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VANESSA CRISTINA PAVEZI
A HAPLOLOGIA NA VARIEDADE PAULISTA
Dissertação apresentada ao Instituto de Biociências, Letras
e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista,
Câmpus de São José do Rio Preto, para obtenção do título
de Mestre em Estudos Lingüísticos (Área de
Concentração: Análise Lingüística)
Orientadora: Profª. Drª. Luciani Ester Tenani
São José do Rio Preto
2006
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2
Pavezi, Vanessa Cristina.
A haplologia na variedade paulista. / Vanessa Cristina Pavezi. – São
Jose do Rio Preto: [s.n.], 2006.
119 f. ; 30 cm.
Orientador: Luciani Ester Tenani
Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Instituto de
Biociências, Letras e Ciências Exatas
1. Lingüística. 2. Fonologia. 3. Haplologia. I. Tenani, Luciani Ester.
II. Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Letras e
Ciências Exatas. III. Título.
CDU – 81'344
COMISSÃO JULGADORA
Titulares
Profª. Drª. Luciani Ester Tenani – Orientadora
Prof. Dr. Seung Hwa Lee
Prof. Dr. Sebastião Carlos Leite Gonçalves
Suplentes
Prof. Dr. Gabriel Antunes de Araújo
Prof. Dr. Lourenço Chacon Jurado Filho
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3
Aos meus pais
e ao Alex
4
Agradecimentos
À DEUS, por guiar as minhas escolhas e iluminar o meu caminho...
À Luciani, pela dedicação dispensada a este trabalho, pela seriedade com as quais conduziu a
pesquisa no papel de orientadora, pela amizade a mim dedicada nesses anos de orientação –
desde os tempos de graduação, pelos caminhos abertos e pelos conselhos e dicas que
modificaram minha visão de mundo, não só academicamente falando;
Ao Prof. Dr. Roberto Gomes Camacho, pela ajuda oferecida no início desta pesquisa e por
toda contribuição dada ao desenvolvimento deste trabalho;
Ao Prof. Dr. Sebastião Carlos Leite Gonçalves e ao Prof. Dr. Lourenço Jurado Chacon Filho,
pela valorosa contribuição dada tanto ao longo de minha formação acadêmica quanto no
exame de qualificação;
Aos meus pais, ao Alex e a todos os meus familiares, pela paciência e pela compreensão de
minha ausência em momentos importantes de nossas vidas. Eles foram o meu porto seguro,
transmitindo-me toda a tranqüilidade necessária para a execução desta dissertação e ajudando-
me em tudo o que era possível e, por vezes, até no que nos parecia impossível;
À Denise, à Marcela, à Patrícia, à Lara e ao Flávio, amigos de todas as horas, por toda ajuda
imediata e desinteressada; por dividirem comigo angústias e preocupações, pela presença em
momentos de alegria e em minhas realizações e pelas longas conversas na “nossa escada”...
À Talita, à Aliana, à Érica e a todas as outras pessoas que conheci ao longo desta pesquisa
pelos corredores e salas de aulas do IBILCE e em São Carlos;
Ao programa Bolsa Mestrado da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, pelo apoio
financeiro, sem o qual não seria possível manter as idas e vindas de São José do Rio Preto
para São Carlos;
5
E a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento deste
trabalho e para a minha formação,
meus sinceros reconhecimentos.
6
Sumário
Agradecimentos........................................................................................................................04
Sumário.....................................................................................................................................06
Lista de quadros........................................................................................................................08
Resumo......................................................................................................................................09
Abstract.....................................................................................................................................10
1. Introdução.............................................................................................................................11
1.1. Metodologia e material de análise.................................................................................12
1.2. A organização deste trabalho........................................................................................15
2. Haplologia e contexto segmental..........................................................................................18
2.1. Fonologia Auto-segmental............................................................................................18
2.2. Contexto segmental ......................................................................................................20
2.3. Descrição dos contextos segmentais..............................................................................23
2.4. Outros contextos segmentais de haplologia...................................................................33
2.5. Resumo..........................................................................................................................37
3. Haplologia e contexto prosódico...........................................................................................39
3.1. Fonologia Prosódica......................................................................................................41
3.2. Haplologia entre fronteiras acima da palavra fonológica..............................................43
3.3. Haplologia e ritmo.........................................................................................................54
3.4. Resumo..........................................................................................................................60
4. Haplologia e monomorfemas................................................................................................62
4.1. Morfologia Distribuída e Morfologia Prosódica baseada na Teoria da Otimalidade....63
4.2. Haplologia e monomorfema..........................................................................................65
4.3. Haplologia, elisão e monomorfemas.............................................................................69
4.4. Resumo..........................................................................................................................74
5. Considerações finais.............................................................................................................76
7
6. Referência Bibliográfica.......................................................................................................80
7. Anexos..................................................................................................................................84
A. Inquéritos NURC-SP.................................................................................................85
B. Inquéritos do IBORUNA-SJRP...............................................................................111
C. Análise experimental................................................................................................113
8
Lista de quadros
Quadro (2.1) – Haplologia e contexto segmental – preenchimento de onsets........................................25
Quadro (2.2)– Haplologia e contexto segmental – consoantes obstruintes não-contínuas /t/ e /d/........25
Quadro (2.3) – Haplologia e contexto segmental - /d.d/........................................................................27
Quadro (2.4) – Haplologia e contexto segmental – preposições ...........................................................28
Quadro (2.5) – Haplologia e contexto segmental – “item lexical + preposição de”...............................29
Quadro (2.6) – Haplologia e contexto segmental – “preposição de + item lexical”...............................30
Quadro (2.7). Haplologia e contexto segmental – sílaba complexa – NURC–SP..................................33
Quadro (2.8). Haplologia e contexto segmental – sílaba complexa – IBORUNA-SJRP......................34
Quadro (3.1). Haplologia e contexto prosódico – dados NURC-SP......................................................46
Quadro (3.2). Haplologia e contexto prosódico – dados IBORUNA-SJRP...........................................46
Quadro (3.3). Haplologia e contexto prosódico –
contextos que dificultam ou bloqueiam a
haplologia
.................................................................................................................................................47
Quadro (3.4). Haplologia e domínios prosódicos – comparação de resultados de dados de fala
espontânea e experimental......................................................................................................................52
Quadro (3.5). Haplologia e pés rítmicos – dados de fala espontânea.....................................................58
Quadro (4.1). Haplologia e monomorfema “de”....................................................................................66
Quadro (4.2). Haplologia e elisão...........................................................................................................70
9
Resumo
Nesta dissertação, descrevemos a haplologia na variedade paulista do Português
Brasileiro (PB). Inicialmente, caracterizamos a haplologia como um processo fonológico no
qual é possível perceber a queda total de uma sílaba no encontro de duas sílabas semelhantes
átonas em fronteiras de palavras. Caracterizamos, também, o corpus utilizado: inquéritos do
NURC-SP e inquéritos do IBORUNA-SJRP. Esses inquéritos possuem em comum a sua
natureza constitutiva: ambos são dados de fala espontânea. Questionamos, ao longo desta
dissertação: (i) que contexto segmental favorece a aplicação da haplologia? (ii) se existe um
contexto segmental que bloqueia a haplologia? (iii) em que contexto segmental é mais
freqüente a aplicação da haplologia? (iv) em que medida a aplicação da haplologia contribui
para a organização rítmica do Português Brasileiro? (v) qual o domínio prosódico da
haplologia? e (vi) se existe um contexto morfológico que bloqueia a haplologia? Após a
análise dos dados, constatamos que o contexto segmental que favorece a aplicação da
haplologia é o formado por consoantes obstruintes não-continuas /t/ e /d/ e que esse contexto é
o mais freqüente em dados de fala espontânea. Verificamos também que o contexto de
haplologia é mais freqüente no domínio prosódico de frase fonológica e que há variação da
queda de uma sílaba nesse domínio. Observamos, ainda, que a haplologia favorece o ritmo
trocaico do PB. Após a análise de um conjunto de dados em que há bloqueio da haplologia, os
quais são constituídos por “monomorfema de + item lexical”, verificamos que a informação
morfossintática do item gramatical agiu no bloqueio da haplologia da mesma forma que age
no bloqueio da elisão. Com base nesse resultado, fazemos uma breve discussão de como um
fator morfossintático atua sobre a fonologia de modo a bloquear categoricamente o
apagamento de segmentos. Por fim, concluímos nossa reflexão retomando os principais
resultados obtidos e apontando possíveis desenvolvimentos de pesquisa sobre o processo
analisado. Uma das reflexões relevantes que pudemos fazer diz respeito aos aspectos
morfossintáticos que levam ao bloqueio da haplologia, fato que traz pistas do funcionamento
da gramática do PB.
Palavras-chaves: haplologia, fonologia, morfossintaxe, Português Brasileiro.
10
Abstract
In this dissertation, we describe the haplology in São Paulo variety of Brazilian Portuguese
(BP). Beginning; we characterize the haplology as a phonological process in which it is
possible to perceive the total loss of a syllable in the encounter of two weak similar syllables
in borders of words. We characterize, too, the used corpus: inquiries of NURC-SP and
inquiries of IBORUNA-SJRP. What these inquiries have in common is their constituent
nature: both are samples of spontaneous speech. We question, along this dissertation: (i) that
the segmental context which favors the application of haplology? (ii) if exist a segmental
context which blocked the haplology? (iii) that segmental context of haplology is more
frequent? (iv) how haplology application contribute of rhythmic organization of Brazilian
Portuguese? (v) that prosodic domain of haplology? and (vi) if exist a morphosyntatic context
which blocked the haplology? After analyze of dates, we testify that segmental context which
favors the applications of haplology is the one formed by non-continuous obstruent
consonants /t/ and /d/ and that this context is most frequent in samples of spontaneous speech.
We verify, too, that the segmental context of haplology is more frequent in the prosodic
domain of phonological phrases and that there is a variation of the loss of a syllable in that
domain. We have also observed that the haplology favors the trochaic rhythm of BP. After
analyze a set of data in which haplology blockage may be found. These data are constituted
by "monomorpheme de + lexical item". We verify that the morphosyntatic information of the
grammatical item acted in the blockage of the haplology in the same way it acts in the
blockage of the elision. Based on this result, we briefly discuss about as a morphosyntatic
factor acts on phonology in order to block categorically the deletion of segments. At last, we
conclude our reflection by bringing back the main obtained results as well as by showing
possible development of researches on the analyzed process. One of the relevant reflections
we could make is related to the morphosyntatic aspects that lead to the blockage of the
haplology, which give us clues as to the functioning of BP grammar.
Keywords: haplology, phonology, morphosyntax, Brazilian Portuguese.
11
O
1. INTRODUÇÃO
objetivo deste trabalho é a descrição da haplologia na variedade paulista do
Português Brasileiro (doravante PB). Compreendemos haplologia como um
processo fonológico no qual é possível perceber a queda total de uma sílaba no encontro de
duas sílabas semelhantes átonas em fronteiras de palavras, como em “faculdade de Letras”.
Nesse exemplo, há duas sílabas adjacentes /didi/ e átonas. Faz parte desta pesquisa verificar,
por exemplo, qual das duas sílabas candidatas à haplologia é apagada.
Há outras questões que norteiam este trabalho e que também serão examinadas. São
elas:
(i) que contexto segmental favorece a haplologia?
(ii) existe um contexto segmental que bloqueia a haplologia?
(iii) em que contexto segmental é mais freqüente a aplicação da haplologia?
(iv) qual o domínio prosódico da haplologia?
(v) em que medida a aplicação da haplologia contribui para a organização rítmica do
Português Brasileiro? e
(vi) existe um contexto morfológico que bloqueia a haplologia?
Ao definir um contexto favorável à aplicação da haplologia, estaremos considerando-o
como contexto possível de ocorrência do processo, caracterizando-o como um contexto de
12
variação. Contextos em que categoricamente o processo não ocorre serão considerados
contextos de bloqueio.
Para alcançarmos nosso objetivo, procederemos de modo a descrever a haplologia no
nível fonológico e morfossintático. Dessa forma, com base nos corpora relacionado para
análise, os quais seguem descritos na seção (1.1) deste capítulo, serão dadas respostas às
perguntas que formulamos. Em razão da natureza das questões formuladas, valemo-nos de
teorias diferentes, porém não incompatíveis entre si, como mostraremos em cada capítulo.
1.1. Metodologia e material de análise
Em vista de nosso objetivo e das questões que norteiam esta pesquisa, apresentados na
seção anterior, efetuaremos a análise perceptual de dados candidatos à haplologia. Essa
análise fundamenta-se na audição desses dados e no julgamento de aplicação ou de não
aplicação do processo fonológico, baseado na percepção auditiva da produção da sílaba ou da
ausência dessa produção. Destacamos que os materiais empregados nas análises, os quais vêm
descritos abaixo, não foram produzidos com a finalidade de se fazer análise acústica. Devido
a isso, neste trabalho, faremos somente análise auditiva buscando a percepção da aplicação ou
da não aplicação da haplologia.
Empregaremos, nesta pesquisa, os dados do NURC-SP e os dados do IBORUNA-
SJRP. Ambos os corpora possuem, em comum, o fato de serem dados de fala espontânea,
uma vez que são constituídos de contextos candidatos à haplologia, não controlados
previamente, obtidos por meio de gravação de amostras de fala de informantes.
Além do objetivo principal desta dissertação, definido inicialmente, ao empregar dois
corpora de fala espontânea, intentamos, também, verificar se há diferença nos resultados de
aplicação e de bloqueio da haplologia entre esses corpora, visto que eles são distintos entre si
13
no que concerne à comunidade de fala: o NURC-SP representa a fala da capital do estado de
São Paulo, e o IBORUNA-SJRP representa a fala do interior paulista, mais precisamente à
região de São José do Rio Preto. Além disso, são produzidos em períodos de tempo distintos:
o NURC-SP, na década de 1970, e o IBORUNA-SJRP, na década de 2000.
Segue-se uma breve descrição das características principais dos corpora supracitados.
(i) NURC-SP
A primeira das amostras de fala espontânea que utilizamos neste trabalho é
proveniente da variedade do Português Brasileiro falado na capital do estado de São Paulo na
década de 70 e integra a amostra NURC-SP, organizada por Castilho e Preti (1988).
A composição dessa amostra leva em consideração o controle das seguintes variáveis
para todos os informantes:
(i) domínio da norma culta da Língua Portuguesa;
1
(ii) nível superior de escolaridade;
(iii) naturalidade da cidade de São Paulo ou habitante dessa cidade desde os cinco anos
de idade; e
(iv) filhos de falantes de língua portuguesa e, de preferência, paulistanos.
Os informantes foram distribuídos em três faixas etárias:
(i) 1
a
. faixa etária: de 25 a 35 anos de idade;
(ii) 2
a
. faixa etária: de 36 a 55 anos de idade;
(iii) 3
a
. faixa etária: de mais de 56 anos de idade.
1
De acordo com Preti (1997), a expectativa de se encontrar nos diálogos e entrevistas a linguagem de falantes
que correspondesse à classificação antecipada de culta não foi confirmada. Ainda segundo Preti (1997),
podemos, quando muito, falar em termos de uma variedade social que atende tanto a falantes com maior grau de
escolaridade quanto a falantes com menor grau de escolaridade.
14
No total, a amostra NURC-SP compõe-se de tipos de gravações distintas entre si no
que concerne ao grau de formalidade. Assim, os inquéritos pertencentes a amostra
considerada estão divididos entre Elocuções Formais (EF), Diálogo entre Informante e
Documentador (DID) e Diálogo entre Dois Informantes (D2).
Para efetuar a análise quantitativa dos contextos candidatos à haplologia,
empregaremos todos os inquéritos pertencentes ao EF, ao DID e ao D2 descritos acima. Já
para realizar a análise auditiva para julgamento da percepção de aplicação ou de não aplicação
da haplologia, empregaremos somente quatro inquéritos: EF-377; DID-18; DID-235 e D2-
360. Esse recorte se dá devido a melhor qualidade sonora desses inquéritos em relação à
inferior qualidade sonora dos demais.
(ii) IBORUNA-SJRP
O corpus de fala espontânea IBORUNA-SJRP está em fase de constituição e é fruto
do projeto denominado ALIP (Amostras Lingüísticas do Interior Paulista), desenvolvido pelo
Grupo de Pesquisa em Gramática Funcional (GPGF), sediado na UNESP, campus de São José
do Rio Preto. Essa pesquisa objetiva a constituição de um banco de dados para estudo do
português falado em São José do Rio Preto, interior do estado de São Paulo, e nas cidades que
possuem divisa territorial com São José do Rio Preto. Esse banco de dados recebeu o nome de
IBORUNA e é composto por dois tipos de amostras:
(i) amostra de censo lingüístico (AC): que “prevê o controle rigoroso das
variáveis sociais sexo/gênero, escolaridade, faixa etária e classe social
(Gonçalves & Tenani, 2004, p. 18); e
15
(ii) amostras de Interação (AI): tipo relacionado à interação discursiva entre
diferentes interlocutores.
Nesta dissertação, trabalharemos com quatro inquéritos da amostra do tipo AC. Esse
recorte se dá devido ao fato de o IBORUNA-SJRP estar em fase de constituição, como
explicitado anteriormente. Assim, no momento de nossa pesquisa, pudemos analisar somente
esses quatro inquéritos da amostra do tipo AC e nenhum inquérito da amostra do tipo AI. Os
inquéritos aqui considerados foram identificados pelo número que cada informante recebeu,
levando-se em conta o perfil definido pelo cruzamento das quatro variáveis sociais
controladas para a composição da amostra. Os quatro informantes são do sexo feminino,
possuem curso universitário ou são estudantes (terceiro ano do Ensino Médio ou
Universitários), se inserem na faixa etária de 16 a 36 anos e possuem uma renda que vai de
cinco a mais de 25 salários mínimos, além disso, todos nasceram e moram na região de São
José do Rio Preto-SP. São eles: AC-042; AC-054; AC-056; e AC-088.
1.2. A organização deste trabalho
Uma vez apresentados o objetivo que norteia este trabalho, as questões que fomentam
esta pesquisa e a metodologia adotada, apresentaremos, a seguir, a organização de cada
capítulo desta dissertação.
No capítulo 2, nosso objetivo é descrever os contextos segmentais que favorecem a
aplicação da haplologia. Questionaremos que contexto segmental favorece a queda de uma
sílaba e que contexto segmental candidato à haplologia é mais freqüente em dados de fala
espontânea. Efetuaremos um levantamento dos contextos segmentais mais produtivos no
NURC-SP e avaliaremos auditivamente a queda silábica em quatro inquéritos dessa amostra.
16
Verificaremos, também, a haplologia em contexto segmental não esperado devido ao tipo de
sílaba envolvido, utilizando, para tanto, os inquéritos do NURC-SP e do IBORUNA-SJRP.
Para discutir os aspectos segmentais que são relevantes para a aplicação da haplologia,
partiremos de apontamentos de Alkmim & Gomes (1982) e de Tenani (2002), e embasar-nos-
emos na teoria da Fonologia Auto-segmental.
No capítulo 3, nosso objetivo será descrever o domínio prosódico relevante para a
aplicação do processo fonológico em estudo. Com base na análise de dados de fala
espontânea, questionaremos, primeiramente, se existe alguma fronteira de constituinte
prosódico que bloqueia a aplicação da haplologia. Partiremos da pesquisa de Tenani (2002), a
qual estuda esses mesmos aspectos para haplologia, porém somente com dados de fala
experimental. Empregaremos os quatro inquéritos do NURC-SP que apresentam boa
qualidade sonora bem como os quatro inquéritos do IBORUNA-SJRP, definidos
anteriormente, para estabelecermos uma comparação entre os resultados de fala experimental
e os resultados de fala espontânea. Por fim, questionaremos em que medida o processo
segmental de haplologia aponta para a organização do ritmo do Português Brasileiro, visto
que esse processo afeta o apagamento de uma sílaba completa, fato que provavelmente altera
os pés métricos do PB. Em busca de respostas à essa questão, empregaremos, novamente, os
mesmos quatro inquéritos do NURC-SP e do IBORUNA-SJRP. Para efetuar as discussões
deste capítulo nos embasaremos teoricamente na Fonologia Prosódica, nos moldes propostos
por Nespor & Vogel (1986).
No capítulo 4, nosso objetivo é investigar se a haplologia é bloqueada por alguma
informação morfossintática. Discutiremos a variação e/ou o bloqueio desse processo
fonológico em contextos de “item lexical + monomorfema de” e de “monomorfema de + item
lexical”. Consideraremos dados selecionados nos inquéritos do NURC-SP. Neste capítulo,
efetuaremos, ainda, uma comparação entre os processos de haplologia e elisão, com base no
17
trabalho de Veloso (2003). Discutiremos se o bloqueio da haplologia em contextos de
“monomorfema de + item lexical” se dá pelo fato do de ser um monomorfema ou ser um
monossílabo. Consideraremos, ainda, nesse capítulo, os aparatos teóricos da Morfologia
Distribuída e da Morfologia Prosódica baseada na Teoria da Otimalidade (OT) para
efetuarmos tais análises.
Por fim, no capítulo 5, apresentaremos nossas considerações finais acerca da
haplologia na variedade paulista do PB.
18
A
2. HAPLOLOGIA E CONTEXTO SEGMENTAL
nalisar os aspectos segmentais envolvidos no processo de haplologia é o objetivo
deste capítulo. Para essa análise, procederemos de modo a descrever o contexto
segmental que favorece a aplicação da haplologia. Para tanto, utilizaremos os pressupostos
teóricos da Fonologia Auto-segmental apresentados na seção 2.1 desta dissertação.
Em 2.2, por sua vez, buscaremos evidências segmentais que apontem quais consoantes
e quais vogais favorecem e quais bloqueiam a aplicação da haplologia na variedade paulista
do PB. Em seguida, em 2.3, efetuaremos um levantamento dos contextos segmentais mais
freqüentes no NURC-SP e verificaremos a aplicação da haplologia em parte desses dados. Em
2.4, discutiremos a aplicação desse processo fonológico em contextos segmentais e silábicos
não esperados. Por fim, em 2.5, retomaremos os principais pontos discutidos neste capítulo.
2.1. Fonologia Auto-segmental
A Fonologia Auto-segmental é um modelo de análise fonológica em que os traços
constitutivos de um fonema “têm uma segmentação própria que não precisa ser feita de forma
idêntica para todos os traços” (CAGLIARI, 1997, p. 11), i.e., a segmentação é tomada como
um ponto independente dos sons da fala: os traços responsáveis por caracterizar o segmento
19
podem estender-se além ou aquém dele, caso haja apagamento de um segmento, pode não
haver o desaparecimento de todos os traços que o compunham. Dessa forma, a Fonologia
Auto-segmental considera os fonemas passíveis de serem analisados em camadas, sendo que
cada uma delas mantém-se independente das restantes e há uma hierarquização entre todas as
camadas envolvidas, as quais se ligam por meio de linhas de associação. Essas linhas, por sua
vez, indicam também a aplicação de processos fonológicos (cf. CAGLIARI, 1997, p. 17).
Ainda segundo Cagliari (1997), a Fonologia Auto-segmental abrange todos os
processos fonológicos de forma simples e natural de modo que “o modelo opera apenas com
um pequeno conjunto de processos fonológicos básicos com os quais, a partir de
representações da forma básica subjacente dos morfemas, chega-se à forma fonética de
superfície” (CAGLIARI, 1997, p.20). Os principais processos estudados pela Fonologia Auto-
segmental são: assimilação; desligamento; fissão; e fusão. Em virtude do objetivo do nosso
trabalho, vamos nos ater apenas ao último desses processos.
A fusão é definida como um processo fonológico em que se unem “dois elementos do
esqueleto num único nó de raiz” (CAGLIARI, 1997, p. 20). Cagliari acrescenta, ainda, que,
nesse processo, as geminadas apresentam caso de fusão de dois C (C-Place) em um único nó
de raiz, uma vez que os dois tempos do esqueleto têm auto-segmentos iguais. A aplicação
desse conceito para haplologia será discutida nas próximas seções.
Outra noção importante da Fonologia Auto-segmental para a compreensão do processo
de haplologia é o Princípio do Contorno Obrigatório (PCO), o qual atua no processo de fusão
descrito acima. Tal princípio prevê que dois elementos adjacentes idênticos são proibidos na
língua, devido a isso, as geminadas têm apenas uma auto-segmentação. (cf. CAGLIARI,
1997, p.14).
Uma vez apresentados os aspectos da Fonologia Auto-segmental a serem utilizados
neste capítulo, seguiremos com a apresentação e com a análise dos dados.
20
2.2. Contexto segmental
Alkmim & Gomes (1982) estudam o fenômeno de haplologia no contexto de sílaba
Consoante Vogal (CV) em final de item lexical, seguida por sílaba C(C)V. Segundo as
autoras, em uma seqüência composta por duas sílabas semelhantes átonas, como em (1)
2
,
ocorre o apagamento da sílaba final de um item lexical (indicado pelos parênteses) quando
seguida por outra foneticamente semelhante.
(1) 1. limi(te) de palavra
2. lei(te) de coco
3. lei(te) temperado
4. faculda(de) de letras
5. cal(do) de cana
6. Cida(de) da China
Para as autoras, nos exemplos acima, ocorre queda da primeira sílaba da seqüência
candidata devido ao fato de o onset de ambas as sílabas ser preenchido por consoantes cujos
traços são [+coronal, -contínuo, -nasal], ou seja, /t/ e /d/. Para comprovar tal afirmação,
Alkmim & Gomes (1982) nos oferecem um outro conjunto de dados, expresso em (2), no
qual, segundo as autoras, a aplicação da haplologia levaria a resultados agramaticais, i.e., não
permitidos pela fonologia do PB.
(2) 1. sabe beijar
2. caso
zoneado
3. osso
sumiu
4. a Fale
limitou
Assim, em seqüências como as dadas em (2), em que as consoantes possuem o mesmo
ponto de articulação, mas não são /t/ e /d/, ocorre apenas a queda da vogal final de palavra,
ocasionando o encontro de duas consoantes idênticas. Essas consoantes, “continuam sendo
2
Os exemplos são de Alkmim & Gomes (1982, p.48).
21
pronunciadas distintamente, o que é facilmente percebido observando-se o par mínimo: ‘a
Fale limitou...’ [a`fal:imi`to] e ‘a Fale imitou’ [a`falimi`to]” (ALKMIM & GOMES, 1982,
p.50).
Ainda de acordo com Alkmim & Gomes (1982), para haver haplologia, a vogal da
primeira sílaba deve ter o traço [+alto], isto é /i/ e /u/, como em (1.1), “limi(te) de palavra”, e
em (1.5), “cal(do) de cana”. Já para o núcleo da segunda sílaba não há nenhuma restrição, o
que pode ser observado em (1.3), “lei(te) temperado”, e em (1.6), “Cida(de) da China”.
Abaixo há a sistematização dessa regra de aplicação da haplologia, como formulada por
Alkmim e Gomes (1982).
(3) Regra de haplologia segundo Alkmim & Gomes (1982, p.51)
C V C C V
+ cor. + alto # # + cor. + soa. - acento
- cont. – acento - cont. – cont. 5
- nasal - nasal - nasal
1 2 3 4
øø ## 3 (4) 5
Segundo a regra acima, “a supressão de sílaba irá ocorrer com as dentais, exceto a
nasal, quando as sílabas envolvidas no processo forem ambas átonas e a primeira vogal tiver o
traço [+alto]” (p.51-52). Logo, para as referidas autoras, a haplologia configura-se apenas em
contextos cujos onsets são preenchidos por /t/ e /d/ e o núcleo da primeira sílaba for
preenchido por /i/ e /u/.
Tenani (2002), a partir da regra de haplologia formulada por Alkmim & Gomes
(1982), fornece o seguinte conjunto de dados com o objetivo de verificar o contexto
segmental que leva à variação de aplicação da haplologia:
3
3
Esses são apenas alguns dos dados apresentados por Tenani (2002).
22
(4) 1. A faculdade dinâmica foi vencedora.
2. A autoridade
tirana provoca revolta na vila.
3. O leite
tirado diminuiu com a seca.
4. O leite
diminuiu com a seca.
Após efetuar um experimento com esses dados, Tenani (2002, p.109) constata que “a
haplologia não ocorreu quando as consoantes são /ti.di/ e tende a ocorrer quando são /di.ti/.”
Por sua vez, em seqüências como (4.1) e (4.3), compostas por /di.di/ e /ti.ti/, respectivamente,
há uma maior freqüência na aplicação da haplologia. A autora destaca também que, em
seqüências formadas por /di.di/, sempre ocorre o processo fonológico ora estudado.
Discutiremos esses resultados de Tenani (2002) na próxima seção.
Ainda com base na regra de haplologia formulada por Alkmim & Gomes (1982),
Tenani (2002) questiona a necessidade de ambas as sílabas serem átonas. Para tanto, formula
um conjunto de dados em que varia a tonicidade das sílabas:
4
(5) 1. A autoriDAde diTOU regras à polícia.
2. A autoriDAde DI
ta regras à polícia.
3. O DiDI di
TOU regras à polícia.
Com base nesse experimento, Tenani (2002) verifica que, para ocorrer a haplologia,
não é necessário, como Alkmim & Gomes (1982) afirmam, serem átonas as duas sílabas
envolvidas nesse processo, pois tanto em (5.1) como em (5.2), segundo Tenani (2002), houve
50% de queda da primeira sílaba, enquanto que em (5.3) nenhum informante realizou a
haplologia.
Desse modo, os resultados comprovam que também ocorre a haplologia quando a
primeira sílaba candidata for átona e a segunda tônica, mas, por outro lado, o processo é
bloqueado quando a primeira sílaba for tônica e a segunda átona. Tenani (2002) explica,
ainda, ser esse contexto de bloqueio observado em razão do acento de palavra.
4
As sílabas grafadas em caixa alta indicam a posição do acento. Os exemplos são de Tenani (2002, p.113).
23
Devido a essa discussão sobre o contexto acentual e a aplicação da haplologia,
consideraremos, neste trabalho, apenas os contextos candidatos à haplologia compostos por
duas sílabas átonas. Observamos também que no levantamento de dados de fala espontânea
não ocorreu o contexto relevante para uma análise comparativa no que diz respeito à
tonicidade das sílabas envolvidas.
2.3. Descrição dos contextos segmentais
Dada a discussão sobre os segmentos das sílabas que favorecem a aplicação da
haplologia, questionaremos, nesta seção, quais contextos segmentais característicos da
haplologia são mais freqüentes em dados de fala espontânea. Primeiramente, porém, cabe-nos
descrever o conjunto de características que definem cada tipo de segmento, tanto consonantal
quanto vocálico, considerados neste trabalho. Essa descrição será efetuada segundo a
Fonologia Auto-segmental. Desse modo, no presente capítulo, usamos a seguinte
classificação:
(i) consoantes obstruintes não-contínuas, aquelas cujos traços distintivos são:
[conson., não-contínua, coronal, anterior], [t] e [d], [conson., labial], /p/ e /b/, e
[conson., dorsal], /k/ e /g/;
(ii) consoantes nasais, aquelas cujos traços distintivos são: [conson., nasal, labial],
/m/, e [conson., nasal, coronal], /n/;
(iii) consoantes fricativas, aquelas cujos traços distintivos são: [conson., contínua,
labial], /f/ e /v/, [conson., contínua, coronal, anterior], /s/ e /z/, e [conson.,
contínua, coronal, não-anterior], // e //;
(iv) vogal aberta, aquela cujo traço distintivo é: [baixo], /a/;
24
(v) vogais fechadas, aquelas cujo traço distintivo é: [alto], /i/ e /u/.
5
No que concerne às vogais, adotaremos para sua classificação, neste trabalho, o traço
distintivo. Assim chamaremos a vogal aberta /a/ de vogal baixa, por ser esse o seu traço
distintivo; e as vogais fechadas /i/ e /u/ de vogais altas.
Partiremos da hipótese de que os contextos candidatos mais freqüentes à haplologia,
em dados de fala espontânea, são os formados por consoantes /t/ e /d/ e vogais altas /i/ e /u/.
Desse modo, justificar-se-ia o fato de Alkmim & Gomes (1982) terem privilegiado as
consoantes obstruintes não-contínuas e as vogais altas na formulação da regra de aplicação da
haplologia, discutida na seção anterior deste trabalho, em detrimento das demais consoantes.
Para responder à nossa questão, a saber, quais são os segmentos mais freqüentes em
dados de fala espontânea e qual contexto silábico favorece a haplologia, efetuaremos o
levantamento de todos os contextos candidatos à haplologia nas amostras do NURC–SP,
descritos no capítulo (1) desta dissertação. Destacamos a possibilidade de efetuar a análise
auditiva somente de alguns desses dados de haplologia, visto que, apenas quatro, de todos os
inquéritos da amostra NURC-SP, possuírem uma qualidade sonora que permita avaliar a
aplicação ou a não aplicação da haplologia. Assim, ora consideraremos o número total de
contextos candidatos à queda silábica em toda a amostra NURC-SP, ora o número total de
contextos retirados de quatro inquéritos dessa amostra, trabalhando, portanto, com dois totais
de dados.
Apresentaremos, abaixo, os resultados quantitativos mais relevantes a que chegamos.
Organizamos os dados, no quadro (2.1), de acordo com o ponto de articulação da consoante
que preenche os onsets das sílabas candidatas à haplologia. Com relação às vogais, não é
5
Chamamos atenção para o fato de, neste trabalho, não considerarmos contextos candidatos à haplologia em que
o núcleo das sílabas for preenchido por vogais médias, devido ao fato de, no dialeto paulista do PB, para se
produzir as vogais médias [baixa] /ε/ e //, há necessidade de serem elas tônicas, e estarmos considerando apenas
as sílabas átonas nesta pesquisa. Com relação a /e/ e /o/, no dialeto em questão, essas vogais são produzidas
como vogais altas /i/ e /u/ em posição átona final de palavra.
25
considerado, no momento, se o núcleo dessas sílabas candidatas à haplologia é preenchido por
vogal cujo traço distintivo é baixo, /a/, ou por vogais cujo traço distintivo é alto, /i/ e /u/. Em
todos os casos as vogais são átonas.
Quadro (2.1) – Haplologia e contexto segmental – preenchimento de onsets
Quanto ao modo de
articulação
Total % de ocorrência
Obstruintes não-
contínuas
1552 93
Nasais 82 5
Fricativas 33 2
Total 1667 100
Notamos, no quadro acima, a predominância das consoantes obstruintes não-contínuas
em relação às demais consoantes: 93%. Também ocorrem onsets preenchidos por nasais em
5% dos dados. As fricativas, por sua vez, representam, aproximadamente, apenas 2% do total
de ocorrências.
Quadro (2.2)– Haplologia e contexto segmental – consoantes obstruintes não-contínuas /t/ e /d/
Contextos segmentais Total de
ocorrência
% de ocorrência
/d.d/
745
48
/t.d/
574
37
/d.t/ 172 12
/t.t/ 52 3
Total 1543 100
Quanto ao tipo de consoante obstruinte não-contínua, verificamos no quadro (2.2) que,
dentre as diversas consoantes, as mais produtivas são as /t/ e /d/, visto que, das 1552
ocorrências de consoantes obstruintes não-contínuas encontradas no NURC-SP (quadro 2.1),
1543, são compostas por /t/ e /d/ (quadro 2.2), restando apenas 9 contextos preenchidos pelas
demais consoantes obstruintes não-contínuas.
6
Assim, como /t/ e /d/ são mais freqüentes, uma
6
Os demais contextos candidatos à haplologia cujos onsets são preenchidos por consoantes obstruintes não-
contínuas são /ki.ki/, com seis contextos candidatos; /ko.ko/, com dois contextos candidatos; e /po.de/ com um
contexto candidato.
26
vez que correspondem a 99,5% do total de contextos formados por consoantes obstruintes
não-contínuas no NURC-SP, há mais possibilidade de aplicação da haplologia com /t/ e /d/. A
maior freqüência de contextos formados por essas duas consoantes vai ao encontro da
hipótese inicial deste trabalho com relação à formulação da regra de aplicação da haplologia
feita por Alkmim & Gomes (1982). Desse modo, vamos nos ater, daqui a diante, apenas aos
contextos segmentais compostos por essa duas consoantes.
7
Ainda em relação ao quadro (2.2), observamos a elevada ocorrência de contextos
segmentais candidatos à haplologia formados por /d.d/ e por /t.d/, 48% e 37%
respectivamente, sobressaindo-se o primeiro deles. Quanto à seqüência /d.t/, 12%, e /t.t/, 3%,
verificamos haver menos contextos candidatos à haplologia envolvendo essas consoantes em
relação às outras duas seqüências consonantais descritas primeiramente. Chama-nos atenção,
ainda, o fato de o número de contextos em que as sílabas candidatas apresentam onsets
preenchidos exclusivamente pela obstruinte não-contínua sonora /d.d/, 48%, ser bem maior do
que o número de contextos formados exclusivamente pela obstruinte não-contínua surda /t.t/,
3%.
Desse modo, analisaremos, em (2.3), a aplicação da haplologia na seqüência /d.d/,
visto ser ela a mais freqüente nos dados do NURC-SP (48%). Porém, em virtude da má
qualidade sonora dos inquéritos que constituem a amostra NURC-SP, dos 745 contextos de
/d.d/ presentes em toda a amostra (quadro 2.2), podemos ouvir e avaliar se há ou não há a
aplicação da haplologia em apenas 108 contextos compostos por /d.d/ presentes em quatro
inquéritos da amostra NURC-SP, correspondentes a 15% do total (745). No entanto, se
considerarmos o número total de contextos candidatos à haplologia presentes nos quatro
7
Em relação ao contexto segmental favorável a aplicação da haplologia, a análise experimental de dados, em que
se controlam os contextos segmentais candidatos ao processo ora estudado, aponta para outras consoantes
favoráveis a aplicação da haplologia além de /t/ e /d/. A este respeito, vide Anexo C. Ressaltamos o fato de, neste
trabalho, estarmos considerando apenas dados de fala espontânea, e, por isso, não analisaremos os dados
experimentais do referido anexo.
27
inquéritos que apresentam boa qualidade sonora, 267, estaremos analisando 40% dos dados
(108 contextos).
Organizamos o quadro abaixo da seguinte maneira: a primeira coluna corresponde ao
contexto segmental, no qual há variação da vogal que preenche o núcleo das sílabas
candidatas; a segunda coluna traz o número de ocorrência de contextos candidatos e a
percentagem correspondente ao total de contextos (108); já a terceira coluna indica o número
de aplicação da haplologia para cada contexto; e, por fim, a quarta coluna expressa a
percentagem de aplicação da haplologia, considerando, como total, o número de contexto
separado nas linhas da coluna. Assim, para /de + de/, por exemplo, há 26 contextos
candidatos, o que corresponde a 24% do total de contextos (108); e há aplicação da haplologia
em 3, o que corresponde a 12% do total de ocorrência de /de + de/ (26).
Quadro (2.3) – Haplologia e contexto segmental - /d.d/
Contexto
segmental
Número de
ocorrência
Aplicação de
haplologia
% de aplicação
de +de 26 (24%) 3 12
de +da 01(1%) - 0
de +do 07 (6%) - 0
da +de 14 (13%) - 0
da +da 01 (1%) - 0
da +do 03 (3%) - 0
do +de 39 (36%) 18 47
do +da 05 (5%) 2 40
do +do 12 (11%) - 0
Total 108 (100%) 23 22
Vemos, em (2.3), que há mais contextos candidatos formados por /do + de/
8
e /de +
de/, 36% e 24% respectivamente, e que a aplicação da haplologia se dá nas seqüências /do +
de/, 47%; /do + da/, 40%; e /de + de/, 12%.
9
8
Cabe destacar que o alto índice de /do + de/ ocorre porque no inquérito DID-18, o tema da conversa era a
fazenda. Sendo assim, um dos tópicos mais discutidos dizia respeito ao tipo de gado, havendo 19 ocorrências das
seqüências “gado de leite” e “gado de corte”.
9
A não aplicação da haplologia na maioria desses dados se refere a outros fatores restritivos, não segmentais,
que serão pontuados no próximo capítulo.
28
Voltando a considerar os dados do quadro (2.2), é necessário ainda tecer algumas
considerações acerca da ocorrência de /d/. Dos quatro contextos analisados, observamos que
os três primeiros possuem /d/ em sua composição: /d.d/, 48%; /t.d/, 37%; e /d.t/, 12%.
Atribuímos as altas ocorrências desses contextos segmentais à presença da preposição de na
composição da maioria dos contextos candidatos à haplologia. Um levantamento feito acerca
da categoria morfológica presente em todas as seqüências candidatas à haplologia no NURC-
SP, independentemente do contexto segmental, indicou a presença de 963 seqüências
compostas por “item lexical + preposição de” (o que implica que o contexto segmental dessas
seqüências terá /d/ como segundo elemento como em /d.d/ e /t.d/) e de 256 compostas por
“preposição de + item lexical” (o que implica que o contexto segmental dessas seqüências terá
/d/ como primeiro elemento como em /d.d/ e /d.t/), como pode ser observado no quadro (2.4),
totalizando 1219 seqüências em que ocorre a preposição de. Observam-se, ainda, 69
seqüências em que se verifica a preposição em, sendo 11 ocorrências formadas por “item
lexical + preposição” e 58 ocorrências de “preposição + item lexical”.
Quadro (2.4) – Haplologia e contexto segmental – preposições
Categoria
morfológica
Preposição Total
DE 963 (75%)Item Lexical
+
Preposição
EM 11 (1%)
974
(76%)
DE 256 (20%)Preposição
+
Item Lexical
EM 58 (4%)
314
(24%)
Total -- 1288 (100%)
Por meio desse levantamento, concluímos serem 1288 seqüências candidatas à
haplologia formadas pela presença de uma preposição. Considerando-se o total de 1543
contextos identificados nos inquéritos analisados (quadro 2.1), constata-se que esse tipo de
seqüência representa 83% do total, restando apenas 17% (255 no total) de seqüências
formadas apenas por dois itens lexicais. A relevância desse resultado relativo à ocorrência de
29
preposição “de” será explicitada no capítulo 4, dedicado apenas à análise do papel dessa
preposição em contextos de haplologia.
Cabe explicitar que no quadro (2.4) consideramos sob o rótulo de preposição de quer
ocorrências de “de” quer as formas “da” e “do”, em que “de” se junta aos artigos a e o
respectivamente. No caso da preposição em, apenas avaliamos os contextos em que ela está
combinada com os artigos a, “na”, e o,“no”, para que as sílabas fossem CV e semelhantes.
Considerando, novamente, o conjunto de dados em que se verifica a aplicação da
haplologia na seqüência silábica mais produtiva do NURC-SP, /d.d/, observamos que dos 108
contextos candidatos, 97, ou seja, 90%, são compostos pela preposição de, sendo esse índice
subdividido em: 72 contextos formados por “item lexical + preposição de”, que corresponde a
74% do total, e 25 contextos formados por “preposição de + item lexical”, correspondendo a
26% do total. Essa subdivisão é apresentada nos quadros (2.5) e (2.6) respectivamente.
Quadro (2.5) – Haplologia e contexto segmental – “item lexical + preposição de”
Categoria
morfológica
Contexto
segmental
Número de
ocorrência
Nº de aplicação
de haplol.
de + de 7/72 (10%) 1/7 (14%)
da + de 6/72 (8%) 0/6 (0%)
Preposição de
Subtotal = 46
do + de 33/72 (46%)
18/33 (55%)
de + da 1/72 (1,5%) 0/1 (0%)
da + da 1/72 (1,5%) 0/1 (0%)
Preposição da
Subtotal = 7
do + da 5/72 (7%) 2/5 (40%)
de + do 5/72 (7%) 0/5 (0%)
da + do 4/72 (5%) 0/4 (0%)
Preposição do
Subtotal = 19
do + do 10/72 (14%) 0/10 (0%)
Total
72/72 (100%)
21/72 (30%)
30
Quadro (2.6) – Haplologia e contexto segmental – “preposição de + item lexical”
Categoria
morfológica
Contexto
segmental
Número de
ocorrência
Nº de aplicação
de haplol.
de + de 17/25 (68%) 0/17 (0%)
de + da 0/25 (0%) 0/0 (0%)
Preposição de
Subtotal = 19
de + do 2/25 (8%) 0/2 (0%)
da + de 3/25 (12%) 0/3 (0%)
da + da 0/25 (0%) 0/0 (0%)
Preposição da
Subtotal = 3
da + do 0/25 (0%) 0/0 (0%)
do + de 2/25 (8%) 0/2 (0%)
do + da 0/25 (0%) 0/0 (0%)
Preposição do
Subtotal = 3
do + do 1/25 (4%) 0/1 (0%)
Total 25/25 (100%) 0/25 (0%)
Observamos, nos dois quadros acima, que a maior ocorrência de contextos candidatos
à haplologia dá-se com a preposição de, sem os artigos a e o, quer sendo “item lexical +
preposição de”, 46 (64% de total (72)), quer sendo “preposição de + item lexical”, 19 (76%
do total (25)). Além disso, constatamos a variação na aplicação da haplologia quando o
contexto morfológico é “item lexical + preposição”, quadro (2.5), e a não aplicação do
processo fonológico quando o contexto é “preposição + item lexical”, quadro (2.6).
Retomaremos essa informação no capítulo 4 desta dissertação. Ainda em relação à aplicação
da haplologia, quadro (2.5), verificamos também que o maior índice de queda silábica ocorre
no contexto segmental formado pela preposição de (sem os artigos a e o), sendo 55% de
aplicação na seqüência /do + de/, no qual /do/ pertence ao item lexical e /de/ é a preposição, e
14% de aplicação na seqüência /de + de/, em que, assim como /do + de/, o primeiro /de/ faz
parte do item lexical e o segundo é a preposição. Dessa forma, temos um total de 19
aplicações de haplologia com a preposição de o que corresponde a 41% do total de ocorrência
dessa preposição na categoria morfológica de “item lexical + preposição”. Nessa categoria
31
morfológica, houve também a aplicação da haplologia em 40% dos dados encontrados no
contexto segmental de /do + da/ em que da é a preposição.
10
Desse modo, após a análise dos dados e retomando as informações apresentadas em
toda a amostra NURC-SP, quadro (2.2), comprovamos que em dados de fala espontânea é
mais freqüente a ocorrência de contextos segmentais candidatos à haplologia formados apenas
por /d/. Ao retomarmos os resultados de experimentos realizados por Tenani (2002) e
apresentados na seção anterior, verificaremos que a haplologia aplica-se com maior
freqüência quando os contextos silábicos envolvidos são consoantes iguais, ou seja, /d.d/ e
/t.t/, com menor freqüência quando /d.t/, e não ocorre com /t.d/.
Segundo a Fonologia Auto-segmental, em seqüências formadas por /d.d/ e /t.t/ há um
contexto favorável à aplicação da haplologia, visto estarmos diante de duas sílabas compostas
por auto-segmentos idênticos adjacentes e, de acordo com o Princípio do Contorno
Obrigatório, “é proibida a seqüência de dois segmentos idênticos adjacentes” (CAGLIARI,
1997, 58). Assim, em contextos formados por /d.d/ e /t.t/, há a fusão de duas sílabas
compostas por auto-segmentos idênticos adjacentes e que possuem, portanto, o mesmo tempo
auto-segmental. O resultado é a aplicação da haplologia.
Já para a seqüência formada por /d.t/ e /t.d/ há uma diferença auto-segmental entre as
consoantes envolvidas: /t/ apresenta o traço [- voz.] e /d/ o traço [+ voz.]. Cremos que essa
diferença explica a aplicação da haplologia com menor freqüência em /d.t/ e a não aplicação
da haplologia em /t.d/. Portanto, acreditamos que o traço não vozeado de /t/ leva a não
aplicação da haplologia, quando a seqüência for /t.d/, e cria resistência ao processo, quando a
seqüência for /d.t/, pois há a necessidade de o falante mudar o movimento articulatório na
produção de som, de não-vozeado para vozeado em /t.d/, e de vozeado para não-vozeado em
10
Como apontado em nota anterior, há outros fatores que afetam a percentagem de aplicação da haplologia
nesses contextos, os quais serão apontados no capítulo 3.
32
/d.t/. Essa mudança de movimento cria uma resistência à haplologia, uma vez que não temos
duas sílabas com auto-segmentos idênticos adjacentes.
Dessa forma, concluímos, acerca da freqüência de contextos candidatos à haplologia
em dados de fala espontânea, que:
(i) os contextos candidatos à haplologia mais produtivos são os compostos
pelas consoantes obstruintes não-contínuas /d/ e /t/, com maior ocorrência
de /d.d/;
(ii) os contextos candidatos são formados, em sua maioria, por um “item lexical
+ preposição de” e por “preposição de + item lexical”;
(iii) houve aplicação da haplologia na seqüência /d.d/, principalmente com as
vogais altas /i/ e /u/ em /de + de/ e /do + de/;
(iv) o Princípio do Contorno Obrigatório atua também sobre o processo de
queda de sílabas semelhantes adjacentes com variação no que diz respeito à
presença do traço [+- voz.].
Devido a (i), (ii) e (iii), consideraremos válida a hipótese inicialmente apresentada
nesta seção, qual seja, o fato de Alkmim & Gomes (1982) descreverem somente as consoantes
obstruintes não-contínuas /t/ e /d/ como favoráveis à aplicação da haplologia pode estar
baseado na freqüência mais alta dessas consoantes em contextos candidatos à haplologia
encontrados em dados de fala espontânea. Com base nesse resultado e nas discussões
efetuadas até o presente momento, nesta dissertação, restringiremos nossa pesquisa sobre os
demais aspectos do processo de haplologia aos contextos formados por consoantes obstruintes
não-contínuas /t/ e /d/. Dedicaremos o capítulo 4 desta dissertação para discutirmos o
resultado apresentado em (ii).
33
2.4. Outros contextos segmentais de haplologia
A análise do contexto segmental favorável à aplicação da haplologia efetuada até o
momento, foi baseada em Alkmim e Gomes (1982), as quais prevêem que o contexto de
aplicação da haplologia é o constituído por sílaba simples, ou seja, sílaba composta por
consoante e vogal (CV). Assim, contabilizamos os contextos favoráveis e verificamos a
aplicação do processo em sílabas simples. No entanto, dados como os apresentados no quadro
abaixo nos fazem questionar a aplicação desse processo fonológico em contextos segmentais
formados por sílaba complexa (CCV) seguida por sílaba simples (CV).
O quadro (2.7) está organizado de forma a apresentar as sentenças em que o contexto
candidato à haplologia está inserido (coluna 1); em seguida, destaca-se o contexto segmental
candidato, o qual é formado pela sílaba complexa /tro/ seguida pela sílaba simples /de/, /da/ e
/do/ respectivamente (coluna 2), e, por fim, indica-se o número de vezes que determinado
contexto silábico foi encontrado nos inquéritos (coluna 3).
Quadro (2.7). Haplologia e contexto segmental – sílaba complexa – NURC–SP
Sentenças Contexto de
ocorrências
1. certo eu sou:: um::.... um circuitozinho pequenininho dentro de um processo
grande... (D2-SP-343, p.31)
2. então são duzentos num ônibus que cabe trinta ... profissionalmente não ...
fechado dentro de quatro paredes (D2-SP- 62, p.61)
3. mas o o o você acha que a pequena empresa teria possibilidade de ... de manter
um:: centro de processamento de dados? (D2-SP- 62, p. 86)
/tro + de/ 3
4. De::... circulação... dentro da cidade não acompanha esse crescimento (D2-SP-
343, p.28)
5. você:: ... sabe que dentro da profissão ... (D2-SP- 62, p.61)
6. ... ainda não há dentro da do campo da ... Eletrotécnica dentro da eletricidade
eles não têm ... condições de especializarem em determinados campos ... (D2-SP-
62, p. 83)
/tro + da/ 4
7. (você está) dentro do ônibus lotado ninguém abre janela ((risos)) ... (D2-SP- 62,
p.61)
8. então quer dizer eles não encontram aqui dentro do ... do próprio país (D2-SP-
62, p.83)
9. eu acho que é necessário MAIS verbas para ... para aplicar aqui dentro do ... do
próprio país para o pessoal não sair entende? (D2-SP- 62, p.83)
10. está havendo um maior desenvolvimento dentro do campo da habitação mesmo
(D2-SP- 62, p. 88)
11. afinal professor exerce assim uma::... um:: dentro do nível de renda no geral ...
ele tem que ter um nível de renda:: bom ... (D2-SP- 62, p.98)
/tro + do/ 5
34
Novamente, não poderemos efetuar a análise auditiva desses dados devido à má
qualidade dos inquéritos da amostra NURC-SP e, diferentemente das ocorrências anteriores,
nenhum desses dados pertence àqueles quatro inquéritos em que é possível efetuar a análise
auditiva. Desse modo, pesquisamos em um outro corpus de fala espontânea, IBORUNA-
SJRP, contextos de haplologia formados por sílaba complexa /tro/ seguida por sílaba simples.
Tais dados seguem descritos no quadro (2.8).
Nesse quadro, a primeira coluna corresponde ao contexto segmental analisado; a
segunda coluna traz as sentenças em que se encontram as sílabas candidatas à haplologia; já a
terceira, indica se há percepção auditiva de queda da sílaba /tro/; a quarta, expressa a relação
entre o número de contextos em que houve a percepção da haplologia e o número total de
contextos; e, por fim, a última coluna apresenta a percentagem de aplicação desse processo
fonológico.
Quadro (2.8). Haplologia e contexto segmental – sílaba complexa – IBORUNA-SJRP
Contexto
segmental
Sentenças Aplicação
da haplol.
No.
total
% de
haplolo.
1. maceta ele dentro dela… (AC-054)
Sim
2. e dentro de dois anos eles namoraram noivaram e casaram... (AC-
056)
Sim
3. ela num sabia se ficava com vergonha de tá dentro de uma viatura...
(AC-088)
Sim
/tro + de/
4. num é possível senão a cobra ia ficar com três metro de altura né?
(AC-054)
Sim
4/4 100
5. só que meu avô fala que boi ficou inte::iro e o boi até mugia dentro
da cobra… (AC-054)
Sim
6. ficou em pé lá dentro tipo o boi andava dentro da [cobra]… né?
(AC-054)
Sim
7. ela falou que o pior era ter que ficar dentro da viatura né (AC-088)
Sim
8. na escola também existe uma casa dentro da escola que era a casa do
guarda (AC-088)
Não
/tro + da/
9. coloco tudo dentro da água direitinho (AC-088)
Não
3/5 60
10. o desespero é quando chega alguém que vai entrar no nosso quarto
aí vai tudo pra dentro do guarda-roupa... (AC-056)
Sim
11. vai tudo pra dentro do guarda-roupa né? (AC-056)
Sim
12. e ficou andando lá dentro do bairro (AC-088)
Não
13. existe també::m éh alguns banquinhos dentro do banheiro (AC-
088)
Não
/tro + do/
14. ele vai continuar dentro do arroz... (AC-088)
Não
2/5 40
15. ficou em pé lá dentro... tipo o boi andava dentro da [cobra]… né?
(AC-054)
Não /tro + ti/
16. quer dizer que o time o outro time fez cento e u::m ou entã::o o
cem por cento dele deu melhor nesse...é:: nessa ocasiã::o né? (AC-054)
Não
0/2 0
35
Observamos nos dados do IBORUNA-SJRP, expressos no quadro acima, haver um
total de 57% de aplicação da haplologia, i.e., de todos os contextos candidatos ao processo
fonológico formados por sílaba complexa mais sílaba simples, em mais da metade há
haplologia. Para a seqüência /tro + de/, há apagamento da sílaba /tro/ em todas as ocorrências,
o que corresponde a 100% do total. Com relação às sentenças formadas pelo contexto /tro +
da/, verificamos um total de 60% de aplicação da haplologia. Nesse contexto, notamos que
tanto para a sentença 8 ‘dentro da escola’ quanto para a sentença 9 ‘dentro da água’, nas quais
não há haplologia, dá-se uma velocidade de fala mais lenta e cuidadosa. As sentenças
formadas por /tro + do/, por sua vez, apresentam um total de apenas 40% de aplicação da
haplologia. Porém, destacamos que o estilo de fala da informante (AC-088) é,
predominantemente, mais lento e cuidadoso, o que explicaria a não aplicação da haplologia
nas sentenças (12), (13) e (14). Já nas sentenças (15) e (16), cujo contexto candidato é
formado por /tro
ti/, verificamos a não aplicação da haplologia. Na primeira delas, porém,
constatamos a presença de uma pausa entre as sílabas candidatas à haplologia, o que
categoricamente bloqueia a aplicação do processo ora estudado. Outro aspecto que nos chama
a atenção é o fato de que, dos 16 contextos candidatos à haplologia encontrados no
IBORUNA-SJRP, 14 pertencerem a categoria morfológica de “item lexical + item
gramatical” o que corresponde a 88% do total, e apenas 2 contextos são formados por dois
item lexicais, o que corresponde a 12% do total. Além disso, dos 14 contextos formados por
“item lexical + item gramatical”, há percepção de queda de uma das sílabas em 9, ou seja, em
64%. Constatamos, dessa forma, a variação na aplicação desse processo fonológico em
contextos formados por sílaba complexa (CCV) mais sílaba simples (CV).
Esses dados nos chamam a atenção devido ao fato de ocorrer a haplologia em
contextos não esperados. A princípio, parece-nos não haver qualquer restrição morfossintática
para a aplicação da haplologia nesses dados, visto serem eles formados por dois itens lexicais
36
ou por “item lexical + item gramatical de”, e para esse último tipo de contexto, como visto no
quadro (2.5) e será discutido no capítulo 4 desta dissertação, há variação do processo e não
bloqueio. Porém, a sílaba suprimida é a /tro/, i.e., sílaba CCV. Segundo Alkmim & Gomes
(1982), a sílaba simples é a que favorece esse processo fonológico (CV). Logo, não haveria
haplologia em contextos de sílaba complexa.
Outro ponto a ser considerado diz respeito à pouca semelhança entre os segmentos das
sílabas envolvidas no processo: a primeira sílaba é composta por consoante obstruinte não-
contínua [conson., não-contínua, distrib., desvozeada], /t/, seguida de consoante vibrante, /r/,
mais vogal alta, /u/; já a segunda sílaba é composta por consoante obstruinte não-contínua
[conson., não-contínua, coronal, anterior], [t] e [d], mais vogal baixa, /a/, ou vogais altas, /i/
e /u/. Logo, as sílabas envolvidas nesse caso de haplologia não são semelhantes, como prevê a
regra de aplicação desse processo, definida pelo PCO.
Feitas essas considerações, questionamos o motivo da aplicação da haplologia nessas
seqüências dadas.
A princípio, verificamos a presença de uma sílaba complexa em posição não
acentuada. Segundo a literatura, sílaba complexa não acentuada é um fator que propicia a
perda de segmentos. Esse processo de perda de um segmento em sílaba complexa átona é
estudado desde a Gramática Histórica do Português. Segundo Nunes (1930, p. 159), pelo
processo de dissimilação de consoantes, “a língua, além de trocar um fonema por outro, chega
a suprimir um deles e até a fundir numa só duas sílabas iguais, o que mais propriamente tem o
nome de haplologia”. Segundo esse mesmo autor, a supressão do fonema consonantal “recai,
principalmente, na vibrante /r/, que, em geral, encontra-se em posição de sílaba átona, como
pode ser observado nas palavras: “rosto (arc. rostro), (...) rasto (a-par-de rastro, donde arc.
arrastrar, hoje arrastar)...” (NUNES, 1930, p. 160). Dessa forma, acreditamos que, assim
como ocorrem com as palavras exemplificadas por Nunes (1930), nos dados discutidos nesta
37
dissertação, /tro/ passa a /to/, desfazendo, portanto, a presença de uma sílaba complexa. Desse
modo, passamos a ter um contexto candidato à haplologia formado por duas sílabas simples
(CV), adjacentes, átonas e semelhantes, como visto em (6), tornando-as, portanto, sílabas
candidatas à haplologia.
(6). 1. dentro de dois anos > dento de dois anos > den de dois anos (IBORUNA-SJRP; AC-056)
2. com três metro de altura > com três meto de altura > com três me de altura
(IBORUNA-
SJRP; AC-054)
Portanto, a partir do objetivo desta seção – descrever o contexto segmental e o tipo de
sílaba que favorece a haplologia – concluímos que:
(i) a presença de uma sílaba complexa em posição não acentuada permite a
simplificação dessa sílaba, transformando-a de complexa /tro/ em simples
/to/, fato que favorece a aplicação da haplologia;
(ii) há outros contextos segmentais que favorecem a haplologia além dos
descritos por Alkmim & Gomes (1982);
2.5. Resumo
Nas seções precedentes, buscamos descrever os aspectos segmentais envolvidos na
aplicação da haplologia. Após identificarmos o contexto segmental que favorece esse
processo fonológico na seção 2.2, verificamos, em 2.3, quais contextos são mais produtivos
em dados de fala espontânea e os analisamos à luz da Fonologia Auto-segmental.
Baseados nos resultados obtidos nessas seções, as conclusões foram:
(i) os contextos segmentais mais produtivos, em dados de fala espontânea, são os
formados por consoantes /t/ e /d/, com maior ocorrência de /d.d/
38
(ii) os contextos segmentais ocorrem, principalmente, nas categorias
morfossintáticas de “item lexical + preposição” e “preposição + item lexical”;
(iii) ao se aplicar a haplologia, considera-se também a semelhança auto-segmental
dos contextos adjacentes envolvidos no processo.
Por fim, em (2.4), analisamos a aplicação da haplologia em contextos segmentais não
esperados devido ao tipo de sílaba envolvido: “CCV + CV”. Após a análise dos dados,
constatamos que a língua transforma a sílaba complexa átona em sílaba simples, suprimindo o
/r/, o que torna o contexto favorável à queda silábica. Assim, verificamos que há mais
contextos segmentais favoráveis à haplologia do que aqueles descritos por Alkmim & Gomes
(1982).
Após descrevermos os aspectos segmentais envolvidos na aplicação do processo
fonológico em estudo, procederemos de modo a analisar e a investigar os domínios
prosódicos de aplicação da haplologia no próximo capítulo.
39
O
3. HAPLOLOGIA E CONTEXTO PROSÓDICO
tema central deste capítulo é a descrição da haplologia em relação a aspectos
prosódicos. Assim, nossos objetivos específicos são: (i) descrever o contexto
prosódico relevante para aplicação da haplologia e (ii) verificar se esse processo segmental
contribui para a organização rítmica da língua. Estamos considerando, para esta pesquisa, os
domínios imediatamente superiores à palavra fonológica (ω), quais sejam, frase fonológica
(Φ), frase entoacional (I) e enunciado fonológico (U) da forma como foram propostos e
organizados por Nespor & Vogel (1986).
11
A princípio, questionaremos se há alguma fronteira de constituinte prosódico que
bloqueia a aplicação da haplologia em dados de fala espontânea. Partiremos da hipótese de
que os processos de sândi podem ser evidências dos domínios prosódicos na medida em que
existir uma fronteira prosódica que bloqueia esse processo. Para tratar dessa questão,
tomaremos como guia o trabalho de Tenani (2002), no qual há uma descrição da haplologia,
consideradas as fronteiras dos mesmos domínios prosódicos por nós considerados, porém
analisados com base em dados de fala experimental. Assim, pretendemos: (i) verificar, em
dados de fala espontânea, a ocorrência da queda silábica entre as fronteiras dos domínios
11
Não trabalharemos com o domínio do grupo clítico (C), pois estabeleceremos uma comparação com o trabalho
de Tenani (2002) e nesse o C não é analisado. O grupo clítico é um domínio ainda a ser investigado para a
Língua Portuguesa. Desse modo, faltam evidências fonológicas para inseri-lo nesta pesquisa sobre a haplologia.
40
prosódicos já especificados; e (ii) estabelecer uma comparação entre os resultados a que
chegamos e os de Tenani (2002), para, em seguida, (iii) discutir o quanto dados de fala
experimental revelam do funcionamento da língua.
Também como Tenani (2002), tratamos da seguinte questão: a haplologia contribui
com a estrutura rítmica do Português Brasileiro (PB)? Partimos da hipótese de que existe
uma relação entre aplicação da haplologia e estrutura prosódica e que essa relação aponta
para a organização rítmica do PB.
Para responder às questões deste capítulo, vamos nos embasar na teoria da Fonologia
Prosódica, nos moldes de Nespor & Vogel (1986), e em Tenani (2002). Em 3.1, faremos uma
breve apresentação dos principais pressupostos da Fonologia Prosódica que serão
considerados neste capítulo. Em 3.2, descreveremos a aplicação da haplologia entre as
fronteiras dos domínios prosódicos acima da palavra fonológica nos corpora de fala
espontânea NURC-SP e IBORUNA-SJRP. Cabe destacar que os inquéritos do NURC-SP
considerados neste capítulo são os quatro inquérito que possuem boa qualidade sonora, como
já visto no capítulo (2), devido ao fato precisarmos efetuar a análise auditiva dos dados.
Utilizaremos esses corpora de fala espontânea para obter um maior número de sílabas
candidatas à haplologia e, dessa forma, podermos verificar a aplicação desse processo em
relação aos domínios prosódicos. Além disso, pretendemos constatar se há diferenças
lingüísticas entre esses corpora que podem ser motivadas pela diferença geográfica, pois os
dados do NURC-SP são de informantes da capital (São Paulo) e os do IBORUNA-SJRP do
interior (São José do Rio Preto). Desse modo, contamos com quatro inquéritos de cada
corpora para análise auditiva dos contextos candidatos à haplologia. São eles: (i) NURC-SP:
EF-377; DID-18; DID-234; e D2-360; e (ii) IBORUNA-SJRP: AC-042; AC-054; AC-056; e
AC-088. Abordaremos, ainda em 3.2, as semelhanças encontradas nos resultados de dados de
fala espontânea e de dados de fala experimental para a fronteira de Φ. Em 3.3, por sua vez,
41
discutiremos a relação entre a aplicação da haplologia e a estrutura rítmica do PB. Por fim, em
3.4, retomaremos os principais pontos analisados neste capítulo.
3.1. Fonologia Prosódica
Dado nosso objetivo, lançamos mão do trabalho de Nespor & Vogel (1986), o qual
abre caminho para análises em que a fonologia é estudada em interface com outros
componentes da gramática. Para as autoras, a fala é organizada hierarquicamente em
constituintes prosódicos que se constroem com base em informações de outros componentes
da gramática, ou seja, alguns dos constituintes prosódicos se constroem com base em
informações sintáticas e morfológicas, embora não haja uma relação um-para-um entre essas
informações. Em outros termos, não há necessariamente isomorfia entre os constituintes
prosódicos e os demais constituintes da gramática. Nessa teoria, cada constituinte da
hierarquia prosódica se baseia em diferentes tipos de informações fonológicas e não
fonológicas na definição de seu algoritmo de formação (cf. NESPOR & VOGEL, 1986, p.2).
Na Fonologia Prosódica, o bloqueio de processos fonológicos entre uma dada fronteira
prosódica e a aplicação dos mesmos processos dentro do domínio definido por essas mesmas
fronteiras são tomados como pistas da hierarquia prosódica. Nespor & Vogel (1986) definem
que tal hierarquia é constituída por sete domínios de aplicação: a sílaba (σ), o pé (Σ), a palavra
fonológica (ω), o grupo clítico (C) a frase fonológica (Φ), a frase entoacional (I) e o
enunciado fonológico (U). Ao estabelecer essa organização hierárquica entre os constituintes,
Nespor & Vogel (1986) consideram que toda unidade prosódica deve estar exaustivamente
contida na categoria imediatamente superior a ela.
Neste trabalho, consideraremos apenas três domínios prosódicos acima da palavra
fonológica, quais sejam, Φ, I e U, uma vez que estamos estudando a haplologia em junturas
42
externas e não em junturas internas dentro de palavras. Desse modo, explicitaremos, a seguir,
os domínios de formação de cada um deles.
A frase fonológica (Φ) é definida, por Nespor & Vogel (1986), com sendo aquela em
que há um ou mais grupos clíticos (C), logo, “o domínio de Φ consiste de um C que contém
uma cabeça lexical (X) com pelo menos uma especificação positiva de acordo com o sistema
de traços categoriais, e todos os Cs do seu lado não recursivo”.
12
(NESPOR & VOGEL, 1986,
p.169). Alguns lingüistas consideram como cabeça lexical somente o verbo, o nome
(substantivo e adjetivo) e o advérbio; outros lingüistas acrescentam o pronome na categoria de
cabeça lexical. Cabe destacar, ainda, que o Φ pode ser, como expresso acima, simples
(composto por um único C), ramificado ou reestruturado. Veja a distinção de cada tipo de Φ
no exemplo (1). O Φ está delimitado entre os colchetes:
(1) [pode dizer]
Φ
[a distinção]
Φ
[de um e de outro]
Φ
(DID-SP-18:22)
Nesse exemplo, o primeiro Φ [pode dizer] é um Φ ramificado, uma vez que é
composto por dois verbos, a princípio, então, dois Φs, [pode]
Φ
e [dizer]
Φ
, em que o auxiliar
[pode] está do lado não-recursivo da língua e compreende um sentido semântico com o verbo
principal [dizer]. Dessa forma, eles formam um Φ ramificado. Já o segundo Φ, [a distinção], é
um C e a cabeça lexical desse C é [distinção]. O terceiro Φ, por sua vez, é composto por um
Φ reestruturado, em que, entre o Φ [de um] e o Φ [e de outro], há uma relação de
transitividade, pois ambos compreendem um sentido semântico, assim, por [e de outro]
ocupar o lado recursivo da língua, há reestruturação desses Φs em um único Φ. (cf. NESPOR
& VOGEL, 1986, P.169-173)
12
The domain of Φ consists of a C which contains a lexical head (X) with at least one positive specification
according to the categorial feature system, and all Cs on its nonrecursive. (Tradução sob nossa
responsabilidade).
43
A frase entoacional (I) é caracterizada como o domínio de um contorno entoacional,
sendo que o fim da frase entoacional coincide com a posição em que pausas podem ser
inseridas – que freqüentemente coincide com as fronteiras sintáticas da sentença (cf. NESPOR
& VOGEL, 1986, p.188). Em (2) exemplificamos o domínio de I delimitado pelos colchetes:
(2) [vários sulcos colocados em todo o...]
I
[contorno da roda...]
I
[de maneira que a água vai
virando a roda...]
I
(DID-SP-18:22)
Já o enunciado fonológico (U) “consiste de todos os Is que são dominados pelo mesmo
nó X
n
em uma árvore sintática”
13
(NESPOR & VOGEL, 1986, p. 222). Em (3),
exemplificamos o domínio do U:
(3) [Fábio fez faculdade.]
U
[Diminuiu sua tensão.]
U
(TENANI, 2002, p.116)
Uma vez feita essa breve explanação da Fonologia Prosódica nos moldes que
adotaremos neste capítulo, passemos à análise dos dados.
3.2. Haplologia entre fronteiras acima da palavra fonológica
Tenani (2002) faz uma discussão sobre a aplicação da haplologia nos domínios
prosódicos entre as fronteiras de Φ, I e U. Para tanto, produz um corpus experimental em que
controla as sílabas candidatas à haplologia nessas fronteiras. Tal corpus é composto por 12
sentenças, para as quais foram produzidos seis enunciados, totalizando 72 enunciados. As 12
sentenças foram obtidas considerando-se as variáveis descritas abaixo. Essas variáveis
também serão consideradas por nós, à frente, para analisarmos dados do NURC-SP e do
IBORUNA-SJRP.
13
Let us assume that U consists of those Is that are dominated by the same node X
n
in the syntactic tree.
(Tradução sob nossa responsabilidade).
44
mesmo Φ: são considerados dois itens, os quais podem ser tanto lexical quanto
gramatical, que juntos formam um Sintagma Nominal (SN), sendo que um deles é
cabeça lexical e o outro ocupa o lado não-recursivo do constituinte sintático. Desse
modo, o processo de haplologia passa a ser analisado em uma relação interna aos Φs
(cf. TENANI, 2002, p.94). Essa estrutura é exemplificada em (4):
(4) Ex: [pode dizer]
Φ
a distinção de um e de outro
(DID-SP-18:22)
entre Φs (indicado por Φ+Φ): a fronteira prosódica ocorre entre dois itens lexicais, ou
um item lexical e um item gramatical, ou, ainda, entre um item gramatical e um item
lexical, os quais podem ser ou não ramificados. Não há reestruturação entre eles.
Assim, a estrutura prosódica relevante é entre Φs (cf. TENANI, 2002, p. 94). Essa
estrutura é exemplificada em (5):
(5) Ex: [já tinha saído]
Φ
[da faculDAde]
Φ
(D2-SP-360:137)
mesmo I: são considerados os itens lexicais que fazem parte de uma mesma estrutura
prosódica. O contexto segmental relevante está dentro deste I. Esse contexto
segmental é exemplificado em (6):
(6) Ex: .:[ na estrAda um caminhão assim...]
I
[de tErra...]
I
(IBORUNA-SJRP, AC-054)
entre Is (indicado por I+I): nessa estrutura, um I é resultante de uma oração
parentética e os outros Is são formados pela sentença principal. A estrutura prosódica
relevante está entre esses Is (cf. TENANI, 2002, p. 94). Essa estrutura é exemplificada
em (7):
45
(7) Ex: [vários sulcos colocados em todo o ...]
I
[o contorno da roda...]
I
[de maneira que a
água vai caindo e vai virando a roda... ]
I
(DID-SP-18:22)
mesmo U: o U é formado por uma sentença pequena. O contexto segmental relevante
está dentro desse U. Essa estrutura é exemplificada em (8):
(8) Ex: [Pode dizer.]
U
entre Us (indicado por U+U): cada U é formado por uma sentença. A estrutura
prosódica relevante está entre esses Us (cf. TENANI, 2002, p. 94). Essa estrutura é
exemplificada em (9):
(9) Ex: [Fábio fez faculdade.]
U
[Diminuiu sua tensão]
U
(TENANI, 2002, p.116)
Após a análise dos dados, Tenani (2002, p. 116 e 119)
conclui que “a haplologia se
aplica entre todas as fronteiras prosódicas consideradas, inclusive entre Us” e que “quanto
mais alta a fronteira prosódica, menor é a ocorrência de haplologia”. Com base nessas
conclusões de Tenani (2002), descreveremos também a aplicação da haplologia entre as
fronteiras dos domínios prosódicos acima definidos, porém em corpora de fala espontânea.
Dessa forma, poderemos comparar os resultados de aplicação em dados de fala
espontânea a que chegaremos com resultados de dados de fala experimental descritos por
Tenani (2002) e supracitados. Assim, partiremos da hipótese de que ambos os corpora, o de
fala experimental e os de fala espontânea, apresentarão resultados semelhantes, uma vez que
os fatos relevantes para a caracterização da haplologia podem ser capturados por meio de
dados experimentais.
Apresentamos nos quadros (3.1) e (3.2) os resultados obtidos para os corpora de fala
espontânea NURC-SP e IBORUNA-SJRP. Lembramos que estamos considerando, neste
46
capítulo, dados de apenas quatro inquéritos de cada corpora, devido à possibilidade de se
executar a analise auditiva desses dados.Nesses quadros, estão discriminadas as quantidades
de contextos de sílabas candidatas ao processo encontradas em cada inquérito para cada
estrutura prosódica considerada neste trabalho e a aplicação da haplologia.
Quadro (3.1). Haplologia e contexto prosódico – dados NURC-SP
Inquéritos
Estrutura prosódica
Total % de contextos
candidatos
Aplicação da
haplologia
% de
aplicação
Mesmo Φ 37 14 4 11
Φ+Φ 217
81
20 10
Mesmo I 3 1 0 0
I+I 10 4 0 0
Mesmo U 0 0 0 0
U+U 0 0 0 0
Total
267
100 24 9
Quadro (3.2). Haplologia e contexto prosódico – dados IBORUNA-SJRP
Inquéritos
Estrutura prosódica
Total % de contextos
candidatos
Aplicação da
haplologia
% de
aplicação
Mesmo Φ 10 16 0 0
Φ+Φ 51
81 1 2
Mesmo I 2 3 0 0
I+I 0 0 0 0
Mesmo U 0 0 0 0
U+U 0 0 0 0
Total 63 100 1 1,5
Destacamos o fato de que, nos dois quadros acima, são indicados o número total e a
percentagem de aplicação da haplologia em dados de fala espontânea aqui considerados. No
entanto, há fatores que coexistem que levarão a não aplicação do processo em muitos desses
dados, os quais não estão relacionados à estrutura prosódica considerada. Esses fatores serão
explicitados a seguir.
Contamos com um total de 267 contextos candidatos à haplologia nos inquéritos do
NURC-SP e com 63 contextos no IBORUNA-SJRP. Desses totais, tanto no quadro (3.1)
quanto no quadro (3.2), encontramos um maior número de sílabas candidatas à haplologia na
estrutura prosódica de mesmo Φ (37 para o NURC-SP e 10 para o IBORUNA-SJRP) e entre
Φs (217 para o NURC-SP e 51 para o IBORUNA-SJPR). Para o domínio de I, por sua vez, há
47
um total de três ocorrências de mesmo I no NURC-SP e de duas ocorrências no IBORUNA-
SJPR; e entre Is, contamos com 10 contextos no NURC-SP e nenhum no IBORUNA-SJRP.
Chama-nos atenção, ainda, o fato de não havermos encontrado nenhuma ocorrência de sílaba
candidata à queda silábica para o domínio prosódico de U em dados de fala espontânea.
A fim de verificarmos a aplicação da haplologia nos domínios prosódicos
considerados, realizaremos a análise auditiva dos dados do NURC-SP e do IBORUNA-SJRP.
Antes, porém, de procedermos a essa análise dos dados, cabe excluirmos aqueles em que, de
acordo com a literatura, há presença de contextos que bloqueiam ou restringem a aplicação de
processos fonológicos, dentre eles, a haplologia. Esses contextos são: pausa, tonicidade,
velocidade de fala e seqüências de “preposição + item lexical”. Tais contextos seguem
discriminados no quadro (3.3).
Chamamos atenção para o fato de coexistirem em uma mesma ocorrência fatores que
sustentam as hipóteses para a não-aplicação da haplologia listadas no quadro abaixo. Dessa
forma, uma sentença que apresenta a seqüência /ti+di/ pode ser produzida também em uma
velocidade de fala andante
14
e a primeira sílaba portar tonicidade. Logo, tal sentença foi
considerada nas três hipóteses, pois não possuímos um ranqueamento entre esses contextos de
bloqueio de haplologia. Esses contextos serão devidamente discutidos e exemplificados
abaixo:
Quadro (3.3). Haplologia e contexto prosódico – contextos que dificultam ou bloqueiam a
haplologia
Contexto em análise Corpora
NURC-SP IBORUNA-
SJPR
i. pausa 10 2
ii. tonicidade 3 8
iii. velocidade de fala andante 82 41
iv. contexto segmental /t+d/ 98 5
v. monomorfema de + item lexical 63 11
14
Estamos considerando velocidade andante o estilo de fala pausado, explicativo.
48
(i) pausa entre as sílabas candidatas: de acordo com a literatura, a presença de pausa
em um contexto de regra fonológica desfaz a adjacência entre os segmentos,
impedindo, dessa forma, a aplicação da regra. Confirmamos que não há aplicação
da haplologia por meio da análise perceptual dos dados.
Foi encontrado um total de 10 ocorrências de pausa em contextos candidatos à
haplologia nos inquéritos do NURC-SP e de duas ocorrências nos do IBORUNA-SJRP. Essas
pausas ocorrem entre Is, no NURC-SP, e entre Φs, no IBORUNA-SJRP. Chamamos atenção
para o fato de que, nos inquéritos do NURC-SP, as pausas coincidem com todas as fronteiras
de I encontradas. Ambos os contextos de fronteiras prosódicas seguem exemplificados abaixo.
As pausas são marcadas pelas reticências.
(10) 1. [vários sulcos colocados em todo o ...]
I
[ o contorno da roda...]
I
[de maneira que a
água vai caindo e vai virando a roda...]
I
(DID-SP-18:22)
2. [elas tinham essa liberdade...]
I
[de escreverem o que elas sentiam]
I
(IBORUNA-SJRP,
AC-088)
(ii) a primeira das duas sílabas é acentuada: segundo Tenani (2002, p. 115), “a
haplologia é bloqueada quando a primeira sílaba da seqüência carregar o acento
lexical, sendo a seqüência de sílabas átonas a que favorece a haplologia”.
Observamos três ocorrências desse tipo nos inquéritos do NURC-SP: entre Φs, o qual
pode ser reestruturado em um mesmo Φ. Essa fronteira segue exemplificada abaixo.
Constatamos, em nossos dados, que não há aplicação da haplologia neste tipo de seqüência:
(11) 1. - em que se verifica (que) Cada fase... [o individuo]
Φ
[dá de SI...]
Φ
aquilo que a fase
está tendo como prepondeRANte...
(EF-SP-377:31)
(iii) velocidade de fala andante: segundo Perini (1984, p.7), a aplicação da haplologia
“é dependente da velocidade da pronúncia, não ocorrendo nos estilos mais
cuidadosos e lentos”.
49
Nos inquéritos do NURC-SP analisados, foram encontrados 82 contextos candidatos à
haplologia produzidos em velocidade de fala andante; já nos inquéritos do IBORUNA-SJRP,
detectamos um total de 41 dados realizados nesse tipo de velocidade. Em ambos os corpora, a
estrutura prosódica de tais contextos é entre Φs e mesmo Φ, como pode ser observada nos
exemplos abaixo. Mais uma vez, verificamos que não houve aplicação da haplologia nas
seqüências analisadas que apresentam esse tipo de velocidade de fala:
(12) 1. então por exemplo [teste]
Φ
[de Binet...]
Φ
(EF-SP-377:25)
2. [essa parte de...]
Φ
beleza batom (IBORUNA-SJRP, AC042)
(iv) o contexto segmental: segundo Tenani (2002), a haplologia não ocorre quando a
seqüência candidata for /ti+di/, e tende a ocorrer quando são /di+ti/, /ti+ti/ e
/di+di/.
Encontramos um total de 98 ocorrências formadas pela seqüência /ti+di/ nos
inquéritos do NURC-SP e seis nos inquéritos do IBORUNA-SJRP. Tanto no NURC-SP
quanto no IBORUNA-SJRP, essas ocorrências se distribuem nas estruturas prosódicas de
mesmo Φ e entre Φs. Exemplos dessas ocorrências seguem abaixo em (13). Em todos os
contextos analisados cujas sílabas candidatas apresentam a seqüência /ti+di/, não verificamos
a ocorrência da haplologia.
(13) 1. [geralmente demora]
Φ
uns seis minutos mais ou menos (IBORUNA-SJRP-AC-
088)
2. quero ver em que medida esse sujeito consegue trabalhar em determinada
seção... então eu dou [um teste]
Φ
[de capacidade...]
Φ
(EF-SP-377:23)
Vemos que tanto em dados de fala experimental quanto em dados de fala espontânea
não se aplica a haplologia em contextos segmentais formados por /t.d/. A hipótese para não
aplicação da haplologia para esse contexto está descrito no capítulo 2 desta dissertação.
50
(v) monomorfema de + item lexical: como será descrito no capítulo (4) desta
dissertação, esse tipo de seqüência leva ao bloqueio da haplologia. Isso ocorre por
uma motivação morfossintática.
Encontramos nos inquéritos do NURC-SP, um total de 63 ocorrências desse tipo de
sentença e, nos inquéritos do IBORUNA-SJRP, um total de 12 ocorrências, todas distribuídas
na estrutura prosódica de mesmo Φ como seguem exemplificadas abaixo:
(14) 1. eu tô fazendo com a intenção [de depois...]
Φ
prestar concur::so (IBORUNA-SJRP,
AC-042)
2. é uma roda muito grande... com::... várias... espécie de... [de dentes...]
Φ
e ... uma coisa
que colocada entre dentes e sulcos... (DID-SP-18:22)
Desse modo, tanto para o NURC-SP quanto para o IBORUNA-SJRP (ambos os dados
de fala espontânea), vimos por meio dos dados que não há haplologia quando:
(i) a seqüência de sílabas candidatas apresentar pausa entre elas; tais pausas
coincidem sempre com a fronteira de I;
(ii) a seqüência de sílabas candidatas for composta por uma sílaba tônica e uma
sílaba átona;
(iii) a seqüência de sílabas candidatas for produzida em velocidade de fala andante;
(iv) a seqüências de sílabas candidatas for /ti+di/;
(v) a seqüência de sílabas candidatas for “monomorfema de + item lexical”.
Por ora, analisaremos 52 contextos candidatos à haplologia que não apresentam os
contextos aqui descritos como inibidores do processo fonológico. São eles: 49 contextos do
NURC-SP e três do IBORUNA-SJRP. A estrutura prosódica de tais contextos são: 48
contextos do NURC-SP fazem parte do Φ (estamos considerando como Φ os contextos
51
denominados anteriormente como mesmo Φ e entre Φs) e um contexto pertence ao I
(contextos denominados anteriormente como mesmo I e como entre Is). Os três dados do
IBORUNA-SJPR, por sua vez, formam um Φ. Como ambos os corpora possuem a mesma
natureza constitutiva (são dados de fala espontânea) e praticamente os mesmos resultados,
somaremos seus dados daqui para frente e os manteremos sob o rótulo de “dados de fala
espontânea”.
Após a análise auditiva dos dados de fala espontânea, foi percebida a aplicação da
haplologia em 25 contextos. Destacamos o fato de que houve a aplicação da haplologia nos
contextos cuja estrutura prosódica é a que se define entre as fronteiras de Φ e dentro de um
mesmo Φ, como seguem exemplificados abaixo:
(15) 1. [pode dizer]
Φ
a distinção de um e de outro (DID-SP-18:28)
2. [já tinha saído]
Φ
[da faculDAde]
Φ
(D2-SP-360:137)
3. eu TENHO [vontade]
Φ
[de ter filho]
Φ
(IBORUNA-SJRP, AC-056)
Desse modo, concluímos que há variação na aplicação da haplologia nos domínios
prosódicos definidos como entre Φ e mesmo Φ.
Vimos, ainda, em relação à haplologia, que a aplicação desse processo é mais
produtiva em contextos de fronteira de Φ e, nessa fronteira, também há variação da aplicação
da haplologia. Cremos que tal fronteira é privilegiada para aplicação do processo fonológico
ora estudado porque, além de ser a mais freqüente em dados de fala espontânea, não é um
domínio favorável à ocorrência de pausa ou de hesitações.
A partir de tais resultados de aplicação da haplologia nos domínios prosódicos acima
da palavra fonológica para dados de fala espontânea, procederemos de modo a responder à
seguinte questão: há diferença entre os resultados obtidos por meio de dados de fala
espontânea e de dados de fala experimental?
52
A fim de respondermos a nossa questão, organizamos os resultados de aplicação da
haplologia para os dados em que não houve restrições como as elencadas no quadro (3.3) e os
resultados de fala experimental apresentados por Tenani (2002). Tais dados seguem
organizados no quadro (3.4).
Quadro (3.4). Haplologia e domínios prosódicos – comparação de resultados de dados de fala
espontânea e experimental
Dados de fala espontânea Dados de fala experimental
Estrutura
prosódica
(i) No. de
sentenças
(ii) No. de
aplicação
(iii) % de
haplologia
(i) No. de
sentenças
(ii) No. de
aplicação
(iii) % de
haplologia
Φ
51 25 49 24 22 92
I
1 0 0 12 8 66
U
0 0 0 30 17 56
Nesse quadro, a primeira coluna diz respeito às estruturas prosódicas em análise para
ambos os corpora, qual seja, Φ, I e U. Em seguida, apresentamos os dados de fala espontânea,
sendo esses divididos em: (i) número de sentenças que estão sendo consideradas; (ii) número
de sentenças em que se aplica a haplologia; e (iii) percentagem de haplologia nesse corpus.
Na outra parte do quadro, apresentamos os dados de fala experimental, sendo que para esses
foi estabelecida a mesma divisão, por colunas, feita para os dados de fala espontânea, as quais
foram descritas de (i) a (iii):
Para organizar as informações nesse quadro, procedemos da seguinte maneira:
(i) para os dados de fala espontânea: somamos os dados do NURC-SP e os
dados do IBORUNA-SJRP, visto que, como dito anteriormente, apresentam
praticamente os mesmos resultados. Assim, contamos com 52 contextos
candidatos à haplologia nesse tipo de corpus. Desses dados, 51 apresentam
a estrutura prosódica entre Φs e mesmo Φ. Desse modo, como a estrutura
prosódica apresenta o mesmo algoritmo de formação (Φ), somamos todos
os dados dessas variáveis e os caracterizamos como pertencentes à estrutura
53
prosódica de Φ; além desses, estamos considerando um contexto de mesmo
I, para o qual não houve haplologia; no entanto, ele também não apresenta
contexto de bloqueio do processo;
(ii) para os dados de fala experimental: somamos todos os dados apresentados
por Tenani (2002) pertencentes à estrutura prosódica de Φ, I, e U,
independente da especificidade de cada tipo de Φ, I e U, distinguido pela
autora. (cf. TENANI, 2002, p. 116)
A partir desse quadro, vemos que é possível estabelecer uma análise comparativa entre
o resultado dos corpora, espontâneo e experimental, somente para o domínio de Φ, pois para
o I, somente um contexto foi encontrado nos dados de fala espontânea, e para o domínio de U,
nenhum dado dessa natureza foi encontrado. Talvez seja essa uma diferença pontual entre os
corpora: em dados experimentais é possível controlar a estrutura prosódica em que ocorrerá o
contexto segmental candidato à haplologia, assim pode-se avaliar a aplicação desse processo
fonológico nos dois domínios mais altos da hierarquia prosódica (I e U). Já nos dados de fala
espontânea, não é possível fazer esse controle, devido à sua própria natureza constitutiva, e
como não encontramos contexto segmental nessas estruturas, não podemos comparar os
resultados para esses domínios.
Desse modo, a comparação entre resultados de dados espontâneos aqui analisados e os
dados experimentais apresentados por Tenani (2002), revelam que, para fronteira de Φ:
(i) não há diferença quanto à variação da aplicação da haplologia para ambos os
corpora; há diferença, porém, nas percentagens obtidas: ela é maior nos dados de fala
experimental em relação aos dados de fala espontânea;
Portanto, concluímos que o processo de haplologia não é uma evidência de domínio
prosódico de Φ, pois não é bloqueado por essa fronteira prosódica. No entanto, os dados
54
indicam uma maior freqüência de contextos candidatos a esse processo fonológico no
domínio prosódico de Φ, especialmente nos dados de fala espontânea.
3.3. Haplologia e ritmo
Até o presente momento, analisamos a aplicação da haplologia nos domínios
prosódicos acima da palavra fonológica, buscando identificar alguma evidência dos domínios
prosódicos. Vimos que há variação na aplicação da haplologia dentro da estrutura prosódica
de Φ. Cremos que essa variação pode ser reflexo de uma organização rítmica do PB. A partir
dessa hipótese, nesta seção, questionamos se a aplicação da haplologia contribui para a
organização rítmica da língua, característica do PB.
A consideração da aplicação de processos fonológicos como evidências a favor de
uma organização rítmica é tema controverso na literatura. Outro ponto bastante debatido é a
classe rítmica das línguas. Há alguns lingüistas que defendem que o ritmo do PB é acentual,
outros defendem que seja um ritmo misto, com predominância de características do ritmo
silábico (cf. TENANI, 2002, 226-233).
Nosso ponto de partida é considerar as diferenças rítmicas embasadas na dicotomia
clássica estabelecida por Pike (1945). Assim, o ritmo silábico é aquele em que há estabilidade
na duração das sílabas, “independentemente de sua tonicidade/atonicidade” (MORAES &
LEITE, 1992, p. 68), como o Francês, o Italiano e o Espanhol. O ritmo acentual é visto como
aquele em que há recorrência de acentos fortes em intervalos de tempos constantes, como é o
caso do Inglês, do Holandês e do Russo (cf. MORAES & LEITE, 1992, p.68). Dauer (1987,
apud TENANI, 2002, p.228), por sua vez, defende que o ritmo das línguas ocupa um
contínuo, cujos pólos são o ritmo acentual e o ritmo silábico, podendo existir, assim, línguas
que ocupem uma posição intermediária, ou seja, apresentam um ritmo misto.
55
Para o primeiro grupo de lingüistas, aqueles que defendem que o PB apresenta
características de ritmo acentual, temos trabalhos como os de Cagliari (1982), Major (1981,
1985) e Massini-Cagliari (1992). Major (1981, p. 350, apud TENANI, 2002, p. 229), dá-nos
cinco razões para sustentar que o ritmo do PB é acentual: “(1) as durações entre os acentos
não são diretamente proporcionais ao número de sílabas; (2) muitas diferenças nas durações
entre acentos não são perceptíveis; (3) a duração das sílabas é inversamente proporcional ao
número de sílabas de uma palavra; (4) em fala casual, sílabas não acentuadas são apagadas; e
(5) os processos de encurtamento (de sílabas não-acentuadas), que reduzem a duração, têm o
efeito de ajudar o tempo acentual, i.e., ‘raising’, ‘monophthongization’, e ‘syllabicity
shifts’”.
15
Já para o segundo grupo de pesquisadores, aqueles que defendem que o ritmo do PB é
misto, com predominância de ritmo silábico, temos os trabalhos de Barbosa (2000), Abaurre-
Gnerre (1981), Bisol (2000b) e Tenani (2002). De acordo com Barbosa (2000), os cinco
argumentos apresentados por Major (1981), descritos acima, não sustentam que o PB seja
uma língua de ritmo acentual, devido ao fato de que “as quatro primeiras ‘razões’ são, na
verdade, características rítmicas universais (e, portanto, não justificam nenhum dos dois
extremos da célebre dicotomia). A última delas provém de conhecimento parcial da fonética
do PB” (BARBOSA, 2000, p. 380, apud TENANI, 2002, p. 229). Bisol (2000b), por sua vez,
defende que os processos fonológicos de redução e queda de vogal em proparoxítonas,
atribuição de acento primário e secundário, haplologia e bloqueio da elisão e da degeminação
são indícios do ritmo misto do PB, com predominância do silábico sobre o acentual visto que
todos esses processos levam ao pé troqueu silábico.
15
(1) interstress durations are not directly proportional to the number of syllables; (2) many differences
interstress durationas are not perceptible; (3) syllable durations is inversely proportional to the number of
syllables in a word; (4) in casual speech unstressed syllables delete, which has the effect of equalizing the
number of syllabes in each stress group; and (5) shortening processes (of unstressed syllables), which reduce
duration, have the effect of aiding stress-timing, i.e. ‘raising’, 'monophthongization', and 'syllabicity shifts'".
(Tradução sob nossa responsabilidade).
56
Com relação aos tipos de pés, cabe destacar que, de acordo com a literatura, a posição
dos acentos primários e secundários em uma palavra prosódica determina o tipo de pé métrico
dessa palavra. “Entende-se pé métrico a relação de dominância que se estabelece entre duas
ou mais sílabas” (BISOL, 1996, p. 250). Desse modo, o pé é caracterizado (i) pela posição da
proeminência: se à direita (iambo), se à esquerda (troqueu); (ii) e pelo número de sílabas que
compõem esse pé: se uma (degenerado), se duas (binário) ou se três (ternário). Ressaltamos,
ainda, que a constituição do pé é um dos fatores que determina o ritmo de uma língua.
Ainda de acordo com Bisol (1996, p. 250), “o português é uma língua que constrói pés
binários de cabeça à esquerda, a partir da borda direita da palavra”, i.e., há uma forte
propensão à organização rítmica com base no troqueu silábico, o qual é definido como “pé
dissílabo de cabeça à esquerda” (BISOL, 2000a, p. 406), como é o caso de palavras como:
(cama)
Σ
(mesa)
Σ
(banho)
Σ
. As proparoxítonas, por sua vez, “manifestam um pé ternário, um
dátilo, como lâmpada”, porém, mesmo sendo ternário, a proeminência continua sendo à
esquerda.
A partir dessa discussão, esta etapa de nosso trabalho tem como objetivo buscar
evidências, no processo segmental de haplologia, que contribuam para a classificação do
ritmo do PB. Partimos da hipótese de que, o ritmo silábico do PB favorece a queda total de
uma sílaba, uma vez que esse ritmo impõe uma reorganização silábica ao aplicar a haplologia
e, em geral, o pé resultante dessa reorganização é o troqueu silábico, o qual, como
caracterizado anteriormente, evidencia o ritmo silábico. Bisol (2000a) apresenta o seguinte
exemplo de aplicação da haplologia para argumentar a favor do ritmo misto com
predominância ao silábico:
(16) O macaco comeu todas as bananas.
16
(ma.kak ko.mew > ma.ka.ko.mew)
6
O exemplo e a notação são de Bisol (2000a, p. 409).
57
Segundo a autora, nesse exemplo há dois passos: o primeiro consiste no apagamento
da vogal, “apontando para um ritmo acentual, ao reforçar com o acréscimo de um segmento a
sílaba precedente, portadora de um dos acentos secundários da frase”; o segundo consiste no
apagamento total da sílaba, ou seja, o processo de haplologia propriamente dito, o qual aponta
“para o ritmo silábico ao reorganizar as sílabas em um conjunto de unidades de duração
similar nas posições que precedem o acento indicativo do caráter misto do ritmo de nossa
língua” (BISOL, 2000a, p. 409).
Tenani (2002; p. 237), por sua vez, afirma que, na aplicação da haplologia, há uma
tendência ao ritmo silábico. Tal tendência “está relacionada aos domínios prosódicos”. Em
seus dados experimentais, Tenani (2002) observa que a aplicação do processo para o domínio
prosódico de Φ é de 100%; para o de I, 89%; e para o de U, 67%. Desse modo, “quanto mais
baixo o domínio prosódico, maior a tendência à implementação do ritmo silábico; quanto
mais alto o domínio, maior a tendência ao ritmo acentual” (TENANI, 2002, 238).
Buscamos comprovar essas considerações de Tenani (2002) em relação à aplicação da
haplologia nos domínios prosódicos acima da palavra fonológica e à organização rítmica do
PB em nossos dados. Para tanto, analisaremos os dados de fala espontânea apresentados na
seção (3.2) deste capítulo.
Ao realizar essa análise, procuramos responder à seguinte questão: ao se aplicar a
haplologia, qual o pé (Σ) resultante desse processo? Isto é, o processo de haplologia contribui
para qual organização rítmica? Cremos, assim como Bisol, (2000a), que a queda total de uma
silaba aponta para o ritmo silábico do PB.
Com base nas restrições para aplicação da haplologia discutidas na seção anterior, de
330 contextos candidatos à haplologia encontrados nos dados de fala espontânea, contamos
com um total de 52 contextos candidatos. Nesses, há percepção de queda de uma das sílabas
em 25. Ressaltamos que, com exceção de um dado desses 52, todos os demais fazem parte da
58
estrutura prosódica de Φ. A partir de tais dados, procederemos de modo a analisar os pés
resultantes dessa variação de aplicação da haplologia nesses contextos em que não há
qualquer restrição para aplicação do processo fonológico ora estudado.
Organizamos esses dados no quadro (3.5) abaixo. Tal quadro está dividido em duas
partes. A primeira indica as variáveis consideradas e a segunda indica os resultados obtidos
para os dados de fala espontânea, sedo que essa traz os tipos de pés que são observados quer
quando há ocorrência quer quando não ocorrência da haplologia.
Quadro (3.5). Haplologia e pés rítmicos – dados de fala espontânea
1. Variáveis 2. Dados
Tipos de Pés (σσ) Σ (σσσ) Σ (σ’) Σ Total
Ocorrência de haplologia 22 2 1 25
(49%)
Não ocorrência de
haplologia
17 10 0 27
(51%)
Contextos considerados 39 12 1 52
(100%)
Vemos que há variação na aplicação da haplologia e que, diferentemente do corpus de
fala experimental anteriormente analisado, nos dados de fala espontânea há praticamente o
mesmo resultado para ocorrência e para não ocorrência da haplologia, 49% e 51%
respectivamente.
Chama-nos atenção o fato de que tanto para a ocorrência quanto para a não ocorrência
da haplologia há predominância do pé troqueu silábico, uma vez que em 22 dos 25 contextos
analisados em que ocorre haplologia, o que equivale a 88% do total de contextos em que há
ocorrência de haplologia (25 ocorrências) e a 43% do total de contextos considerados (52
ocorrências), o pé resultante da queda de uma das sílabas candidatas é o troqueu silábico. Tal
pé é exemplificado em (17) e em (18). O símbolo (σσ) indica a constituição do pé métrico
dessas palavras, em que (σ’) representa a sílaba em que há proeminência e (σ) a sílaba em que
não há proeminência.
59
(17) era gado de corte (NURC-SP, DID-18)
(σσ) (σσ)
[a.di.k.t]
(18) entrava com mandado de segurança (NURC-SP, EF-377)
(σσ) (σσ)
[da.di. se.u]]
O pé binário também é o privilegiado na não ocorrência da haplologia nos dados de
fala espontânea. Prova disso é que, dos 27 contextos em que não há ocorrência de queda de
uma sílaba, 17, ou seja, 62% do número de contextos sem queda e 32% do número total de
contextos considerados, mantêm-se o pé binário com proeminência à esquerda, i.e., o pé
troqueu silábico, como é exemplificado em (19) e em (20).
(19) e nada disso né? (NURC-SP, EF-377)
(σσ) (σσ)
[na.da.di.s]
(20) a gente teve que decorar (AC-42)
(σσ) (σσ)
[e.t.te.i]
Além do pé troqueu silábico, temos ainda, nos dados de fala espontânea, o pé ternário,
denominado de dátilo, e o pé constituído por uma única sílaba, necessariamente tônica, que é
conhecido como pé degenerado. O pé ternário apresenta dois contextos em que há ocorrência
da haplologia, o que corresponde a 8% do total de sílabas em que há apagamento e a 4% do
total de contextos considerados. Tal dado é exemplificado em (21). Para o pé ternário, temos
ainda o índice de 10 contextos em que não ocorre haplologia. Tais contextos correspondem a
40% do total de sílabas em que não há ocorrência de haplologia e a 20% do total de contextos
considerados. Esse tipo de ocorrência segue exemplificada em (22).
60
(21). Lá pra pro lado de Barretos (NURC-SP, DID-18)
(σσ σ) (σσ)
[la.di.ba.re.ts]
(22) acrescido do fato que que (NURC-SP, D2-360)
(σσ) (σσ σ) (σσ)
[a.ce.si.d.d.fa.t]
Por fim, há um único pé degenerado originado da aplicação nos dados de haplologia, o
qual corresponde a 4% do total de contextos em que há queda de uma das sílabas e a 2% do
total de contextos considerados à haplologia. Tal dado segue exemplificado em (23). Cabe
observar que esse dado merece especial atenção por envolver a forma “pode” que se realiza
em situação de fala espontânea como “po ~ pod”, mesmo em contextos segmentais que não
configuram a haplologia, como, por exemplo, “po(de) trazer”; “po(de) entrar”.
(23) pode dizer
(σ’) (σ σ’)
[p.di.ze]
Desse modo, podemos concluir que, tanto para dados de fala experimental, analisados
por Tenani (2002) e descritos anteriormente nesta dissertação, quanto para dados de fala
espontânea, há mais pés troqueu silábico do que qualquer outro tipo de pé. Logo, com base
nas afirmações estabelecidas até o momento, o processo segmental de haplologia aponta para
o ritmo silábico na variedade paulista do PB.
3.4. Resumo
Neste capítulo, fizemos a descrição da aplicação da haplologia em três domínios
prosódicos superiores à palavra fonológica. Consideramos as fronteiras de Φ, I e U.
Questionamos se alguma dessas fronteiras prosódicas leva ao bloqueio da aplicação da
61
haplologia em contextos de fala espontânea. Por meio de quatro inquéritos do NURC-SP e de
quatro inquéritos do IBORUNA-SJRP, chegamos às seguintes conclusões: (i) os contextos
segmentais da haplologia ocorrem dentro de Φ em dados de fala espontânea; (ii) nesse
domínio há variação da aplicação da haplologia.
Em seguida, efetuamos uma comparação entre esses dados de fala espontânea (NURC-
SP e IBORUNA-SJRP) e dados de fala experimental de Tenani (2002). Com base nessa
comparação, constatamos que os resultados de pesquisa feita com dados de fala experimental
são corroborados pelos dados de fala espontânea no domínio de Φ (nos domínios
imediatamente superiores ao Φ, quais sejam, I e U, não pudemos efetua a comparação entre
os corpora, devido à falta de contextos candidatos, nesses domínios, em dados de fala
espontânea. Por último, verificamos a relação entre o processo segmental de haplologia e a
organização rítmica do PB.
Concluímos, por fim, com base em todas as observações feitas ao longo deste capítulo,
que o processo de haplologia não traz uma evidência de domínio prosódico, uma vez que não
é bloqueado por nenhuma fronteira prosódica, porém há uma predominância de contextos
candidatos à aplicação da haplologia no domínio de Φ para dados de fala espontânea. Com
relação à organização rítmica, vimos que, ao ocorrer queda da primeira sílaba da seqüência de
sílabas candidatas à haplologia, a estrutura resultante, predominantemente, é a de pés binários
dentro do domínio prosódico de Φ, e isso aponta para o ritmo silábico do PB.
62
N
4. HAPLOLOGIA E MONOMORFEMAS
este capítulo, trataremos de fatores morfossintáticos que possam interferir na
aplicação da haplologia na variedade paulista do PB. Para tanto, trilharemos os
mesmos passos de Veloso (2003), que trata de fatores morfossintáticos que interferem na
aplicação do sândi vocálico.
17
Neste capítulo, compararemos, também, o processo haplologia
com o processo de sândi vocálico. Para tanto, vamos nos embasar teoricamente na Morfologia
Distribuída e na Morfologia Prosódica baseada na Teoria da Otimalidade (OT).
Apresentaremos uma breve resenha de alguns dos principais pontos dessa teoria na seção
(4.1) deste trabalho.
Em seguida, descreveremos o bloqueio da haplologia em contextos formados por
“monomorfema de + item lexical”. Identificamos esses contextos de haplologia, envolvendo
esse monomorfema, em quatro inquéritos do NURC-SP. A descrição dos resultados obtidos
encontra-se na seção (4.2). Em (4.3), por sua vez, estabeleceremos uma comparação entre a
haplologia e a elisão em contextos de monomorfemas e discutiremos, por fim, algumas
possíveis explicações para o bloqueio da haplologia com base na dissertação de Veloso (2003)
que trata do bloqueio da elisão.
17
O sândi vocálico consiste em um processo de juntura intervocabular. Há três tipos de sândi vocálico:
(i) elisão: síncope de /a/ diante de vogal diferente: menina esperta > meninesperta;
(ii) degeminação (ou crase): fusão de vogais idênticas: capa azul > capazul;
(iii) ditongação: juntura de vogais diferentes: já entrou > jaentrou.
63
4.1. Morfologia Distribuída e Morfologia Prosódica baseada na TO
De acordo com Anderson (1992), (apud Sândalo, 2001, p.197), a unidade mínima da
morfologia é um conjunto de traços definidos por propriedades semânticas mínimas e
manipulados pela sintaxe. A fonologia pós-lexical resolveria, por sua vez, como tais traços
seriam realizados na superfície. Tal teoria ficou conhecida como Morfologia Amorfa e, a
partir dela, desenvolveu-se a Morfologia Distribuída.
Embick e Halle (2004) assumem que toda palavra é formada por operações sintáticas
(Amálgama, Mudança). Desse modo, os princípios da morfologia são, portanto, em grande
extensão os princípios da sintaxe. Assim, há dois tipos de morfemas, o morfema raiz e o
abstrato. O primeiro tipo constitui o vocabulário lexical que é composto por estruturas
fonético/fonológicas. Já o segundo tipo, o abstrato, caracteriza-se por ser universal, sendo
formado por estruturas gramaticais/sintático-semânticas. Dessa maneira, há uma relação entre
seqüências de traços morfossintáticos e fonológicos na composição do léxico (cf. EMBICK E
HALLE, 2004, p.5-6)
Veloso (2003, p.87) afirma que “a Morfologia Distribuída adota a organização básica
de uma gramática de Princípios e Parâmetros adicionando um nível de Estrutura Morfológica,
que está na interface entre a sintaxe e a fonologia”. Por sua vez, a Morfologia Distribuída
reconhece que a Estrutura Morfológica é um nível de representação gramatical com seus
próprios princípios e propriedades e que a discrepância entre formativos morfossintáticos e
fonológicos é o resultado de ações bem organizadas que manipulam os elementos terminais.
Dessa forma, nós terminais podem ser movidos de uma posição da árvore e adjungidos a outra
posição por movimento de núcleo; nós estruturalmente adjacentes podem ser concatenados;
nós terminais irmãos podem ser fundidos em um único nó terminal; e um determinado nó
pode ser dividido em dois.
64
Já a Morfologia Prosódica baseada na Teoria da Otmalidade (TO), define que a
gramática de uma língua “é um mecanismo de input-output que associa um output a um input,
tal que cada input tem precisamente um output” (KAGER, 1999, apud VELOSO, 203, p. 81).
Desse modo, a gramática possui um componente que mapeia o input e outro elemento que
avalia essas formas candidatas “através de um conjunto de restrições ranqueadas, e da seleção
do output ótimo entre os candidatos” (VELOSO, 2003, p. 82).
Desse modo, a gramática da TO apresenta três componentes, extremamente ligados
entre si, quais sejam, um Léxico, um Gerador e um Avaliador. O primeiro corresponde às
representações lexicais, ou subjacentes, dos morfemas, o qual mobiliza o Gerador (Gen), que
origina formas subjacentes de output para algum input, que será submetido ao Avaliador, o
qual, por meio de um conjunto de restrições, determina a forma, a qual será denominada pela
gramática da TO como ótima.
As restrições consideradas pela TO são hierárquicas e universais, ou seja, seguem a
representação lingüística de estrutura segmental, estrutura prosódica, estrutura morfológica e
estrutura sintática. Tais restrições universais são ranqueadas de forma particular para cada
língua, de modo que “todas as restrições são ranqueadas uma em relação com a outra, de
forma a excluir ranqueamentos variáveis e indeterminados” (VELOSO, 2003, p. 83).
Baseamo-nos em duas teorias diferentes neste capítulo devido ao fato de estarmos
procurando respostas para a seguinte questão: ao haver bloqueio da haplologia em contextos
formados por “item gramatical de + item lexical”, esse bloqueio se dá pelo fato de o de ser um
monomorfema ou um monossílabo? A Morfologia Distribuída trará evidências a favor de a
resposta ser o monomorfema; já a Morfologia Prosódica baseada na TO trará evidências a
favor de a resposta ser o monossílabo. É nosso objetivo, também, verificar qual dessas
explicações mostram-se mais plausíveis para o bloqueio do processo de haplologia nesse
contexto.
65
Uma vez apresentada uma breve discussão sobre as teorias da Morfologia Distribuída
e da Morfologia Prosódica baseada na TO, passemos aos dados.
4.2. Haplologia e monomorfema
A partir da análise dos dados do NURC-SP, verificamos que se aplica a haplologia em
(1.a) e que há o bloqueio desse processo em (1.b).
(1). a. e o ga(do) de corte é pra carne... (DID-SP-18:28)
b. depois de debulhada*... o que fica... chama sabugo (DID-SP-18:24)
Assim, questionamos se a haplologia é bloqueada conforme a posição que o
monomorfema de ocupa na seqüência candidata a esse processo fonológico. Desse modo,
partimos da hipótese de que a presença de um monomorfema de em contexto de haplologia,
pode bloquear esse processo se ocupar a segunda posição na seqüência candidata.
Antes de avançar, porém, cabe explicitar que compreendemos monomorfema como
um item gramatical constituído por apenas um morfema. Estamos considerando apenas o
monomorfema de para essa pesquisa sobre haplologia, uma vez que, como visto no capítulo 2,
este é o contexto mais freqüente em nossos dados. Destacamos que não pesquisaremos
contextos formados pelas contrações de de na posição de monomorfema, visto que nos
interessa a seqüência “item lexical + monomorfema de” e “monomorfema de + item lexical”,
como exemplificada em (1).
A partir da hipótese expressa acima, fizemos o levantamento de contextos de
haplologia em quatro inquéritos do NURC-SP e, em seguida, efetuamos a análise auditiva
desses dados a fim de verificar a aplicação ou a não aplicação da haplologia. Apresentamos,
66
abaixo, um quadro com o resultado dessa análise. Ressaltamos que o tipo de inquérito não é
um fator relevante para a questão aqui discutida.
Quadro (4.1). Haplologia e Monomorfema “de”
Na primeira parte do quadro (4.1), intitulada “Seqüência I”, apresentamos os
resultados encontrados em seqüências cujas sílabas candidatas à haplologia são
“monomorfema de + item lexical”. Na segunda parte, “Seqüência II”, são apresentados os
resultados de seqüências compostas por “item lexical + monomorfema de”, além da taxa
percentual de aplicação desse processo.
Podemos observar, nos inquéritos do NURC-SP (EF-377; D2-360; DID-18; DID-235),
que há o bloqueio da haplologia quando houver seqüências do tipo I, “monomorfema de +
item lexical”. Isso se constata independente da velocidade da fala ou de qualquer outro
elemento prosódico envolvido. Dessa forma, concluímos que a haplologia é bloqueada por
uma questão morfossintática.
Já no que se refere a seqüências do tipo II, “item lexical + monomorfema de”,
verificamos que há variação na aplicação da haplologia, que poderá ou não ocorrer motivada
por fatores prosódicos e/ou pragmáticos (como velocidade de fala). A morfossintaxe, por sua
vez, não atua no bloqueio do processo fonológico nesse tipo de contexto.
A seguir, apresentamos um exemplo de cada inquérito do NURC-SP investigado em
que a seqüência candidata à haplologia envolve o monomorfema de. Seguimos, na
exemplificação abaixo, o mesmo critério de organização do quadro (4.1). Primeiramente,
Seqüência I Seqüência II
Inquéritos
Monomorfema de
+ item lexical
Queda
da sílaba
% Item lexical +
monomorfema de
Queda
da sílaba
% .
EF – 377 17
0 0
17 3 17
D2 – 360 5
0 0
18 8 44
DID – 18 10
0 0
31 11 35
DID – 235 6
0 0
25 4 16
TOTAL 38
0 0
91 26 28
67
apresentamos exemplos de “monomorfema de + item lexical” e, em seguida, de seqüências
“item lexical + monomorfema de”. Indicamos a ocorrência da haplologia por meio de sílabas
entre parênteses e do bloqueio por meio de asterisco ao longo da seqüência.
Seqüência I - monomorfema “de” + item lexical
(2) então o que nós estamos verificando aí?... qual... a distân::cia vamos dizer qual a posição
do resultado desses testes... em relação... a um:: padrão... de exatidão... certo?... bom... um
outro tipo de testes* seriam testes de dificuldades*... né? então um teste apresenta várias::
tarefas::... em graus diferente de dificuldades* ele tem dificuldades crescentes por
exemplo... né? (EF-SP-377:25)
(3) é (pensamos) seriamente em parar...depois disso ainda ti/ tive problemas de...saúde
problemas de tiróide* não sei quê::então o médico está aconselhando a não ter mais... (D2-
SP-360:138)
(4) Inf. a:: a espiga de milho depois de debulhada*... o que fica... chama sabugo
Doc. se aproveita?
Inf. não:: isso aí não tem muita:: não tem muito:: utilidade... (DID-SP-18:24)
(5) Inf. é melhor nem pensar nisso ((risos))... eu prefiro... os salgados... se bem que também
gosto dos doces né?... aproveite também...
Doc. que tipo de doce* você gosta?...
Inf. ih agora nem sei lhe dizer viu?... (DID-SP-235:122
)
Verificamos, nos dados apresentados nos exemplos (2) a (5), que (i) a haplologia é
bloqueada em todas as ocorrências em que a primeira sílaba é um monomorfema; e (ii) em
todas as ocorrências, o contexto candidato à haplologia é formado por monomorfema “de
seguido de um nome.
Seqüência II - item lexical + monomorfema de
(6) mas o teste Isolado ou apenas um teste... não dá:: uma (aptidão) MUIto segura... bom...
como teste de* realização... nós temos... testes de* velocidade... é para ver se o indivíduo...
realiza:: as tarefas... num determinado ritmo por exemplo... (EF-SP-377:24)
(7) cuida...e cuida de* si...é muito exigente comigo e com o meu marido...essa menina...sabe
ela não admite uma falha nossa...no...ponto de* vista dela do que seja...o::o perfei/ a
perfeição... (D2-SP-360:141)
68
(8) Inf. a iluminação já era com luz elétrica... isso na fazenda... onde eu ia aqui em
Campinas... agora lá pra pro la(do) de Barretos... papai tinha uma fazenda onde não havia
ainda luz elétrica... (DID-SP-18:17)
(9) Inf. O ga(do) de leite é pra produção de leite... e o ga(do) de corte é pra carne... (DID-
SP-18:28)
Observa-se, nos exemplos (6) a (9), que em seqüências “item lexical + monomorfema
de” há possibilidade de ocorrer a haplologia, configurando, assim, a variação desse processo
fonológico.
Com base no quadro (4.1) e nos exemplos dados, mostramos que a depender da
posição ocupada pelo monomorfema em seqüências candidatas à queda silábica:
(i) há o bloqueio da haplologia em contextos formados por “monomorfema de + item
lexical”;
(ii) há variação de aplicação da haplologia em contextos formados por “item lexical +
monomorfema de”.
Desse modo, trazemos mais uma evidência a favor da afirmação de Tenani (2002) que,
na haplologia, a sílaba apagada será sempre a primeira em uma seqüência de duas sílabas
semelhantes. Segundo essa autora, o bloqueio da haplologia em contextos em que a primeira
sílaba da seqüência de sílabas candidatas ao processo fonológico carrega acento de palavra
“revela que a primeira sílaba da seqüência de duas sílabas iguais é apagada quando ocorrer a
haplologia” (Tenani, 2002, p.114). Também acreditamos que, nos dados em (I), se a primeira
sílaba, monomorfema “de”, fosse apagada haveria perda da informação veiculada pela
partícula gramatical. Na seqüência (II), é apagada a primeira das duas sílabas que compõem a
seqüência candidata à queda silábica, a qual é a última sílaba de um item lexical e, desse
modo, a informação dada pela partícula gramatical (preposição), que ocupa a posição de
segunda sílaba na seqüência, mantém-se. Além disso, em (II), o acento lexical ocorre antes da
sílaba candidata ao processo, o que torna mais propícia a queda da última sílaba do item
lexical. Em outras palavras, generalizando a partir das análises das seqüências (I) e (II),
69
constata-se que pode haver haplologia desde que não haja perda do item gramatical. Desse
modo, esse processo fonológico nos dá pistas de como é o funcionamento da língua, no que
diz respeito à relação entre a fonologia e a morfossintaxe. Portanto, não é casual o
apagamento de uma sílaba em seqüências como as dada em (II), nem tão pouco a manutenção
em seqüências como as dada em (I).
Esse fato de haplologia é semelhante ao encontrado para o bloqueio da elisão. Assim,
uma vez descrita a relação entre a haplologia e monomorfema de, discutiremos, na próxima
seção, as semelhanças entre esses dois processos fonológicos em contextos de
monomorfemas.
4.3. Haplologia, elisão e monomorfemas
A elisão constitui um dos resultados finais do processo de sândi vocálico externo
quando envolvidas duas vogais diferentes entre si. Segundo Veloso (2003, p.2), “a elisão diz
respeito ao apagamento de vogais em posição não-acentuada de final de item lexical”. De
acordo com essa mesma autora, há o bloqueio da elisão em contextos formados por
“monomorfemas + item lexical”, mas a elisão pode ser aplicada em contextos formados por
“item lexical + monomorfemas”.
Verificamos, assim, que a ocorrência da elisão em contextos formados por
monomorfemas é extremamente semelhante à relação, aqui discutida, entre a aplicação da
haplologia e o monomorfema de.
Portanto, considerando os contextos em que ocorrem monomorfemas, é possível
estabelecer uma comparação entre a haplologia e a elisão. Para melhor explicitarmos essa
comparação, apresentaremos abaixo alguns dados
18
de elisão, discutidos por Veloso (2003), e
18
Os dados apresentados por Veloso (2003) dizem respeito à variedade rural do português falado em Goiás.
70
os compararemos a algumas seqüências silábicas candidatas à haplologia, já apresentadas
neste trabalho e que serão aqui retomadas.
Quadro (4.2). Haplologia e elisão
Seqüência I Seqüência II
Monomorfema de +
item lexical
Queda da 1
a
.
sílaba/vogal
Item lexical +
Monomorfema de
Queda da 1
a
.
sílaba/vogal
1. de dificuldade Não 1. lado de Sim
2. de tireóide Não 2. gado de leite Sim
Haplologia
3. de todas Não 3. gado de corte Sim
1. a outra reunião Não 1. fica um pouco fraca Sim
2. a espiga Não 2. significa o quê Sim
Elisão
3. da Hungria Não 3
. considerando a receita Sim
Notamos, com base nos dados apresentados no quadro (4.2), que em seqüências
compostas por “monomorfema + item lexical” o comportamento da elisão é o mesmo da
haplologia, uma vez que em ambos os processos não há queda da sílaba e nem de uma das
vogais que compõem os contextos candidatos. Já no que se refere a seqüências compostas por
“item lexical + monomorfemas”, aplicam-se os processos fonológicos, como visto na
seqüência II do quadro acima.
Logo, concluímos que:
(i) tanto para a haplologia quanto para a elisão, há o bloqueio desses processos
fonológicos quando a sílaba candidata a cada um dos processos estiver em
seqüências “monomorfema + item lexical”;
(ii) tanto para a haplologia quanto para a elisão, há variação na aplicação desses
processos em contextos formados por “item lexical + monomorfema”.
Uma vez que a haplologia e a elisão são bloqueadas nos mesmos contextos, seria
necessário perguntar:
(i) há uma explicação comum para os dois processos?
(ii) o que revela da estrutura fonológica o bloqueio desses dois processos?
Também seria possível formular mais uma questão sobre o bloqueio do processo
fonológico de haplologia pela presença dos monomorfemas:
71
(iii) o bloqueio da haplologia em contextos formados por monomorfemas decorre do
fato de ser o de um monomorfema ou um monossílabo?
Para responder a essas novas questões, percorreremos parte do caminho traçado por
Veloso (2003) para explicar o bloqueio da elisão em contextos formados por “monomorfema
+ item lexical” descrito anteriormente. Assim, surgem-nos duas hipóteses de explicação para
essas questões:
(i) a haplologia é bloqueada por uma informação morfossintática;
(ii) a haplologia é bloqueada por uma informação fonológica.
A fim de discutirmos essas duas hipóteses para a haplologia, consideraremos como
Veloso (2003), para a primeira hipótese, a teoria da Morfologia Distribuída. Já para a segunda
hipótese, consideraremos a Morfologia Prosódica baseada na TO.
Veloso (2003) mostra que há duas possibilidades de explicação do bloqueio da elisão.
Primeiramente, considera o processo de fusão, que “toma dois nós terminais que são
irmãos sob uma única categoria e os funde em um único nó terminal” (Veloso, 2003, p.89).
Os monomorfemas seriam, então, o resultado final da fusão de nós sintáticos terminais de
determinante e de concordâncias de gênero e número, e, devido a essa característica, haveria o
bloqueio da elisão. No entanto, para a haplologia estamos considerando o monomorfema de,
para o qual não há processo de fusão, visto que em de há um único nó terminal, logo essa não
seria uma explicação satisfatória para o bloqueio da haplologia em contextos formados por
“monomorfema + item lexical”.
Em segundo lugar, Veloso, (2003, p.91) considera a ilegitimidade da “fusão entre um
nó funcional e um nó lexical”. Ou seja, não há a fusão de um monomorfema com um item
lexical devido à categoria morfossintática desses elementos. Essa é a explicação de Veloso
(2003) para a não aplicação da elisão. No entanto, Bisol (2000b) afirma que o sândi vocálico
72
externo encontra algumas restrições de aplicação em seqüências do tipo “palavra gramatical +
palavra lexical”, o que não significa que ele é categoricamente bloqueado, como se vê em
(10).
19
(10) 1. a enchente > *enchente
2. recado pra Elisa > recado prelisa
Em (10.1), ao se apagar o monomorfema /a/, não sobra vestígios de sua presença na
sentença. Já em (10.2), ao se apagar o /a/ de /pra/ (forma reduzida de para) resta vestígios
sonoros deste monomorfema (/pr/) com os quais podemos recuperar auditivamente sua
presença. Assim, em contexto de “monomorfema pra + item lexical” a elisão não é
bloqueada. Desse modo, não se pode dizer que a elisão é completamente bloqueada nesse
contexto, mesmo que só ocorra diante de /pra/ (cf. BISOL, 2000b, p. 327-328).
Porém, para a haplologia, diferentemente do que ocorre com a elisão, não encontramos
nenhum contexto formado por “palavra gramatical (monomorfema) + palavra lexical” em que
houvesse aplicação do processo fonológico, ou seja, para a haplologia o bloqueio é
categórico.
Uma vez esgotadas as possibilidades de explicação do bloqueio da haplologia e da
elisão pela hipótese (i), passemos a discutir a hipótese (ii) apresentada anteriormente.
Segundo a Morfologia Prosódica baseada na TO, há o bloqueio de processo de
apagamento em contextos formados por “monomorfema + item lexical” devido ao fato do que
estamos chamando de monomorfema ser também um monossílabo. Assim, assume-se a
hipótese de que ocorre o bloqueio não porque o segmento é um monomorfema, mas sim
porque é um monossílabo.
Dessa forma, contamos, também para a hipótese (ii), com duas possibilidades de
explicação do bloqueio segundo a Morfologia Prosódica baseada na TO.
19
Os exemplos são de Bisol (2000b, p. 328).
73
A primeira diz respeito à busca pela preservação da identidade fonológica. Para
compreendermos melhor essa explicação, apresentamos o dado de haplologia abaixo:
(11) a. ... nas aulas (de) Desenho? (EF– SP, 43:60)*
b. ... nas aulas Desenho? (EF– SP, 43:60)
Em (11a), se o monossílabo de for suprimido, perde-se o item gramatical por inteiro,
i.e., não há vestígios do monomorfema, visto que o de, além de ser um monossílabo, também
é um monomorfema. Desse modo, perde-se completamente a identidade segmental e o
resultado da haplologia em (11.a) seria homófono a (11.b), embora este tenha outra estrutura
morfossintática. Devido a esse fato, a haplologia não se aplica nesse contexto.
Por fim, temos o ranqueamento das restrições, segundo o qual, para Veloso (2003), a
restrição que mantém os monossílabos intactos seria hierarquicamente mais alta do que a
restrição que permite o seu apagamento. A referida autora afirma ainda que essa restrição é
plausível para o PB, o qual não possui apagamento de monossílabos.
Concluímos, com base em Veloso (2003), que, para a elisão, o bloqueio se dá pelo fato
de o componente fonológico preservar um monossílabo; assim, a restrição é de natureza
prosódica e não morfossintática (cf. VELOSO, 2003). Essa conclusão também pode se
estender para a haplologia.
Com base nas discussões realizadas neste capítulo, concluímos que:
(i) o bloqueio da haplologia pelo processo de fusão, descrito pela Morfologia Distribuída,
não é uma explicação satisfatória, visto que o monomorfema de não possui nós sintáticos
terminais de determinante e de concordância de gênero e número;
(ii) a ilegitimidade da fusão de nó gramatical (monomorfema) + nó lexical, defendida pela
Morfologia Distribuída, é uma possível explicação para a haplologia, visto que essa regra
se aplica ao processo fonológico ora estudado;
74
(iii) é plausível considerar a hipótese fonológica do bloqueio da haplologia devido à busca
de identidade fonológica;
(iv) o ranqueamento da restrição que mantém intactos os monossílabos é uma explicação
aceitável para o bloqueio da haplologia por uma motivação fonológica.
4.4. Resumo
Neste capítulo, descrevemos a aplicação da haplologia em contextos que envolvem
monomorfema. Procedemos de modo a definir o que consideramos ser um monomorfema:
item gramatical composto por um único morfema. Consideramos contextos de haplologia
formados pelo monomorfema de, o qual coincidentemente também é um monossílabo.
Com base na descrição dos dados, verificamos que a haplologia é bloqueada sempre
que as sílabas candidatas fizerem parte de contextos compostos pelo “monomorfema de +
item lexical” e que há variação na aplicação da haplologia em contextos formados por “item
lexical + monomorfema de”. Esse resultado confirma a análise de Tenani (2002) segundo a
qual, na seqüência candidata à haplologia, a sílaba que sofre apagamento é sempre a primeira.
Tendo em vista os resultados de aplicação e de bloqueio da haplologia diante de
monomorfemas, foi possível comparar esse processo fonológico a outro processo de
apagamento de segmento, qual seja, a elisão. Para tanto, buscamos os resultados de Veloso
(2003) sobre a elisão em contextos de monomorfema. A partir deles, tecemos uma discussão
sobre qual fator bloqueia o apagamento de segmentos no processo de haplologia e de elisão
em contextos de monomorfemas: o fato de o de (para a haplologia) e de o a (para a elisão)
serem um monomorfema ou ser um monossílabo? Isto é, o bloqueio do apagamento é
condicionado por um fator morfossintático ou fonológico? Para elisão, vimos, em Veloso
(2003), que o bloqueio se dá motivado por um fator fonológico. Para a haplologia, por sua
75
vez, parece-nos que tanto o fator morfossintático quanto o fonológico atuam no bloqueio do
processo.
Dessa forma, esse capítulo contribui para a compreensão da organização da gramática
da língua, uma vez que tecemos uma breve discussão de como a informação morfossintática
atua sobre a fonologia de modo a bloquear a aplicação de um processo fonológico.
76
O
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
objetivo principal deste trabalho foi o de descrever a haplologia na variedade
paulista do Português Brasileiro. Para tanto, percorremos caminhos que nos
levaram a analisar esse processo no nível fonológico e morfossintático. Essas análises foram
feitas por meio de julgamento de percepção da aplicação desse processo fonológico.
No capítulo 2 desta dissertação, descrevemos os aspectos segmentais envolvidos na aplicação
da haplologia. Partimos de apontamentos feitos por Alkmim & Gomes (1982) e por Tenani
(2002) e embasamo-nos teoricamente nos pressupostos da Fonologia Auto-segmental. Desse
modo, apresentamos a regra de haplologia que adotamos ao longo deste trabalho, que é
definida como um processo fonológico pelo qual é possível detectar a queda total de uma
sílaba no encontro de duas sílabas semelhantes átonas em fronteiras de palavras.
Identificamos o contexto segmental que favorece a haplologia como sendo formado por:
consoantes obstruintes não-continuas /t/ e /d/ e vogal alta /i/ e /u/. Verificamos, ainda, que os
contextos segmentais formados por /t/ e /d/ com o monomorfema “de” são os mais freqüentes
em dados de fala espontânea. Além disso, descrevemos a aplicação da haplologia em contexto
de sílaba complexa /tro/. A aplicação do processo fonológico não era esperada nesse contexto
segmental segundo a regra de haplologia estabelecida por Alkmim & Gomes (1982). Assim
concluímos haver mais contextos segmentais candidatos à haplologia que os descritos pelas
referidas autoras.
Observamos, aqui, novas possibilidades de pesquisa relacionadas ao contexto segmental de
haplologia. Dentre elas, destacamos a análise experimental de todos os possíveis contextos
segmentais para verificar evidências acústicas de aplicação da haplologia percebida
77
auditivamente. Realizamos, juntamente com esta dissertação, uma reflexão preliminar a esse
respeito, a qual segue em anexo. Nessa reflexão, observamos que a análise de julgamento da
possibilidade de haplologia aponta para o fato de haver mais contextos segmentais para
aplicação da haplologia que os descritos neste trabalho. Além dessa análise de julgamento,
pode-se ainda fazer a análise acústica dos dados candidatos à haplologia, buscando-se
comparar o que ocorre acusticamente e o que é percebido auditivamente.
Após a identificação do contexto segmental favorável à aplicação da haplologia, passamos a
investigar, no capítulo 3, a existência de alguma fronteira de constituinte prosódico que
bloqueia a queda silábica. O objetivo desse capítulo foi o de descrever o domínio prosódico
relevante para a aplicação do processo fonológico em estudo. Embasamo-nos teoricamente
nos pressupostos da Fonologia Prosódica nos moldes propostos por Nespor & Vogel (1986).
Fizemos a descrição da aplicação da haplologia nos domínios prosódicos superiores à
palavra fonológica, considerando as fronteiras de Φ, I e U. Investigamos se alguma dessas
fronteiras prosódicas levaria ao bloqueio da aplicação da haplologia em contextos de fala
espontânea e chegamos às seguintes conclusões: (i) o contexto segmental de haplologia é mais
freqüente dentro de Φ e entre Φs; (ii) nesse domínio, há variação da aplicação da haplologia.
Em seguida, realizamos uma comparação entre esses dados de fala espontânea
(NURC-SP e IBORUNA-SJRP) e dados de fala experimental (Tenani, 2002). A partir dessa
comparação, constatamos que os resultados de pesquisa feita com dados de fala experimental
são corroborados pelos dados de fala espontânea, pelo menos no que diz respeito ao Φ.
Concluímos, assim, que o processo de haplologia não traz uma evidência de domínio
prosódico, uma vez que não é bloqueado por nenhuma fronteira prosódica, porém, em dados
de fala espontânea, há uma predominância de contextos candidatos à haplologia no domínio
de Φ.
Outra contribuição desse capítulo foi investigar a relação entre o processo segmental
de haplologia e a organização rítmica do PB. A esse respeito, vimos que, quer ao ocorrer quer
ao não ocorrer a queda da primeira sílaba da seqüência de sílabas candidatas à haplologia, a
78
estrutura resultante é a de pés binários dentro do domínio prosódico de Φ, e isso aponta para o
ritmo predominantemente trocaico do PB. Desse modo, este trabalho oferece um argumento
lingüístico que corrobora com as demais pesquisas na área que procuram definir o padrão
rítmico do PB.
Uma vez identificados o contexto segmental e o contexto prosódico envolvidos no
processo de haplologia, voltamos nossa atenção aos contextos que envolvem questões
morfossintáticas para aplicação ou bloqueio da regra fonológica de apagamento de sílaba.
Assim, no capítulo 4, descrevemos a aplicação da haplologia em contextos que envolvem o
monomorfema de, o qual se caracteriza por ser também um monossílabo. Procedemos de
modo a definir o que consideramos ser um monomorfema: item gramatical composto por um
único morfema. Embasamo-nos teoricamente nos pressupostos da Morfologia Distribuída e da
Morfologia Prosódica baseada na Teoria da Otimalidade (OT).
Após a análise dos dados, verificamos que a haplologia é bloqueada sempre que as
sílabas candidatas fizerem parte de contextos compostos pelo “monomorfema de + item
lexical” e que há variação na aplicação da haplologia em contextos formados por “item lexical
+ monomorfema de”. Isso confirmou a análise de Tenani (2002) segundo a qual, em uma
seqüência candidata à haplologia, a sílaba que sofre apagamento é sempre a primeira.
Diante dos resultados de aplicação e de bloqueio da haplologia em contextos de
monomorfema de, comparamos esse processo fonológico ao processo de elisão baseado nos
resultados de Veloso (2003) sobre a elisão em contextos de monomorfema. A partir dessa
comparação, fizemos uma discussão sobre qual fator bloquearia o apagamento de segmentos
no processo de haplologia e de elisão em contextos de monomorfemas: o fato de o de (no caso
da haplologia) e de o a (no caso da elisão) serem um monomorfema ou serem um
monossílabo? Isto é, o bloqueio do apagamento é condicionado por um fator morfossintático
ou fonológico? Para elisão, vimos, em Veloso (2003), que o bloqueio se dá mais por um fator
79
fonológico que por um fator morfossintático. Para a haplologia, por sua vez, parece-nos que
tanto o fator fonológico quanto o morfossintático atuam no bloqueio do processo. Com essa
discussão, esse capítulo contribui para a compreensão da gramática da língua, uma vez que
tecemos uma breve análise de como a informão morfossintática atua sobre a fonologia de
modo a bloquear categoricamente a aplicação de processo fonológico de apagamento de
segmentos.
Portanto, ao fim deste trabalho, foram descritos os aspectos envolvidos no processo de
haplologia, os quais perpassaram vários níveis lingüísticos. Desse modo, dentre as várias
contribuições que este trabalho traz, destacamos:
(i) a determinação do contexto segmental do processo de haplologia;
(ii) a verificação de que a fronteira de Φ é a mais favorável para esse processo;
(iii) a constatação de que a haplologia aponta para o ritmo trocaico do PB; e
(iv) a atuação da morfossintaxe sobre a fonologia, no bloqueio da queda de uma
sílaba, a fim de preservar uma informação gramatical.
Desse modo, cumprimos com nosso objetivo inicial de descrever a aplicação da
haplologia na variedade paulista do Português Brasileiro.
80
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81
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84
7. ANEXOS
A. Inquéritos do NURC-SP......................................................................................85
B. Inquéritos do IBORUNA-SJPR.........................................................................111
C. Pesquisa segmental de dados de fala experimental...........................................113
85
A. Inquéritos do NURC-SP
Tabelas de itens lexicais e preposições
NURC – VOLUME I – ELOCUÇÕES FORMAIS – SP - Inquérito no. 377 – bobina no. 123 – Inf. no. 416 p. 23-33
Preposição + Item Lexical
Total de
ocorrência 21
-as situações que ela trouxe no tes::te são situações reais ::... no momento... ela mediu no momento certo?... então o
indivíduo ai no momento realizou (até::) aquele tipo de tarefas... certo? (p. 23)
-é difícil você realmente ter... a:: medida Real do indivíduo a capacidade ou (realização)... Real do indivíduo... porque::... o
indivíduo no momento pode estar:: (ah com problemas)... né? (p. 24)
-agora se nós tivéssemos...éh:: por exemplo no mode::lo:::behaviorista... (p.30)
-então aquilo em determinadas ( ) revelam o conceito... do modelo... no modelo... eh gestalt por exemplo... já teria um outro
instrumento... no modelo psicogenético teria
outra forma (p. 30)
- sem SAL::tos... (quer dizer) é conTÍnua... então no modelo funcionalista... o desenvolvimento É:: contínuo... no modelo
psicogenético não é contínuo... (p. 31)
NO
+ MO
9
- bom... um outro tipo de testes seriam testes de dificuldades... né? (p.25)
-éh... o certo seria... uma gradação :: de dificuldades porque::... (p.27)
-então os testes deles possuem assim...éh GRAUS de dificuldades... crescentes... é... ehn:::... (p.27)
DE + DI
7
-estas notas significativas elas se distriBUEM:: numa CURva... que se chama cur::va de distribuição... esta curva de
distribuição ela representa... todas as notas obtidas... a partir da aplicação dum teste... num determinado grupo... essa curva
de distribuição... éh:: como é que ela é característica? (p.28)
DE + DIS
3
-então ele (está querendo discutir...) ( ) ALto (mais de base de::) e não de:: de argumentação ::... de diÁlogo mas esta muito
mais ligado à discussão (p. 32)
DE + DIA
1
- então eles (eles) verificaram nos testes deles... que o indivíduo atinge... é:: o MÁ::ximo do desenvolvimento da inteligência
aos vente e poucos anos... (p.31)
DO +DE
1
Item Lexical + Preposição
Total de
ocorrência 19
- eu quero saber Realmente do que que esse indivíduo é capaz... (p.23)
-éhn:: quem u/ quem utiliza tes::te já parte do principio de que ele Pode ter essa mediada REAL::...(p. 23)
TE + DO
2
- esse sujeito consegue trabalhar em determinada seção... então eu dou um teste de capacidade... (p. 23)
- uma (aptidão) MUIto segura... bom... como teste de realização... n´os temos... testes de velocidade... (p.24)
- então por exemplo teste de Binet... teste de inteligência de Binet... ele faz de tarefas bem fáceis... (p.25)
TE + DE
4
- e por outro lado uma necessidade de de::: de desenvolvimento da indústria... e a indústria o que precisa? (p.26)
- então eles (eles) verificaram nos testes deles... que o indivíduo atinge... é:: o MÁ::ximo do desenvolvimento da inteligência
aos vente e poucos anos... (p.31)
TO + DA
2
-aquilo que eu quero medir é tal tal coisa.. então existe um concei:::to aí... a respeito do que eu quero medir... e ESte conceito
esta idéia essa::... (p. 29)
-o que me interessa no behaviorismo é o comportamento (do aparelho)... o que ele... o que ele (está desenvolvendo ali) (p.
30)
-ela estaria... liga::da a TO::do o desenvolvimento do indivíduo ela (ia ia) estar JUN::to... (p. 30)
TO +DO
3
-então ela é ... é ( ) (tarefas) mais simples no sentido de::... o indivíduo realizar... tarefas mais simples... né? (p. 27) TO + DE
1
- queda e saltos... ((intervenção de locutor acidental))... bom aí depende do modelo... ((intervenção de locutor acidental))...
depende do modelo em termos funcionalistas como eles acreditam que a inteligência é com::Tinua...(p. 31)
DE +
DO
2
- em que se verifica (que) Cada fase... o individuo dá de SI... aquilo que a fase está tendo como prepondeRANte... (p. 31) DÁ +
DE
1
-são adotados testes::... que medem a capacidade do indivíduo... (p.23) DE + DO
1
- então nós tínhamos por um lado naquela época muitas crianças com problemas... e havia uma necessidade... de se pagar
essas crianças... e adapta-las à escola co-mum né? porque... quanto mais uma criança possa (se) adaptar a uma escola
comum... melhor... não há necessidade de formação... especial ::: para educador:: (p. 26)
- COmo se poderia corrigir... então... esse teste de dificuldade de AU::todificuldade surgiu com Binet e Simon... (p. 26)
DE + DE
3
86
NURC – VOLUME I – ELOCUÇÕES FORMAIS – SP Inquérito no. 338– bobina no. 1141 – inf. no. 488 p.34-47
Preposição + Item Lexical
Total de
ocorrência 11
-pre-cau-são... es/ esses dois tipos de demanda de moeda já... foram... éh discutidos pelos clássicos pelos economistas
clássicos... (p.34)
Então ele está frito ele precisa então......... ele prec/ então aqui surge um novo tipo de demanda de moeda... ele pode ele
precisa deixar uma certa moeda uma quantidade de dinheiro como ... REZERVA... certo? (p.40)
-então entender... porque que então existe demanda de moeda pres/ por especulação... existe esse tipo de demanda de moeda
porque existe uma esPECTATIVA sobre... rentabilidade futura... [...] então porque que que existe... a demanda de moeda
por especulação? ... esse esse novo tipo de demanda... que não é nem para transações nem para precaução... [..] então...
demanda de moeda... es-peculação (p.42)
-esse conceito... éh pelo menos como uma função macro/macroeconômica agregada... e do lado da teoria monetária... ele ...
ele introduziu o conceito de demanda especulativa de moeda... (p. 44)
-então no fundo... a demanda de moeda especulativa... ela depende... da taxa de juros... futura... e da taxa de juros...
presente... aqui vista mais como um rendimento não é? ... aqui como um custo.. de se manter moeda de se... manter... moeda..
então... por que existe então.. esse tipo de demanda de moeda por que as pessoas podem guardar moeda... sem que seja para
o cafezinho para a condução ou por... éh:: medo de que deixem de receber algum dinheiro... (p.45)
DE + DE
6
-na manhã do dia (se) ah:: ou no... fim da tarde dia trinta ele recebe de novo... (p. 36) DO + DIA
1
-em mil novecentos e trinta e seis... tratado geral dos juros... do dinhei/... da da moeda e do emprego... (p. 44) DO + DI
1
-então ele está frito ele precisa então......... ele prec/ então aqui surge um novo tipo de demanda de moeda... ele pode ele
precisa deixar uma certa moeda uma quantidade de dinheiro como ... REZERVA... certo? (p.40)
DE+DI
1
-na manhã do dia (se) ah:: ou no... fim da tarde dia trinta ele recebe de novo... (p. 36)
DA + TAR
1
-uma taxa de juros... agregada mas na realidade na realidade existe uma faMIlia de taxa de juros... certo? (p.45) DE+TA
1
Item Lexical + Preposição
Total de
ocorrência 84
-deve julgar que com o aumento do rendimento corrente dos títulos... (p. 46) TO + DO
1
-e também então depende do nível de renda... esse dois motivos anteriores... (p.41)
-bom... do que depende... do que ... depende... ou seja o a:: demanda de moeda por especulação depende do que?... ela
depende... da... rentabilidade... futura... (p.43)
-de uma forma mais técnica -- depende do custo de oportunidade... custo de oportunidade de se reter moeda... e qual é o culto
de oportunidade de você... reter moeda? (p. 43)
DE+DO
3
-mas em termos de quantidade de moeda ele vai Ter que deixar.. uma quantidade maior de moeda... guardada da... do que o
cara que ganha mil e duzentos.. certo? (p.40)
DA+DA
1
-porque elas julgam que... elas... guardando dinheiro hoje... isto é demandando moeda hoje... (p. 45) DO + DI
1
-esse conceito... éh pelo menos como uma função macro/macroeconômica agregada... e do lado da teoria monetária... ele ...
ele introduziu o conceito de demanda especulativa de moeda... (p. 44)
DO + DA
1
- esse tipo de demanda de moeda por que as pessoas podem guardar moeda... sem que seja para o cafezinho para a condução
ou por... éh:: medo de que deixem de receber algum dinheiro... (p.45)
DO + DE
1
-bom hoje então a gente vai começar... demanda de ... moeda... a gente quer saber agora... quais as razoes que faz... [...] ou
seja quais os motivos que explicam a demanda de... moeda... [...] existe uma... retenção de moeda um demanda de moeda...
por ... motivo... tran-as-ção... existe uma demanda de moeda por motivo... pre-cau-são... [...] demanda de moeda por motivo
es-pe-culaçao... [...] vamos então agora... discutir... cada um deles... ((tosse)) a demanda de moeda por transação... [...] uma
demanda de moeda.. uma retenção de moeda... as pessoas recebem no inicio do mês... [...] de tal forma que ela sempre tenha
alguma reserva algum dinheiro no bolso... enfim... é uma demanda de moeda para satisfazer as necessidades de...
transações... [...] e nós vamos verificar vamos tentar explicar por que ... a demanda de moeda – vamos dar essa notação –
demanda de moeda por motivo transação... é uma função... do nível de renda... ( ) nível de renda nominal ... vamos tentar
mostrar por que que a demanda de moeda é uma função... do nível de renda... (p. 34-35)
- ela se deva à diferença que existe entre as datas de... recebimento de renda de salário e os pagamentos que a gente efetua...
(p. 35)
- a quantidade... de moeda... retida... que é a nossa demanda de moeda por transação - - (p. 36)
-ah encontrar aqui uma expressão para a demanda... de moeda qual é o SALdo médio retido ou a quantidade de moeda retida
ou demandada... certo? A demanda de moeda é sinônimo de retenção de moeda de guarda de moeda no bolso... de
necessidade de moeda...(p. 36)
-seiscentos cruzeiros que é a nossa demanda de ... de moeda por motivo... transação... evidentemente... (p. 36)
- em termos anuais... interessa saber... então ah relacionar essa demanda de moeda (por) transações com o nível de renda em
termos... no ano quanto essa demanda de moeda representa [...] então a demanda de moeda é igual a um vinte e quatro
avos... da ... renda anual ... (p. 37)
- é... que a demanda de moeda por transação depende basicamente de nível de renda... [...]então a demanda de moeda
por esse motivo... é uma função do nível de renda... (p. 39)
-e vai estabelecer o equilíbrio... do mercado... monetário... demanda de moeda... por PRE-CAU-ÇÃO (p.39)
-ah sim eu estou usando o termo demanda de moeda no bolso... (p.39)
- então ele está frito ele precisa então......... ele prec/ então aqui surge um novo tipo de demanda de moeda... ele pode ele
precisa deixar uma certa moeda uma quantidade de dinheiro como ... REZERVA... certo? (p.40)
DA + DE
48
87
-aqui... parece evidente também que a demanda de moeda por motivo precaução também... é é uma função do nível de
renda... (p.40)
-então nesse sentido a demanda de moeda por precaução é... também uma função da... do nível de renda... (p.41)
-e ela é confundida com motivo... transação... no montante em que se coloca nesse gráfico... a:: demanda de moeda transação
mais precaução...(p.41)
-não existe uma estimativa disso... você guarda x para precaução e x para... no fundo a demanda de moeda.. ahn::... ela
depende dos dois tipos de motivos certo? (p.41)
-como a gente vai ver na próxima aula -- .. é demanda de moeda.. por.. es-pe-cu-la-ção (p.41)
-então entender... porque que então existe demanda de moeda pres/ por especulação... existe esse tipo de demanda de moeda
porque existe uma esPECTATIVA sobre... rentabilidade futura... [...] então porque que que existe... a demanda de moeda
por especulação? ... esse esse novo tipo de demanda... que não é nem para transações nem para precaução... [..] então...
demanda de moeda... es-peculação (p.42)
-uma diferença entre rentabilidade futura e rentabilidade.. presente que vai determinar a ... demanda de moeda... por
especulação... (p.43)
-bom... do que depende... do que ... depende... ou seja o a:: demanda de moeda por especulação depende do que?... ela
depende... da... rentabilidade... futura... (p.43)
-eu acho que ficou bem claro isso daí... ahn:: agora... a demanda de moeda então por especulação ela depende... do que as
pessoas esperam ganhar no fuTUro... (p. 43)
-a rentabilidade futura por isso tem nome... de demanda de moeda pior... especulação... (p. 43/44)
-então no fundo... a demanda de moeda especulativa... ela depende... da taxa de juros... futura... e da taxa de juros...
presente... aqui vista mais como um rendimento não é? ... aqui como um custo.. de se manter moeda de se... manter...
moeda.. então... por que existe então.. esse tipo de demanda de moeda por que as pessoas podem guardar moeda... sem que
seja para o cafezinho para a condução ou por... éh:: medo de que deixem de receber algum dinheiro... (p.45)
-então... e o que deve ocorrer com a demanda de moeda por especulação... deve... deve cair... - então... há uma relação
inversa entre a que seria corrente... entre... a::.. demanda de moeda por especulação e a taxa de juros... corrente ... colocando
a demandada de moeda apenas como função da taxa de juros corrente... (p.46)
-uma diferença entre rentabilidade futura e rentabilidade.. presente que vai determinar a ... demanda de moeda... por
especulação... (p.43)
-ah encontrar aqui uma expressão para a demanda... de moeda qual é o SALdo médio retido ou a quantidade de moeda retida
ou demandada... certo? A demanda de moeda é sinônimo de retenção
de moeda de guarda de moeda no bolso... de necessidade de moeda... (p. 36)
-maior ele dever ter mais necessidade de pagamentos... certo? De transações diárias de tal forma que há uma correlação
direta entre... quantidade de moeda... que as pessoas neceSSItam... (p. 37)
-as pessoas também mantém um certo montante de moeda no bolso... (p.39)
- então ele está frito ele precisa então......... ele prec/ então aqui surge um novo tipo de demanda de moeda... ele pode ele
precisa deixar uma certa moeda uma quantidade de dinheiro como ... REZERVA... certo? (p.40)
-mas em termos de quantidade de moeda ele vai Ter que deixar.. uma quantidade maior de moeda... guardada da... do que o
cara que ganha mil e duzentos.. certo?(p.40)
-um cara que ganha dez mil... deve deixar uma quantidade de moeda por precaução... (p. 40)
-então eu mantenho uma certa quantidade de moeda... éh:: reservada para... comprar esse carro no mês que vem... (p.41)
-de uma forma mais técnica -- depende do custo de oportunidade... custo de oportunidade de se reter moeda... e qual é o culto
de oportunidade de você... reter moeda? (p. 43)
-taxa de juros existe uma infinidade de taxa de juros nos estamos jogando... com taxa de juros... (p.45)
DE + DE
12
-Aliás sobre taxa de juros... taxa de juros ela tem um monte de sentidos... éh:: nós vamos associar taxa de juros (p. 44) TE+DE
1
-(...) oferta de moeda... e nos vimos que existem dois tipos de oferta de moeda... (p. 34)
-basicamente a diferença entre data de pagamento e data de recebimento faz com que exista uma de/... (p. 35)
-assim como estabeleci como oferta de moeda uma relação entre ofer/ ente... moeda e taxa de juros... (p. 45)
- não vamos esquecer que ao bancos.. recebem certo? E daqui e aqui é o ponto de vista de quem demanda moeda certo?.. de
quem retém moeda... é esse o ponto de vista que a gente tem que ver a taxa de juros -- ... (p.47)
TA+DE
6
- ela se deva à diferença que existe entre as datas de... recebimento de renda de salário e os pagamentos que a gente efetua...
(p. 35)
-de uma forma mais técnica -- depende do custo de oportunidade... custo de oportunidade de se reter moeda... e qual é o
culto de oportunidade de você... reter moeda? (p. 43)
-esse conceito... éh pelo menos como uma função macro/macroeconômica agregada... e do lado da teoria monetária... ele ...
ele introduziu o conceito de demanda especulativa de moeda... (p. 44)
- não vamos esquecer que ao bancos.. recebem certo? E daqui e aqui é o ponto de vista de quem demanda moeda certo?.. de
quem retém moeda... é esse o ponto de vista que a gente tem que ver a taxa de juros -- ... (p.47)
TO + DE
6
- éh de comprar títulos e então reter menos de... moeda... certo? Com o aumento do rendimento – (isso aqui é uma coisa
melhor para vocês associar) taxa de juros como... a gente PAGANdo...(p.47)
TO + DO
1
-ao fim do trigésimo dia... ele não tem nada ... de moeda no bolso... (p. 36) DA + DE
1
-vai ter mil e duzentos novamente de ... moeda... e come/ (p. 36) TE + DE
1
NURC – VOLUME I – ELOCUÇÕES FORMAIS – SP Inquérito no. 405– bobina no. 141 – inf. no. 489 p. 48-57
Preposição + Item Lexical
Total de
ocorrência 11
- a gente tem uma serie de dados... lembrados especialmente pela Arqueologia que a gente interpreta... de um determinada
forma... (p.49)
DE + DA
1
-uma sensação... de poder... uma sensação... de domínio sobre a natureza (p.52)
DE + DO
1
- no final das contas toda a evolução humana... não deixa de ser exatamente a evolução do domínio que o homem tem sobre
a natureza... (p.52)
DO + DO
1
88
-nos slides na na aula que vem... ´´e a ... extrema precisão do desenho... eles conseguem chegar a uma fidelidade linear... da
natureza... a estrema exatidão do desenho... (p.57)
DO + DE
2
-e no momento que esse e capaz:: de desenhar... – aqui a única coisa que eu sei fazer ´´e um gato -- ... a hora que ele ´´e
capaz ... de desenhar este animal... ele ´´e capaz... de desenhar este animal... ele vai ver poder sobre a vida dele... (p.53)
DE + DE
3
-... bom... então primeiro em nível de tema a seguir.. qual seRIA.. o motivo pelo qual... (p.51) DE + TE
1
-ora.. isso da a ele... então um poder sobre aquele animal... e no momento que esse e capaz:: de desenhar...(p.53) NO + MO
1
-me defender dos animais e eu preciso me esquentar na medida do possível... certo? (p.50)
NA + ME
1
Item Lexical + Preposição
Total de
ocorrência 23
- Altamira... que e´ um nome que vocês... vão encontrar em muitos lugares.. aqui no norte da Espanha... e depois () ... no
sudoeste da França... e sudeste da Espanha... (p.49)
- Como esta parecida... certo? (p.56)- e eles viviam basicamente da coleta eram caçadores... (p.49)
TE + DA
3
-vocês:: se lembram que naquele primeiro texto que nos vimos aqui a respeito de estilo... (p.50)
- então a gente já limitou bastan::te nesse período extremamente vasto de seiscentos mil anos... (p.48)
TO + DE
2
- o que nos conhecemos... historicamente... que abrange por volta de cinco mil antes de Cristo ate hoje (p.48) TA + DE
1
- tem uma duração de aproximadamente de seiscentos mil anos... (p.48)
- especificamente no período ( ) que é o ultimo período do paleolítico... aproximadamente de vinte mil... (p.48)
- então o animal saltando... e conseguem transmitir pra a gente eXAtamente essa idéia de movimento... através::
exclusivamente de linhas... (p.57)
TE + DE
3
- hoje exatamente pelo período .. do paleolítico... a arte... no período paleolítico...(p. 48)
- especificamente no período ( ) que é o ultimo período do paleolítico... (p.48)
- especificamente no período ( ) que é o ultimo período do paleolítico... aproximadamente de vinte mil... (p.48)
DO + DO
3
- uma idéia religiosa uma serie de coisas mas que estão lá para ser vistas também... a igreja ´´e clara... no fundo da caverna
nem isso eles não poderiam ir lá:: orar:: digamos...(p.54)
DO + DA
1
-ainda não existe o sentido de comunidade... (p.49)
- criar uma pessoa... ou criar uma imagem é mais ou menos a mesma coisa... no sentido de que nos estamos criando uma coisa nova... (p.52)
- u::ma arte extremamente visuAL... em que sentido? ... no sentido de que só entra na figura aquilo que - -ele pode
concretamente ver no animal... (p.55)
- é algo desligado de nossa vida que dizer é uma faceta quE a gente assume (p.51)
-então se ele esta vendo de uma determinada perspectiva... em que ele não enxerga as duas patas do outro Lado... (p.55)
DO + DE
5
- MUIto especial da vida da gente... da qual a gente tem que desligar todos os interesses práticos... certo? (p.52)
-você que CRIAR uma semelhança... que todo mundo olhe e diga o::lha a:: Elisabete Segunda da Inglaterra...
DA + DA
2
-me defender dos animais e eu preciso me esquentar na medida do possível... certo? (p.50) DA + DO
1
-então não estou colocando nadinha de novo (no tema)... nada de original... certo? (p.54) DA + DE
1
-no escuro a gente não pode ver... a própria COR... depende da luz... ou é ... um problema de luz... de iluminação... certo?
(p.53)
DE + DA
1
NURC – VOLUME I – ELOCUÇÕES FORMAIS – SP Inquérito no. 124– bobina no. 43 – inf. No. 150 p. 58-71
Preposição + Item Lexical
Total de
ocorrência
7
-mas tem uma denominação especial para aqueles casos... no naquele momento... (p. 58)
NO + NA
1
-foi o pedaço de tela tecida que mais asneiras ouviu no mundo... todo mundo em Paris chega frente à Gioconda... (p. 60) DE + TE
1
-havia as famosas perspectivas de ponto de fuga vocês aprenderam isso... nas aulas de Desenho? (p. 60)
-eu falo... uma língua... de derivação indo-européira... possivelmente eu me entendo com um francês... (p. 66)
DE + DE
2
-pra meu gosto... porque... o característico... de todo organismo de todo sistema vivo... (p. 70)
- eu não acredito... que a língua... tenha um papel... TÃO decisivo... na formação... de toda a estrutura... de percepção
cognição na própria personalidade do individuo (p. 66)
DE + TO
3
Item lexical + preposição
Total de
ocorrência
22
-certo... não existe passado presente e futuro... agora me diga uma coisa... eles não têm idéia então ninguém se casa por
exemplo marca a data do casamento e não se casa (p. 58)
TA + DO
1
-o meu maior interesse neste momento da minha carreira... não é a estrutura... (p. 71)
TO + DA
1
-havia as famosas perspectivas de ponto de fuga vocês aprenderam isso... nas aulas de Desenho? (p. 60)
-nós podemos adotar um outro ponto de vista que é o seguinte... (p. 71)
TO + DE
2
-para se representar... o exercito do faraó... (p. 60)
- há uma espécie de eterno presente... que é um presente mitológico... o mito... não é um acontecimento do passado... (p. 61)
TO + DO
2
-certas transformações se cristalizam e entram a fazer parte de estruturas... (p. 71)
-existe o pensamento emergente de um fundo conativo-afetivo... (p. 70)
TE +DE
2
-houve um outro que chama-se Leonardo da Vinci... (p. 60)
-depois nós passamos a este plano mais profundo da organização mental coletiva de um grupo... (p. 68)
DO + DA
2
89
- “por que nós supomos que o nosso modo... de interpretar o mundo... é o modo verdadeiro?” (p. 62)
-mas não se pode dizer... que a língua transmite todo o sentido profundo de uma cultura... (p. 67)
DO + DE
2
-a língua... organiza... o mundo dos atos humanos significativos... (p. 67)
DO + DOS
1
- eu não acredito... que a língua... tenha um papel... TÃO decisivo... na formação... de toda a estrutura... de percepção
cognição na própria personalidade do individuo (p. 66)
- ora eu acho admirável eu vejo mais o verde do Eça do que outros verdes românticos... (p. 70)
- o pensamento mítico transcende... do mundo... que está contido dentro dos significados lingüísticos compreende? (p. 69)
DE + DO
3
-ahn conheceram na época em que eu era estudante nos Estados Unidos havia uma voga muito grande de certas coisas...
certas piada... (p. 65)
DE + DE
1
-existe uma importância muito grande... da estrutura lingüística subjacente à ação por quê? (p. 67) DE + DA
1
-tudo o que existe no universo... então... não existe nada de é o coração do universo... então... não existe nada de
inanimado... (p. 61)
- eu não estou dizendo nada de místico para vocês porque eu sei que há isto... (p. 70)
DA + DE
3
-uma máquina... dotada... de órgão de recepção passiva... (p. 63)
DA + DE
1
NURC – VOLUME I – ELOCUÇÕES FORMAIS – SP Inquérito no. 156– bobina no. 54 – inf. No. 182 p. 72-89
Preposição + Item Lexical
Total de
ocorrência 22
- porque... penetrou na sua vida... de todo dia... não através dos quadros mas... da arte aplicada e da arte... (p.76)
-éh:: essa esse amor se manifesta em primeira através de TOda uma uma mani/ uma... (p. 83)
-vamos passar através:: de um ponto de relação ou de um ponto de discordância... é curioso lembrar que apesar de todas
essas identidades de ponto de vista... Roger Bastide teve com Mário uma polê::mica... (p.86)
DE + TO
3
-então para ele o impressionismo foi antes de tudo um movimento DEsespera::do ... (p. 80) DE + TU
1
- o principal representante vai ser na arquitetura... ( )... e sobretudo a aceitação da teori/ da teorização
estética... (p.78)
DA + TEO
1
-dessas fatalidades de temperamento.. do destino ele não se realizou através das obras (p.78)
DE + TEM
1
-no Brasil ele deixou dois artigos... ou três ou quatro... - - eu não me lembro.. estou me lembrando agora de dois -- (p.78) DE + DOIS
1
7-da atuação de Rino Levi da divulgação das idéias de Lê Corbusier... (p.74)
- mas do lado... das... da diferença daquilo eu nos vamos chamar da diferença em relação à Europa (p.86)
DA + DI
3
-vamos passar através:: de um ponto de relação ou de um ponto de discordância... é curioso lembrar que apesar de todas
essas identidades de ponto de vista... Roger Bastide teve com Mário uma polê::mica... (p.86)
DE + DIS
1
-éh que tendo nascido e se desenvolvido sob o signo de do diVÓRcio entre a arte e o público... (p.76) DO +DI
1
-e lhe lembra a importância da decoração dos cafés com seus vidros foscos e tubos cromados...e im/ éh :: na
na na modificação da sensibilidade... (p.76)
DA + DE
1
-e... sobretudo no final do decênio de trinta e no decorrer do de quarenta... (p. 83)
-ligaram-se mais intimamente a Mário na época do Departamento de Cultura quanto fundaram juntos a Sociedade de
Etnografia e Folclore... (p. 86)
DO + DE
2
-dessas fatalidades de temperamento.. do destino ele não se realizou através das obras (p.78)
DO + DES
1
-então há um movimento constante... de desnivelamento e de... de novamente... inspiração e... e::: (p. 88)
DE + DES
1
-portanto ainda cabe... um pouco no nosso período - - (p.79)
NO + NO
1
-que tem a sua representação no mundo... mas o equilíbrio interno dos volumes e das formas... (p.77)
NO + MUN
1
-e lhe lembra a importância da decoração dos cafés com seus vidros foscos e tubos cromados...e im/ éh :: na na na
modificação da sensibilidade... (p.76)
NA + MO
1
-o cubismo foi um movimento paradoxal... na medida em que... deu nascimento e... (p.76)
-de uma grande incapacidade de pensar as idéias gerais da natureza... na medida em que o pintor mergulhava no particular no
imprevisto no fugidio (p. 80)
NA + ME
2
Item Lexical + Preposição
Total de
ocorrência 40
-que eram idéias um pouco de Lê Corbusier e muito de (Gropius)... (p.74)
- então ele... estabelece um ponto de ligação entre essa estética européia... e uma estética que nós podemos dizer brasileira...
(p.75)
-uma garrafa é uma coisa somente do ponto de vista utilitário... (p.77)
-CHEIA de extraordinária acuidade... de percepção... o seu ponto de referencia é sempre a pintura flamenga do século
dezoito... (p.79)
-o impressionismo exprimia para ele um movimento de espírito oposto... (p. 80)
-representam construções focalizadas sobre um ponto de fuga... (p. 81)
-ligaram-se mais intimamente a Mário na época do Departamento de Cultura quanto fundaram juntos a Sociedade de
Etnografia e Folclore... (p. 86)
-vamos passar através:: de um ponto de relação ou de um ponto de discordância... é curioso lembrar que apesar de todas
essas identidades de ponto de vista... Roger Bastide teve com Mário uma polê::mica... (p.86)
TO + DE
11
90
-(Corot) representa para ele um equilíbrio tão perfeito de seus dotes da realidade... que perto dele TOdos os outros
paisagistas soam falso (p. 81)
-uma garrafa é uma coisa somente do ponto de vista utilitário... (p.77)
-éh:: suave.. e muito diferente do barroco português... (p. 85)
TE + DO
2
-onde o viajante sente de todos os lados o apelo dos caminhos... que passou por tantos lugares antes de se fixar num canto da
França (p. 81)
TE + DE
1
-mas também para pra verem bem que tipo de crítica ele fazia muito diferente da crítica de de de Levi-Strauss (p. 82) TE + DA
1
-(Corot) representa para ele um equilíbrio tão perfeito de seus dotes da realidade... que perto dele TOdos os outros
paisagistas soam falso (p. 81)
TES + DA
1
-mostra nesse sentido a evo/ o nascimento da música de câmara... de câmera com as cortes... (p. 84)
-onde o viajante sente de todos os lados o apelo dos caminhos... que passou por tantos lugares antes de se fixar num canto da
França (p. 81)
TO + DA
2
-ahn:: extremamente::: rico... coberto de ouro... de tal forma que quando a gente entra numa igreja baiana tem a impressão
que entrou numa gruta submarina... (p. 84)
TO + DE
1
-e por isso as paisagens rasgadas pelas fábricas o nascimento dos subúrbios... (p. 80)
-é o sofrimento dos homens... nos campos cheios de trabalho... (p. 82)
TO + DOS
2
-nos seus quadros o movimento que nos faz partir não é o próprio movimento das coisas... mas o impulso de um viajante
miserável...(p. 81/82)
TO + DAS
1
-e... por fim Roger Bastide... a que tinha me e/ ( ) me esquecido de de referir... (p.75)
- ah se transformando de pintura cubista em pintura abstrata... (p.75)
--acabou penetrando de uma maneira... insidiosa... (p.76)
-sobre a estética dos salões sobre a estética do carnaval sobre a ah:: sobre o homem fantasiado de mulher... (p. 83)
DO + DE
4
- ahn:: o tema que éh me foi dado e da estética na década de TRINta... (p.72)
- porque éh:: escolhi essa orientação... a década de trinta é uma década muito rica de manifestações estéticas (p.72)
-enfim nesse decênio nós já encontramos os frutos... da chegada de (Warchavchik) ao Brasil (p.73)
DA + DE
3
-é a relação harmoniosa... equilibrada... do homem com a natureza... (p.79) DA + DO
1
-eu preferi escolher aqueles que estão ligados à Faculdade de Filosofia... (p.72)
-há no Rio de Janeiro um pouco atividade de... Manuel Bandeira que ( )é um excelente critico de obras de arte (p.73)
-o que nos interessa hoje... é... a estética que fazia... de maneira talvez mais profunda nos cursos da Faculdade de Filosofia...
(p.74)
-CHEIA de extraordinária acuidade... de percepção... o seu ponto de referencia é sempre a pintura flamenga do século
dezoito... (p.79)
-de uma grande incapacidade de pensar as idéias gerais da natureza... na medida em que o pintor mergulhava no particular no
imprevisto no fugidio (p. 80)
-ligaram-se mais intimamente a Mário na época do Departamento de Cultura quanto fundaram juntos a Sociedade de
Etnografia e Folclore... (p. 86)
DE + DE
6
-foi o primeiro contato com a arte francesa... é importante essa essa essa co/ essa:: chegada dos quatro franceses... (p.74) DA + DOS
1
-a meditação de Mario de Andrade que... abrange todo período e extravasa... até o período de quarenta... (p.75)
-quem poderia encontrar as cores nobres e pacificadoras de outrora... o colorido de Rousseau ou de (Corot) (p. 82)
DO + DE
2
- em que o homem vivia verdadeiramente a vida da natureza... (p. 81)
DA + DA
1
-porque se bem que ele tenha no panorama no panorama geral brasileiro muita imporTÂNcia... (p.73) MA + NO
1
NURC – VOLUME I – ELOCUÇÕES FORMAIS – SP Inquérito no. 153– bobina no. 52 – Inf. No. 179 p. 90-111
Preposição + Item Lexical
Total de
ocorrência 12
-e vocês sabem que o Brasil importava... parece que ate caixão de defunto o Brasil importava ahn?... (p.90)
DE + DE
1
-e histórias de cinema... estão agora representadas por títulos como Iracema ou Os caçadores de diamantes... a linha policial
e caipira por Mistério do dominó preto... (p.97)
-para dar uma idéia vamos aludir rapidamente ao enredo... o enredo do Mistério do dominó preto... (p.98)
DO + DO
2
-e histórias de cinema... estão agora representadas por títulos como Iracema ou Os caçadores de diamantes... a linha policial
e caipira por Mistério do dominó preto... (p.97)
DE + DIA
1
-inclusive conquistando posição de destaque... na fábrica de discos Colúmbia... (p.101)
DE + DES
1
-inclusive conquistando posição de destaque... na fábrica de discos Colúmbia... (p.101)
DE+DIS
1
-ah pelo que eu pude ver o interesse de Alvorada da glória não se limita apenas a de documentar o que era a piscina do::
Clube Atlético Paulistano em mil novecentos e trinta (p.99)
DE + DO
1
-ah com uma invenção... que iria obrigar... o reaparelhamento de todos os cinemas... (p.92)
-em que... a reaparelhagem de todos os cinemas tal era algo... muito custoso... e muito complicado... (p.93)
-em novembro de vinte e nove... ai houve uma retração geral de todos os negócios né... (p.93)
DE + TO
3
-ficamos convencidos... de que quem matou... a dominó... foi a noiva do tenente... e finalmente na conclusão... éh se
esclarece.... que o verdadeiro assassino... é... o irmão... da noiva... (p.98)
DO + TE
1
-foram organizadas convenções... e manifestações de classe... justo a Getúlio Vargas... também no momento estava no ar...
(p.104)
NO + MO
1
91
Item Lexical + Preposição
Total de
ocorrência 44
-vejamos agora um filme patriótico... Alvorada da glória... uma cópia desse filme foi localizada ultimamente eu tive
oportunidade de examinar alguns rolos... (p.99)
-ah pelo que eu pude ver o interesse de Alvorada da glória não se limita apenas a de documentar o que era a piscina do::
Clube Atlético Paulistano em mil novecentos e trinta (p.99)
DA + DA
2
-vamos entrar então no nosso assunto... o cinema brasileiro... na década de trinta... (p.90)
-durante esses dois primeiros anos da década de trinta trinta a trinta e um... (p.94)
-nesse início... da década de trinta... aliás nesse período... (p.96)
-ahn dos vários filmes patrióticos nós podemos destacar A alvorada de glória... (p.97)
-e eu fui levado de novo a repensar num problema que me tem interessado muito... é o seguinte... Alvorada de glória na
época foi considerado como um filme ruim... (p.99)
-eu estou convencido em suma... que ver... hoje Alvorada de glória... é para nós brasileiros... uma experiência intelectual
muito mais estimulante ... (p.99)
-um pitoresco... que é revelador de de nossos costumes... Alvorada de glória por exemplo foi feita... (p.100)
-oh... oh:: agora em Alvorada de glória... o nome de Menotti Del Picchia... aparece com muita evidencia... como um dos
responsáveis pela fita (p.100)
-em suma... uma das funções ahn:: paralelas de Alvorada de glória... foi facilitar... a adesão de Menotti del Picchia... (p.100)
-estamos chegando ao fim do período histórico e nos foi proposto... mas antes da década de trinta se exaurir... (p.108)
-no inicio... da década de quarenta ah:: (p.109)
-e um ritmo... que é o ritmo da vida de hoje... (p.110)
-havia uma idéia de de... de se criar no Brasil... um cinema... um cinema nacionalista... na linha (clementista) do começo da
década de trinta né?... (p.110)
- a linha... ah nacionalista de idéias do cinema brasileira da década de trinta... (p.110)
-devíamos explorar essa tendência... nada de grandes emoções (p.108)
DA + DE
14
-a companhia Warner... em desespero... resolveu lançar a catada do som... (p.92) DA + DO
1
-e apesar da novidade da da sonorização.... e de alguns efei/ de alguns diálogos e de alguns cantos... (p.95)
DE + DA
1
-o cinema... falado.... no começo houve uma curiosidade de público... mas logo o público se cansou... (p.93)
-o recorde de Bem Hur com... ( ) com Ramon Novarro... e ((tossiu))... (p.92)
-o primeiro filme de enredo brasileiro É o Anastácio chegou à cidade de mil novecentos e oito não é? (p.97)
- uma cópia desse filme foi localizada ultimamente eu tive oportunidade de examinar alguns rolos... (p.99)
-e ele sente a necessidade de desmentir o boato... na seção livre do Estado de São Paulo... (p.103)
- o quanto pode conta... a obrigatoriedade de um complemento brasileiro... (p.105)
DE + DE
5
-se nós pegarmos... se nós quisermos encontrar... a ::... a idade do ouro de cinema brasileiro... (p.90)
- na bilheteria quase que alcançou o recorde do memento que era o de Bem Hur... (p.92)
-o Procópio Ferreira... éh dizia um monologo e a personalidade do prólogo que fazia um discurso inicial... (p.101)
-ter simpatia pela lei de obrigatoriedade... do complemento nacional... (p.105)
DE +DO
3
-e ele sente a necessidade de desmentir o boato... na seção livre do Estado de São Paulo... (p.103)
-mas vamos voltar as coisas mais sérias... o período de animação... fez com que aumentasse consideravelmente o número de
pessoas interessadas no cinema brasileiro... (p.104)
-e eu fui levado de novo a repensar num problema que me tem interessado muito... é o seguinte... Alvorada de glória na
época foi considerado como um filme ruim... (p.99)
-e que passou a vida ... trabalhando de graça... né? (p.104)
DO +DE
2
-para dar uma idéia vamos aludir rapidamente ao enredo... o enredo do Mistério do dominó preto... (p.98)
DO +DO
1
-e o colunista da revista comente com orgulho... “um pouco de matéria-prima brasileira... para o ... ah:: para o cinema
americano” (p.107)
TA + DA
1
-e que já trouxe um cineasta de Cataguazes... Humberto Mauro... (p.95)
-não pode aceitar essa arte que ensina a revolta... a falta de higiene... (p.110)
- até segunda ordem... a linha... ah nacionalista de idéias do cinema brasileiro da década de trinta... (p.110)
TA + DE
3
-havia uma idéia de de... de se criar no Brasil... um cinema... um cinema nacionalista... na linha (clementista) do começo da
década de trinta né?... (p.110)
TA + DO
1
- em cidades do interior Campinas teve um mo/.... um momento... interessante de cinema (p.94) TE + DE
1
-o recorde de Bem Hur com... ( ) com Ramon Novarro... e ((tossiu))... diante disso... diante do sucesso do Cantor de jazz...
(p.92)
TE + DO
1
-há muito da tradição antiga... né? Aquelas anedotas... ah coligidas... (p.97) TO + DA
1
-ah com uma invenção... que iria obrigar... o reaparelhamento de todos os cinemas... (p.92)
-Plínio Salgado levava a sério o cinema como instrumento de propaganda... (p.103)
-e foram muito numerosos os cinegrafistas da velha guarda... que viveram momento de conforto em suas veias tribuladas...
(p.103)
-qualquer baRREIra alfandegária tal escreveu a vida toda... sobre cinema sempre defendendo... ahn:: esse ponto de vista...
(p.104)
-a luta... a eterna briga... conta os que têm o direito de mandar... (p.110)
TO + DE
5
-agora a respeito do cinema falado ele disse... “o cinema falado em língua estrangeira não precisa de nenhuma barreira entre
nos...” (p.93)
TO + DO
1
-houve uma animação enorme no cinema brasileiro... (p.94) ME + NO
1
92
NURC – VOLUME II – D2 – SP Inquérito no. 343– bobina no. 130 – Infs. No. 441 e 442 p. 17-60
Preposição + Item Lexical
Total de
ocorrência 15
-parece que esta saindo de uma ... condição de subdesenvolvimento para chegar sei lá numa de desenvolvimento... (p.29)
-eu acho muito mais provável... em termos de decadência de uma civilização (p.58)
-eu acho que a gente está num período de decadência (p.58)
DE + DE
3
-ela não sabe se ele ficou bom porque não teve coragem de dizer que ainda estava com dor de estômago... (p.36) DE + DI
1
-tem assim no Maximo com três quarteirões de distancia uma linha de metrô (p.26) DE + DIS
1
-você vê altos magistra::dos... em relatórios... orgulhosos de terem queimado duas mil feiticeiras num dia... (p.51) DE + TE
1
-construíram a caixa do tamanho do corpo de uma pessoa e puseram ratos lá dentro ... (p.57)
DO + TA
1
-nós não costumamos fazer muita compra não... não sou do tipo de... (p.33) DO + TI
1
-então acho que um controle não se tem de tudo isso (p.52)
DE + TU
1
-é um meio de transporte que... não causa trânsito... (p.25)
-é uma... das opções de transporte... (p.25)
-comunicação... comunicação de transporte é comunicação não humana né? (p.28)
-o que já PAssa (em) muito lugar de trânsito ele já sabe o caminhozinho saidazinhas especiais (p.29)
DE+TRANS
4
-o teu pai pode ser trabalhador... conseguiu o dinheiro na marra ... ( ) a vida dos outros né? (p.45)
NA + MA
1
-numa cidade grande você é filho de rico você também está no mesmo status... (p.44)
NO + MES
1
Item Lexical + Preposição
Total de
ocorrência 76
-está uma onda de café por aí né? (p.32)
-foi um general lá que matou uma::... cacetada de índio... (p.34)
-não tem que ver com nada de mudança... (p.25)
-não tem nada de nazismo... depois vem outra coisa depois vem outra coisa depois outra coisa... certo? (p.54)
DA + DE
4
-o nível geral de... sei lá de ansiedade das pessoas vai aumentar... (p.46) DE + DAS
1
-poluição por quantidade de área existente né? (p.25)
-quer dizer eu não vou na cidade de carro... (p.29)
-e cada vez mais o computador adquire... uma:: capacidade de calcular as coisas... (p.38)
-não tem digamos... a:: o:: unidade de medida básica para isso ... (p.42)
- um grau... mais eficiente... de uma mesma... de um mesmo nível da... de intensidade de... herança (p.49)
-a potencialidade de... chegar... pifar o cem por cento (p.56)
-então acredito a probabilidade de ter uma zebra é:: maior... certo? (p.57)
cada vez não aumenta mais a prioridade de... ter hecatombe?... (p.58)
-numa época ou noutra a tua potencialidade de fazer hecatombe aumenta né? (p.59)
-eles estão com a potencialidade de arrebentar maior... (p.59)
DE + DE
10
-então... depende do arquiteto que vai lançar ... a arquitetura da obra... (p.39)
DE + DO
1
-não:: tem um análogo assim da cidade grande tipo... vontade dos habitantes de poluir... não... (p.23)
DE + DOS
1
-mas não em termos de terapia em termos... a terapia é um veiculo de solução (p.22)
-saneamento... despoluição... seria analogia de terapia com o indivíduo... (p.22)
DE + TE
2
-eu passo ali do lado da faculdade certo? (p.18)
-você estava falando da tribo... (p.44)
DO + DA
2
-já morrem de medo de ter filho atualmente né? (p.55)
-quando você está rodeado de máquinas... o negócio perde um pouco né? (p.38)
-para mim quando eu passo muito tempo na cidade também arde andando de carro inclusive (p.21)
- esta saindo de uma ... condição de subdesenvolvimento para chegar sei lá numa de desenvolvimento... (p.29)
-falando... ((vozes)) falando de compras... (p.32)
-ele estava contando de um... de um camarada que ele descobriu aí... (p.41)
-mas é isso que eu estou me referindo... estava falando de mudanças de forma... (p.47)
-você não está escapando de nada nem mudando nada... (p.53)
-(eu estou falando de) cidade... (p.30)
DO + DE
9
-de eu não procurar esses dados de eu não me tocar muito... e ver::... (p.31)
DOS + DE
1
- no interior... está mais próximo de... passado do que de futuro... tem uma família (p.48)
-às vezes eu sinto que a coisa evolui mais rápido do que você consegue aprender... (p.39)
-então eu não estou sabendo do porquê... ou se tem::... como às vezes eu sinto muito ... muito (p.32)
DO + DO
3
-então acontece por aCAso assim por... falta de::... ah:: de planejamento (p.24)
-superpopulação falta de comida eles morrem... (p.53)
TA + DE
2
-então teria como que importar dos outros estados para São Paulo mão-de-obra barata... (p.20)
TAR + DOS
1
93
-agora mil carros andando causa um problema... é diferente da... do do do ( ) talvez você não tenha... (p.24)
-é diferente da comunicação... tipo humana né? (p.28)
-morrer grande parte da população e o resto continuar vivo... (p.58)
TE + DA
3
-agora na maior parte das vezes não é né? (p.52) TE + DAS
1
-funciona diferente de vários ônibus né? (p.25)
-com os indivíduos né? É diferente de mexer com casas (p.30)
-eu calculo tem...vem um montão de coisa diante de mim... passa por mim e continua (p.52)
TE + DE
3
-não:: tem um análogo assim da cidade grande tipo... vontade dos habitantes de poluir... não... (p.23) TES + DE
1
-numa tribo não existe dinheiro com valor de troca (p.33) TE + DI
1
-acho que a economia é mais forte do que a lei... (p.19)
-mas dentro de um... de um repetitivo... não muito diferente do que... certo? (p.44)
-não sei de americanos ou ingleses que matou muito mais gente do que::... quando caiu a bomba atômica... (p.56)
independente do funcionamento uma ciDAde ((som de buzina)) que tem um montão de indivíduos (p.22)
TE + DO
4
-gostaria que vocês falassem a respeito da cidade e do comercio... (p.17)
-ruas mais ou menos sujas... ali perto da Praça da Sé da Praça da Sé tudo esburacado por causa do metrô né? (p.17)
TO + DA
2
-você comunica diferentes pontos da cidade quando você::... sabe? (p.28) TOS + DA
1
-o crescimento das...digamos das vias... ou::... né? De::... circulação... dentro da cidade não acompanha esse crescimento
(p.28)
TO + DAS
1
-lugares novos e tal acho que meu conhecimento de São Paulo é muito restrito (p.17)
-tira tira tira o contexto de humano essa comunicação... (p.28)
-tipo linguagem... sai do contexto de linguagem... (p.28)
-o fato de você estar usando já está dizendo para as outras pessoas que você tem um determinado nível social:: (p.35)
-você vê esse::s... éh::... esse crescimento de uns anos para cá (p.46)
-que sempre ia existir alguém que não era suspeito de bruxa... (p.55)
crescimento de uma coisa... que domina as... consciências individuais... (p.57)
-... éh:: aprender uma série de métodos de... cálculo dimensionamento de pontes (p.38)
TO + DE
8
- você deve conhecer uma experiência que fizeram com ratos de amontoar rato em:: em gaiolas pequenas (p.54)
-então pelo menos sobravam (alguns) suspeitos de bruxa né? (p.55)
TOS + DE
2
-mas dentro de um... de um repetitivo... não muito diferente do que... certo? (p.44)
-você entra num relacionamento direto com o indivíduo (p.45)
TO + DI
2
-sugestões e a opinião de vocês a respeito do metrô? (p.25)
-então a gente confia no... no ( ) até certo ponto do computador (p.37)
-ahn... coisas co::mo... a poluição... o conhecimento do ( ) populacional (p.46)
-por isso é que eu gosto do meu trabalho (p.53)
TO + DO
4
-e:: esta muito pior a cidade... está.. o aspecto dos prédios assim é bem mais sujo... (p.17) TO +DOS
1
-seria uma restrição de... desenvolvimento... errado mas já está um montão de coisa errada certo? (p.19)
-independente do funcionamento uma ciDAde ((som de buzina)) que tem um montão de indivíduos (p.22)
-eu calculo tem...vem um montão de coisa diante de mim... passa por mim e continua (p.52)
-então o que eu acho é o seguinte... pode ser uma questão de probabilidade... (p.54)
TÃO + DE
4
-o crescimento das...digamos das vias... ou::... né? De::... circulação... dentro da cidade não acompanha esse crescimento
(p.28)
TRO + DA
1
-certo eu sou:: um::.... um circuitozinho pequenininho dentro de um processo grande... (p.31) TRO + DE
1
NURC – VOLUME II – D2 – SP Inquérito no. 62– bobina no. 20 – infs. No. 69 e 70 p. 61-99
Item Lexical + Preposição
Total de
ocorrência 76
-um clima assim um pouco ...((risos)) confuso ((risos)) ... afetas por exemplo a vida de um dos dois ... (p.61) -isso acarreta
muita perda de tempo ... (p.67)
-mas parece que está existindo aí a chegada de uma reforma ... (p.72)
-(ainda para quem) dependa de bate-papo né? (p.62)
DA + DE
4
-se uma Área ... é mais procurada do que outra ... (p.81) * nome ou verbo? DA + DO
1
-em contraste com com a areia que fica muito branca em virtude da ... claridade da lua né? ... (p.64)
-vai atender perfeitamente a necessidade da empresa ... (p.75)
a pequena empresa teria possibilidade de ... de manter um:: centro de processamento de dados? (p.86)
-mas tudo vai em virtude da da necessidade que ele vai sentir ... (p.86)
DE + DA
5
94
-então:: uhn:: tenho vontade de de:: ouvir uma notícia uma coisa qualquer e normalmente eles dão né? (p.63)
-nesse sentido eu posso ficar ... e nem ter vontade de de sair de lá para me deslocar para algum outro local (p.67)
-porque::não havia uma possibilidade de perder mais alguns ... alguns anos (p.70)
-mas dando oportunidade de um de um debate certo? (p.72)
-que não há necessidade de um curso técnico que eles fizeram de Engenharia ... (p.73)
-quando a gente tem vontade de dar um prolongamento há falta de doutores ... (p.80)
-ele conseguir realmente ... ENtender ... que ele TEM necessidade de de ... de processamento de dados (p.85)
- haveria necessidade de uma pessoa:: ... ah:: conhecedora do assunto não é então o caso de ... arquitetura ... (p.88)
- a dificuldade de encontrar uma fórmula de se identificarem mais ... com com com o público de teatro ... (p.93)
-eu:: tive a oportunidade de assistir algumas peças aí ... (p.93)
-até tive oportunidade de gravar essa esse número -- ... (p.93)
-acho que nós tivemos pelo menos uma vez na vida oportunidade de dar aula para alguém ... (p.98)
-e:: a pesquisa:: já depende de VERbas certo? (p.82)
DE + DE
13
- em outros países ... que você tem oportunidades de saber -- sei lá se se é cultura de um povo ou não -- ... (p.94) DES+DE
1
-éh diz que agora ... estão partindo para isso diz que o BNH está financiando a ... prazo a perder de vista mesmo entende?
(p.88)
DER + DE
1
-é mas você sabe que o curso de Comércio Exterior na Universidade do ABC serão de cinco anos né? (p.70)
- está realmente existindo uma aceitação muito grande do engenheiro em cargos administrativos ... (p.73)
-... em virtude do do próprio fato de nós não termos ainda:: muita disponibilidade:: de verbas PAra essa área de pesquisa ... (p.74)
-atendendo a um a uma necessidade do momento ... (p.89)
-assim mesmo é pouco ... acho que é pouco ... em virtude do que ele estuda né? ... (p.99)
DE + DO
5
-agora éh:: o outro lado da pesquisa desenvolver os computadores (p.86) DO + DA
1
-ele faz um curso mais especializado em menos tempo ... e que no mercado de trabalho vai ter assim uma uma aceitação
muito melhor ... (p.69)
-(bom) mercado de trabalho ... (p.71)
-todas as profissões em termos de mercado de trabalho ... (p.72)
-a situação do médico ... também é uma situação difícil ... em termos de mercado de trabalho (p.76)
-certo mas você tem um punhado de informações e é um potencial bom ... (p.79)
-a gente vê alguns vários até aí na nossa área por exemplo mercado de capitais existe alguns ... (p.80)
-problema de mercado de trabalho (p.89)
-eu dependo de condução né? ... (p.61)
-estou falando de professor (p.98)
DO + DE
9
-uhn uhn precisa pensar no respaldo do negócio ... (p.80)
-mas o campo deles eu acho que está muito mais saturado do que o nosso ... (p.89)
DO+ DO
2
-acho que eles são até mais ... mais sofridos do que nós (p.89)
DO + DOS
1
-é:: a bendita da lei da da oferta e procura né? (p.72)
TA + DA
1
-me difiCULta de uma certa forma::... para eu poder ... pegar as conduções é mais dificultoso (p.61)
-é amor eu acho teatro acho que é amor é arte que o indivíduo gosta de fazer aquilo ... (p.92)
TA + DE
2
-é parece mesmo um:: um contra-senso né? ... engenheiro metido no no trâmite de papéis (p.73)
-agora nessa parte de Engenharia também a parte que eu conheço é a parte de eletricidade... (p.82)
-nós já poderíamos partir ... para um ... criar ... fonte de pesquisas aqui entende? (p.83)
TE + DE
3
-agora o engenheiro entra com a parte dos cálculos né? ... (p.88)
TE + DOS
1
-é o clima tem realmente uma uma influência diREta no no comportamento da pessoa (p.65)
-de acordo com o entendimento da maioria ... não vai ser aceito ... (p.92)
-e realmente pelo fato de de haver assim uma proximidade perto do da linha do Equador ... (p.64)
TO + DA
3
-essencial para o:: para o desenvolvimento de:: de certos afazeres (p.65)
- em virtude do do próprio fato de nós não termos ainda:: muita disponibilidade:: de verbas PAra essa área de pesquisa ... (p.74)
- do ponto de vista da empresa ... deve absorver um engenheiro ou deve absorver um técnico? (p.75)
-ela vai uma vez por semana ... e faz Direito ... de manhã ... (p.90)
- de chegar ma/ mais tarde num dia da semana para fazer Direito de manhã mas ela só vai uma vez por semana ... (p.90)
-EU acho esse é o meu ponto de vista eles ... investimento deles ... é como você jogar na Bolsa talvez pior até entende? ... (p.91)
-é a mesma coisa ... no meu ponto de vita né? (p.96)
-em termos de por exemplo custo de vida (p.98)
-durante a escola isso facilita:: muito facilmente ... o:: entendimento de qualque::r serviço (p.73)
TO + DE
9
-ele tinha du-zen-tos mil pontos de solda ... (p.93)
TOS + DE
1
-você passa na hora do almoço no ... no viaduto do Chá está todo mundo trombando com todo mundo (p.64)
TO + DO
1
-você:: ... sabe que dentro da profissão ... (p.61)
-... ainda não há dentro da do campo da ... Eletrotécnica dentro da eletricidade eles não têm ... condições de especializarem
em determinados campos ... (p.83)
TRO + DA
3
-mas o o o você acha que a pequena empresa teria possibilidade de ... de manter um:: centro de processamento de dados? (p.86)
-então são duzentos num ônibus que cabe trinta ... profissionalmente não ... fechado dentro de quatro paredes (p.61)
TRO + DE
3
-... você vê é é mais fácil fechar teatro que abrir ... hoje em dia fecha mais teatro do que abre ... (p.91)
-(você está) dentro do ônibus lotado ninguém abre janela ((risos)) ... (p.61)
-então quer dizer eles não encontram aqui dentro do ... do próprio país (p.83)
-eu acho que é necessário MAIS verbas para ... para aplicar aqui dentro do ... do próprio país para o pessoal não sair
entende? (p.83)
-está havendo um maior desenvolvimento dentro do campo da habitação mesmo (p.88)
-
afinal professor exerce assim uma::... um:: dentro do nível de renda no geral ... ele tem que ter um nível de renda:: bom ... (p.98)
TRO + DO
6
95
-ele se prenderá dois anos na firma ... eles obrigam a maioria das firmas obrigam isso (p.83)
NOS + NA
1
Preposição + Item Lexical
Total de
ocorrência 38
-e que acredito eu inclusive que em termos de desenvolvimento ... (p.69)
-fazendo assim uma análise em termos de desenvolvimento (p.72)
-um pouquinho do ... do relacionamento ... da pessoa ... da apresentação do indivíduo dentro de determinada organização ... (p.76)
-só conseguir encontrar condições de desenvolver aquilo ... (p.79)
-aqui eles não têm campo de desenvolver isso ... (p.83)
DE + DE
3
-eles ... começaram na empresa (então) resolveram fazer curso de Direito estão lá ... (p.89)
-só existia o curso de Direito ... (p.99)
DE + DI
2
-por causa dessas tendências do desenvolvimento ... (p.85) DO + DE
1
-coisa de dois três anos criaram aí no ... no Mackenzie ... parece que a GV também tem cursos técnicos ... (p.84) DE +DOIS
1
-você acha que hoje tem valor a ... acumulação de tulos? (p.90) DE + TI
1
-um pouco de tudo um pouco de tudo (p.78)
DE + TU
2
-que que você vê esse pessoal de teatro ... para mim é:: é a classe mais sofrida que tem ... entende? (p.91)
- éh:: ... ter assim uma uma bagagem cultural para poder assistir uma peça de teatro ... (p.92)
- a dificuldade de encontrar uma fórmula de se identificarem mais ... com com com o público de teatro ... (p.93)
DE+TEA
3
-éh trabalhando ... para tentar alcançar algum objetivo ... duRANte um esPAço de tempo ... (p.82) DE + TEM
1
-para eles pouco importa:: às vezes a:: o tempo de de trabalho né? (p.67)
-como você utiliza o seu tempo de trabalho ... (p.67)
-mas esse pessoal técnico seria ... teria campo de trabalho para esse pessoal atuar? (p.84)
-eles não acham um campo de trabalho aí fora ... (p.89)
-assim o tipo de trabalho que faz ... (p.96)
-não eu digo assim em termos de trabalho mesmo ... de trabalho ... (p.96)
-... essa profissão no caso de trabalho como é que ... vem a ser ... (p.97)
DE + TRA
8
-mas o indivíduo para fazer um curso de três anos ... ele PAga ... a mesma coisa que um indivíduo que vai fazer um curso de
quatro cinco anos (p.84)
DE + TRES
1
-a:: o governo alega que precisa do ... do técnico hoje em dia ... eles precisam mais do cnico do que o indivíduo de
formação ... universitária propriamente dita ... (p.84)
DO + TE
2
-você vê o homem do tempo ... você ouve aí o homem do tempo ... pá pá ... fala isso aquilo ... (p.63) DO + TEM
2
-para nós não não não nos interessa e a divulgação do teatro (p.92)
-porque normalmente o indivíduo ou ele sai do cinema ou sai do teatro (p.94)
DO + TEA
2
-a gente vê alguns vários até aí na nossa área por exemplo mercado de capitais existe alguns ... (p.80)
-eu conheço ... em:: advogados que eles estão trabalhando como ... auxiliares na nossa própria empresa (p.89)
NA + NO
2
-agora o cinema também se encontra na mesma dificuldade ... (p.95) NA + MÊS
1
-o que eu vejo:: ... na moça é que ela quer:: bastante títulos entende? ... (p.90) NA + MO
1
-ele ... pôs tudo:: segundo declaração dele não sei se são demagógicas ou não ele pôs ... tudo que ele tinha na na montagem
da peça Hair ... (p.91)
NA + MON
1
-o dia que faz as quatro estações no mesmo dia:: ... é horrível né? (p.62) NO + MÊS
1
-no ... no nosso curso ... você:: -- você está lembrado você sabe disso (p.71) NO + NO
1
-então realmente no momento está existindo assim uma demanda muito grande ... e uma oferta pequena ... (p.72)
-mas parece que está agora interrompido no momento ... e:: são realmente poucos (p.80)
NO + MO
2
NURC – VOLUME II – D2 – SP Inquérito no. 255– bobina no. 95 – infs. No. 303 e 304 p. 100 –135
Item Lexical + Preposição
Total de
ocorrência
122
-seria uma expectativa ... de uma camada despreparada da população (p.115)
-eles envolvem a vida da gente e é natural que aconteça isso ... (p.110)
DA + DA
2
-o único trecho ... não aéreo em todo percurso foi um trecho ... Fortaleza-Teresina ... feito ... durante a madrugada ... de
maneira que o avião acaba sendo o meio de transporte ... único possível nas atuais circunstâncias (p.101)
-para justificar o esquecimento de uma correspondência prometida ... de qualquer coisa assim ... (p.119)
DA + DE
2
-... mas não assim de um clara inidoneidade da empresa ... (p.119)
DE + DA
1
96
-até porque essa ... obrigatoriedade de uma viagem sistemática quase todo ... janeiro ... em termos de:: ... comproMIssos com
as editoras ... tira:: disponibilidade de tempo e até interesse em viagens... (p.100)
-eu tive a oportunidade de fazer ... ahn a ... uma incursão pelo mar ... (p.103)
-então esta impossibilidade de me valer assim do tempo ... (p.103)
- uma preocupação muito grande de me ... me ver assim rapidamente desincumbido daquela tarefa ... (p.103)
-porque o trem não tem ... a mobilidade de um ônibus por exemplo que às vezes dificulta a leitura (p.105)
-da gente ter ... aquela tranqüilidade de saber que vai viajar durante um bom tempo ... (p.106)
- tive oportunidade de:: fazer pesquisas sobre a maNEIra de falar do gaUcho ... (p.114)
-é a noTÁvel liberdade de expreSSÃO ... (p.124)
-nós costumamos chamar de sociedade de consumo (p.130)
-e mesmo a frustração toda que existe na sociedade de um modo geral (p.130)
-um papel assim muito responsável perante a sociedade ... de maneira que:: (p.131)
-os problemas de uma cidade:: ... de uma ciDAde comum ... (p.132)
-a circunstância da cidade de São Paulo ... ter tido um crescimento anormal ... (p.132)
-o homem que vem à cidade de São Paulo é quase sempre o indivíduo que vem em busca ... de uma realização ... (p.132)
-esta possibilidade de doar-se ... (p.133)
-na prioridade de uma cidade como São Paulo (p.133)
-para que ocorra então realmente uma comunidade de homens ... (p.135)
DE + DE
18
-então nossas atividades ficam muito presas às atividades das crianças (p.110) DES+DA
1
-quer dizer então um jornal tinha que obedecer certas prioridades de informações ... (p.123)
DES + DE
1
-fiz assim três viagens nessa base ... sendo que:: uma para o Rio Grande do Sul (p.100)
-mas quando na minha agenda para as atividade do dia ... vejo uma série de ligações telefônicas ... (p.119)
-para aBRIR a vontade do aluno para realmente aquele que viria ser o texto ... (p.128)
-então o que representa isso de Violentação à personalidade do homem ... (p.130)
DE + DO
4
-na comunidade dos homens você tem os marginalizados (p.134)
-porque a comunidade dos homens ela não é biologicamente levada a viver junto (p.134)
DE + DOS
2
-leio setenta e cinco por cento portanto três quartos do conteúdo da revista ... (p.125)
-quer dizer se Esse canal que é o rádio fosse usado da mesma forma como eu mencionei a televisão ... (p.116)
DO + DA
2
-e acredito até que grande parte de minhas viagens pelo estado de São Paulo principalmente ... (p.103)
-então eu geralmente jogo voleibol ... no sábado de manhã (p.108)
-se possível o a ... deve sempre haver assim um dado de vaLOR na colocação dos temas ... (p.123)
-ela ser inserida naquele mundo de violência e sexo (p.123)
-o que eu LEIo habitualmente é o jornal realmente O Estado de São Paulo (p.127)
-o:: ... O Estado de São Paulo de doMINgo por exemplo ... (p.127)
-religião é antes de tudo um estado de espírito ... (p.131)
-a gente costuma ser MUIto bem atendido e regiamente tratado ... de maneira assim ... toda especial ... (p.101)
-o R. deve ter andado de ônibus por aí bastante também ... de navio não sei ... (p.103)
-quando a gente pode pegar uma bicicleta por exemplo e sair andando de bicicleta (p.107)
-agora tenho ouvido de outras pessoas em outros locais ... ahn queixas assim (p.118)
-no pouco que solicitei aos correios ... fui atendido de maneira ... (p.119)
-na hora que você está falando ... de modo que eu ... a minha impressão assim em termos de futuro ... (p.121)
-seja lá o africano morrendo de fome ... (p.130)
DO + DE
14
-e nessas circunstâncias eu só não estive no estado do Acre ... (p.100)
-e quinze dias no Espírito Santo ... e Estado do Rio ... (p.101)
-no sentido do jornal não ter o seu órgão oficiAL de divulgação pelo menos do pensamento das alunas ... (p.124)
-mas quando me vejo privado do automóvel ... eu me sinto assim ... ahn em condições de enfrentar um desafio para o qual eu
não me considero preparado ... (p.105)
- quando do vôo inaugural ... da VASP para Manaus ... (p.102)
DO +DO
5
-eu conversando com ... um um administrador de uma fazenda que trabalhava por lá ... (p.116) DOR+DE
1
-principalmente o rádio de pilha né? quer dizer o rádio de pilha representou a quebra de um isolamento do homem do campo
(p.116)
-através do rádio de pilha ... ele pôde se ligar ao resto do mundo
-a gente vê hoje o operário de obra com o rádio de pilha debaixo do braço (p.116)
DIO + DE
4
-eu tenho PAStas de assuntos em casa (p.127)
-eu acabo buscando assim ... com certo interesse ... essas:: revistas ... ditas de reportagens ... (p.126)
TAS + DE
2
- independente da maior ou menor atração que uma manchete possa me despertar ... (p.125)
-e tem assim uma visão muito interessante da ... além de distrair ... entende? (p.129)
-o homem diferentemente da abelha (p.134)
TE + DA
3
-porque da maior parte das vezes ... essas ligações ... ocorrem com muitas dificuldades ... (p.120)
TE + DAS
1
97
-e acredito até que grande parte de minhas viagens pelo estado de São Paulo principalmente nos pontoso atendidos pelas
... companhias de navegação aérea (p.103)
- mesmo quando comparado com o transporte de animais ... (p.106)
-ahn não tenho assim muita vocação ... para aquela parte de palavras cruzadas (p.128)
-então viajei bastante de avião ... (p.102)
-excepcioNAIS assim em termos de ... viagens ... aparentemente de pequena distância... (p.102)
-agora ultimamente de uns dois anos essa parte é que eu também ... tenho andado mais de automóvel ... (p.105)
-saber que eu vou tomar um trem vou chegar daí a sete horas então eu tenho sete horas realmente de repouso ... (p.106)
-se forem programas realmente de de acréscimo cultural ... ela está estará cumprindo um papel que hoje é até desconhecido
(p.116)
-e numa linha realmente de crescimento do homem se o Ministério da Educação cuiDAsse realMENte de que EStes veículos
... (p.116)
-a representação teatral que coloca a sua posição diante de um drama social qualquer ... (p.124)
TE + DE
11
-acredito que excluindo essas três ... FONtes de de informação e até mesmo de comentários da imprensa escrita... (p.126) TES + DE
1
-já tivemos ótimas ... apresentações sobre parte do ... do rádio ... (7)
-p.11mas justamente para aBRIR o apetite do aluno ... (p.128)
TE + DO
2
-a maior parte dos alunos moram assim ... num raio ... de DOIS a cinco quilômetros da escola (p.132)
-para maior parte dos alunos a:: ... a resposta é:: inteiramente afirmativa ... (p.132)
TE + DOS
2
-faz com que as minhas experiências de transporte pelo ônibus sejam sempre experiências marcadas por uma anGÚStia de
chegar (p.103)
DE+TRANS
1
-ahn digamos assim ... como passeios:: para COnheciMENto da linha náutica ... (p.103)
-o mesmo pode ser dito da própria imprensa ... (p.122)
TO+DA
2
-no sentido do jornal não ter o seu órgão oficiAL de divulgação pelo menos do pensamento das alunas ... (p.124) TO + DAS
1
-há dez anos atrás os aviões não tinham o conforto de hoje ... (p.102)
-raramente eu posso admitir sequer ... que um outro fim de semana em um outro local ... possa reunir o conjunto de prazeres
que esta chácara ou que este sítio ... realmente representa ... (p.107)
-então o cinema acaba:: se constituindo quase que um preenchimento de um espaço vago ... (p.109)
-não faça com que eu justifique ... e enDOsse esse ponto de vista ... (p.113)
-portanto não poderiam realmente ter sido criAdas pelo Departamento de Correios ... (p.119)
-como empregado que fui do Departamento de Correios e Telégrafos ... (p.119)
-então NÃO ter um ponto de vista sobre determinado assunto hoje é TER um ponto de vista até perigoso ... (p.123)
-eu vejo a imprensa como sendo assim o grande instrumento de colocar as pessoas assim num nível de participação de tudo
que ocorre de tudo que acontece ... (p.123)
-representa assim o agravamento de um estado assim de marginalização da pessoa ... (p.123)
-quando alguns alunos me chamam a atenção ... para um aspecto ... de uma dessas revistas que não leio(p.126)
-quer dizer o homem se transforma num objeto de consumo ... (p.130)
-esse mesmo ponto de vista (p.131)
-de maneira que:: ... nesse ponto de vista que o R. ... acabou de expor ... eh ... acaba sendo também o meu ponto de vista (p.131)
-mas porque:: ... este ponto de vista foi:: alcançado ... através de reflexões coMUNS ... (p.131)
-eu poderia me limiTAR a dizer que o meu ponto de vista coinciDIa com o do R. .. (p.131).
-por isso que não é diferente o nosso ponto de vista também ... (p.131)
-está se tornando responsável pelo esvaziamento de outros setores (p.132)
-gosto de boas comédias ... (p.112)
-GOSto de:: ... de filmes de conteúdo reAL ... (p.112)
- contra o correio para justificar o esquecimento de uma correspondência prometida ... de qualquer coisa assim ... (p.119)
-o avião quase caiu comigo lá perto de Goiânia (p.102)
-então eu ando muito de ônibus ... daqui para o Rio ... (p.104)
-gosto muito de futebol ... (p.111)
TO + DE
19
-os pontos de parada identificavam o que HOje significam as várias estações ... (p.106)
-tentar assim refletir:: os acontecimentos de hoje numa linha de vaLOR ... (p.122)
TOS + DE
2
-principalmente o rádio de pilha né? quer dizer o rádio de pilha representou a quebra de um isolamento do homem do campo
(p.116)
-através do rádio de pilha ... ele pôde se ligar ao resto do mundo (p.116)
-quer dizer o fato do sujeito montar uma fábrica e aciona-la está ligado ao bem-estar de toda população ... (p.134)
-e numa linha realmente de crescimento do homem se o Ministério da Educação cuiDAsse realMENte de que EStes veículos
... (p.116)
-ah o meu gosto cinematográfico não difere muito do R. (p.112)
TO + DO
3
-saber que existem outros lugares outras pessoas que existe um governo que existem atos do governo(p.116)
-leio setenta e cinco por cento portanto três quartos do conteúdo da revista ... (p.125)
TOS + DO
2
-sem dúvida o telefone representa assim um:: fator de integração ... (p.120) TOR + DE
1
-faz com que as minhas experiências de transporte pelo ônibus sejam sempre experiências marcadas por uma anGÚStia de
chegar (p.103)
TIA+DE
1
-e:: ... freqüentamos a piscina no verão ... (p.108) NA + NO
1
-eu tenho impressão que o rádio provocou uma revolução ... no país na medida que:: ...ahn (p.116) NA + ME
1
Preposição + Item Lexical
Total de
ocorrência
45
-até algumas com alguma riqueza assim de detalhes ... (p.124) DE + DE
98
1
-ahn oferecia condições de desconforto ... inCRÍveis mesmo quando comparado com o transporte de animais ... (p.106)
-e acho ... integralmente válido isso que o R. falou ... em termos de descanso ... (p.106)
DE + DES
2
-ahn já acaba sendo uma forma de diversão exTREmamente rara na nossa vida ... (p.109)
-no sentido do jornal não ter o seu órgão oficiAL de divulgação pelo menos do pensamento das alunas ... (p.124)
-um outro órgão de divulgação que:: realmente eu leio com algum interesse (p.126)
-o correio tem sido para mim um fator ... ahn de divulGAR determinadas circulares ... (p.118)
-forma de:: divulgar a mensagem ... (p.132)
DE + DI
3
-e tem assim uma visão muito interessante da ... além de distrair ... entende? (p.129)
DE + DIS
1
-o:: ... O Estado de São Paulo de doMINgo por exemplo ... (p.127) DE + DO
1
-como empregado que fui do Departamento de Correios e Telégrafos ... (p.119) DO + DE
1
-a família se:: ... PRENde aos horários da televisão (p.111)
-então ... ahn nós NOS servimos da televisão na medida que realmente há alguma coisa boa (p.111)
-o lado crítico vamos dizer assim da tevisão? (p.113)
-a gente lamenta MUIto profundamente essa característica COmercial da televisão ... (p.114)
-em vez da televisão ter uma finalidade cultural ... de integração (p.115)
DA + TE
5
-têm ... ah ... preferência por algum programa de televisão? (p.110)
-então eu sinto a importância de televisão a eles ... (p.110)
-hoje quase é DOno de um canal de televisão ... (p.115)
-parece que à última hora não deixaram ele comprar um canal de televisão ... (p.115)
-às vezes também de televisão ... (p.127)
-e que acabou se transformando até num DOno de televisão (p.130)
DE + TE
6
-quer dizer se eu na hora de tomar uma decisão puder realmente ... em ... em dez minutos me comunicar (p.121) DE + TO
1
-aquilo que diz o Sílvio Santos ... acaba se constituindo nas frases que dizem TOdos os brasileiros de TOdas as regiões ... (p.114)
-eu começo pela leitura de todas as manchetes ... (p.125)
-ahn inicio então a leiTUra ... ainda que não de todo ... mas de algumas partes assim ... (p.126)
-quer dizer o fato do sujeito montar uma fábrica e acioná-la está ligado ao bem-estar de toda população ... (p.134)
DE + TO
4
-religião é antes de tudo um estado de espírito ... (p.131)
-eu vejo a imprensa como sendo assim o grande instrumento de colocar as pessoas assim num nível de participação de tudo
que ocorre de tudo que acontece ... (p.123)
DE + TU
1
-o único trecho ... não aéreo em todo percurso foi um trecho ... Fortaleza-Teresina ... feito ... durante a madrugada ... de
maneira que o avião acaba sendo o meio de transporte ... único possível nas atuais circunstâncias (p.101)
-agora outros meios de transporte ... vocês se utilizam de alguns meios de transportes ... (p.103)
-eu acho trem assim uhn o tipo de transporte gostoso ... (p.105)
DE+TRANS
4
-quase sempre feitos através do telefone ... (p.118)
-até agora não consegui a transferência do telefone para minha casa ... (p.120)
-eu não consegui a transferência do telefone ... (p.120)
-e a importância do telégrafo nesse caso? (p.121)
DO + TE
4
-se possível o a ... deve sempre haver assim um dado de vaLOR na colocação dos temas ... (p.123) DOS +TE
1
-em função disso a qualificação do tratamento que aí no caso acaba se tornando muito boa e muito produtiva ... (p.102) DO + TRA
1
-mas eu considero o automóvel ... face às condições do transporte urbano ... como sendo um dos bens ... ahn ...
indispensáveis a minha vida ... (p.104)
DO+TRANS
1
-na medida em que levar uma mensagem realmente de integração levar uma cultura (p.115)
-eu ... estaria fazendo uma auto-crítica na medida em que estivesse criticando os correios ... (p.118)
NA +ME
2
-este sítio ... tem uma parcela muito importante na minha vida ... (p.107)
-eu ando assim ... de relações cortadas com a TELESP enquanto ela não instalar o ... telefone na na minha casa (p.120)
NA + MI
2
-ahn já acaba sendo uma forma de diversão exTREmamente rara na nossa vida ... (p.109)
NA + NO
1
-sendo possível programar no mesmo horário programas diferentes em faixas diferentes ... (p.114)
NO + MÊS
1
-no momento em que o rádio se desvincular daquela preocupação ... (p.117)
NO + MO
1
NURC – VOLUME II – D2 – SP Inquérito no. 360– bobina no. 137 – infs. No. 472 e 473 p. 136-178
Item Lexical + Preposição
Total de
ocorrência
56
-uma certa aversão ... à:: à entrada de muita mulher na carreira de procuradora do Estado... (p.153)
DA + DE
1
-da fazenda do pai:: esse negócio todo... (p.160) DA + DO
1
-mas então foi-se prorrogando a validade do concurso (p.151)
-e como ele tinha liberdade de advogar ele também... exercia a:: a profi/ o a advocacia do Estado né? (p.165)
DE +DE
2
-depois diante das dificuldades de conseguir quem me ajudasse ... (p.137) DES + DE
1
-e aí variando de acordo com:: com a necessidade do mercado (p.159)
-quando houve... a necessidade do regime de dedicação exclusiva... (p.165)
-“eu quero falar com o Zé da Silva” e o Zé da Silva atende do outro lado... (p.163)
DE + DO
3
99
-a... classe não é grande ... dos procuradores do Estado (p.155)
-das:: atividades dos irmãos (p.141)
DE + DOS
2
-eu:: lá eu já vi que (esse período) período da manhã... (p.148)
-e::: gosta mais da parte prática porque ele VIve no mundo da lua... sabe? (p.169)
-já tinha curso universitário já já tinha saído da faculdade (p.137)
DO + DA
3
-entrava com mandado de segurança... (p.151)
-então eles entraram com mandado de segurança... (p.151)
-então com a:: com esta... com este recurso de mandado de segurança... (p.151)
-que entraram com um novo mandado de segurança (p.151)
-porque houve assim um... uma:: pressão por parte dos homens no sentido de que... (p.155)
-sobre as profissões NO estado deo Paulo... (p.168)
-realmente nós estamos precisando de bastante gente... (p.148)
-e aí variando de acordo com:: com a necessidade do mercado (p.159)
DO + DE
8
-era só advogado do Estado... (p.158)
-acrescido do fato que que aí depois soube que para mulher era muito difícil (p.175)
DO + DO
2
-advogados do Estado... (p.158)
DO + DOS
1
-desde pequeno o Luís gosta... da história do homem... (p.172)
TA + DA
1
-na apresentação da lista de classificação irregularidade foi engano... (p.151)
-anulando aquela lista de classificação... (p.151)
-mas isso é pouco porque ah::... na ponta de cima da pirâmide::... né? (p.162)
-e:::... não gosta de estudar... ele é capaz mas não gosta de estudar... (p.169)
TA + DE
5
-toma conta do pessoal ((risos)) (p.171) TA + DO
1
-fazendo parte da:: campanha de:: repressão à mendicância ... (p.147) TE + DA
1
-se um tiver mais do que o outro sai um monte de briga (p.144)
- “preciso... um:: um gerente de::... de produção:: o um gerente de ( )” (p.159)
-aquele negócio de de limite de idade funciona(muito)... (p.161)
-um diretor de empre::sa::... um::: um vice-presidente de empresa... (p.162)
-ah ah:: pedi demissão do meu serviço mas consciente de que aquilo era o melhor... (p.166)
-no dente de leite (p.169)
-no dente de leite... mas o horário para mim era ruim (p.169)
TE + DE
8
-parte do café eles demo::ram um briga com o outro a divisão tem que ser ABsolutamente exata... (p.144) TE + DO
1
-ah da parte dos homens no sentido de não deixar as procuradoras... (p.154)
-porque houve assim um... uma:: pressão por parte dos homens no sentido de que... (p.155)
TE + DOS
2
-então ela::: lê a respeito da futura profissão... (p.168) TO + DA
1
-no ... ponto de vista dela do que seja... o:: o perfei/ a perfeição... (p.141)
-e isso:: éh significa um aumento de vencimentos... (p.149)
-dentro do aumento de vencimentos haveria... uma promoção de todo o pessoal que está agora... (p.149)
-para o preenchimento de vinte vagas... (p.150)
-principalmente com o:: fato de ser mãe (p.153)
-então tanto que quando eh chega a ponto de até às vezes ele éh éh ele:: escrever PAra a faculdade... (p.160)
-é um jeito de falar:: quer dizer não é? (p.165)
-o menino gosta muito de mecânica o:: de treze anos né? gosta muito de mecânica gosta muito de mexer com coisas... (p.169)
TO + DE
10
-fazia o atendimento do pessoal... (p.147) TO + DO
1
Preposição + Item lexical
Total de
ocorrência 16
-problemas de tiróide não se quê:: (p.138)
DE + TI
1
-é que a gente está na:: na época da tecnologia né?... (p.159) DA + TEC
1
-então a não ser que saia da dedicação e continue advogando por fora (p.152)
DA + DE
1
-o mas também tem um pouco de dificuldade porque não podem falar nem para a esposa (p.163)
-enquanto na/ isso a faixa normalmente é de... de dinheiro né? (p.163)
-ele achava que essa a que teria mais possibilida::de de di/ de diversificação (p.175)
DE + DI
3
-quando houve... a necessidade do regime de dedicação exclusiva... (p.165)
DE + DE
1
-e o meu::... status de dona de casa de mãe de família (p.166)
DE + DO
1
-com as crianças... necessitando da gente não pode precisar mesmo... (p.167) DO + DA
1
-na minha casa de manhã (p.139)
-na minha casa também (p.139)
NA + MI
2
-a responsabilidade na manutenção da casa (p.154)
NA + MA
1
100
-então aí eles falam diretamente com a pessoa... e:: não... dizem no nome de quem (p.163) NO + NO
1
-e apesar de todas essas restrições feitas... pelos homens... é inCRIvel o número de candidatos para prestar concurso...
(p.158)
TE+ TO
1
dentro do aumento de vencimentos haveria... uma promoção de todo o pessoal que está agora... (p.149)
DE + TO
1
-pela posição de DENtro da carreira... (p.165) DE + DEN
1
NURC – VOLUME II – D2 – SP Inquérito no. 396 bobina no. 145 – infs. No. 502 e 503 p. 179-233
Preposição + Item Lexical
Total de
ocorrência 17
-professor de Direito usava só sobrecasaca... (p. 180) DE + DI
1
-vamos dizer assim muita honestida::de muita sinceridade de propósitos... (p. 196) DE +DE
1
-aqueles negociantes eram... a maioria... negociante e principalmente do ramo de tecido eram portugueses ou ou sírios... (p.
196/197)
DE +TE
1
-o senhor lembra de algum detalhe assim:: de terno que o senhor gosta::(va) muito? (p. 203) DE + TER
1
-mas regra geral eles ficavam uns quatro dedos uns cinco dedos acima do tornozelo... (p. 190) DO + TOR
1
-( ) da socieda/ sociedade média na nossa sociedade... não existia assim vestidos de cau::da... (p. 190)
-e nós na na na nossa família (não sei:: eu que) apanhei essa gripe quando vim a São Paulo... (p. 213)
NA + NO
2
-a senhora lembra assim de alguma toaLEte... muito bonita que a senhora tenha gosta::do que tenha ficado... na memória? (p.
188)
NA + ME
1
-no namorar:: no portar-se... (p. 185)
NO + NA
1
-porque::: foi TANta gente vindo de fora (p. 196)
DO + DE
1
-eu gostava muito de andar de:: usar fraque... (p. 180)
-geralmente eu gostava muito de fraque (p. 180)
-em Cresciúma perto de Ribeirão Preto... (p. 215)
TO + DE
3
-eles andavam éh nós morávamos perto do grupo... (p. 217)
TO + DO
1
-aqueles negociantes eram... a maioria... negociante e principalmente do ramo de tecido eram portugueses ou ou sírios... (p.
196/197)
TE +DO
1
-depois... por volta de mil novecentos e::... talvez mil novecentos e::... e vin::te... (p. 201) TA +DE
1
-depois de de:: de formado eu saí imediatamente de São Paulo no dia seguinte... (p. 226)
TE +DE
1
Item lexical + Preposição
Total de
ocorrência 45
-só o resto da sociedade toda era... e:::ra de pessoas::... REmediadas... (p. 193)
-porque mamãe fez uma roupinha de veludo para o casamento da minha sobrinha né? (p. 218)
TO + DA
2
-era um ponto de bonde o bonde parava ali... (p. 184)
-um par de sa/ sapato de senhora muito fino... (p. 205)
-na minha:: cidade um par de sapato de homem... (p. 206)
-e um par de sapato de homem... (p. 206)
-e pôs um posto de saúde lá... então minhas primas (eram) “A. vamos trabalhar lá no no:: no no pe/ éh::... no posto de saúde? (p. 212)
-agora como eu trabalhei lá na:: no posto de saúde... (p. 216)
-
quer dizer que:: (ia/) havia um espírito DE economia... hoje não existe mais esse [ uhn uhn] espírito de economia... (p. 223)
TO + DE
9
-e voltando aqui ao assunto do vestuário... (p. 216) TO + DO
1
- mas::... eu por exemplo fui negociante de fazendas também... (p. 197)
-tinha:: naturalmente de um lado o hotel e::... (p. 211)
TE +DE
2
-as toaletes de senhoras... (p. 202) TES +DE
1
-casa (que tinha lá)... modista do Largo de São Bento... (p. 200)
TA +DO
1
-BEM FIno... ponta de agulha... (p. 204)
TA +DE
1
-essa moléstia de urucubaca... (p. 215)
TIA + DE
1
-havia muito mais::... diFIculda::de de um ra/ rapaz (era) diFIcilmente um rapaz saía com uma moça... (p. 184)
-essa qualidade de::... de::... de carneiro... milinó... (p. 198)
-porque o alvaiade de zinco não faz mal o alvaiade de chumbo é que faz mal... (p. 229)
-as moças que não tinham... possibilidade de comprar um batom... (p. 229)
-enrolava que parecia a cabeça ficava parecendo - - nem sei - - um BALde de ( ) (p. 230)
DE +DE
6
-( ) da socieda/ sociedade média na nossa sociedade... não existia assim vestidos de cau::da... (p. 190)
-vestido de cauda não não aparecia nos baile... e os vestidos de SEMpre os mais que mai/ os mais longos... (p. 190)
-nunca nunca vi... uma uma casa que deve ter desses vestidos de noiva... (p. 202)
DOS +DE
3
101
-vestido de cauda não não aparecia nos baile... e os vestidos de SEMpre os mais que mai/ os mais longos... (p. 190)
-tecido de algodão bem ralo (p. 198)
-porque (nem) vestido de noiva feito não existia... (p. 202)
-e também aparecia o canudo de pito... (p. 203)
-canudo de pito era bem apertadinha (p. 203)
-malandro é que usava a roupa canudo de pito para esconder a navalha ali (p. 203)
-então o:: o aluguel da casa em co/ em relação a... ao ordenado de uma professora... (p. 205/206)
-éh em relação a um um ordenado de uma professora... (p. 206)
-com um ordenado de professora podia comprar... (p. 206)
-o ordenado de uma professora... [ o ordenado todo (p. 207)
-o ordenado de uma professora mal dá para pagar a...
a gasolina de ca::rro (p. 207)
-o ordenado de uma professora de uma professora primária é o ordenado de uma professora... (p. 207)
-em cidade do interior já foi muito menos... (p. 216)
-então:: o couraçado de São Paulo... (p. 225)
DO +DE
15
-ao cinema no largo do Arouche... vocês iam de fraque... (p. 180)
MA + NO
1
-nada nada do que eu queria falar não falei... (p. 233)
DA + DO
1
-hoje::... essa rapaziada gosta de usar... essa:: fazenda esse zuarte... (p. 220)
TA +DE
1
NURC – VOLUME II – D2 – SP Inquérito no. 333– bobina no. 124 – infs. No. 419 e 420 p. 234-264
Item lexical + Preposição
Total de
ocorrência 50
-nós ficamos um pouco chocados com o esse e o erre exagerados dos cariocas (p. 235)
DOS+DOS
1
-as redes... das grandes emissoras cobrem o Brasil inteiro (p. 236) DES+DAS
1
-embora seja na borda do Minhocão ... (p. 236) DA + DO
1
-porque ele tinha peculiaridades de linguagem engraçadíssimas né? (p. 245) DES + DE
1
-a platéia do mundo todo se mostrou ... MUIto enfastiada da receita de Hollywood ... (p. 251) DA + DA
1
-... então aquilo foi abrindo o o o uma uma a curiosidade do público ... (p. 251)
-merecer uma atitude do governo (p. 262)
DE + DO
2
-e que engendrou aquela idéia tão linda do Orfeu do Carnaval ... (p. 252)
-o filme todo passado no Rio ... e com aquela ::: ... aquela transposição ... da lenda do Orfeu (p. 253)
-tem que se ter ali a medida do homem ... a medida do::: do industrial (p. 260)
-a medida do comerciante ... a do homem de negócios ... (p. 260)
DA + DO
5
-houve um filme que foi baseado em três contos um deles de Machado de Assis ... outro de Machado de ... (p. 252)
-o teatro nacional ... estar me desgostando de uns tempos para cá (p. 254)
DO + DE
3
-que levava a voz do contador de histórias para as mais longínqua região ... (p. 257) DOR + DE
1
-eu me sentia:: roubada de meus momentos de lazer de descanso na minha casa ... (p. 254) DA + DE
1
-é uma inutilidade de que a vida está toda errada ... (p. 255)
-TÃO diversas ... ((pigarreou)) de mentalidade ... de:: ... com sistemas de vidas tão diferentes... (p. 257)
DE + DE
2
-é aquele lamentável lado do Baú que de certo era isso que você ia ... (p. 260)
-é um novo contratado do Sílvio Santos ... (p. 262)
DO + DO
2
-com o Camus que seria até um parente do Albert Camus não é? (p. 251)
-que era um:: parente do Albert Camus (p. 253)
-que passa a viver em comum com a amante do marido ... (p. 255)
-e da MORte ou do deCREto da morte do rio Mo/ Moji Guaçu ... (p. 259)
TE + DO
4
-eu li o texto da Consuelo ... e gostei muito ... (p. 255)
-e da MORte ou do deCREto da morte do rio Mo/ Moji Guaçu ... (p. 259)
TO + DA
2
-como seria possível restaurar::... é::: esta esta vida ... já morta do rio não é? (p. 259)
-ressuscitar esta vida morta do rio ... (p. 259)
TA + DO
2
-éh :: fizeram ... editoriais ... a respeito de Gabriela ... (p. 236)
-do ponto de vista ficcional ... (p. 243)
-então para nós encontrarmos do ponto de vista ficcional (p. 244)
-se fazia ... o fato de fazer escrever ... está sendo agora o:: Pecado Capital por exemplo (p. 246)
-Amélia Batalha ... é um texto de Leilah Assunção ... bastante discutível ... em que ela faz a análise do::: da guerra entre os sexos ... (p. 255)
-o nosso fila é incapaz desse ato de antropofagia ... (p. 260)
-e é muito bom é um:: sob (qualquer) ponto de vista ... (p. 260)
-sob o ponto de vista ... não deixa eu dizer ... (p. 260)
-sob o ponto de vista patronal (p. 260)
-também tendo o mesmo sentimento de frustração ... (p. 262)
TO +DE
10
-uma grande atriz que é a Maria Fernanda ... faz uma paulista de quatrocentos anos (p. 236)
-a platéia do mundo todo se mostrou ... MUIto enfastiada da receita de Hollywood ... (p. 251)
-ex-por à desgraça esta falta de respeito para com a criatura humana ... (p. 262)
TA+DE
3
-uma pessoa de Marselha ... um:: um habitante de Marselha ... (p. 237) TE + DE
1
102
-ao passo que aqui no Brasil eh eh não há um:: nada conceitual -- vamos dizer -- ... a respeito do:: da Fonética não é? (p. 237)
-seu grande momento do neo-realismo ... (p. 251)
-a televisão ... está servindo PAra o aprimoramento do cinema ... (p. 256)
-sobre esse aspecto do empresário de TV (p. 260)
TO + DO
4
-esporadicamente há concertos de grandes orquestras (p. 242)
-me lembro quem era o escritor eram três escritores nossos três contos de escritores nossos ... (p. 252)
-eu me sentia:: roubada de meus momentos de lazer de descanso na minha casa ... (p. 254)
TOS + DE
3
Preposição + Item Lexical
Total de
ocorrência
34
-gostaríamos que dessem as suas opiniões a respeito de televisão ... (p. 234)
-de melhor atriz ... tirou o prêmio da P.C.A. de melhor atriz de televisão ... (p. 255)
-porque nós estamos recebendo ainda MUIto em matéria de telejornalismo ... (p. 258)
-a maioria maioria ... dos empresários de televisão ... (p. 260)
DE + TE
4
-ouvir uma porção de depoimentos e tudo mais (p. 258) DE + DE
1
-um dos defeitos muito grandes do rádio ... (p. 235) DOS + DE
1
-eu me sentia:: roubada de meus momentos de lazer de descanso na minha casa ... (p. 254)
-é uma coisa horrível é a exposição da desgraça (p. 261)
DE + DES
2
-tem a junto com a faixa tem aquele sorriso de dentes lindos (p. 261) DE + DEN
1
-porque:: houve uma época na minha vida que a literatura:: me fazia prestar muita atenção ... (p. 234)
-eu me sentia:: roubada de meus momentos de lazer de descanso na minha casa ... (p. 254)
-agora outro dia esteve aqui na minha casa me visitando uma autora teatral jovem que eu não conheço não conhecia e fiquei
conhecendo pessoalmente (p. 255)
NA + MI
3
-aqui no nosso caso principalmente (p. 263) NO + NO
1
-mas eu noto que agora ... sobretudo na nossa família (p. 235) NA + NO
1
-é o caso de Gabriel Garcia Marquez ... e de tantos outros (p. 250) DE + TAN
1
-depois de todos esses jogos ... (p. 255) DE + TO
1
-o fila tem um pouco do::... daquele cachorro que chamam de MAStim ... (p. 259) DO + DA
1
-extraordinários da nossa música popular ... na composição ... tanto das letras quanto das músicas e na execução e na
interpretação ... (p. 246)
TO + DAS
1
-onde estão as rendeiras sentadas a gente vai passando ... de carro e olhando em todas as casas... (p. 244) DO + DE
1
-vocês devem estar lembrados do sucesso ... (p. 247) DOS +DO
1
-porque:: ... foi adapTAdo do ... do musical ... americano ... (p. 254)
-do filme que eu indiquei da ... tirado do romance de Marques Rabelo ... (p. 256)
DO + DO
2
-um dos defeitos muito grandes do rádio ... (p. 235) DES + DO
1
-“eu gostei muito do filme ... porque ele tem sobretudo ... uma cafonice bem brasileira ((rindo)) ... (p. 250)
-desse cordão umbilical fazendo uma literatura muito ... da terra muito do homem ... (p. 250)
TO + DO
2
-então eu fiquei muito tempo sem ir ao teatro ... ah:: ultimamente de coisas boas que eu tenho visto ... (p. 254) TE + DE
1
-ahn diante do poder aquisitivo da população ... (p. 263) TE + DO
1
-eu gosto muito da Elizeth Cardoso (p. 247)
-desse cordão umbilical fazendo uma literatura muito ... da terra muito do homem ... (p. 250)
TO + DA
2
NURC – VOLUME III – DID – SP Inquérito no. 18– bobina no. 07 – inf. No. 23 p. 17-37
Nome + Preposição
Total de
ocorrência 35
-o o sabugo parece que dá de... dá:: possibilidade... de fazer um doce... (p.24) DE + DE
1
-tem tem peça... bom, o:: o::: o arado do trator... ele tem::... tem uma parte que serve vamos dizer um tipo de::... de:: (p.19) DO + DO
1
-vários sulcos colocados em todo o ... o contorno da roda... de maneira que a água vai caindo e vai virando a roda... (p.22) DA + DE
1
103
-há dois tipos vamos dizer fundamentais de cultura de gado... há gado de corte e gado de leite... aqui em Campinas o gado
era gado de leite... e lá em:: Barretos era gado de corte... (p.27)
-o gado de leite natu/ como di/ a:: é que também as próprias palavras já estão dizendo né? (p.27)
-o gado de leite é pra produção de leite... e o gado de corte é pra carne... (p.28)
-tem uma diferença vamos dizer grande... porque o gado de leite ele é muito mais delicado... (p.28)
-ahn:: holandesa vamos dizer a ra/ a raça... base... pro gado de leite... (p.28)
-mas a base essência do gado de leite... é ao:: holandês... e depois o gado de corte não é o ... tem características vamos
dizer... opostas... a do gado de leite... (p.28)
-e a raça da do:: gado de corte?
bom o gado de corte a raça base é o zebu... (p.28)
-bom... o gado:: então lá:: esse gado de corte... ele inclusive é:: é bem mais rústico... e:: muito mais bravo também...
enquanto que:: o gado... de leite... admite que as pessoas transitem em torno... e:: até:: passem a mão:: et cetera... o :: gado
de... de corte não... (p.29)
-no gado de corte tem sempre o:: peão... (p.29)
-agora no gado de leite... é preciso mais gente pra tratar... (p.29)
-por exemplo para chamar o gado... especialmente o gado de corte... que... (p.37)
DO + DE
19
-o senhor está lidando com gente ignorante de cidade... (p.19)
-colocava de um lado... um:: monte de espigas de milho... (p.22)
-escuta e na parte de gado... que que poderia contar pra gente?
bom na parte de gado... há::... há dois tipos vamos dizer fundamentais de cultura de gado... (p.27)
TE + DE
4
-para tirar o leite o leite é tirado... por um sujeito especializado naquilo... que pega a teta da vaca... e aperta... (p.30) TA + DA
1
-agora outra coisa diferente é que o dente da... a:: a vaca produz leite... (p.31)
TE + DA
1
-esse tipo de andar que é a marcha... o formato da cabeça... (p.32)
TO + DA
1
-porque a cultura do café exigia muitos braços... até no decorrer do tempo a fazenda foi diminuindo essa parte do café...
(p.18)
-depois se tira a maior parte do leite… e se deixa um restinho… (p.30)
-o ferro… que entra na boca do cavalo… do restante do freio… então usa-se a palavra vcabeçada… (p.35)
TE + DO
3
-bom... ahn:: ate hoje se cultiva apenas eu hoje eu estou afastado do::... do habitat... (p.18)
-e do caso… voltando do gado… tem algum som especial pra chamar o gado por exemplo? (p.36)
DO + DO
2
- agora essa roda d’água é aproveitada pra outra coisa além de de... descascamento do café não? (p.22)
TO + DO
1
-existe:: uma cabeçada… feita de couro…(p.35)
TA + DE
1
-bom... o na o principal aproveitamento do leite é vender pra:: as usinas de leite né? (p.31)
TO + DO
1
Preposição + Item lexical
Total de
ocorrência 8
-e o tipo de terreno onde situava a fazenda era um terreno plano ou um terreno mais acidentado? (p.17)
DE + TE
1
-porque a cultura do café exigia muitos braços... até no decorrer do tempo a fazenda foi diminuindo essa parte do café...
(p.18)
DO + TEM
1
-e costumava plantar alguma coisa no meio do café? (p.20)
NO + ME
1
-depois no final de dia se recolhe todo o café (p.22) DE + DIA
1
-é uma roda muito grande... com::... várias... espécie de... de dentes... e ... uma coisa que colocada entre dentes e sulcos...
(p.22)
DE + DEN
1
-antigamente tinha pelo menos esse de::... de descascar o café já havia nas fazendas... (p.22)
-que por sua vez movimenta outras então a máquina... de descascar o café (p.22)
DE + DES
2
-a:: a espiga de milho depois de debulhada... o que fica... chama sabugo (p.24)
DE + DE
1
-NÃO eram chama/ eram de dois tipos... de acordo com o trabalho... (p.18)
DE + DOIS
1
NURC – VOLUME III – DID – SP Inquérito no. 161– bobina no. 56 – inf. No. 186 p. 38-58
Preposição + Item lexical
Total de
ocorrência 11
-eu participei de um grupo de teatro... formado lá no:: Mackenzie... (p.38)
-nos ficamos praticamente um mês em em apresentação... pela Comissão Estadual de Teatro noTeatro João Caetano... (p.39)
-foi um outro grupo lá do Mackenzie também mas não um grupo de teatro... (p.39)
-tudo era apenas para:: o próprio grupo de teatro para poderem ser feitas as outras apresentações... (p.41)
DE + TEA
4
-a::s posições vão sendo dadas pelo produtor... pelo produtor:: do:: do do filme:: ... da gravação do programa de televisão
(p.54)
DE + TE
1
-o aluguel do teatro nós pagamos com os recursos da da... do dinheiro dos ingressos (p.41) DO + TEA
1
-o aluguel do teatro nós pagamos com os recursos da da... do dinheiro dos ingressos (p.41)
DO + DI
1
-começamos a pe/ a pegar pessoas da ru::a ... que estavam ali no momento... pra participarem da cena dentro dum ônibus que
nos havíamos conseguido da empresa... (p.55)
NO + MO
1
104
-avacalharam completamente a peça éh::... no nosso grupo foi a peça que:: praticamente fez mis sucesso... (p.39) NO + NO
1
-alguns estudantes do:: curso científico até:: adeptos da Faculdade de Direito da:: pessoal da engenharia... da Arquitetura.. de
todos os cursos... (p.42)
-éh lixos do do do teatro de todo mundo são apresentados aqui fazem sucesso e agradam... (p.44)
DE + TO
2
Item lexical + Preposição
Total de
ocorrência 39
-mudaram o enredo do:: do escritor... quer dizer avacalharam... (p.39)
-acho que na segunda-feira estou muito mais descansado do que enfrentando uma estrada nessas condições (p.57)
DO + DO
2
-ou ele vai pegar uma gilete do bolso e arrancar um pedacinho da almofada pra levar pra namorada de lembrança... (p.48)
-eu acho que me canso muito mais dirigindo três ou quatro horas de anda-pára anda-pára na estrada com aquele Medo de
levar uma batida atrás... de uma batida de lado... da cerração que vai vir... (p.57)
DA + DE
2
-então... a mentalidade de criança... é sempre a mesma... (p.41)
-apresentar aquela peça... depois disso... depende da interpretação de cada um e da vontade de trabalho (p.43)
-mas isso pra qualquer mentalidade de de público... ou você acha que só uma pessoa que tenha um nível cultural assim mais elevado?
Para qualquer mentalidade de público... (p.52)
DE + DE
4
-você acha que isso se deve à mentalidade do povo... ou à cultura?... (p.44)
-um bom cenário ajuda... sem dúvida... aliAdo... à qualidade do artista... (p.47)
-pelo que os meus colegas me contaram tudo mais a:: a receptividade do público é:: é fora de é fora do comum... (p.48)
-que consegue no BErro colocar o timbre de voz necessário para apresentação do espetáculo e:: na qualidade do seu talento
só isso... (p.52)
DE + DO
5
-eu acho que me canso muito mais dirigindo três ou quatro horas de anda-pára anda-pára na estrada com aquele MEdo de
levar uma batida atrás... de uma batida de lado... da cerração que vai vir... (p.57)
DO + DE
1
-ahn o:: significado do filme é um abacaxi é um abacaxi muito bem... (p.44) DO + DO
1
-aquela cena... então soube::... valorizar o::... cobrir a mancada... da parte técnica... (p.46)
-então ele nos deu muito apoio fazendo promoção propaganda da nossa peça inclusive fez uma entrevista no programa dele
uma noite com:: parte do:: da:: da::: equipe (p.49)
-existem outros problemas piores... é o MEdo.. de um bandido... de um desgraça::do... acabar com a vida da família dele
num desastre numa estrada... (p.57)
DA + DA
3
-se sente:: éh muito mais à vontade... mais querido da platéia.. do que:: aqui em São Paulo... (p.48)
DO + DA
1
-para atingir realmente o público... ela precisa ter éh:: enforcar a raliDAde da vida... (p.49)
DE + DA
1
-pode ser que as outras pessoas tenham opiniões variadas todo mundo tem direito de ter opinião diferente... (p.50)
-O ( ) inspetor era um pouco um misto de policial... com:: um pouquinho de cunho:: psicológico (p.50)
-se bem que no radio é mais fácil escolher alguma coisa boa do que na televisão que se tem noventa por cento de porcaria (p.56)
TO + DE
3
-alguns estudantes do:: curso científico até:: adeptos da Faculdade de Direito da:: pessoal da engenharia... da Arquitetura.. de
todos os cursos... (p.42)
-então eu adora música.. eu:: se eu pudesse estar CADA momento da minha vida se eu:: com uma música no ouvido... acho
que viveria muito melhor... (p.56)
TO + DA
2
-não teve nenhum problema de::... de MÁ aceitação por parte do público (p.40)
-um espetáculo... que é um Lixo:: da Broadway... de qualquer outra parte do mundo... (p.45)
-inclusive a foi retransmitida PEla estação de televisão fazendo parte do... éh::: da organização das FEStas... (p.47)
-ou ele vai pegar uma gilete do bolso e arrancar um pedacinho da almofada pra levar pra namorada de lembrança... (p.48)
TE + DO
3
-um:: uma mancá/ uma falta de atenção do contra-regra... que esqueceu de tocar a:: uma campainha na hora que:: que devia...
(p.46)
TA + DE
1
-certo mas assim na parte de apresentação... com exceção da participação dos artistas (p.47)
TE + DE
1
-ou ele vai pegar uma caneta e escrever o nome na na parte de trás (p.48)
ME + NA
1
-séculos e sáculos atrás o teatro fazia sucesso... atingia totalmente as massas... em Roma na Grécia... e:: não existia cenário
(p.51)
MA + NA
1
-se bem que não tem nada do nosso povo ela se passa na Venezuela (p.38) DA + DO
1
-apresentar aquela peça... depois disso... depende da interpretação de cada um e da vontade de trabalho (p.43) DE + DA
1
-não agrada ou então:: sei lá éh::: depende do público da das pessoas que estão assistindo (p.44)
DE + DO
1
-o que::: o brasileiro tem um mal muito grande ele gosta de imitar... (p.44) TA + DE
1
-começamos a pe/ a pegar pessoas da ru::a ... que estavam ali no momento... pra participarem da cena dentro dum ônibus que
nos havíamos conseguido da empresa... (p.55)
DO + DA
1
-essa massificação... todo mundo assistindo televisão:: e:: tanta gente deixando de sair e conhecer coisas novas... (p.57) DO + DE
1
NURC – VOLUME III – DID – SP Inquérito no. 251– bobina no. 90 – inf. No. 288 p. 59-72
Preposição + Item lexical
Total de
ocorrência 1
-eu gostei de determinada coisa... eu uso compro e uso... (p.71)
DE + DE
1
105
Item lexical + Preposição
Total de
ocorrência 22
-... olha profissão... eu acho que dePENde do indivíduo entende?... (p.59)
DE + DO
1
-TOdos os estatutos todas as coisas estão mudando do governo... (p.61)
-um artista... dependendo do ramo dele... ele é um... uma profissão liberal... (p.65)
DO + DO
2
-é uma parte que cuida de::... que é um:: tipo de advogado que cuida de assuntos navais... que é meio raro aqui no Brasil (p.63)
-e algum algum outro elemento que... seja assim mais da alçada de um pintor do que da minha... (p.66)
DA + DE
2
-todo o eu vocês soube... a respeito de profissões::... de ofícios... (p.59)
-éh:: que profissão você aconselharia no caso tudo o que você tiver pra dizer pra gente a respeito de profissões (p.59)
-são cursos... ahn::... totalmente... ah::... ato de mecânicos não não entra a parte teórica que eles tenham que aprender (p.63)
TO + DE
3
-... profissões?... por exemplo... lixeiro... (ou) atualmente... varredor de ria... servente de escola que é o com:: que eu (p.62)
-pra dar certo só na parte de operários especializados... porque num num nível de educação de aSSIM... (p.63)
-então eu acho que só operários especializados (sim)... (essa) parte de especialização de operários... (p.63)
-e o ah:: e ai tem a parte de operários especializados então que faz o TEto que faz o chão que faz... (p.65)
TE + DE
4
-antigamente era mais da parte da geografia isso... ao oceano... (p.67) TE + DA
1
-eu acho que o que o leva até a falta de escolaridade... é:: a:: é a:: pessoa precisar trabalhar... (p.62)
-então... são essas profissões... que levam a falta de escolaridade... esses operários braçais também né? (p.62)
-em geral a gente pro-cura um... o dentista de quem a gente tem recomendação (p.64)
-eu acho que:: também... eu acho que isso daí demo/ falta de cultura do povo brasileiro (p.69)
TA + DE
4
-e por quem seria feita a:: planta da casa? (p.66)
TA + DA
1
-o::... FORte do hospital vamos dizer assim são médicos né?... (p.68) TE + DO
1
-a profissão... mostrando o mercado de trabalho a forma que ele pode chegar àquela profissão... (p.59)
-era com médicos e hospitais... e o mais especializa::do ... e tudo de melho::r (p.71)
DO + DE
2
-só quem faz a faculdade de Pedagogia é que poderá ensinar entende?... (p.61)
DE + DE
1
NURC – VOLUME III – DID – SP Inquérito no. 137– bobina no. 47 – inf. No. 160 p. 73-88
Preposição + Item Lexical
Total de
ocorrência 3
-bom... em todos os:: três museus onde eu tive oportunidade de estar... há obras não só de artistas nacionais como de toda a Europa... (p.76)
-nesse livro::... éh:: havia a indicação de TOdos os pontos turísticos de TOdos os hotéis... (p.81)
DE + TO
3
Item lexical + Preposição
Total de
ocorrência
52
-então vamos falar... a respeito de São Paulo e das outras cidades que eu:: conheço (p.73)
-em qualquer:: cidade onde estive... a pé inclusive... éh éh éh a respeito de vias públicas então vamos falar em:: mais em
estradas... (p.81)
TO + DE
2
-bom... em todos os:: três museus onde eu tive oportunidade de estar... há obras não só de artistas nacionais como de toda a
Europa... (p.76)
DE+TO
1
-porque... são todas cidades muito cosmopolitas em que há:: gente do mundo inteiro lá... (p.84)
TE + DO
1
-Belo Horizonte que é uma bela cidade completamente diferente de São Paulo (p.73)
-quando se vai a Belo Horizonte passa-se por Volta Redonda... cidade muito importante de Minas... (p.74)
TE + DE
2
-em Minas por exemplo a gente conhece uma serie de cidade que se:: aproximam se afeiçoam muito... àquele aspecto do Rio
de Janeiro... (p.74)
-agora... ah:::: não Rio Grande do Sul:: falar sobre a cidade do Rio Grande do Sul talvez seja um pouco difícil mas o que eu
gosto muito do Rio Grande do Sul é o povo... (p.75)
-é::... falando assim sob um aspecto muito::: simples a respeito do comércio de de nós que vamos LÁ quem vamos ver
vitrines coisa que eu deTESto fazer aqui... (p.85)
TO + DO
3
-em Belo Horizonte a despeito da::: sua intima ligação com o Rio de Janeiro como CENtro... (p.74)
TO + DA
1
-bairros de Paris e o que eu gostei demais foi:: Montparnasse... que fica numa encosta de Paris... (p.84) TA + DE
1
-Paris por exemplo na:: no Champs Elysées ou na:: na Avenida da Ópera... e há umas outras ruas ali próximas à Avenida da
Ópera onde::: onde o comércio é bem centralizado (p.86)
-eu conheço porque já tive a oportunidade de lá estar... (p.73)
-e por outro lado também aquelas cidades... onde eu tive oportunidade de estar na Europa... (p.73)
-exceção somente feita ao Rio de Janeiro... em virtude de sua beleza natural... (p.73)
-vocês já tiveram oportunidade de estar em Belo Horizonte não?... (p.74)
DA + DA
2
DE + DE
21
106
-eu procuro estender a minha viagem de alguma forma a fim de poder conhecer bem não só os costumes como... a cidade
de:: de Porto Alegre... (p.75)
-escuta... se o senhor quisesse no caso mostrar a cidade de São Paulo... para uma pessoa que não:: não:: nunca veio aqui... (p.75)
-e no entanto eu que me considero radicado de forma... firma em São Paulo não tenho:: oportunidade de conhecer muitos
lugares (p.75)
-é aquilo que as gente está acostumado a ver em livros e:: álbuns sobre:: obras célebres... ( ) ter oportunidade de ver lá e:: e::
examinar... (p.76)
-bom... em todos os:: três museus onde eu tive oportunidade de estar... há obras não só de artistas nacionais como de toda a
Europa... (p.76)
-dizem que ele nunca utilizou agora tem muita vontade:: de utilizar... (p.77)
-assuntos de arte então eu tive dificuldade de de encontrar localização... (p.78)
-era inverno ((toque de telefone)) talvez não tivesse possibilidade de chegar até:: a Gruta Azul (p.78)
-onde eu tive a oportunidade de estar com exceção de Nova Iorque (p.80)
-então:: como eu disse a vocês na Europa eu não tive muita oportunidade de conhecer a não ser na Alemanha... (p.81)
-inclusive agora pouco tempo meu sócio voltou da Europa e teve oportunidade de::... de andar de automóvel lá entre::... eu
não sei se foi da Holanda ou a Suíça que ele foi... (p.82)
-em Paris eu tive oportunidade de:: sair de Paris... (p.84)
-e eu tive a oportunidade de conhecer porQUE:: encontrei esse meu amigo lá (p.85)
-mas:: éh:: nas outras cidades eu não tive muita oportunidade de::: de sair... do centro:: mesmo das cidades... (p.85)
-então eu tive oportunidade de ir:: a vários... (p.87)
-então:: eu não tinha nem vontade de sair para jantar... (p.87)
-agora... ah:::: não Rio Grande do Sul:: falar sobre a cidade do Rio Grande do Sul talvez seja um pouco difícil mas o que eu
gosto muito do Rio Grande do Sul é o povo... (p.75)
-porque geralmente em:: cidade do interior ah::... o centro sempre igual né? (p.83)
DE + DO
5
-é o povo... é o modo de viver... é aquele sistema hidráulico... (p.75)
-e no entanto eu que me considero radicado de forma... firma em São Paulo não tenho:: oportunidade de conhecer muitos lugares (p.75)
-eu senti::: eu senti o::: vou repetir a mesma ciosa eu senti um sentido de liberdade muito grande que me seduziu realmente...
(p.83)
DO + DE
3
-o sistema de vida de alimentação... (p.75)
-era é::peça de temporada de:: de::: de tea::tro (p.77)
DA + DE
2
-São Paulo:: também nesse ponto::... está na vanguarda do::... ((risos)) do mundo né? (p.80)
-em que parece que:: existe mais:::... paTENte a vida do... do povo mesmo sem a influência do do do estrangeiro... (p.84)
DA + DO
2
-mas::... o moderno na Europa é antigo... o que é moderno para eles para nós é antigo... (p.87)
NO + NA
1
-eu procurava hotéis:: cuja definição eu já havia levado de São Paulo (p.78)
DO + DE
1
-inclusive agora pouco tempo meu sócio voltou da Europa e teve oportunidade de::... de andar de automóvel lá entre::... eu
não sei se foi da Holanda ou a Suíça que ele foi... (p.82)
DAR + DE
1
-ora evidentemente saindo do centro... mesmos nos bairros há comércio mas em muito menor escala... (p.86) DO + DO
1
-toda a família é daqui a gente vive em função MAIS da família do que propriamente si próprio né? (p.75) *escutar com
atenção, não seria propriamente de si
TE +DE
1?
-inclusive.. em Paris era relativamente perto do do do hotel... (p.81) TO + DO
1
NURC – VOLUME III – DID – SP Inquérito no. 208– bobina no. 79 – inf. No. 252 p. 89-103
Item Lexical + Preposição
Total de
ocorrência
51
-o médico que examinou constatou que realmente tinha sido um aborto... mas que:: não havia nada de mais (p.99)
-então ela fez um um regime de... de engorda de fortalecimento durante muitos anos... (p.90)
-também graças a Deus não aconteceu... NAda de... de conseqüência... (p.90)
-você vai ver que o que eu estou dizendo não tem nada de mentira (p.95)
DA + DE
4
-hoje... a gente já... liga a televisão e vê a corrida do... Emerson Fittipaldi... (p.97)
DA + DO
1
- ela durante algum tempo exerceu também a::... atividade de secretária do Departamento de Sociologia... (p.94)
-e nesses oito dias eu corri toda:: a cidade de Salvador vi... viramos e mexemos... (p.96)
-bom... a mocidade de hoje... é como a mocidade de:: minha como a mocidade de Dom Pedro primeiro ou a mocidade de
Pedro Álvares Cabral... (p.97)
- parte da Europa de maneira que... a::... a mocidade de hoje está vivendo exatamente... A época de hoje... (p.97)
-fora:: disso a... mocidade de hoje parece mais.. .IRRIQUIETA que a mocidade do... dos meus tempos ou dos meus... pais...
(p.98)
- apesar de:: professor assistente da Faculdade de Medicina e membro do Colégio... (p.100)
-colocou o primeiro pelourinho na Cidade de São Paulo... (p.101)
DE + DE
10
-onde vim conhecer minha senhora que era... a:: Bibliotecária do período da noite... (p.94)
DO + DA
1
-teve hospitalizado em estado desesperador... estado de coma... (p.90)
-um dia fomos ao... mercado de Água dos Meninos... que pouco... pouco depois talvez dois ou três anos depois nessa vossa
viagem... pegou fogo... (p.95)
-então corre... boato que o fogo foi PROposital mas não::: posso garantir nada... foi um jeito de acabar... com o mercado de
Águas dos Meninos na Bahia... (p.95)
-mas.. era coisa que eu sempre fiz... de sexta pra sábado de sábado pra domingo... (p.98)
-fora:: disso a... mocidade de hoje parece mais.. .IRRIQUIETA que a mocidade do... dos meus tempos ou dos meus... pais... (p.98)
-porque em mil novecentos e trinta e nove em janeiro eu::... fui operado de apêndice... (p.92)
DO + DE
6
107
-quando perguntaram a enfermeira respondeu “a criança morreu”... a resposta da japonesa “melhor assim se fosse pra viver
poderia viver em casa não precisava de hospital”... (p.93)
TA + DA
1
-o que o senhor nota de mais diferente... (p.97)
-chamava-se Antero Batista de Azevedo Chaves... meu pai nascido em Jacareí... acho que por nome... Pereira Bicudo Batista
de Azevedo Chaves numa pessoa só era MUIta gente... (p.102)
TA + DE
3
-qualquer parte da Europa de maneira que... a::... a mocidade de hoje está vivendo exatamente... (p.97)
-foi o único meio... que acharam pra:: desalojar aquele... aquele::... negociante da:: zona... (p.95)
-lógico que essa:: mocidade tem que ser diferente da minha mocidade a dos meus avós... (p.97)
- que apesar de:: professor assistente da Faculdade de Medicina e membro do Colégio... (p.100)
TE + DA
4
-naqueles barracos... vendiam suas coisas tinha:: a parte de cerâmica artesanato era o::: era típico na Bahia... (p.95)
- dormiram em minha casa exatamente pra fazer a parte de higiene parte de asseio de minha esposa... (p.100)
-e eu por troça costumo dizer que sou um cavalheiro por parte de mãe... mas sou BIcudo por parte de pai (p.103)
TE + DE
5
-meu pai oferecia um CONto de réis... que eram... sete ou oito vezes mais... (p.91)
- trabalhando no:: Instituto de:: Pesca... no Posto de Piscicultura de Americana... (p.92)
-quando houve um:: parto de uma japonesa menor de idade... (p.92)
-e vive no mesmo apartamento de papai... (p.93)
-em seis meses ela preparou-se... ingressou na:: Faculdade de Direito de Santos... (p.93)
-de maneira que ela É proprietária DO apartamento de meus pais e meus pais têm simplesmente usufruto... (p.93)
- ela durante algum tempo exerceu também a::... atividade de secretária do Departamento de Sociologia... (p.94)
-veio um preto de quase dois metros de altura... perto de mim e disse “moço... tu pode me dizer as horas?”... (p.96)
-ir à casa de um amigo que é rádio-amaDOR... com equipamento de PRImeira qualidade tudo mais pois ele falava muito bem
o inglês francês... (p.98)
TO + DE
11
-bom... sobre meus antepassados:: que for contar tenho que começar com o descobrimento do Brasil (p.101)
TO + DO
1
-veio um preto de quase dois metros de altura... perto de mim e disse “moço... tu pode me dizer as horas?”... (p.96) TROS+DE
1
-quando chegou no Natal isso foi mais ou menos fim do ano quando chegou no Natal eu mandei... a ela... umas flores com
um cartão de... (p.94)
TÃO + DE
1
-depois passamos mais... uma semana em Salvador... uma semana no Recife e voltamos pro Rio (p.94)
-mas uma barata... de::... quase o dobro da nossa barata caseira... e preta... mas era Uma colada na outra... tinha meia centena
no mínimo naqueles móveis... (p.96)
NA + NO
2
Preposição + Item Lexical
Total de
ocorrência
7
-havia um certo interesse parece-me que do:: do governo baia::no qualquer outra entidade... de desocupar... aquela região...
(p.95)
DE + DE
1
-em Piracicaba... e ficou por lá... ultimamente foi que ele fez o curso de Direito e veio pra São Paulo... (p.92) DE + DI
1
-porque ela durante algum tempo exerceu também a::... atividade de secretária do Departamento de Sociologia... (p.94) DO + DE
1
-“se for pra fazer a revolução vou fazer a revolução na minha... casa na minha fazenda”... (p.92)
NA +MI
2
-quando chegou no Natal isso foi mais ou menos fim do ano quando chegou no Natal eu mandei... a ela... umas flores com
um cartão de... (p.94)
NO + NA
2
NURC – VOLUME III – DID – SP Inquérito no. 234– bobina no. 88 – inf. No. 281 p. 104-119
Preposição + Item Lexical
Total de
ocorrência
16
-o pessoal assiste televisão... você vê comentados os programas de domingo... em todos os locais.. é o Fantástico é o Silvio
Santos e TOdo mundo assiste... e o pessoal diz “ah só tem esses programas de domingo” (p.116)
DE + DO
2
-e além do diretor?
Além do diretor deve ter éh::... (p.109)
DO + DI
2
-eu acho que éh o cinema perdeu muito por causa da televisão... (p.116)
-e a televisão? O que é que a senhora acha da televisão? (p.118)
DA + TE
2
-eu assisti u::ma com a:: aquela artista magrinha de televisão aquela moreninha que é bailarina também... (p.105)
-eu gosto de programa de televisão... (p.118)
-e além de novela a senhora tem algum programa de televisão prefeRIdo (p.118)
DE + TE
3
-eu não acho que:: éh éh haja muita divulgação do teatro eu tenho impressão que o teatro PERde público por falta de
divulgação... (p.116)
-eu acho que o problema monetário que é o que afasta mais o pessoal do teatro... (p.116)
DO + TEA
2
-eles emendam saem do trabalho vão ao cinema (p.116) DO + TRA
1
-a maioria das pessoas principalmente do sexo feminino ficam grudadas em novela (p.118) TE + DO
1
- eu acho que::: geralmente antes do filme o pessoal fica eu ACHO que o pessoal aceita bem os jornais (p.118) TES + DO
1
-não gosto muito de filme... muito triste não é comigo não (p.104)
-de... que o pessoal todo tem que se exercitar e mudar muito de roupa... (p.110)
TO+ DE
2
108
Item Lexical + Preposição
Total de
ocorrência 11
-não lembro faz tempo que assisti também mas aquele filme sai CANSAda do cinema (p.113)
DA + DO
1
-a pessoa ficava cansada de ficar em fila adquirir ingresso ficava na fila de ingresso na fila de para entrar eu acho que isso
não era uma coisa era um... era uma coisa fora de de de de de de de série a pessoa ir lá para se diver/distrair divertir voltava
cansada de pegar uma fila enorme... (p.117)
-ele dá aula::... no Serviço Social... e ele:: nos convida de quase todo domingo a gente vai... (p.104)
DA + DE
2
-o que mais a peça nos chama a atenção é o o o::... o enredo da peça ah ahn (p.105)
DO + DA
1
-aquelas cenas que eles mudam rapidamente quer dizer é um mundo de gente a trabalhar né? (p.110)
DO + DE
1
-eu sei que a senhora já:: a senhora já disse que não gosta de drama gosta de comédia (p.109) TA + DE
1
- a manifestação que a senhora nota.. ah::: por parte do público... depois de uma representação teatral?... (p.106)
-e tirando a parte do artista a senhora acha que devem haver outros cuidados para a peça
ser bem:: bem apresentada (p.108)
-eu acho que a televisão é completamente:: diferente do que a gente assiste e lá no no teatro não (p.108)
TE + DO
3
-mas falava-se muito sobro o o o alto culto de vida... era isso que se falava... (p.119)
-eu gosto de programa de televisão... (p.118)
TO + DE
2
NURC – VOLUME III – DID – SP Inquérito no. 235– bobina no. 88 – inf. No. 282 p. 120-132
Preposição + Item Lexical
Total de
ocorrência 4
-que tipo de doce você gosta?... (p.122)
DE + DO
1
-não era nada extraordinário viu era:: até muito comum... porque se podia comer de tudo (p.122) DE + TU
1
-porque há vários:: vários:: tipos de tradições né? (p.127)
DE + TRA
1
-a comida tem que ser aQUEla que aparecer na mesa e todo mundo achar uma BELE::za (p.132)
NA + ME
1
Item Lexical + Preposição
Total de
ocorrência 34
-pra não engordar muito nada de muita ma::ssa nem de muita:: gordu::ra... nem nada dessas coisas que vão... contribuir
pra... estufar outra vez (p.120)
-eu tomo:: café com leite... e não como nada de sólido... (p.121)
-então você põe uma camada de cada coisa... né? (p.126)
DA + DE
3
-e:: com camadas de recheio... (p.125) DAS + DE
1
-existe alguma predileção assim... que você tem na comida do almoço ou:: e a comida do jantar ou não? (p.121) DA + DO
2
-teças e quintas então que eu tenho oportunidade de:: jantar em casa... (p.120)
-você põe no forno... e espe::ra a vonta::de de comer... (p.126)
DE + DE
2
-pescadinha branca é é:: é a uma das únicas... qualidades de peixe que eu prefiro... (p.124) DES + DE
1
-não como... durante o período da manhã porque eu sempre trabalhei:: cedo... (p.121)
DO + DA
1
-todas essas coisas eu tenho até medo de pensar em fazer uma viagem pro Norte (p.129)
-vamos supor que você estivesse na sua casa... morrendo de fome... (p.131)
DO + DE
2
-são os três tipos... de acompanhamento pra o meu:: o coitado do meu bife (p.132)
-porque:: coisa muito demorada também::... já:: já está riscado do nosso programa (p.132)
DO + DO
2
-pelo que eu ouço dizer... não é muito do agrado dos paulistas não né? (p.129) DO + DOS
1
-então cada um gostando duma coISA::... (p.123)
DO + DU
1
-carne de porco... um pernil um lindo dum pernil cheio de bataTInhas (p.123) DO + DUM
1
-e em relação aos aos:: produtos do mar você gosta de alguns? (p.124)
-ah eu ia pensar ( ) morta de fome assim né? (p.131)
TA + DE
2
-então qual era a dieta do seu regime? (p.122)
-eu:: costumo temperar o bife com:: sal... alho e pimenta do reino... (p.132)
TA + DO
2
-embora eu seja paulistana descendente de italiano eu eu conheço::... e que eu gosto... gosto de macarrão em primeiro
lugar né? (p.125)
TE + DE
1
-e há alguma parte do frango que você tenha predileção ou você gosta de todas? (p.123)
-pra tirar um pouco da gordura... e bastante do sal né? (p.125)
TE + DO
2
109
-carne... peixe não porque eu não gosto de peixe... (p.120)
-não gosto de experimentar essas coisas muito diferentes não viu? (p.131)
-e::scuta... você falou que você::... gosta muito de frutas também né? (p.123)
-eu queria saber tudo a respeito de alimentação que você pode contar pra gente (p.120)
-embora eu seja paulistana descendente de italiano eu eu conheço::... e que eu gosto... gosto de macarrão em primeiro
lugar né? (p.125)
TO + DE
5
-pelo que eu ouço dizer... não é muito do agrado dos paulistas não né? (p.129)
-convidá-las pra jan/pra almoçar em casa e preparar um:: um prato do meu gosto... não é? (p.128)
TO + DO
2
-as coxas... as partes do peito:: então frango pra mim é isso ai... (p.123) TES + DO
1
-e em relação aos aos:: produtos do mar você gosta de alguns? (p.124) TOS + DE
1
-prefiro... camarão... e:: em questão de peixe... (p.124) TAO +DE
1
NURC – VOLUME III – DID – SP Inquérito no. 250– bobina no. 90 – inf. No. 287 p. 133-147
Item Lexical + Preposição
Total de
ocorrência 35
- o Operário despedido e o patrão que o despediu... devem... provar a legalidade das respectivas atitudes... (p.135)
- bem... aí quando se empresta de alguém... ahn... se for... uma divida particular... depende das condições que as duas partes acertarem... (p.137)
DE + DAS
2
-eventualmente tive... também... a .... um... um... um... vez por necessidade de... um pequeno empréstimo... (p.134) DE + DE
1
-o advogado da Escola Paulista fez a todos uma proposta... (p.136) DO + DA
1
-começa que a Universidade já nos paga obrigatoriamente pelo Banco do Estado de São Paulo... (p.134)
-mas::... preenchidas as condições legais... o fundo de garantia justamente assegura... ao empregado que se retira... um::
certo::... ressarcimento... (p.136)
-ANtes do Fundo de Garantia a questão é que se resolvia... nos termos daque::la ahn... dispensa que eu me referi (p.136)
-como é que era feito o acordo antes do Fundo de Garantia... quando não havia Fundo de GArantia? (p.136)
-não havia Fundo de Garantia... (p.137)
-éh se houvesse Fundo de Garantia como há hoje nos teríamos recebido... (p.137)
-eu tenho a impressão de que o Fundo de Garantia... (p.140)
-o juro será tal... vencido de maneira tal... (p.138)
DO + DE
9
-fulano de tal declara ter recebido do senhor fulano de tal (p.138)
DO + DO
1
-dever ser portador da carteira de trabalho... e em ambos os assentamentos... do livro de trabalho na carteira de trabalho
devem constar as condições... em que ele trabalha... hora de trabalho... salário (p.134)
DOR+DA
1
-bem... aí quando se empresta de alguém... ahn... se for... uma divida particular... depende das condições que as duas partes
acertarem... (p.137)
TA +DE
1
-que era mantido pela Escola Paulista de Medicina... (p.136)
-mas também na sua caderneta de cheques... (p. 144)
TA + DE
2
-me entregue a documentação habitual... note/perdão... notas de venda... (p. 146) TAS + DE
1
-quem tem direito a receber o montante da dívida é o é o é o credor... (p.139)
TE + DA
1
-a gente de vez em quando erra na soma ou na subtração... (p. 144)
TE + DE
1
-como é que era feito o acordo antes do Fun
do de Garantia... quando não havia Fundo de GArantia? (p.136)
TES + DO
1
-vivo num ambiente sadio... gosto de conviver com os meus discípulos... (p.135)
-tudo o que o senhor souber... a respeito de:: dinheiro banco finanças... (p.133)
- assentamento de férias pagas... (p.134)
-agora... se for... o empréstimo com estabelecimento de crédito... (p.138)
-firmar com ele... também... um:: contrato de honorários... (p.139)
-e aceitei as condições do contrato de honorários com advogados que estão... ahn... (p.139)
-a a fábrica... pelo fato de alegar... ah o motivo de força maior... (p.140)
-o que se chama um extrato de conta... que demonstra... num período... de mês (p. 144)
-inversamente se você depois dessa retirada ou desse pagamento de mil cruzeiros... (p. 144)
TO + DE
9
-com as garantias exigidas por lei para efetuar o pagamento dos seus débitos... (p.140)
TO + DOS
1
-quer dizer aquelas em que uma parte do pagamento... (p.141)
-SER depositante do banco... ter um saldo médio qualquer de depósito durante o ... durante::... o ano...
(p. 142)
-durante... o tempo em que ele for depositante do banco e que dê ao banco uma certa garantia... (p. 142)
TE + DO
3
Preposição + Nome
Total de
ocorrência 12
-dever ser portador da carteira de trabalho... e em ambos os assentamentos... do livro de trabalho na carteira de trabalho
devem constar as condições... em que ele trabalha... hora de trabalho... salário (p.134)
DE + TRA
4
-que é uma situação prevista na Legislação do Trabalho... (p.134)
-se não se comprova a causa justa o trabalhador dispensado recorre à Justiça do Trabalho (p.135)
-em gral as causas iam terminar no Supremo Tribunal do Trabalho (p.136)
DO + TRA
3
-não tem importância... trata-se da defesa de um direito... (p.137) DA +DE
110
1
-“quanto é que o senhor me dá por um milhão à vista? de diferença?” (p. 141)
-um pouco de dinheiro então... (p. 142)
DE+DI
2
-SER depositante do banco... ter um saldo médio qualquer de depósito durante o ... durante::... o ano...
(p. 142)
DE + DE
1
-se recebermos e no momento em que recebermos... (p.139)
NO + MO
1
-se ele vem a ser despedido... de duas uma... (p.134)
DE + DUAS
1
NURC – VOLUME III – DID – SP: Inquérito no. 242– bobina no. 92 – inf. No. 295 p. 148-164
Item lexical + preposição
Total de
ocorrência 38
-e:: e assiNAlam as datas todas da religião católica (p.159) DAS + DA
1
-porque antes era uma vida de fazenda completamente diferente... (p.148)
DA + DE
1
-de maneira que eles não tinham vontade de sair (p.154)
-mas foi com muita pena a que ele... desistiu da... da possibilidade de entrar na Mackenzie... (p.155)
-ia para ahn... o São Francisco fazer... Faculdade de Direito... ou então... ia para a Faculdade de Medicina... (p.155)
-foi uma coisa que me imPREssionou… a QUANTIDADE de pessoas… (p.158)
-isso eu tive muita oportunidade de ver em alguns países e achei interessante… (p.159)
-o Papa está preocupadíssimo com ele… achando que é um tarefa dificílima quer dizer que eles estão encontrando
dificuldade de toda ordem... (p.162)
-e:: tive oportunidade de assistir essa do monsenhor Benedito que eu também fiquei encantada (p.162)
DE + DE
7
-e:: aquele modo da gente… estar ali para assistir o:: o ofício religioso… (p.163)
DO + DA
1
-vamos dizer essa questão de religião assim TÃO abstrata… (p.163)
TÃO + DE
1
-eu estou citando a da PUC porque é perto da minha casa (p.162) TO + DA
1
-trabalhar algumas horas num departamento de atividades extracurriculares... (p.148)
-esta CONvivência que eu tive com ela... como secretária dela no departamento de atividades extracurriculares... (p.148)
-mas o encerramento de quê? (p.153)
-ou era campeonato de bola ao cesto... ou campeonato de futebol... (p.154)
-mas quer dizer que então ninguém está lá dentro com espírito de religião... (p.163)
TO + DE
6
-eu escrevi dois trabalhos... UM::... para a PARte de Biblioteca e ouro para a parte de arquivo... (p.150)
-mas eu não sinto esse ambiente de religiosidade… (p.163)
-mas não senti o ambiente de igreja… não consegui sentir… (p.164)
TE + DE
4
-e come que foi o encerramento do curso na Mackenzie a turma... (p.153)
-de modo que na ocasião... do encerramento do curso a festa de formatura era uma festa muito bonita (p.154)
-eu conheço bastante… não só a respeito do presbiterianismo… como… dos metodistas… dos batistas… (p.157)
TO + DO
3
-de modo que na ocasião... do encerramento do curso a festa de formatura era uma festa muito bonita (p.154)
TA + DE
1
-e ele NÃO queria... foi preciso muita insistência... da parte da mãe... (p.155)
TE + DA
1
-Da. Noemi Silveira que havia chegado dos Estados Unidos... (p.148)
DO + DOS
1
-e melhoRANdo de edição para edição... (p.150)
DO + DE
1
-mas indiscutivelmente… também depende do QUE nós chamamos de religião (p.158)
DE + DO
1
-a freqüência também era considerada de modo que era a/ freqüência... (p.153)
DA +DE
1
-quer dizer essas datas todas são marcadas de acordo com isso… (p.159)
DAS + DE
1
-e hoje não… as pessoas estão participando da missa (p.161)
-hoje eu até… me aborreço quando eu vou visitar de ver TOdo mundo fazendo da igreja um museu… (p.163)
DO + DA
2
-hoje eu até… me aborreço quando eu vou visitar de ver TOdo mundo fazendo da igreja um museu… (p.163)
TAR + DE
1
-porque nós não estávamos ainda com obrigatoriedade de programas... (p.151)
DE + DE
1
Preposição + Item lexical
Total de
ocorrência 3
-mas foi com muita pena a que ele... desistiu da... da possibilidade de entrar na Mackenzie... (p.155) NA + MA
1
-a missa de Domingo mesmo lá... é muito boa... (p.162)
DE + DO
1
-e que eles POssam goZAR de tudo isso e aproveitar... (p.153)
DE + TU
1
111
B. INQUÉRITOS DO IBORUNA-SJRP
TABELAS DE ITENS LEXICAIS E PREPOSIÇÕES
IBORUNA-SJRP- AC-042
Preposição + Item Lexical
Total de
ocorrência 2
Inf.: ai... eu acho... que assim... eu pretendo... queria fazer português e inglês né... que é o que eu mas gosto assim... agora
como que é o curso mesmo eu num tenho muita... muita noção... mas eu... eu tô fazendo com a intenção de depois... prestar
concur::so
DE + DE
1
Inf.: aham ((concordando)) elas moram lá sabe... a escola é MUITO grande assim... tem casa... tem um... (tem sempre) um
negócio de posar na escola... de dormir sabe... tem cama prá todo mundo... então é bastante grande lá...
DE + DOR
1
Item Lexical + Preposição
Total de
ocorrência 4
tiramos foto... só que não saiu nada de foto né... não podia tirar com flash... DA + DE
1
passa rí::mel no o::lho... lá::pis... daí... tudo depende da roupa DE + DA
1
mas chegou lá era metade do que falaram né... propaganda super enganosa... DE + DO
1
essas coisa... prá ficar bem... perfeito... pra tampar tudo... daí cê passa som::bra... dependendo da cor da rou::pa... DO + DA
1
IBORUNA-SJRP- AC-054
Item Lexical + Preposição
Total de
ocorrência 19
- na janela tem uns desenhos também assim coisa já acumulada de tempo mas a gente tá pra modificar tudo isso
- cê vira depois à esquerda pra pegar a Avenida de Maio que também é conhecida assim ali né? então num tem erro...aí cê
pegou a Avenida de Maio vai reto reto reto reto
- e:: e uma que vai pra Vila Toninho que é a continuação da Avenida de Maio
- é o prolongamento da Avenida de Maio que vai pra Vila Toninho...
- na janela tem uns desenhos também assim coisa já acumulada de tempo
DA + DE
6
- se você for pelo caminho do Carrefour pela avenida do Carrefour cê conta que lá
- cê pega até chegar no linhão na avenida do linhão
- vira nessa avenida do linhão e já vira a próxima à esquerda
DA + DO
3
- vai parar na marginal da Washington Luís e aí é mão pra qualquer lado da cidade…
- ele ganhou também varias outras...outros títulos do mundia::l da copa tudo da liga...
- e::...aí fica uma cama do lado da outra
DO + DA
3
- eu tava saindo do colegia::l
- mas tudo tem o mesmo:: ah tudo do mesmo luga::r
- aí do lado do guarda-roupa tem uma uma estantinha
DO+DO
3
que boi ficou inte::iro e o boi até mugia dentro da cobra
Inf.: ficou em pé lá dentro tipo o boi andava dentro da
5
[cobra]… né?
TRO + DA
2
maceta o boi
4
[né?] quebra tudo os ossos e maceta ele dentro dela só que meu avô fala TRO + DE
1
.: ficou em pé lá dentro tipo o boi andava dentro da
5
[cobra]… né? TRO + TI
1
IBORUNA-SJRP- AC-042
Preposição + Item Lexical
Total de
ocorrência 1
- e o legal de lá é quando é de domingo né?
DE + DO
1
Item Lexical + Preposição
Total de
ocorrência 11
- e tem aqueles ainda que... TRAEM:: com uma conhecida da esposa né? DA +DA
1
- aí ela sujou a calça dela coiTAda de BArro NOssa que PEna... DA+DE
1
- eu TENHO vontade de ter filho mas assim agora... tenho vinte anos ainda estudo faço faculdade DE + DE
1
- no meu prédio tem muito/ muita criança pequenininhas tem vá::rias da idade do Lininho
- se eu iria perDOAR... num sei... depende... depende do tanto que eu gosto da pessoa...
DE + DO
2
... porque meu tio falou que hei ficar do lado da esposa dele... DO + DA
1
112
- ou você chora e fala – “dane-se” - ou você desmancha tudo e faz tudo de novo...
- nossa eu fiquei morrendo de raiva eu queria esganar a menina...
DO + DE
2
– deu uma PRENsa no meu pai e dentro de dois anos eles namoraram noivaram e casaram... TRO + DE
1
- quando chega alguém que vai entrar no nosso quarto aí vai tudo pra dentro do guarda-roupa...
- vai tudo pra dentro do guarda-roupa né? aí não dá pra você abrir o guarda-roupa pra mostrar nenhuma roupa porque você
abre cai tudo ((risos))
TRO+DO
2
IBORUNA-SJRP- AC-088
Preposição + Item Lexical
Total de
ocorrência 1
- existe uma sala de depó::sito que num funciona bem como depósito DE + DO
1
Item Lexical + Preposição
Total de
ocorrência 11
- fica na entrada da escola e:: os professore né tra/ deixam o carro ali...
- quatro:: pessoal que cuida da limpeza...
- eu pego todo arroz que está na na borda da panela e coloco tudo dentro da água
DA +DA
3
a sala de aula elas possuem uma parede toda de tijolinhos DA+DE
1
- existe u::m um painel que é do tamanho da parede da altura da parede
DE + DA
1
- num comporta a quantidade de alunos né...
- o professor tem a liberdade de entrar e selecionar o vídeo que ele quer trabalhar com as crianças...
- geralmente quase todo dia há uma rotatividade de textos
- e também a rede de voleibol...
- elas tinham muita vontade de escrever
- elas tinham essa liberdade de escreverem o que elas sentiam o que elas queriam
-
la vai estar desenvolvendo toda sua capacidade de imaginação toda sua capacidade de criatividade ela vai estar criando uma rotina
ela vai estar desenvolvendo né e vai estar adquirindo um go::sto pela leitura que é fundamental ela vai ter vontade de ler
DE + DE
9
- na parede do fundo do palco DE + DO
1
- o arroz já tiver começando a grudar na panela no fundo da panela
- ele é bem quietinho e ele geralmente vive no mundo da lua
- e ele saiu numa alegria total né pulando e aí ele foi no fundo da sala
- e ele pegou um jornal sentou no fundo da sala e começou a folhear o jornal...
- dois armários né um pra cada período e dependendo da sala de aula
- a escola possui uma cantina... e ao lado da cantina...fica a cozinha... então na cantina possui refri/ refrigerado::res
alime::ntos la::nches salga::dos... e:: ao lado da cozinha
- os professores não tem acesso... ao LADO da cozinha... fica o refeitório...
- quadra ela é coberta né com telhas de zinco toda metálica a estrutura dela é metálica e ao lado da quadra há um campo
- uma lousa onde são deixados os recados dos recu::rsos de algum comunicado da Secretaria da Educação... existe::
DO + DA
10
- ela ficou morrendo de vergonha aí ela não sabia o que ela fazia
- e aí tinha o delegado de plantão e ela acabou conversando com o delegado...
- se se afasta um pouco das pessoas já com um medo de alguma coisa ruim
- ::... de madeira né ele é todo de made::ira co::m os telhados com o telhado de com o telhado de:: de telhas aquelas
DO + DE
4
- então ela fica no fundo do corredor
- na parede do fundo do palco existe u::m um painel que é do tamanho da parede
- deixam o carro ali... ao lado do estacionamento
- elas se alfabetizaram muito rápido bem mais rápido do que as outras...
DO+DO
4
- com corda... na escola também existe uma casa dentro da escola
- ela falou que o pior era ter que ficar dentro da viatura
TRO + DA
2
- ela num sabia se ficava com vergonha de tá dentro de uma viatura...
TRO + DE
1
- també::m éh alguns banquinhos dentro do banheiro
- ele vai continuar dentro do arroz...
- e ficou andando lá dentro do bairro
TRO+DO
3
113
C. PESQUISA SEGMENTAL DE DADOS DE FALA EXPERIMENTAL
Este texto traz um estudo preliminar do contexto segmental a partir de dados
controlados. A fim de realizar a descrição dos contextos segmentais que favorecem e dos
contextos segmentais que bloqueiam a haplologia, buscaremos dar uma resposta às seguintes
questões: (i) há alguma consoante ou alguma vogal que bloqueia a haplologia; (ii) há alguma
consoante ou alguma vogal que favorece esse processo fonológico.
Para buscar essas respostas, formulamos um corpus experimental, com o propósito de
controlar todos os possíveis contextos segmentais compostos por traços fonéticos semelhantes
característicos da haplologia e, assim, verificar a ocorrência ou não de queda de uma das
sílabas envolvidas nesse processo.
O experimento elaborado consiste de um corpus composto por 46 pares dialógicos do
tipo pergunta/resposta, para as quais foram produzidos 20 enunciados, totalizando 920
contextos candidatos à haplologia, exemplificados em (1). Tal corpus foi obtido por meio de
entrevistas de 20 universitários. Os informantes se inserem na faixa etária de 20 a 26 anos.
Todos nasceram e moram na região de São José do Rio Preto, interior de São Paulo.
20
(1) “Em frente a um prédio há um aglomerado de pessoas, alguém pergunta a você o que
aconteceu e você responde:
- A escada danificada desabou hoje.”
Nota-se que há uma breve contextualização para, em seguida, ser apresentada uma
sentença, na qual as sílabas candidatas à haplologia estão controladas. Essa sentença, inserida
por meio de um verbo dicendi (em (1) é responde), apresenta as características de ser
sintaticamente simples, constituída por um Sintagma Nominal (SN) e por um Sintagma
Verbal (SV) (em (1), SN [a escada danificada] + SV [desabou hoje]).
Cuidou-se ainda para que não ocorresse pausa entre as sílabas candidatas ao processo,
visto que, de acordo com a literatura, “no momento em que a pausa é encontrada, os domínios
de aplicação das regras (...) são alterados no sentido de bloquear a aplicação da regra”
(CAGLIARI, 1997, p.129). Além disso, buscou-se impedir que ocorresse fronteira prosódica
de frase fonológica (Φ) entre as palavras que continham as sílabas candidatas à queda
silábica.
21
Desse modo, a estrutura prosódica em que ocorrem as sílabas que analisamos é
sempre a mesma em todos os contextos, qual seja, Φ. Tomamos tal cuidado em relação ao
domínio prosódico devido ao fato de sabermos, de acordo com a literatura pertinente, que é
mais difícil a instauração de pausas dentro de um mesmo Φ. Uma vez que não ocorrer pausas
entre as sílabas candidatas pode haver a haplologia.
Os informantes foram orientados a ler as sentenças como enunciados declarativos
neutros. Em seguida, deveriam avaliar a possibilidade de haver queda ou não de uma das
sílabas candidatas à haplologia, as quais figuravam em negrito em cada enunciado, indicando
(S) para sim e (N) para não.
Cada contexto segmental foi organizado em um quadro, o qual foi dividido de acordo
com o ponto de articulação das consoantes. Segundo a Fonologia Auto-segmental, cada
consoante apresenta um conjunto de características que possibilita agrupá-las e subdividi-las
20
Escolhemos esse perfil de faixa etária, escolaridade e região em que os informantes moram para que
pudéssemos verificar a aplicação da haplologia em informantes adultos falantes do dialeto de São José do Rio
Preto e região.
21
Discutimos a aplicação da haplologia entre as fronteiras dos domínios prosódicos acima da palavra fonológica
no capítulo 3 desta dissertação.
114
de acordo com as características que compartilham. Neste trabalho, usamos a seguinte
classificação das consoantes:
(i) consoantes obstruintes não-contínuas, aquelas cujos traços distintivos são:
[labial] (/p/ e /b), [não-contínua, distribuída] ([t] e [d]), e [dorsal] (/k/ e /g/);
(ii) consoantes nasais, aquelas cujos traços distintivos são: [nasal, labial] (/m/)
e [nasal, coronal] (/n/);
(iii) consoantes fricativas, aquelas cujos traços distintivos são: [contínua, labial]
(/f/ e /v/), [contínua, coronal, anterior] (/s/ e /z/), [contínua, coronal, não-
anteriores] (// e //);
(iv) consoante vibrante aquela cujos traços distintivos são: [sonoro, não-
contínua, não-distribuída] (/r/);
(v) consoante lateral, aquela cujos traços distintivos são: [sonor., contínua,
coronal] (/l/).
Com relação às vogais, neste trabalho consideramos a seguinte distinção, segundo a
Fonologia Auto-segmental:
(i) vogal aberta, aquela cujo traço distintivo é: [baixo] (/a/);
(ii) vogais fechadas, aquelas cujo traço distintivo é: [alto] (/i/ e /u/).
22
Abaixo apresentaremos um quadro com todos os contextos candidatos à haplologia
pertencentes ao corpus de fala experimental. Nesse quadro, a primeira coluna contém as
sentenças em que as sílabas candidatas foram controladas; a segunda coluna traz o contexto
segmental transcrito de acordo com as determinações do “Alfabeto Fonético Internacional”; a
terceira coluna apresenta a quantidade de contextos em que, segundo os informantes, não há
queda de uma das sílabas; a quarta coluna expressa a opinião dos informantes no que
concerne à quantidade de aceitação de queda de uma das sílabas envolvidas no processo de
haplologia; e, por fim, a quinta coluna traz a percentagem de aplicação da haplologia.
Ressaltamos que estamos considerando como contextos favoráveis à haplologia aqueles em
que a percentagem de aplicação do processo foi igual ou superior a 60%.
22
Chamamos atenção para o fato de que, neste trabalho, não consideraremos contexto candidatos a haplologia
em que o núcleo das sílabas for preenchido por vogais médias, devido ao fato de que, no dialeto paulista do PB,
para se produzir as vogais médias [baixa] (/ε/ e //), há necessidade de elas serem tônicas e estamos considerando
apenas as sílabas átonas nesta pesquisa. Com relação a /e/ e /o/, no dialeto em questão, essas vogais são
produzidas como vogais altas /i/ e /u/ em posição átona final de palavra.
115
Quadro (3.1) – haplologia e contexto segmental
Sentença Contexto
segmental
Sem queda
da σ
Queda da
σ
% de
haplol
1. A capa padrão chegou hoje.
/pa.pa/
17 3 15
2. Que bipe pirata dura pouco.
/p.pi/
10 10 50
3. O bispo puritano saiu apressado.
/p.pu/
8 12
60
4. O samba bacana está no Brasil.
/ba.ba/
16 4 20
5. O árabe bicudo saiu apressado.
/b.bi/
15 5 25
6. O cabo budista chegou atrasado.
/b.bu/
10 10 50
7. A telefonista tagarela chegou atrasada.
/ta.ta/
15 5 25
8. O cadete tibetano saiu apressado.
/t.ti/
6 14
70
9 .Um bonito tubarão morreu envenenado
/t.tu/
6 14
70
10. A escada danificada desabou hoje.
/da.da/
6 14
70
11. A cidade dinâmica patrocinou o evento.
/d.di/
4 16
80
12. O acordo duradouro foi violado.
/d.du/
6 14
70
13. A maca canadense quebrou pela manhã
/ka.ka/
4 16
80
14. O cheque quitado era voador.
/k.ki/
4 16
80
15. O tópico curioso foi discutido.
/k.ku/
11 9 45
16. A folga garantida foi conquistada.
/a.a/
12 8 40
17. Um sangue guineano corre nas veias.
/.i/
7 13
65
18. O Diogo guloso comeu tudo.
/.u/
8 12
60
19. A cama magnífica quebrou ontem.
/ma.ma/
16 4 20
20. O time milagroso saiu vencedor.
/m.mi/
9 11 55
21. O agrônomo muçulmano acordou cedo.
/m.mu/
9 11 55
22. A aluna namoradeira chegou atrasada.
/na.na/
11 9 45
23. O telefone nipônico dura mais.
/n.ni/
8 12
60
24. O aluno nutrido aprende mais.
/n.nu/
9 11 55
25. A garrafa fabulosa caiu no chão.
/fa.fa/
12 8 40
26. A grife finérrima chegou ao mercado.
/f.fi/
8 12
60
27. O fotógrafo fumante morreu hoje.
/f.fu/
19 1 5
28. A trava valiosa foi vendida.
/va.va/
13 7 35
29. A breve vitória foi forjada.
/v.vi/
10 10 50
30. A massa saborosa acabou logo.
/sa.sa/
2 18
90
31. A classe silenciosa ganhou a viagem.
/s.si/
4 16
80
32. Um espaço suficiente está demarcado.
/s.su/
6 14
70
33. A valiosa zabumba vendi também.
/za.za/
7 13
65
34. O astucioso zureta enganou a polícia.
/zu.zu/
15 5 25
35. A caixa xadrez rasgou hoje.
/a.a/
6 14
70
36. O peixe chileno está saboroso.
/.i/
6 14
70
37. O capacho chuviscado foi vendido.
/.u/
7 13
65
38. A bandeja japonesa caiu no chão.
/a.a/
2 18
90
39. A laje gigante quebrou também.
/.i/
4 16
80
40. O marujo juvenil navegou finalmente.
/.u/
5 15
75
41. A guitarra radical destoou no show.
/ra.ra/
3 17
85
42. A torre ridícula caiu ontem.
/r.ri/
7 13
65
43. O bairro rural foi destruído.
/r.ru/
9 11 55
44. A tigela laranja caiu no chão.
/la.la/
8 12
60
45. O desfile liberal acabou tarde.
/l.li/
10 10 50
46. O amarelo luminoso eclodiu no ambiente.
/l.lu/
14 6 30
116
Ao observarmos os resultados de aplicação de haplologia, no quadro (3.1),
constatamos que, de acordo com os informantes entrevistados, é possível ocorrer a queda de
uma das sílabas candidatas à haplologia em vários outros contextos segmentais, além daqueles
descritos por Alkmim & Gomes (1982), quais sejam, consoantes obstruintes não-contínuas /t/
e /d/ e vogais altas /i/ e /u/. Para embasar tal afirmação, retomamos os dados apresentados no
quadro (3.1) cujos índices de aceitação da aplicação da haplologia são iguais ou superiores a
60%. Tais dados seguem descritos nos próximos quadros.
Com relação às consoantes obstruintes não-contínuas, presentes nas sentenças de (1) a
(18) do quadro (3.1), observamos a taxa de 80% de aplicação da haplologia para os contextos
/ka.ka/ e /k.ki/ e de 60% para o contexto segmental /pu.pu/. Também observamos altos
índices de aceitação de aplicação da haplologia em contextos cujos onsets são preenchidos por
/t/ e /d/ como já previa a regra (80% de aplicação para [d.di]; e 70% para [t
.ti], /t.tu/,
/da.da/ e /d.du/). Tais dados são reproduzidos no quadro (3.2) a seguir.
23
Quadro (3.2) – haplologia e contexto segmental – consoantes obstruintes não-contínuas
Sentença
24
Contexto
segmental
Sem queda
da σ
Queda
da σ
% de
haplol
1. A cidade dinâmica patrocinou o evento.
[d
.di]
4 16
80
2. A maca canadense quebrou pela manhã
/ka.ka/
4 16
80
3. O cheque quitado era voador.
/k.ki/
4 16
80
4. A escada danificada desabou hoje.
/da.da/
6 14
70
5. O acordo duradouro foi violado.
/d.du/
6 14
70
6. O cadete tibetano saiu apressado.
[t
.ti]
6 14
70
7. Um bonito tubarão morreu envenenado
/t.tu/
6 14
70
8. O bispo puritano saiu apressado..
/p.pu/
8 12
60
No quadro (3.2), a queda da sílaba é aceita em contextos que envolvem também a
vogal baixa /a/, como é o caso das seqüências “ma(ca) canadense” (80%) e “esca(da)
danificada” (70%). Esse resultado difere do que previa a regra posposta para haplologia.
No que diz respeito às consoantes nasais, presentes nas sentenças de 19 a 24, quadro
(3.1), observamos que há uma aceitação de 60% de aplicação da haplologia pelos informantes
na seqüência formada pelo contexto segmental /n.ni/. Esse dado também contraria a regra de
aplicação de haplologia que inspira essa discussão, pois, de acordo com Alkmim & Gomes
(1982), a haplologia ocorreria com as consoantes dentais, exceto a nasal, e a consoante que
preenche o onset da seqüência reproduzida no quadro (3.3) justamente tem por característica o
traço [+nasal].
Quadro (3.3) – haplologia e contexto segmental- consoante nasal
Sentença Contexto
segmental
Sem queda
da σ
Queda
da σ
% de
haplol
1. O telefone nipônico dura mais.
/n.ni/
8 12
60
23
Nos quadros (3.2), (3.3), (3.4), (3.5) e (3.6) organizamos os resultado de aplicação da haplologia seguindo a
ordem decrescente dos resultados presentes na coluna correspondente à percentagem de aceitação da aplicação
da haplologia.
24
As sentenças presentes nos quadros (3.2), (3.3), (3.4), (3.5) e (3.6) foram renumeradas. Assim, há um número
para elas no quadro (3.1) e outro número nos demais quadros.
117
As consoantes fricativas, por sua vez, também apresentam taxas favoráveis à aplicação
da haplologia. Abaixo, reproduzimos parte do quadro (3.1), apenas no que diz respeito a taxas
favoráveis à queda de uma das sílabas fricativas candidatas ao processo fonológico em estudo.
Quadro (3.4) – haplologia e contexto segmental – consoantes fricativas
Sentença Contexto
segmental
Sem queda
da σ
Queda
da σ
% de
haplol
1. A bandeja japonesa caiu no chão.
/a.a/
2 18
90
2. A massa saborosa acabou logo.
/sa.sa/
2 18
90
3. A classe silenciosa ganhou a viagem.
/si.si/
4 16
80
4. A laje gigante quebrou também.
/.i/
4 16
80
5. O marujo juvenil navegou finalmente.
/.u/
5 15
75
6. A caixa xadrez rasgou hoje.
/a.
a/
6 14
70
7. O peixe chileno está saboroso.
/
.i/
6 14
70
8. Um espaço suficiente está demarcado.
/su.su/
6 14
70
9. A valiosa zabumba vendi também.
/za.za/
7 13
65
10. O capacho chuviscado foi vendido.
/
.u/
7 13
65
11. A grife finérrima chegou ao mercado.
/fi.fi/
6 12
60
No quadro acima, podemos observar a taxa de 70%, respectivamente, de aplicação da
haplologia para os contextos segmentais constituídos por /su.su/, /a.a/ e /.i/; de 65% para
/za.za/ e /.u/; e de 60% para /fi.fi/. Ressaltamos que a taxa de 70% destacada no início do
parágrafo para as seqüências /su.su/, /a.a/ e /.i/ é a mesma taxa encontrada para
/t.ti/, /tu.tu/ e /du.du/, seqüências cujos onsets são preenchidos por consoantes obstruintes
não-contínuas /t/ e /d/ e núcleo preenchido por vogal alta /i/ e /u/, únicos segmentos
favoráveis a aplicação da haplologia segundo Alkmim & Gomes (1982).
Ainda com relação às consoantes fricativas, destacamos os altos índices de aplicação
em seqüências como /sa.sa/ e /a.a/ com 90%; /si.si/ e /.i/ com 80% cada uma e, por fim,
/.u/ com 75%, de aplicação. Chama-nos atenção o fato de as seqüências /sa.sa/ e /a.a/,
além de apresentarem o índice mais alto de queda silábica, possuem núcleo preenchido por
vogal baixa /a/. Ressaltemos que, segundo Alkmim & Gomes (1982), essa vogal não favorece
a aplicação da haplologia.
Encontramos, ainda, a taxa de aplicação da haplologia de 85% e 65% para seqüências
cujos onsets são preenchidos por consoante vibrante. Tais seqüências seguem expressas no
quadro (3.5). Destacamos, ainda, em (3.6), a taxa de 60% para aplicação em contexto
segmental formado por consoante lateral.
Quadro (3.5) – haplologia e contexto segmental – consoante vibrante
Sentença Contexto
segmental
Sem
queda da σ
Queda
da σ
% de
haplol
1. A guitarra radical destoou no show. /ra.ra/ 25 85
85
2. A torre ridícula caiu ontem. /ri.ri/ 35 65
65
Quadro (3.6) – haplologia e contexto segmental – consoante lateral
Sentença Contexto
segmental
Sem queda
da σ
Queda
da σ
% de
haplol
1. A tigela laranja caiu no chão. /la.la/ 40 60
60
118
A partir da análise dos dados acima, concluímos que:
(i) aplica-se a haplologia para todo tipo de consoante, i.e., aplica-se em contextos
cujos onsets são preenchidos por consoantes obstruintes não-contínuas, fricativas,
nasais, vibrantes e laterais;
(ii) aplica-se a haplologia em contextos cujo núcleo é preenchido por vogal baixa /a/
e por vogais altas /i/ e /u/.
Portanto, constatamos que a regra segmental de aplicação da haplologia formulada por
Alkmim & Gomes (1982) não se confirma, uma vez que a queda silábica é aceita em
seqüências formadas por outros segmentos, além daqueles previstos pelas autoras. Além
disso, a aplicação da haplologia nesses outros contextos não leva a resultados agramaticais
como previsto por Alkmim & Gomes (1982). Uma outra pesquisa a ser feita – que pode ou
não corroborar o resultado desta – é verificar o que ocorre acusticamente, especialmente nos
contextos avaliados pelos informantes como passíveis de haplologia, de modo que,
posteriormente, poderia ser feita a comparação entre os resultados a fim de avaliar as relações
entre a realidade fonética e a intuição lingüística acerca do processo de haplologia.
119
Autorizo a reprodução deste trabalho.
São José do Rio Preto, 12 de maio de 2006.
VANESSA CRISTINA PAVEZI
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