aptos para o abate passam aos currais de matança, permanecendo em descanso,
jejum e dieta hídrica, aguardando o momento do abate (BRASIL, 1997). Após o período
de descanso os animais são conduzidos para sala de matança para então iniciar a fase
de abate, a qual envolve as seguintes operações: imobilização ou contenção,
atordoamento, elevação ou içamento, sangria, esfola, evisceração, serragem, toalete e
pesagem das carcaças (GIL, 2002).
É de grande importância que o abate de animais seja realizado sem sofrimentos
desnecessários e que a sangria seja eficiente. Os métodos convencionais de abate de
bovinos envolvem a operação de insensibilização antes da sangria (CORTESI, 1994).
Após a insensibilização os animais caem no pavimento conhecido como área de
vômito, onde microrganismos como Salmonella, Campylobacter jejuni ou coli, ou ainda
Listeria monocytogenes, já foram isolados (GIL, 2002). Seguindo esta etapa os animais
são imediatamente sangrados.
A contaminação microbiana inicial da carne é resultado da introdução de
microrganismos no sistema vascular quando facas não esterilizadas são utilizadas para
sangria do animal (HEDRICK et al., 1994).
Após a sangria e quando o animal deixa de apresentar movimentos reativos,
inicia-se a esfola, a qual se constitui em um ponto crítico do abate, tendo em vista as
possibilidades de contaminação da superfície das carcaças a partir de microrganismos
existentes na pele, nos pêlos e cascos dos animais (LAMBERT et al., 1991).
Segundo GRAU (1974), a pele geralmente é considerada a fonte de origem da
maioria das contaminações microbiológicas das carcaças, concordando com GILL et al.
(1998b) que afirmaram que a maioria das bactérias que aparecem nas carcaças são
depositadas à sua superfície durante as operações de abate, sendo que boa parte
destas bactérias têm origem na pele.
A microbiota normal da pele e os microrganismos do solo e fezes constituem os
contaminantes das carcaças, das quais fazem parte leveduras, membros das famílias
Bacillaceae, Micrococaceae, Enterobacteriaceae, além de Corynebacterium, Moraxella,
Acinetobacter, Flavobacterium e Listeria sp., sendo as bactérias mesófilas as
predominantes (GIL, 2002).