que forma, habitualmente, pares do tipo comunismo/comunista,
salazarismo/salazarista etc) participa também da formação de derivativos de
cunho nitidamente popular e conotações irônico-pejorativas bem acentuadas
(machista, punguista). Os derivados em –ista designam, preferencialmente: (i)
partidários ou sectários de doutrinas ou sistemas artísticos (academicista,
simbolista), filosóficos (marxista, positivista), políticos (getulista, lacerdista), ou
religiosos (budista umbandista); (adeptos de divertimentos, esportes,
etc.(futebolista, turfista); (iii)profissão, ocupação, ofício (dentista, pianista); (iv)
nomes pátrios e gentílicos (paulista, sulista).
Já o dicionário Houaiss (2001) explica o sufixo -ista a partir da referência do
verbete “-ismo”. Além de trazer brevemente sua etimologia, aventa sua relação
paradigmática tanto com o -ismo quanto -ístico, como podemos atestar na seguinte
descrição:
-ismo Suf. Do gr. –ismós, formador de nome de ação de verbos em –izõ e, às
vezes pelo lat. –ismus, donde: gr. Katekhizõ:katekhismós / port. Catequizar:
catecismo [...];cumpre notar que, no port., tal processo tornou-se expressivo tb.
no sentido inverso, -ismo:-izar, ( bolchevique: bolchevizar); em form. mais
recentes, o suf. –ismo foi, primeiro, usado em medicina para designar uma
intoxicação de um agente obviamente tóxico: absintismo, alcoolismo, iodismo
[...]; no curso, ainda, dos s. XIX e do s. XX, seu uso se disseminou para designar
movimentos sociais, ideológicos, políticos, opinativos, religiosos e personativos,
através dos nomes próprios representativos, ou de nomes locativos de origem e se
chegou ao fato concreto de que potencialmente há para cada nome próprio um
seu der. em –ismo; a isso se acresceu que o suf. gr. –istês > port. –ista, masc. e
fem. como em gr.; foi associado a ele para designar o adepto, aderente, seguidor,
partidário; por fim, a ambos os suf. se agregou um terceiro, adjetivo, por soma do
suf. –ista + -ico, formador de adjetivos (-ístico/a), formando uma constelação
sufixal em que a ocorrência de um deles tem função paradigmática com a dos
outros numa cognação, isso, entretanto, não quer dizer que a constelação -ismo/
-ista / -ístico tenha existência concomitante e automática ( pianista / pianístico/
*pianismo )[...].(p.1655)
Como se pode constatar, ambas as fontes apontam a origem do verbete -ista como
um derivado do grego (-ismós), bem como seus correspondentes em outros idiomas e sua
produtividade na formação dos agentivos. O reconhecimento da regularidade do padrão x-
ismo/x-ista no Português é a principal contribuição de ambos os dicionários. Outro ponto
é o fato de esses dicionários reconhecerem, a existência em linhas gerais, dos mesmos
agrupamentos semânticos para as formações em x-ista (oficio e adesão).
3.5.2 Formação dos agentivos em x-ista: a tradição gramatical