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Antonio Carlos dos Santos
AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DO
CONCRETO COM ADIÇÃO DE BORRACHA
OBTIDA A PARTIR DA RECICLAGEM DE PNEUS
COM APLICAÇÃO EM PLACAS PRÉ-MOLDADAS
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Civil da U-
niversidade Federal de Alagoas como re-
quisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Engenharia Civil
MACEIÓ, 2005
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ii
Antonio Carlos dos Santos
AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DO
CONCRETO COM ADIÇÃO DE BORRACHA
OBTIDA A PARTIR DA RECICLAGEM DE PNEUS
COM APLICAÇÃO EM PLACAS PRÉ-MOLDADAS
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós- Graduação em Engenharia Civil da
Universidade Federal de Alagoas como re-
quisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Engenharia Civil
Área de concentração: Estruturas
Orientador: Prof. Dr. Flávio Barboza de
Lima
Co-orientador: Prof
a
. Dr
a
. Aline da Silva
Ramos Barboza
MACEIÓ, 2005
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iii
dos Santos, Antonio Carlos
AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DO CONCRETO COM ADIÇÃO
DE BORRACHA OBTIDA A PARTIR DA RECICLAGEM DE PNEUS COM
APLICAÇÃO EM PLACAS PRÉ-MOLDADAS. Maceió, 2005. 116p.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Alagoas. Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil.
1. Resíduo 2. Concreto 3. Borracha 4. tenacidade. I. Universidade Federal de
Alagoas. Centro de Tecnologia. Programa de Pós- Graduação em Engenharia
Civil.
iv
Dedico este trabalho a minha querida esposa Már-
cia Luzia, a minha avó, a meu avô (in memorian),
minha mãe (in memorian) e a todos que contribuí-
ram para o desenvolvimento do mesmo.
v
Agradecimentos
Agradeço a Deus pelo meu existir, e por ter me concedido a graça de ter viven-
ciado tudo isso, mesmo com os obstáculos, mesmo com as dificuldades, mesmo com
todos os contratempos.
Agradeço a minha querida esposa, Márcia Luzia, por ter estado sempre perto de
mim, sendo durante todo o tempo uma voz estimulante, invocativa e reconfortante. A-
gradeço-lhe ainda por seu olhar fidedigno e assistencial durante esta caminhada.
Aos orientadores Prof. Dr. Flávio Barboza de Lima e Prof
a
. Dr
a
. Aline da Silva
Ramos Barboza, pela dedicação demonstrada, pelos conhecimentos transmitidos, pelas
críticas construtivas, pela revisão do texto e, sobretudo, pela palavra amiga incentivado-
ra nas horas necessárias que foram decisivas para elaboração e conclusão desta Disser-
tação. Ao Prof. Dr. Paulo César Correia Gomes pelo apoio e valiosas orientações. Ao
Coordenador do Mestrado Prof. Dr. Severino Pereira Cavalcanti Marques pela sua com-
petência para com o curso e sua atenção para com os alunos do programa.
Aos Professores Roberaldo Carvalho de Souza e Dilze Codá dos Santos Caval-
canti Marques, pela recomendação ao programa de pós-graduação e pelos conselhos e
ensinamentos passados no período de graduação que jamais foram esquecidos. A todos
os professores pelos relevantes conhecimentos transmitidos com amor, ética e profissio-
nalismo, contribuindo, não apenas para a minha formação profissional; mas, também,
para a minha formação como pessoa.
A todos os Colegas de Mestrado, pelo companheirismo, pela amizade, pelas
brincadeiras e pelas ajudas fundamentais. Em especial ao colega EDVALDO
MONTEIRO LISBÔA, pelo braço auxiliador ao longo do curso.
Aos funcionários do Núcleo de Pesquisa Tecnológica, pela ajuda indispensável
para o desenvolvimento da pesquisa; em especial a Secretária Girley Vespaziano da
Silva pelo relevante apoio e os técnicos Alexandre Nascimento de Lima e José Izidro
pela ajuda participativa na maior parte dos experimentos.
vi
Créditos
A elaboração deste trabalho foi possível devido ao apoio de instituições e em-
presas, através de sugestões e apoio técnico financeiro. Assim são dignos de crédito:
Universidade Federal de Alagoas
- Centro de Tecnologia
- Núcleo de Pesquisa Tecnológica
- Departamento de Engenharia Estrutural
Britex Minerações Ltda.
através do Eng. Rafael Piatti.
Cimento NASSAU S. A.
através do Sr. Moraes.
IMCREL – Irmãos Moreira Extração Mineral Ltda,
através do Sr. Edenir.
Firestone Tyresoles,
através do Sr. José Malgueiro da Silva.
CAPES – através da bolsa de mestrado concedida.
FAPEAL – Através da concessão do Projeto de Pesquisa da Prof
a
. Dr
a
. Aline da Silva
Ramos Barboza.
vii
Índice
Lista de Figuras_____________________________________________________________
_
ix
Lista de Tabelas _____________________________________________________________ xii
Lista de Símbolos____________________________________________________________
_
xiv
Lista de Abreviaturas ______________________________________________________
___
xvii
Resumo ____________________________________________________________________
_
xviii
Abstract ___________________________________________________________________
_
ix
Capítulo l – Introdução______________________________________________________
1
1.1 – Aspectos gerais da reciclagem_______________________________________________ 1
1.2 – As fibras de borracha de pneu_______________________________________________
_
2
1.3 – Objetivos_______________________________________________________________
_
5
1.4 – Apresentação____________________________________________________________
_
6
Capítulo 2 – Revisão bibliográfica_______________________________________
________
7
2.1 – As fibras utilizadas no concreto______________________________________________
_
7
2.2 – Caracterização da borracha _________________________________________________
_
10
2.3 – Propriedades mecânicas____________________________________________________
_
14
2.3.1 – Resistência à compressão_________________________________________________
_
14
2.3.2 – Resistência à tração_____________________________________________________
__
14
2.3.3 – Módulo de elasticidade___________________________________________________
_
16
2.3.4 – Resistência ao impacto___________________________________________________
_
17
2.3.5 – Flexão de placas________________________________________________________
_
20
2.4 – Durabilidade____________________________________________________________
_
21
2.5 – Trabalhabilidade_________________________________________________________
_
22
Capítulo 3 – Avaliação do Comportamento do Concreto com Adição de Borracha______
_
24
3.1 – Caracterização dos materiais________________________________________________
_
24
3.1.1 – Coleta de materiais______________________________________________________
_
24
3.1.2 – Análise granulométrica___________________________________________________
_
26
3.1.3 – Outras propriedades da borracha___________________________________________
_
33
3.1.3.1 – Temperatura de fulgor__________________________________________________
_
33
viii
.3.1.3.2 – Massa unitária e massa específica________________________________________
_
35
3.1.4 – Agregados_____________________________________________________________ 35
3.1.5 – Cimento_______________________________________________________________
_
38
3.2 – Estudo da dosagem_______________________________________________________
39
3.2.1 – Determinação da dosagem de referência_____________________________________
_
39
3.2.2 – Estudo da dosagem do concreto com adição de borracha________________________
_
41
3.2.3 – Ensaios iniciais – Propriedades mecânicas ___________________________________
_
42
3.2.4 – Analise dos resultados dos ensaios iniciais ___________________________________
_
43
3.2.5 – Definição do teor de borracha _____________________________________________
_
47
3.3 – Ensaios de avaliação do comportamento do CAB________________________________
_
48
3.3.1 – Resistência à compressão, resistência à tração e módulo_________________________
_
49
3.3.2 – Ensaio de resistência ao impacto___________________________________________
_
51
3.3.3 – Ensaio de resistência à flexão______________________________________________ 60
Capítulo 4 – Análise dos resultados
______________________________________________
63
4.1 – Resistência à compressão__________________________________________________
_
64
4.2 – Resistência à tração por compressão diametral__________________________________
_
65
4.3 – Módulo de deformação longitudinal__________________________________________
_
65
4.4 – Resistência ao impacto____________________________________________________
_
66
4.5 – Flexão de placas__________________________________________________________
_
66
Capítulo 5 – Considerações finais
________________________________________________
67
Referências____________________________________________________________
______
70
APÊNDICE__________________________________________________________
________
75
ix
Lista de Figuras
Figura 1.1 – Resíduo da recauchutagem _______________________________________
_
2
Figura 1.2 – O resíduo de borracha tem forma fibrilar_____________________________ 3
Figura 1.3 - Raspagem do pneu______________________________________________
_
4
Figura 1.4 – Fibras de borrachas aumentadas de 100 vezes_________________________ 5
Figura 2.1 – Comportamento da resistência do concreto com a variação da temperatura
para agregado calcário (NEVILLE – 1997) ____________________________________
13
Figura 2.2 – Gráfico tensão-deformação para o CAB em diversas dosagens (TOPÇU,
1994) _________________________________________________________________
17
Figura 2.3 – Ensaio de flexão de placas (BARBOSA & DEBS – 2001) _______________
_
20
Figura 2.4 – Esquema de ensaio de flexão de SEGRE (1999) ______________________
__
21
Figura 3.1 – Processo da raspagem____________________________________________
_
25
Figura 3.2 – Material no chão da fábrica_______________________________________
_
25
Figura 3.3 – Material sendo aspirado__________________________________________
_
25
Figura 3.4 – Material na câmara______________________________________________
_
26
Figura 3.5 – Material no tambor______________________________________________
_
26
Figura 3.6 – Distribuição granulométrica da borracha – AM1_______________________
_
27
Figura 3.7 – Distribuição granulométrica da borracha – AM2_______________________
_
28
Figura 3.8 – Material retido na peneira de abertura 4,76 mm________________________ 29
Figura 3.9 – Material retido na peneira de abertura 2,38 mm________________________
_
29
Figura 3.10 – Material retido na peneira de abertura 2,00 mm_______________________ 29
Figura 3.11 – Material retido na peneira de abertura 1,19 mm_______________________
_
30
Figura 3.12 – Material retido na peneira de abertura 0,84 mm_______________________
_
30
Figura 3.13 – Material retido na peneira de abertura 0,59 mm_______________________
_
30
Figura 3.14 – Material retido na peneira de abertura 0,30 mm_______________________ 31
Figura 3.15 – Material retida na peneira de abertura 0,50 mm aumentado de 40 vezes____ 31
Figura 3.16 – Material retido na peneira de abertura 0,30 mm aumentada de 100 vezes __
_
32
Figura 3.17 – Material retido na peneira de abertura 0,15 mm aumentada de 100 vezes __
_
32
Figura 3.18 – Material retido na peneira de abertura 0,11 mm aumentada de 100 vezes___
_
32
Figura 3.19 – Material no fundo aumentado de 100 vezes__________________________
_
33
x
Figura 3.20 – Material não-queimado__________________________________________
_
34
Figura 3.21 – Material queimado_____________________________________________
_
34
Figura 3.22 – Material decantando____________________________________________
_
35
Figura 3.23 – Matéria com ar aprisionado______________________________________
_
35
Figura 3.24 – Granulometria da areia com limites de norma________________________
_
36
Figura 3.25 – Distribuição granulométrica da areia e da brita_______________________
_
37
Figura 3.26 – Corpo-de-prova_______________________________________________
__
44
Figura 3.27 – Comportamento da resistência à compressão com o teor de borracha______
_
44
Figura 3.28 – Comportamento da resistência à tração com o teor de borracha__________
_
45
Figura 3.29 – Comportamento do módulo com o teor de borracha___________________
_
46
Figura 3.30 – Comportamento da resistência à compressão com teor de borracha (modifi-
cado) __________________________________________________________________ 46
Figura 3.31 – Comportamento da resistência à tração com teor de borracha (modificado)
_
47
Figura 3.32 – Comportamento do módulo com teor de borracha (modificado) _________
_
47
Figura 3.33 – Detalhe do ensaio de módulo_____________________________________
_
49
Figura 3.34 – Modo de ruptura do concreto de referência__________________________
_
50
Figura 3.35 – Modo de ruptura do CAB________________________________________
_
50
Figura 3.36 – Gráfico tensão-deformação para o concreto de referência_______________
_
51
Figura 3.37 – Gráfico tensão-deformação para o CAB____________________________
_
51
Figura 3.38 – Esfera de aço utilizada para provocar ensaio_________________________
_
52
Figura 3.39 – Aparato utilizado nos ensaios de impacto___________________________
_
52
Figura 3.40 – Placa não impactada____________________________________________
_
53
Figura 3.41 – Impacto com altura de queda 20 cm________________________________
_
53
Figura 3.42 – Impacto com altura de queda 30 cm________________________________
_
53
Figura 3.43 – Impacto com altura de queda 40 cm________________________________
_
54
Figura 3.44 – Impacto com altura de queda 50 cm________________________________
_
54
Figura 3.45 – Impacto com altura de queda 60 cm________________________________
_
54
Figura 3.46 – Impacto com altura de queda 70 cm________________________________
_
55
Figura 3.47 – Visão geral da placa ensaiada_____________________________________
_
55
Figura 3.48 – Ensaio de resistência ao impacto do concreto de referência – placa 01_____ 56
Figura 3.49 – Ensaio de resistência ao impacto do concreto de referência – placa 02_____
_
57
Figura 3.50 – Ensaio de resistência ao impacto do concreto de referência – placa 03_____
_
58
xi
Figura 3.51 – Ensaio de resistência ao impacto do CAB – Placa 01__________________
_
58
Figura 3.52 – Ensaio de resistência ao impacto do CAB – placa 02__________________
_
59
Figura 3.53 – Ensaio de resistência ao impacto do CAB – Placa 03__________________
_
60
Figura 3.54 – Detalhe geral do aparato e da prensa_______________________________
_
61
Figura 3.55 – Detalhe do apoio_______________________________________________
_
61
Figura 3.56 – Força de flexão-deformação, concreto de referência___________________
_
62
Figura 3.57 – Força de flexão-deformação para o CAB____________________________
_
63
xii
Lista de Tabelas
Tabela 2.1 – Alguns tipos de fibras e suas propriedades ___________________________
_
9
Tabela 2.2 – Proporções típicas de fibras para um concreto de peso normal ____________ 9
Tabela 2.3 – Intervalos de teores de fibras______________________________________
_
9
Tabela 2.4 – Massa unitária e massa específica da borracha na literatura______________
_
11
Tabela 2.5 – Outras características da borracha, (HERNADES-OLIVARES – 2002)_____
_
13
Tabela 2.6 – Variações da resistência relativa com a temperatura____________________
_
14
Tabela 2.7 – Comparação entre as perdas tração-compressão _______________________
_
15
Tabela 2.8 – Resultados dos ensaios de TOUTANJI (1995)_________________________ 16
Tabela 3.1 – Composição granulométrica da amostra AM1_________________________
_
27
Tabela 3.2 – Composição granulométrica da amostra AM2_________________________
_
28
Tabela 3.3 – Propriedade característica do agregado______________________________
_
37
Tabela 3.4– Composição granulométrica da areia e da brita_________________________
_
38
Tabela 3.5 – Características químicas do cimento________________________________
_
39
Tabela 3.6 – Características físicas do cimento___________________________________
_
40
Tabela 3.7 – Dosagem do concreto segundo os procedimentos do ACI 211.1-91________
_
40
Tabela 3.8 – Dosagem do concreto após ajuste___________________________________
_
41
Tabela 3.9 – Dosagem do concreto com borracha.________________________________
_
41
Tabela 3.10 – Dosagem do concreto com borracha em baixos teores__________________
_
42
Tabela 3.11 – Resultados dos ensaios de propriedades mecânicas____________________
_
43
Tabela 3.12 – Propriedades do concreto fresco com a relação tração-compressão________
_
43
Tabela 3.13 – Dosagens do concreto após análise________________________________
__
49
Tabela 3.14 – Resultados dos ensaios de propriedades mecânicas____________________
_
50
Tabela 3.15 – Medidas do abatimento e ar-incorporado____________________________
_
50
Tabela 3.16 – Ensaio de resistência ao impacto do concreto de referência, placa 01______
_
56
Tabela 3.17 – Ensaio de resistência ao impacto do concreto de referência, placa 02______
_
57
Tabela 3.18 – Ensaio de resistência ao impacto do concreto de referência, placa 03______
_
57
Tabela 3.19 – Ensaio de resistência ao impacto do CAB, placa 01___________________
_
58
Tabela 3.20 – Ensaio de resistência ao impacto do CAB, placa 02___________________
_
59
Tabela 3.21 – Ensaio de resistência ao impacto do CAB, placa 03___________________
_
59
xiii
Tabela 3.22 – Resultado final do ensaio de resistência ao impacto___________________
_
60
Tabela 3.23 – Resultado final do ensaio de resistência resistência à flexão_____________
_
62
Tabela 4.1 Resultados dos ensaios utilizados na análise com diferenças percentuais_____
_
63
Tabela 4.2 Resultados dos ensaios de flexão e impactos para análise_________________
_
65
xiv
Lista de Símbolos
% Percentagem
γ
a
Massa específica da água
γ
ab
Densidade absoluta específica da mistura de areia e brita no ensaio do
esqueleto granular
γ
ar
Massa específica da areia
γ
br
Massa específica da brita
γ
c
Massa específica do cimento
γ
sp
Massa específica do superplastificante líquido
ρ
u
Massa unitária da mistura de areia e brita no ensaio do esqueleto granu-
lar
< Menor
± Mais ou menos
Somatório
Menor ou igual
Maior ou igual
a/c Relação água/cimento
A
ar
(%) Absorção da areia em percentagem
A
br
(%) Absorção da brita em percentagem
Al
2
O
3
Óxido de alumínio
c Espaçamento entre as armaduras
C Massa de cimento
Ca(OH)
2
Hidróxido de cálcio
CaO Óxido de cálcio
cm Centímetro
cm²/g Centímetro quadrado por grama
d Diâmetro do orifício inferior do Cone de Marsh
D (%) Percentual do desvio em relação à média
E
c
Módulo de deformação estática
xv
f
c
Resistência à compressão
Fe
2
O
3
Óxido de ferro
f
tD
Resistência à tração na compressão diametral
g Grama
g/cm³ Gramas por centímetro cúbico
g/ml Grama por mililitro
H
ar
(%) Umidade da areia em percentagem
H
br
(%) Umidade da brita em percentagem
K
2
O Óxido de potássio
kg Quilograma
kg/m³ Quilogramas por metro cúbico
m Metro
m²/kg Metro quadrado por quilograma
m³ Metro cúbico
MgO Óxido de magnésio
M
i
Dimensões da peneira superior do agregado do grupo i
M
i-l
Dimensões da peneira inferior do agregado do grupo i
ml Mililitro
mm Milímetro
MPa Mega Pascal
Na
2
O Óxido de sódio
ºC Graus centígrados
P
a
Massa de água
P
ac
Massa de água adicionada corrigida
P
ar
Massa de areia
P
br
Massa de brita
P
t
Massa total da mistura de areia e brita no ensaio do esqueleto granular
s Segundo
SiO Monóxido de silício
SiO
2
Óxido de silício
Vol Volume de pasta ou argamassa que é introduzido no Cone de Marsh no
ensaio
xvi
V (%) Volume de vazios da mistura de areia e brita em percentual no ensaio
do esqueleto granular
V
ag
Volume de agregado
V
ar
Volume de areia
V
arg
Volume de argamassa
V
br
Volume de brita
V
c
Volume de concreto
V
p
Volume de pasta
V
t
Volume total de areia mais brita no ensaio do esqueleto granular
μm Micrometro
xvii
Lista de Abreviaturas
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ACI American Concrete Institute
AL Estado de Alagoas
ASTM American Society for Testing and Materials
ATG Análise Termogravimétrica
CP II-Z Cimento Portland composto com Pozolana
CP Corpo-de-Prova
EFNARC European Federation of National Trade Associations
EN European Norma
LEMA Laboratório de Estruturas e Materiais do NPT/UFAL
NBR NM Norma Brasileira Registrada - Norma Mercosul
NBR Norma Brasileira Registrada
NPT Núcleo de Pesquisa Tecnológica
PF Perda ao Fogo
CAB Concreto com adição de Borracha.
TCC Trabalho de Conclusão de Curso
UFAL Universidade Federal de Alagoas
UFCG Universidade Federal de Campina Grande
xviii
Resumo
Observando-se que o concreto é o material mais consumido na construção civil e
que nem sempre satisfaz todas as características exigidas, busca-se experimentar mate-
riais que possam proporcionar a ele mais eficiência. Neste aspecto, com foco no descar-
te de resíduos provenientes da reciclagem de pneus, de forma a dar a este material um
destino racional, no ambiente da Construção Civil, foi objetivo deste trabalho estudar o
comportamento do concreto com adição de fibras de borracha produzidas na recauchu-
tagem do pneu, aplicando à confecção de placas pré-moldadas para analisar o seu com-
portamento diante de esforços mecânicos. Os teores das adições foram aqueles usuais
para fibras (1%, 2%, 3%). A bibliografia revelou que ocorre uma diminuição da resis-
tência à compressão do concreto com tais adições, por outro lado, ocorre um aumento
da tenacidade e da resistência ao impacto. Com a adição de fibras curtas, ou seja, com
uma baixa relação comprimento/diâmetro, verificam-se ainda as mesmas perdas previs-
tas na literatura sem ganhos significativos na tenacidade. Escolheu-se este tipo por re-
presentar uma pequena parcela e verificar se a sua separação poderia comprometer a sua
utilização como resíduo. Foi estudado ainda o ponto de fulgor da borracha e observado
que este ocorre em uma faixa de temperatura muito acima daquela em que o concreto
tem suas propriedades ameaçadas. Considerou-se que estes resultados são satisfatórios,
uma vez que a possibilidade de incluir fibras maiores pode aumentar a tenacidade e re-
cuperar a perda observada.
Palavras-Chave: Resíduo, Concreto, Borracha, Tenacidade.
xix
Abstract
It was observed that the concrete is the most consumed material in the civil con-
struction and not always satisfies all the demanded properties, its takes to researches
that tries materials that can provide to the concrete more efficiency. This work, the dis-
carding of residues procedures from the recycling of tires is focused, with the purpose to
give to this material a rational destination, in the environment of the Civil Construction.
The aim is to study the concrete behavior produced with rubber tire fiber addition, ob-
tained by recycling of tire, and apply it on the confection of plates for to analyze the
mechanical efforts behavior. The amongst of the additions are done in amongst usual
for staple fibers. The bibliographical review disclosed that a reduction of the compres-
sive strength when the rubber additions occurs. On the other hand, an increase of the
ductility and the resistance for the impact occurs. The point of glow of the observed
rubber was studied and it was observed that it occurs in a temperature range above of
that one where the concrete has its deficit properties. With the short rubber fiber addi-
tion the same losses foreseen in literature without significant profits in the ductility are
still verified. The rubber fibers chosen had been with low a relation length-diameter.
This type for representing a small parcel and knowing that its separation can to add val-
ues that do not compensate its use as residue. Thus, it was considered that these results
are satisfactory, a once that the possibility to include bigger rubbers fibers can increase
the ductility.
Keywords: Waste, Concrete, Rubber, Ductility.
Capitulo 1
Introdução
1.1 – Aspectos gerais da reciclagem
O mundo contemporâneo se caracteriza por apresentar dois planos que, apesar
de contraditórios, se encontram nas discussões sobre as questões econômicas da huma-
nidade: o desperdício e o crescimento populacional. O desperdício vai de encontro à
miséria que pode ser vista principalmente em países subdesenvolvidos, ou em desen-
volvimento como o Brasil. O crescimento populacional se esbarra na ocupação desor-
denada do solo e na emissão sempre crescente de resíduos que são lançados na natureza.
Diante destes fatos, a forma de utilização dos recursos naturais e a disposição do lixo na
natureza precisam ser discutidas e gerenciadas. As ações estão sendo tomadas e, como
exemplo, citam-se a as resoluções do CONAMA.
No combate aos problemas supracitados, a reciclagem é uma das propostas que
mais ganham estímulo. Hoje, no mercado, já existem vários produtos que são produzi-
dos com materiais reciclados: papel higiênico, embalagens de alumínio, embalagens e
subprodutos do aço e outros.
Apesar destes progressos, o acelerado desenvolvimento da sociedade leva, todos
os dias, ao meio ambiente, um grande número de materiais que descaracterizam paisa-
gens e polui os elementos vitais à sobrevivência do ser humano: o solo, o ar, a água.
Dentro da construção civil, é possível ver algumas formas de reciclagens de re-
síduos industriais que se consolidaram como materiais para aplicações específicas. Den-
tre estes materiais, pode-se citar a sílica ativa que passou de um resíduo da indústria de
ferro-silício (LIMA, 1997) a um material fundamental na produção de concreto de alto
desempenho. Outros produtos, como escória de alto-forno e cinza de casca de arroz,
tomaram o mesmo rumo. Vários centros de pesquisa ainda estudam a utilização de ou-
tros resíduos em argamassas e concretos. Dentre eles, estão o resíduo da construção e
demolição beneficiado, o resíduo da indústria de mármore e granito (LISBOA, 2004) e
2
as fibras de borracha de pneu provenientes da recauchutagem (PIERCE &
BLACKWELL, 2002).
1.2 – As fibras de borrachas de pneu
O pneu é um dos produtos de maior consumo no mundo e um dos resíduos de
mais difícil decomposição na natureza. Quando se tornam inservíveis são colocados em
aterros onde podem permanecer por mais de 500 anos. Isto constitui um problema de
engenharia. Neste contexto, a reciclagem surge como instrumento promotor do bem
estar ecológico e social. A recauchutagem é uma das formas de reciclagem do pneu
mais eficazes, pois pode prolongar a vida útil do pneu em até três vezes (PNEWS,
2002). Porém, também gera um resíduo (figura 1.1). Estudos revelaram que este materi-
al tem a forma fibrilar (figura 1.2), muito embora sua composição apresente certa hete-
rogeneidade.
Figura 1.1 – Resíduo da recauchutagem.
3
No Brasil, entre 110 milhões e 150 milhões de pneus velhos estão espalhados em
aterros, terrenos baldios, rios e lagos (Ecologia Urgente, 2002). Segundo estimativa da
Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP, 2002), a cada ano, dezenas de
milhões de pneus novos são fabricados no País. Em 2001, foram 45 milhões – cerca de
15 milhões exportados e 30 milhões destinados ao consumo interno.
Segundo KAMIMURA (2002), os pneus para veículos de passeio são
constituídos das seguintes partes:
1 – Carcaça: é a estrutura interna do pneu, com função de reter o ar sob pressão e
suportar o peso do veículo. A carcaça é constituída por lonas de nylon, aço ou poliéster,
dispostas diagonalmente nos pneus convencionais e radialmente nos pneus radiais,
formando a parte resistente do pneu.
2 – Flancos: são constituídos de um composto de borracha de alto grau de flexibilidade,
dispostos lateralmente, com o objetivo de proteger a carcaça contra os agentes externos.
3 – Talões: são constituídos internamente por arames de aço de grande resistência,
unidos e recobertos por borracha. Sua finalidade é manter o pneu firmemente acoplado
ao aro, impedindo-o de ter movimentos independentes.
4 – Banda de rodagem: é a parte do pneu que entra diretamente em contato com o
solo. Oferece grande resistência ao desgaste devido à sua composição de borracha e
Figura 1.2 – O resíduo de borracha tem forma fibrilar.
4
agentes químicos especiais. Seus desenhos, criteriosamente estudados, visam
proporcionar boa tração, estabilidade e segurança ao veículo.
A banda de rodagem, por estar em contato direto com o solo, sofre um desgaste
mais rápido que as outras partes do pneu. Isto permite a sua recomposição, mantendo-se
as outras partes para uma reutilização. A este procedimento dá-se o nome de
recauchutagem ou recapeamento. Neste processo, a banda de rodagem sofre uma
raspagem manual e por cilindros automatizados (ver figura 1.3). Assim, um resíduo de
borracha constituído por um material grosseiro e por um material fino é gerado. O
material fino, à primeira vista, parece pulverulento; porém, uma análise tátil visual
prova tratar-se de fibras.
As perspectivas são favoráveis para a recauchutagem, uma vez que 281 milhões
de pneus são descartados apenas nos Estados Unidos e 25% destes ainda têm como
destino certo os aterro (SCRAPTIRENEWS, 1998 apud KAMIMURA, 2002). A
resolução 258/99 do CONAMA que obriga às empresas fabricantes e importadoras de
pneu a darem um fim racional aos pneus inservíveis deve elevar o preço do pneu novo e
baratear o pneu recauchutado aumentando a procura por este produto, o que deve
aumentar a geração de resíduo.
Figura 1.3 - Raspagem do pneu.
5
O resíduo da recauchutagem vem sendo experimentado em alguns centros de
pesquisas do país como fibra no concreto, gerando um novo concreto chamado
Concreto com Adição de Borracha - CAB. Isto acontece porque o mesmo apresenta
uma forma fibrilar numa relação comprimento/diâmetro médio de 8 a 10. Esta relação
indica uma fibra curta.
O resíduo proveniente da recauchutagem gera fibras de borracha com tamanhos
e espessuras variadas, variando, também, a relação comprimento/diâmetro. Para efeito
de fibra, aquela com baixa relação comprimento/diâmetro é menos interessante. De
outra forma a retirada deste material pode ser desnecessária por ambos motivos: o
percentual é pequeno e o processo de peneiramento pode não ser eficiente.
Assim, as fibras aqui utilizadas apresentam características peculiares em relação
às fibras usuais. São fibras curtas com superfícies bastante irregulares (ver figura 1.4),
possuem, ainda, pequenas dimensões, se assemelhando a um pó. As irregularidades da
superfície são compostas de reentrâncias e tentáculos, o que dá ao material capacidade
de se prender como as fibras usuais. Isto pode ser mais bem analisado quando se
compara a massa unitária: 0,30kg/m
3
, com a massa específica: 1,14 kg/m
3
.
I.3 – Objetivos
É objetivo deste trabalho avaliar o comportamento do concreto com adição de
borracha, obtida a partir da reciclagem de pneus, com aplicações em placas pré-
Figura 1.4 – Fibras de borrachas aumentadas de 100 vezes.
6
moldadas, analisando-se as deformações sofridas por estes elementos estruturais sob
esforços de flexão, bem como os danos sofridos diante de esforços de impactos.
1.4 – Apresentação
Esta dissertação foi estruturada em cinco capítulos, de modo a sintetizar toda a
pesquisa e esclarecer os principais aspectos trabalhados, como segue:
Capítulo 1 – No capítulo 1 buscou-se apresentar os aspectos gerais que envolvem o
surgimento do CAB, dando um enfoque ao processo da recauchutagem e o resíduo que
dela procede e definindo os objetivos do trabalho. Também, buscou-se apresentar uma
idéia geral da fibra de borracha a ser utilizada.
Capítulo 2 – No capítulo 2, apresentam-se as informações que se pode obter, na litera-
tura, a respeito do CAB. Nesta parte do trabalho, ainda focalizou-se a utilização da bor-
racha na pasta de cimento e em argamassa, bem como os métodos de ensaio utilizados.
Capítulo 3 – No capítulo 3, faz-se um conjunto de experimentos que virão a caracteri-
zar o resíduo de borracha encontrado na região, bem como o comportamento do CAB
confeccionado com alguns dos materiais comumente comercializados em Maceió.
Capítulo 4 – No capítulo 4 é feita uma análise dos resultados encontrados no capítulo
anterior, dando significado aos números resultantes dos experimentos. Esta análise será
feita por comparação entre os resultados do concreto de referência e os resultados do
concreto com borracha.
Capítulo 5 – No capítulo 5 faz-se o fechamento do trabalho, sintetizando algumas con-
clusões sobre a análise executada.
7
Capítulo 2
Revisão Bibliográfica
O concreto é o segundo material mais consumido no mundo, perdendo apenas
para a água. Porém, em algumas aplicações é desejável que ele tenha uma baixa massa
unitária, alta resistência, ductilidade e resistência ao impacto. Embora seja o material
mais usado na construção civil, ele nem sempre satisfaz a estes requisitos. A proposta
de agregar borracha ao concreto surge com o intuito de contribuir com o desenvolvi-
mento de algumas das propriedades citadas. Para isso, fez-se uma análise da bibliografia
a respeito do CAB. Assim, se pode ter uma idéia das suas propriedades mecânicas, sua
forma de dosagem e suas perspectivas de aplicação, como será visto a seguir.
2.1 – As fibras utilizadas no concreto
Existe uma grande variedade de fibras que são utilizadas no concreto. Estas fi-
bras são comercializadas em formas, tamanhos e materiais diferentes, que entre outros
se podem citar: as fibras de aço, as fibras de vidro e as fibras de polipropileno, demons-
trando baixos e altos módulos de elasticidade.
O objetivo de se adicionar fibras ao concreto é provocar uma costura entre as in-
finitas seções que compõe o sólido; combatendo, principalmente, as fissuras provocadas
pela retração. Sob tensões aplicadas, essas fissuras se propagam rapidamente, sendo
responsáveis pela ruptura do material.
Segundo MEHTA & MOTEIRO (1994), a introdução de fibras não melhorou
significativamente a resistência à tração do concreto; mas melhorou o seu comporta-
mento no estágio pós-fissuração. Ou seja, o concreto reforçado com fibras é mais tenaz
e por isso mais resistente ao impacto. Muito embora a influência das fibras na resistên-
cia à tração dependa do tipo de fibra; percebe-se, de forma geral, que as fibras incorpo-
radas ao concreto tornam-no menos frágil. A tabela 2.1 apresenta alguns tipos de fibras
com suas propriedades físicas.
Como análise da tabela 2.1, pode-se destacar a fibra de polipropileno. A fibra de
polipropileno é utilizada por SAVASTANO JR. et al (1999) com as seguintes caracte-
8
rísticas: densidade de 913 kg/m3, resistência de 0,25 GPa, módulo de elasticidade de 2,0
GPa e alongamento variando entre 22,3% e 26,0%. Na experimentação de concreto com
fibra de borracha, HERNADEZ – OLIVARES et al (2002) utilizaram, também, fibras
curtas de polipropileno com as seguintes propriedades: densidade de 910 kg/m3, resis-
tência variando entre 0,56 GPa e 0,77 GPa e módulo de elasticidade de 3,5 GPa. SONG
et al (2003) apresentaram fibras de polipropileno com densidade de 910 kg/m3, resis-
tência de 0,41 GPa, módulo de elasticidade de 4,1 GPa.
Fazendo-se uma comparação entre os dados descritos no último parágrafo e a ta-
bela 2.1, nota-se uma incoerência nos valores de alongamento, que na tabela 2.1 é visto
com um valor de 8,0%; enquanto aqueles apresentados por SAVASTANO JR. et al
(1999) variam entre 22,3% e 26,0%. Afora isto, os demais valores se encontram na
mesma ordem de grandeza.
Na Região Nordeste as fibras de polipropileno são as mais utilizadas. Porém as
fibras de aço apresentam maior variabilidade. Podem ser arredondadas, achatadas e on-
duladas. As arredondadas possuem diâmetros entre 0,25 mm e 0,75 mm. As achatadas
têm seção transversal com espessura entre 0,15 mm e 0,40 mm, com largura variando
entre 0,25 mm e 0,90 mm e relação de aspecto variando de 30 a 150. A relação de as-
pecto, segundo MEHTA & MONTEIRO (1994), é a razão entre o comprimento e o di-
âmetro médio. Para o presente trabalho será usado apenas relação comprimento-
diâmetro (C/d), por expressar uma maior proximidade com o que significa. Assim,
SWAMY & MANGAT apud MEHTA & MONTEIRO (1994) demonstram que as fi-
bras de aço com relação comprimento-diâmetro maior que 100 tendem a produzir empe-
lotamento.
Empelotamento é a concentração de fibras pelo auto-entralaçamento, formando
emaranhados de fibras, sendo por isso também chamado de ninho. A tabela 2.2 abaixo
apresenta as típicas proporções para um concreto de peso normal reforçado com fibras
para algumas fibras comerciais, segundo o ACI committee 544 apud NAWY (1996).
9
Tabela 2.1 – Alguns tipos de fibras e suas propriedades (KARBUARE, 1998).
Tipo de Fibra Resistência (GPa) Módulo (GPa) Alongamento (%) Densidade
Acrílico 1,00 17 – 20 8,0 – 11,0 1,2
Asbesto 3,00-3,50 160 –190 2,0 – 3,0 2,6 – 3,5
Carbono 3,0 – 3,60 230 - 400 0,5 – 1,5 1,8 – 2,0
Vidro AR 2,50 70 3,6 2,8
Polietileno 0,20 5 8,0 – 10,0 1,0
Polivinil 0,10 – 0,15 20 – 25 8,0 – 11,0 1,1 – 1,4
Polipropileno 0,40 – 0,70 5 - 10 8,0 0,9
Aço 2,00 200 3,5 7,8
Tabela 2.2 – Proporções de fibras para um concreto de peso normal (NAWY, 1996).
Materiais Características e proporções
Cimento 326-563 (kg/m
3
)
Relação a/c 0,4-0,6
% de areia no total de agregado 50%-100%
Tamanho máximo do agregado 9,5 mm
Ar incorporado 6%-9%
Conteúdo de fibra 0,5%-2,5% em V
Aço: 1% = 78,32 kg/m
3
, Vidro: 1% = 25,00 kg/m
3
, Nylon: 1% = 11,27 kg/m
3
Fazendo-se a conversão do percentual de borracha de volume para peso, compa-
rando-se com os valores de peso de cimento da tabela 2.2 chega-se a tabela 2.3, onde se
verificam os intervalos de percentuais de fibras em relação ao peso de cimento:
Tabela 2.3 – Intervalos de teores de fibras em relação ao peso de cimento.
Fibra Mínimo (%) Máximo (%)
Aço 12 34
Vidro 4 11
Nylon 2 5
10
Segundo SAVASTANO JR. et al (2003), para fibras vegetais, a dosagem ideal
deve possuir um teor de fibras em torno de 4% do volume da mistura. Para o polipropi-
leno e o amianto o teor de fibras deve ficar em torno de 1% também em relação ao vo-
lume. Isto se faz necessário para que não se forme empelotamento. Em relação ao peso
de cimento estes teores devem ser em torno de 13%.
Já as fibras de borracha são adicionadas em proporções à quantidade de agrega-
dos, ou em substituições aos agregados, tanto graúdo como miúdo. Assim, os CABs
experimentados por TOPÇU (1994) e TOPÇU & AVCULAR (1996), tiveram teores de
borracha de 15%, 30% e 45% do volume da mistura. TOUTANJI (1996) fez substitui-
ções do agregado graúdo em proporções de 25%, 50%, 75% e 100%. Em todos os casos
é predominante a adição ser em relação ao volume da mistura, o que em função da mas-
sa específica da borracha resulta em grande variação na quantidade de borracha por me-
tro cúbico de concreto. Nos trabalhos de TOPÇU (1994) e TOPÇU & AVCULAR
(1996), onde o teor de borracha varia de 15% a 45% do volume da mistura, verifica-se
que estes teores ficam variando de 27% a 81% do peso se cimento e de 4% a 12% em
relação ao peso total de material seco.
BAUER et al (2000) adicionaram borracha à argamassa nos teores de 15%, 30%
e 40%; e ao concreto em teores de 15% e 30% em relação ao peso de cimento. Embora
estes autores mudem a forma de introduzir a borracha ainda continuam altos.
Comparando-se os trabalhos de TOPÇU (1994) e TOPÇU & AVCULAR (1996)
com os de BAUER et al (2002), verifica-se que o teor de 15% nos primeiros se aproxi-
ma do teor de 30% no segundo. Nos trabalhos de AKASAKI et al (2002), a borracha é
adicionada como fibra. Aqui já se observa um teor de borracha variando de 12,92% a
25,42% em ralação ao volume da mistura. NIRSCHL et al (2003) utilizaram teores de
fibras de borracha em torno 20% em volume significando aproximadamente 32% do
peso de cimento. Para cada trabalho referido, houve uma preocupação em verificar os
teores de fibras também em relação ao peso de cimento, isto se deu porque a utilização
de dosagens em peso conduz a valores mais precisos.
2.2 – Características físicas das fibras de borracha.
Por se tratar de material novo para compósito, a fibra de borracha não apresenta
procedimentos normalizados para a sua caracterização como agregado para o concreto.
11
Porém alguns autores consolidaram procedimentos em características como: granulom-
tria, massa unitária, massa específica.
BAUER et al (2002), utilizaram em seus trabalhos pneu moído em substituição
ao agregado miúdo e graúdo, em cada caso o módulo de finura foi 5,63 e 7,47 respecti-
vamente. O mesmo triturou a borracha deixando-a nas dimensões dos agregados aos
quais substituiu. As borrachas obtidas foram chamadas de pneu moído I e pneu moído
II, para substituir o agregado miúdo e para o agregado graúdo, respectivamente. É cabí-
vel que neste processo tenha sido utilizado um peneiramento, muito embora não ocorra
citação. AKASAKI et al (2002) apresentaram o diagrama de distribuição granulométri-
ca para a fibra de borracha. Para NAVARRO et al (2002), uma borracha comercial de-
nominada M35, para uso em asfalto, possui diâmetro médio de 0,63 mm e uma larga
distribuição de tamanho, tendo sido fracionada da seguinte forma: 0,1 mm 0,29 mm,
0,35 mm, 0,63 mm e 0,74 mm. NIRCHL et al (2003) fizeram estudos analisando a in-
fluência da granulometria, onde utilizaram borrachas passadas na peneira de abertura
0,8 mm, borrachas finas; e borrachas passadas na peneira de abertura 2,38 mm e retidas
na peneira de abertura 0,80 mm. Por se tratar de fibras, verifica-se que o peneiramento
como análise do tamanho ou diâmetro médio da fibra não tem eficiência absoluta, sendo
necessário uma análise complementar.
A massa unitária e a massa específica foram encontradas em grande variabilida-
de nos diversos trabalhos. A tabela 2.4, a seguir, apresenta alguns valores encontrados
na bibliografia:
Tabela 2.4 – Massa unitária e massa específica da borracha na literatura.
AUTOR Massa unitária (kg/dm
3
) Massa especifica (kg/dm
3
)
TOPCU, 1994 0,410 – 0,472 0,650
TOUTANJI, 1995 - 0,610
HERNADES-OLIVARES, 2002 0,84 -
BAUER et al , 2002 0,50 1.09 – 1,12
NIRSCHL et al, 2003 0,27 1,35 – 1,40
AKASAKI et al, 2004 - 1,09
MENEGUINE e PAULON, 2004 0,395 0,548
12
HERNADES-OLIVARES et al (2002), estudando o comportamento estático e
dinâmico do concreto com borracha de pneu, apresentaram números que, dão uma me-
lhor compreensão da fibra de borracha em outros aspectos: comprimentos entre 0,85
mm e 2,15 mm, 4% de conteúdo retido na peneira 1,6 mm, 25 % de absorção d’água,
6,25% de umidade natural, impurezas de aço 0,05% em peso, temperatura de amoleci-
mento 175
o
C e temperatura de combustão de 200
o
C. A tabela 2.5 a seguir traz outras
propriedades.
Dentre as propriedades supracitadas, podem-se destacar as temperaturas de amo-
lecimento e de combustão. A imagem da borracha sempre esteve relacionada ao fogo;
logo, como o CAB vai se comportar diante de altas temperaturas, também deve ser uma
preocupação de quem o estuda.
Dados de HERNADES-OLIVARES & BARLUENGA (2003), analisando o
comportamento do concreto de alto-desempenho com adições de borrachas em percen-
tuais de 3%, 5% e 8% volumetricamente (4,9%, 8,19% e 13,1% - peso de cimento),
submetido ao fogo, demonstra que o CAB tem melhor desempenho em altas temperatu-
ras. Em seus trabalhos foram utilizadas fibras com comprimento variando entre 0,85 cm
e 2,15 cm e densidade de 0,84 g/cm
3
.Verificou-se que o teor de borracha com 3% (4,9%
em relação ao cimento) foi considerada a dosagem ideal, uma vez que teve melhor
comportamento que o concreto com 0% e a redução na resistência não é tão considerá-
vel. Ainda com HERNADES-OLIVARES & BARLUENGA (2003), os ensaios mostra-
ram que à medida que a quantidade de borracha cresceu, o concreto apresentou menor
deterioração. Estes pesquisadores executaram ensaios com placas de 20cm por 30cm
com 5cm de espessura, onde apenas uma das faces fora submetida a uma temperatura
máxima de 1300
o
C. Observou-se, assim, que as placas apresentaram uma curvatura a-
pós o ensaio e que esta curvatura foi tanto menor quanto maior a quantidade de borracha
introduzida.
Para MEHTA & MONTEIRO (1994), uma das excepcionalidades do concreto é
a sua capacidade de suportar, sem impor maiores danos para a edificação, a temperatu-
ras acima de 700
o
C, em comparação a outros materiais. Ainda segundo MEHTA &
MONTEIRO (1994), sabe-se a que a água possui um considerável calor de vaporização.
Assim enquanto houver água evaporável dentro do concreto, a temperatura se mantém
constante, o que constitui uma proteção contra o fogo. Por isso, pode-se dizer que o e-
13
feito da temperatura no concreto depende do grau de hidratação. Pelo contrário, para
estes autores, uma variação brusca da temperatura pode causar lascamento superficial
em concreto de baixa permeabilidade, donde se verifica o melhor desempenho do CAB
em altas temperaturas nos trabalhos de HERNADES-OLIVARES & BARLUENGA
(2003) supracitado.
Tabela 2.5 – Outras características da borracha (HERNADES-OLIVARES, 2002).
Descrição Quantificação
Módulo de Young em 100% 1,97 MPa
Módulo de Young em 300% 10 MPa
Módulo de Young em 500% 22,36 MPa
Resistência à tração 28,1 MPa
Deformação na ruptura 590%
Resiliência a 23
o
C 44%
Resiliência a 75
o
C 55%
De outro modo, para NEVILLE (1997), um concreto confeccionado com agre-
gado calcário, submetido a uma temperatura de 150
o
C já perde cerca de 20% de resis-
tência (ver figura 2.1). De maneira geral, as variações relativas podem ser vista na tabe-
la 2.6 retirada de NEVILLE (1997). Esses resultados demonstram que independente-
mente da presença da borracha o concreto já teria uma perda com o aumento da tempe-
ratura.
Figura 2.1 – Comportamento da resistência do concreto com a variação da tem-
peratura para agregado calcário (NEVILLE, 1997).
14
Tabela 2.6 – Variações da resistência relativa com a temperatura.
Temperatura
o
C 20 200 400 600 800
Resistência relativa (%) 100 50-92 45-83 38-69 20-36
NAVARRO et al (2002) apresentaram em seus trabalhos um tipo de fibra de
borracha proveniente da recauchutagem de pneu de caminhão, que demonstrou ter uma
relação média C/d=6, diminuindo a medida que o comprimento da fibra diminuiu,
chegando a C/d=2,9 para C=0,74mm e C/d=1,2 quando C=0,29mm; porém relataram
que o material não se torna esférico.
2.3 Propriedades mecânicas
2.3.1 Resistência à compressão
Dentre os estudos realizados com o CAB a preocupação prioritária foi com a
resistência à compressão. De uma maneira geral, observa-se que a introdução de
borracha ao concreto provoca uma diminuição da resistência à compressão. Segundo
TOPÇU (1994), a resistência à compressão diminui em torno de 50%, se adicionada
borrachas com granulometria fina e em torno de 60% se adicionado borrachas com
granulometria grossa. Isto demonstra que a variação na resistência à compressão,
também, depende da granulometria da borracha. Segundo TOPÇU & AVCULAR
(1997) a razão para a redução da resistência pode ser atribuída a ambos fatos: a redução
da quantidade de material sólidos com capacidade de suportar carregamento e a
concentração de tensões na pasta ao redor dos agregados de borracha. Neste contexto, é
bastante ressaltar que a borracha utilizada neste trabalho se enquadra como borracha
fina.
2.3.2 Resistência à tração
A resistência à compressão é considerada índice de qualidade porque pode ser
relacionada com outras propriedades: módulo de elasticidade, durabilidade, absorção
d’água etc. A resistência à tração está dentre as principais propriedades que se relaciona
com a resistência à compressão. Para MEHTA & MONTEIRO (1994), esta relação não
é perfeita, pois se observa que ocorre uma diminuição da razão tração/compressão
quando a compressão aumenta. Na tração direta, a razão tração/compressão está entre
15
10% e 11% quando se trata de concreto de baixa resistência. Para concreto de média
resistência a resistência à tração é cerca de 8% a 9% da resistência à compressão; e para
concretos de alta resistência a resistência à tração está em torno de 7% da resistência à
compressão, ainda segundo MEHTA & MONTEIRO (1994).
Segundo TOPÇU (1994), observa-se maior capacidade de absorção de energia
plástica nos ensaios de resistência à tração na flexão que o esperado, muito embora as
perdas ainda tenham sido grandes. Assim, em seus trabalhos, para um concreto com
borracha fina, tem-se perdas de 32%, 52% e 64%. Para concreto com borracha grossa
tem-se que as perdas na resistência à tração são de 53%, 66% e 74%. Estes valores
foram obtidos para introdução de borracha na proporção volumétrica de 15%, 30% e
45%, em um concreto que pela norma NBR 8953/ 1992 se enquadra como um concreto
de classe C20. ELDIN & SENOUCCI (1994), reportam perdas médias de 85% na
resistência à compressão, enquanto as perdas médias na resistência à tração foram de
50%. A resistência à tração diminui à medida que se aumenta a quantidade de borracha.
Nos trabalhos de TOPÇU (1994), as maiores perdas foram para as adições volumétricas
de 45% de borracha. Estas perdas percentuais podem ser vistas na tabela 2.7.
Ao se analisar estes dados, vê-se que a resistência à flexão teve maiores perdas.
É claro que ao se avaliar os resultados deve-se levar em conta a forma como a borracha
foi introduzida: neste caso 15%, 30% e 45% em relação ao volume. A borracha
utilizada nesta pesquisa é de pneu triturado granularmente e peneirado separando nas
devidas graduações a serem peneiradas. As graduações são: 0 - 1 (mm) borracha fina e
1 – 4 (mm) borracha grossa.
Tabela 2.7 – Comparação entre as perdas tração-compressão, segundo TOPÇU (1994).
Tipo de borracha Ensaio de compressão Ensaio de Flexão
Fina 37% 64%
Grossa 57% 74%
TOUTANJI (1995) fez substituições de agregados graúdos nas proporções de
25%, 50%, 75% e 100% em relação ao volume. Os ensaios apresentaram resultados que
podem ser vistos na tabela 2.8 a seguir:
16
Tabela 2.8 – Resultados dos ensaios de TOUTANJI (1995).
Quantidade de Borracha (%) Compressão (MPa) Tração na Flexão (MPa)
0 31,9 3,8
25 19,6 3,5
50 13,8 3,1
75 9,9 2,8
100 7,5 2,4
As perdas percentuais foram de 38,56%, 56,74%, 68,97% e 76,49% para as
substituições de 25%, 50%, 75% e 100% respectivamente em relação ao concreto de
referência, para a resistência à compressão. Para a resistência à tração, as perdas foram
de 7,89%, 18,42%, 26,32% e 36,84%. A relação tração/compressão pode ser vista como
sendo de 11,91%, 17,86%, 22,46%, 28,28% e 32,00%. Como se pode ver, a relação
tração/compressão aumenta à medida que aumenta a quantidade de borracha. Com isso
pode-se concluir que o fato de se ter perdas excessivas na resistência à compressão, não
acarreta os mesmos níveis de perdas em outras propriedades.
2.3.3 Módulo de Elasticidade
Pelos trabalhos de TOPÇU (1994), observando-se os gráficos da figura 2.2 de
tensão-deformação, vê-se que a tensão máxima ocorre em torno de 3,5‰, com a adição
de borracha; muito embora os concretos confeccionados com borracha fina tenham
apresentado maior rigidez que aqueles confeccionados com borracha grossa. Neste
gráfico, NC significa concreto normal (normal concrete), FR significa borracha fina
(fine rubber), CR, borracha grossa (coarse rubber) e os valores 15, 30 e 45 são os
percentuais de borracha substituída.
Segundo TOPÇU & AVCULAR (2002), a variação média nos valores do
módulo de elasticidade é de 7% para os concretos com 15%, 30% e 45% de adição de
borracha fina; mesmo quando analisados para diferentes agregados. Já quando utilizada
borracha grossa a variação média é de 15% para os mesmos percentuais utilizados,
também se verificando com diferentes agregados.
17
.
A maior dificuldade para a aplicação do concreto em pavimento rodoviário é o
seu comportamento rígido e sua retração que provoca fissuras nas primeiras idades
(HERNADEZ – OLIVARES et al, 2002). Segundo estes autores, o pavimento em
concreto é barulhento devido ao alto módulo de YOUNG e a baixa viscosidade plástica.
Assim, para eles, as fissuras plásticas podem ser evitadas com porções de fibras curtas
de polipropileno (0,1%). Porém, o pavimento ainda se mantem muito rígido. Deste
modo, propuseram a adição de fibras de borrachas de pneus inservíveis. Com isso,
observaram que o módulo de elasticidade diminui com o aumento da quantidade de
borracha. É observado, ainda, que quando a tensão máxima é atingida, as fibras de
borracha colaboram para evitar a propagação das fissuras. Desta forma, aumenta a
energia absorvida pela deformação, aumentando a tenacidade, diminuindo a sonoridade.
2.3.4 – Resistência ao Impacto
Para TOPÇU (1994), uma das formas de aplicação do CAB é em estruturas que
são submetidas ao impacto. Isto é possível por que se observa que o CAB tem grande
capacidade de absorver energia. TOPÇU & AVCULAR (1997) verificaram o compor-
tamento do CAB sob esforços de colisão. Em seus ensaios, um corpo-de-prova cilíndri-
co com dimensões de 20 cm de altura por 10 cm, recebeu impacto de um martelo de 65
kg caindo de uma altura de 650 mm, até a ruptura do elemento ensaiado. O ensaio foi
Figura 2.2 – Gráfico tensão-deformação para CAB em diversas dosagens (TOPÇU, 1994).
18
efetuado para concretos com 0%, 15%, 30% e 45%. O CAB com 15% de borracha apre-
sentou mais eficiência, mesmo quando comparado com o concreto sem borracha.
O ensaio de resistência ao impacto é tido como um ensaio atípico por
FERREIRA JR. (1992), muito embora a resistência ao impacto seja uma das principais
propriedades a serem analisadas nos estudos de materiais compósitos. Como exemplo,
cita-se o trabalho de KOBUKI et al (2002), que trata da influência da resistência ao im-
pacto na fratura interlaminar de compósitos de fibra de vidro reforçado com polímeros.
BAHEI-EL-DIN et al (2002), em seus estudos sobre os campos de deformação de im-
pacto induzido em compósitos celulares em 3D, puderam concluir que sistemas porosos
podem dissipar mais energia de impacto que sistemas não porosos.
Durante um impacto, uma força é aplicada num tempo infinitamente pequeno.
Assim, é fundamental que o material que compõe o elemento impactado tenha capaci-
dade de sofrer deformações localizadas antes de transferir o esforço ao resto da estrutu-
ra. Esta deformação pode ser elástica ou plástica. Na deformação elástica há a recompo-
sição da região do impacto, enquanto na plástica a região de impacto fica danificada.
Em ambos os casos este mecanismo funciona como um amortecedor, absorvendo a e-
nergia cinética do elemento impactante.
É usual dividir a discussão sobre a resistência ao impacto em duas categorias: de
baixa resistência e de alta resistência (THANOMSILP & HOGG, 2002). Sob baixa re-
sistência, o compósito é danificado mais ainda possui capacidade de desenvolver suas
funções primárias. A posição e a natureza das fissuras que ocorrem numa dada placa são
bastante dependentes da geometria do elemento ensaiado. Quando uma placa é subme-
tida à baixa energia de impacto, ocorrem fora do plano de impacto, deformações de fle-
xão. Isto induz ambas as tensões: cisalhante ao centro e tração e compressão no fundo e
no topo respectivamente. A relação comprimento/espessura rege a grandeza dessas ten-
sões.
Segundo BAO et al (2002), a técnica de ensaio de resistência ao impacto de con-
tato com esfera é usual para a avaliação da fragilidade de materiais cerâmicos. Os mes-
mos produziram testes de impacto, deixando uma bola de aço cair livremente sobre a
superfície de uma amostra. Neste caso, a velocidade de impacto depende da altura inici-
al.
19
FERREIRA JR. (1992), através de seu ESTUDO TÉCNICO 96 para a ABCP,
apresenta um ensaio que consiste na queda de uma esfera de massa conhecida sobre o
centro de um elemento prismático, dimensões de 30 cm por 30cm com 7,5 cm de espes-
sura, assentado sobre um colchão de areia. O resultado é a energia em Joules necessária
para provocar fissuras. KAZMIERCZAR et al (2002), fazendo-se uso do projeto de
2:02.10.084 – Piso Cerâmico: Determinação da Resistência ao Impacto, Método de En-
saio da ABNT, estudaram a viabilidade de resíduos de contraforte termoplásticos pro-
venientes da industria coureiro-calçadista. Observou-se que na pesquisa supracitada,
utilizaram-se placas confeccionadas com um compósito formado por uma matriz de
gesso e resíduos de contraforte. Fundamentalmente, para cada teor de contraforte adi-
cionado, confeccionaram-se três placas.
Este ensaio consiste na determinação da resistência ao impacto de um corpo-de-
prova, submetido a sucessivas quedas de uma de uma esfera de aço, observando-se o
surgimento de fissuras. O impacto é provocado a cada 5 cm, tendo como altura inicial
15 cm e altura máxima 200 cm. O ensaio acaba quando for observada fissura no fundo
ou quando é atingida a altura máxima. A energia de impacto é dada em Joules, segundo
a equação 2.1 a seguir:
ii
mghE =
(2.1)
==
==
n
i
i
n
i
i
hmgEE
11
(2.2)
Onde:
E
i
é a energia de impacto em J para cada impacto;
E é a energia de impacto total, em J, para cada elemento ensaiado;
m é a massa da esfera de impacto em kg;
g é a aceleração de gravidade em (m/s
2
);
h é a altura em cada impacto provocado em cm;
n é o número máximo de impactos provocados; e
i é o índice do impacto.
20
2.3.5 – Flexão de placas
A ASTM C78-94 apresenta os procedimentos de ensaio de flexão de placas, on-
de os elementos de ensaios têm dimensões de 25 cm de comprimento, 5 cm de largura
por 2,5 (cm). O método de ensaio é semelhante àquele realizado para flexão de prismas,
sendo que a velocidade é reduzida à metade. Este ensaio foi utilizado por
KAZMIERCZAR et al (2002), também para verificar o comportamento de compósito
de gesso com resíduos de contraforte termoplásticos provenientes da indústria coureiro-
calçadista. Foram moldados, neste caso, três corpos-de-prova para cada teor de resíduo.
Com o objetivo de estudar a argamassa com vermiculita e látex como material
para almofada de ligações entre elementos pré-modados, BARBOZA et al (2001) estu-
daram a resistência à flexão de placas com 47 cm de comprimento, 17 cm de largura e
10 cm de espessura. Aqui se usou distância entre apoios de 44 cm e as cargas foram
aplicadas no terço médio, provocando flexão pura. A figura 2.3 ilustra o ensaio de fle-
xão feito por BARBOSA et al (2001).
Analisando a reutilização de borracha de pneus usados como adição em pasta de
cimento, SEGRE (1999) fez ensaios de flexão de elementos prismáticos de 49 mm de
comprimento e seção transversal de 10 mm x 9 mm, apoiada em cutelos distanciados de
40 mm. Em função da espessura da placa, não é considerável ruptura fora do terço mé-
dio. A figura 2.4 mostra o esquema de ensaio deste trabalho, onde se verifica que foi
provocado um entalhe no meio do elemento flexionado que objetivou induzir a fissura
para o ponto entalhado. A autora relata que a pasta contendo borracha tratada em solu-
Fissura
central
Figura 2.3 – Ensaio de flexão de placas (BARBOZA et al, 2001).
21
ção alcalina de NaOH e borracha sem tratamento obteve melhora significativa, quando
comparadas à pasta de controle. Isto significa que mesmo que algumas propriedades do
concreto sejam prejudicadas, existem formas de melhoramento.
O mercado de artefatos de Maceió apresenta uma grande variedade de placas pa-
ra piso. Porém, as placas de 50 cm por 20 cm e 3 cm são dominantes, sendo as adotadas
para este trabalho.
2.4 – Durabilidade
Existem diversos fatores que influenciam a durabilidade do concreto. O principal
deles é a relação água/cimento (a/c). Uma alta taxa a/c produz no concreto uma malha
de vazios interligados que servem de vias de acesso e condução interna para agentes que
deterioram a estrutura molecular do concreto. A absorção d’água é um dos índices de
qualidade do concreto. Com ela é possível avaliar a tendência à deterioração gradativa
que o concreto pode sofrer. A ABNT apresenta duas formas de se medir à absorção
d’água do concreto: absorção por capilaridade (NBR, 9779) e absorção por imersão
(NBR, 9778). Além disso, a quantificação da absorção também é muito importante para
se avaliar a eficiência de qualquer adição ao concreto. Muito embora, esta absorção de
água pelo concreto possa ser apenas minimizada e jamais abolida.
Para BAUER et al (2002), a diferença percentual entre a quantidade de água ab-
sorvida entre o concreto de referência e o CAB com 15% de borracha foi 7% negativos.
Para o concreto contendo 30%, a diferença percentual foi de 25% negativos. Este per-
centual negativo indica uma absorção menor por parte do CAB. Logo, isto significou
Figura 2.4 – Esquema de ensaio de flexão de SEGRE (1999).
22
uma diminuição na quantidade de água absorvida, à medida que o teor de borracha au-
mentou. Sob imersão, o CAB foi menos eficiente que o concreto convencional, apresen-
tando uma diferença entre os valores percentuais de 28% e 90% para os CAB com 15%
e 30% de borracha, respectivamente. Isto significa dizer que em meio saturado a durabi-
lidade do concreto pode ser menor.
Investigando a estabilidade da borracha incorporada ao concreto, HUYNH &
RAGHAVAN (1997) fizeram testes com fibras de borracha em soluções alcalinas com
pH entre 10 e 12, para determinado intervalo de tempo, assim discorreram o seguinte:
1. As fibras de borracha sofreram poucas mudanças quando mergulhadas em meio com
alta alcalinidade. A pequena mudança sofrida foi proporcional à pequena variação no
pH da solução.
2. Houve uma redução na capacidade de resistir a esforços de tração após quatro meses
em solução química.
3. Não foi apresentada mudança na microestrutura quando observada através de micro-
grafia computadorizada.
Conclui-se, assim que o CAB tem potencial de aplicação, porém nos casos espe-
cíficos deve-se analisar ainda o comportamento da borracha em meios ácidos e sulfac-
tados.
2.5 – Trabalhabilidade
O conceito de trabalhabilidade está intimamente ligado à facilidade de manipu-
lação. Neste contexto, a forma de se medir a trabalhabilidade pode transmitir uma idéia
contraditória, pois um concreto que serve para moldar uma viga não serve para pavi-
mentar uma pista de rolamento. Pois, enquanto neste exige-se um concreto de consis-
tência seca, naquele exige-se um concreto de consistência fluida. Ou seja, depende da
forma de adensamento empregada.
Como um ensaio universal da trabalhabilidade, o ensaio de abatimento do tronco
de cone, foi muito empregado na medição da trabalhabilidade do CAB. Intuitivamente,
espera-se que haja uma diminuição na trabalhabilidade do concreto quando se adiciona
a borracha, em função do atrito interno que a borracha vai provocar. Principalmente
para as fibras, uma vez que para MEHTA & MONTEIRO (1994), independentemente
do tipo de fibra, a perda na trabalhabilidade é inversamente proporcional à concentração
23
volumétrica de fibras no concreto. Porém, com utilização de aditivos pode minimizar os
efeitos do atrito que a borracha introduz. Nos experimentos de BAUER et al (2002),
verifica-se um aumento na trabalhabilidade de 17% quando se adicionam 15% de borra-
cha, comparando-se com o concreto de referência. Já quando são adicionados 30% de
borracha não se verifica variação na trabalhabilidade de concreto em relação ao concre-
to de referência. AKASAKI et al (2002) demonstraram que uma variação no teor de
fibras de borracha de 13% para 25% ocorre uma diminuição na trabalhabilidade de até
33% mesmo quando a relação água/cimento é aumentada de 0,69 para 0,81.
24
Capítulo 3
Avaliação do Comportamento do Concreto com
Adição de Borracha
Verificou-se que uma das principais preocupações dos pesquisadores, para com
o CAB foi caracterizar as suas propriedades mecânicas. Verificou-se, ainda, que existe
um cuidado com as propriedades das fibras de borracha, ou com a granulometria da
borracha a ser inserida no concreto. Assim, busca-se neste capítulo, apresentar a meto-
dologia e os procedimentos utilizados para investigar o CAB, bem como a fibra de bor-
racha utilizada. Inicialmente foi efetuada uma caracterização dos elementos constituin-
tes do concreto, incluindo a borracha a ser adicionada. Fez-se, em seguida, um estudo
da dosagem escolhida, onde foram executados ensaios chamados de ensaios iniciais.
Numa etapa subseqüente, foi desenvolvida uma experimentação para avaliar o CAB
com a dosagem escolhida, procurando verificar os resultados obtidos nos ensaios inici-
ais. Estes ensaios foram chamados de ensaios de confirmação.
3.1 – Caracterização dos materiais
3.1.1 – Coleta de materiais
No processo de recauchutagem, para receber a nova capa de borracha, o pneu
sofre uma raspagem através de um cilindro de aço corrugado (figura 3.1). Este material
se espalha pelo chão da fábrica (figura 3.2), que em seguida é recolhido através de uma
mangueira de sucção (figura 3.3), para uma câmara (figura 3.4) onde é mantido até jun-
tar quantidade suficiente para ser-lhe dado um destino. Os resíduos que ficam nas regi-
ões onde a mangueira não alcança são recolhidos manualmente e armazenados em tam-
bores (figura 3.5).
25
Figura 3.1 – Processo da raspagem.
Figura 3.2
Material no chão da fábrica.
Figura 3.3 – Material sendo aspirado.
26
Como pode ser visto nas figuras 3.2, 3.4 e 3.5, dentro da fábrica, o material pode
estar ocupando três locais diferentes, no chão da fábrica, em tambores que ficam no
pátio e numa câmara com entrada lateral. Assim, escolheu-se pegar em dois locais: no
chão do pátio da fábrica e na câmara, pois nestes locais pode-se efetuar a coleta com
facilidade. Desta forma procedeu-se a coleta.
3.1.2 – Análise granulométrica
Com este material formaram-se duas amostras: uma amostra AM1 proveniente
do chão do pátio e uma amostra AM2 proveniente da câmara. Com cada uma das amos-
tras fizeram-se uma análise granulométrica obtendo-se a tabela 3.1 e o gráfico da figura
3.6 para a amostra AM1 e a tabela 3.2 juntamente com o gráfico da figura 3.7 para a
amostra AM2.
Figura 3.4 – Material na câmara.
Figura 3.5 – Material no tambor.
27
Tabela 3.1 – Composição granulométrica da amostra AM1.
Peneira Abertura (mm) Retido (%) Acumulado (%)
4 4,76 31,43 31,43
8 2,38 14,29 45,71
9 2,00 8,57 54,28
14 1,19 22,86 77,14
20 0,84 8,57 85,71
28 0,59 8,57 94,28
48 0,2* 5,71 100
fundo 0,00 0,00 100
Granulometria da Borracha - AM1
0
20
40
60
80
100
120
012345
Abertura da Peneira (mm)
Perc. Ret. Acum. (%)
Figura 3.6 – Distribuição granulométrica da borracha – AM1
28
Tabela 3.2 – Composição granulométrica da amostra AM2.
Peneira Abertura (mm) Retido (%) Acumulado (%)
4 4,76 17,65 17,65
8 2,38 5,88 23,56
9 2,00 2,94 26,47
14 1,19 20,59 47,06
20 0,84 23,53 70,59
28 0,59 11,76 82,35
48 0,29 17,65 100
fundo 0,00 0,00 100
Observando-se os gráficos da análise granulométrica, verifica-se que há uma
maior quantidade de material retido na peneira 48 de abertura 0,28mm (17,65%) para a
amostra AM2, que para a amostra AM1: 5,71%. Assim, constata-se que o material da
câmara é mais fino que o do chão da fábrica. Fazendo-se uma análise da forma, verifica-
se que as fibras de borracha possuem uma relação comprimento/diâmetro (relação de
aspecto) C/d = 8. Esta relação se faz importante para complementar à análise granulo-
métrica tendo em vista tratar-se de fibras.
Outra forma de complementar a análise granulometria é a análise fotográfica,
que resultou na figura 3.8 (material retido na peneira de abertura 4,76 mm), figura 3.9
Granulometria da Borracha - AM2
0
20
40
60
80
100
120
012345
Abertura da Peneira (mm)
Perc. Ret. Acum. (%)
Figura 3.7 – Distribuição granulométrica da borracha – AM2
29
(material retido na peneira de abertura 2,38 mm), figura 3.10 (material retido na peneira
de abertura 2,00 mm), figura 3.11 (material retido na peneira de abertura 1,19 mm),
figura 3.12 (material retido na peneira de abertura 0,84 mm), figura 3.13 (material retido
na peneira de abertura 0,59 mm) e figura 3.14 (material retido na peneira de abertura
0,29 mm).
Figura 3.8 – Material retido na peneira de abertura 4,76 mm.
Figura 3.9 – Material retido na peneira de abertura 2,38 mm.
Figura 3.10 – Material retido na peneira de abertura 2,00 mm.
30
Figura 3.11 – Material retido na peneira de abertura 1,19 mm.
Figura 3.12 – Material retido na peneira de abertura 0,84 mm.
Figura 3.13 – Material retido na peneira de abertura 0,59 mm.
31
Fez-se, ainda, uma análise de fotografia microscópica, com um maior detalha-
mento da granulometria, utilizando-se o microscópio NIKON ECLIPSE E200 do Labo-
ratório de Derivados da Cana de Açúcar (LDCA) do Departamento de Engenharia Quí-
mica, situado no Núcleo de Pesquisas Tecnológicas (NPT). Para a análise microscópica,
fez-se o espalhamento do material em uma lâmina de vidro, formando uma película. A
imagem é projetada em tela de vídeo e congelada para ser investigada previamente. Es-
tando na situação desejada, faz-se a fotografia, armazenando diretamente no computa-
dor acoplado.
Com isso, geraram-se as seguintes figuras 3.15, 3.16, 3.17, 3.18 e 3.19.
Figura 3.14 – Material retido na peneira de abertura 0,30 mm.
Figura 3.15 – Material retida na peneira de abertura 0,50 mm aumentado de 40 vezes.
32
Figura 3.16 – Material retido na peneira de abertura 0,30 mm aumentada de 100 vezes.
Figura 3.17 – Material retido na peneira de abertura 0,15 mm. aumentada de 100 vezes.
Figura 3.18 – Material retido na peneira de abertura 0,11 mm aumentada de 100 vezes.
33
Isto permitiu observar-se que o material passante na peneira de abertura 0,59
mm também é bastante heterogêneo nos tamanhos e nas formas, se aproximando de um
pó. Porém, esta parcela do resíduo pode prejudicar a sua análise como fibra, por isso
adotou-se trabalhar apenas com estes materiais.
3.1.3 – Outras propriedades da borracha
3.1.3.1 – Temperatura de fulgor
Uma das preocupações importantes para o concreto com adições de borracha se
refere ao seu comportamento quando submetido a altas temperaturas, para avaliar a pos-
sibilidade de um processo de combustão ser desencadeado. Neste caso, a fibra escolhida
foi avaliada em relação a sua temperatura de fulgor.
A temperatura de fulgor foi obtida mantendo-se três amostras (am1, am2 e am3),
com massa de aproximadamente 45 g cada, a uma temperatura de 100
o
C por uma hora,
em estufas diferentes. Em seguida, fez-se variar a temperatura de cada uma de 10
o
C em
10
o
C até a temperatura de 140
o
C. A cada variação, as amostras passavam uma hora na
temperatura atingida, e ao fim do período analisava-se a textura e o cheiro exalado. A-
pós 4 h, a amostra am1 foi mantida a temperatura de 140
o
C. Fez-se variar ainda a tem-
peratura das outras duas amostras para 150
o
C e 160
o
C onde se manteve a temperatura
da amostra am2 constante. A amostra am3 teve ainda a sua temperatura variada para
170
o
C e 180
o
C onde foi mantida constate. Sempre, em cada temperatura atingida a a-
mostra passava 1 h e, ao final do período era verificada a sua textura.
A amostra am1, submetida a 140
o
C durante 18 h, não apresentou alteração em
sua textura nem apresentou cheiro de alteração química. A amostra am2, submetida à
temperatura de 160
o
C durante 16 h, apresentou amolecimento, mas não apresentou chei-
ro que representasse alteração química. Ao resfriar sua textura voltou ao normal. Assim,
Figura 3.19 – Material no fundo aumentado 100 vezes.
34
definiu-se a temperatura de amolecimento como sendo de 160
o
C. A amostra am3, sub-
metida à temperatura de 180
o
C durante 14 h, apresentou textura de material carboniza-
do, demonstrando queima total. Verificou-se que nem a estufa, nem o recipiente da a-
mostra apresentaram fuligem, comuns a queima de borracha, demonstrando, assim, que
a combustão se deu de forma lenta, sem a formação de chamas. Visualmente o material
queimado não apresentou diferença em relação ao material não-queimado (ver figuras
3.20 e 3.21); porém uma análise tátil mostra que a amostra se torna áspera e quebradiça.
Definiu-se, então, que a temperatura de fulgor se encontra entre 160
o
C e 180
o
C.
Figura 3.20 – Material não-queimado.
Figura 3.21 – Material queimado.
35
3.1.3.2 – Massa unitária e massa específica.
A massa unitária da borracha foi determinada pela NBR 7251 – agregado em es-
tado solto, determinação da massa unitária, chegando-se a um valor igual a 0,3 kg/dm
3
.
A massa específica foi determinada seguindo os procedimentos descritos na antiga nor-
ma NBR 9776/1987 – agregados – determinação da massa específica de agregados mi-
údos por meio do frasco de Chapman. Porém, no lugar da água, utilizou-se a querosene,
num volume de (400,0 ± 0,5) dm
3
e as amostras foram de 23,98 g e 22,73 g de massa.
Optou-se por utilizar a querosene porque a sua baixa massa específica (0,786 g/cm
3
)
permite a total decantação do material suspenso (ver figura 3.22). Da mesma forma do
ensaio com areia, a borracha demonstrou aprisionamento de ar no bulbo inferior (figura
3.23). Logo, com uma agitação contínua e demorada, buscou-se eliminar as bolhas de ar
até a total estabilização do nível , obtendo-se o valor médio para a massa específica de
1,14 g/cm
3
.
3.1.4 – Agregados
Como agregado miúdo utilizou-se a areia de rio lavada, quartzosa, comumente
comercializada em Maceió, sendo proveniente do Município de Murici/AL e extraído
do Rio Mundaú. Suas características físicas determinadas foram as seguintes: massa
Figura 3.22 – Material decantando. Figura 3.23 – Material com ar aprisionado.
36
específica e massa aparente (NM 64:1996), absorção d’água (NM 30:2000) composição
granulométrica (NM 48:2001), materiais pulverulentos (NBR 7219/1987), impurezas
orgânicas (NBR NM 49:2001) e teor de torrões de argila e materiais friáveis (NBR
7218/1987).
Como agregado graúdo, utilizou-se a pedra britada de origem granítica comerci-
alizada em de Maceió como brita 0, proveniente de uma jazida e pedreira localizada no
Município de Rio Largo/AL. Suas características físicas determinadas foram as seguin-
tes: massa específica e massa aparente (NM 53:2002), absorção d’água (NM 64:1996),
massa unitária no estado solto e compactado seco (NBR 7810/1983), índice de forma
pelo método do paquímetro (NBR 7809/1983), composição granulométrica (NM
48:2001) e teor de torrões de argila e materiais friáveis (NBR 7218/1987).
As amostras foram especificadas segundo a NBR 7211/1983 e obtidas segundo a
NBR NM 26:2001 – Amostragem de agregados – procedimentos e NBR NM 27:2001–
Redução de amostras de campo de agregados para ensaio em laboratório.
Verificou-se que a areia se enquadrou como areia média e que a brita não se en-
quadrou como nenhuma daquelas normalizadas, sendo assim chamada de brita 12,5
mm. As propriedades caracterizadas, com as respectivas normas estão resumidas na
tabela 3.3. Pode-se ainda destacar a distribuição granulométrica da areia em enquadra-
mento nos limites da norma (figura 3.24); além da distribuição granulométrica da areia
comparando-se com a da brita no gráfico da figura 3.25 e na tabela 3.4 a seguir:
Limites Granulométricos para Areia Média
-20%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
0246810
Abertura da Peneira (mm)
% Passante
Areia ensaiada Limite inferior Limite superior
Figura 3.24 – Distribuição granulométrica e enquadramento da areia como média.
37
Tabela 3.3 – Propriedade característica do agregado.
Propriedade Areia Brita
Massa específica (kg/cm
3
) (NM 52:2003) e (NM 53:2002) 2,611 2,650
Massa unitária no estado solto (kg/cm
3
) (NM 52:2003) (NBR 7810/1983) 1,449 1,381
Massa unitária no estado compactado seco (kg/cm
3
) (NBR 7810/1983) - 1,456
Absorção d’água (%) (NM 30:2000) (NM 64:1996) 0,60 0,82
Teor de material pulverulento (%) (NBR 7219/1987) 1,32 0,59
Impurezas orgânicas húmicas (ppm) (NBR 7220/1987) 250 -
Índice de forma (NBR 7809/1983) - 2,21
Diâmetro máximo (mm) (NM 48:2001) 2,4 12,5
Graduação granulométrica (NBR 7211/1983) média -
Módulo de finura (NM 48:2001) 2,492 6,105
0
20
40
60
80
100
120
0,1 1 10 100
Peneiras
% Passando
Areia média Brita 12,5
Figura 3.25 – Distribuição granulométrica da areia e da brita.
38
Tabela 3.4 – Composição granulométrica da areia.
Peneira Areia Brita
# (mm) % Retida % R. Ac. % Retida % R. Ac.
12.5 0,0 0,0 0,4 0,4
9.5 0,0 0,0 22,0 22,4
6.3 0,0 0,0 51,7 74,1
4.8 1,0 1,0 17,5 91,6
2.4 3,0 4,0 7,0 98,6
1.2 11,0 15,0 0,5 99,1
0.6 28,0 43,0 0,3 99,4
0.3 44,0 87,0 0,2 99,6
0.15 11,0 98,0 0,2 99,8
Fundo 2,0 100, 0,2 100,0
Soma 100,0 349,0 100,0 785,0
Módulo de finura: 2,49 6,105
Diâmetro máximo: 2.4 mm 12,5 mm
3.1.5 – Cimento
O cimento utilizado nesta pesquisa foi o CP II-Z-32, cujas especificações foram
obtidas junto ao fabricante, sendo apresentadas nas tabelas 3.5 (características químicas)
e 3.6 (características físicas), ambas obtidas junto ao fabricante. Este cimento foi esco-
lhido por ser muito comum as obras usuais no mercado da construção civil de Maceió.
Ainda utilizou-se o aditivo superplastificante FLUISTEK HAGEN da HAGEN
do Brasil. Este aditivo apresentou densidade de 1,18 kg/dm
3
de cor castanho-escuro,
com utilização por peso de cimento de 0,5% a 0,8%.
39
Tabela 3.5 – Características químicas do cimento, dados do fabricante.
Especificação Resultado de ensaio (%)
Perda ao fogo – PF 3.68
Dióxido de silício – SiO
2
22,17
Óxido de alumínio – Al
2
O
3
2.5,64
Óxido de ferro – Fe
2
O
3
2,11
Óxido de cálcio total- Cal 56,28
Óxido de magnésio – MgO 4,54
Anidrido sulfúrico – SO
3
2,90
Óxido de sódio – Na
2
O 0,10
Óxido de potássio – K
2
O 1,89
Anidrido carbônico – CO
2
2,49
Resíduo insolúvel – RI 9,52
Óxido de cálcio livre – Cal livre 0,79
3.2 – Estudo da dosagem
3.2.1 – Determinação da dosagem de referência
A dosagem do concreto de referência foi obtida para um concreto de classe C30,
segundo os procedimentos do ACI 211.1-91, pelos passos sugeridos por NEVILLE
(1997). Dentre os parâmetros de dosagem foi exigida uma trabalhabilidade 200 mm de
abatimento, para uma melhor moldagem de elementos de 30 mm de espessura. Obser-
vou-se que o consumo de cimento foi bastante elevado. Porém, para GIOVANETTI
(1989), para um concreto com trabalhabilidade acima de 150 mm, é exigido um consu-
mo de finos acima de 400 kg/m
3
. Este consumo de cimento poderia ser diminuído com a
utilização de um fíler, porém seria mais uma variável a ser analisada, fugindo da pro-
posta inicial. As proporções podem ser vistas na tabela 3.7. Observou-se que com esta
dosagem o concreto ficou com um peso de 2324,61 kg/m
3
. Assim, verifica-se que com
esta massa unitária o concreto ficou como um concreto convencional, ou concreto de
peso normal; pois para NEVILLE (1997), um concreto é considerado de peso normal se
a sua massa unitária fica entre 2200 kg/m
3
e 2600 kg/m
3
.
40
Tabela 3.6 – Características físicas do cimento, dados do fabricante.
Especificação Resultado de ensaio
Finura – peneira 75μm 3,3%
Finura – peneira 150μm 13,3%
Massa específica 3,04 g/cm
3
Área específica 371 m
2
/kg
Água da pasta de consistência normal 29,9%
Tempo de início de pega 190 min
Tempo de fim de pega 255 min
Expansibilidade de Lê Chatelier a quente 0,5 mm
Resistência à compressão (1 dia) 15,9 MPa
Resistência à compressão (3 dia) 24,0 MPa
Resistência à compressão (7 dia) 27,8 MPa
Resistência à compressão (28 dia) 34,5 MPa
Tabela 3.7 – Dosagem do concreto segundo os procedimentos do ACI 211.1-91
Como o objetivo do trabalho é estudar o comportamento do concreto com borra-
cha por comparação com um concreto de referência e não com o concreto de uma classe
de concreto específica, o ajuste se deu pela trabalhabilidade, onde se fez variar o fator
água/cimento (a/c) de modo a proporcionar a trabalhabilidade desejada: entre 180 mm e
220 mm no ensaio de abatimento do tronco de cone. As proporções se encontram na
tabela 3.8.
Material kg/m
3
kg/kg
Cimento 485,1 1,00
Areia 764,71 1,61
Brita 846,8 1,75
Água 228,0 0,47
Ar aprisionado 2,5% -
41
Tabela 3.8 – Dosagem do concreto após ajuste.
Material kg/m
3
kg/kg
Cimento 478,15 1,00
Areia 753,74 1,58
Brita 834,65 1,75
Água 239,07 0,50
3.2.2 – Estudo da dosagem do concreto com adição de borracha
O estudo da dosagem das adições de borracha se deu seguindo-se dois métodos:
analisando o comportamento do concreto diante de valores extremos: 0,4% e 4,0% em
relação ao peso total de material seco, com as proporções descritas na tabela 3.9 e anali-
sando-se o comportamento do concreto com borracha nos teores de 1%, 2% e 3% (tabe-
la 3.10) em relação ao peso de cimento, com igual teor de aditivo. Estes teores foram
adotados porque os teores máximo e mínimo, para o nylon, que melhor se aproxima da
borracha, para o ACI committee 544 apud NAWY (1996), ficaram nesta ordem de
grandeza (entre 2% e 5% do peso de cimento). No entanto, decidiu-se trabalhar com os
teores de 0,4% e 4,0% para se ter uma escala bem definida: um fator de 10. Ao fim, fez-
se um confronto dos resultados para observar o comportamento geral.
Tabela 3.9 – Dosagem do concreto com borracha .
Material CB 0,4% (kg/m
3
) CB 4,0% (kg/m
3
)
Cimento 474,31 441,53
Areia 747,69 696,02
Brita 827,96 770,74
Água 242,55 220,76
Borracha 8,92 83,03
Aditivo 0,00 2,21
42
Tabela 3.10 – Dosagem do concreto após ajuste
Material CAB 1% (kg/m
3
) CAB 2% (kg/m
3
) CAB 3% (kg/m
3
)
Cimento 476,15 474,17 472,21
Areia 750,59 747,47 744,36
Brita 831,17 827,71 824,28
Água 238,08 237,09 236,10
Borracha 4,64 9,7027 13,81
Aditivo 1,11 1,11 1,10
3.2.3 – Ensaios iniciais – Propriedades mecânicas
Para esta etapa foram utilizadas as seguintes normas NM 101:1996 – Concreto,
ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos; NBR 8522 – Concreto, determi-
nação do módulo de deformação estática e diagrama tensão-deformação; NM 008:1994
– Argamassa e Concreto – determinação da resistência à tração por compressão diame-
tral de corpos-de-prova cilíndricos. Foram moldados 12 corpos-de-prova cilíndricos
com dimensões de 100 mm de diâmetro por 200 mm de altura, distribuído da seguinte
forma: 6 para resistência à compressão, 4 para módulo de elasticidade e dois para resis-
tência à tração na compressão diametral. Os ensaios foram executados aos 28 dias e os
resultados, em valores médios, para resistência à compressão, a resistência à tração e o
módulo de deformação longitudinal são descritos na tabela 3.11. O abatimento de tron-
co de cone e o teor de ar incorporado, juntamente com a relação tração compressão são
descritos na tabela 3.12. A discussão dos resultados através dos percentuais, inclusive
da resistência à tração em relação à compressão, se encontram na seção 3.2.4 deste capí-
tulo. Os gráficos do comportamento da força com a deformação, dos ensaios de resis-
tência à compressão, se encontram no apêndice.
43
Tabela 3.11 – Resultados dos ensaios de propriedades mecânicas.
Compressão (MPa) Tração (MPa) Módulo (MPa)
Concreto
Média Desv. P. Média Desv. P. Média Desv. P.
Referência 30,50 0,95 4,00 0,46 24927 441,33
CAB 0,4%* 18,60 0,16 1,90 0,03 19667 538,25
CAB 4,0%* 10,80 0,30 1,80 0,14 12902 642,32
CAB 1,0%** 27,00 0,89 3,30 0,17 23135 1267,52
CAB 2,0%** 21,10 0,64 2,40 0,06 21767 902,75
CAB 3,0%** 15,80 1,84 1,80 0,17 18066 1200,5
Tabela 3.12 – Propriedades do concreto fresco com a relação tração-compressão.
Concreto
Abatimento
(mm)
Ar -Incorporado
(%)
Tração /
Compressão (%)
Referência 200 3,0 13
CAB 0,4%* 180 3,4 10
CAB 4,0%* 195 2,7 17
CAB 1,0%** 195 2,2 12
CAB 2,0%** 190 2,5 11
CAB 3,0%** 180 2,8 11
* Percentuais em relação ao peso de material seco.
** Percentuais em relação ao peso de cimento.
3.2.4 – Análise dos resultados da experimentação inicial
Resistência à compressão
A resistência à compressão do concreto de referência obtida foi menor do que a
da dosagem para o qual fora projetado. Este fenômeno pode ser atribuído ao fato de que
se observou a formação de vazios nos corpos-de-prova (ver figura 3.26), o que indica
que a forma de adensamento pode não ter sido eficiente.
Quando se adicionou borracha nos teores de 0,4% e 4,0% em relação ao peso de
material seco, observou-se uma redução de 32,55% e 60,76% em relação ao concreto de
referência. Observou-se, também, redução percentual de 2,12%, 23,48% e 42,70% para
os concretos com 1%, 2% e 3% de borracha em relação ao peso de cimento. Através
44
destes dados, observa-se um comportamento não-linear da variação da resistência à
compressão em relação ao teor de borracha, uma vez que a diferença percentual é maior
para os pequenos teores e menor para os maiores teores. Fez-se uma conversão dos teo-
res de 0,4% e 4,0% em relação ao peso total, para peso de cimento. Assim estes teores
ficaram como sendo de 1,74% e 17,14%. Com isso fez-se uma análise geral do compor-
tamento da resistência à compressão. Os resultados foram plotados no gráfico de figura
3.27. Nele se verifica que o CAB com 1,74% de borracha é um ponto saliente à curva.
Resistência à tração
As diferenças percentuais foram de 53,36% e 65,97% para os CABs 0,4% e
4,0% do peso total de material seco, respectivamente. Estes dados revelam pouca con-
formação com aqueles da resistência à compressão, principalmente pelo CAB de 0,4%.
Figura 3.26 – Corpo-de-prova utilizado.
Figura 3.27 – Comportamento da resistência à compressão com o teor de borracha.
Resistência à tração X teor de borracha
0
1
2
3
4
5
0 5 10 15 20
Teor de borracha (%)
Resistência (MPa)
45
A análise feita com o teor de borracha de 1%, 2% e 3%, em relação ao peso de cimento,
demonstrou 21,23%, 43,38% e 55,34%, respectivamente, que significam também perdas
maiores que os da resistência à compressão. Também foi feita uma análise geral do
comportamento da resistência á tração, com a conversão dos teores de 0,4% e 4,0% de
peso de material seco, para peso de cimento, resultando no gráfico da figura 3.28. Nele
se verificou algo semelhante ao visto no gráfico da resistência à compressão, uma sali-
ência no ponto do teor 1,74% do peso de cimento (0,4% do peso do material seco).
Módulo de deformação longitudinal
Para o CAB 0,4% e 4,0% as perdas no módulo foram de 28,27% e 52,94%, en-
quanto para os CABs com 1%, 2% e 3% a reduções foram de 15,63%, 20,62% e
34,11%. A análise geral feita com a conversão dos teores em relação ao peso total de
material seco para teores em relação ao peso de cimento mostrou que a saliência verifi-
cada no comportamento da resistência a compressão e no comportamento da resistência
á tração, também é verificada no comportamento do módulo de deformação longitudinal
(figura 3.29). Assim, optou-se por descartar o concreto com teor de 1,74% do peso de
cimento (0,4% do peso de material seco) resultando nos gráficos das figuras 3.30, 3.31 e
3.32 abaixo. Para facilitar a indicação destes gráficos, optou-se por diferi-los dos pri-
meiros pela palavra, modificado.
Resistência à tração X teor de borracha
0
1
2
3
4
5
0 5 10 15 20
Teor de borracha (%)
Resistência (MPa)
Figura 3.28 – Comportamento da resistência à tração com o teor de borracha.
46
Figura 3.30 – Comportamento da resistência à compressão com teor de borracha (modificado).
Resistência à compressão X teor de
borracha
0
10
20
30
40
0 5 10 15 20
Teor de borracha (%)
Resistência(MPa)
Figura 3.29 – Comportamento do módulo com o teor de borracha.
Módulo de deformação X teor de
borracha
0
10000
20000
30000
0 5 10 15 20
Teor de borracha (%)
dulo (MPa)
47
3.2.5 – Definição do teor de borracha
Resistência à tração X teor de
borracha
0
1
2
3
4
5
0 5 10 15 20
Teor de borracha (%)
Resistêcia (MPa)
Figura 3.31 – Comportamento da resistência à tração com teor de borracha (modificado).
Módulo de deformação X teor de
borracha
0
10000
20000
30000
0 5 10 15 20
Teor de borracha (%)
Módulo (MPa)
Figura 3.32 – Comportamento do módulo com teor de borracha (modificado).
48
Mediante o fato que causou a diminuição da resistência à compressão abaixo do
esperado para o concreto de referência, decidiu-se alterar a forma de adensamento, pas-
sando a adensar o concreto com o vibrador mecânico.
Observa-se nos gráficos tensão x deformação (apêndice E), para o concreto com
2% de borracha em relação ao peso de cimento, que não houve ruptura brusca. Ao passo
que teores maiores também não apresentaram ruptura brusca, mas apresentaram perdas
maiores nas propriedades mecânicas do concreto. Sendo assim, a partir dos resultados
obtidos, definiram-se as análises posteriores para o teor de 2% em relação ao peso de
cimento como sendo o mais eficiente. A utilização de aditivo foi descartada, uma vez
que a trabalhabilidade atingida esteve dentro da faixa planejada.
3.3 – Ensaios de avaliação do comportamento do CAB
Nesta etapa buscou-se analisar as propriedades mecânicas do concreto com bor-
racha e sem borracha para comparação. Para tanto foram preparadas duas mistura: uma
sem borracha, concreto de referência; e outra com 2% de borracha em relação ao peso
de cimento: CAB. As propriedades analisadas foram: resistência à compressão, resis-
tência à tração por compressão diametral, o módulo de deformação longitudinal, resis-
tência tração na flexão de placas e resistência ao impacto. As três primeiras proprieda-
des a serem analisadas seguem os procedimentos das normas já citadas nos ensaios ini-
ciais. Os ensaios realizados nesta etapa serão chamados, apenas de ensaios de confirma-
ção; pois visam confirmar os resultados obtidos nos ensaios iniciais.
O detalhe do ensaio de módulo de deformação pode ser visualizado na figuras
3.33. O ensaio de resistência à tração na flexão seguiu procedimentos semelhantes aos
da norma de flexão, diferindo na velocidade de carregamento e na espessura do elemen-
to flexionado. O ensaio de resistência ao impacto seguiu os procedimentos do projeto de
norma 2:02.10.084 – Piso Cerâmico: Determinação da Resistência ao Impacto, Método
de Ensaio; com pequenas mudanças, como será vista a diante. Em cada mistura prepa-
rada, foram moldados 12 de corpos-de-prova cilíndricos, três placas para ensaio de fle-
xão e três placas para ensaio de impacto. As dosagens utilizadas são descritas na tabela
3.13 a seguir:
49
Tabela 3.13 – Dosagens do concreto após análise.
Material Referência (kg/m
3
) CAB 2% (kg/m
3
)
Cimento 478,15 474,17
Areia 753,73 747,47
Brita 834,65 827,71
Água 242,55 237,09
Borracha 0,00 9,25
3.3.1 – Resistência à compressão, resistência à tração e módulo de deformação.
Os resultados dos ensaios de determinação das propriedades mecânicas podem
ser visto na tabela 3.14 em valores médios com seus respectivos desvios-padrão. A tabe-
la 3.15 exibe os valores do abatimento do tronco de cone e do ar-incorporado medido no
estado fresco. O comportamento do CP após o ensaio de resistência à compressão do
concreto de referência é mostrado na figura 3.34, onde se verifica uma ruptura do tipo
colunar. A figura 3.35 mostra que, após a ruptura, o CP do CAB mostrou uma ruptura
do tipo cisalhante. Para o ensaio de resistência a tração na resistência compressão dia-
Figura 3.33 – Detalhe do ensaio de módulo.
50
metral, verificou-se a típica ruptura ao longo da geratriz que não se diferenciou para
ambos os concretos.
Tabela 3.14 – Resultados dos ensaios de propriedades mecânicas.
Compressão (MPa) Tração (MPa) Módulo (MPa) Concreto
Média Desv. P. Média Desv. P. Média Desv. P.
Referência 34,8 0,6 4,3 0,4 31100 5132
CAB 2,0% 23,8 0,8 3,6 0,3 25443 1744
Tabela 3.15 – Medidas do abatimento e ar-incorporado.
Concreto Abatimento (mm) Ar-incorporado (%)
Referência 195 2,4
CAB 2,0% 180 2,9
O gráfico da figura 3.36 mostra o comportamento da carga com a deformação
sofrida pelo corpo-de-prova do concreto de referencia. Nele se verifica a ruptura brusca
do elemento ensaiado, constatando a fragilidade do concreto. Na figura 3.37 se encontra
o gráfico típico do elemento de ensaio para o concreto com borracha, onde se verifica
Figura 3.34 – Modo de ruptura do concreto de referên-
cia.
Figura 3.35 – Modo de ruptura do CAB.
51
que, após a carga máxima o elemento não rompe bruscamente. Os Apêndices G e H
mostram outros gráficos do ensaio de resistência à compressão.
3.3.2 – Ensaio de resistência ao impacto
Como foi dito, o ensaio seguiu o projeto de norma da ABNT; porém, não foi
utilizado colchão de areia como indicado no projeto; pois o colchão de areia dificulta a
centralização. O ensaio consistiu em provocar impacto em um elemento de placa de 15
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura 3.36 – Gráfico força-deformação para o concreto de referência.
0,0035
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura 3.37 – Gráfico força-deformação para o CAB.
0,0034
52
cm x 15 cm com 3 cm de espessura, com uma esfera de aço de massa 1386,3 g (figura
3.38) e 70 mm de diâmetro, através de um aparato constituído por uma haste metálica
com 1,20 m. A base do aparato é formada por uma plataforma metálica apoiada em pés
nivelantes (ver figuras 3.39). Fez-se variar a altura de queda de 10 cm em 10 cm a partir
de 20 cm da face do elemento de ensaio. A cada queda provocada, foi verificado se ha-
via ocorrido o aparecimento de fissuras na face oposta a face impactada, medindo-se o
tamanho do dano obtido em cada impacto.
O dano causado em cada impacto foi medido pelo diâmetro da região impactada,
através de duas medidas perpendiculares, tendo como resultado final o diâmetro médio.
Para que a região fosse mais bem definida, fez-se um círculo em volta de cada região. O
processo evolutivo do dano de impacto, para o concreto com borracha, pode ser verifi-
cado nas figuras: 3.40 – preparação do conjunto para início do ensaio, 3.41 – impacto
com altura de queda 20 cm, 3.42 – impacto com altura de queda 30 cm, 3.43 – impacto
com altura de queda 40 cm, 3.44 – impacto com altura de queda 50 cm, 3.45 – impacto
com altura de queda 60 cm, 3.46 – impacto com altura de queda 70 cm e ruptura e 3.47
– visão geral da placa no último impacto provocado. Em termos morfológicos não se
percebe diferenças entre os danos causados nos elementos confeccionados com concreto
convencional e o CAB.
Figura 3.38 – Esfera de aço utilizada
para provocar ensaio.
Figura 3.39 – Aparato utilizado
nos ensaios de impacto.
53
Figura 3.40 – Preparação do conjunto para início do ensaio.
Figura 3.41 – Impacto com altura de queda 20 cm.
Figura 3.42 – Impacto com altura de queda 30 cm.
54
Figura 3.43 – Impacto com altura de queda 40 cm.
Figura 3.44
Impacto com altura de queda 50 cm.
Figura 3.45 – Impacto com altura de queda 60 cm.
55
Para cada mistura preparada, foram moldadas três placas, das quais se geraram
tabelas contendo a altura de queda, as medidas dos diâmetros causados pelo impacto, o
diâmetro médio e a energia de queda para cada impacto causado calculado através das
equações 2.1 e 2.2. Os resultados são descritos abaixo na seguinte seqüência: tabela
3.16 – ensaio de resistência ao impacto do concreto de referência, placa 01; tabela 3.17
– ensaio de resistência ao impacto do concreto de referência, placa 02; tabela 3.18 –
ensaio de resistência ao impacto do concreto de referência, placa 03; tabela 3.19 – en-
saio de resistência ao impacto do CAB, placa 01; tabela 3.20 – ensaio de resistência ao
impacto do CAB, placa 02; tabela 3.21 – ensaio de resistência ao impacto do CAB, pla-
ca 03.
Para cada tabela, gerou-se um gráfico que relaciona a altura de queda com o di-
âmetro médio obtido com o impacto. Estes gráficos podem ser visto a seguir na seguinte
Figura 3.46 – Impacto com altura de queda 70 cm.
Figura 3.47 – Visão geral da placa ensaiada.
56
seqüência: figura 3.48 – ensaio de resistência ao impacto do concreto de referência pla-
ca 01; figura 3.49 – ensaio de resistência ao impacto do concreto de referência, placa
02; figura 3.50 – ensaio de resistência ao impacto do concreto de referência, placa 03;
figura 3.51 – ensaio de resistência ao impacto do CAB, placa 01; figura 3.52 – ensaio de
resistência ao impacto do CAB, placa 02; figura 3.53 – ensaio de resistência ao impacto
do CAB, placa 03. Finalizando-se o procedimento, obtém-se a energia de impacto mé-
dia para cada ensaio, calculado segundo a equação 2.2, obtendo-se a tabela 3.22 para
posterior comparação entre os resultados de cada mistura.
Tabela 3.16 – Ensaio de resistência ao impacto do concreto de referência, placa 01.
Altura de queda
(cm)
Medida 01
(mm)
Medida 02
(mm)
Média
(mm)
Energia de queda
(J)
20 7,5 8,0 7,8 28
30 10,0 9,3 9,7 42
40 9,5 9,5 9,5 56
50 10,0 14,0 12,0 70
60 10,0 14,0 12,0 84
Gfico do diâmetro médio x altura de queda
-
Placa 01
0
2
4
6
8
10
12
14
0 10203040506070
Altura de queda (cm)
Dmetro médio (mm)
Figura 3.48 – Ensaio de resistência ao impacto do concreto de referência placa – 01.
57
Tabela 3.17 – Ensaio de resistência ao impacto do concreto de referência, placa 02.
Altura de queda
(cm)
Medida 01
(mm)
Medida 02
(mm)
Média
(mm)
Energia de queda
(J)
20 7,0 8,0 7,5 28
30 8,0 7,5 7,8 42
40 10,0 9,5 9,8 56
50 9,5 10,5 10,0 70
60 10,5 9,0 9,8 84
70 12,0 11,0 11,5 98
Tabela 3.18 – Ensaio de resistência ao impacto do concreto de referência, placa 03.
Altura de queda
(cm)
Medida 01
(mm)
Medida 02
(mm)
Média
(mm)
Energia de queda
(J)
20 8,5 8,0 8,3 28
30 7,5 8,5 8,0 42
40 11,5 9,0 10,3 56
50 10,0 11,5 10,8 70
60 10,0 11,5 10,8 84
Gráfico do diâmetro médio x altura de
q
ueda -
Placa 02
0
2
4
6
8
10
12
14
0 1020304050607080
Altura de queda (cm)
Dmetro médio (mm)
Figura 3.49 – Ensaio de resistência ao impacto do concreto de referência – placa 02.
58
Tabela 3.19 – Ensaio de resistência ao impacto do CAB, placa 01.
Altura de queda
(cm)
Medida 01
(mm)
Medida 02
(mm)
Média
(mm)
Energia de queda
(J)
20 10,0 10,5 10,3 28
30 10,0 10,0 10,0 42
40 11,5 11,0 11,3 56
50 11,5 12,0 11,8 70
60 15,0 14,5 14,8 84
70 13,5 11,0 12,3 98
80 13,5 11,0 12,3 112
Gráfico do diâmetro médio x altura de
queda - placa 03
0
5
10
15
0 102030405060708090
Altura de queda (cm)
Dmetro médio (mm)
Figura 3.50 – Ensaio de resistência ao impacto do concreto de referência – placa 03.
Gráfico do diâmetro médio x altura de queda - Placa 01
0
2
4
6
8
10
12
14
16
0 102030405060708090
Altura de queda (cm)
Diâmetro médio (mm)
Figura 3.51 – Ensaio de resistência ao impacto do CAB – Placa 01.
59
Tabela 3.20 – Ensaio de resistência ao impacto do CAB, placa 02
Altura de queda
(cm)
Medida 01
(mm)
Medida 02
(mm)
Media
(mm)
Energia de queda
(J)
20 8,50 9,00 8,75 28
30 8,50 8,50 8,50 42
40 10,50 11,00 10,75 56
50 11,00 11,50 11,25 70
60 10,50 12,00 11,25 84
70 10,50 12,00 11,25 98
Tabela 3.21 – Ensaio de resistência ao impacto do concreto de referência, placa 03.
Altura de queda
(cm)
Medida 01
(mm)
Medida 02
(mm)
Média
(mm)
Energia de queda
(J)
20 8,50 8,00 8,25 28
30 7,50 8,50 8,00 42
40 11,50 9,00 10,25 56
50 10,00 11,50 10,75 70
60 10,00 11,50 10,75 84
Gráfico do diâmetro médio x altura de queda - Placa 02
0
2
4
6
8
10
12
0 1020304050607080
Altura de queda (cm)
Dmetro médio (mm)
Figura 3.52 – Ensaio de resistência ao impacto do CAB – placa 02.
60
Tabela 3.22 – Resultado final do ensaio de resistência ao impacto.
Energia de impacto (J) Placa
Referência CAB
01 280,0 490,0
02 378,0 378,0
03 490,0 280,0
Média 382,7 382,7
3.3.3 – Ensaio de resistência à flexão
Para os ensaios de flexão foram utilizadas placas com dimensões de 20cm por
50cm e com 3cm de espessura. As placas do ensaio de resistência à flexão foram mol-
dadas no mesmo instante em que foram moldadas as placas de resistência ao impacto e
os corpos-de-prova para ensaio de caracterização das propriedades mecânicas. Para cada
mistura foram moldadas três placas, as quais, foram submetidas a carregamento em ma-
quina universal de ensaio com uma velocidade de carregamento de 0,25mm/min. Os
procedimentos são semelhantes ao descritos na norma NM 55:1996. Para o ensaio, utili-
zou-se um aparato para adaptação do elemento de ensaio à prensa (ver figuras 3.54,
3.55). É importante ressaltar que a linha da fissura ocorrera de forma bastante discreta,
imperceptível à lente da câmera fotográfica. Isto se deu por que em ambos os casos a
ruptura não causou danos visíveis ao elemento ensaiado. Outro aspecto foi uma seme-
lhança entre a configuração da fissura do concreto emborrachado com o não-
emborrachado. Em cada ensaio obteve-se a carga máxima de ruptura e a deflexão do
Gráfico do diâmetro médo x altura de queda - Placa 03
0
2
4
6
8
10
12
0 10203040506070
Altura de queda (cm)
Diâmetro médio (m
m
Figura 3.53 – Ensaio de resistência ao impacto do CAB – Placa 03.
61
pistão de carregamento na carga de ruptura. As figuras 3.56 e 3.57 apresentam o com-
portamento típico da força de flexão x deslocamento para o concreto de referência e
para o CAB, respectivamente; mostrando que, nestas proporções, a diferença é signifi-
cativa. Outros gráficos se encontram no apêndice G e H, respectivamente. A tabela 3.23
apresenta os resultados dos ensaios de resistência à flexão para cada mistura, além da
tensão de tração calculada, confirmando os resultados vistos no gráfico e permitindo a
comparação.
Figura 3.54 – Detalhe geral do aparato e da prensa.
Figura 3.55 – Detalhe do apoio.
62
Tabela 3.23 – Resultado final do ensaio de resistência à flexão.
Referência CAB
Placa
Força
(kN)
Tração
(MPa)
Deslocamento
(mm)
Força
(kN)
Tração
(MPa)
Deslocamento.
(mm)
01 2,33 5,83 0,49 1,56 3,90 1,05
02 2,25 5,63 0,71 1,57 3,93 1,06
03 2,34 5,85 0,86 1,51 3,78 1,02
Média 2,35 5,77 0,67 1,54 3,87 1,04
Gráfico Força x Deslocamento
0
0,5
1
1,5
2
2,5
00,511,5
Deslocamento (mm)
Foa (kN)
Figura 3.57 – Gráfico de flexão-deformação para o CAB.
Figura 3.56 – Gráfico de flexão-deformação, concreto de referência.
Gráfico Força x Deslocamento
0
0,5
1
1,5
2
2,5
0 0,5 1 1,5
Deslocamento (mm)
Força (kN)
63
Capítulo 4
Análise dos Resultados
A tabela 4.1 abaixo apresenta os resultados dos ensaios iniciais e dos ensaios de
confirmação para as propriedades mecânicas de resistência à compressão, tração e mó-
dulo de deformação do concreto de referência e do CAB com o teor de 2% de borracha,
em relação ao peso de cimento, que serão utilizados na análise. Também, são apresenta-
das as diferenças percentuais para tais valores. Os percentuais foram obtidos da seguinte
forma: faz-se a diferença entre os valores do concreto de referência e divide-se pelo
maior dos dois (valores em linha). Este mesmo procedimento é repetido para o CAB.
Em seguida, faz-se a diferença entre os resultados do concreto de referência e do CAB,
dividindo-se pelo maior dos dois valores (valores em coluna).
Tabela 4.1 – Resultados dos ensaios utilizados na análise com diferenças percentuais.
Ensaios iniciais Ensaios de confirmação Diferença (%)
Compressão
Referência 30,5 MPa 34,8 MPa 12,36%
CAB 21,1 MPa 23,8 MPa 11,34 %
Diferença (%) 30,81 % 31,61 %
Tração
Referência 4,0 MPa 4,3 MPa 6,97%
CAB 2,4 MPa 3,6 MPa 33,33 %
Diferença (%) 40,00 % 16,28 %
Módulo de deformação longitudinal
Referência 24927 MPa 31100 MPa 19,85%
CAB 21767 MPa 25443 MPa 14,44%
Diferença (%) 12,68 % 18,19 %
64
A tabela 4.2 apresenta os resultados dos dois ensaios de impacto e flexão e suas
diferenças percentuais obtidas como citado acima. Nas tabelas os percentuais são mos-
trados em valores brutos (como calculados). Na análise procura-se arredondar de modo
a facilitar a linguagem.
Tabela 4.2, Resultados dos ensaios de flexão e impactos para análise.
Energia de impacto Força Tração Deslocamento
Referência 382,7 J 2,35 kN 5,77 MPa 0,67 mm
CAB 382,7 J 1,54 kN 3,87 MPa 1,04 mm
Diferença (%) 0,0% 33,04% 32,93% 35,58%*
* Essa diferença percentual foi tomada em relação à deformação do CAB por ser valor
maior.
Em cada um destes experimentos objetivou-se, inicialmente, a caracterização
das propriedades mecânicas do concreto. Na parte de estudo com a dosagem escolhida,
verificou-se também o comportamento do concreto diante de esforços de impacto e de
flexão. A análise dos resultados procura seguir a mesma ordem. Primeiro, confrontan-
do-se os resultados das propriedades mecânicas obtidas nos ensaios iniciais com aqueles
obtidos nos ensaios de confirmação para ambos os teores (0,0% e 2,0%) isoladamente.
Depois, confrontando-se os resultados do CAB com os do concreto de referência nas
propriedades mecânicas tradicionais só com os resultados obtidos nos ensaios de con-
firmação. Finalizando, confrontam-se os resultados dos ensaios de impacto e de flexão
para os dois concretos.
4.1 – Resistência à compressão
Analisando os resultados do concreto de referência nos ensaios de confirmação
(resistência 34,8 MPa) e comparando com aqueles obtidos nos ensaios iniciais (resistên-
cia 30,5 MPa), verifica-se uma significativa diferença: 12%. Considerando-se um des-
vio padrão de 3 MPa, para um concreto de classe C30 de acordo com a NBR
8953/1987, e baseando-se no que foi proposto por HELENE & TERZIAN (1992), a
resistência f
cj
seria igual a 34,95 MPa. Assim, com uma resistência média de 34,80 MPa
o concreto dos ensaios de confirmação se aproximou mais daquele para o qual fora pro-
jetado. Isto significou que a atenção dada ao processo de adensamento teve eficácia.
65
Para o CAB dos ensaios dos ensaios de confirmação (resistência 23,8 MPa) em
comparação com o CAB dos ensaios iniciais (resistência 21,1 MPa), esta diferença
(11,3%) foi muito próxima da diferença vista no concreto de referência. Como esta se-
guiu a mesma ordem de grandeza, demonstra que os dados apresentam coerência e que
a metodologia aplicada tem confiabilidade. Além disso, verificou-se que a configuração
superficial dos elementos de ensaio do CAB foi semelhante.
Comparando-se a resistência obtida para o CAB com a resistência do concreto
de referência nos ensaios de confirmação, verifica-se uma perda percentual de 31,6%.
Esta perda foi semelhante àquela obtida nos ensaios do estudo da dosagem: 30,8%. Em
aspectos qualitativos, observa-se que o CAB apresentou uma ruptura suave, com possi-
bilidade de execução de todo ramo descendente da curva tensão x deformação (ver a-
pêndice), permitindo a total deterioração do CP. Por outro lado, o concreto de referência
apresentou ruptura brusca.
4.2 – Resistência à tração por compressão diametral
Como na resistência a compressão, a resistência à tração do concreto de referên-
cia apresentou um aumento quando comparados os valores nos ensaios iniciais em rela-
ção aos ensaios de confirmação: 7%. Este aumento pode ter ocorrido pelos mesmos mo-
tivos visto nos ensaios de resistência à compressão.
Quando se comparam os resultados do CAB nos ensaios iniciais com os ensaios
de confirmação, verifica-se um aumento de 33,3%. Um aumento quase cinco vezes
maior que aqueles vistos no concreto de referência.
Confrontando-se os resultados do concreto de referência com o CAB nos ensaios
de confirmação, verifica-se uma perda de 16,3% da resistência a tração. Isto demonstra
que houve uma proximidade entre os resultados do CAB e do concreto de referência,
uma vez que nos ensaios do estudo da dosagem a perda percentual foi de 40%.
A similaridade observada na análise do comportamento da resistência à com-
pressão não foi observada na resistência à tração, pois as diferenças percentuais foram
distintas umas das outras.
66
4.3 – Módulo de deformação longitudinal
No que diz respeito ao módulo de elasticidade, também se verificou um aumento
nos resultados dos ensaios iniciais para os ensaios de confirmação. No concreto de refe-
rência o aumento foi de 20%. No CAB o aumento foi de 14%.
Do concreto de referência para o CAB, nos ensaios de confirmação, verificou-se
uma perda de 18%. Este valor é um pouco maior que aquele observado nos ensaios ini-
ciais: 13%. Não se pode dizer que as diferenças percentuais sejam da mesma ordem de
grandeza; porém não se verificam discrepância como aquelas que foram vistas nos valo-
res percentuais da resistência à tração na compressão diametral.
4.4 – Resistência ao impacto
Para cada placa ensaiada, gerou-se um gráfico de altura de queda em função do
diâmetro médio do dano causado no impacto. Em termos qualitativos, verificou-se uma
tendência de estabilização do diâmetro do dano causado pela queda da esfera nas placas
de CAB; enquanto os danos provocados no concreto de referência demonstraram uma
tendência de crescimento. Uma análise visual permitiu verificar que não há mudanças
significativas na morfologia da superfície dos elementos impactados, tanto do CAB,
como do concreto de referência. Aliado a isto, o resultado numérico foi igual em ambos
os casos.
4.5 – Resistência à flexão
Na resistência a flexão, verificou-se que o concreto de referência teve uma carga
de ruptura maior que a do CAB. Esta diferença entre os dois tipos de concreto foi avali-
ada como de 33%. O gráfico força-deformação na flexão em cada ensaio demonstra
uma semelhança no comportamento, porém, através dos mesmos pode-se verificar que a
deformação de ruptura no CAB foi maior que no concreto de referência. Esta diferença
pode ser avaliada em torno de 35%.
A resistência à flexão apresentou um aumento de 25%, quando se comparam aos
resultados da resistência à tração na compressão diametral para o concreto de referência.
Para o CAB essa diferença é de 7%. Entre o concreto de referência e o CAB, analisando
apenas a resistência à tração na flexão, a diferença foi de 33%, como esperado, igual à
diferença entre as cargas de ruptura obtidas.
67
Capítulo 5
Considerações finais
Os ensaios de caracterização demonstraram que as fibras advindas do processo
de recauchutagem são heterogêneas, porém a predominância é de fibras com uma rela-
ção C/d entre 8 e 10. Ainda existe um pequeno percentual de material com cerca de 5%
passante na peneira de abertura 0,6 mm que possuem relação C/d mais baixa, com acen-
tuada irregularidade de forma e de superfície, demonstrando reentrâncias, assemelhan-
do-se a um pó. Na utilização de todo o resíduo como fibra, este material pode causar
efeitos negativos e a sua separação agregar valores que não compensem a utilização do
resíduo. Assim, definiu-se a sua experimentação para que se fosse analisado os seus
efeitos isoladamente.
A análise da temperatura de fulgor revelou que as temperaturas de amolecimento
e de combustão ocorrem em uma faixa em que o concreto já tem suas propriedades de-
ficientes.
Verificou-se que o comportamento da quantidade de borracha em relação às
propriedades mecânicas é não-linear. Pode-se dizer isso porque se observou que para
pequenos níveis do teor de borracha, ocorrem altos níveis de variação nas propriedades
mecânicas, quando se varia a quantidade de borracha. De outra forma, para altos níveis
de dosagem, ocorrem baixos níveis de variação nas propriedades mecânicas, mesmo que
a variação na quantidade de borracha seja a mesma do caso anterior. Assim chegou-se a
uma dosagem de 2% em relação ao peso de cimento como sendo a ideal.
As perdas percentuais nas propriedades mecânicas de resistência a compressão,
resistência tração e módulo de elasticidade eram esperados. Porém, pode-se observar
que a borracha atribuiu ao concreto a capacidade de romper sem que houvesse movi-
mentos bruscos no pistão de carregamento, pois o concreto ficou com mais ductilidade.
Além disso, uma adição de 2% em relação ao peso de cimento pode deixar um concreto
(não necessariamente concreto de alto-desempenho) em condições de ser utilizado co-
mo estrutural, embora outros parâmetros técnicos ainda mereçam ser analisados. Os
68
gráficos de força-deformação do concreto de referência demonstraram que este apresen-
ta uma deformação na força máxima próxima de 0,2 mm. Já para o CAB, os gráficos
demonstram que em 0,2 mm a resistência ainda está em ascensão.
A diminuição provocada no módulo de elasticidade pode ser considerada favo-
rável; pois para HERNADEZ-OLIVARES & BARLUENGA (2003), a diminuição do
módulo proporciona uma diminuição da sonoridade e mais conforto em pavimentos
rígidos. Além disso, para o boletim técnico IBRACON (2001), a propriedade preponde-
rante é a resistência à tração na flexão que precisa estar entre 3 MPa e 5 MPa, que é uma
faixa de valores na qual se encontra os valores de resistência à tração na flexão encon-
trado neste trabalho (ver tabela 3.23). A redução média do concreto para o CAB foi de
33% passando de 5,76 MPa (referência) para 3,87 MPa.
É bastante ressaltar que se fez a escolha do tipo de fibra, preocupando-se com o
efeito negativo que esta poderia causar em meio às fibras maiores. Verificou-se que em
termos de tenacidade o aumento não foi significativo. Porém observou-se um aumento
na deformação de ruptura de flexão do concreto e uma tendência de estabilização nos
danos causados pelo impacto. Isto leva a crer que aumentando o tamanho das fibras os
resultados que dependem da tenacidade podem ser melhorados. Assim, podem-se con-
siderar estes resultados satisfatórios.
Sugestões para futuras pesquisas:
Dando continuidade aos estudos sobre o reaproveitamento do resíduo na produção
de concreto, pode-se utilizar como sugestões os seguintes temas:
A utilização teste teor de borracha para as fibras passantes em peneiras de aber-
turas maiores.
A utilização deste teor de borracha em um tipo de fibra de borracha selecionado
através de peneiramento e buscando uma homogeneização dos tamanhos das fi-
bras.
Estudo do concreto com borracha em almofadas para ligações de elementos de
concreto pré-moldado.
Estudo da utilização do concreto com borracha em outros elementos estruturais
que são submetidos a esforços de impacto como prismas divisores de rodovias e
protetores de postes e de pilar de viadutos.
69
Estudo comparativo do comportamento do concreto de uma determinada classe
de resistência com um concreto com adições de borracha com a mesma resistên-
cia para avaliação dos custos adicionais e da tenacidade adquirida.
Estudo do concreto com adições de borrachas submetidas a um melhoramento
químico a base de NaOH ou outras substâncias com características semelhantes.
70
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Composites Based on Commingled Yarn Fabrics; http://www.periodicos.capes.gov.br/,
acesso em: 10 de março 2004.
75
APÊNDICE
76
Apêndice A – Ensaios iniciais: gráficos do concreto de
referência.
Ensaios de resistência à compressão.
Figura A.1 – Gráfico tensão x deformação, elemento 01.
Resistência (MPa) 29,20
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão (MPa) Apro. T. (MPa)
0,0036
77
Apêndice A – Ensaios iniciais: gráficos do concreto de
referência.
Ensaios de resistência à compressão.
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão (MPa) Apro. T. (MPa)
Figura A.2 – Gráfico tensão x deformação, elemento 02.
Resistência (MPa) 31,93
0,0038
78
Apêndice A – Ensaios iniciais: gráficos do concreto de
referência.
Ensaios de resistência à compressão.
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão (MPa) Apro. T. (MPa)
Figura A.3 – Gráfico tensão x deformação, elemento 03.
Resistência (MPa) 29,81
0,0034
79
Apêndice A – Ensaios iniciais: gráficos do concreto de
referência.
Ensaios de resistência à compressão.
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão (MPa) Apro. T. (MPa)
Figura A.4 – Gráfico tensão x deformação, elemento 04.
Resistência (MPa) 31,12
0,0037
80
Apêndice B – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 0,4% de borracha em relação ao peso de material
seco.
Ensaio de resistência à compressão.
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão (MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura B.1 – Gráfico tensão x deformação, elemento 01.
Resistência (MPa) 17,19
0,0027
81
Apêndice B – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 0,4% de borracha em relação ao peso de material
seco.
Ensaio de resistência à compressão.
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão (MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura B.2 – Gráfico tensão x força-deformação, elemento 02.
Resistência (MPa) 18,52
0,0026
82
Apêndice B – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 0,4% de borracha em relação ao peso de material
seco.
Ensaio de resistência à compressão.
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão (MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura B.3 – Gráfico tensão x deformação, elemento 03.
Resistência (MPa) 16,95
0,0026
83
Apêndice B – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 0,4% de borracha em relação ao peso de material
seco.
Ensaio de resistência à compressão.
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão (MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura B.4 – Gráfico tensão x deformação, elemento 04.
Resistência (MPa) 18,72
0,0029
84
Apêndice B – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 0,4% de borracha em relação ao peso de material
seco.
Ensaio de resistência à compressão.
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão (MPa) Aprox. T. (MPa)
Resistência (MPa) 16,95
Figura B.5 – Gráfico tensão x deformação, elemento 05.
0,0030
85
Apêndice C – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 4,0% de borracha em relação ao peso de material
seco.
Ensaio de resistência à compressão
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura C.1 – Gráfico tensão x deformação, elemento 01.
Resistência (MPa) 10,62
0,0022
86
Apêndice C – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 4,0% de borracha em relação ao peso de material
seco.
Ensaio de resistência à compressão
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura C.2 – Gráfico tensão x deformação, elemento 02.
Resistência (MPa) 10,09
0,002
87
Apêndice C – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 4,0% de Borracha em relação ao peso de material
seco.
Ensaio de resistência à compressão
Resistência (MPa) 10,14
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura C.3 – Gráfico tensão x deformação, elemento 03.
0,0021
88
Apêndice C – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 4,0% de borracha em relação ao peso de material
seco.
Ensaio de resistência à compressão
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura C.4 – Gráfico tensão x deformação, elemento 04.
Resistência (MPa) 10,84
0,0021
89
Apêndice C – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 4,0% de borracha em relação ao peso de material
seco.
Ensaio de resistência à compressão
Resistência (MPa) 10,73
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura C.5 – Gráfico tensão x deformação, elemento 05.
0,0022
90
Apêndice D – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 1,0% de borracha em relação ao peso de cimento.
Ensaio de resistência à compressão
Resistência (MPa) 25,38
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura D 1 – Gráfico tensão x deformação, elemento 01.
0,0038
91
Apêndice D – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 1,0% de borracha em relação ao peso de cimento.
Ensaio de resistência à compressão
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura D.2 – Gráfico tensão x deformação, elemento 02.
Resistência (MPa) 28,04
0,0035
92
Apêndice D – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 1,0% de borracha em relação ao peso de cimento.
Ensaio de resistência à compressão
Resistência (MPa) 27,31
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura D.3 – Gráfico tensão x deformação, elemento 03.
0,0039
93
Apêndice D – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 1,0% de borracha em relação ao peso de cimento.
Ensaio de resistência à compressão
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura D.4 – Gráfico tensão x deformação, elemento 04.
Resistência (MPa) 25,94
0,0036
94
Apêndice D – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 1,0% de borracha em relação ao peso de cimento.
Ensaio de resistência à compressão
Resistência (MPa) 26,12
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura D.5 – Gráfico tensão x deformação, elemento 05.
0,0036
95
Apêndice E – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 2,0% de borracha em relação ao peso de cimento.
Ensaio de resistência à compressão
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura E.1 – Gráfico tensão x deformação, elemento 01.
Resistência (MPa) 20,93
0,0033
96
Apêndice E – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 2,0% de borracha em relação ao peso de cimento.
Ensaio de resistência à compressão
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura E.2 – Gráfico força-deformação, elemento 02.
Resistência (MPa) 21,30
0,0034
97
Apêndice E – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 2,0% de borracha em relação ao peso de cimento.
Ensaio de resistência à compressão
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura E.3 – Gráfico tensão x deformação, elemento 03.
Resistência (MPa) 21,35
0,0034
98
Apêndice E – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 2,0% de borracha em relação ao peso de cimento.
Ensaio de resistência à compressão
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura E.4 – Gráfico tensão x deformação, elemento 04.
Resistência (MPa) 19,51
0,0031
99
Apêndice E – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 2,0% de borracha em relação ao peso de cimento.
Ensaio de resistência à compressão
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura E.5 – Gráfico tensão x deformação, elemento 05.
Resistência (MPa) 22,01
0,0035
100
Apêndice F – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 3,0% de borracha em relação ao peso de cimento.
Ensaio de resistência à compressão
Resistência (MPa) 16,24
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura F. 1 – Gráfico tensão x deformação, elemento 01.
0,0029
101
Apêndice F – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 3,0% de borracha em relação ao peso de cimento.
Ensaio de resistência à compressão
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura F. 2 – Gráfico tensão x deformação, elemento 02.
Resistência (MPa) 15,90
0,0027
102
Apêndice F – Ensaios iniciais: gráficos do concreto
com 3,0% de borracha em relação ao peso de cimento.
Ensaio de resistência à compressão
Resistência (MPa) 15,22
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura F. 3 – Gráfico tensão x deformação, elemento 03.
0,0029
103
Apêndice G – Ensaios de comparação: gráficos do
concreto de referência.
Ensaio de resistência à compressão
Resistência (MPa) 34,45
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura G. 1 – Gráfico tensão x deformação, elemento 01.
0,0035
104
Apêndice G – Ensaios de comparação: gráficos do
concreto de referência.
Ensaio de resistência à compressão
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura G. 2 – Gráfico tensão x deformação, elemento 02.
Resistência (MPa) 34,61
0,004
105
Apêndice G – Ensaios de comparação: gráficos do
concreto de referência.
Ensaio de resistência à compressão
Resistência (MPa) 30,50
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura G. 3 – Gráfico tensão x deformação, elemento 03.
0,0035
106
Apêndice G – Ensaios de comparação: gráficos do
concreto de referência.
Ensaio de resistência à tração na flexão
Gráfico Força x Deslocamento
0
0,5
1
1,5
2
2,5
00,511,5
Deslocamento (mm)
Força (kN)
Figura G. 4 – Gráfico força x deslocamento, elemento 01.
Resistência (MPa) 5,63
107
Apêndice G – Ensaios de comparação: gráficos do
concreto de referência.
Ensaio de resistência à tração na flexão
Gráfico Força x Deslocam ento
0
0,5
1
1,5
2
2,5
00,511,5
Deslocam ento (m m )
Força (kN)
Figura G. 5
Gráfico força x deslocamento, elemento 02.
Resistência (MPa) 5,07
108
Apêndice G – Ensaios de comparação: gráficos do
concreto de referência.
Ensaio de resistência à tração na flexão
Gráfico Força x Deslocamento
0
0,5
1
1,5
2
2,5
00,511,5
Deslocamento (mm)
Força (kN)
Figura G. 6 – Gráfico força x deslocamento, elemento 03.
Resistência (MPa) 5,82
109
Apêndice H – Ensaios de comparação: gráficos do
concreto com 2,% de borracha em relação ao peso de
cimento.
Ensaio de resistência à compressão.
Resistência (MPa) 25,36
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura H. 1 – Gráfico tensão x deformação, elemento 01.
0,0034
110
Apêndice H – Ensaios de comparação: gráficos do
concreto com 2,% de borracha em relação ao peso de
cimento.
Ensaio de resistência à compressão.
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura H. 2
Gráfico tensão x deformação, elemento 02.
Resistência (MPa) 21,32
0,004
111
Apêndice H – Ensaios de comparação: gráficos do
concreto com 2,% de borracha em relação ao peso de
cimento.
Ensaio de resistência à compressão.
Gfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura H. 3 – Gráfico tensão x deformação, elemento 03.
Resistência (MPa) 23,78
0,0038
112
Apêndice H – Ensaios de comparação: gráficos do
concreto com 2,% de borracha em relação ao peso de
cimento.
Ensaio de resistência à compressão.
Figura H. 4 – Gráfico tensão x deformação, elemento 04.
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Resistência (MPa) 19,85
0,003
113
Apêndice H – Ensaios de comparação: gráficos do
concreto com 2,% de borracha em relação ao peso de
cimento.
Ensaio de resistência à compressão.
Gráfico Tensão x Deformação
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,002 0,004 0,006
Deformação (mm/mm)
Tensão (MPa)
Tensão(MPa) Aprox. T. (MPa)
Figura H. 5 – Gráfico tensão x deformação, elemento 05.
Resistência (MPa) 22,21
0,003
114
Apêndice H – Ensaios de comparação: gráficos do
concreto com 2,% de borracha em relação ao peso de
cimento.
Ensaio de resistência à tração na flexão.
Gráfico Força x Deslocamento
0
0,5
1
1,5
2
2,5
00,511,5
Deslocamento (mm)
Força (kN)
Figura H. 6 – Gráfico força-deformação, elemento 01.
Resistência (MPa) 3,89
115
Apêndice H – Ensaios de comparação: gráficos do
concreto com 2,% de borracha em relação ao peso de
cimento.
Ensaio de resistência à tração na flexão.
Gráfico Força x Deslocamento
0
0,5
1
1,5
2
2,5
00,511,5
Deslocamento (mm)
Força (kN)
Figura H. 7 – Gráfico tensão x deformação, elemento 02.
Resistência (MPa) 3,93
116
Apêndice H – Ensaios de comparação: gráficos do
concreto com 2,% de borracha em relação ao peso de
cimento.
Ensaio de resistência à tração na flexão.
Gráfico Força x Deslocamento
0
0,5
1
1,5
2
2,5
00,511,5
Deslocamento (mm)
Força (kN)
Figura H. 8 – Gráfico tensão x deformação, elemento 03.
Resistência (MPa) 3,78
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