de C. tropicalis e a
análise destes resultados foram divulgados em apresentação oral no 6° Seminário
Brasileiro de Tecnologia Enzimática, Rio de Janeiro – RJ em abril de 2004.
3.1. Clonagem das Regiões 5’ e 3’ do Gene XYL2
3.1.1. Uso de Primers Internos
A primeira estratégia para obter as porções 5' e 3' do gene a partir de
seqüências conhecidas de XYL2 foi baseada no trabalho de LORITO et al. (1996) no
qual foi isolado o promotor do gene ech-42 de Trichoderma harzianum. Foram
desenhados primers, xyl2-R2 e xyl2-F2 (Figura 15), que se anelam dentro da
seqüência obtida, Outro primer sintetizado foi 221 (Tabela 6) utilizado por LORITO et
al. (1996). Nesta estratégia, os primers específicos se anelam em regiões internas do
gene enquanto que o primer 221, por ser pequeno, se anela randomicamente nas
regiões 5´e 3´. Desta forma, é possível obter, sob condições especiais de estrigência,
produtos de PCR a partir do primer 221 e os primers específicos.
Dos produtos da reação de PCR, foram selecionados o amplicon de ~400 pb
da amplificação com os primers 221 e xyl2-R2, e o de cerca de 900 pb para a
amplificação com os primers 221 e xyl2-F2, por se apresentarem como produtos
específicos em comparação com as amplificações utilizando cada um dos primers
sozinhos (Figura 16). Estes produtos foram utilizados em uma reação de PCR para
confirmação da amplificação da região de XYL2: produto 221/xyl2-R2 confirmado
com 3XDH3/xyl2-R2 e produto 221/xyl2-F2 confirmado com 5XDH2/xyl2-F2, porém,
só foi confirmado o amplicon obtido do PCR usando 221/xyl2-R2 (dados não
mostrados).
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 56
Figura 15. Esquema mostrando as posições relativas de anelamento dos primers utilizados para
buscar as porções 5' e 3' de XYL2.
Figura 16. Reações de amplificação utilizando o primer 221 analisadas em gel de
agarose 1%. 1: 221/xyl2-F2, 2: 221/xyl2-R2, 3: xyl2-R2, 4: xyl2-F2, 5: 221, 6:
marcador 1 kb DNA ladder (New England Biolabs).
O produto amplificado com os primers 221 e xyl2-R2 foi clonado no vetor
pCR
®
2.1 TOPO
®
(Invitrogen) e posteriormente seqüenciado. Porém, a seqüência de
nucleotídeos obtida não continha a porção coincidente entre 3XDH3 e xyl2-R2,
portanto, a região amplificada não correspondia ao gene XYL2 e, assim, decidiu-se
utilizar a estratégia de PCR inverso.
3.1.2. PCR Inverso
A estratégia de PCR inverso, inicialmente descrito por TRIGLIA et al. (1988) e
esquematizada na Figura 17, foi utilizada para encontrar as regiões 5' e 3' que não
foram amplificadas com os primers 5XDH2
e 3XDH3.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 57
Figura 17. Esquema da técnica de PCR inverso, onde o DNA genômico total é digerido com uma
enzima de restrição (EcoR I), religado formando fitas circulares que são usadas como molde em uma
reação de PCR, utilizando primers internos (R e F).
Primeiramente, o DNA total de C. tropicalis foi digerido com as enzimas de
restrição BamH I, EcoR I e Hind III, cujos sítios não estão presentes na região
clonada do gene XYL2 obtida. Depois da extração da enzima com clorofane/clorofil
seguido de precipitação de DNA, o sistema de digestão foi ressuspendido em 25µL
de água MilliQ para ser quantificado. Após a ligação do sistema montado com 100 ng
de DNA digerido; precipitou-se com NaCl/etanol e ressuspendeu-se em 20µL de
água MilliQ. Posteriormente, foram utilizados 2 µL (~10ng) como template numa
reação de PCR utilizando Elongase
®
Amplification System, e como controle, foi
utilizado o plasmídio Topoxyl2. O único produto de amplificação obtido foi o do
sistema contendo DNA digerido com EcoR I (Figura 18). O produto amplificado foi
clonado no vetor pGEM
®
-T Easy (Promega) e após a transformação de E. coli DH5α
com o plasmídio, a presença de inserto foi analisada a partir de digestão com EcoR I.
O clone escolhido foi submetido a uma minipreparação de plasmídios com kit para
ser seqüenciado.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 58
Figura 18. Reações do PCR inverso analisadas em
gel de agarose 1%. Amplificação com xyl2-R2 e xyl2-
F2, utilizando DNA total digerido e religado como
molde, digestão com 1: BamH I, 2: EcoR I, 3: Hind III
e 4: TopoXYL2 como controle.
Com a técnica de PCR inverso foram obtidas 357 pb da porção 3' e 623 pb da
porção 5’ que, quando analisadas pelo BLASTx, apresentaram maior identidade com
uma proteína hipotética de C. albicans, 90% e 73% respectivamente, que,
provavelmente, trata-se da enzima xilitol desidrogenase, e 66% e 64% de identidade
com a enzima xilitol desidrogenase de P. stipitis.
A partir desta seqüência foram desenhados os primers 5xyl2 e 3xyl2 que se
anelam nas extremidades e amplificam toda a região codante. O produto da
amplificação por PCR foi clonado no vetor pGEM®-T Easy (Promega) e o vetor
resultante
(pGEMXyl2) foi seqüenciado para confirmação dos resultados. A
seqüência completa foi depositada no GenBank com o número de acesso DQ220745
(Anexo 4).
3.2. Análise da Seqüência de XYL2
Analisando a seqüência completa do gene XYL2 de C. tropicalis (
Figura
19), unindo o produto obtido da amplificação com 5XDH2/3XDH3 com as
seqüências obtidas pelo PCR inverso, observa-se que foi isolado um fragmento de
DNA com aproximadamente 1,5 kb, que compreende a fase aberta de leitura de
1092 pb, sem íntrons, que potencialmente codifica um polipeptídeo de 364 resíduos
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 59
de aminoácidos. A partir da ferramenta BLAST disponível no site do projeto genoma
de C. tropicalis - Broad Institute of Harvard and MIT
(http://www.broad.mit.edu/annotation/fungi/candida_tropicalis/) foi encontrada uma
seqüência (supercont3.10 of C. tropicalis T1) com 99% de identidade, sendo que a
região da ORF e a região 3’ são idênticas, com divergência na região 5’ em uma
região de timinas (Figura 20).
A massa molecular (40 kDa) e o ponto isoelétrico (6,81), calculados a partir da
seqüência de aminoácidos predita, coincidem com as subunidades das enzimas
xilitol desidrogenase isoladas de C. shehatae, P. tannophilus, N. crassa, G.
mastotermitis e A. adeninivorans (PHADTARE et al., 1997; LUNZER et al.,1998;
BÖER et al., 2005). A seqüência de aminoácidos predita possui homologia com
XDHs de P. stipitis (84%), G. mastotermitis (68%), A. adeninivorans (65%), A.
oryzae, fumigatus e niger (64%), S. cerevisiae (62%) e H. jecorina (61%), o
alinhamento destas seqüências está apresentado na Figura 21.
A seqüência consenso, TATAAA, responsável pela correta iniciação da
transcrição (RATHJEN e MELLOR, 1990), está presente na posição -100 em relação
ao códon de iniciação ATG. Na região 5’ UTR foram localizados quatro possíveis
seqüências para Mig1 (GGGG). Mig1 é uma proteína Cys2-His2 zinc finger que
media a repressão por glicose de diversos genes pela ligação aos seus promotores,
recrutando um complexo de repressão (DE VIT et al., 1997). Outros relevantes
motivos encontrados foram sítios de ligação pra Gcr1 (ACCTTCCT) e Rap1(ACCCA),
essas seqüências são essenciais para ativação de genes glicolíticos e de proteínas
ribossomais em S. cerevisiae (TORNOW et al., 1993
; SASAKI et al., 2005). São
observadas na região 3’ UTR após o códon de finalização (UAG), seqüências
similares ao sinal típico de poliadenilação (GAAAAAGAAT) encontrado em genes de
leveduras (GUO e SHERMAN, 1995).
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 60
-342 accttcctattgtttggaaaccggaaaaaaataatattttgtatggagatcctcaaattt
-282 cggggaaattgtagatttaccttcctcttgcaattacgcattgctactattttgtttttt
-222 agtttgggttttcttttgtattgcttcacgtatggtgattatactttgtgtacacttgtt
-162 catttactcccccaagttttcctctccccctccatttataatgtatgaattaattatata
-102 aatactgccgcaaatttccccaggttgaaattttttttgttacttctaaagtttcttatt
M T A N P S
-42 tcttttcattcaataactttcaattctacaaatacaaaagtcATGACTGCAAACCCATCA
7 L V L N K V D D I S F E E Y E A P K L E
19 TTAGTTCTTAACAAAGTTGACGATATTTCCTTTGAAGAATACGAAGCTCCAAAACTCGAA
27 S P R D V I V E V K K T G I C G S D I H
79 TCACCAAGAGATGTCATTGTTGAAGTTAAGAAAACTGGTATCTGTGGATCAGATATCCAT
47 Y Y A H G S I G P F I L R K P M V L G H
159 TACTATGCCCATGGTTCAATTGGTCCATTTATTTTAAGAAAACCAATGGTTTTAGGTCAC
67 E S A G V V S A V G S E V T N L K V G D
219 GAATCAGCAGGTGTTGTTTCTGCTGTCGGAAGTGAAGTTACCAACTTGAAGGTTGGTGAT
87 R V A I E P G V P S R F S D E T K S G H
279 AGAGTTGCCATTGAACCTGGTGTACCTTCAAGATTTAGTGATGAGACCAAATCTGGTCAT
107 Y H L C P H M S F A A T P P V N P D E P
339 TATCATTTGTGCCCACATATGTCTTTTGCCGCCACCCCACCAGTTAACCCAGATGAACCA
127 N P Q G T L C K Y Y R V P C D F L F K L
399 AATCCTCAAGGTACTTTATGTAAATACTACAGAGTCCCATGTGACTTTTTATTCAAATTA
147 P D H V S L E L G A M V E P L T V G V H
459 CCAGATCATGTTTCTTTGGAGTTGGGTGCTATGGTTGAACCATTAACTGTTGGTGTCCAC
167 G C K L A D L K F G E D V V V F G A G P
519 GGTTGTAAATTGGCTGATTTGAAATTTGGTGAAGACGTTGTTGTTTTTGGTGCCGGTCCA
187 V G L L T A A V A R T I G A K R V M V V
579 GTTGGTTTGTTGACCGCTGCCGTTGCTAGAACAATTGGTGCTAAAAGAGTCATGGTTGTT
207 D I F D N K L K M A K D M G A A T H I F
639 GATATTTTTGACAACAAATTGAAGATGGCAAAAGATATGGGTGCTGCCACTCATATTTTC
227 N S K T G G D Y Q D L I K S F D G V Q P
699 AACTCAAAAACCGGTGGTGATTATCAAGATTTGATCAAGAGTTTTGATGGTGTTCAACCT
247 S V V L E C S G A Q P C I Y M G V K I L
759 TCAGTTGTTTTGGAATGTAGTGGTGCTCAACCATGTATCTATATGGGTGTTAAAATCTTG
267 K A G G R F V Q I G N A G G D V N F P I
819 AAAGCTGGTGGTAGATTTGTTCAAATTGGTAATGCCGGTGGTGATGTCAATTTCCCAATT
287 A D F S T R E L A L Y G S F R Y G Y G D
879 GCTGATTTCTCAACCAGAGAATTGGCATTATATGGTTCTTTCAGATATGGTTACGGTGAC
307 Y Q T S I D I L D R N Y V N G K D K A P
939 TACCAAACTTCAATTGATATTTTAGACAGAAACTACGTCAATGGTAAAGACAAAGCACCA
327 I N F E L L I T H R F K F K D A I K A Y
999 ATTAATTTCGAATTGTTGATTACTCACAGATTCAAGTTTAAAGATGCCATCAAAGCCTAT
347 D L V R A G N G A V K C L I D G P E -
1059 GATTTGGTCAGAGCAGGAAATGGTGCTGTCAAATGTTTAATTGATGGTCCAGAATAGagg
1109 tatatagtattagaaaaagaat
atacagtatatatatatatatatgtgaataattcatgc
1169 ttaagtttaatatcagtaaagcatctactataaatcca
Figura 19. Seqüência de nucleotídeos do gene XYL2 de C. tropicalis e a estrutura
primária predita da proteína. Seqüência de nucleotídeos nas UTR - letras minúsculas,
na ORF - letras maiúsculas, TATA Box - cinza na região 5’, possível sinal de
poliadenilação - sublinhado na região 3’, a seqüência deduzida de aminoácidos é
mostrada sobre a seqüência de nucleotídeos da ORF.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 61
Figura 20. Alinhamento da seqüência de XYL2 com a seqüência do projeto genoma de C. tropicalis.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 62
C.tropicalis ------------------------MTANPSLVLNKVDDISFEEYEAPKLESPRDVIVEVK
P.stipitis ------------------------MTANPSLVLNKIDDISFETYDAPEISEPTDVLVQVK
G.mastotermitis ----------------------MSTPENLSFVLQKPFDVKFEDRPIPKLSDPYSVKIQVK
A.adenovirans ---------MAAQVEEQVLNLRAQADHNPSFVLKKPLELGFEERPVPVITDPRDVKIQVK
A.fumigatus MAFTETLVRPKSVPVNELPDQTSFQNVNHAFILSPGGTFCYKERPTPKIESERDVIVRVV
A.oryzae ---------------MGAPPKT---AQNLSFVLEGIHKVKFEDRPIPQLRDAHDVLVDVR
A.niger ---------------MSTQNTN---AQNLSFVLEGIHRVKFEDRPIPEINNPHDVLVNVR
S.cerevisiae ---------------------MTDLTTQEAIVLERPGKITLTNVSIPKISDPNEVIIQIK
H.jecorina ---------------MATQTINKDAISNLSFVLNKPGDVTFEERPKPTITDPNDVLVAVN
: :::*. . * : . .* : :
C.tropicalis KTGICGSDIHYYAHGSIGPFILRKPMVLGHESAGVVSAVGSEVTNLKVGDRVAIEPGVPS
P.stipitis KTGICGSDIHFYAHGRIGNFVLTKPMVLGHESAGTVVQVGKGVTSLKVGDNVAIEPGIPS
G.mastotermitis KTGICGSDVHYFTHGAIGDFVVKAPMVLGHESSGVVLEVGSEVKSLKVGDRVAMEPGVPS
A.adenovirans KTGICGSDVHFWQHGRIGDYVVEKPMVLGHESSGVVVEVGSEVTSLKVGDRVAMEPGVPD
A.fumigatus ATGLCGSDVHYWQHGRIGRYAVNRPIVLGHESSGVIVACGSNVDGLKVGDRVALEPGISC
A.oryzae FTGICGSDVHYWEHGSIGQFVVKDPMVLGHESSGVISKVGSAVTTLKVGDHVAMEPGIPC
A.niger FTGICGSDVHYWEHGSIGQFIVKDPMVLGHESSGVVSKVGSAVTSLKVGDCVAMEPGIPC
S.cerevisiae ATGICGSDIHYYTHGRIANYVVESPMVLGHESSGIVALIGENVKTLKVGDRVALEPGIPD
H.jecorina YTGICGSDVHYWVHGAIGHFVVKDPMVLGHESAGTVVEVGPAVKSLKPGDRVALEPGYPC
**:****:*:: ** *. : : *:******:* : * * ** ** **:*** .
C.tropicalis RFSDETKSGHYHLCPHMSFAATPPVNPDEPNPQGTLCKYYRVPCDFLFKLPDHVSLELGA
P.stipitis RFSDEYKSGHYNLCPHMAFAATPNSKEGEPNPPGTLCKYFKSPEDFLVKLPDHVSLELGA
G.mastotermitis RHSDEYKSGRYNLCPHMAFAATPPYD-------GTLCKYYILPEDFCVKLPEHVSLEEGA
A.adenovirans RRSKEYKMGRYHLCPHVRFAACPPTD-------GTLCKYYTLPEDFCVKLPENVDFEEGA
A.fumigatus NTCKYCRSGHYNLCKSMVFAATPPYD-------GTLSTFYKVPAECCYKLPVHISLRDGA
A.oryzae RRCEPCKEGKYNLCEKMAFAATPPYD-------GTLAKYYVLPEDFCYKLPENINLQEAA
A.niger RRCEPCKAGKYNLCVKMAFAATPPYD-------GTLAKYYVLPEDFCYKLPESITLQEGA
S.cerevisiae RFSPEMKEGRYNLDPNLKFAATPPFD-------GTLTKYYKTMKDFVYKLPDDVSFEEGA
H.jecorina RRCSFCRAGKYNLCPDMVFAATPPYH-------GTLTGLWAAPADFCYKLPDGVSLQEGA
. . : *:*:* : *** * . ..... *** : : *** : :. .*
C.tropicalis MVEPLTVGVHGCKLADLKFGEDVVVFGAGPVGLLTAAVARTIGAKRVMVVDIFDNKLKMA
P.stipitis LVEPLSVGVHASKLGSVAFGDYVAVFGAGPVGLLAAAVAKTFGAKGVIVVDIFDNKLKMA
G.mastotermitis LVEPLSVAVHSSKLGNIKPGSHVAIYGAGPVGLLVAAVASAFGAESVTIIDLVESRLNLA
A.adenovirans LVEPLSVAVHTARLLGIYPGSKVVVFGAGPIGQLCIGVCKAFGASIIGAVDLFEQKLETA
A.fumigatus LVEPLSVAVHACRLAGDMQNKSVVVFGAGPVGLLCCSVASAFGAAKVVAVDVVKTRLATA
A.oryzae VMEPLSVAVHIVKQANVAPGQSVVVFGAGPVGLLCCAVARAFGSPKVIAVDIQKGRLEFA
A.niger IMEPLSVAVHIVKQAGINPGQSVVVFGAGPVGLLCCAVAKAYGASKVIAVDIQKGRLDFA
S.cerevisiae LIEPLSVAIHANKLAKIKFGARCVVFGAGPIGLLAGKVASVFGAADVVFVDLLENKLETA
H.jecorina LIEPLAVAVHIVKQARVQPGQSVVVMGAGPVGLLCAAVAKAYGASTIVSVDIVQSKLDFA
::***:*.:* : . .: ****:* * *. . *: : :*: . :* *
C.tropicalis KDMGAATHIFNS---KTGGDYQDLIK-SFDGVQPSVVLECSGAQPCIYMGVKILKAGGRF
P.stipitis KDIGAATHTFNS---KTGGS-EELIK-AFGGNVPNVVLECTGAEPCIKLGVDAIAPGGRF
G.mastotermitis KELGATATVQVDFKDTPKESAAKVVAAN-NGIAPDVVIDASGAEASINSAINAIRPGGTY
A.adenovirans KEFGASHTYVPQKGDSHDETAHKILELLPNKQAPDVVIDASGAEQSINAGIELLERGGTF
A.fumigatus TKYGATHRYEMD---AEKKNAEELSATAALEDGADIILDATGAEPCLNCGLDILRSGGTF
A.oryzae KKYAATAIFEPS-KVSALENAERIVNENDLGRGADIVIDASGAEPSVHTGIHVLRPGGTY
A.niger KKYAATATFEPA-KAAALENAQRIITENDLGSGADVAIDASGAEPSVHTGIHVLRAGGTY
S.cerevisiae RQFG-ATHIVNSGDLPHGVTVDSVIKKAIGKKGADVVFECSGAEPCVRAGIEVCKAGGTI
H.jecorina RGFCSTHTYVSQ-RISAEDNAKAIKELAGLPGGADVVIDASGAEPSIQTSIHVVRMGGTY
:: : ..: ::.:**: .: .:. **
C.tropicalis VQIGNAGGD-VNFPIADFSTRELALYGSFRYGYGDYQTSIDILDRNYVNGKDKAPINFEL
P.stipitis VQVGNAAGP-VSFPITVFAMKELTLFGSFRYGFNDYKTAVGIFDTNYQNGRENAPIDFEQ
G.mastotermitis VQVGMGKPD-VSFPIATLIGKELTVKGSFRYGYGDYPLAVSLLAS--------GKVNVKK
A.adenovirans GQVAMGRTDYIQFAVSRMAMKEIRFQGVFRYTYGDYELATQLIGD--------GKIPVKK
A.fumigatus VQVGLGNPT-LMFPVGQVCDKEVVFKGSFRYGPGDYALAIGLLES--------RRVQLDG
A.oryzae VQGGMGRNE-ITFPIMAACTKELNVRGSFRYGSGDYKLAVNLVAS--------GKVSVKE
A.niger VQGGMGRSE-ITFPIMAACTKELNVKGSFRYGSGDYKLAVSLVSA--------GKVNVKE
S.cerevisiae VQVGMGQEE-IQFPISIIPTKELTFQGCFRYCQGDYSDSIELVSS--------RKLSLKP
H.jecorina VQGGMGKSD-ITFPIMAMCLKEVTVRGSFRYGAGDYELAVELVRT--------GRVDVKK
* . . : *.: :*: . * *** .** : :. . .. .. : ..
C.tropicalis LITHRFKFKDAIKAYDLVRAG-NGAVKCLIDGPE----------
P.stipitis LITHRYKFKDAIEAYDLVRAG-KGAVKCLIDGPE----------
G.mastotermitis LITHEVKFEDAAEAFQLVRDG--KAIKCIINGPE----------
A.adenovirans LVTHRRPFEKAEEAYELVKSG--VAVKCIIDGPE----------
A.fumigatus MVTHEFSFWKAQEAFQNVVHR--QGIKCIIYGPGIDEEWARIAD
A.oryzae LITGVVSFEDAEQAFHEVKAG--KGIKTLIAGVDV---------
A.niger LITGVVKFEDAERAFEEVRAG--KGIKTLIAGVDS---------
S.cerevisiae FITHRYSFKDAVEAFEETSHHPLNNIKTIIEGPE----------
H.jecorina LITGTVSFKQAEEAFQKVKSG--EAIKILIAGPNEKV-------
::* * .* .*:. . :* :* *
Figura 21. Alinhamento entre a seqüência predita a partir do gene XYL2 e as
seqüências primárias de xilitol desidrogenases de diferentes organismos.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 63
3.3. Número de cópias do gene XYL2
Para determinar o número de cópias do gene XYL2 no genoma de C.
tropicalis, realizou-se um experimento de Southern blotting. O DNA total da levedura
foi digerido com as enzimas de restrição EcoR I, EcoR V e Hind III. A sonda
homóloga foi amplificada por PCR utilizando os primers 5xyl2 e 3xyl2
correspondendo a toda região codante do gene XYL2 (1092 pb), e depois marcada
com fosfatase alcalina.
De acordo com a Figura 22 a sonda hibridizou uma única vez com o DNA
genômico de C. tropicalis digerido com EcoR I, EcoR V e Hind III, revelando
fragmentos com tamanhos aproximados de 2,5 kb, 3,0 kb e 5,0 kb, respectivamente.
Na digestão com EcoR V, a sonda deveria hibridizar em duas bandas porque há um
sítio desta enzima (GATATC) na seqüência do gene XYL2 na posição 150 pb, porém
como a intensidade da banda está maior que as obtidas com a digestão com outras
enzimas, pode-se sugerir que o tempo de corrida da eletroforese não tenha sido
suficiente para resolver as duas bandas. Esses resultados sugerem fortemente que,
assim como em A. adeninivorans (BOËR et al., 2005), em C. tropicalis o gene XYL2
é representado por uma única cópia no genoma.
Figura 22. Southern blotting com DNA genômico de C.
tropicalis. Digestão com 1: EcoR I, 2: EcoR V, 3: Hind III,
utilizando XYL2 como sonda.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 64
3.4. Padrão de Expressão do gene XYL2
O experimento de Northern blotting foi realizado com a finalidade de analisar a
regulação da expressão do gene XYL2 em nível transcricional com diferentes fontes
de carbono. Para o experimento, utilizou-se RNA total de C. tropicalis extraído de
células crescidas em xilose, glicose e glicerol. O gene XYL2, produto da reação de
PCR com os primers 5xyl2 e 3xyl2, foi utilizado como sonda para detecção do mRNA
durante a hibridação.
Como mostrado na Figura 23, foram detectados transcritos em células
crescidas em glicerol e xilose, sendo que em xilose houve maior intensidade e em
glicose não houve detecção, mesmo contendo maior quantidade de RNA total. Esses
resultados sugerem que a expressão de XYL2 é adaptativa uma vez que xilose é
capaz de induzir a expressão em comparação a glicerol, já a falta de transcritos em
glicose pode ser um indicativo da repressão mediada por Mig1p, encontrada na
região promotora.
O mesmo padrão de expressão foi observado para XYL2 de H. jecorina
(SEIBOTH et al., 2003) e de A. adeninivorans (BÖER et al., 2005) além de outros
dois genes, xilose redutase e xilulose 5-fosfato quinase, envolvidos no metabolismo
de xilose em A. niger (HASPER et al., 2000 e van PEIJ et al., 1998).
Figura 23. Análise da expressão de XYL2 por Northern blotting em
diferentes fontes de carbono. 1: xilose, 2: glicose e 3: glicerol
utilizando XYL2 como sonda, RNA ribossômico 28s como controle
da quantidade de RNA total utilizada.
Os resultados obtidos relacionados ao gene XYL2, como a seqüência
completa obtida através da estratégia de PCR inverso, o número de cópias no
genoma, o padrão de expressão e alguns dados gerados a partir da seqüência
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 65
primária predita foram apresentados no XXIII Congresso Brasileiro de Microbiologia,
Santos – SP em novembro de 2005.
3.5. Análise da Proteína Predita
A partir da seqüência de nucleotídeos foi predita a seqüência primária da
proteína (
Figura 19), chamada de Xyl2, que permitiu diversas análises que
corroboraram sua atividade como xilitol desidrogenase. Estes resultados foram
gerados no Laboratório de Biofísica, sob orientação da Profa. Sonia Maria de Freitas
e com a participação do seu aluno Cristiano Guimarães do Amaral Pinheiro.
Inicialmente a seqüência foi alinhada com a seqüência de outras
desidrogenases, conforme apresentado na Figura 24. A proteína que apresentou
maior homologia foi a sorbitol desidrogenase humana - hSDH (EC 1.1.1.14) com
55% de homologia. A estrutura tridimensional desta enzima foi resolvida por
cristalografia de raios-X e o arquivo de coordenadas atômicas está depositado no
banco de dados do PDB com as seguintes denominações, PDB ID: 1PL6, 1PL7 e
1PL8. Esta enzima catalisa a oxidação do sorbitol a frutose usando NAD
+
como
coenzima (PAULY et al., 2003), semelhante a xilitol desidrogenase que catalisa a
oxidação do xilitol formando xilulose, utilizando a mesma coenzima. Nas
desidrogenases, como na proteína Xyl2, são encontrados aminoácidos conservados
que se ligam aos complexos NAD
+
/NADH ou NADP
+
/NADPH e outros que se ligam a
sítios de ligação a zinco. A enzima cetona redutase - KR (EC 1.1.1.184), uma álcool
desidrogenase de cadeia média – família MDR, que utiliza o NADP
+
, apresenta dois
sítios de ligação para o zinco (BANFIELD et al., 2001). Estes sítios estão
apresentados na Figura 24.
A maioria dos aminoácidos envolvidos no sítio de ligação da coenzima,
mostrados na Figura 24 com um asterisco, são conservados. Um destes resíduos é
fundamental para determinar a especificidade da enzima por NAD
+
(Asp) ou por
NADP
+
(Ala). O resíduo Asp
207
em Xyl2, equivalente ao Asp
203
na hSDH
(Figura 24), é conservado entre os membros da família MDR, faz uma ligação de
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 66
hidrogênio com o anel ribosídico do NAD
+
(Figura 28B). A cadeia lateral deste
aminoácido ocupa o espaço correspondente ao grupo fosfato que está ligado à
região 2´hidroxila do NAPDH
+
(Figura 28B). A presença deste aminoácido nesta
região estrutural é responsável por um potencial eletrostático negativo no sítio de
ligação ao NAD
+
(PAULY et al., 2003).
Figura 24. Alinhamento entre a seqüência da proteína Xyl2 e membros da família de cadeia
média que possui sítio de ligação a zinco. Os aminoácidos dentro do quadrado hachurado
representam a assinatura das álcool desidrogenases, os resíduos envolvidos do sítio catalítico
ligado a zinco são indicados por setas, O segundo sítio de ligação a zinco da 1E3J está
dentro de quadrado e os resíduos que estão envolvidos no sítio de ligação da coenzima são
indicados por asteriscos.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 67
A seqüência da Xyl2, conforme apresentado na Figura 24, apresenta a
assinatura [GHE]xx[G]xxxxx[G]xx[V] das álcool desidrogenase, o sítio de ligação para
o zinco (Cys
41
, His
66
, Glu
67
, e Glu
159
) e o sítio de ligação para o NAD
+
(Val
187
, Asp
207
,
Lys
212
, Cys
252
, Asn
277
e Ser
299
). Estas características estruturais foram consideradas
para a classificação da Xyl2 como um membro da família MDR.
Figura 25. Elementos estruturais encontrados na seqüência de Xyl2 e sua localização, segundo
análise no InterPro.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 68
Pela análise no InterPro (InterPro - Integrated Resource Of Protein Domains
And Functional Sites - Copyright (C) 2001 The InterPro Consortium), utilizando a
seqüência de aminoácidos predita, foram identificadas as seguintes características
estruturais (Figura 25): sítio de ligação ao NAD com o padrão de dobramento do tipo
Rossmann fold, domínio de ligação ao zinco da família das álcool desidrogenase e o
domínio GroES-like. A presença destes domínios reforça os resultados obtidos pela
análise da seqüência a partir do alinhamento. A Xyl2 utiliza preferencialmente NAD
+
como cofator (TAKAMIZAWA et al., 2000) e é membro da família das enzimas do tipo
álcool desidrogenases. O domínio GroES-like é comumente encontrado na porção N-
terminal das proteínas desta família, que também apresentam um domínio com
padrão de dobramento do tipo Rossman-fold no C-terminal.
3.5.1 Participação de Zinco na Catálise
Geralmente, o meio de reação para medir a atividade de XDH não possui
zinco (TAKAMIZAWA, et al. 2000; ELIASSON et al. 2000; LIMA et al., 2004),
provavelmente porque este íon se complexa com a enzima mantendo-se ligado após
a extração. Diante deste fato, para comprovar a participação de zinco na reação de
catálise, realizou-se o ensaio enzimático com EDTA, um quelante de íons divalentes.
O efeito do EDTA foi acompanhado pela absorbância a 340nm que correspondente à
redução do NAD
+
(Figura 26A). Observa-se na Figura 26B que 1 mM de EDTA é
capaz de reduzir a atividade em ~90%, indicando sua competição pelo zinco
complexado com a enzima. O mesmo comportamento foi observado para XDH de G.
mastotermitis, uma enzima zinco dependente (LUNZER et al., 1998).
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 69
0
0,5
1
1,5
012345
EDTA (mM)
Atividade de XDH (U/mg)
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00
tempo (min)
ABS
340nm
Figura 26. Efeito do EDTA na atividade de Xyl2. A: Acompanhamento da redução de NAD
+
(340 nm)
na ausência (círculos) ou na presença de EDTA 1mM (triângulos). B: Atividade de XDH em diferentes
concentrações de EDTA.
3.6. Modelagem de Xyl2
O modelo tridimensional de Xyl2, apresentado na Figura 27, foi obtido pelo
método de modelagem molecular por homologia, realizado pelo servidor EsyPred 3D.
A estrutura de Xyl2 possui 364 resíduos de aminoácidos organizados em um padrão
de dobramento do tipo α/β Rossmann fold, comumente encontrado em proteínas da
família MDR. Todas as enzimas desta família se ligam a NAD
+
ou NADP
+
, no mesmo
sítio e a maioria contém um íon de zinco ligado, o que é essencial para catálise. Na
Xyl2, o domínio de ligação à coenzima apresenta as características deste padrão α/β
Rossmann fold. O modelo consiste de dois motivos β-barril que correspondem aos
domínios catalítico (resíduos 1-162, 301-364) e ao domínio de ligação à coenzima
(resíduos 163-300), separados por uma fenda (Figura 27).
Os modelos de Xyl2 ligada a NAD
+
e ao íon zinco foram obtidos por
sobreposição de estruturas apresentando o NAD
+
ligado e estão apresentados na
Figura 28. Estes domínios apresentaram padrão estrutural bastante similar aos das
álcool desidrogenases relacionadas a família MDR. A análise dos alinhamentos
estruturais desses domínios, obtidos pelo VAST, confirmou a similaridade estrutural
dos modelos devido aos baixos valores de r.m.s.d (desvios de mínimos quadrados)
de 0.5-1.2 Å (NAD
+
) e 0.3-2.0 Å (zinco).
A
B
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 70
Figura 27. Modelo tridimensional de Xyl2 gerado pelo programa Pymol.
A interação com NAD
+
em Xyl2 ocorre na superfície da fenda formada pelas
alças que saem do alto das seis folhas β, um domínio formado pelos resíduos 180 a
310 (Figura 28A e B). Os resíduos que fazem parte desta ligação são Val
187
, Asp
207
,
Lys
212
, Cys
252
, Asn
277
e Ser
299
. Entre as desidrogenases existem poucas diferenças
nos aminoácidos que formam o sítio de ligação à coenzima. O resíduo de ácido
aspártico, que determina a especificidade por NAD
+
nos membros da família MDR, é
conservado na Xyl2 na posição 207 (Fig. 3 e 5B). A especificidade de Xyl2 por NAD
+
foi anteriormente determinada por ensaios enzimáticos por SILVA et al. (1996) e
TAKAMIZAWA et al. (2000).
O domínio catalítico de Xyl2 apresenta um único sítio de ligação para o zinco
e apresenta um dobramento α/β semelhante ao das proteínas da família MDR. A
ligação ao íon de zinco ocorre na região próxima à fenda entre os dois domínios. Os
resíduos conservados que participam desta interação em hSDH são Cys
44
, His
69
,
Glu
70
, Glu
155
e uma molécula de água (PAULY et al., 2003). Na Xyl2 o íon de zinco
apresenta uma coordenação com os resíduos His
66
, Glu
67
, e Glu
159
. A molécula de
água que participa desta interação não foi evidenciada neste modelo, uma vez que
este modelo foi obtido após a minimização de energia sem a presença da água
(Figura 28C e D). Neste caso, a ponte de hidrogênio entre Glu
159
e o átomo de zinco
ocorre diretamente sem a participação da cisteína.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 71
Figura 28. Estrutura terciária predita dos domínios de ligação a NAD
+
e zinco. A: Domínio de ligação
ao NAD
+
com o sítio de ligação em cinza escuro, composto por motivos α e β em um padrão Rossman
fold; B: sítio de ligação à coenzima, destacando o resíduos que participam da interação Val
187
, Asp
207
,
Lys
212
, Cys
252
Asp
277
e Ser
299
; C: Domínio de ligação do sítio ativo representado pelo resíduos em
cinza escuro; D: sítio ativo ligado a zinco destacando os resíduos que participam da interação His
66
,
Glu
67
e Glu
159
.
As similaridades estruturais entre as proteínas da mesma família da Xyl2 e
entre os domínios que formam estas estruturas foram calculados pelo programa
VAST (GIBRAT et al., 1996). As principais semelhanças estruturais evidenciadas
pela sobreposição de modelos do C
α
e dos valores de r.m.s.d. estão apresentados
na Tabela 8. A maior similaridade estrutural foi observada com a hSDH/NAD
+
, com o
complexo hSDH/NADH/inibidor e com a KR, indicada pelos valores do r.m.s.d. de
0.6-0.8 Å. A menor similaridade foi observada para a ADH de Bacillus
stearothermophilus e para a ADH NAD
+
/substrato de Pseudomonas aeruginosa,
com
r.m.s.d. of 1.7 Å.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 72
Estes resultados também sugerem que o sitio de ligação a NAD
+
e o sítio de
ligação ao zinco mantém o arranjo tridimensional e as distâncias requeridas para
interação destes componentes. Baseado na similaridade estrutural destes modelos,
foi proposto que a Xyl2 é um membro da família MDR e, portanto, pode apresentar a
mesma função catalítica dos membros desta família.
Tabela 8. Identidade e semelhança estrutural da Xyl2 com outras enzimas desidrogenase.
4. Expressão de XYL1 e XYL2 em S. cerevisiae
Com a finalidade de verificar a funcionalidade dos genes XYL1 e XYL2 de C.
tropicalis, os mesmos foram clonados nos vetores de expressão YEp351PGK
(MORAES et al., 1995) e YEp352PGK (Figura 29) sob a regulação do promotor
PGK1. Os vetores YEp351PGK e YEp352PGK são derivados dos vetores
epissomais YEp351 e YEp352 (HILL et al., 1986) e possuem o cassete de expressão
PGK do vetor pMA99. A principal vantagem de vetores epissomais em relação ao
integrativo é o alto número de cópias (UGOLINI et al., 2002) e, no caso dos vetores
YEp351PGK e YEp352PGK, a presença do promotor PGK1 favorece a expressão
forte e constitutiva de genes heterólogos.
Os genes XYL1 e XYL2 foram obtidos da digestão de Topoxyl1 com Bgl II e
pGEMXyl2 com BamH I, respectivamente, e clonados nos plasmídios YEp351PGK e
Código
PDB
Proteínas
Identidade
(%)
Resíduos
Conservados (%)
RMSD
1PL8-D
hSDH/NAD+
(PAULY et al., 2003)
36 55 0.6
1PL6-D
hSDH/NADH/Inhibitor complex
(PAULY et al., 2003)
36 54 0.6
1E3J-A
KR (Bemisia Argentifolli)
(BANFIELD et al., 2001)
36 55 0.8
1RJW-B
ADH (Bacillus stearothermophilus)
(CECCARELLI et al., 2004)
27 43 1.7
1LLU-H
NAD+/substrate ADH
(Pseudomonas aeruginosa)
(LEVIN et al., 2004)
24 39 1.7
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 73
YEp352PGK linearizados com Bgl II, gerando os plasmídios YPGKxyl1 e Y2PGKxyl2.
A orientação correta no vetor YPGKxyl1 foi verificada por digestão com BamH I e
Nco I, enquanto no vetor Y2PGKxyl2 a orientação foi verificada por digestão com
EcoR V (dados não mostrados). A S. cerevisiae linhagem RE1006 foi transformada
com o vetor sem inserto (YEp352PGK), como controle, YPGKxyl1, Y2PGKxyl2 e com
ambos (YPGKxyl1 + Y2PGKxyl2). Após a transformação, a presença do inserto foi
confirmada com reações de PCR utilizando os primers 5xyl1A e 3xyl1 para amplificar
XYL1 e os primers 5xyl2 e 3xyl2 para xyl2, os resultados estão apresentados na
Figura 30.
Figura 29. Mapa dos vetores YEp351PGK e YEp352PGK.
Figura 30. Reações de PCR para confirmação da clonagem de XYL1 (1-4) e XYL2 (6-9) em vetores
de expressão de S. cerevisiae analisadas em gel de agarose 1%.1 e 6: controle, 2 e 7: YEp352PGK,
3: YPGKxyl1, 4 e 9: YPGKxyl1 + Y2PGKxyl2, 5: marcador 1 kb DNA ladder (Invitrogen), 8:
Y2PGKxyl2.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 74
Os clones selecionados, um de cada transformação, foram semeados em
placas com os seguintes meios seletivos: meio mínimo contendo xilose como fonte
de carbono e todos os aminoácidos requeridos pela linhagem, onde todos os clones
cresceram (dado não mostrado); meio mínimo sem uracila, onde cresceram os
clones contendo os vetores YEp352PGK, Y2PGKxyl2 e YPGKxyl1 + Y2PGKxyl2;
meio mínimo sem leucina, onde cresceram os clones YPGKxyl1 e YPGKxyl1 +
Y2PGKxyl2; e meio mínimo sem uracila e sem leucina onde cresceu apenas o clone
YPGKxyl1 + Y2PGKxyl2 (Figura 31). Todos os transformantes de S. cerevisiae foram
capazes de metabolizar xilose porque esta levedura, apesar de ser classificada como
organismo que não utiliza xilose, possui enzimas que possibilitam metabolizar este
açúcar (TOIVARI et al., 2004).
Figura 31. Clones transformantes de S. cerevisiae expressando os genes
XYL1 e XYL2. 1: Y2PGKxyl2, 2: YPGKxyl1, 3: YEp352PGK e 4: YPGKxyl1
+ Y2PGKxyl2 em A: meio mínimo sem leucina, B: meio mínimo sem
uracila, C: meio mínimo sem uracila e leucina).
As atividades de XR e XDH medidas para os clones contendo os vetores
YEp352PGK (controle), YPGKxyl1, Y2PGKxyl2 e YPGKxyl1 + Y2PGKxyl2 estão
apresentadas na Tabela 9. Observou-se que como houve aumento da atividade
enzimática em relação ao controle, tanto de XR como de XDH, ocorreu a expressão
dos genes XYL1 e XYL2, apresentando valores de atividade para XR superior ao
encontrado para a própria C. tropicalis (0,173 U/mg), porém inferior para XDH (0,237
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 75
U/mg) (LIMA et al., 2004). A atividade de XDH pode ser comparada à atividade
encontrada em extrato bruto de P. tannophilus (0,140 U/mg) obtida por BOLEN et al.
(1986).
ELIASSON et al. (2000) expressando XYL1 e XYL2 de P. stipitis em S.
cerevisae obteve 0,52 U/mg para XR e 3,37 U/mg para XDH, porém o vetor utilizado
foi integrativo e XYL1 estava sob controle do promotor/terminador ADH1, enquanto
XYL2 estava sob o controle do promotor/terminador PGK1. Outra distinção foi a
fermentação, o meio de cultura continha glicose (10 g/L) e xilose (10 g/L) em
condições anaeróbicas e além disto o meio de reação para o cálculo de atividade era
diferente do utilizado neste trabalho. JEPPSON et al. (2003) utilizando esta mesma
linhagem de S. cerevisae (TMB3001) obteve 0,32 U/mg para XR e superexpressando
XYL1, a partir de uma construção que emprega o sistema Cre/loxp de recombinação,
alcançou 6,07 U/mg. Comparativamente, a atividade obtida para o clone
expressando XYL1 é cerca de 5 vezes maior, indicando que esta construção poderia
ser utilizada para produção de etanol sem a necessidade de superexpressão, pois os
vetores epissomais podem chegar a mais de 70 cópias por célula (UGOLINI et al.,
2002). Porém a construção de uma linhagem mais estável com um vetor integrativo
talvez fosse recomendável para estabelecer comparações.
Tabela 9. Atividade específica de xilose redutase (XR) e xilitol
desidrogenase (XDH) para os clones de Saccharomyces cerevisae:
YEp352PGK (controle); YPGKxyl1, Y2PGKxyl2 e YPGKxyl1 +
Y2PGKxyl2.
Atividade Específica
(U/mg de proteínas totais)
Vetor usado na
transformação
XR XDH
YEp352PGK 0,009 0,018
YPGKxyl1 1,519 n.d.
Y2PGKxyl2 n.d. 0,159
YPGKxyl1 + Y2PGKxyl2 0,772 0,068
n.d.: não determinado
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 76
5. Transformação de C. tropicalis
5.1. Marca de Seleção para o Sistema de Transformação
Inicialmente propôs-se utilizar o gene que confere resistência a higromicina B
(higromicina fosfotransferase) como marca de seleção para o sistema de
transformação, porém, com a constatação de que a levedura C. tropicalis traduz um
códon universal de leucina (CTG) como serina, esta possibilidade foi descartada,
pois este gene possui 8 códons CTG e 1026 pb.
Outra possibilidade seria a utilização de uma marca auxotrófica. Tentou-se
gerar mutantes ura3
-
seguido de seleção em 5-FOA, como utilizado por HAAS et al.
(1990). Porém nem tratamento com agente mutagênico EMS (etil-metano sulfonato),
nem exposição à radiação UV geraram mutantes ura3
-
, possivelmente pelo fato
desta levedura apresentar dois alelos do gene ura3 (HAAS et al., 1990), além de ser
diplóide (DOI et al., 1992), necessitando assim de pelo menos quatro eventos de
mutação.
Contudo, com a publicação de um trabalho descrevendo a transformação de
C. tropicalis utilizando um vetor com a marca de resistência a aureobasidina A (LEE
et al., 2003) decidiu-se optar por esta abordagem. Para atingir esse fim, foi obtido o
vetor PYC070 descrito por HANSEN et al. (2003) a partir do qual o gene AUR1-C
seria isolado por digestão com enzima de restrição para depois ser clonado
internamente na seqüência do gene XYL2, porém devido à indisponibilidade de
aureobasidina A esta estratégia também foi abandonada.
Assim sendo, considerou-se utilizar o gene de resistência a zeocina, gene ble
de S. hindustanus, que possui apenas cinco códons CTG e 374 pb. Estes códons
poderiam ser corrigidos por mutação sítio-dirigida em conjunto com estratégias de
recombinação e reparo em S. cerevisiae, porém optou-se por sintetizar todo o gene
substituindo os códons CTG por TTG, que é o preferencial para leucina em C.
tropicalis. Esta abordagem já foi utilizada por WANG et al. (2006) para estabelecer
um sistema de integração para a levedura Pichia farinosa.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 77
O gene sintético, ZeoCan, teve seu códon preferencial adequado a C.
tropicalis e o conteúdo de CG foi otimizado para 48%. Antes do códon de iniciação
ATG, foi adicionado um contexto Kozac (ATAA) de levedura para assegurar a
eficiente iniciação de tradução. Além disto, foram inseridos no início e no final da
seqüência sítios de BamH I, para facilitar a clonagem em vetores de expressão. Um
sítio para Nco I foi introduzido na porção 5´ do gene a fim de permitir a seleção de
clones com a orientação desejada no vetor de expressão. O gene ZeoCan foi
sintetizado de novo pela empresa Epoch Biolabs (Texas, EUA) e enviado clonado no
vetor pBlueScript SK (Stratagene). A seqüência do gene ZeoCan está apresentada
na Figura 32 e suas características são:
Códon preferencial de C. tropicalis
Identidade de 75,2% com a região codante original
Modificação de 5 codons de leucina para TTG
Remoção de um sítio de Sma I original
Introdução de um sítio de Nco I na posição 103 que permite verificar a
orientação da clonagem
Sítios de BamH I nas extremidades 5´ e 3´
Redução do conteúdo de G+C de 70% para 48%
Introdução de um contexto Kozak de levedura perto do ATG
M A K L T S A V P V L T A R D V A G A V E F W T D R L
CGGATCCATAATGGCTAAGTTGACCTCCGCTGTTCCAGTTTTGACCGCTAGAGACGTTGCTGGTGCTGTTGAATTTTGGACCGACAGATTG 91
BamHI
G F S R D F V E D D F A G V V R D D V T L F I S A V Q D Q V
GGTTTCTCCAGAGACTTCGTTGAAGACGACTTCGCTGGTGTTGTTAGAGACGACGTTACCTTGTTCATTTCCGCTGTTCAAGACCAAGTT 181
V P D N T L A W V W V R G L D E L Y A E W S E V V S T N F R
GTTCCAGACAACACCTTGGCTTGGGTTTGGGTTAGAGGTTTGGACGAATTGTACGCTGAATGGTCCGAAGTTGTTTCCACCAACTTCAGA 271
D A S G P A M T E I G E Q P W G R E F A L R D P A G N C V H
GACGCTTCCGGTCCAGCTATGACCGAAATTGGTGAACAACCATGGGGTAGAGAATTTGCTTTGAGAGACCCAGCTGGTAACTGTGTTCAC 361
NcoI
F V A E E Q D -
TTCGTTGCTGAAGAACAAGACTGAGGATCCG 392
BamHI
Figura 32. Seqüência do gene ZeoCan sintetizado de novo, ressaltando os sítios de BamH I e Nco I
(em negrito) e a localização dos códons CTG substituídos por TTG (sublinhado).
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 78
Para o estabelecimento da concentração ideal de antibiótico para a seleção de
transformantes, as leveduras C. tropicalis, C. guilliermondii, Candida maltosa e P.
stipitis foram plaqueadas em meio YM (pH 7,5) contendo zeocina em diferentes
concentrações de 100, 200, 300, 400 e 500 µg/mL. Foi observado que este
antibiótico é letal para C. tropicalis em concentrações acima de 300 µg/mL e para C.
guilliermondii acima de 200 µg/mL (Tabela 10). Porém como observado por TANG et
al. (2003) para C. rugosa e MOORE (1982) para S. cerevisiae, a densidade celular
interfere na efetividade deste antibiótico. Variando a quantidade de células
inoculadas, observou-se que tanto para C. guilliermondii, como para C. tropicalis a
densidade celular ideal é de 1,0 10
6
celulas/mL, uma vez que nenhuma colônia foi
obtida após 72 h de incubação a 30°C, nas concentrações de zeocina mencionadas
anteriormente.
Tabela 10. Avaliação da concentração letal de zeocina em meio YM (pH 7.5) a 30°C para
diferentes leveduras.
Tempo (h)
Levedura
[zeocina]
(µg/mL)
24 48 72
100 + ++ ++
200 - + +
300 - - -
400 - - -
C. tropicalis
500 - - -
100 - - +
200 - - -
C. guilliermondii
300 - - -
100 + + ++
200 + + ++
C. maltosa
300 - + +
100 - + +
200 - + +
P. stipits
300 - - +
Crescimento celular: - nenhuma colônia, +: menos de 20 colônias, ++: mais de 20 colônias observadas.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 79
5.2. Construção dos cassetes para transformação
5.2.1. Cassete da Marca de Seleção
A fim de possibilitar a identificação de eventos de integração de múltiplas
cópias em meio de cultura contendo concentrações crescentes de zeocina, escolheu-
se um promotor fraco para regular a expressão do gene ZeoCan. A região promotora
escolhida foi a do gene ACT1 (actina) de Candida albicans, um promotor fraco e
constitutivo, e a região terminadora de transcrição do gene CYC1 (Citocromo C) de
S. cerevisiae, constantes no plasmídio ClpACT-CYC (BLACKWELL et al., 2003)
cedido pelo Dr. Jeremy D. Brown (University of Newcastle) (Figura 33).
Figura 33. Mapa do plasmídio ClpACT-CYC.
Para a amplificação das regiões promotora e terminadora de transcrição e
para facilitar a construção de um novo cassete de expressão foram utilizados os
primers 5PROACT e 3PROACT, contendo sítios de BamH I e Hind III nas
extremidades e de Bcl I entre a região promotora e terminadora. O amplicom obtido
da reação de PCR utilizando Vent
R
®
DNA Polimerase apresentou o tamanho
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 80
esperado conforme apresentado na Figura 34 e foi clonado no vetor pGEM
®
-T Easy
(Promega).
Após a transformação em E. coli DH5α, os clones positivos foram
selecionados por digestão com a enzima EcoR I. Observou-se que quando o
plasmídio fora digerido com as enzimas que possuíam sítio dentro da seqüência dos
primers, BamH I e Hind III não houve a liberação do inserto. Mesmo quando o
plasmídio com o inserto foi utilizado para transformar E. coli JM110, os padrões de
digestão com BamH I e Hind III correspondiam a linearização, enquanto a digestão
utilizando Bcl I liberava um fragmento mesmo não havendo sítios no vetor. O
seqüenciamento revelou que o fragmento amplificado e clonado tratava-se do gene
URA3 de C. albicans, possivelmente pelo anelamento de um dos primers nesta
região do plasmídio ClpACT-CYC.
Figura 34. Reação de PCR utilizando os primers 5PROACT
e 3PROACT analisada em gel de agarose 1%. 1: ClpACT-
CYC como molde e 2: 1 kb DNA ladder (New England
Biolabs).
Diante deste fato, optou-se por utilizar como molde para reação de PCR
apenas a região promotora (ACT1p), obtida da digestão do plasmídio ClpACT-CYC
com as enzimas Xho I e Cla I. O produto amplificado utilizando os primers 5PROACT
e 3PROACT foi clonado no vetor pGEM
®
-T Easy (Promega), confirmada a clonagem
com a digestão com EcoR I, porém a liberação do fragmento com BamH I não foi
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 81
obtida, apenas a linearização. Supondo que o problema no sítio de BamH I estava no
primer 3PROACT por ser muito grande (112 mer) e possivelmente por ter havido
algum problema durante sua síntese, foi utilizado o primer 3CYCTT junto com o
5PROACT para reamplificar a região promotora e terminadora em uma reação de
PCR com o plasmídio como molde. O amplicom obtido foi clonado no vetor pGEM
®
-T
Easy (Promega).
Confirmada a clonagem com EcoR I, o fragmento foi obtido pela
digestão com BamH I. Depois de passar pela linhagem de E. coli JM 110, o
plasmídio foi linearizado com Bcl I. A cepa JM110 tem a mutação dam e, portanto,
não metila o sítio de restrição para Bcl I. Esta etapa foi necessária uma vez que a
enzima Bcl I é sensível a metilação em seu sítio (metilação dam). O resultado do
seqüenciamento do plasmídio PGEMPROACT demonstrou que se tratava da região
promotora do gene da actina de C. albicans e a região terminadora do gene do
citocromo c de S. cerevisiae. Esta estratégia está apresentada na Figura 35.
Figura 35. Estratégia para clonagem das regiões promotora (ACT1p) e terminadora (CYC1t) do vetor
ClpACT-CYC para a construção de um novo cassete de expressão. Etapa 1: reação de PCR
utilizando como molde a banda referente à região promotora obtida pela digestão do plasmídio
ClpACT-CYC com as enzimas Xho I e Cla I e os primers 5PROACT e 3PROACT, etapa 2: clonagem
do produto de PCR no vetor pGEM
®
-T Easy, etapa 3: reação de PCR utilizando o plasmídio contendo
as regiões ACT1p e CYC1t como molde e os primers 5PROACT e 3CYCTT.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 82
Figura 36. Esquema da construção do cassete de expressão do gene ZeoCan o qual foi
clonado no sítio de Bcl I entre a região promotora ACT1p e terminadora CYC1t.
Na construção do cassete da marca de seleção, o gene ZeoCan obtido da
digestão do plasmídio com BamH I foi clonado no sítio de Bcl I do plasmídio
contendo as regiões promotora e terminadora da transcrição, gerando o plasmídio
pPZeo (Figura 36). Para seleção dos clones utilizou-se digestão com BamH I que
deveria liberar um fragmento de ~1500 pb (região promotora: 1024 pb, ZeoCan:
392 pb, região terminadora: 80 pb), conforme a Figura 37.
Para selecionar os clones com o gene ZeoCan clonado na orientação correta
entre as regiões promotora e terminadora da transcrição, realizou-se uma reação de
PCR com a combinação de primers 5PROACT/3Zeo que deveria amplificar, caso a
orientação estivesse correta e a combinação 5PROACT/5Zeo que amplificaria se o
gene estivesse na orientação invertida (Figura 38). O clone selecionado foi digerido
com a enzima Nco I que por apresentar sítios na seqüência de ZeoCan e no vetor
liberou um fragmento de ~190 pb (dados não mostrados).
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 83
Figura 37. Digestão do plasmídio contendo o cassete da marca de
seleção analisada em gel de agarose 1%. 2-8/10-13: plasmídios pPZeo
de diferentes clones digeridos com BamH I e 1/9: 1 kb DNA ladder (New
England Biolabs).
Figura 38. Reações de PCR para selecionar os clones com plasmídio
pPZeo na orientação correta analisadas em gel de agarose 1%.1/5: 1 kb
DNA ladder (New England Biolabs), 2-4: reações com os primers
5PROACT e 5Zeo, 6-8: reações com os primers 5PROACT/3Zeo.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 84
5.2.2. Cassete para Ruptura Gênica de XYL2
5.2.2.1. Marca Dominante
Figura 39. Esquema da contrução do cassete de ruptura de XYL2 (pPZeoXYL2) a partir da obtenção
do cassete da marca de seleção pela digestão do plasmídio pPZeo com BamH I e posterior clonagem
no sítio interno de Bcl I do gene XYL2.
A fim de construir o cassete de ruptura gênica para o gene XYL2, o plasmídio
pGEMXyl2, que contém o gene XYL2 clonado, foi linearizado com Bcl I. O cassete da
marca de seleção foi retirado com BamH I e então clonado dentro da seqüência de
XYL2 originando o plasmídio pPZeoXyl2 (Figura 39). Selecionou-se os clones que
continham a seqüência pela digestão com BamH I, liberando o fragmento de ~2600
bp (dados não mostrados). O clone selecionado foi confirmado com digestão com
Nco I, que por possuir sítios na seqüência de XYL2, de ZeoCan e no vetor deveria
liberar fragmentos de 1990 pb e 550 pb, conforme esquema apresentado na
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 85
Figura 40 e resultados na Figura 41. Além disto para confirmar a clonagem e a
orientação correta foram utilizadas 5 combinações de primers que se anelavam em
diferentes regiões do cassete (Figura 40). Conforme a Figura 41, todas as
combinações amplificaram produtos nos tamanhos esperados, a saber: 5xyl2/3xyl2 -
2594 pb, 5xyl2/3CYCTT - 2202 pb, 5xyl2/3Zeo - 2130 pb, 5PROACT/3xyl2 - 1874 pb,
5Zeo/3xyl2 - 854pb.
Figura 40. Esquema mostrando os sítios de Nco I e a combinação de primers utilizados para
confirmar a clonagem e a orientação do cassete da marca de seleção na seqüência de XYL2.
Figura 41. Análise da digestão e de reações de PCR para confirmar a
clonagem correta do plasmídio pPZeoXyl2 em gel de agarose 1%. 1:
digestão com Nco I, 2: 1 kb DNA ladder (New England Biolabs), 3-7:
reações com os primers 5Zeo/3xyl2, 5PROACT/3xyl2, 5xyl2/3Zeo,
5xyl2/3CYCTT e 5xyl2/3xyl2, respectivamente.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 86
5.2.2.2. Marca Auxotrófica
Na tentativa de transformar C. tropicalis utilizando a marca auxotrófica URA3,
foi construído o vetor ClpXyl2, clonando-se no sítio de BamH I do vetor ClpACT-CYC
(Figura 33) o gene XYL2 obtido da digestão com BamH I do vetor pGEMXyl2. A
clonagem foi confirmada a partir da digestão BamH I liberando-se um fragmento
~1100pb (Figura 42). O plasmídio foi linearizado (Figura 42) com EcoR V, sítio
presente na seqüência de XYL2, estando assim o cassete pronto para transformação
de C. tropicalis e rompimento de XYL2.
Figura 42. Análise de digestões para confirmar a
clonagem do plasmídio ClpXyl2 em gel de agarose
1%.1: plasmídio intacto, 2: digestão com EcoR V, 3:
digestão com BamH I, 4: 1 kb DNA ladder (Promega).
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 87
5.2.3. Cassete para Múltiplas Integrações da Marca de Seleção
Figura 43. Esquema da construção do cassete de múltiplas integrações da
marca de seleção a partir da clonagem do cassete de expressão de ZeoCan
dentro da seqüência ITS do rDNA.
A construção do cassete de múltiplas integrações baseou-se na estratégia de
utilização do cluster de rDNA que compreende os genes que codificam os rRNAs.
Estes clusters são arranjados repetidamente in tandem de idênticas unidades. O
número e o tamanho destes rDNA repetidos podem variar de acordo com a espécie
(MALESKA e CLARK-WALKER, 1993), C. tropicalis apresenta 80 cópias de 10,7 kb
(BLANDIN et al., 2000). Esta estratégia já foi utilizada para transformação de
diferentes leveduras, como S. cerevisiae (LOPES et al., 1989), C. utilis (KONDO et
al., 1995),
Pichia ciferrii (BAE et al., 2003) e Hansenula polymorpha (LIU et al., 2005).
Para a transformação de C. tropicalis foi utilizada a seqüência ITS do rDNA
(Figura 5), amplificada por PCR utilizando os primers ITS1Bam e ITS4Bam. Estes
primers possuem na suas extremidades sítios de BamH I utilizados para liberar o
cassete de integração. O produto de ~540 pb foi clonado no vetor pGEM®-T
(Promega) e a clonagem foi confirmada pela digestão com BamH I. O plasmídio
resultante foi linearizado com digestão com Sma I (posição 341), e a ele foi
adicionado um linker de Bgl II. Este sítio foi utilizado para clonar o cassete da marca
de seleção, obtido pela digestão do plasmídio pPZeo com BamH I, gerando o
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 88
plasmídio pITSpZeo (Figura 43). Confirmou-se a clonagem pela digestão com BamH
I e por reações de PCR com os primers ITS1/ITS4, 5PROACT/3zeo, 5zeo/3CYCTT,
gerando os fragmentos de tamanhos esperados: 2028 pb (ITS: 532 pb, pZeo: 1496
pb), 1416 pb e 472 pb (Figura 44).
Figura 44. Análise de digestão e reações de PCR para confirmar
a clonagem correta do plasmídio pITSpZeo em gel de agarose
1%. 1: digestão com BamH I, 2: 1 kb DNA ladder (Promega), 3-
5: reações com os primers ITS1/ITS4, 5PROACT/3zeo,
5zeo/3CYCTT, respectivamente.
5.2.4. Cassete para Super Expressão de XYL1
Com a intenção de expressar o gene XYL1 em múltiplas-cópias em
C. tropicalis, construiu-se um cassete de expressão com as regiões promotoras e
terminadoras de transcrição do gene PGK1 a fim de garantir altos níveis de
expressão. O gene PGK1 codifica para a enzima 3-fosfoglicerato quinase da via
glicolítica que é expressa constitutivamente em altos níveis. A seqüência promotora
deste gene é largamente empregada em construções genéticas para diversos
microrganismos, inclusive para C. maltosa (MASUDA et al., 1994).
A fim de amplificar as regiões promotora e terminadora de transcrição foram
desenhados primers a partir da seqüência do gene PGK1 de C. maltosa, conforme
esquema apresentado na Figura 45. Os primers PPGK e TPGK amplificam a região
promotora, a porção codante e a região terminadora. Após a clonagem do produto de
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 89
PPGK e TPGK em um vetor, a amplificação com P2PGK e T2PGK retira a porção
codante.
Figura 45. Esquema mostrando as posições relativas de anelamento dos primers utilizados
para amplificação do gene PGK.
As reações de PCR utilizando como molde DNA de
C. maltosa apresentaram produtos com o tamanho aproximado, a saber:
PPGK/TPGK – 2265 pb, PPGK/P2PGK – 740 pb, conforme Figura 46. O amplicon
obtido com o conjunto de primers PPGK/TPGK a partir do DNA de C. maltosa foi
clonado no vetor pGEM®-T Easy
(Promega), o clone positivo (pGEMPGK) foi
escolhido digerindo-se com EcoR I. Para a clonagem do gene XYL1 entre as regiões
promotora e terminadora de transcrição realizou-se uma amplificação com Vent
R
®
DNA Polimerase utilizando os primers P2PGK/T2PGK, com a finalidade de eliminar a
região codante do gene PGK1, o que resultou em um amplicom com cerca de 4 kb
(Figura 47).
Figura 46. Reações de amplificação de regiões do gene
PGK1 analisadas em gel de agarose 1%. DNA molde de
C. maltosa 1: PPGK/TPGK, 2: PPGK/P2PGK e de C.
tropicalis 3: PPGK/TPGK, 4: PPGK/P2PGK e 5: marcador
λ EcoR I/Hind III.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 90
Figura 47. Reação de PCR confirmando a clonagem do plasmídio pGEM-T
EasyPGK analisadas em gel de agarose 1%. 1: marcador λ EcoR I/Hind III e
2: amplificação utilizando os primers P2PGK/T2PGK e pGEM-T EasyPGK
como molde.
Figura 48. Esquema da obtenção do plasmídio contendo as regiões promotora e
terminadora do gene PGK1 de C. maltosa. O plasmídio contendo o gene PGK1
foi utilizado como molde em uma reação de PCR com os primers P2PGK e
T2PGK, o amplicom obtido foi religado originando o plasmídio pGEMpPGK.
O produto de PCR utilizando pGEM-T EasyPGK como molde foi religado e
utilizado na transformação de E. coli DH5α, conforme mostrado na Figura 48. Os
plasmídios (pGEMpPGK) foram analisados digerindo-os com EcoR I liberando o
inserto e com Bgl II, sítio presente nos primers P2PGK e T2PGK, além de reações de
PCR utilizando os primers PPGK e TPGK e os plasmídios pGEMPGK – com o gene
PGK e pGEMpPGK – sem a região codante do gene PGK. O resultado da
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 91
amplificação (Figura 49) confirma que o gene PGK foi excluído do plasmídio, pois a
amplificação utilizando pGEMPGK como molde apresenta um produto de cerca de
2300 pb, que corresponde a 744 pb da região promotora, 293 da região terminadora
e 1227 da região codante, enquanto com pGEMpPGK foi obtido um produto de
~1000 pb, que corresponde as regiões promotora e terminadora.
Figura 49. Reações de PCR utilizando os primers PPGK/TPGK
analisadas em gel de agarose 1%.1: pGEMpPGK como molde,
2: 1 kb DNA ladder (Promega) e 3: pGEMPGK como molde.
Para clonagem do gene XYL1 entre as regiões promotora e terminadora de
transcrição os plasmídios pGEMpPGK e Topoxyl1 foram digeridos com Bgl II para
linearização do vetor e liberação do gene XYL1 com extremidades coesivas. Após a
ligação, realizou-se a transformação de E. coli DH5α e os clones foram selecionados
por PCR de colônia utilizando os primers 5xyl1A e 3xyl1. Após a seleção fez-se
minipreparações dos plasmídios (pPGKxyl1) que apresentavam inserto. O esquema
da clonagem está apresentado na Figura 50. Para confirmar a orientação correta
realizaram-se digestões com a enzima Nco I, onde foi obtido um fragmento de cerca
de 1700 pb e reações de PCR com os primers PPGK e 3xyl1 utilizando os plasmídios
selecionados pela digestão anterior. Como pode ser observado na Figura 51, obteve-
se um produto de cerca de 1700 pb, que corresponde a 744 pb da região promotora
e 978pb da região codante, confirmando que a clonagem foi realizada no sentido
correto.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 92
Figura 50. Esquema mostrando a clonagem de XYL1 entre as
regiões promotora e terminadora do gene PGK1 para
obtenção do plasmídio pPGKxyl1.
Figura 51. Reação de PCR utilizando os
primers PPGK/3xyl1 analisada em gel de
agarose 1%. 1: 1 kb DNA ladder (Promega), 2:
pPGKxyl1 como molde.
O vetor de expressão contaria ainda com seqüências de rDNA já clonadas a
fim de propiciar múltiplos eventos de integração no genoma de C. tropicalis, além da
marca de seleção ZeoCan, porém como o antibiótico zeocina havia se mostrado
ineficaz na seleção, a construção foi interrompida.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 93
6. Transformação Genética de C. tropicalis
Os protocolos de transformação empregados para a transformação de C.
tropicalis foram o de eletroporação e por formação de esferoplastos. Para a
eletroporação foi utilizada a metodologia descrita por TANG et al. (2003) para C.
rugosa e para formação de esferoplastos o descrito por HAAS et al. (1990). Os
cassetes utilizados foram o de ruptura de XYL2 e o de múltiplas integrações da
marca de seleção ZeoCan.
Após a transformação, foram obtidos diversos clones que, quando analisados
por PCR de colônia, não mostraram ser transformantes autênticos, mas
possivelmente, mutantes gerados pela presença de zeocina que é genotóxica. A
reação de PCR mostrou que nem houve integração no locus de XYL2 (utilizando os
primers 5xyl2 e 3xyl3) nem na região ITS (utilizando os primers ITS1 e ITS4).
Também não foi detectada a presença do gene ZeoCan utilizando os primers 5Zeo e
3Zeo. Estes resultados indicam que, possivelmente, as leveduras do gênero Candida
possuem mecanismos para anular os efeitos da zeocina.
Zeocina ou bleomicina é um antibiótico que apresenta propriedades
genotóxicas, uma vez que a molécula de zeocina, quando ligada a ferro (Fe II) na
forma reduzida e na presença de oxigênio, forma um complexo reativo como radical
livre que pode atacar diversas macromoléculas na célula, incluindo DNA e RNA. No
DNA as lesões incluem oxidação de sítios apurínico/apirimidínico e quebras em fita
simples, onde a extremidade 3’ forma 3’-fosfoglicolato que efetivamente bloqueia a
síntese de DNA (AOUIDA et al., 2004). Além destes efeitos, a zeocina também
aumenta a fragilidade da parede celular, facilitando a formação de esferoplastos e
aumentando a susceptibilidade da célula a peróxidos e radiação ionizante
(GRAYBILL et al.,1996).
GRAYBILL et al. (1996) estudando a efetividade da terapia de zeocina em
ratos com candidíase, verificou que mesmo a C. albicans mostrando-se susceptível
in vitro a este antibiótico, in vivo não mostrou a mesma efetividade. Em S. cerevisiae
foram caracterizados diversos mecanismos de proteção a zeocina: AOUIDA et al.,
(2004) propôs uma via de transporte e detoxificação, onde o antibiótico é
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 94
internalizado por um transportador de membrana e seqüestrado no interior do
vacúolo; MASSON e RAMOTAR (1996) propuseram que o gene IMP2 previne danos
oxidativos pela regulação da expressão de genes que são requeridos para o reparo
de DNA; XU e JOHNSTON (1994) e ZHENG e JOHNSTON (1998) identificaram e
caracterizaram a enzima bleomicina hidrolase capaz de inativar este antibiótico.
Podem-se citar como formas de proteção à zeocina: alteração do seu
transporte, aumento do reparo das lesões induzidas no DNA e inativação do
antibiótico (RAMOTAR e WANG, 2003), desta forma para utilização da marca de
resistência a zeocina em um sistema de transformação para C. tropicalis, deve-se
estudar detalhadamente a efetividade deste antibiótico para esta levedura.
Uma opção de marca dominante que poderá ser utilizada para
estabelecimento do sistema de transformação é o gene de resistência a higromicina
B, como já utilizado para transformação de C. tropicalis por HARA et al. (2000).
Outras marcas alternativas à zeocina podem ser resistência a MPA (ácido
micofenólico) dada pela mutação do gene IMH3 que codifica a enzima inosina-
monofosfato desidrogenase (BECKERMAN et al., 2001) ou resistência a
nourseothricin utilizando o gene nat1 de Streptomyces noursei que codifica
nourseothricin acetiltransferase, porém com os códons CUG modificados (SHEN et
al., 2005).
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 95
CONCLUSÕES
A levedura C. guilliermondii FTI 20037 apresenta maior identidade das regiões
ITS e 5’LSU do DNA ribossomal e do gene XYL1 com as de C. tropicalis em
comparação a C. guilliermondii, o que permite sua reclassificação como C.
tropicalis.
O gene XYL1 foi clonado e apresentou 98% de identidade com a seqüência
de xilose redutase I,II de C. tropicalis, com apenas 11 divergências entre as
seqüências. A partir do alinhamento da seqüência de aminoácidos predita com
a de XR de Candida tenuis, foram identificados os resíduos envolvidos no sítio
catalítico, no sítio de ligação à NADPH e os que participam da formação de
dímero.
O gene XYL2 foi isolado, apresentando uma fase aberta de leitura de 1092 pb,
que potencialmente codifica um polipeptídeo de 364 resíduos de aminoácidos,
com aproximadamente 40 Kda. Este gene não possui íntrons, se apresenta
em única cópia no genoma de C. tropicalis e é controlado em nível
transcricional pela presença de xilose. A seqüência primária da ORF XYL2 é
idêntica à publicada no projeto genoma de C. tropicalis
A proteína Xyl2 pertence à família MDR contendo sítios para ligação a zinco e
NAD
+
.
Os genes XYL1 e XYL2 foram expressos com sucesso em S. cerevisiae.
Foi construído o gene ZeoCan que potencialmente confere resistência a
zeocina e possui codon preferencial de C. tropicalis.
A resistência ao antibiótico zeocina não é indicada como marca de seleção em
vetores de transformação para C. tropicalis, uma vez que esta levedura deve
possuir mecanismos para anular o efeito do antibiótico.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 96
PERSPECTIVAS
Testar possíveis marcas de seleção a fim de estabelecer um sistema de
transformação para C. tropicalis.
Expressão de XYL2 em E. coli para purificação e cristalização da proteína
com a finalidade de determinar sua estrutura por cristalografia de raios-X
(trabalho em andamento).
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 97
REFERÊNCIAS
Aguiar CL, Oetterer M, Menezes TJB. 1999. Caracterização e aplicações do xilitol na
indústria alimentícia. Boletim SBCTA 33(2): 184-193
Alanen P, Isokangas P, Gutmann K. 2000. Xylitol candies in caries prevention: results
of a field study in Estonian children. Community Dentistry and Oral Epidemiology
28(3): 218-224
Amore R, Wilhelm M, Hollenberg CP. 1989. The fermentation of xylose - an analysis
of the expression of Bacillus and Actinoplanes xylose isomerase genes in yeast.
Applied Microbiology and Biotechnology 30:351–357
Amore R, Kötter P, Küster C, Ciriacy M, Cornelis PH. 1991. Cloning and expression
in Saccharomyces Cerevisiae of NAD(P)H-dependent Xylose Reductase enconding
gene (xyl1) form the xylose-assimilating yeast Pichia stipitis. Gene 109: 89-87
Altschul SF, Gish W, Miller W, Myers EW, Lipman DJ. 1990. Basic local alignment
search tool. Journal of Molecular Biology 215(3):403-10
Anderlund M, Radström P, Hahn-Hägerdal B. 2001. Expression of bifunctional
enzymes with xylose reductase and xylitol dehydrogenase activity in Saccharomyces
cerevisiae alters product formation during xylose fermentation. Metabolic Engineering
3: 226-235
Aouida M, Leduc A, Wang H, Ramotar D. 2004. Characterization of a transport and
detoxification pathway for the antitumour drug bleomycin in Saccharomyces
cerevisiae. The Biochemical Journal 384: 47-58
Autio JT. 2002. Effect of xylitol chewing gum on salivary Streptococcus mutans in
preschool children. ASDC Journal of Dentistry for Children 69(1): 81-86
Azevedo MO, Felipe MSS, Brigido MM, Maranhão AQ, Souza MT. 2003. Técnicas
Básicas em Biologia Molecular. Brasília: Editora Universidade de Brasília.
Bae JH, Sohn JH, Park CS, Rhee JS, Choi ES. 2003. Integrative transformation
system for the metabolic engineering of the sphingoid base-producing yeast Pichia
ciferrii. Applied and Environmental Microbiology 69(2): 812-9
Bailey JE. 1991. Toward a science of metabolic engineering. Science 252(5013):
1668-75
Blandin G, Ozier-Kalogeropoulos O, Wincker P, Artiguenave F, Dujon B. 2000.
Genomic exploration of the hemiascomycetous yeasts: 16. Candida tropicalis.
FEBS Letters 487(1):91-4
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 98
Banfield MJ, Salvucci ME, Baker EN. 2001. Crystal structure of the NADP(H)
dependent ketose reductase from Bemisia argentifolii at 2.3 Å resolution. Journal of
Molecular Biology 306: 239-250.
Bär A. 1991. Xylitol in: Nabors LB, Gelardi, RC Alternative Sweeteners. 2 Ed. New
York: Marcel Dekker, ISBN: 0824704371
Barbosa MFS, Medeiros MB, Mancilha IM, Schneider H, Lee H. 1988. Screening of
yeasts for production of xylitol from D-xylose and some factors which affect xylitol
yield in Candida guilliermondii. Journal of Industrial Microbiology 3: 241-251
Baron M, Reynes JP, Stassi D, Tiraby G. 1992. A selectable bifunctional β-
galactosidase: phleomycinresistance fusion protein as a potential marker for
eukaryotic cells. Gene 114: 239-243
Beckerman J, Chibana H, Turner J, Magee PT. 2001. Single-copy IMH3 allele is
sufficient to confer resistance to mycophenolic acid in Candida albicans and to
mediate transformation of clinical Candida species. Infectio and Immunity 69(1): 108-
14
Billard P, Menart S, Fleer R, Fukuhara MB. 1995. Isolation and characterization of the
gene encoding xylose reductase from Kluyveromyces lactis. Gene 162: 93-97
Birnboin HC, Doly J. 1979. A rapid alkaline extraction procedure for screening
recombinant plasmid DNA. Nucleic Acids Research 7: 1513-1523
Birkhed D. 1994. Cariologic aspects of xylitol and its use in chewing gum: A Review.
Acta Odontologica Scandinavica 52(2): 116-127
Blackwell C, Russell CL, Argimon S, Brown AJ, Brown JD. 2003. Protein A-tagging
for purification of native macromolecular complexes from Candida albicans. Yeast
20(15): 1235-1241
Blandin G, Ozier-Kalogeropoulos O, Wincker P, Artiguenave F, Dujon B. 2000.
Genomic exploration of the hemiascomycetous yeasts: 16. Candida tropicalis.
FEBS Letters 487(1): 91-4
Böer E, Wartmann T, Schmidt S., Bode R., Gellissen G, Kunze G. 2005.
Characterization of the AXDH gene and the encoded xylitol dehydrogenase from the
dimorphic yeast Arxula adeninivorans. Antonie van Leeuwenhoek 87:233–243
Bolak Co. Ltd. [Online] Disponível na Internet via WWW. Url:
http://www.bolak.co.kr/english/ps_xilitol_e.htm. Arquivo capturado em 06 de fevereiro
de 2006
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 99
Bolen PL, Hayman GT, Shepherd HS.1996. Sequence and analysis of an aldose
(xylose) reductase gene from the xylose-fermenting yeast Pachysolen tannophilus.
Yeast 12(13): 1367-75
Bolen PL, Roth KA, Freer SN.1986. Affinity Purifications of Aldose Reductase and
Xylitol Dehydrogenase from the Xylose-Fermenting Yeast Pachysolen tannophilus.
Applied and Environmental Microbiology 52(4): 660-664
Boles E, Hollenberg CP. 1997. The molecular genetics of hexose transport in yeasts.
FEMS Microbiology Review 21: 85-111
Bradford MM. 1976. A rapid and sensitive method for the quantification of microgram
quantities of protein utilizing the principle for protein-dye binding. Analytical
Biochemistry 72:248-254
Bruinenberg PM, de Bot PH, van Dijken JP, Scheffers SA. 1984. NADH-linked aldose
reductase: the key to anaerobic alcoholic fermentation of xylose by yeasts. Applied
Microbiology and Biotechnology 19(4): 256-260
Calmels T, Parriche M, Burand H, Tiraby G. 1991. High efficiency transformation of
Tolypocladium geodes conidiospores to phleomycin resistance. Current Genetic 20:
309-314
Cayle T, Roland J, Mehnert D, Dinwoodie R, Larson R, Mathers J, Raines M, Alm W,
Ma’ayeh S, Kiang S, Saunders R. 1986. Production of L-ascorbic acid from whey, In:
Harlander SK, Labuza TP Biotechnology in Food Processing, New Jersey: Noyes
Publication, 157 – 169
CCC - Calorie Control Council. Reduced-Calorie Sweeteners: Xylitol. [Online]
Disponível na Internet via WWW. Url: http://www.caloriecontrol.org/xylitol.html.
Arquivo capturado em 05 de fevereiro de 2006
Ceccarelli C, Liang ZX, Strickler M, Prehna G, Goldstein BM, Klinman JP, Bahnson
BJ. 2004. Crystal structure and amide H/D exchange of binary complexes of alcohol
dehydrogenase from Bacillus stearothermophilus: insight into thermostability and
cofactor binding. Biochemistry 11:5266-5277
Chiang C, Knight SS. 1960. Metabolism of D-Xylose by moulds. Nature 188(4744):
78-81
Cho JY, Jeffries TW. 1998. Pichia stipitis genes for alcohol dehydrogenase with
fermentative and respiratory functions. Applied and Environmental Microbiology 64:
1350-1358
Collaborative computational project, number 4. 1994. The CCP4 Suite: Programs of
Protein Crystallography. Acta Crystallographica D50: 760-763.
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 100
Craft DL, Madduri KM, Eshoo M, Wilson CR. 2003. Identification and characterization
of the CYP52 family of Candida tropicalis ATCC 20336, important for the conversion
of fatty acids and alkanes to alpha, omega-dicarboxylic acids. Applied and
Environmental Microbiology 69: 5983-5891
Czajka MC, Lee RE Jr. 1990. A rapid cold-hardening response protecting against cold
shock injury in Drosophila melanogaster. The Journal of Experimental Biology 148,
245–254
Dahiya JS. 1991. Xylitol production by Petromyces albertensis grown medium
containing d-xylose. Canadian Journal of Microbiology 37: 14-18
Danisco A/S [Online] Disponível na Internet via WWW. Url:
http://www.danisco.com/cms/connect/corporate/home/index_en.htm. Arquivo
capturado em 06 de fevereiro de 2006
De Faveri D, Perego P. Converti A, Del Borghi M. 2002. Xylitol recovery by
crystallization from synthetic solutions and fermented hemicellulose hydrolyzates.
Chemical Engineering Journal 90: 291-298
De Vit MJ, Waddle JA, Johnston M. 1997. Regulated nuclear translocation of the
Mig1 glucose repressor. Molecular Biology of the Cell 8: 1603-1618
Doi M, Homma M, Chindamporn A, Tanaka K. 1992. Estimation of chromosome
number and size by pulse-field gel electrophoresis (PFGE) in medically important
Candida species. Journal of General Microbiology 138: 2243-2251
Drocourt D, Calmels TPG, Reynes JP, Baron M, Tiraby G. 1990. Cassettes of the
Streptoalloteichus hindustanus Ble gene fortransformation of lower and higher
eukaryotes to phleomycin resistance. Nucleic Acids Research 18: 4009
Elble R. 1992. A simple and efficient procedure for transformation of yeasts.
Biotechniques 13: 18-20
Eliasson A, Christensson C, Wahlbom CF, Hahn-Hägerdal B.
2000. Anaerobic Xylose
fermentation by recombinant Saccharomyces cerevisiae carrying XYL1, XYL2, and
XKS1 in mineral medium chemostat cultures. Applied and Environmental
Microbiology 66: 3381–3386
Ewing B, Hillier L, Wendl MC, Green P. 1998. Base-calling of automated sequencer
traces using Phred. I. Accuracy assessment. Genome Research 8:175-185
Felipe MGA, Vitolo M, Mancilha IM, Silva SS. 1997. Fermentation of sugar cane
bagasse hemicellulosic hydrolysate for xylitol production: effect of pH. Biomass and
Bioenergy 13(1-2): 11-14
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 101
Functional Foods from Finland [Online] Disponível na Internet via WWW. Url:
http://virtual.finland.fi/finfo/english/funcfood.html. Arquivo capturado em 06 de
fevereiro de 2006
Fungaro MHP. 2000. PCR na micologia. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento
14: 12-16
Gardonyi M, Osterberg M, Rodrigues C, Spencer-Martins I, Hahn-Hägerdal B. 2003a.
High capacity xylose transport in Candida intermedia PYCC 4715. FEMS Yeast
Research 3: 45-52
Gardonyi M, Jeppsson M, Liden G, Gorwa-Grauslund MF, Hahn-Hagerdal B. 2003b.
Control of xylose consumption by xylose transport in recombinant Saccharomyces
cerevisiae. Biotechnology and Bioengineering. 82(7): 818-24
Georgieff M, Moldawer LL, Bistrian BR, Blackburn GL. 1985. Xylitol, an energy source
for intravenous nutrition after trauma. Journal of Parenteral and Enteral Nutrition. 9:
199-209
Ghanem KM, Sabry SA, Gamati SY. 1992. Physiological study on riboflavin
production by hydrocarbon-utilizing Candida guilliermondii. Zentralblatt Fuer
Mikrobiologie 147(3-4): 283-287
Gibrat JF, Madej T, Bryant SH. 1996. Surprising similarities in structure comparison.
Current Opinion in Structural Biology 6: 377-385
Gilfillan GD, Sullivan DJ, Haynes K, Parkinson T, Coleman DC, Gow NAR. 1998.
Candida dubliniensis: phylogeny and putative virulence factors. Microbiology, 144:
829–838
Gimenes MA, Carlos LC, Faria LF, Pereira N Jr. 2002. Oxygen uptake rate in
production of xylitol by Candida guilliermondii with different aeration rates and initial
xylose concentrations. Applied Biochemistry and Biotechnology 98-100: 1049-1059
Girio MF, Pelica F, Amaral-Collaço MT. 1996. Characterization of xylitol
dehidrogenase from Debaryomyces hansenii. Applied Biochemistry and
Biotechnology 56: 79-88
Govinden R, Pillay B, van Zyl WH, Pillay D. 2001. Xylitol production by recombinant
Saccharomyces cerevisiae expressing the Pichia stipitis and Candida shehatae xyl1
genes. Applied Biochemistry and Biotechnology, 55: 76-80.
Granström T, Leisola M. 2002. Controlled transient changes reveal differences in
metabolite production in two Candida yeasts. Applied Microbiology and Biotechnology
58(4): 511-516
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 102
Graybill JR, Bocanegra R, Fothergill A, Rinaldi MG. 1996. Bleomycin therapy of
experimental disseminated candidiasis in mice. Antimicrobial Agents and
Chemotherapy 40(3): 816-8.
Guarro J, Gené J, Stchigel A. M. 1999. Developments in Fungal Taxonomy Clinical.
Microbiology Reviews 12(3): 454–500
Guex N, Peitsch MC. 1997. Swiss-Model and the Swiss-PdbViewer: An environment
for comparative protein modeling. Electrophoresis 18: 2714-2723
Guo Z, Sherman F. 1995. 3’-end-forming signals of yeast mRNA. Molecular and
Cellular Biology, 15: 5983–5990
Haas LOC, Cregg JM, Gleeson MAG. 1990. Development of an integrative DNA
transformation system for the yeast Candida tropicalis. Journal of Bacteriology
172(8): 4571-4577
Habenicht A, Motejadded H, Kiess M, Wegerer A, Mattes R. 1999. Xylose utilisation:
cloning and characterisation of the xylitol dehydrogenase from Galactocandida
mastotermitis. Biological Chemistry 380(12): 1405-1411
Hahn-Hägerdal B, Jeppsson H, Skoog K, Prior BA. 1994. Biochemistry and
physiology of xylose fermentation by yeasts. Enzyme Microbial Technology 16: 933-
943
Hallborn J, Walfridsson M, Airaksinen U, Ojamo H, Hahn-Hagerdal B, Penttila M,
Kerasnen S. 1991. Xylitol production by recombinant Saccharomyces cerevisiae.
Biotechnology, 9(11): 1090-5
Hallborn J, Walfridsson M, Penttila M, Keranen S, Hahn-Hägerdal B. 1995. A short-
chain dehydrogenase gene from Pichia stipitis having D-arabinitol dehydrogenase
activity. Yeast 11: 839-847
Hamacher T, Becker J, Gardonyi M, Hahn-Hagerdal B, Boles E. 2002.
Characterization of the xylose-transporting properties of yeast hexose transporters
and their influence on xylose utilization. Microbiology 148(9): 2783-2788
Hanahan D. 1983. Studies on transformation of Escherichia coli with plasmids.
Journal of Molecular Biology 66: 557-580
Handumrongkul C, Ma D-P, Silva JL. 1998. Cloning and expression of Candida
guilliermondii xylose reductase gene (xyl1) in Pichia pastoris. Applied Microbiology
and Biotechnology 49: 399-404
Hansen J, Felding T, Johannesen PF, Piskur J, Christensen CL, Olesen K. 2003.
Further development of the cassette-based pyc plasmid system by incorporation of
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 103
the dominant hph, nat and aur1-C gene markers and the lacz reporter system. FEMS
Yeast Research 4: 323-327
Hara A, Ueda M, Matsui T, Furuhashi K, Kanayama N, Tanaka A. 1999. Construction
of an autonomously replicating plasmid in n-alkane-assimilating yeast Candida
tropicalis. Journal of Bioscience and Bioengineering 87: 717–720
Hara A, Ueda M, Misawa S, Matsui T, Furuhashi K, Tanaka A. 2000. Mutated
hygromycin b resistance gene is functional for the n-alkane-assimilating yeast
Candida tropicalis. Archives of Microbiology 173: 187–192
Harkki AM, Myasnikov AN, Apajalahti JHA, Pastinen OA. 2004. Manufacture of xylitol
using recombinant microbial hosts. US N. 6723540
Hashida-Okado T, Ogawa A, Kato I, Takesako K. 1998. Transformation system
forprototrophic industrial yeasts using the aur1 gene as a dominant selection marker.
FEBS Letters 425: 117-122
Hasper, A. A., J. Visser, and L. H. de Graaff. (2000) The Aspergillus niger
transcriptional activator XlnR, which is involved in the degradation of the
polysaccharides xylan and cellulose, also regulates D-xylose reductase gene
expression. Molecular Microbiology 36: 193–200
Heikkila H, Nurmi J, Rahkila L, Toyryla M. 1992. Method for the production of xylitol.
US N. 5081026
Hill JE, Myers AM, Koerner TJ, Tzagoloff A. 1986. Yeast/E. coli shuttle vectors with
multiple unique restriction sites. Yeast 2(3): 163-7
Ho NWY, Stevis P, Rosenfeld S, Huang JJ, Tsao GT. 1983. Expression of the
Escherichia coli isomerase gene by a yeast promoter. Biotechnology and
Bioengineering Symposium 13:245–250
Ho NWY, Zhengdao C, Brainard AP. 1998. Genetically engineered Saccharomyces
yeast capable of effective cofermentation of glucose and xylose. Applied and
Environmental Microbiology 64(5): 1852-1859
Höfer M, Nassar FR. 1987. Aerobic and anaerobic uptake of sugars in
Schizosaccharomyces pombe. Journal General Microbiology 133: 2163-2172
Hujoel PP, Makinen KK, Benett CA, Isotupa KP, Isokangas PJ, Allen P, Makinen PL.
1999. The optimum time to initiate habitual xylitol gum-chewing for obtaining long-
term caries prevention. Journal of Dental Research 78(3): 797-803
Ismailov NM. 1985.
Biodegradation of petroleum hydrocarbons in soil inoculated with
yeast. Mikrobiologia 54: 835-841
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 104
Isokangas P, Soderling E, Pienihakkinen K, Alanen P. 2000. Occurrence of dental
decay in children after maternal consumption of xylitol chewing gum, a follow-up from
0 to 5 years of age. Journal of Dental Research 79(11): 1885-1889
Jang SH, Kang HY, Kim GJ, Seo JH, Ryu YW. 2003. Complete in vitro conversion of
D-xylose to xylitol by coupling xylose reductase and formate dehydrogenase. Journal
of Microbiology and Biotechnology 13(4): 501-508
Jeffries TW. 1983. Utilization of xylose by bacteria, yeasts and fungi. Advances in
Biochemical Engineering 27: 1-32
Jeffries TW, Jin YS. 2004.
Metabolic engineering for improved fermentation of
pentoses by yeasts. Applied Microbiology and Biotechnology 63: 495-509
Jeppsson M, Johansson B, Hahn-Hagerdal B, Gorwa-Grauslund MF. 2002. Reduced
oxidative pentose phosphate pathway flux in recombinant xylose-utilizing
Saccharomyces cerevisiae strains improves the ethanol yield from xylose. Applie and
Environmental Microbiology 68(4):1604-1609
Jeppsson M, Traff K, Johansson B, Hahn-Hagerdal B, Gorwa-Grauslund MF. 2003.
Effect of enhanced xylose reductase activity on xylose consumption and product
distribution in xylose-fermenting recombinant Saccharomyces cerevisiae. FEMS
Yeast Research 3(2):167-75
Jin YS, Jones S, Shi NQ, Jeffries TW. 2002.
Molecular cloning of xyl3 (D-
xylulokinase) from Pichia stipitis and characterization of its physiological function.
Applied and Environmental Microbiology 68(3): 232–1239
Jin YS, Jeffries TW. 2003. Changing flux of xylose metabolites by altering expression
of xylose reductase and xylitol dehydrogenase in recombinant Saccharomyces
cerevisiae. Applied Biochenistry and Microbiology 105-108: 277-285
Johansson B, Christensson C, Hobley T, Hahn-Hägerdal B. 2001. Xylulokinase
overexpression in two strains of Saccharomyces cerevisiae also expressing xylose
reductase and xylitol dehydrogenase and its effect on fermentation of xylose and
lignocellulosic hydrolysate. Applied and Environmental Microbiology 67(9): 4249-4255
Jornvall H, Persson B, Krook M, Atrian S, Gonzalez-Duarte R, Jeaery J, Ghosh D.
1995. Short-chain dehydrogenases/reductases (SDR). Biochemistry 34(18): 6003-
6013
Kanayama N, Atomi H, Ueda M, Tanaka A. 1998. Genetic evaluation of physiological
functions of thiolase isozymes in n-alkane-assimilating yeast Candida tropicalis.
Journal of Bacteriology 180: 690–698
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 105
Karlgren S, Pettersson N, Nordlander B, Mathai JC, Brodsky JL, Zeidel ML, Bill RM,
Hohmann S. 2005. Conditional osmotic stress in yeast: a system to study transport
through aquaglyceroporins and osmostress signaling. The Journal of Biological
Chemistry 280(8): 7186-7193
Katahira S, Fujita Y, Mizuike A, Fukuda H, Kondo A.2004. Construction of a xylan-
fermenting yeast strain through codisplay of xylanolytic enzymes on the surface of
xylose-utilizing Saccharomyces cerevisiae cells. Applied and Environmental
Microbiology 70(9): 5407-5414
Kavanagh KL, Klimacek M, Nidetzky B, Wilson DK. 2002. The structure of apo and
holo forms of xylose reductase, a dimeric aldo-keto reductase from Candida tenuis.
Biochemistry 41(28): 8785-8795
Kavanagh KL, Klimacek M, Nidetzky B, Wilson DK. 2003. Structure of xylose
reductase bound to NAD
+
and the basis for single and dual co-substrate specificity in
family 2 aldo-keto reductases. The Biochemical Journal
373: 319–326
Kilian SG, van Uden N. 1988. Transport of xylose and glucose in the xylose-
fermenting yeast Pichia stipitis. Applied Microbiology and Biotechnology 27: 545-548
Kilian SG, Prior BA, Dupreez JC, 1993 The kinetics and regulation of D-xylose
transport in Candida utilis. World Journal of Microbiology & Biotechnology 9(3): 357-
360
Kim SY, Oh DK, Jung SR.
1999a. Fermentation process for preparing xylitol using
Candida tropicalis. US N. 5.998.181
Kim YS, Kim SY, Kim JH, Kim SC. 1999b. Xylitol production using recombinant
Saccharomyces cerevisiae containing multiple xylose reductase genes at
chromosomal
δ
-sequences. Journal of Biotechnology 67: 159-171
Kim SY, Oh DK, Jung SR.
2000. Fermentation for production of xylitol using Candida
tropicalis. Japão N. 2000-093188-A.
Kim MS, Chung YS, Seo JH, Jo DH, Park YH, Ryu YW. 2001. High-yield production
of xylitol from xylose by a xylitol dehydrogenase defective mutant of Pichia stipitis.
Journal of Microbiology and Biotechnology 11(4): 564-569
Kondo K, Saito T, Kajiwara S, Takagi M, Misawa NA. 1995. Transformation system
for the yeast Candida utilis: use of a modified endogenous ribosomal protein gene as
a drug-resistant marker and ribosomal DNA as an integration target for vector DNA.
Journal of Bacteriology 177(24): 7171-7177
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 106
Kotter P, Amore R, Hollenberg CP, Ciriacy M. 1990. Isolation and characterization of
the Pichia stipitis xylitol dehydrogenase gene xyl2 and construction of a xylose-
utilizing Saccharomyces cerevisiae transformant. Current Genetic 18: 493-500
Kuyper M, Winkler AA, van Dijken JP, Pronk JT. 2004. Minimal metabolic engineering
of Saccharomyces cerevisiae for anaerobic xylose fermentation: a proof of principle.
FEMS Yeast Research 4: 655–664
Lagunas R. 1993. Sugar transport in Saccharomyces cerevisiae. FEMS Microbiology
Review 104: 229–242
Lambert C, Leonard N, De Bolle X, Depiereux E. 2002. ESyPred3D: Prediction of
proteins 3D structure. Bioinformatics 18: 1250-1256
Lee H. 1998. The structure and function of yeast xylose (aldose) reductases. Yeast
14(11): 977-984
Lee W-J, Kim M-D, Ryu Y-W, Bisson LF, Seo J-H. 2002. Kinetic studies on glucose
and xylose transport in Saccharomyces Cerevisiae. Applied Microbiology and
Biotechnology 60: 186–191
Lee W-J, Koo B, Kim M-D. 2003. Cloning and characterization of the xyl1 gene
encoding an NADH-preferring xylose reductase from Candida parapsilosis, and its
functional expression in Candida tropicalis. Applied and Environmental Microbiology
69 (10): 6179–6188
Levin I, Meiri G, Peretz M, Burstein Y, Frolow F. 2004. The ternary complex of
Pseudomonas aeruginosa alcohol dehydrogenase with NADH and ethylene glycol.
Protein Science 13:1547-1556
Liden G, Walfridsson M, Ansell R, Anderlund M, Adler L, Hahn-Hagerdal B. 1996. A
glycerol-3-phosphate dehydrogenase-deficient mutant of Saccharomyces cerevisiae
expressing the heterologous xyl1 gene. Applied and Environmental Microbiology
62(10): 3894–3896
Lima LHA, Felipe MGA, Torres FAG. 2003. Reclassification of Candida guilliermondii
FTI 20037 as Candida tropicalis based on molecular phylogenetic analysis. Brazilian
Journal of Microbiology 34(1): 96-98
Lima LHA, Felipe MGA, Vitolo M, Torres FAG. 2004 Effect of acetic acid present in
bagasse hydrolysate on the activities of xylose reductase and xylitol dehydrogenase
in Candida guilliermondii. Applied Microbiology and Biotechnology 65(6): 734-738
Lima LHA, Pinheiro CGA, Moraes LMP, Freitas SM, Torres FAG. 2006. Molecular
cloning of the xylitol dehydrogenase gene (XYL2) from the yeast Candida tropicalis.
Archives of Microbiology (submetido)
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 107
Liu Y, Li Y, Liu L, Hu X, Qiu B. 2005. Design of Vectors for Efficient Integration and
Transformation in Hansenula polymorpha. Biotechnology Letters 27(19): 1529-34
Lonn A, Traff-Bjerre KL, Otero RRC, van Zyl WH, Hahn-Hagerdal B. 2003. Xylose
isomerase. activity influences xylose fermentation with recombinant Saccharomyces
cerevisiae strains expressing mutated xylA from Thermus thermophilus. Enzyme and
Microbial Technology 32(5): 567-573.
Lopes TS, Klootwijk J, Veenstra AE, van der Aar PC, van Heerikhuizen H, Raue HA,
Planta RJ 1989. High-copy-number integration into the ribosomal DNA of
Saccharomyces cerevisiae: a new vector for high-level expression. Gene 79: 199-206
Lorito M, Mach RL, Sposato P, Strauss J, Peterbauer CK, Kubicek CP. 1996.
Mycoparasitic interaction relieves binding of the Cre1 carbon catabolite repressor
protein to promoter sequences of the ech42 (endochitinase-encoding) gene in
Trichoderma harzianum. Proceedings of the National Academy of Sciences of the
United States of America 93(25): 14868-14872
Lucas C, van Uden N. 1986. Transport of hemicellulose monomers in the xylose-
fermeting yeast Candida shehatae. Applied Microbiology and Biotechnology 23: 491-
495
Lunzer R, Mamnun Y, Haltrich D, Kulbe KD, Nidetzky B. 1998. Structural and
functional properties of a yeast xylitol dehydrogenase, a Zn
2+
-containing
metalloenzyme similar to medium-chain sorbitol dehydrogenases. Biochemichal
Journal 1: 91-99
Makinen KK, Chiego DJ, Allen P, Bennett C, Isotupa KP, Tiekso J, Makinen PL. 1998.
Physical, chemical and histologic changes in dentin caries lesions of primary teeth
induced by regular use of polyol chewing gums. Acta Odontologica Scandinavica
56(3): 148-156
Makinen KK. 2000. Can the pentitol-hexitol theory explain the clinical observations
made with xylitol? Medical Hypotheses 54(4): 603–613
Maleszka R. and Clark-Walker GD. 1993. Yeasts have a four-fold variation in
ribosomal DNA copy number. Yeast 9: 53-58
Manz U, Vanninen E, Voirol F. 1973. Xylitol – its properties and use as a sugar
substitute in foods. In: Food R.A. Symp. Sugar and Sugar Replacements.
Masako K, Yusuke K, Hideyuki I, Atsuko M, Yoshiki M, Kayoko M, Makoto K. 2005. A
novel method to control the balance of skin microflora: Part 2. A study to assess the
effect of a cream containing farnesol and xylitol on atopic dry skin.
Journal of Dermatological Science, 38(3): 207-213
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 108
Masson JY, Ramotar D. 1996. The Saccharomyces cerevisiae IMP2 gene encodes a
transcriptional activator that mediates protection against DNA damage caused by
bleomycin and other oxidants. Molecular and Cellular Biology 16(5): 2091-2100
Masuda Y, Park SM, Ohkuma M, Ohta A, Takagi M. 1994. Expression of an
endogenous and a heterologous gene in Candida maltosa by using a promoter of a
newly-isolated phosphoglycerate kinase (PGK) gene. Current Genetics 25(5): 412-
417
Mattila P, Svanberg J, Pökkä P, Knuuttila M. 1998. Dietary xylitol protects against
weakening of bone biomechanical properties in ovariectomized rats. The Journal of
Nutrition 128 (10): 1811-1816
Mayr P, Bruggler K, Kulbe KD, Nidetzky B. 2000. D-Xylose metabolism by Candida
intermedia: isolation and characterisation of two forms of aldose reductase with
different coenzyme specificities. Journal of Chromatography 737: 195-202
Mayr P, Petschacher B, Nidetzky B. 2003. Xylose reductase from the basidiomycete
fungus Cryptococcus flavus: purification, steady-state kinetic characterization, and
detailed analysis of the substrate binding pocket using structure-activity relationships.
Journal of Biochemistry 133(4): 553-62
Meinander N, Hahn-Hägerdal B. 1997. Influence of cosubstrate concentration on
xylose conversion by recombinant XYL1-expression in Saccharomyces cerevisiae: a
comparison of diferent sugars and ethanol as cosubstrates. Applied Environmental
Microbiology 63: 1959-1964
Melaja AJ, Hamalainen L. 1977. Process for making xylitol. US N.4.008.285
Metzger MH, Hollenberg CP. 1994. Isolation and characterization of the Pichia stipitis
transketolase gene and expression in a xylose-utilizing Saccharomyces cerevisiae
transformant. Applied Microbiology and Biotechnology 42: 319-325
Meyrial V, Delgenes JP, Moletta R, Navarro JM. 1991. Xylitol production from D-
Xylose by Candida guilliermondii: fermentation behaviour. Biotechnology Letters 13:
281 – 286
Mitsubish Corporation [Online] Disponível na Internet via WWW. Url:
http://www.mitsubishicorp.com/en/bg/chemicals/investments.html. Arquivo capturado
em 06 de fevereiro de 2006
Moes CJ, Pretorius IS, van Zyl WH. 1996. Cloning and expression of the Clostridium
thermosulfurogenes D-xylose isomerase gene (xylA) in Saccharomyces cerevisiae.
Biotechnology Letters 18:269–274
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 109
Moore CW. 1982. Modulation of bleomycin cytotoxicity. Antimicrobial Agents and
Chemotherapy 21(4): 595–600
Moraes LM, Astolfi-Filho S, Oliver SG. 1995. Development of yeast strains for the
efficient utilisation of starch: evaluation of constructs that express alpha-amylase and
glucoamylase separately or as bifunctional fusion proteins. Applied Microbiology and
Biotechnology 43: 1067-1076
Mulsant P, Tiraby G, Kallerhoff J, Perret J. 1988. Phleomycin resistance as a
dominant selectable marker in CHO cells. Somatic Cell and Molecular Genetics 14:
243-252
Murray J, Wong ML, Miyada CG, Switchenko AC, Goodman TC, Wong B. 1995.
Isolation, characterization and expression of the gene that encodes D-arabinitol
dehydrogenase in Candida tropicalis. Gene 155: 123-128
Nidetzky B, Bruggler K, Kratzer R, Mayr P. 2003. Multiple forms of xylose reductase
in Candida intermedia: comparison of their functional properties using quantitative
structure-activity relationships, steady-state kinetic analysis, and ph studies. Journal
of Agricultural and Food Chemistry
51: 7930-7935
Nielsen J. 2001. Metabolic engineering. Applied Microbiology and Biotechnology
55(3): 263-83
Nobre A, Lucas C, Leao C. 1999. Transport and utilization of hexoses and pentoses
in the halotolerant yeast Debaryomyces hansenii. Applied and Environmental
Microbiology 65 (8): 3594-3598
Nyyssola A, Pihlajaniemi A, Palva A, von Weymarn N, Leisola M. 2005. Production of
xylitol from d-xylose by recombinant Lactococcus lactis. Journal of Biotechnology
118(1): 55-66
Oh DK, Kim SY. 1998. Increase of xylitol yield by feeding xylose and glucose in
Candida tropicalis. Applied Microbiology and Biotechnology 50(4): 419-25
Oki T, Fujisawa-Shi, Nishimura Y, Yashiroshi, Sayama Y, Takemi H. 1971. Process for
production L-glutamic acid by fermentation. US N. 3563857
Onishi H, Suzuki T. 1971. Process for producing xylitol by fermentation.
US N. 3619369
Oppermann U, Filling C, Hult M, Shafqat N, Wua X, Lindh M, Shafqat J, Nordling E,
Kallberg Y, Persson B, Jornvall H. 2003. Short-chain dehydrogenases/ reductases
(SDR): the 2002 update. Chemico-Biological Interactions 143-144: 247-253
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 110
Ostergaard S, Olsson L, Nielsen J. 2000. Metabolic engineering of Saccharomyces
cerevisiae. Microbioloby and Molecular Biology Reviews 64: 34-50
Özcan S, Dover J, Rosenwald AG, Wöl flS, Johnston M. 1996. Two glucose
transporters in Saccharomyces cerevisiae are glucose sensors that generate a signal
for induction of gene expression. Proceedings of The National Academy of Sciences
(USA) 93: 12428-12432
Parajó JC, Dominguez H, Dominguez JM. 1998a. Biotechnological production of
xylitol. Part 1: Interest of xylitol and fundamentals of its biosynthesis. Bioresource
Technology 65: 191-201
Parajó JC, Dominguez H, Dominguez JM. 1998b. Biotechnological production of
xylitol. Part 2: Operation in culture media made with commercial sugars. Bioresource
Technology 65: 203-212
Parajó JC, Dominguez H, Dominguez JM. 1998c. Biotechnological production of
xylitol. Part 3: Operation in culture media made from lignocellulose hydrolysates.
Bioresource Technology 66: 25-40
Pauly TA, Ekstrom JL, Beebe DA, Chrunyk B, Cunningham D, Griffor M, Kamath A,
Lee SE, Madura R, Mcguire D, Subashi T, Wasilko D, Watts P, Mylari BL, Oates PJ,
Adams PD, Rath VL. 2003. X-Ray Crystallographic and kinetic studies of human
sorbitol dehydrogenase. Structure 11: 1071-1085
Pazouki M, Felse PA, Sinha J, Panda T. 2000. Comparative Studies on citric acid
production by Aspergillus niger and Candida lipolytica using molasses and glucose.
Bioprocess Engineering 22(4): 353-361
Pepper T, Olinger PM. 1988. Xylitol in sugar – free confections. Food Technology 42:
10
Perez P, Tiraby G, Kallerhoff J, Perret J. 1989. Phleomycin resistance as a dominant
selectable marker for plant cell transformation. Plant Molecular Biology 13: 365-373
Persson B, Hallborn J, Walfridsson M, Hahn-Hägerdal B, Keranen S, Penttila M,
Jornvall H. 1993.
Dual relationships of xylitol and alcohol dehydrogenases in families
of two protein types. Febs Letters 324(1): 9-14
Phadtare SU, Rawat UB, Rao MB. 1997. Purification and characterization of xylitol
dehydrogenase from Neurospora crassa. FEMS Microbiology Letters 146: 79-83
Picataggio S, Deanda K, Mielenz J. 1991. Determination of Candida tropicalis acyl
coenzyme a oxidase isozyme function by sequential gene disruption. Molecular and
Cellular Biochemistry 11(9): 4333-4339
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 111
Prathumpai W, McIntyre M, Nielsen J. 2004. The effect of CreA in glucose and xylose
catabolism in Aspergillus nidulans. Applied Microbiology and Biotechnology 63: 748–
753
Rajgarhia V, Koivuranta K, Penttilae M, Ilmen M, Suominen P, Aristidou A, Miller C,
Olson S, Ruohonen L. 2004. Novel genetically modified yeast cell e.g.,
Kluyveromyces or Candida cell, having xylose isomerase gene linked to promoter and
terminator sequences, integrated into its genome, useful for producing ethanol.
WO2004099381-A2
Ramotar D, Wang H. 2003 Protective mechanisms against the antitumor agent
bleomycin: lessons from Saccharomyces cerevisiae. Current Genetics 43(4): 213-224
Rangaswamy S, Agblevor FA. 2002. Screening of facultative anaerobic bacteria
utilizing D-xylose for xylitol production. Applied Microbiology and Biotechnology 60:
88–93
Rathjen J, Mellor J. 1990. Characterisation of Sequences required for RNA initiation
from the PGK promoter of Saccharomyces cerevisiae. Nucleic Acids Research 18:
3219-3225
Richard P, Toivari MH, Penttila M. 1999. Evidence that the gene YLR070c of
Saccharomyces cerevisiae encodes a xylitol dehydrogenase. FEBS Letters 457(1):
135-8
Rizzi M, Erlemann P, Bui-Thanh NA, Dellweg H. 1988. Xylose fermentation by yeasts.
4. Purification and kinetic studies of xylose reductase From Pichia stipitis. Applied
Microbiology and Biotechnology 29(2-3): 148-154
Roca C, Haack MB, Olsson L. 2004. Engineering of carbon catabolite repression in
recombinant xylose fermenting Saccharomyces cerevisiae. Applied Microbiology and
Biotechnology 63: 578–583
Rohrer TL, Picataggio SK. 1992. Targeted integrative transformation of Candida
tropicalis by electroporation. Applied Microbiology and Biotechnology 36(5): 50-54
Roquette Frères S.A. [Online] Disponível na Internet via WWW. Url:
http://www.roquette.com/eng/sites.htm. Arquivo capturado em 06 de fevereiro de
2006
Saha BC, Bothast RJ. 1996. Production of xylitol by Candida peltata. Journal of
Industrial Microbiology 22: 633 – 636
Sambrook J, Russell Dw, Sambrook J. 2001. Molecular Cloning: A Laboratory
Manual. New York, NY, USA., Cold Spring Harbor Laboratory Press, 999 p. ISBN:
0879695773
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 112
Sarthy AV, McConaughy BL, Lobo Z, Sundstrom JA, Furlong CL, Hall BD. 1987.
Expression of the Escherichia coli xylose isomerase gene in Saccharomyces
cerevisiae. Applied Environmenta Microbiology 53:1996–2000
Sasaki H, Kishimoto T, Mizuno T, Shinzato T, Uemura H. 2005. Expression of GCR1,
the transcriptional activator of glycolytic enzyme genes in the yeast Saccharomyces
cerevisiae, is positively autoregulated by Gcr1p. Yeast 22: 305-319
Seiboth B, Hartl L, Pail M, Kubicek CP. 2003. D-Xylose metabolism in Hypocrea
jecorina: loss of the xylitol dehydrogenase step can be partially compensated for by
lad1-encoded l-arabinitol-4-dehydrogenase. Eukaryotic Cell 2, 867–875.
Shen J, Guo W, Kohler JR. 2005. CaNAT1, a heterologous dominant selectable
marker for transformation of Candida albicans and other pathogenic Candida species.
Infection and Immunity 73(2): 1239-1242
Sheu DC, Duan KJ, Jou SR, Chen YC, Chen CW. 2003. Production of xylitol from
Candida tropicalis by using an oxidation-reduction potential-stat controlled
fermentation. Biotechnology Letters 26(4): 2065-2069
Silva SS, Vitolo M, Pessoa Junior A, Felipe MGA. 1996. Xylose reductase and xylitol
dehydrogenase activities by xylose fermeting Candida guilliermondii. Journal Basic
Microbiology 363: 187-191
Sirenius I, Krogerus VE, Leppanen T. 1979.Dissolution rate of p-aminobenzoates
from solid xylitol dispersions. Journal of Pharmaceutical Sciences 1979 68(6): 791-
792
Slininger PJ, Bolen OL, Kurtzman CP. 1987. Pachysolen tannophilus: properties and
process consideration for ethanol production form D-xylose. Enzyme and Microbial
Technology 9: 5-15
Soderling E, Isokangas P, Pienihakkinen K, Tenovuo J. 2000. Influence of maternal
xylitol consumption on acquisition of mutans Streptococci by infants. Journal of Dental
Research 79(3): 882-887
Soderling E, Isokangas P, Pienihakkinen K, Tenovuo J, Alanen P. 2001. Influence of
maternal xylitol consumption on mother-child transmission of mutans Streptococci: 6-
year follow-up. Caries Research 35(3): 173-177
Sonderegger M, Sauer U. 2003. Evolutionary engineering of Saccharomyces
cerevisiae for anaerobic growth on xylose. Applied and Environmental Microbiology
69: 1990–1998
Stambuk BU, Franden MA, Singh A, Zhang M. 2003. D-xylose transport by Candida
succiphila and Kluyveromyces marxianus. Applied Biochemistry and Biotechnology
105–108: 255-263
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 113
Stemmer WP. 1991. A 20-minute ethidium bromide/high-salt extraction protocol for
plasmid DNA. Biotechniques 10(6): 726
Sugiyama M, Suzuki S, Tonouchi N, Yokozeki K. 2003. Cloning of the xylitol
dehydrogenase gene from Gluconobacter oxydans and improved production of xylitol
from D-arabitol. Bioscience, Biotechnology and Biochemistry 67(3):584-91
Sugita T, Nakase T.1999. Nonuniversal usage of the leucine CUG codon in yeasts:
Investigation of basidiomycetous yeast. The Journal of General and Applied
Microbiology 45(4): 193-197
Suzuki T,Yokoyama S, Kinoshita Y,Yamada H, Hatsu M, Takamizawa K, Kawai K.
1999. Expression of xyrA Gene Encoding for D-Xylose Reductase of Candida
tropicalis and Production of Xylitol in Escherichia coli. Journal of Bioscience and
Bioengineering 87(3): 280-284
Suzuki S, Sugiyama M, Mihara Y, Hashiguchi K, Yokozeki K. 2002. Novel enzymatic
method for the production of xylitol from D-arabitol by Gluconobacter oxydans.
Bioscience Biotechnology and Biochemistry 66(12): 2614–2620
Tang SJ, Sun KH, Sun GH, Chang TY, Wu WL, Lee GC. 2003. A transformation
system for the nonuniversal CUG (SER) codon usage species Candida rugosa.
Journal of Microbiological Methods 52(2): 231-238
Takamizawa K, Uchida S, Hatsu M, Suzuki T, Kawai K. 2000. Development of a
xylitol biosensor composed of xylitol dehydrogenase and diaphorase. Canadian
Journal of Microbiology
46: 350–357
Triglia T, Peterson MG, Kemp DJ. 1988. A procedure for in vitro amplification of DNA
segments that lie outside the boundaries of known sequences. Nucleic Acids
Research 16(16): 8186
Toivari MH, Salusjärvi L, Ruohonen L, Penttila M. 2004. Endogenous xylose pathway
in Saccharomyces cerevisiae. Applied and Environmental Microbiology 70(6): 3681–
3686
Tornow J, Zeng X, Gao W, Santangelo GM. 1993. GCR1, a transcriptional activator
in Saccharomyces cerevisiae, complexes with RAP1 and can function without its DNA
binding domain. EMBO Journal 12: 2431-2437
Ugolini S, Tosato V, Bruschi CV. 2002. Selective fitness of four episomal shuttle-
vectors carrying HIS3, LEU2, TRP1, and URA3 selectable markers in
Saccharomyces cerevisiae. Plasmid 47(2): 94-107
Uhari M, Kontiokari T, Niemela M. 1998. A novel use of xylitol sugar in preventin
acute otitis media. Pediatrics 102(4): 879-884
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 114
van Loveren C. 2004. Sugar alcohols: what is the evidence for caries-preventive and
caries-therapeutic effects? Caries Research 38: 286–293
van Peij, N. N.,. Gielkens M. M, de Vries R. P., Visser J., de Graaff L. H. 1998. The
transcriptional activator XlnR regulates both xylanolytic and endoglucanase gene
expression in Aspergillus niger. Applied Environmental Microbiology 64: 3615–3619.
Verduyn C, Frank J, van Dijken JP, Scheffers. 1985a. A multiple forms of xylose
reductase in Pachysolen tannophilus CBS4044. FEMS Microbiology 30: 313-317
Verduyn C, van Kleef R, Frank J, Schereuder H, van Dijken JP, Scheffers WA.
1985b. Properties of the NAD(P)H-dependent xylose reductase from the xylose-
fermeting yeast Pichia stipitis. The Biochemical Journal 226: 667-669
Verho R, Londesborough J, Penttila M, Richard P. 2003. Engineering redox cofactor
regeneration for improved pentose fermentation in Saccharomyces cerevisiae.
Applied and Environmental Microbiology 69(10): 5892–5897
Wahlbom FC, Otero RRC, van Zyl WH, Hahn-Hägerdal B, Jonsson LJ. 2003a.
Molecular analysis of a Saccharomyces cerevisiae mutant with improved ability to
utilize xylose shows enhanced expression of proteins involved in transport, initial
xylose metabolism, and the pentose phosphate pathway. Applied and Environmental
Microbiology 69(2): 740–746
Wahlbom FC, van Zyl WH, Jonsson LJ, Hahn-Hägerdal B, Otero RRC. 2003b.
Generation of the improved recombinant xylose-utilizing Saccharomyces cerevisiae
TMB 3400 by random mutagenesis and physiological comparison with Pichia stipitis
CBS 6054. FEMS Yeast Research 3: 319-326
Waitzberg DL. 1995. Nutrição Enteral e Parenteral na Prática Clínica. 2ed. São
Paulo: Atheneu, 434 p. ISBN: 8573792558
Walfridsson M, Hallborn J, Penttila M, Keranen S, Hahn-Hägerdal B. 1995.
Xylose-
metabolizing Saccharomyces Cerevisiae strains overexpressing the TKL1 and TAL1
genes encoding the pentose phosphate pathway enzymes transketolase and
transaldolase.
Applied and Environmental Microbiology 61(12):4184-4190
Walfridsson M, Bao X, Anderlund M, Lilius G, Bulow L, Hahn-Hagerdal B. 1996.
Ethanolic fermentation of xylose with Saccharomyces cerevisiae harboring the
Thermus thermophilus xylA gene, which expresses an active xylose (glucose)
isomerase. Applied and Environmental Microbiology 62(12): 4648-51
Walfridsson M, Anderlund M, Bao X, Hahn-Hägerdal B. 1997. Expression of different
levels of enzymes from the Pichia stipitis xyl1 and xyl2 genes in Saccharomyces
cerevisiae and its effects on product formation during xylose utilisation. Applied
Microbiology Biotecnology 48: 218-224
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 115
Wang T, Penttila M, Gao P, Wang C, Zhong L. 1998. Isolation and identification of
xylitol dehydrogenase gene from Trichoderma reesei. Chinese Journal Biotechnology
14(3): 179-185
Wang X, Li G, Deng Y, Yu X, Chen F. 2006. A site-directed integration system for the
nonuniversal CUG(Ser) codon usage species Pichia farinosa by electroporation.
Archives of Microbiology184(6): 419-24
Wellington M, Rustchenko E. 2005. 5-Fluoro-orotic acid induces chromosome
alterations in Candida albicans. Yeast 22: 57-70
Winkelhausen E, Pittman P, Kuzmanova S, Jeffries TW. 1996. Xylitol formation by
Candida boidinii in oxygen limited chemostat culture. Biotechnology Letters 18(7):
753-758
Winkelhausen E, Kuzmanova S. 1998. Microbial conversion of D-xylose to xylitol.
Journal of Fermentation and Bioengineering 86(1): 1-14
Witteveen CFB, Weber F, Busink R, Visser J. 1994. Isolation and characterization of
two xylitol dehidrogenases from Aspergillus niger. Microbiology, 140 (7) 1679-1685
Wesolowski-Louvel M, Goffrini P, Ferrero I, Fukuhara H. 1992. Glucose transport in
the yeast Kluyveromyces lactis. I. Properties of an inducible low-affinity glucose
transporter gene. Molecular and General Genetics 233(1-2): 89-96
Wolfe GR, Smith CA, Hendrix DL, Salvucci ME. 1999. Molecular basis for
thermoprotection in Bemisia: structural differences between whitefly ketose reductase
and other mediumchain dehydrogenases/reductases. Insect Biochemistry Molecular
Biology 29, 113–120
Xu HE, Johnston SA. 1994. Yeast bleomycin hydrolase is a DNA-binding cysteine
protease. Identification, purification, biochemical characterization. The Journal of
Biological Chemistry 269: 21177–21183
Yahashi Y, Horitsu H, Kawai K, Suzuki T, Takamizawa K. 1996. Production of xylitol
from D-xylose by Candida tropicalis: the effect of D-glucose feeding. Journal of
Fermentation and Bioengineering 81: 148-152
Yan Y, Bornschreuer UT, Schmidt RD. 1999. Lipase-catalysed synthesis of vitamin C
fatty acid esters. Biotechnology Letters 21: 1051 – 1054
Yancey, P.H., Clark, M.E., Hand, S.C., Bowlus, R.D., Somero, G.N. 1982. Living with
water stress: evolution of osmolyte systems. Science 217, 1214–1222
Yang Y-T, Bennett GN, San K-Y. 1998. Genetic and metabolic engineering.
Electronic Journal of Biotechnology 1(3): 1-8
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 116
Yokoyama S, Suzuki T, Kawai K, Horitsu H, Takamizawa K. 1995a. Purification,
characterization and structure analysis of NADPH-dependent D-xylose reductases
from Candida tropicalis. Journal of Fermentation and Bioengineering 79: 217-223
Yokoyama S, Kinoshita Y, Suzuki T, Kawai K, Horitsu H, Takamizawa R. 1995b.
Cloning and sequencing of two D-xylose reductase genes (xyra and xyrb) from
Candida tropicalis. Journal of Fermentation and Bioengineering 80(6) 603-605
Zabner J, Seiler MP, Launspach JL, Karp PH, Kearney WR, Look DC, Smith JJ,
Welsh MJ. 2000. The osmolyte xylitol reduces the salt concentration of airway surface
liquid and may enhance bacterial killing. Proceedings of The National Academy of
Sciences (USA) 97(21): 11614-11619
Zheng W, Johnston SA. 1998 The nucleic acid binding activity of bleomycin hydrolase
is involved in bleomycin detoxification. Molecular and Cellular Biology
18(6): 3580-
3585
Zhong W, Jeffries MW, Georgopapadakou NH. 2000. Inhibition of inositol
phosphorylceramide synthase by aureobasidin A in Candida and Aspergillus species.
Antimicrobial Agents and Chemotherapy 44(3): 651–653
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 117
ANEXO 1
Artigo Científico Publicado
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 122
ANEXO 2
Artigo Científico Submetido
For Peer Review
Manuscript for review
Xylitol dehydrogenase from Candida tropicalis: molecular cloning of the
gene and structural analysis of the protein
Journal: Applied Microbiology and Biotechnology
Manuscript ID: AMB-06-13260
Manuscript Category: Original Paper
Date Submitted by the
Author:
07-Mar-2006
Complete List of Authors: Lima, Luanne Helena
Pinheiro, Cristiano
Moraes, Lídia Maria
Freitas, Sonia Maria
Torres, Fernando
Keyword:
xylitol dehydrogenase, Candida tropicalis, molecular modeling,
protein structure, medium chain dehydrogenase family
Applied Microbiology and Biotechnology
For Peer Review
1
Xylitol dehydrogenase from Candida tropicalis: molecular cloning
of the gene and structural analysis of the protein
Luanne Helena Augusto Lima, Cristiano Guimarães do Amaral Pinheiro, Lídia Maria Pepe
de Moraes, Sonia Maria de Freitas, Fernando Araripe Gonçalves Torres
*
Universidade de Brasília, Departamento de Biologia Celular, Brasília, DF, 70910-900,
Brazil.
*Corresponding author
e-mail: [email protected], phone: +55-061-33072423, fax: +55-061-33498411
Abstract
Yeasts can metabolize xylose by the action of two key enzymes: xylose reductase and
xylitol dehydrogenase. In this work we present data concerning the cloning of the XYL2
gene encoding xylitol dehydrogenase from the yeast Candida tropicalis. The gene is
present as a single copy in the genome and is controlled at the transcriptional level by the
presence of the inducer xylose. XYL2 was functionally tested by heterologous expression in
Saccharomyces cerevisiae in order to develop a yeast strain capable of producing ethanol
from xylose. Structural analysis of C. tropicalis xylitol dehydrogenase, Xyl2, suggests that
it is a member of the medium chain dehydrogenase (MDR) family. This is supported by the
Page 1 of 33 Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
2
presence of the amino acid signature [GHE]xx[G]xxxxx[G]xx[V] in its primary sequence
and a typical alcohol dehydrogenase Rossmann fold pattern composed by NAD
+
and zinc
ion binding domains.
Keywords: xylitol dehydrogenase; Candida tropicalis; molecular modeling; protein
structure; medium chain dehydrogenase family.
Abbreviation: ORF (open reading frame)
Introduction
Yeasts of the genus Candida have been considered of great biotechnological value for more
than 30 years (Wolf, 1996). Candida tropicalis has gained much interest due to its ability to
convert n-alkanes or fatty acids into dicarboxylic acids which can be used for the
preparation of perfumes, polymers, adhesives, and macrolide antibiotics (Craft et al., 2003).
In addition, C. tropicalis has also been considered for the production of xylitol (Kim et al.,
2004) a pentahydroxy sugar alcohol intermediate of xylose catabolism which is used in
food and confectionery industries as a natural sweetener (Makinen, 2000).
The pathway of
D-xylose metabolism in yeast comprises the action of three cytosolic
enzymes. First, xylose is reduced to xylitol by xylose reductase (XR) and then xylitol is
oxidized to xylulose by xylitol dehydrogenase (XDH). Xylulose is then phophorylated by
xylulokinase (XK) to xylulose 5-phosphate which can be channeled through the pentose
phosphate pathway (Webb and Lee, 1990). Unlike yeasts, the anaerobic fungus Piromyces
Page 2 of 33Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
3
sp. metabolizes xylose via xylose isomerase (XI) which converts
D-xylose to xylulose, a
pathway that resembles xylose catabolism in bacteria. (Harhangi et al., 2003).
Since
D-xylose is one of the most abundant sugars present in the plant biomass, there is
great interest in improving its utilization through metabolic engineering of yeasts. This may
be accomplished by the heterologous expression of genes involved in
D-xylose metabolism.
For example, it has been shown that recombinant Saccharomyces cerevisiae transformed
with heterologous genes for XR, XDH and XK is capable of fermenting xylose to ethanol
(Hahn-Hägerdal et al., 2001). Likewise, XI has also been expressed in S. cerevisiae for the
same purpose (Kuyper et al., 2005). The genes encoding the enzymes involved in fungal
D-
xylose catabolism have been isolated from different yeasts (Jeffries and Shi, 1999). In C.
tropicalis, only the gene for XR has been cloned so far (Yokoyama et al., 1995). The gene
encoding XDH has been cloned from other yeasts: Galactocandida mastotermitis
(Habenicht, et al., 1999), Pichia stipitis (Shi et al., 2000), Arxula adeninivorans (Böer et
al., 2005) and S. cerevisiae (Richard et al., 1999).
XDH (xylitol:NAD
+
-2-oxidoreductase; EC 1.1.1.9) is a member of the medium chain
dehydrogenase (MDR) family and the polyol dehydrogenase (PDH) subfamily. Most PDHs
catalyze strict NAD
+
(H)-dependent interconversion between alcohols and their corresponding
ketones or aldehydes (Watanabe et al., 2005). XDHs from some filamentous fungi and yeasts
have already been studied (Persson et al., 1993; Phadtare et al., 1997; Richard et al., 1999;
Yablochkova et al., 2003; Seiboth et al. 2003) however the structural and functional
properties of yeast XDH have not yet been investigated in detail.
Here we present the results on the cloning and characterization of the C. tropicalis
XYL2 gene encoding XDH, hereafter named Xyl2. Furthermore, we provide the structural
analysis of Xyl2 based on the three-dimensional model obtained by molecular modeling.
Page 3 of 33 Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
4
Materials and Methods
Strains and media
The yeast C. tropicalis FTI 20037, previously Candida guilliermondii FTI 20037 (Lima et
al., 2003), was used as a source of genomic DNA. C. tropicalis was routinely cultivated on
YP medium (yeast extract 1 %, peptone 2 %) supplemented with the appropriate carbon
source at the concentration of 2 %. The S. cerevisiae strain used as a host to express XYL2
was RE1006 (MATa can1-100 his3-11,15 leu2-3,112 trp1-1 ura3-52). S. cerevisiae was
cultivated on YPD (YP plus dextrose 2 %) or minimum medium (yeast nitrogen base
without amino acids 0.67 %, dextrose 2 % supplemented with the required amino acids)
media. Escherichia coli DH5α was used as host for molecular cloning procedures. E. coli
transformed with plamids was cultivated on LB medium (tryptone 1 %, yeast extract 0.5 %,
NaCl 1 %) containing ampicillin (100 µg/mL).
PCR
Primers used for amplification of C. tropicalis XYL2 gene sequences are listed in Table 1.
PCR was carried out in a 25 µL volume with: 0.2 mM dNTP, 3.5 mM MgCl
2
, 3 µM each
primer, Taq polymerase buffer 1X, 2U Taq polymerase (Cenbiot, Brazil) and 0.5 µg yeast
genomic DNA as template. Reaction mixtures were subjected to 30 amplification cycles,
Page 4 of 33Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
5
each cycle being: 95 °C/1 min; 55 °C/90 s; 72 °C/90 s. Amplicons were visualized by
electrophoresis on agarose gel (1 % w/v). Inverse PCR was used for the amplification of the
5´ and 3´ regions of XYL2. Briefly, total genomic DNA was digested with EcoRI (Promega)
followed by phenol/chloroform extraction and ethanol precipitation. Digested DNA was self-
ligated at a concentration of 0.5 µg/mL with 0.01 Weiss unit of T4 DNA ligase (Promega)
for 16 hours at 16 °C. The ligation mixture was extracted with phenol/chloroform,
precipitated with ethanol, and resuspended in sterile distilled water to the concentration of 20
ng/µL. Inverse PCR was carried out with primers xyl2F2 and xyl2R2 (Table 1).
Southern and Northern blotting
Southern and Northern blotting were carried out as described previously (Sambrook et al.,
1989). A single colony of C. tropicalis was inoculated in 5 mL YPD and grown for 16 hr at
30 °C and subsequently shifted to 50 mL YP supplemented with glycerol, glucose or xylose
and grown until exponential phase (OD
600
~ 0,9). Cells were harvested, washed in sterile
water, frozen, and ground in liquid nitrogen. Total RNA was purified using RNeasy mini kit
(Qiagen Inc.) and ~10 µg were analyzed by electrophoresis in an agarose-formaldehyde gel
(1 % w/v). Genomic DNA for Southern blotting was extracted as described previously
(Burke et al., 2000). Briefly, 10 µg of genomic DNA were digested with different restriction
enzymes and separated in an agarose gel (1 % w/v). Both digested DNA and total RNA were
transferred to a nitrocellulose membrane (Hybond-N) and hybridization was carried out at 55
°C. For both Southern and Northern blotting a ~1.1 kb DNA fragment containing the entire
Page 5 of 33 Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
6
XYL2 ORF was used as a probe. DNA probe labeling was performed using the AlkPhos
Direct kit (GE Healthcare) and detection was done using CDP-Star (GE Healthcare).
DNA sequencing and gene analysis
PCR products were cloned into the commercial vector pCR
®
2.1-TOPO
®
(Invitrogen).
Plasmid DNA was prepared with the Wizard Plus SV Minipreps kit (Promega). Cycle
sequencing was performed using the MegaBACE Dye Terminator procedure (GE
Healthcare) and reactions were analyzed in a MegaBACE 1000 automatic DNA sequencer
(GE Healthcare). The web interfaces at the National Center for Biotechnology Information
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/) and Broad Institute
(http://www.broad.mit.edu/annotation/fungi/candida_tropicalis/ ) were used to conduct the
search for database similarity using BLAST search tools (Altschul et al., 1990). TATA-like
elements prediction was made using the HCtata program - Hamming-Clustering Method for
TATA Signal Prediction in Eukaryotic Genes
(http://l25.itba.mi.cnr.it/~webgene/wwwHC_tata.html). Poly(A) signal prediction was made
using the program HCpolya - Hamming Clustering poly-A prediction in Eukaryotic Genes -
(http://l25.itba.mi.cnr.it/~webgene/wwwHC_polya.html). Putative transcription factor motifs
were identified using TFSEARCH (http://www.cbrc.jp/research/db/TFSEARCH.html) and
MatInspector (http://www.genomatix.de/shop/index.html) tools.
Heterologous expression of XYL2 and enzymatic assays
Page 6 of 33Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
7
In order to express XYL2, the entire ORF was amplified by PCR from the C. tropicalis
genome using primers 5xyl2 and 3xyl2 which contain BamHI sites at their ends (Table 1 and
Fig.1). The resulting amplicon was also used as probe in the Northern and Southern blotting
experiments. The XYL2 ORF amplicon was cloned into pCR
®
2.1-TOPO
®
(Invitrogen)
resulting in plasmid pCRXYL2. This vector was cut with BamHI and the ~1.1 kb XYL2 ORF
was gel-purified and cloned into the yeast expression vector YEp352PGK (Xavier, 2003)
linearized with BglII. YEp352PGK is YEp352 with the PGK1 expression cassette from
pMA91cloned into the HindIII site. S. cerevisiae RE1006 was transformed as previously
reported (Elble, 1992). Transformed cells were selected on minimum medium plates lacking
uracil and supplemented with the appropriate amino acids. Transformed cells were grown to
exponential phase in 50 mL SD medium and crude extracts for enzyme measurements were
made according to Eliasson et al. (2000). C. tropicalis extracts were derived from cells
grown in 50 mL YP-xylose until exponential phase. Protein concentration was measured
according to Bradford (1976). XDH activity was measured as described by Lima et al.
(2004). Enzyme units were defined as µmol of NAD
+
reduced per minute at room
temperature.
Domain analysis and sequence alignment
Domain organization and protein classification of Xyl2 were checked using the tools
available at the PFAM (http://www.sanger.ac.uk/Software/Pfam/) and PROSITE
(http://www.expasy.ch) websites, respectively. The secondary structure predictions used as
additional information to check the sequence alignments were obtained from NPS
(http://pbil.ibcp.fr). Homologous proteins were found from an extensive sequence
Page 7 of 33 Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
8
alignment against the protein data bank (PDB) (http://www.rcsb.org/pdb) using Blastp
software (http://www.expasy.org/tools/blast). Multiple sequence alignment was performed
using ClustalW (http://www.ebi.ac.uk/clustalw) with selected homologous proteins and
analyzed according to features of medium-chain and short-chain alcohol dehydrogenases.
The structural model for Xyl2 was obtained by homology modeling using the EsyPred-3D
server (http://www.fundp.ac.be/urbm/bioinfo/esypred/) (Lambert et al., 2002). All
structural features were analyzed using the Pymol (http://pymol.sourceforge.net) and VMD
(http://www.ks.uiuc.edu/Research/vmd/) programs. The Xyl2/NAD
+
/zinc complex was
modeled by superimposing the three-dimensional structure of human sorbitol
dehydrogenase (hSDH) in complex with NAD
+
and a zinc ion. The energy refinement of
the Xyl2/NAD
+
/zinc complex model was performed using molecular mechanics tools
available on SPDBV (Swiss PDB Viewer) with Gromos96 package (Guex and Peitsch,
1997). Steepest descent (SD) and conjugate gradients (CG) algorithms were used
successively in eight minimization steps with 10,000 iterations each: three steps of SD
followed by five steps of CG, using the maximum derivative of 0.050 kJ/mol.
Structural comparisons and analyses
Xyl2 structural neighbors search was performed with the Vector Alignment Search Tool
(VAST [http://www.ncbi.nlm.nih.gov/Structure/VAST/vast.shtml] - Gibrat et al., 1996).
The selected three-dimensional structures of alcohol dehydrogenases from PDB (1PL8,
1PL6, 1E3J, 1RJW, and 1LLU [Pauly et al., 2003; Banfield et al., 2001; Ceccarelli et al.,
2004; Levin et al., 2004]) were superimposed to Xyl2 according to the backbone of the
entire chain, and the NAD
+
and zinc binding domains using MultiProt server
Page 8 of 33Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
9
(http://bioinfo3d.cs.tau.ac.il/MultiProt) and the r.m.s.d. family of overall was generated.
Additionally, in order to analyze the structural changes of the domains involved in the
complex with NAD
+
and zinc, the three-dimensional structures were superimposed
considering the assembly of Xyl2 residues with a cut-off of approximately 5 Å around the
coenzyme and ion. For this purpose we used the CCP4 (Collaborative Computational
Project, 1994) program package (http://www.ccp4.ac.uk/main.html).
Results
Isolation of the C. tropicalis XYL2 gene
In order to obtain a fragment of the XYL2 gene from C. tropicalis genomic DNA,
degenerated primers 5XDH and 3XDH (Table 1) were designed based on the sequence
alignment of homologous genes from the yeasts G. mastotermitis and P. stipitis. A ~700 bp
amplicon was cloned and the identity of the XYL2 gene was confirmed by DNA
sequencing. The sequence obtained showed identities of 67 % and 48 % to the XYL2 genes
from P. stipitis and G. mastotermitis, respectively. Based on the obtained sequence, a pair
of primers (xyl2F2 and xyl2R2; Table 1) specific to the XYL2 gene was synthesized. These
primers were used to clone the 5´ and 3´ sequences of XYL2 by the inverse PCR procedure
using ligated EcoRI-fragments derived from C. tropicalis genomic DNA as template. An
amplification product of 980 bp was obtained and DNA sequencing analysis showed that it
contained the remaining flanking sequences of XYL2. The C. tropicalis XYL2 gene consists
of a 1092-pb intronless ORF which codes for a 364 residues polypeptide (Fig. 1) with a
predicted molecular mass of 40 kDa and isoelectric point of 6.8. The complete XYL2 ORF
Page 9 of 33 Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
10
sequence is identical to a sequence not yet annotated from the C. tropicalis genome
database (Broad Institute). The predicted primary sequence of the protein exhibits high
identity to the XDHs from P. stipitis (84 %); G. mastotermitis (68 %); A. adeninivorans (65
%); Aspergillus oryzae, Aspergillus fumigatus, Aspergillus niger (64 %); S. cerevisiae (62
%) and Hypocrea jecorina (61 %).
The XYL2 flanking regions presented several motifs frequently found in other yeast
genes (Fig. 1). The consensus sequence TATAAA responsible for correct transcription
initiation in S. cerevisiae (Rathjen and Mellor, 1990) is present at position -100 relative to
the initiation codon. Four putative target sequences for Mig1 (GGGG) were observed in the
XYL2 5´ upstream sequence. Other relevant motifs detected were the binding sites for Gcr1
(ACCTTCCT) and Rap1 (ACCCA). A sequence similar to the typical polyadenylation
signal TCAGTAAAGC found in yeast genes (Guo and Sherman, 1995) was observed in the
3' UTR region. A Southern blotting analysis using genomic DNA digested with different
restricition enzymes and probed with XYL2 showed that the resulting band pattern is
consistent with XYL2 being a single-copy gene (Fig. 2a).
XYL2 regulation and heterologous expression
Transcriptional regulation of XYL2 by the carbon source was investigated in C. tropicalis
by Northern blotting analysis. The data shows that the expression of XYL2 is adaptive with
xylose as the prime inducer of XYL2 expression. Glycerol promoted basal levels of
expression and whereas glucose repressed XYL2 expression (Fig. 2b). The in vivo
functional analysis of XYL2 was performed in S. cerevisiae. The XYL2 ORF was cloned
into YEpPGK resulting in plasmid YEpXYL2 (Fig. 3). The gene was placed under the
Page 10 of 33Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
11
control of the strong constitutive PGK1 promoter from S. cerevisiae and XDH activity was
determined in crude yeast extracts. The XDH activity for a control S. cerevisiae strain
transformed with YEpPGK was 0.018 U/mg whereas a recombinant strain expressing XYL2
showed activity of 0.159 U/mg.
Structural and functional analysis of Xyl2
Using the VAST search tool, an amino acid sequence alignment with selected structural
templates related to Xyl2 was obtained (Fig. 4 and Table 2). According to this alignment,
hSDH (1PL6 and 1PL8) and KR (1E3J-A) show more sequence identity with Xyl2 (Table
2). In addition, PROSITE sequence analysis indicated that Xyl2 presents the zinc-
containing alcohol dehydrogenases signature [GHE]xx[G]xxxxx[G]xx[V], the active site
for one zinc ion (residues Cys
41
, His
66
, Glu
67
, and Glu
159
) and the active site for NAD
+
binding (residues Val
187
, Asp
207
, Lys
212
, Cys
252
, Lys
26
7
, Asn
277
and Ser
299
) (Fig. 4). The
structural model of Xyl2 obtained by molecular homology modeling in the EsyPred 3D
server is presented in Fig. 5 with both NAD
+
and zinc domains presented separately. This
model consists of one polypeptide chain with 364 residues structurally organized in a
classical α/β Rossmann fold pattern - commonly found in the MDR family (Pauly et al.,
2003) - organized in two β-barrel domains: the coenzyme binding (residues 163-300) and
catalytic (residues 1-162, 301-364) domains (Fig. 5a and 5c). The close three-dimensional
structural relationship between Xyl2 and all analyzed structures calculated by VAST
algorithm was evidenced by the C
α
superimposed models (data not shown) and the r.m.s.d.
values presented in Table 2.
Page 11 of 33 Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
12
The NAD
+
and zinc ion bound to Xyl2 model obtained by docking and minimization
procedures (Fig. 5b and 5d) is similar to ADHs related to the MDR family as judging by
the low r.m.s.d. values of 0.5-1.2 Å (NAD
+
) and 0.3-2.0 Å (zinc), respectively. All MDR
selected by VAST search bind NAD
+
or NADP
+
in the same structural region and most
contain a bound zinc ion that is essential for catalysis. The highest structural similarity is
observed for hSDH/NAD
+
, hSDH/NADH/Inhibitor complex and KR, with r.m.s.d. of 0.6-
0.8 Å, whereas the ADH from Bacillus stearothermophilus and the NAD
+
/substrate ADH
from Pseudomonas aeruginosa shared the lowest structural similarity, with r.m.s.d. of 1.7
Å (Table 2). NAD
+
interaction in Xyl2 could occur mainly with the side chains of the
Val
187
, Asp
207
, Lys
212
, Cys
252
, Asn
277
and Ser
299
into a surface crevice formed by loops
protruded from the top of six β-strands, a domain formed by parallel β-strand sheets
(residue 180 to 310) (Fig. 5a). As proposed by the Xyl2 structural model, the interface
between NAD
+
and Xyl2 (Fig. 5b) is characterized by the following interaction: the critical
conserved Asp
207
residue, which determines the specificity for NAD
+
in all members of the
MDR family, makes hydrogen bonds to the nitrogen AN3 of the adenine ribose; the amino
group of Lys
212
binds to the 3’ oxygen of the ribose ring; the NH group and carbon CG2 of
Val
187
neutralize two of the phosphate oxygens in NAD
+
; the Cys
252
interacts with the NC4
of the ribose ring and the oxygen group of Ser
299
as well the nitrogen group of Ans
277
bind
to the NN7 of nicotinamide amine group of the coenzyme.
As shown in the sequence alignment (Fig. 4) and in the structural model (Fig. 5), the
catalytic domain of Xyl2 contains a single zinc ion binding site located at the bottom of the
cleft between the NAD
+
binding and catalytic domains. The conserved residues
participating in this interaction in hSDH are Cys
44
, His
69
, Glu
70
, Glu
155
, and a water
molecule (Pauly et al., 2003). In Xyl2, the zinc ion presents coordination with His
66
, Glu
67
,
Page 12 of 33Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
13
and Glu
159
without the water molecule since the minimized model was obtained in a
vacuum system (Fig. 5c). In this case, the hydrogen bond between Glu
159
and the zinc atom
occurs directly without the participation of related Cys found in hSDH. The
superimposition of Xyl2 to these structural neighbors indicates that the active binding site
for NAD
+
and zinc ion in both coenzyme binding and catalytic domains retains identical
three-dimensional arrangement and fulfils the distance requirements for interaction of both
components.
The structural features proposed above were corroborated by experimental data
obtained from enzymatic assays in which it was demonstrated the requirements of NAD
+
(Silva et al., 1996) and zinc (Fig. 6a and 6b) for Xyl2 activity in C. tropicalis. The XDH
assay is normally carried out without zinc since it is assumed that the enzyme is already
complexed with this ion in crude extracts. The effect of EDTA, a divalent chelating agent,
was followed by measuring the reduction of NAD
+
at 340 nm (Fig. 6a). EDTA 1 mM had a
strong effect on Xyl2 decreasing its activity by ~90 % (Fig. 6b).
Discussion
In this work we have presented data concerning the cloning of the C. tropicalis XYL2 gene
which codes for a key enzyme in xylose metabolism in yeasts. The gene showed several
features in common with other fungal XDHs. The protein coded by XYL2 is closely related
to its functional homologue from P. stipitis (84 % similarity) molecular mass and
isoelectric point quite similar to those of other fungal XDHs (Shi et al., 2000; Seiboth et al.,
2003). The XYL2 gene is present as a single copy in the C. tropicalis genome, an
observation also reported for the homologous genes from A. adeninivorans (Böer et al.,
Page 13 of 33 Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
14
2005) and H. jecorina (Seiboth et al., 2003). Several regulatory protein binding sites were
identified in the XYL2 promoter region including those for Gcr1 and Rap1 - which are
essential to achieve high-level activation of glycolytic genes in S. cerevisiae (Sasaki et al.,
2005) - and Mig1, a Cys2-His2 zinc finger protein that mediates glucose repression of
several genes by binding to their promoters and recruiting the general repression complex
(De Vit et al., 1997).
It has previously been shown that XR and XDH activities are induced by xylose and
inhibited by hexoses (Skoog and Hahn-Hägerdal, 1988; Webb and Lee, 1992). In C.
tropicalis, XYL2 was induced by xylose and repressed by glucose (Fig 2b), an expression
pattern also described for the XDH genes from H. jecorina and A. adeninivorans (Seiboth
et al., 2003; Böer et al., 2005) and for two other genes of the xylose catabolic pathway from
A. niger: XR and xylulose-5-phosphate kinase (Hasper et al., 2000; van Peij et al., 1998).
The lack of XYL2 expression on glucose is an evidence of glucose repression, which is
supported by the presence of Mig1 binding sites in the 5´ region of XYL2.
The cloning and successful heterologous expression of XYL2 represent the first steps
towards metabolic engineering in S. cerevisiae using genes derived from C. tropicalis.
Walfridsson et al. (1997) have expressed in S. cerevisiae the genes for XR and XDH from
P. stipitis and the resulting strain was able to produce ethanol from xylose. The gene coding
XR from C. tropicalis FTI 20037 has recently been cloned in our lab (data not shown) and
the construction of a S. cerevisiae strain expressing both XR and XDH is currently
underway. Furthermore, the production of xylitol in C. tropicalis FTI 20037 - which is
recognized as one of the most promising systems for the production of xylitol (Silva et al.,
1996; Oh and Kim, 1998) - could be further improved by manipulating the expression of
XR and XDH in this organism.
Page 14 of 33Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
15
Structural neighbors search revealed that Xyl2 is structurally related to dehydrogenases
which catalyze the oxidation of sorbitol to fructose using NAD
+
as a coenzyme. Sequence
alignment also showed that Xyl2 has the typical signature of alcohol dehydrogenases
belonging to the MDR family and the binding sites for NAD
+
and one zinc ion. In general,
dehydrogenases have different but conserved amino acids that bind NAD
+
/NADH or
NADP
+
/NADPH coenzyme complexes, and differ in the number of zinc-binding sites. In
KR (Banfield et al., 2001), which binds NADP
+
, there are two zinc-binding sites instead of
one as identified in Xyl2 and in all members of the MDR family (Fig. 4). Moreover, Asp
207
,
in Xyl2, and Ala
199
, in KR, are crucial to determine the coenzyme specificity for NAD
+
and
NADP
+
, respectively (Fig. 4).
The predicted specificity for NAD
+
proposed in this model is in agreement with the
biochemical characterization of Xyl2 which showed that it has higher affinity for NAD
+
over NADP
+
(Silva et al., 1996; Takamizawa et al., 2000). The requirement for zinc was
demonstrated by enzymatic assays in the presence of EDTA which showed strong
inhibition on Xyl2 activity. The same feature was observed with XDH from G.
mastotermitis, a zinc-dependent tetrameric polyol dehydrogenase (Lunzer et al., 1998).
Based on the high structural similarities of the models presented on Table 2 and the
previously and current experimental data which showed that Xyl2 is a NAD
+
/zinc-binding
protein (Fig. 6a and 6b), we propose that Xyl2 from C. tropicalis belongs to the MDR
family.
Acknowledgments
Page 15 of 33 Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
16
The authors thank PIBIC/CNPq for partial support of this work and Hugo Costa Paes for
text draft revision.
References
Altschul SF, Gish W, Miller W, Myers EW, Lipman DJ (1990) Basic local alignment
search tool. J Mol Biol 215:403-410
Banfield MJ, Salvucci ME, Baker EN (2001) Crystal structure of the NADP(H) dependent
ketose reductase from Bemisia argentifolii at 2.3 Å resolution. J Mol Bio 306: 239-250
Böer E, Wartmann T, Schmidt S, Bode R, Gellissen G, Kunze G (2005) Characterization of
the AXDH gene and the encoded xylitol dehydrogenase from the dimorphic yeast
Arxula adeninivorans. Antonie van Leeuwenhoek 87:233-243
Bradford MM (1976) A rapid and sensitive method for the quantification of microgram
quantities of protein utilizing the principle for protein-dye binding. Anal Biochem
72:248-254
Burke D, Dawson D, Stearns T (2000) Methods in Yeast Genetics: A Cold Spring Harbor
Laboratory Course Manual, 205 pp Cold Spring Harbor Laboratory Press. Peter
Sudbery, New York
Page 16 of 33Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
17
Ceccarelli C, Liang ZX, Strickler M, Prehna G, Goldstein BM, Klinman JP, Bahnson BJ
(2004) Crystal structure and amide H/D exchange of binary complexes of alcohol
dehydrogenase from Bacillus stearothermophilus: insight into thermostability and
cofactor binding. Biochem 11:5266-5277
Collaborative computational project, number 4 (1994) The CCP4 Suite: Programs of
Protein Crystallography. Acta Cryst D50:760-763
Craft DL, Madduri KM, Eshoo M, Wilson CR (2003) Identification and characterization of
the CYP52 family of Candida tropicalis ATCC 20336, important for the conversion of
fatty acids and alkanes to alpha,omega-dicarboxylic acids. Appl Environ Microbiol
69:5983-5891
De Vit MJ, Waddle JA, Johnston M (1997) Regulated nuclear translocation of the Mig1
glucose repressor. Mol Biol Cell 8:1603-1618
Eliasson A, Christensson C, Wahlbom CF, Hahn-Hägerdal B (2000) Anaerobic Xylose
fermentation by recombinant Saccharomyces cerevisiae carrying XYL1, XYL2, and
XKS1 in mineral medium chemostat cultures. Appl Environ Microbiol 66:3381-3386
Elble R (1992) A simple and efficient procedure for transformation of yeasts.
Biotechniques 13:18-20
Page 17 of 33 Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
18
Gibrat JF, Madej T, Bryant SH (1996) Surprising similarities in structure comparison. Curr
Opin Struct Biol 6:377-385
Guo Z, Sherman F (1995) 3’-end-forming signals of yeast mRNA. Mol Cell Biol 15:5983-
5990
Guex N, Peitsch MC (1997) Swiss-Model and the Swiss-PdbViewer: An environment for
comparative protein modeling. Electrophoresis 18:2714-2723
Habenicht A, Motejadded H, Kiess M, Wegerer A, Mattes R (1999) Xylose utilization:
cloning and characterization of the xylitol dehydrogenase from Galactocandida
mastotermitis. Biol Chem 380:1405-1411
Hahn-Hägerdal B, Wahlbom CF, Gardonyi M, van Zyl WH, Cordero Otero RR, Jonson LJ
(2001) Metabolic engineering of Saccharomyces cerevisiae for xylose utilization. Adv
Biochem Eng Biotechnol 73:53-84
Harhangi HR, Akhmanova AS, Emmens R, van der Drift C, de Laat WT, van Dijken JP,
Jetten MS, Pronk JT, Op den Camp HJ. (2003) Xylose metabolism in the anaerobic
fungus Piromyces sp. strain E2 follows the bacterial pathway. Arch Microbiol 180:134-
141
Page 18 of 33Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
19
Hasper AA, Visser J, de Graaff LH (2000) The Aspergillus niger transcriptional activator
XlnR, which is involved in the degradation of the polysaccharides xylan and cellulose,
also regulates
D-xylose reductase gene expression. Mol Microbiol 36:193-200
Jeffries TW, Shi NQ (1999) Genetic engineering for improved xylose fermentation by
yeasts. Adv Biochem Eng Biotechnol 65:117-161
Kim TB, Lee YJ, Kim P, Kim CS, Oh DK. (2004) Increased xylitol production rate during
long-term cell recycle fermentation of Candida tropicalis. Biotechnol Lett 26:623-627
Kuyper M, Hartog MM, Toirkens MJ, Almering MJ, Winkler AA, van Dijken JP, Pronk JT
(2005) Metabolic engineering of a xylose-isomerase-expressing Saccharomyces
cerevisiae strain for rapid anaerobic xylose fermentation. FEMS Yeast Res 5:399-409
Lambert C, Leonard N, De Bolle X, Depiereux E (2002) ESyPred3D: Prediction of proteins
3D structure. Bioinformatics 18:1250-1256
Levin I, Meiri G, Peretz M, Burstein Y, Frolow F (2004) The ternary complex of
Pseudomonas aeruginosa alcohol dehydrogenase with NADH and ethylene glycol.
Protein Sci 13:1547-1556
Lima LHA, Felipe MGA, Torres FAG (2003) Reclassification of Candida guilliermondii
FTI 20037 as Candida tropicalis based on molecular phylogenetic analysis. Braz J
Microbiol 34:96-98
Page 19 of 33 Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
20
Lima LHA, Felipe MGA, Vitolo M, Torres FAG (2004) Effect of acetic acid present in
bagasse hydrolysate on the activities of xylose reductase and xylitol dehydrogenase in
Candida guilliermondii. Appl Microbiol Biotechnol 65:734-738
Lunzer R, Mamnun Y, Haltrich D, Kulbe KD, Nidetzky B (1998) Structural and functional
properties of a yeast xylitol dehydrogenase, a Zn
2+
-containing metalloenzyme similar to
medium-chain sorbitol dehydrogenases. Biochem J 336:91-99
Makinen KK (2000) Can the pentitol-hexitol theory explain the clinical observations made
with xylitol? Med Hypotheses 54:603-613
Oh DK, Kim SY (1998) Increase of xylitol yield by feeding xylose and glucose in Candida
tropicalis. Appl Microbiol Biotechnol 50:419-25
Pauly TA, Ekstrom JL, Beebe DA, Chrunyk B, Cunningham D, Griffor M, Kamath A, Lee
SE, Madura R, Mcguire D, Subashi T, Wasilko D, Watts P, Mylari BL, Oates PJ,
Adams PD, Rath VL (2003) X-Ray crystallographic and kinetic studies of human
sorbitol dehydrogenase. Structure 11:1071-1085
Persson B, Hallborn J, Walfridsson M, Hahn-Hägerdal B, Keranen S, Penttila M, Jornvall
H (1993) Dual relationships of xylitol and alcohol dehydrogenases in families of two
protein types. FEBS Lett 324:9-14
Page 20 of 33Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
21
Phadtare, S.U., Rawat, U.B., Rao, M.B. (1997) Purification and characterization of xylitol
dehydrogenase from Neurospora crassa. FEMS Microbiol Lett 146, 79-83.
Rathjen J, Mellor J (1990) Characterization of sequences required for RNA initiation from
the PGK promoter of Saccharomyces cerevisiae. Nucleic Acids Res 18:3219-3225
Richard P, Toivari MH, Penttila M (1999) Evidence that the gene YLR070c of
Saccharomyces cerevisiae encodes a xylitol dehydrogenase. FEBS Lett 457:135-138
Sambrook J, Fritsch EF, Maniatis T (1989) Molecular cloning: a laboratory manual, 2nd ed.
Cold Spring Harbor Laboratory Press. Cold Spring Harbor, NewYork
Sasaki H, Kishimoto T, Mizuno T, Shinzato T, Uemura H (2005) Expression of GCR1, the
transcriptional activator of glycolytic enzyme genes in the yeast Saccharomyces
cerevisiae, is positively autoregulated by Gcr1p. Yeast 22:305-319
Seiboth, B, Hartl, L, Pail, M, Kubicek CP (2003)
D-Xylose metabolism in Hypocrea
jecorina: loss of the xylitol dehydrogenase step can be partially compensated for by
lad1-encoded l-arabinitol-4-dehydrogenase. Eukaryot Cell 2:867-875
Shi NQ, Prahl K, Hendrick J, Cruz J, Lu P, Cho JY, Jones S, Jeffries T (2000)
Characterization and complementation of a Pichia stipitis mutant unable to grow on D-
xylose or L-arabinose. Appl Biochem Biotechnol 84-86:201-216
Page 21 of 33 Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
22
Silva SS, Vitolo M, Pessoa-Junior A, Felipe MGA (1996) Xylose reductase and xylitol
dehydrogenase activities by xylose-fermenting Candida guilliermondii. J Basic
Microbiol 36:187-191
Skoog K, Hahn-Hägerdal B (1988) Xylose fermentation. Enzyme Microb Technol 10:66-80
Takamizawa K, Uchida S, Hatsu M, Suzuki T, Kawai K (2000) Development of a xylitol
biosensor composed of xylitol dehydrogenase and diaphorase. Can J Microbiol 46:350-
357
van Peij NN, Gielkens MM, de Vries RP, Visser J, de Graaff LH (1998) The transcriptional
activator XlnR regulates both xylanolytic and endoglucanase gene expression in
Aspergillus niger. Appl Environ Microbiol 64:3615-3619
Walfridsson M, Anderlund M, Bao X, Hahn-Hägerdal B (1997) Expression of different
levels of enzymes from the Pichia stipitis xyl1 and xyl2 genes in Saccharomyces
cerevisiae and its effects on product formation during xylose utilisation. Appl
Microbiol Biotechnol 48:218-224
Watanabe S, Kodaki T, Makino K (2005) Complete reversal of coenzyme specificity of
xylitol dehydrogenase and increase of thermostability by the introduction of structural
zinc. J Biol Chem 280:10340-10349
Page 22 of 33Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
23
Webb SR, Lee H (1990) Regulation of D-xylose utilization by hexoses in pentose-
fermenting yeasts. Biotechnol Adv 8:685-697
Webb SR, Lee H (1992) Characterization of xylose reductase from the yeast Pichia stipitis:
evidence for functional thiol and histidyl groups. J Gen Microbiol 138:1857-1863
Wolf K (ed) (1996) Nonconventional yeasts in biotechnology. A handbook. Springer-
Verlag. Berlin and Heidelberg
Xavier MAS (2003) Desenvolvimento de tecnologia para produção de calcitonina humana
por engenharia genética. PhD thesis. Universidade de Brasília. Brazil
Yablochkova EN, Bolotnikova OI, Mikhailova NP, Nemova NN, Ginak A (2003) The
activity of xylose reductase and xylitol dehydrogenase in yeasts. Microbiology 72:414-
417
Yokoyama S, Kinoshita Y, Suzuki T, Kawai K, Horitsu H, Takamizawa R (1995) Cloning
and sequencing of two D-xylose reductase genes (xyra and xyrb) from Candida
tropicalis. J Ferment Bioeng 80:603-605
Page 23 of 33 Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
24
Figure Legends
Fig. 1 Nucleotide sequence of the XYL2 gene from C. tropicalis and its deduced amino acid
sequence. The 5´/3´ untranslated and coding regions are represented by small letters and
capital letters, respectively, and the asterisk indicates the stop codon. Arrows indicate the
annealing position and direction of extension of the primers used in this work. Nucleotides
in the filled box represent the proposed TATA box in the 5’ region, and the polyadenylation
site in the 3’ region. The putative zinc-ADH signature (positions 65-79) and the NAD
+
-
binding site (positions 179-208) are in bold. Binding sites for transcriptional regulators are
indicated by the underlines. The sequence was deposited on GenBank under the Accession
No. DQ220745.
Fig. 2 Copy number and expression analysis of XYL2. a Southern blotting of C. tropicalis
DNA digested with EcoRI (lane 1), EcoRV (lane 2), HindIII (lane 3). b Northern blotting
analysis of XYL2 expression in different carbon sources. 28S ribosomal RNA was used as a
loading control.
Fig. 3 Physical map of plasmid YEpXYL2 used to express XYL2 in S. cerevisiae RE1006.
Only relevant restriction sites are shown. p
PGK
and TT represent the promoter and
transcription terminator sequences of the yeast PGK1 gene, respectively.
Page 24 of 33Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
25
Fig. 4 Sequence alignment of Xyl2 and members of the medium-chain zinc-binding family.
Amino acids within the gray box represent the signature of alcohol dehydrogenases
belonging to the MDR family. The residues involved in binding the catalytic zinc are
indicated by arrows. The second structural zinc binding residues of KR (1E3J) are shown
within squares and those residues involved in the coenzyme binding, for all MDR
members, are indicated by asterisks. 1PL8-D: hSDH/NAD
+
; 1PL6-D:
hSDH/NADH/Inhibitor complex; 1E3J-A: Ketone Reductase (KR); 1RJW-D: Alcohol
Dehydrogenase (ADH); 1LLU-H: ADH/NAD
+
/Substrate complex.
Fig. 5 Three-dimensional model for Xyl2 obtained by molecular modeling. a NAD
+
domain, represented in cartoon diagram, constituted by motifs α and β in a typical Rossman
fold pattern. b Detail of the NAD
+
binding site in which residues participating in the
interaction are Val
187
, Asp
207
, Lys
212
, Cys
252
Asp
277
and Ser
299
. c Zinc binding domain with
residues interacting with the zinc represented in dark gray. d Detail of the zinc binding-site
showing the coordination of zinc with Glu
67
, His
66
and Glu
159
residues.
Fig 6 Effect of EDTA on the activity of Xyl2. a Measurement of NAD
+
reduction (A
340nm
)
in the presence (closed triangles) or absence (closed circles) of EDTA 1mM. b XDH
activity in different concentrations of EDTA.
Page 25 of 33 Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
Fig. 1 Nucleotide sequence of the XYL2 gene from C. tropicalis and its deduced amino acid
sequence. The 5´/3´ untranslated and coding regions are represented by small letters
and capital letters, respectively, and the asterisk indicates the stop codon. Arrows
indicate the annealing position and direction of extension of the primers used in this
work. Nucleotides in the filled box represent the proposed TATA box in the 5' region, and
the polyadenylation site in the 3' region. The putative zinc-ADH signature (positions 65-
79) and the NAD
+
-binding site (positions 179-208) are in bold. Binding sites for
transcri
p
tional re
g
ulators are indicated b
y
the underlines. The se
q
uence was de
p
osited on
GenBank under the Accession No. DQ220745.
Page 26 of 33Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
Fig. 2 Copy number and expression analysis of XYL2. a Southern blotting of C. tropicalis
DNA digested with EcoRI (lane 1), EcoRV (lane 2), HindIII (lane 3). b Northern blotting
analysis of XYL2 expression in different carbon sources. 28S ribosomal RNA was used as
a loading control.
Page 27 of 33 Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
Fig. 3 Physical map of plasmid YEpXYL2 used to express XYL2 in S. cerevisiae RE1006.
Only relevant restriction sites are shown. p
PGK
and TT represent the promoter and
transcription terminator sequences of the yeast PGK1 gene, respectively.
Page 28 of 33Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
Fig. 4 Sequence alignment of Xyl2 and members of the medium-chain zinc-bindin
g
famil
y
.
Amino acids within the gray box represent the signature of alcohol dehydrogenases
belonging to the MDR family. The residues involved in binding the catalytic zinc are
indicated by arrows. The second structural zinc binding residues of KR (1E3J) are shown
within squares and those residues involved in the coenzyme binding, for all MDR
members, are indicated by asterisks. 1PL8-D: hSDH/NAD
+
; 1PL6-D:
hSDH/NADH/Inhibitor complex; 1E3J-A: Ketone Reductase (KR); 1RJW-D: Alcohol
Dehydrogenase (ADH); 1LLU-H: ADH/NAD
+
/Substrate complex
Page 29 of 33 Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
Fig. 5 Three-dimensional model for Xyl2 obtained by molecular modeling. a NAD
+
domain,
represented in cartoon diagram, constituted by motifs and in a typical Rossman fold
pattern. b Detail of the NAD
+
binding site in which residues participating in the
interaction are Val
187
,Asp
207
,Lys
212
,Cys
252
Asp
277
and Ser
299
. c Zinc binding domain with
residues interacting with the zinc represented in dark gray. d Detail of the zinc binding-
site showing the coordination of zinc with Glu
67
,His
66
and Glu
159
residues.
Page 30 of 33Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
Fig 6 Effect of EDTA on the activity of Xyl2. a Measurement of NAD
+
reduction (A
340nm
)
in the presence (closed triangles) or absence (closed circles) of EDTA 1mM. b XDH
activity in different concentrations of EDTA.
Page 31 of 33 Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
Table 1 Primers used for XYL2 amplification
Primer Sequence (5’3’)
5XDH CAATGGTCYTKGGTCACGAATC
3XDH GWAWCCRTATCTGAAAGAWCC
xyl2F2 CAGTTGTTTTGGAATGTAGTGG
xyl2R2 TGGGGTGGCGGCAAAAGACA
5xyl2 CGGATCC
GTCATGACTGCAAACCCATC
3xyl2 CGGATCC
CTATTCTGGACCATCAATTAAAC
BamHI restriction sites are underlined
Page 32 of 33Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
For Peer Review
Table 2 Structural neighbors of Xyl2 from Vector Alignment Search Tool (VAST)
PDB CODE
Identity
(%)
Conserved
residues (%)
RMSD
1PL8-D hSDH/NAD
+
(Pauly et al., 2003) 36 55 0.6
1PL6-D hSDH/NADH/Inhibitor complex (Pauly et
al., 2003)
36 54 0.6
1E3J-A KR (Bemisia argentifolli) (Banfield et al.,
2001)
36 55 0.8
1RJW-B ADH (Bacillus stearothermophilus)
(Ceccarelli et al., 2004)
27 43 1.7
1LLU-H NAD
+
/substrate ADH (Pseudomonas
aeruginosa) (Levin et al., 2004)
24 39 1.7
Page 33 of 33 Applied Microbiology and Biotechnology
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 156
ANEXO 3
Artigo de Divulgação
66CIÊNCIA HOJE • vol. 33 • nº 195
PRIMEIRA
LINHA
aumento do consumo de açúcares, em especial
na forma de sacarose (extraída basicamente
O
da cana-de-açúcar e da beterraba), foi uma das prin-
cipais mudanças nos hábitos alimentares da espé-
cie humana nos últimos séculos. Antes que esse no-
vo item entrasse na dieta cotidiana, a humanidade
consumia açúcares presentes em frutas e outros
alimentos, mas em quantidade muito menor que a
atual. O excessivo volume de açúcar consumido
atualmente vem provocando vários problemas de
saúde, entre os quais se destacam as cáries dentárias
e a obesidade.
Em função desses problemas, muitos estudos vêm
sendo realizados, nos últimos 50 anos, para encon-
trar substitutos que evitem os efeitos indesejáveis
dos açúcares, principalmente da sacarose. Hoje,
muitos adoçantes alternativos, naturais ou artifi-
ciais, já são empregados em variados tipos de ali-
mentos. Um desses compostos é o xilitol, apontado
por muitos pesquisadores como uma opção adequa-
da para substituir a sacarose, pois apresenta doçura
equivalente, tem 33% a menos de calorias e, prin-
cipalmente, não produz cáries e pode ainda rever-
ter lesões iniciais nos dentes.
Adoçante com muitas vantagens
O xilitol é um composto do grupo dos polióis, ou
seja, é um álcool que apresenta, ligado a cada átomo
de carbono (C) de sua molécula, um grupo hidroxila,
formado por um átomo de oxigênio (O) e um de hi-
drogênio (H). Esse álcool tem a fórmula química
C
5
H
12
O
5
(figura 1) e pode ser encontrado em liquens,
fungos, algas e vegetais, e também como um inter-
mediário do metabolismo de carboidratos em ani-
mais, inclusive no homem.
O xilitol foi descoberto em 1891 pelos químicos
Emil Fischer (alemão, 1852-1919) e Gabriel Ber-
trand (francês, 1867-1962), que o prepararam, na
forma de xarope, a partir da reação da xilose (açú-
car obtido da madeira) com amálgama sódica (liga
de mercúrio e sódio). Esse álcool apresenta-se como
Os problemas de saúde associados ao açúcar comum vêm provocando há décadas a busca por substitutos.
Um dos mais pesquisados atualmente é o xilitol, um álcool com o mesmo poder adoçante da sacarose e
sem os seus aspectos inconvenientes. Além disso, diversos estudos têm mostrado que esse composto é
capaz de evitar e até reverter cáries e apresenta outras propriedades benéficas. Por Luanne Helena A.
Lima ([email protected]), do Departamento de Biologia Molecular (doutoranda), e Christian N. Berlinck
([email protected]), do Departamento de Ecologia (mestrando), ambos da Universidade de Brasília.
NUTRIÇÃO Substituto do açúcar apresenta muitas vantagens para consumidores
Xilitol, o adoçante do futuro
PRIMEIRA
LINHA
Figura 1. Esquema da molécula de xilitol (C
5
H
12
O
5
)
66CIÊNCIA HOJE • vol. 33 • nº 195
PRIMEIRA
LINHA
julho de 2003 • CIÊNCIA HOJE 67
xilitol pelas mães, durante os últimos meses de
gravidez e amamentação, ajuda a prevenir a trans-
missão de S. mutans para a criança nos seus pri-
meiros seis anos de vida.
O xilitol tem ainda várias aplicações clínicas. É
indicado para substituir os açúcares na dieta de
diabéticos, já que seu metabolismo não ocorre por
vias dependentes de insulina. Também é recomen-
dado para obesos, por ser menos calórico e diminuir
o nível de ácidos graxos livres no sangue. Pode ser
usado no tratamento de desordens metabólicas, como
a anemia hemolítica (causada por deficiência da
enzima glicose-6-fosfato-desidrogenase). Sua utili-
zação em nutrição parenteral (intravenosa) já é aceita
em muitos países: estudos mostraram que a admi-
nistração de xilitol associado a aminoácidos preser-
va as proteínas do paciente de modo mais eficiente
que o uso apenas de aminoácidos ou destes combi-
nados com glicose.
Outras pesquisas vêm descobrindo novas aplica-
ções para o xilitol. Foi demonstrado que esse álcool
pode ser usado para a prevenção de otite média agu-
da (infecção aguda do ouvido médio) por inibir o
crescimento e a adesão de espécies de Pneumococcus
e a adesão de Haemophilus influenzae em células
da nasofaringe. Testado na forma tanto de xarope
um pó cristalino e branco, sem odor. Suas caracte-
rísticas químicas proporcionam sensação de frescor
quando dissolvido na saliva, efeito explorado em
pastilhas, chicletes e balas. Sua doçura relativa é
igual à da sacarose e superior à de outros polióis,
como sorbitol e manitol, também usados como
adoçantes.
Devido à doçura e ao baixo valor calórico (apenas
2,4 calorias por grama), o xilitol vem sendo usado
como adoçante desde os anos 60 no Japão e em al-
guns países da Europa. Uma vantagem desse com-
posto, em relação a outros adoçantes, é o fato de não
apresentar sensação desagradável após o uso.
Seu emprego também oferece importantes van-
tagens para a indústria alimentícia. Quando proteí-
nas são aquecidas na presença de açúcares reduto-
res, em altas temperaturas, ocorrem reações de
Maillard (caramelização), que provocam o escure-
cimento do produto. O xilitol, por não apresentar
grupos redutores em sua molécula, não participa
dessas reações, evitando assim o efeito do escureci-
mento. Além disso, ele não é fermentado por diver-
sos microrganismos, possibilitando seu uso em pro-
dutos, como refrescos, sem a necessidade de pasteu-
rização e de adição de conservantes, quando este é
estocado por até cinco meses em frascos fechados,
representando uma redução nos custos do processo.
Ainda em relação à indústria alimentícia, esse com-
posto pode substituir a lactose em alimentos infan-
tis, permitindo seu consumo por crianças intoleran-
tes a esse açúcar.
A propriedade cariostática (prevenção de cáries)
desse álcool deve-se ao fato de não ser metabolizado
por microrganismos da biota bucal, principalmen-
te a bactéria Streptococcus mutans (figura 2), o que
impossibilita a proliferação das bactérias e, em con-
seqüência, impede a produção de ácidos que ata-
cam o esmalte dos dentes. Além disso, também pode
ser classificado como anticariogênico, por estimu-
lar a produção de saliva, que possui capacidade
tamponante (manutenção do pH), o que, juntamente
com o aumento na concentração de íons cálcio e
fosfato, induz a remineralização (figura 3), rever-
tendo lesões de cáries recém-formadas.
Pesquisas revelam benefícios
Estudos do finlandês Pentti Alanen e colaboradores,
em 2000, constataram que o consumo diário de chi-
cletes contendo xilitol por crianças de 10 anos redu-
ziu em 53,5% a incidência de cáries (figura 4). Os
efeitos cariostático e anticariogênico vêm impul-
sionando o uso do composto em cremes dentais, an-
ti-sépticos bucais, pastilhas, gomas de mascar e ou-
tros produtos para controle e prevenção de cáries.
Outra pesquisa, realizada por Eva Soderling e co-
laboradores em 2001, descobriu que o consumo de
Figura 2. Efeito do xilitol na inibição do crescimento
de
Streptococcus mutans
na placa bacteriana
Figura 3. Capacidade de remineralização de lesões
nos dentes pelo uso de chicletes com diferentes
adoçantes
FONTE: ADRIAN MANNING E COLABORADORES, 1992 FONTE: KAUKOMAKINEN E COLABORADORES, 1989
68CIÊNCIA HOJE • vol. 33 • nº 195
PRIMEIRA
LINHA
quanto de goma de mascar e pastilhas, o composto
reduziu em 40% a ocorrência de otite em crianças.
Estudos realizados por Pauli Mattila e colabora-
dores em 1998 demonstraram que, graças a uma
dieta suplementada com 10% de xilitol, os ossos de
ratas que tiveram os ovários retirados mantiveram
sua constituição mineral e mostraram densidade e
volume trabecular maiores que animais sem o su-
plemento. O resultado evidenciou que o composto
protege contra a osteoporose (fragilidade dos ossos,
causada pela redução de sua calcificação ou de sua
densidade) decorrente da ausência dos estrógenos
(hormônios produzidos nos ovários), situação simi-
lar à que acontece na menopausa, em mulheres.
A aplicação de xilitol em forma de aerosol tam-
bém pode ajudar a prevenir infecções pulmonares,
inclusive em pacientes com fibrose cística (como a
maioria dos fumantes). Ele reduz o teor de sais no
líquido que recobre as células do revestimento in-
terno dos pulmões, aumentando a atividade antibió-
tica natural do corpo contra as bactérias.
Em organismos superiores o metabolismo do
xilitol ocorre principalmente no fígado, onde, de-
pendendo da necessidade, de 20% a 80% do total
consumido podem ser transformados em glicose.
Como sua absorção é lenta, também pode ser
metabolizado indiretamente pelos microrganismos
presentes no intestino grosso. Geralmente é bem
tolerado pelo organismo humano em doses elevadas
(acima de 200 g por dia), embora em alguns casos
tenha efeito laxativo.
Quanto à segurança do consumo e utilização por
humanos, o xilitol já é aceito pela Comunidade Eco-
nômica Européia desde 1984, enquanto a agência
que regula alimentos e medicamentos nos Estados
Unidos (Food and Drug Administration) o classifica
como “geralmente reconhecido como seguro” (status
GRAS) desde 1986 e “seguro para os dentes” desde
1994. O Comitê de Especialistas em Aditivos Ali-
mentares da Organização Mundial da Saúde confir-
mou os estudos de toxicidade de xilitol e o classifi-
cou como “aceitável para consumo diário”. No Bra-
sil, o Ministério da Saúde aprovou o composto, como
produto dietético, em 1980.
Os métodos de produção do xilitol
Utilizado atualmente em produtos alimentícios, far-
macêuticos ou de saúde oral em mais de 35 países, o
xilitol pode ser recuperado de fontes naturais como
vegetais (banana, alface, morango, cenoura, espina-
fre e berinjela, entre outros), fungos ou liquens por
extração sólido-líquido (separação de um componen-
te sólido solubilizado por um solvente líquido), mas
como ele está presente em pequena proporção (me-
nos de 900 mg em cada 100 g de matéria-prima),
esse processo torna-se inviável economicamente.
A produção de xilitol em larga escala ocorre pelo
processo químico (figura 5), que consiste na reação
de hidrogenação de xilose, um açúcar comumente
encontrado na parede de células vegetais na forma
do polímero xilana.
Esse processo, patenteado em
1977 por Asko Melaja e Lauri
Hamalainen, inclui quatro etapas
básicas: 1. obtenção da xilose a
partir da hidrólise ácida (quebra
de moléculas por adição de água
promovida por ácidos) de mate-
rial vegetal rico em xilana; 2. pu-
rificação do material resultante
até a xilose pura; 3. hidrogenação
catalítica (adição de hidrogênios
Figura 4. Efeitos do xilitol na prevenção das cáries,
inibindo o crescimento da bactéria S. mutans e aumentando
a remineralização dos dentes
Figura 5. Processo de obtenção
de xilitol a partir da xilana
PRIMEIRA
LINHA
julho de 2003 • CIÊNCIA HOJE 69
a certas ligações da molécula) da xilose, formando
xilitol; e 4. cristalização do composto.
O rendimento do processo químico e a qualidade
do xilitol dependem da pureza da solução inicial de
xilose, já que a presença de impurezas interfere na
reação catalítica. São necessárias operações de mé-
todos de purificação (como troca iônica, descolora-
ção e fracionamento cromatográfico) para obtenção
de uma solução de xilose de elevada pureza. Após
a remoção do catalisador por filtração e troca iônica,
a solução de xilitol é concentrada, fracionada por
cromatografia, e cristalizada para obtenção do pro-
duto puro. Essas diversas etapas de purificação au-
mentam o tempo de processamento e encarecem o
produto.
Como alternativa ao processo convencional, o
xilitol pode ser obtido microbiologicamente a par-
tir da fermentação de soluções ricas em xilose, sem
a necessidade de purificação prévia do substrato.
Vários outros produtos comerciais são obtidos por
fermentação, destacando-se o etanol, utilizado in-
clusive como combustível.
Entre as vantagens apresentadas pelos processos
biotecnológicos destaca-se a redução dos custos em
relação aos processos químicos, além de apresentar
características que minimizam o impacto ambien-
tal, como diminuição da toxicidade dos efluentes e
o uso de recursos renováveis (biomassa vegetal). No
caso da via biotecnológica proposta para a produção
de xilitol, utilizam-se resíduos agroindustriais como
bagaço de cana, palha de arroz, palha de trigo e so-
bras de eucaliptos, potencializando o caráter de re-
dução de custos financeiros e ambientais.
Vários microrganismos já foram identificados
como fermentadores de xilose em xilitol, em sua
maioria fungos. Ching Chiang e S. Knight precurso-
res da pesquisa de obtenção de xilitol, identifica-
Figura 6. Metabolismo da xilose na maioria
das bactérias (à esquerda) e nos fungos usados
em sua produção (à direita)
ram em 1960 espécies dos gêneros Penicillium, As-
pergillus, Rhizopus, Glicocladium, Byssochlamys,
Myrothecium, Neurospora, Rhodotorula, Torulopsis.
Poucas bactérias formam xilitol, porque geralmen-
te convertem xilose diretamente em xilulose por
possuírem a enzima xilose isomerase (figura 6).
Quanto às leveduras (fungos anamorfos), várias es-
pécies foram identificadas como produtoras de
xilitol, destacando-se as do gênero Candida, pela
maior eficiência de conversão (figura 7).
Apesar das diversas pesquisas desenvolvidas na
produção biotecnológica via fermentação, ainda não
foi possível obter concentrações de xilitol suficien-
tes para a etapa de cristalização. Para aumentar a
produtividade desse processo, estão sendo aplica-
das estratégias de engenharia metabólica, que con-
sistem no desvio do metabolismo para aumentar a
formação desse poliol e diminuir o seu consumo pelo
próprio microrganismo.
Leveduras Xilitol (g/l)
Candida boidinii
(NRRL Y-17213) 2,9
Candida guilliermondii
(FTI-20037) 37
Candida intermedia
(RJ-248) 5,7
Candida mogii
(ATCC 18364) 31
Candida parapsilosis
(ATCC 34078) 20
Candida pseudotropicalis
(IZ-431) 4,3
Candida tropicalis
2,1
Candida tropicalis
(HXP 2) 4,8
Candida tropicalis
(1004) 17
Candida tropicalis
(ATCC 7349) 20
Candida tropicalis
(ATCC 20240) 5,5
Candida utilis
(ATCC 22023) 1,8
Candida utilis
(C-40) 3
Debaryomyces hansenii
(C-98, M-21) 0,8
Hansenula anomala
(IZ-1420) 6,1
Kluyveromyces fragilis
(FTI-20066) 4,6
Kluyveromyces marxianus
(IZ-1821) 6,1
Pichia (Hensenula) anomala
(NRRL Y-366) 2
Pachysolen tannophilus
(NRRL Y-2460) 2,2
Saccharomyces
(SC-13) 0,7
Saccharomyces
(SC-37) 2,3
Schizosaccharomyces pombe
(16979) 0,2
Figura 7. Leveduras produtoras de xilitol
(os códigos indicam diferentes linhagens dos fungos,
e a produção é por litro de meio de cultura)
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 161
ANEXO 4
Seqüência depositada no GenBank
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________ 162
LOCUS DQ220745 1538 bp DNA linear PLN 19-OCT-2005
DEFINITION Candida tropicalis xylitol dehydrogenase (xyl2) gene, complete cds.
ACCESSION DQ220745
VERSION DQ220745.1 GI:77732525
KEYWORDS .
SOURCE Candida tropicalis
ORGANISM Candida tropicalis
Eukaryota; Fungi; Ascomycota; Saccharomycotina; Saccharomycetes;
Saccharomycetales; mitosporic Saccharomycetales; Candida.
REFERENCE 1 (bases 1 to 1538)
AUTHORS Lima,L.H., Pinheiro,C.G., Freitas,S.M. and Torres,F.A.
TITLE Cloning and structural analysis of the xyl2 gene encoding xylitol
dehydrogenase from Candida tropicalis
JOURNAL Unpublished
REFERENCE 2 (bases 1 to 1538)
AUTHORS Lima,L.H., Pinheiro,C.G., Freitas,S.M. and Torres,F.A.
TITLE Direct Submission
JOURNAL Submitted (23-SEP-2005) Departamento de Biologia Celular,
Universidade de Brasilia, Campus Universitario Darcy Ribeiro,
Brasilia, DF 70910-900, Brazil
FEATURES Location/Qualifiers
source 1..1538
/organism="Candida tropicalis"
/mol_type="genomic DNA"
/db_xref="taxon:5482
"
gene
<343..>1437
/gene="xyl2"
mRNA
<343..>1437
/gene="xyl2"
/product="xylitol dehydrogenase"
CDS
343..1437
/gene="xyl2"
/EC_number="1.1.1.9
"
/note="oxidoreductase"
/codon_start=1
/transl_table=12
/product="xylitol dehydrogenase"
/protein_id="ABB01368.1
"
/db_xref="GI:77732526"
/translation="MTANPSLVLNKVDDISFEEYEAPKLESPRDVIVEVKKTGICGSD
IHYYAHGSIGPFILRKPMVLGHESAGVVSAVGSEVTNLKVGDRVAIEPGVPSRFSDET
KSGHYHLCPHMSFAATPPVNPDEPNPQGTLCKYYRVPCDFLFKLPDHVSLELGAMVEP
LTVGVHGCKLADLKFGEDVVVFGAGPVGLLTAAVARTIGAKRVMVVDIFDNKLKMAKD
MGAATHIFNSKTGGDYQDLIKSFDGVQPSVVLECSGAQPCIYMGVKILKAGGRFVQIG
NAGGDVNFPIADFSTRELALYGSFRYGYGDYQTSIDILDRNYVNGKDKAPINFELLIT
HRFKFKDAIKAYDLVRAGNGAVKCLIDGPE"
ORIGIN
1 accttcctat tgtttggaaa ccggaaaaaa ataatatttt gtatggagat cctcaaattt
61 cggggaaatt gtagatttac cttcctcttg caattacgca ttgctactat tttgtttttt
121 agtttgggtt ttcttttgta ttgcttcacg tatggtgatt atactttgtg tacacttgtt
181 catttactcc cccaagtttt cctctccccc tccatttata atgtatgaat taattatata
241 aatactgccg caaatttccc caggttgaaa ttttttttgt tacttctaaa gtttcttatt
301 tcttttcatt caataacttt caattctaca aatacaaaag tcatgactgc aaacccatca
361 ttagttctta acaaagttga cgatatttcc tttgaagaat acgaagctcc aaaactcgaa
421 tcaccaagag atgtcattgt tgaagttaag aaaactggta tctgtggatc agatatccat
481 tactatgccc atggttcaat tggtccattt attttaagaa aaccaatggt tttaggtcac
541 gaatcagcag gtgttgtttc tgctgtcgga agtgaagtta ccaacttgaa ggttggtgat
601 agagttgcca ttgaacctgg tgtaccttca agatttagtg atgagaccaa atctggtcat
661 tatcatttgt gcccacatat gtcttttgcc gccaccccac cagttaaccc agatgaacca
721 aatcctcaag gtactttatg taaatactac agagtcccat gtgacttttt attcaaatta
781 ccagatcatg tttctttgga gttgggtgct atggttgaac cattaactgt tggtgtccac
841 ggttgtaaat tggctgattt gaaatttggt gaagacgttg ttgtttttgg tgccggtcca
901 gttggtttgt tgaccgctgc cgttgctaga acaattggtg ctaaaagagt catggttgtt
961 gatatttttg acaacaaatt gaagatggca aaagatatgg gtgctgccac tcatattttc
1021 aactcaaaaa ccggtggtga ttatcaagat ttgatcaaga gttttgatgg tgttcaacct
1081 tcagttgttt tggaatgtag tggtgctcaa ccatgtatct atatgggtgt taaaatcttg
1141 aaagctggtg gtagatttgt tcaaattggt aatgccggtg gtgatgtcaa tttcccaatt
1201 gctgatttct caaccagaga attggcatta tatggttctt tcagatatgg ttacggtgac
1261 taccaaactt caattgatat tttagacaga aactacgtca atggtaaaga caaagcacca
1321 attaatttcg aattgttgat tactcacaga ttcaagttta aagatgccat caaagcctat
1381 gatttggtca gagcaggaaa tggtgctgtc aaatgtttaa ttgatggtcc agaatagagg
1441 tatatagtat tagaaaaaga atatacagta tatatatata tatatgtgaa taattcatgc
1501 ttaagtttaa tatcagtaaa gcatctacta taaatcca
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo