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Universidade de São Paulo
Faculdade de Saúde Pública
Avaliação do efeito das perdas de seguimento nas
análises feitas pelo estimador produto-limite de
Kaplan-Meier e pelo modelo de riscos proporcionais
de Cox
Marcia Moreira Holcman
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Pública para
obtenção do título de Doutor em Saúde
Pública.
Área de Concentração:Epidemiologia
Orientadora: Profa Dra Maria do
Rosário Dias de Oliveira Latorre
São Paulo
2006
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2
Avaliação do efeito das perdas de seguimento nas
análises feitas pelo estimador produto-limite de
Kaplan-Meier e pelo modelo de riscos proporcionais
de Cox
Marcia Moreira Holcman
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Pública da
Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo para
obtenção do título de Doutor em Saúde
Pública.
Área de Concentração:Epidemiologia
Orientadora: Profa Dra Maria do
Rosário Dias de Oliveira Latorre
São Paulo
2006
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AGRADECIMENTOS
Agradeço à Professora. Dra. Maria do Rosário Dias de Oliveira
Latorre pela orientação.
Aos funcionários do Serviço de Arquivo Médico – SAME e do
Registro de Câncer – RHC do Hospital do Câncer de São Paulo pela
atenção e auxílio na pesquisa dos prontuários médicos.
4
RESUMO
Holcman MM. Avaliação do efeito das perdas de seguimento nas
análises feitas pelo estimador produto-limite de Kaplan-Meier e pelo
modelo de riscos proporcionais de Cox. São Paulo;2006. [Tese de
Doutorado -Faculdade de Saúde Pública da USP]
Introdução: As técnicas mais comumente empregadas em análise de
sobrevida que utilizam dados censurados são o estimador produto limite de
Kaplan-Meier (KM) e o modelo de riscos proporcionais de Cox. Estas
técnicas têm como suposição que a causa da perda de seguimento seja
independente do tempo de sobrevida. Objetivo: O presente estudo visa a
analisar o efeito das perdas de seguimento nestas duas técnicas. Material e
Métodos: O estudo foi realizado utilizando-se o banco de dados dos
pacientes cadastrados no Registro Hospitalar do Hospital do Câncer de São
Paulo em 1994. Foram elaborados 28 bancos de dados simulando perdas
informativas e não informativas. A perda informativa foi simulada
transformando os óbitos em vivos, na proporção de 5 a 50%. A perda não
informativa foi simulada através do sorteio de 5 a 50% do total do banco. O
estimador de Kaplan-Meier (KM) foi utilizado para estimar a sobrevida
acumulada no primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento, e o modelo de
riscos proporcionais de Cox para estimar as hazard ratio (HR). Todas as
estimativas obtidas no KM e as HR's foram comparadas com os resultados
do banco de dados original. Resultados: Houve maior proporção de perda
nos pacientes com maior escolaridade, admitidos por convênio e particular e
os menos graves (estádio I ou II). Quanto maior a proporção de perda
informativa, maior a diferença alcançada nas estimativas realizadas pelo KM,
verificando-se que a perda de seguimento superior a 15% acarretou
diferenças superiores a 20% nas estimativas da probabilidade de sobrevida.
As HR's foram menos afetadas, e proporções superiores a 20% de perda de
seguimento acarretaram variações de cerca de 10% nas estimativas.
Quando as perdas foram não informativas não houve diferenças
5
significativas nas estimativas pelo KM e nas HR's em relação ao banco
original. Conclusões: É importante avaliar se as perdas ocorridas em
estudos de coorte são informativas ou não, pois se forem podem acarretar
distorções principalmente nas estimativas feitas pelo método de KM.
Descritores: Análise de Sobrevida, Kaplan-Meier, modelo de Cox, perda de
seguimento
6
SUMMARY
Holcman MM.: The impact of the loss to follow-up when using the
Kaplan Meier estimator and the Cox proportional hazard model. [Tese
de Doutorado - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo]
Introduction: The Kaplan Meier product limit estimator (KM) and the Cox
proportional hazard (HR) model are the most used tools in survival analysis.
These two methods have the key assumption that censoring must be
independent from the survival time. Objective: To analyze the consequences
of loss to follow up in these two methods. Methods: The study has utilized
the data of the Cancer Registry of the patients of Hospital do Cancer in São
Paulo of 1994. The informative censure was simulated transforming the
death by 5 to 50% into alive. Besides 5 to 50% was spared at random
simulating the non-informative censoring. The survival probability and was
calculated to the first, third and fifth year of follow –up. All the estimated
probabilities and HR’s were compared with the results of the original data.
Results: Patients with greater scholars, lower stages and admitted by health
plans or private had more losses to follow up. The maximum proportion of
accepted loss to follow –up is 10% to 15% when using the KM estimator, and
the HR are less affected by the loss to follow-up and one can afford having
20% of it. When the losses were non informative there were no differences
between the original probabilities. Conclusions: The possibility of over or
under estimated probability must be analyzed in the presence of the losses to
follow- up when using the KM and HR in survival analyses.
7
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO 1
1.1 As Censuras ou tempos incompletos 3
2 OBJETIVOS 8
3. MATERIAL E MÉTODOS 9
3.1 Local do Estudo e casuística 9
3.2 Bases de dados 9
3.2.1 Elaboração das bases de dados simuladas
10
3.2.1.1 Simulação da perda informativa nos óbitos
10
3.2.1.2 Simulação da perda informativa nos vivos
11
3.2.1.3 Simulação da perda não informativa
11
3.2.1.4 Simulação sem perdas ao longo do seguimento
11
3.3 Variáveis de estudo
11
3.4 Análise estatística
12
3.5 Questões Éticas 13
4. RESULTADOS 14
4.1 Revisão da base de dados original 14
4.2 Simulação das bases de dados 15
4.2.1 Perdas informativas nos óbitos 15
8
4.2.2 Perdas informativas nos vivos 15
4.2.3 Perdas não informativas 16
4.2.4 Sem perdas anuais de 1994 a 1999 16
4.3 Análise das perdas 18
4.4 Caracterização da amostra 21
. 4.5 Análise da probabilidade de sobrevida acumulada e HR no
total dos pacientes
22
4.6 Análise do efeito das perdas nas probabilidades de sobrevida
acumuladas nas bases de dados
24
4.6.1 Total de pacientes 25
4.6.2 Variável sexo 19
4.6.3 Variável Idade 33
4.6.4 Variável Cor/raça 38
4.6.5 Variável Escolaridade 42
4.6.6 Variável Categoria de admissão 46
4.6.7 Variável Estádio 50
4.7 Análise do efeito das perdas nas HR’s 54
4.8 Análise do efeito das perdas dos anos de 1994 a 1999 na
probabilidade acumulada de sobrevida no total dos pacientes
62
4.9 Análise do efeito das transformações das perdas de seguimento
em vivo ao final do estudo na probabilidade acumulada de sobrevida e
nas HR’s no total dos pacientes
71
5 DISCUSSÃO 74
9
6 CONCLUSÕES 84
7 REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICAS 85
ANEXOS 87
Anexo 1 Ficha do Registro de Câncer de 1994
Anexo 2 Aprovação da comissão de ética Hospital do Câncer
Anexo 3 Aprovação da comissão de ética da Faculdade de Saúde
Pública
Anexo 4 Tabela das probabilidades de sobrevida acumulada do total de
pacientes com perdas informativas nos óbitos até o primeiro, terceiro e
quinto ano de seguimento, RHC, 1994
Anexo 5 Tabela das probabilidades de sobrevida acumulada do total de
pacientes com perdas não informativas até o primeiro, terceiro e quinto
ano de seguimento, RHC, 1994
Anexo 6 Tabela das probabilidades de sobrevida acumulada do total de
pacientes com perdas informativas nos óbitos segundo sexo até o
primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento, RHC, 1994
Anexo 7 Tabela das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
sexo com perdas não informativas até o primeiro, terceiro e quinto ano
de seguimento, RHC, 1994
Anexo 8 Tabela das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
idade com perdas informativas nos óbitos até o primeiro, terceiro e
quinto ano de seguimento, RHC, 1994
Anexo 9 Tabela das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
idade com perdas não informativas até o primeiro, terceiro e quinto ano
de seguimento, RHC, 1994
Anexo 10 Tabela das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
cor/raça com perdas informativas nos óbitos até o primeiro, terceiro e
quinto ano de seguimento, RHC, 1994
Anexo 11 Tabela das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
cor/raça com perdas não informativas até o primeiro, terceiro e quinto
ano de seguimento, RHC, 1994
Anexo 12 Tabela das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
10
escolaridade com perdas informativas nos óbitos até o primeiro, terceiro
e quinto ano de seguimento, RHC, 1994
Anexo 13 Tabela das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
escolaridade com perdas não informativas até o primeiro, terceiro e
quinto ano de seguimento, RHC, 1994
Anexo 14 Tabela das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
categoria com perdas informativas nos óbitos até o primeiro, terceiro e
quinto ano de seguimento, RHC, 1994
Anexo 15 Tabela das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
categoria com perdas não informativas até o primeiro, terceiro e quinto
ano de seguimento, RHC, 1994
Anexo 16 Tabela das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
estadio com perdas informativas nos óbitos até o primeiro, terceiro e
quinto ano de seguimento, RHC, 1994
Anexo 17 Tabela das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
estadio com perdas não informativas até o primeiro, terceiro e quinto ano
de seguimento, RHC, 1994
11
INDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Número e porcentagem de pacientes segundo status de
seguimento inicial e final, RHC, 1994..........................................................
14
Tabela 2 – Nome, descrição geral e número de observações das
bases de dados geradas....................................................
17
Tabela 3 Número e porcentagem de pacientes segundo status final e
características demográficas e clínicas, RHC, 1994
19
Tabela 4 Número e porcentagem dos pacientes com status inicial de
perdidos de seguimento segundo status final e ano de seguimento,
RHC, 1994..................................................................... 20
Tabela 5 -Número e percentual de pacientes segundo recuperação
de informação no prontuário e características demográficas e clínicas
, RHC, 1994.......................... 21
Tabela 6 – Número de distribuição percentual dos pacientes
segundo características demográficas e clínicas e recuperação de
seguimento, RHC, 1994........................................................................ 22
Tabela 7 – Probabilidade de sobrevida acumulada do total de
pacientes segundo as características demográficas e clínicas até o
primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento, RHC, 1994.................. 23
Tabela 8 – Razão das funções de riscos segundo as características
demográficas e clínicas, RHC, 1994..................................................... 24
Tabela 9 – Modelos de regressão linear simples segundo as perdas
de 5 a 50% e variação percentual das probabilidades de sobrevida
acumuladas no total de pacientes, RHC,1994.................................... 26
Tabela 10 - Modelos da regressão linear simples segundo as perdas
de 5 a 50% e variação percentual das probabilidades de sobrevida
acumuladas até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento
segundo sexo, RHC,1994.....................................................................
30
Tabela 11 – Modelos de regressão linear simples segundo as perdas
de 5 a 50% e variação percentual das probabilidades de sobrevida
acumuladas até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento
segundo idade, RHC,1994.................................................................... 35
Tabela 12 - Modelos de regressão linear simples segundo as perdas
de 5 a 50% e variação percentual das probabilidades de sobrevida
acumuladas até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento
segundo cor/raça, RHC,1994................................................................ 39
Tabela 13 – Modelos de regressão linear simples segundo as perdas
de 5 a 50% e variação percentual das probabilidades de sobrevida
acumuladas até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento
segundo escolaridade, RHC,1994........................................................ 43
12
Tabela 14 Modelos de regressão linear simples segundo as perdas
de 5 a 50% e variação percentual das probabilidades de sobrevida
acumuladas até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento
segundo categoria de admissão, RHC,1994......................................... 47
Tabela 15 – Modelos de regressão linear simples segundo as perdas
de 5 a 50% e variação percentual das probabilidades de sobrevida
acumuladas até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento
segundo estadio clínico, RHC,1994...................................................... 51
Tabela 16 – Modelos regressão linear simples segundo as perdas
de 5 a 50% e variação percentual razões das funções de risco
segundo as variáveis de estudo, RHC,1994.........................................
55
Tabela 17 Modelos de regressão linear simples segundo os bancos
sem perdas de 1994 a 1999 e variação percentual das
probabilidades de sobrevida acumuladas segundo idade, RHC,
1994....................................................................................................... 63
Tabela 18 – Probabilidade de sobrevida acumulada do total de
pacientes segundo as características demográficas e clínicas e
variação percentual quando os perdidos são considerados vivos ao
final de seguimento, RHC, 1994........................................................... 72
Tabela 19 – Razão das funções de risco do total de pacientes
segundo as características demográficas e clínicas e variação
percentual quando os perdidos são considerados vivos ao final de
seguimento, RHC, 1994........................................................................ 73
13
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Esquema de seguimento e análise em estudos de sobrevida........ 2
Figura 2 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo o
total de pacientes até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos
bancos gerados com perdas , RHC, 1994... 27
Figura 3 – Estimativas das probabilidades de sobrevida para 4 bases de
dados 28
Figura 4 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo o
sexo até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos
gerados com perdas , RHC, 1994................. 31
Figura 5 – Estimativas das probabilidades de sobrevida para 4 bases de
dados 32
Figura 6 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo a
idade até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos
gerados com perdas, RHC, 1994................. 36
Figura 7 – Estimativas das probabilidades de sobrevida para 4 bases de
dados 37
Figura 8 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
cor/raça até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos
gerados com perdas, RHC, 1994................. 40
Figura 9 – Estimativas das probabilidades de sobrevida para 4 bases de
dados 41
Figura 10 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo a
escolaridade até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos
gerados com perdas, RHC, 1994................. 44
Figura 11 – Estimativas das probabilidades de sobrevida para 4 bases de
dados 45
Figura 12 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
a categoria até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos
gerados com perdas, RHC 1994................. 48
Figura 13– Estimativas das probabilidades de sobrevida para 4 bases de
dados 49
Figura 14– Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
estadio até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos
gerados com perdas, RHC, 1994................ 52
Figura 15– Estimativas das probabilidades de sobrevida para 4 bases de
dados 53
Figura 16– Razão das funções de riscos segundo sexo, RHC ,
1994............ 56
14
Figura 17– Razão das funções de riscos segundo idade, RHC, 1994.......... 57
Figura 18 – Razão das funções de riscos segundo cor/raça,RHC, 1994....... 58
Figura 19 – Razão das funções de riscos segundo escolaridade, RHC,
1994................................................................................................................... 59
Figura 20 – Razão das funções de riscos segundo categoria, RHC , 1994.
................................................................................................................. 60
Figura 21 – Razão das funções de riscos segundo estádio, RHC , 1994. 61
Figura 22 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
sexo até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos
gerados sem perdas de 1994 a 1999, RHC, 1994........................................... 64
Figura 23 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
idade até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos
gerados sem perdas de 1994 a 1999, RHC, 1994........................................... 65
Figura 24 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
raça até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos gerados
sem perdas de 1994 a 1999, RHC , 1994......................................................... 66
Figura 25 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
escolaridade até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos
gerados sem perdas de 1994 a 1999, RHC, 1994......................................... . 67
Figura 26 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
categoria até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos
gerados sem perdas de 1994 a 1999, RHC, 1994........................................... 68
Figura 27 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
estadio até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos
gerados sem perdas de 1994 a 1999, RHC, 1994........................................... 69
Figura 28 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada do total da
base de dados até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos
bancos gerados sem perdas de 1994 a 1999, RHC,
1994........................................... 70
1
1 INTRODUÇÃO
Em saúde, nos estudos de coorte, sejam eles observacionais ou
ensaios clínicos, a medida do tempo até a ocorrência de um evento é uma
das variáveis de interesse. As técnicas de análise de sobrevida são
empregadas para se calcular as probabilidades de sobrevida em diversos
momentos de seguimento, bem como o efeito dos fatores associados à
ocorrência do evento de interesse ao longo do tempo (BUSTAMANTE e col.
2002; LEE e col. 1992).
A sobrevida é a medida do tempo (que pode ser medido em anos,
meses ou semanas) desde a entrada do indivíduo no estudo até a
ocorrência do evento de interesse (falha).
A entrada do indivíduo pode se dar, por exemplo, pelo diagnóstico de
uma doença, realização de uma cirurgia, início de um tratamento ou
nascimento. Os indivíduos podem entrar em diferentes tempos-calendário e
a sobrevida é considerada a partir da entrada no estudo (tempo zero). A
falha é qualquer evento de interesse como a morte, a ocorrência de um
efeito adverso a um medicamento ou a remissão da doença.
A principal característica da análise de sobrevida é a de que alguns
indivíduos possam permanecer sem falha ao término do estudo, possam
sofrer outro evento (como morte por outra causa que não a de interesse),
possam abandonar o estudo ou serem perdidos de seguimento
. Neste caso,
o tempo de acompanhamento é interrompido e estas observações são
censuradas à direita,
pois o tempo não é medido até a ocorrência do
desfecho.
Os inícios são truncados à esquerda, isto é, o tempo de observação
de cada indivíduo não leva em conta o que aconteceu no passado
(LATORRE 1996; BUSTAMANTE e col. 2002; LATORRE 2005). A Figura 1
representa o esquema de acompanhamento de um grupo de 4 indivíduos
que são acompanhados de janeiro de 1990 até março de 1991.
2
Figura 1 – Esquema de seguimento e análise em estudos de sobrevida.
4
3
2
1
J F M A M J
A
S O N D J F M Final do estudo
4
3
2
1
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
#
X
#
1990 1991
Individuo
X
X
#
#
TEMPO CALENDÁRIO
TEMPO EM MESES
Individuo
X
3
Neste esquema, os indivíduos marcados com X sofreram o evento de
interesse (falha) e os marcados com # não sofreram a falha, logo são
considerados censurados. Na primeira parte da Figura 1, pode-se verificar
que o indivíduo 1 entrou em fevereiro de 1990 (tempo 0) e sofreu a falha em
março de 1991 e, assim, o tempo de sobrevida dele é 12 meses; já o
indivíduo 2 entrou no estudo em janeiro de 1990 e não sofreu falha, sendo,
portanto, censurado em outubro de 1992. O indivíduo 3 entrou em março de
1990 e teve óbito por outra causa em fevereiro de 1991, sendo, então,
acompanhado por 10 meses. O indivíduo 4 entrou em março de 1990 e
sofreu o evento em dezembro de 1990, totalizando o tempo de sobrevida de
6 meses (HOSMER e LEMESHOW 1999).
1.1 As censuras ou tempos incompletos
Os mecanismos que levam aos tempos de seguimento incompletos
ou censuras podem ocorrer antes do início da observação. Por exemplo,
quando se estuda a sobrevida de pacientes infectados pelos vírus das
hepatites B ou C ou com o vírus HIV, onde o momento exato da
contaminação por estes vírus não pode ser obtido através dos testes
diagnósticos atuais. Estes casos são denominados censura à esquerda
(KLEINBAUM 1995).
Algumas vezes, as falhas podem ocorrer em um intervalo de tempo
quando os pacientes são visitados em períodos pré-determinados, e neste
caso, são denominados censura no intervalo. LINDSEY e RYAN (1998)
citam que quando os dados são censurados no intervalo, é comum assumir
que a falha ocorra no meio, no início ou ao final do intervalo entre as visitas.
Uma vez estimados estes tempos até a falha, os pesquisadores costumam
utilizar os métodos usuais de análise de sobrevida. Segundo os autores,
este procedimento pode acarretar distorções nas estimativas geradas e
recomendam o uso de métodos paramétricos na análise de sobrevida em
dados com este tipo de censura.
4
Na maior parte dos estudos, os tempos incompletos aparecem no
final do período de observação, nestes casos, a falta de acompanhamento
até a falha se situa à direita e são chamados censura à direita. Estes tipos
de censura ocorrem quando:
a) Os indivíduos terminam o estudo sem apresentar a falha, ou seja, em
estudos de sobrevida onde pacientes com câncer são seguidos por 5
anos a partir do diagnóstico e, ao final deste período, uma parte deles
ainda continua viva (a falha neste caso é o óbito por câncer);
b) No caso anterior pode acontecer de alguns pacientes serem perdidos
de seguimento, por exemplo, quando o paciente decide parar o
tratamento por algum efeito adverso ou se muda de cidade e decide
continuar o tratamento em outro local, tornando difícil sua localização
para identificar sua situação de vivo ou óbito ao final do período de
seguimento;
c) O paciente do estudo pode falecer de outra doença que não o câncer
e ter seu tempo de acompanhamento encerrado.
HOUGAARD (1999) em seu artigo sobre fundamentos da análise de
sobrevida, comenta que a presença de censura constitui um dos grandes
problemas técnicos da análise de sobrevida e salienta que a censura não
pode ser relacionada com o tempo de sobrevida, isto é, o resíduo da
distribuição da probabilidade de sobrevida para os indivíduos censurados
tem que ser igual para os indivíduos não censurados.
ALTMAN e col. (1995) realizaram uma revisão sistemática dos
trabalhos que utilizam as técnicas de análise de sobrevida publicados em 5
periódicos de oncologia clínica, no período de outubro a dezembro de 1991,
e detectaram diversos problemas envolvendo alguns aspectos das análises,
tais como, não informação do tamanho da amostra, tempo de seguimento
não definido, falta de clareza com relação às variáveis independentes
utilizadas no estudo, informações sobre dados incompletos e outros. Com
5
relação ao tempo de seguimento, poucos artigos apresentam uma definição
exata do início e término do estudo. Em especial, destacam que, na maior
parte dos trabalhos analisados, não há informação clara sobre o percentual
de perdas ao longo do estudo e como elas foram tratadas.
MOHER e col. (2001) realizaram a revisão do CONSORT
(Consolidated Standards of Reporting Trials) que abrange as
recomendações para a melhoria da qualidade nas informações contidas nos
artigos relativos a ensaios clínicos aleatorizados. Dentre elas, está a
sugestão de informar o número de pacientes, incluindo o número de perdas,
visando a aumentar a confiabilidade destas comunicações, uma vez que, a
falta delas estaria associada a vícios na estimação dos efeitos do
tratamento.
LEUNG e col. (1997) em artigo de revisão, analisaram todas as
possibilidades da ocorrência de tempos de observação incompletos e
constataram que, na prática, existem algumas estratégias para se trabalhar
com dados que envolvem observações incompletas (censuras). Uma delas
seria ignorar esses tempos incompletos e utilizar somente casos com
observação completa. Esta decisão, apesar de simples, ocasionaria várias
conseqüências, dentre elas a perda de eficiência pela diminuição do
tamanho da amostra, pois em muitos estudos epidemiológicos é comum a
ocorrência de 50% ou mais observações censuradas. e o viés nas
estimativas baseadas somente nas observações não censuradas.
Outra alternativa apontada seria completar os dados censurados por
meio de imputação, e no contexto da censura à direita, existiriam duas
maneiras para se completar os tempos; uma supondo que a falha ocorra
logo após a perda, ou utilizando-se um modelo para estimar o tempo
residual até a falha. A última técnica citada para se analisar dados
censurados seria utilizar métodos de máxima verossimilhança que levassem
em conta os mecanismos de censura. Estas técnicas, que incluem o
estimador de Kaplan-Meier, e a regressão de Cox, são consideradas pelo
autor as mais eficazes por utilizarem toda a informação disponível. Porém,
6
também com estas técnicas são necessárias algumas suposições sobre o
mecanismo de censura para sua utilização.
CLARK e col. (2002) propuseram uma medida para a quantificação da
completude do tempo de seguimento, que pode ser utilizada tanto em
ensaios clínicos como em estudos de coorte. Com ela, ao invés da simples
contagem das perdas, que não leva em conta o tempo, teríamos uma idéia
aproximada do percentual perdido do tempo, devido às censuras. Esta
medida seria a razão entre a soma do total de pessoas-tempo e o total
potencial de tempo do estudo (soma do tempo de entrada no estudo até seu
término ou ser for o caso até a ocorrência do evento) em percentual. Quanto
maior o seu valor mais completo seria o estudo.
Os autores sugerem, também, melhorar a qualidade das informações
relativas as análises de estudos de sobrevida e identificar sub-grupos com
problemas de seguimento, comparando estas medidas, com relação aos
vários braços do estudo (no caso de ensaios clínicos) ou com relação às
exposições (no caso de estudos de coorte).
LAGAKOS
(1979), em seu artigo sobre censura a direita, afirma que a
maior parte dos métodos de análise de sobrevida tem como suposição
básica a censura não informativa. O exemplo mais simples, deste tipo de
censura, seria o ensaio clínico onde uma parte dos pacientes apresenta o
desfecho e o restante termina o estudo sem apresentar a falha. Outros
casos, em que alguns pacientes saem do estudo por razões relacionadas ao
tipo de terapia e tem seu acompanhamento terminado, podem ser
consideradas censuras do tipo informativas, pois a razão da censura,
poderia estar relacionada com o tempo de sobrevida futuro. Ao final do
artigo, o autor declara que, quando o percentual de censura informativa é
pequeno, as estimativas baseadas em métodos para censura não
informativa sofrem pequeno desvio mas se esta proporção for grande é
necessário a utilização de outros métodos para censura informativa.
7
Os estudos com censura informativa devem ser analisados através de
outras técnicas, visto que, segundo LINK (1989), as técnicas de Kaplan-
Meier podem superestimar as probabilidades de sobrevida, caso o motivo da
censura indique um prognóstico desfavorável para a sobrevida. O modelo
proposto pelo autor, deve ser utilizado quando a censura ocorre em sub-
populações com alto risco e é definida por uma função de fragilidade.
LAGAKOS e col. (1978) propõem um modelo com um parâmetro
escalar θ (variando de zero até um) que refletiria o quanto a sobrevida seria
afetada pela censura. E, neste modelo, para valores de θ=1, a função de
verossimilhança não é afetada pela censura, e para valores de θ mais
próximos de 0, os efeitos das censuras seriam mais importantes nas
estimativas da função de sobrevida.
Na revisão bibliográfica realizada pela autora desta tese, não foram
encontrados artigos que analisem especificamente a questão do percentual
de perdas de seguimento. SIMON e WITTES (1986) comentam em seu
editorial sobre recomendações para se publicar ensaios clínicos que, de uma
maneira arbitrária, pode-se aceitar até 15% de perdas de seguimento e que
perdas iguais ou superiores que 20% refletem problemas na seleção dos
pacientes. No entanto, na maioria dos estudos, não há referências de como
foram tratadas as perdas de seguimento, não incorporando informações
suficientes para a real avaliação do impacto destas perdas na estimativa do
tempo de sobrevida. E foi este fato que inspirou a realização deste trabalho.
8
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Analisar o efeito das perdas de seguimento nas probabilidades de
sobrevida acumulada calculadas pelo estimador produto-limite de Kaplan-
Meier e nas razões das funções de risco (hazard ratio) estimadas pelo
modelo de riscos proporcionais de Cox.
2.2 Específicos
Descrever a elaboração dos bancos de dados das simulações;
Analisar as proporções das perdas de seguimento com relação
às variáveis: sexo, idade, cor/raça, escolaridade, categoria de
admissão e estádio clínico;
Analisar o efeito da perda de seguimento do tipo informativa
nos estimadores de KM e nas HR’s, segundo as variáveis:
sexo, idade, cor/raça, escolaridade, categoria de admissão e
estádio clínico;
Analisar o efeito da perda de seguimento do tipo não
informativa nos estimadores de KM e nas HR’s, segundo as
variáveis: sexo, idade, cor/raça, escolaridade, categoria de
admissão e estádio clínico.
9
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Local do Estudo e casuística
O estudo foi realizado utilizando o banco de dados dos pacientes do
Registro Hospitalar de Câncer (RHC) do Hospital A C. Camargo, da
Fundação Antonio Prudente, em São Paulo, referente ao ano de 1994.
Foram analisados todos os pacientes com diagnóstico de câncer
registrados no período de 01/01/1994 a 31/12/1994, com base nas
informações coletadas pelo próprio RHC (Anexo 1).
3.2. Bases de Dados
A base de dados fornecida pelo RHC continha informações de 2842
pacientes. Foram excluídos 558 pacientes que tinham data de diagnóstico
diferente de 1994, resultando 2284 pacientes.
O primeiro passo foi atualizar a data da última observação dos
pacientes codificados como vivos (códigos de 1 a 3) ou perdidos de
seguimento (código 6). A revisão destas informações foi realizada nos
prontuários médicos, no período de março de 2003 a maio de 2004.
A falha de interesse foi o óbito e o período de seguimento definido em
cinco anos. Os pacientes tiveram seu tempo de sobrevida estimado da data
do diagnóstico até a ocorrência do óbito ou até 60 meses. Deste modo,
foram considerados censurados todos os pacientes que continuavam vivos
após 5 anos de seguimento, e como perdidos, todos os pacientes que não
foram localizados pelo serviço neste período de seguimento.
Após todos os procedimentos de avaliação e atualização das
informações nos prontuários médicos, chegou-se ao banco de dados que
seria utilizado em qualquer análise de sobrevida. Esta base de dados foi
denominada, neste trabalho, como base de dados padrão e foi a base
10
inicial para a avaliação do efeito das perdas de seguimento em estudos de
sobrevida.
O detalhamento desta revisão consta no item 4.1 dos resultados
(páginas 15 e 16).
3.2.1 Elaboração das bases de dados simuladas
Foram elaboradas 28 bases de dados para este trabalho. A base de
dados padrão foi separada em 3 sub-amostras: uma com os pacientes
considerados vivos no período de cinco anos (exceto os perdidos de
seguimento), a segunda com os perdidos de seguimento e a terceira com
todos os pacientes que foram a óbito no período de cinco anos. A descrição
da elaboração das bases de dados está a seguir e a apresentação das
mesmas está presente no item 4.2 dos resultados (páginas 16 a 20).
3.2.1.1 Simulação da perda informativa nos óbitos
A partir da base de dados dos óbitos foram geradas 10 sub-amostras
com 5%, 10%, 15%, 20%, 25%, 30%, 35%, 40%, 45% e 50% das
observações. Estes pacientes sorteados foram recodificados como
censuras. A junção de cada uma destas sub-amostras com a base de dados
dos vivos formou outras 10 bases de dados, cada uma delas contendo o
total de vivos, mais x% (sendo x de 5 a 50) de óbitos transformados em
censuras, mais (100-x)% de óbitos.
A construção deste grupo de 10 bases de dados teve como objetivo
simular as perdas de seguimento informativas, pois foram recodificados
como censura pacientes que sabidamente foram a óbito.
11
3.2.1.2 Simulação da perda informativa nos vivos
Outra base de dados foi construída transformando os pacientes
perdidos de seguimento como vivos após 60 meses. Ao assumir como vivos,
o tempo de seguimento de todos estes pacientes foi modificado para 5 anos
e estes pacientes foram considerados censura. Este procedimento simulou
outro tipo de perda de seguimento informativa, pois todos foram
considerados como vivos.
3.2.1.3 Simulação da perda não informativa
Outro grupo de 10 sub-amostras foi criado a partir de sorteio nas
proporções de 5%, 10%, 15%, 20%, 25%, 30%, 35%, 40%, 45% e 50% do
total da base de dados padrão, mas desta vez, os pacientes sorteados foram
excluídos da base de dados padrão. Este procedimento visou a construir as
10 bases de dados que foram consideradas como tendo perdas não
informativas ao longo do seguimento.
3.2.1.4 Bases sem perdas ao longo do seguimento
Por fim, outro grupo de 6 bases de dados foi construído, excluindo-se
as perdas de seguimento ocorridas em cada ano de seguimento (1994 a
1999).
3.3 Variáveis de estudo
Foram selecionadas as seguintes variáveis da base de dados e que
constam da ficha de registro (Anexo 1). Estas variáveis foram selecionadas
por serem as mais utilizadas em estudos de sobrevida de pacientes com
câncer:
1. Sexo;
12
2. Idade: analisada em quatro categorias (0 a 14 anos, 15 a
39 anos, 40 a 64 anos e 65 anos ou mais);
3. Cor/ Raça: analisada em duas categorias (branca ou
amarela e parda ou preta);
4. Escolaridade: analisada em duas categorias (até
fundamental e ensino médio ou superior);
5. Categoria de admissão: analisada em duas categorias
(SUS e convênio ou particular);
6. Estádio Clínico: analisado em duas categorias (I + II e III
+ IV).
3.4 Análise estatística
O teste de associação pelo qui-quadrado foi utilizado para avaliar a
associação entre as variáveis de estudo e o status final do paciente como
perdido ou não de seguimento.
Na análise de sobrevida, utilizou-se a técnica de Kaplan-Meier (KM) e
foram apresentadas as estimativas das probabilidades de sobrevida
acumuladas até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento. As curvas
das probabilidades de sobrevida foram comparadas utilizando-se o teste log-
rank. Para avaliação visual das diferenças nas probabilidades de sobrevida
estimadas, segundo os tipos de perdas simuladas, foram construídas 4
curvas de sobrevida de Kaplan-Meier :
1. para a base de dados padrão,
2. para a base de dados padrão sem perdas de seguimento;
3. para a base de dados com 50% de perdas informativas nos
óbitos ;
4. para a base de dados com 50% de perdas não informativas.
13
O modelo de regressão de Cox foi utilizado para se estimar as razões
das funções de risco (HR) e os respectivos intervalos de 95% de confiança
para cada uma das variáveis de estudo. Em todos os modelos foram
utilizadas como categorias de referência aquelas que apresentavam menor
força de mortalidade.
Para se analisar as variações sofridas nas probabilidades de
sobrevida acumuladas (no 1º, 3º e 5º ano de seguimento) e nas HR’s, foram
construídos diagramas lineares, um para cada tipo de perda.
Para se estimar a tendência de queda ou acréscimo nos valores
obtidos nas estimativas feitas nas análises segundo KM e nas HR’s, foram
realizadas análises de regressão linear simples para cada tipo de perda e
cada uma das variáveis de estudo. O valor da probabilidade de sobrevida
acumulada e a estimativa pontual das HR’s foram as variáveis dependentes
e a variável independente foi a proporção de perda gerada.
Foram calculadas também as variações percentuais através da
fórmula:
100*)1
%
(%)0( =
perdaasemadeprobabilid
xdeperdacomadeprobabilid
xadePercentualVariação
Em todas as análises utilizou-se o nível de significância de 5%.
3.5 Questões éticas
Este é um estudo retrospectivo, em que os pesquisadores se
comprometeram a manter sigilo sobre a identificação do paciente. O projeto
foi aprovado pelas comissões de ética da Faculdade de Saúde Pública e do
Hospital do Câncer (Anexos 2 e 3).
14
4. RESULTADOS
4.1 Revisão da base de dados original
Na base de dados inicial (total de 2284 pacientes) havia 1117
codificados como vivos, 536 codificados como perdidos de seguimento e 631
codificados como óbito. Após a revisão dos prontuários, dos 1117 pacientes
classificados como vivos, 661 ainda permaneciam vivos (conservando a
codificação original), 201 foram a óbito (recodificados para óbito) e 255
foram perdidos de seguimento (não compareceram para consulta de retorno
após 3 meses da data agendada no prontuário, sendo recodificado como
perdido). Dos 536 pacientes inicialmente classificados como perdidos de
seguimento, após a revisão dos prontuários, 109 foram recodificados como
vivos, 160 haviam morrido (recodificados como óbito) e 267 ainda não
tinham comparecido ao serviço nos 5 anos de seguimento, mantendo o
status de perdido de seguimento. Portanto, o status dos pacientes no banco
de dados final ficou caracterizado por 770 vivos, 992 óbitos e 522 perdidos
de seguimento (Tabela 1).
Tabela 1 - Número e porcentagem de pacientes segundo status de seguimento
inicial e final, RHC, 1994
Status final Total
Vivo Óbito
Perdido de
seguimento
Status original
Nº Nº %
Vivo 661 201 255 1117 48,9
Óbito - 631 - 631 27,6
Perdido de
seguimento
109 160 267 536 23,5
Nº 770 992 522 2284 100,0
Total
% 33,7 43,4 22,9 100,0
15
Na Tabela 1, nota-se que no banco de dados original, 27,6% dos
pacientes haviam falecido, enquanto que o banco de dados final (após a
revisão/atualização da data do último comparecimento ao serviço), a
proporção de óbitos foi de 43,4% uma diferença de 76% a mais de óbitos em
5 anos de seguimento.
4.2 Simulação das bases de dados
A base de dados padrão, já descrita, continha 770 pacientes vivos,
992 óbitos e 522 perdidos de seguimento (Tabela 2).
A divisão desta base de dados, conforme o status final do paciente
resultou nas seguintes bases de dados:
1. com os pacientes considerados vivos até 5 anos (770 pacientes);
2. com os pacientes que foram a óbito em 5 anos (992 pacientes);
3. com os pacientes perdidos de seguimento ao longo de 5 anos (522
pacientes).
4.2.1 Perdas informativas nos óbitos
A segunda parte da Tabela 2 apresenta a formação das 10 bases de
dados com perdas informativas nos óbitos. Nestas bases a quantidade de
vivos era de 770 pacientes, a quantidade de perdas informativas variou de
50 a 502 e a de óbitos variou de 942 a 490 pacientes.
4.2.2 Perdas informativas nos vivos
A terceira parte da Tabela 2 apresenta a formação do banco de dados
com perdas informativas nos vivos. Aos 770 pacientes vivos somou-se 522
16
perdidos de seguimento, resultando em 1292 pacientes vivos ao final do
seguimento (censura) e 992 óbitos.
4.2.3 Perdas não informativas
A quarta parte da Tabela 2 apresenta o grupo das 10 bases de dados
com perdas não informativas. Estas bases contêm menos 5 a 50% de
pacientes comparadas com a base de dados padrão, pois todas foram
geradas a partir de sorteio de 5 a 50% do total de pacientes.
4.2.4 Sem perdas anuais de 1994 a 1999
Por fim, na última parte da Tabela 2, estão apresentadas as
formações dos 6 bancos de dados sem as perdas anuais (1994 a 1999). Vê-
se que no primeiro ano foram excluídos 163 pacientes que deixaram de se
apresentar ao serviço em 1994, 158 pacientes não se apresentaram, em
1995. Nos anos de 1996, 1997, 1998, e 1999 não compareceram ao serviço,
respectivamente, 63, 49, 48 e 41 pacientes.
17
Tabela 2 – Nome, descrição geral e número de observações dos 28 bancos
de dados gerados
Tipo de
Banco
Nome do
Banco
Descrição Vivos Óbitos Perdidos
Amostra
Final
Iniciais Total original com total de pacientes 770 992 522 2284
vvtt_ob5 Total de vivos com 5% de perda nos óbitos 770 942 50 1762
vvtt_ob10 Total de vivos com 10% de perda nos óbitos 770 899 93 1762
vvtt_ob15 Total de vivos com 15% de perda nos óbitos 770 817 175 1762
vvtt_ob20 Total de vivos com 20% de perda nos óbitos 770 792 200 1762
vvtt_ob25 Total de vivos com 25% de perda nos óbitos 770 474 245 1762
vvtt_ob30 Total de vivos com 30% de perda nos óbitos 770 689 303 1762
vvtt_ob35 Total de vivos com 35% de perda nos óbitos 770 635 357 1762
vvtt_ob40 Total de vivos com 40% de perda nos óbitos 770 596 396 1762
vvtt_ob45 Total de vivos com 45% de perda nos óbitos 770 547 445 1762
Perdas
informativas
nos óbitos
vvtt_ob50 Total de vivos com 50% de perda nos óbitos
770 490 502 1762
Perdas
informativas
em vivos
Vvob_sem
perda
perdidos foram recodificados como vivos 1292 992 - 2284
perda_5 Total com 5% de perda aleatória 732 932 501 2165
perda_10 Total com 10% de perda aleatória 693 880 472 2045
perda_15 Total com 15% de perda aleatória 663 849 439 1951
perda_20 Total com 20% de perda aleatória 622 787 426 1835
perda_25 Total com 25% de perda aleatória 592 739 405 1736
perda_30 Total com 30% de perda aleatória 532 723 371 1626
perda_35 Total com 35% de perda aleatória 481 626 341 1448
perda_40 Total com 40% de perda aleatória 475 593 317 1385
perda_45 Total com 45% de perda aleatória 420 540 285 1245
Perdas não
informativas
perda_50 Total com 50% de perda aleatória 375 464 249 1088
perda _1 Sem perda em 1994 770 992 359 2121
perda_2 Sem perda até 1995 770 992 201 1963
perda_3 Sem perda até 1996 770 992 138 1900
perda_4 Sem perda até 1997 770 992 89 1851
perda_ 5 Sem perda até 1998 770 992 41 1803
Sem perdas
ao longo do
seguimento
perda _6 Sem perda até 1999 770 992 - 1762
18
4.3 Análise das perdas
Dos 2284 pacientes, 77% continuaram vivos ou foram a óbito e 23%
foram perdidos de seguimento no período de 5 anos de seguimento. A maior
porcentagem de perda ocorreu no primeiro ano de seguimento (1994)
chegando a 163 pacientes, em 1995 deixaram de se apresentar ao serviço
158 pacientes, em 1996 não se apresentaram 63 pacientes, 49 pacientes em
1997, 48 pacientes em 1998 e 41 em 1999. Portanto os percentuais de
perda foram maiores nos dois primeiros anos de seguimento.
A Tabela 3 mostra a distribuição dos pacientes segundo a situação
de perdido de seguimento ou não (vivo ou óbito) para cada variável
analisada, nesta tabela não foram considerados os pacientes com dados
ignorados.
Não houve diferença estatisticamente significativa nas proporções dos
perdidos com relação às variáveis sexo (p=0,57) e cor (p=0,69). Houve
maior proporção de perda entre aqueles pacientes com ensino médio ou
superior em relação aos de ensino fundamental (26,17% X 20,97%; p=0,01).
A proporção de perdidos de seguimento foi maior entre os pacientes
admitidos por convênio ou particulares (27,85% X 18,85%; p<0,05). Os
pacientes com estádio clínico um ou dois também tiveram maior proporção
de perda em relação aos pacientes com estádio clínico de três ou quatro
(25,83% X 18,92%; p<0,05). Houve maior proporção de perda em pacientes
com idade entre 15 e 39 anos e entre os mais idosos (25,93% e 25,15%
;p=0,03).
19
Tabela 3 – Número e porcentagem de pacientes segundo status final e
características demográficas e clínicas, RHC, 1994
.
Status Final
Vivo ou óbito Perdido Total
Variável
N % N % N %
p *
Sexo
Feminino
947 76,68 288 23,32 1235 100,00
Masculino
815 77,69 234 22,31 1049 100,00
0,57
Faixa etária
0-14
153 83,15 31 16,85 184 100,00
15-39
240 74,07 84 25,93 324 100,00
40-64
854 78,49 134 21,51 1088 100,00
0,03**
65 e mais
515 74,85 173 25,15 688 100,00
Cor ou raça
Branca ou amarela
1501 77,37 439 22,63 1940 100,00
Preta ou parda
259 76,40 80 23,60 339 100,00
0,69
Escolaridade
Médio ou superior
440 73,83 156 26,17 596 100,00
Até fundamental
1221 79,03 324 20,97 1545 100,00
0,01
Categoria de admissão
Convênio ou particular
733 72,15 283 27,85 1016 100,00
Sus
1029 81,15 239 18,85 1268 100,00
<0,05
Estádio Clínico
Até II
600 74,17 209 25,83 809 100,00
III ou mais
943 81,08 220 18,92 1163 100,00
<0,05
(*) Teste χ
2
com 5% de significância e 1 grau de liberdade.
(**) Teste χ
2
com 5% de significância e 3 graus de liberdade.
Não foram considerados pacientes com dados ignorados.
Dos 536 pacientes perdidos de seguimento no banco de dados inicial,
267 (49,81%) mantiveram o status, 160 compareceram ao serviço e 109
foram a óbito. E esta falta de recuperação foi maior no primeiro ano de
seguimento, isto é, dos 267 perdidos de seguimento no banco de dados
final, 120 compareceram ao serviço para o tratamento em 1994 e não
fizeram seguimento após esta data (Tabela 4).
20
Tabela 4 Número e porcentagem dos pacientes com status inicial de
perdidos de seguimento segundo status final e ano de seguimento, RHC,
1994
Status Final
Recuperados Perdidos
Total
Ano
N % N % N %
1994 38 24,05 120 75,95 158 100,00
1995 57 43,18 75 56,82 132 100,00
1996 26 48,15 28 51,85 54 100,00
1997 18 46,15 21 53,85 39 100,00
1998 13 56,52 10 43,48 23 100,00
1999 117 90,00 13 10,00 130 100,00
Total 269 50,19 267 49,81 536 100,00
A Tabela 5 apresenta a distribuição do total dos pacientes segundo a
recuperação do status na revisão de prontuários (levando-se em conta que
267 permaneceram perdidos de seguimento) e às variáveis de estudo. Não
houve diferença estatisticamente significativa nas proporções de pacientes
que foram recuperados segundo idade (p=0,32), cor/raça (p=0,18),
escolaridade (p=0,12) e estádio clínico (p=0,12). A proporção de perdidos foi
maior entre os pacientes do sexo feminino (p=0,04) e entre os admitidos no
hospital por convênio ou particular (p<0,01).
21
Tabela 5 -Número e percentual de pacientes segundo a recuperação na
análise do prontuário e características demográficas e clínicas , RHC, 1994.
Status Final
Recuperados Perdidos Total
Variável
N % N % N %
p *
Sexo
Feminino 1075 87,04 160 12,96 1235 100,00
Masculino 942 89,80 107 10,20 1049 100,00
0,04
Faixa etária
0-14 166 90,22 18 9,78 184 100,00
15-39 279 86,11 45 13,89 324 100,00
40-64 965 88,69 123 11,31 1088 100,00
65 e mais 607 88,23 81 11,77 688 100,00
0,50
**
Cor /raça
Branca ou amarela 1720 88,66 220 11,34 1940 100,00
Preta ou parda 292 86,14 47 13,86 339 100,00
0,18
Escolaridade
Médio ou superior 519 87,08 77 12,92 596 100,00
Até fundamental 1382 89,45 163 10,55 1545 100,00
0,12
Categoria de admissão
Convênio ou particular 875 86,12 141 13,88 1016 100,00
Sus 1142 90,06 126 9,94 1268 100,00
<0,01
Estádio Clínico
Até II 706 87,27 103 12,73 809 100,00
III ou mais 1041 89,51 122 10,49 1163 100,00
0,12
(*) Teste χ
2
com 5% de significância e 1 grau de liberdade.
(**) Teste χ
2
com 5% de significância e 3 graus de liberdade.
Não foram considerados pacientes com dados ignorados.
4.4 Caracterização da amostra
Do total de pacientes, 1235 eram mulheres (54%) e 1049 homens
(46%), a maioria era da cor branca ou amarela (85%). A idade média foi 52
anos (dp=20,3 anos), a idade mediana 57 anos e 30% possuíam 65 anos ou
mais na data do diagnóstico. Do total, 596 (28%) estudaram além da 8ª série
do primeiro grau. Mais da metade (59%) foram classificados com estadio
clínico III ou IV da doença (Tabela 6).
22
Tabela 6 – Número e distribuição percentual dos pacientes segundo
características demográficas e clínicas RHC, 1994.
Variável N %
Sexo
Feminino 1235 54,07
Masculino 1049 45,93
Total 2284 100,00
Faixa etária
0-14 184 8,06
15-39 324 14,19
40-64 1088 47,64
65 e mais 688 30,12
Total 2284 100,00
Cor/raça*
Branca ou amarela 1940 85,13
Preta ou parda 339 14,87
Total 2279 100,00
Escolaridade*
Médio ou superior 596 27,84
Até fundamental 1545 72,16
Total 2141 100,00
Categoria de admissão
Convênio ou particular 1016 44,48
Sus 1268 55,52
Total 2284 100,00
Estadio Clínico*
Até II 809 41,02
III ou IV 1163 58,98
Total 1972 100,00
(*) Não foram considerados pacientes com dados ignorados.
4.5 Análise da probabilidade de sobrevida acumulada e HR no
total dos pacientes
A Tabela 7 apresenta os valores das probabilidades de sobrevida
acumuladas até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento. A
probabilidade de sobrevida acumulada para o total de pacientes foi de 75%
para o primeiro ano de seguimento, 58% no terceiro e 50% no quinto ano de
23
seguimento. O sexo feminino teve maior probabilidade de sobrevida ao
longo do seguimento (p<0,05). A idade, a escolaridade e o estádio clínico
também tiveram diferenças significativas nas probabilidades de sobrevida,
segundo suas categorias. Nota-se que os valores das probabilidades de
sobrevida acumulada da categoria de estádio clínico I ou II apresentaram
valores mais de duas vezes superior aos da categoria III ou IV após o
terceiro ano de seguimento. Não houve diferença estatisticamente
significativa nas probabilidades de sobrevida acumuladas segundo a
cor/raça do paciente.
Tabela 7 – Probabilidade de sobrevida acumulada do total de pacientes
segundo as características demográficas e clínicas até o primeiro, terceiro e
quinto ano de seguimento, RHC, 1994.
Tempo
Variável
1º ano 3º ano 5º ano
Teste
log ran
k
(p)
Feminino 0,82 0,66 0,58
Sexo
Masculino 0,67 0,48 0,40
<0,05
Faixa Etária
0-14
15-39
40-64
65 e mais
0,80
0,84
0,77
0,66
0,67
0,71
0,59
0,46
0,64
0,64
0,51
0,38
<0,05
Branca ou
amarela
0,75 0,58 0,51 Cor/Raça
Preta ou Parda 0,74 0,54 0,47
0,32
Convênio ou
Particular
0,78 0,63 0,56 Categoria
Sus 0,73 0,55 0,47
<0,05
Médio ou
superior
0,80 0,65 0,59
Escolaridade
Até fundamental
0,73 0,55 0,47
<0,05
I+ II 0,94 0,85 0,79
Estádio Clínico
III + IV 0,62 0,38 0,30
<0,05
Total - 0,75 0,58 0,50 -
A força de mortalidade foi maior para os pacientes com estadiamento
III ou IV (HR=5,41; p<0,05) quando comparado aos pacientes com menor
estádio clínico. A força de mortalidade foi maior entre os homens
24
comparados às mulheres (HR=1,73; p<0,05). Os pacientes com mais de 64
anos apresentaram maior força de mortalidade (HR=2,15:p<0,05)
comparados com os pacientes mais jovens. Os pacientes com menor
escolaridade apresentaram maior força de mortalidade que os de maior
escolaridade (HR=1,42:p<0,05). A categoria de admissão também
apresentou maior força de mortalidade para os pacientes admitidos na
categoria SUS (HR=1,30; p<0,05). A cor/raça do paciente não apresentou
diferença na força de mortalidade entre as categorias analisadas (p>0,05)
(Tabela 8).
Tabela 8 – Razão das funções de riscos segundo as características
demográficas e clínicas, RHC, 1994.
Variável
HR IC
95%
(HR)
Feminino
1
Sexo
Masculino
1,73 1,52 1,96
0-14
1
15-39
0,95 0,69 1,31
40-64
1,43 1,09 1,86
Faixa Etária
65 e mais
2,15 1,64 2,82
Branca ou amarela
1
Cor/Raça
Preta ou Parda
1,10 0,92 1,30
Convênio ou
Particular
1
Categoria de
Admissão
Sus
1,30 1,14 1,47
Médio ou superior
1 - -
Escolaridade
Até fundamental
1,42 1,22 1,66
I + II
1 - -
Estádio Clínico
III + IV
5,41 4,52 6,47
4.6 Análise do efeito das perdas nas probabilidades de sobrevida
acumuladas nas bases de dados
Nos Anexos de 4 a 17 estão apresentadas as tabelas com o
detalhamento das análises feitas segundo Kaplan-Meier.
25
4.6.1 Total de pacientes
Houve um aumento significativo na probabilidade de sobrevida
acumulada quando o tempo de seguimento foi até um ano (0,0028 para cada
porcentagem de perda informativa), três anos (0,0041 para cada
porcentagem de perda informativa) ou cinco anos (0,0041 para cada
porcentagem de perda informativa). Observa-se que, quando as perdas são
informativas, os percentuais de aumento nas probabilidades de sobrevida no
primeiro ano variaram de 3,77% (até 10% de perda) a 19,46% (até 50% de
perda). Houve um aumento destes valores quando o tempo de seguimento
passa para 3 ou 5 anos (Tabela 9).
Quando as perdas foram não informativas, não houve diferença
significativa nas probabilidades de sobrevida acumuladas e as variações
percentuais nas probabilidades de sobrevida foram de 0,27% (com 10% de
perda no primeiro ano de seguimento) a 2,20% (com 50% de perda no
quinto ano de seguimento).
A Figura 2 apresenta estes resultados. Quando as perdas foram
informativas, no primeiro ano, a probabilidade de sobrevida acumulada inicial
é de 0,70 (momento zero sem perdas) passando para 0,83 (com 50% de
perdas geradas); no terceiro ano, iniciou em 0,51 passando para 0,71 e no
quinto ano, de 0,44 para 0,67.
A Figura 3 mostra as curvas de Kaplan Meier da base de dados
padrão e das bases de dados com 50% de perda informativa nos óbitos e
não informativas.
26
Tabela 9 – Modelos de regressão linear simples segundo as perdas de 5 a
50% e variação percentual das probabilidades de sobrevida acumuladas no
total de pacientes, RHC,1994
Variação percentual
Tipo de
Perda
Ano
β
0
β
1
r
2
p
10%
15%
∗∗
20%
∗∗∗
50%
∗∗∗∗
1 0,6979 0,0028 0,99 < 0,01 3,77 5,96 7,06 19,46
3 0,5088 0,0041 0,99 < 0,01 6,16 12,19 15,08 38,97
Informativa
5 0,4416 0,0041 0,99 < 0,01 9,77 17,24 20,28 53,43
1 0,7520 0,0000 0,01 0,43 0,27 -0,25 -0,20 0,39
3 0,5766 0,0000 0,00 0,36 0,89 -0,31 0,36 1,58
Não
informativa
5 0,5019 0,0000 0,00 0,49 0,78 0,16 0,72 2,20
(*) com 10% de perda (**) com 15% de perda (***) com 20% de perda (****) com 50% de perda
27
Figura 2 – Gráficos das probabilidades de sobrevida observadas segundo o
total de pacientes até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos
bancos gerados com perdas nos óbitos e aleatórias , RHC, 1994.
1
º
ano 3
º
ano 5
º
ano
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERDA
PROBABILIDADE DE SOBREVID
A
ACUMULADA
PERDAS NOS ÓBITOS
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERD
A
PROBABILIDADE DE SOBREVIDA ACUMUL
A
PERDAS ALEATÓRIAS
Perda informativa
Perda não informativa
28
29
4.6.2 Variável sexo
Houve um aumento significativo na probabilidade de sobrevida
acumulada, para cada unidade percentual de perda informativa, para ambos
os sexos no primeiro (0,0021 e 0,0035 para o sexo feminino e masculino
respectivamente), terceiro (0,0036 e 0,0044 para o sexo feminino e
masculino respectivamente) ou quinto ano de seguimento (0,0041 e 0,0047
para o sexo feminino e masculino respectivamente).
Nos pacientes do sexo feminino, observa-se que, quando as perdas
são informativas, o percentual de aumento nas probabilidades de sobrevida
no primeiro ano variou de 1,04% (com 10% de perda) a 12,78% (com 50%
de perda), enquanto que para o sexo masculino, estes valores variaram de
7,61% (com 10% de perda) a 28,75% (com 50% de perda).
Quando o tempo de seguimento passa para 3 ou 5 anos, estes
valores apresentam um aumento, chegando a atingir uma variação de
74,29% (para os pacientes do sexo masculino com 50% de perda no 5º ano
de seguimento) com relação aos valores iniciais sem perda (Tabela 10).
Quando as perdas foram não informativas, os valores das
probabilidades de sobrevida acumuladas não apresentaram variação
significativa, como pode ser observado na Tabela 10, onde os coeficientes
de regressão (β
1
)
dos
modelos de regressão linear ajustados apresentaram
valores nulos de variação para cada percentual de perda não informativa.
Seguindo estes resultados, observa-se que os valores das variações
percentuais nas probabilidades de sobrevida acumuladas foram menores
que na perda informativa, atingindo o valor máximo de 2,50% (no quinto ano
de seguimento com 50% de perdas geradas) para ambos os sexos.
A Figura 4 apresenta estes resultados e nota-se que a probabilidade
acumulada de sobrevida foi maior para os pacientes do sexo feminino em
todos os períodos de seguimento.
30
A Figura 5 mostra as curvas de Kaplan-Meier das bases de dados
padrão e das bases de dados com 50% de perda informativa nos óbitos e
não informativa.
Tabela 10 - Modelos da regressão linear simples segundo as perdas de 5 a
50% e variação percentual das probabilidades de sobrevida acumuladas até
o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento segundo sexo, RHC,1994
Estimadores da regressão Variação percentual
Tipo de Perda Ano Categoria
b
0
b
1
r
2
p
10%
15%
∗∗
20%
∗∗∗
50%
∗∗∗
Feminino
0,7797 0,0021 0,96 < 0,01 1,04 5,10 4,92 12,78
1
Masculino
0,6026 0,0035 0,98 < 0,01 7,61 7,05 9,99 28,75
Feminino
0,6010 0,0036 0,98 < 0,01 2,91 10,13 11,75 29,31
3
Masculino
0,4017 0,0044 0,99 < 0,01 10,86 15,20 19,99 53,26
Feminino
0,5320 0,0041 0,99 < 0,01 5,33 13,94 15,64 40,46
informativa
5
Masculino
0,3364 0,0047 0,99 < 0,01 16,72 22,57 27,63 74,29
Feminino
0,8211 -0,0001 0,00 0,53 0,40 0,64 0,15 -0,12
1
Masculino
0,6705 0,0002 0,11 0,31 0,07 -0,28 -0,80 -0,68
Feminino
0,6579 0,0000 0,01 0,81 0,24 0,84 -0,17 1,42
3
Masculino
0,4801 0,0001 0,07 0,81 1,31 1,02 -0,48 -2,01
Feminino
0,5848 0,0000 0,00 0,86 1,59 1,10 -0,34 2,09
Não informativa
5
Masculino
0,4028 0,0000 0,00 0,99 0,88 0,25 1,14 -2,51
(*) com 10% de perda (**) com 15% de perda (***) com 20% de perda (****) com 50% de perda
31
Figura 4 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo o
sexo até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos gerados
com perdas nos óbitos e aleatórias , Registro de Câncer do Hospital AC
Camargo , 1994.
1
º
ano 3
º
ano
5
º
ano
Feminino
0, 0
0, 1
0, 2
0, 3
0, 4
0, 5
0, 6
0, 7
0, 8
0, 9
1, 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERD
A
PROBABILIDADE DE SOBREVI
D
ACUMULADA
Masculino
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERD
A
PROBABILIDADE DE SOBREVI
D
ACUMULADA
Feminino
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERD
A
PROBABILIDADE DE SOBREVI
D
ACUMULADA
Masculino
0
0, 1
0, 2
0, 3
0, 4
0, 5
0, 6
0, 7
0, 8
0, 9
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERD
A
PROBABILIDADE DE SOBREVI
D
ACUMULADA
Perda informativa
Perda não informativa
32
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
sexo = masculi no sexo = feminino
Padrão sem perdas
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
sexo = masculino sexo = femi nino
Padrão
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
sexo = masculi no sexo = feminino
50% de perda aleat ória
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
sexo = masculino sexo = femi nino
50% de perda informat iva (óbito)
Figura
5 Estimativas das probabilidad
es de sobrevida para 4 bases de dados,
33
4.6.3 Variável idade
As probabilidades de sobrevida acumuladas apresentaram aumento
significativo para cada unidade percentual de perda informativa,
considerando o primeiro ano (0,0030, 0,0017, 0,0025 e 0.0024) para os
pacientes com idades até 14, de 15 a 39, de 40 a 64 anos e 65 anos ou mais
respectivamente, terceiro ano (de 0,0041, 0,0032, 0,0036 e 0,0050) para os
pacientes com as idades até 14, de 15 a 39, de 40 a 64 anos e 65 anos ou
mais anos respectivamente e quinto (de 0,0043, 0,0037, 0,0042 e 0,0036)
para os pacientes com as idades até 14, de 15 a 39, de 40 a 64 anos e 65
anos ou mais respectivamente.
Observa-se que o percentual de aumento nas probabilidades de
sobrevida considerando a idade dos pacientes, no primeiro ano de
seguimento, variou de 1,51 (até 10% de perda) a 17,97 (até 50% de perda)
para os pacientes com menos de 15 anos; de 1,50 (até 10% de perda) a
32,01 (até 50% de perda) para os pacientes com idades entre 15 e 49 anos
e de 3,72 (até 10% de perda) a 29,22 (até 50% de perda) para os pacientes
mais velhos. Estes valores foram maiores quando o tempo de seguimento
passa para três ou cinco anos em todas faixas etárias consideradas (Tabela
11).
Quando as perdas foram não informativas, os valores das
probabilidades de sobrevida acumuladas não apresentaram variação
estatisticamente significativa. Observa-se que, com este tipo de perdas a
maior variação percentual nas probabilidades de sobrevida acumuladas, foi
5,02% (para os pacientes mais de 64 anos de idade com 50% de perda no
primeiro ano de seguimento) e a menor 0,25 (para os pacientes de 15 a 39
anos de idade com 10% de perda no primeiro ano de seguimento) (Tabela
11).
A Figura 6 apresenta estes resultados, verifica-se que os pacientes
mais jovens apresentaram maior probabilidade de sobrevida que os mais
velhos.
34
A Figura 7 mostra as curvas de Kaplan Meier das bases de dados
padrão e das bases de dados com 50% de perda informativa nos óbitos e
não informativas.
35
Tabela 11 – Modelos de regressão linear simples segundo as perdas de 5 a
50% e variação percentual das probabilidades de sobrevida acumuladas até
o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento segundo idade, RHC,1994
Variação percentual
Tipo de Perda Ano Categoria
β
0
β
1
r
2
p
10%
15%
∗∗
20%
∗∗∗
50%∗
∗∗∗
0 - 14 0,7560 0,0030 0,96 < 0,01 1,51 3,65
4,05
17,97
15 - 39 0,7973 0,0017 0,94 < 0,01 2,80 1,86
3,82
10,78
40 –64 0,7303 0,0025 0,99 < 0,01 3,57 5,74
6,66
17,40
1
65 e mais 0,5934 0,0020 0,97 < 0,01 5,45 9,50 10,74 29,22
0 - 14 0,6099 0,0041 0,94 < 0,01 1,50 8,57
8,76
32,01
15 - 39 0,6392 0,0032 0,98 < 0,01 5,26 3,69
6,97
22,75
40 –64 0,5380 0,0036 0,99 < 0,01 6,49 13,01
16,47
35,78
3
65 e mais 0,3681 0,0050 0,98 < 0,01 7,74 18,11
19,38
60,33
0 - 14 0,5829 0,0043 0,92 < 0,01 3,72 8,90
10,27
37,82
15 - 39 0,5757 0,0037 0,97 < 0,01 6,75 5,11
8,15
32,26
40 –64 0,4609 0,0042 0,98 < 0,01 11,53 17,84
22,61
50,21
5
65 e mais 0,2952 0,0053 0,98 < 0,01 10,52 28,71
28,01
85,43
Informativa
0 - 14 0,7940 -0,0002 0,04 0,53 -5,12 0,06
-6,42
-4,08
15 - 39 0,8438 -0,0003 0,46 0,02 -0,25 0,93
-1,25
-1,96
40 –64 0,7596 0,0004 0,20 0,17 0,36 0,30
0,39
-0,09
1
65 e mais 0,6413 0,0007 0,21 0,17 0,86 -1,31 0,45 -0,67
0 - 14 0,6679 -0,0004 0,08 0,40 -0,91 1,49
-1,88
0,40
15 - 39 0,7155 -0,0006 0,53 0,01 -0,37 1,35
-0,59
-4,04
40 –64 0,5758 0,0003 0,33 0,11 1,05 -0,15
1,17
0,02
3
65 e mais 0,4364 0,0008 0,11 0,26 1,67 -2,04
0,13
2,70
0 - 14 0,6385 0,0004 0,06 0,48 -0,92 1,77
-2,30
-0,77
15 - 39 0,6505 -0,0003 0,16 0,21 -0,36 2,24
0,47
-1,63
Não informativa
5
40 –64 0,4999 0,0001 0,78 0,01 0,75 -1,00
1,04
-2,21
65 e mais 0,3568 0,0009 0,06 0,34 0,13 -1,39
-0,34
5,02
(*) com 10% de perda (**) com 15% de perda (***) com 20% de perda (****) com 50% de perda
36
Figura 6 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo a
idade até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos
gerados com perdas nos óbitos e aleatórias , RHC, 1994.
1º ano 3º ano 5º ano
Perda informativa
Perdas
não informativa
0 a 14 anos
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de perda
Probabilidade de
sobrevida
0-14 anos
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de pe rda
Probabilidade de
sobrevida
15-39 anos
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de perda
Probabilidade de
sobrevida
15-39 anos
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de perda
Probabilidade de
sobrevida
40-64 anos
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de perda
Probabilidade de
sobrevida
40-64 anos
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de pe rda
Probabilidade de
sobrevida
65 a mais anos
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de perda
Probabilidade de
sobrevida
65 a mais anos
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de perda
Probabilidade de
sobrevida
37
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
fet = 0-14 fet = 15-39
fet = 40-64 f et = 65 e mais
Padrão sem perdas
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
fet = 0-14 fet = 15-39
fet = 40-64 f et = 65 e mais
Padr ão
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
fet = 0-14 fet = 15-39
fet = 40-64 f et = 65 e mais
50% de perda aleat ória
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
fet = 0-14 fet = 15-39
fet = 40-64 f et = 65 e mais
50% de perda informat iva (óbito)
Figura – 7 Estimativas das probabilidades de sobrevida para 4 bases de dados,
RHC,1994
38
4.6.4 Variável Cor/raça
Observa-se que, quando as perdas foram informativas, houve um
aumento significativo nas probabilidades acumuladas de sobrevida, para
cada unidade percentual de perda informativa, para os pacientes de todas as
categorias da variável cor/raça quando o tempo considerado foi um ano
(0,0027 nos pacientes de cor/raça branca ou amarela e 0,0033 para os
pacientes de cor/raça preta ou parda), 3 anos (0,0040 nos pacientes de
cor/raça branca ou amarela e 0,0044 para os pacientes de cor/raça preta ou
parda) ou 5 anos (0,0044 nos pacientes de cor/raça branca ou amarela e
0,0047 para os pacientes de cor/raça preta ou parda).
Observa-se que o percentual de aumento nas probabilidades de
sobrevida variou de 7,16% (até 10% de perda) a 60,76 (até 50% de perda)
com cinco anos de seguimento, para os pacientes de cor/raça preta ou
parda (Tabela 12).
Quando as perdas são não informativas não houve diferença
significativa nas probabilidades de sobrevida acumulada dos pacientes com
relação a variável cor/raça. Deste modo a maior variação percentual
apresentada na probabilidade de sobrevida acumulada foi -12,07% (para a
cor/raça branca ou amarela no quinto ano de seguimento com até 20% de
perda).
A Figura 8 apresenta estes resultados. Nota-se que as probabilidades
de sobrevida acumuladas dos pacientes de cor/raça branca ou amarela
apresentam valores próximos aos pacientes de cor/raça preta ou parda ao
longo do período de seguimento.
A Figura 9 mostra as curvas de Kaplan Meier das bases de dados
padrão e das bases de dados com 50% de perda informativa nos óbitos e
não informativas.
39
Tabela 12 Modelos de regressão linear simples segundo as perdas de 5 a
50% e variação percentual das probabilidades de sobrevida acumuladas até
o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento segundo cor/raça, RHC,1994
Variação percentual
Tipo de Perda
Ano Categoria
β
0
β
1
r
2
p
10%
15%
∗∗
20%
∗∗∗
50%
∗∗∗
Branca ou Amarela
0,6999 0,0027 0,98 < 0,01 3,78 5,87 7,04 18,63
1
Preta ou Parda
0,6839 0,0033 0,87 < 0,01 3,81 6,58 7,34 24,53
Branca ou Amarela
0,5160 0,0040 0,98 < 0,01 6,32 12,30 15,06 37,93
3
Preta ou Parda
0,4691 0,0044 0,95 < 0,01 5,28 10,88 15,43 44,53
Branca ou Amarela
0,4488 0,0044 0,99 < 0,01 10,22 17,50 20,41 52,14
informativa
5
Preta ou Parda
0,4000 0,0047 0,96 < 0,01 7,16 14,88 19,62 60,76
Branca ou Amarela
0,7510 0,0002 0,09 0,37 -8,05 -0,31 -8,50 -7,66
1
Preta ou Parda
0,7550 -0,0006 0,29 0,09 0,51 -0,08 0,18 -0,91
Branca ou Amarela
0,5812 0,0007 0,03 0,60 -11,08 0,09 -11,67 -10,83
3
Preta ou Parda
0,5445 -0,0004 0,04 0,55 1,04 -2,99 1,50 5,48
Branca ou Amarela
0,5100 0,0001 0,01 0,73 -11,86 0,41 -12,07 -11,17
Não informativa
5
Preta ou Parda
0,4657 -0,0001 0,00 0,87 -1,85 -1,97 -0,62 5,06
(*) com 10% de perda (**) com 15% de perda (***) com 20% de perda (****) com 50% de perda
40
Figura 8 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada
segundo o cor/raça até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento
nos bancos gerados com perdas nos óbitos e aleatórias , RHC , 1994.
1º ano 3º ano 5º ano
branca ou amarela
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERDA
PROBABILIDADE DE SOBREVI
D
ACUMULADA
preta ou parda
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERDA
PROBABILIDADE DE SOBREVI
D
ACUMULADA
branca ou amarela
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERDA
PROBABILIDADE DE SOBREVI
D
ACUMULADA
preta ou parda
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERDA
PROBABILIDADE DE SOBREVI
D
ACUMULADA
Perda informativa
Perdas não informativa
41
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
raca = branca ou amarela raca = preta ou parda
Padrão sem perdas
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
raca = branca ou amarela raca = preta ou parda
Pad r ão
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
raca = branca ou amarela raca = preta ou parda
50% de perda aleat ória
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
raca = branca ou amarela raca = preta ou parda
50% de perda informat iva (óbito)
Figura – 9 Estimativas das probabilidades de sobrevida para 4 bases de dados,
RHC,1994
42
4.6.5. Variável Escolaridade
Houve um aumento significativo nas probabilidades de sobrevida
acumulada dos pacientes de todos os níveis de escolaridade acumulada,
para cada unidade percentual de perda informativa, considerando o primeiro
ano (0,0025 para os pacientes com ensino médio ou superior e 0,0029 para
os pacientes que estudaram até o fundamental), o terceiro ano (0,0035 para
os pacientes com ensino médio ou superior e 0,0043 para os pacientes que
estudaram até o fundamental) ou o quinto ano de seguimento (0,0040 para
os pacientes com ensino médio ou superior e 0,0047 para os pacientes que
estudaram até o fundamental).
Observa-se que, no primeiro ano o percentual de aumento nas
probabilidades de sobrevida variou de 3,42% (até 10% de perda) a 17,22%
(até 50% de perda) para os pacientes com ensino médio ou superior e de
3,82 (até 10% de perda) a 20,55 (até 50% de perda) para os pacientes que
estudaram até o ensino fundamental (Tabela 13).
Quando as perdas foram não informativas, não houve variação
significativa nas probabilidades de sobrevida para os pacientes de qualquer
nível de escolaridade. A variação percentual nas probabilidades de
sobrevida acumuladas apresentou valor máximo de 4% (para os pacientes
com ensino médio ou superior com até 50% de perda em 5 anos de
seguimento).
A Figura 10 apresenta estes resultados e nota-se que os pacientes
que estudaram até o ensino médio ou superior apresentaram probabilidade
de sobrevida acumulada maior que os pacientes de menor escolaridade.
A Figura 11 mostra as curvas de Kaplan-Meier da base de dados
padrão e das bases de dados com 50% de perda informativa nos óbitos e
não informativas.
43
Tabela 13 – Modelos de regressão linear simples segundo as perdas de 5 a
50% e variação percentual das probabilidades de sobrevida acumuladas até
o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento segundo escolaridade,
RHC,1994
Variação percentual
Tipo de Perda
Ano
Categoria
β
0
β
1
r
2
p
10%
15%
∗∗
20%
∗∗∗
50%
∗∗∗∗
médio ou superior
0,7396 0,0025 0,99 < 0,01 3,42 4,53
6,41
17,22
1
até fundamental
0,6837 0,0029 0,99 < 0,01 3,82 6,58
7,34
20,55
médio ou superior
0,5823 0,0035 0,98 < 0,01 5,28 7,65
12,96
30,13
3
até fundamental
0,4836 0,0043 0,98 < 0,01 6,50 13,85
15,81
43,34
médio ou superior
0,5241 0,0040 0,99 < 0,01 8,04 10,45
16,39
43,15
Informativas
5
até fundamental
0,4120 0,0047 0,98 < 0,01 10,35 19,88
21,75
58,88
médio ou superior
0,7932 0,0002 0,36 0,05 1,82 -0,08
1,76
3,46
1
até fundamental
0,7357 -0,0005 0,06 0,83 0,71 -0,35
0,26
-0,07
médio ou superior
0,6509 -0,0001 0,01 0,75 1,34 -0,11
0,97
2,37
3
até fundamental
0,5472 0,0001 0,00 0,96 -0,27 0,92
0,05
0,62
médio ou superior
0,5852 0,0002 0,14 0,25 -0,14 0,58
0,19
4,00
Não
informativa
5
até fundamental
0,4692 0,0000 0,00 0,92 -0,04 -0,42
0,49
0,17
(*) com 10% de perda (**) com 15% de perda (***) com 20% de perda (****) com 50% de perda
44
Figura 10 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada
segundo a escolaridade até o primeiro, terceiro e quinto ano de
seguimento nos bancos gerados com perdas nos óbitos e aleatórias,
RHC , 1994.
1º ano 3º ano 5º ano
Perda informativa
Perdas aleatórias
até fundamental
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERDA
PROBABILIDADE DE SOBREVI
D
ACUMULADA
dio ou superior
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERDA
PROBABILIDADE DE SOBREVI
D
ACUMULADA
Ate Fundammental
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERDA
PROBABILIDADE DE SOBREVI
D
ACUMULADA
medio ou superior
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERDA
PROBABILIDADE DE SOBREVI
D
ACUMULADA
Perdas não informativa
45
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabilidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
escolar = menos que fundam ental escol ar = fundam ental ou m ais
Padrão sem perdas
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabilidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
ano
escolar = fundamental ou menos escolar = mais que fundamental
50% de perda informativa bito)
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabilidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
ano
escolar = fundamental ou menos escolar = m ais que fundamental
Padrão
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabilidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
ano
escolar = fundamental ou menos escolar = mais que fundamental
50% perda aleatória
Figura – 11 Estimativas das probabilidades de sobrevida para 4 bases de
dados, RHC,1994
46
4.6.6 Variável categoria de admissão
Observa-se que, quando as perdas foram informativas, houve um
aumento significativo nas probabilidades de sobrevida acumulada para os
pacientes de todas as categorias de admissão, para cada unidade
percentual de perda, quando considerado um ano (0,0027 nos pacientes
admitidos por convênio ou particular e 0,0028 nos admitidos pelo SUS), três
anos (0,0039 nos pacientes admitidos por convênio ou particular e 0,0028
nos admitidos pelo SUS) ou cinco anos (0,0044 nos pacientes admitidos por
convênio ou particular e 0,0045 nos admitidos pelo SUS).
As probabilidades de sobrevida, considerando o primeiro ano de
seguimento, variaram de 3,87% (até 10% de perda) a 17,95% (até 50% de
perda) para os pacientes admitidos por convênio ou particular e de 3,73%
(até 10% de perda) a 20,57% (até 50% de perda) para os pacientes SUS
(Tabela 14).
Quando as perdas são não informativas não houve diferença
significativa nas probabilidades de sobrevida acumulada dos pacientes com
relação a variável categoria de admissão. Assim, a maior variação
percentual apresentada na probabilidade de sobrevida acumulada foi 3,48%
(para os pacientes admitidos pelo SUS no quinto ano de seguimento com
até 50% de perda).
A Figura 12 apresenta estes resultados. Nota-se que as
probabilidades de sobrevida acumuladas dos pacientes admitidos através de
convênio ou particulares são maiores que as dos pacientes admitidos pelo
SUS.
A Figura 13 mostra as curvas de Kaplan-Meier da base de dados
padrão e das bases de dados com 50% de perda informativa nos óbitos e
não informativas.
47
Tabela 14 Modelos de regressão linear simples segundo as perdas de 5 a
50% e variação percentual das probabilidades de sobrevida acumuladas até
o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento segundo categoria de
admissão, RHC,1994
Variação percentual
Tipo de
Perda
Ano Categoria
β
0
β
1
r
2
p
10%
15%
∗∗
20%
∗∗∗
50%
∗∗∗∗
Particular ou
Convenio
0,7156 0,0027 0,97< 0,01 3,87 5,02 7,06 17,95
1
Sus 0,6854 0,0028 0,98< 0,01 3,73 6,64 7,06 20,57
Particular ou
Convenio
0,5431 0,0039 0,99< 0,01 5,57 11,56 14,48 35,01
3
Sus 0,4845 0,0042 0,99< 0,01 6,62 12,63 15,58 42,00
Particular ou
Convenio
0,4807 0,0044 0,98< 0,01 8,53 15,56 18,93 47,15
Informativa
5
Sus 0,4137 0,0045 0,99< 0,0110,73 18,53 21,35 58,45
Particular ou
Convenio
0,7776 0,0002 0,26 0,11 0,24 -0,40 -0,99 1,10
1
Sus 0,7323 0,0000 0,01 0,78 0,12 -0,16 0,30 -0,30
Particular ou
Convenio
0,6276-0,00010,07 0,42 1,05 0,24 -0,79 -0,27
3
Sus 0,5381 0,0000 0,02 0,66 -0,13 -0,84 0,57 2,46
Particular ou
Convenio
0,5583 0,0000 0,00 0,83 1,04 -0,48 -0,27 0,04
Não
Informativa
5
Sus 0,4598 0,0000 0,00 0,95 -0,28 0,59 2,46 3,48
(*) com 10% de perda (**) com 15% de perda (***) com 20% de perda (****) com 50% de perda
48
Figura 12 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo a
categoria até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos
gerados com perdas nos óbitos e aleatórias , RHC 1994.
1º ano 3º ano 5º ano
Perd
as aleatórias
Conv ou particular
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERDA
PROBABILIDADE DE SOBREVI
D
ACUMULADA
SUS
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERDA
PROBABILIDADE DE SOBREVI
D
ACUMULADA
Conv ou particular
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERDA
PROBABILIDADE DE SOBREVI
D
ACUMULADA
SUS
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERDA
PROBABILIDADE DE SOBREVIDA ACUMULA
D
Perda informativa
Perdas não informativa
49
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
c a t = S US ca t = C O N VE N IO O U PA R TIC UL A R
Padrão sem perdas
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
c at = C ON V ENIO OU P AR TIC UL A R cat = SU S
Padrão
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
c at = C ON V EN IO O U P ARTIC U LA R cat = SUS
50% de perda aleat ória
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
cat = CONVENIO OU PARTICULAR cat = SUS
50% de perda informativa (óbito)
Figura – 13 Estimativas das probabilidades de sobrevida para 4 bases de
dados, RHC,1994
50
4.6.7 Variável estadio clínico
Houve um aumento significativo nas probabilidades de sobrevida
acumuladas, para todos os estádios clínicos, para cada unidade percentual
de perda informativa no primeiro (0,0008 e 0,0038 para o estadio clínico I ou
II e III ou IV respectivamente), terceiro (0,0018 e 0,0048 para os pacientes
com estadio clínico I ou II e III ou IV respectivamente) ou quinto ano de
seguimento (0,0023 e 0,0049 para os pacientes com estadio clínico I ou II e
III ou IV respectivamente).
Nos pacientes com estádio clínico I ou II, os percentuais de aumento
nas probabilidades de sobrevida, no primeiro ano variaram de 0,88% (com
10% de perda) a 3,91% (com 50% de perda), enquanto que para os
pacientes com estadio clínico III ou IV estes valores variaram de 6,37% (com
10% de perda) a 33,84% (com 50% de perda). Quando o tempo de
seguimento passa para 3 ou 5 anos estes valores apresentam um aumento
chegando a atingir uma variação de 93,23% (para os pacientes com estadio
clínico III ou IV com 50% de perda no 5º ano de seguimento) com relação
aos valores iniciais (Tabela 15).
Quando as perdas foram não informativas os valores das
probabilidades de sobrevida acumuladas não apresentaram variação
significativa como pode ser observado na Tabela 15, onde os coeficientes de
regressão (β
1
)
dos
modelos de regressão linear ajustados apresentaram
valores nulos de variação para cada percentual de perda não informativa.
Seguindo estes resultados observa-se que os valores das variações
percentuais nas probabilidades de sobrevida acumulada foram menores que
nas perdas não informativas, atingindo o valor máximo de 2,20% (no quinto
ano de seguimento com 50% de perdas geradas).
A Figura 14 apresenta estes resultados e observa-se que a
probabilidade acumulada de sobrevida foi maior para os pacientes menos
graves em todos os períodos de seguimento.
51
A Figura 15 mostra as curvas de Kaplan-Meier da base de dados
padrão e das bases de dados com 50% de perda informativa nos óbitos e
não informativa.
Tabela 15 – Modelos de regressão linear simples segundo as perdas de 5 a
50% e variação percentual das probabilidades de sobrevida acumuladas até
o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento segundo estadio clínico,
RHC,1994
Variação percentual
Tipo de Perda Ano Categoria
β
0
β
1
r
2
p
10%
15%
∗∗
20%
∗∗∗
50%
∗∗∗∗
até II 0,9215 0,0008 0,90 < 0,01 0,88 0,88 1,75 3,91
1
III ou IV 0,5559 0,0038 0,96 < 0,01 6,37 10,28 11,80 33,84
até II 0,8220 0,0018 0,95 < 0,01 1,28 3,45 4,96 10,03
3
III ou IV 0,3122 0,0048 0,97 < 0,01 11,66 21,82 26,97 74,28
até II 0,7674 0,0023 0,95 < 0,01 3,68 6,58 7,68 17,00
Informativa
5
III ou IV 0,2462 0,0049 0,98 < 0,01 11,66 25,02 31,41 93,23
até II 0,9386 -0,0001 0,61 0,03 -0,03 -0,04 -0,39 -0,68
1
III ou IV 0,6161 0,0003 0,33 10,00 -0,85 -0,55 -0,90 2,13
até II 0,8527 0,0000 0,96 0,00 0,28 - 0,82 1,88
3
III ou IV 0,3777 0,0001 0,40 0,08 -0,21 -0,77 -0,26 3,00
até II 0,7927 0,0000 0,85 0,00 -0,13 0,14 2,13 3,16
Não
informativa
5
III ou IV 0,3013 0,0002 0,12 0,25 1,20 0,79 -1,07 4,80
(*) com 10% de perda (**) com 15% de perda (***) com 20% de perda (****) com 50% de perda
52
Figura 14 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
estadio até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos gerados
com perdas nos óbitos e aleatórias , RHC, 1994.
1º ano 3º ano 5º ano
Perda informativa
Perdas aleatórias
até II
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERDA
PROBABILIDADE DE SOBREVI
D
ACUMULADA
III OU IV
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
5
% DE PERDA
PROBABILIDADE DE SOBREVI
D
ACUMULADA
até II
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% DE PERDA
PROBABILIDADE DE SOBREVI
D
ACUMULADA
III ou IV
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
% DE PERDA
PROBABILIDADE DE SOBREVI
D
ACUMULADA
Perdas não informativa
53
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
estadio = I ou II estadio = III ou IV
50% de perda informat iva (óbito)
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
estadio = I ou II estadio = III ou IV
50% de perda aleatória
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
estadio = I ou II estadio = III ou IV
Padr ão
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
probabi lidade de sobrevida
0 1 2 3 4 5
anos
estadio = I ou II estadio = III ou IV
Padrão sem perdas
Figura – 15 Estimativas das probabilidades de sobrevida para 4 bases de
dados, RHC,1994
54
4.7 Análise do efeito das perdas nas HR’s
A Tabela 16 apresenta os resultados da análise das perdas nos
valores das HR’s em todos os bancos de dados. Quando as perdas foram
informativas, houve acréscimo significativo nas HR das variáveis: sexo
(0,0020 para cada percentual de perda nos óbitos comparando a sobrevida
dos pacientes do sexo feminino com as pacientes do sexo masculino) e
idade (0,0031 para os pacientes com 15 a 39 anos e comparados aos mais
jovens).
Quando as perdas foram não informativas não houve variação
significativa nas HR em todas as variáveis consideradas na análise.
As variações percentuais apresentaram diversos comportamentos
com aumentos (2,80% na HR da variável sexo com 10% de perda nos
óbitos), quedas (0,56% de queda na mesma variável com 20% de perda) e
posterior aumento (7,30% na mesma variável com 50% de perda).
As Figuras de 16 a 22 apresentam estes resultados e nota-se que o
estádio clínico apresentou o maior valor de HR (valores próximos de 5)
seguido pela variável sexo (valores próximos de 2).
.
55
Tabela 16 - Modelos de regressão linear simples segundo as perdas de 5 a
50% e variação percentual nas razões das funções de risco segundo as
variáveis de estudo, RHC,1994
Variação Percentual
Variável Tipo De Perda
β
0
β
1
r
2
p
10%
15%
∗∗
20%
∗∗∗
50%
∗∗∗∗
Informativa 1,7622 0,0019 0,26 0,11 -4,78 4,04 2,15 6,00
Sexo
Não informativa 1,7410 -0,0003 0,00 0,86 1,62 -0,20 4,71 -0,21
0,9786 0,0038 0,35 0,06 -6,73 4,81 -4,81 8,00
1,3882 0,0038 0,21 0,15 -2,80 -2,10 -8,39 10,77
Informativa
2,2463 0,0022 0,04 0,57 2,79 3,26 1,40 11,77
0,9205 0,0002 0,00 0,93 -0,18 -0,93 -3,36 6,95
1,4229 -0,0020 0,09 0,37 -3,55 4,54 6,77 5,51
Faixa Etária
Não informativa
2,1297 -0,0033 0,11 0,42 -3,02 5,20 -5,05 -1,29
Informativa 1,1200 -0,0011 0,24 0,12 1,82 2,73 0,91 -7,27
Cor/raça
Não informativa 1,0904 0,0010 0,05 0,52 2,04 1,90 -0,52 -4,69
Informativa 1,3110 0,0002 0,00 0,88 2,56 -2,63 2,56 8,34
Escolaridade
Não informativa 1,3976 0,0010 0,06 0,45 -0,50 -1,74 -1,12 5,22
Informativa 1,1725 0,0006 0,08 0,39 -1,14 0,04 2,48 0,04
Categoria
Não informativa 1,2950 0,0000 0,00 0,95 2,38 -0,57 -3,00 -2,75
Informativa 4,0655 0,0017 0,04 0,38 0,50 3,48 -1,74 2,74
Estádio
Não informativa 5,4356 0,0000 0,00 0,99 -1,08 -0,24 9,12 8,31
(*) com 10% de perda (**) com 15% de perda (***) com 20% de perda (****) com 50% de perda
56
Figura 16 – Razão das funções de riscos segundo sexo, RHC , 1994.
PERDAS NOS ÓBITOS
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de pe rda
razão das funções de risco
PERDAS ALEATÓRIAS
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
2,00
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de perda
razão das funções de risco
Perda informativa
Perda não informativa
57
Figura 17– Razão das funções de riscos segundo idade, RHC, 1994.
PERDAS NOS ÓBITOS
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
2,8
3,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de perda
razão das funções de risco
PERDAS ALEATÓRIAS
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
2,8
3,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de perda
razão das funções de risco
15-39 40-64 65 e mais
Perda informativa
Perda não informativa
58
Figura 18 – Razão das funções de riscos segundo cor/raça,RHC , 1994.
PERDAS NOS ÓBITOS
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de perda
razão das funções de risco
PERDAS ALEATÓRIAS
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
2,00
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de perda
razão das funções de risco
Perda informativa
Perda não
informativa
59
Figura 19 – Razão das funções de riscos segundo escolaridade, RHC ,
1994.
PERDAS NOS ÓBITOS
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de perda
razão das funções de risco
PERDAS ALEATÓRIAS
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
2,00
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de perda
razão das funções de risco
Perda informativa
Perda não informativa
60
Figura 20 – Razão das funções de riscos segundo categoria, RHC , 1994.
PERDAS NOS ÓBITOS
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de perda
razão das funções de risco
PERDAS ALEATÓRIAS
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
2,00
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de perda
razão das funções de risco
Perda informativa
Perda não informativa
61
Figura 21 – Razão das funções de riscos segundo estadio, RHC , 1994.
PERDAS NOS ÓBITOS
0
1
2
3
4
5
6
7
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de perda
razão das funções de risco
PERDAS ALEATÓRIAS
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de perda
razão das funções de risco
Perda informativa
Perda não informativa
62
4.8 Análise do efeito das perdas dos anos de 1994 a 1999 na
probabilidade acumulada de sobrevida no total dos pacientes
Nesta análise os pacientes perdidos de observação foram retirados do
banco, ano a ano (de 1994 a 1999), não sendo considerados na análise.
Nota-se que há uma queda nas probabilidades de sobrevida acumulada em
todos os anos, para todas as variáveis estudadas. (Tabela 17).
Obviamente o efeito maior ocorre quando são considerados os
percentuais de perdas ao longo dos anos. Vale lembrar os percentuais de
perdas de seguimento foram de 7,14% no primeiro ano, 6,92% no segundo
ano, 2,76% no terceiro, 2,10% no quarto e 1,80 no quinto ano de seguimento
com relação aos 2284 pacientes do banco de dados inicial.
As Figuras 22 a 28 apresentam estes resultados e nota-se que a
probabilidade de sobrevida acumulada para o sexo feminino passou de 0,82
(1994) para 0,78 (sem perdas até 1999). Nota-se que houve queda nas
probabilidades de sobrevida acumulada e esta diminuição foi mais
acentuada nos primeiros dois anos de seguimento.
63
Tabela 17 Variação percentual das probabilidades de sobrevida acumuladas
das bases de dados sem perdas de 1994 a 1999 segundo as variáveis de
estudo, RHC, 1994
1
-2,8 -3,9 -4,9 -6,0 -6,9
2
-3,0 -4,9 -6,9 -9,1 -11,0
3
-3,0 -4,9 -7,0 -9,4 -11,9
FEMININO
-2,0 -2,6 -3,3 -4,0 -4,7
MASCULINO
-3,6 -5,9 -7,1 -8,7 -9,9
FEMININO
-2,2 -3,3 -4,8 -6,3 -7,8
MASCULINO
-3,9 -7,4 -10,0 -13,3 -15,8
FEMININO
-2,2 -3,3 -4,8 -6,6 -8,5
MASCULINO
-3,9 -7,4 -10,1 -13,8 -17,1
BRANCA OU AMARELA
-2,6 -3,8 -4,8 -5,9 -6,8
PRETA OU PARDA
-3,4 -5,0 -5,4 -6,3 -7,2
BRANCA OU AMARELA
-2,8 -4,6 -6,8 -8,9 -10,8
PRETA OU PARDA
-3,8 -6,4 -7,4 -9,4 -11,6
BRANCA OU AMARELA
-2,8 -4,6 -6,8 -9,4 -11,7
PRETA OU PARDA
-3,8 -6,4 -7,4 -9,6 -12,3
PARTICULAR OU CONVÊNIO
-2,7 -4,0 -5,3 -6,7 -7,8
SUS
-2,8 -3,9 -4,5 -5,2 -6,0
PARTICULAR OU CONVÊNIO
-2,8 -5,0 -7,6 -10,4 -12,5
SUS
-3,1 -4,8 -6,1 -7,6 -9,3
PARTICULAR OU CONVÊNIO
-2,8 -5,0 -7,6 -10,8 -13,5
SUS
-3,1 -4,8 -6,2 -7,9 -10,2
MAIS QUE FUNDAMENTAL
-2,2 -3,1 -4,4 -5,6 -6,6
ATÉ FUNDAMENTAL
-3,0 -4,1 -4,9 -5,8 -6,6
MAIS QUE FUNDAMENTAL
-2,3 -3,6 -6,2 -8,4 -10,4
ATÉ FUNDAMENTAL
-3,2 -5,2 -6,8 -8,8 -10,6
MAIS QUE FUNDAMENTAL
-2,3 -3,6 -6,2 -8,7 -11,1
ATÉ FUNDAMENTAL
-3,2 -5,2 -6,9 -9,2 -11,5
I + II
-0,5 -0,8 -1,1 -1,5 -1,8
III + IV
-4,8 -6,7 -7,7 -8,5 -9,6
I + II
-0,5 -1,0 -1,7 -2,7 -3,4
III + IV
-5,4 -8,7 -11,3 -13,2 -16,0
I + II
-0,5 -1,0 -1,8 -3,0 -4,0
III + IV -5,4 -8,7 -11,4 -13,5 -17,3
DE 0 A 14 ANOS
-0,8 -1,4 -1,6 -2,5 -3,4
DE 15 A 39 ANOS
-0,9 -1,8 -3,0 -4,1 -4,7
DE 40 A 64 ANOS
-2,6 -2,6 -3,9 -5,2 -5,2
DE 65 E MAIS ANOS
-4,6 -6,2 -7,7 -9,2 -10,8
DE 0 A 14 ANOS
-0,8 -1,8 -2,1 -3,7 -5,5
DE 15 A 39 ANOS
-1,0 -2,4 -4,7 -7,0 -8,3
DE 40 A 64 ANOS
-3,4 -5,1 -6,8 -13,6 -10,2
DE 65 E MAIS ANOS
-4,4 -6,7 -11,1 -13,3 -15,6
DE 0 A 14 ANOS
-0,8 -1,8 -2,1 -3,9 -5,9
DE 15 A 39 ANOS
-1,0 -2,4 -4,8 -7,5 -9,0
DE 40 A 64 ANOS
-2,0 -4,0 -4,0 -6,0 -10,0
DE 65 E MAIS ANOS
-2,7 -8,1 -10,8 -13,5 -18,9
1
3
1
1
3
5
1
3
5
3
5
TEMPO
3
5
%
0−1995
CATEGORIA
1
3
5
5
%
0−1998
%
0−1999
Total
1
%
0−1996
%
0−1997
64
Figura 22 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo sexo até
o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos gerados sem perdas de
1994 a 1999, RHC, 1994.
1º ano 3º ano 5ºano
Feminino
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Sem perdas até
probabilidade de sobrevida acumulada
Masculino
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Sem perdas até
probabilidade de sobrevida acumulada
65
Figura 23 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo idade até
o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos gerados sem perdas de
1994 a 1999, RHC, 1994.
até 14 anos
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Sem perdas até
De 15 a 39 anos
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Sem perdas até
probabilidade de
sobrevida
acumualda
De 40 a 64 anos
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Sem perdas até
probabilidade de
sobrevida acumualda
65 e mais anos
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Sem perdas até
probabilidade de
sobrevida acumualda
1º ano 3º ano 5ºano
66
Figura 24 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo raça
até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos gerados sem
perdas de 1994 a 1999, RHC , 1994.
Branca ou amarela
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Sem perdas até
probabilidade de sobrevida acumualda
Preta ou Parda
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Sem perdas até
probabilidade de sobrevida acumulada
1º ano 3º ano 5ºano
67
Figura 25 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
escolaridade até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos
g
erados sem perdas de 1994 a 1999, RHC, 1994.
Fundamental ou mais
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Sem perdas até
probabilidade de sobrevida acumualda
Até fundamental
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Sem perdas a
probabilidade de sobrevida acumulada
1º ano 3º ano 5ºano
68
Figura 26 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
categoria até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos
gerados sem perdas de 1994 a 1999, RHC, 1994.
Particular ou connio
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Sem perdas até
probabilidade de sobrevida acumualda
SUS
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Sem perdas até
probabilidade de sobrevida acumulada
1º ano 3º ano 5ºano
69
Figura 27 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada segundo
estadio até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos gerados
sem perdas de 1994 a 1999, RHC, 1994.
Até II
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Sem perdas até
probabilidade de sobrevida acumualda
III ou mais
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Sem perdas até
probabilidade de sobrevida acumualda
1º ano 3º ano 5ºano
70
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Sem perdas até
probabilidade de sobrevida acumuald
a
Figura 28 – Gráficos das probabilidades de sobrevida acumulada do total
até o primeiro, terceiro e quinto ano de seguimento nos bancos gerados
sem perdas de 1994 a 1999, RHC, 1994.
1º ano 3º ano 5ºano
71
4.9 Análise do efeito das transformações das perdas de
seguimento em vivo ao final do estudo na probabilidade
acumulada de sobrevida e nas HR’s no total dos pacientes
Nesta análise os 522 pacientes perdidos de observação no banco de
dados original foram considerados vivos ao final de seguimento, simulando
uma perda informativa nos vivos. Nota-se que há um aumento nas
probabilidades de sobrevida acumulada no total dos pacientes, que passou
de 0,75 para 0,77 no primeiro ano de seguimento gerando uma variação de
2,67%. Quando o tempo de seguimento aumenta, as diferenças se
acentuam alcançando 14% com cinco anos de seguimento. Considerando as
variáveis de estudo, o comportamento é semelhante, com aumentos nas
probabilidades de sobrevida acumulada gerando diferenças que vão de
1,19% (idade de 15 a 39 anos com um ano de seguimento) a 30% (estádio
clínico III ou IV com cinco anos de seguimento) (Tabela 18).
72
Tabela 18 – Probabilidade de sobrevida acumulada do total de pacientes
segundo as características demográficas e clínicas até o primeiro, terceiro e
quinto ano de seguimento com as perdas informativas nos vivos, RHC, 1994.
Ano
Variação
Percentual*
Variável
Teste log
rank (p)
ano
ano
ano
Feminino 0,83 0,70 0,64 1,22 6,06 10,34
Sexo
Masculino 0,69 0,54 0,48
<0,05
2,99 12,50 20,00
0-14 anos 0,81 0,69 0,67 1,25 2,99 4,69
15-39 anos 0,85 0,74 0,70 1,19 4,23 9,38
Faixa Etária
40 –64 anos 0,79 0,63 0,57 2,60 6,78 11,76
65 e mais anos 0,69 0,53 0,48
<0,05
4,55 15,22 26,32
Branca ou
amarela 0,77 0,63 0,60 2,67 8,62 17,65
Cor/Raça
Preta ou Parda 0,76 0,60 0,55
0,32
2,70 11,11 17,02
Convenio ou
Particular 0,80 0,67 0,63 2,56 6,35 12,50
Categoria de
Admissão
Sus 0,74 0,58 0,52
<0,05
1,37 5,45 10,64
Médio ou
superior 0,81 0,69 0,65 1,25 6,15 10,17
Escolaridade
Até fundamental 0,75 0,60 0,54
<0,05
2,74 9,09 14,89
Até II 0,94 0,86 0,82 0,00 14,12 3,80
Estádio Clínico
III + IV 0,64 0,45 0,39
<0,05
3,23 18,42 30,00
Total - 0,77 0,62 0,57
-
2,67 6,90 14,00
(*) comparado os valores do banco total padrão
A transformação dos perdidos de observação em vivos ao final do
seguimento gerou diminuição nas HR’s de 0,70% (na variável escolaridade)
a 9,80% (variável estadiamento). A exceção da variável a categoria de
admissão, que sofreu um aumento de 4,62% na HR (Tabela 19).
73
Tabela 19 – Razão das funções de riscos segundo as características
demográficas e clínicas com perdas informativas nos vivos, RHC, 1994.
Variável
HR
IC
95%
(HR)
Variação
Percentual*
Feminino
1
- -
Sexo
Masculino
1,67 1,47 1,90
-3,47
0-14
1
-
15-39
0,90 0,65 1,24
-5,26
40 –64
1,33 1,02 1,74
-6,29
Faixa Etária
65 e mais
1,83 1,40 2,40
-14,88
Branca ou amarela
1
- -
Cor/Raça
Preta ou Parda
1,06 0,90 1,27
-3,64
Convenio ou
Particular
1
- -
Categoria de
Admissão
Sus
1,36 1,20 1,55
4,62
Médio ou superior
1 - -
Escolaridade
Até fundamental
1,41 1,21 1,65
-0,70
até II
1 - -
Estadio Clínico
III + IV
4,88 4,09 5,84
-9,80
(*) comparado aos valores do banco total original
74
5. DISCUSSÃO
A origem da análise de dados de sobrevida é atribuída ao trabalho de
John Graunt que, no início do século XVII, publicava em Londres, listas
descrevendo os óbitos e suas causas. A partir dos dados de mortalidade, ele
construiu uma tabela, que a partir de um grupo de 100 vidas, indicava o
número de sobreviventes a cada intervalo de 10 anos entre as idades de 6 a
76 anos.
A primeira tábua de vida foi publicada por Edmond Halley em 1693,
descrevendo as taxas de sobrevivência dos habitantes de uma cidade da
Alemanha a pedido da Real Sociedade de Londres.
O aprimoramento das técnicas de análise de sobrevida se deu
durante a Segunda Guerra Mundial, devido ao interesse em analisar a
durabilidade e a confiabilidade do material bélico utilizado. Após este
período, estes métodos começaram a ser empregados na área da saúde
para analisar o tempo de vida de pacientes com câncer (LEE 1997).
Nas décadas de 50 e 60, apareceram as primeiras propostas de
estimadores das probabilidades de sobrevida incorporando a censura. Uma
delas foi o modelo não paramétrico proposto por Kaplan e Meier
denominado estimador produto limite de Kaplan-Meier. Por este método, a
divisão do tempo é sempre determinada por uma falha, por exemplo, o óbito.
Através deste modelo, pode-se comparar o conjunto de curvas de sobrevida
das diversas categorias de uma única variável independente.
Em 1972, D. R. Cox desenvolveu um modelo de regressão semi-
paramétrico, também conhecido como modelo de riscos proporcionais de
Cox. Com esta técnica, é possível avaliar o impacto de um conjunto de
fatores prognósticos no tempo até a ocorrência do evento de interesse.
A disponibilidade destas duas técnicas de análise de sobrevida, na
maior parte dos pacotes estatísticos e a facilidade de interpretação e
apresentação de seus resultados fazem com que elas sejam o método
estatístico de escolha dos estudos envolvendo análise de sobrevida
75
(HOSMER e LEMESHOW,1999). Apesar disto, muitos pesquisadores não
levam em conta as suposições referentes aos tempos de seguimento
incompletos, ou seja, às censuras à direita na análise dos dados.
Em epidemiologia, os ensaios clínicos e os estudos de coorte são os
delineamentos que podem utilizar o tempo como variável de interesse.
Nestes estudos, há o interesse em se verificar o efeito dos fatores de risco
ou de fatores prognósticos no tempo de sobrevida de um indivíduo ou de um
grupo, bem como definir as probabilidades ao longo do tempo.
Os ensaios clínicos, em geral, constituem-se de grupos menores que
os estudos de coorte e pressupõem um acompanhamento mais detalhado
dos pacientes. Uma das limitações apontadas por PEREIRA (1995) tanto
para os estudos de coorte, quanto para os ensaios clínicos é a possibilidade
de perdas de seguimento de alguns pacientes.
HENNEKENS e BURING (1987) afirmam que se a perda for grande
em um estudo de coorte (entre 30 e 40%), os resultados do estudo podem
estar seriamente prejudicados. E mesmo que estas perdas sejam menores,
a possibilidade delas estarem relacionadas com a medida dependente ou
uma variável independente, podem levar a resultados enviesados.
Neste trabalho, utilizou-se uma base de dados já registrados, ou seja,
uma coorte retrospectiva. Um primeiro passo na análise de sobrevida em
estudos de coorte que utilizam dados já registrados é a atualização do status
do paciente. Na atualização efetuada pela autora, neste estudo, os perdidos
de seguimento antes do trabalho de recuperação de informações
representavam 23,5% dos indivíduos. Após a consulta nos prontuários dos
pacientes, apesar de muitos terem retornado ao serviço e outros terem ido a
óbito durante o período, ao final esta proporção não sofreu grande
modificação, passando para 22,9%.
Na busca dos perdidos de seguimento, foi constatado nos prontuários
que, na maior parte, já havia registros de tentativas de contato através de
cartas para o endereço do paciente e, na falha deste tipo de contato, eram
enviadas cartas aos órgãos de segurança da região de moradia. Toda a
76
informação possível, além dos registros de mortalidade que são usualmente
utilizados pelo serviço, é utilizada para a atualização do status dos
pacientes.
Dos 522 pacientes perdidos de seguimento, 267 (51%) já possuíam
este status no banco de dados original. Analisando estes pacientes, vê-se
que quase a metade deles (120 ; 44%) já deixaram de comparecer ao
serviço ou não foram localizados no ano de 1994. Mesmo com a existência
de uma equipe de funcionários para efetuar a busca ativa de pacientes
(através de telefone, telegramas e cartas) que não comparecem ao serviço,
uma parte dos pacientes é perdida de seguimento. Isso mostra que, apesar
de grande esforço na recuperação de informações sobre os pacientes, o
pesquisador deve estar ciente de que poderá ter muita dificuldade em
chegar a percentuais de perda aceitáveis.
O planejamento do estudo com a definição dos procedimentos para a
busca dos pacientes e do encerramento do seguimento foram citados por
CARVALHO e col. (2005) como medidas a serem implementadas em
qualquer estudo para diminuir a perda de pacientes.
WEICHUNG (2002) recomendou os seguintes passos para diminuir a
perda de seguimento em estudos de coorte ou ensaios clínicos: coletar as
razões das perdas de seguimento, conduzir as análises utilizando diferentes
cenários e discutir as diferenças entre elas, dar atenção às possíveis causas
de perda de seguimento no planejamento e durante o monitoramento do
estudo, coletar o máximo de informações possíveis do período pós-perda de
seguimento quando existir mais de um tipo de falha considerada, atribuir a
perda de seguimento em si um resultado importante quando ela for grande.
No caso deste estudo, em que os pacientes foram analisados
retrospectivamente, só foi possível realizar algumas destas recomendações,
tais como o estudo dos diferentes cenários e análise das perdas entre os
grupos.
Em que pese sua importância, nem sempre a informação sobre a
quantidade de observações perdidas de seguimento é fornecida nos estudos
77
de sobrevida. ALTMAN e col. (1991) realizaram revisão dos artigos
publicados em cinco revistas especializadas em câncer e só em 34 dos 132
(26%) artigos revisados foram mencionadas as quantidades de perdas, 12
informaram não ter tido perdas e dos 22 restantes, somente 10 informaram
como elas foram tratadas.
Por outro lado, como seria de se esperar em uma coorte de pacientes
de câncer, a taxa de mortalidade dos pacientes foi maior após os
procedimentos de atualização das informações do banco de dados,
passando de 27,6% para 43,4% de óbitos. Estes resultados foram
semelhantes aos encontrados por FAREWELL e col. (2003) na análise do
efeito da perda de seguimento de pacientes com lupus eritematoso, onde o
percentual de óbitos foi maior após a atualização do status, diminuindo a
probabilidade de sobrevida.
A atualização do banco de dados é um passo importante em análise
de sobrevida, pois neste trabalho, se fossem utilizadas as informações do
banco de dados original, os resultados estariam errados. Dos 1117
pacientes considerados vivos no banco original, 221 haviam falecido, e 255
deixaram de comparecer ao serviço e, dentre os 536 pacientes considerados
perdidos de seguimento, 160 haviam morrido, 109 voltaram ao serviço e
continuavam vivos e 267 permaneceram sem comparecer ao serviço nos
cinco anos de seguimento. Então apesar da proporção das perdas não ter
sofrido diferenças, a busca e atualização dos pacientes geraram uma grande
mudança na base de dados, elevando a proporção de óbitos de 27,6% para
43,5%.
Tu e col. (1999) avaliaram algumas possíveis estratégias de análise
das perdas de seguimento para os pacientes de AIDS registrados no
sistema de vigilância dos Estados Unidos. Uma delas foi considerar os casos
sem óbito comunicado como vivo ao final do estudo (censura), apontando
para a possível superestimação dos parâmetros ao utilizar esta estratégia.
Outra tática foi a exclusão destes casos sem registro de seguimento e a
posterior análise só dos casos em que o status era conhecido. Os autores
78
referem que os resultados com a exclusão dos pacientes, apesar de ser
também sujeito a viéses, apresentaram probabilidades de sobrevida mais
próximas da realidade, estimadas através de alguns ensaios clínicos.
HENNEKENS e BURING (1987) indicam como medida indireta
utilizada para medir viés introduzido pela perda de seguimento (em estudos
de coorte) é fazer as analises assumindo a situação extrema, ou seja
comparando os resultados em que todos os que foram perdidos sofreram a
falha com o cenário em que todos os perdidos não sofreram a falha, assim
teríamos uma idéia da amplitude das estimativas dos parâmetros, pois neste
intervalo o verdadeiro valor se situaria. Os autores observam que se as
perdas forem muito grandes, este intervalo também o será. Seguindo este
raciocínio, para o presente estudo, os verdadeiros valores das
probabilidades de sobrevida poderiam estar entre 70 (com a análise sem os
perdidos de seguimento) e 77% (considerando todos vivos ao final do tempo
de seguimento) para um ano, 51 e 62% para três anos e 44 a 57% para
cinco anos.
A comparação das características dos pacientes que deixaram de
comparecer ao serviço (perdidos de seguimento) com o grupo dos pacientes
não perdidos, isto é, que sofreram a falha ou estavam vivos pelo término do
período de observação, revelou que as maiores proporções de perdas
ocorreram em pacientes com maior escolaridade, categoria de admissão por
convênio ou particular, menos graves (estádios I ou II) e nos pacientes com
idade entre 15 e 39 anos e com mais de 64 anos. Com isso, pode-se
levantar a hipótese de que muitos desses pacientes possam estar vivos.
Caso isso seja verdadeiro, esta é uma perda informativa a favor dos vivos e
as análises da base de dados padrão podem estar sub-estimadas.
A avaliação das perdas anuais do período de seguimento revelou que,
quando os pacientes perdidos de observação são retirados a cada ano, as
probabilidades de sobrevida diminuem, como esperado. A retirada de todos
os pacientes perdidos de seguimento acarreta uma queda de 7% na
probabilidade de sobrevida com cinco anos de seguimento. Quando esta
79
avaliação é feita levando-se em conta as variáveis de estudo, nota-se que,
na variável sexo, as diferenças entre os valores da probabilidade do banco
de dados com todas as perdas e os bancos sem as perdas são maiores para
o sexo masculino; já na variável cor/raça, estas diferenças não são
acentuadas. Na categoria de admissão, há maior diferença entre as
probabilidades dos pacientes admitidos pelo SUS. A variável estádio
também apresentou maiores diferenças entre as categorias, sendo que os
pacientes mais graves tiveram as maiores diferenças. Estes fatos ocorrem,
pois em algumas variáveis, a proporção de perda foi maior para algumas
categorias. Os pacientes com mais de 64 anos também apresentaram maior
diferença nas probabilidades de sobrevida sem as perdas anuais quando
comparadas com a base de dados padrão.
Neste estudo, quando as perdas de seguimento foram transformadas
em vivos ao final do período de 5 anos de seguimento, a probabilidade de
sobrevida passou de 0,75 para 0,77 no primeiro ano, de 0,58 para 0,62 no
terceiro ano e de 0,50 para 0,57 no quinto ano. Portanto, houve um aumento
de 14% na estimativa da sobrevida em cinco anos. Com relação à variável
sexo, os homens tiveram 20% e as mulheres 10% de aumento na
probabilidade de sobrevida em cinco anos. Os pacientes com estádio I ou II
tiveram aumento de 4%, enquanto os com estádio III ou IV tiveram 30% de
aumento na probabilidade de sobrevida em cinco anos.
Quando as perdas foram transformadas em vivos ao final do
seguimento de 5 anos, as HR’s sofreram quedas. Na variável sexo a queda
foi de 3,5% e na faixa etária ela variou de 5% (para os menores de 15 anos)
a 14% (para os maiores de 64 anos). Na variável estádio, o HR passou de
5,41 para 4,88, uma queda de 9,8%. A transformação dos perdidos em vivos
gera uma diminuição da força de morbidade com relação às variáveis de
estudo.
As técnicas de análise de sobrevida têm como suposição básica que
os motivos que levaram à perda de seguimento não tenham relação com o
tempo de sobrevida e a comparação dessas perdas de seguimento segundo
80
algumas características dos pacientes é uma das formas de se avaliar o tipo
de censura. Outra medida indicada por LEUNG e col. (1997) para se avaliar
as perdas de seguimento, embora advertindo aos pesquisadores a
possibilidade de aumento nos gastos com a pesquisa, seria proceder a
busca ativa de uma parte dos pacientes perdidos de seguimento após o
término do estudo e comparar suas características e as sobrevidas residuais
dos dois grupos. Este procedimento daria uma indicação se a utilização das
perdas de seguimento estaria super ou sub estimando as probabilidades de
sobrevida.
LEE e GO (1997) afirmam que uma importante suposição do método
Kaplan-Meier é que a probabilidade de uma observação ser censurada é
independente de seu tempo de seguimento, ou, em outras palavras, que a
razão de uma observação ser censurada não deve estar relacionada com a
falha estudada. ANDERSEN e col. (1993) afirmam que em análise de
sobrevida, a perda de seguimento deve ser independente da sobrevida e
que se a censura for independente em qualquer tempo t, a sobrevida não
será alterada pela censura.
CARVALHO e col. (2005) citam que se o indivíduo foi perdido em
decorrência de causa associada ao evento estudado, como, por exemplo, a
piora do paciente ou se o óbito não for conhecido por falha de
acompanhamento, esta pode ser denominada censura informativa. SZKLO &
NIETO (2004) apontam que a imigração e o óbito por outras causas, podem
representar possíveis violações da independência entre a censura e a
probabilidade de sobrevida. Os autores também consideram que a censura
pelo término do estudo tem poucas chances de representar algum viés nas
análises de sobrevida.
Neste estudo, a avaliação do tipo de perda foi realizada quando uma
parte dos óbitos foi recodificado como censura, simulando uma perda
informativa. Na base de dados, a transformação de 10% dos óbitos em
censura acarretaram aumentos de 4%, 6% e 10% nas probabilidades com
um, três e cinco anos de seguimento. Com 15% dos óbitos transformados
81
em censura, estas diferenças aumentam para 6%, 12% e 17% com um, três
e cinco anos de seguimento. Com 50% de perda as diferenças aumentam
para 20%, 39% e 53% com um, três e cinco anos de seguimento.
Analisando os mesmos bancos de dados segundo as variáveis de
estudo, nota-se que as diferenças entre as probabilidades de sobrevida
acumuladas calculadas na base de dados padrão com as perdas
informativas são semelhantes, independente da variável de estudo. Também
foi observado que, as categorias com menor probabilidades de sobrevida
sofrem diferenças percentuais maiores se comparadas ás de maior
probabilidade. Por exemplo, na variável sexo, a simulação de 10% de perda
acarretou acréscimo de 1% para o sexo feminino e 8% para o sexo
masculino. Na variável categoria de admissão, as diferenças entre os
pacientes admitidos pelo SUS e por convênio ou particulares foram
semelhantes.
Portanto, a possibilidade das perdas de seguimento serem do tipo
informativas deve ser sempre analisada, visto que, se elas forem superiores
a 10%, o uso do estimador de Kaplan-Meier pode acarretar uma super ou
sub estimação das probabilidades de sobrevida acumuladas e estas
diferenças podem se acentuar dependendo do tempo de seguimento e das
variáveis de estudo.
No entanto, nas HR's, quando as perdas simuladas foram
informativas nos óbitos, as diferenças máximas alcançadas ficaram em torno
de 5% (15% de perda) até 25% (até 50% de perda). Por exemplo, a variável
estádio apresentou aumento de 3% com 50% de perda informativa nos
óbitos, enquanto que na variável escolaridade, este procedimento acarretou
aumento de 8% na força de mortalidade, contudo, nenhuma destas
mudanças apresentaram uma tendência significativa com relação aos
percentuais de perda. Estes resultados indicam que elas são menos
afetadas pelas perdas de seguimento, mesmo quando são informativas.
SIMON e WITTES (1986) recomendam que o máximo de perda
aceitável seja de 15% dos pacientes elegíveis para um ensaio clínico. E que
82
a falta de seguimento por morte prematura, falta de informação ou violação
do protocolo de mais de 20% dos pacientes refletem em problemas na
seleção dos pacientes.
Quando as perdas foram não informativas, mesmo com a simulação
de perda de 50%, a diferença máxima alcançada ficou em torno de 8%. Com
isso, sugere-se que é imprescindível avaliar se as perdas são informativas
ou não informativas nas estimativas das HR’s e das probabilidades de
sobrevida não simplesmente desconsiderar estes pacientes.
O mesmo aconteceu nas análises em todas as variáveis de estudo.
Estes resultados indicam que quando a suposição para a utilização dos
métodos de Kaplan-Meier e dos riscos proporcionais de Cox estão
satisfeitas, independente da porcentagem de perdas, não há super ou sub
estimação relevantes.
Sugere-se que, para ter uma idéia se a perda é informativa ou não
que sejam comparadas algumas características demográficas e clínicas
entre os perdidos de seguimento e os outros pacientes.
De maneira geral, a falta de independência dos tempos de censura
com as falhas é um conceito simples de entender, entretanto a classificação
do tipo de censura e a falta de testes disponíveis nos pacotes estatísticos, se
constituem em séria dificuldade para o pesquisador que queira fazer
análises de sobrevida de uma coorte de pacientes. Ao contrário das
suposições de outras técnicas que podem ser facilmente verificadas. Por
exemplo, no teste t de Student e na ANOVA há testes para igualdade de
variância (Levéne) e de aderência à distribuição normal (Komolgorov-
Smirnov) disponíveis na maior parte dos pacotes estatísticos.
Concluindo, sabe-se que o percentual de perda de seguimento deve
ser informado em todos os estudos para a avaliação dos possíveis vieses
envolvidos na análise e a comparação das proporções de perdas entre as
variáveis de estudo é um passo importante para a avaliação se essa perda é
informativa ou não. Quando a comparação dos perdidos de seguimento e
não perdidos não apresentar diferença entre as variáveis, pode-se
83
considerá-la como não informativa e, neste caso, no geral, as estimativas
das probabilidades de sobrevida acumuladas realizadas pelo método
Kaplan-Meier e das HR’s pelo modelo dos riscos proporcionais de Cox
podem não estar afetadas com perdas de seguimento de até 50%.
Caso a comparação das perdas indique a possibilidade da perda ser
informativa, quanto maior sua proporção, maior a possibilidade de super ou
sub estimação das probabilidades de sobrevida acumuladas, pelo método de
Kaplan-Meier, aceitando-se um máximo de 15% de perdas de seguimento.
Estas diferenças podem aumentar, principalmente após 3 anos.
Já para as estimativas das HR's, um percentual de 15% de perda
acarreta diferenças nas estimativas ao redor de 5%, uma perda de
seguimento de até 20% levou a aumento de até 20% nas estimativas dos
parâmetros e perdas de seguimento de até 50% as maiores diferenças
percentuais alcançadas nas HR’s foram de 25%
84
6. CONCLUSÕES
6.1 O procedimento de atualização das informações sobre o status do
paciente é um procedimento fundamental para análise de sobrevida.
6.2 Comparação da proporção de perdas de seguimento segundo as
variáveis de estudo é um dos primeiros passos para análise do tipo de
perda.
6.3 As probabilidades de sobrevida são diretamente afetadas pelo
percentual de censura informativa.
6.4 Com mais de15% de perda informativa e um período superior a 3
anos de seguimento, as probabilidades de sobrevida acumuladas estimadas
pelo KM podem estar super ou sub estimadas em mais de 10%
6.5 As estimativas das HR's realizadas pelo modelo de riscos
proporcionais de Cox são menos afetadas pela censura informativa
6.6 Caso a perda seja não informativa (aleatória) o método do
estimador de Kaplan Meier e o estimador dos riscos proporcionais de Cox
podem ser utilizados sem ressalvas
85
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86
15. Latorrre MRDO. Comparação entre Alguns Métodos Estatísticos
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Doutorado – Faculdade de Saúde Pública da USP].
16. Latorrre MRDO. Análise de sobrevivência. In: Massad E, Menezes RX,
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nd
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comparison of rates of change in longitudinal studies with informative
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87
ANEXO 1
88
89
90
91
92
ANEXO 2
93
94
ANEXO 3
95
96
97
Anexo 4 – Probabilidade de sobrevida acumulada do total de pacientes
com perdas geradas nos óbitos até o primeiro, terceiro e quinto ano de
seguimento, RHC, 1994.
Anexo 5 – Probabilidade de sobrevida acumulada do total de pacientes
com perdas aleatórias até o primeiro, terceiro e quinto ano de
seguimento, RHC, 1994.
Ano
Banco
1 ano 3 ano 5 ano
0 0,75 0,58 0,50
5 0,76 0,58 0,50
10 0,75 0,58 0,50
15 0,75 0,57 0,50
20 0,75 0,58 0,50
25 0,76 0,57 0,51
30 0,74 0,56 0,49
35 0,77 0,58 0,50
40 0,76 0,58 0,51
45 0,74 0,57 0,50
50 0,75 0,59 0,51
Ano
Banco
1 ano 3 ano 5 ano
0 0,70 0,51 0,44
5 0,71 0,53 0,47
10 0,73 0,54 0,48
15 0,74 0,58 0,52
20 0,75 0,59 0,53
25 0,77 0,60 0,55
30 0,78 0,63 0,57
35 0,80 0,66 0,59
40 0,81 0,67 0,62
45 0,82 0,69 0,64
50 0,84 0,71 0,68
98
Anexo 6– Probabilidade de sobrevida acumulada do total de pacientes com
perdas geradas nos óbitos segundo sexo até o primeiro, terceiro e quinto
ano de seguimento, RHC, 1994.
Ano
Banco Sexo
1 ano 3 ano 5 ano
Teste Log Rank (p)
feminino
0,78 0,61 0,53
Total
masculino
0,61 0,41 0,33
p<0,0001
feminino
0,79 0,62 0,55
O5
masculino
0,62 0,43 0,37
p<0,0001
feminino
0,79 0,62 0,56
O10
masculino
0,65 0,45 0,39
p<0,0001
feminino
0,82 0,67 0,61
O15
masculino
0,65 0,47 0,41
p<0,0001
feminino
0,82 0,68 0,62
O20
masculino
0,67 0,49 0,43
p<0,0001
feminino
0,84 0,69 0,64
O25
masculino
0,68 0,49 0,44
p<0,0001
feminino
0,84 0,70 0,65
O30
masculino
0,70 0,54 0,48
p<0,0001
feminino
0,86 0,74 0,68
O35
masculino
0,73 0,55 0,49
p<0,0001
feminino
0,87 0,75 0,69
O40
masculino
0,73 0,58 0,52
p<0,0001
feminino
0,87 0,76 0,71
O45
masculino
0,77 0,61 0,55
p<0,0001
feminino
0,88 0,78 0,75
O50
masculino
0,78 0,62 0,58
p<0,0001
99
Anexo 7– Probabilidade de sobrevida acumulada do total de pacientes com
perdas aleatórias segundo sexo até o primeiro, terceiro e quinto ano de
seguimento, RHC, 1994.
Ano
Banco Sexo
1 ano 3 ano 5 ano
Teste Log
Rank (p)
feminino
0,82 0,66 0,58
Total
masculino
0,67 0,48 0,40
p<0,01
feminino
0,82 0,66 0,58
AL5
masculino
0,68 0,49 0,41
p<0,01
feminino
0,82 0,66 0,59
AL10
masculino
0,67 0,49 0,40
p<0,01
feminino
0,82 0,66 0,58
AL15
masculino
0,67 0,48 0,41
p<0,01
feminino
0,82 0,67 0,60
AL20
masculino
0,67 0,47 0,39
p<0,01
feminino
0,81 0,65 0,59
AL25
masculino
0,69 0,48 0,42
p<0,01
feminino
0,82 0,66 0,59
AL30
masculino
0,66 0,46 0,38
p<0,01
feminino
0,82 0,66 0,57
AL35
masculino
0,70 0,48 0,41
p<0,01
feminino
0,84 0,66 0,60
AL40
masculino
0,68 0,48 0,40
p<0,01
feminino
0,81 0,63 0,57
AL45
masculino
0,67 0,50 0,41
p<0,01
feminino
0,81 0,67 0,59
AL50
masculino
0,69 0,48 0,41
p<0,01
100
Anexo 8– Probabilidade de sobrevida acumulada do total de pacientes com
perdas geradas nos óbitos segundo idade até o primeiro, terceiro e quinto
ano de seguimento, RHC, 1994.
Ano
Banco Idade
1 ano 3 ano 5 ano
Teste Log
Rank (p)
0-14 0,77 0,63 0,6
15-39 0,8 0,65 0,58
40-64 0,73 0,54 0,46
Total
65 e + 0,58 0,38 0,3
p<0,01
0-14 0,77 0,63 0,61
15-39 0,81 0,65 0,6
40-64 0,74 0,55 0,47
O5
65 e + 0,6 0,4 0,32
p<0,01
0-14 0,78 0,64 0,62
15-39 0,82 0,68 0,62
40-64 0,76 0,57 0,51
O10
65 e + 0,61 0,41 0,34
p<0,01
0-14 0,8 0,67 0,65
15-39 0,81 0,67 0,61
40-64 0,77 0,6 0,54
O15
65 e + 0,64 0,45 0,39
p<0,01
0-14 0,8 0,68 0,65
15-39 0,83 0,7 0,64
40-64 0,78 0,62 0,53
O20
65 e + 0,65 0,45 0,39
p<0,01
0-14 0,82 0,69 0,66
15-39 0,85 0,72 0,67
40-64 0,79 0,62 0,56
O25
65 e + 0,67 0,49 0,43
p<0,01
0-14 0,85 0,75 0,74
15-39 0,86 0,73 0,68
40-64 0,8 0,65 0,59
O30
65 e + 0,68 0,51 0,45
p<0,01
0-14 0,88 0,77 0,73
15-39 0,86 0,75 0,7
40-64 0,81 0,66 0,6
O35
65 e + 0,73 0,55 0,48
p<0,01
0-14 0,87 0,79 0,76
15-39 0,86 0,78 0,73
40-64 0,84 0,68 0,62
O40
65 e + 0,72 0,57 0,49
p<0,01
0-14 0,88 0,77 0,74
15-39 0,87 0,79 0,74
40-64 0,84 0,7 0,64
O45
65 e + 0,76 0,62 0,55
p<0,01
0-14 0,91 0,83 0,83
15-39 0,88 0,79 0,77
O50
40-64 0,86 0,73 0,68
65 e + 0,75 0,61 0,56
p<0,01
101
Anexo 9– Probabilidade de sobrevida acumulada do total de pacientes com
perdas aleatórias segundo idade até o primeiro, terceiro e quinto ano de
seguimento, RHC, 1994.
Ano
Banco Idade
1 ano 3 ano 5 ano
Teste Log
Rank (p)
0-14 0,8 0,87 0,64
15-39 0,84 0,71 0,64
40-64 0,77 0,59 0,51
Total
65 e + 0,66 0,46 0,38
p<0,01
0-14 0,77 0,63 0,61
15-39 0,79 0,64 0,59
40-64 0,73 0,54 0,46
al5
65 e + 0,58 0,38 0,31
p<0,01
0-14 0,8 0,66 0,63
15-39 0,84 0,71 0,64
40-64 0,77 0,6 0,51
al10
65 e + 0,67 0,57 0,38
p<0,01
0-14 0,8 0,68 0,65
15-39 0,71 0,66 0,77
40-64 0,59 0,5 0,65
al15
65 e + 0,65 0,55 0,37
p<0,01
0-14 0,79 0,66 0,62
15-39 0,71 0,64 0,77
40-64 0,6 0,52 0,66
al20
65 e + 0,66 0,46 0,37
p<0,01
0-14 0,8 0,66 0,66
15-39 0,84 0,64 0,77
40-64 0,6 0,52 0,67
al25
65 e + 0,67 0,47 0,36
p<0,01
0-14 0,76 0,62 0,59
15-39 0,84 0,71 0,67
40-64 0,76 0,57 0,49
al30
65 e + 0,67 0,46 0,37
p<0,01
0-14 0,79 0,62 0,59
15-39 0,84 0,7 0,64
40-64 0,8 0,59 0,5
al35
65 e + 0,67 0,46 0,4
p<0,01
0-14 0,8 0,68 0,67
15-39 0,83 0,7 0,63
40-64 0,76 0,59 0,52
al40
65 e + 0,69 0,46 0,37
p<0,01
0-14 0,75 0,63 0,59
15-39 0,83 0,67 0,62
40-64 0,77 0,59 0,5
al45
65 e + 0,66 0,47 0,4
p<0,01
0-14 0,75 0,63 0,59
15-39 0,83 0,67 0,62
al50
40-64 0,77 0,59 0,5
65 e + 0,66 0,47 0,4
p<0,01
102
Anexo 10– Probabilidade de sobrevida acumulada do total de pacientes
com perdas geradas nos óbitos segundo cor/raça até o primeiro, terceiro e
quinto ano de seguimento, RHC, 1994.
Ano
Banco Cor/raça
1 ano 3 ano 5 ano
Teste Log
Rank (p)
branca ou
amarela
0,70 0,52 0,45
Total
preta ou parda
0,69 0,48 0,41
0,40
branca ou
amarela
0,71 0,54 0,47
O5
preta ou parda
0,70 0,50 0,43
0,40
branca ou
amarela
0,73 0,55 0,49
O10
preta ou parda
0,72 0,50 0,44
0,50
branca ou
amarela
0,74 0,58 0,52
O15
preta ou parda
0,74 0,53 0,47
0,30
branca ou
amarela
0,75 0,60 0,54
O20
preta ou parda
0,74 0,55 0,49
0,50
branca ou
amarela
0,77 0,61 0,55
O25
preta ou parda
0,76 0,57 0,52
0,50
branca ou
amarela
0,78 0,63 0,58
O30
preta ou parda
0,77 0,60 0,54
0,10
branca ou
amarela
0,80 0,66 0,60
O35
preta ou parda
0,81 0,64 0,56
0,70
branca ou
amarela
0,81 0,68 0,62
O40
preta ou parda
0,81 0,63 0,56
0,20
branca ou
amarela
0,82 0,70 0,64
O45
preta ou parda
0,83 0,67 0,62
0,80
branca ou
amarela
0,83 0,72 0,68
O50
preta ou parda
0,81 0,66 0,61
0,90
103
Anexo 11– Probabilidade de sobrevida acumulada do total de pacientes
com perdas aleatórias segundo sexo até o primeiro, terceiro e quinto ano de
seguimento, RHC, 1994.
Ano
Banco Cor/raça
1 ano 3 ano 5 ano
Teste Log Rank (p)
Total
branca ou
amarela
0,75 0,58 0,51
0,30
preta ou
parda
0,74 0,54 0,47
AL5
branca ou
amarela
0,75 0,59 0,51
0,30
preta ou
parda
0,76 0,54 0,46
AL10
branca ou
amarela
0,75 0,59 0,51
0,21
preta ou
parda
0,74 0,55 0,46
AL15
branca ou
amarela
0,75 0,58 0,51
0,23
preta ou
parda
0,74 0,53 0,46
AL20
branca ou
amarela
0,75 0,58 0,51
0,36
preta ou
parda
0,74 0,55 0,47
AL25
branca ou
amarela
0,76 0,58 0,52
0,30
preta ou
parda
0,75 0,52 0,47
AL30
branca ou
amarela
0,74 0,56 0,49
0,87
preta ou
parda
0,76 0,56 0,47
AL35
branca ou
amarela
0,77 0,58 0,50
0,34
preta ou
parda
0,74 0,54 0,47
AL40
branca ou
amarela
0,77 0,58 0,51
0,27
preta ou
parda
0,74 0,54 0,47
AL45
branca ou
amarela
0,75 0,59 0,51
0,01
preta ou
parda
0,69 0,46 0,41
AL50
branca ou
amarela
0,76 0,59 0,52
0,71
preta ou
parda
0,73 0,57 0,49
104
Ano
Banco
Escolaridade
1 ano 3 ano 5 ano
Teste Log
Rank (p)
fund ou +
0,74 0,59 0,52
Total
até fund,
0,69 0,49 0,41
p<0,01
fund ou +
0,75 0,60 0,53
O5
até fund,
0,69 0,49 0,42
p<0,01
fund ou +
0,76 0,60 0,54
O10
até fund,
0,70 0,51 0,44
p<0,01
fund ou +
0,77 0,61 0,57
O15
até fund,
0,71 0,53 0,45
p<0,01
fund ou +
0,77 0,63 0,57
O20
até fund,
0,72 0,55 0,47
p<0,01
fund ou +
0,78 0,65 0,60
O25
até fund,
0,72 0,54 0,48
p<0,01
fund ou +
0,78 0,66 0,59
O30
até fund,
0,74 0,57 0,50
p<0,01
fund ou +
0,79 0,68 0,64
O35
até fund,
0,74 0,58 0,53
p<0,01
fund ou +
0,82 0,69 0,63
O40
até fund,
0,77 0,61 0,54
p<0,01
fund ou +
0,81 0,71 0,66
O45
até fund,
0,76 0,61 0,55
p<0,01
fund ou +
0,82 0,69 0,65
O50
até fund,
0,78 0,66 0,60
0,07
Anexo 12– Probabilidade de sobrevida acumulada do total de pacientes
com perdas geradas nos óbitos segundo escolaridade até o primeiro,
terceiro e quinto ano de seguimento, RHC, 1994.
105
Anexo 13– Probabilidade de sobrevida acumulada do total de pacientes
com perdas aleatórias segundo escolaridade até o primeiro, terceiro e quinto
ano de seguimento, RHC, 1994.
Ano
Banco Escolaridade
1 ano 3 ano 5 ano
Teste Log
Rank (p)
fund ou +
0,80 0,65 0,59
Total
até fund,
0,73 0,55 0,47
p<0,01
fund ou +
0,80 0,65 0,59
AL5
até fund,
0,74 0,55 0,47
p<0,01
fund ou +
0,79 0,66 0,59
AL10
até fund,
0,74 0,55 0,47
p<0,01
fund ou +
0,79 0,65 0,59
AL15
até fund,
0,73 0,55 0,47
0,01
fund ou +
0,79 0,66 0,59
AL20
até fund,
0,73 0,55 0,47
0,01
fund ou +
0,79 0,64 0,58
AL25
até fund,
0,74 0,55 0,48
0,01
fund ou +
0,81 0,66 0,60
AL30
até fund,
0,72 0,53 0,45
p<0,01
fund ou +
0,80 0,63 0,57
AL35
até fund,
0,75 0,56 0,47
0,01
fund ou +
0,81 0,66 0,60
AL40
até fund,
0,75 0,55 0,47
0,01
fund ou +
0,80 0,65 0,59
AL45
até fund,
0,72 0,54 0,46
p<0,01
fund ou +
0,81 0,67 0,61
AL50
até fund,
0,73 0,55 0,47
0,02
106
Anexo 14– Probabilidade de sobrevida acumulada do total de pacientes
com perdas geradas nos óbitos segundo categoria até o primeiro, terceiro e
quinto ano de seguimento, RHC, 1994.
Ano
Banco Categoria
1 ano 3 ano 5 ano
Teste Log
Rank (p)
Total
Conv, ou Part
0,72 0,55 0,48
0,01
SUS
0,69 0,49 0,41
O5
Conv, ou Part
0,73 0,56 0,50
0,01
SUS
0,70 0,51 0,44
O10
Conv, ou Part
0,75 0,58 0,52
0,01
SUS
0,71 0,52 0,46
O15
Conv, ou Part
0,76 0,61 0,56
0,01
SUS
0,73 0,55 0,49
O20
Conv, ou Part
0,77 0,63 0,57
0,02
SUS
0,73 0,56 0,50
O25
Conv, ou Part
0,77 0,62 0,57
0,01
SUS
0,77 0,59 0,53
O30
Conv, ou Part
0,77 0,62 0,57
0,00
SUS
0,77 0,61 0,55
O35
Conv, ou Part
0,79 0,65 0,60
0,03
SUS
0,78 0,63 0,56
O40
Conv, ou Part
0,83 0,70 0,66
0,03
SUS
0,80 0,65 0,58
O45
Conv, ou Part
0,84 0,72 0,67
0,00
SUS
0,81 0,68 0,62
O50
Conv, ou Part
0,85 0,74 0,71
0,07
SUS
0,83 0,69 0,65
107
Anexo 15– Probabilidade de sobrevida acumulada do total de pacientes
com perdas aleatórias segundo escolaridade até o primeiro, terceiro e
quinto ano de seguimento, RHC, 1994.
Ano
Banco Categoria
1 ano 3 ano 5 ano
Teste Log Rank
(p)
Total
Conv, ou Part
0,78 0,63 0,56
0,00
SUS
0,73 0,54 0,46
AL5
Conv, ou Part
0,78 0,63 0,56
0,01
SUS
0,73 0,54 0,46
AL10
Conv, ou Part
0,78 0,64 0,57
0,00
SUS
0,73 0,54 0,46
AL15
Conv, ou Part
0,78 0,63 0,55
0,00
SUS
0,73 0,53 0,46
AL20
Conv, ou Part
0,77 0,63 0,56
0,00
SUS
0,73 0,54 0,46
AL25
Conv, ou Part
0,78 0,62 0,56
0,00
SUS
0,73 0,54 0,47
AL30
Conv, ou Part
0,77 0,61 0,55
0,00
SUS
0,72 0,53 0,45
AL35
Conv, ou Part
0,79 0,62 0,56
0,01
SUS
0,75 0,55 0,45
Conv, ou Part
0,79 0,62 0,56
0,00
AL40
SUS
0,75 0,54 0,47
AL45
Conv, ou Part
0,79 0,63 0,57
0,00
SUS
0,71 0,53 0,44
AL50
Conv, ou Part
0,79 0,63 0,56
0,00
SUS
0,73 0,55 0,48
108
Anexo 16– Probabilidade de sobrevida acumulada do total de pacientes
com perdas geradas nos óbitos segundo estadio até o primeiro, terceiro e
quinto ano de seguimento, RHC, 1994.
Ano
Banco Estadio
3 ano 5 ano
Teste Log Rank (p)
Total
até 2
0,92 0,82 0,76
p<0,01
3 ou 4
0,56 0,32 0,25
O5
até 2
0,84 0,67 0,61
p<0,01
3 ou 4
0,42 0,22 0,16
O10
até 2
0,85 0,68 0,62
p<0,01
3 ou 4
0,45 0,23 0,18
O15
até 2
0,86 0,71 0,65
p<0,01
3 ou 4
0,47 0,25 0,20
O20
até 2
0,86 0,72 0,66
p<0,01
3 ou 4
0,48 0,28 0,22
O25
até 2
0,88 0,74 0,69
p<0,01
3 ou 4
0,49 0,27 0,23
O30
até 2
0,88 0,75 0,71
p<0,01
3 ou 4
0,52 0,31 0,24
O35
até 2
0,89 0,77 0,71
p<0,01
3 ou 4
0,55 0,35 0,28
O40
até 2
0,90 0,77 0,72
p<0,01
3 ou 4
0,59 0,39 0,32
O45
até 2
0,91 0,80 0,75
p<0,01
3 ou 4
0,61 0,40 0,34
O50
até 2
0,91 0,81 0,78
p<0,01
3 ou 4
0,63 0,43 0,37
109
Anexo 17– Probabilidade de sobrevida acumulada do total de pacientes
com perdas aleatórias segundo estadio até o primeiro, terceiro e quinto ano
de seguimento, RHC, 1994.
Ano
Banco Estadio
1 ano 3 ano 5 ano
Teste Log
Rank (p)
Total
até 2
0,94 0,85 0,79
p<0,01
3 ou 4
0,62 0,38 0,30
AL5
até 2
0,94 0,85 0,79
p<0,01
3 ou 4
0,62 0,38 0,30
AL10
até 2
0,94 0,85 0,79
p<0,01
3 ou 4
0,61 0,38 0,30
AL15
até 2
0,94 0,85 0,79
p<0,01
3 ou 4
0,61 0,38 0,30
AL20
até 2
0,94 0,86 0,81
p<0,01
3 ou 4
0,61 0,38 0,30
AL25
até 2
0,93 0,85 0,80
p<0,01
3 ou 4
0,62 0,38 0,31
AL30
até 2
0,93 0,84 0,78
p<0,01
3 ou 4
0,61 0,37 0,30
AL35
até 2
0,95 0,87 0,80
p<0,01
3 ou 4
0,65 0,40 0,32
AL40
até 2
0,94 0,84 0,78
p<0,01
3 ou 4
0,63 0,38 0,31
AL45
até 2
0,93 0,84 0,78
p<0,01
3 ou 4
0,61 0,37 0,30
AL50
até 2
0,93 0,87 0,82
p<0,01
3 ou 4
0,63 0,39 0,31
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