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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Jimmy Liu
AVALIAÇÃO ESPECTRAL DA FLUORESCÊNCIA DE
SEIS RESINAS COMPOSTAS
Taubaté - SP
2006
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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Jimmy Liu
AVALIAÇÃO ESPECTRAL DA FLUORESCÊNCIA DE
SEIS RESINAS COMPOSTAS
Dissertação apresentada para obtenção do
Título de Mestre pelo Programa de Pós-
Graduação em Odontologia do Departamento
de Odontologia da Universidade de Taubaté.
Sub-Área: Dentística.
Orientador: Prof. Dr. José Benedicto de Mello.
Taubaté - SP
2006
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Liu, Jimmy
Avaliação espectral da fluorescência de seis resinas
compostas. Orientação do Prof. Dr. José Benedicto de
Mello - São Paulo: 2005.
64f.: il.
1. Fluorescência. 2. Resinas compostas I. Universidade
de Taubaté. Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação. II. Liu,
Jimmy.
JIMMY LIU
AVALIAÇÃO ESPECTRAL DA FLUORESCÊNCIA DE SEIS RESINAS
COMPOSTAS
Dissertação apresentada para obtenção
do Título de Mestre pelo programa de
Pós-Graduação em Odontologia do
Departamento de Odontologia da
Universidade de Taubaté.
Área de concentração: Dentística
Data: ____________________________
Resultado: ________________________
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. __________________________ Universidade de Taubaté
Assinatura ________________________
Prof. Dr. __________________________ Universidade____________________
Assinatura ________________________
Prof. Dr. __________________________ Universidade_____________________
Assinatura ________________________
Aos meus pais, Liu Lop Kee e Chio Hou Leng
Agnes Liu, exemplos de trabalho, dedicação,
perseverança e por serem minha maior fonte
de inspiração e amor.
Aos meus familiares Débora e Custódio, pelo
apoio incondicional, amor e carinho sempre
demonstrados por mim.
Obrigado pelo incentivo em cada nova busca
da minha vida.
Dedico a vocês este trabalho.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. José Benedicto de Mello, por sua orientação segura, amizade,
apoio constante e ensinamentos transmitidos. Pela liberdade concedida no
desenvolvimento deste trabalho e pela confiança em mim depositada.
Ao Prof. Ronaldo Hirata, pela amizade, respeito e confiança, por ter guiado
meus passos desde o meu início na carreira.
Aos professores do curso de mestrado da Universidade de Taubaté, pela
colaboração e pelos conhecimentos transmitidos durante o decorrer de todo o curso.
Aos funcionários do Departamento de Pós-Graduação em Odontologia da
Universidade de Taubaté, pela gentileza na prestação de informações e serviços.
Ao Instituto de Química, USP, São Carlos, especialmente a Mauro Roberto,
pela colaboração e amizade.
Meu agradecimento sincero e profunda admiração.
RESUMO
Os dentes naturais quando expostos a raios energizantes como, por exemplo, os
raios ultravioleta, exibem uma forte fluorescência com uma faixa de emissão de
espectro que vai desde o branco intenso até o azul claro. Este fenômeno apresenta
uma importante contribuição para o aspecto de naturalidade do dente; portanto, uma
fluorescência similar à dos dentes naturais é uma característica desejável nos
materiais restauradores. O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a fluorescência de
seis resinas compostas gerada durante a exposição de uma fonte de luz ultravioleta.
Os grupos foram assim caracterizados: Grupo I 4 Seasons (Ivoclar Vivadent),
Grupo II Esthet-X (Dentsply), Grupo III Point 4 (Kerr), Grupo - IV Filtek Supreme
(3M Espe), Grupo V - Venus (Heraeus-Kulzer), Grupo VI Vit-l-escence (Ultradent).
Cada um destes grupos contou com cinco amostras. Um espectrofluorímetro
(Fluorescence Spectrophotometer F 4500 Hitachi) foi utilizado para a leitura dos
espécimes. Os corpos-de-prova foram obtidos pela confecção de discos de resina
composta, sendo que cada um deles possuía 10 mm diâmetro e 1 mm de espessura
e uma superfície totalmente polida. O equipamento foi calibrado para que o raio
incidente fosse emitido com um comprimento de onda de 390 nm e para que todo o
fenômeno de fluorescência fosse registrado em uma faixa compreendida entre 400
nm e 700 nm. A fluorescência gerada durante o teste foi registrada em um gráfico
intensidade de fluorescência versus comprimento de onda. Isto permitiu que fossem
identificados os picos máximos de intensidade de fluorescência que ocorreram para
cada resina composta. O valor médio para a variável intensidade de fluorescência
foi: Grupo I – 1.738,08; Grupo II – 1.179,242; Grupo III – 2.615,188; Grupo IV – 31,4;
Grupo V 1.505,41 e Grupo VI 963,299. A média para a variável comprimento de
onda foi: Grupo I – 448,00; Grupo II – 448,32; Grupo III – 435,04; Grupo IV – 465,08;
Grupo V – 447,16 e Grupo VI 446,00. Com estes resultados concluiu-se que
houve diferenças estatísticas significantes em relação à intensidade de fluorescência
entre todos os grupos de resinas compostas, sendo que o Grupo IV (Filtek Supreme)
apresentou a menor média de intensidade de fluorescência seguida, na ordem, pelo
Grupo VI (Vit-l-escence), Grupo II (Esthet-X), Grupo V (Venus) e Grupo I (4
Seasons). A maior média de intensidade de fluorescência foi apresentada pelo
Grupo III (Point 4); os grupos de resina composta que apresentaram espectro de
emissão de fluorescência mais próximo aos dentes naturais foram o Grupo I (4
Seasons) e o Grupo II (Esthet-X) quando comparados com dados da literatura
científica; houve diferenças estatísticas significantes quanto ao comprimento de
onda entre os diferentes grupos de resinas compostas, com exceção do Grupo I (4
Seasons) e Grupo II (Esthet-X).
Palavras-chave: Fluorescência. Resinas compostas.
ABSTRACT
Natural teeth exhibit a strong fluorescence with an emission spectrum that goes since
an intense white to a light blue when they are exposed to energizing radiation such
as ultraviolet light. This phenomenon represents an important contribution to the
natural appearance of the tooth. Therefore, a similar fluorescence to the natural teeth
is desired in restorative materials. The purpose of this study was to evaluate the
fluorescence of six composite resins generated during the exposal to an ultraviolet
light source. The groups were be characterized as: Group I 4 Seasons (Ivoclar
Vivadent), Group II – Esthet-X (Dentsply), Group III – Point 4 (Kerr), Group - IV Filtek
Supreme (3M Espe), Group V - Venus (Heraeus-Kulzer), Group VI - Vit-l-escence
(Ultradent). Each group contained five samples. A spectral fluorometer (Fluorescence
Spectrophotometer F 4500 Hitachi) was be used for the samples reading. The
specimens were obtained by building composite resin discs (1 mm in thickness and
10 mm in diameter) with a completely polished surface. The equipment was
calibrated so that the incident ray was emitted at 390 nm in wavelength and all the
fluorescence was registered in a band between 400 nm and 700 nm. The
fluorescence generated during the test was registered in a fluorescence intensity vs.
wavelength graph. This allowed the analysis of the location where the highest peaks
of fluorescence occurred to each composite resin. The mean value for the
fluorescence intensity variable was: Group I - 1.738,08; Group II - 1.179,242; Group
III - 2.615,188; Group IV - 31,4; Group V - 1.505,41 and Group VI - 963,299. The
mean value for the wavelength variable was: Group I - 448,00; Group II - 448,32;
Group III - 435,04; Group IV - 465,08; Group V - 447,16 and Group VI – 446,00. With
these results it was concluded that there were significant differences in respect to
fluorescence intensity between all groups. Group IV (Filtek Supreme) showed the
lowest mean value followed by Group VI (Vit-l-lescence), Group II (Esthet-X), Group
V (Venus) and Group I (4 Seasons). The highest mean value for the fluorescence
intensity variable was shown by Group III (Point 4). The groups that showed a more
similar emission of fluorescence when compared to natural teeth were Group I (4
Seasons) and Group II (Esthet-X) according to data found on scientific literature.
There were significant differences on the wavelength emission between all groups,
with the exception of Group I (4 Seasons) and Group II (Esthet-X).
Keywords: Fluorescence. Composite resins.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Resina composta Vit-l-escence (Ultradent) ................................. 33
Figura 2 - Resina composta Esthet-X (Denstply)..........................................33
Figura 3 - Resina composta 4 Seasons (Ivoclar Vivadent)........................... 33
Figura 4 - Resina composta Point 4 (Kerr) .................................................. 33
Figura 5 - Resina composta Filtek Supreme (3M Espe) ............................... 33
Figura 6 - Resina Composta Venus (Heraeus-Kulzer).................................. 33
Figura 7 - Matriz e porta espécime sobre uma placa de vidro e tira de
poliéster........................................................................................ 34
Figura 8 - Resina composta inserida no porta espécime..............................34
Figura 9 - Tira de poliéster posicionada sobre a resina composta................ 35
Figura 10 - Placa de vidro posicionada sobre a tira de poliéster .................... 35
Figura 11 - Peso de 5 kg posicionado sobre o conjunto................................. 36
Figura 12 - Fotoativação inicial da resina composta....................................... 36
Figura 13 - Fotoativação final da resina composta ......................................... 37
Figura 14 - Remoção de excessos de resina composta................................. 37
Figura 15 - Fluorescence Spetrophotometer .................................................. 39
Figura 16 - Câmara interna do espectrofluorímetro........................................ 39
Figura 17 - Vista frontal da base experimental do espectrofluorímetro........... 39
Figura 18 - Vista lateral da base experimental do espectrofluorímetro........... 40
Figura 19 - Vista posterior da base experimental do espectrofluorímetro....... 40
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dados de intensidade de fluorescência para cada resina
composta........................................................................................ 43
Tabela 2 - Estatísticas descritivas da variável comprimento de onda
para cada resina composta ............................................................ 46
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Intensidade média de fluorescência, segundo cada resina
composta........................................................................................ 44
Gráfico 2 - Intervalo de confiança (95%) para intensidade média de
fluorescência ................................................................................. 45
Gráfico 3 - Comprimento de onda médio, segundo resina composta.............. 47
Gráfico 4 - Intervalo de confiança (95%) para comprimento de onda
médio............................................................................................. 48
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
nm - Nanômetro
mm - Milímetro
µm - Micrometro
kg - Kilograma
h - Hora
min - Minuto
kV - Kilo volt
UV - Ultravioleta
A.D.A. - American Dental Association
°C - Grau Celsius
mw/cm² - Miliwatt por centímetro quadrado
CIE - Comissio Internationale de l`Eclairage
u.a. - Unidade arbitrária
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 12
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................... 14
2.1 FLUORESCÊNCIA................................................................................... 14
3 PROPOSIÇÃO......................................................................................... 31
4 MATERIAL E MÉTODO........................................................................... 32
4.1 MATERIAL ............................................................................................... 32
4.2 CONFECÇÃO DOS CORPOS DE PROVA.............................................. 32
4.3 CALIBRAÇÃO DO ESPECTROFLUORÍMETROS................................... 37
4.4 MÉTODO ................................................................................................. 38
4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA.......................................................................... 40
5 RESULTADOS......................................................................................... 42
6 DISCUSSÃO............................................................................................ 49
7 CONCLUSÕES........................................................................................ 53
REFERÊNCIAS................................................................................................ 54
APÊNDICES .................................................................................................... 56
Apêndice 1 - Média, desvio padrão, nível de confiança e erros de
amostragem, segundo diferentes resinas, por meio
do método de amostragem de Neyman ......................... 57
Apêndice 2 - Teste de Shapiro-Wilk Intensidade de
fluorescência .................................................................. 58
Apêndice 3 - Teste de Homogeneidade de Variâncias de Levene......58
Apêndice 4 - Teste de ANOVA - Intensidade de Fluorescência ..........58
Apêndice 5 - Teste de comparações múltiplas de Games-Howell
para a variável intensidade média de fluorescência,
segundo resinas ............................................................. 59
Apêndice 6 - Dados de diferença de intensidade de fluorescência
em percentagem.............................................................61
Apêndice 7 - Teste de normalidade de Shapiro-Wilk para a
variável comprimento de onda........................................ 61
Apêndice 8 - Teste de Levene – Comprimento de onda ..................... 62
Apêndice 9 - Teste de ANOVA – Comprimento de onda..................... 62
Apêndice 10 - Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD
para a variável comprimento de onda segundo
resinas, admitindo variâncias homogêneas.................... 63
12
1 INTRODUÇÃO
O desejo por um sorriso mais estético e harmônico parece nortear a
odontologia nos dias atuais. Contudo, uma barreira a esse desejo decorre das
alterações que podem acometer os dentes, quer seja de forma congênita, quer de
forma patológica. Exemplos disso são as alterações morfológicas, como dentes
conóides, aquelas decorrentes das fraturas dentais e a doença cárie. Para
solucionar estes problemas, a odontologia vem desenvolvendo materiais que
buscam devolver a forma, a função e a cor natural dos dentes.
Neste campo de estudo, as resinas compostas e as cerâmicas odontológicas
têm se destacado pela excelência, pois ambas permitem a restauração do elemento
dental, se utilizada a técnica correta, com muito sucesso. Apesar da evolução das
cerâmicas odontológicas, as resinas compostas ainda se apresentam como material
restaurador preferencial em um grande número de situações clínicas, pois
possibilitam, sobremaneira, a preservação do tecido dental hígido.
Além de ser um material que permite abordagem bastante conservadora, as
resinas compostas têm proporcionado aos profissionais a realização de restaurações
estéticas que mimetizam o elemento dental. O desenvolvimento de resinas
compostas com diferentes níveis de translucidez e opacidade permitiu a reprodução
das características naturais da dentição humana.
Sendo a resina composta o material restaurador indicado para a solução de
um grande número de casos, é natural que se esperem desse material propriedades
adequadas que permitam resultados satisfatórios em longo prazo e que preencham
os requisitos para o restabelecimento do elemento dental dentro do sistema
estomatognático. O aumento do percentual em volume de carga inorgânica, a
13
introdução de partículas de tamanho submicrométrico e também a melhoria no
conteúdo da matriz orgânica permitiram que problemas como o alto índice de
desgaste, a falta da manutenção de polimento e a contração de polimerização
fossem, se não totalmente solucionados, fossem pelo menos aceitos dentro de um
padrão bastante satisfatório.
Se, por um lado, os fabricantes têm conseguido solucionar questões de
ordem mecânica e estética, por outro existe ainda um aspecto que não tem recebido
atenção adequada. Apesar de as resinas compostas oferecerem excelentes
resultados estéticos, muitas delas deixam a desejar quando submetidas a certas
fontes luminosas. A fluorescência é um fenômeno que determinados corpos
possuem e consiste na emissão de luz visível quando estes absorvem energia de
uma fonte luminosa fora do espectro visível pelo olho humano. Assim, quando
dentes naturais são submetidos a uma fonte de raios ultravioleta, estes possuem a
capacidade de emitir uma luz branco-azulada.
Sabendo então que o comportamento da resina composta é diferente do
elemento dental no quesito fluorescência, e que, para a obtenção de restaurações
que simulem perfeitamente a parte perdida do elemento dental, é necessário o
domínio do comportamento dos materiais restauradores em relação aos tecidos
dentais e também de sua interação com os fenômenos ópticos, o objetivo deste
trabalho consiste em comparar o desempenho de resinas compostas quando
submetidas a um fluometro.
14
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 FLUORESCÊNCIA
Stephen e Ahmad (2003) definiram fluorescência como sendo a habilidade de
um material irradiar luz e luminescência como a emissão de luz visível de um objeto
ou superfície na presença de iluminação ultravioleta. O grau de brilho de um objeto
fluorescente é freqüentemente denominado intensidade de luminescência. Os olhos
humanos detectam comprimentos de onda que vão de 380 nm (violeta) até 780 nm
(vermelho). Os dentes naturais possuem capacidade de emitir luz visível quando
submetidos à exposição de raios ultravioleta e, portanto, exibem fluorescência.
Independentemente de sua cor durante o dia, os dentes naturais fluorescem e
atingem intensidade máxima em um comprimento de onda de 450 nm decrescendo
gradualmente até 680 nm. Para os autores, a fluorescência é a propriedade que
confere vitalidade aos dentes naturais. Como a luz ultravioleta não é encontrada
apenas em casas noturnas, mas também na luz do dia, e a camada de ozônio
continua sendo destruída por agentes poluentes, a quantidade desses raios tende a
aumentar. A fluorescência faz com que os dentes pareçam mais brancos e claros, e
isso vai se alterando com o passar do dia. O grande desafio para os fabricantes é
reproduzir em seus materiais a fluorescência emitida pelos dentes naturais
(esmalte=450 nm, dentina=430 nm) e manter idêntica e consistente a reprodução da
fluorescência em toda a escala de cores.
Magne e Belser (2003) relataram que a fluorescência torna os dentes mais
claros ou brancos frente na luz do dia, portanto é uma característica que deve ser
15
considerada. A fluorescência é definida como a propriedade que determinados
corpos possuem de absorver energia radiante e emiti-la em um novo comprimento
de onda, diferente do original. Como a dentina é aproximadamente três vezes mais
fluorescente do que o esmalte dental, o dente parece possuir luminosidade interna.
Apesar de ser um desafio conseguir a reprodução fiel do espectro de luminescência
do dente (cor e intensidade), metais terra-raras (európio, térbio, cério e itérbio) têm
sido utilizados como luminóforos em alguns materiais restauradores e conseguem
reproduzir satisfatoriamente a fluorescência dos dentes naturais.
Vanini (1996a) esclareceu que a fluorescência é uma forma de luminescência,
sendo que esta é definida como a emissão de radiação eletromagnética devido ao
fluxo de qualquer tipo de energia de um corpo emissor, o qual cessa bruscamente
ao se interromper a excitação e é independente da temperatura. A absorção de
energia na matéria causa a excitação dos átomos constituintes, com elevação de
seus elétrons a orbitais mais externos. A excitação segue-se pelo regresso a um
estado menos excitado, com conseguinte emissão de luz visível. Os dentes naturais
expostos à luz ultravioleta apresentam emissão de luz prevalentemente branca, com
leve tonalidade azul. O responsável por este fenômeno é a dentina, que possui
fluorescência muito mais intensa que o esmalte, devido à presença de maior
quantidade de matéria orgânica fotossensível aos raios ultravioleta. Para os
materiais restauradores, o acréscimo de agentes pigmentantes fluorescentes em
quantidade adequada resulta em emissão luminosa idêntica à dos dentes naturais.
Esta emissão luminosa não se restringe apenas à camada superficial, mas também
ao interior do material, o que resulta em um comportamento semelhante ao dente
natural.
16
Lenz (2000) relatou que a luminescência é o nome dado ao fenômeno
relacionado à capacidade que algumas substâncias apresentam em converter certos
tipos de energia em radiação eletromagnética, com um excesso de radiação térmica.
A luminescência é observada em todos os estados da matéria (gasoso, líquido e
sólido) e em materiais orgânicos e inorgânicos. A radiação eletromagnética emitida
por um corpo luminescente ocorre geralmente na região do espectro magnético
visível, mas pode ocorrer também fora do mesmo.
Poppi (2002) descreveu o mecanismo de produção de fluorescência por
corpos sólidos. Quando os corpos excitados vão para o estado fundamental, liberam
seu excesso de energia na forma de fótons. Quando esse relaxamento ocorre em
tempos inferiores a 10
-5
segundos, chama-se fluorescência; em tempos
superiores, chama-se fosforescência. Este tempo pode evoluir de minutos a horas. O
tempo de vida de um corpo excitado é curto devido às várias formas de uma
molécula ou um átomo perder o excesso de energia. Dois dos mais importantes
destes mecanismos são: o relaxamento sem radiação e o relaxamento radiativo
(fluorescência). No primeiro, podem-se distinguir a desativação vibracional e a
conversão interna. Os mecanismos deste tipo de relaxamento ainda não são
totalmente compreendidos, porém podem ser medidos por uma pequena elevação
da temperatura do meio. A fluorescência representa um processo de relaxamento
com emissão de luz. Assim, como na absorção, a baixa resolução instrumental
molda as várias linhas na forma de um espectro. As bandas são provenientes do
decréscimo de estados excitados da molécula para estados eletrônicos
fundamentais. Dentro da fluorescência, tem-se a emissão de dois tipos de radiação:
as linhas de ressonância, que resultam de comprimentos de onda idênticos aos de
excitação, e as stokes shift, que resultam em faixas mais compridas, com
17
deslocamentos para comprimentos maiores ou de baixa energia. Quando uma
molécula fluorescente recebe uma quantidade de energia favorável para promover
uma excitação eletrônica (quantum), a excitação ocorre em 10
-5
segundos ou
menos. Logo, esta molécula sofre relaxamento vibracional até o zero vibracional do
estado excitado. Neste ponto relaxamentos futuros podem ocorrer através de rotas
radioativas ou não. Se uma rota radioativa for seguida, o relaxamento ocorre para
qualquer um dos estados vibracionais no nível eletrônico inferior. Todas essas linhas
são de baixa energia, ou de comprimentos de onda maiores que as linhas de
excitação.
Dietschi (2001) alertou que para a confecção de cerâmicas altamente
estéticas, a obtenção da fluorescência idêntica à dos dentes naturais é
imprescindível. Isto também se estende para as restaurações realizadas diretamente
com resinas compostas. Atualmente a fluorescência tem papel fundamental na
vitalidade da restauração e ajuda na obtenção de um valor correto. Quando um
material não fluorescente é utilizado nas restaurações, o valor tende a diminuir em
situações em que o paciente se encontra na presença de luz ultravioleta (casas
noturnas e luz do dia).
Conceição et al. (2005) relataram que a fluorescência observada nos dentes
naturais acontece quando eles são expostos à luz ultravioleta, ocorrendo excitação
de sua fotossensibilidade, absorvendo energia luminosa e difundido-a para o
espectro visual do branco intenso para o azul claro. Afirmaram ainda que a dentina,
por possuir maior conteúdo orgânico, apresenta maior intensidade de fluorescência
que o esmalte. Os autores questionaram a real necessidade de os materiais
restauradores possuírem esta propriedade, que se consegue sucesso estético
sem a mesma. Porém, afirmaram que a fluorescência confere à restauração uma
18
maior vitalidade e auxiliam na obtenção de um correto valor. Os autores ainda
afirmaram que existe diferença significativa quanto à fluorescência das resinas
compostas. Enquanto algumas possuem nenhuma fluorescência, outras possuem
comportamento similar ao dente natural e outras apresentam fluorescência maior
que a dos dentes naturais. Os materiais que não possuem esta propriedade o
vistos como uma área escura quando expostos a fontes de raios ultravioleta. Para a
resolução de casos em consultório, foi sugerida aos profissionais da área a
aquisição de uma lâmpada ultravioleta, pois esta, quando não sofre a interferência
de outras fontes de luz, ajuda a determinar o grau de fluorescência do dente e do
material restaurador que deseja se utilizar.
Miyashita e Fonseca (2004) sugeriram que para a realização de uma
restauração completamente integrada ao dente, que cumpra com os requisitos
funcionais e estéticos, é necessário o domínio do comportamento dos tecidos
dentais e dos materiais restauradores utilizados na reprodução da estrutura dentária
perdida. A fluorescência normal de um dente tem importante contribuição na sua
aparência e ocorre quando raios ultravioleta com comprimento de onda entre 350 nm
e 400 nm atingem-no. Portanto, os materiais restauradores devem procurar
mimetizar esta característica. Sendo a luz solar a maior fonte de raios ultravioleta, e
a percepção cromática da fluorescência fortemente influenciada por esta iluminação,
a vitalidade do elemento dental é mais facilmente percebida nestas situações. O
espectro de fluorescência do dente natural está compreendido em um comprimento
de onda com um pico de aproximadamente 410 nm a 420 nm e sobe lentamente até
500 nm, o qual é característico de uma cor branco-azulada. Os componentes
básicos dos materiais restauradores o fluorescem, mas esta qualidade é
alcançada quando se agregam componentes fluorescentes às cerâmicas
19
odontológicas e resinas compostas. As terras raras como o urópio, térbio, itérbio e
cério são normalmente utilizadas como luminóforos, porém nenhum destes íons
isoladamente consegue fornecer cor e fluorescência próximas à do dente, sendo
necessárias a mistura e união das mesmas. Existe no mercado uma grande
variedade de resinas compostas, que podem ser híbridas, microhíbridas e
microparticuladas. Estas apresentam cores opacas, para a reprodução da dentina, e
translúcidas e transparentes, para a reprodução do esmalte. Em relação à
fluorescência, algumas marcas apresentam baixa intensidade, enquanto outras
apresentam maior grau de fluorescência. De acordo com os autores, na maioria dos
casos, a última camada de resina composta é que vai determinar se a restauração
vai apresentar fluorescência ou não. Assim, se durante uma restauração for utilizada
uma resina composta para dentina sem fluorescência, mas no final for utilizada uma
resina composta para esmalte com fluorescência, a restauração apresentará o
fenômeno. O inverso também é verdadeiro. Há casos em que os sistemas resinosos
possuem fluorescência, mas em diferentes graus para o esmalte e para a dentina.
Nestes casos, podem ocorrer duas situações: uma em que a fluorescência será
dada pela resina composta de esmalte, independente da resina composta de
dentina, e outra em que o esmalte funcionará como modificador da fluorescência da
resina composta para dentina. Isto se deve principalmente ao grau de translucidez
que esta resina de esmalte apresenta.
Vanini (1996b) relatou que a dentina manifesta o fenômeno da fluorescência
por apresentar componentes orgânicos em sua composição. Este fenômeno ocorre
quando um corpo absorve energia luminosa e então se difunde abaixo do espectro
visível. Para que ocorra a fluorescência, a emissão deve tomar lugar dentro dos dez
primeiros segundos de ativação. Na natureza, o fenômeno é criado pelos raios UV
20
da luz do sol, que são ondas invisíveis ao olho humano. Após penetrar no esmalte e
alcançar a dentina, estes raios excitam a fotossensibilidade da dentina. O dente
natural exposto à luz UV exibe fluorescência com uma faixa de emissão de espectro
que vai desde o branco intenso ao azul claro. Quando a única fonte de luz é a
ultravioleta, é possível avaliar o grau de fluorescência e observar a estrutura do
corpo dentário interno e a extensão do esmalte livre entre os mamelões e a margem
incisal. Após a excitação com luz UV, a dentição natural é seguida pelo retorno ao
estado fundamental com a emissão subseqüente de luz denominada fluorescência.
Esta emissão não está limitada à camada superficial, mas emana desde o espectro
interno do material e cria um resultado estético que se assemelha muito à aparência
do dente natural. Aumentar o grau de mineralização diminui a fluorescência e é por
isso que uma dentina desmineralizada aumenta a fluorescência. Portanto, o esmalte,
que é um tecido hipermineralizado, exibe um baixo grau de fluorescência quando
comparado à dentina.
Hall, Hefferren e Olsen (1970) realizaram um estudo para definir a
fluorescência de dentes humanos permanentes extraídos. Para o experimento, foi
utilizado um fluorímetro desenvolvido especialmente para a pesquisa, que emitia luz
UV de 340 nm-375 nm. Os autores variaram o comprimento de onda, inicialmente
com valor de 340 nm chegando até 375 nm. Medições feitas em secções finas de
esmalte apresentaram um pico máximo de comprimento de onda de 450 nm. A
fluorescência mínima foi observada na região incisal, enquanto a máxima foi relatada
na região cervical. A fluorescência observada na região incisal apresentou diferença
significante em relação à região cervical. A fluorescência das superfícies incisais de
dentes com atrição também apresentou diferença em relação aos não atritados;
entretanto, essa situação não foi observada quando se tratava da região cervical dos
21
elementos dentários. Também não foram relatadas diferenças de fluorescência entre
os dentes da maxila e da mandíbula.
Foreman (1988) utilizou a técnica de microscopia por fluorescência para
estudar a estrutura dos tecidos dentais duros e para comparar a intensidade de
fluorescência e os níveis de mineralização dos dentes naturais. Seções de dentes
com 100 µm de espessura foram obtidas a partir de dentes humanos extraídos de
pacientes entre trinta e cinqüenta anos e livres de cárie e também de amostras de
osso humano estocados. Microrradiografias foram feitas de todas as seções com o
uso de chapas fotográficas de alta resolução (Kodak) e um aparelho de raios-X da
Philips a 25 kv, com o propósito de avaliar as diferentes áreas de radiodensidade e
então microfotografá-las. Todas as seções foram, assim, colocadas em água
destilada, tendo seu excesso de água dentro dos túbulos removido em vácuo e
preparados com água para a microscopia por ultravioleta. Outras microfotografias
foram feitas de áreas comparáveis com o uso de um microscópio de ultravioleta Carl
Zeiss no qual foram adaptados um filtro de excitação Zeiss II (absorvendo todo o
comprimento de onda acima de 400 nm) e um filtro de barreira Zeiss 45 (absorvendo
todo o comprimento de onda abaixo de 450 nm). Isto foi feito para assegurar que o
espécime foi excitado por um comprimento de onda ótimo de 345 nm sem que
nenhuma luz visível mascarasse o fenômeno da fluorescência e nenhum
comprimento de onda abaixo de 450 nm chegasse aos olhos do observador. Uma
lâmpada de vapor de mercúrio providenciou a iluminação. Quando os dentes foram
analisados sob luz ultravioleta, foi observado que a pré-dentina, não mineralizada,
era mais fluorescente do que a dentina primária. os espaços interglobulares, que
são pobremente mineralizados, tiveram fluorescência intermediária. Esta relação
inversa entre fluorescência e grau de mineralização foi observada e confirmada em
22
outras leituras. Apenas duas situações não apresentaram essa relação. A primeira
foi encontrada em seções onde havia depósito considerável de dentina secundária.
Nestes casos, a intensidade de fluorescência aumentava em direção à polpa sem
que houvesse diminuição no nível de minerais. Em duas seções foi observado que a
fluorescência apresentava tom laranja-avermelhado ao invés de azul-esverdeado,
mostrando um aumento no comprimento de onda. O segundo local que apresentou
índice de fluorescência alto e fora do esperado foi o esmalte, um tecido
comparativamente com menor grau de fluorescência que a dentina. Os locais de
maior intensidade no esmalte correspondiam às lamelas, aos tufos e fusos. O local
inesperado correspondia às bandas de Hunter-Schreger. Não houve variação no
grau de mineralização e foram observados diferentes graus de fluorescência nas
diferentes bandas. Uma das principais estruturas fluorescentes da dentina são os
túbulos dentinários. Estes apresentam-se com uma cor azul brilhante que se estende
desde a parede pulpar até a junção amelo-dentinária. Foi observada tendência de a
fluorescência diminuir à medida que o diâmetro dos túbulos era reduzido. Isto se
deve provavelmente ao aumento de depósitos peritubulares.
Panzeri et al. (1977) pesquisaram a fluorescência dos materiais restauradores
diretos como o cimento de silicato, resina acrílica, compósitos e glazes. Também foi
medida a fluorescência após descoloração dos corpos-de-prova de resina acrílica e
compósito. Os corpos-de-prova forma confeccionados de forma padronizada com
um molde retangular de 22 mm x 10,5 mm x 1,2 mm. Dez minutos após o início da
mistura, os espécimes foram colocados em um umidificador a 37°C por uma hora. O
espectro de luz foi determinado utilizando uma fonte de luz UV de 365 nm e um
espectrofotômetro com encaixe fluorescente. Esse sistema permitiu a visualização
de corpos opacos, assim como de substâncias transparentes e translúcidas. Os
23
grupos foram determinados de maneira aleatória, sendo eles: o grupo do cimento de
silicato (S), dividido em S1e S2; grupo das resinas acrílicas (AR), dividido em AR1,
AR2 e AR3; grupo dos compósitos (C), dividido em C1, C2, C3, C4 e C5 e grupo dos
glazes (G), dividido em G1 e G2, que foi aplicado sobre o grupo C1. Três espécimes
de cada grupo foram analisados. Foram feitas observações adicionais sobre os
corpos-de-prova de resina acrílica e resina que haviam sido descolorados pelas 12
especificações da A.D.A. O dente humano avaliado emitiu luz fluorescente quando
excitado por luz UV e por apresentar fluorescência policromática, com maior
intensidade no comprimento de onda próximo a 450 nm; os resultados apresentaram
diferenças entre todos os materiais, sendo que o grupo S1 registrou alta intensidade,
entre 460 nm e 525 nm. Os testes com a resina acrílica mostraram que AR1 e AR3
possuía um pico de fluorescência em 450 nm e AR2 em 525 nm. A fluorescência não
foi detectada com o compósito C2, C3 e C4. Os compósitos C1 e C5 apresentaram
fluorescência similar em 420 nm, porém a curva da resultante para C5 foi diferente e
emitiu mais componentes azuis que C1. O agente glazeador G2 e uma resina
transparente não fluorescente aplicado ao compósito C1 não alterou a fluorescência.
o G1 reduziu a fluorescência em 50%. A descoloração de AR1, AR2 e AR3 e os
compósitos C1, C2 e C3 demonstraram como resultados uma redução na
fluorescência dos compósitos e pouca variação nos resultados para as resinas
acrílicas, sendo que o pico registrado foi em 475 nm, mostrando que a descoloração
também modifica a fluorescência.
Lee, Lu e Powers (2005a) relataram em seu estudo que o uso de selantes de
superfície tem a finalidade de preencher possíveis defeitos na superfície da
restauração, melhorar a integridade marginal e aumentar a resistência à abrasão. Os
selantes de superfície provêem, ainda, melhores capacidades de resistência ao
24
manchamento do que uma resina composta com superfície apenas polida, pois,
além de diminuírem a porosidade, oferecem uma camada superficial com maior taxa
de conversão de monômeros em polímeros. Os autores relataram ainda nesse
estudo que a associação de substâncias como a clorexidina, chá e saliva aumentam
o manchamento das resinas compostas. O objetivo desse trabalho foi o de avaliar a
fluorescência e as alterações de cor nas resinas compostas quando são utilizados
selantes de superfície, e ainda, avaliar se a fluorescência e a cor são afetadas ao se
manchar e depois remover pigmentos da superfície da restauração. Para isto, foram
selecionadas quatro marcas comerciais de resina composta (Filtek Supreme 3M
Espe, Gradia- GC América, Símile Pentron Clinical Technologies e Vit-l-escence
Ultradent Products). Cada marca comercial constituiu de dois grupos, tendo cada
grupo um total de cinco amostras com as seguintes dimensões: 10 mm de diâmetro
e 2 mm de espessura. Para a confecção dos corpos-de-prova, foi utilizada uma
matriz de teflon. A uniformidade de espessura dos corpos-de-prova foi assegurada
pelo uso de um filme de polietileno sobre a matriz e sobre este filme foi aplicada uma
carga de 5 kg durante três minutos. Os espécimes foram polimerizados por quarenta
segundos em três áreas diferentes sendo a intensidade da fonte de luz controlada
por um radiômetro. O grupo tratado com selante de superfície (Biscover – Bisco Inc.)
teve os procedimentos realizados de acordo com as instruções do fabricante. A
medição da reflectância espectral e a da cor foram feitas de acordo com a escala de
cor da CIELAB relativa à iluminação standard D65. O espectrofotômetro utilizado foi
o COLOR-EYE 7000. Um filtro de luz UV foi acrescentado ou removido para incluir
ou excluir o componente ultravioleta da iluminação. A fluorescência foi determinada
pela comparação dos valores da reflectância espectral, pela inclusão ou exclusão do
componente ultravioleta. Os dados foram captados em uma faixa de comprimento de
25
onda entre 410 nm e 750 nm. Os procedimentos para o manchamento dos corpos-
de-prova seguiram a seguinte seqüência: criação de uma película de mucina,
imersão desta camada em clorexidina e em seguida imersão em solução de chá.
Para a remoção das manchas, o procedimento realizado foi a imersão dos corpos-
de-prova em uma solução salina de fosfato tamponado a 37°C por 72 h. Os
procedimentos de leitura foram idênticos aos realizados para o teste com o selante
de superfície. Os resultados mostraram que, para o grupo da resina composta Filtek
Supreme, a fluorescência não foi detectada e as alterações de cor devido à
pigmentação e remoção das mesmas foram menores que em outros grupos. Já para
a resina composta Gradia, Vit-l-escence e Símile, a fluorescência foi detectada, mas
houve alterações com aplicação do selante de superfície e com os procedimentos de
manchamento e remoção das manchas. Em relação à diminuição da fluorescência
quando da aplicação de um selante de superfície, os autores sugeriram que o
selante de superfície pode ter diminuído a sua transmissão e/ou mesmo a absorvido,
o que vem ao encontro do estudo de Panzeri et al. (1977).
Baeza et al. (2002) realizaram um estudo em que foram confeccionados nove
corpos-de-prova cilíndricos com 6 mm de diâmetro e 3 mm de espessura, em matriz
de aço. A resina composta foi condensada em incremento único e polimerizado por
sessenta segundos através da superfície de topo. Foram utilizadas diferentes
marcas comerciais e todas na cor A3 da escala Vita. Como fonte luminosa, foi
escolhida uma lâmpada de luz UV (UVL) Philips F4T5 BLB, que emite luz de
comprimento de onda de 360 nm. Os corpos-de-prova foram expostos à distância de
5 cm da fonte de luz. Como grupo controle foi utilizado um dente natural, canino
superior, recém-extraído e mantido em soro fisiológico. Foi comparada a intensidade
de luz gerada pela coroa dental mediante o controle negativo (tecido preto) que não
26
emitiu luz, obtendo-se valor zero, e uma folha de papel branco, que obteve valor dez
de luz emitida. Comparou-se a luz emitida pelo dente natural, e seis examinadores
obtiveram um valor seis de luz emitida. Posteriormente, os corpos-de-prova foram
comparados ao dente natural. Todas as análises foram realizadas no mesmo dia, na
mesma hora e em quarto escuro. Os espécimes foram dispostos de maneira
randomizada sobre o tecido preto contra o controle negativo em uma fila única, com
distância de 6 mm entre eles e paralelos à fonte luminosa; deixou-se o dente em
primeiro lugar depois dos corpos-de-prova, e, por último, as folhas de papel com as
mesmas dimensões dos corpos-de-prova. Cada examinador registrou um valor para
o corpo-de-prova entre zero e dez e depois foram calculados os valores médios e o
desvio padrão para cada espécime. Os testes de ANOVA e Bonferroni foram
utilizados para análise estatística. Os resultados mostraram que existem diferenças
no grau de fluorescência entre resinas compostas e elemento dental, havendo
materiais com valores maiores, iguais e menores ao dente natural.
Villarroel et al. (2004) pesquisaram a presença de fluorescência em resinas
compostas de última geração, sendo avaliadas 13 (treze) marcas comerciais
disponíveis no mercado, aplicando a seguinte sistemática: confecção de discos de
cada material selecionado (10 mm de diâmetro x 1 mm de espessura), cor A2 e
polimerizadas com luz halógena por sessenta segundos. Os corpos-de-prova foram
expostos à incidência de raios UVL com comprimento de onda de 365 nm em
ambiente totalmente escuro. A fluorescência dos corpos-de-prova foi registrada com
o uso de uma câmera fotográfica digital e as imagens obtidas foram avaliadas por
três examinadores qualificados. Os resultados foram classificados em: resinas com
alta, média e baixa fluorescência. Alguns sistemas apresentaram ausência ou um
baixo grau de fluorescência tanto nas resinas opacas quanto nas de esmalte. Os
27
resultados mostraram que é a última camada de resina composta a mais importante
para que o fenômeno da fluorescência aconteça. Portanto, se a resina de dentina
não possuir fluorescência, mas a de esmalte possuir, a restauração apresentará o
fenômeno. O inverso também é verdadeiro. Já quando as resinas, tanto a de dentina
quanto a de esmalte, possuírem fluorescência, haverá uma interação entre ambas e
o resultado será uma fluorescência intermediária, visto que a última camada, por ser
mais translúcida, atua como um modificador da fluorescência emitida pela resina de
dentina.
Lee, Lu e Powers (2005b) relataram em seu estudo que o uso de resinas
compostas para a restauração de grandes defeitos têm aumentado; portanto, a
fluorescência exerce papel importante na qualidade final da restauração, assim
como ocorre nas cerâmicas odontológicas. O objetivo desse trabalho foi determinar
as diferentes fluorescências das resinas compostas, utilizando-se para isto um
espectrofotômetro mensurador de cor, e compará-las com a fluorescência da dentina
humana. Para tanto, os autores escolheram cinco marcas comerciais de resina
composta tendo um total de nove cores (Filtek Supreme- 3M Espe A2E, A2B, A2D e
GT; Gradia Direct GC América A2 e AO2; Símile Pentron Clinical Technologies
A2; Palfique Estelite Tokuyama Dental A2; Vit-l-escence Ultradent Products A2).
Os corpos-de-prova com 10 mm de diâmetro e 2 mm de espessura foram
confeccionados em uma matriz de teflon e cada cor de resina composta possuía
cinco amostras. O grupo controle consistiu de cinco amostras de dentina humana
hígida. A leitura da coordenada de cor e reflectância espectral foi realizada de
acordo com a escala de cor CIELAB da CIE relativa à iluminação standard D65 e um
espectrofotômetro de luz refletida (COLOREYE 7000). Um filtro de luz UV foi
inserido e removido durante a leitura dos espécimes para se incluir ou excluir o
28
componente ultravioleta da iluminação. A partir dos valores de reflectância espectral
obtidos, a diferença na reflectância pela inclusão ou exclusão do componente UV foi
calculada. Estes valores foram captados em uma faixa de comprimento de onda que
variou de 410 nm a 750 nm. Dados como o pico máximo, altura e a área de
comprimento de onda foram analisados. Diferenças na cor e na coordenada da cor
(claridade, mudanças no parâmetro vermelho-verde e amarelo-azul) também foram
estudadas. Os melhores resultados foram obtidos pela resina composta Vit-l-
escence, seguida imediatamente pela resina composta Gradia Diretc e depois pela
resina composta Símile. As resinas compostas Filtek Supreme e Palfique Estelite
não apresentaram picos de fluorescência, sendo que não houve diferenças de
padrão para todas as cores estudadas no grupo da resina composta Filtek Supreme.
Das cinco marcas comerciais, três apresentaram fluorescência, sendo que o pico de
comprimento de onda foi similar para todas, mas a altura máxima e a área foram
diferentes entre os grupos de resina composta.
Baran, O`Brien e Tien (1977) relataram em seu estudo que o início da
fluorescência nos dentes naturais ocorre quando estes são excitados por um
comprimento de onda de 330 nm e que o pico de intensidade de fluorescência
ocorre com um comprimento de onda de 420 nm. Estes autores avaliaram as
propriedades fluorescentes de íons terras raras tendo como substrato um vidro com
composição semelhante à das cerâmicas dentais. Estes íons, com exceção do cério,
apresentam pico de emissão de energia e cor independente do substrato onde
estão. Para a realização do experimento, um espectrofotofluorímetro foi utilizado. Os
resultados mostraram que os íons terras raras podem servir como aditivos
fluorescentes e que, quando do uso de dois ou mais íons no substrato, deve-se
29
notar que a previsibilidade do efeito fluorescente dependeda interação energética
ou não entre estes íons.
Kvaal e Solheim (1989) examinaram a fluorescência da dentina e do cemento
para verificar a possibilidade de existência de uma relação entre intensidade de
fluorescência e a idade dos indivíduos. Para isto, os autores selecionaram cem pré-
molares inferiores. Deste total, 36 dentes foram extraídos de cadáveres e 64 em
prática clínica. As razões para a extração dos dentes foram: doença periodontal,
cárie, finalidade ortodôntica e protética. Cinqüenta e oito homens e quarenta e duas
mulheres, com idade que variou entre dezenove e noventa e nove anos, foram os
pacientes que tiveram seus dentes extraídos. Estes dentes, após terem sido
devidamente preparados e armazenados, foram submetidos à análise da
intensidade de fluorescência. Para tanto, foram utilizados um microscópio de
fluorescência e um fotômetro. Os resultados mostraram que o cemento apresenta
maior intensidade de fluorescência quando comparado à dentina e que existe uma
relação entre idade do paciente e intensidade de fluorescência, sendo que esta
tende a aumentar à medida que o paciente envelhece. Também não foi verificada a
influência do sexo do paciente em relação à intensidade de fluorescência. Outro
achado dos autores é que a intensidade de fluorescência do esmalte e da dentina
cariada são menores quando comparados ao tecido hígido de um mesmo dente.
Fukushima, Araki e Yamada (1987) relataram em seu estudo que a
intensidade de fluorescência é heterogênea no dente e que a piridinolina, um amino
ácido do colágeno de ligações cruzadas, é responsável pela emissão de uma forte
fluorescência. Neste estudo, os autores utilizaram um microfluorômetro equipado
com lentes polarizadas para investigar a topografia da fluorescência nos dentes
humanos. Dez dentes humanos livre de cáries e tetraciclina foram selecionados para
30
o estudo. Estes dentes foram seccionados no sentido vestíbulo-lingual até se obter
espécimes com espessura entre 100 µm e 150 µm. Após serem devidamente
preparados para análise microscópica, a leitura da intensidade de fluorescência se
deu a cada milímetro do dente no sentido coroa-raíz. Neste estudo, o comprimento
de onda do raio excitador foi ajustado para 365 nm. Os resultados de intensidade de
fluorescência dos dentes foram então comparados com os da hidróxiapatita e da
piridinolina e se apresentaram da seguinte forma: a hidróxiapatita apresentou o
menor valor de intensidade de fluorescência, seguido pelo esmalte, dentina e a
piridinolina. Os autores concluíram que um possível fluoróforo para o esmalte seria
uma mistura entre a hidróxiapatita e a piridinolina, e para a dentina, uma complexa
mistura entre ambas as substâncias, cuja proporção varia para cada região do
dente.
31
3 PROPOSIÇÃO
O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a fluorescência de seis marcas
comerciais de resinas compostas para esmalte. Os itens avaliados foram:
intensidade de fluorescência e comprimento de onda.
32
4 MATERIAL E MÉTODO
4.1 MATERIAL
Neste estudo foram utilizados os materiais relacionados no quadro a seguir:
FABRICANTE NOME COMERCIAL COR
TAMANHO DE
PARTÍCULAS
NÚMERO DO
LOTE
Ivoclar Vivadent
Dentsply
Kerr
3M Espe
Heraues-Kulzer
Ultradent
4 Seasons
Esthet-X
Point 4
Filtek Supreme
Venus
Vit-l-escence
Clear
WE
T1
YT
T1
PF
Híbrida
Híbrida
Híbrida
Nano Híbrida
Híbrida
Híbrida
H22862
0408253
408223
5BL
010101
B09BB
Quadro 1 - Resinas compostas que foram selecionadas para o estudo
4.2 CONFECÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA
Foram confeccionados trinta corpos-de-prova de resina composta, sendo que
cada grupo foi constituído por cinco amostras. As fotos das resinas compostas podem
ser visualizadas nas Figuras 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Previamente à confeão dos corpos-de-
prova, uma matriz metálica com forma e dimensões idênticas ao porta escime do
espectrofluometro foi constrda para que o corpo-de-prova fosse preparado sobre
esta matriz. Para cada corpo-de-prova, uma matriz foi construída. O objetivo destes
procedimentos foi facilitar o posicionamento do corpo-de-prova dentro do
espectrofluometro e evitar uma possível fratura do corpo-de-prova durante a sua
remoção da matriz metálica. Esta matriz caracterizou-se por possuir uma espessura de
33
1 mm e, no centro da mesma, conter uma circunfencia de 8 mm de diâmetro,
caracterizando assim as dimensões desejadas para o corpo-de-prova.
Figura 1 - Resina composta Vit-l-escence
Figura 2 - Resina composta Esthet-X
Figura 3 - Resina composta 4 Seasons
Figura 4 - Resina composta Point 4
Figura 5 - Resina composta Filtek Supreme
Figura 6 - Resina composta Venus
34
Previamente à confecção dos corpos-de-prova propriamente dita, alguns
cuidados foram tomados para assegurar que o corpo-de-prova possuísse como
característica uma superfície uniforme, lisa e polida. Para tal, uma placa de vidro foi
colocada sobre uma superfície plana e estável. Esta placa teve como finalidade
preencher os três requisitos descritos acima. Sobre esta, colocou-se uma tira de
poliéster. A finalidade desta tira foi impedir que o corpo-de-prova aderisse à placa de
vidro durante o seu processo de polimerização. Sobre esta tira, posicionou-se então
o porta espécime (Figura 7). A inserção da resina composta foi feita em incremento
único (Figura 8).
Figura 7 - Matriz e porta espécime sobre uma placa de vidro e tira de
poliéster
Figura 8 - Resina composta inserida no porta espécime
35
Previamente à fotoativação da resina composta, uma nova tira de poliéster foi
colocada sobre a mesma (Figura 9) e em seguida outra placa de vidro foi colocada
sobre a tira de poliéster (Figura 10). Um peso de 5 kg (LEE; LU; POWERS, 2005) foi
deixado sobre esta placa durante um minuto para assegurar a uniformidade do
corpo-de-prova (Figura 11).
Figura 9 - Tira de poliéster posicionada sobre a resina composta
Figura 10 - Placa de vidro posicionada sobre a tira de poliéster
36
Figura 11 - Peso de 5 kg posicionado sobre o conjunto
Decorrido esse tempo, uma polimerização da resina composta foi feita com
um aparelho de luz halógena (Degulux Soft Start – Degussa) durante quarenta
segundos (Figura 12). Depois de removida a placa superior, a resina composta foi
então sobrepolimerizada pelo mesmo período de tempo (Figura 13). A intensidade
de luz gerada pelo aparelho fotopolimerizador (800 mw/cm²) foi verificada com o
auxílio de um radiômetro (Demetron-Kerr). Os excessos de resina composta foram
removidos com mina de bisturi (Havels 12D) (Figura 14). Os espécimes foram
embalados em papel alumínio e armazenados dentro de um pote de filme fotográfico
de cor preta em temperatura ambiente até a data do experimento.
Figura 12 - Fotoativação inicial da resina composta
37
Figura 13 - Fotoativação final da resina composta
Figura 14 - Remoção de excessos de resina composta
4.3 CALIBRAÇÃO DO ESPECTROFLUORÍMETRO
Previamente à fase experimental, o espectrofluorímetro F-4500 HITACHI foi
calibrado mediante um estudo piloto em que foi realizada a leitura de um corpo-de-
prova confeccionado com cada uma das marcas comerciais utilizadas, para que
fosse determinado o comprimento de onda de luz UV (390 nm) incidente nos
espécimes e o slit de abertura do raio excitador (2,5 mm) e do raio receptor (2,5 mm)
de luz emitida.
38
4.4 MÉTODO
A fluorescência gerada durante o teste foi registrada por um aparelho
denominado espectrofluorímetro. Este equipamento é fabricado pela HITACHI
(Figura 15) para medir a fluorescência de corpos sólidos e líquidos numa faixa de
comprimento de onda que vai de 200 nm a 730 nm.
A câmara interna deste aparelho (Figura 16) é composta por: A) base
experimental; B) slit do raio excitador e C) slit do raio receptor. A base experimental
é composta por três estruturas: A) êmbolo fixador; B) espaço para fixação do porta
espécime e C) barreira protetora (Figuras 17, 18 e 19).
Para realização do teste, o porta espécime foi acoplado à base experimental
do espectrofluorímetro. Uma vez colocado nesta base, o espécime é imobilizado por
um êmbolo que exercerá pressão sobre o porta espécime, não permitindo qualquer
movimento do conjunto durante a fase de testes.
Com os corpos-de-prova em posição na base experimental, a calibração dos
parâmetros predeterminados (raio incidente com comprimento de onda de 390 nm e
slit do raio excitador/receptor = 2,5 mm) durante o estudo piloto foi checada. A partir
deste momento, os testes foram iniciados pelo início do computador. Qualquer
possibilidade de fluorescência, por menor que tenha sido, foi registrada pelo
aparelho. A partir de 700 nm, o aparelho foi programado para desligar e não realizou
nenhuma medição adicional.
O registro dos valores obtidos foi visualizado mediante uma curva de intensidade
de fluorescência (ordenada) versus comprimento de onda (abscissa). Desta maneira, foi
39
possível determinar para cada resina estudada, a respectiva fluorescência, identificando
seu comprimento de onda e a intensidade de luz emitida.
Figura 15 - Fluorescence Spectrophotometer
Figura 16 - Câmara interna do espectrofluorímetro
Legenda: A) base experimental; B) slit do raio excitador e C) slit do
raio receptor
Figura 17 - Vista frontal da base experimental do espectrofluorímetro
Legenda: A) êmbolo fixador; B) espaço para fixação do porta espécime e
C) barreira protetora
A
A
40
Figura 18 - Vista lateral da base experimental do espectrofluorímetro
Legenda: A) êmbolo fixador; B) espaço para fixação do porta espécime e
C) barreira protetora
Figura 19 - Vista posterior da base experimental do espectrofluorímetro
Legenda: A) êmbolo fixador; B) espaço para fixação do porta espécime e
C) barreira protetora
4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Visando comparar se existia diferença entre os valores médios da intensidade
de fluorescência e o do comprimento médio de onda segundo cada marca comercial
de resina composta estudada, utilizaram-se os seguintes testes estatísticos:
- Amostragem estratificada com distribuição ótima de Neyman:
- Teste de normalidade de Shapiro-Wilk;
A
A
41
- Teste de homogeneidade de variâncias de Levene;
- Análise de variância a um critério de classificação (ANOVA);
- Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD para variâncias homogêneas entre
resinas;
- Teste de comparações múltiplas de Games-Howell para variâncias heterogêneas
entre resinas.
42
5 RESULTADOS
Inicialmente visando avaliar a representatividade do tamanho da amostra para
cada uma das seis resinas estudadas, utilizando o processo de amostragem
estratificada com distribuição ótima de Neyman, verificou-se que o tamanho da
amostra utilizada era representativo para estimar a verdadeira média de intensidade
de fluorescência e do comprimento de onda para cada uma das resinas compostas e
para o total. Os resultados mostraram, a um nível de confiança de 95% para uma
margem de erro máxima de 5%, que o tamanho da amostra utilizado de trinta corpos
de prova foi estatisticamente representativo (Apêndice 1). Com relação à variável
comprimento de onda, o tamanho da amostra também é estatisticamente
representativo, uma vez que o coeficiente de variação de Pearson para cada resina
foi menor para o comprimento de onda do que para a intensidade de fluorescência.
43
Tabela 1 - Dados de intensidade de fluorescência para cada resina composta
Resinas n
Mínimo Máximo Média Mediana
Desvio
Padrão
Erro
Padrão C.V.(%)
4 Seasons 5
1.621,21
1.856,78
1.738,08
1.689,68
104,09
46,55
5,99
Esthet-X 5
1.095,33
1.217,85
1.179,24
1.214,77
54,44
24,35
4,62
Point 4 5
2.206,28
2.983,13
2.615,19
2.558,90
294,57
131,73
11,26
Filtek
Supreme 5
29,37
33,64
31,40
31,78
1,93
0,87
6,16
Venus 5
1.455,96
1.560,52
1.505,41
1.490,59
42,48
19,00
2,82
Vit-l-
escence 5
888,29
1.122,43
963,24
936,72
91,54
40,94
9,50
Nota: Todas as resinas apresentam distribuição homogênea, uma vez que C.V. (%) < 20%
Analisando os valores da média e mediana, observou-se que ambos estão
muito próximos. A aplicação do teste de Shapiro-Wilk para normalidade comprovou
tal resultado, indicando que todas as resinas apresentam distribuição normal, uma
vez que p > 0,05 (Apêndice 2).
Os resultados do teste de homogeneidade de variâncias de Levene entre as
resinas (Apêndice 3), mostrou, a um nível de probabilidade p<0,05, que a
intensidade de fluorescência não apresenta homogeneidade de variâncias entre as
resinas. Desta forma, quando a análise de variância indicou diferença estatística
significante entre os valores médios de fluorescência segundo resinas (p<0,05)
44
(Apêndice 4), visando identificar quais resinas diferiam entre si, utilizou-se o teste de
comparações múltiplas de Games-Howell para variâncias heterogêneas (Apêndice
5). O teste indicou, a um nível de probabilidade p<0,05, que a intensidade média de
fluorescência apresenta diferença entre todas as resinas, sendo que a maior
intensidade ocorreu para a Resina Point 4 e a menor intensidade para a resina Filtek
Supreme, conforme pode ser observado no Apêndice 6 e nos Gráficos 1 e 2.
Gráfico 1 - Intensidade média de fluorescência, segundo cada resina composta
45
Gráfico 2 - Intervalo de confiança (95%) para intensidade média de fluorescência
A Tabela 2 apresenta as estatísticas descritivas do comprimento de onda
segundo cada marca comercial de resina composta. O coeficiente de variação de
Pearson (C.V.%) mostrou que todas as resinas apresentam distribuição homogênea
para a variável comprimento de onda, uma vez que o coeficiente de variação é
menor do que 1% para todas elas.
46
Tabela 2 - Estatísticas descritivas da variável comprimento de onda para cada resina composta
Nota: Todas as resinas apresentam distribuição homogênea, uma vez que C.V. (%) < 20%
Analisando os valores da média e mediana, observou-se que ambos estão
muito próximos. A aplicação do teste de Shapiro-Wilk para normalidade comprovou
tal resultado, indicando que todas as resinas apresentam distribuição normal, para a
variável comprimento de onda, uma vez que p>0,05 (Apêndice 7).
Os resultados do teste de homogeneidade de variâncias de Levene entre as
resinas (Apêndice 8), indicaram que a variável comprimento de onda apresenta
homogeneidade de variâncias entre as resinas, uma vez que p>0,05. Desta forma,
quando a análise de variância registrou diferença estatística significante entre os
valores médios de comprimento de onda segundo cada marca comercial de resina
composta (p<0,05) (Apêndice 9), visando identificar quais resinas diferiam entre si,
utilizou-se o teste de comparações múltiplas de Tukey HSD para variâncias
homogêneas (Apêndice 10). O teste indicou, a um nível de probabilidade p<0,05,
que o comprimento de onda não apresenta diferença entre as resinas 4 Seasons e
Esthet-X, sendo que as mesmas diferem de todas as demais. Com relação às
Resinas n Mínimo Máximo Média Mediana
Desvio
Padrão
Erro
Padrão C.V.(%)
4 Seasons 5 447,80 448,20 448,00 448,00 0,20 0,09 0,04
Esthet-X 5 448,00 448,80 448,32 448,40 0,33 0,15 0,07
Point 4 5 434,60 435,40 435,04 435,00 0,36 0,16 0,08
Filtek
Supreme
5 456,20 456,80 456,48 456,40 0,23 0,10 0,05
Venus 5 446,80 447,40 447,16 447,20 0,26 0,12 0,06
Vit-l-escense 5 445,80 446,40 446,00 445,80 0,28 0,13 0,06
47
demais resinas analisadas, todas diferiram entre si, conforme pode ser observado no
Apêndice 10 e nos Gráficos 3 e 4.
Gráfico 3 - Comprimento de onda médio, segundo resina composta
4 Seasons Esthet X Point 4 Filtek
Supreme
Venus Vit - l -
escense
Resinas
435,00
440,00
445,00
450,00
455,00
460,00
Comprimento Médio de Onda
48
Gráfico 4 - Intervalo de confiança (95%) para comprimento de onda médio
4 Seasons Esthet X Point 4 Filtek
Supreme
Venus Vit - l -
escense
Resinas
430,00
435,00
440,00
445,00
450,00
455,00
460,00
Comprimento Médio de Onda
49
6 DISCUSSÃO
A fluorescência é uma característica que confere vitalidade aos dentes
naturais. Sendo essa uma característica importante, é de esperar que os materiais
restauradores apresentem comportamento semelhante ao dente natural. O grande
desafio dos fabricantes é produzir materiais restauradores que emitam fluorescência
igual à dos dentes naturais. Se o comportamento do material restaurador diferir do
dente natural, o resultado estético pode ser prejudicado em maior ou menor
intensidade dependendo do local onde o paciente se encontrar, pois os raios
ultravioletas são encontrados não somente em casas noturnas, mas principalmente
na luz do dia (DIETSCH, 2001; MAGNE; BELSER, 2003; STEPHEN; AHMAD, 2003).
Os componentes sicos dos materiais restauradores não fluorescem, mas
esta qualidade pode ser alcançada quando se agregam componentes fluorescentes
à sua composição. Metais terras raras como o térbio, cério, európio e itérbio têm sido
sugeridos como agentes luminóforos, porém a previsibilidade do comportamento
fluorescente do material restaurador vai depender da ocorrência ou não de interação
energética entre estes íons, pois nenhum destes agentes luminóforos consegue
reproduzir com fidelidade a fluorescência dos dentes naturais isoladamente.
(BARAN; O`BRIEN; TIEN, 1977; MAGNE; BELSER, 2003; MIYASHITA; FONSECA,
2004; VANINI, 1996a).
Independentemente de sua cor durante o dia, os dentes naturais fluorescem
quando expostos à radiação ultravioleta e atingem intensidade máxima em um
comprimento de onda de 450 nm, decrescendo gradualmente até 680 nm
(STEPHEN; AHMAD, 2003). Estes dados vêm ao encontro dos resultados obtidos no
50
estudo de Hall, Hefferren e Olsen (1970) e Panzeri et al. (1977). Já, para Miyashita e
Fonseca (2004), o pico de intensidade de fluorescência está localizado entre um
espectro de comprimento de onda com 410 nm e 420 nm, o que confere com o
estudo de Baran, O`Brien e Tien (1977). Stephen e Ahmad (2003) afirmaram em seu
estudo que a dentina apresenta seu pico de intensidade máxima de fluorescência
em 430 nm e o esmalte em 450 nm. No presente estudo, os resultados mostraram
que os diferentes grupos de resina composta apresentaram comprimento de onda
diferente dos dentes naturais quando se avaliou a intensidade máxima de
fluorescência. Apenas as resinas do Grupo I (4 Seasons) e Grupo II (Esthet-X)
apresentaram comportamento óptico próximo ao dente natural.
Lee, Lu e Powers (2005b) utilizaram em seu estudo uma faixa de espectro
entre 410 nm e 750 nm para registrar o fenômeno de fluorescência nos materiais
restauradores. Estes dados vão ao encontro dos valores adotados no presente
estudo, uma vez que o fenômeno da fluorescência foi registrado em uma faixa de
espectro compreendida entre 400 nm e 700 nm.
Conceição et al. (2005) e Miyashita e Fonseca (2004) relataram que existem
diferenças estatísticas significantes em relação à intensidade de fluorescência das
resinas compostas. Enquanto algumas marcas apresentaram pouca ou nenhuma
fluorescência, outras apresentaram resultado próximo ao do dente natural e, ainda,
algumas resinas apresentaram intensidade de fluorescência superior à do dente
natural. A importância de avaliar a intensidade de fluorescência está no fato de isto
ser o fator responsável pela luminosidade do objeto. Afirmações como a de
Conceição et al. (2005) e Dietschi (2001), que citam a fluorescência como fator
facilitador na obtenção de um correto valor, e a de Magne e Belser (2003), que citam
51
o fenômeno da fluorescência como responsável por tornar os dentes mais brancos
quando expostos à luz solar, comprovam a importância do estudo desta variável.
O estudo da variável comprimento de onda justifica-se pelo fato de esta
variável ser a responsável pela localização do fenômeno fluorescência no espectro
luminoso, ou seja, indica a cor de luz emitida pelo objeto durante o fenômeno da
fluorescência.
A fluorescência dos dentes naturais ocorre quando raios ultravioleta com
comprimento de onda entre 350 nm e 400 nm atingem os mesmos (MIYASHITA;
FONSECA, 2004). Hall, Hefferren e Olsen (1970) utilizaram em seu estudo um
comprimento de onda que variou entre 340 nm e 375 nm. Já Foreman (1988),
utilizou um comprimento de onda de 345 nm e Fukushima, Araki e Yamada (1987),
Panzeri et al. (1977) e Villarroel et al. (2004) utilizaram um comprimento de onda de
365 nm. No presente estudo, optou-se por utilizar um comprimento de onda 390 nm,
pois durante o estudo piloto, verificou-se que a intensidadexima de fluorescência
ocorria próxima a este comprimento de onda para a maioria das resinas compostas,
além de estar compreendido dentro do espectro de ocorrência de fluorescência nos
dentes naturais. Outro fato que nos levou a optar por este comprimento de onda foi a
constatação de que a localização no espectro luminoso não se alterava, somente a
intensidade de fluorescência.
No presente estudo, o corpo-de-prova possuía as seguintes dimensões: 8 mm
de diâmetro e 1 mm de espessura. O motivo que nos levou a optar por esta
dimensão foi o fato de esta espessura condizer melhor com a realidade clínica, pois
durante o processo de restauração do elemento dental, a espessura da resina de
esmalte é relativamente pequena. A literatura científica mostra que, para vários
estudos, existem diferentes dimensões do corpo-de-prova. Exemplo disso é o corpo-
52
de-prova de Panzeri et al. (1977) possuir 1,2 mm de espessura, o de Lee, Lu e
Powers (2005b) possuir 2 mm de espessura e o de Baeza et al. (2002) possuir 3 mm
de espessura. Neste ponto, deve-se salientar que, para que o fenômeno da
fluorescência ocorra, é mais importante a presença de agentes luminóforos
(VILLARROEL et al., 2004) do que a espessura do material em si.
53
7 CONCLUSÕES
Com a análise dos resultados obtidos na fase experimental, foi possível
concluir que:
- Houve diferença estatística significante em relação à intensidade de fluorescência
entre todos os grupos de resinas compostas, sendo que o Grupo IV (Filtek
Supreme) apresentou a menor média de intensidade de fluorescência seguida, na
ordem crescente, pelo Grupo VI (Vit-l-escence), Grupo II (Esthet-X), Grupo V
(Venus) e Grupo I (4 Seasons). A maior média de intensidade de fluorescência foi
apresentada pelo Grupo III (Point 4).
- Os grupos de resina composta que apresentaram espectro de emissão de
fluorescência mais próximo aos dentes naturais foram o Grupo I (4 Seasons) e o
Grupo II (Esthet-X) quando comparados com dados da literatura.
- Houve diferença estatística significante quanto ao comprimento de onda entre os
diferentes grupos de resinas compostas, com exceção do Grupo I (4 Seasons) e
Grupo II (Esthet-X).
54
REFERÊNCIAS
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FOREMAN, P. C. Fluorescent microstructure of mineralized dental tissues.
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FUKUSHIMA, Y.; ARAKI, T.; YAMADA, M. O. Topography of fluorescence and its
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HALL, J. B.; HEFFERREN, J. J.; OLSEN, N. H. Study of fluorescent characteristics
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KVAAL, S.; SOLHEIM, T. Fluorescence from dentin and cementum in human
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2, p. 131-138, Apr. 1989.
LEE, Y. K.; LU, H.; POWERS, J. M. Effect of the surface sealant and staining on the
fluorescence of resin composites. J. Prosthet. Dent., v. 93, n. 3, p. 260-266, Mar.
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LEE, Y. K.; LU, H.; POWERS, J. M. Fluorescence of layered resin composites. J
Esthet. Restor. Dent., v. 17, n. 2, p. 93-101, 2005. Discussion 101.
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adesivas de porcelana na dentição anterior: uma abordagem biomimética. Rio de
Janeiro: Quintessence, 2003, p. 86-87.
MIYASHITA, E.; FONSECA, A. S. Odontologia estética: o estado da arte. São
Paulo: Artes Médicas, 2004.
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55
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VANINI, L. Light and color in anterior composite restorations. Pract. Perio. Aesthetc.
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VANINI, L. Sistema composto microibrido universale: fluorescente e opalescente.
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VILLARROEL, M. et al. Fluorescência: uma contribuição na vitalidade natural do
dente humano. Revista Ibero-Am. Odontol. Estet. Dent., v. 3, n. 8, p. 397-406,
out./dez. 2004.
56
APÊNDICES
57
Apêndice 1 - Média, desvio padrão, nível de confiança e erros de amostragem, segundo
diferentes resinas, por meio do método de amostragem de Neyman
Resina Média (u.a.) Desvio Obs.
Erro (%) P=90
P=95
P=99
4 Seasons 1738,08 104,0856 5 3 3,40
4,40
5,80
5 1,80
3,00
3,30
8 0,70
1,00
1,60
Esthet-X 1179,242 54,4418 5 3 2,80
4,30
5,20
5 1,50
3,00
3,30
8 0,30
0,50
0,80
Point 4 2615,188 294,5676 5 3 9,50
12,50
16,30
5 4,40
5,00
9,30
8 1,90
2,80
4,50
Filtek Supreme
31,4 1,9323 5 3 3,10
3,40
3,60
5 2,60
3,00
3,40
8 1,20
1,40
1,60
Venus 1505,41 42,486 5 3 3,40
3,80
4,40
5 2,60
3,00
3,30
8 1,30
1,40
1,70
Vit-l-escence 963,244 91,5397 5 3 3,00
3,90
5,10
5 1,40
3,00
3,90
8 0,60
0,90
1,40
10 0,40
0,60
1,00
TOTAL 1338,76 807,3748 30 3 25,20
32,30
40,40
5 14,30
20,00
26,50
8 6,00
8,00
11,60
58
Apêndice 2 - Teste de Shapiro-Wilk – Intensidade de fluorescência
Resinas Estatística
Graus de
Liberdade Valor p
4 Seasons 0,87036 5 0,26787
Esthet-X 0,78955 5 0,06642
Point 4 0,97466 5 0,90421
Filtek Supreme 0,88559 5 0,33540
Venus 0,94515 5 0,70251
Vit-l-escense 0,77706 5 0,05249
Nota:Todas as resinas apresentaram distribuição normal, uma vez que p > 0,05
Apêndice 3 - Teste de Homogeneidade de Variâncias de Levene
Estatística G.L.1 G.L.2 Valor p
5,68136 5 24 0,00136
Nota: A variável Intensidade de Fluorescência não apresenta
homogeneidade de variâncias entre resinas, uma vez
que p < 0,05
Apêndice 4 - Teste de ANOVA - Intensidade de Fluorescência
Fonte de Variação
Soma de
Quadrados G.L.
Quadrado
Médio F Valor p
Entre Resinas
18.460.746,22 5
3.692.149,24
200,02 0,00000
Dentro da Resina
443.023,64
24
18.459,32
Total
18.903.769,86 29
Nota: Existe diferença estatística significante entre os valores médios da intensidade de
fluorescência segundo resinas, uma vez que p < 0,05
59
Apêndice 5 - Teste de comparações múltiplas de Games-Howell para a variável intensidade
média de fluorescência, segundo resinas
Intervalo de Confiança (95%)
(I)
Resinas
(J)
Resinas
Média das
Diferenças
(I-J)
Erro Padrão
Valor p
L.I L.S.
4
Seasons Esthet-X 558,8398
52,53187915
0,00031
350,2033167
767,4762833
Point 4 -877,1086
139,7164849
0,01027
-1473,951803
-280,2653968
Filtek
Supreme
1706,6812
46,55694128
0,00002
1485,981785
1927,380615
Venus 232,6724
50,27714546
0,03272
23,16352141
442,1812786
Vit-l-
escense 774,835
61,9899123
0,00002
547,398201
1002,271799
Esthet-X
4
Seasons -558,8398
52,53187915
0,00031
-767,4762833
-350,2033167
Point 4 -1435,9484
133,9652697
0,00189
-2049,978582
-821,9182182
Filtek
Supreme
1147,8414
24,36280199
0,00001
1032,464255
1263,218545
Venus -326,1674
30,88346961
0,00008
-440,7181527
-211,6166473
Vit-l-
escense 215,9952
47,63136117
0,02412
31,51355751
400,4768425
Point 4
4
Seasons
877,1086
139,7164849
0,01027
280,2653968
1473,951803
Esthet-X 1435,9484
133,9652697
0,00189
821,9182182
2049,978582
Filtek
Supreme
2583,7898
131,7370257
0,00024
1959,099499
3208,480101
Venus 1109,781
133,0972822
0,00576
491,9095309
1727,652469
Vit-l-
escense
1651,9436
137,9487021
0,00067
1051,175528
2252,711672
60
Apêndice 5 - Teste de comparações múltiplas de Games-Howell para a variável intensidade
média de fluorescência segundo resinas
Intervalo de Confiança (95%)
(I)
Resinas
(J)
Resinas
Média das
Diferenças
(I-J)
Erro Padrão
Valor p
L.I L.S.
Filtek
Supreme
4
Seasons -1706,6812
46,55694128
0,00002
-1927,380615
-1485,981785
Esthet-X -1147,8414
24,36280199
0,00001
-1263,218545
-1032,464255
Point 4 -2583,7898
131,7370257
0,00024
-3208,480101
-1959,099499
Venus -1474,0088
19,01944137
0,00000
-1564,00345
-1384,01415
Vit-l-
escense -931,8462
40,94749103
0,00013
-1125,933522
-737,7588777
Venus
4
Seasons -232,6724
50,27714546
0,03272
-442,1812786
-23,16352141
Esthet-X 326,1674
30,88346961
0,00008
211,6166473
440,7181527
Point 4 -1109,781
133,0972822
0,00576
-1727,652469
-491,9095309
Filtek
Supreme
1474,0088
19,01944137
0,00000
1384,01415
1564,00345
Vit-l-
escense 542,1626
45,13246721
0,00024
358,6179611
725,7072389
Vit-l-
escense
4
Seasons -774,835
61,9899123
0,00002
-1002,271799
-547,398201
Esthet-X -215,9952
47,63136117
0,02412
-400,4768425
-31,51355751
Point 4 -1651,9436
137,9487021
0,00067
-2252,711672
-1051,175528
Filtek
Supreme
931,8462
40,94749103
0,00013
737,7588777
1125,933522
Venus -542,1626
45,13246721
0,00024
-725,7072389
-358,6179611
61
Apêndice 6 - Dados de diferença de intensidade de fluorescência em percentagem
n
Filtek
Supreme
Vit-l-
escence
Esthet-X Venus
4
Seasons
Point 4
Filtek
Supreme
5
31,3984
% de
aumento
Vit-l-
escence
5
963,2446
2967,81
Esthet-X
5
1179,2398
22,42
Venus
5
1505,4072
27,66
4 Seasons
5
1738,0796
15,46
Point 4
5
2615,1882 50,46
Apêndice 7 - Teste de normalidade de Shapiro-Wilk para a variável comprimento de onda
Resinas Estatística
Graus de
Liberdade
Valor p
4 Seasons 0,82083 5 0,11851
Esthet-X 0,88104 5 0,31404
Point 4 0,89392 5 0,37722
Filtek Supreme 0,96086 5 0,81395
Venus 0,90202 5 0,42115
Vit-l-escense 0,77721 5 0,05320
Nota: Todas as resinas apresentaram distribuição normal, uma vez que p > 0,05
62
Apêndice 8 - Teste de Levene – Comprimento de onda
Estatística df1 df2 valor p
Comprimento Médio de Onda
0,73704918 5 24 0,603049
Nota: a variável comprimento de onda apresenta homogeneidade de variâncias entre
resinas, uma vez que p > 0,05
Apêndice 9 - Teste de ANOVA – Comprimento de onda
Fonte de Variação
Soma dos
Quadrados
DF Quadrado Médio F Valor p
Entre Resinas 1.182,57 5 236,51 2.956,42 0,00000
Dentro das Resinas 1,92 24 0,08
Total 1184,486667
29
Nota: Existe diferença estatística significante entre os valores médios do comprimento de
onda segundo resinas, uma vez que p < 0,05
63
Apêndice 10 - Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD para a variável comprimento de
onda segundo resinas, admitindo variâncias homogêneas
Intervalo de Confiança
(95%)
(I)
Resinas
(J) Resinas
Média das
Diferenças
(I-J)
Erro Padrão
Valor p
L.I. L.S.
4 Seasons Esthet-X -0,32 0,178885438
0,49095 -0,873101462 0,233101462
Point 4 12,96 0,178885438
0,00000 12,40689854 13,51310146
Filtek
Supreme -8,48 0,178885438
0,00000 -9,033101462 -7,926898538
Venus 0,84 0,178885438
0,00113 0,286898538 1,393101462
Vit-l-escense 2 0,178885438
0,00000 1,446898538 2,553101462
Esthet-X 4 Seasons 0,32 0,178885438
0,49095 -0,233101462 0,873101462
Point 4 13,28 0,178885438
0,00000 12,72689854 13,83310146
Filtek
Supreme -8,16 0,178885438
0,00000 -8,713101462 -7,606898538
Venus 1,16 0,178885438
0,00001 0,606898538 1,713101462
Vit-l-escense 2,32 0,178885438
0,00000 1,766898538 2,873101462
Point 4 4 Seasons -12,96 0,178885438
0,00000 -13,51310146 -12,40689854
Esthet-X -13,28 0,178885438
0,00000 -13,83310146 -12,72689854
Filtek
Supreme -21,44 0,178885438
0,00000 -21,99310146 -20,88689854
Venus -12,12 0,178885438
0,00000 -12,67310146 -11,56689854
Vit-l-escense -10,96 0,178885438
0,00000 -11,51310146 -10,40689854
Filtek
Supreme 4 Seasons 8,48 0,178885438
0,00000 7,926898538 9,033101462
Esthet-X 8,16 0,178885438
0,00000 7,606898538 8,713101462
Point 4 21,44 0,178885438
0,00000 20,88689854 21,99310146
Venus 9,32 0,178885438
0,00000 8,766898538 9,873101462
Vit-l-escense 10,48 0,178885438
0,00000 9,926898538 11,03310146
Venus 4 Seasons -0,84 0,178885438
0,00113 -1,393101462 -0,286898538
64
Apêndice 10 - Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD para a variável comprimento de
onda segundo resinas, admitindo variâncias homogêneas
Intervalo de Confiança
(95%)
(I) Resinas (J) Resinas
Média das
Diferenças
(I-J)
Erro Padrão Valor p
L.I. L.S.
Esthet-X -1,16 0,178885438
0,00001 -1,713101462 -0,606898538
Point 4 12,12 0,178885438
0,00000 11,56689854 12,67310146
Filtek
Supreme -9,32 0,178885438
0,00000 -9,873101462 -8,766898538
Vit-l-escense 1,16 0,178885438
0,00001 0,606898538 1,713101462
Vit-l-
escense 4 Seasons -2 0,178885438
0,00000 -2,553101462 -1,446898538
Esthet-X -2,32 0,178885438
0,00000 -2,873101462 -1,766898538
Point 4 10,96 0,178885438
0,00000 10,40689854 11,51310146
Filtek
Supreme -10,48 0,178885438
0,00000 -11,03310146 -9,926898538
Venus -1,16 0,178885438
0,00001 -1,713101462 -0,606898538
Nota: Valor p<0,05 indica diferença entre os valores médios do comprimento de onda para as
duas resinas comparadas
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