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GILBERTO VAZ
ESTUDO COMPARATIVO DOS HÁBITOS DE VIDA E TRAÇOS DE
PERSONALIDADE DE ATLETAS DE BASQUETEBOL JUVENIL NOS
ESTADOS DE SANTA CATARINA (BRASIL) E OKLAHOMA (EUA)
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
FLORIANÓPOLIS – SC
2006
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTOS – CEFID
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO
ESTUDOS BIOCOMPORTAMENTAIS DO MOVIMENTO HUMANO
GILBERTO VAZ
ESTUDO COMPARATIVO DOS HÁBITOS DE VIDA E TRAÇOS DE
PERSONALIDADE DE ATLETAS DE BASQUETEBOL JUVENIL NOS
ESTADOS DE SANTA CATARINA (BRASIL) E OKLAHOMA (EUA)
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação – Mestrado em Ciência do
Movimento Humano, da Universidade do
Estado de Santa Catarina (UDESC) como
requisito final para obtenção do título de Mestre
em Ciência do Movimento Humano.
Orientador: Prof. Dr. Alexandro Andrade
FLORIANÓPOLIS – SC
2006
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GILBERTO VAZ
ESTUDO COMPARATIVO DOS HÁBITOS DE VIDA E TRAÇOS DE
PERSONALIDADE DE ATLETAS DE BASQUETEBOL JUVENIL NOS
ESTADOS DE SANTA CATARINA (BRASIL) E OKLAHOMA (EUA)
A COMISSÃO EXAMINADORA ABAIXO ASSINADA APROVA ESTA DISSERTÃO
DE MESTRADO COMO REQUISITO FINAL PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
MESTRE EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO.
COMISSÃO EXAMINADORA:
_____________________________________________
Prof. Dr. Alexandre Andrade (Orientador) – UDESC
_____________________________________________
Prof. Dr. Olavo Guimarães Feijó
_____________________________________________
Prof. Dr. Renato Miranda
_____________________________________________
Prof. Dr. Hélio Roesler
_____________________________________________
Profª. Drª. Márcia Silveira Kroeff
_____________________________________________
Prof. Dr. Rudiney da Silva
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Rubens Lange, meu ex–técnico
de basquetebol. Amigo e grande mestre, ensinou e
concedeu a estrutura necessária para o início da minha
carreira como atleta e técnico de basquetebol. Estarás
sempre vivo, a cada dia, em minha mente, em meu
coração e em minha alma.
In Memoriam
Ao meu filho Gabriel Vaz Durieux, por ter vindo a este
mundo dar alegria e sentido à minha vida.
À minha esposa, Adriana Durieux, por estar ao meu
lado ajudando em todos os momentos difíceis. Sem o
seu apoio, isto não seria posvel.
Saudades dos meus avós paternos, Afrísio e Marília
Vaz, e maternos, Pedro Paulo da Silva e Bernadina
Costa e Silva, que muito contribuíram para minha
educação (In Memoriam).
Ao meu Pai, Carlos Cézar Vaz, pela educação,
compreensão, disciplina e situações especiais.
À minha Mãe, Arlene da Silva Vaz, por ter me apoiado
em todos os momentos e insistido que dedicasse meus
esforços ao esporte.
Aos meus irmãos, Guilherme Vaz e Carlossar Vaz
e família, por estarem ao meu lado e participarem em
todos os momentos.
Aos meus sogros, Aldo Durieux e Marily Maes
Durieux, pelo grande apoio que deram durante esses
anos. Sempre que precisava deles, estavam ao meu
lado para ajudar.
Que Deus abençoe a todos.
AGRADECIMENTOS
À minha família, aos amigos e colegas que, em seu íntimo, percebem a doação e o
árduo trabalho que envolve esta profissão, e compreendem alguma ausência minha, repartindo
comigo os momentos de felicidade.
Ao Prof. Dr. Alexandro Andrade, exemplo de profissionalismo, pelo suporte
acadêmico na Graduação, pela orientação no Mestrado e pela grande amizade que nutrimos
durante esses anos.
Aos Professores que compõem a banca de avaliação, Profª. Drª. Márcia Kroeff, que me
ensinou muito durante as aulas no Mestrado, e Prof. Dr. Olavo Guimaes Feijó, todo o meu
agradecimento e reconhecimento pelo seu exemplo de vida e profissional, e ao Prof. Dr.
Renato Miranda.
Ao Prof. Paulo Henrique Xavier de Souza (Paulão), amigo e parceiro de todos os
momentos no CEFID/UDESC e grande incentivador das minhas atividades esportivas e
universitárias. Ao Prof. Marino Tessari, pelo apoio incansável para o meu crescimento
profissional dentro e fora do CEFID/UDESC. Aos Professores Andrey Portela, Mário César
Nascimento, colegas de curso e parceiros de estudos.
Ao grande amigo Osny Raffs Júnior e família, pelas contribuições e estímulos no meu
desenvolvimento acadêmico e profissional.
Aos Professores das disciplinas que freqüentei neste Mestrado: Prof. Dr. Francisco
Rosa Netto; Prof. Dr. Noé Gomes Borges Júnior; Profª. Drª. Thaís Silva Beltrame; Pro. Drª.
Giovana Zarpelon Mazo; Prof. Dr. Sebastião Iberes Lopes Melo; Prof. Dr. Ruy Jornada
Krebs; Prof. Dr. Adalberto Pizzolatti (In Memoriam).
Aos técnicos da Oral Roberts University, Rick Karr e Jerry Finkbenner, pela amizade
e apoio nas visitas realizadas nas escolas do estado de Oklahoma (EUA).
Ao Prof. Dr. Hélio Roesler e ao Prof. Dr. Rudiney da Silva, pelas detalhadas e
importantes contribuições na minha qualificação. Aos técnicos e atletas de basquetebol de
Santa Catarina e Oklahoma que entrevistei durante este estudo.
À Universidade do Estado de Santa Catarina, por viabilizar a realização deste trabalho
e permitir as experiências acumuladas.
RESUMO
ESTUDO COMPARATIVO DOS HÁBITOS DE VIDA E TRAÇOS DE
PERSONALIDADE DE ATLETAS DE BASQUETEBOL JUVENIL NOS ESTADOS
DE SANTA CATARINA (BRASIL) E OKLAHOMA (EUA)
Autor: Gilberto Vaz
Orientador: Alexandro Andrade
O objetivo deste estudo é comparar os indicadores de hábitos de vida e os traços de
personalidade dos atletas de basquetebol juvenil, que disputam competições de alto nível em
Santa Catarina (Brasil) e Oklahoma (EUA). Esta pesquisa do tipo ‘Aplicada’ utilizou para
análise e interpretação dos dados a abordagem quantitativa, mensurando as variáveis: sexo e
posição em quadra; e qualitativa, comparando e interpretando os dados obtidos nos
questionários de hábitos de vida e traços de personalidade. A população pesquisada foi
constituída por atletas com idades entre 16 e 18 anos, que praticam basquete, no mínimo, há
um ano. Em Santa Catarina, foram pesquisados 157 jogadores (76 homens; 81 mulheres); em
Oklahoma 150 jogadores (75 homens; 75 mulheres). A técnica de amostragem adotada foi do
tipo ‘Probabilística Aleatória’, estratificada por localização e sexo. Os instrumentos utilizados
foram: para Hábitos de Vida, o questionário de Estilo de Vida na Infância e Adolescência
(EVIA); para o teste de traços de personalidade, o BIG FIVE TEST (adaptado do NEO-PI). Os
resultados apontam diferenças entre os grupos pesquisados. Nos Hábitos de Vida, as
diferenças mais importantes estão nos indicadores socioeconômicos: os atletas americanos,
masculinos e femininos, estão distribuídos de forma mais equilibrada nas classes B1, B2, C,
enquanto os brasileiros nas classes A1, A2, B2. Na prática esportiva, nos grupos masculino e
feminino, verificou-se que os atletas americanos praticam mais esporte que os brasileiros. No
tempo que pratica basquete, os atletas brasileiros jogam em média há 4 anos e os americanos,
há 7,3 anos; as brasileiras jogam em média há 4,2 anos e as americanas, há 6,4 anos. Os
brasileiros treinam em média 2h e 30m por dia, enquanto os americanos treinam 2h e 45m por
dia; as brasileiras treinam em média 2h e 36m por dia, enquanto as americanas treinam 2h e
27m por dia. Na freqüência semanal que pratica basquete, os brasileiros treinam 4,98 dias por
semana e os americanos, 4,86 dias por semana; no feminino, as brasileiras treinam 4,37 dias
por semana e as americanas, 4,56 dias por semana. Os indicadores sicos, por posição em
quadra, apresentam diferenças importantes em ambos os grupos pesquisados. Em todas as
posições, nos grupos masculino e feminino, o IMC dos atletas americanos é superior ao dos
brasileiros, indicando que os americanos são mais fortes que os brasileiros. Existem traços de
personalidade distintos entre os atletas brasileiros e americanos por sexo e posição em quadra.
Os americanos apresentam mais traços de autoconfiança, criatividade, liderança e motivação
em comparação aos brasileiros. Os brasileiros apresentam mais traços de espírito de grupo em
comparação aos americanos. Os traços de personalidade autocontrole, combatividade,
concentração e sociabilidade são semelhantes entre brasileiros e americanos. Concluiu-se que
os atletas americanos possuem mais qualidades positivas associadas à personalidade que os
brasileiros. No grupo feminino, as atletas americanas apresentam mais traços de
autoconfiança, criatividade, combatividade, sociabilidade, liderança e motivação em
comparação às brasileiras. Os traços de personalidade autocontrole, espírito de grupo e
concentração são semelhantes entre brasileiras e americanas. Concluiu-se que as atletas
americanas possuem mais qualidades positivas associadas à personalidade que as brasileiras.
Palavras-chave: Traços de personalidade. Hábitos de Vida. Basquete.
ABSTRACT
STUDY COMPARATIVE OF THE HABITS OF LIFE AND TRAITS OF
PERSONALITY OF ATHLETES OF JUVENILE BASKETBALL IN SANTA
CATARINA'S STATES (BRAZIL) AND OKLAHOMA (USA)
Author: Gilberto Vaz
Adviser: Alexandro Andrade
The objective of this study is to compare the indicators of life habits and the traits of
personality of the athletes of juvenile basketball personality, that they dispute competitions of
high level in Santa Catarina (Brazil) and Oklahoma (USA). This research of the type 'Applied'
it used for analysis and interpretation of the data the quantitative approach, measuring the
variables: sex and position in court; and qualitative, comparing and interpreting the data
obtained in the questionnaires of life habits and personality traits. The researched population
was constituted by athletes with ages among 16 and 18 years, that practice basketball, at least,
there is one year. In Santa Catarina, 157 players were researched (76 men; 81 women); in
Oklahoma 150 players (75 men; 75 women). The technique of adopted sampling was of the
type ‘Random Probabilistic’, stratified by location and sex. The used instruments were: for
Habits of Life, the questionnaire of Habits of Life in the Childhood and Adolescence (EVIA);
for the test of personality lines, BIG FIVE TEST (adapted of the NEO-PI). The results point
differences among the researched groups. In the Habits of Life, the most important differences
are in the socioeconomic indicators: the athletes american, masculine and feminine, they are
distributed in a more balanced way in the classes B1, B2, C, while the brazilians in the classes
A1, A2, B2. In practice sporting, in the masculine and feminine groups, it was verified that
the american athletes practice more sport than the brazilians. In the time that practices
basketball, the brazilian athletes play on average 4 years ago and the americans, 7,3 years ago;
the brazilians play on average 4,2 years ago and the americans, 6,4 years ago. The brazilians
train 2h and 30m on average a day, while the Americans train 2h and 45m a day; the
brazilians train 2h and 36m on average a day, while the Americans train 2h and 27m a day. In
the weekly frequency that practices basketball, the brazilians 4,98 days a week and the
americans, 4,86 days a week; in the feminine, the brazilians 4,37 days a week and the
americans, 4,56 days a week. The physical indicators, for position in court, present important
differences in both researched groups. In all of the positions, in the masculine and feminine
groups, the american athletes' IMC belongs superior to the to the brazilians, indicating that the
americans are stronger than the brazilians. Different traits of personality exist among the
brazilian and american athletes for sex and position in court. The americans present more
traits self-confidence, creativity, leadership and motivation in comparison with the brazilians.
The brazilians present more traits group spirit in comparison with the americans. The traits of
personality self-control, militancy, concentration and sociability are similar between
brazilians and americans. It was ended that the american athletes possess more positive
qualities associated to the personality that the brazilians. In the feminine group, the american
athletes present more traits self-confidence, creativity, militancy, sociability, leadership and
motivation in comparison with the brazilians. The traits of personality self-control, group
spirit and concentration are similar between brazilians and americans. It was ended that the
american athletes possess more positive qualities associated to the personality that the
brazilians.
Key-words: Traits of personality. Habits of life. Basketball.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Correspondência dos tipos sicos endomórfico, mesomórfico, ectomórfico
com os traços de personalidade....................................................................... 63
Figura 2 – Modelo do questionário do instrumento Big Five Test para a realização do
teste de personalidade..................................................................................... 126
Figura 3 – Modelo do diagnóstico do teste de personalidade realizado pelo instrumento
Big Five Test .................................................................................................127
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Variações das semelhanças e diferenças de comportamento dos jogadores
de basquete brasileiros e americanos, analisados nos fatores dos traços de
personalidade Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e
Autocontrole na posição de ALA (masculino)............................................... 144
Gráfico 2 – Variações das semelhanças e diferenças de comportamento dos jogadores
de basquete brasileiros e americanos, analisados nos fatores dos traços de
personalidade Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e
Autocontrole na posição de ARMADOR (masculino)................................... 147
Gráfico 3 – Variações das semelhanças e diferenças de comportamento dos jogadores
de basquete brasileiros e americanos, analisados nos fatores dos traços de
personalidade Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e
Autocontrole na posição de PIVÔ (masculino).............................................. 150
Gráfico 4 – Variações das semelhanças e diferenças de comportamento dos jogadores
de basquete brasileiros e americanos, analisados nos fatores dos traços de
personalidade Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e
Autocontrole em TODAS AS POSIÇÕES (masculino) ................................. 153
Gráfico 5 – Variações das semelhanças e diferenças de comportamento das jogadoras
de basquete brasileiras e americanas, analisadas nos fatores dos traços de
personalidade Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e
Autocontrole na posição de ALA..................................................................172
Gráfico 6 – Variações das semelhanças e diferenças de comportamento das jogadoras
de basquete brasileiras e americanas, analisadas nos fatores dos traços de
personalidade Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e
Autocontrole na posição de ARMADORA ...................................................175
Gráfico 7 – Variações das semelhanças e diferenças de comportamento das jogadoras
de basquete brasileiras e americanas, analisadas nos fatores dos traços de
personalidade Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e
Autocontrole na posição de PIVÔ................................................................. 178
Gráfico 8 – Variações das semelhanças e diferenças de comportamento das jogadoras
de basquete brasileiras e americanas, analisadas nos fatores dos traços de
personalidade Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e
Autocontrole em TODAS AS POSIÇÕES .................................................... 181
LISTA DE QUADROS
Quatro 1 – Descrição do modelo 16 PF da análise fatorial de Cattel dos traços de
personalidade................................................................................................. 89
Quatro 2 – Descrição do modelo da análise fatorial de Eysenck dos traços de
personalidade................................................................................................. 90
Quadro 3 – Adjetivações universalizadas do NEO-PI para os fatores dos traços de
personalidade Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo,
Autocontrole................................................................................................. 94
Quadro 4 – Diferenciação das terminologias dos fatores dos traços de personalidade
entre o modelo CGF e o Big Five Test........................................................... 102
Quadro 5 – Localização das qualidades positivas nos níveis dos traços de personalidade. 155
Quadro 6 – Avaliação comparativa dos resultados: Indicadores socioeconômicos dos
jogadores de basquete brasileiros e americanos, masculinos e femininos....... 185
Quadro 7 – Avaliação comparativa dos resultados: Indicadores dos hábitos de vida dos
jogadores de basquete brasileiros e americanos, masculinos e femininos....... 186
Quadro 8 – Avaliação comparativa dos resultados: Indicadores de prática esportiva
sistematizada dos jogadores de basquete brasileiros e americanos, masculino
e feminino .................................................................................................... 187
Quadro 9 – Avaliação comparativa dos resultados: Indicadores físicos por posição em
quadra dos jogadores de basquete brasileiros e americanos, masculino e
feminino ....................................................................................................... 188
Quadro 10 – Avaliação comparativa dos resultados: Traços de Personalidade dos
jogadores de basquete brasileiros e americanos, masculino e feminino, na
posição de ALA.......................................................................................... 189
Quadro 11 – Avaliação comparativa dos resultados: Traços de Personalidade dos
jogadores de basquete brasileiros e americanos, masculino e feminino, na
posição de ARMADOR .............................................................................. 190
Quadro 12 – Avaliação comparativa dos resultados: Traços de Personalidade dos
jogadores de basquete brasileiros e americanos, masculino e feminino, na
posição de PIVÔ......................................................................................... 191
Quadro 13 – Avaliação comparativa dos resultados: Traços de Personalidade dos
jogadores de basquete brasileiros e americanos, masculino e feminino, em
TODAS AS POSIÇÕES ............................................................................. 192
Quadro 14 – Avaliação comparativa dos resultados: Qualidades Positivas dos jogadores
de basquete brasileiros e americanos, masculino e feminino........................ 193
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Descrição da população: informações gerais de Santa Catarina e Oklahoma;
estimativa da população de jogadores de basquete brasileiros e americanos,
masculino e feminino..................................................................................... 115
Tabela 2 – Descrição da amostra: população dos jogadores pesquisados em
Santa Catarina e Oklahoma, masculino e feminino......................................... 116
Tabela 3 – Amostra dos jogadores de basquete masculino e feminino: Santa Catarina..... 117
Tabela 4 – Amostra dos jogadores de basquete masculino e feminino: Oklahoma ...........118
Tabela 5 – Constituição da amostra por sexo e posição em quadra dos jogadores
brasileiros e americanos, masculino e feminino.............................................. 118
Tabela 6 – Critérios de Classificação Socioecomica – ABIPEME (Brasil) e Gallup
(EUA) ........................................................................................................... 123
Tabela 7 – Classificação do grau de instrução do chefe de família dos jogadores de
basquete brasileiros e americanos, masculinos e femininos ............................ 123
Tabela 8 – Classificação socioeconômica por posse de bens dos jogadores de basquete
brasileiros e americanos, masculinos e femininos........................................... 124
Tabela 9 – Escala dos valores qualitativos e diagnósticos da personalidade nos fatores
Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo, Autocontrole do
Big Five Test .................................................................................................128
Tabela 10 – Equivalência das escalas de valores qualitativos e diagnósticos da
personalidade nos fatores Emocionalidade, Extroversão, Abertura,
Egocentrismo, Autocontrole entre o Big FiveTest e o NEO-PI ..................... 128
Tabela 11 – Comparação do grau de instrução do Pai e/ou da Mãe entre os jogadores de
basquete brasileiros e americanos (masculino) ............................................ 131
Tabela 12 – Comparação da classificação socioeconômica entre os jogadores de basquete
brasileiros e americanos (masculino) ........................................................... 131
Tabela 13 – Comparação do hábito de acordar entre os jogadores de basquete brasileiros
e americanos (masculino)............................................................................. 132
Tabela 14 – Comparação do hábito de dormir entre os jogadores de basquete brasileiros
e americanos (masculino)............................................................................. 132
Tabela 15 – Comparação do hábito de leitura entre os jogadores de basquete brasileiros
e americanos (masculino)............................................................................. 133
Tabela 16 – Comparação do hábito de estudar entre os jogadores de basquete brasileiros
e americanos (masculino)............................................................................ 133
Tabela 17 – Comparação do hábito de jogar basquete por lazer entre os jogadores
de basquete brasileiros e americanos (masculino)......................................... 134
Tabela 18 – Comparação da posse de materiais esportivos entre os jogadores de
basquete brasileiros e americanos (masculino) .............................................134
Tabela 19 – Comparação dos locais mais utilizados para as práticas esportivas entre os
jogadores de basquete brasileiros e americanos (masculino) ........................ 135
Tabela 20 – Comparação do tempo que pratica basquete entre os jogadores de basquete
brasileiros e americanos (masculino)............................................................ 136
Tabela 21 – Comparação da freqüência semanal que pratica o basquete entre os
jogadores de basquete brasileiros e americanos (masculino)......................... 136
Tabela 22 – Comparação das horas de treino diário entre os jogadores de basquete
brasileiros e americanos (masculino)............................................................ 137
Tabela 23 – Comparação das médias de altura, peso e massa corporal entre os jogadores
de basquete brasileiros e americanos na posição de ALA (masculino) ......... 138
Tabela 24 – Comparação das médias de altura, peso e massa corporal entre os jogadores
de basquete brasileiros e americanos na posição de ARMADOR
(masculino).................................................................................................. 139
Tabela 25 – Comparação das médias de altura, peso e massa corporal entre os jogadores
de basquete brasileiros e americanos na posição de PI (masculino)......... 140
Tabela 26 – Comparação das médias de altura, peso e massa corporal entre os jogadores
de basquete brasileiros e americanos em TODAS AS POSIÇÕES
(masculino).................................................................................................. 141
Tabela 27 – Comparação dos fatores de personalidade Emocionalidade, Extroversão,
Abertura, Egocentrismo, Autocontrole, por níveis de traços, entre os
jogadores de basquete brasileiros e americanos na posição de ALA
(masculino).................................................................................................. 143
Tabela 28 – Comparação dos fatores de personalidade Emocionalidade, Extroversão,
Abertura, Egocentrismo, Autocontrole, por níveis de traços, entre os
jogadores de basquete brasileiros e americanos na posição de ARMADOR
(masculino).................................................................................................. 146
Tabela 29 – Comparação dos fatores de personalidade Emocionalidade, Extroversão,
Abertura, Egocentrismo, Autocontrole, por níveis de traços, entre os
jogadores de basquete brasileiros e americanos na posição de PIVÔ
(masculino).................................................................................................. 149
Tabela 30 – Comparação dos fatores de personalidade, Emocionalidade, Extroversão,
Abertura, Egocentrismo, Autocontrole, por níveis de traços, entre os
jogadores de basquete brasileiros e americanos em TODAS AS POSIÇÕES
(masculino).................................................................................................. 152
Tabela 31 – Comparação do Traço autoconfiança entre os jogadores de basquete
brasileiros e americanos (masculino)............................................................ 156
Tabela 32 – Comparação do Traço autocontrole entre os jogadores de basquete
brasileiros e americanos (masculino)............................................................ 157
Tabela 33 – Comparação do Traço criatividade entre os jogadores de basquete
brasileiros e americanos (masculino)............................................................ 157
Tabela 34 – Comparação do Traço combatividade entre os jogadores de basquete
brasileiros e americanos (masculino)............................................................ 157
Tabela 35 – Comparação do Traço espírito de grupo entre os jogadores de basquete
brasileiros e americanos (masculino)............................................................ 158
Tabela 36 – Comparação do Traço concentração entre os jogadores de basquete
brasileiros e americanos (masculino)............................................................ 158
Tabela 37 – Comparação do Traço sociabilidade entre os jogadores de basquete
brasileiros e americanos (masculino)............................................................ 159
Tabela 38 – Comparação do Traço liderança entre os jogadores de basquete
brasileiros e americanos (masculino)............................................................ 159
Tabela 39 – Comparação do Traço motivação entre os jogadores de basquete
brasileiros e americanos (masculino)............................................................ 159
Tabela 40 – Comparação do grau de instrução do Pai e/ou da Mãe entre as jogadoras de
basquete brasileiras e americanas................................................................. 160
Tabela 41 – Comparação da classificação socioeconômica entre as jogadoras de basquete
brasileiras e americanas ...............................................................................161
Tabela 42 – Comparação do hábito de acordar entre as jogadoras de basquete brasileiras
e americanas ................................................................................................ 161
Tabela 43 – Comparação do hábito de dormir entre as jogadoras de basquete brasileiras e
americanas................................................................................................... 162
Tabela 44 – Comparação do hábito de leitura entre as jogadoras de basquete brasileiras e
americanas................................................................................................... 162
Tabela 45 – Comparação do hábito de estudar entre as jogadoras de basquete brasileiras e
americanas................................................................................................... 162
Tabela 46 – Comparação do hábito de jogar basquete por lazer entre as jogadoras de
basquete brasileiras e americanas................................................................. 163
Tabela 47 – Comparação da posse de materiais esportivos entre as jogadoras de
basquete brasileiras e americanas................................................................. 164
Tabela 48 – Comparação dos locais mais apropriados para as práticas esportivas entre as
jogadoras de basquete brasileiras e americanas ............................................ 164
Tabela 49 – Comparação do tempo que pratica basquete entre as jogadoras de basquete
brasileiras e americanas ...............................................................................164
Tabela 50 - Comparação da freqüência semanal que pratica o basquete entre as
jogadoras de basquete brasileiras e americanas ............................................ 166
Tabela 51 – Comparação das horas de treino diário entre as jogadoras de basquete
brasileiras e americanas ...............................................................................166
Tabela 52 – Comparação das médias de altura, peso e massa corporal entre as jogadoras
de basquete brasileiras e americanas na posição de ALA..............................167
Tabela 53 – Comparação das médias de altura, peso e massa corporal entre as jogadoras
de basquete brasileiras e americanas na posição de ARMADOR.................. 168
Tabela 54 – Comparação das médias de altura, peso e massa corporal entre as jogadoras
de basquete brasileiras e americanas na posição de PIVÔ............................. 168
Tabela 55 – Comparação das médias de altura, peso e massa corporal entre as jogadoras
de basquete brasileiras e americanas em TODAS AS POSIÇÕES................ 169
Tabela 56 – Comparação dos fatores de personalidade Emocionalidade, Extroversão,
Abertura, Egocentrismo, Autocontrole, por níveis de traços, entre as
jogadoras de basquete brasileiras e americanas na posição de ALA ............. 171
Tabela 57 – Comparação dos fatores de personalidade Emocionalidade, Extroversão,
Abertura, Egocentrismo, Autocontrole, por níveis de traços, entre as
jogadoras de basquete brasileiras e americanas na posição de ARMADOR . 174
Tabela 58 – Comparação dos fatores de personalidade Emocionalidade, Extroversão,
Abertura, Egocentrismo, Autocontrole, por níveis de traços, entre as
jogadoras de basquete brasileiras e americanas na posição de PIVÔ.............177
Tabela 59 – Comparação dos fatores de personalidade, Emocionalidade, Extroversão,
Abertura, Egocentrismo, Autocontrole, por níveis de traços, entre as
jogadoras de basquete brasileiras e americanas em TODAS AS
POSIÇÕES.................................................................................................. 180
Tabela 60 – Comparação do Traço autoconfiança entre as jogadoras de basquete
brasileiras e americanas ...............................................................................182
Tabela 61 – Comparação do Traço autocontrole entre as jogadoras de basquete
brasileiras e americanas ...............................................................................182
Tabela 62 – Comparação do Traço criatividade entre as jogadoras de basquete
brasileiras e americanas ...............................................................................182
Tabela 63 – Comparação do Traço combatividade entre as jogadoras de basquete
brasileiras e americanas ...............................................................................183
Tabela 64 – Comparação do Traço espírito de grupo entre as jogadoras de basquete
brasileiras e americanas ...............................................................................183
Tabela 65 – Comparação do Traço concentração entre as jogadoras de basquete
brasileiras e americanas ...............................................................................184
Tabela 66 – Comparação do Traço sociabilidade entre as jogadoras de basquete
brasileiras e americanas ...............................................................................184
Tabela 67 – Comparação do Traço liderança entre as jogadoras de basquete
brasileiras e americanas ...............................................................................184
Tabela 68 – Comparação do Traço motivação entre as jogadoras de basquete
brasileiras e americanas ...............................................................................185
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 21
1.1 O PROBLEMA......................................................................................................... 21
1.2 OBJETIVOS............................................................................................................. 26
1.2.1 Objetivo geral......................................................................................................... 26
1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................. 36
1.3 JUSTIFICATIVA...................................................................................................... 27
1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA............................................................................. 29
1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO......................................................................... 30
2 REVISÃO DA LITERATURA.................................................................................. 31
2.1 A FILOSOFIA DO ESPORTE COMPETITIVO....................................................... 31
2.2 PSICOLOGIA DO ESPORTE................................................................................... 39
2.3 O ESPORTE E A PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE....................................... 42
2.3.1 Definição de personalidade..................................................................................... 46
2.3.2 Conceitos de personalidade .................................................................................... 48
2.3.3 Teorias da Personalidade........................................................................................ 49
2.3.3.1 Teorias Tipológicas da Personalidade.................................................................. 50
2.3.3.2 Teoria Psicanalítica da Personalidade .................................................................. 51
2.3.3.3 Teoria dos Traços da Personalidade..................................................................... 52
2.3.3.4 Teoria da Personalidade da Aprendizagem .......................................................... 54
2.3.3.5 Princípio da Abordagem Interacional .................................................................. 55
2.3.4 Estrutura da personalidade...................................................................................... 56
2.3.5 Desenvolvimento da personalidade no esporte....................................................... 56
2.3.5.1 Relações entre personalidade e esporte ................................................................ 58
2.3.5.2 Personalidade do atleta ....................................................................................... 59
2.3.6 Diferenciações de atletas do sexo feminino em relação a pratica esportiva............. 62
2.3.7 Relões entre personalidade e constituição física .................................................. 63
2.3.8 Relões entre esporte e adolescência..................................................................... 65
2.4 O DESENVOLVIMENTO DE ATLETAS JOVENS DE ALTO RENDIMENTO .... 69
2.4.1 Aspectos relativos aos treinamentos de atletas jovens de alto rendimento ............... 70
2.4.2 Critérios para o desenvolvimento de atletas jovens de alto rendimento ................... 73
2.4.2.1 Identificação do talento esportivo ....................................................................... 76
2.4.3 Preparo psicológico individual e coletivo de atletas jovens de alto rendimento ...... 77
2.4.3.1 Métodos e técnicas de preparação psicológica de atletas de alto rendimento ........ 83
2.5 MODELOS DE ALISE DE TROS DE PERSONALIDADE .......................... 86
2.5.1 A evolução dos modelos de análise dos traços de personalidade ............................ 88
2.5.1.3 O modelo dos Cinco Grandes Fatores (CGF) de avaliação da personalidade........ 91
2.5.2 O modelo BIG FIVE de avaliação da personalidade................................................ 101
2.5.3 Estudos sobre traços de personalidade em atletas de alto rendimento...................... 104
2.6 MODELO DE ANÁLISE DOSBITOS DE VIDA............................................... 106
2.6.1 Estudos sobrebitos de vida em atletas de alto rendimento................................... 108
3 MÉTODO................................................................................................................... 112
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA..................................................................... 112
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ................................................................................... 114
3.2.1 Descrição da população..........................................................................................114
3.2.2 Definição da amostra.............................................................................................. 115
3.2.2.1 Amostra de Santa Catarina (Brasil)...................................................................... 117
3.2.2.2 Amostra de Oklahoma (EUA).............................................................................. 117
3.2.2.3 Constituição da amostra por sexo e posição em quadra........................................ 118
3.3 INSTRUMENTOS DO ESTUDO ............................................................................. 119
3.5 ESTUDO PILOTO.................................................................................................... 120
3.6 COLETA DE DADOS ............................................................................................. 121
3.6 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ........................................................... 122
3.6.1 Indicadoressicos.................................................................................................. 122
3.6.2 Indicadores socioeconômicos ................................................................................. 122
3.6.3 Indicadores de Hábitos Vida .................................................................................. 124
3.6.4 Indicadores dos Traços de Personalidade ...............................................................125
3.6.5 Tratamento estatístico............................................................................................. 129
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS................................................................. 130
4.1 MASCULINO........................................................................................................... 130
4.1.1 Hábitos de Vida dos atletas brasileiros e americanos ..............................................130
4.1.1.1 Indicadores socioeconômicos ..............................................................................130
4.1.1.2 Indicadores de hábitos de vida ............................................................................. 132
4.1.1.3 Indicadores de cultura esportiva........................................................................... 134
4.1.1.4 Indicadores de prática esportiva sistematizada..................................................... 135
4.1.2 Indicadores sicos por posição em quadra.............................................................. 137
4.1.2.1 ALA: altura, peso e massa corporal .....................................................................138
4.1.2.2 ARMADOR: altura, peso e massa corporal.......................................................... 138
4.1.2.3 PIVÔ: altura, peso e massa corporal .................................................................... 139
4.1.2.4 TODAS AS POSIÇÕES: altura, peso e massa corporal ....................................... 140
4.1.3 Traços de personalidade dos atletas brasileiros e americanos.................................. 141
4.1.3.1 Fatores Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole,
por níveis de personalidade, na posição de ALA.................................................. 141
4.1.3.2 Fatores Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole,
por níveis de personalidade, na posição ARMADOR........................................... 144
4.1.3.3 Fatores Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole,
por níveis de personalidade, na posição PI ..................................................... 147
4.1.3.4 Fatores Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole,
por níveis de personalidade, em TODAS AS POSIÇÕES .................................... 150
4.1.4 Qualidades positivas Autoconfiaa, Autocontrole, Criatividade, Combatividade,
Espírito de grupo, Concentração, Sociabilidade, Liderança, Motivação dos atletas
brasileiros e americanos ........................................................................................ 153
4.2 FEMININO............................................................................................................... 160
4.2.1 Hábitos de Vida das atletas brasileiras e americanas ............................................... 160
4.2.1.1 Indicadores socioeconômicos ..............................................................................160
4.2.1.2 Indicadores de hábitos de vida ............................................................................. 161
4.2.1.3 Indicadores de cultura esportiva........................................................................... 163
4.2.1.5 Indicadores de prática esportiva sistematizada..................................................... 165
4.2.2 Indicadores sicos por posição em quadra.............................................................. 167
4.2.2.1 ALA: altura, peso e massa corporal .....................................................................167
4.2.2.2 ARMADORA: altura, peso e massa corporal....................................................... 167
4.1.2.3 PIVÔ: altura, peso e massa corporal .................................................................... 168
4.2.2.4 Todas as posições: altura, peso e massa corporal ................................................. 169
4.2.3 Traços de personalidade das atletas brasileiras e americanas................................... 169
4.2.3.1 Fatores Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole,
por níveis de personalidade, na posição de ALA.................................................. 169
4.2.3.2 Fatores Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole,
por níveis de personalidade, na posição ARMADOR........................................... 172
4.2.3.3 Fatores Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole,
por níveis de personalidade, na posição PI ..................................................... 175
4.2.3.4 Fatores Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole,
por níveis de personalidade, em TODAS AS POSIÇÕES .................................... 178
4.2.4 Qualidades positivas Autoconfiaa, Autocontrole, Criatividade, Combatividade,
Espírito de grupo, Concentração, Sociabilidade, Liderança, Motivação das atletas
brasileiras e americanas......................................................................................... 181
4.3 RESUMO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DOS PRINCIPAIS RESULTADOS
APRESENTADOS DOS JOGADORES BRASILEIROS E AMERICANOS,
MASCULINOS E FEMININOS ...............................................................................185
4.3.1 Avaliação comparativa dos resultados: Indicadores Socioeconômicos .................... 185
4.3.2 Avaliação comparativa dos resultados: Indicadores Hábitos de Vida ...................... 186
4.3.3 Avaliação comparativa dos resultados:
Indicadores de Prática Esportiva Sistematizada ...................................................... 187
4.3.4 Avaliação comparativa dos resultados:
Indicadores Físicos por Posição em Quadra............................................................ 188
4.3.5 Avaliação comparativa dos resultados:
Traços de personalidade por posição em quadra – ALA.......................................... 189
4.3.6 Avaliação comparativa dos resultados:
Traços de personalidade por posição em quadra – ARMADOR..............................190
4.3.7 Avaliação comparativa dos resultados:
Traços de personalidade por posição em quadra – PIVÔ.........................................191
4.3.8 Avaliação comparativa dos resultados:
Traços de personalidade por posição em quadra – TODAS AS POSIÇÕES............ 192
4.3.9 Avaliação comparativa dos resultados: QUALIDADES POSITIVAS..................... 193
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...........................................................................194
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................. 210
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................213
ANEXOS .......................................................................................................................223
21
1 INTRODUÇÃO
1.1 O PROBLEMA
O basquete, desde sua criação em 1891 até os dias de hoje, evoluiu no que diz respeito
ao ambiente técnico, na condição física e psicológica do atleta, como também no campo das
regras, da tecnologia e dos equipamentos. Essa evolução transformou o basquete num
femeno social, ecomico e cultural em todo o mundo, notadamente nos EUA, país criador
do esporte, possuidor do campeonato profissional mais organizado e valorizado, a NBA
(National Basketball Association), onde alcançou o maior desenvolvimento e a melhor
performance técnica, sendo considerado um centro de excelência e, por isso, referência
obrigatória nos estudos científicos de natureza comparativa.
Entre o Brasil e EUA, a evolução do basquetebol teve desenvolvimento distinto.
Observa-se que, no Brasil, os campinhos de ‘peladas’, onde a maioria dos brasileiros teve
contato pela primeira vez com o esporte, equivalem às quadras de basquete, onde os norte-
americanos também tiveram contato com o esporte pela primeira vez. Nesse contexto, tem-se
a primeira diferença no comportamento social-esportivo entre brasileiros e americanos e, da
mesma forma, a primeira similitude. A diferença está na popularidade do esporte: enquanto,
nos EUA, o basquete é popular e profissionalizado, no Brasil, ele é elitista e considerado
ainda um esporte amador praticado em clubes e associações desportivas, apesar de iniciativas
setorizadas no sentido de popularizá-lo. A semelhança está em como se processa o contato da
criança e do adolescente com o esporte popular. Pode-se, com isso, justificar a superioridade
técnica e numérica dos atletas norte-americanos em relação aos brasileiros.
22
Bergamo (2003) constatou que a trajetória e o crescimento esportivo dos jogadores
norte-americanos e brasileiros são desconhecidos pela maioria dos profissionais ligados ao
basquete em função da carência de estudos comparativos que apontem semelhanças e
diferenças e definam parâmetros confiáveis na avaliação da evolão dos atletas desde as
categorias de base. O problema, segundo o autor, não está somente na identificação do perfil
psicológico, biológico e social, tomando-se por base o atleta já consagrado, mas no
acompanhamento do processo de desenvolvimento do atleta jovem, visto que a seleção
unicamente pelos dotes físicos está relacionada com os resultados de curto prazo, que
despertam interesses superficiais, desprezando o caráter científico das pesquisas acadêmicas,
voltadas aos aspectos físicos, técnicos e psicológicos das categorias de base.
Essa problemática foi confirmada por Versari (2004) e Friedmann (1998), em pesquisa
realizada com 500 jogadores de basquete universitário americano, masculinos e femininos,
entre 1997 e 2002, pré-qualificados e recrutados pela NBA para comporem as 29 equipes da
Confederão, ao constatarem que o processo de seleção dos atletas dava-se exclusivamente
por suas características físicas. O resultado da pesquisa indicou que 62% dos atletas
selecionados eram cortados nos primeiros seis meses de avaliação. O principal motivo dos
cortes não estava na falta de habilidade ou condição física, 3% e 5% respectivamente, mas
porque 92% dos atletas cortados não estavam preparados emocionalmente ou não tinham o
perfil psicológico desejado para enfrentar as pressões exercidas pelos técnicos,dia, torcida
e familiares, e por isso não se adaptavam às equipes profissionais.
Para De Rose Júnior; Tavares e Gitti (2004), o basquete, por suas características
próprias de confronto, demonstração, comparação e avaliação, apresenta peculiaridades que
devem ser analisadas separadamente, a fim de se conhecer suas implicações no desempenho
dos atletas. Dessa maneira, torna-se necessário conhecer as especificidades sociais e
23
psicológicas dos atletas, e suas inter-relões, que poderão influenciar na obtenção de
melhores resultados individuais e coletivos.
Simões, De Rose Júnior, Knijnik e Cortez (2004) argumentam que o comportamento
do atleta, observado no ambiente esportivo e social, fornece possibilidades de estudos sobre
os traços de personalidade, tendo em vista que cada indivíduo deve ter um conhecimento a
respeito do seu comportamento, caso contrário esses esportistas não poderiam controlar suas
emoções, pensamentos e sentimentos e manter um comportamento desejável, antes, durante e
após as competições. Acrescenta-se o fato de que os atletas, desde as categorias de base,
sofrem pressões para que obtenham um melhor desempenho, colocando-os numa situação de
comprometimento para que eles sempre tenham uma ótima atuação. Assim, dependendo da
situação em que ocorra a competição, e de todas as implicações que a envolvem, muitos
problemas de ordem física e psicológica poderão ser causados aos jovens participantes. (DE
ROSE JÚNIOR; VASCONCELLOS, 1993).
Entre os pesquisadores e psicólogos, observa-se queo há consenso quanto à
existência, ou não, de uma personalidade pré-definida de atleta. Mas em Weinberg e Gould
(2001) encontra-se a expressão “personalidade do esportista”, que define a personalidade
ideal do atleta como aquela que possui determinadas qualidades positivas, tais como:
autodisciplina, autoconfiança, intelincia de jogo, controle emocional, concentração,
motivação positiva, determinação, compromisso, entre outras.
Para Singer (1986), essas qualidades podem ser medidas e reconhecidas por meio de
um processo de avaliação psicológica conhecido como testes de traços de personalidade. O
autor acrescenta que o comportamento de atletas pode ser definido em função de certas
características consistentes e permanentes durante um determinado período de tempo. Através
de testes específicos, obtêm-se os traços de personalidade necessários para descrever as
consistências do comportamento do atleta antes de uma competição.
24
Segundo Balaguer (1994), o objetivo principal no uso de testes de avaliação
psicossocial deve ser dirigido à aquisição ou melhora das habilidades psicológicas necessárias
para fazer frente às distintas situações esportivas, de forma que permita melhorar ou manter o
rendimento esportivo, assim como ajudar no crescimento e bem-estar pessoal dos esportistas.
Porém, de acordo com Weinberg e Gould (2001, p. 52), simplesmente conhecer os
traços de personalidade de um indivíduo nem sempre ajudará a prever como ele irá se
comportar em uma determinada situação. Reliu (1997), Rúbio (2001a), Weineck (1999) e
Barreto (2003) sustentam que toda avaliação psicológica deve integrar outros componentes
aos testes psicológicos, como: características físicas, idade, nível competitivo e características
socioculturais, a fim de possibilitar diagsticos mais precisos. Ou seja, os testes de traços de
personalidade devem ser integrados aos inventários de estilo de vida.
Neste sentido, o Ministério do Esporte e Turismo (Brasil, 2002), através da Portaria
221, de 01 de outubro de 2002, disciplinou e unificou os formatos, métodos e aplicações dos
testes físicos e psicológicos. Quanto aos procedimentos de coletas de informações nas
avaliações e comparações psicológicas, a Portaria 221 sugeriu que os testes devem registrar os
dados psicossociais junto aos testes de personalidade e que o perfil psicológico do atleta seja
analisado considerando os fatores de temperamento, estabilidade emocional, extroversão,
dominância e agressividade. Portanto, pode-se dizer que a Portaria definiu como modelo ideal
de análise do perfil psicológico de atletas o modelo dos ‘Cinco Grandes Fatores’ (CGF):
Emocionalidade, Abertura à experiência, Egocentrismo, Extroversão e Autocontrole.
Assim, este estudo aplicará o modelo CGF, para os testes de traços de personalidade, e
o inventário ‘Estilo de Vida na Infância e Adolescência’ ou EVIA, para o questionário de
hábito de vida, pois esses instrumentos atendem aos princípios norteadores de uma
investigação científica voltada aos estudos de traços da personalidade.
25
Para McCrae e Costa (1989), o modelo CGF é uma versão moderna da Teoria de
Traços de Personalidade. Esse modelo representa um avanço conceitual e empírico no campo
da personalidade, descrevendo dimensões humanas básicas de forma consistente e replicável
em 50 países. O CGF é operacionalizado pelo NEO-PI-R, instrumento criado pelos
pesquisadores americanos Paul Costa e Robert McCrae.
Pesquisas realizadas por Gosling, Rentfrow e Swann (2003), empregando o NEO-PI-R
em 112 atletas universitários, revelaram os traços de personalidade, combinando os cinco
fatores nos escores positivos e negativos, para autoconfiança, liderança, autocontrole,
motivação, concentração, criatividade, combatividade e sociabilidade. Pereira, Pires e
Brandão (2002) apresentaram pesquisa com 250 adolescentes (125 masculinos e 125
femininos), utilizando o NEO-PI-R, em que definiram os tipos de personalidade mais
indicados à atividade física e ao esporte. Cunha e Oliveira (2003) correlacionaram traços de
personalidade e o desempenho dos atletas, empregando o NEO-PI-R, em um time de futebol
da 1ª divisão do Campeonato Paulista,
O inventário EVIA foi desenvolvido por Sobral (1989) em 1982 e adaptado no Brasil
por Torres e Gaya (1998). Para Sobral apud Torres e Gaya (1998), o estudo dos hábitos de
vida configura-se como importante fator de análise do fenômeno da performance desportiva.
De acordo com Torres e Gaya (2000), “estudos realizados por Sallis et al, Mao e Taks
et al, em 1995, por Cauley, em 1991, Grupta, em 1986, e Black e Bredemeier, em 1988,
apontaram prováveis efeitos do nível socioeconômico na performance desportiva”. Torres e
Gaya (2000), em pesquisa realizada com 397 atletas (239 homens e 154 mulheres)
participantes da etapa final dos Jogos da Juventude de 1996, concluíram que o nível
socioeconômico configura-se como uma variável importante na prática esportiva, na medida
em que o acesso ao esporte de rendimento apresenta-se restrito a uma parcela
economicamente privilegiada da populão.
26
Este estudo comparativo busca responder ao seguinte problema de pesquisa: Quais
indicadores de Hábitos de Vida e Traços de Personalidade diferenciam os atletas de basquete
juvenil nos Estados de Santa Catarina (Brasil) e Oklahoma (EUA), com idades entre 16 e 18
anos, que disputam competições de alto nível e qual a relão entre os dois grupos?
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
O objetivo deste estudo é comparar os indicadores de hábitos de vida e os traços da
personalidade dos atletas de basquetebol juvenil, com idades entre 16 e 18 anos, que disputam
competições de alto nível nos Estados de Santa Catarina (Brasil) e Oklahoma (EUA).
1.2.2 Objetivos específicos
Identificar e comparar os hábitos de vida por sexo, incluídos os indicadores
socioeconômicos, de hábitos de vida (acordar, dormir, leitura, estudar, jogar basquete),
de cultura esportiva e de prática esportiva sistematizada dos atletas de basquetebol
juvenil de Santa Catarina (Brasil) e Oklahoma (EUA);
Identificar e comparar os indicadores físicos por sexo e posição em quadra dos atletas
de basquetebol juvenil de Santa Catarina (Brasil) e Oklahoma (EUA);
Identificar e comparar os traços de personalidade por sexo e posição em quadra dos
atletas de basquetebol juvenil de Santa Catarina (Brasil) e Oklahoma (EUA);
Identificar e comparar por sexo e posição em quadra as qualidades positivas
autoconfiança, autocontrole, criatividade ou intelincia de jogo, combatividade,
27
espírito de grupo, concentração, sociabilidade, liderança e motivação, dos atletas de
basquetebol juvenil de Santa Catarina (Brasil) e Oklahoma (EUA).
1.3 JUSTIFICATIVA
O basquete é um poderoso fator mobilizador que influencia o comportamento de
jovens atletas em qualquer parte do planeta, capazes de criar padrões e moldar
comportamentos. A importância e complexidade do fenômeno esportivo de alto rendimento
nãoo ignoradas pelas Cncias do Esporte que buscam, através de todos pprios, a
obtenção de dados e a conseqüente intervenção, objetivando a melhoria da performance
(SOUZA FILHO, 2000).
No Grupo de Estudos e Pesquisas em Psicossociologia do Esporte da Universidade de
São Paulo (GEPPSE-USP), Brandão, Hata, Bonjardim e Macedo (2005) cadastraram, entre
1995 e 2004, 508 publicações científicas, nacionais e internacionais, relacionados à Psicologia
do Esporte. Segundo esse estudo, a incidência dos temas apresentou a seguinte amostragem: a
ansiedade e estresse foram os mais pesquisados com 76% dos trabalhos; motivação e
orientação esportiva com 5% cada uma; competitividade 4%; análise comparativa de aspectos
psicológicos e traços de personalidade, apenas 1%. Observou-se que a maioria dos estudos
privilegia os efeitos da situação sobre o comportamento do indivíduo, priorizando as
pesquisas sobre o estado do sujeito, deixando em segundo plano os traços de personalidade do
indiduo.
Para Versari (2004), na fase de transição do jogador amador para o profissional, as
áreas mais necessárias à pesquisa são aquelas que permitem a verificação: a) das habilidades
interpessoais; b) do comportamento individual e coletivo dentro e fora das quadras; c) da
administração de treinamentos específicos; d) do relacionamento dos tipos de personalidade
28
dos atletas com o seu desempenho, comparando com o desempenho de outros atletas,
profissionalizados ou não, da mesma categoria ou categorias diferentes.
Segundo Mosquera e Stobäus (1984, p. 162): “[...] O desconhecimento das
personalidades que integram uma equipe leva a um clima emocional de anomia (anarquia,
desorganização), onde se sentem as criaturas não propriamente pertencentes a algo, mas
alheias e pertencentes a este algo”.
Para Barreto (2002), um treinador, conhecendo a personalidade do seu atleta, saberá
atuar com ele como pessoa e como desportista. Ao observar a personalidade do atleta, se
introvertida, ambivertida ou extrovertida, o técnico, então, estabelecerá a metodologia
apropriada do treinamento esportivo. Barreto (2002) argumenta e conclui: se os atletas são
diferentes, biológica e psicologicamente, a aprendizagem esportiva, conseqüentemente, será
também diferente; os indivíduos, segundo o seu tipo de personalidade, aprendem e
condicionam as novas aprendizagens; esse conhecimento permiti ao treinador orientar
metodologicamente, e com mais acerto, seus atletas de uma forma mais previsível, tanto nos
treinamentos como também nas competições e nos processos motivacionais (BARRETO,
2002).
Considerando os argumentos de Barreto (2002), dentro de uma equipe de basquetebol,
é necessário que os componentes da comissão técnica (treinadores e assistentes) conheçam
seus atletas, primeiro, avaliando de forma sistemática suas características individuais,
virtudes, defeitos, questões relacionadas à família, amigos; e, segundo, comparando e
correlacionando as características físicas e psicológicas de seus atletas com atletas de outras
equipes. O alinhamento dessas informações permitirá à comissão técnica um diagnóstico mais
preciso dos hábitos de vida e traços de personalidade de cada atleta.
Em tese, esta pesquisa possui características singulares, visto a escassa literatura que
identifique e compare os hábitos de vida, incluídos os indicadores socioeconômicos, de
29
cultura esportiva e de prática esportiva sistematizada, e os traços de personalidade em atletas
de basquetebol juvenil do Brasil e EUA.
1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa foi realizada com atletas de basquetebol juvenil, compreendendo a idade
entre 16 a 18 anos, de ambos os sexos, dos Estado de Santa Catarina (Brasil) e Oklahoma
(EUA), que estejam jogando basquetebol há pelo menos um ano.
Os atletas pesquisados neste estudo foram considerados como de alto rendimento,
envolvidos dentro do ambiente competitivo, mesmo não sendo profissionais
1
.
Outra delimitação diz respeito ao desempenho sico e técnico e estado emocional do
atleta. Os psicólogos e pesquisadores desenvolveram várias técnicas e métodos para avaliar a
personalidade do atleta que possibilitam diagnosticar e definir os ‘traços’ e ‘estados’ de
personalidade. Por sua vez, as teorias de comportamento utilizadas pela Psicologia Esportiva
diferenciam o estilo típico de comportamento de um indiduo, os traços, dos efeitos da
situação sobre o comportamento, os estados. Esta pesquisa considerou apenas os ‘traços’ do
pesquisado, buscando identificar e comparar esses traços de personalidade nos atletas
brasileiros e americanos. Assim, na coleta de dados, os questionários foram aplicados fora do
ambiente de competição, ou seja, o estado emocional do atleta era neutro
2
.
Cabe salientar que existe diferenciação de interpretação entre as expressões: os atletas
americanos têm mais traços de motivação que os atletas brasileiros de os atletas americanos
são mais motivados que os atletas brasileiros. A primeira expressão refere-se ao tro de
1
Este estudo comparativo não avaliará os Hábitos de Vida no sentido da ‘qualidade de vida’ dos atletas
pesquisados, se ativos ou sedentários, ou se a prática do basquete é ou não um fator constitutivo de saúde.
2
Este estudo não tem por objetivo apresentar análises e diagnósticos sobre o desempenho físico e técnico e
estado emocional dos atletas pesquisados, como, por exemplo, as diversas formas de estados de ansiedade que se
manifestam antes, durante e após uma competição.
30
personalidade; e a segunda, refere-se ao estado de personalidade. Pom isso não exclui a
possibilidade de descrever analogias, desde que comprovadas empiricamente, em que
determinado traço de personalidade ou hábito de vida influencie no desempenho sico e
técnico do atleta.
1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Esta Dissertação de Mestrado está dividida em cinco capítulos. O primeiro capítulo,
ora apresentado, traz a Introdução, com a definição do problema pesquisado, o objetivo geral
e objetivos específicos, a justificativa e a delimitação da pesquisa. O segundo capítulo
apresenta a Revisão da Literatura, abordando a Filosofia do Esporte Competitivo, a
conceituação e procedimentos da Psicologia do Esporte, as relações do esporte com a
psicologia da personalidade, o processo de desenvolvimento de atletas de alto rendimento e a
avaliação dos modelos de análise de traços de personalidade e hábitos de vida. O terceiro
capítulo aborda os materiais utilizados e o Método de Pesquisa, com a caracterização da
população e amostra pesquisada, os procedimentos metodológicos de coleta de dados e o
tratamento estatístico empregado. A Apresentação dos Resultados está no quarto capítulo, em
que a comparação dos hábitos de vida, os indicadores sicos e os traços de personalidade dos
atletas de basquetebol juvenil de Santa Catarina (Brasil) e Oklahoma (EUA)o
demonstrados por sexo e posição em quadra. No quinto capítulo, são discutidos e analisados
os resultados apurados no capítulo anterior. Por último, são relatadas as Conclusões e listadas
as Referências Bibliográficas e os Anexos.
31
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 A FILOSOFIA DO ESPORTE COMPETITIVO
Para Barbero (1993), Brohm (1993) e Rúbio (2001a), o esporte contemporâneo é
considerado um dos maiores femenos sociais do século XX e tem agregado em torno de si
ummero cada vez maior de áreas de pesquisa, constituindo as chamadas Ciências do
Esporte, compostas por disciplinas como Antropologia, Filosofia, Psicologia e Sociologia do
Esporte, no que se refere à área sócio-cultural, incluindo também a Medicina, Fisiologia e
Biomecânica do Esporte. Bracht (2000) vê nesse conjunto de disciplinas que comem as
Ciências do Esporte uma tendência à interdisciplinaridade. Para Rúbio (2002), essa tenncia
ainda não representa uma prática interdisciplinar, uma vez que as diversas subáreas convivem
enquanto soma, mas não em relação, fazendo com que as Ciências do Esporte vivam hoje um
estágio denominado ‘pluridisciplinar’.
Segundo Silva (1967, p. 01), há esporte quando ocorrem três fatores: jogo,
movimento e agonística ou competição”. Para definir ‘jogo’, Silva (1967) utilizou o conceito
filofico de Huizinga:
O jogo em seu aspecto essencial é uma ação livre, executada e sentida como se
situada fora da vida corrente, mas que, entretanto, pode absorver completamente o
jogador, sem que dela obtenha proveito; por outro lado, essa ação é executada em
espaço e tempo determinados e se desenvolve segundo ordem e regras onde reina
uma propensão a rodear-se de mistério e a se disfarçar, a fim de se separar do mundo
habitual (HUIZINGA apud SILVA, 1967, p. 4)
Silva (1967) concluiu que, no jogo, encontram-se os elementos e os efeitos
constitutivos da beleza: equilíbrio, compensão, contraste, relevo, variação, união, desunião.
No jogo, se somam duas condições que o homem pode observar: ritmo e harmonia. Nesse
32
sentido, o jogo passa a ter a capacidade de desenvolver, por meio dele, formas e contribuições
para gerar talentos, aperfeoar potencialidades e criar novas habilidades de conviver.
Segundo Friedmann (1996), o jogo pode ser ensinado de duas formas: primeiro, o
jogar espontâneo, em que o jogo tem apenas o objetivo de divertimento; segundo, o jogar
dirigido, em que ele passa a ser proposto como fonte de desafios, promovendo o
desenvolvimento da aprendizagem.
O jogo exige a predisposição de quem vai entrar nele o conhecimento de suas regras,
sem, no entanto, haver a possibilidade de prever qualquer resultado enquanto ele está se
efetivando. Daí a necessidade de chegar a uma perspectiva interna a ele e abandonar-se
totalmente em tal espaço, assumindo como condição o risco de obter o resultado desejado ou
não. “O atrativo que o jogo exerce sobre o jogador reside exatamente nesse risco. Usufruímos
com isso de uma liberdade de decio que, ao mesmo tempo, está correndo um risco e está
sendo inapelavelmente restringida” (GADAMER, 1996, p. 149).
Por movimento, entende-se, segundo Canestrari apud Silva (1967, p. 11), como
elemento vivo da personalidade. O atleta deve mostrar o grau de interesse e capacidade que
revela em relação a este aspecto comportamental; a força da motivação que o faz dirigir e
alimentar dar-lhe-á significado, valor e finalidade. Sem este componente, a motivação, o
movimento perde seu valor psicológico e formativo, para tornar-se mera repetição motora,
puramente instrumental, sem associar-se a uma mínima participação afetiva.
Da combinação fisiológica dos nervos, reflexos e músculos, e mais os motivos
psíquicos, diz-se Psicomotricidade. A psicomotricidade está associada à personalidade,
porque o indivíduo utiliza seu corpo para demonstrar o que sente. E o indivíduo tendo
problemas motores apresentará problemas de expressão (FONSECA, 1988).
Barreto (2000) diz que a psicomotricidade permite a integração do indivíduo com o
espaço à sua volta, utilizando, para isso, o movimento, levando em consideração os aspectos
33
psicológicos, relacionais, cognitivos e motrizes. É a educação pelo movimento consciente,
visando melhorar a eficncia. Dessa maneira, no momento em que a psicomotricidade educa
o movimento, ela, ao mesmo tempo, coloca em jogo as funções da inteligência.
De Lisi apud Silva (1967, p. 12) observou a relação da psicomotricidade com a
personalidade e agrupou os indivíduos em quatro tipos: 1) Indivíduo forte, hábil, ágil: É o
atleta ligeiro, o operário manual ótimo e versátil, enfim o sujeito de motricidade evoluída e
harmoniosa; 2) Indivíduo forte, lento, inábil, pesado: É o atleta pesado, o operário adaptado a
trabalhos duros que exigem resistência, o sujeito com tempos de reação demorada; a reação
nica prevalece sobre a ação automática; 3) Indivíduo débil, célere, hábil, ágil: É o atleta
ligeiro não exaurível, o operário adaptável a trabalhos minuciosos, mas de pouca força e
resistência, o sujeito de motilidade um tanto desarmoniosa, mas evoluído nos componentes
psicomotores a serviço de faculdades intelectuais; 4) Indivíduo fraco, lento, inábil,
embaraçado: É o tipo inadaptado a exercícios de ginástica, a esportes, a trabalhos manuais,
sujeito a motilidade de todo desarmônica e ineficaz.
Na conceituação de agonística, a iia do mecanismo de compensação, a procura de
um atestado de valor; é o afã da vitória e de luta emancipada de camadas profundas da
personalidade; evidentemente a luta, mesmo sem vitória, será gratificante, desde que o élan de
vitória seja o impulso inicial. A agonística tem função catártica, ou seja, da libertação de
emoções, às vezes reprimidas, e por esta razão é que a palavra agonística define, melhor que
competição, a atividade esportiva. É o melhor meio expressivo para definir a descarga de
energia numa demonstração de excelência. Agonística o é apenas luta, é amor à luta, é a
sadia liberação de uma sobrecarga agressiva; portanto, é mais que luta ou competição, porque
essas duas palavras não encerram o componente psicológico e, como tal, não têm implicação
catártica. Os componentes da agonística são: Agressividade; Tensão; Compensação;
Exibicionismo; Motivação (SILVA, 1967).
34
Para Corsini (2004), todos os seres humanos (inclusive os animais) trazem consigo um
impulso agressivo. A agressividade é um comportamento emocional que faz parte da
afetividade de todas as pessoas. Portanto, é algo natural. No entanto, a maneira de reagir
frente à agressividade varia conforme a sociedade e cultura em que vive a pessoa, pois cada
uma tem as suas leis (umas inclusive agressivas), valores, crenças, etc. Alguns
comportamentos agressivos são tolerados, outroso proibidos. Nas sociedades ocidentais,
bastante competitivas, a agressividade costuma ser aceita e estimulada quando esta vale como
sinônimo de iniciativa, ambição, decisão ou coragem. Mas é impedida, reprimida ou punida
quando identificada como atitudes de hostilidade, de sentimentos de cólera. Corsini (2004)
afirma que existem dois tipos de agressividade: Instrumental: que é dirigida apenas para
alcançar uma recompensa. Não visa acarretar sofrimento ao outro; Hostil: que tem como
objetivo atacar e/ou ferir o outro. Pode-se encontrar agressividade na forma verbal: ataca por
meio de palavras, e física: que envolve o ataque físico.
Segundo Freud (1976), a agressividade é um conjunto de tendências presente em todos
os indiduos, que se manifesta em comportamentos reais ou fantasiosos que objetivam
prejudicar, destruir ou humilhar o outro.
Poucas atividades requerem um envolvimento total do ego como a do atleta, porque
nele uma força irracional, normalmente destruidora como a agressividade, desempenha papel
dominante. O êxito em quase todas as competições esportivas exige uma atitude e um
comportamento de alto teor agressivo. Por conseqüência, na dinâmica da agonística, encontra-
se o sentimento de culpa, uma vez que, a agressão e culpabilidade estão sempre juntas. O
sentimento de culpa ocorrerá com mais freqüência e profundidade naqueles atletas que
descarreguem com maior vigor e intensidade sua carga agressiva (SILVA, 1967).
No basquete, a agressividade deve ser entendida como uma prontidão para a realização
do ato com explosão, devendo estar presente, em especial, nos rebotes e disputas de bola,
35
acompanhados de uma carga emocional elevada, determinada pela evolução do resultado, do
ambiente e da velocidade de jogo. Quanto aos aspectos psicológicos e aos valores morais
envolvidos na prática do basquetebol, pode-se afirmar que o praticante desse esporte
desenvolve a confiança em si mesmo, a responsabilidade, a sociabilidade, o espírito de
cooperação, o espírito de luta, o reconhecimento da vitória e da derrota e a agressividade
criativa, que é a determinação e a coragem para tomar decisões e realizar tarefas durante um
jogo (FERREIRA, 2001).
A tensão é um elemento dinâmico da agonística; encerra em si mesma a tendência à
distensão. Ou seja, feito determinado esforço, deve-se conseguir o objetivo pretendido. A
necessidade de descarregar a energia acumulada é fonte de atividade criadora no atleta. Por
conseguinte, é fator estimulante e propulsionador da atividade esportiva, gerando emoções,
vinda da incerteza do resultado final da competição. Esta emoção vem da tensão, isto é, da
tenncia de se conseguir alguma coisa, baseada em probabilidade ou improbabilidade, feita
em forma de esforço que pode ser de espécies variadas. A tensão põe à prova a força do atleta;
sua força física e moral, seu espírito combativo, sua habilidade, seu engenho, valor, espírito
de perseverança, em definitivo, põe à prova e revela seu caráter. Por isso, é um elemento que
empresta ao jogo certo conteúdo ético. O atleta, que sempre deve tentar vencer, ou solucionar
a incógnita – tendência à distensão – deve manter-se, todavia, dentro das regras (SILVA
1967).
Cratty (1984, p.130) diz que o “grau de tensão psíquica que um atleta pode estar
experimentando como resultado da sua participação no esporte depende da sua inserção no
esporte específico dentro do sistema de valores que a pessoa se identifica intimamente ou
cujas opiniões são importantes para elas”.
A compensação está para atividade esportiva como um meio de afirmação social e de
prestígio pessoal; significa uma realização, pois, em muitos casos, essa afirmação destina-se a
36
compensar uma deficiência, um sentimento de inferioridade. Não é sem razão que a mais
importante atividade esportiva brasileira, o futebol, seja procurada, de preferência, por
pessoas oriundos de meios pobres e socialmente humildes. É um mecanismo psicológico de
caráter compensador, pela busca da elevação econômica e social (SILVA, 1967).
Segundo Bouet apud Silva (1967, p. 30), certas condições inerentes ao esporte,
permitem que as diferentes compensações se efetuem:
a) A segurança de um quadro definido, regulado, arbitrado; a não-gravidade do
insucesso; b) As satisfações imediatas que, de todos os modos, proporciona o
exercio corporal; c) O princípio do perpétuo recomeço; d) A ênfase sobre o ego
atuante no esporte responde à necessidade, ligada a qualquer forma de compensação,
já que restitui importância ao indivíduo; e) A sociabilidade do esporte (lembremos
que, segundo Adler, o sentimento de inferioridade tem sua origem numa exagerada
falta de sentimento social); f) Os esquemas combativos do esporte canalizam o
desejo de revanche, geralmente inerente às necessidades de compensação; g) A
grande variedade de gêneros esportivos e os modos de praticá-lo predispõem todas
as formas de possibilidades de compensação, conforme o caso (SILVA, 1967, p. 30).
O indivíduo que se mostra emblico com freqüência traz em si ou adquire uma
necessidade exibicionista. Subjacente ao exibicionismo está o narcisismo; e eis que um
elemento é pressuposto inevitável do outro. Na dinâmica psicológica, o mecanismo de
introjeção primária está expresso na obtenção de autógrafos, em cumprimentos e abraços.
Ninguém se exibe se não em busca de aplauso, de admiração e reconhecimento do sexo
oposto. Mais ostensivo no homem, mais disfarçado na mulher. O exibicionismo do atleta é
uma manifestação secundária, é o deslocamento do narcisismo para a criatividade motora; o
desejo de atrair atenção. No exibicionismo, está subjacente a idéia de estética de movimento,
de elegância e vigor masculino, de graça e leveza feminina. Através da exibição, o atleta de
ambos os sexos solidifica e amplia a imagem do corpo ou esquema corporal, permitindo-lhe a
integração entre corpo e espírito. A exacerbação do exibicionismo pode provocar no atleta o
que é chamado de ‘máscara ou mascarado’, adquirindo característica de senda patológica. O
certo é que o exibicionismo constitui importante elemento da agostica, dos mais
insubstituíveis, mola propulsora que leva o atleta a lutar; e certamente o mais perigoso de
causar-lhe dano (SILVA, 1967).
37
O termo motivação denota os fatores e processos que levam as pessoas à ação ou à
inércia em diversas situações. De modo mais específico, o estudo dos motivos implica no
exame das razões pelas quais se escolhe fazer algo ou executar algumas tarefas, com maior
empenho do que outras ou, ainda, persistir numa atividade por longo período de tempo. Em
muitos casos, atletas superam a dor ocasionada por lesões menos graves, motivados
principalmente por competições de grande repercussão ou para provarem algo a si próprios
(CRATTY, 1984).
Segundo Silva (1967, p. 39), em sentido amplo, pode-se dizer que motivação é a soma
de todos os elementos da agonística. Em sentido restrito, destacam-se:
a) A necessidade de sensações, ou seja, o prazer que a atividade lúdica provoca no
ser humano. [...] É a busca de um prazer, uma diversão, um regozijo pela capacidade
de imaginar e realizar, em suma, é a capacidade de criatividade motora que
proporciona sensação de prazer, mesmo que ela não atinja um grau de excelência; b)
O interesse de competir, isto é, a manifestação ostensiva da necessidade de
afirmação para obter estima e reconhecimento; c) A necessidade de afiliação, de
incorporar-se ao meio social, através da demonstração de força ou de habilidade
motora; d) Dificuldade de afirmação em nível superior; e) Necessidade de evasão
nos esportes como forma de exploração e integração na natureza ampla; a atividade
esportiva encerra algo de identificação com as forças naturais, atendendo a
remanescentes arcaicos e regresso à vida infantil; f) O papel do corpo como situação
motivante, isto é, a atividade esportiva constitui eficiente meio de esclarecimento da
função do corpo e da não de sua imagem; g) A independência financeira possível
em esportes altamente profissionalizados (SILVA, 1967, p. 39 a 41)
Cratty (1984) distingue dois tipos de motivação: a intrínseca e a extrínseca. A primeira
seria a estimulação pela própria tarefa. A outra se relaciona a um esforço modelado por
prêmios materiais e sociais, externos à natureza e ao interesse na tarefa.
Samulski (1995) considera que a motivação de um atleta depende de determinantes
internos e externos. Entre os determinantes internos, encontram-se: a) Aspiração, que seria a
expectativa quanto ao próprio desempenho futuro; b) Motivação, que depende da hierarquia
dos motivos. Segundo essa hierarquia, o motivo mais desejado na vida é o da auto-realização,
que no esporte pode ser obtida de várias maneiras; c) Atribuição causal, em que o atleta busca
analisar os fatores que foram responsáveis pelo êxito ou pelo fracasso. Essa atribuição pode
ser interna (próprios esforços) ou externa (dificuldade da tarefa ou casualidade). Já os
38
determinantes externos dizem respeito a: incentivos: elogios, reconhecimento, dinheiro;
dificuldades e problemas: tarefas muito fáceis ou muito diceis são desmotivadoras. O que se
observa é que existe uma relação curvilínea entre a motivação e o rendimento esportivo:
índices muito baixos ou muito altos de motivação implicam em rendimentos baixos; uma
motivação média parece favorecer um rendimento máximo.
O objetivo do ensino e treinamento deve desenvolver no atleta a capacidade de
autocontrole, automotivação (motivão intrínseca) e a capacidade de assumir
responsabilidade em situações de fracasso. A motivação no esporte depende da estrutura da
personalidade do atleta, sobretudo de como e em que medida se convertem algumas
necessidades esportivas relevantes em alguma característica da estrutura deste indivíduo. O
desenvolvimento intelectual é um forte aliado do desportista que busca o sucesso; nesta
dimensão, a visão da necessidade e utilidade da prática esportiva, relacionando o
envolvimento do treinamento físico com questões de ordem geral, as funções socializadoras,
as funções compensadoras no esporte. Considerando que o reforço intelectual da motivação
no esporte requer um determinado nível intelectual, é compreensível que este esforço possua
uma maior importância entre pesquisadores da Psicologia do Esporte do que propriamente
entre os esportistas ou dirigentes (BARRETO, 2002).
De Marco e Junqueira (1993) consideram que a motivação nos esportes é determinada,
por um lado, pelas possibilidades específicas do esporte como campo de ação e de vivência, e
por outro lado, pela influência dos aspectos motivacionais específicos da personalidade.
Segundo Becker (2000), a principal função do técnico é o de motivador. Os
treinadores reconhecem este fato como sendo principal, tanto nos treinamentos como nas
competições. Segundo Webster apud Magill (2000), a atitude do técnico frente à sua equipe
antes do jogo pode ser encorajadora, apesar da ansiedade gerada pela competição e vontade de
perseguir a vitória, ou pode ser frustradora, criando um nível tão alto de ansiedade que ela
39
interfere no desempenho dos jogadores, bloqueando as atividades positivas, acarretando-lhes
uma derrota. Assim, alguns pontos que devem ser enfatizados para o alcance cada vez maior
da participação nos programas de esporte: a) aplicação de uma dinâmica adequada aos
programas visando facilitar os caminhos que despertam os motivos dirigidos à aprendizagem;
b) os técnicos devem assumir uma postura crítica e científica sobre o seu trabalho, e que este
deve levar em conta as necessidades e desejos específicos dos indivíduos; c) os problemas
relacionados aos programas de treinamento devem ser revisados continuamente construindo
novos compromissos e descobrindo outras possibilidades de ensino.
2.2 PSICOLOGIA DO ESPORTE
A Psicologia do Esporte tem como meio e fim o estudo do ser humano envolvido com
a prática de atividade física e esportiva competitiva e não competitiva. Esses estudos podem
abarcar os processos de avaliação, as práticas de intervenção ou a análise do comportamento
social que se apresenta na situação esportiva a partir da perspectiva de quem pratica ou assiste
ao espetáculo (RÚBIO, 2000 a).
A Psicologia no Esporte é a transposição da teoria e da técnica das várias
especialidades e correntes da Psicologia para o contexto esportivo, seja no que se refere à
aplicação de avaliações para a construção de perfis, seja no uso de técnicas de intervenção
para a maximização do rendimento esportivo (FEIJÓ, 2000).
O processo de avaliação psicológica no esporte é conhecido como psicodiagnóstico
esportivo e está relacionado diretamente com o levantamento de aspectos particulares do
atleta ou da relação com a modalidade escolhida. As investigações de caráter diagnóstico têm
como objetivo determinar o nível de desenvolvimento de funções e capacidades no atleta com
a finalidade de prognosticar os resultados esportivos (FEIJÓ, 2000).
40
No esporte de alto rendimento, o psicodiagnóstico está orientado para a avaliação de
características de personalidade do atleta, para o nível de processos psíquicos, os estados
emocionais em situação de treinamento e competição e as relações interpessoais. Com o
resultado do diagnóstico, pode-se chegar a conclusões referentes a algumas particularidades
pessoais ou grupais que oferecem subsídios para se fazer uma seleção de novos atletas para
uma equipe, para mudar o processo de treinamento, individualizar a preparação técnico-tática,
escolher a estratégia e a tática de conduta em uma competição e otimizar os estados psíquicos.
Ostodos utilizados para esse fim podem ser tanto da categoria de alise de
particularidades de processos psíquicos, nos quais se enquadram os processos senrios,
sensórios-motores, de pensamentos, mnenicos
3
e volitivos
4
como os de ordem
psicossociais, nos quais são estudadas as particularidades psicológicas de um grupo esportivo,
buscando revelar e explicar sua dinâmica (LUCCAS, 2000).
Para Rubio (2001c), diferentemente de outras áreas da Psicologia, nas quais já foi
desenvolvido e validado um grande número de instrumentos de avaliação, a área de esportes
ainda carece de referencial e conhecimento específicos para investigação, e isso tem
acarretado problemas bastanterios. Um deles é a utilizão de instrumentos advindos da
avaliação em psicologia clínica, utilizados indevidamente na avaliação esportiva. O outro é a
importação de instrumentos de psicodiagnóstico esportivo, desenvolvido em outros países e
aplicados sem adaptação à população brasileira, que apresenta condições físicas e culturais
distintas de outras populações. Diante disso, questões de ordem ética têm emergido para
reflexão sobre o uso e abuso de resultados obtidos por meio de instrumentos de avalião
psicológica no esporte. Se naquilo que se refere ao psicodiagnóstico esportivo a Psicologia do
Esporte brasileira ainda busca sua maturidade, é na prática da intervenção psicológica junto a
3
Mnemônico: Técnica para desenvolver a memória e memorizar coisas, que utiliza exercios e ensina artifícios,
como associação de idéias ou fatos difíceis de reter a outros mais simples ou mais familiares, combinações e
arranjos de elementos, números etc.
4
Volitivo: Capacidade sobre a qual se baseia a conduta consciente de se decidir por um certo tipo de conduta em
função de motivações. As funções mentais dividem-se em afeto, cognição e volição.
41
atletas e equipes que se pode observar a multiplicidade de perspectivas. No caso das
modalidades coletivas, o foco da intervenção recai sobre as relações grupais, a formação de
vínculo e organização de liderança, e aqui também a diversidade de procedimentos é grande.
São amplamente utilizados os jogos dramáticos advindos do psicodrama, o desenvolvimento
de autoconhecimento por meio das técnicas de senso-percepção, bem como procedimentos
verbais originários da psicanálise de grupos. (RÚBIO, 2000a).
A Psicologia do Esporte não é feita apenas dos aspectos relacionados com a prática
esportiva. Ela também é feita do estudo do femeno esportivo a partir do referencial da
Psicologia Social (RUBIO, 2001b). Segundo a autora:
Por essa perspectiva, o esporte é reconhecido como um conjunto complexo de
elementos que envolvem o atleta, protagonista do espetáculo; o espectador e a
torcida, razão da realizão do espetáculo; e os patrocinadores e as empresas
empenhados com a manutenção de equipes e atletas, responsáveis diretos pela
transformação do esporte em um dos principais negócios do planeta e pela superação
do amadorismo, um dos elementos fundantes do Olimpismo moderno. Isso porque é
possível afirmar que toda manifestação esportiva é socialmente estruturada, na
medida em que o esporte revela em sua organização, no processo de ensino-
aprendizagem e na sua prática, os valores subjacentes da sociedade na qual ele se
manifesta (RUBIO, 2001b, p. 4)
Recentemente, alguns estudiosos começaram a repensar a Psicologia do Esporte,
transferindo-a de um modelo de habilidades individuais e passaram a observar a necessidade
de uma aproximação com a Psicologia Social para a compreensão e explicação desse
fenômeno complexo e abrangente que é a atividade física e esportiva. Questões como o
desenvolvimento do atleta, formas de manejo e controle de concentração e ansiedade,
aspectos de liderança em equipes, estudadas e tratadas de maneira pontual e pragmática
dentro da Psicologia do Esporte voltada para o rendimento, foram deslocadas de contextos
sociais maiores que é o lugar e o momento que o atleta está vivendo (RUBIO, 2001b).
É também pela perspectiva da Psicologia Social que a Psicologia do Esporte tem
atuado junto aos projetos sociais em que o objetivo primeiro dessas instituições é promover o
desenvolvimento da prática da cidadania ou oferecer alternativas de socialização,
42
principalmente para crianças e jovens, tendo o esporte como facilitador. É o esporte como
meio e não como fim (AZEVEDO; JUNISHI, 2000).
Para Barreto (2002), a Psicologia Social é fundamental nos esportes coletivos. Dirige-
se para o estudo das relações entre os atletas, das relações entre o atleta e o grupo, e entre o
grupo social e o outro. Uma equipe de basquetebol terá mais chances de vitórias ou mesmo de
ganhar um campeonato se o grupo for coeso, ou seja, um número de pessoas integradas,
voltadas para objetivos comuns. São as chamadas unidades morais, espirituais e psicológicas
de uma equipe. Uma equipe unida necessita de várias condições: um grupo identificado com a
meta estabelecida e consciente da sua realidade; pessoas afirmativas, seguras, disciplinadas,
guerreiras, maduras psicologicamente, controladas emocionalmente, conscientes da árdua
tarefa que têm pela frente; presença de um líder tático e um líder afetivo do tipo senso-prático;
liberdade para criar, sem críticas.
2.3 O ESPORTE E A PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE
Na literatura pesquisada, verificou-se que há um grande número de pesquisadores e
profissionais voltados à pesquisa da personalidade em situações esportivas. No entanto,
muitas questões sobre este assunto ainda não foram devidamente equacionadas e esclarecidas.
Entre psilogos e pesquisadores, existem divergências entre o próprio conceito de
personalidade e sobre as teorias que tentam explicar sua aplicação na Psicologia do Esporte.
De um modo geral, os psicólogos não aceitam a idéia de que a personalidade seja
simplesmente atratividade social, porque essa iia lhe atribuiria um significado demasiado
restrito (WEINBERG; GOULD, 2001).
Entre os vários pontos em debate no estudo da personalidade, merecem destaque o
tratamento idiográfico (individual) em contraposição ao tratamento nomotético (geral) que se
43
refere aos efeitos da hereditariedade e do ambiente na formação da personalidade (FADMAN;
FRAGER, 1986).
Ao se referirem à natureza da personalidade, os pesquisadores se defrontam com outro
debate conceitual, de igual essência ao referido acima, qual seja, a existência da controrsia
entre a influência da hereditariedade (genética ou constituição) e do ambiente
(comportamento) na formação da personalidade do indivíduo. Essa polêmica tem feito com
que muitos psicólogos enfatizem mais a importância de uma ou de outra para o
desenvolvimento de um indivíduo. As discussões acerca da preponderância dos elementos
ambientais ou hereditários na gênese da Personalidade são antigas e inconclusivas. A
tendência moderna e politicamente correta seria entender a pessoa como um resultado de
influência equilibrada dos elementos ambientais e hereditários; mas, como o politicamente
correto sempre se caracteriza por acentuada simulação de discurso, melhor é compreender as
duas concepções.
Allport (1973, p. 98) enfatiza que o aspecto mais importante do acordo científico é que
nenhuma qualidade ou aspecto seja de origem exclusivamente hereditária ou exclusivamente
ambiental. Os dois fatores causais devem estabelecer uma relação de equação entre elas, ou
seja, um fator deve atuar como multiplicador; desta forma, se um dos dois fatores for zero,
não poderá haver personalidade.
Mcgurk (1976) coloca que a questão da hereditariedade e meio-ambiente assumem
três posições distintas: 1) O determinismo genético extremo é adotado por aqueles que
acreditam que o desenvolvimento seja resultante do desenvolvimento maturacional do plano
genético básico com que cada indivíduo é dotado no momento da concepção; e que as
diferenças ou semelhanças entre os indivíduos são atribuídas à herança genética de cada um.
2) Por outro lado, a posição ambientalista, enfoca o desenvolvimento como resultado da
aprendizagem e experiência, onde as diferenças individuais surgem em respostas às diferenças
44
no encontro com o meio externo. 3) A posição interacionista rejeita o fato de que o
desenvolvimento seja determinado totalmente por uma ou por outra influência, mas pelo
produto entre as duas determinantes.
Smith (1977, p. 13 e 14) propõe um modelo de quatro mecanismos de influência. São
eles: 1) Mecanismo Genético-Constitucional Direto: sugere uma influência dos genes e/ou da
constituição de maneira direta na formação da Personalidade. Neste caso, a influência
ambiental é diminuta e a participação constitucional é quase absoluta. São poucas as situações
que se enquadram neste mecanismo e a maioria delas refere-se aos casos de deficiência
mental, como por exemplo: Síndrome de Down; 2) Mecanismo Genético-Constitucional
Indireto: os genes são herdados como possibilidades de se tornarem ou não determinantes de
características na personalidade, dependendo do tipo de atuação ambiental. Um indivíduo que
tenha em si uma potencialidade genética de ser alto, por exemplo, poder terminar seu
desenvolvimento com baixa estatura se o meio não lhe fornecer condições adequadas de
nutrição. 3) Mecanismo Ambiental Geral: dentro do espaço sociocultural a que pertence o
indivíduo pode favorecer o desenvolvimento de alguns traços peculiares na forma de
relacionamento para com o mundo. Os estímulos, as solicitações, as oportunidades de
treinamento, as normas de convivência, enfim, o patrimônio oferecido à pessoa através do
sistema sócio-cultural e ambiental poderão determinar modalidades características da pessoa
existir. Será sobre as potencialidades constitucionais que o ambiente desempenhará uma ação
modeladora da Personalidade, ou seja, o ambiente poderá alterar os rumos do
desenvolvimento geral conferindo uma determinada maneira do indivíduo ser. 4) Mecanismo
Ambiental Específico: encontram-se aqui os elementos ambientais relacionados a
determinados aspectos do desenvolvimento da Personalidade. Neste caso, pode-se detectar um
elemento ambiental específico e responsável pela alteração no rumo do desenvolvimento da
45
Personalidade. Isso quer dizer que sem este fator ambiental específico a Personalidade
tomaria outro rumo e o indivíduo apresentar-se-ia na vida com outra performance existencial.
Apesar de existir a concordância entre alguns autores de que nenhum aspecto da
personalidade está livre da influência da hereditariedade e do meio-ambiente, é um tanto
difícil predizer quanto desta ou daquela característica é devida aos dois fatores. Conforme
Allport (1973, p.100):
Uma pessoa pode dever um determinado traço principalmente à hereditariedade,
enquanto outra, pode dever o mesmo traço à aprendizagem. Uma pode ser reservada
e quieta por causa do seu temperamento, e ser irritável, sobretudo por razões
genéticas, outra, por causa da superestimulação e frustrações em suas experiências
de vida (ALLPORT, 1973, p. 100).
Segundo Singer (1986, p. 82), “a genética fornece a estrutura do indivíduo enquanto
que as experiências de vida estimulam ou reprimem as tendências comportamentais” e, nesse
sentido, a maioria dos psilogos aceita a hipótese de que a estrutura e dinâmica da
personalidade do indivíduo determinam o seu comportamento.
Quando o comportamento é demonstrado, o resultado puro é reflexo do nível em que
uma variedade de traços de personalidade existe. [...] Assim, o arranjo dos sistemas
psicofísicos de cada pessoa dita as tendências a responder de uma forma predizível
quando estimulada. [...] Essas tendências são construídas através dos anos, e a partir
de então, o comportamento torna-se mais estabilizado com a experiência e o tempo,
ficando mais resistente às mudanças ou modificações à medida que aumenta a força
do hábito (SINGER, 1986, p. 82)
Santos (1978) diz que mesmo que o comportamento possa ser previsto sob certos
aspectos, todo ato humano é pessoal, dependendo das coordenadas que constituem a
personalidade do indivíduo, de suas condições no momento e das variáveis externas que
facilitam, dificultam ou impedem as suas reações. Muitos aspectos como atributos físicos,
fatores cognitivos, condições socialmente geradas e agentes ambientais, atuam sobre o
indivíduo, influindo no seu comportamento. No entanto, para Allport (1973 p. 232 e 281):
Apesar da situação poder provocar grandes modificações no comportamento,
poderá fazê-lo dentro dos limites potenciais apresentados pela personalidade. [...] Os
traços de personalidade, por serem fixos e esveis, são considerados amplitudes de
comportamento possível e, a partir daí, podem ser ativados em diferentes pontos
dessa amplitude, de acordo com as exigências do ambiente. Uma pessoa só poderá
perceber a situação presente e executar o que a tarefa realmente exige, se for através
de suas capacidades anteriores (ALLPORT, 1973, p. 232 e 281).
46
Qualquer uma das duas posições não deve ser levada ao extremo de forma isolada.
Não há dúvida de que pessoas de componentes hereditários semelhantes, como gêmeos, por
exemplo, sob pressões ambientais diversas, apresentam personalidades diversas; da mesma
forma, ambientes culturais homogêneos não determinam a total uniformidade das pessoas que
nele vivem. Existe, sim, o fato de que pessoas de ambientes socioculturais comuns
apresentarem características comuns. A existência destas qualidades comuns, todavia, não
significa que todos os integrantes daquela cultura são naturalmente iguais (HALL et al, 1984).
O problema central da formação da personalidade reside, então, em dois termos. O
primeiro se refere ao conjunto de dados relativos à hereditariedade, o segundo, os que
derivam do ambiente. Em termos de Psicologia da Personalidade, parece que a visão mais
adequada é a que considera a personalidade como função de ambos os fatores. Dessa forma,
não seria a personalidade uma resultante da ação exclusiva das forças do ambiente e da
natureza, mas da conjunção dessas forças com as derivadas da capacidade de
autodeterminação do ser humano. Atualmente, o mais sensato seria admitir uma natureza
biopsicossocial para como origem da Personalidade e o peso com que cada qual desses
elementos participam na maneira como a pessoa é hoje, será variável e individual
(BARRETO, 2002).
2.3.1 Definição de personalidade
O termo personalidade, em português, ou personanlité, em francês, ou personality, em
inglês, provém da palavra latina persona, que muitos autores admitem que, originalmente,
significava uma máscara usada pelos atores no teatro antigo. Conforme essa derivação, não é
de surpreender que a interpretação, nos dias de hoje, conserve ainda resquícios daquela
significação, isto é, as aparências exteriores do indivíduo ou suas qualidades superficiais. Carl
47
Jung usava o conceito persona, em sua descrição da estrutura da personalidade, em oposição
às características mais íntimas e básicas. A persona reporta-se a comportamento facilmente
reconhecido, mas que constitui somente uma pequena parte da personalidade integral. Numa
interpretação livre, pode significar a aparência externa, a face externa do “eu” usada pelas
pessoas em resposta às exigências da convicção social (LUNDIN, 1974, p. 4).
Definições psicológicas classificam a personalidade em várias categorias, dependendo
do aspecto que está sendo enfatizado, podendo ser: a) Omnibus: a personalidade é a soma de
todo o comportamento; b) Integrativas: a personalidade se acentua sobre algum princípio de
organização, não é dada ao acaso, poderá ser um impulso básico, uma necessidade. São
padrões de satisfação, negação, atraso e punição, operados em nossa sociedade desde a
infância; c) Hierárquicas: acentuam as relações divisórias, demarcando funções ou camadas
de traços característicos; d) Ajustamentos: a personalidade consiste nos aspectos do indivíduo
que o dirigem para manter-se instável e equilibrado, em harmonia com aquilo que o cerca
(LUNDIN, 1974, p. 4 e 5).
Smith (1977, p. 6 a 8) afirma que: “Personalidade é a organização dinâmica de traços,
no interior do eu, que determina o único modo de o indivíduo desempenhar seus papéis
sociais”. Considerando essas e outras definições, o autor ordenou a personalidade em três
definições: a) Definição de Traços: a personalidade tem unidades; estas unidades estão
organizadas e sua organização determina interações com o meio ambiente. Smith sintetizou
assim as interpretações da corrente de psicólogos que adotam “unidades” como respondentes:
Uma personalidade é um indivíduo distinto, definido pelos traços que o diferenciam de
outros indivíduos”. A definição por traços preocupa-se com as dimensões que ajudam a
distinguir uns indivíduos dos outros. b) Definição Organizacional: os que acreditam que o
maior progresso virá da atenção dada ao todo, ao invés das partes; salientam que a
personalidade é uma organização dinâmica. Ressaltam o fato dos indivíduos serem
48
organismos vivos e que estes constituem um sistema de estrutura e atividades sob
coordenação central. Os psicólogos interessados nas fragilidades e intensidades da
organização da personalidade preferem a seguinte definição: “Uma personalidade é um todo
dinâmico, definido pelos diferentes atributos estruturais do eu”. c) Definição Interacional: os
interacionistas afirmam que o homem é um animal social que só pode ser completamente
compreendido, considerando-se o contexto social em que vive e se desenvolve. Afirmam,
também, que nada é tão importante quanto outras pessoas para a determinação da natureza do
indivíduo e, além disso, afirmam que a coisa mais importante e valiosa para se compreender
uma pessoa é o seu modo geral de interagir com outras. “Personalidade é um campo
organismo-ambiente, definido por sua maneira característica de desempenhar papéis sociais”.
2.3.2 Conceitos de personalidade
Segundo Allport (1973), o ser humano é dotado de características que o diferenciam
dos demais, que o fazem um ser único, é capaz de realizar complexas relações no seu meio e
cada pessoa pode reagir de maneiras diferentes a uma mesma situação ou estímulo. Pode-se
dizer que a individualidade é uma marca do homem e se forma a partir de um conjunto de
fatores como a genética, o meio em que vivem ou mesmo acontecimentos durante sua vida. O
homem trás consigo marcas e potencialidades desde o seu nascimento e que dentro de certos
limites poderão ser influenciados por diversos fatores. Esse conjunto de características
herdadas e adquiridas irá formar a personalidade do indivíduo que será própria de cada ser, e
determinante no rumo que sua vida irá tomar, nas suas decisões, e até mesmo na profissão que
irá seguir. Para Allport (1973, p. 27):
A personalidade é a organização dinâmica, no indiduo, dos sistemas psicofísicos
que determinam seu comportamento e seu pensamento característicos, são as
relações do conjunto, corpo e mente que interagem mutuamente e que motivam e
influenciam seus pensamentos e atos, e será determinante no processo de adaptação
do indivíduo (ALLPORT, 1973, p. 27)
49
Conforme Lawther (1978, p. 102): “A personalidade é um termo usado para
caracterizar o indivíduo e se forma à medida que a pessoa cresce e se relaciona com o meio e
o temperamento. É um termo usado para indicar a natureza das reações mentais e
emocionais”. Segundo Lundin (1974 p. 4):
Uma interpretação possível é a de considerar a personalidade como a soma total das
respostas de uma pessoa, isto é, tudo que uma pessoa faz ou é capaz de fazer. [...]
Personalidade é a organização do equipamento comportamental singular que cada
indivíduo adquiriu sob condições especiais de seu desenvolvimento (LUNDIN,
1974, p. 4)
Ao estudar as definições de vários autores, combinando-as segundo a posição
nomotética, Eysenck apud Barreto (2002, p. 149) conceituou assim a personalidade:
Personalidade é a soma total dos modos comportamentais atuais e potenciais do
organismo, determinados pela hereditariedade e meio. Ela nasce e se desenvolve
através da interação funcional de quatro setores sobre os quais os modos
comportamentais se organizam: o cognitivo (inteligência), o conotativo (caráter), o
afetivo (temperamento) e o somático (constituição) (EYSENCK apud BARRETO,
2002, p. 149).
Para Weinberg e Gould (2001, p. 50), “Personalidade é a soma das características que
tornam uma pessoa única. O estudo da personalidade ajuda-nos a trabalhar melhor com
estudantes, atletas e praticantes de exercício”.
2.3.3 Teorias da Personalidade
A origem da Teoria da Personalidade deve muito mais à profissão médica e às
exigências das práticas médicas, visto que a formação dos pioneiros nesse campo (Freud, Jung
e outros) é um resultado da combinação de suas teorias da personalidade com a prática
psicoterápica como meio de tratamento de doenças mentais, na tentativa de entender tanto a
natureza básica do homem quanto aos desvios e peculiaridades de sua conduta. À medida que
a Psicologia progredia, de uma análise introspectiva da mente humana para uma ciência de
comportamento humano, surgiu à necessidade do estudo da personalidade ser retirado do
50
domínio médico e psicoterápico para tornar-se parte integral de uma psicologia científica
(BRASIL, 1971).
As Teorias da Personalidade procuram analisar os fatos de natureza variada, na
medida em que os mesmos são significação funcional para o indivíduo. Outras Teorias da
Personalidade tendem a se agrupar em duas classes: 1) Aquelas que acentuam a estrutura ou o
tipo de personalidade, algumas baseadas no pressuposto de que todas as pessoas têm traços
comuns que podem ser medidos através de uma variedade de dimensões; 2) Aquelas que
acentuam o processo de desenvolvimento, considerando qualquer característica singular ou
específica da personalidade (BRASIL, 1971).
Segundo Brasil (1971), as Teorias da Personalidade também podem ser agrupadas pela
epistemologia, considerando as abordagens científica, analítica e sintética, em Teoria
Psicanalítica, Teorias Neopsicanalíticas, Teorias em Termos de Traço e Tipo, Teorias em
Termos de Associação e Aprendizagem e Teorias Fenemológicas.
Na literatura pesquisada, foram encontradas dezenove teorias diferentes de
personalidade. Neste estudo, dar-se-á atenção àquelas que deram origem ao estudo da
personalidade e que tenham ligação com a Psicologia do Esporte.
2.3.3.1 Teorias Tipológicas de Personalidade
Lundin (1974) e Eysenck (1977) dizem que, sob o ponto de vista histórico, as
primeiras tentativas para descrever a personalidade foram realizadas pelos antigos gregos e
consistiram em classificar os homens em várias categorias. Uma Teoria dessa natureza foi
creditada a Hipócrates, que apresentou que havia, basicamente, quatro tipos de homens: o
melancólico: propenso à tristeza, taciturno e circunspecto; o sangüíneo: feliz e jovial; o
colérico: excitável e irascível; e o fleumático: vagaroso e não-emotivo.
51
Wundt apud Eysenck (1977), acrescentando à teoria grega, afirmou existirem dois
princípios de reatividade aos processos afetivo-emocionais: a força e a velocidade de
mudança. Por exemplo, os coléricos e os melancólicos estão inclinados a fortes reações
afetivas, enquanto os sanguíneos e os fleumáticos, ao contrário, a reações muito fracas. Em
termos de velocidade de mudanças, os sangüíneos e os coléricos apresentam taxas de
respostas mais altas e os melancólicos e os fleuticos, mais baixas.
Eysenck apud Barreto (2002) substituiu os conceitos de mutável e imutável de Wundt
pelos tipos de personalidade introvertido e extrovertido. Ambos foram aceitos, sem
resistências, pelo atual contexto científico. O esquema apresentado foi considerado
extremamente útil pela Psicologia Moderna, em virtude de suas raízes históricas.
Outra tentativa para classificar os homens foi feita pelo psiquiatra alemão, Spranger,
em 1928, que propôs a existência de seis tipos de homens, de conformidade com sua
orientação para a vida: tipo teórico; tipo econômico; tipo potico; tipo estético; tipo social;
tipo religioso (LUNDIN, 1974).
A principal dificuldade, nas teorias tipológicas, é a suposição de que todas as pessoas
se enquadrarão num determinado e limitado número de classes. Essas teorias podem descrever
umas poucas características, que, de modo geral, constituem uma simplificação do
entendimento da personalidade.
2.3.3.2 Teoria Psicanatica de Personalidade
Popularizada por Sigmund Freud e pelos neofreudianos, Carl Jung e Erik Erickson, a
Teoria Psicanatica da personalidade é caracterizada por dois temas. Primeiro, são
enfatizados os determinantes inconscientes do comportamento, que Freud chamava de id ou
impulsos instintivos e o modo pelo qual tais impulsos entram em conflito com os aspectos
52
mais conscientes da personalidade, como o superego (a consciência moral) ou com o ego (a
personalidade consciente). Em segundo lugar, essa abordagem focaliza-se mais no
entendimento da pessoa como um todo do que na identificação de tros ou disposições
isolados (LUNDIN, 1974).
Para Lundin (1974, p. 24), a teoria de Freud realça o aspecto do desenvolvimento, ou
seja, como o ser humano tornou-se a espécie de personalidade que é hoje. Ao inverso das
teorias de traços e tipo lógicas, “Freud estava interessado nas causas do comportamento, nas
razões pelas quais nos comportamos e como o fazemos”. Freud destacou a significação da
mente inconsciente, acreditando que as razões para os atos devem ser encontradas em
acontecimentos passados, assim como nos instintos, que se acham armazenados no
inconsciente e não podem ser prontamente percebidos pela consciência.
Embora a Teoria Psicanalítica tenha tido um impacto importante sobre o campo da
psicologia, especialmente em abordagens clínicas à psicologia, ela teve pouco impacto na
Psicologia do Esporte. Weinberg e Gould (2001, p. 52) concluíram que a fraqueza da
abordagem psicodinâmica é que ela se focaliza nos determinantes internos do comportamento,
dando pouca atenção ao ambiente social. Por essa razão, muitos especialistas em Psicologia
Esportiva contemporâneos não a adotam.
2.3.3.3 Teoria dos Traços de Personalidade
Segundo Lundin (1974, p. 21), “a palavra traços refere-se a um termo que, de modo
geral, descreve determinadas respostas, nas quais parece existir alguma característica em
comum”.
Para Allport (1973), um traço pode ser conceitualizado “como uma predisposição da
pessoa para agir de modo particular diante da apresentação de certas classes de estímulos”,
53
distinguindo os traços em comuns, únicos ou pessoais. Os traços comuns são os aspectos da
personalidade com relão aos quais as pessoas de uma população geral podem ser
produtivamente classificadas em formas de comportamento. Mesmo sendo influenciados por
considerações nominais e artificiais, os traços comuns refletem, até certo ponto, disposições
verídicas e comparáveis em muitas personalidades que, em função da sua natureza humana e
cultura comum, desenvolvem, mesmo que em graus diferentes, modos semelhantes de
ajustamento aos seus ambientes. Em contra-partida, uma disposição pessoal ou traço
individual se refere a qualquer predisposição generalizada que seja peculiar ao indivíduo.
Allport subdividiu os traços únicos em três grupos: Cardeais, Centrais e Secundários. O traço
cardeal seria a característica predominante da personalidade de cada um. Os traços centrais
são as descrições predominantes da personalidade. Um homem pode ser descrito com traços
centrais de extroversão, dominação, agressão e confiança em si mesmos. Os tros
secundários são mais superficiais e, obviamente, menos reconhecidos e expressos. Referem-se
às reações de uma pessoa a situações mais específicas. Allport concluiu que a Psicologia não
pode eliminar a concepção de predisposição, que supõe uma prontidão para respostas, sem a
qual seria impossível explicar a estabilidade e coerência do comportamento. (ALLPORT,
1973).
Para Nuttin (1969, p.13), a personalidade de um indivíduo é caracterizada pela
composição individual dos traços de personalidade: necessidades, motivos, interesses,
atitudes, temperamento, sendo que certos traços referem-se mais aos aspectos formais da
conduta e da personalidade, enquanto que outros se relacionam mais às nossas opiniões,
interesses e atitudes com relação a determinadas classes de objetos.
Cattell (1975) enfatiza que a personalidade pode ser vista como uma configuração
total, na qual se pode reconhecer três subestruturas ou grupos de traços: traços cognitivos ou
habilidades, traços de temperamentos ou estilísticos e traços dinâmicos. O autor desenvolveu
54
um inventário com 16 fatores (chamados também de dimensões) de personalidades
independentes, que ele acreditava descreverem uma pessoa, nos quais traços diferentes
mantinham, reciprocamente, alta correlação.
Eysenck apud Barreto (2002) considera dois traços os mais significativos, que seriam
dimensões primárias da personalidade: extroversão e neurotismo. Essas dimensões são
representativas da atividade nervosa. Dessa forma a extroversão é um contínuo entre
extroversão e introversão e o neurotismo é um contínuo entre neurotismo (instabilidade
emocional) e psicotismo (estabilidade emocional). Essas dimenes permitiriam uma
descrição do comportamento das pessoas. O autor argumenta que a personalidade pode ser
mais bem entendida considerando-se os traços que são relativamente permanentes e estáveis
com o passar do tempo.
A Teoria dos Traços pressupõe que as unidades fundamentais da personalidade
(traços) são relativamente estáveis, sendo permanentes e consistentes em uma variedade de
situações. Considera-se que os tros predispõem uma pessoa a agir de uma certa forma,
independentemente da situação ou da circunstância. Entretanto, uma predisposição não
significa que o atleta sempre agirá dessa maneira; significa dizer apenas que o atleta
provavelmente será competitivo em situações esportivas (BARRETO, 2002).
2.3.3.4 Teoria da Personalidade da Aprendizagem
A Teoria da Aprendizagem, segundo Lundin (1974, p. 31), estuda os processos
significativos para o ajustamento humano. Entre as questões examinadas, destacam-se: como
funciona a aprendizagem no nosso desenvolvimento inicial, a importância da motivação, os
efeitos das condições aversivas como o castigo e a ansiedade, o conflito e suas conseqüências
e a importância de aprender um comportamento novo em psicoterapia. As teorias da
55
aprendizagem, que tratam dos problemas da personalidade, realçam a importância do reforço
para o desenvolvimento do comportamento, ou de sua supressão, para a eliminação de formas
inadequadas de comportamento.
A Teoria da Aprendizagem pressupõe a existência de padrões de comportamento,
adquiridos durante o longo período de desenvolvimento humano, e que estes formam a
personalidade. Por exemplo, as condições vigentes na infância e na adolescência contribuem
para o tipo especial de personalidade que se irá possuir na idade adulta. Ou seja, a Teoria da
Aprendizagem diz que o comportamento é em parte determinado pela situação ou ambiente.
Essa abordagem sustenta que influências e reforços ambientais moldam a forma de como a
pessoa se comporta. Pode-se agir com confiança em uma situação, mas com reservas em
outras (LUNDIN, 1974).
2.3.3.5 Princípio da Abordagem Interacional
A Abordagem Interacional considera a situação e a pessoa como co-determinantes de
comportamento, ou seja, variáveis que, juntas, determinam comportamentos. Conhecer os
traços psicológicos e a situação particular de um indivíduo é útil para entender o
comportamento. Não apenas os traços pessoais e os fatores situacionais determinam
independentemente o comportamento; às vezes, eles interagem ou se misturam de formas
singulares para influenciar o comportamento (WEINBERG; GOULD, 2001).
A maioria dos psilogos e pesquisadores do esporte prefere a abordagem interacional
ao estudo do comportamento. Bowers apud Weinberg e Gould (2001) verificou que a
interação entre pessoas e situações poderia explicar duas vezes mais comportamentos do que
os traços ou situações isoladamente (WEINBERG; GOULD, 2001).
56
2.3.4 Estrutura da personalidade
Para Weinberg e Gould (2001), a personalidade está dividida em três níveis separados,
porém relacionados entre si: a) Núcleo Psicológico: é o nível básico da personalidade, o
componente mais profundo. Ele inclui atitudes e valores, interesses e motivações e crenças
sobre si e seu valor. O Núcleo Psicológico representa a peça central da personalidade e é o ‘eu
real’, e não quem o indivíduo quer que os outros pensem o que ele é; b) Respostas Típicas:
são as formas como cada indivíduo aprende a ajustar-se ao ambiente ou como geralmente
responde ao mundo; c) Comportamento Relacionado ao Desempenho de Pais: é a forma
como se age, baseado em como se percebe uma situação social. É o aspecto mais variável da
personalidade, onde situações diferentes requerem o desempenho de papéis diferentes
(Martens, 1977).
Barreto (2002, p. 149, 150, 151) reuniu as teses de Cattel, Allport, Cratty e Eysenck, e
dividiu a estrutura da personalidade em setores. a) Setor Cognitivo: relaciona-se à inteligência
e é suportada por três aspectos: aptidão para pensar de maneira abstrata; aptidão para
aprender; aptidão para adaptar meios aos fins; b) Setor Conativo: relaciona-se ao caráter; c)
Setor Afetivo: relaciona-se à estrutura emocional do indivíduo na sua natureza biológica. A
intensidade das respostas emocionais varia entre as pessoas, porém com mais freqüência no
esporte; d) Setor Somático: relacionam-se à constituição física e à aparência do indivíduo.
2.3.5 Desenvolvimento da personalidade no esporte
A importância da atividade física no desenvolvimento da personalidade é reconhecida
tanto pelas Ciências do Esporte como por professores, treinadores e atletas. Pessoas com
determinada estrutura da personalidade se interessam por modalidades esportivas especiais ou
57
por determinada forma de prática esportiva. Assim, para o rendimento esportivo, algumas
características como sociabilização, estabilidade emocional e motivação se desenvolvem com
a prática esportiva, sendo necessárias certas características de personalidade, como:
capacidade de liderança, domincia, extroversão e comunicação social.
Para Samulski (2002b, p. 37), desenvolvimento da personalidade é o desenvolvimento
integral de um indivíduo que inclui: desenvolvimento motor, motivacional, cognitivo, social e
emocional, da infância até a idade adulta. Parte-se do princípio de que o desenvolvimento da
personalidade pode ser influenciado num grau elevado por meio de processos de
aprendizagem individual e de socialização, em que: a) Individualização é o processo de
desenvolvimento da autodeterminação do indivíduo, aquele que objetiva uma diferenciação e
amadurecimento da personalidade de forma autônoma. Autoconfiança e auto-identidade
deverão ser desenvolvidas de maneira recíproca em comportamentos futuros. b) Socialização
é o processo pelo qual a pessoa adquire capacidades sociais, como percepção social, o idioma,
motivos e atitudes sociais, integração, interação e comunicação social, que lhe permite agir
adequadamente em situações sociais.
Lundin (1974, p. 9) destaca as mudanças comportamentais que ocorrem quando o
organismo interage com estímulos em seu ambiente: a) O comportamento aprendido na
inncia está entre os primeiros aprendidos e persiste na vida adulta; b) A mesma intensidade
de privação é relativamente mais forte na infância do que na vida adulta; c) Há determinados
períodos críticos no processo de desenvolvimento e certos tipos de comportamento que
podem ser normalmente modelados durante esses períodos.
A linha comportamental trabalha com o desporto através de um esquema de adequação
do comportamento pela premiação ou punição. Deste modo, a mudança do comportamento,
que acontecerá através de estímulos e respostas, erros e acertos, incentiva o comportamento
adequado ou elimina o inadequado otimizando os atletas na busca da conquista desportiva. A
58
psicologia comportamental é treinável; é, neste ponto, onde os técnicos, preparadores físicos e
demais profissionais da área da ciência do treinamento encontram respaldo para a incluírem
em seus trabalhos (RAMIREZ, 1999).
Segundo Feijó (1998), até o presente, a escola comportamentista tem sido aquela mais
utilizada na Psicologia Aplicada ao esporte. Seu método principal tem sido o estímulo-
resposta, o reflexo condicionado, os testes psicotécnicos. Do ponto de vista humano, o
comportamentismo tem sido mecanicista com um pragmatismo mais preocupado com os
resultados do atleta do que com o bem estar total do atleta como pessoa.
Na visão psicanalítica, o corpo no desporto pode ser considerado o acúmulo de
experiências motoras provenientes de estímulos internos e externos, e suas manifestações
físicas serão as somatórias dos princípios de prazer ou desprazer provenientes de diversos
momentos da vida do atleta e aparecerão constituídas das inúmeras técnicas de controle
corporal. Em um determinado momento desportivo, estas manifestações podem se expandir
em representações simlicas e modificar as relações entre o atleta e o desporto,
principalmente quando se trata do sucesso ou fracasso das ações desportivas. (RAMIREZ,
1999).
2.3.5.1 Relações entre personalidade e esporte
A importância do esporte como formador de virtudes e da personalidade foi propagada
e salientada em todas as épocas, nas mais diversas condições sociais e predominantemente em
sistemas sociais fechados. Pode-se afirmar que a prática desportiva tem efeitos diretos sobre o
corpo humano, e supõe-se que exista esta relação desde a Antiidade.
Sack apud Thomas (1983) previu duas hipóteses ou variantes quanto à relação entre
esporte e personalidade: 1) Pessoas com uma estrutura de personalidade específica buscam
59
atividades numa modalidade desportiva condizente. Existe uma afinidade estrutural entre a
modalidade desportiva e a personalidade. A correlação entre o esporte e a personalidade, por
conseguinte, seria explicável pela seleção e não pela aprendizagem. Exemplo: as pessoas
orientadas para o rendimento se dedicam ao esporte competitivo, as agressivas se interessam
pelo boxe e as pessoas introvertidas pelos esportes individuais; 2) A prática do esporte altera a
personalidade do atleta. Qualidades da personalidade já existentes, medianamente
pronunciadas, tornam-se fortemente pronunciadas pela prática intensiva do esporte; por
exemplo: a ambição pela performance. No ímpeto de um processo de socialização ou
aprendizagem compensada, o esporte permite substituir as qualidades indesejáveis da
personalidade por qualidades desejáveis. Samulski (2002, p. 38) acrescenta uma terceira
hipótese: os processos de seleção e de socialização influenciam de forma recíproca.
Segundo Sack apud Thomas (1983, p. 128), foram pesquisados mais de mil trabalhos
empíricos, e concluíram que: 1) A visão macrossocial permite conceber o esporte como parte
substancial das instituições sociais e que exerce um efeito socializante sobre o indiduo. O
atleta, como membro desta instituição e participante ativo das atividades desportivas, altera
valores, conceitos e formas de conduta em direção a normas sociais aceitas. O esporte deve
ser considerado como instância socializante; 2) Atividade desportiva de intensidade, como
acontece no esporte de alto rendimento e também no esporte de massa, conduz a desvios e
destaques na estrutura da personalidade. A personalidade do atleta distingue-se, de forma
característica, da média das personalidades dos não-atletas.
2.3.5.2 Personalidade do atleta
Neste ponto, os autores convergem suas temáticas a responder três questões: 1) Existe
a Personalidade do Atleta? 2) Existem diferenças entre atletas e não-atletas? 3) Há diferenças
60
entre atletas das diversas modalidades desportivas no que concerne às características da
personalidade? Observou-se na literatura pesquisada que as respostas são divergentes. A
seguir, as respostas convergentes e divergentes:
Para Sack apud Thomas (1983), os numerosos resultados de pesquisa, todos muito
controvertidos e inconsistentes, não se prestam para apoiar os conceitos dos que acreditam na
existência de uma estrutura típica da personalidade do atleta de competição de alto nível.
Freqüentemente, os atletas de competição de alto nível são extrovertidos, dominantes,
otimistas, orientados para a performance, ou seja, não se distinguem de forma relevante da
média dos que praticam esporte.
Segundo Bierhoff-Alfermann apud Thomas (1983, p. 133),não existe a
personalidade do atleta”. Puderam ser comprovadas diferenças entre diversos grupos
esportivos e não-atletas; mas estas diferenças parecem pouco consistentes e concludentes.
Além disso, não ficou claro quais as variáveis que contribuíram para essas diferenças.
Singer (1986, p.121) destaca as seguintes características psicológicas dos atletas de
alto nível: possuem mais conhecimentos específicos; usam e processam melhor a informação;
detectam e identificam de forma mais rápida os objetos relevantes; processam as informações
situacionais melhor; tomam decisões de maneira mais rápida e apropriada.
Em 1977, foi realizado um grande estudo comparativo entre atletas e não-atletas.
Foram testados quase 2 mil universitários do sexo masculino, usando os 16 traços de
personalidade de Cattel. Não foi encontrado um perfil de personalidade único que
diferenciasse atletas de não-atletas (WEINBERG; GOULD, 2001).
Segundo Sack apud Thomas (1983), apesar de toda a inconsistência dos resultados
de-se constatar que existem diferenças ocasionais e nimas da personalidade entre atletas
adolescentes de 12 a 22 anos: os praticantes são pouco mais motivados, menos reservados e
fechados, revelam menor ansiedade, tem boa capacidade de adaptação social. Raramente
61
acontece que os praticantes de esportes sejam menos motivados a se empenhar, menos
agressivos, menos autônomos, de iniciativa própria do que os que não praticam esportes.
Para Sack apud Thomas (1983), é raro encontrar divergências significativas entre
atletas das diversas modalidades desportivas. Pode-se afirmar com certeza que as diferenças
de personalidade entre atletas das diversas modalidades desportivas é menor do que aquelas
entre atletas e não-atletas. Por conseguinte, não se confirma à tese de que a diferença entre
atletas e não atletas seria ainda maior entre os atletas das várias modalidades desportivas.
Mantêm-se a grande variação dos resultados obtidos.
Ballone (2005) afirma que existe uma relação entre a pessoalidade da pessoa e sua
opção ou escolha para a prática deste ou daquele esporte. A grande divisão ou classificação
poderia ser feita considerando aquelas pessoas voltadas para os esportes competitivos e as
outras para os não-competitivos. Assim como, entre os não-competitivos, teríamos aqueles
voltados ao condicionamento de resistência, de força, de habilidade, de persistência, etc.
Algumas pesquisas comparam a pessoalidade de atletas vitoriosos com atletas que
fracassam. Morgan apud Ballone (2005) diz que os atletas vitoriosos respondem, mais
freentemente, ao perfil denominado iceberg profile. Essa característica não se trata de uma
pessoalidade particularmente fria, mas de um modelo definido e caracterizado por atitudes
dirigidas para se conseguir evitar, com sucesso, momentos de neurose, depressão, fadiga,
confusão e ira, e de se manter orientado por normas que dizem respeito ao vigor, ao sucesso, à
vitória e a outros valores culturalmente preconizados.
Segundo Weinberg e Gould (2001), algumas difereas de personalidade parecem
distinguir atletas e não-atletas, mas essas diferenças específicas não podem ser consideradas
definitivas. É possível que certos tipos de personalidade sejam atraídos para um determinado
esporte, e não que a participação em um esporte de alguma forma mude uma personalidade.
As razões para essas diferenças permanecem desconhecidas.
62
Foram analisadas outras pesquisas e os dados colhidos apresentaram mais novas
perguntas do que responderam, não representando base suficiente para recusar ou confirmar
os pronunciamentos nem sempre corretos e insofisveis sobre a correlação entre atividade
desportiva e personalidade.
2.3.6 Diferenciações de atletas do sexo feminino em relação a pratica esportiva
Segundo Cattell (1975), estudos de correlação do comportamento revelaram uma
estrutura muito semelhante entre os sexos. Contudo, nesses fatores, os indivíduos tendem a se
colocar em níveis diferentes. Os resultados indicam que as mulheres são menos dominantes,
emocionalmente sensíveis e superprotegidas, imaginosas, mais infantis, mais conservadoras,
mais expansivas e menos auto-suficientes.
Nos estudos realizados por Bushan e Agarwar apud Weinberg e Gould (2001),
utilizando o 16 PF de Cattell, descobriram que as mulheres de projeção esportiva, comparados
a homens esportivos, tiveram escores significantemente mais altos nos fatores primários de
desconfiança, dominância e tensão; e escores mais baixos em afetividade, estabilidade
emocional; e, em fatores de segunda ordem, escores altos em angústia, aprumo vivaz e
independência.
Willian apud Weinberg e Gould (2001), em 1980, verificou que atletas do sexo
feminino bem-sucedidas diferiam marcadamente da ‘mulher-padrão’ em termos de perfil de
personalidade. Comparadas com as mulheres não-atletas, as atletas revelaram-se mais
orientadas à conquista, independentes, agressivas, emocionalmente estáveis e positivas. A
maioria desses traços é desejável para prática de esportes. Aparentemente, atletas destacados
têm características de personalidade semelhantes, independentemente de serem homens ou
mulheres.
63
2.3.7 Relações entre personalidade e constituição física
A constituiçãosica é uma determinante da personalidade, junto com a
hereditariedade-genética e meio-ambiente-comportamento. Na terminologia da Psicologia, é
chamada de ‘Determinante Somático’. O psicólogo W.H.Sheldon apresentou, em 1942, a
Teoria Constitucional, com o objetivo de relacionar físico ao comportamento. Concluiu-se
que toda a constituição sica pode ser identificada em três tipos: 1) O tipo endomórfico
possui acentuado desenvolvimento das vísceras, corpo arredondado, é essencialmente gordo e
baixo, e com um desenvolvimento ósseo e muscular deficiente. 2) O tipo mesofórmico é de
constituição muscular, possuindo músculos e ossos desenvolvidos; 3) O tipo ectomórfico é
alto e delgado, possui cavidades corporais pequenas e carecendo de desenvolvimento
muscular (BARRETO, 2002) (Figura 01).
CORRESPÔNDENCIA TIPOS FÍSICOS COM TRAÇOS DE PERSONALIDADE
ENDOMÓRFICO VISCEROTÔNICO
- Vísceras acentuadas;
- Corpo arredondado;
- Gordo e Baixo;
- Desenvolvimento ósseo e muscular deficiente;
- Pele macia;
- Sociável;
- Aprecia o conforto e o relaxamento;
- Afável;
- Apreciador da boa mesa e bebidas;
- Tolerante;
- Condescendente
- Tem necessidade de afeto;
MESOMÓRFICO SOMATOTÔNICO
- Possuisculos e ossos desenvolvidos;
- Espadaúdo;
- Postura Vertical;
- Pele grossa;
- Aparência madura;
-
Ativo;
- Vigoroso;
- Amante de exercio físicos;
- Aventureiro;
- Corajoso;
- De maneira franca;
- Indiferente;
- Desejo de poder e domínio;
- Competitivo.
ECTOMÓRFICO CEREBROTÔNICO
- Alto;
- Delgado;
- Cavidades corporais pequenas, Tórax plano;
- Pequeno desenvolvimento muscular;
- Cérebro grande;
- Aparência Jovem;
- Retrdo;
- Inibido;
- Introvertido;
- Atitudes comedidas;
- Artístico;
- Mentalmente intenso;
- Ansioso;
- Prefere a privacidade;
Figura 1 – Correspondência dos tipossicos endomórfico, mesofórmico, ectomórfico com os traços de
personalidade.
Fonte: BARRETO (2002)
64
Porém, em investigações subseqüentes feitas na mesma linha, não confirmaram o
resultado obtido por Sheldon. Comprovou-se que diferenças quanto à alimentação, má saúde,
etc., podem explicar significativas mudanças no tipo somático do indivíduo. Por isso, Sheldon
chegou a modificar a sua concepção do tipo somático para poder incluir tais variações. A
nova concepção recomenda que a classificação seja feita a partir de uma série de fotografias
obtidas durante um largo peodo de tempo, e levando em conta a história individual quanto à
alimentação e ambiente (BARRETO, 2002).
Cratty (1984) fez as seguintes observações ao trabalho de Sheldon: 1) As pessoas
estão conscientes do relacionamento do corpo com a personalidade e muitas tendem a agir
quando se espera que o façam de uma forma específica; 2) As relações entre construção
corporal e personalidade, defendidas por Sheldon, não são muito claras, mas parece haver
algumas tendências gerais verdadeiras nas suas afirmações; 3) Estudos e pesquisas têm
verificado que certos esportes, quase sempre, exigem características corporais específicas em
atletas de alto rendimento, sejam eles musculosos ou atletas de esporte de pista, sejam
franzinos ou jogadores de basquete; 4) Treinadores esportivos requerem tipos extremos de
construção corporal, provavelmente encontrando a predomincia de certos traços de
personalidade nos atletas.
O conceito moderno da relação entre ‘Constituição Física e Personalidade’ foi
definido por Eysenck apud Barreto (2002, p. 150) como sendo dependente e determinado pelo
estado funcional (tônus e equilíbrio) e pelas condições de atividade dos sistemas endócrino,
nervoso autônomo, vascular e vasomotor e nervoso central. Eysenck considerava que isto
dependia da composição química do sangue e do grau inato da perfeição da estrutura
anatômica em geral e de cada órgão em particular, assim como da idade do indivíduo. Esses
estudos têm no princípio da validade genotípica sobre as observações fenotípicas, dois
aspectos: a preponderância relativa das medidas verticais sobre as medidas horizontais e o
65
inverso. Distingue-se outro tipo: o intermediário, resultando numa visão constitucional de três
tipos. Eysenck desprezou a correlação entre doenças físicas e mentais com tipo sico e
personalidade, afirmando que estas estão mais ligadas aos fatores genéticos de natureza
probabilística.
2.3.8 Relações entre esporte e adolescência
Segundo Rapapport (1982, p. 23), o termo adolescência vem do latim adolescere” e
significa “crescer ou crescer até a maturidade”. É um momento marcado por lutas pela
aquisição da identidade de adulto. Em termos cronológicos, sua definição é controversa, mas
será aqui entendida como o tempo que se estende por volta dos doze ou treze anos até pouco
depois dos vinte anos, com grandes variações individuais e culturais. De acordo com Orio
(1989), este período tende a ocorrer mais cedo nas moças que nos rapazes, e terminar mais
cedo em sociedades mais primitivas.
A adolescência se subdivide em quatro fases: 1) Puberdade: abrange dos 11 aos 13
anos e se caracteriza pelas alterações substanciais orgânicas e conseqüentemente de
repercussão psicológica; 2) Adolescência Inicial: aparece dos 13 aos 16 anos. É o momento
em que o problema do terror corporal e a incorporação da imagem, que o jovem faz de si
mesmo, começam a ser resolvido. Esta imagem é eminentemente psicológica. O adolescente
procura encontrar o reconhecimento da sua imagem, através de outros adolescentes e dos
adultos. É a procura incessante da satisfação, afetividade que agora está misturada à
sensualidade e sexualidade. A idade está permeada de sonhos, fantasias e sentimentos
apaixonados e terminais. O adolescente ama ou detesta de maneira definitiva. Não é nem
razoável nem racional, temperamental, drástico em si mesmo. Aparecem fortes problemas de
consciência, através de críticas punitivas à sua própria pessoa e comportamento. É uma época
66
em que o amor e a solidão são totais. A imagem do adolescente se estrutura, dinamiza e
aparece por uma forma de autoconcepção que i se ampliar na medida em que o seu mundo
social e sua capacidade filosófica; 3) A terceira fase se dá dos 16 aos 20 anos, em que o
adolescente desenvolve sua identidade, procura idealista a negação do mundo que acha
corrupto. Torna-se crítico do mundo adulto, no qual encontra defeitos maiores do que são. É
através da crítica e da procura em encontrar adultos coerentes, que o adolescente se
desenvolve. Nesta transição, o adolescente começa a adquirir de forma gradual uma imagem
real do seu corpo e ao mesmo tempo desenvolver contatos heterossexuais. Nesta etapa da
adolescência ocorrem os momentos mais significativos de relacionamento. A consciência
existencial se torna mais aguda e as amizades adquirem sentido que, em etapas anteriores, não
era tão profundas e importantes. Exige de si consciência pessoal valorativa e sensitiva. Essa
consciência possibilita, a partir de uma cultura, que também pode ser algum tipo de incentivo,
que lhe propicie e provoque desafios e integrações; 4) A última etapa pode situar-se entre 20 e
25 anos. Esta é uma dimensão existencial recente e que tende a se afirmar devido à sociedade
pós-industrial e às exigências tecnológicas e científicas de um mundo evolutivo
(MOSQUERA; STOBÄUS, 1984).
Muss e College (1971, p. 27) afirmaram que o comportamento adolescente é
culturalmente determinado: “Enquanto permanece o argumento que a duração da pubescência
é estabelecida por fatores biológicos, a da adolescência é determinada por instituições sociais
e pelo grupo social”. Os correlatos psicológicos, particularmente notáveis na área do
ajustamento sexual e do reconhecimento social, são o que aproxima pubescência e
adolescência. Na cultura ocidental, pode-se dizer que a adolescência é o período de
ajustamento sexual, social, ideológico e vocacional, e de luta pela emancipação dos pais
(OSÓRIO, 1996).
67
Segundo Feijó (1998, p. 20), “o indivíduo começa com a experiência da
individualidade física e evolui até os níveis da própria consciência de sua personalidade, por
ocasião do seu desenvolvimento adolescente”.
Para Osório (1989, p. 10), “a adolescência é uma etapa evolutiva peculiar ao ser
humano”. Nela culmina todo o processo maturativo biopsicossocial do indivíduo. Por isso,
não se pode compreender a adolescência estudando separadamente os aspectos biológicos,
psicológicos, sociais ou culturais. Eles são indissociáveis e é justamente o conjunto de suas
características que confere unidade ao fenômeno da adolesncia.
A tendência grupal surge no sentido de dar suporte à insegurança quanto ao que se é.
O grupo serve como um processo defensivo que ajuda o sujeito a configurar-se. A
uniformidade que o grupo lhe traz lhe atualiza a segurança de saber quem é. Se de um lado
estas filiações estão a serviço da segurança emocional, pode ser visto na história da
humanidade, a indução e manipulação como a trágica juventude hitlerista, nas promessas de
uma raça superior (OSÓRIO, 1996).
A dependência do grupo é a transferência de parte da dependência familiar para o
grupo, o grupo ajuda o adolescente a sair de casa. O grupo também ajuda na vivência do
exercício do bem e do mal. A Teoria Piagetiana sustenta que somente através da interação
com outros jovens, da comparação de diferentes projetos de vida e da necessidade de trabalhar
conjuntamente na reformulação da existência é que o adolescente caminha em busca da
aquisição de sua identidade (OSÓRIO, 1996).
Nas fases do desenvolvimento, vê-se que é na adolescência que o indivíduo se dispõe
mais aos embates da vida. A energia do adolescente, dada pela sua própria condição orgânica,
veste o indivíduo de um potencial agressivo, superior a qualquer outra etapa do
desenvolvimento. Tem-se dito que não basta ter essa energia em potencial, mas é preciso
saber de usá-la. O adolescente, sentindo-se perdido em suas percepções e ações, pode acabar
68
realizando esse potencial de maneira desviada (Ex: vioncia contra os pais, roubo,
vandalismo) e ser, por isso, chamado de rebelde, bagunceiro. O importante papel mobilizador
da sociedade vem do adolescente ou mais especificamente de seu impulso para transformar.
Oportunizar a expressão da agressividade, talvez seja mais uma das funções do esporte
durante esta fase do desenvolvimento. Possibilitar que o jovem entre em contato com seu
potencial, por exemplo: sua resistência, diante de uma corrida, é permitir que o sujeito gradue
sua força e determinação frente a uma tarefa (ABERASTURY, 1990).
Ao conseguir elaborar bem suas perdas, o adolescente poderá entrar para a vivência
dos fracassos e conquistas reais, condições básicas para sua adaptação ao grupo social, sem
perder as energias motivadoras para a permanente reconstrução de uma ordem social melhor.
É na adolescência que, superadas as angústias, haverá a necessária elaboração entre o desejo e
sua adequação ao social. Em freqüente conduta contraditória, o adolescente tem, em geral,
dificuldades em perceber as próprias contradições, e revela-se nas tentativas de mostrar-se
coerente (ABERASTURY, 1990).
Para Mosquera e Stobäus (1984, p. 112), a adolescência é um momento marcante do
desenvolvimento humano. Entre aquisições e perdas encontra-se um sujeito em constante luta
pela a afirmação de sua identidade, criando comportamentos e modos de se relacionar com o
outro, com o esporte, com o mundo. Neste quadro nota-se que o desporto pode ajudar a
aceitar as mudanças sicas e dar uma nova imagem ao corpo, possibilitando um
conhecimento real do mesmo, assim como da dinâmica da estrutura corpórea a respeito da
identidade psicológica. Barros (1993) reforça a importância de se ter em mente o significado
psicossocial do esporte para os adolescentes, já que todo atleta tenta atingir os quatro
elementos fundamentais para uma atuação esportiva: personalidade ajustada, carga agressiva
equilibrada, resistência às frustrações e estabilidade emotiva.
69
Nos dias atuais, o adolescente, inserido nessa cultura repleta de tecnologias
diversificadas (internet, jogos eletrônicos), tende a ser modificado por elas, na sua forma de
pensar, de agir e até mesmo de sentir. Com as dificuldades de se inserir no mundo, o contato
virtual torna sua vida mais fácil. Ele pode ser quem quiser, pode assumir as características
físicas que mais lhe agradarem, pode se passar por qualquer outra pessoa que não seja ele
mesmo, e assim pode se adaptar com mais facilidade ao seu novo mundo virtual. Isto, de certa
forma, facilita o seu relacionamento com o mundo real, mas, por outro lado, cria um mundo
fictício, do qual ele terá dificuldades para sair e enfrentar o seu mundo real. A agressividade
para a vida, a socialização e a aprendizagem, a forma de se comunicar, tudo isso pode ser
alterado pelo uso excessivo da tecnologia.
2.4 O DESENVOLVIMENTO DE ATLETAS JOVENS DE ALTO RENDIMENTO
O esporte competitivo de alto rendimento é uma atividade que envolve esforço físico
vigoroso e o uso de habilidades motoras complexas, por indivíduos cuja participação é
motivada por uma combinação de fatores intrínsecos e extrínsecos. A competição esportiva
exige dos atletas dedicação intensa, muitas vezes exclusiva, dependendo do nível do atleta,
com o objetivo de obter o melhor desempenho, em busca de resultados traduzidos em vitórias
pessoais e/ou coletivas (McPHERSON; CURTIS; LOY, 1989; BARBANTI, 1997).
Para o atleta considerado de alto rendimento, integrante de equipe que disputa
competões de nível nacional e internacional, estar inserido nesse contexto significa ser um
competidor regular e efetivo e superar os mais elevados níveis de exigências físicas, técnicas,
ticas e psicológicas. Esse empenho inclui, também, aspectos relacionados à sua vida
pessoal. Eles independem da modalidade praticada, pois o objetivo principal desses atletas é
obter o melhor desempenho e, sempre que posvel, vencer. O que mudao as metodologias
70
de treinamento, peculiares a cada esporte, mantendo-se o conceito básico que norteia a
competição. (WEINBERG; GOULD, 2001).
Todos esses fatores fazem do esporte competitivo uma atividade repleta de situações
provocadoras de estresse, ansiedade e desgaste sico, com as quais os atletas devem conviver
em sua rotina esportiva; além das relações pessoais, familiares e sociais, que o atleta
adolescente vive, em função da idade, muito mais intensamente (LIMA, 1990).
2.4.1 Aspectos relativos aos treinamentos de atletas jovens de alto rendimento
Na última metade do século XX, Zakharov, (1992), Bompa (1995), Gallahue (1995),
Filin (1996), Weineck (1991) e Matveev (1997), apresentaram a importância da organização
do processo de treinamento de longo prazo. No Brasil, algumas pesquisas avançaram focadas
nessa perspectiva. Ressaltam-se os estudos de Paes (1989), Kreb’s (1992), Barbanti (1997) e
Greco (1998). Entretanto, os discursos da literatura nacional e internacional a respeito da
formação de atletas jovens apresentam-se um tanto polêmico, pois a abordagem é complexa
em virtude das diversas fases de crescimento do atleta jovem: pré-púbere, púbere e
adolescência. Somando-se a isto, observa-se uma escassez de estudos que contemplem os
esportes coletivos de uma forma mais ampla.
O nível competitivo imposto nas idades mais precoces vem crescendo em todo o
mundo, e isso pode trazer conseqüências e provocar equívocos no desenvolvimento do atleta
jovem, uma vez que a ênfase, na competão, aumenta de forma notória na utilizão pelos
treinadores de volumes e intensidades inapropriados no treino de adolescentes. A maioria dos
profissionais responsáveis pelo trabalho com adolescentes, pressionados por pessoas
interessadas no desempenho destes jovens e no modelo de competição, não respeita a
individualidade biológica, nem o devido tempo de preparação. Por melhor que seja a
71
preocupação com as escolhas de treinamento, programas alternativos e alimentação, são
muitos os fatores que podem interferir, tanto positivamente quanto negativamente, na
formação de atletas jovens, pois a capacidade física e psicológica para o êxito muda e evolui
com a idade (SALMELA, 2003).
Segundo Matsudo (1999), nos modelos internacionais de desenvolvimento do atleta, a
metodologia está acoplada ao processo de treinamento de longo prazo, o que garante, em
parte, o sucesso desses modelos, contrariamente ao que acontece no Brasil, onde não existe
modelo específico, tampouco uma metodologia de treinamento adequado para o processo de
formação. Para Matsudo (1999, p. 339), o mesmo pode até ter sido eficiente em dado
momento, mas o resultado final foi prejudicado pelo sistema de treinamento a que esses
atletas estavam submetidos, levando a muitas desistências precoces justificadas pelas
sobrecargas físicas e mentais.
Weineck (1996) argumenta que para se atingir o sucesso desportivo em nível
internacional é necessário haver um planejamento generalizado desde as fases pré-escolares
até a idade adulta. Portanto, a elaboração de metodologias organizadas pedagogicamente é um
dos fatores principais para garantir a ótima preparação dos jovens no desporto.
Nesse aspecto, inúmeros autores defendem a idéia de que o processo de formação deve
desenvolver-se em etapas. Filin e Volkov (1998) sugerem que a programação de treinamento
deve respeitar o ritmo das atividades escolares, visto que programas de treinamento que
requerem esforço máximo não devem acontecer após atividades escolares com grande
exigência intelectual e vice-versa. Quando isto ocorrer, a soma da fadiga mental e física pode
influenciar negativamente, tanto no treinamento como na escola, prejudicando as áreas de
desenvolvimento. Caso isso se torne rotina na vida dos adolescentes, provavelmente, as
conseqüências implicarão no abandono dos estudos ou a desistência do esporte.
72
Bompa (2002) aponta a necessidade de três etapas de desenvolvimento na promoção
do atleta jovem: a primeira etapa compreende o treinamento geral, subdividido em iniciação
(6-10 anos) e formação atlética (11-14 anos); a segunda etapa compreende o treinamento
especializado (15-18 anos) e a terceira etapa é caracterizada pelo alto desempenho. Assim, são
preservadas as mudanças biológicas e psicológicas comuns a estas etapas da vida.
Carazzato (1999) apresenta três classificações de desenvolvimento:sico-motor,
mental e desenvolvimento técnico. Cada uma dessas áreas apresenta características próprias,
apontando-se, na área de desenvolvimentosico motor, 40% de desenvolvimento até os 7
anos e 50% dos 8 aos 20 anos de idade. Na área de desenvolvimento mental 35% acontece até
os 7 anos e 40% dos 8 aos 17 anos de idade. Já a área de desenvolvimento técnico apresenta
15% de desenvolvimento até os 7 anos e 70% dos 8 aos 20 anos. O restante do
desenvolvimento para todas as áreas acontece até os 25 anos de idade. O alerta do autor reside
no fato de que a especialização precoce pode trazer conseqüências em cascata, dado que o
processo antecipado do desenvolvimentosico-motor compromete diretamente o aparelho
motor acarretando uma perda de aproximadamente 20% de sua potencialidade máxima. O
desenvolvimento mental fica prejudicado, pois a ‘profissionalização’ precoce atrapalha os
estudos, evitando que o atleta atinja o ápice mental e intelectual desejável, interferindo
indiretamente na compreensão tática do jogo, afetando também o desenvolvimento técnico, já
que a sua antecipação, antes mesmo de o processo de mielinização estar completo,
compromete o seu desenvolvimento integral. Essas necessidades seo ou não atingidas pelos
fatores externos, caracterizados pelo ambiente de trabalho oferecido a estas pessoas. Entende-
se que, em se tratando de esportes coletivos e em especial o basquetebol, o processo de
treinamento deve dar-se pelas múltiplas possibilidades de o jovem desempenhar suas
habilidades técnicas, táticas e afetivas, assim como desenvolver seu potencial biológico.
73
O Comitê Olímpico Internacional (COI), preocupado em garantir o sucesso esportivo,
patrocinou um estudo elaborado pelo Conselho Internacional em Ciências do Esporte e
Educaçãosica (ICSSPE) sobre os programas que buscam desenvolver talentos esportivos,
culminando com a elaboração de um manual com recomendações sobre o assunto. Na
avaliação do estudo, foi observado que os diferentes programas estão vinculados aos seguintes
sistemas: a) estatal (antigo bloco socialista), no qual o governo garante a execução do
programa. Hoje, apenas Cuba permanece nesse sistema; b) não estatal (Estados Unidos,
Austrália e Japão), no qual o governo participa junto com empresas privadas e universidades;
c) assistemático (Brasil, Egito, Índia), caso em que não há um investimento seguro e
permanente tanto do governo quanto da iniciativa privada. (MATSUDO, 1999).
Outro ponto importante levantado pelo estudo diz respeito às dificuldades e limitações
das características culturais da sociedade, do nível socioeconômico, da precipitação na análise
dos resultados, da carência de estatísticas e da falta de testes específicos. Essas dificuldades
ganham evidência quando o processo é acompanhado pelos enganos na tentativa de predição
futura, quando se utiliza uma única variável como preditora do talento e o mesmo modelo
para esportes coletivos e individuais. Esse processo não garante o sucesso permanente, pois a
estabilidade da aptio física, ou mesmo de uma única variável de um indiduo, pode se
manter numa posição de ordem relativa dentro de um grupo com o passar do tempo
(MATSUDO, 1999).
2.4.2 Critérios para o desenvolvimento de atletas jovens de alto rendimento
Filin (1996, p. 46) propõe que, “no treinamento de jovens, o objetivo principal seja a
preparação técnica através da assimilação dos exercícios competitivos e seu aperfeiçoamento.
A efetividade do aperfeiçoamento desportivo dos praticantes depende da ótima composição da
74
preparação física e assimilação da técnica”. Por isso, a técnica deve ser observada em estreita
interligação com o nível do desenvolvimento das qualidades físicas e psicológicas dos atletas
jovens.
A preparação de longo prazo favorece o desenvolvimento potencial das crianças e
adolescentes nas diferentes etapas do desenvolvimento biológico, cooperando com o processo
final de seleção, uma vez que é impossível revelar o tipo ideal dos adolescentes possuidores
das qualidades morfológicas, funcionais e psicológicas, indispensáveis para posterior
especialização. Esse sistema possibilita, a tempo e a hora, que crianças e adolescentes revelem
seus potenciais de perfeição física e técnica (MATVEEV, 1996).
Durante o processo inicial, as avaliações ocorrem na base de observações, não
existindo outro critério de aptidão desportiva, uma vez que avaliações isoladas dos índices
morfológicos, funcionais, psicológicos e pedagógicos são insuficientes para a prática da
seleção. O principal objetivo é a revelação das capacidades correspondentes a um tipo de
esporte, sem deixar de observar os sinais instáveis que condicionam os êxitos na atividade
esportiva futura, considerando-se que as capacidades esportivas são dependentes das aptidões
hereditárias. Assim, é necessário ter em vista tanto o crescimento dos índices como o seu
nível inicial, para garantir o grau de exatidão no prognóstico do futuro atleta. Neste caso, a
monitorização do crescimento é imprescindível em todo o processo de formação (FILIN;
VOLKOV, 1998).
O potencial do resultado esportivo do atleta depende do nível de desenvolvimento das
qualidades sicas e ritmo de crescimento dessas qualidades no processo do treinamento
especial. O desenvolvimentosico é avaliado levando-se em consideração a estrutura
corporal (peso, altura); em seguida, as capacidades motoras (velocidade, saltos) e comparadas
com dados de controle de critérios para avaliação das qualidades físicas. Os dados de controle
são extraídos da média da população de escolares e da média dos melhores atletas da mesma
75
idade, servindo como ponto de referência no momento de detecção e acompanhamento da
evolução, respectivamente. Esse processo segue as demais etapas, acrescidas das exigências
pedagógicas, psicológicas, fisiológicas, biológicas e sociológicas, ligadas às etapas da
preparação esportiva e particularidades do esporte. Para cada prova e/ou modalidade
esportiva, será estabelecido uma correlação entre os índices iniciais do desenvolvimento das
qualidades físicas específicas e o resultado da prova. Assim, cada treinador poderá controlar o
nível do desenvolvimento das principais qualidades físicas e seus ritmos de desenvolvimento,
segundo o esporte específico (FILIN; VOLKOV, 1998).
Na fase de especialização única, ou seja, só em uma modalidade, estará acontecendo à
conclusão da formação dos sistemas funcionais que, segundo Weineck (1991), é condicionado
não só pelas características do treinamento, como por exemplo, o desenvolvimento da força,
resistência, velocidade, flexibilidade, coordenação e habilidades (capacidades físicas), mas
também pela individualidade biológica, desenvolvimento maturacional e acima de tudo pelo
talento dos praticantes.
No caso do basquetebol, poucos são os estudos encontrados sobre propostas de longo
prazo. Na prática, observa-se a reprodução empírica do conhecimento de treinadores que
atuam no treinamento com crianças e adolescentes. Esse problema foi visto por Paes (1989),
sobre a especialização precoce, quando crianças submetidas a cargas elevadas de treinamentos
na infância e pré-puberdade não avançaram no processo. Tendo o jogo de basquetebol como
esporte coletivo, Paes (1989) coloca que a especialização deverá ocorrer após uma vivência
diversificada de forma natural, decidida pelos próprios adolescentes. A idade média fica entre
quatorze e quinze anos. Dessa forma, acontecerá um processo pedagógico único, respeitando
as fases sensíveis e críticas do desenvolvimento e suas características específicas. É
importante garantir a continuidade dos objetivos, meios e métodos do treinamento dos
adolescentes no que diz respeito ao desenvolvimentosico, fisiológico, psicológico, técnico-
76
tático, social e espiritual em todas as fases, para não haver a performance precoce e nem a
estabilização da mesma. Deve-se observar minuciosamente o crescimento constante do
volume das cargas e aumentá-las gradativamente, buscando a especificidade natural a cada
ano. Nas fases iniciais, o objetivo principal é a assimilação dos movimentos básicos e das
ações táticas-técnicas, ou seja, partindo da razão de fazer para o modo de fazer e também dar
oportunidade aos jovens de conhecer o jogo utilizando-se do seu potencial intelecto. No
aspecto físico, a coordenação dos movimentos é o assunto principal, não esquecendo
simultaneamente dos prinpios e valores no esporte quando analisado enquanto fenômeno
cultural (PAES, 1989).
De forma geral, a proposta de treinamento de longo prazo, sugeridas na literatura
nacional e internacional, são equivalentes, porém trabalhadas em diferentes terminologias.
Outros aspectos importantes a serem observados nos planejamentos de longo prazo
direcionam-se à modalidade específica, origem da pessoa, genética e ao meio ambiente.
2.4.2.1 Identificação do talento esportivo
Hohmann (2003) estabeleceu quatro critérios para identificação do talento: 1) Atuação
juvenil: por meio de disciplinas determinadas por componentes de execução, a qual
permanece eqüitativamente estável durante a puberdade. A atuação na competição favorece
uma informação sobre futuros resultados atléticos; 2) Desenvolvimento da velocidade de
execução: quanto mais próximo do limite estiver o talento, menores são os prognósticos de
progresso no futuro. Para evitar os prejuízos provocados pela melhor execução da atleta, a
execução do começo do período de interesse deve ser dividida entre os resultados alcançados
neste período de tempo. Em algumas disciplinas esportivas, a importância da velocidade de
desenvolvimento é óbvia; 3) Utilização de condições de atuação: existe diferença quando se
77
analisam as qualidades mais gerais ou mais específicas. As qualidades gerais não requerem
capacidades grandes em uma ou várias habilidades básicas; por outro lado, as qualidades
específicas requerem um número maior das qualidades gerais. 4) Tolerância à carga: este
critério está relacionado com a tolerância a cargas altas e máximas de treinamento sem
lesionar-se. Atletas com propensão a lesões não estão integradas ao conceito profundo de
talento.
Esse critério de talento (tolerância à carga) não seria tão crítico hoje em dia, se os
treinadores trocassem suas estratégias de treinamento desde o começo da reabilitação, em
caso de o atleta lesionar-se, por uma estratégia que previna as lesões, incrementando as
qualidades de formas preventivas de treinamento no começo do treino (HOHMANN, 2003).
2.4.3 Preparo psicológico individual e coletivo de atletas jovens de alto rendimento
Segundo Brandão (2000), nas categorias juvenis, a Psicologia Esportiva tem
importância fundamental e deve ser estudada mais a fundo pelos profissionais da área, pois,
dentro da prática desportiva, momentos e fases distintos a serem superados. Cada um
destes momentos deve estar integrado ao desenvolvimento do atleta, levando-se em conta que
um bom processo evolutivo depende da base para se chegar ao alto rendimento. O desporto de
base apresenta outras exigências do que simplesmente qualificar um jovem atleta ao alto
rendimento.
Um aspecto importante da aplicação da Psicologia nas categorias juvenis está na
motivação do futuro atleta para o desporto e na preocupação de que nem todos os jovens
pensam em se tornar ou serão grandes atletas. Neste último ponto é importante ressaltar que
mesmo aqueles que têm como meta o desporto de alto rendimento, pode não vir a ser. Há que
78
se pensar em um trabalho que vise, se não esclarecer, pelo menos diminuir o conflito do
porquê de ser um futuro campeão e do porquê de estar ali (BRANDÃO, 2000).
Para Venzon (1998), em toda a ação desportiva, existe envolvimento psicológico, seja
consciente ou não; e a qualidade deste envolvimento interferina intensidade de
aprendizagem dos exercícios e no resultado competitivo. Nessa linha de raciocínio, Weineck
(1999) sugere que um equilíbrio nos aspectos psicológico e hormonal apresentará uma nova
melhora das capacidades físicas, possibilitando um aumento na intensidade do treinamento.
Os aspectos psicológicos, quando não desprezados, poderão se tornar grandes aliados
do treinador, principalmente quando as solões de problemas desportivos estiverem
relacionadas às peculiaridades dos aspectos emocionais. Uma boa estratégia de condução,
principalmente quando se fala sobre atletas em formação, está em se conseguir mensurar e
controlar o volume e a intensidade das cargas sicas e dos efeitos psíquicos nas atividades
técnico-táticas, a fim de capacitar o atleta nas diversas habilidades exigidas pelo desporto,
diminuindo, com isso, esforços e movimentos exaustivos desnecessários, reduzindo os níveis
de estresse causados pelo excesso de carga, aumentando o prazer que o praticante sente pela
atividade. Nesse sentindo, a Psicologia do Esporte é utilizada na alise do comportamento do
atleta, podendo influir de forma positiva ou negativa no funcionamento físico, técnico, tático
e, portanto, no rendimento desportivo. Atras de avaliações e estudos sobre estes
comportamentos, pode-se compreender e modificar os atletas a fim de otimizá-los (BUCETA,
1998).
Ferguson (1999) analisou dois casos de planejamento do trabalho feito com
adolescentes: um deles refere-se ao aumento da competitividade seguida pela
profissionalização do desporto na adolescência e o outro faz um paralelo entre os desejos
como influenciador da prática desportiva do indivíduo. Há casos de pais que chegam a
investir grandes quantidades de dinheiro no futuro desportivo de seus filhos. Desta forma é
79
fácil encontrar, dentre os diversos motivos que levam uma pessoa a praticar um determinado
desporto, indo desde as relações interpessoais na adolescência, em que jovens buscam nos
grupos identidades comuns, até atletas juvenis que estão praticando um determinado desporto
em virtude dos sonhos e desejos de outros, principalmente pais e técnicos. O que se pode
verificar, com esta crescente profissionalização do desporto juvenil, é que nos últimos anos
tem ocorrido um rejuvenescimento na idade de início da prática desportiva.
No basquetebol, pensa-se numa estratégia de intervenção psicológica que não esteja
apenas calcada na modificação de comportamento, mas que trabalhe, em primeira instância,
com a subjetivação e particularidades de cada jogador, isso considerando que a posição
ocupada em quadra não depende unicamente de uma questão estratégica, mas também do que
é subjetivo. Alguns elementos merecem atenção: o caráter coletivo do jogo que estabelece
relações entre seus participantes; o desenvolvimentosico se cruzando a todo o momento
com a constituição psíquica e a construção e separação dos desejos dos adolescentes que até
então estavam colados aos dos pais. Dentro do basquetebol, são estas três estruturas (ataque,
defesa e transição) que sustentam as relações entre os indivíduos que, no confronto
desportivo, existem tanto com os companheiros quanto com os adversários. É na transição que
o contra-ataque se caracteriza quando, a partir da bola recuperada, tenta-se, em velocidade,
alcançar a cesta contrária sem que haja tempo suficiente para que o sistema defensivo do
adversário se arme e se fortaleça. Neste momento do jogo, os aspectos subjetivos dos atletas
tornam-se mais evidentes, principalmente porque se joga com o erro adversário e tenta-se
assumir uma posição de superioridade emocional. As repetições do inconsciente ficam mais
perceptíveis na transição justamente porque o atleta não tem controle da situação vivida
(FERREIRA; DE ROSE JÚNIOR, 1987).
Uma importante característica do jogo de basquetebol é que, se tudo estiver de acordo
com uma prática eficaz, cerca de 70 a 90% do tempo de jogo os atletas não estarão em contato
80
com a bola. Isso reforça um ‘jogar sem bola’ que é fundamentado em diversas situações de
ajuda. A ajuda pode acontecer tanto para facilitar o deslocamento do jogador que está com a
posse de bola quanto na conquista de espaços favoráveis; ou facilitar o desmarque de
companheiros e colocá-los em situações propícias para a execução de passes e/ou arremessos.
Desta forma, os recursos utilizados para este fim (de ganhar espaços e promover desequilíbrio
defensivo), como bloqueio e corta-luz, enriquecem a conduta do jogador que se vê
conscientizado de sua importância no contexto da prática desportiva (FERREIRA; DE ROSE
JÚNIOR, 1987).
Dentre estes recursos, há outros elementos e situações táticas que desafiam a
criatividade e inteligência dos atletas, como antecipação, fintas, e comunicação; que além de
estarem inseridas no contexto desportivo, favorecem as relações interpessoais dos
companheiros de equipe e a ‘coesão grupal’ responsável por parte do confronto desportivo.
Neste sentido, táticas e estratégias são relevantes a muitos atos bem sucedidos e também são
predisposições afetivas e atitudes que o atleta apresenta em relação ao grupo (GOMELSKI,
1990).
Para Golmeski (1990), as táticas só têm sentido como fator de surpresa, posto que os
adversários geralmente adaptam-se repetidamente a elas. Neste sentido, na defesa, encontram-
se as pressões e as defesas mistas. No ataque, uma rápida penetração ou um ataque baseado
em movimentos com ajuda dos bloqueios. Habitualmente triunfam aquelas equipes em que
maiormero e jogadores de alta qualidade, virtuosos com a bola, com capacidade para criar
e improvisar; isso porque o basquetebol cresce no seu aspecto criativo, no plano da
improvisação, a partir dos jogadores e não pela rapidez, nem pela organização dos
movimentos que se põem em prática. Mas o autor alerta que, se os cinco jogadores se põem a
improvisar num mesmo momento, surgi o caos, já que os movimentosticos têm um
determinado desenho de jogo e uma ordem na disposição e na ação conjunta dos jogadores.
81
Nestas e em outras situações, a Psicologia Esportiva aparece na busca de um
amadurecimento individual e coletivo, principalmente porque estes momentos são
caracterizados pelo lugar que este atleta toma no grupo e pela tomada de decisão do jogador,
que deve acontecer de maneira rápida e estar de acordo com os objetivos e demais ações do
próprio grupo desportivo. Deste modo, o atleta se vê exposto, jogando a partir de suas
expectativas e também com as dos outros (companheiros, técnicos, pais, torcida).
Com o aumento do número e da importância de jogos competitivos entre adolescentes,
de-se constatar que a maioria dos atletas jovens sente-se intimidada por chamar a
responsabilidade do jogo para si, principalmente em se tratando de erros ‘tolos’, dos quais
estariam sujeitos e que poderiam comprometer o resultado final da partida. O medo da
cobrança por parte daqueles que esperam alguma coisa faz com que muitas das ações de jogo
fiquem limitadas ao: “minha ou meu companheiro que se vire!”, provocando um time apático,
sem determinação. O medo de errar uma bandeja, um passe, um arremesso, ou qualquer
elemento que favoreceria o ataque do time adversário e que ‘custe’ a vitória não pode recair
em qualquer um deles, então, se era para perder, que o culpado fosse outra pessoa, qualquer
um. Mas, como nenhum atleta, em sã consciência, entra em quadra para perder; fica claro que
estes comportamentos são produzidos por questões inconscientes, fora do controle dos
mesmos (RAMIREZ, 1999).
Para trabalhar esses aspectos, Ramirez (1999) elaborou uma atividade com três pontos
essenciais: um primeiro destinado em mostrar aos atletas suas capacidades e potencialidades;
um segundo para fazê-los perceberem que o erro existe o na prática desportiva, mas
também no cotidiano das pessoas; e um terceiro reservado a um espaço para uma verbalização
onde elas pudessem manifestar suas emoções, sensações e razões.
Se para a Psicologia do Esporte a iia está em se trabalhar no nível do próprio corpo
(que é simlico e se apresenta pela linguagem) e na espontaneidade de suas reações, ao se
82
utilizar artifícios que permitam a verbalização, possibilita-se também um reajustamento das
próprias manifestações psicológicas, isso porque através desta verbalização, o adolescente
terá a chance de se deparar com seus conflitos, atualizando-os ou ressignificando-os,
transformando as experiências que se manifestam através dos comportamentos simbólicos que
dela decorrem e que não fazem senão exprimi-los. Na medida em que se possibilita escutar as
opiniões dos jogadores a uma situação concreta, cada um, com freqüência, interpretará de
maneira diferente uma determinada fase e proporá seu final. Assim, a atitude consciente dos
jogadores, a respeito das ações conjuntas da equipe, são muito importantes, pois eles são os
intérpretes diretos dos esquemas e movimentos, personificando em quadra, não só as decisões
do treinador, mas de uma equipe. Por tal motivo, é necessário ter em conta as propostas dos
jogadores e atrair suas habilidades para que proponham variações como se tratassem de sua
própria criação, evitando a desconfiança que se tem das novas interações. Desta forma, a
segurança e eficácia dos movimentos se manifestarão, possivelmente, em futuras partidas
(RAMIREZ, 1999).
Atualmente a subjetividade intrínseca do desporto tem levado muitos profissionais a
repensarem seus métodos de treinamento e a reavaliarem suas filosofias de trabalho. Estes
profissionais reconhecem que o desempenho atlético do desportista será fornecido, não só
pelo treinamento físico, mas também através de um trabalho psicológico integrado. Aprender
a jogar de maneira inteligente passa a ser tão ou mais importante quanto ensinar aos jogadores
a especificidade do desporto. As propostas são variáveis, e seguem caminhos diversos.
Jackson e Delehanty (1997) incluíram em seus treinamentos a filosofia zen,
alcançando resultados surpreendentes. Para isso, experimentaram no time do Chicago Bulls
diversas práticas espirituais e psicológicas que associaram ao basquetebol; e, neste ponto,
introduziram as questões do não-egoísmo proveniente da filosofia zen, empregando diversas
técnicas, ou artifícios, como a meditação, a visualização, o relaxamento, a leitura de livros e
83
sessões de filmes, para sublinhar algumas coisas que eram necessárias numa equipe
desportiva.
Para Jackson e Delehanty (1997), a primeira providência de um técnico está em
formular uma visão para o time. A visão deve levar em consideração não apenas o que se
quer, mas como chegar a algum lugar. O principal ponto deve ser o trabalho sem egoísmo,
onde a meta era dar a todos, no time, um papel importante, usar regularmente os dez
jogadores, e dar aos outros tempos suficiente de jogo para que pudessem se harmonizar
facilmente com o resto do time quando estivessem na quadra. A coisa importante era deixar
todos pegarem na bola para que não se sentissem espectadores.
2.4.3.1 Métodos e técnicas de preparação psicológica de atletas de alto rendimento
A preparação psicológica utiliza métodos e técnicas específicos, capazes de influenciar
e manter o equilíbrio e a estabilidade emocional, necessária para obtenção da performance
esportiva nas competições e durante a longa jornada de treinamento. O objetivo é auxiliar o
atleta e/ou equipe a maximizar seu potencial mental e físico, de maneira harmônica,
colaborando com a obtenção de melhores desempenhos dentro do campo esportivo.
No Basquetebol, o aperfeiçoamento constante, estudar técnicas, trocar iias com
colegas, fazer uma rigorosa auto-analise, são ações que ajudarão no desenvolvimento da
performance. Os atletas devem criar o hábito da auto-análise de sua performance individual
nos treinos e nas competições, através da reflexão sobre sua tática individual, entendendo
tática individual como a inteligência para o jogo e no jogo. O atleta deve possuir mente aberta
para perceber o ambiente do jogo, analisar a tática coletiva do adversário, a tática individual
do seu colega de time, a tática individual do seu adversário, os critérios da arbitragem (que
também combinam sua tática de arbitragem), as instruções do seu técnico e tudo que envolve
84
uma partida de basquetebol, escutando e ouvindo quem tem mais experiência, mais tempo de
basquete e sempre não sendo o dono da verdade, exercitando, assim, a humildade de estar
sempre na posição de aprendizagem. O atleta necessita exercitar sua inteligência individual
para operacionalizar a inteligência coletiva. Possuir olhos, ouvidos, boca para comunicar e
uma mente que reserva experiências anteriores que auxiliam na tomada de decisões em fração
de segundos no campo de jogo. Os atletas devem e precisam usar toda a condição humana
para perceber e executar bem as ações quer seja durante uma partida, no pedido de um tempo
técnico, no intervalo do jogo, em situações das paradas normais durante a partida como
também na vida. Muitas das vezes, os jogadores não percebem que jogar basquetebol é muito
mais que executar ações táticas coletivas exaustivamente treinadas. Também é criar
alternativas para otimizar as ações dos colegas, ou ler as variações táticas do adversário, estar
cada vez mais rápido para pegar rebotes (rapidez de reação = antecipação); portanto, atitude
com inteligência (SCHMIDT; WRISBERG, 2001).
De acordo com Weinberg e Gould (2001), o técnico ou professor deve ajudar os
atletas ou jogadores, dando-lhes informações e feedback sobre o sucesso de seus movimentos.
É normalmente fornecido após conclusão da resposta. O feedback precisa ser sincero e
condicionado a algum comportamento. Seja um elogio ou uma ctica, o feedback precisa
estar ligado ou condicionado a um comportamento específico ou a um conjunto de
comportamentos. O feedback, quando sincero, demonstra que se está preocupado e se importa
em ajudar o atleta.
Quando um indivíduo treina sem conhecer os resultados, é pouco provável que
melhore seu rendimento ou comportamento, pois o conhecimento dos resultados serve de guia
para os atletas em suas tentativas posteriores e permite-lhe selecionar o que é válido na sua
execução, devendo ser este conhecimento o mais preciso possível. Quando um atleta acha seu
estilo correto, e não está, o técnico deve perceber este fato, e começar a desfazer este hábito
85
antigo, edificando um novo estilo correto. Isto tem que ser feito gradualmente e de forma
positiva. O atleta tem que aceitar a informão como algo agradável e o professor/treinador
têm que possuir o feeling necessário para transmitir essas informações (KNAPP, 2004).
Ao se observar o ambiente de competições, é comum escutar técnicos, atletas e até a
torcida verbalizarem em determinados momentos dos jogos que determinado atleta deve ter
atenção ou se concentrar no jogo. O grande problema é saber se o atleta compreende o que
significa estes dois conceitos e saiba como utilizá-los de forma precisa e adequada na
regulação de seu jogo.
De forma específica, Magill (2000) define atenção como a interpretação da informação
sensorial, em que se destacam os sinais captados pelos canais sensoriais: ótico, acústico, tátil,
cinestésico e vestibular. Rützel apud Samulski (2002) define a atenção como um processo
seletivo: a percepção e imaginação interna são dirigidas, focalizadas, fixadas e concentradas
simultaneamente a um estímulo específico, ou seja, a conteúdos do pensamento e imaginação.
Esse conceito evidencia a importância de associar a percepção ao processamento de
informão de forma dinâmica.
Concentração, segundo Weinberg e Gould (2001, p. 326), é a capacidade de manter o
foco da atenção sobre os estímulos relevantes do meio ambiente. Quando o ambiente muda
muito rápido, conseqüentemente, o foco de atenção precisa ser mudado também. Pensamentos
sobre aspectos irrelevantes podem aumentar a freqüência de erros durante a competição.
A fim de um maior rendimento esportivo, o treinamento da atenção e da concentração
deve propiciar situações na qual o atleta passará em uma competição, podendo se adaptar a
estas de forma mais rápida. Gould e Damarjian (2000) lembram que é fundamental a
avaliação dos processos de atenção do atleta. Os autores recomendam, durante os
treinamentos, a variação de estímulos que o atleta deverá verbalizar. De acordo com seu
programa de treinamento, o treinador deve criar atividades que possam estimular o
86
desenvolvimento da capacidade de atenção em todas suas formas, bem como a flexibilidade
para o atleta modificar seu foco de concentração de acordo com suas características
individuais e as necessidades envolvidas nas partidas. E também educar os atletas sobre a
influência que a mudança de atenção e as habilidades de concentração podem ter em sua
performance. Eles precisam entender as rias demandas relacionadas à atenção de seu
esporte. Se uma fraqueza é identificada ou se eles estão interessados em acentuar alguma
habilidade importante na atenção, há sempre caminhos para ajudá-los a desenvolver essas
habilidades.
2.5 MODELOS DE ANÁLISE DE TRAÇOS DA PERSONALIDADE
Segundo Lundin (1974, p. 65), “de todos os métodos de medida da personalidade, o
inventário tornou-se o mais popular”. Um inventário típico pede ao indivíduo que responda a
uma série de perguntas referentes a ele mesmo, o que pensa a respeito de certas coisas, ou
como procederia sob determinado conjunto de circunstâncias. Algumas vezes, os itens são
redigidos na forma de afirmações e a pessoa indica seu acordo ou discordância. Pode
responder ‘sim’ ou ‘não’, ou ‘não tenho opinião’, ouverdadeiro’, ‘falso’, ounão sei,
concordo’ ou ‘discordo’, ‘gosto’ ou ‘não gosto’. Com freência, os invenrios de
personalidade são baseados na Teoria de Traços da Personalidade, de modo que as respostas
de uma pessoa funcionam como indicações de traços. As respostas são quantificadas e
somadas, para formarem uma avaliação do grau de um traço particular que a pessoa possui,
como é indicado pelas suas respostas. Alguns testes podem ter como finalidade medir um
traço único, mas muitos deles usualmente oferecem um perfil mostrando a posição que o
indivíduo ocupa, no que se refere a diversos traços. Depois que se atribuem notas ao teste,
87
pode-se traçar um perfil, para mostrar como o indivíduo se situa em uma variedade de traços,
em relação à coletividade em que o teste foi padronizado (LUNDIN, 1974).
Uma das grandes vantagens desses inventários é a facilidade com que podem ser
apurados e interpretados. São objetivos, no sentido de que métodos de aplicação e as técnicas
de atribuição de notas e interpretação são os mesmos para todos que se submetem ao teste;
descreverão, contudo, somente limitados aspectos da personalidade. Uma destas é o fato de
que medem com exatidão somente até o ponto em que o indivíduo é capaz de julgar ou avaliar
o seu próprio comportamento (LUNDIN, 1974).
O conhecimento da personalidade é fundamental ao sucesso de um técnico, de um
professor ou de um instrutor. Entretanto, segundo Weinberg e Gould (2001, p. 58), os
inventários psicológicos por si só não podem prever realmente o sucesso esportivo.
Os primeiros trabalhos de ‘Avaliação em Psicologia do Esporte’ investigavam
principalmente a relação entre traço de personalidade e rendimento do esportista. Devido a
conclues e resultados contraditórios, alguns psicólogos do esporte apresentaram uma série
de problemas metodológicos e conceituais sobre a relação entre personalidade e rendimento
esportivo. Sua conclusão é que a avaliação dos traços específicos dos esportistas mediante
testes de personalidade, desde que sejam fidedignos, tem uma utilidade prática muito limitada
para predizer o rendimento esportivo (MARTENS, 1977).
Segundo Fleury (2005), os objetivos do Psicodiagnóstico Esportivo são: a) Identificar,
considerando as variáveis psicológicas que interferem no rendimento de atletas, a partir do
esporte em particular que pratica, o grau de habilidade e as variáveis que as controlam; b)
Estabelecer objetivos: uma vez identificado o grau de habilidade para cada variável envolvida,
devem estabelecer os objetivos que se deseja alcançar através de intervenção adequada; c)
Orientar a seleção de técnicas de intervenção: a avaliação deve promover informações
relevantes para a seleção de técnicas psicológicas mais efetivas em função das características
88
do atleta para uma correta intervenção; d) Avaliação dos resultados: a intervenção deve ser
avaliada, antes, durante e depois de implementada.
Em 1985, a Americam Psychologial Association (APA) forneceu diretrizes no uso de
testes psicológicos, dentre elas destacam-se: 1) Não usar testes psicológicos para selecionar
atletas; 2) Incluir explicação e feedback; 3) Conhecer os prinpios de testagem e os erros de
avaliação; 4) Conhecer as limitações do teste; 5) Assegurar o sigilo; 6) Adotar uma
abordagem intra-individual; 7) Entender e avaliar os componentes específicos da
personalidade (WEINBERG; GOULD, 2001).
2.5.1 A evolão dos modelos de análise dos Tros de Personalidade
O sistema de Cattell baseou-se em análises fatoriais de descrições de personalidade
obtidas através de questionários e avaliações entre pares. Cattell foi o responsável pelo
desenvolvimento de uma metodologia que permitiu agrupar de forma objetiva centenas de
descritores de traços (DIGMAN, 2003).
É importante observar que os métodos das análises fatoriais existentes na época eram
muito limitados e pouco sofisticados. Análises fatoriais, que hoje são realizadas em poucos
minutos por computador, eram feitas manualmente com a ajuda de réguas de cálculo e
demandavam considerável trabalho e esforço. Essas dificuldades computacionais foram em
parte responsáveis pela complexidade do modelo de Cattell, que utilizava 16 fatores primários
e 8 fatores de segunda ordem (DIGMAN, 2003) (Quadro 1).
89
ANÁLISE FATORIAL DE CATTEL – O MODELO 16 PF
FATORES DESCRIÇÃO
FATOR A: RESERVADO (Sizotimia) X EXPANSIVO (Afectotimia)
FATOR B: MENOS INTELIGENTE X MAIS INTELIGENTE
FATOR C: EMOTIVO (Fraqueza do Ego) X AMADURECIDO (Força do Ego)
FATOR E: SUBSMISSO X DOMINANTE:
FATOR F: SÓBRIO (Dessurência) X DESPREOCUPADO (Surgência)
FATOR G: EVASIVO X CONSCIENCIOSO
FATOR H: ACANHADO (Trectia) X DESENVOLTO (Parmia)
FATOR I: RÍGIDO (Harria) X BRANDURA (Premsia)
FATOR L: CONFIANTE (Alaxia) X DESCONFIADO (Protensão)
FATOR M: PRÁTICO (Praxernia) X IMAGINOSO (Autia)
FATOR N: GENUÍNO X REQUINTADO
FATOR O:
PLÁCIDO (Adequação Serena) X APREENSIVO (Propensão ao
Sentimento de Culpa)
FATOR Q1: CONSERVADOR X EXPERIMENTADOR
FATOR Q2: DEPENDENTE DO GRUPO X AUTO-SUFICIENTE
FATOR Q3: SEM AUTODISCIPLINA X CONTROLADO
FATOR Q4: TRANILO (Baixa Tensão Érgica) X TENSO (Alta Tensão Érgica)
Fatores de 2ª ordem I: AJUSTAMENTO X ANGÚSTIA (Ansiedade)
Fatores de 2ª ordem II: INTROVERSÃO X EXTROVERSÃO
Fatores de 2ª ordem III: BRANDURA EMOCIONAL X APRUMO VIVAZ
Fatores de 2ª ordem IV: SUJEIÇÃO X INDEPENDÊNCIA
Quatro 1 – Descrição do modelo 16 PF da análise fatorial de Cattel dos traços de personalidade
Fonte: DIGMAN (2003)
Porém, mesmo sem facilidades computacionais sofisticadas, já no final da década de
1940, críticas foram formuladas à complexidade do modelo desenvolvido por Cattell e
soluções mais simples começaram a ser apresentadas. Fiske apud Digman (2003) demonstrou
que uma solução de cinco fatores era satisfatória utilizando 21 escalas bipolares de Cattell.
Digman (2003) comenta que, apesar de sua qualidade, o trabalho de Fiske não influenciou o
desenvolvimento de modelos na área. O modelo de Cattell continuou a ser utilizado e os
principais modelos fatoriais desenvolvidos posteriormente, por exemplo, Eysenck, em 1970,
não utilizaram uma solução de cinco fatores.
90
Os estudos de Eysenck aconteceram praticamente ao mesmo tempo aos estudos de
Cattell e usando um método quase idêntico. Eysenck usou a análise fatorial e propôs duas
dimensões: Extroversão x Introversão e Neuroticismo x Estabilidade. Eysenck determinou
ainda uma terceira dimensão que chamou de Psicotismo, que é a dimensão que separa as
pessoas normais das anormais (EYSENCK, 1977) (Quadro 2).
ANÁLISE FATORIAL DE EYSENCK – O MODELO DAS DIMENSÕES
FATORES DESCRIÇÃO
EXTROVERSÃO INTROVERSÃO X EXTROVERSÃO
NEUROTICISMO
É composta por um conjunto de características de personalidade,
englobando ansiedade, depressão, vulnerabilidade psicológica e
hostilidade.
Quatro 2 – Descrição do modelo fatorial de Eysenck dos traços de personalidade
Fonte: EYSENCK (1977)
Eysenck (1977) afirmou que as estruturas físicas do nosso sistema nervoso vão mediar
comportamentos que nos levam a diagnosticar os indivíduos como extrovertidos e
introvertidos, neuróticos ou estáveis.
Nova evidência empírica, de que um modelo de cinco fatores seria mais adequado para
descrever a estrutura da personalidade, surgiu no final da década de 1950 com um estudo de
Tupes e Christal (1992). Esses autores analisaram os dados que embasaram a criação do 16-
PF de Cattell e dois conjuntos de dados do estudo de Fiske e concluíram que uma solução de
cinco fatores produziria o melhor modelo possível. O trabalho original de Tupes e Christal foi
publicado como um relatório para a Força Aérea Americana e permaneceu desconhecido da
maioria dos pesquisadores por alguns anos. Digman (2003, p. 419) observa que, enquanto o
trabalho de Tupes e Christal permanecia desconhecido, “as publicações de Cattell e Eysenck
dominaram a literatura como os principais modelos obtidos através da análise fatorial”.
Porém, algumas replicações e corroborações do modelo de cinco fatores foram publicadas na
91
década de 1960. Foi também demonstrada, naquela época, a utilidade do modelo para
predição de comportamento e desempenho acadêmico.
2.5.1.3 O modelo dos Cinco Grandes Fatores (CGF) de avaliação da personalidade
Segundo Digman (2003), desde Cattell e Eysenck, muitos pesquisadores voltaram seus
estudos para determinar se há dezesseis características, como descreveu Cattell, ou duas,
conforme Eysenck, ou se na verdade está em algum lugar entre os dois conceitos. O modelo
dos Cinco Fatores parece responder pela maioria das diferenças de personalidade entre os
indivíduos. Estes fatores incluem duas dimensões de Eysenck: Extroversão e Emocionalidade,
e outras três: Abertura a Novas Experiências, Egocentrismo ou Amabilidade, Autocontrole ou
Consciência (DIGMAN, 2003).
O modelo CGF originou-se de estudos da linguagem natural dos pesquisadores de
traços de personalidade. No início da década de 1930, McDougall apud Briggs (2002) sugeria
analisar a personalidade a partir de cinco fatores independentes que, na época, foram
denominados intelecto, caráter, temperamento, disposição, e humor. Nessa mesma época, na
Alemanha, Klages apud Digman (2003) também sugeria que uma análise da linguagem
ajudaria a entender a personalidade. Isso levou outro estudioso da área, Baumgarten, a
examinar termos utilizados para descrever traços de personalidade em alemão. O trabalho de
Baumgarten teve uma influência fundamental sobre Allport que, em conjunto com Odbert,
examinou cerca de 400.000 palavras do Webster's New International Dictionaire, derivando
4500 descritores de traços de personalidade (BRIGGS, 2002).
Porém, vários autores têm questionado a origem do número de fatores. Como foi
mencionado, o modelo CGF tem suas origens na análise da linguagem utilizada para
descrever pessoas. O uso de descritores de traços (geralmente adjetivos) da linguagem natural
92
tem sido defendido como a melhor estratégia para identificar fatores que permitam entender
melhor certas características da personalidade (BRIGGS, 2002). Esse posicionamento decorre
de uma hipótese léxica que afirma que “as diferenças individuais mais significativas nas
interações diárias das pessoas são codificadas na linguagem” (GOLDBERG, 2002, p. 204).
A descoberta dos cinco fatores foi acidental e se constitui em uma generalização
empírica, replicada independentemente inúmeras vezes. Como o modelo não foi desenvolvido
a partir de uma teoria,o há uma explicação teórica a priori (e satisfatória) dos motivos que
levariam a organização da personalidade em cinco (e não quatro, ou sete) dimensões básicas
(McCRAE; COSTA, 2001). Alguns autores não consideram isso como uma dificuldade para o
modelo. McCrae e Costa (2001) afirmam que situações similares existem em todas as
ciências. Biólogos, por exemplo, identificaram oito classes de vertebrados. A teoria da
evolução pode ser usada para explicar o desenvolvimento das classes, mas não há teoria que
explique por que os vertebrados se dividem em oito (e não em cinco, ou onze) classes.
Goldberg (2002) argumenta que se uma característica de personalidade for saliente,
isto é, capaz de gerar diferenças individuais socialmente relevantes, as pessoas vão notar esta
característica e, como ela é importante, vão querer falar sobre ela. Em conseqüência, uma
palavra ou expressão terminará sendo inventada para descrever essa característica ou traço.
McAdams (2004) observa que os cinco fatores se referem a informações fundamentais
que geralmente quer-se ter sobre pessoas com quem se vai interagir. Anteriormente, Goldberg
(2002) também havia observado que os cinco fatores sugerem que o desenvolvimento da
linguagem em diferentes sociedades expressa uma preocupação em obter cinco conjuntos de
informações sobre pessoas. Aparentemente, nas sociedades estudadas, as pessoas querem
saber se o estranho, o visitante ou o aprendiz com quem vai interagir é: a) Ativo e dominante
ou passivo e submissivo; b) Socialmente agravel ou desagradável; amigável ou frio;
distante; c) Responsável ou negligente; d) Louco, imprevisível ou normal, estável; e) Esperto
93
ou um tolo, aberto a novas experiências ou desinteressado por tudo aquilo que não diz
respeito à experiência do cotidiano.
O modelo CGF é uma versão moderna da Teoria de Traço, que representa um avanço
conceitual e empírico no campo da personalidade, descrevendo dimenes humanas básicas
de forma consistente e replicável. Os cinco fatores não emergem apenas em instrumentos
desenvolvidos com a finalidade de identificá-los. Os principais inventários de avaliação da
personalidade, desenvolvidos com base em várias teorias da personalidade (16-PF, MMPI,
escala de Murray, California Q-Set, as escalas de Comrey), quando submetidos a análises
fatoriais, isoladamente ou em conjunto, produzem soluções compatíveis com o modelo CGF.
Independentemente da teoria em que os autores se basearam para desenvolver instrumentos
objetivos de avaliação da personalidade, análises fatoriais desses instrumentos
sistematicamente têm demonstrado que os fatores emergentes são consistentes com o modelo
CGF (McCRAE; COSTA, 1989, 2001; DIGMAN, 2003; McADAMS, 2004; BRIGGS, 2002).
A questão que emerge a seguir diz respeito à universalidade de um sistema baseado
numa estrutura lingüística. Seriam essas questões as mesmas em todas as culturas? Como o
modelo CGF é relativamente recente, o número de replicações transculturais ainda é pequeno.
Porém, o modelo já foi replicado em inglês (1985), alemão (1990), japonês (1985), chinês
(1990), hebraico (1996), russo (1998) e no Brasil em 2003 (McCRAE; COSTA, 2001).
Em 2003, Robert McCrae e Antonio Terracciano desenvolveram pesquisas sobre
traços de personalidade em diversos países, utilizando a versão portuguesa do NEO-PI-R
5
. No
Brasil, após pequenas adaptações, o NEO-PI-R foi aplicado nas cidades de Belo Horizonte
(UFMG), Santa Catarina (UNISUL) e São Paulo (UNIABC), levantando dados de 611
universitários. Os dados foram somados aos obtidos em outros países, perfazendo uma
5
NEO-PI - Instrumento criado pelos pesquisadores americanos Paul Costa e Robert McCrae. Operacionaliza os
Cinco Grandes Fatores de Personalidade (Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole)
e, constitui atualmente, o instrumento de preferência dos investigadores de personalidade.
94
amostra total de 50 países. Em termos gerais, pode-se afirmar que, no Brasil, foi possível
identificar fatorialmente as cinco grandes dimensões de personalidade (ALVARENGA,
CARVALHO; MENDOZA, 2004).
McCrae e Costa (2001) salientam que pode haver vantagens adaptativas na capacidade
de identificar nos outros as características que fazem parte dos cinco fatores. Nesta linha de
raciocínio, Buss (2001, p. 473) argumenta que o modelo CGF representa dimensões
importantes do terreno social e que seres humanos foram selecionados para percebê-las e agir
com relação a elas”. Essas dimensões explicam por que os cinco fatores estão representados
na linguagem de todas as culturas. As replicações obtidas em outras culturas tendem a apoiar
a universalidade do modelo CGF. Embora haja consenso em relação à solução de cinco
fatores, ainda persistem divergências com relação à denominação dos fatores e aos traços ou
características de personalidade agrupadas em cada dimensão. A denominação dos fatores não
representa um problema metodológico ou epistemológico. Sua importância restringe-se a
facilitar a comunicação. Porém, o consenso com relação ao conteúdo das dimensões é
fundamental para o modelo CGF (Quadro 3).
ADJETIVAÇÕES UNIVERSALIZADAS: NEO-PI
FATOR 1
EMOCIONALIDADE (R)
FATOR 2
EXTROVERSÃO (E)
FATOR 3
ABERTURA (O)
N1: Ansiedade
N2: Hostilidade
N3: Depressão
N4: Autoconsciência
N5: Impulsividade
N6: Vulnerabilidade
E1: Entusiasmo
E2: Gregariedade
E3: Positividade
E4: Atividade
E5: Excitação
E6: Emoções Positivas
O1: Fantasia
O2: Estéticas
O3: Sentimentos
O4: Ações
O5: Idéias
O6: Valores
FATOR 4
EGOCENTRISMO (A)
FATOR 5
AUTOCONTROLE (C)
A1: Entusiasmo
A2: Franqueza
A3: Altrsmo
A4: Complacência
A5: Mostia
A6: Disposição
C1: Competência
C2: Ordem
C3: Respeito
C4: Realização, esforço
C5: Autodisciplina
C6: Deliberação
Quadro 3 – Adjetivações universalizadas do NEO-PI para os fatores dos traços de personalidade
Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo, Autocontrole.
Fonte: McCrae e Costa (2002)
95
Goldberg (2002) e Digman (2003) organizaram as diversas soluções fatoriais
encontradas. A descrição que segue é um resumo simplificado do entendimento atual que se
têm dos cinco fatores:
FATOR 1: NEUROTICISMO OU ESTABILIDADE EMOCIONAL: As
características de personalidade que se agrupam neste fator são: afeto positivo e negativo,
ansiedade, estabilidade emocional. Pessoas que têm nível alto dessa dimensão podem
experimentar sentimentos negativos específicos tais como ansiedade, raiva ou depressão e
tenderão a vivenciar simultaneamente várias dessas emoções. São pessoas que respondem
emocionalmente a situações que não afetariam a maior parte das pessoas; e suas reações
tendem a ser mais intensa do que o normal. Têm a tendência de interpretar situações habituais
como ameaçadoras e pequenas frustrações como desesperadamente difíceis. Suas reações
emocionais podem persistir por longos períodos de tempo, por isso é provável encontrá-las de
mau humor. Esses descompassos da regulação emocional podem reduzir a capacidade
cognitiva do pensamento objetivo, a tomada de decisões e o gerenciamento do estresse. No
outro extremo da escala, indivíduos que pontuam baixo na dimeno têm menor reatividade
emocional eo mais difíceis de serem perturbados. São mais calmos e estáveis
emocionalmente e não sentem emoções negativas persistentes. Suas facetas são: Ansiedade:
pessoas que têm alta ansiedade sentem que alguma coisa perigosa está para acontecer. Podem
temer situações específicas ou simplesmente serem temerosos. Sentem-se tensos e nervosos.
A escala de ansiedade não mensura medos ou fobias específicos, mas pessoas que pontuam
alto na escala têm probabilidade de apresentar tais temores, assim como níveis elevados de
ansiedade. Hostilidade: pessoas que pontuam alto sentem-se enraivecidas, bravas e
perturbadas quando as coisas o acontecem do seu jeito; são sensíveis quando pensam que
não foram tratadas de forma justa e sentem-se ressentidas e amargas quando acham que foram
enganadas. Desencorajamento: esta escala mede as diferenças individuais na tendência de
96
entrar em estados depressivos, tristeza, rejeição e desencorajamento. Quem pontua alto não
sente energia e tem dificuldade em iniciar atividades, tendendo a possuir sentimentos de
culpa, tristeza, desesperança e solidão. Auto-referência: as emoções de vergonha e
constrangimento constituem a essência desta faceta. Pessoas auto-referentes são sensíveis
acerca do que os outros pensam delas. Sentem-se facilmente constrangidos, com freqüência
envergonhados, e aparentam timidez e ansiedade social. Impulsividade: refere-se a pouca
habilidade em controlar fortes desejos e impulsos. Os desejos são percebidos como sendo
fortes e a pessoa não consegue resisti-los, embora possa, mais tarde, arrepender-se do
comportamento. Pessoas impulsivas são imoderadas e sentem fortes desejos e urgências que
têm dificuldades de resistir. Preferem os prazeres imediatos às recompensas de longo prazo.
Vulnerabilidade: essa faceta analisa o oposto da resiliência. Pessoas que pontuam alto nesta
escala sentem-se incapazes de lidar com forte estresse e tornam-se dependentes,
desesperançadas ou entram emnico quando se defrontam com situações de emergência.
FATOR 2: EXTROVERO E INTROVERSÃO: A Extroversão é um traço marcado
pelo envolvimento da pessoa com o mundo externo. Os extrovertidos gostam de estar com
muita gente, são cheios de energia e experimentam emoções positivas. Geralmente ficam
entusiasmados, são dirigidos para a ação e fazem parte daqueles que gostam de dizer ‘Sim’ ou
‘Vamos’ para qualquer oportunidade que surja. Em geral, gostam de agitão e excitação.
Quando em grupos, gostam de conversar e chamar atenção para si mesmos; são enfáticos e
assertivos e têm um nível de exuberância, energia e atividade maior que os introvertidos.
Estes, por sua vez, tendem a serem quietos, discretos, deliberados nas atitudes, e pouco
ligados às atividades sociais no mundo. A sua carência de vida social não deve ser
interpretada como timidez ou depressão. Os introvertidos simplesmente precisam de menos
estímulos externos que os extrovertidos; para estarem bem, preferem ficar sozinhos. A
independência e a reserva da introversão são, às vezes, erroneamente interpretadas como não
97
amistosos ou arrogância. Na realidade, um introvertido que tenha um nível elevado de
afabilidade poderá não procurar os outros, mas será muito agradável quando for procurado
por eles. Pode ter maior ou menor contato com pessoas e ter expreso maior ou menor de
sentimentos e emoções. Suas principais características são: Amistosidade: está relacionada ao
calor humano e ao gosto por fazer amizades, procurando-as com freqüência. Esta faceta
mostra o quanto às pessoas são amistosas, gostam de outras pessoas e demonstram
sentimentos positivos para os outros. No entanto, pessoas com essa característica podem
demonstrar reservas nos relacionamentos e em situações de muita exposição, ou com pessoas
mais evasivas. Gregariedade: mostra o desejo de se estar na companhia de pessoas para
trabalhar e se divertir; acham a companhia das outras pessoas divertida, estimulante e
recompensador - não gostam de ficar sozinhos. Sente-se à vontade, seja com pessoas a sua
volta ou mesmo quando está sozinha. Se o assunto é diversão, a companhia de amigos é bem
vinda, porém aprecia e desfruta manter seus momentos de privacidade. Assertividade:
gostam de dizer o que pensam, tomar posição e dirigir as atividades dos outros. Tem a
caractestica principal de expor as idéias tão logo quanto posvel. Atividade: esta faceta está
relacionada a uma vida movimentada, agitada e, em geral, sempre ocupada. Pessoas que se
encaixam nessa faceta se movem rapidamente, agem enérgica e vigorosamente; são ativas e
gostam de ritmo intenso no que fazem. Busca de excitação: Pessoas com alto nível nesta
escala facilmente se entediam quando não têm um vel alto de estimulo; buscam emoções
fortes e riscos. O níveldio aprecia tanto as atividades agitadas ou excitantes quanto a
tranqüilidade para seus momentos de reflexão; embora aprecie o estímulo que a agitação ou
risco apresentam,o está constantemente procurando-os. Emoções positivas: Esta escala
mede o nível e freqüência de humor e sentimentos positivos, como otimismo, entusiasmo e
expressão de alegria e ânimo. Em geral, são pessoas que agem positivamente diante de
98
incertezas ou mudanças, mas também assumem posições céticas, buscando dados
confirmadores para embarcar numa posição otimista.
FATOR 3: INTELECTO OU ABERTURA A NOVAS EXPERIÊNCIAS: Este fator,
que também tem sido chamado de Abertura para Novas Experiências, engloba características
como flexibilidade de pensamento, fantasia e imaginação e interesses culturais. O eixo de
abertura às experiências descreve uma dimensão do estilo cognitivo que distingue pessoas
criativas e imaginativas das outras mais convencionais e realistas. Pessoas abertas são
intelectualmente curiosas, apreciam a arte e são sensíveis às belezas do mundo. Quando
comparadas às pessoas mais fechadas, são mais conscientes de seus sentimentos. Costumam
pensar e agir de modo individualista e não convencionalmente. Os intelectuais costumam
atingir níveis altos de aberturas à experiência e, por isso, este fator tem sido chamado também
de Cultura ou Intelecto. Outra característica das pessoas de estilo cognitivo aberto é a sua
facilidade para pensar em símbolos e abstrações distantes da experiência concreta. Dentre as
características de quem aceita experiências e situações novas está a capacidade para mudanças
(internas e externas) e, inclusive, há a disponibilidade para viajar. Pessoas com baixos níveis
de Abertura às experiências tendem a ter interesses mais estreitos e comuns, preferindo coisas
simples, diretas e óbvias e não as complexas, ambíguas ou sutis. Costumam desconfiar das
artes e das ciências, achando que, em geral, artistas e cientistaso pouco pticos e
fantasiosos. São indivíduos fechados, escolhendo aquilo que lhes é familiar. São
conservadores e resistem à mudança. Suas facetas são: Imaginação: tem gosto pela
imaginação e fantasia (contraposto à praticidade e objetividade); Interesses artísticos:
demonstra gosto e admiração pelas artes, música, estética; Percepção emocional: valoriza os
sentimentos e emoções no cotidiano das ações; Mudanças: gosto por atividades diferentes e
mudanças; Intelecto: facilidade e gosto para lidar com idéias que comparam pessoas e coisas;
Liberalismo: defesa da liberdade individual (contrário de valores tradicionais).
99
FATOR 4: NÍVEL DE SOCIALIZAÇÃO, AFABILIDADE OU EGOCENTRISMO:
A Afabilidade descreve o número de fontes que alguém busca para definir suas normas de
comportamento correto. Alta Afabilidade ou o adaptador: são pessoas que tendem a
subordinar suas necessidades sociais às dos outros; aceitam os desejos e normas do grupo ao
invés de insistir em seus desejos pessoais. A harmonia é a coisa mais importante para ele do
que, por exemplo, divulgar a sua visão pessoal sobre as coisas. O perfil do adaptador é base
para papéis sociais importantes como educação, serviço social e psicologia. Nesta dimensão
estão aqueles que seguem um grande número de padrões ou normas, como, por exemplo,
njuge, deres religiosos, amigos, chefe ou ídolos culturais. Baixa Afabilidade ou o
desafiador: são pessoas que, no outro extremo, seguem apenas suas próprias idéias. Está mais
focado nas suas necessidades pessoais. O desafiador se preocupa mais em conquistar e
exercitar poder; segue o ritmo de sua própria música ao invés de entrar em coro com o grupo.
O perfil do desafiador é fundamento para papéis sociais importantes como propaganda,
gerência e lideraa militar. No nível médio, encontra-se o negociador, capaz de transitar
entre a liderança e a subordinação, agindo conforme a exigências da situação. Os dois
extremos desse traço são pessoas que se dirigem para outras pessoas (o adaptador) e pessoas
que se dirigem contra outras pessoas (desafiador). Na sua forma extrema, o adaptador pode se
tornar alguém com personalidade dependente, que perde completamente seu sentido de
pessoa. Já o desafiador pode criar uma personalidade narcisista, anti-social e autoritária,
alguém que perde o sentido de empatia pelos outros. Essa dimensão consegue abranger e
descrever a dependência ou altruísmo do adaptador, a independência ou egocentrismo do
desafiador e a interdepenncia ou situacionalismo do negociador. Pessoas com esses traços
demonstram características como cooperação, altruísmo, empatia e transparência pessoal. As
facetas dessa dimensão são: Confiança: mostra o quanto confia em outras pessoas;
Transparência pessoal: capacidade de se abrir e expressar o que sente e pensa;
100
Solidariedade: gosto em ajudar as pessoas; Complacência: tendência a conceder e evitar
conflitos em contraposição a ser desafiador e questionador para afirmar o que quer; Mostia:
o quanto valoriza explicitamente as qualidades que sente ter; Empatia: sensibilidade pelas
emoções dos outros e capacidade para se colocar no lugar do outro.
FATOR 5: CONSCIENCIOSIDADE OU AUTOCONTROLE: Este fator agrupa
traços ou características de personalidade que levam a responsabilidade, honestidade, ou, no
outro extremo, negligência, irresponsabilidade. Alguns estudos têm mostrado que este fator se
correlaciona com desempenho acadêmico, organizando e dirigindo o comportamento, o que
levou alguns autores a denominá-lo vontade (desejo) de realização. Esta dimensão diz respeito
ao modo de como se controla, regula e dirigi os impulsos. Impulsos não são males em si, pois,
às vezes, pressões de curto prazo exigem uma decisão rápida, e responder ao que ocorre no
primeiro impulso pode ser uma resposta muito efetiva. Indivíduos impulsivoso
freqüentemente percebidos como divertidos para se conviver. No entanto, quando se age por
impulso, é possível envolver-se num grande número de problemas, pois alguns impulsos são
anti-sociais; e ações anti-sociais sem controle são nocivas à sociedade e podem levar à
retaliação dirigida para quem agiu dessa forma. Outro problema com as ações impulsivas é
que elas produzem recompensas imediatas, mas trazem indesejáveis conseqüências de longo
prazo. Alguns exemplos são: relacionamentos inadequados no ambiente de trabalho, insultos
intempestivos que levam ao fim um relacionamento importante, ou o uso de drogas que
destroem a sde. O comportamento impulsivo, mesmo quando não é seriamente prejudicial,
diminui a eficiência das pessoas de modo significativo. A ação irrefletida não permite a
análise de ações alternativas, que poderiam oferecer melhores resultados. A impulsividade
desvia as pessoas de projetos que requerem uma seqüência organizada de estágios. Por tudo
isso, as realizações de pessoas impulsivas são eventuais e inconsistentes. A Conscienciosidade
descreve um número de objetivos para os quais alguém se dirige. Alta Conscienciosidade
101
descreve uma pessoa que se focaliza em menos objetivos e exibe muita autodisciplina na
busca de seu foco. Baixa Conscienciosidade descreve alguém que busca um número maior de
metas, mas também é mais subjetiva e tem um foco mais difuso. De forma geral, esta
dimensão diz respeito ao autocontrole e regulação dos impulsos. Inclui: Auto-eficácia:
credibilidade na própria capacidade de fazer coisas; Organização: planejamento e
estabelecimento de prioridades; Senso de dever: senso de dever e motivação para cumprir
obrigações; Motivação para conquista: motivão para a excelência e estabelecimento de
objetivos próprios, seguindo-os; Autodisciplina: quando se propõe a fazer algo, é
disciplinado e persiste no que faz; Cautela: pensar antes de agir em contraposição a agir por
impulso.
Atualmente esse modelo é considerado pela comunidade acadêmica de psicologia
americana como o mais fidedigno na descrição da personalidade. Não é um teste de
inteligência ou habilidades específicas e não pretende diagnosticar problemas de saúde
mental; dá uma idéia do que faz o indivíduo ser uma pessoa única, com seu jeito próprio de
pensar, sentir e interagir com os outros (AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION,
2005).
2.5.2 O modelo BIG FIVE de avaliação da personalidade
De Posada (2004a; 2004b) não inventou um novo modelo de avaliação da
personalidade ao desenvolver o teste ‘Big Five. O psicólogo adaptou o modelo CGF a um
software e, após pequenas variações de terminologia, disponibilizou-o na internet (Quadro 4).
102
Fator CGF BIG FIVE TEST
1
Neuroticismo ou Estabilidade
Emocional
Emocionalidade Negativa
2 Extroversão/Introversão Extroversão
3
Intelecto, Originalidade ou Abertura a
Novas Experncias
Abertura
4
Nível de Socialização ou
Afabilidade
Egocentrismo
5
Escrupulosidade, Vontade de Realização
ou Conscienciosidade
Autocontrole
Quadro 4 Diferenciação das terminologias dos fatores dos traços de personalidade entre o modelo CGF e o
Big Five Test
Utilizando um questionário com 25 perguntas (Anexo 3), extraídos do NEO-PI R, De
Posada (2004a; 2004b) relacionou cada Fator a uma escala de valores qualitativos. A
Psicometria é interpretada pelo pesquisado, observando uma escala de cinco variáveis: alta,
alta negativa, ambivalente, baixa positiva, baixa. As escalas de valores qualitativos são:
EMOCIONALIDADE NEGATIVA: Elástico: Tem a tendência de conduzir situações
estressantes de forma segura e estável. Está livre do estresse até em situações estressantes.
Pensa de forma analítica e racional. Pode dar a impressão de ser insensível, frio, relaxado ou
que não se importa muito com as coisas. Respondente: Tende a estar calmo, seguro e estável.
Surpresas, pressões, situações difíceis, crises ou circunstânciais estressantes podem levá-lo a
uma preocupação, irritação ou ao desencorajamento. Reativo: Tende a responder de forma
alerta. É uma pessoa preocupada e atenta. É facilmente excitável. Pode sentir estresse, porém
menos que os outros. Serve como a consciência de um grupo. Pode assumir a
responsabilidade por problemas que foram causados por outros. Pode ser percebido como
ansioso, tenso, irritado ou preocupado.
EXTROVERO: Introvertido: Prefere trabalhar sozinho. Geralmente é sério,
indiferente, calado. Prefere escrever ou comunicar-se por escrito do que pessoalmente. Pode
ser percebido como frio e distante. Ambiverto: Trabalha mais facilmente com outras pessoas
do que sozinho. Gosta de ficar com pessoas; ficar muito tempo sozinho lhe incomoda. Às
103
vezes, prefere estar só, outras vezes com pessoas. Extrovertido: Prefere estar com outras
pessoas e envolto na atividade. Pode ter problemas em escutar, pois tende a dominar a
conversação. É falador, entusiasta, sociável,lido, confiado e divertido.
ABERTURA: Conservador: Possui conhecimento profundo sobre o trabalho, tópico
ou tema. Tende a ser uma pessoa pragmática e muito enfocada no presente. É eficiente no
aspecto tático. Sente-se cômodo realizando tarefas ou atividades repetitivas. Pode ser
percebido como conservador, com visão estreita, muito rígido e tem grande dificuldade em
compartilhar. Prefere aquilo que já é provado e verdadeiro em vez de arriscar-se com o novo
ou incerto. Moderado: Sem opinião formada. São práticos. Não são muito criativos ou
curiosos. De vez em quando se fazem presentes. Às vezes, podem adaptar uma idéia que foi
criada por outra pessoa e expandi-la ou melhorá-la. Explorador: Tende a ter interesses
variados. Gosta de tecnologia de ponta e do pensamento estratégico. Curioso, busca novas
experiências e está orientado para o futuro, mas é acomodado com a troca. É mais criativo,
com mais imaginação, mais artístico. Pode ser pouco prático e se aborrece facilmente. Detesta
a rotina. Está mais aberto a reexaminar valores pessoais.
EGOCENTRISMO: Retido ou Desafiador
: Relaciona-se com os outros. É expressivo,
agressivo, cauteloso, persistente e competitivo. De pensamento independente, faz perguntas
para proteger seus próprios interesses, seja para se assegurar que a posição defendida é
ganhadora ou para se assegurar que vai ter razão e não provarão que está equivocado. Ganhar
é muito importante, a qualquer custo. Pode-se percebê-lo como hostil, rude, egontrico,
orgulhoso, cínico, que se sente superior aos outros. Não trabalha em equipe. Negociador
:
Tende a oscilar facilmente entre situações competitivas e cooperadoras, buscando um
resultado de ganhar e ganhar. Não é dependente e nem independente. Trabalha bem sozinho e
em equipe. Adaptável: Tolerante, altruísta, grato. Difere-se dos outros e é muito cooperador.
Facilmente emotivo e humilde. Promove a harmonia e trabalha muito bem em equipe. Não
104
está muito interessado em ganhar ou em estar correto. O importante é que a equipe ganhe.
Sacrifica-se pelos outros. Pode ser percebido como inocente, submisso, alguém que evita
conflitos e que carece de princípios, visto que tem a tendência a ceder ao grupo.
AUTOCONTROLE: Flexível: Enfrenta as metas de forma relaxada, espontânea e
aberta. Tem a habilidade de realizar muitas tarefas simultaneamente. Pode trabalhar em vários
projetos de uma vez. Pode trocar de caminho facilmente. É facilmente distraído. Pode adiar os
assuntos e, algumas vezes, pode ser muito casual sobre suas responsabilidades. Seu lugar de
trabalho, seu carro, sua casa vão estar desorganizadas. Por outro lado, não é menos produtivo.
Balanceado: Tende a manter uma boa relação entre família e trabalho. É mais ambicioso que
o flexível, porém mais predisposto a gozar da vida do que o enfocado. Ocasionalmente, perde
o enfoque devido a diversões espontâneas. Às vezes, é organizado e, às vezes, desorganizado.
Enfocado: Trabalha de forma disciplinada, persistente, consistente e organizada. Tem uma
forte vontade de alcançar metas e, freqüentemente, está preparado. É percebido como muito
concentrado no trabalho. É um dominador, arbitrário, compulsivo, meticuloso ou inflexível.
Pensa muito antes de agir. Às vezes, faltam-lhe oscilações na vida, visto que se concentram
muito no trabalho ou em suas metas, deixando de lado outras áreas da vida.
2.5.3 Estudos sobre traços de personalidade em atletas de alto rendimento
Pesquisas realizadas por Gosling, Rentfrow e Swann (2003), empregando o NEO-PI R
em 112 jogadores de basquete universitário, com idade entre 18 a 20 anos, do sexo masculino,
correlacionaram os seguintes traços de personalidade: No tro autoconfiança, 65% dos
atletas foram localizados no nível negativo do fator emocionalidade (R -) e 92% do escore
positivo do fator extroversão (E+). O traço liderança foi localizado no nível negativo do fator
emocionalidade (R -) e egocentrismo (A-), ambos com 70% das respostas. Para o traço
105
autocontrole, 73% dos atletas foram localizados no nível positivo do fator autocontrole (C+).
O traço motivação teve resposta no fator egocentrismo negativo (A -) com 98% e autocontrole
positivo (C+) com 83% das respostas. O traço concentração teve escore médio apenas em
autocontrole (C=) com 52 % das respostas. O traço criatividade foi localizado apenas no fator
positivo de abertura (O+) com 89% das respostas. Para os traços combatividade e
sociabilidade, ambos foram marcados por 92% dos atletas no fator extroversão positivo (E+).
Gosling, Rentfrow e Swann (2003) concluíram que através do instrumento NEO-PI R é
possível predizer algumas qualidades positivas em atletas de alto rendimento, como
autoconfiança, motivação, liderança, autocontrole e concentração.
Cunha e Oliveira (2003) desenvolveram estudo em um time de futebol da 1ª divisão do
Campeonato Paulista, correlacionando traços de personalidade e o desempenho dos atletas,
utilizando o NEO-PI-R. Foram pesquisados 22 jogadores, com idades entre 18 e 31 anos. A
pesquisa obteve as seguintes conclues: Sujeitos com fator de emocionalidade negativo (R-):
apresentavam traços de autoconfiança, controle emocional, concentração: Sujeitos com fator
de emocionalidade positivo (R +): apresentavam traços de ansiedade, frustração, pessimismo;
Sujeitos com fator de extroversão negativo (E -): individualistas, cauteloso, atento; Sujeitos
com fator de extroversão positivo (E +): altamente sociáveis, criativos, espírito de liderança e
de grupo; Sujeitos com fator de abertura negativo (O -): prático, objetivo, atento, eficiente,
perfeccionista; Sujeitos com fator de abertura positivo (O +): criativo, curioso, individualista;
Sujeitos com fator de egocentrismo negativo (A -): combativo, motivado, autoconfiante,
egoísta; Sujeitos com fator egocentrismo positivo (A+): dependente, espírito de grupo, evita
conflitos; Sujeitos com fator autocontrole negativo (C -): desorganizado, criativo, sociável,
distraído, desiste fácil; Sujeitos com fator autocontrole positivo (C +): combativo, controlado,
motivado, concentrado.
106
Middleton et al. (2003) utilizaram o instrumento NEO-PI reduzido para analisar dois
grupos de atletas universitários de alto rendimento nas modalidades esportivas do vôlei,
basquete e rugby, em dois países distintos: Austrália e Nova Zelândia. A amostra foi
constituída por 263 atletas australianos (62% homens, 38% mulheres) e 272 atletas
neozelandeses (61% homens, 39% mulheres), com idades entre 17 e 18 anos. Um dos
objetivos da pesquisa era comparar quantitativamente as incidências dos fatores de
Emocionalidade Positiva, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole entre os dois
grupos pesquisados.
O estudo concluiu que, no grupo masculino, os neozelandeses possuem mais traços
consistentes nos fatores Extroversão e Egocentrismo que os atletas australianos. Os fator de
Emocionalidade Positiva está mais presente nos atletas australianos. E verificou-se
semelhaa entre os dois grupos nos fatores Abertura e Autocontrole. No grupo feminino, o
fator de Extroversão foi mais consistente nas atletas neozelandesas em relação às australianas.
Nos fatores Emocionalidade Positiva, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole, o estudo
apresentou semelhanças muito próximas à igualdade entre os dois grupos pesquisados.
Segundo Middleton (2003), as muitas semelhanças não surpreenderam, inclusive confirmaram
as expectativas dos pesquisadores, apesar de serem países distintos, que o fator migratório dos
australianos para a Nova Zendia contribuiu significativamente para essas semelhanças de
comportamento.
2.6 MODELO DE ANÁLISE DOS HÁBITOS DE VIDA
Segundo Marques e Gaya (1999), o desenvolvimento de hábitos, comportamentos e
atitudes descritoras de estilos de vida saudáveis e ativos tendem a desenvolver-se cedo no seio
familiar e que prosseguem na escola. Dessa tendência, decorre a crença, muito presente entre
107
especialistas em Educação Física, que a infância e a adolescência possam representar períodos
ótimos para a intervenção pedagógica no sentido de estimular hábitos e comportamentos que
se espera manter durante toda a vida do indivíduo. Não obstante, destaca-se o importante
número de estudos epistemológicos que têm demonstrado a forte e consistente associação
entre atividade física e saúde. Neste sentido, uma das preocupações da Educaçãosica e da
Ciência do Movimento tem sido o estudo sobre os Hábitos de Vida, Níveis Socioeconômicos,
Indicadores de Crescimento e Aptidão Física dos jovens estudantes praticantes ou não de
esportes de alto rendimento, comparando as informações obtidas nas pesquisas entre jovens
urbanos, entre escolas e também, objeto deste estudo, entre países.
A Educação Física configura-se como uma disciplina cuja especificidade lhe atribui
responsabilidades essenciais para o desenvolvimento tanto da cultura corporal quanto de
aspectos sociais, educacionais e de saúde. Entende-se por cultura corporal a competência
relativa às habilidades e condicionamentos passíveis de educarem jovens através de práticas
corporais tais como o esporte, a ginástica e jogos. É de responsabilidade da Educação Física,
dentre outras, a promoção da saúde através da educação para uma vida fisicamente ativa, e
esportivamente rica e desenvolver conhecimentos sobre as relações das práticas corporais com
os hábitos de vida (MARQUES; GAYA, 1999).
Torres (1998) define os hábitos de vida como um conjunto de atividades cotidianas
regulares que se refere à organização do cotidiano, participação sócio-cultural e a participação
em práticas desportivas.
Para Sobral (1989,1992), o estudo dos hábitos de vida configura-se como importante
fator para análise do fenômeno da performance desportiva, uma vez que a conceitualização de
performance desportiva, enquanto um fenômeno biocultural implica no reconhecimento da
influência de fatos referentes às condições socioeconômicas, à organização do cotidiano, às
atividades físicas habituais, entre outros, em sua manifestação. A organização do cotidiano,
108
como categoria para análise dos hábitos de vida, representa a dimensão onde se encontram
variáveis relativas aos hábitos de sono, atividades realizadas no interior de residência e
atividades fora da residência. Com relação a atividades socioculturais, entende-se como sendo
um conjunto de elementos físico-geográficos, sociais e culturais com os quais o homem pode
interagir. Refere-se, também, à identificação dos materiais de esporte que os adolescentes
possuem, local preferido para as práticas desportivas e a participação em algum grupo como,
por exemplo, dança, música, teatro entre outros. Quanto à participação em práticas
desportivas, concerne tanto a aspectos relacionados com a própria participação esportiva
quanto à estruturação e organização dos programas de treinamento, como volume e
intensidade das seses de treino.
2.6.1 Resultados de pesquisas sobre hábitos de vida em jovens e atletas
Pesquisa citada por Oliveira (1998) procurou comparar os hábitos de vida dos
escolares entre quatorze e dezoito anos de idade com incidência particular nas atividades
sócio-culturais de dois contextos familiares e habitacionais diferentes. O contexto ‘A’ refere-
se à situação socioecomica privilegiada e no contexto ‘B’ a situação socioeconômica
desprivilegiada, no qual o autor verificou que em relação às atividades desenvolvidas pelos
estudantes adolescentes fora de casa: o parque infantil, o jardim público e as instalações
desportivas eram freqüentados pelos escolares de ambos os grupos, principalmente durante os
finais de semana. A rua ou pracinha era também um local pouco freqüentado, aumentando
essa freqüência nos finais de semana em ambos os grupos. Em relão às atividades
desportivas e artísticas praticadas, os escolares pertencentes ao contexto ‘A’, todos praticavam
uma ou mais destas atividades. Os escolares pertencentes ao contexto ‘B’, ao contrário,
referiram na sua grande maioria não praticar qualquer tipo de atividade artística ou desportiva.
109
Nas atividades praticadas em casa, o autor verificou que os estudantes de ambos os grupos
têm hábitos de leitura nos seus tempos livres, no entanto, os escolares pertencentes ao
contexto ‘A’, fazem-no com maior freqüência. Os estudantes, que pertenciam ao contexto
‘A’, utilizam o computador muito mais que os escolares pertencentes ao contexto ‘B’.
Verificou-se uma maior utilização de jogos eletrônicos por partes dos escolares que
pertenciam ao contexto ‘A’. A participação dos dois grupos se torna elevada no que se refere
às tarefas em casa, aos estudos e trabalhos de casa. Ouvir música, os dois grupos referem em
sua maioria. Assistir televisão ou vídeo, os estudantes do contexto ‘A’ assistem mais do que
os do contexto ‘B’. Relacionado às atividades musicais (tocar instrumentos) e brincar com
brinquedos, o autor conclui que ambos os grupos têm comportamentos semelhantes
(OLIVEIRA, 1998).
Observou-se, na pesquisa citada por Oliveira (1998), que tanto em relação às
atividades realizadas fora de casa quanto às atividades realizadas no interior da residência, a
freqüência de ocorrência é predominante nos escolares pertencentes ao contexto ‘A’ em
relação os escolares do contexto “B”. Assim, o nível socioecomico, para essa amostra
estudada, parece ser uma variável interveniente nos hábitos de vida.
Torres e Gaya (1997) realizaram um estudo de grande extensão em escolares da rede
Municipal de Porto Alegre e concluíram que: os hábitos de sono diferem de acordo com o
turno de estudo (quem estuda pela manhã dorme normalmente oito horas por dia, enquanto
aqueles que estudam pela tarde têm maior heterogeneidade em relação aos horários de dormir
e acordar). Assistir televisão, brincar/conversar com os amigos, escutar música e realizar
tarefas domésticas são as atividades mais freqüentes realizadas por esses escolares no interior
da sua moradia. Os autores destacam nesse estudo que as atividades domésticas e a
responsabilidade pelo cuidado com os irmãos mais jovens são tarefas precocemente atribuídas
às escolares. Às atividades realizadas no exterior das residências como brincar e ou conversar
110
com os amigos e andar de bicicleta foram às opções com o maior número de respostas. Os
escolares informaram que não possuem materiais desportivos diferenciados e seus locais de
práticas desportivas são o pátio de casa e a rua. A participação sócio-cultural apresenta-se
restrita e a prática desportiva sistematizada é um fato incomum para esses escolares.
Grupta (1986) relacionou ovel socioeconômico e a prática desportiva em 200
estudantes indianos de 17 a 26 anos de idade. Os resultados evidenciaram que os escolares de
famílias de alto nível socioecomico estavam mais envolvidos com o esporte.
Cauley et al. (1991) analisaram a participação esportiva em 917 indivíduos por classe
social. O estudo apontou que a participação esportiva é maior em indivíduos da classe alta e
que o nível socioeconômico é um fator de valor significativo.
França et al. (2004) investigaram a prática de atividades motoras junto à população de
vel socioeconômico desprivilegiado, do munipio de Santana de Parba, emo Paulo. Os
resultados obtidos parecem corroborar o fato de que a prática de atividades motoras ocorrem
com maior freqüência nas classes socioeconômicas privilegiadas do meio urbano.
Torres e Gaya (1998) descreveram o perfil dos hábitos de vida em jovens atletas
praticantes de desporto de rendimento e identificaram os posveis efeitos relacionados ao
gênero, nível socioeconômico e da prática desportiva. A amostragem foi de 393 atletas
praticantes de esportes coletivos e participantes da etapa final dos Jogos da Juventude de
1996. Os autores chegaram às seguintes conclusões: no que tange ao perfil dos hábitos de
vida, o nível socioeconômico corresponde às classes ‘A’ e ‘B’; as atividades realizadas no
interior e exterior da moradia (estudar, escutar música, assistir televisão, conversar com
amigos dentro de casa, jogar bola e conversar com os amigos fora de casa) houve pouca
diversidade. Os autores destacam o fato de que o nível socioecomico da maioria dos
participantes da amostra não corresponde ao nível socioeconômico de grande parte da
população brasileira, e que, desta forma, possa ocorrer outra seleção, a priori, daquela
111
inerente ao desporto de rendimento: seleção econômica. Assim, o nível socioeconômico
caracteriza-se como uma variável importante no que se refere à realização de práticas
esportivas.
Os estudos relatados nesta pesquisa sugerem a presença da relação entre o nível
socioeconômico e os hábitos de vida dos estudantes adolescentes quanto às dimensões da
organização do cotidiano, prática sócio-cultural e a prática desportiva. Estas apontam que
estudantes adolescentes de nível socioecomico mais elevado têm maiores oportunidades e
melhores condições de praticar atividades esportivas.
112
3 MÉTODO
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Quanto ao nível de investigação, considera-se este estudo uma pesquisa do tipo
‘Aplicada’. Segundo Salomon (2000 p. 158), as pesquisas do tipo ‘Aplicada’ são as que se
destinam a aplicar leis, teorias e modelos, na solução de problemas que exigem ação e/ou
diagnóstico de uma realidade (geográfica, social, ecomica, potica). Geralmente essas
pesquisas supõem a existência de pesquisas puras já realizadas, mas pode ocorrer que o
problema específico exija um trabalho duplo: o da investigação de uma ‘microteoria’ que
passará a funcionar como o quadro de referência específico e a aplicação desse quadro na
ação planejada em decorrência da pesquisa. Isso é muito freqüente quando se tem que testar a
validade de algum estudo realizado em locais e culturas diferentes, antes de aplicar seu corpo
de informações ao caso concreto de que se ocupa uma pesquisa aplicada, como é o caso deste
estudo.
Este estudo utilizou duas abordagens para análise e interpretação dos dados: a
abordagem quantitativa e a qualitativa. Segundo Chizzotti (1991), a pesquisa quantitativa
volta-se para a descrição, explicação e predição da realidade. A utilização de técnicas e
procedimentos estatísticos permite a construção de um estudo, no qual se evite “incorrer em
distorções que irão ferir a legitimidade, cientificidade e credibilidade do trabalho de
investigação”.
Na análise quantitativa, os dados de hábitos de vida e traços de personalidade
receberam tratamento estatístico visando mensurar as variáveis: sexo e posição em quadra.
Quantificadas essas variáveis, verificou-se, a partir da análise de freqüências absolutas e
113
relativas, as incidências e correlações estatísticas nas variáveis de hábitos de vida: indicadores
físicos (altura, peso, massa corporal), indicadores socioeconômicos (hábitos diários, cultura
esportiva), atividades culturais e prática esportiva; e as incidências e correlações nas variáveis
traços de personalidade: emocionalidade, extroversão, abertura, egocentrismo e autocontrole,
comparando-as distintamente.
A análise qualitativa, por sua vez, foi definida como voltada para os dados produzidos
pelas interações interpessoais, provenientes da co-participação das situações em que os
informantes estavam envolvidos (ANDRADE, 2001). Segundo Chizzotti (1991, p. 79), o
conhecimentoo se reduz a um rol de dados isolados, conectados por uma teoria explicativa;
o sujeito-observador é parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os
fenômenos, atribuindo-lhes um significado. O objeto não é um dado inerte e neutro; está
possuído de significados e relações que sujeitos concretos criam em suas ações.
Nas metodologias qualitativas, os sujeitos de estudo não são reduzidos a variáveis
isoladas ou a hipóteses, mas vistos como parte de um todo, em seu contexto natural, habitual.
Considera-se que, ao reduzir pessoas a agregados estatísticos, se perde de vista a natureza
subjetiva do comportamento humano. Há uma possibilidade de conhecer os seres humanos e
compreender como ocorre a evolução das definições de mundo destes sujeitos fazendo uso de
dados descritivos derivados de registros e anotações pessoais, de falas de pessoas, de
comportamentos observados (CHIZZOTTI, 1991).
Neste estudo, a análise qualitativa foi empregada na interpretação através da
comparação dos dados obtidos nos questionários de hábitos de vida (Anexo 1 e 2) e traços de
personalidade (Anexo 3).
Esta pesquisa caracteriza-se ainda como “Exploratória e Descritiva”. Segundo Rudio,
(1982, p.73) a pesquisa exploratória é um tipo de pesquisa empírica na qual a investigação
está voltada para a clarificação de conceitos existentes sobre o problema pesquisado e
114
possibilita a familiarização com a realidade investigada. Para Salomon (2000, p. 158), as
pesquisas exploratórias e descritivas são as que têm por objetivo definir melhor o problema,
proporcionar as chamadas intuições de solução, descrever comportamentos de femenos,
definir e classificar fatos e variáveis.
Considera-se este estudo uma pesquisa exploratória porque o objetivo foi a ampliação
dos conhecimentos sobre os hábitos de vida e traços de personalidade dos atletas de Santa
Catarina e Oklahoma, aumentando a familiaridade com a questão pesquisada. Também é uma
pesquisa descritiva, porque descreveu as características que comem as situações e
representações da realidade pesquisada. Ou seja, apresentaram-se descritivamente as
principais características dos hábitos de vida e traços de personalidade dos atletas pesquisados
de Santa Catarina (Brasil) e Oklahoma (EUA)
6
.
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
3.2.1 Descrição da população
A população foi constituída por atletas, jogadores de basquetebol, masculinos e
femininos, com idade de 16 a 18 anos, dos Estados de Santa Catarina (Brasil) e Oklahoma
(EUA), e que pratiquem o esporte há nonimo um ano (Tabela 1).
6
o foi objeto deste estudo a análise do desempenho dos atletas, mas estabelecer um perfil dos hábitos e vida e
traços de personalidade da população pesquisada. Num segundo momento, foram verificadas e comparadas as
qualidades positivas, descritas Weinberg e Gould (2001), que definem a personalidade ideal de atleta, tais como:
autodisciplina, autoconfiança, inteligência de jogo, controle emocional, concentração, motivação positiva,
determinação, compromisso.
115
Tabela 1 - Descrição da população: Informações gerais de Santa Catarina e Oklahoma; estimativa da população
de jogadores brasileiros e americanos, masculino e feminino
Ordem INFORMAÇÕES GERAIS
SANTA CATARINA OKLAHOMA**
1 EXTENSÃO TERRITORIAL 95.286,10 K 109.867,20 k
2 POPULAÇÃO 5.356.360 3.511.532
2.1 Brancos (+Hispânicos) 4.835.010 = 90,26% 2.858.387 = 81,4%
2.2 Negros/Pardos 494.984 = 9,24% 266.876 = 7,6%
2.3 Indígenas 1.515 = 0,2% 277.477 = 7,9%
3
RENDA PER CAPITA (2002)* R$ 9.272 U$ 17.646
4
ESTIMATIVA POPULAÇÃO
TOTAL DE JOGADORES – 16 A 18 ANOS
1.200*** 8.580****
5
ESTIMATIVA POPULAÇÃO TOTAL DE
JOGADORES MASCULINOS
690 = 57,5% 4.985 = 58,1%
6
ESTIMATIVA POPULAÇÃO TOTAL DE
JOGADORAS FEMININAS
510 = 42,5% 3.595 = 41,9%
Fontes:
* IPEA 2002: RENDA PER CAPITA: R$ 9.272,00 p/ano.
** Disponível em http://quickfacts.census.gov/qfd/states/40000.htm
*** Estimativa fornecida pela Federação Catarinense de Basketball (FBA) e Fundação Catarinense de
Desportes. Disponível em http://www.fesporte.sc.gov.br/paginasprincipais/framegeral.asp.
****Estimativa fornecida por Coachesaid. Disponível em http://www.coachesaid.com/showclass.asp
.
3.2.2 Definição da amostra
A técnica de amostragem selecionada foi a do tipoProbabilística Aleatória”
estratificada por localização e sexo, ou seja, os sujeitos foram escolhidos ao acaso dentro do
universo da população estudada. Por definição, este tipo de técnica pode originar uma
generalização estatística apoiada no cálculo de probabilidades e permitir a utilização da
inferência estatística (LAKATOS; MARCONI, 2001).
Segundo Lakatos e Marconi (2001), na Amostragem Aleatória, a escolha de um
indivíduo na população a ser estudada é aleatória ou ao acaso quando cada membro da
população tem a mesma probabilidade de ser escolhido. Isto exclui, portanto, a escolha
116
pessoal, atras da qual os elementos, por exemplo, mais cooperativos, mais inteligentes ou
mais acessíveis seriam os selecionados. Em outros termos, o número requerido de indiduos
selecionados tem cada qual a mesma chance de ser escolhido que todos os outros.
O número requerido de indivíduos estudados, ou tamanho da amostra, foi determinado
através do uso dermulas específicas para o tipo de desenho a ser utilizado (KIRKWOOD,
1990). Para satisfazer este requisito, foram adotados os conceitos da European Society for
Opinion and Marketing (ESOMAR), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABIPEME) e do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que afirmam que uma
pesquisa científica de método comparativo, cuja amostragem seja Probabistica Aleatória,
para ser representativa, o tamanho da amostra deve ser igual ou superior a 1,5% do universo
da populão total pesquisada, seja ela estimada ou definida (EUROPEAN SOCIETY FOR
OPINION AND MARKETING, ESOMAR, 1983) (Tabela 2).
Tabela 2 – Descrição da amostra: população dos jogadores pesquisados em Santa Catarina e Oklahoma,
masculino e feminino
Ordem INFORMAÇÕES GERAIS SANTACATARINA OKLAHOMA**
1
POPULAÇÃO TOTAL DE JOGADORES
PESQUISADOS
157 150
1.1
Percentual sobre a Estimativa da População
Total de Jogadores
13,08% 1,75%
2
POPULAÇÃO DE JOGADORES
PESQUISADOS MASCULINO
76 75
2.1
Percentual sobre a Estimativa da População
Total de Jogadores Masculinos
11,01% 1,50%
3
POPULAÇÃO DE JOGADORAS
PESQUISADAS FEMININO
81 75
3.1
Percentual sobre a Estimativa da População
Total de Jogadoras Femininas
13,72% 2,08%
117
3.2.2.1 Amostra de Santa Catarina (Brasil)
Jogadores de Basquetebol, de ambos os sexos, que disputam competições oficiais
patrocinadas pela Federação Catarinense de Basketball, ou seja, o Campeonato Estadual
Juvenil de Basquete; Fundação Catarinense de Desportos (FESPORTE), Olimpíada Estudantil
de Santa Catarina (OLESC) e Joguinhos Abertos de Santa Catarina. A escolha dos
pesquisados foi aleatória. A amostra de 157 jogadores pesquisados representa 13,08% sobre a
estimativa da população total de jogadores de basquete no Estado de Santa Catarina com
idades entre 16 a 18 anos. Os clubes e as cidades onde as amostras foram colhidas e seus
respectivos percentuais de participação na pesquisa estão detalhados na Tabela 3.
Tabela 3 – Amostra dos jogadores de basquete masculino e feminino: Santa Catarina
SANTA CATARINA - MASCULINO SANTA CATARINA - FEMININO
CLUBE CIDADE AMOSTRA % CLUBE CIDADE AMOSTRA %
Figueirense Fpolis 23 30,3 Geração Fpolis 24 29,6
Floripa Jr. Fpolis 12 15,8 ADBLU Blumenau 6 7,4
Unisul Tubarão 13 17,2 AJAB Jaraguá 8 9,8
APAB Criciúma 9 11,8 Bom Jesus Joinville 20 24,8
Ipiranga Blumenau 10 13,1 Unisul Tubarão 12 14,8
Bandeirante Brusque 9 11,8 DME Araranguá 5 6,2
EEB Piçarras 6 7,4
n = 76 100 n = 81 100
3.2.2.2 Amostra de Oklahoma (EUA)
Jogadores de Basquetebol, de ambos os sexos, que disputam competições oficiais
entre as high-schools no Estado americano de Oklahoma. A escolha dos pesquisados foi
aleatória. A amostra de 150 jogadores pesquisados representa 1,75% sobre a estimativa da
população total de jogadores de basquete no Estado de Oklahoma com idades entre 16 a 18
118
anos. As escolas e as cidades onde as amostras foram colhidas e seus respectivos percentuais
de participação na pesquisa estão detalhados na Tabela 4.
Tabela 4 – Amostra dos jogadores de basquete masculino e feminino: Oklahoma
OKLAHOMA - MASCULINO OKLAHOMA - FEMININO
ESCOLA CIDADE AMOSTRA % ESCOLA CIDADE AMOSTRA %
Hutchinson Hutchinson 19 25,4 Elliwood Elliwood 1 1,3
Mccurtain Mccurtain 15 20,0 Mccurtain Mccurtain 10 13,3
Victory Tulsa 16 21,3 Hutchinson Hutchinson 19 25,4
Eldorado Eldorado 5 6,7 Buhler Hutchinson 1 1,3
Harrisburg Harrisburg 6 8,0 Victory Tulsa 22 29,3
Harding Harding 13 17,3 Harrisburg Harrisburg 7 9,4
Winfield Winfield 1 1,3 Galatia Galatia 1 1,3
Eldorado Eldorado 6 8,0
Harding Harding 7 9,4
Pope County Golconda 1 1,3
n = 75 100 n = 75 100
3.2.2.3 Constituição da amostra por sexo e posição em quadra
A constituição da amostra por sexo e posição em quadra e o número de jogadores
participantes deste estudo nas freqüências absoluta e relativa estão detalhados na Tabela 5.
Tabela 5 – Constituição da amostra por sexo e posição em quadra dos jogadores de basquete brasileiros e
americanos, masculino e feminino
MASCULINO FEMININO
SEXO
POSIÇÃO
SC % OK % SC % OK %
ALA
29 38,2 25 33,34 29 35,81 29 38,67
ARMADOR
25 32,9 20 26,66 25 30,86 29 38,67
PIVÔ
22 28,9 30 40 27 33,33 17 22,66
TOTAIS 76 100 75 100 81 100 75 100
Abreviaturas: SC = Santa Catarina; OK = Oklahoma.
119
A escolha de atletas ligados a Clubes, em Santa Catarina, e Escolas ou High Schools,
em Oklahoma, deu-se pelo fato deles possuírem uma estrutura semelhante de Educação Física
e, principalmente, por disputarem competições oficiais, em que os atletas estão envolvidos
nos ambientes esportivos e competitivos. Essa justificativa atende uma das prerrogativas desta
pesquisa, qual seja, a de que as interpretações sempre considerarão os atletas, tanto brasileiros
como americanos, como de alto rendimento, mesmo que estes não sejam profissionais.
3.3 INSTRUMENTOS DO ESTUDO
Foram utilizados como instrumentos desta pesquisa dois questionários do tipo
Padronizado ou Estruturado”. O objetivo foi sujeitar o universo dos pesquisados às mesmas
perguntas, podendo desta forma comparar as suas respostas (LAKATOS & MARCONI,
2001).
A estrutura e composição dos questionários compreendem:
Questionários de aspectos físicos, composto por perguntas de fato: Dados pessoais,
Posição em quadra, Idade, Altura, Peso, Massa Corporal (Anexo 1);
Para Hábitos de Vida, foi empregado o questionário de Hábitos de Vida na Infância e
Adolescência – EVIA (Sobral, 1989), adaptado à realidade brasileira a partir do
projeto piloto realizado por Torres e Gaya (1998), como instrumento de aferição e
medida para os indicadores de Hábitos de Vida. O questiorio é composto por:
Indicadores Socioeconômicos (critério ABIPEME): Perguntas de múltipla escolha
com uma opção; Indicadores Hábitos Diários: Perguntas de múltipla escolha com uma
opção; Indicadores de Cultura Esportiva e Indicadores de Atividades Culturais;
Perguntas de múltipla escolha com mais de uma opção; Indicadores de Prática
Esportiva Sistematizada: Perguntas abertas (Anexo 2);
120
Para o teste de tros de personalidade, foi utilizado uma adaptação reduzida do NEO-
PI, o BIG FIVE TEST. Este Teste de Personalidade tem por objetivo definir os traços
de personalidade do atleta, determinando quais são seus pontos fortes e fracos, assim
como suas habilidades para se relacionar com outras pessoas (DE POSADA, 2004a;
2004b). São 25 perguntas de múltipla escolha com uma opção (Anexo 3).
O Psicodiagstico Esportivo refere-se à avaliação de condutas, atitudes e apties
psicológicas (incluindo pontos fortes e vulneráveis) que possibilitam aos esportistas melhorar
as condições e recursos de sua prática esportiva (DE POSADA, 2004a; 2004b).
3.4 ESTUDO PILOTO
Foram realizados dois estudos pilotos com o objetivo de testar os instrumentos de
pesquisa. No primeiro, os testes foram feitos em conjunto com a Rede CENESP que
desenvolve o Projeto de Iniciação Esportiva (PIESP). Participaram 15 atletas de basquetebol
do time juvenil do CEFID. O objetivo da pesquisa foi verificar os tros de personalidade de
cada atleta. O estudo realizou-se entre maio e julho de 2004 (Anexo 4). No segundo, foram
pesquisados 25 atletas de basquetebol, sendo oito da equipe masculina de Joinville, onze da
equipe masculina de Blumenau e seis da equipe feminina de Blumenau, durante a realização
dos XVII Joguinhos Abertos de Santa Catarina, em São José, no mês de setembro de 2004. A
pesquisa teve por objetivo analisar e comparar aspectos relacionados à personalidade dos
atletas de basquetebol (Anexo 5).
O dois estudos apresentaram as freqüências relativas em que os níveis dos traços de
personalidade incidem nos fatores de Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e
Autocontrole. O instrumento permitiu fazer uma comparação das incidências dos níveis dos
121
traços de personalidade dentro de cada fator entre os grupos pesquisados. Os resultados dos
‘Estudos Pilotos’ encontram-se nos anexos 4 e 5.
Não foi realizado ‘Estudo Piloto’ com os atletas americanos, porque não havia uma
pessoa responsável em Oklahoma para a distribuição dos questionários. Todavia, não houve
prejuízo ao estudo, uma vez que o ‘Estudo Piloto’ aplicado em Santa Catarina permitiu que
fossem feitos os ajustes necessários para a utilização adequada dos instrumentos.
3.5 COLETA DE DADOS
Em Santa Catarina, os questionários foram entregues durante os treinamentos das
equipes e nos alojamentos antes de jogos do Campeonato Estadual, do Regional da OLESC e
do Regional dos Joguinhos Abertos. Primeiro, os questionários foram apresentados aos
técnicos e depois distribuídos aos atletas. Não houve interferência do pesquisador no
preenchimento dos questionários. A coleta de dados abrangeu os municípios de Florianópolis,
Piçarras, Blumenau, Joinville, Brusque, Jaraguá do Sul, Tubarão, Criciúma e Araranguá. O
tempo da coleta de dados foi de Abril a Julho de 2005. Distribuídos 250 questiorios;
respondidos 157 questionários, sendo 76 masculinos e 81 femininos. Os questionários foram
recolhidos pelo pesquisador à medida que os técnicos informavam que a maioria dos atletas o
haviam preenchido; esse processo ocorreu entre os meses de maio de 2005 a agosto de 2005.
Para a distribuição dos questionários em Oklahoma, foi empreendida uma viagem ao
Estado do Oklahoma (EUA), durante o mês de fevereiro de 2005, com o objetivo de entregar
os questionários pessoalmente. Com a ajuda do técnico de Basquete, Rick Karr, da ORU
University, foram visitadas, aleatoriamente, dez escolas, em dez cidades diferentes: Elliwood,
Mccurtain, Hutchinson, Tulsa, Harrisburg, Galatia, Harding, Golconda, Winfield e
Eldorado. Os questionários foram apresentados primeiro aos diretores de esporte e aos
122
técnicos de basquete da escola visitada, e depois distribuídos aos atletas. Não houve
interferência do pesquisador no preenchimento do questionário. O tempo da coleta de dados
foi durante o mês de fevereiro de 2005. Foram distribuídos 180 questionários; respondidos
150 questionários, sendo 75 masculinos e 75 femininos. Os questionários foram recolhidos
por Rick Karr à medida que os técnicos informavam que a maioria dos atletas o haviam
preenchido; esse processo ocorreu entre os meses de março de 2005 a julho de 2005.
3.6 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
3.6.1 Indicadores físicos
Os Indicadores Físicos foram digitados no banco de dados e transcritos do
questionário sem a necessidade de codificação. Para cada variável, criou-se um arquivo
específico. As Variáveis Nominais dos indicadoressicos foram classificadas por
localização, sexo e posição em quadra. E Variáveis Contínuas classificadas por: altura, peso,
massa corporal.
3.6.2 Indicadores socioeconômicos
Os Indicadores Socioecomicos foram os determinadores da classe social e
econômica de cada atleta pesquisado. Utilizou-se o critério de classificação ecomica da
ABIPEME na somatória de pontos, tanto para Santa Catarina como para Oklahoma. Para
determinar a qual classe socioeconômica o atleta pertenceria, empregou-se o critério
ABIPEME para Santa Catarina e GALLUP para Oklahoma. (Tabela 6).
123
Tabela 6 – Critérios de classificação socioeconômica – ABIPEME (Brasil) e Gallup (EUA)
Critério Brasil – ABIPEME* Critério EUA – Gallup**
Classe Pontos Classe Pontos
A1 30 – 34 A Acima de 35 pontos
A2 25 – 29 B 30 – 34
B1 21 – 24 C 25 – 29
B2 17 – 20 D 20 – 24
C 11 – 16 E 10 – 19
D 6 – 10 Sem classificação
E 0 – 5 Sem classificação
Fontes:
* Critério Brasil: ABIPEME. Disponível em http://www.anep.org.br/classificação
** Critério EUA: The Gallup Organization. Disponível em http://consulting.gallup.com/content/?CI=40
A classificação do grau de instrução do chefe de família dos jogadores de basquete
brasileiros e americanos, junto com os critérios de classificação socioecomica, determinou
a qual classe socioeconômica o atleta pertence (Tabela 7).
Tabela 7 – Classificação do grau de instrução do chefe de família dos jogadores de basquete brasileiros e
americanos, masculinos e femininos
A classificação dos jogadores de basquete brasileiros e americanos, masculinos e
femininos, por posse de bens, combinada com a classificação socioeconômica e a
classificação do grau de instrução do chefe de família, determinou a qual classe
socioeconômica o atleta pertence (Tabela 8).
Grau de instrução do chefe de família Pai / Mãe Pontos
- Analfabeto / Primário incompleto 0
- Primário Completo / Ginasial Incompleto 1
- Ginasial Completo / Colegial Incompleto 2
- Colegial Completo / Superior Incompleto 3
- Superior Completo 5
124
Tabela 8 – Classificação socioeconômica por posse de bens dos jogadores de basquete brasileiros e
americanos, masculinos e femininos
As Variáveis Nominais dos indicadores socioeconômicos foram classificadas: por
localização e sexo. E Variáveis Ordinais classificadas por: Grau de instrução, posse de bens,
classe econômica
3.6.3 Indicadores de Hábitos Vida
Para os critérios de avaliação debitos de Vida, foram utilizados os indicadores do
Projeto Esporte Brasil, PROESP – BR, desenvolvido pelo Setor de Pedagogia do Esporte do
Centro de Excelência Esportiva (CENESP), da Secretaria Nacional de Esporte de Rendimento
do Ministério do Esporte e os indicadores do EVIA.
Para os Indicadores de Hábitos Diários:
A que horas você costuma acordar de manhã?, foram utilizados os digos: 1 = Antes
das 6 horas; 2 = Entre 6 e 7 horas; 3 = Entre 7 e 8 horas; 4 = Entre 8 e 9 horas; 5 =
Depois das 9 horas. Estes foram digitados no banco de dados, depois somados,
determinando as freqüências absoluta e relativa.
A que horas você costuma dormir?, foram utilizados os Códigos: 1 = Antes das 21
horas; 2 = Entre 21 e 22 horas; 3 = Entre 22 e 23 horas; 4 = Entre 23 e 24 horas; 5 =
Tem - Pontos
Posse de Bens
Não tem
Pontos
1 2 3 4 ou +
Televisão em cores 0 2 3 4 5
dio 0 1 2 3 4
Banheiro 0 2 3 4 4
Automóvel 0 2 4 5 5
Empregada Mensalista 0 2 4 4 4
Aspirador de 0 1 1 1 1
Máquina de Lavar 0 1 1 1 1
Videocassete – DVD 0 2 2 2 2
Geladeira 0 2 2 2 2
Freezer 0 1 1 1 1
Geladeira com Freezer 0 3 3 3 3
Computador 0 2 3 3 3
125
Depois das 24 horas. Estes foram digitados no banco de dados, depois somados,
determinando as freqüências absoluta e relativa.
Nas Atividades Diárias, foram utilizados os Códigos: 1 = Muitas Vezes; 2 = Poucas
Vezes; 3 = Nunca. Estes foram digitados no banco de dados, depois somados,
determinando as freqüências absoluta e relativa.
Para os Indicadores de Prática Esportiva Sistematizada:
As questões tempo, freqüência semanal e quantas horas por dia pratica basquete foram
transcritas do questionário sem a necessidade de codificação. Estes foram digitados no
banco de dados, depois somados, determinando as freqüências absoluta e relativa e as
médias
3.6.4 Indicadores dos Traços de Personalidade
O questionário para avaliação dos traços de personalidade é composto por 25
perguntas, extraídos do NEO-PI R, em que cada pergunta relaciona um Fator a uma escala de
valores qualitativos. A psicometria é interpretada pelo pesquisado, observando uma escala de
cinco varveis: alta, alta negativa, ambivalente, baixa positiva, baixa. Preenche-se o
questionário, conforme o conteúdo exposto na Figura 2.
126
Figura 2 – Modelo do questionário do instrumento Big Five Test para a realização do teste de personalidade.
Fonte: De Posada (2005).
Após, clica-se em submit test e o diagnóstico é apresentado na tela posterior. Os
resultados são apresentados individualmente por fatores; estes determinam os níveis ou traços.
Os níveis, por sua vez, apresentam uma série de características do pesquisados, chamados de
descritores de traços. No fator Emocionalidade, o resultado poderá ser o traço: elástico,
respondente ou reativo. No fator Extrovero, o resultado pode ser o traço: introvertido,
ambiverto ou extrovertido. No fator abertura, o resultado poderá ser o traço: conservador,
moderado ou explorador. No fator Egocentrismo, o resultado pode ser o traço: desafiador,
negociador ou adaptável. No fator autocontrole, o resultado poderá ser o traço: flexível,
balanceado ou enfocado (Figura 3).
127
Figura 3 – Modelo do diagnóstico do teste de personalidade realizado pelo instrumento Big Five Test.
Fonte: De Posada (2005).
Para manipular o banco de dados nos indicadores de traços de personalidade foram
estabelecidos códigos de localização, sexo e posição em quadra. Para os fatores
Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo, Autocontrole, as escalas dos valores
qualitativos e diagnósticos do Big Five Test são apresentadas na Tabela 9. Estes foram
digitados no banco de dados, depois somados, determinando as freqüências absoluta e
relativa.
128
Tabela 9 – Escala dos valores qualitativos e diagnósticos da personalidade nos fatores Emocionalidade,
Extroversão, Abertura, Egocentrismo, Autocontrole do Big Five Test
DIAGNÓSTICO – VALORES QUALITATIVOS
FATOR 1 FATOR 2 FATOR 3 FATOR 4 FATOR 5
FATORES
EMOCIONALIDADE EXTROVERSÃO ABERTURA EGOCENTRISMO AUTOCONTROLE
(–)
BAIXO
1= ELÁSTICO 1= INTROVERTIDO 1=CONSERVADOR 1 = DESAFIADOR 1 = FLEVEL
(=)
MÉDIO
2=RESPONDENTE 2 = AMBIVERTIDO 2 = MODERADO 2 = NEGOCIADOR 2 = BALANCEADO
NÍVEL
(+)
ALTO
3 = REATIVO 3=EXTROVERTIDO 3 = EXPLORADOR 3 = ADAPTÁVEL 3 = ENFOCADO
Para conhecer as qualidades positivas ou descritores de traços, Autoconfiança,
Autocontrole, Criatividade, Combatividade, Espírito de grupo, Concentração, Sociabilidade,
Liderança, Motivação dos atletas brasileiros e americanos, primeiro, baseado na literatura
pesquisada, fez-se um resumo dos descritores de traços em cada nível de fator. Depois,
montou-se um Banco de Dados específico por localização, sexo e posição em quadra,
utilizando os mesmos códigos do NEO-PI R para cada questionário (Tabela 10). No resumo
dos descritores de traços, foi verificado se essas qualidades positivas existiam. Ao serem
localizadas, eram digitadas no banco de dados, depois somadas, determinando as freqüências
absoluta e relativa.
Tabela 10 – Equivalência das escalas dos valores qualitativos e diagnósticos da personalidade nos fatores
Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo, Autocontrole entre o Big Five Test
e o NEO-PI
DIAGNÓSTICO – VALORES QUALITATIVOS
FATOR 1
FATOR 2 FATOR 3 FATOR 4 FATOR 5
FATORES
EMOCIONALIDADE
OU ESTABILIDADE
EXTROVERSÃO
ABERTURA OU
ORIGINALIDADE
EGOCENTRISMO
OU AMABILIDADE
AUTOCONTROLE OU
CONSCIENCIOSIDADE
(–)
BAIXO
1 = (R –) 1 = (E –) 1 = (O –) 1 = (A –) 1 = (C –)
(=)
MÉDIO
2 = (R =) 2 = (E =) 2 = (O =) 2 = (A =) 2 = (C =)
NÍVEL
(+)
ALTO
3 = (R +) 3 = (E +) 3 = (O +) 3 = (A +) 3 = (C +)
129
3.6.5 Tratamento estastico
O tratamento estatístico está baseado no ‘Método Comparativo’ que tem por objetivo
verificar as semelhanças e diferenças entre os grupos pesquisados com o auxílio do ‘Método
Estatístico’ que consiste em reduzir os fenômenos estudados a termos quantitativos,
permitindo, através da manipulação estatística, comprovar relações entre os fenômenos e
obter generalizações, ocorrências ou significados destes (LAKATOS & MARCONI, 2001).
Para o tratamento estatístico, optou-se em criar um banco de dados no Microsoft
Access, e não diretamente no SPSS 13.0 for Windows, em virtude da grande quantidade de
informações. Com isso, assegurou-se que a base do Banco de Dados não viesse a ser
corrompida pelas diversas manipulações no SPSS.
Para os Indicadores de Hábitos de Vida e Traços de Personalidade por localização,
sexo, posição em quadra e geral, e também nos Indicadores Físicos de altura, peso e massa
corporal, aplicou-se a estatística descritiva para obter as freqüências absolutas e/ou relativas, a
média, o desvio padrão, a mediana, os valores mínimo e máximo e os percentis. Para
comparação entre os sujeitos pesquisados de Santa Catarina e Oklahoma, foi empregado o
teste “t” de Student. O nível de significância é de P<0,05.
130
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Atendendo aos objetivos específicos, os resultados desta pesquisao apresentados na
seguinte ordem: a) Identificação e comparação dos hábitos de vida por sexo dos atletas de
basquete brasileiros e americanos, masculinos e femininos, incluídos os indicadores
socioeconômicos, hábitos de vida e de prática esportiva sistematizada; b) Identificação e
comparação dos indicadores sicos por sexo e posição em quadra; c) Identificação e
comparação dos traços de personalidade por sexo e posição em quadra; d) Identificação e
comparação por sexo e posição em quadra das qualidades positivas: autoconfiança,
autocontrole, criatividade, combatividade, espírito de grupo, concentração, sociabilidade,
liderança e motivação positiva.
4.1 MASCULINO
4.1.1 Hábitos de Vida dos atletas brasileiros e americanos
Segundo a classificação de Sobral apud Torres e Gaya (1998), os Hábitos de Vida ou
EVIA são subdivididos em cinco indicadores: socioecomicos; hábitos de vida; cultura
esportiva; atividades culturais; e práticas esportivas sistematizadas.
4.1.1.1 Indicadores socioeconômicos
Observa-se que 81,6% dos pais dos atletas brasileiros possuem grau de instrução
superior incompleto e completo, enquanto 50,7% dos pais dos atletas americanos possuem
131
grau de instrução incompleto ou superior. De analfabeto a colegial incompleto, os pais dos
atletas brasileiros são 18,4%, e os americanos, 49,3%. Destaca-se que, entre os brasileiros,
não se verificou nenhuma resposta de pais de atletas analfabetos, enquanto que 9,3% dos pais
de atletas americanos são analfabetos ou com o nível primário incompleto (Tabela 11).
Tabela 11 – Comparação do grau de instrução do Pai e/ou dae entre os jogadores de basquete brasileiros e
americanos (masculino)
SANTA CATARINA (n=76) OKLAHOMA (n=75)
GRAU DE INSTRUÇÃO PAI/MÃE
FA *
FR (%)*
7
FA FR (%)
ANALFABETO ou PRIM INCOMPLETO
0 0 7 9,3
GINASIAL INCOMPLETO 4 5,3 7 9,3
COLEGIAL INCOMPLETO 10 13,1 23 30,7
SUPERIOR INCOMPLETO
18 23,7 8 10,7
SUPERIOR COMPLETO
44 57,9 30 40
n = 76 100 75 100
O estudo indicou que a maioria dos jogadores de basquete brasileiros (68,4%) está
inserida nas classes socioeconômicas A1+A2+B1, consideradas elevadas para os padrões
brasileiros, enquanto a maioria dos jogadores americanos (74,7%) está inserida nas classes
socioeconômicas A2+B1, consideradas ‘média’ para os padrões americanos (Tabela 12).
Tabela 12 – Comparação da classificação socioeconômica entre os jogadores de basquete brasileiros e
americanos (masculino)
SANTA CATARINA (n=76) OKLAHOMA (n=75)
CLASSE
SOCIOECONÔMICA
FA FR (%) FA FR (%)
A1
8 10,5
1 1,3
A2
23 30,3 22 29,4
B1
21 27,6 34 45,3
B2 14 18,4 8 10,6
C 10 13,2 10 13,4
D 0 0 0 0
n = 76 100 75 100
7
As abreviaturas FA e FR são, respectivamente, Freqüência Absoluta (FA), que se refere ao número de
indivíduos inseridos naquela categoria, e Freqüência Relativa (FR), que se refere ao percentual de indivíduos
inseridos na mesma categoria.
132
4.1.1.2 Indicadores de hábitos de vida
Quanto aos hábitos de acordar, a pesquisa demonstra que a maioria dos atletas
brasileiros (73,7%) acorda entre antes das 6h e 7h e a maioria dos americanos (68%) acorda
entre 6h e 8h (Tabela 13).
Tabela 13 – Comparação do hábito de acordar entre os jogadores de basquete brasileiros e americanos
(masculino)
SANTA CATARINA (n=76) OKLAHOMA (n=75)
HÁBITO DE ACORDAR
FA FR (%) FA FR (%)
Antes das 6 horas
9 11,8
5 6,7
Entre 6 e 7 horas
47 61,9 21 28
Entre 7 e 8 horas 8 10,5
30 40
Entre 8 e 9 horas 4 5,3 14 18,6
Depois das 9 horas 8 10,5 5 6,7
n = 76 100 75 100
Os hábitos de dormir concentram-se entre 22h e 24 h para a maioria dos atletas
brasileiros (67,1%) como também para a maioria dos atletas americanos (77,3%) (Tabela 14).
Tabela 14 – Comparação do bito de dormir entre os jogadores de basquete brasileiros e americanos
(masculino)
SANTA CATARINA (n=76) OKLAHOMA (n=75)
HÁBITOS DE DORMIR
FA FR (%) FA FR (%)
Antes das 21 horas 3 3,9 1 1,3
Entre 21 e 22 horas 14 18,4 5 6,7
Entre 22 e 23 horas
22 28,9 35 46,6
Entre 23 e 24 horas
29 38,2 23 30,7
Depois das 24 horas 8 10,6 11 14,7
n = 76 100 75 100
Quanto aos hábitos de atividades diárias, percebem-se comportamentos semelhantes
entre brasileiros e americanos. A maioria dos atletas brasileiros (53,9%) respondeu que lê
poucas vezes. Os americanos responderam de forma semelhante, sendo que a maioria (54,7%)
133
também lê poucas vezes. Destaca-se o número de atletas que nunca lê, 31,6% brasileiros e
30,6% americanos (Tabela 15).
Tabela 15 – Comparação do hábito de leitura entre os jogadores de basquete brasileiros e americanos
(masculino)
SANTA CATARINA (n=76) OKLAHOMA (n=75)
HÁBITO – LEITURA
FA FR (%) FA FR (%)
Muitas Vezes 11 14,5 11 14,7
Poucas Vezes
41 53,9 41 54,7
Nunca
24 31,6 23 30,6
n = 76 100 75 100
Quanto aos hábitos de estudar, a maioria dos atletas brasileiros (55,3%) respondeu que
estuda poucas vezes, como também a maioria dos atletas americanos (45,3%). Porém,
destaca-se que 16% dos atletas americanos responderam que nunca estudam (Tabela 16).
Tabela 16 – Comparação do bito de estudar entre os jogadores de basquete brasileiros e americanos
(masculino)
SANTA CATARINA (n=76) OKLAHOMA (n=75)
HÁBITO – ESTUDAR
FA FR (%) FA FR (%)
Muitas Vezes 29 38,1 29 38,7
Poucas Vezes
42 55,3 34 45,3
Nunca 5 6,6
12 16
n = 76 100 75 100
Com relação ao hábito de jogar basquete por lazer, a maioria dos atletas brasileiros
(51,3%) e dos atletas americanos (65,4%) jogam muitas vezes. A diferença entre os dois
escores significa que o número de atletas americanos que jogam basquete por lazer é maior
em 14,3% em relação aos brasileiros (Tabela 17).
134
Tabela 17 – Comparação do bito de jogar basquete por lazer entre os jogadores de basquete brasileiros e
americanos (masculino)
SANTA CATARINA (n=76) OKLAHOMA (n=75)
BITO – JOGAR
BASQUETE LAZER
FA FR (%) FA FR (%)
Muitas Vezes
39 51,3 49 65,4
Poucas Vezes 25 32,9 19 25,3
Nunca 12 15,8 07 9,3
n = 76 100 75 100
4.1.1.3 Indicadores de cultura esportiva
Quanto aos materiais esportivos que os atletas possuem, observa-se semelhaa entre
os grupos pesquisados. Os itens que se destacam são: 60% dos atletas americanos possuem
tabelas de basquete em casa, enquanto 39,5% dos atletas brasileiros possuem esse
equipamento; a maioria dos atletas pesquisados, tanto brasileiros (97,4%) como americanos
(98,7%), possuem bolas de basquete (Tabela 18).
Tabela 18 – Comparação da posse de materiais esportivos entre os jogadores de basquete brasileiros e
americanos (masculino)
SANTA CATARINA (n=76) OKLAHOMA (n=75)
Materiais de esporte que o
pesquisado possui*
FA FR (%) FA FR (%)
Patins/roller 09 11,8 11 14,7
Bicicleta 51 67,1 50 66,7
Bola de Basquete 74 97,4 74 98,7
Bola de Handebol 04 5,2 10 13,3
Raquete de tênis 18 23,7 25 33,3
Tabela de Basquete 30 39,5 45 60
Patinete 06 7,9 12 16
Skate 24 31,6 14 18,6
Bola de Vôlei 10 13,2 21 28
Bola de Futebol 33 43,4 37 49,3
Chuteiras 21 27,6 12 16
Tênis 76 100 75 100
Outros 08 10,5 11 14,7
* Pergunta de múltipla escolha.
135
Com relação aos locais utilizados para as práticas esportivas, a maioria dos atletas
americanos prefere praticar esportes em casa (64%), na praça (56%) e na escola (64%). A
maioria dos atletas brasileiros pratica esportes em clubes esportivos (64,5%) (Tabela 19).
Tabela 19 – Comparação dos locais mais utilizados para as práticas esportivas entre os jogadores de basquete
brasileiros e americanos (masculino)
SANTA CATARINA (n=76) OKLAHOMA (n=75)
Locais mais utilizados para as
práticas esportivas*
FA FR (%) FA FR (%)
tio casa ou condomínio
29 38,2 48
64
Rua/Parque/Praça
24 31,6 42
56
Quadra da Escola/Ginásio
28 36,8 48
64
Clube Esportivo 49 64,5
35 46,7
Outros 07 9,2 04 5,3
Total 137 177
Relação atleta/local 1,8 2,36
* Pergunta de múltipla escolha.
Sendo a pergunta de múltipla escolha é possível determinar uma relação entre o
número de atletas pesquisados com o local da prática esportiva. Considerando que a somatória
das respostas dos atletas brasileiros (em quais locais ele pratica esporte) totalizou 137
respostas, pode-se dizer que há 1,8 atleta praticando esporte para cada local em Santa
Catarina. E considerando que a somatória das respostas dos atletas americanos (em quais
locais ele pratica esporte) totalizou 177 respostas, pode-se dizer que há 2,36 atletas praticando
esporte para cada local em Oklahoma.
4.1.1.4 Indicadores de prática esportiva sistematizada
Quanto ao tempo que pratica o basquete, os atletas brasileiros praticam o basquete, em
média, há 4 anos (+12 -1/s= 2,42), enquanto os americanos praticam em média há 7,3 anos
(+14 -2s/= 2,99) (Tabela 20).
136
Tabela 20 – Comparação do tempo que pratica basquete entre os jogadores de basquete brasileiros e
americanos (masculino)
SANTA CATARINA (n=76) OKLAHOMA (n=75)
Comparação do tempo que
pratica basquete
FA FR (%) FA FR (%)
2 meses a 1 ano 10 13,2 0 0
1 a 2 anos
13 17,1
4 5,3
3 a 4 anos
24 31,6
10 13,3
5 a 6 anos
18 23,7 13 17,3
7 a 8 anos 5 6,6
12 16
9 a 10 anos 2 2,6
20 26,7
11 a mais 2 2,6 5 6,7
o responderam 2 2,6 11 14,7
n = 76 100 75 100
Média 4 anos 7,3 anos
Desvio padrão 2,42 2,99
Com relação à freqüência semanal de pratica do basquete, os atletas brasileiros jogam
em média 4,98 vezes por semana (+7 -2/s= 1,25) e os atletas americanos jogam em média
4,86 vezes por semana (+7 -1/s= 1,27). A maioria dos atletas brasileiros (68,4%) joga entre
cinco e seis vezes por semana, e a maioria dos atletas americanos (61,3%) joga entre cinco e
sete vezes por semana (Tabela 21).
Tabela 21 – Comparação da freqüência semanal que pratica o basquete entre os jogadores de basquete brasileiros
e americanos (masculino)
SANTA CATARINA (n=76) OKLAHOMA (n=75)
Freência semanal de
pratica do basquete
FA FR (%) FA FR (%)
1x 0 0 1 1,3
2x 4 5,3 0 0
3x 8 10,6 10 13,3
4x 3 3,9 7 9,4
5x 36 47,3 33 44
6x 16 21,1 4 5,3
7x 7 9,2
9 12
o responderam 2 2,6 11 14,7
n = 76 100 75 100
Média 4,98 4,86
Desvio padrão 1,25 1,27
137
Os brasileiros treinam em média 2h e 30m por dia (+6 -1/s= 0,84), enquanto os
americanos treinam em dia 2h e 45m por dia (+5 -1/s= 0,95). A maioria dos atletas
brasileiros (81,6%) e a maioria dos atletas americanos (68%) treinam entre duas e três horas
por dia (Tabela 22).
Tabela 22 – Comparação das horas de treino diário entre os jogadores de basquete brasileiros e americanos
(masculino)
SANTA CATARINA (n=76) OKLAHOMA (n=75)
Horas de treino por dia
FA FR (%) FA FR (%)
1 h 2 2,6 2 2,7
2 h
44 57,9 28 37,3
3 h
18 23,7 23 30,7
4 h 9 11,8 6 8
5 h 0 0 5 6,6
6 h 1 1,4 0 0
7 h 0 0 0 0
o responderam 2 2,6 11 14,7
n = 76 100 75 100
Média 2,30 h p/dia 2,45 h p/dia
Desvio padrão 0,84 0,95
4.1.2 Indicadores físicos por posição em quadra
Altura, peso e massa corporal são os indicadores físicos dos jogadores de basquete
brasileiros e americanos. As posições em quadra no basquete são: ala, armador e pivô, e cada
posição foi analisada separadamente. Ao final, fez-se a comparação de todas as posições em
quadra com a altura, peso e massa corporal dos jogadores brasileiros e americanos.
A Organização Mundial da Saúde (OMC) utiliza como critério para determinar o
Índice de Massa Corporal
8
ou IMC os seguintes padrões: a) Abaixo do peso: menos de 18
8
rmula de cálculo: IMC = peso dividido pela altura ao quadrado.
138
IMC; b) Peso normal ou ideal: entre 18 e 25 IMC; c) Acima do peso: acima de 25 IMC; d)
Obeso: acima de 30 IMC.
As tabelas de freqüência absoluta e freqüência relativa foram suprimidas, pois o
objetivo deste estudo é verificar se existem diferenças entre as médias de peso, altura e massa
corporal por posição em quadra, na comparação entre os dois grupos de atletas pesquisados
4.1.2.1 ALA: altura, peso e massa corporal
O número de atletas pesquisados nesta posição foram 29 brasileiros e 25 americanos.
Os resultados indicam que as médias não apresentam diferenças significativas de altura, peso
e massa corporal na posição ALA (Tabela 23).
Tabela 23 – Comparação das médias de altura, peso e massa corporal entre os jogadores de basquete brasileiros e
americanos na posição de ALA (masculino)
ALTURA PESO MASSA CORPORAL
ALA
SC = 29 OK = 25 SC = 29 OK = 25 SC = 29 OK = 25
Mínima 1,71 1,61 57 46 17,1 15,7
25% Percentil 1,79 1,74 62,5 64 18,7 19,5
Mediana 1,84 1,82 73 72 21,5 22,1
75% Percentil 1,90 1,90 80 80,5 23,0 23,0
Máxima 2,04 2,01 100 92 24,5 26,3
Média 1,84 1,82 72,4 72,2 21,1 21,5
Desvio Padrão 0,07 0,09 10,5 11,7 2,2 2,4
Teste t (P < 0,05) 0,36 0,94 0,57
4.1.2.2 ARMADOR: altura, peso e massa corporal
O número de atletas pesquisados nesta posição foram 25 brasileiros e 20 americanos.
A posição em quadra ARMADOR apresenta semelhança na média de altura e diferenças
significativas nas médias de peso (P = 0,01 < 0,05) e, por conseqüência, da massa corporal (P
139
= 0,02 < 0,05). Significa dizer que os armadores americanos são mais fortes que os armadores
brasileiros (Tabela 24).
Tabela 24 – Comparação das médias de altura, peso e massa corporal entre os jogadores de basquete brasileiros e
americanos na posição de ARMADOR (masculino)
ALTURA PESO MASSA CORPORAL
ARMADOR
SC = 25 OK = 20 SC = 25 OK = 20 SC = 25 OK = 20
Mínima 1,59 1,51 42 44 16,6 17,8
25% Percentil 1,72 1,78 60 69 19,5 20,5
Mediana 1,77 1,81 70 75 21,5 23,3
75% Percentil 1,80 1,84 72,5 84.5 23,2 25,4
Máxima 1,89 1,89 82 99 26,7 29,3
Média 1,76 1,79 66,8 75,5 21,3 23,2
Desvio Padrão 0,06 0,08 9,1 13,9 2,43 3,14
Teste t (P < 0,05) 0,23 0,01 0,02
4.1.2.3 PIVÔ: altura, peso e massa corporal
O número de atletas pesquisados nesta posição foram 22 brasileiros e 30 americanos.
Os resultados apontam que as médias não apresentam diferenças significativas. No entanto, os
pivôs americanos, em média, são cinco quilos mais pesados que os brasileiros, refletindo no
IMC. O teste t indica índices bem próximos ao nível de significância (P < 0,05) para o
indicador peso (P= 0,06) e massa corporal (P= 0,06) (Tabela 25).
140
Tabela 25 – Comparação das médias de altura, peso e massa corporal entre os jogadores de basquete brasileiros e
americanos na posição de PIVÔ (masculino)
ALTURA PESO MASSA CORPORAL
PIVÔ
SC = 22 OK = 30 SC = 22 OK = 30 SC = 22 OK = 30
Mínima 1,71 1,77 60 59 17,4 18,8
25% Percentil 1,88 1,82 73 79 20,1 22,8
Mediana 1,91 1,86 82 86 21,7 24,0
75% Percentil 1,96 1,93 89 98 24,9 25,3
Máxima 2,02 2,13 110 110 30,4 31,5
Média 1,91 1,89 83,2 87,2 22,6 24,3
Desvio Padrão 0,07 0,09 14,0 12,5 3,4 2,7
Teste t (P < 0,05) 0,38 0,06 0,06
4.1.2.4 TODAS AS POSIÇÕES: altura, peso e massa corporal
O número total de atletas pesquisados foram 76 brasileiros e 75 americanos. A análise
descritiva de todas as posições indica que a média de altura é semelhante entre os grupos
pesquisados. Com relação ao peso e massa corporal, a análise apresenta diferenças
significativas, sendo os americanos, em média, 5,2 quilos mais pesados que os brasileiros,
refletindo no índice de massa corporal, com uma diferença a favor dos atletas americanos, em
média, de 2,4 (IMC). Como a média do IMC está dentro do peso normal ou ideal, significa
dizer que os atletas americanos são mais fortes que os atletas brasileiros (Tabela 26).
141
Tabela 26 – Comparação das médias de altura, peso e massa corporal entre os jogadores de basquete brasileiros e
americanos em TODAS AS POSIÇÕES (masculino)
ALTURA PESO MASSA CORPORAL
Todas as posições
SC = 76 OK = 75 SC = 76 OK = 75 SC = 76 OK = 75
Mínima 1,59 1,51 42 44 16,6 15,7
25% Percentil 1,78 1,80 65 72 19,6 21,3
Mediana 1,83 1,83 73 79 21,5 22,9
75% Percentil 1,90 1,89 81 88 23,2 24,8
Máxima 2,04 2,13 110 110 30,4 31,5
Média 1,84 1,84 73,7 78,9 21,6 24,0
Desvio Padrão 0,09 0,10 12,8 14,2 2,7 2,9
Teste t (P < 0,05) 0,79 0,02 0,03
4.1.3 Traços de personalidade dos atletas brasileiros e americanos
Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole são os fatores
que comem os traços de personalidade. Esses fatores foram analisados estatisticamente
pelas freqüências absolutas (FA) e freqüências relativas (FR), por posição em quadra e em
todas as posições. Os resultados são apresentados por níveis (traços) dos fatores. As
semelhanças e as diferenças dos traços de personalidade dos atletas brasileiros e americanos
são identificadas através da comparação do volume de freqüências em cada nível.
4.1.3.1 Fatores Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole, por
níveis, na posição de ALA
O número de atletas pesquisados nesta posição foram 29 brasileiros e 25 americanos
(Tabela 27). Na avaliação do fator “Emocionalidade”, os alas brasileiros e americanos
apresentam semelhança no traço respondente e diferenças nos traços elástico e reativo de
personalidade. A maioria dos alas brasileiros (55,2%) e americanos (52%) possuem o traço
respondente de personalidade. Os alas brasileiros (37,9%) possuem maior presença do traço
142
elástico de personalidade que e os alas americanos (32%). A minoria dos alas brasileiros
(6,9%) e americanos (16%) apresentam o traço reativo de personalidade, presença maior do
traço reativo nos alas americanos.
Na avaliação do fator “Extroversão”, os alas brasileiros e americanos apresentam
semelhanças no traço ambiverto e diferenças nos traços introvertido e extrovertido de
personalidade. A maioria dos alas brasileiros (51,7%) e dos alas americanos (52%) possuem o
traço ambiverto de personalidade. Os alas americanos (20%) apresentam maior presença do
traço introvertido de personalidade que os alas brasileiros (10,4%). No traço extrovertido,
ocorre o inverso, os alas brasileirosm maior presença do traço extrovertido de
personalidade (37,9%) que os alas americanos (28%).
Na avaliação do fator “Abertura”, os alas brasileiros e americanos apresentam
semelhança no traço conservador e diferenças nos traços moderado e explorador de
personalidade. A maioria dos alas brasileiros (55,2%) e americanos (48%) apresentam o tro
moderado de personalidade, presença maior do traço moderado nos alas brasileiros. Os alas
brasileiros (24,1%) possuem maior presença do traço conservador de personalidade que os
alas americanos (20%). Os alas americanos (32%) possuem presença maior do traço
explorador de personalidade que os alas brasileiros (20,7%).
Na avaliação do fator “Egocentrismo”, os alas brasileiros e americanos apresentam
grandes diferenças nos tros desafiador, negociador e adaptável de personalidade. Os alas
americanos (52%) possuem maior presença do traço negociador de personalidade que os alas
brasileiros 41,4%. No traço desafiador de personalidade, os alas brasileiros são minoria
(5,9%) enquanto os americanos são 36%, presença maior do tro desafiador nos alas
americanos. No traço adaptável de personalidade, os alas brasileiros são maioria (51,7%) e os
americanos, 12%, presença maior do traço adaptável nos alas brasileiros.
143
Na avaliação do fator “Autocontrole”, os alas brasileiros e americanos apresentam
semelhanças nos traços flexível e enfocado e diferença no traço balanceado de personalidade.
Os alas americanos (48%) apresentam maior presença do traço balanceado de personalidade
que os alas brasileiros (41,4%). O traço flexível de personalidade apresenta semelhança entre
os alas brasileiros (27,6%) e os alas americanos (24%). O traço enfocado de personalidade
apresenta semelhança entre os alas brasileiros (31%) e os alas americanos (28%).
Tabela 27 – Comparação dos fatores de personalidade Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo,
Autocontrole, por níveis de traços, entre os jogadores de basquete brasileiros e americanos na
posição de ALA (masculino)
SANTA CATARINA (n=29) OKLAHOMA (n=25)
(-) (=) (+) (-) (=) (+)
ALA – FATORES
F A
FR F A FR F A FR F A FR F A FR F A FR
EMOCIONALIDADE (R) 11 37,9 16 55,2 02 6,9 08 32 13 52 04 16
EXTROVERSÃO (E) 03 10,4 15 51,7 11 37,9 05 20 13 52 07 28
ABERTURA (O) 07 24,1 16 55,2 06 20,7 05 20 12 48 08 32
EGOCENTRISMO (A) 02 6,9 12 41,4 15 51,7 09 36 13 52 03 12
AUTOCONTROLE (C) 08 27,6 12 41,4 09 31 06 24 12 48 07 28
As variações dos traços de personalidade dos jogadores brasileiros e americanos da
posição ALA, apresentam uma tendência à semelhança nos fatores Emocionalidade,
Extroversão, Abertura e Autocontrole, encontrando quase uma igualdade nos níveis dos traços
respondente (Emocionalidade) e ambiverto (Extroversão); e uma tendência à diferença no
fator Egocentrismo, sendo opostas nos níveis dos traços desafiador e adaptável (Gráfico 1)
144
Gráfico 1 – Variações das semelhanças e diferenças de comportamento dos jogadores de basquete brasileiros e
americanos, analisados nos fatores dos traços de personalidade Emocionalidade, Extroversão,
Abertura, Egocentrismo e Autocontrole na posição de ALA (masculino)
4.1.3.2 Fatores Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole, por
níveis, na posição de ARMADOR
O número de atletas pesquisados nesta posição foram 25 brasileiros e 20 americanos
(Tabela 28). Na avaliação do fator “Emocionalidade”, os armadores brasileiros e americanos
apresentam diferenças em todos os traços. A maioria dos armadores brasileiros (52%) e
americanos (70%) apresentam o traço respondente de personalidade, maior presença do traço
respondente nos armadores americanos. Os armadores brasileiros (32%) possuem maior
presença do traço elástico de personalidade que os armadores americanos (25%). A minoria
dos armadores brasileiros (16%) e americanos (5%) apresentam o traço reativo de
personalidade, maior presença do traço reativo nos armadores brasileiros.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
(-)
(=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+)
EMOC EXTR
A
BE
R
EGO
A
UTC
SANTA CATARINA OKLAHOMA
145
Na avaliação do fator “Extroversão”, os armadores brasileiros e americanos
apresentam diferenças em todos os tros de personalidade. Os armadores americanos (65%)
possuem maior presença do traço ambiverto de personalidade que os armadores brasileiros
(40%). Os armadores americanos (15%) apresentam maior presença do traço introvertido de
personalidade que os armadores brasileiros (4%). Os armadores brasileiros (56%) apresentam
presença maior do traço extrovertido que os armadores americanos (20%).
Na avaliação do fator “Abertura”, os armadores brasileiros e americanos apresentam
diferenças em todos os traços de personalidade. Os armadores americanos (70%) apresentam
maior presença do traço moderado de personalidade que os armadores brasileiros (56%). Os
armadores brasileiros (20%) possuem maior presença do traço conservador de personalidade
que os armadores americanos (15%). Os armadores brasileiros (24%) apresentam maior
presença do traço explorador de personalidade que os armadores americanos (15%).
Na avaliação do fator “Egocentrismo”, os armadores brasileiros e americanos
apresentam grandes diferenças em todos os traços de personalidade. Os armadores brasileiros
(52%) apresentam maior presença do traço negociador de personalidade que os armadores
americanos (20%). No traço desafiador de personalidade, verifica-se a maior diferença, os
armadores brasileiros são minoria (8%) e os armadores americanos são maioria (50%). Os
armadores brasileiros (40%) apresentam maior presença do traço adaptável que os armadores
americanos (30%).
Na avaliação do fator “Autocontrole”, os armadores brasileiros e americanos
apresentam diferenças em todos os tros de personalidade. Os armadores americanos (40%)
possuem maior presença do traço balanceado de personalidade que os armadores brasileiros
(28%). Os armadores americanos (35%) apresentam maior presença do traço flexível de
personalidade que os armadores brasileiros (24%). Os armadores brasileiros (48%) possuem
maior presença do traço enfocado de personalidade que os armadores americanos (25%).
146
Tabela 28 – Comparação dos fatores de personalidade Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo,
Autocontrole, por níveis de traços, entre os jogadores de basquete brasileiros e americanos na
posição de ARMADOR (masculino)
SANTA CATARINA (n=25) OKLAHOMA (n=20)
(-) (=) (+) (-) (=) (+)
ARMADOR – FATORES
F A
FR F A FR F A FR F A FR F A FR F A FR
EMOCIONALIDADE (R) 08 32 13 52 04 16 05 25 14 70 01 05
EXTROVERSÃO (E) 01 04 10 40 14 56 03 15 13 65 04 20
ABERTURA (O) 05 20 14 56 06 24 03 15 14 70 03 15
EGOCENTRISMO (A) 02 08 13 53 10 40 10 50 04 20 06 30
AUTOCONTROLE (C) 06 24 07 28 12 48 07 35 08 40 05 25
As variações dos traços de personalidade dos jogadores brasileiros e americanos da
posição ARMADOR apresentam uma tendência à semelhança nos fatores Emocionalidade e
Abertura; e uma tendência à diferença nos fatores Extroversão, Egocentrismo e Autocontrole,
sendo oposto no nível do tro extrovertido (Extroversão); nos níveis dos traços desafiador e
negociador (Egocentrismo); e nos níveis dos traços flexível, balanceado e enfocado
(Autocontrole) (Gráfico 2).
147
Gráfico 2 – Variações das semelhanças e diferenças de comportamento dos jogadores de basquete brasileiros e
americanos, analisados nos fatores dos traços de personalidade Emocionalidade, Extroversão,
Abertura, Egocentrismo e Autocontrole na posição de ARMADOR (masculino)
4.1.3.3 Fatores Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole, por
níveis, na posição de PIVÔ
O número de atletas pesquisados nesta posição foram 22 brasileiros e 30 americanos
(Tabela 29). Na avaliação do fator “Emocionalidade”, os pivôs brasileiros e americanos
apresentam diferenças em todos os traços de personalidade. Os pivôs brasileiros (45,4%)
apresentam maior presença do traço respondente de personalidade que os pivôs americanos
(36,7%). Os pivôs americanos (46,7%) possuem maior presença do tro elástico de
personalidade que os pivôs brasileiros (27,3%). Os pivôs brasileiros (27,3%) apresentam
maior presença do traço reativo de personalidade que os pivôs americanos (16,6%).
Na avaliação do fator “Extroversão”, os pivôs brasileiros e americanos apresentam
semelhança no traço introvertido e diferenças nos traços ambiverto e extrovertido de
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
(-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+)
EMOC EXTR
A
BER EGO
A
UTC
SANTA CATARINA OKLAHOMA
148
personalidade. Os pivôs americanos (63,3%) apresentam maior presença do tro ambiverto
de personalidade que os pivôs brasileiros (40,9%). O traço introvertido de personalidade
apresenta semelhança entre os pivôs brasileiros (9,1%) e americanos (10%). Os pivôs
brasileiros (50%) têm maior presença do traço extrovertido de personalidade que os pivôs
americanos (26,7%).
Na avaliação do fator “Abertura”, os pivôs brasileiros e americanos apresentam
diferenças em todos os traços de personalidade. Os pivôs brasileiros (59,1%) apresentam
maior presença do traço moderado de personalidade que os pivôs americanos (40%). Os pivôs
americanos (23,3%) possuem maior presença do traço conservador de personalidade que os
dos pivôs brasileiros (18,2%). Os pivôs americanos (36,7%) apresentam maior presença do
traço explorador de personalidade que os pivôs brasileiros (22,7%).
Na avaliação do fator “Egocentrismo”, os pivôs brasileiros e americanos apresentam
semelhança no traço adaptável e diferenças nos traços negociador e desafiador de
personalidade. Os pivôs brasileiros (50%) possuem maior presença do tro negociador que
os pivôs americanos (40%). Os pivôs americanos (33,3%) apresentam maior presença do
traço desafiador de personalidade que os pivôs brasileiros (9,1%). Os pivôs brasileiros
(40,9%) e os pivôs americanos (36,7%) possuem o traço adaptável de personalidade,
apresentando uma tendência à semelhança neste traço.
Na avaliação do fator “Autocontrole”, os pivôs brasileiros e americanos apresentam
diferenças em todos os traços de personalidade. Os pivôs brasileiros (59,1%) apresentam
maior presença do traço balanceado de personalidade que os pivôs americanos (40%). Os
pivôs americanos (33,3%) possuem maior presença do traço flexível de personalidade que os
pivôs brasileiros (27,3%). Os pivôs americanos (26,7%) apresentam maior presença do tro
enfocado de personalidade que os pivôs brasileiros (13,6%).
149
Tabela 29 – Comparação dos fatores de personalidade Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo,
Autocontrole, por níveis de traços, entre os jogadores de basquete brasileiros e americanos na
posição de PIVÔ (masculino)
SANTA CATARINA (n=22) OKLAHOMA (n=30)
(-) (=) (+) (-) (=) (+)
PIVÔ – FATORES
F A
FR F A FR F A FR F A FR F A FR F A FR
EMOCIONALIDADE (R) 06 27,3 10 45,4 06 27,3 14 46,7 11 36,7 05 16,6
EXTROVERSÃO (E) 02 9,1 09 40,9 11 50 03 10 19 63,3 08 26,7
ABERTURA (O) 04 18,2 13 59,1 05 22,7 07 23,3 12 40 11 36,7
EGOCENTRISMO (A) 02 9,1 11 50 09 40,9 10 33,3 12 40 08 26,7
AUTOCONTROLE (C) 06 27,3 13 59,1 03 13,6 10 33,3 12 40 08 26,7
As variações dos traços de personalidade dos jogadores brasileiros e americanos da
posição de PIVÔ apresentam uma tendência à semelhança apenas no fator Abertura, apesar
das linhas se encontrarem no nível de traço introvertido (Extroversão); e uma tendência à
diferença nos fatores Emocionalidade, Extroversão, Egocentrismo e Autocontrole, sendo
oposta no nível do traço elástico (Emocionalidade), no traço extrovertido (Extroversão), no
traço desafiador (Egocentrismo) e no traço balanceado (Autocontrole) (Gráfico 3).
150
Gráfico 3 – Variações das semelhanças e diferenças de comportamento dos jogadores de basquete brasileiros e
americanos, analisados nos fatores dos traços de personalidade Emocionalidade, Extroversão,
Abertura, Egocentrismo e Autocontrole na posição de PIVÔ (masculino)
4.1.3.4 Fatores Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole, por
níveis, em TODAS AS POSIÇÕES
O número total de atletas pesquisados foi 76 brasileiros e 75 americanos (Tabela 30).
Na avaliação do fator “Emocionalidade”, os jogadores brasileiros e americanos apresentam
semelhaas em todos os traços de personalidade. A maioria dos jogadores brasileiros
(51,3%) e americanos (52%) apresentam o traço respondente de personalidade. Os jogadores
brasileiros (32,9%) e os jogadores americanos (34,7%) apresentam o traço elástico de
personalidade. A minoria dos jogadores brasileiros (15,8%) e americanos (13,3%) possuem o
traço reativo de personalidade. O fator “Emocionalidade” é aquele que apresenta o maior
semelhança de comportamento entre todos os fatores.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
(-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+)
EMOC EXTR ABER EGO AUTC
SANTA CATARINA (n=22) OKLAHOMA (n=30)
151
Na avaliação do fator “Extroversão”, os jogadores brasileiros e americanos apresentam
diferenças em todos os tros de personalidade. Os jogadores americanos (61,3%) possuem
maior presença do tro ambiverto de personalidade que os jogadores brasileiros (44,7%). Os
jogadores americanos (13,3%) apresentam maior presença do traço introvertido de
personalidade que os jogadores brasileiros (7,9%). Os jogadores brasileiros (47,4%) possuem
maior presença do traço extrovertido de personalidade que os jogadores americanos (25,4%).
Na avaliação do fator “Abertura”, os jogadores brasileiros e americanos apresentam
semelhanças nos traços moderado e conservador e diferença no traço explorador de
personalidade. A maioria dos jogadores brasileiros (56,6%) e americanos (52%) apresentam o
traço moderado de personalidade. Os jogadores brasileiros (21%) e americanos (18,7%)
apresentam o traço conservador de personalidade. Os jogadores americanos (29,3%) possuem
maior presença do traço explorador de personalidade que os jogadores brasileiros (22,4%).
Na avaliação do fator “Egocentrismo”, os jogadores brasileiros e americanos
apresentam diferenças em todos os traços de personalidade. Os jogadores brasileiros (47,4%)
apresentam maior presença do traço negociador de personalidade que os jogadores
americanos (40%). Os jogadores americanos 37,3% possuem maior presença do tro
desafiador de personalidade que os jogadores brasileiros (7,9%). Os jogadores brasileiros
(44,7%) possuem presença maior do traço adaptável de personalidade que os jogadores
americanos (22,7%).
Na avaliação do fator “Autocontrole”, os jogadores brasileiros e americanos
apresentam semelhanças em todos os traços de personalidade. A maioria dos jogadores
brasileiros (42,1%) e americanos (44%) apresentam o traço balanceado de personalidade. Os
jogadores brasileiros (26,3%) e os jogadores americanos (29,3%) possuem o tro flexível de
personalidade. Os jogadores brasileiros (31,6%) e os jogadores americanos (26,7%) possuem
o traço enfocado de personalidade.
152
Tabela 30 – Comparação dos fatores de personalidade, Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo,
Autocontrole, por níveis de traços, entre os jogadores de basquete brasileiros e americanos em
TODAS AS POSIÇÕES (masculino)
SANTA CATARINA (n=76) OKLAHOMA (n=75)
TODAS AS POSIÇÕES
FA
FR FA FR
EMOCIONALIDADE
ELÁSTICO 25 32,9 26 34,7
RESPONDENTE 39 51,3 39 52
REATIVO 12 15,8 10 13,3
EXTROVERSÃO
INTROVERTIDO 06 7,9 10 13,3
AMBIVERTO 34 44,7 46 61,3
EXTROVERTIDO 36 47,4 19 25,4
ABERTURA
CONSERVADOR 16 21 14 18,7
MODERADO 43 56,6 39 52
EXPLORADOR 17 22,4 22 29,3
EGOCENTRISMO
DESAFIADOR 06 7,9 28 37,3
NEGOCIADOR 36 47,4 30 40
ADAPTÁVEL 34 44,7 17 22,7
AUTOCONTROLE
FLEXÍVEL 20 26,3 22 29,3
BALANCEADO 32 42,1 33 44
ENFOCADO 24 31,6 20 26,7
As variações dos traços de personalidade dos jogadores brasileiros e americanos em
TODAS AS POSIÇÕES apresentam uma tendência à semelhança nos fatores
Emocionalidade, Abertura e Autocontrole, chegando muito próximas nos níveis dos traços
elástico, respondente, reativo (Emocionalidade), conservador (Abertura) e balanceado
(Autocontrole); e uma tendência à diferença nos fatores Extroversão e Egocentrismo, sendo
oposta no nível do traço extrovertido (Extroversão) e no traço desafiador e adaptável
(Egocentrismo) (Gráfico 4).
153
Gráfico 4 – Variações das semelhanças e diferenças de comportamento dos jogadores de basquete brasileiros e
americanos, analisados nos fatores dos traços de personalidade Emocionalidade, Extroversão,
Abertura, Egocentrismo e Autocontrole em TODAS AS POSIÇÕES (masculino)
4.1.4 Qualidades positivas Autoconfiança, Autocontrole, Criatividade, Combatividade,
Espírito de Grupo, Concentração, Sociabilidade, Liderança e Motivação dos atletas brasileiros
e americanos
Neste estudo foram verificadas se as qualidades positivas Autoconfiança,
Autocontrole, Criatividade, Combatividade, Espírito de Grupo, Concentração, Sociabilidade,
Liderança e Motivação estão localizadas nos descritores dos fatores do NEO PI, de McCrae e
Costa (2001), e do Big Five Test, de De Posada (2004a; 2004b). Essas qualidades positivas,
descritas na literatura revisada, foram localizadas nos seguintes fatores e níveis dos traços de
personalidade:
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
(-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+)
EMOC EXTR ABER EGO AUTC
%
SANTA CATARINA (n=76) OKLAHOMA (n=75)
154
O traço de personalidade ‘autoconfiança’ foi localizado no fator Emocionalidade, no
nível elástico; no fator Extroversão, no nível extrovertido; no fator Egocentrismo, no
nível desafiador.
O traço de personalidade ‘autocontrole’ foi localizado no fator Emocionalidade, no
nível elástico; e no fator Autocontrole, no nível enfocado.
O traço de personalidade ‘criatividade’ foi localizado no fator Extroversão, no nível
extrovertido; no fator Abertura, no vel explorador; e no fator Autocontrole, no nível
flexível.
O traço de personalidade ‘combatividade’ foi localizado no fator Extroversão, no nível
extrovertido; no fator Egocentrismo, no nível desafiador; e no fator Autocontrole, no
nível enfocado.
O traço de personalidade ‘espírito de grupo’ foi localizado no fator Extroversão, no
nível extrovertido; e no fator Egocentrismo, no nível adaptável.
O traço de personalidade ‘concentração’ foi localizado no fator Emocionalidade, no
nível elástico; e no fator Autocontrole, no nível enfocado.
O traço de personalidade ‘sociabilidade’ foi localizado no fator Extroversão, no nível
extrovertido; e no fator Autocontrole, no nível flexível.
O traço de personalidade ‘liderança’ foi localizado no fator Emocionalidade, no nível
elástico; no fator Extroversão, no nível extrovertido; e no fator Egocentrismo, no nível
desafiador.
O traço de personalidade ‘motivação’ foi localizado no fator egocentrismo, no nível
desafiador; e no fator autocontrole, no nível enfocado (Quadro 5).
155
156
Os traços das qualidades positivas foram analisados estatisticamente pelas freqüências
absolutas (FA) e freqüências relativas (FR). As totalizações, por posição em quadra e em
todas as posições, não podem ser consideradas, porque cada qualidade positiva é descrita em
mais de um fator. Com isso, há multiplicidade de respostas, ou seja, há jogadores que
apresentam descritores em um ou mais fatores e em um ou mais níveis de fatores. As
qualidades positivas foram analisadas exclusivamente no critério de todas as posições.
Autoconfiança: no nível elástico, os jogadores americanos (36%) possuem maior
presença do traço autoconfiança que os jogadores brasileiros (36%). No nível extrovertido, os
jogadores brasileiros (47%) apresentam maior presença do traço autoconfiança que os
jogadores americanos (25%). No nível desafiador, os jogadores americanos (37%) possuem
maior presença do traço autoconfiança que os jogadores brasileiros (8%) (Tabela 31).
Tabela 31 – Comparação do Traço autoconfiança entre os jogadores de basquete brasileiros e americanos
(masculino)
ALA PIVÔ ARMADOR TODAS POSIÇÕES
SC = 29 OK = 25 SC = 22 OK = 30 SC = 25 OK = 20 SC = 76 OK = 75
AUTO
CONFIAA
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
ELÁSTICO 11 37 8 32 6 27 14 47 8 32 5 25 25
33
27
36
EXTROVERTIDO 11 38 7 28 11 50 8 27 14 56 4 20 36
47
19
25
DESAFIADOR 2 7 8 32 2 9 10 33 2 8 10 50 6
8
28
37
Autocontrole: no nível elástico, os jogadores americanos (36%) possuem maior
presença do traço autocontrole que os jogadores brasileiros (33%). No nível enfocado, os
jogadores brasileiros (32%) possuem maior presença do traço autocontrole que os jogadores
americanos (27%) (Tabela 32).
157
Tabela 32 – Comparação do Traço autocontrole entre os jogadores de basquete brasileiros e americanos
(masculino)
ALA PIVÔ ARMADOR TODAS POSIÇÕES
SC = 29 OK = 25 SC = 22 OK = 30 SC = 25 OK = 20 SC = 76 OK = 75
AUTO
CONTROLE
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
ELÁSTICO 11 37 8 32 6 27 14 47 8 32 5 25 25
33
27
36
ENFOCADO 9 31 7 28 3 14 8 27 12 48 5 25 24
32
20
27
Criatividade: no nível extrovertido, os jogadores brasileiros (47%) apresentam maior
presença do traço criatividade que os jogadores americanos (25%). No nível explorador, os
jogadores americanos (29%) apresentam maior presença do tro criatividade que os
jogadores brasileiros (22%). No nível flexível, os jogadores americanos (31%) possuem maior
presença do traço criatividade que os jogadores brasileiros (26%) (Tabela 33).
Tabela 33 – Comparação do Traço criatividade entre os jogadores de basquete brasileiros e americanos
(masculino)
ALA PIVÔ ARMADOR TODAS POSIÇÕES
SC = 29 OK = 25 SC = 22 OK = 30 SC = 25 OK = 20 SC = 76 OK = 75
CRIATIVI
DADE
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
EXTROVERTIDO 11 38 7 28 11 50 8 27 14 56 4 20 36
47
19
25
EXPLORADOR 6 21 8 32 5 23 11 37 6 24 3 15 17
22
22
29
FLEXÍVEL 8 27 6 24 6 27 10 33 6 24 7 35 20
26
23
31
Combatividade: no nível extrovertido, os jogadores brasileiros (47%) apresentam
maior presença do traço combatividade que os jogadores americanos (25%). No nível
desafiador, os jogadores americanos (37%) possuem maior presença do tro combatividade
que os jogadores brasileiros (8%). No nível enfocado, os jogadores brasileiros (32%) possuem
maior presença do traço combatividade que os jogadores americanos (27%) (Tabela 34).
Tabela 34 – Comparação do Traço combatividade entre os jogadores de basquete brasileiros e americanos
(masculino)
ALA PIVÔ ARMADOR TODAS POSIÇÕES
SC = 29 OK = 25 SC = 22 OK = 30 SC = 25 OK = 20 SC = 76 OK = 75
COMBATIV
IDADE
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
EXTROVERTIDO 11 38 7 28 11 50 8 27 14 56 4 20 36
47
19
25
DESAFIADOR 2 7 8 32 2 9 10 33 2 8 10 50 6
8
28
37
ENFOCADO 9 31 7 28 3 14 8 27 12 48 5 25 24
32
20
27
158
Espírito de Grupo: no nível extrovertido, os jogadores brasileiros (47%) apresentam
maior presença do tro espírito de grupo que os jogadores americanos (25%). No nível
adaptável, os jogadores brasileiros (45%) apresentam maior presença do traço espírito de
grupo que os jogadores americanos (23%) (Tabela 35).
Tabela 35 – Comparação do Traço espírito de grupo entre os jogadores de basquete brasileiros e americanos
(masculino)
ALA PIVÔ ARMADOR TODAS POSIÇÕES
SC = 29 OK = 25 SC = 22 OK = 30 SC = 25 OK = 20 SC = 76 OK = 75
ESPÍRITO
DE GRUPO
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
EXTROVERTIDO 11 38 7 28 11 50 8 27 14 56 4 20 36
47
19
25
ADAPTÁVEL 15 52 3 12 9 41 8 27 10 40 6 30 34
45
17
23
Concentração: no nível elástico, os jogadores americanos (36%) possuem maior
presença do traço concentração que os jogadores brasileiros (33%). No nível enfocado, os
jogadores brasileiros (32%) possuem maior presença do traço concentração que os jogadores
americanos (27%) (Tabela 36).
Tabela 36 – Comparação do Traço concentração entre os jogadores de basquete brasileiros e americanos
(masculino)
ALA PIVÔ ARMADOR TODAS POSIÇÕES
SC = 29 OK = 25 SC = 22 OK = 30 SC = 25 OK = 20 SC = 76 OK = 75
CONCEN
TRAÇÃO
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
ELÁSTICO 11 37 8 32 6 27 14 47 8 32 5 25 25
33
27
36
ENFOCADO 9 31 7 28 3 14 8 27 12 48 5 25 24
32
20
27
Sociabilidade: no nível extrovertido, os jogadores brasileiros (47%) apresentam maior
presença do traço sociabilidade que os jogadores americanos (25%). No nível flexível, os
jogadores americanos (31%) possuem maior presença do traço sociabilidade que os jogadores
brasileiros (26%) (Tabela 37).
159
Tabela 37 – Comparação do Traço sociabilidade entre os jogadores de basquete brasileiros e americanos
(masculino)
ALA PIVÔ ARMADOR TODAS POSIÇÕES
SC = 29 OK = 25 SC = 22 OK = 30 SC = 25 OK = 20 SC = 76 OK = 75
SOCIABILI
DADE
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
EXTROVERTIDO 11 38 7 28 11 50 8 27 14 56 4 20 36
47
19
25
FLEXÍVEL 8 27 6 24 6 27 10 33 6 24 7 35 20
26
23
31
Liderança: no nível elástico, os jogadores americanos (36%) possuem maior presença
do traço liderança que os jogadores brasileiros (33%). No nível extrovertido, os jogadores
brasileiros (47%) apresentam maior presença do traço liderança que os jogadores americanos
(25%). No nível desafiador, os jogadores americanos (37%) possuem maior presença do traço
liderança que os jogadores brasileiros (8%) (Tabela 38).
Tabela 38 – Comparação do Traço liderança entre os jogadores de basquete brasileiros e americanos
(masculino)
ALA PIVÔ ARMADOR TODAS POSIÇÕES
SC = 29 OK = 25 SC = 22 OK = 30 SC = 25 OK = 20 SC = 76 OK = 75
LIDERAN
ÇA
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
ELÁSTICO 11 37 8 32 6 27 14 47 8 32 5 25 25
33
27
36
EXTROVERTIDO 11 38 7 28 11 50 8 27 14 56 4 20 36
47
19
25
DESAFIADOR 2 7 8 32 2 9 10 33 2 8 10 50 6
8
28
37
Motivação: No nível desafiador, os jogadores americanos (37%) possuem maior
presença do traço motivação que os jogadores brasileiros (8%). No nível enfocado, os
jogadores brasileiros (32%) possuem maior presença do traço motivação que os jogadores
americanos (27%) (Tabela 39).
Tabela 39 – Comparação do Traço motivação entre os jogadores de basquete brasileiros e americanos
(masculino)
ALA PIVÔ ARMADOR TODAS POSIÇÕES
SC = 29 OK = 25 SC = 22 OK = 30 SC = 25 OK = 20 SC = 76 OK = 75
MOTIVA
ÇÃO
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
DESAFIADOR 2 7 8 32 2 9 10 33 2 8 10 50 6
8
28
37
ENFOCADO 9 31 7 28 3 14 8 27 12 48 5 25 24
32
20
27
160
4.2 FEMININO
4.2.1 Hábitos de Vida das atletas brasileiras e americanas
4.2.1.1 Indicadores socioeconômicos
Observa-se que 67,9% dos pais das atletas brasileiras possuem grau de instrução
superior incompleto e completo, enquanto 48% dos pais das atletas americanas possuem grau
de instrução incompleto ou superior. De analfabeto a colegial incompleto, os pais das atletas
brasileiras são 32,1%, e as americanas, 52% (Tabela 40).
Tabela 40 – Comparação do grau de instrução do Pai e/ou da Mãe entre as jogadoras de basquete brasileiras e
americanas
SANTA CATARINA (n=81) OKLAHOMA (n=75)
GRAU DE INSTRUÇÃO
FA * FR (%) FA FR (%)
ANALFABETO ou PRIM INCOMPLETO
03 3,7 07 9,3
GINASIAL INCOMPLETO 03 3,7 06 8
COLEGIAL INCOMPLETO 20 24,7 26 34,7
SUPERIOR INCOMPLETO
20 24,7 06 8
SUPERIOR COMPLETO
35 43,2 30 40
n = 81 100 75 100
O estudo indicou que a maioria das jogadoras de basquete brasileiras (64,2%) está
inserida nas classes socioeconômicas A1+A2+B1, consideradas elevadas para os padrões
brasileiros, enquanto a maioria das jogadoras americanas (76%) está inserida nas classes
socioeconômicas A2+B1, consideradas ‘média’ para os padrões americanos (Tabela 41).
161
Tabela 41 – Comparação da classificação socioeconômica entre as jogadoras de basquete brasileiras e
americanas
SANTA CATARINA (n=81) OKLAHOMA (n=75)
CLASSE
SOCIOECONÔMICA
FA FR (%) FA FR (%)
A1 10 12,4 0 0
A2 21 25,9 18 24
B1 21 25,9 39 52
B2 08 9,9 14 18,7
C 17 21 04 5,3
D 04 4,9 0 0
n = 81 100 75 100
4.2.1.2 Indicadores de hábitos de vida
Quanto aos hábitos de acordar, a pesquisa demonstra que a maioria das atletas
brasileiras (60,5%) acorda entre antes das 6h e 7h e a maioria das americanas (81,3%) acorda
entre 6h e 8h (Tabela 42).
Tabela 42 – Comparação do bito de acordar entre as jogadoras de basquete brasileiras e americanas
SANTA CATARINA (n=81) OKLAHOMA (n=75)
HÁBITOS DE ACORDAR
FA FR (%) FA FR (%)
Antes das 6 horas 03 3,7 06 8
Entre 6 e 7 horas
49 60,5 34 45,3
Entre 7 e 8 horas 14 17,3
27 36
Entre 8 e 9 horas 11 13,6 05 6,7
Depois das 9 horas 04 4,9 03 4
n = 81 100 75 100
Os hábitos de dormir concentram-se entre 22h e 24h para a maioria das atletas
brasileiras (64,2%) como também para a maioria das atletas americanas (72%) (Tabela 43).
162
Tabela 43 – Comparação do bito de dormir entre as jogadoras de basquete brasileiras e americanas
SANTA CATARINA (n=81) OKLAHOMA (n=75)
HÁBITOS DE DORMIR
FA FR (%) FA FR (%)
Antes das 21 horas 09 11,1 05 6,7
Entre 21 e 22 horas 12 14,8 13 17,3
Entre 22 e 23 horas
29 35,8 35 46,6
Entre 23 e 24 horas
23 28,4 19 25,4
Depois das 24 horas 08 9,9 03 4
n = 81 100 75 100
Quanto aos hábitos de atividades diárias, percebem-se comportamentos semelhantes
entre as atletas brasileiras e americanas. A maioria das atletas brasileiras (59,3%) respondeu
que poucas vezes. As americanas responderam de forma semelhante, sendo que a maioria
(58,7%) também lê poucas vezes (Tabela 44).
Tabela 44 – Comparação do bito de leitura entre as jogadoras de basquete brasileiras e americanas
SANTA CATARINA (n=81) OKLAHOMA (n=75)
HÁBITO – LEITURA
FA FR (%) FA FR (%)
Muitas Vezes 18 22,2 17 22,6
Poucas Vezes
48 59,3 44 58,7
Nunca 15 18,5 14 18,7
n = 81 100 75 100
Quanto aos hábitos de estudar, a maioria das atletas brasileiras (50,6%) respondeu que
estuda muitas vezes, como também a maioria das atletas americanas (54,7%) (Tabela 45).
Tabela 45 – Comparação do bito de estudar entre as jogadoras de basquete brasileiras e americanas
SANTA CATARINA (n=81) OKLAHOMA (n=75)
HÁBITO – ESTUDAR
FA FR (%) FA FR (%)
Muitas Vezes
41 50,6 41 54,7
Poucas Vezes 39 48,2 26 34,7
Nunca 01 1,2 08 10,6
n = 81 100 75 100
163
Com relação ao hábito de jogar basquete por lazer, a maioria das brasileiras (63%)
respondeu que joga muitas vezes. A maioria das americanas (69,3%) também respondeu que
joga muitas vezes (Tabela 46).
Tabela 46 – Comparação do bito de jogar basquete por lazer entre as jogadoras de basquete brasileiras e
americanas
SANTA CATARINA (n=81) OKLAHOMA (n=75)
BITO – JOGAR
BASQUETE LAZER
FA FR (%) FA FR (%)
Muitas Vezes
51 63 52 69,3
Poucas Vezes 21 25,9 18 24
Nunca 09 11,1 05 6,7
n = 81 100 75 100
4.2.1.3 Indicadores de cultura esportiva
Quanto aos materiais esportivos que os atletas possuem, observa-se semelhaa entre
os grupos pesquisados. Os itens que se destacam são: 53,3% das americanas possuem tabelas
de basquete em casa, enquanto 39,5% das brasileiras possuem esse equipamento; a maioria
das atletas pesquisadas, tanto brasileiras (80,2%) como americanas (93,3%), possuem bolas de
basquete (Tabela 47).
164
Tabela 47 – Comparação da posse de materiais esportivos entre as jogadoras de basquete brasileiras e
americanas
SANTA CATARINA (n=81) OKLAHOMA (n=75)
Materiais de esporte que o
pesquisado possui*
FA FR (%) FA FR (%)
Patins/roller 36 44,4 38 50,6
Bicicleta 58 71,6 64 85,3
Bola de Basquete 65 80,2 70 93,3
Bola de Handebol 07 8,6 18 24
Raquete de tênis 24 29,6 27 36
Tabela de Basquete 32 39,5 40 53,3
Patinete 16 19,7 21 28
Skate 11 13,6 25 33,3
Bola de Vôlei 45 55,5 46 61,3
Bola de Futebol 46 56,8 35 46,7
Chuteiras 09 11,1 20 26,7
Tênis 81 100 75 100
Outros 08 9,9 12 16
* Pergunta de múltipla escolha.
Com relação aos locais utilizados para a prática esportiva, a maioria das atletas
americanas prefere praticar esportes em casa (58,7%), na praça (54,7%) e na escola (53,3%).
E a maioria das atletas brasileiras pesquisadas pratica esportes em clubes esportivos (69,1%)
e na escola (51,9%) (Tabela 48).
Tabela 48 – Comparação dos locais mais utilizados para as práticas esportivas entre as jogadoras de basquete
brasileiras e americanas
SANTA CATARINA (n=81) OKLAHOMA (n=75)
Locais mais utilizados para as
práticas esportivas*
FA FR (%) FA FR (%)
Pátio casa ou condomínio 33 40,7
44 58,7
Rua/Parque/Praça 24 29,6
41 54,7
Quadra da Escola/Ginásio
42 51,9 40 53,3
Clube Esportivo
56 69,1
25 33,3
Outros 04 4,9 06 8
Total 159 156
Relação atleta/local 1,96 2,08
* Pergunta de múltipla escolha.
165
Sendo a pergunta de múltipla escolha é possível determinar uma relação entre o
número de atletas pesquisadas com o local da prática esportiva. Considerando que a somatória
das respostas das atletas brasileiras (em quais locais ele pratica esporte) totalizou 159
respostas, pode-se dizer que há 1,96 atleta praticando esporte para cada local citado em Santa
Catarina. E considerando que a somatória das respostas das atletas americanas (em quais
locais ele pratica esporte) totalizou 156 respostas, pode-se dizer que há 2,08 atletas praticando
esporte para cada local citado em Oklahoma.
4.2.1.5 Indicadores de prática esportiva sistematizada
Quanto ao tempo que pratica o basquete, as atletas brasileiras pesquisadas praticam o
basquete, em média, há 4,2 anos (+10 -1/s= 2,46), enquanto as americanas praticam em média
6,4 anos (+13 -1s/= 2,82) (Tabela 49).
Tabela 49 – Comparação do tempo que pratica basquete entre as jogadoras de basquete brasileiras e americanas
SANTA CATARINA (n=81) OKLAHOMA (n=75)
Tempo que pratica basquete
FA FR (%) FA FR (%)
1 a 2 anos
25 30,9
06 8
3 a 4 anos
18 22,2
05 6,7
5 a 6 anos
23 28,4
26
34,6
7 a 8 anos 11 13,6 12
16
9 a 10 anos 03 3,7 08
10,7
11 a mais 0 0 05 6,7
o responderam 01 1,2 13 17,3
n = 81 100 75 100
Média 4,2 anos 6,4 anos
Desvio padrão 2,46 2,82
Com relação à freqüência semanal que pratica o basquete, as atletas brasileiras
pesquisadas jogam em média 4,37 vezes por semana (+7 -2/s= 1,30) e as atletas americanas
jogam em média 4,56 vezes por semana (+7 -2/s= 1,19). A maioria das atletas brasileiras
166
(68,4%) e a maioria das atletas americanas (61,3%) jogam entre três e seis vezes por semana,
sendo que a freqüência semanal está concentrada em cinco vezes por semana (Tabela 50).
Tabela 50 – Comparação da freqüência semanal que pratica o basquete entre as jogadoras de basquete
brasileiras e americanas
SANTA CATARINA (n=81) OKLAHOMA (n=75)
Freência semanal que
pratica o basquete
FA FR (%) FA FR (%)
1x 0 0 0 0
2x 6 7,4 1 1,3
3x
22 27,2 16 21,4
4x 05 6,2 05 6,7
5x
31 38,3 31 41,3
6x
15 18,5 05 6,7
7x 01 1,2 04 5,3
o responderam 01 1,2 13 17,3
n = 81 100 75 100
Média 4,37 4,56
Desvio padrão 1,3 1,19
As brasileiras treinam em dia 2h e 36m por dia (+4 -1/s= 0,77), enquanto as
americanas treinam em dia 2h e 27m por dia (+4 -1/s= 0,69). A maioria das atletas
brasileiras (97,6%) e a maioria das atletas americanas (80%) treinam entre duas e quatro horas
por dia (Tabela 51).
Tabela 51 – Comparação das horas de treino diário entre as jogadoras de basquete brasileiras e americanas
SANTA CATARINA (n=81) OKLAHOMA (n=75)
Horas de treino por dia
FA FR (%) FA FR (%)
1 h 1 1,2 2 2,7
2 h
42 51,9 35 46,6
3 h
24 29,7 20 26,7
4 h
13 16 05 6,7
5 h 0 0 0 0
6 h 0 0 0 0
7 h 0 0 0 0
o responderam 01 1,2 13 17,3
n = 81 100 75 100
Média 2,36 h p/dia 2,27 h p/dia
Desvio padrão 0,77 0,69
167
4.2.2 Indicadores físicos por posição em quadra
4.2.2.1 ALA: altura, peso e massa corporal
O número de atletas pesquisadas nesta posição foram 29 brasileiras e 29 americanas.
Os resultados indicam que as médias não apresentam diferenças significativas de altura, peso
e massa corporal na posição ALA (Tabela 52)
Tabela 52 – Comparação das médias de altura, peso e massa corporal entre as jogadoras de basquete brasileiras e
americanas na posição de ALA
ALTURA PESO MASSA CORPORAL
ALA
SC = 29 OK = 29 SC = 29 OK = 29 SC = 29 OK = 29
Mínima 1,57 1,52 42 43 15,8 15,4
25% Percentil 1,62 1,58 52 51,5 18,8 18,6
Mediana 1,68 1,68 56 56 20,5 20,8
75% Percentil 1,75 1,75 67 64 21,9 22,8
Máxima 1,82 1,82 74 90 25 27,1
Média 1,68 1,67 58,2 58,2 20,4 20,8
Desvio Padrão 0,07 0,09 8,9 9,7 2,4 2,9
Teste t (P < 0,05) 0,50 0,98 0,57
4.2.2.2 ARMADORA: altura, peso e massa corporal
O número de atletas pesquisadas nesta posição foram 25 brasileiras e 29 americanas. A
posição em quadra ARMADOR apresenta diferenças significativas nas médias de altura (P =
0,001 < 0,05), sendo as atletas americanas mais altas doze centímetros, e peso (P = 0,001 <
0,05), sendo as americanas mais pesadas 10,3 quilos. Já o IMC é bastante semelhante.
Significa dizer que as armadoras americanas são mais altas e mais fortes que as armadoras
brasileiras (Tabela 53).
168
Tabela 53 – Comparação das médias de altura, peso e massa corporal entre as jogadoras de basquete brasileiras
e americanas na posição de ARMADOR
ALTURA PESO MASSA CORPORAL
ARMADORA
SC = 25 OK = 29 SC = 25 OK = 29 SC = 25 OK = 29
Mínima 1,48 1,64 39 48 15,2 16,3
25% Percentil 1,58 1,69 50,5 57 19,2 18,6
Mediana 1,62 1,74 54 63 20,0 20,8
75% Percentil 1,69 1,81 59 70 21,8 21,8
Máxima 1,80 1,89 68 83 23,8 27,2
Média 1,63 1,75 54,4 64,1 20,2 20,7
Desvio Padrão 0,07 0,06 7,54 8,98 1,95 2,6
Teste t (P < 0,05) 0,001 0,001 0,38
4.2.2.3 PIVÔ: altura, peso e massa corporal
O número de atletas pesquisadas nesta posição foram 27 brasileiras e 17 americanas.
Os resultados apontam que, na posição PIVÔ, as médias não apresentam diferenças
significativas nos indicadores altura e IMC. No entanto, as pivôs americanas, em média, são
7,3 quilos mais pesadas que as brasileiros, porém não refletindo no IMC. O teste t indica
índice igual ao nível de significância (P < 0,05) para o indicador peso (P= 0,05) (Tabela, 54).
Tabela 54 – Comparação das médias de altura, peso e massa corporal entre as jogadoras de basquete brasileiras e
americanas na posição de PI
ALTURA PESO MASSA CORPORAL
PIVÔ
SC = 27 OK = 17 SC = 27 OK = 17 SC = 27 OK = 17
Mínima 1,67 1,61 52 53 16 17,6
25% Percentil 1,73 1,75 58 63 19,1 19,7
Mediana 1,77 1,80 66 81 21,5 22,8
75% Percentil 1,82 1,84 78 86 24,1 24,8
Máxima 1,95 1,89 87 90 26,8 31,5
Média 1,77 1,79 67,8 75,1 21,5 22,8
Desvio Padrão 0,06 0,07 14,0 11,1 2,7 3,4
Teste t (P < 0,05) 0,33 0,05 0,15
169
4.2.2.4 Todas as posições: altura, peso e massa corporal
O número total de atletas pesquisadas foram 76 brasileiras e 75 americanas. A análise
descritiva de todas as posições em quadra apresenta diferenças significativas nos indicadores
altura (P = 0,02 < 0,05) e peso (P = 0,04 < 0,05). As atletas americanas são, em média, três
centímetros mais altas e 3,8 quilos mais pesadas que as brasileiras, porém não refletindo no
IMC. Como a média do IMC está dentro do peso normal ou ideal, significa dizer que as
atletas americanas são mais fortes que as atletas brasileiras (Tabela 55).
Tabela 55 – Comparação das médias de altura, peso e massa corporal entre as jogadoras de basquete brasileiras
e americanas em TODAS AS POSIÇÕES
ALTURA PESO MASSA CORPORAL
Todas as posições
SC = 81 OK = 75 SC = 81 OK = 75 SC = 81 OK = 75
Mínima 1,48 1,52 39 43 15,2 15,4
25% Percentil 1,62 1,68 53 55 19,0 19,1
Mediana 1,70 1,74 58 63 20,8 20,8
75% Percentil 1,77 1,80 67,5 69 22,3 23,2
Máxima 1,95 1,89 87 90 26,8 36
Média 1,70 1,73 60,2 63,8 20,7 21,3
Desvio Padrão 0,08 0,01 10,8 11,1 2,4 3,3
Teste t (P < 0,05) 0,02 0,04 0,20
4.2.3 Traços de personalidade das atletas brasileiras e americanas
4.2.3.1 Fatores Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole, por
níveis de personalidade, na posição de ALA
O número de atletas pesquisadas nesta posição foi de 29 brasileiras e 29 americanas
(Tabela 56). Na avaliação do fator “Emocionalidade”, as alas brasileiras e americanas
apresentam semelhanças no traço reativo e diferenças nos traços respondente e elástico de
170
personalidade. As alas brasileiras (58,7%) apresentam maior presença do traço respondente de
personalidade que as alas americanas (41,4%). As alas americanas (48,3%) possuem maior
presença do traço elástico de personalidade em relação às alas brasileiras (31%). As alas
brasileiras (10,3%) e as alas americanas (10,3%) apresentam o traço reativo de personalidade.
Na avaliação do fator “Extroversão”, as alas brasileiras e americanas apresentam
diferenças em todos os traços de personalidade. As alas brasileiras (72,4%) possuem maior
presença do traço ambiverto de personalidade que as alas americanas (58,6%). As alas
americanas (10,3%) apresentam maior presença do traço introvertido de personalidade em
relação às alas brasileiras (0%). As alas americanas (31%) possuem maior presença do tro
extrovertido de personalidade que as alas brasileiras (27,6%).
Na avaliação do fatorAbertura”, as alas brasileiras e americanas apresentam
diferenças em todos os traços de personalidade. As alas brasileiras (58,6%) apresentam maior
presença do traço moderado de personalidade em relação às alas americanas (48,3%). As alas
americanas (31%) possuem maior presença do traço conservador de personalidade que as alas
brasileiras (27,6%). As alas americanas (20,7%) apresentam maior presença do traço
explorador de personalidade em relação às alas brasileiras (13,8%).
Na avaliação do fatorEgocentrismo”, as alas brasileiras e americanas apresentam
diferenças em todos os traços de personalidade. As alas brasileiras (44,8%) possuem maior
presença do traço negociador de personalidade que as alas americanas (27,6%). As alas
americanas (27,6%) apresentam maior presença do traço desafiador de personalidade em
relação às alas brasileiras (6,9%). As alas brasileiras (48,3%) possuem maior presença do
traço adaptável de personalidade que as alas americanas (44,8%).
Na avaliação do fator “Autocontrole”, as alas brasileiras e americanas apresentam
diferenças em todos os traços de personalidade. As alas americanas (48,3%) possuem maior
presença do traço balanceado de personalidade em relação às alas brasileiras (41,4%). As alas
171
americanas (27,6%) apresentam maior presença do traço flexível de personalidade que as alas
brasileiras (13,8%). As alas brasileiras (44,8%) apresentam maior presença do traço enfocado
de personalidade em relação às alas americanas (24,1%).
Tabela 56 – Comparação dos fatores de personalidade Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo,
Autocontrole, por níveis de traços, entre as jogadoras de basquete brasileiras e americanas na
posição de ALA
SANTA CATARINA (n=29) OKLAHOMA (n=29)
(-) (=) (+) (-) (=) (+)
ALA – FATORES
F A
FR F A FR F A FR F A FR F A FR F A FR
EMOCIONALIDADE (R) 09 31 17 58,7 03 10,3 14 48,3 12 41,4 03 10,3
EXTROVERSÃO (E) 0 0 21 72,4 08 27,6 03 10,3 17 58,6 09 31
ABERTURA (O) 08 27,6 17 58,6 04 13,8 09 31 14 48,3 06 20,7
EGOCENTRISMO (A) 02 6,9 13 44,8 14 48,3 08 27,6 08 27,6 13 44,8
AUTOCONTROLE (C) 04 13,8 12 41,4 13 44,8 08 27,6 14 48,3 07 24,1
As variações dos tros de personalidade das jogadoras de basquete brasileiras e
americanas da posição ALA apresentam uma tendência à semelhança nos fatores Extroversão
e Abertura; e uma tendência à diferença nos fatores Emocionalidade, Egocentrismo e
Autocontrole, sendo opostas nos níveis dos traços elástico e respondente (Emocionalidade),
nos níveis desafiador e negociador (Egocentrismo) e no nível enfocado (Autocontrole)
(Gráfico 5).
172
Gráfico 5 – Variações das semelhanças e diferenças de comportamento das jogadoras de basquete brasileiras e
americanas, analisadas nos fatores dos traços de personalidade Emocionalidade, Extroversão,
Abertura, Egocentrismo e Autocontrole na posição de ALA
4.2.3.2 Fatores Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole, por
níveis de personalidade, na posição de ARMADOR
O número de atletas pesquisadas nesta posição foi de 25 brasileiras e 29 americanas
(Tabela 57). Na avaliação do fator “Emocionalidade”, as armadoras brasileiras e americanas
apresentam diferenças em todos os tros de personalidade. As armadoras brasileiras (64%)
possuem maior presença do traço respondente de personalidade em relação às armadoras
americanas (55,2%). As armadoras americanas (24,1%) possuem maior presença do traço
elástico de personalidade que as armadoras brasileiras (8%). As armadoras brasileiras (28%)
possuem maior presença do traço reativo de personalidade que as armadoras americanas
(20,7%).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
(-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+)
EMOC EXTR ABER EGO AUTC
SANTA CATARINA (n=29) OKLAHOMA (n=29)
173
Na avaliação do fator “Extroversão”, as armadoras brasileiras e americanas
apresentam diferenças em todos os traços de personalidade. As armadoras americanas
(62,1%) apresentam maior presença do tro ambiverto de personalidade em relação às
armadoras brasileiras (56%). As armadoras americanas (10,3%) possuem maior presença do
traço introvertido de personalidade que as armadoras brasileiras (4%). As armadoras
brasileiras (40%) apresentam maior presença do tro extrovertido de personalidade que as
armadoras americanas (27,6%).
Na avaliação do fator “Abertura”, as armadoras brasileiras e americanas apresentam
diferenças em todos os tros de personalidade. As armadoras brasileiras (56%) apresentam
maior presença do traço moderado de personalidade comparada às armadoras americanas
(41,4%). As armadoras brasileiras (36%) possuem maior presença do traço conservador de
personalidade que as armadoras americanas (24,1%). As armadoras americanas (34,5%)
possuem maior presença do tro explorador de personalidade em relação às armadoras
brasileiras (8%).
Na avaliação do fator “Egocentrismo”, as armadoras brasileiras e americanas
apresentam diferenças em todos os traços de personalidade. As armadoras brasileiras (52%)
apresentam maior presença do traço negociador de personalidade que as armadoras
americanas (24,1%). As armadoras americanas (27,6%) possuem maior presença do traço
desafiador de personalidade comparada às armadoras brasileiras (8%). As armadoras
americanas (48,3%) apresentam maior presença do traço adaptável de personalidade que as
armadoras brasileiras (40%).
Na avaliação do fator “Autocontrole”, as armadoras brasileiras e americanas
apresentam diferenças em todos os traços de personalidade. As armadoras americanas
(37,9%) possuem maior presença do traço balanceado em relação às armadoras brasileiras
(32%). As armadoras americanas (34,5%) possuem maior presença do traço flexível de
174
personalidade que as armadoras brasileiras (20%). As armadoras brasileiras (48%) apresentam
maior presença do traço enfocado de personalidade que as armadoras americanas (27,6%).
Tabela 57 – Comparação dos fatores de personalidade Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo ,
Autocontrole, por níveis de traços, entre as jogadoras de basquete brasileiras e americanas na
posição de ARMADOR
SANTA CATARINA (n=25) OKLAHOMA (n=29)
(-) (=) (+) (-) (=) (+)
ARMADOR – FATORES
F A
FR F A FR F A FR F A FR F A FR F A FR
EMOCIONALIDADE (R) 02 08 16 64 07 28 07 24,1 16 55,2 06 20,7
EXTROVERSÃO (E) 01 04 14 56 10 40 03 10,3 18 62,1 08 27,6
ABERTURA (O) 09 36 14 56 02 08 07 24,1 12 41,4 10 34,5
EGOCENTRISMO (A) 02 08 13 52 10 40 08 27,6 07 24,1 14 48,3
AUTOCONTROLE (C) 05 20 08 32 12 48 10 34,5 11 37,9 08 27,6
As variações dos tros de personalidade das jogadoras de basquete brasileiras e
americanas da posição ARMADOR apresentam uma tendência à semelhança nos fatores
Emocionalidade e Extroversão; e uma tendência à diferença nos fatores Abertura,
Egocentrismo e Autocontrole, sendo opostas no vel do tro explorador (Abertura), nos
níveis desafiador, negociador e adaptável (Egocentrismo) e nos níveis flexível e enfocado
(Autocontrole) (Gráfico 6).
175
ARM ADOR - T ODOS OS FAT ORES
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
(-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+)
EM OC EXT R ABER EGO A UT C
FREQ. RELATIVA
%
SANT A CA TARINA (n =25) OKLAHOM A (n=29)
Gráfico 6 – Variações das semelhanças e diferenças de comportamento das jogadoras de basquete brasileiras e
americanas, analisadas nos fatores dos traços de personalidade Emocionalidade, Extroversão,
Abertura, Egocentrismo e Autocontrole na posição de ARMADORA
4.2.3.3 Fatores Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole, por
níveis de personalidade, na posição PI.
O número de atletas pesquisadas nesta posição foi de 27 brasileiras e 17 americanas
(Tabela 58). Na avaliação do fator “Emocionalidade”, as pivôs brasileiras e americanas
apresentam semelhança no traço reativo e diferenças nos traços respondente e elástico de
personalidade. As pivôs americanas (52,9%) possuem maior presença do traço respondente de
personalidade em relação às pivôs brasileiras (40,7%). As pivôs brasileiras (40,7%) possuem
maior presença do traço elástico de personalidade que as pivôs americanas (29,4%). As pivôs
brasileiras (18,6%) e americanas (17,7%) apresentam o traço reativo de personalidade.
176
Na avaliação do fator “Extroversão”, as pivôs brasileiras e americanas apresentam
semelhança no traço introvertido e diferenças nos traços ambiverto e extrovertido de
personalidade. As pivôs americanas (52,9%) possuem maior presença do traço ambiverto de
personalidade em relação às pivôs brasileiras (37,1%). A minoria das pivôs brasileiras
(14,8%) e americanas (17,7%) possuem o traço introvertido de personalidade. As pivôs
brasileiras (48,1%) apresentam maior presença do traço extrovertido de personalidade que as
pivôs americanas (29,4%).
Na avaliação do fator “Abertura”, as pivôs brasileiras e americanas apresentam
diferenças em todos os tros de personalidade. As pivôs brasileiras (77,8%) possuem maior
presença do traço moderado de personalidade em relação às pivôs americanas (53%). As
pivôs americanas (23,5%) apresentam maior presença do tro conservador de personalidade
que as pivôs brasileiras (14,8%). As pivôs americanas (23,5%) possuem maior presença do
traço explorador de personalidade comparada às pivôs brasileiras (7,4%).
Na avaliação do fator “Egocentrismo”, as pivôs brasileiras e americanas apresentam
semelhança no traço adaptável e diferenças nos traços negociador e desafiador de
personalidade. As pivôs brasileiras (55,6%) possuem maior presença do traço negociador de
personalidade em relação às pivôs americanas (47,1%). As pivôs americanas (11,8%)
apresentam maior presença do traço desafiador de personalidade que as pivôs brasileiras
(3,7%). As pivôs brasileiras (40,7%) e as americanas (41,1%) apresentam o traço adaptável de
personalidade.
Na avaliação do fator “Autocontrole”, as pivôs brasileiras e americanas apresentam
diferenças em todos os traços de personalidade. As pivôs americanas (64,7%) possuem maior
presença do traço balanceado de personalidade em relação às pivôs brasileiras (33,3%). As
pivôs americanas (23,5%) possuem maior presença do traço flexível de personalidade
177
comparada às pivôs brasileiras (14,8%). As pivôs brasileiras (51,9%) apresentam maior
presença do traço enfocado de personalidade que as pivôs americanas (11,8%).
Tabela 58 – Comparação dos fatores de personalidade Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo,
Autocontrole, por níveis de traços, entre as jogadoras de basquete brasileiras e americanas na
posição de PI
SANTA CATARINA (n=27) OKLAHOMA (n=17)
(-) (=) (+) (-) (=) (+)
PIVÔ – FATORES
F A
FR F A FR F A FR F A FR F A FR F A FR
EMOCIONALIDADE (R) 11 40,7 11 40,7 05 18,6 05 29,4 09 53 03 17,7
EXTROVERSÃO (E) 04 14,8 10 37,1 13 48,1 03 17,7 09 53 05 29,4
ABERTURA (O) 04 14,8 21 77,8 02 7,4 04 23,5 09 53 04 23,5
EGOCENTRISMO (A) 01 3,7 15 55,6 11 40,7 02 11,8 08 47,1 07 41,1
AUTOCONTROLE (C) 04 14,8 09 33,3 14 51,9 04 23,5 11 64,7 02 11,8
As variações dos tros de personalidade das jogadoras de basquete brasileiras e
americanas na posição de PIVÔ apresentam uma tendência à semelhança nos fatores Abertura
e Egocentrismo; e uma tendência à diferença nos fatores Emocionalidade, Extroversão e
Autocontrole, sendo as linhas opostas nos níveis dos traços elástico e respondente
(Emocionalidade), no nível do traço extrovertido (Extroversão), e nos níveis dos traços
balanceado e enfocado (Autocontrole) (Gráfico 7).
178
Gráfico 7 – Variações das semelhanças e diferenças de comportamento das jogadoras de basquete brasileiras e
americanas, analisadas nos fatores dos traços de personalidade Emocionalidade, Extroversão,
Abertura, Egocentrismo e Autocontrole na posição de PIVÔ
4.2.3.4 Fatores Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo e Autocontrole, por
níveis de personalidade, em TODAS AS POSIÇÕES
O número total de atletas pesquisadas foi de 81 brasileiras e 75 americanas (Tabela
59). Na avaliação do fator “Emocionalidade”, as jogadoras brasileiras e americanas
apresentam semelhança no traço reativo e diferenças nos traços respondente e elástico de
personalidade. As jogadoras brasileiras (54,3%) apresentam maior presença do traço
respondente de personalidade em relação às jogadoras americanas (49,3%). As jogadoras
americanas (34,7%) possuem maior presença do traço elástico de personalidade que as das
jogadoras brasileiras (27,2%). As jogadoras brasileiras (18,5%) e americanas 16% possuem
o traço reativo de personalidade.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
(-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+)
EMOC EXTR ABER EGO AUTC
SANTA CATARINA (n=27) OKLAHOMA (n=17)
179
Na avaliação do fatorExtroversão”, as jogadoras brasileiras e americanas apresentam
semelhança no traço ambiverto e diferenças nos tros introvertido e extrovertido de
personalidade. As jogadoras brasileiras (55,6%) e as americanas (58,7%) apresentam o traço
ambiverto de personalidade. As jogadoras americanas (12%) possuem maior presença do
traço introvertido de personalidade em relação às jogadoras brasileiras (6,2%). As jogadoras
brasileiras (38,2%) apresentam maior presença do traço extrovertido de personalidade que as
jogadoras americanas (29,3%).
Na avaliação do fator “Abertura”, as jogadoras brasileiras e americanas apresentam
semelhança no traço conservador e diferenças nos traços moderado e explorador de
personalidade. As jogadoras brasileiras (64,2%) possuem maior presença do traço moderado
de personalidade em relação às jogadoras americanas (46,6%). As jogadoras brasileiras (21%)
e as americanas (20%) apresentam o traço conservador de personalidade. As jogadoras
americanas (26,7%) possuem maior presença do traço explorador de personalidade que as
jogadoras brasileiras (9,9%).
Na avaliação do fator “Egocentrismo”, as jogadoras brasileiras e americanas
apresentam semelhança no traço adaptável e diferenças nos traços negociador e desafiador de
personalidade. As jogadoras brasileiras (64,2%) possuem maior presença do traço negociador
de personalidade em relação às jogadoras americanas (30,7%). As jogadoras americanas
(24%) possuem maior presença do traço desafiador de personalidade que as jogadoras
brasileiras (6,2%). As jogadoras brasileiras (43,2%) e as americanas (45,3%) apresentam o
traço adaptável de personalidade.
Na avaliação do nível “Autocontrole”, as jogadoras brasileiras e americanas
apresentam diferenças em todos os traços de personalidade. As jogadoras americanas (48%)
possuem maior presença do traço balanceado de personalidade em relação às jogadoras
brasileiras (35,8%). As jogadoras americanas (29,3%) apresentam maior presença do traço
180
flexível de personalidade que as jogadoras brasileiras (16%). As jogadoras brasileiras (48,2%)
apresentam maior presença do traço enfocado de personalidade que as jogadoras americanas
(22,7%).
Tabela 59 – Comparação dos fatores de personalidade, Emocionalidade, Extroversão, Abertura, Egocentrismo,
Autocontrole, por níveis de traços, entre as jogadoras de basquete brasileiras e americanas em
TODAS AS POSIÇÕES
SANTA CATARINA (n=81) OKLAHOMA (n=75)
TODAS AS POSIÇÕES
FA
FR FA FR
EMOCIONALIDADE
ELÁSTICO 22 27,2 26 34,7
RESPONDENTE 44 54,3 37 49,3
REATIVO 15 18,5 12 16
EXTROVERSÃO
INTROVERTIDO 05 6,2 09 12
AMBIVERTO 45 55,6 44 58,7
EXTROVERTIDO 31 38,2 22 29,3
ABERTURA
CONSERVADOR 21 25,9 20 26,7
MODERADO 52 64,2 35 46,6
EXPLORADOR 08 9,9 20 26,7
EGOCENTRISMO
DESAFIADOR 05 6,2 18 24
NEGOCIADOR 41 50,6 23 30,7
ADAPTÁVEL 35 43,2 34 45,3
AUTOCONTROLE
FLEXÍVEL 13 16 22 29,3
BALANCEADO 29 35,8 36 48
ENFOCADO 39 48,2 17 22,7
As variações dos tros de personalidade das jogadoras de basquete brasileiras e
americanas em TODAS AS POSIÇÕES apresentam uma tendência à semelhança nos fatores
Emocionalidade e Extroversão; e uma tendência à diferença nos fatores Abertura,
Egocentrismo e Autocontrole, sendo as linhas opostas no nível do traço negociador
(Egocentrismo) e no nível do traço enfocado (Autocontrole) (Gráfico 8).
181
Gráfico 8 – Variações das semelhanças e diferenças de comportamento das jogadoras de basquete brasileiras e
americanas, analisadas nos fatores dos traços de personalidade Emocionalidade, Extroversão,
Abertura, Egocentrismo e Autocontrole em TODAS AS POSIÇÕES
4.2.4 Qualidades positivas Autoconfiança, Autocontrole, Criatividade, Combatividade,
Espírito de Grupo, Concentração, Sociabilidade, Liderança e Motivão das atletas brasileiras
e americanas
Autoconfiança: no nível elástico, as jogadoras americanas (35%) possuem maior
presença do traço autoconfiança em relação às jogadoras brasileiras (27%). No nível
extrovertido, as jogadoras brasileiras (38%) apresentam maior presença do traço
autoconfiança em comparação às jogadoras americanas (29%). No nível desafiador, as
jogadoras americanas (24%) apresentam maior presença do traço autoconfiança que as
jogadoras brasileiras (6%) (Tabela 60).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
(-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+) (-) (=) (+)
EMOC EXTR ABER EGO AUTC
SANTA CATARINA (n=81) OKLAHOMA (n=75)
182
Tabela 60 – Comparação do Traço autoconfiança entre as jogadoras de basquete brasileiras e americanas
ALA PIVÔ ARMADOR TODAS POSIÇÕES
SC = 29 OK = 29 SC = 27 OK = 17 SC = 25 OK = 29 SC = 81 OK = 75
AUTO
CONFIAA
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
ELÁSTICO 9 31 14 48 11 41 5 29 2 8 7 24 22
27
26
35
EXTROVERTIDO 8 27 9 31 13 48 5 29 10 40 8 27 31
38
22
29
DESAFIADOR 2 7 8 27 1 4 2 12 2 8 8 27 5
6
18
24
Autocontrole: no nível elástico, as jogadoras americanas (35%) possuem maior
presença do traço autocontrole em relação às jogadoras brasileiras (27%). No nível enfocado,
as jogadoras brasileiras (48%) possuem maior presença do traço autocontrole em comparação
às jogadoras americanas (23%) (Tabela 61).
Tabela 61 – Comparação do Traço autocontrole entre as jogadoras de basquete brasileiras e americanas
ALA PIVÔ ARMADOR TODAS POSIÇÕES
SC = 29 OK = 29 SC = 27 OK = 17 SC = 25 OK = 29 SC = 81 OK = 75
AUTO
CONTROLE
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
ELÁSTICO 9 31 14 48 11 41 5 29 2 8 7 24 22
27
26
35
ENFOCADO 13 45 7 24 14 52 2 12 12 48 8 28 39
48
17
23
Criatividade: no nível extrovertido, as jogadoras brasileiras (38%) apresentam maior
presença do traço criatividade em comparação às jogadoras americanas (29%). No nível
explorador, as jogadoras americanas (27%) possuem maior presença do traço criatividade em
comparação às jogadoras brasileiras (10%). No nível flexível, as jogadoras americanas (30%)
apresentam maior presença do traço criatividade em relação às jogadoras brasileiras (16%)
(Tabela 62).
Tabela 62 – Comparação do Traço criatividade entre as jogadoras de basquete brasileiras e americanas
ALA PIVÔ ARMADOR TODAS POSIÇÕES
SC = 29 OK = 29 SC = 27 OK = 17 SC = 25 OK = 29 SC = 81 OK = 75
CRIATIVI
DADE
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
EXTROVERTIDO 8 27 9 31 13 48 5 29 10 40 8 27 31
38
22
29
EXPLORADOR 4 14 6 21 2 7 4 23 2 8 10 34 8
10
20
27
FLEXÍVEL 4 14 8 27 4 15 4 23 5 20 10 34 13
16
22
30
183
Combatividade: no nível extrovertido, as jogadoras brasileiras (38%) apresentam
maior presença do traço combatividade em comparação às jogadoras americanas (29%). No
nível desafiador, as jogadoras americanas (24%) apresentam maior presença do traço
combatividade que as jogadoras brasileiras (6%). No nível enfocado, as jogadoras brasileiras
(48%) possuem maior presença do traço combatividade em relação às jogadoras americanas
(23%) (Tabela 63).
Tabela 63 – Comparação do Traço combatividade entre as jogadoras de basquete brasileiras e americanas
ALA PIVÔ ARMADOR TODAS POSIÇÕES
SC = 29 OK = 29 SC = 27 OK = 17 SC = 25 OK = 29 SC = 81 OK = 75
COMBATI
VIDADE
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
EXTROVERTIDO 8 27 9 31 13 48 5 29 10 40 8 27 31
38
22
29
DESAFIADOR 2 7 8 27 1 4 2 12 2 8 8 27 5
6
18
24
ENFOCADO 13 45 7 24 14 52 2 12 12 48 8 28 39
48
17
23
Espírito de Grupo: no nível extrovertido, as jogadoras brasileiras (38%) apresentam
maior presença do traço espírito de grupo em comparação às jogadoras americanas (29%). No
nível adaptável, as jogadoras americanas (45%) possuem maior presença do traço espírito de
grupo em relação às jogadoras brasileiras (43%) (Tabela 64).
Tabela 64 – Comparação do Traço espírito de grupo entre as jogadoras de basquete brasileiras e americanas
ALA PIVÔ ARMADOR TODAS POSIÇÕES
SC = 29 OK = 29 SC = 27 OK = 17 SC = 25 OK = 29 SC = 81 OK = 75
ESPÍRITO
DE GRUPO
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
EXTROVERTIDO 8 27 9 31 13 48 5 29 10 40 8 27 31
38
22
29
ADAPTÁVEL 14 48 13 45 11 41 7 41 10 40 14 48 35
43
34
45
Concentração: novel elástico, as jogadoras americanas (35%) possuem maior
presença do traço concentração em relação às jogadoras brasileiras (27%). No nível enfocado,
as jogadoras brasileiras (48%) possuem maior presença do traço concentração em comparação
às jogadoras americanas (23%) (Tabela 65).
184
Tabela 65 – Comparação do Traço concentração entre as jogadoras de basquete brasileiras e americanas
ALA PIVÔ ARMADOR TODAS POSIÇÕES
SC = 29 OK = 29 SC = 27 OK = 17 SC = 25 OK = 29 SC = 81 OK = 75
CONCEN
TRAÇÃO
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
ELÁSTICO 9 31 14 48 11 41 5 29 2 8 7 24 22
27
26
35
ENFOCADO 13 45 7 24 14 52 2 12 12 48 8 28 39
48
17
23
Sociabilidade: no nível extrovertido, as jogadoras brasileiras (38%) apresentam maior
presença do traço sociabilidade em comparação às jogadoras americanas (29%). No nível
flexível, as jogadoras americanas (30%) apresentam maior presença do traço sociabilidade em
relação às jogadoras brasileiras (16%) (Tabela 66).
Tabela 66 – Comparação do Traço sociabilidade entre as jogadoras de basquete brasileiras e americanas
ALA PIVÔ ARMADOR TODAS POSIÇÕES
SC = 29 OK = 29 SC = 27 OK = 17 SC = 25 OK = 29 SC = 81 OK = 75
SOCIABILI
DADE
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
EXTROVERTIDO 8 27 9 31 13 48 5 29 10 40 8 27 31
38
22
30
FLEXÍVEL 4 14 8 27 4 15 4 23 5 20 10 34 13
16
22
30
Liderança: no nível elástico, as jogadoras americanas (35%) possuem maior presença
do traço liderança em relação às jogadoras brasileiras (27%). No nível extrovertido, as
jogadoras brasileiras (38%) apresentam maior presença do traço liderança em comparação às
jogadoras americanas (29%). No nível desafiador, as jogadoras americanas (24%) apresentam
maior presença do traço liderança em relação às jogadoras brasileiras (6%) (Tabela 67).
Tabela 67 – Comparação do Traço liderança entre as jogadoras de basquete brasileiras e americanas
ALA PIVÔ ARMADOR TODAS POSIÇÕES
SC = 29 OK = 29 SC = 27 OK = 17 SC = 25 OK = 29 SC = 81 OK = 75
LIDERAN
ÇA
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
ELÁSTICO 9 31 14 48 11 41 5 29 2 8 7 24 22
27
26
35
EXTROVERTIDO 8 27 9 31 13 48 5 29 10 40 8 27 31
38
22
29
DESAFIADOR 2 7 8 27 1 4 2 12 2 8 8 27 5
6
18
24
185
Motivação: no nível desafiador, as jogadoras americanas (24%) apresentam maior
presença do traço motivação em relação às jogadoras brasileiras (6%). No nível enfocado, as
jogadoras brasileiras (48%) possuem maior presença do traço motivação em comparação às
jogadoras americanas (23%) (Tabela 68).
Tabela 68 – Comparação do Traço motivação entre as jogadoras de basquete brasileiras e americanas
ALA PIVÔ ARMADOR TODAS POSIÇÕES
SC = 29 OK = 29 SC = 27 OK = 17 SC = 25 OK = 29 SC = 81 OK = 75
MOTIVA
ÇÃO
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
DESAFIADOR 2 7 8 27 1 4 2 12 2 8 8 27 5
6
18
24
ENFOCADO 13 45 7 24 14 52 2 12 12 48 8 28 39
48
17
23
4.3 RESUMO E AVALIAÇÃO COMPARATIVA DOS PRINCIPAIS RESULTADOS
APRESENTADOS DOS JOGADORES BRASILEIROS E AMERICANOS, MASCULINO
E FEMININO
4.3.1 Avaliação comparativa dos resultados: Indicadores Socioeconômicos
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DOS RESULTADOS
INDICADORES SOCIOECONÔMICOS
SEXO SANTA CATARINA OKLAHOMA
Escolaridade Pai/Mãe: Maioria possui grau de
instrução superior completo ou incompleto = 62
(81,6%)
Escolaridade Pai/Mãe: Maioria possui grau de
instrução colegial incompleto ou superior
incompleto = 45 (60%)
Masculino
Classe econômica: Maioria concentra-se nas
classes A1, A2 e B1 = 52 (68,4%)
Classe econômica: Maioria concentra-se nas
classes B1, B2 e C = 52 (69,3%)
Escolaridade Pai/Mãe: Maioria possui grau de
instrução superior completo ou incompleto = 55
(67,9%)
Escolaridade Pai/Mãe: Maioria não completou o
superior = 45 (60%)
Feminino
Classe econômica: Maioria concentra-se nas
classes A1, A2, B1 = 52 (64,1%)
Classe econômica: Maioria concentra-se nas
classes B1 e B2 = 53 (70,6%)
Quadro 6 – Avaliação comparativa dos resultados: Indicadores socioeconômicos dos jogadores de basquete
brasileiros e americanos, masculinos e femininos
186
4.3.2 Avaliação comparativa dos resultados: Indicadores Hábitos de Vida
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DOS RESULTADOS
INDICADORES HÁBITOS DE VIDA
SEXO SANTA CATARINA OKLAHOMA
Hábitos de acordar: A maioria acorda entre 6 e 8
horas = 55 (72,4%)
Hábitos de acordar: A maioria acorda entre 6 e 8
horas = 51 (68%)
Hábitos de dormir: A maioria dorme entre 22 e 24
horas = 51 (67,1%)
Hábitos de dormir: A maioria dorme entre 22 e 24
horas = 58 (77,3%)
Hábitos de leitura: A maioria lê poucas vezes = 41
(53,9%)
Hábitos de leitura: A maioria lê poucas vezes = 41
(54,7%)
Hábitos de estudar: A maioria estuda poucas vezes
= 42 (55,3%)
Hábitos de estudar: A maioria estuda poucas vezes
= 34 (45,3%)
Masculino
Hábitos de jogar basquete por lazer: A maioria
joga muitas vezes = 39 (51,3%)
Hábitos de jogar basquete por lazer: A maioria
joga muitas vezes = 49 (65,4%)
Hábitos de acordar: A maioria acorda entre 6 e 8
horas = 63 (77,7%)
Hábitos de acordar: A maioria acorda entre 6 e 8
horas = 61 (81,3%)
Hábitos de dormir: A maioria dorme entre 22 e 24
horas = 51 (62,9%)
Hábitos de dormir: A maioria dorme entre 22 e 24
horas = 58 (77,3%)
Hábitos de leitura: A maioria lê poucas vezes = 48
(59,3%)
Hábitos de leitura: A maioria lê poucas vezes = 44
(58,7%)
Hábitos de estudar: A maioria estuda muitas vezes
= 41 (50,6%)
Hábitos de estudar: A maioria estuda muitas vezes
= 41 (54,7%)
Feminino
Hábitos de jogar basquete por lazer: A maioria
joga muitas vezes = 51 (63%)
Hábitos de jogar basquete por lazer: A maioria
joga muitas vezes = 52 (69,3%)
Quadro 7 – Avaliação comparativa dos resultados: Indicadores dos hábitos de vida dos jogadores de basquete
brasileiros e americanos, masculinos e femininos
187
4.3.3 Avaliação comparativa dos resultados: Indicadores de Prática Esportiva Sistematizada
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DOS RESULTADOS
INDICADORES DE PRÁTICA ESPORTIVA SISTEMATIZADA
SEXO SANTA CATARINA OKLAHOMA
Tempo que pratica basquete: média de 4 anos Tempo que pratica o basquete: média de 7,3 anos
Freqüência semanal que pratica o basquete: média
de 4,98 por semana
Freqüência semanal que pratica o basquete: média
de 4,86 por semana
Masculino
Horas de treino diário: média de 2h e 30m por dia Horas de treino diário: média de 2h e 45m por dia
Tempo que pratica basquete: média de 4,2 anos
Tempo que pratica o basquete: média de 6,4 anos
Freqüência semanal que pratica o basquete: média
de 4,37 por semana
Freqüência semanal que pratica o basquete: média
de 4,56 por semana
Feminino
Horas de treino diário: média de 2h e 36m por dia
Horas de treino diário: média de 2h e 27m por dia
Quadro 8 – Avaliação comparativa dos resultados: Indicadores de prática esportiva sistematizada dos jogadores
de basquete brasileiros e americanos, masculino e feminino
188
4.3.4 Avaliação comparativa dos resultados: Indicadores Físicos por Posição em Quadra
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DOS RESULTADOS
INDICADORES FÍSICOS POR POSIÇÃO EM QUADRA
SEXO SANTA CATARINA OKLAHOMA
ALA: semelhanças nas médias para Altura = 1,84;
Peso = 72,4; Massa corporal = 21,1
ALA: semelhanças nas médias para Altura = 1,82;
Peso = 72,2; Massa corporal = 21,5
ARMADOR: semelhança na média para Altura =
1,76. Diferenças nas médias para Peso = 66,8;
Massa corporal = 21,3
ARMADOR: semelhança na média para Altura =
1,79. Diferenças nas médias para Peso = 75,5;
Massa corporal = 23,2
PIVO: semelhança na média para Altura = 1,91.
Diferenças nas médias para Peso = 83,2; Massa
corporal = 22,6
PIVO: semelhança na média para Altura = 1,89.
Diferenças nas médias para Peso = 87,2; Massa
corporal = 24,3
Masculino
TODAS AS POSIÇÕES: igualdade na média para
Altura = 1,84. Diferenças nas médias para Peso =
73,7; Massa Corporal = 21,6
TODAS AS POSIÇÕES: igualdade na média para
Altura = 1,84. Diferenças nas médias para Peso =
78,9; Massa corporal = 24,0
ALA: semelhança na média para Altura = 1,68.
Igualdade na média para Peso = 58,2. Semelhança
na média para Massa corporal = 20,4
ALA: semelhança na média para Altura = 1,67.
Igualdade na média para Peso = 58,2. Semelhança
na média para Massa corporal = 20,8
ARMADORA: diferenças nas médias para Altura
= 1,63; Peso = 54,4. Semelhança na média para
Massa corporal = 20,2
ARMADORA: diferenças nas médias para Altura
= 1,75; Peso = 64,1. Semelhança na média para
Massa corporal = 20,7
PIVÔ: semelhança na média para Altura = 1,77.
Diferença na média para Peso = 67,8. Semelhança
na média para Massa corporal = 21,5
PIVÔ: semelhança na média para Altura = 1,79.
Diferença na média para Peso = 75,1. Semelhança
na média para Massa corporal = 22,8
Feminino
TODAS AS POSIÇÕES: diferenças nas médias
para Altura = 1,70; Peso = 60,2. Semelhança na
média para Massa corporal = 20,7
TODAS AS POSIÇÕES: diferenças nas médias
para Altura = 1,73; Peso = 63,8. Semelhança na
média para Massa corporal = 21,3
Quadro 9 – Avaliação comparativa dos resultados: Indicadores físicos por posição em quadra dos jogadores
de basquete brasileiros e americanos, masculino e feminino
189
4.3.5 Avaliação comparativa dos resultados: Traços de personalidade por posição em quadra –
ALA
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DOS RESULTADOS
TRAÇOS DE PERSONALIDADE POR POSIÇÃO EM QUADRA - ALA
SEXO SANTA CATARINA OKLAHOMA
EMOCIONALIDADE: Maioria localiza-se no
nível Respondente = 16 (55,2%)
EMOCIONALIDADE: Maioria localiza-se no
nível Respondente = 13 (52%)
EXTROVERSÃO: Maioria localiza-se no nível
Ambiverto = 15 (51,7%)
EXTROVERSÃO: Maioria localiza-se no nível
Ambiverto = 13 (52%)
ABERTURA: Maioria localiza-se no nível
Moderado = 16 (55,2%)
ABERTURA: Maioria localiza-se no nível
Moderado = 12 (48%)
EGOCENTRISMO: Maioria localiza-se no nível
Adaptável = 15 (51,7%)
EGOCENTRISMO: Maioria localiza-se no nível
Negociador = 13 (52%)
Masculino
AUTOCONTROLE: Maioria localiza-se no nível
Balanceado = 12 (41,4%)
AUTOCONTROLE: Maioria localiza-se no nível
Balanceado = 12 (48%)
EMOCIONALIDADE: Maioria localiza-se no
nível Respondente = 17 (58,7%)
EMOCIONALIDADE: Maioria localiza-se no
vel Estico = 14 (48,3%)
EXTROVERSÃO: Maioria localiza-se no nível
Ambiverto = 21 (72,4%)
EXTROVERSÃO: Maioria localiza-se no nível
Ambiverto = 17 (58,6%)
ABERTURA: Maioria localiza-se no nível
Moderado = 17 (58,6%)
ABERTURA: Maioria localiza-se no nível
Moderado = 14 (48,3%)
EGOCENTRISMO: Maioria localiza-se no nível
Adaptável = 14 (48,3%)
EGOCENTRISMO: Maioria localiza-se no nível
Adaptável= 13 (44,8%)
Feminino
AUTOCONTROLE: Maioria localiza-se no nível
Enfocado = 13 (44,8%)
AUTOCONTROLE: Maioria localiza-se no nível
Balanceado = 14 (48,3%)
Quadro 10 – Avaliação comparativa dos resultados: Traços de Personalidade dos jogadores de basquete
brasileiros e americanos, masculino e feminino, na posição de ALA
190
4.3.6 Avaliação comparativa dos resultados: Traços de personalidade por posição em quadra –
ARMADOR
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DOS RESULTADOS
TRAÇOS DE PERSONALIDADE POR POSIÇÃO EM QUADRA - ARMADOR
SEXO SANTA CATARINA OKLAHOMA
EMOCIONALIDADE: Maioria localiza-se no
nível Respondente = 13 (52%)
EMOCIONALIDADE: Maioria localiza-se no
nível Respondente = 14 (70%)
EXTROVERSÃO: Maioria localiza-se no nível
Extrovertido = 14 (56%)
EXTROVERSÃO: Maioria localiza-se no nível
Ambiverto = 13 (65%)
ABERTURA: Maioria localiza-se no nível
Moderado = 14 (56%)
ABERTURA: Maioria localiza-se no nível
Moderado = 14 (70%)
EGOCENTRISMO: Maioria localiza-se no nível
Negociador = 13 (53%)
EGOCENTRISMO: Maioria localiza-se no nível
Desafiador = 10 (50%)
Masculino
AUTOCONTROLE: Maioria localiza-se no nível
Enfocado = 12 (41,4%)
AUTOCONTROLE: Maioria localiza-se no nível
Balanceado = 08 (40%)
EMOCIONALIDADE: Maioria localiza-se no
nível Respondente = 16 (64%)
EMOCIONALIDADE: Maioria localiza-se no
nível Respondente = 16 (55,2%)
EXTROVERSÃO: Maioria localiza-se no nível
Ambiverto = 14 (56%)
EXTROVERSÃO: Maioria localiza-se no nível
Ambiverto = 18 (62,1%)
ABERTURA: Maioria localiza-se no nível
Moderado = 14 (56%)
ABERTURA: Maioria localiza-se no nível
Moderado = 12 (41,4%)
EGOCENTRISMO: Maioria localiza-se no nível
Negociador = 13 (52%)
EGOCENTRISMO: Maioria localiza-se no nível
Adaptável= 14 (48,3%)
Feminino
AUTOCONTROLE: Maioria localiza-se no nível
Enfocado = 12 (48%)
AUTOCONTROLE: Maioria localiza-se no nível
Balanceado = 11 (37,9%)
Quadro 11 – Avaliação comparativa dos resultados: Traços de Personalidade dos jogadores de basquete
brasileiros e americanos, masculino e feminino, na posição de ARMADOR
191
4.3.7 Avaliação comparativa dos resultados: Traços de personalidade por posição em quadra –
PIVÔ
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DOS RESULTADOS
TRAÇOS DE PERSONALIDADE POR POSIÇÃO EM QUADRA - PIVÔ
SEXO SANTA CATARINA OKLAHOMA
EMOCIONALIDADE: Maioria localiza-se no
nível Respondente = 10 (45,4%)
EMOCIONALIDADE: Maioria localiza-se no
vel Estico = 14 (46,7%)
EXTROVERSÃO: Maioria localiza-se no nível
Extrovertido = 11 (50%)
EXTROVERSÃO: Maioria localiza-se no nível
Ambiverto = 19 (63,3%)
ABERTURA: Maioria localiza-se no nível
Moderado = 13 (59,1%)
ABERTURA: Maioria localiza-se no nível
Moderado = 12 (40%)
EGOCENTRISMO: Maioria localiza-se no nível
Negociador = 11 (50%)
EGOCENTRISMO: Maioria localiza-se no nível
Negociador = 12 (40%)
Masculino
AUTOCONTROLE: Maioria localiza-se no nível
Balanceado = 13 (59,1%)
AUTOCONTROLE: Maioria localiza-se no nível
Balanceado = 12 (40%)
EMOCIONALIDADE: Maioria localiza-se no
nível Respondente = 11 (40,7%)
EMOCIONALIDADE: Maioria localiza-se no
nível Respondente = 09 (53%)
EXTROVERSÃO: Maioria localiza-se no nível
Extrovertido = 13 (48,1%)
EXTROVERSÃO: Maioria localiza-se no nível
Ambiverto = 09 (53%)
ABERTURA: Maioria localiza-se no nível
Moderado = 21 (77,8%)
ABERTURA: Maioria localiza-se no nível
Moderado = 09 (53%)
EGOCENTRISMO: Maioria localiza-se no nível
Negociador = 15 (55,6%)
EGOCENTRISMO: Maioria localiza-se no nível
Negociador = 08 (47,1%)
Feminino
AUTOCONTROLE: Maioria localiza-se no nível
Enfocado = 14 (51,9%)
AUTOCONTROLE: Maioria localiza-se no nível
Balanceado = 11 (64,7%)
Quadro 12 – Avaliação comparativa dos resultados: Traços de Personalidade dos jogadores de basquete
brasileiros e americanos, masculino e feminino, na posição de PI
192
4.3.8 Avaliação comparativa dos resultados: Traços de personalidade por posição em quadra –
TODAS AS POSIÇÕES
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DOS RESULTADOS
TRAÇOS DE PERSONALIDADE POR POSIÇÃO EM QUADRA – TODAS AS POSIÇÕES
SEXO SANTA CATARINA OKLAHOMA
EMOCIONALIDADE: Maioria localiza-se no
nível Respondente = 39 (51,3%)
EMOCIONALIDADE: Maioria localiza-se no
nível Respondente = 39 (52%)
EXTROVERSÃO: Maioria localiza-se no nível
Extrovertido = 36 (47,4%)
EXTROVERSÃO: Maioria localiza-se no nível
Ambiverto = 46 (61,3%)
ABERTURA: Maioria localiza-se no nível
Moderado = 43 (56,6%)
ABERTURA: Maioria localiza-se no nível
Moderado = 39 (52%)
EGOCENTRISMO: Maioria localiza-se no nível
Negociador = 36 (47,4%)
EGOCENTRISMO: Maioria localiza-se no nível
Negociador = 30 (40%)
Masculino
AUTOCONTROLE: Maioria localiza-se no nível
Balanceado = 32 (41,4%)
AUTOCONTROLE: Maioria localiza-se no nível
Balanceado = 33 (44%)
EMOCIONALIDADE: Maioria localiza-se no
nível Respondente = 44 (54,3%)
EMOCIONALIDADE: Maioria localiza-se no
nível Respondente = 37 (49,3%)
EXTROVERSÃO: Maioria localiza-se no nível
Ambiverto = 45 (55,6%)
EXTROVERSÃO: Maioria localiza-se no nível
Ambiverto = 44 (58,7%)
ABERTURA: Maioria localiza-se no nível
Moderado = 52 (64,2%)
ABERTURA: Maioria localiza-se no nível
Moderado = 35 (46,6%)
EGOCENTRISMO: Maioria localiza-se no nível
Negociador = 41 (50,6%)
EGOCENTRISMO: Maioria localiza-se no nível
Adaptável = 34 (45,3%)
Feminino
AUTOCONTROLE: Maioria localiza-se no nível
Enfocado = 39 (48,2%)
AUTOCONTROLE: Maioria localiza-se no nível
Balanceado = 36 (48%)
Quadro 13 – Avaliação comparativa dos resultados: Traços de Personalidade dos jogadores de basquete
brasileiros e americanos, masculino e feminino, em TODAS AS POSIÇÕES
193
4.3.9 Avaliação comparativa dos resultados: QUALIDADES POSITIVAS
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DOS RESULTADOS – QUALIDADES POSITIVAS
SEXO SANTA CATARINA OKLAHOMA
TRAÇO AUTOCONFIANÇA: maior incidência
no nível elástico = 25 (33%) e extrovertido = 36
(47%)
TRAÇO AUTOCONFIANÇA: maior incidência
no nível elástico = 27 (36%), extrovertido = 19
(25%) e desafiador = 28 (37%)
TRAÇO AUTOCONTROLE: maior incidência no
nível elástico = 25 (33%) e enfocado = 24 (32%)
TRAÇO AUTOCONTROLE: maior incidência no
nível elástico = 27 (36%) e enfocado = 20 (27%)
TRAÇO CRIATIVIDADE: maior incidência no
nível extrovertido = 36 (47%)
TRAÇO CRIATIVIDADE: maior incidência no
nível explorador = 22 (29%) e flexível = 23 (31%)
TRAÇO COMBATIVIDADE: maior incidência
no nível extrovertido = 36 (47%)
TRAÇO COMBATIVIDADE: maior incidência
no nível desafiador = 28 (37%)
TRAÇO ESPÍRITO DE GRUPO: maior
incidência no nível extrovertido = 36 (47%) e no
nível adaptável = 34 (45%)
TRAÇO ESPÍRITO DE GRUPO: maior
incidência no nível extrovertido = 19 (25%)
TRAÇO CONCENTRAÇÃO: maior incidência no
nível elástico = 25 (33%) e enfocado = 24 (32%)
TRAÇO CONCENTRAÇÃO: maior incidência no
nível elástico = 27 (36%) e enfocado = 20 (27%)
TRAÇO SOCIABILIDADE: Maior incincia no
nível extrovertido = 36 (47%) e nível flexível = 20
(26%)
TRAÇO SOCIABILIDADE: Maior incincia no
nível extrovertido = 19 (25%) e flexível = 23
(31%)
TRAÇO LIDERANÇA: maior incidência no nível
extrovertido = 36 (47%)
TRAÇO LIDERANÇA: maior incidência no nível
elástico = 27 (36%) e desafiador = 28 (37%)
Masculino
TRAÇO MOTIVAÇÃO: maior incidência no
nível enfocado = 24 (32%)
TRAÇO MOTIVAÇÃO: Maior incidência no
nível desafiador = 28 (37%) e enfocado = 20
(27%)
TRAÇO AUTOCONFIANÇA: maior incidência
no nível elástico = 22 (27%) e extrovertido = 31
(38%)
TRAÇO AUTOCONFIANÇA: maior incidência
no nível elástico = 26 (35%), extrovertido = 22
(29%) e desafiador = 18 (24%)
TRAÇO AUTOCONTROLE: maior incidência no
nível elástico = 22 (27%) e enfocado = 39 (48%)
TRAÇO AUTOCONTROLE: maior incidência no
nível elástico = 26 (35%) e enfocado = 17 (23%)
TRAÇO CRIATIVIDADE: maior incidência no
nível extrovertido = 31 (38%)
TRAÇO CRIATIVIDADE: maior incidência no
nível extrovertido = 22 (29%), explorador = 20
(27%) e flexível = 22 (30%)
TRAÇO COMBATIVIDADE: maior incidência
no nível extrovertido = 31 (48%) e enfocado = 39
(48%)
TRAÇO COMBATIVIDADE: maior incidência
no nível extrovertido = 22 (29%), desafiador = 18
(24%) e enfocado = 17 (23%)
TRAÇO ESPÍRITO DE GRUPO: maior
incidência no nível extrovertido = 31 (38%) e no
nível adaptável = 35 (43%)
TRAÇO ESPÍRITO DE GRUPO: maior
incidência no nível extrovertido = 22 (29%) e
adaptável = 34 (45%)
TRAÇO CONCENTRAÇÃO: maior incidência no
nível elástico = 22 (27%) e enfocado = 39 (48%)
TRAÇO CONCENTRAÇÃO: maior incidência no
nível elástico = 26 (35%) e enfocado = 17 (23%)
TRAÇO SOCIABILIDADE: Maior incincia no
nível extrovertido = 31 (38%)
TRAÇO SOCIABILIDADE: Maior incincia no
nível extrovertido = 22 (30%) e flexível = 22
(30%)
TRAÇO LIDERANÇA: maior incidência no nível
elástico 22 (27%), extrovertido = 31 (38%)
TRAÇO LIDERANÇA: maior incidência no nível
elástico = 26 (35%), extrovertido = 22 (39%) e
desafiador = 18 (24%)
Feminino
TRAÇO MOTIVAÇÃO: maior incidência no
nível enfocado = 39 (48%)
TRAÇO MOTIVAÇÃO: Maior incidência no
nível desafiador = 18 (24%) e enfocado = 17
(23%)
Quadro 14 – Avaliação comparativa dos resultados: Qualidades Positivas dos jogadores de basquete brasileiros
e americanos, masculino e feminino
194
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os indicadores socioecomicos (Quadro 6) mostram que a maioria dos atletas
pesquisados brasileiros, tanto masculinos como femininos, está inserida numa classe
socioeconômica mais elevada (A1 e A2), enquanto que a maioria dos atletas americanos,
masculinos e femininos, concentra-se na classe média (B1 e B2). Isso confirma as percepções
empíricas que a prática do basquete, nos EUA, é mais popular e, no Brasil, mais elitizada.
Analisando os dados dos indicadores socioecomicos, é possível fazer três
interpretações. A primeira refere-se ao estudo dos hábitos de vida que, segundo Sobral
(1989,1992), configura-se como importante fator para análise do fenômeno da performance
desportiva, uma vez que a conceitualização de performance desportiva, enquanto um
femeno biocultural, implica no reconhecimento da influência de fatos referentes às
condições socioecomicas, à organização do cotidiano, às atividades sicas habituais, entre
outros.
Nesse sentido, em relação aos atletas brasileiros pesquisados, esta pesquisa aproxima-
se dos dados obtidos por Torres e Gaya (1998), em pesquisa realizada com 393 atletas
praticantes de esportes coletivos e participantes da etapa final dos Jogos da Juventude de
1996. Os autores concluíram que ovel socioeconômico da maioria dos participantes da
amostra não corresponde ao nível socioeconômico de grande parte da população brasileira, e
que, desta forma, possa ocorrer outra seleção, a priori, daquela inerente ao desporto de
rendimento: a seleção econômica. França et al. (2004) investigaram a prática de atividades
esportivas junto à populão do município de Santana de Paraíba, em São Paulo. Os
resultados obtidos parecem corroborar o fato de que a prática de esportes ocorrem com maior
freqüência nas classes socioeconômicas privilegiadas do meio urbano. Assim, o nível
195
socioeconômico caracteriza-se como uma variável importante no que se refere à realização de
práticas esportivas.
A segunda interpretação possível refere-se ao esporte, em particular o basquete, como
fator de inclusão social. Segundo Matsudo (1999), somente a partir da década de 1960 que os
governos ocidentais passaram a adotar mais intensamente a potica da inclusão social através
do esporte, seguindo diretrizes do Comitê Olímpico Internacional (COI). Nos dias atuais,
concluiu Matsudo (1999), o esporte consolidou-se como o principal meio de inclusão e de
acesso social das classes menos favorecidas. Torres e Gaya (1998), Oliveira (1998) e Serrano
(1996) afirmam que a heterogeneidade social e econômica, na formação de equipes em
esportes coletivos, é um dos principais fatores de motivação e disputa por vagas nas equipes
principais. Para Silva (1967), referindo-se aos aspectos da competição, a atividade esportiva é
um meio de afirmação social e de prestígio pessoal; significa uma realização. Não é sem razão
que a mais importante atividade esportiva brasileira, o futebol, seja procurada, de preferência,
por pessoas oriundos de meios pobres e socialmente humildes. É um mecanismo psicogico
de caráter compensador, pela busca da elevação econômica e social.
Essa questão remete à terceira interpretação, que se refere ao acesso do adolescente à
prática do basquete. Enquanto, em Oklahoma, o acesso ao basquetebol ocorre nas escolas
públicas e particulares, estas inclusive fornecendo bolsas de estudos a atletas carentes com
talento, em Santa Catarina, o acesso ocorre em clubes e em escolas particulares, dificultando a
prática do basquete pelas classes sociais menos favorecidas.
Considerando as três análises e observando as tabelas 11, 12, 40 e 41, observa-se um
maior equilíbrio na distribuição por classe socioeconômica dos atletas americanos, masculinos
e femininos.
Com relação aos indicadores de hábitos de vida (Quadro 7), verificam-se muitas
semelhanças entre os dois grupos pesquisados. Nos hábitos de acordar e dormir, a maioria dos
196
atletas, masculinos e femininos, acorda entre 6 e 8 horas e dorme entre 22 e 24 horas.
Segundo Filin e Volkov (1998), a Organização Mundial de Saúde (OMC) sugere que
indivíduos com idades entre 15 e 19 anos, independente do grau de atividade física
despendido durante o dia, devem ter no mínimo 7h e 30m e no máximo 9h de sono por dia.
Constata-se, portanto, que a maioria dos atletas pesquisados se enquadra dentro das
especificações da OMC.
Com relação aos hábitos de leitura, os atletas lêem poucas vezes ou não lêem,
refletindo uma tendência dos hábitos de adolescentes que preferem a internet. Com relação
aos hábitos de estudar, os atletas masculinos, brasileiros e americanos, responderam que
estudam poucas vezes. Por sua vez, as atletas brasileiras e americanas responderam que
estudam mais vezes. Os atletas americanos (65,4%) jogam mais vezes basquete por lazer que
os atletas brasileiros (51,3%). No grupo feminino, as respostas foram semelhantes.
A similaridade dos hábitos reflete uma semelhança de comportamento entre os dois
grupos analisados. Segundo Rubim (2000) e Wolf (2005), a uniformização do comportamento
nas sociedades do mundo ocidental iniciou na década de 1930, com a distribuição de imagens,
através do cinema, do modo de vida americano, o que alguns escritores chamaram de
‘imperialismo cultural’. Com o advento da televisão, o processo de horizontalização do
comportamento tornou-se mais acentuado, dirigidos principalmente aos interesses da
prodão e consumo de produtos e serviços distribdos em escala mundial. A partir da
década de 1980, o avanço das tecnologias de comunicação e informação, junto com outros
processos socioecomicos, consolidou a globalização dos comportamentos.
Entretanto, uma outra interpretação é possível. Em face dos grupos pesquisados se
dedicarem assiduamente ao basquete, isto os levaria a não dar atenção às atividades
curriculares e extracurriculares, dentro e fora da escola. Para Rubio (2001a), isso conota certo
grau de alienação dos jovens àquilo que os cerca, particularmente nas atividades culturais. Por
197
isso, concorda-se com a percepção de Rubio (2001a), já que se verificou que os grupos
pesquisados poucos lêem e estudam.
Nos indicadores de cultura esportiva, quanto aos materiais que os atletas possuem,
observa-se semelhança entre os dois grupos pesquisados. O único item que denota uma
diferença refere-se à posse da tabela de basquete em casa. No grupo masculino, 60% dos
americanos têm tabelas de basquete e os brasileiros, 39,5%. No grupo feminino, 53,3% das
americanas têm tabelas de basquete em casa e as brasileiras, 39,5%. Esse aspecto cultural
configura uma distinção importante de comportamento esportivo entre os dois grupos
pesquisados. Segundo Friedmann (1998), a marca registrada que caracteriza os subúrbios
americanos não são as casas, não são os automóveis, mas a presença constante das tabelas de
basquete seja na frente, ao lado ou nos fundos das casas.
O mesmo ocorre com relação ao local para práticas esportivas. No grupo masculino, a
maioria dos americanos prefere praticar esportes em casa (64%), na praça (56%) e na escola
(64%). Já a maioria dos brasileiros pratica esportes em clubes esportivos (64,5%). No grupo
feminino, a maioria das americanas prefere praticar esportes em casa (58,7%), na praça
(54,6%) e na escola (53,3%) e a maioria das brasileiras pratica esporte em clubes esportivos
(69,1%) e na escola (51,9). Nos dois grupos, verifica-se que os atletas americanos praticam
mais esporte que os brasileiros, pois a somatória das respostas em quais locais se pratica
esporte, totalizaram mais respostas positivas em Oklahoma do que em Santa Catarina. Ou
seja, no grupo masculino, para cada local em Oklahoma, há 2,36 atletas praticando esporte;
enquanto que, para cada local em Santa Catarina, há 1,8 atleta praticando esporte. E, no grupo
feminino, para cada local em Oklahoma, 2,08 atletas praticando esporte; enquanto que,
para cada local em Santa Catarina, há 1,96 atleta praticando esporte.
Os motivos das diferenças de comportamento encontradas no item ‘local para práticas
esportivas’ podem ser assim interpretados:
198
Na organização dos campeonatos de basquete. Em Santa Catarina, a disputa dos
campeonatos juvenis é feita entre clubes e em disputas regionais, como o OLESC e os
Joguinhos Abertos. Em Oklahoma, os campeonatos são disputados entre as escolas,
em diversos níveis sociais e geográficos. Isso ocasiona que os times americanos
joguem mais vezes durante o ano.
A participação dos atletas americanos em atividades escolares é maior, porque passam
o período matutino e vespertino na escola, enquanto, em Santa Catarina, o adolescente
permanece na escola apenas um período.
A tradição americana em diversas atividades e opções de atividades esportivas, em
que, além de oferecer melhor estrutura esportiva, são consideradas e utilizadas pelos
adolescentes como centros de lazer. Enquanto, em Santa Catarina, as opções de
atividades esportivas são restritas à prática do futebol de salão, handebol e voleibol.
Com relação ao tempo que pratica basquete, a pesquisa constatou que, no grupo
masculino, os atletas brasileiros jogam em média há 4 anos e os americanos, há 7,3 anos,
configurando uma diferença importante entre os grupos pesquisados. Com isso, pode-se dizer,
considerando que os atletas pesquisados têm entre 16 e 18 anos (média de 17 anos), que a
maioria dos atletas brasileiros pesquisados começou a jogar basquete com 13 anos de idade,
enquanto os americanos com 9,7 anos de idade. No grupo feminino, as atletas brasileiras
jogam em média há 4,2 anos e as americanas, há 6,4 anos, configurando também uma
diferença importante. Com isso, pode-se dizer, considerando que as atletas pesquisadas têm
entre 16 e 18 anos (média de 17 anos), que a maioria das atletas brasileiras começou a jogar
basquete com 12,8 anos de idade, enquanto as americanas com 10,6 anos de idade.
Neste caso, é preciso considerar os aspectos culturais de cada país. Nos EUA, além de
promoverem competições de basquete para categorias com idades inferiores de doze anos, a
criança ganha na infância uma bola de basquete; enquanto, no Brasil, a criança recebe dos
199
pais uma bola de futebol. No Brasil, os campinhos de ‘peladas’ são os locais onde a maioria
dos brasileiros tem contato pela primeira vez com o esporte. Nos EUA, esse primeiro contato
se dá nas quadras de basquete. Outros fatores importantes: em Oklahoma, existem ‘cnicas’
de verão para iniciantes em basquetebol. Também a massificação da divulgação do
basquetebol nos Estados Unidos é mais intensa, comparável ao futebol no Brasil. Com isso, as
crianças e adolescentes têm a possibilidade de assistir, além dos jogos profissionais, NBA e
WNBA (feminino), os jogos das ligas universitárias, NCAA e NJCAA, ao vivo.
Paes (1989) estudou a reprodução empírica do conhecimento de treinadores que atuam
no treinamento com crianças e adolescentes, no Brasil e nos EUA. O autor concluiu que a
idade ideal para o início do treinamento especializado em basquete fica entre quatorze e
quinze anos. Dessa forma, segundo o autor, acontece um processo pedagógico único que
respeita as fases sensíveis e críticas do desenvolvimento e as características específicas dos
adolescentes. Porém, segundo Versari (2004), o processo de iniciação de treinamento
especializado em basquete nos EUA vem sistematicamente reduzindo a idade de iniciação ao
longo dos últimos 20 anos. Em 1985, o adolescente começava seus treinamentos com 12,8
anos. Em 2000, pesquisa realizada em 800 escolas do Iº Grau na Costa Leste americana
revelou que os adolescentes iniciaram seus treinamentos especializados a partir de 10,2 anos.
Ferguson (1999), com esta crescente profissionalização do desporto juvenil, verificou que,
nos últimos anos, tem ocorrido um rejuvenescimento na idade de icio da prática desportiva.
No Brasil, segundo pesquisas da Rede CENESP, a idade de iniciação esportiva especializada
fica entre 12,8 e 15,1 anos para os esportes coletivos e entre 12,1 e 14,4 para os esportes
individuais. É importante frisar que essa pesquisa da Rede CENESP é um estudo em
andamento e, portanto, os números ainda não foram finalizados. Porém o resultado dessa
pesquisa é bastante semelhante aos dados obtidos junto ao Comitê Olímpico Brasileiro
200
(COB). A única exceção é a idade de início dos treinamentos em ginástica olímpica que,
dependendo da especialização, pode ser bem precoce, de até oito anos.
Quanto à freqüência semanal que o atleta pratica basquete, no grupo masculino, os
brasileiros treinam 4,98 dias por semana e os americanos, 4,86 dias por semana. No grupo
feminino, as brasileiras treinam 4,37 dias por semana e as americanas, 4,56 dias por semana.
Se a análise dos números for individual, observa-se semelhança. Mas, se a análise dos
números compreender, por exemplo, um conjunto de 30 dias, essas diferenças, mesmo
considerando as médias, apresentarão diferenças.
Uma explicação possível sobre o menor índice de freqüência semanal de treinos dos
atletas americanos deve-se ao fato deles jogarem mais vezes por semana. E de acordo com as
regras estabelecidas pela National Federation State High School Association (NFHS), após os
jogos oficiais, obrigatoriamente os atletas têm um dia de folga.
Hohmann (2003) entrevistou doze técnicos de equipes de basquete que se
classificaram para jogar as Olimpíadas de 1998 e 2002. A pesquisa revelou que, no período de
preparação, os atletas treinavam em média 5,2 dias por semana, considerando que um
eventual jogo preparatório era avaliado como treino. Isso significa que o número de dias por
semana que os atletas pesquisados treinam ou jogam está bastante próximo da pesquisa de
Hohmann. Filin e Volkov (1998) dizem que atletas adolescentes em formação devem ter
treinamento especializado de, no máximo, cinco dias por semana, devendo o corpo ficar em
descanso por, pelo menos, 36 horas.
Com relação a horas de treinos por dia, no grupo masculino, os brasileiros jogam em
média 2h e 30m por dia, enquanto os americanos jogam em dia 15 minutos a mais, com 2h
e 45m por dia. Quinze minutos por dia, ao longo de um período de 30 dias, apresentará uma
diferença importante ao final do período. No grupo feminino, as brasileiras jogam em média
2h e 36m por dia, enquanto as americanas jogam em média 2h e 27m por dia, uma diferença
201
pró-brasileiras de 9 minutos, o que tamm, ao longo de um período de 30 dias, pode
representar uma diferença importante.
Verificou-se que os atletas brasileiros e americanos, masculinos e femininos, treinam
quase cinco dias por semana e dedicam ¼ do período que estão acordados ao basquete. Ou
seja, é possível afirmar que os atletas pesquisados estão envolvidos com o ambiente
competitivo proporcionado pela prática do basquete.
No estudo de Hohmann (2003), no período de preparação, segundo os técnicos, os
atletas treinavam em média 6h e 15m por dia. Significa dizer que atletas de alto nível que
disputam Jogos Olímpicos treinam em média 3h e 30m a mais do que os atletas pesquisados
neste estudo. Para Filin e Volkov (1998), atletas adolescentes em formação devem ter
treinamento especializado de, no máximo, quatro horas por dia, devendo o corpo ficar em
descanso por, pelo menos, oito horas.
Os indicadores sicos, no grupo masculino, a posição ALA apresentou semelhanças
nas médias de peso, altura e massa corporal. Na posição ARMADOR, os resultados
mostraram semelhança nas médias de altura e diferenças nas médias de peso e massa corporal,
sendo os armadores americanos mais fortes que os brasileiros. A posição PIVÔ apresentou
semelhança nas médias de altura e diferença nas médias de peso e massa corporal, sendo os
pivôs americanos mais fortes que os pivôs brasileiros. O estudo de TODAS AS POSIÇÕES
apresentou semelhança nas médias de altura e diferenças nas médias de peso e massa
corporal, sendo os jogadores americanos mais pesados e mais fortes que os jogadores
brasileiros.
No grupo feminino, a posição ALA apresentou semelhança nas médias de peso, altura
e massa corporal. A posição ARMADOR apresentou diferenças nas médias de altura e peso,
sendo as armadoras americanas mais altas e mais pesadas que as armadoras brasileiras. Porém
registra-se uma semelhança na média de massa corporal. A posição PIVÔ apresentou
202
semelhança na média de altura e difereas nas médias de peso e massa corporal, sendo as
pivôs americanas mais altas e mais pesadas que as pivôs brasileiras. O estudo de TODAS AS
POSIÇÕES apresentou diferenças nas médias de altura e peso, sendo as jogadoras americanas
mais altas e mais pesadas que as jogadoras brasileiras. Porém as médias do indicador massa
corporal apresentaram semelhanças.
Contudo, o dado que mais chama a atenção refere-se ao IMC. Em todas as posições,
nos grupos masculino e feminino, o IMC dos americanos é superior ao dos brasileiros. O
exemplo que se destaca é o IMC do grupo masculino na análise de TODAS AS POSIÇÕES,
21,6 dos brasileiros e 24,0 dos americanos, uma diferença de 2,4 IMC a favor dos americanos.
Como a média dos IMC está dentro do peso normal ou ideal, significa dizer quer os atletas
americanos, masculinos e femininos,o mais fortes que os atletas brasileiros.
Generalizando, pode-se afirmar que um atleta mais forte tem mais velocidade, mais
força sica, grande mobilidade defensiva e ofensiva e uma tendência menor de ter uma lesão;
e, no caso de uma lesão, o tempo de recuperação é menor do que um atleta mais fraco. Dessa
maneira, como os atletas americanos, tanto do grupo masculino como feminino, apresentaram
massa muscular ou relação peso versus altura superior aos brasileiros, isso significa que os
atletas americanos têm uma estrutura física mais adequada à prática do basquetebol em
relação aos atletas brasileiros.
Encontrou-se na literatura três justificativas possíveis para essa diferença de massa
corporal. Primeiro, a predomincia do tipo físico mesomórfico dos atletas americanos.
Segundo, a alimentação rica em carboidratos. Terceiro, o modelo de treinamentosico
empregado pelos treinadores americanos é mais rígido e consistente do que o modelo
empregado pelos treinadores brasileiros (ELLIOT; MESTER, 2004).
Quanto aos traços de personalidade, a posição de ALA é considerada pelos técnicos de
basquetebol como a do jogador ‘matador’, ou seja, um jogador com característica de
203
finalização do jogo, principalmente na linha de três pontos. Tem um poder de decisão muito
grande. Pode ter estatura alta e média e deve ser muito rápido para finalizar um contra-ataque.
No grupo masculino, a posição ALA apresentou semelhanças no fator
Emocionalidade, com a maioria possuindo o traço Respondente de personalidade; no fator
Extroversão, com a maioria possuindo o traço Ambiverto; no fator Abertura, com a maioria
possuindo o traço Moderado; e no fator Autocontrole, com a maioria apresentando o traço
Balanceado de personalidade. A posição ALA apresentou diferença no fator Egocentrismo. A
maioria dos alas brasileiros possui o traço Adaptável e a maioria dos alas americanos
apresenta o traço Negociador de personalidade.
No grupo feminino, a posição ALA apresentou semelhaas no fator Extroversão, com
a maioria possuindo o traço Ambiverto de personalidade; no fator Abertura, a maioria
possuindo o traço Moderado; e no fator Autocontrole, com a maioria apresentando o traço
Balanceado de personalidade. As diferenças estão no fator Emocionalidade, em que a maioria
das alas brasileiras apresenta o traço Respondente e a maioria das alas americanas possui o
traço Elástico de personalidade; e no fator Autocontrole, em que a maioria das alas brasileiras
apresenta o traço Enfocado e maioria das alas americanas possui o tro Balanceado de
personalidade.
A posição de ARMADOR é considerada pelos técnicos como a mais importante. A
posição exige muita responsabilidade em quadra. O armador é o jogador que fica mais tempo
com a posse de bola; é jogador que cadencia o jogo, podendo fazer seu time jogar rápido ou
lento. Tem que ter excelente visão de jogo, drible e assistência em quadra. É de baixa estatura
e muito rápido. Apresenta com principal característica a organização da sua equipe. É
chamado pelos especialistas como maestro ou, até mesmo, como um técnico dentro de quadra.
No grupo masculino, a posição ARMADOR apresentou semelhanças no fator
Emocionalidade, com a maioria possuindo o traço Respondente de personalidade; no fator
204
Abertura, com a maioria apresentando o traço Moderado. As diferenças estão no fator
Extroversão, em que a maioria dos armadores brasileiros apresenta o traço Extrovertido e a
maioria dos armadores americanos possui o tro Ambiverto de personalidade; no fator
Egocentrismo, a maioria dos armadores brasileiros apresenta o traço Negociador e a maioria
dos armadores americanos possui o traço Desafiador de personalidade; e no fator
Autocontrole, em que a maioria dos armadores brasileiros apresenta o traço Enfocado e a
maioria dos armadores americanos possui o traço Balanceado de personalidade.
No grupo feminino, a posição ARMADOR apresentou semelhanças no fator
Emocionalidade, com a maioria possuindo o traço Respondente de personalidade; no fator
Extroversão, com a maioria possuindo o traço Ambiverto; e no fator Abertura, com a maioria
apresentando o traço Moderado de personalidade. As diferenças estão no fator Egocentrismo,
em que a maioria das armadoras brasileiras apresenta o traço Negociador e a maioria das
armadoras americanas possui o traço Adaptável de personalidade; e no fator Autocontrole, em
que a maioria das armadoras brasileiras apresenta o traço Enfocado e a maioria das armadoras
americanas possui o traço Balanceado de personalidade.
A posição de PIVÔ exige maior contato entre os atletas em quadra, principalmente
dentro do garrafão. Tem como característica física: atletas altos, fortes, que gostem de jogar
no corpo a corpo, porém lentos em virtude da altura e peso. Como característica técnica,
possuem arremessos curtos (ganchos e jumps curtos) e boa noção de rebote. Na terminologia
do esporte, são os pivôs que fazem o serviço sujo no garrafão, os bloqueios para que os Alas e
os Armadores fiquem livres para arremessar ou infiltrar para cesta. Das posições no
basquetebol, é aquela considerada como desligada e não focado no jogo.
No grupo masculino, a posição PIVÔ apresentou semelhanças no fator Abertura, com
a maioria possuindo o traço Moderado de personalidade; no fator Egocentrismo, com a
maioria possuindo o tro Negociador; e no fator Autocontrole, com a maioria apresentando o
205
traço Balanceado de personalidade. As diferenças estão no fator Emocionalidade, em que
maioria dos pivôs brasileiros possui o traço Respondente e a maioria dos pivôs americanos
apresenta o traço Elástico de personalidade; e no fator Extroversão, em que a maioria dos
pivôs brasileiros apresenta o traço Extrovertido e a maioria dos pivôs americanos possui o
traço Ambiverto de personalidade.
No grupo feminino, a posição PIVÔ apresentou semelhanças no fator Emocionalidade,
com maioria possuindo o traço Respondente de personalidade; no fator Abertura, com a
maioria apresentando o traço Moderado; e no fator Egocentrismo, com a maioria possuindo o
traço Negociador de personalidade. As diferenças estão no fator Extroversão, em que a
maioria das pivôs brasileiras possui o traço Extrovertido e a maioria das pivôs americanas
apresenta o traço Ambiverto de personalidade; e no fator Autocontrole, em que a maioria das
pivôs brasileiras possui o traço Enfocado e a maioria das pivôs americanas apresenta o traço
Balanceado de personalidade.
Em TODAS AS POSÕES, no grupo masculino, os resultados indicaram
semelhanças no fator Emocionalidade, com a maioria possuindo o traço Respondente de
personalidade; no fator Abertura, com a maioria apresentando o traço Moderado; no fator
Egocentrismo, com a maioria possuindo o traço Negociador; e no fator Autocontrole, com a
maioria apresentando o traço Balanceado de personalidade. O fator Extroversão apresentou
diferença, em que a maioria dos jogadores brasileiros possui o traço Extrovertido e a maioria
dos jogadores americanos apresenta o traço Ambiverto de personalidade.
No grupo feminino, as semelhanças estão no fator Emocionalidade, com a maioria
possuindo o traço Respondente de personalidade; no fator Extroversão, com a maioria
apresentando o traço Ambiverto; e no fator Abertura, com a maioria possuindo o traço
Moderado de personalidade. As diferenças estão no fator Egocentrismo, em que a maioria das
jogadoras brasileiras possui o traço Negociador e a maioria das jogadoras americanas
206
apresenta o traço Adaptável de personalidade; e no fator Autocontrole, em que a maioria das
jogadoras brasileiras possui o traço Enfocado e a maioria das jogadoras americanas possui o
traço Balanceado de personalidade.
Analisando as posições em quadra de forma individual e coletiva, observa-se que
distinções entre os grupos pesquisados, estendendo essas difereas de fatores e níveis entre o
grupo masculino e feminino. Apenas o nível Moderado, do fator Abertura, apresenta certa
semelhança em todos os grupos pesquisados. A partir desses dados, é possível afirmar que
existem traços de personalidade distintos entre os indivíduos pesquisados por sexo e por
posições em quadra: Ala, Armador e Pivô.
Segundo Lundin (1974), as respostas aos inventários de personalidade funcionam
como indicações de traços. Essas respostas podem ser quantificadas e somadas, para
formarem uma avaliação do grau de um traço particular que uma pessoa ou grupo de pessoas
possuem, da forma como é indicado pelas suas respostas. Depois, pode-se traçar um perfil,
para mostrar como o indiduo ou grupo de indiduos se situa em uma variedade de traços,
em relação à coletividade em que o teste foi padronizado. Uma das grandes vantagens desses
inventários é a facilidade com que podem ser apurados e interpretados. São objetivos, no
sentido de que os métodos de aplicação e as técnicas de interpretação são os mesmos para
todos que se submetem ao teste.
Na análise da comparação das qualidades positivas: autoconfiança, autocontrole,
criatividade, combatividade, espírito de grupo, concentração, sociabilidade, lideraa e
motivação positiva, por sexo e posição em quadra, foram considerados as incidências que
essas qualidades aparecem descritas nos níveis dos fatores. Dessa maneira, foi possível
mensurar a quantidade da presença que determinado traço de personalidade ou qualidade
positiva incide no grupo pesquisado.
207
Para melhor avaliar a importância dessas qualidades positivas, considerou-se o estudo
de Ramos e Tavares (2000) que pesquisaram os aspectos do processo de seleção com base no
entendimento dos técnicos. Os resultados foram apresentados a partir de recursos de
estatística de medida central (±). E os estudos de Gould, Tammen, Murphy e May (1991) que
pesquisaram treinadores e atletas de elite para identificar os principais tópicos que eles
freqüentemente relacionavam como necessários para o desempenho ideal do atleta. Os
resultados dessas pesquisas foram adaptados para este estudo, considerando que 1 = não
importante e 10 = muito importante. Os resultados: 1º) motivação: 9,72; 2º) autoconfiança:
9,61; 3º) concentração: 9,56; 4º) autocontrole: 8,68; 5º) criatividade: 8,45; 6º) combatividade:
8,33; 7º) liderança: 8,30; 8º) espírito de grupo: 8,21;) sociabilidade: 7,33.
No grupo masculino, tem-se que, no traço autoconfiança, os atletas americanos
possuem maior incidência do traço autoconfiança; no traço autocontrole, os dois grupos
apresentam incidências semelhantes; no traço criatividade, os atletas americanos possuem
maior incidência do traço criatividade; no traço combatividade, os dois grupos apresentam
incidências semelhantes, apesar de se concentrarem em níveis diferentes; no traço espírito de
grupo, os atletas brasileiros possuem maior incidência do traço espírito de grupo; no traço
concentração, os dois grupos possuem incidências semelhantes; no traço sociabilidade, os
dois grupos apresentam incidências semelhantes; no traço liderança, os atletas americanos
possuem maior incidência do traço liderança; no traço motivação, os atletas americanos
possuem maior incidência do traço motivão.
No grupo feminino, tem-se que, no traço autoconfiança, as atletas americanas possuem
maior incidência do traço autoconfiança; no traço autocontrole, os dois grupos apresentam
incidências semelhantes; no traço criatividade, as atletas americanas possuem maior
incidência do tro criatividade; no traço combatividade, as atletas americanas possuem maior
incidência do traço combatividade; no traço espírito de grupo, os dois grupos apresentam
208
incidências semelhantes; no traço concentração, os dois grupos apresentam incidências
semelhantes; no traço sociabilidade, as atletas americanas possuem maior incidência do traço
sociabilidade; no traço liderança, as atletas americanas possuem maior incidência do traço
liderança; no traço motivação, as atletas americanas possuem maior incidência do traço
motivação.
Observa-se, portanto, que os atletas americanos, tanto masculinos como femininos,
possuem mais qualidades positivas que os atletas brasileiros. No entanto, faz-se necessário
que os dados obtidos através dos testes de traços de personalidade, descritos neste estudo,
sejam analisados com maior profundidade científica por especialistas em psicologia esportiva,
com o objetivo de se ter diagnósticos individuais de cada teste realizado. Com isso, as
generalizações apresentadas neste estudo poderão ser confirmadas por profissionais
especializados.
De uma maneira geral, pode-se dizer que os atletas americanos estão mais
preparados que os atletas brasileiros, não só por suas características físicas e psicológicas,
mas, principalmente, pelas condições materiais e o incentivo que as escolas e o governo
americano dedicam aos seus atletas nas categorias de base.
Entretanto, é preciso considerar as diferenças históricas, sociais e culturais entre os
Estados Unidos e o Brasil. A massificação da divulgação do basquetebol nos Estados Unidos
é intensa, o que torna a prática desse esporte muito popular e um poderoso fator mobilizador
capaz de criar padrões e moldar comportamentos entre crianças e adolescentes, comparável a
massificação cultural do futebol no Brasil.
Por outro lado, têm-se exemplos de que é possível popularizar uma prática esportiva,
desde que haja incentivos e organização. A Argentina sagrou-se Medalha do Ouro dos Jogos
Olímpicos de Atenas (2002), desbancando a hegemonia vitoriosa do Dream Team Americano,
por dois motivos principais: o primeiro, durante os últimos 20 anos, a Confederación
209
Argentina de Basquetbol investiu seus esforços no desenvolvimento das categorias de base
com a construção de quadras de basquete nos bairros das grandes cidades, tornando o esporte
popular. O segundo motivo está no acompanhamento da evolução física e psicológica de
jovens talentos, fazendo-os compreender da necessidade de encarar o basquete como esporte
competitivo e, ao mesmo tempo, transformando-os em atletas de alto rendimento, o que
possibilitou o surgimento de uma elite de atletas profissionais com características sicas
distintas em relação ao time americano.
Aqui, no Brasil, pode-se citar o caso do Vôlei. Até os anos 1980, a hegemonia desse
esporte estava concentrada em países do Leste Europeu, em Cuba e nos Estados Unidos. A
partir do incentivo da Confederação Brasileira de Vôlei em popularizar o esporte em todos os
níveis e na organização eficiente de campeonatos estaduais e nacionais, as seleções brasileiras
tornaram-se times a serem batidos.
No Brasil, já é possível ver investimentos governamentais nas categorias de base e
também no incentivo ao desenvolvimento do esporte competitivo escolar, vistos nos Jogos da
Juventude e nas Olimpíadas Universitárias disputadas este ano. Nos municípios, como no
caso de Florianópolis, a Fundação Municipal do Esporte (FME) tem desenvolvido diversos
projetos de inclusão social e melhorias nas quadras esportivas. Observa-se também que as
parcerias com a iniciativa privada vêm dando resultados bastante animadores. Mas é preciso
fazer muito mais. É preciso trazer o jovem carente, aquele vive nas periferias das cidades,
para dentro do esporte, incluí-lo socialmente, reforçar sua auto-estima, capacitá-lo através do
esporte para a vida em sociedade.
210
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Considerando os objetivos propostos, a literatura revisada e a análise dos resultados,
com base nas informações coletadas através dos questiorios de Hábitos de Vida ou EVIA e
no resultado da aplicação do inventário de traços de personalidade do instrumento Big Five
Test, pode-se concluir:
Numa visão mais ampla, os atletas pesquisados apresentam diferenças importantes
tanto em relação aos hábitos e vida como nos traços de personalidade, sendo que essas
diferenças favorecem qualitativamente os atletas americanos, tanto do grupo masculino como
feminino.
De maneira mais detalhada, respondendo aos objetivos específicos do estudo, pode-
se concluir que:
1) Há um equilíbrio maior na distribuição por classe socioeconômica dos atletas americanos,
masculinos e femininos, em relação aos atletas brasileiros que podem ser considerados
elitizados.
2) Os indicadores dos hábitos de vida apresentaram semelhanças nos hábitos de acordar,
dormir, ler e estudar entre os dois grupos pesquisados.
3) Os indicadores de cultura esportiva, quanto aos materiais que os atletas possuem e ao local
para as práticas esportivas, apresentaram semelhanças entre os dois grupos pesquisados. No
entanto, a análise detalhada desses indicadores, nos dois grupos pesquisados, revelou que os
atletas americanos praticam mais esporte que os brasileiros.
4) Com relação ao tempo que pratica basquete, no grupo masculino, os atletas brasileiros
comaram a jogar basquete com 13 anos de idade, enquanto os atletas americanos, com 9,7
anos de idade. No grupo feminino, as atletas brasileiras começaram a jogar basquete com 12,8
211
anos de idade, enquanto as atletas americanas com 10,6 anos de idade, configurando uma
diferença importante entre os grupos pesquisados.
5) A freqüência semanal que o atleta pratica basquete apresentou semelhanças entre os grupos
pesquisados.
6) Os atletas americanos masculinos treinam mais horas por dia que os atletas brasileiros. E as
atletas brasileiras treinam mais horas por dia que as atletas americanas.
7) Os indicadores físicos por posição em quadra apresentaram diferenças importantes em
ambos os grupos pesquisados. Os atletas americanos, masculinos e femininos, apresentaram
Índice de Massa Muscular (IMC) superior aos atletas brasileiros, significando que a estrutura
física do atleta americano é mais adequada a pratica do basquete em relação ao atleta
brasileiro.
8) Com relação aos traços de personalidade, observa-se que há distinções entre os grupos
pesquisados, estendendo essas diferenças de fatores e níveis entre o grupo masculino e
feminino. Portanto, é possível afirmar que existem traços de personalidade distintos entre os
indivíduos pesquisados por sexo e por posições em quadra: Ala, Armador e Pivô.
9) Com relação às qualidades positivas, os americanos apresentam mais traços de
autoconfiança, criatividade, liderança e motivação em comparação aos brasileiros. Os
brasileiros apresentam mais traços de espírito de grupo em comparação aos americanos. Os
traços de personalidade autocontrole, combatividade, concentração e sociabilidade são
semelhantes entre brasileiros e americanos. Concluiu-se que os atletas americanos possuem
mais qualidades positivas associadas à personalidade que os brasileiros.
10) No grupo feminino, as atletas americanas apresentam mais traços de autoconfiança,
criatividade, combatividade, sociabilidade, liderança e motivão em comparação às
brasileiras. Os traços de personalidade autocontrole, espírito de grupo e concentraçãoo
212
semelhantes entre brasileiras e americanas. Concluiu-se que as atletas americanas possuem
mais qualidades positivas associadas à personalidade que as brasileiras.
Além das conclusões apresentadas, relacionadas especificamente aos objetivos
propostos no início do trabalho, é possível apresentar algumas sugestões e recomendações:
Desenvolver projetos de escolinhas de basquetebol em escolas e praças públicas, em
áreas carentes de Santa Catarina. Um modelo em Santa Catarina é o projeto
PIESP/CEFID/UDESC de basquetebol com acesso gratuito aos participantes.
Instalar tabelas de basquetebol nas praças públicas, ajustadas aos postes de luz, em
regiões carentes de cidades, com o objetivo de ampliar o interesse e dar acesso à
prática da modalidade.
Desenvolver atividades recreativas de basquetebol nas escolas com faixa etária entre 8
– 10 anos.
Apresentar a psilogos especializados em Psicologia Esportiva os resultados desta
pesquisa, para uma melhor avaliação dos diagnósticos obtidos através da aplicação do
modelo dos Cinco Grandes Fatores.
Ampliar os objetivos desta pesquisa, desenvolvendo estudos qualitativos, utilizando os
questiorios já respondidos e os seus resultados.
213
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LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 – INDICADORES FÍSICOS E POSIÇÃO EM QUADRA
ANEXO 2 - INDICADORES HÁBITOS DE VIDA
ANEXO 3 – QUESTIONÁRIO DO TESTE DE PERSONALIDADE EM ATLETAS
ANEXO 4 – ESTUDO PILOTO ‘A’ – PROJETO PIESP/CEFID – UDESC
ANEXO 5 – ESTUDO PILOTO ‘B’ – PROJETO UNISUL – XVII JOGUINHOS
ABERTOS DE SANTA CATARINA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE EDUCAÇÃOSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTOS – CEFID
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO - MESTRADO EM CIÊNCIA DO MOVIMENTO HUMANO
ESTUDOS BIOCOMPORTAMENTAIS DO MOVIMENTO HUMANO
ANEXO 1
QUESTIONÁRIO SOBRE HÁBITOS DE VIDA
CÓDIGO ATLETA: H M
Posição na Quadra Nasc.: / / Idade:
Escola ou Clube: Série:
Turno: (M) (E)
(N)
Cidade: Estado: Altura: Peso: Massa Corporal:
Nome do Técnico ou Professor:
ANEXO 2
INDICADORES SOCIOECONÔMICOS (
CRITÉRIO ABIPEME):
1) Escolaridade Pai/Mãe
1.1 Qual de seus pais obteve maior grau de escolaridade?
( ) Pai
( ) Mãe
( ) Não estudaram
1.2 Considerando entre os pais o de maior escolaridade, assinale o grau de instrução:
( ) Não completou a 5ª série do Ensino Fundamental – Primário Incompleto;
( ) Completou a 5ª série do Ensino Fundamental – Primário Completo;
( ) Não completou a 8ª série do Ensino Fundamental – Ginásio Incompleto;
( ) Completou a 8ª série do Ensino Fundamental – Ginásio Completo;
( ) Não completou a Ensino Universitário – 3º Grau Incompleto;
( ) Completou o Ensino Universitário.
2) Itens de conforto doméstico
2.1 Na sua casa tem...(assinale cada item abaixo):
TV a cores Não Sim – Quantos?
Videocassete Não Sim Quantos?
Rádio Não Sim Quantos?
Banheiro Não Sim Quantos?
Carro Não Sim Quantos?
Empregadas mensalistas Não Sim – Quantos?
Aspirador de Pó Não Sim – Quantos?
Máquina de Lavar Roupa Não Sim – Quantos?
Computador Não Sim – Quantos?
2.2 Assinale um dos itens abaixo:
Não possui geladeira
Possui geladeira sem freezer
Possui geladeira dúplex ou freezer
2.3 Escreva o número de peças que há em sua casa ou apartamento:
a) Quarto: ____
b) Sala: ____
c) Cozinha: ____
d) Banheiro: ____ ; Dentro de casa? ( ) Sim ( ) Não
2.4 Quantas pessoas moram na sua casa ou apartamento, incluindo você? _____
INDICADORES DE HÁBITOS DE VIDA
3) Hábitos de sono
3.1 A que horas você costuma acordar de manhã?
( ) Antes das 6 horas;
( ) Entre 6 e 7 horas;
( ) Entre 7 e 8 horas;
( ) Entre 8 e 9 horas;
( ) Depois das 9 horas.
3.2 A que horas você costuma dormir?
( ) Antes das 21 horas;
( ) Entre 21 e 22 horas;
( ) Entre 22 e 23 horas;
( ) Entre 23 e 24 horas;
( ) Depois das 24 horas.
4) Atividades diárias
4.1 Assinale as atividades que você costuma fazer quando está em casa:
ATIVIDADE
MUITAS
VEZES
POUCAS
VEZES
NUNCA
Ver TV
Jogar vídeo game
Leituras de Lazer
Escutar música
Conversar/brincar com amigos
Ajudar nas tarefas domésticas
Cuidar de crianças que moram na
mesma casa
Estudar
4.2 O que você costuma fazer quando sai de casa?
ATIVIDADE
MUITAS
VEZES
POUCAS
VEZES
NUNCA
Freqüentar danceteria
Conversar/brincar com amigos
Passear a pé
Passear de carro
Andar de Bicicleta
Andar de patins/roller
Andar de skate
Jogar bola
Outros:
INDICADORES DE CULTURA ESPORTIVA
5) Assinale os materiais de esporte que você tem:
( ) Patins/roller; ( ) Patinete;
( ) Bicicleta; ( ) Skate;
( ) Bola de plástico; ( ) Bola de vôlei;
( ) Bola de basquete; ( ) Bola de futebol;
( ) Bola de handebol; ( ) Chuteiras;
( ) Raquete de tênis; ( ) Tênis;
( ) Tabela de basquete; ( )
Outros: ________________ ;_______________;_______________.
6) Local mais utilizado para as práticas esportivas de lazer:
( ) Pátio de casa;
( ) Condomínio onde mora;
( ) Campo ou terreno baldio perto de casa;
( ) Rua;
( ) Parque/praça;
( ) Quadra da escola no turno contrário ao das aulas;
( ) Clube esportivo ou recreativo;
( ) Outros: ________________;_______________;_______________.
INDICADORES DE ATIVIDADES CULTURAIS
7) Se você participa de algum grupo, assinale quais:
( ) Atividades na escola, no turno contrário ao das aulas. Quais: ___________ ;__________;
( ) Clube;
( ) Grupo de atividades folclóricas;
( ) Grupo de teatro;
( ) Grupo de dança;
( ) Grupo musical;
( ) Atividades religiosas (catequese; grupo de jovens);
( ) Centro comunitário;
( ) Outros: ________________;_______________;_______________.
INDICADORES DE PRÁTICA ESPORTIVA SISTEMATIZADA
8) Caso você, atualmente
, esteja praticando algum esporte com orientação de um
professor/treinador, responda as perguntas abaixo:
Qual esporte que você pratica? ________________________________;
Por que você escolheu este esporte?
_____________________________________________________________________________
Há quanto tempo? ___________________; Onde? ___________________________________;
Quantas vezes por semana? ______________ Quantas horas por dia? ___________________.
9) Se você, há algum tempo atrás
, praticou algum esporte com orientação de um
professor/treinador, responda:
Qual o esporte que você praticava? ___________; Há quanto tempo? ____________;
Onde? ______________; Quantas vezes por semana? _____________;
Quantas horas por dia? __________________; Por quanto tempo o praticou? _______________;
Por que parou de praticá-lo? _____________________________________________________.
ANEXO 3
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE EDUCAÇÃOSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTOS – CEFID
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO - MESTRADO EM CIÊNCIA DO MOVIMENTO HUMANO
ESTUDOS BIOCOMPORTAMENTAIS DO MOVIMENTO HUMANO
TESTE DE PERSONALIDADE EM ATLETAS
O Teste de Personalidade tem por objetivo definir os traços de personalidade do atleta,
determinando quais são seus pontos fortes e fracos, assim como suas habilidades para se relacionar
com outras pessoas.
Esta pesquisa é parte integrante do
Curso de Pós-Graduação – Mestrado em Ciência do
Movimento Humano, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciência do
Movimento Humano, de Gilberto Vaz, com o “ESTUDO COMPARATIVO DOS HABITOS DE VIDA
TRAÇOS DA PERSONALIDADE EM ATLETAS DE BASQUETEBOL JUVENIL NOS ESTADOS DE
SANTA CATARINA – BRASIL E OKLAHOMA – EUA”.
Instruções:
1) Responda as perguntas de forma objetiva.
2) Ler as perguntas na escala numérica, marcando um número para onde sua personalidade se
inclina. Se você sente que mais de uma descrição se aplica a você ou não está seguro sobre uma
pergunta, marque 3. É importante que você responda as perguntas honestamente.
←↓→
1 IMPACIENTE 5 4 3 2 1 CALMO
2 PREFERES COMPANHIA 5 4 3 2 1 PREFERES FICAR SÓ
3 VOCÊ É UM SONHADOR, VISIONÁRIO 5 4 3 2 1 VOCÊ É MUITO PRÁTICO
4 CORTÊS, ATENCIOSO 5 4 3 2 1 INACESSÍVEL, BRUSCO, PRECIPITADO
5 ORGANIZADO 5 4 3 2 1 DESORGANIZADO
6 CAUTELOSO, PRECAVIDO 5 4 3 2 1 CONFIADO, ATREVIDO
7 OTIMISTA 5 4 3 2 1 PESSIMISTA
8 TENDE A SER TEÓRICO 5 4 3 2 1 TENDES A SER PRÁTICO
9 GENEROSO 5 4 3 2 1 EGOÍSTA
10 DECIDIDO, DETERMINADO, FIRME 5 4 3 2 1 MAIS FLEXÍVEL, ABERTO
11 DESANIMADO 5 4 3 2 1 ANIMADO
12 VOCÊ É COMO UM LIVRO ABERTO 5 4 3 2 1 VOÉ MUITO PRIVADO
13 SEGUE MAIS A IMAGINAÇÃO 5 4 3 2 1 SEGUE MAIS A AUTORIDADE
14 CORDIAL, AMISTOSO 5 4 3 2 1 DESAFETO, INDIFERENTE, DESINTERESSADO
15 FOCALIZADO, CONCENTRADO 5 4 3 2 1 DISTRAI-SE FACILMENTE
16 ENVERGONHA-SE FACILMENTE 5 4 3 2 1 DIFICILMENTE SE ENVERGONHA
17 EXPRESSIVO 5 4 3 2 1 SERENO
18 BUSCAS A NOVIDADE, A INOVAÇÃO 5 4 3 2 1 PREFERES A ROTINA, O HÁBITO
19 TRABALHAS BEM EM EQUIPE 5 4 3 2 1 PREFERES SER INDEPENDENTE
20 PREFERES A ORDEM 5 4 3 2 1 ACOMADA-SE COM O CAOS
21 PERDES O CONTROLE 5 4 3 2 1 ÉS CONTROLADO
22 CONSERVADOR 5 4 3 2 1 REFLEXIVO
23
ACOMADA-SE COM A AMBIGÜIDADE,
INDECISÃO
5 4 3 2 1 PREFERE AS COISAS CLARAS E PRECISAS
24 CONFIAS NAS PESSOAS 5 4 3 2 1 DESCONFIAS OU TENS RESTRIÇÕES
25 FAZES AS COISAS SEMPRE A TEMPO 5 4 3 2 1 DEIXAS PARA A ÚLTIMA HORA
ANEXO 4
ANEXO 5
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