anti-inflamatória, vêm sendo investigadas de modo a comprovar cientificamente seus efeitos e abrir caminho para o desenvolvimento de
novos compostos terapêuticos (BIERLORY, 2004).
Entretanto a dificuldade no diagnóstico etiológico e a complexidade dos
mecanismos fisiopatológicos envolvidos acabam sendo problemas no combate a alergia,
restando na maioria das vezes o tratamento sintomático através da utilização de fármacos,
principalmente glicocorticóides, anti-histamínicos, inibidores de leucotrienos, xantinas,
agonistas beta-adrenérgicos, anticolinérgicos e agentes estabilizadores de mastócitos
(NAGAI et al., 2006).
Os mastócitos são células efetoras chaves em alergias e têm sido observada a presença destes em todos os vertebrados, como anfíbios,
répteis, algumas famílias de peixes, pássaros e mamíferos (ROCHA et al., 2006). Estas células são derivadas de precursores
pluriponteciais na medula óssea e ganham a circulação como células imaturas, migrando a partir daí para os tecidos onde amadurecem,
residem e desenvolvem suas funções (METCALFE et al., 1997).
Os mastócitos estão amplamente distribuídos no organismo, sendo encontrados
principalmente em tecido conjuntivo e mucosas, mais freqüentemente dispostos em regiões
que são expostas ao ambiente externo, particularmente no tecido subepitelial da pele, nos
tratos gastrointestinal, respiratório e genito-urinário, são encontrados também no espaço
perivascular e em associação a fibras nervosas periféricas (METCALFE et al., 2006).
Algumas espécies contém grande quantidade de mastócitos em cápsulas fibrosas de órgãos
e fluído peritoneal, como por exemplo o rato (GALLI et al., 1990). Desta forma, os
mastócitos estão estrategicamente dispostos como células primordiais nas defesas contra
parasitas, microorganismos e agentes causadores de alergias. Em determinadas condições
orgânicas como em estados patológicos, podem estar em número aumentado no tecido
envolvido (CHANG & SHIUNG, 2006).
Além disso, apesar de possuírem muitas características em comum, os mastócitos não
representam uma população celular homogênea (METCALFE et al., 1997). Estas células
diferem quanto à localização anatômica, quanto às características morfológicas, como
tamanho e ultraestrutura dos grânulos citoplasmáticos, propriedades imunohistoquímicas e
exibem diferenças funcionais em relação à sensibilidade a estímulos secretores e
susceptibilidade à drogas (MARONE et al., 1997). Baseado em diferenças fenotípicas
estão historicamente classificados em subtipos, de acordo com o tipo de proteases neutras
presentes em seus grânulos, como por exemplo mastócitos que contém apenas triptase,
encontrados em tecido conjuntivo, como os da pele e cavidade peritoneal, e mastócitos que
contém tanto triptase quanto quimase, presentes em mucosas como mucosa intestinal e
bronquial (CHURCH & LEVI-SCHAFFER, 1997).
A participação dos mastócitos nos processos alérgicos se dá através da secreção uma série de mediadores pró-inflamatórios liberados
após a ativação destas células, e incluem mediadores pré-formados em grânulos citoplasmáticos, mediadores neo-sintetizados a partir de
lipídios da membrana celular e citocinas (CHURCH & LEVI-SCHAFFER, 1997). Dentre os mediadores pré-formados está a histamina,
amina vasoativa e espasmogênica, grande responsável por algumas alterações observadas nas reações de hipersensibilidade tipo I,
proteases neutras, proteoglicanos, fatores quimiotáxicos e diversas citocinas. Como mediadores neo-sintetizados encontram-se
prostaglandinas, como PGD2 e leucotrienos, sustâncias com capacidade brococonstritora, recrutadora celular e vasoativas (KIM et al.,
2005; WILLIAMS & GALLI, 2000).
Os mastócitos podem ser ativados tanto por estímulos imunológicos como não
imunológicos. A estimulação imunológica, considerada não citotóxica, ocorre através da
interação de um antígeno multivalente, denominado alérgeno, com a imunoglobulina E
(IgE) ligada a superfície da membrana celular de mastócitos através de receptores de alta
afinidade (FcεRI), levando a ativação dos mastócitos através de uma típica reação