Download PDF
ads:
UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CÂMPUS BOTUCATU
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS
CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS EM CASCAS, FOLHAS E TALOS DE
VEGETAIS PÓS-COLHEITA EM SISTEMA DE PRODUÇÃO
CONVENCIONAL E ORGÂNICO
SURAYA ABDALLAH DA ROCHA
Dissertação apresentada ao Instituto de
Biociências, Câmpus de Botucatu, UNESP,
para obtenção do título de Mestre em Ciências
Biológicas, AC: Botânica
BOTUCATU-SP
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
2
UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CÂMPUS BOTUCATU
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS
CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS EM CASCAS, FOLHAS E TALOS DE
VEGETAIS PÓS-COLHEITA EM SISTEMA DE PRODUÇÃO
CONVENCIONAL E ORGÂNICO
SURAYA ABDALLAH DA ROCHA
PROF
a
Dr
a
GIUSEPPINA PACE PEREIRA LIMA
ORIENTADORA
Dissertação apresentada ao Instituto de
Biociências, Câmpus de Botucatu, UNESP,
para obtenção do título de Mestre em Ciências
Biológicas, AC: Botânica
Botucatu-SP
2006
ads:
i
AGRADECIMENTOS
À Profa. Dra. Giuseppina Pace Pereira, pela orientação dedicada e amizade
certa.
À Profa. Ana Maria Lopes pela orientação nas análises de fibras.
Ao Prof. Dr. Massanori Takaki pelos aconselhamentos e sugestões.
Aos funcionários do Departamento de Química e Bioquímica, em especial ao
Luís Claúdio Correa e Ivalde Beluta, pela colaboração nas atividades de laboratório.
À técnica em Química Camila Cristina Bueno Sacomani e às alunas Vivian
Ribeiro Cicone, Milena Galhardo Borguini pela colaboração nas atividades de
laboratório.
À secretária do Departamento de Química e Bioquímica Maria Aparecida Nunes
de Oliveira, pela atenção e auxílios prestados.
Ao Prof. Ass. Dr. Paulo Roberto Rodrigues Ramos e a técnica de laboratório
Cilene do Carmo Ciderici Padilha do Departamento de Biofísica, pela orientação e
auxílios prestados nas análises de quantificação das poliaminas.
Aos funcionários da Seção de Pós-graduação do Instituto de Biociências, Sérgio
Primo Vicentini, Sônia Brasília Ribeiro Ciccone e a Luciene de Cássia Gerônimo
Tobias, pelos auxílios prestados.
Ao produtor Sr. Baldini e os estabelecimentos Terra Viva e Quitanda do
Claúdio, pelos produtos fornecidos.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
pela bolsa de estudo concedida.
À minha família pelo apoio e carinho em todas as fases desse trabalho,
especialmente a minha irmã Raquel Abdallah da Rocha.
E a todos que de alguma forma contribuíram para a execução deste trabalho.
ii
SUMÁRIO
I. Resumo:..............................................................................................................iii
II. Abstract:............................................................................................................iv
1. Introdução...........................................................................................................1
2. Revisão de literatura ...........................................................................................2
3. Capítulo I ..........................................................................................................10
Comparação dos teores de poliaminas, fenóis e flavonóides em plantas
cultivadas de modo convencional e orgânico ..................................................10
4. CAPÍTULO II...................................................................................................31
Fibras e Lipídios em Vegetais Cultivados em Sistema Orgânico e
Convencional....................................................................................................31
5. Referências Bibliográficas................................................................................46
iii
ROCHA, S.A. CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS EM CASCAS, FOLHAS E
TALOS DE VEGETAIS PÓS-COLHEITA EM SISTEMA DE PRODUÇÃO
CONVENCIONAL E ORGÂNICO, 2006 63p. Dissertação (Mestrado)-Instituto de
Biociências, UNESP- Universidade Estadual Paulista, Botucatu.
I. Resumo:
Este trabalho objetivou determinar e comparar os teores de fibras e lipídios, de
putrescina, espermidina e espermina, além de fenóis totais e flavonóides totais solúveis
em partes de vegetais produzidos de forma orgânica e convencional, geralmente
descartadas no preparo de alimentos, porém algumas vezes utilizados no consumo. Os
alimentos foram adquiridos de produtores orgânicos certificados ou convencionais da
região de Botucatu/SP. As análises foram realizadas em cascas (abóbora, banana, batata,
berinjela, laranja, limão, manga, maracujá, rabanete), folhas (abóbora, brócolis, cenoura,
couve, mandioca, rabanete e uva), talos (brócolis, couve e espinafre) e semente de
abóbora. Os resultados mostraram que sementes de abóbora e talos de brócolis
cultivados de forma convencional apresentaram maior teor de fibras. Cascas de banana
e laranja orgânicos apresentaram maior teor de lipídios. as cascas de limão e
rabanete, folhas de brócolis e mandioca e talos de couve, brócolis e espinafre não
apresentaram dados que mostrem diferenças significativas entre si quanto ao teor de
lipídios. A maior parte dos vegetais analisados mostrou uma tendência em apresentar
teor mais elevado de poliaminas e fenóis totais em alimentos oriundos do cultivo
orgânico ao contrário do observado para os flavonóides totais, possivelmente em função
das práticas culturais adotadas durante o cultivo. A ingestão de alimentos vegetais
contendo alto teor de poliaminas e compostos fenólicos devem ser cuidadosamente
analisados como possível modulação de seqüelas patológicas. Grande parte dos
alimentos geralmente descartados pelos consumidores é desperdiçada quanto ao seu
valor nutricional.
Palavras-chave: putrescina, espermidina, espermina, casca, folha, talo e semente.
iv
ROCHA, S.A. Characteristic biochemistry in skins, leaves and stems of post-
harvest vegetables in system of conventional and not conventional production,
2006. 63p.- Dissertation (Mastership)- Instituto de Biociências, UNESP-
Universidade Estadual Paulista, Botucatu.
II. Abstract:
The objective of this work was to determinie and comparie fibers and lipids, the
contents of putrescine, spermidine and spermine, besides soluble total fenols and
flavonoids in vegetables parts that grown in organic and conventional cultures,
commonly discharged in food preparation, however, sometimes used in the
consumption. The plants were obtained from certified organic or conventional
producers of Botucatu/SP region. The analyses were made in skin (squash, banana,
potato, eggplant, orange, lemon, mango, passion fruit, radish), leaves (squash, broccoli,
carrot, kale, cassava, radish and grape), stems (broccoli, kale and spinach) and squash
seeds. The results showed that squash seeds and broccoli stems from conventional
culture presented higher fiber content. Organic banana and orange skins had higher
lipids content. Lemon and radish skins, broccoli and cassava leaves and kale, broccoli
and spinach stems presented no data showing significant differences for lipid content.
Most of the analyzed vegetables tended to present higher content of polyamines and
total fenols in organic culture, opposite to what was observed for total flavonoids,
possibly due to the practices used during the culture. The ingestion of vegetables with
high contents of polyamines and fenols compounds must be carefully analyzed as
possible modulation of pathologic sequels. A great deal of food usually discharged by
consumers is lost as for their nutritional value.
Key words: putrescine, spermidine, spermine, skin, leaves, stem,
seed.
1
1. Introdução
Os produtos agrícolas (frutas e hortaliças) são importantes na alimentação
humana e constituem boa fonte de energia, gorduras, carboidratos, incluindo fibras,
minerais e vitaminas. Grande variedade de produtos agrícola é cultivada no mundo e
contribui significativamente para a alimentação de seus habitantes. No entanto, a fome e
a má nutrição são uma triste realidade (Yahia & Higuera, 1992).
As perdas que ocorrem das partes dos alimentos durante o seu preparo para o
consumo, como talos, cascas, entre outras, são imensas, causando grandes perdas de
nutrientes por falta de conhecimento. Além disso, nos dias de hoje, grande
preocupação com o tipo de cultivo. Nota-se nas gôndolas de supermercados, frutos e
hortaliças produzidas de forma orgânica, como o cultivo orgânico, que vem ganhando o
mercado com grande potencialidade.
Assim, o estudo dos nutrientes que compõem os alimentos consumidos com
maior regularidade, aliado ao modo de produção (convencional e orgânico) é
extremamente importante numa época onde luta-se contra a fome e a necessidade de
produzir menos resíduos. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi estudar o
conteúdo de alguns compostos químicos em cascas, folhas e talos de certos produtos de
origem vegetal, produzidos de forma convencional e orgânico, no intuito de indicar seu
uso na alimentação da população brasileira.
2
2. Revisão de literatura
A qualidade dos vegetais pós-colheita relaciona-se com o conjunto de atributos
ou propriedades que os tornam apreciáveis como alimento. Esses atributos dependem do
mercado de destino, armazenamento, consumo in natura ou processamento. De modo
abrangente, a qualidade pode ser definida como o conjunto de inúmeras características
que diferenciam componentes individuais de um mesmo produto e que têm significância
na determinação do grau de aceitação do comprador. Dessa forma, são considerados os
atributos físicos, sensoriais e a composição química (Chitarra, 1994).
Os dados sobre a composição química dos vegetais são bastante variáveis, em
decorrência dos numerosos fatores de influência, tais como diferenças entre cultivares,
grau de maturidade do produto, estação de colheita, local e clima (Chitarra, 1994).
Diversas substâncias o encontradas nos vegetais, tais como carboidratos,
proteínas, lipídeos, vitaminas e minerais, além de muitas outras.
O amido é o carboidrato de reserva energética nos vegetais e sua conversão em
açúcares solúveis tem efeito no sabor e na textura dos frutos e hortaliças. Após a
colheita, ocorre elevação no teor de açúcares solúveis, que também ocasiona decréscimo
na acidez e na adstringência (Eskin et al., 1971; Pantastico, 1975; Chitarra & Chitarra,
1976; Awad, 1993; Brody, 1996), redução nos teores de ácidos e fenólicos e aumento
nas características de aroma, devido à emanação de compostos voláteis (Chitarra &
Chitarra, 1990). Contudo, teores mais elevados de açúcares permanecem por curtos
períodos durante o armazenamento, decrescendo com o tempo (Chitarra & Chitarra,
1990).
Enquanto que os úcares simples são oxidados pelos vegetais e são também
fontes de energia para o consumidor, as fibras que são polissacarídeos de origem vegetal
(celulose, hemicelulose, lignina, mucilagem, goma, pectina) não são digeridas por
enzimas humanas. Embora não seja um nutriente, atualmente uma grande
preocupação em se aumentar seu consumo na alimentação.
A comida ocidental contém baixa quantidade de fibras e este fato está
relacionado com o alto índice de doenças do trato gastrointestinal. A fibra cereal é
predominantemente ativa no cólon, resultando em mudança nos padrões de defecação.
Vegetais e frutas têm ação menor quando se diz respeito a essas mudanças e interferem
no processo de absorção do intestino delgado (Pikaar, 1981).
3
A ingestão de fibras dietéticas relaciona-se com aspectos fisiológicos,
nutricionais e clínicos. As fibras insolúveis em água têm efeitos benéficos na prevenção
de doenças (câncer de cólon, enfermidade diverticular do cólon) e também na redução
da dor em doenças diverticulares do cólon (Spiller & Freeman, 1983). Pode-se destacar
também seu importante papel na proteção contra doenças cardiovasculares (Alaoui,
1985), diabetes (Alaoui, 1985; Spiller, 1986), hiperlipidemia e cálculo biliar (Spiller,
1986). Além disso, apresentam efeitos no funcionamento gastrointestinal, na
mobilidade, na microflora e na composição fecal (Spiller, 1986) e no metabolismo dos
lipídios, controle da obesidade (Spiller & Freeman, 1983; Alaoui, 1985), bem como na
redução dos níveis de colesterol.
Compondo uma família de biomoléculas estão os lipídios, que são substâncias
orgânicas oleosas ou gordurosas, insolúveis em água, extraídas das células e tecidos por
solventes não-polares como o clorofórmio ou éter. Os lipídios mais abundantes são as
gorduras ou triglicerídeos, que são os principais combustíveis da maioria dos
organismos. São os componentes de armazenamento ou depósito de gorduras nas
células das plantas e animais, mas não são normalmente encontrados em membranas
(Lehninger et al., 1995). Nas plantas, o excesso de energia é comumente armazenado
como amido, e menos freqüentemente como óleo.
As gorduras por possuírem um grande número de ligações carbono-hidrogênio
liberam maior quantidade de energia na oxidação do que outros compostos orgânicos.
Na oxidação as gorduras liberam, em média, ao redor de 9,3 quilocalorias por grama,
em comparação com a liberação de aproximadamente 3,8 quilocalorias por grama de
carboidratos (Raven et al., 1996).
Os lipídios mais simples e abundantes que contêm os ácidos graxos como
unidades fundamentais são os triacilgliceróis, também freqüentemente chamados de
gorduras, gorduras neutras ou triglicerídeos (Lehninger et al., 1995). Gorduras e óleos
têm estruturas químicas similares. Cada uma consiste em três ácidos graxos ligados a
uma molécula de glicerol. Para cada ligação formada, uma molécula de água é liberada
de uma maneira similar àquela associada à formação de um dissacarídeo. Na reação
reversa, os ácidos graxos podem ser desligados do glicerol por hidrólise (Raven et al.,
1996). Os triacilgliceróis são moléculas hidrofóbicas, não-polares, pois não contêm
grupos funcionais eletricamente carregados ou altamente polares (Lehninger et al.,
1995).
4
Os lipídios de origem vegetal são ricos em ácidos graxos insaturados, sendo que
muitos deles contem ácidos graxos ômega que apresentam efeitos benéficos para a
saúde do consumidor, em relação a prevenção de doenças cardio-vasculares (Ahemd &
Barmore, 1990; Rebollo et al., 1998).
O teor de lipídios em vegetais geralmente é baixo e os teores contidos nos
alimentos são encontrados em tabelas nutricionais comparativas (Ribeiro et al., 1995).
Citam-se, por exemplo, os valores de 1,09% em goiaba, 8,19% em maracujá, 3,44 % em
caju (Almeida et al., 2003), 0,16% em carambola (Oliveira et al., 1989), entre outras.
Geralmente, esses dados são obtidos em polpa e em partes comumente utilizadas no
consumo humano. Valores de lipídios em cascas, talos, etc, isto é, em partes não
consumidas, não são relatados na literatura.
Além de carboidratos, lipídeos, proteínas, outras substâncias estão presentes nos
vegetais e contribuem grandemente para a qualidade de um alimento, pois fornecem um
atributo extremamente explorado atualmente, o potencial antioxidante, muito relatado
em vitaminas, porém outros constituintes apresentam estas propriedades, tais como as
poliaminas e compostos fenólicos.
As poliaminas são substâncias presentes em todos os animais e vegetais e estão
relacionadas desde o crescimento até a senescência. As aminas são formadas durante
processos metabólicos normais em nosso organismo e estão presentes em todos os
organismos (Flores & Galston, 1984; Bardócz, 1995). A biossíntese das aminas é
regulada por duas enzimas chave, ornitina descarboxilase (ODC) e S-adenosilmetionina
descarboxilase (AdoMetDC) e poliaminas são formadas por metionina, agmatina ou
arginina. A principal rota para a formação da putrescina em células de mamíferos é a via
da ornitina descarboxilase. Plantas e microorganismos podem também produzir
putrescina via da descarboxilase arginina (ADC) (Kalac & Krausová, 2005).
As aminas naturais são compostos nitrogenados que possuem 1, 2 ou 3 átomos
de hidrogênio substituídos por amônia e são classificados em monoaminas, diaminas e
poliaminas de acordo com os grupos NH ou NH
2
presentes na molécula (Bagni &
Tassoni, 2001), sendo putrescina (1,4-diaminobutano), espermidina (N-(3-aminopropil)-
1,4diaminobutano) e espermina (N, N’-bis-(3-aminopropil)-1,4-diaminobutano) as mais
comuns (Kalac & Krausová, 2005).
Em plantas, as poliaminas estão envolvidas em diversos fatores como síntese de
ácidos nucléicos e proteínas (Bardócz, 1995), na proliferação e crescimento celular
(Jänne et al., 1978; Heby, 1981; Pegg & McCann, 1982; Canellakis, Marsh & Bondy,
5
1989; Sarhan et al., 1989; Heby et al., 1992; Bardócz, 1995) e tumoral (Sarhan et al.,
1989; Bardócz, 1995; Seiler, 2003), estabilidade da membrana (Sarhan et al., 1989),
resposta ao estresse e retardamento da senescência (Boucherau et al., 2000; Valero et
al., 2002), entre outras.
Diversos são os usos das poliaminas pelo homem. São empregadas na
preparação de cosméticos para crescer cabelo e proteção contra UV na pele, na
recuperação pós-operatória, regeneração do fígado e crescimento compensatório do
pulmão e do intestino (Bardócz, 1995). São recrutadas nas dietas e são também
encontradas no trato intestinal (Osborne & Seidel, 1989; Sarhanetal, 1989; Moulinoux
et al., 1991; Bardócz et al., 1993; Bardócz et al., 1996). Tanto as poliaminas
provenientes de dietas quanto as produzidas no trato intestinal por microorganismos,
participam do crescimento celular (Sarhanet, 1989). A concentração das poliaminas
intracelulares é regulada pelas células intestinais (Milovic, 2001).
Poliaminas derivadas de alimentos tem um importante papel no crescimento e
desenvolvimento do sistema digestório de mamíferos recém-nascidos, e elas também
parecem ser necessárias para a manutenção do crescimento normal e propriedades
gerais do trato digestório adulto (Löser et al., 1999; Deloyer et al., 2001).
Aminas biogênicas livres em frutas e vegetais formam o típico e característico
sabor de alimento maduro, além de serem precursores de certos componentes
aromáticos (Askar & Treptow, 1989).
A dieta humana contém mais putrescina do que espermidina ou espermina,
derivadas de queijo e vegetais que não possuem clorofila, em particular batatas e alguns
frutos (Bardócz et al., 1995). Comparando os alimentos de origem animal e vegetal, a
quantidade de espermina é mais baixa nos vegetais (Kalac et al., 2005; Lima et al.,
2006). Frutas e sucos de frutas são particularmente ricos em putrescina (Maxa &
Brandes, 1993; Shalaby, 1996). Knut et al. (2002) também encontraram em sucos de
laranja e tangerina altas quantidades de putrescina.
Os vegetais verdes são ricos em espermidina (Valero et al., 2002), enquanto que
a cenoura apresenta concentração baixa de todas as poliaminas, e a quantidade de
espermidina em brócolis e couve-flor é alta comparada com carne e peixe (Knut et al.,
2002). Alguns testes em alimentos, como laranja, suco de laranja, tangerina, suco de
grapefruit tem mostrado considerável teor de putrescina (Bardócz et al., 1993).
Em alimentos processados como chucrute, catchup, ervilhas verdes e produtos
fermentados de soja, encontram-se altos teores de putrescina. Legumes, principalmente
6
feijão-soja, pêra, couve-flor e brócolis correspondem aos itens de alimentos com alta
quantidade de espermidina (Kalac & Krausová, 2005).
Os níveis de aminas nos produtos de origem vegetal podem variar de acordo
com o grau de amadurecimento, armazenamento ou condições de crescimento, assim
como, os níveis de quaisquer outras substancias orgânicas ou inorgânicas. As aminas
biogênicas podem, também, ser formadas durante o processo de armazenamento pós-
colheita (Halász et al., 1994; Mulas et al., 1998). Segundo Klausen & Lund (1986) e
Luten et al. (1992), o armazenamento, o transporte e a manipulação dos alimentos
influenciam na variedade e concentração de poliaminas.
A espermidina contida em vegetais frescos decresce após três semanas de
estocagem (Moret et al., 2005). De acordo com alguns autores, o processo do
cozimento e tratamentos de calor pode influenciar na quantidade de poliaminas
(Shalaby, 2000; Cirilo et al., 2003). Segundo Knut, et al. (2002), o cozimento dos
alimentos não altera a composição e concentração de poliaminas.
Em baixas concentrações, as poliaminas são essenciais para a renovação e
crescimento celular, mas podem ser detrimentais quando consumidas em altos teores
através da dieta, pois podem promover juntamente com outros fatores de crescimento,
células anormais, tais como patologias cancerosas (Pryme et al., 1998; Bardócz et al.,
1999). Porém, segundo Moret et al., 2005, as aminas biogênicas contidas em vegetais
frescos não representam riscos para a saúde do consumidor. Com exceção dos produtos
fermentados (chucrute), vegetais conservados que mostram uma baixa quantidade de
poliaminas.
Alternando o tratamento com drogas citotóxicas e privação de poliaminas, pode
ocorrer aumento da eficiência na quimioterapia (Quemener et al., 1992). A inibição da
biossíntese de poliaminas em tecidos cancerosos é uma meta a ser atingida por alguns
estudiosos europeus e americanos, envolvendo estudos de bloqueadores in vitro da
proliferação celular. Para este propósito, é essencial determinar o teor de poliaminas em
diferentes componentes da dieta para poder prevenir possíveis problemas de ingestão
em excesso de poliaminas, que possa vir ser prejudicial.
As poliaminas podem ocorrer na forma livre ou conjugada, com radicais como o
cafeil, cumaril, entre outros, sendo que o nível destas poliaminas em algumas plantas
pode exceder aquelas na forma livre. Acredita-se que 30% do total das poliaminas
encontradas nas plantas estão na forma conjugada. Em pH fisiológico as poliaminas
livres apresentam-se protonadas, atuando como carregador orgânico. Células em divisão
7
têm apresentado níveis mais elevados de poliaminas livres, quando comparadas com
células em expansão (Walden et al., 1997). As poliaminas na forma conjugada
apresentam-se ligadas a compostos fenólicos, substâncias com baixo peso molecular, ou
ainda macromoléculas (Galston & Kaur-Sawhney, 1990).
Outros compostos pouco pesquisados em alimentos consumidos na dieta são os
compostos fenólicos e seu estudo é importante, pela sua ação antioxidante (Kähkönen et
al., 1999). Diversos compostos fenólicos são encontrados nas plantas como derivados de
ácido cinâmico, cumarinas, ácidos orgânicos polifuncionais e flavonóides (Pratt &
Hudson, 1990). Pearson et al. (1999), demonstraram que os fenólicos presentes em suco
comercial e extrato fresco de maçãs (casca, polpa e fruta inteira) inibiram, in vitro, a
oxidação de LDL (proteína de baixa densidade) humana. A atividade antioxidante
apresentada por vários vegetais, incluindo frutos, folhas, sementes e plantas medicinas,
está correlacionada ao seu teor de compostos fenólicos totais (Velioglu et al., 1998).
Dentre os compostos fenólicos com propriedade antioxidante, destacam-se os
flavonóides que quimicamente, englobam as antocianinas e os flavonóis. As
antocianinas são pigmentos solúveis em água, amplamente difundidas no reino vegetal e
conferem as várias nuanças de cores entre laranja, vermelha e azul encontradas em
frutas, vegetais, flores, folhas e raízes (Francis, 1989). Os flavonóides são pigmentos de
cores branca ou amarela clara, encontrados nesses alimentos. Os últimos pigmentos
citados são importantes por atuarem na co-pigmentação das antocianinas (Bobbio &
Bobbio, 1995).
Nos últimos anos tem-se observado um interesse crescente no estudo da
atividade biológica de plantas que contém flavonóides. Neste sentido, vários trabalhos
têm sido realizados analisando a ação dos flavonóides na biologia das plantas,
bioquímica ecológica, quimiotaxonomia, tecnologia de alimentos e farmacologia.
Levando em consideração esses fatores, tornam-se relevantes os conhecimentos sobre as
fontes naturais de flavonóides. Os flavonóides por serem compostos fenólicos agem
como potentes antioxidantes e formam quelatos com os metais. Eles agem contra vírus,
bactérias, fungos e na alimentação, reprodução e desenvolvimento animal. Podem
também interferir na germinação de sementes e reprodução de mudas. Devido a
importância e potencialidade química dos flavonóides, evidencia-se a necessidade da
intensificação das investigações de diversos substratos de plantas que contenham essas
substâncias (Oliveira et al., 1999). Tais compostos parecem também estar em,
praticamente, qualquer interação da planta com o ambiente abiótico. Fatores abióticos
8
naturais como irradiação solar, luz UV, seca, nutrientes e estações do ano influenciam
no metabolismo e na produção desses compostos (Glyphis & Puttick, 1988).
Os fenóis vegetais são numerosos, estando representados em quase todas as
classes de metabólitos secundários (Smith, 1976). Na classificação de Waterman &
Mole (1994) são descritos fenóis simples (com um único anel aromático), metabólitos
mais complexos baseados no esqueleto C6C3, metabólitos com o esqueleto carbônico
C6C0-2C6, metabólitos com o esqueleto C6C3C6, quinonas, benzofenonas e
substâncias afins, alcalóides, terpenos e finalmente, fenóis mascarados. Os flavonóides
também são compostos fenólicos e têm sua estrutura baseada em 2-fenil-benzopirano
(C6C3C6), sendo representado por várias classes, de acordo com o grau de oxidação do
anel central (Harbone, 1973; Ikan, 1991).
Atualmente, existe uma tendência mundial em usar pigmentos naturais como
corantes para alimentos e entre eles destacam-se as antocianinas. Esse interesse é
também influenciado pelas observações promissoras de seu potencial benéfico à saúde
decorrente de sua ação antioxidante (Wang et al., 1997; Espín et al., 2000).
O consumo de vegetais somado a boas características nutricionais, isto é, que
apresentem grandes quantidades de certas substâncias químicas nobres, importantes
para o metabolismo normal das células deve estar aliado ao modo de cultivo,
principalmente a um modo de produção que tenha baixa quantidade de pesticidas.
Atualmente o consumidor é usualmente mais interessado no valor nutricional do
alimento do que em conveniência ou processamento e estocagem. É também orientado
para aspectos negativos como resíduos de pesticidas, presença de aditivos e gorduras em
excesso nos alimentos, entre outros (Lampkin, 1990).
A agricultura orgânica é um sistema de produção que busca a harmonia entre o
meio ambiente e a produção agrícola (Borguini et al., 2003) e de acordo com Penteado
(2000), para alcançar seus objetivos dispensa o uso de adubos e defensivos químicos
que podem causar desequilíbrios ecológicos ou que sejam, agressivos ao organismo
humano, se utilizados indiscriminadamente. É um sistema que adota normas para
produzir um alimento com suas características originais e que atenda as expectativas do
consumidor.
Diversos estudos mostram diferenças nos alimentos produzidos de forma
orgânica e convencional. Segundo Aubert (1981), a análise de hortaliças obtidas por
meio de produção biológica em comparação com as outras formas, revela um acréscimo
9
de 26% de matéria seca, 49 % de magnésio, 290% de ferro, 35 % de aminoácidos
essenciais e, inversamente, uma redução de 69% de nitrato.
Por outro lado, comparando-se trigo cultivado de modo orgânico e convencional,
foi demonstrado que o primeiro tem um menor conteúdo de proteínas. Tal fato, pode
condicionar prejuízos para as características de cocção da farinha de trigo, pois as
proteínas do trigo atuam de forma importante no comportamento reologico da massa
(FAO, 2000).
Além disso, nos últimos tempos, tem havido um grande incentivo para o
consumo de partes de vegetais geralmente descartadas durante o preparo de pratos, tais
como cascas, talos, entre outras, que podem conter grande quantidade de substâncias
importantes para o metabolismo humano e que são desperdiçadas, gerando um impacto
na natureza, que é o lixo. Assim, o uso racional dos alimentos é uma realidade,
mostrada para a população através de diversos programas sociais, tais como: Alimente-
se Bem, onde são fornecidas receitas baseadas em material vegetal descartado e que
apresentam bom valor nutricional.
Dessa forma, considerando que existem poucos estudos comparando o teor de
substâncias químicas entre alimentos cultivados de forma orgânica e convencional, este
estudo objetivou comparar os teores de lipídios, fibras, poliaminas, fenóis e flavonóides
presentes em partes geralmente descartadas de vegetais cultivados orgânica ou
convencionalmente, como subsídio à indicação de consumo de partes descartadas,
visando a utilização racional de alimentos.
3. Capítulo I
Comparação dos teores de poliaminas, fenóis e flavonóides em plantas cultivadas
de modo convencional e orgânico
1
Suraya Abdallah da Rocha
2
, Giuseppina Pace Pereira Lima
2
RESUMO
Este trabalho objetivou comparar os teores de poliaminas (putrescina, espermidina,
espermina), fenóis e flavonóides totais, em partes de plantas produzidas de forma orgânica
e convencional, geralmente descartadas no preparo de alimentos. Analisaram-se os teores
de poliaminas, fenóis e flavonóides em cascas (abóbora, banana, batata, berinjela, laranja,
limão, manga, maracujá, rabanete), folhas (abóbora, brócolis, cenoura, couve, mandioca,
rabanete e uva), talos (brócolis, couve e espinafre) e semente de abóbora. A maior parte das
análises mostraram uma tendência em apresentar teores mais elevado de poliaminas e
fenóis em plantas orgânicas, ao contrário do observado para os flavonóides, possivelmente
em função das práticas culturais adotadas durante o cultivo.
Palavras-chave: putrescina, espermidina, espermina, cascas, folhas, talo e semente.
1
Recebido para publicação em
2 Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Dep. Química e Bioquímica, CP 510, CEP 18618-000, Botucatu,
SP, E-mail: [email protected], surayaib@yahoo.com.br
ABSTRACT
COMPARISON OF POLYAMINES, PHENOLICS AND FLAVONOIDS
CONTENTS IN PLANTS FROM CONVENTIONAL AND ORGANIC
The objective of this work was to compare the contents of polyamines (putrescine,
spermidine and spermine), and soluble total phenolics and flavonoids in parts of plants
grown in organic and conventional cultures, commonly discharged in food preparation.
Contents of free polyamines, total phenolics and soluble total flavonoids in skin (squash,
banana, potato, eggplant, orange, lemon, mango, passion fruit, radish), leaves (squash,
broccoli, carrot, kale, cassava, radish and grape), stems (broccoli, kale and spinach) and
squash seeds were analyzed. Most of the analyzed vegetables presented higher content of
polyamines and total phenols in organic culture, opposite to what was observed for total
flavonoids, possibly due to the culture pratices.
Key words: putrescine, spermidine, spermine, skin, leaves, stem, seed.
1. INTRODUÇÃO
Uma parte crescente da população está dando preferência para produtos oriundos do
cultivo orgânico, devido principalmente, à ausência de contaminantes no modo de
produção (Pussemier et al., 2006). O crescimento de áreas rurais voltadas para a agricultura
orgânica tem aumentado no mundo. De acordo com o Stifung Okologie and Landbau 3),
aproximadamente 23 milhões de hectares são cultivados de forma orgânica. A América
Latina possui aproximadamente 4,7 milhões de hectares de cultivo orgânico ou não
convencional (incluindo biodinâmico), sendo 3,2 milhões de hectares somente na
Argentina (Yussefi e Willer, 2003).
Assim, o mercado está se voltando para o consumo de produtos orgânicos e
diversos estudos têm sido realizados sobre esse assunto, porém pouca atenção ainda é dada
para a qualidade dos alimentos. Muitas pesquisas revelam maior valor nutricional para os
alimentos orgânicos (Aubert, 1981; Woese et al., 1997; Siderer et al., 2005), os quais
também possuem menores teores de nitrato (Schuphan, 1974; Lairon, 1985; Siderer et al.,
2005) e melhor qualidade organoléptica (Borguini et al., 2003). Contudo, estes produtos
foram pouco avaliados quanto ao teor de outras substâncias importantes para o
metabolismo, tais como poliaminas e compostos fenólicos.
As poliaminas são moléculas que possuem dois ou mais grupos amina e incluem
principalmente putrescina, espermidina e espermina. Podem ser sintetizadas in situ ou
obtidas da dieta e dos microorganismos da flora intestinal (Bardócz et al., 1993; Bardócz et
al., 1996). A absorção de poliaminas pelas células intestinais tem sido sugerida como um
mecanismo regulador de suas concentrações endógenas (Bardócz et al., 1993; Seiler, 1998;
Eliassen et al., 2002). Acredita-se que as poliaminas estejam relacionadas com o
crescimento, agindo possivelmente na proliferação e diferenciação celular (Bardócz et al.,
1993; Bardócz et al., 1995; Bardócz et al., 1996), além de relacionarem-se intimamente
com o crescimento de tumores (Bardócz et al., 1993; Seiler, 1998; Eliassen et al., 2002).
Níveis significantes de poliaminas vêm da dieta (Bardócz et al., 1995) e em face da
importância destas substâncias para o desenvolvimento do câncer e também para o
crescimento, é de interesse geral que se proceda à análise de conteúdo destas nos alimentos
(Lima et al., 2006).
Poucos trabalhos têm sido realizados com a finalidade de se verificar o impacto de
forma de cultivo, orgânica ou convencional, no metabolismo secundário (Asami et al.,
2003). Diversos fatores interferem na qualidade dos alimentos, entre eles encontram-se os
compostos fenólicos, os quais têm sido amplamente estudados devido a sua influência na
qualidade dos alimentos. A presença destes compostos em plantas tem sido muito estudada
por apresentarem propriedades farmacológicas e antinutricionais e ainda, por inibirem a
oxidação de lipídios e a proliferação de fungos (Fernandez et al., 1998; Hollman e Katan,
1998).
Entre os compostos fenólicos, tem-se verificado interesse crescente no estudo da
atividade dos flavonóides, os quais desempenham importante papel na saúde humana. As
propriedades dos flavonóides são conhecidas nos processos antioxidativos,
antimicrobianos, antimutagênicos e anticarcinogênicos. Levando em consideração esses
fatores, tornam-se relevantes os estudos sobre as fontes naturais de flavonóides (Oliveira et
al., 1999).
É comum que as análises bioquímicas em vegetais sejam realizadas em polpa ou em
folhas; neste trabalho foram analisadas as partes geralmente descartadas pelo consumidor
no momento do preparo das refeições, como cascas, talos, folhas, face à intenção de
aproveitá-las como fonte nutricional, por fazer parte do projeto Alimente-se Bem,
realizado pelo SESI/SP (Serviço Social da Indústria, São Paulo).
O aproveitamento destas partes, que normalmente são descartadas, pode significar a
ingestão de substâncias essenciais para o metabolismo celular, assim, propôs-se a análise
de poliaminas (putrescina, espermidina e espermina), fenóis e flavonóides em cascas, talos
e folhas de plantas cultivadas de forma orgânica e convencional.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Foram analisadas partes de alimentos de origem vegetal, mais consumidos pela
população brasileira (Estado de São Paulo) e que são geralmente, descartados diariamente.
Amostras de cascas de abóbora paulistinha (Cucurbita pepo L.), banana nanica
(Musa sp sub-grupo Cavendish), batata inglesa (Solanum tuberosum L.), berinjela
(Solanum melongena L.), laranja ra (Citrus sinensis L. Osbeck), limão tahiti (Citrus
limon L.), manga (Mangifera indica L.), maracujá azedo (Passiflora edulis Sims.), rabanete
(Raphanus sativus L.), folhas de abóbora paulistinha (Cucurbita pepo L.), brócolis
(Brassica oleracea var. italica L.), cenoura (Daucus carota L.), couve manteiga (Brassica
oleracea var. acéfala L), mandioca amarela (Manihot esculenta Crantz), rabanete
(Raphanus sativus L.) e uva (Vitis vinifera L.) e talos de brócolis (Brassica oleracea var.
italica L.), couve manteiga (Brassica oleracea var. acéfala L.) e espinafre (Spinacia
oleracea L.) e semente de abóbora paulistinha (Cucurbita pepo L.), divididas em lotes,
contendo 4 repetições formada por três exemplares cada, foram adquiridas diretamente dos
produtores, oriundas de cultivo convencional e orgânico (Associação de Certificação
“Instituto Biodinâmico”, Botucatu, São Paulo), lavadas em água corrente com o auxílio de
uma escova e imersas em solução clorada (20 mL de hipoclorito de sódio para 1 litro de
água destilada, 2% de cloro ativo) por 15 minutos e então preparadas para as análises
propostas.
Para determinação de poliaminas e flavonóides as amostras foram congeladas em
nitrogênio líquido e armazenadas em freezer para análise posterior. Para fenóis totais, as
amostras foram secas em estufa de circulação forçada de ar a 60
o
C, até peso constante.
Todas as análises foram realizadas em triplicata.
Teor de Poliaminas - Amostras de cada alimento foram analisadas de acordo com o
método proposto por Flores e Galston (1982) e Lima et al. (1999), com modificações, como
segue. Material fresco foi homogeneizado por um minuto, em ácido perclórico gelado 5 %
(v/v), usando homogeneizador de alimentos. Após centrifugação por 20 minutos a 4
o
C, ao
sobrenadante foram adicionados cloreto de dansila e carbonato de sódio saturado. Após
uma hora a 60
o
C, foi adicionada prolina e a mistura foi mantida por 30 minutos no escuro,
à temperatura ambiente. Tolueno foi usado para extrair as poliaminas dansiladas e alíquotas
foram aplicadas em placas de cromatografia de camada delgada (placas de vidro recobertas
por sílica Gel 60G Merck (20 x 20 cm)} e submetidas à separação em cubas contendo
clorofórmio: trietilamina (10:1). Padrões de putrescina, espermidina e espermina foram
submetidos ao mesmo processo. Todo o procedimento foi acompanhado com luz UV (254
nm). As poliaminas foram quantificadas, por comparação com os padrões, também
aplicados nas placas, por espectroscopia de emissão de fluorescência (excitação em 350 nm
e medida de emissão em 495 nm), no Video Documentation System, utilizando o programa
Software Image Master, versão 2.0 da Amersham Pharmacia Biotech 1995, 1996. Os teores
de poliaminas livres foram expressos em µg g
-1
de matéria fresca.
Teor de Fenóis Totais - A análise foi realizada de acordo com o método
espectrofotométrico com o uso do reativo de Folin-Denis (Horwitz, 1995). Amostras de
material seco e moído foram pesadas e colocadas em tubos de centrífuga. Em cada tubo foi
adicionada acetona 70% em água destilada. Em seguida foram levados para banho
ultrassônico por 20 minutos e posteriormente centrifugados durante 10 minutos. O
sobrenadante foi colocado em frascos e mantido em gelo. Alíquotas foram transferidas para
tubos de ensaio e o volume completado com água destilada. Adicionou-se reagente Folin-
Denis e solução saturada de Na
2
CO
3
. Os tubos foram mantidos em repouso por 45 minutos
e a leitura realizada a seguir em A
725
nm. Os resultados foram expressos em µg fenóis g
-1
ms equivalente em ácido tânico
Teor de Flavonóides Totais - A análise foi realizada de acordo com o método
espectrofotométrico adaptado de Santos e Blatt (1998) e Awad et al. (2000). Amostras de
material fresco foram pesadas e em seguida maceradas em solução composta por metanol
70% e ácido acético a 10%. Posteriormente foram levados ao banho ultrassônico durante
30 minutos e após filtragem, centrifugados por 20 minutos a 12.500 x g. Ocorrida a
transferência do sobrenadante para tubos de ensaio foram acrescentados cloreto de
alumínio e o volume completado com ácido acético 10%, sendo em seguida agitados e
mantidos em repouso durante 30 minutos. A leitura da absorbância foi realizada a 425 nm e
os resultados expressos em µg flavonóides g
-1
massa fresca equivalente de rutina.
As amostras foram submetidas à análise de variância, com a utilização do programa
Minitab (versão 11).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Aparentemente, uma das razões primárias para o consumo de produtos orgânicos é
a percepção que são mais nutritivos quando comparados com aqueles cultivados de modo
convencional (Magkos et al., 2003), porém os estudos se concentram em análises de
vitaminas e minerais, não apresentando referências a algumas substâncias importantes para
a nutrição, tais como poliaminas e compostos fenólicos.
Poliaminas podem apresentar níveis alterados em vegetais, dependendo dos tratos
culturais (Bouchereau et al., 1999). Os teores de poliaminas encontrados neste trabalho
apresentaram variações em relação ao modo de cultivo (orgânico ou convencional), com
exceção de casca de manga, onde os níveis de poliaminas (putrescina, espermidina e
espermina) foram muito baixos (traço). Notou-se que em vegetais provenientes de cultivo
convencional, o teor de a putrescina (Tabela 1) foi maior apenas nas cascas de banana,
berinjela e rabanete, semente de abóbora e em folha de mandioca. Em folhas de abóbora,
não ocorreu diferença significativa. Nas demais amostras, o cultivo orgânico incrementou o
nível de putrescina.
A análise de espermidina mostrou maiores níveis apenas em casca de banana e
berinjela (Tabela 2) oriundas de cultivo convencional. Não ocorreu diferença significativa
entre essa triamina em casca de rabanete, semente de abóbora e folhas de mandioca e uva,
porém notou-se tendência de maiores concentrações no cultivo orgânico.
Para espermina (Tabela 3), verificou-se maiores concentrações nas cascas de
abóbora e banana, semente de abóbora e folha de mandioca, sendo que apenas folhas de
abóbora não apresentaram diferenças significativas entre os valores encontrados. Nesta
análise, assim como nas demais poliaminas estudadas, também pode ser observada a
tendência de maiores teores em vegetais cultivados de modo orgânico. Essa tendência pode
ser possivelmente atribuída ao fato dos vegetais cultivados de forma orgânica apresentarem
maiores veis de estresse, que geralmente, não recebem tratamento fitossanitário,
ficando mais suscetíveis ao ataque de patógenos e outros danos (Legaz et al., 1998).
Diversos trabalhos relatam o aumento dos níveis de poliaminas em reposta a
diferentes tipos de estresse (Flores e Galston, 1984; Walters, 2003). Possivelmente, estas
plantas estudadas tenham sofrido algum dano, seja por ataque de patógenos (Legaz et al.,
1998), seja por danos mecânicos e tenham mostrado maiores níveis dessas substancias.
A tendência observada de maiores níveis de poliaminas nos alimentos cultivados de
forma orgânica pode ser ainda atribuída à maior longevidade, uma afirmação popular muito
comum entre os consumidores. Geralmente, as poliaminas têm sido consideradas como
possíveis inibidoras da senescência e parecem diminuir durante a maturação de alguns
frutos, assim como a aplicação exógena pode atrasar a perda da clorofila em folhas de
Raphanus sativus L. (Altman, 1982). Por outro lado, em outros frutos como tomate e
cherimoya, ocorreu aumento destas substâncias, sugerindo que as mudanças nas poliaminas
após a colheita dependem da espécie (Escribano e Merodio, 1994).
Níveis altos de poliaminas podem ser prejudiciais para a saúde humana em alguns
casos, como certos tipos de câncer, pois sabe-se que são substâncias relacionadas com
crescimento de tumores (Thomas e Thomas, 2003). As poliaminas podem ser absorvidas e
distribuídas através do corpo e então utilizadas durante o crescimento celular em órgãos e
tecidos (Milovic, 2001), sendo que uma das poliaminas mais abundantes no corpo humano
é a putrescina, que pode ser metabolizada em espermidina e espermina (Kalac e Krausová,
2005).
A literatura apresenta diversos trabalhos sobre teores de poliaminas em frutos e
hortaliças e a putrescina parece ser a mais comum e a encontrada em maior quantidade
entre as mais estudadas (Eliassen et al., 2002; Lima et al., 2006). Para a dieta, Bardócz et
al. (1995) afirmam que todos os alimentos contribuem de forma similar para os teores de
espermidina, sendo que os maiores níveis encontram-se nas folhosas e hortaliças verdes,
observou-se que a putrescina é encontrada em maior teor e a mais comum em frutos e
hortaliças não verdes. Resultados diferentes são encontrados na análise das poliaminas
neste trabalho.
Bardócz et al. (1995) afirmam que mais de 80 % da putrescina ingerida pode ser
convertida em outras poliaminas e outros metabólitos, tais como aminoácidos e para
espermidina e espermina cerca de 70 a 80 % da dose ingerida permaneceu na forma
original. As amplas variações observadas nos teores de poliaminas neste trabalho induzem
a afirmar que devem ser tomados cuidados no preparo de dietas para pessoas portadoras de
certas doenças, já que essas substâncias estão relacionadas com a potencialização do
crescimento de tumores (Quemener et al., 1994) e estudos mais aprofundados com vegetais
cultivados, sejam da forma orgânica ou convencional, devem ser realizados no Brasil.
Verificou-se maior teor de fenóis totais medidos como mg equivalente de ácido
tânico . g
-1
matéria fresca, em casca de abóbora, banana e manga, semente de abóbora,
folhas de mandioca e de uva cultivados de modo orgânico, enquanto que na casca de
berinjela, folhas de brócolis e rabanete e nos talos oriundos de cultivo convencional, os
valores foram maiores. Nos demais alimentos analisados, não ocorreram diferenças
significativas, porém observou-se tendência dos alimentos produzidos de forma orgânica
apresentarem maiores teores de fenóis totais (Tabela 5).
Em relação aos teores de flavonóides totais (Tabela 4), algumas espécies não
mostram diferenças significativas entre os modos de cultivo estudados, tais como casca de
abóbora, berinjela, laranja e maracujá, folha de rabanete e talos de brócolis e couve.
Apenas casca de banana, folha de cenoura e de uva, cultivadas de modo orgânico
apresentaram maiores teores de flavonóides.
Flavonóides, tais como quercetina e kaempferol, são compostos fenólicos que
podem ser sintetizados pelas plantas em resposta ao ataque de patógenos (Dixon e Paiva,
1995) e o nível de compostos fenólicos em vegetais depende do estágio de maturidade,
variedade, armazenamento e fatores genéticos, entre outros (Nicolas et al., 1994) e podem
se apresentar em diferentes níveis na mesma planta (Pietta, 2000). Neste trabalho, são
encontradas variações entre as espécies estudadas, mas nota-se que poucas apresentaram
maiores teores de flavonóides em cultivo orgânico. Mitchell e Chassy (2006) relatam que
encontraram maior teor de quercetina em duas variedades de tomate cultivadas de forma
orgânica. Resultados semelhantes são descritos por Ren et al. (2001) em espinafre, cebola e
abóbora, onde os autores encontraram tendência de maiores teores de flavonóides em
espécies cultivadas de forma orgânica. Alguns trabalhos também relatam diferenças em
compostos fenólicos, entre as práticas agrícolas usadas em algumas espécies (Asami et al.,
2003).
Os resultados encontrados neste trabalho mostram que ocorreram variações entre os
alimentos analisados, tanto em relação ao teor de fenóis totais, como de flavonóides, que
podem ter sido influenciados não pelas condições de cultivo (orgânico e convencional),
mas também pelo fato dos alimentos terem sido adquiridos simulando o consumidor, isto é,
com maturidade fisiológica ideal para o consumo. Estudos mostram que a composição de
compostos fenólicos em pêssego, pêras e maçãs apresentam diferenças quanto à maturidade
comercial (Lee et al., 1990; Nicolas et al., 1994; Amiot et al., 1995).
Os dados do presente trabalho demonstram a tendência de maior teor de fenóis
totais em cultivo orgânico, corroborando hipótese (Daniel et al., 1999; Carbonaro e
Mattera, 2001; Asami et al., 2003), isto é, de que alimentos orgânicos apresentam maiores
teores de fenóis endógenos devido ao modo de cultivo, com baixa quantidade ou mesmo
isento de pesticidas, prática comum na agricultura convencional, que em muitas plantas,
o uso de pesticidas e fertilizantes tem sido o responsável pela significante diminuição de
fenóis em maçãs (Lea e Beech, 1978; Nicolas et al., 1994). Por outro lado, Hakkinen e
Torronen (2000) relataram que o cultivo orgânico não mostrou efeito positivo nos níveis de
compostos fenólicos em morangos.
Esses dados encontrados, de maiores teores de fenóis em quase todos os vegetais
analisados e sua possível relação com um estresse na planta, poderia confirmar os dados
encontrados para poliaminas nestas plantas, possíveis indicadoras de estresse.
Frutos e vegetais são fontes de compostos fenólicos antioxidantes para o homem.
Estudos epidemiológicos indicam que há uma correlação inversa entre o consumo de certos
vegetais e doenças, como câncer, problemas cardiovasculares, diabetes e envelhecimento
precoce (Hollman et al., 1996). Os compostos fenólicos antioxidantes, principalmente
flavonóides, neutralizam as espécies reativas de oxigênio (ROS), antes de causarem danos
às células e o modo de cultivo pode interferir no teor desses compostos (Mitchell e Chassy,
2006), porém poucos estudos têm sido realizados sobre essas diferenças. Knekt (1997)
encontraram relação inversa entre o consumo de flavonóides na dieta e o desenvolvimento
de tumores. Assim, o consumo de alimentos isentos de pesticidas e que contenham maior
teor de compostos antioxidantes seria recomendável.
4. CONCLUSÕES
Os resultados mostraram que a maior parte dos vegetais analisados apresentou tendência de
teores mais elevados de poliaminas e fenóis totais em alimentos oriundos do cultivo
orgânico, ao contrário do observado para os flavonóides totais.
5. AGRADECIMENTOS
As autoras agradecem ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico), pela concessão de bolsa de Mestrado para a primeira autora.
REFERÊNCIAS
ALTMAN, A. Retardation of radish leaf senescence by polyamines. Physiologia
Plantarum, v.54, p.189-193, 1982.
AMIOT, M.J.; TACCHINI, M.; AUBERT, S.; NICOLAS, J. Phenolic composition and
browning susceptibility of various apple cultivars at maturity. Journal of Food Science,
v.7, p.958-962, 1992.
AUBERT, C. Palestra. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE AGRICULTURA
ALTERNATIVA 1, Curitiba, 1981. Anais. Curitiba: Federação dos Engenheiros
Agrônomos do Brasil/Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná, p.161-190,
1981.
ASAMI, D.K.; HONG, Y-J.; BARRETT, D.M.; MITCHELL, A.E. Comparison of the total
phenolics and ascorbic acid content of freeze-dried and air-dried marionberry, strawberry,
and corn grown using conventional, organic, and sustainable agricultural practices. Journal
of Agriculture and Food Chemistry, v.51, p.1237-1241, 2003.
AWAD, A.M.; JAGER, A. de; WESTING, L.M. van. Flavonoid and chlorogenic acid
levels in apple fruit: characterization of variation. Scientia Horticulturae, v.83, p.249-263,
2000.
BARDÓCZ, S.; WHITE, A.; GRANT, G.; BROWN, D.S.; DUGUID, T.J.; PUSZTAI, A.
Effects of dietary polyamines and clofibrate on metabolism of polyamines in rats. Journal
of Nutritional Biochemistry, v.10, p.700-708, 1996.
BARDÓCZ, S; DUGUID, T.J.; BROWN, D.S.; GRANT, G.; PUSZTAI, A.; RALPH, A.
The importance of dietary polyamines in cell regeneration and growth. British Journal of
Nutrition, v.73, p.819-828, 1995.
BARDÓCZ, S.; GRANT, G.; BROWN, D.S.; RALPH, A.; PUSZTAI, A. Polyamines in
food - implications for growth and health. Journal of Nutritional Biochemistry, v.4, p.66-
71, 1993.
BORGUINI, R.G.; OETTERER, M.; DILVA, M.V. Qualidade nutricional de hortaliças
orgânicas. Boletim da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.37,
n.1, p.28-35, 2003.
BOUCHEREAU, A.; AZIZ, A.; LARHER, F.; MARTIN-TANGUY, J. Polyamines and
environmental challenges: recent development. Plant Science, v.140, p.103-125, 1999.
CARBONARO, M.; MATTERA, M. Polyphenoloxidase activity and polyphenol levels
inorganically and conventionally grown peach (Prunus persica L., cv. Regina Bianca) and
pear (Pyrus communis L., cv. Williams). Food Chemistry, v.72, p.419-424, 2001.
DANIEL, O.; MEIER, M.S.; SCHLATTER, J.; FRISCHKNECHT, P. Select phenolic
compounds in cultivated plants: ecologic functions, health implications, and modulation by
pesticides. Environmental and Health Perspectives, v.107, p.10114, 1999.
DIXON, R.A.; PAIVA, N.L. Stress-induced phenylpropanoid metabolism. Plant Cell, v.7,
p.1085-197, 1995.
ELIASSEN, K.A.; REISTAD, R.; RISOEN, U.; RONNING. Dietary polyamines. Food
Chemistry, v.78, p.273-280, 2002.
ESCRIBANO, M.I.; MERODIO, C. The relevance of polyamine levels in cherimoya
(annona cherimola Mill.) fruit ripening. Plant Physiology, v.143, p.207-212, 1994.
FERNANDEZ, M.A.; SAENZ, M.T.; GARCIA, M.D. Antiinflamatory activity in rats and
mice of phenolic acids isolated from Scrophularia frutescens. Journal of Pharmacy and
Pharmacology, v.50, n.10, p.1183-1186, 1998.
FLORES, H.E.; GALSTON. A.W. Analysis of polyamines in higher plants by high
performance liquid chromatography. Plant Physiology, v. 69, p.701-706, 1982.
FLORES, H. E.; GALSTON, A. W. Osmotic stress-induced polyamine accumulation in
cereal leaves. II. Relation to amino acid pools. Plant Physiology, v. 75, p. 110-113, 1984.
HAKKINEN, S.H.; TORRONEN, A.R. Content of flavonols and selected phenolic acids in
strawberries and Vaccinium species: influence of cultivar, cultivation site and technique.
Food Research International, v.33, p.517-524, 2000.
HOLLMAN, P.C.; KATAN, M.B. Bioavailability and health effects of dietary flavonoids
in man. Archives of Toxicology Supplement, v.20, p.237-248, 1998.
HOLLMAN, P.C.; HERTOG, M.G.; KATAN, M.B. Role of dietary flavonoids in
protection against cancer and coronary heart disease. Biochemical Society Transactions,
v.24, p.785-789, 1996.
HORWITZ, H. Official method of analysis of the association of official agricultural
chemists. 8 ed. As. Agricultural Chemistry, Washington, p.144, 1995.
KALAC, P.; KRAUSOVÁ, P. A review of dietary polyamines: Formation, implications for
growth and health and occurrence in foods. Food Chemistry, v.90, p.219-230, 2005.
KNEKT, P.; KUMPULAINEN, J.; JARVINEN, R. Flavonoid intake and risk of chronic
disease. The American Journal of Clinical Nutrition, v.76, p.560-569, 2002.
LAIRON, D. Efecto de las fertilizaciones orgánicas y minerales sobre el valor nutritivo de
las producciones agrícolas. In: Congreso Científico Europeo de Agricultura Biológica,
Madrid, 1985. Ponencias y Comunicaciones Madrid: IFOAM/ Asociación Vida Sano,
1985. p.252-271.
LEA, A.G.H.; BEECH, F.W. The phenolic of ciders: effect of cultured conditions. Journal
of the Science of Food and Agriculture, v.29, p.493-496, 1978.
LEE, C.Y.; KAGAN, V.; JAWORSKI, A.W.; BROWN, S.K. Enzymatic browning in
relation to phenolic compounds and polyphenoloxidase activity among various peach
cultivars. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v.38, p.99-101, 1990.
LEGAZ, M.E.; ARMAS, R.de; PINON, D.; VICENTE, C. Relationships between
phenolics-conjugated polyamines and sensitivity of sugarcane to smut (Ustilago
scitaminea). Journal of Experimental Botany, v.49, p.1723-1728, 1998.
LIMA, G.P.P, BRASIL, O.G.; OLIVEIRA, A.M. Poliaminas e atividade da peroxidase em
feijão (Phaseolus vulgaris L.) cultivado sob estresse salino. Scientia Agrícola, v.56, n.1,
p.21-26, 1999.
LIMA, G.P.P.; ROCHA, S.A.; TAKAKI, M.; RAMOS, P.R.R. Teores de poliaminas em
alguns alimentos da dieta básica do povo brasileiro. Ciência Rural, v.34, n.4, 2006.
MAGKOS, F.; ARVANITI, F.; ZAMPELAS, A. Organic food: nutritious food or food for
though. A review of evidence. Journal of Food Sciences and Nutrition, v.54, p.357-371,
2003.
MILOVIC, V. Polyamines in the gut lumen: Bioavailability and biodistribution. European
Journal of Gastroenterology and Hepatology, v.13, p.1021-1025, 2001.
MITCHELL, A.E.; CHASSY, A.W. Antioxidants and the nutritional quality of organic
agriculture. Communiqué, Inc. http://mitchell.ucdavis.edu/Is%20Organic%20Better.pdf.
Consultado em março de 2006.
NICOLAS, J.J.; RICHARD-FORGET, F.C.; GOUPY, P.M.; AMIOT, M.J.; AUBERT, S.
Enzymatic browning reactions in apple and apple products. Critical Reviews in Food
Science and Nutrition, v.34, p.109-157, 1994.
OLIVEIRA, M.C.C.; CARVALHO, M.G.; FERREIRA, D.T.; FILHO, R.B. Flavonóides
das folhas de Stiffitia chrysantha Mikan. Química Nova, v.22, n.2, 1999.
PIETTA, P.G. Flavonoids as antioxidants. Journal of Natural Products, v.63, p.1035-
1042, 2000.
PUSSEMIER, L.; LARONDELLE, Y.; PETEGHEM, C.V.; HUYGHEBAERT, A.
Chemical safety of conventionally and organically produced foodstuffs: A tentative
comparison under Belgian conditions. Food Control, v.17, p.14-21, 2006.
QUEMENER, V.; BLANCHARD, Y.; CHAMAILLARD, L.; HAVOUIS, R.; CIPOLLA,
B.; MOULINOUX, J.P. Polyamine deprivation: a new tool in cancer treatment. Anticancer
Research, v.14, p.443-448, 1994.
REN, H.; BAO, H.; ENDO, H.; HAYASHI, T. Antioxidative and antimicrobial activities
and flavonoids contents of organically cultivated vegetables. Nippon Shokuhin Kagaku
Kagaku Kaushi, v.48, p.246-252, 2001.
SANTOS, M.D.; BLATT, C.T.T. Teor de flavonóides e fenóis totais em folhas de
Pyrostegia venusta Miers. de mata e cerrado. Revista Brasileira de Botânica, v.21, n.2,
p.135-140,1998.
SCHUPHAN, W. Nutritional value of crops as influenced by organic and inorganic
fertilizes treatments. Qualitas Plantarum, v.13, n.4, p.333-358, 1974.
SEILER, N.; ATANOSSOV, C.L.; RAUL, F. Polyamine metabolism as target fir cancer
chemoprevention (review). International Journal of Oncology, v.13, p.993-1006, 1998.
SIDERER, Y.; MAQUET, A.; ANKLAM, E. Need for research to support consumer
confidence in the growing organic food market. Trends in Food Science e Technology,
v.16, p.332-343, 2005.
THOMAS, T.; THOMAS, T.J. Polyamine metabolism and cancer. Journal of Cellular
and Molecular Medicine, v.7, p.113-126, 2003.
WALTERS, D. Polyamines and environmental challenges: recent development. New
Phytologist, v.159, p.109-115, 2003.
WOESE, K.; LANGE, D.; BOESS, C.; BOGL, K.W. A comparison of organically and
conventionally grown foods - Results of a review of the relevant literature. Journal
Science Food Agriculture, v.74, p.281-293, 1997.
YUSSEFI, M.; WILLER, H. The world of organic agriculture statistics and future prospect,
2003. www.soel.de/inhalte/publikationen/s/s.74.
Tabela 1. Putrescina (µg g
-1
de matéria fresca) em vegetais cultivados em sistemas de
produção convencional e orgânico.
Vegetais Convencional Orgânico
Casca de abóbora
95,88 ± 24,81 b
213,11 a
Casca de banana
665,92 ± 5,19 a 570,64 ± 13,20 b
Casca de batata
327,11 ± 0,71 b 407,61 ± 45,90 a
Casca de berinjela
416,40 ± 221,80 a 275,50 ± 20,30 b
Casca de laranja
493 ± 40 b 8795 ± 1167 a
Casca de limão
88,78 ± 27,86 b 590,25 ±69,13 a
Casca de manga nd
268,15 ± 31,42
Casca de maracujá 411,40 b
1508,70 ± 63,90 a
Casca de rabanete
348,60 ± 22,19 a 238,76 ± 17,10 b
Semente de abóbora
169,39 ± 37,67 a 64,11 ± 15,12 b
Folha de abóbora
301,58 ± 55,99 ns 381,50 ± 45,51 ns
Folha de brócolis
485,90 ± 124,20 b
1917,20 a
Folha de cenoura
122,50 ±18,82 b 240,50 ± 55,04 a
Folha de couve
187,06 ± 45,12 b 597,49 ± 49,76 a
Folha de mandioca
349,82 ± 64,65 a 195,18 ± 18,31 b
Folha de rabanete
276,66 ± 45,70 b 616,69 ± 9,84 a
Folha de uva
539,55 ± 9,47 b 684,96 ± 9,39 a
Talo de brócolis 293,60b
1026 ± 250,90 a
Talo de couve
123,67 ± 15,27 b 421,43 ± 27,03 a
Talo de espinafre 82,07 b
354,45 ± 8,21 a
Letras minúsculas diferentes, nas linhas, indicam diferença significativa (P<0,05) entre as médias
nd – não determinado (traços) e ns-não significativo.
Tabela 2. Espermidina (µg g
-1
de matéria fresca) em vegetais cultivados em sistemas de
produção convencional e orgânico.
Partes de vegetais Convencional Orgânico
Casca de abóbora
374,58 ± 73,89 n.s.
435,51 n.s.
Casca de banana
961,70 ± 442,30 a 332,80 ± 3,70 b
Casca de batata
556,10 ± 79,10 b 828,90 ± 151,20 a
Casca de berinjela
600,20 ± 146,10 ns 447,40 ± 72,60 ns
Casca de laranja
254,3 ± 77,6 b 1289,8 ± 294,2 a
Casca de limão
117,37 ± 8,97 b 750,07 ± 53,98 a
Casca de manga nd
467,22 ± 32,70
Casca de maracujá 874,9 b
2442,2 ± 169,10 a
Casca de rabanete
512 ± 71,27 ns 515,53 ± 120,50 ns
Semente de abóbora
364,69 ± 116,32 ns 314,36 ± 55,76 ns
Folha de abóbora
834,90 ± 140,40 b 1070,20 ± 1,70 a
Folha de brócolis
358,70 ± 57,90 b
1657,50 a
Folha de cenoura
257,0 ± 34,60 b 528,90 ± 215,60 a
Folha de couve
201,70 ± 15,40 b 966,60 ± 59,70 a
Folha de mandioca
485,70 ± 221,60 ns 466,30 ± 54,80 ns
Folha de rabanete
397,0 ± 54,90 b 939,50 ± 45,70 a
Folha de uva
899,10 ± 43,80 ns 968,30 ± 51,40 ns
Talo de brócolis 613,42 b
793,34 ± 30,25 a
Talo de couve
128,47 ± 9,27 b 669,19 ± 8,70 a
Talo de espinafre 97,52 b
616,54 ± 90,03 a
Letras minúsculas diferentes, nas linhas, indicam diferença significativa (P<0,05) entre as
médias. nd – não determinado (traços). ns – não signficativo.
Tabela 3. Espermina (µg g
-1
de matéria fresca) em vegetais cultivados em sistemas de
produção convencional e orgânico.
Partes de vegetais Convencional Orgânico
Casca de abóbora
1000,20 ± 246,50 a
383,50 b
Casca de banana
1966,50 ± 249,90 a 1274,60 ± 4,50 b
Casca de batata
593,40 ± 10,30 b 1149,70 ±18,50 a
Casca de berinjela
545,29 ± 11,79 ns 557,08 ± 13,92 ns
Casca de laranja
130 ± 29 b 5804 ± 1422 a
Casca de limão
131,40 ± 1,60 b 946,70 ± 50,60 a
Casca de manga nd
614,35 ± 106,40
Casca de maracujá 676
3596 ± 1562 a
Casca de rabanete
594,50 ± 71,60 b 751,6 ± 186,30a
Semente de abóbora
268,97 ± 63,53 a 165,65 ± 68,24 b
Folha de abóbora
579,93 ± 15,20 b 749,37 ± 7,26 a
Folha de brócolis
289,20 ± 48,70 b
4541,80 a
Folha de cenoura
235,84 ± 16,65 b 495,60 ± 119,74 a
Folha de couve
85,80± 38,50 b 1209,40 ± 168,30 a
Folha de mandioca
616,60 ± 218 a 288,70 ± 61,60 b
Folha de rabanete
508,30 ± 7,70 b 1288,30 ± 99,50 a
Folha de uva
1204,70 ± 122,30 b 1999,10 ± 299,30 a
Talo de brócolis 676,50b
2156,80 ± 506,40 a
Talo de couve
143,49 ± 50,23 b 813,99 ± 7,25 a
Talo de espinafre 70,84 b
798,68 ± 84,87 a
Letras minúsculas diferentes, nas linhas, indicam diferença significativa (P<0,05) entre as
médias. nd – não determinado (traços). ns – não significativo.
.
Tabela 4. Flavonóides (µg flavonóides (rutina) g
-1
massa fresca) em vegetais cultivados em
sistemas de produção convencional e orgânico.
Partes de vegetais Convencional Orgânico
Casca de abóbora
1,26 ± 0,13 ns 1,40 ± 0,26 ns
Casca de banana
0,04 ± 0,07 b 0,63± 0,05 a
Casca de batata
0,47 ± 0,08 a 0,25 ± 0,007 b
Casca de berinjela
2,55 ± 0,79 ns 2,66 ± 0,32 ns
Casca de laranja
11,43 ± 1,29 ns 11,38 ± 1,18 ns
Casca de limão
13,86 ± 0,47 a 6,62 ± 0,57 b
Casca de manga
6,11 ± 0,79 a 3,28 ± 0,18 b
Casca de maracujá
0,10 ± 0,18 n.s 0,33 ± 0,05 n.s
Casca de rabanete
4,38 ± 0,23 a 1,87 ± 0,98 b
Semente de abóbora
6,51 ± 1,15 a 2,43 ± 0,29 b
Folha de abóbora
4,72 ± 0,37 a 3,20 ± 0,63 b
Folha de brócolis
6,51 ± 1,15 a 3,98 ± 0,82 b
Folha de cenoura
3,00 ± 0,29 b 6,24 ± 0,26 a
Folha de couve
7,36 ± 1,07 a 1,63 ± 0,58 b
Folha de mandioca
10,29 ± 0,87 b 11,78 ± 0,15 a
Folha de rabanete
6,37 ± 0,91 ns 5,41 ± 0,49 ns
Folha de uva
5,22 ± 0,19 b 10,96 ± 0,48 a
Talo de brócolis
2,71 ± 0,23 ns 1,63 ± 0,72 ns
Talo de couve
0,30 ± 0,14 ns 0,17 ± 0,04 ns
Talo de espinafre
1,65 ± 0,36 a 0,56 ± 0,08 b
Letras minúsculas diferentes, nas linhas, indicam diferença significativa (P<0,05) entre as
médias. ns – não signficativo.
Tabela 5. Fenóis totais (µg fenóis (ácido tânico) g
-1
masa seca) em vegetais cultivados em
sistemas de produção convencional e orgânico.
Partes de vegetais Convencional Orgânico
Casca de abóbora
12,65 ± 0,55 b 18,67 ± 2,87 a
Casca de banana
33,15 ± 5,69 b 60,89 ± 4,24 a
Casca de batata
42,57 ± 5,56 ns 48,42 ± 8,44 ns
Casca de berinjela
63,17 ± 1,23 a 50,83 ± 6,68 b
Casca de laranja
51,71±10,17 ns 47,73 ± 3,52 ns
Casca de limão
55,79 ± 7,27 ns 61,88 ± 2,00 ns
Casca de manga
58,15 ± 1,32 b 62,80 ± 0,62 a
Casca de maracujá
48,92 ± 3,77 46,44 ± 11,85
Casca de rabanete
54,74 ± 9,45 ns 62,87 ± 2,10 ns
Semente de abóbora
9,32 ± 0,75 b 35,7 0± 3,65 a
Folha de abóbora
47,34 ± 4,06 ns 52,05 ± 8,77 ns
Folha de brócolis
55,17± 9,25 a 36,98 ± 3,01 b
Folha de cenoura
49,58 ± 13,92 ns 63,47 ± 1,61 ns
Folha de couve
52,76 ± 6,62 ns 60,22 ± 4,58 ns
Folha de mandioca
36,50 ± 5,71 b 62,91 ± 1,83 a
Folha de rabanete
48,72 ± 4,76 a 29,62 ± 8,00 b
Folha de uva
40,12 ± 1,29b 52,70 ± 9,36 a
Talo de brócolis
61,92 ± 3,36 a 50,57 ± 70,77 b
Talo de couve
52,76 ± 6,62 ns 42,31 ± 2,97 ns
Talo de espinafre
56,93 ± 3,87 ns 57,32 ± 6,37 ns
Letras minúsculas diferentes, nas linhas, indicam diferença significativa (P<0,05) entre as
médias. ns – não signficativo.
4. CAPÍTULO II
Fibras e Lipídios em Vegetais Cultivados em Sistema Orgânico e
Convencional
Suraya A. da Rocha
1
; Giuseppina Pace Pereira Lima
1
RESUMO
O objetivo desse trabalho foi determinar e comparar o teor de fibras e
lipídios em vegetais comumente consumidos pela população brasileira,
cultivados de forma convencional e orgânica. Foram utilizadas amostras do
cultivo convencional e orgânico certificado, da região de Botucatu, SP. Para as
análises, as amostras passaram por um processo asséptico de solução
clorada, seguido de secagem em estufa a 60
o
C e moídas. Sementes de
abóbora e talos de brócolis cultivados de forma convencional apresentaram
maiores teores de fibras. Cascas de banana e laranja orgânicos apresentaram
maiores teores de lipídios. Já as cascas de limão e rabanete, folhas de brócolis
e mandioca e talos de couve, brócolis e espinafre não apresentaram dados que
mostrassem diferenças significativas entre si quanto aos teores de lipídios.
Grande parte dos alimentos geralmente descartados pelos consumidores é
desperdiçada quanto ao seu valor nutricional.
PALAVRAS-CHAVE: casca, talos, folhas, semente
1
Departamento de Química e Bioquímica, Instituto de Biociências (IB), Universidade Estadual Paulista (UNESP), Caixa Postal 510, Cep 18618-000 Botucatu-
SP. E-mail: [email protected].br
Fibers and Lipids Content in Vegetables from Organic and Conventional
Cultures
SUMMARY
This work aimed at determining and comparing fibers and lipids contents in
vegetables grown in conventional and organic cultures consumed by the
Brazilian population. Samples from conventional and certified organic cultures
of Botucatu, SP region were used. For the analysis, the samples received an
aseptic process of chloride solution, were dried in oven at 60
o
C and then
ground. Squash seeds and broccoli stems from conventional culture presented
higher fiber content. Organics bananas and oranges skin had higher lipids
content. Lemon and radish skin, broccoli and cassava leaves and kale, broccoli
and spinach stems presented data showing no significant differences for lipid
content. A great deal of food usually discharged by consumers is lost as for
their nutritional value.
KEY WORDS: skin, stem, leaves, seeds.
1. INTRODUÇÃO
Os resíduos produzidos durante o processamento industrial dos
vegetais, especialmente as cascas, as folhas e os talos poderiam ter uma
finalidade mais benéfica ao homem e ao meio ambiente na medida que sejam
utilizados na alimentação humana. É fundamental que desde logo haja uma
1
preocupação com o tipo de resíduo que será utilizado, que muitos vegetais
são cultivados de modo convencional, recebendo doses grandes de pesticidas
que podem se acumular na casca, contrariamente ao que ocorre com aqueles
produzidos de forma orgânica. Assim, o aproveitamento dos resíduos deve ser
feito conscientemente, pois a fonte de alimento alternativa pode estar
contaminada (SIDERER et al., 2005). MAGKOS et al. (2003) referiram-se à
falta de estudos comparativos sobre a qualidade nutricional entre alimentos
orgânicos e convencionais, os quais poderiam dar ao consumidor uma maior
segurança na aquisição dos produtos.
Muitos frutos e hortaliças que são processados para a fabricação de
sucos naturais, sucos concentrados, doces em conserva, polpas e extratos
(KOBORI; JORGE, 2005) produzem resíduos que poderiam ser utilizados como
fonte de alimento alternativo. Estes resíduos possuem qualidades nutricionais
importantes para a saúde humana e ao descartá-los são perdidas vitaminas,
minerais, proteínas, fibras, lipídios, entre outros.
Fibras o combinações de substâncias químicas de composição e
estrutura distintas de polissacarídeos não amiláceos, tais como celulose,
hemicelulose e lignina (CUMMINGS, 1991; HEREDIA et al., 2002). São
espécies biologicamente não ativas como vitaminas ou minerais, mas são
fundamentais para diversos processos metabólicos humanos (NAWIRSKA;
KWASNIEWSKA, 2005).
Dietas contendo altos teores de fibras estão associadas com a
prevenção, redução e tratamento de algumas doenças, tais como diverticulite e
doenças coronárias (GORINSTEIN et al., 2001; VILLANUEVA-SUAREZ et al.,
2003). As fibras exercem poder tampão e se ligam aos excessos de ácido
clorídrico do estômago, aumentam o bolo fecal e estimulam os movimentos
peristálticos do intestino, assim como fornecem meio favorável ao crescimento
da flora intestinal (VELDMAN et al., 1997; JIMÉNEZ-ESCRIG; SÁNCHEZ-
MUNIZ, 2000). Tanto a hemicelulose como a pectina, assim como a celulose e
lignina, o hábeis por se ligarem a metais pesados (SANGNARK;
NOOMHORM, 2003).
Os lipídios são moléculas altamente energéticas e geralmente,
aparecem em quantidades baixas em frutos e hortaliças. Os maiores teores
são encontrados em sementes, principalmente nas oleaginosas (SOMERVILLE
et al., 2000).
Encontrados em tecidos vegetais e animais são insolúveis em água e
solúveis em solventes orgânicos. Atuam no organismo como portadores de
elétrons, transportadores de substâncias nas reações enzimáticas, compõem
as membranas biológicas e servem como reserva energética (MCDONALD et
al., 1999).
Assim, o objetivo deste trabalho foi o de analisar e comparar o teor de
fibras e lipídios presentes nas partes geralmente descartadas dos vegetais
comumente consumidos pela população brasileira, cultivados de
forma
convencional e orgânica.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Foram analisadas partes de vegetais, mais consumidos pela população
brasileira (Estado de São Paulo) e que o geralmente, descartados
diariamente.
Amostras de cascas de abóbora paulistinha (Cucurbita sp), banana
nanica (Musa paradisiaca), batata inglesa (Solanum tuberosum L.), berinjela
(Solanum melongena), laranja pêra (Citrus aurantium), limão tahiti (Citrus
limon), manga (Mangifera indica), maracujá azedo (Passiflora incamata L.),
rabanete (Raphanus sativus L.), folhas de abóbora paulistinha (Cucurbita pepo
L.), brócolis (Brassica oleracea L.), cenoura (Daucus carota L.), couve
manteiga (Brassica oleracea L), mandioca amarela (Manihot esculenta Crantz),
rabanete (Raphanus sativus L.) e uva (Vitis vinifera L.) e talos de brócolis
(Brassica oleracea L.), couve manteiga (Brassica oleracea L) e espinafre
(Spinacia oleracea) e semente de abóbora paulistinha (Cucurbita pepo L.) do
cultivo convencional e orgânico certificado, da região de Botucatu, SP),
adquiridas de fornecedores idôneos, foram lavadas em água corrente com o
auxílio de uma escova e depois imersas em solução clorada (20 mL de
hipoclorito de sódio para 1 litro de água destilada, 2% de cloro ativo) por 15
minutos. Após a assepsia, as amostras foram levadas para estufa de circulação
forçada de ar (60
o
C) até peso constante, moídas (moinho tipo Wiley) e então
preparadas para as análises dos teores de fibras e lipídios.
Para as determinações utilizaram-se três repetições e cada amostra foi
analisada em triplicata.
As fibras foram analisadas submetendo as amostras, previamente
pesadas, à digestão ácida, com solução de ácido sulfúrico de 1,25 %, seguida
por digestão alcalina com hidróxido de sódio 1,25 % (IAL, 1985).
Os lipídios foram analisados de acordo com o método proposto por
BLIGHT; DYER, 1959. Em amostras previamente pesadas adicionou-se
clorofórmio, metanol e água destilada, seguido de agitação (30 min.).
Clorofórmio, e solução aquosa de sulfato de sódio foram acrescidos na solução
e agitados. Os tubos contendo as soluções foram centrifugados a 3300 rpm à
25
o
C. Retirou-se o sobrenadante e a amostra foi submetida a diversas
filtragens. O filtrado foi transferido para um becker, previamente pesado.
Posteriormente, o becker permaneceu em estufa a 110
o
C por 20min e depois
foi resfriado em dessecador para posterior pesagem. A quantidade de lipídios
totais foi determinada em porcentagem.
As amostras foram submetidas a analise de variância, com a utilização
do programa Minitab (versão 11).
3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em relação aos teores de fibras analisados (Tabela 1), nota-se que os
valores encontrados para os alimentos oriundos do cultivo convencional,
tendem a ser maiores do que os de cultivo orgânico em cascas de abóbora,
banana, berinjela, manga, maracujá, semente de abóbora e em talos de
espinafre. Em casca de batata, laranja, limão e rabanete, em todas as folhas
analisadas e em talos de couve e espinafre, não foram observadas diferenças
significativas entre os cultivos orgânico e convencional.
Em cascas, os teores de fibras totais obtidos apresentaram-se maiores
em laranja e rabanete oriundos de cultivo orgânico, mesmo não apresentando
diferença significativa. Em folhas e talos não foi notada diferença significativa
entre os modos de cultivo, com exceção da semente de abóbora e talos de
brócolis cultivados de forma convencional, que mostraram maior teor de fibras.
Em relação às cascas, o maior teor de fibras ocorre na casca de
maracujá, enquanto que as sementes de abóbora cultivadas de forma
convencional exibiram o maior valor quando comparadas com os demais
alimentos analisados.
Aparentemente, a razão principal do consumo de produtos orgânicos é a
percepção que apresentam maior valor nutricional em relação aos cultivados
de forma convencional, embora poucas evidências possam ser identificadas, a
não ser nas análises de vitaminas, cinzas e minerais (BORDELEAU et al.,
2002).
Tabela 1. Valores médios (± desvio padrão) de fibras (g/100g) em cascas,
talos, folhas e semente de vegetais cultivados em sistema de produção
convencional e orgânico.
Alimentos Convencional Orgânico
Casca de abóbora
30,43 ± 0,38 a 22,10 ± 1,48 b
Casca de banana
24,55 ± 2,06 a 18,29 ± 2,36 b
Casca de batata
25,26 ± 5,12 ns 22,61 ± 3,39 ns
Casca de berinjela
30,40 ± 1,58 a 26,23 ± 0,21 b
Casca de laranja
16,23 ± 0,87 ns 16,49 ± 1,23 ns
Casca de limão
19,58 ± 1,79 ns 18,90 ± 0,53 ns
Casca de manga
19,56 ± 1,98 a 12,56 ± 1,45 b
Casca de maracujá
38,88 ± 0,31 a 34,90 ± 1,20 b
Casca de rabanete
16,67 ± 1,76 ns 17,14 ± 0,95 ns
Semente de abóbora
50,32 ± 2,88 a 24,26 ± 0,54 b
Folha de abóbora
11,24 ± 0,62 ns 12,55 ± 1,04 ns
Folha de brócolis
15,38 ± 1,44 ns 14,63 ± 1,25 ns
Folha de cenoura
18,35 ± 0,15 ns 18,24 ± 1,25 ns
Folha de couve
14,14 ± 2,42 ns 13,20 ± 1,61 ns
Folha de mandioca
20,34 ± 2,01 ns 20,03 ± 2,84 ns
Folha de rabanete
14,92 ± 0,74 ns 14,65 ± 0,82 ns
Folha de uva
15,85 ± 0,96 ns 14,29 ± 1,50 ns
Talo de brócolis
16,50 ±1,85 a 22,31 ± 1,03 b
Talo de couve
20,18 ± 0,28 ns 20,43 ± 1,13 ns
Talo de espinafre
23,64 ± 1,28 ns 21,75 ± 1,35 ns
Letras minúsculas diferentes, nas linhas, indicam diferença significativa
(P<0,05) entre as médias. ns – não signficativo
Neste trabalho, ao se analisar os teores de fibras, comparando-se os
alimentos produzidos das duas formas de cultivo, diferenças puderam ser
observadas. Ocorreu uma tendência dos alimentos cultivados de forma
convencional apresentarem maiores teores de fibras, mesmo sem ter ocorrido
diferença significativa. A lignina faz parte da fibra total e sua estrutura contém
fenóis, e possivelmente o tipo de cultivo pode interferir no aumento de lignina
(DANIEL et al., 1999), contribuindo para que ocorra diferença entre os tipos de
cultivo. O aumento de compostos fenólicos pode ser atribuído como uma forma
de defesa da planta em reação ao ataque de insetos (YOUNG et al., 2005), o
que poderia contribuir para o aumento do teor de fibras, porém este fato não foi
observado neste trabalho. DANIEL et al. (1999) encontraram que a aplicação
de alguns herbicidas pode incrementar ou diminuir o teor de metabólitos
secundários, incluindo fenóis totais, o que poderia ter colaborado nos valores
encontrados para os vegetais cultivados de modo convencional.
Muitos vegetais usados diariamente, tais como laranja e limões, de onde
são extraídos o suco, o importantes fontes de fibra, devido à presença de
pectinas (ASKAR, 1998). Esses vegetais, juntamente com outros, tais como,
uvas, maçãs, bananas, manga, goiabas, geram sub-produtos como cascas e
sementes, os quais poderiam ser usados como fonte de fibras, pois contêm
tanto fibras solúveis como insolúveis, que poderiam ser usadas como alimentos
funcionais (SCHIEBER et al., 2002; RODRIGUEZ et al., 2006). Estes materiais
(cascas, talos, etc.) geralmente descartados, além de serem fontes de fibras,
contêm pectinas, polifenóis, carotenóides, e estas fibras associadas com
compostos antioxidantes (comumente presentes nas cascas), poderiam
constituir um suplemento para a dieta (RODRIGUEZ et al., 2006).
Em relação aos teores de lipídios totais (Tabela 2) encontrados entre os
vegetais produzidos de forma convencional e orgânica, notou-se que apenas
cascas de banana e laranja orgânicos e folha de rabanete apresentaram
maiores teores de lipídios. Cascas de abóbora, limão e rabanete, folhas de
brócolis e mandioca e talos de couve e brócolis não apresentaram diferenças
significativas entre si.
Geralmente, o consumidor espera que os alimentos orgânicos ou
convencionais sejam boa fonte de nutrientes, porém não é comum o consumo
de cascas, talos, folhas e sementes comumente descartadas de alguns
vegetais. Nota-se pequena diferença entre os orgânicos e os convencionais,
porém os valores observados não diminuem a qualidade dos alimentos
orgânicos, isto é, não inviabilizam o seu consumo, pois o consumidor deve se
preocupar também com outro problema encontrado nos alimentos produzidos
de forma convencional, que é a possibilidade de conter resíduos de
agroquímicos.
Tabela 2. Valores médios ± desvio padrão de lipídios (%) em cascas, talos,
folhas e semente de vegetais cultivados em sistemas de produção
convencional e orgânico.
Alimentos Convencional Orgânico
Casca de abóbora
3,65 ± 0,11 ns 4,37 ± 0,59 ns
Casca de banana
2,90 ± 0,43 b 7,01 ± 0,22 a
Casca de batata 1,17 a 0,40 b
Casca de berinjela
0,69 ± 0,11 a
0,18 b
Casca de laranja
2,58 ± 0,41 b 3,52 ± 0,015 a
Casca de limão
1,71 ± 0,63 ns 2,14 ± 0,07 ns
Casca de manga
2,33 ± 0,02 a 1,37 ± 0,29 b
Casca de maracujá
0,86 ± 0,006 a 0,16 ± 0,08 b
Casca de rabanete
1,34 ± 0,25 ns
1,28 ns
Semente de abóbora
21,32 ± 0,11 a 2,41 ± 0,26 b
Folha de abóbora
3,81 ± 0,10 b
4,90 a
Folha de brócolis
3,52 ± 0,32 ns 3,85 ± 0,25 ns
Folha de cenoura
3,28 ± 0,06 a 1,43 ± 0,18 b
Folha de couve
3,93 ± 0,32 a 2,56 ± 0,42 b
Folha de mandioca
5,87 ± 0,09 ns 5,46 ± 0,46 ns
Folha de rabanete
1,85 ± 0,19 a 3,19 ± 0,23 b
Folha de uva
2,93 ± 0,20 a 1,48 ± 0,55 b
Talo de brócolis
1,80 ± 0,56 ns 1,82 ± 0,09 ns
Talo de couve
3,28 ± 0,11 ns
3,25 ns
Talo de espinafre
1,61 ± 0,10 a 1,29 ± 0,08 b
Letras minúsculas diferentes, nas linhas, indicam diferença significativa
(P<0,05) entre as médias. ns – não signficativo
4. AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico), pela concessão de bolsa a primeira autora e a
FUNDUNESP pelo auxílio.
5 - REFERÊNCIAS
ASKAR, A. Importance and characteristics of tropical fruits. Fruit in
processing, v.8, p.273-276, 1998.
BLIGHT, E.G.; DYER, W.J. A rapid method of total lipid extraction and
purification use in determining vitamin E–lipid ratios. Canadian Journal of
Biochemistry and Physiology, v.37, p.911-917, 1959.
BORDELEAU, G.; MYERS-SMITH, I.; MIDAK, M.; SZEREMETA, A. Food
quality: A comparison of organic and conventional fruits and vegetables.
Ecological Agriculture. p.1-82, 2002.
CUMMINGS, J.H. What is dietary fiber? Trends in food Science and
Technology, v.2, p.99 -103, 1991.
DANIEL, O.; MEIER, M.S.; SCHLATTER, J.; FRISCHKNECHT, P. Select
phenolic compounds in cultivated plants: ecologic functions, health
implications, and modulation by pesticides. Environmental and
Health Perspectives, v.107, p.10114, 1999.
GORINSTEIN, S.; ZACHWIEJA, Z.; FOLTA, M.; BARTON, H.;
PIOTROWICZ, J.; ZEMSER, M.; WEISZ, M.; TRAKHTENBERG, S.;
MÀRTÍN-BELLOSO, O. Comparative Contents of Dietary Fiber, Total
Phenolics, and Minerals in Persimmons and Apples . Agricultural
Food Chemistry, v.49, n.2, p.952 -957, 2001.
HEREDIA, A.; JIMÉNEZ, A.; FERNÁNDES-BOLAÑOS, J.; GUILLÉN, R.;
RODRÍGUEZ, R. Fibra Alimentaria. Biblioteca de Ciencias, pp. 1-117. 2002.
IAL. Instituto Adolfo Lutz. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz:
métodos químicos e físicos de composição de alimentos 3. ed. São
Paulo, 1985. v.1.
JIMÉNEZ-ESCRIG, A.; SÁNCHEZ-MUNIZ, F. J. Dietary fiber from Edible
seaweeds: chemical structure, physicochemical properties and
effects on cholesterol metabolism. Nutrition Research, v.20, p.585-
589, 2000.
KOBORI, C.N.; JORGE, N. Caracterização dos óleos de algumas
sementes de frutas como aproveitamento de resíduos industriais.
Ciência e Agrotecnologia, v.29, p.1008-1014, 2005.
MAGKOS, F.; ARVANITI, F.; ZAMPELAS, A. Organic food: nutritious food or
food for though. A review of evidence. Journal of Food Sciences and
Nutrition, v.54, p.357-371, 2003.
MCDONALD, P. EDWARD, R.A.; GREENHALGH, J.E.D. Nutrición animal. E
Ed. Zaragoza: Acríbia, 1999, 576p.
NAWIRSKA, A.; KWASNIEWSKA, M. Dietary fibre fractions from fruit and
vegetable processing waste. Food Chemistry, v.91, p. 221-225, 2005.
RODRIGUEZ, R.; JIMÉNEZ, A.; FERNANDEZ-BOLANOS, J.; GUILLÉN, R.;
HEREDIA, A. Dietary fibers from vegetable products as source of
functional ingredients. Trends inFood Science and Technology, v.17,
p.3-15, 2006.
SANGNARK, A.; NOOMHORM, A. Effects of particle size on in vitro calcium
and magnesium binding capacity of prepared dietary fiber. Food
Research International, v.36, p.91-96, 2003.
SCHIEBER, A.; STINTZING, F.C.; CARLE, R. By-products of plant food
processing as a source of functional compounds: Recent developments.
Trends in Food Science & Technology, v. 12, p.401-413, 2002.
SIDERER, Y.; MAQUET, A.; ANKLAM, E. Need for research to support consumer
confidence in the growing organic food market. Trends in Food Science &
Technology, v.16, p.332-343, 2005.
SOMERVILLE, C. C.; BROWSE, J.; JAWORSKI, J.G.; OHLROGGE, J.B.
Lipids. In: BUCHANAN, B.; GRUISSEM, W.; JONES, R. Biochemistry &
Molecular Biology of Plants. Rockville: American Society of Plant
Phsyiologists, 2000. p.456-458.
VELDMAN, F.J.; NAIR, CH. H.; VORSTER, H. H.; VERAAK, W. J. H.;
JERLING, J.C.; OOSTHUIZEN, W.; VENTER, CH. S. Dietary Pectin
influences fibrin network structure in hypercholesterolaemic subjects.
Thermobosis Research, v.86, p.183-196, 1997.
VILLANUEVA-SUAREZ, M.J.; REDONDO-CUENCA, A.; RODRIGUEZ-
SEVILLA, M.D.; las HERAS, M. Characterization of nonstarch
polyssacarids content from different edible organs of some vegetables,
determinated by GC and HPLC: Comparative study. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v.51, p.5950-5955, 2003.
YOUNG, J. E.; ZHAO, X.; CAREY,E.E.; WELTI, R.; YANG, S-S; WANG, W.
Phytochemical phenolics in organically grown vegetables. Molecular
Nutrition & Food Research, v.49, n.12, p.1136-1142, 2005.
5. Referências Bibliográficas
AHMED, E. M.; BARMORE, C. R. Avocado. In: NAGY, S.; SHAW, P.E.;
WARDOWSKI, W.F. (Ed.) Fruits of tropical and subtropical origin: composition,
properties and uses. Lake Alfred: AVI Publishing. p. 121-156, 1990.
ALAOUI, A. Les fibres alimentaires en nutrition humaine. Actes-de-I’Institut-
Agronomique-et-Veterinaire-Hassan-2 (Morocco). Revue Scientifique et
Technique Multidisciplinaire. v. 5, p. 65-70, 1985.
ALMEIDA, M.M.B.; LOPES, M.F.G.; SOUSA, P.H.M.; NOGUEIRA, C.M.D.;
MAGALHÃES, C.E.C. Determinação de umidade, fibras, lipídios, cinzas e sílica
em plantas medicinais. Boletim Ceppa, v. 21, n.2, p. 343-350, 2003.
ALTMAN, A. Retardation of radish leaf senescence by polyamines. Physiologia
Plantarum, v. 54, p. 189-193, 1982.
AMIOT, M.J.; TACCHINI, M.; AUBERT, S.; NICOLAS, J. Phenolic composition and
browning susceptibility of various apple cultivars at maturity. Journal of Food
Science, v. 7, p. 958-962, 1992.
ASAMI, D.K.; HONG, Y-J.; BARRETT, D.M.; MITCHELL, A.E. Comparation of the
total phenolics and ascorbic acid content of freeze-dried and air-dried maionberry,
strawberry, and corn grown using conventional, organic, and sustainable
agricultural practices. Journal of Agriculture and Food Chemistry, v. 51, p.
1237-1241, 2003.
ASKAR, A. Importance and characteristics of tropical fruits. Fruit in processing, v. 8,
p. 273-276, 1998.
ASKAR, A.; TREPTOW, H. Biogene amine in Fleisch-producten.
Ernahrung/Nutrition, p. 341-346, 1989.
AUBERT, C. Palestra. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE AGRICULTURA
ALTERNATIVA 1, Curitiba, 1981. Anais. Curitiba: Federação dos Engenheiros
Agrônomos do Brasil/Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná, p. 161-190,
1981.
AWAD, M. Fisiologia pós-colheita de frutos. São Paulo: Nobel, 1993. 114p.
AWAD, A.M.; JAGER, A.; WESTING, L.M. van. Flavonoid and chlorogenic acid
levels in apple fruit: characterization of variation. Scientia Horticulturae, v. 83, p.
249-263, 2000.
BAGNI, N.; TASSONI, A. Biosynthesis, oxidation and conjugation of aliphatic
polyamines in higher plants. Amino Acids, v. 20, p. 301-317, 2001.
BARDÓCZ, S.; GRANT, G.; BROWN, D. S.; RALPH, A.; PUSZTAI, A. Polyamines
in food-implications for growth and health. Journal of Nutritional Biochemistry,
v. 4, p. 66-71, 1993.
BARDÓCZ, S. Polyamines in food and their consequences for food quality and human
health. Trend. Food Science Technology. v. 6, p. 341-346, 1995.
BARDÓCZ, S.; WHITE, A.; GRANT, G.; BROWN, D.S.; DUGUID, T.J.; PUSZTAI,
A. Uptake and bioavailability of dietary polyamines. Biochemical Society
Transactions, v. 24, p. 226 S, 1996.
BARDÓCZ, S.; EWEN, S.W.B.; GRANT, G.; WHITE, A.; WALKER, T.J.;
McDONALAD, A.; RALPH, A.; PUSZTAI, A.; PRYME, I.F. Dietary polyamines
in tumour growth. In S. Bardòcz, J. Koninhx, M. Grillo, & A. White (Eds.),
COST917 Biogenically active amines in food (vol.III, pp. 73-77). Bruxelles:
European Communities, 1999.
BLIGH, E.G.; DYER, W.J. A rapid method of total lipid extraction and purification.
Canadian Journal Biochemstry Physiology v. 37, p. 911, 1959.
BOBBIO, P.A.; BOBBIO, F.O. Introdução à química de alimentos. 2.ed. São Paulo:
Varela, 223 p, 1995.
BORDELEAU, G.; MYERS-SMITH, I.; MIDAK, M.; SZEREMETA, A. Food quality:
A comparison of organic and conventional fruits and vegetables. Ecological
Agriculture. p. 1-82, 2002.
BORGUINI, R.G.; OETTERER, M.; DILVA, M.V. Qualidade nutricional de hortaliças
orgânicas. Boletim da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos,
v. 37, p. 28-35, 2003.
BOUCHEREAU, A.; AZIZ, A.; LARHER, F.; MARTIN-TANGUY, J. Polyamines and
environmental challenges: recent development. Plant Science, v. 140, p. 103-125,
1999.
BOUCHERAU, A.; GUÉNOT, P.; LARHER, F. Analysis of amines in plant material.
Journal of chromatography. v. 747, p. 49-67, 2000.
BRODY, A.L. Envazado de alimentos em atmosferas controladas, modificads y a vacio.
Zaragoza: Acribia, 220p, 1996.
CANELLAKIS, Z. N.; MARSH, L. L.; BONDY, P. K. Polyamines and their derivations
as modulators in growth and differentiation. The Yale Journal of Biology and
Medicine, v. 62, p. 481-491, 1989.
CARBONARO, M.; MATTERA, M. Polyphenoloxidase activity and polyphenol levels
inorganically and conventionally grown peach (Prunus persica L., cv. Regina
Bianca) and pear (Pyrus communis L., cv. Williams). Food Chemistry, v. 72, p.
19-424, 2001.
CHITARRA, M.I.F.; CHITARRA, A.B. Composições químicas do tomate
(Lycopersicum esculentum Mill) em diferentes estágios de maturação. Revista
Oleric., v. 16, p. 194-98, 1976.
CHITARRA, M.I.F.; CHITARRA, A.B. Armazenamento. Pós-colheita de frutos e
hortaliças: fisiologia e manuseio. Lavras: ESAL/FAEPE, 293p, 1990.
CHITARRA, M.I.F. Colheita e qualidade pós-colheita de frutos. Informe
Agropecuário, v. 17, p. 8-18, 1994.
CIRILO, M. P. G.; COELHO, A. F. S.; ARAÚJO, C. M.; GONÇALVES, F.R.B.;
NOGUEIRA, F. D.; GLORIA, M.B.A. Profile and levels of bioactive amines in
green and roasted coffee. Food Chemistry. v. 82, p. 397-402, 2003.
CUMMINGS, J.H. What is dietary fiber. Trends in food Science and Technology, v.
2, p. 99-103, 1991.
DANIEL, O.; MEIER, M.S.; SCHLATTER, J.; FRISCHKNECHT, P. Select phenolic
compounds in cultivated plants: ecologic functions, health implications, and
modulation by pesticides. Environmental and Health Perspectives, v. 107, p.
10114, 1999.
DELOYER, P.; PEULEN, O.; DANDRIFOSSE, G. Dietary polyamines and non-
neoplastic growth and disease. European Journal of Gastroenterology and
Hepatology, v. 13, p. 1027-1032, 2001.
DIXON, R.A.; PAIVA, N.L. Stress-induced phenylpropanoid metabolism. Plant Cell,
v. 7, p. 1085-197, 1995.
ELIASSEN, K.A.; REISTAD, R.; RISOEN, U.; RONNING. Dietary polyamines. Food
Chemistry, v. 78, p. 273-280, 2002.
ESCRIBANO, M.I.; MERODIO, C. The relevance of polyamine levels in cherimoya
(annona cherimola Mill.) fruit ripening. Plant Physiology, v. 143, p. 207-212,
1994.
ESKIN, N.A.M.; HENDERSON, H.M.; TOWNSEN, R.J. Biochemical changes in
foods: Plant-postharvest changes in fruits and vegetables. New York: Academic
Press, p. 31-68, 1971.
ESPÍN, J.C.; SOLER-RIVAS, C.; WICHERS, H.J.; GARCÍA-VIGUERA, C.
Anthocyanin-based natural colorants: a new source of antiradical activity for
foodstuff. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 48, p. 1588-1592,
2000.
FAO - FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THEUNITEDNATIONS.
Codex Alimentarius commission. Proposed draft codex standard for tomatoes.
Joint FAO/OMS food standards programme. Disponível em:
<http://www.codexalimentarius.net/c10/ff02-01e.htm>, 2000.
FERNANDEZ, M.A.; SAENZ, M.T.; GARCIA, M.D. Antiinflamatory activity in rats
and mice of phenolic acids isolated from Scrophularia frutescens. Journal of
Pharmacy and Pharmacology, v. 50, p. 1183-1186, 1998.
FLORES, H.E.; GALSTON, A.W. Analysis of polyamines in higher plants by high
performance liquid cromatography. Plant Physiology, v. 69, p. 701-706, 1982.
FLORES, H.E.; GALSTON, A.W. Osmotic stress-induced polyamine accumulation in
cereal leaves. II. Relation to amino acid pools. Plant Physiology, v. 75, p. 110-113,
1984.
FRANCIS, F.J. Food colorants: anthocyanins. Critical Reviews in Food Science and
Nutrition, v. 28, p. 273-314, 1989.
[ Medline ]
GALSTON, A.W.; SAWHENEY, R.K. Polyamines in plant physiology. Plant
Physiology, v. 92, p. 406-419, 1990.
GLYPHIS, J.P.; PUTTICK, G.M. Phenolics in some Southern African Mediterranean
shrubland plants. Phytochemistry, v. 27, p. 743-751, 1988.
GORINSTEIN, S.; ZACHWIEJA, Z.; FOLTA, M.; BARTON, H.; PIOTROWICZ, J.;
ZEMSER, M.; WEISZ, M.; TRAKHTENBERG, S.; MÀRTÍN-BELLOSO, O.
Comparative Contents of Dietary Fiber, Total Phenolics, and Minerals in
Persimmons and Apples . Agricultural Food Chemical, v. 49, p. 52-957, 2001.
HAKKINEN, S.H.; TORRONEN, A.R. Content of flavonols and selected phenolic
acids in strawberries and Vaccinium species: influence of cultivar, cultivation site
and technique. Food Research International, v. 33, p. 517-524, 2000.
HALÁSY, A.; BARÁTH, A.; SIMON-SARKADI, L.; HOLZAPFEL, W. Biogenic
amines and their production by microorganisms in food. Trends in Food Science
and Technology, v. 5, p. 29-42, 1994.
HARBORNE, J.B. Flavonoids. In Phytochemistry VII. (L.P. Miller, ed.). Van Nostrand
Reinhold Company, New York, 1973.
HEBY, O. Role of polyamines in the control of cell proliferation and differentiation.
Differentiation, v. 19, p. 1-20, 1981.
HEBY, O.; HOLA, I.; FROSTESJO, L.; COLLIN, H.; GRAHN, B.; REHNHOLM, A.;
STJERNBORG, L.; ASK, A.; PERSSON, L. Polyamines: regulators of mammalian
cell growth and differentiation. In R. H.Dowling, U.R. Fölsch, & C. Löser (Eds.),
Polyamines in the gastrointestinal tract, falk symposium 62 (pp. 19-28).
Dordrecht/Boston/London: Kluwer Academic Publishers, 1992.
HEREDIA, A.; JIMÉNEZ, A.; FERNÁNDES-BOLAÑOS, J.; GUILLÉN, R.;
RODRÍGUEZ, R. Fibra Alimentaria. Biblioteca de Ciências, pp. 1-117, 2002.
HOLLMAN, P.C.; HERTOG, M.G.; KATAN, M.B. Role of dietary flavonoids in
protection against cancer and coronary heart disease. Biochemical Society
Transactions, v. 24, p. 785-789, 1996.
HOLLMAN, P.C.; KATAN, M.B. Bioavailability and health effects of dietary
flavonoids in man. Archives of Toxicology Supplement, v. 20, p. 237-248, 1998.
HORWITZ, H. Official method of analysis of the association of official agricultural
chemists. 8 ed. As. Agr. Chem., p.144, 1995.
IAL. Instituto Adolfo Lutz. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz: métodos
químicos e físicos de composição de alimentos 3. ed. São Paulo, 1985. v.1.
IKAN, R. Natural products. Edition Academic Press, Inc., 1991.
JANNE, J.; PÖSÖ, H.; RAINA, A. Polyamines in rapid growth and cancer. Biochimica
et Biophysica Acta, v. 473, p. 241-293, 1978.
JIMÉNEZ-ESCRIG, A.; SÁNCHEZ-MUNIZ, F. J. Dietary fiber from Edible seaweeds:
chemical structure, physicochemical properties and effects on cholesterol
metabolism. Nutrition Research, v. 20, p. 585-589, 2000.
KÄHKÖNEN, M.P.; HOPIA, A.I.; VUORELA, H.J.; RAUHA, J.P.; PIHLAJA, K.;
KUJALA, T.S.; HEINONEN, M. Antioxidant activity of plant extracts containing
phenolic compounds. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 47, p.
3954-3962, 1999.
KALAC, P.; KRAUSOVÁ, P. A review of dietary polyamines: Formation, implications
for growth and health and occurrence in foods. Food Chemistry, v. 90, p. 219-230,
2005.
KALAC, P., KRIZEK, M., PELIKÁNOVÁ, M. L., ONDREJ, V. Contents of
polyamines in selected foods. Food Chemistry, v. 90, p. 561-564, 2005.
KLAUSEN, N.K.; LUND, E. Formation of biogenic amines in herring and mackerel.
Zeitschrift für Lebensmittel-Untersuchung und-Forschung, v. 182, p. 459-463,
1986.
KNEKT, P.; KUMPULAINEN, J.; JARVINEN, R. Flavonoid intake and risk of chronic
disease. The American Journal of Clinical Nutrition, v. 76, p. 560-569, 2002.
KNUT, A. E.; RAGNHILD, R.; UNNI, R.; HELLE, F.R. Dietary polyamines. Food
Chemistry, v. 78, p. 273-280, 2002.
KOBORI, C.N.; JORGE, N. Caracterização dos óleos de algumas sementes de frutas
como aproveitamento de resíduos industriais. Ciência e Agrotecnologia, v. 29, p.
1008-1014, 2005.
LAIRON, D. Efecto de las fertilizaciones orgánicas y minerales sobre el valor nutritivo
de las producciones agrícolas. In: Congresso Científico Europeu de Agricultura
Biológicas, Madrid, Ponencias y Comunicaciones Madrid: IFOAM/ Asociación
Vida Sano, p. 252-271, 1985.
LAMPKIN, N. Organic farming. Cambridge: Farming Press, 1990, 715p.
LEA, A.G.H.; BEECH, F.W. The phenolic of ciders: effect of cultured conditions. Journal
of the Science of Food and Agriculture, v. 29, p. 493-496, 1978.
LEE, C.Y.; KAGAN, V.; JAWORSKI, A.W.; BROWN, S.K. Enzymatic browning in
relation to phenolic compounds and polyphenoloxidase activity among various
peach cultivars. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 38, p. 99-101,
1990.
LEGAZ, M.E.; ARMAS, R.; PINON, D.; VICENTE, C. Relationships between
phenolics-conjugated polyamines and sensitivity of sugarcane to smut (Ustilago
scitaminea). Journal of Experimental Botany, v. 49, p. 1723-1728, 1998.
LEHNINGER, L.; NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica. Sarvier
Editora,1995
.
LIMA, G.P.P; BRASIL, O.G.; OLIVEIRA, A.M. Poliaminas e atividade da peroxidase
em feijão (Phaseolus vulgaris L.) cultivado sob estresse salino. Scientia Agrícola,
v. 56, p. 21-26, 1999.
LIMA, D.M.; COLUGNATI, F.A.B.; PADOVANI, R.M.; RODRIGUES-AMAYA,
D.B.; GALEAZZI,M.A.M.; PETENATE, A.J., Universidade Estadual de
Campinas. Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação-Nepa, 2004. e-mail:
LIMA, G.P.P.; ROCHA, S.A.; TAKAKI, M.; RAMOS, P.R.R. Teores de poliaminas
em alguns alimentos da dieta básica do povo brasileiro. Ciência Rural, 2006. in
press.
LÖSER, C.; EISEL, A.; HARMS, D.; FOLSCH, U.R. Dietary polyamines are essential
luminal growth factors for small intestinal and colonic mucosal growth and
development. Gut, v. 44, p. 12-16, 1999.
LUTEN, J.B.; BOUQUET, W.; SEUREN, L.A.J.; BURGGRAAF, M.M.; RIEKWEL-
BOOY, G.; DURAND, P.; ETIENNE, M.; GOUYOU, J.P.; LANDREIN, A.;
RITCHIE, A.; LECLERQ, M.; GUINET, R. Biogenic aminesin fishery products:
standardization methods within EC. In H. H. Huss, M. Jakobsen, & J. Liston (Eds.),
Quality assurance in the fish industry Proceedings of an International Conference,
Copenhagen, Denmark, 26-30, 1991 (pp. 427-439). Elsevier Science Publishers
B.V.,1992.
MAGKOS, F.; ARVANITI, F.; ZAMPELAS, A. Organic food: nutritious food or food
for though. A review of evidence. Journal of Food Sciences and Nutrition, v. 54,
p. 357-371, 2003.
MAXA, E.; BRANDES, W. Biogene amine in fruchtsäften. Mitteilungen
Kbsterneuburg. v. 43, p. 101-106, 1993.
McDONALD, P.; EDWARD, R.A.; GREENHALGH, J.E.D. Nutrición animal. E Ed.
Zaragoza: Acríbia, 576p, 1999.
MILOVIC, V. Polyamines in the gut lumen: Bioavailability and biodistribution.
European Journal of Gastroenterology and Hepatology, v. 13, p. 1021-1025,
2001.
MITCHELL, A.E.; CHASSY, A.W. Antioxidants and the nutritional quality of organic
agriculture. Communique, Inc.
http://mitchell.ucdavis.edu/Is%20Organic%20Better.pdf. Consultado em março de
2006.
MORET, S.; SMELA, D.; POPULIN, T.; CONTE, L.S. A survey on free biogenic
amine content of fresh and preserved vegetables. Food Chemistry, v. 89, p. 355-
361, 2005.
MOULINOUX, J.P.; DARCEL, F.; QUEMENER, V.; HAVOUIS, R.; SEILER, N.
Inhibition of the growth of U-251 human glioblastoma in nude mice by polyamine
deprivation. Anticancer Research, v. 11, p. 175-180, 1991.
MULAS, M.; GONZALES-AQUILAR, G.; LAFUENTE, M.T.; ZACARIAS, L.
Polyamine biosynthesis in flavedo of Fortune mandarins as influenced by
temperature of poastgharvest hot water dips. Acta Horticolturae, v. 463, p. 377-
384, 1998.
NAWIRSKA, A.; KWASNIEWSKA, M. Dietary fibre fractions from fruit and
vegetable processing waste. Food Chemistry, v. 91, p. 221-225, 2005.
NICOLAS, J.J.; RICHARD-FORGET, F.C.; GOUPY, P.M.; AMIOT, M.J.; AUBERT,
S. Enzymatic browning reactions in apple and apple products. Critical Reviews in
Food Science and Nutrition, v. 34, p. 109-157, 1994.
OLIVEIRA, M.N.; MAIA, G.A.; GUEDES, Z.B.L.; GUIMARÃES, A.C.L.;
FIGUEIREDO, R.W. de. Características químicas e físico-químicas da carambola
(Averrhoa carambola L.).Ciência Agronômica, v. 20, p. 129-133, 1989.
OLIVEIRA, M.C.C.; CARVALHO, M.G.; FERREIRA, D.T.; FILHO, R.B.
Flavonóides das folhas de Stiffitia chrysantha Mikan, Química Nova, v. 22, 1999.
OSBORNE, D.L.; SEIDEL, E.R. Microflora-derived polyamines modulate obstruction-
induced colonic mucosal hypertrophy. American Journal of Physiology, v. 256,
G1049-G1057, 1989.
PANTASTICO, E.B. Harvest indices. In: Pantastico, E.B. (Ed.) Postharvest phisiology,
hadling and utilization of tropical and subtropical fruits and vegetables. Westport:
The AVI Publishing Company Inc., cap. 4 e 5. 1975.
PEARSON, D.A.; TAN, C.H.; GERMAN, J.B.; DAVIS, P.A.; GERSHWIN, M.E.
Apple juice inhibits human low density lipoprotein oxidation. Life Sciences, v. 64,
p. 1913-1920, 1999.
PENTEADO, S.R. Introdução à agricultura orgânica, normas e técnicas de cultivo. Ed.
Grafimagem, 2000, 110p.
PEGG, A.E; MCCAN, P.P. Polyamine metabolism and function. American Journal of
Physiology, v. 243, p. C212-221, 1982.
PIETTA, P.G. Flavonoids as antioxidants. Journal of Natural Products, v. 63, p.
1035-1042, 2000.
PIKAAR, N.A. Het belang van voedingsvezel en de rol van brood. Voeding
(Netherlands), v. 42, p. 114-117, 1981.
PRATT D.; HUDSON, B. Natural antioxidants. In: Food antioxidants. Elsevier
Science, p. 171-191, 1990.
PRYME, I.F.; TIBURCIO, A.F.; FLORES, D.; MATTSSON, B. Mice fed a diet based
on an oat variety with low polyamine content developed smaller lymphosarcosoma
tumours than animals fed a standart pelled diet. In S. Bardócz, A. White, & A.F.
Tiburcio (Eds.), COST917 Biogenically active amines in food (vol. I, pp. 69-73).
Bruxelles: European Communities, 1998.
PUSSEMIER, L.; LARONDELLE, Y.; PETEGHEM, C.V.; HUYGHEBAERT, A.
Chemical safety of conventionally and organically produced foodstuffs: A tentative
comparison under Belgian conditions. Food Control, v. 17, p. 14-21, 2006.
QUEMENER, V.; MOULINOUX, J.P. HAVOUIS, R.; SEILER, N. Polyamine
deprivation enhances antitumoral efficacy of chemotherapy. Anticancer Research.
v. 12, p. 1447-1454, 1992.
QUEMENER, V.; BLANCHARD, Y.; CHAMAILLARD, L.; HAVOUIS, R.;
CIPOLLA, B.; MOULINOUX, J.P. Polyamine deprivation: a new tool in cancer
treatment. Anticancer Research, v.14, p.443-448, 1994.
RAVEN, P.H.; EVERT, R.F.; EICHHORN, S.E. Biologia Vegetal. 5 ed. Guanabara
Kogan, 728p. 1996.
REBOLLO, A.J.G.; BOTEJA, E, M.; CANSADO, A. O.; BLANCO, P.J.M.; RIBEIRO,
Marisilda A., STAMFORD, T. L. M.; C. FILHO, J. E.. Valor nutritivo de refeições
coletivas: tabelas de composição de alimentos versus análises em laboratório.
Revista de Saúde Pública, v. 29, p. 120-126, 1998.
REN, H.; BAO, H.; ENDO, H.; HAYASHI, T. Antioxidative and antimicrobial
activities and flavonoids contents of organically cultivated vegetables. Nippon
Shokuhin Kagaku Kagaku Kaushi, v. 48, p. 246-252, 2001
.
RIBEIRO M.A.; STAMFORD, T.L.M.; FILHO, J.E.C. Valor nutritivo de refeições
coletivas: tabela de composição de alimentos versus análises em laboratório.
Revista de Saúde Pública, v. 29, 1995.
RODRIGUEZ, R.; JIMÉNEZ, A.; FERNANDEZ-BOLANOS, J.; GUILLÉN, R.;
HEREDIA, A. Dietary fibers from vegetable products as source of functional
ingredients. Trends in Food Science and Technology, v. 17, p. 3-15, 2006.
SANTOS, M.D.; BLATT, C.T.T. Teor de flavonóides e fenóis totais em folhas de
Pyrostegia venusta Miers. de mata e cerrado. Revista Brasileira de Botânica, v.
21, p. 135-140, 1998.
SARHAN, S.; KNÖDGEN, B.; SEILER, N. The gastrointestinal tract as polyamine
source for tumour growth. Anticancer Research. v. 9, p. 215-224, 1989.
SCHIEBER, A.; STINTZING, F.C.; CARLE, R. By-products of plant food processing
as a source of functional compounds: Recent developments. Trends in Food
Science & Technology, v. 12, p. 401-413, 2002.
SCHUPHAN, W. Nutritional value of crops as influenced by organic and inorganic
fertilizes treatments. Qualitas Plantarum. v. 13, p. 333-358, 1974.
SEILER, N.; ATANOSSOV, C.L.; RAUL, F. Polyamine metabolism as target fir cancer
chemoprevention (review). International Journal of Oncology, v. 13, p. 993-
1006, 1998.
SEILER, N. Thirty years of polyamine –related approaches to cancer therapy.
Retrospect and prospect. 1. Selective enzyme inhibitors. Current Drug Targets, v.
4, p. 537-564, 2003.
SHALABY, A.R. Significance of biogenic amines to food safety and human health.
Food Research International, v. 29, p. 675-690, 1996.
SHALABY, A. R. Changes in biogenic amine in mature and germinating legume seeds
and their behaviour during cooking. Nahrung, v. 44, p. 23-27, 2000.
SIDERER, Y.; MAQUET, A.; ANKLAM, E. Need for research to support consumer
confidence in the growing organic food market. Trends in Food Science e
Technology, v. 16, p. 332-343, 2005.
SMITH, P.M. The chemotaxonomy of plants. Edward Arnold, Bristol, 1976.
SOMERVILLE, C. C.; BROWSE, J.; JAWORSKI, J.G.; OHLROGGE, J.B. Lipids. In:
BUCHANAN, B.; GRUISSEM, W.; JONES, R. Biochemistry & Molecular
Biology of Plants. Rockville: American Society of Plant Phsyiologists, 2000. p.
456-458.
SPILLER, G.A.; FREEMAN, H.J. Dietary fiber in human nutrition. Nutrition update.
New York (USA). John Wiley, p. 163-176, 1983.
SPILLER, G.A. CRC Handbook of dietary fiber in human nutrition. Boca Raton,
Fla.(USA). CRC Press 1986, 483p.
THOMAS, T.; THOMAS, T.J. Polyamine metabolism and cancer. Journal of Cellular
and Molecular Medicine, v. 7, p. 113-126, 2003.
VALERO, D.; MARTINEZ-ROMERO, D.; SERRANO, M. The role of polyamines in
the improvement of the shelf life of fruit. Trends in Food Science and
Technology. v. 13, p. 228-234, 2002.
VELDMAN, F.J.; NAIR, CH.H.; VORSTER, H.H.; VERAAK, W.J.H.; JERLING,
J.C.; OOSTHUIZEN, W.; VENTER, CH.S. Dietary Pectin influences fibrin
network structure in hypercholesterolaemic subjects. Thermobosis Research, v.
86, p. 183-196, 1997.
VELIOGLU, Y.S.; MAZZA, G.; GAO, L.; OOMAH, B.D. Antioxidant activity and
total phenolics in selected fruits, vegetables, and grain products. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v. 46, p. 4113-4117, 1998.
VILLANUEVA-SUAREZ, M.J.; REDONDO-CUENCA, A.; RODRIGUEZ-SEVILLA,
M.D.; las HERAS, M. Characterization of nonstarch polyssacarids content from
different edible organs of some vegetables, determinated by GC and HPLC:
Comparative study. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 51, p.
5950-5955, 2003.
WALDEN R, CORDEIRO A, TIBURCIO AF (1997) Polyamines: small molecules
triggering pathways in plant-growth and development. Plant Physiology 113:
1009–1013.
WALTERS, D. Polyamines and environmental challenges: recent development. New
Phytologist, v. 159, p. 109-115, 2003.
WANG, H., CAO, G.; PRIOR, R.L Oxigen radical absorbing capacity of anthocyanins.
Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 45, p. 304-309, 1997.
WATERMAN, P.G. & MOLE, S. Analysis of phenolic plant metabolites. Blackwell
Scientific Publications, London, 1994.
WOESE, K.; LANGE, D.; BOESS, C.; BOGL, K.W. A comparison of organically and
conventionally grown foods - Results of a review of the relevant literature. Journal
Science Food Agricultural, v. 74 p. 281-293, 1997.
YAHIA, E.M.; HIGUERA, I. Fisiologia y tecnologia postcosecha de productos
hortícolas. México: Acribia, 1992, 300p.
YOUNG, J. E.; ZHAO, X.; CAREY,E.E.; WELTI, R.; YANG, S-S; WANG, W.
Phytochemical phenolics in organically grown vegetables. Molecular Nutrition &
Food Research, v. 49, p. 1136-1142, 2005.
YUSSEFI, M.; WILLER, H. The world of organic agriculture statistics and future
prospect, 2003. www.soel.de/inhalte/publikationen/s/s.74.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo