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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
TESE DE DOUTORADO
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO E QUALIDADE DOS OVOS
DE POEDEIRAS COMERCIAIS, SUBMETIDAS ÀS DIETAS
SUPLEMENTADAS COM DIFERENTES ÓLEOS VEGETAIS
MARIA DO SOCORRO VIEIRA DOS SANTOS
Fortaleza – Ceará – Brasil
2005
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AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO E QUALIDADE DOS OVOS DE
POEDEIRAS COMERCIAIS, SUBMETIDAS ÀS DIETAS
SUPLEMENTADAS COM DIFERENTES ÓLEOS VEGETAIS
MARIA DO SOCORRO VIEIRA DOS SANTOS
TESE APRESENTADA À COORDENAÇÃO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM ZOOTECNIA, COMO REQUISITO PARCIAL PARA
OBTEÃO DO GRAU DE DOUTOR
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEA
Fortaleza – Ceará – Brasil
2005
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Esta tese foi submetida como parte dos requisitos necessários a obtenção
do Grau de Doutor em Zootecnia, outorgada pela Universidade Federal do Ceará, e
encontra-se à disposição dos interessados na Biblioteca Central da referida
Universidade.
A citação de qualquer trecho desta tese é permitida, desde que seja feita de
conformidade com as normas da ética científica.
________________________________________
Maria do Socorro Vieira dos Santos
Tese aprovada em _____/_____/_____
___________________________________________
Prof. Dr. Gastão Barreto Espíndola
Orientador
____________________________________
Dr. Raimundo Nonato Braga Lôbo
Conselheiro
____________________________________
Profa. Dra. Maria de Fátima Freire Fuentes
Conselheira
____________________________________
Prof. Dr. Luiz Euquerio de Carvalho
Conselheiro
____________________________________
Prof. Dr. Francisco Militão de Sousa
Conselheiro
Aos meus pais, José Vieira dos Santos e
Teresinha dos Santos Vieira, pelo amor, dedicação
e incentivo ao longo de minha vida.
Ao casal, João Jorge e Cleusa Reis, pela amizade
e apoio profissional prestados durante o decorrer do
curso.
A minha irmã, Célida Socorro, pela inestivel
ajuda, estímulo e amizade.
Dedico.
Um dia você aprende que...
Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar
uma alma. E vo aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.
E coma a aprender que beijos não são contratos e presentes nãoo promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um
adulto eo com a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o
terreno amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende
que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita queo
importa qo boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que se leva anos para se construir confiança e
apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo
resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigoso a
família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendermos que
os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons
momentos juntos.
Descobre que devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última
vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobres, mass somos
responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que o se deve comparar com os outros, mas com o
melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende queo importa ondechegou, mas onde es indo, mas se vocêo sabe para onde está
indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível
não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma
situação, sempre existem dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário
fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute, quando você cai é uma das
poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiências que
se teve, e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há
mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos
são bobagens, poucas coisas sãoo humilhantes, e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que
quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque algm não o ama do jeito que você quer que ame, o significa que esse
alguém não sabe amar, contudo, o ama como pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não
sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por
alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma
severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em
quantos pedaços seu corão foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás, portanto, plante seu jardim e decore
sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores... E você aprende que realmente pode
suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que vo tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são
traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.
Willian Shakespeare
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal do Ceará –UFC, através da Coordenação do
Curso de Doutorado em Zootecnia, pela oportunidade de realização do mesmo.
À Coordenão do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico - CNPq, pela conceso da bolsa de estudos e apoio financeiro para a
condução da fase experimental da pesquisa.
À empresa CEAVE – Aviário Cearense, pela doação das aves utilizadas no
experimento.
Ao professor Dr. Gastão Barreto Espíndola pela orientação e apoio, para
realização e conclusão desta tese.
Ao Dr. Raimundo Nonato Braga Lôbo e ao Prof. Dr. José Lúcio Lima
Guerra, respectivamente do Centro de Pesquisa com Caprinos EMBRAPA e
Departamento de Zootecnia da UFC, pela orientação nas análises estatísticas
realizadas na pesquisa.
Ao professor Dr. Seed Ahamed Khan do Departamento de Economia
Agrícola da UFC, pela orientação na análise econômica realizada na pesquisa.
Aos professores do Departamento de Zootecnia da UFC, pelos
ensinamentos e apoio transmitidos no decorrer do curso.
Aos químicos Ari Marques e Odécio Costa do Parque de Desenvolvimento
Tecnológico - PADETEC pela colaboração na realização das análises laboratoriais.
Aos funcionários do Setor de Avicultura, Laboratório de Nutrição Animal e
Fábrica de Rações do Departamento de Zootecnia da UFC, pela valiosa contribuão
durante a realização das atividades desenvolvidas na fase experimental.
Aos estudantes de graduão Adriano, Marcus, Antônio e Labibe pela
ajuda na condução das tarefas de campo e análises laboratoriais durante a fase
experimental.
A todos que, direta ou indiretamente, contribram para o êxito deste
trabalho.
ÍNDICE
Página
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................... xiii
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................ xv
LISTA DE QUADROS ............................................................................................................. xvi
LISTA DE ANEXOS ................................................................................................................. xvii
RESUMO ................................................................................................................................. xix
ABSTRACT ............................................................................................................................. xxi
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1. Considerações Gerais ............................................................................................ 01
2. Composição do Ovo................................................................................................ 03
2.1 Composição da casca..................................................................................... 04
2.2 Composição do albúmen................................................................................. 05
2.3 Composição da gema...................................................................................... 06
3. Digestão, Absorção e Metabolismo dos Lipídios..................................................... 07
4. Fatores que Afetam o Valor Nutricional dos Lipídios .............................................. 09
4.1 Estrutura química............................................................................................. 09
4.2 Idade do animal............................................................................................... 10
4.3 Qualidade da dieta........................................................................................... 11
4.4 Temperatura.................................................................................................... 11
5. Óleos e Gorduras de Importância Avícola............................................................... 12
5.1 Óleo de soja..................................................................................................... 13
5.2 Óleo de girassol............................................................................................... 14
5.3 Óleo de algodão .............................................................................................. 15
5.4 Óleo de linha................................................................................................ 16
5.5 Óleo de canola................................................................................................. 17
5.6 Gordura de aves.............................................................................................. 17
5.7 Banha de suínos.............................................................................................. 17
6. Referências Bibliográficas ...................................................................................... 18
CAPÍTULO II - DESEMPENHO ZOOTÉCNICO DE POEDEIRAS COMERCIAIS,
SUBMETIDAS ÀS DIETAS SUPLEMENTADAS COM DIFERENTES
ÓLEOS VEGETAIS
1. Revisão de Literatura............................................................................................... 21
2. Material e Métodos.................................................................................................. 24
2.1 Localização e duração do trabalho experimental............................................ 24
2.2 Condições ambientais..................................................................................... 24
2.3 Aves experimentais.......................................................................................... 25
2.4 Instalações e equipamentos............................................................................ 25
2.5 Rações experimentais..................................................................................... 26
2.5.1 Composição das rações experimentais.................................................. 26
2.5.2 Análise bromatológica dos ingredientes das rações experimentais....... 26
2.5.3 Formulação das rações experimentais................................................... 27
2.5.4 Elaboração das rações experimentais.................................................... 28
2.6 Procedimento experimental............................................................................. 30
2.6.1 Fase pré-experimental (18 a 22 semanas de idade).............................. 30
2.6.2 Fase experimental (23 a 42 semanas de idade)..................................... 30
2.7 Planejamento estatístico.................................................................................. 31
2.8 Coleta e cálculo dos dados experimentais...................................................... 32
3. Resultados e Discussão.......................................................................................... 34
3.1 Percentagem de postura.................................................................................. 34
3.2 Consumo de ração........................................................................................... 36
3.3 Conversão alimentar........................................................................................ 38
3.4 Massa de ovo................................................................................................... 39
3.5 Variação de peso corporal............................................................................... 40
3.6 Comportamento das variáveis ao longo da fase experimental........................ 43
4. Conclusões.............................................................................................................. 45
5. Referências Bibliográficas ...................................................................................... 46
CATULO III - QUALIDADE INTERNA E EXTERNA DOS OVOS DE POEDEIRAS
COMERCIAIS, SUBMETIDAS ÀS DIETAS SUPLEMENTADAS COM
DIFERENTES ÓLEOS VEGETAIS
1. Revisão de Literatura............................................................................................... 49
2. Material e Métodos.................................................................................................. 55
2.1 Localização e duração do trabalho experimental............................................ 55
2.2 Aves experimentais.......................................................................................... 55
2.3 Rações experimentais..................................................................................... 56
2.4 Planejamento estatístico................................................................................. 57
2.5 Coleta e cálculo dos dados experimentais...................................................... 58
2.5.1 Qualidade dos ovos................................................................................ 58
2.5.2 Teor de colesterol na gema dos ovos.................................................... 59
3. Resultados e Discussão.......................................................................................... 63
3.1 Peso dos ovos................................................................................................. 63
3.2 Percentagem da gema nos ovos..................................................................... 65
3.3 Percentagem da clara nos ovos...................................................................... 66
3.4 Percentagem da casca nos ovos.................................................................... 68
3.5 Coloração da gema crua dos ovos ................................................................. 69
3.6 Colesterol na gema dos ovos........ ................................................................. 71
3.7 Comportamento das variáveis ao longo da fase experimental........................ 75
4. Conclusões.............................................................................................................. 78
5. Referências Bibliográficas ...................................................................................... 79
CATULO IVEFEITO DA TEMPERATURA E PERÍODO DE ESTOCAGEM SOBRE A
QUALIDADE DOS OVOS DE POEDEIRAS COMERCIAIS
1. Revisão de Literatura............................................................................................... 82
2. Material e Métodos.................................................................................................. 88
2.1 Localização e duração do trabalho experimental............................................ 88
2.2 Aves experimentais.......................................................................................... 88
2.3 Rações experimentais..................................................................................... 89
2.4 Planejamento estatístico................................................................................. 89
2.5 Coleta e cálculo dos dados experimentais...................................................... 90
3. Resultados e Discussão.......................................................................................... 93
3.1 Perda de peso dos ovos.................................................................................. 93
3.2 Percentagem da gema nos ovos..................................................................... 95
3.3 Percentagem da clara nos ovos...................................................................... 97
3.4 Percentagem da casca nos ovos..................................................................... 99
3.5 Gravidade específica dos ovos........................................................................ 101
3.6 Unidades Haugh dos ovos............................................................................... 103
3.7 Coloração da gema crua dos ovos ................................................................. 105
3.8 Efeito das interações entre os dois fatores estudados sobre os diferentes
parâmetros.......................................................................................................
107
4. Conclusões.............................................................................................................. 108
5. Referências Bibliográficas ...................................................................................... 109
CATULO V – ANÁLISE SENSORIAL DOS OVOS DE POEDEIRAS COMERCIAIS,
SUBMETIDAS ÀS DIETAS SUPLEMENTADAS COM DIFERENTES
ÓLEOS VEGETAIS
1. Revisão de Literatura............................................................................................... 111
2. Material e Métodos.................................................................................................. 113
2.1 Localização e duração do trabalho experimental............................................ 113
2.2 Aves experimentais.......................................................................................... 113
2.3 Rações experimentais..................................................................................... 114
2.4 Planejamento estatístico................................................................................. 115
2.5 Coleta e cálculo dos dados experimentais...................................................... 115
3. Resultados e Discussão.......................................................................................... 118
3.1 Cheiro dos ovos............................................................................................... 118
3.2 Sabor dos ovos................................................................................................ 119
3.3 Aceitação do sabor dos ovos........................................................................... 120
3.4 Textura da gema e da clara dos ovos.............................................................. 122
4. Conclusões.............................................................................................................. 124
5. Referências Bibliográficas ...................................................................................... 125
CAPÍTULO VI – ANÁLISE ECOMICA DA PROUÇÃO DE OVOS DE POEDEIRAS
COMERCIAIS, SUBMETIDAS ÀS DIETAS SUPLEMENTADAS COM
DIFERENTES ÓLEOS VEGETAIS
1. Revisão de Literatura............................................................................................... 127
2. Material e Métodos.................................................................................................. 130
2.1 Localização e duração do trabalho experimental............................................ 130
2.2 Aves experimentais.......................................................................................... 130
2.3 Rações experimentais..................................................................................... 131
2.4 Procedimento experimental............................................................................. 132
2.5 Planejamento estatístico.................................................................................. 132
2.6 Coleta e cálculo dos dados experimentais...................................................... 133
2.7 Determinação dos custos................................................................................ 133
2.7.1 Custo operacional efetivo ..................................................................... 134
2.7.2 Receita bruta ......................................................................................... 134
2.7.3 Margem bruta em relação ao custo operacional efetivo........................ 135
2.7.4 Ponto de nivelamento ........................................................................... 135
2.7.5 Lucro operacional efetivo ...................................................................... 136
2.7.6 Índice de lucratividade .......................................................................... 136
3. Resultados e Discussão.......................................................................................... 137
4. Conclusões.............................................................................................................. 140
5. Referências Bibliográficas ...................................................................................... 141
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................... 143
ANEXOS................................................................................................................................... 144
LISTA DE TABELAS
Página
TABELA I.1 Percentagem de ácidos graxos saturados, monoinsaturados-
oleico (C18:1), poliinsaturados-linoleico (C18:2 n-6) e
poliinsaturados alfa-linolênico (C18:3 n-3) em diferentes óleos e
gorduras..........................................................................................
10
TABELA II.1
Composição químico-bromatológica e aminograma das marias
primas básicas...............................................................................
27
TABELA II.2
Composição percentual e análise calculada das dietas
experimentais.................................................................................
29
TABELA II.3
Percentagem de postura (ave/dia) de poedeiras comerciais,
submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos
vegetais. ........................................................................................
34
TABELA II.4
Consumo de ração (g/ave/dia) de poedeiras comerciais,
submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos
vegetais. ........................................................................................
36
TABELA II.5 Conversão alimentar (kg de ração/kg de ovo) de poedeiras
comerciais, submetidas às dietas suplementadas com diferentes
óleos vegetais. ..............................................................................
38
TABELA II.6
Massa de ovo (g) de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes óleos vegetais. ............................
39
TABELA II.7
Variação de peso corporal de poedeiras comerciais, submetidas
às dietas suplementadas com diferentes óleos vegetais...............
41
TABELA III.1
Peso dos ovos (g) de poedeiras comerciais, submetidas às
dietas suplementadas com diferentes óleos vegetais....................
63
TABELA III.2
Percentagem da gema nos ovos de poedeiras comerciais,
submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos
vegetais. .......................................................................................
65
TABELA III.3
Percentagem da clara nos ovos de poedeiras comerciais,
submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos
vegetais. ........................................................................................
67
TABELA III.4
Percentagem da casca nos ovos de poedeiras comerciais,
submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos
vegetais. .........................................................................................
68
TABELA III.5
Coloração da gema crua dos ovos de poedeiras comerciais,
submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos
vegetais. .........................................................................................
70
TABELA III.6
Colesterol na gema (mg/g) dos ovos de poedeiras comerciais,
submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos
vegetais. .........................................................................................
71
TABELA IV.1 Correção da temperatura da água para cálculo da gravidade
específica do ovo.............................................................................
91
TABELA IV.2
Perda de peso (%) dos ovos em diferentes períodos de
estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais. .....................................................................
93
TABELA IV.3
Percentagem da gema nos ovos em diferentes períodos de
estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais. .....................................................................
95
TABELA IV.4 Percentagem da clara nos ovos em diferentes períodos de
estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais. ....................................................................
97
TABELA IV.5
Percentagem da casca nos ovos em diferentes períodos de
estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais. .....................................................................
99
TABELA IV.6
Gravidade específica dos ovos em diferentes períodos de
estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais. .....................................................................
101
TABELA IV.7
Unidades Haugh dos ovos em diferentes períodos de estocagem
e temperaturas de conservação, provenientes de poedeiras
comerciais. .....................................................................................
103
TABELA IV.8
Coloração da gema crua nos ovos em diferentes períodos de
estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais. .....................................................................
105
TABELA IV.9
Comportamento das interações temperatura de conservão x
período de estocagem (TxE) sobre diversos parâmetros.
107
TABELA V.1
Presença de cheiro anômalo nos ovos de poedeiras comerciais,
submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos
vegetais. .........................................................................................
118
TABELA V.2 Presença de sabor anômalo nos ovos de poedeiras comerciais,
submetidas, às dietas suplementadas com diferentes óleos
vegetais. .........................................................................................
119
TABELA V.3
Aceitação do sabor dos ovos de poedeiras comerciais,
submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos
vegetais. .........................................................................................
120
TABELA V.4
Textura da gema e da clara dos ovos de poedeiras comerciais,
submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos
vegetais. .........................................................................................
122
TABELA VI.1
Análise econômica da produção de ovos de poedeiras
comerciais, submetidas às dietas suplementadas com diferentes
óleos vegetais. ................................................................................
137
LISTA DE FIGURAS
Página
FIGURA I.1 Diagrama de um ovo de galinha. .................................................... 03
FIGURA II.1
Dados meteorológicos durante a fase experimental....................... 25
FIGURA II.2
Alojamento das aves e identificação dos tratamentos no galpão
experimental. Setor de Avicultura - UFC.........................................
31
FIGURA II.3
Registro diário dos dados experimentais.Setor de Avicultura-UFC 33
FIGURA II.4
Peso corporal de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes de óleos vegetais. .........................
42
FIGURA II.5
Desempenho zootécnico de poedeiras comerciais, obtidos em
cada período, ao longo da fase experimental (23 – 42 semanas)..
44
FIGURA III.1
Análise da qualidade interna dos ovos de poedeiras comerciais
Laboratório de Nutrição Animal - UFC............................................
58
FIGURA III.2
Secagem e pesagem da casca dos ovos de poedeiras
comerciais. Laboratório de Nutrição Animal - UFC.........................
59
FIGURA III.3
Curva de calibração do colesterol pado ...................................... 61
FIGURA III.4
Cromatograma característico do padrão de colesterol.................... 61
FIGURA III.5
Cromatograma de colesterol em uma amostra de gema do ovo.... 61
FIGURA III.6
Colesterol na gema (mg/g) dos ovos de poedeiras comerciais,
submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos
vegetais. .........................................................................................
75
FIGURA III.7
Qualidade dos ovos de poedeiras comerciais, obtidos em cada
período, ao longo da fase experimental (23 – 24 semanas)...........
76
FIGURA IV.1
Perda de peso (%) dos ovos em diferentes períodos de
estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais.......................................................................
95
FIGURA IV.2
Percentagem da gema nos ovos em diferentes períodos de
estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais.......................................................................
97
FIGURA IV.3
Percentagem da clara nos ovos em diferentes períodos de
estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais.......................................................................
99
FIGURA IV.4
Percentagem da casca nos ovos em diferentes períodos de
estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais.......................................................................
100
FIGURA IV.5 Gravidade específica dos ovos em diferentes períodos de
estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais.......................................................................
102
FIGURA IV.6
Unidades Haugh dos ovos de poedeiras comerciais em diferentes
períodos de estocagem e temperaturas de conservação,
provenientes de poedeiras comerciais............................................
104
FIGURA IV.7
Coloração da gema crua nos ovos em diferentes períodos de
estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais.......................................................................
106
FIGURA V.1
Cozimento, processamento e degustação dos ovos de poedeiras
comerciais. Laboratório de Nutrição Animal - UFC.........................
116
FIGURA V.2
Análise sensorial dos ovos de poedeiras comerciais, submetidas
às dietas suplementadas com diferentes óleos vegetais................
122
FIGURA VI.1
Experimento com poedeiras comerciais. Setor de Avicultura-UFC. 130
FIGURA VI.2
Ponto de nivelamento em relação ao custo operacional efetivo da
produção dos ovos de poedeiras comerciais, submetidas às
dietas suplementadas com diferentes óleos vegetais. ...................
139
LISTA DE QUADROS
Página
QUADRO V.1 Questionário de avalião da análise sensorial dos ovos de
poedeiras comerciais, submetidas às dietas suplementadas com
diferentes óleos vegetais.................................................................
117
LISTA DE ANEXOS
Página
TABELA II. 1A Análise de variância da percentagem de postura (ave/dia) de
poedeiras comerciais, submetidas às dietas suplementadas
com diferentes óleos vegetais (23 a 42 semanas de idade). .......
145
TABELA II. 2A
Análise de variância do consumo de ração (g/ave/dia) de
poedeiras comerciais, submetidas às dietas suplementadas
com diferentes óleos vegetais (23 a 42 semanas de idade). .......
145
TABELA II. 3A
Análise de variância da conversão alimentar (kg de ração/kg de
ovo) de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes óleos vegetais (23 a 42
semanas de idade).......................................................................
145
TABELA II. 4A Análise de variância da massa de ovo (g) de poedeiras
comerciais, submetidas às dietas suplementadas com
diferentes óleos vegetais (23 a 42 semanas de idade). ..............
146
TABELA II. 5A
Análise de variância da variação de peso (g) de poedeiras
comerciais, submetidas às dietas suplementadas com
diferentes óleos vegetais (23 a 42 semanas de idade). ..............
146
TABELA III. 1A
Análise de variância do peso dos ovos (g) de poedeiras
comerciais, submetidas às dietas suplementadas com
diferentes óleos vegetais (23 a 42 semanas de idade) ...............
146
TABELA III. 2A
Análise de variância da percentagem da gema nos ovos de
poedeiras comerciais, submetidas às dietas suplementadas
com diferentes óleos vegetais (23 a 42 semanas de idade).........
147
TABELA III. 3A
Análise de variância da percentagem da clara nos ovos das
poedeiras comerciais, submetidas às dietas suplementadas
com diferentes óleos vegetais (23 a 42 semanas de idade) ........
147
TABELA III. 4A
Análise de variância da percentagem da casca nos ovos de
poedeiras comerciais, submetidas às dietas suplementadas
com diferentes óleos vegetais (23 a 42 semanas de idade). .......
147
TABELA III. 5A
Análise de variância da coloração da gema crua dos ovos de
poedeiras comerciais, submetidas às dietas suplementadas
com diferentes óleos vegetais (23 a 42 semanas de idade).........
148
TABELA III. 6A
Análise de variância do colesterol da gema (mg/g) dos ovos de
poedeiras comerciais, submetidas às dietas suplementadas
com diferentes óleos vegetais (23 a 42 semanas de idade).........
148
TABELA IV. 1A
Análise de variância da perda de peso (%) dos ovos em
diferentes períodos de estocagem e temperaturas de
conservação, provenientes de poedeiras comerciais...................
148
TABELA IV. 2A
Análise de variância
da percentagem da gema nos ovos em
diferentes períodos de estocagem e temperaturas de
conservação, provenientes de poedeiras comerciais...................
149
TABELA IV. 3A Análise de variância da percentagem da clara nos ovos em
diferentes períodos de estocagem e temperaturas de
conservação, provenientes de poedeiras comerciais...................
149
TABELA IV. 4A
Análise de variância
da percentagem da casca nos ovos em
diferentes períodos de estocagem e temperaturas de
conservação, provenientes de poedeiras comerciais...................
150
TABELA IV. 5A
Análise de variância da gravidade específica dos ovos em
diferentes períodos de estocagem e temperaturas de
conservação, provenientes de poedeiras comerciais...................
150
TABELA IV. 6A
Análise de variância das unidades Haugh dos ovos em
diferentes períodos de estocagem e temperaturas de
conservação, provenientes de poedeiras comerciais...................
151
TABELA IV. 7A
Análise de variância da coloração da gema crua dos ovos em
diferentes períodos de estocagem e temperaturas de
conservação, provenientes de poedeiras comerciais...................
151
TABELA VI. 1A
Preço unitário dos ingredientes das dietas experimentais............
152
TABELA VI. 2A Desempenho zootécnico de poedeiras comerciais, submetidas
às dietas suplementadas com diferentes óleos vegetais (23 - 42
semanas de idade).......................................................................
152
RESUMO
SANTOS, M. S. V. Avaliação do desempenho e qualidade dos ovos de
poedeiras comerciais, submetidas às dietas suplementadas com diferentes
óleos vegetais. [Performance evaluation and eggs quality of laying hens, submitted
to diets supplemented with different vegetable oils.]. Ceará, 2005. 174p. Tese
(Doutorado em Zootecnia). Universidade Federal do Ceará.
A pesquisa foi desenvolvida no Setor de Avicultura do Departamento de
Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Cea (UFC),
objetivando avaliar o desempenho zootécnico e a qualidade dos ovos de poedeiras
comerciais, submetidas às dietas com diferentes óleos vegetais. O procedimento
experimental envolveu 224 poedeiras comerciais da linhagem Hy-line W-36, com 23
semanas de idade, dividido em 5 ciclos de 28 dias, durante os quais foram coletados
dados para estudo. O delineamento estatístico foi em blocos ao acaso, com 7
tratamentos, sendo a unidade experimental representada por 1 parcela com 8 aves,
e 4 repetições por tratamento. Os tratamentos constaram de 7 rações, com nível de
energia de 2.850 Kcal EM/kg e protna de 18%, sendo: T1 - dieta basal (sem óleo);
T2 - dieta basal + 2% de óleo de soja; T3 - dieta basal + 4% de óleo de soja; T4 -
dieta basal + 2% de óleo de linhaça; T5 - dieta basal + 4% de óleo de linhaça; T6 -
dieta basal + 2% de óleo de algodão e T7 - dieta basal + 4% óleo de algodão. A
inclusão do óleo vegetal nas dietas não possibilitou uma melhora absoluta (P>0,05)
na percentagem de ovos, conversão alimentar, massa de ovo, ganho de peso
corporal, peso dos ovos, percentagens da gema, clara e casca, e na redução do
nível de colesterol dos ovos, em relação à dieta controle (sem óleo). De acordo com
a idade das aves, observou-se aumento significativo (P<0,05) do peso dos ovos e da
percentagem da gema, e redução na percentagem da clara e na coloração da gema
crua, pomo houve alteração significativa (P>0,05) na percentagem da casca. O
nível de 4% de adição do óleo vegetal nas dietas promoveu uma melhora efetiva
(P<0,05) na coloração da gema crua dos ovos. Os ovos conservados em
temperatura de refrigeração apresentaram menor (P<0,05) perda de peso e
melhores (P<0,05) índices de percentagem da clara, gravidade específica, unidades
Haugh e coloração da gema crua, quando comparados aos ovos conservados em
temperatura ambiente. Constatou-se que a qualidade dos ovos é alterada
significativamente (P>0,05) em função da temperatura de conservação e do período
de estocagem, notadamente para os parâmetros perda de peso, percentagens da
gema e clara, gravidade específica e unidades Haugh. Em relação à análise
sensorial, a inclusão de 4% de adição de óleo de linhaça nas dietas alterou (P<0,05)
efetivamente o sabor e a textura da gema e da clara dos ovos. Na análise
econômica, observou-se que a margem bruta e o lucro operacional efetivo foram
maiores na dieta com 2% óleo de soja e menores na dieta com 4% óleo de linhaça.
A melhor resposta econômica da produção de ovos foi obtida pelas aves que
consumiram dieta com 2% óleo de soja.
Palavras-chave: análise sensorial, análise econômica, colesterol, desempenho
zootécnico, óleos vegetais, qualidade do ovo, temperatura e
período de estocagem.
ABSTRACT
SANTOS, M. S. V. Evaluation of the performance and quality of eggs of
commercial laying hens, submitted to the diets supplemented with different
vegetal oils. [Avaliação do desempenho e qualidade dos ovos de poedeiras
comerciais, submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos vegetais.].
Ceará, 2005. 174p. Thesis (Doutorado in Zootecnia). Federal University of Ceará.
The research was developed in the Sector of Poultry of the Department of
Zootecnical Center of Agrarian Sciences of the Federal University of Ceará (UFC),
objectifying to evaluate the zootecnical performance and the quality of eggs of
commercial laying hens, submitted to the diets with different vegetal oils. The
experimental procedure involved 224 commercial laying hens of the Hy-line W-36
line, with 23 weeks of age, divided in 5 cycles of 28 days, during which were
collected data for study The experiment followed a randomized blocks, distributed in
seven treatments, each experimental unit was a box with 8 hens and 4 repetitions
per treatment. The treatments consisted of 7 rations, with level of energy of 2850 kcal
ME/kg and protein of 18%, being: T1 - basal diet (without oil); T2 - basal diet + 2% of
soy oil; T3 - basal diet + 4% of soy oil; T4 - basal diet + 2% of flax oil; T5 - basal diet
+ 4% of flax oil; T6 - basal diet + 2% of cotton oil and T7 - basal diet + 4% cotton oil.
The inclusion of the vegetal oil in the diets did not make possible an absolute
improvement (P>0,05) in the egg percentage, feed conversion, egg mass, body
weight, egg weight, percentages of the yolk, egg white and shell and did not reduce
cholesterol level of eggs, in relation to the basal diet (without oil). In accordance with
the age of the birds, significant increase (P<0,05) of the weight of eggs and the
percentage of the egg yolk was observed, and reduction in the percentage of the yolk
and the coloration of the raw egg yolk, however it does not to have significant
alteration (P>0,05) in the percentage of the shell. The level of 4% of addition of the
vegetal oil in the diets promoted an effective improvement (P<0,05) in the coloration
of the raw egg yolk. The eggs conserved in temperature of refrigeration presented
(P<0,05) smaller loss of weight and better (P<0,05) percentage of the yolk, specific
gravity, Haugh units and coloration of the raw egg yolk, when compared with eggs
conserved in ambient temperature. It was evidenced that the quality of eggs is
modified significantly (P>0,05) in function of the temperature of conservation and the
period of storage, mainly for the parameters weight loss, percentages of the yolk and,
specific gravity and Haugh units. In relation to the sensorial analysis, the inclusion of
4% of oil addition of flax oil in the diets effectively modified (P<0,05) the flavor and
the texture of the yolk and the white egg. Economic analysis suggested that the rude
edge and the effective operational profit were bigger in the diet with 2% oil of soy and
smaller in the diet with 4% flax oil. The best economic reply of the egg production
was gotten by the birds that consumed diet with 2% soy oil.
Key words: sensory analysis, economic analysis, cholesterol, zootecnical
performance, vegetable oils, quality of the egg, temperature and
period of storage.
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
O desenvolvimento tecnogico na avicultura ocorre com tal velocidade que
nunca se deve estar satisfeito com o status quo do empreendimento avícola. A
avicultura é uma atividade complexa, altamente tecnificada que, para seu perfeito
funcionamento, depende de uma interação harmoniosa entre os segmentos da
getica, nutrição, manejo e sanidade.
As gorduras são fontes de ácidos graxos, e como os monogástricos são
incapazes de sintetizar os ácidos graxos linoicomega-6) e linonico (ômega-3),
considerados essenciais, devem portanto ser fornecidas via ração, permitindo a
adequada nutrição dos animais e a produção com qualidade (DOLZ, 1996). Desta
forma, as gorduras têm sido utilizadas na alimentão de aves, desde o final da
cada de 40 do século passado, nos EUA, quando SCOTT et al. (1947)
demonstraram que rações com alta energia, suplementadas com gorduras,
melhoravam o desempenho das aves. A partir de 1980, as rações avícolas
brasileiras passaram a usar de forma mais freqüente gorduras suplementares,
aumentando significativamente o seu valor energético e, consequentemente, o
desempenho das aves.
Muitas pesquisas têm sido desenvolvidas nos últimos anos visando melhorar
não só a produção e a produtividade, como também a utilização de nutrientes que
possam manter a qualidade dos produtos e até mesmo enriquecê-los com
componentes beficos à saúde humana. A qualidade das gorduras ingeridas é
definida pela relação entre os ácidos graxos insaturados e saturados. Quanto maior
esta relão, maior a quantidade de ácidos graxos insaturados, mais aconselhável é
o seu consumo. As gorduras mono e poliinsaturadas não aumentam o nível de
colesterol no sangue e estão relacionadas a menores riscos de enfermidades
cardiovasculares (ROPPA,1999).
Nos dias atuais, a consciência demonstrada pelo consumidor a respeito da
importância da relão entre dieta e saúde tem estimulado os pesquisadores e a
instria de alimentos a desenvolverem produtos enriquecidos com nutrientes
capazes de produzir efeitos beficos à saúde. Estudos cnicos e epidemiogicos
m apontado à gordura saturada da dieta como sendo a grande responsável pelo
aumento da colesterolemia (GRUNDY, 1997), sendo que o ovo contém baixa
proporção deste tipo de gordura (BRIZ, 1997).
O enriquecimento dos ovos com ácidos graxos ômegas-3, 6 e 9, bem como
a redução do seu teor de colesterol, m despertado grande interesse da indústria
avícola, favorecendo o aparecimento no mercado brasileiro de algumas marcas
comerciais que visam conquistar parcela da populão preocupada em ingerir dietas
mais saudáveis.
Estudar o efeito de óleos ricos em ácidos graxos insaturados, com os óleos
de soja, linhaça e algodão, em dietas de poedeiras comerciais sobre:
1. O desempenho zootécnico;
2. A qualidade interna e externa dos ovos;
3. A análise sensorial dos ovos;
4. A análise econômica da produção dos ovos, bem como o efeito da;
5. Temperatura e período de estocagem sobre a qualidade dos ovos,
independente da dieta.
São os objetivos do presente trabalho.
2. COMPOSIÇÃO DO OVO
O ovo é um alimento de alto valor nutritivo, estimando-se em 96% seu valor
biológico, e os lipídios presentes na gema são seus principais componentes
nutricionais, constituindo importante fonte enertica na dieta humana. O conteúdo
de certos componentes do ovo pode ser manipulado mediante a alimentação. São
de interesse, os trabalhos recentes mostrando a possibilidade de modificar o perfil
de ácidos graxos, com aumento da insaturação e do nível de ácido linoléico, e de
enriquecer o ovo em certos micronutrientes, tais como vitaminas E, A e iodo,
mediante alterações na dieta (MENDOA Jr., 2002).
A mudança na composição do ovo, com o aumento da idade da ave, es
relacionada com o aumento do número de intervalos entre ovulões, quando a
mesma quantidade de gema, proveniente da síntese hetica, é depositada em
número cada vez menor de foculos, que consequentemente aumentam de tamanho
e peso. Considerando que a secreção de albúmen ocorre como resposta à presença
da gema no magno, a presença de gemas maiores resulta em ovos de maior
conteúdo (SAUVEUR, 1993).
O ovo é um recipiente biológico perfeito que contém material orgânico e
inorgânico em sua constituição. Está composto por 4 partes principais: gema, clara
ou albúmen, membranas da casca e casca (Figura I.1).
Gema
Chalaz
a
Disco germinal
Membrana
vitelina
Casca
Membrana interna
Câmara ar
Almen (clara)
Membrana externa
FIGURA I.1 - Diagrama de um ovo de galinha. / Fonte: BERTECHINI (2003)
2.1. Composição da Casca
Segundo MATEOS e COREN (1991), a casca representa entre 8 e 9% do
peso do ovo fresco. Contém 90% de minerais dentro de uma estrutura ou matriz
orgânica. Do total mineral, 98% é cálcio na forma de cristais. Fósforo e magnésio
estão em pequenas quantidades, e se encontram traços de Na, K, Zn, Mn, Fe e Cu.
A estruturasica da casca do ovo é muito semelhante em todas as
espécies avícolas. De acordo com DE BLAS e MATEOS (1991), a casca caracteriza-
se por estar constituída de 6 camadas, que de dentro para fora são as seguintes:
membrana testácea interna, membrana testácea externa,cleo mamilar, camada
mamilar, camada esponjosa e cutícula.
A espessura total das membranas tesceas é de 70 µm, dos quais, 20µm
correspondem à membrana interna e 50 µm a externa. De acordo com SAUVEUR
(1993), cada uma destas membranas está forrada por uma superposição de várias
camadas de fibras protéicas entrecruzadas, que estão fortemente ligadas uma a
outra, exceto ao nível damara de ar. A câmara de ar, normalmente localizada na
parte mais larga do ovo, é formada pelo espaço entre as membranas interna e
externa da casca. Esse espaço é preenchido por ar logo após a postura do ovo, em
conseqüência da formação de vácuo provocado pelo gradiente de temperatura do
corpo da ave (40˚C) e o meio ambiente (GONZALES, 2000).
A calcificação da casca ocorre na matriz orgânica, a partir dos corpos
mamilares, formando uma camada radiada de cristais de cálcio dentro da membrana
externa e uma camada de cristais perpendicular à membrana, chamada camada
esponjosa. O processo principal da calcificação da casca, concretamente o depósito
delcio na camada esponjosa, implica na formação de carbonato delcio a partir
dos íons cálcio e carbonato. Os íons carbonato (CO
3
-
) são provenientes dos íons
HCO
3
-
do sangue, com atuação da enzima anidrase carnica. Os íons CO
3
-
se
ligam ao Ca do sangue ou do osso para formar o carbonato de cálcio (CaCO
3
) e,
posterior deposição na camada esponjosa (MONGIN e SAUVEUR, 1979).
De acordo com GONZALES (2000), durante a calcificação da casca ocorre a
formação dos poros (6.000 a 8.000 por ovo) que correspondem às áreas de
cristalização incompleta. Os poros funcionam como um mecanismo de comunicação
física entre o ovo e o meio ambiente, permitindo trocas gasosas de oxigênio, dxido
de carbono e vapor de água, que ocorrem por difusão passiva.
2.2 Composição do Albúmen
O albúmen constitui 60% do peso do ovo e contém 88% de água. O resto
(12%)o proteínas, grande parte das quais possuem atividade antimicrobiana.
BODDEN (1986) afirmou que a ovoalbumina constitui 75% da proteína do albúmen,
encontrando-se também as proteínas ovomucina, conalbumina, avidina e lisozima.
ORR (1967) e PARDI (1977) relataram que o albúmen do ovo é constituído
de uma justaposição de quatro zonas fisicamente diferentes:
(1) Albúmen fluido externo, sendo 23% do total do albúmen, cerca de 8g, e
está em contato com as membranas testáceas. Quando o ovo se rompe sobre uma
superfície plana, este almen é, precisamente, o que se estende com rapidez.
(2) Albúmen denso, sendo 57% do total do almen, cerca de 20g, e
encontra-se unido aos dois extremos do ovo. Apresenta um aspecto de gel;
(3) Albúmen fluido interno, sendo 17% do total do almen, cerca de 6g, e
encontra-se localizado entre o albúmen denso e a gema;
(4) Chalazas, sendo 3% do total do almen, cerca de 1g, que é uma
espécie de filamentos dispostos em espiral, que vão desde a gema até os dois pólos
do ovo, e atravessam o albúmen denso. Colaboram para manter o blastodisco em
posição superior, uma vez que sustentam a gema no centro do ovo e se enrolam em
sentido inverso. Desta maneira, quando uma enrola a outra se desenrola, servindo
para manter a gema numa posição estabilizada.
A proporção com que estas zonas aparecem varia em função do peso do
ovo. Quando o peso do ovo aumenta com a idade, também aumenta a presença de
almen denso, enquanto que o albúmen fluido interno diminui (SAUVEUR, 1993).
2.3 Composição da Gema
A gema constitui 30% do peso do ovo. Seu conteúdo em maria seca é de
50%, do qual 65% é gordura e o restante proteínas. O ovo médio contém 6 g de
gordura, em maior quantidade na gema. Segundo DE BLAS e MATEOS (1991), os
principais lidios da gema são triglicerídios (63%), seguidos de fosfolidos (30%),
com pequenas quantidades de colesterol (5%) e ácidos graxos livres (1%). Os
principais ácidos graxos da gema são o oléico (44%) e o palmítico (26%).
ROCA (1984) afirmou que por meio da centrifugação podem separar-se em
3 frações os constituintes da gema:
a) Uma fração lipoproica de baixa densidade, a lipovitelina de baixa
densidade, que contém 90% de lidios, sendo a quase totalidade de triglicerídios.
Esta fração representa, aproximadamente, 2/3 da matéria seca da gema.
b) Uma fração de maior densidade que sedimenta em forma de grânulos,
constituindo 23% da matéria seca total. Contém a totalidade da fosvitina, assim
como as lipoproteínas de alta densidade. Estas lipoprotnas apresentam 18% de
lipídios, na forma de triglicedios e fosfolipídios;
c) Uma fração de proteínas solúveis que contém, principalmente, as livetinas
e alguns traços de outras protnas séricas.
3. DIGESTÃO, ABSORÇÃO E METABOLISMO DOS LIPÍDIOS
O processo de digestão compreende a ingeso dos nutrientes, sua hidrólise
no tubo gastrointestinal, a atividade das glândulas anexas e a excreção de resíduos
não absorvidos. Ele se completa com a absorção dos produtos degradados
quimicamente.
A digestão se inicia com a introdução dos alimentos na cavidade oral. Após
a deglutição, o bolo alimentar atinge o estômago, sendo submetido à digestão
gástrica. O bolo alimentar é transportado para o intestino delgado. Neste local, o
bolo alimentar apresenta uma consistência fluida ou semifluida, sendo denominado
quimo. Durante a sua passagem pelo intestino delgado, o quimo é submetido às
ações dos sucos pancreático, entérico e biliar. As enzimas atuam apenas durante
um determinado tempo na porção inicial do duodeno, antes de serem inativadas pela
modificação do valor do pH para o lado alcalino. Os produtos da degradação
alimentar são absorvidos de maneira contínua e extensa pela mucosa intestinal, que
apresenta uma atividade metalica intensa, necessária para a manuteão de
várias transformações químicas durante a absorção dos nutrientes. (RIEGEL, 2000)
De acordo com ESCRIBANO (1991), o processo de digestão dos lipídios em
aves ocorre fundamentalmente no duodeno. A presea do alimento no duodeno
estimula a secreção de hormônios intestinais, com a secretina e a colecistoquinina,
produzindo a contração da vesícula biliar e a secreção do suco pancreático. Os
movimentos antiperistálticos que ocorrem no duodeno permitem a entrada do quimo
de volta a moela, favorecendo a mistura das gorduras com as secreções digestivas.
Os ácidos biliares atuam na emulsificação das gorduras e na formação das micelas.
A lípase pancreática hidrolisa especificamente as ligações entre o glicerol e os
ácidos graxos esterificados, nas posições 1 e 3 do triglicerídio. Os produtos da
hidrólise, como os monoglicerídios, diglicerídios e os ácidos graxos livres, se
incorporam em micelas, sendo posteriormente liberados na mucosa intestinal, onde
são absorvidos por difusão passiva.
Nas aves, os ácidos graxos de cadeia de 10 a 12 carbonos ou menos, e o
glicerol livre, são transportados ao entrar na célula da mucosa, principalmente, pelo
caminho do sistema porta do fígado. No interior da mucosa, os ácidos graxos e os
monoglicerídios são resterificados a triglicerídios dentro do retículo endoplasmático
da célula da mucosa. Estes triglicerídios recém sintetizados aglutinam-se em gotas,
que recebem uma capa de fosfolidio, uma pequena quantidade de proteína, am
de colesterol livre e esterificado para formar um quilomicron. No Complexo de Golgi
ocorre a ressíntesse dos triglicedios que recebem colesterol, fosfolipídios e
proteínas, formando as lipoproteínas. Estas, por sua vez, são classificadas de
acordo com a densidade em: lipoproteína de densidade muita baixa (VLDL),
lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína de alta densidade (LDL). Nas
aves, a mais abundante das lipoproteínas é a VLDL , que é a responsável pelo
transporte das gorduras dogado para os tecidos extra-heticos (DE BLAS e
MATEOS, 1991; DOLZ, 1996).
O colesterol é captado pela mucosa intestinal por mecanismos pouco
conhecidos. A maior porção (80 a 90%) do colesterol absorvido pelas células da
mucosa é esterificada principalmente com ácidos graxos insaturados para refazer
ésteres de colesterol. Os destinos do colesterol incluem excreção como esteróides
na bile, conversão em ácidos biliares, produção de hormônios esteróides de 18, 19 e
21 carbonos e depósito patológico, como nos cálculos de colesterol nos ductos
biliares e placas arteriais. Na ave, a principal rota de excreção do colesterol é via
ovo, sendo muito reduzida à excreção de ácidos biliares e esteróis neutros pelas
fezes (NABER, 1983; McNAMARA et al., 1987).
Segundo RIEGEL (2000), a digestão intestinal dos triglicerídios é apenas
uma maneira encontrada para desmontá-los, a fim de que possa haver absorção.
Superado este obstáculo, o triglicerídio pode ser novamente montado para ser
encaminhado ao sangue. Os lipídios no plasma sanguíneo podem originar-se da
absorção intestinal de lidios ingeridos, da mobilização de lidios armazenados ou
de processos de síntese, ocorridos especialmente nogado. A maioria dos lidios
plasmáticos está presente sob a forma de quilomícrons e de outras lipoproteínas de
maior densidade.
4. FATORES QUE AFETAM O VALOR NUTRICIONAL DOS LIPÍDIOS
4.1 Estrutura Química
Segundo MATEOS et al. (1996), a quantidade de energia que um lipídio
pode ter depende da quantidade de micelas que pode formar para ser absorvido no
intestino delgado, e a concentração de micelas, formada por ácido, monogliceridio e
sais biliares, no lúmen intestinal, depende de fatores como:
a) Grau de saturação do lidio, pois quanto maior o grau de saturação dos
ácidos graxos presentes menor o potencial de formação de micelas;
b) Tamanho da cadeia de ácidos graxos, pois ácidos graxos de cadeia
média (< 15 C) formam micelas facilmente e ácidos graxos de cadeia muito curta
(<13 C) são solúveis em água e podem ser absorvidos sem incorporarem-se as
micelas;
c) Concentração de ácidos graxos livres e esterificados, pois a presença de
ácidos graxos não esterificados (polares) favorece a formão de micelas;
d) Posição dos ácidos graxos saturados na molécula de glicerol, pois as
lipases pancreáticas hidrolisam seletivamente as ligações da posição 1 e 3 do
triglicerídio.
Os ácidos graxos saturados são menos polares que os insaturados, portanto
apresentam maior dificuldade de incorporar-se às micelas. Além do mais, quanto
maior a saturação da gordura maior será a quantidade de ácidos biliares
necessários para a emulsificação e formação de micelas, resultando na redução da
absorção da gordura (DOLZ,1996). Por esta razão, a digestibilidade do sebo é
inferior a da banha suína, e esta inferior a dos óleos vegetais insaturados (Tabela
I.1).
TABELA I.1 - Percentagem de ácidos graxos saturados, monoinsaturados-oléico (C18:1),
poliinsaturados-linoléico (C18:2 n-6) e poliinsaturados alfa-linolêncio (C18:3 n-3) em
diferentes óleos e gorduras.
Ingredientes Saturados
Monoinsaturados
(oléico)
Poliinsaturados
Linoléico Linolênico
Óleo de algodão 27 19 50 -
Óleo de amendoim 18 48 29 -
Óleo de arroz 19 42 3 0,30
Óleo de canola 6 58 26 10
Óleo de coco 92 6 2 -
Óleo de girassol 11 2 69 -
Óleo de linhaça 9 9 6 57
Óleo de milho 13 25 57 1
Óleo de palma 51 39 10 -
Óleo de soja 15 24 54 7
Óleo de peixe 15 25 2 25
Óleo de sceras de aves 32 43 14 0,80
Banha suína 41 47 10 -
Sebo bovino 52 44 3 -
Fonte: BUTOLO (2002)
4.2 Idade do Animal
Segundo MACARI et al. (1994), na ave jovem, a absorção de lidio é
limitada, pois apenas quando a estrutura do enterócito alcança seu pleno
desenvolvimento é que esta absorção se efetiva. Este desenvolvimento se completa
as 3 semanas de vida, quando os mecanismos de digeso e absorção atingem a
plenitude. Assim, a digestibilidade de lipídios aumenta com a idade da ave.
A secreção de sais biliares e suco pancreático são maior em aves adultas
que em aves jovens e, portanto, os lidios são melhor digeridos à medida que a ave
cresce (DOLZ,1996). Se as gorduras são saturadas, a dificuldade em sua digestão
pelos animais jovens é muito maior. Efeitos similares são observados quanto à
quantidade de ácidos graxos livres, pois os animais jovens os utilizam com menos
eficiência que os animais adultos (MATEOS e MENDEZ, 1990).
4.3 Qualidade da Dieta
As matérias-primas que compõem a dieta podem interagir com a fonte
lidica adicionada, podendo afetar o seu valor nutricional. As gorduras diminuem a
velocidade de trânsito digestivo, resultando em uma melhora na digestibilidade do
resto dos componentes da ração (SELL e MATEOS, 1981).
De acordo com WISEMAN e COLE (1984), ingredientes ricos em fibras
interferem negativamente na absorção dos ácidos graxos e dos outros componentes
da dieta, por aumentar a viscosidade da digesta. Alguns minerais como cálcio e
magnésio formam saes insolúveis e, portanto, deprimem a digestibilidade dos
lidios
A gordura melhora a palatabilidade da ração ao reduzir a formação de e
mascarar sabores indesejáveis. Portanto, em rações pulverulentas, de escassa
palatabilidade, a adição de gordura melhora os resultados produtivos (MATEOS et
al., 1996).
4.4 Temperatura
O consumo voluntário de ração em animais mantidos em temperaturas
elevadas é estimulado pela adão de lipídios na dieta. Este fato é explicado pela
menor perda de calor na digestão de lipídios em relão a proteínas ou carboidratos.
Em ambientes hipertérmicos este efeito é benéfico, pois reduz o incremento
calórico referente aos processos metabólicos e mantém o animal mais confortável.
Am do mais, essa queda do incremento carico produzido pelo consumo de
gordura libera uma maior percentagem de energia para os processos produtivos.
Esta redução de calor é de pouco valor em temperaturas baixas, considerando que o
incremento calórico produzido pelo metabolismo de carboidratos e proteínas é
utilizado para cobrir as necessidades de manutenção do animal. (STAHLY e
CROMWELL, 1979).
5. ÓLEOS E GORDURAS DE IMPORTÂNCIA AVÍCOLA
Estruturalmente, os óleos e as gorduras são os mesmos, pois são formados
na sua maioria por triglicerídios e dependendo dos tipos de ácidos graxos que
formam esses triglicerídios, as suas características físicas, químicas e nutricionais
serão variáveis. Por exemplo, se um produto es formado de triglicerídios com
ácidos graxos saturados na sua maioria e cujo ponto de fusão é maior que a
temperatura ambiente, esse produto será sólido e considerado gordura. Entretanto,
se os triglicerídios são formados na sua maioria por ácidos graxos insaturados, cujo
ponto de fusão é menor que a temperatura ambiente, o produto será líquido e
corresponderá a um óleo (BUTOLO, 2002).
A resolução No. 20/77 do Conselho Nacional de Normas e Padrões para
Alimentos (CNNPA) define a temperatura de 20˚C como limite inferior para o ponto
de fusão das gorduras, classificando como óleo quando o ponto de fusão situa-se
abaixo desta temperatura. O conhecimento da natureza química dos ácidos graxos e
sua distribuição, nos óleos e gorduras, são importantes para o desenvolvimento de
produtos derivados e para a compreensão das propriedades físicas e químicas e o
papel bioquímico dos óleos e gorduras (PEDROSO, 2001).
Dentro do termo geral de lidios, se incluem distintos compostos quem
em comum ácidos graxos em sua estrutura. Compreendem produtos tais como
(MATEOS et al., 1996):
(a) triglicerídios e gorduras neutras, que são ésteres de 3 ácidos graxos
com 1 molécula de glicerol;
(b) lipídios estruturais, como as lecitinas, nas quais um dos ácidos graxos
é substituído por um grupo fosfórico;
(c) ceras, que são ésteres de álcool de cadeia longa, de origem vegetal;
(d) ácidos graxos livres, procedentes dos processos de refinamento da
indústria de azeites comestíveis;
(e) sabões cálcicos, que possuem molécula sem glicerol e com os ácidos
graxos saponificados pelo íon cálcio.
Atualmente, os óleos e as gorduras são utilizados rotineiramente na
alimentão de aves, com a finalidade de aumentar a energia das rações, melhorar
a digestão e a absorção de constituintes não lipídicos e aumentar o tempo de
retenção dos alimentos, além de fonte de ácidos graxos para obtenção de produtos
com perfil nutricional diferenciado.
Segundo BUTOLO (2002), com a finalidade de melhorar a palatabilidade dos
alimentos, eliminação do pó, proteção contra a segregação de ingredientes na
mistura, auxílio na formatação de produtos e veisnimos do ácido graxo
essencial linoléico, a adão de 1% de óleo nas rações tem sido prática rotineira na
avicultura, independente de considerações econômicas.
Finalmente, pode-se caracterizar os óleos e gorduras de importância avícola,
da seguinte forma:
5.1 Óleo de Soja
A soja pode ser utilizada na alimentação animal na sua forma original crua
para ruminantes, ou processada em alimentos para monostricos. De maneira
geral, todo o produto da soja deve ser caracterizado segundo o seu método de
processamento. O farelo de soja e a soja integral são as principais fontes de
proteínas na nutrição animal, considerando que em uma ração inicial para aves, a
base de milho e farelo de soja, quase 70% da proteína é proveniente do farelo de
soja.
O óleo de soja é a gordura de origem vegetal de maior disponibilidade no
mercado, ocupando o Brasil uma posição de destaque no comércio internacional.
Procede da indústria da soja, as a extração prévia ao refinamento do óleo para o
consumo humano. Como conseqüência de sua estrutura química, insaturação e
conteúdo em triglicerídios, é a melhor fonte lipidica para animais jovens, como pintos
na fase inicial e leitões desmamados precocemente (HUI, 1996).
De acordo com PENZ Jr. (1991), o óleo de soja é utilizado cru, sendo
bastante rico em colina, fosfolipídios, antioxidantes e vitaminas. Outro ponto de
interesse é o seu conteúdo em ácido linoléico, tornando-o especialmente
aconselhável em rações para poedeiras, a base de cereais brancos, por seu efeito
sobre o tamanho dos ovos. Segundo WHITE (1992), a soja que se desenvolve em
clima ameno produz mais óleos saturados do que aquela cultivada em clima frio, que
contem maior quantidade de ácidos graxos insaturados, permanecendo constante o
percentual de ácido linolênico.
5.2 Óleo de Girassol
O óleo de girassol, ocupando o quarto lugar entre os óleos mais produzidos
mundialmente, é extraído por processo mecânico ou por solvente. Apresenta um
excelente valor nutricional para o ser humano, pois é rico em ácidos graxos
poliinsaturados (59%) e vitamina E, poderoso antioxidante que auxilia no combate
aos radicais livres (HUI, 1996).
BUTOLO (2002) relatou que uma das principais características do girassol,
quando comparado a outras oleaginosas, é a facilidade do seu processamento. As
sementes de girassol são processadas inteiras e à temperatura ambiente,
dispensando cozimento prévio. Isso é possível devido à rotação relativamente alta,
aliada ao teor de cascas da semente, o que produz atrito, aquecendo o grão dentro
da máquina, facilitando a extração do óleo. Os subprodutos, após a extrão do óleo
da semente, são pasveis de utilização na alimentação animal, principalmente o
farelo as a separação das fibras das cascas, que pode atingir valor proico em
torno de 46%, valor energético em torno de 2.200 kcal/kg de energia metabolizável e
teor de lisina total de 1,30%.
De acordo com WHITE (1992), a composição de ácidos graxos do óleo de
girassol é muito variável, pois depende do clima, temperatura e de fatores genéticos.
O girassol pode ser considerado como um ingrediente com teor de proteínadio,
baixo valor energético, baixo nível de lisina e alto valor em fibras.
5.3 Óleo de Algodão
O farelo de algoo é uma das mais usuais fontes de proteína vegetal
utilizadas na alimentação de gado de leite e corte. O elevado teor de fibra e a
presença dos ácidos graxos ciclopropenóicos, estercúlio e malválico, e do gossipol,
pigmento amarelo, encontrado nas glândulas de óleo do caroço de algodão, são os
fatores limitantes quanto à utilização deste ingrediente nas rações de monogástricos.
O gossipol é um composto felico responsável pela aparição de tonalidades verdes
durante o armazenamento dos ovos, assim como diversos problemas relacionados
com a produtividade e a fertilidade em todas as espécies domésticas. Na maioria
dos farelos, o conteúdo do gossipol total está em torno de 1%, entretanto, deste
total, somente 0,1% es na forma de gossipol livre, que se liga quimicamente ao
ferro da dieta, tornando-o indisponível, causando problemas relacionados ao
aparecimento de deficiências de ferro. O restante do gossipol total é praticamente
inerte (DE BLAS et al., 2003).
O óleo de algodão obtido através de extração por solvente do caroço
apresenta uma boa composição em ácidos graxos, com 50% de linoléico e 30% de
oléico. MATEOS et al. (1996) sugeriram não adicionar mais que 0,2% de óleo de
algodão na dieta de poedeiras, a fim de evitar coloração anômala nos ovos.
A complexação do ferro com o gossipol pode ser um dos pontos positivos
para a desintoxicação do farelo de algodão. A forma química mais efetiva é o sulfato
ferroso heptahidratado (FeSO
4
7H
2
O), que forma um complexo de gossipol insolúvel
o qual não é absorvido no trato digestivo. Uma parte do gossipol livre pode ser
complexado por duas partes de ferro (relação 2 ferrro:1 gossipol). Por outro lado, de
acordo com BUTOLO (2002), em poedeiras, se o farelo de algodão contém resíduo
de óleo, existe a presença do ácido graxo ciclopropenóico, que contribui para a
surgimento de coloração anômala na gema do ovo. O ácido graxo ciclopropenóico é
depositado na membrana vitelina, alterando sua permeabilidade ao ferro, permitindo
assim que o ferro seja complexado com a albumina, produzindo a característica cor
rósea. A adição de compostos solúveis de ferro, única medida preventiva, não é
efetiva e somente a utilização de farelos com baixos níveis residuais de óleo evita
essa característica desagradável.
5.4 Óleo de Linha
É obtido da semente de linho, e normalmente é utilizado na indústria de
pinturas e vernizes. Segundo BUTOLO (2002), a utilização da linhaça na dieta de
poedeiras comerciais através de uma manipulação nutricional, permite enriquecer os
ovos com ácido graxo ômega-3 e sua aplicação na indústria do ovo, resultou no
desenvolvimento de “ovos desenhados”, oferecendo maior proteção à sde.
Atualmente, tem sido usado para incrementar as rações para poedeiras,
devido ao seu elevado valor em ácido linolênico, em torno de 50%. Entretanto, a
transformação do ácido linoléico dentro do organismo animal em outros ácidos
graxos importantes não é muito eficiente, motivo pelo qual o seu uso para enriquecer
dietas com ômega-3 é contraditório. De acordo com CHERIAN et al. (1996), o óleo
de linha tem sido acrescido às dietas em teores de 2 a 7%, sendo que a 3,5%
constatou-se concentrações de 450mg de ácido linolênico, 18mg de EPA (ácido
docosapentaenóico) e 100mg de DHA (ácido docosahexaenóico) por ovo.
A composição em ácidos graxos das sementes oleaginosas pode variar com
a localização geográfica, tipo de solo, clima, umidade, temperatura e a maturidade
da semente. A linhaça, dentre as sementes oleaginosas, é a mais estudada, es
constituída quase em sua totalidade por ácido linolênico, sendo utilizada inteira ou
moída, geralmente em proporções variando entre 5 e 30% na dieta de poedeiras. O
rendimento parece ser melhor quando a semente for administrada sob forma moída,
resultando em maior enriquecimento de ácido linonico na gema (16,2 mg/gema)
quando comparado com a semente inteira (13,5 mg/g de gema), empregando-se
10% de linhaça na ração (AYMOND e VAN ELSWYK, 1995).
Segundo MORI (2001), a utilização da linhaça em concentrações elevadas
na dieta pode afetar a produção de ovos, além de causar presença de sabor
desagradável ao ovo devido à oxidação. O excesso de linha fornece aos ovos e à
carne um sabor caractestico de pescado, o que limita seus veis de inclusão.
5.5 Óleo de Canola
O termo canola tem sido empregado para designar a semente de colza
geneticamente selecionada, para produzir óleos com menos de 2% de ácido erúcico
e farelos com baixos teores de glucosinolatos. O óleo de colza original contém 25-
50% de ácido erúcico e a semente 80 µmol/g de glucosinolatos, compostos que
podem afetar o desempenho produtivo das aves. Em relação à composição em
ácidos graxos, o óleo de canola caracteriza-se por sua insaturação, mais de 90% de
ácidos graxos insaturados e conteúdo moderadamente alto em fosfolipídios, ácidos
linoico e linonico. Pesquisadores verificaram que a semente de canola apresenta
31,2% de extrato etéreo, sendo que o óleo contém 60% de ácidos graxos
monoinsaturados e menos de 7% de ácidos graxos saturados (ABRAHAM e DE
MAN, 1988; WHITE, 1992; MURAKAMI, 1995)
5.6 Gordura de Aves
É um subproduto reciclado da indústria acola, apresentando coloração
amarelada e odor típico. Seu conteúdo em ácido linoléico varia entre 16 e 25%, em
função da alimentação das aves (DE BLAS et al., 2003). Deve-se evitar
contaminações por penas e subsncias como inseticidas, que por serem solúveis
em gorduras, se acumulam no tecido adiposo das aves e se reciclam de forma
contínua. Em gorduras de qualidade, o conteúdo em ácidos graxos livres deve ser
inferior a 3%.
5.7 Banha de Suínos
A banha de suínos é um subproduto de grande interesse na alimentação dos
monogástricos. Sua digestibilidade é elevada em todas as espécies, tanto devido ao
seu conteúdo aceitável em linoléico e oléico, como à disposição de ácidos graxos na
molécula de glicerol. Seu conteúdo em linoléico varia entre 8 e 14% em função da
alimentão dos animais (MATEOS et al., 1996).
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CAPÍTULO II
DESEMPENHO ZOOTÉCNICO DE POEDEIRAS COMERCIAIS,
SUBMETIDAS ÀS DIETAS SUPLEMENTADAS COM
DIFERENTES ÓLEOS VEGETAIS
1. REVIO DE LITERATURA
As frangas que entram precocemente em produção utilizam uma alta
percentagem de ingestão de nutrientes para alcançar o peso corporal adulto e,
tamm, uma maior percentagem de suas reservas ornicas na tentativa de
atender às necessidades de uma massa de ovo em rápida expansão. Assim sendo,
é importante que as frangas tenham uma boa reserva orgânica, ou seja, maior peso
no inicio da produção, para poder atender a estas exincias, em face de uma baixa
ingestão alimentar. O peso corporal é um dos principais fatores que influenciam o
rápido aumento até o pico de produção e, também, o tamanho dos ovos,
especialmente o tamanho inicial (SUMMERS, 1994).
O efeito do peso corporal na produção e peso dos ovos de poedeiras às 16
semanas de idade foi avaliado por LEDUR et al. (1999). O peso corporal das aves
foi agrupado em 5 classes de peso: 1) 900-1040g; 2)1041-1180g; 3)1181-1320g;
4)1321-1460g e 5)1461-1600g. Aves com peso entre 1041 e 1320g apresentaram
maior produção de ovos que as demais. Maior peso dos ovos foi produzido por aves
das classes mais pesadas, entre 1321 e 1600g.
Alguns experimentos afirmam ser o nível proico, o principal fator limitante
na performance ideal de poedeiras comerciais (KESHAVARZ e JACKSON, 1992).
Outros revelam ser a energia que limita esta performance. Na verdade, ambos
limitam a produção ideal se não estiverem em níveis próximos da necessidade real
das frangas e em consonância com o clima e manejo da granja (NETO, 1994).
JENSEN (1983) reportou que o uso de 1 a 2% de gordura animal na ração
de postura na fase inicial diminui o percentual de ovos pequenos e médios e
aumenta o de grandes e extras, no período de 22 a 38 semanas de idade. Em
pesquisa semelhante, KESHAVARZ (1991) demonstrou que a adição de gordura em
dietas isocalóricas trouxe efeito benéfico na produção e no peso dos ovos no início
de produção, mas não provocou melhora no ganho de peso das aves.
Fornecendo dietas para poedeiras, SELL et al. (1987) constataram que a
adição de misturas de gorduras vegetal e animal em rações isocalóricas (2.820 Kcal
EM/kg) ou o aumento de densidade nutricional (2.820/2.925/3.030 Kcal EM/kg) têm
efeito befico no peso dos ovos e das gemas. Os experimentos foram iniciados
com 24 semanas de idade e encerrados com 38 semanas. A conversão alimentar
melhorou significativamente com o aumento de energia. O efeito no peso dos ovos
somente surgiu após 4 semanas do início do tratamento, e durou até 38 semanas,
quando a vantagem desapareceu.
Comparando a fonte de gordura da dieta, GRIMES et al. (1996) avaliaram
peso corporal, consumo de ração, produção de ovos, energia metabolizável da dieta
e tempo de trânsito do alimento no trato gastrointestinal em aves. Poedeiras White
Leghorn 26 e 58 semanas consumiram dieta contendo 4 e 2% de gordura,
respectivamente. As dietas foram designadas para comparar gordura de suínos com
gordura de aves. Poedeiras velhas que consumiram dieta com gordura de suínos
tiveram aumento na produção de ovos e redução na utilização da energia. O tempo
de trânsito do alimento no trato gastrointestinal aumentou de 29 para 31 minutos
(P<0,09) em aves jovens e velhas que consumiram dieta com gordura de suínos.
MURATA (1998) avaliando a inclusão de 3% dos óleos de soja e canola e
peixe na dieta de galinhas poedeiras comerciais, com 49 e 38 semanas de idade,
constatou queo houve alteração significativa no desempenho zoocnico
(P>0,05). Por outro lado, SHAFEY et al. (1992) observaram que o óleo de soja, em
rações de poedeiras comerciais ocasionou aumento na percentagem de ovos, mas
não afetou significativamente o consumo de ração, o peso da gema e do ovo.
SANTOS (1998) verificou que a adição de óleos de soja e canola a 2% e 4%
na dieta de poedeiras comerciais, com 26 semanas, causou uma diminuão
significativa no peso do ovo, não alterando a percentagem de postura, o consumo e
a conversão alimentar das aves, em relão ao grupo controle (sem óleo).
Posteriormente, o mesmo autor realizando a inclusão de 5% dos óleos de soja,
canola e girassol na dieta de poedeiras, constatou que houve reduções significativas
no peso do ovo, na percentagem de postura e no consumo de ração, não afetando
os índices de conversão alimentar das aves. Trabalhando com diferentes níveis de
óleos de soja (0, 1, 2, 3 e 4%), em rações de poedeiras comerciais, com 40
semanas de idade, RABELLO et al. (2002) relatou que os níveis de óleo
influenciaram de forma quadrática a massa dos ovos, a conversão alimentar e o
peso corporal das aves.
SCHEIDELER e FRONING (1996) recomendaram a utilização de vitamina E
nas dietas de poedeiras comerciais, para produzir um efeito positivo durante a
postura, melhorando a constituição celular da membrana que envolve a gema.
VASCONCELOS et al. (2000) analisaram o efeito dos níveis de óleo de linha (1, 2
e 3%) e vitamina E (50, 150 e 250 UI) em rações, sobre o desempenho produtivo de
poedeiras comerciais, com 32 semanas de idade. Os níveis de óleo e vitamina E não
influenciaram (P>0,05) a postura, o consumo de ração e a conversão alimentar das
aves.
Em um experimento conduzido com vários tipos de gorduras, BAUCELLS et
al. (2000) incorporaram diferentes proporções de óleos de peixe, linhaça, girassol,
sebo e colza em rações para poedeiras comerciais, com 20 semanas de idade. As
varveis consumo de ração, produção e peso dos ovos, convero alimentar (kg
ração/kg ovo) e peso inicial e final das aves não apresentaram diferenças
significativas durante as 14 semanas do peodo experimental.
SUMMERS e LEESON (1983) comprovaram que a adão de 10% de óleo
de milho ou sebo na dieta de poedeira em estágio inicial de produção proporcionava
um aumento no peso dos ovos. Resultados semelhantes foram verificados por
HARMS et al. (2004), estudando poedeiras comerciais, com 26 a 38 semanas de
idade, alimentadas com dietas contendo 0 ou 6% de óleo de milho. Os tratamentos
constavam da inclusão de diferentes proporções de óleo de milho em quatro grupos:
1) 6% na fase total; 2) 6% na fase inicial e 3% fase final; 3) 6% na fase inicial e sem
óleo na fase final e 4) grupo controle (sem óleo). A produção de ovos não foi afetada
significativamente entre os quatro grupos. O consumo de ração foi significativamente
maior para o grupo controle. As aves do grupo 1 consumiram significativamente
menos ração que as do grupo 2. O peso e a massa de ovo foram significativamente
aumentados para a dieta do grupo 1, entretanto não houve alteração significativa
para o grupo 2, quando o óleo foi reduzido para 3%.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Localização e Duração do Trabalho Experimental
O experimento, com poedeiras comerciais em gaiolas, foi desenvolvido no
Setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias
da Universidade Federal do Cea (UFC), situado na cidade de Fortaleza-CE, no
período de 02/julho/ 2003 a 19/novembro/2003.
O experimento teve a duração de 175 dias, sendo os 35 dias iniciais
correspondendo à fase pré-experimental e os 140 dias restantes, relativos à fase
experimental. A fase experimental foi dividida em 5 peodos de 28 dias, durante os
quais foram coletados os dados para estudo.
2.2 Condições Ambientais
Durante todo o período experimental, as temperaturas mínimas e máximas
foram registradas duas vezes ao dia, às 8:00h e às 16:30h. Ao final do experimento,
foram calculadas a média das máximas e das mínimas para cada peodo.
A média da umidade relativa, registrada em cada peodo, foi obtida na
Estação de Meteorologia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal
do Ceará, que fica a 300m do local onde foi realizado o experimento (Figura II.1).
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
40
42
44
46
48
50
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro
Fase Experimental
Temperatura Máxima ˚C
Temperatura Mínima ˚C
Temperatura Média ˚C
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
Umidade Relativa do Ar (%)
Precipitão Pluviométrica (mm)
Temperatura Máxima (˚C)* Temperatura Mínima (˚C)* Temperatura Média (˚C)**
Umidade Relativa do Ar (%)** Precipitão Pluviométrica (mm)**
FIGURA II.1 Dados meteorológicos durante a fase experimental.
Fonte: (*) Dados coletados no galpão experimental / (**) Estação Meteorológica da UFC
2.3 Aves Experimentais
Foram utilizadas 224 poedeiras comerciais da Linhagem Hy Line W-36, com
23 semanas de idade no icio da fase experimental. As aves foram obtidas junto a
Empresa Ceave, situada na cidade de Aquiraz- CE.
As poedeiras foram colocadas em 112 gaiolas, sendo alojadas 2 aves por
gaiola, distribuídas em 7 tratamentos com 4 repetições de 8 aves.
2.4 Instalões e Equipamentos
O experimento foi realizado em um galpão convencional para poedeiras
comerciais de 3 x 10 m, com 2,8 m de direito e cobertura de telha de barro, tipo
francesa. O galo possui um corredor central e duas linhas de gaiolas de cada
lado.
O galpão dispõe de 160 gaiolas de arame (0,25m x 0,45m x 0,40m),
equipadas com comedouro linear industrializado em chapa galvanizada e bebedouro
autotico de válvula acoplado a copinho.
2.5 Rações Experimentais
2.5.1 Composição das Rações Experimentais
As rações experimentais foram formuladas para atender às exigências das
aves, de acordo com as recomendações do MANUAL DE CRIÃO E MANEJO DA
LINHAGEM HY LINE W-36 (2002). O suprimento vitamínico e mineral foi realizado
através da adição de pré-misturas comerciais de mineral e de vitamina.
Na composição das dietas entraram ingredientes convencionais como milho,
farelo de soja, calcário, fosfato bicálcico, sal e aminoácidos sintéticos, além dos
óleos vegetais de soja, linhaça e algodão.
O sulfato ferroso monohidratado foi adicionado às rações contendo óleo de
algoo, na dosagem de 0,5-1,0 kg/tonelada de ração.
2.5.2 Análise Bromatológica dos Ingredientes das Rações Experimentais
As análises bromatológicas dos diversos ingredientes utilizados nas dietas
experimentais foram efetuadas no Laboratório de Nutrição Animal do Departamento
de Zootecnia (UFC).
Nas matérias-primas foram analisados os teores de matéria seca, proteína
bruta, extrato etéreo e fibra bruta. O restante dos valores, inclusive aqueles
referentes ao aminograma, foram extraídos de ROSTAGNO et al. (2000), realizando-
se ajustes de acordo com o valor da protna bruta determinada (Tabela II.1).
TABELA II.1 - Composição químico-bromatológica e aminograma das matérias primas básicas.
Matérias Primas Básicas
Óleos Vegetais
Componentes
Milho Farelo de Soja
Soja Linhaça Algodão
MS (%) 87,80 ª 88,52 ª - - -
EM aves (kcal/kg) 3.371
b
2.266
b
8.790
b
7.550
c
8.704
d
PB (%) 8,99 ª 46,48 ª - - -
EE (%) 3,44 ª 2,68 ª - - -
Ácido linoléico (%) 1,90
b
1,40
b
54,00
e
6,00
e
50,00
e
Ácido linolênico (%) 0,08
b
0,19
b
7,00
e
57,00
e
-
FB (%) 1,74 ª 6,12 ª - - -
Matéria mineral (%) 1,29 ª 6,67 ª - - -
lcio (%) 0,03
b
0,32
b
- - -
Fósforo total (%) 0,24
b
0,59
b
- - -
Fósforo disponível (%) 0,08
b
0,19
b
- - -
Lisina (%) 0,26
b
2,84
b
- - -
Metionina (%) 0,18
b
0,66
b
- - -
Metionina + Cistina (%) 0,39
b
1,30
b
- - -
a
Valores determinados /
b
ROSTAGNO et al. (2000 ) /
c
ROSA (1999) /
d
PROTECTOR (1980) /
e
BUTOLO (2002)
2.5.3 Formulação das Rações Experimentais
Na formulação das dietas experimentais foi utilizado o Programa
SUPERCRAC (1993). As dietas experimentais foram formuladas para serem
isocalóricas, isoprotéicas, isocálcicas, isofosfóricas e isoaminoacídicas para
metionina e lisina.
Os tratamentos constaram de 7 rações, com nível de energia de 2.850 Kcal
EM/kg e proteína bruta de 18%, de acordo com as recomendações de
requerimentosnimos diários por ave, sugeridas pelo MANUAL DE CRIAÇÃO E
MANEJO DA LINHAGEM HY LINE W-36 (2002).
As rações foram formuladas a partir de uma dieta basal composta de milho,
farelo de soja, calcário, fosfato bicálcico, sal e aminoácidos sintéticos. De acordo
com o tratamento, o óleo vegetal nas proporções de 2 e 4% foi adicionado nas
rações (Tabela II.2).
Os tratamentos adotados foram os seguintes:
T1 – Dieta basal (sem óleo)
T2 – Dieta basal + 2% de óleo de soja
T3 – Dieta basal + 4% de óleo de soja
T4 – Dieta basal + 2% de óleo de linha
T5 – Dieta basal + 4% de óleo de linha
T6 – Dieta basal + 2% de óleo de algodão
T7 – Dieta basal + 4% de óleo de algodão
2.5.4 Elaboração das Rações Experimentais
As rações foram preparadas em misturador vertical, na Fábrica de Rações
do Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade
Federal do Ceará.
Os ingredientes que se apresentavam sob a forma de grãos foram triturados
em um triturador com malha de número 5, fornecendo no final do processo uma
ração tipo farelada. Os macro-ingredientes foram pesados em balança eletrônica pra
200kg, sendo os micro-ingredientes pesados em balança para 20kg.
Foi feita uma pré-mistura com os micro-ingredientes, premix, metionina,
lisina, sal e inerte, e com os macro-ingredientes, milho, farelo de soja, calcário
calcítico, fosfato bicálcico e protenose.
TABELA II.2 - Composição percentual e alise calculada das dietas experimentais.
Tratamentos
Ingredientes
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
Milho 64,975 59,502 52,922 60,274 54,466 59,555 53,029
Farelo de Soja 15,610 19,260 17,795 18,745 16,765 19,224 17,723
Óleo de Soja - 2,000 4,000 - - - -
Óleo de Linhaça - - - 2,000 4,000 - -
Óleo de Algodão - - - - - 2,000 4,000
Protenose 7,613 5,728 7,789 5,994 8,320 5,747 7,826
Calcário Calcítico 8,628 8,602 8,601 8,605 8,608 8,602 8,602
Fosfato Bicálcico 1,925 1,928 1,953 1,927 1,953 1,928 1,953
Premix Mineral
1
0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050
Premix Vitamínico
2
0,100 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100
L-Lisina HCL 0,265 0,177 0,223 0,189 0,248 0,178 0,225
DL-Metionina 99% 0,160 0,173 0,164 0,171 0,160 0,173 0,164
Sal 0,375 0,373 0,380 0,373 0,380 0,373 0,380
Sulfato Ferr. Mon. 30% - - - - - 0,050 0,100
Inerte * 0,300 2,108 6,023 1,572 4,950 2,021 5,848
Total 100 100 100 100 100 100 100
Análise Calculada
EM-Aves (Kcal/kg) 2.850 2.850 2.850 2.850 2.850 2.850 2.850
Proteína Bruta (%) 18,00 18,00 18,00 18,00 18,00 18,00 18,00
Cálcio (%) 3,80 3,80 3,80 3,80 3,80 3,80 3,80
Fósforo Total (%) 0,64 0,64 0,64 0,64 0,64 0,64 0,64
Fósforo Disponível (%) 0,45 0,45 0,45 0,45 0,45 0,45 0,45
Fibra Bruta (%) 2,16 2,27 2,09 2,26 2,06 2,27 2,09
Extrato Etéreo (%) 2,65 4,55 6,26 4,55 6,28 4,54 6,25
Linoléico (%) 1,45 2,48 3,41 1,52 1,51 2,40 3,25
Linolênico (%) 0,08 0,23 0,35 1,22 2,35 0,08 0,08
Lisina (%) 0,88 0,88 0,88 0,88 0,88 0,88 0,88
Metionina (%) 0,48 0,48 0,48 0,48 0,48 0,48 0,48
Metionina + Cistina (%) 0,78 0,78 0,78 0,78 0,78 0,78 0,78
Sódio (%) 0,18 0,18 0,18 0,18 0,18 0,18 0,18
1- Premix Mineral - Composição por quilograma do produto : 65.000 mg de Manganês; 40.000 mg de Ferro; 10.000 mg de
Cobre; 50.000 mg de Zinco; 1.000 mg de Iodo; 1.000 g de Veículo (q.s.p.).
2 - Premix Vitamínico – Composição por quilograma do produto : 1.750.000 UI de Vit. A; 500.000 UI de Vit D3; 1.000 mg de
Vit E; 500 mg de Vit K3; 500 mg de Vit B1; 750 mg de Vit. B2; 2..000 mcg de Vit. B12; 1.250 mg de Pantotenato de
Cálcio; 75 mg de Selênio; 125 g de Colina; 25 g de Antioxidante; 1.000g de Veículo (q.s.p.).
* Areia lavada
Na seqüência, as pré-misturas foram adicionadas gradativamente ao
restante dos macro-ingredientes, em um misturador do tipo vertical com capacidade
de 1000kg. Em seguida, foi acrescentado aos poucos o óleo utilizado, de acordo
com a ração experimental.
Ao final, as rões foram ensacadas em sacos de fibra sintética trançada,
identificados quanto aos tratamentos e transportadas para o galpão experimental.
Para evitar oxidação ou perdas no valor nutricional, devido ao período de
estocagem, as rações foram processadas quinzenalmente.
2.6 Procedimento Experimental
2.6.1 Fase Pré-experimental (18 a 22 semanas de idade)
As aves foram submetidas a um período de adaptação de 35 dias às
condões de ambiência do galpão, sendo alimentadas com uma ração à base de
milho e farelo de soja.
Durante este período foram coletados dados de temperatura do galpão,
consumo de ração das aves e produção de ovos.
2.6.2 Fase Experimental (23 a 42 semanas de idade)
Previamente ao iniciar a fase experimental, os baldes que acondicionariam
as rações foram numerados e identificados quanto aos tratamentos, sendo
colocados na frente das respectivas gaiolas marcadas.
As aves foram pesadas individualmente, etiquetadas, e com base no peso
inicial foram distribuídas em 2 blocos, sendo que cada bloco apresentava um andar
com aves leves e outro com pesadas. O critério de formação dos blocos, levou em
consideração, o peso inicial das aves e as condições de ambiência do galpão, por
ocaso do alojamento (Figura II.2).
FIGURA II.2 - Alojamento das aves e identificação dos tratamentos no galpão experimental. Setor
de Avicultura – UFC
As aves durante todo o experimento receberam ração e água à vontade. No
icio de cada peodo (28 dias), a ração destinada a cada repetição foi pesada e,
diariamente, às 8:00h da manhã, os comedouros foram abastecidos.
As aves foram submetidas a um período de iluminação com 17 horas de
luz/dia, recebendo, portanto, am da luz natural, 5,0 horas de luz artificial no icio
da noite, ao longo do período experimental.
A coleta dos ovos foi realizada diariamente às 16:00 horas.
2.7 Planejamento Estatístico
O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com 7
tratamentos. Cada tratamento foi formado de 4 repetições de 8 aves, totalizando 32
aves por tratamento. A unidade experimental foi uma repetão com 8 aves.
A análise estatística dos dados foi realizada através de análise de variância,
para um modelo em blocos ao acaso, com o programa Statistical Analysis System
(SAS, 2000). As diferenças entre as médias das varveis estudadas foram
detectadas pelo Teste de Tukey ao nível de 5% (SAMPAIO, 1998).
As variáveis estudadas foram percentagem de postura, consumo de ração,
conversão alimentar (kg de ração/kg de ovo), massa de ovo e variação de peso
corporal das aves.
O modelo matemático utilizado para a análise das características estudadas
foi:
Υijk = µ + T
i
+ P
j
+ B
k
+ e
ijk
Onde:
Υ
ijk
= OBSERVÃO FEITA NA CARACTERÍSTICA ESTUDADA NO BLOCO K, PERÍODO j, TRATAMENTO i;
µ =DIA GERAL ;
T
i
= EFEITO DO TRATAMENTO i (i = 1, 2 ... 7);
P
j
= EFEITO DO PEODO j (j = 1, 2 ... 5);
B
k
= EFEITO DO BLOCO (k = 1, 2)
e
ijk
= ERRO ALEATÓRIO ASSOCIADO A CADA OBSERVÃO.
2.8 Coleta e Cálculo dos Dados Experimentais
A produção de ovos foi registrada diariamente por gaiola e, no final de cada
ciclo de produção, foram calculadas as percentagens de postura (ave/dia) por
repetição, (Figura II.3).
A rão oferecida no início e as sobras no final de cada período de produção
foram pesadas e, por diferea, foi calculado o consumo de ração (g/ave/dia) para
cada repetição.
FIGURA II.3 - Registro diário dos dados experimentais. Setor de
Avicultura - UFC
Através dos dados de consumo de ração e produção de ovos foi realizado o
cálculo da conversão alimentar para cada repetição, em cada ciclo de produção.
No último dia de cada semana, todos os ovos foram coletados, identificados
e armazenados a temperatura ambiente. No dia seguinte era realizada a pesagem
de todos os ovos de cada repetão/tratamento, em balança eletrônica de precisão,
para determinar a massa e o peso médio dos ovos .
As aves foram pesadas no icio do experimento e distribuídas de acordo
com os tratamentos. Ao final do período experimental, as aves foram novamente
pesadas para que se verificasse a variação de peso corporal, ocorrida durante os
140 dias do experimento.
Diariamente, as aves foram observadas para o registro e diagnóstico de
mortes, por repetição, em cada peodo de produção.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As análises de variância dos parâmetros zootécnicos das poedeiras
comerciais, obtidos durante o período experimental, encontram-se nos Anexos
(Tabelas II.1A a II.5A).
3.1 Percentagem de Postura
Os resultadosdios da percentagem de postura, obtidos em cada peodo,
encontram-se na Tabela II.3.
TABELA II.3 - Percentagem de postura (ave/dia) de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes óleos vegetais.
Tratamentos Médias
T1 (sem óleo) 82,30
cd
T2 (2% óleo de soja) 88,17
ab
T3 (4% óleo de soja) 85,34
bc
T4 (2% óleo de linhaça) 89,59 ª
T5 (4% óleo de linhaça) 80,94
d
T6 (2% óleo de algodão) 85,38
bc
T7 (4% óleo de algodão) 80,33
d
Nas linhas, médias seguidas por pelo menos uma letra igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de Tukey
(P>0,05).
No período total, a maior percentagem de postura foi apresentada pelas
poedeiras que consumiram as rações dos tratamentos T4 e T2, diferindo
estatisticamente (P<0,05) das aves arroadas com as rações dos tratamentos T1,
T3, T5, T6 e T7. Também, verificou-se que o tratamento T7 mostrou o menor
percentual numérico, com resultados análogos ao T1 e T5, porém diferindo
significativamente (P<0,05) de T2, T3, T4 e T6.
Com respeito à utilização de óleo vegetal, analisando o período total do
experimento, as aves submetidas às rações dos tratamentos T3, T5, T6 e T7 não
apresentaram alterações significativas (P>0,05) na percentagem de postura, quando
comparados com o tratamento controle (T1). Estes resultados concordam com os
reportados por VASCONCELOS et al. (2000), que alimentando poedeiras com óleo
de linha, não encontraram diferença estatística na produção de ovos em relação à
dieta sem óleo. Resultados semelhantes foram observados por SANTOS (1998),
que arraçoando poedeiras com dietas com óleo de soja e canola, comparadas à
dieta sem óleo, não constatou diferença significativa na produção de ovos.
RABELLO et al. (2002) e HARMS et al. (2004), comparando a produção de ovos de
poedeiras alimentadas com rações sem óleo versus com óleos de soja e de milho,
respectivamente, não constataram difereas significativas. Todavia, SHEIDELER e
FRONING (1996) notificaram que poedeiras, com 43 semanas de idade,
alimentadas com dietas contendo óleo de peixe, produziram significativamente mais
ovos que o grupo controle (sem óleo).
De acordo com os resultados observados no período total, as aves
submetidas às rações contendo óleo de soja (T2 e T3) apresentaram produção de
ovos similar (P>0,05) à das aves alimentadas com óleo de algodão (T6). Resultados
análogos foram verificados por FILARDI et al. (2004), que trabalhando com
poedeiras alimentadas com rações suplementadas com óleo de algodão, óleo de
soja, óleo de girassol e óleo de canola, não verificaram difereas significativas na
produção de ovos. MURATA (1998) e SANTOS (1998), arraçoando poedeiras com
óleo de soja e canola, também constataram que a produção de ovos não diferiu
significativamente (P>0,05).
Na presente pesquisa, quando se elevou o nível de óleo de soja para 4%,
não foi verificada alteração significativa na produção de ovos, concordando com os
resultados de SANTOS (1998) e RABELLO et al. (2002). No entanto, o aumento de
inclusão do óleo de linhaça e algodão para 4% provocou uma redução significativa
na postura. Tal fato discordou dos achados de BAUCELLS et al. (2000) e
VASCONCELOS et al. (2000), que não constataram diferenças significativas
(P>0,05) na produção de ovos de aves, submetidas a diferentes níveis de óleo de
linhaça. Por outro lado, LALL e SLINGER (1973), ao incrementar os valores de óleos
de canola e milho na dieta de galinhas, constataram redução significativa na
produção de ovos.
3.2 Consumo de Ração
Os resultados médios do consumo de ração (g/ave/dia), obtidos em cada
período, encontram-se na Tabela II.4.
TABELA II.4 - Consumo de ração (g/ave/dia) de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes óleos vegetais.
Tratamentos Médias
T1 (sem óleo) 80,34
bcd
T2 (2% óleo de soja) 80,67
cd
T3 (4% óleo de soja) 82,36
abc
T4 (2% óleo de linhaça) 82,20
abc
T5 (4% óleo de linhaça) 77,77
d
T6 (2% óleo de algodão) 84,56 ª
T7 (4% óleo de algodão) 83,05
ab
Nas linhas, médias seguidas por pelo menos uma letra igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de Tukey
(P>0,05).
No período total, o consumo de ração foi maior para as poedeiras que
consumiram a ração do tratamento T6, com resultados similares às aves arroadas
com as rações dos tratamentos T3, T4 e T7. As aves do tratamento T5
apresentaram o menor índice de consumo, semelhantemente às aves do T1 e T2.
No que tange a utilização do óleo vegetal, analisando o período total do
experimento, as aves submetidas às rações dos tratamentos T2, T3, T4, T5 e T7
não apresentaram alterações significativas (P>0,05) no consumo de ração, em
relão com o tratamento controle (T1). Fato este também evidenciado por
VASCONCELOS et al. (2000), que alimentando poedeiras com óleo de linhaça, não
encontraram diferença estatística no consumo de ração em relão à dieta sem
óleo. Resultados semelhantes foram observados por SANTOS (1998) e RABELLO
et al. (2002), que comparando o consumo de ração de poedeiras submetidas a
dietas sem óleo versus com óleoo constataram difereas significativas. HUANG
et al. (1990), ao empregarem óleo de “menhaden” em níveis de 1% a 3% nas rações
para aves, não observaram alterações no consumo alimentar, em comparação ao
grupo controle, sem adão de óleo. Em controvérsia, HARMS et al. (2004)
constataram que o consumo de ração foi significativamente menor para aves
alimentadas com dieta contendo óleo de milho em comparação ao grupo controle
(sem óleo).
De acordo com os resultados observados, no período total, as aves
submetidas às rações contendo óleo de soja (T3), linhaça (T4) e algodão (T6 e T7)
apresentaram consumo de ração similar (P>0,05). MURATA (1998) e SANTOS
(1998), arraçoando poedeiras com óleo de soja e canola, também não constataram
alteração significativa (P>0,05) no consumo de ração.
No experimento realizado, quando se elevou o nível de óleo de soja e de
algoo para 4%, não foi verificada alteração significativa no consumo de ração das
aves, concordando com os resultados de RABELLO et al. (2002). No entanto, o
aumento de inclusão do óleo de linha para 4% provocou uma redução significativa
no consumo, discordando dos achados de BAUCELLS et al. (2000) e
VASCONCELOS et al. (2000), que não constataram diferenças significativas
(P>0,05) no consumo de ração das aves, submetidas a diferentesveis de óleo de
linhaça.
3.3 Conversão Alimentar
Os resultados médios de conversão alimentar (kg de ração/kg de ovo),
obtidos em cada período, encontram-se na Tabela II.5.
TABELA II.5 - Convero alimentar (kg de rão/kg de ovo) de poedeiras comerciais, submetidas às
dietas suplementadas com diferentes óleos vegetais.
Tratamentos Médias
T1 (sem óleo) 1,93
bc
T2 (2% óleo de soja) 1,85
cd
T3 (4% óleo de soja) 1,88
cd
T4 (2% óleo de linhaça) 1,82
d
T5 (4% óleo de linhaça) 1,88
cd
T6 (2% óleo de algodão) 1,98
b
T7 (4% óleo de algodão) 2,09
a
Nas linhas, médias seguidas por pelo menos uma letra igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de Tukey
(P>0,05).
Na avaliação do período total, a conversão alimentar (kg de ração/kg de ovo)
das galinhas que receberam a ração do tratamento T4 apresentou o melhor nível,
apesar de não diferir (P>0,05) das aves alimentadas com as rações dos tratamentos
T2, T3 e T5. Constatou-se a pior (P<0,05) conversão alimentar para as poedeiras
que consumiram a dieta T7.
Referente à adição de óleo vegetal na dieta de poedeiras, analisando o
período total do experimento, a conversão alimentar (kg de ração/kg de ovo) das
aves submetidas às rações dos tratamentos T2, T3, T5 e T6 não foi afetada
significativamente (P>0,05), quando comparada à apresentada pelas aves do
tratamento controle (T1). Resultados semelhantes foram observados por HUANG et
al. (1990) e SANTOS (1998), que arraçoando poedeiras com dietas com óleo de
soja e canola, respectivamente, comparadas à dieta sem óleo, não constataram
diferenças significativas na conversão alimentar.
No período total, as aves alimentadas com rações contendo óleo de soja (T2
e T3), linhaça (T4 e T5) apresentaram convero alimentar similar (P>0,05). No
estudo realizado, não foi verificado alteração significativa na conversão alimentar (kg
de ração/kg de ovo) das aves, quando se elevou o nível de óleo de soja e linha
para 4%, corroborando com SANTOS (1998) que, utilizando óleo de soja e canola
com inclusão de 2% e 4%, em dietas de poedeiras, também não constatou efeito
significativo. Resultados semelhantes foram constatados por VASCONCELOS et al.
(2000), que arraçoando poedeiras com diferentes níveis (1, 2 e 3%) de óleo de
linhaça na ração, não registraram diferença significativa na conversão alimentar.
3.4 Massa de Ovo
Os resultadosdios de massa de ovo, obtidos em cada peodo,
encontram-se na Tabela
II.6.
TABELA II.6 - Massa de ovo (g) de poedeiras comerciais, submetidas às dietas suplementadas com
diferentes óleos vegetais.
Tratamentos Médias
T1 (sem óleo) 2347,83
cde
T2 (2% óleo de soja) 2528,51ª
T3 (4% óleo de soja) 2403,63
bc
T4 (2% óleo de linhaça) 2473,34
ab
T5 (4% óleo de linhaça) 2298,98
de
T6 (2% óleo de algodão) 2401,21
bcd
T7 (4% óleo de algodão) 2250,35
e
Nas linhas, médias seguidas por pelo menos uma letra igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de Tukey
(P>0,05).
No período total, maior valor de massa de ovo foi verificado nas poedeiras
que consumiram a ração do tratamento T2, não diferindo estatisticamente (P<0,05)
das aves arroadas com a ração do tratamento T4. Também, observou-se que a
ração do tratamento T7 mostrou a menor massa, com resultados similares (P>0,05)
as rações dos tratamentos T1 e T5.
Com respeito à utilização do óleo vegetal na dieta de poedeiras, os resultados
do experimento indicaram que as aves, submetidas às rações dos tratamentos T3,
T5, T6 e T7 obtiveram massa de ovo similar (P>0,05) àquelas alimentadas com a
dieta controle (sem óleo), discordando dos achados de RABELLO et al. (2002), que
verificou efeito significativo na massa de ovo de poedeiras submetidas a dietas
contendo óleo de soja, em comparação a dieta sem óleo.
No experimento realizado, quando se elevou o nível de óleo de soja, linha e
algoo para 4%, verificou-se redução significativa (P<0,05) na massa de ovo das
aves. Estes resultados corroboram, parcialmente, com os obtidos por RABELLO et
al. (2002), que estudando o efeito dos níveis de óleo de soja (0, 1, 2, 3 e 4%) em
rações com baixa energia de poedeiras comerciais, constatou que os níveis de óleo
influenciaram de forma quadrática o valor da massa de ovo, onde a partir da
inclusão de 3% de óleo houve melhoria no desempenho das aves.
3.5 Variação de Peso Corporal
Os resultados médios da variação de peso corporal das aves, obtidos
durante a fase experimental, encontram-se na Tabela
II.7 e Figura II.4.
TABELA II.7 – Variação de peso corporal de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes óleos vegetais.
Tratamentos Variação de peso (g)
T1 (sem óleo) -16,25
b
T2 (2% óleo de soja) 31,25
ab
T3 (4% óleo de soja) 63,87
a
T4 (2% óleo de linhaça) -30,00
b
T5 (4% óleo de linhaça) -17,42
b
T6 (2% óleo de algodão) 28,12
ab
T7 (4% óleo de algodão) 76,56
a
Média Geral 19,86 ± 129,69
Médias seguidas por pelo menos uma letra igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de Duncan (P>0,05).
Não foi constatado efeito significativo (P>0,05) entre os tratamentos T1, T2,
T4, T5 e T6, entretanto, as aves que consumiram a rão do T4 apresentaram a
maior perda de peso ao longo da fase experimental. Por outro lado, as aves
arraçoadas com as dietas T2, T3, T6 e T7 obtiveram ganhos de peso semelhantes
(P<0,05), com melhor resposta numérica no tratamento T7.
Com respeito à adição de óleos vegetais em dietas de poedeiras comerciais,
não foram observadas alterações significativas (P>0,05) no ganho de peso corporal
das aves, submetidas às rações dos tratamentos T2, T4, T5 e T6 comparados com o
grupo controle (sem óleo). Resultados semelhantes foram observados por
KESHAVARZ (1991), que adicionando gordura em dietas isocalóricas, obteve
melhora na percentagem de postura e peso dos ovos, não observando acréscimo no
ganho de peso corporal das aves.
No estudo realizado, quando se elevou o nível de óleo de soja, linha e
algoo para 4%, não foi verificado efeito significativo (P<0,05) no ganho de peso
corporal das aves. Resultados semelhantes foram constatados por BAUCELLS et al.
(2000), que incorporando diferentes níveis de óleos de peixe, linha, girassol, colza
e sebo em rões de poedeiras, não detectaram diferenças significativas no peso
corporal durante 14 semanas de experimento. Entretanto, RABELLO et al. (2002),
estudando o efeito dos níveis de óleo de soja (0, 1, 2, 3 e 4%) em rações com baixa
energia de poedeiras comerciais, verificou que os níveis de óleo influenciaram de
forma quadrática o peso corporal das aves.
A Figura II.4 ilustra o peso corporal das poedeiras comerciais, obtidos no
início e final da fase experimental. Observa-se que as poedeiras alimentadas com
dietas contendo óleo de linha apresentaram perda de peso corporal, juntamente
com o controle. Quando se analisou as aves submetidas às dietas com óleo de
algoo, constatou-se que houve uma melhora significativa no ganho de peso, em
conseqüência de um dos maiores consumo alimentar, pom devido a uma das
piores conversões alimentares, não foi observada superioridade na produção de
ovos.
Em decorrência dos resultados obtidos no presente estudo, verificou-se que
as poedeiras arraçoadas com dietas sem óleo ou contendo óleo de linha
apresentaram redução no peso corporal, durante o 1º. ciclo de produção. Assim
sendo, deve-se levar em consideração esses tipos de dieta no 1º. ciclo de produção,
quando houver interesse em permanecer com as aves no 2º. ciclo de postura,
levando-se em conta que o desempenho zoocnico do animal deverá ficar
comprometido em decorrência de quedas nas reservas corporais.
1300
1320
1340
1360
1380
1400
1420
1440
1460
1480
1500
1520
1540
sem óleo 2% óleo de
soja
4% óleo de
soja
2% óleo de
linhaça
4% óleo de
linhaça
2% óleo de
algodão
4% óleo de
algoo
Peso Corporal (g)
23 semanas
42 semanas
FIGURA II.4 – Peso corporal (g) de poedeiras comerciais, submetidas às dietas suplementadas com
diferentes óleos vegetais.
3.6 Comportamento das Variáveis ao Longo da Fase Experimental
Os resultados médios das varveis de desempenho zootécnico, em cada
período, obtidos durante a fase experimental, encontram-se Figura
II.5.
As aves são classificadas como animais homeotérmicos, expressando o
máximo desempenho quando criadas em temperaturas dentro da zona de conforto
térmico, que está situada entre 14 e 25
o
C na fase adulta (KUBOTA, 1973). Os dados
meteorológicos obtidos durante o experimento evidenciam, que durante o mês de
setembro (3º. período), a temperatura média da região foi de 28˚C, atingindo até
30,98˚C com umidade relativa do ar de 66%. Alterações na produção de ovos
podem ocorrer devido a diversos fatores, tais como, consumo alimentar, stress
hídrico, ambiência e problemas sanitários.
Verifica-se um maior requerimento de ração por kg de ovo durante o 3º.
período (31-34 semanas), refletindo em menor produção de ovos das poedeiras.
Pode-se observar, destacadamente, uma redução no valor da massa dos ovos
durante o 3º. período (31-34 semanas), enquanto valores similares desse parâmetro
ocorreram no 4º. (35-38 semanas) e 5º. períodos (39-42 semanas) da fase
experimental.
4. CONCLUSÕES
Nas condições da presente pesquisa, de acordo com os resultados obtidos,
conclui-se que:
1. A inclusão de óleo vegetal nas dietas, independente do tipo, soja, linhaça
ou algodão, não possibilitou uma melhora absoluta no desempenho zootécnico das
aves em relação à dieta controle (sem óleo), notadamente com respeito à
percentagem de ovos, convero alimentar, massa de ovo e variação de peso
corporal.
2. O nível de adão do óleo vegetal nas dietas (2% e 4%) apenas promoveu
uma melhora efetiva com respeito ao desempenho zootécnico para o parâmetro
massa de ovo, ao nível de 2%.
3. A dieta com 2% óleo de soja evidenciou uma posição de equibrio em
relão às respostas de desempenho zootécnico, especificamente a percentagem
de ovos, conversão alimentar, massa de ovo e variação de peso corporal.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CAPÍTULO III
QUALIDADE INTERNA E EXTERNA DOS OVOS DE POEDEIRAS
COMERCIAIS, SUBMETIDAS ÀS DIETAS SUPLEMENTADAS
COM DIFERENTES ÓLEOS VEGETAIS
1. REVIO DE LITERATURA
Os principais componentes do ovo encontram-se na proporção aproximada
de seis partes de albúmen, ts partes de gema e uma parte de casca. Segundo
ORR (1967), alguns fatores têm influência na relação desses componentes, entre
eles destacam-se a espécie, raça, tamanho do ovo, estação do ano e a idade da
ave.
SUMMERS e LEESON (1983) afirmaram que o peso dos primeiros ovos
depende do peso das aves no icio de produção e, dificilmente aumentam com a
manipulação da dieta. Entretanto, JENSEN (1983) verificou que adicionando 1 a 2 %
de gordura animal na ração de postura inicial conseguia diminuir o percentual de
ovos pequenos e médios e aumentar o de grandes e extras, no período de 22 a 38
semanas de idade.
Os lipídios do alimento, administrados via rão, são, na maioria,
diretamente utilizados para a síntese de lipídios da gema, atuando sobre a
vitelogênese e a composão dos depósitos. Segundo SAUVEUR (1993), quando o
alimento administrado está totalmente desprovido de ácido linoléico, o peso do ovo
pode reduzir-se em 10g, sendo que as necessidades das poedeiras são supridas
com um aporte diário de 1g do referido ácido.
Em um lote de galinhas, com uma idade determinada, a proporção de gema
diminui e o almen aumenta quando se aumenta o peso do ovo. SOUZA et al.
(1994) verificaram a influência da idade ave sobre a qualidade dos ovos de
poedeiras comerciais, com 27, 47 e 68 semanas de idade. Os ovos provenientes de
galinhas em início de postura apresentaram unidades Haugh e índice de gema
significativamente superior (P<0,05) que os de final de postura. Não houve diferea
significativa entre as idades para o pH da gema, contudo, o pH do albúmen dos ovos
de icio de postura foi significativamente menor (P<0,05) que o de meio e final de
postura. As relões ovo/albúmen, ovo/gema e ovo/casca não foram afetadas pela
idade das aves. Quanto ao peso dos ovos, foi observado que os de início de postura
apresentaram pesos significativamente menores (P<0,05) que os de meio e final de
postura.
SOUZA et al. (1994) estudaram o efeito da idade da galinha sobre a
qualidade dos ovos de poedeiras comerciais, com 12, 28 e 40 semanas pós-muda.
Os ovos provenientes de galinhas em início de postura pós-muda apresentaram
unidades Haugh significativamente superiores (P<0,05), às de final de postura. A
idade das aves não afetou o pH da gema e do almen e o peso dos ovos. Não
houve diferença entre as idades para as relações ovo/gema e ovo/casca. Entretanto,
a relão ovo/albúmen foi significativamente maior (P<0,05) nos ovos provenientes
das aves em final de postura do que no icio de postura.
Os efeitos da adição de fontes de ácidos graxos poliinsaturados sobre o
desempenho e a qualidade dos ovos são constatados em poedeiras de primeiro
ciclo, entretanto, para poedeiras de segundo ciclo os estudos são limitados. FILARDI
et al. (2004) arraçoaram poedeiras de 78 semanas de idade com diferentes rações
suplementadas com óleos de algodão, soja, girassol e canola, constataram que não
houve efeito significativo sobre o peso dos ovos, a espessura da casca e a
gravidade específica.
Várias pesquisasm sugerido o efeito negativo no desempenho zoocnico
de poedeiras, submetidas às dietas suplementadas com óleo de peixe, destacando-
se a redução no peso dos ovos. MENDONÇA Jr. (1996) avaliou os efeitos do óleo
de peixe sobre a qualidade do ovo de galinhas poedeiras. Aves com 89 semanas de
idade receberam ração acrescida de óleo bruto de peixe a 0,5%, 1%, 2%, 3% e 4%
durante 5 semanas. A adição de 1% a 4% de óleo de peixe à dieta provocou
redução no peso dos ovos, sem influenciar a conversão alimentar. A qualidade da
casca e do almen não foi alterada pela suplementação de óleo de peixe à dieta.
MURATA (1998) realizou dois experimentos para avaliar o efeito da inclusão
de 3% dos óleos de soja, canola e peixe, na dieta de galinhas poedeiras, sobre
qualidade dos ovos. Foram utilizadas poedeiras comerciais com 49 (Experimento 1)
e 38 (Experimento 2) semanas de idade, consumindo rações isoprotéicas (17% PB)
e isocalóricas (2850 kcal EM/kg). Os valores de qualidade dos ovos não diferiam
significativamente entre os tratamentos (P>0,05). Posteriormente, resultados
semelhantes foram constatados por BAUCELLS et al. (2000), que não verificaram
alteração significativa no peso dos ovos de aves arraçoadas com 4% de óleo de
peixe ou com óleo de peixe associado ao óleo de linhaça.
A idade da ave afeta positivamente o tamanho do ovo e a quantidade de
clara e, consequentemente, a proporção clara/gema. VÉRAS et al. (2001)
verificaram o efeito da idade da ave no contdo do ovo de poedeiras comerciais, no
período de 28 a 60 semanas de vida. A proporção clara/gema apresentou-se alta as
28 semanas, teve um declínio as 36 e após começou a crescer, sendo que a maior
proporção foi encontrada na 60ª. semana. Pesquisas realizadas por SILVERSIDES e
SCOTT (2001) e SUK YO (2001) revelaram que à medida que a idade da ave
aumenta, a percentagem de albúmen diminui e a percentagem da gema aumenta
para as poedeiras brancas e vermelhas.
SILVA et al. (2004) verificaram a influência da linhagem, idade da galinha e
do tamanho do ovo sobre a percentagem da gema, a percentagem do almen, as
concentrações de sólidos totais da gema e de almen. Os ovos de poedeiras
brancas apresentaram valores maiores de percentagem de gema e menores de
almen quando comparados com os ovos de poedeiras marrons, independente da
faixa etária. Em contrapartida, CARVALHO et al. (2004), analisando o peso do ovo,
a percentagem da gema, a gravidade específica e as unidades Haugh dos ovos de
poedeiras comerciais Babcock B300, Hy Line W-36, Lohmann White e Hisex, entre
29 e 69 semanas de idade, demonstraram que independente da linhagem a
qualidade interna e da casca tendem a piorar com o avançar da idade.
O ovo é considerado o alimento com maior teor de colesterol, cujos valores
encontrados na literatura variam de 10,97 mg/g de gema (BEYER e JENSEN, 1989)
a 18,62 mg/g de gema (KRICHEVSKY e TEPPER, 1961). Dados publicados sobre
níveis de colesterol nos alimentos apresentam grande variabilidade, principalmente
devido aos diferentes métodos analíticos empregados na sua determinação (NABER
e BIGGERT, 1989; JIANG et al., 1991). Pesquisas envolvendo manipulações na
dieta visando reduzir o nível de colesterol nos ovos, tais como, alterações dos teores
de fibra da ração, adão de óleos poliinsaturados ou utilização de esteróides
vegetais e extratos biológicos, têm revelado resultados bastante divergentes
(NABER, 1990; AUSTIC, 1992).
Os trabalhos mais recentes que empregaram cromatografia líquida de alta
eficiência ou cromatografia gasosa apresentaram valores em torno de 10,0 a 11,0
mg/g de gema, enquanto que os mais antigos que utilizaram métodos colorimétricos
relataram valores bem maiores. Segundo BEYER e JENSEN (1989), os teores de
colesterol em ovos foram superestimados, quando determinados por método
colorimétrico devido à presença de subsncias interferentes como vitamina A,
hemoglobina, protnas, carotenóides, triglicerídios, ácidos graxos ou esteróides. Os
cromatográficos são considerados mais exatos e precisos devido à sua capacidade
de separar o colesterol dos interferentes.
FERREIRA e CAMPOS (1980), utilizando o método colorimétrico de
ZLATKIS et al. (1953), no qual o colesterol reage com cloreto férrico, obtiveram em
média 12,00, 12,30, 12,50 e 12,70 mg/g de gema em ovos de poedeiras comerciais,
alimentadas com diferentes níveis calóricos.
Um grande número de pesquisas tem sido conduzidas para a determinação
do teor de colesterol em ovos de galinha. JIANG et al. (1991) obtiveram valores
maiores (14,6 mg/g) de colesterol em ovo com o método colorimétrico do que com
os métodos enzimáticos (12,3 mg/g), cromatografia gasosa (11,7 mg/g) e
cromatografia líquida de alta eficiência (11,7 mg/g). Resultados semelhantes foram
observados por BEYER e JENSEN (1989), que obtiveram 13,86 mg/g de colesterol
na gema pelo método colorimétrico e 10,97 mg/g pelotodo por cromatografia
quida de alta eficiência.
BRAGAGNOLO e RODRIGUEZ-AMAYA (1993) compararam três métodos
de determinação de colesterol em gema de ovo. Os métodos foram: (a) método
colorimétrico segundo BOHAC et al. (1988), que envolveu a reação do colesterol
com ácido acético glacial saturado com sulfato ferroso e ácido sulfúrico concentrado;
(b) método colorimétrico segundo o Instituto Adolfo Lutz (ITAL), que utilizou ácido
acético glacial, anidrido acético e ácido sulrico concentrado; e (c) método por
cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), onde as condições foram
determinadas no presente trabalho. As concentrações de colesterol obtidas pelo
método HPLC (10,1 +
0,5 mg/g de gema) e por BOHAC et al. (11,0 + 1,0 mg/g de
gema) não diferiram significativamente (P>0,05). O método colorimétrico do Instituto
Adolfo Lutz (ITAL) superestimou o teor de colesterol (16,0 +
0,9 mg/g de gema).
De acordo com BARTOV et al. (1971), AL-ZUBAIDY e AL-TAHA (1984) e
PANDEY et al. (1989), o nível de colesterol nos ovos varia com a linhagem,
alimentão, produção de ovos e idade das aves. TURK e BARNETT (1971)
verificaram que a concentração de colesterol por ovo aumenta com a idade da ave,
devido à elevação do tamanho dos ovos, não sendo constatadas alterações nos
níveis de colesterol por grama de ovo. NABER (1990), por sua vez, observou que
galinhas com elevado índice de postura, depositam menos colesterol no ovo do que
aves com baixa taxa de produção. Para HALL e McKAY (1993), os principais fatores
determinantes para o teor de colesterol no ovo são o nível de síntese hepática, a
percentagem de postura e o tamanho dos ovos. Galinhas com elevada produção de
ovos depositam menos colesterol por ovo e ovos pequenos contém menos
colesterol. Os níveis de colesterol na gema do ovo são elevados no início de
postura, sendo de 19,52 mg/g de gema úmida, caindo para 16,15 mg/g na 30ª.
semana de idade e permanecendo relativamente constante a a 70ª. semana de
idade. Em contrapartida, ANSAH (1985) reportaram que o coeficiente de correlação
do colesterol da gema com produção de ovos, o peso dos ovos e da gemao
inconsistentes e não significativos até a 3ª. geração de seleção.
A introdução de ingredientes alimentares selecionados, nas rações para
poedeiras, tem como objetivo tentar modificar o padrão lidico da gema e reduzir o
nível de colesterol do ovo. MURATA (1998) avaliou o efeito da inclusão de 3% dos
óleos de soja, canola e peixe na dieta de galinhas poedeiras, sobre o nível de
colesterol da gema dos ovos. As difereas para conteúdo de colesterol total da
gema dos ovos foram significativas (P<0,01), sendo que os tratamentos que
utilizaram óleo de peixe e soja apresentaram valores maiores (1335,10 mg/100 g de
gema) e menores (1291,73 mg/100g de gema), respectivamente. Em pesquisas
anteriores, WEISS et al. (1967c) e BARTOV et al. (1971) arraçoando poedeiras com
dietas contendo óleo de coco e de girassol verificaram aumento nos níveis de
colesterol da gema nos ovos.
SHAVEY et al. (1992), ao analisarem o efeito da alimentação contendo três
tipos de grãos (trigo, triticale e centeio), adicionando ou não óleo de soja a 2%,
sobre os teores de colesterol e ácidos graxos da gema de três linhagens de
poedeiras com 26 semanas de idade, constataram que a suplementão com óleo
de soja não afetou significativamente a concentração de colesterol no ovo. Em
pesquisa semelhante, SANTOS (1998) verificou que a adição de óleos de soja (2 e
4%), canola (2 e 4%) e óleo poliinsaturado marinho (0,1 a 0,2%), na dieta de
poedeiras Shaver com 26 semanas de idade, não alterou significativamente os
veis de colesterol na gema, peso médio da gema e colesterol no ovo. O mesmo
autor trabalhando com poedeiras Hy line com 57 semanas, consumindo dietas com
5% de óleos de soja, canola, girassol ou óleo poliinsaturado marinho a 0,5%,
constatou quadro semelhante.
Alimentando galinhas com dietas contendo diversos níveis de óleos de
açafroa, linha, milho, soja ou semente de algodão, WHEELER et al. (1959),
verificaram que o nível de colesterol dos ovos de poedeiras, arraçoadas com rações
contendo óleos de açafroa e linha a 20% ou 30%, não diferiram significativamente
dos valores encontrados para as aves dos demais grupos. Todavia, WEISS et al.
(1964) reportaram aumento significativo nas concentrações de colesterol do ovo ao
alimentarem galinhas com rações contendo 30% de óleos de açafroa ou linha.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Localização e Duração do Trabalho Experimental
O experimento, com poedeiras comerciais em gaiolas, foi desenvolvido no
Setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias
da Universidade Federal do Cea (UFC), situado na cidade de Fortaleza-CE, no
período de 02/julho/ 2003 a 19/novembro/2003.
O experimento teve a duração de 175 dias, sendo os 35 dias iniciais
correspondendo à fase pré-experimental e os 140 dias restantes relativos à fase
experimental. A fase experimental foi dividida em 5 períodos de 28 dias, durante os
quais foram coletados os dados para estudo.
A avaliação dos ovos foi realizada no Laboratório de Nutrição Animal do
Departamento de Zootecnia da UFC, ao longo da fase experimental.
2.2 Aves Experimentais
Foram utilizadas 224 poedeiras comerciais da Linhagem Hy Line W-36, com
23 semanas de idade na pesquisa de campo. As aves foram obtidas junto a
Empresa Ceave, situada na cidade de Aquiraz- CE.
As poedeiras foram colocadas em 112 gaiolas, sendo alojadas 2 aves por
gaiola, distribuídas em 7 tratamentos com 4 repetições de 8 aves.
2.3 Rações Experimentais
As rações experimentais foram formuladas para atender às exigências das
aves, de acordo com as recomendações do MANUAL DE CRIÃO E MANEJO DA
LINHAGEM HY LINE W-36 (2002). O suprimento vitamínico e mineral foi realizado
através da adição de pré-misturas comerciais de mineral e de vitamina.
Na formulação das dietas experimentais foi utilizado o Programa
SUPERCRAC (1993). As dietas experimentais foram formuladas para serem
isocalóricas, isoprotéicas, isocálcicas, isofosfóricas e isoaminoacídicas para
metionina e lisina.
As rações foram formuladas a partir de uma dieta basal composta de milho,
farelo de soja, calcário, fosfato bicálcico, sal, e aminoácidos sintéticos. De acordo
com o tratamento, o óleo vegetal nas proporções de 2 e 4% foi adicionado nas
rações. O sulfato ferroso monohidratado foi adicionado às dietas contendo óleo de
algoo, na dosagem de 0,5-1,0 kg/tonelada de ração.
Os tratamentos constaram de 7 rações com nível de energia de 2.850 Kcal
EM/kg e proteína de 18%, de acordo com as recomendações de requerimentos
mínimos diários por ave, sugeridas no MANUAL DE CRIAÇÃO E MANEJO DA
LINHAGEM HY LINE W-36 (2002).
Os tratamentos adotados foram os seguintes:
T1 – Dieta basal (sem óleo)
T2 – Dieta basal + 2% de óleo de soja
T3 – Dieta basal + 4% de óleo de soja
T4 – Dieta basal + 2% de óleo de linha
T5 – Dieta basal + 4% de óleo de linha
T6 – Dieta basal + 2% de óleo de algodão
T7 – Dieta basal + 4% de óleo de algodão
2.4 Planejamento Estatístico
O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com 7
tratamentos. Cada tratamento foi formado de 4 repetições de 4 ovos, totalizando 32
ovos por tratamento. A unidade experimental foi de uma repetição com 4 ovos. Em
relão ao delineamento para análise do teor de colesterol na gema dos ovos, cada
tratamento foi formado de 4 repetições de 4 ovos, totalizando 16 ovos por
tratamento.
A análise estatística dos dados foi realizada através de análise de variância,
para um modelo em blocos ao acaso, com o programa Statistical Analysis System
(SAS, 2000). As diferenças entre as médias das varveis estudadas foram
detectadas pelo Teste de Tukey ao nível de 5% (SAMPAIO, 1998).
As variáveis estudadas foram peso dos ovos (g), percentagem de gema,
percentagem de casca, percentagem de clara, escore de coloração da gema crua e
teor de colesterol na gema dos ovos (mg/g).
O modelo matemático utilizado para a análise das características estudadas
foi:
Υijk = µ + T
i
+ P
j
+ B
k
+ e
ijk
Onde:
Υ
ijk
= OBSERVÃO FEITA NA CARACTERÍSTICA ESTUDADA, NO BLOCO K, PEODO j E TRATAMENTO i;
µ =DIA GERAL ;
T
i
= EFEITO DO TRATAMENTO i (i = 1, 2 ... 7);
P
j
= EFEITO DO PERÍODO j (j = 1, 2 ... 5);
B
k
= EFEITO DO BLOCO (k = 1, 2)
e
ijk
= ERRO ALEATÓRIO ASSOCIADO A CADA OBSERVAÇÃO.
2.5 Coleta e Cálculo dos Dados Experimentais
2.5.1 Qualidade dos Ovos
Quinzenalmente, todos os ovos foram coletados, identificados e
armazenados a temperatura ambiente. No dia seguinte, foram pesados 04 ovos (01
ovo/gaiola) de cada repetição/tratamento, sendo procedida à avaliação da qualidade
interna e externa dos ovos (Figura
III.1).
FIGURA III.1 – Análise da qualidade interna dos ovos de poedeiras comerciais. Laboratório de Nutrição
Animal - UFC
As gemas de 04 ovos (01 ovo/gaiola) de cada repetição/tratamento foram
pesadas, sendo determinada à percentagem de gema em relação ao peso do ovo.
Em seguida, através da comparação visual com o leque coloritrico da Roche, foi
determinada a cor da gema, atribuindo um escore em escala numérica de 0 a 15.
As cascas de 04 ovos (01 ovo/gaiola) de cada repetição/tratamento foram
colocadas na estufa à temperatura de 60˚C, durante 24 horas. Depois do processo
de secagem, as cascas foram pesadas para determinar a percentagem de casca em
relação ao peso do ovo. A percentagem da clara foi determinada por diferea : 100
– (% de gema + % de casca), em cada repetição/tratamento (Figura III.2).
FIGURA III.2 – Secagem e pesagem da casca dos ovos de poedeiras comerciais.
Laboratório de Nutrição Animal - UFC
2.5.2 Teor de Colesterol na Gema dos Ovos
No 2º. (27-30 semanas de idade) e 4º. (35-38 semanas de idade) períodos
da fase experimental, os ovos foram coletados, identificados e armazenados a
temperatura ambiente. No dia seguinte, foram pesados 04 ovos (01 ovo/gaiola) de
cada repetição/tratamento, sendo procedido à preparação da amostra para a análise
de colesterol.
Os ovos foram cozidos durante dez minutos, após o início da ebulição da
água, sendo resfriados à temperatura ambiente. Em seguida, cada ovo foi
descascado manualmente, separando-se a gema inteira.
As gemas de 04 ovos (01 ovo/gaiola) de cada repetição/tratamento foram
pesadas, individualmente, sendo posteriormente colocadas em um graal, e
maceradas para completa homogenização. O pool das 4 gemas foi acondicionado
em recipientes de plástico e encaminhado ao Laboratório de Análises Químicas do
Parque de Desenvolvimento Tecnogico (PADETEC), da Universidade Federal do
Ceará.
A determinação dos teores de colesterol na gema foi realizada utilizando-se
acnica de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC), segundo a
metodologia de BRAGAGNOLO e RODRIGUEZ-AMAYA (1993). A análise envolveu
os processos de extração dos lidios, saponificação, extração da maria
insaponificável e leitura no cromatógrafo.
No processo de extração dos lidios foram tomadas 5 g de gema cozida
(pool de 4 gemas/repetão), sendo adicionado 40 ml de clorofórmio-metanol (2:1). A
mistura foi agitada por 2 minutos, adicionando-se 8 ml de NaCl a 0,58% e
centrifugando-se a 2500 rpm por 10 minutos. Em seguida, transferiu-se o extrato
clorofórmio para um balão volumétrico de 50 ml, completando o volume com
clorofórmio.
No processo de saponificação foram secados 10 ml do extrato de
clorofórmio em banho-maria a 55˚C. Em seguida, adicionou-se 10 ml de KOH 12%
em etanol 90% e colocou-se em banho-maria a 80˚C, com agitação por 15 minutos.
Para realizar a extração da matéria insaponificável adicionou-se extrato de
clorofórmio 5 ml de água e, após esfriar, colocou-se 5 ml de hexano.
No método por cromatografia líquida de alta eficiência tomou-se 3 ml do
extrato de hexano e secou-se em banho-maria a 55˚C. Em seguida, dissolveu-se o
extrato de hexano em 2 ml da fase móvel e filtrou-se em uma membrana com 0,45
µm de poro. A fase móvel utilizada foi acetonitrila num fluxo de 1,2 ml/min com
preso de 73 atm. Foram injetados 20 µl do extrato da gema no cromagrafo,
acoplado a um detector espectrofotométrico. O pico do colesterol foi monitorado a
205 nm. Os níveis utilizados para a curva padrão foram de 5 a 40 µg/injeção (Figura
III.3).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
1234567
Áreas
Concentração ug/10 ml
FIGURA III.3 - Curva de calibração do colesterol padrão.
Os cromatogramas característicos do padrão de colesterol e uma amostra
de gema de ovo, nas condições estabelecidas para a análise, podem ser
observados na Figura III.4 e Figura III.5. A identificação do pico de colesterol foi feita
por comparação do tempo de retenção (RT) do padrão com o da amostra, sendo sua
pureza verificada através dos espectros retirados no icio, ápice ermino do pico
cromatográfico.
FIGURA III.4 - Cromatograma característico do padrão de colesterol.
y = 1E-06x + 0,1702 R
2
= 0,99
FIGURA III.5 - Cromatograma de colesterol em uma amostra de gema do ovo.
Para realizar o cálculo do nível de colesterol por amostra, utilizou-se a
seguinte equão:
Em que: C = Concentração de colesterol em 5g de gema cozida
y = (1 x 10
-6
) . x + 0,1702; sendo x = área de cada pico de cada amostra
C = y . 0,333 mg de colesterol/g de gema
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As análises de variância dos parâmetros de qualidade interna e externa dos
ovos, obtidos durante o período experimental, encontram-se nos Anexos (Tabelas
III.1A a III.6A).
3.1 Peso dos Ovos
Os resultados do peso dos ovos, obtidos em cada período, encontram-se na
Tabela
III.1.
TABELA III.1 - Peso dos ovos (g) de poedeiras comerciais, submetidas às dietas suplementadas com
diferentes óleos vegetais.
Tratamentos Médias
T1 (sem óleo) 51,65
bcd
T2 (2% óleo de soja) 52,52
ab
T3 (4% óleo de soja) 53,07
a
T4 (2% óleo de linhaça) 51,52
bcd
T5 (4% óleo de linhaça) 52,19
abc
T6 (2% óleo de algodão) 51,15
cd
T7 (4% óleo de algodão) 50,76
d
Nas linhas, médias seguidas por pelo menos uma letra igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de Tukey
(P>0,05).
No período total, o peso dos ovos foi maior nas poedeiras que receberam a
ração do tratamento T3, não diferindo estatisticamente (P>0,05) das aves
arraçoadas com as rações dos T2 e T5. Também, verificou-se que o tratamento T7
mostrou o menor peso, com resultados semelhantes aos T1, T4, e T6.
Com respeito à utilização do óleo vegetal, analisando o período total do
experimento, as aves submetidas às rações dos tratamentos T2, T4, T5, T6 e T7
não apresentaram alterações significativas (P>0,05) no peso dos ovos, quando
comparados ao tratamento controle (T1). Estes resultados divergem dos
encontrados por JENSEN (1983) que, utilizando entre 1 e 2% de gordura animal na
ração de postura, constatou aumento no percentual de ovos grandes e extras em
poedeiras comerciais. Observações semelhantes foram reportadas por SELL et al.
(1987), constatando que a adição de misturas de gorduras vegetal e animal em
rações isocalóricas têm efeito benéfico no peso dos ovos. Todavia, os resultados do
presente trabalho coincidem com os de VASCONCELOS et al. (2000), que
verificaram que aves alimentadas com rões contendo óleo de linha ou sem óleo
produziam ovos com pesos semelhantes. Em pesquisas anteriores, MENGE (1968)
e MARCH e MAcMILLAN (1990) reportaram que o ácido linoléico é necessário para
elevar o peso do ovo. Analisando os resultados do presente estudo, observou-se
que as aves submetidas à dieta sem óleo, tendo como suporte de ácido linoico
apenas o milho e o farelo de soja, não produziram, necessariamente, ovos com
menor peso em relação aos das aves alimentadas com dietas contendo óleo de
soja, linha ou algodão. Segundo WHITEHEAD (1984) e SCRAGG et al. (1987), a
inclusão de 0,9% de ácido linoléico na dieta de poedeiras, supre as necessidades
fisiológicas do animal porém, para maximizar o tamanho do ovo, níveis superiores a
2 - 4% deveriam ser utilizados.
De acordo com os resultados observados, no período total, as aves
submetidas às rações contendo óleo de soja (T2) apresentaram peso dos ovos
similar (P>0,05) ao das aves alimentadas com óleo de linha (T4 e T5), todavia
diferiram das arraçoadas com as dietas dos tratamentos T6 e T7. Estes resultados
divergem dos reportados por FILARDI et al. (2004), que alimentando poedeiras com
rações suplementadas com óleos de algodão, soja, girassol e canola, constataram
queo houve efeito significativo no peso dos ovos, em função do tipo de gordura.
Resultados semelhantes foram verificados por MURATA (1998), que avaliando o
efeito da inclusão de 3% dos óleos de soja, canola e peixe na dieta de poedeiras,
não constatou efeito significativo (P>0,05) no peso dos ovos.
Na presente pesquisa, quando se elevou o nível de óleo de soja, linhaça e
algoo para 4%, não foi verificada alteração significativa no peso dos ovos,
concordando com os dados de VASCONCELOS et al. (2000) que alimentaram
poedeiras com dietas contendo óleo de linha (0, 1, 2 e 3%). BAUCELLS et al.
(2000), também não observaram efeito sobre o peso dos ovos mediante uso de 4%
de óleo de linha, peixe, girassol e colza na rão durante 14 semanas. Entretanto,
MENDONÇA Jr. (1996) mostrou que poedeiras, submetidas à ração acrescida de
1% a 4% de óleo de peixe na dieta apresentaram menores peso dos ovos.
3.2 Percentagem da Gema nos Ovos
Os resultadosdios da percentagem da gema dos ovos, obtidos em cada
período, encontram-se na Tabela III.2.
TABELA III.2 - Percentagem da gema nos ovos de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes óleos vegetais.
Tratamentos Médias
T1 (sem óleo) 25,57
a
T2 (2% óleo de soja) 25,24 ª
T3 (4% óleo de soja) 25,38 ª
T4 (2% óleo de linhaça) 25,12 ª
T5 (4% óleo de linhaça) 24,47
b
T6 (2% óleo de algodão) 25,25 ª
T7 (4% óleo de algodão) 25,08 ª
Nas linhas, médias seguidas por pelo menos uma letra igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de Tukey
(P>0,05).
Na avaliação do peodo total, a percentagem da gema dos ovos não diferiu
(P>0,05) para os tratamentos, exceto para as aves alimentadas com ração do T5
que apresentaram o menor percentual de todos os tratamentos.
Com respeito à adição do óleo vegetal na dieta de poedeiras, analisando-se
o período total do experimento, não foi constatada uma superioridade na
percentagem da gema nos ovos das aves arraçoadas com dietas contendo óleo de
soja, linhaça ou algodão, quando comparadas à dieta controle (sem óleo),
concordando com os resultados de VASCONCELOS et al. (2000). Rações
deficientes de ácido linoléico promovem redução de até 10g no peso dos ovos,
sendo a gema o componente mais afetado (BALVANE, 1970; JENSEN, 1968). No
entanto, os resultados constatados na presente pesquisao corroboram com esse
relato.
No período total, as aves alimentadas com rações contendo óleo de soja (T2
e T3), linhaça (T4) e algodão (T6 e T7) apresentaram percentagem de gema similar
(P>0,05). Pesquisa anterior reportada por HEBERT et al. (1987), revelaram que a
utilização de 8% de óleos de açafroa ou de oliva na dieta não evidenciou diferenças
significativas no peso da gema nos ovos.
No estudo realizado, não foi verificada alteração significativa na
percentagem da gema nos ovos das aves quando se elevou ovel de óleo de soja
e algodão para 4%, porém ao aumentar-se a inclusão do óleo de linhaça ocorreu
redução na percentagem da gema. Esses achados divergem dos relatados por
VASCONCELOS et al. (2000), alimentando poedeiras com inclusão de até 3% de
óleo de linhaça na ração, não verificaram alteração significativa na percentagem da
gema nos ovos.
3.3 Percentagem da Clara nos Ovos
Os resultados médios da percentagem da clara nos ovos, obtidos em cada
período, encontram-se na Tabela III.3.
TABELA III.3 - Percentagem da clara nos ovos de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes óleos vegetais.
Tratamentos Médias
T1 (sem óleo) 64,78
b
T2 (2% óleo de soja) 65,30
b
T3 (4% óleo de soja) 65,11
b
T4 (2% óleo de linhaça) 65,38
b
T5 (4% óleo de linhaça) 65,97 ª
T6 (2% óleo de algodão) 65,09
b
T7 (4% óleo de algodão) 65,24
b
Nas linhas, médias seguidas por pelo menos uma letra igua não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de Tukey
(P>0,05).
Na alise do peodo total do experimento, foi constatado que o houve
efeito significativo (P>0,05) na percentagem da clara nos ovos das aves que
consumiram as rações dos tratamentos T1, T2, T3, T4, T6 e T7, sendo verificado
maior percentual da clara nos ovos das poedeiras alimentadas com a ração do
tratamento T5.
Com referência à inclusão do óleo vegetal na dieta, no período total, as aves
que consumiram ração controle (sem óleo) obtiveram resultados similares (P>0,05)
àquelas alimentadas com as rações dos tratamentos T2, T3, T4, T6 e T7. Pesquisa
anterior realizada por KESHAVARZ e NAKAJIMA (1995), constatou que a adão de
gordura na dieta de poedeiras reduzia a velocidade do trânsito digestivo e melhorava
a utilização dos nutrientes para a formação das proteínas do almen, o que não foi
constatado na presente pesquisa.
No período total, as aves alimentadas com rações contendo óleo de soja (T2
e T3), linhaça (T4) e algodão (T6 e T7) produziram ovos com percentagem de clara
similares (P>0,05). Resultados semelhantes foram revelados por MURATA (1998),
que avaliando o efeito da inclusão de 3% dos óleos de soja, canola e pescado, na
dieta de poedeiras, constatou queo houve difereas significativas na
percentagem de clara dos ovos.
No estudo realizado, não foi verificada alteração significativa na
percentagem da clara nos ovos, quando se elevou o nível de óleo de soja e algodão
para 4%, todavia ocorreu aumento significativo (P<0,05) na percentagem da clara
nos ovos das poedeiras quando passaram de 2% para 4% de inclusão de óleo de
linhaça. Esses achados coincidem, parcialmente, com os reportados por
SCHEIDELER e FRONING (1996), que estudando o efeito da inclusão de 1,5% de
óleo de menhaden e 5, 10 e 15% de linhaça em grão e mda, na dieta de
poedeiras, observaram aumento na percentagem da clara nos ovos.
3.4 Percentagem da Casca nos Ovos
Os resultados médios da percentagem da casca dos ovos, obtidos em cada
período, encontram-se na Tabela III.4.
TABELA III.4 - Percentagem da casca nos ovos de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes óleos vegetais.
Tratamentos Médias
T1 (sem óleo) 9,63
ab
T2 (2% óleo de soja) 9,45
ab
T3 (4% óleo de soja) 9,51
ab
T4 (2% óleo de linhaça) 9,48
ab
T5 (4% óleo de linhaça) 9,55
ab
T6 (2% óleo de algodão) 9,41
b
T7 (4% óleo de algodão) 9,67
a
Nas linhas, médias seguidas por pelo menos uma letra igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de Tukey
(P>0,05).
No período total, as aves alimentadas com rações contendo óleo de soja (T2
e T3) linha (T4, T5) e algodão (T6) apresentaram percentagem da casca similar
(P>0,05). Estes achados corroboram com aqueles observados por MURATA (1998),
revelando que a inclusão de 3% dos óleos de soja, canola e peixe na dieta de
poedeiras, não alterou significativamente a percentagem da casca nos ovos.
Com respeito à adição de óleo vegetal na dieta de poedeiras, analisando o
peodo total do experimento, não houve efeito significativo na percentagem da
casca nos ovos das aves arraçoadas com dietas contendo óleo de soja, linhaça ou
algodão, quando comparadas ao tratamento controle (sem óleo). Estes resultados
corroboram com os verificados por SANTOS (1998), que alimentando poedeiras com
rações suplementadas com óleo de soja ou canola, não constatou diferenças
significativas na percentagem da casca nos ovos em relação ao grupo controle (sem
óleo).
No estudo realizado, não foi verificada alteração significativa (P>0,05) na
percentagem da casca nos ovos, quando se elevou o nível de óleo de soja e linhaça
para 4%, porém ao aumentar a inclusão do óleo de algodão ocorreu aumento na
percentagem da casca. WHITEHEAD et al. (1993) verificaram que a inclusão de 6%
de óleo de peixe ou 2% e 4% de óleo de milho, na dieta de poedeiras, não
ocasionava alteração significativa no peso da casca nos ovos. Resultados
semelhantes foram encontrados por SANTOS (1998), que não detectou efeito na
percentagem da casca nos ovos em poedeiras arroadas com dietas contendo 2%
e 4% de óleo de soja ou canola.
3.5 Coloração da Gema Crua dos Ovos
Os resultados médios da coloração da gema crua dos ovos, obtidos em cada
período, encontram-se na Tabela III.5.
TABELA III.5 - Coloração da gema crua dos ovos de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes óleos vegetais.
Tratamentos Médias
T1 (sem óleo) 11,02
b
T2 (2% óleo de soja) 10,73
c
T3 (4% óleo de soja) 11,26 ª
T4 (2% óleo de linhaça) 10,67
c
T5 (4% óleo de linhaça) 11,19
ab
T6 (2% óleo de algodão) 10,80
c
T7 (4% óleo de algodão) 11,11
ab
Nas linhas, médias seguidas por pelo menos uma letra igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de Tukey
(P>0,05).
No período total, o maior índice de coloração da gema nos ovos foi
verificado nas poedeiras que consumiram a ração do tratamento T3, não diferindo
estatisticamente (P<0,05) das aves arraçoadas com as rões dos T5 e T7.
Também, observou-se que os ovos do tratamento T4 mostraram o menor índice de
coloração da gema, com resultados similares (P>0,05) aos do T2 e T6.
Com respeito à utilização do óleo vegetal na dieta de poedeiras, os resultados
do experimento indicaram que as aves submetidas às rações dos tratamentos T5 e
T7 produziram ovos com índice de coloração de gema significativamente similar
(P>0,05) àquelas alimentadas com o controle (sem óleo). Resultados semelhantes
foram encontrados por VASCONCELOS et al. (2000), que verificaram que aves
alimentadas com rações contendo óleo de linhaça ou sem óleo produziram ovos
com índices de coloração de gema similares.
No período total, as aves alimentadas com rações contendo óleo de soja (T2),
linhaça (T4) e algodão (T6) produziram ovos com coloração de gema semelhantes
(P>0,05). Resultados semelhantes foram constatados por MURATA (1998), que
estudando o efeito da adição de 3% de óleo de soja, canola e peixe na dieta de
poedeira, não constatou difereas significativas na coloração da gema.
No experimento realizado, quando se elevou o nível de óleo de soja, linhaça
ou algoo de 2% para 4% verificou-se aumento significativo (P<0,05) no índice de
coloração da gema dos ovos das aves. A pigmentação da gema pode variar de
amarelo levemente claro a laranja escuro, conforme a alimentação, devido à
presença de xantofilas, tais como lutnas, zeaxantina, criptoxantina, e carotenos, e
características individuais da ave (PARDI, 1977; BOBBIO e BOBBIO, 1984). A
absorção das xantofilas e portanto, a pigmentação da gema dos ovos melhora
quando a ração contém óleo vegetal, fato esse evidenciado na presente pesquisa.
3.6 Colesterol na Gema dos Ovos
Os resultados médios de colesterol na gema dos ovos, obtidos na fase
experimental, encontram-se na Tabela III.6 e Figura III.6.
TABELA III.6 - Colesterol na gema (mg/g) dos ovos de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes óleos vegetais.
Períodos
Tratamentos
2º.
(27- 30 sem.)
4º.
(35- 38 sem.)
Médias
T1 (sem óleo) 9,80
b
7,66
d
8,73
b
T2 (2% óleo de soja) 9,11
b
7,37
d
8,24
b
T3 (4% óleo de soja) 9,99
b
8,90
d
9,44
ab
T4 (2% óleo de linhaça) 7,60
c
14,82
a
11,21
ab
T5 (4% óleo de linhaça) 13,84
a
11,52
bc
12,68
a
T6 (2% óleo de algodão) 9,67
b
12,16
b
10,92
ab
T7 (4% óleo de algodão) 9,65
b
9,21
cd
9,43
ab
Médias 9,95
A
10,23
A
Nas colunas, médias seguidas por pelo menos uma letra minúscula igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste
de Tukey (P>0,05).
Nas linhas, médias seguidas por pelo menos uma letra maiúscula igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de
Tukey (P>0,05).
No . período, não houve diferenças significativas (P>0,05) no teor de
colesterol na gema dos ovos entre os tratamentos T1, T2, T3, T6 e T7. As poedeiras
arraçoadas com a rão do tratamento T4 produziram ovos com menor nível de
colesterol, enquanto que aquelas alimentadas com a ração do T5 obtiveram o maior
teor. Durante o 4º. período, as gemas dos ovos das aves submetidas às rações dos
tratamentos T1, T2, T3 e T7 apresentaram teores semelhantes (P>0,05) de
colesterol. O maior teor de colesterol na gema dos ovos foi verificado nas aves que
consumiram a ração do tratamento T4.
Analisando dos resultados no período total, o teor de colesterol na gema dos
ovos foi maior nas poedeiras que consumiram a ração do tratamento T5, não
diferindo estatisticamente (P>0,05) das aves arraçoadas com as rações dos T3, T4,
T6 e T7. Constatou-se também, que as aves alimentadas com a ração do tratamento
T2 revelaram menores níveis de colesterol na gema dos ovos, entretanto, com
resultados similares (P>0,05) às aves submetidas às rações dos T1, T3, T4, T6 e T7.
Com respeito à utilização do óleo vegetal, avaliando o período total do
experimento, as aves submetidas às rações dos tratamentos T2, T3, T4, T6 e T7
não apresentaram alterações significativas (P>0,05) no teor de colesterol na gema
dos ovos, quando comparados ao tratamento controle (T1), coincidindo com os
achados de SHAVEY et al. (1992), que não observaram alterões significativas na
concentração de colesterol na gema dos ovos de poedeiras arraçoadas com dietas
contendo 2% de óleo de soja em relação à dieta controle (sem óleo). Relato
semelhante foi divulgado por SANTOS (1998) que, alimentando aves com óleos de
soja, canola ou girassol, o verificou alteração no teor de colesterol na gema dos
ovos, quando comparados à dieta sem óleo. Pesquisas anteriores conduzidas por
REISER e GIBSON (1950), FISHER e LEVEILLE (1957), notificaram que a gordura
dietética parece não ter efeito sobre a deposição de colesterol na gema do ovo. Por
outro lado, HARGIS et al. (1991), alimentando poedeiras com 36 semanas de idade,
compararam o efeito da dieta contendo 3% de óleo de pescado com outra sem
adição de gordura, constatando redução significativa do colesterol da gema do ovo,
nas aves submetidas a ração contendo óleo de peixe. Conforme DAGGY et al.
(1987) e HARGIS e VAN ELSWYK (1993), os ácidos graxos n-3 reduzem a
formação do colesterol esterificado e a taxa de secreção do VLDL-colesterol, o que
poderia ocasionar a redução do teor de colesterol no ovo. Entretanto, apenas 21%
do colesterol da gema encontra-se sob a forma de colesterol esterificado e,
reduções substanciais no colesterol somente seriam alcançadas mediante
modificação na composição das lipoproteínas sintetizadas nogado, que entram na
formação da gema.
No período total, as aves alimentadas com rações contendo óleo de soja (T2
e T3), linhaça (T4) e algodão (T6 e T7) produziram ovos com teores de colesterol na
gema semelhantes (P>0,05). Resultados similares foram constatados anteriormente
por WHEELER et al. (1959), que arraçoando galinhas com dietas contendo óleos de
açafroa, linha, milho, soja ou semente de algodão, não verificaram alteração
significativa no nível de colesterol na gema dos ovos. HEBERT et al. (1987),
alimentando aves com rações contendo 8% de óleo de açafroa ou óleo de oliva,
tamm constataram que o houve difereas significativas nosveis de
colesterol no ovo. Entretanto, MURATA (1998) estudando o efeito da inclusão de 3%
dos óleos de soja, canola e peixe na dieta de poedeiras, verificou diferenças
significativas (P<0,01) no teor de colesterol da gema, sendo que os tratamentos que
utilizaram óleo de peixe e soja apresentaram valores maiores (1335,10mg/100g de
gema) e menores (1291,73mg/100g de gema), respectivamente.
No estudo realizado, não foi verificada alteração significativa no teor de
colesterol na gema dos ovos quando se elevou o nível de inclusão de óleo de soja,
linhaça e algodão de 2% para 4% na ração. Estes resultados estão de acordo com
os relatados de SANTOS (1998) que verificou que a adão de óleos de soja (2 e
4%), canola (2 e 4%) e óleo poliinsaturado marinho (0,1 e 0,2%), na dieta de
poedeiras, não alterou significativamente os níveis de colesterol na gema. Por outro
lado, os valores da presente pesquisa discordam, parcialmente, dos achados de
WEISS et al. (1964), que identificaram aumento significativo nas concentrações de
colesterol na gema dos ovos de galinhas alimentadas com rações contendo de 15 a
30% de óleos de açafroa ou linhaça. Em pesquisa anterior, FISHER e LEVEILLE
(1957), utilizando níveis crescentes de óleo de linhaça, óleo de açafroa ou óleo de
soja em rações de poedeiras, não verificaram alterações nos níveis de colesterol do
ovo. Estudos conduzidos por BARTOV et al. (1971), LALL e SLINGER (1973) e
KUDCHODKAR et al. (1976), utilizando de 10 a 30% de óleos vegetais na ração de
poedeiras, constataram aumento no teor de colesterol na gema dos ovos.
A Figura III.6 ilustra os teores de colesterol na gema dos ovos das aves,
obtidos durante o experimento. Os valores médios de colesterol na gema dos ovos
situaram-se entre 7,60-13,84 mg/g no 2º. período (27-30 semanas de idade) e 7,37-
14,82 mg/g no 4º. período (35-38 semanas de idade), constatando-se que não houve
influência da idade das aves para a característica em questão. Conforme NAVARRO
et al. (1972) e SIM e BRAGG (1977), o tipo e a quantidade de ácidos graxos
presentes na dieta possuem efeito marcante sobre o metabolismo dos esteróis nas
aves, sendo a absorção do colesterol dependente da natureza do óleo utilizado. O
ácido linolênico, mediante sucessivos alongamentos e insaturações de sua cadeia,
pode dar lugar aos ácidos eicosapentaeico (EPA) e docosahexaeico (DHA). De
acordo com LU et al. (1999), os ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs) n-3 parece
inibir a síntese hepática de triglicerídios, estimulando o transporte reverso do
colesterol, promovendo maior captação hepática e excreção biliar. Em pesquisa
anterior, VAN ELSWYK et al. (1991) verificaram acúmulo de lipídios no fígado e
redução dos teores de triglicerídios e colesterol séricos das aves arraçoadas com
dieta contendo óleo de savelha, rico em ácido linolênico.
Analisando o peodo de coleta dos ovos, para determinar o teor de
colesterol quando as poedeiras estavam com 27-30 semanas e 35-80 semanas,
observou-se que o percentual de produção de ovos era semelhante, concluindo que
não houve uma relação inversa entre produção de ovos e teor de colesterol. De
acordo com NABER (1990) e HALL e McKAY (1993), aves com elevado índice de
postura depositam menos colesterol no ovo do que aves com baixa produção.
Os teores de colesterol na gema dos ovos obtidos durante o período total da
pesquisa , utilizando o método HPLC, ficaram em torno de 8,24 e 12,68 mg/g muito
pximos daqueles registrados por FERREIRA e CAMPOS (1980), BEYER e
JENSEN (1989), MURATA (1998) e SANTOS (1998), sendo no entanto, inferiores
aos reportados por KRICHEVSKY e TEPPER (1961), possivelmente em função do
uso detodos laboratoriais distintos.
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
11,0
12,0
13,0
14,0
15,0
16,0
sem óleo 2% óleo de
soja
4% óleo de
soja
2% óleo de
linhaça
4% óleo de
linhaça
2% óleo de
algodão
4% óleo de
algodão
Colesterol na Gema dos Ovos (mg/g)
27- 30 sem. 35- 38 sem. período total
FIGURA III.6 - Colesterol na gema (mg/g) dos ovos de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes óleos vegetais.
3.7 Comportamento das Variáveis ao Longo da Fase Experimental
Os resultadosdios das variáveis de qualidade dos ovos, em cada
período, obtidos durante a fase experimental, encontram-se Figura
III.7.
Pode-se observar um aumento no peso dos ovos e da percentagem da
gema, bem como, uma diminuição na percentagem da clara em decorncia da
idade das poedeiras, principalmente entre o 1º. (23-26 semanas) e o 2º. (27-30
semanas) e posteriormente, entre o 3º. (31-34 semanas) e . (35-38 semanas)
períodos, coincidindo com os achados de CARVALHO et al. (2004), que
constataram aumento no peso dos ovos em decorncia da idade das aves.
Corroboram com essa afirmão, SILVERSIDES e SCOTT (2001) e SUK YO (2001),
que constataram que à medida que a idade da ave aumenta a percentagem da
gema também se eleva em poedeiras brancas ou vermelhas.
Destaca-se que a percentagem da casca e a coloração da gema cruao
apresentaram grandes alterações com a idade das aves. Com o aumento no peso
do ovo devido ao envelhecimento da ave, segundo SAUVEUR (1993), ocorre uma
diminuição da percentagem da casca, todavia essa pesquisao constatou tal
evidência. Conforme MYANO (1993), a perda da qualidade da casca com o aumento
da idade da ave acontece em conseqüência do aumento do tamanho do ovo, sem
haver um aumento proporcional no peso da casca, resultando assim em uma
redução em sua resistência.
4. CONCLUSÕES
Nas condições da presente pesquisa, de acordo com os resultados obtidos,
conclui-se que:
1. A inclusão do óleo vegetal nas dietas, independente do tipo, soja, linhaça
ou algooo possibilitou melhoria nas caractesticas de qualidade e teor de
colesterol nos ovos, em relação à dieta controle (sem óleo).
2. O nível de 4% de adição do óleo vegetal nas dietas, promoveu uma
melhoria efetiva na coloração da gema crua dos ovos. A elevação do nível de
inclusão do óleo de linhaça de 2% para 4%, nas dietas, ocasionou redução na
percentagem da gema e aumento na percentagem da clara.
3. O nível de adão do óleo vegetal nas dietas (2% e 4%) não promoveu
alteração no teor de colesterol dos ovos.
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CAPÍTULO IV
EFEITO DA TEMPERATURA E PERÍODO DE ESTOCAGEM SOBRE A
QUALIDADE DOS OVOS DE POEDEIRAS COMERCIAIS
1. REVIO DE LITERATURA
O ovo está conservado convenientemente quando se mantêm inalteráveis,
mesmo depois de três semanas, seu valor nutritivo, seu sabor agravel e sua
aptidão culinária. A diminuão da qualidade do ovo não está correlacionada com
sua idade, pois depende principalmente do seu armazenamento. Os ovos
refrigerados (0˚ a 4˚C) estão aptos para o consumo depois de seis meses de postura
(FANGAUF et al. 1967).
As condições e o tempo de armazenamento são os fatores que mais influem
sobre a qualidade da clara. A diminuição da qualidade é mais rápida nos 3-4 dias
após a postura, depois a redução é mais suave (STRONG et al., 1987). Ovos recém
postos possuem clara de qualidade, dependendo da idade da poedeira. Poedeiras
jovens apresentam melhor qualidade da clara quando comparadas com aves mais
velhas. A qualidade da clara e a distância entre o blastodermo e a casca se mantêm
constante durante períodos maiores em aves novas. De acordo com ORR (1967),
fatores como linhagem, tamanho do ovo, condições ambientais e idade da ave
podem influenciar na propoão dos componentes do ovo. Ovos grandes contêm,
proporcionalmente, mais clara e menos gema que os pequenos.
A temperatura elevada durante a estocagem determina uma redução na
qualidade da clara, pois acelera as reações físicas e químicas ocasionando a
degradação da estrutura da albumina. ORNELLAS (1979) constatou que à medida
que o ovo envelhece parte do CO
2
sai pela porosidade da casca, permitindo a
entrada de ar externo, que vai alcalinizando o ovo. À medida que o ar vai entrando, a
clara vai perdendo a sua consisncia, a gema desloca-se para um lado e finalmente
rompe a membrana vitelina. O pH interno, que se tornou alcalino, favorece o
desenvolvimento de germes que produzem gases, fazendo grande pressão, e o ovo
contaminado estoura. Durante o armazenamento de ovos inteiros, o pH da clara
aumenta a uma velocidade que depende da temperatura, desde 7,6 até um valor
máximo de 9,7. O pH da gema fresca é em torno de 6,0, com pouca variação,
inclusive depois de um prolongado período de armazenamento (GRISWOLD, 1972;
FENEMA, 1982).
Oslidos totais da gema podem ser influenciados pela idade, linhagem das
aves e condições nas quais os ovos foram estocados. A diminuição de CO
2
e de
umidade da clara durante a estocagem pode aumentar o conteúdo da clara e a
proporção dos componentes da gema (AHN et al., 1995). Segundo PARDI (1977), a
membrana vitelina da gema é bastante permeável, permitindo a passagem de água
da clara, incorporando-se à gema, aumentando o seu tamanho e tornando-a mais
frágil à medida que o ovo envelhece.
AHN et al. (1995) determinaram o efeito da estocagem sobre a qualidade
interna de ovos de seis diferentes linhagens de poedeiras. Galinhas poedeiras, com
72 semanas, de seis linhagens, Rhode Island Red, Plymouth Rock Barrada, New
Hampshire, Light Sussex, Brown Leghorn e White Leghorn foram distribuídas em 12
andares, 2 andares/linhagem, 25 aves/andar. Um andar de cada linhagem foi
alimentado por três meses com dieta controle a base de sebo (4,5%) e outro
designado com 3% ácido α-linolênico (17%) enriquecido com 120 U tocoferol/kg,
com proteína de 16% e EM 2800kcal/kg (controle) e 2753kcal/kg (ácido α-linolênico).
Dez ovos de cada gaiola foram coletados diariamente, depois de 2 semanas com a
dieta experimental, e estocados em uma sala a 4°C por 4 semanas. A quantidade de
tocoferol da gema e a qualidade interna dos ovos crus não foram alteradas durante o
período de estocagem.
A qualidade interna de ovos armazenados em 2 ambientes, 4-8˚C e
temperatura ambiente e 6 tempos de armazenamentos, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias
foi avaliada por VÉRAS et al. (1999). O peso dos ovos e as unidades Haugh foram
alterados em função do tempo e do ambiente. Sabor, odor, cor e aceitação geral não
foram afetados em ovos armazenados por 45 dias em temperatura ambiente e por
60 dias em refrigeração. Posteriormente, BARBOSA et al. (2004) avaliaram o efeito
da temperatura ambiente e refrigeração, e do tempo de armazenamento, 0, 7, 14,
21, 28 e 35 dias, sobre a qualidade interna de ovos de poedeiras comerciais. Com o
aumento do tempo de armazenamento a perda de peso dos ovos aumentou e as
unidades Haugh reduziram linearmente. A perda de peso dos ovos ocorreu devido à
redução de água da clara, pois a proporção da mesma diminui linearmente com o
tempo de armazenamento, ocorrendo um aumento linear na percentagem da gema.
SOUZA et al. (1990) estudaram o efeito do período de armazenamento, 0, 7
14 e 21 dias, sobre as unidades Haugh, o índice gema, os pH da gema e da clara de
ovos de codorna (Coturnix coturnix japonica). Os valores obtidos para unidades
Haugh e índice gema foram significativamente superiores (P<0,01) para os ovos
frescos quando comparados com os armazenados durante 7, 14 e 21 dias. Por outro
lado, não houve diferença entre os dados obtidos durante os períodos de 14 e 21
dias. O pH da clarao foi influenciado pelos períodos de armazenamento, todavia,
o pH da gema foi significativamente inferior (P<0,01) nos ovos frescos (5,82),
quando comparado com os armazenados durante os períodos de 14 (6,94) e 21dias
(7,13). Não houve diferença entre os valores de pH obtidos durante os períodos de
7, 14 e 21 dias. O período de armazenamento prejudicou a qualidade dos ovos, pois
exerceu influencia negativa nas unidades Haugh, no índice e no pH da gema, ou
seja, à medida que o ovo foi envelhecendo ocorreram perdas na sua qualidade
interna.
Os ovos, logo após a postura, devem ser refrigerados o mais rápido possível
e mantidos a uma temperatura e umidade relativa, que dependerão do período de
armazenamento. Quanto mais abaixo de 99,6% esteja à umidade relativa mais
rapidamente o ovo perderá umidade, ocorrendo portanto redução de peso e
aumento damara de ar. Quanto mais acima de -1,67˚C esteja à temperatura mais
rapidamente ocorrerão fluidificação da clara e debilitação da membrana vitelina, bem
como multiplicação de microorganismos no ovo. Para o armazenamento de ovos
comerciais durante seis ou mais meses, recomenda-se uma temperatura de -1,7˚C
a 0,55˚C e uma umidade relativa de 80 a 85%, podendo chegar até 90% (FRAZIER,
1976).
POTTER (1970) reportou que o ideal é uma temperatura de -1˚C, quando a
umidade relativa é mantida abaixo de 90%. Entretanto, SCHOLTYSSEK (1970)
observou que os ovos inteiros devem ser refrigerados até -2˚C, pois considera o
ponto de congelamento entre -2,2 e -2,8˚C, com uma umidade relativa do ar de 80 a
85%. Por outro lado, CHAVES (1980) verificou que a temperatura de resfriamento
dos ovos, momentos depois da postura, deve estar entre 12,7-15,5˚C com
umidade relativa de 70%.
De acordo com o INTERNACIONAL INSTITUTE OF REFRIGERATION
(1987), nos ovos conservados em temperatura próxima de congelamento, a duração
de estocagem é prevista para 6-7 meses, desde que haja umidade relativa do ar de
85-90% e adequada ventilação. GRISWOLD (1972) e KAESS (1984) constataram
que baixando a temperatura de armazenamento de ovos comerciais, a umidade
relativa do ar pode ser aumentada. Estes autores concluíram que com 94% de
umidade relativa do ar, em 4 meses desenvolviam-se fungos, enquanto que a 90%
de umidade relativa não apresentava esse problema até mesmo depois de 16
meses. Em síntese, segundo LORENZ e HENDERSON (1956), para se manter a
mais alta qualidade dos ovos armazenados, ts fatoreso de fundamental
importância: tempo, temperatura e umidade relativa do ar.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Localização e Duração do Trabalho Experimental
Um experimento, com poedeiras comerciais em gaiolas, foi desenvolvido no
Setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias
da Universidade Federal do Cea (UFC), situado na cidade de Fortaleza-CE, no
período de 02/julho/ 2003 a 19/novembro/2003.
O experimento teve a duração de 175 dias, sendo os 35 dias iniciais
correspondendo à fase pré-experimental e os 140 dias restantes relativos à fase
experimental. A fase experimental foi dividida em 5 períodos de 28 dias, durante os
quais foram coletados dados para estudo.
As análises dos ovos foram realizadas no Laboratório de Nutrição Animal do
Departamento de Zootecnia da UFC, no período de 11/11/2003 a 04/12/2003.
2.2 Aves Experimentais
Foram utilizadas 224 poedeiras comerciais da Linhagem Hy Line W-36, com
23 semanas de idade no período experimental. As aves foram obtidas junto a
Empresa Ceave, situada na cidade de Aquiraz- CE.
As poedeiras foram colocadas em 112 gaiolas, sendo alojadas 2 aves por
gaiola, distribuídas em 7 tratamentos com 4 repetições de 8 aves.
2.3 Rações Experimentais
As rações experimentais foram formuladas para atender às exigências das
aves, de acordo com as recomendações do MANUAL DE CRIÃO E MANEJO DA
LINHAGEM HY LINE W-36 (2002). O suprimento vitamínico e mineral foi realizado
através da adição de pré-misturas comerciais de mineral e de vitamina.
Na formulação das dietas experimentais foi utilizado o Programa
SUPERCRAC (1993). As dietas experimentais foram formuladas para serem
isocalóricas, isoprotéicas, isocálcicas, isofosfóricas e isoaminoacídicas para
metionina e lisina.
As rações foram formuladas a partir de uma dieta basal composta de milho,
farelo de soja, calcário, fosfato bicálcico, sal, aminoácidos sintéticos e óleos
vegetais.
2.4 Planejamento Estatístico
Na presente pesquisa, procurou-se estudar o efeito isolado e a interação de
dois fatores: temperatura de conservação (ambiente e de refrigeração) e período de
estocagem (7, 14 e 21 dias).
A análise estatística dos dados foi realizada através de análise de variância,
para um modelo em parcelas subdivididas, com o programa Statistical Analysis
System (SAS, 2000). As diferenças entre as médias das varveis estudadas foram
detectadas pelo Teste de Tukey ao nível de 5% (SAMPAIO, 1998).
As variáveis estudadas foram perda de peso dos ovos (%), percentagem da
gema, percentagem da clara, percentagem da casca, gravidade específica, unidades
Haugh e escore de coloração da gema crua.
2.5 Coleta e Cálculo dos Dados Experimentais
Os ovos foram coletados, no período da tarde, identificados e armazenados
a temperatura ambiente. As análises foram realizadas no dia seguinte da coleta,
com 7, 14 e 21 dias de armazenamento.
As temperaturas e umidades relativas coletadas, diariamente, nas condões
de armazenamento em ambiente natural foram 27,84˚C e 71,14%, respectivamente,
e para as condões de ambiente refrigerado foram 4,65˚C e 78,5%,
respectivamente.
A determinação da gravidade espefica de 03 ovos de cada
repetição/ambiente, foi realizada de acordo com o método descrito por FREITAS et
al. (2004). Este método se baseia no princípio de Arquimedes, denominado
“computer-assisted-displaced-water”, onde a gravidade específica é obtida pelo
cálculo que utiliza os dados do peso do ovo no ar e o peso da água deslocada pelo
ovo quando completamente submerso.
As a pesagem, os ovos de cada repetição eram colocados dentro de uma
peneira adaptada e mergulhados em um becker de 500 ml, contendo água destilada,
sobre uma balança com precisão de 0,01g. Durante o processo, a temperatura da
água foi medida com um termômetro de álcool no icio e no final da pesagem de
cada tratamento, sendo o valor utilizado para fazer as correções nos cálculos da
gravidade específica. Assim, obtendo o peso do ovo imerso na água e, através de
uma fórmula matemática descrita por HEMPE et al. (1988), assim como uma tabela
de correção da temperatura da água, calculava-se o valor da gravidade específica
de cada ovo (Tabela V.1).
Onde:
GE = gravidade específica
PA = peso do ovo no ar
PAG = peso do ovo na água
Fc = fator de correção da gravidade em função da temperatura da água
GE = PA / PAG x Fc
Tabela IV.1 - Correção da temperatura da água para cálculo da gravidade específica do ovo.
Temperatura Fator de Correção
20,00 0,9982324
20,50 0,9981279
21,00 0,9980207
21,50 0,9979111
22,00 0,9977988
22,50 0,9976840
23,00 0,9975668
23,50 0,9974470
24,00 0,9973248
24,50 0,9972002
25,00 0,9970732
25,50 0,9969438
26,00 0,9968120
26,50 0,9966779
27,00 0,9965414
27,50 0,9964027
28,00 0,9962617
28,50 0,9961185
29,00 0,9959730
29,50 0,9958253
30,00 0,9956754
Após a pesagem e determinação da gravidade específica, 3 ovos de cada
repetição/ambiente foram quebrados sobre uma superfície plana de vidro e com a
utilização de um micrômetro foi medida a altura do albúmen denso em mm. Com
essa medida e o peso do ovo, determinou-se o valor das unidades Haugh, utilizando
para isso a equação descrita por NESHEIM et al. (1979).
Onde:
UH = Unidades Haugh
H = altura do albúmen (mm)
P = peso do ovo (g)
As gemas de 3 ovos de cada repetição/ambiente foram pesadas, sendo
determinado à percentagem da gema em relação ao peso do ovo. Em seguida,
através da comparação visual com o leque colorimétrico da Roche, foi determinada
a cor da gema, atribuindo-se um escore em escala numérica de 0 a 15.
As cascas de 3 ovos de cada repetição/ambiente foram colocadas na estufa
à temperatura de 60˚C, durante 24 horas. Depois do processo de secagem, as
cascas foram pesadas para a determinação da percentagem de casca em relação
ao peso do ovo. A percentagem da clara foi determinada por diferença : 100 – (% de
gema + % de casca), em cada repetição/ambiente.
UH = 100 x log(H
1,7P
0,37
+ 7,57)
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na presente pesquisa, comoo se detectou difereas estatísticas a nível
de 5% para os tratamentos estabelecidos (videgina 28), optou-se pelo estudo dos
efeitos da temperaturas de conservão e período de estocagem sobre os
pametros de qualidade dos ovos, independente dos tratamentos inicialmente
utilizados, permitindo assim, um estudo mais abrangente do tema em questão.
As análises de variância dos parâmetros relativos à qualidade dos ovos de
poedeiras comerciais, levando-se em consideração o efeito da temperatura,
ambiente ou de refrigeração, e o período de estocagem, 7, 14 e 21 dias, encontram-
se nos Anexos (Tabelas IV.1A a IV.7A).
3.1 Perda de Peso dos Ovos
Os resultadosdios da perda de peso dos ovos, obtidos na fase
experimental, encontram-se na Tabela IV.2 e Figura IV.1.
TABELA IV.2 - Perda de peso dos ovos (%) em diferentes períodos de estocagem e temperaturas de
conservação, provenientes de poedeiras comerciais.
Estocagem (dias)
Temperatura
7 14 21
Ambiente 1,11
a C
2,45
a B
3,42
a A
Refrigeração 0,61
b C
1,49
b B
1,99
b A
Nas colunas, médias seguidas por pelo menos uma letra minúscula igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste
de Tukey (P>0,05).
Nas linhas, médias seguidas por pelo menos uma letra maiúscula igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de
Tukey (P>0,05).
Os ovos de poedeiras comerciais estocados durante 21 dias, independente
da temperatura estudada, apresentaram significativa (P<0,05) perda de peso,
quando comparados aos ovos com 7 e 14 dias de armazenamento.
A perda de peso dos ovos ocorreu, provavelmente, devido à redução de
água da clara, pois a proporção da mesma diminui linearmente com o período de
estocagem, sendo significativamente mais acentuada nos ovos mantidos em
temperatura ambiente. Os resultados verificados no presente experimento coincidem
com os reportados por BARBOSA et al. (2004), que verificaram uma perda linear de
peso dos ovos mantidos em temperatura ambiente e de refrigeração, à medida que
aumentavam o período de estocagem (0, 7, 14, 21, 28 e 35 dias). Segundo
FRAZIER (1976), quanto mais abaixo de 99,6% esteja à umidade relativa, mais
rapidamente o ovo perderá umidade, ocorrendo portanto, redução de peso e
aumento da câmara de ar. A perda de água nos ovos realiza-se por evaporação e
varia em função período de estocagem, temperatura ambiente, umidade relativa do
ar e porosidade da casca.
Com respeito à temperatura de estocagem no presente estudo, os ovos
mantidos em temperatura ambiente, independente do período de estocagem,
perderam significativamente (P<0,05) mais peso, quando comparados aos ovos
mantidos em refrigeração.
Os resultados verificados na pesquisa coincidem com os relatos de VÉRAS
et al. (1999), que avaliaram a qualidade interna de ovos de poedeiras comerciais,
mantidos em 2 ambientes, natural e de refrigeração, por um período de 90 dias. Os
autores também constataram um efeito significativo no peso dos ovos em função do
tempo de estocagem e ambiente. A elevação da temperatura tem um efeito
desfavorável sobre o peso do ovo. SAUVEUR (1993) relatou que a partir dos 16˚C a
diminuição do peso se aproxima com freqüência a 0,4g/˚C de aumento da
temperatura, podendo chegar até quase 1g/˚C. A redução do peso do ovo é
especialmente novel a partir dos 25˚C.
A Figura IV.1 ilustra a perda de peso dos ovos de poedeiras comerciais,
estocados com 7,14 e 21 dias, em temperatura ambiente e refrigerada. Pode-se
observar que ao longo do período de estocagem, os ovos mantidos em temperatura
ambiente perderam mais peso em comparação aos refrigerados.
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
71421
Peodo de Estocagem (dias)
Perda de Peso dos Ovos (%)
Ambiente Refrigeração
FIGURA IV.1 - Perda de peso dos ovos (%) em diferentes períodos de
estocagem e temperaturas de conservação, provenientes
de poedeiras comerciais.
3.2 Percentagem da Gema nos Ovos
Os resultados médios da percentagem da gema nos ovos, obtidos na fase
experimental, encontram-se na Tabela IV.3 e Figura IV.2.
TABELA IV.3 - Percentagem da gema nos ovos em diferentes períodos de estocagem e temperaturas
de conservação, provenientes de poedeiras comerciais.
Estocagem (dias)
Temperatura
7 14 21
Ambiente 27,18
a C
28,18
a B
29,35
a A
Refrigeração 26,50
b B
26,64
b B
27,53
b A
Nas colunas, médias seguidas por pelo menos uma letra minúscula igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste
de Tukey (P>0,05).
Nas linhas, médias seguidas por pelo menos uma letra maiúscula igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de
Tukey (P>0,05).
Os ovos de poedeiras comerciais estocados durante 21 dias, em
temperatura ambiente, apresentaram significativamente maior (P<0,05) percentagem
de gema, quando comparados aos ovos com 7 e 14 dias de armazenamento.
Quando os ovos foram estocados em temperatura de refrigeração, verificou-se maior
(P<0,05) percentual de gema com 21 dias, entretanto os valores de percentagem da
gema foram similares (P>0,05) entre 7 e 14 dias.
Os resultados obtidos no presente experimento coincidem com os achados
de PARDI (1977), onde à medida que o ovo envelhece, a membrana vitelina da
gema torna-se bastante permeável, permitindo a passagem da umidade da clara,
incorporando-se à gema, aumentando seu tamanho. Coincide também com os
dados verificados por BARBOSA et al. (2004), que estudaram o efeito da
temperatura, ambiente e refrigeração, e do tempo de armazenamento, 0, 7, 14, 21,
28 e 35 dias, sobre a qualidade interna de ovos de poedeiras comerciais, e
observaram aumento linear na percentagem da gema em função do tempo de
armazenamento.
Com respeito à temperatura de estocagem, na presente pesquisa, os ovos
mantidos em temperatura ambiente, independente do período de estocagem,
obtiveram significativamente maior (P<0,05) percentagem de gema, quando
comparados aos ovos mantidos refrigerados.
No momento da postura existe um gradiente de pressão osmótica entre a
clara e a gema, que se acentua depois de forma progressiva, à medida que a água
passa da clara para a gema. No princípio, esse trânsito é lento (10 mg/dia a 10˚C),
entretanto, depende de qual seja a temperatura ambiente, ou seja, a 10˚C a referida
transferência ocorre em 120 dias, todavia, a 30˚C leva apenas 30 dias (SAUVEUR,
1993).
A Figura IV.2 ilustra a percentagem da gema nos ovos de poedeiras
comerciais, estocados com 7,14 e 21 dias, em temperatura ambiente e refrigerada.
Pode-se observar que ao longo do período de estocagem os ovos mantidos em
temperatura ambiente apresentaram maior percentagem da gema, em comparação
aos refrigerados.
22,0
23,0
24,0
25,0
26,0
27,0
28,0
29,0
30,0
31,0
32,0
71421
Peodo de Estocagem (dias)
Percentagem da Gema nos Ovos
Ambiente Refrigerão
FIGURA IV.2 - Percentagem da gema nos ovos em diferentes períodos de
estocagem e temperaturas de conservação, provenientes
de poedeiras comerciais.
3.3 Percentagem da Clara nos Ovos
Os resultados médios da percentagem da clara nos ovos, obtidos na fase
experimental, encontram-se na Tabela IV.4 e Figura IV.3.
TABELA IV.4 - Percentagem da clara nos ovos em diferentes períodos de estocagem e temperaturas de
conservação, provenientes de poedeiras comerciais.
Estocagem (dias)
Temperatura
7 14 21
Ambiente 63,27
b A
61,96
b B
60,81
b C
Refrigeração 64,01
a A
63,61
a A
62,82
a B
Nas colunas, médias seguidas por pelo menos uma letra minúscula igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste
de Tukey (P>0,05).
Nas linhas, médias seguidas por pelo menos uma letra maiúscula igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de
Tukey (P>0,05).
Os ovos de poedeiras comerciais estocados durante 21 dias, em
temperatura ambiente, apresentaram significativamente menor (P<0,05)
percentagem de clara quando comparados aos ovos com 7 e 14 dias de
armazenamento. Quando os ovos foram estocados em temperatura de refrigeração,
verificou-se menor (P<0,05) percentual de clara com 21 dias, entretanto os valores
de percentagem da clara foram similares (P>0,05) entre 7 e 14 dias.
Os resultados obtidos no presente experimento estão de acordo com os
revelados por ORNELLAS (1979), que constatou que à medida que o ovo envelhece
a clara vai perdendo sua consisncia, a gema desloca-se para um lado e finalmente
rompe a membrana vitelina. Os achados encontrados no estudo coincidem com os
relatos de BARBOSA et al. (2004), que verificaram uma diminuão de água da clara
em períodos prolongados de estocagem.
Com respeito à temperatura de estocagem, na presente pesquisa, os ovos
mantidos em temperatura ambiente, independente do tempo de estocagem,
obtiveram estatisticamente menor (P<0,05) percentagem de clara, quando
comparados aos ovos mantidos refrigerados.
No momento da postura, a clara contém cerca de 4-5 mg de CO
2
dissolvido
e em torno de 100 mg de CO
2
, em forma de bicarbonato. Quanto mais elevada à
temperatura de estocagem dos ovos menor é a solubilidade do CO
2
na clara e mais
rápido sua perda. Esta perda de CO
2
provoca um aumento do pH da clara,
ocasionando sua liquefão, que se acentua rapidamente em função do aumento da
temperatura ambiente. Segundo SAUVEUR (1993), as principais alterações físico-
químicas que afetam a clara dos ovos logo após a postura são: perda de CO
2
e água
através da evaporão do albúmen fluído externo; modificações bioquímicas das
proteínas e perda de água para a gema, através do almen fluido interno.
A Figura IV.3 ilustra a percentagem da clara nos ovos de poedeiras
comerciais, estocados com 7,14 e 21 dias, em temperatura ambiente e refrigerada.
Pode-se observar que ao longo do período de estocagem, os ovos mantidos em
temperatura ambiente mostraram menor percentagem da clara, em comparação aos
refrigerados.
58,0
59,0
60,0
61,0
62,0
63,0
64,0
65,0
66,0
67,0
68,0
71421
Período de Estocagem (dias)
Percentagem da Clara nos Ovos
Ambiente Refrigerão
FIGURA IV.3 - Percentagem da clara nos ovos em diferentes períodos de
estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais.
3.4 Percentagem da Casca nos Ovos
Os resultadosdios da percentagem da casca nos ovos, obtidos na fase
experimental, encontram-se na Tabela IV.5 e Figura IV.4.
TABELA IV.5 - Percentagem da casca nos ovos em diferentes períodos de estocagem e temperaturas
de conservação, provenientes de poedeiras comerciais.
Estocagem (dias)
Temperatura
7 14 21
Ambiente 9,50
a B
9,85
a A
9,81
a A
Refrigeração 9,52
a B
9,74
a A
9,65
a AB
Nas colunas, médias seguidas por pelo menos uma letra minúscula igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste
de Tukey (P>0,05).
Nas linhas, médias seguidas por pelo menos uma letra maiúscula igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de
Tukey (P>0,05).
Os ovos de poedeiras comerciais estocados durante 14 e 21 dias, em
temperatura ambiente, apresentaram maior percentagem de casca, que os ovos
armazenados por 7 dias. Quando os ovos foram estocados em temperatura de
refrigeração, também se verificou maior percentual de casca com 14 dias, em
relão a 7 dias, não diferindo de 21 dias, entretanto este percentual foi similar
(P>0,05) entre 21 e 7 dias.
Com respeito à temperatura de estocagem, na presente pesquisa, os ovos
mantidos em temperatura ambiente, durante 7, 14 e 21 dias, apresentaram valores
de percentagem de casca similares (P>0,05) aos ovos conservados em temperatura
de refrigeração.
Os resultados encontrados na presente pesquisa, divergem parcialmente
dos achados de SAUVEUR (1993), que reportou que o peso do ovo diminui como
resposta a uma temperatura superior a 28-30˚C. Esta redução afeta a todos os
componentes, com maior redução na percentagem da casca e menor nas
percentagem da clara e gema.
A Figura IV.4 ilustra a percentagem da casca nos ovos de poedeiras
comerciais, estocados com 7,14 e 21 dias, em temperatura ambiente e refrigerada.
Pode-se observar que os ovos não apresentaram alteração na percentagem da
casca, independente da temperatura de estocagem.
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
11,0
12,0
13,0
14,0
15,0
71421
Período de Estocagem (dias)
Percentagem da Casca nos Ovos
Ambiente Refrigeração
FIGURA IV.4 - Percentagem da casca nos ovos em diferentes períodos de
estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais.
3.5 Gravidade Específica dos Ovos
Os resultados médios da gravidade específica dos ovos, obtidos na fase
experimental, encontram-se na Tabela IV.6
e Figura IV.5.
TABELA IV.6 - Gravidade específica dos ovos em diferentes peodos de estocagem e temperaturas de
conservação, provenientes de poedeiras comerciais.
Estocagem (dias)
Temperatura
7 14 21
Ambiente 1,080
b A
1,068
b B
1,053
b C
Refrigeração 1,095
a A
1,078
a B
1,070
a C
Nas colunas, médias seguidas por pelo menos uma letra minúscula igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste
de Tukey (P>0,05).
Nas linhas, médias seguidas por pelo menos uma letra maiúscula igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de
Tukey (P>0,05).
Os ovos de poedeiras comerciais estocados durante 21 dias, independente
da temperatura de estocagem, apresentaram significativamente menor (P<0,05)
índice de gravidade específica, quando comparados aos ovos com 7 e 14 dias de
armazenamento.
A perda de água que ocorre no ovo depois da postura, em conseqüência da
evaporação, provoca um aumento progressivo da câmara de ar e
consequentemente uma diminuição da gravidade específica do ovo. Segundo
SAUVEUR (1993), a redução da gravidade específica do ovo ocorre de forma linear,
estimando-se em torno de 0,0016 unidades por dia, em temperatura ambiente (15 a
22˚C). No presente estudo, analisando-se os valores da gravidade especifica dos
ovos mantidos em temperatura ambiente, verificou-se que no intervalo de 14 dias
houve uma diminuão de 0,0019 unidades/dia. Todavia, quando se analisou os ovos
mantidos em temperatura de refrigeração, no mesmo intervalo, constatou-se uma
redução de 0,0018.
Com respeito à temperatura de estocagem, no presente estudo, os ovos
mantidos em temperatura ambiente, durante 7, 14 e 21 dias, apresentaram
significativamente menor (P<0,05) valor de gravidade espefica, quando
comparados aos ovos mantidos refrigerados.
A gravidade específica mede indiretamente a qualidade da casca do ovo.
Ovos com gravidade inferiores a 1,080 apresentam maior perda de umidade,
estando sujeitos ao aumento do número de ovos trincados. Na presente pesquisa,
observou-se que os ovos mantidos em temperatura ambiente, apresentaram valores
de gravidade específica, significativamente, inferiores aos conservados em
refrigeração, refletindo diretamente em uma maior perda de peso dos mesmos.
A Figura IV.5 ilustra a gravidade específica dos ovos de poedeiras
comerciais, estocados com 7,14 e 21 dias, em temperatura ambiente e refrigerada.
Pode-se observar que ao longo do período de estocagem os ovos mantidos em
temperatura ambiente mostraram menor gravidade específica, em comparação aos
refrigerados.
1,020
1,030
1,040
1,050
1,060
1,070
1,080
1,090
1,100
1,110
1,120
71421
Período de Estocagem (dias)
Gravidade Específica dos Ovos
Ambiente Refrigeração
FIGURA IV.5 - Gravidade específica dos ovos em diferentes períodos de
estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais.
3.6 Unidades Haugh dos Ovos
Os resultadosdios das unidades Haugh dos ovos, obtidos na fase
experimental, encontram-se na Tabela IV.7 e Figura IV.6.
TABELA IV.7 - Unidades Haugh dos ovos em diferentes períodos de estocagem e temperaturas de
conservação, provenientes de poedeiras comerciais.
Estocagem (dias)
Temperatura
7 14 21
Ambiente 64,44
b A
59,26
b B
48,00
b C
Refrigeração 79,17
a B
82,85
a A
76,88
a C
Nas colunas, médias seguidas por pelo menos uma letra minúscula igual, não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste
de Tukey (P>0,05).
Nas linhas, médias seguidas por pelo menos uma letra maiúscula igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de
Tukey (P>0,05).
Os ovos de poedeiras comerciais estocados durante 21 dias, independente
da temperatura, apresentaram significativamente menores (P>0,05) valores de
unidades Haugh, quando comparados aos ovos com 7 e 14 dias de armazenamento.
Os resultados verificados no presente experimento coincidem com os
reportados por CHERIAN et al. (1996) e VÉRAS et al. (1999), que avaliaram a
qualidade interna de ovos armazenados em 2 ambientes (natural e refrigerado) e 6
tempos de armazenamentos (15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias) e verificaram que houve
uma redução nas unidades Haugh, em função do tempo de estocagem e ambiente.
Pesquisa semelhante, realizada por BARBOSA et al. (2004) também constataram
que o aumento do tempo de armazenamento (0, 7, 14, 21, 28 e 35 dias) dos ovos
ocasiona uma redução linear das unidades Haugh. SOUZA et al. (1990) concluíram
que ovos de codorna frescos apresentaram valores de unidades Haugh
significativamente superiores (P<0,01) quando comparados com os armazenados
durante 7, 14 e 21 dias.
Com respeito à temperatura de estocagem, no presente estudo, os ovos
mantidos em temperatura ambiente, independente do tempo de estocagem,
mostraram estatisticamente menor (P<0,05) valor de unidades Haugh, quando
comparados aos ovos mantidos refrigerados.
Em estudo anterior, conduzido por CAMPOS e BAIÃO (1975), verificaram os
efeitos da influência da posição, temperatura e período de armazenamento sobre a
qualidade interna de ovos para consumo, constatando que a temperatura e o
peodo de armazenamento exercem redução significativa nas unidades Haugh e na
classificação pela ovoscopia. Em contrapartida, AHN et al. (1995) não verificaram
alterações nos valores de unidades Haugh em ovos frescos ou armazenados
durante 28 dias a 4˚C. A densidade do almen do ovo recém-posto não depende
da temperatura externa, entretanto o albúmen denso se fluidifica rapidamente com o
tempo. O CO
2
dissolvido no almen, durante o processo de formação do ovo,
passa para a atmosfera como conseqüência do gradiente negativo de
concentrações. Esta perda de CO
2
produz um aumento de pH da clara (desde 7,8 a
9,7) e sua fluidificação (SAUVEUR, 1993).
A Figura IV.6 ilustra os valores de unidades Haugh dos ovos de poedeiras
comerciais, estocados com 7, 14 e 21 dias, em temperatura ambiente e de
refrigeração. Pode-se observar que ao longo do período de estocagem, os ovos
mantidos em temperatura ambiente reduziram mais os índices de unidades Haugh,
em comparação aos refrigerados.
45,0
50,0
55,0
60,0
65,0
70,0
75,0
80,0
85,0
90,0
95,0
71421
Período de Estocagem (dias)
Unidades Haugh dos Ovos
Ambiente Refrigeração
FIGURA IV.6 - Unidades Haugh dos ovos em diferentes períodos de estocagem
e temperaturas de conservação, provenientes de poedeiras
comerciais.
3.7 Coloração da Gema Crua nos Ovos
Os resultadosdios da coloração da gema crua nos ovos, obtidos na fase
experimental, encontram-se na Tabela IV.8 e Figura IV.7.
TABELA IV.8 - Coloração da gema crua nos ovos em diferentes períodos de estocagem e temperaturas
de conservação, provenientes de poedeiras comerciais.
Estocagem (dias)
Temperatura
7 14 21
Ambiente 9,30
b B
9,93
b A
8,50
b C
Refrigeração 9,83
a B
10,51
a A
9,30
a C
Nas colunas, médias seguidas por pelo menos uma letra minúscula igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste
de Tukey (P>0,05).
Nas linhas, médias seguidas por pelo menos uma letra maiúscula igual não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de
Tukey (P>0,05).
Os ovos de poedeiras comerciais estocados durante 21 dias, independente
da temperatura, apresentaram significativamente menor (P<0,05) índice de
coloração da gema crua, quando comparados aos ovos com 7 e 14 dias de
armazenamento.
De acordo com SAUVEUR (1993), ovos de poedeiras armazenados durante
certo período, apresentam uma transferência rápida de ferro desde a gema para a
clara, ocasionando uma coloração rósea na clara, bem como uma penetração de
proteínas na gema, apresentando-a com cor salmão.
Com respeito à temperatura de estocagem, no presente estudo, as gemas
cruas dos ovos mantidos em temperatura ambiente, durante 7, 14 e 21 dias,
revelaram estatisticamente menor (P<0,05) índice de coloração da gema crua,
quando comparados aos ovos mantidos em refrigeração.
A pigmentação da gema pode variar de amarelo levemente claro a laranja
escuro, de acordo com a alimentação e características individuais da galinha.
Segundo PARDI (1977), a coloração da gema é influenciada pela alimentação,
devido à presea de xantofila proveniente de forrageiras e de carotenos de
diversas fontes. Os carotenos contêm hidrogênio e carbono, sendo o exemplo típico
o B-caroteno, com propriedades provitamínicas. As xantofilas contêm carbono,
hidrogênio e oxigênio, apresentando uma importância real na pigmentação da gema
do ovo.
A Figura IV.7 ilustra a coloração da gema crua nos ovos de poedeiras
comerciais, estocados por 7, 14 e 21 dias, em temperatura ambiente e de
refrigeração. Pode-se observar que ao longo do período de estocagem, os ovos
mantidos a temperatura ambiente apresentaram menores índices de coloração da
gema crua, em comparação aos refrigerados.
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
11,0
12,0
13,0
14,0
15,0
71421
Período de Estocagem (dias)
Coloração da Gema Crua nos Ovos
Ambiente Refrigeração
FIGURA IV.7 - Coloração da gema crua nos ovos em diferentes períodos de
estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais.
3.8 Efeito das interações entre os dois fatores estudados sobre os diferentes
parâmetros
Os resultados das interações temperatura x estocagem para os diversos
parâmetros de qualidade dos ovos, encontram-se na Tabela IV.9.
TABELA IV.9 - Comportamento das interações temperatura de conservação x período de estocagem
(T x E) sobre diversos parâmetros.
Parâmetros Significância (T x E)*
Perda de peso dos ovos S
Percentagem da gema nos ovos S
Percentagem da clara nos ovos S
Percentagem da casca nos ovos NS
Gravidade específica dos ovos S
Unidades Haugh dos ovos S
Coloração da gema crua dos ovos NS
S = significativo (P<0,05); NS = não significativo (P>0,05)
T = temperatura de conservação
E = período de estocagem
Na presente pesquisa, constatou-se que houve interação significativa
(P<0,05) entre a temperatura de conservação e o período de estocagem dos ovos
sobre os pametros perda de peso, percentagem da gema, percentagem da clara,
gravidade específica e unidades Haugh. Verificou-se que uma variação mais
acentuada para os referidos parâmetros, à medida que aumentava o período de
estocagem dos ovos.
4. CONCLUSÕES
Nas condições da presente pesquisa, de acordo com os resultados obtidos,
conclui-se que:
1. O aumento do peodo de estocagem dos ovos, independente da
temperatura de conservação, ocasionou perda de peso dos ovos e reduções na
gravidade específica, nas unidades Haugh e na coloração da gema crua.
2. Os ovos mantidos em temperatura de refrigeração apresentaram menor
perda de peso e melhores índices de percentagem da clara, gravidade específica,
unidades Haugh e coloração da gema crua, quando comparados aos ovos
conservados em temperatura ambiente.
3. A qualidade dos ovos é alterada significativamente em função da
interação temperatura de conservação x período de estocagem, notadamente em
relação aos parâmetros perda de peso, percentagens da gema e clara, gravidade
específica e unidades Haugh.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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p.768-783, 1982.
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alimentación. Espanha. Reverte, S. A. p. 305-360. 1984.
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Buxadé Carbó. Barcelona: Aedos Editorial, 377p., 1993.
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qualidade interna de ovos armazenados em dois ambientes em diferentes tempos.
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CAPÍTULO V
ANÁLISE SENSORIAL DOS OVOS DE POEDEIRAS COMERCIAIS,
SUBMETIDAS ÀS DIETAS SUPLEMENTADAS COM
DIFERENTES ÓLEOS VEGETAIS
1. REVIO DE LITERATURA
A análise sensorial é um campo muito importante na instria de alimentos,
tendo em vista que contribui para a determinação da qualidade e da aceitação de
um novo produto (MORAES, 1985). Esta avaliação é realizada através dos órgãos
dos sentidos, principalmente do gosto, olfato e tato, quando um alimento é ingerido.
As análises sensoriais realizadas com ovos, produzidos por poedeiras
alimentadas com dietas contendo ingredientes ricos em ácidos graxos
poliinsaturados (PUFas) n-3, têm sugerido que o principal odor e sabor descrito
pelos painelistas é o de peixe, mesmo que as rações não contenham óleo ou farinha
de peixe em suas composições (JIANG et al., 1992). No entanto, COLLINS (1996)
constataram que a utilização de óleo de canola em dietas de poedeiras aumentou a
porcentagem de ácidos graxos n-3 e reduziu a relão n-6/n-3, entretanto não afetou
a produção, tamanho e sabor do ovos.
MURATA (1998) verificou que não houve diferença significativa (P<0,05)
quanto ao sabor, aroma, textura da gema e do albúmen dos ovos das galinhas
alimentadas com diferentes rações contendo óleo de soja, de canola e de peixe.
Todas as rações utilizadas nos tratamentos produziram ovos com boa aceitação,
sem causar problemas quanto às caractesticas organopticas. Em pesquisa
anterior, VAN ELSWYK et al. (1992) verificaram que dietas com óleo de peixe
resultaram em sabor de peixe e enxofre nos ovos quando cozidos, concluindo que
até o nível de 1,5% deste óleo, os ovos foram considerados aceitáveis.
Ao fornecerem 2% de óleo de savelha desodorizado na ração de poedeiras,
GONZALEZ-ESQUERRA e LEESON (2000) verificaram a presença de sabor
desagradável de peixe nos ovos produzidos, assim como o detectado quando as
aves receberam óleo de peixe não desodorizado. Em estudo anterior, ADAMS et al.
(1989) verificaram odor indesejável em ovos produzidos por aves arroadas com
dietas contendo 6% de óleo de savelha. Conduzindo uma pesquisa de alise
sensorial em ovos, VAN ELSWYK (1997b) observaram que painelistas treinados e
não treinados perceberam odor de peixe, quando os ovos produzidos por aves
alimentadas com 3% de savelha eram servidos mexidos, todavia, não detectavam
odor quando eram servidos cozidos.
A presea de sabor desagravel nos ovos tem sido verificada com a
inclusão de diferentes níveis de linhaça na ração de poedeiras comerciais
(SCHEIDELER et al., 1997; VAN ELSWYK, 1997a). LEESON et al. (1998) também
verificaram menor aceitabilidade em termos de odor e sabor em ovos produzidos por
poedeiras arraçoadas com dietas contendo 10% ou 20% de linhaça, em comparação
com ovos provenientes de aves queo receberam este ingrediente na ração.
Recentemente, MORI (2001) utilizando teores de linhaça variando de 0% a 35%,
recomendou percentuais de 14% a 21% na dieta, cabendo ao produtor, consciente
da provável redução do peso dos ovos, avaliar a relão custo/benefício na escolha
do teor ideal de linha a ser utilizado. Ressaltou que a associão de óleo de peixe
(2%) e semente mda de canola (7%) em dieta de poedeiras revelou-se adequada
para o enriquecimento dos ovos, sem a ocorncia de reflexos negativos no
desempenho produtivo das aves e no sabor dos ovos.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Localização e Duração do Trabalho Experimental
O experimento, com poedeiras comerciais, foi desenvolvido no Setor de
Avicultura do Departamento de Zootecnia do Centro de Cncias Agrárias da
Universidade Federal do Cea (UFC), situado na cidade de Fortaleza-CE, no
período de 02/julho/ 2003 a 19/novembro/2003.
O experimento teve a duração de 175 dias, sendo os 35 dias iniciais
correspondendo à fase pré-experimental e os 140 dias restantes relativos à fase
experimental.
As análises sensoriais dos ovos foram realizadas no Laboratório de Nutrição
Animal do Departamento de Zootecnia da UFC.
2.2 Aves Experimentais
Foram utilizadas 224 poedeiras comerciais da Linhagem Hy Line W-36, com
23 semanas de idade no icio do período experimental. As aves foram obtidas junto
a Empresa Ceave, situada na cidade de Aquiraz- CE.
As poedeiras foram colocadas em 112 gaiolas, sendo alojadas 2 aves por
gaiola, distribuídas em 7 tratamentos com 4 repetições de 8 aves.
2.3 Rações Experimentais
As rações experimentais foram formuladas para atender às exigências das
aves, de acordo com as recomendações do MANUAL DE CRIÃO E MANEJO DA
LINHAGEM HY LINE W-36 (2002). O suprimento vitamínico e mineral foi realizado
através da adição de pré-misturas comerciais de mineral e de vitamina.
Na formulação das dietas experimentais foi utilizado o Programa
SUPERCRAC (1993). As dietas experimentais foram formuladas para serem
isocalóricas, isoprotéicas, isocálcicas, isofosfóricas e isoaminoacídicas para
metionina e lisina.
As rações foram formuladas através de uma dieta basal composta de milho,
farelo de soja, calcário, fosfato bicálcico, sal e aminoácidos sintéticos. De acordo
com o tratamento, o óleo vegetal nas proporções de 2 e 4% foi adicionado na ração.
O sulfato ferroso monohidratado foi adicionado às rações contendo óleo de algodão,
na dosagem de 0,5-1,0 kg/tonelada de ração.
Os tratamentos constaram de 7 rações, com nível de energia de 2.850 Kcal
EM/kg e proteína de 18%, de acordo com as recomendações de requerimentos
mínimos diários por ave, sugeridas no MANUAL DE CRIAÇÃO E MANEJO DA
LINHAGEM HY LINE W-36 (2002).
Os tratamentos adotados foram os seguintes:
T1 – Dieta basal (sem óleo)
T2 – Dieta basal + 2% de óleo de soja
T3 – Dieta basal + 4% de óleo de soja
T4 – Dieta basal + 2% de óleo de linha
T5 – Dieta basal + 4% de óleo de linha
T6 – Dieta basal + 2% de óleo de algodão
T7 – Dieta basal + 4% de óleo de algodão
2.4 Planejamento Estatístico
O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com 7
tratamentos. Cada tratamento foi formado por 4 repetições de 2 ovos, totalizando 8
ovos por tratamento. A unidade experimental foi uma repetão com 2 ovos.
As variáveis estudadas foram cheiro, sabor, textura da gema e da clara dos
ovos.
2.5 Coleta e Cálculo dos Dados Experimentais
A análise sensorial dos ovos foi realizada no final da fase experimental,
seguindo a metodologia de MORAES (1985).
Os ovos foram coletados, no período da tarde, identificados e armazenados
a temperatura ambiente. No dia seguinte, os ovos foram cozidos, durante dez
minutos após o início da ebulão da água, sendo resfriados à temperatura
ambiente. Em seguida, cada ovo foi descascado, manualmente, sempre pelas
mesmas pessoas e cortado longitudinalmente em fatias, contendo clara e gema em
cada amostra.
O local onde foi realizado o teste, era fechado e sem odores, tendo sido
totalmente limpo no dia anterior. Cada amostra foi servida em recipiente fechado,
inodoro, de plástico descartável, sendo recomendado aos voluntários à ingestão de
água mineral sem gás, em temperatura ambiente, no intervalo entre a degustação
das amostras. Foram avaliadas duas amostras por repetição, totalizando 8 amostras
por tratamento (Figura
V.1).
FIGURA V.1 – Cozimento, processamento e degustação dos ovos de poedeiras comerciais.
Laboratório de Nutrição Animal - UFC
Oito voluntários, devidamente orientados, alheios ao experimento avaliaram
7 fatias de ovos, cada uma de diferentes tratamentos, sorteadas aleatoriamente,
respondendo o questiorio sobre a alise sensorial. Os testes para cheiro e sabor
dos ovos variaram em uma escala de “gostei muito” a “desgostei regularmente”. Em
relão à textura da gema e da clara, as opções de avaliação foram “muito mole”,
“normal” e “muito dura” (Quadro V.1).
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
TESE DE DOUTORADO / SVS
ANÁLISE SENSORIAL DOS OVOS / OUTUBRO-2003
NÚMERO DA AMOSTRA : ________
1. P
OR FAVOR, CHEIRE ESTA AMOSTRA CUIDADOSAMENTE. VOCÊ PODE DETECTAR QUALQUER CHEIRO ANÔMALO ?
1. SIM 2.O
EM CASO POSITIVO, DESCREVA ESTE CHEIRO ESTRANHO: _________________________
Q
UAL A INTENSIDADE DESTE CHEIRO? 1. FRACO 2. REGULAR 3.FORTE
AVALIE O QUANTO VOCE GOSTOU OU DESGOSTOU DESTE CHEIRO:
1.
GOSTEI MUITO
2.
GOSTEI REGULARMENTE
3.
INDIFERENTE
4.
DESGOSTEI MUITO
5.
DESGOSTEI REGULARMENTE
2. E
M RELAÇÃO À TEXTURA DA GEMA, QUAL SUA OPINIÃO ?
1.
MUITO MOLE
2.
NORMAL
3.
MUITO DURA
3. E
M RELAÇÃO À TEXTURA DA CLARA, QUAL SUA OPINIÃO ?
1.
MUITO MOLE
2.
NORMAL
3.
MUITO DURA
4. A
GORA PROVE ESTA AMOSTRA CUIDADOSAMENTE. VOCÊ PODE DETECTAR QUALQUER SABOR ANÔMALO ?
1. SIM 2.O
EM CASO POSITIVO, DESCREVA ESTE SABOR ESTRANHO : _________________________
Q
UAL A INTENSIDADE DESTE SABOR ? 1.FRACO 2.REGULAR 3.FORTE
AVALIE O QUANTO VOCE GOSTOU OU DESGOSTOU DESTE SABOR:
1.
GOSTEI MUITO
2.
GOSTEI REGULARMENTE
3.
INDIFERENTE
4.
DESGOSTEI MUITO
5.
DESGOSTEI REGULARMENTE
QUADRO V.1 - Questionário de avaliação da análise sensorial dos ovos de poedeiras comerciais,
submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos vegetais.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Cheiro nos Ovos
Os resultados relativos à presença de cheiro anômalo nos ovos estão
apresentados na Tabela V.1.
TABELA V.1 - Presença de cheiro anômalo nos ovos de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes óleos vegetais.
Cheiro Anômalo (%)
Tratamentos
Sim Não
T1 (sem óleo) 0,00 100,00
T2 (2% óleo de soja) 0,00 100,00
T3 (4% óleo de soja) 1,78 98,22
T4 (2% óleo de linhaça) 0,00 100,00
T5 (4% óleo de linhaça) 1,78 98,22
T6 (2% óleo de algodão) 0,00 100,00
T7 (4% óleo de algodão) 0,00 100,00
Em relão ao cheiro dos ovos, das 56 fatias, em apenas duas (3,57%) foi
identificado cheiro anômalo, dos tratamentos T3 (1,78%) e T5 (1,78%). Estes
resultados coincidem, parcialmente, com os descritos por MURATA (1998) que não
constatou diferenças significativas, quanto ao cheiro dos ovos provenientes de
galinhas submetidas a rações contendo 3% de óleos de soja, canola e peixe.
Entretanto, LEESON et al. (1998) verificaram menor aceitabilidade no cheiro dos
ovos produzidos por poedeiras arraçoadas com dietas contendo 10% ou 20% de
linhaça, em comparação a ovos provenientes de aves que não receberam este
ingrediente na ração. MORI (2001) alimentando poedeiras com dietas contendo
linhaça moída (0%, 7%, 14%, 21%, 28% e 35%) adicionando ou não óleo de peixe
(2%), também detectou gema com cheiro de peixe em 16,67% dos painelistas.
3.2 Sabor dos Ovos
Os resultados relativos ao sabor dos ovos estão apresentados na Tabela
V.2.
TABELA V.2 - Presença de sabor anômalo nos ovos de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes óleos vegetais.
Sabor Anômalo (%)
Tratamentos
Sim Não
T1 (sem óleo) 12,50 87,50
T2 (2% óleo de soja) 25,00 75,00
T3 (4% óleo de soja) 0,00 100,00
T4 (2% óleo de linhaça) 62,50 37,50
T5 (4% óleo de linhaça) 50,00 50,00
T6 (2% óleo de algodão) 0,00 100,00
T7 (4% óleo de algodão) 12,50 87,50
Com respeito ao sabor dos ovos, os voluntários que degustaram os ovos dos
tratamentos T1, T2, T4, T5 e T7 constataram presença de sabor anômalo, sendo
que o sabor dos ovos T4 e T5 foram definidos como “amargo” e “de peixe”. Esses
achados corroboram com os reportados por MORI (2001), onde 16,67% dos
painelistas que consumiram ovos produzidos por aves alimentadas com dietas
contendo 14% e 28% de linha moída definiram um sabor de “noz rançosa” e
“adocicado”. Em relato anterior, JIANG et al. (1992) reportaram que 36% dos
painelistas reconheceram sabor de peixe em ovos cozidos, provenientes de aves
arraçoadas com linhaça. Por outro lado, MURATA (1998) constatou que os
painelistas aprovaram o sabor dos ovos de poedeiras alimentadas com dietas
contendo óleos de soja, canola e peixe.
3.3 Aceitação do Sabor dos Ovos
Os resultados relativos ao grau de aceitão do sabor dos ovos estão
apresentados na Tabela V.3.
TABELA V.3 - Aceitação do sabor dos ovos de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes óleos vegetais.
Freqüência (%)
Tratamentos
Gostei muito
Gostei
regularmente
Indiferente
Desgostei
muito
Desgostei
regularmente
T1 (sem óleo) 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00
T2 (2% óleo de soja) 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00
T3 (4% óleo de soja) - - - - -
T4 (2% óleo de linhaça) 0,00 0,00 40,00 40,00 20,00
T5 (4% óleo de linhaça) 0,00 25,00 0,00 50,00 25,00
T6 (2% óleo de algodão) - - - - -
T7 (4% óleo de algodão) 100,00 0,00 0,00 0,00 0,00
No presente experimento, os painelistas expressaram que gostaram (100%)
dos ovos produzidos por poedeiras alimentadas com dietas contendo óleos de soja
(T2 e T3) e algodão (T6 e T7), todavia desgostaram muito (40-50%) dos ovos
provenientes de aves arraçoadas com óleo de linha. Pode-se observar,
destacadamente, que 100% dos painelistas que degustaram ovos provenientes da
dieta T1 reportaram indiferença na aceitação do sabor. LEESON et al. (1998)
tamm constataram menor aceitação do sabor por voluntários que consumiram
ovos de poedeiras alimentadas com dietas contendo 10% ou 20% de linhaça, em
relão às dietas sem este ingrediente na ração.
Em pesquisa semelhante, MORI
(2001) reportou que 16,66% dos painelistas consultados, expressaram baixa
aceitação no consumo de ovos provenientes de aves arraçoadas com dietas
contendo 14% de linha moída.
Segundo JIANG et al. (1992), resultados divergentes relativos à análise
sensorial dos ovos podem ser decorrentes de fatores como fonte de lidios,todo
de preparo dos ovos e tempo de armazenamento.
Devido a sua riqueza em lipídios, a gema do ovo é susceptível em fixar
subsncias voteis e adquirir sabores amalos. Alterações no sabor dos ovos
podem ser motivadas por inseticidas utilizados contra os parasitas das aves (HCH,
Lindano, Hexafeno), ou inclusão de 10% de algas nas rações de poedeiras. A
presença de sabor “de peixe” detectado em ovos de poedeiras ocorre devido à
presea da trimetilamina (T.M.A.) na gema, como conseqüência da carência de
uma enzima hetica que permite a oxidação desta subsncia em um composto
inodoro. A T.M.A. provém de uma transformação da colina pelas bactérias do trato
digestivo e pode ser oxidada no fígado, transformando-se em T.M.A. óxido, sem
odor. A responsabilidade por essa carência enzimática recai sobre um gen
autossômico semi-dominante que afeta mais de 50% das galinhas poedeiras de
linhagens semi-pesadas (ovos de cor) e menos de 10% das linhagens leves (ovos
brancos). Independente da linhagem, este problema pode aparecer depois da
utilização excessiva de colina (1% da dieta), sobretudo quando está presente a torta
de canola. (CARBÓ, 1987; SAUVEUR ,1993).
A Figura V.2 expressa a opinião dos painelistas que degustaram ovos
produzidos por galinhas submetidas a dietas contendo óleos de soja, linha e
algodão. Pode-se observar a presença marcante de sabor anômalo nos ovos,
provenientes de aves alimentadas com linhaça, resultando como conseqüência uma
elevada rejeição do produto pelos consumidores. JIANG et al. (1991) reportaram que
odor e sabor intensos e desagradáveis presentes em ovos, produzidos por aves
arraçoadas com teores elevados de linhaça poderiam ser devidos à presença da
trimetilamina (T.M.A.), formada a partir de precursores na semente de linhaça, de
produtos da oxidão lipídica, ou do próprio odor e sabor característicos do
ingrediente.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
sem óleo 2% óleo de
soja
4% óleo de
soja
2% óleo de
linha
4% óleo de
linhaça
2% óleo de
algodão
4% óleo de
algodão
%
Sabor estranho Gostei Desgostei
FIGURA V.2 – Análise sensorial dos ovos de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes óleos vegetais.
3.4 Textura da Gema e da Clara dos Ovos
Os resultados relativos à textura da gema e da clara dos ovos estão
apresentados na Tabela V.4.
TABELA V.4 - Textura da gema e da clara dos ovos de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes óleos vegetais.
Textura (%)
Gema Clara
Tratamentos
Normal Muito Mole Muito dura Normal Muito Mole Muito dura
T1 (sem óleo)
87,50 12,50 0,00 87,50 0,00 12,50
T2 (2% óleo de soja)
100,00 0,00 0,00 75,00 0,00 25,00
T3 (4% óleo de soja)
100,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00
T4 (2% óleo de linhaça)
87,50 0,00 12,50 87,50 0,00 12,50
T5 (4% óleo de linhaça)
75,00 0,00 25,00 75,00 0,00 25,00
T6 (2% óleo de algodão)
87,50 0,00 12,50 75,00 0,00 25,00
T7 (4% óleo de algodão)
87,50 0,00 12,50 75,00 12,50 12,50
Com respeito à textura da gema e clara dos ovos, 100% dos painelistas
consultados constataram textura normal ns ovos provenientes de aves alimentadas
com dietas contendo 4% de óleo de soja na ração. Observou-se também, que 25%
dos painelistas indicaram uma textura muito dura da gema e da clara dos ovos de
aves, arraçoadas com dieta contendo 4% de óleo de linha.
Os resultados da presente pesquisa são apoiados, parcialmente, pelos
achados de MURATA (1998), queo detectou difereas significativas, quanto à
textura da gema e da clara dos ovos das galinhas alimentadas com diferentes
rações contendo 3% de óleos de soja, canola e peixe.
SAUVER (1993) assinala que ingestão de óleo de algodão proporciona uma
anomalia estrutural na gema dos ovos. Este óleo contém ácidos graxos, estercúlio e
malválico, que induzem ao bloqueio no processo de desaturação do ácido estrico.
Em conseqüência, o ácido esteárico não pode se converter em ácido oléico e, por
isso, o contdo de ácido esteárico na gema passa de 7 para 30%, ocasionando um
aspecto pastoso a gema. No presente experimento não foram constatadas
alterações na estrutura da gema e da clara dos ovos de poedeiras, submetidas a
dietas com 2% e 4% de óleo de algodão.
4. CONCLUSÕES
Nas condições da presente pesquisa, de acordo com os resultados obtidos,
conclui-se que:
1. A adição do óleo de linhaça, independente dovel de inclusão (2 e 4%)
prejudicou efetivamente o sabor dos ovos, em relação as demais dietas.
2. O nível de 4% de adão de óleo de linha prejudicou a textura da gema
e da clara dos ovos.
3. O nível de 2% de óleo de soja e 2 e 4% de óleo de algodão prejudicou a
textura da clara dos ovos.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADAMS, R. L.; PRATT, D. E.; LIN, J. H.; STADELMAN, W. J. Introduction of omega-
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CAPÍTULO VI
ANÁLISE ECOMICA DA PRODUÇÃO DE OVOS DE POEDEIRAS
COMERCIAIS, SUBMETIDAS ÀS DIETAS SUPLEMENTADAS COM
DIFERENTES ÓLEOS VEGETAIS
1. REVIO DE LITERATURA
A necessidade de analisar economicamente a atividade é extremamente
importante, pois o produtor passa a conhecer os detalhes e a utilizar, de maneira
inteligente e econômica, os fatores de produção, tais como terra, trabalho e capital.
A partir d, localiza os pontos de estrangulamento, para depois concentrar esforços
gerenciais e tecnológicos para obter sucesso na sua atividade e atingir os seus
objetivos de maximização de lucros e minimização de custos (LOPES e
CARVALHO, 2000).
O termo custo na análise econômica corresponde à compensação que os
donos dos fatores de produção, utilizados por uma firma para produzir determinado
bem, devem receber para que eles continuem fornecendo esses fatores à mesma
(HOFFMANN et al., 1981).
Os fatores envolvidos na determinão dos custos de produção são bastante
complexos. Por um lado, observa-se uma linha de pesquisadores que sustenta o
conceito de que todos os custos devem ser computados, ou seja, para se avaliar a
rentabilidade econômica de uma atividade é necessário que os custos varveis e
fixos, que estejam direta ou indiretamente envolvidos no processo produtivo, sejam
utilizados. Entretanto, outra linha de pesquisadores argumenta que, quando são
computados todos os custos, os valores atribuídos para remunerar a terra e o capital
fixo normalmente tendem a ser superestimados, em relação à sua capacidade
potencial de produção. Segundo MATSUNAGA et al. (1976), era freqüente, nos
estudos realizados por pesquisadores do Instituto de Economia Aplicada, que os
custos médios de produção das culturas superassem os preços de mercado. Assim,
especialistas em economia da produção foram levados a discutir a respeito dos
custos de produção utilizados até então, surgindo então a alternativa da utilização do
chamado custo operacional.
Como custo operacional considera-se o somatório de todas as despesas
efetivamente desembolsadas pelo produtor para a realização de dada atividade,
bem como o de outras despesas consideradas como operacionais, tais como a
depreciação, a manutenção, o seguro e os encargos financeiros. Incorporando-se
outros componentes de custos tais como a remuneração ao capital e a terra obtém-
se o custo total de produção (MATSUNAGA et al., 1976).
A utilização do contexto de custo operacional se justifica pelo fato do mesmo
avaliar, além do desembolso necessário à produção, o custo de reposição do
material efetivamente empregado no processo produtivo. Tal mecanismo facilita o
processo de tomada de decisão do produtor, no sentido de continuar ou o
produzindo determinada cultura no curto prazo (CARVALHO, 2000).
Segundo BARROSO (1969), o custo da alimentação representa, para os
avicultores, um dos mais importantes itens dos custos totais de produção,
principalmente para os produtores estabelecidos, uma vez que, neste caso, os
demais custos são considerados fixos eo irrelevantes nas tomadas de decisão a
curto prazo. SANGUÊDO (1971) e MONTEIRO (1970) reportaram que o custo da
alimentão na produção de aves constitui elemento de grande importância no
sucesso da exploração acola, porque chega a atingir até 60% do custo total.
De acordo com SANGDO (1971), o custo fixo total está em torno de
5,1%, enquanto para PEREIRA e OLIVEIRA (1971) o custo fixo chega a alcaar a
6,3%. Os itens que compõem o custo fixo total são: juros sobre a terra, juros e
depreciação sobre o capital empatado em máquinas, ferramentas, vculos, reparos,
juros e depreciação sobre benfeitorias. Os itens que compõem o custo varvel total
são: alimentação, mão-de-obra, compras de pintos-de-1-dia, transporte, impostos e
taxas, juros sobre o capital de custeio, medicamentos, vacinas, combustível,
eletricidade e despesas diversas.
Analisando custos e investimentos na produção de aves e ovos em
Fortaleza-Ceará, PEREIRA e OLIVEIRA (1971) relacionaram o custo da alimentação
com os custos variáveis de produção e concluíram que sua participação
corresponde a 83,3% do total. De acordo com os referidos autores, essa
participação é alta, em comparação com a observada em outras regiões, onde a
alimentão entra com 70% dos custos varveis totais, podendo este resultado local
ser atribuído a uma possível escassez no uso de certos insumos.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Localização e Duração do Trabalho Experimental
O experimento, com poedeiras comerciais, foi desenvolvido no Setor de
Avicultura do Departamento de Zootecnia do Centro de Cncias Agrárias da
Universidade Federal do Cea (UFC), situado na cidade de Fortaleza-CE, no
período de 02/julho/ 2003 a 19/novembro/2003.
O experimento teve a duração de 175 dias, sendo os 35 dias iniciais
correspondendo à fase pré-experimental e os 140 dias restantes relativos à fase
experimental.
2.2 Aves Experimentais
Foram utilizadas 224 poedeiras comerciais da Linhagem Hy Line W-36,
durante 23 a 42 semanas de idade, na pesquisa de campo. As aves foram obtidas
junto a Empresa Ceave, situada na cidade de Aquiraz- CE (Figura VI.1).
FIGURA VI.1 – Experimento com poedeiras comerciais.
Setor de Avicultura - UFC
2.3 Rações Experimentais
As rações experimentais foram formuladas para atender às exigências das
aves, de acordo com as recomendações do MANUAL DE CRIÃO E MANEJO DA
LINHAGEM HY LINE W-36 (2002). O suprimento vitamínico e mineral foi realizado
através da adição de pré-misturas comerciais de mineral e de vitamina.
Na composição das dietas entraram componentes convencionais como:
milho, farelo de soja, calcário, fosfato bicálcico, sal e aminoácidos sintéticos, além
dos óleos vegetais de soja, linhaça e algodão. O sulfato ferroso monohidratado foi
adicionado às rações contendo óleo de algodão, na dosagem de 0,5-1,0 kg/tonelada
de ração.
Na formulação das dietas experimentais foi utilizado o Programa
SUPERCRAC (1993). As dietas experimentais foram formuladas para serem
isocalóricas, isoprotéicas, isocálcicas, isofosfóricas e isoaminoacídicas para
metionina e lisina.
Os tratamentos constaram de sete rações, com nível de energia de 2.850
Kcal EM/kg e proteína bruta de 18%, de acordo com as recomendões de
requerimentos mínimos diários por ave, sugeridas no MANUAL DE CRIAÇÃO E
MANEJO DA LINHAGEM HY LINE W-36 (2002).
Os tratamentos adotados foram os seguintes:
T1 – Dieta basal (sem óleo)
T2 – Dieta basal + 2% de óleo de soja
T3 – Dieta basal + 4% de óleo de soja
T4 – Dieta basal + 2% de óleo de linha
T5 – Dieta basal + 4% de óleo de linha
T6 – Dieta basal + 2% de óleo de algodão
T7 – Dieta basal + 4% de óleo de algodão
2.4 Procedimento Experimental
O experimento foi realizado em um galpão convencional para poedeiras
comerciais de 3 x 10 m, com 2,8 m de direito e cobertura de telha de barro, tipo
francesa. O galo possui um corredor central e duas linhas de gaiolas de cada
lado. As poedeiras foram colocadas em 112 gaiolas, sendo alojadas 2 aves por
gaiola, distribuídas em 7 tratamentos com 4 repetições de 8 aves.
Previamente ao iniciar a fase experimental, os baldes que acondicionariam
as rações foram numerados e identificados quanto aos tratamentos, sendo
colocados na frente das respectivas gaiolas marcadas.
As aves foram pesadas, individualmente, etiquetadas, e com base no peso
inicial foram distribuídas em 2 blocos, sendo que cada bloco apresentava um andar
com aves leves e outro com pesadas. O critério de formação dos blocos foi o peso
inicial das aves e as condões de ambiência do galpão, por ocasião do alojamento.
As aves durante todo o experimento receberam ração e água à vontade. No
icio de cada peodo (28 dias), a ração destinada a cada repetição foi pesada e,
diariamente às 8:00h da manhã, os comedouros foram abastecidos. A coleta dos
ovos foi realizada diariamente às 16 horas.
As aves foram submetidas a um período de iluminação com 17 horas de
luz/dia, recebendo, portanto, além da luz natural 5,0 horas de luz artificial no início
da noite, ao longo do período experimental.
2.5 Planejamento Estatístico
O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com 7
tratamentos. Cada tratamento foi formado de 4 repetições de 8 aves, totalizando 32
aves por tratamento. A unidade experimental foi uma repetão com 8 aves.
Os parâmetros analisados foram custo operacional efetivo, receita bruta,
margem bruta em relação ao custo operacional efetivo, ponto de nivelamento, lucro
operacional efetivo e índice de lucratividade.
2.6 Coleta e Cálculo dos Dados Experimentais
A produção de ovos foi registrada diariamente por gaiola e, no final de cada
ciclo de produção, foram calculadas as produção de ovos (ave/alojada) por
repetição. A ração oferecida no início e as sobras no final de cada ciclo de produção
foram pesadas e, por diferença foi calculado o consumo de ração g/ave/dia para
cada repetição. Através dos dados de consumo de ração e produção de ovos foi
realizado o cálculo da convero alimentar para cada repetição, em cada período de
produção, 5 períodos de 28 dias.
No último dia de cada semana, todos os ovos foram coletados, identificados
e armazenados a temperatura ambiente. No dia seguinte, era realizada a pesagem
de todos os ovos de cada repetão/tratamento, em balança eletrônica de precisão,
para determinar a massa e o peso médio dos ovos .
As aves foram pesadas no icio do experimento e distribuídas de acordo
com os tratamentos. Ao final do fase experimental, as aves foram novamente
pesadas para verificar a variação de peso corporal ocorrida durante os 140 dias do
experimento.
2.7 Determinão dos Custos
Na presente pesquisa foram computados basicamente valores relacionados
ao Custo Operacional Efetivo (COE), tendo em vista que os cálculos referentes ao
Custo Operacional Total (COT), tais como depreciação, manutenção, seguro e
encargos financeiros foram constantes para todos os tratamentos utilizados no
período experimental. Desta forma, as exclusões destes itens nos cálculos dos
custos não influenciarão os parâmetros comparativos entre os tratamentos, tendo
em vista ser uma constante durante a fase experimental.
2.7.1 Custo Operacional Efetivo (COE)
Representa o custo efetivamente desembolsado pelo produtor para produzir
determinada quantidade de um produto. Neste custo incluem-se as despesas com
mão-de-obra, custo com máquinas e equipamentos (DO), despesas com operações
realizadas por empreita (DE) e despesas com insumos (I).
Onde:
COE = Custo operacional efetivo (R$)
DO = Despesas com operações (R$)
DE = Despesas com empreita (R$)
I = Despesas com insumos (R$)
2.7.2 Receita Bruta (RB)
Representa o valor monetário obtido com a venda da produção. Foi
calculada de acordo com a produção de ovos comerciais e o preço de venda do
produto.
Onde:
RB = Receita bruta (R$)
Q = Quantidade produzida de ovos (unidade)
PV = Preço de venda do produto (R$)
COE = DO + DE + I
RB = PV x Q
2.7.3 Margem Bruta em Relão ao Custo Operacional Efetivo (MBCOE)
Representa o percentual de recursos que sobra após o produtor pagar o
custo operacional efetivo, considerando o preço unitário de venda do produto e sua
produção.
Onde:
MBCOE = Margem bruta em relação ao custo operacional efetivo (%)
RB = Receita bruta (R$)
COE = Custo operacional efetivo (R$)
2.7.4 Ponto de Nivelamento (PN)
Representa um indicador de custo para um determinadovel de custo de
produção, em que deve ser a produçãonima para cobrir esse custo, dado o preço
de venda unirio do produto.
Onde:
PN = Ponto de nivelamento (unidade)
COE = Custo operacional efetivo (R$)
PV = Preço de venda do produto (R$)
MBCOE = (RB – COE)/COE x 100
PN = COE/PV
2.7.5 Lucro Operacional Efetivo (LOE)
Representa a lucratividade da atividade no curto prazo, mostrando suas
condões econômicas e operacionais.
Onde:
LOE = Lucro operacional efetivo (R$)
RB = Receita bruta (R$)
COT = Custo operacional efetivo (R$)
2.7.6 Índice de Lucratividade (IL)
Representa um indicador da taxa disponível de receita da atividade, após o
pagamento de todos os custos operacionais.
Onde:
IL = Índice de lucratividade (%)
LO = Lucro operacional efetivo (R$)
RB = Receita bruta (R$)
LOE = RB - COE
IL = (LO/RB) x 100
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores referentes ao desempenho zootécnico das aves, de acordo com
o tratamento adotado, utilizados nos cálculos dos parâmetros de análise econômica,
obtidos durante o período experimental, encontram-se nos Anexos (Tabelas VI.1A e
VI.2A).
Os resultados referentes à análise econômica encontram-se na Tabela VI.I e
Figura VI.2.
TABELA VI.I - Análise econômica da produção de ovos de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes óleos vegetais.
Tratamentos
Custo
kg/ração
(R$)
Custo
Operacional
Efetivo
(R$)
Receita
Bruta
(R$)
Margem Bruta
em Relação ao
Custo
Operacional
Efetivo
(%)
Ponto de
Nivelamento
(ovos)
Lucro
Operacional
Efetivo
(R$)
Índice de
Lucratividade
(IL) %
T1 (sem óleo)
0,72 11,10 13,82 24,50 92,50 2,72 19,68
T2 (2% óleo de soja)
0,72 11,35 14,81 30,48 94,58 3,46 23,36
T3 (4% óleo de soja)
0,73 11,19 14,00 25,11 93,25 2,81 20,07
T4 (2% óleo de linhaça)
0,80 11,97 14,61 22,05 99,75 2,64 18,07
T5 (4% óleo de linhaça)
0,89 12,55 13,42 6,93 104,58 0,87 6,48
T6(2% óleo de algodão)
0,71 11,41 14,34 25,68 95,08 2,93 20,43
T7(4% óleo de algodão)
0,73 11,49 13,49 17,41 95,75 2,00 14,82
A margem bruta em relão ao custo operacional efetivo apresentou valores
aproximados para os tratamentos T1, T3, e T6. Verificou-se um maior percentual
(30,48%) de margem bruta no tratamento T2 e uma menor (6,93%) para o T5. De
acordo com a definão da margem bruta, esse percentual indica que os produtores
dispõem de uma quantidade de recursos 30,48% (T2) superior ao custo operacional
efetivo, após pagarem todos estes custos. Considerando que o custo operacional
efetivo representa a somatória de despesas com mão-de-obra e insumos, segundo
MATSUNAGA et al. (1976), verificou-se no presente estudo a viabilidade econômica
da inclusão de 2% ou 4% de óleo de soja, bem como, de 2% de óleo de algodão nas
rações de postura para poedeiras. NOBRE (1968) assinalou que as despesas com
ração representam mais de 60% dos custos totais de produção.
O lucro operacional efetivo apresentou valores aproximados para os
tratamentos T1, T3, e T6. Verificou-se um maior valor (R$ 3,46) de lucro no
tratamento T2 e um menor (R$ 0,87) para o T5. O valor de lucro encontrado no
tratamento T2 confirma que a utilização do óleo de soja na dieta de poedeiras gera
recursos suficientes para cobrir os custos envolvidos no processo produtivo. Na
presente pesquisa, as aves que foram arraçoadas com a dieta T4 apresentaram
bons índices de receita bruta, todavia, revelaram elevados valores de custo
operacional efetivo. MESQUITA (1975) mostrou que em uma dieta com “solução
ótima”, podem ocorrer mudaas nos preços de um ou mais ingredientes, sendo que
a fórmula da ração permanece a mesma. Desta forma, é possível que a mudança de
preços dos ingredientes considerados não seja alta o bastante para alterar a
“solução ótima”, mantendo assim o lucro operacional efetivo. De acordo com
CARVALHO (2000), o lucro operacional mede a atividade no curto prazo, mostrando
as suas condições econômicas e operacionais.
O índice de lucratividade apresentou valores aproximados para os
tratamentos T1, T3, e T6. Verificou-se maior índice (23,36%) de lucratividade no
tratamento T2 e menor (6,48%) para o T5. Conforme MARTIN (1998), o índice de
lucratividade expressa a proporção da receita bruta que resta após o pagamento dos
custos operacionais, inclusive a depreciação. No presente estudo, obteve-se melhor
margem de lucro nos ovos produzidos pelas aves que consumiram dietas com 2 e
4% de óleo de soja e 2% de óleo de algodão. Tendo em vista que as dietas foram
formuladas dentro do mesmo padrão nutricional, considerados os níveis de preços
estabelecidos para cada ingrediente observa-se ainda que, a inclusão de alguma
matéria prima na rão é economicamente vantajosa, na quantidade indicada pela
dieta.
O ponto de nivelamento em relação ao custo operacional efetivo revelou
valores aproximados entre os tratamentos T1 e T3, bem como, T2, T6 e T7. Foram
verificados maiores valores de nivelamento para os tratamentos T4 (99,75 ovos) e
T5 (104,58 ovos) durante a fase experimental. Esses resultados significam que são
necesrios índices de produção maiores para os tratamentos T4 e T5 para pagar
os custos operacionais efetivos. Segundo FREITAS et al. (2004), os indicadores do
ponto de nivelamento, que são o custo operacional efetivo e preço unitário de venda
do produto, permitem calcular quanto está custando à produção em unidades do
produto e, se comparando a produção, quantas unidades do produto estão
sobrando, ou faltando, para remunerar os demais custos de produção. Na presente
pesquisa, o preço unitário de venda dos ovos foi considerado padrão, variando então
o custo operacional das dietas consumidas pelas poedeiras comerciais (Figura VI.2).
85
87
89
91
93
95
97
99
101
103
105
107
sem óleo 2% óleo de
soja
4% óleo de
soja
2% óleo de
linhaça
4% óleo de
linhaça
2% óleo de
algodão
4% óleo de
algoo
Número de Ovos
FIGURA VI.2 – Ponto de nivelamento em relação ao custo operacional efetivo da
produção de ovos de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes óleos vegetais.
De acordo com os itens econômicos citados anteriormente, deve-se ressaltar
o menor custo operacional efetivo da dieta T1 (R$11,10), apresentando índice de
lucratividade de 19,68%, compatível com os obtidos nas dietas T3 (20,07%) e T6
(20,43%).
4. CONCLUSÕES
Nas condições da presente pesquisa, de acordo com os resultados obtidos,
conclui-se que:
1. A margem bruta e o lucro operacional efetivo foram maiores na dieta com
2% óleo de soja e menores na dieta com 4% óleo de linhaça. Assim, os produtores
dispõem de uma quantidade de recursos 30,48% na dieta com 2% óleo de soja
superior ao custo operacional efetivo, após pagarem todos estes custos.
2. O ponto de nivelamento em relão ao custo operacional efetivo revelou
valores maiores para as dietas com 2 e 4% de óleo de linha, durante o fase
experimental.
3. A melhor resposta econômica da produção de ovos foi obtida pelas aves
que consumiram dieta com 2% óleo de soja.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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do Ceará.
MONTEIRO, V. S. Industrialização do frango de corte. Rio de Janeiro, Ministério da
Agricultura, 1970. 72p. (Estudos e ensaios no. 26 –Serviço de Informação
Agrícola).
NOBRE, J. M. E. Mercado consumidor de aves e ovos em Fortaleza. Boletim de
Informação Agropecuária do BNB. Fortaleza, n.2, 1968.
PEREIRA, J. A.; OLIVEIRA, A. M. P. Aspectos de custos e investimentos na
produção de aves e ovos em Fortaleza. Ciência Agronômica. Fortaleza, n.1, v.2,
p.53-58, dezembro, 1971.
SANGUÊDO, P. G. Avaliação da possibilidade de expansão da avicultura na Zona
da Mata de MG; análise econômica de rões para engorda de frangos e custo de
produção nas granjas da região de Viçosa. Dissertação. Imprensa Universitária da
U.F.V., 75p. 1971.
SUPERCRAC. Ração de custo mínimo. Versão 1.02 Windows. TD Software, 1993.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o advento da globalizão e o crescimento da avicultura industrial,m-se
buscado a utilização de matérias primas alternativas, que proporcionem adequado
desempenho zootécnico as aves, melhor qualidade do produto acabado e
principalmente retorno econômico compatível com a produção. A presente pesquisa
evidenciou a importância da inclusão de óleos vegetais, notadamente óleos de soja e
algoo na dieta de poedeiras comerciais.
O Brasil está situado entre os seis maiores produtores mundiais de ovos,
entretanto, seu consumo per capita é relativamente baixo, sendo de aproximadamente
98 ovos/ano. O ovo é um alimento de alto valor nutritivo, entretanto, devido à presença
de colesterol, seu consumo tem sido relacionado com o aumento do risco de doenças
cardiovasculares. A informação equivocada em relão ao nível de colesterol no ovo
prevaleceu durantecadas, porém, com as novas pesquisas, têm-se demonstrado que
utilizando métodos de análise mais precisos, é posvel definir melhor a concentração
de colesterol no ovo. Resultados obtidos no presente estudo, evidenciaram níveis
reduzidos de colesterol nos ovos e que, através da manipulação da dieta, poucas
alterações ocorrem na concentração do mesmo na gema nos ovos de poedeira
comercial.
As granjas produtoras de ovos comerciais, sujeitas às normas do Serviço de
Inspeção Federal (S.I.F.), adotam medidas específicas de controle dos níveis de
garantia, visando manter a qualidade do produto, entre elas destaca-se o tempo de
armazenamento dos ovos. Constatou-se que os ovos conservados em temperatura de
refrigeração apresentaram melhor qualidade interna, entretanto, à medida que
aumentava o período de estocagem ocorria uma redução nos índices de qualidade.
Embora tenha sido propósito desta pesquisa abranger a maior parte dos
aspectos referentes à utilizão de óleos vegetais na dieta de poedeiras comerciais,
considerando a relevância do tema abordado, a escassez de informações e as
contradições encontradas em diversos trabalhos de pesquisa, faz-se necessário a
condão de mais estudos.
ANEXOS
TABELA II.1A – Análise de variância da percentagem de postura (ave/dia) de poedeiras
comerciais, submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos
vegetais (23 a 42 semanas de idade).
Fontes de Varião Graus de Liberdade Quadrado Médio
Tratamento 6 1008,8076 **
Período 4 801,9603 **
Bloco 1 80,3253
ns
Erro 548 45,0853
Total 559 60,9084
ns = P>0,05; ** = P<0,01
CV (%) = 7,94
TABELA II.2A Análise de variância do consumo de ração (g/ave/dia) de poedeiras
comerciais, submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos
vegetais (23 a 42 semanas de idade).
Fontes de Varião Graus de Liberdade Quadrado Médio
Tratamento 6 478,3843 **
Período 4 3083,8469 **
Bloco 1 332,14 10 *
Erro 548 63,7457
Total 559 90,2870
* = P<0,05; ** = P<0,01
CV (%) = 9,82
TABELA II.3A – Análise de variância da conversão alimentar (kg de ração/kg de ovo) de
poedeiras comerciais, submetidas às dietas suplementadas com
diferentes óleos vegetais (23 a 42 semanas de idade).
Fontes de Varião Graus de Liberdade Quadrado Médio
Tratamento 6 0,6866 **
Período 4 0,7493 **
Bloco 1 0,0607
ns
Erro 548 0,0364
Total 559 0,0485
ns = P>0,05; ** = P<0,01
CV (%) = 9,94
TABELA II.4A – Análise de variância da massa de ovo (g) de poedeiras comerciais,
submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos vegetais (23 a
42 semanas de idade).
Fontes de Varião Graus de Liberdade Quadrado Médio
Tratamento 6 745442,98 **
Período 4 1484392,19 **
Bloco 1 301,59
ns
Erro 548 48298,13
Total 559 65971,2071
ns = P>0,05; ** = P<0,01
CV (%) = 9,21
TABELA II.5AAnálise de variância
(1)
da variação de peso (g) de poedeiras comerciais,
submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos vegetais (23 a
42 semanas de idade).
Fontes de Varião Graus de Liberdade Quadrado Médio
Tratamento 6 31916,5224
ns
Bloco 1 54776,2503 **
Erro 212 15675,103
Total 219 168020,5293
(1)
Análise com os dados transformados (ganho+401)
ns = P>0,05; ** = P<0,01
CV (%) = 29,75
TABELA III.1A – Análise de variância
(1)
do peso dos ovos (g) de poedeiras comerciais,
submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos vegetais (23 a
42 semanas de idade).
Fontes de Varião Graus de Liberdade Quadrado Médio
Tratamento 6 0,0077 **
Período 4 0,0779 **
Bloco 1 0,0042
ns
Erro 1108 0,0012
Total 1119 0,0015
(1)
Análise com dados transformados (log10(peso))
ns = P>0,05; ** = P<0,01
CV (%) = 1,99
TABELA III.2A – Análise de variância
(1)
da percentagem da gema nos ovos de poedeiras
comerciais, submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos
vegetais (23 a 42 semanas de idade).
Fontes de Varião Graus de Liberdade Quadrado Médio
Tratamento 6 1087,0126 **
Período 4 8989,9575 **
Bloco 1 279,6118
ns
Erro 1108 168,7820
Total 1119 205,3369
(1)
Análise com dados transformados (gema
1,5
)
ns = P>0,05; ** = P<0,01
CV (%) = 10,27
TABELA III.3A – Análise de variância
(1)
da percentagem da clara nos ovos de poedeiras
comerciais, submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos
vegetais (23 a 42 semanas de idade).
Fontes de Varião Graus de Liberdade Quadrado Médio
Tratamento 6 2,096315E15 **
Período 4 1,670016E16 **
Bloco 1 2,899815E15 **
Erro 1108 3,576714E14
Total 1119 4,276814
(1)
Análise com dados transformados (clara
4,5
)
** = P<0,01
CV (%) = 12,79
TABELA III.4A – Análise de variância
(1)
da percentagem da casca nos ovos de poedeiras
comerciais, submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos
vegetais (23 a 42 semanas de idade).
Fontes de Varião Graus de Liberdade Quadrado Médio
Tratamento 6 495,8022 *
Período 4 1053,5220 **
Bloco 1 3030,4755 **
Erro 1108 187,9010
Total 1119 195,1865
(1)
Análise com dados transformados (casca
2
)
* = P<0,05; ** = P<0,01
CV (%) = 15,00
TABELA III.5A – Análise de variância da coloração da gema crua dos ovos de poedeiras
comerciais, submetidas às dietas suplementadas com diferentes óleos
vegetais (23 a 42 semanas de idade).
Fontes de Varião Graus de Liberdade Quadrado Médio
Tratamento 6 8,7071 **
Período 4 10,0411 **
Bloco 1 0,0571
ns
Erro 1108 0,2947
Total 1119 0,3744
ns = P>0,05; ** = P<0,01
CV (%) = 4,95
TABELA III.6AAnálise de variância
(1)
do colesterol da gema (mg/g) nos ovos de poedeiras
comerciais, submetidas às dietas suplementadas com diferentes (23 a 42
semanas de idade).
Fontes de Varião Graus de Liberdade Quadrado Médio
Tratamento 6 0,0299 **
Período 1 0,00004
ns
Bloco 1 0,0002
ns
Erro 47 0,0090
Total 55 0,0110
(1)
Análise com dados transformados (log10(col))
ns = P>0,05; ** = P<0,01
CV (%) = 9,60
TABELA IV.1A – Análise de variância
(1)
da perda de peso dos ovos (%) em diferentes
períodos de estocagem e temperatura de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais.
Fontes de Varião Graus de Liberdade Quadrado Médio
Tratamento 6 0,0209
ns
Temperatura 1 9,5333 **
Tratamento x Temperatura (Erro a) 6 0,0171
ns
Armazenamento 2 12,6430 **
Temperatura x Armazenamento 2 0,1646 **
Tratamento x Temperatura x Armazenamento 24 0,0147 *
Bloco 1 0,0040
ns
Erro 461 0,0088
Total 503 0,0791
(1)
Análise com dados transformados (perda
0,4
)
ns = P>0,05; * P<0,05; ** = P<0,01
CV (%) = 7,66
TABELA IV.2AAnálise de variância
(1)
da percentagem da gema nos ovos em diferentes
períodos de estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais.
Fontes de Varião Graus de Liberdade Quadrado Médio
Tratamento 6 0,1349
ns
Temperatura 1 2,0554 **
Tratamento x Temperatura (Erro a) 6 0,0426
ns
Armazenamento 2 0,9821 **
Temperatura x Armazenamento 2 0,1275 *
Tratamento x Temperatura x Armazenamento 24 0,0292
ns
Bloco 1 0,0532
ns
Erro 461 0,0351
Total 503 0,0443
(1)
Análise com dados transformados (raiz[perda])
ns = P>0,05; * P<0,05; ** = P<0,01
CV (%) = 3,57
TABELA IV.3A – Análise de variância
(1)
da percentagem da clara nos ovos em diferentes
períodos de estocagem e temperaturas de conservão, provenientes das
poedeiras comerciais.
Fontes de Varião Graus de Liberdade Quadrado Médio
Tratamento 6 891310686 *
Temperatura 1 14976559649 **
Tratamento x Temperatura (Erro a) 6 142555803
ns
Armazenamento 2 7647416645 **
Temperatura x Armazenamento 2 930347992 *
Tratamento x Temperatura x Armazenamento
24 218621707
ns
Bloco 1 494844475
ns
Erro 461 201106765
Total 503 271942886
(1)
Análise com dados transformados (clara
2,9
)
ns = P>0,05; * P<0,05; ** = P<0,01
CV (%) =8,65
TABELA IV.4A – Análise de variância da percentagem da casca nos ovos em diferentes
períodos de estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais.
Fontes de Varião Graus de Liberdade Quadrado Médio
Tratamento 6 0,8594
ns
Temperatura 1 0,9154
ns
Tratamento x Temperatura (Erro a) 6 0,9186
ns
Armazenamento 2 3,6999 **
Temperatura x Armazenamento 2 0,3734
ns
Tratamento x Temperatura x Armazenamento 24 0,4799
ns
Bloco 1 0,3844
ns
Erro 461 0,4515
Total 503 0,4767
ns = P>0,05; ** = P<0,01
CV (%) = 6,94
TABELA IV.5A – Análise de variância
(1)
da gravidade específica dos ovos em diferentes
períodos de estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais.
Fontes de Varião Graus de Liberdade Quadrado Médio
Tratamento 6 0,0025
ns
Temperatura 1 0,4515 **
Tratamento x Temperatura (Erro a) 6 0,0037 *
Armazenamento 2 0,5004 **
Temperatura x Armazenamento 2 0,0495 **
Tratamento x Temperatura x Armazenamento 24 0,0008
ns
Bloco 1 0,0036
ns
Erro 461 0,0017
Total 503 0,0047
(1)
Análise com dados transformados ([1/dens]
15
)
ns = P>0,05; * P<0,05; ** = P<0,01
CV (%) = 11,54
TABELA IV.6A – Análise de variância
(1)
das unidades Haugh dos ovos em diferentes
períodos de estocagem e temperaturas de conservação, provenientes
de poedeiras comerciais.
Fontes de Varião Graus de Liberdade Quadrado Médio
Tratamento 6 2520563
ns
Temperatura 1 1133893272 **
Tratamento x Temperatura (Erro a) 6 2015629 **
Armazenamento 2 64011020 **
Temperatura x Armazenamento 2 25762234 **
Tratamento x Temperatura x Armazenamento 24 1840322 **
Bloco 1 11916
ns
Erro 461 418274
Total 503 3136502,57
(1)
Análise com dados transformados (haugh
2
)
ns = P>0,05; ** = P<0,01
CV (%) = 13,29
TABELA IV.7A – Análise de variância
(1)
da coloração da gema crua dos ovos em diferentes
períodos de estocagem e temperaturas de conservação, provenientes de
poedeiras comerciais.
Fontes de Varião Graus de Liberdade Quadrado Médio
Tratamento 6 14,0149 **
Temperatura 1 97,6185 **
Tratamento x Temperatura 6 0,6570
ns
Armazenamento 2 138,6938 **
Temperatura x Armazenamento 2 1,4810
ns
Tratamento x Temperatura x Armazenamento 24 3,6627 **
Bloco 1 0,0998
ns
Erro 461 1,0363
Total 503 2,0512
(1)
Análise com dados transformados (cor
1,1
)
ns = P>0,05; ** = P<0,01
CV (%) = 8,49
TABELA VI.1A – Preço unitário dos ingredientes das dietas experimentais.
Ingredientes Custo (R$/kg)
Milho 0,63
Farelo de Soja 0,84
Óleo de Soja 1,70
Óleo de Linhaça 5,54
Óleo de Algodão 1,60
Protenose 1,43
Calrio Calcítico 0,06
Fosfato Bicálcico 1,06
Premix Mineral 4,36
Premix Vitamínico 1,04
L-Lisina HCL 8,33
DL-Metionina 99% 10,0
Sal 0,08
Sulfato Ferr. Mon. 30% 1,06
TABELA VI.2A - Desempenho zootécnico de poedeiras comerciais, submetidas às dietas
suplementadas com diferentes óleos vegetais (23 a 42 semanas de idade).
Convero alimentar
Tratamentos
Ovos/ave
alojada
Consumo
de ração
(kg/ave)
Massa
dos ovos
(kg/ave)
kg ração/
kg ovo
kg ração/
dz ovos
T1 (sem óleo) 115,21 11,25 5,86 1,92 1,17
T2 (2% óleo de soja) 123,43 11,60 6,32 1,84 1,13
T3 (4% óleo de soja) 116,68 11,22 6,01 1,87 1,15
T4 (2% óleo de linhaça) 121,77 11,21 6,19 1,81 1,10
T5 (4% óleo de linhaça) 111,80 10,73 5,75 1,87 1,15
T6 (2% óleo de algodão) 119,53 11,84 6,01 1,97 1,19
T7 (4% óleo de algodão) 112,46 11,63 5,60 2,08 1,24
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