Download PDF
ads:
Andréa Cristina Bogas
Clonagem e expressão do gene da β-glicosidase da
bactéria endofítica Bacillus pumilus
Londrina
2005
Universidade Estadual de Londrina
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Andréa Cristina Bogas
Clonagem e expressão do gene da β-glicosidase da
bactéria endofítica Bacillus pumilus
Londrina
2005
Universidade Estadual de Londrina
Instituto Agronômico do Paraná
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
ads:
Andréa Cristina Bogas
Clonagem e expressão do gene da β - glicosidase da
bactéria endofítica Bacillus pumilus
Londrina
2005
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação
em Genética e Biologia Molecular, da Universidade
Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do
título de Mestre.
Orientadora: Dra. Maria Helena Pelegrinelli Fungaro
Co-orientador: Dr. Laurival Antônio Vilas Bôas
Andréa Cristina Bogas
Clonagem e expressão do gene da β - glicosidase da
bactéria endofítica Bacillus pumilus
Londrina, 24 de fevereiro de 2005.
graduação em Genética e Biologia Molecular,
da Universidade Estadual de Londrina, como
requisito parcial à obtenção do título de Mestre.
COMISSÃO EXAMINADORA
Profa. Dra. Maria Helena Pelegrinelli Fungaro
Universidade Estadual de Londrina
Prof. Dr. Welington Luiz de Araújo
ESALQ/USP
Profa. Dra. Aneli de Melo Barbosa
Universidade Estadual de Londrina
Aos meus queridos pais que
sempre me incentivaram, pelo
exemplo, amor e por tudo que
representam na minha vida
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para a
realização deste trabalho e, em especial,
À Profa. Dra. Maria Helena P. Fungaro que com sua competência, apoio e amizade
contribuiu para a minha formação acadêmica e crescimento pessoal;
Ao Prof. Dr. Laurival Antônio Vilas Boas pela co-orientação, presteza e amizade;
Ao Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular/UFPR e em especial ao Prof.
Dr. Emanuel de Souza pela atenção, ensinamentos e contribuições para a
realização dos estudos de expressão gênica;
Ao Departamento de Biologia Geral/UEL e à Prof. Dra. Rosângela Maria Pinto
Moreira, coordenadora do programa de pós-graduação em Genética e Biologia
Molecular;
Ao corpo docente do Departamento de Biologia Geral/UEL pelos ensinamentos que
contribuíram para a minha formação acadêmica;
À Profa. Dra. Aneli de Melo Barbosa pela colaboração na realização dos ensaios
enzimáticos e contribuições no trabalho;
Ao Dr. Welington Luiz de Araújo pelas sugestões dadas ao trabalho;
À Profa. Dra. Olívia Márcia Nagy Arantes pelas críticas e sugestões na ocasião do
exame de qualificação;
À Profa. Dra. Márcia Cristina Furlaneto que com sua experiência profissional
colaborou para o desenvolvimento deste trabalho.
À Profa. Dra. Maria Angélica Ehara Watanabe pela colaboração durante a realização
dos experimentos.
À Profa. Dra. Marilda Carlos Vidotto por disponibilizar seu laboratório para a
realização de alguns experimentos.
Aos funcionários do Setor de Radiologia do Hospital das Clínicas da UEL que
gentilmente sempre colaboraram na revelação dos filmes de RAIO X.
À amiga Daniele Sartori pelo companheirismo desde a graduação e que também
vence mais esta etapa.
Aos amigos do laboratório Márcia, Patrícia, Renan, Lígia e Luís pela amizade e
inesquecível convivência e à Rosana pelos serviços técnicos prestados.
Às doutorandas Ana Cláudia Bonatto (UFPR) e Flora Kano (UEL) pela atenção e
ajuda durante o trabalho.
Aos amigos do programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular pelo
companheirismo durante o curso.
Aos amigos queridos Rogério e Rogéria pelo incentivo e preciosa amizade.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela
concessão da bolsa de estudos.
BOGAS, Andréa Cristina. Clonagem e expressão do gene da β-glicosidase da
bactéria endofítica Bacillus pumilus. 2005. Dissertação (Mestrado em Genética e
Biologia Molecular) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina.
RESUMO
Endófitos são microrganismos que habitam, em alguma fase do seu ciclo de vida, o
interior dos tecidos vegetais sem causar danos ao hospedeiro. O estudo destes
organismos, iniciado na década de 80, tem possibilitado a descoberta de novos
genes com funções importantes para processos industriais, abrindo novos caminhos
para exploração biotecnológica. Dentre as bactérias endofíticas, as do gênero
Bacillus têm sido identificadas como as mais freqüentes nas espécies vegetais
estudadas. Este gênero contém espécies economicamente importantes. O gene
eglA, que codifica para uma β-1,4-endoglucanase termoestável, foi clonado a partir
de uma biblioteca genômica de uma linhagem endofítica (CL16) de B. pumilus. Isto
despertou nosso especial interesse em estudar outras enzimas do complexo
celulolítico, como a β-glicosidase. No presente trabalho, o gene que codifica para a
β-glicosidase de B. pumilus foi clonado a partir de uma biblioteca shotgun. O gene
(1419 pb), aqui denominado bglH, está organizado em um operon de maneira similar
àquele descrito para outras espécies de Bacillus. A seqüência de aminoácidos,
predita a partir da seqüência de nucleotideos, apresenta um domínio e sítios ativos
característicos da família 1 das glicosil hidrolases (GH1). A expressão heteróloga do
gene bglH resultou numa proteína de 54 kDa que teve sua identidade confirmada
por espectrometria de massa (MALDI-TOF). O alinhamento da estrutura primária da
BglH de B. pumilus com a BglH de B. subtilis subsp. subtilis 168 mostrou alta
similaridade entre elas (80% de identidade e 89% de positividade). Estudos
preliminares de atividade enzimática indicaram que a BglH de B. pumilus é mais
ativa sobre o substrato para-nitrofenil-β-D-glicopiranosídeo do que sobre celobiose.
Palavras-chave: endofíticos, Bacillus pumilus, bglH, β-glicosidase, glicosil hidrolase
família 1
BOGAS, Andréa Cristina. 2005. Cloning and expression of the β-glucosidase
gene from the endophyte bacterium Bacillus pumilus Dissertação (Mestrado em
Genética e Biologia Molecular) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina.
ABSTRACT
Endophytes are microorganisms that reside in plant tissues at some stage in their life
cycles, without causing harm to the host. The study of these organisms, begun in the
80’s, has facilitated the discovery of new genes with functions important to industrial
processes, opening up new areas for biotechnological exploitation. Amongst the
endophytic bacteria, those of Bacillus genus have been identified as the most
frequent. This genus contains economically important species. The eglA gene, which
codes for a thermostable β-1,4-endoglucanase, was cloned from an endophyte strain
(CL16) of the B. pumilus genomic library. This encouraged us to study other
cellulolitic complex enzymes such as the β-glucosidase. In this study, the gene that
encodes for a β-glucosidase of B. pumilus was cloned from a shotgun library. The
gene (1419 bp), here named bglH, is organized as an operon similarly to that
described for other Bacillus species. The amino acid sequence, predicted from the
nucleotide sequence, displays a domain and active sites typical of glycosil hydrolase
(GH1) family 1. The heterologous expression of bglH resulted in a 54 kDa protein,
whose identity was confirmed by mass spectrometry (MALDI-TOF). Alignment of the
BglH primary structure from B. pumilus with one from B. subtilis subsp. subtilis strain
168 revealed a high degree of similarity (80% identity and 89% positivity). Preliminary
studies of enzyme activity indicated that the BglH from B. pulimus is more active on
the para-nitrophenyl-β-D-glucopyranoside substrate than on cellobiose.
Palavras-chave: endophytes, Bacillus pumilus, bglH, β-glucosidase, glycosil
hydrolase família 1
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.7 SUBCONAGEM DO GENE bgl DE B. pumilus VIA SISTEMA GATEWAY
Figura 1 - Etapas de clonagem de um produto de PCR no vetor de entrada.............52
Figura 2 - Etapas de transferência do produto de PCR do vetor de entrada para o
vetor de destino via reação LR.........................................................................53
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 CLONAGEM DO GENE bglH DE B. pumilus
Figura 3- Autoradiografia resultante da hibridação da sonda contra a biblioteca
genômica do B. pumilus. A seta indica o clone positivo contendo o
plasmídeo denominado pMH2 .........................................................................65
Figura 4- Caracterização da seqüência de nucleotídeos da ORF bglH no fragmento
clonado a partir da biblioteca genômica de B. pumilus. Os códons iniciador
e terminador e o sítio de ligação do ribossomo (RBS) estão sublinhados....
...............................................................................................................................67
Figura 5 - Organização da região bglP-bglH no fragmento clonado.............................69
Figura 6- Representação esquemática do domínio conservado de glicosil hidrolase
na BglH de B. pumilus........................................................................................70
Figura 7- Alinhamento de seqüências de aminoácidos preditas a partir do gene bglH
(depositadas no NCBI GenBank, de espécies de Bacillus e da BglH de B.
pumilus predita neste trabalho, utilizando-se do programa BioEdit v. 5.0.9.
As regiões destacadas em preto correspondem aos aminoácidos
conservados entre as proteínas; as regiões cinzas correspondem aos
aminoácidos com propriedades químicas similares; os aminoácidos
destacados dentro do retângulo correspondem aos sítios catalíticos das
enzimas..................................................................................................................72
5.2 SUBCLONAGEM E EXPRESSÃO HETERÓLOGA DO GENE bglH DE B. pumilus EM E.
coli
Figura 8- SDS-PAGE da proteína expressa em E. coli BL21CodonPlus(DE3). As
proteínas estão coradas com Coomassie Blue R-250. Linha 1, marcador
de massa molecular (Pharmacia); linha 2, extrato celular de E. coli BL21
CodonPlus(DE3) não transformadas com pAB1 e não induzidas com
IPTG; linha 3, extrato celular de E. coli BL21 CodonPlus(DE3) não
transformadas com pAB1 e induzidas com IPTG; linha 4, extrato celular de
E. coli BL21 CodonPlus(DE3) transformadas com pAB1 e não induzidas
com IPTG; linha 5, extrato celular de E. coli BL21 CodonPlus(DE3)
transformadas com pAB1 e induzidas com IPTG...........................................74
Figura 9 - Ensaio preliminar de atividade da ß-glucosidase de B. pumilus. Tubos 1 e
3 : atividade da enzima sobre o substrato ρ-nitrofenil-ß-D-glicopiranosídeo.
Tubo 2 –Controle negativo (substrato e tampão)...............................................76
LISTA DE TABELAS
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.2 BACTÉRIAS E PLASMÍDEOS UTILIZADOS NA CLONAGEM E EXPRESSÃO
Tabela 1 - Linhagens de bactérias .....................................................................................37
Tabela 2 - Plasmídeos...........................................................................................................37
4.3 OLIGONUCLEOTÍDEOS
Tabela 3 - Oligonucleotídeos...............................................................................................38
4.4.8 QUANTIFICAÇÃO DA SONDA
Tabela 4 - Diluições da sonda e DNA controle (1 ng/µl)..................................................46
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.2 SUBCLONAGEM E EXPRESSÃO HETERÓLOGA DO GENE bglH DE B. pumilus EM E.
coli
Tabela 5 - Resultados da análise de espectrometria de massa que comprovam a
identidade da ß-glicosidase de B. pumilus expressa em E. coli...............75
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................15
2 REVISÃO DA LITERATURA...........................................................................................17
2.1CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE MICRORGANISMOS ENDOFÍTICOS E GÊNERO BACILLUS .
................................................................................................................................................. 17
2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS GLICOSIL HIDROLASES ....................................................................21
2.3 CLASSIFICAÇÃO E IMPORTÂNCIA INDUSTRIAL DAS β-GLICOSIDASES ...............................23
2.4 CLONAGEM DE β-GLICOSIDASES BACTERIANAS...............................................................29
3 OBJETIVOS........................................................................................................................35
4 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................36
4.1 MATERIAL BIOLÓGICO........................................................................................................36
4.2 BACTÉRIAS E PLASMÍDEOS UTILIZADOS NA CLONAGEM E EXPRESSÃO...........................36
4.3 OLIGONUCLEOTÍDEOS........................................................................................................38
4.4 CLONAGEM DO GENE DA β-GLICOSIDASE DE B. pumilus ...............................................38
4.4.1 Biblioteca de B. pumilus .............................................................................................38
4.4.2 Transferência dos Clones Bacterianos para Membranas de Náilon...................40
4.4.3 Obtenção de Parte do Gene que Codifica para β-glicosidase ............................41
4.4.4 Extração de DNA Plasmidial para Obtenção da Sonda........................................42
4.4.5 Hidrólise do DNA Plasmidial para Purificar a Sonda..............................................43
4.4.6 Eluição dos Fragmentos de DNA ..............................................................................44
4.4.7 Marcação da Sonda.....................................................................................................44
4.4.8 Quantificação da Sonda..............................................................................................45
4.4.9 Preparo de Membranas Controles para Hibridação...............................................47
4.4.10 Hibridação com Membranas Controles..................................................................48
4.5 SEQÜENCIAMENTO DO GENE bgl DE B. pumilus..............................................................49
4.6 ANÁLISE DO FRAGMENTO SEQÜENCIADO .........................................................................50
4.7 SUBCLONAGEM DO GENE bgl DE B. pumilus VIA SISTEMA GATEWAY ...........................51
4.7.1 Obtenção do Gene bgl por PCR................................................................................54
4.7.2 Clonagem do Gene bgl no Vetor de Entrada..........................................................54
4.7.3 Análise dos Transformantes.......................................................................................55
4.7.3.1 Extração de DNA plasmidial...................................................................................55
4.7.3.2 Reação de PCR para confirmar a ligação do gene bgl no vetor de entrada..56
4.7.4 Transferência do Produto de PCR do Vetor de Entrada para o Vetor de Destino
Via Reação LR............................................................................................................57
4.7.5 Preparo de Células de E. coli Eletrocompetentes..................................................58
4.7.6 Transformação de E. coli Eletrocompetentes..........................................................58
4.8 ANÁLISE DOS TRANSFORMANTES......................................................................................59
4.9 SUPEREXPRESSÃO DO GENE bgl EM E. coli....................................................................59
4.10 ELETROFORESE DE PROTEÍNAS SOB CONDIÇÕES DESNATURANTES (SDS-PAGE)....61
4.11 ANÁLISE DA PROTEÍNA SUPEREXPRESSA EM ESPECTROMETRIA DE MASSA................62
4.12 ATIVIDADE DE β-GLICOSIDASE........................................................................................63
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................................64
5.1 CLONAGEM DO GENE bglH DE B. pumilus.......................................................................64
5.2 SUBCLONAGEM E EXPRESSÃO HETERÓLOGA DO GENE bglH DE B. pumilus EM E. coli...
..................................................................................................................................................73
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................77
REFERÊNCIAS......................................................................................................................78
ANEXO....................................................................................................................................87
ANEXO A – ARTIGO ..............................................................................................................88
1 INTRODUÇÃO
Microrganismos endofíticos são organismos que pelo menos em
uma fase do seu ciclo de vida habitam o interior de tecidos vegetais, freqüentemente
vivendo em simbiose com o hospedeiro. Estes microrganismos têm sido apontados
como uma nova fonte de genes, cuja clonagem e expressão tem aberto caminhos
para exploração biotecnológica. Na década de 80 iniciou-se o estudo de bactérias
endofíticas e dentre as espécies mais freqüentemente encontradas nas espécies
vegetais estudadas estão aquelas pertencentes ao gênero Bacillus. Este gênero
possui espécies economicamente importantes, e no que se refere à produção de
enzimas, têm se destacado pela capacidade de produção em grandes quantidades.
Este fato caracteriza o gênero Bacillus como um dos mais importantes na produção
de enzimas com aplicações industriais. O gênero Bacillus destaca-se ainda como
uma fonte de genes de interesse biotecnológico, tais como aqueles que codificam
para enzimas com potencial para degradar lipídeos, proteínas e carboidratos. B.
pumilus é uma das espécies deste gênero que apresenta potencial biotecnológico e
tem sido empregada na indústria para a produção de xilanases, xilosidades e
proteases alcalinas. Recentemente um isolado endofítico de B. pumilus obtido a
partir de plantas de Citrus, teve o gene que codifica para uma endoglucanase (eglA)
clonado e expresso em E. coli. O estudo das características enzimáticas mostrou
que esta enzima apresenta potencial para aplicações biotecnológicas. O fato deste
isolado ter sido obtido de material vegetal desperta o interesse para o estudo de
outras enzimas do complexo celulolítico, as quais são aplicáveis a processos
industriais. Dentre as enzimas que apresentam grande potencial biotecnológico
estão as glicosil hidrolases. Estas são uma das maiores classes de enzimas com
função na degradação de carboidratos e realizam a hidrólise terminal de resíduos de
ß – D - glicose não reduzida com conseqüente liberação de ß – D - glicose. Nas
famílias 1 e 3 de glicosil hidrolases estão classificadas as ß- glicosidases (EC
3.2.1.21), um grupo enzimas que têm sido empregado em vários processos
industriais. A participação na hidrólise de celulose é um dos motivos que tem
despertado o interesse por ß- glicosidases. A celulose é um carboidrato que
representa a maior fonte de energia renovável na Terra que pode ser convertido a
produtos tais como açúcares solúveis, álcool e outros químicos via degradação
enzimática. Para uma eficiente hidrólise da celulose, microrganismos celulolíticos
produzem um complexo celulolítico com diferentes especificidades e modos de ação
para a hidrólise da estrutura microcristalina da celulose. Entre estas enzimas, as ß-
glicosidases, participam da última etapa do processo de hidrólise da celulose
reduzindo celobiose à glicose. Devido às suas inúmeras aplicações, várias ß-
glicosidases têm sido caracterizadas e seus respectivos genes clonados a partir da
construção de bibliotecas genômicas. Várias espécies bacterianas, dentre elas
aquelas pertencentes ao gênero Bacillus, tiveram o gene que codifica para a ß-
glicosidase clonado e a enzima caracterizada. No entanto, até o momento nenhuma
ß-glicosidase de B. pumilus foi relatada. Dentro deste contexto, o presente trabalho
teve por objetivo clonar, caracterizar e expressar em E. coli o gene da ß-glicosidase
da bactéria endofítica de citros B. pumilus.
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.2 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE MICRORGANISMOS ENDOFÍTICOS E GÊNERO Bacillus
Endófitos são microrganismos que colonizam o interior de tecidos
vegetais, vivendo de maneira simbiótica com seus hospedeiros (AZEVEDO et al.,
2000). A versatilidade bioquímica e diversidade dos endofíticos representam uma
enorme variedade de genes, cuja clonagem e expressão tem aberto caminhos de
exploração biotecnológica. Bactérias endofíticas estão presentes em todas as
espécies vegetais estudadas até o momento, permanecendo em estado de latência
ou colonizando ativamente os tecidos de forma local ou sistêmica.
O estudo de bactérias endofíticas teve início na década de 80.
Utilizando-se de técnicas imunológicas e de microscopia eletrônica de varredura,
Jacobs et al (1985) enumeraram, localizaram e caracterizaram bactérias endofíticas
de raízes de beterraba açucareira. Estes autores observaram uma grande
diversidade de espécies bacterianas, dentre elas Bacillus subtilis, Pseudomonas
aeruginosa, Corynebacterium sp, e Erwinia herbicola. Em 1991, McInroy e Kloepper,
ao estudarem bactérias endofíticas de milho e algodão, observaram que os gêneros
mais frequentemente encontrados eram Pseudomonas e Bacillus. Fages e Lux
(1991) ao estudarem a microbiota de raízes de girassol (Helianthus annus L.)
cultivado em solo do sudeste da França observaram que a maioria dos isolados
Gram-positivos pertencia à espécie B. cereus, embora as espécies de Bacillus mais
comumente encontradas em associação com raízes de plantas sejam B. polymyxa,
B. circulans e B. macerans. Araújo (1996) ao isolar, identificar e caracterizar
geneticamente bactérias endofíticas de porta-enxertos de citros verificou a presença
de dois grupos bacterianos principais. Um destes grupos era constituído por Erwinia
herbicola e o outro, mais freqüente, constituído por isolados de Bacillus, incluindo B.
pumilus, B. megaterium, B. cereus e B. lentus.
O gênero Bacillus foi proposto por Cohn em 1872 e faz parte da
família Bacillaceae, formulada por Fisher em 1895. As bactérias pertencentes ao
gênero Bacillus são bastonetes, Gram-positivos, aeróbicos e formadores de
endósporos (CLAUS e BERKELEY, 1986, APUD ASH et al., 1991).
A classificação das espécies de Bacillus foi inicialmente baseada na
morfologia, no metabolismo aeróbico e na formação de endósporos. Estes
parâmetros freqüentemente permitem agrupar organismos heterogêneos quanto às
suas propriedades fisiológicas, ecológicas e genéticas, dificultando, portanto, a
sistemática do gênero. Desde o estabelecimento do gênero até o momento a
sistemática de Bacillus passou por várias mudanças. Gordon et al (1981 APUD
BERKLEY, 2002) contribuíram significativamente para a organização das espécies
deste gênero. Estes autores revisaram a classificação das espécies designadas ao
gênero Bacillus listadas no Bergey’s Manual of Determinative Bacteriology.
Baseados em estudos morfológicos e bioquímicos eles foram capazes de eliminar
espécies antes erroneamente classificadas como pertencentes ao gênero Bacillus.
Isto resultou num rearranjo taxonômico do gênero no Bergey’s Manual of Systematic
Bacteriology. Algumas espécies que tinham sido inadequadamente descritas ou
tiveram seus isolados originais perdidos permaneceram na categoria Species
Incertae Sedis” (BERKELEY, 2002).
Com o advento de ferramentas moleculares, alguns métodos de
análises genômica foram adotados para a reclassificação de bactérias do gênero
Bacillus.
Estudos sobre a variação no conteúdo de GC (32 – 69 mol%) entre
espécies de Bacillus, bem como experimentos de hibridação de DNA revelaram a
heterogeneidade do gênero (PRIEST, 1981; FAHMY et al., 1985), que veio a ser
confirmada mais tarde através de análises de seqüências de nucleotídeos do rRNA
16S (ASH et al., 1991). As análises de seqüências de rRNA 16S de 51 espécies de
Bacillus permitiram a Ash e seus colaboradores mostrarem a existência de 5 cinco
grupos taxonômicos, então denominados Bacillus RNA 1 – 5. Alguns anos após
Nielsen et al (1994) sugeriram a inclusão de um sexto grupo de RNA, composto por
espécies alcalitolerantes e alcalifílicas.
Os métodos moleculares continuam auxiliando na organização do
gênero Bacillus. No entanto, não têm sido suficientes para solucionar os problemas
de taxonomia deste gênero, sendo necessário o estabelecimento de critérios mais
definidos. Apesar disso, atualmente além da divisão em grupos de Bacillus RNA
(STACKEBRANDT e SWIDERSKI, 2002), as espécies de Bacillus também têm sido
divididas em cinco grupos de bactérias aeróbicas produtoras de endósporos,
denominados grupos cereus”, megaterium”, subtilis”, circulans” e brevis”
(FRITZE, 2002).
B. pumilus pertence ao grupo “subtilis” no qual estão classificadas
espécies menores que 1 µm de diâmetro, produtoras de esporos elipsoidais,
mesófilas e neutrófilas. Além de B. pumilus, fazem parte deste grupo B.
amylolinquefaciens, B. atrophaeus, B. licheniformis, B. mojavensis, B. subtilis spp.
subtilis, B. subtilis spp. spizizenii e B. vallismortis, todas inclusas no grupo Bacillus
RNA 1 (FRITZE, 2002).
O gênero Bacillus contém espécies economicamente importantes
para diversos processos industriais. A título de exemplo, espécies deste gênero vêm
sendo utilizadas em controle biológico de insetos, em processos de fermentação, na
produção de antibióticos e enzimas, vitaminas, entre outros (SCHALLMEY et al.,
2004).
No que se refere à produção de enzimas algumas espécies deste
gênero tem se destacado devido à capacidade de produção em grandes
quantidades (20-25 g/L). Este fato caracteriza o gênero Bacillus como um dos mais
importantes na produção de enzimas com aplicação industrial. Destaca-se ainda a
contribuição deste gênero como fonte de genes de interesse biotecnológico, tais
como aqueles que codificam para enzimas com potencial para degradar
carboidratos, lipídios e proteínas (SCHALLMEY et al., 2004).
Dentre as espécies de Bacillus com potencial para emprego
industrial está B. pumilus. Esta espécie tem sido usada na indústria para a produção
de xilanases (PANBANGRED et al., 1983; NUYES et al., 2001), xilosidases
(PANBANGREB et al., 1984) e proteases alcalinas (FENG et al., 2001; KUMAR,
2002). Recentemente um isolado endofítico de B. pumilus foi descrito como
altamente eficiente na hidrólise de CMC celulose. Uma endoglucanase (eglA) deste
isolado foi clonada e expressa em E. coli. O estudo das propriedades enzimáticas
mostrou que esta enzima tem alto potencial para aplicações biotecnológicas (LIMA
et al., 2004). O fato de que este isolado foi obtido a partir de material vegetal,
desperta o interesse para o estudo de outras enzimas envolvidas no complexo
celulolítico, as quais são aplicáveis a diversos setores industriais.
2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS GLICOSIL HIDROLASES
Carboidratos são as biomoléculas mais abundantes na natureza.
Eles são constituídos por unidades básicas denominadas monossacarídeos que se
combinam através de ligações glicosídicas resultando na formação de oligo e
polissacarídeos com notável diversidade estrutural e funcional. Os oligos e
polissacarídeos podem ser eficientemente hidrolisados por enzimas produzidas por
microrganismos.
Glicosil hidrolases constituem uma das maiores classes de enzimas
com função na degradação de carboidratos (HENRISSAT e DAVIES, 2000). A
classificação das glicosil hidrolases segue critérios baseados na especificidade do
substrato, na similaridade de seqüência de aminoácidos, e no modo de ação
(HENRISSAT e DAVIES, 1997).
Quando a classificação deste grupo de enzimas é feita com base na
especificidade do substrato critérios estabelecidos pela União Internacional de
Bioquímica e Biologia molecular (IUBMB) devem ser seguidos. Conforme determina
a IUBMB cada enzima recebe um código denominado “EC number(Enzyme
Commission number). Glicosil hidrolases são desta forma representadas através do
código EC 3.2.1.x, onde x representa o substrato específico, e em alguns casos,
também o mecanismo molecular ou o tipo de ligação entre as moléculas
(HENRISSAT e DAVIES, 1997).
O sistema de classificação baseado na especificidade do substrato é
um dos mais simples na categorização das glicosil hidrolases. Este sistema, no
entanto, não é muito adequado às enzimas que agem sobre vários substratos,
sendo isto particularmente relevante para aquelas glicosil hidrolases que atuam
sobre polissacarídeos complexos presentes na natureza e que freqüentemente
exibem ampla especificidade de substratos. Além disso, este sistema não leva em
conta as características estruturais da enzima. Conseqüentemente, enzimas que
agem sobre substratos similares podem ser incluídas numa mesma classe, sem que
suas características estruturais, modo de ação e relações evolutivas sejam
consideradas (DAVIES e HENRISSAT, 1995; HENRISSAT e DAVIES, 1997).
Um segundo critério de classificação de glicosil hidrolases, que veio
a complementar a classificação baseada na especificidade do substrato, foi sugerido
por Henrissat em 1991. A proposta deste autor foi de classificar glicosil hidrolases
dentro de famílias de acordo com a similaridade de seqüências de aminoácidos.
Glicosil hidrolases com domínios conservados são classificadas dentro de uma
mesma família. Ou seja, quando as seqüências de aminoácidos de duas ou mais
glicosil hidrolases são alinhadas sobre um domínio, estas são incluídas numa
mesma categoria (HENRISSAT et al., 1995).
Inicialmente a classificação com base na similaridade de seqüências
de aminoácidos agrupou as glicosil hidrolases em 35 famílias então designadas
famílias 1 a 35 (HENRISSAT, 1991). No decorrer dos anos, houve um aumento
significativo de seqüências de glicosil hidrolases depositadas em bancos de dados
(EMBL/GenBank e SWISS-PROT), e atualmente há o reconhecimento de 99 famílias
de glicosil hidrolases. A descrição destas famílias está disponível no site
http://afmb.cnrs-mrs.fr/CAZY/, o qual tem sido regularmente atualizado.
A classificação de glicosil hidrolases em famílias, baseando-se em
seqüências de aminoácidos, permite agrupar enzimas com diferentes
especificidades de substratos. Por outro lado, algumas enzimas que hidrolisam o
mesmo substrato podem ser encontradas em diferentes famílias (DAVIES e
HENRISSAT, 1995; HENRISSAT e DAVIES, 1997).
As estruturas tri-dimensionais (3D) das proteínas são mais
conservadas do que suas seqüências de aminoácidos (DAVIES e HENRISSAT,
1995; HENRISSAT e DAVIES, 1997). Em função disso, a estrutura 3D das glicosil
hidrolases vem sendo utilizada para agrupar as famílias em “clans”. Atualmente
existem 14 clans de famílias de glicosil hidrolases sendo o maior destes o clan GH-
A, que inclui as famílias 1, 2, 5, 10, 17, 26, 30, 35, 39, 42, 50, 51, 53, 59, 72, 79 e 86
(http://amfb.cnrs-mrs.fr/CAZY/).
Ainda é importante ressaltar que a denominação exo ou endo
enzimas também tem sido utilizada para caracterizar as glicosil hidrolases
(HENRISSAT e DAVIES, 1997). As exo-enzimas removem unidades de um ou mais
açúcares a partir do terminal não redutor do polissacarídeo, enquanto que as endo-
enzimas realizam a hidrólise aleatória de ligações interiores à cadeia do polímero
(WARREN, 1996). Embora as terminologias exo e endo forneçam informações
adicionais quanto à classificação das glicosil hidrolases, existem dificuldades para
determiná-las, pois podem ser confundidas se aplicadas para enzimas que
apresentam comportamento intermediário ou se determinadas utilizando-se
substratos inadequados (HENRISSAT e DAVIES, 1997).
2.3 CLASSIFICAÇÃO E IMPORTÂNCIA INDUSTRIAL DAS β-GLICOSIDASES
β-glicosidases são enzimas que catalisam a hidrólise de ligações
glicosídicas, uma função essencial a muitos processos biológicos, o que faz destas
enzimas alvo de grande interesse para a bioquímica, medicina e biotecnologia.
β-glicosidases (β-D-glicosideo glicohidrolase, EC 3.2.1.21),
constituem o maior grupo de enzimas dentre as glicosil hidrolases (BHATIA et al.,
2002), ocorrendo de forma ubíqua em fungos, plantas, bactérias e mamíferos
(WOODWARD e WISEMAN, 1982). β-glicosidases são distribuídas entre as famílias
1 (GH1) e 3 (GH3) de glicosil hidrolases. Tanto glicosil hidrolases da família 1 quanto
da família 3 compreendem enzimas que hidrolisam seus substratos por um
mecanismo de retenção da configuração anomérica via duplo mecanismo de
substituição (CARL e WITHERS, 2000).
Embora β-glicosidases sejam biologicamente importantes e bem
caracterizadas, não há um método bem definido de classificação para estas
enzimas. Em geral, β-glicosidases são classificadas com base na especificidade do
substrato e na similaridade das seqüências de aminoácidos (BHATIA et al., 2002).
Em relação à classificação com base na similaridade das seqüências
de aminoácidos, inicialmente as β-glicosidases foram classificadas em dois tipos. As
β-glicosidases tipo I incluíam enzimas com cadeia polipeptídica com cerca de 480
aminoácidos e estavam presentes em bactérias, enquanto que as β-glicosidases tipo
II, incluíam enzimas com cadeia polipeptídica com cerca de 800 aminoácidos e
estavam presentes tanto em bactérias quanto em fungos (BEGUIN, 1990).
Henrissat e Bairoch (1996) propuseram a classificação das β-
glicosidases levado-se em consideração a similaridade de seqüência de
aminoácidos e estrutura terciária da proteína. Tal classificação permite a dedução de
características estruturais, relações evolucionárias e os mecanismos catalíticos para
β-glicosidases.
As β-glicosidases possuem inúmeras aplicações e têm sido alvo de
interesse de vários setores industriais.
Uma das aplicações de β-glicosidases se faz presente na indústria
de alimentos. Juntamente com outras enzimas, o uso de β-glicosidases tem sido
sugerido, por exemplo, no processamento de frutas para melhorar a qualidade do
sabor, aroma, coloração, clarificação e viscosidade de sucos (TRAON-MASSON e
PELLERIN, 1998).
A indústria vinícola também tem feito uso de β-glicosidases em
preparações comerciais para aumentar a qualidade de vinhos. Terpenos, um dos
maiores componentes de uvas que contribuem para o aroma em vinhos, estão
presentes em uvas numa forma livre volátil e numa forma não volátil conjugada a
açúcares (GUNATA et al., 1985). Durante o processamento de uvas para a produção
de vinhos pequenas quantidades de terpenos voláteis são liberadas para a produção
de aroma. A atividade de β-glicosidases produzidas por algumas espécies de
Aspergillus (DECKER et al., 2000), Saccharomyces cerevisiae (HÉRNANDEZ et al.,
2003), Oenococcus oeni (BARBAGALLO et al., 2004), entre outros, levam à hidrólise
de compostos não voláteis a terpenos voláteis contribuindo, assim, para aumentar a
produção de aroma durante a fabricação de vinhos.
Outra aplicação biotecnológica de β-glicosidases na indústria inclui a
redução da viscosidade de certos polissacarídeos empregados em preparações
comerciais de alimentos. A alta viscosidade e baixa solubilidade de gelana, por
exemplo, produzido por Sphingomonas paucimobilis, tem limitado seu uso na
indústria alimentícia. A hidrólise inicial de gelana a tetrassacarídeos pela ação de
liase e glicosidase extracelulares, com subseqüente redução destes
tetrassacarídeos a monossacarídeos por β-glicosidases intracelulares produzidas
por Bacillus sp. GL1, tem resultado na produção de gelana de menor viscosidade
(HASHIMOTO et al., 1998).
β-glicosidase produzida por Lactobacillus casei subsp. rhamnosus,
por exemplo, tem sido usada na hidrólise das formas β-glicosídicas das isoflavonas
(daidizna e genistina) às formas agliconas (daidzeína e genisteína) e à glicose,
levando à redução do sabor amargo e da adstringência de isoflavonóides
glicosídicos presentes na soja (MATSUDA et al., 1994).
Um segundo motivo pelo grande interesse por β-glicosidases está
focado na sua aplicação para a hidrólise de celulose (BHATIA et al., 2002). A
celulose é a biomolécula mais abundante e a maior fonte de energia renovável na
terra (BHAT e BHAT, 1997), e sua conversão a açúcares solúveis é de grande
interesse biotecnológico. A celulose é um homopolímero de cadeia linear formada
por unidades repetitivas de glicose unidas por ligações glicosídicas β-1,4. Suas
moléculas podem estar orientadas paralelamente e associadas através de pontes de
hidrogênio formando unidades cristalinas, ou em áreas menos ordenadas,
apresentando estrutura amorfa (BROWN e SAXENA, 2000). As unidades cristalinas
estão arranjadas de maneira compactada de modo a evitar não apenas a
penetração de enzimas, mas também a penetração de pequenas moléculas como a
água, conferindo, assim, à molécula de celulose resistência à rápida hidrólise. Além
disso, sua associação com lignina e hemicelulose também dificulta a hidrólise da
celulose em açucares mais simples. Em função disso, a hidrólise de materiais
celulolíticos é considerada complexa, e necessita da participação de um complexo
celulolítico (LYND et al., 2002).
Vários microrganismos têm sido descritos como produtores de
celulases. Dentre eles podem ser citados Ruminococcus albus (HOWARD e WHITE,
1988), Microbispora bispora (WRIGHT et al., 1992), Clostridium thermocellum
(ROMANIEC et al., 1993), Phanerochaete chrysosporium (LYMAR et al., 1995),
Bacillus sp. (SÁNCHES-TORRES et al., 1996), Humicola grisea e Trichoderma
reesei (TAKASHIMA et al., 1999), entre muitos outros.
Para eficiente degradação da celulose os microrganismos podem
produzir múltiplas celulases com diferentes especificidades e modos de ação para
hidrolisar ligações glicosídicas (WARREN, 1996; HOWARD et al., 2003).
As três maiores classes de celulases envolvidas no processo de
degradação de celulose são endoglucanases (3.2.1.4), celobiohidrolases (3.2.1.91) e
β-glicosidases (3.2.1.21). Estas enzimas atuam de forma sinérgica de modo que a
atividade de um componente enzimático é favorecida pela ação hidrolítica de outro.
As endoglucanases atuam aleatoriamente sobre sítios internos presentes na região
amorfa da cadeia polissacarídica da celulose, gerando oligossacarídeos de
comprimentos variados e conseqüentemente novas cadeias terminais.
Subseqüentemente, celobiohidrolases agem sobre as cadeias terminais não
redutores de celulose liberando celobiose. A última etapa do processo é realizada
por β-glicosidases, que agem sobre celobiose e celodextrinas solúveis hidrolisando-
as a glicose (LYND et al., 2002).
A contribuição de β-glicosidases e outras celulases nos processos
que requerem a hidrólise de materiais celulolíticos têm sido de significante
importância para alguns setores da economia como, por exemplo, para a indústria
de suplementos animal. O interesse pela suplementação enzimática de alimentos
está relacionado com o fato de que animais monográstricos não possuem
capacidade enzimática para digerir celulose. A adição aos alimentos de enzimas
fibrolíticas exógenas, tal como β-glicosidase, produzidas em sua maioria por Bacillus
spp., e também por algumas espécies de fungos tais como Trichoderma
longibrachiatum, Aspergillus niger e Aspergillus oryzae, tem auxiliado na degradação
da celulose melhorando a digestão e a eficiência na utilização dos alimentos pelos
animais (BEAUCHEMIN et al., 2003).
β-glicosidases também têm sido aplicadas na indústria de
combustíveis para a produção de etanol a partir da bioconversão da celulose. Este
processo permite a produção de combustíveis renováveis. Como combustível, o
etanol já é utilizado no Brasil e adicionado à gasolina no Brasil e também nos
Estados Unidos (HOWARD et al., 2003).
Celulases podem ainda ser usadas como aditivos em detergentes,
na indústria têxtil para o processamento de brim e na indústria de papel para
reciclagem (OUTTRUP e JORGENSEN, 2002).
Em adição à suas aplicações industriais e funções na sacarificação
de materiais celulolíticos, β-glicosidases apresentam importantes funções biológicas
em tecidos de plantas, tais como, ativação de fitormônios (ESTRUCH et al., 1991),
formação de aromas em frutas (GUNATA et al, 1985), e resistência a fitopatógenos
(WOODWARD e WISEMAN, 1982). O interior de plantas é, portanto, um sítio
potencial para a localização de β-glicosidases funcionalmente interessantes.
O interior de plantas pode ser habitado por microrganismos
fitopatogênicos e endofíticos. Conforme já comentado, os endófitos são definidos
como microrganismos que pelo menos em uma fase do seu ciclo de vida habitam o
interior de plantas, sem causar efeitos aparentes em seus hospedeiros. Ao
competirem por espaço e nutrientes na planta, bactérias endofíticas e epífitas
produzem enzimas e toxinas.
Considerando este fato, algumas hidrolases de microrganismos
endofíticos têm sido estudadas. Um exemplo é a endoglucanase produzida por B.
pumilus CL16, um endofítico isolado de Citrus por Araújo et al (2001). B. pumilus
CL16 apresentou capacidade de hidrolisar celulose sob condições in vitro quando
investigado quanto à atividade de endoglucanase (LIMA et al., 2004). Portanto, B.
pumilus CL16 também poderia ser uma fonte de outras celulases, tal como β-
glicosidase, com importantes aplicações biotecnológicas e, por isso, é objeto do
presente estudo.
2.4 CLONAGEM DE β-GLICOSIDASES BACTERIANAS
A clonagem e expressão heteróloga de genes que codificam para
enzimas possibilitam obter uma enzima livre de outras enzimas do sistema da qual
faz parte e, assim, caracterizá-la (WARREN et al., 1996).
A clonagem de genes que codificam para enzimas como a β-
glicosidases tem sido obtida a partir da construção de bibliotecas genômicas. Uma
das maneiras que tem sido utilizada para selecionar clones recombinantes contendo
o gene da β-glicosidase tem sido a análise de expressão utilizando-se de substratos
cromogênicos, tais como X-glu (5-bromo-4-cloro-3-indolil β-D-glucopiranosídeo),
MUG (4-metil umbeliferil β-D-glucopiranosídeo) e pNPG (p-nitrofenil β-D-
glucopiranosídeo) (BHATIA et al., 2002). Uma segunda alternativa que vem sendo
utilizada para selecionar clones recombinantes contendo o gene da β-glicosidase é
através do uso de sondas específicas (BHATIA et al., 2002). Dessa forma, vários
microrganismos já tiveram genes que codificam para β-glicosidases clonados,
expressos e suas enzimas caracterizadas. As propriedades enzimáticas, tais como a
especificidade pelo substrato, temperatura e pH ótimos, propriedades cinéticas,
localização, massa molecular e classificação dentro de famílias de glicosil hidrolases
tem sido consideravelmente variáveis (BHATIA et al., 2002).
Dentre as espécies de bactérias cujos genes que codificam para β-
glicosidases tem sido estudados estão aquelas pertencentes ao gênero Bacillus.
O gene que codifica para a β-glicosidase em Bacillus polymyxa foi
clonado a partir de uma biblioteca genômica construída em E. coli. Os clones
recombinantes da biblioteca expressando β-glicosidase em E. coli foram
selecionados em placas contendo o substrato cromogênico pNPG. Restrições com
endonucleases e análises de Southern blotting dos fragmentos clonados mostraram
a existência de dois genes diferentes codificando para duas β-glicosidases, então
designadas BglA e BglB. As enzimas purificadas apresentaram cerca de 51 KDa.
BglA foi localizada no citoplasma e apresentou maior atividade sobre celobiose como
substrato. BglB, presente no espaço periplasmático, embora tenha apresentado
atividade sobre celobiose, mostrou-se mais ativa sobre pNPG. Baseando-se na
similaridade das seqüências de aminoácidos, ambas foram classificadas na família 1
de glicosil hidrolases (GONZÁLEZ-CANDELAS et al., 1989).
Painbeni et al (1992) também purificaram e caracterizaram uma β-
glicosidase de B. polymyxa expressa em E. coli. BglA apresentou localização
intracelular, 50 KDa e ponto isoelétrico 4.6. A enzima foi localizada intracelularmente
e apresentou especificidade por pNPG e celobiose, com valores de K
m
de 0,6 mM e
13 mM, respectivamente para estes substratos. O efeito de íons metálicos também
foi estudado, sendo Hg
2+
um forte inibidor da atividade da enzima. Esta β-glicosidase
de B. polymyxa faz parte da família 1 de glicosil hidrolases.
Bacillus circulans subsp. alkalophilus é outra espécie que teve o
gene que codifica para β-glicosidase clonado e expresso em E. coli. Um fragmento
do DNA cromossômico da bactéria foi amplificado por PCR para obtenção de uma
sonda que reconhecesse o gene que codifica para uma β-glicosidase. O DNA total
de B. circulans foi digerido com enzimas de restrição, os fragmentos foram
separados em gel de eletroforese, e posteriormente transferidos para uma
membrana através da técnica de Southern blotting. A sonda marcada radiativamente
com P
32
foi usada para hibridação como os fragmentos cromossomais presentes na
membrana. Os fragmentos que hibridaram com a sonda foram ligados a um vetor,
que posteriormente foram usados para transformar E. coli. Para a seleção dos
clones recombinantes analisou-se a expressão da β-glicosidase através do uso do
substrato cromogênico X-glu. A enzima (BglA) purificada apresentou 51 KDa e
localização intracelular. A atividade enzimática ótima foi detectada a 55
o
C sobre o
substrato pNPG e a 50
o
C sobre celobiose, e pH variando numa faixa de 6 a 9. A
BglA de B. circulans subsp. alkalophilus foi classificada na família 1 de glicosil
hidrolase (PAAVILAINEN et al., 1993).
Bacillus sp. GL1 também teve dois genes que codificam para β-
glicosidases clonados a partir de uma biblioteca genômica da bactéria construída em
E. coli. A seleção dos clones recombinantes foi realizada através da análise de
expressão utilizando-se de substrato cromogênico X-glu. As enzimas expressas em
E. coli foram purificadas e caracterizadas. BglA e BglB, assim denominadas,
apresentaram massa molecular de 51 e 82 KDa, respectivamente, sendo ambas
consideradas, pelos autores, como intracelular. BglA foi mais ativa em pH 6,0 e a
45
o
C, enquanto BglB mostrou maior atividade em pH 8,0 e a 40
o
C. Quanto à
especificidade pelo substrato, BglA foi ativa sobre pNPG, celobiose, gelana, e
trissacarídeos, e BglB sobre ρNPG. BglA e BglB foram classificadas nas famílias 1 e
3 de glicosil hidrolases, respectivamente (HASHIMOTO et al., 1998).
Além de espécies de Bacillus, outras espécies bacterianas
portadoras de genes que codificam para β-glicosidases têm sido estudadas. Dois
genes que codificam para a β-glicosidase em Agrobacterium tumefaciens foram
clonados a partir de uma biblioteca genômica construída em E. coli. Os clones foram
transferidos para filtros de nitrocelulose e rastreados para a atividade de β-
glicosidase através da exposição das colônias em placas contendo substrato
cromogênico X-glu. A enzima expressa em E. coli apresentou massa molecular de
88 KDa, localização intracelular e atividade sobre coniferina. A β-glicosidase de A.
tumefaciens apresentou similaridade com enzimas da família 3 de glicosil hidrolase
(CASTLE et al., 1992).
Erwinia herbicola teve o gene que codifica para β-glicosidase
clonado a partir de biblioteca genômica. A massa molecular da proteína foi estimada
em 58 KDa. A enzima foi localizada no espaço periplasmático e apresentou atividade
sobre salicina, arbutina, e celobiose. A β-glicosidase de E. herbicola foi classificada
na família 1 de glicosil hidrolase (MARRI et al., 1995).
O gene da β-glicosidase de Flavobacterium meningosepticum
também foi clonado a partir de uma biblioteca genômica construída em E. coli.
Clones portando os plasmídeos recombinantes com o gene desejado foram
selecionados em placas contendo o substrato MUG. A proteína expressa em E. coli
foi estimada em 79 KDa e apresentou atividade ótima em pH 4,2-5,0 e 50
o
C, com
estabilidade numa faixa de pH 5,0-8,1 e 25
o
C. A enzima mostrou alta especificidade
por aril-glicosídeos, com valor de K
m
de 0,68 mM para pNPG. Através da
similaridade de seqüências de aminoácidos, a β-glicosidase de F. meningosepticum
foi classificada na família 3 de glicosil hidrolases (LI e LEE, 1999).
Dois genes de Azospirillum irakense KBC1 denominados salA e
salB, que conferem atividade de β-glicosidases foram clonados a partir de uma
biblioteca genômica construída em cosmídios. Para detecção de clones contendo
atividade de β-glicosidases foi empregado o substrato cromogênico MUG. SalA
apresentou 78.5 KDa de massa molecular e SalB 64.6 KDa, ambas localizadas no
espaço periplasmático. Tanto SalA quanto SalB hidrolizaram preferencialmente
pNPG, salicina e arbutina. Os K
m
também foram medidos. Para pNPG os valores de
K
m
foram 0,11 mM para SalA e 0,05 para SalB; para o substrato salicina os valores
foram 0,4 mM para SalA e 0,06 mM para SalB; e para arbutina obteve-se valores de
K
m
de 0,25 mM para SalA e 0,06 mM para SalB. As condições ótimas de atuação de
SalA e SalB foram 45
o
C e pH 6,5 e 7,0, respectivamente. Tanto SalA quanto SalB
pertencem à família 3 de glicosil hidrolases (FAURE et al., 1999).
Tajima et al (2001) clonaram o gene da β-glicosidase de Acetobacter
xylinum ATCC 23769 a partir do DNA genômico da bactéria. Para tanto, o DNA
genômico foi submetido à hidrólise total com enzimas de restrição. Primers
degenerados foram selecionados a partir de seqüências consensos de genes
bacterianos para β-glicosidase. Um fragmento de DNA foi obtido por PCR a partir do
DNA genômico de A. xylinum usado como molde. Usando este fragmento como
sonda, o DNA genômico da bactéria digerido foi analisado por Southern blotting. Os
fragmentos de DNA isolados do gel foram ligados a um vetor e transformados em E.
coli. Os clones obtidos foram divididos em vários grupos (96 colônias x 20 grupos).
Cada clone foi transferido para duas novas placas (master plate), e plasmídeos
foram preparados a partir destes grupos. Um clone foi selecionado através de
amplificação utilizando-se os primers degenerados desenhados para reconhecer o
gene da β-glicosidase. A seqüência de aminoácidos deduzida a partir da seqüência
de nucleotídeos do gene clonado permitiu estimar a massa molecular da proteína em
79 KDa. A atividade de β-glicosidase testada em culturas sobrenadantes mostrou
que maior atividade desta enzima foi detectada sobre celooligossacarídeos.
Baseado na similaridade de seqüências de aminoácidos, a β-glicosidase de A.
xylinum foi classificada na família 3 de glicosil hidrolases.
Além destas espécies citadas, outras espécies bacterianas
(Sphingomonas paucimobilis, Thermus thermophilus, Clostridium thermocellum,
Cellvibrio gilvus) também tiveram o gene que codifica para β-glicosidase clonado e a
enzima caracterizada (MARQUES et al., 2003; PARK et al., 2002; DION et al., 1999;
ROMANIEC et al., 1993; KASHIWAGI et al., 1993). No entanto, até o momento,
nenhuma β-glicosidase de B. pumilus tinha sido relatada.
3 OBJETIVOS
Este trabalho teve por objetivo clonar, caracterizar e expressar em E.
coli o gene da β-glicosidase da bactéria B. pumilus CL16, endofítica de Citrus,
isolada por Araújo et al (2001).
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 MATERIAL BIOLÓGICO
A linhagem CL16 de B. pumilus utilizada neste trabalho foi isolada e
caracterizada por Araújo et al (2001). Trata-se de uma linhagem isolada de Citrus
que se destacou pela capacidade de hidrolisar celulose e goma xantana em meio de
cultura.
4.2 BACTÉRIAS E PLASMÍDEOS UTILIZADOS NA CLONAGEM E EXPRESSÃO
As bactérias e os plasmídeos usados na clonagem e expressão do
gene da β-glicosidase estão listados nas Tabelas I e II, respectivamente.
Tabela 1 – Linhagens de Bactérias
Linhagens Características Fonte
E. coli DH10B
E. coli BL21CodonPlus (DE3)
E. coli TOP10
E. coli DH5α-E
TM
F
-
mcrA ?(mrr-hsdRMS-mcrBC) φ80lacZ?M15
?lacX74 deoR recA1 endA1 ara?139 ?(ara,
leu)7697 galK λ
-
rpsL (Str
R
) nupG
F
-
dcm ompT hsdS(r
B
-
m
B
-
) galλ (DE3)
F
-
mcrA ?(mrr-hsdRMS-mcrBC) φ80lacZ?M15
?lacX74 recA1 deoR araD139 ?(ara-leu)7697
galU galK rpsL (Str
R
) endA1 nupG
F
-
φ80dlacZ?M15 ?(lacZYA-argF) U169 deoR
recA1 endA1 hsdR17(r
k
-
m
k
+
) gal
phoA
supE44
λ
-
thi
1 gyuA96 relA1
Invitrogen
Stratagene
Invitrogen
Invitrogen
Tabela 2 - Plasmídeos
Plasmídeos Características Relevantes Fonte
Vetor de clonagem. Amp
R
pUC18
pENTR/SD/D-TOPO
Vetor de clonagem. Km
R
Invitrogen
Invitrogen
pET-DEST42 Vetor de expressão/promotor T7. Amp
R
Invitrogen
4.3 OLIGONUCLEOTÍDEOS
O desenho dos oligonucleotídeos necessários ao desenvolvimento
deste trabalho foi feito utilizando-se do programa GeneRunner v. 3.05. Suas
respectivas sequências e aplicações estão apresentadas na Tabela 3.
Tabela 3 – Oligonucleotídeos
Oligonucleotídeo
Seqüência 5’3’
Aplicação
DEG1F
DGE1R
M13F
M13R
GLICO1
GLICO2
MHF
MHR
GLm
T7F
T7R
ATRACCTACgNAARTTRgg
gCRAANCCYAgHTARACggT
gTAAAACgACggCCAg
CAggAAACAgCTATgAC
TCCAgAgATTCTTggACAAgT
CACTTggAACAAATTggTgATg
CACCATgAACAAgTTAgAAAAAACAT
TTAGTAATCCAAATgTTCCCCATTTg
gCATAAgCACggAATTgAgTC
TAATACgACTCACTATAggg
TAgTTATTgCTCAgCggTgg
Clonagem sonda
Clonagem sonda
Sequenciamento pMH2
Sequenciamento pMH2
Sequenciamento pMH2, pAB1
Sequenciamento pMH2, pAB1
Clonar bglH, sequenciamento pAB1
Clonar bglH, sequenciamento pAB1
Sequenciamento pMH2, pAB1
Sequenciamento pAB1
Sequenciamento pAB1
4.4 CLONAGEM DO GENE DA β - GLICOSIDASE DE B. pumilus
4.4.1 Biblioteca de B. pumilus
Uma biblioteca genômica de B. pumilus construída conforme
descrito por Lima et al (2004) foi utilizada para seleção de um fragmento contendo o
gene da β-glicosidase. Segundo estes autores, o DNA genômico de B. pumilus foi
extraído com o Kit Wizard Genomic DNA (Promega). Ao final o DNA foi diluído a 100
ng/µL em água ultrapura (Milli-Q - Millipore). A uma amostra de 10 µL de DNA foram
acrescentados 10 µL de água. Este material foi submetido a sonicação (Ultrasonic
Homogenizer CV26, Cole Parmer, Model CV 26) a 20KHz por 5 segundos. A fim de
gerar fragmentos com terminais abruptos, após a sonicação o DNA foi tratado com
as enzimas T4 DNA Polimerase (Gibco) por 45 minutos (37°C) e Klenow (Gibco) por
15 minutos (temperatura ambiente). Em seguida o DNA foi separado em gel de
agarose (1% low melting temperature agarose – Gibco) e os fragmentos entre 2 e 3
Kb foram purificados, utilizando-se de fenol e éter saturado. Os fragmentos de DNA
foram submetidos a uma reação de ligação (16 horas a 15°C) com plasmídeo
pUC18 (SmaI/BAP - Pharmacia), utilizando-se de T4 DNA ligase (T4 DNA ligase –
Gibco). Após a ligação, o material foi desalinizado em membrana (Millipore 0,025
µm). Um total de 40 µL de células de E. coli (EletroctroMAX DH10B, Gibco) foi
transformado com 3 µL da ligação através de eletroporação (Gene Pulser, BioRad -
1,8 Kv, 25 µF, 200 , cubetas de 0,2 cm). Após 45 minutos de crescimento em meio
LB, as células foram diluídas 10 vezes, e 100 µL foram semeados em placas
contendo LB suplementado com ampicilina, isopropil-tio-galactosídeo (IPTG) (USB)
e 5-bromo 4-cloro 3-indolil β-galactosídeo (X-Gal - Sigma). Dentre os clones
recombinantes obtidos (colônias brancas), 7000 foram isolados, cultivados em
microplacas de 96 poços (LB adicionado de ampicilina e 10% de glicerol) e
armazenados a – 80°C. A fim de avaliar o tamanho dos fragmentos de DNA
clonados na biblioteca genômica de B. pumilus, foram coletados aleatoriamente 20
clones e estes submetidos à reação de PCR de colônia. Foram utilizados os primers
M13 (F- GTAAAACGACGGCCAG e R - CAGGAAACAGCTATGAC) que se ligam ao
plasmídeo pUC18 de forma a flanquear o inserto. As condições de PCR utilizadas
foram: 5 minutos a 94°C; 35 ciclos de 30 segundos a 94°C, 30 segundos a 55°C e 3
minutos a 72°C; extensão final de 6 minutos a 72°C. As reações de 25 µL eram
compostas por: 2,5 µL de tampão para PCR (Gibco); 2,5 µL de cada primer (5 µM);
1,4 µL MgCl
2
(50 mM); 2,5 µL dNTP (2,5 mM de cada); 1 unidade de Taq Polimerase
(Gibco), 1 µL da colônia do clone a ser testado. O produto da amplificação foi então
separado em gel de agarose (1%).
4.4.2. Transferência dos Clones Bacterianos para Membranas de Náilon
Os clones da biblioteca genômica foram transferidos para
membranas de náilon para que pudessem posteriormente ser submetidos à
hibridação. Com este objetivo, 7000 colônias foram crescidas em LBA por 12 h a
37
o
C. Foram usadas placas (15 x 15 cm), nas quais eram inoculados 96 clones
recombinantes, além de um controle positivo e um controle negativo. Uma
membrana de náilon (Hybond
TM
-N, 0.45 micrômetros, Amersham) foi colocada
sobre cada uma das placas contendo as colônias crescidas. O tempo de contato
entre a membrana e as colônias foi de um minuto. Após este período as membranas
foram colocadas sobre um papel de filtro embebido em solução desnaturante (1,5 M
NaCl, 0,5 NaOH), onde permaneceram por 7 minutos. Em seguida, as membranas
foram colocadas sobre papel de filtro embebido com solução neutralizadora (1,5 M
NaCl, 0,5 Tris-HCl pH 7,2, 0,001 M EDTA), onde permaneceram por 3 minutos. Este
passo foi repetido mais uma vez, com novo papel de filtro embebido na mesma
solução. Em seguida a membrana foi transferida para papel de filtro embebido em
SSC 2X. Após apenas alguns segundos em SSC, a membrana foi retirada e mantida
à temperatura ambiente por 30 minutos para completa secagem. Por fim, as
membranas foram colocadas em forno a 80
o
C onde foram mantidas por 2 horas. As
membranas foram acondicionadas em papel alumínio e estocadas a – 20
o
C, até o
momento do uso.
4.4.3 Obtenção de Parte do Gene que Codifica para β-Glicosidase
Devido à inexistência da seqüência de aminoácidos da β-glicosidase
de B. pumilus nos bancos de dados, seqüências de outras espécies de Bacillus
disponíveis no banco do NCBI foram analisadas para o reconhecimento de regiões
conservadas. As seqüências de aminoácidos das β-glicosidases foram alinhadas
(CLUSTAL W 1.8 software) e a partir das regiões conservadas um par de primers
degenerados foi desenhado (DEG1F 5’ATRACCTACTgNAARTTRgg3’ e
DEG1R5’gCRAANCCYAgHTARACggT3’) visando sua utilização na PCR para
amplificação de parte do gene da β-glicosidase de B. pumilus. Este fragmento seria
posteriormente utilizado como sonda para rastrear a biblioteca genômica de B.
pumilus. A temperatura de anelamento utilizada na reação de PCR foi de 48
o
C. Um
fragmento de aproximadamente 560 pb foi obtido. Este fragmento foi eluído do gel
utilizando-se o Kit Concert
TM
Rapid Gel Extraction System (Invitrogen), conforme
descrito no item 4.4.6. Após eluição, o fragmento foi ligado em um vetor pUC18
utilizando-se do Kit Sure Clone Ligation (Armersham Pharmacia Biotech). A reação
de ligação foi utilizada para transformar células de E. coli DH5α por eletroporação
(1,8 Kv, 25 µF, 200 , cubetas de 0,2 cm), conforme descrito no item 4.7.6. Os
clones recombinantes foram selecionados através do sistema IPTG X-Gal. Os
plasmídeos dos clones recombinantes foram extraídos conforme descrito no item
4.7.3.1 e seqüenciados de acordo com o item 4.5. A análise de BLAST mostrou que
a seqüência obtida era homóloga ao gene da β-glicosidase de Bacillus subtilis. Isso
permitiu que o fragmento de DNA obtido através da PCR fosse usado como sonda
para a seleção do gene da β-glicosidase na biblioteca genômica de B. pumilus. O
plasmídeo contendo a sonda foi denominado pMH1.
4.4.4 Extração de DNA Plasmidial para Obtenção da Sonda
A extração do DNA plasmidial foi realizada segundo o protocolo do
Kit Concert
TM
Rapid Plasmid Miniprep Systems (Invitrogen).
Células de E. coli DH5α contendo o plasmídeo pMH1 foram
cultivadas em 3 mL de meio Luria Bertani (LB - triptona 10 g, extrato de levedura 5 g,
NaCl 5 g, água ultrapura qsp 1000 mL), suplementado com 100 µg/mL de ampicilina,
à 37
0
C, sob 180 rpm de agitação, por 16 horas. Posteriormente, a cultura foi
centrifugada por 5 minutos a 12.000 rpm. O sobrenadante foi descartado e às
células foram adicionados 210 µl de tampão de suspensão celular G1 (50 mM Tris-
HCl pH 8,0, 10 mM EDTA) contendo RNAse (0,16 mg/mL). A lise celular foi efetuada
pela adição de 210 µl de solução G2 (200 mM NaOH, 1% SDS v/v). A mistura foi
homogeneizada e mantida em repouso por 5 minutos à temperatura ambiente.
Decorrido o tempo de lise, 280 µl de tampão de neutralização G3
(acetato, hidrocloreto de guanidina) foram adicionados à mistura, a qual então foi
homogeneizada e centrifugada por 10 minutos a 12.000 rpm. O sobrenadante foi
transferido para uma coluna (fornecida pelo Kit) e centrifugado por um minuto a
12.000 rpm.
Após centrifugação, 700 µl de tampão G4 (NaCl, EDTA, Tris-HCl pH
8.0) contendo etanol, foram adicionados ao centro da coluna. Em seguida, a mistura
foi novamente centrifugada por um minuto a 12.000 rpm.
Para ressuspender o DNA, 75 µl de TE (10 mM Tris-HCl pH 8,0, 0,1
mM EDTA) foram acrescentados ao centro da coluna e incubados por um minuto à
temperatura ambiente. O DNA foi retirado da coluna por centrifugação por dois
minutos a 12.000 rpm e posteriormente conservada à 4
0
C.
4.4.5 Hidrólise do DNA Plasmidial para Purificar a Sonda
O fragmento de DNA correspondente à parte do gene da β-
glicosidase a ser usado como sonda foi obtido hidrolisando-se o vetor pMH1 com a
enzimas de restrição EcoRI e BamHI, ambas localizadas justapostas aos sítios de
clonagem. O sistema de reação continha 4,5 µg de DNA, 1 U de enzima, 1 µl
tampão de reação 10 X, água ultrapura qsp 10 µl. Após 12 horas de incubação o
DNA digerido foi submetido à eletroforese em gel de agarose 0,8%. Para recuperar o
fragmento que seria utilizado como sonda, a banda correspondente foi eluída do gel
segundo o protocolo do Kit Concert
TM
Rapid Gel Extraction System (Invitrogen)
como segue no item 4.4.6.
4.4.6 Eluição dos Fragmentos de DNA
Os fragmentos de DNA foram eluídos do gel conforme descrito no
protocolo do Kit Concert
TM
Rapid Gel Extraction System (Invitrogen).
A área do gel contendo o fragmento desejado foi cortada com o
auxílio de uma lâmina e distribuída em tubos de microcentrífuga previamente
pesados. Para cada 10 mg de gel foram adicionados 30 µl do tampão de
solubilização L1 (acetato de sódio, TBE), e os tubos foram incubados à 50
o
C por 15
minutos, agitando-os brandamente a cada três minutos para facilitar a dissolução do
gel. A mistura foi transferida para colunas de filtração, e centrifugada a 12.000 rpm
por um minuto. O DNA foi lavado com 700 µl do tampão de lavagem L2 (NaCl,
EDTA, Tris-HCl), que foram colocados diretamente no centro das colunas. A mistura
foi incubada por 5 minutos à temperatura ambiente, e então centrifugada por mais
duas vezes a 12.000 rpm. O DNA obtido foi ressuspendido em 50 µl de TE (0,1 mM
EDTA, 10 mM Tris-HCl pH 8.0) depositados no centro da coluna, e após um minuto
de incubação à temperatura ambiente, a mistura foi centrifugada a 12.000 rpm por
dois minutos.
Uma vez recuperado, o DNA foi quantificado em equipamento Dyna
Quant 200 e marcado com objetivo de utilizá-lo como sonda para isolar o gene bgl
da biblioteca genômica de B. pumilus.
4.4.7 Marcação da Sonda
A marcação da sonda foi realizada conforme recomendado no
protocolo do Kit DIG High Prime DNA Labeling and Detection Starter Kit II (Roche).
Sessenta nanogramas de DNA molde foram desnaturados à 95
o
C
em banho-Maria por 10 minutos, seguido de resfriamento rápido em gelo. Após
desnaturação, foram adicionados ao DNA 4 µl do Mix DIG-High Prime (fornecido
pelo kit). A solução foi homogeneizada e incubada à 37
o
C por 18 horas. A reação foi
interrompida pela adição de 2 µl de EDTA (0,2 M, pH 8,0) e aquecimento em banho-
Maria à 65
o
C por 10 minutos.
4.4.8 Quantificação da Sonda
A sonda foi quantificada conforme os procedimentos sugeridos no
protocolo do Kit DIG High Prime DNA Labeling and Detection Starter Kit II (Roche).
A sonda e um DNA controle (fornecido pelo kit) foram previamente
diluídos para 1 ng/µl e, em seguida foi preparada uma série de diluições como se
segue abaixo (Tabela 4).
Tabela 4 – Diluições da sonda e DNA controle (1 ng/µl)
Tubos
DNA (µl)
Do tubo Tampão de diluição
de DNA (µl)
Diluição Concentração final
1 Diluição original
1 ng/µl
2 5 1 495 1:100 10 pg/µl
3 15 2 35 1:3.3 3 pg/µl
4 5 2 45 1:10 1 pg/µl
5 5 3 45 1:10 0,3 pg/µl
6 5 4 45 1:10 0,1 pg/µl
7 5 5 45 1:10 0,03 pg/µl
8 5 6 45 1:10 0,01 pg/µl
9 0 - 50 - 0
Um microlitro de sonda e de DNA controle do tubo 2 ao tubo 9 foi
depositado sobre uma membrana de nailon (Hybond
TM
-N, 0.45 micrômetros,
Amersham). Para a fixação do DNA na membrana, esta foi exposta à luz ultravioleta
(UV) por 3 minutos, sendo cada 1 minuto de exposição seguido de 2 minutos de
intervalo.
A membrana foi submetida a tratamentos com diferentes soluções.
Inicialmente a membrana foi incubada à 25
o
C sob agitação por 2 minutos em 20 mL
de tampão de ácido maléico (NaCl 0,15 M; ácido maléico 0,1 M, pH 7,5), seguidos
de incubação por 30 minutos em 10 mL de solução de bloqueio (fornecida pelo kit), e
30 minutos em 10 mL de uma solução de anticorpo antidigoxigenina (fornecida pelo
Kit). Em seguida, a membrana foi lavada duas vezes por 15 minutos em 10 mL de
tampão de lavagem (ácido maléico 0,1 M; NaCl 0,15 M; Tween 20 0,3%, pH 7,5) e
incubada por 5 minutos em 10 mL de tampão de detecção (NaCl 0,1 M, Tris-HCl 0,1
M pH 9,5) à 25
0
C.
A membrana foi colocada sobre uma folha de transparência e à sua
face contendo o DNA foram aplicados 0,1 mL de CSPD (substrato para a fosfatase
alcalina conjugada a antidigoxigenina). Em seguida, a membrana foi coberta com
uma segunda folha de transparência e incubada por 5 minutos à 25
0
C. O excesso de
líquido da membrana foi retirado rolando-se um bastão de vidro sobre as folhas de
transparências entre as quais estava a membrana.
A membrana foi posta dentro de um cassete e sobre ela foi colocada
uma folha de filme de raios-X (IBF-Medix - AGFA). Após 3 horas de exposição, o
filme foi revelado no aparelho GLUNZ & JENSEN modelo MULTI – X 36.
4.4.9 Preparo de Membranas Controles para Hibridação
Os microrganismos utilizados como controles negativo (E. coli e E.
coli + pUC18) e positivo (B. pumilus CL16 e E. coli + pUC18 + inserto) foram
cultivados em meio LB, suplementado com 100 µg/mL de ampicilina quando
necessário, à 37
0
C, sob 180 rpm de agitação durante 16 horas. Posteriormente, 2 µl
de cada cultura foram inoculados em placas contendo LB, e antibiótico quando
necessário, e então incubadas à 37
0
C por 16 horas.
Membranas de náilon foram colocadas em contato com as culturas
das placas, e removidas após um minuto. Em seguida, com a face contendo as
colônias voltadas para cima, as membranas foram colocadas sobre papéis de filtro
absorventes esterilizados, previamente umedecidos em solução desnaturante (NaCl
1,5 M; NaOH 0,5 M) e incubadas à temperatura ambiente por 7 minutos.
Após desnaturação, as membranas foram colocadas sobre novos
papéis de filtro umedecidos em solução neutralizante (NaCl 1,5 M; Tris-HCl pH 7,2;
EDTA 0,001 M pH 8,0) e incubadas por 3 minutos também à temperatura ambiente,
repetindo-se o mesmo procedimento por mais uma vez em novos papéis de filtro
umedecidos na mesma solução. Finalmente, as membranas foram colocadas sobre
papéis de filtro umedecidos em solução SSC 2x e incubadas por 5 minutos.
As membranas foram deixadas à temperatura ambiente por 30
minutos, e em seguida foram secas à 80
0
C por 2 horas para a fixação do DNA.
4.4.10 Hibridação com Membranas Controles
A hidridação foi realizada conforme recomendado pelo protocolo do
Kit DIG High Prime DNA Labeling and Detection Starter Kit II (Roche).
As membranas contendo o DNA dos controles positivo e negativo
foram colocadas em saco plástico contendo 5 mL de solução de pré-hibridação (Kit)
e incubadas à 42
o
C, sob 80 rpm de agitação, por 30 minutos. Decorrido este tempo,
a solução de pré-hibridação foi retirada do saco plástico. 125 ng de sonda
previamente desnaturados à 100
0
C por 5 minutos, seguidos de resfriamento em
gelo, foram suspensos em 5 mL de solução de hibridação, e então colocados no
saco plástico. As membranas foram incubadas por 18 horas nas mesmas condições
de pré-hibridação.
Após hibridação, as membranas foram inicialmente lavadas duas
vezes com SSC 2x, SDS 0,1% por 5 minutos à 25
0
C, e mais duas vezes com SSC
0,5x, SDS 0,1% por 15 minutos à 68
o
C, sob 80 rpm de agitação. Em seguida, foram
lavadas em tampão de lavagem (ácido maléico 0,1 M; NaCl 0,15 M; Tween 20 0,3
%, pH 7,5) por 5 minutos à 30
o
C sob agitação, e incubadas em 144 mL de solução
de bloqueio (Kit) por 30 minutos nas mesmas condições. As membranas ainda foram
incubadas por 30 minutos à 30
0
C em 30 mL de solução de anticorpo (Kit),
anteriormente diluída 1:10.000 em solução de bloqueio, também sob agitação, e
novamente lavadas em tampão de lavagem duas vezes por 15 minutos à 30
0
C sob
agitação. Por último, foram colocadas em 30 mL de tampão de detecção (NaCl 0,1
M; Tris-HCl 0,1 M pH 9,5) por 5 minutos em iguais condições.
As membranas foram colocadas sobre uma folha de transparência e
à suas faces contendo o DNA foram aplicados 1,44 mL de CSPD (Kit). Em seguida
as membranas foram cobertas com outra folha de transparência e incubadas por
mais 5 minutos à 30
0
C. O excesso de líquido entre as folhas de transparência entre
as quais estavam as membranas foi retirado rolando-se um bastão de vidro sobre
elas. As membranas foram incubadas por 10 minutos à 37
0
C e expostas a filme de
raios-X por 3 horas.
Este mesmo procedimento de hibridação foi realizado para a seleção
do clone contendo o gene bgl na biblioteca genômica de B. pumilus.
4.5 SEQÜENCIAMENTO DO GENE bgl DE B. pumilus
O inserto do clone selecionado após hibridação (denominado pMH2)
foi seqüenciado utilizando-se dos primers M13 foward e reverse. Baseando-se na
seqüências obtidas, novos primers foram desenhados (GLICO1, GLICO2, GLm) para
seqüenciar a porção interna do gene. A reação de seqüenciamento foi constituída de
2,0 µl do DNA plasmidial, 2,0 µl de primers (2,5 pM/µl), 4,0 µl de DYEnamic ET DYE
Terminator e água qsp 10 µl. Esta foi submetida ao termociclador Mastercycler
Gradient (Eppendorf) programado para 1 minuto de desnaturação inicial a 95
0
C,
seguido de 35 ciclos, sendo cada ciclo constituído das etapas de desnaturação
(95
0
C, 20 seg), pareamento (55
0
C, 15 seg), e extensão (60
0
C, 1 min).
O produto amplificado foi precipitado pela adição de 2 µl de acetato
de amônio (7,5 M), e 65 µl de etanol 96% (MERCK) ao produto. A reação de
precipitação foi incubada à temperatura ambiente por 15 minutos e, em seguida,
centrifugada a 12.000 rpm por 15 minutos. O sobrenadante foi descartado, o
precipitado obtido foi lavado com 140 µl de etanol 70% e centrifugado a 12.000 rpm
por 5 minutos. O sobrenadante foi novamente descartado e o precipitado mantido
em estufa até a secagem completa.
Após secagem, o produto da reação de seqüenciamento foi
ressuspendido em 10 µl de H2O ultrapura, e então, submetido ao seqüenciador
automático MegaBACE 1000 (Pharmacia Biotech) para determinação das
seqüências de bases. As seqüências de DNA obtidas foram agrupadas em contigs e
analisadas quanto à qualidade através do programa PhrePhrapConsed versão
0,990722. A seqüência consenso gerada pelo programa PhrePhrapConsed foi
utilizada para as análises posteriores.
4.6 ANÁLISE DO FRAGMENTO SEQÜENCIADO
A seqüência de nucleotídeos, bem como a seqüência de
aminoácidos deduzida, foram analisadas através de programas computacionais.
A busca de ORFS foi realizada utilizando-se o programa OrfFinder,
disponível no Centro Nacional de Informação Biotecnológica (NCBI -
http://www.ncbi.nlm.nih.gov). O programa GeneRunner foi utilizado para a medida do
conteúdo de G/C e para a tradução da seqüência de nucleotídeos da ORF predita
em seqüência de aminoácidos. O perfil de hidrofobicidade e provável localização
celular da proteína foram analisados com o programa TMPred -
http://www.ch.embnet.org/software (HOFMANN & STOFFEL, 1993). A presença de
sinais de exportação da proteína foi verificada através do programa SignalP 3.0
(BENDTSEN et al., 2004). A massa molecular, bem como o pI da proteína foram
preditos através do programa ProtParam (Expasy home page
http://br.expasy.org/tools/protparam.html). Os programas Blast(n), Blast(p)
(ALTSCHUL et al., 1997) e CD-Search, todos disponíveis no servidor NCBI, foram
utilizados para pesquisas de similaridade com sequências de nucleotídeos,
seqüências de proteínas e busca de domínios conservados, respectivamente. O
programa BioEdit v. 5.0.9. (HALL, 1999) foi usado para alinhamento global das
seqüências de β-glicosidases.
4.7 SUBCLONAGEM DO GENE bgl DE B. pumilus VIA SISTEMA GATEWAY
A Tecnologia Gateway (Invitrogen) é um sistema que permite a
transferência de segmentos de DNA entre diferentes vetores através de
recombinações sítio específicas, mantendo a orientação e a fase de leitura,
facilitando dessa forma maior eficiência na expressão de proteínas.
Este sistema de clonagem e expressão consiste das etapas de
obtenção do produto de PCR, seguida da clonagem deste produto em um vetor de
entrada/clonagem, e sua transferência do vetor de entrada para um vetor de
destino/expressão via reação LR (Figuras 1 e 2).
Produto de PCR
Gene
+
topoisomerase
CCC TT AAG GGT
GGG AAG TGG TTC CCA
topoisomerase
attL1 attL2
Kn
R
Vetor de entrada
pENTR/SD/D-TOPO
Clone de entrada
Gene
Kn
R
att
L1
att
L2
Figura 1- Etapas de clonagem de um produto de PCR no vetor de entrada
Clone de entrada
Gene
Kn
R
att
L1
att
L2
ccd
B
Amp
R
att
R1
att
R2
Vetor de destino
pET-DEST42
+
LR
clonase
gene
Amp
R
att
B1
att
B2
Clone de expressão
E.
coli
transformadas
Figura 2 – Etapas de transferência do produto de PCR do vetor
de entrada para o vetor de destino via reação LR
4.7.1 Obtenção do Gene bgl por PCR
Com base nas regiões N-terminal e C-terminal da seqüência de
nucleotídeos do gene bgl de B. pumilus, foram desenhados primers então
designados MHF e MHR (Tabela 3). Visando posteriormente a clonagem direcional
do produto de PCR no vetor de entrada, quatro nucleotídeos (CACC), antecedentes
ao códon iniciador (ATG) foram acrescentados à região N-terminal do primer
forward.
Para a reação de amplificação foram utilizados 1,5 µl dos primers
MHF e MHR (10 pmol/µl), 1U de AccuPrime Pfx DNA polimerase (Invitrogen), 0,5 µl
de DNA (60 ng/µl) e água qsp 25 µl. Os parâmetros utilizados para a amplificação
foram 30 ciclos de 2 minutos a 95
o
C, 15 segundos a 95
o
C, 30 segundos a 56
o
C e 1,5
minutos a 68
o
C. O produto de PCR obtido foi checado através de eletroforese em gel
de agarose 1%.
4.7.2 Clonagem do Gene bgl no Vetor de Entrada
O produto de PCR correspondente ao gene bgl foi direcionalmente
clonado no vetor de entrada pENTR/SD/D-TOPO (Invitrogen) pelo pareamento das
bases (CACC) adicionadas ao seu terminal 5’ com uma sequência overhang (GTGG)
presente no vetor, gerando assim um clone de entrada.
Para a clonagem foi montado um sistema contendo 1 µl do vetor de
entrada pENTR/SD/D-TOPO, 1 µl do produto de PCR, 1 µl de solução de sal (200
mM NaCl, 10 mM MgCl
2
), e água qsp 6 µl. Este sistema foi incubado por 5 minutos à
temperatura ambiente, e em seguida mantido em gelo para posterior transformação
do produto da reação, clone de entrada, em E. coli TOP10 quimicamente
competente (Invitrogen).
Para a transformação 2 µl do clone de entrada foram adicionados a
50 µl de E. coli TOP10. A mistura foi mantida em gelo por 20 minutos, e após este
período foi incubada em banho-Maria a 42
o
C por 30 segundos, seguidos de
resfriamento em gelo. Após a transformação as células foram mantidas em 250 mL
de meio SOC (bacto triptona 20 g, extrato de levedura 5 g, NaCl 0,5 g, KCl 1M 2,5
mL, glicose 1M 20 mL, MgCl2 1M 10 mL, água ultrapura qsp 1000 mL) e incubadas
à 37
o
C, sob 180 rpm de agitação, por 1 hora. Decorrido o tempo de incubação, 100
µl da cultura foram plaqueados em meio LB contendo canamicina (100 µg/mL) e
mantidas à 37
o
C por 18 horas para seleção dos transformantes.
4.7.3 Análise dos Transformantes
4.7.3.1 Extração de DNA plasmidial
A extração do DNA plasmidial foi realizada pelo método de lise
alcalina (SAMBROOK et al., 1989). Os transformantes de E. coli selecionados após
a clonagem foram cultivados em 3 mL de meio LB contendo canamicina (100 µg/mL)
sob agitação de 180 rpm, à 37
o
C por 16 horas. A cultura foi centrifugada por 5
minutos a 12000 rpm e o sobrenadante descartado. As células foram
ressuspendidas em 100 µl de GET (glicose 50 mmol/L; Tris-HCl 25 mmol/L pH 8,0;
EDTA 10 mmol/L pH 8,0) juntamente com a adição de 2,5 µl de RNAse (20 mg/mL).
Em seguida, as células foram lisadas pela adição de 100 µl de solução de lise
(NaOH 10 N; SDS 10%), permanecendo em banho de gelo por 5 minutos.
Para a precipitação do DNA cromossomal e proteínas foram
adicionados 200 µl de solução de neutralização (KOAc 3 M; ácido acético glacial), a
mistura foi incubada em gelo por 5 minutos e, após centrifugação por 10 minutos a
12.000 rpm, o sobrenadante foi transferido para um novo tubo de microcentrífuga.
O DNA plasmidial foi precipitado pela adição de 2,5 volumes de
álcool absoluto e incubação a -20
o
C por 15 minutos. A mistura foi novamente
centrifugada por 10 minutos a 12.000 rpm, o sobrenadante foi descartado e o
precipitado lavado com 500 µl de álcool 70%. O DNA plasmidial foi ressuspendido
em 20 µl de água ultrapura e quantificado em gel de agarose 0,8%.
4.7.3.2 Reação de PCR para confirmar a ligação do gene bgl no vetor de
entrada
Para confirmar a construção do clone de entrada foi realizada uma
reação de PCR utilizando-se dos primers MHF e MHR. A reação foi constituída de 1
µl do DNA plasmidial (80 ng), 1,5 µl dos primers MHF e MHR (10 pmol/µl), 5 µl de
MgCl
2
(10 mM), 2,5 µl de dNTPs (2,5 mM), 2,5 µl de tampão (10 X), 0,2 µl de DNA
Taq Polimerase (1 U), e água qsp 25 µl. Os parâmetros utilizados para a
amplificação foram 2 minutos de desnaturação inicial a 95
0
C, seguidos de 35 ciclos,
sendo cada ciclo constituído das etapas de desnaturação (94
0
C, 1 minuto),
pareamento (60
0
C, 1 minuto), e extensão (72
0
C, 7 minutos). O produto de PCR foi
analisado em gel de agarose 1%. A presença de uma banda amplificada indicou
sucesso na construção do clone de entrada.
4.7.4 Transferência do Produto de PCR do Vetor de Entrada para o Vetor de
Destino Via Reação LR
Após a construção do clone de entrada, o gene bgl foi transferido
para o vetor de destino pET-DEST 42 via reação LR, gerando um clone de
expressão.
A reação LR consiste em uma recombinação sítio-específica em que
os sítios attL presentes no vetor de entrada pENTR/SD/D-TOPO, e que estão,
portanto, flanqueando o produto de PCR, são com este transferidos para o vetor de
destino pET-DEST 42, que contém os sítios attR.
O sistema de reação LR para a construção do clone de expressão
consistiu de 4 µl LR Clonase Mix, 4 µl de tampão de reação LR (5 x), 300 ng do vetor
de destino pET-DEST 42, 300 ng do clone de entrada num volume final de 20 µl. O
sistema foi incubado à 25
0
C por 1 hora. Após este período a reação foi interrompida
pela adição de 2 µl de proteinase K (2 µg/µl) e incubação à 37
0
C por 10 minutos. A
transferência do fragmento de DNA correspondente ao gene bgl do clone de entrada
para o vetor de expressão pET-DEST 42 gerou um plasmídeo recombinante
denominado pAB1. A reação LR foi então usada para transformar células de E. coli
DH10B eletrocompetentes.
4.7.5 Preparo de Células de E. coli Eletrocompetentes
Três colônias de E. coli DH10B foram inoculadas em 10 mL de meio
LB, adicionado de 20 µg/mL de estreptomicina, e incubadas à 37
o
C, sob agitação de
180 rpm, por 16 horas. As pré-culturas de E. coli foram reinoculadas em meio SOB
(triptona 20,0 g, extrato de levedura 5,0 g, NaCl 0,5 g, KCl 0,186 g, água ultrapura
qsp 1000 mL) numa proporção 1/100 e incubadas à 37
0
C sob agitação de 180 rpm,
até alcançarem uma D.O.
600
entre 0,5 e 1,0. Após este período, as culturas foram
mantidas no gelo durante 15 minutos, e então centrifugadas a 0
o
C, 5.000 x g por 5
minutos. As células foram lavadas uma vez com água ultrapura esterilizada, e após
centrifugação a 7.000 x g por 7 minutos as células foram ressuspendidas em 1 mL
de glicerol 15% e armazenadas em alícotas de 30 µl a – 70
o
C.
Células de E. coli BL21 CodonPlus(DE3) foram igualmente
preparadas, exceto pela não adição de estreptomicina ao meio de cultura.
4.7.6 Transformação de E. coli Eletrocompetentes
Para a transformação, 30 µl de E. coli DH10B eletrocompetentes
foram misturadas a 1 µl da reação LR, mantendo-se as células no gelo por no
mínimo 1 minuto. Em seguida, as células foram transferidas para uma cubeta de
eletroporação (BRL), também anteriormente mantida no gelo, e então submetidas a
um choque elétrico (1,8 Kv, 25 µF, 200 ) a fim de promover a entrada do plasmídeo
pAB1 nas células. Após a eletroporação, as células foram ressuspendidas em 800 µl
de meio SOC e incubadas à 37
o
C por 1 hora. Em seguida, 100 µl da suspensão
celular foram plaqueados em meio LB contendo ampicilina (250 µg/mL) e
estreptomicina (20 µg/mL) e incubados à 37
o
C por 16 horas para a seleção dos
transformantes.
A linhagem de E. coli DH10B foi usada para manter o plasmídeo
pAB1 por ser uma bactéria recA
-
.
4.8 ANÁLISE DOS TRANSFORMANTES
Para confirmar a subclonagem do gene bgl no vetor de expressão
pET-DEST 42 e verificar a ausência de possíveis mutações gênicas, o plasmídeo
pAB1, extraído da E. coli DH10B conforme descrito no item 4.7.3.1 foi submetido à
reação de seqüenciamento (item 4.5). Porém, os primers T7 forward e reverse foram
utilizados no lugar do par M13.
4.9 SUPEREXPRESSÃO DO GENE bgl EM E. coli
O plasmídeo pAB1 foi extraído da linhagem de E. coli DH10B pelo
método de lise alcalina (SAMBROOK et al., 1989) conforme descrito no item 4.7.3.1.
Uma vez extraído, este plasmídeo foi usado para transformar a linhagem de E. coli
BL21 CodonPlus(DE3) eletrocompetente (item 4.7.6) para indução da expressão do
gene bgl.
Três colônias transformadas com o pAB1 foram inoculadas em 10
mL de meio LB contendo ampicilina (250 µg/mL) e incubadas à 37
o
C, sob agitação a
180 rpm, por 16 horas. Células de E. coli BL21 CodonPlus(DE3) não transformadas
com o pAB1 também foram cultivadas nas mesmas condições. Em seguida, as
culturas foram reinoculadas em 1200 mL de meio LB na proporção 1/100 e
incubadas à 37
o
C, sob agitação a 180 rpm até atingir uma D.O.
600
igual a 0,2. Neste
ponto, uma alíquota das culturas foi coletada para posterior análise das proteínas
em gel. Estas amostras foram utilizadas como controles não induzidos.
A indução foi feita com a adição de IPTG para concentração final de
0,5 mmol/L à 37
o
C, sob agitação a 180 rpm durante 3 horas. Após a indução, as
células foram coletadas por centrifugação a 12,000 x g por 15 minutos a 4
o
C. Uma
alíquota dos extratos celulares foi utilizada para análise em gel e o restante foi
ressuspendido em tampão de sonicação (NaCl 0,5 M, Tris-HCl 50 mM, pH 8,0,
glicerol 10%). Em seguida, 1 mmol/L de PMSF (fluoreto de fenilmetilsulfonil) foi
adicionado à mistura e as células foram lisadas em ciclos de 30 segundos com
intervalos de 30 segundos por 6 vezes, utilizando-se um sonicador (Heat System)
equipado com microponta. O material lisado foi centrifugado a 12,000 x g por 15
minutos a 4
0
C e o sobrenadante coletado foi usado para ensaios de atividade
enzimática.
4.10 ELETROFORESE DE PROTEÍNAS SOB CONDIÇÕES DESNATURANTES (SDS-PAGE)
A concentração das proteínas presentes nos extratos celulares foi
determinada pelo método descrito por Bradford (1976), utilizando-se albumina de
soro bovino (1 µg/mL) como padrão.
A análise das proteínas foi realizada em gel SDS-PAGE como
descrito por Laemmli (1970).
O gel separador foi preparado a 12% a partir de uma mistura de 4
mL de solução estoque de acrilamida (30% acrilamida, 0,8% bisacrilamida), 2,5 mL
de Tris-HCl (1,5 mol/L, pH 8,8), 3,5 mL de água destilada, 300 µl de SDS (10%), 150
µl de persulfato de amônio (10%), e 10 µl de TEMED (N, N, N’, N’-
tetrametiletilenodiamina).
Para o preparo do gel empilhador foram utilizados 600 µl de solução
estoque de acrilamida, 1 mL de Tris-HCl (0,5 mol/L, pH 6,8), 2,4 mL de água
destilada, 300 µl de SDS (10%), 75 µl de persulfato de amônio e 4µl de TEMED.
O tampão de amostra contendo Tris-HCl (12 mmol/L, pH 6,8),
glicerol (5%), SDS (0,4%), 2-mercaptoetanol (2 mmol/L) e azul de bromofenol (0,02
%) foi preparado 5 vezes concentrado. As proteínas a serem analisadas foram
misturadas ao tampão de amostra, aquecidas à 95
o
C por 10 minutos e, em seguida,
foram submetidas à eletroforese. As corridas foram realizadas a 180 volts por 1 hora
e 30 minutos em tampão Laemmli (25 mmol/L Tris, 192 mmol/L glicina, 0,1% SDS,
pH 8,3) preparado a 10 x e diluído para 1 x no momento do uso.
Concluída a eletroforese o gel foi corado com Coomassie Blue R-
250 0,1% (10% de ácido acético, 40% de metanol).
4.11 ANÁLISE DA PROTEÍNA SUPEREXPRESSA EM ESPECTROMETRIA DE MASSA
A análise em espectrometria de massa (MALDI-TOF) foi utilizada
para confirmar a expressão da β-glicosidase. A confirmação foi feita comparado-se
valores de massas de polipeptídeos preditos através da seqüência de aminoácidos
com valores de massas obtidas no MALDI-TOF após tratamento da proteína
expressa com tripsina. Esta análise foi feita no Departamento de Bioquímica da
Universidade Federal do Paraná, sob a supervisão do Dr. Emanuel de Souza.
O fragmento do gel contendo a proteína de interesse foi incubado
por 10 minutos em acetonitrila 100% por duas vezes. O resíduo de acetonitrila foi
evaporado utilizando um evaporador rotativo Speed Vac Plus. Em seguida o
fragmento do gel foi imerso em uma solução contendo 250 µg/mL de tripsina
(dissolvida em 50 mM de bicarbonato de amônio) e incubado por 40 minutos em
gelo. A seguir o tubo foi transferido para banho-Maria por 12 horas. A ação da
tripsina foi bloqueada com adição da solução de acetonitrila 50% e ácido fórmico
5%. Os peptídeos foram retirados da matriz de acrilamida com 3 lavagens
sucessivas de 10 minutos cada com a solução contendo 50% de acetonitrila e 5% de
ácido fórmico. Os peptídeos extraídos foram sonicados por 10 minutos. O excesso
de acetonitrila foi evaporado no Speed Vac Plus. Um décimo do volume da amostra
foi purificada usando Zip Tip C18 (Millipore) e misturado com 60% de acetonitrila e
0,1% de ácido trifluoroacético (TFA).
A amostra preparada conforme descrito acima foi misturada com a
matriz a-ciana (CHCA), e alíquotas de 1 µl foram aplicadas na placa de leitura do
espectrômetro de massa.
4.12 ATIVIDADE DE β-GLICOSIDASE
Alguns ensaios preliminares foram realizados quanto à atividade da
β-glicosidase.
A atividade da enzima foi testada usando p-nitrofenil -β - D
glicopiranosíde ou celobiose como substratos. Os ensaios consistiram de 0,1 mL de
substratos (100 mg/mL de p -nitrofenil -β - D – glicopiranosíde ou 0,2 % de
celobiose), 1 mL de tampão fosfato (50 mM Na
2
HPO
4
-NaH
2
PO
4
pH 6,0) e 0,03 mL
de enzima. A mistura foi incubada à 37
0
C por 1 hora e as reações foram
interrompidas pela adição de 1 mL de Na
2
CO
3
1 M. A atividade de β-glicosidase
sobre p -nitrofenil -β - D – glicopiranosíde foi estimada pela medida de ρ-nitrofenol
liberado à 400 nm. A atividade de β-glicosidase sobre celobiose foi estimada pela
medida de glicose liberada utilizando-se o método de glucose oxidase (Kit Glucose
Enzyme Color – Bio Diagnostica).
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 CLONAGEM DO GENE bglH DE B. pumilus
O procedimento de shotgun utilizado para a construção da biblioteca
genômica de B. pumilus permitiu a obtenção de 7000 clones recombinantes, com
insertos variando de 2 e 3 Kb. Esta biblioteca já se mostrou apropriada para a
seleção de genes de importância industrial. Lima et al (2004) isolaram um clone que
continha o gene que codifica para a β-1,4 D – endoglucanase, enzima envolvida no
complexo celulolítico. Estudos das propriedades enzimáticas mostraram que esta
enzima apresenta alto potencial para aplicações biotecnológicas.
No presente estudo, estratégias foram utilizadas visando clonar e
expressar um segundo gene de B. pumilus CL16, um gene que codifica uma β-
glicosidase.
Considerando-se a inexistência de informações sobre seqüências de
nucleotídeos e/ou aminoácidos de β-glicosidase de B. pumilus em banco de dados,
procedeu-se inicialmente um estudo do grau de conservação desta proteína em
diferentes espécies de bactérias. O alinhamento gerado permitiu detectar regiões
conservadas na proteína e o desenho dos primers degenerados DEG1F
ATRACCTACTgNAARTTRgg e DG1R gCRAANCCYAgHTARACggT para
amplificação de parte do gene. O uso destes primers permitiu detectar um fragmento
de 560 pb com alta homologia às β-glicosidases já depositadas em banco de dados.
Este fragmento após sofrer marcação com digoxigenina mostrou-se apropriado para
rastrear a biblioteca genômica, visando selecionar clones contendo genes que
codificam para β-glicosidases.
Após análise de 2400 clones recombinantes a sonda detectou um
forte sinal de hibridação com um dos clones (Figura 3). O plasmídeo recombinante
continha um fragmento de aproximadamente 2484 pb, portanto bem superior ao
tamanho do gene que codifica para a maioria das β-glicosidases de Bacillus. Este
plasmídeo foi denominado pMH2.
A Figura 4 mostra a seqüência de nucleotídeos do inserto presente
no pMH2. A análise deste fragmento evidenciou a presença de duas ORFs. Uma
ORF incompleta, com alta similaridade ao gene bglP descrito para B. subtilis subsp.
subtilis 168 (KUNST et al., 1997) localizada entre os nucleotídeos 1 e 534 do
fragmento, apresentando um códon terminador (TAG) e um conteúdo de G/C
calculado em 42,6%. Por similaridade esta ORF de B. pumilus foi denominada bglP.
Downstream da ORF bglP foi localizada uma ORF completa denominada com 1419
nucleotídeos. Esta ORF apresenta um códon iniciador (ATG) na posição 561 e um
códon terminador (TAA) na posição 1977 do fragmento. Esta ORF mostrou alta
Figura 3-
Autoradiografia resultante da hibridação da sonda contra
a biblioteca genômica do B. pumilus. A seta indica o
clone positivo contendo o plasmídeo denominado pMH2.
similaridade ao gene bglH de B. subtilis subsp. subtilis 168 (KUNST et al., 1997). Por
similaridade esta ORF de B. pumilus foi denominada bglH. O conteúdo de G/C da
ORF bglH foi estimado em 41,6%.
A Figura 5 ilustra a organização das ORFs bglP e bglH de B. pumilus
no fragmento clonado. As ORFs estão separadas por uma região de 24 pares de
bases onde a 9 nucleotídeos localizados upstream do códon iniciador da ORF bglH
está um provável sítio de ligação de ribossomo (AGGAGG) com consenso
semelhante àqueles encontrados para bglH de B. subtilis subsp. subtilis 168 (KUNST
et al., 1997) e bglB de E. coli (SCHNETZ et al., 1987). Nenhuma seqüência
promotora foi localizada upstream da ORF bglH caracterizando, portanto, um
operon. Seqüências que caracterizam o término da transcrição, tais como aquelas
rho independentes (seqüência repetida e invertida) não foram detectadas
downstream da ORF bglH. Um sub-banco do NCBI, denominado (Entrez Gene –
NCBI server) foi consultado para localizar o gene bglH no contexto do genoma de B.
subtilis. Esta análise demonstrou que o operon estudado no presente trabalho é
estruturalmente semelhante àquele descrito para B. subtilis subsp. subtilis 168
(KUNST et al., 1997). Este dado também está de acordo com Le Coq et al (1995)
que demonstraram a conservação desta estrutura em operon para Bacillus.
O gene bglP codifica para uma permease do sistema de
fosfotransferase tipo II (PTS) com função na recepção, transporte e fosforilação de
moléculas glicosídicas para o interior da célula bacteriana (LE COQ et al., 1995;
GONZY-TRÉBOUL e STEINMETZ, 1987). A análise da seqüência de nucleotídeos
do gene bglP mostrou alta similaridade com espécies do gênero Bacillus (B. subtilis,
gi730418 e B. licheniformis, gi52787892), bem como com espécies bacterianas
endofíticas, tal como Erwinia carotovora (gi50120800).
1 TTCTCGGATTCAAAGATGTACCAGTGAAAGATGATACAAAAGCAGACAAACCAGAAGAAA
61 AGAAAGACACAGCAGCACTTCAAAATGAAGTGGTACAAAGCCCACTTGAAGGTCAACTAA
121 AGCCGCTCAATCAAGTAAATGATGCAACGTTCTCTAATGAAATCATGGGCAAAGGTGCAG
181 CCATTGTACCAACAGCTGGGCGTGTTGTAGCACCGTTCAACGGCAAGGTTGAAACCATTT
241 TCCACACAAAACATGCCATTGGCTTGAAGAGTGAACAAGGTACAGAACTTCTCATTCATG
301 TCGGGATTGACACGGTAAAACTTGGCGGAAAGTATTTCACAAGTCATGTGCAATCAGGTG
361 ATCTGATTCAAGCAGGAGATGTACTCATTGATTTTGATATCGAGGGCATTCAGCAAGAAG
421 GCTATGATGTCACCACACCTGTTATTGTCACCAACACGAATGATTATGCACAAGTTGATG
481 CGAAAACAGATGGAACGATTACAGTAAAAGAGACACTGCTTACAGTCAGTGTAGAAGAAA
541 AAGAGGAGGGTATTCAACATGAACAAGTTAGAAAAAACATTTCCTAAAGGTTTCTTATGG
RBS M N K L E K T F P K G F L W
601 GGCGGCGCTGTTGCAGCCAACCAAGTTGAAGGCGCATATAATCAAGATGGAAAAGGCTTA
G G A V A A N Q V E G A Y N Q D G K G L
661 TCGACAGCTGATGTATCACCAAATGGTATTATGCACCCATTCGATGAATCAATGAAAGAC
S T A D V S P N G I M H P F D E S M K D
721 CTTAACTTATATCATGATGCAATCGATTTCTACCATCGCTATAAAGAAGATATTGCACTC
L N L Y H D A I D F Y H R Y K E D I A L
781 TTTGCAGAAATGGGATTCAAGTGCTTCAGACTATCCATTTCTTGGCCGCGTATTTTCCCA
F A E M G F K C F R L S I S W P R I F P
841 AATGGCGACGATGCGGAACCGAATGAAGCAGGCCTCGCTTTTTATGAAAAAGTATTTGAT
N G D D A E P N E A G L A F Y E K V F D
901 GAACTGCATAAGCACGGAATTGAGTCAGTTGTCACCATCTCTCACTATGAAATGCCGCTC
E L H K H G I E S V V T I S H Y E M P L
961 GCACTTGTGAAAAACTACGGCGGATGGAGAAACCGCAAGCTTGTCGATCTTTATGAAACA
A L V K N Y G G W R N R K L V D L Y E T
1021 TACGCGAAAACATTGTTCACTCGCTTTAAAGACAAAGTGAAATATTGGATGACATTCAAT
Y A K T L F T R F K D K V K Y W M T F N
1081 GAAATCAATGTCGTGTTACATGCGCCTTTCACTGGCGGCGGACTTGTATTTGAAGAGGGT
E I N V V L H A P F T G G G L V F E E G
1141 GATGACGAGAAAAGCATTCAATATCAAGCAGCGCATCACCAATTTGTTGCAAGTGCTTTG
D D E K S I Q Y Q A A H H Q F V A S A L
1201 GCTGTCAAAGCAGGACACGAAATCATTCCTGATGCGAAAATCGGCTGTATGATTGCAGCG
A V K A G H E I I P D A K I G C M I A A
1261 ATGACAACTTATCCGTACAGCTCAAGACCAGAAGATATGTTTGCTGCAATTGAGCAAGAC
M T T Y P Y S S R P E D M F A A I E Q D
1321 CGTAAAACATTATTCTTCTCAGATGTACAGGCAAGAGGTTATTACCCAGGTTACATGAAA
R K T L F F S D V Q A R G Y Y P G Y M K
1381 CGTTATTTCCTTGAAAATGACATCAACATCGAGTTCCAAGAAGGGGACGAAGACATTTTA
R Y F L E N D I N I E F Q E G D E D I L
1441 AGAAACCATACAGTGGACTATATTGGCTTCAGTTATTATATGAGCTTTGTGACAAGTACA
R N H T V D Y I G F S Y Y M S F V T S T
1501 GATCCAGAGATTCTTGGACAAGTGACTGGCGGTAACTTATTTGAAGGTGTGAAAAACCCT
D P E I L G Q V T G G N L F E G V K N P
1561 TATCTAGAAGCAAGTGATTGGGGCTGGCAAATTGATCCGAAAGGACTTCGTACAACACTG
Y L E A S D W G W Q I D P K G L R T T L
1621 AATCAGCTGTATGACCGCTACCAAAAGCCATTGTTTATCGTAGAAAATGGATTGGGTGCT
N Q L Y D R Y Q K P L F I V E N G L G A
1681 GTCGATCAAGTAGAAGAAGACGGATCAATTCAAGACGATTACCGAATTGATTACCTCAGA
V D Q V E E D G S I Q D D Y R I D Y L R
1741 AGCCATTTGCTAGAGGCGAGAGAAGCGATCGCAGACGGAGTTGACCTGATCGGTTATACA
S H L L E A R E A I A D G V D L I G Y T
1801 AGCTGGGGCCCAATTGACCTTGTCAGCGCATCAACGGCTGAAATGAAAAAACGCTACGGC
S W G P I D L V S A S T A E M K K R Y G
1861 TTCATTTATGTTGACCGTGATAATGAAGGAAACGGTACATTAGATAGAAAGAAAAAGAAA
F I Y V D R D N E G N G T L D R K K K K
1921 AGCTTCGATTGGTATAAACAAGTGATTGCGACAAATGGGGAACATTTGGATTACTAA ACA
S F D W Y K Q V I A T N G E H L D Y
1981 GAGAAAATATTGTTTCGATCCTTTAAGAACATATAGTGTCTTGAAACGGTGATAACAATT
2041 TGAATCAGGCATTATCATTCATTGGGTCTCCTCTAGGGGCATGATGGGTGATAATGCCTT
2101 TTTTATGAAAAAGACAAAATCGAACAAAAAATAAACCACACTTCAAATGGTTGCGTGGTT
2161 CAAATAAATCATATGATCGGAGTTTTGAGCTTCATACATTGGTTTTAATTCGGTAATACC
2221 TATTCTTCAAGTATTTCTTTTATATCTTCAATGATTAGGGTATTTAAAATTAAATTCTAG
2281 TAGACTTAACCCTTTCCCAATTGTGGTCTAAGAAAAGAATCCTATTCTCTAATGGTTATC
2341 AGCAGCAATTCTGTCTTCAATTCAGTAATTATACATCTGAATCTTTCTCCACTGTATGAA
2401 TTCATAATCAATGTTATAAAATTTAACTAGCTCAGGATAGACTATTAATAACTTGGTAGT
2461 ACTACTGGAACTAGTCAGTCAGCT
Figura 4 – Caracterização da seqüência de nucleotídeos da ORF
bgl
H
no fragmento clonado a partir da biblioteca genômica de
B. pumilus. Os códons iniciador e terminador e o sítio de
ligação do ribossomo (RBS) estão sublinhados.
O gene bglH de B. subtilis codifica para uma β-glicosidase cuja
especificidade varia para diferentes substratos de acordo com a literatura. As
análises comparativas da seqüência de nucleotídeos da ORF bglH obtida no
presente trabalho com aquelas de bancos de dados mostraram maior similaridade
com B. subtilis subsp. subtilis 168 (gi505577), B. licheniformis DSM 13 (gi52001702),
B. cereus ZK (gi51973633), B. halodurans C-125 (gi10173176), e Listeria
monocytogenes str. 4b F2365 (gi46879488), respectivamente.
Análises realizadas com o programa ProtParam indicaram que a
ORF bglH codifica para uma proteína de 472 aminoácidos com massa molecular
estimada em cerca de 53.9 kDa e um ponto isoelétrico de 4.97. Conforme verificado
através do programa TMPred a seqüência de aminoácidos da proteína BglH indica
uma característica essencialmente hidrofílica com provável localização
citoplasmática. Este fato foi confirmado pela ausência de uma seqüência sinal
conforme demonstrado pela análise realizada com o programa SignalP 3.0. Na
literatura tem sido descrito que as β-glicosidases do gênero Bacillus têm localização
periplasmática e citoplasmática (BHATIA et al., 2002). A β-glicosidase clonada no
presente trabalho se caracteriza, portanto, como citoplasmática.
Figura 5: Organização da região bglP-bglH no fragmento clonado
bglP bglH
0,2 Kb
Eco
RI
Hind
III
Hind
III
Hae
II
Eco
RV
A submissão da seqüência de aminoácidos à análise pelo programa
CDSearch (NCBI server) permitiu localizar um único domínio conservado
característico da família 1 de glicosil hidrolases entre os aminoácidos 4 e 468 da
proteína (Figura 6).
A comparação da seqüência de aminoácidos predita no presente
estudo com aquelas depositadas no GenBank (NCBI), mostrou que a BglH de B.
pumilus tem alta similaridade com β-glicosidases de diferentes organismos. Grande
similaridade foi encontrada com β-glicosidases da família 1 de glicosil hidrolases de
diferentes espécies de Bacillus, sendo as maiores delas com 6-phospho-beta-
glucosidase de B. subtilis subsp. subtilis 168 (gi7435440, score 791, valor de E=00),
e beta-glicosidase/Gentiobiase/Celobiase de B. subtilis subsp. subtilis 168
(gi50812306, score 791, valor de E=00). Valores de identidade de 80% e
positividade de 89% foram observados entre a BglH de B. pumilus e as outras 2
BglH de B. subtilis mencionadas acima. Os sítios ativos Glu
175
(ácido catalítico) e
Glu
369
(nucleofilo catalítico) observados na BglH de B. pumilus são conservados
entre as glicosil hidrolases da família 1 (PROSITE motif PS00572
http://enterprise.bio.tamu.edu/prosite/prosite_new.html) (Figura 7) e estão envolvidos
Figura 6 – Representação esquemática do domínio conservado
de glicosil hidrolase na BglH de B. pumilus
na hidrólise de ligações glicosídicas via mecanismo de catálise ácida/básica
(WITHERS e AEBERSOLD, 1995).
A presença de um domínio e resíduos catalíticos típicos da família 1
de glicosil hidrolases, preditos a partir da seqüência de nucleotídeos do gene
clonado (bglH), demonstram o sucesso obtido na clonagem de um gene que codifica
uma enzima pertencente a esta família.
As diferentes seqüências de aminoácidos correspondentes às β-
glicosidases codificadas pelo gene bgl depositadas nos bancos GeneBank e
GenePept disponíveis no banco CAZY (http://afmb.cnrs.cnrs-mrs.fr/CAZY/) foram
alinhadas entre si juntamente com a seqüência deduzida da ORF bglH (Figura 7).
Observa-se nesta Figura a alta conservação entre a proteína predita para o gene
bglH de B. pumilus e aquelas depositadas em bancos de dados preditas para o gene
bglH das espécies B. halodurans (gi 10173210), B. subtilis subsp. subtilis 168 (gi
7435440), B. cereus (gi 52144364), B. thuringiensis (gi 49477027), B. licheniformis
(gi 52082495), B. clausii (gi56965550).
B cereus 1 --MSKVIFPKGFLWGGAIAANQVEGAYVEDGKGLTTVDLLPTGENRWDIMKGNIHSFTPV
B.thuringiensis 1 --MSKVIFPKGFLWGGAIAANQVEGAYVEDGKGLTTVDLLPTGENRWDIMKGNIHSFTPV
B.halodurans 1 --MSKHSFPEGFLWGGAIAANQAEGAYLEDGKGLTLVDLLPTGQKRWDVMLGKLDSFTPL
B.clausii 1 --MSNYKFPDGFLWGGAIAANQAEGAYLEGGKGLTIVDLLPTGEQRRAIMEGYVQSLIPE
B.subtilis 1 MSSNEKRFPEGFLWGGAVAANQVEGAYNEGGKGLSTADVSPNG---------IMSPFDES
B.licheniformis 1 MTEQTKKFPEGFLWGGAVAANQVEGAYNVGGKGLSTADVSPNG---------VMYPFDES
B.pumilus 1 MNKLEKTFPKGFLWGGAVAANQVEGAYNQDGKGLSTADVSPNG---------IMHPFDES
consensus 1 .. . **.*******.****.****...****...*..*.* . .. . . .. .
B.cereus 59 EGEFYPSHEAIDFYHRYKEDIALFAEMGFKALRVSIAWTRIFPNGDDEKPNEAGLQFYED
B.thuringiensis 59 EGEFYPSHEAIDFYHRYKEDIALFAEMGFKALRVSIAWTRIFPNGDDEKPNEAGLQFYDN
B.halodurans 59 EGEFYPSHEAIDFYHRYQEDVALLAEMGFKAFRLSISWARIFPNGDDPEPNEKGLQFYDD
B.clausii 59 EGVYYPSHEAIDFYHRYKEDIKLFAEMGFKALRVSIAWARIFPTGEDEEPNEDGLLFYDR
B.subtilis 52 MTSLNLYHNGIDFYHRYKEDIALFAEMGFKAFRTSIAWTRIFPNGDEEEPNEEGLRFYDD
B.licheniformis 52 MESLNLYHEGIDFYHRYKEDIALFAEMGFKAFRTSIAWTRIFPNGDETEPNEEGLEFYDR
B.pumilus 52 MKDLNLYHDAIDFYHRYKEDIALFAEMGFKCFRLSISWPRIFPNGDDAEPNEAGLAFYEK
consensus 61 .......*..*******.**..*.******..*.**.*.****.*....*** ** **.
B.cereus 119 LFDELLKHDIEPVVTMAHFDVPVHLVEKYGSWRSRKLVNFFETYAKTIFNRYKDKVKYWM
B.thuringiensis 119 LFDELLKHDIEPVVTMAHFDVPIHLVEKYGSWRSRKLVDFFETYAKTIFNRYKDKVKYWM
B.halodurans 119 LFDELLKYNIQPVVTMAHFDVPVHLIESYGGWRSRKLVGLFETYAKTILSRYKDKVKYWM
B.clausii 119 LFNELLAHNIEPVVTLAHFDVPVHLIEKYGSWRSRKLVGLFEMYAKTVFTRYKNKVKYWM
B.subtilis 112 LFDELLKHHIEPVVTISHYEMPLGLVKNYGGWKNRKVIEFYERYAKTVFKRYQHKVKYWM
B.licheniformis 112 LFDELLKYNIEPVVTISHYEMPLGLIKKYGGWKNRKVIDCYEHYAKTVFTRYKEKVKYWM
B.pumilus 112 VFDELHKHGIESVVTISHYEMPLALVKNYGGWRNRKLVDLYETYAKTLFTRFKDKVKYWM
consensus 121 .*.**... *..***..*...*..*...**.*..**... .*.****...*...******
B.cereus 179 TFNEINMLLHLPFMGAGLAFKEGDNKKQIQYQAAHHQLVASALAVKACHEIIPDAKIGCM
B.thuringiensis 179 TFNEINMLLHLPFMGAGLAFKEGDNKKQIQYQAAHHQLVASALAVKACHEIIPDAKIGCM
B.halodurans 179 TFNEINMLLHLPFVGAGLVFKEGENKKQIQYQAAHHQLVASSLAVKACHELIPDAKIGCM
B.clausii 179 TFNEINMLLHLPFLGAGLVFKEGDNKQQIQYQAAHHQLVASALAVKACHEIIPDAKIGCM
B.subtilis 172 TFNEINVVLHAPFTGGGLVFEEGENKLNAMYQAAHHQFVASALAVKAGHDIIPDSKIGCM
B.licheniformis 172 TFNEINMVLHAPFTGGGLVFEEGENKLNAMYQAAHHLFVASALAVKAGHDIIPDAKIGCM
B.pumilus 172 TFNEINVVLHAPFTGGGLVFEEGDDEKSIQYQAAHHQFVASALAVKAGHEIIPDAKIGCM
consensus 181 ******..**.**.*.**.*.**.......******..***.*****.*..***.*****
B.cereus 239 LAAGATYPYTCNPDDVLRAMEQDRESFFFIDVQARGAYPGYAKRFFKDNNVTIEMEKEDE
B.thuringiensis 239 LAAGATYPYTCNPDDIQRAMEQDRESFFFIDVQARGAYPGYAKRFFTDNNVTIEMEKEDE
B.halodurans 239 LAAGATYPYTCHPNDVFEAMTKDRESFFFIDVQSRGEYPGYAKRFFRDHNIVIDMEEGDE
B.clausii 239 LAAGSFYPYTCNPKDIFKGMEKDRESYFFIDVQSRGEYPPYAMRFFKDNQLDIAMEPGDT
B.subtilis 232 IAATTTYPMTSKPEDVFAAMENERKTLFFSDVQARGAYPGYMKRYLAENNIEIEMAEGDE
B.licheniformis 232 IAATTTYPMTPKPEDVLAAMENERRTLFFSDVQARGAYPGYMKRFFKENGITIEMAEGDE
B.pumilus 232 IAAMTTYPYSSRPEDMFAAIEQDRKTLFFSDVQARGYYPGYMKRYFLENDINIEFQEGDE
consensus 241 .**...**....*.*.. .....*...**.***.**.**.*..*....... *.....*.
B.cereus 299 EILKEHTVDYIGFSYYASRATSTDPEVLKSITSGNVFGSVENPYLEKSEWGWTIDPKGFR
B.thuringiensis 299 AILKEHTVDYIGFSYYASRATSTDPEVLKSITSGNVFGSVENPYLEKSEWGWTIDPKGFR
B.halodurans 299 ALLKNHTVDYIGFSYYASRVTSTDPEVLKNITSGNVFGSVENPYLEKSEWGWTIDPKGFR
B.clausii 299 ELLKAHTVDYIGFSYYSSRTTSTDPEVNKNQTTGNVFGSIVNPYLEKSEWGWTIDPLGFR
B.subtilis 292 ELLKEHTVDYIGFSYYMSMAASTDPEELAKSGG-NLLGGVKNPYLKSSEWGWQIDPKGLR
B.licheniformis 292 DILKENTVDYIGFSYYMSMVASTSPEDLAKTEG-NLLGGVKNPYLESSEWGWQIDPKGIR
B.pumilus 292 DILRNHTVDYIGFSYYMSFVTSTDPEILGQVTGGNLFEGVKNPYLEASDWGWQIDPKGLR
consensus 301 ..*...********** *. .**.**... ....*..... ****..*.***.***.*.*
B.cereus 359 ITANQLYDRYQKPLFVVENGLGAIDELNDADAVNDAYRIDYLEKHIIEMSEAIQDGVDII
B.thuringiensis 359 ITANQLYDRYQKPLFVVENGLGAIDQLNDEDEVNDAYRIDYLEKHMIEMSEAIQDGVDII
B.halodurans 359 TTANQLYDRYQKPLFVVENGLGAVDDVTLEGEINDEYRIDYLRKHIAEMAEAIADGVDII
B.clausii 359 ITANQLYDRYQKPLFVVENGLGAVDEWNEEGQIDDSYRIDYLGSHLAALGEAIKDGVEII
B.subtilis 351 ITLNTLYDRYQKPLFIVENGLGAVDKVEEDGTIQDDYRINYLRDHLIEAREAIADGVELI
B.licheniformis 351 ITLNTLYDRYQKPLFIVENGLGAVDVVEEDGSIQDDYRINYLRDHLKEVREAIADGVDLI
B.pumilus 352 TTLNQLYDRYQKPLFIVENGLGAVDQVEEDGSIQDDYRIDYLRSHLLEAREAIADGVDLI
consensus 361 .*.*.**********.*******.* . ... ..*.***.**. *.... ***.***..*
B.cereus 419 GYTSWGPIDLVSASTGEMKKRYGYIYVDKDNEGKGSLKRSKKKSFDWYKEVIKTNGESLE
B.thuringiensis 419 GYTSWGPIDLVSASTGEMKKRYGYIYVDKDNEGKGSLKRSKKDSFNWYKEVIATNGGSLE
B.halodurans 419 GYTSWGPIDVVSASTGEMKKRYGYIYVDRDNEGKGSLKRMKKKSFHWYKKVIETNGEKR-
B.clausii 419 GYTSWGPIDIVSASSGEMKKRYGYIYVDRDNEGNGTLNRAKKASFDWYKQVIATNGESL-
B.subtilis 411 GYTSWGPIDLVSASTAEMKKRYGFIYVDRDNEGNGTFNRIKKKSFNWYQQVIATNGESL-
B.licheniformis 411 GYTSWGPIDLVSASTAEMKKRYGYIYVDRDNEGKGTLSRTRKKSFYWYKKVIETNGESL-
B.pumilus 412 GYTSWGPIDLVSASTAEMKKRYGFIYVDRDNEGNGTLDRKKKKSFDWYKQVIATNGEHLD
consensus 421 *********.****..*******.****.****.*.. * .*.** **. **.***...
Figura 7 – Alinhamento de
sequências de aminoácidos preditas a partir do gene
bgl
H (depositadas no NCBI GenBank),
de espécies de Bacillus e da BglH de B. pumilus predita neste trabalho, utilizando-se do programa
BioEdit
v.5.0.9. As regiões destacadas em preto correspondem aos aminoácidos conservados entre as proteínas;
as regiões cinzas correspondem aos aminoácidos com propriedades químicas similares; os aminoácidos
destacados dentro do retângulo correspondem aos sítios catalíticos das enzimas.
5.2 SUBCLONAGEM E EXPRESSÃO HETERÓLOGA DO GENE bglH DE B. pumilus EM E.
coli.
A partir de uma reação de PCR utilizando-se dos primers MHF e
MHR (Tabela 3) que reconhecem os terminais da ORF bglH, foi obtido um produto
de amplificação de 1419 bases. A utilização do Sistema Gateway de Clonagem
(Invitrogen) permitiu ligar este fragmento correspondente ao gene bglH a um vetor
denominado vetor de entrada pENTR/SD/D-TOPO (Invitrogen), gerando clones de
entrada, usados para transformar células de E. coli. A presença do gene bglH nestes
clones foi confirmada por PCR, utilizando-se os mesmos primers. Através de
recombinação sítio específica, o gene bglH foi transferido do vetor de entrada para
um vetor de expressão fornecido pelo Kit do Sistema Gateway de Clonagem, o pET-
DEST 42, resultando assim em um plasmídeo recombinante denominado pAB1. Os
resultados do seqüenciamento do pAB1 mostraram que o gene bglH foi inserido
integralmente e em fase de leitura para permitir a correta expressão.
O vetor de expressão pAB1 foi transferido para células de E. coli
BL21 CodonPlus(DE3), visando obter a proteína BglH. A expressão do gene bglH foi
realizada sob controle induzível do promotor T7 presente no pAB1. Este promotor é
reconhecido pela RNA polimerase da linhagem de E. coli BL21 CodonPlus(DE3). O
perfil eletroforético dos extratos celulares da linhagem de E. coli BL21
CodonPlus(DE3) transformada com o vetor de expressão pAB1 mostrou que a
proteína BglH foi superexpressa após indução com IPTG (Figura 8). Uma banda de
massa molecular estimada em 54 kDa foi observada exclusivamente na situação em
que E. coli BL21 CodonPlus(DE3) portadoras do vetor pAB1 foram tratadas com o
indutor de expressão IPTG. Esta massa molecular observada corresponde à massa
molecular predita no Protparam e também está próxima daquelas descritas para as
β-glicosidases de algumas espécies de Bacillus, tais como, Bacillus sp. GL1
(HASHIMOTO et al., 1998), B. subtilis subsp. subtilis 168 (KUNST et al., 1997), B.
circulans subsp. alkalophilus (PAAVILAINEN et al., 1993) e B. polymyxa (PAINBENI
et al., 1992; GONZÁLEZ-CANDELAS et al., 1989).
A análise de espectrometria de massa (MALDI-TOF) foi utilizada
para identificar a proteína revelada na banda de 54 KDa. A Tabela 5 mostra que as
massas dos polipeptídeos gerados, após tratamento com tripsina, estão muito
próximas das massas de peptídeos preditos para a BglH de B. pumilus, confirmando
a super expressão da β-glicosidase de B. pumilus em células de E. coli.
kDa 1 2 3 4 5
94
43
30
67
BglH
20
Figura 8 - SDS-PAGE da proteína BglH expressa em E. coli BL21 CodonPlus(DE3). As
proteínas estão coradas com Coomassie Blue R-250. Linha 1, marcador de
massa molecular (Pharmacia); linha 2, extrato celular de E. coli BL21
CodonPlus(DE3) não transformadas com pAB1 e não induzidas com IPTG;
linha 3, extrato celular de E. coli BL21 CodonPlus(DE3) não transformadas
com pAB1 e induzidas com IPTG; linha 4, extrato celular de E. coli BL21
CodonPlus(DE3) transformadas com pAB1 e não induzidas com IPTG; linha
5, extrato celular de E. coli BL21 CodonPlus(DE3) transformadas com pAB1
e induzidas com IPTG.
Tabela 5. Resultados da análise de espectrometria de massa que comprovam a
identidade da ß-glicosidase de B. pumilus expressa em E. coli.
Massa de
polipeptídeos
preditos
Posição de
corte
Seqüência do peptídeo Massa dos
polipeptídeos
gerados
1032.5149 433-440 YGFIYVDR 1032.550
1183.6106 257-266 TLFFSDVQAR 1183.229
1791.8449 54-67 DLNLYHDAIDFYHR 1791.8449
2472.1565 276-295 YFLENDINIEFQEGDEDILR 2470.895
3297.5909 361-389 YQKPLFIVENGLGAVDQVEEDGSIQDDYR 3297.737
O gene bglH de B. subtilis codifica para uma β-glicosidase cuja
especificidade varia para diferentes substratos. Le Coq et al (1995) descreveram que
o gene bglH de B. subtilis codifica para uma fosfo- ß-glucosidase. Setlow et al (2004)
sugeriram que o gene bglH de B. subtilis codifica para uma aril-fosfo-ß-D-
glucosidase e na anotação do genoma de B. subtilis linhagem 168 sugere-se que
este gene codifica para uma ß-glucosidase com atividade sobre celobiose (KUNST
et al., 1997). O potencial biotecnológico desta nova enzima somente poderá ser
sinalizado após estudos de suas propriedades cinéticas, tais como pH, temperatura
e K
m
para diferentes substratos. Estudos preliminares de atividade sobre celobiose e
ρ-nitrofenil-ß-D-glicopiranosídeo permitiram apenas detectar atividade neste último
substrato (Figura 9).
Concluindo, este trabalho descreve a clonagem e a expressão da
primeira ß-glucosidase de B. pumilus e sugere a continuidade dos estudos para a
caracterização da atividade enzimática.
1 2 3
Figura 9 – Ensaio preliminar de atividade da ß-glucosidase de B. pumilus.
Tubos 1 e 3: atividade da enzima sobre o substrato ρ-nitrofenil-
ß-D-glicopiranosídeo. Tubo 2 – Controle negativo (substrato e
tampão).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho permite concluir que B. pumilus, uma bactéria
endofítica de Citrus, possui um gene de 1419 pb altamente similar ao gene
denominado bglH de outras espécies de Bacillus. Este gene codifica para uma β-
glicosidase pertencente à família 1 das glicosil hidrolases e está organizado em um
operon de maneira muito similar àquele descrito para B. subtilis. Embora uma alta
similaridade na seqüência de aminoácidos tenha sido encontrada entre a BglH de B.
pumilus e BglH B. subtilis, diferenças na estrutura primária da proteína (20% dos
aminoácidos) permitem classificá-la como uma nova β-glicosidases da família 1 de
glicosil hidrolases.
REFERÊNCIAS
ALTSCHUL, S.F., MADDEN, T.L., SCHÄFFER, A.A., ZHANG, J., ZHANG, Z.,
MILLER, W., LIPMAN, D.J. Gapped BLAST and PSI-BLAST: a new generation of
protein database search programs. Nucleic Acids Research, v. 25, n. 17, p. 3389-
3402, 1997.
ARAÚJO, W.L. Isolamento, Identificação e Caracterização Genética de
Bactérias Endofíticas de Porta-Enxertos de Citros. 1996. 99p. Dissertação
(Mestrado em Agronomia) – Escola superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP,
Piracicaba.
ARAÚJO, W.L., MACCHERONI, Jr.W., AGUILAR-VILDOSO, C.I., BARROSO,
P.A.V., SARIDAKIS, H.O., AZEVEDO, J.L. Variability and interaction between
endophytic bacteria and fungi isolated from leaf tissues of citrus rootstocks.
Canadian Journal of Microbiology, v. 47. p. 229-236, 2001.
ASH, C., FARROW, J.A.E., WALLBANKS, S., COLLINS, M.D. Phylogenetic
heterogeneity of the genus Bacillus revealed by comparative analysis of small-
subunit-ribosomal RNA sequences. Letters in Applied Microbiology, v.13, p. 202-
206, 1991.
AZEVEDO, J.L., MACCHERONI Jr.W., PEREIRA, J.O., ARAÚJO, W.L. Endophytic
microorganisms: a review on insect control and recent advances on tropical plants.
Eletronic Journal of Biotechnology, v. 3, n. 1, p. 40-65, 2000.
BARBAGALLO, R.N., SPAGNA, G., PALMERI, R., TORRIANI, S. Assessmente of β-
glucosidase activity in selected wild strains of Oenococcus oeni for malolactic
fermentation. Enzyme and Microbiol Technology, v. 34, p. 292-296, 2004.
BHAT, M.K., BHAT, S. Cellulose Degrading Enzymes and Their Potential Industrial
Applications. Biotechnology Advances, v. 15, p. 583-620, 1997.
BHATIA, Y., MISHA, S., BISARIA, V.S. Microbial β-Glucosidases: Cloning, Properties
and Applications. Critical Reviews in Biotechnology, v. 22, n. 4, p. 375-407, 2002.
BEAUCHEMIN, K.A., COLOMBATTO, D., MORGAVI, D.P., YANG, W.Z. Use of
Exogenous Fibrolytic Enzymes to Improve Feed Utilization by Ruminants. Journal of
Animal Science, v. 81(E. Suppl. 2) E37-E47, 2003.
BEGUIN, P. Molecular biology of cellulose degradation. Annual Reviews
Microbiology, v. 44, p. 219-248, 1990.
BENDTSEN, J.D., NIELSEN, H., von HEIJINE, G., BRUNAK, S. Improved prediction
of signal peptides: SignalP 3.0. Journal Molecular Biology, v. 340, p.783-795,
2004.
BERKELEY, R. C. W. Whither Bacillus? In: BERKELEY, Roger, HEYNDRICKX,
Marc, LOGAN, Niall, DE VOS, Paul. Applications and Systematics of Bacillus and
Relatives. 1. ed. Blackwell Publishing FEMS. 2002. cap. 1, p. 1-7.
BRADFORD, M.M. A rapid and sensitive method for the quantitation of microgram
quantities of protein utilizing the principle of protein-dye binding. Analytical
Biochemistry, v. 72, n. 7, p. 248-254, 1976.
BROWN, R.M., Jr., SAXENA, I.M. Cellulose biosynthesis: a model for understanding
the assembly of biopolymers. Plant Physiology and Biochemistry, v. 38, p. 57-67,
2000.
CARL, S., WITHERS, S.G. Glycosidase mechanisms. Current Opinion in Chemical
Biology, v. 4, p. 573-580, 2000.
CASTLE, L.A., SMITH, K., MORRIS, R.O. Cloning and Sequencing of an
Agrobacterium tumenfaciens β-Glucosidase Gene Involved in Modifying a vir-
Inducing Plant Signal Molecule. Journal of Bacteriology, v. 174, n. 5, p. 1478-1486,
1992.
DAVIES, G., HENRISSAT, B. Structures and mechanisms of glycosil hydrolases.
Structure, v. 3, p. 853-859, 1995.
DECKER, C., VISSER, J., SCHEIER, P. β-Glucosidases from Five Black Aspergillus
Species: Estudy of Their Physico-Chemical and Biocatalytic Properties. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v. 48, n. 10, p. 4929-4936, 2000.
DION, M., FOURAGE, L., HALLET. J.N., COLAS, B. Cloning and expression of a β-
glycosidase gene from Thermus thermophilus. Sequence and biochemical
characterization of the encoded enzyme. Glycoconjugate Journal, v. 16, p. 27-37,
1999.
ESTRUCH, J.J., CHRIQUI, D., GROSSMAN, K., SCHELL, J., SPENA, A. The plant
oncogene rolC is responsible for the release of cytokinins from glucoside conjugates.
EMBO Journal, v. 10, p. 2889-2895, 1991.
FAGES, J., LUX, B. Identification of bacteria isolated from roots of sunflower
(Helianthus annus L.) cultivated in a French soil. Canadian Journal of
Microbiology, v.37, p. 971-4, 1991.
FAHMY, F., FLOSSDORF, J., CLAUS, D. The DNA base composition of the type
strains of the genus Bacillus. Systematic and Applied Microbiology, v. 6, p. 60-65,
1985.
FAURE, D., DESAIR, J., KEIJERS, V., ALI BEKRI, M., PROOST, P., HENRISSAT,
B., VANDERLEYDEN, J. Growth of Azospirillum irakense KBC1 on the Aryl β-
Glucosidase Salicin Requires either salA or salB. Journal of Bacteriology, v. 181, n.
10, p. 3003-3009, 1999.
FENG, Y.Y., YANG, W.B., ONG, S.L., HU, J.Y., Ng, W.J. Fermentation of starch for
enhanced alkaline protease production by constructing an alkalophilic Bacillus
pumilus strain. Applied Microbiology and Biotechnology, v. 57, p. 153-160, 2001.
FRITZE, D. Bacillus Identification Traditional Approaches. In: BERKELEY, Roger,
HEYNDRICKX, Marc, LOGAN, Niall, DE VOS, Paul. Applications and Systematics
of Bacillus and Relatives. 1. ed. Blackwell Publishing FEMS. 2002. cap. 8, p. 100-
122.
GONZÁLEZ-CANDELAS, L., ARISTOY, M.C., POLAINA, J., FLORS, A. Cloning and
Characterization of Two Genes from Bacillus polymyxa Expressing β-Glucosidase
Activity in Escherichia coli. Applied and Environmental Microbiology, v. 55, n. 12,
p. 3173-3177, 1989.
GONZY-TRÉBOUL, G., STEINMETZ, M. Phosphoenolpyruvate: Sugar
Phosphotransferase System of Bacilus subtilis: Cloning of the Region Containing the
ptsH and ptsI Genes and Evidence for a crr-Like Gene. Journal of Bacteriology, v.
169, n. 5, p. 2287-2290, 1987.
GUNATA, Z., BATONOVE, C., BAUMES, R.L., CORDONNIER, R. The aroma of
grapes. Extraction and determination of free and glycosidically bound fractions of
some grape aroma components. Journal of Chromatography. v. 331, p. 83-90,
1985.
HALL, T.A. BioEdit: a user-friendly biological sequence alignment editor and analysis
program for Windows 95/98/NT. Nucleic Acids. Symposium Series, v. 41, p. 95-98,
1999.
HASHIMOTO, W., MIKI, H., NANKAI, H., SATO, N., KAWAI, S., MURATA, K.
Molecular Cloning of Two Genes for β-D-glicosidase in Bacillus sp. GL1 and
Identification of One as a Gellan-Degrading Enzyme. Archives of Biochemistry and
Biophysics, v. 360, n. 1, p. 1-9, 1998.
HENRISSAT, B. and DAVIES, G.J. Glycosilde Hydrolases and Glycosyltransferases.
Families, Modules, and Implications for Genomics. Plant Physiology, v. 124, p.
1515-1519, 2000.
HENRISSAT, B. and DAVIES, G. Structural and sequence-based classification of
glycoside hydrolases. Current Opinion in Structural Biology, v. 7, p. 637-644,
1997.
HENRISSAT, B. and BAIROCH, A. Updating the sequence-based classification of
glycosyl hydrolases. Biochemical Journal, v. 316, p. 695-696, 1996.
HENRISSAT, B., CALLEBAU, I., FABREGA, SYLVIE, LEHN, P., MORNON, J.P.,
DAVIS, G. Conserved catalytic machinery and the prediction of a commom fold for
several families of glycosyl hydrolases. Proceedings of the National Academy of
Sciences of the United States of America , v. 92, p. 7090-7094, 1995.
HENRISSAT, B. A classification of glycosyl hydrolase based on amino acid sequence
similarities. Biochemical Journal, v.280, p. 309-316, 1991.
HÉRNANDEZ, L.F., FÉRNANDEZ-GONZÁLES, M., BRIONES, A. β-Glucosidase
activity in a Saccharomyces cerevisiae wine strain. International Journal of Food
Microbiology, v. 80, p. 171-176, 2003.
HOFMANN, K., STOFFEL, W. Tmbase – A database of membrane spanning proteins
segments. Biological Chemistry Hoppe-Seyler, v. 374, p. 166, 1993.
HOWARD, G.T. e WHITE, B. Molecular Cloning and Expression of Cellulase Genes
from Ruminococcus albus 8 in Eschericha coli Bacteriophago λ. Applied and
Environmental Microbiology, v. 54, n. 7, p. 1752-1755, 1988.
HOWARD, R.L.; ABOTSI, E.; VAN RENSBURG, J.E.L.; HOWARD, S. Lignocellulose
biotechnology: issues of bioconversion and enzyme production, African Journal of
Biotechnology, v. 2, n. 12, p. 602-619, 2003.
JACOBS, M.J.; BUGBEE, W.M.; GABRIELSON, D.A. Enumeration, location, and
characterization of endophytic bacteria within sugar beet roots. Canadian Journal of
Botany, v. 63, p. 1262-1265, 1985.
KASHIWAGI, Y., AOYAGI, C., SASAKI, T., TANIGUCHI, H. The Nucleotide
Sequence of the β-glucosidase Gene from Cellvibrio gilvus. Journal of Fermentation
and Bioengineering, v. 75, n. 3, p. 159-165, 1993.
KUMAR, C.G. Purification and characterization of a thermostable alkaline protease
from alkalophilic Bacillus pumilus. Letters in Applied Microbiology, v. 34, n. 1, p.
13-17, 2002.
KUNST, F., OGASAWARA, N., MOSZER, I., ALBERTINI, A. M., ALLONI, G.,
AZEVEDO, V., BERTERO, M. G., BESSIERES, P., BOLOTIN, A., BORCHERT, S.,
BORRISS, R., BOURSIER, L., BRANS, M., BRIGNELL, S. C., BRON, S.,
BROUILLET, S., BRUSCHI, C. V., CLADWELL, B., CAPUANO, V., CARTER, N. M.,
CHOI, S. K., CODANI, J. J., CONNERTON, I. F., DANCHIN, A., et al. The complete
genome sequence of the gram-positive bacterium Bacillus subtilis. Nature, v. 6657,
n. 390, p. 249-256, 1997.
LAEMMLI, U.K. Cleavage of structural proteins during the assembly of the head of
bacteriophage T7. Nature, v. 227, p. 680-685, 1970.
LE COQ, D., LINDNER, C., KRUGER, S., STEINMETZ, M., STULKE, J. New beta
glucosidase (bgl) genes in Bacillus subtilis: the bglP gene product has both transport
and regulatory functions similar to those of BglF, its Escherichia coli homolog.
Journal of Bacteriology, v. 177, n. 6, p. 1527-1535, 1995.
LI, Y.K., LEE, J.A. Cloning and expression of β-glucosidase from Flavobacterium
meningoseptium: A new member of family B β-glucosidase. Enzyme and Microbial
Technology, v. 24, p.144-150, 1999.
LIMA, A.O.S.; QUECINE, M.C.; FUNGARO, M.H.P.; ANDREOTE, F.D.;
MACCHERONI JUNIOR, W.Jr.; ARAÚJO, W.L.; SILVA-FILHO, M.C.; PIZZIRANI-
KLEINER, A.A.; AZEVEDO, J.L. Molecular Characterization of a β-1,4-
endoglucanase from an endophytic Bacillus pumilus strain. Applied Microbiology
and Biotechnology, 2004 in press.
LYMAR, E.S., LI, B., RENGANATHAN, V. Purification and Characterization of a
Cellulose-Binding β-glucosidase from Cellulose-Degrading Cultures of
Phanerochaete chrysosporium. Applied and Environmental Microbiology, v. 61, n.
8, p. 2976-2980, 1995.
LYND, L.R., WEIMER, P L., VAN ZYL, W.H., PRETORIUS, I.S. Microbial Cellulose
Utilization: Fundamentals and Biotechnology. Microbiology and Molecular Biology
Reviews, v. 66, n. 3, p. 506-577, 2002.
MARQUES, A.R., COUTINHO, P.M., VIDEIRA, P., FIALHO, A.M., SÁ-CORREIA, I.
Sphingomonas paucimobilis β-glucosidase Bgl1: a member of a new bacterial
subfamily in glycoside hydrolase family 1. Biochemical Journal, v. 370, p. 793-804,
2003.
MARRI, L., VALENTINI, S., VENDITTI, D. Cloning and nucleotide sequence of the
bglA gene from Erwinia herbicola and expression of β-glucosidase activity in
Escherichia coli. FEMS Microbiology Letters, v. 128, p. 135-138, 1995.
MATSUDA, S., NORIMOTO, F., MATSUMOTO, Y., OHBA, R., TERAMOTO, Y.,
OHTA, N., VEDA, S. Solubilization of a novel isoflavone glycoside hydrolyzing β-
glucosidase from Lactobacillus casei subsp. Rhamnosus. Journal of Fermentations
and Bioengimeering, v. 77, p. 439-441, 1994.
McINROY, J.A., KLOEPPER, J.W. Analysis or population densities and identification
of endophytic bacteria of maize and cotton in the field. Bulletin Crop,, v.14, p.328-
31, 1991.
NIELSEN, P., RAINEY, F.A., OUTTRUP, H., PRIEST, F.G., FRITZE, D. Comparative
16S rDNA sequence analysis of some alkaliphilic bacilli and the establishment of a
sixth rRNA group within the genus Bacillus. FEMS Microbiology Letters, v.117, p.
61-66, 1994.
NUYES, F., van ZYL, W.H., ISERENTANT, D., VERACHTERT, H., MICHIELS, C.
Heterologous expression of the Bacillus pumilus endo-beta-xylanase (xynA) gene in
yeast Sacharomyces cerevisiae. Applied Microbiology and Biotechnology, v. 56,
p. 431-434, 2001.
OUTTRUP, H., JORGENSEN, S.T. The Importance of Bacillus Species in the
Production of Industrial Enzymes. In: BERKELEY, Roger, HEYNDRICKX, Marc,
LOGAN, Niall, DE VOS, Paul. Applications and Systematics of Bacillus and
Relatives. 1. ed. Blackwell Publishing FEMS. 2002. cap. 14, p. 206-218.
PAAVILAINEN, S., HELLMAN, J., KORPELA, T. Purification, Characterization, Gene
Cloning, and Sequencing of a New β-Glucosidase from Bacillus circulans subsp.
alkalophilus. Applied and Environmental Microbiology, v. 59, n. 3, p. 927-932,
1993.
PAINBENI, E., VALLES, S., POLAINA, J., FLORS, A. Purification and
Characterization of a Bacillus polymyxa β-Glucosidase Expressed in Escherichia coli.
Journal of Bacteriology, v. 174, n. 9, p. 3087-3091, 1992.
PANBANGRED, W., KAWAGUCHI, O., TOMITA, T., SHINMYO, A., OKADA, H.
Isolation of two beta-xylosidase genes of Bacillus pumilus and comparison of their
gene products. European Journal of Biochemistry, v. 138, p. 267-273, 1984.
PANBANGRED, W., KONDO, T., NEGORO, S., SHINMYO, A., OKADA, H.
Molecular Cloning of the Genes for Xylan Degradation of Bacillus pumilus and Their
Expression in Escherichia coli. Molecular and General Genetic, v. 192, p. 335-341,
1983.
PARK, J.K., WANG, L.X., PATEL, H.V., ROSEMAN, S. Molecular Cloning and
Characterization of a Unique β-Glucosidase from Escherichia coli. Journal of
Biological Chemistry, v 277, n. 33, p. 29555-29560, 2002.
PRIEST, F.G. DNA homology in the genus Bacillus. In: Berkeley, R.C.W. &
Goodfellow, M. The Aerobic Endospore-Forming Bacteria. London: Academic
Press, 1981. p. 35 57.
ROMANIEC, M.P. M., HUSKISSON, N., BARKER, P., DEMAIN, A.L. Purification and
properties of the Clostridium thermocellum bglB gene product expressed in
Escherichia coli. Enzyme and Microbial Technology, v. 15, p. 393-400, 1993.
SAMBROOK, J., FRITSCH, E.F., MANIATIS, T., Molecular cloning a laboratory
manual. 2 ed. Cold Spring Harbor, New York: Cold Spring Harbor Laboratory Press,
1989.
SÁNCHES-TORRES, J.; PÉREZ, P., SANTAMARÍA, R.I. A cellulase gene from a
new alkalophilic Bacillus sp. (strain N186-1). Its cloning, nucleotide sequence and
expression in Escherichia coli. Applied Microbiology and Biotechnology, v. 46, p.
149-155, 1996.
SETLOW, B., CABRERA-HERNANDEZ, A., CABRERA-MARTINEZ, R.M., SETLOW,
P. Identification of aryl-phospho-β-glucosidase in Bacillus subtilis. Archives of
Microbiology, v. 181, p. 60-67, 2004.
SCHALLMEY, M., SINGH, A., WARD, O.P. Developments in the use of Bacillus
species for industrial production. Canadian Journal of Microbiology, v. 50, p. 1-17,
2004.
SCHNETZ, K., TOLOCYKI, C., RAK, B. β-Glucoside (bgl) Operon of Escherichia coli
K-12: Nucleotide Sequence, Genetic Organization, and Possible Evolutionary
Relationship to Regulatory Components of Two Bacillus subtilis Genes. Journal of
Bacteriology, v. 169, n. 6, p. 2579-2590, 1987.
STACKEBRANDT, E., SWIDERSKI, J. From Phylogeny to systematic: the
dissecation of the genus Bacillus. In: BERKELEY, Roger, HEYNDRICKX, Marc,
LOGAN, Niall, DE VOS, Paul. Applications and Systematics of Bacillus and
Relatives. 1. ed. Blackwell Publishing FEMS. 2002. cap. 2, p. 8-22.
TAJIMA, K., NAKAJIMA, K., YAMASHITA, H., SHIBA, T., MUNEKATA, M., TAKAI,
M. Cloning and Sequencing of the Beta-glucosidase Gene from Acetobacter xylinun
ATCC 23769. DNA Research, v. 8, p. 263-269, 2001.
TAKASHIMA, S., NAKAMURA, A., HIDAKA, M., MASAKI, H., UOZUMI, T. Molecular
cloning and expression of the novel fungal beta-glucosidase genes from Humicola
grisea and Trichoderma reesei. Journal of Biochemistry, v. 125, p. 728-736, 1999.
TRAON-MASSON, M.P.L., PELLERIN, P. Purification and characterization of two β-
D-glucosidases from an Aspergillus niger enzyme and specificity toward glucosylated
compounds characteristic of the processing of fruits. Enzyme and Microbiol
Technology, v. 22, p. 374-382, 1998.
WARREN, R.A.J. Microbial Hydrolysis of Polisaccharides. Annual Reviews of
Microbiology, v. 50, p. 183-212, 1996.
WITHERS, S.G., AEBERSOLD, R. Approaches to labeling and identification of active
site residues in glycosidases. Protein Science, v. 4, p. 361-372, 1995.
WOODWARD, J., WISEMAN, A. Fungal and other β-D-glucosidases – their
properties and applications. Enzyme and Microbial Technology, v. 4, p. 73-79,
1982.
WRIGHT, R.M.; YABLONSKY, M.D.; SHALITA, Z.P.; GOYAL, A.K.; EVELEIGH, D.E.
Cloning, Characterization, and Nucleotide Sequence of a Gene Encoding
Microbispora bispora BglB, a Thermostable β-Glucosidase Expressed in Escherichia
coli. Applied and Environmental Microbiology, v. 58, n. 11, p. 3455-3465, 1992.
ANEXO
ANEXO A – ARTIGO
STRUCTURAL CHARACTERIZATION OF THE bgl OPERON ENCODING 6-PHOSPHO -β-D-
GLUCOSIDASE IN AN ENDOPHYTIC Bacillus pumilus STRAIN
Este artigo será enviado para publicação na revista GENETICS and Molecular Biology
Structural characterization of the bgl operon encoding 6-phospho-β-D-
glucosidase in an endophytic Bacillus pumilus strain.
Andréa Cristina Bogas
Laboratório Genoma. CCB.Universidade Estadual de Londrina. Caixa Postal 6001.
CEP 86100-990. Londrina-Paraná.
Abstract
An aryl-phospho-β-D-glucosidase-encoding gene (bglH) of an endophytic Bacillus
pumilus strain (CL16) was cloned from a shotgun genomic library constructed in
Escherichia coli. The nucleotide sequence of the entire cloned fragment (2,484 bp)
was determined and characterized. An incomplete ORF of 534 bp (ORF1) designed
bglP and a complete ORF of 1,419 bp (ORF2) designed bglH, located into the
fragment, are organized in an operon. The protein deduced from 1,419 bp (ORF2)
has 472 amino acids residues without a characteristic signal peptide sequence,
suggesting that the enzyme is localized into the cytoplasm. The amino acids
sequence deduced from bglH gene was high similar with β-glucosidases from
glycosyl hydrolase family 1. The over-expression of the B. pumilus bglH gene in E.
coli showed a protein of 54 KDa which identity was confirmed by mass spectrometry
(MALDI-TOF).
Keywords: Bacillus pumilus, bglH, aryl-phospho-β-D-glucosidase, PTS, glycosil
hydrolase 1
Introduction
Cellulose comprises the major polymer of plant cell wall. It is an unbrached
glucose polymer composed of anhydro- ß-1,4-glucose units linked by a ß-1,4-
glycosidic bound. Enzymatic degradation of cellulose within the polisaccharide matrix
of the cell wall requires multiple related enzymes such as endoglucanases and ß-
glucosidases (Knauf and Moniruzzaman, 2004). ß-glucosidases are widespread in
microorganisms where they metabolize various carbohydrate substrates, including
aromatic glycosides like arbutin and salicin that are produced by a variety of plants
(Tajima et al., 2001, Spiridonov and Wilson, 2001, Park et al., 2002; Marques et al.,
2003, An et al., 2005). Considerable polymorphism in ß-glucosidases forms,
functions, and degradative kinetics has been found (Ogunseitan, 2003). Although
several cellulolytic enzymes released by phytopathogens are already well
characterized the knowledge about uptake and hydrolysis of carbohydrates by
endophytic microorganisms is limited. Endophyte microorganisms colonize inner
plant tissues, living in a symbiotic manner with the host species (Azevedo et al.,
2000). These microorganisms have been investigated as a source of new genes and
proteins to be used in industrial processes (Stamford et al., 2001, 2002; Pleban et al.,
1997; Reddy et al., 1996; Moy et al., 2002; Lima et al., 2004). Recently, our group
evaluated 15 endophytic strains of Bacillus spp. isolated from Citrus (Lima et al.,
2004) for cellulolytic activity. The strain CL 16 of B. pumilus showed high cellulase
activity and then it was selected for further studies. We have cloned the gene eglA
(ß-1, 4-endoglucanase) from B. pumilus and expressed it in E. coli. The
endoglucanase denoted EglA showed high termostability, which is an important
feature for biotech processes that require high temperatures (Lima et al., 2004).
In this study, we described the isolated and characterized a new locus of ß-
glucoside sugar utilization genes from the endophytic CL16 strain of B. pumilus.
Material and Methods
Bacterial strains
The endophytic B. pumilus strain (CL16) used in this work was isolated from
Citrus (Araújo et al., 2001). The E. coli strains DH10B (Invitrogen - USA), DH5a-E
TM
(Invitrogen - USA), TOP10 (Invitrogen - USA), and BL21 CodonPlus(DE3)
(Stratagene - Germany) were used for constructing the genomic library of B. pumilus,
direct cloning of the amplified DNA, and expression analyses, respectively. E coli
strains were grown in Luria Bertani (LB) medium otherwise stated.
Genomic library
A genomic shotgun library of B. pumilus CL16 constructed by our group (Lima
et al., 2004) was used. Briefly, total bacterial DNA was extracted using the Wizard
Genomic Purification Kit (Promega - USA) and fragmented by sonication (15 sec,
Ultrasonic Homogenizer CV26, Cole Parmer - USA). Fragments of 2-3 Kb were
cloned in pUC18. Recombinant plasmids were introduced by electroporation (Gene
Pulser II, Bio-Rad - USA) into competent E. coli DH10B cells (Eletromax, Invitrogen -
USA). Standard DNA manipulation techniques were performed according to
Sambrook et al (2001).
Nucleotide probe
Degenerated PCR primers (5’ATRACCTACTgNAARTTRgg3’ and
5’gCRAANCCYAgHTARACggT3’) used for amplifying a ß-glucosidase (bgl) gene
fragment were designed based on conserved amino acid regions amongst ß-
glucosidases reported for Bacillus spp. PCR reaction was prepared as usual, and the
annealing temperature of the amplification cycles was 48ºC. A fragment of 560 bp
was recovered and cloned into pUC18. Nucleotide sequence was determined using
the DYEnamic
TM
ET DYE Terminator Cycle Sequencing Kit (Amersham Biosciences
- Germany) on MegaBACE 1000 (Amersham Pharmacia Biotech - Germany). The
identity of the insert (a bgl gene fragment) was confirmed using the BLAST tools
(Altschul et al., 1997) by accessing the National Center for Biotechnological
Information (NCBI–http://www.ncbi.nlm.nih.gov)
Colonies blotting and hybridization
The genomic shotgun library of B. pumilus was screened by hybridization. A
total of 7,000 recombinant clones were blotted onto nylon membranes (Hybond
TM
–N,
0.45 µm Amersham Biosciences - Germany). The membranes were further processed
and hybridized using DIG High Prime DNA Labeling and Detection Starter Kit II,
according to manufacturer instructions (Roche - Germany). Pre-hybridization (30 min)
and hybridization (overnight) steps were carried out at 42ºC.
Sequencing the cloned fragment
The sequence of the entire cloned fragment was determined in two steps.
Firstly, using the M13 primers (Amersham Biosciences - Germany) and then with a
set of new primers (F–5´TCCAgAgATTCTTggACAAgT3´, R-
5´CACTTggAACAAATTggTgATg3´and F-5’gCATAAgCACggAATTgAgTC3’)
designed specifically for a bgl internal segment. Nucleotide sequence was
determined using the DYEnamic
TM
ET DYE Terminator Cycle Sequencing Kit
(Amersham Biosciences - Germany) on MegaBACE 1000. The plasmid isolated from
the positive clone was named pMH2.
Computer analysis
Nucleotide and amino acid sequences were analyzed by a variety of computer
programs. GeneRunner v. 3.05 (Hasting Software) was applied for primer design.
ORFFinder (NCBI) was used for find open reading frames. The CD-Search program
(NCBI) was used to reveal the protein domain. Prediction of transmembrane regions
was done by using the TMPred program (Hofmann and Stoffel, 1993). The BLAST
tools (Altschul et al., 1997), used for sequence comparisons were accessed by the
National Center for Biotechnological Information (NCBI). SignalP 3.0 (Bendtsen et al.,
2004) e Protparam (Expasy server – http://br.expasy.org/tools/protparam.html) were
used for some protein analyses. BioEdit v. 5.0.9 (Hall, 1999) was used for global
alignment among amino acid sequences.
Cloning of bgl in expression vector
To construct an expression vector for ß-glucosidase (Bgl) hyper production,
the open reading frame (ORF) of bgl, was amplified by PCR. It was used a pair of
primers denoted MHF (5’CACCATgAACAAgTTAgAAAAAACAT3’ and MHR
(5’TTAgTAATCCAAATgTTCCCCATTTg3’). The PCR condition was 30 cycles of
95°C for 2 min, 95°C for 15 sec, 56°C for 30 sec, and 68°C for 1.5 min. For DNA
polymerization the AccuPrime Pfx enzyme (Invitrogen - USA) was used. The
amplified product was cloned into the pENTR/SD/D-TOPO plasmid producing the
entry vector of the Gateway Cloning System (Invitrogen - USA). From entry vector
the bgl gene was transferred, by in vitro site-specific recombination, to the expression
vector pET-DEST42. The recombinant expression plasmid containing the bgl gene
was named pAB1. The cloned fragment was completely sequenced to confirm that
no mutations were introduced during amplification procedures.
Over-expression of bgl
Transformed E. coli BL21 CodonPlus(DE3) cells harboring the pAB1
expression vector were grown on LB medium supplemented with ampicillin (250 µg
ml
-1
) at 37°C until the log phase (OD
600nm
= 0.2). Then, IPTG (0.5 mmol/l) was added
in order to induce the pAB1 promoter to transcribe the bgl gene, and culture duration
was expanded (3 h at 37°C). After incubation, the bacterial cells were collected by
centrifugation (12,000g, 15 min, 4°C), and the proteins were analyzed by SDS-
PAGE.
SDS-PAGE
Protein concentrations were determined according to Bradford (1976) using
bovine serum albumin (1 µg/mL) as a standard. Proteins were analyzed by sodium
dodecyl sulphate/ polyacrylamide gel (12%) electrophoresis (SDS-PAGE), essentially
as described by Laemmli (1970) and stained with Coomassie blue R-250.
MALDI-TOF mass spectrometry
In order to confirm the protein identity a MALDI-TOF mass spectrometry was
carried out. The 54 kDa band was recovered from the SDS-PAGE gel and twice
incubated for 10 min in 100% acetonitrile (ACN). After complete acetonitrile
evaporation (Speed Vac Plus), the gel piece was immersed in a 250 µg/mL tripsin
solution and incubated (12 h, 32°C). To block tripsin activity and extract the peptides,
the gel piece was rinsed (three times) with ACN (50%) and formic acid (5%). After
peptide sonication (10 min), the sample (one tenth) was cleanup with C-18 Zip Tips
(Millipore) and mixed with 60% ACN and 0.1% trifluoroacetic acid (TFA). Purified
sample was mixed to a-ciana (CHCA) matrix, and 1 µl aliquot was injected in the
mass spectrometer plate.
Results and discussion
Using degenerated primers for the conserved regions of the bgl genes, a 560
bp fragment of B. pumilus was obtained and successfully cloned in pUC18. The
nucleotide sequence showed high similarity with the bglH gene from B. subtilis
subsp. subtilis strain 168 (E value=1e
-17
). The fragment was successfully used as
probe for screening the bglH gene in a shotgun genomic library constructed from the
CL16 strain of B. pumilus. Only one positive transformant was recovered from 2,400
colonies. The recombinant plasmid isolated from this clone was denoted pMH2. The
presence of the bglH gene was confirmed by sequencing. Two open reading frames
were found to compose the insert: an incomplete ORF of 534 bp (ORF1) and a
complete one with 1,419 bp (ORF2), which present high similarity with the bglP and
bglH genes, respectively, both from B. subtilis subsp. subtilis strain 168 (Kunst et al.,
1997).
The bglP gene from B. subtilis encodes an aryl-beta-glucoside-specific
enzyme II of the phosphoenolpyruvate
sugar: phosphotransferase system (PTS),
whereas the bglH gene product functions as
an aryl-phospho-beta-D-glucosidase (Le
Coq et al., 1995, Setlow et al., 2004). The β-glucoside utilization pathways that rely
upon the PTS for
carbohydrate uptake have been characterized in several bacteria
(Krüger and
Hecker, 1995, Lai et al., 1997, Brown and Thomson, 1998, Brehm et al.,
1999, Marasco
et al., 1998, An et al., 2005), but not in B. pumilus. According to An et
al (2005) the discovery of new PTS-related sequences in bacterial genomes
continues, and suggests that PTSs might have additional unknown functions.
The nucleotide sequence of the entire insert (2,484 bp) and the deduced
protein sequence of the bglH gene from B. pumilus are shown in Figure 1. The ORF1
was upstream from the ORF2, and there is a 24 bp sequence between them.
The absence of a promoter sequence between the ORFs here identified and
their similarity with the operon described for B. subtilis strain 168 (Entrez Gene–NCBI
server) support that they are organized into an operon.
The 1,419-nucleotide-long ORF2 has a GC content of 41.6%. It is preceded by
a potential ribosome binding site (AGGAGG) that is 9 bp upstream from the putative
ATG start codon but, as expected, with no adjacent promoter sequence. Downstream
the TAA stop codon, no sequence resembling a rho-independent transcriptional
terminator could be identified. The protein deduced from the ORF-complete
sequence has 472 amino acid residues with a deduced molecular mass of 53.9 kDa
and a pI of 4,97. The CDSearch program (NCBI server) revealed that the BglH has a
single domain that is constituted by the glycosyl hydrolase family 1 (GH1) sequence,
covering 464 residues from the amino acid 4 up to 468.
The deduced amino acid sequence of B. pumilus BglH was compared to other
BglH sequences deposited at NCBI GenBank (Figure 2). Based on the comparison
the enzyme here studied is similar to that described from several Bacillus species: B.
halodurans (gi 10173219), B. subtilis strain 168 (gi 7435440), B. cereus (gi
52144364), B. thuringiensis (gi 49477027), B. licheniformis (gi 52082495), B. clausii
(gi 56965550). The regions of catalytic acid Glu
175
e the catalityc nucleophile Glu
369
found in the B. pumilus BglH are active sites of the family 1 proteins that hydrolyze
glucosidic bonds by acid/base catalysis (Withers and Aebersold, 1995).
The amino acid sequence of the BglH protein is essentially hydrophilic
(TMPred program). The absence of a signal peptide sequence (SignalP 3.0 program)
suggests that the enzyme is localized intracellularey as mostly of the bacterial ß-
glucosidase (Bhatia et al., 2002 and references therein).
The bglH was sub-cloned into an expression vector using the Gateway
Cloning System (Invitrogen - USA). According to Twerdochlib et al (2003)
explanation, this system allows direct cloning of amplified DNA fragments using site-
specific recombination (att), thus replacing the restriction endonuclease and ligase
steps of regular cloning. The att recombination sites were presents in the
pENTR/SD/D-TOPO allowing the recombination of amplified DNA fragment with the
pET-DEST42 plasmid. The sub-cloned fragment was successfully transferred into the
expression vector pET-DEST42 by site-specific recombination. The plasmid obtained
with the appropriate orientation was denoted pAB1.
After using IPTG to induce the pAB1 promoter, a strong band of 54 kDa was
detected by SDS-PAGE analysis (Figure 3) suggesting the over-expression of the B.
pumilus bglH gene in E. coli. This molecular mass is consistent with the one
predicted from the nucleotide sequence data. The over-expressed protein was
subjected to digestion with trypsin followed by peptide fingerprint analysis by matrix
assisted laser desorption ionization time-of-flight mass spectrometry (MALDI-
TOF/MS). The provided peptide masses were equivalent to the ones predicted,
confirming that the over-expressed 54 KDa-band was in fact the BglH protein of B.
pumilus. The enzyme activity against aryl-phospho-β-D-glucosides was not
measured because unfortunately there is not a commercial supplier for this substrate.
Concluding, this study presents a new gene cloned from the endophyte B.
pumilus. The gene and its amino acid sequence were fully characterized, but further
studies are necessary to evaluate the enzyme properties.
Acknowledgments
We would like to thank Dr. Fábio de Oliveira Pedrosa (GENOPAR Consortium
Coordinator) for provinding us laboratory facilities. This work was partially supported
by CNPq. A. C. Bogas is grateful to CAPES.
References
Altschul SF, Madden TL, Schäffer AA, Zhang J, Zhang Z, Miller W and Lipman DJ
(1997) Gapped blast and psi-blast: a new generation of protein database search
programs. Nucleic Acids Res 25:3389-3402.
An CL, Lim WJ, Hong SY, Shin EC, Kim MK, Lee JR, Park SR, Woo JG, Lim YP and
Yun HD (2005) Structural and biochemical analysis of the asc operon encoding
6-phospho-beta-glucosidase in Pectobacterium carotovorum subsp.
carotovorum LY34. Res Microbiol 156:145-153.
Araújo WL, Maccheroni Jr.W, Aguilar-Vildoso CI, Barroso PAV, Saridakis HO and
Azevedo JL (2001) Variability and interaction between endophytic bacteria and
fungi isolated from leaf tissues of citrus rootstocks. Can J Microbiol 47:229-236.
Azevedo JL, Maccheroni Jr.W, Pereira JO and Araújo WL (2000) Endophytic
microorganisms: a review on insect control and recent advances on tropical
plants. Eletron J Biotechnol 3:40-65.
Bendtsen JD, Nielsen H, von Heijine G and Brunak S (2004) Improved prediction of
signal peptides: SignalP 3.0. J Mol Biol 340:783-795.
Bhatia Y, Misha S and Bisaria VS (2002) Microbial β-glucosidases: cloning,
properties and applications. Crit Rev Biotechnol 22:375-407.
Bradford MM (1976) A rapid and sensitive method for the quantitation of microgram
quantities of protein utilizing the principle of protein-dye binding. Anal Biochem
72:248-254.
Brehm K, Ripio MT, Kreft J and Vazquez-Boland JA (1999) The bvr locus of Listeria
monocytogenes mediates virulence gene repression by β-glucosides. J
Bacteriol 181:5024-5032.
Brown GD and Thomson JA (1998) Isolation and characterization of an aryl-β-D-
glucoside uptake and utilization system (abg) from the gram-positive ruminal
Clostridium species C. longisporium. Mol Gen Genet 257:213-218.
Hall TA (1999) BioEdit: a user-friendly biological sequence alignment editor and
analysis program for Windows 95/98/NT. Nucleic Acids Symp Ser 41:95-98.
Hofmann K and Stoffel W (1993) Tmbase – A database of membrane spanning
proteins segments. Biol Chem Hoppe Seyler 374:166.
Knauf M and Moniruzzaman M (2004) Lignocellulosic biomass processing: a
perspective. Int Sugar J 106:147-150.
Kunst F, Ogasawara N, Moszer I, Albertini AM, Alloni G, Azevedo V, Bertero MG,
Bessieres P, Bolotin A, Borchert S, Borriss R, Boursier L, Brans M, Brignell SC,
Bron S, Brouillet S, Bruschi CV, Cladwell B, Capuano V, Carter NM, Choi SK,
Codani JJ, Connerton IF, Danchin A, et al (1997) The complete genome of the
gram-positive bacterium Bacillus subtilis. Nature 6657:249-256.
Krüger S and Hecker M (1995) Regulation of the putative bglPH operon for aryl-β-
glucoside utilization in Bacillus subtilis. J. Bacteriol 177:5590-5597.
Laemmli UK (1970) Cleavage of structural proteins during the assembly of the head
of bacteriophage T7. Nature 227:680-685.
Lai X, Davis FC, Hespell RB and Ingram LO (1997) Cloning of cellobiose
phosphoenolpyruvate-dependent phosphotransferase genes: functional
expression in recombinant Escherichia coli and identification of a putative
binding region for disaccharides. Appl Environ Microbiol 63:355-363.
Le Coq D, Lindner C, Krüger S, Steinmetz M and Stülke J (1995) New β-glucoside
(bgl) genes in Bacillus subtilis: the bglP gene product has transport and
regulatory functions similar to those of BglF, its Escherichia coli homolog. J
Bacteriol 177:1527-1535.
Lima AOS, Quecine MC, Fungaro MHP, Andreote FD, Maccheroni W Jr, Araujo WL,
Silva-Filho MC, Pizzirani-Kleiner, AA and Azevedo JL (2004) Molecular
characterization of a β-1,4-endoglucanase from an endophytic Bacillus pumilus
strain. Appl Microbiol Biotechnol IN PRESS.
Marasco R, Muscariello L, Varcamonti M, De Felice M and Sacco M (1998)
Expression of the bglH gene of Lactobacillus plantarum is controlled by carbon
catabolite repression. J Bacteriol 180:3400-3404.
Marques AR, Coutinho PM, Videira P, Fialho AM and Sá-Correia I (2003)
Sphingomonas paucimobilis β-glucosidase Bgl1: a member of a new bacterial
subfamily in glycoside hydrolase family 1. Biochem J 370:793-804.
Moy M, Li HM, Sullivan R, White Jr. JF and Belanger FC (2002) Endophytic fungal β-
1,6-glucanase expression in the infected host grass. Plant Physiol 130:1298-
1308.
Ogunseitan AO (2003) Biotechnology and industrial ecology: new challenges for a
changing global environment. Afr J Biotechnol 2:596-601.
Park JK, Wang LX, Patel HV and Roseman S (2002) Molecular cloning and
characterization of a unique β-glucosidase from Escherichia coli. J Biol Chem
277:29555-29560.
Pleban S, Chernin L and Chet I (1997) Chitinolytic activity of an endophytic strain of
Bacillus cereus. Lett Appl Microbiol 25:284-288.
Reddy PV, Lam CK and Belanger FC (1996) Mutualistic fungal endophytes express a
proteinase that is homologous to proteases suspected to be important in fungal
pathogenicity. Plant Physiol 111:1209-1218.
Sambrook J and Russel DW (2001) Molecular cloning a laboratory manual, vol 1, 3rd
edition. Cold Spring Harbor Laboratory Press, New York.
Stamford TL, Stamford NP, Coelho LC and Araujo JM (2001) Production and
characterization of a thermostable alpha-amylase from Nocardiopis sp.
endophyte of yam bean. Bioresour Technol 76:137-141.
Stamford TL, Stamford NP, Coelho LC and Araujo JM (2002) Production and
characterization of a thermostable glucoamylase from Streptosporangium sp.
endophyte of maize leaves. Bioresour Technol 83:105-109.
Setlow B, Cabrera-Hernandez A, Cabrera-Martinez RM and Setlow P (2004)
Identification of aryl-phospho-β-D-glucosidases in Bacillus subtilis. Arch
Microbiol 181:60-67.
Spiridonov NA and Wilson DB (2001) Cloning and biochemical characterization of
BglC, a β-glucosidase from the cellulolytic actinomycete Thermobifida fusca.
Curr Microbiol 42:295-301.
Tajima K, Nakajima K, Yamashita H, Shiba T, Munekata M and Takai M (2001)
Cloning and sequencing of the beta-glucosidase gene from Acetobacter xylinun
ATCC 23769. DNA Res 8:263-269.
Twerdochlib AL, Chubatsu LS, Souza EM, Pedrosa FO, Steffens MBR, Yates MG
and Rigo LU (2003) Expression, purification, and DNA-binding activity of the
solubilized NtrC protein of Herbaspirillum seropedicae. Protein Expr Purif
30:117-123.
Withers SG and Aebersold R (1995) Approaches to labeling and identification of
active site residues in glycosidases. Protein Sci 4:361-372.
Figure Legends
Figure 1. Nucleotide sequence characterization of the ORF bglH found into the
selected fragment from the genomic library of B. pumilus. Start and stop codons and
the ribosome-bounding site (RBS) are underlined.
Figure 2. Multiple alignment of amino acids sequence predicted from bglH gene from
some Bacillus species: B. halodurans (gi 10173210), B. subtilis strain 168 (gi
7435440), B. cereus (gi 52144364), B. thuringiensis (gi 49477027), B. licheniformis
(gi52082495), B. clausii (gi 56965550) and B. pumilus obtained in the present study.
Asterisks shows amino acids conserved in all sequences analyzed. The regions of
catalytic acid Glu
175
and the catalytic nucleophile Glu
369
are boxed.
Figure 3. The BglH protein over-expression in E. coli BL21 CodonPlus(DE3) were
analysed by 12% SDS-PAGE. Proteins were Coomassie blue R-250 stained. Lane 1,
lysate from untransformed cells not induced with IPTG ; Lane 2, lysate from
untransformed cells induced with IPTG; Lane 3, lysate from transformed cells with
pAB1 not induced with IPTG; Lane 4, lysated from transformed cells with pAB1
induced with IPTG. Molecular weight markers (MW) are indicated in KDa. Arrows
indicate the BglH protein.
1 TTCTCGGATTCAAAGATGTACCAGTGAAAGATGATACAAAAGCAGACAAACCAGAAGAAA
61 AGAAAGACACAGCAGCACTTCAAAATGAAGTGGTACAAAGCCCACTTGAAGGTCAACTAA
121 AGCCGCTCAATCAAGTAAATGATGCAACGTTCTCTAATGAAATCATGGGCAAAGGTGCAG
181 CCATTGTACCAACAGCTGGGCGTGTTGTAGCACCGTTCAACGGCAAGGTTGAAACCATTT
241 TCCACACAAAACATGCCATTGGCTTGAAGAGTGAACAAGGTACAGAACTTCTCATTCATG
301 TCGGGATTGACACGGTAAAACTTGGCGGAAAGTATTTCACAAGTCATGTGCAATCAGGTG
361 ATCTGATTCAAGCAGGAGATGTACTCATTGATTTTGATATCGAGGGCATTCAGCAAGAAG
421 GCTATGATGTCACCACACCTGTTATTGTCACCAACACGAATGATTATGCACAAGTTGATG
481 CGAAAACAGATGGAACGATTACAGTAAAAGAGACACTGCTTACAGTCAGTGTAGAAGAAA
541 AAGAGGAGGGTATTCAACATGAACAAGTTAGAAAAAACATTTCCTAAAGGTTTCTTATGG
RBS M N K L E K T F P K G F L W
601 GGCGGCGCTGTTGCAGCCAACCAAGTTGAAGGCGCATATAATCAAGATGGAAAAGGCTTA
G G A V A A N Q V E G A Y N Q D G K G L
661 TCGACAGCTGATGTATCACCAAATGGTATTATGCACCCATTCGATGAATCAATGAAAGAC
S T A D V S P N G I M H P F D E S M K D
721 CTTAACTTATATCATGATGCAATCGATTTCTACCATCGCTATAAAGAAGATATTGCACTC
L N L Y H D A I D F Y H R Y K E D I A L
781 TTTGCAGAAATGGGATTCAAGTGCTTCAGACTATCCATTTCTTGGCCGCGTATTTTCCCA
F A E M G F K C F R L S I S W P R I F P
841 AATGGCGACGATGCGGAACCGAATGAAGCAGGCCTCGCTTTTTATGAAAAAGTATTTGAT
N G D D A E P N E A G L A F Y E K V F D
901 GAACTGCATAAGCACGGAATTGAGTCAGTTGTCACCATCTCTCACTATGAAATGCCGCTC
E L H K H G I E S V V T I S H Y E M P L
961 GCACTTGTGAAAAACTACGGCGGATGGAGAAACCGCAAGCTTGTCGATCTTTATGAAACA
A L V K N Y G G W R N R K L V D L Y E T
1021 TACGCGAAAACATTGTTCACTCGCTTTAAAGACAAAGTGAAATATTGGATGACATTCAAT
Y A K T L F T R F K D K V K Y W M T F N
1081 GAAATCAATGTCGTGTTACATGCGCCTTTCACTGGCGGCGGACTTGTATTTGAAGAGGGT
E I N V V L H A P F T G G G L V F E E G
1141 GATGACGAGAAAAGCATTCAATATCAAGCAGCGCATCACCAATTTGTTGCAAGTGCTTTG
D D E K S I Q Y Q A A H H Q F V A S A L
1201 GCTGTCAAAGCAGGACACGAAATCATTCCTGATGCGAAAATCGGCTGTATGATTGCAGCG
A V K A G H E I I P D A K I G C M I A A
1261 ATGACAACTTATCCGTACAGCTCAAGACCAGAAGATATGTTTGCTGCAATTGAGCAAGAC
M T T Y P Y S S R P E D M F A A I E Q D
1321 CGTAAAACATTATTCTTCTCAGATGTACAGGCAAGAGGTTATTACCCAGGTTACATGAAA
R K T L F F S D V Q A R G Y Y P G Y M K
1381 CGTTATTTCCTTGAAAATGACATCAACATCGAGTTCCAAGAAGGGGACGAAGACATTTTA
R Y F L E N D I N I E F Q E G D E D I L
1441 AGAAACCATACAGTGGACTATATTGGCTTCAGTTATTATATGAGCTTTGTGACAAGTACA
R N H T V D Y I G F S Y Y M S F V T S T
1501 GATCCAGAGATTCTTGGACAAGTGACTGGCGGTAACTTATTTGAAGGTGTGAAAAACCCT
D P E I L G Q V T G G N L F E G V K N P
1561 TATCTAGAAGCAAGTGATTGGGGCTGGCAAATTGATCCGAAAGGACTTCGTACAACACTG
Y L E A S D W G W Q I D P K G L R T T L
1621 AATCAGCTGTATGACCGCTACCAAAAGCCATTGTTTATCGTAGAAAATGGATTGGGTGCT
N Q L Y D R Y Q K P L F I V E N G L G A
1681 GTCGATCAAGTAGAAGAAGACGGATCAATTCAAGACGATTACCGAATTGATTACCTCAGA
V D Q V E E D G S I Q D D Y R I D Y L R
1741 AGCCATTTGCTAGAGGCGAGAGAAGCGATCGCAGACGGAGTTGACCTGATCGGTTATACA
S H L L E A R E A I A D G V D L I G Y T
1801 AGCTGGGGCCCAATTGACCTTGTCAGCGCATCAACGGCTGAAATGAAAAAACGCTACGGC
S W G P I D L V S A S T A E M K K R Y G
1861 TTCATTTATGTTGACCGTGATAATGAAGGAAACGGTACATTAGATAGAAAGAAAAAGAAA
F I Y V D R D N E G N G T L D R K K K K
1921 AGCTTCGATTGGTATAAACAAGTGATTGCGACAAATGGGGAACATTTGGATTACTAA ACA
S F D W Y K Q V I A T N G E H L D Y
1981 GAGAAAATATTGTTTCGATCCTTTAAGAACATATAGTGTCTTGAAACGGTGATAACAATT
2041 TGAATCAGGCATTATCATTCATTGGGTCTCCTCTAGGGGCATGATGGGTGATAATGCCTT
2101 TTTTATGAAAAAGACAAAATCGAACAAAAAATAAACCACACTTCAAATGGTTGCGTGGTT
2161 CAAATAAATCATATGATCGGAGTTTTGAGCTTCATACATTGGTTTTAATTCGGTAATACC
2221 TATTCTTCAAGTATTTCTTTTATATCTTCAATGATTAGGGTATTTAAAATTAAATTCTAG
2281 TAGACTTAACCCTTTCCCAATTGTGGTCTAAGAAAAGAATCCTATTCTCTAATGGTTATC
2341 AGCAGCAATTCTGTCTTCAATTCAGTAATTATACATCTGAATCTTTCTCCACTGTATGAA
2401 TTCATAATCAATGTTATAAAATTTAACTAGCTCAGGATAGACTATTAATAACTTGGTAGT
2461 ACTACTGGAACTAGTCAGTCAGCT
Figure 1. Bogas, AC
B cereus 1 --MSKVIFPKGFLWGGAIAANQVEGAYVEDGKGLTTVDLLPTGENRWDIMKGNIHSFTPV
B.thuringiensis 1 --MSKVIFPKGFLWGGAIAANQVEGAYVEDGKGLTTVDLLPTGENRWDIMKGNIHSFTPV
B.halodurans 1 --MSKHSFPEGFLWGGAIAANQAEGAYLEDGKGLTLVDLLPTGQKRWDVMLGKLDSFTPL
B.clausii 1 --MSNYKFPDGFLWGGAIAANQAEGAYLEGGKGLTIVDLLPTGEQRRAIMEGYVQSLIPE
B.subtilis 1 MSSNEKRFPEGFLWGGAVAANQVEGAYNEGGKGLSTADVSPNG---------IMSPFDES
B.licheniformis 1 MTEQTKKFPEGFLWGGAVAANQVEGAYNVGGKGLSTADVSPNG---------VMYPFDES
B.pumilus 1 MNKLEKTFPKGFLWGGAVAANQVEGAYNQDGKGLSTADVSPNG---------IMHPFDES
consensus 1 .. . **.*******.****.****...****...*..*.* . .. . . .. .
B.cereus 59 EGEFYPSHEAIDFYHRYKEDIALFAEMGFKALRVSIAWTRIFPNGDDEKPNEAGLQFYED
B.thuringiensis 59 EGEFYPSHEAIDFYHRYKEDIALFAEMGFKALRVSIAWTRIFPNGDDEKPNEAGLQFYDN
B.halodurans 59 EGEFYPSHEAIDFYHRYQEDVALLAEMGFKAFRLSISWARIFPNGDDPEPNEKGLQFYDD
B.clausii 59 EGVYYPSHEAIDFYHRYKEDIKLFAEMGFKALRVSIAWARIFPTGEDEEPNEDGLLFYDR
B.subtilis 52 MTSLNLYHNGIDFYHRYKEDIALFAEMGFKAFRTSIAWTRIFPNGDEEEPNEEGLRFYDD
B.licheniformis 52 MESLNLYHEGIDFYHRYKEDIALFAEMGFKAFRTSIAWTRIFPNGDETEPNEEGLEFYDR
B.pumilus 52 MKDLNLYHDAIDFYHRYKEDIALFAEMGFKCFRLSISWPRIFPNGDDAEPNEAGLAFYEK
consensus 61 .......*..*******.**..*.******..*.**.*.****.*....*** ** **.
B.cereus 119 LFDELLKHDIEPVVTMAHFDVPVHLVEKYGSWRSRKLVNFFETYAKTIFNRYKDKVKYWM
B.thuringiensis 119 LFDELLKHDIEPVVTMAHFDVPIHLVEKYGSWRSRKLVDFFETYAKTIFNRYKDKVKYWM
B.halodurans 119 LFDELLKYNIQPVVTMAHFDVPVHLIESYGGWRSRKLVGLFETYAKTILSRYKDKVKYWM
B.clausii 119 LFNELLAHNIEPVVTLAHFDVPVHLIEKYGSWRSRKLVGLFEMYAKTVFTRYKNKVKYWM
B.subtilis 112 LFDELLKHHIEPVVTISHYEMPLGLVKNYGGWKNRKVIEFYERYAKTVFKRYQHKVKYWM
B.licheniformis 112 LFDELLKYNIEPVVTISHYEMPLGLIKKYGGWKNRKVIDCYEHYAKTVFTRYKEKVKYWM
B.pumilus 112 VFDELHKHGIESVVTISHYEMPLALVKNYGGWRNRKLVDLYETYAKTLFTRFKDKVKYWM
consensus 121 .*.**... *..***..*...*..*...**.*..**... .*.****...*...******
B.cereus 179 TFNEINMLLHLPFMGAGLAFKEGDNKKQIQYQAAHHQLVASALAVKACHEIIPDAKIGCM
B.thuringiensis 179 TFNEINMLLHLPFMGAGLAFKEGDNKKQIQYQAAHHQLVASALAVKACHEIIPDAKIGCM
B.halodurans 179 TFNEINMLLHLPFVGAGLVFKEGENKKQIQYQAAHHQLVASSLAVKACHELIPDAKIGCM
B.clausii 179 TFNEINMLLHLPFLGAGLVFKEGDNKQQIQYQAAHHQLVASALAVKACHEIIPDAKIGCM
B.subtilis 172 TFNEINVVLHAPFTGGGLVFEEGENKLNAMYQAAHHQFVASALAVKAGHDIIPDSKIGCM
B.licheniformis 172 TFNEINMVLHAPFTGGGLVFEEGENKLNAMYQAAHHLFVASALAVKAGHDIIPDAKIGCM
B.pumilus 172 TFNEINVVLHAPFTGGGLVFEEGDDEKSIQYQAAHHQFVASALAVKAGHEIIPDAKIGCM
consensus 181 ******..**.**.*.**.*.**.......******..***.*****.*..***.*****
B.cereus 239 LAAGATYPYTCNPDDVLRAMEQDRESFFFIDVQARGAYPGYAKRFFKDNNVTIEMEKEDE
B.thuringiensis 239 LAAGATYPYTCNPDDIQRAMEQDRESFFFIDVQARGAYPGYAKRFFTDNNVTIEMEKEDE
B.halodurans 239 LAAGATYPYTCHPNDVFEAMTKDRESFFFIDVQSRGEYPGYAKRFFRDHNIVIDMEEGDE
B.clausii 239 LAAGSFYPYTCNPKDIFKGMEKDRESYFFIDVQSRGEYPPYAMRFFKDNQLDIAMEPGDT
B.subtilis 232 IAATTTYPMTSKPEDVFAAMENERKTLFFSDVQARGAYPGYMKRYLAENNIEIEMAEGDE
B.licheniformis 232 IAATTTYPMTPKPEDVLAAMENERRTLFFSDVQARGAYPGYMKRFFKENGITIEMAEGDE
B.pumilus 232 IAAMTTYPYSSRPEDMFAAIEQDRKTLFFSDVQARGYYPGYMKRYFLENDINIEFQEGDE
consensus 241 .**...**....*.*.. .....*...**.***.**.**.*..*....... *.....*.
B.cereus 299 EILKEHTVDYIGFSYYASRATSTDPEVLKSITSGNVFGSVENPYLEKSEWGWTIDPKGFR
B.thuringiensis 299 AILKEHTVDYIGFSYYASRATSTDPEVLKSITSGNVFGSVENPYLEKSEWGWTIDPKGFR
B.halodurans 299 ALLKNHTVDYIGFSYYASRVTSTDPEVLKNITSGNVFGSVENPYLEKSEWGWTIDPKGFR
B.clausii 299 ELLKAHTVDYIGFSYYSSRTTSTDPEVNKNQTTGNVFGSIVNPYLEKSEWGWTIDPLGFR
B.subtilis 292 ELLKEHTVDYIGFSYYMSMAASTDPEELAKSGG-NLLGGVKNPYLKSSEWGWQIDPKGLR
B.licheniformis 292 DILKENTVDYIGFSYYMSMVASTSPEDLAKTEG-NLLGGVKNPYLESSEWGWQIDPKGIR
B.pumilus 292 DILRNHTVDYIGFSYYMSFVTSTDPEILGQVTGGNLFEGVKNPYLEASDWGWQIDPKGLR
consensus 301 ..*...********** *. .**.**... ....*..... ****..*.***.***.*.*
B.cereus 359 ITANQLYDRYQKPLFVVENGLGAIDELNDADAVNDAYRIDYLEKHIIEMSEAIQDGVDII
B.thuringiensis 359 ITANQLYDRYQKPLFVVENGLGAIDQLNDEDEVNDAYRIDYLEKHMIEMSEAIQDGVDII
B.halodurans 359 TTANQLYDRYQKPLFVVENGLGAVDDVTLEGEINDEYRIDYLRKHIAEMAEAIADGVDII
B.clausii 359 ITANQLYDRYQKPLFVVENGLGAVDEWNEEGQIDDSYRIDYLGSHLAALGEAIKDGVEII
B.subtilis 351 ITLNTLYDRYQKPLFIVENGLGAVDKVEEDGTIQDDYRINYLRDHLIEAREAIADGVELI
B.licheniformis 351 ITLNTLYDRYQKPLFIVENGLGAVDVVEEDGSIQDDYRINYLRDHLKEVREAIADGVDLI
B.pumilus 352 TTLNQLYDRYQKPLFIVENGLGAVDQVEEDGSIQDDYRIDYLRSHLLEAREAIADGVDLI
consensus 361 .*.*.**********.*******.* . ... ..*.***.**. *.... ***.***..*
B.cereus 419 GYTSWGPIDLVSASTGEMKKRYGYIYVDKDNEGKGSLKRSKKKSFDWYKEVIKTNGESLE
B.thuringiensis 419 GYTSWGPIDLVSASTGEMKKRYGYIYVDKDNEGKGSLKRSKKDSFNWYKEVIATNGGSLE
B.halodurans 419 GYTSWGPIDVVSASTGEMKKRYGYIYVDRDNEGKGSLKRMKKKSFHWYKKVIETNGEKR-
B.clausii 419 GYTSWGPIDIVSASSGEMKKRYGYIYVDRDNEGNGTLNRAKKASFDWYKQVIATNGESL-
B.subtilis 411 GYTSWGPIDLVSASTAEMKKRYGFIYVDRDNEGNGTFNRIKKKSFNWYQQVIATNGESL-
B.licheniformis 411 GYTSWGPIDLVSASTAEMKKRYGYIYVDRDNEGKGTLSRTRKKSFYWYKKVIETNGESL-
B.pumilus 412 GYTSWGPIDLVSASTAEMKKRYGFIYVDRDNEGNGTLDRKKKKSFDWYKQVIATNGEHLD
consensus 421 *********.****..*******.****.****.*.. * .*.** **. **.***...
Figure 2. Bogas, AC
Figure 3. Bogas, AC
MW 1 2 3 4
94
43
30
67
20
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo