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Uberaba, sempre representava um dia a mais de estradas de terra até Santos.
Assim,
Em 1892, três cidadãos residentes em Sant’Anna do Paranaíba, o
Cel. Carlos Ferreira de Castro, o Cap. José Maria e Padre Ferraz
vigário da vila, resolveram abrir uma estrada que, do Porto do
Taboado, alcançasse o Bairro do Viradouro, último ponto habitado do
norte de São José do Rio Preto. Depois de tentativas penosas e
infrutíferas para atravessar as 20 léguas de terras devolutas, no rumo
determinado, decidiram descer o Paraná, entrar no Rio São José dos
Dourados, subi-lo até onde fosse possível a sua navegação e,
depois, procurar, por terra, o Viradouro.
Nesta exploração fluvial do São José dos Dourados, encontraram os
restos da ponte do Januário Garcia (Ponte Pensa) (In Álbum
Ilustrado da Comarca de Rio Preto, 1929, cap.1).
E, assim, por meio do trabalho dos moradores locais, foi possível
abrir, usando foice e machado, uma travessia que ligasse Viradouro (atual
Meridiano) ao Porto de Taboado. A comunicação de Santana do Paranaíba (atual
cidade de Paranaíba-MS) com São José do Rio Preto estava feita. A conclusão
dessa estrada ocorreu por volta de 1901, sendo que algumas propriedades da
fazenda Santa Rita eram atravessadas pela “Boiadeira”, que passava por Santo
Antônio do Viradouro e São João das Duas Pontes, distante cerca de 03 léguas do
lugar em que 1930 nasceria Vila Pereira (atual Fernandópolis). Foi por meio dessa
via que muitos adentraram na Alta Araraquarense e, mais precisamente, na fazenda
Santa Rita.
A especulação com terras foi a motivação para a divisão das
fazendas na Alta Araraquarense. Nesse particular, Monbeig (1998) nos lembra que o
início para a série de especulações é sempre a posse de vastas extensões de
matas, às vezes designadas como fazendas (no caso da fazenda Santa Rita),
freqüentemente como glebas, que compreendem milhares de alqueires.
No caso do Noroeste Paulista, mais precisamente no que seria a Alta
Araraquarense, no que podia ser chamado o “far-west” de Rio Preto,
isto é, na atual zona de Fernandópolis - Monte Aprazível e, em parte,
Pereira Barreto, havia uma dúzia de glebas, (...). Tratava-se de