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módulo foi pela internet, (...) era só discutir texto na internet, (...), e o módulo três era
apresentação de seminário. Ela não fez nada! Nada, nada, nada...”
“E a aula do (...) era expositiva né, voltada pros órgãos dele, porque ele falava pra dentro
e parecia que estava morto na frente da sala, era algo assim, impressionante!”
“(...), eu acho seminário muito bacana, sabe, mas na Educação eles são mestres nisso, a
gente dá aula, né. Porque você fica assim, a aula todinha você dando aula, e eu não acho
que seja tão maravilhoso. (...) às vezes você passa, acho que metade do curso, aluno dando
aula pra professor, né. (...)”
Estes relatos sobre o tipo de cobrança e a metodologia utilizada pelos professores,
tanto do Instituto de Ciências Biológicas como da Faculdade de Educação e do Instituto de
Psicologia, ilustra o processo de escolarização que a universidade vem sendo submetida. A
pouca cobrança por parte dos professores, o nível de aprofundamento equivalente ao do
ensino médio e o excesso de seminários, mostra um ensino preocupado com a transmissão
de conteúdos e não com uma formação humanista voltada para o sujeito e para a busca
pelo conhecimento.
Ao se questionar, como solucionar o problema relacionado com a qualidade das aulas
do curso, foi sugerida pelos alunos que se tivesse uma coordenação de disciplina que
funcionasse e que os professores tivessem preocupação com a qualidade da matéria
ministrada e não apenas em cumprir a ementa proposta. Associou-se às críticas, a formação
dos próprios professores, questionando-se a valia de titulações e a falta de uma formação
pedagógica. Este último item foi direcionado, especificamente, a alguns professores do
Instituto de Ciências Biológicas (IB).
“(...), as pessoas acham que lá (UnB) estão os monstros, os gênios né, os doutores. Só a
nata, mesmo. Mas você vê que de repente tem professores que você fica, gente o quê que é
um título, né?! (...). Porque você vê assim, que tem a referência, o cara super-famoso e não
sabe nada. (...)”.
“(...), acho que entra aquela questão da formação dos professores, porque eles são ali
mestres, doutores, bacharéis. Acho que muitos deles não têm essa formação de
Licenciatura. Então, eu acho que por mais que esteja na universidade, eles teriam que ter
algum conhecimento sobre educação, né. Falta pra eles. Eles são bons, até podem ser
ótimos lá na pesquisa deles, mas eles não sabem dar aula, (...). Não vêem assim, a
importância da educação. (...). Eles estão lá com a pesquisa deles e tem que dar aula
porque você tem que dar. (...)”.
Apesar das críticas, alguns professores receberam elogios. Dois docentes responsáveis
por disciplinas específicas da Biologia foram extremamente elogiados pelo fato de que,
segundo os alunos, eles ensinavam a pensar. No caso de um dos professores, os elogios