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Francesa, na década de 1810, criou a Real Academia de Desenho, em 1820, que depois
se transformou na Escola Nacional de Belas Artes (BONFIM, 2003, p.24).
No período do início da República até a primeira crise de hegemonia
no poder, expressa pela candidatura de Rui Barbosa a presidente da República e pelo
apoio dos oligarcas ao militar e presidente eleito Hermes da Fonseca, o país viveu
expansão do ensino superior. Segundo Talma Alzira Bonfim (2003, p.26), foram criadas
27 (vinte e sete) escolas superiores no intervalo de 1891 a 1910: 9 (nove) de Medicina,
Obstetrícia, Ontologia e Farmácia; 8 (oito) de Direito; 4 (quatro) de Engenharia; 3 (três)
de Economia e 3 (três) de Agronomia.
Segundo Luiz Antônio Cunha (2000, p. 39), antes de 1920 não houve
nenhuma universidade no Brasil, pelo menos com duração significativa. A ressalva vale
para as “universidades passageiras”, criadas à revelia do poder central. Entre elas,
destaca-se a Universidade de Manaus (em funcionamento de 1909 a 1926), que deu
origem à Faculdade de Direito, federalizada em 1949 e incorporada à Universidade
Federal do Amazonas, em 1962. No Paraná ocorreu processo semelhante ao de
“universidades passageiras”, de 1912 a 1920. As Faculdades de Direito, Engenharia e
Medicina foram reconhecidas em 1922 e, em 1946, junto com a Faculdade de Filosofia,
formaram a Universidade do Paraná, federalizada em 1950 (BONFIM, 2003, p. 28).
Duas das principais referências de universidade no Brasil, no que se
refere à estrutura e tradição em ensino e pesquisa, também têm histórias que remontam
ao período da chamada República Velha. Trata-se da Universidade de São Paulo (USP),
criada em 1934, e da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), criada em 1937.
A primeira (USP) teve caráter passageiro no período de 1911 a 1917.
Nenhum dos seus cursos foi incorporado à nova instituição, criada em 1934 com um
projeto que se diferenciava dos anteriores. Seu novo perfil, e das outras instituições
públicas de ensino superior, adequava-se ao da elite que assumiu a hegemonia do poder
a partir do processo iniciado com a “Revolução” de 1930.
A segunda (UFRJ) tem como matriz as faculdades criadas com a
vinda da família real para o Brasil. Foi constituída pela reunião das unidades de ensino
superior criadas por D. João XI, como a Faculdade de Medicina, a Escola Politécnica e
a Faculdade de Direito. Em 1920 foi transformada na Universidade do Rio de Janeiro, a
primeira instituição de ensino superior do país que se consolidou com o nome de
universidade (BONFIM, 2003, p.28).