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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Centro de Ciências Agrárias
Departamento de Solos e Engenharia Rural
Programa de Pós-Graduação em Manejo de Solo e Água
COMPORTAMENTO VEGETATIVO DE TRÊS ESPÉCIES FLORESTAIS SOB
ESTRESSE HÍDRICO, COM ADUBAÇÃO ORGÂNICA EM SOLOS DA REGIÃO
SEMI-ÁRIDA NORDESTINA
Eleide Leite Maia
AREIA, PB
MARÇO – 2005
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ELEIDE LEITE MAIA
COMPORTAMENTO VEGETATIVO DE TRÊS ESPÉCIES FLORESTAIS SOB
ESTRESSE HÍDRICO, COM ADUBAÇÃO ORGÂNICA EM SOLOS DA REGIÃO
SEMI-ÁRIDA NORDESTINA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Manejo de Solo e Água da
Universidade Federal da Paraíba, como parte
dos requisitos para a obtenção do título de
“Mestre em Manejo de Solo e Água”. Área de
Concentração: Manejo e Conservação de
Solos e Água.
Orientadores: Dra.
Vânia da Silva Fraga
Dr. Ignácio Hernan Salcedo
AREIA, PB
MARÇO – 2005
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Ficha catalográfica elaborada na Seção de Processos Técnicos da
Biblioteca Setorial de Areia-PB, CCA/UFPB.
Bibliotecária: Márcia Maria Marques CRB4
1409
M217c Maia, Eleide Leite.
hídrico, com adubação orgânica em solos da região semi-
árida
nordestina./ Eleide Leite Maia. – Areia, PB: CCA/UFPB, 2005.
53 p.: il.
Dissertaçã
o (Mestrado em Manejo de Solo e Água) pelo Centro de
Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraiba.
Orientadora: Vânia da Silva Fraga.
1. Espécies florestais -
crescimento. 2. Estresse hídrico. 3.
Adubação orgânica. I. Fraga
, Vânia da Silva (orientadora). II.
Título.
Palavras - Chaves:GLIRICÍDIA
JUREMA-PRETA
NIM
ESTERCO
ELEIDE LEITE MAIA
COMPORTAMENTO VEGETATIVO DE TRÊS ESPÉCIES FLORESTAIS SOB
ESTRESSE HÍDRICO, COM ADUBAÇÃO ORGÂNICA EM SOLOS DA REGIÃO
SEMI-ÁRIDA NORDESTINA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Manejo de Solo e Água da
Universidade Federal da Paraíba, como parte
dos requisitos para a obtenção do título de
“Mestre em Manejo de Solo e Água”. Área de
concentração: Manejo e Conservação de
Solos e Água.
Aprovada em 29 de março de 2005
BANCA EXAMINADORA
Prof
a
. Dra. Vânia da Silva Fraga
CCA/UFPB
Orientadora
Prof. Dr. Ignácio Hernan Salcedo
DEN/UFPE
Orientador
Prof. Dr. Olaf Andreas Bakke
CSTR/UFCG
Examinador
Prof. Dr. José Romualdo de Sousa Lima
CCA/UFPB
Examinador
ii
Dedico com carinho.
Aos meus queridos pais
José Fernandes Maia e Maria Eulina Leite Maia
E aos meus irmãos
Eliane Cristina Leite Maia e José Edson Leite Maia
“Nada te pertube. Nada te espante.
Tudo passa. Deus não muda.
A paciência tudo alcança.
Para quem possui Deus nada falta!”
(Santa Terezinha)
AGRADECIMENTOS
iii
A DEUS, por seu amor infinito, sempre presente, mostrando e iluminando o meu
caminho;
À professora Dra. Vânia da Silva Fraga, pela orientação e aprendizado durante o
desenvolvimento deste trabalho, além da amizade e compreensão que a torna um modelo
de orientadora;
Ao professor Dr. Ignácio Hernan Salcedo, pela valiosa orientação que enriqueceu a
dissertação e o meu aprendizado;
Ao Prof. Dr. Olaf Andreas Bakke e Dr. José Romualdo de Sousa Lima, pelas
correções e sugestões;
A UFPB/CCA/DSER e ao Programa de Pós-Graduação em Manejo de Solo e Água,
em especial aos Coordenadores do Programa Prof
a
Vânia da Silva Fraga e Prof. Adailson
Pereira de Souza, pelas oportunidades dadas;
Ao professor Dr. Jacob Silva Souto, pelo incentivo e apoio dado para o ingresso
neste mestrado;
A todos os professores do CCA/UFPB, pelos ensinamentos transmitidos e
incentivos, em especial ao professor Dr. Ivandro da Silva França, pela ajuda durante a
realização deste trabalho;
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de vel Superior (CAPES) pela
concessão da bolsa de estudos para o mestrado;
Ao IAI (InterAmerican Institute for Global) e CNPq, pelo financiamento deste
trabalho;
A minha turma do mestrado: Antônio Gregório, Egeiza Moreira, Evandro
Mesquita, Farnésio Cavalcanti, Francisco Tony, Jussara Silva, Kallianna Dantas e Pablo
Rosa pela união nos estudos, estímulo e a alegria em todos os momentos;
A amiga Jussara Silva Dantas que esteve comigo em todas as etapas desse trabalho;
A Francisco Tony, Klerisson Vidal, Damon Pereira e Gilson Batista pela
importante ajuda na condução do experimento;
Aos funcionários do CCA/UFPB, por sempre estarem prontos a ajudar no que fosse
preciso;
A todas as companheiras da casa do mestrado pela maravilhosa convivência, troca
de conhecimentos, apoio e alegrias;
Aos alunos da graduação e da Pós-Graduação do CCA/UFPB, pela amizade;
A toda a minha família pela confiança a mim depositada;
Em especial aos meus amigos que residem na cidade de Patos - PB, dos mais
íntimos a aquelas pessoas simples que sempre me incentivaram com palavras de amizade,
admiração e respeito, a elas agradeço com todo carinho.
OBRIGADA!
SUMÁRIO
iv
Páginas
LISTA DE TABELAS.......................................................................................... v
LISTA DE FIGURAS........................................................................................... vii
RESUMO.............................................................................................................. xi
ABSTRACT.......................................................................................................... x
1. INTRODUÇÃO................................................................................................ 1
2. REVISÃO DE LITERATURA......................................................................... 3
2.1. Caracterização da região semi-árida.......................................................... 3
2.2. Caracterização das espécies....................................................................... 4
2.2.1. Gliricídia........................................................................................ 4
2.2.2. Jurema-preta................................................................................... 7
2.2.3. Nim.................................................................................................
8
2.3. Adubação orgânica com esterco................................................................ 11
2.4. Estresse hídrico e desenvolvimento das plantas........................................ 13
3. MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................. 17
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................... 22
4.1. Altura, diâmetro e número de folhas durante os 30, 45, 60, 75 e 90 dias
após o plantio.............................................................................................
22
4.2. Média (n=4) dos parâmetros de crescimento (altura, diâmetro e número
de folhas) após 90 dias do plantio.............................................................
27
4.3. Área foliar................................................................................................. 30
4.4. Fitomassa seca da parte aérea e raiz......................................................... 32
4.5. Temperatura foliar (T foliar), resistência difusiva (Rs), transpiração (E)
e potencial hídrico foliar (Ψw)..................................................................
35
5. CONCLUSÕES................................................................................................ 43
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................
44
ANEXO.................................................................................................................
50
LISTA DE TABELAS
v
TABELA 1. Atributos químicos e físicos do Luvissolo e do Neossolo de
Casserengue-PB, utilizados no ensaio em vasos em casa de
vegetação............................................................................................
17
TABELA 2. Níveis de água obtidos a partir da curva de retenção da água no
solo.....................................................................................................
19
TABELA 3. Água disponível nos dois solos.......................................................... 20
TABELA 4. Médias (n=4) da altura de três escies florestais submetidas a dois
intervalos de estresse hídrico, com e sem adubação, em dois solos
do semi-árido, aos 90 dias após o plantio...........................................
28
TABELA 5. Médias (n=4) do diâmetro de três espécies florestais submetidas a
dois intervalos de estresse hídrico, com e sem adubação, em dois
solos do semi-árido, aos 90 dias após o plantio..................................
29
TABELA 6. Médias (n=4) do número de folhas de três espécies florestais
submetidas a dois intervalos de estresse hídrico, com e sem
adubação, em dois solos do semi-árido, aos 90 dias após o
plantio.................................................................................................
30
TABELA 7. Médias (n=4) da área foliar (cm
2
) de três espécies florestais
submetidas a dois intervalos de estresse hídrico, com e sem
adubação, em dois solos do semi-árido, aos 90 dias após o
plantio.................................................................................................
31
TABELA 8. Médias (n=4) da fitomassa seca da parte aérea (g) de três espécies
florestais submetidas a dois intervalos de estresse hídrico, com e
sem adubação, em dois solos do semi-árido, aos 90 dias após o
plantio.................................................................................................
33
TABELA 9. Médias (n=4) da fitomassa seca da raiz (g) de três espécies
florestais submetidas a dois intervalos de estresse hídrico, com e
sem adubação, em dois solos do semi-árido, aos 90 dias após o
plantio.................................................................................................
34
vi
Anexo
TABELA 1A.
Estimativa dos parâmetros do modelo de regressão linear da altura
(y) em função do tempo (x) de três espécies florestais submetidas a
dois intervalos de estresse hídrico, com e sem adubação, em dois
solos do semi-árido entre 30 e 90 dias após o
plantio.................................................................................................
51
TABELA 2A.
Estimativa dos parâmetros do modelo de regressão linear do
diâmetro (y) em função do tempo (x) de três espécies florestais
submetidas a dois intervalos de estresse hídrico, com e sem
adubação, em dois solos do semi-
árido entre 30 e 90 dias após o
plantio..................................................................................................
52
TABELA 3A.
Estimativa dos parâmetros do modelo de regressão linear do número
de folhas (y) em função do tempo
(x) de três espécies florestais
submetidas a dois intervalos de estresse hídrico, com e sem
adubação, em dois solos do semi-
árido aos 30 e 90 dias após o
plantio..................................................................................................
53
vii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1. Temperatura e umidade relativa máxima e mínima do ar do período
experimental.......................................................................................
18
FIGURA 2. Desenho ilustrativo da quantidade de água reposta nos
tratamentos..........................................................................................
19
FIGURA 3. Altura (cm) de três espécies florestais submetidas a dois intervalos
de estresse hídrico, com e sem adubação, em dois solos do semi-
árido, aos 30, 45, 60, 75 e 90 dias após o plantio...............................
23
FIGURA 4. Diâmetro (cm) de três espécies florestais submetidas a dois
intervalos de estresse hídrico, com e sem adubação, em dois solos
do semi-árido, aos 30, 45, 60, 75 e 90 dias após o plantio.................
24
FIGURA 5. Número de folhas de três espécies florestais submetidas a dois
intervalos de estresse hídrico, com e sem adubação, em dois solos
do semi-árido, aos 30, 45, 60, 75 e 90 dias após o plantio.................
25
FIGURA 6. Temperatura foliar (T foliar), resistência difusiva (Rs), transpiração
(E) e potencial hídrico foliar (Ψw) na espécie gliricídia, em
diferentes horários (8, 10, 12, 14, 16 e 18 horas), nos intervalos de
estresse drico 0,1 - 0,5 MPa e 0,1-1,2 MPa, com e sem adubação
em um Luvissolo................................................................................
36
FIGURA 7. Temperatura foliar (T foliar), resistência difusiva (Rs), transpiração
(E) e potencial hídrico foliar (Ψw) na espécie gliricídia, em
diferentes horários (8, 10, 12, 14, 16 e 18 horas), nos intervalos de
estresse hídrico 0,1 - 0,5 MPa e 0,1 - 1,2 MPa, com e sem
adubação em um Neossolo.................................................................
37
FIGURA 8. Temperatura foliar (T foliar), resistência difusiva (Rs), transpiração
(E) e potencial hídrico foliar (Ψw) na espécie nim, em diferentes
horários (8, 10, 12, 14, 16 e 18 horas), nos intervalos de estresse
hídrico 0,1 - 0,5 MPa e 0,1 - 1,2 MPa, com e sem adubação em um
Luvissolo.............................................................................................
39
viii
FIGURA 9. Temperatura foliar (T foliar), resistência difusiva (Rs), transpiração
(E) e potencial hídrico foliar (Ψw) na espécie nim, em diferentes
horários (8, 10, 12, 14, 16 e 18 horas), nos intervalos de estresse
hídrico 0,1 - 0,5 MPa e 0,1 - 1,2 MPa, com e sem adubação em um
Neossolo..............................................................................................
40
FIGURA 10.
Potencial hídrico foliar (Ψw) na espécie jurema-preta, em
diferentes horários (8, 10, 12, 14, 16 e 18 horas), nos intervalos de
estresse hídrico 0,1 - 0,5 MPa e 0,1 - 1,2 MPa, com e sem
adubação em um Luvissolo e um Neossolo........................................
41
FIGURA 11. Déficit de pressão de vapor em diferentes horários (8, 10, 12, 14,
16 e 18 horas).....................................................................................
42
ix
RESUMO
ELEIDE LEITE MAIA. Comportamento vegetativo de três espécies florestais sob
estresse hídrico, com adubação orgânica em solos da região semi-árida nordestina.
Areia PB, Centro de Ciências Agrárias, UFPB, março de 2005. 53 p.il. Dissertação.
Programa de Pós-Graduação em Manejo de Solo e Água. Orientadores: Dra.
Vânia da Silva
Fraga e Dr. Ignácio Hernan Salcedo
O presente trabalho teve por objetivo comparar o efeito do estresse hídrico e da
adubação orgânica em dois solos, no crescimento de uma espécie florestal nativa e duas
introduzidas, visando à determinação de seus potenciais para o uso na região semi-árida. O
experimento foi desenvolvido em casa de vegetação do DSER/CCA/UFPB, localizado no
município de Areia-PB. Foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado, com
arranjo fatorial (3x2x2x2) e quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos de três
especies [gliricídia (Gliricídia sepium), jurema-preta (Mimosa hostilis Benth) e nim
(Azadirachta indica A. de Jussieu)], dois solos (Luvissolo e Neossolo), dois intervalos de
estresse hídrico (0,1 - 0,5 MPa e 0,1 - 1,2 MPa) e duas doses de adubação (com e sem
adubação com esterco caprino), totalizando 96 vasos. A altura das plantas, diâmetro
caulinar e número de folhas foram determinados a cada 15 dias. Aos 90 dias realizaram-se
medidas de área foliar, e medidas porométricas [temperatura foliar (Tfoliar), resistência
difusifa (Rs) e transpiração (E)] e de potencial hídrico foliar (Ψw) horárias. No dia
seguinte o experimento foi colhido para determinação de fitomassa seca da parte aérea e
raiz. O desenvolvimento das espécies no Neossolo foi menor em todas as variáveis, devido
à sua menor fertilidade e disponibilidade de água em relação ao Luvissolo. O adubo
orgânico aumentou o crescimento (p < 0,05), com maior efeito no Neossolo. Os intervalos
de estresse drico não comprometeram o crescimento em altura, diâmetro e número de
folhas, mas diminuíram a área foliar e a fitomassa da parte aérea e da raiz. A jurema-preta
apresentou o maior crescimento em altura e número de folhas, e a gliricídia em diâmetro;
ambas espécies apresentaram resultados semelhantes no crescimento em área foliar e
produção da fitomassa seca da parte aérea e raiz. O decréscimo do Ψw foliar das espécie
foi mais acentuado no Neossolo sem esterco às 12:00 horas. O aumento da E coincidiu
com o decréscimo do Ψw foliar e da Rs nas horas de maior demanda evaporativa.
Palavras-chave: gliricídia, jurema-preta, nim, esterco
x
ABSTRACT
MAIA, ELEIDE LEITE. Vegetative behavior of three forest species under water stress
in soils from the NE semi-arid region with organic amendment. Areia PB, Centro de
Ciências Agrárias, UFPB, march of 2005. 53 p.il. Dissertation. Programa de Pós-
Graduação em Manejo de Solo e Água. Advisers: Dra.
Vânia da Silva Fraga e Dr. Ignácio
Hernan Salcedo
The objective of this work was to compare the effect of water stress and organic
amendment in the rates of growth of three forest species, one native and two introduced, to
evaluate teir potential use under semi-arid conditions. The experiment was carried out in a
greenhouse at DSER/CCA/UFPB, Areia-PB. The 3x2x2x2 factorial arrangement of
treatments was assigned to the pots according to an entirely randomized design.
Treatments were three plant species [gliricídia (Gliricídia sepium), jurema-preta (Mimosa
hostilis Benth) e neem (Azadirachta indica A. de Jussieu)], two interval of water stress (0,1
- 0,5 MPa and 0,1 - 1,2 MPa), two soils (Luvisoil and Neosoil) with or without organic
amendment. Plant height, stem diameter and number of leafs were measured at 15-day
intervals. Ninety days after emergence we measured leaf area and performed porometric
[leaf temperature (T foliar), diffusive resistance (Rs) and transpiration (E)] and leaf water
potential measurements (Ψw). The following day we harvested the above and
belowground material. Plant growth in the Neosoil was smaller, due to its lower fertility
and water availability with respect to the Luvisoil. The organic amendment increased (p <
0,05) plant growth of the cultivated species, having a greater effect in the Neosoil. The
intervals of water stress did not affect plant height, stem diameter and leaf number, but
decreased leaf area and dry matter production. Jurema preta showed the greatest growth in
height and leaf number while gliricídia was in stem diameter; both species showed
comparable values of leaf area and dry matter production. The decrease in Ψw was more
marked in the Neosoil without manure, at 12:00. The increase of E coincided with the
decrease of Ψw and Rs in the periods of high evaporative demand.
Key-words: gliricídia, jurema preta, neem, goat manure
1
1. INTRODUÇÃO
A cobertura florestal no semi-árido reduziu-se drasticamente devido à crescente
demanda de produtos agrícolas e florestais, o qual tem sido feito à custa do desmatamento
indiscriminado da Caatinga com conseqüente degradação do solo.
O desmatamento indiscriminado para a formação de novas lavouras, retirada de
madeira para benfeitorias, lenha e carvão, e às queimadas sucessivas com manejo
inadequado do solo têm contribuído, juntamente com as secas prolongadas, para
comprometer o frágil equilíbrio ecológico dessa região (Albuquerque et al., 2001). Nessas
regiões, os solos são rasos, com 40 a 60 cm de solo acima da rocha, relativamente ricos em
nutrientes e freqüentemente apresentam uma camada de pedras e cascalhos à superfície
(Lepsch, 2002). Dentre esses solos podemos encontrar Luvissolos e Neossolos.
A distribuição das chuvas é irregular no tempo e no espaço, ocasionando secas
prolongadas, sendo um fator limitante para a regeneração das espécies nas áreas alteradas.
Porém existem algumas espécies que se adaptam à falta de água.
Essas espécies possuem características que lhes conferem maior resistência aos
períodos secos, proporcionando proteção ao solo e servindo de alimentação para os
animais. Dentre essas espécies pode-se citar a jurema-preta (Mimosa hostilis Benth). Esta
espécie nativa, além de sua abundância na Caatinga, é uma árvore leguminosa que
apresenta alto grau de resistência à seca, cresce em solos rasos, e é uma das primeiras
espécies a se instalar em áreas degradadas (Vieira, 1997). A gliricídia (Gliricídia sepium) e
o nim (Azadirachta indica A. de Jussieu) são espécies exóticas que se desenvolvem em
regiões quentes, servindo para produção de forragem para o gado, madeira e
reflorestamento em áreas degradadas.
Com o uso de espécies nativas ou introduzidas, garante-se a cobertura do terreno
em determinados períodos de tempo ou durante todo o ano. Conseqüentemente tais plantas
proporcionam proteção ao solo, reposição de matéria orgânica e reciclagem de outros
nutrientes (Espindola et al., 1998).
Os estudos sobre as espécies florestais nativas ou introduzidas, de uma maneira
geral são incipientes e relacionam-se principalmente às características botânicas e
dendrológicas. Pouco se sabe sobre as características silviculturais, o padrão de
crescimento e as exigências nutricionais das nossas espécies (Faria et al., 1997).
O conhecimento de espécies arbóreas que compõem a Caatinga, através do
acompanhamento de seu desenvolvimento com medições periódicas e do estudo de
aspectos da fisiologia em relação a diferentes níveis de estresse hídrico, é importante para
2
o entendimento e a conservação deste bioma tão antropizado, pois oferece subsídios para
selecionar espécies que se adaptam às condições inóspitas, no sentido de balizar a escolha
das espécies para o semi-árido nordestino.
O presente trabalho teve por objetivo comparar o efeito do estresse hídrico e da
adubação orgânica em dois solos, no crescimento de uma espécie florestal nativa e duas
introduzidas, visando à determinação de seus potenciais para o uso na região semi-árida.
Os objetivos específicos foram:
- Estudar o comportamento silvicultural da gliricídia, jurema-preta e nim sob dois
intervalos de estresse hídrico (0,1 - 0,5 MPa e 0,1 - 1,2 MPa), com duas doses de adubação
orgânica em um Luvissolo e um Neossolo Regolítico.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Caracterização da região semi-árida
A porção semi-árida do Nordeste compreende cerca de 900.000 km
2
, quase toda no
embasamento cristalino e sob forte irregularidade climática. Os terrenos do cristalino têm,
basicamente, pequena profundidade de solo e muita pedregosidade (Matallo Júnior, 2000).
Seus solos são, em sua maioria, ricos em nutrientes, mas muitos deles apresentam
sérias limitações para a agricultura, sendo a maior relacionada com a pouca espessura do
solo e o regime incerto e escasso de chuvas (Lepsch, 2002).
O regime de chuvas, na região semi-árida, concentrado num período de 3 a 4 meses
por ano, é marcado por forte irregularidade interanual. As temperaturas médias variam de
23°C a 27°C e a insolação anual chega a 2.800 horas. Isto determina altas taxas de
evapotranspiração, configurando déficit hídrico em quase toda a região (Matallo Júnior,
2000).
A vegetação que recobre a região semi-árida do Nordeste é a Caatinga, e apesar da
sua grande abrangência, é proporcionalmente a menos estudada e menos protegida das
composições florísticas brasileiras. Embora tão pouco estudada, encerra espécies vegetais
de importância incontestável nas suas formações (Trovão et al., 2004). A Caatinga possui
uma diversidade de espécies nativas com potencial forrageiro, sendo boa parte caducifólia
ou anual. Muitas espécies podem ser consumidas pelos animais, porém, vêm sendo
utilizadas de forma empírica pelos criadores, sem o devido conhecimento do seu potencial
produtivo, e com pouca ou nenhuma preocupação ambiental (Silva et al., 2004).
A vegetação é uma expressão do clima, bem como de outros fatores geoambientais
representados pelo relevo, material de origem e organismos, numa interação que ocorre ao
longo do tempo e que resulta, também, na determinação de todo o quadro natural (ASA,
2004).
A insuficiência drica é uma característica marcante dos solos sob fisionomia de
Caatinga em que as espécies vegetais estão condicionadas (Trovão et al., 2004). De acordo
com Lepsch (2002), a vegetação é do tipo Caatinga em suas diversas formas, a qual é
constituída de arbustos e árvores e refletem as condições de clima existentes, com
chuvas irregulares concentradas em somente quatro meses do ano e ar muito seco e quente.
A água é escassa tanto por causa das poucas chuvas como também pela razão dos solos
serem muito rasos ou salinos, e que por isso armazenam pouca água. Devido a essas
4
condições, essa vegetação tem um grau de adaptação à seca muito grande e
caracteristicamente apresenta grande número de cactáceas, que possuem abundância de
espinhos, perda de folhas o que representa uma defesa contra a perda de água dos
vegetais.
As regiões onde prevalecem às plantas xéricas se evidenciam pela natureza
ecológico-vegetacional de suas paisagens típicas. O xerofilismo expressa uma condição de
sobrevivência ligada a um ambiente seco, ecologicamente com deficiência hídrica, cuja
água disponível provém do curto período da estação chuvosa. Tal condição fez selecionar
uma vegetação singular, cujos elementos florísticos expressam morfologia, anatomia e
mecanismo fisiológico convenientes para resistir ao ambiente xérico (Fernandes, 1992).
As xerófilas lenhosas são representadas por árvores e arbustos dotados de estrutura
celulósica, que perdem as folhas no verão, e com caules e galhos algumas vezes recobertos
de camadas suberosas isolantes do calor solar. Suas folhas também possuem mecanismos
capazes de controlar a transpiração, as raízes são profundas e, além de buscarem água no
subsolo, acumulam reservas nutritivas. Por ocasião da época seca, a maioria dessas plantas
perdem as folhas, com o intuito de economizar água, suspendendo, também, a função
clorofiliana mediante o fechamento dos estômatos (Carneiro, 1999).
2.2. Caracterização das espécies
2.2.1. Gliricídia
Gliricídia sepium (Jacq. Walp) é uma leguminosa arbórea de porte médio, nativa no
México, América Central e Norte da América do Sul, com crescimento pido e
enraizamento profundo, o que lhe confere notável tolerância à seca. A exemplo da Leucena
leucocephala, é considerada como espécie de múltiplo uso, prestando-se, basicamente, aos
mesmos propósitos: forragem, reflorestamento, adubação verde e cercas vivas, entre outros
(Carvalho Filho et al., 1997).
Essa espécie pertence à subfamília Papilionoideae, e corresponde cerca de 6 a 9
espécies conhecidas, selvagens e cultivadas, compreendendo arbustos e pequenas árvores.
A espécie-tipo pode chegar a 12 m de altura. A inflorescência é do tipo racemosa, muito
vistosa, usualmente rósea, aparecendo no início da primavera, antes da brotação das folhas,
conferindo às árvores certa semelhança com os pessegueiros em flor e tornando-se bastante
atraentes (EMBRAPA, 2000).
5
Kiill e Drumond (2001), após estudarem a biologia floral e sistema reprodutivo de
Gliricídia sepium, na região de Petrolina-PE, constataram que a floração ocorreu no
período de julho a outubro de 1999, atingindo o pico no início de agosto. O número de
botões por inflorescência variou de 27 a 58, sendo registrados, em média 36 botões por
inflorescência. O número de flores abertas por inflorescência também variou, sendo
encontradas inflorescências com 5 a 45 flores abertas por dia.
A árvore alcança cerca de 5 metros de altura aos 5 anos de idade e continua
crescendo até o oitavo ou décimo ano, variando com as condições de fertilidade do solo.
Para uso na alimentação animal ou como adubo verde, as podas podem começar aos 2 anos
de idade (Rangel, 2005).
A gliricídia desenvolve-se melhor em condições quentes e úmidas, tendo o seu
crescimento limitado por baixas temperaturas, podendo, entretanto, tolerar prolongados
períodos de seca, ainda que com queda de folhas dos ramos mais velhos. Não necessita de
solos férteis, embora exiba melhor desempenho naqueles de alta fertilidade e profundos o
suficiente para um bom enraizamento, fator determinante da maior ou menor produção e
manutenção de folhagem verde no período seco (Carvalho Filho et al., 1997).
Esta espécie é de grande interesse comercial e econômico para regiões tropicais
pelas suas características de uso múltiplo, destacando-se por apresentar rápido crescimento,
alta capacidade de regeneração, resistência à seca e facilidade em se propagar sexuada e
assexuadamente (Kiill e Drumond, 2001).
Silva (2004) estudou a dinâmica da matéria orgânica leve e nutriente do solo,
condições microclimáticas e produtividade de biomassa em um sistema agroflorestal com
gliricídia e milho no Agreste paraibano, observou que as fileiras de gliricídia reduziram as
temperaturas máximas do ar, principalmente nos períodos de pleno inverno (abril) e final
do inverno (julho), durante o período de crescimento das copas das árvores. na plena
seca (outubro) e no final da seca (janeiro) não foram observados efeitos significativos das
árvores na temperatura do solo. Isto provavelmente aconteceu devido à poda das árvores
no final do inverno e à característica caducifólia da gliricídia, que permanece sem folhas
durante os períodos de maior estresse hídrico.
A planta é de grande potencial agropecuário, produz biomassa rica em nitrogênio e
pode ser podada repetidas vezes, rebrotando vigorosamente. É muito adequada para
adubação verde e como forragem para ruminantes (os teores de proteína variam entre 15%
e 30%), é tóxica, porém apenas para cavalos e mulas. Em Sergipe, a Embrapa Tabuleiros
Costeiros realizou experimentos de consórcio de gramíneas com a gliricídia, e os
6
resultados foram promissores. Neste sistema, a árvore tem a função de melhorar a
fertilidade do solo e alimentar o rebanho (Rangel, 2005).
Na época seca, a queda da folhagem e das flores promove anualmente, a
incorporação ao solo sob as copas, de cerca de 60 a 70 kg de matéria orgânica rica em
nitrogênio. A madeira é densa e bastante durável, pode ser explorada como lenha e os
ramos apresentam um poder calorífero bastante alto (4.900 kcal/kg). O uso das espécies
deste gênero inclui o controle de erosão em encostas e revegetação de solos degradados
(EMBRAPA, 2000).
Trabalhando com o cultivo de Gliricídia sepium e Leucena leucocephala em
alamedas visando à melhoria dos solos dos tabuleiros costeiros, Barreto e Fernandes
(2001) encontraram na gliricídia teores mais elevados de K, Ca, Mg e S, enquanto os de N
e P foram praticamente os mesmos em ambas as espécies. Considerando apenas o N, com a
incorporação da biomassa da gliricídia e da leucena, seriam adicionados ao solo, em média,
cerca de 160 e 130 kg ha
-1
ano
-1
de N, respectivamente.
Silva (2004), observou que a gliricídia é capaz de aportar quantidades significativas
de biomassa ao solo através da queda de folhedo, pois, pelo menos em baixo das copas e
posições próximas à fileira de árvores, a queda de folhedo foi semelhante àquelas em áreas
de vegetação nativa.
A incorporação, principalmente de gliricídia, causou significativo decréscimo nos
valores da densidade, e aumento da porosidade do solo, em relação à testemunha, na
profundidade de 0-15 cm (Barreto e Fernandes, 2001).
Recentemente, o plantio da gliricídia em aléias e cercas vivas tem sido estimulado
por instituições de pesquisa e ONG’s no Agreste da Paraíba, devido à alta capacidade
dessa leguminosa de produzir forragem ou adubo verde em condições de baixa
disponibilidade drica e por ser uma das leguminosas arbóreas que tem sido mais aceitas
pelos agricultores do Agreste paraibano. É possível que o plantio dessa leguminosa arbórea
seja uma estratégia que promova uma maior estabilização na produção de biomassa e
aumente as entradas de C e outros nutrientes no solo através de seu uso como adubo verde
(Perez et al., 2003).
Silva (2004), concluiu que a presença da gliricídia aumentou os teores de C total, P
disponível e K trocável do solo embaixo das árvores em relação ao solo da área entre as
fileiras de árvores.
7
2.2.2. Jurema-preta
Jurema-preta é a denominação vulgar das espécies Mimosa acustistípula Benth, M.
hostilis Benth e M. verrucosa, gêneros esses pertencentes às leguminosas mimosóideas.
A Mimosa hostilis Benth (jurema-preta) é descrita botanicamente como uma árvore
que pode apresentar um porte arbustivo, geralmente é bifurcada, tem galhos baixos e altura
média de 4,5 metros ao final de 5 anos. Possui casca rugosa com fendas longitudinais
pouco fibrosas, folhas imparipinadas e flores dispostas em espigas esbranquiçadas. O fruto
é uma vagem pequena, de tegumento fino e quebradiço quando maduro. A copa da árvore
é relativamente densa e o diâmetro máximo do tronco situa-se entre 15 e 20 cm. A referida
espécie possui um cerne castanho avermelhado produzindo lenha e carvão de excelente
qualidade (Braga, 1976).
O período normal de floração da espécie inicia em agosto e se estende até
novembro, período este caracterizado pela ausência ou baixa precipitação pluviométrica, e
que corresponde à seca da região semi-árida (Araújo et al., 2000a).
A jurema-preta é uma planta rústica, cresce espontaneamente, formando bosques
puros de árvores anãs. Ela é encontrada em solos pobres, extremamente rasos onde se
encontra afloramento de rochas. É uma forrageira regular, principalmente aconselhável
para as zonas mais secas e mais pobres. Como é uma árvore de pequeno porte, os bovinos
alcançam à rama e dela se alimentam quando outros pastos melhores se escasseiam
(Gomes, s.d.).
Pereira (1998), estudando a avaliação qualitativa e quantitativa da forragem
produzida pela jurema-preta e pelo estrato herbáceo em área de reflorestamento, constatou
que a produção total de massa verde oriunda da jurema-preta foi de 961,42 kg ha
-1
, em
abril, a produção foi de 581,08 kg ha
-1
, representando 60,44% do produzido, e em junho foi
de 380,38 kg ha
-1
, correspondendo a 39,56%. Para matéria seca os valores foram de 236,78
kg ha
-1
no período do inverno e de 184,20 kg ha
-1
no período seco. Apresentou em abril um
percentual de 18,08 de proteína bruta e 2,89 de N, portanto, constata-se que esta espécie
possui um teor considerável de proteína bruta, o que mostra o seu potencial forrageiro.
A espécie aqui tratada tem sido também objeto de estudo com a finalidade de
recuperar áreas degradadas. A degradação ocorre em função principalmente dos processos
de erosão, compactação e salinização, trazendo conseqüências cada vez mais negativas.
Santos et al. (1993), trabalhou com três espécies, sendo duas delas exóticas, e a jurema-
preta que é nativa da região semi-árida. Este trabalho teve como objetivo a recuperação de
uma área degradada no município de Condado-PB, no sentido de restabelecer seu potencial
8
produtivo. Os resultados mostraram que a espécie nativa estudada apresentou um bom
potencial, principalmente em termos de sobrevivência e crescimento, nas condições de solo
e clima da área em estudo. Vale salientar que o crescimento foi conduzido em um período
muito crítico de seca na região semi-árida.
O reflorestamento com jurema-preta possibilitou o desenvolvimento e freqüência
elevada de inúmeras espécies herbáceas, garantindo assim uma boa biodiversidade destes
componentes na área. Os resultados quantitativos e qualitativos dos estratos lenhoso e
herbáceo mostraram que a jurema-preta pode ser utilizada como espécie reflorestadora e,
sobretudo, para a integração de sistemas agrossilvipastoris, principalmente com a
exploração de caprinos e ovinos, permitindo, talvez, uma atividade economicamente viável
e ecologicamente sustentável (Pereira, 1998).
Essa leguminosa arbustiva se inclui entre as espécies que compõe a dieta alimentar
dos animais domésticos na Caatinga e, por isso, tem sido considerada uma planta
forrageira, sendo recomendada para uso em bancos de proteínas, principalmente para
caprinos e ovinos (Carvalho Filho e Salviano, 1982).
A jurema-preta geralmente apresenta acúleos, o que dificulta seu manejo e
exploração, independentemente da finalidade. Diante deste inconveniente é que nos
últimos três anos vem se trabalhando com a jurema-preta sem acúleos (Pereira, 1998).
Todas essas espécies são largamente utilizadas no semi-árido e a utilização destas plantas
com este fenótipo tem suas vantagens sobre vários aspectos, como a facilidade de manejo e
exploração e a preferência dos animais por plantas desprovidas de espinhos. Além das
vantagens em se utilizar plantas sem acúleos ou espinhos como enfatizado, a jurema-
preta se destaca pela abundância no semi-árido, ser nativa desta região e altamente
resistente à seca (Vieira, 1997).
A qualidade das ramas dos indivíduos com e sem acúleos não diferenciam
significativamente, e suas ramas apresentam níveis de proteína bruta entre 11,98% e
17,27%, considerado alto em pastagens, e teor de fibras entre 27,4% e 4,03%, compatível
com o caráter ruminante dos rebanhos caprinos e ovinos da região (Albuquerque Neto et
al., 1994).
2.2.3. Nim
O nim (Azadirachta indica A. de Jussieu) é nativa do subcontinente da Índia e
Myanmar, mas a ocorrência e expansão desta espécie têm superado seus limites naturais
(Mishra, 1995). Pertence a família das Meliáceas, a mesma da santa-bárbara ou cinamomo,
9
cedro e mogno. É utilizada há séculos no controle de insetos, pragas, nematóides, bactérias,
na medicina humana, reflorestamento, produção de madeira, fabricação de creme dental,
sabonetes, sabões, cosméticos, inseticidas, carrapaticidas, fungicidas, adubação e no
paisagismo. Pesquisada e com crescente utilização na Alemanha, Austrália, Canadá, países
da África Central e recentemente no Brasil (IPBRAS, 2004).
Árvore de 15-20 m de altura, de casca cinza-escura e fissurada. Decidual, de copa
densa, folhas compostas alternas, imparipinadas, de 10-38 cm de comprimento, com 3-8
pares de folíolos opostos ou quase opostos, lanceolados, de 3-6 cm de comprimento,
acuminados, com margem serreada e base assimétrica. Flores em panículas axilares mais
curtas que as folhas; pequenas, pentâmeras, de cor branca ou creme, fragrantes, com o tubo
estaminal tão largo quanto às pétalas. Fruto em drupa, oblongo, de 1,2-2 cm de largura, de
cor verde amarelenta tornando-se púrpura, com uma semente. Floresce de fevereiro a maio
e seus frutos amadurecem de junho a agosto, na área de ocorrência natural (INSTITUTO
HORUS, 2004). Seu fruto é macio e mede em torno de 02 (dois) cm de comprimento, com
uma polpa doce envolvendo a semente. É o miolo da semente que fornece o insumo mais
usado para a produção de pesticida. O nim pode começar a produzir frutos aos 3 anos de
idade, tornando-se completamente produtiva aos 10 anos. Esta árvore pode viver a200
anos (IPBRAS, 2004).
As utilidades, especialmente aquelas relacionadas com propriedades biocidas,
purificantes e anti-sépticas das várias partes do nim, bem como de seus extratos, têm sido
bem documentadas. O óleo de nim é ingrediente de muitas loções, óleos de cabelos,
cremes, shampoos e creme dental, na Índia e nos países ocidentais (Mishra, 1995).
Os produtos do nim, pela sua natureza, eficiência e baixa toxicidade ao homem e ao
ambiente, vêm sendo bastante procurado. Por serem obtidos de planta, os produtos são
totalmente biodegradáveis. Além disso, são bem menos tóxicos que os extratos de plantas
que já vêm sendo utilizados em agricultura orgânica, como os de fumo e de timbós. Outras
características dos produtos de nim, mais especificamente da azadiractina, favoráveis à sua
utilização em agricultura orgânica, são: tem rápida degradação, não apresenta risco de
poluição à água e ao solo, o é bioacumulável, não causa dano significativo à microflora
do solo, não afeta a dehidrogenase e não influencia significativamente a mineralização do
nitrogênio do solo. Além disso, foi considerada inócua à minhoca, organismo de grande
importância na saúde do solo no cultivo orgânico (Martinez, 2002).
Há uma estimativa de 14 milhões de árvores de nim na Índia, onde tem sido
tradicionalmente usada, e em outros países em extensas áreas com a finalidade de restaurar
10
solos degradados, proteger o meio ambiente, combater pestes danosas e usos medicinais
(Kumar e Jattan, 1995).
As sementes perdem rapidamente sua viabilidade, podendo obter-se de 85% a 95%
de viabilidade a partir do primeiro dia da colheita, até as duas primeiras semanas; daí sua
capacidade germinativa começa a diminuir aceleradamente. Pode-se conseguir boa
germinação até seis ou sete semanas após a colheita, tudo dependerá do processo de
secagem e do ambiente em que se armazenem (Brechelt, 2002).
A capacidade do nim para crescer com poucas exigências a torna uma espécie
indicada para reflorestamento em áreas degradadas. A árvore permanece com folhas verdes
o ano inteiro e a densa folhagem proporciona ótima sombra (Mishra, 1995).
Ela é uma árvore robusta, de crescimento rápido, que pode crescer sem irrigação
em regiões áridas e semi-áridas com precipitações anuais de 500 mm ou inferior (Bhardwai
e Chand, 1995).
O nim não exige solos de alta fertilidade, desenvolvendo-se bem até em terrenos
áridos. Não suporta, porém, solo encharcado e ácido. A árvore gosta de temperaturas que
variam entre 8°C e 40°C, quanto mais quente, mais rápido é seu crescimento. Também se
desenvolve em regiões com poucas chuvas e solos profundos (Laredo, 2003).
Desenvolve-se sobre ampla variação de zona agroclimática, variando com
precipitação entre 200 a 1500 mm. Em região árida da Índia o nim ocorre em zonas
desérticas (Jodhpur, Pali, Nagaur, Bikaner, Sirohi, Jalore e Barmer), fornecendo forragem,
combustível, madeira para construção, óleo, sabonete, vários produtos farmacêuticos e
sombreamento. Com o recente reconhecimento mundial do nim, atividades de pesquisa
têm sido intensificadas para acentuar sua qualidade e produção. Portanto, a produção
crescente de nim em terras áridas assume especial importância (Gupta et al., 1995).
Dentre um grande conjunto de espécies arbóreas ou arbustivas de uso múltiplo,
enquadra-se o nim, atendendo tanto os aspectos de fornecimento de azadiractina (um
produto florestal não-madeireiro) quanto o fornecimento de produtos madeireiros, em
adição aos benefícios ambientais proporcionados pelas árvores em geral, seja na forma de
florestas ou por meio de plantios agroflorestais. O nim conta com a aprovação do IBAMA
para exploração e comercialização no Brasil (Ramos, 2002).
Araújo et al. (2000b), estudando as características físico-químicas e energéticas da
madeira de nim indiano, verificaram que a madeira do nim apresentou um poder calorífico
de 4.088,5 kcal kg
-1
, rendimento de carvão de 38,20%, teor de cinzas de 2,11% e
porcentagem de carbono fixo de 81,82%, o que revela a qualidade desta espécie como
material energético.
11
2.3. Adubação orgânica com esterco
A matéria orgânica é uma das substâncias mais complexa existente na natureza,
formada por resíduos vegetais, animais e organismos vivos e mortos, exercendo funções
importantes nos diversos atributos do solo (Pavan e Chaves, 1998).
Os solos das regiões áridas e semi-áridas apresentam geralmente baixos teores de
matéria orgânica, sendo a produtividade dependente dos veis de fertilidade natural e da
possibilidade de mantê-los através da ciclagem de nutrientes (Sampaio et al., 1995), por
isto é imprescindível a incorporação de estercos, compostos orgânicos e adubos verdes.
As formas para adicionar matéria orgânica aos ambientes degradados podem ser
bastante variáveis, indo desde a aplicação de serapilheira da própria vegetação, passando
por compostos orgânicos. Dentre os compostos orgânicos os estercos animais são os mais
importantes, devido à sua composição, disponibilidade e benefícios de aplicação (Maia,
2002).
As vantagens da adubação orgânica são de ordem física, química e biológica do
solo (Bezerra Neto et al., 1984). Os estercos de animais são os mais importantes adubos
orgânicos, pela sua composição, disponibilidade relativa e benefícios da aplicação. Sua
qualidade varia com o tipo de animal e principalmente com o regime alimentar do animal
(Vitti et al., 1995).
A adubação orgânica (estercos) melhora a aeração do solo, aumenta a
permeabilidade, a estabilidade de agregados e a capacidade de retenção de água, e diminui
a compactação do solo (Holanda, 1990).
Entre os materiais orgânicos com potencial para uso agrícola destacam-se os
dejetos de origem animal, em função de sua disponibilidade no meio rural (Pavan e
Chaves, 1993). A composição dos estercos é variável, sendo influenciada por vários fatores
como a espécie animal, a raça, a idade, a alimentação, o material utilizado como cama,
além de outros mais. Sua qualidade varia com o tipo de animal e, principalmente, com o
seu regime alimentar. Animais alimentados à base de concentrados, como frangos em
aviários ou bovinos confinados, excretam estercos de melhor qualidade, com até três vezes
mais nutrientes que os de animais criados em regime extensivo. O que limita seu uso nas
propriedades é a disponibilidade. Estima-se que cinco animais adultos semiconfinados
produzem esterco para manutenção de um hectare cultivado (Holanda, 1990).
Os excrementos dos caprinos são mais sólidos e muito menos aquosos que os dos
bovinos e suínos, têm a estrutura mais fofa, permitindo melhor aeração e por essa razão
12
fermentam rapidamente podendo ser aproveitados na agricultura após um menor período
de “curtição” (Henriques, 1997).
A composição e as características do esterco indicam que este material possui
potencial para utilização direta no solo como fertilizante orgânico (Tedesco et al., 1999).
A matéria orgânica representa um grande reservatório de nutrientes para as plantas,
especialmente N, P e S (Cantarella et al., 1992). Sendo 95% de N, 40% de P e 90% do S do
solo, estão associados com a fração da matéria orgânica do solo, podendo suprir a maioria
da necessidade de macronutrientes para o crescimento das plantas (Souto, 2002).
O esterco, através do comportamento dos seus componentes, adquire propriedades
específicas de alto valor agrícola. Assim, é encontrado na urina dos animais o ácido
indolacético, que tem poderoso efeito estimulante no desenvolvimento das raízes. Os
agrônomos europeus comprovaram que os produtos de culturas adubadas com esterco de
curral são mais sadios que as adubadas com sais minerais exclusivamente (Henriques,
1997).
Estudando a decomposição de estercos (asinino, bovino, caprino e ovino) em
Luvissolo no semi-árido da Paraíba, Maia (2002) verificou que dos estercos estudados, o
esterco bovino foi o que apresentou maior taxa de decomposição (20,2%), não diferindo
estatisticamente do esterco caprino. O esterco asinino apresentou menor taxa de
decomposição (13,6%), mostrando, desta forma, devido aos seus componentes, resistência
ao ataque dos microrganismos. Contudo, a sua taxa de decomposição não diferiu
estatisticamente do esterco ovino, apesar deste apresentar uma tendência maior à
decomposição.
Perez (1995) estudando o crescimento e resistência à seca da algarobeira (Prosopis
juliflora SW. D.C.) cultivada em solo de cerrado, com e sem adubo orgânico, concluiu que
as plantas cultivadas em solo adubado apresentaram maior resistência à seca. E a avaliação
dos parâmetros biométricos e fisiológicos, em seu conjunto, revelou que as algarobeiras
responderam à diferença nos teores de matéria orgânica no solo, apresentando maiores
taxas de crescimento. O solo, sem adição de matéria orgânica, induziu uma carência
nutricional, possivelmente interferindo na atividade dos meristemas, reduzindo a altura e o
número de folhas.
13
2.4. Estresse hídrico e desenvolvimento das plantas
Em qualquer lugar que as plantas cresçam, elas estarão sujeitas às condições de
múltiplos estresses, os quais limitarão seu desenvolvimento e suas chances de
sobrevivência. As múltiplas, mas não necessariamente letais, condições desfavoráveis que
ocorrem tanto permanentemente como esporadicamente em uma localidade são conhecidas
como “estresse” (Larcher, 2000).
A produção eficiente e altos rendimentos de uma espécie vegetal dependem, além
do potencial genético, das condições climáticas e edáficas. A disponibilidade hídrica tem
efeito sobre a cultura, pois a falta d’água pode afetar tanto o desenvolvimento e o
crescimento quanto a produtividade e a qualidade da produção (Bezerra et al., 1998).
A água é um importante constituinte do protoplasma celular (podendo atingir até
95% do peso da planta), participa diretamente de inúmeras reações químicas, funciona
como solvente e meio de transporte dos nutrientes e produtos diversos, é indispensável
para a manutenção da turgescência; e devido ao seu alto calor específico é responsável pela
estabilidade térmica da planta, além de regular a abertura e fechamento dos estômatos
(Awad e Castro, 1983). O vel de água no solo prontamente disponível às plantas
constitui-se no maior insumo e no mais eficiente dos fertilizantes (Araújo, 1998).
O consumo hídrico das culturas é parâmetro de fundamental importância porque
condiciona as atividades fisiológicas e metabólicas das plantas (Azevedo et al., 1993).
As relações da planta, clima, água e solo são complexas, envolvendo muitos
processos biológicos, fisiológicos, sicos e químicos. Neste contexto, a água desempenha
papel essencial na contribuição, manutenção e preservação das condições vitais da planta
(Lacerda, 1997).
O suprimento de água para a cultura resulta de interações que se estabelecem ao
longo do sistema solo-planta-atmosfera. As influências recíprocas entre esses componentes
básicos tornam o sistema dinâmico e fortemente interligado, de tal forma que a condição
hídrica da cultura dependerá sempre da combinação desses três segmentos. À medida que o
solo seca, as plantas absorvem água com mais dificuldade, porque aumenta a força de
retenção e diminui a disponibilidade de água no solo. Entretanto, quanto maior for à
demanda evaporativa da atmosfera mais elevada será a necessidade de fluxo de água no
sistema solo-planta-atmosfera (Santos e Carlesso, 1998).
A variabilidade espacial das propriedades do solo influencia a retenção de água,
resultando em ampla variação na disponibilidade de água às plantas, no fluxo de água, ar e
solutos no solo e na produtividade das culturas. A curva de retenção de água é necessária
14
em estudos relacionados com o balanço e com a disponibilidade de água às plantas, com a
dinâmica da água e solutos no solo, com a infiltração e manejo de irrigação (Tormena e
Silva, 2002).
A quantidade de água armazenada no solo varia com sua textura, o que leva as
plantas a apresentarem diferentes comportamentos em relação aos mecanismos de
adaptação (Santos e Carlesso, 1998).
A maneira como o déficit hídrico se desenvolve na planta é bastante complexa, pois
afeta praticamente todos os aspectos de crescimento, incluindo modificações anatômicas,
morfológicas, fisiológicas e bioquímicas (Bezerra et al., 2003).
Vários processos da planta podem ser influenciados pelo estresse hídrico, dentre
eles o potencial de água na folha, resistência estomática, transpiração, fotossíntese,
temperatura da cultura e murchamento da folha (Fernandes e Turco, 2003).
A diminuição do conteúdo de água no solo afeta acentuadamente alguns processos
morfofisiológicos, enquanto outros são relativamente insensíveis. A água, além de ser
necessária ao crescimento das células, é um elemento essencial para a manutenção da
turgescência (Santos e Carlesso, 1998). Fisiologicamente o maior estado energético
potencial de água que responde pelo equilíbrio solo-planta corresponde ao nível de
umidade conhecido como capacidade de campo, também chamado de limite superior da
água útil ou disponível. A carência de água no solo restringe a solubilização dos compostos
e elementos químicos, exige maior consumo de energia, altera a atividade fisiológica,
reduz a absorção de água e nutrientes, resultando na perda de crescimento,
desenvolvimento e produtividade das plantas (Araújo, 1998).
A característica principal nas relações de água na planta é o balanço interno de
água, pois este controla os processos fisiológicos, a quantidade e a qualidade do
crescimento. O estresse de água atua no crescimento, modificando a anatomia, a
morfologia, a fisiologia e a bioquímica vegetal (Campos et al., 1992).
O déficit drico tem efeito em diversos processos fisiológicos das plantas, visto
que o estresse geralmente aumenta a resistência difusiva ao vapor de água, mediante
fechamento dos estômatos, reduzindo a transpiração e, conseqüentemente, o suprimento de
CO
2
para a fotossíntese. Muitos desses efeitos refletem mecanismos de adaptação das
plantas ao ambiente (Nogueira e Santos, 2000).
Quando a ocorrência do déficit hídrico é rápida, os mecanismos morfofisiológicos
são severamente afetados e a planta necessita adaptar-se à nova situação, de forma pida.
A tolerância da planta ao déficit hídrico parece ser um importante mecanismo de
15
resistência, para a manutenção do processo produtivo em condições de baixa
disponibilidade de água às plantas (Santos e Carlesso, 1998).
As respostas das plantas ao estresse de água e os mecanismos fisiológicos
envolvidos tornam-se importantes para indicação das técnicas mais viáveis que as adaptem
a condições adversas (Campos et al., 1992).
Os aspectos adaptativos estão relacionados à eficiência do uso da água pelas
plantas; depreende-se que avaliações sobre o potencial hídrico das espécies podem
fornecer importantes dados da natureza fisiológica dessas adaptabilidades (Trovão et al.,
2004). Muitas espécies vegetais encontradas em ambientes mais áridos são caracterizadas
pela tolerância ao estresse hídrico que usualmente envolve o desenvolvimento de baixos
potenciais osmóticos (Sousa, 2000).
Em regiões onde ocorre estresse hídrico, um fator importante na produtividade da
cultura é o uso de variedades adaptadas às diferentes condições edáficas e climáticas, que
sejam capazes de explorar com maior eficiência os nutrientes e a umidade disponíveis em
cada situação (Shigaki et al., 2003).
Os mecanismos de resistências à seca, segundo Santos e Carlesso (1999), podem
ser de três tipos: "evitar", "tolerar" e "escapar" à seca. No "evitar", as plantas fecham os
estômatos e aprofundam o sistema radicular, para explorar um volume maior de solo,
diminuindo o tamanho das células, aumentando o espessamento das paredes celulares e a
cerosidade da cutícula; o "tolerar" es associado à habilidade da planta em manter o
equilíbrio de suas funções fisiológicas em condições de déficit hídrico, e o "escapar"
ocorre quando a planta antecipa o ciclo de desenvolvimento.
A capacidade de uma planta recuperar-se de estresses de água temporários e/ou
prolongados, e também a identificação da taxa desta recuperação, são de grande
importância para a produção vegetal, pois estão ligadas à eficiência do uso da água pelas
plantas e, consequentemente, à produtividade agrícola (Marur et al., 2000).
A imposição do estresse reduz a alocação de biomassa das folhas e dos caules e
aumenta a das raízes. Esse tipo de resposta poderá estar associado a um mecanismo de
tolerância ao estresse hídrico, haja vista que em condições de baixa disponibilidade de
água no solo, as plantas investem mais biomassa no sistema radicular, objetivando
aumentar a capacidade de absorção de nutrientes (Correia e Nogueira, 2004).
Com objetivo de avaliar o efeito de diferentes períodos de deficiência hídrica no
crescimento e na produtividade do amendoim, Araújo e Ferreira (1997) verificaram que a
deficiência hídrica causou redução na área foliar, no peso seco da parte aérea e na
produtividade de grãos e de vagens.
16
Segundo Bezerra et al. (2003), estudando o feijão caupi e déficit hídrico em suas
fases fenológicas, observaram que o déficit hídrico afetou estatisticamente a produtividade
de grãos, o número de vagem por planta e o número de grão por vagem.
Perez (1995), verificou que os valores críticos de potencial hídrico variam entre as
espécies, entre cultivares e entre estádios do desenvolvimento. A variação do potencial
hídrico para algarobeira crescida em solo adubado com 45, 180 e 300 dias após a
emergência foi respectivamente: -1,58MPa, -1,9MPa e – 3,5MPa.
17
3. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido em ambiente de casa de vegetação do
Departamento de Solos e Engenharia Rural do Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal da Paraíba, localizado no município de Areia-PB, situado a 6°58' de
latitude Sul e 35°41' de longitude Oeste e 575 m de altitude, e foi realizado no período de
março a junho de 2004.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado seguindo o arranjo
fatorial (3x2x2x2), com 4 repetições. Os tratamentos constaram de 3 espécies (glirícidia,
jurema-preta e nim), 2 intervalos de estresse hídrico (0,1 - 0,5 MPa e 0,1 - 1,2 MPa), 2
solos (Luvissolo e Neossolo Regoítico) e 2 doses de adubação (com aplicação de esterco
caprino e sem aplicação), totalizando 96 vasos.
O material de solo utilizado foi proveniente dos primeiros 20 cm superficiais de
solos calassificados como Luvissolo e Neossolo Regolítico, do município de Casserengue-
PB. Foi realizada a caracterização química e física dos solos nos Laboratórios do
Departamento de Solo e Engenharia Rural/CCA/UFPB, de acordo com a metodologia da
EMBRAPA (1997), apresentada na Tabela 1.
Tabela 1. Atributos químicos e sicos do Luvissolo e do Neossolo de Casserengue-PB,
utilizados no ensaio em vasos em casa de vegetação
Solos
Classe
Textural
Umidade
0,033 MPa
pH C P K Ca Mg H+Al
g kg
-1
H
2
O
(1:2,5)
g kg
-1
--mg dm
-3
-- ------cmol dm
-3
------
Luvissolo
FrArgAr
140 6,6 7,98 5,66 281 2,50 1,85 0,58
Neossolo
FrAr
88 4,9 4,57 1,35 107 0,90 0,25 2,39
FrArgAr = Franco Argilo Arenosa
FrAr = Franco Arenosa
Durante o período do experimento foram feitas medições da temperatura e umidade
relativa do ar, a cada 10 minutos (Figura 1), usando um data logger HOBO colocado
dentro da casa de vegetação, o qual foi fixado acima do experimento. Para evitar incidência
direta dos raios solares o data logger HOBO foi colocado dentro de uma pequena casa de
madeira com persianas nas laterais para ventilação. Com os dados de temperatura e
umidade relativa do ar foi determinado o déficit de pressão de vapor (DPV), de acordo com
Murray (1967).
18
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
26/3/2004
2/4/2004
9/4/2004
16/4/2004
23/4/2004
30/4/2004
7/5/2004
14/5/2004
21/5/2004
28/5/2004
4/6/2004
11/6/2004
18/6/2004
Tempo (dias)
Temperatura (°C)
T. máx
T. mín
0
20
40
60
80
100
120
26/3/2004
2/4/2004
9/4/2004
16/4/2004
23/4/2004
30/4/2004
7/5/2004
14/5/2004
21/5/2004
28/5/2004
4/6/2004
11/6/2004
18/6/2004
Tempo (dias)
Umidade Relativa (%)
UR. máx
UR. mín
Figura 1. Temperatura e umidade relativa máxima e mínima do ar do período
experimental.
As plantas foram cultivadas em vasos de polietileno com capacidade para 7 kg de
solo. Foram semeadas seis sementes das espécies glirícidia e jurema-preta, sem acúleos,
diretamente nos vasos. Após a fase de plântula foi realizado um desbaste deixando uma
planta por vaso.
Para a espécie nim foram utilizadas mudas provenientes da Assesoria e Serviços a
Projetos de Agricultura Alternativa AS-PTA, as quais foram transplantadas com 15 dias
após a emergência.
Antes da semeadura ou transplantio das espécies nos vasos, foi feita uma adubação
orgânica utilizando esterco caprino constituindo de tratamentos com esterco (55g/7kg de
solo), equivalente a 20t/ha base úmida, misturados nos primeiros 15 cm de profundidade
da superfície do vaso. Foi feita a caracterização química do esterco caprino, no Laboratório
de Radioagronomia do Departamento de Energia Nuclear/UFPE, os teores médios de N, P
e K encontrados foram de 9,90; 2,00 e 13,8 mg g
-1
, respectivamente.
19
Os níveis de água foram obtidos a partir da curva de retenção da água no solo. Para
determinação desta curva foi utilizada uma câmera de pressão levando-se amostras do solo
ao equilíbrio de 0,01; 0,0333; 0,1; 0,3; 0,5; 0,7; 1,0; 1,2 e 1,5 MPa de acordo com a
metodologia de Richards (1947). Os valores da curva característica do solo são
apresentados na tabela 2. Para o presente trabalho foram escolhidas as tensões de 0,1; 0,5
e 1,2 MPa.
Tabela 2. Níveis de água obtidos a partir da curva de retenção da água no solo
Cap.
Vaso
Cap.
campo
Ponto
de mucha
------------------------------------------------ MPa ------------------------------------------------
Solos 0,01 0,0333 0,1 0,3 0,5 0,7 1,0 1,2 1,5
------------------------------------------------ cm
3
cm
-3
---------------------------------------------
Luvissolo 0,328
0,183 0,139
0,113
0,102 0,092 0,092
0,089
0,086
Neossolo 0,266
0,120 0,089
0,066
0,056 0,050 0,048
0,045
0,042
A perda de água foi acompanhada por pesagens diárias, em uma balança digital. A
água foi reposta quando os vasos tinham atingido a massa correspondente aos intervalos de
estresse hídrico de cada tratamento (0,1 - 0,5 MPa e 0,1 - 1,2 MPa) (Figura 2). A
quantidade de água reposta foi a necessária para levar o solo até a tensão de 0,1 MPa
(Tabela 3).
Figura 2. Desenho ilustrativo da quantidade de água reposta nos tratamentos.
20
Tabela 3. Água disponível nos dois solos
______________Água disponível______________
MPa Lâmina (h)
(mm)
Água volumétrica
(cm³ cm
-3
)
Porosidade
(%)
Luvissolo
0,01 – 1,5 6,1 0,241 47
0,033 – 1,5 2,4 0,097 18
0,1 – 0,5* 0,92 0,037 8
0,1 – 1,2* 1,3 0,049 10
Neossolo
0,01 – 1,5 5,4 0,223 45
0,033 – 1,5 1,9 0,078 16
0,1 – 0,5* 0,8 0,033 6
0,1 – 1,2* 1,1 0,044 8
* tensões aplicadas no experimento.
Em intervalos de 15 dias após a repicagem, durante todo o período do experimento,
foram avaliados a altura das plantas por meio da medição com uma régua, a partir do nível
do solo até o ápice do broto terminal, o diâmetro do caule por meio de leituras com um
paquímetro, na base do caule e o número de folhas obtido pela contagem de todas as folhas
produzidas pelas plantas.
Aos 90 dias após o plantio foram feitas medições da:
- Área foliar: que foi obtida pela equação: AF = C x L x f. Onde AF = área foliar
(cm
2
); C = comprimento da folha (cm); L = maior largura da folha (cm); f = fator de
correção. O fator de correção (f) foi estimado em dez folhas (para cada espécie e coletadas
de forma que representasse toda a planta) pela relação da área de cada folha, determinada
pelo método de comprimento x largura da folha (AF estimada) com a área de cada folha
(AF real), determinada pelo método das pesagens, que consistiu da transferência cuidadosa
do contorno formado pelas bordas da folha, na planta, para uma folha de papel
transparente, em seguida foi transferida desta para uma folha de papel ofício, em seguida
pesou-se a folha de papel ofício. Com o peso da área conhecida do papel ofício e com o
peso do recorte de cada folha da planta no papel, por uma regra de três simples
determinou-se a AF real, logo o f = AF real/AF estimada. Foi obtida a área foliar de todas
as folhas de cada tratamento e determinada a área foliar total de cada vaso.
- Peso da fitomassa seca da parte aérea (caule e folhas) e da raiz foi obtido, de cada
tratamento e em todas as repetições, após a coleta das folhas e caules, e da extração das
21
raízes que foram submetidas a uma lavagem com jato de água em sistema de peneira de
modo a prevenir a perda das raízes mais finas pela correnteza. Após a coleta foi feita a
secagem do material em estufa de circulação forçada de ar a 65ºC até atingir peso
constante, sendo em seguida pesadas.
- Medidas porométricas e potencial hídrico foliar: onde foi escolhida uma repetição
do experimento, sendo amostrada uma folha por planta, a cada medição, que foram
realizadas das 08:00 às 18:00 horas, com um intervalo de leitura de 2 horas. Foram
selecionadas folhas completamente expandidas, sadias, e expostas diretamente ao sol. As
medidas poromêtricas da transpiração (E), da resistência difusiva (Rs) e da temperatura
foliar (T foliar), foram obtidas com o auxílio de um porômetro de equilíbrio dinâmico da
LICOR modelo LI-1600. Estas medições não foram feitas na espécie jurema-preta, porque
o formato de suas folhas não se adequou ao aparelho. O potencial hídrico foliar foi
determinado utilizando uma câmara de pressão de Scholander, modelo 3035, da “Soil
Moisture Equipament Corp”, Santa Bárbara, Califórnia (EUA).
Para a análise estatística dos dados, utilizou-se análise de regressão, análise da
variância, e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey (p < 0,05). Foi utilizado o
programa STATISTICA 6.0.
22
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Altura, diâmetro e número de folhas, durante os 30, 45, 60, 75 e 90 dias após o
plantio
O crescimento em altura das três espécies arbóreas foi linear (Tabela 1A do
Anexo) no período observado (30 a 90 dias após o plantio) em quase todos os casos
(Figura 3). De forma geral, o crescimento em altura das espécies, durante a condução do
experimento, foi maior no Luvissolo em relação ao Neossolo (Figura 3). No Neossolo os
maiores valores de crescimento em altura das três espécies foram verificados no tratamento
com esterco, independente dos intervalos de estresse hídrico (Figura 3).
A jurema-preta teve inicialmente um menor crescimento em altura (Figura 3), mas
a partir dos 45 dias superou a gliricídia e o nim, independente dos tipos de solo, intervalos
de estresse hídrico e doses de adubação. No Neossolo sem esterco, o aumento de altura da
jurema-preta teve uma tendência quadrática (Tabela 1A do Anexo).
As tendências de crescimento em diâmetro do caule das espécies, em relação aos
tipos de solo, foram semelhantes aos resultados do crescimento em altura (Figura 4). Os
menores diâmetros ocorreram no Neossolo sem esterco, independente dos intervalos de
estresse hídrico.
A gliricídia apresentou o maior crescimento em diâmetro, e o nim o menor, durante
todo o período do experimento (Figura 4).
A partir dos 45 dias após o plantio, o número de folhas da jurema-preta superou as
outras duas espécies no Luvissolo, independente dos intervalos de estresse hídrico e doses
de adubação orgânica (Figura 5). A mesma tendência foi observado no Neossolo, mas
enquanto neste solo o número máximo de folhas na jurema-preta foi ao redor de 25, no
Luvissolo ficou ao redor de 65 folhas. Verificaram-se valores semelhantes do número de
folhas nas espécies gliricídia e nim independente dos intervalos de estresse hídrico e doses
de adubação. Semelhantemente aos resultados de altura e diâmetro, os menores valores do
número de folhas foram observados no tratamento sem esterco no Neossolo (Figura 5).
23
LUVISSOLO
0,1 - 0,5 MPa
sem esterco
0
20
40
60
80
100
120
30 45 60 75 90
Tempo (dias)
Altura (cm)
gliricídia
jurema
nim
com esterco
0
20
40
60
80
100
120
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Altura (cm)
0,1 - 1,2 MPa
sem esterco
0
20
40
60
80
100
120
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Altura (cm)
com esterco
0
20
40
60
80
100
120
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Altura (cm)
NEOSSOLO
0,1 - 0,5 MPa
sem esterco
0
20
40
60
80
100
120
30 45 60 75 90
Tempo (dias)
Altura (cm)
gliricídia
jurema
nim
com es terco
0
20
40
60
80
100
120
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Altura (cm)
0,1 - 1,2 MPa
sem esterco
0
20
40
60
80
100
120
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Altura (cm)
com esterco
0
20
40
60
80
100
120
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Altura (cm)
Figura 3. Altura (cm) de três espécies florestais submetidas a dois intervalos de
estresse hídrico, com e sem adubação, em dois solos do semi-árido, aos
30, 45, 60, 75 e 90 dias após o plantio.
24
LUVISSOLO
0,1 - 0,5 MPa
sem esterco
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Diâmetro (cm)
gliricídia
jurema
nim
com esterco
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Diâmetro (cm)
0,1 - 1,2 MPa
sem esterco
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Diâmetro (cm)
com esterco
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Diâmetro (cm)
NEOSSOLO
0,1 - 0,5 MPa
sem esterco
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Diâmetro (cm)
gliricídia
jurema
nim
com esterco
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Diâmetro (cm)
0,1 - 1,2 MPa
sem esterco
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Diâmetro (cm)
com esterco
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Diâmetro (cm)
Figura 4. Diâmetro (cm) de três espécies florestais submetidas a dois intervalos de
estresse hídrico, com e sem adubação, em dois solos do semi-árido, aos
30, 45, 60, 75 e 90 dias após o plantio.
25
LUVISSOLO
0,1 - 0,5 MPa
sem esterco
0
15
30
45
60
75
90
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Número de
folhas
gliricídia
jurema
nim
com esterco
0
15
30
45
60
75
90
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Número de
folhas
0,1 - 1,2 MPa
sem esterco
0
15
30
45
60
75
90
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Número de
folhas
com esterco
0
15
30
45
60
75
90
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
mero de
folhas
NEOSSOLO
0,1 - 0,5 MPa
sem esterco
0
15
30
45
60
75
90
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Número de
folhas
gliricídia
jurema
nim
com es terco
0
15
30
45
60
75
90
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Número de
folhas
0,1 - 1,2 MPa
sem esterco
0
15
30
45
60
75
90
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Número de
folhas
com esterco
0
15
30
45
60
75
90
30 45 60 75 90
Tem po (dias)
Número de
folhas
Figura 5. Número de folhas de três espécies florestais submetidas a dois intervalos
de estresse hídrico, com e sem adubação, em dois solos do semi-árido,
aos 30, 45, 60, 75 e 90 dias após o plantio.
26
Nas condições em que foi conduzido o experimento, a jurema-preta apresentou o
maior desenvolvimento em altura e número de folhas. Isto coincide com o fato da jurema-
preta ser uma planta colonizadora de áreas degradadas (Santos et al., 1993) e com elevada
capacidade de rebrota após corte e queima (Sampaio et al., 1998).
De forma geral, o nim apresentou o menor desenvolvimento em altura, diâmetro e
número de folhas durante a condução do experimento. Os resultados obtidos para essa
espécie o são conclusivos, visto que o nim possui a capacidade de crescer com poucas
exigências de fertilidade de solo e precipitação, tornando-se uma espécie indicada para o
reflorestamento em áreas degradadas (Mishra, 1995). A falta de resposta do nim às
condições propostas neste estudo foi provavelmente devido ao seu lento desenvolvimento
inicial, precisando assim, de um maior intervalo de tempo para avaliação dos seus
parâmetros de crescimento. Outra hipótese é que as plantas que são transplantadas
precisam de um maior tempo de adaptação.
Os menores valores de altura, diâmetro e número de folhas observadas no
Neossolo, (Figuras 3, 4 e 5), deveram-se provavelmente à baixa fertilidade desse solo
(Tabela 1). Isso pode ser comprovado pela resposta relativamente maior dessas variáveis à
adubação orgânica neste solo do que a observada no Luvissolo. O esterco, quando aplicado
em doses adequadas, apresenta efeitos positivos sobre o rendimento das culturas, devido à
sua ação favorável nos fatores físicos, químicos e biológicos do solo, trazendo melhorias
na fertilidade do solo (Bezerra Neto et al., 1984).
Outra provável resposta para o menor desenvolvimento das plantas no Neossolo é
devido à sua menor capacidade de armazenamento de água entre as tensões utilizadas
(Talela 2). O Neossolo apresenta uma textura Franco Arenosa enquanto o Luvissolo é um
Franco Argilo Arenosa (Tabela 1).
A quantidade de água armazenada no solo varia com sua textura, o que leva as
plantas a apresentarem diferentes comportamentos em relação aos mecanismos de
adaptação (Santos e Carlesso, 1998).
Solo de textura arenosa apresenta menor lâmina total de água armazenada no perfil
(Santos e Carlesso, 1999). No presente trabalho o Neossolo apresentou uma menor lâmina
de água em relação ao Luvissolo (Tabela 2). A disponibilidade hídrica tem efeito sobre a
cultura, pois a falta d’água pode afetar tanto o desenvolvimento e o crescimento quanto a
produtividade e a qualidade da produção (Bezerra et al., 1998).
A intensidade do estresse hídrico aplicado nesta pesquisa, não influenciou nas
variáveis de crescimento das três espécies analisadas. Provavelmente as espécies estudadas
possuem mecanismos de tolerância para sobreviverem em um nível de estresse hídrico
27
superior aos aplicados. Os valores críticos de potencial hídrico variam entre as espécies,
entre cultivares e entre estádios do desenvolvimento. A variação do potencial hídrico para
algarobeira crescida em solo adubado com 45, 180 e 300 dias após a emergência foi
respectivamente: -1,58 MPa, -1,9 MPa e – 3,5 MPa (Perez, 1995).
4.2. Médias (n=4) dos parâmetros de crescimento (altura, diâmetro e número de
folhas) após 90 dias do plantio.
As médias das variáveis altura, diâmetro e número de folhas (Tabelas 4, 5 e 6), não
diferiram (p < 0,05) nos intervalos de estresse hídrico após 90 dias do plantio. Apesar
deste resultado discutiremos as diferenças entre as variáveis dependentes dentro de cada
intervalo de estresse hídrico. Dados semelhantes foram encontrados por Silva e Nogueira
(2003), para a altura e número de folhas de quatro espécies lenhosas cultivadas sob dois
níveis (100 e 50% de capacidade de campo (cc)) de estresse hídrico em casa de vegetação.
Cabral et al. (2004), trabalhando com o crescimento de plantas jovens de Tabebuia
áureo submetidas a estresse hídrico, constataram que quanto ao número médio de folhas
não foram registradas diferenças significativas entre os tratamentos (100%, 50% e 25% da
cc) até os 60 dias; no entanto, o tratamento de 25% cc tendeu a ser sempre inferior aos
demais tratamentos. Esta redução foi mais acentuada após os 90 dias, quando os valores
passaram a diferir significativamente das plantas submetidas a 100% cc, e aos 120 dias,
essa diferença era observada também, em relação às plantas submetidas a regime diário de
50% cc.
A altura, diâmetro e número de folhas diferiram em alguns casos (p < 0,05) entre os
tratamentos com e sem adubação, dentro de cada intervalo de estresse hídrico, após os 90
dias do plantio (Tabelas 4, 5 e 6).
O crescimento em altura das espécies, dentro de cada intervalo de estresse hídrico
(Tabela 4), considerando-se os tratamentos com e sem adubação, apresentaram diferenças
significativas (p < 0,05). No Luvissolo, a gliricídia (0,1 - 0,5 MPa) apresentou um aumento
de 49% no tratamento com esterco em relação ao tratamento sem esterco, e a jurema-preta
(0,1 - 1,2 MPa) apresentou um aumento de 27%. No Neossolo a gliricídia (0,1 - 0,5 MPa)
teve um aumento de 95%, e a jurema-preta (0,1 - 0,5 MPa) e (0,1 - 1,2 MPa) teve aumento
de 52% e 44%, respectivamente, com o uso de esterco.
28
Tabela 4. Médias (n=4) da altura de três espécies florestais submetidas a dois
intervalos de estresse hídrico, com e sem adubação, em dois solos do semi-
árido, aos 90 dias após o plantio
Altura (cm)
_______0,1 - 0,5 MPa______ _______0,1 - 1,2 MPa______
Espécie
sem esterco
com esterco
sem esterco com esterco
LUVISSOLO
Gliricídia 42,1b 62,6a 52,0a 56,2a
Jurema 99,0a 100,2a 94,0b 119,5a
Nim 31,6a 32,0a 31,1a 29,0a
NEOSSOLO
Gliricídia 19,3b 37,6a 21,6a 35,0a
Jurema 60,3b 92,0a 61,8b 89,2a
Nim 15,4a 26,3a 20,0a 25,6a
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha dentro de cada intervalo de estresse hídrico (compara
doses de adubação) para cada espécie, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a p < 0,05.
O diâmetro do caule da gliricídia (Tabela 5), aumentou 15% (p < 0,05) por conta
da adubação orgânica no Luvissolo (0,1 - 0,5MPa). No Neossolo (0,1 - 0,5 MPa), esse
aumento foi de 30% (p < 0,05) na gliricídia, enquanto a jurema-preta e o nim (0,1 - 1,2
MPa), apresentaram aumentos de 59% e 55% (p < 0,05), respectivamente, com o uso de
esterco.
O número de folhas (Tabela 6) aumentou (p < 0,05) com o uso do esterco apenas
para a jurema-preta. No Luvissolo (0,1 - 0,5 MPa), esse aumento foi de 12%, e no
Neossolo (0,1 - 1,2 MPa) de 36%.
Mesmo não tendo sido detectado diferenças significativas em todas as espécies em
função da adubação com esterco, observa-se que a adubação possibilitou aumentos em
todas as variáveis estudadas, em relação ao tratamento sem adubação. Isto indica que
houve mineralização dos nutrientes contidos no esterco durante o período da realização do
experimento.
29
Tabela 5. Médias (n=4) do diâmetro de três espécies florestais submetidas a dois
intervalos de estresse hídrico, com e sem adubação, em dois solos do semi-
árido, aos 90 dias após o plantio
Diâmetro (cm)
_______0,1 - 0,5 MPa______ _______0,1 - 1,2 MPa______
Espécie
sem esterco
com esterco
sem esterco com esterco
LUVISSOLO
Gliricídia
1,30b 1,50a 1,40a 1,50a
Jurema
0,650a 0,720a 0,630a 0,740a
Nim
0,440a 0,480a 0,490a 0,480a
NEOSSOLO
Gliricídia
0,940b 1,22a 1,07a 1,27a
Jurema
0,480a 0,620a 0,440b 0,700a
Nim
0,390a 0,490a 0,380b 0,590a
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha dentro de cada intervalo de estresse hídrico (compara
doses de adubação) para cada espécie, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a p < 0,05.
Os estercos de caprinos o mais sólidos e menos aquosos que os dos bovinos e
suínos, apresentam a estrutura mais fofa, permitindo aeração e por essa ração fermentam
rapidamente podendo ser mais aproveitados na agricultura após um menor período de
curtição que os demais (Henriques, 1997).
Trabalhando com algarobeira na região do Cerrado brasileiro, Perez (1995)
observou que as diferenças na altura de plantas, no início, entre os tratamentos (sem e com
adubo) eram pequenas aos 90 DAE, somente após esse tempo é que as diferenças foram
acentuadas. Após dez meses (300 DAE) as plantas com esterco tinham o quádruplo da
altura das plantas do outro tratamento.
Ainda para Perez (1995), a avaliação dos parâmetros biométricos e fisiológicos em
seu conjunto, revelou que as algarobeiras responderam à diferença nos teores de matéria
orgânica no solo, apresentando maiores taxas de crescimento. O solo, sem adição de
matéria orgânica, induziu uma carência nutricional, possivelmente interferindo na
atividade dos meristemas, reduzindo a altura e o número de folhas.
30
Tabela 6. Médias (n=4) do número de folhas de três espécies florestais submetidas a dois
intervalos de estresse hídrico, com e sem adubação, em dois solos do semi-árido,
aos 90 dias após o plantio
Número de folhas
_______0,1 - 0,5 MPa______ _______0,1 - 1,2 MPa______
Espécie sem esterco
com esterco
sem esterco com esterco
LUVISSOLO
Gliricídia 16a 23a 18a 20a
Jurema 72b 81a 71a 77a
Nim 13a 14a 13a 14a
NEOSSOLO
Gliricídia 13a 17a 12a 16a
Jurema 23a 29a 22b 30a
Nim 10a 13a 10a 13a
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha dentro de cada intervalo de estresse hídrico (compara
doses de adubação), para cada espécie, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a p < 0,05.
4.3. Área foliar
Os valores médios do fator de correção (fc) da área foliar encontrados foram os
seguintes: gliricídia fc = 0,451, jurema-preta fc = 0,822 e nim fc = 0,248.
Com o fator de correção foi encontrada a área foliar de cada espécie (Tabela 7). Os
valores médios da área foliar de cada espécie foram submetidos ao teste de Tukey (p <
0,05). Foi observada uma diminuição (p < 0,05) da área foliar com o aumento do estresse
hídrico apenas para jurema-preta, diferentemente do que ocorreu com a altura, diâmetro e
número de folhas. A área foliar desta espécie, no Luvissolo sem esterco, diminuiu 75%
quando o estresse aumentou de 0,1 - 0,5 MPa para 0,1 - 1,2 MPa. No Neossolo com
esterco, a variação foi semelhante (Tabela 7). Apesar deste resultado da área foliar da
jurema-preta, no parâmetro número de folhas essa diminuição não foi observada. Segundo
Brito (2000), a redução na disponibilidade de água no solo diminuiu a área foliar do
maracujazeiro mais do que o número de folhas, o que indica maior prejuízo na elongação
do que na divisão celular. Esse mesmo autor afirma que existe uma grande variabilidade na
tolerância à seca entre as espécies vegetais. A redução da área foliar em plantas sob
estresse pode se traduzir numa estratégia de sobrevivência, com o intuito de diminuir a
área disponível à transpiração (Correia e Nogueira, 2004).
A área foliar determina o uso da água pelas plantas e quando exposta a déficit
hídrico é severamente diminuída (Santos e Carlesso, 1998), embora a seca tanto pode
31
enfraquecer as funções vitais como estimular reações adaptativas que capacitem as plantas
a sobreviverem em períodos prolongados de déficit hídrico (Perez, 1995).
Tabela 7. Médias (n=4) da área foliar (cm
2
) de três espécies florestais submetidas a dois
intervalos de estresse hídrico, com e sem adubação, em dois solos do semi-
árido, aos 90 dias após o plantio
Área foliar (cm
2
)
_______0,1 - 0,5 MPa______ _______0,1 - 1,2 MPa______
Espécie sem esterco
com esterco
sem esterco com esterco
LUVISSOLO
Gliricídia
2240bA 3545aA 2289bA 3090aA
Jurema
2555aA 2601aB 1457bBβ 2244aB
Nim
514aB 458aC 423aC 372aC
NEOSSOLO
Gliricídia
655bAB 1593aA 682bA 1590aA
Jurema
789bA 1738aA 640aAB 984aBβ
Nim
235aB 350aB 196aB 350aC
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha dentro de cada intervalo de estresse hídrico (compara
doses de adubação), letras maiúsculas na coluna dentro de cada dose de adubação (compara espécies) letra
grega na linha dentro de cada dose de adubação (compara intervalo de estresse hídrico), não diferem
estatisticamente pelo teste de Tukey a p < 0,05.
Na comparação dos valores dios da área foliar entre os tratamentos com e sem
adubação orgânica (Tabela 7), observou-se que, no Luvissolo e no intervalo de estresse
hídrico 0,1 - 0,5 MPa, a gliricídia apresentou maior valor médio (p < 0,05) de área foliar
(3545 cm
2
)
com o uso do esterco seguida da jurema-preta, e do nim com a menor área
foliar (458 cm
2
). O mesmo aconteceu no intervalo de estresse hídrico 0,1 - 1,2 MPa (p <
0,05), com o uso do esterco. No Neossolo (0,1 - 0,5 MPa) a gliricídia adubada com esterco
apresentou valor de 1593 cm
2
(p < 0,05)semelhante a da jurema-preta (1738 cm
2
) e ambas
superaram o nim (350 cm
2
) (p < 0,05). Nessa mesma condição de adubação e no intervalo
de estresse hídrico 0,1 - 1,2 MPa a média da área foliar da gliricídia (1590 cm
2
), superou a
da jurema-preta (984 cm
2
), e ambas superaram a do nim (350 cm
2
) (p < 0,05).
De modo geral, os solos quando adubados com esterco proporcionaram uma maior
área foliar, semelhante ao que ocorreu com as demais variáveis. Perez (1995) observou que
os maiores valores de área foliar foram observados em plantas oriundas de solo adubado
com esterco.
32
Considerando o comportamento entre as espécies (Tabela 7), dentro de cada dose
de adubação, de forma geral, verifica-se a maior área foliar para a gliricídia em relação às
demais espécies. Observou-se aumento (p < 0,05) no Luvissolo (com esterco/0,1- 0,5 MPa)
para a gliricídia em relação à jurema-preta de 36%. No intervalo de estresse hídrico 0,1 -
1,2 MPa o aumento da gliricídia em relação à jurema-preta foi de 57% e 38%, sem e com
esterco, respectivamente. No Neossolo (com esterco /0,1 - 1,2 MPa) a espécie gliricídia
teve um aumento da área foliar de 62% em relação à espécie jurema-preta.
O nim não apresentou diferenças significativa (p < 0,05) em relação ao estresse
hídrico e a adubação orgânica, independente do tipo de solo. Comparada às outras
espécies, apresentou menores valores médios de área foliar. Estes resultados
provavelmente ocorreram devido à falta de adaptação ou por esta espécie possuir
crescimento inicial lento, como já discutido anteriormente.
4.4. Fitomassa seca da parte aérea e raiz
De maneira semelhante à área foliar, o estresse hídrico afetou significativamente (p
< 0,05) a fitomassa seca da parte aérea e raiz, das espécies estudadas (Tabelas 8 e 9).
O aumento do estresse hídrico de 0,1- 0,5 MPa para 0,1 - 1,2 MPa produziu uma
diminuição (p < 0,05) na produção de fitomassa seca da parte aérea (Tabela 8), no
Luvissolo com esterco, para a jurema-preta de 34%, e de 38%, no Neossolo com esterco,
para a gliricídia.
A produção de fitomassa seca da raiz (Tabela 9), foi significativamente (p < 0,05)
inferior no estresse hídrico 0,1- 1,2 MPa em relação a 0,1 - 0,5 MPa, apenas no Luvissolo
para as espécies gliricídia (sem esterco) e jurema-preta (com esterco) com uma diminuição
de 39% e 67%, respectivamente.
Cabral et al. (2004) verificaram diferenças significativas aos 90 dias para três
tratamentos (25%, 50% e 100% cc), em relação à matéria seca das folhas, parte aérea e
total. No tratamento com 25% cc, o estresse hídrico reduziu também os pesos do caule e
parte subterrânea. Dependendo da fisiologia e anatomia da folha, a matéria seca produzida
conforme uso de água pode variar amplamente (Boyer, 1996).
A fitomassa seca da parte aérea (Tabela 8) aumentou (p < 0,05) com o uso do
esterco. Observou-se maior valor (p < 0,05) no Luvissolo (0,1 - 0,5 MPa) para as espécies
gliricídia (46,4 g) e jurema-preta (38,0 g), e no intervalo 0,1 - 1,2 MPa para a gliricídia
(42,6 g), que corresponde a um aumento de 72%, 40% e 49%, respectivamente. No
Neossolo, verificou-se um aumento (p < 0,05) considerável em relação ao observado no
33
Luvissolo, no intervalo 0,1- 0,5 MPa, para a gliricídia (25,1 g) e a Jurema-preta (22,1 g)
que corresponde a um aumento de 482% e 121%, respectivamente, e no intervalo 0,1- 1,2
MPa um aumento para gliricídia (18,2 g) e Jurema-preta (23,3 g) de 319% e 134%,
respectivamente.
Tabela 8. Médias (n=4) da fitomassa seca da parte rea (g) de três espécies florestais
submetidas a dois intervalos de estresse hídrico, com e sem adubação, em dois
solos do semi-árido, aos 90 dias após o plantio
Peso da fitomassa seca da parte aérea (g)
_______0,1 - 0,5 MPa______ _______0,1 - 1,2 MPa______
Espécie sem esterco
com esterco
sem esterco com esterco
LUVISSOLO
Gliricídia
26,9bA 46,4aA 28,6bA 42,6aA
Jurema
27,1bA 38,0aA 27,8aA 28,4aBβ
Nim
4,23aB 4,22aB 3,12aB 3,93aC
NEOSSOLO
Gliricídia
4,31bB 25,1aA 4,34bB 18,2aAβ
Jurema
10,0bA 22,1aA 9,96bA 23,3aA
Nim
1,64aB 2,28aB 1,50aB 2,96aB
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha dentro de cada intervalo de estresse hídrico (compara
doses de adubação), letras maiúsculas na coluna dentro de cada dose de adubação (compara espécies) letra
grega na linha dentro de cada dose de adubação (compara intervalo de estresse hídrico), não diferem
estatisticamente pelo teste de Tukey a p < 0,05.
A produção de fitomassa seca da raiz (Tabela 9), aumentou (p < 0,05) com o uso do
esterco apenas para a gliricídia, no Luvissolo (0,1 - 1,2 MPa) com valor de 31,4 g e no
Neossolo (0,1 - 0,5 MPa) e (0,1 - 1,2 MPa) com valores de 22,5 g e 19,9 g,
respectivamente, correspondente a um aumento de 35%, 132% e 108%, respectivamente.
Semelhante à produção de fitomassa seca da parte aérea, observou-se um considerável
aumento da produção de fitomassa seca da raiz no Neossolo, com aplicação do esterco.
Comparando as espécies entre si, dentro de cada dose de adubação, observou-se
diferenças (p < 0,05) no Luvissolo (com esterco/0,1 - 1,2 MPa) para a gliricídia em relação
a jurema-preta com um aumento de 49% da fitomassa seca da parte aérea (Tabela 8). No
Neossolo sem esterco, o aumento (p < 0,05) da jurema-preta em relação à gliricídia foi de
132% e 129%, nos intervalos 0,1 - 0,5 MPa e 0,1 - 1,2 MPa, respectivamente. O nim
apresentou os menores valores nos dois solos.
34
Comparando a produção de fitomassa seca da raiz das três espécies (Tabela 9),
dentro de cada dose de adubação, observou-se um aumento (p < 0,05) no Luvissolo para a
gliricídia em relação à jurema-preta de 54% e 25%, sem e com esterco (0,1 - 0,5 MPa),
respectivamente, e de 39% e 105%, sem e com esterco (0,1 - 1,2 MPa), respectivamente.
No Neossolo com esterco, a gliricídia apresentou um aumento (p < 0,05) de 88% e 62%,
nos intervalos 0,1 - 0,5 MPa e 0,1 - 1,2 MPa, respectivamente, em relação à jurema-preta.
Tabela 9. Médias (n=4) da fitomassa seca da raiz (g) de três espécies florestais
submetidas a dois intervalos de estresse hídrico, com e sem adubação, em dois
solos do semi-árido, aos 90 dias após o plantio
Peso da fitomassa seca da raiz (g)
_______0,1 - 0,5 MPa______ _______0,1 - 1,2 MPa______
Espécie sem esterco
com esterco
sem esterco com esterco
LUVISSOLO
Gliricídia
32,2aA 31,8aA 23,2bA β 31,4aA
Jurema
20,9aB 25,5aB 16,7aB 15,3aB β
Nim
7,63aC 7,26aC 7,52aC 7,30aC
NEOSSOLO
Gliricídia
9,70bA 22,5aA 9,54bA 19,9aA
Jurema
10,7aA 11,9aB 7,84aA 12,3aB
Nim
7,13aA 7,75aB 5,55aA 6,98aB
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha dentro de cada intervalo de estresse hídrico (compara
doses de adubação), letras maiúsculas na coluna dentro de cada dosel de adubação (compara espécies) letra
grega na linha dentro de cada dose de adubação (compara intervalos de estresse hídrico), o diferem
estatisticamente pelo teste de Tukey a p < 0,05.
As espécies gliricídia e jurema-preta mostraram de forma geral, valores médios
semelhantes, de área foliar e fitomassa seca da parte aérea e raiz. Porém, a gliricídia tendeu
a apresentar valores ligeiramente maiores. A alta capacidade da gliricídia de produzir
forragem em condições de baixa disponibilidade hídrica, promovendo uma maior
estabilização na produção de biomassa e um aumento nas entradas de C além de outros
nutrientes no solo, tem sido um estimulo para o plantio dessa leguminosa em aléias e
cercas vivas (Perez et al., 2003).
Em relação ao nim, semelhante à altura, diâmetro, número de folhas e área foliar,
observou-se os menores resultados de fitomassa seca da parte aérea e raiz em relação às
outras espécies, possivelmente devido às mesmas razões já comentadas.
35
4.5. Temperatura foliar (T foliar), resistência difusiva (Rs), transpiração (E) e
potencial hídrico foliar (Ψw)
As curvas diárias da T foliar, Rs, E e Ψw foliar para a gliricídia, nos solos
Luvissolo e Neossolo, com e sem adubação, o ilustradas nas figuras 6 e 7. Observou-se
que, de forma geral, os intervalos de estresse hídrico (0,1 - 0,5 MPa e 0,1 - 1,2 MPa) não
influenciaram no comportamento fisiológico das espécies, semelhantemente ao ocorrido
com as variáveis de crescimento.
A temperatura foliar (Figuras 6 e 7) da espécie gliricídia esteve próxima à
temperatura do ar que foi de 26,5 ºC às 12:00h, no dia das medições, em todos os
tratamentos, apresentando a maior T foliar de 26 ºC às 12:00h no Neossolo, sem esterco,
independente dos intervalos de estresse hídrico. Segundo Nogueira e Silva Jr. (2001) tem
sido registrada na literatura T foliar superior às do ambiente, em plantas submetidas a
estresses sazonais.
A Resistência difusiva (Rs) (Figuras 6 e 7) para a gliricídia apresentou o mesmo
comportamento no Luvissolo e no Neossolo, com valores médios baixos de 8,15 s cm
-1
e
2,92 s cm
-1
, respectivamente, às 8:00h, e seguiram esta mesma tendência até às 14:00h. Às
18:00h, observou-se um aumento médio acentuado de 13,35 s cm
-1
e 12,32 s cm
-1
, no
Luvissolo e Neossolo, respectivamente, independente dos intervalos de estresse hídrico e
doses de adubação.
No decorrer do dia a E (Figuras 6 e 7) aumentou entre às 12:00h e 14:00h, e
diminuiu às 18:00h, independente do tipo de solo, intervalo de estresse hídrico e dose de
adubação. Ocorreu o inverso com o Ψw foliar, cujos valores diminuíram (valores mais
negativos) às 12:00h, notadamente no Neossolo, com valores de Ψw foliar variando de -
1,1 MPa sem esterco e -0,86 MPa com esterco. Resultados semelhantes foram encontrados
em laranjeiras, por Medina et al. (1999). Estes verificaram que o potencial da água na folha
decresceu de -0,5 MPa, às 7:00h, até valores ao redor de -1,0 MPa e -1,5 MPa, às 13:00h,
respectivamente.
Naves-Barbiero et al. (2000), estudando o fluxo de seiva e condutância estomática
de duas espécies lenhosas sempre-verdes no campo sujo e cerradão, verificaram que os
valores encontrados pela manhã estavam próximos a -0,7 MPa, diminuindo ao longo do
dia, e atingindo os valores mínimos entre 13:00 e 15:00 horas. A queda acentuada dos
valores de potencial hídrico foliar ao longo do dia indica que a taxa de entrada de água não
compensou a taxa de perda de água pela transpiração nas horas de maior demanda
evaporativa.
36
LUVISSOLO
sem esterco
21
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26
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T foliar (°C)
0,1 - 0,5 MPa
0,1 - 1,2 MPa
com esterco
21
22
23
24
25
26
27
T foliar (°C)
0,1 - 0,5 MPa
0,1 - 1,2 MPa
sem esterco
0
2
4
6
8
10
12
14
Rs (s cm
-1
)
com esterco
0
2
4
6
8
10
12
14
Rs (s cm
-1
)
sem esterco
0
2
4
6
8
10
12
E (mmol m
-2
s
-1
)
com esterco
0
2
4
6
8
10
12
E (mmol m
-2
s
-1
)
sem esterco
-2
-1,6
-1,2
-0,8
-0,4
0
8 10 12 14 16 18
Tempo (horas)
Ψ
w (MPa)
com esterco
-2
-1,6
-1,2
-0,8
-0,4
0
8 10 12 14 16 18
Tem po (horas)
Ψ
w (MPa)
Figura 6. Temperatura foliar (T foliar), resistência difusiva (Rs), transpiração (E) e
potencial hídrico foliar (Ψw) na espécie gliricídia, em diferentes horários
(8, 10, 12, 14, 16 e 18 horas), nos intervalos de estresse hídrico 0,1 - 0,5
MPa e 0,1 - 1,2 MPa, com e sem adubação em um Luvissolo.
37
NEOSSOLO
sem esterco
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T foliarC)
0,1 - 0,5 MPa
0,1 - 1,2 MPa
com esterco
21
22
23
24
25
26
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T foliar (°C)
0,1 - 0,5 MPa
0,1 - 1,2 MPa
sem esterco
0
2
4
6
8
10
12
14
Rs (s cm
-1
)
com esterco
0
2
4
6
8
10
12
14
Rs (s cm
-1
)
sem esterco
0
2
4
6
8
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E (mmol m
-2
s
-1
)
com esterco
0
2
4
6
8
10
12
E (mmol m
-2
s
-1
)
sem esterco
-2
-1,6
-1,2
-0,8
-0,4
0
8 10 12 14 16 18
Tempo (horas)
Ψ
w (MPa)
com esterco
-2
-1,6
-1,2
-0,8
-0,4
0
8 10 12 14 16 18
Tem po (horas)
Ψ
w (MPa)
Figura 7. Temperatura foliar (T foliar), resistência difusiva (Rs), transpiração (E) e
potencial hídrico foliar (Ψw) na espécie gliricídia, em diferentes horários (8,
10, 12, 14, 16 e 18 horas), nos intervalos de estresse drico 0,1 - 0,5 MPa e
0,1 - 1,2 MPa, com e sem adubação em um Neossolo.
38
O nim (Figuras 8 e 9) comportou-se de maneira semelhante à gliricídia, com
relação aos intervalo de estresse hídrico (0,1 - 0,5 MPa e 0,1 - 1,2 MPa), apresentando o
mesmo comportamento nas variáveis estudadas.
A Resistência difusiva (Rs) do nim foi semelhante à da gliricídia, com valores
baixos de 1,6 s cm
-1
e 1,32 s cm
-1
às 8:00h, no Luvissolo e Neossolo, respectivamente, que
seguiram uma mesma tendência até às 14:00h, com um aumento acentuado às 18:00h no
Luvissolo e Neossolo de 10,71 s cm
-1
e 10,38 s cm
-1
, respectivamente.
A temperatura foliar (T foliar) do nim teve sua xima de 25,9 ºC às 12:00h no
Neossolo, sem esterco (Figura 9), também próxima à temperatura do ar, semelhante à
gliricídia.
A análise diária da E para o nim (Figuras 8 e 9) demonstrou a mesma tendência da
gliricídia, com aumento entre 12:00 e 14:00 horas, e uma diminuição às 18:00h, nos dois
solos, independente das doses de adubação.
O potencial hídrico foliar (Ψw foliar) do nim decresceu às 12:00h (mais negativos),
com maior decréscimo no Neossolo, variando de -1,8 MPa sem esterco e -1,6 MPa com
esterco (Figura 9).
O decréscimo do Ψw foliar das espécies gliricídia e nim coincidiu com o aumento
da E entre as 12:00 e 14:00 horas, e a Rs se manteve constante neste horário ( Figura 6, 7,
8 e 9). O aumento da Rs nas horas de maior demanda evaporativa reflete mudanças na
abertura estomática, reduzindo a absorção de CO
2
e, conseqüentemente, diminuindo a
atividade fotossintética (Nogueira e Silva Jr., 2001). Apesar das espécies gliricídia e nim
estarem submetidas a estresses hídricos, a Rs não mostrou aumento nas horas de maior
demanda, entre 12:00 e 14:00 horas, e conseqüentemente o refletiu na abertura
estomática.
O aumento acentuado da Rs às 18:00h, coincidiu com o aumento do Ψw foliar e
diminuição da E. Resultados semelhantes foram encontrados às 18:00h por Lima (2004),
estudando o balanço hídrico e de energia em solo cultivado e sem vegetação, para as
condições do brejo paraibano. Este autor observou que a partir das 16:00 horas ocorreu um
aumento da Rs e do Ψw. Afirma, ainda, o autor que o Ψw é uma medida do estado
energético da água na planta. Uma elevação da Rs e conseqüente redução da transpiração
podem promover um ligeiro aumento do Ψw.
39
LUVISSOLO
sem esterco
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T foliar (°C)
0,1 - 0,5 MPa
0,1 - 1,2 MPa
com esterco
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T foliar (°C)
0,1 - 0,5 MPa
0,1 - 1,2 MPa
sem esterco
0
2
4
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10
12
14
Rs (s cm
-1
)
com esterco
0
2
4
6
8
10
12
14
Rs (s cm
-1
)
sem esterco
0
2
4
6
8
10
12
E (mmol m
-2
s
-1
)
com esterco
0
2
4
6
8
10
12
E (mmol m
-2
s
-1
)
sem esterco
-2
-1,6
-1,2
-0,8
-0,4
0
8 10 12 14 16 18
Tem po (horas)
Ψ
w (MPa)
com esterco
-2
-1,6
-1,2
-0,8
-0,4
0
8 10 12 14 16 18
Tempo (horas)
Ψ
w (MPa)
Figura 8. Temperatura foliar (T foliar), resistência difusiva (Rs), transpiração (E) e
potencial hídrico foliar (Ψw) na escie nim, em diferentes horários (8, 10,
12, 14, 16 e 18 horas), nos intervalos de estresse drico 0,1 - 0,5 MPa e
0,1 - 1,2 MPa, com e sem adubação em um Luvissolo.
40
NEOSSOLO
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T foliar (°C)
0,1 - 0,5 MPa
0,1 - 1,2 MPa
com esterco
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T foliar (°C)
0,1 - 0,5 MPa
0,1 - 1,2 MPa
sem esterco
0
2
4
6
8
10
12
14
Rs (s cm
-1
)
com esterco
0
2
4
6
8
10
12
14
Rs (s cm
-1
)
sem esterco
0
2
4
6
8
10
12
E (mmol m
-2
s
-1
)
com esterco
0
2
4
6
8
10
12
E (mmol m
-2
s
-1
)
sem esterco
-2
-1,6
-1,2
-0,8
-0,4
0
8 10 12 14 16 18
Tempo (horas)
Ψ
w (MPa)
com esterco
-2
-1,6
-1,2
-0,8
-0,4
0
8 10 12 14 16 18
Tem po (horas)
Ψ
w (MPa)
Figura 9. Temperatura foliar (T foliar), resistência difusiva (Rs), transpiração (E) e
potencial hídrico foliar (Ψw) na espécie nim, em diferentes horários (8,
10, 12, 14, 16 e 18 horas), nos intervalos de estresse hídrico 0,1 - 0,5
MPa e 0,1 - 1,2 MPa, com e sem adubação em um Neossolo.
41
As curvas diárias do Ψw foliar para a jurema-preta (Figura 10) variaram de acordo
com a hora do dia, independente do tipo de solo e doses de adubação. Observou-se uma
maior diminuição do Ψw foliar às 12:00h, mais acentuada no Neossolo, variando de -1,5
MPa sem esterco e -1,6 MPa com esterco, independente dos intervalos de estresse hídrico.
LUVISSOLO
sem esterco
-2
-1,6
-1,2
-0,8
-0,4
0
8 10 12 14 16 18
Tem po (horas)
Ψ
w (MPa)
0,1 - 0,5 MPa
0,1 - 1,2 MPa
com esterco
-2
-1,6
-1,2
-0,8
-0,4
0
8 10 12 14 16 18
Tempo (horas)
Ψ
w (MPa)
NEOSSOLO
sem esterco
-2
-1,6
-1,2
-0,8
-0,4
0
8 10 12 14 16 18
Tem po (horas)
Ψ
w
(MPa)
0,1 - 0,5 MPa
0,1 - 1,2 MPa
com esterco
-2
-1,6
-1,2
-0,8
-0,4
0
8 10 12 14 16 18
Tem po (horas)
Ψ
w (MPa)
Figura 10. Potencial hídrico foliar (Ψw) na espécie jurema-preta, em diferentes
horários (8, 10, 12, 14, 16 e 18 horas), nos intervalos de estresse hídrico
0,1 - 0,5 MPa e 0,1 - 1,2 MPa, com e sem adubação em um Luvissolo e
um Neossolo.
O decréscimo do Ψw foliar ocorrido às 12:00 horas, observado para as três espécies
estudadas, coincide com o aumento do déficit de pressão de vapor (DPV), no dia que
foram realizadas as medições (figura 11). Em condições naturais e em casa de vegetação, à
medida que a radiação solar aumenta, o DPV se eleva, conseqüentemente maior demanda
de água para a atmosfera, isso devido o aumento da temperatura e diminuição da umidade
relativa do ar. Assim, as respostas dos diversos processos metabólicos da planta refletem a
integração de todos estes fatores, e cada um deles, individualmente, tem sua ação sobre o
processo considerado (Medina et al., 1999).
42
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
8 10 12 14 16 18
Tempo (horas)
DPV (kPa)
Figura 11. Déficit de pressão de vapor em diferentes
horários (8, 10, 12, 14, 16 e 18 horas).
Percebe-se claramente a tendência das plantas condicionadas à seca de manter
potenciais de água mais baixos ao longo do ciclo, o que predispõe tais plantas a
desenvolverem maior energia na absorção da água (Campos et al., 1992).
Quanto menor a quantidade de água no solo, mais negativo deve ser o potencial
desenvolvido pelos vegetais (Larcher, 2000), formando um gradiente que favoreça a
absorção de água pelas plantas. As três espécies apresentaram uma maior resistência ao
movimento da água do solo para a raiz, mostrado pelo Ψw foliar mais negativo no
Neossolo, sem esterco. Os valores médios de potencial hídrico, indicados para os
diferentes grupos de plantas, dependem do tipo de solo (textura e tamanho dos poros do
solo) e do tipo de vegetação, podendo ser ainda menores devido à adaptação das plantas
em relação à deficiência hídrica (Larcher, 2000).
O Ψw menos negativo foi observado no solo com adubação. Possivelmente, além
das condições climáticas e tipo de solo, a adubação com esterco foi outro fator que
contribuiu nos processos fisiológicos que ocorrem nas espécies, influenciando no Ψw,
refletido no maior crescimento. Perez (1995), estudando o crescimento e resistência à seca
da algarobeira (Prosopis juliflora SW. D.C.) cultivada em solo de cerrado, com e sem
adubo orgânico, verificou que o solo adubado se conservou mais úmido do que aquele sem
adubo, e as plantas que se desenvolveram eram maiores e mais vigorosas. Isso deve ter
contribuído para a manutenção de maiores teores de água nos tecidos e, conseqüentemente,
permitindo maior resistência à seca.
43
5. CONCLUSÕES
A baixa fertilidade e disponibilidade de água do Neossolo causaram um menor
desenvolvimento das espécies em todas as variáveis;
A avaliação dos parâmetros de crescimento revelou que as espécies cultivadas com
adubo orgânico apresentaram maior crescimento, com maior resposta no Neossolo;
O estresse hídrico não comprometeu o crescimento em altura, diâmetro e número
de folhas, mas diminuiu a área foliar e produção de fitomassa da parte aérea e raiz
das três espécies, após 90 dias do plantio;
O maior crescimento em altura e número de folhas foi observado para a jurema-
preta e em diâmetro para a gliricídia, após 90 dias do plantio;
A gliricídia e jurema-preta apresentaram crescimento semelhante de área foliar,
produção de fitomassa da parte aérea e da raiz;
As mudas de nim não apresentaram um crescimento comparável com as outras duas
espécies;
O decréscimo do potencial hídrico foliar das espécies foi mais acentuado no
Neossolo sem esterco às 12:00 horas;
O aumento da transpiração coincidiu com o decréscimo do potencial hídrico foliar e
diminuição da resistência difusiva nas horas de maior demanda evaporativa, para as
espécies analisadas (gliricídia e o nim).
44
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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VIEIRA, L. L. Avaliação do desempenho da Jurema-Preta (Mimosa hostilis Benth)
sem acúleos na Região de Patos/PB. 1997. 20f. Monografia (Graduação em Engenharia
Florestal) - Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal da Paraíba, Patos.
VITTI, G. C et al. Fertirrigação: Condições e Manejo. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE
FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS, 21., 1995, Petrolina. Anais...
Petrolina: SBCS, 1995. p. 195-271.
50
ANEXO
51
Tabela 1A. Estimativa dos parâmetros do modelo de regressão linear da altura (y) em
função do tempo (x) de três espécies florestais submetidas a dois
intervalos de estresse hídrico, com e sem adubação, em dois solos do
semi-árido entre 30 e 90 dias após o plantio
Altura (y)
solo estresse adubação
B
2
B
1
B
0
R
2
*
sem gliricídia
0,4545x 3,455 0,9736
0,1 - 0,5 esterco jurema
1,5968x - 43,39 0,9931
MPa nim
0,0088x
2
- 0,7264x 24,97 0,9925
com gliricídia
0,7977x - 9,455 0,9977
esterco jurema
1,5765x - 41,22 0,991
Luvissolo
nim
0,0085x
2
- 0,6651x 23,065 0,9995
sem gliricídia
0,5467x 0,525 0,9451
0,1 - 1,2 esterco jurema
1,5173x - 37,145 0,9825
MPa nim
0,0043x
2
0,1238x 7,6 0,993
com gliricídia
0,6852x - 5,42 0,9965
esterco jurema
1,9468x - 54,1 0,98
nim
0,0051x
2
- 0,269x 12,04 0,9988
sem gliricídia
-0,0029x
2
0,4948x 2,115 0,9814
0,1 - 0,5 esterco jurema
0,944x - 24,83 0,9949
MPa nim
0,09x 7,34 0,9535
com gliricídia
0,33x 7,24 0,9939
esterco jurema
1,4417x - 39,33 0,9942
Neossolo
nim
0,3093x - 1,135 0,9878
sem gliricídia
0,1492x 8,375 0,9718
0,1 - 1,2 esterco jurema
0,0102x
2
- 0,2338x 1,735 0,9886
MPa nim
0,0032x
2
- 0,2317x 14,82 0,9757
com gliricídia
0,3018x 6,81 0,985
esterco jurema
1,3792x - 34,67 0,9976
nim
0,2887x 0,335 0,9833
* diferenciam estatisticamente a p < 0,05.
52
Tabela 2A. Estimativa dos parâmetros do modelo de regressão linear do diâmetro (y)
em função do tempo (x) de três espécies florestais submetidas a dois
intervalos de estresse hídrico, com e sem adubação, em dois solos do semi-
árido entre 30 e 90 dias após o plantio
Diâmetro (y)
solo estresse adubação
B
2
B
1
B
0
R
2
*
sem gliricídia
0,0123x 0,1585 0,997
0,1 - 0,5
esterco jurema
0,0097x - 0,2095 0,9841
MPa nim
0,0038x 0,0825 0,9767
com gliricídia
0,0163x 0,0615 0,9955
esterco jurema
0,0108x - 0,2445 0,9912
Luvissolo
nim
0,0048x 0,0245 0,9362
sem gliricídia
0,0154x 0,0305 0,9956
0,1 - 1,2
esterco jurema
0,0089x - 0,1675 0,9985
MPa nim
0,0052x 0,013 0,9497
com gliricídia
0,0157x 0,0815 0,9876
esterco jurema
0,0111x - 0,258 0,9925
nim
0,0049x 0,0195 0,9493
sem gliricídia
0,0071x 0,3115 0,9787
0,1 - 0,5
esterco jurema
0,0066x - 0,1155 0,9908
MPa nim
0,0034x 0,073 0,9153
com gliricídia
0,0111x 0,2305 0,9996
esterco jurema
0,009x - 0,1825 0,9897
Neossolo
nim
0,005x
2
- 0,0031x 0,273 0,9151
sem gliricídia
0,0093x 0,2115 0,9778
0,1 - 1,2
esterco jurema
0,0063x - 0,121 0,9759
MPa nim
0,0028x 0,119 0,9696
com gliricídia
0,012x 0,192 0,9985
esterco jurema
0,0106x - 0,219 0,9849
nim
0,0067x - 0,0145 0,9823
* diferenciam estatisticamente a p < 0,05.
53
Tabela 3A. Estimativa dos parâmetros do modelo de regressão linear do número de
folhas (y) em função do tempo (x) de três espécies florestais submetidas a
dois intervalos de estresse hídrico, com e sem adubação, em dois solos do
semi-árido aos 30 e 90 dias após o plantio
Número de folhas (y)
solo estresse adubação
B
2
B
1
B
0
R
2
*
sem gliricídia
0,1533x 3,1 0,9765
0,1 - 0,5
esterco jurema
0,021x
2
- 1,451x 31,8 0,9911
MPa nim
0,1483x - 0,1 0,9966
com gliricídia
0,2533x 0,65 0,9962
esterco jurema
0,021x
2
- 1,3521x 30,75 0,9933
Luvissolo
nim
0,1667x - 1,15 0,9889
sem gliricídia
0,1683x 2,6 0,9858
0,1 - 1,2
esterco jurema
0,0101x
2
- 0,0479x - 2,6 0,9621
MPa nim
0,155x - 0,3 0,9631
com gliricídia
0,2117x 2,25 0,9782
esterco jurema
0,0193x
2
- 1,146x 24,45 0,9971
nim
0,0013x
2
- 0,0036x 3,55 0,9961
sem gliricídia
0,0933x 4,35 0,8503
0,1 - 0,5
esterco jurema
-0,0035x
2
0,7524x - 15,4 0,9902
MPa nim
0,105x 1,3 0,9893
com gliricídia
0,0025x
2
- 0,1814x 12,4 0,8883
esterco jurema
0,395x - 5,7 0,992
Neossolo
nim
0,1483x - 0,1 0,9966
sem gliricídia
-0,0011x
2
0,22x 1 0,978
0,1 - 1,2
esterco jurema
0,3033x - 5,1 0,998
MPa Nim
0,1033x 1,15 0,9928
com gliricídia
0,1383x 3,6 0,9825
esterco jurema
0,4383x - 6,45 0,9587
nim
0,1383x 1,25 0,9858
* diferenciam estatisticamente a p < 0,05.
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