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REGIANE GONÇALVES FEITOSA LEAL NUNES
ATIVIDADE BIOLÓGICA DE Lentinula edodes E PRODUÇÃO DE
SHIITAKE EM SUBSTRATO ENRIQUECIDO COM SELÊNIO
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de Pós-
graduação em Microbiologia Agrícola,
para obtenção do título de Doctor
Scientiae
VIÇOSA
MINAS GERAIS - BRASIL
2005
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Milhares de livros grátis para download.
Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e
Classificação da Biblioteca Central da UFV
T
Nunes, Regiane Gonçalves Feitosa Leal, 1966-
N972a Atividade biológica de Lentinula edodes e produção de
2005 shiitake em substrato enriquecido com selênio. / Regiane
Gonçalves Feitosa Leal Nunes. – Viçosa: UFV, 2005.
xv, 127f. : il. ; 29cm.
Inclui apêndices.
Orientador: Maria Cristina Dantas Vanetti.
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Viçosa.
Inclui bibliografias.
1. Cogumelos shiitake – Efeito de selênio. 2. Cogume-
los shiitake – Crescimento. 3. Cogumelos shiitake – Es-
curecimento enzimático. 4. Lentinula edodes. I. Univer-
sidade Federal de Viçosa. II.Título.
CDD 22.ed. 635.8
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ii
REGIANE GONÇALVES FEITOSA LEAL NUNES
ATIVIDADE BIOLÓGICA DE Lentinula edodes E PRODUÇÃO DE
SHIITAKE EM SUBSTRATO ENRIQUECIDO COM SELÊNIO
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de Pós-graduação
em Microbiologia Agrícola, para
obtenção do título de Doctor Scientiae
APROVADA: 18 de março de 2005
________________________________ ________________________________
Prof. Maurício Dutra Costa Dra. Virgínia Maria Chaves Alves
(Conselheiro)
_________________________________ ________________________________
Prof
a
Neuza Maria Brunoro Costa Prof. Eustáquio Souza Dias
_________________________________
Profª Maria Cristina Dantas Vanetti
(Orientadora)
iii
Aos meus pais, Benjamim e Rda Gonçalves
Aos meus irmãos, Régio Luís, Ricardo Wagner, Regina Fátima e Reginaldo
Pelo apoio e incentivo constantes
Ao meu esposo, Luis Alfredo
“Que me completa”
As minhas filhas, Carolina, Camila e Cecília
“Que dão sentido à minha vida”
DEDICO
iv
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela minha existência e por se fazer presente em todos os momentos.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),
pelo auxílio financeiro com a concessão de bolsa em nível de Doutorado.
À Universidade Federal de Viçosa (UFV), em especial ao Departamento de
Microbiologia, pela oportunidade de realização do Doutorado.
À professora Maria Cristina Dantas Vanetti, pelos ensinamentos, incentivo e
precisa orientação.
À professora Maria Catarina Megumi Kasuya por está sempre à disposição
em colaborar para o andamento deste trabalho e pelas valiosas sugestões.
Ao professor Maurício Dutra Costa pelas sugestões e ensinamentos que
foram de extrema importância na realização deste trabalho.
Aos demais professores do Departamento de Microbiologia, pelos valiosos
ensinamentos.
A Doutora Virgínia Maria Chaves Alves, a professora Neuza Maria Brunoro
Costa do Departamento de Nutrição, a professora Margarida Matos de Mendonça da
Universidade Federal de Santa Catarina e ao professor Eustáquio Souza Dias da
Universidade Federal de Lavras pelas valiosas sugestões.
À Ângela Sayaka Higuchi, a quem eu tenho enorme gratidão, que tornou meu
trabalho menos árduo com sua presença e ajuda constantes.
Ao Rodrigo de Barros Freitas, pela sua preciosa ajuda, apoio e estímulo
durante a realização dos trabalhos no laboratório.
A todos os colegas do Laboratório de Associações Micorrízicas pela alegre
convivência, em especial a Cristiane Santana, pela presteza em colaborar no
andamento deste trabalho, ao Akihiko Manabi pelo apoio e ajuda quando necessário
e a Daniela Campos pelo apoio constante e a todos os colegas do curso pelo
companheirismo.
A todos os funcionários do Departamento de Microbiologia, sem distinção,
por estarem sempre prontos a colaborar.
v
A minha querida amiga Silvia Rosane Colodeti Yokota, pela maravilhosa
convivência, pelo incentivo e apoio constantes.
A Selene pela calorosa acolhida, pelo apoio e incentivo. Ao Paulo Henrique
pelo apoio e colaboração constantes. A Cláudia Macedo pelos momentos de
descontração, pelo incentivo e ajuda. A Mauren, Ivaneide e Gisele pela amizade.
A todos que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho,
a minha sincera gratidão.
vi
ÍNDICE GERAL
Página
LISTA DE TABELAS viii
LISTA DE FIGURAS ix
RESUMO xii
ABSTRACT xiv
REVISÃO DE LITERATURA 1
1. IMPORTÂNCIA DO SELÊNIO PARA O ORGANISMO HUMANO 1
2. SUPLEMENTAÇÃO DE ALIMENTOS COM SELÊNIO 7
2.1. Enriquecimento de cogumelos com selênio 7
3. COGUMELO SHIITAKE 10
4. EFEITO DO SELÊNIO SOBRE FUNGOS FILAMENTOSOS 12
4.1. Efeito do selênio sobre a atividade enzimática de fungos produtores de
cogumelos
12
4.2. Efeito do selênio sobre a morfologia dos fungos 14
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 16
CAPÍTULO 1 - CRESCIMENTO E MORFOLOGIA MICELIAL DE Lentinula
edodes CULTIVADO EM SUBSTRATOS COM DIFERENTES
CONCENTRAÇÕES DE SELENITO DE SÓDIO
28
1. INTRODUÇÃO 28
2. MATERIAL E MÉTODOS 30
2.1. Crescimento de L. edodes em meios de cultura com diferentes concentrações de
selênio
30
2.2. Morfologia micelial 31
2.3. Análise estatística 32
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 33
3.1. Crescimento de L. edodes em meios de cultura com diferentes concentrações de
selênio
33
3.2. Morfologia da colônia 40
3.3. Morfologia micelial 42
4. CONCLUSOES 45
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 46
vii
CAPÍTULO 2 - ATIVIDADES ENZIMÁTICA E RESPIRATÓRIA DO FUNGO
Lentinula edodes CULTIVADO EM SUBSTRATO
LIGNINOCELULÓSICO COM DIFERENTES
CONCENTRAÇÕES DE SELENITO DE SÓDIO
49
1. INTRODUÇÃO 49
2. MATERIAL E MÉTODOS 52
2.1. Atividade enzimática específica 52
2.1.1. Lacase 52
2.1.2. Celulase 53
2.1.3. Xilanase 54
2.2. Atividade respiratória 54
2.3. Análise estatística 55
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 56
3.1. Atividade enzimática específica 56
3.2. Atividade respiratória 63
4. CONCLUSÕES 68
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 69
CAPÍTULO 3 - ENRIQUECIMENTO DE COGUMELO SHIITAKE (Lentinula
edodes) COM SELÊNIO
75
1. INTRODUÇÃO 75
2. MATERIAL E MÉTODOS 77
2.1. Isolados e inóculo 77
2.2. Enriquecimento de cogumelo shiitake com Se 77
2.3. Análises físico-químicas do substrato ligninocelulósico e da água de
umidificação desse substrato
78
2.4. Análises físico-químicas do cogumelo 78
2.4.1. Tamanho 79
2.4.2. Cor 79
2.4.3. Umidade 79
2.4.4. Proteínas solúveis 79
2.4.5. Minerais e selênio 80
2.5. Produtividade 80
2.6. Eficiência biológica 80
2.7. Análise estatística 80
viii
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 81
3.1. Análises físico-químicas do substrato ligninocelulósico e da água de umidificação
desse substrato
81
3.2. Análises físico-químicas do cogumelo 81
3.3. Produtividade 89
3.4. Eficiência biológica 90
4. CONCLUSÕES 92
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 93
APÊNDICE 99
ix
LISTA DE TABELAS
TABELAS Página
Revisão de Literatura
Tabela 1 – Ingestão Diária Recomendada dos elementos traços durante o
ciclo de vida de uma pessoa
5
Capítulo 3
Tabela 1 – Eficiência Biológica de cogumelos shiitake enriquecidos com
Se, produzidos pelos isolados UFV16 e UFV52 em toras
artificiais imersas em 0,08; 0,16; 0,32 e 0,64 mmol L
-1
de
selenito de sódio e controle sem Se
91
x
LISTA DE FIGURAS
FIGURAS Página
Capítulo 1
Figura 1 – Curvas de crescimento de 12 isolados do fungo L. edodes UFV11,
UFV16, UFV53, UFV62, UFV63, UFV73, UFV74, UFV75, UFV78,
UFV80, UFV81, UFV82 cultivados, por 12 dias a 25 ºC, em BDA
acrescido de quatro concentrações de selenito de sódio, A= 0,32 mmol
L
-1
; B= 0,64 mmol L
-1
; C= 0,96 mmol L
-1
; D= 1,28 mmol L
-1
e E=
controle sem selênio
34
Figura 2 – Aspecto das colônias do isolado UFV53 cultivado, a 25 ºC por 12 dias,
em BDA (A) ou em substrato ligninocelulósico (B) com concentrações
crescentes de selenito de sódio
35
Figura 3 – Curvas de crescimento de 12 isolados do fungo L. edodes, UFV11,
UFV16, UFV53, UFV62, UFV63, UFV73, UFV74, UFV75, UFV78,
UFV80, UFV81, UFV82 cultivados, por 12 dias a 25 ºC, em substrato
ligninocelulósico acrescido de quatro concentrações de selenito de
sódio, A= 0,32 mmol L
-1
; B= 0,64 mmol L
-1
; C= 0,96 mmol L
-1
;
D= 1,28 mmol L
-1
e E= controle sem selênio
36
Figura 4 – Taxas específicas de crescimento de 12 isolados do fungo L. edodes,
UFV11, UFV16, UFV53, UFV62, UFV63, UFV73, UFV74, UFV75,
UFV78, UFV80, UFV81, UFV82 cultivados, por 12 dias a 25 ºC,
em BDA (A) ou em substrato ligninocelulósico (B) acrescidos de
quatro concentrações de selenito de sódio e controle sem selênio
38
Figura 5 – Massa seca de 12 isolados do fungo L. edodes, UFV11, UFV16,
UFV53, UFV62, UFV63, UFV73, UFV74, UFV75, UFV78, UFV80,
UFV81, UFV82 cultivados, por 12 dias a 25 ºC, em BDA
acrescido de quatro concentrações de selenito de sódio e controle sem
selênio
39
Figura 6 – Aspecto da colônia do isolado UFV74 de L. edodes cultivado, por 12
dias a 25 °C, em substrato ligninocelulósico não adicionado (controle)
ou adicionado de 0,32 mmol L
-1
de selenito de sódio
41
Figura 7 – Distribuição dos pares de núcleos no micélio do isolado UFV11,
cultivado por 6 dias a 25 ºC, em BDA acrescido de quatro
concentrações de selenito de sódio, A= 0,32 mmol L
-1
(100x);
B= 0,64 mmol L
-1
(100x); C= 0,96 mmol L
-1
(100x); D= 1,28 mmol
L
-1
(100x) e E= controle sem selênio (100x). As setas exemplificam
alguns núcleos onde suas distâncias foram determinadas
42
xi
Figura 8 - Diâmetro das hifas (A), distância entre septos (B), distância entre núcleos
(C) dos isolados UFV11, UFV16 e UFV53, do fungo L. edodes,
cultivados em BDA com diferentes concentrações de selenito de sódio
43
Capítulo 2
Figura 1 - Atividade enzimática da lacase dos isolados (A) UFV11; (B) UFV16 e
(C) UFV53, do fungo L edodes, cultivados a 25 ºC por 7 dias; 14 dias e
21 dias, em diferentes concentrações de selenito de sódio e controle sem
selênio
57
Figura 2 - Atividade enzimática da celulase dos isolados (A) UFV11; (B) UFV16 e
(C) UFV53, do fungo L edodes, cultivados a 25 ºC por 7 dias; 14 dias e
21 dias, em diferentes concentrações de selenito de sódio e controle sem
selênio
59
Figura 3 - Atividade enzimática da xilanase dos isolados (A) UFV11; (B) UFV16 e
(C) UFV53, do fungo L edodes, cultivados a 25 ºC por 7 dias; 14 dias e
21 dias, em diferentes concentrações de selenito de sódio e controle sem
selênio
61
Figura 4 - Atividade respiratória medida do quinto ao décimo segundo dia de
crescimento, dos isolados (A) UFV11; (B) UFV16 e (C) UFV53 do
fungo L. edodes, cultivados a 25 ºC, em substrato ligninocelulósico
acrescido de 0,32 mmol L
-1
; 0,64 mmol L
-1
; 0,96 mmol L
-1
; 1,28 mmol
L
-1
de selenito de sódio e controle sem selênio
64
Figura 5 - Atividade respiratória medida do décimo ao décimo sétimo dia de
crescimento, dos isolados (A) UFV11 (B) UFV16 e (C) UFV53 do
fungo L. edodes, cultivados a 25 ºC, em substrato ligninocelulósico
acrescido de 0,32 mmol L
-1
; 0,64 mmol L
-1
; 0,96 mmol L
-1
; 1,28 mmol
L
-1
de selenito de sódio e controle sem selênio
65
Figura 6 - Atividade respiratória acumulada, medida do quinto ao décimo segundo
dia de crescimento dos isolados UFV11; UFV16 e UFV53 do fungo L.
edodes, cultivados, a 25 ºC, em substrato ligninocelulósico
67
Figura 7 - Atividade respiratória acumulada medida do décimo ao décimo sétimo dia
de crescimento dos isolados UFV11; UFV16 e UFV53 do fungo L.
edodes, cultivados a 25 ºC, em substrato ligninocelulósico
67
Capítulo 3
Figura 1 Valores L (A), a (B) e b (C) referentes à cor dos cogumelos shiitake
produzidos pelos isolados UFV16 e UFV52 em toras artificiais imersas
em diferentes concentrações de selenito de sódio
83
Figura 2 – Teor de umidade dos cogumelos shiitake produzidos pelos isolados
UFV16 e UFV52, em toras artificiais imersas em diferentes
concentrações de selenito de sódio
84
xii
Figura 3 Teor de Ca (A), Mg (B), P (C) e K (D) dos cogumelos shiitake
produzidos pelos isolados UFV16 e UFV52 em toras artificiais imersas
em diferentes concentrações de selenito de sódio
86
Figura 4 Teor de selênio dos cogumelos shiitake produzidos pelos isolados
UFV16 e UFV52 em toras artificiais imersas em diferentes
concentrações de selenito de sódio
87
Figura 5 – Produtividade dos cogumelos shiitake produzidos pelos isolados UFV16
e UFV52 em toras artificiais imersas em diferentes concentrações de
selenito de sódio
89
xiii
RESUMO
NUNES, Regiane Gonçalves Feitosa Leal, D.S. Universidade Federal de Viçosa,
março de 2005. Atividade biológica de Lentinula edodes e produção de
shiitake em substrato enriquecido com selênio. Orientadora: Maria Cristina
Dantas Vanetti. Conselheiros: Maria Catarina Megumi Kasuya, Maurício Dutra
Costa e Margarida Matos de Mendonça.
O enriquecimento do cogumelo shiitake com selênio (Se) pode ser uma
alternativa para elevar seu valor nutricional e funcional. O objetivo deste trabalho foi
avaliar o efeito do Se sobre o crescimento e atividade biológica do fungo Lentinula
edodes e produzir shiitake enriquecido com esse elemento. O crescimento de doze
isolados de L. edodes, cultivados em ágar batata dextrose (BDA) e em substrato
ligninocelulósico, contendo 0,32; 0,64; 0,96; 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio e
controle sem Se, variou com o substrato, com o isolado e com a concentração de Se.
A matéria seca fúngica da maioria dos isolados cultivados em BDA diminuiu com o
aumento da concentração de Se no meio de cultivo. Foram selecionados os isolados
UFV11, UFV16 e UFV53, para continuidade do estudo, com base no crescimento da
colônia, na biomassa seca e no potencial de produção de cogumelos. Os diâmetros
das hifas, as distâncias entre septos e entre núcleos tenderam a diminuir nas maiores
concentrações de Se. A atividade da lacase foi crescente com o aumento da dose de
selenito de sódio enquanto que as atividades da celulase e xilanase diminuíram. A
taxa respiratória acumulada variou com o isolado e foi maior no isolado UFV11. A
morfologia e o tamanho dos cogumelos, cultivados em substratos enriquecidos com
0,08; 0,16 e 0,32 mmol L
-1
de selenito de sódio, não variaram com a presença de Se e
nem entre os isolados. Os valores de L, a e b, referentes à cor dos cogumelos foram
menores nos tratamentos com Se quando comparados com o controle. O teor de
umidade dos cogumelos variou de 89 a 91 % e aumentou na maior dose de Se. Os
xiv
valores de proteínas solúveis foram em média 22,3 mg g
-1
de matéria seca e não
variaram com a presença de Se e nem com o isolado. Os teores de cálcio e de fósforo
não variaram com o aumento da concentração de Se enquanto que os de magnésio
tenderam a aumentar e os de potássio a diminuir. As concentrações de Se dos
cogumelos aumentaram linearmente com o aumento da dose de selenito de sódio,
sendo encontrado valores superiores a 17 mg 100 g
-1
de cogumelos desidratados no
tratamento com 0,64 mmol L
-1
de selenito de sódio. Nos cogumelos do tratamento
controle não foi detectado Se. A produtividade dos cogumelos aumentou até a
concentração 0,32 mmol L
-1
de selenito de sódio. O isolado UFV16 foi o que
apresentou maior eficiência biológica em doses mais elevadas de Se.
xv
ABSTRACT
NUNES, Regiane Gonçalves Feitosa Leal, D.S. Universidade Federal de Viçosa,
March 2005. Biological activity of Lentinula edodes and mushroom
production in substrate enriched by Selenium. Adviser: Maria Cristina Dantas
Vanetti. Committee Members: Maria Catarina Megumi Kasuya, Maurício Dutra
Costa and Margarida Matos de Mendonça.
Enrichment of shiitake mushroom by selenium (Se) can be an alternative to
elevate it nutritional and functional value. The objective of this work was to evaluate
the effect of Se on the growth and biological activity of fungus Lentinula edodes and
to produce shiitake enriched with that element. The growth of 12 isolates of L.
edodes, cultivated in Potato Dextrose Agar (PDA) and in ligninocelulosic substrate,
containing 0.32; 0.64; 0.96; 1.28 mmol L
-1
of sodium selenite and control without Se,
varied according to substrate, to fungus isolate and to Se concentration. Fungal dry
matter of most of the isolates cultivated in PDA decreased with the increase of the Se
concentration in the cultivation medium. Isolates UFV11, UFV16 and UFV53 were
selected, for the continuity of the study, based in the growth of the colony, in the dry
biomass and in the potential of mushrooms production. Hyphae diameters, distances
between septa and between nuclei tended to decrease in higher Se concentrations.
Laccase activity was growing with the increase of sodium selenite while celulase and
xilanase activities decreased. The accumulated respiratory rate varied with the isolate
and was higher in Isolate UFV11. Mushrooms morphology and size, cultivated in
substrate enriched with 0.08; 0.16 and 0.32 mmol L
-1
of sodium selenite, did not
varied according to Se concentration and neither among isolates. L, a and b values,
regarding the mushroom’s color were lower in treatments by Se compared with
control. Mushrooms humidity varied from 89 to 91% and increased in the higher Se
xvi
concentration. Soluble proteins were 22.3 mg g
-1
of dry matter on average and did
not varied with Se presence neither among isolate. Calcium and phosphorus did not
varied with the increase of Se concentration while magnesium tended to increase and
potassium to decrease. Se concentrations of the mushrooms increased lineally with
the increase of the sodium selenite, being found values above to 17 mg 100 g
-1
of
mushrooms dehydrated in the treatment with 0.64 mmol L
-1
sodium selenite. In the
mushrooms of the treatment control Se was not detected. Mushroom productivity
increased until 0.32 mmol L
-1
sodium selenite. Isolate UFV16 was the one presented
greater biological efficiency in higher Se concentration.
1
REVISÃO DE LITERATURA
1. IMPORTÂNCIA DO SELÊNIO PARA O ORGANISMO HUMANO
A utilização de nutrientes pelo organismo é comprometida pela deficiência de
vitaminas e de minerais. Os minerais desempenham funções importantes nas células,
seja na forma iônica ou como constituintes de compostos vitais (Mahan e Escott-
Stump, 2002). Os autores afirmam que de modo geral, os minerais regulam a
atividade de diversas enzimas, mantêm o equilíbrio ácido-básico, a pressão osmótica,
facilitam a transferência de compostos essenciais através das membranas, mantêm a
estabilidade muscular e nervosa e, em alguns casos, fazem parte dos elementos
constituintes dos tecidos do organismo. A ingestão inadequada desses elementos
pode impedir a função celular ou causar doenças. A carência de nutrientes como
ferro (Fe), iodo (I), zinco (Zn), cálcio (Ca), vitaminas A e B
12
prejudica a nutrição, a
saúde, a resistência às infecções, o desenvolvimento físico, o aprendizado e a
capacidade de trabalho de seus portadores (Neumann et al., 2002) e a deficiência
de selênio (Se) pode levar a formação de câncer, doenças cardiovasculares e muitas
outras doenças endêmicas (Min et al., 2004). A baixa ingestão de Se tem sido
relacionada com o aumento da incidência de várias doenças (Pagmantidis et al.,
2005).
O Se é um micronutriente essencial em baixas concentrações (μg), mas é
tóxico ao homem e animais em altas doses (Brätter et al., 1984; Simonoff e
Simonoff, 1991; Viñas et al., 2005). Recentemente, o Se tem despertado interesse na
pesquisa médica e nutracêutica, bem como na indústria de alimentos (Werner e
Beelman, 2002). É um mineral presente em todas as células e em todos os tecidos do
organismo animal, em concentrações que variam com o tecido e a forma química do
elemento na dieta (Martin, 1993). Quimicamente, é classificado como metalóide,
com propriedades tanto de metal como de não metal. Está diretamente relacionado
com o enxofre (S) em estrutura e função e forma compostos inorgânicos, como o
selenito e o selenato e compostos orgânicos, como os selenoaminoácidos, que
correspondem aos sulfitos, sulfatos e aminoácidos sulfurados (Reilly, 1998).
Os sais de Se inibem a peroxidação de lipídios e, desta forma, atuam na
proteção da integridade das membranas biológicas, das mitocôndrias, de
2
microssomos e de lisossomos (Martin, 1993). Participa, ainda, juntamente com o
tocoferol, na proteção das células e organelas contra lesões oxidativas, possibilitando
a união entre o oxigênio e hidrogênio no final da cadeia respiratória, na transferência
de íons através das membranas celulares e auxilia a síntese de imunoglobulinas e
ubiquinona (Mahan e Escott-Stump, 2002; Czajka-Narins, 1995).
Tolonen (1990) atribuiu ao Se as seguintes funções e importância fisiológica:
imunidade orgânica, prevenção de mutações e neoplasias e inibição da agregação
plaquetária, além de ser antioxidante. A atividade biológica do Se se deve à ação de
selenoenzimas. Embora o Se tenha numerosas funções fisiológicas, sua função mais
conhecida é como cofator necessário ao sistema glutationa peroxidase, responsável
pela remoção dos radicais livres do organismo, reduzindo o dano oxidativo. O Se
participa da estrutura de alguns aminoácidos, como os sulfurados, que são
precursores da glutationa peroxidase (GSH-Px) (Martin, 1993).
Diversas funções biológicas importantes do Se dependem da atividade de
certas proteínas contendo esse elemento. As primeiras selenoproteínas funcionais
identificadas foram as enzimas GSH-Px, que são parte do sistema de defesa
antioxidante do corpo (Reilly, 1998). O autor afirma que a função destas enzimas é
degradar peróxidos de hidrogênio e hidroperóxidos de lipídeo gerados por radicais
livres que podem danificar membranas celulares e interromper as funções das
células. Neste estudo foi informado que mais de 30 selenoproteínas foram
identificadas e suas estruturas, pelo menos em parte, determinadas, sendo que essa
variedade indica a larga gama de vias bioquímicas e funções fisiológicas para as
quais o Se contribui. O autor comenta que quando as estruturas e funções das
selenoproteínas se tornarem conhecidas, é provável que problemas clínicos que não
têm até agora sido relacionados ao Se, sejam revelados.
Doenças causadas pela deficiência de Se têm sido relatadas em muitos países
(Tinggi, 2003). A deficiência de Se causa a doença de Kaschim-Beck que afeta
juntas e cartilagens, aumentando o risco de doenças cardíacas e câncer (Tolonen,
1990; Werner e Beelman, 2002). O Se atenua os efeitos tóxicos do arsênio (Tolonen,
1990; Miyazaki, 2005) e pode também proteger contra imunossupressão relacionada
à idade (Turner e Finch, 1991).
Manifestações constatadas de deficiência de Se incluem mialgia, músculos
flácidos, miopatia cardíaca, aumento de fragilidade das células vermelhas sangüíneas
3
e degeneração pancreática (Mahan e Escott-Stump, 2002). Doenças relacionadas com
o funcionamento da glândula tireóide, doenças degenerativas (National Research
Council-NRC 1989) e outras, como artrite e diabetes também estão associadas com a
deficiência de Se no organismo humano (Reilly, 1998). Reilly (1998) considerou que
existe uma possível relação entre ingestão dietética de Se e doenças cardiovasculares
e câncer, pois há evidências de um efeito protetor do Se contra essas doenças em
humanos. Além disso, o Se parece desempenhar função importante no sistema imune
e na resposta do corpo a infecções.
Certos compostos derivados do Se vem sendo usados com sucesso no
tratamento de câncer (Gaso et al., 2000). Além disso, tem sido verificado que uma
dieta suplementada com Se pode inibir a incidência e o número de tumores que
ocorrem em vários modelos experimentais de câncer, em estudos epidemiológicos
usando cobaias em laboratório (Spolar et al., 1999). Sieja e Talerczyk (2004) e Sieja
e Talerczyk (2005) atribuíram à suplementação de Se, os benefícios observados em
mulheres em tratamento quimioterápico contra câncer de ovário. Neste estudo, foi
observado que a atividade antioxidante do Se é 200 % maior do que a da vitamina C,
que é considerada um excelente antioxidante. A suplementação com Se pode
aumentar a eficácia da substância usada em tratamento de câncer coloretal em estado
avançado (Altundag et al., 2005). A conseqüência mais severa da deficiência de Se
em humanos é a doença de Keshan, uma cardiomiopatia fatal que afeta crianças e
gestantes. Esta doença é prevalente em regiões da China, onde a ingestão média de
Se é da ordem de 3 μg/dia a 22 μg/dia, de acordo com Yang et al. (1983) e 4 μg/dia a
11 μg/dia de acordo com Robinson (1989).
Em crianças alimentadas com nutrição parenteral sem suplementação com Se,
foi observada redução no crescimento, peso elevado em relação à estatura,
despigmentação da pele e cabelos e perda de cabelos (Newly, 1989). Os dois últimos
problemas foram corrigidos com dois meses de tratamento constituído da
administração de 2 μg/kg de Se na forma de ácido selenoso.
A necessidade de Se pelo organismo está relacionada com o peso corporal. O
IOM (2000a) recomenda uma ingestão de 55 μg/dia para os norte-americanos adultos
do sexo masculino e feminino. Recomenda ainda, um acréscimo de 5 μg/dia durante
a gestação e 15 μg adicionais durante a lactação. Os requerimentos podem aumentar
4
quando se eleva o conteúdo de ácidos graxos insaturados na dieta em razão da
necessidade da atividade antioxidante do Se (Mahan e Escott-Stump, 2002).
A Ingestão Diária Recomendada (IDR) é a quantidade de vitaminas, minerais
e proteínas que deve ser consumida diariamente para atender às necessidades
nutricionais da maior parte dos indivíduos e grupos de pessoas de uma população
sadia. A IDR de Se (Tabela 1) do brasileiro toma como referências a Resolução
GMC nº 18/94 - Mercosul e Committee on Dietary Allowances, Food and Nutrition
Board. Recommended Dietary Allowances (RDA), 10
th
revised edition, National
Academy of Science (NAS), Washington D.C., 1989 (Brasil, 1998).
Robinson e Thomson (1983) verificaram que o Se foi absorvido sob
condições de alimentação normal no organismo humano, pois a absorção não é fator
limitante para a biodisponibilidade. Estudos que compararam o destino metabólico
do Se consumido na forma de sal, como selenito ou selenato ou na forma orgânica,
como selenometionina, mostraram que a forma química do Se ingerido afeta
diretamente seu metabolismo (Finley, 1999; Viñas et al., 2005). A selenometionina é
mais bem absorvida que o selenito e pode ser ativamente absorvida pelo mesmo
mecanismo da metionina e, presumivelmente, o mesmo é verdadeiro para a
selenocisteína (Robinson e Thomson, 1983). Este estudo comprovou que o selenito é
absorvido passivamente mas, rapidamente, evidenciando o seu aparecimento no
plasma 30 min após sua ingestão.
A selenometionina ingerida substitui a metionina em várias proteínas,
especialmente proteínas do músculo esquelético e, particularmente, quando grandes
doses de selenometionina são ingeridas. Entretanto, a extensão desta substituição
depende da proporção selenometionina/metionina na dieta e não parece estar sob
controle homeostático (Burk e Hill, 1993). Neste estudo foi ainda observado que a
selenometionina pode ser metabolizada a selenocisteína pelas vias da transaminação
da metionina e transsulfuração, quando quantidades adequadas de metionina estão
disponíveis.
5
Tabela 1 – Ingestão Diária Recomendada dos elementos traços durante o ciclo de
vida de uma pessoa
FERRO ZINCO IODO SELÊNIO GRUPO IDADE
(anos)
(mg/dia) (µg/dia)
Bebês 0 - 0,5
0,5 - 1,0
0,27
11
2
3
110
130
15
20
Crianças 1 - 3
4 - 8
7
10
3
5
90
90
20
30
Homens 9 - 13
14 - 18
19 - 30
31 - 50
51 - 70
> 70
8
11
8
8
8
8
8
11
11
11
11
11
120
150
150
150
150
150
40
55
55
55
55
55
Mulheres 9 - 13
14 - 18
19 - 30
31 - 50
51 - 70
> 70
8
15
18
18
8
8
8
9
8
8
8
8
120
150
150
150
150
150
40
55
55
55
55
55
Gestantes
18
19 – 30
31 - 50
27
27
27
12
11
11
220
220
220
60
60
60
Lactantes
18
19 – 30
31 - 50
10
9
9
13
12
12
290
290
290
70
70
70
FONTES: IOM (2000a); IOM (2000b)
6
Por meio da determinação da atividade da GSH-Px verificou-se que em
humanos, a selenometionina é absorvida e retida mais eficientemente que o selenato
ou selenito, pois as formas orgânicas de Se são melhor retidas do que o Se
inorgânico, embora todas as formas causaram aumentos similares na atividade da
GSH-Px (Levander, 1983). O selenato foi absorvido mais eficientemente que o
selenito, neste estudo, mas não foi tão efetivo para manter o Se no organismo. O
selenato pode compartilhar a mesma via de absorção do enxofre e tem uma absorção
de 95 % quando comparado ao selenito, com 62 % (Robinson e Thomson, 1983). O
Se orgânico parece ser prontamente armazenado por incorporação não específica
dentro do músculo esquelético enquanto o Se inorgânico pode não ser prontamente
armazenado, mas permanecer em um pool no corpo e ser utilizado na síntese
imediata de selenoproteínas funcionais (Daniels, 1996).
O metabolismo do Se, particularmente a reutilização da forma orgânica, está
intrinsecamente ligada ao metabolismo dos aminoácidos e depende, em grande parte,
da forma de Se ingerida ou usada como suplementação (Daniels, 1996). O
metabolismo do Se é também afetado pela quantidade de Se ingerido na dieta diária e
tais diferenças também estão parcialmente relacionadas à incorporação de Se nas
proteínas (Finley, 1999). De acordo com o autor, a forma de Se fornecido na dieta
também pode influenciar a propriedade anticarcinogênica desse elemento traço.
Alimentos marinhos, rins e fígado e, em menor quantidade, outras carnes, são
boas fontes de Se, enquanto que em grãos e outras sementes o teor de Se é variável e
depende do teor desse mineral no solo em que foram produzidos (WHO, 1987). Os
alimentos de origem vegetal contêm maior proporção de selenometionina que o
tecido animal. O teor de Se nos alimentos depende, em grande parte, de fatores
ambientais, incluindo o teor de Se do solo e a porosidade do mesmo (Geering et al.,
1988). De acordo com Ferreira (1995), o Se é um mineral deficitário na alimentação
básica do brasileiro, provavelmente, em razões das baixas concentrações desse
elemento nos solos do Brasil o que impossibilita que os alimentos tenham teores
suficientes para atender aos requerimentos humanos, inclusive, a população com
poder econômico mais elevado.
Os alimentos constituem a principal via de entrada dos elementos essenciais
ao homem e, o conteúdo de nutrientes destes, é um fator importante no seu valor
nutricional (Tannenbaum et al., 1993). Portanto, a adição de nutrientes aos alimentos
7
poderá constituir-se um procedimento recomendável para garantir o suprimento
nutricional adequado desses elementos.
2. SUPLEMENTAÇÃO DE ALIMENTOS COM SELÊNIO
Diversos produtos alimentícios suplementados com Se estão disponíveis no
mercado de certos países. Formulações infantis enriquecidas com Se são alimentos
funcionais ou alimentos produzidos para propósitos fisiológicos especiais (Reilly,
1998). Embora a forma química do Se nos alimentos seja o determinante primário da
sua absorção e subseqüente utilização pelo organismo humano (Levander, 1983),
vários fatores da dieta afetam a biodisponibilidade do Se ingerido (Coombs, 1988).
Dentre as substâncias que aumentam a disponibilidade desse elemento, estão:
metionina/proteína, vitamina E, concentrações elevadas de vitamina A,
antioxidantes, substâncias inibidoras incluindo metais pesados e dieta rica em
enxofre (Fairweather-Tait, 1997).
O enriquecimento de alimentos com Se pode reduzir a incidência de má
formação fetal e de doenças crônico-degenerativas, próprias da idade adulta, e
proporcionar maior resistência às infecções em indivíduos de todas as idades
(Ferreira, 1999). A modificação do conteúdo de Se dos alimentos também pode ser
uma estratégia efetiva para reduzir o risco de câncer em humanos (Spolar et al.,
1999).
2.1. Enriquecimento de cogumelos com selênio
Nos últimos anos, a produção e o consumo de cogumelos vêm aumentando e
ganhando destaque, em razão do reconhecimento das suas características nutricionais
e sensoriais e por apresentarem propriedades benéficas à saúde (Diez e Alvarez,
2001). A possibilidade da reciclagem de resíduos agrícolas e agroindustriais é outro
fator determinante no aumento do interesse no cultivo de cogumelos comestíveis e
medicinais.
A composição do substrato utilizado no cultivo dos fungos produtores de
cogumelos é fator importante na absorção de alguns nutrientes pelo fungo, mas
8
existem diferenças individuais na absorção desses elementos (Michelot et al., 1998).
O substrato usado para o cultivo de cogumelos, bem como seu estádio de
desenvolvimento e as condições pré e pós-colheita podem influenciar a composição
química e conseqüentemente, o valor nutricional dos cogumelos cultivados nesse
substrato (Bano e Rajarathnam, 1988; Bento, 2001). O acúmulo de um elemento,
essencial ou não, pelo fungo é atualmente uma questão relevante nos aspectos
relacionados à poluição ambiental, toxicologia de alimentos e, principalmente, do
ponto de vista nutricional (Kalac et al., 1996). Alguns estudos demonstraram que os
fungos são capazes de acumular P, K, Ca e metais pesados como cádmio (Cd),
chumbo (Cu) e mercúrio (Hg) presentes no substrato (Kalac et al., 1991). As análises
da composição química de cogumelos mostram grande variação de todos os
constituintes que pode ser causada por diferenças na espécie, substrato de cultivo e
estádio de desenvolvimento (Miles e Chang, 1997). Chang e Miles (1989),
comentaram que os cogumelos são fontes de minerais, pois estes são absorvidos
pelo micélio em crescimento e translocados para os corpos de frutificação.
Organismos como os fungos reduzem o Se biologicamente disponível a
formas insolúveis elementares ou produzem formas orgânicas voláteis de Se os quais
são perdidos na atmosfera (Girling, 1984). Os cogumelos têm alta capacidade de
acumular Se o que, em parte, depende da espécie (Simonoff e Simonoff, 1991) e
portanto, podem servir como uma fonte dietética de Se suprindo o organismo com
esse elemento traço essencial e escasso nas dietas.
Os cogumelos são fonte de Se, mas o conteúdo desse elemento é variável e
dependente do substrato usado no crescimento do fungo (Spolar et al., 1999; Kalac e
Svoboda, 2000). A análise da distribuição de Se no cogumelo Agaricus bisporus
mostrou que uma proporção desse elemento está localizada em (i) compostos
inorgânicos e orgânicos de baixa massa molecular enquanto pequenas proporções
estão localizadas em (ii) lipídeos e lipoproteínas, (iii) ácidos nucléicos e (iv)
proteínas, quitinas e polissacarídeos (Piepponen et al., 1990). Segundo Spolar et al.
(1999), a ingestão de cogumelos enriquecidos com Se pode suprimir a carcinogênese
experimental resultando em efeitos benéficos à saúde. Esses autores observaram que
a ingestão de cogumelos enriquecidos com Se altera, de forma benéfica, o processo
de formação de câncer. Portanto, o enriquecimento de cogumelos com Se, em
concentrações adequadas para que possam ser utilizados como alimentos funcionais
9
ou nutracêuticos, tem sido uma estratégia adotada (Spolar et al., 1998: Werner e
Beelman, 2001, 2002).
Durante o cultivo do fungo produtor de cogumelos, A. bisporus, foi
observado que compostos voláteis do Se podem ser adsorvidos ou absorvidos pelo
corpo de frutificação (van Elteren et al., 1998). Os resultados de enriquecimento de
A. bisporus com Se, mostraram o potencial destes cogumelos em absorver esse
elemento. A adição de Se na forma de selenito de sódio, nas concentrações 0,01g/L,
0,02 g/L e 0,05 g/L na água de irrigação resultou em cogumelos com concentrações
de Se que variaram de 3,58 mg/kg a 52,84 mg/kg do peso da matéria seca (Spolar et
al., 1998). Esses mesmos autores constataram que, nos cogumelos não enriquecidos
com Se, as concentrações de Se variaram de 0,60 mg/kg a 2,46 mg/kg de peso da
matéria seca. Werner e Beelman (2001) acrescentaram 3,0 mg/kg de selenito de
sódio ao composto para a produção de A. bisporus e obtiveram cogumelos com uma
concentração, em média, de 12,1 mg de Se por kg da matéria seca. A adição de 30,1
mg/kg; 82,5 mg/kg e 197,1 mg/kg de selenito de sódio ao composto seco resultou
em 89,4 mg/kg a 1.304 mg/kg de Se no cogumelo A. bisporus (Werner e Beelman,
2002). Quando se adicionou Se ao inóculo de A. bisporus, observou-se aumento da
concentração deste elemento no cogumelo (Werner e Beelman, 2001) mas, quando o
Se foi adicionado ao composto, a concentração desse elemento no cogumelo foi
duplicada (Werner e Beelman, 2002). Esses autores sugeriram que o Se contido no
inóculo é incorporado em compostos orgânicos durante o crescimento micelial e não
se encontra disponível para ser absorvido pelo corpo de frutificação.
O teor de Se em cogumelos A. bisporus cultivados em substrato não
suplementado com esse elemento, diminuiu significativamente durante todo o ciclo
de colheita. O estudo demonstrou que o acúmulo de Se foi diretamente dependente
da concentração de selenito de sódio, do estádio do ciclo da colheita e do número de
irrigação total com Se (Spolar et al., 1998). Verificou-se ainda, que o Se também foi
acumulado durante os subseqüentes fluxos de colheita, quando o selenito de sódio foi
adicionado à água de irrigação durante toda a produção dos cogumelos. Além disso,
o número de irrigações com selenito de sódio aplicadas durante o cultivo do fungo
também afetou o acúmulo de Se nos cogumelos. Esse resultado foi observado após a
aplicação de concentrações elevadas de até 197,1 mg/L de selenito de sódio na água
de irrigação. Werner e Beelman (2001) confirmaram que as variações no conteúdo de
10
Se acumulado pelos cogumelos são dependentes da composição do substrato usado
no cultivo do fungo, da quantidade desse substrato e das práticas utilizadas para a
produção dos cogumelos.
3. COGUMELO SHIITAKE
Atualmente, as quatro espécies de cogumelos comestíveis mais cultivadas no
mundo são A. bisporus (champignon), Lentinula edodes (shiitake), Volvariella
volcacea e Pleurotus sp. (Chang, 1980). Dentre esses, o shiitake é um dos mais
explorados por ser usado também como nutracêutico ou alimento funcional, pois
pode ser consumido como parte da dieta normal ou pode ser modificado e, ou
enriquecido para aumentar os benefícios à saúde. Pode também ser considerado um
nutricêutico, ou seja, consumido em forma de cápsulas ou tabletes, com fins
terapêuticos e, ainda, ser usado em preparações farmacêuticas, quimicamente
definidas e com propriedades específicas (Chang e Buswell, 1996). L. edodes
pertence ao filo Basidiomycota, ordem Agaricales, classe Hymenomycetes, família
Tricholomataceae (Tsuneda, 1994; Alexopoulos et al., 1996, Campbell e Racjan,
1999). Decompositor primário, habita naturalmente a madeira morta de várias
espécies de árvores sob diferentes condições climáticas (Przybylowicz e Donoghue,
1990; Ohga, 1992). No ano de 1992, foram produzidas 1.123 toneladas de shiitake e,
em 1999, a produção atingiu 3.914 toneladas, aumentando cerca de 3,5 vezes
(USDA, 1999). O shiitake é o cogumelo comercial mais consumido no Japão,
representando mais de 60 % dos cogumelos comercializados nesse país (Manzi et al.,
2001) e é o segundo cogumelo mais consumido no mundo (Chang e Buswell, 1996).
No Brasil também se tem evidenciado o aumento do consumo do shiitake, seguindo a
tendência mundial de consumo de alimentos saudáveis e de alta qualidade.
O shiitake apresenta propriedades medicinais pela presença de compostos
biologicamente ativos, com atividade hipolipidêmica, hipocolesterolemiante,
antitrombótica, antiviral, antibacteriana, anticarcinogênica, imunopotenciadora,
hepatoprotetora (Przybylowicz e Donoghue, 1990), antimutagênica (Lima et al.,
2001) e antitumoral (Miles e Chang, 1997). A substância hipocolesterolemiante ativa
no shiitake foi isolada e identificada como um derivado da adenosina chamado de
11
lentinacina ou lentisina conhecido como eritadenina e que atua baixando os níveis de
todos os tipos de lipoproteínas, ou seja, as lipoproteínas de alta densidade bem como
as de baixa densidade (Breene 1990). O agente ativo antitumor é o polissacarídeo β-
1,3 glucano, conhecido como lentinano, que também aumenta a resistência do
hospedeiro contra infecções causadas por bactérias, fungos e vírus, incluindo os
agentes da AIDS. O mecanismo de ação da atividade antiviral é, em muitos casos,
via indução do interferon (Miles e Chang, 1997). Acredita-se que o cogumelo
shiitake também tenha sido usado na cura de resfriados comuns por centenas de anos
e na prevenção da multiplicação do vírus da poliomielite (Johl et al., 1995).
A composição nutricional do cogumelo shiitake varia de acordo com o
substrato onde o fungo é cultivado. Przybylowicz e Donoghue (1990) encontraram
no cogumelo shiitake fresco cerca de 85 % a 95 % de água e de 43 % a 78 % da
matéria seca do shiitake constituem carboidratos. Seu valor protéico é relativamente
alto, representando entre 10 % e 29 % de sua matéria seca, sendo esse valor
semelhante, ou até maior, ao encontrado em muitos grãos (Pascholati et al., 1998).
De acordo com Chang (1980) e Chang e Buswell, (1996) as proteínas do shiitake
contêm a maioria dos aminoácidos essenciais em concentrações adequadas para a
nutrição humana. Przybylowicz e Donoghue (1990) sugerem que, do total de
aminoácidos presentes no cogumelo shiitake, 39 % são representados pelos
essenciais e que a metionina é o aminoácido limitante. Longvah e Deosthale (1998)
encontraram no cogumelo shiitake, 23 % de proteína de alta digestibilidade, 2 % de
lipídios, dos quais, 72 % a 77 % são constituídos de ácidos oléico e linoléico.
O shiitake é rico em vitaminas, como tiamina, riboflavina, niacina, biotina,
ácido fólico (Chang e Buswell, 1996) e ergocalciferol (Takamura e Hoshino, 1991).
Segundo Parrish (1979), a origem do ergosterol e vitamina D
2
(ergocalciferol) está
no reino Fungi. O ergosterol é submetido a fotólise quando exposto a luz ultravioleta,
de comprimento de onda de 280 nm a 320 nm, formando uma variedade de produtos,
como taquisterol, lumisterol e provitamina D
2
que, após rearranjo térmico
espontâneo, forma a vitamina D
2
. A vitamina D é um componente essencial ao ser
humano que pode ser produzida na pele pela ação da luz do sol ou absorvida da dieta
no trato intestinal (Mattila et al., 2002).
Os minerais no cogumelo shiitake constituem uma fração de 2,6 % a 6,5 %
(Przybylowicz e Donoghue, 1990). Cálcio (Ca), fósforo (P), ferro (Fe), sódio (Na),
12
potássio (K) e magnésio (Mg) estão presentes em concentrações significantes neste
cogumelo (Kurtzman, 1997; Bento, 2001). O teor de selênio (Se) no shiitake é baixo:
39 μg/kg de cogumelo seco (Mattila et al., 2001). O composto contendo Se
encontrado em maior quantidade, no cogumelo shiitake enriquecido com Se, foi
selenometionina ligada a proteínas (Ogra et al., 2004). Bento (2001) verificou que a
qualidade nutricional do cogumelo shiitake é maior quando o fungo é cultivado em
substrato à base de serragem e quando enriquecido com farelo de cereais porque os
nutrientes estão disponíveis em maiores quantidades do que em toras de madeira,
facilitando a sua absorção. Em razão do alto rendimento e custo, o cultivo desse
cogumelo pode ser uma alternativa promissora para os agricultores brasileiros e, a
possibilidade de enriquecer nutricionalmente esse cogumelo deve ser considerada.
A produção de shiitake é um exemplo de bioconversão da madeira e de outros
materiais ligninocelulósicos, que constituem grande parte da biomassa renovável
(Buswell et al., 1995). Esse fungo é um organismo ligninocelulolítico ativo capaz de
degradar componentes individuais de ligninocelulose, como lignina, celulose e
hemicelulose, secretando uma série de enzimas oxidativas e hidrolíticas incluindo
lacase, xilanase, celulase, hemicelulase, manganês peroxidase, fosfatase ácida, dentre
outras que contribuem para a degradação e reciclagem (Leatham, 1985; Buswell et
al., 1993; Buswell et al., 1995; Lee et al., 1999; Cavallazzi et al., 2004).
4. EFEITO DO SELÊNIO SOBRE FUNGOS FILAMENTOSOS
4.1. Efeito do selênio sobre a atividade enzimática de fungos produtores de
cogumelos
A serragem é o ingrediente básico mais popular usado nas formulações
sintéticas do substrato para produzir shiitake (Royse, 1997a). Adiciona-se a esta,
suplementos à base de cereais, como farelo de trigo, farelo de arroz, milho e centeio,
correspondendo entre 20 % e 60 % da massa seca do substrato, os quais podem ser
adicionados à mistura e servir como nutrientes para favorecer o crescimento do
fungo (Royse, 1997b).
13
A lignina é um polímero de fenilpropanóide que tem uma estrutura altamente
complexa e variável e é conhecida por ter baixa degradabilidade comparada a outros
componentes das folhas (Stott et al., 1983). Somente um número restrito de
organismos, como Basidiomicetos, é capaz de metabolizar a molécula de lignina
intacta (Swift et al., 1979). Em razão da natureza e do tamanho da molécula de
lignina, as enzimas responsáveis pela sua hidrólise inicial são extracelulares e não
específicas (Kirk e Farrell, 1987). Porém, a degradação da lignina é um processo
complexo e as enzimas têm, provavelmente, efeitos sinergísticos entre si (Tuomela et
al., 2000).
A lacase (benzenodiol: oxigênio oxidoredutase) é uma enzima extensamente
estudada em razão do seu uso potencial emrias áreas tais como têxtil, de papel,
indústria de polpa e de alimentos (Thurston, 1994). O autor descreve esta enzima
como um tipo de polifenoloxidase contendo cobre (p-difenoloxidase) que oxida
polifenóis, fenóis metoxi substituídos, diaminas e uma considerável variedade de
outros compostos. Yaropolov et al. (1994) descreveram a lacase como uma
glicoproteína da família de oxidases azuis contendo cobre que varia entre 10 % a 45
%, e com o tipo de carboidrato de sua composição, entre espécies e entre isozimas da
mesma espécie. De acordo com os autores, essas enzimas têm especificidade pelo
substrato, e não atuam sobre o produto reduzido por elas. A afinidade da lacase ao
substrato pode ser estendida às subunidades não fenólicas de lignina. Kahraman e
Gurdal (2002) afirmaram que muitos fungos produzem altas quantidades de lacase
extracelular. Nos estádios iniciais do período de crescimento vegetativo de L. edodes,
foram constatadas altas taxas de degradação da lignina (Leatham, 1985). Este
resultado pode indicar uma atividade significante da lacase.
A degradação natural completa de materiais de plantas lenhosas é resultante
da ação de fungos, dentre os quais basidiomicetos formadores de cogumelos
(Kvesitadze et al., 1999). A capacidade de degradação resulta da presença e da
atividade de um sistema de enzimas que agem por mecanismos de despolimerização
diferenciados e degradam todos biopolímeros de plantas superiores como a celulose,
a hemicelulose e a lignina. A ação de enzimas como as celulases e as xilanases
permite que os fungos usem materiais lenhosos como fonte de carbono e energia.
Assim, a colonização eficiente pelo fungo e a utilização de toras de madeira e toras
artificiais, à base de serragem de madeira, usualmente usadas como substratos de
14
crescimento dependem da capacidade do fungo para produzir as enzimas
extracelulares requeridas para degradar os componentes principais de
ligninocelulose, tais como, celulose, hemicelulose e lignina (Kirk, 1983). Entretanto,
na parede celular de plantas lenhosas, estes materiais estão intimamente associados
na forma de uma matriz complexa onde a lignina pode atuar como uma barreira para
a degradação de polissacarídeos pelo micélio do fungo, restringindo a
disponibilidade de nutrientes requerida para o crescimento.
4.2. Efeito do selênio sobre a morfologia dos fungos
Não se têm informações do efeito do Se sobre a morfologia do micélio de L.
edodes e sobre os eventos de desenvolvimento dos primórdios do corpo de
frutificação. Porém, alguns elementos, como metais pesados, podem interferir na
morfologia das células de diversos grupos de fungos. Darlington e Rauser (1988)
verificaram que, no fungo ectomicorrízico Paxillus involutus, a adição de Cd
aumentou a densidade das hifas evidenciada pelo aumento no número de
ramificações e uma diminuição da distância entre os pontos das ramificações. Gildon
e Tinker (1981) verificaram que o excesso de Cu e Zn interferiu na morfologia do
micélio que apresentou comprimento irregular e pouca ramificação.
Lilly et al. (1992) observaram que uma diminuição na taxa de crescimento do
fungo Schizophyllum commune causada por metais pesados é freqüentemente
acompanhada por mudanças morfológicas do micélio. Nesse estudo, constatou-se
que o crescimento desse fungo em meio sólido contendo Cd, levou a um aumento na
formação da hifa aérea e a mudanças morfológicas durante o crescimento da hifa e a
extensão dessas mudanças reflete o aumento na concentração do metal. O cultivo de
Daedalea quercina em meio líquido com Cd resultou em encurtamento da hifa e
aparência irregular na superfície da mesma (Gabriel et al., 1996). Os mecanismos
relacionados à ramificação das hifas não são conhecidos (Müller et al., 2000). No
entanto, de acordo com os autores, o diâmetro da hifa, a freqüência e o padrão de
ramificação são influenciados pela taxa específica de crescimento. Estas mudanças
indicam que a morfologia do fungo é cuidadosamente ajustada em resposta às
condições de crescimento (Dynesen e Nielsen, 2003).
15
Culturas fúngicas cultivadas na presença de metais pesados podem também
mudar sua coloração. O fungo Stereum hirsutum produziu um pigmento amarelo-
laranja, extracelularmente e no micélio, quando cultivado na presença de 0,25 mol
L
-1
ou mais de Cd (Baldrian et al., 1996).
O núcleo, como outras organelas nas células, é dinâmico e pode se mover no
citoplasma (Morris, 2003). O autor afirma que em muitas células, movimentos
nucleares estão relacionados com mitose ou meiose; em outras, estão relacionados
com divisões nucleares e, em outras ainda, eles estão relacionados com distribuição
do mesmo pelo citoplasma. Ainda de acordo com o autor, a movimentação dos
núcleos pode ser afetada por diversos fatores, como presença de alguns elementos
minerais no meio de crescimento.
Investigar o crescimento micelial e atividades metabólicas do fungo L. edodes
na presença de Se, é de fundamental importância, pois disponibiliza informações
para otimizar técnicas de cultivo, tornando o sistema mais confiável e eficiente. Os
dados obtidos podem ser úteis no desenvolvimento de processos para o
enriquecimento de cogumelos shiitake com Se, buscando suprir uma proporção
significante da ingestão dietética recomendada desse elemento.
16
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28
CAPÍTULO 1
CRESCIMENTO E MORFOLOGIA MICELIAL DE Lentinula edodes
CULTIVADO EM SUBSTRATOS COM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES
DE SELENITO DE SÓDIO
1. INTRODUÇÃO
Íons metálicos são de fundamental importância para microrganismos
filamentosos, como oomicetos e fungos, com funções no metabolismo e crescimento
(Lundy et al., 2001). Certos metais como potássio (K), sódio (Na), manganês (Mg),
ferro (Fe), zinco (Zn), e cobre (Cu) são considerados essenciais pois são necessários
para funções metabólicas. Outros elementos, como por exemplo o selênio (Se), são
também essenciais para humanos, animais e muitas espécies de microrganismos (Tan
et al., 2002).
Os fungos filamentosos são morfologicamente complexos, exibindo
diferentes formas estruturais ao longo do seu ciclo de vida, o que é determinado
também por diversos fatores. Os fatores que afetam a morfologia e a coloração das
estruturas fúngicas incluem a natureza do inóculo, as características químicas e
físicas do meio, tais como a temperatura, o pH, as forças mecânicas, o oxigênio e o
gás carbônico dissolvido, entre outros (Kossen, 2000; Papagianni, 2004). No
ambiente natural, as limitações para o crescimento do fungo são principalmente
impostas pelas condições nutricionais (Ramsay et al., 1999; Gadd, 2001).
A colônia do fungo é formada pela ramificação das hifas. Em geral, a taxa de
crescimento da colônia não é constante, diminuindo ao longo do crescimento do
fungo em razão da exaustão de nutrientes e aglomeração das hifas (Boddy, 1993).
Quando o fungo cresce em meio de cultura, a taxa de crescimento é muito
dependente da quantidade de nutrientes. Em meio com teor de nutrientes elevado, a
produção de hifas e a taxa de crescimento do fungo são maiores e o micélio formado
é mais denso, enquanto que, em meio com poucos nutrientes, as colônias
desenvolvem-se cobrindo quase toda a superfície do meio com hifas mais distantes e
menos densas (Matsuura, 2002). Metais essenciais, como o Cu e o Zn e metais não
29
essenciais como o Cd, podem exercer toxicidade e serem acumulados pelo fungo
quando presentes em concentrações elevadas e sob formas disponíveis (Stijve e
Besson, 1976; Gadd, 1992; Gadd, 1993), afetando também o crescimento micelial.
Como o núcleo é uma organela dinâmica que pode se mover no citoplasma e
os movimentos nucleares estão relacionados com mitose ou meiose, com divisões
nucleares ou com distribuição do núcleo pelo citoplasma, a movimentação dos
núcleos pode ser afetada por diversos fatores como a presença de alguns elementos
minerais no meio de crescimento (Morris, 2003), sendo portanto, uma variável que se
deve avaliar para verificar o efeito de determinados nutrientes no crescimento de
fungos. Considerando o efeito do ambiente na morfologia da hifa e da colônia de
fungos, este trabalho teve como objetivo, observar o efeito do selênio no crescimento
micelial e na morfologia do micélio de isolados de L. edodes cultivados em
substratos acrescidos de diferentes concentrações de selenito de sódio.
30
2. MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi conduzido no Laboratório de Associações
Micorrízicas do Instituto de Biotecnologia Aplicada à Agropecuária (BIOAGRO) da
Universidade Federal de Viçosa – UFV, em Viçosa – Minas Gerais.
2.1. Crescimento de L. edodes em meios de cultura com diferentes concentrações
de selênio
Doze isolados de L. edodes (Berk.) Pegler pertencentes à coleção do
Departamento de Microbiologia da UFV foram utilizados para a avaliação do
crescimento em meio semi-sintético e em substrato ligninocelulósico contendo
diferentes concentrações de selenito de sódio. Os isolados utilizados foram UFV11,
UFV16, UFV53, UFV62, UFV63, UFV73, UFV74, UFV75, UFV78, UFV80,
UFV81 e UFV82.
Para reativação das culturas, transferiu-se um disco de ágar batata dextrose
(BDA, Merck
®
) de 8 mm de diâmetro, contendo micélio das bordas das colônias das
culturas estoques, para o centro de placas de Petri de 90 mm de diâmetro contendo
20 mL de BDA. As placas foram incubadas por 15 dias a 25 °C.
Substrato ligninocelulósico à base de serragem de eucalipto (Eucalyptus
grandis) foi preparado com 78 % de serragem, 20 % de farelo de arroz, 0,4 % de
CaCO
3
e 1,6 % de CaSO
4
de acordo com Bento (2001) e umidificado com água de
torneira. O substrato foi autoclavado a 120 °C por 60 minutos e, após resfriamento,
adicionou-se selenito de sódio (Na
2
SeO
3
) nas concentrações de 0,32; 0,64; 0,96 ou
1,28 mmol L
-1
. O tratamento controle consistiu dos mesmos meios de cultura sem a
adição de Se.
Os isolados cultivados em BDA foram transferidos com um disco de ágar de
8 mm de diâmetro contendo micélio das bordas das colônias para o centro de placas
de Petri de 90 mm de diâmetro contendo 20 mL de BDA (Merck
®
) ou 20 g de
substrato ligninocelulósico suplementados com selenito de sódio. As placas foram
incubadas foi a 25 ºC por 12 dias em estufas tipo BOD. A cada três dias mediu-se,
com régua, o diâmetro da colônia, em milímetros, em duas posições representativas
da margem da área colonizada. Esses dados foram utilizados para a elaboração das
31
curvas de crescimento. Calculou-se a taxa especifica de crescimento pela inclinação
da curva de crescimento obtida.
Ao final do período de incubação, determinou-se a massa micelial seca dos
isolados cultivados em BDA. Para essa avaliação, todo o conteúdo da placa foi
colocado em béquer contendo cerca de 300 mL de água destilada, e levado ao forno
microondas até a dissolução completa do ágar. Utilizando-se peneira com malha
correspondente a 400 mesh, o material foi separado e levado à estufa a 105 ºC com
circulação forçada de ar, por 48 horas. Este ensaio foi realizado em triplicata.
2.2. Morfologia micelial
Para a avaliação da morfologia micelial na presença de selênio, três isolados
de L. edodes foram selecionados, levando em consideração, o crescimento micelial,
em diâmetro e em biomassa seca, comparando-se o crescimento na maior
concentração de selenito de sódio e no controle. Esses isolados foram cultivados pela
técnica de microcultivo sobre lâminas de microscopia contendo 100 μL de meio
BDA acrescido de selenito de sódio (Na
2
SeO
3
) nas concentrações 0,32; 0,64; 0,96 ou
1,28 mmol L
-1
e o controle, em BDA sem Se. As lâminas foram mantidas dentro de
placas de Petri contendo papel de filtro umedecido em água destilada esterilizada e
incubadas em estufa tipo BOD a 25
o
C. Após seis dias foram medidos os diâmetros
das hifas e as distâncias entre os septos em várias áreas de cada lâmina, fazendo-se
seis medidas em cada lâmina, em microscópio de luz PGH Rundfunk-Fernsehen
IP20 com micrômetro acoplado a ocular. A medida dos diâmetros das hifas e das
distâncias entre os septos foi realizada em triplicata.
Para avaliação da distância entre os núcleos, o micélio cultivado sobre a
lâmina foi corado com 10 μL do corante SYBR
®
Green I diluído 1.000 vezes em 10
mol L
-1
de KH
2
PO
4
contendo 18 % de glicerol de acordo com Meinhardt et al.
(2001). Após cinco minutos de contato com a solução, o micélio foi observado sob
microscópio Nikon E600 com um sistema Y-FL epi-fluorescente acoplado. O
micélio corado foi fotografado onde se puderam observar os núcleos. Em cada
lâmina, foram medidas dez distâncias entre os núcleos, próximos entre si, na mesma
hifa, com lâmina micrométrica. Esta medida foi realizada em triplicata.
32
2.3. Análise estatística
Adotou-se o delineamento em fatorial com doze isolados (UFV11, UFV16,
UFV53, UFV62, UFV63, UFV73, UFV74, UFV75, UFV78, UFV80, UFV81 e
UFV82), 5 níveis de concentração de Se com três repetições para a taxa específica de
crescimento e massa seca e com quatro níveis de tempo para as curvas de
crescimento em BDA e substrato ligninocelulósico. Os dados obtidos para a
elaboração das curvas de crescimento, foram transformados em logaritmo neperiano
(Ln) para ajuste dos dados à curva. Para as análises de variância e de regressão
utilizou-se o programa estatístico SAS.
33
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Crescimento de L. edodes em meios de cultura com diferentes concentrações
de selênio
Todos os isolados do fungo L. edodes cultivados em BDA e em substrato
ligninocelulósico, suplementados com Se, apresentaram crescimento que foi
observado pelo aumento no diâmetro da colônia ao longo do tempo (Figuras 1 e 2).
O padrão de crescimento micelial observado foi semelhante durante a colonização
dos substratos enriquecidos com Se, constatando-se uma redução do crescimento à
medida que se aumentou a dose de Se (Figuras 1 e 2). No tratamento controle, apenas
os isolados UFV53, UFV73, UFV81 colonizaram completamente os substratos no
período avaliado de 12 dias. Os demais isolados colonizaram quase toda a placa,
apresentando uma diminuição na colonização com o aumento da dose de selenito de
sódio adicionada ao substrato (Figura 2).
Os isolados UFV11 e UFV74 apresentaram maior tolerância ao Se, quando se
comparou o diâmetro da colônia em meio BDA com 1,28 mmol L
-1
de selenito de
sódio com o tratamento controle (Figura 1). Essa redução no diâmetro da colônia foi
menor do que 6 % no último tempo avaliado, enquanto que os isolados mais
sensíveis foram UFV62, UFV78 e UFV82 que apresentaram diâmetro da colônia 53
%, 59 % e 52 % menor do que o controle, respectivamente. Nos demais isolados, a
redução dessa taxa variou de 30 % a 43 %.
A diminuição no tamanho da colônia e no padrão de ramificação em presença
de micronutrientes também foi observada por Gadd et al. (2001) em Trichoderma
viride e Rhizopus arrhizus. Esses autores constataram que o estresse do fungo em
razão da toxicidade desses metais depende da disponibilidade de nutrientes e do meio
de crescimento, pois, em ambientes com baixos teores de nutrientes, ocorre limitação
na expressão dos mecanismos de tolerância à toxicidade. Considerando que as
condições nutricionais e ambientais, nesse estudo, foram as mesmas, então, as
características genéticas de cada isolado influenciaram o crescimento fúngico,
mostrando que apesar de pertencerem à mesma espécie, os isolados apresentam
algumas características distintas.
34
Figura 1 – Curvas de crescimento de 12 isolados do fungo L. edodes UFV11 UFV16
UFV53 UFV62 UFV63 UFV73 UFV74 UFV75 UFV78
UFV80 UFV81 UFV82 cultivados, por 12 dias a 25 ºC, em BDA
acrescido de quatro concentrações de selenito de sódio, A= 0,32 mmol L
-1
;
B= 0,64 mmol L
-1
; C= 0,96 mmol L
-1
; D= 1,28 mmol L
-1
e E= controle sem
selênio
A
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
36912
Tempo (dias)
Ln do diâmetro da colônia
B
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
36912
Tempo (dias)
Ln do diâmetro da colônia
C
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
36912
Tempo (dias)
Ln do diâmetro da colônia
D
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
36912
Tempo (dias)
Ln do diâmetro da colônia
E
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
36912
Tempo (dias)
Ln do diâmetro da colônia
35
Figura 2 – Aspecto das colônias do isolado UFV53 cultivado, a 25 ºC por 12 dias,
em BDA (A) ou em substrato ligninocelulósico (B) com concentrações
crescentes de selenito de sódio
O diâmetro das colônias dos isolados avaliados em meios livres de Se
(controle) e naqueles adicionado de baixa concentração de selenito de sódio (0,32
mmol L
-1
) aumentou mais rápido, em relação àqueles cultivados em meios
suplementados com concentrações maiores de Se, e o micélio tomou toda ou quase
toda a superfície do meio no décimo segundo dia de incubação (Figura 2). No
entanto, houve uma tendência gradual de declínio da taxa de crescimento das
colônias, conforme se aumentou a dose de selenito de sódio no meio, mostrando que
doses elevadas de Se afetam negativamente o crescimento micelial desse fungo
(Figura 2) e pode ser atribuída à reconhecida toxicidade do Se em doses elevadas
(Bennett, 2001; Viñas, et al., 2005). O efeito de toxicidade de outros elementos
como o cobalto (Co) e o magnésio (Mg) sob a célula fúngica de Psathyerella
atroumbonata foi verificado por Jonathan e Fasidi (2001).
A composição do meio de cultura também afetou o crescimento micelial.
Quando cultivados em substrato ligninocelulósico, os isolados UFV53, UFV63 e
UFV81 foram os que apresentaram maior tolerância ao Se com redução no diâmetro
das colônias inferior a 30 % quando se comparou a concentração 1,28 mmol L
-1
em
relação ao meio sem adição do selenito de sódio (Figura 3). Nesse substrato, o
isolado UFV78 foi o mais sensível ao Se e apresentou redução no crescimento maior
do que 60 %.
controle
0,32 mmol L
-
1
0,64 mmol L
-
1
1,28 mmol L
-
1
B
controle
0,32 mmol L
-
1
0,64 mmol L
-
1
0,96 mmol L
-
1
A
1,28 mmol L
-
1
0,96 mmol L
-
1
36
Figura 3 – Curvas de crescimento de 12 isolados do fungo L. edodes UFV11 UFV16
UFV53 UFV62 UFV63 UFV73 UFV74 UFV75 UFV78
UFV80 UFV81 UFV82 cultivados, por 12 dias a 25 ºC, em substrato
ligninocelulósico acrescido de quatro concentrações de selenito de sódio,
A= 0,32 mmol L
-1
; B= 0,64 mmol L
-1
; C= 0,96 mmol L
-1
; D= 1,28 mmol L
-1
e
E= controle sem selênio
A
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
36912
Tempo (dias)
Ln do diâmetro da colônia
B
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
36912
Tempo (dias)
Ln do diâmetro da colônia
C
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
36912
Tempo (dias)
Ln do diâmetro da colônia
D
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
36912
Tempo (dias)
Ln do diâmetro da colônia
E
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
36912
Tempo (dias)
Ln do diâmetro da colônia
37
Entretanto, os isolados UFV16 e UFV81 apresentaram redução menor do que
15 % na taxa específica de crescimento ao longo do período de incubação quando se
comparou com a maior concentração de selenito de sódio (1,28 mmol L
-1
) adicionada
ao BDA em relação ao controle (Figura 4A), demonstrando que esses isolados são
menos afetados, nesses substratos, pelos efeitos tóxicos do Se. Por outro lado, nestas
mesmas condições, a taxa de crescimento do isolado UFV78 reduziu mais do que 60
%, demonstrando maior sensibilidade à presença desse elemento. Nos demais
isolados, a redução na taxa específica de crescimento variou de 22 % a 46 %. A taxa
específica de crescimento de todos os isolados avaliados e em ambos os substratos
diminuiu à medida que se aumentou a concentração de Se (Figura 4). A taxa de
crescimento de Paxillus involutus também foi reduzida em 45% quando 1 mmol de
Cd/m
3
foi adicionado ao meio de cultura (Darlington e Rauser, 1988). Os metais e
seus compostos podem interagir com o fungo de várias maneiras dependendo do
metal, da espécie do organismo e das condições ambientais, enquanto que a atividade
metabólica do fungo influencia a disponibilidade e a mobilidade do metal (Gadd,
1993; Gadd e Sayer, 2000). Para Valix e Loon (2003), o efeito de metais pesados
sobre o crescimento varia com a estirpe do fungo, sendo que o comportamento
adaptativo dos fungos a esses metais, refletidos na taxa de crescimento e de morte,
pode ser usado para indicar a tolerância ou adaptação do fungo ao aumento da
concentração do metal.
A taxa específica de crescimento dos isolados UFV53, UFV63 e UFV81 em
substratos ligninocelulósicos reduziu menos do que 8 % ao longo do período de
incubação, quando se comparou o resultado obtido na maior concentração de
selenito de sódio (1,28 mmol L
-1
) (Figura 4B) em relação ao meio controle. Este
resultado pode indicar uma maior tolerância desses isolados à presença de doses
maiores de Se nesse substrato. Por outro lado, os isolados UFV74 e UFV78
apresentaram redução da taxa específica de crescimento superior a 35 % e portanto,
foram mais sensíveis aos efeitos tóxicos do Se. Darlington e Rauser (1988)
trabalhando com P. involutus cultivado em ágar MMN observaram que existe relação
inversa entre a taxa de crescimento (mm/dia) e a concentração de Cd, porém, não foi
observada nenhuma relação entre a duração da fase lag e a concentração desse
elemento.
38
Figura 4 – Taxas específicas de crescimento de 12 isolados do fungo L. edodes,
UFV11 UFV16 UFV53 UFV62 UFV63 UFV73 UFV74
UFV75 UFV78 UFV80 UFV81 UFV82 cultivados, por 12
dias a 25 ºC, em BDA (A) ou substrato ligninocelulósico (B) acrescidos
de quatro concentrações de selenito de sódio e controle sem selênio
0,08
0,11
0,14
0,17
0,20
0,23
0,26
0 0,32 0,64 0,96 1,28
Selenito de sódio (mmol L
-1
)
Taxa específica de crescimento dias
-1
A
0,08
0,11
0,14
0,17
0,20
0,23
0,26
0 0,32 0,64 0,96 1,28
Selenito de sódio (mmol L
-1
)
Taxa específica de crescimento dias
-1
B
39
A massa seca fúngica da maioria dos isolados cultivados em BDA diminuiu à
medida que se aumentou a dose de selenito de sódio (Figura 5). De acordo com
Darlington e Rauser (1988), a massa micelial de P. involutus foi reduzida quase pela
metade na presença de metal, como o Cd,
em relação ao meio controle sem Cd.
Figura 5 – Massa seca de 12 isolados do fungo L. edodes UFV11 UFV16 UFV53
UFV62 UFV63 UFV73 UFV74 UFV75 UFV78 UFV80 UFV81
UFV82 cultivados, por 12 dias a 25 ºC, em BDA acrescido de quatro
concentrações de selenito de sódio e controle sem selênio
A diminuição no diâmetro da colônia à medida que se aumentou a
concentração de Se nem sempre significou menor massa micelial ou menor
crescimento. Esta afirmação é proveniente da observação dos dados quando se
constatou a redução do diâmetro das colônias dos isolados UFV11, UFV16 e UFV73
na presença de 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio, as massas secas obtidas desses
isolados foram maiores nessa concentração (Figuras 1 e 5). Este resultado pode ser
atribuído ao fato do Se ter promovido um crescimento micelial mais compacto o que
não é determinado pela medida do diâmetro da colônia e sim, quando se avalia a
massa seca. Os demais isolados mostraram reduções na massa seca à medida que se
aumentou a concentração de Se.
0
20
40
60
80
0 0,32 0,64 0,96 1,28
Selenito de sódio (mmol L
-1
)
Massa seca micelial (mg)
40
Resultados semelhantes foram encontrados por Gadd et al. (2001) que
observaram que o tamanho das colônias de T. viridae, em substrato pobre em
nutrientes e na presença de 0,1 mol L
-1
de Cd, Cu e Zn reduziu-se a um terço nos
tratamentos que foram adicionados esses metais em relação o tratamento controle.
No entanto, na presença de metais, as ramificações foram apenas ligeiramente
menores, mas orientadas para o interior da colônia. O mesmo aconteceu com a
distribuição da biomassa que foi pouco densa e concentrada no interior da colônia.
Para os autores, o padrão de distribuição de biomassa observado no T. viridae sugere
que a presença dos metais altera a alocação de nutrientes dentro do micélio e tem
efeito individual e específico sobre o crescimento do fungo. Por sua vez, Chen et al.
(2003) observaram uma duplicação da biomassa do fungo Volvariella volvacea
cultivado na presença de Cu, quando se adicionaram ao meio de crescimento doses
elevadas de nitrogênio (N) em relação ao tratamento com baixo teor desse elemento.
Considerando os resultados obtidos, foram selecionados para a continuidade
deste trabalho, os isolados UFV11, UFV16 e UFV53 por apresentarem maior
tolerância ao Se durante o crescimento nos substratos avaliados (Figuras 1 e 3), pela
maior taxa específica de crescimento (Figura 4) e maior produção de massa seca na
concentração de 1,28 mmol L
-1
Se (Figura 5). Foram consideradas também as
informações disponíveis no Laboratório de Associações Micorrízicas da
Universidade Federal de Viçosa – UFV, de que o isolado UFV16 apresenta elevada
frutificação e, conseqüentemente, alta produção de cogumelos.
Embora tenham apresentado tolerância ao Se nos substratos avaliados, os
isolados UFV63 e UFV81 (Figuras 1, 3, 4A e 4B) mostraram redução superior a 40%
na massa seca na concentração 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio em relação ao
controle (Figura 5). Este resultado justifica a não seleção destes isolados para a
continuidade do presente trabalho.
3.2. Morfologia da colônia
A morfologia das colônias dos isolados de L. edodes em BDA foi similar,
independente da presença de Se. Foram observadas colônias circulares, porém com
hifas menos densas à medida que se aumentou a dose de Se (Figura 2). Em substrato
ligninocelulósico, dois tipos morfológicos de colônia foram observados. Uma colônia
41
com aspecto uniforme em todas as concentrações de Se, e outra, exibindo mudanças
morfológicas à medida que se aumentou a concentração de Se. O isolado UFV74
apresentou colônia altamente condensada na presença de Se (Figura 6). A
composição do meio é um dos fatores que influencia a agregação celular, visto que as
colônias mudam de compactas para ramificadas com a diminuição de nutrientes no
meio (Papagianni et al., 1999). Segundo Matsuura (2002), quando ocorrem
mudanças nas condições ambientais, podem ocorrer mudanças na morfologia da
colônia de fungos em razão da aglomeração de células, ou seja, quando ocorre
aglomeração da população, a colônia torna-se mais compacta. De acordo com o
mesmo autor, a diversidade morfológica depende da estirpe e das condições de
cultivo e a taxa de extensão da hifa é enormemente diminuída pelo efeito da
aglomeração da hifa. Tal efeito é aparente quando a concentração de nutrientes é alta.
As desvantagens do crescimento micelial disperso incluem a redução na eficiência do
suprimento de oxigênio bem como um aumento na parede celular (Papagianni,
2004).
O efeito de metais pesados sobre o diâmetro da colônia de fungo também foi
observado por Darlington e Rauser (1988) que registraram redução no diâmetro da
colônia de P. involutus cultivado em ágar Melin-Norkrans modificado (MMN), à
medida que se aumentou a concentração de cádmio (Cd).
Figura 6 – Aspecto da colônia do isolado UFV74 de L. edodes cultivado, por 12 dias
a 25 °C, em substrato ligninocelulósico não adicionado (controle) ou
adicionado de 0,32 mmol L
-1
de selenito de sódio
controle
controle 0,32 mmol L
-1
42
3.3. Morfologia micelial
O diâmetro das hifas, distância entre septos e distância entre núcleos (Figura
7) apresentaram diferença (p < 0,05) entre os três isolados (UFV11, UFV16 e
UFV53) e entre as concentrações de Se testadas.
A distância entre septos tendeu a diminuir nos tratamentos que receberam
1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio em todos os isolados estudados (Figura 8),
podendo ser atribuída ao efeito tóxico do Se, em altas doses.
A Figura 7 ilustra a distribuição de núcleos do isolado UFV11 nas quatro
concentrações de selenito de sódio e no controle sem Se.
Figura 7 – Distribuição dos pares de núcleos no micélio do isolado UFV11, cultivado por 6
dias a 25 ºC, em BDA acrescido de quatro concentrações de selenito de sódio, A=
0,32 mmol L
-1
(100x); B= 0,64 mmol L
-1
(100x); C= 0,96 mmol L
-1
(100x); D=
1,28 mmol L
-1
(100x) e E= controle sem selênio (100x). As setas exemplificam
alguns núcleos onde suas distâncias foram determinadas
D
C
E
A
B
43
Figura 8 - Diâmetro das hifas (A), distância entre septos (B), distância entre núcleos
(C) dos isolados UFV11(), UFV16() e UFV53() do fungo L. edodes
cultivados em BDA com diferentes concentrações de selenito de sódio
0
5
10
15
20
25
0 0,32 0,64 0,96 1,28
Selenito de sódio (mmol L
-1
)
C
Distância entre núcleos
(
μ
m
)
0
200
400
600
800
1000
1200
0 0,32 0,64 0,96 1,28
Selenito de sódio (mmol L
-1
)
B
Distância entre septos (μm)
20
30
40
50
0 0,32 0,64 0,96 1,28
Selenito de sódio (mmol L
-1
)
A
Diâmetro da hifa (μm)
44
O Se influenciou o diâmetro das hifas do isolado UFV53 mas não afetou a
distância entre septos e entre núcleos. No entanto, os isolados UFV11 e UFV16
apresentaram comportamento oposto, visto que o Se influenciou a distância entre
septos e entre núcleos, mas não modificou o diâmetro das hifas (Figura 8). Segundo
Papagianni (2004), a extensão e o comprimento da hifa varia consideravelmente com
o fungo e depende do suprimento de nutrientes e da área de superfície dessa hifa, o
que aumentará o seu diâmetro e o estreitamento de sua extremidade. Para o autor,
existem poucas pesquisas mostrando a relação entre a forma da extremidade da hifa e
a taxa de extensão, mas essa aumenta geralmente com o diâmetro da hifa em um
único organismo. Zhu e Gooday (1992) encontraram uma relação direta entre a
extensão da hifa e o quadrado do diâmetro da hifa em Botrytis cinerea, sugerindo que
a extensão da hifa é dependente do suprimento de material para a extremidade da
hifa. De acordo com os autores, em Mucor rouxii, porém, embora a taxa de extensão
da hifa tenha aumentado com o diâmetro, nenhuma relação quantitativa precisa, entre
esses dois parâmetros, pôde ser identificada.
E
E
D
45
4. CONCLUSOES
O selenito de sódio afetou o crescimento micelial do fungo L. edodes.
O crescimento de alguns isolados é estimulado nas concentrações 0,32 mmol
L
-1
de selenito de sódio no meio de cultura, enquanto outros são inibidos com as
concentrações 0,96 e 1,28 mmol L
-1
desse composto no meio.
O aumento da massa seca não está diretamente relacionado com o diâmetro
da colônia, pois a extensão da hifa pode aumentar pouco quando o crescimento do
fungo ocorre com micélio mais compacto. Este resultado permite concluir que o
método usado para determinar o crescimento fúngico pode afetar os resultados.
Sugere-se que para determinar esse crescimento deve-se usar mais de um método
para que os resultados sejam comparados.
A morfologia da colônia e do micélio foi alterada pela presença de Se com
micélio mais compacto em menores concentrações desse elemento e com
diminuição, no diâmetro das hifas, nas distâncias entre os septos e distância entre
núcleos, na maior dose de Se aplicada.
46
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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49
CAPÍTULO 2
ATIVIDADES ENZIMÁTICA E RESPIRATÓRIA DO FUNGO Lentinula
edodes CULTIVADO EM SUBSTRATO LIGNINOCELULÓSICO COM
DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE SELENITO DE SÓDIO
1. INTRODUÇÃO
O crescimento e a atividade dos microrganismos pode variar em função de
modificações do meio ambiente, a exemplo da presença de metais ou metalóides. Em
solos contaminados por metais ocorre diminuição significativa na evolução de CO
2
(Hattori, 1992; Rajapaksha, 2004). Entretanto, Flieûbach et al. (1994) reportaram
aumentos na evolução de CO
2
em solos poluídos com metais. Por outro lado, alguns
metais e metalóides podem ser considerados micronutrientes pelos microrganismos,
ou mesmo para os animais. Entre esses elementos, necessários para a viabilidade
celular em pequenas concentrações, está o selênio (Se).
O Se é um metalóide encontrado naturalmente no solo e está presente em
várias enzimas, dentre elas a glutationa peroxidase, responsável pela redução de
hidroperóxidos livres ou ligados à membrana celular (Wendel, 1981); a deiodinase,
envolvida no metabolismo da tireóide (Koehrle, 1999); a tioredoxina redutase que
está envolvida na regulação redox de grupos dissulfetos em diversas enzimas e
fatores de transcrição (Holmgren, 1977) e a selenoproteína P que é abundante no
plasma (Allan et al., 1999). A redução de selenato (Se(VI)) e selenito (Se(IV)) a
selênio elementar (Se°) pode ser catalisada por numerosos fungos e bactérias
(Gharieb et al., 1995; Stolz e Oremland, 1999).
Os fungos têm função importante na decomposição da matéria orgânica como
celulose e hemicelulose (Zelles e Alef, 1995). L. edodes é um fungo formador de
cogumelo que utiliza resíduos ligninocelulósicos, fonte abundante e renovável de
energia na terra. Além de converter esses resíduos, que potencialmente poderiam
poluir o ambiente, em cogumelos para o consumo humano, o substrato resultante
pode ser empregado na alimentação animal (Zhang et al., 1995). O uso da
ligninocelulose como fonte de carbono depende da capacidade do fungo em produzir
enzimas ligninocelulolíticas e excretá-las ao meio extracelular (Mata e Savoie, 1998;
50
Villas-Bôas et al., 2002). As principais enzimas ligninocelulolíticas encontradas no
substrato colonizado por L. edodes incluem lacase, manganês peroxidase, celulase e
xilanase (Leatham, 1985; Tokimoto et al., 1987; Ohga, 1992; Buswell, et al., 1995;
Cavallazzi, 2004). Além de produção das enzimas hidrolíticas, a capacidade de um
isolado converter o substrato ligninocelulósico em cogumelo comestível é outra
característica que deve ser observada na seleção de estirpes para produção comercial
(Ohga, 1992; Shearer, 1995).
O crescimento de um fungo filamentoso pode ser avaliado de maneira direta
com base no crescimento linear, na biomassa fresca, na massa seca ou pela
quantidade de alguns constituintes miceliais (Tan e Moore, 1995). Outra alternativa
para a determinação do crescimento fúngico é o uso de medidas indiretas, baseadas
em atividades metabólicas como, atividade enzimática específica e atividade
respiratória representada pelo consumo de O
2
ou liberação de CO
2
.
A importância de usar atividade enzimática para monitorar o crescimento
vegetativo de L. edodes vem sendo considerada. De acordo com Silva et al. (2005), o
estudo envolvendo a produção de enzimas que degradam celulose, hemicelulose e
lignina permite acompanhar diretamente a colonização do substrato, constatando-se
uma correlação entre o crescimento fúngico e a produção de enzima o que pode ser
um parâmetro adequado para avaliar o período entre inoculação do substrato e
frutificação Assim, afirmam os autores, a determinação da atividade enzimática,
pode substituir as metodologias laboriosas para quantificação do crescimento fúngico
em substratos sólidos.
A medida da atividade respiratória ou respirometria constitui-se um
procedimento para avaliar a calibração de modelos cinéticos microbianos, o estado
da atividade microbiana (Marsili-Libelli e Tabani, 2002), monitorar o
desenvolvimento da colônia e avaliar a utilização pelo fungo de substratos
específicos (Tan e Moore, 1995). Por se tratar de uma técnica não destrutiva e por
permitir avaliações contínuas, os dados da respirometria resultam em curvas de
crescimento mais detalhadas que as obtidas pela análise da produção da biomassa
(Braga et al., 1999). Os autores afirmam que a resposta da respiração microbiana a
exposição a metais tem sido medida pela alteração na liberação de CO
2
pelo
microrganismo.
51
No presente estudo, objetivou-se avaliar o efeito do selenito de sódio sobre as
atividades das enzimas ligninocelulósicas, do fungo L. edodes, que têm estreita
relação com a produção de cogumelos e avaliar também o efeito desta substância na
atividade respiratória desse fungo.
52
2. MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi conduzido no Laboratório de Associações
Micorrízicas do Instituto de Biotecnologia Aplicada à Agropecuária (BIOAGRO) da
Universidade Federal de Viçosa – UFV, em Viçosa – Minas Gerais.
2.1. Atividade enzimática específica
Os isolados UFV11, UFV16 e UFV53 de L. edodes foram cultivados em 20 g
de substrato à base de serragem de eucalipto, preparado de acordo com Bento (2001)
e adicionado de selenito de sódio (Na
2
SeO
3
) nas concentrações de 0,32; 0,64; 0,96 e
1,28 mmol L
-1
O substrato foi acondicionado em frascos com tampa metálica com
um orifício selado com fita crepe para troca gasosa, a 25 ºC por 21 dias. Como
controle, cultivou-se o L. edodes em substrato não adicionado de Na
2
SeO
3.
A cada
sete dias de incubação foram retiradas amostras do composto miceliado para análises
da atividade das enzimas lacase, celulase e xilanase e para a determinação da
proteína solúvel. A proteína solúvel foi determinada pelo método colorimétrico
descrito por Bradford (1976) e utilizada para cálculo da atividade específica das
enzimas. O experimento foi conduzido em triplicata.
2.1.1. Lacase
A atividade da lacase (Lac, EC 1.10.3.2) foi determinada pela oxidação de
2,2'-azino-bis (3-ethylbenzothiazoline-6-sulfonato) (ABTS) a 37 ºC (Buswell et al.,
1996), em 1 mL de mistura de reação contendo 0,6 mL de tampão acetato de sódio
(0,1 mol L
-1
), pH 5,0; 0,3 mL de extrato fúngico e 0,1 mL de ABTS (1,0 mol L
-1
).
O extrato fúngico foi preparado pesando-se 3 g do substrato colonizado pelo
fungo, em erlenmeyer e adicionando-se 10 mL de tampão acetato de sódio 0,1 mol
L
-1
(pH 5,0). Agitou-se em shaker a 100 RPM / 19 ºC por 15 min. Após agitação o
extrato fúngico foi filtrado com papel de filtro Whatman
®
n° 01. Após filtração,
preparou-se a mistura de reação e fez-se a leitura imediata da absorbância a 420 nm a
37 °C em espectrofotômetro, modelo DU
®
640 Beckman, com controle de
temperatura. A oxidação do ABTS foi medida pelo monitoramento do aumento da
53
absorbância Uma unidade de atividade enzimática foi definida como a quantidade de
enzima capaz de oxidar 1 μmol L
-1
de ABTS por minuto (ε
420
= 3,6 x 10
4
M
-1
cm
-1
).
2.1.2. Celulase
A atividade da celulase (Cel, EC 3.2.1.4) foi determinada pelo método do
papel de filtro, de acordo com Mandels et al. (1976). O método baseia-se na
determinação de glicose liberada a partir do papel de filtro (substrato enzimático)
pela ação do caldo enzimático.
O extrato fúngico foi preparado pesando-se 4 g de substrato colonizado pelo
fungo, adicionando-se 20 mL de tampão citrato de sódio 50 mmol L
-1
, pH 4,8 e
agitando-se em shaker a 100 rpm por 15 min. Após agitação o extrato fúngico foi
filtrado com papel de filtro Whatman
®
n° 01. Após filtração, transferiram-se 2,5 mL
do extrato fúngico, 2,5 mL de tampão citrato de sódio 50 mmol L
-1
, pH 4,8 para
tubos de ensaio contendo tiras de papel de filtro Whatman
®
n° 01 (1 cm x 6 cm). Os
tubos foram agitados manualmente e incubados a 50
o
C por 4 horas, em banho-maria.
Para o branco, adicionou-se o DNS antes da incubação, para parar a reação
enzimática. Após a incubação, transferiu-se 1 mL do extrato fúngico para tubos de
ensaio contendo 1 mL de solução de DNS (ácido dinitrosalicílico) previamente
preparada. Essa mistura ficou em banho-maria, a 100 °C por 5 minutos e após esta
etapa, adicionaram-se 8 mL de água destilada para completar o volume para 10 mL.
Os açúcares foram determinados como açúcares redutores totais pelo método
do ácido dinitrosalicílico (DNS) em espectrofotômetro (modelo DU
®
640 Beckman)
a 540 ηm segundo Miller (1959) e quantificados pela relação obtida com uma curva
padrão de glicose. Uma unidade de atividade enzimática foi definida como a
quantidade de enzima capaz de catalisar a liberação de 1 mmol de glicose por minuto
a 50 °C.
54
2.1.3. Xilanase
A atividade da xilanase (Xyl, EC 3.2.1.8/EC 3.2.1.32/EC 3.2.1.136) foi
determinada pela medida da quantidade de açúcares redutores liberados a partir de
xilana (Barley et al., 1992).
O extrato fúngico foi preparado pesando-se 4 g de substrato colonizado pelo
fungo, adicionando-se 20 mL de tampão citrato de sódio 50 mmol L
-1
, pH 4,8 e
agitando-se em shaker a 100 rpm por 15 min. Após agitação o extrato fúngico foi
filtrado em papel de filtro Whatman
®
n° 01. Após filtração, transferiram-se 2,5 mL
do extrato fúngico e 2,5 mL da solução de xilana para tubos de ensaio. Os tubos
foram homogeneizados agitando-se manualmente e incubados a 50
o
C por 30
minutos, em banho-maria. Para o branco, adicionou-se o DNS antes da incubação,
para parar a reação enzimática. Após a incubação, transferiu-se 1 mL do extrato
fúngico para tubos de ensaio contendo 1 mL de solução de DNS (ácido
dinitrosalicílico) previamente preparada. Essa mistura ficou em banho-maria, a 100
°C por 5 minutos e depois desta etapa, adicionou-se 8 mL de água destilada para
completar o volume para 10 mL.
Para o preparo da solução de xilana utilizou-se 1 g de xilana dissolvida em 50
mL de tampão acetato de sódio 50 mmol L
-1
, pH 5,3. A solução foi aquecida até a
ebulição e, depois de resfriada à temperatura ambiente, o volume foi completado
para 100 mL com o mesmo tampão. Os açúcares foram determinados como açúcares
redutores totais pelo método do DNS em espectrofotômetro (modelo DU
®
640
Beckman) a 540 ηm de acordo com Miller (1959) e quantificados pela relação obtida
com uma curva padrão de xilose. Uma unidade da atividade enzimática foi definida
como a quantidade de enzima capaz de catalisar a liberação de 1 mmol de xilose por
minuto a 50 ºC.
2.2. Atividade respiratória
Para avaliação da atividade respiratória do fungo L. edodes, dez gramas do
substrato à base de serragem de eucalipto preparado de acordo com Bento (2001),
foram acondicionadas em frascos de vidro Gibco
®
, adicionadas de 0,32; 0,64; 0,96 e
1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio. O tratamento controle consistiu do mesmo
55
substrato não adicionado de selenito de sódio.
Um disco de ágar de 8 mm de
diâmetro contendo micélio retirado das bordas das colônias das culturas estoques,
mantidas em BDA, dos isolados UFV11, UFV16 e UFV53, foi usado para a
inoculação. Os frascos foram incubados a 25 ºC em estufas tipo BOD. No quinto dia
de crescimento do fungo, os frascos foram acoplados ao respirômetro de fluxo
contínuo (TR – RM8 Respirometer Multiplexer – Sable Systems), onde a taxa de
liberação de CO
2
foi medida por meio de detectores de infravermelho e a atividade
respiratória determinada a cada sete horas pela produção de CO
2
, (Heinemeyer et al.,
1989). Os frascos permaneceram acoplados ao aparelho até o décimo segundo dia de
crescimento do fungo.
O experimento foi repetido com os mesmos isolados acoplando-se os frascos
ao respirômetro no décimo dia de crescimento onde permaneceram até o décimo
sétimo dia de crescimento. Os dois experimentos foram realizados com triplicatas.
2.3. Análise estatística
Adotou-se o delineamento em fatorial com três isolados (UFV11, UFV16 e
UFV53), cinco níveis de concentração de Se, três níveis de tempo para a atividade
enzimática e oito níveis de tempo para a atividade respiratória, em três repetições. Os
dados foram analisados pela análise de variância e de regressão, utilizando-se o
programa estatístico SAS versão 8.0.
56
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Atividade enzimática específica
Os resultados obtidos indicam um efeito ativador (p < 0,05) do Se sobre a
atividade específica da lacase dos três isolados de L. edodes avaliados (Figura 1).
Embora não tenham sido encontrados relatos sobre o efeito do Se na atividade dessa
enzima em microrganismos, foi observado que metais, como o cobre, podem
aumentar a estabilidade da lacase por inibirem uma protease extracelular
responsável pela degradação dessa enzima (Palmieri et al., 2001). Chen et al. (2003)
também verificaram que a lacase é influenciada, positivamente, por doses elevadas
de cobre onde atividade detectável de lacase foi observada em culturas
suplementadas com 50 a 300 μM CuSO
4
, com o máximo da atividade da enzima
registrado em concentrações de 200 μM e nenhuma atividade dessa enzima foi
detectada quando o elemento não foi adicionado. Baldrian e Gabriel (2002)
concluíram que o Cu não somente induz a lacase, pela expressão de seus genes, mas
também afeta positivamente, a atividade e estabilidade dessa enzima. Outros metais
também influenciam a atividade de lacase. Em substrato suplementado com cátions
metálicos para o crescimento de Chalara (syn. Thielaviopsis) paradoxas CH32, foi
verificado que a atividade da lacase foi completamente inibida por mercúrio (Hg
2+
)
em concentrações de 0,01 mol L
-1
e por sais de Fe
2+
e Ag
2+
, além de Cu
2+
(Robles et
al., 2002). A atividade da lacase pode também ser aumentada pelo aumento da
concentração de nitrogênio em meios de cultura (Buswell et al. 1995). Chen et al.
(2003) demonstraram que a atividade de lacase em V. volvacea foi afetada tanto pela
concentração de nitrogênio como pelo período de incubação. Os autores observaram
ainda que a atividade dessa enzima aumentou acentuadamente durante o período de
iniciação do corpo de frutificação até a fase de maturação quando a produção de
biomassa fúngica tinha alcançado o máximo. Para Hatvani e Mécs (2003), a adição
de metais como, cobre, cádmio, zinco, chumbo e mercúrio, resulta em aumento na
atividade de lacase.
57
Figura 1 - Atividade enzimática da lacase dos isolados (A) UFV11; (B) UFV16 e (C)
UFV53, do fungo L. edodes, cultivados a 25 ºC por 7 dias; 14 dias e
x 21 dias, em diferentes concentrações de selenito de sódio e controle sem
selênio
-40
0
40
80
120
160
0 0,320,640,961,28
Selenito de sódio (mmol L
-1
)
Lacase (U mg
-1
proteína)
A
-40
0
40
80
120
160
0 0,32 0,64 0,96 1,28
Selenito de sódio (mmol L
-1
)
Lacase (U mg
-1
proteína)
B
-40
0
40
80
120
160
0 0,32 0,64 0,96 1,28
Selenito de sódio (mmol L
-1
)
Lacase (U mg
-1
proteína)
C
58
A indução da enzima lacase é considerada uma resposta protetora a
compostos tóxicos produzidos durante a degradação dos componentes da lignina de
resíduos ligninocelulósicos que servem como um substrato natural de crescimento do
fungo ou como agentes antimicrobianos secretados por microrganismos
competidores (Thurston, 1994; Eggert et al., 1996; Collins e Dobson, 1997).
A atividade específica da lacase variou entre os isolados (p < 0,05) e atingiu
valores maiores no UFV11, na concentração 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio,
enquanto que o isolado UFV53 foi o que apresentou menores valores da atividade
dessa enzima. Este resultado indica a maior sensibilidade desta enzima do isolado
UFV53 à presença de selenito de sódio (Figura 1). Alta atividade específica da
enzima lacase, durante o cultivo do fungo L. edodes em substratos a base de casca de
eucalipto, foi observada por Cavallazzi et al. (2004) que verificaram que a atividade
dessa enzima é diferente entre os três isolados avaliados. Entretanto, nesse trabalho,
os autores avaliaram a atividade da lacase em cultivos com períodos de incubação
superiores há 21 dias e essa atividade decresceu com o tempo. Resultado semelhante
foi obtido por Silva et al. (2005) ao considerarem que a atividade de lacase variou
significativamente entre nove isolados de L. edodes, indicando, para os autores, que a
natureza da estirpe influencia principalmente a atividade das enzimas oxidativas.
Para Ohga e Royse (2001), a atividade da lacase em L. edodes, foi alta durante o
crescimento micelial, diminuindo rapidamente no início da frutificação. De acordo
com os autores, este comportamento se deve ao fato que, a expressão dos genes da
lacase, medida como níveis de mRNA, é máxima na fase de completa colonização do
substrato por este fungo e declina a baixos níveis durante a frutificação. Wood
(1980) também registrou atividade elevada de lacase durante o crescimento micelial
de Agaricus bisporus, levando a uma grande degradação de lignina e
conseqüentemente, na fase de produção do esporóforo houve maior disponibilização
de fonte de carbono necessária para a frutificação.
A atividade específica da celulase foi baixa para os três isolados avaliados e
diferiu (p < 0,05) com a concentração de selenito de sódio e com o isolado (Figura
2). A baixa atividade da enzima celulase observada neste experimento, pode ter sido
em razão do tempo de reação de quatro horas de reação enzimática usado na análise.
Entretanto, baixa atividade de celulase em isolados de L. edodes foi registrada por
Cavallazzi et al. (2004) que verificou que essa atividade também foi influenciada
59
Figura 2 - Atividade enzimática da celulase
dos isolados (A) UFV11; (B) UFV16
e (C) UFV53, do fungo L edodes, cultivados a 25 ºC por 7 dias;
14 dias e
x 21 dias, em diferentes concentrações de selenito de sódio
e controle sem selênio
-1
0
1
2
3
4
5
0 0,320,640,961,28
Selenito de sódio (mmol L
-1
)
Celulase (U mg
-1
proteína)
A
-1
0
1
2
3
4
5
0 0,32 0,64 0,96 1,28
Selenito de sódio (mmol L
-1
)
Celulase (U mg
-1
proteína)
B
-1
0
1
2
3
4
5
0 0,32 0,64 0,96 1,28
Selenito de sódio (mmol L
-1
)
Celulase (U mg
-1
proteína)
C
60
pelo isolado. Atividades baixas de celulase também foram registradas em micélio do
fungo Ceriporiopsis subvermispora por Ferraz et al. (2003). Em contraste, Silva et
al. (2005) encontraram altos valores de celulase, e essa atividade foi bastante
uniforme entre os isolados de L. edodes, afirmaram os autores.
A atividades da xilanase foi alterada (p < 0,05) com a adição de selenito de
sódio, com o isolado e com o tempo de cultivo (Figura 3). Em função da variação
dos dados da atividade da xilanase do isolado UFV16 no décimo quarto dia de
crescimento do fungo, não foi possível fazer o ajuste estatístico adequado dos dados.
A atividade da xilanase foi baixa para todos os três isolados de L. edodes testados em
todos os tratamentos, inclusive no controle (Figura 3). Este resultado está em acordo
com Cavallazzi et al. (2004) que observaram, durante o cultivo de um isolado de L.
edodes, uma baixa atividade de xilanase e esta atividade diminuiu com o tempo de
cultivo. De acordo com Silva et al. (2005), a atividade da xilanase foi a mais alta
entre as enzimas hidrolíticas estudadas em nove estirpes de L. edodes, com valores
variando de 12.958,3 a 16.101,8 UI kg
-1
. De acordo com esses autores, o fungo L.
edodes é considerado como um produtor moderado de celulase por ele hidrolisar
xilana mais eficientemente que carboximetilcelulose. Os autores afirmaram ainda
que os resultados indicam que resíduos de eucalipto misturado com farelo de arroz,
usado demonstrou ser ideal para a produção de enzima extracelular por L. edodes,
mas também para cultivo da biomassa micelial. A xilanase foi a principal enzima
hidrolítica no fungo Ceriporiopsis subvermispora cultivado em serragem de
Eucalyptus grandis com atividade máxima de 960 UI por cultura no décimo quinto
dia de biodegradação (Ferraz et al., 2003).
Os resultados evidenciaram que a atividade das enzimas celulase (Figura 2) e
xilanase (Figura 3) foi maior no sétimo e décimo quarto dia de análise, enquanto que
a atividade da lacase (Figura 1) foi maior no vigésimo primeiro dia de crescimento
do fungo. Como a lacase é uma enzima que degrada a lignina, deveria ser a enzima a
agir primeiro na degradação do substrato à base de serragem de eucalipto. Pode-se
supor que houve uma hidrólise ácida parcial da lignina durante o tratamento térmico
do substrato, pois o pH do mesmo foi 4,5. Segundo Franzidis e Proteus (1981), na
hidrólise ácida dos materiais celulósicos a molécula de ácido, sendo pequena, penetra
na lignina e rapidamente hidrolisa a hemicelulose e as regiões não cristalinas da
celulose. Posteriormente, ocorre o ataque sobre a celulose cristalina numa taxa 100
61
Figura 3 - Atividade enzimática da xilanase
dos isolados (A) UFV11; (B) UFV16 e
(C) UFV53, do fungo L edodes, cultivados a 25 ºC por 7 dias; 14 dias
e
x 21 dias, em diferentes concentrações de selenito de sódio e controle
sem selênio
-1
0
1
2
3
0 0,32 0,64 0,96 1,28
Selenito de sódio (mmol L
-1
)
Xilanase (U mg
-1
proteína)
A
-1
0
1
2
3
0 0,32 0,64 0,96 1,28
Selenito de sódio (mmol L
-1
)
Xilanase (U mg
-1
proteína)
B
-1
0
1
2
3
0 0,32 0,64 0,96 1,28
Selenito de sódio (mmol L
-1
)
Xilanase (U mg
-1
proteína)
C
62
vezes menor que a taxa inicial de hidrólise. A hemicelulose hidrolisada resulta,
principalmente, em pentoses, das quais a mais comum é a xilose. Fengel e
Wegener (1989) afirmaram que durante a hidrólise ácida de materiais
ligninocelulósicos, os polissacarídeos reagem com a água liberando os seus
monômeros, como glicose, xilose, e outros e os ácidos agem como catalisadores,
podendo, assim, promover ou intensificar a hidrólise de alguns constituintes. De
acordo com Blanchette et al. (1997) a ocorrência da degradação da lignina durante o
primeiro estádio de decomposição não erosiva da madeira, quando a baixa
permeabilidade da parede celular não permite difusão de enzimas, indica claramente
que alguns agentes de baixa massa molecular atuam.
A baixa atividade inicial da lacase verificada nos isolados de L. edodes pode
ser justificada também pela adição de farelo de arroz ao substrato, que segundo
Cavallazzi et al. (2004), é uma fonte de carbono prontamente utilizada pelo fungo
para o seu crescimento micelial e as enzimas ligninolíticas, como lacase e manganês
peroxidase, que são produzidas para a hidrólise dos polímeros de lignina e dos
compostos fenólicos, promovendo uma rápida e eficiente colonização do substrato.
Lee et al. (1978) sugeriram que sendo a hemicelulose hidrolisada mais rapidamente
que a celulose, quando a reação ocorre em condições que favorecem a hidrólise
desta, a maior parte da xilose é decomposta. Isto possibilita a fração hemicelulósica
ser hidrolisada seletivamente da biomassa. De acordo com Mata e Saivoie (1998), a
atividade das carboidrases usualmente aumenta durante a frutificação visto que a
produção do esporóforo é, provavelmente, dependente da capacidade do fungo em
metabolizar novas fontes de carbono de polissacarídeos e os melhores rendimentos
na produção de cogumelo foram obtidos por meio das estirpes com menores
atividades de carboidrases durante a colonização do substrato.
Os três isolados apresentaram baixa atividade da lacase (Figuras 1) no meio
sem Se nos três tempos avaliados e a atividade dessa enzima foi aumentando ao
longo do tempo nos meios com Se. As atividades da celulase e xilanase (Figuras 2 e
3) diminuíram à medida que se aumentou a dose de Se e ao longo do tempo de
avaliação, o que pode ser uma indicação de alta eficiência durante a frutificação.
Silva et al. (2005) observaram boa correlação entre o crescimento do isolado de L.
edodes e a produção de algumas enzimas, entre elas a xilanase e a celulase, o que
pode ser um bom parâmetro para avaliar o período entre a inoculação do substrato e a
63
frutificação, afirmam os autores. De acordo com Cavallazzi et al. (2004), isolados de
L. edodes, a exemplo do UFV53 que possui alta atividade de manganês peroxidase e
baixa atividade de lacase, durante a colonização do substrato, tem potencial para ser
utilizado em substrato à base de eucalipto, pois apresenta característica que o torna
capaz de degradar os compostos fenólicos presentes nesse substrato.
3.2. Atividade respiratória
A atividade respiratória dos três isolados estudados foi influenciada pela
presença de Se no substrato ligninocelulósico, apresentando-se decrescente à medida
que se aumentou a dose desse elemento (Figuras 4 e 5). Na primeira etapa de
avaliação da respiração, os isolados UFV11 e UFV16 apresentaram redução na taxa
respiratória em torno de 30 % quando se adicionou 1,28 mmol L
-1
de selenito de
sódio ao substrato. No isolado UFV53, a redução dessa taxa alcançou cerca de 40 %,
o que sugere que esse isolado é menos tolerante a adição de Se ao substrato de
crescimento do que o UFV11 e UFV16. Neste isolado UFV53, a taxa respiratória foi
reduzida não apenas na concentração máxima de 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio
utilizada, mas a partir da concentração 0,96 mmol L
-1
(Figura 4).
O decréscimo da taxa respiratória dos isolados avaliados, constatado ao longo
do tempo de cultivo encontra explicação na literatura científica. Estudos
comprovaram que a atividade de microrganismos, principalmente fungos,
normalmente decresce após algum tempo de incubação por exaustão de nutrientes e a
partir de certo ponto, a respiração micelial acontece às custas de suas reservas
endógenas acumuladas durante a fase de crescimento (Hill et al., 1992; Braga et
al.,1999; Lin e Brookes, 1999).
Além do efeito da exaustão de nutrientes, a presença de Se no substrato
também pode ter contribuído para a redução da taxa respiratória. West e Sparling
(1986) verificaram que a produção de CO
2
no solo aumentou significativamente com
a adição de glicose acima de 60 mg mL
–1
de água. Drobinik (1960) reportou que o
aumento logarítmico na evolução de CO
2
em substrato adicionado de glicose, foi
atribuído à síntese de enzimas induzidas pela adição dessa substância. O efeito de
metais na taxa respiratória de microrganismos foi verificado por Rajapaksha et al.
(2004) que observaram que durante a primeira semana após a adição de zinco (Zn) e
64
cobre (Cu) ao solo, a taxa respiratória de fungos do solo diminuiu em 30 % e
permaneceu estável durante os sessenta dias de incubação.
Figura 4 - Atividade respiratória medida do quinto ao décimo segundo dia de
crescimento, dos isolados (A) UFV11; (B) UFV16 e (C) UFV53 do fungo
L. edodes, cultivados a 25 ºC, em substrato ligninocelulósico acrescido
de 0,32 mmol L
-1
; 0,64 mmol L
-1
; 0,96 mmol L
-1
; 1,28 mmol L
-1
e controle sem selênio
A
20
50
80
110
140
170
56789101112
Tempo (dias)
mg CO
2
h
-1
g
-1
substrato
B
20
50
80
110
140
170
56789101112
Tempo (dias)
mg CO
2
h
-1
g
-1
substrato
C
20
50
80
110
140
170
56789101112
Tempo (dias)
mg CO
2
h
-1
g
-1
substrato
65
Figura 5 - Atividade respiratória medida do décimo ao décimo sétimo dia de
crescimento, dos isolados (A) UFV11; (B) UFV16 e (C) UFV53 do fungo
L. edodes, cultivados em substrato ligninocelulósico a 25 ºC, acrescido de
0,32 mmol L
-1
; 0,64 mmol L
-1
; 0,96 mmol L
-1
; 1,28 mmol L
-1
de
selenito de sódio e controle sem selênio
A
50
100
150
200
10 11 12 13 14 15 16 17
Tempo (dias)
mg CO
2
h
-1
g
-1
substrato
B
50
100
150
200
10 11 12 13 14 15 16 17
Tempo (dias)
mg CO
2
h
-1
g
-1
substrato
C
50
100
150
200
10 11 12 13 14 15 16 17
Tempo (dias)
mg CO
2
h
-1
g
-1
substrat
o
66
A respiração do fungo L. edodes diminuiu à medida que se aumentou a
concentração de selenito de sódio (Figuras 6 e 7). Observou-se que a taxa respiratória
acumulada variou com o isolado, no período correspondente do décimo ao décimo
sétimo dia de crescimento do fungo, sendo que o isolado UFV11 apresentou maior
taxa respiratória acumulada e o isolado UFV53 a menor na maior dose de 1,28 mmol
L
-1
de selenito de sódio (Figura 7).
Os resultados encontrados nestes experimentos indicam que o Se, em doses
elevadas, pode ser tóxico ao fungo, comprometendo seu crescimento e promovendo a
redução na taxa respiratória. A influência do Se na taxa respiratória foi observada
também em porcos, onde estes apresentaram uma redução de 38,8 % da taxa
respiratória após inalação de Se0
2
(Nonavinakere et al., 1999).
Porém, quando o Se
foi inalado na forma de selenometionina não houve diminuição significativa dessa
taxa. Esses autores afirmam, ainda, que a respiração é afetada pela forma inorgânica
de Se, como por exemplo, selenito de sódio e não pela forma orgânica desse
elemento. Uma provável explicação para o efeito diferenciado entre forma orgânica e
inorgânica deste elemento pode ser a solubilidade que influencia a liberação,
retenção e absorção do elemento. No entanto, na avaliação de atividade respiratória
deve-se ter cuidados na interpretação dos resultados, uma vez que valores de
respiração elevados podem ser resultantes de condições favoráveis do meio ou pode
ser reflexo de um consumo intenso de carbono oxidável, pela população microbiana,
em ambientes que causem estresse aos microrganismos (Tótola e Chaer, 2002).
Portanto, a redução na atividade respiratória, observada neste estudo, pode ter sido
em razão da redução no tamanho da célula fúngica pelo efeito da presença de
selenito de sódio, já que em condições de estresse, a atividade respiratória deveria
aumentar.
A redução da taxa respiratória dos isolados UFV11, UFV16 e UFV53
observada com o aumento da concentração de selenito de sódio no substrato (Figuras
4 e 5) nem sempre foi acompanhada pela redução da atividade das enzimas lacase,
celulase e xilanase (Figuras 1 a 3) e, pode-se sugerir que as reduções no crescimento
e na atividade respiratória de L. edodes causadas pela presença de Se levaram a
maior atividade metabólica do fungo e, conseqüentemente, maior atividade de suas
enzimas extracelulares para o crescimento.
67
1200
1400
1600
1800
2000
2200
0 0,32 0,64 0,96 1,28
Selenito de sódio (mmol L
-1
)
mg CO
2
g
-1
substrato
Figura 6 - Atividade respiratória acumulada medida do quinto ao décimo segundo
dia de crescimento dos isolados UFV11; UFV16 e UFV53 do
fungo L. edodes cultivados em substrato ligninocelulósico a 25 ºC
1300
1600
1900
2200
2500
2800
3100
0 0,32 0,64 0,96 1,28
Selenito de sódio (mmol L
-1
)
mg CO
2
g
-1
substrato
Figura 7 - Atividade respiratória acumulada medida do décimo ao décimo sétimo dia
de crescimento dos isolados UFV11; UFV16 e UFV53 do fungo L.
edodes, cultivados a 25 ºC, em substrato ligninocelulósico
68
4. CONCLUSÕES
O selenito de sódio afetou, de maneira variável, as atividades da lacase,
celulase e xilanase em micélio de L. edodes e este efeito foi dependente do isolado,
da concentração de selenito de sódio e do tempo de avaliação da atividade.
O aumento da concentração de selenito de sódio adicionado ao substrato
reduziu a atividade respiratória. Entretanto, menor atividade respiratória, nem sempre
resultou em menor atividade das enzimas avaliadas.
69
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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75
CAPÍTULO 3
ENRIQUECIMENTO DE COGUMELO SHIITAKE
(Lentinula edodes) COM SELÊNIO
1. INTRODUÇÃO
Os fungos formadores de cogumelos são importantes nos ecossistemas porque
são eficientes na decomposição de substratos ligninocelulósicos sem a necessidade
de pré-tratamentos (Ruegger et al., 2001). Esta característica permite a utilização dos
resíduos da produção agrícola para o cultivo de cogumelos.
A produtividade do cogumelo depende do substrato empregado no seu
cultivo. A natureza química do substrato usado para o cultivo de Lentinula edodes, o
shiitake, tem notável influência na produção dos cogumelos (Ohga, 1992; Shearer,
1995). O cogumelo shiitake é cultivado tradicionalmente em toras de madeira,
porém, ultimamente têm sido utilizadas toras artificiais à base de serragem de
madeira como alternativa para produção em menor tempo e em substratos mais
definidos. Este sistema é baseado em um suporte ligninocelulósico suplementado
com farelo de cereais como fonte de nutrientes, principalmente o nitrogênio
(Cavallazzi, 2004).
O selênio (Se), classificado como um metalóide, é elemento traço essencial ao
homem (Wu, 2004). Pelo menos quinze diferentes selenoproteínas e, ou
selenoenzimas já foram encontradas (Birringer et al., 2002). Esse elemento tem
numerosas funções fisiológicas, mas é melhor reconhecido como cofator para o
sistema da enzima glutationa peroxidase, responsável pela remoção de radicais livres
reduzindo, assim, os danos oxidativos à célula (Werner e Beelman, 2002). Em razão
deste efeito antioxidante, o Se tem sido associado com a cura de várias doenças
crônicas degenerativas, inclusive vários tipos de câncer (Clark et al., 1996; Spolar et
al., 1999) e a manutenção da fertilidade (Rayman, 2000).
A forma química do Se ingerido é um importante fator que determina sua
toxicidade, importância nutricional e fator metabólico (Shiobara et al., 1998). Vários
alimentos, cosméticos e suplementos fortificados com Se já estão disponibilizados no
mercado (Reilly, 1998). Selenometionina (SeMet), na forma de tabletes
76
suplementados com vitamina E, tem sido clinicamente aplicada no tratamento de
artrite reumatóide em humanos (Aaseth et al., 1998). O enriquecimento de alimentos
com Se pode reduzir a incidência de várias doenças e proporcionar maior resistência
às infecções em indivíduos de todas as idades (Ferreira, 1999).
Os microrganismos podem incorporar oxiânions de Se inorgânico em seus
tecidos por redução assimilatória, como nas selenocisteínas (Stolz e Oremland,
1999). Brady et al. (1996) sugeriram que microrganismos podem transformar
metalóide como o Se, por oxidação, redução, metilação e dealquilação. Esses autores
afirmaram ainda que os processos de transformação têm significância
biogeoquímica, visto que modificam a mobilidade e toxicidade dos metalóides e
possuem também um potencial biotecnológico na biorremediação.
Os cogumelos são conhecidos por acumular Se em seu ambiente de
crescimento (Reilly, 1996). Em particular, a espécie L. edodes (Ogra, 2004) e os
corpos de frutificação de muitas espécies de cogumelos contêm metalóides como
potássio (K), ferro (Fe), cobre (Cu), zinco (Zn) ou Se (Falandysz et al., 2001). Isso
sugere que os fungos possuem mecanismos efetivos que os capacitam absorver
alguns elementos traços do substrato de crescimento (Lepsova e Mejstrik, 1998). A
concentração desses elementos depende da fisiologia da espécie e do ecossistema em
que vivem (Lepsova e Mejstrik, 1998).
O enriquecimento de cogumelos, como o Agaricus bisporus, com Se, tem.
sido uma estratégia adotada para fornecimento desse elemento na dieta humana
(Spolar et al., 1998: Werner e Beelman, 2001; Werner e Beelman, 2002).
Considerando que os solos brasileiros são pobres em Se e, conseqüentemente, a
alimentação básica do brasileiro tem deficiência desse elemento (Ferreira, 1995), o
enriquecimento do cogumelo shiitake com esse elemento pode ser uma alternativa
para o enriquecimento nutricional. Diante do exposto, objetivou-se enriquecer
cogumelos shiitake com Se, para que o consumo desses possa suprir parte da
ingestão diária recomendada desse elemento ou reduzir a carência de Se em pessoas
com deficiência desse elemento ou ainda, ser utilizado no tratamento de muitas
doenças.
77
2. MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi conduzido no Laboratório de Associações
Micorrízicas do Instituto de Biotecnologia Aplicada à Agropecuária (BIOAGRO) da
Universidade Federal de Viçosa – UFV, em Viçosa – Minas Gerais.
2.1. Isolados e inóculo
Foram utilizados os isolados UFV16 e UFV52 de L. edodes (Berk.) Pegler
pertencentes à coleção do Departamento de Microbiologia da UFV para avaliação do
potencial de absorção de Se pelo fungo e, conseqüente enriquecimento dos
cogumelos com esse elemento. O isolado UFV52 foi utilizado em substituição aos
isolados UFV11 e UFV53 que foram selecionados para continuidade do estudo,
porém, não apresentaram frutificação. Além disso, o isolado UFV52 é produzido em
escala comercial.
Os isolados foram inoculados utilizando-se três discos de ágar de 8 mm de
diâmetro contendo micélio retirado das bordas das colônias das culturas cultivadas
em BDA, em placas de Petri de 90 mm de diâmetro contendo 20 mL de ágar batata
dextrose (BDA) - MERCK
®
, e incubados a 25 ºC por 15 dias, para reativar as
culturas.
Após este período, preparou-se substrato à base de serragem de eucalipto
(Eucalyptus grandis), contendo 78 % de serragem, 20 % de farelo de arroz, 0,4 % de
CaCO
3
e 1,6 % de CaSO
4
, umedecido a 65 % com água de torneira e acondicionou-
se em frascos com tampa metálica contendo um furo coberto com fita crepe, para
troca gasosa. Os frascos com o substrato, foram autoclavados por 60 minutos a 121
ºC e, após resfriamento, inocularam-se os isolados do fungo em condições assépticas,
com oito discos de ágar de 8 mm de diâmetro contendo micélio retirado das bordas
das colônias crescidas em BDA e incubou-se a 25 ºC com três horas de luz ao dia,
durante 30 dias.
2.2. Enriquecimento de cogumelo shiitake com Se
Para o cultivo do fungo L. edodes para a produção de cogumelos foi utilizado
o mesmo substrato à base de serragem de eucalipto descrito acima. Cerca de 700 g
78
do substrato foram acondicionadas em sacos de polipropileno, fechados com papel
com o auxílio de dois anéis de PVC concêntricos. Os sacos foram autoclavados por
120 minutos a 121 ºC e inoculados com 30 g do inóculo, em condições assépticas. A
incubação foi a 25 ºC com três horas de luz ao dia por aproximadamente 90 dias. Aos
45 dias de crescimento do fungo, foram feitos 25 cortes de aproximadamente 5 mm,
com bisturi, em toda a extensão dos sacos, para troca gasosa. Esse procedimento foi
repetido após 15 dias. Quando o substrato tornou-se marrom, os sacos foram
removidos e as toras artificiais submetidas a choque frio em água a 15 °C ± 2 °C
contendo soluções de selenito de sódio (Na
2
SeO
3
) nas concentrações de 0,08; 0,16;
0,32 e 0,64 mmol L
-1
, por 24 horas, para indução da frutificação. No tratamento
controle não foi adicionado Se à água do choque. Após o choque, as toras artificiais
foram mantidas em uma sala com temperatura de 23 ºC e umidade de 85 % até a
frutificação dos cogumelos. Os cogumelos foram colhidos aproximadamente, cinco
dias após a indução da frutificação, quando rompeu o véu e as lâminas estavam
completamente expostas. O experimento foi realizado em triplicata.
2.3. Análises físico-químicas do substrato ligninocelulósico e da água de
umidificação desse substrato
O teor de umidade do substrato ligninocelulósico foi determinado colocando-
se amostras em estufa com circulação forçada de ar, a 105 ºC por 48 horas. Foram
também determinados, o pH em potenciômetro (DM 20 Digimed), a atividade de
água - a
W
em analisador automático (Aqualab, Decagon, Inc.) e a concentração de
Se, por espectrometria de emissão atômica com plasma induzido (EEA-PI) (Optima
3300 Perkin Elmer), após digestão nítrico-perclórica de 0,5 g da amostra desidratada
e moída em moinho tipo Wiley modelo EDB-5, de acordo com Bataglia et al. (1983).
A determinação de Se da água utilizada para o preparo do substrato foi feita
em 0,5 mL de amostra, utilizando-se o mesmo procedimento para o substrato
ligninocelulósico, em EEA-PI (Optima 3300 Perkin Elmer).
2.4. Análises físico-químicas do cogumelo
Logo após a colheita, os cogumelos foram contados e pesados para o cálculo
da eficiência biológica, os diâmetros dos píleos e das hastes foram medidos e foi
79
realizada a determinação da cor. O material foi desidratado para a determinação da
umidade, proteínas solúveis, cálcio (Ca), magnésio (Mg), fósforo (P), K, Se e massa
seca para o cálculo da produtividade. Todas as análises foram realizadas em
triplicata.
2.4.1. Tamanho
O diâmetro do píleo e o diâmetro e comprimento da haste dos cogumelos
foram medidos com paquímetro, em duas posições representativas de suas margens.
2.4.2. Cor
A medida da cor superficial dos cogumelos de todos os tratamentos foi
determinada pela leitura direta de reflectância das coodernadas L
*
, a
*
, b
*
,
empregando a escala Hunter Lab, em equipamento ColorQuest II Sphere
(HunterLab, Reston, VA). O sistema Hunter Lab é um sistema de coordenadas
retangulares que define a cor em termos de luminosidade (L), vermelho versus verde
(a) e amarelo versus azul (b).
2.4.3. Umidade
A umidade dos cogumelos foi determinada em estufa com circulação de ar
forçada a 80 ºC até peso constante.
2.4.4. Proteínas solúveis
O teor de proteínas solúveis foi determinado pelo método Bradford (Bradford,
1976).
80
2.4.5. Minerais e selênio
O teor de Ca, Mg, P e do Se foi determinado por EEA-PI (Optima 3300
Perkin Elmer) após digestão nítrico-perclórica (Mattila et al., 2001). O K foi
determinado por fotometria de chama no mesmo extrato (Bataglia et al., 1983).
2.5. Produtividade
A produtividade (P) foi calculada, em cada tratamento, a partir da massa seca
dos cogumelos e a massa seca do substrato ligninocelulósico, pela seguinte fórmula:
P = massa seca dos cogumelos / massa seca do substrato ligninocelulósico x 100
2.6. Eficiência biológica
A eficiência biológica (EB) foi calculada, em cada tratamento, a partir da
massa dos cogumelos frescos e a massa seca do substrato ligninocelulósico por meio
da relação (Chang et al., 1981):
EB = massa dos cogumelos frescos / massa seca do substrato ligninocelulósico x 100
2.7. Análise estatística
Adotou-se o delineamento em fatorial com 2 isolados (UFV16 e UFV52) e 5
níveis de concentração de Se em três repetições. Os dados foram analisados,
estatisticamente, por análises de variância e de regressão, utilizando-se o programa
estatístico SAS.
81
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dois isolados do fungo L. edodes avaliados apresentaram padrão de
crescimento semelhante durante a colonização do substrato ligninocelulósico e o
substrato só foi completamente colonizado pelo fungo no 45º dia de crescimento em
todos os tratamentos com Se e no controle.
3.1. Análises físico-químicas do substrato ligninocelulósico e da água de
umidificação desse substrato
O teor de umidade do substrato ligninocelulósico, após esterilização em
autoclave foi de 41 %, o pH de 4,6 e a atividade de água (a
W
) de 0,988. Pela
metodologia utilizada não foi possível detectar o Se no substrato ligninocelulósico e
nem na água utilizada para umedecer o substrato.
3.2. Análises físico-químicas do cogumelo
Observou-se que o diâmetro do píleo, o comprimento e o diâmetro da haste
dos cogumelos não variaram (p 0,05) entre os cogumelos dos diferentes
tratamentos com Se e nem entre os isolados. O diâmetro médio do píleo dos
cogumelos produzidos pelo isolado UFV16 foi de 4,75 cm, sendo o comprimento e o
diâmetro médio das hastes de 2,42 cm e 0,82 cm, respectivamente. Os cogumelos
produzidos pelo isolado UFV52 apresentaram píleo com diâmetro médio de 4,51 cm
e o comprimento e o diâmetro das hastes foram, 2,09 cm e 0,88 cm,
respectivamente. Estes dados contrastam com os obtidos com o cogumelo Pleurotus
cornucopiae, que teve o tamanho do cogumelo alterado conforme a composição do
substrato e com o número da colheita, ou seja, se primeira ou segunda (Royse, 2002;
Royse et al., 2004).
Foi observado que nos cogumelos produzidos nas toras tratadas com as
maiores concentrações de Se (0,32 mmol L
-1
e 0,64 mmol L
-1
de selenito de sódio), o
véu demorou mais para romper do que os submetidos ao choque frio apenas com
água ou com água adicionada de 0,08 mmol L
-1
e 0,16 mmol L
-1
de selenito de sódio.
Este resultado permite sugerir que o Se em doses mais elevadas retarda a frutificação
82
de cogumelos. Não houve frutificação de nenhum dos isolados tratados com as
concentrações de 0,96 mmol L
-1
e 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio. Por esta razão,
optou-se por continuar os experimentos usando-se concentrações mais baixas desse
elemento adicionada na água usada para o choque frio.
Os resultados mostraram que os cogumelos enriquecidos com Se cultivados
em toras artificiais apresentaram valores de L, a e b referentes à cor, inferiores (p <
0,05) nos tratamentos em que se adicionou selenito de sódio em relação ao controle
(Figura 1). Menores valores de L, indicam escurecimento, embora, visualmente
nenhuma mudança de cor tenha sido observada. No entanto, essa variável não foi
influenciada pelo isolado. Este efeito do selenito de sódio sobre a cor do shiitake
difere dos resultados obtidos com o A. bisporus enriquecidos com selenito de sódio
por Spolar et al. (1998) e Werner e Beelman (2001) que verificaram que os
cogumelos não apresentaram diferenças significativas do valor L quando se
comparou ao tratamento controle, sem adição de Se.
O teor de umidade dos cogumelos variou de 89 % a 91% em todos os
tratamentos avaliados e, um aumento significativo de umidade foi constatado na
maior concentração (0,64 mmol L
-1
) de selenito de sódio (p < 0,05) demonstrando
um efeito do selênio sobre esta variável. O teor de umidade dos cogumelos não
variou entre os isolados (p 0,05).
Os resultados de umidade dos cogumelos encontrados no presente estudo
foram em torno de 90 % e se assemelham aos apresentados por Manzi et al. (2001),
que foram cerca de 92,8 % para o cogumelo A. bisporus e 91,34 % para o Pleurotus
ostreatus. Manzi et al. (2004) encontraram em cogumelos comerciais do gênero
Boletus, valores de umidade variando de 86,6 % a 87,4 %. Esses autores relataram
que o teor de umidade para outros cogumelos varia de 88,2 % a 94,1 %.
O teor de proteínas solúveis não foi afetado pela presença de Se e nem variou
com o isolado (p 0,05). Os valores de proteínas solúveis de 22,3 mg.g
-1
de massa
seca encontrados foram próximos ao valor de 22,8 mg relatado por Longvah e
Deosthale (1998) para L. edodes. Manzi et al. (2001) observaram que os valores de
proteínas para os cogumelos A. bisporus e P. ostreatus variaram de 16,3 mg.g
-1
e
16,1 mg.g
-1
de massa seca, respectivamente.
83
Figura 1 – Valores de L (A), a (B) e b (C) referentes à cor dos cogumelos shiitake
produzidos pelos isolados UFV16 e UFV52 em toras artificiais
imersas em diferentes concentrações de selenito de sódio
0
10
20
30
40
50
60
0,00 0,16 0,32 0,48 0,64
Valores de L
Selenito de sódio na água do choque frio (mmol L
-1
)
A
0
10
20
30
40
50
60
0,00 0,16 0,32 0,48 0,64
Valores de a
Selenito de sódio na água do choque frio (mmol L
-1
)
B
0
10
20
30
40
50
60
0,00 0,16 0,32 0,48 0,64
Valores de b
C
Selenito de sódio na água do choque frio (mmol L
-1
)
84
80
84
88
92
96
100
0,00 0,16 0,32 0,48 0,64
Selenito de sódio na água do choque frio (mmol L
-1
)
Umidade (%)
Figura 2 – Teor de umidade dos cogumelos shiitake produzidos pelos isolados
UFV16 e UFV52, em toras artificiais imersas em diferentes
concentrações de selenito de sódio
Dos minerais avaliados, apenas a concentração de Ca não variou entre os
isolados e nem com a presença de Se (p 0,05) nos tratamentos avaliados, incluindo
o controle. Resultados diferentes foram encontrados por Bento (2001) que registrou
uma grande variação no conteúdo em Ca entre diferentes estirpes de cogumelos
shiitake produzidos em toras artificiais e naturais, com valores entre 3,92 mg.100 g
-1
a 958,9 mg.100 g
-1
. Mattila et al. (2001) encontraram valores de Ca de 13 mg.100 g
-1
e 25 mg.100 g
-1
de massa seca nas duas estirpes de A. bisporus, enquanto que para as
espécies P. ostreatus e L. edodes esses valores de Ca foram de 0,4 mg.100 g
-1
e 1
mg.100 g
-1
de massa seca, respectivamente. Por outro lado, Manzi et al. (1999a)
observaram teores de Ca de 42,3 mg.g
-1
de massa seca e Longvah e Deosthale
(1998) de 127 mg.g
-1
de massa seca em espécies de cogumelos L. edodes.
Os teores de Mg foram influenciados pela adição de selenito de sódio (p <
0,05) porém, não variou entre os isolados (p 0,05) e mostraram uma tendência a
aumentar conforme se aumentou a dose de Se em ambos os isolados (Figura 3). Os
cogumelos dos isolados UFV16 e UFV52, do tratamento controle, apresentaram
valores de 142 mg.100 g
-1
e 184 mg.100 g
-1
de massa seca, respectivamente. Estes
valores foram próximos aos encontrados por Mattila et al. (2001) e Longvah e
85
Deosthale (1998) que verificaram um teor de 155 mg.100 g
-1
e 200 mg.100 g
-1
de
massa seca, respectivamente, em cogumelos L. edodes, e superiores ao valor de
116,5 mg.100 g
-1
de massa seca verificado por Manzi et al. (1999b), para a mesma
espécie de cogumelo.
O selenito de sódio adicionado ao substrato, influenciou (p < 0,05) o
conteúdo de P nos isolados estudados, porém o teor desse elemento não variou entre
os isolados (p 0,05) que apresentaram na dose 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio
valores de 1023 mg.100 g
-1
e 920 mg.100 g
-1
de massa seca para os isolados UFV16 e
UFV52, respectivamente (Figura 3). Os valores de P nos cogumelos dos tratamentos
controle variaram de 641 a 842 mg/100 g de massa seca, nos isolados estudados.
Longvah e Deosthale (1998) observaram teor de P em cogumelos L. edodes na faixa
de 493 mg/100 g de massa seca, enquanto Bento (2001) encontrou um valor desse
elemento em torno de 3822 mg/100 g de massa seca em cogumelos dessa mesma
espécie.
O teor de K variou (p < 0,05) de 830 mg.100 g
-1
a 1940 mg.100 g
-1
de massa
seca entre os isolados e com a adição de selenito de sódio e tendeu a diminuir à
medida que se aumentou a dose de selenito de sódio (Figura 3). Estes resultados
indicam que o teor de K em cogumelos shiitake enriquecidos com Se é alto.
Resultados semelhantes foram encontrados por Bento (2001) que observaram um
teor de K de 979 mg.100 g
-1
de massa seca em L. edodes cultivados no mesmo
substrato sem adição de Se. Por sua vez, Manzi et al. (1999b) e Mattila et al. (2001)
verificaram teores de K em L. edodes de 2647 mg.100 g
-1
e 2270 mg.100 g
-1
de
massa seca, respectivamente, valores considerados altos pelos autores. Esses
resultados também foram semelhantes aos relatados por Aletor e Aladetimi (1989)
que afirmaram que a concentração de K em cogumelos shiitake é superior ao
encontrado em feijão. Aletor (1995) encontrou o valor de K de 1.600 mg.100 g
-1
de
massa seca em cogumelos da espécie Lentinus subnudus.
Os altos valores de minerais em cogumelos comestíveis indicam o potencial
para seu uso como uma fonte alimentar de boa qualidade (Aletor, 1995) e a
concentração de minerais, principalmente K, nitrogênio (N), sódio (Na) e ferro (Fe)
em alguns cogumelos são altos (Aletor e Aladetimi, 1989). A alta correlação entre
pares de elementos indica que eles podem ter uma relação forte e proporcional, onde
a presença de um elemento pode facilitar ou dificultar a absorção de outro.
86
Figura 3 – Teor de Ca (A), Mg (B), P (C) e K (D) dos cogumelos shiitake produzidos
pelos isolados UFV16 e UFV52 em toras artificiais imersas em
diferentes concentrações de selenito de sódio
Os resultados do experimento revelaram que os valores de Se nos cogumelos
enriquecidos com esse elemento aumentaram linearmente com o aumento da dose de
selenito de sódio adicionado à água do choque frio e, valores de Se superiores a 17
mg.100 g
-1
foram encontrados nos cogumelos tratados com 0,64 mmol L
-1
de selenito
de sódio (Figura 4). Os teores de Se nas concentrações 0,08; 0,16 e 0,32 mmol L
-1
de
selenito de sódio, foram 1,0 mg.100 g
-1
; 3,0 mg.100 g
-1
e 5,0 mg.100 g
-1
de massa
seca, respectivamente. Estes resultados estão de acordo com Spolar et al. (1998) e
Werner e Beelman (2002) que verificaram que a adição de selenito de sódio na água
0
100
200
300
400
0,00 0,16 0,32 0,48 0,64
Selenito de sódio na á
g
ua do choque frio
(mmol L
-1
)
Teor de Ca (mg 100 g
-1
cogumelo
desidratado)
A
0
100
200
300
400
0,00 0,16 0,32 0,48 0,64
Selenito de sódio na á
g
ua do choque frio
(mmol L
-1
)
Teor de Mg (mg 100 g
-1
cogumelo
desidratado)
B
0
200
400
600
800
1000
1200
0,00 0,16 0,32 0,48 0,64
Selenito de sódio na á
g
ua do choque frio
(mmol L
-1
)
Teor de P (mg 100 g
-1
cogumelo
desidratado)
C
-500
0
500
1000
1500
2000
2500
0,00 0,16 0,32 0,48 0,64
Selenito de sódio na água do choque frio
(mmol L
-1
)
Teor de K (mg 100 g
-1
cogumelo
desidratado)
D
87
de irrigação dos cogumelos A. bisporus causou um aumento de Se nesses cogumelos
e o grau de acúmulo foi diretamente dependente da concentração de selenito de sódio
adicionada. Ogra et al. (2004), analisando o cogumelo shiitake enriquecido com Se
na forma de selenito de sódio, observaram que o conteúdo de Se dos cogumelos
shiitake liofilizados foi 355,7 µg Se g
-1
de cogumelo desidratado. Para Werner e
Beelman (2002), a adição de dose elevada de Se (197,1 mg.kg
-1
) apresentou
concentrações acima de 1300 mg.kg
-1
desse elemento nos cogumelo.
0
4
8
12
16
20
0,00 0,16 0,32 0,48 0,64
Selenito de sódio na água do choque frio (mmol L
-1
)
Teor de Se (mg 100 g
-1
cogumelo
desidratado)
Figura 4 – Teor de selênio dos cogumelos shiitake produzidos pelos isolados
UFV16 e UFV52 em toras artificiais imersas em diferentes
concentrações de selenito de sódio
Nos cogumelos do tratamento controle, não foi detectada a presença de Se.
Esse resultado está em concordância com Spolar et al. (1998) e Werner e Beelman
(2002) que enriqueceram cogumelos A. bisporus com Se e observaram que o
tratamento controle, sem adição de Se, mostrou valores desprezíveis desse elemento.
Mattila et al. (2001) encontraram teor de Se no cogumelo shiitake não enriquecido
em torno de 3,9 μg.100 g
-1
de cogumelo seco, valores considerados baixos pelos
autores. Porém, Werner e Beelman (2001) enriqueceram o cogumelo A. bisporus e
observaram valores expressivos de Se no controle, provavelmente devido à presença
desse elemento no substrato. O substrato utilizado para o cultivo do cogumelo A.
bisporus é à base de bagaço de cana-de-açúcar, capim ou feno, diferente do substrato
88
utilizado para o cultivo do cogumelo shiitake. Os teores de Se encontrados nos
cogumelos produzidos pelos dois isolados avaliados foram idênticos, significando
que não houve influência do isolado (p 0,05) na absorção desse elemento (Figura
4). Kalac e Svoboda (2000) encontraram valores de Se em cogumelos comestíveis
variando de 1 a 2 mg.100 g
-1
de matéria seca, embora outros autores afirmam que os
valores de Se em cogumelos variam de 0,1 mg.100 g
-1
a 0,5 mg.100 g
-1
de matéria
seca (Piepponen et al., 1990). Mattila et al. (2001) afirmaram que os valores de Se
em cogumelos do gênero Agaricus são altos e estão entre 0,32 mg.100 g
-1
e 0,14
mg.100 g
-1
de massa seca, nas variedades marrom e branca, respectivamente. Porém,
o cogumelo P. ostreatus apresentou um conteúdo de Se 20 vezes menor do que o
Agaricus e o L. edodes apresentou valores mais inferiores chegando à cerca de 80
vezes menos que o Agaricus (Mattila et al., 2001).
Os teores de Se, em torno de 17 mg.100 g
-1
de cogumelo desidratado,
encontrados nos cogumelos shiitake enriquecidos com a concentração 0,64 mmol L
-1
de selenito de sódio, correspondem a 309 % da RDA (Recommended Dietary
Allowances), para uma mulher e um homem adultos. O consumo de 4 g de
cogumelos fresco supre as necessidades diárias desse elemento indicando que o
cogumelo shiitake enriquecido com Se pode ser considerado uma excelente fonte
desse elemento. De fato, Werner e Beelman (2001) afirmaram que para ser excelente
fonte de um elemento, o alimento tem que suprir acima de 20 % da RDA. Esses
autores encontraram em cogumelos A. bisporus cultivados em composto adicionado
de 1,8 mg.kg
-1
de Se um conteúdo médio de Se de 126 % da RDA com uma variação
de 100 % a 145 %, enquanto que o controle apresentou uma concentração natural de
Se equivalente a 12,4 % de RDA com uma variação de 10 % a 14,8 %.
Os resultados obtidos demonstram que o fungo L. edodes é um bom
acumulador de Se e os cogumelos shiitake enriquecidos com esse elemento podem
ser usados como alimento com alegação de propriedade funcional ou como alimento
com alegação de propriedade de saúde. O cogumelo shiitake pode ser utilizado
também para o enriquecimento de minerais, como o fósforo (Queiroz, 2004).
89
3.3. Produtividade
A produtividade dos cogumelos shiitake enriquecidos com Se variou
significativamente (p < 0,05) com a adição de selenito de sódio, porém, não foi
observada nenhuma diferença quando se comparou os isolados avaliados (p 0,05).
Os cogumelos shiitake enriquecidos com Se apresentaram aumento na
produtividade até a concentração 0,32 mmol L
-1
de selenito de sódio, tendo havido
diminuição dessa característica na concentração 0,64 mmol L
-1
de selenito de sódio.
Este resultado pode indicar que, a partir dessa dose o Se é tóxico ao fungo L. edodes
(Figura 6). Spolar (1997) citado por Spolar et al. (1998) também demonstrou que
concentrações elevadas de Se adicionadas ao composto podem diminuir a produção
de cogumelos A. bisporus. Entretanto, em concentrações baixas de selenito de sódio,
os cogumelos A. bisporus têm a capacidade de crescer sem efeitos negativos à
qualidade e à produtividade (Spolar, 1998; Hartman, 2000).
0,00
0,40
0,80
1,20
1,60
2,00
0 0,16 0,32 0,48 0,64
Selenito de sódio na água do choque frio (mmol L
-1
)
Produtividade (%)
Figura 5 – Produtividade dos cogumelos shiitake produzidos pelos isolados
UFV16 e UFV52 em toras artificiais imersas em diferentes
concentrações de selenito de sódio
A produtividade baixa, em torno de 1 %, do cogumelo shiitake obtida neste
experimento, inclusive nos substratos não enriquecidos com Se não foi devida ao
selênio, já que houve aumento da produtividade nas menores doses de selenito de
sódio pesquisadas. Esta baixa produtividade pode estar relacionada ao fato de que se
90
trabalhou apenas com um fluxo de colheita, tendo sido dado apenas um choque para
induzir a frutificação. Geralmente, a produção de shiitake pode ser feita em até
quatro colheitas, com boa produtividade. Queiroz et al. (2004) observaram um
aumento da produtividade dos cogumelos shiitake após o primeiro e o segundo fluxo
de colheita e a maior produtividade foi encontrada no quarto fluxo. Para os autores, o
primeiro fluxo de colheita a produtividade dos cogumelos foi desprezível. Os autores
afirmaram que a suplementação com fonte de fósforo e nitrogênio tem efeito positivo
na produtividade dos cogumelos. Werner e Beelman (2002) avaliando o crescimento
de A. bisporus em substratos com adição de Se, encontraram que o aumento da
concentração de selenito de sódio (30,1; 82,5 e 197,1 mg.kg
-1
) no substrato de
crescimento do fungo, provocou uma diminuição linear na produção dos corpos de
frutificação dos cogumelos à medida que se aumentou a dose desse elemento. Esses
autores sugerem que a adição de doses altas de Se ao cogumelo podem originar
produtos que poderiam ser usados em dietas suplementares ou como um ingrediente
para a formulação de alimentos de propriedades nutricêuticas e, para compensar a
baixa produtividade pelo efeito tóxico do Se no desenvolvimento de cogumelos, esse
produto necessitaria ser comercializado por um preço mais elevado.
3.4. Eficiência biológica
A conversão da percentagem de massa seca para massa fresca de cogumelo é
chamada de eficiência biológica (EB). A Tabela 1 apresenta os resultados da
eficiência biológica para os isolados estudados. O isolado UFV16 mostrou uma
maior EB em doses mais elevadas de Se, enquanto que o isolado UFV52 não
apresentou melhorias na EB pelo aumento de doses de Se. Ruegger et al. (2001)
encontraram uma EB de 55,66 % ± 20,41 % em cogumelos Oudemansiella canarri
(Jungh.) cultivado em bagaço de cana-de-açúcar e suplementado com 50 g de farelo
de trigo. Royse (2002) avaliando o cogumelo comercial Pleurotus cornucopiae,
encontrou EB de 81,7 % na primeira colheita e de 92,2 % na segunda colheita
quando utilizou 5 % de inóculo, enquanto que nos tratamentos que receberam apenas
1,25 % de inóculo a EB ficou pouco acima de 50 %. A EB do fungo P. cornucopiae
formador de cogumelo que cresceu em substrato acrescido de 6 % de suplemento
com produto comercial (Campbell’s S-41), foi de 61,7 % e 80,6 % na primeira e na
91
segunda colheita, respectivamente, valores superiores aos tratamentos que não
receberam suplemento (Royse et al., 2004) mostrando que a EB é influenciada pela
composição do meio de cultivo de fungos formadores de cogumelos.
Tabela 1 – Eficiência Biológica de cogumelos shiitake enriquecidos com Se,
produzidos pelos isolados UFV16 e UFV52 em toras artificiais
imersas em 0,08; 0,16; 0,32; e 0,64 mmol L
-1
de selenito de sódio e
controle sem Se
Eficiência Biológica (%)
Concentração
de selênio
UFV16 UFV52
Controle 12,27 9,97
0,08 mmol L
-1
6,48 13,32
0,16 mmol L
-1
13,25 12,06
0,32 mmol L
-1
17,92 8,58
0,64 mmol L
-1
11,31 11,31
92
4. CONCLUSÕES
O padrão de crescimento do fungo L. edodes foi uniforme nas diferentes
concentrações de Se avaliadas. A produção de cogumelos teve influência positiva
com a presença de Se, apresentando-se redução na produtividade apenas na dose 0,64
mmol L
-1
de selenito de sódio o que leva a se supor que essa dose tem efeito negativo
na produção do cogumelo estudado.
A produtividade foi baixa, porém, não se pode relacionar com a presença de
Se, já que o controle apresentou baixos valores de produtividade e essa produtividade
aumentou com a dose de Se, sendo verificado efeito negativo apenas na última dose.
Os dois isolados avaliados apresentaram comportamento semelhante em todas
as variáveis testadas, com exceção do teor de potássio, que foi diferente para os dois
isolados, demonstrando que esses isolados não interferiram nestas características.
O cogumelo shiitake pode ser enriquecido com Se pela adição desse elemento
na água utilizada para o choque frio aplicado nas toras artificiais, para indução da
formação do corpo de frutificação dos cogumelos.
Os cogumelos shiitake enriquecidos com Se, podem ser considerados
excelente fonte desse elemento e podem ser utilizados como alimento com alegação
de propriedade funcional ou ainda ser utilizado como alimento com alegação de
propriedade de saúde na fórmula de cápsulas ou tabletes já que a forma de Se
absorvida pelos cogumelos shiitake é biodisponível ao organismo humano.
93
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APÊNDICE
100
CAPÍTULO 1
Quadro 1 – Resumo da análise de variância para as curvas de crescimento de doze
isolados do fungo L. edodes cultivados em BDA e substrato
ligninocelulósico adicionados de 0,32; 0,64; 0,96 e 1,28 mmol L
-1
de
selenito de sódio e controle sem selênio
Fonte de variação G.L. QM
BDA Substrato
Ligninocelulósico
Isolados 11 4,4556* 1,5106*
[selênio] 4 2,7978* 4,9967*
Tempo 3 84,6338* 118,7043*
Isolado * [selênio] 44 0,1579* 0,085982*
Isolado * tempo 33 0,3494* 0,1785*
[selênio]*tempo 12 0,42277* 0,2803*
Isolado*[selênio]*tempo 132 0,02870* 0,01680*
Resíduo 480 0,0146830 0,01263*
G.L. – Graus de liberdade
QM - Quadrado médio
* Significativo ao nível de 5 % de probabilidade
101
Quadro 2 – Resumo da análise de regressão para as curvas de crescimento de doze isolados do fungo L. edodes cultivados em BDA
adicionado de 0,32; 0,64; 0,96 e 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio e controle sem selênio
Controle
Fonte de variação G.L QM
UFV11 UFV16 UFV53 UFV62 UFV63 UFV73 UFV74 UFV75 UFV78 UFV80 UFV81 UFV82
Regressão 1 6,3044* 2,8667* 5,2688* 5,5322* 5,3074* 8,4180* 3,8913
*
7,4526* 7,7976* 6,6813* 8,1660* 3,5085*
Falta de ajustamento 2 0,0621
n.s.
0,1121
n.s.
0,0618
n.s.
0,0113
n.s.
0,0511
n.s.
0,1021
n.s.
0,0121
n.s.
0,0375
n.s.
0,0253
n.s.
0,0118
n.s.
0,3247 0,1588
n.s.
Tempo (3) 2,1429* 1,0303* 1,7955* 1,8516* 1,8032* 2,8741* 1,3052 2,5091* 2,6161* 2,2350* 2,9385* 1,2754*
0,32 mmol L
-1
Fonte de variação G.L QM
UFV11 UFV16 UFV53 UFV62 UFV63 UFV73 UFV74 UFV75 UFV78 UFV80 UFV81 UFV82
Regressão 1 6,4033* 3,0677* 3,7250* 5,8263* 5,4234* 7,4047* 3,6803* 7,0288* 6,3395* 5,2138* 7,3430* 5,1439*
Falta de ajustamento 2 0,0415
n.s.
0,1276
n.s.
0,0724
n.s.
0,0388
n.s.
0,0634
n.s.
0,0666
n.s.
0,0187
n.s.
0,0552
n.s.
0,1009
n.s.
0,0120
n.s.
0,3330
n.s.
0,0804
n.s.
Tempo (3) 2,1621* 1,1076* 1,2899* 1,9679* 1,8501* 2,5127* 1,2393* 2,3797* 2,1804* 1,7459* 2,6700* 1,7682*
0,64 mmol L
-1
Fonte de variação G.L QM
UFV11 UFV16 UFV53 UFV62 UFV63 UFV73 UFV74 UFV75 UFV78 UFV80 UFV81 UFV82
Regressão 1 5,7524* 1,8943* 3,8583* 3,7395* 4,1929* 6,0636* 1,8484* 5,0721* 5,1176* 4,3578* 6,8865* 2,6988*
Falta de ajustamento 2 0,0981
n.s.
0,0255
n.s.
0,0774
n.s.
0,0074
n.s.
0,0212
n.s.
0,0733
n.s.
0,0394
n.s.
0,0261
n.s.
0,0393
n.s.
0,0153
n.s.
0,4142
n.s.
0,0866
n.s.
Tempo (3) 1,9501* 0,6484* 1,3377* 1,2514* 1,4118* 2,0701* 0,6424* 1,7081* 1,7302* 1,4628* 2,5716* 0,9573*
102
Continuação do Quadro 2
...
0,96 mmol L
-1
Fonte de variação G.L QM
UFV11 UFV16 UFV53 UFV62 UFV63 UFV73 UFV74 UFV75 UFV78 UFV80 UFV81 UFV82
Regressão 1 4,4467* 2,3956* 3,5124* 2,7482* 3,2798* 4,3632* 1,7695* 4,5111* 1,4267* 4,0068* 5,8269* 1,6998*
Falta de ajustamento 2 0,0491
n.s.
0,0593
n.s.
0,1074
n.s.
0,0061
n.s.
0,0258
n.s.
0,0194
n.s.
0,0315
n.s.
0,0323
n.s.
0,0149
n.s.
0,0213
n.s.
0,2522
n.s.
0,0531
n.s.
Tempo (3) 1,5190* 0,8380* 1,2424* 0,9201*
1,1101* 1,4673* 0,6108* 1,5252* 0,4855* 1,3450* 2,1101* 0,6020*
1,28 mmol L
-1
Fonte de variação G.L QM
UFV11 UFV16 UFV53 UFV62 UFV63 UFV73 UFV74 UFV75 UFV78 UFV80 UFV81 UFV82
Regressão 1 3,5873* 2,4693* 3,1405* 1,6010* 3,0142* 4,6054* 2,2434* 3,2578* 1,0381* 3,4182* 6,0414* 2,0115*
Falta de ajustamento 2 0,0107
n.s.
0,0495
n.s.
0,0643
n.s.
0,0072
n.s.
0,0490
n.s.
0,0333
n.s.
0,0060
n.s.
0,0301
n.s.
0,1527
n.s.
0,0481
n.s.
0,1841
n.s.
0,1413
n.s.
Tempo (3) 1,2029* 0,8561* 1,0897* 0,5384* 1,0374* 1,5573* 0,7518* 1,1060* 0,4478* 1,1714* 2,1365* 0,7647*
Resíduo 480 0,146830
G.L. - Graus de liberdade
QM - Quadrado médio
* Significativo a 5% de probabilidade
n.s. - Não significativo ao nível de 5% de probabilidade
103
Quadro 3 – Equações estimadas para as curvas de crescimento de doze isolados do fungo L. edodes cultivados em BDA adicionado de
0,32; 0,64; 0,96 e 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio e controle sem selênio
Isolados Controle 0,32 mmol L
-1
Equação R
2
CV (%) Equação R
2
CV (%)
UFV11
Y
ˆ
=1,751+0,216*tempo
98,068 3,821
Y
ˆ
=1,772+0,218*Tempo
98,720 3,377
UFV16
Y
ˆ
=1,619+0,146*tempo
92,743 5,644
Y
ˆ
=1,546+0,151*Tempo
92,319 7,536
UFV53
Y
ˆ
=2,188+0,197*tempo
97,704 3,088
Y
ˆ
=2,303+0,166*Tempo
96,260 7,311
UFV62
Y
ˆ
=1,619+0,202*tempo
99,703 2,573
Y
ˆ
=1,525+0,208*Tempo
98,687 4,778
UFV63
Y
ˆ
=1,806+0,198*tempo
98,112 3,297
Y
ˆ
=1,702+0,200*Tempo
97,714 5,385
UFV73
Y
ˆ
=1,530+0,249*tempo
97,631 4,477
Y
ˆ
=1,554+0,234*Tempo
98,232 3,642
UFV74
Y
ˆ
=1,560+0,169*tempo
99,382 2,525
Y
ˆ
=1,530+0,165*Tempo
98,992 2,973
UFV75
Y
ˆ
=1,454+0,235*tempo
99,005 2,808
Y
ˆ
=1,487+0,228*Tempo
98,453 3,643
UFV78
Y
ˆ
=1,372+0,240*tempo
99,355 3,786
Y
ˆ
=1,311+0,217*Tempo
96,915 5,286
UFV80
Y
ˆ
=1,419+0,222*tempo
99,649 2,212
Y
ˆ
=1,458+0,197*Tempo
99,543 5,547
UFV81
Y
ˆ
=1,629+0,246*tempo
92,633 7,630
Y
ˆ
=1,711+0,233*Tempo
91,683 7,597
UFV82
Y
ˆ
=1,669+0,161*tempo
91,700 7,988
Y
ˆ
=1,613+0,195*Tempo
96,970 5,272
104
Continuação do Quadro 3...
CV – Coeficiente de variação
Isolados 0,64 mmol L
-1
0,96 mmol L
-1
1,28 mmol L
-1
Equação R
2
CV (%) Equação R
2
CV (%) Equação R
2
CV (%)
UFV11
Y
ˆ
=1,810+0,206*Tempo
98,324 3,125
Y
ˆ
=1,916+0,181*Tempo
97,838 3,253
Y
ˆ
=1,905+0,163*Tempo
99,404 4,647
UFV16
Y
ˆ
=1,771+0,118*Tempo
97,379 6,613
Y
ˆ
=1,697+0,133*Tempo
95,285 4,696
Y
ˆ
=1,699+0,135*Tempo
96,147 4,534
UFV53
Y
ˆ
=2,295+0,169*Tempo
96,144 3,601
Y
ˆ
=2,244+0,161*Tempo
94,236 4,457
Y
ˆ
=2,263+0,153*Tempo
96,068 3,944
UFV62
Y
ˆ
=1,685+0,166*Tempo
99,608 1,407
Y
ˆ
=1,750+0,143*Tempo
99,559 3,397
Y
ˆ
=1,833+0,109*Tempo
99,112 12,367
UFV63
Y
ˆ
=1,599+0,176*Tempo
98,997 6,589
Y
ˆ
=1,627+0,156*Tempo
98,479 3,575
Y
ˆ
=1,984+0,149*Tempo
96,849 3,384
UFV73
Y
ˆ
=1,623+0,212*Tempo
97,639 3,943
Y
ˆ
=1,607+0,179*Tempo
99,119 3,303
Y
ˆ
=1,608+0,185*Tempo
98,574 3,965
UFV74
Y
ˆ
=1,645+0,117*Tempo
95,910 7,567
Y
ˆ
=1,701+0,114*Tempo
96,562 4,237
Y
ˆ
=1,671+0,129*Tempo
99,465 4,074
UFV75
Y
ˆ
=1,562+0,194*Tempo
98,980 3,405
Y
ˆ
=1,597+0,183*Tempo
98,587 3,056
Y
ˆ
=1,549+0,155*Tempo
98,185 3,675
UFV78
Y
ˆ
=1,514+0,195*Tempo
98,489 6,143
Y
ˆ
=1,729+0,103*Tempo
97,950 11,264
Y
ˆ
=1,672+0,088*Tempo
77,261 10,533
UFV80
Y
ˆ
=1,496+0,179*Tempo
99,305 6,269
Y
ˆ
=1,569+0,172*Tempo
98,948 2,690
Y
ˆ
=1,555+0,159*Tempo
97,266 4,475
UFV81
Y
ˆ
=1,686+0,226*Tempo
89,261 8,569
Y
ˆ
=1,714+0,208*Tempo
92,033 7,0075
Y
ˆ
=1,625+0,212*Tempo
94,256 6,806
UFV82
Y
ˆ
=1,901+0,141*Tempo
93,969 6,953
Y
ˆ
=1,962+0,112*Tempo
94,123 4,121
Y
ˆ
=1,771+0,122*Tempo
87,682 6,257
105
Quadro 4 – Resumo da análise de regressão para as curvas de crescimento de doze isolados do fungo L. edodes cultivados em substrato
ligninocelulósico adicionado de 0,32; 0,64; 0,96 e 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio e controle sem selênio
Controle
Fonte de variação G.L QM
UFV11 UFV16 UFV53 UFV62 UFV63 UFV73 UFV74 UFV75 UFV78 UFV80 UFV81 UFV82
Regressão 1 8,1763* 6,3629* 7,6855* 7,6377* 7,7185* 6,8290* 4,7850* 7,4450* 7,0500* 7,0042* 7,8056* 8,0227*
Falta de ajustamento 2 0,2498
n.s.
0,3001
n.s.
0,2609
n.s.
0,2772
n.s.
0,2371
n.s.
0,1994
n.s.
0,0196
n.s.
0,2858
n.s.
0,2032
n.s.
0,1689
n.s.
0,2619
n.s.
0,2616
n.s.
Tempo (3) 2,8920 2,3211 2,7358 2,7307 2,7309 2,4092 1,6080 2,6721 2,4855 2,4473 2,7764 2,8486
0,32 mmol L
-1
Fonte de variação G.L QM
UFV11 UFV16 UFV53 UFV62 UFV63 UFV73 UFV74 UFV75 UFV78 UFV80 UFV81 UFV82
Regressão 1 7,6384* 6,8499* 7,7933* 6,0643* 7,4758* 6,6247* 3,3616* 7,4935* 6,2876* 6,8324* 7,5530* 5,3653*
Falta de ajustamento 2 0,2009
n.s.
0,1755
n.s.
0,2156
n.s.
0,2543
n.s.
0,1976
n.s.
0,1303
n.s.
0,0226
n.s.
0,2087
n.s.
0,1584
n.s.
0,2149
n.s.
0,1914
n.s.
0,1581
n.s.
Tempo (3) 2,6800 2,4003 2,7415 2,1909 2,6237 2,2951 1,1356 2,6370 2,2014 2,4208 2,6452 1,8939
0,64 mmol L
-1
Fonte de variação G.L QM
UFV11 UFV16 UFV53 UFV62 UFV63 UFV73 UFV74 UFV75 UFV78 UFV80 UFV81 UFV82
Regressão 1 6,1960* 4,6437* 7,2266* 5,2493* 4,7281* 4,7281* 2,6730* 5,1545* 5,3372* 5,8188* 6,8432* 6,7637*
Falta de ajustamento 2 0,0855
n.s.
0,1602
n.s.
0,1411
n.s.
0,1833
n.s.
0,0902
n.s.
0,0902
n.s.
0,0258
n.s.
0,1180
n.s.
0,1044
n.s.
0,1201
n.s.
0,1589
n.s.
0,1864
n.s.
Tempo (3) 2,1223 1,6547 2,5029 1,8719 1,6362 1,6362 0,9082 1,7968 1,8487 2,0196 2,3870 2,3788
106
Continuação do Quadro 4 ...
0,96 mmol L
-1
Fonte de variação G.L QM
UFV11 UFV16 UFV53 UFV62 UFV63 UFV73 UFV74 UFV75 UFV78 UFV80 UFV81 UFV82
Regressão 1 6,8438* 4,5183* 6,5300* 4,7557* 4,8116* 4,77760* 1,4623* 6,0694* 4,2236* 5,4174* 7,1415* 5,3575*
Falta de ajustamento 2 0,0612
n.s.
0,0949
n.s.
0,1037
n.s.
0,0712
n.s.
0,0461
n.s.
0,0481
n.s.
0,0127
n.s.
0,1412
n.s.
0,0130
n.s.
0,1031
n.s.
0,1628
n.s.
0,1722
n.s.
Tempo (3) 2,3221 1,5694 2,2458 1,6327 1,6346 1,6241 0,4959 2,1173 1,4165 1,8746 2,4890 1,9006
1,28 mmol L
-1
Fonte de variação G.L QM
UFV11 UFV16 UFV53 UFV62 UFV63 UFV73 UFV74 UFV75 UFV78 UFV80 UFV81 UFV82
Regressão 1 5.988* 4.1328* 6,549* 3,8476* 6,6061* 3,8042* 1,6567* 4,7861* 2,9000* 4,9916* 6,9728* 4,6448*
Falta de ajustamento 2 0,0448
n.s.
0,0524
n.s.
0,1046
n.s.
0,0258
n.s.
0,1841
n.s.
0,0468
n.s.
0,0375
n.s.
0,0813
n.s.
0,0266
n.s.
0,0312
n.s.
0,4582
n.s.
0,3454
n.s.
Tempo (3) 2,0259 1,4126 2,2528 1,2997 2,3248 1,2993 0,5772 1,6495 0,9844 1,6847 2,6297 1,7785
Resíduo 480 0, 01263
G.L. - Graus de liberdade
QM - Quadrado médio
* Significativo ao nível de 5% de probabilidade
n.s. - Não significativo ao nível de 5% de probabilidade
107
Quadro 5 – Equações estimadas para as curvas de crescimento de doze isolados do fungo L. edodes cultivados em substrato
ligninocelulósico adicionado de 0,32; 0,64; 0,96 e 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio e controle sem selênio
Isolados Controle 0,32 mmol L
-1
Equação R
2
CV (%) Equação R
2
CV (%)
UFV11
Y
ˆ
=1,759+0,246*Tempo
94,240 6,257
Y
ˆ
=1,691+0,238*Tempo
95,004 6,006
UFV16
Y
ˆ
=1,912+0,217*Tempo
91,379 7,210
Y
ˆ
=1,730+0,225*Tempo
95,126 6,281
UFV53
Y
ˆ
=1,804+0,239*Tempo
93,641 6,633
Y
ˆ
=1,704+0,240*Tempo
94,756 6,191
UFV62
Y
ˆ
=1,842+0,238*Tempo
93,233 6,693
Y
ˆ
=1,879+0,212*Tempo
92,262 7,789
UFV63
Y
ˆ
=1,795+0,239*Tempo
94,211 6,110
Y
ˆ
=1,670+0,235*Tempo
94,980 6,441
UFV73
Y
ˆ
=1,969+0,225*Tempo
94,483 5,788
Y
ˆ
=1,808+0,222*Tempo
96,215 5,445
UFV74
Y
ˆ
=1,70+0,188*Tempo
99,188 2,464
Y
ˆ
=1,704+0,158*Tempo
98,676 4,498
UFV75
Y
ˆ
=1,889+0,235*Tempo
92,870 6,605
Y
ˆ
=1,783+0,236*Tempo
94,722 6,570
UFV78
Y
ˆ
=1,889+0,229*Tempo
94,550 6,611
Y
ˆ
=1,786+0,216*Tempo
95,204 6,220
UFV80
Y
ˆ
=1,857+0,228*Tempo
95,398 5,370
Y
ˆ
=1,809+0,225*Tempo
94,080 6,473
UFV81
Y
ˆ
=1,823+0,240*Tempo
93,712 6,366
Y
ˆ
=1,798+0,237*Tempo
95,176 5,642
UFV82
Y
ˆ
=1,78+0,244*Tempo
93,878 6,677
Y
ˆ
=2,046+0,199*Tempo
94,433 5,320
108
Continuação do Quadro 5 ...
Isolados 0,64 mmol L
-1
0,96 mmol L
-1
1,28 mmol L
-1
Equação R
2
CV (%) Equação R
2
CV (%) Equação R
2
CV (%)
UFV11
Y
ˆ
=1,686+0,214*Tempo
97,314 5,392
Y
ˆ
=1,561+0,225*Tempo
98,244 3,794
Y
ˆ
=1,498+0,211*Tempo
98,527 7,886
UFV16
Y
ˆ
=1,876+0,185*Tempo
93,547 6,805
Y
ˆ
=1,808+0,183*Tempo
95,968 6,256
Y
ˆ
=1,747+0,175*Tempo
97,526 4,380
UFV53
Y
ˆ
=1,643+0,231*Tempo
96,242 5,181
Y
ˆ
=1,660+0,220*Tempo
96,922 5,420
Y
ˆ
=1,660+0,220*Tempo
96,905 6,800
UFV62
Y
ˆ
=1,809+0,197*Tempo
93,473 5,994
Y
ˆ
=1,733+0,188*Tempo
97,094 4,230
Y
ˆ
=1,774+0,169*Tempo
98,676 3,193
UFV63
Y
ˆ
=1,837+0,187*Tempo
96,325 5,533
Y
ˆ
=1,740+0,189*Tempo
98,120 3,433
Y
ˆ
=1,712+0,221*Tempo
94,722 4,477
UFV73
Y
ˆ
=1,837+0,187*Tempo
96,325 5,533
Y
ˆ
=1,743+0,188*Tempo
98,025 3,508
Y
ˆ
=1,648+0,168*Tempo
97,598 4,202
UFV74
Y
ˆ
=1,874+0,141*Tempo
98,109 5,550
Y
ˆ
=2,005+0,104*Tempo
98,293 5,002
Y
ˆ
=1,808+0,111*Tempo
95,668 5,157
UFV75
Y
ˆ
=1,828+0,195*Tempo
95,623 5,012
Y
ˆ
=1,750+0,212*Tempo
95,553 6,273
Y
ˆ
=1,769+0,188*Tempo
96,716 5,355
UFV78
Y
ˆ
=1,835+0,199*Tempo
96,235 7,902
Y
ˆ
=1,750+0,212*Tempo
99,388 3,553
Y
ˆ
=1,74+0,147*Tempo
98,202 3,379
UFV80
Y
ˆ
=1,820+0,208*Tempo
96,037 4,842
Y
ˆ
=1,832+0,200*Tempo
96,333 4,429
Y
ˆ
=1,626+0,192*Tempo
98,767 2,696
UFV81
Y
ˆ
=1,791+0,225*Tempo
95,560 5,583
Y
ˆ
=1,733+0,230*Tempo
95,639 5,758
Y
ˆ
=1,713+0,227*Tempo
88,385 9,900
UFV82
Y
ˆ
=1,778+0,224*Tempo
94,777 6,440
Y
ˆ
=1,780+0,199*Tempo
93,959 6,197
Y
ˆ
=1,823+0,185*Tempo
87,053 9,816
CV – Coeficiente de variação
109
Quadro 6 – Resumo da análise de variância para a massa seca de doze isolados
do fungo L. edodes cultivados em BDA e substrato
ligninocelulósico adicionados de 0,32; 0,64; 0,96 e 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio e controle sem selênio
Fonte de Variação G.L. QM
Isolados 11 3217,6889*
Dose 4 1795,1250*
Isolados*dose 44 466,0462*
Resíduo 120 27,5667
G.L. – Graus de liberdade
QM – Quadrado médio
* Significativo ao nível de 5 % de probabilidade
Quadro 7 Resumo da análise de regressão para a massa seca de doze isolados
do fungo L. edodes cultivados em BDA e substrato
ligninocelulósico adicionados de 0,32; 0,64; 0,96 e 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio e controle sem selênio
Fonte de
variação
G.L QM
UFV11 UFV16
Regressão 1 691,2* 1070,7302*
Falta de
ajustamento
3 18,8
n.s.
1,5428
n.s.
[Selênio] (4) 186,9* 803,4333*
UFV53 UFV62 UFV63 UFV73
Regressão 2 164,1270* 1280,1905* 1874,8492* 317,7778*
Falta de
ajustamento
2 24,6857
n.s.
134,2762* 1,7191
n.s.
14,9333
n.s.
[Selênio] (4) 129,2667* 707,2333* 1406,5667* 242,0667*
UFV74 UFV75 UFV78 UFV80 UFV81 UFV82
Regressão 3 7,5
n.s.
1503,857* 833,5906* 523,4* 256,9444* 1578,6984*
Falta de
ajustamento
1 86,2556
n.s.
29,2762
n.s.
16,5428
n.s.
1023,0667*
145,8333* 6,1714
n.s.
[Selênio] (4) 66,5667
n.s.
766,5667* 425,0667* 773,2333* 229,1667* 1185,5667*
Resíduo 120 27,5667
G.L. - Graus de liberdade
QM - Quadrado médio
* Significativo ao nível de 5% de probabilidade
n.s. - Não significativo ao nível de 5% de probabilidade
110
Quadro 8 – Equações estimadas para o teor de massa seca de doze isolados do fungo
L. edodes cultivados em BDA e substrato ligninocelulósico adicionados
de 0,32; 0,64; 0,96 e 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio e controle sem
selênio
Isolados Equação R
2
CV (%)
UFV 11
Y
ˆ
= 5,467 +15 *[selênio]
92,456 18,749
UFV16
Y
ˆ
= 22,914+134,077*[selênio]-338,309*[selênio]
2
+198,364*[selênio]
3
99,952 15,055
UFV 53
Y
ˆ
= 19,324+76,587*[selênio]-163,458*[selênio]
2
+79,685*[selênio]
3
95,226 21,668
UFV 62
Y
ˆ
= 64,210-73,810*[selênio]+38,132*[selênio]
2
90,507 18,150
UFV 63
Y
ˆ
= 50,090+206,014*[selênio]-467,820*[selênio]
2
+229,730*[selênio]
3
99,969 12,234
UFV 73
Y
ˆ
= 53,067+108,681*[selênio]-216,471*[selênio]
2
+113,593*[selênio]
3
98,458 15,817
UFV 74
Y
ˆ
= Y=13,733 (nenhuma equação ajustada)
- -
UFV 75
Y
ˆ
= 44,743-80,060*[selênio]+41,387*[selênio]
2
98,090 18,873
UFV 78
Y
ˆ
= 36,391-32,649*[selênio]+7,441*[selênio]
2
98,054 23,452
UFV 80
Y
ˆ
= 51,867-53,854*[selênio]+30,925*[selênio]
2
33,845 38,419
UFV 81
Y
ˆ
= 44,5-111,372*[selênio]+193,685*[selênio]
2
-92,400*[selênio]
3
84,091 18,327
UFV 82
Y
ˆ
= 52,171-5,134*[selênio]-112,769*[selênio]
2
+71,208*[selênio]
3
99,870 12,825
CV – Coeficiente de variação
Quadro 9 – Resumo da análise de variância para o diâmetro das hifas, distância
entre septos, distância entre núcleos dos isolados UFV11; UFV16 e
UFV53 do fungo L. edodes cultivados em BDA adicionado de 0,32;
0,64; 0,96 e 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio e controle sem
selênio
Fonte de variação G.L. QM
Diâmetro das
hifas
Distância entre
septos
Distância entre
núcleos
Isolados 2 267,0845* 376799,7170* 60,6671*
[selênio] 4 116,7538* 123897,7056* 32,5336*
Isolados* [selênio] 8 51,5115
n.s.
28379,3207
n.s.
47,9668*
Resíduo 30 31,0339 27164,0820 11,8781
G.L. – Graus de liberdade
QM - Quadrado médio
* Significativo ao nível de 5 % de probabilidade
n.s. - Não significativo ao nível de 5 % de probabilidade
111
Quadro 10 – Resumo da análise de regressão para o diâmetro das hifas, distância
entre septos e distância entre núcleos dos isolados UFV11; UFV16 e
UFV53 do fungo L. edodes cultivados em BDA adicionado de 0,32;
0,64; 0,96 e 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio e controle sem
selênio
Diâmetro das hifas
Fonte de variação G.L QM
UFV 11 UFV 16
Regressão 1 20,6073
n.s.
112,1875
n.s.
Falta de ajustamento 3 19,5853
n.s.
95,8990
n.s.
[ selênio ] (4) 19,8408
n.s.
99,9711
n.s.
UFV 53
Regressão 3 124,4577*
Falta de ajustamento 1 26,4922
n.s.
[ selênio ] (4) 99,9649*
Resíduo 30 31,0339
Distância entre septos
Fonte de variação G.L QM
UFV 11 UFV 16
Regressão 2 90487* 125007*
Falta de ajustamento 2 50970,6734
n.s.
18800,4128
n.s.
[ selênio ] (4) 70728,9125
n.s.
71903,9552
n.s.
UFV 53
Regressão 1 311,60609
n.s.
Falta de ajustamento 3 505694,1037
n.s.
[ selênio ] (4) 38023,4793
n.s.
Resíduo 30 27164,0820
Distância entre núcleos
Fonte de variação G.L QM
UFV 11 UFV 53
Regressão 1 56,4578* 9,5057
n.s.
Falta de ajustamento 3 34,4728
n.s.
20,8291
n.s.
[ selênio ] (4) 39,9690*
17,9982
n.s.
UFV 16
Regressão 3 45,5193*
Falta de ajustamento 1 145,4419*
[ selênio ] (4) 70,4999*
Resíduo 30 11,8781
G.L. – Graus de liberdade
QM - Quadrado médio
* Significativo ao nível de 5 % de probabilidade
n.s. - Não significativo ao nível de 5 % de probabilidade
112
Quadro 11 – Equações estimadas para o diâmetro das hifas, distâncias entre septos e
distância entre núcleos dos isolados UFV11; UFV16 e UFV53 do
fungo L. edodes cultivados em BDA adicionado de 0,32; 0,64; 0,96 e
1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio e controle sem selênio
Diâmetro das hifas
Isolados Equação R
2
CV (%)
UFV 11
Y
ˆ
= Y =30,939
- -
UFV 16
Y
ˆ
= Y =36,464
- -
UFV 53
Y
ˆ
=41,792+28,810*[selênio] -61,663*[selênio]
2
+25,760*[selênio]
3
93,375 12,998
Distância entre septos
Isolados Equação R
2
CV (%)
UFV 11
Y
ˆ
=354,722+818,782*[selênio] -641,022*[selênio]
2
63,967 31,223
UFV 16
Y
ˆ
=645,883+966,975*[selênio] -753,426*[selênio]
2
86,927 23,230
UFV 53
Y
ˆ
= Y =647,882
- -
Distância entre núcleos
Isolados Equação R
2
CV (%)
UFV 11
Y
ˆ
=17,681-4,287*[selênio]
35,313 34,283
UFV 16
Y
ˆ
=14,961-45,293*[selênio]+99,968*[selênio]
2
-53,127*[selênio]
3
48,425 36,900
UFV 53
Y
ˆ
= Y =10,936
- -
CV – Coeficiente de variação
113
CAPÍTULO 2
Quadro 1 – Resumo da análise de variância da atividade enzimática dos isolados
UFV11; UFV16 e UFV53 do fungo L. edodes cultivados em substrato
ligninocelulósico adicionado de 0,32; 0,64; 0,96 e 1,28 mmol L
-1
de
selenito de sódio e controle sem selênio
Fonte de variação G.L. QM
Lacase Celulase Xilanase
Isolados 2 10836,2172* 4,9258* 0,8374*
[selênio] 4 8650,7238* 7,5016* 2,4958*
Tempo 2 33980,7865* 43,8276* 4,8005*
Isolado*[selênio] 8 3128,6861* 12,0367* 13,6870*
Isolado*tempo 4 4274,8476* 5,7388* 6,79298*
[selênio]*tempo 8 6112,3737* 21,3208* 10,4642*
Isolados*[selênio]*tempo 16 2817,6446* 63,2716* 29,4642*
Resíduo 90 58,4499 0,1024 0,02758
G.L. – Graus de liberdade
QM - Quadrado médio
* Significativo ao nível de 5 % de probabilidade
114
Quadro 2 – Resumo da análise de regressão para a atividade enzimática dos isolados UFV11; UFV16 e UFV53 do fungo L.
edodes cultivados em substrato ligninocelulósico adicionado de 0,32; 0,64; 0,96 e 1,28 mmol L
-1
de selenito de
sódio e controle sem selênio
1º grau
Fonte de variação G.L. QM
UFV 11
7 dias - Lacase
UFV 11
21 dias - Xilanase
UFV 16
7 dias - Lacase
UFV 16
14 dias - Lacase
UFV 16
14 dias -Celulase
UFV 53
7 dias - Lacase
Regressão 1 0,09419
n.s.
0,0000768
n.s.
0,1221
n.s.
1012,0905* 1,1098* 0,2517
n.s.
Falta de ajustamento 3 3,4296
n.s.
0,0000256
n.s.
0,5858
n.s.
358,7634* 3,1733* 9,9377
n.s.
[Selênio] (4) 2,5957
n.s.
0,0000384
n.s.
0,1776
n.s.
522,09552* 2,6574* 7,5162
n.s.
Resíduo 90 58,4499 0,02758 58,4499 58,4499 0,1024 58,4499
2º grau
Fonte de variação G.L. QM
UFV 11
7 dias – Celulase
UFV 11
14 dias - Celulase
UFV 11
7 dias – Xilanase
UFV 16
21 dias – Lacase
UFV 16
7 dias - Xilanase
Regressão 2 0,65431* 13,3078* 0,5376* 3249,0048* 1,6535*
Falta de ajustamento 2 1,6066* 0,10999
n.s.
0,1151* 6251,4708* 0,1795*
[Selênio] (4) 1,1304* 1,1304* 0,3263* 6077,8100* 0,9165*
Resíduo 90 0,1024 0,1024 0,02758 58,4499 0,02758
Fonte de variação G.L QM
UFV 16
21 dias - Xilanase
UFV 53
14 dias - Lacase
UFV 53
21 dias – Lacase
UFV 53
7 dias – Xilanase
UFV 53
21 dias - Xilanase
Regressão 2 2,9689* 589,9206* 6066,3456* 1,2278* 0,1324*
Falta de ajustamento 2 1,0982* 2277,4960* 12442,2282* 0,4339* 2,2248*
[Selênio] (4) 2,0335* 1433,7083* 9254,2869* 0,8308* 1,1786*
Resíduo 90 0,02758 58,4499 58,4499 0,02758 0,02758
115
Continuação do Quadro 2 ...
3º grau
Fonte de variação G.L. QM
UFV 11
14 dias - Xilanase
UFV 11
14 dias - Lacase
UFV 11
21 dias - Celulase
UFV 11
21 dias - Lacase
UFV 16
7 dias - Celulase
Regressão 3 4,1178* 17078* 2,39267* 10395* 6,0679*
Falta de ajustamento 1 3,2079* 2544,1028* 1,2483* 4765,6769* 0,003772
n.s.
[Selênio] (4) 3,8903* 13444,7064* 2,1066* 8987,8205* 0,1608
n.s.
Resíduo 90 0,02758 58,4499 0,1024 58,4499 0,1024
Fonte de variação G.L QM
UFV 16
21 dias - Celulase
UFV 53
7 dias - Xilanase
UFV 53
14 dias - Xilanase
UFV 53
14 dias - celulase
UFV 53
21 dias - celulase
Regressão 3 1,8293* 0,8669* 0,7129* 2,1027* 2,9181*
Falta de ajustamento 1 4,9911* 0,7227* 0,6792* 0,005121
n.s.
0,3016
n.s.
[Selênio] (4) 2,6197* 0,8308* 0,7045* 1,5783* 2,2640*
Resíduo 90 0,1024 0,02758 0,02758 0,1024 0,1024
G.L. – Graus de liberdade
QM – Quadrado médio
* Significativo ao nível de 5% de probabilidade
n.s. - Não significativo ao nível de 5% de probabilidade
116
Quadro 3 – Equações estimadas para atividade enzimática dos isolados UFV11; UFV16 e UFV53 do fungo L. edodes cultivados em substrato
ligninocelulósico adicionado de 0,32; 0,64; 0,96 e 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio e controle sem selênio
Xilanase – UFV 11
Tempo (dias) Equação R
2
CV (%)
7
Y
ˆ
=0,518-0,421*[selênio]+0,736*[selênio]
2
82,367 27,668
14
Y
ˆ
=1,441-13,008*[selênio]+27,554*[selênio]
2
-13,517*[selênio]
3
79,385 48,363
21
Y
ˆ
=
Y
= 0,0016
- -
Xilanase – UFV 16
Tempo (dias) Equação R
2
CV (%)
7
Y
ˆ
=0,432-0,991*[selênio]+1,460*[selênio]
2
90,207 37,566
21
Y
ˆ
=1,625-2,343*[selênio]+0,768*[selênio]
2
72,997 80,134
Xilanase – UFV 53
Tempo (dias) Equação R
2
CV (%)
7
Y
ˆ
= 1,015+1,551*[selênio]-4,061*[selênio]
2
+1,769*[selênio]
3
78,255 48,843
14
Y
ˆ
= 0,0128+1,410*[selênio]-2,936*[selênio]
2
+1,956*[selênio]
3
75,896 68,080
21
Y
ˆ
= 0,6985-0,8638*[selênio]+0,4995*[selênio]
2
7,967 135,568
Celulase – UFV 11
Tempo (dias) Equação R
2
CV (%)
7
Y
ˆ
=2,314-1,922*[selênio]+1,650*[selênio]
2
28,940 27,622
14
Y
ˆ
=0,540+0,855*[selênio]+1,583*[selênio]
2
99,180 24,812
21
Y
ˆ
= 0,615+8,382*[selênio]-18,304*[selênio]
2
+8,927*[selênio]
3
85,185 61,190
Celulase – UFV 16
Tempo (dias) Equação R
2
CV (%)
7
Y
ˆ
= 1,791-6,210*[selênio]+13,037*[selênio]
2
-5,32023*[selênio]
3
99,979 16,361
14
Y
ˆ
= 2,609-0,601*[selênio]
10,440 39,210
21
Y
ˆ
= 1,060+5,348*[selênio]-10,218*[selênio]
2
+4,287*[selênio]
3
52,370 69,757
117
Continuação do Quadro 3 ...
Celulase – UFV 53
Tempo (dias) Equação R
2
CV (%)
7
Y
ˆ
= 1,398+1,575*[selênio]-1,808*[selênio]
2
32,256 61,375
14
Y
ˆ
= 0,900+7,522*[selênio]-9,202*[selênio]
2
+3,027*[selênio]
3
99,919 18,648
21
Y
ˆ
= 0,428-4,659*[selênio]+10,342*[selênio]
2
-4,512*[selênio]
3
96,669 25,471
Lacase – UFV 11
Tempo (dias) Equação R
2
CV (%)
7
Y
ˆ
=
Y
= 0,941
- -
14
Y
ˆ
=7,011-246,501*[selênio]+739,769*[selênio]
2
-367,857*[selênio]
3
80,332 32,784
21
Y
ˆ
=-4,764+636,778*[selênio]-1032,358*[selênio]
2
+478,221*[selênio]
3
86,745 30,001
Lacase – UFV 16
Tempo (dias) Equação R
2
CV (%)
7
Y
ˆ
=
Y
= 1,421
- -
14
Y
ˆ
= 5,167+18,151*[selênio]
48,463 55,480
21
Y
ˆ
=24,517+161,816[selênio]-114,070*[selênio]
2
26,728 56,664
Lacase – UFV 53
Tempo (dias) Equação R
2
CV (%)
7
Y
ˆ
=
Y
= 6,604
- -
14
Y
ˆ
=13,189+49,02 *[selênio]-45,516*[selênio]
2
- -
21
Y
ˆ
= -10,982+221,457*[selênio]-157,701*[selênio]
2
32,776 136,353
CV – Coeficiente de variação
118
Quadro 4 – Resumo da análise de variância da atividade respiratória dos isolados
UFV11; UFV16 e UFV53 do fungo L. edodes, em dois experimentos,
cultivados em substrato ligninocelulósico adicionado de 0,32; 0,64; 0,96
e 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio e controle sem selênio
Fonte de Variação G.L. QM
Respiração 1 * Respiração 2 **
Isolados 2 7619,1068*** 4368,2083***
[selênio] 4 4189,0473*** 39304,9620***
Tempo 7 33111,7252*** 4262,2160***
Isolados*[selênio] 14 319,6589*** 337,8594***
Isolados*tempo 8 1455,4440*** 868,2490***
[selênio]*tempo 28 728,2949*** 374,3630***
Isolados*[selênio]*Tempo 56 192,0614
n.s.
90,5856
n.s.
Resíduo 240 160,7484 182,7813
G.L. – Graus de liberdade
QM - Quadrado médio
* Taxa respiratória medida do quinto ao décimo segundo dia de crescimento do fungo
** Taxa respiratória medida do décimo ao décimo sétimo dia de crescimento do fungo
*** Significativo ao nível de 5 % de probabilidade
n.s. – Não significativo ao nível de 5% de probabilidade
119
Quadro 5 – Resumo da análise de regressão da atividade respiratória do quinto ao
décimo segundo dia de crescimento dos isolados UFV11; UFV16 e
UFV53 do fungo L. edodes cultivados em substrato ligninocelulósico
adicionado de 0,32; 0,64; 0,96 e 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio de e
controle sem selênio
Fonte de
variação
G.
L
QM
UFV11 – Controle UFV11– 0,64 mmol L
-1
UFV53 – Controle
Regressão 1 31353* 1540* 39883*
Falta de
ajustamento
6 38,4784
n.s.
53,6930
n.s.
46,8964
n.s.
Tempo (7) 4511,9793* 2194,5407* 5737,7313*
UFV11
Controle 0,32 mmol L
-1
0,64 mmol L
-1
0,96 mmol L
-1
1,28 mmol L
-1
Regressão 2 - 13226* - 8751,0410* 7850,7534*
Falta de
ajustamento
5 - 66,3807
n.s.
- 70,2654
n.s.
125,6528
n.s.
Tempo (7) - 3826,2158* - 2550,4870* 2332,8244*
UFV16
Controle 0,32 mmol L
-1
0,64 mmol L
-1
0,96 mmol L
-1
1,28 mmol L
-1
Regressão 2 10810* 10252* 4549,1803* 7265,5037* 1149,8893*
Falta de
ajustamento
5 307,9209
n.s.
116,9815
n.s.
50,5496
n.s.
140,9112
n.s.
415,5234*
Tempo (7) 3308,6599* 3012,6613* 1335,8726* 2176,5091* 625,3422*
UFV53
Controle 0,32 mmol L
-1
0,64 mmol L
-1
0,96 mmol L
-1
1,28 mmol L
-
1
Regressão 2 - 7871,8021* 7751,5013* 3316,3634* 3419,3996*
Falta de
ajustamento
5 - 22,2806
n.s.
23,6924
n.s.
198,5845
n.s.
35,0022
n.s.
Tempo (7) - 2265,0011* 2231,6378* 1089,3785* 1001,9729*
Resíduo 240 160,7484
G.L. – Graus de liberdade
QM – Quadrado médio
* Significativo ao nível de 5% de probabilidade
n.s. - Não significativo ao nível de 5% de probabilidade
120
Quadro 6 - Equações estimadas para a atividade respiratória do quinto ao décimo segundo dia de crescimento dos isolados UFV11; UFV16 e
UFV53 do fungo L. edodes cultivados em substrato ligninocelulósico adicionado de 0,32; 0,64; 0,96 e 1,28 mmol L
-1
de selenito
de sódio de e controle sem selênio
[Selênio] UFV11 UFV16
Equação R
2
CV (%) Equação R
2
CV (%)
Controle
Y
ˆ
=-56,425+15,774*Tempo
99,269 15,741
Y
ˆ
=-124,782+40,484*Tempo-1,635*Tempo
2
93,351 18,059
0,32 mmol L
-1
Y
ˆ
=-109,453+31,844*Tempo-1,029*Tempo
2
98,762 17,334
Y
ˆ
=-157,084+49,462*Tempo-2,205*Tempo
2
97,228 13,334
0,64 mmol L
-1
Y
ˆ
=-27,139+10,925*Tempo
97,905 17,527
Y
ˆ
=-137,166+44,241*Tempo-2,173*Tempo
2
97,297 15,348
0,96 mmol L
-1
Y
ˆ
=-186,716+56,433*Tempo-2,704*Tempo
2
98,032 14,393
Y
ˆ
=-123,949+41,361*Tempo-1,840*Tempo
2
95,376 13,059
1,28 mmol L
-1
Y
ˆ
=-178,723+52,781*Tempo-2,519*Tempo
2
96,156 16,124
Y
ˆ
=-20,740+21,251*Tempo-1,030*Tempo
2
52,538 21,552
UFV53
Equação R
2
CV (%)
Controle
Y
ˆ
=-42,594+17,791*Tempo
99,300 3,555
0,32 mmol L
-1
Y
ˆ
=-109,063+41,164*Tempo-1,799*Tempo
2
99,300 9,745
0,64 mmol L
-1
Y
ˆ
=-124,896+42,456*Tempo-1,884*Tempo
2
99,242 6,735
0,96 mmol L
-1
Y
ˆ
=-124,318+44,386*Tempo-2,279*Tempo
2
86,979 22,446
1,28 mmol L
-1
Y
ˆ
=-52,676+27,174*Tempo-1,188*Tempo
2
97,505 12,952
CV – Coeficiente de variação
121
Quadro 7 - Resumo da análise de regressão atividade respiratória do décimo ao
décimo sétimo dia de crescimento dos isolados UFV11; UFV16 e
UFV53 do fungo L. edodes cultivados em substrato ligninocelulósico
adicionado de 0,32; 0,64; 0,96 e 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio de e
controle sem selênio
Fonte de variação G.L QM
UFV11
Controle 0,32 mmol L
-1
0,64 mmol L
-1
0,96 mmol L
-1
1,28 mmol L
-1
Regressão 2 4410,8042* 1948,0852* 1610,1582* 930,1537* 869,1104*
Falta de
ajustamento
5 133,3049
n.s.
173,2028
n.s.
95,2515
n.s.
83,1600
n.s.
131,9851
n.s.
Tempo (7) 1355,4475* 680,3121* 528,0820* 325,1582
n.s.
342,5923
n.s.
UFV16
Controle 0,32 mmol L
-1
0,64 mmol L
-1
0,96 mmol L
-1
1,28 mmol L
-1
Regressão 2 4705,0602* 656,0439* 562,0301* 1594,0525* 93,0242
n.s.
Falta de
ajustamento
5 120,6694
n.s.
31,5780
n.s.
64,3302
n.s.
34,6839
n.s.
33,5152
n.s.
Tempo (7) 1430,4954* 209,9968
n.s.
260,5302
n.s.
480,2178* 50,5178
n.s.
UFV53
Controle 0,32 mmol L
-1
0,64 mmol L
-1
0,96 mmol L
-1
1,28 mmol L
-1
Regressão 3 1251,8868* 531,7047* 1018,3085* 187,8326
n.s.
89,4928*
Falta de
ajustamento
4 223,3897
n.s.
95,0404
n.s.
38,7969
n.s.
13,6362
n.s.
33,4809
n.s.
Tempo (7) 664,1742* 282,1822
n.s.
458,5876* 88,2918
n.s.
57,4860
n.s.
Resíduo 240 182,7813
G.L. – Graus de liberdade
QM – Quadrado médio
* Significativo ao nível de 5% de probabilidade
n.s. - Não significativo ao nível de 5% de probabilidade
122
Quadro 8 - Equações estimadas para a atividade respiratória do décimo ao décimo sétimo dia de crescimento de três isolados do
fungo L. edodes (UFV11, UFV16 e UFV53) cultivados em substrato ligninocelulósico adicionado de 0,32; 0,64; 0,96
e 1,28 mmol L
-1
de selenito de sódio de e controle sem selênio
[Selênio] UFV11 UFV16
Equação R
2
CV (%) Equação R
2
CV (%)
Controle
Y
ˆ
=-443,370+83,537*Tempo-2.868*Tempo
2
92,975 3,844
Y
ˆ
=-346,988+66,927*Tempo-2,203*Tempo
2
93,975 12,908
0,32 mmol L
-1
Y
ˆ
=-367,100+74,960*Tempo-2,780*Tempo
2
81,815 6,199
Y
ˆ
=-94,391+29,800*Tempo-1,011*Tempo
2
89,259 11,599
0,64 mmol L
-1
Y
ˆ
=188,414+50,242*Tempo-1,977*Tempo
2
87,116 6,878
Y
ˆ
=-110,442+31,419*Tempo-1,088*Tempo
2
77,751 8,234
0,96 mmol L
-1
Y
ˆ
=-239,164+51,967*Tempo-1,908*Tempo
2
81,732 18,659
Y
ˆ
=-180,652+35,162*Tempo-1,136*Tempo
2
94,841 15,296
1,28 mmol L
-1
Y
ˆ
=-226,920+49,418*Tempo-1,795*Tempo
2
72,482 9,324
Y
ˆ
=
Y
=84,843
- -
UFV53
Equação R
2
CV (%)
Controle
Y
ˆ
=-1543,855+356,890*Tempo-24,597*Tempo
2
+0,559*Tempo
3
80,780 5,258
0,32 mmol L
-1
Y
ˆ
=-1325,320+312,880*Tempo-22,055*Tempo
2
+0,510*Tempo
3
80,754 7,995
0,64 mmol L
-1
Y
ˆ
=-1675,009+381,455*Tempo-26,740*Tempo
2
+0,617*Tempo
3
95,166 7,394
0,96 mmol L
-1
Y
ˆ
=
Y
=93,474
- -
1,28 mmol L
-1
Y
ˆ
= Y =86,423
- -
CV – Coeficiente de variação
122
Quadro 9 – Resumo da análise de variância da atividade respiratória acumulada dos
isolados UFV11; UFV16 e UFV53 do fungo L. edodes cultivados em
substrato ligninocelulósico adicionado de 0,32; 0,64; 0,96 e 1,28 mmol
L
-1
de selenito de sódio de e controle sem selênio
Fonte de Variação G.L. QM
ACUMULADA 1* ACUMULADA 2**
Isolados 2 128734,1040
n.s.
149529,0630***
[selênio] 4 418301,9000*** 1392929,691***
Isolados*[selênio] 8 86969,4420
n.s.
63292,409
n.s.
Resíduo 30 64386,4870 38030,8980
G.L. – Graus de liberdade
QM - Quadrado médio
*Taxa respiratória acumulada medida no quinto ao décimo segundo dia de crescimento do fungo
**Taxa respiratória acumulada medida no décimo ao décimo sétimo dia de crescimento do fungo
*** Significativo ao nível de 5 % de probabilidade
n.s – Não significativo ao nível de 5% de probabilidade
Quadro 10 – Resumo da análise de regressão da atividade respiratória acumulada do
quinto ao décimo segundo dia de crescimento dos isolados UFV11;
UFV16 e UFV53 do fungo L. edodes cultivados em substrato
ligninocelulósico adicionado de 0,32; 0,64; 0,96 e 1,28 mmol L
-1
de
selenito de sódio de e controle sem selênio
Fonte de variação G.L QM
Regressão 2 692841*
Falta de ajustamento 2 143762,412
n.s.
Dose (4) 418301,900
Resíduo 40 72120,459
G.L. – Graus de liberdade
QM – Quadrado médio
* Significativo ao nível de 5% de probabilidade
n.s. - Não significativo ao nível de 5% de probabilidade
Quadro 11 –
Resumo da análise de regressão da atividade respiratória acumulada do
décimo ao décimo sétimo dia de crescimento dos isolados UFV11;
UFV16 e UFV53 do fungo L. edodes cultivados em substrato
ligninocelulósico adicionado de 0,32; 0,64; 0,96 e 1,28 mmol L
-1
de
selenito de sódio de e controle sem selênio
Fonte de variação G.L QM
UFV11 UFV16 UFV53
Regressão 2 503098* 831788* 1539974*
Falta de ajustamento 2 21032,2941
n.s.
142114,057* 1021,4440
n.s.
Dose (4) 262065,3200
*
486951,230* 770497,960*
Resíduo 30 38030,898
G.L. – Graus de liberdade
QM – Quadrado médio
* Significativo ao nível de 5% de probabilidade
n.s. - Não significativo ao nível de 5% de probabilidade
123
CAPÍTULO 3
Quadro 1 – Resumo da análise de variância para o diâmetro do píleo, diâmetro e
comprimento da haste dos cogumelos shiitake produzidos a partir dos
isolados UFV16 e UFV52 em toras artificiais adicionadas de 0,08;
0,16; 0,32 e 0,64 mmol L
-1
de selenito de sódio e controle sem
selênio
Fonte de variação G.L. QM
Diâmetro
do píleo
Comprimento
da haste
Diâmetro
da haste
Isolados 1 0,4330
n.s.
0,7683
n.s.
0,0289
n.s.
[selênio] 4 1,5209
n.s.
0,6208
n.s.
0,0141
n.s.
Isolados*[selênio] 4 2,2175
n.s.
0,9991
n.s.
0,0641
n.s.
Resíduo 20 3,7709 0,5308 0,0621
G.L. – Graus de liberdade
QM - Quadrado médio
n.s. - Não significativo ao nível de 5 % de probabilidade
* Significativo ao nível de 5 % de probabilidade
Quadro 2 – Resumo da análise de variância para os valores de L, a e b referente à
cor dos cogumelos shiitake produzidos a partir dos isolados UFV16 e
UFV52 em toras artificiais adicionadas de 0,08; 0,16; 0,32 e 0,64 mmol
L
-1
de selenito de sódio e controle sem selênio
Fonte de variação G.L. QM
L a b
Isolados 1 7,8643
n.s.
0,00012
n.s.
20,2541
n.s.
[selênio] 4 83,9323* 10,6046* 64,2710*
Isolados*[selênio] 4 17,8355* 10,9463* 19,1230*
Resíduo 20 4,5744 2,0107 5,3327
G.L. – Graus de liberdade
QM - Quadrado médio
n.s. - Não significativo ao nível de 5 % de probabilidade
* Significativo ao nível de 5 % de probabilidade
124
Quadro 3 – Resumo da análise de regressão para os valores de L, a e b referente
à cor dos cogumelos shiitake produzidos a partir dos isolados
UFV16 e UFV52 em toras artificiais adicionadas de 0,08; 0,16; 0,32
e 0,64 mmol L
-1
de selenito de sódio e controle sem selênio
Fonte de variação G.L QM
L a B
Regressão 3 111,8220* 12,8090* 84,3003*
Falta de ajustamento 1 0,2634
n.s.
3,9913
n.s.
40,1831
n.s.
[selênio] (4) 83,9323* 10,6046* 64,2710*
Resíduo 20 4,5744 2,0107 5,3327
G.L. – Graus de liberdade
QM - Quadrado médio
n.s. -
.
Não significativo ao nível de 5% de probabilidade
* Significativo ao nível de 5% de probabilidade
Quadro 4 – Equações estimadas para os valores de L, a e b referente à cor dos
cogumelos shiitake produzidos a partir dos isolados UFV16 e UFV52
em toras artificiais adicionadas de 0,08; 0,16; 0,32 e 0,64 mmol L
-1
de
selenito de sódio e controle sem selênio
Variáveis
Da cor
Equação R
2
CV (%)
Valor L
Y
ˆ
= 50,590-107,833*[selênio]+366,148*[selênio]
2
-340,459*[selênio]
3
99,922 5,808
Valor a
Y
ˆ
= 22,734-105,257*[selênio]+379,378*[selênio]
2
-359,663*[selênio]
3
98,373 16,424
Valor b
Y
ˆ
= 13,631-37,0159*[selênio]+126,852*[selênio]
2
-111,429*[selênio]
3
90,591 15,493
CV – Coeficiente de variação
Quadro 5 – Resumo da análise de variância para a concentração de proteína dos
cogumelos shiitake produzidos a partir dos isolados UFV16 e UFV52
em toras artificiais adicionadas de 0,08; 0,16; 0,32 e 0,64 mmol L
-1
de
selenito de sódio e controle sem selênio
Fonte de variação G.L. QM
Proteína
Isolados 1 0,0441
n.s.
[selênio] 4 27,6868
n.s.
Isolados*[selênio] 4 14,3480
n.s.
Resíduo 20 28,5974
G.L. – Graus de liberdade
QM - Quadrado médio
n.s. - Não significativo ao nível de 5 % de probabilidade
* Significativo ao nível de 5 % de probabilidade
125
Quadro 6 – Resumo da análise de variância dos minerais e do selênio dos
cogumelos shiitake produzidos a partir dos isolados UFV16 e UFV52
em toras artificiais adicionadas de 0,08; 0,16; 0,32 e 0,64 mmol L
-1
de
selenito de sódio e controle sem selênio
Fonte de
variação
G.L. QM
Ca Mg P K Se
Isolados 1 0,7489
n.s.
1,9253
n.s.
191,4203
n.s.
1169014,644*
0,1414
n.s.
[selênio] 4 285,9259
n.s.
4881,6328* 69418,9272*
365853,701* 311,9023*
Isolados*[selênio] 4 79,7966
n.s.
1617,0759
n.s.
35395,3480*
342949,154
n.s.
0,2280
n.s.
Resíduo 20 106,0488 1503,0827 6509,2522 125967,708 4,5583
G.L. – Graus de liberdade
QM - Quadrado médio
n.s. - Não significativo ao nível de 5 % de probabilidade
* Significativo ao nível de 5 % de probabilidade
Quadro 7 – Resumo da análise de regressão da concentração de minerais e do
selênio
dos cogumelos shiitake produzidos a partir dos isolados
UFV16 e UFV52 em toras artificiais adicionadas de 0,08; 0,16; 0,32 e
0,64 mmol L
-1
de selenito de sódio e controle sem selênio
Fonte de variação G.L QM
K - UFV 16
Regressão 1 77,299
n.s.
Falta de ajustamento 3 5010,1436
n.s.
[selênio] (4) 23082,3204
n.s.
Resíduo 20 125967,708
Se
Regressão 2 621,6455*
Falta de ajustamento 2 2,1592
n.s.
[selênio] (4) 311,9023*
Resíduo 20 4,5583
Mg P K - UFV52
Regressão 3 6498,6157*
92479* 873485*
Falta de ajustamento 1 30,6839
n.s.
237,2982
n.s.
122426,981
n.s.
[selênio] (4) 4881,6328*
69418,9272* 685720,534*
Resíduo 20 1503,0827 6509,2522 125967,708
G.L. – Graus de liberdade
QM: Quadrado médio.
n.s. - Não significativo ao nível de 5% de probabilidade
* Significativo ao nível de 5% de probabilidade
126
Quadro 8 – Equações estimadas para os minerais e para o selênio dos cogumelos
shiitake produzidos a partir dos isolados UFV16 e UFV52 em toras
artificiais adicionadas de 0,08; 0,16; 0,32 e 0,64 mmol L
-1
de selenito de
sódio e controle sem selênio
Elemento Equação R
2
CV (%)
Ca
Y
ˆ
= Y= 22,285
- -
Mg
Y
ˆ
= 163,897+378,835*[selênio]-2262,649*[selênio]
2
+2836,68*[selênio]
3
99,844 21,000
P
Y
ˆ
= 743,674+1698,158*[selênio]-9649,294*[selênio]
2
+11801*[selênio]
3
99,914 12,658
K - UFV16
Y
ˆ
= Y= 940,369
- -
K - UFV52
Y
ˆ
= 1033,310+15102*[selênio]-75783*[selênio]
2
+82174*[selênio]
3
95,537 36,279
Se
Y
ˆ
= 0,215+7,938*[selênio]+30,285*[selênio]
2
99,654 34,917
CV – Coeficiente de variação
Quadro 9 – Resumo da análise de variância para o teor de umidade e a
produtividade dos cogumelos shiitake produzidos a partir dos isolados
UFV16 e UFV52 em toras artificiais adicionadas de 0,08; 0,16; 0,32 e
0,64 mmol L
-1
de selenito de sódio e controle sem selênio
Fonte de variação G.L. QM
Umidade Produtividade
Isolados 1 0,5133
n.s.
0,02144
n.s.
[selênio] 4 2,7500* 0,20764*
Isolados*[selênio] 4 3,1139* 0,3308*
Resíduo 20 0,7257 0,007299
G.L. – Graus de liberdade
QM - Quadrado médio
n.s. - Não significativo ao nível de 5 % de probabilidade
* Significativo ao nível de 5 % de probabilidade
127
Quadro 10 – Resumo da análise de regressão para o teor de umidade e produtividade
dos cogumelos shiitake produzidos a partir dos isolados UFV16 e
UFV52 em toras artificiais adicionadas de 0,08; 0,16; 0,32 e 0,64
mmol L
-1
de selenito de sódio e controle sem selênio
Fonte de variação G.L QM
Umidade Produtividade
Regressão 2 5,3671*
0,2895*
Falta de ajuste 2 0,13292
n.s.
0,1258*
[selênio[ (4) 2,74999*
0,2076*
Resíduo 20 0,7257 0,007299
G.L. – Graus de liberdade
QM – Quadrado médio
n.s.
- Não significativo ao nível de 5% de probabilidade
* Significativo ao nível de 5% de probabilidade
Quadro 11 – Equações estimadas para o teor de umidade e produtividade dos
cogumelos shiitake produzidos a partir dos isolados UFV16 e UFV52
em toras artificiais adicionadas de 0,08; 0,16; 0,32 e 0,64 mmol L
-1
de
selenito de sódio e controle sem selênio
Variável Equação R
2
CV (%)
Umidade
Y
ˆ
= 90,203-4,951*[selênio]+10,350*[selênio]
2
97,583 1,125
Produtividade
Y
ˆ
= 1,012+1,923*[selênio]-3,223*[selênio]
2
69,717 22,630
CV – Coeficiente de variação
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