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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MANEJO DO SOLO E
ÁGUA
CONSORCIAÇÃO DE MANDIOCA E FEIJÃO COMUM: VIABILIDADE DA EXPLORAÇÃO EM
AGRICULTURA FAMILIAR NA MICRORREGIÃO DO BREJO PARAIBANO
FARNÉSIO DE SOUSA CAVALCANTE
AREIA-PB
Fevereiro de 2005
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CONSORCIAÇÃO DE MANDIOCA E FEIJÃO COMUM:
VIABILIDADE DA EXPLORAÇÃO EM AGRICULTURA FAMILIAR
NA MICRORREGIÃO DO BRJO PARAIBANO
FARNÉSIO DE SOUSA CAVALCANTE
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CONSORCIAÇÃO DE MANDIOCA E FEIJÃO COMUM:
VIABILIDADE DA EXPLORAÇÃO EM AGRICULTURA FAMILIAR
NA MICRORREGIÃO DO BREJO PARAIBANO
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Manejo do Solo e Água do Centro de
Ciências Agrárias da Universidade
Federal da Paraíba, em cumprimento
de parte das exigências para
obtenção do grau de Mestre.
ALUNO: Farnésio de Sousa Cavalcante
ORIENTADOR: Prof. Dr. Ivandro de França da Silva
AREIA-PB
Fevereiro de 2005
FARNÉSIO DE SOUSA CAVALCANTE
4
CONSORCIAÇÃO DE MANDIOCA E FEIJÃO COMUM: VIABILIDADE DA
EXPLORAÇÃO EM AGRICULTURA FAMILIAR
NA MICRORREGIÃO DO BREJO PARAIBANO
APROVADA EM: 16 de Fevereiro de 2005
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Ivandro de França da Silva
DSER / CCA / UFPB
- Orientador -
Prof. Dr. Ademar Pereira de Oliveira
DF / CCA / UFPB
- Examinador -
Prof. Dr. Ângelo Giuseppe Chaves Alves
DB / UFRPE
- Examinador -
DEDICATÓRIA
A Deus, Todo-Poderoso, Pai e Criador de
tudo que existe, o qual é Bom e Sua
Misericórdia dura para sempre e a Seu Filho,
5
Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, autor
e consumador da Fé.
Aos meus pais, Francisco Cavalcante
Pedroza e Raimunda Maria de Sousa
Cavalcante.
À Shirley Ferreira Leite, por sua companhia,
amor e comunhão na fé cristã, e à sua família.
Às minhas irmãs Fernanda de Sousa
Cavalcante, Francimone de Sousa Cavalcante
e Fabiana de Sousa Cavalcante.
À todos os meus familiares, amigos e irmãos.
Á Maria de Lourdes Silva Sabino in memorian
e Agápio Sabino de Sousa.
A todas as crianças do mundo.
Dedico.
AGRADECIMENTOS
A Deus pela vida, graça e liberdade por meio de Jesus Cristo;
À meus pais, pelos fundamentos da educação, honra e dignidade;
Ao Programa de Pós-Graduação em Manejo do Solo e Água do CCA / UFPB;
Ao Professor Ivandro de França da Silva, pela orientação, amizade fraterna,
conselhos paternos, respeito e auxílio à pesquisa desde o período de
Graduação;
6
À Banca Examinadora: Professores Ademar Pereira de Oliveira e Ângelo
Giuseppe Chaves Alves, pela importante contribuição nesta dissertação;
A todos os funcionários do Laboratório de Física do Solo nas pessoas de Eng.
Agrº. Robeval Diniz Santiago (Vavau), João Lopes (Pelé), Suelene Alves
(Sula), Sebastião de Souza (Castor), Eng. Agrº. Francisco de Assis Pereira
Ramos (Chico), aos laboratoristas da Química e Fertilidade do Solo nas
pessoas de Eng. Agrº. Montesquieu da Silva Vieira, Ednaldo Jerônimo e
Antônio Fabiano Duarte;
A todos os companheiros de curso, especialmente aos amigos da "casa do
mestrado": Mácio Farias Moura, Evandro Franklim de Mesquita, Fabiano
Tavares de Moura e Jeandson Silva Viana; e aos amigos: Genival Quirino
Seabra Filho, Rui Mendes Rodrigues, Jorge Lucena Santos, Adão Francisco
José da Silva, Clébson Cavalcanti Gomes, Luis de França da Silva Neto (Lula),
Cícero de Souza, Dr. José Romualdo de Sousa Lima, Matos da Silva e tantos
outros amigos;
À Coordenação do PPGMSA, nas pessoas da Prof. Dra. Vânia da Silva Fraga e
do Prof. Dr. Adaílson Pereira de Souza;
A CAPES pela conceção da bolsa de estudo;
Ao Sr. José Bento Neto (Seu Zequinha) e à sua esposa D. Diomar Bento da
Silva, proprietários do tio Tauá de Mata Limpa, local da área experimental e
donos de grandiosa humildade, hospitalidade e presteza a todos os visitantes;
Meus sinceros agradecimentos.
BIOGRAFIA DO AUTOR
Farnésio de Sousa Cavalcante, filho de Francisco Cavalcante Pedroza e
Raimunda Maria de Sousa Cavalcante, nasceu em Itaporanga, sertão do
Estado da Paraíba, em 23 de Fevereiro de 1972.
Cursou a primeira fase do ensino fundamental no antigo Grupo Escolar
Simeão Leal (E.E.E.F. Simeão Leal), e a segunda fase do ensino fundamental,
7
até a série, no Colégio Diocesano D. João da Mata, ambos na cidade de
Itaporanga-PB.
Em fins de 1987 migrou para Campina Grande, Paraíba, onde veio a
concluir o ensino fundamental e médio na Escola Estadual Prof. Raul Córdula.
Em 31 de Maio de 1992 ingressa na Congregação Cristã no Brasil, onde
permanece como membro ativo.
Em outubro de 1992 ingressa no curso de Agronomia da UFPB, Campus
II - Areia-PB, através de concurso vestibular, iniciando no segundo semestre
letivo, interrompendo-o, três anos depois, por motivos superiores.
Em Janeiro de 2000 retorna ao Curso de Agronomia, através de novo
concurso vestibular, concluindo-o em 20 de outubro de 2002.
De Agosto de 2000 a Agosto de 2002 é bolsista do PIBIC / CNPq /
UFPB, desenvolvendo pesquisa com variedades de cana-de-açúcar em
Latossolo Amarelo.
Em março de 2003 ingressa no Programa de Pós-Graduação em Manejo
do Solo e Água (Mestrado) da Universidade Federal da Paraíba, Centro de
Ciências Agrárias, Areia-PB, onde se encontra até hoje.
SUMÁRIO
Página
RESUMO ................................................................................................................. xii
ABSTRACT .............................................................................................................. xiii
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 1
2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 3
8
2.1. Agricultura Familiar............................................................................................ 3
2.2. Agricultura de Sequeiro .................................................................................... 5
2.3. Mandioca e Feijão ............................................................................................ 6
2.3.1. Mandioca ....................................................................................................... 6
2.3.2. Feijão ............................................................................................................. 18
2.4. Consorciação .................................................................................................... 20
3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 24
3.1. Condução do experimento ............................................................................... 24
3.1.1. Clima, Solo e Localização ............................................................................. 24
3.1. 2. Área experimental e tratamentos ................................................................. 24
3.1. 3. Preparo do solo e tratos culturais ................................................................. 28
3.1. 4. Atividades de campo e de laboratório .......................................................... 28
3.1. 5. Análise Estatística ........................................................................................ 30
3.1. 6. Análise Econômica........................................................................................ 30
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 31
4.1. Caracterização Física da Área ......................................................................... 31
4.2. Caracterização Química do Solo ...................................................................... 36
4.3. Balanço hídrico ................................................................................................. 37
4.4. Produtividade de feijão, Número de vagens por planta e densidade de
plantio.................................................................................................................
38
4.5. Altura de plantas de mandioca, diâmetro e comprimento de raízes....... ...........
40
4.6.Produtividade de fitomassa fresca e seca de parte aérea e de raízes e índice
de colheita da mandioca.....................................................................................
44
4.7. Uso eficiente da terra......................................................................................... 47
4.8. Produtividade de farinha e fécula de mandioca ................................................ 48
4.9. Relação entre altura de plantas e produção ......................................................
49
4.10. Análise econômica do consórcio mandioca e feijão ........................................
49
5. CONCLUSÕES ................................................................................................... 51
6. RECOMENDAÇÕES OU SUGESTÕES ............................................................. 52
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 53
8. ANEXOS ............................................................................................................. 69
9
LISTA DE QUADROS, FIGURAS E TABELAS
Página
Quadro 1. Valores de densidades do solo e de partículas e porosidade
total para área de monocultivo e consórcio de mandioca e feijão
. .............................................................................................................31
Quadro 2. Valores percentuais de macro e microagregado obtidos por
peneiragem seca e úmida para área de monocultivo e consórcio
de mandioca e feijão. ............................................................................33
10
Quadro 3. Valores de diâmetros médios ponderados de agregados seco
(DMPAs) e úmido (DMPAu) e relação DMPAu/DMPAs para a
profundidade de 0-20 cm. .....................................................................34
Quadro 4. Valores percentuais de macro e microagregados do solo, argila
dispersa em água e grau de floculação para os diferentes
tratamentos, na profundidade de 0-20 cm
.................................................................... 35
Quadro 5. Granulometria e classificação textural das áreas de acordo
para a profundidade de 0-20 cm ...........................................................36
Quadro 6. Produtividade do feijão de acordo com os arranjos espaciais,
número de vagens por planta e densidade de plantio por cada
tratamento .............................................................................................40
Quadro 7. Número, diâmetro e comprimento médio de raízes de mandioca e
altura de plantas, por tratamento .........................................................
42
Quadro 8. Produtividade de fitomassa fresca e seca de raízes tuberosas de
mandioca, fitomassa fresca e seca de parte aérea e índice de
colheita
..............................................................................................................
46
Quadro 9. Uso eficiente da terra (UET) em monocultivo e consórcio de
mandioca e feijão, em diferentes espaçamentos (tratamentos
utilizados)
..............................................................................................................
.47
Quadro 10. Estimativas de produtividade de farinha e de fécula de mandioca
para os diferentes
tratamentos..................................................................... 48
Quadro 11. Coeficientes de correlação simples ( r ) entre altura de plantas,
produtividade de raiz e produtividade de parte aérea da cultivar de
11
mandioca Cedinha (BGM 858) (Manihot esculenta
Crantz)..................49
Quadro 12. Análise econômica para o monocultivo e consórcio de mandioca e
feijão comum, em agricultura
familiar...................................................50
Figura 1. Representação da distribuição dos blocos e das parcelas que
constituíram o experimento ..................................................................
25
Figura 2. Tratamento 1 (a) e Tratamento 2 (b) ...................................................
26
Figura 3. Tratamento 3 (a) e Tratamento 4 (b) ...................................................
26
Figura 4. Tratamento 5 (a) e Tratamento 6 (b) ...................................................
27
Figura 5. Tratamento 7 (a) e Tratamento 8 (b) ...................................................
27
Figura 6. Balanço hídrico pelo método de “Thorntwaite & Matter (1955)” para
o município de Areia-PB durante o período de abril de 2003 a abril
de 2004.
...................................................................................................38
Figura 7. Altura média de plantas de mandioca por tratamento, durante a
condução do ensaio
.............................................................................43
12
CAVALCANTE, Farnésio de Sousa. Consorciação de mandioca e feijão
comum: viabilidade da exploração em agricultura familiar na Microrregião do
Brejo Paraibano. Universidade Federal da Paraíba, Areia-PB. 78p. 2005.
Dissertação (Mestrado em Manejo do Solo e Água).
RESUMO
A consorciação de culturas, principalmente as de subsistência, é uma das
principais características da agricultura familiar que é um importante
instrumento de inclusão social, geração de trabalho e distribuição de renda. O
presente trabalho foi realizado sob condições de campo, com o objetivo de
avaliar o consórcio mandioca + feijão comum em agricultura familiar na
microrregião do Brejo Paraibano, estabelecido em Latossolo Amarelo. O
experimento foi conduzido no período de abril de 2003 a abril de 2004, em
blocos casualizados com parcelas de 7,0 m de comprimento por 6,0 m de
largura. As culturas avaliadas (mandioca e feijão comum) foram plantadas em
consórcio ou em monocultivo, em leirões, conforme espaçamentos utilizados.
As maiores produtividades de raízes tuberosas foram obtidas nos tratamentos
de ciclo vegetativo completo (12 meses). O tratamento em que a mandioca
plantada em fileiras simples e consorciada com feijão em fileiras duplas, foi o
mais produtivo (21,1 t ha
-1
e 9,5 t ha
-1
, para fitomassa fresca e seca,
respectivamente). A produção de parte aérea não diferiu estatisticamente entre
os tratamentos. Os tratamentos consorciados foram economicamente
superiores ao monocultivo de mandioca, no uso eficiente da terra, variando de
26 a 46%. Os parâmetros produtividade de raiz e produtividade de parte aérea,
altura de plantas e produtividade de parte aérea correlacionaram-se positiva e
significativamente. A produção de raiz superou em 4%, pelo menos, a
produção de parte aérea no índice de colheita da mandioca. Os maiores
rendimentos de feijão foram alcançados quando a densidade foi de 20 plantas
13
por metro linear, com 528,2 kg ha
-1
e 332,0 kg ha
-1
, respectivamente para o
monocultivo e consorciação.
CAVALCANTE, Farnésio de Sousa. Intercropping of cassava (Manihot
esculenta, Crantz) and bean (Phaseolus vulgaris, L.): viability of the exploration
in familiar agriculture. Universidade Federal da Paraíba, Areia-PB, Brazil. 78p.
2005. Thesis of Master Science (Posgraduation in Soil and Water
Management).
ABSTRACT
The intercrop of cultures, principally the subsistence crops, is one of the main
characteristics of the familiar agriculture that is an important instrument of social
inclusion, generation of work and distribution of income. The present work was
carried through under field conditions, with the objective to evaluate the
behavior of the exploration of the intercrop cassava-bean in familiar agriculture
in the microregion of the Brejo Paraibano, established in Oxisol, in the period of
April of 2003 the April of 2004, distributed in randomized blocks with parcels
with 7,0 m of length for 6,0 m of width, where the evaluated cultures (cassava
and beans) had been planted in intercrop or monoculture. The largest
productivitiy of tuberouses roots had been gotten in the treatments of complete
vegetative cycle (12 months), being the treatment where the cassava adapted
in simple rows and joined with beans in double rows most productive (21.1 t ha
-
1
and 9,5 t ha
-1
, for leafmass cool and dries, respectively). Was evidenced that
the production of aerial part estatisticament did not difference in all the
treatments. The joined treatments had been economically superior to the
monoculture of cassava in the efficient use of the land, varying of 26 at 46%.
The parameters productivity of root and productivity of aerial part, height of
plants and productivity of aerial part had been correlated positively and
significantly. The root production surpassed in 4%, at least, the production of
aerial part in the index of harvest of the cassava. The biggest beans incomes
had been reached when the density was of 20 plants for linear meter, with
528,2 ha
-1
and 332,0 kg ha
-1
, respectively for the monoculture and intercrop.
14
1. INTRODUÇÃO
São de grandiosa importância para a região nordestina as culturas de
mandioca e de feijão, tanto por serem componentes fundamentais na dieta da
população; como por se tratar de uma fonte de renda e, ainda, pela adaptação
dessas culturas ao rigor climático regional, sendo cultivadas em sistema de
sequeiro durante a estação chuvosa.
A necessidade de suprir a demanda por alimentos através de recursos
limitados pelas condições da agricultura familiar, aliada à uma preocupação no
melhor aproveitamento das áreas de cultivo, tem sido a razão de se praticar
cultivos consorciados.
A consorciação mandioca-feijão tem sido muito utilizada por ser
considerada promissora, pelo fato do feijão ser uma fonte protéica por
excelência, que complementa o valor energético das raízes de mandioca
(SANTOS, 1988). De acordo com Thung (1977), é amplamente utilizada por
agricultores com diversos níveis de tecnologia agrícola e por facilitar a
obtenção de produções relativamente estáveis, que cobrem suas necessidades
de subsistência.
No consórcio mandioca-feijão, a cultivar de mandioca deve apresentar,
preferencialmente, conforme Santos (1988), vigor médio e porte ereto, à
semelhança do tipo ideal de planta para o máximo rendimento em monocultivo,
enquanto a cultivar de feijão deve ser precoce e de hábito de crescimento
prostrado, procurando-se evitar aquela trepadeira ou volúvel, pelo menos
enquanto as plantas de mandioca estiverem pequenas.
A agricultura familiar no nordeste brasileiro, que se beneficia da
policultura, possibilita a manutenção das famílias no campo, evitando o êxodo
rural e, apesar de não dispor de recursos financeiros e apoio técnico
suficientes, consegue oferecer à população alimentos saudáveis e compatíveis
com a renda per capita da região.
Devido, principalmente, à predominância de minifúndios que requerem
um uso mais intensivo dos recursos escassos, representados pela mão-de-
obra, terra e capital, a mandioca é cultivada no Nordeste do Brasil, geralmente,
em sistemas de cultivos consorciados.
15
Este trabalho teve como objetivo avaliar o consórcio mandioca-feijão
comum em agricultura familiar na microrregião do Brejo Paraibano sob
condições de sequeiro.
16
2. REVISÃO DE LITERATURA
O uso de culturas consorciadas visa, primordialmente, aumentar a renda do
pequeno agricultor e desenvolver um método capaz de elevar a eficiência do
sistema produtivo, bem como aprimorar a utilização dos fatores de produção de
alimentos, terra e mão-de-obra.
A agricultura familiar vem utilizando o sistema de consorciação de culturas
como forma de melhor aproveitamento do espaço físico das propriedades que, em
sua maioria, são minifúndios ou terras marginais, objetivando, em primeiro lugar,
a subsistência e suprindo a carência alimentar.
Nesta revisão de literatura, procurou-se comparar os sistemas de cultivo da
mandioca e do feijão comum plantados em monocultivo, consórcio ou rotação de
culturas sob condições de sequeiro e desprovidos de adubação, buscando
respostas quanto à sua viabilidade para melhoria da renda da agricultura familiar
da Microrregião do Brejo Paraibano.
2.1. Agricultura familiar
A agricultura familiar exerce um papel fundamental para o desenvolvimento
social e para o crescimento equilibrado do Brasil. Todos os anos são
movimentados bilhões de reais no país, produzindo a maioria dos alimentos que
são consumidos nas mesas brasileiras: 84% da mandioca, 67% do feijão, 52% do
leite, 49% do milho, 40% das aves e ovos e 58% dos suínos. Além disso, ela
mantém no campo milhões de pessoas que de outro modo seguiriam em direção
às grandes cidades e também contribui para a maior conservação do meio
ambiente (MDA, 2004a). Esse setor corresponde a 4,1 milhões de
estabelecimentos, 84% do total, ocupando 77% da mão-de-obra no campo e é
responsável, em conjunto com os assentamentos de reforma agrária, por cerca de
38% do Valor Bruto da Produção Agropecuária e por utilizar 30% da área total
(MDA, 2004c).
17
A viabilização da agricultura familiar está vinculada à eficiência da
comercialização dos produtos agrícolas gerados pelas famílias e esta eficiência,
inclui a existência de mercados e o valor do produto, devendo este, por sua vez,
estar com maior valor agregado possível (PLANETA ORGÂNICO, 2004).
A comparação da agricultura patronal com a agricultura familiar quanto à
capacidade de produzir renda por unidade de área é largamente favorável a esta
não na média nacional, que é superior ao dobro da patronal, em cada uma das
regiões do país (MDA, 2004c).
A consorciação de culturas, sobretudo de subsistência, é uma das
principais características da agricultura familiar que, desprovida de recursos
financeiros e técnicos, traz um retorno satisfatório aos seus produtores, isso
porque o excedente é comercializado nas feiras públicas a preços populares,
movimentando a economia local e amenizando a dura realidade dos agricultores
familiares.
Mais do que um setor econômico vigoroso, a agricultura familiar é um
importante instrumento de inclusão social, geração de trabalho e distribuição de
renda, três problemas do Brasil que precisam de soluções urgentes (MDA, 2004a).
Essa agricultura promove uma ocupação mais equilibrada do território nacional e
por meio de sua multifuncionalidade e da pluriatividade impulsiona diferentes
atividades econômicas e o desenvolvimento territorial (MDA, 2004c), estando
intimamente ligada ao processo da agroindustrialização, seja através da
integração aos grandes complexos agroindustriais, experiências individuais e/ou
coletivas de industrialização ou, ainda, através do fornecimento de mão-de-obra
para estas indústrias (PLANETA ORGÂNICO, 2004).
A segurança alimentar é garantida pela agricultura familiar, aumentando a
produção de alimentos do país, melhorando a renda de quem vive no campo,
ajudando na preservação do meio ambiente e promovendo o equilíbrio na
ocupação do território nacional (MDA, 2004b).
Na região do Brejo Paraibano, seguindo uma realidade nacional, a
agricultura familiar é descapitalizada, com pouco ou nenhum recurso técnico, à
margem da sociedade de consumo urbana e, além disso, é empregada em
18
condições desfavoráveis de manejo do solo e tratos culturais, devido à topografia
da região. Entretanto, de maneira geral, o desempenho econômico da agricultura
familiar, em que pese todas as dificuldades, conforme MDA (2004c), mostra que
se trata de um setor que produz, que emprega e que responde rapidamente às
políticas públicas de fomento e garantia de produção.
2.2. Agricultura de Sequeiro
A agricultura estabelecida no Nordeste brasileiro, em sua imensa maioria,
não dispõe de recursos financeiros suficientes e disponibilidade de água em
quantidade e qualidade para o emprego de sistemas de irrigação, dependendo de
chuvas irregulares e mal distribuídas durante todo o ano. Nesse contexto, os
cultivos realizados em sistema de sequeiro procuram adequar a melhor época de
ocorrência das chuvas com as necessidades da região. Silva (2001) afirma que
nesse tipo de exploração, existem, basicamente, três fatores limitantes, resultante
das práticas culturais utilizadas e das potencialidades edáficas, que são: os atuais
métodos de preparo do solo e plantio que tem tornado mais intenso e favorecido o
processo de erosão; o baixo nível de nitrogênio e fósforo presente ou disponível
no solo e; a utilização inadequada de algumas culturas.
Carvalho et al. (1999) enfatizam que as grandes culturas são normalmente
praticadas em regime de sequeiro, o que as faz depender exclusivamente das
precipitações naturais. Sendo os cultivos irrigados minoria, devido aos altos custos
de produção e disponibilidade d’água em grandes áreas, de acordo com Sousa e
Frizzone (1997), a atividade agrícola torna-se exclusivamente sazonal, sendo
praticada principalmente na época das chuvas.
A exploração agrícola nas áreas sob condições de sequeiro está sujeita a
grandes riscos, devido principalmente, à ocorrência de estiagens prolongadas
durante a estação chuvosa, resultando em baixos rendimentos, sendo entretanto,
responsáveis pela utilização de insumos em menor escala (SILVA, 2001). os
solos sob condições de sequeiro estão sujeitos a variações estacionais e diárias
19
de temperatura e no teor de umidade, na composição da matéria orgânica e na
disponibilidade de nutrientes para as plantas.
Por ser um tipo de exploração dependente das precipitações naturais, esta
forma de utilização da terra para fins agrícolas não obedece a um calendário de
preparo do solo, plantio e colheita, uma vez que, a irregularidade na precipitação
pluvial não restringe apenas a quantidade de água precipitada, mas também a
distribuição durante o ciclo das águas.
2.3. Mandioca e Feijão
2.3.1. Mandioca
A mandioca, é uma planta arbustiva tolerante à condições de baixa
precipitação pluviométrica e baixa fertilidade do solo, possuindo ampla utilização
na alimentação humana, através de suas raízes amiláceas e, na alimentação
animal através de seus derivados, como fonte energética. Pertence ao gênero
Manihot, família Euphorbiaceae, sendo a espécie Manihot esculenta Crantz, de
maior interesse agronômico. É oriunda de região tropical, encontrando condições
favoráveis para o seu desenvolvimento em todos os climas tropicais e
subtropicais, sendo cultivada na faixa compreendida entre 30 graus de latitudes
Norte e Sul, embora a concentração de plantio de mandioca esteja entre as
latitudes 15ºN e 15ºS, suportando altitudes que variam desde o nível do mar até
600 a 800 metros são as mais favoráveis (SOUZA e SOUZA, 2000).
A mandioca é, dentre as culturas energéticas, a de mais fácil produção para
o consumo doméstico, devendo-se isso à pequena exigência em trabalho e ao fato
de produzir mesmo em solos muito empobrecidos, ácidos e álicos, e por ser pouco
afetada pelo alumínio. Constitui o amiláceo principal da dieta nas regiões onde é
cultivada, consumida principalmente como farinha, que também é uma forma
prática de armazenamento (KHAUTOUNIAN, 2001). De acordo com Cock (1985),
pode ser considerada primariamente como excelente fonte de energia, pois 1kg
20
(matéria seca) proporciona cerca de 1.400 kcal, enquanto um adulto necessita de
2.800 kcal dia
-1
.
Segundo Peroni et al. (1999), a mandioca é uma espécie
preponderantemente de propagação vegetativa, que entretanto não perdeu a
capacidade de reprodução via processo sexual. Isso favorece o surgimento de
variabilidade em plantações itinerantes, pois possibilita o cruzamento entre
variedades diferentes, permite auto-fecundação e cruzamentos entre espécies do
mesmo gênero (CURY, 1993). A espécie Manihot esculenta, Crantz, reúne grupos
de mandiocas “mansas”, “doces” ou “de mesa” e mandiocas “bravas”, “amargas”
ou “venenosas”, enquadradas em centenas de variedades ou cultivares.
Em geral, a mandioca é cultivada em toda faixa de textura de solos.
Entretanto, as maiores produtividades sejam obtidas naqueles com textura média,
bem drenados e com pouca coesão. Exigindo também umidade nos primeiros 30
dias após o plantio e durante o brotamento das gemas, mas não suporta solos
encharcados em nenhuma fase do seu desenvolvimento (SOUZA e SOUZA,
2000). Os mesmos autores observam, também, que é importante considerar a
profundidade do solo, pois o sistema radicular desta cultura não se restringe
apenas à camada superficial. Ressaltam ainda que a presença de uma camada
argilosa ou compactada imediatamente abaixo da camada arável pode limitar
bastante o crescimento das raízes, além de prejudicar a drenagem e a aeração do
solo.
Fidalski (1999) avaliando a cultura da mandioca em solos arenosos concluiu
que a adição de insumos como calagem e adubação nitrogenada e potássica não
aumentam a produção de raízes, afirmando que, apenas a adubação fosfatada
pôde coincidir num aumento da produção de raízes. Em solos muitos arenosos
existem problemas com retenção de água. Por outro lado, segundo Cavalcanti
Filho (1999), a presença de pH muito alcalino, com problema de concentração de
sais no perfil, reduz o desenvolvimento da planta. Porém, a cultura da mandioca
apresenta tolerância a pH baixo e altas concentrações de Al e Mn, havendo
evidências de que essa planta tolera condições de acidez do solo e que
21
geralmente, não se tem obtido efeitos marcantes com emprego da calagem, não
ultrapassando 1 t ha
1
quando realizada.
Com relação à temperatura, a faixa ideal situa-se entre os limites de 20 a 27
ºC (média anual), podendo a planta crescer bem entre 16 e 38 ºC, uma vez que
temperaturas baixas retardam a germinação, diminuem a taxa de formação de
folhas, o peso seco total e o peso seco de raízes (SOUZA e SOUZA, 2000). A
temperatura afeta vários processos fisiológicos da cultura, sendo a fotossíntese, a
respiração e a transpiração os mais afetados (CAVALCANTI FILHO, 1999). A
planta, ao usar os mecanismos de defesa contra a perda de água, diminui o
número e o tamanho de folhas, bem como a sua duração, havendo uma
renovação do dossel. Efeito semelhante ocorre com o déficit hídrico, quando a
planta aparenta estar em estado de dormência, perdendo as folhas
completamente e encurtando os espaços internoidais.
A faixa mais adequada de precipitação pluvial para a mandioca está
compreendida entre 1.000 e 1.500 mm/ano, bem distribuídos (SOUZA e SOUZA,
2000). Porém, a cultura semeada em áreas de baixas precipitações (750 mm/ano),
sobrevive a períodos áridos de 5 a 6 meses, sendo admitida a hipótese dela ter
sido originada numa região com período de estiagem bem definido, o que a torna
tolerante ao fenômeno de déficit hídrico, sendo isto possível devido ao seu
sistema radicular bem desenvolvido, fibroso e profundo, podendo explorar grande
volume de solo, de onde retira água e nutrientes para o seu desenvolvimento
(CAVALCANTI FILHO, 1999).
Em regiões tropicais, segundo Souza e Souza (2000), a mandioca produz
em locais com índices de a 4.000 mm/ano, sem estação seca em nenhum
período do ano, sendo importante que os solos sejam bem drenados, pois o
encharcamento favorece a podridão de raízes. Os mesmos autores ressaltam
ainda que a cultura da mandioca é muito cultivada também em regiões semi-
áridas, com 500 a 700 mm de chuva por ano ou menos, necessitando adequar a
época de plantio, para que não ocorra deficiência de água nos primeiros cinco
meses de cultivo, quando as plantas já formaram suas raízes tuberosas, não
influenciando em reduções na produção.
22
O período de luz ideal para a mandioca está em torno de 12 horas/dia.
Períodos de luz mais longos favorecem o crescimento de parte aérea e reduzem o
desenvolvimento das raízes tuberosas, enquanto que os períodos de luz mais
curtos promovem o crescimento das raízes tuberosas e reduzem o
desenvolvimento dos ramos. Este aspecto é muito importante na Região Sul do
Brasil, onde o número de horas de sol por dia varia bastante entre as estações do
ano, enquanto que na Região Nordeste a variação é muito pequena, não afetando
a cultura (SOUZA e SOUZA, 2000). A concorrência pelo fator luz pode verificar-se
entre plantas de uma população ou mesmo dentro de cada planta, considerando a
posição e orientação das folhas (MATTOS, 1995). Nos trópicos, as diferenças de
comprimento natural dos dias são geralmente reduzidos para 10 e 12 horas
durante o ano (CAVALCANTI FILHO, 1999). Entretanto, isto não limita a produção
da cultura (ALVES, 1990).
O Brasil, conforme EMBRAPA (2003b), ocupa a segunda posição na
produção mundial de mandioca, participando com 12,7% do total, sendo cultivada
em todas as regiões do Brasil e assumindo destacada importância na alimentação
humana e animal, além de ser utilizada como matéria-prima em inúmeros produtos
industriais.
No Nordeste brasileiro, a produção de mandioca aumenta, de modo geral,
mais em função da área cultivada do que de aumentos no rendimento,
evidenciando de um lado o caráter de subsistência da cultura (CONCEIÇÃO,
1983). Mesmo utilizando poucos insumos, a exploração de mandioca no Nordeste
é responsável direta pela manutenção de várias famílias no campo que a utilizam
como cultura de subsistência. Atualmente, nessa região, o consumo de mandioca
também vem inserindo novos bitos alimentícios com a mistura às massas e a
valorização de pratos tipicamente regionais em restaurantes e setores
gastronômicos turísticos (SILVA, 1995). Nessa região, a cultura da mandioca pode
ser afetada por vários problemas que limitam ou inviabilizam o bom
desenvolvimento de uma única cultivar nos diferentes estados. Dentre os
principais estresses abióticos que afetam a cultura na região Nordeste destacam-
se as podridões de raízes, o superbrotamento, o “couro de sapo” e os ácaros
23
(FUKUDA et al., 2004). Mais de 30 agentes causais atacam a mandioca;
entretanto, são poucos os que assumem condições de causar verdadeiros
impactos econômicos e relevância para a investigação na obtenção de manejo de
controle (FUKUDA, 2000).
As cultivares de mandioca diferem quanto à produtividade, da parte aérea e
das raízes, o que permite sua seleção de acordo com a finalidade a que se
destinam, facilitando o manejo da cultura (MOURA e COSTA, 2001). Os
produtores preferem cultivares de mandioca em que a arquitetura expressa-se em
maior altura da primeira ramificação e, conseqüentemente, permitem maior
facilidade da prática da colheita, sobretudo nas áreas de exploração mecanizada
da cultura, sendo esta característica importante também no que diz respeito aos
tratos culturais (VIDIGAL FILHO, 2000).
Irolivea et al. (1998) ressaltam que a brotação de manivas e a emergência
de plantas são características dos cultivares de mandioca, que dependem da
qualidade fisiológica das mudas e não da arquitetura varietal ou do espaçamento
utilizado.
A cultivar de mandioca Cedinha, BGM 858, é precoce, de fácil
desenvolvimento no Nordeste brasileiro e de grande aceitação entre os
agricultores familiares em função de suas qualidades culinárias, sua
adaptabilidade à irregularidade de chuvas na região e de sua maior resistência à
podridão de raízes. Este último fator, segundo Fukuda et al. (2004), foi identificado
pela EMBRAPA Mandioca e Fruticultura, que a está utilizando em trabalhos de
cruzamentos específicos como fonte de resistência à podridão de raízes.
De acordo com Lorenzi e Dias (1993) e Otsubo e Lorenzi (2004), a época
de plantio da mandioca, em todo o Brasil, é no início da estação chuvosa,
coincidindo com um período quente. Situação esta que, para Srirota et al.(2000),
reúne umidade e calor, condições essenciais de natureza climática para brotação
e enraizamento das estacas plantadas, ponto de partida para o estabelecimento
da cultura. Quando o cultivo é realizado em condições ótimas de umidade para a
cultura, o conteúdo de amido esperado na raiz é de 25,9% a 30% aos 12 meses. A
24
escolha da melhor época de plantio, para Mattos (1995), é fator decisivo no
desenvolvimento e produção da cultura.
Segundo Dantas e Cunha (1980), na cultura da mandioca, o período que
vai do plantio à colheita é de um ano no mínimo, e com base nestes períodos as
cultivares são classificadas em precoces (ciclo de 10 a 12 meses), semi-precoces
(ciclo de 14 a 16 meses) e tardias (ciclo de 18 a 20 meses).
Na região Nordeste do Brasil, o plantio da mandioca é tradicionalmente
realizado em cova alta, também conhecida por “matumbo”. Sabourin (2000)
acrescenta que o preparo do leirão consiste no arraste, com conseqüente
amontoa da camada superficial do solo, geralmente os primeiros 5 cm, juntamente
com os restos culturais e de plantas daninhas, formando uma leira denominada
“encama” do leirão. A maneira como o solo é preparado repercute fortemente no
manejo da sua fertilidade. Dessa forma, os agrestes e brejos nordestinos
caracterizam-se por generalizar o cultivo em leirão.
Para a cultura da mandioca, Silva et al. (1999) informam que as dimensões
do leirão (camalhão) são: 0,30m de altura e 0,60m de largura da base,
distanciados entre si de 1,00m. o plantio das manivas no leirão, pode seguir
distâncias variáveis, conforme densidade do plantio.
De acordo com Silva et al. (2001), a confecção de leirões ou camalhões por
parte dos agricultores visa facilitar a infiltração de água em solos de drenagem
ou de textura arenosa e impedir o apodrecimento das raízes pela umidade
excessiva por ocasião da ocorrência de fortes precipitações. Com a diminuição do
encharcamento do solo é possível retardar a propagação e o desenvolvimento de
ervas daninhas na fase inicial do ciclo da cultura da mandioca, facilitando, assim,
os tratos culturais tais como: capina, adubação, pulverização com defensivos,
controle biológico de pragas e ainda na melhoria do aproveitamento da água, luz e
nutrientes pela cultura.
O plantio da mandioca em fileiras duplas, de acordo com Mattos e Souza
(1982), é uma adaptação de espaçamento em que se procura aproximar as fileiras
de mandioca de maneira que, entre cada dupla, fique um espaço maior que o
convencional, de modo a permitir algumas vantagens quando comparado com o
25
plantio tradicional, como por exemplo: facilidade de utilização de cultivo mecânico;
diminuição de custos de produção pela redução de mão-de-obra; possibilidade de
utilização sucessiva da mesma área pela alternância das fileiras; possibilidade de
consórcio; facilidade de aplicação de defensivos para controle de pragas e
doenças; cobertura vegetal dos espaços livres para incorporação e
enriquecimento de matéria orgânica; redução de quantidade de fertilizantes;
cultivo mínimo do solo; menor disseminação de pragas e doenças; maior
desempenho na colheita mecânica e uso mais racional da terra.
Pesquisas têm mostrado que as fileiras duplas, quando comparadas com as
fileiras simples, oferecem condições espaciais mais adequadas ao consórcio e
facilitam o cultivo mecânico e as práticas culturais (SANTOS, 1988).
Na adoção de espaçamento de plantas na exploração agrícola, diversos
são os fatores que influenciam, destacando-se a fertilidade do solo, o cultivar e o
tipo de exploração, como os mais importantes. Para a mandioca, o método usual
entre os agricultores é o plantio em fileiras simples, geralmente no espaço de 1,00
a 1,20 m entre fileiras e 0,40 a 0,60 entre as plantas na fileira. Entretanto, foi
constatada grande resposta da mandioca à exposição de luz solar, produzindo o
que comumente se chama "efeito de borda", isto é, maior produção das fileiras
que ficam na extremidade da plantação. Face a essa constatação, surgiu o plantio
em fileiras duplas, para aproveitar esse feito, possibilitando além da manutenção
da produtividade da mandioca em bom nível, a presença de outra cultura no
campo, de modo que, no final haveria melhor aproveitamento do terreno
(MATTOS e DANTAS, 1981).
Nas regiões em que se destacam indústrias de produtos de mandioca, os
agricultores definiram os períodos secos e quentes ou secos e frios, entre as
estações chuvosas, para a realização da colheita das raízes, uma vez que elas
apresentam qualidades desejáveis em seu mais alto grau (ALMEIDA e MATTOS,
2000). Esta condição, de acordo com estes autores, não é respeitada nas Regiões
Norte e Nordeste do Brasil, desde quando a mandioca, como produto de
subsistência, é colhida o ano inteiro para atender ao consumo e à comercialização
nas feiras livres. Costa (2004) ressalta que a produtividade das raízes pode
26
também ser afetada por diferentes épocas de colheitas das cultivares, podendo,
neste caso, ser útil para o produtor afim de identificar o melhor tempo para
colheita, significando redução de custos e melhor aproveitamento das condições
sazonais.
Cavalcanti Filho (1999) ressalta que embora existam implementos
motomecanizados de fabricação nacional, a colheita é primordialmente manual,
tendo duas etapas: a poda das ramas, efetuada a uma altura de 20 a 30 cm acima
do nível do solo, e o arranque das raízes, com ajuda de ferramentas a depender
das condições de umidade e características do solo. Após o arranque ou colheita
das raízes, estas devem ser amontoadas em pontos na área a fim de facilitar o
recolhimento, devendo-se evitar permanecer no campo. Almeida e Mattos (2000)
afirmam que o carregamento das raízes do campo até o local do beneficiamento, é
feito por meio de cestos, caixas, sacos, grades de madeira ou bolsas de lonas.
As plantas de mandioca direcionam maiores proporções de fotoassimilados
para as raízes tuberosas no final do ciclo vegetativo, obtendo nesse período os
maiores índices de colheita, uma vez que boa parte da estrutura vegetativa se
encontra formada (SAGRILO, 2001).
A expansão do mercado de mandioca de mesa, no entanto, depende de
variedades que apresentem boas qualidades culinárias, baixa toxicidade
cianogênica e resistência à deterioração pós-colheita (BORGES et al., 2002).
Estes pesquisadores concluíram que a comercialização e o consumo de raízes
frescas de mandioca de mesa são afetados, principalmente, nos centros urbanos,
sendo rápida a deterioração pós-colheita que se manifesta com a perda da
qualidade e quantidade das raízes, e resultando em danos mecânicos, fisiológicos
e microbiológicos.
Câmara e Godoy (1998), estudando variedades de mandioca, concluíram
que o menor número de raízes tuberosas produzidas por planta é compensado
pela maior massa individual da raiz. Borges et al. (2002), concluiram que a
produtividade de raízes não apresenta correlação com o teor de matéria seca e de
amido em variedades de mandioca de mesa. Segundo Leonel e Cereda (2000),
para cada tonelada de raiz de mandioca processada obtêm-se por volta de 250 kg
27
de fécula e perde-se no resíduo fibroso cerca de 140 kg de fécula que não foi
extraída no processamento.
O grupo de variedades de mandioca “mansa”, segundo Bolhuis (1954),
caracteriza-se, principalmente, por apresentar teores de cianeto abaixo de 100 mg
kg
-1
de polpa nas raízes frescas e as variedades com concentrações de cianeto na
raiz fresca acima de 100 mg kg
-1
de peso são denominadas bravas ou venenosas,
ou seja, impróprias para consumo fresco, sendo, portanto, indicadas para a
indústria, onde a toxicidade da raiz é reduzida durante o processamento industrial.
Borges et al. (2002), afirmaram que no preparo de produtos derivados da
mandioca de mesa, como mandioca cozida, frita, bolo, purê, suflê, entre outros, o
cianeto presente na polpa também é desprendido por volatilização atingindo níveis
baixíssimos, tornando-os inócuos. A cocção reduz o teor de cianeto das raízes a
níveis seguros para consumo, permitindo seu uso na alimentação (DJAZULI e
BRADBURY, 1999).
A altura de plantas é influenciada, tanto por fatores de ambiente como de
componentes genotípicos expressos na variedade de mandioca (VIDIGAL FILHO
et al., 2000). efeito direto dos maiores espaçamentos sobre o aumento da
distância entre o centro da planta e a ramificação primária, indicando que, em
condições de espaçamentos que permitam maiores crescimentos laterais, a
tendência dos cultivares que ramificam é de tornarem-se mais esgalhados, com
maior ângulo de ramificação. Se o ambiente não permitir tal crescimento, devido a
um maior número de plantas por unidade de área, ocorrerá maior competição por
luz entre as ramas em desenvolvimento e a planta responderá com o fechamento
das suas ramificações (IROLIVEA et al., 1998).
O diâmetro e o comprimento de raízes de mandioca está relacionado com
fatores diversos, tais como: clima, solo, espaçamento, idade e sanidade das
mudas, além de água, luz e nutrientes. Irolivea et al. (1998) afirmaram que, além
da quantidade, o aumento da densidade populacional pode influenciar a qualidade
das raízes tuberosas, aumentando o número de raízes finas e reduzindo o
tamanho médio das raízes, devido à maior competição por água e nutrientes
imposta às plantas, aumentando também a dificuldade de colheita.
28
De acordo com Fukuda e Caldas (1987), o rendimento de parte aérea
determina um decréscimo no rendimento de raiz, indicando que, na seleção de
cultivares para rendimento de raiz, deve-se evitar genótipos com desenvolvimento
vegetativo exagerado, situação esta contrária aos resultados obtidos por
Cavalcanti Filho (1999), constatando que o aumento de parte aérea determinou
incremento no rendimento de raiz. À medida que a planta cresce, o caule acumula
mais reservas originando novas ramificações, obtendo-se maior variação do
diâmetro das estacas procedentes das várias ramificações da planta (CÂMARA e
GODOY, 1998). As variações existentes na produção de massa verde de
mandioca podem estar relacionadas com o grau de enfolhamento da planta na
época do corte (FERREIRA FILHO, 1997).
O rendimento de raiz está relacionado com vários caracteres da planta ou
componentes de produção como: massa de raiz, massa de parte aérea, número
de raízes por planta, índice de colheita e altura de planta (FUKUDA, 1991).
Cavalcanti Filho (1999) explica que produtividades baixas de raízes de
mandioca podem ser atribuídas, provavelmente, à influência marcante de diversos
fatores como: irregularidade climática, plantio em época inadequada, deficiência
hídrica, potencial genético da cultivar, bem como à tendência de ataques de
pragas e doenças.
O teor de matéria seca, segundo Sarmento (1997) é, normalmente, a
característica que determina o maior ou menor valor pago pelas indústrias aos
produtores no momento da comercialização, uma vez que es diretamente
relacionada ao rendimento industrial dos diversos produtos derivados da
mandioca. Nesse contexto, Vidigal Filho et al. (2000) ressaltaram ser desejável
que as mesmas cultivares responsáveis pelas maiores produções de raízes
tuberosas sejam também aquelas que apresentem os maiores teores de matéria
seca, maximizando o rendimento do produto final por unidade de área cultivada.
A produção de farinha de mandioca, ocorre, geralmente, em condições
rústicas, denominadas de “Casas de farinha”, que utilizam mão-de-obra familiar
em todas as etapas do processamento (MAARA, 1995). Esses métodos
tradicionais de industrialização da farinha, segundo Cardoso e Souza (1998),
29
constituem uma forma de manter o homem no campo, pela oferta de emprego
neste setor, todavia a falta de crédito e de uma política de mercado definido para o
produto, desestimula os agricultores de mandioca, levando-os muitas vezes a
optarem por outra cultura.
De acordo com Sant’anna e Miranda (2004), muitas das chamadas “casas
de farinha” funcionam em condições precárias, possibilitando o acesso de
pássaros, insetos e roedores na área de produção, sendo que a presença
particularmente destes últimos, expõe o produto a vários perigos. O processo de
produção da farinha de mandioca é sistematizado em etapas que utilizam-se de
mão-de-obra familiar em sua grande maioria, as quais são: recepção, limpeza,
descascamento, ralagem, prensagem, peneiragem, torrefação, nova peneiragem,
acondicionamento, armazenamento, transporte e comercialização, sendo estas
últimas etapas as que elevam o custo de produção.
O Nordeste brasileiro, apesar de responder por quase metade da produção
nacional de mandioca, importa mais de 50% da farinha consumida, devido,
principalmente, à quebra de safra ocasionada pelos anos de secas periódicas que
ocorrem nessa região. O consumo da farinha no Nordeste, entretanto, vem
apresentando declínio face aos novos hábitos alimentares e aos altos preços no
mercado varejista (CARDOSO e SOUZA, 2000).
A fécula de mandioca, juntamente com a farinha gera uma renda
equivalente a 100 e 450 milhões de dólares, respectivamente, e considerando a
fase de produção primária e o processamento de farinha e fécula, são gerados no
Brasil, um milhão de empregos diretos (CARDOSO e SOUZA, 2000).
O processo de produção de fécula de mandioca, qualquer que seja o grau
de tecnologia empregada, consiste das etapas de lavagem e descascamento das
raízes, ralação para a desintegração das células e liberação dos grânulos de
amido, separação das fibras e do material solúvel e finalmente, secagem
(WOSIACHI e CEREDA, 1985). O destino da fécula varia em cada região de
produção e as indústrias alimentares representam o maior mercado com 69,0 %
do consumo, seguidas pelas indústrias farmacêutica, de papel e celulose, química
e têxtil (VILPOUX e CEREDA, 1995).
30
O índice de colheita, por se relacionar positivamente com o rendimento de
raiz, é considerado um bom critério de seleção para produtividade de raiz, dentro
de certos limites (CAVALCANTI FILHO, 1999). Todavia, Fukuda & Caldas (1987)
alertam que, plantas com altos índices de colheita e pouca produção de fitomassa
aérea, mesmo apresentando altos rendimentos de raízes, são indesejáveis, por
produzirem pouco material de propagação.
Apesar da grande diversidade, o sistema produtivo da cadeia da mandioca
apresenta três tipologias sicas: a unidade doméstica, a unidade familiar e a
unidade empresarial, levando esta tipologia em consideração as interconexões
entre a origem da mão-de-obra, o nível tecnológico, a participação no mercado e o
grau de intensidade do uso de capital na exploração (CARDOSO e SOUZA, 2000).
Os mesmos pesquisadores afirmam que a unidade doméstica é caracterizada por
usar mão-de-obra familiar, não utilizar tecnologias modernas, pouco participar do
mercado e dispor de capital de exploração de baixa intensidade, enquanto que a
contratação de mão-de-obra de terceiros é característica marcante da unidade
empresarial. A unidade familiar detém quase que as mesmas características da
unidade doméstica, à exceção do não arrendamento da área de produção.
A produção da mandioca para ser considerada sustentável deve vir
acompanhada de estudo de mercado que possibilitem soluções compartilhadas e
locais adequados, tais como forma de agregar valor à produção e beneficiamento
da cultura, financiamentos ligados ao cooperativismo e adoção de técnicas de
agricultura sustentável, bem como de ações governamentais (SANTOS, 2001).
O perfil do segmento de consumo da cadeia de mandioca é caracterizado
por consumidores que absorvem a própria produção; portanto, são agricultores
que definem os produtos em função de suas preferências e hábitos regionais
(CARDOSO e SOUZA, 2000). Nesse contexto, os agricultores em sistema de
produção familiar do Brejo Paraibano procuram conciliar a cultura da mandioca
com as condições edafoclimáticas da região, comercializando-a in natura ou
processando-a em “casas de farinha” locais.
31
2.3.2. Feijão
A origem do feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L) é o continente
americano, sendo, a exemplo de outras culturas, levado a Europa logo após a
conquista das Américas.
O feijão tem uma ampla adaptação edafoclimática o que permite seu
cultivo, durante todo o ano, em quase todos os estados da federação,
possibilitando constante oferta do produto no mercado. Outra característica desta
leguminosa é possibilitar a sua produção em diversos ecossistemas tropicais e
temperados, em monocultivo e, ou consorciado nos mais variados arranjos de
plantas inter e intraespecíficos, o que favorece a diversificação na produção, mas
limita maior integração na sua cadeia produtiva (EMBRAPA, 2003a). Também, se
destaca como importante fonte de proteína na dieta alimentar do povo brasileiro,
fazendo parte dos sistemas produtivos dos pequenos e médios produtores, cuja
produção é direcionada ao consumo familiar e à comercialização do excedente
(YOKOYAMA et al., 1996). Entretanto, a qualidade nutricional dessa leguminosa
depende da composição de aminoácidos da proteína, grau de digestibilidade,
disponibilidade de aminoácidos e a presença de substâncias inibidoras da tripsina
e das lectinas (CARDOSO FILHO et al., 1993).
A distribuição irregular das chuvas prejudica o feijoeiro comum, que possui
um sistema radicular pouco desenvolvido, inibe a germinação das sementes
resultando em estande deficiente da cultura, afetando a produção final de grãos
(STONE et al., 1988; ARAÚJO et al., 1996). Zimmermann e Teixeira (1996)
acrescentam que em geral, o feijoeiro não se adapta aos trópicos úmidos, porém
cresce bem em áreas com chuvas regulares, desde os trópicos até as zonas
temperadas, sendo muito sensível às geadas e às altas temperaturas. Mesmo em
condições adequadas de umidade, a redução no rendimento do feijão
consorciado, em relação ao feijão em monocultivo, situa-se em torno de 50%
(PORTES, 1996). As áreas aptas a produção de feijão devem apresentar
precipitações anuais entre 500 e 1.500 mm, entretanto a quantidade de chuva
para suprir a demanda durante o ciclo da cultura, varia de 300 a 400 mm,
32
dependendo da capacidade de retenção de água do solo e do sistema de cultivo
utilizado (IAPAR, 2000).
Entre os fatores responsáveis pela baixa produtividade de feijão, no Brasil,
inclui-se segundo Shimada et al. (2000), a inadequação das densidades
populacionais utilizadas, particularmente para cultivares de feijoeiro semi-ereto a
ereto. Nessa cultura têm sido testadas populações de cem mil até um milhão de
plantas por hectare, embora tradicionalmente se utilizem cerca de 200 mil.
Os maiores rendimentos em grãos do feijoeiro foram obtidos na densidade
populacional de 266,7 mil plantas por hectare, utilizando-se o espaçamento de
0,30 m entre linhas e oito plantas por metro linear (SHIMADA et al., 2000).
A combinação do maior espaçamento com a menor população provoca o
maior índice de acamamento do feijoeiro e a redução no espaçamento entre linhas
reduz a altura das plantas, a altura da inserção das vagens e o rendimento de
grãos. Entretanto, essa condição provoca aumento na altura da ponta da vagem
mais baixa até o solo e redução na porcentagem das plantas encostando vagens
no solo (HORN et al., 2000).
Com o aumento da densidade de semeadura por metro linear ou com a
redução do espaçamento entre linhas, diminuição do número de vagens e de
grãos por planta de feijão e, com a redução do espaçamento entre linhas, um
efeito compensatório no rendimento de grãos, em virtude do aumento da
população de plantas por área e do aumento da massa das sementes (SHIMADA
et al., 2000). Horn et al. (2000), verificaram que a cultura do feijão mostra-se
tolerante à grande variação na população de plantas/ha sem sofrer alterações no
rendimento de grãos. Santa Cecilia et al. (1974) constataram que a redução do
espaçamento aumentou o rendimento de grãos, enquanto que Dariva et al. (1975)
não encontraram efeito de variação no espaçamento sobre o rendimento.
Aumentando-se a população, a produção por planta diminui, havendo,
entretanto, um aumento na produção de mandioca por área. A produção por
unidade de área é máxima quando a população é ideal. A partir daí, o decréscimo
na produção individual não é compensado pelo aumento na população de plantas
(SHIMADA et al., 2000).
33
Conforme Ribeiro et al. (2001); Furtado et al. (2002) e Ribeiro et al. (2004),
o número de vagens por planta em feijoeiro tem sido utilizado para se efetuar a
seleção indireta em gerações segregantes por ser de fácil determinação e por
apresentar correlação alta e positiva com o rendimento de grãos.
Sexton et al. (1997), encontraram que a menor taxa de crescimento relativo
do feijoeiro foi associada à baixa atividade fotossintética por unidade de área
foliar. As plantas de feijão manifestam o efeito compensatório nos componentes
do rendimento de grãos (RIBEIRO et al., 2004).
Khautounian (2001), analisando a relação entre renda e consumo, afirma
que o feijão necessário para o ano pode ser produzido, em regime familiar, em 0,5
a 1 ha, e seu ciclo rápido e hábito de crescimento permitem o consórcio ou
rotação com outras lavouras, não incorrendo em competição por terra. Argumenta
também que o conflito por o-de-obra é limitado pois sua época de cultivo não
coincide exatamente com a de outras culturas de verão. O mesmo autor salientou
ainda que a mandioca costuma ser a última cultura a se abandonar porque as
quantidades exigidas para o abastecimento doméstico implicam pouca área (500 a
2000 m
2
) e pouco trabalho.
2.4. Consorciação
Os cultivos consorciados, segundo Mattos e Souza (1982), têm como
objetivo principal a interação entre os componentes para a maximização da
utilização dos recursos ambientais, ou seja, a utilização dos fatores indispensáveis
ao crescimento, como água, luz e nutrientes, no espaço e no tempo.
Num cultivo consorciado as espécies, conforme Flesch (2002),
normalmente diferem em altura e em distribuição das folhas no espaço, entre
outras características morfológicas, que podem levar as plantas a competir por
energia luminosa, água e nutrientes. Segundo o mesmo autor, a divisão da
radiação solar incidente sobre as plantas, em um sistema consorciado, será
determinada pela altura das plantas e pela eficiência de interceptação e absorção.
Trenbath (1976), constatou que o sombreamento causado pela cultura mais alta
34
reduz tanto a quantidade de radiação solar à cultura mais baixa como a sua área
foliar. Portanto, a escolha do melhor arranjo e da época ideal de semeadura é
crucial no desempenho da consorciação, ou seja, na maximização da produção.
Associações culturais que utilizam leguminosas são bastantes
recomendadas, pois como se sabe, estas plantas estabelecem uma relação
simbiótica com bactérias fixadoras de nitrogênio no solo, o que acaba por
beneficiar a planta consorte que pode até mesmo dispensar a adubação
nitrogenada (ARAÚJO, 2004).
Sabe-se que grande parte da produção de mandioca e de feijão no
nordeste brasileiro vem sendo obtida com a utilização do consórcio. Esse sistema
é definido por Portes (1984), como o plantio de duas ou mais espécies numa
mesma área, de modo que uma das culturas conviva com a outra, ou outras,
durante o seu ciclo ou, pelo menos, parte dele.
Para Chagas et al. (1984), os agricultores com recursos limitados, fazem,
tradicionalmente, o consórcio de culturas, a fim de minimizar os riscos inerentes
ao monocultivo, bem como, para assegurar uma subsistência mais estável em
termos de alimentos e renda, além de oferecer melhor cobertura do solo. Usando
mão-de-obra familiar e capital limitado, procuram maximizar o retorno desse
sistema de cultivo, geralmente desenvolvido com baixos níveis de tecnologia.
Vale salientar que os monocultivos apresentam menor estabilidade,
favorecendo o estabelecimento, multiplicação e propagação de pragas, doenças e
plantas invasoras, enquanto que a policultura, em geral, por envolver um manejo
integrado, implica menor exigência de agrotóxicos. Além disso, estando o solo
coberto pela cultura intercalar, evitam-se ou reduzem-se os prejuízos da erosão
(ALVES e COÊLHO, 1984).
Dentre as principais vantagens do consórcio mandioca-feijão destaca-se o
aproveitamento do espaço e do tempo, uma vez que a mandioca é uma cultura
semi-perene e oferece condições espaciais entre fileiras e entre plantas para o
consórcio com leguminosas, a exemplo do feijão que é uma planta anual. De 70 a
85 dias, quando se procede a colheita do feijão, a mandioca encontrará maiores
condições para o desenvolvimento de suas raízes e parte aérea, pois os efeitos da
35
competição inter-específica serão nulos ao longo dos mais de 280 dias restantes
da cultura no campo, tempo suficiente para o acúmulo de amido na parte
comercial mais significativa que são as raízes. A cultura intercalar colhida servirá
como complemento de renda ao produtor que, geralmente, a utiliza como
subsistência ou consumo próprio, evitando gastos com a compra desse gênero
alimentício, economizando na cesta básica.
Portes (1996) afirma que dentre os principais fatores responsáveis pela
preferência dada pelos pequenos produtores aos sistemas policulturais, destaca-
se a redução do número de capinas e aplicação de herbicidas, distribuição de
necessidade de mão-de-obra, maiores retornos econômicos, controle de erosão,
diversidade da matéria prima, redução dos riscos devido a flutuações de mercado
e redução da necessidade de adubação nitrogenada quando leguminosas são
utilizadas na consorciação.
Apesar do maior aproveitamento do espaço físico, os rendimentos
individuais referentes a cada cultura obtidos em sistema de consórcio são, na
maioria das vezes, menores que os obtidos em monocultivo, devido,
principalmente, à elevada diversidade inter e intraespecífica existentes nos locais
de produção, fato compensado pelo maior aproveitamento do solo e possibilidade
de colheita parcial da mandioca que fica armazenada naturalmente no solo por até
18 meses. Inconvenientes ligados a esse sistema foram estudados por Portes
(1996), Ferreira (2000) e Araújo (2004), que destacaram as dificuldades na
utilização operações mecanizadas relacionadas à capinas, aplicação de
inseticidas, fungicidas, herbicidas, adubação e irrigação, além de sombreamento e
esgotamento de solo por conta da intensa utilização da área.
Para as diferentes regiões do Brasil recomenda-se o plantio das culturas
quando o solo apresenta condições adequadas de umidade. Cada região tem um
período de plantio definido, embora possam ocorrer plantios fora de época, em
decorrência de chuvas periódicas. O plantio no início das chuvas não é
recomendado para as regiões onde a precipitação é muito elevada.
Uma das primeiras práticas a ser adotada ao estudar a adaptação de uma
espécie a uma condição de cultivo é o arranjo de plantas, pela alteração que
36
proporciona no microclima, na disponibilidade de luz, nutrientes, água,
temperatura, etc. (JAUER et al., 2003).
A definição do espaçamento deve levar em consideração o cultivar a ser
utilizado (IROLIVEA et al., 1998). Santos (1988), estudando os efeitos do
espaçamento e da poda da mandioca consorciada com feijão, afirmou que o
consórcio, bem como os espaçamentos usados, não interferiram na variação
seqüencial dos drenos metabólicos e que na época da “seca” a mandioca
apresentou o máximo crescimento vegetativo e interceptou 13 a 37% do fluxo
luminoso incidente sobre os feijoeiros, encontrando também que o sombreamento
não só diminuiu o processo fotossintético nos feijoeiros, como também o seu
“stand” final.
A consorciação é o sistema de cultivo predominantemente no Nordeste
brasileiro, que obtém através do consórcio, principalmente pelo consórcio de
mandioca com feijão Phaseolus e/ou Vigna e milho, uma diversificação de
alimentos energéticos e protéicos, na mesma área e no mesmo ano,
possibilitando, assim, uma composição alimentar mais rica e variada para a sua
família; ao mesmo tempo, gera para o mercado excedentes de elevada
importância, além de contribuir para o aumento da renda do produtor (MATTOS,
2000).
Amplamente utilizado pelos pequenos produtores, o sistema de cultivo
consorciado apresenta algumas vantagens sobre o monocultivo, principalmente
por promover uma maior estabilidade de produção, melhor utilização da terra,
melhor exploração de água e nutrientes, melhor utilização de força de trabalho,
maior eficiência no controle de ervas e disponibilidade de mais de uma fonte
alimentar (MATTOS, 2000).
37
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Condução do experimento
A pesquisa foi conduzida em condições de sequeiro, no sítio Tauá de
propriedade do Senhor José Bento Neto, distrito de Mata Limpa, município de
Areia – PB, distando aproximadamente 8 km da sede do município.
3.1.1 Clima, solo e localização
O município de Areia está inserido na Microrregião do Brejo Paraibano a 6
0
58’ 12’’ de latitude sul e 35
0
42’ 15’’ de longitude a oeste de Greenwich, com
altitude de aproximadamente 618 m, apresentando tipo climático As’ de Köppen,
que se caracteriza por ser quente e úmido com chuvas de outono-inverno. Pela
classificação bioclimática de Gaussen, a área em estudo é classificada como 3
dTh, nordestino subseco com precipitação pluviométrica média anual de 1.400 mm
e com período seco de 1 a 3 meses. A temperatura média é de 25,5
0
C e a
umidade relativa do ar varia entre 75% em novembro a 87% nos meses de
junho/julho (GONDIM e FERNANDES, 1980).
O solo no local da pesquisa foi classificado como Latossolo Amarelo,
seguindo o sistema de classificação da EMBRAPA (1999), apresentando
declividade média de 8%.
3.1.2 Área experimental e tratamentos
A área experimental com dimensões de 47 m de comprimento e 27 m de
largura, foi dividida em 3 blocos, de 15 m de comprimento por 27m de largura,
separados por 1,0 m, como descrito na figura 1.
38
Figura 1. Representação da distribuição dos blocos e das parcelas que
constituíram o experimento.
A parcela experimental constou de uma área de 7,0 m de comprimento por
6,0 m de largura, subdividida em camalhões ou leirões de 6,0 m de comprimento,
espaçados conforme os tratamentos em 1,0 m ou 1,5 m, onde as culturas
avaliadas (mandioca e feijão comum) foram plantadas em consórcio ou em
monocultivo, constituindo os tratamentos: 1) monocultivo de mandioca (1,0 m x 0,5
m); 2) rotação de culturas: monocultivo de feijão comum (fileira dupla) (1,0 m x 0,4
m x 0,2 m) e monocultivo de mandioca (1,0 m x 0,5 m); 3) consórcio de mandioca
(fileira simples: 1,0 m x 0,5 m) + feijão (fileira dupla: 0,5 m x 0,5 m x 0,5 m); 4)
consórcio de mandioca (fileira simples: 1,0 m x 0,5 m) + feijão (fileira dupla: 1,0 m
x 1,0 m x 0,5 m), no leirão de mandioca; 5) consórcio de mandioca (fileira dupla:
1,5 m x 1,0 m x 0,5) + feijão (fileira dupla: 1,5 x 1,0 x 0,2 m ), no leirão de
mandioca (lado externo); 6) consórcio de mandioca (fileira dupla: 1,5 m x 1,0 m x
0,5 m) + feijão (fileira dupla:1,5 m x 1,0 m x 0,2 m), no leirão de mandioca; 7)
consórcio de mandioca (fileira dupla: 2,0 m x 1,0 m x 0,5) + feijão (fileira dupla: 3,0
m x 0,4 m x 0,2, intercalado nos leirões de mandioca (leirão de feijão entre os
leirões de mandioca) e 8) consórcio de mandioca (fileira dupla:2,0 m x 1,0 m x 0,5)
+ feijão (fileira simples: 3,0 m x 0,2 m, leirão de feijão entre os leirões de
mandioca). As fileiras das extremidades de cada parcela, e de cada bloco
39
constituiram as bordaduras. A representação esquemática dos tratamentos tem
sua descrição conforme as figuras 2 a 5.
(a)
(b)
Figura 2. Tratamento 1 (a) e Tratamento 2 (b).
(a)
(b)
Figura 3. Tratamento 3 (a) e Tratamento 4 (b)
40
(a)
(b)
Figura 4. Tratamento 5 (a) e Tratamento 6 (b)
(a)
(b)
Figura 5. Tratamento 7 (a) e Tratamento 8 (b)
41
As culturas avaliadas na consorciação foram a mandioca (Manihot
esculenta Crantz) variedade cedinha (BGM 858) e feijão comum (Phaseolus
vulgaris L) variedade carioquinha, cultivadas na ausência de adubação, com três
repetições, plantadas em leirões, e nos espaçamentos estabelecidos
anteriormente. As manivas-sementes, com tamanho médio entre 10 cm e 15 cm
foram plantadas horizontalmente, a aproximadamente 10 cm de profundidade, na
parte superior dos leirões. O feijão foi semeado nos leirões, sendo de 4 a 5
sementes por cova, na profundidade de 5 cm, espaçadas de acordo com a
disposição dos arranjos experimentais. O número de plantas de feijão após o
desbaste foi de 2 por cova.
3.1.3 Preparo do solo e tratos culturais
O preparo inicial da área para implantação do experimento foi realizado
através de roço manual da vegetação nativa (capoeira) e o preparo do solo
realizado por tração mecânica através de duas arações e uma gradagem. A
confecção dos leirões para plantio foi realizada com enxada manual, com
comprimento de 6,0 m, altura de 0,50 m, largura de base de 0,80 m, com 12
plantas de mandioca por leirão.
O controle das plantas invasoras foi utilizado nos momentos necessários,
manualmente, através de enxada e a colheita foi também realizada manualmente.
3.1.4 Atividades de campo e de laboratório
Na fase de implantação do experimento e por ocasião da colheita da
mandioca e do feijão foram feitas coletas de solo para avaliação das
características físicas e químicas da área experimental. As determinações físicas
foram representadas por: textura, densidade de solo e de partículas, porosidade
total, conforme metodologias contidas em EMBRAPA (1997); diâmetro médio
ponderado de agregados via seca e estabilidade estrutural, conforme Silva &
Mielniczuk (1997) e diâmetro dio ponderado de agregados via úmida (TISDALL
42
et al., 1978); enquanto que as determinações químicas foram: pH do solo e teores
de alumínio, fósforo, potássio, lcio, magnésio e matéria orgânica (EMBRAPA,
1997).
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualisados, com
três repetições, sendo os tratamentos representados por: 8 arranjos espaciais da
cultura da mandioca e do feijão, plantadas em consorciação ou em monocultivo,
cultivadas no regime de sequeiro.
O desbaste do feijão foi realizado aos 20 dias após a emergência, deixando
as duas plantas mais vigorosas por cova. A colheita do feijão ocorreu aos 78 dias
após o plantio, sendo realizada manualmente. Em seguida, foram plantadas
manivas-sementes de mandioca nas parcelas onde se encontrava o feijão, para
observar o efeito da época de plantio e a colheita da mandioca em monocultivo e
em consórcio foi realizada um ano após o plantio, sendo também as plantas que
substituiram o feijão colhidas simultaneamente.
Foram avaliadas na cultura do feijão: rendimento de grãos (kg ha
-1
), número
de vagens por planta, enquanto que para a cultura da mandioca foram avaliadas
conforme Vidigal Filho et al. (2000), altura média mensal das plantas (expressa em
m, obtida pela medição a partir do nível do solo até o broto terminal das plantas
selecionadas na área útil da parcela), altura média mensal da primeira ramificação
(expressa em m, obtida pela média do nível do solo até a primeira ramificação das
plantas selecionadas da área útil da parcela, por ocasião da colheita), produção
média da parte aérea (t ha
-1
, obtida pela pesagem da parte aérea de todas as
plantas da área útil da parcela experimental), produção média de raízes (t ha
-1
,
obtida pela pesagem das raízes de todas as plantas da área útil da parcela
experimental), além do índice de colheita (expresso em %, obtido por meio de
relação entre a massa de raízes e a massa total das plantas (raízes + parte
aérea), segundo Conceição (1979).
A produtividade de fitomassa fresca e seca de parte aérea (kg ha
-1
) foi
obtida, respectivamente, na ocasião da colheita, através da pesagem da parte
aérea das plantas da área útil de cada parcela e sua massa equivalente após
secagem em estufa a 65 ºC, em laboratório.
43
Semelhantemente, a produtividade de fitomassa fresca e seca de raízes de
mandioca (kg ha
-1
) foi obtida através de massa fresca de raízes da área útil de
cada tratamento, realizada em campo e sua massa seca através de estufa a 65
ºC.
A produtividade (kg ha
-1
) de farinha de mandioca foi determinada utilizando-
se o fator de conversão de 1 (uma) tonelada de raiz fresca de mandioca para
produzir 270 kg de farinha (IPLANCE, 1996). Já a produtividade (kg ha
-1
) de fécula
de mandioca foi obtida considerando o rendimento médio da de 5,77% da cultivar
cedinha, ou seja, para cada 1 (uma) tonelada de raiz fresca de mandioca têm-se
57,7 kg de fécula de mandioca, conforme Dantas Júnior (2001).
Para os cultivos múltiplos, o índice de equivalência de área (IEA) foi
determinado através da seguinte fórmula:
IEA = (Cm / Mm) + (Cf / Mf) = Im + If
Onde, Cm e Cf são os rendimentos das culturas de mandioca e feijão em
consórcio, Mm e Mf, seus rendimentos em monocultivo, e Im e If, os índices
individuais dessas culturas (VIEIRA, 1984; DAMASCENO et al., 2001).
O balanço hídrico do período de condução do experimento (abril/2003 a
abril/2004), para o município de Areia-PB foi determinado seguindo a metodologia
de Thorntwaite e Mather (1955), utilizando-se de dados da precipitação
pluviométrica mensal e evapotranspiração potencial.
3.1.5 Análise Estatística
Os dados foram submetidos à análise de variância de acordo com
BANZATTO e KRONKA (1995). A comparação de médias foi feita através do teste
de Tukey. Utilizou-se o programa estatístico SAEG (Sistema de Análises
Estatísticas e Genéticas da Universidade Federal de Viçosa-MG), versão 5.1.
44
3.1.6 Análise Econômica
A análise econômica do experimento foi realizada através da renda líquida,
resultante da subtração dos custos de produção da renda bruta de cada
tratamento, dada em reais (R$), conforme os preços do mercado varejista atual.
45
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Caracterização Física da Área
Os valores referentes a densidade do solo, densidade de partículas e
porosidade total para a área de cultivo de mandioca e feijão em consórcio e em
monocultivo encontram-se no quadro 1. Dos dados, observa-se para a
profundidade analisada de 0-20 cm, que os valores de densidade do solo,
densidade de partículas e porosidade total, não apresentaram diferenças
significativas, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os dados de densidade
de partículas são característicos para os latossolos; que os valores de densidade
de solo são baixos e apresentam pequenas variações, enquanto os de porosidade
total são ligeiramente altos e também com pequenas variações, conseqüência da
boa agregação do solo e do pouco revolvimento mecânico da camada superficial a
que este solo é submetido, uma vez que a área do experimento encontrava-se em
pousio após um período de utilização com culturas anuais.
De acordo com Araújo et al. (2004), o aumento da densidade do solo em
área cultivada pode ser explicado pela redução nos teores de matéria orgânica do
solo, conseqüência do uso e manejo desse solo. Com a redução da densidade do
solo há um aumento da porosidade total (Borges et al., 1999).
Quadro 1. Densidades do solo e de partículas e porosidade total para área de
monocultivo e de consórcio de mandioca e feijão comum, na
profundidade de 0-20 cm.
Densidade
Tratamentos
Solo Partículas
Porosidade Total
--------------------- kg dm
-3
----------------------
-------- m
3
m
-3
--------
1 1,29 a 2,64 a 51,13 a
2 1,29 a 2,64 a 51,13 a
3 1,29 a 2,66 a 51,50 a
4 1,28 a 2,61 a 50,96 a
5 1,26 a 2,64 a 52,27 a
6 1,33 a 2,73 a 51,28 a
7 1,28 a 2,60 a 50,77 a
8 1,29 a 2,61 a 50,57 a
Média 1,29 2,64 51,14
Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade.
46
Os valores da densidade de partículas, segundo Hillel (1970), estão sujeitos
à modificação quando ocorre alteração do conteúdo de matéria orgânica e do
material mineral. Nesse sentido, por ser a área experimental uniforme as
variações entre tratamentos foram mínimas.
No quadro 2, são apresentados os valores percentuais de macro e
microagregados, separados por tamisagem seca e úmida para a área de cultivo do
consórcio mandioca e feijão. Com relação à tamisagem via seca, verifica-se que
os valores de macroagregados são elevados, superando os 81%, enquanto os de
microagregados variam de 7,75% a 18,30%, variação alta devido a um C.V. de
54,93% (Anexo 2). Entretanto, os valores de macroagregados diminuem, quando
submetidos à tamisagem via úmida, face a instabilidade dos agregados em água.
Assim, os valores de macroagregados são diminuídos de 87,29% para 68,70%,
enquanto que os de microagregados aumentam de 12,71% para 31,30%. Mesmo
ocorrendo redução de macroagregados quando comparados os valores de
tamisagem via seca e úmida, os agregados do solo apresentam-se bastante
resistentes à desagregação, uma vez que pela tamisagem úmida, os valores de
macroagregados permanecem elevados e superam os de microagregados. De
acordo com Silva e Mielniczuk (1997), estes valores nas áreas de cultivos,
determinados por tamisagem via seca, dependendo de sua estabilidade, quando
submetidos a tamisagem úmida, apresentam-se baixos (agregados instáveis) ou
elevados (agregados estáveis). Na condição analisada, a variação foi pequena
não havendo diferença estatística entre si, pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
Os valores de diâmetro médio ponderado de agregados obtidos por
peneiragem seca (DMPAs) e úmida (DMPAu), e também os da relação
DMPAu/DMPAs, para área sob cultivo da mandioca e de feijão em sistema de
consórcio e em monocultivo são apresentados no quadro 3, de onde verifica-se
que os valores de DMPAs são superiores a 2,13 mm, enquanto que os de DMPAu
são maiores que 1,19 mm, indicando serem os mesmos resistentes a alterações, o
que é comprovado pelos valores da relação DMPAu/DMPAs que variam de 0,473
a 0,681 mm. Estes valores indicam uma boa estabilidade dos agregados, uma vez
47
que, valores da relação DMPAu/DMPAs acima de 0,600 mm, segundo Silva &
Mielniczuk (1997), em áreas cultivadas representam elevada estabilidade dos
agregados do solo, conseqüência do pouco revolvimento do solo pelo cultivo e das
características intrínsecas do próprio solo.
Quadro 2. Percentuais de macro e microagregados obtidos por peneiragem seca e
úmida para os diferentes tratamentos na profundidade de 0-20 cm.
Macroagregado Microagregado
Tratamentos
Seco Úmido Seco Úmido
---------------------------------------- % ----------------------------------------
1 90,25 a 65,47 a 9,75 a 34,53 a
2 89,75 a 67,63 a 10,25 a 32,37 a
3 81,70 a 66,98 a 18,30 a 33,02 a
4 92,25 a 72,47 a 7,75 a 27,53 a
5 82,75 a 68,98 a 17,25 a 31,02 a
6 88,13 a 69,45 a 11,87 a 30,55 a
7 88,30 a 70,95 a 11,70 a 29,05 a
8 85,17 a 67,78 a 14,83 a 32,22 a
Média 87,29 68,70 12,71 31,30
Os tratamentos não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Para Silva (1993), a relação DMPAu/DMPAs pode ser considerada um bom
índice para expressar a tendência de agregação do solo pelo fato de englobar
todas variáveis que têm influência na formação e estabilização dos agregados do
solo, servindo, inclusive, como parâmetro de avaliação para saber se um solo
apresenta-se estável, quando submetido a diferentes tipos de manejo. Quanto
mais estáveis os agregados, os valores da relação DMPAu/DMPAs tendem a
aproximar-se do valor 1, o qual representa estabilidade em água de 100% (SILVA
e MIELNICZUK, 1997). Entre os maiores responsáveis pela boa estabilidade dos
agregados está a boa distribuição dos teores de matéria orgânica. (CARPENEDO
e MIELNICZUK, 1990 e SILVA e MIELNICZUK, 1997).
48
Quadro 3. Valores de diâmetros médios ponderados dos agregados secos
(DMPAs) e úmido (DMPAu) e relação DMPAu/DMPAs para os
diferentes tratamentos na profundidade de 0-20 cm.
Tratamentos
DMPAu DMPAs DMPAu/DMPAs
------------------------ mm -------------------------
1 1,53 a 2,92 a 0,527 a
2 1,48 a 2,55 a 0,660 a
3 1,19 a 2,52 a 0,473 a
4 1,70 a 2,91 a 0,591 a
5 1,41 a 2,13 a 0,681 a
6 1,43 a 2,39 a 0,603 a
7 1,56 a 2,52 a 0,610 a
8 1,40 a 2,46 a 0,569 a
Média 1,46 2,55 0,589
Os tratamentos não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Os valores percentuais de macro e microporosidade do solo, argila dispersa
em água e grau de floculação para área de monocultivo e consórcio para os
diferentes tratamentos, obtidos à profundidade de 0 a 20 cm, por ocasião da
colheita, encontram-se no quadro 4. Dos dados, observa-se que uma maior
quantidade de microporos em relação à macroporosidade do solo. Observa-se
também pequenas variações entre o conjunto dos dados de macro e
microporosidade, não diferindo estatisticamente a 5% de probabilidade pelo teste
de Tukey. Com relação aos valores de argila dispersa em água e grau de
floculação, verifica-se a ocorrência de boas condições físicas na área experimental
para o cultivo da mandioca e feijão, não havendo diferença estatística quando
comparadas as médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, variando de
34,67 a 57,33 g kg
-1
e de 883,7 a 913,7 g kg
-3
, para argila dispersa em água e
grau de floculação, respectivamente.
Os valores de macro e microporosidade apresentam-se muito próximos, isto
é, os valores de macro e microporos se equivalem nos tratamentos avaliados.
Bayer e Mielniczuk (1997) informam que um solo ideal é aquele que possui seu
espaço de poros divididos em partes iguais entre macro e microporos,
apresentando-se com boas características de aeração, permeabilidade e retenção
de água, o que favorece a cultura.
49
Quadro 4. Percentuais de macro e microporosidade do solo, argila dispersa em
água e grau de floculação para os diferentes tratamentos, na
profundidade de 0-20 cm.
Tratamentos
Macroporosidade Microporosidade
Argila
Dispersa em
Água
Grau de
floculação
--------------------- % --------------------- ------------- g kg
-1
-------------
1 21,30 a 29,83 a 57,33 a
886,0 a
2 22,60 a 28,53 a 51,67 a 889,7 a
3 23,53 a 27,97 a 47,67 a 901,0 a
4 23,46 a 27,50 a 52,00 a 883,7 a
5 24,27 a 28,00 a 34,67 a 927,3 a
6 21,51 a 29,77 a 48,33 a 903,0 a
7 22,57 a 28,20 a 44,00 a 907,3 a
8 22,44 a 28,13 a 39,33 a 913,7 a
Média 17,53 28,49 46,87 901,2
Os tratamentos não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Os valores referentes a areia, silte e argila, para a profundidade de 0 a 20
cm sob uso da mandioca e feijão comum em consórcio e em monocultivo,
encontram-se no quadro 5. Dos resultados, verifica-se que as frações areia e
argila predominam, classificando-se o solo em argila arenosa/argila, de acordo
com Lemos e Santos (2002).
Quadro 5. Granulometria e classificação textural do solo na profundidade de
0-20 cm, para os diferentes tratamentos .
Frações texturais
Tratamentos
Areia Silte Argila
Classificação textural
1
---------------------- g kg
-1
--------------------
1 435,7 68,6 495,7 Argila
2 471,3 63,4 465,3 Argila arenosa
3 455,0 63,5 481,5 Argila arenosa / argila
4 485,3 52,1 462,6 Argila arenosa
5 465,7 54,9 479,4 Argila arenosa
6 457,3 46,4 496,3 Argila arenosa / argila
7 458,7 56,2 485,1 Argila arenosa
8 487,0 56,4 456,6 Argila arenosa
1
Classificação de acordo com Lemos e Santos (2002).
50
4.2. Caracterização química do solo
Os resultados das análises químicas do solo na profundidade de 0-20 cm,
obtidos no início da pesquisa, foram: pH (H
2
O), 4,80; H
+
+ Al
3+
, 9,24 cmol
c
dm
-3
;
Al
3+
, 1,05 cmol
c
dm
-3
; M.O., 22,71 cmol
c
dm
-3
; Ca
2+
, 0,85 cmol
c
dm
-3
; K
+
, 34,19 mg
dm
-3
; Mg
2+
, 0,60 cmol
c
dm
-3
; P,19,25 mg dm
-3
; Na
+
, 0,05 cmol
c
dm
-3
; SB, 35,69
cmol
c
dm
-3
; CTC, 44,93 cmol
c
dm
-3
; V, 79,43%; m, 2,86%.
Dos dados, observa-se que os teores de sódio, potássio, cálcio, fósforo e
pH do solo são baixos e a saturação por alumínio é muito baixa, enquanto que os
teores de magnésio e matéria orgânica são médios e os valores de alumínio e de
hidrogênio + alumínio são altos; a soma de bases, a capacidade de troca
catiônica, a saturação por bases e a saturação por alumínio têm valores também
classificados como altos. Apesar da acidez ser considerada alta, pesquisas
demonstram que a mandioca responde pouco à calagem, ocorrendo tolerância da
euforbiácea a solos com altos níveis de acidez, não se recomendando a utilização
acima de 2 t ha
-1
de calcário na área de cultivo.
4.3. Balanço hídrico
O balanço hídrico do período abril/2003 a abril/2004, para o município de
Areia-PB encontra-se na figura 6. Dos resultados, observa-se que uma grande
irregularidade, tanto na quantidade como na distribuição da precipitação pluvial
(2.118,3 mm), bem como no consumo hídrico através da evaporação potencial
(1.348,1 mm). Os dados mostram uma estação seca definida, de setembro a
dezembro, e uma estação chuvosa com volume acima de 200 mm mensais,
ocorrendo elevação atípica para o mês de Janeiro de 2004, com valor próximo a
500 mm. O excedente hídrico anual durante o período analisado (abril a julho/2003
e dezembro/2003 a abril/2004) foi de 1.933,8 mm, valor elevado e que influencia
na erosão do solo, demonstrando estar acima da capacidade de campo. A
51
deficiência hídrica anual (registrada entre agosto e novembro/2003) foi de 642,3
mm, parâmetro, esse, que corresponde à intensidade de seca, desfavorável ao
cultivo do feijão por ser uma cultura de ciclo curto. Lepsch (1991) ressalta que o
balanço hídrico, elaborado a partir dos parâmetros climáticos, poderá auxiliar na
avaliação da quantidade de água presente no perfil do solo em diferentes períodos
do ano, indicando a ocorrência ou não deste fator limitante.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR
Período (2003/2004), meses
Preciptação e Evapotranspiração, mm
Precipitação pluviomérica (mm)
Evapotranspirão potencial (mm)
Figura 6 Balanço hídrico pelo método deThorntwaite e Mather (1955)” para o
município de Areia (PB), durante o período de condução do experimento
(abril/2003 a abril/2004). Fonte: INMET Estação Meteorológica 82696,
CCA/UFPB, Areia (PB).
4.4. Produtividade de feijão, Número de vagens por planta e densidade de
plantio.
A produtividade, número de vagens por planta e densidade de plantas de
feijão comum para os diferentes tratamentos em monocultivo e consorciação com
a mandioca, encontram-se no quadro 6. Observa-se que houve uma variabilidade,
52
tanto no número de plantas quanto na produtividade média de grãos, ocorrendo
diferença significativa (P < 0,05) entre os tratamentos para estas características
analisadas. Verifica-se ainda que, o maior número médio de vagens por planta
(7,6), representado pelo consórcio de mandioca em fileira dupla com feijão no lado
externo do leirão de mandioca, com densidade de 4,0 plantas por metro linear,
não se correlacionou com a produtividade média de grãos no mesmo tratamento
(275 kg ha
-1
), uma vez que a maior produtividade de feijão (528,2 kg ha
-1
) foi
obtida no tratamento onde o número médio de vagens foi de apenas 4,5,
correlacionando-se essa maior produtividade de grãos mais à densidade de
plantas, que foi de 20 plantas por metro linear. Estes resultados estão de acordo
com os encontrados por Shimada et al. (2000), que obtiveram o maior número de
vagens na densidade de 8,0 plantas por metro linear e no espaçamento de 0,60
m entrelinhas.
Com relação à produtividade do feijoeiro, foram constatadas diferenças
significativas entre os tratamentos. Estatisticamente, o tratamento 2, representado
pelo monocultivo do feijão, foi superior aos tratamentos 4 (consórcio de mandioca
em fileira simples com feijão em fileiras duplas no leirão de mandioca); 5
(consórcio de mandioca em fileira dupla com feijão no lado externo do leirão de
mandioca); 7 (consórcio de mandioca em fileira dupla com feijão em fileira dupla
intercalado entre os leirões de mandioca); e 8 (consórcio de mandioca em fileira
dupla com feijão em fileira simples intercalado entre os leirões de mandioca).
os tratamentos 3 (consórcio de mandioca em fileira simples com feijão duplo no
leirão de mandioca) e 6 (consórcio de mandioca em fileira dupla com feijão em
fileira dupla no leirão de mandioca) foram semelhantes aos demais tratamentos.
Essa situação pode ser explicada pelo fato de que no monocultivo, utilização
de toda a área com o plantio de uma única cultura, aumentando a população de
plantas. Estes resultados discordam daqueles obtidos por Caldas et al. (2001) que
não encontraram diferenças significativas entre a produtividade de feijão em
monocultivo e em consorciação com mandioca em fileiras duplas. Mattos et al.
(1992 e 1996) recomendam a associação de mandioca em fileiras duplas com
53
feijão, pois é a mais benéfica para o agricultor que tem problemas com condições
climáticas e disponibilidade de área.
De maneira geral, o arranjo espacial que proporcionou ao feijão maior
produtividade em consórcio com plantas de mandioca foi o tratamento 6, aquele
em que o feijão foi plantado em fileiras duplas: 1,5 m x 1,0 m x 0,2 m sobre o
leirão de mandioca em fileiras duplas, com uma densidade de 8,0 plantas por
metro linear, e o pior resultado foi observado no tratamento 7, aquele em que o
feijão foi plantado em fileiras duplas: 3,0 x 0,4 x 0,2 m, intercalado entre os leirões
de mandioca em fileiras duplas: 3,0 x 0,4 x 0,2 m, com uma densidade de 3,3
plantas por metro linear.
Quadro 6. Produtividade do feijão em função de arranjos espaciais, número de
vagens por planta e densidade de plantio para cada tratamento.
CCA/UFPB, Areia, 2004.
Tratamentos
Número médio
de vagens por planta
Produtividade
média de grãos
Densidade
de plantas
kg ha
-1
plantas m
-2
01* - - -
02 4,5 a b 528,2 a 20,0
03 4,3 a b 332,0 a b 20,0
04 5,2 a b 231,1 b
8,0
05 7,6 a 275,0 b
4,0
06 5,2 a b 339,2 a b 8,0
07 3,0 b 169,1 b
3,3
08 5,9 a b
233,7 b
1,6
* Monocultivo de mandioca
Médias seguidas de mesma letra, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade
4.5. Altura de plantas de mandioca, diâmetro e comprimento de raízes
No quadro 7 são apresentados os valores de altura de plantas, número,
diâmetro e comprimento de raízes de mandioca avaliadas por ocasião da colheita.
54
Observa-se que as alturas médias de plantas, diâmetro médio e comprimento de
raízes não apresentaram diferenças significativas (P > 0,05) entre os tratamentos,
enquanto que o número de raízes diferiu estatisticamente entre os tratamentos
avaliados (P < 0,05).
Apesar de ser explorado em agricultura de sequeiro, a mandioca, cultivar
cedinha (BGM 858), apresentou desenvolvimento satisfatório, pois a altura média
variou de 117,6 a 208,8 cm, explicando-se o menor valor nas plantas colhidas aos
10 meses, a exemplo do tratamento 2. Resultado aproximado foi encontrado por
Dias (2001) aos 12 meses após o plantio, onde esta cultivar empregada no
presente estudo atingiu altura média de 197,0 cm. Além da época de colheita,
outro fator que limita o crescimento vegetativo da planta é a água, por ser veículo
de nutrientes para as plantas e reagente do processo fotossintético (OLIVEIRA,
1995), e o conteúdo de matéria orgânica existente na área. Chagas (2003)
concluiu que a maior altura de plantas refletiu numa maior produção de raízes e de
parte aérea.
Vidigal Filho et al. (2000) informam que a variação dos valores observados
para essa variável, sugere a influência, tanto de fatores de ambiente como de
componentes genotípicos, expressa nas cultivares. Há também influência da
época de colheita.
Com relação ao número de raízes por planta, observa-se que houve efeito
significativo (P < 0,05) entre os tratamentos, sendo que os maiores valores foram
encontrados nos tratamentos 7 e 8, caracterizado por fileiras simples de
mandioca, com parcelas de 10 e 12 meses na ocasião da colheita, com 12,7 e
13,5 raízes por planta, respectivamente. Os demais tratamentos, embora em valor
numérico menor para o tratamento 2 (rotação de culturas), não diferiram
estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Estes valores estão
bem acima do ótimo preconizado para a cultura, que é de 9,0 raízes por planta
(COCK et al., 1979). Diniz Neto (2001) encontrou resultados satisfatórios com o
número médio de raízes por planta de 8,18 para a cultivar cedinha. Conceição
(1979) afirma que o número de raízes por planta depende da cultivar e independe
da forma, quer tortuosas ou providas de ramificações. Cavalcanti (1985) afirma
55
que o número de raízes de mandioca permanece estável, independente da época
de colheita, concluindo que esse parâmetro é fixado logo no início do
desenvolvimento da planta.
Para a variável diâmetro médio de raízes de mandioca, verifica-se que não
houve diferença estatística (P > 0,05) entre os tratamentos, com valores variando
de 23,7 a 31,2 mm, sendo considerados satisfatórios. Távora e Barbosa Filho
(1994) afirmam que o aumento da produtividade da mandioca, em termos de
raízes tuberosas, é uma resposta direta ao aumento do diâmetro de raízes destas
e não ao aumento do comprimento ou número de raízes.
O comprimento de raízes de mandioca, apesar da variação numérica, não
diferiu entre as médias (P > 0,05), variando de 17,8 a 29,0 cm, valores
satisfatórios para a agricultura em sistema de sequeiro. Estes resultados podem
ser explicados pelo fato de o comprimento máximo de raízes ser atingido muito
cedo, entre 84 e 95 dias após o plantio (CAVALCANTI, 1985).
Quadro 7. Número, diâmetro e comprimento médio de raízes de mandioca e
altura média de plantas, por tratamento. CCA/UFPB, Areia, 2004.
Raízes
Tratamentos
Número Diâmetro Comprimento
Altura média
de plantas
---------------------------- cm --------------------------
1 7,3 b 2,72 a 22,0 a 181,9 a
2 4,3 b 2,37 a 22,1 a 117,6 a
3 4,7 b 2,59 a 20,8 a 149,9 a
4 6,5 b 2,88 a 21,4 a 208,1 a
5 6,4 b 2,74 a 20,3 a 166,0 a
6 6,0 b 3,12 a 29,0 a 181,1 a
7 12,7 a 2,73 a 17,8 a 197,7 a
8 13,5 a 2,70 a 20,2 a 208,8 a
Média 7,7 2,73 21,7 176,4
Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade.
56
Os valores dios mensais referentes à altura de plantas de mandioca por
tratamento, encontram-se na figura 7. Observou-se um crescimento inicial rápido,
com valores muito próximos entre os tratamentos e considerados satisfatórios,
mesmo para aquelas plantas colhidas aos 10 meses após o plantio (as que
substituíram o monocultivo de feijão comum). O comportamento do gráfico para
essa característica demonstra uma alternância entre períodos de intensa atividade
fisiológica e períodos de repouso da planta, os quais foram condicionados,
sobretudo, pelas condições climáticas prevalecentes, ou seja, a altura de plantas
estabilizou-se ligeiramente nos meses de seca mais pronunciados (outubro a
dezembro), justamente aquele onde a precipitação pluvial foi de 138,1 mm. Assim,
o período compreendido entre os 9 e os 10 meses marcou o final do repouso
vegetativo e o início de uma nova fase de crescimento. Com o restabelecimento
do regime hídrico acima da evaporação potencial observada após os 9 meses
(Figura 7), as plantas retomaram o crescimento, o que, provavelmente, resultou na
elevação da atividade fotossintética e permitiu um maior desenvolvimento de suas
raízes.
0
50
100
150
200
250
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Meses após plantio
Altura de planta, cm
Tratamento 1
Tratamento 2
Tratamento 3
Tratamento 4
Tratamento 5
Tratamento 6
Tratamento 7
Tratamento 8
Figura 7. Altura média de plantas de mandioca por tratamento, durante a
condução do ensaio.
57
4.6. Produtividade de fitomassa fresca e seca de parte aérea e de raízes e
índice de colheita da mandioca
No que concerne à produção de parte aérea fresca e seca (Quadro 8)
verifica-se que os tratamentos 1 e 4 foram aqueles com os maiores valores,
embora não tenham diferido estatisticamente dos demais tratamentos. A menor
produção foi detectada no tratamento em que a mandioca foi colhida os 10 meses.
Em estudo de correlações entre caracteres de mandioca, GONÇALVES et al.
(1997) verificaram correlação fenotípica positiva e significativa entre a produção de
parte aérea e altura das plantas. LORENZI et al. (1988) constataram, em
avaliação do comportamento de cultivares de mandioca, a influência de fatores
ambientais e de componentes genéticos na produção de parte aérea de mandioca.
A produção de parte aérea, de acordo com SOUZA e FASIABEN (1986), é fator
importante na mandiocultura, tanto como material de propagação (principalmente
em regiões que apresentem clima adverso para conservação de ramas) como
produção de forragem para a alimentação animal. Resultados semelhantes foram
encontrados por Távora e Barbosa Filho (1994), que mostram ser a produção da
parte aérea diretamente proporcional ao aumento da altura de planta.
Quanto à produção de fitomassa fresca e seca de raízes tuberosas (Quadro
8), o tratamento em sistema de consórcio (tratamento 8) foi o mais produtivo (21,1
t ha
-1
e 9,5 t ha
-1
, para fitomassa fresca e seca, respectivamente), diferindo
estatisticamente, em fitomassa fresca, apenas do tratamento 2 (9,2 t ha
-1
), aquele
em que a mandioca substituiu o feijão em sistema de rotação de culturas, e em
fitomassa seca diferiu do tratamento 2, embora este tratamento não tenha diferido
estatisticamente dos demais e tenha apresentado um coeficiente de variação
acima de 18%. Tendo em vista que a mandioca foi colhida em épocas diferentes
(10 e 12 meses), é possível inferir que os tratamentos mais produtivos sejam
aqueles onde se completou o ciclo vegetativo da cultura, uma vez que as parcelas
de mandioca que substituiram o feijão, de certa forma, encontraram maior
competição por água, luz e nutrientes com as demais plantas, que contavam com
mais de 0,60 m de altura; entretanto, para que isso seja confirmado, Vidigal Filho
58
et al. (2000) afirmam ser necessário a condução de ensaios de maior duração,
uma vez que muitos produtores preferem efetuar colheitas mais tardiamente e/ou
em dois ciclos vegetativos.
A mesma tendência foi observada na produção fitomassa de parte aérea,
que variou de 7,5 a 17,4 t ha
-1
e 2,1 a 5,3 t ha
-1
, respectivamente para fitomassa
fresca e seca, não ocorrendo diferenças estatísticas e devendo-se essa
variabilidade alta a um C.V. de 35,6 e 38,7%, para fitomassa fresca e seca,
respectivamente.
É desejável que as mesmas cultivares responsáveis pelas maiores
produções de raízes tuberosas sejam também aquelas que apresentem os
maiores teores de matéria seca, maximizando o rendimento do produto final por
unidade de área cultivada (VIDIGAL FILHO et al., 2000).
Trabalhos visando verificar a prioridade de cada órgão da planta na partição
de assimilados, têm sido realizados por alterar a produção de carboidratos e
também número de raízes. Um desses trabalhos limitou-se à produção de
carboidratos por manter as plantas sob baixa intensidade luminosa, onde
constatou-se que o efeito do sombreamento não alterou significativamente a
fitomassa seca da parte aérea, mas reduziu a fitomassa seca das raízes em 35%.
Esses dados evidenciam que o crescimento das folhas e ramos predomina sobre
o crescimento de raízes, ou seja, as raízes acumulam apenas o excesso da
matéria seca produzida e isso ocorre depois da planta satisfazer as
necessidades de crescimento da parte aérea (CRUZ e PELACANI, 1983;
CHAGAS, 2003).
Para a característica índice de colheita (Quadro 8), os tratamentos não
diferiram estatisticamente entre si, obtendo índice acima de 54%, sendo
considerado um valor razoável, uma vez que a produção de raíz superou em
4,4%, pelo menos, a produção de parte aérea. Fukuda e Caldas (1987) afirmam
que plantas com altos índices de colheita e pouca produção de parte aérea,
mesmo apresentando altos rendimentos de raízes, são indesejáveis, por
produzirem pouco material de propagação, uma vez que, muitas vezes, um alto
59
índice de colheita não reflete uma alta produção de raízes, mas uma baixa
produção de parte aérea.
Quadro 8. Produtividade de fitomassa fresca e seca de raízes tuberosas de
mandioca, fitomassa fresca e seca de parte aérea e índice de colheita.
CCA/UFPB, Areia, 2004.
Fitomassa de raízes
Fitomassa de parte aérea
Tratamentos
Fresca Seca
Fresca Seca
Índice de
colheita
------------------------------ kg ha
-1
--------------------------- %
1 19.987 a 8.232 a b 15.773 a 5.327 a 58,0 a
2 9.233 b 4.134 b 7.493 a 2.134 a 55,0 a
3 16.840 a b
8.061 a b 10.960 a 2.987 a 60,0 a
4 17.987 a b
7.400 a b 17.413 a 5.260 a 55,0 a
5 15.840 a b
6.840 a b 9.680 a 3.038 a 62,0 a
6 16.053 a b
6.715 a b 10.827 a 3.756 a 58,0 a
7 20.576 a 9.065 a 14.258 a 4.535 a 56,0 a
8 21.104 a 9.489 a 13.562 a 4.613 a 63,0 a
Média 17.202 7.492 12.496 3.956 58,4
Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade.
O rendimento de raízes e índice de colheita correlacionam-se
negativamente com altura de plantas e rendimento de parte aérea, sugerindo que
o aumento da parte aérea determina um decréscimo no índice de colheita e no
rendimento de raiz, indicando que na seleção para rendimento de raiz, deve-se
evitar genótipo com desenvolvimento vegetativo exagerado. É importante manter-
se o equilíbrio entre produção de raiz e parte aérea.
4.7. Índice de equivalência de área (IEA)
A análise do índice de equivalência de área (Quadro 9) revelou vantagens
para todos os tratamentos consorciados, uma vez que alcançaram valores
superiores na exploração da terra a partir de 26% para a mandioca plantada em
fileiras duplas, no espaçamento 1,5 m x 1,0 m x 0,5 m, e obtendo altos percentuais
nos tratamentos em que a mandioca foi plantada em fileiras simples, no
espaçamento 1,0 m x 0,5 m, consorciada com o feijão plantado em fileiras duplas,
60
nos espaçamentos 0,5 m x 0,5 m x 0,5 m e 0,5 m x 0,5 m x 1,0m,
respectivamente, com 46 e 41% de incremento, valores estes, seguidos com a
mandioca arranjada em fileiras duplas e consorciada com o feijão plantado em
fileiras duplas, nos espaçamentos 1,5 m x 1,0 m x 0,5 m e 1,0 m x 1,0 m x 0,5 m,
respectivamente, com 38% de eficiência no uso da terra. De acordo com Vieira
(1984), o consórcio será efieciente quando o IEA for superior a 1,00 e prejudicial à
produção quando inferior a 1,00. Os sistemas consorciados, segundo Mattos et al.
(1990), são agroeconomicamente mais eficientes que os sistemas monoculturais;
situação comprovada por Damasceno et al. (2001), que encontraram nos
tratamentos consorciados, com destaque para a mandioca plantada em fileiras
duplas, valores superiores aos obtidos com o monocultivo.
Quadro 9. Índice de equivalência de área (IEA) em monocultivo e consórcio de
mandioca e feijão, em diferentes espaçamentos (tratamentos
utilizados). CCA/UFPB, Areia, 2004.
Tratamentos IEA
(1) - Mandioca 1,0 x 0,5 m (monocultivo) 1,00
(2) – Feijão comum 1,0 x 0,4 x 0,2 m (monocultivo) 1,00
(3) – Mandioca fileira simples 1,0 x 0,5 m + feijão fileira dupla 0,5 x 0,5 x
1,0 m
1,41
(4) – Mandioca fileira simples 1,0 x 0,5 m + feijão fileira dupla 1,5 x 1,5 x
0,5 m
1,30
(5) - Mandioca fileira dupla1,5 x 1,0 x 0,5 m + feijão fileira dupla 1,5 x 1,0 x
0,2 m, no leirão de mandioca (lado externo)
1,26
(6) – Mandioca fileira dupla 1,5 x 1,0 x 0,5 m + feijão fileira dupla 1,5 x 1,0
x 0,2 m, no leirão de mandioca
1,38
(7) – Mandioca fileira dupla 2,0 x 1,0 x 0,5 m + feijão fileira dupla 3,0 x 0,4
x 0,2 m, intercalado nos leirões de mandioca (entre os leirões)
1,32
(8) – Mandioca fileira dupla 2,0 x 1,0 x 0,5 m + feijão fileira simples 3,0 x
0,2 m (leirão de feijão entre os leirões de mandioca)
1,46
4.8. Produtividade de farinha e fécula de mandioca
A estimativa de produtividade de farinha e de fécula de mandioca para os
diversos arranjos do monocultivo e consórcio da mandioca e feijão realizado em
sistema de sequeiro (tratamentos), encontra-se no quadro 10. Verifica-se que
houve uma variabilidade, tanto na produção estimada de farinha quanto na de
61
fécula, aonde os tratamentos 8 (mandioca em fileira dupla consorciada com feijão
em fileira simples), 7 (mandioca em fileira dupla consorciada com feijão em fileira
dupla) e 1 (monocultivo) apresentaram os maiores rendimentos de farinha de
mandioca, com 5.698, 5.555 e 5.396 kg ha
1
, respectivamente, repetindo-se o
desempenho desses tratamentos na produção de fécula de mandioca com 1.217,
1.187 e 1.153 kg ha
-1
, respectivamente. Estes valores estimados de farinha de
mandioca foram considerados baixos quando comparados com a média obtida por
CARDOSO e SOUZA (1998), que foi de 10.520 kg ha
-1
. Com relação aos valores
de fécula, verifica-se que estão bem abaixo do nimo encontrado por Sagrilo et
al. (2002) no Noroeste do Estado do Paraná, com 3.690 kg ha
-1
. Entretanto estes
resultados são satisfatórios para a região e o sistema adotado (agricultura de
sequeiro na ausência de adubação) pela diminuição dos custos de produção e
pelo benefício social de contenção do êxodo rural através do emprego da
agricultura familiar.
Quadro 10 Estimativas de Produtividade de farinha e de fécula de mandioca para
os diferentes tratamentos. CCA/UFPB, Areia, 2004.
Tratamentos
Farinha de mandioca Fécula de mandioca
------------------------------------ kg ha
-1
-----------------------------------
1 5.396,3 a 1.153,0 a
2 2.493,0 b 532,7 b
3 4.545,3 a b 971,7 a b
4 4.856,3 a b 1.037,7 a b
5 4.277,0 a b 914,3 a b
6 4.334,7 a b 926,0 a b
7 5.555,3 a 1.187,3 a
8 5.698,3 a 1.217,7 a
Média 4.644,5 992,5
Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade.
4.9. Relação entre altura de plantas e produção
No quadro 11 encontram-se os coeficientes de correlação simples entre as
variáveis altura de plantas, produtividade de raízes e produtividade de parte aérea
da cultivar de mandioca cedinha, BGM 858. Verifica-se que a produtividade de raiz
62
correlacionou-se positiva, porém não significativamente (P>0,05) com a altura de
plantas, havendo correlação positiva e significativa entre a produtividade de raízes
e a produtividade de parte aérea, e da altura de plantas com a produtividade de
parte aérea. Estes resultados estão de acordo com Fukuda et al. (1987) e
Cavalcanti Filho (1999), que observaram que o crescimento da planta determina
um aumento na produção de parte aérea, influenciando ligeiramente a produção
de raízes. Do ponto de vista agronômico, o equilíbrio entre a produção de raiz e a
produção de parte aérea é muito importante, pois proporciona, além da produção
da parte econômica, maior quantidade de material para propagação.
Quadro 11. Coeficientes de correlação simples ( r ) entre altura de plantas,
produtividade de raiz e produtividade de parte aérea da cultivar de
mandioca cedinha, BGM 858 (Manihot esculenta Crantz).
Variáveis N Correlação
( r )
t Significância
1
Altura de plantas vs Produtividade
de raiz
24 +0,3161 1,56
NS
Altura de plantas vs Produtividade
de parte aérea
24 +0,6313 3,82
P<0,01
Produtividade de raiz vs
Produtividade de parte aérea
24 +0,8402 7,27
P<0,01
1
Significativo a 5% de probabilidade, pelo teste t de Student
NS – Não significativo
N – Número de observações.
4.10. Análise econômica do consórcio mandioca e feijão
No quadro 12 encontram-se os resultados referentes aos custos e
benefícios do consórcio mandioca e feijão, em agricultura familiar. A análise
econômica revelou melhor resultado para a mandioca plantada em fileiras duplas,
no espaçamento 2,0 m x 1,0 m x 0,5 m, consorciada com o feijão plantado em
fileiras simples, nos espaçamentos 3,0 m x 0,2 m, leirão de feijão entre os leirões
de mandioca (tratamento 8) e também para a mandioca plantada em fileiras
duplas, nos espaçamentos 2,0 m x 1,0 m x 0,5 m, consorciada com o feijão
63
plantado em fileiras duplas, nos espaçamentos 3,0 m x 0,4 m x 0,2 m, intercalado
nos leirões de mandioca, ou seja, leirão de feijão entre os leirões de mandioca
(tratamento 7), em preparo convencional do solo, com índice de lucratividade de
242,22% e 209,23%, respectivamente. Dos dados, observa-se que em todos os
arranjos espaciais houve um acréscimo na receita e lucratividade, entretanto a
rotação de culturas, com o feijão sendo substituído pela mandioca (tratamento 2),
obteve uma renda líquida pequena, devido a mandioca ter sido colhida neste
tratamento aos 10 meses, antes de completar seu ciclo vegetativo. De acordo com
Cardoso e Souza (2000), a determinação do custo de produção se revela como
um importante instrumento na tomada de decisão no setor rural.
Quadro 12. Análise econômica para o monocultivo e consórcio de mandioca e
feijão, em agricultura familiar.
Tratamento Renda Bruta Custo Total Renda Líquida
------------------------------------ R$ ha
-1
-------------------------------------
1 3.597,66 1.282,14 2.315,52
2 2.489,44 1.261,65 1.227,79
3 3.502,70 1.692,18 1.810,52
4 3.565,75 1.487,16 2.078,59
5 3.241,73 1.487,16 1.754,57
6 3.371,24 1.413,74 1.957,50
7 3.943,68 1.275,31 2.668,37
8 4.130,53 1.206,98 2.923,55
64
5. CONCLUSÕES
- A mandioca apresentou um alto potencial produtivo de raiz e de parte
aérea, tanto no sistema de consorciação com o feijão como em
monocultivo;
- O plantio simultâneo da mandioca com o feijão, no arranjo espacial onde a
mandioca foi plantada em fileiras duplas 2,0 x 1,0 x 0,5 m consorciado com
feijão em fileira simples 3,0 x 0,2 m (leirão de feijão entre os leirões de
mandioca), apresentou os melhores resultados;
- Os tratamentos consorciados apresentaram valores economicamente
superiores aos monocultivos, com o uso eficiente da terra, variando de 26 a
46%;
- A produtividade de raízes e a produtividade de parte aérea, a exemplo da
altura de plantas e a produtividade de parte aérea, correlacionaram-se
positiva e significativamente;
- O índice de colheita da mandioca apresenta valor razoável, mostrando ser
a produção de raízes superior a de fitomassa aérea;
- Para o feijão, os maiores rendimentos foram alcançados quando a
densidade foi de 20 plantas por metro linear, em sistema de monocultivo e
consórcio com mandioca;
- A mandioca, plantada em monocultivo ou em consórcio com o feijão,
proporciona um acréscimo na receita e lucratividade do produtor familiar,
não sendo recomendável a colheita antes do seu ciclo vegetativo.
65
6. RECOMENDAÇÕES OU SUGESTÕES
- Em função dos dados obtidos, sugere-se a continuidade das pesquisas
envolvendo as culturas de mandioca e feijão comum, testando situações
diversas, tanto com relação aos arranjos espaciais, como à aplicação de
fertilizantes, corretivos e à disponibilidade de água às plantas, a fim de que
possam ser indicados materiais adaptados às condições edafoclimáticas da
Microrregião do Brejo Paraibano;
- É de suma importância a agregação de valores à produção da agricultura
familiar e sua organização enquanto sociedade civil organizada, seja em
cooperativas ou associações de produtores, enfrentando a oscilação de
preços do mercado e oferecendo maior segurança no abastecimento e
conservação dos alimentos;
- Sendo a agricultura de sequeiro dependente da sazonalidade das
precipitações pluviométricas, faz-se necessário um maior acompanhamento
de dados meteorológicos por parte dos agricultores e uma maior
participação das instituições superiores de ensino e de órgãos técnicos no
desenvolvimento da agricultura regional.
66
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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feijoeiro comum no Brasil. P. 57-70. Piracicaba: POTAFOS, 1996. 786p.
81
ANEXOS
82
Anexo 1. Resumo da análise de variância para algumas características físicas do
solo.
Quadrados médios
Fontes de
variação
GL
DMPAu
DMPAs
DMPAu/
DMPAs
MACRO
AGREG.
SECO
MICRO
AGREG.
SECO
MACRO
AGREG.
ÚMIDO
MICRO
AGREG.
ÚMIDO
Bloco 2 0,253* 0,114
NS
0,205* 40,31
NS
40,31
NS
31,60* 28,82*
Tratamento 7 0,651* 0,205* 0,136
NS
41,80
NS
41,80
NS
15,12* 16,72*
Resíduo 14
0,451 0,165 0,156 48,80 48,8 11,41 10,52
C.V. (%) 14,53 15,95 21,18 8,00 54,93 4,91 10,37
Anexo 2. Resumo da análise de variância para algumas características físicas do
solo (continuação).
Quadrados médios Fontes de
variação
GL
DENS.
SOLO
DENS.
PART.
POR.
TOTAL
% MACRO
POROSID.
%MICRO
POROSID.
ADA
GRAU
FLOC.
Bloco 2 0,413* 0,112* 16,33* 47,69* 37,85** 99,12
NS
182,54
NS
Tratamento 7 0,170
NS
0,506
NS
0,76
NS
15,25
NS
2,20* 160,95*
664,37*
Resíduo 14
0,244 0,737 7,26 27,11 2,06 128,55 625,87
C.V. (%) 3,42 3,25 5,94 29,70 5,03 24,19 2,77
Anexo 3. Resumo da análise de variância para algumas características
agronômicas da mandioca.
Quadrados médios Fontes de
variação
GL
FMFR FMSR FMFPA FMSPA
DIÂM.
RAIZ
COMPR.
DE RAIZ
Nº DE
RAÍZES
Bloco 2 0,13* 0,20
NS
0,28* 0,28* 6,8
NS
18,7
NS
9,1
NS
Tratamento 7 0,44** 8.42,0
NS
0,33
NS
4.065,0
NS
13,9
NS
31,8
NS
36,6**
Resíduo 14
0,10 1.92,0 0,20 2.34,0 11,2 32,4 1,4
C.V. (%) 18,7 18,52 35,6 38,71 12,3 26,2 15,7
83
Anexo 4. Estatística geral das variáveis analisadas e correlações simples.
D E S C R I C A O D O A R Q U I V O
TIPO DE LEITURA -
LOTUS
TIPOS DE REGISTROS = 1
V A R I A V E I S L I D A S
BLOCO PARCELA ALT PRAIZ PPAEREA PRTRAIZ PRTPA
LEIA
OBSERVACOES LIDAS...... 24
OBSERVACOES GRAVADAS... 24
VARIAVEIS LIDAS........ 7
VARIAVEIS TOTAIS....... 7
VALORES PERDIDOS....... 0
ERROS ENCONTRADOS...... 0
CORRELACOES ALT ATE PRTPA COM ALT ATE PRTPA
C O R R E L A C O E S D E P E A R S O N
VARIAVEL VARIAVEL OBSERVACOES CORRELACAO T SIGNIFICANCIA
----------------------------------------------------------------------------
ALT ALT 24 1.0000 ********* .0000
ALT PRAIZ 24 .5247 2.8913 .0042
ALT PPAEREA 24 .7588 5.4645 .0000
ALT PRTRAIZ 24 .3161 1.5629 .0662
ALT PRTPA 24 .6313 3.8179 .0005
PRAIZ ALT 24 .5247 2.8913 .0042
PRAIZ PRAIZ 24 1.0000 ********* .0000
PRAIZ PPAEREA 24 .8558 7.7594 .0000
PRAIZ PRTRAIZ 24 .7756 5.7631
.0000
PRAIZ PRTPA 24 .8029 6.3166 .0000
PPAEREA ALT 24 .7588
5.4645 .0000
PPAEREA PRAIZ 24 .8558 7.7594 .0000
PPAEREA PPAEREA 24 1.00
00 ********* .0000
PPAEREA PRTRAIZ 24 .5752 3.2978 .0016
PPAEREA PRTPA 24
.8734 8.4109 .0000
PRTRAIZ ALT 24 .3161 1.5629 .0662
PRTRAIZ PRAIZ
24 .7756 5.7631 .0000
PRTRAIZ PPAEREA 24 .5752 3.2978 .0016
PRTRAIZ PRT
RAIZ 24 1.0000 ********* .0000
PRTRAIZ PRTPA 24 .8402 7.2659 .0000
PRT
PA ALT 24 .6313 3.8179 .0005
PRTPA PRAIZ 24 .8029 6.3166 .0000
PRTPA PPAEREA 24 .8734 8.4109 .0000
PRTPA PRTRAIZ 24 .8402 7.2659 .0000
PRTPA PRTPA 24 1.0000 ********* .0000
----------------------------------------------------------------------------
84
D E S C R I C A O D O A R Q U I V O
TIPO DE LEITURA -
LOTUS
TIPOS DE REGISTROS = 1
V A R I A V E I S L I D A S
TRAT BLOC DMPAS DMPAU AUAS MACROS MICROS MACROU MICROU DS
DP PT NVF PFAR
LEIA
OBSERVACOES LIDAS...... 24
OBSERVACOES GRAVADAS... 24
VARIAVEIS LIDAS........ 14
VARIAVEIS TOTAIS.......
14
VALORES PERDIDOS....... 0
ERROS ENCONTRAD
OS...... 0
ANOVAG MODELO=DMPAS ATE PT FUNCAO BLOC TRAT
A N A L I S E D E V A R I A N C I A
DMPAS
FONTES DE VARIACAO G.L. SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIGNIF.
BLOC 2 .2278351 .1139175 .688 *******
TRAT 7 1.436441 .2052058 1.240 .34543
RESIDUO 14 2.316914 .1654939
COEFICIENTE DE VARIACAO = 15.953
DMPAU
FONTES DE VARIACAO G.L. SO
MA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIGNIF.
BLOC
2 .5056046 .2528023 5.610 .01625
TRAT 7 .4561030 .6515757E-
01 1.446 .26338
RESIDUO 14 .6308889 .4506350E-
01
COEFICIENTE DE VARIACAO = 14.533
AUAS
FONTES DE VARIACAO G.L. SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIGNIF.
BLOC 2 .4100759E-01 .2050380E-
01 1.314 .29990
TRAT 7 .9495063E-01 .1356438E-01 .869 *******
85
RESIDUO 14 .2184357 .1560255E-
01
COEFICIENTE DE VARIACAO = 21.179
MACROS
FONTES DE VARIACAO G.L. SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIGNIF.
BLOC 2 80.61810 40.30905 .826 *******
TRAT
7 292.5431 41.79187 .857 *******
RESIDUO 14 682.8002 48.77145
COEFICIENTE DE VARIACAO = 8.001
MICROS
FONTES DE VARIACAO G.L. SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIGNIF.
BLOC 2 80.61813 40.30906 .826 *******
TRAT 7 292.5429 41.79184 .857 *******
RESIDUO 14 682.8002 48.77144
COEFICIENTE DE VARIACAO = 54.935
MACROU
FONTES DE VARIACAO G.L. SOMA DE QUADRADO
QUADRADO MEDIO F SIGNIF.
BLOC 2 63.15
398 31.57699 2.768 .09704
TRAT 7 105.8124 15.11606 1.325 .30884
RESIDUO 14
159.6910 11.40650
COEFICIENTE DE
VARIACAO = 4.915
MICROU
FONTES DE VARIACAO G.L. SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIGNIF.
BLOC 2 57.64520 28.82260 2.738 .09915
TRAT 7 117.0207 16.71725 1.588 .21828
RESIDUO 14 147.3564 10.52546
COEFICIENTE DE VARIACAO = 10.366
DS
FONTES DE VARIACAO G.L. SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIGNIF.
86
BLOC 2 .8258341E-02 .4129170E-
02 1.693 .21950
TRAT 7 .1193334E-01 .1704763E-
02 .699 *******
RESIDUO 14 .3414165E-01 .2438689E-
02
COEFICIENTE DE VARIACAO = 3.421
DP
FONTES DE VARIACAO G.L. SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIGNIF.
BLOC 2 .2333338E-01 .1166669E-
01 1.583 .24006
TRAT 7 .3539999E-01 .5057141E-
02 .686 *******
RESIDUO 14 .1032001 .7371433E-
02
COEFICIENTE DE VARIACAO = 3.248
PT
FONTES DE VARIACAO G.L. SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO
F SIGNIF.
BLOC 2 32.66388 16.33
194 2.249 .14222
TRAT 7 5.347394 .7639135 .105 *******
RESIDUO 14 101.6553
7.261092
COEFICIENTE DE VARIACAO = 5
.942
ANOVAG MODELO=PF
AR FUNCAO BLOC TRAT
PFAR
FONTES DE VARIACAO G.L. SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIGNIF.
BLOC 2 .1881628E+08 9408138. 12.372 .00080
TRAT 7 .2226195E+08 3180279. 4.182 .01097
RESIDUO 14 .1064646E+08 760461.7
COEFICIENTE DE VARIACAO = 18.776
C O M P A R A C O E S P E L O T E S T E DE T U K E Y
VARIAVEL = DMPAS
TRAT DADOS MEDIAS
COMPARACOES
1 3
2.9213 A
87
4 3 2.9128 A
2
3 2.5500 A
3 3 2.5178 A
7 3 2.5170 A
8 3 2.4592 A
6 3 2.3867 A
5 3 2.1350 A
----------------------------------
VARIAVEL = DMPAU
TRAT DADOS MEDIAS COMPARACOES
4 3 1.6958 A
7 3 1.5577 A
1 3 1.5300 A
2 3 1.4788 A
6 3 1.4317 A
5 3 1.4058 A
8 3 1.3975
A
3 3 1.1880 A
----------------------------------
VARIAVEL = AUAS
TRAT DADOS MEDIAS COMPARACOES
5 3 .6813 A
2 3 .6597 A
7 3 .6100 A
6 3 .6027 A
4 3 .5910 A
8 3 .5733 A
1 3 .5273 A
3 3 .4730 A
----------------------------------
VARIAVEL = MACROS
TRAT DADOS MEDIAS COMPARACOES
4 3 92.2500 A
1 3
90.2500 A
2 3 89.7500 A
7
3 88.3000 A
6 3 88.1333 A
8 3 85.1667 A
5 3 82.7500 A
88
3 3 81.7000 A
----------------------------------
VARIAVEL = MICROS
TRAT DADOS MEDIAS COMPARACOES
3 3 18.3000 A
5 3 17.2500 A
8 3 14.8333 A
6 3 11.8667 A
7 3 11.7000 A
2 3 10.2500 A
1 3 9.7500 A
4 3 7.7500
A
----------------------------------
VA
RIAVEL = MACROU
TRAT DADOS MEDIAS COMPARACOES
4 3 72.4667 A
7 3 70.9500 A
6 3 69.4500 A
5 3 68.9833 A
8 3 67.7833 A
2 3 67.6333 A
3 3 66.9833 A
1 3 65.4667 A
----------------------------------
VARIAVEL = MICROU
TRAT DADOS MEDIAS
COMPARACOES
1 3 3
4.5333 A
3 3 33.0167 A
2 3
32.8000 A
8 3 32.2167 A
5
3 31.0167 A
6 3 30.5500 A
7 3 29.0500 A
4 3 27.2000 A
----------------------------------
89
VARIAVEL = DS
TRAT DADOS MEDIAS COMPARACOES
6 3 1.4933 A
1 3 1.4533 A
3 3 1.4500 A
8 3 1.4400 A
2 3 1.4367 A
4 3 1.4333 A
7 3 1.4267
A
5 3 1.4133 A
----------------------------------
VARIAVEL = DP
TRAT DADOS MEDIAS COMPARACOES
6 3 2.7333 A
3 3 2.6600 A
1 3 2.6433 A
2 3 2.6400 A
5 3 2.6400 A
4 3 2.6133 A
8 3 2.6133 A
7 3 2.6033 A
----------------------------------
VARIAVEL = PT
TRAT DADOS MEDIAS COMPARACOES
5 3 46.4582 A
2 3
45.5845 A
3 3 45.4616 A
7
3 45.1928 A
4 3 45.1430 A
6 3 45.0453 A
1 3 45.0147 A
8 3 44.8874 A
----------------------------------
VARIAVEL = PFAR
TRAT DADOS MEDIAS COMPARACOES
8 3 5698.3330 A
7 3 5555.3330 A
90
1 3 5396.6670 A
4 3 4856.3330 A B
3 3 4545.3330 A B
6 3 4334.6670 A B
5 3 4277.0000 A B
2 3 2493.0000
B
----------------------------------
SELECAO TRAT NE 1
NVF
FONTES DE VARIACAO G.L. SOMA DE QUADRADO QUADRADO MEDIO F SIGNIF.
BLOC 2 757.9999 379.0000 2.444 .12868
TRAT 6 3635.333 605.8889 3.908 .02132
RESIDUO 12 1860.667 155.0555
COEFICIENTE DE VARIACAO = 24.416
C O M P A R A C O E S P E L O T E S T E DE T U
K E Y
VARIAVEL = NVF
TRAT DADOS MEDIAS COMPARACOES
5 3 76.0000 A
8
3 58.6667 A B
4 3 52.0000 A B
6 3 52.0000 A B
2 3 44.6667 A B
3 3 43.3333 A B
7 3 30.3333 B
----------------------------------
ESTATÍSTICA FEIJÃO
********** Cópia de demonstração
**********
Sistema para Análises Estatísticas
91
********** ----------------------------------
**********
Procedimento = Análise para modelos lineares
Objetivo = Análise
de variância
Dependentes = PROD
Independentes= BLOCO TRAT
E s t a t í s t i c a s S i m p l e s
Observações Perdidas = 0
Observações Válidas = 21
D i s t r i b u i ç ã o d o s D a d o s
Efeito Identificação Dados
BLOCO 1 7
BLOCO 2 7
BLOCO 3 7
TRAT
2 3
TRAT 3 3
TRAT 4 3
TRAT 5 3
TRAT 6 3
TRAT
7 3
TRAT 8 3
Nome Média Desvio
PROD 308.9774 153.3702
Determinante = 0.8203125E-
01
A n á l i s e d e V a r i â n c i a
92
PROD
Fontes de Variação G.L. Soma de Quadrado Quadrado Médio F
Signif.
BLOCO 2 31775.02 15887.51 1.701
0.22364
TRAT 6 326605.7 54434.28 5.829
0.00476
Resíduo 12 112068.0 9338.999
Coeficiente de Variação = 31.277
Procedimento = Teste de Médias
Objetivo = Teste para comparação de médias
Teste = Tukey
Nível Alfa = 5%
GL resíduo
= 12
Variável Quadrado Médio do Resíduo
PROD
9338.99920924
T U K E Y
Variável = PROD
TRAT Dados Médias Comparações
2 3 582.7548
A
6 3 339.2222 A B
3 3 332.0408 A B
5 3 275.0246 B
8 3 233.6656 B
93
4 3 231.0511 B
7 3 169.0823 B
----------------------------------
Q(.050, 12)= 4.950 Dms = 276.1816
Livros Grátis
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