54
e/ou completando a idéia da outra. Aqui se faz necessário que eu transcreva o
diálogo para melhor explicitar o trabalho.
L – Entendo como uma coisa referente a uma verificação. Acompanhar o
crescimento do aluno. O conhecimento que ele vai adquirindo. Tu avalias
para ver se ele está conseguindo acompanhar o que está sendo trabalhado
com ele, aquilo que o professor quer passar para ele, aquele conhecimento.
Ver o quanto o aluno assimilou daquilo.
S – Acho que não é um momento estanque. É uma coisa dinâmica. É muito
mais do que simplesmente avaliar.
L – Não, claro! É um acompanhamento.
S – Eu me avalio quando eu avalio o meu aluno. Na simples aplicação de
uma prova. Depois de um exercício, quando eu vou corrigir e eles não
conseguem me responder o que foi trabalhado, eu acho que eu não ensinei
nada. Eu estou me avaliando junto ali. É o momento de considerar a troca
mútua. Às vezes a gente fica frustrada.
J – E por que a gente fica frustrada?
S – Porque a gente não conseguiu alcançar a meta. De passar e fazer com
que eles aplicassem tudo o que gente ensinou.
J – E por que será que a gente não consegue isso?
S – Não caminhou pela trilha certa.
L – De repente a linguagem não é a adequada.
C – Numa turma que eu tenho com 40 alunos na sala, eu tenho certeza que
atinjo até a metade da aula. Da metade pra trás a minha voz não chega mais.
S – Um problema é o número de alunos na sala de aula.
C – Também essa maior liberdade para entrar e sair da sala de aula.
Qualquer aluno que entre ou saia, atrapalha totalmente.Têm aulas em que eu
saio frustrada porque não consegui chegar até eles. Eu tento. Eu tenho
certeza de que sou uma pessoa que tento o máximo de explicações. Dou
exercícios. Tem que fazer. Numa aprendizagem tem que trabalhar. Eu quero
ver o que chegou neles. Eles trabalham com exercícios naquela semana para
ver se houve ou não aprendizagem. Retomo os exercícios. Tem cadeiras que
a gente não consegue fazer isso. Dar esse tempo para retomar. É um
acúmulo de conteúdo. Tem um problema e a gente não pode avançar além
daquilo ali.
S – Cada aluno tem a sua individualidade e ele precisa daquilo ali, daquele
momento de retomada.
J – Num universo de 40 alunos, como é que fica aquele aluno que não tem
condições de avançar?
S – Trabalho tem que ser individualizado, mas perante esta realidade como é
que o professor vai conseguir conduzir?
C – Eu tive um aluno assim.
L – Essa retomada de conteúdo na aula seguinte eu também faço e é aí que
tu percebes a diferença entre um e outro e normalmente é em função da
posição dele dentro da sala de aula. Aqueles que ficam sentados mais
próximos , mais na frente tu consegues atingir mais rápido. Eles conseguem
atingir mais rápido as conclusões e conseguem ser bem melhores porque
eles estão ali e eu vejo o que eles estão fazendo enquanto que aqueles lá do
fundo nem me trazem o retorno.
J – E se vocês organizassem a aula em grupos para trabalhar?
S – Fica melhor para fazer as atividades Jussara?
J –Muito melhor, porque um auxilia o outro. Interage, questiona, coloca e
esclarece dúvidas, traz o que já construiu e também aprende com os outros.
Ao sugerir o trabalho em grupo em sala de aula, fiz no sentido de que o aluno
necessita entender que a sua aprendizagem também depende dos colegas,