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Aline Witaicenis
Caracterização Farmacoquímica de
Drimys angustifolia Miers.
Dissertação apresentada ao Instituto de
Biociências da Universidade Estadual
Paulista, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Mestre em Ciências
Biológicas, Área de Concentração:
Farmacologia
.
Orientador: Prof. Dr. Luiz Claudio Di Stasi
Botucatu
2006
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Aline Witaicenis
Caracterização Farmacoquímica de
Drimys angustifolia Miers.
Dissertação para obtenção do grau de mestre
Comissão julgadora
Presidente e orientador: Prof. Dr. Luiz Claudio Di Stasi
2º Examinador: Prof(a). Dr(a). Clélia Akiko Hiruma-Lima
3º Examinador: Dr(a). Fabiana Gaspar Gonzalez
4º Examinador: Prof(a). Dr(a) Cláudia Pellizon
5º Examinador: Prof(a). Dr(a) Elfriede M. Bacchi
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Auxílio Financeiro: CAPES
(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior)
Dados Curriculares
Aline Witaicenis
Nascimento: 27/03/1980- São Manuel/SP
Filiação: Sebastião Borges Witaicenis
Liliana Tomazini Witaicenis
1999/2003- Curso de Graduação em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas
Universidade Estadual Paulista – UNESP- Bauru/SP
“Talvez não tenhamos conseguido fazer o
melhor,
mas lutamos para que o melhor fosse
feito...”.
Não somos o que deveríamos ser, não somos
o que iremos ser, mas graças a Deus não
somos mais o que éramos.”
(Martin Luther King)
Dedicatória
DedicatóriaDedicatória
Dedicatória
Dedico esta conquista as pessoas mais importantes da minha vida:
Sebastião, Liliana, Danilo e Luciano
Sebastião, Liliana, Danilo e LucianoSebastião, Liliana, Danilo e Luciano
Sebastião, Liliana, Danilo e Luciano.
"A possibilidade de realizarmos um sonho é o
que torna nossa vida interessante"
(Paulo Coelho)
Agradecimentos
A
Deus
DeusDeus
Deus
, por ser minha força interior, meu conselheiro e meu guia, obrigada por fazer de mim
o que sou.
“...seja feita a Vossa vontade...”
A meus pais,
Liliana e Sebastião
Liliana e SebastiãoLiliana e Sebastião
Liliana e Sebastião
,
,,
, por tudo que me ensinaram durante toda a minha vida,
pelo amor, carinho, paciência, confiança em mim depositada, pelo sacrifício que fizeram para
que eu pudesse chegar até aqui, pois sem eles, nada disso seria possível.
A meu irmão
Danilo
DaniloDanilo
Danilo
, peço desculpas, pelas vezes que não pude estar presente em sua vida,
pelos conselhos não dados, pelas conversar que deixamos de ter, pelos momentos que
deixamos de estar juntos. Obrigada pelo carinho, compreensão e amizade.
"O amor é a força mais abstrata, e também a mais
potente, que há no mundo"
Mahatma Gandhi
Mahatma GandhiMahatma Gandhi
Mahatma Gandhi
Ao
Luciano
LucianoLuciano
Luciano
, meu porto seguro, meu motivo de seguir em frente. Obrigada por tudo o que
você representa em minha vida, obrigada pela paciência, compreensão, carinho, amor e
amizade.
“Ser profundamente amado por alguém nos dá força;
Amar alguém profundamente nos dá coragem.”
Lao-Tseu
A meus tios
Fábio
Fábio Fábio
Fábio
e
Elaine
ElaineElaine
Elaine
por estarem sempre presentes em minha vida, obrigada pelo
carinho e amizade.
A
Ana
AnaAna
Ana
que com seu jeitinho discreto, sempre tem uma palavra amiga e está sempre torcendo
por mim. Obrigada por tudo.
A
Erika
ErikaErika
Erika
, pela amizade que construímos, por toda ajuda nos experimentos e por me
“contagiar” com seu amor pelo cerrado.
Ao
Leonardo
LeonardoLeonardo
Leonardo
por tudo que me ensinou, por toda ajuda que me deu, e pela amizade que se
segue.
A
Carol, Déborah, Patrícia, Silvia, e Thays
Carol, Déborah, Patrícia, Silvia, e ThaysCarol, Déborah, Patrícia, Silvia, e Thays
Carol, Déborah, Patrícia, Silvia, e Thays
pela ajuda quando precisei, Obrigada pelo
apoio, pelo carinho e pela amizade que espero que dure para sempre.
"Cada amigo novo que ganhamos na vida, nos
aperfeiçoa e enriquece, não pelo que nos dá, mas pelo
quanto descobrimos de nós mesmos. Ser amigo não é
coisa de um dia.... são gestos, palavras, sentimentos
que se solidificam no tempo e não apagam jamais."
A
Professora Noeli
Professora NoeliProfessora Noeli
Professora Noeli
por me auxiliar nos experimentos, por discutir os resultados comigo e
pelos valiosos ensinamentos.
A
Professora Clélia
Professora CléliaProfessora Clélia
Professora Clélia
que sempre esteve pronta para ajudar, obrigada pelas dicas, pelos
livros e pela amizade.
Aos
funcionários do departamento de farmacologia,
Aninha, Paulão, Cris, Luiz e
Aninha, Paulão, Cris, Luiz e Aninha, Paulão, Cris, Luiz e
Aninha, Paulão, Cris, Luiz e
Janete
Janete Janete
Janete
obrigada pelos serviços prestados e pela amizade.
A
Glória
GlóriaGlória
Glória
por passar a fazer parte da minha vida no momento em que eu mais precisava,
obrigada pelos valiosos conselhos.
A
Regina
ReginaRegina
Regina
e
a
Ingrid
IngridIngrid
Ingrid
, obrigada pelas caronas e pelas palavras de apoio.
Enfim, a todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para que esse trabalho
pudesse ser realizado e eu pudesse concluir mais essa etapa da minha vida.
"Se eu pudesse deixar algum presente à
vocês, deixaria aceso o sentimento de amor à vida
dos seres humanos. A consciência de aprender
tudo o que nos foi ensinado pelo tempo afora.
Lembraria os erros que foram cometidos, como
sinais para que não mais se repetissem. A
capacidade de escolher novos rumos. Deixaria
para vocês, se pudesse, o respeito àquilo que é
indispensável: além do pão, o trabalho e a ação.
E, quando tudo mais faltasse, para vocês eu
deixaria, se pudesse, um segredo. O de buscar no
interior de si mesmo, a resposta para encontrar a
saída."
Mahatma Ghandi
Á
Luiz Claudio Di Stasi
Luiz Claudio Di StasiLuiz Claudio Di Stasi
Luiz Claudio Di Stasi
Por tudo que me ensinou durante este período de convivência, obrigada pela confiança em
mim depositada, pela paciência, e pela amizade. À você meu eterno agradecimento.
“Se não der frutos, valeu a beleza das flores;
Se não der flores, valeu a sombra das folhas;
Se não der folhas, valeu a intenção da semente.”
Henfil
Sumário
Lista de Figuras.................................................................................................13
Lista de tabelas..................................................................................................15
1. Introdução....................................................................................................17
2. Materiais e Métodos....................................................................................24
2.1 Material Vegetal.......................................................................................................24
1.Descrição botânica.......................................................................................24
2. Fotos do material vegetal............................................................................25
3. Preparação dos extratos..............................................................................26
4. Extração da clorofila..................................................................................26
2.2. Perfil fitoquímico dos Extratos...........................................................................27
1. Análise fitoquímica qualitativa...............................................................27
A) Prospecção de constituintes do extrato hidroalcoólico..................27
a) Teste para Fenóis e Taninos.........................................................28
b) Teste para Antocianinas, Antocianidinas e Flavonóides..............28
c) Teste para Leucoantocianidinas, Catequinas e Flavononas.........28
d)Teste para Flavonóis, Flavononas, Flavananóis e Xantonas..........29
e)Teste para confirmação de catequinas............................................29
f) Teste para esteróides e triterpenóides (Liberman-Burchard).........29
g) Teste para Saponinas.....................................................................30
h) Teste para confirmação de Saponina.............................................30
i) Ácidos Fixos Fortes........................................................................30
j) Teste para Alcalóide.......................................................................31
k) Teste para Bases Quaternárias.......................................................31
B) Prospecção dos constituintes ácidos e neutros após hidrólise.....32
a) Teste para Ácidos Fixos Fortes....................................................32
b) Separação dos Ácidos Fracos e Fenóis........................................32
c) Teste para Quinonas........................................................................33
d) Teste para cumarinas.......................................................................33
2. Determinação do Perfil Cromatográfico dos extratos.............................34
2.3. Avaliação das atividades farmacológicas dos extratos.....................................35
1. Animais.........................................................................................................35
2. Atividade antiulcerogênica.........................................................................35
2.1. Lesão gástrica induzida por etanol absoluto e etanol/HCl 0.3M...36
2.2. Lesão gástrica induzida por etanol absoluto em animais pré-
tratados com L-NAME...............................................................37
2.3. Lesão gástrica induzida por piroxicam.........................................37
3. Atividade Analgésica.................................................................................38
3.1. Teste das Contorções Abdominais................................................38
3.2. Teste de Imersão da Cauda...........................................................39
3.3. Modelo da placa quente................................................................39
4. Atividade antiinflamatória.......................................................................40
5. Atividade Antioxidante.............................................................................40
6. Estudo da toxicidade aguda......................................................................42
7. Análise Estatística......................................................................................42
3.
Resultados......................................................................................................44
1. Rendimento dos extratos.......................................................................................44
2. Perfil Fitoquímico..................................................................................................44
3. Resultados das Atividades Farmacológicas.........................................................45
1. Atividade antiulcerogênica..........................................................................45
2. Atividade analgésica e antiinflamatória......................................................46
3. Atividade Antioxidante...............................................................................47
4. Estudo da toxicidade aguda.........................................................................47
4. Discussão.......................................................................................................65
5. Conclusão......................................................................................................74
6. Referências....................................................................................................75
7. Anexos............................................................................................................87
Lista de Figuras
Figura 1: Fotos do material vegetal........................................................................................25
Figura 2: Análise Cromatográfica de Caule de Drimys angustifolia......................................49
Figura 3: Análise Cromatográfica de Folhas de Drimys angustifolia....................................50
Figura 4: Análise cromatográfica de caules e folhas de Drimys angustifolia em comparação
com padrões de sesquiterpenos................................................................................................51
Figura 5: Avaliação do extrato etanólico de caules de Drimys angustifolia, no modelo de
lesão gástrica induzida por Etanol absoluto..............................................................................52
Figura 6: Avaliação do extrato etanólico das folhas de Drimys angustifolia, no modelo de
lesão gástrica induzida por Etanol absoluto..............................................................................53
Figura 7: Avaliação do extrato etanólico de caules de Drimys angustifolia, no modelo de
lesão gástrica induzida por Etanol/HCl 0,3M...........................................................................54
Figura 8: Avaliação do extrato etanólico de folhas de Drimys angustifolia, no modelo de
lesão gástrica induzida por Etanol/HCl 0,3M...........................................................................55
Figura 9: Avaliação dos extratos etanólicos de caules e folhas de Drimys angustifolia, no
modelo de úlcera induzida por etanol absoluto em camundongos pré-tratados com L-
NAME.......................................................................................................................................56
Figura 10: Avaliação do efeito do extrato etanólico do caule de Drimys angustifolia, no
modelo de lesão gástrica induzida por piroxicam.....................................................................57
Figura 11: Avaliação do efeito do extrato etanólico de folhas de Drimys angustifolia, no
modelo de lesão gástrica induzida por piroxicam.....................................................................58
Figura 12: Avaliação dos extratos etanólicos de caules e folhas de Drimys angustifolia no
modelo de contorção abdominal induzida por ácido acético....................................................59
Figura 13: Efeito do extrato etanólico de caules e folhas de Drimys angustifolia, no teste de
imersão da cauda.......................................................................................................................60
Figura 14: Efeito do extrato etanólico de caules e folhas de Drimys angustifolia, no modelo
da placa quente.........................................................................................................................60
Figura 15: Efeito do tratamento com o extrato etanólico de caules e folhas de Drimys
angustifolia, no modelo de edema de pata de rato induzido por carragenina..........................61
Figura 16: Avaliação da atividade antioxidante dos extratos de caules e folhas de Drimys
angustifolia no modelo de peroxidação lipídica.......................................................................62
Lista de Tabelas
Tabela 1: Identificação dos constituintes químicos ...............................................................28
Tabela 2: Identificação dos constituintes químicos ...............................................................29
Tabela 3: Rendimentos dos extratos.......................................................................................44
Tabela 4: Análise fitoquímica dos extratos...................................... .....................................48
Tabela 5: Avaliação do peso dos órgãos no estudo da toxicidade aguda do extrato de caule de
Drimys angustifolia.................................................................................................................63
Tabela 6: Avaliação do peso dos órgãos no estudo da toxicidade aguda do extrato de caule de
Drimys angustifolia.................................................................................................................64
Tabela 7: Parâmetros observados no screening hipocrático e escores atribuídos ao grupo
controle....................................................................................................................................87
Resumo
Resumo
A espécie Drimys angustifolia Miers. (Winteraceae) foi selecionada com base em dados
etnofarmacológicos e quimiotaxonômicos, visto que espécies deste gênero são usadas no
tratamento de problemas estomacais, diarréia, febre, úlcera e dor e possuem comprovada
atividade antiinflamatória, analgésica e antialérgica determinada em diferentes modelos
experimentais. Considerando-se a ausência de estudos que garantam o uso seguro desta
espécie, o presente trabalho visa determinar a eficácia, segurança e a qualidade da matéria-
prima vegetal de Drimys angustifolia. Para tal, foram realizados estudos fitoquímicos e
cromatográficos, estudos farmacológicos de atividade analgésica, antiulcerogênica,
antiinflamatória e antioxidante e de toxicidade aguda de extratos etanólicos de caules e folhas,
livres de clorofila. Na análise fitoquímica, ambos os extratos apresentaram reação positiva
para flavonóides, heterosídeo saponínico, triterpenóides glicosilados, ácidos fixos fortes,
glicosídeo cianogênico, quinonas, taninos, agliconas esteróides, enquanto fenóis, catequinas,
triterpenos e leucoantocianidinas foram somente detectados no extrato de caule, e esteróides e
triterpenóides livres foram detectados apenas no extrato de folhas. Quanto as atividades
farmacológicas, ambos extratos promoveram redução significativa na área total de lesão
ulcerativa induzida por etanol absoluto, a partir da menor dose testada (125mg/Kg), com
proteção de 73,56% para o extrato de folhas e de 58,04% para o extrato de caule. No modelo
de úlcera induzida por etanol/HCl 0.3M, a redução da área total de lesão ulcerativa em relação
ao grupo controle, foi observada a partir da dose de 250mg/kg, onde a porcentagem de
inibição foi de 81,42% para o extrato de folhas e de 76,50% para o extrato de caule. Doses
maiores testadas (250, 500 e 1000 mg/Kg) de ambos os extratos, reduziram de forma dose-
dependente a área de lesão, em ambos os modelos, porém, os extratos foram inativos no
modelo de lesão gástrica induzida por piroxicam. Os extratos apresentaram importante
atividade antioxidante no modelo de inibição da lipoperoxidação induzida por ácido ascórbico
e ferro em membranas isoladas de hepatócitos. Ambos extratos não apresentaram atividade
analgésica na dose de 500mg/Kg, nos modelos de contorção abdominal e placa quente, sendo
que no teste de imersão da cauda, somente o extrato de folhas apresentou atividade após 240
minutos da administração. Nenhum dos extratos, na dose de 500mg/Kg, apresentou atividade
antiinflamatória no modelo de edema de pata induzido por carragenina. A atividade
antiulcerogênica dos extratos pode ser devida aos flavonóides presentes em caules e folhas
bem como na atividade antioxidante deste composto, além do envolvimento dos extratos com
o óxido nítrico, observado no modelo de lesão gástrica induzida por etanol absoluto em
camundongos pré-tratados com L-NAME. No estudo da toxicidade foram observadas mortes
de poucos animais, insuficientes para se calcular a DL
50
e leves alterações comportamentais e
clínicas como perda do equilíbrio e exoftalmia apenas com o tratamento com altas doses,
3500 e 5250mg/Kg. Este estudo demonstra que caules e folhas de Drimys angustifolia
representam uma fonte de produtos com atividade antiulcerogênica e antioxidante, os quais
podem ser úteis na padronização de fitoterápicos seguros ou como base para a prospecção de
novos compostos ativos.
Palavras chaves: Drimys, Winteraceae, úlcera, antioxidante, antiinflamatória, analgésica,
toxicidade aguda, fitoquímica.
Abstract
Abstract
AbstractAbstract
Abstract
The species Drimys angustifolia Miers, (Winteraceae) was selected on the basis of
etnopharmacological and chemotaxonomical criteria, since the species of this gender is used
in the treatment of gastric disturbs, diarrhoea, fever, ulcer and pain and the fact that the
Drimys winteri species has antiinflammatory, antiallergic and analgesic activities determined
in different experimental models. Considering that the species is used popularly without
studies to assure its effectiveness and safety of use, the objective of the present study was to
evaluate the activity of Drimys angustifolia in experimental models of ulcer, pain and
inflammation, antioxidant activity as well as to verify its acute toxicity and its qualitative
phytochemical profile. The ethanolic extracts of stems and leaves of Drimys angustifolia were
used for the phytochemical and pharmacological tests. In the phytochemical studies both
extracts presented positive reactions for flavonoids, saponins, triterpenoids, fixed acids,
cyanogenic glycosides, quinones, tannins and steroidal aglycones, and showed negative
reaction for anthocyanins, glycosilated steroids, quaternary bases, alkaloids and coumarins.
Phenols, catequins, triterpenoids and leucoanthocyanidines only had been detected in extract
of stem, while free triterpenoids and steroids were detected only in extract of leaves. In the
pharmacological activities, both extracts reduced the area of gastric lesions in the absolute
ethanol-induced damage in the minor tested dose (125mg/Kg), with protection of 73,56% for
the extract of leaves and 58,04% for the extract of stems. In the model of ethanol/HCl-induced
gastric lesions, the reduction of the total area of lesion in comparison to the control group
were observed since the dose of 250mg/Kg, to whom the percentages of inhibition were
81,42% and 76,50% for the leaves extract and stems extract respectively. Both extracts
reduced in a dose-dependent manner the total gastric lesion areas with doses of 250, 500 and
1000mg/Kg in both models. The involvement of nitric oxide on gastric protection was
determined in the model of absolute ethanol induced gastric lesions in animals pre-treated
with the nitric oxide synthase inhibitor L-NAME. The extracts did not show any activity in
piroxican-induced gastric lesions. The in vitro tests performed for antioxidant activity
evaluation showed that both extracts of D. angustifolia present a concentration-dependent
inhibition on hepatocytes membrane lipid peroxidation. The ethanolic extract of leaves from
D. angustifolia in a dose of 500mg/Kg increased the time of reaction of animals only in the
tail-flick test after 240 minutes of treatment, with no significant activity in the “hot plate” and
“writhing” tests. The extract of stems did not show any analgesic activity in either pain
models used. Both extracts, in tested doses, did not present activity in carrageenan-induced
paw edema. Toxic effects were observed in oral administration of tested extracts at doses up
to 1750mg/Kg and some deaths were observed at doses up to 3500mg/Kg with stems extract.
These data could be related to the presence of cianogenic glycosides particularly higher in the
stems of the plant. This study showed the antiulcerogenic activity of the extracts of stems and
leaves of Drimys angustifolia, with involvement of nitric oxide. This activity might be related
to the presence of flavonoids in the extracts and their antioxidant activity. This data suggests a
higher safety for the leaves than the stems extract. Furthermore, our data indicate the need for
new studies for elucidation of the antiulcerogenic mechanism of action, as well as the
isolation and purification of the active compounds present in the extracts.
Key words: Drimys, Winteraceae, ulcer, antioxidant, antiinflamatory, analgesic, Acute
toxicity, phytochemistry.
Introdução
17
1. Introdução
A utilização de plantas para tratamento, cura e prevenção de doenças é uma das
formas mais antigas de prática medicinal da humanidade. De acordo com a Organização
Mundial de Saúde (OMS) aproximadamente 80% da população mundial faz uso
principalmente das plantas medicinais como forma de acesso aos cuidados básicos de saúde
(Farnsworth, et al., 1985).
As espécies vegetais apresentam um importante papel na cultura dos povos, sendo
empregadas com diferentes finalidades tais como fonte de alimentos, materiais para
vestuários, habitação, utilidades domésticas, utensílios para manifestações artísticas, culturais
e religiosas e como meio restaurador da saúde. Sua importância pode ser medida não apenas
pela variedade de usos, mas também pela intensidade de sua utilização. Atualmente, as
espécies vegetais representam uma das alternativas entre as diversas fontes de insumos
necessários à existência da sociedade (Schenkel, et al., 2004).
As informações sobre o uso de plantas medicinais e suas virtudes terapêuticas
foram sendo acumuladas durante séculos, e muito desse conhecimento empírico se encontra
disponível atualmente. De domínio público, o conhecimento sobre as plantas medicinais
representou e representa o único recurso terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos
(Di Stasi, 1996).
As observações populares sobre o uso e a eficácia de plantas medicinais
contribuem para a divulgação das virtudes terapêuticas dos vegetais, pelos efeitos medicinais
que produzem, sendo que esta cultura desperta o interesse dos pesquisadores na realização de
estudos para ampliar os conhecimentos sobre as plantas medicinais (Maciel, et al., 2002).
Tendo em vista a obtenção de melhores resultados, com maior rapidez e
credibilidade, a pesquisa com plantas medicinais necessita de um caráter multi e
Introdução
18
interdisciplinar, que requer mais que a simples associação de dados, mas também a elaboração
e conseqüente desenvolvimento conjunto das pesquisas, conduzidas por um grande
envolvimento entre os diversos profissionais que compõem esse universo. Essa interação
exige além das críticas e sugestões, uma intermitente participação conjunta dos pesquisadores
das mais variadas áreas, tendo em vista, a padronização de uma via mais promissora para a
execução da pesquisa (Di Stasi, 1996).
É característica fundamental da pesquisa com plantas medicinais a realização de
estudos que incluam os conhecimentos da medicina tradicional e popular (etnofarmacologia e
etnobotânica); a seleção de plantas principalmente por etnofarmacolgia e quimiotaxonomia, a
avaliação farmacológica preliminar de extratos vegetais, a bioprospecção de compostos
ativos, investigação farmacológica e toxicológica, estudos de mecanismos de ação, as
transformações químicas de princípios ativos, estudos de relação estrutura/atividade e a
operação de formulações para a produção de fitoterápicos. A integração destas áreas na
pesquisa de plantas medicinais conduz a um caminho promissor e eficaz para descoberta de
novos medicamentos (Maciel, et al., 2002).
Devido aos custos da pesquisa envolvendo plantas medicinais, tanto considerando
a obtenção de novas moléculas ativas como de fitoterápicos padronizados, a seleção da
espécie a ser investigada é um dos pontos críticos que uma seleção inadequada de espécies
pode levar ao desperdício de tempo e de recursos (Brito, 1996).
Quando se procura obter substâncias ativas de plantas, um dos principais aspectos
que deve ser observado consiste nas informações da medicina popular. Dados da literatura
revelam que é muito mais provável encontrar atividade biológica em plantas orientadas pelo
uso popular do que em plantas escolhidas ao acaso, sendo que outros aspectos importantes são
as informações químico-taxonômicas (Cechinel Filho & Yunes, 1998a). Apesar das
limitações, vale salientar a importância da quimiotaxonomia na área farmacêutica. Esse
Introdução
19
conhecimento, aliado à etnofarmacologia, tem permitido a descoberta de novos fármacos de
origem natural, que têm sido utilizados sem alterações estruturais ou como modelo para a
síntese de novas substâncias (von Poser & Mentz, 2004).
Das diversas formas disponíveis para obtenção de novos fármacos tais como
síntese, semi-síntese, planejamento racional de fármacos e bioprospecção de produtos
naturais, é evidente que espécies vegetais de valor medicinal representam uma inquestionável
fonte de novos produtos ativos, especialmente quando se considera a potencialidade e alta
diversidade da flora brasileira, tais como: a Mata Atlântica, o Cerrado e Amazônia, onde um
grande número de espécies vegetais são usadas como medicinais e poucas são estudadas
quanto suas potencialidades farmacológicas. Deve-se salientar que as espécies vegetais podem
ser usadas no desenvolvimento tanto de novos medicamentos farmacoterápicos (constituintes
vegetais quimicamente definidos, isolados e purificados) como de fitoterápicos padronizados
(extratos vegetais e/ou frações com eficácia, segurança e controle de qualidade definidos).
A fitoterapia constitui uma forma de terapia medicinal que vem crescendo
notavelmente nestes últimos anos, tanto que o mercado mundial de fitoterápicos gira em torno
de aproximadamente 22 bilhões de dólares (Yunes, et al., 2001). Este crescimento está
também associado aos avanços científicos envolvendo os estudos químicos e farmacológicos
de plantas medicinais voltados à obtenção de novos compostos com propriedades terapêuticas
(Cechinel Filho & Yunes, 1998a).
A incorporação de fitoterápicos nos sistemas básicos de saúde requer a
padronização local de produção e uso, determinação precisa da eficácia e toxicidade, além do
desenvolvimento de métodos de controle de qualidade (Jaroszewski, 1984). A eficácia é dada
pela comprovação, através de ensaios farmacológicos pré-clínicos e clínicos, enquanto que a
segurança é determinada pela ausência de efeitos tóxicos. Ambas características do
fitoterápico devem ser definidas para cada produto, pois dependem de diversos fatores, como
Introdução
20
a metodologia de obtenção dos extratos, a formulação e a forma farmacêutica do produto final
(Farias, 2004), sobre os quais métodos fitoquímicos e cromatográficos devem ser usados para
a análise e o controle da qualidade da matéria-prima vegetal.
A transformação de uma planta em medicamento deve visar a preservação da
integridade química e farmacológica do vegetal, garantindo a constância de sua ação biológica
e a segurança de utilização, de forma que a produção de fitoterápicos requer necessariamente
estudos prévios relativos a aspectos botânicos, agronômicos, químicos, farmacológicos e
toxicológicos (Petrovick et al., 1997).
Os novos paradigmas de desenvolvimento social e econômico, baseados nos
recursos renováveis, endossam a afirmação de que as necessidades de uso de plantas
medicinais encontram-se longe de estarem esgotadas, sendo claro que novos conhecimentos e
novas necessidades certamente encontrarão soluções no reino vegetal, através de descobertas
e desenvolvimento de novas moléculas com atividade terapêutica, ou com aplicações na
tecnologia farmacêutica ou no desenvolvimento de fitoterápicos com maior eficiência de ação
(Schenkel, et al., 2004).
Com base no exposto, é clara a necessidade de estudos voltados para obtenção de
novos produtos de interesse terapêutico, seja de novos fármacos ou de fitoterápicos
padronizados, para o tratamento de diversas doenças, dentre as quais podemos destacar as
doenças que afetam o trato gastrintestinal. Os distúrbios do trato gastrintestinal são
considerados doenças dos tempos modernos, onde a vida atribulada e estressante juntamente
com os vícios cada vez mais comuns, tais como fumo, álcool, má alimentação e sedentarismo
são responsáveis pelo desenvolvimento de inúmeras patologias, dentre as quais se destaca por
sua morbidade, as úlceras gástricas e ou duodenais (Lam, et al., 1995).
As úlceras são lesões da mucosa gástrica e ou duodenal provocadas por um
desequilíbrio entre fatores protetores (muco, bicarbonato, fluxo sanguíneo adequado) e lesivos
Introdução
21
(pepsina, ácido clorídrico), que podem ser agravados pelo estresse, consumo de álcool,
tabagismo, uso de drogas antiinflamatórias não-esteroidais (DAINs), a presença da
Helicobacter pylori no trato gastrintestinal, além de carcinomas que propiciam um aumento
da massa celular parietal e conseqüentemente aumento da secreção ácida (Taylor & Blaser,
1991). Estudos epidemiológicos indicam que a prevalência de úlceras pépticas na população
geral é de aproximadamente 5 a 10%, com variações regionais, sendo que o pico de incidência
das lesões gástricas ocorre em pacientes entre 40-60 anos (Schlesinger, et.al., 1992; Way,
1994). No Brasil, não existem números oficiais, mas segundo dados do Departamento de
Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, calcula-se que
10% da população tem, tiveram ou terão ulcera péptica (Eisig & Laudanna, 2001). Esta
doença traz tremendos custos à sociedade (Jensen, 1984) e torna a vida do paciente
extremamente difícil, podendo ser letal em alguns casos (Mcintosh et al., 1991; Petersen et al.,
1995).
Para o tratamento das úlceras são utilizadas drogas com diferentes mecanismos de
ação, como por exemplo, antagonistas dos receptores histamínicos H
2
(cimetidina), inibidores
da bomba de prótons (omeprazol), antiácidos (hidróxido de magnésio, ou de alumínio),
antibióticos no caso da presença de H. pylori, sendo que o tratamento eficaz para esta doença
é de alto custo e inacessível para grande parte da população brasileira. Apesar das drogas
disponíveis para o tratamento de distúrbios gastrintestinais serem eficazes, diversas delas
apresentam efeitos indesejáveis, especialmente quando há necessidade de uso constante.
A idéia primordial na pesquisa de fitoterápicos para uso na medicina humana, não
é substituir medicamentos registrados e comercializados, mas sim aumentar a opção
terapêutica dos profissionais de saúde ofertando medicamentos equivalentes, também
registrados, talvez de menor custo, com espectros de ação mais adequados e com indicações
terapêuticas complementares às medicações existentes (Lapa, et al., 2004).
Introdução
22
A realização de pesquisas com espécies medicinais nativas do Brasil,
especialmente com o objetivo de investigar a potencialidade de apresentar atividade
preventiva ou curativa em patologias do trato gastrintestinal, as quais estão entre as mais
prevalentes em nosso país, é de grande importância, visto que pode apontar para novas
estratégias terapêuticas complementares e contribuir com o estudo e reconhecimento das
potencialidades de nossa flora, tão abundante e pouco estudada.
Considerando-se estes aspectos e tendo como base dados etnofarmacológicos e
farmacológicos de espécies vegetais úteis para o tratamento de doenças do trato
gastrintestinal, verificou-se que o gênero Drimys, representa uma alternativa potencial de
estudo, visto que espécies deste gênero são usadas no tratamento de problemas estomacais, da
diarréia (Vieira, et al., 2000; Grandi, et al., 1989; Corrêa, 1978), como estimulante,
antiescorbútica, tônica e em certas afecções do trato digestivo (Trinta, et al., 1997), no
tratamento da febre, úlcera, dor, afecções do trato respiratório e câncer (Houghton & Manby,
1985).
Em adição aos dados etnofarmacológicos, estudos mostram que a espécie Drimys
winteri possui comprovada atividade antiinflamatória e antialérgica determinada em
diferentes modelos experimentais, agindo como potente inibidor do edema de pata de rato
induzido por carragenina, prostaglandina E
2
, bradicinina e substância P (Tratsks et al., 1997),
reduzindo edema de orelha induzido por ácido aracdônico, capsaicina e o óleo de cróton
(Cunha et al., 2001) e como antagonista da contração causada por prostaglandina E
2
,
capsaicina e bradicinina em traquéia de cobaia (El Sayah et al.,1997). Além de possuir
atividade analgésica, nos modelos de dor induzida por formalina, e no modelo de contorção
abdominal induzida por diversos agentes irritantes, em camundongos (Mendes, et al., 1998).
Portanto, levando-se em consideração os dados etnofarmacológicos do gênero
Drimys, assim como os aspectos quimiotaxonômicos que sugerem que plantas do mesmo
Introdução
23
gênero ou família botânica, provavelmente possuem as mesmas rotas biossintéticas de
compostos secundários; bem como, a ausência de estudos farmacológicos e fitoquímicos para
a espécie Drimys angustifolia Miers, (Winteraceae), a mesma foi selecionada visando a
caracterização de suas propriedades farmacoquímicas.
Neste contexto, os objetivos do presente estudo foram:
Avaliar a atividade de Drimys angustifolia Miers. em modelos experimentais de
úlcera, dor e inflamação, bem como verificar sua toxicidade aguda e determinar
qualitativamente através da fitoquímica as principais classes de compostos presentes na
espécie;
Avaliar se caules e folhas possuem as mesmas classes de compostos secundários e as
mesmas atividades farmacológicas;
Verificar se Drimys angustifolia possui as propriedades farmacológicas descritas para
a espécie Drimys winteri e se representa uma nova fonte de produtos de interesse terapêutico.
Materiais e Métodos
24
2. Materiais e Métodos
2.1 Material Vegetal
1. Descrição Botânica
Drimys angustifolia Miers, (Winteraceae), sinônimo de Drimys winteri fo. angustifolia
(Miers) Eichler e Drimys brasiliensis var. angustifolia (Miers) A.C.Sm. (Smith, 1943) é uma das
espécies medicinais conhecida popularmente como casca d’anta, casca de anta ou cataia.
Drimys é o único gênero da família Winteraceae encontrado na América do Sul, ocorrendo
no Brasil desde a Bahia até o Rio Grande do Sul, tanto na Floresta Ombrófila Mista como nas
Florestas Estacional Semidecidual e Ombrófila Densa (Abreu, et al.; 2005).
A espécie Drimys angustifolia possui hábito arbóreo (3-5m), com folhas pecioladas, com
as lâminas estreitamente elípticas, levemente discolores, com face inferior acinzentada (opaca),
inflorescência curto-pedunculada com 5 flores brancas; na região de Botucatu-SP, floresce de
julho à novembro (Trinta, et al., 1997).
Materiais e Métodos
25
2. Fotos do Material Vegetal
A
B
C
E
Figura 1: Fotos do material vegetal.
A.
Árvore de Drimys angustifolia
,
(www.habitats.org.uk/gardenflora/drimys.htm)
, B. Escanerata do ramo florido (tamanho original), C.
Disposição dos botões florais (aumento 2X), D. Flor (aumento de 3X), E.
Folhas (tamanho
original), (Banco de imagens, Lafit-Botu-2004).
D
Materiais e Métodos
26
3. Preparação dos extratos
O material vegetal utilizado na preparação dos extratos foi coletado no início do mês de
agosto de 2004, no Instituto Florestal de Botucatu (Floresta de Botucatu) – SP, e identificado pelo
Dr. Jasper José Zanco (especialista em Winteraceae), Herbário Laélia Purpurata no município de
Tubarão-SC, da Universidade do Sul de Santa Catarina, onde a espécie foi depositada sob o
número 356.
As folhas frescas e a parte mais externa do caule foram separados e desidratados à
temperatura de 50ºC/72h em estufa com circulação e renovação forçada de ar. Após secagem, o
material vegetal foi triturado em moinho de facas Marconi
®
, modelo 580.
Folhas e caules secos pulverizados, cujo rendimento foi de 39,7% e 36% em relação ao
material vegetal fresco, respectivamente; foram submetidos à extração por maceração a frio em
etanol absoluto (500g de planta para 1,5L de etanol), com filtrações a cada 48h, sendo esse
procedimento repetido durante quatro vezes. Após o final da filtração em pano e em papel de
filtro sob vácuo, o produto resultante foi concentrado em rotavapor (40ºC, pressão reduzida) até
10% do volume para a extração da clorofila, resultando em 300ml de extrato de folhas e 220ml de
extrato de caule.
4. Extração da clorofila
Ao extrato concentrado até 10% do volume total de filtrado, em constante agitação, foi
adicionado água destilada (40% do volume final concentrado), por gotejamento (razão de
4.0ml/min), para facilitar a precipitação das clorofilas. Após esta etapa, o extrato foi mantido em
agitação por 1 hora, seguido de resfriamento a 4
o
C/2 horas e filtração em celite para retirar os
resíduos de clorofila, segundo metodologia descrita por Ferri (1996). Os extratos restantes, livres
Materiais e Métodos
27
de clorofila, concentrados até remoção de todo o solvente, foram usados nos ensaios biológicos,
resultando em 250ml de extrato de folhas e 62ml de extrato de caule.
Para que a dose a ser administrada aos animais pudesse ser calculada, foi realizada a
determinação da concentração de sólidos dos extratos, que foi de 420mg/ml para o extrato de
folhas e de 450mg/ml para o extrato de caules.
2.2. Perfil Fitoquímico dos extratos
1. Análise fitoquímica qualitativa
O perfil fitoquímico de caules e folhas de Drimys angustifolia foi realizado conforme
metodologia descrita por Matos (1988) e adaptada por Gonzalez & Di Stasi (2002), visando à
detecção de fenóis, taninos, antocianinas, flavonóides, leucoantocianinas, xantonas, esteróides
triterpenóides, heterosídeo saponínico, ácidos fixos fortes, bases quaternárias, alcalóides,
glicosídeo cianogênico, quinonas, cumarinas e agliconas flavonóides.
Os extratos analisados foram preparados com etanol 70%, por maceração a frio, com três
filtrações, e foram concentrados até 50% do volume (±300ml cada). Metade desse volume foi
separado para realização da hidrólise ácida e a outra metade foi utilizada para realização dos testes
descritos a seguir.
A) Prospecção de constituintes dos extratos hidroalcoólicos
Foram separados e numerados 7 tubos de ensaio com 3ml de extrato cada para realização
dos seguintes testes:
Materiais e Métodos
28
a) Teste para Fenóis e Taninos
Ao tubo 1 foram adicionadas 3 gotas de FeCl
3
(cloreto férrico), e após agitação o resultado
foi analisado, seguindo os seguintes parâmetros: coloração variável entre azul e o vermelho indica
presença de fenóis; precipitado escuro de tonalidade azul indica a presença de taninos pirrogálicos
(tanino hidrolisáveis); e precipitado verde indica a presença de taninos flobatênicos.
b) Teste para Antocianinas, Antocianidinas e Flavonóides
Ao tubo 2 foi adicionado HCl 3N, até obtenção de pH 3; o tubo 3 foi alcalinizado com
NaOH 0,2%, até pH 8,5 e o tubo 4 alcalinizado com NaOH 1N até pH 11. A análise dos
resultados foi feita seguindo a tabela a seguir:
Cor do meio
Constituintes
pH ácido (3) pH alcalino (8,5) pH Alcalino (11)
Antocianinas e Antocianidinas
Vermelha Lilás Azul-púrpura
Flavonas, Flavonóis e Xantonas
--- --- Amarela
Chalconas e Auronas
Vermelha --- Vermelha púrpura
Flavananóis
--- --- Vermelha laranja
Tabela 1: Identificação dos constituintes químicos.
c) Teste para Leucoantocianidinas, Catequinas e Flavononas
O extrato do tubo 5 foi acidificado com HCl até pH 3 e o do tubo 6 alcalinizado com
NaOH até pH 11. Os tubos foram aquecidos com auxílio de uma lâmpada de álcool, durante 3
minutos e a mudança de cor foi analisada seguindo a tabela a seguir:
Materiais e Métodos
29
Cor do meio
Constituintes
pH ácido pH alcalino
Leucoantocianidinas
Vermelha ---
Catequinas
Pardo-amarelada ---
Flavanonas
--- Vermelha laranja
Tabela 2: Identificação dos constituintes químicos
d) Teste para Flavonóis, Flavononas, Flavananóis e Xantonas
Ao tubo 7 foi adicionado 0,5ml de HCl concentrado e uma fita de magnésio granulado.
Após o término da reação, indicada pelo fim da efervescência, a mudança de cor foi comparada
com o extrato do tubo 5 do teste anterior.
O aparecimento ou intensificação de cor vermelha no palito é indicativo da presença de
flavonóides e xantonas.
e) Teste para confirmação de catequinas
Um palito de madeira foi umedecido com o extrato em teste e aquecido para evaporação
do solvente, depois o palito foi umedecido com HCl concentrado e aquecido novamente.
A presença de cor vermelha ou parda-avermelhada neste teste indica a presença de
catequinas.
f) Teste para esteróides e triterpenóides (Liberman-Burchard)
Foram adicionados 10ml do extrato hidroalcoólico em um béquer que foi seco em banho-
maria, até a exaustão. O conteúdo resultante foi raspado, dissolvido em 3ml de clorofórmio e
Materiais e Métodos
30
filtrado. À solução filtrada foram adicionados 1ml de anidrido acético e 3 gotas de ácido sulfúrico,
após agitação, o resultado foi analisado.
Neste teste a coloração azul evanescente seguida de verde permanente indica a presença de
esteróides livres; e a coloração entre o pardo e o vermelho indica a presença de triterpenóides
pentacíclicos livres.
g) Teste para Saponinas
O resíduo do béquer que não dissolveu no clorofórmio no teste anterior (f), foi dissolvido
em água destilada. Após agitação vigorosa verificou-se a presença de espuma persistente e
abundante, o que caracteriza a presença de saponina.
h) Teste para confirmação de Saponina
Ao tubo do teste anterior acrescentou-se 2ml de HCl concentrado. Esse tubo foi deixado
durante 1h em banho-maria. Depois de esfriar, o conteúdo foi neutralizado e agitado novamente.
A presença de precipitado confirma a presença de saponinas.
i) Ácidos Fixos Fortes
10ml do extrato em teste foram secos em banho-maria, até completa secagem. A
substância restante no fundo do béquer foi dissolvida com 0,5ml de etanol. À esta solução foi
adicionado 1ml de NH
4
OH concentrado, e o conteúdo foi aquecido e filtrado. O béquer foi então
levado ao banho-maria para evaporação da amônia, após isso o conteúdo seco no fundo do béquer
foi levado para estufa à 100ºC por 10 minutos, e então foi redissolvido em água e filtrado para
Materiais e Métodos
31
eliminação dos resíduos. O líquido foi dividido em 2 vidros de penicilina, e uma fitinha de papel
de filtro umedecido com reagente de Nesler foi presa na tampa, para evitando contato direto com
a solução, em um dos vidros foi adicionado NaOH N.
A coloração marrom no papel de filtro do frasco que contém NaOH indica presença de
ácidos fixos fortes.
j) Teste para Alcalóide
O extrato hidroalcoólico foi acidificado com HCl concentrado até pH 1, aquecido por 5
minutos; depois foi alcalinizado com NH
3
OH concentrado, até pH 11. Essa solução alcalina foi
colocada em funil de separação, onde foram adicionados 20ml de solução éter:clorofórmio (3:1).
A fase etérea foi levada para o ar comprimido para que o éter fosse retirado, esta solução foi
filtrada e separada em 3 tubos, aos quais foram adicionados os seguintes reagentes: Dragendorff
(tubo1), reagente de Mayer (tubo2) e reagente de Hanger (tubo3). A presença de precipitado em
pelo menos 2 tubos indica a presença de alcalóides.
k) Teste para Bases Quaternárias
A fase aquosa do teste acima (j), foi utilizada para detecção de bases quaternárias. A
solução foi acidificada, filtrada e separada em 3 tubos aos quais acrescentou-se Dragendorff
(tubo1), reagente de Mayer (tubo2) e reagente de Hanger (tubo3). A presença de precipitado
floculoso indica a presença de bases quaternárias.
Materiais e Métodos
32
B) Prospecção dos constituintes ácidos e neutros após hidrólise
Hidrólise do extrato hidroalcoólico
À metade do extrato separada no início do processo foi adicionado HCl concentrado, até
obtenção de uma solução, aproximadamente, 6M. Essa solução foi aquecida sob refluxo durante
3h, e adquiriu coloração vinho. Após esfriar, foram adicionados 40ml de éter, o qual permaneceu
em contato com a solução durante 24h, e depois mais duas porções sucessivas de 30 e 20ml de
éter foram adicionados, sob forte e cuidadosa agitação em funil de separação. A solução aquosa
ácida foi desprezada e à solução etérea foi adicionado Na
2
SO
4
anidro para retirar o excesso de
água; nessa solução contendo os compostos ácidos e neutros foram realizados os seguintes testes:
a) Teste para Ácidos Fixos Fortes
Para extrair os ácidos fixos fortes da solução etérea foram adicionadas 3 porções
sucessivas (30, 20,10ml) de NaHCO
3
2,5%. A solução etérea foi reservada e a solução alcalina foi
utilizada neste teste. Essa solução foi acidificada até um pH entre 2 e 3 e os ácidos foram
reextraídos com três porções sucessivas de 10, 6 e 3ml de éter, onde cada fase estava visivelmente
separada. A solução aquosa ácida foi desprezada e na solução etérea foram realizados os mesmos
procedimentos para detecção de ácidos fixos fortes do extrato não hidrolisado.
b) Separação dos Ácidos Fracos e Fenóis
A solução etérea reservada no teste acima foi utilizada para separação dos ácidos fracos e
fenóis, à esta solução foram adicionadas 3 porções sucessivas (30, 20, 10ml) de NaOH 2%. A
Materiais e Métodos
33
solução etérea foi reservada, pois é a solução que contém os constituintes neutros. A solução
aquosa alcalina foi então acidulada com HCl concentrado até pH entre 3 e 4 e os ácidos fracos e
fenóis foram extraídos em 3 porções sucessivas de 15, 10 e 5ml de éter. A fase aquosa ácida foi
desprezada e na porção etérea foi adicionado Na
2
SO
4
anidro, para retirar o excesso de água da
fase orgânica, que contém os ácidos fracos e fenóis, essa solução foi filtrada e nela foram
realizados os testes para quinonas e cumarinas.
Uma parte da solução etérea obtida na separação dos ácidos fracos e fenóis foi separada e
concentrada até a secura, o resido seco foi redissolvido com 12 ml de etanol, a solução foi filtrada
e utilizada para o teste das cumarinas e os testes para fenóis e taninos; antocianinas,
antocianidinas, e flavonóides; leucoantocianidinas, catequinas e flavonas e teste para flavonóis,
flavononas, flavononóis e xantonas, testes estes procedidos da mesma maneira do que para o
extrato não hidrolisado.
c) Teste para Quinonas
Foram separados 5ml da solução etérea, e a esta porção foram adicionados 2ml de NH
4
OH
(6N), o tubo foi agitado para separação da solução em duas fases. A cor vermelha na camada
aquosa indica a presença de quinonas.
d) Teste para cumarinas
A solução alcoólica, obtida na separação dos ácidos fracos e fenóis, foi colocada em papel
de filtro não fluorescente, com o auxilio de um capilar, formando duas manchas de 1,5cm de
diâmetro cada, sobre uma das manchas foi adicionada uma gota de solução alcoólica de KOH N.
Com o auxílio de um cartão opaco, metade de cada mancha foi coberta e o papel de filtro foi
Materiais e Métodos
34
exposto a luz U.V. por cerca de 3 minutos. Ainda sob luz U.V., o cartão foi retirado e foi
verificada a ocorrência de diferença de coloração entre a parte coberta e não coberta.
O desenvolvimento de fluorescência azulada, forte, bem visível na metade não encoberta
da mancha alcalinizada, indica a presença de cumarina.
2. Determinação do Perfil Cromatográfico dos extratos
O perfil cromatográfico dos extratos vegetais foi determinado de acordo com a técnica
clássica de cromatografia de camada delgada (Lopes, 1990; Wagner & Bladt, 1995; Ferri, 1996).
Placas cromatográficas, 5X20cm e 0,25mm de espessura foram preparadas utilizando-se o
espalhamento de sílica gel (SiO
2
) 60FG como fase estacionária. Após a preparação, as
cromatoplacas foram ativadas em estufa a 100ºC/1hora. A fase móvel foi selecionada utilizando-
se alguns solventes com base na série eluotrópica de solventes ordenados por polaridade (Lopes,
1990), sendo selecionadas as misturas de hexano/ acetato de etila (7:3) e de tolueno/ acetato de
etila (97:3).
As amostras dos extratos foram aplicadas nas placas com auxílio de tubos capilares, 2cm
acima da borda inferior da placa, com 1,5cm de distância entre os pontos de aplicação. As
cromatoplacas foram desenvolvidas de forma unidimensional ascendentes, no interior de cubas de
desenvolvimento. Após a secagem das cromatoplacas, a visualização dos cromatogramas foi
executada utilizando-se como reveladores anisaldeído sulfúrico ou vanilina sulfúrica, ambos
indicados para detecção de sesquiterpenos (compostos descritos como os responsáveis pela
atividade analgésica e antiinflamatória de Drimys winteri, (Cechinel filho, et al., 1997; El Sayah,
et al., 1997; Malheiros, et al., 2001). Foram utilizados três padrões de sesquiterpeno, a crotonina,
a transdesidrocrotonina e o transcariofileno. Foram preparados para análise comparativa, um
extrato metanólico, a partir do qual foi realizada partição com diclorometano, seguindo
Materiais e Métodos
35
metodologia de isolamento do sesquiterpeno de D. winteri descrita por Cequinel Filho, et al.,
(1998b).
Os extratos utilizados nos ensaios biológicos foram comparados com extratos etanólicos
de folhas ou de caules frescos, com os extratos antes da extração da clorofila e com os resíduos de
clorofila, para verificar a ocorrência de perdas durante os processos de secagem, extração e
extração da clorofila.
2.3.
Avaliação das atividades farmacológicas dos extratos
1. Animais
Camundongos albinos Swiss, machos (25-40g) foram utilizados nos ensaios de avaliação
das atividades antiulcerogênica, analgésica e no estudo da toxicidade aguda, sendo que neste
último, foram utilizadas também fêmeas. Ratos Wistar machos (180-230g) foram utilizados no
modelo de edema de pata, para avaliação da atividade antiinflamatória.
Os animais foram mantidos em ambiente com temperatura de 22ºC ± 2ºC, 60-70%
umidade, com ciclos de 12h de claro e 12h de escuro. Os animais foram provenientes do biotério
central da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu - São Paulo.
Todos os experimentos foram aprovados pela Comissão de Ética em Experimentação
Animal (CEEA) do Instituto de Biociências da UNESP – Botucatu.
2. Atividade antiulcerogênica
A atividade antiulcerogênica dos extratos de folhas e caules foi avaliada em três modelos
diferentes: modelo de lesão gástrica induzida por etanol absoluto (Hayden et al., 1978; Soldato et
Materiais e Métodos
36
al., 1985), modelo de lesão gástrica induzida por etanol/HCl 0.3M (Mizui e Doteuchi, 1983) e
modelo de lesão gástrica induzida por antiinflamatório não-esteroidal (piroxicam) (Puscas et al.,
1997), seguindo algumas modificações, conforme descrito abaixo. Como drogas de referência
foram utilizadas carbenoxolona (250mg/Kg, v.o.), nos modelos de lesão gástrica induzida por
etanol absoluto e etanol/HCl e cimetidina (100mg/Kg, v.o.) no modelo de lesão gástrica induzida
por piroxicam, água destilada, substância usada para solubilizar os extratos, foi utilizada como
controle negativo em todos os modelos utilizados. Foram testadas as doses de 125, 250, 500 e
1000mg/Kg de ambos os extratos. Após cada experimento os animais foram sacrificados por
deslocamento cervical, os estômagos foram retirados e abertos pela grande curvatura, prensados
em placas de vidro, escaneados em Scanner Jet HP, as lesões foram coloridas no programa adobe
photoshop e mensuradas no Programa Assess (Image analysis software for Plant disease
quantification). Os resultados foram expressos em área total de lesão ulcerativa (mm
2
) e área
relativa de lesão em relação à área total do estômago, expressa em arcosseno da porcentagem de
lesão.
2.1. Lesão gástrica induzida por etanol absoluto e etanol/HCl 0.3M.
Foram utilizados nestes experimentos, animais em jejum prévio de 24h com água ad
libitum, armazenados em caixa com fundo de tela de arame, sem maravalha, para evitar
coprofagia. Depois de 1h da administração dos extratos os animais receberam etanol absoluto
(4ml/Kg, v.o.) ou etanol/HCl 0.3M (7ml/Kg) e 1h após administração do agente indutor, os
animais foram sacrificados por deslocamento cervical.
Materiais e Métodos
37
2.2. Lesão gástrica induzida por etanol absoluto em animais pré-tratados com
L- NAME
Este modelo foi realizado de acordo metodologia descrita por Arrieta et al. (2003),
seguindo algumas modificações. Os animais em jejum prévio de 24h, foram pré-tratados com um
inibidor da enzima NO sintetase, N
G
- nitro-L-arginina metilester (L-NAME, 70mg/Kg) ou salina
i.p., 30 minutos antes de receberem água destilada, carbenoxolona (250mg/kg) ou os extratos de
caules ou folhas de D. angustifolia (500mg/Kg), essa dose foi determinada com base nos
resultados da curva dose-resposta realizada nos modelos de etanol absoluto e etanol/HCl, sendo
esta, a dose intermediária entre as doses efetivas testadas. Após 1h, todos os animais receberam
etanol absoluto (4ml/Kg, v.o.) para indução da lesão da mucosa gástrica. Os animais foram
sacrificados 1h após a administração do agente indutor, por deslocamento cervical, os estômagos
foram removidos e a área de lesão ulcerativa foi determinada seguindo a metodologia descrita
anteriormente.
2.3. Lesão gástrica induzida por piroxicam
N
este modelo de lesão gástrica induzida por analgésico antiinflamatório não-esteroidal,
foram utilizados, animais em jejum prévio de 24h e água ad libitum, armazenados em caixa com
fundo de tela de arame, sem maravalha, para evitar coprofagia. Depois de 1h da administração dos
extratos os animais receberam piroxicam (30mg/Kg, s.c.) e 6h após administração do agente
indutor, os animais foram sacrificados por deslocamento cervical, conforme descrito por Puscas et
al., 1997, seguindo algumas modificações.
Materiais e Métodos
38
3. Atividade Analgésica
Os estudos da atividade analgésica dos extratos etanólicos de folhas e caules de Drimys
angustifolia foram realizados com a dose de 500mg/kg, administrada por via oral (gavagem). Esta
dose foi selecionada com base nos estudos de Drimys winteri, cuja atividade analgésica foi
detectada, entre as doses de 400 e 600mg/Kg do extrato hidroalcoólico das cascas do caule
(Mendes, et al., 1998).
Para determinação desta atividade foram utilizados os modelos experimentais de contorção
abdominal, teste de imersão da cauda (Tail-flick) e modelo da placa quente, descritos abaixo.
3.1. Teste das Contorções Abdominais
Este modelo analisa a capacidade de uma droga, extrato ou fração em inibir a dor induzida
pela administração intraperitoneal de um agente irritante. Neste modelo experimental, o processo
doloroso se caracteriza por ndrome que inclui contorções abdominais seguida de torções do
corpo e estiramento dos membros, principalmente posteriores (Vacher et al., 1964).
A contorção abdominal foi induzida pela administração de ácido acético 0,6%, 10ml/Kg,
i.p. (Koster et al., 1959) aos 30, 60, 90, 120 e 240 minutos após administração do extrato. Os
animais foram mantidos em gaiolas individuais, e o número de contorções abdominais foi contado
durante 20 minutos. Aspirina foi utilizada como droga de referência e água destilada como
controle negativo. Um animal de cada grupo experimental foi observado simultaneamente.
Materiais e Métodos
39
3.2. Teste de Imersão da Cauda
Esse teste baseia-se na análise da reação ao estímulo doloroso de origem térmica causado
pela imersão de 1/3 da cauda do animal em água aquecida a 51±C, onde a reação ao estímulo
térmico nocivo é caracterizada pelo comportamento de retirada da cauda (Jansen et al., 1963). O
tempo de reação de cada animal foi determinado antes dos tratamentos. Foram selecionados os
animais com tempo de reação entre 5 e 15 segundos. A reação dos animais ao estímulo térmico
nocivo foi avaliada aos 30, 60, 90, 120 e 240 minutos após administração, por v.o, dos extratos na
dose de 500mg/kg; foram utilizados água destilada como controle negativo e ácido acetilsalicílico
(300mg/Kg, v.o.) como controle positivo. A latência máxima permitida foi de 180 segundos.
3.3. Modelo da placa quente
Esse teste é usado para avaliar a resposta de latência do animal em placa metálica aquecida
a 56±1ºC e o tempo de reação é registrado, até o momento que o animal apresente o
comportamento de lamber a pata ou pular
(
Eddy & Leimback, 1953). Um cilindro de alumínio
com 24cm de diâmetro, imerso em banho-maria foi utilizado neste teste. Os animais foram
selecionados antes do tratamento, sendo utilizados no experimento, somente os animais que
reagiram entre 5 e 12 segundos. Morfina (10mg/Kg, s.c.) foi usada como droga de referência, e
água destilada como grupo controle. A reação dos animais ao estimulo térmico nocivo foi
analisada aos 30, 60, 90, 120 e 240 minutos após o tratamento com um dos extratos, morfina ou
água destilada. A latência máxima permitida foi de 30 segundos.
Materiais e Métodos
40
4. Atividade antiinflamatória
A atividade antiinflamatória foi avaliada de acordo com método de inflamação induzida
por carragenina, descrito por Winter, et al., (1962). Neste experimento foram utilizados ratos
Wistar machos, sem jejum prévio, submetidos a processo anestésico com éter, para administração
intraplantar de 0,1ml de carragenina (300µg/pata) na pata direita posterior do animal, e o mesmo
volume de solução salina 0,9%, foi administrado na pata esquerda posterior para uso como padrão
de comparação (controle). Os animais foram pré-tratados por via oral, com os extratos, 1h antes
da administração da carragenina. Aos 60, 120 e 240 minutos, após administração da carragenina
foram analisados, o edema promovido pelo agente inflamatório e a intensidade de hiperalgesia
mecânica.
O edema foi medido utilizando-se um paquímetro, segundo metodologia descrita por
Fracasso et al. (1996). O valor do aumento da pata foi expresso em volume (ml) de edema da pata
direita. A intensidade de hiperalgesia mecânica foi quantificada utilizando-se o aparelho Basile
Analgesymeter
®
, o qual exerce uma força mecânica que aumenta linearmente, de acordo com o
método descrito por Randall & Sellito (1957). O limiar nociceptivo foi definido como a força em
gramas aplicada à pata do animal até o momento em que este exibisse o reflexo de retirada. O
limiar de hiperalgesia mecânica foi determinado pelo valor registrado no aparelho, multiplicado
por dez, onde os dados foram expressos em grama/força do limiar nociceptivo da pata direita do
animal.
5. Atividade Antioxidante
A atividade antioxidante dos extratos foi avaliada pelo modelo de inibição da
lipoperoxidação induzida por ácido ascórbico e ferro em membranas isoladas de hepatócitos, de
acordo com metodologia descrita por Galvez, et al. (1995). As amostras prontas foram diluídas na
Materiais e Métodos
41
proporção de 1ml da solução de membrana para 9 ml de tampão glicina 50mM, pH de 10,5 com
MgCl
2
a 0,5mM. O experimento foi realizado utilizando-se 2 tubos brancos, 2 tubos controles, 1
tubo controle máximo e 8 diferentes concentrações de cada extrato, sendo essas de 2.0, 1.0, 0.5,
0.25, 0.125, 0.625, 0.3125 e 0.15625µg/ml. Quercetina foi utilizada como droga de referência nas
concentrações de 100, 50, 25 e 125µM, porém para o cálculo da IC
50
(concentração inibitória de
50% da lipoperoxidação) foram consideradas as concentrações finais nos tubos de reação em
µg/ml. Em cada tubo foram adicionados 1ml da solução de membranas, 50 µl de cada substância
teste e 50 µl da solução de ferro (SO
4
FeH
2
O)/ ácido ascórbico 28mM, exceto nos tubos brancos e
um dos controles. Após agitação manual, os tubos foram colocados em banho-maria a 37ºC por
45 minutos sob agitação constante. Os tubos foram retirados do banho-maria e 0.5 µl de reativo
Tiobarbitúrico foram adicionados em todas as amostras. Os tubos foram novamente agitados
manualmente e colocados em banho-maria a 100ºC durante 15 minutos, sem agitação. 1ml de
cada amostra foi retirado e transferido para eppendorffs, os quais foram centrifugados a 2500rpm
por 15 minutos a 4ºC. Das amostras retiradas da centrífuga, retirou-se 200 µl do sobrenadante que
foram aplicados poços da placa microtiter, sendo cada amostra, feita em duplicata. A placa foi
lida no espectrofotômetro a 532nm, além da IC
50
(concentração inibitória de 50% da
lipoperoxidação), a porcentagem de inibição da liberação de malonildialdeído (MDA) de cada
amostra, foi calculada, em relação ao valor do controle máximo utilizado no teste, valor o qual foi
considerado 100%.
Os reativos utilizados neste modelo foram preparados da seguinte forma:
Solução de Ferro e Ácido ascórbico a 28nM:
Foram utilizados 77,8mg de sulfato de ferro (Peso molecular: 278,02) em 10 ml de água;
48,3mg de ácido ascórbico dissolvidos em 10 ml de água; as soluções foram misturadas, agitadas
e abrigadas da luz. A partir dessas soluções foram preparadas as demais concentrações para fazer
a curva-padrão de lipoperoxidação do tecido usado no teste, e para garantir a validade do método.
Materiais e Métodos
42
A partir dessa solução mãe de concentração 140 µM, foram realizadas as diluições para as
concentrações de 120, 100, 80, 60, 40, 20 e 10 µM.
Reativo Tiobarbitúrico 0,5% (Sigma T-5500) em Ácido tricloroacético 20%
Para cada 5g de tiobarbitúrico foram adicionados 1000ml de ácido tricloroacético 20%
(água destilada), esse reativo foi armazenado ao abrigo da luz e mantido sob agitação até o
momento de sua utilização.
6. Estudo da toxicidade aguda
Foram realizados testes de toxicidade aguda e screening hipocrático em camundongos
albinos swiss, machos e fêmeas, para verificação de morte e sintomas provocados pela
administração oral dos extratos brutos de folhas e caules de Drimys angustifolia nas doses de
1750, 3500 e 5250mg/Kg. Foram utilizados 5 animais por grupo experimental, sendo água
destilada administrada ao grupo controle. Vários parâmetros comportamentais foram avaliados de
acordo com metodologia descrita por Malone e Robichaud (1962) e Irwin (1968). Os animais
foram avaliados aos 0.5, 1, 2, 4, 24 e 48 horas após administração dos extratos. Após a última
avaliação, os animais foram sacrificados e os órgãos como fígado, baço, rins, pulmão e coração
foram retirados, pesados e analisados macroscopicamente.
7. Análise Estatística
Os valores foram expressos em média e erro padrão da média (E.P.M.). Os modelos de
analgesia, úlcera e o peso dos órgãos no estudo da toxicidade aguda foram analisados
estatisticamente por ANOVA com teste posterior de Dunnett. Os resultados dos experimentos da
atividade antiinflamatória e lesão gástrica induzida por etanol absoluto nos animais pré-tratados
Materiais e Métodos
43
com L-NAME, foram analisados estatisticamente pelo teste “t” de Student. Foram consideradas
significantes diferenças para p<0,05.
Resultados
44
3. Resultados
1. Rendimento dos Extratos
Os rendimentos dos extratos etanólicos de caules e folhas de Drimys angustifolia seguem
na tabela abaixo:
Material vegetal
Material Fresco
Material Seco
[ ] total Extrato
Rendimento Material
Fresco Seco
Folha
1259,4g 500g 105,0g 8,33% 21%
Caule
1388,8g 500g 27,9g 2,00% 5,58%
Tabela 3: Rendimentos dos extratos
2. Perfil Fitoquímico
2.1. Análise fitoquímica quantitativa
Ambos os extratos apresentaram reação positiva para flavonóides, heterosídeo saponínico,
triterpenóides glicosilados, ácidos fixos fortes, glicosídeo cianogênico, quinonas, taninos,
agliconas esteróides, e apresentaram reação negativa para antocianinas, esteróides glicosilados,
bases quaternárias, alcalóides e cumarinas.
Fenóis, catequinas, triterpenos e leucoantocianidinas foram somente detectados no extrato
de caule, enquanto esteróides e triterpenóides livres foram detectados apenas no extrato de folhas.
2.2. Perfil Cromatográfico
Os cromatogramas (Figuras 2 e 3) dos extratos de caules e folhas demonstram que os
processos de secagem e extração não alteraram a composição qualitativa do material vegetal
Resultados
45
fresco, e indicam também, que em ambos os extratos, a marcha de extração de clorofila foi pouco
eficaz, visto que outros constituintes vegetais foram retirados por este processo.
Na comparação dos extratos utilizados nos ensaios biológicos com os padrões de
sesquiterpenos (Figura 4), não foram detectadas manchas com coloração, forma ou intensidade
que fossem semelhantes, aos padrões e as amostras dos extratos testados nos ensaios biológicos.
3. Resultados das Atividades Farmacológicas
1. Atividade antiulcerogênica
A redução significativa na área total de lesão ulcerativa induzida por etanol absoluto foi
observada a partir da menor dose testada (125mg/Kg), com proteção de 73,56% para o extrato de
folhas e de 58,04% para o extrato de caule. Doses de 250, 500 e 1000 mg/Kg de ambos os
extratos, reduziram de forma dose-dependente a área de lesão (Figuras 5 e 6).
No modelo de úlcera induzida por etanol/HCl 0.3M, a redução da área total de lesão
ulcerativa em relação ao grupo controle, foi observada a partir da dose de 250mg/kg, onde a
porcentagem de inibição foi de 81,42% para o extrato de folhas e de 76,50% para o extrato de
caule. A partir desta dose, ambos os extratos inibiram de forma dose-dependente as lesões
induzidas por etanol/HCl (Figuras 7 e 8).
1.2. Lesão gástrica induzida por etanol absoluto em animais pré-tratados com L-
NAME
O pré-tratamento dos animais com L-NAME no modelo de lesão gástrica induzida por
etanol absoluto, promoveu uma significante redução na proteção promovida pelos extratos de
caules e folhas.
Resultados
46
A porcentagem de inibição da área relativa de lesão ulcerativa diminuiu de 73,90% para
41,95% (extrato de caule) e de 67,08% para 34,51% (extrato de folhas) nos animais pré-tratados
com inibidor da enzima NO sintetase (Figura 9).
1.3. Lesão gástrica induzida por piroxicam
Os resultados obtidos no modelo de lesão gástrica induzida por piroxicam demonstraram
um aumento na área de lesão ulcerativa na dose de 1000mg/Kg de ambos os extratos testados.
Esse aumento foi de 256,96% para o extrato de folhas e de 190,74% para o extrato de caule, na
área total de lesão ulcerativa, porém, nas demais doses testadas os extratos foram inativos
(Figuras 10 e 11).
2. Atividade analgésica e antiinflamatória
O extrato etanólico de folhas de D. angustifolia na dose de 500mg/kg aumentou o tempo
de reação dos animais no teste de imersão da cauda, apenas após 240 minutos da administração,
sendo inativo nos intervalos de 30, 60, 90 e 120 minutos (Figura 13). O mesmo extrato não
apresentou nenhum efeito significativo nos outros modelos de analgesia. O tratamento com 500
mg/kg de extrato etanólico de caule foi inativo em todos os modelos de analgesia estudados, não
sendo capaz de reduzir o número de contorções abdominais (Figura 12) ou aumentar o limiar de
dor ao estímulo térmico nocivo na cauda e pata (Figuras 13 e 14).
No modelo de edema de pata induzido por carragenina (Figura 15), ambos extratos, na
dose testada (500mg/Kg), não promoveram diferenças estatisticamente significativas entre o
grupo controle e os grupos tratados com os extratos.
Resultados
47
3. Atividade Antioxidante
Os extratos de D. angustifolia apresentaram atividade antioxidante no modelo de inibição
da lipoperoxidação induzida por ferro e ácido ascórbico em membranas isoladas de hepatócitos,
onde a IC
50
foi de 11,61±0,97µg/ml para o extrato etanólico de caule, e de 19,06±0,30µg/ml para
o extrato etanólico de folhas. No mesmo teste, a quercetina, flavonóide antioxidante usado como
referência, apresentou uma IC
50
de 4,57±0,51µg/ml. Na figura 16, os resultados estão
representados em porcentagem de inibição de MDA.
4. Estudo da toxicidade aguda
A DL
50
de ambos os extratos não foi determinada devido a insuficiência de mortes
promovidas pelos extratos nas diferentes doses testadas. Mesmo assim, foi detectada morte de
uma fêmea na dose de 3500mg/Kg e três fêmeas e um macho na dose de 5250mg/Kg, nos animais
tratados com o extrato de caules de D. angustifolia. Com este extrato, também ocorreu diminuição
estatisticamente significativa no peso de fígado e baço das fêmeas tratadas com essas mesmas
doses (Tabela 6).
A administração oral do extrato de folhas não promoveu a morte de nenhum animal
(Tabela 5), porém ocorreu redução significante, no peso do baço nas doses de 3500mg/Kg
(fêmeas) e 5250mg/Kg (machos).
Quanto aos sintomas produzidos pelos extratos foi possível observar perda do equilíbrio na
dose de 5250mg/Kg nas quatro primeiras horas de observação, com os dois extratos, em ambos os
sexos. Os animais tratados com o extrato de folhas apresentaram exoftalmia, nas três doses, após
quatro horas da administração.
Todos os resultados podem ser observados nas figuras e tabelas a seguir.
Resultados
48
Análise Fitoquímica
Tabela 4: Análise fitoquímica dos extratos etanólicos brutos sem clorofila de caules e folhas de
Drimys angustifolia:
Extrato vegetal Teste para: COMPOSTOS CAULE FOLHA
Fenóis Detectado Não detectado
1. Fenóis e Taninos
Taninos Não detectado Não detectado
Antocianinas Não detectado Não detectado
2. Antocianinas e
Flavonóides
Flavonóides Detectado Detectado
Leucoantocianidinas Detectado Não detectado
Catequinas Detectado Não detectado
3. Catequinas,
Leucoantocianidinas
e Flavonóides
Flavonóides Não detectado Não detectado
Flavonóides Detectado Detectado
Xantonas Detectado Detectado
4. Flavonóides e
Xantonas
Triterpenos Detectado Não detectado
5. Catequinas
Catequinas Detectado Detectado
Triterpenóides Detectado Não detectado
6. Esteróides
triterpenóides
Esteróides livres Não detectado Detectado
7. Saponinas
Heterosídeo saponínico Detectado Detectado
Heterosídeo saponínico Detectado Detectado
Esteróides glicosilados Não detectado Não detectado
Triterpenóides
glicosilados
Detectado Detectado
8. Confirmação
saponinas
Triterpenóides forma
livre
Não detectado Detectado
9. Ácidos fixos fortes
Ácidos fixos fortes Detectado Detectado
10. Bases
quaternárias
Bases quaternárias Não detectado Não detectado
11. Alcalóides
Alcalóides Não detectado Não detectado
NÃO-
HIDROLISADO
12. Glicosídeo
cianogênico
Glicosídeo cianogênico Detectado Detectado
13 Quinonas
Quinonas Detectado Detectado
14. Cumarinas
Cumarinas Não detectado Não detectado
Fenóis Não detectado Não detectado
1
Taninos Detectado Detectado
Antocianinas Não detectado Não detectado
2
Flavonóides Detectado Detectado
Catequinas Não detectado Não detectado
Flavonóides Detectado Detectado
3
Leucoantocianidinas Não detectado Não detectado
Flavonóides Detectado Detectado
15 Agliconas
flavonóides
4
Xantonas Não detectado Não detectado
Esteróides Detectado Detectado
HIDROLISADO
16. Agliconas
esteróides e
triterpenóides
Triterpenos Detectado Não detectado
Resultados
49
Análise Cromatográfica dos extratos de Caules de
Drimys angustifolia
Eluente
: Hexano:acetato de Etila (7:3)
Revelador: Anisaldeído Sulfúrico
1
2
3
4
Eluente
: Tolueno:acetato de Etila (93:7)
Revelador: Anisaldeído sulfúrico
Figura 2
: Comparação por cromatografia de camada delgada, dos diferentes extratos de
caules de D. angustifolia, em dois sistema
s de eluentes, revelados com anisaldeído
sulfúrico.
1
-
Extrato etanólico de caules frescos
2- Extrato etanólico de caules com clorofila
3- Extrato etanólico de caules livres de clorofila
4- Resíduo de clorofila
3
3
4
2
1
3
4
2
1
Resultados
50
Análise Cromatográfica dos extratos de Folhas de
Drimys angustifolia
1
2 3
4
Eluente
: Hexano:acetato de Etila (7:3)
Revelador: Anisaldeído Sulfúrico
Eluente
: Tolueno:acetato de Etila (93:7)
Revelador: Anisaldeído sulfúrico
1
2
3
4
Figura 3
: Comparação por cromatografia de camada delgada, dos diferentes extratos de
folhas de D. angustifolia, em dois sistemas de eluentes, revelados com anisaldeído sulfúrico.
1
-
Extrato etanólico de Folhas Frescas
2- Extrato etanólico de Folhas, com clorofila
3- Extrato etanólico de Folhas livre de clorofila
4- Resíduo de clorofila
Resultados
51
Análise cromatográfica dos extratos de caules e folhas
de Drimys angustifolia em comparação com padrões de
sesquiterpenos
CAULE
1
2
3
4
5
6
1
2
3
4
5
6
FOLHA
1-
Crotonina
2- Transdesidrocrotonina
3- Transcariofileno
4- Extrato Diclorometânico
5- Extrato Metanólico
6- Extrato Etanólico sem clorofila
Eluente
: Tolueno:Acetato de Etila (93:7)
Revelador: Vanilina Sulfúrica
Figura 4: Comparação por cromatografia de camada delgada, do
s diferentes extratos de caules
e de folhas de D. angustifolia, com diferentes padrões de sesquiterpenos.
Resultados
52
Indução de lesão gástrica por etanol absoluto
Extrato etanólico de caule de Drimys angustifolia
0
5
10
15
20
25
Área total de lesão ulcerativa (mm2)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Área relativa de lesão ulcerativa
Figura 5: Avaliação do extrato etanólico de caules de Drimys angustifolia, no modelo de
lesão gástrica induzida por Etanol absoluto. No gráfico estão representadas as médias da área
total e área relativa de lesão ulcerativa e seus respectivos erros padrão, analisados
estatisticamente por ANOVA com teste posterior de Dunnett, onde **p<0.01, os números
entre parênteses representam o número de animais por grupo experimental.
(19)
(10)
**
(10)
**
(10)
**
(10)
**
(15)
**
(19)
(10)
**
(10)
**
(10)
**
(10)
**
(15)
**
1000mg/Kg extrato
500mg/Kg extrato
250mg/kg extrato
Água destilada
Carbenoxolona
125mg/Kg extrato
1000mg/Kg extrato
500mg/Kg extrato
250mg/kg extrato
Água destilada
Carbenoxolona
125mg/Kg extrato
Resultados
53
Indução de lesão gástrica por etanol absoluto
Extrato etanólico de Folhas de Drimys angustifolia
0
5
10
15
20
25
30
Área de lesão ulcerativa mm
2
0
5
10
15
20
25
Área relativa de lesão ulcerativa
Figura 6: Avaliação do extrato etanólico das folhas de Drimys angustifolia, no modelo de
lesão gástrica induzida por Etanol absoluto. No gráfico estão representadas as médias da área
total e área relativa de lesão ulcerativa e seus respectivos erros padrão, analisados
estatisticamente por ANOVA, com teste posterior de Dunnett, onde **p<0,01, os números
entre parênteses representam o número de animais por grupo experimental.
1000mg/Kg extrato
500mg/Kg extrato
250mg/kg extrato
Água destilada
Carbenoxolona
125mg/Kg extrato
1000mg/Kg extrato
500mg/Kg extrato
250mg/kg extrato
Água destilada
Carbenoxolona
125mg/Kg extrato
(18)
(10)
**
(10)
**
(10)
**
(10)
**
(14)
**
(18)
(10)
**
(10)
**
(10)
**
(10)
**
(14)
**
Resultados
54
Indução de lesão gástrica por Etanol/HCl 0.3M
Extrato de caule de Drimys angustifolia
0
10
20
30
40
50
60
70
Área de lesão ulcerativa em mm2
0
5
10
15
20
25
30
Área relativa de lesão
Figura 7: Avaliação do extrato etanólico de caules de Drimys angustifolia, no modelo de lesão
gástrica induzida por Etanol/HCl 0,3M. No gráfico estão representadas as médias da área total e
área relativa de lesão ulcerativa e seus respectivos erros padrão, analisados estatisticamente por
ANOVA, com teste posterior de Dunnett, onde *p<0,05 **p<0,01, os números entre parênteses
representam o número de animais por grupo experimental.
1000mg/Kg extrato
500mg/Kg extrato
250mg/kg extrato
Água destilada
Carbenoxolona
125mg/Kg extrato
1000mg/Kg extrato
500mg/Kg extrato
250mg/kg extrato
Água destilada
Carbenoxolona
125mg/Kg extrato
(20)
(10)
(10)
**
(10)
**
(10)
**
(15)
**
(20)
(10)
(10)
**
(10)
**
(10)
**
(15)
**
Resultados
55
Indução de lesão gástrica por Etanol/HCl 0.3M
Extrato etanólico de folhas de Drimys angustifolia
0
10
20
30
40
50
60
70
Área total de lesão ulcerativa mm
2
0
5
10
15
20
25
30
35
Área relativa de lesão ulcerativa
(
(
Figura 8: Avaliação do extrato etanólico de folhas de Drimys angustifolia, no modelo de lesão
gástrica induzida por Etanol/HCl 0,3M. No gráfico estão representadas as médias da área total e
área relativa de lesão ulcerativa e seus respectivos erros padrão, analisados estatisticamente por
ANOVA com teste posterior de Dunnett, onde *p<0,05 **p<0,01, os números entre parênteses
representam o número de animais por grupo experimental.
1000mg/Kg extrato
500mg/Kg extrato
250mg/kg extrato
Água destilada
Carbenoxolona
125mg/Kg extrato
1000mg/Kg extrato
500mg/Kg extrato
250mg/kg extrato
Água destilada
Carbenoxolona
125mg/Kg extrato
(18)
(09)
(10)
**
(10)
**
(10)
**
(15)
**
(18)
(09)
(10)
**
(10)
**
(10)
**
(15)
**
Resultados
56
Lesão gástrica induzida por etanol absoluto em camundongos pré-
tratados com L-NAME
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Área de lesao ulcerativa em mm
2
++
(8)
(9)
(8)
(7)
(8)
(8)
++
(8)
(9)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Área relativa de lesão ulcerativa
(8)
(9)
(8)
(8)
(7)
(8)
(8)
(9)
+
++
Figura 9: Avaliação dos extratos etanólicos de caules e folhas de Drimys angustifolia, no
modelo de úlcera induzida por etanol absoluto em camundongos pré-tratados com L-NAME,
os resultados estão apresentados em média e E.P.M, da área total e relativa de lesão
ulcerativa, *p<0,05 e **p<0,01 em relação ao controle interno de cada grupo (ANOVA),
+p<0,05 em relação ao grupo correspondente sem L-NAME (t-Student), o número entre
parênteses indica o número de animais por grupo experimental.
Salina
L
-
NAME
Salina
L
-
NAME
**
**
**
**
**
**
Água destilada
Extrato Caule
Extrato Folhas
Carbenoxolona
Água destilada
Extrato Caule
Extrato Folhas
Carbenoxolona
Resultados
57
Indução de lesão gástrica por Piroxicam
Extrato etanólico de caule de Drimys angustifolia
0
1
2
3
4
5
6
Área total de lesão ulcerativa mm
2
(8) (8)
(8)
(8)
(7)
(8)
*
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Área relativa de lesão ulcerativa
**
(8)
(8)
(8) (8)
(8)
(7)
Figura 10: Avaliação do extrato etanólico do caule de Drimys angustifolia, no modelo de lesão
gástrica induzida por piroxicam. No gráfico estão representadas as médias da área total e área
relativa de lesão ulcerativa e seus respectivos erros padrão, analisados estatisticamente pelo
teste ANOVA, seguido do teste de Dunnett, onde *p<0,05 e **p<0.01, os números entre
parênteses representam o número de animais por grupo experimental.
1000mg/Kg extrato
500mg/Kg extrato
250mg/kg extrato
Água destilada
Carbenoxolona
125mg/Kg extrato
1000mg/Kg extrato
500mg/Kg extrato
250mg/kg extrato
Água destilada
Carbenoxolona
125mg/Kg extrato
Cimetidina
Resultados
58
Indução de lesão gástrica por Piroxicam
Extrato etanólico de folhas de Drimys angustifolia
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Área total de lesão ulcerativa mm
2
*
(8)
(8)
(8)
(8)
(7)
(8)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Área relativa de lesão ulcerativa
(8)
(8)
(8)
(8)
(8)
(7)
*
Figura 11: Avaliação do extrato etanólico de folhas de Drimys angustifolia, no modelo de lesão
gástrica induzida por piroxicam. No gráfico estão representadas as médias da área total e área
relativa de lesão ulcerativa e seus respectivos erros padrão, analisados estatisticamente pelo
teste ANOVA, seguido do teste de Dunnett, onde *p<0,05, os números entre parênteses
representam o número de animais por grupo experimental.
1000mg/Kg extrato
500mg/Kg extrato
250mg/kg extrato
Água destilada
Carbenoxolona
125mg/Kg extrato
1000mg/Kg extrato
500mg/Kg extrato
250mg/kg extrato
Água destilada
Carbenoxolona
125mg/Kg extrato
Cimetidina
Resultados
59
Modelo de Contorção Abdominal
0
10
20
30
40
50
60
70
Nº de contorções abdominais
**
**
**
30
60
90 120 240
Tempo min.
(7)
(7)
(6)
(7)
(8)
(6)
(7)
(8)
(6)
(7)
(8)
(3)
(6)
(6)
(5)
Figura 12: Avaliação dos extratos etanólicos de (A) caules e (B) folhas de Drimys
angustifolia no modelo de contorção abdominal induzida por ácido acético. No gráfico estão
representadas as médias do número de contorções abdominais e os respectivos erros padrão,
analisados estatisticamente por ANOVA com teste posterior de Dunnett, onde *p<0,05 e
**p<0,01, o número entre parênteses indica o número de animais utilizado em cada grupo
experimental.
0
10
20
30
40
50
60
Nº contorções abdominais
30 60 90 120 240
Tempo
**
**
**
*
**
(5)
(5)
(4)
(6)
(6)
(4)
(5)
(6)
(5)
(5)
(5)
(6)
(6)
(6)
(6)
Controle
Extrato 500mg/Kg
Aspirina
(A)
(B)
Resultados
60
Teste de imersão da cauda
-10
-5
0
5
10
15
20
Média do tempo reação (seg.)
Controle
Caule
Folhas
Aspirina
*
30 60 90 120
240
Figura 13: Avaliação do extrato etanólico de caules e folhas de Drimys angustifolia, no teste
de imersão da cauda. No gráfico estão representados os tempos médios de reação e a linha
vertical representa o E.P.M., analisados estatisticamente por ANOVA com teste posterior de
Dunnett, onde *p<0,05.
Modelo da Placa Quente
-5
0
5
10
15
20
25
Média do tempo de permanência
Controle
Caule
Folha
Morfina
30 60
90
120 240 Tempo minutos
**
**
Figura 14: Avaliação do extrato etanólico de caules e folhas de Drimys angustifolia, no
modelo da placa quente. Cada ponto representa a média e a linha vertical o E.P.M., analisados
estatisticamente por ANOVA com teste posterior de Dunnett.
n=7
n=6
n=6
n=8
n=12
n=10
n= 12
n=11
Resultados
61
Avaliação da atividade antiinflamatória e de hiperalgesia mecânica
no Modelo de Edema de pata de Rato
0
5
10
15
20
25
Edema Pata Direita (ml)
Controle
Caule
Folha
60
90
120
Minutos
0
50
100
150
200
250
Limiar de hiperalgesia da pata direita (g/f)
60 120 240
Minutos
Figura 15: Avaliação dos extratos etanólicos de caules e folhas de Drimys angustifolia, no
modelo de edema de pata de rato induzido por carragenina. Os dados estão expressos em
média e E.P.M. (n=6), analisados estatisticamente pelo teste t-Student.
Resultados
62
Avaliação da atividade antioxidante de Drimys angustifolia
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
15,63 31,25 62,5 125 250 500 1000 2000
Concentração
% Inibição
Drimys - Folha
Drimys - Caule
Figura 16: Avaliação da atividade antioxidante dos extratos de caules e folhas de Drimys
angustifolia no modelo de peroxidação lipídica em membranas de fígado de rato. Os
resultados representam a porcentagem de inibição da MDA promovida pelos extratos nas
diferentes concentrações.
Extrato de Folhas
Extrato de Caules
µg/ml
Resultados
63
mg/Kg Peso corpo Peso Rins R/C Peso Fígado F/C Peso Pulmão P/C Peso Baço B/C Peso Coração
C/C Mortes
Àgua
destilada
34,6±1,96 0,411±0,010
0,011
2,120±0,102
0,061
0,200±0,006
0,005
0,174±0,011
0,005
0,162±0,005
0,004
00
1750
29±1,0 0,353±0,012
0,012
1,863±0,050
0,064
0,206±0,019
0,007
0,157±0,018
0,005
0,155±0,011
0,005
00
3500
27,6±1,56 0,317±0,026
0,011
1,636±0,135
0,059
0,181±0,007
0,006
0,090±0,016**
0,003
0,124±0,001
0,004
01
5250
29±1,34 0,353±0,005
0,012
2,046±0,146
0,070
0,183±0,020
0,006
0,126±0,020
0,004
0,139±0,002
0,004
03
mg/Kg Peso corpo
Peso Rins R/C Peso Fígado F/C Peso Pulmão
P/C Peso Baço B/C Peso Coração C/C Mortes
Àgua
destilada
40±0,92 0,580±0,020
0,014
2,927±0,15
0,073
0,257±0,009
0,006
0,207±0,0296
0,005
0,217±0,0139
0,005 00
1750
40,4±2,50 0,608±0,045
0,015
2,798±0,11
0,069
0,226±0,023
0,005
0,167±0,0185
0,004
0,224±0,0156
0,005 00
3500
38,2±3,05 0,569±0,069
0,014
2,583±0,47
0,067
0,251±0,023
0,006
0,151±0,0223
0,003
0,217±0,0199
0,005 00
5250
37±0,894 0,531±0,017
0,014
1,993±0,29**
0,053
0,218±0,008
0,005
0,107±0,0189*
0,002
0,185±0,015
0,005 01
FÊMEAS
Teste da Toxicidade Aguda de Drimys angustifolia
Extrato de Caule
MACHOS
Tabela 5: Avaliação do extrato de caules de D. angustifolia
, no estudo da toxicidade aguda, os resultados estão expressos em média e E.P.M., do peso
dos animais e dos referidos órgãos em gramas, (n=5), analisados estatisticamente por ANOVA com teste posterior de Dunnett, (**p>0,01 e *p>0,05).
Resultados
64
Teste da Toxicidade Aguda de Drimys angustifolia
Extrato das Folhas
FÊMEAS
mg/Kg Peso corpo
Peso Rins R/C Peso Fígado F/C Peso Pulmão P/C Peso Baço B/C Peso Coração
C/C
Mortes
Àgua
destilada
31,8±1,497
0,367±0,012
0,011
1,781±0,055
0,056
0,193±0,0105
0,006
0,148±0,015
0,004
0,144±0,002
0,004
00
1750
28,4±2,482
0,368±0,047
0,012
1,898±0,229
0,066
0,251±0,0572
0,008
0,126±0,023
0,004
0,146±0,009
0,005
00
3500
35±1,924 0,429±0,0473
0,012
2,218±0,132
0,063
0,195±0,008
0,005
0,138±0,004
0,003
0,174±0,009
0,004
00
5250
32,2±2,396
0,392±0,062
0,012
2,176±0,184
0,067
0,201±0,043
0,006
0,119±0,009
0,003
0,150±0,008
0,004
00
MACHOS
mg/Kg Peso corpo
Peso Rins R/C Peso Fígado F/C Peso Pulmão
P/C Peso Baço B/C
Peso Coração C/C Mortes
Àgua
destilada
37,6±1,50
0,367±0,012
0,009
1,781±0,055
0,047
0,193±0,010
0,005
0,180±0,010
0,004
0,144±0,002
0,003
00
1750
35,8±2,47
0,368±0,021
0,010
1,898±0,229
0,053
0,251±0,057
0,007
0,139±0,011
0,003
0,146±0,009
0,004
00
3500
37,0±2,00
0,429±0,026
0,011
2,218±0,132
0,059
0,195±0,008
0,005
0,155±0,032
0,004
0,174±0,009
0,004
00
5250
38,8±1,98
0,392±0,027
0,010
2,176±0,184
0,056
0,201±0,019
0,005
0,107±0,009*
0,002
0,15±0,008
0,003
00
Tabela 6: Avaliação do extrato de folhas de D. angustifolia
, no estudo da toxicidade aguda, os resultados estão expressos em média e E.P.M., do
peso dos animais e dos referidos órgãos em gramas, (n=5), analisados estatisticamente por ANOVA com tes
te posterior de Dunnett, (**p>0,01 e
*p>0,05).
Discussão
65
4. Discussão
Os resultados obtidos nos modelos de analgesia (contorção abdominal, teste de
imersão da cauda e modelo da placa quente) e de inflamação (modelo de edema de pata
induzido por carragenina) demonstram que os extratos etanólicos brutos sem clorofila de
caules e folhas de D. angustifolia não possuem atividades analgésica e antiinflamatória.
Apesar do aumento significativo do tempo de reação dos animais aos 240 minutos após a
administração do extrato de folhas no teste de imersão da cauda, este efeito foi muito discreto
para se atribuir ao extrato a atividade analgésica de interesse para uso.
Estudos realizados com o extrato hidroalcoólico de cascas de D. winteri, espécie
do mesmo gênero, que possui comprovada atividade analgésica e antiinflamatória (Mendes, et
al., 1998; Tratsk, et al., 1997, Cequinel Filho, et al., 1997), sugerem que dois sesquiterpenos,
o poligodial e o drimanial são os responsáveis por estas atividades farmacológicas, (Mendes,
et al., 2000; Mendes, et al., 1998; El Sayah, et al., 1997, Malheiros, et al., 2001; Scheidt, et
al., 2002).
Devido a discrepância entre os dados obtidos neste estudo com aqueles descritos
na literatura, realizamos um estudo fitoquímico específico de ambos extratos testados, tendo-
se em vista avaliar a presença de sesquiterpenos. Nestes estudos, os extratos etanólicos livres
de clorofila de folhas e caules usados nos estudos de atividade biológica não possuem estes
compostos. Essa diferença nos constituintes químicos pode explicar a ausência de tais
atividades para a espécie D. angustifolia, quando se compara estes resultados com os obtidos
com a espécie D. winteri.
A atividade antiulcerogênica dos extratos de caules e folhas de D. angustifolia foi
detectada nos modelos de úlcera induzida por etanol e etanol/HCl. Estes modelos avaliam a
capacidade da droga de proteger a mucosa gástrica (Mizui & Doteuchi, 1983), se
Discussão
66
diferenciando apenas quanto ao grau de lesão que estes agentes lesivos induzem nos
estômagos.
O etanol reduz o fluxo sanguíneo na mucosa gástrica seguida de estase sanguínea,
contribuindo para o desenvolvimento de hemorragias e necroses no tecido (Guth et al., 1984).
Em adição, o etanol também induz a solubilização dos constituintes do muco estomacal,
diminui a diferença de potencial na mucosa, aumentando o fluxo de Na
+
e K
+
para o lúmen, a
secreção de pepsina e promovendo a perda de íons H
+
e de histamina neste local (Guth et al.
1984; Szabo & Vattay, 1990). A presença da solução de HCl acelera (Sun, et al., 1991) e
intensifica a lesão, dificultando a proteção da mucosa por agentes químicos, os quais
necessitam de grande potência para reduzirem a lesão causada por estes agentes.
Diferente do observado nos estudos de atividade analgésica, os extratos testados
possuem importante atividade protetora da mucosa gástrica. Todas as doses testadas
promoveram uma redução significativa da área de lesão ulcerativa, apresentando uma resposta
dose dependente nos modelos de úlcera induzida por etanol e etanol/HCl.
No modelo de úlcera induzida por etanol/HCl, efeitos significativos foram
detectados a partir da dose de 250mg/Kg de ambos os extratos. A inibição da lesão gástrica
promovida pelos extratos de folhas e caules da espécie foi maior que a inibição promovida
pela administração de 250 mg/Kg de carbenoxolona, droga de referência utilizada. No modelo
de lesão gástrica induzida por etanol absoluto, ambos os extratos inibiram a lesão gástrica a
partir da menor dose testada (125mg/Kg).
No modelo de úlcera induzida por drogas antiinflamatórias não esteroidais
(DAINEs), no caso o piroxicam, a lesão do epitélio estomacal ocorre devido à ação inibitória
desta classe de compostos sobre as enzimas ciclooxigenases (COX-1 e COX-2) que são
responsáveis pela síntese de prostaglandina (Burke et al, 2006). No estômago, a
prostaglandina modula o fluxo sanguíneo, promove a proliferação das células do epitélio,
Discussão
67
regula a função das lulas imunológicas da mucosa, aumenta a secreção de muco e
bicarbonato e controla a secreção ácida basal (Chan & Leung, 2002). Esta inibição da síntese
de prostaglandinas está diretamente relacionada à potência de atividade analgésica e
antiinflamatória dos DAINEs.
Os resultados obtidos, com ambos os extratos da espécie vegetal, no modelo de
indução gástrica por piroxicam, demonstraram que na dose mais alta (1000mg/Kg), ocorreu
um aumento na área de lesão ulcerativa, enquanto nas doses menores ambos os extratos foram
inativos. O aumento da área de lesão poderia estar associado a um efeito sinérgico dos
extratos com o piroxicam na inibição da síntese de prostaglandinas, porém os efeitos desta
inibição deveriam promover efeito analgésico e antiinflamatório, o que não foi observado nos
modelos de analgesia e avaliação da atividade antiinflamatória de D. angustifolia, indicando
que outros mecanismos podem estar associados a este aumento de área de lesão gástrica.
Dentre os compostos secundários, descritos na literatura e detectados em ambos os
extratos, os flavonóides são aqueles que apresentam atividade antiulcerogênica em diferentes
modelos experimentais (Lewis & Hanson, 1991). Os flavonóides são metabólitos secundários
presentes na maioria das espécies vegetais e m atraído atenção, devido suas atividades
farmacológicas (Harborne & Williams, 2000), inclusive descrevendo sua atividade
antiulcerogênica (Gracioso et al., 2002; Gonzalez & Di Stasi, 2002; Alvarez et al., 1999;
Sannomiya, et al., 2005). Os flavonóides são capazes de proteger a mucosa gástrica de vários
agentes ulcerogênicos (Gracioso et al., 2002).
Flavonóides também são conhecidos por sua significante propriedade de seqüestrar
radicais livres in vivo e in vitro (La Casa, et al, 2000). Galati, et al., (2003) descreveram que
existe correlação entre a atividade antioxidante e a atividade antiulcerogênica dos flavonóides.
Di Carlo et al., (1999), investigando a atividade gastrintestinal da quercetina (flavonóide) em
animais pré–tratados com N
G
-nitro-L-arginina metilester e N
G
-monometil-L-arginina (L-
Discussão
68
NAME e L-NMMA), dois inibidores da enzima NO sintetase, sugeriu que o óxido nítrico está
envolvido na atividade gastrintestinal da quercetina, como regulação da secreção e do trânsito
intestinal.
Nossos dados demonstram ainda que a proteção da mucosa gástrica promovida
pelos extratos de D. angustifolia está intimamente relacionada com a participação do óxido
nítrico, que ocorreu diminuição significativa na proteção promovida pelos extratos, nos
animais pré-tratados com L-NAME.
O óxido nítrico age como um mediador endógeno modulando e reparando a
integridade dos tecidos e possui propriedade gastroprotetora contra diferentes tipos de agentes
agressores (Samini, et al., 2002), está envolvido na regulação do fluxo sanguíneo, na
manutenção do tônus vascular e muscular do trato gastrintestinal, controle da agregação de
plaquetas e modulação da atividade de mastócitos (Martin, et al., 2001).
Considerando que os flavonóides estão presentes em ambos extratos testados de D.
angustifolia, é possível que tais compostos sejam os responsáveis pela atividade
gastroprotetora observada nos modelos de etanol absoluto e etanol/HCl. Esta atividade pode
estar relacionada à ação antioxidante dos extratos, visto que no modelo de peroxidação
lipídica e no modelo de lesão gástrica induzida por etanol absoluto nos animais pré-tratados
com L-NAME, ambos extratos de D. angustifolia atuaram como potente agente antioxidante.
No modelo de peroxidação lipídica utilizado, o ácido tricloroacético precipita as
proteínas das amostras do fígado, enquanto que o reativo tiobarbitúrico reage com o
malonildialdeído (MDA), liberado pela lipoperoxidação causada pelo ferro e ácido ascórbico,
gerando uma cor cuja intensidade é determinada no espectrofotômetro. Quanto maior a
intensidade de cor maior a concentração de MDA. Um composto é considerado antioxidante
se inibir a lipoperoxidação causada pelo ferro e pelo ácido ascórbico, reduzindo os valores de
MDA. Os extratos etanólicos livres de clorofilas de caules e folhas de D. angustifolia,
Discussão
69
apresentaram importante atividade antioxidante, onde a IC
50
do extrato de caule foi apenas
duas vezes maior que a IC
50
da quercetina, que é um flavonóide puro e referência como
agente antioxidante. O extrato de folhas também apresentou atividade antioxidante em
concentração quatro vezes maior que a da quercetina.
Estudos demonstram que a atividade antioxidante é um importante fator na
proteção da mucosa gástrica contra os radicais livres (Ito, et al., 1998; Konturek, et al., 1997).
Essa proteção pode ser devida a inativação dos radicais livres, envolvendo enzimas como a
catalase, superóxido dismutase, peroxidase ou NO sintase (Konturek, et al., 1997).
Os radicais livres formados na lesão induzida por etanol podem estar envolvidos
no processo de lesão necrótica, o mecanismo provavelmente envolve o comprometimento da
microcirculação pela injúria endotelial causada pelos radicais livres (Pihan, et al., 1987).
Além disso, vale ressaltar que os radicais livres, como os ânions superóxido, destroem o NO
(Gryglewski et al., 1986; Rubanyi & Vanhoutte, 1986), um importante fator na proteção das
lesões gástricas (Kato et al., 1999).
Com base no exposto, é provável que a atividade gastroprotetora dos extratos,
esteja relacionada a sua atividade antioxidante, e esta pode ser devida aos flavonóides
presentes em ambos os extratos de D. angustifolia.
Por outro lado, os flavonóides podem inibir a via da ciclooxigenase e/ou da
lipooxigenase no metabolismo do ácido araquidônico (Harbone & Williams, 2000) inibindo
assim os fatores de proteção da mucosa gástrica. Alguns estudos realizados in vitro e in vivo
mostram que muitos flavonóides têm a capacidade de modificar a via do ácido araquidônico;
Alguns tipos de flavonóides como a quercetina e a miricetina, bloqueiam as vias da
ciclooxigenase e da lipooxigenase em altas concentrações, enquanto que em baixas
concentrações bloqueiam apenas a via das lipooxigenases (Landolfi, et al., 1984). Isto poderia
Discussão
70
explicar os efeitos de aumento da lesão gástrica induzida por piroxicam nos animais tratados
com as maiores doses dos extratos.
Além disso, Kato et.al., (1999), demonstraram que os mecanismos envolvidos nas
lesões induzidas por antiinflamatório não-estoroidal e por etanol/HCl são distintos, assim
como deve ser distinta a participação do NO em cada modelo de indução de lesão gástrica. O
estômago é um órgão que necessita de um equilíbrio constante para se manter íntegro, e para
isso dispõem de mecanismos complexos envolvendo diversos mediadores na regulação dos
processos fisiológicos e diante das diferentes condições adversas.
Os resultados apresentados no estudo da toxicidade aguda e screening hipocrático,
demonstram que as folhas podem possuir menor atividade tóxica do que o caule, pois não
ocorreu morte dos animais até a dose de 5250mg/Kg, porém alguns efeitos colaterais foram
observados em ambos extratos. Apesar destes resultados, os extratos mostram-se seguros para
uso em casos de úlceras, visto que para o consumo da dose de 5000 mg/Kg em um indivíduo
de 70 Kg seria necessário, com base nos cálculos de rendimento dos extratos, o consumo de
1,6Kg de folhas secas e de 6,2Kg de caules secos em uma única administração, o que é
absolutamente impossível.
Na análise fitoquímica foi detectada a presença de glicosídeos cianogênicos, sendo
que ocorreu uma reação mais intensa para o extrato etanólico de caule do que para o extrato
etanólico de folhas. Os glicosídeos cianogênicos possuem um potencial perigoso devido à
produção de HCN por hidrólise. A toxicidade do glicosídeo cianogênico contido nas plantas,
varia de acordo com a sensibilidade de diferentes espécies animais, sendo tóxico ou a
mesmo letal, dependendo da dose, da concentração, da produção de HCN, entre outros fatores
(Vetter, 2000). A presença do glicosídeo cianogênico nos extratos de caules e folhas de D.
angustifolia pode sugerir a causa da ocorrência de mortes e de alguns dos efeitos tóxico
descritos. Porém nenhum efeito tóxico ou letal foi observado nas doses com atividade
Discussão
71
protetora da lesão gástrica induzida por etanol e etanol/HCl, o que garante, portanto,
segurança de uso, tanto para as folhas como para o caule.
Este estudo sugere também que as folhas possuem as mesmas atividades
farmacológicas que o caule podendo ser utilizada, nesta espécie, no lugar das cascas do caule,
indicadas popularmente, o que permite o uso de uma parte da planta cuja extração causa
menores danos à espécie e ao ambiente onde a mesma está inserida, do que aqueles causados
com a extração do caule. Este aspecto é muito importante, visto que a disseminação do uso de
determinadas partes de plantas consideradas medicinais, promovem um intenso extrativismo
dos recursos vegetais, colocando em risco de extinção inúmeras espécies nativas. Desta
forma, o uso de partes da planta de fácil regeneração, como é o caso das folhas, permite a
exploração da espécie sem risco de extinção.
Este estudo demonstrou ainda que as espécies de Drimys, levando em
consideração as condições de estudo, local de coleta, partes utilizadas e tipo de preparação
dos extratos, não possuem as mesmas atividades farmacológicas da espécie Drimys winteri.
Diferentes fatores ambientais, como por exemplo, a intensidade de luz, fotoperíodo, altitude,
localização geográfica, clima no momento da coleta, forma de coleta, época de floração e/ou
frutificação, estágio de desenvolvimento da planta e outros, podem alterar a ocorrência e a
composição química de algumas plantas, sem afetar a composição química de outras. No caso
do gênero Drimys, um estudo realizado com a espécie Drimys winteri, coletada em cinco
regiões diferentes do Chile, demonstrou diferença quantitativa nos compostos secundários,
como flavonóides, terpenos e óleos essenciais (Munoz-Concha, et al., 2004).
As diferenças nas atividades farmacológicas observadas entre as espécies de
Drimys coletadas em diferentes locais do Brasil, sugerem que as espécies não podem ser
utilizadas como adulterantes, já que até mesmo a identificação botânica das espécies do
gênero, não é consenso entre os próprios taxonomistas. A taxonomia a respeito dos diferentes
Discussão
72
gêneros e espécies da família Winteraceae, é controvérsia e tem sido discutida por mais de 50
anos (Doust & Drinnan, 2004). Smith (1943), propôs que o gênero Drimys se divide em duas
seções, uma na América do Sul, denominada de Drimys e outra na Austrália, Nova Guiné,
Malásia e Filipinas a qual denominou de gênero Tasmannia (Doust & Drinnan, 2004). A
distinção das espécies de Drimys no Brasil ou o conhecimento de uma única espécie
polimórfica não é consenso entre os taxonomistas (Souza, 2005). Existe uma grande
divergência a respeito da classificação das espécies de Drimys. Alguns autores, relatam a
existência de uma única espécie de Drimys no Brasil, a Drimys brasiliensis (Barroso,1978;
Souza, 2005; Souza & Bianchini, 2002), porém vários taxonomistas descrevem a ocorrência
de várias espécies, com subespécies, formas e variedades, (Smith,1943; Trinta, 1997; PPP-
Index-Europa, 2005; New York Botanical Garden, 2005 e Missouri Botanical Garden, 2005).
Considerando a ausência de uma delimitação coerente e estudos mais aprofundados quanto à
classificação, optou-se neste trabalho, pelo reconhecimento de D. angustifolia como uma
espécie distinta, sinônimo de Drimys winteri fo. angustifolia (Miers) Eichler e Drimys
brasiliensis var. angustifolia (Miers) A.C.Sm., segundo Smith (1943) e Trinta (1997), bem
como na identificação realizada por um especialista em Winteraceae.
Como ocorre com as espécies do gênero Drimys, outras espécies medicinais
indicadas popularmente devem ser utilizadas com cautela e submetidas a um rigoroso controle
de qualidade, desde sua identificação, determinação de eficácia e segurança de uso, cultivo,
colheita, beneficiamento, armazenamento até a forma de utilização final.
Os resultados apresentados sugerem que a espécie Drimys angustifolia, possui
atividade antiulcerogênica, corroborando com os dados de indicação popular do gênero
Drimys, mostrando ser uma importante fonte de produtos de interesse terapêutico para
atividade antiulcerogênica. Nossos resultados permitiram a determinação das doses pré-
clínicas eficazes contra úlceras, a segurança de uso dos extratos, assim como a determinação
Discussão
73
de parâmetros para o controle de qualidade da matéria-prima vegetal. No entanto,
necessidade de novos estudos para avaliar os mecanismos da atividade antiulcerogênica de D.
angustifolia, bem como esclarecer se os flavonóides são os responsáveis por tal atividade.
Conclusão
74
5. Conclusão
Com base nos objetivos propostos, nos resultados e discussões apresentadas, com a
realização do presente estudo foi possível concluir que:
Os extratos etanólicos de caules e de folhas de Drimys angustifolia possuem
importante atividade antiulcerogênica nos modelos de etanol e etanol/HCl;
A espécie mostrou-se segura para uso, apesar dos efeitos tóxicos apresentados,
pois estes foram observados em doses muito superiores a dose efetiva para
úlcera;
A atividade gastroprotetora provavelmente está relacionada com a atividade
antioxidante dos extratos;
As folhas podem ser preferencialmente utilizadas como produto ativo
minimizando os efeitos prejudiciais da exploração de caules;
Ambos extratos não possuem atividades analgésica e antiinflamatória, detectável
pelos modelos e pela dose testada;
Os resultados obtidos nos modelos de analgesia mostram que a espécie D.
angustifolia não possui as propriedades farmacológicas descritas para a espécie
Drimys winteri provavelmente pela ausência dos sesquiterpenos poligodial e
drimanial nos extratos testados;
A espécie estudada representa uma nova fonte de produtos de interesse terapêutico
para atividade antiulcerogênica, podendo representar o início para outros estudos,
na elucidação dos compostos ativos ou mesmo na padronização de fitoterápicos
para esta atividade.
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YUNES, R.A.; PEDROSA, R.C.; CEQUINEL FILHO, V. Fármacos e fitoterápicos: a
necessidade do desenvolvimento da indústria de fitoterápicos e fitofármacos no Brasil. Quím.
Nova, v.24, n.1, p.147-152, 2001.
Anexos
84
Tabela 7- Parâmetros observados no Screening Hipocrático e escores atribuídos ao
grupo controle.
Parâmetros Avaliados
Procedimentos Escores
Frêmito vocal Sinais sonoros emitidos pelos animais 0
Estado de
consciência
e disposição
Irritabilidade Comportamento anormal quanto à agressividade 0
Atividade Geral Locomoção, auto-limpeza e ato de levantar 4
Sistema
locomotor
Resposta ao toque
Resposta a toques suaves e inesperados em
diferentes locais do corpo, aplicados com um
bastão de vidro
4
Tônus muscular e
força de agarrar
Força aplicada pelo animal para agarrar-se a uma
grade e capacidade de manter-se sobre a grade
em plano de 30º
4
Equilíbrio
Capacidade de manter-se sobre uma haste de
metal suspensa a 20cm da superfície da mesa
4
Musculatura
Esquelética
Ataxia e trem
posterior
Movimentação espontânea, qualidade de marcha
e postura
0
Reação de posição
Resposta à alteração de posição de uma pata
traseira quando puxada delicadamente para baixo,
em relação à quina da mesa
4
Reflexo Postural
Resposta de retornar à posição normal após ter
sido colocado em decúbito dorsal
4
Reflexos
Reflexo auricular
Resposta a toques suaves e inesperados feitos
com um bastão de vidro nas orelhas
4
Tremores e
convulsão
Verificação da presença destes eventos 4
Strub
Apresentação da cauda ereta e curvada sobre o
corpo
0
Sistema
Nervoso
Central
Analgesia Resposta sensitiva ao pinçar a cauda 0
Ptose palpebral Ocorrência de fechamento palpebral 0
Piloereção
Eriçamento dos pelos sobre toda superfície
corporal
0
Lacrimejamento e
salivação
Presença de secreções oculares e orais 0
Sistema
Nervoso
Autonomo
Excreção
Diferenças quantitativas e/ou qualitativas de
excretas (fezes e urina)
4
Anexos
85
Teste Hipocrático – Toxicidade de drogas por Análise Comportamental
Droga.................................................................Via de administração..........................
Dose ...................mg/kg; Volume da injeção;.................mL;
Concentração da droga..................Hora da injeção.........hs.; Data......../......../.........
Administrador:............................................Investigador..................................................
Assinatura...................................................Animal.....................................Sexo( );
Peso............g; Tempo de jejum.................................
Sintomas Normal Tempo
30’ 60’ 120’
180’
240’
24h
48h
Aparência geral 4
Frênito vocal 0
Irritabilidade 0
Atividade Motora 4
Ataxia 0
Redução do reflexo endireitar 0
Resposta ao aperto da cauda 4
Contorção 0
Tônus muscular 4
Força de agarrar 0
Reflexo auricular 4
Reflexo corneal 4
Tremores 0
Convulsões 0
Reação ao susto 0
Straub 0
Hipnose 0
Anestesia 0
Lacrimação 0
Ptose 0
Micção 4
Piloereção 0
Defecação 4
Hipotermia 0
Respiracão 4
Exoftalmia 0
Morte
Códigos: Testes com anotação normal “0”, a intensidade do efeito varia na escala de 1 a 4
Teste com anotação normal “4”, a intensidade do efeito poderá variar de 0 a 3
quando ocorrer diminuição, 4 quando igual ao controle e de 5 a 8 quando
ocorrer aumento.
Observações gerais/comentários
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
Anexos
86
Tabela 1.
Efeito das diferentes doses do extrato etanólico das folhas
(a)
e caules
(b)
de Drimys angustifolia no
modelo de lesão gástrica induzida por Etanol absoluto
Resultados apresentados em média e erro padrão da média. Os resultados da área relativa de lesão ulcerativa estão representados em
arcosseno. Análise estatística ANOVA seguida de teste de Dunnett, onde ** p>0,01.
Tabela 2.
Efeito das diferentes doses do extrato etanólico de caules
(a)
e folhas
(b)
de Drimys angustifolia no
modelo de lesão gástrica induzida por Etanol/HCl 0,3M
Resultados apresentados em média e erro padrão da média. Os resultados da área relativa de lesão ulcerativa estão representados em
arcosseno. Análise estatística ANOVA seguida de teste de Dunnett, onde ** p>0,01.
Tratamento (v.o.) N Área total lesão Inibição (%) Área relativa lesão Inibição (%)
Água destilada
(a)
20
23,76±4,34
----
17,66±1,85
Extrato 125mg/Kg
(a)
10
6,28±1,25**
73,56
6,68±1,10**
62,17
Extrato 250mg/Kg
(a)
10
5,64±1,34**
76,26
8,04±1,14**
54,47
Extrato 500 mg/Kg
(a)
10
3,77±1,01**
84,13
6,64±0,79**
62,40
Extrato 1000 mg/Kg
(a)
10
3,07±1,15**
87,07
5,66±0,84**
67,95
Carbenoxolona
(a)
14
3,40±0,54**
85,69
5,88±0,70**
66,70
Água destilada
(b)
19
17,35±3,03
----
14,83±1,43
-----
Extrato 125mg/Kg
(b)
10
7,28±1,45**
58,04
8,70±0,90**
41,33
Extrato 250mg/Kg
(b)
10
7,67±1,34**
55,79
9,45±1,01**
36,27
Extrato 500 mg/Kg
(b)
10
5,50±1,28**
68,29
8,25±1,06**
44,36
Extrato 1000 mg/Kg
(b)
10
2,97±1,39**
82,88
4,03±0,73**
72,82
Carbenoxolona
(b)
15
2,70±0,28**
84,43
5,73±0,32**
61,36
Tratamento (v.o.) N Área total lesão Inibição (%) Área relativa lesão Inibição (%)
Água destilada
(a)
20
57,92±7,67
----
24,80±2,87
-----
Extrato 125mg/Kg
(a)
10
42,97±6,75
25,81
22,54±2,00
9,11
Extrato 250mg/Kg
(a)
10
10,76±1,80**
81,42
8,41±0,84**
66,08
Extrato 500 mg/Kg
(a)
10
10,88±1,88**
81,21
8,84±0,98**
64,35
Extrato 1000 mg/Kg
(a)
10
5,09±1,55**
91,21
5,66±0,75**
77,17
Carbenoxolona
(a)
15
15,00±4,18**
74,10
10,38±1,41**
58,14
Água destilada
(b)
18
49,16±5,73
----
26,57±2,78
-----
Extrato 125mg/Kg
(b)
10
50,45±13,41
-2,62
26,62±3,31
0,00
Extrato 250mg/Kg
(b)
10
11,55±7,09**
76,50
8,62±1,04**
67,55
Extrato 500 mg/Kg
(b)
10
8,08±1,91**
83,56
7,25±0,93**
72,71
Extrato 1000 mg/Kg
(b)
10
12,34±2,41**
74,89
9,00±0,79**
66,12
Carbenoxolona
(b)
15
15,00±4,18**
69,48
10,45±1,40**
60,66
RESUMO dos RESULTADOS
Anexos
87
Tabela 3.
Efeito dos extratos de caules e folhas de Drimys angustifolia (500mg/Kg) no modelo de
úlcera induzida por etanol absoluto em animais pré-tratados com L-NAME.
Resultados apresentados em média e erro padrão da média. Os resultados da área relativa de lesão ulcerativa estão representados em
arcosseno. Análise estatística teste t, comparando o grupo tratado com salina com o seu respectivo grupo tratado com L-name, onde **
p>0,01.
Tabela 4.
Tabela 5.
Efeito do extrato etanólico de caules e folhas de Drimys angustifolia, na dose de
500mg/Kg em camundongos no modelo da Placa Quente.
n 30min. 60min. 90min. 120min. 240min.
Controle
12
1,46±0,71 1,19±0,66 2,02±1,22 1,28±0,92 4,19±1,52
Caule
10
0,003±0,78 -0,19±1,52 2,08±2,58 -0,04±1,44 1,6±2,09
Folha
12
2,48±1,5 1,23±1,1 1,38±1,32 0,02±0,83 0,1±0,67
Morfina
11
17,12±2,11** 14,22±2,68** 7,98±2,97 5,48±2,37 4,92±1,24
Resultados expressos em média ± E.P.M , analisados estatisticamente por ANOVA seguida do teste de Dunnett´s
comparados com o respectivo controle.
Salina L-Name
Grupos
n
Área total
Área relativa n Área total Área relativa
Água destilada
08
30,11±6,05
13,64±1,82
9
38,94±15,02 14,11±3,05
Ramos
08
2,60±0,76 3,56±0,46
7
15,12±9,08 8,16±2,82
Folhas
08
3,38±0,93 4,49±0,52
8
16,54±4,27** 9,24±1,52
Carbenoxolona
09
10,65±5,39
5,98±1,31
8
53,66±14,30**
14,91±2,27
Efeito das diferentes doses do extrato etanólico de folhas
(a)
e caules
(b)
de Drimys angustifolia no modelo
de lesão gástrica induzida por Piroxicam
Tratamento (v.o.) N Área total lesão Inibição (%) Área relativa lesão Inibição (%)
Água
(a)
08
2.37±0.92
----
3.92±0.77
----
Extrato 125mg/Kg
(a)
08
2.49±0.94
-5.06
4.07±0.88
-3.82
Extrato 250mg/Kg
(a)
08
1.35±0.29
43.03
3.13±0.50
20.15
Extrato 500 mg/Kg
(a)
08
1.48±0.35
37.55
3.08±0.48
21.42
Extrato 1000 mg/Kg
(a)
10
4.52±0.81
-90.71
7.19±1.34**
-83.41
Extrato 125mg/Kg
(b)
08
0.39±0.08
83.54
1.65±0.23
57.90
Extrato 250mg/Kg
(b)
08
1.80±0.55
24.05
3.46±0.71
11.73
Extrato 500 mg/Kg
(b)
08
1.47±0.37
37.97
3.13±0.44
20.15
Extrato 1000 mg/Kg
(b)
08
6.09±2.44
-156.96
6.33±1.42
-61.47
Cimetidina
(b)
08
2.24±0.77
5.48
3.67±0.63
6.37
Resultados apresentados em média e erro padrão da média. Os resultados da área relativa de lesão ulcerativa estão representados em arcosseno.
Análise estatística ANOVA seguida de teste de Dunnett, onde ** p>0,01.
Anexos
88
Tabela 6.
Efeito do Extrato etanólico de caules (A) e folhas (B) de Drimys angustifolia, na dose de
500mg/Kg em camundongos no modelo de contorção abdominal induzida por ácido acético.
n
+30 n
+60 n
+90 n
+120 n
+240
Água
(a)
5
50.0±1.67
6
46.8±4.30
5
50.4±6.12
5
48.2±6.10
6
49.3±6.66
Caule
(a)
5
37.6±5.0
6
44.3±5.09
6
44.0±6.80
5
38.2±12.82
6
48.3±3.06
Aspirina
(a)
4
15.0±5.21
4
23.2±3.56**
5
16.4±2.94**
6
14.3±3.93*
6
20.0±6.69**
Água
(b)
7
27.0±4.71
7
37.7±4.39
7
46.0±4.38
7
38.5±5.53
6
52.5±7.34
Folhas
(b)
7
30.2±6.62
8
29.7±3.81
8
39.87±2.74
8
32.1±5.74
6
46.3±3.44
Aspirina
(b)
6
15.1±4.34
6
26.1±4.62
6
14.1±4.19**
3
13.0±4.58**
5
26.4±8.13*
Resultados expressos em média ± EPM do número de contorções abdominais, (n), analisados estatisticamente pelo teste
ANOVA seguido do teste de Dunnett´s, onde *p<0,05 e **p<0,01.
Tabela 7.
Efeito do extrato etanólico de caules e folhas de Drimys angustifolia, na dose de
500mg/Kg no teste de imersão da cauda.
n Basal +30 +60 +90 +120 +240
Controle
7
6,93±1,06 -0,58±0,78 0,59±1,23 0,70±1,26 0,84±0,96 -0,82±1,05
Caule
6
11,55±1,87
-3,96±1,02 -0,25±2,36
-4,43±2,13
-2,20±2,40
-2,85±1,68
Folha
6
7,43±0,72 -1,09±0,68 9,96±6,45 5,66±4,49 10,12±6,75
9,38±5,00*
Aspirina
8
8,09±1,38 1,76±2,03 -0,42±1,53
-1,24±1,54
0,20±2,16 2,05±1,60
Resultados expressos em média ± EPM, (n), analisados estatisticamente pelo teste ANOVA seguido do teste de Dunnett´s, onde
*p<0,05.
Tabela 8-
Efeito do extrato etanólico de caules e folhas de Drimys angustifolia, no
modelo de edema de pata de rato induzido por carragenina. (a)Intensidade
de hiperalgesia e (b)Edema.
n
+60 +120 +240
Controle
6
193±19,66 (a) 168±13,47(a) 138±12,7(a)
Caule
6
207,5±19,26(a) 169,16±24,37(a)
118,33±22,27(a)
Folha
6
180,83±19,46(a) 155±11,97(a) 130,83±12,2(a)
Controle
6
4,5±1,43 (b) 9,33±2,76(b) 12,33±2,64(b)
Caule
6
6,33±1,64(b) 17±2,60(b) 18,83±2,24(b)
Folha
6
6,33±0,95(b) 12,66±0,98(b) 11,66±1,47(b)
Resultados expressos em média ± E.P.M., (a) multiplicados por 10 (g/f) e (b) (volume) ml, da pata direita,
analisados estatisticamente por ANOVA seguido do teste de Dunnett´s.
Errata
89
Errata
Página
Onde se lê
Leia
38
A contorção abdominal foi induzida pela
administração de ácido.....
A contorção abdominal foi induzida em
animais em jejum prévio de 24h, pela
administração de ácido.....
39
Os animais foram selecionados antes do
tratamento,
Os animais sem jejum prévio foram
selecionados antes do tratamento
39 Foram selecionados os animais com tempo... Foram selecionados os animais, sem jejum
prévio, com tempo de reação...
41
0.625, 03125 e 0.15625µg/ml 0.0625, 0.03125 e 0.015625µg/ml
47 (Tabela 6) (Tabela 5)
47 (Tabela 5) (Tabela 6)
47
No peso do baço nas doses de 3500mg/Kg
(Fêmeas) e 5250mg/Kg (machos)
No peso do baço na dose de 5250mg/Kg
(machos)
59 (A) 60 minutos (6) sobre as barras do grupo controle e do
extrato
60 ------- Onde ** p<0,01
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