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RAFAEL VIVIAN
COMPORTAMENTO DE AMETRYN E
TRIFLOXYSULFURON-SODIUM NO CULTIVO DA CANA-
DE-AÇÚCAR E NO SOLO
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de Pós-
Graduação em Fitotecnia, para obtenção
do título de Magister Scientiae.
VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2006
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Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e
Classificação da Biblioteca Central da UFV
T
Vivian, Rafael, 1978-
V858c Comportamento de ametryn e trifloxysulfuron-sodium
2005 no cultivo da cana-de-açúcar e no solo / Rafael Vivian. –
Viçosa : UFV, 2005.
xi, 128f. : il. ; 29cm.
Orientador: Antonio Alberto da Silva.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de
Viçosa.
Inclui bibliografia.
1. Herbicidas. 2. Ametrina - Absorção e adsorção.
3. Trifloxisulfuron sódico - Absorção e adsorção.
4. Cana-de-açúcar - Adubos e fertilizantes. 5. Solos-
Movimento de herbicidas. 6. Plantas - Efeito dos herbici-
das. 7. Erva daninha - Controle. I. Universidade Federal de
Viçosa. II. Título.
CDD 22.ed. 632.954
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“De todo quedaron tres cosas: la certeza
de que estamos empezando,
la certeza de que és necesario proseguir,
la certeza de que podemos ser
interrumpidos antes de finalizar.
Hacer de la caída un paso de danza,
del miedo una escalera,
del sueño un puente,
de la búsqueda un encuentro.”
Fernando Sabino
A você, inesquecível e saudosa avó Rosa Maria Valduga Lorenzini, pelos
seus e meus sonhos, de onde quer que esteja, sempre torcendo para meu sucesso.
Dedico
ii
AGRADECIMENTOS
De nada valeria todo o esforço se não fosse a vontade de Deus Pai, por
isso, agradeço imensamente o direcionamento, proteção e graça Dele provindos.
Aos meus pais, Pedro e Elisabete Lorenzini Vivian, pelo amor, carinho,
apoio e dedicação durante as dificuldades enfrentadas e também nos momentos
de alegrias vivenciados.
À Universidade Federal de Viçosa – UFV pela oportunidade concedida
para a realização do curso, à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior – CAPES pelo indispensável apoio financeiro e ao Departamento
de Fitotecnia pelo suporte técnico e administrativo.
Ao Professor Antonio Alberto da Silva, pela amizade, confiança e
orientação na execução do trabalho proposto. A sua simplicidade e profunda
dedicação à atividade e crescimento científicos.
Aos Professores Maria Eliana L. R. de Queiroz, José Ivo Ribeiro Júnior e
Antonio Augusto Neves, pela amizade, dedicação e sugestões que tanto
acresceram na qualidade dos trabalhos.
Aos Professores Francisco Affonso Ferreira e Lino Roberto Ferreira pela
amizade e disponibilidade de auxílio na execução deste trabalho. Pelas palavras
de conforto e atenção nos momentos difíceis.
Aos colegas e amigos do Laboratório de Herbicidas no Solo Adriano
Jakelaitis, Marcelo Rodrigues dos Reis, Jose Barbosa dos Santos e Evander
Alves, juntamente com os demais colegas do Laboratório de Herbicidas na
iii
Planta, pelo auxílio incondicional na execução e conclusão dos trabalhos, sua
amizade e apoio.
Muito agradecido aos estagiários e amigos Pedro, Amanda, Alexandre,
Rodrigo, Edinho, Willian, Rafael, André, entre outros, cujo trabalho não seria
concluído sem seus auxílios constantes.
Aos funcionários Luis Henrique e José Luis pela amizade, colaboração
contínua e dedicação na execução das atividades inerentes ao trabalho.
A dedicação do corpo administrativo de Pós-Graduação em Fitotecnia -
UFV e amizade da funcionária Mara Rodrigues, durante a execução dos meus
estudos.
Ao Laboratório de Análise e Síntese de Agroquímicos - LASA, pela
colaboração dos Professores Antônio Jacinto Demuner e Luis Cláudio de
Almeida Barbosa no empréstimo do laboratório e equipamentos necessários para
execução dos experimentos.
Ao departamento de Solos desta Universidade, em especial a amizade,
atenção e auxílio dos Professores Hugo Alberto Ruiz, Jaime W. V. de Mello e
Raphael B. A. Fernandes, para a conclusão dos trabalhos.
A empresa Syngenta, representada pelo senhor José Erasmo Soares pela
colaboração no fornecimento dos princípios ativos necessários para os estudos de
sorção e dessorção em solos.
A todos os demais colegas do Curso de Fitotecnia, principalmente aos
pertencentes à área de concentração de Plantas Daninhas, aos funcionários da
Agronomia e da Horta Nova que contribuíram nos trabalhos.
Em especial, a eterna Professora e amiga Ionara Regina Pizzutti, do
Laboratório de Resíduos de Pesticidas LARP, UFSM/RS, pelas incansáveis
conversas, apoio e orientação pessoal que muito contribuíram na execução desse
trabalho.
Ao apoio, carinho e muita força dedicados da Rosane Martinazzo, pessoa
que sempre esteve ao meu lado nos bons e, principalmente, difíceis momentos
enfrentados em Viçosa.
iv
A amizade fraternal e apoio contínuo do grande amigo Adriano Rudi
Maixner, o qual contribuiu com força e estímulo para minha vida e longa jornada
acadêmica.
Aos colegas de república Carlos Eduardo M. Santos, Márcio Rocha, Paulo
César e Welisson, pela amizade, apoio e momentos de confraternização
proporcionados.
A minha amiga e professora Ianne Zavarise, pelo carinho e auxilio na
correção dos abstracts da dissertação.
Aos meus primos Cassiane, Luciane, Cássio, Patrícia e Rodrigo,
juntamente com os tios Ercí, Lóris (in memorian), Eliane e Edgar, pelo apoio,
incentivo e palavras de conforto nas dificuldades enfrentadas.
A todos participantes do grupo ABU-Pós, pelos inesquecíveis momentos
juntos, pelas palavras de conforto e acolhimento familiar durante o tempo de
permanência em Viçosa.
Enfim, para aqueles que, de alguma forma, colaboraram direta ou
indiretamente para a finalização de mais essa etapa acadêmica, deixo meus
sinceros agradecimentos.
v
BIOGRAFIA
RAFAEL VIVIAN, filho de Pedro e Elisabete Maria Lorenzini Vivian,
nasceu na cidade de Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, em 24 de agosto de
1978.
Iniciou o curso de Agronomia em março de 1999 na Universidade Federal
de Santa Maria – RS, graduou-se como Engenheiro Agrônomo pela mesma
universidade em fevereiro de 2004.
Logo a seguir, foi aprovado no curso de mestrado em Fitotecnia, na
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG., ingressando em março de 2004.
vi
CONTEÚDO
Página
RESUMO ................................................................................................. ix
ABSTRACT............................................................................................. xi
1. INTRODUÇÃO................................................................................ 1
2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................... 4
3. MANEJO QUÍMICO DE Cyperus rotundus NA CULTURA DA
CANA-DE-AÇÚCAR..............................................................................
6
RESUMO .....................................................................................................................
6
ABSTRACT .................................................................................................................
7
INTRODUÇÃO ............................................................................................................
8
MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................................
10
RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................
13
LITERATURA CITADA .............................................................................................
20
4. EFEITO DA MISTURA COMERCIAL AMETRYN +
TRIFLOXYSULFURON-SODIUM SOBRE A ESPÉCIE Cyperus
rotundus ...................................................................................................
34
RESUMO ......................................................................................................................
34
ABSTRACT ..................................................................................................................
35
vii
INTRODUÇÃO ............................................................................................................
36
MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................................
38
RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................
40
LITERATURA CITADA..............................................................................................
45
5 ESTUDOS DE SORÇÃO E DESSORÇÃO DE
TRIFLOXISULFURON-SODIUM E AMETRYN EM SOLOS
BRASILEIROS ......................................................................................
59
RESUMO ......................................................................................................................
59
ABSTRACT ..................................................................................................................
60
INTRODUÇÃO ............................................................................................................
61
MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................................
63
RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................
67
LITERATURA CITADA .............................................................................................
77
6. PERSISTÊNCIA E LIXIVIAÇÃO DE TRIFLOXYSULFU-
RON-SODIUM E AMETRYN EM SOLO CULTIVADO COM
CANA-DE-AÇÚCAR .............................................................................
93
RESUMO ......................................................................................................................
93
ABSTRACT ..................................................................................................................
94
INTRODUÇÃO ............................................................................................................
95
MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................................
99
RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................
104
LITERATURA CITADA .............................................................................................
111
7. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................... 127
viii
RESUMO
VIVIAN, Rafael, M.S., Universidade Federal de Viçosa, fevereiro de 2006.
Comportamento de ametryn e trifloxysulfuron-sodium no cultivo da
cana-de-açúcar e no solo. Orientador: Antonio Alberto da Silva.
Conselheiros: Maria Eliana L. Ribeiro de Queiroz e José Ivo Ribeiro Júnior.
Estudou-se a ação de algumas combinações de doses (0; 1,0; 1,5 e 2,0 kg
ha
-1
) e épocas de aplicação (pré e pós-emergência) da mistura comercial ametryn
e trifloxysulfuron-sodium no controle de Cyperus rotundus na cultura da cana-
de-açúcar. Estudos laboratoriais também foram conduzidos, avaliando a sorção
desses herbicidas em seis diferentes solos brasileiros. Em condições de campo,
avaliou-se a persistência da mistura comercial, utilizando-se as técnicas de
bioensaio e cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Tanto em condições
de campo como em ensaio conduzido em casa de vegetação, as aplicações em
pós-emergência foram mais eficientes na redução da massa seca e número de
manifestações epígeas de C. rotundus. Os tratamentos com 1,0 kg ha
-1
pré + 1,0
kg ha
-1
pós e 2,0 kg ha
-1
em pós-emergência da mistura comercial de ametryn +
trifloxysulfuron-sodium foram os que apresentaram os melhores resultados.
Todavia, observou-se a possibilidade de redução da dose comercial recomendada
de 2,0 kg ha
-1
em pós-emergência nos estudo conduzidos em casa de vegetação.
Com relação ao número e peso de tubérculos vivos, as aplicações em pré-
ix
emergência foram superiores às obtidas em pós-emergência, com maior redução
do banco de tubérculos de C. rotundus. Pelos estudos de adsorção, verificou-se
maior capacidade de retenção de ametryn no Latossolo Vermelho distroférrico -
LVdf (Sete Lagoas), o qual apresentou o maior coeficiente de adsorção (Kf) 6,75
mL g
-1
, correlacionado-se aos maiores teores de material orgânico (MO) e argila
(ARG) encontrados nesse solo. Embora tenha sido constatado maior valor de Kf
do trifloxysulfuron-sodium no mesmo solo (LVdf), não foram verificadas boas
correlações entre a sua adsorção e as variáveis MO (0,28) e ARG (0,48). Esses
resultados foram atribuídos à influência de outras características adsortivas dos
solos para esse herbicida, como o tipo e quantidade de argilominerais presentes.
Nos ensaios de dessorção, o ametryn apresentou menor índice de histerese (H)
em relação ao trifloxysulfuron-sodium, o que indica maior potencial de dessorção
e, conseqüentemente, risco de lixiviação no perfil dos solos. Pelas avaliações de
persistência e lixiviação de ametryn e trifloxysulfuron-sodium em área com cana-
de-açúcar, verificaram-se resíduos de ametryn até a profundidade avaliada do
solo de 0,20 m, com persistência superior a 180 dias após a aplicação. Entretanto,
o mesmo não ocorreu para trifloxysulfuron-sodium, não sendo detectados
resíduos desse composto por CLAE, após 18 dias da sua aplicação em pré-
emergência, embora seus resíduos tenham sido constatados pelo método
biológico. Os estudos enfatizam a necessidade de maior atenção com a aplicação
contínua de ametryn em solos cultivados com cana-de-açúcar, em vista dos riscos
de lixiviação e contaminação de águas subterrâneas constatados para esse
herbicida.
x
ABSTRACT
VIVIAN, Rafael, M.S., Universidade Federal de Viçosa, February, 2006.
Behavior of ametryn and trifloxysulfuron-sodium on sugar-cane crop
and soil. Adviser: Antonio Alberto da Silva. Committee members: Maria
Eliana L. Ribeiro de Queiroz and José Ivo Ribeiro Júnior.
The action of doses (0, 1.0, 1.5 and 2.0 kg ha
-1
) and the period of spraying
(pre and post-emergency) of the ametryn and trifloxysulfuron-sodium
commercial mixture for the control of Cyperus rotundus on sugar-cane crop were
studied. Laboratory studies were also carried out to evaluate their
adsorption/desorption capacity in six different brazilian soils, In field experiment,
the persistence of the commercial mixture of the herbicides was evaluated, using
bioassay and high performance liquid chromatography (HPLC) techniques. Both
in field and green-house experiments, the applications in post-emergency were
more efficient in the reduction of dry mass and shoot number of C. rotundus. The
treatments with 1.0 kg ha
-1
pre + 1.0 kg ha
-1
post and 2.0 kg ha
-1
in post-
emergency of the ametryn + trifloxysulfuron-sodium commercial mixture were
the ones which presented the best results. Though, there could be noticed the
reduction of the recommended commercial dose of 2.0 ha
-1
in post-emergency, in
green-house experiment. Considering the number and weight of alive tuber, pre-
xi
emergency applications were much more efficient than the post-emergency
applications, with a larger reduction of the tuber bank C. rotundus. In adsorption
studies, a larger capacity of ametryn retention was verified in Rhodic Hapludox
(Sete Lagoas), with a higher coefficient of adsorption (Kf) of 6.75 mL g
-1
,
correlating a larger amount of organic material (OM) and clay (ARG) in this soil.
Although a larger Kf for trifloxysulfuron-sodium was found in the same soil
(LVdf), there were no correlations between the absorption and the variables OM
(0.28) and ARG (0.48). This happened there was an influence of other adsorptive
characteristics of the soil for that herbicide, such as type and amount of clay
minerals. In the desorption experiments, ametryn showed a lower hysteresis (H)
index, compared to trifloxysulfuron-sodium, which indicates a higher desorption
potential and, consequently, leaching risk in the soils profile. Based on the
evaluations of ametryn and trifloxysulfuron-sodium persistence and leaching in
sugar-cane crop fields, ametryn residues could be found even 0.2 meter deep in
the soil, persisting for over 180 days after the applications. However, the same
did not happen for trifloxysulfuron-sodium, residues of the compound were not
detected by HPLC, even 18 days after pre-emergency application, although their
residues were verified by bioassay. The studies emphasize the need of closer
attention about the continuous application of ametryn in sugar-cane crops, due to
the risks of leaching and contamination of underground waters, that can be
caused by this herbicide.
xii
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, a cana-de-açúcar encontra-se entre os principais produtos do
agronegócio no Brasil, cujo mercado tem se destacado pela produção e valor
monetário movimentado. Além de atuar em alta, como commodity no mercado
internacional, a cultura responde por, aproximadamente, 3,5% do PIB nacional,
com mais de 350 indústrias de produção de açúcar e álcool (Carvalho, 2004).
Para a safra 2005/06, foram produzidos 1,7 milhão de toneladas de açúcar e 950
mil litros de álcool, superando, respectivamente em 4,6% e 18% a produção
obtida na safra anterior (Procana service, 2006).
Com o mercado em expansão, assim como para outras culturas brasileiras,
os investimentos em melhorias na produção de cana-de-açúcar também têm se
intensificado, destacando-se os ganhos agrícolas obtidos pela eficiência no
controle de plantas daninhas nessa cultura.
Entre os métodos disponíveis, a utilização do controle químico,
atualmente, é prática indispensável para a agricultura em larga escala, como a
que ocorre com a cultura canavieira, onde diversos herbicidas são aplicados a
cada ano. No país, 56% dos pesticidas (Sindag, 2004) comercializados são
herbicidas. Porém, apesar dos benefícios alcançados com o seu uso, os herbicidas
têm acarretado sérios problemas ambientais, sendo apontados como o grupo de
pesticidas mais mencionado nos estudos de qualidade de águas de superfície e
sub-superfície (Carter, 2000; Tanabe et al. 2001).
1
Em pesquisas de monitoramento já realizadas pelo Departamento Agrícola
e Florestal do Estado da Louisiana - EUA, verifica-se que a maioria dos resíduos
de herbicidas nesse Estado foram detectados em áreas, predominantemente,
cultivadas com cana-de-açúcar (Southwick et al., 2002). Porém, essas pesquisas
são incipientes no Brasil e conhecer o comportamento dessas moléculas no solo
permite conscientizar os usuários para evitar o dano ambiental.
O processo de retenção constitui-se num dos processos mais importantes
para prever a movimentação dos herbicidas no solo e sua taxa de degradação,
assim como, conhecer qual a eficiência de utilização, quando este for aplicado,
para o controle das plantas daninhas (Procópio et al., 2002). Entretanto, a
recomendação atual de herbicidas no Brasil e suas doses levam em consideração,
somente sua seletividade à cultura e o controle da espécie infestante,
desconsiderando os danos decorrentes do seu comportamento no ambiente.
Entre os estudos relacionados ao comportamento de herbicidas em solo e
água, o conhecimento dos parâmetros de adsorção e lixiviação auxiliam na
prevenção dos prejuízos ambientais. Além disso, a aplicação de herbicidas em
larga escala, em solos cuja capacidade de adsorção seja baixa, pode resultar em
danos produtivos às culturas posteriormente instaladas.
Os mecanismos envolvidos na capacidade de retenção de herbicidas e
demais químicos nos solos são bastante complexos e dependentes de
características do solo e do composto envolvido (Moraes & Rezende, 1998). A
ação dos fatores ambientais também altera a dinâmica desses compostos no
ambiente, denotando a importância de pesquisas em campo para auxiliar na
compreensão do seu comportamento.
Embora existam diversos estudos relativos à capacidade de adsorção de
herbicidas em solos, esses se restringem às condições de clima temperado. A
preocupação com o processo de distribuição e degradação de um herbicida após a
sua aplicação é recente em nosso país (Oliveira Jr. et al., 2001; Andréa &
Luchini, 2002) e os estudos do seu comportamento em solos tropicais são ainda,
pouco explorados.
2
Considerando esses aspectos, o presente trabalho foi desenvolvido com o
objetivo de estudar o comportamento de ametryn e trifloxysulfuron-sodium
utilizados na cultura da cana-de-açúcar, observando seus efeitos sobre Cyperus
rotundus e diversas outras monocotiledôneas e dicotiledôneas. Para isso, foram
realizados quatro experimentos. No primeiro, conduzido em condições de campo,
foi avaliado o controle de C. rotundus e o seu banco de tubérculos com a
aplicação em diferentes épocas e doses da mistura comercial ametryn +
trifloxysulfuron-sodium. No segundo, utilizaram-se os mesmos tratamentos do
primeiro, embora tenha sido conduzido em casa de vegetação sem cana-de-
açúcar. No terceiro experimento, foram avaliados os coeficientes adsortivos e
dessortivos de ambos herbicidas, separadamente, e o seu potencial de lixiviação
em seis solos brasileiros. No quarto e último trabalho, avaliou-se a persistência
da mistura comercial ametryn + trifloxysulfuron-sodium, juntamente com sua
capacidade de lixiviação no perfil de um Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico
(PVAe).
3
2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDREA, M. M. de & LUCHINI, L. C. Comportamento de pesticidas em solos
brasileiros: a experiência do Instituto Biológico/SP. Sociedade Brasileira de
Ciência do Solo - Boletim Informativo n. 27(2) p. 22-24, 2002.
CARTER, A. D. Herbicide movement in soils: principles, pathways and
processes. Weed Research, v. 40, p. 113-122, 2000.
CARVALHO, L. C. C. Cana-de-açúcar: um mundo de oportunidades. In:
Atualidades Agrícolas, publicação da unidade Agro BASF – S.A. p. 8-9, abril,
2004.
MORAES, S. L. & REZENDE, M. O. O. Comportamento sortivo das s-triazinas
em solos e em ácidos húmicos. Pesticidas: Rev. de Ecotoxic. e Meio Ambiente,
v. 8, p. 157-170, 1998.
OLIVEIRA JR., R. S; KOSKINEN, W. C; FERREIRA, F. A. Sorption and
leaching potential of herbicides in brazilian soils. Weed Research, v. 41, p. 97-
110-, 2001.
PROCANASERVICE. http://www.canaweb.com.br/conteudo/noticia.asp?area=
Gerais&secao=Exclusivas&ID_Materia=20280
Acesso em 29 de janeiro de
2006.
PROCÓPIO, S. O; SILVA, A. A; PIRES, F. R. Influência da matéria orgânica do
solo na atividade de herbicidas. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo –
Boletim informativo, n° 2, p. 13-15, 2002.
4
SINDAG – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola.
http://www.sindag.com.br/new/setor/interna.php?cod=16
. Acesso em 29 de
janeiro de 2006.
SOUTHWICK, L. M; GRIGG, B. C; KORNECKI, T. S. & FOUSS, J. L.
Potential influence of sugarcane cultivation on estuarine water quality of
Louisiana’s gulf coast. J. Agric. Food Chem., v. 50, p. 4393-4399, 2002.
TANABE, A. et al. Seasonal and special studies on pesticides residues in surface
waters of the Shinano river in Japan. J. Agric. Food Chem., v. 49, p. 3847-3852,
2001.
5
3. MANEJO QUÍMICO DE Cyperus rotundus NA CULTURA DA CANA-
DE-AÇÚCAR
RESUMO
Avaliou-se, neste trabalho, o efeito de doses algumas combinações de
(1,0; 1,5; e 2,0 kg ha
-1
) e épocas de aplicação (pré ou pós-emergência) da mistura
comercial ametryn + trifloxysulfuron-sodium no controle de Cyperus rotundus,
na cultura da cana-de-açúcar, em comparação com 1,0 kg ha
-1
pré + 1,0 kg ha
-1
pós-emergência dessa mistura, 0,90 kg ha
-1
de sulfentrazone em pré-emergência,
além das testemunhas com e sem capina. Maior efeito na redução de massa seca
de C. rotundus foi proporcionado pelos tratamentos 1,0 kg ha
-1
pré + 1,0 kg ha
-1
pós e 2,0 kg ha
-1
em pós-emergência da mistura comercial de ametryn +
trifloxysulfuron-sodium, respectivamente, com percentual médio de controle
visual verificado nesses tratamentos de 86,8%. Quanto aos efeitos sobre o
número de manifestações epígeas de C. rotundus, com exceção do tratamento em
pós-emergência de 2,0 kg ha
-1
em pós-emergência, os correspondentes às
aplicações em pré-emergência da mistura foram mais eficientes na sua redução.
Todavia, o sulfentrazone isolado ou a menor dose de 1,0 kg ha
-1
de ametryn +
trifloxysulfuron-sodium em pré-emergência apresentaram baixa eficiência na
redução de C. rotundus, com média de controle visual inferior a 40%. Embora,
nas aplicações em pré-emergência, a dose estimada de 1,25 kg ha
-1
não tenha
diferido de 2,0 kg ha
-1
da mistura comercial, na redução da massa seca da parte
aérea de C. rotundus, a aplicação em pós-emergência de 2,0 kg ha
-1
apresentou
6
efeito significativo em relação às demais doses, com ação prolongada no controle
dessa espécie. Todos os tratamentos avaliados foram seletivos para a cana-de-
açúcar, variedade RB 72454.
Palavras-chave: trifloxysulfuron-sodium, ametryn, sulfentrazone, tiririca.
CHEMICAL CONTROL OF Cyperus rotundus ON SUGAR-CANE CROP
ABSTRACT
This work evaluated the effect of doses (1.0, 1.5, and 2.0 kg ha
-1
) and
periods of spraying (pre and post-emergency) of the ametryn + trifloxysulfuron-
sodium commercial mixture to Cyperus rotundus control, on sugar-cane crop,
compared to 1.0 kg ha
-1
pre + 1.0 kg ha
-1
post-emergency of the same mixture,
0.90 kg ha
-1
of sulfentrazone in pre-emergency, besides the treatments with and
without weeding. A larger effect in dry mass reduction of C. rotundus was
provided by the treatments 1.0 kg ha
-1
pre + 1.0 kg ha
-1
post and 2.0 kg ha
-1
of
ametryn + trifloxysulfuron-sodium post-emergency commercial mixture,
respectively, as the average percentage of visual control verified in those
treatments was 86.8%. About the effects on shoot number of C. rotundus, except
for the treatment (2.0 kg ha
-1
) in post-emergency, the treatments in pre-
emergency of the mixture were more efficient for its reduction. Yet, only
sulfentrazone or the smallest dose 1.0 kg ha
-1
of ametryn + trifloxysulfuron-
sodium in pre-emergency showed low efficiency on C. rotundus reduction, with
average visual control lower than 40%. Although, in pre-emergency applications,
the estimated dose of 1.25 kg ha
-1
has not differed from 2.0 kg ha
-1
of the
7
commercial mixture, in the reduction of dry mass of the aerial part of C.
rotundus, the application of 2.0 kg ha
-1
post-emergency presented significant
effect if compared to the other doses, with remaining action control of this
species. None of the treatments evaluated affected the sugar-cane, variety RB
72454.
Key words: trifloxysulfuron-sodium, ametryn, sulfentrazone, purple nutsedge.
INTRODUÇÃO
A cana-de-açúcar, apesar de possuir mecanismo fotossintético altamente
eficiente, apresenta desenvolvimento inicial lento, sendo por isso, a sua
produtividade dependente de um bom manejo de plantas daninhas (Procópio et
al., 2003).
Dentre as diversas espécies daninhas infestantes em lavouras de cana-de-
açúcar, destaca-se Cyperus rotundus. Esta, além de competir pelos recursos do
meio (Silva et al., 2005) libera no solo aleloquímicos (Martini & Durigan, 2004),
que afetam o desenvolvimento dessa cultura.
Por ser uma espécie de difícil controle (Pedrinho Junior et al., 2001) e
rápido desenvolvimento em condições de alta luminosidade (Santos et al., 1997),
essa domina a área poucas safras após sua introdução. Outra característica de
agressividade de C. rotundus é a sua principal forma de reprodução por
tubérculos, que armazena reservas para novas manifestações epígeas em
condições ambientais favoráveis (Webster & Coble, 1997). A dormência dos
tubérculos e de suas sementes botânicas também contribuem para a sua
persistência. Nesser et al. (1997), constaram que a meia-vida dos tubérculos foi
8
de 16 meses, aproximadamente, com estimativas de viabilidade de até 42 meses
no solo. A sua prolificidade, verificada por Rao, (1968), com produção de 99
novos tubérculos a partir de apenas um tubérculo viável de C. rotundus, em
apenas 90 dias, permite refletir sobre a sua capacidade de danos às culturas.
Devido aos seus modos de propagação (tubérculos e semente botânica), os
métodos de controle mais eficazes de C. rotundus devem diminuir
principalmente a densidade e viabilidade dos tubérculos, promovendo a redução
da sua população. Segundo Jakelaitis et al. (2003), o uso do método químico
associado ao cultural, tem propiciado bons resultados em diversas culturas.
Entre as novas alternativas para o controle químico de C. rotundus em
cana-de-açúcar, destaca-se a mistura comercial de ametryn + trifloxysulfuron-
sodium (Durigan et al., 2004/2005). Os efeitos distintos de ametryn para o
controle de dicotiledôneas e de trifloxysulfuron-sodium para monocotiledôneas e
algumas dicotiledôneas permite amplo espectro de ação dessa mistura (Rawls, et
al., 2000). Embora sua recomendação seja para uso em pós-emergência, Martini
& Durigan, (2004) destacam a importância do controle químico em estádios
precoces da cultura da cana, com aplicação em pré-emergência. Também,
segundo Troxler et al. (2003), a baixa translocação de trifloxysulfuron-sodium
para as raízes e tubérculos de C. rotundus sugere que a sua aplicação diretamente
no solo poderia ser estudada como forma de controle dessa espécie.
Este trabalho teve como objetivo estudar alternativas que pudessem
proporcionar maior eficiência no controle químico de C. rotundus e sobre sua
propagação na cana-de-açúcar, utilizando-se a mistura comercial ametryn +
9
trifloxysulfuron-sodium, em diferentes doses e épocas de aplicação em pré e pós-
emergência.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado em Viçosa, MG, durante o ano agrícola
2004/05, em área sobre Argissolo Vermelho-Amarelo câmbico, com textura
argilosa. O solo coletado (0-20 cm) apresentou pH em H
2
O de 6,7; P, K e Ca
2+
de 143,1; 250 mg dm
-3
e 4,0 cmol
c
L
-1
, respectivamente, com elevados teores de
matéria orgânica (3,6 dag kg
-1
) e CTC (7,85 cmol
c
dm
-3
). A área selecionada
apresentava alta uniformidade e infestação de C. rotundus (2.532 +
126
manifestações epígeas m
-2
), a qual foi previamente preparada e sulcada para o
plantio da cana variedade RB 72454.
As parcelas experimentais foram constituídas por quatro linhas espaçadas
em 1,2 m de largura com 5 m de comprimento cada. A área útil em cada parcela
foi representada pelas duas linhas centrais com 4 m de comprimento, totalizando
9,6 m
2
. A adubação foi realizada no sulco, juntamente ao plantio,
correspondendo a 500 kg ha
-1
da formulação NPK 8-28-16.
Para o controle de C. rotundus foram utilizados os tratamentos compostos
por algumas combinações das doses (0; 1,0; 1,5 e 2,0 kg ha
-1
) aplicadas em pré
ou pós-emergência da mistura comercial ametryn + trifloxysulfuron-sodium
conforme apresentado na Tabela 1. A comparação foi realizada utilizando-se os
tratamentos: a) 1,0 kg ha
-1
pré + 1,0 kg ha
-1
pós-emergência da mistura comercial
ametryn + trifloxysulfuron-sodium, b) 0,90 kg ha
-1
de sulfentrazone, além das
10
testemunhas com e sem capina, totalizando dez tratamentos (Tabela 1) dispostos
em blocos, com quatro repetições.
A aplicação dos herbicidas em pré-emergência foi realizada no dia do
plantio, com solo úmido e a de pós-emergência 30 dias após, quando as plantas
de cana estavam com 5 a 7 folhas e a tiririca próxima ao estádio de pré-
florescimento, com altura cerca de 30 cm. Foi utilizado pulverizador costal com
pressurização de 2,5 Psi, equipado com barra de quatro bicos, Teejet série
110.02, espaçados 0,5 m e calibrados para aplicação de 150 L ha
-1
. Para manter o
tratamento testemunha sem interferência de espécies daninhas, foram necessárias
7 capinas manuais, aos 10, 25, 40, 55, 70, 85 e 100 dias após o plantio, quando
ocorreu a cobertura do solo pela cultura.
As avaliações dos tratamentos visando o controle de C. rotundus foram
realizadas aos 30, 60 e 90 dias após aplicação (DAA) em pré-emergência e aos
30 e 60 dias para os tratamentos em pós-emergência, que corresponderam a 30/0,
60/30 e 90/60 DAA pré/pós, respectivamente. Foram avaliadas a densidade e
massa seca das manifestações epígeas de C. rotundus, utilizando-se quadros
amostradores com as dimensões de 0,3 x 0,3 m. Em cada parcela, foram
coletadas duas amostras, ao acaso, na entrelinha, sendo os valores estimados por
m
2
. Avaliaram-se, também, os percentuais de controle da espécie daninha em
relação às parcelas testemunhas sem capina e de intoxicação em relação às
capinadas, conforme as escalas visuais ALAM (1974) e EWRC (1964),
respectivamente. No momento da colheita, foram avaliados o número de colmos
11
viáveis comercialmente por metro linear da área útil de cada parcela e o seu peso,
com estimativa da produção (t ha
-1
) por tratamento.
Para a avaliação dos tubérculos, coletaram-se duas amostras de solo de
0,018 m
-3
cada (0,30 x 0,30 x 0,20 m), por parcela, aos 90/60 DAA pré/pós. O
solo foi armazenado em sacos plásticos e posteriormente peneirado, sendo
separados e avaliados o número e massa fresca de tubérculos. Esses foram
classificados em vivos e mortos, conforme a aparência visual e dureza ao toque,
sendo a fração de tubérculos vivos, selecionada e semeada em vasos, contendo
3,0 L de areia. Para isso, foram separados 20 tubérculos pré-brotados por
tratamento, com massa média de 10,64 +
0,06 g, apresentando apenas uma
brotação visível. Após 90 dias da semeadura, em vasos mantidos em casa de
vegetação, avaliou-se a massa seca das manifestações epígeas para cada
tratamento.
Os dados das três épocas de avaliação foram submetidos à análise de
agrupamento hierárquico, em função das médias de tratamentos, com base no
método de ligação média e na distância Euclidiana. Posteriormente, após a
formação dos grupos, foi avaliado o percentual de acertos do agrupamento pela
análise discriminante. Além disso, foram elaborados gráficos de controle
Χ
e c
de Shewhart no sistema 3σ. A avaliação das respostas médias às doses em pré e
pós-emergência foi realizada por análise de regressão, sendo o modelo escolhido
pela simplicidade e ajuste conforme o significado biológico, a 5% de
probabilidade pelo teste t. O mesmo teste foi aplicado às estimativas das
correlações lineares entre as características avaliadas nos tubérculos.
12
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com o dendrograma obtido aos 30/0 DAA pré/pós, observou-se
a formação de apenas dois grupos (Figura 1-A). O primeiro, formado pelos
tratamentos 1, 2, 4, 6, 8 e 9 (Tabela 1), os quais foram semelhantes em,
aproximadamente, 73% e cujas médias do percentual de controle, número de
manifestações epígeas (NME) e massa seca da parte área (MS) de C. rotundus
diferiram apenas do segundo grupo formado pelo tratamento 10 (testemunha sem
capina). Verifica-se, pelas médias dos grupos 1 e 2 (Tabela 2), redução elevada
para a MS e NME de C. rotundus, sendo de 74,64 e 55,32%, respectivamente. A
maior semelhança entre os tratamentos do grupo 1 foi constatada nos tratamentos
em pré-emergência 4 (1,5 kg ha
-1
) e 6 (2,0 kg ha
-1
), os quais apresentaram 95,5%
de similaridade.
Entretanto, para a avaliação correspondente aos 60/30 DAA pré/pós
(Figura 1-B), nota-se a formação de quatro grupos distintos. O grupo 1
(tratamentos 1, 3, 5 e 7 – Tabela 1), que recebeu a mistura comercial ametryn +
trifloxysulfuron-sodium (Krismat
®
) em pós-emergência, apresentou 88,7% de
semelhança entre os seus tratamentos, com as menores médias de 9,14 g m
-2
para
MS e 386,46 NME m
-2
(Tabela 2). O grupo 3 reuniu os tratamentos 2, 4 e 6
(Tabela 1), correspondente a aplicação em pré-emergência de Krismat
®
, além do
tratamento 8 com aplicação de sulfentrazone (Boral
®
). A semelhança verificada
entre os tratamentos desse grupo foi de 78,72%. Os grupos 2 e 4 foram formados,
respectivamente, apenas pelos tratamentos 9 e 10, referentes as testemunhas com
e sem capina. Nota-se, na Tabela 2, redução de 31,67% em relação às médias do
13
percentual de controle do grupo 1 para o grupo 3, embora estes apresentem
elevadas diferenças para as variáveis MS e NME. Verifica-se, também, que
apesar do grupo 2 (testemunha com capina) apresentar satisfatório percentual de
controle visual para C. rotundus, o NME foi elevado, com 1.359 plantas m
-2
.
Esse fato é atribuído ao revolvimento do solo, provocando o rompimento dos
rizomas, ferimento e quebra de dormência nos tubérculos, os quais estimulam o
número de manifestações epígeas e a propagação dessa espécie (Nishimoto,
2001). Dados semelhantes também foram verificados por Jakelaitis et al. (2003),
os quais constataram menor NME no cultivo em plantio direto em relação ao
plantio convencional com revolvimento do solo.
Para a última avaliação, realizada 90/60 DAA pré/pós, observou-se a
formação de quatro novos agrupamentos (Figura 1-C), sendo as médias por
grupo apresentadas na Tabela 2. Verifica-se controle superior a 86% de C.
rotundus para os tratamentos 1 (1,0 kg ha
-1
pré + 1,0 kg ha
-1
pós) e 7 (2,0 kg ha
-1
em pós-emergência), os quais foram semelhantes em 94,4%. Embora o grupo 2,
formado pelos tratamentos 4 (1,5 kg ha
-1
pré) e 6 (2,0 kg ha
-1
pré), tenha
apresentado número médio de manifestações epígeas semelhante às obtidas pelo
grupo 1, a média de MS de C. rotundus foi superior em 225,18%, com 114,82 g
m
-2
. Nota-se que o grupo 4, formado pelos tratamentos 2, 8 e 10 (Tabela 1)
apresentou as maiores médias para MS e NME (Tabela 2), com semelhança aos
demais agrupamentos de apenas 42% (Figura 1-C). O grupo 3 (tratamentos 3, 5
e 9 – Tabela 1), embora tenha apresentado 82,92% de controle de C. rotundus,
14
não foi eficiente para o redução do NME, com média de 1.509 plantas m
-2
(Tabela 2).
A análise de agrupamento para a avaliação dos tubérculos em campo
(Figura 2) reuniu os tratamentos em quatro grupos distintos, cujas médias
encontram-se na Tabela 2. Os grupos formados 1, 2 e 3 foram semelhantes em
74,34, 74,20 e 67,41%, respectivamente. Embora se verifique poucas diferenças
entre as médias dos grupos 1, 2 e 3 para o número e massa de tubérculos vivos e
mortos, o grupo 4, representado pelo tratamento testemunha sem capina, foi
similar em apenas 22,51% em relação aos obtidos nos demais (Figura 2). O
mesmo apresentou elevado número de tubérculos vivos (887,5 tubérculos m
-2
),
com média superior de 125,73%, mas número de tubérculos mortos (NTM)
semelhante aos obtidos nos demais. Resultados satisfatórios de controle de C.
rotundus também foram verificados por Durigan et al. (2004), os quais
constataram inviabilidade de tubérculos superiores a 50% para as plantas tratadas
com a mistura comercial ametryn + trifloxysulfuron-sodium.
Os tratamentos em pós-emergência não se destacaram em nenhuma das
características avaliadas para os tubérculos, tendo sido obtidos os piores
resultados para a relação entre a massa de tubérculos vivos e mortos (Tabela 2).
Em relação aos tubérculos, verificaram-se, ainda, as correlações (P<0,05) de 0,98
e 0,99 entre a massa total e o número e massa de tubérculos vivos,
respectivamente (Tabela 3). Também ocorreu correlação (P<0,05) de 0,87 entre o
número e massa de tubérculos mortos. Nas avaliações em casa de vegetação,
15
após 90 dias da semeadura, não foram constatadas diferenças em relação à massa
seca da parte aérea entre os tratamentos, com média de 6,98 +
0,14 g.
Observando-se as estimativas das médias da massa seca da parte aérea de
C. rotundus, para cada tratamento (Figura 3), constatam-se maiores efeitos nas
avaliações aos 60/30 DAA pré/pós, cujos valores médios encontram-se mais
distanciados da média geral (126,40 g). Observa-se, ainda, que todos os
tratamentos em pós-emergência (1, 3, 5 e 7 – Tabela 2), para a mistura comercial
ametryn + trifloxysulfuron-sodium, apresentaram as menores médias de MS
nessa avaliação, juntamente com o tratamento 9. Entretanto, na última coleta,
efetuada aos 90/60 DAA pré/pós, verificou-se redução satisfatória de MS de C.
rotundus apenas nos tratamentos 1, 7 e 9, os quais corresponderam à aplicação de
1,0 kg ha
-1
pré + 1,0 kg ha
-1
pós ou 2,0 kg ha
-1
pós da mistura comercial Krismat
®
e a testemunha capinada, respectivamente. O tratamento 8 com aplicação de
sulfentrazone em pré-emergência não reduziu satisfatoriamente, em nenhuma
época de avaliação, a MS de C. rotundus. Uma hipótese plausível poderia estar
relacionada à sorção desse herbicida no solo em função da relativamente alta
CTC do solo (7,85 cmol
c
dm
-3
) e do teor de matéria orgânica (3,6 dag kg
-1
).
Correlações positivas da CTC com o aumento da capacidade de sorção ao solo
pelo sulfentrazone foram constatadas por Kerr et al. (2004).
Nas avaliações para NME de C. rotundus (Figura 4), observou-se
comportamento distinto nos tratamentos em pós-emergência, para a 2ª e 3ª
coletas. Nota-se acentuada redução do NME, aos 30 dias após aplicação, para a
mistura comercial Krismat
®
em pós-emergência. Todavia, esse resultado não se
16
manteve na última avaliação efetuada aos 60 dias após aplicação, na qual o NME
aumentou, com exceção das parcelas experimentais que receberam a maior dose
de 2 kg ha
-1
. Portanto, verificou-se que, embora as aplicações em pós-emergência
tenham sido eficientes na redução da MS de C. rotundus, as aplicações em pré-
emergência apresentaram maior controle e por um período mais prolongado
sobre o número de manifestações epígeas. Os tratamentos 1, 4, 6 e 7 (Tabela 1)
foram os que proporcionaram maior eficiência na redução do NME até a última
avaliação, correspondente aos 90 e 60 DAA em pré e pós-emergência,
respectivamente. Para o percentual visual de controle (Figura 5), novamente os
tratamentos 1 (1,0 kg ha
-1
pré + 1,0 kg ha
-1
pós) e 7 (2,0 kg ha
-1
em pós-
emergência), além da testemunha capinada (tratamento 9) apresentaram médias
superiores às obtidas nos demais tratamentos, sendo de 87,5, 86,25 e 90,0%,
respectivamente (Figura 5). Percentagem de controle semelhante também foi
obtida por Durigan et al. (2005), com 84,8% para a mistura comercial ametryn +
trifloxysulfuron-sodium.
Não foram constatados efeitos de elevada intoxicação na cana-de-açúcar
cultivar RB 72454. Os maiores índices médios verificados foram de 12,5 e 25%
nos tratamentos com a mistura comercial Krismat
®
, na dose de 2,0 kg ha
-1
, em
pré e pós-emergência, respectivamente, não se observando os sintomas na última
avaliação realizada em campo. Ferreira et al. (2005), também não verificaram
efeito tóxico sobre RB 72454 de dose de 2,0 kg ha
-1
da mistura comercial
ametryn + trifloxysulfuron-sodium, demonstrando alta seletividade deste
herbicida para essa variedade.
17
Para as variáveis produção e número de colmos, avaliadas no momento da
colheita da cana-de-açúcar (Figura 6), destaca-se o comportamento observado
nos tratamentos 1, 5, 6 e 7, além da testemunha capinada (Tratamento 9), os
quais apresentaram os melhores efeitos de tratamento em relação aos demais.
Verifica-se, ainda, concordância parcial dessas variáveis em relação ao controle
visual percentual de C. rotundus, constatado em campo (Figura 5). A
interferência negativa dessa espécie daninha na brotação e produção de colmos
de cana-de-açúcar já foi constada por Keeley (1987), além de resultados
semelhantes relatados por Durigan et al. (2004 e 2005).
Nas comparações entre as doses de Krismat
®
, a resposta para NME
ocorreu até 1,14 kg ha
-1
, aos 60/30 DAA pré/pós, não manifestando efeito
(P>0,05) a partir desta dose do herbicida (Figura 7). Entretanto, aos 90/60 DAA
pré/pós, o comportamento foi linear, com redução no NME em 7,8% com 2,0 kg
ha
-1
da mistura comercial Krismat
®
em relação a 1,5 kg ha
-1
, sendo necessário a
maior dose em pré-emergência para manter sua redução. Já a resposta máxima na
redução da MS de C. rotundus ocorreu na dose estimada de 1,25 kg ha
-1
, não
manifestando efeito (P>0,05) de maiores doses em pré-emergência dessa mistura
(Figura 8).
Nas aplicações em pós-emergência da mistura comercial ametryn +
trifloxysulfuron-sodium, foi observado comportamento similar para NME, com
necessidade da maior dose (2,0 kg ha
-1
) para a manutenção do efeito herbicida
aos 60 dias após aplicação (Figura 9). Entretanto, a resposta para as doses em
pós-emergência foi mais pronunciada na redução da MS de C.rotundus em
18
relação à em pré-emergência. O comportamento linear verificado no intervalo de
0 a 2,0 kg ha
-1
da mistura comercial desses herbicidas, até os 60 DAA pós-
emergência, evidencia a necessidade da maior dose no controle da MS dessa
espécie daninha.
Tendo em vista que a espécie C. rotundus apresenta rápido crescimento
inicial da parte área e de tubérculos, o que intensifica a competição com as
culturas, o efeito dos tratamentos constatados em pré-emergência da mistura
comercial ametryn e trifloxysulfuron-sodium foram promissores na redução do
banco de tubérculos e número de manifestações epígeas dessa espécie. Verifica-
se que o fracionamento da dose 1,0 kg ha
-1
pré + 1,0 kg ha
-1
em pós-emergência
(tratamento 1) proporcionou controle eficaz na MS e NME de C. rotundus,
mantendo seu efeito aos 90/60 DAA pré/pós. Embora a aplicação fracionada
possa representar aumento nos custos de controle, essa alternativa pode ser útil
na redução de espécies com produção de órgãos propagativos e de
armazenamento desde o início do seu estádio vegetativo. Estudos realizados por
Tuor & Froud-Williams, (2002) demonstraram que a competição por recursos do
solo de C. rotundus foram mais severos que a competição por recursos da parte
aérea, o que sugere que métodos de controle em estádios iniciais dessa espécie
daninha favoreceriam o estabelecimento da cultura. Além disso, embora a
tentativa de redução da dose da mistura comercial Krismat
®
não tenha sido
satisfatória no controle de elevada incidência de C. rotundus em cana-de-açúcar
(2.532 manifestações epígeas m
-2
), estudos que viabilizem doses, em função de
19
diferentes níveis de incidência dessa espécie podem colaborar na viabilidade
técnica e econômica de seu controle.
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22
Tabela 1 – Doses dos herbicidas em pré e pós-emergência, utilizados no manejo
químico de Cyperus rotundus, na cultura da cana-de-açúcar (RB 72454).
1
Dose expressa em kg ha
-1
do produto comercial – volume de calda 200 L ha
-1
.
Doses aplicadas
1
Tratamentos
Pré-emergência Pós-emergência
1 - Ametryn + Trifloxysulfuron-sodium
2
1,0 1,0
2 - Ametryn + Trifloxysulfuron-sodium 1,0 -
3 - Ametryn + Trifloxysulfuron-sodium - 1,0
4 - Ametryn + Trifloxysulfuron-sodium 1,5 -
5 - Ametryn + Trifloxysulfuron-sodium - 1,5
6 - Ametryn + Trifloxysulfuron-sodium 2,0 -
7 - Ametryn + Trifloxysulfuron-sodium - 2,0
8 - Sulfentrazone
3
1,8 -
9 - Testemunha com capina
4
- -
10 - Testemunha sem capina - -
2
Mistura comercial Krismat
®
, contendo 731,5 g de ametryn + 18,5 g de trifloxysulfuron-
sodium por kg.
3
Produto comercial Boral
®
500-SC.
4
testemunha capinada aos 10, 25, 40, 55, 70, 85 e 100 dias após a aplicação em pré-
emergência.
23
Tratamentos
Similaridade (%)
10864295371
68,07
78,72
89,36
100,00
Tratamentos
Similaridade (%)
10892641
14,79
43,19
71,60
100,00
Tratamentos
Similaridade (%)
10829536471
41,91
61,27
80,64
100,00
C
B
A
Figura 1 - Dendrogramas de similaridade obtidos com base nas variáveis:
controle percentual, número de manifestações epígeas e massa seca da parte
aérea de Cyperus rotundus, aos 30/0 (A), 60/30 (B) e 90/60 (C) dias após
aplicação (DAA pré/pós-emergência), da mistura comercial de ametryn +
trifloxysulfuron-sodium em cana-de-açúcar (RB 72454). Tratamentos
apresentados na Tabela 1.
24
Tratamentos
Similaridade (%)
1075384261
22,51
48,34
74,17
100,00
Figura 2 - Dendrograma de similaridade obtido com base nas variáveis: número
de tubérculos vivos (NTV); número de tubérculos mortos (NTM); massa de
tubérculos vivos (MTV) e mortos (MTM) e a relação massa total de
tubérculos por MTV de Cyperus rotundus, aos 90/60 dias após aplicação
(DAA pré/pós-emergência), da mistura comercial de ametryn +
trifloxysulfuron-sodium em cana-de-açúcar (RB 72454). Tratamentos
apresentados na Tabela 1.
25
Tabela 2 – Estimativa das médias dos grupos de tratamentos utilizados para o
controle de Cyperus rotundus no cultivo de cana-de-açúcar (RB 72454), de
observações analisadas pelo método de agrupamento hierárquico.
1
1ª - (30/0 dias após aplicação - DAA pré/pós emergência); 2ª - (60/30 DAA pré/pós); 3ª -
(90/60 DAA pré/pós). NTV: número de tubérculos vivos; NTM: número de tubérculos mortos;
MV-1: massa de tubérculos vivos (g); MM-2: massa de tubérculos mortos (g); 1/2: relação entre
a massa de tubérculos vivos e mortos.
Médias das observações
(parte aérea)
Controle
Massa
seca (g)
Nº manifestações
epígeas
Época
de
avaliação
1
Grupos Tratamentos
--(%)-- -----------(m
-2
)-------------
%
acerto
do
agrupa
mento
1 1-2-4-6-8-9 71,25 115,09 1.131,25
1ª
2 10 0,00 453,75 2.531,94
100
1 1-3-5-7 80,94 9,14 386,46
2 9 90,00 42,96 1.359,72
3 2-4-6-8 55,31 180,59 1.113,19
4 10 0,00 216,53 1.966,67
100
1 1-7 86,87 35,31 679,17
2 4-6 60,62 114,82 690,51
3 3-5-9 82,92 86,19 1.509,26
4 2-8-10 23,33 209,57 1.718,21
100
(tubérculos)
NTV NTM MV-1 MM-2 1/2
1 1-6
303,62 157,75 130,03 27,97 4,65
2 2-4-8
386,54 215,08 164,06 35,38 4,63
3 3-5-7
489,33 158,42 182,69 29,84 6,12
4 10
887,50 156,12 331,46 26,93 12,31
100
26
Tabela 3 - Estimativas das correlações de Pearson obtidas entre as variáveis:
massa total de tubérculos de Cyperus rotundus (MT); número de tubérculos
vivos (NTV); número de mortos (MTM); massa de tubérculos vivos (MTV) e
mortos (MTM), respectivamente; relações entre o número de tubérculos vivos
e mortos (NV/NM) e massa total e número de tubérculos vivos (MT/NV)
coletados a campo (médias dos tratamentos).
Variáveis NTV NTM MTV MTM NV/NM MT/NV
PT 0,98* - 0,27 0,99* - 0,29 0,96* -0,60
NTV - -0,35 0,99* - 0,40 0,97* -0,69
NTM - - - 0,32 0,87* -0,51 0,16
PTV - - - - 0,35 0,97* -0,60
PTM - - - - -0,51 -0,31
* Significativo pelo teste t (P<0,05).
Tratamentos
12345678910
Massa seca parte aérea (g)
0
100
200
300
400
500
1ª Avaliação - 30/0 DAA pré/pós
2ª Avaliação - 60/30 DAA pré/pós
3ª Avaliação - 90/60 DAA pré/pós
83,180=LSC
40,126=LM
97,71=LIC
Figura 3 – Estimativa das médias de massa seca da parte de aérea de Cyperus
rotundus, em função dos tratamentos, para as diferentes épocas de avaliação a
campo, na cultura da cana-de-açúcar RB 72454, no gráfico
Χ
de Shewhart.
LSC – Limite superior de controle; LM – Linha média e LIC – Limite inferior
de controle. Tratamentos apresentados na Tabela 1.
27
íg
ões ep
festaç
i
Nº man
Figura 4 – Estimativa das médias do número de manifestações epígeas de
Cyperus rotundus, em função dos tratamentos, para as diferentes épocas de
avaliação em campo, na cultura da cana-de-açúcar RB 72454, no gráfico c de
controle. LSC – Limite superior de controle; LM – Linha média e LIC –
Limite inferior de controle Tratamentos apresentados na Tabela 1.
Tratamentos
12345678910
eas (m
-2
)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
1ª Avaliação - 30/0 DAA pré/pós
2ª Avaliação - 60/30 DAA pré/pós
3ª Avaliação - 90/60 DAA pré/pós
272.1=LSC
057.1=LM
841=LIC
igura 5 – Estimativa do controle visual percentual de Cyperus rotundus na
cultura de cana-de-açúcar, RB 72454, com base na escala da ALAM, para as
diferentes épocas de avaliação. Tratamentos apresentados na Tabela 1.
Tratamentos
12345678910
Controle visual (%)
0
20
40
60
80
100
1ª Avaliação - 30/0 DAA pré/pós
2ª Avaliação - 60/30 DAA pré/ós
3ª Avaliação - 90/60 DAA pré/pós
F
28
29
Tratamentos
N° colmos
Produção
Figura 6 - Número de colmos e estimativa de produção (t ha
-1
) de cana-de-
açúcar, avaliados na colheita da variedade RB 72454, em relação aos
tratamentos descritos na Tabela 1.
12345678910
Nº colmos m
-1
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
Produção (t ha
-1
)
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
7 - Estimativa do número de manifestações epígeas de
2ª Avaliação - 60 DAA pré
3ª Avaliação - 90 DAA pré
Figura Cyperus rotundus,
ara as diferentes épocas de amostragem (30, 60 e 90 dias após aplicação do
herbicida em pré-emergência) em função das doses (D) crescentes da mistura
comercial Krismat
®
(73,15 % de ametryn + 1,85% de trifloxysulfuron-sodium).
* Significativo pelo teste t (P<0,05).
Dose Krismat
®
(kg ha
-1
)
0,00 1,00 1,27 1,50 2,00
Nº manifestações epígeas (m
-2
)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
1ª Avaliação - 30 DAA pré
___ = 2531,944 - 1266,667* (0
Υ
ˆ
D
D
1,272) R
2
= 1
Υ
= 920,134 (1,272
D
Υ
ˆ
D
D
1,142) R
2
= 1
Υ
= 914,583 (1,142
D
Υ
ˆ
D
2,00)
_ _ _ = 2170,00 - 782,249* R
2
= 0,95
2,00)
_.._ = 1966,666 - 920,833* (0
p
30
ura 8 - Estimativas de massa seca da parte aérea de Cyperus rotundus, para as
diferentes épocas de amostragem (30, 60 e 90 dias após aplicação do herbicida
em pré-emergência) em função das doses (D) crescentes da mistura comercia
3ª Avaliação - 90 DAA pré
Dose Krismat
®
(kg ha
-1
)
0,00 1,00 1,25 1,50 2,00
Massa seca parte aérea (g m
-2
)
0
100
200
300
400
500
1ª Avaliação - 30 DAA pré
2ª Avaliação - 60 DAA pré
ˆ
*
1,0
Υ
D
ˆ
* D R
ˆ
D 1,253) R
2
= 0,99
Υ
= 126,472 (1,253
2,00)
_
__
Υ
= 453,75 - 323,167 D (0
D
78) R
2
= 1
= 105,389 (1,078 2,00)
_
.._
Υ
= 219,877 – 33,612 = 0,91
2
_
_ _
Υ
= 266,632 – 111,856* (0
D
D
Fig
l
+ 1,85% de trifloxysulfuron-sodium).
* Significativo pelo teste t (P<0,05).
Krismat
®
(73,15 % de ametryn
31
Figura 9 - Estimativas do número de manifestações epígeas de Cyperus rotundus,
ara as diferentes épocas de amostragem (30 e 60 dias após aplicação do
Dose Krismat
®
(kg ha
-1
)
0,00 1,00 1,26 1,50 2,00
Nº manifestações epígeas (m
-2
)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
1ª Avaliação - 30 DAA pós
2ª Avaliação - 60 DAA pós
___ = 1966,667 – 1294,444* (0
Υ
ˆ
D
D
Υ
ˆ
= 2246,11 – 639,444* R
2
= 0,88
D
1,256) R
2
= 1
Υ
340,972 (1,256
D 2,00
_ _
= )
_
p
herbicida em pós-emergência) em função das doses (D) crescentes da mistura
comercial Krismat
®
(73,15 % de ametryn + 1,85% de trifloxysulfuron-sodium).
* Significativo pelo teste t (P<0,05).
32
Dose Krismat
®
(kg ha
-1
)
0,00 1,00 1,50 2,00
Massa seca parte aérea (g m
-2
)
0
100
200
300
400
500
1ª Avaliação - 30 DAA pós
2ª Avaliação - 60 DAA pós
_
__
Υ
ˆ
= 171,055 – 151,972* D (0
D
1,085) R
2
= 1
Υ
_
_ _
Υ
ˆ
= 261,640 –115,967* D R
2
= 0,99
= 6,125 (1,0825
D
2,00 )
).
Figura 10 - Estimativas de massa seca da parte aérea de Cyperus rotundus, para
as diferentes épocas de amostragem (30 e 60 dias após aplicação do herbicida
em pós-emergência) em função das doses (D) crescentes da mistura comercial
Krismat
®
(73,15 % de ametryn + 1,85% de trifloxysulfuron-sodium).
* Significativo pelo teste t (P<0,05
33
4. EFEITO DA MISTURA COMERCIAL AMETRYN +
TRIFLOXYSULFURON-SODIUM NA ESPÉCIE Cyperus rotundus
RESUMO
O objetivo desse experimento foi avaliar o efeito de algumas combinações
e doses (1,0; 1,5 e 2,0 kg ha
-1
) e épocas de aplicação (pré e pós-emergência), em
asa de vegetação, da mistura comercial ametryn + trifloxysulfuron-sodium no
ontrole de Cyperus rotundus, em comparação aos tratamentos 1,0 kg ha
-1
pré +
,0 kg ha
-1
pós-emergência da mesma mistura comercial, 0,9 kg ha
-1
de
ulfentrazone em pré-emergência, além da testemunha isenta de herbicida.
ma
kg ha
-1
m pré + 1,0 kg ha
-1
em pós-emergência da mistura comercial ametryn +
ifloxysulfuron-sodium. Entretanto, os tratamentos em pré-emergência 2,0 kg
a
-1
da mistura comercial e 0,9 kg ha
-1
de sulfentrazone foram superiores aos
demais na redução do número e massa de tubérculos vivos. Somente a dose de
2,0 kg ha
-1
em pré-emergência foi eficiente na redução de C. rotundus,
principalmente para a avaliação aos 90 dias após a aplicação. Todavia, as
estimativas de 1,27 e 1,04 kg ha
-1
em pós-emergência da mistura comercial
ametryn + trifloxysulfuron-sodium foram suficientes para a supressão do número
de manifestações epígeas e massa seca de C. rotundus.
Palavras-chave: Krismat
®
, Boral
®
, doses, épocas de aplicação, tiririca.
d
c
c
1
s
Verificou-se maior eficiência na redução da massa seca e número de
nifestações epígeas de C. rotundus para os tratamentos em pós-emergência, os
e 1,5 kg ha
-1
, 2,0 kg ha
-1
ou 1,0
quais não diferiram entre as aplicações d
e
tr
h
34
EFFECT OF AMETRYN + TRIFLOXYSULFUON-SODIUM
ABSTRACT
The aim of this experiment was to evaluate the effect of some doses
combinations (1.0, 1.5, and 2.0 kg ha
-1
) and periods of spraying (pre and post-
emergency), of commercial mixture ametryn + trifloxysulfuron-sodium in the
Cyperus rotundus control, in green-house conditions, in comparison with the
treatments 1.0 kg ha
-1
pre + 1.0 kg ha
-1
post-emergency of the same commercial
mixture, 0.9 kg ha
-1
of sulfentrazone in pre-emergency, besides the treatment
without herbicide. Larger efficiency was verified in the reduction of dry mass
and shoot number of C. rotundus for the treatments in post-emergency, which did
not differ in the applications of 1.5 kg ha
-1
, 2.0 kg ha
-1
or 1.0 kg ha
-1
in pre + 1.0
kg ha
-1
in post-emergency of ametryn + trifloxysulfuron-sodium commercial
mixture. However, the treatments in pre-emergency 2.0 kg ha
-1
of the commercial
mixture and 0.90 kg ha
-1
of sulfentrazone were higher than the others in the
reduction of number and weight of alive tuber. Only the dose of 2.0 kg ha
-1
in
pre-emergency was efficient in the reduction of C. rotundus, mainly for the
evaluation 90 days after the spraying. Yet, the estimation of 1.27 and 1.04 kg ha
-1
of the ametryn + trifloxysulfuron-sodium mixture commercial in post-emergency
were enough to control the dry mass and shoot number of C. rotundus.
Key words: Krismat
®
, Boral
®
, doses, period of application, purple nutsedge.
COMMERCIAL MIXTURE ON Cyperus rotundus SPECIES
35
INTRODUÇÃO
ntre as diversas espécies daninhas que causam elevados prejuí E zos às
culturas, Cyperus rotundus destaca-se pela sua ampla distribuição geográfica,
elevada capacidade de propagação e dificuldade no seu controle
(Rambakudzibga, 1999; Eyherabide et al., 2001).
Cyperus rotundus caracteriza-se por ser uma espécie monocotiledônea
perene, de larga amplitude ecológica, sendo favorecida pela alta intensidade
luminosa e elevados teores de fósforo no solo (Nemoto et al., 1995). Os
tubérculos são os principais órgãos de armazenamento de reservas e de
propagação dessa espécie (Fisher et al., 1998), sendo responsáveis pelo vigor e
número de manifestações epígeas na área (Santos et al., 1997). A produção de
bulbos basais e de tubérculos logo no início do seu ciclo (Nishimoto, 2001),
também favorece a produção de grande número de rizomas e novos tubérculos
durante o seu estádio vegetativo de crescimento, acelerando a sua propagação.
A habilidade dos tubérculos de permanecerem viáveis por longo período e
a ocorrência de sua brotação mesmo em grandes profundidades no solo são o
maior obstáculo para sua erradicação das áreas agrícolas (Nishimoto, 2001).
Operações tradicionais de revolvimento dos solos também têm estimulado a sua
brotação e reprodução (Jakelaitis et al., 2003).
Devido à agressividade de C. rotundus sobre as culturas agrícolas
(Morales-Payan et al., 1997; Salgado et al., 2002), muitos métodos de controle
têm sido utilizados, porém, poucos têm demonstrado eficiência na redução do
número de tubérculos viáveis, os quais permanecem dormentes causando a
36
reinfestação da área. Segundo N a eliminação dessa espécie da
s para os cultivos agrícolas,
o
dessa espécie, o objetivo deste
esser et al. (1998),
lavoura só é possível quando os percentuais de controle alcançados pelo método
utilizado forem superiores a 95%.
Na utilização do método químico de controle, embora essa espécie
apresente tolerância a muitos herbicidas registrado
alguns produtos apresentam ação efetiva sobre os tubérculos de C. rotundus
(Webster & Coble, 1997). Dentre os herbicidas desenvolvidos recentemente, a
mistura comercial ametryn + trifloxysulfuron-sodium tem sido utilizada no Brasil
para o controle de diversas espécies daninhas mono e dicotiledôneas, incluindo o
seu efeito supressor sobre C. rotundus. Embora sua recomendação seja em pós-
emergência, alguns trabalhos têm demonstrado diferenças no controle da parte
aérea e no banco de tubérculos de C. rotundus, quando realizados em aplicações
seqüenciais ou em pré e ou pós-emergência (Wehtje et al., 1997; McElroy et al.,
2003). Outro aspecto destacado por Tuor & Froud-Williams (2002), é que
desenvolvimento inicial da parte aérea e do sistema radicular das plantas é
importante para estabelecer a relação de competição e sobrevivência das
espécies, de forma que a antecipação da aplicação em pré-emergência poderia
favorecer o controle de C. rotundus.
Buscando maior eficiência no controle
trabalho foi avaliar a redução do número de manifestações epígeas e de
tubérculos de C. rotundus em função de doses e épocas de aplicação (pré e pós-
emergência) da mistura comercial ametryn + trifloxysulfuron-sodium.
37
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi instalado e conduzido em casa de vegetação, em
Viçosa, MG, durante o período d
e dezembro/2004 a março/05. As unidades
experimentais foram constituídas por vasos de polietileno preto com capacidade
para 10 L de substrato (25 cm
x 27 cm de altura), os quais foram preenchidos
com solo Argissolo Vermelho-Amarelo, de textura argilo arenosa, coletado na
profundidade de 0 a 50 cm e previamente peneirado em malha de 2 mm. Esse
solo apresentou as seguintes características: pH em H
2
O de 5,0; P, K e Ca
2+
de
0,6; 18 mg dm
-3
e 0,1 cmol
c
L
-1
, respectivamente, matéria orgânica de 2,18 dag
kg
-1
e CTC 6,09 cmol
c
dm
-3
.
Para o plantio de C. rotundus, foi coletado solo em área com elevada
infestação de tubérculos. Esses foram separados por peneira de 4 mm, sendo
posteriormente selecionados para evitar a ocorrência de tubérculos danificados
ou inviáveis. Selecionaram-se seis tubérculos para cada vaso, com biomassa total
de 6,95 +
0,007 g, os quais permaneceram em sacos de papel levemente
umedecidos para o início da brotação. O plantio foi realizado a 3 cm de
profundidade do solo.
Os tratamentos utilizados foram compostos pelas aplicações das doses em
ado, com
uatro repetições.
pré ou pós-emergência da mistura comercial ametryn + trifloxysulfuron-sodium
(0; 1,0; 1,5 e 2,0 kg ha
-1
) e do herbicida sulfentrazone em pré-emergência da
espécie daninha, além da testemunha sem herbicida (Tabela 1). No total, foram
nove tratamentos dispostos em delineamento inteiramente casualiz
q
38
A aplicação dos h oi realizada logo após o
plantio
para determinação da massa seca, permanecendo em
estufa
erbicidas em pré-emergência f
dos tubérculos, os quais permaneceram sem irrigação por um período
mínimo de 24 horas após aplicação. Decorrido esse prazo, foram programadas
três irrigações diárias, pelo sistema interno de aspersão da casa de vegetação,
correspondendo a 3,70 mm de lâmina de água por dia. As aplicações em pós-
emergência ocorreram 30 dias após aplicação em pré-emergência, quando as
manifestações epígeas de C. rotundus encontravam-se com cerca de 30 cm de
altura, anterior ao estádio de pré-florescimento. No momento da aplicação em
pré-emergência, o solo encontrava-se com cerca de 40% da sua capacidade de
campo.
Os efeitos dos tratamentos sobre C. rotundus foram avaliados em
intervalos de 30 dias após as aplicações em pré e pós-emergência (DAA pré/pós)
dos herbicidas, correspondendo, respectivamente, aos 30/0, 60/30 e 90/60 DAA
pré/pós. Avaliou-se o percentual de controle em relação à testemunha sem
herbicida, utilizando-se a escala visual da ALAM (1974). Determinaram-se
ainda, o número de manifestações epígeas de C. rotundus, sendo estas cortadas e
levadas ao laboratório
de ventilação forçada por 72 horas, 70 ºC. Para avaliação do banco de
tubérculos no solo, ao término do experimento, o qual correspondeu aos 90/60
DAA, determinou-se o número de tubérculos vivos em cada vaso. Esses foram
separados das demais estruturas vegetativas subterrâneas e para posterior
quantificação da sua massa fresca.
39
As análises estatísticas foram realizadas, separadamente, nas aplicações de
30/0, 60/30 e 90/60 DAA pré/pós. Para a verificação dos graus de similaridades
dos tratamentos, foram realizados agrupamentos hierárquicos pelo método de
ligação média e com base na distância Euclidiana, em função de características
da parte aérea ou radicular de Cyperus rotundus. Para verificação dos graus de
acertos dos agrupamentos realizados, foi utilizada a análise discriminante. Além
disso, foram construídos gráficos de controle
Χ
e c de Shewhart no sistema 3σ.
A avaliação da relação das características avaliadas em função das doses em pré
e pós-emergência foi realizada por análise de regressão, sendo o modelo
escolhido pela simplicidade e ajuste conforme o significado biológico, a 5% de
probab
para o herbicida sulfentrazone. Em estudo
realizado por Alves et al. (2004), também foi constatado aumento no número de
ilidade pelo teste t.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos pelas análises de agrupamento mostram que aos
30/0 DAA pré/pós, o melhor efeito no controle percentual visual de C. rotundus,
massa seca (MS) e número de manifestações epígeas (NME) foi obtido pelo
grupo 3, formado pelos tratamentos 6 e 8, correspondendo, respectivamente, à
aplicação de 2,0 kg ha
-1
da mistura comercial ametryn + trifloxysulfuron-sodium
(Krismat
®
) e 0,90 kg ha
-1
de sulfentrazone (Figura 1-A e Tabela 2). O baixo
percentual de semelhança (25,67%) observado para esse grupo, em relação ao
demais tratamentos, decorre do maior número de manifestações epígeas (22,2
plantas) verificadas aos 30 DAP
40
manifestações epígeas de C. rotundus com a aplicação de 0,80 kg ha
-1
desse
herbicida, o qual foi atribuído à sorção desse composto aos solos com elevado
conteúdo de óxidos de Fe. Embora a sorção possa reduzir a sua eficiência, o
efeito residual longo de sulfentrazone, juntamente a sua lenta dessorção,
poderiam exercer ação prolongada sobre a espécie daninha. Além deste, outros
dois grupos foram formados, com destaque ao grupo 2, representado pelo
tratamento sem herbicida (tratamento 9), que apresentou os piores resultados
(Tabela 2).
Na avaliação realizada aos 60/30 DAA pré/pós (Figura 1-B), resultados
satisfatórios de controle foram obtidos para o grupo 1, formado pelos tratamentos
1, 6 e 8 (Tabela 1), apresen
tando reduções de 86,72% de MS e 69,01% no NME,
m relação ao grupo 3 (Tabela 2). Já aos 90/60 DAA pré/pós (Figura 1-C),
percentuais elevados d rupos 1 e 2. A maior
-1
-1
e
e controle foram obtidos pelos os g
eficiência no controle obtida pelo o grupo 1, formado pelos tratamentos 1, 5 e 7
(Tabela 1), que foi superior a 99%. O mesmo apresentou, ainda, redução de
99,72% de MS e de 97,81% para o NME em relação ao grupo 3 (tratamentos 2, 4
e 9). Controles superiores a 97% foram observados por Gravena et al. (2004),
com o uso da mistura comercial Krismat
®
sobre Senna obtusifolia e três espécies
de Ipomoea. Controle de 84,8% também foi constatado por Durigan et al. (2005),
com 1,5 kg ha
de ametryn + trifloxysulfuron-sodium em pós-emergência. O
grupo 3, formado pela testemunha sem herbicida além dos tratamentos 2 e 4,
correspondente a 1,0 e 1,5 kg ha
dessa mistura comercial apresentaram efeito
41
similar sobre C. rotundus com 81,9% de semelhança entre si, com base nas
variáveis avaliadas (Figura 1-C).
O melhor efeito sobre os tubérculos foi verificado pelo grupo 2, formado
pelos tratamentos 6 e 8, correspondendo, respectivamente a aplicação de 2,0 kg
ha
-1
da mistura comercial ametryn + trifloxysulfuron-sodium e 0,90 kg ha
-1
de
sulfentrazone (Figura 2 e Tabela 2). As reduções na massa e número de
tubérculos vivos em relação ao grupo 3 (tratamentos 2, 4 e 9 – Tabela 1), foram
de 79,40 e 78,09%, respectivamente (Tabela 2). Observa-se que, embora os
piores efeitos sobre a MS de C. rotundus.
tratamentos 1, 5 e 7 (Tabela 1) tenham sido superiores na redução da MS (Tabela
2 e Figura 3) e no NME (Tabela 2 e Figura 4) de C. rotundus em relação aos
demais grupos, a sua eficiência foi menor sobre a redução de tubérculos. A baixa
translocação de trifloxysulfuron-sodium para os tubérculos, constatada por
Troxler et al. (2003), na aplicação em pós-emergência, poderia justificar esse
comportamento. Efeito semelhante também foi verificado por McElroy et al.
(2003), os quais constataram reduções superiores a 70% na massa de tubérculos
nas aplicações em pré-emergência de trifloxysulfuron-sodium, em comparação a
43% para as realizadas em pós-emergência.
Para as observações de MS, verifica-se maior efeito para as aplicações em
pós-emergência da mistura comercial Krismat
®
, principalmente para a avaliação
aos 60/30 DAA pré/pós (Figura 3). Os tratamentos em pré-emergência, com
exceção da dose de 2,0 kg ha
-1
de ametryn + trifloxysulfuron-sodium (tratamento
6) e 0,90 kg ha
-1
de sulfentrazone (tratamento 8), foram os que apresentaram os
42
Comportamento similar foi verificado para o NME (Figura 4). Entretanto,
para a última avaliação, realizada aos 90/60 DAA pré/pós, apenas os tratamentos
de 1,26 kg ha
-1
e 1,04 kg ha
-1
foram
verificado maior redução no NME de
(1) 1,0 kg ha
-1
pré + 1,0 kg ha
-1
em pós-emergência, (5) 1,5 kg ha
-1
pós-
emergência e (7) 2,0 kg ha
-1
em pós-emergência de ametryn + trifloxysulfuron-
sodium foram eficientes para redução do NME, ficando abaixo do limite inferior
de controle (LIC) de 2,9.
Os percentuais de controle visual de C. rotundus em cada tratamento
(Figura 5) confirmam os grupos apresentados nas Figura 1-A, B, e C. Verifica-se,
novamente, maior eficiência dos tratamentos 1, 5 e 7 (Tabela 1), principalmente
para a última avaliação aos 90/60 DAA pré/pós.
Nas avaliações das doses, em pré-emergência da mistura comercial
ametryn + trifloxysulfuron-sodium, verificou-se resposta de 2,0 kg ha
-1
tanto para
NME (Figura 6) como sobre MS (Figura 7), com ação satisfatória na redução
destas variáveis. Observou-se efeito em todo o período avaliado (30, 60 e 90
DAA pré), sendo necessário 2,0 kg ha
-1
para manutenção do controle sobre C.
rotundus. Entretanto, nas aplicações em pós-emergência de ametryn +
trifloxysulfuron-sodium, as doses estimadas
eficientes para redução do NME e MS de C. rotundus, respectivamente, mesmo
aos 60 dias após aplicação (Figuras 8 e 9).
Na comparação entre as épocas de aplicação da mistura comercial
Krismat
®
, observou-se maior eficiência no controle de C. rotundus para
aplicações em pós-emergência, com as menores médias verificadas para MS e
NME. Embora (Vivian et al., 2006) tenham
43
C. rotundus em campo, para as aplicações em pré-emergência dessa mistura
comercial, as irrigações diárias realizadas em casa de vegetação (3,7 mm dia
-1
)
podem ter reduzido a eficiência nas menores doses, principalmente pelo aumento
na degradação do produto. A hidrólise química, geralmente sob temperaturas
elevadas, é o principal processo de degradação do trifloxysulfuron-sodium, o que
pode ter favorecido a redução da sua eficiência nas aplicações diretamente no
,0 kg ha
-1
pré + 1,0 kg ha
-1
em
fici ncia do controle químico, outros
solo. Outro fator a ser considerado é a baixa sorção de ametryn no solo, já
verificada por Prata et al. (2001), o que pode proporcionar perdas por lixiviação
desse herbicida em mananciais hídricos e sedimentos (Rand et al., 2004).
Em suma, os efeitos dos tratamentos 1 (1
pós-emergência), 5 (1,5 kg ha
-1
pós) e 7 (2,0 kg ha
-1
pós) da mistura comercial
ametryn + trifloxysulfuron-sodium foram satisfatórios na redução de C. rotundus,
demonstrando excelente controle dessa espécie. Entretanto, a utilização de doses
menores em pré-emergência não demonstrou eficiência para o controle da
espécie daninha. O uso de 2,0 kg ha
-1
em pré-emergência da mistura comercial
Krismat e 0,90 kg ha
-1
pré de sulfentrazone foram as melhores alternativas na
redução do banco de tubérculos de C. rotundus, com controle satisfatório
também para MS e NME. Observa-se, que a adoção de medidas de controle dessa
espécie daninha deve considerar, além da e ê
fatores que incluam o nível de incidência de C. rotundus, as características de
solo e condições climáticas predominantes no local, para melhor manejo desta
espécie infestante.
44
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47
Tabela 1 – Doses dos herbicidas em pré e pós-emergência, utilizados no controle
vegetação.
químico de Cyperus rotundus, cultivada em vasos e mantida em casa de
2
Mistura comercial Krismat
®
, contendo 731,5 g de ametryn + 18,5 g de trifloxysulfuron-
3
Produto comercial Boral
®
500-SC.
Doses aplicadas
1
1 - Ametryn + Trifloxysulfuron-sodium
2
1,0 1,0
3 - Ametryn + Trifloxysulfuron-sodium
Tratamentos
Pré-emergência Pós-emergência
2 - Ametryn + Trifloxysulfuron-sodium 1,0 -
- 1,0
4 - Ametryn + Trifloxysulfuron-sodium 1,5 -
1
Dose expressa em kg do produto comercial ha
-1
– volume de calda 200 L ha
-1
.
sodium por kg.
9 - Testemunha sem herbicida - -
5 - Ametryn + Trifloxysulfuron-sodium - 1,5
6 - Ametryn + Trifloxysulfuron-sodium 2,0 -
7 - Ametryn + Trifloxysulfuron-sodium - 2,0
8 - Sulfentrazone
3
1,8 -
48
)
25,67
A
Figura 1 - Dendrogramas de similaridade obtidos com base nas variáveis:
controle percentual, número de manifestações epígeas e massa seca da parte
aérea de Cyperus rotundus cultivada em vasos em casa de vegetação, aos 30/0
(A), 60/30 (B) e 90/60 (C) dias após aplicação (DAA pré/pós-emergência), da
mistura comercial de ametryn + trifloxysulfuron-sodium (krismat
®
).
Tratamentos apresentados na Tabela 1.
Tratamentos
Similaridade (%)
942683751
15,95
43,97
71,98
100,00
Tratamentos
942753681
100,00
ratamentos
Similaridade (%
869
50,45
75,22
C
Simi
75,76
laridade (
51,51
%)
27,27
T
421
100,00
B
49
Tratamentos
Similaridade (%)
942863751
36,92
57,94
78,97
100,00
igura 2 - Dendrograma de similaridade obtido com base nas variáveis: número
de tubérculos vivos (NTV) e massa de tubérculos vivos (MTV) de Cyperus
rotundus cultivada em vasos em casa de vegetação, aos 90/60 dias após
aplicação (DAA pré/pós-emergência) da mistura comercial de ametryn +
trifloxysulfuron-sodium (krismat
®
). Tratamentos apresentados na Tabela 1.
F
50
Tabela 2 – Estimativas das médias dos grupos de tratamentos utilizados para o
controle de Cyperus rotundus cultivada em vasos, mantidos em casa de
vegetação, para as observações analisadas pelo método de agrupamento
hierárquico.
1
1ª - (30/0 dias após aplicação - DAA pré/pós emergência); 2ª - (60/30 DAA pré/pós); 3ª -
(90/60 DAA pré/pós). NME: número de manifestações epígeas; NTV: número de tubérculos
vivos; MTV: massa de tubérculos vivos (g).
Média das observações
(parte aérea)
Controle
Massa
seca (g)
NME
Épocas de
avaliação
1
Grupos
Tratamen-
tos
---(%)--- ------(vaso
-1
)------
% acerto
do
agrupamento
1 1-2-4 41,25 13,27 12,00
2 9 0,00 16,3 17,75
1
ª
3 6-8 88,12 2,45 12,75
100
82,08 1,97 6,92 1 1-8-6
2 3-5-7 72,08 3,10 21,25
3 2-4-9 7,50 14,84 22,33
100
1 1-5-7 99,42 0,02 0,67
2 3-8-6 89,00 1,00 6,17
3 2-4-9 6,25 7,07 30,58
100
(tubérculos)
NTV MTV
1 1-3-5-7 50,81 20,94
2 6-8 18,62 8,51
3 2-4-9 85,00 41,30
100
51
16
18
ratamentos
123 5 7
Massa seca parte aérea (g)
0
4
8
10
14
1ª Avaliação - 30/0 DAA Pré/Pós
2ª Ava o - 60 ré/Pós
3ª Ava o - 90/6 Pré/Pós
2=LIC
6=LM
T
4 6 89
2
6
12
liaçã /30 DAA P
liaçã 0 DAA
64,10=SCL
35,
50,
Figura 3 – Estimativas das Médias de massa seca da parte de aérea de Cyperus
rotundus, em função dos tratamentos, para as diferentes épocas de avaliação
em casa de vegetação, no gráfico
Χ
de Shewhart. LSC – Limite superior de
controle; LM – Linha média; LIC – Limite inferior de controle. Tratamentos
apresentados na Tabela 1.
52
-1
o
Tratamentos
123456789
Nº manifestações epígeas vas
0
10
20
30
40
1ª Avaliação - 30/0 DAA Pré/Pós
2ª Avaliação - 60/30 DAA Pré/Pós
3ª Avaliação - 90/60 DAA Pré/Pós
44,25=LSC
17,14=LM
90,2=LIC
Figura 4 – Estimativas das médias do número de manifestações epígeas de
Cyperus rotundus, em função dos tratamentos, para as diferentes épocas de
avaliação em casa de vegetação, no gráfico c de controle. LSC – Limite
superior de controle; LM – Linha média; LIC – Limite inferior de controle.
Tratamentos apresentados na Tabela 1.
53
Tratamentos
123456789
Controle visual (%)
0
20
40
60
80
100
120
1ª Avaliação - 30/0 DAA Pré/Pós
2ª Avaliação - 60/30 DAA Pré/Pós
3ª Avaliação - 90/60 DAA Pré/Pós
Figura 5 - Controle percentual visual de Cyperus rotundus cultivada em vasos e
mantida em casa de vegetação, com base na escala da ALAM, para as
diferentes épocas de avaliação. Tratamentos apresentados na Tabela 1.
54
55
Figura 6 - Estimativas do número de manifestações epígeas de Cyperus rotundus,
para as diferentes épocas de amostragem (30, 60 e 90 dias após aplicação do
herbicida em pré-emergência) em função das doses (D) crescentes da mistura
comercial Krismat
®
(73,15 % de ametryn + 1,85% de trifloxysulfuron-sodium).
* Significativo pelo teste t (P<0,05).
Dose Krismat
®
(kg ha
-1
)
0,00 1,00 1,50 2,00
Nº manifestações epígeas vaso
-1
0
5
10
15
20
25
30
35
_
__
Υ
ˆ
= 19,434 – 6,397* D R
2
= 0,76
_
.._
Υ
ˆ
= 30,6429 – 11,5714* D R
2
= 0,88
1ª Avaliação - 30 DAA P
2ª Avaliação - 60 DAA P
_
_ _
Υ
ˆ
= 31,381 /(1 + e
(– ( D
1,822) /
0,1278
)
) R
2
= 0,99
3ª Avaliação - 90 DAA P
Dose Krismat
®
(kg ha
-1
)
0,00 1,00 1,50 2,00
Massa seca parte aérea (g vaso
-1
)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
1ª Avaliação - 30 DAA P
2ª Avaliação - 60 DAA P
3ª Avaliação - 90 DAA P
_
__
Υ
ˆ
= 14,568 /(1 + e
(
(
D
1
,
905)
/
0
,
0771
)
) R
2
= 0,94
_
.._
Υ
= 14,845 /(1 +
( 0,0181
)
R
2
= 0,99
Υ
ˆ
= 9,162 – 3,074* D R = 0,80
Figura 7 - Estimativas de massa seca p yperus rotund
iferentes épocas de amostragem (30, 60 e 90 dias após aplicação do herbicida
ˆ
e
(
D
1,971) /
_
_ _
2
da arte aérea de C us, para as
d
em pré-emergência) em função das doses (D) crescentes da mistura comercial
Krismat
®
(73,15 % de ametryn + 1,85% de trifloxysulfuron-sodium). *
Significativo pelo teste t (P<0,05).
56
57
Figura 8 - Estimativas do número de anifestações ep s d rotundus,
ara as diferentes épocas de amo dias após ap o
erbicida em pós-emergência) em ã ) crescentes da mistura
®
m ígea e Cyperus
stragem (30 e 60 licação d
funç o das doses (D
- Pós
Dose Krismat
®
(kg ha
-1
)
0,00 1,00 1,27 1,50 2,00
Nº manifestações epígeas (vaso
-1
)
0
5
10
15
20
25
30
35
1ª Avaliação 30 DAA - Pós
2ª Avaliação 60 DAA
_
__
Υ
ˆ
= 28,50 – 7,75* D (0
D
0,9032) R
2
= 1
Υ
= 21,50 (0,9032
D
2,00)
_
_ _
Υ
ˆ
= 30,50 – 24,00* D (0
D
1,2656) R
2
= 1
Υ
= 0,125 (1,2656
D
2,00)
p
h
comercial Krismat
(73,15 % de ametryn + 1,85% de trifloxysulfuron-sodium). *
Significativo pelo teste t (P<0,05).
Dose Krismat
®
(kg ha
-1
)
0,00 1,00 1,50 2,00
Massa seca parte aérea (g vaso
-1
)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
1ª Avaliação 30 DAA - Pós
2ª Avaliação 60 DAA - Pós
_
__
Υ
ˆ
= 14,165 – 10,915* D (0
D
1,0208) R
2
= 1
2,00)
_
_
Υ
ˆ
= 8,63 – 8,267* D (0
D
1,0431) R
2
= 1
2,00)
Υ
= 3,023 (1,0208
D
_
Υ
= 0,006 (1,0431
D
Figura 9 - Estimativas de massa seca da parte aérea de Cyperus rotundus, para as
iferentes épocas de amostragem (30 e 60 dias após aplicação do herbicida em d
pós-emergência) em função das doses (D) crescentes da mistura comercial
Krismat
®
(73,15 % de ametryn + 1,85% de trifloxysulfuron-sodium).
* Significativo pelo teste t (P<0,05).
58
5.
ESTUDOS DE SORÇÃO E DESSORÇÃO DE TRIFLOXYSULFURON-
SODIUM E A L S BRA
RESUMO
O estudo objetivou avaliar os coeficientes adsortivos e dessortivos de
metryn e trifloxysulfuron-sodium em seis solos brasileiros, com intuito de
rever o comportamento e o potencial de movimentação desses herbicidas nos
olos. Utilizou-se o método “Batch slurry”, conduzido em condições controladas
e laboratório. Para isso, 10,0 mL das soluções em CaCl
2
0,01 mol L
-1
, contendo
-1 -1
brio. Após
entrifugação e filtração, a concentração do sobrenadante foi determinada por
cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), com detector UV a 245 nm. A
dessorção foi avaliada para a maior dosagem utilizada de cada composto. O solo
Latossolo Vermelho distroférrico - LVdf (Sete Lagoas) apresentou o maior
coeficiente de adsorção (Kf) para ambos herbicidas, sendo o mesmo atribuído ao
seu elevado teor de matéria orgânica (MO). A ordem crescente de adsorção nos
solos diferiu da constatada para dessorção, pressupondo-se heterogeneidade nos
mecanismos adsortivos envolvidos. Verificou-se correlação positiva do Kf de
ametryn com MO (0,81), percentual de argila (ARG) (0,80) e CTC (0,75) dos
solos, sendo a MO identificada como o principal contribuinte na sua adsorção.
Entretanto, o Kf de trifloxysulfuron-sodium apresentou apenas pequena
correlação com ARG (0,48) e MO (0,28), sendo sua adsorção dependente,
METRYN EM SO O SILEIROS
a
p
s
d
0; 5; 10; 25; 50 e 100 µg mL
de ametryn e 0; 0,25; 0,5; 1,0; 2,0 e 4,0 µg mL
de trifloxysulfuron-sodium, foram adicionadas em frascos com 2,0 g solo,
até atingir o tempo de equilípermanecendo sob agitação orbital
c
59
possivelmente, do teor de óxidos de Fe e Al presentes no solo. Baixos índices H
e foram verificados para ametryn em relação a triflox
de histeres ysulfuron-
odium, representando maior potencial de dessorção e, conseqüentemente, risco
e lixiviação desse herbicida no perfil dos solos estudados.
Palavras-chave: herbicidas, sorção, isotermas de Freundlich, lixiviação.
ABSTRACT
The aim of this work was to evaluate the adsorption and desorption
coefficients of ametryn and trifloxysulfuron-sodium in six Brazilian soils,
intending to foresee the behavior and movement potential of these herbicides in
the soils. The “Batch slurry” method was used in controlled laboratory
conditions. For so, 10.0 mL of the solutions in CaCl
2
0.01 mol L
-1
, containing
0, 5, 10, 25, 50 and 100 µg mL
-1
of ametryn and 0, 0.25, 0.5, 1.0, 2.0 and 4.0 µg
mL
-1
of trifloxysulfuron-sodium, were added to flasks containing 2.0 g soil,
staying under orbital agitation until reaching the time of balance. After
centrifugation and filtration, the supernatant concentration was quantified by
High Performance Liquid Chromatography (HPLC), with 245 nm UV detector.
The desorption was evaluated considering the highest dosage of each compound.
The Rhodic Hapludox soil (Sete Lagoas) presented the highest coefficient of
adsorption (Kf) for both herbicides, due to its high amount of organic matter
(OM). The ascending order of adsorption in the soils differed from the
s
d
SORPTION-DESORPTION STUDY OF TRIFLOXYSULFURON-
SODIUM AND AMETRYN IN BRAZILIANS SOILS.
60
desorption, presupposing heterogeneity in the adsorption mechanisms involved.
Positive correlation of ametryn Kf was verified with OM (0.81), clay percentage
(ARG) (0.80) and CTC (0.75) of the soils, while the OM was the main
contributor in its adsorption. However, Kf of trifloxysulfuron-sodium presented
ion was
dependent, possibly, of oxides of Fe and Al. Low hysteresis index H was verified
for ametryn desorption
otential and, consequently, leaching risk for that herbicide in the soils profile.
Key words: Herbicides, sorption, Freundlich isotherms, leaching.
only a small correlation with ARG (0.48) and OM (0.28), as its adsorpt
in relation to trifloxysulfuron-sodium, representing higher
p
INTRODUÇÃO
Os processos de adsorção e dessorção são determinantes no destino e
movimento de herbicidas no solo (Ahmad et al., 2001; Selim & Zhu, 2005),
sendo que a compreensão desses permite avaliar a eficiência e o potencial de
contaminação do ambiente por estes compostos (Lavorenti, 1999; Hinz, 2001).
Entretanto, a dinâmica desses processos depende além das propriedades dos
solos, das características dos compostos estudados. Estas incluem, entre outras, a
estrutura e tamanho molecular, a distribuição e configuração, a polaridade, a
distribuição de cargas e a natureza ácido-base dos herbicidas.
Geralmente, em solos que apresentam altos teores de argila, de matéria
orgânica ou ambos, verifica-se maior adsorção e persistência de herbicidas,
seguido por baixos índices de dessorção, lixiviação e degradação destes (Li et al.,
2003; Hager & Nordby, 2004; Si et al., 2005). Porém, estudos mais amplos têm
61
demonstrado que os mecanismos que governam os processos de retenção de
herbicidas ocorrem de forma distinta para cada solo e seu ecossistema, e que a
heterogeneidade desse meio dificulta a previsão de comportamento desses
compostos (Pusino, 1993; Pusino et al., 2004). Assim, enquanto muitos estudos
avaliam, separadamente, frações orgânicas e minerais dos solos, com objetivo de
esclarecer os mecanismos envolvidos na retenção de herbicidas, poucos esforços
visam prever o seu comportamento em relação ao solo como um todo,
principalmente em solos brasileiros intemperizados (Racke, 1996; Oliveira et al.,
et al. (2001),
erificou-se que a interação de argilominerais e compostos orgânicos do solo,
com a formação de complexos forma diferenciada em relação
s estruturas desses
inera
2005
; Laabs et al., 2002). Em trabalho realizado por Procópio
v
adsortivos, atua de
às frações orgânicas ou minerais, enfatizando a necessidade de avaliar os
fenômenos de adsorção de herbicidas e os seus riscos de lixiviação em diferentes
solos.
Sabe-se, também, que minerais de argila expansíveis como a
montmorilonita e vermiculita, característicos de regiões de clima temperado,
possibilita que a água e os herbicidas penetrem entre os planos basais do
material. Além disso, apresentam maior capacidade de adsorção, devido às
cargas geradas a partir das substituições iônicas isomórficas na
m is (Fontes et al., 2001). Já minerais como a caulinita e óxidos de ferro e
alumínio (goethita, hematita e gibbsita), predominantes nas regiões de clima
tropical e subtropical como no Brasil, podem gerar cargas dependentes de pH,
por meio da protonação ou desprotonação do seu grupamento hidroxila, podendo
62
reter herbicidas de caráter ácido ou básico na sua forma dissociada (Goetz et al.,
1989; Fontes et al., 2001).
Algumas classes de herbicidas têm apresentado maior risco e persistência
no ambiente, as quais incluem as triazinas, feniluréias, sulfoniluréias e
dinitroanilinas (Hager & Nordby, 2004). Entre estas, os herbicidas ametryn e
trifloxysulfuron-sodium, pertencentes aos grupos das s-triazinas e sulfoniluréias,
respectivamente, embora muito utilizados em lavouras de cana-de-açúcar, ainda
não possuem estudos de adsorção e dessorção em solos brasileiros.
Considerando o exposto, este trabalho teve como objetivo investigar a
capacidade de adsorção e dessorção dos herbicidas ametryn e trifloxysulfuron-
sodium, em seis solos característicos brasileiros, servindo como indicativo do
potencial de contaminação do ambiente por estes compostos.
MATERIAL E MÉTODOS
Caracterização dos solos e herbicidas avaliados
Os ensaios foram realizados em laboratórios do Departamento de
Fitotecnia e de Química da Universidade Federal de Viçosa. Os seis solos
selecionados LVdf-(SL), PVAe-(PN), LVd-(SSP), LVe-(CE), LVAd-(JP) e
RQ-(TM), foram coletados em áreas isentas da aplicação de herbicidas, na
profundidade de 0 a 20 cm, peneirados em malha de 2 mm e, posteriormente,
secados ao ar e à sombra, para o seu armazenamento. Os mesmos foram
caracterizados física e quimicamente (Tabela 1), além da identificação dos
minerais presentes na fração argila, a qual foi previamente tratada para destruição
63
da fração orgânica e remoção de óxidos de ferro livre. Os herbicidas ametryn e
trifloxysulfuron-sodium foram fornecidos pela Syngenta, apresentando
ual soluções
conten
pH da solução foi
justado para 5,4 ± 0,1 utilizando-se HCl ou Ca(OH)
2
. Cada frasco contendo a
solução mais o substrato al sob temperatura de 24
respectivamente, pureza de 98,3 e 95%, solubilidade 200 mg L
-1
(22 °C) e 352
mg L
-1
(25 ºC), pKa 4,10 e 4,76, e log kow de 2,63 e 1,4.
Determinação do tempo de equilíbrio de adsorção
Avaliou-se, previamente, o tempo necessário para que se estabelecesse o
equilíbrio de adsorção entre os solos e os herbicidas testados. Para isso, utilizou-
se o método de “Batch equilibrium”, baseado na OECD (1993), no q
do 10,0 mg L
-1
de ametryn e trifloxysulfuron-sodium (grau técnico) foram
preparadas em solução de CaCl
2
0,01 mol L
-1
. Posteriormente, 10,0 mL da
solução de CaCl
2
0,01 mol L
-1
, juntamente com os herbicidas, foram adicionados
em tubos de polipropileno contendo 2,0 g de cada solo. O
a
foi colocado sob agitação orbit
+
2 °C, em diferentes intervalos de tempo: 8, 16, 24, 32, 40 e 48 horas para
trifloxysulfuron-sodium e de 4, 8, 12, 16, 20 e 24 horas para o herbicida ametryn.
Após agitação, as amostras foram centrifugadas a 1600 xg, por 7 minutos. O
sobrenadante foi filtrado em filtro Millipore com membrana PTFE de 0,45 µm,
para análise cromatográfica. A quantificação foi realizada por cromatografia
líquida de alta eficiência (CLAE). As análises foram feitas em duplicata e o
tempo de equilíbrio considerado alcançado quando a concentração da solução
analisada permaneceu constante.
64
Ensaios de adsorção e dessorção
Para os ensaios de adsorção, prepararam-se, inicialmente, soluções
padrões de ametryn e trifloxysulfuron-sodium em metanol (grau HPLC), na
concentração de 1000 mg L
-1
. A partir destas, foram feitas novas soluções em
g mL
-1
e 0, 0,25; 0,5; 1,0;
CaCl
2
0,01 mol L
-1
contendo 0; 5; 10; 25; 50 e 100 µ
2,0 e 4,0 µg mL
-1
de ametryn e trifloxysulfuron-sodium, respectivamente, sendo
adicionados 10,0 mL dessas soluções em tubos de polipropileno contendo 2,0 g
de cada solo. O pH das suspensões foi corrigido com HCl ou Ca(OH)
2
até 5,4 ±
0,1. Após agitação dos tubos, por tempo previamente determinado e temperatura
variando de 24 +
2,0 °C, os mesmos foram colocados em centrífuga a 1600xg por
7 minutos, com separação e filtração da fração sobrenadante em filtro Millipore
com membrana PTFE 0,45 µm, para posterior análise por CLAE. Os coeficientes
de dessorção foram determinados para as maiores concentrações avaliadas de
cada composto (100 µg mL
-1
de ametryn e 4,0 µg mL
-1
de trifloxysulfuron-
sodium). Assim, após a retirada do volume sobrenadante do tubo, a mesma
quantidade foi readicionada da solução de CaCl
2
0,01 mol L
-1
isenta do herbicida.
Novamente, os tubos foram submetidos à agitação por tempo determinado, com
posterior coleta e filtração da fração sobrenadante. O procedimento de dessorção
foi repetido por três vezes. Todos os ensaios (adsorção e dessorção) foram
conduzidos em duplicata.
A quantificação dos herbicidas foi realizada utilizando-se cromatógrafo
líquido Shimadzu SPD 2A, equipado com detector UV a 245 nm e coluna Varian
e fase reversa C-18 (250 x 4 mm) e 5 µm de espessura de poro. O volume de d
65
injeção foi de 20 µL e a fase móvel composta por acetonitrila, água e ácido
2
li
idos, sendo Kf e n as constantes empíricas que
a d
fosfórico, na respectiva proporção 48:52:1 (v:v:v), com fluxo de 1 mL min
-1
.
Utilizou-se, para quantificação dos princípios ativos, o método do padrão externo
em solução de CaCl
2
0,01 mol L
-1
. A quantificação em µg mL
-1
foi realizada por
meio da comparação das áreas obtidas nos cromatogramas para cada ensaio, com
as áreas dos cromatogramas das curvas padrão (grau técnico) de cada herbicida.
Após a quantificação do herbicida que ficou na solução em equilíbrio com o
substrato (Ce) em µg mL
-1
, utilizou-se a equação x/m = v/m (Cp – Ce), para o
cálculo da quantidade do herbicida sorvido no solo (x/m), em mL g
-1
, onde v =
volume da solução de CaCl
0,01 mol L
-1
adicionado com o herbicida (mL); m =
massa de substrato (g solo); Cp = concentração do herbicida na solução padrão
adicionada (µg mL
-1
).
Após obtenção dos valores de x/m e de posse do valor de Ce para cada
combinação solo, herbicida e concentração do herbicida, uti zou-se a equação de
Freundlich para obtenção dos coeficientes de adsorção. Conhecidas como
isotermas de Freundlich, as curvas são muito utilizadas para ensaios de adsorção
de herbicidas em solos e servem de interpretação do processo sortivo,
estabelecendo a correlação entre a quantidade de herbicida sorvido (x/m) e a
quantidade na solução em equilíbrio (Ce). A partir da sua equação, x/m = Kf Ce
n
ajustou-se os dados obt
representam a capacidade e intensidade de adsorção, respectivamente. Calculou-
se, também, o índice H de “histerese”, pela equação H= n
/n que representa a
66
capacidade do composto em permanecer adsorvido, sendo n
a
e n
d
as curvaturas
obtidas nas curvas de adsorção e dessorção, respectivamente.
Para obtenção dos coeficientes de dessorção e avaliação dos resultados de
adsorção, os parâmetros de Freudlich x/m e Ce foram submetidos à função
logarítmica, sendo estimadas as equações lineares com os parâmetros log kf e n.
A partir das equações de regressões lineares de log (x/m) em função de
log (Ce), aplicou-se o teste F, a 5% de probabilidade, com o objetivo de testar a
igualdade dos modelos de cada solo, em cada herbicida, separadamente. Análise
de correlação de Pearson também foi realizada entre as propriedades dos solos
estudados e os coeficientes obtidos Kf e n, a 5% de probabilidade pelo teste t.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
solução em contato com o solo não se alterou. Já no ensaio com herbicida
A partir das análises dos solos estudados (Tabela 1), verifica-se,
principalmente, diferenças entre os teores de matéria orgânica (1,0 a 4,0) e fração
mineral (Franco-Argilo-Arenosa a Muito Argilosa), caracterizando solos
possivelmente distintos em relação à capacidade de adsorção. Na avaliação da
fração argila, no que se refere à caracterização mineral dos solos (Figura 1),
observa-se o predomínio de caulinita e gibbsita sobre os demais minerais, para a
maioria dos solos, apresentando pouca distinção entre os mesmos.
Nos ensaios de determinação dos tempos de equilíbrio realizados para
cada combinação solo e herbicidas, observa-se preliminarmente que, a partir de
12 horas de agitação dos solos com ametryn (Figuras 2), a concentração da
67
trifloxysulfuron-sodium (Figura 3), verifica-se maior tendência de equilíbrio a
partir de 48 horas, sendo padronizados estes intervalos de tempo nos testes de
,
do
olo é responsável pelo aumento adsortivo de diversos compostos e desempenha
importante papel, segu ão de contaminantes
df-(SL) para
metry
adsorção e dessorção executados posteriormente.
Para a determinação da adsorção com ametryn, constatou-se maior
coeficiente Kf no solo LVdf-(SL), sendo de 6,75 mL g
-1
(Figura 4). Este solo
juntamente com PVAe-(PN), LVd-(SSP) e LVe-(CE) apresentaram os maiores
Kf, os quais estão entre os solos com maior teor de MO. Resultados semelhantes
foram relatados por diversos autores para atrazine, pertencente à mesma classe do
ametryn (Procópio et al., 2001; Abate et al., 2004). Embora os herbicidas
apresentem características moleculares distintas, a matéria orgânica (MO)
s
ndo Viera et al. (1999), na sorç
ambientais tais como herbicidas e metais pesados e, como conseqüência, a
diminuição da lixiviação desses no perfil dos solos (Oliveira Jr. et al., 2001; Prata
et al., 2001; Regitano et al., 2001; Dyson et al., 2002). Segundo a teoria de
Brusseau & Rao, (1989) a MO é o principal material adsorvente dos solos,
possuindo sítios tridimensionais que atuam na retenção dos compostos iônicos e
não iônicos.
Os demais solos apresentaram Kf inferiores em relação ao LV
a n, constatando-se a menor capacidade adsortiva para o solo RQ-(TM)
(Figura 4). Além do menor teor de MO, esse solo apresenta elevado percentual
de areia na sua fração mineral (Tabela 1), a qual possui baixa capacidade de
adsorção. Clausen et al. (2001) observaram menos de 1% de adsorção de
68
diferentes herbicidas em quartzo, o qual é constituinte da fração areia dos solos.
A ordem de adsorção verificada para ametryn, conforme os coeficientes Kf e n
para uma mesma concentração considerada foi: LVdf-(SL)> PVAe-(PN)> LVd-
deos, o que favoreceria a sua capacidade adsortiva. Além disso, o
(SSP)> LVe-(CE)> LVAd-(JP)> RQ-(TM). A consideração do coeficiente n da
isoterma de Freudlich é importante para prever a capacidade de adsorção dos
solos, assim como observado por Leone et al. (2001) em ensaios de adsorção de
três imidazolinonas, pois mesmo que se verifique elevado coeficiente de
adsorção Kf para a mesma concentração de herbicida testada, o valor exponencial
de n pode indicar pronunciada redução na quantidade adsorvida, quando for
muito inferior a 1.
Embora os solos não tenham seguido a ordem crescente de adsorção,
proporcional aos teores de MO, sabe-se que a composição do material orgânico é
fundamental na capacidade adsortiva dos composto. Chefetz et al. (2004)
observaram, maior adsorção de ametryn em sedimento com 1,25 dag kg
-1
de
carbono orgânico em relação a outro com 1,63 dag kg
-1
. Os mesmos autores
atribuíram esse comportamento, ao fato do sedimento de maior adsorção
apresentar maior conteúdo de compostos aromáticos, seguido de menor número
de polissacarí
índice adsortivo obtido por Chefetz et al. (2004) para ametryn foi semelhante ao
verificado para atrazine, o qual é reconhecido como um dos principais
contaminantes de águas superficiais e subterrâneas em áreas agrícolas (Gooddy
et al., 2005; Selim & Zhu, 2005).
69
A maior capacidade de adsorção de herbicidas em solos com elevados
teores de material orgânico é relatado por muitos autores, entre eles, Rocha et al.
(2003). Esses pesquisadores constataram, também, que além do carbono
orgânico, o pKa do herbicida, o tipo e quantidade de óxidos presentes são
extremamente importantes na adsorção em solos tropicais altamente
intemperizados. Conforme Schwarzenbach et al. (1993), herbicidas iônicos
podem interagir com sítios de superfície por meio de interações eletrostáticas,
troca de íons ou por complexação, sendo essas interações significantes na
adsorção por superfícies minerais. Isso pode ser evidenciado pelo
comportamento de trifloxysulfuron-sodium (Figura 5). Por possuir caráter ácido
fraco com pka de 4,76 (Tabela 2), estima-se que no pH estabelecido nos ensaios
adsortivos, de 5,4 +
0,1, mais de 50% da sua composição encontra-se na forma
aniônica, o que o torna extremamente dependente dos minerais presentes nos
solos com cargas variáveis em função do pH do meio (Leone et al., 2001). A
presença de óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio nos solos estudados, como
gibbsita, hematita e goethita, além da caulinita (Figura 1), possibilita a formação
de sítios adsortivos para formas aniônicas de compostos orgânicos presentes. A
maioria desses minerais, com exceção da caulinita, apresentam ponto de carga
zero (PCZ) entre 6 a 8,5 (Greenland & Mott, 1978), o qual corresponde ao valor
de pH em que a carga superficial do sistema é nula. Abaixo do seu PCZ, esses
podem se tornar positivamente carregados com capacidade de adsorção de
moléculas aniônicas, como o herbicida trifloxysulfuron-sodium.
70
Entretanto, a quantidade de cargas geradas é distinta e variável para cada
composição do solo, sendo que as variações dos PCZ de cada mineral dependem
da natureza acídica dos diversos grupamentos OH da sua superfície. Observando-
se os parâmetros Kf e n obtidos para trifloxysulfuron-sodium, a ordem de
adsorção para uma mesma concentração considerada foi: LVAd-(JP)> LVdf-
(SL)> LVd-(SSP)> PVAe-(PN)> RQ-(TM)> LVe-(CE). Verifica-se, que o
comportamento desses solos para a adsorção de trifloxysulfuron-sodium é
variável e não segue nenhuma ordem estabelecida para as características
apresentadas na Tabela 1, assim como, é pouco significativa sua distinção entre a
composição da fração mineral dos solos (Figura 1). Possivelmente, existam
contribuições tanto da fração mineral como da fração orgânica na adsorção desse
herbicida, sendo a fração mineral predominante na definição da capacidade
adsortiva desse composto, conforme constatações realizadas por Pusino et al.
(2004). Os dados obtidos para os coeficientes adsortivos de trifloxysulfuron-
sodium não são totalmente esclarecedores para a ordem de adsorção observada
para esse herbicida, provavelmente devido às superfícies dos complexos
adsortivos resultarem de múltiplas associações de oxi-hidróxidos, caulinita e
minerais amorfos. Entretanto, outros estudos demonstram que a adsorção de
herbicidas aniônicos em minerais de solos intemperizados é significativa. Goetz
et al. (1989) constataram maior capacidade adsortiva de chlorimuron aos solos
com maiores conteúdos de hematita e gibbsita. A importância de óxidos na
adsorção de alguns herbicidas de caráter ácido, como as imidazolinonas também
foi reportada por Regitano et al. (1997), sendo que, além da interação de
71
argilorgânicos, a espécie predominante de argilomineral é determinante no
processo de adsorção.
Segundo a classificação de Giles et al. (1960), as isotermas de Freundlich
(Figuras 4 e 5) apresentaram comportamento do tipo L e S, com predominância
do tipo L (alta afinidade ao material adsorvente e curvatura inicial convexa) para
ametryn e do tipo S (baixa afinidade com curvatura inicial côncava) para
trifloxysulfuron-sodium. São consideradas do tipo L, quando o parâmetro n da
equação de Freundlich for <1,0 e do tipo S quando n >1,0. Embora se saiba que
esse comportamento possa variar em função da faixa de concentração utilizada
nos ensaios de adsorção, verifica-se na literatura maiores curvas do tipo L para
herbicidas com elevada tendência a maior adsorção à MO.
Observa-se na Tabela 2, que todos os coeficientes de dessorção Kf
d
, foram
superiores aos de adsorção Kf
a
, assim como o oposto foi observado para o
parâmetro n, sendo os estimados na dessorção (n
d
) inferiores aos de adsorção
(n
a
). Comportamento similar foi observado por Selim & Zhu (2005), cujo fato
caracteriza o fenômeno de histerese verificado para a maioria de herbicidas em
solos. Observa-se ainda, que a forma linearizada das isotermas de Freundlich
mostrou-se satisfatória para a maioria das combinações solo vs. herbicida.
Sabe-se que quando a intensidade de adsorção, identificada pela curvatura (n),
aproxima-se de 1, maior é a semelhança entre os coeficientes obtidos pelas
isotermas de Freundlich e a sua forma linearizada (função logarítmica), podendo
utilizá-la para descrição do comportamento sortivo dos compostos. Entretanto, a
adsorção de ametryn nos solos LVe-(CE), PVAe-(PN) e RQ-(TM) e de
72
trifloxysulfuron-sodium nos solos PVAe-(PN) e RQ-(TM) foi melhor descrita
pelas isotermas não lineares de Freundlich.
isso, sabe-se que os
Juntamente com os coeficientes adsortivos estimados utilizando-se o
modelo de Freundlich na forma logarítmica (Tabela 2), observa-se os índices H
de histerese para ametryn e trifloxysulfuron-sodium. Verifica-se que os maiores
índices, representando menor capacidade dessortiva, não correspondem à ordem
decrescente de adsorção dos herbicidas. Isso significa que os mecanismos
atuantes nos processos adsortivos são distintos para os solos e que sua
compreensão não depende somente dos coeficientes de adsorção, mas da forma
como cada composto interage na superfície adsorvente, sendo importante
também a consideração do índice de histerese. Além d
mecanismos podem variar conforme a concentração inicial do herbicida (Clausen
et al., 2001) e o seu percentual adsorvido (Chefetz et al., 2004), sendo
fundamentais estudos que esclareçam os mecanismos envolvidos. Morillo et al.
(2004) evidenciaram comportamento similar entre os coeficientes de histerese e o
teor de MO dos solos avaliados, sugerindo também que a MO não é o único fator
que controla a dessorção dos compostos em solos.
Verifica-se, em média, que o índice H de histerese para trifloxysulfuron-
sodium foi superior ao observado para ametryn, indicando que uma vez
adsorvido, trifloxysulfuron-sodium dificilmente retorna à solução do solo. Já para
ametryn, sua dessorção ocorre mais facilmente, representando maior risco no
processo de lixiviação deste herbicida. Conforme Southwick et al. (1993),
elevados índices de H indicam maior dificuldade do herbicida sorvido retornar à
73
solução do solo, possibilitando maior permanência deste no ambiente. Em acordo
com os dados obtidos para ametryn, Chefetz et al. (2004) também verificaram
enor
e atribuída ao mecanismo por
m histerese para esse composto em relação à atrazine, potencializando a sua
capacidade de lixiviação, mesmo após a sua adsorção no solo.
Para os elevados índices H de histerese observados em trifloxysulfuron-
sodium, duas hipóteses podem ser descritas: I) os prováveis mecanismos de
adsorção entre o herbicida e os minerais dos solos (caulinita e óxidos de Fe e Al)
atuam de forma específica com elevada força de ligação, impedindo que o
processo reverso de dessorção ocorra; II) o processo de agitação prolongado pode
provocar aumento na capacidade de adsorção dos solos, sendo que o tempo real
de equilíbrio ainda não havia ocorrido, com continuação do processo de adsorção
nos ensaios de dessorção posteriores.
As duas hipóteses já foram relatadas na literatura. Locke et al. (1992)
observaram que o verdadeiro equilíbrio para alachlor só foi alcançado após 48
horas de agitação, sendo o mesmo fundamental na comparação dos coeficientes
adsortivos. Por outro lado, Kung & McBride (1989) concluíram que adsorção de
herbicidas aniônicos por óxidos de Fe é geralment
troca de ligantes, com forte ligação do adsorvente ao adsorvato, o que dificulta o
processo de dessorção. Este mecanismo permite a formação de complexos de
esfera interna a partir da substituição de um grupo hidroxila, ligado ao Fe, por
um grupo funcional do composto orgânico. Parfitt et al. (1977) também relatam a
formação de ligações fortes para minerais, conforme observado entre goethita e
compostos orgânicos por mecanismo de troca de ligantes. Embora se verifiquem
74
discordâncias quanto aos prováveis mecanismos de adsorção dos herbicidas
ácidos fracos encontrados na literatura, acredita-se que ocorra realmente a
formação de fortes ligações entre o herbicida trifloxysulfuron-sodium e os
minerais encontrados nos solos. Esses mecanismos resultariam em baixa
estes compostos com os argilominerais e
dessorção do herbicida, com elevado índice H de histerese, conforme constatado
na Tabela 3. Ressalta-se, ainda, na Tabela 2, que os menores índices H para o
trifloxysulfuron-sodium são verificados para os solos LVe-(CE) e PVAe-(PN).
Por serem solos eutróficos, com elevada saturação de bases, a força iônica da
solução do solo pode interferir na capacidade de adsorção e principalmente no
processo dessortivo desses solos. Os íons presentes, principalmente Ca
+2
, podem
formar complexos com as fórmulas aniônicas de herbicidas presentes na solução,
enfraquecendo as forças de ligação d
facilitando o processo de dessorção dos mesmos. Esse comportamento foi
verificado por Clausen & Fabricius (2001), em ensaios de adsorção de herbicidas
ácidos, os quais constataram redução da adsorção em goethita e lepidocrocita
com o aumento da concentração da solução de CaCl
2
utilizada.
Na comparação entre as curvas de adsorção linearizadas, observa-se
similaridade dos parâmetros obtidos para ametryn nos solos LVAd-(JP) e LVd-
(SSP), resultando em uma única equação apresentada na Figura 6. Já para
trifloxysulfuron-sodium, os solos LVdf-(SL) juntamente com LVAd-(JP), e RQ-
(TM) com LVd-(SSP) apresentaram comportamento similar, resultando em uma
única equação em cada combinação (Figura 7). Entretanto, não foi possível a
junção entre as equações de dessorção dos solos para ambos herbicidas,
75
enfatizando a variação e grau de interferência nos fenômenos dessortivos de
herbicidas em solos (Figuras 8 e 9).
Os estudos de correlação apresentados na Tabela 3 confirmam as
observações dos processos adsortivos de cada herbicida. Os valores de 0,80 e
0,81 (P<0,05), obtidos para Kf do ametryn em relação aos teores de argila e MO
do solo, respectivamente, enfatizam a maior capacidade de adsorção desse
herbicida em solos com elevados teores de MO e de argila. Correlações positivas
também foram observadas para CTC, equivalente de umidade (EU) e argila
dispersa em água (ADA), as quais estão relacionadas à maior capacidade de
retenção de água e elevada área superficial específica para os solos com teores de
argila e matéria orgânica elevados. Esse comportamento verificado para ametryn
é importante, sob o ponto de vista prático, pois a sua eficiência pode ser reduzida
em solos extremamente argilosos e com teores de MO elevados, assim como, em
solos pobres em MO e com elevada dessorção, podem resultar na lixiviação deste
herbicida até atingir águas subterrâneas e de superfície.
Ao analisar os valores obtidos para trifloxysulfuron-sodium, observam-se
pequenas correlações positivas (P<0,05) com os teores de argila e de argila
dispersa em água, as quais são decorrentes do seu processo de adsorção, sendo
influenciado fortemente pelo tipo de mineral presente e o pH da solução do solo.
Correlação negativa com a saturação de bases (V) evidencia novamente o
processo competitivo entre os cátions em solução com o herbicida, em relação às
cargas positivas de óxidos e hidróxidos de Fe e Al. A complexação das
moléculas aniônicas de trifloxysulfuron-sodium por íons Ca
+2
, principalmente,
76
atuariam na redução da sua capacidade de adsorção. Em condições de campo,
solos eutróficos ou com elevados níveis de adubação, a adsorção de
ento desses compostos
trifloxysulfuron-sodium pode ser menor, possibilitando maior movimentação do
herbicida no perfil do solo e, conseqüentemente, redução na sua atividade
herbicida em condições de elevada precipitação.
Desta forma, os resultados indicam que maior atenção deve ser dada para
o monitoramento de ametryn em relação a trifloxysulfuron-sodium,
principalmente em países de clima tropical como o Brasil, no qual os solos
agrícolas possuem baixos teores de matéria orgânica que os predispõem a maior
possibilidade de lixiviação desse herbicida. As doses comercialmente utilizadas
também devem ser consideradas, pois em média, para cada 100,0 g de ametryn
utilizado, apenas 2,0 g são aplicados de trifloxysulfuron-sodium. Tendo em vista
que a avaliação ambiental de herbicidas não deve ser limitada à análise de
resultados de ensaios laboratoriais, sugere-se a execução de estudos em
condições ambientais, para a confirmação do comportam
no solo.
LITERATURA CITADA
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82
Tabela 1 - Principais características físicas e químicas dos solos utilizados no
1
estudo de adsorção e dessorção de ametryn e trifloxysulfuron-sodium.
1
SL – Sete Lagoas; JP – João Pinheiro; CE – Capinópolis; PN – Ponte Nova; TM – Três Marias; SSP – São Sebastião
do Paraíso.
2
pH em água: relação 1:2,5
3
Ca, Mg e Al: extrator KCL 1 mol/L, K: Extrator Mehlich I, H + Al: Extrator Acetato de cálcio 0,5 mol/L, a pH 7,0.
4
Quantidade de carga estimada ao pH 7,0.
5
Textura: FAA - Franco-Argilo-Arenosa; A - Argilosa; AA - Argilo-Arenosa; MA - Muito Argilosa; FA - Franco-
Argilosa.
6
LVdf – Latossolo Vermelho distroférrico; LVAd- Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico; LVe – Latossolo
Vermelho eutrófico; PVAe – Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico; RQ – Neossolo Quartzarênico; LVd –
Latossolo Vermelho distrófico;
Solos
Características
avaliadas
SL JP CE PN TM SSP
2
H
+
+ Al
+3
11,48 4,29 1,78 1,32 2,97 4,32
CTC
4
cmol
c
-3
15,89 4,87 11,78 6
pH
5,4 5,1 6,8 6,2 5,4 5,4
SB
3
4,41 0,58 10,00 4,86 0,87 1,53
dm
,18 3,84 5,85
V
27,7 11,9 84,9 78,6 22,7 26,1
MO
(%)
4,0 1,5 2,6 1,6 1,0 2,2
Areia
14 57 39 58 73 28
Silte
12 7 23 12 5 19
Fração
Mineral (%)
Argila
74 36 38 30 22 53
Text.
5
MA AA FA FAA FAA A
ADA
(%)
52 30 26 20 12 29
EU kg kg
-1
0,343 0,137 0,219 0,186 0,094 0,209
Classif.
6
LVdf LVAd LVe PVAe RQ LVd
83
84
igura 1 - Difratogramas de raio-X [CuKa], da fração argila dos solos utilizados
nos ensaios de adsorção e dessorção dos herbicidas ametryn e
trifloxysulfuron-sodium. a) LVdf (SL), b) LVAd (JP), c) LVe (CE), d) PVAe
(PN), e) RQ (TM) e f) LVd (SSP). Ka: caulinita; Go: goethita; Gi: gibbsita;
He: hematita.
F
2-Theta(deg)
10 20 30 40 50 60
Intensidade (%)
0
100
200
300
400
500
600
Ka (7,2 nm)
Gi (4,8 nm)
Gi (4,4 nm)
Go (4,2 nm)
Ka (3,6 nm)
Go/He
He (2,5nm)
Gi (2,4 nm)
Ka (1,7 nm)
2-Theta(deg)
10 20 30 40 50 60
Intensidade (%)
0
100
200
300
400
500
600
Ka (7,3 nm)
Gi (4,8 nm)
Gi (4,4 nm)
Go (4,2 nm)
He (3,7 nm)
Go/He
He (2,5nm)
Gi (2,1 nm)
Gi/He
He/Ka
Intensidade (%)
0
100
200
300
400
500
600
Gi/He
,2 nm)
(2,3 nm
He (2,5 nm)
Go
Ka
nm)
,7 n
Ka
Gi
nm)
,3
2-Theta(deg)
10 20 4 50 60
Intensidade (%)
0
100
200
300
400
500
600
He (2,5nm)
,8 n
m)
Ka/G
Go (4,2 nm
nm
e
m)
2-Th g)
10 20 30 40 50 60
de (%)
0
100
200
300
400
600
Ka
Ka/Gi
(4,2 nm)
Gi (2,4 nm)
Ka (1,7 nm)
)
60
ns )
0
200
300
400
500
600
Ka (7,2 nm)
)
Ka (3,6 nm)
nm)
,5 nm)
Go (2,7 n
Ka (1,7 nm)
a) b)
c) d)
e) f)
m)
i
)
500
(7,2 nm)
Ka (3,6 nm)
nm)
30 0
Gi (4
,2 n
)
(3,6
Ka (7
Ka
Go/H
Go (2,2 n
Gi/He
eta(de
Intensida
Gi (4,8 nm)
Go
Go/He
He (2,5nm
idade (%
Go (4,2 nm
)
/He
(3,6
m)
/Gi
(4,9
Ka (7
Inte
Ka (2,3
Ka (2
m)
He (3
He (2
Ka
100
2-Theta(deg)
10 20 30 40 50 60
2-Theta(deg)
10 20 30 40 50
Tempo (horas)
0 5 10 15 20 25
x/m (ug g
-1
)
0
5
10
15
20
25
30
35
LVdf
LVAd
LVe
PVAe
RQ
LVd
Tempo (horas)
0 1020304050
x/m (ug g
-1
)
0
5
10
15
20
25
30
35
LVdf
LVAd
LVe
PVAe
RQ
LVd
Figura 2 – Estimativas das curvas de cinética de adsorção para ametryn em
diferentes solos LVdf (SL)
=
Υ
ˆ
(CE)
29,3881(1-exp(-0,5767T); LVAd (JP)
19,958(1-exp(-1,046T); LVe
=Υ
ˆ
=
Υ
ˆ
23,3757(1-exp(-0,6146T); PVAe
18,3247(1-exp(-0,4658T); RQ (TM)
(PN)
=Υ
ˆ
=
Υ
ˆ
7,3894(1-exp(-0,2661T);
LVd (SSP)
=
Υ
ˆ
12,6838(1-exp(-0,4829T), em po (T) em horas.
Figura 3 – Estimativas das curvas de cinética de adsorção para trifloxysulfuron-
sodium em diferentes solos LVdf (SL)
função do tem
22,9367(1-exp(-0,1027T); LVAd
=
Υ
ˆ
(JP)
=Υ
ˆ
26,6125(1-exp(-0,1262T); LVe (CE)
=
Υ
ˆ
14,3875(1-exp(-0,0859T);
PVAe (PN)
=Υ
ˆ
15,285(1-exp(-0,1638T); RQ (TM)
=Υ
ˆ
19,0575(1-exp(-
0,0864T); LVd (SSP)
=
Υ
ˆ
16,5406(1-exp(-0,0800T), em função do tempo (T)
em horas.
85
Ce (ug mL
-1
)
0 20406080
x/m (ug g
-1
)
0
50
100
150
200
250
300
LVdf
LVAd
LVe
PVAe
RQ
LVd
Ce (ug mL
-1
)
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
x/m (ug g
-1
)
0
2
4
6
8
10
12
LVdf
LVAd
LVe
PVAe
RQ
LVd
Figura 4 – Estimativas das isotermas de adsorção de Freundlich para ametryn,
0,
(Ce).
Figura 5 or
e
0,
664 Ce
1,0158
e LVd (SSP) Ŷ=4,1010 Ce
1,0548
em função da solução
em equilíbrio (Ce).
nos solos LVdf (SL)
Ŷ=6,7533 Ce
0,9420
; LVAd (JP) Ŷ=1,3503 Ce
1,0296
; LVe
(CE)
Ŷ=1,5118 Ce
1,0674
; PVAe (PN) Ŷ=3,5533 Ce
7425
; RQ (TM) Ŷ=0,7951
Ce
0,9790
e LVd (SSP) Ŷ=2,1793 Ce
0,890
em função da solução em equilíbrio
- Estimativas das isotermas de ads ção de Freundlich para
trifloxysulfuron-sodium, nos solos LVdf (SL)
Ŷ=5,5677 C
8841
, LVAd (JP)
Ŷ=5,5282 Ce
1,049
, LVe (CE) Ŷ=2,538 Ce
1,0266
, PVAe (PN) Ŷ=4,7094 Ce
0,7821
, RQ
(TM)
Ŷ=3,1
86
Tabela 2 – Estimativas dos coeficientes de adsorção (Kf
a
e n
a
), dessorção (Kf
d
e
n
d
) e índice de histerese – H, dos herbicidas ametryn e trifloxysulfuron-
sodium, estimados individualmente para cada solo.
Herbicida/Solos
1
Adsorção Dessorção
Ametryn
Log
Kf
a
n
a
R
2
Log
Kf
d
n
d
R
2
H
(n
a
/n
d
)
SL - LVdf 0,855 0,923 0,99 1,745 0,379 0,95 2,435
JP - LAVd 0,073 1,070 0,98 1,485 0,303 0,99 3,531
CE - LVe 0,481 0,883 0,98 1,467 0,372 0,99 2,374
PN - PVAe 0,644 0,679 0,97 1,121 0,442 0,99 1,536
TM - RQ 0,041 0,899 0,95 1,417 0,194 0,95 4,634
SSP - LVd 0,089 1,048 0,99 1,409 0,311 0,97 3,370
Trifloxysulfuron-sodium
SL - 0,748 1,060 0,98 0,979 0,069 0,98 15,362LVdf
JP - 0,745 1,036 0,99 1,017 0,035 0,99 29,600LAVd
CE - LVe 0,419 0,948 0,98 0,766 0,165 0,98 5,745
PN - PVAe 0,676 0,790 0,99 0,904 0,133 0,99 5,940
TM - RQ 0,516 0,897 0,99 0,889 0,017 0,97 52,764
SSP - LVd 0,620 0,917 0,99 0,943 0,051 0,94 17,980
e Lagoas (LVdf); JP – João Pinheiro (LVAd); CE – Capinópolis (LVe); PN – Ponte Nova
Ae); TM – Três Marias (RQ); SSP – São Sebastião do Paraíso (LVd).
1
SL – Set
(PV
87
3,0
Figura 6 – Estimativas das curvas de adsorção para ametryn nos solos - LVdf
(SL);
о- LVAd (JP), LVd (SSP); - LVe (CE), - PVAe (PN) e - RQ (TM)
em função do logaritmo da concentração da solução em equilíbrio (log Ce).
As linhas representam o modelo linearizado da equação de Freundlich.
log e
1,0 ,52
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
99,0=lo9234,8555,0 +
R
e
98,0=lo0587,1,0807,0 +
R
e
ˆ
2
95,0log8993,00415,0
ˆ
2
=+=Υ
R
Ce
C
0,5 1 ,0
log x/m
2,5
g0
ˆ
2
=Υ C
g0
ˆ
2
=Υ C
98,0log8827,04809,0
ˆ
2
=+=Υ
R
Ce
98,0log6793,06443,0
=+=Υ
R
Ce
88
igura 7 – Estimativas das curvas de adsorção para trifloxysulfuron-sodium nos
log Ce
-1,2 -1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6
log x/m
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
98,0log048,17466,0
ˆ
2
=+=Υ
R
Ce
98,0log9478,04191,0
ˆ
2
=+=Υ
R
Ce
99,0log7897,06762,0
ˆ
2
=+=Υ
R
Ce
98,0log901,05666,0
ˆ
2
=+=Υ
R
Ce
F
solos: - LVdf (SL), LVAd (JP);
о- LVe (CE); -PVAe (PN) e - RQ (TM),
LVd (SSP) em função do logaritmo da concentração da solução em equilíbrio
(log Ce). As linhas representam o modelo linearizado da equação de
Freundlich.
89
Fig
s representam o modelo linearizado da equação de Freundlich.
ura 8 – Estimativas das curvas de dessorção para ametryn nos solos - LVdf
(SL);
о- LVAd (JP); - LVe (CE); - PVAe (PN); - RQ (TM) e - LVd
(SSP) em função do logaritmo da concentração da solução em equilíbrio (log
Ce). As linha
98,0log311,0409,1
ˆ
2
=+=Υ
R
Ce
log Ce
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
log x/m
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
94,0log3793,07451,1
ˆ
2
=+=Υ
R
Ce
99,0log303,0485,1
ˆ
2
=+=Υ
R
Ce
99,0log3717,0467,1
ˆ
2
=+=Υ
R
Ce
99,0log4423,0121,1
ˆ
2
=+=Υ
R
Ce
95,0log191,0417,1
ˆ
2
=+=Υ
R
Ce
90
Fig
equilíbrio (log Ce). As linhas representam o modelo linearizado da equação
de Freundlich.
ura 9 – Estimativas das curvas de dessorção para trifloxysulfuron-sodium nos
solos: - LVdf (SL);
о- LVAd (JP); - LVe (CE); - PVAe (PN); - RQ
(TM) e
- LVd (SSP) em função do logaritmo da concentração da solução em
log Ce
-1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5
log x/m
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
98,0log0686,09794,0
ˆ
2
=+=Υ
R
Ce
98,0log165,0766,0
ˆ
2
=+=Υ
R
Ce
99,0log0351,00172,1
ˆ
2
=+=Υ
R
Ce
99,0log1334,09041,0
ˆ
2
=+=Υ
R
Ce
97,0log0167,0889,0
ˆ
2
=+=Υ
R
Ce
94,0log0513,0943,0
ˆ
2
=+=Υ
R
Ce
91
Tabela 3 – Estimativas das correlações de Pearson entre os coeficientes de
adsorção e as principais características físicas e químicas dos solos.
Herbicidas
Coefi-
cientes
CTC MO V ARG ADA
1
EU
2
cmol
c
dm
-3
------(%)----- kg kg
-1
Kf 0,75* 0,81* 0,02 0,80* 0,81* 0,88*
Ametryn
n
a
0,19 0,10 -0,24 0,00 0,11 -0,09
Kf 0,13 0,28 -0,46* 0,48* 0,61* 0,34
Trifloxysulfuron-
sodium
n
a
-0,28 -0,22 -0,45 -0,11 -0,16 -0,37
1
ADA - Argila dispersa em água;
2
EU - Equivalente de umidade do solo *Significativo pelo teste t (P<0,05).
AGRADECIMENTOS
A Companhia Syngenta S.A, pelo fornecimento do produto técnico. Aos
rofº
s
Antônio A. Neves e Antônio J. Demuner, do Departamento de Química e
os prof
os
Jaime W. V. de Mello e Raphael B. A. Fernandes do Departamento de
olos da UFV, pela colaboração.
p
a
S
92
6.
PERSISTÊNCIA E LIXIVIAÇÃO DE TRIFLOXYSULFURON-
AÇÚCAR
S
o t o o o d ali m e a m a
c i -de-
çúcar, em relação ao seu potencial de lixiviação e persistência no ambiente. A
área sobre Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico, foi dividida em duas sub-
áreas, nas quais, cultivaram-se as variedades de cana SP 791011 e SP 801816.
Os tratamentos foram compostos pelas aplicações em pré e pós-emergência da
mistura comercial dos herbicidas nos anos de 2003 e em 2003/2004, sendo
realizadas quatro amostragens de solo em duas profundidades (0 a 0,10 m e 0,10
0,20 m). Para avaliação dos resíduos, utilizaram-se os métodos de bioensaio e
cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Ambos os métodos foram
satisfatórios nas avaliações dos resíduos da mistura comercial, embora a
utilização do bioensaio não tenha permitido a avaliação dos compostos
separadamente. Pelos dados da análise simultânea de ametryn e trifloxysulfuron-
sodium por CLAE, verificou-se que a maioria dos resíduos de ametryn
permaneceu na camada de 0 a 0,10 m de profundidade do solo, com persistência
superior a 180 dias após a aplicação (DAA), em solo pulverizado, em 2003/2004.
Resíduos de ametryn, também foram constatados, na profundidade de 0,10 a
0,20 m do solo, para as aplicações realizadas em 2003/2004, enfatizando-se os
riscos de lixiviação e contaminação de águas com este herbicida. Para as
SODIUM E AMETRYN EM SOLO CULTIVADO COM CANA-DE-
RE UMO
Este trabalh eve bjetiv e av ar o co portam nto d istur
omercial ametryn + tr floxysulfuron-sodium em área cultivada com cana
a
a
93
apl os
sign eas
cultivadas com as var. SP 791011 e SP 801816 foram atribuídas aos diferentes
teores de argila e matéria orgânic ão foram detectados resíduos de
-1
-1
PERSISTENCE AND LEACHING OF TRIFLOXYSULFURON-SODIUM
icações realizadas somente em 2003, não foram detectados resídu
ificativos aos 490 DAA. Diferenças entre os resíduos nas sub-ár
a do solo. N
trifloxysulfuron-sodium, em nenhuma época de coleta do solo, sendo justificado
pelo limite de quantificação por CLAE (0,06 mg L
) estar acima da dose
utilizada desse herbicida 37 g ha
.
Palavras-chave: herbicidas, sorção, resíduos, Krismat
, Saccharum spp.
AND AMETRYN ON SUGAR-CANE SOIL
ABSTRACT
The aim of the work was to evaluate the behavior of the ametryn +
trifloxysulfuron-sodium commercial mixture in sugar-cane crop, related to
leaching potential and persistence on the environment. The area on Typic
Haplufalfs, was divided in two sub areas where the sugar-cane varieties SP 79
1011 and SP 80 1816 were cultivated. The treatments were constituted by pre
and post-emergency applications of the commercial mixture herbicides in 2003
and 2003 + 2004, with four soil sampling 0-0.10 and 0.10-0.20 m deep. For
evaluating residues, bioassay and High Performance Liquid Chromatography
(HPLC) methods were used. Both methods were satisfactory in the commercial
mixture residues evaluation, although the bioassay use did not allow evaluating
the compounds separatedly. According to the data from the simultaneous analysis
94
of ametryn and trifloxysulfuron-sodium by HPLC, most of the ametryn residues
remained in the soil layer 0-0.10 m deep, persisting for over 180 days after the
application (DAA), in soil sprayed in 2003 + 2004. Ametryn residues in
0.10 – 0.20 m deep, were as well found for the treatments sprayed in 2003 +
2004, emphasizing the risks of leaching and contaminating water with this
herbicide. For the treatments sprayed only in 2003, significant residues were not
detected 490 days after the appli
cation. Differences among the residues on
to the
different amounts of clay and organic matter in the soil. Residues of
trifloxysulfuron-sodium were not found in any period of the soil sampling, as the
mit of quantification by HPLC (0.06 mg L
-1
) is higher than the used dose of this
herbicide (37 g ha
-1
).
cultivated sub areas with the variety SP 79 1011 and SP 80 1816 were due
li
Key words: Herbicides, sorption, residues, Krismat
, Saccharum spp.
INTRODUÇÃO
Ocupando área de 5,2 milhões de hectares, a cultura da cana-de-açúcar é
um dos principais produtos agrícolas do Brasil, com potencial energético de
produção equivalente a 820 mil barris/dia de petróleo, ou seja, 50% do consumo
total de derivados do petróleo no país (Carvalho, 2004). Entretanto, a utilização
do controle químico é, atualmente, uma das ferramentas indispensáveis para essa
cultura, principalmente por ser cultivada em larga escala, onde diversos
herbicidas são aplicados anualmente (Southwick et al., 2002; Silva et al., 2005).
95
Assim, devido ao seu uso intensivo, os herbicidas são apontados como o
grupo de pesticidas mais freqüentemente detectado em estudos de qualidade de
águas de superfície e sub-superfície (Carter, 2000; Tanabe et al., 2001), sendo as
áreas, próximas ao cultivo de cana-de-açúcar, de maior ocorrência de resíduos
desses compostos (Southwick et al., 2002).
Entre os principais processos relacionados ao uso incorreto e abusivo de
herbicidas, a lixiviação e o escoamento superficial no solo destacam-se pela sua
contribuição na contaminação de águas (Tanabe et al., 2001). Além desses
problemas, Skinner et al. (1997) ressaltam os efeitos econômicos indiretos
proporcionados pelos custos posteriores de tratamento e descontaminação de
mananciais hídricos.
Todavia, a movimentação das moléculas dos herbicidas e sua interação
condições
e clima e solos brasileiros. Outros processos, assim como a adsorção e
dessorção, também influenciam mento dos herbicidas no solo
hma
nos processos adsortivos e dessortivos ainda são pouco conhecidas nas
d
o destino e movi
(A d, et al., 2001), ocorrendo, geralmente, uma relação inversa entre a
adsorção e o potencial de lixiviação desses compostos (Lavorenti, 1999).
Segundo Andréa & Luchini (2002), a adsorção de pesticidas no solo também é
importante, principalmente, por se relacionar diretamente com os processos de
disponibilidade para a atividade do composto, ao ataque microbiano e
biodegradação, e inversamente com a possibilidade de lixiviação e contaminação
de águas.
96
Porém, o processo de distribuição e degradação de herbicidas no solo é
dinâmico e único para cada relação solo e herbicida. Além disso, sua
dependência está relacionada às propriedades físico-químicas dos compostos, sua
interação com o solo e tempo de meia-vida (T
1/2
vida), condições climáticas,
vegetação e cobertura, propriedades físicas, químicas e biológicas do solo e
anejo
icidas recentemente disponíveis para o controle de plantas
uperficial e em 4% das amostras de águas subterrâneas (Extoxnet –
Extension toxicology network, 2005). Já, segundo Pfeuffer & Rand (2004), o
m da área (Walker, 1987; Clay, 1993; Carter, 2000; Kudsk & Streibig,
2003; Hager & Nordby, 2004). Desta forma, estudos comumente conduzidos em
laboratório, com objetivo de avaliar o potencial de lixiviação e contaminação do
solo e água por herbicidas, nem sempre representam o comportamento real
verificado em condições naturais in situ.
Dentre os herb
daninhas em cana-de-açúcar, a mistura comercial de ametryn + trifloxysulfuron-
sodium apresenta amplo espectro de ação e ótima seletividade para esta cultura.
O ametryn, pertencente ao grupo das s-triazinas, atua na inibição do fotossistema
II, encontrando-se registrado no Brasil para as culturas como algodão, citros,
milho e principalmente cana-de-açúcar. Já o trifloxysulfuron-sodium, o qual faz
parte do grupo químico das sulfoniluréias, foi recentemente desenvolvido para
uso nas culturas de cana-de-açúcar e algodão, inibindo a enzima acetolactato
sintase – ALS (Silva et al., 2005; Rodrigues & Almeida, 2005).
Entre os estudos realizados com águas superficiais e subterrâneas, o
ametryn foi detectado em seis Estados dos Estados Unidos em poucas amostras
de água s
97
m ramento de pesticidas realizado entre 1992 a 2001 no sul da Flórida
revelou que os herbicidas ametryn e atrazine foram os compostos mais
comumente encontrados em águas superficiais. Recentemente, Mitchell et al.
(2005) também identificaram resíduos de ametryn (0,3 µg L
-1
) e outros quatro
herbicidas em águas de rios pertencentes à região de Mackay Whitsunday na
Austrália.
No Brasil, Laabs et al. (2002) estudaram a contaminação da região
nordeste do Pantanal mato-grossense por pesticidas utilizados na agricultura.
Foram detectados resíduos de ametryn na maioria das amostras coletadas em
águas de superfície, embora em baixa con
onito
centração. Entretanto, em amostras de
dime
ia e potencial de
se ntos, as concentrações foram superiores a 4,5 µg kg
-1
. A elevada
freqüência de detecção de ametryn, juntamente com sua alta concentração em
algumas amostras foi atribuída, conforme os autores, ao intenso cultivo de cana-
de-açúcar no nordeste do pantanal.
Em relação ao trifloxysulfuron-sodium, os estudos desse herbicida em
amostras de solo de clima tropical são ainda mais escassos, sendo urgentes e
necessários estudos nessa linha de pesquisa para o país, sem as quais tornam-se
difíceis à manutenção da qualidade de vida e diversidade do meio ambiente.
Desta forma, o objetivo do estudo foi avaliar a persistênc
lixiviação de ametryn + trifloxysulfuron-sodium no solo, além de contribuir na
previsão do comportamento desses herbicidas quando aplicados em área
cultivada com cana-de-açúcar.
98
MATERIAL E MÉTODOS
Descrição da instalação e manejo do experimento
As avaliações de resíduos dos herbicidas trifloxysulfuron-sodium e
ametryn foram realizadas em experimento instalado no Centro Experimental de
Pesquisa cana-de-açúcar – CECA (20° 20’ S e 43° 48’ W), da Universidade
Federal de
Viçosa em Ponte Nova – MG. A área, sobre Argissolo Vermelho-
s te es de Tukey e F, de acordo com a
ós-
mergê
oram monitoradas, sendo as médias referentes ao
período experimental apresentadas na Figura 1.
Amarelo eutrófico - PVAe (Tabela 1), foi dividida em duas sub-áreas disposta
paralelamente, nas quais foram plantadas as cultivares SP 801816 e SP 791011
de cana-de-açúcar, em fevereiro de 2003. Cada sub-área compôs um experimento
em esquema fatorial, com delineamento em blocos e três repetições, os quais
receberam os cinco tratamentos apresentados na Tabela 2. Os fatores avaliados
em relação aos resíduos dos herbicidas foram os próprios tratamentos e as
profundidades de coleta do solo (0 - 0,10 e 0,10 - 0,20 m), em quatro períodos,
cujos níveis foram avaliados pelo st
significância da interação, a 5% de probabilidade. As unidades experimentais
foram compostas por parcelas medindo 5,6 x 5,0 m e área útil de 11,2 m
-2
,
utilizando-se 1,4 m entre as linhas de plantio. As pulverizações da mistura
comercial ametryn + trifloxysulfuron-sodium foram realizadas em pré e p
e ncia, na dose de 2,0 kg ha
-1
, aplicando-se o equivalente a 200 L ha
-1
de
calda. A adubação utilizada foi de 500 kg da formulação NPK 8-28-16,
juntamente ao plantio, com adubação suplementar em cobertura em 2004. As
condições climáticas do local f
99
Amostragem e preparo d
0,10 e 0,10 a 0,20 m, em
cada é
da mistura comercial ametryn +
o solo
O solo foi coletado nas profundidades de 0 a
poca amostral, totalizando quatro coletas, correspondentes aos intervalos
de 490 a 670 e 467 a 647 dias após a aplicação dos herbicidas (DAA) em pré e
pós-emergência, respectivamente, em 2003. Em 2004, o intervalo de coleta e
avaliação dos resíduos foi de 18 a 198 e 45 a 165 DAA em pré e pós-emergência,
respectivamente (Tabela 2). A primeira coleta em 10/08/04 foi realizada antes da
aplicação dos herbicidas em pós-emergência do 2º ano.
As amostras de solo foram retiradas da área útil de cada parcela com
cavadeira manual, sendo o mesmo peneirado em malha de 2 mm, secado ao ar à
sombra e, posteriormente, armazenado em sacos plásticos, em freezer sob
temperatura de -18 °C, para a realização das análises posteriormente. Foram
coletadas duas sub-amostras por unidade experimental composta por,
aproximadamente, 2 L de solo cada, as quais foram misturadas e
homogeneizadas para composição de amostra única.
Avaliação dos resíduos por Bioensaio
Utilizou-se o bioensaio como método indireto de quantificação dos
resíduos de ametryn e trifloxysulfuron-sodium no solo. Para isso, em ensaio
preliminar, selecionou-se espécie bioindicadora para o herbicida, adotando-se o
pepino (Cucumis sativus), como espécie adequada aos ensaios. Posteriormente,
utilizando-se dois substratos - areia lavada e o solo em estudo (PVAe), isentos de
herbicidas, determinou-se em casa de vegetação, as curvas de dose-resposta para
os herbicidas. Soluções com as doses crescentes
100
trifloxysulfuron-sodium (Krismat
®
) 0; 1,17; 2,34; 4,70; 9,38; 18,75; 37,5; 75,0;
da planta indicadora -
EWRC
posta referente à redução de
nta indicadora. Os valores obtidos de I
50
150,0 e 300,0 g ha
-1
) foram aplicadas em pré-emergência sobre vasos contendo
120 g dos substratos, após o semeio de quatro sementes de pepino por vaso. O
solo foi mantido próximo à capacidade de campo. Foram utilizadas cinco
repetições para cada dose testada. Após completa emergência, fez-se o desbaste,
permanecendo duas plantas uniformes por vaso. Aos 21 dias após a semeadura,
avaliaram-se a fitotoxicidade (escala visual variando de 0 a 100, onde zero
significa sem fitotoxicidez e 100 representa a morte
, 1964), altura e massa-seca da parte aérea da planta indicadora. Para
interpretação dos resultados, os valores de massa-seca da parte aérea foram
comparados ao tratamento sem herbicida (dose zero), sendo submetidos à análise
estatística, utilizando-se o modelo log-logístico não-linear Ŷ = b + {a-
b/(1+(x/I
50
)}
c
(Seefeldt et al., 1995; Stork & Hannah, 1995) em que “a” e “b
correspondem ao nível máximo e mínimo da curva de dose-resposta; “c” ao
declive da curva em torno do I
50
, e o “I
50
” a dose-res
50% da massa-seca da parte área da pla
em solo e areia foram utilizados para o cálculo da relação adsortiva do herbicida
no solo, expresso pela fórmula RA = [(I
50
solo – I
50
areia)/I
50
areia]*100. Esta
relação percentual foi utilizada para correção dos cálculos de resíduos de
Krismat
®
no solo. Para isso, os valores obtidos de massa-seca da parte aérea da
planta indicadora, em cada coleta de solo, foram comparados aos obtidos para a
curva de dose-resposta em solo PVAe e, aos valores residuais encontrados,
acrescentou-se o percentual da RA calculada anteriormente.
101
Posteriormente, o solo PVAe já amostrado e previamente tratado, foi
submetido ao mesmo procedimento de avaliação utilizado para a confecção da
curva de dose-resposta, entretanto sem a aplicação do herbicida. Para cada
amostra coletada em campo, foram utilizadas quatro repetições de 120 g de solo
cada, nos quais semeou-se a espécie indicadora, cultivada em casa de vegetação.
Os valores obtidos de fitotoxicidade, altura e massa-seca da parte aérea das
plantas foram comparados ao solo coletado na parcela testemunha (sem aplicação
do herbicida) e, posteriormente, para a quantificação dos resíduos desse no solo,
utilizou-se a curva de dose-resposta da massa-seca da espécie indicadora,
previamente determinada (Figura 2). Os resultados da atividade residual dos
herbicidas foram submetidos à ANOVA sendo, quando significativos, realizadas
comparações de médias pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Análise dos resíduos por CLAE
A metodologia inicialmente testada foi baseada na extração líquido-
líquido dos herbicidas com solução extratora composta por metanol:água:ácido
fosfórico 45:50:0,5 (v:v:v), proposta por Vega (2000), para a extração de
triflusulfuron-metil em amostras de água e solo. Variações no tempo, pH e
composição da solução de extração foram realizadas na otimização do método,
com objetivo de aumentar o percentual de recuperação. Entretanto, a técnica
proposta por Vieira et al. (2006), com extração sólido líquido e partição em baixa
temperatura, foi a que apresentou os melhores resultados para a extração
simultânea de ametryn e trifloxysulfuron-sodium em solo. Os parâmetros da
validação, juntamente com algumas características dos herbicidas encontram-se
102
apresentados na Tabela 3. Pela metodologia previamente validada e otimizada,
utilizou-se 10,0 mL da solução extratora 65:20:15 (v:v:v) de acetonitrila, água e
acetato de etila, respectivamente, em 2,0 g de solo peneirado em malha de 2 mm
e seco ao ar, com agitação posterior durante 60 minutos, em mesa horizontal.
Após esse procedimento, os erlenmayers devidamente vedados, contendo solo +
solução extratora, permaneceram em freezer durante 12 horas a -18 °C para a
separação das fases com diferentes polaridades. Posteriormente, a solução
sobrenadante que não sofreu congelamento foi coletada em balão volumétrico de
10,0 mL para aferição do volume. Buscou-se recuperar o máximo dos 10,0 mL
iniciais adicionados da solução extratora, fazendo-se 3 lavagens sucessivas com
acetonitrila e posterior readição no balão volumétrico. Após atingir a temperatura
ambiente, os balões foram completados para 10,0 mL e parte da solução foi
filtrada em filtro Millipore com membrana PTFE 0,45 µm, para posterior análise
cromatográfica. Todos os reagentes utilizados foram grau espectrofotométrico de
uso em cromatógrafo líquido.
Para análise cromatográfica, utilizou-se cromatógrafo líquido de alta
eficiência (CLAE) marca Shimadzu SPD 2A com detector UV, equipado com
coluna Lichrosorb RP-18, 250 x 4 mm e 5 µm de espessura de poro. O volume de
injeção foi de 20 µL e a fase móvel composta por acetonitrila e água, na
respectiva proporção 48:52 (v:v) e 1% de ácido fosfórico concentrado. Para
determinação dos resíduos em cada amostra, compararam-se as áreas obtidas nos
cromatogramas em cada ensaio, com as áreas dos cromatogramas das curvas
103
analíticas de cada herbicida, com a plotagem da área do cromatograma do padrão
analítico vs. concentração. Todas as análises foram realizadas em duplicata.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir das análises realizadas em solo PVAe (Tabela 1), verifica-se
variabilidade principalmente na CTC e teor de MO. Além disso, observa-se que
na sub-área onde foi cultivada a variedade SP 791011, os teores de argila foram
maiores que aqueles apresentados para a sub-área de cultivo da SP 801816, sendo
suficiente para que a classificação textural fosse alterada de Argila para Franco-
Argilo-Arenosa, respectivamente. Devido ao processo dinâmico de interação de
herbicidas no solo, Liu et al. (2002) avaliaram a influência da variabilidade do
solo e a formação do relevo no comportamento de atrazine. Os mesmos
concluíram que, principalmente, o relevo tem ação importantíssima na
mineralização e dissipação do herbicida, devendo ser levado em consideração
nos estudos de persistência
e lixiviação desses compostos. Assim, a
caracte
obtido em solo. A RA calculada entre os I
50
foi de 51,75%, o que significa que
rização e análise distinta entre as sub-áreas foi favorável para posterior
interpretação dos dados obtidos.
Nas avaliações dos resíduos por bioensaio, as curvas de dose-resposta em
solo (PVAe) e areia apresentaram parâmetros distintos, com redução brusca da
massa-seca de C. sativus cultivada em areia em relação ao seu cultivo no solo,
em função da dose da mistura comercial do herbicida (Figura 2). A diferença
pode ser confirmada pelos valores de I
50
de 3,3495, obtido em areia, e de 5,0829,
104
mais de 50% da mistura comercial ametryn + trifloxysulfuron-sodium
adicionados foram adsorvidos pelo solo PVAe, sendo este percentual
considerado nos cálculos de resíduos por bioensaio.
Pela altura das cada coleta de solo
s (P<0,05), principalmente, para os tratamentos
plantas indicadoras, avaliadas em
cultivado com a var. SP 801816 (Tabela 4), verifica-se que os maiores (P<0,05)
valores foram constatados naquelas crescidas em solo isento de herbicida
(tratamento 5), com exceção para a última coleta em 10/02/2005. Observam-se
reduções (P<0,05) na altura das plantas, principalmente para os tratamentos 3 e 4,
nas coletas 1 e 2 respectivamente, aos 0 a 0,10 m de profundidade do solo. Nas
coletas realizadas entre 0,10 e 0,20 m, pouca diferença (P<0,05) pode ser
observada entre os tratamentos, exceto para o tratamento 3 (1ª coleta ) e 4
(2ª coleta), devido principalmente à aplicação recente (2004) de krismat
®
.
Verifica-se ainda, que na última coleta do solo, a altura das plantas em cada
tratamento, foi semelhante (P>0,05), não sendo mais constatada a ação de
ametryn e trifloxysulfuron-sodium sobre a espécie indicadora. Para as avaliações
de massa-seca de C. sativus, semeada no solo cultivado com var. SP 801816
(Tabela 5), observam-se diferença
3 e 4, os quais receberam a mistura ametryn + trifloxysulfuron-sodium em 2003 e
2004, apresentando as maiores reduções de massa-seca nos períodos iniciais de
amostragem do solo. Já, para a última coleta, em 10/02/5, os percentuais de
massa seca em relação à testemunha não diferiram entre tratamentos e
profundidades de coleta do solo, indicando a ausência de resíduos dos herbicidas.
105
Na sub-área cultivada com a var. SP 791011, verifica-se, novamente,
efeito (P<0,05) do herbicida sobre altura (Tabela 6) e massa-seca (Tabela 7) da
planta indicadora, para os tratamentos 3 e 4, com diferenças constatadas para a 1ª
percentual de argila e, principalmente, os teores inferiores de MO do solo
e 2ª coletas, logo após a aplicação dos herbicidas em 2004. Para os tratamentos
que receberam o herbicida somente em 2003 (tratamentos 1 e 2), não se
constatou efeito (P>0,05) de ametryn + trifloxysulfuron-sodium sobre as plantas
indicadoras. Além do efeito dos herbicidas, a oscilação constatada para a altura e
massa-seca entre a 1ª e última coleta do solo é decorrente, principalmente, das
variações de temperatura e radiação ocorridas em cada período de cultivo,
compreendido entre a semeadura e a avaliação, aos 21 dias, das plantas
indicadoras em casa de vegetação.
Observando-se as avaliações realizadas para o solo cultivado com a var.
SP 801816 verificam-se maiores diferenças em relação ao constatado para o solo
cultivado com a var. SP 791011, tanto em altura como em massa-seca das plantas
indicadoras dos tratamentos 3 e 4 em relação à testemunha. Os maiores valores
constatados para altura e massa-seca, juntamente aos menores percentuais de
fitotoxicidade de C. sativus (Figura 3-a) semeada em solo cultivado com a var.
SP 79 1011 em relação a SP 80 1816 (Figura 3-b) pode estar relacionado,
principalmente, às variações de textura e MO do solo. Sabe-se que a argila,
juntamente com a MO, são constituintes do solo responsáveis pela maior
adsorção de diversos herbicidas (Vieira et al., 1999;
Procópio et al., 2001).
Portanto, quanto menor a sua adsorção, maior é seu efeito herbicida. O menor
106
coletado na sub-área com a var. SP 801816 contribuem para a maior
disponibilidade dos herbicidas na solução do solo, sendo sua ação mais
pronunciada sobre a espécie indicadora C. sativus, conforme verificado no
bioensaio. Embora existam inúmeros interferentes nas características de sorção
de herbicidas à matéria orgânica, Cox et al. (1998) ressalta que a interação
herbicida-matéria orgânica é mais estável do que aquela resultante da ligação
com componentes minerais do solo e que, nesses solos, existe, em geral, menor
tendência de lixiviação de herbicidas, representando um menor risco de
contaminação de águas subterrâneas.
As estimativas dos resíduos de krismat
®
(apresentadas nas Figura 4-a e 4-
b), para o solo cultivado nas sub-áreas com as var. SP 791011 e SP 801816,
respectivamente, são representativas dos percentuais de fitotoxicidade
observados na Figura 3. Verifica-se que a maior parte estimada dos resíduos
permaneceu na profundidade de 0 a 0,10 m, com decréscimo dos resíduos de
krismat
®
a partir da primeira para a última coleta do solo.
Para o solo com a var. SP 801816 (Figura 4-b) observa-se que, somente no
tratamento 3, a planta indicadora demonstrou a presença de resíduos na última
coleta, não sendo constatado ação residual dos herbicidas nos demais
tratamentos. Entretanto, na sub-área com a var. SP 791011, embora em menor
quantidade, os resíduos da mistura comercial ametryn + trifloxysulfuron-sodium
foram significativos até a última avaliação, com maior permanência no local.
Essa constatação enfatiza a maior capacidade de adsorção já observada para o
solo cultivado com essa variedade, o que garante menor disponibilidade desses
107
compostos ao ataque microbiano e lixiviação para camadas inferiores do perfil do
solo (Andréa & Luchini, 2002). Na sub-área cultivada com a var. SP 791011
verifica-se, também, que embora não se tenha constatado ação residual dos
herbicidas nos tratamentos 1 e 2, na 1ª coleta de solo, correspondente aos 490 e
467 DAA em pré e pós-emergência, foram encontrados resíduos, em relação a
esses tratamentos, na 3ª e 4ª coletas, correspondente ao período de maior
precipitação na área (>100 mm mensais - Figura 1). A provável explicação para
isso está na capacidade de dessorção de ametryn e trifloxysulfuron-sodium da
fase sólida para a solução do solo, decorrente do aumento dos teores de água, o
que tornaria esses herbicidas disponíveis para absorção e ação sobre a planta
indicadora. Conforme Van Alphen & Stoorvogel (2002), os processos de
lixiviação e contaminação de águas por pesticidas são fortemente influenciados
pela variabilidade do solo, o qual sofre a ação direta das condições climáticas
locais, devendo estas, serem incorporadas nos estudos de comportamento de
herbicidas em campo.
Embora o método de bioensaio tenha sido satisfatório para a avaliação dos
resíduos de krismat no solo, principalmente pela facilidade de execução e baixo
custo, verifica-se que o mesmo não possibilita a distinção na quantificação da
mistura comercial ametryn e trifloxysulfuron-sodium. Isso torna esse método
inadequado para estimar os resíduos de misturas comerciais de herbicidas em
solos, devendo-se utilizar métodos analíticos cromatográficos de separação.
Conforme proposto, a validação do método de análise simultânea de
ametryn e trifloxysulfuron-sodium em solo atendeu os requisitos de análise
108
prescritos para análises em nível de traços. As recuperações foram satisfatórias,
com médias compreendidas no intervalo de 70 a 120% (Tabela 3) e precisão
adequada, expressa pelos coeficientes de variação inferiores a 10%. Os limites
de detecção (LD) obtidos no solo PVAe foram de 0,01 e 0,02 mg kg
-1
para
ametryn e trifloxysulfuron-sodium, respectivamente. Já os limites de
quantificação (LQ), que representam os menores níveis residuais quantificados
com segurança, foram de 0,04 e 0,06 mg kg
-1
para ametryn e trifloxysulfuron-
sodium, respectivamente (Tabela 3). Esses limites (LD e LQ) são semelhantes
aos obtidos por Tavares et al. (2005) e aos descritos em outros trabalhos com
análise por cromatografia líquida.
Observa-se, na Figura 5, que apenas o herbicida ametryn foi quantificado
para as amostras de solo coletadas em ambas sub-áreas cultivadas com as var. SP
791011 (a) e SP 801816 (b); Para o herbicida trifloxysulfuron-sodium, os
resíduos permaneceram, na maioria das análises, abaixo do LQ do método, não
sendo detectado nas demais. Considerando a dose aplicada de 37 g i.a ha
-1
, e
idos
levando-se em consideração o solo na profundidade de 0 a 0,10 m, verifica-se
que a quantidade total disponível por grama de solo já seria inferior ao LQ do
método, confirmando a ausência de quantificação desse composto no mesmo.
Porém, resíduos de ametryn foram quantificados em todo o período
amostral, para os tratamentos 3 e 4 principalmente, com traços residuais para o
tratamento 1, na 1ª coleta (Figura 5). Em concordância com os valores obt
por bioensaio, verifica-se que a maioria desse herbicida permaneceu na camada
de 0 a 0,10 m de profundidade do solo, embora os valores residuais encontrados
109
tenham sido superiores aos estimados por bioensaio. Para as avaliações
realizadas para as amostras entre 0,10 a 0,20 m de coleta do solo, observa-se que,
para ambas sub-áreas de cultivo, foi possível a quantificação de ametryn nessa
profundidade, enfatizando-se os riscos de lixiviação desse herbicida na
contaminação de águas subterrâneas. Em estudo conduzido por Lanchote et al.
(2000) em solos brasileiros, resíduos de ametryn foram encontrados na maioria
das amostras de água coletadas em áreas de cultivo de cana-de-açúcar, embora
tenham permanecido abaixo dos níveis residuais máximos estabelecidos pela
agência internacional de controle ambiental. Em trabalhos realizados por Rand
(2004), também se verificou que o ametryn, juntamente com DDD e DDE foram
no
mpo
os pesticidas detectados com maior freqüência em sedimentos de rios de áreas
agrícolas na Flórida.
Em relação ao tempo de permanência de ametryn, verifica-se a presença
de resíduos até a última data de coleta do solo, correspondente aos 198 e 165
DAA dos tratamentos 3 e 4, o que pode ser considerado como de alta persistência
no ambiente. Segundo Prates et al. (2001), a baixa porcentagem de mineralização
de ametryn, juntamente ao fato deste não ser metabolizado e não formar resíduo
ligado, aumenta a sua permanência no solo, demandando atenção
co rtamento dessa molécula em relação a prováveis problemas ambientais.
Além disso, observar-se que, ao contrário do constatado pelo método do
bioensaio, os maiores teores residuais, determinados pelo método
cromatográfico, se encontram no solo cultivado com a var. SP 791011. Isso pode
ser explicado pelo entendimento dos métodos utilizados. Enquanto a metodologia
110
por bioensaio permite a estimativa indireta dos resíduos dos compostos, a
separação e quantificação por cromatografia avaliam a quantidade real presente
na amostra. Em adição, a solução extratora consegue retirar a maioria do
herbicida adsorvido no solo, de forma que quanto maior a capacidade do solo em
reter o herbicida, menor será sua degradação no meio e, conseqüentemente,
maior a quantidade extraída pela solução utilizada. Por outro lado, Konstantinou
et al. (2001) verificou que a degradação de outras triazinas, como atrazine,
propazine e prometryne foi favorecida pelo incremento da matéria orgânica do
solo, mesmo com maior capacidade de adsorção.
Embora não se tenha constatado relatos na literatura sobre a dinâmica de
trifloxysulfuron-sodium em solos, ressalta-se que devido sua baixa dosagem
utilizada e reduzida toxicidade para mamíferos, seu uso torna-se favorável ao
p.
meio ambiente. Entretanto, sua persistência e uso repetitivo na mesma área
precisam ser mais investigados, para melhor prever seu comportamento em áreas
de intensa atividade agrícola.
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115
Tabela 1 - Principais características físicas e químicas dos solos cultivados com
trifloxysulfuron-sodium.
Características
cana-de-açúcar e utilizados na avaliação dos resíduos de ametryn e
1
uas cultivares de cana-
icadas devido a sua
heterogeneidade local.
Ca, Mg e Al: extrator KCl 1 mol/L, K: Extrator Mehlich I, H + Al: Extrator Acetato de cálcio 0,5
5
– Textura: A - Argila; FAA - Franco-Argilo-Arenosa
6
– ADA: argila dispersa em água
7
– EU: equivalente de umidade do solo.
SOLOS
1
PVAe – CV 791011 PVAe – CV 801816
avaliadas
0 – 0,10 m 0,10 – 0, 20 m 0 – 0,10 m 0,10 – 0, 20 m
H
+
+ Al
+3
1,65 1,65 1,32
cmol
c
-3
pH
2
6,6 6,5 6,6 6,8
1,32
SB
3
4,26 3,84 3,19 3,05
dm
V
72 70 71 70
CTC
4
5,91 5,49 4,51 4,37
MO
(%)
1,58 1,45 1,19 0,79
Areia
43 41 58 61
Silte
18 19 13 11
Fração
– O solo PVAe – Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico foi o mesmo para as d
de-açúcar (SP 791011 e SP 801816), porém as análises foram estratif
Argila
39 40 29 28
Text.
5
A A FAA FAA
ADA
28 30 24 22
7 -1
6
(%)
EU kg kg
0,291 0,295 0,225 0,234
Mineral (%)
2
– pH em água: relação 1:2,5
3
mol/L, a pH 7,0.
4
– Capacidade de troca de cátions estimada ao pH 7,0.
116
Tabela 2 - Tratamentos utilizados no cultivo de cana-de-açúcar (Cv. SP 801816
e SP 791011) para avaliação dos resíduos de ametryn e trifloxysulfuron-
sodium, nas profundidades de 0-10 e 0,10-0,20 m. Viçosa, MG, 2005.
* Volum alda util L ha
-1
2
0/08/04 e 10/02/05.
icação 1° ano* Aplicação 2° ano*
e de c izado 200 .
Apl
Trat
Pré-
emergência
Pós-
eme em
em
Período entre
A)
2
D
rgência
Pré-
ergência
s-
coletas (DA
/
ergência
ata de coleta
am
trifloxy on
-s
-
n +
lfuron
-
am
triflo
yn +
ulfuron
m
-
4 -
ametryn
loxysulf
-sodium
-
ametryn +
trifloxys on
-sodi
45-165 /
10-02-05
+
trif uron
ulfur
um
Te m h
1
etryn +
sulfur
odium
1
- -
490-670 /
10-08-04
2 -
ametry
trifloxysu
-sodium
-
467-647 /
10-10-04
3
etryn +
xysulfuron
-sodium
-
ametr
trifloxys
-sodiu
18-198 /
10-11-04
5 stemunha se erbicida
1
– Mistura comercial Krismat
®
, contendo 1,463 kg de ametryn + 37 g de trifloxysulfuron-sodium.
DAA – Dias após a aplicação dos herbicidas em pré e pós-emergência. Os períodos referem-se às
coletas realizadas entre 1
117
450
Umidade relativa (%)
Precipitação (mm)
Evaporação (mm)
Médias mensais para umidade relativa (%), precipitação pluvial
(mm), evaporação (mm) e temperatura média do ar (°C) observadas na
estação experimental de Ponte Nova – MG, (20° 20’ S e 43° 48’ W)
durante a condução do experimento. Os tratamentos 1, 2 e 3, 4 referem-se,
respectivamente, as aplicações em pré e pós-emergência em 2003 e
2003/2004.
Período de avaliação (mês/ano)
1/03
3/03
5/03
7/03
9/03
11/03
1/04
3/04
5/04
7/04
9/04
11/04
1/05
3/05
Precipitação (mm) e UR (%)
0
50
100
150
200
250
300
35
400
p m)
25
Temperatura média (°C)
0
Tem eratur (°C) Evap ra o (m
5
15
20
coleta
at 4
Trat 1 e 3
a e o çã
10
a
coleta
2ª colet
1ª coleta
Trat 3
Trat 2 e 4
Tr
Figura 1 –
118
Dose ln (µg kg
-1
krismat
®
no solo)
02468
Massa seca parte aérea
(% em relação a testemunha)
0
20
40
60
80
100
120
A
reia ---
)3495,3/(1
2170,2
10
9
10
9
)*8802,17402,97(
*8802,1
ˆ
x+
+=Υ
Solo
___
)0829,5/(1
0239,5
10
7
10
7
)*2987,19483,89(
*2987,1
ˆ
x+
+=Υ
I
50
areia
I
50
solo
Figura 2 – Estimativas das Curvas de dose-resposta para massa-seca da parte
aérea de Cucumis sativus, avaliada aos 21 dias após aplicação dos herbicidas,
tr
(
_
em função de doses (x) crescentes da mistura comercial ametryn +
ifloxysulfuron-sodium aplicadas em Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico
____
) e em areia (– – –).
119
abela 3 – Principais pro dos herbicidas ametryn e trifloxysulfuron-
sodium, juntamente com os parâmetros obtidos na validação do método de
extração simultânea em solo, por partição em baixa temperatura.
ios obtidos a partir das médias de cada nível de fortificação (1, 3 e
10 vezes o LQ);
5
– Curvas utilizadas nos cálculos de resíduos no solo, onde X representa a concentração do composto
em µg mL
-1
.
PRINCIPAIS PROPRIEDADES DOS COMPOSTOS AVALIADOS
T priedades
Herbicidas
1
Propriedades
Ametryn
Trifloxysulfuron-
sodium
1
– Fonte: Rodrigues & Almeida, 2005;
2
Obtidos a 20 °C;
3
– Percentuais médios obtidos entre as médias dos níveis de fortificação, correspondentes a 1, 3 e 10
vezes o Limite de Quantificação (LQ). As médias dentro de cada nível de fortificação foram
calculadas a partir de sete repetições;
4
– Coeficientes de variação méd
Peso molecular
227,35 459,34
pKa
2
4,1 4,76
Log K
ow
2,63 1,40
Solubilidade em água (mg L
-1
)
200 (22 °C) 352 (25 °C)
VALIDAÇÃO DO MÉTODO DE EXTRAÇÃO
Parâmetros avaliados Ametryn
Trifloxysulfuron-
sodium
Limite de Deteção (mg L
-1
)
0,01 0,02
Limite de Quantificação (mg L
-1
)
0,04 0,06
Percentual Recuperação
3
83,31 94,72
Coeficiente de Variação (%)
4
8,44 1,40
Curva analítica
5
Ŷ=116972 X + 8215,80 Ŷ=43066 X + 2066,30
Coeficiente de determinação (r
2
)
0,9999 0,9994
120
Tabela 4 – Estimativas das médias das alturas (cm) das plantas indicadoras de
Cucumis sativus, em Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico cultivado com
cana-de-açúcar (SP 801816), coletado nas profundidades de 0 a 0,10 e 0,10 a
0,20 m
herbicidas ametryn e trifloxysulfuron-sodium.
M
si
1
rem-se, respectivamente, as aplicações em pré e pós-
em
2
4ª coletas, referem-se respectivamente às datas 10/08, 10/10, 10/11/2004 e
10
ALTURA (cm)
, em diferentes períodos, após a aplicação da mistura comercial dos
(m)
1 2 3 4 5
0 – 0,10
6,00 aBC 7,61 aAB 5,88 a A 3,06 aC B 9,86 a
5,47 aA 6,01 aA 3,58 aA 4,33 a
2ª Colet
15,6
0,10 – 0,20
13,08 a BA 14,08 aA 12,08 aAB 8,29 aB 5 aAB
eta
13,4
3ª Col
0 – 0,10
8,79 aAB 6,29 aAB B 7,17 aAB 7 aA 4,92 a 10,6
0,10 – 0,20
6,31 bA 4,79 bA A 4,71 bA 2 bA 4,08 a 6,9
4ª Coleta
0 – 0,10
5,54 aA 6,17 aA 6,05 aA aA 6,46 aA 5,71
Tratamentos
1
Profundidade
1ª Coleta
2
0,10 – 0,20
A 5,86 bA
a
0 – 0,10
11,96 aAB 13,45 aA 7,21 bB 6,81 aB 2 aA
édias seguidas pela mesma letra minúscula (coluna) ou maiúscula (linha), não diferem entre
, pelos testes F e de Tukey (P>0,05), respectivamente, para cada coleta.
Os tratamentos 1, 2 e 3, 4 refe
0,10 – 0,20
5,62 aA 5,62 aA 5,54 aA 5,33 aA 4,53 aA
ergência em 2003 e 2003/2004, além do tratamento 5 (testemunha) sem herbicida.
s 1ª, 2ª, 3ª e A
/02/05 de amostragem do solo.
121
Ta
m diferentes períodos, após a
aplicação da mistura comercial dos herbicidas ametryn e trifloxysulfuron-
m entre
ferem-se, respectivamente, as aplicações em pré e pós-
emergência em 2003 e 2003/2004. O tratamento 5 testemunha (não apresentado) foi
considerado como 100% de massa-seca.
2
As 1ª, 2ª, 3ª e 4ª coletas, referem-se respectivamente às datas 10/08, 10/10, 10/11/2004 e
10/02/05 de amostragem do solo.
MASSA-SECA (%)
bela 5 – Estimativas das médias de massa-seca (% em relação à testemunha)
das plantas indicadoras de Cucumis sativus, em Argissolo Vermelho-Amarelo
eutrófico cultivado com cana-de-açúcar (SP 801816), coletado nas
profundidades de 0 a 0,10 e 0,10 a 0,20 m, e
sodium.
1 2 4
0 – 0,10
71,76 aA 0 b 7,9 7583,7 A 4 7 bB ,58 aA
aA 7
2ª Coleta
0 – 0,10
87,20 aA 2 ,5888,7 aA 56 bB 58,17 aB
A 87
3ª Coleta
0 – 0,10
94,94 aA 7 a 3,8 7097,2 A 6 8 aB ,13 aAB
A 8
4ª Coleta
0 – 0,10
94,76 aA 4 a 8,9 9698,4 A 9 8 aA ,59 aA
Tratamentos
1
Profundidade
(m)
1ª Coleta
2
3
0,10 – 0,20
84,49 aB 116,73 1,80 aB 90,46 aAB
0,10 – 0,20
94,39 aA 90,33 a ,41 aAB 73,91 aB
0,10 – 0,20
91,02 aA 90,58 a 2,75 aA 81,32 aA
0,10 – 0,20
114,77 aA 105,08 aA 114,19 aA 96,49 aA
Médias seguidas pela mesma letra minúscula (coluna) ou maiúscula (linha), não difere
si, pelos testes F e Tukey (P>0,05), respectivamente, para cada coleta.
1
Os tratamentos 1, 2 e 3, 4 re
122
Médias seguidas pela mesm scula mai ), não tre
, pelos testes F e de Tukey (P>0,05), respectivamente, para cada coleta.
em
2
10
ALTURA (cm)
Tabela 6 – Estimativas das médias das alturas (cm) das plantas indicadoras de
Cucumis sativus, em Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico cultivado com
cana-de-açúcar (SP 791011), coletado nas profundidades de 0 a 0,10 e 0,10 a
0,20 m, em diferentes períodos, após a aplicação da mistura comercial dos
herbicidas ametryn e trifloxysulfuron-sodium.
a letra minú (coluna) ou úscula (linha diferem en
Tratamentos
1
(m)
1ª Coleta
2
6,
8 aA 6 B 5,2 6,93 aA 5,78 bAB
2ª C
,67 aBC
0 bA 1 A 11,0 11,96 13,06 aA
3ª C a
7,37 aA
5 aA 4 A 4,2 5,08 a 6,12 aA
4ª C
6,18 aA
4 aA 5 A 4,6 4,33 b 5,15 aA
Profundidade
1 2 3 4 5
0 – 0,10
7,46 aA 9,40 bA 3,92 aB 92 aA 8,54 aA
0,10 – 0,20
8,2 ,68 aA 2 aB B
oleta
0 – 0,10
16,33 aA 17,74 aA 9 8,18 bC 12,50 aB
0,10 – 0,20
12,6 3,01 b 0 aA aA
olet
0 – 0,10
8,69 aA 6,21 aA 6,58 aA 9,37 aA
0,10 – 0,20
6,4 ,82 a 1 aA A
oleta
0 – 0,10
5,08 aA 6,60 aA 5,71 aA 6,25 aA
0,10 – 0,20
4,0 ,09 b 7 bA A
si
1
Os tratamentos 1, 2 e 3, 4 referem-se, respectivamente, as aplicações em pré e pós-emergência
2003 e 2003/2004, além do tratamento 5 testemunha sem herbicida.
As 1ª, 2ª, 3ª e 4ª coletas, referem-se respectivamente às datas 10/08, 10/10, 10/11/2004 e
/02/05 de amostragem do solo.
123
Tabela 7 – Estimativas das médias de massa-seca (% em relação à testemunha)
das plantas indicadoras de Cucumis sativus, em Argissolo Vermelho-Amarelo
s
ações em pré e pós-
.
eutrófico cultivado com cana-de-açúcar (SP 791011), coletado nas
profundidades de 0 a 0,10 e 0,10 a 0,20 m, em diferentes períodos, após a
aplicação da mistura comercial dos herbicidas ametryn e trifloxysulfuron-
MASSA-SECA (%)
Tratamentos
1
Profundidade
odium.
dias seguidas esma let núscula (c a) ou maiú (linha), n ferem ent
1ª Coleta
2
aA 55,36 bB
135,10 aA
2ª Coleta
0 – 0,10
124,14 aA
9 a 73,129,2 A 01 aB 71,85 bB
bA 93,72 aA
3ª Coleta
0 – 0,10
117,16 aA 9 a 16 799,4 A 1 ,90 aA 9,64 aA
A 89,21 aA
4ª Coleta
0 – 0,10
99,59 aA 15 a 100, 896, A 73 aA 9,40 aA
101,41 94, A 8 7 bA 0,80 aA
(m)
1 2 3 4
0 – 0,10
108,19 bA 112,06 110,79 bA
0,10 – 0,20
157,90 aA 111,61 aA 106,76 aA
0,10 – 0,20
105,23 aA 106,79 94,49 aA
0,10 – 0,20
104,97 aA 93,14 a 107,74 aA
0,10 – 0,20
aA 99 a 2,7 9
pela m ra mi olun scula ão di re
si, pelos testes F e de Tukey (P>0,05), respectivamente, para cada coleta.
1
Os tratamentos 1, 2 e 3, 4 referem-se, respectivamente, as aplic
emergência em 2003 e 2003/2004. O tratamento 5 testemunha (não apresentado) foi
o 100% de massa-seca. considerado com
2
As 1ª, 2ª, 3ª e 4ª coletas, referem-se respectivamente às datas 10/08, 10/10, 10/11/2004 e
10/02/05 de amostragem do solo
124
0
50
60
70
T1 (0-0,10
T2 (0-0,10
T3 (0-0,10
T4 (0-0,10 m)
T1 (0,10-0,20
T2 (0,10-0,2
T3 (0,10-0,2
T4 (0,10-0
Col
1234
% Fitotoxidez
0
10
20
30
40
50
60
7
Coletas
234
0
0
m)
m)
m)
m)
0 m)
0 m)
,20 m)
a) b)
Figu mativ entu tas d is
sativus em Argiss lho-A o co e-
açú 79101 80181 do na ade 0
e 0,10 a 0,20 m entes , após ção a
comercial dos herbicidas ametryn e trifloxysulfuron-sodium (Krismat
®
).
Figura 4 – Estimativas dos resíduos da mistura comercial dos herbicidas ametryn
e trifloxysulfuron-sodium (krismat
®
) estimados nas profundidades de 0 a 0,10
e 0,10 a 0,20 m, em Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico cultivado com
cana-de-açúcar a) SP 791011 e b) SP 801816), em função da curva de dose-
resposta da massa-seca das plantas indicadoras de Cucumis sativus.
entu tas d is
sativus em Argiss lho-A o co e-
açú 79101 80181 do na ade 0
e 0,10 a 0,20 m entes , após ção a
comercial dos herbicidas ametryn e trifloxysulfuron-sodium (Krismat
®
).
Figura 4 – Estimativas dos resíduos da mistura comercial dos herbicidas ametryn
e trifloxysulfuron-sodium (krismat
®
) estimados nas profundidades de 0 a 0,10
e 0,10 a 0,20 m, em Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico cultivado com
cana-de-açúcar a) SP 791011 e b) SP 801816), em função da curva de dose-
resposta da massa-seca das plantas indicadoras de Cucumis sativus.
ra 3 Esti
, ,
as do perc perc al de inal de intoxicação
utrófic
toxicação
utrófic
das plan das plan e Cucume Cucum
olo Vermeolo Verme marelo emarelo e o cultivad
s d
o cultivad
s d
m cana-dm cana-d
car a) SPcar a) SP 1 e b) SP
, em difer
1 e b) SP
, em difer
6), coleta
períodos
6), coleta
períodos
profundi
a aplica
profundi
a aplica
s de 0 a 0,1
da mistur
s de 0 a 0,1
da mistur
etas
1
10
2
30
40
Coletas
1234
Resíduos Krismat (
µ
g kg
-1
de so
0,000
0,050
0,100
0,150
0,200
0,250
T1 (0-0,10 m)
m)
m)
T4 (0-0,10 m)
T1 (0,10-0,20 m)
T2 (0,10-0,20 m)
T3 (0,10-0,20 m)
T4 (0,10-0,20 m)
Coletas
1234
Resíduos Krismat (mg kg
-1
de solo)
0,000
0,050
0,100
0,150
0,200
0,2
a)
b)
50
lo)
T2 (0-0,10
T3 (0-0,10
125
igura 5 – Estimativas dos resíduos do herbicida ametryn determinados por
AGRADECIMENTOS
Aos prof°
s
Antonio Augusto Neves, do Laboratório de Análises Químicas
e Água – LAQUA, Antônio Jacinto Demuner e Luiz Cláudio de A. Barbosa do
aboratório de Síntese de Agroquímicos - LASA, pertencentes ao Departamento
e Química Analítica da Universidade Federal de Viçosa.
Coletas
1234
Resíduos ametryn (mg kg
-1
de solo)
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
T1 (0-0,10 m)
T2 (0-0,10 m)
T3 (0-0,10 m)
T4 (0-0,10 m)
T1 (0,10-0,20 m)
T2 (0,10-0,20 m)
T3 (0,10-0,20 m)
T4 (0,10-0,20 m)
Coletas
1234
Resíduos ametryn (mg kg
-1
de solo)
0,00
5
,10
,15
,20
,25
,30
,35
,40
a)
b)
0
0
0
0
0
0
0
0,0
F
cromatografia líquida, nas profundidades de 0 a 0,10 e 0,10 a 0,20 m, em
Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico cultivado com cana-de-açúcar a) SP
791011 e b) SP 801816).
d
L
d
126
pós tundus, é mais eficiente em relação às aplicações
em pré-emergência da pla sível a redução da dose
- Ametryn e trifloxysulfuron-sodium apresentam capacidade e
mecanismos de dessorção distintos para os solos estudados.
- A maior adsorção de ametryn correlaciona-se, positivamente, com os
teores de matéria orgânica e argila dos solos.
- A adsorção de trifloxysulfuron-sodium apresenta baixa correlação com
as propriedades dos solos, sendo suposto sua adsorção aos óxidos e hidróxidos de
Fe e Al presentes.
- O baixo índice de Histerese para ametryn evidencia alta capacidade de
dessorção desse herbicida em relação ao trifloxysulfuron-sodium.
7. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
- A mistura comercial ametryn + trifloxysulfuron-sodium, aplicada em
-emergência de Cyperus ro
nta daninha, sendo pos
comercial recomendada.
- As aplicações em pré-emergência de ametryn + trifloxysulfuron-sodium
possibilitam maior redução no banco de tubérculos, embora seja necessário o uso
de doses mais elevadas.
127
- Uma vez adsorvido, dificilmente trifloxysulfuron-sodium retorna a
solução do solo, representando elevados índices de Histerese nos solos
studados.
- Não foram detectados resíduos de trifloxysulfuron-sodium por HPLC,
esmo após dezoito dias da sua aplicação, embora os mesmos tenham sido
etectados pelo método biológico.
- A eutrófico,
de intenso cultivo de cana-de-açúcar e em solos
e
m
d
persistência de ametryn, em Argissolo Vermelho-Amarelo
cultivado com cana-de-açúcar, foi superior a 180 dias após sua aplicação.
- Muita atenção deve ser dada ao uso do herbicida ametryn, o qual
demonstra elevada capacidade de contaminação de águas subterrâneas,
principalmente em áreas
arenosos com baixos teores de matéria orgânica.
128
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