Download PDF
ads:
Dissertação de Mestrado
BRUNA DE PAULA FONSECA E FONSECA
PAPEL DO FATOR DE TRANSCRIÇÃO NFAT1
NA REGULAÇÃO DA RESPOSTA ALÉRGICA
ASMÁTICA
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Centro de Ciências da Saúde
Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
II
PAPEL DO FATOR DE TRANSCRIÇÃO NFAT1 NA
REGULAÇÃO DA RESPOSTA ALÉRGICA ASMÁTICA
BRUNA DE PAULA FONSECA E FONSECA
Dissertação de mestrado
apresentada ao Programa de
Pós-graduação em Ciências
Biológicas (Biofísica), Instituto
de Biofísica Carlos Chagas
Filho da Universidade Federal
do Rio de Janeiro, como parte
dos requisitos necessários à
obtenção do título de Mestre
em Ciências Biológicas
(Biofísica).
Orientador: Dr. João Paulo de Biaso Viola
Rio de Janeiro
Agosto
2006
ads:
III
FONSECA, Bruna de Paula Fonseca e
Papel do fator de transcrição NFAT1 na
regulação da resposta alérgica asmática / Bruna
de Paula Fonseca e Fonseca. - Rio de Janeiro:
UFRJ/ IBCCF, 2006.
xiv, 116f.: il.; 1,5cm.
Orientador: João Paulo de Biaso Viola.
Dissertação (mestrado) – UFRJ/ IBCCF/
Programa de Pós-graduação em Ciências
Biológicas, 2006.
Referências Bibliográficas: f. 70-86.
1. Alergia 2. Asma 3. Resposta Imune 4.
Broncoconstrição 5. NFAT. I. Viola, João Paulo de
Biaso. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho. III.
Papel do fator de transcrição NFAT1 na regulação
da resposta alérgica asmática.
IV
Este trabalho foi realizado na Divisão de Biologia
Celular da Coordenação de Pesquisa (CPQ) no
Instituto Nacional de Câncer (INCA), sob
orientação do Dr. João Paulo de Biaso Viola. Este
projeto foi financiado pelo CNPq, INCA/FAF e
Furnas Centrais Elétricas S.A.
V
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Dr. João Viola, por ter acreditado no meu trabalho, por ter
me ensinado o que realmente é ciência e por passar pra mim um pouco da
paixão que você tem por ela. Obrigada pela paciência e placidez de sempre
que eu um dia ainda aprendo a ter!
Ao Dr. Marco Aurélio Martins, pelas grandes idéias tão importantes nas
discussões sobre o trabalho, pelo apoio e estímulo durante o tempo em que
estive em seu laboratório.
Aos meus pais, Kátia e Marcus, por simplesmente serem quem vocês são:
meus exemplos de vida. Obrigada por ajudarem nos meus caminhos, nas
minhas escolhas, pelos risos e choros juntos, pelo amor e apoio incondicional.
Ao meu irmão Diego, pelo grande amigo que você é, pelo amor e carinho de
sempre. Eu não poderia querer alguém melhor pra dividir meus pensamentos,
minhas aflições, minha vida. Essa tese é também um pouco sua, pra variar os
créditos das figuras são todos seus!!!
Às minhas irmãs Monique e Michele, por serem as melhores amigas que uma
irmã pode querer! Que bom que a vida nos trouxe mais pra perto uma da outra,
obrigada por estarem sempre torcendo por mim!
Aos meus avós, Affonso e Geisa, por serem mais que avós, por serem meus
amigos! Obrigada pelos conselhos, pela ajuda de sempre, pelo carinho e pelo
colo de Vô e Vó que eu tanto amo!
Ao André, meu gordinho, pelo amor, carinho, incentivo, paciência e por me
mostrar um jeito diferente de viver a vida. Você é mesmo tudo que eu sempre
quis...
Aos meus amigos de bancada que fazem o trabalho e a vida ficar no mínimo
mais divertida! Bianca, que nos últimos tempos acabou virando minha
VI
conselheira oficial, obrigada por estar sempre pronta pra me ajudar em
qualquer circunstância! Margot, obrigada pela ajuda nos tempos difíceis e pela
ótima companhia nas nossas noitadas!! Bruno, que se tornou um grande
amigo, obrigada pelas conversas profundas sobre ciência ou sobre a vida e
pela encheção de saco, claro!! Giu, figurinha rara, obrigada pelos papos e por
essa alegria que você me passa a cada dia! Queridos, vocês moram no meu
coração!!
A todo o pessoal do laboratório: Lílian, Nina, André, Natália, Maria Theresa e
Cristiane. Obrigada pela ajuda na bancada e na vida!
À Erika, Priscilla e todo pessoal do laboratório de Inflamação, na Fiocruz.
Meninas, obrigada pela grande ajuda nos experimentos finais da tese!!
À Amanda, Teresa e Michele, minhas grandes amigas. Longe ou perto, sempre
arranjamos um jeito de estarmos juntas! Obrigada pela ajuda e pelos
conselhos, essa tese, assim como eu, não seria a mesma sem vocês!
Às amigas de sempre, Verônica, Maria Clara e Elisa, nossa amizade é o maior
presente que eu tenho! Obrigada pelo apoio, pela cumplicidade, vocês são
minhas eternas amiguetes!
Aos amigos da geração de ouro da Biologia, Bruno, Patrícia, Maurício Mala,
Paulinha e Layla. Obrigada por dividir as alegrias, tristezas, pela torcida pelo
sucesso de cada um de nós, pelo que eu aprendi e aprendo com vocês, a
Biologia me deu muitos mais que simples amigos...
À minha Dinda, Cintia, que é mesmo uma fada-madrinha! Obrigada pelo apoio,
pela ajuda (mesmo quando eu reluto em aceitar) pelo amor e incentivo que
você me dá, de perto ou de longe.
Aos meus tios dindos Alexandre e Gláucia, pelo carinho de sempre, por
tornarem nossa família tão especial. Obrigada por estarem sempre por perto,
torcendo por mim.
VII
A minha prima Michele, que é a minha melhor amiga por telepatia. Obrigada
por ser minha irmãzinha, pelos papos e conselhos mesmo a alguns quilômetros
de distância, minhas saudades são eternas.
Aos meus priminhos (sempre pequenos!!!), Natasha, Lara, Pedro e Júlia pela
amizade e amor que vocês me transmitem de perto ou de longe.
VIII
RESUMO
PAPEL DO FATOR DE TRANSCRIÇÃO NFAT1 NA REGULAÇÃO DA
RESPOSTA ALÉRGICA ASMÁTICA
Bruna de Paula Fonseca e Fonseca
Orientador: João Paulo de Biaso Viola
Resumo da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de pós
graduação em Ciências Biológicas (Biofísica), Instituto de Biofísica Carlos
Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, como parte
dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ciências
Biológicas (Biofísica).
Apesar da hiper-reatividade brônquica ser uma característica marcante da
asma, os mecanismos moleculares que a determinam ainda não estão
completamente estabelecidos. Os principais receptores envolvidos no processo
de broncoconstrição são os receptores muscarínicos. Esses receptores são
ativados por acetilcolina e geram um influxo de Ca
2+
intracelular que ativa os
fatores de transcrição da família NFAT. Animais deficientes para NFAT1
(NFAT1-/-) diferenciam-se preferencialmente para um fenótipo Th2 e
apresentam uma resposta alérgica pleural exacerbada quando comparados
aos animais NFAT1+/+. Para estudar o papel do NFAT1 na patologia da asma
alérgica e sua influência na hiper-reatividade brônquica, submetemos
camundongos NFAT1+/+ e NFAT1-/- a um modelo experimental de asma.
Nestas condições, os camundongos NFAT1-/- apresentaram resposta
inflamatória eosinofílica exacerbada, altos níveis de IgE sérica, níveis
aumentados de eotaxina, intenso infiltrado inflamatório e maior deposição de
fibras colágenas no tecido pulmonar quando comparados com os animais
NFAT1+/+. Apesar disso, a provocação alergênica nos camundongos NFAT1-/-
, ao contrário do observado nos camundongos selvagens, não produziu hiper-
reatividade, já que os camundongos NFAT1-/- foram claramente refratários ao
broncoespasmo induzido pelo aerosol de metacolina. Experimentos com
camundongos “naive” demonstraram que essa inibição ocorre de maneira
intrínseca e independente do processo de sensibilização. Além disso, essa
inibição é específica para a via colinérgica, já que camundongos NFAT1-/-
expostos a serotonina apresentaram taxas de hiper-reatividade claramente
maiores comparadas às dos camundongos NFAT1+/+. Esses resultados, em
conjunto, mostram que o NFAT1 é extremamente importante na regulação da
resposta alérgica asmática e essencial para a broncoconstrição induzida
especificamente pela via colinérgica.
Palavras-chave: 1. Alergia 2. Asma 3. Resposta Imune 4. Broncoconstrição 5.
NFAT
Rio de Janeiro
Agosto, 2006
IX
ABSTRACT
ROLE OF NFAT1 TRANSCRIPTION FACTOR IN THE REGULATION OF
ASTHMATIC ALLERGIC RESPONSES.
Bruna de Paula Fonseca e Fonseca
Orientador: João Paulo de Biaso Viola
Abstract da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de pós
graduação em Ciências Biológicas (Biofísica), Instituto de Biofísica Carlos
Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, como parte
dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ciências
Biológicas (Biofísica).
Despite being a marked feature of asthma, the molecular mechanisms that
determine bronchial hyperreactivity are not completely established. The main
receptors involved in the bronchoconstriction process are the muscarinic
receptors. These receptors are activated by acetylcholine and generate a
calcium influx that activates the NFAT family of transcription factors. NFAT1-
deficient mice (NFAT1-/-) preferentially differentiate towards a Th2 phenotype
and present an increased pleural allergic response when compared with
NFAT1+/+ mice. In order to study the role of NFAT1 in the pathology of allergic
asthma and its influence in bronchial hyperrreactivity, we took advantage of an
experimental model of asthma. Under these conditions, NFAT1-/- mice
presented an exacerbated inflammatory eosinophilic response, high levels of
serum IgE, high levels of eotaxin, intense inflammatory infiltrate and increased
deposition of collagen fibers in the lung tissue when compared to NFAT1+/+
mice. Despite all that, allergenic provocation in NFAT1-/- mice, in opposition to
that observed in wild-type mice, did not produce hyperreactivity, once NFAT1-/-
mice were clearly refractory to the bronchospasm induced by methacholine
aerosol. Experiments with naïve mice demonstrated that this inhibition occurs in
an intrinsic way that is independent of the sensitization process. Besides, this
inhibition seems to be specific for the cholinergic pathway, once NFAT1-/- mice
exposed to serotonin presented markedly increased hyperreactivity rates when
compared to NFAT1+/+ mice. These results altogether show that NFAT1 is
extremely important to the regulation of the asthmatic response and essential to
the bronchoconstriction specifically induced by the cholinergic pathway.
Key-words: 1. Allergy 2. Asthma 3. Immune Response 4. Bronchoconstriction 5.
NFAT
Rio de Janeiro
August, 2006
X
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS............................................................................
XIII
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................
1
1.1 Alergia.................................................................................................... 1
1.2 Asma...................................................................................................... 3
1.2.1 Bases genéticas e ambientais da asma.............................................. 3
1.2.2 Bases imunológicas da asma.............................................................. 5
1.2.3 Fase imediata e fase tardia da resposta alérgica asmática................ 8
1.3 Fisiopatologia da asma.......................................................................... 10
1.4 Mediadores da resposta asmática......................................................... 13
1.4.1 Citocinas.............................................................................................. 13
1.4.2 Quimiocinas......................................................................................... 15
1.4.3 Acetilcolina.......................................................................................... 16
1.4.3.1 Sinalização pelos mAChRs.............................................................. 18
1.4.3.2 Receptores muscarínicos no pulmão............................................... 19
1.4.3.3 Acetilcolina na asma........................................................................ 21
1.4.4 Serotonina........................................................................................... 21
1.4.4.1 Serotonina na asma......................................................................... 22
1.5 Família NFAT......................................................................................... 23
1.5.1 Fenótipo dos camundongos deficientes para NFAT........................... 26
1.5.2 NFAT1 na resposta alérgica/asmática................................................ 27
1.6 Objetivos...................................................................................................
29
1.6.1 Geral.................................................................................................... 29
1.6.2 Específicos.......................................................................................... 29
XI
2. MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................
30
2.1 Animais utilizados................................................................................... 30
2.2 Pleurisia.................................................................................................. 30
2.3 Cultura de células................................................................................... 30
2.4 Modelo experimental de asma............................................................... 31
2.5 Lavado Broncoalveolar (BAL)................................................................ 31
2.6 Contagem diferencial de células............................................................ 31
2.7 Análise de imunoglobulinas.................................................................... 32
2.8 Estimulação in vitro................................................................................ 32
2.9 Análise de citocinas e quimiocinas......................................................... 32
2.10 Histopatologia....................................................................................... 33
2.11 Análise da (hiper-) reatividade brônquica............................................. 33
2.12 RT-PCR................................................................................................ 33
2.13 Análise estatística................................................................................ 34
2.14 Soluções e reagentes utilizados........................................................... 35
2.14.1 PBS 1X…………………………………………………………………… 35
2.14.2 Ovalbumina....................................................................................... 35
2.14.3 Solução de Turk................................................................................ 35
2.14.4 DMEM suplementado........................................................................ 35
2.14.5 Hidróxido de alumínio........................................................................ 36
2.14.6 Tampão de homogeneização............................................................ 36
3. RESULTADOS.............................................................................................
37
4. DISCUSSÃO................................................................................................
57
5. CONCLUSÕES............................................................................................
69
XII
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................
70
7. ANEXOS.......................................................................................................
87
7.1 Anexo I…................................................................................................
TEIXEIRA, L.K., FONSECA, B.P.F., VIEIRA DE ABREU, A., BARBOZA,
B.A., ROBBS, B.K., BOZZA, P.T., VIOLA, J.P.B. IFN-γ production by CD8
T cells depends on NFAT1 transcription factor and regulates Th
differentiation. J Immunol. 175:5931-5939. 2005.
87
7.2 Anexo II..................................................................................................
TEIXEIRA L.K., FONSECA, B.P.F., BARBOZA B.A., VIOLA, J.P.B. The
role of interferon-γ on immune and allergic responses. Mem Inst Oswaldo
Cruz 100: 137-144. 2005.
97
7.3 Anexo III.................................................................................................
VIOLA J.P.B., CARVALHO L.D.S., FONSECA, B.P.F., TEIXEIRA L.K.
NFAT transcription factors: from cell cycle to tumor development. Braz J
Med Biol Research 38: 335-344. 2005.
106
XIII
LISTA DE ABREVIATURAS
ACh - Acetilcolina
ADAM - Domínio de Disintegrina A e Metaloproteinase (A Disintegrin And
Metalloproteinase Domain)
APC - Células Apresentadoras de Antígeno (Antigen Presenting Cells)
BCG - Bacilo de Calmette-Guérin
BCR - Receptor de Células B (B Cell Receptor)
C5 - Fator 5 do sistema Complemento (Complement factor 5)
CD - Complexo de Diferenciação (Cluster of Differentiation)
CFA - Adjuvante Completo de Freund (Complete Freund´s Adjuvant)
CRAC - Canais Ativados por Liberação de Cálcio (Calcium Release Activated
Channels)
CsA - Ciclosporina A
DAG - sn-1,2-diacilglicerol
DPP - Dipeptidil Peptidase (Dipeptidyl Peptidase)
EPO - Peroxidase de Eosinófilos (Eosinophil Peroxidase)
FcR - Receptor de Fc
GM-CSF - Fator de Estimulação de Colônias de Granulócitos e Macrófagos
(Granulocyte/Macrophage Colony-Stimulating Factor)
IFN - Interferon
IgE - Imunoglobulina E
IL - Interleucina
IL-4R - Receptor de IL-4
InsP
3
- inositol 1,4,5-trisfosfato
LT - Leucotrieno
mAChR - Receptor Muscarínico de Acetilcolina
MAP - Proteína Ativada por Mitógenos (Mitogen-Activated Protein)
MAPK - Quinase da Proteína Ativada por Mitógenos (Mitogen-Activated Protein
Kinase)
MBP - Proteína Básica Principal (Major Basic Protein)
MCP - Proteína Quimioatrativa de Macrófagos (Macrophage Chemoattractant
Protein)
XIV
MHC - Complexo Principal de Histocompatibilidade (Major Histocompatibility
Complex)
MIP - Proteína Inflamatória de Macrófagos (Macrophage Inflammatory Protein)
MUC - Mucina
nAChR - Receptor Nicotínico de Acetilcolina
NFAT - Fator Nuclear de Células T Ativadas (Nuclear Factor of Activated T
cells)
NK - Natural Killer
OVA - Ovalbumina
PAF - Fator Ativador de Plaquetas (Platelet-Activating Factor)
PKA - Proteína Quinase A
PKC - Proteína Quinase C
PLC - Fosfolipase C
PtdIns(4,5)P
2
- Fosfatidilinositol 4,5-bifosfato
RANTES - proteína Regulada durante a Ativação, Normalmente Expressa e
Secretada por células T (Regulated on Activation, Normal T cell-Expressed,
and
Secreted protein).
RE - Retículo Endoplasmático
TCR - Receptor de Células T (T Cell Receptor)
TIM1 - Homólogo de Timeless, Drosophila
Th - Células T helper
TGF - Fator de Crescimento Tumoral (Tumor Growth Factor)
TNF - Fator de Necrose Tumoral (Tumor Necrosis Factor)
VLA - Proteína de ativação tardia (Very Late Activation Protein)
VCAM - Molécula de Adesão de Células Vasculares (Vascular Cell Adhesion
Molecule)
1
1. INTRODUÇÃO
1.1 Alergia
A palavra “alergia” foi originalmente utilizada por Von Pirquet (1906) para
descrever “a habilidade de animais e humanos de desenvolverem respostas alteradas à
substâncias estranhas após repetidas exposições”. Von Pirquet era pediatra e
acreditava que essa reação alterada se manifestava através de mudanças do sistema
imune do próprio paciente, potencializadas por influências externas tais como:
alimentação, o ar respirado ou contato direto com a pele. Nascia aí o termo “alergeno”
(substância responsável pela reação alterada). Alguns anos mais tarde, Prausnitz e
Küstner (1921) demonstraram que a reatividade cutânea poderia ser passivamente
transmitida para a pele de indivíduos saudáveis, através de injeções subcutâneas do
soro de indivíduos alérgicos. A natureza do fator responsável por essa sensibilização
passiva era desconhecida e esse fator foi posteriormente chamado “reagina” por Coca
e Cooke (revisto em Johansson, 2002). Em 1967, a “reagina” foi identificada como uma
imunoglobulina (Ig) por Ishizaka e colaboradores (1967a). Uma nova classe de
imunoglobulinas foi então reconhecida, a IgE (Bennich
et al.
, 1968). A descoberta e
isolamento da estrutura antigênica da IgE, introduziu uma nova dimensão à
metodologia de estudo da alergia (Ishizaka
et al.
, 1967b). A partir deste momento
passou a ser possível procurar por respostas imunes específicas – anticorpos do tipo
IgE específicos para determinados alergenos. Além disso, uma série de estudos
confirmou o envolvimento de células do sistema imune no desenvolvimento de reações
alérgicas, como os mastócitos e os eosinófilos (revisto em Johansson, 2002), colocando
o sistema imune como peça-chave nas respostas alérgicas.
Enquanto a alergia era uma desordem rara na época de sua descoberta,
atualmente quase metade da população dos países ditos “ocidentalizados” apresenta
sensibilização a um ou mais alergenos ambientais. Em países como a Inglaterra ou
Austrália, isso se reflete em uma em cada quatro crianças menores de 14 anos
sofrendo de asma e uma em cada cinco sofrendo de eczema (Beasley, 1998). Essa
condição vem aumentando cada vez mais nos últimos 40 anos. Só nos Estados Unidos,
de 1980 a 1994 a prevalência de asma aumentou 75% (Castro
et al.
, 2005).
2
Atualmente a alergia é considerada uma disfunção imunológica, que pode causar
em indivíduos pré-dispostos (ou atópicos), uma resposta inflamatória local ou efeitos
sistêmicos severos. As doenças alérgicas ou atópicas são fenômenos complexos, que
induzem diversas manifestações patofisiológicas como aumento de permeabilidade
vascular, vasodilatação, hiper-reatividade brônquica e inflamação local. O processo de
sensibilização geralmente resulta do contato primário com o alergeno, gerando uma
resposta imune específica caracterizada pelo predomínio de citocinas produzidas por
um subtipo de linfócitos CD4
+
denominado T helper (Th)2 (Interleucina (IL)-4, IL-5 e IL-
13) e produção de anticorpos do tipo IgE. Após reexposição, o alergeno interage com a
IgE, agora fixada na superfície de células-alvo, e dispara a liberação de uma série de
mediadores responsáveis pelo desenvolvimento do quadro alérgico (revisto em Wills-
Karp, 1999) (Figura 1).
Figura 1: Eventos iniciadores da resposta alérgica. Os alergenos são endocitados pelas
células dendríticas e apresentados aos linfócitos T CD4
+
. As citocinas produzidas nesse
microambiente induzem a diferenciação dos linfócitos CD4
+
para um fenótipo Th2, gerando uma
expansão dessa subpopulação. As células Th2 induzem então a mudança de classe de
imunoglobulina para IgE pelos linfócitos B. Essa IgE alergeno-específica se liga a receptores na
superfície de mastócitos, e uma subseqüente reexposição ao alergeno leva à degranulação e
liberação de moléculas pro-inflamatórias por essas células. Essas moléculas recrutam outras
células inflamatórias, como os eosinófilos, os quais quando ativados também liberam
mediadores inflamatórios. O conjunto desses mediadores presentes no microambiente
pulmonar irá então culminar no fenômeno de hiper-reatividade das vias aéreas. Adaptado de
Cookson, 2004.
3
1.2 Asma
A asma é uma manifestação alérgica caracterizada principalmente pela
inflamação crônica da mucosa brônquica, níveis aumentados de IgE sérica e por uma
hiper-reatividade das vias aéreas, culminando num fenômeno de obstrução intermitente
destas vias (revisto em Corrigan & Kay, 1992). Estruturalmente, as vias aéreas de um
indivíduo asmático são caracterizadas pela presença de inflamação crônica com
infiltração intensa da mucosa brônquica por mastócitos, linfócitos e eosinófilos,
juntamente com descamação do epitélio, hiperplasia das células caliciformes resultando
na produção de grandes quantidades de muco e espessamento da submucosa pela
deposição de colágeno (Cohn
et al.
, 1997; revisto em Wills-Karp, 1999).
Por muito tempo, a asma foi considerada uma doença totalmente reversível.
Como conseqüência, a abordagem terapêutica para essa doença era focalizada no
controle dos sintomas, através do alívio do broncoespasmo e redução da inflamação
das vias aéreas. Além disso, diversos estudos têm demonstrado que indivíduos
asmáticos apresentam uma alta taxa de deterioração das funções respiratórias (Lange
et al.
, 1998). Hoje, a asma é considerada uma doença para a qual raramente existe
cura, só controle.
1.2.1 Bases genéticas e ambientais da asma
A asma é uma doença multifatorial, uma vez que suas causas incluem tanto
fatores ambientais quanto fatores genéticos. Essa predisposição genética para o
desenvolvimento de uma resposta aumentada a aeroalergenos comuns tem sido alvo
de diversos estudos. Até o momento 18 genes de susceptibilidade à asma foram
identificados, revelando a complexidade e heterogeneidade dessa doença (Hoffjan &
Obber, 2002). A região cromossômica mais estudada é o “cluster” de citocinas
localizado no cromossomo 5q (genes da IL-4, 13, 9 e 15). Apesar de numerosos
estudos, nem todos conseguiram comprovar e reproduzir a efetiva herdabilidade dos
loci-candidatos identificados nessa região (revisto em Wills-Karp & Ewart, 2004). Nos
últimos quatro anos, alguns grupos se dedicaram à identificação de novos genes de
susceptibilidade à asma. Esses estudos resultaram na descoberta de 2 genes
4
associados à asma em humanos:
ADAM33
, uma metaloproteinase envolvida no
remodelamento dos tecidos das vias aéreas; e
DPP10
, uma dipeptidase que especula-
se ser moduladora da atividade de várias citocinas e quimiocinas pró-inflamatórias ao
clivar a porção N-terminal dessas proteínas (revisto em Wills-Karp & Ewart, 2004). Em
camundongos, outros 2 genes foram considerados cruciais para a patogênese da
asma:
Tim1
, uma proteína transmembrana expressa em linfócitos CD4
+
;
e
C5
, o fator 5
do sistema complemento (revisto em Wills-Karp & Ewart, 2004).
Apesar dos fatores genéticos contribuírem para a susceptibilidade de um
indivíduo à asma, em muitos casos para se manifestarem, eles precisam interagir com
estímulos ambientais. Além disso, os fatores genéticos explicam parcialmente as
grandes diferenças de incidência da asma entre países, mas não a crescente tendência
de aumento da doença nas últimas décadas, especialmente nos países
“ocidentalizados”. Os aspectos da vida “ocidental” responsáveis por esse aumento
ainda não foram claramente definidos: poluição do ar, exposição doméstica a alergenos
derivados de ácaros, animais domésticos ou fungos, etc. No final dos anos 80, uma
hipótese tornou-se bastante popular no intuito de explicar a alta prevalência de doenças
atópicas em países desenvolvidos. Essa hipótese, chamada de hipótese da higiene,
correlaciona doenças atópicas à falta de infecções na infância. A hipótese da higiene é
derivada da observação da relação inversa entre a ocorrência de febre do feno e o
tamanho familiar feita por David Strachan, em 1989. A febre do feno é um tipo de rinite
alérgica sazonal que ocorre numa determinada época do ano, na primavera, quando
ocorre a polinização. Os grãos de pólen estão intimamente relacionados aos sintomas
dessa doença, enquanto o feno representa apenas uma pequena porcentagem
responsável pela causa da doença. Essas substâncias entram em contato com a
membrana mucosa dos olhos e nariz de indivíduos alérgicos, causando inflamação.
Strachan pesquisou os arquivos médicos de 17.000 crianças inglesas e verificou que
quanto maior o número de irmãos mais velhos que essas crianças tinham, menor era a
susceptibilidade delas à febre do feno. Strachan sugeriu que os irmãos mais velhos
estariam trazendo mais infecções virais para seus irmãos menores, tornando o sistema
imune dessas crianças mais tolerante ao pólen (Strachan, 1989). A hipótese da higiene
argumenta então que infecções desenvolvidas durante os primeiros anos da infância
5
inibem a tendência de desenvolvimento de doenças alérgicas (Strachan, 1989). Como
conseqüência, crianças com estilo de vida “ocidentalizado”, protegidas das infecções
que afetam as crianças nascidas em países em desenvolvimento, sofrem de um risco
aumentado de desenvolverem doenças alérgicas. Isso aconteceria porque muitas das
infecções comuns induzem uma forte resposta imune do hospedeiro caracterizada pela
produção de IFN-
γ
, uma resposta típica mediada por linfócitos CD4
+
do subtipo Th1. As
respostas Th1 tendem a antagonizar o desenvolvimento de respostas Th2, mediadoras
da resposta alérgica. Prescott e colaboradores (1998a) demonstraram que o sistema
imune de crianças recém-nascidas possui um forte componente Th2 e que,
posteriormente, esse viés Th2 diminui gradualmente durante os dois primeiros anos de
vida em indivíduos não-alérgicos (Prescott
et al.
, 1998b). Em crianças alérgicas ocorre
o contrário, há um aumento na intensidade das respostas do tipo Th2 ao longo do
tempo (Prescott
et al.
, 1998b). Por essa razão especula-se que o sistema imune em
desenvolvimento necessite de um estímulo Th1 do meio ambiente para evitar o
desenvolvimento das doenças alérgicas (Wills-Karp
et al.
, 2001). Muitas infecções
bacterianas e virais podem fornecer esse estímulo. De fato, a infecção com BCG
(
Mycobacterium bovis
) atenua a asma experimental induzida em camundongos (Erb
et
al.
, 1999). Esses dados sugerem que o fator etiológico chave nas doenças alérgicas
pode não ser somente a aquisição inicial de uma resposta imune baseada no fenótipo
Th2, mas também a eficiência dos mecanismos de equilíbrio da resposta imune
(Prescott
et al.
, 1998a).
1.2.2 Bases imunológicas da asma
O processo inflamatório asmático se inicia como resultado de uma resposta
imune exacerbada a alergenos comumente inalados. Os principais iniciadores dessa
resposta são os linfócitos T CD4
+
, essenciais na fase de sensibilização do indivíduo.
Os linfócitos T (CD4
+
e CD8
+
) apresentam em sua superfície o receptor de
células T (TCR), que os torna células altamente específicas. Através do TCR, os
linfócitos T CD4
+
reconhecem peptídeos de antígenos protéicos apresentados em
moléculas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) de classe II. Estas
6
moléculas do MHC de classe II estão presentes na superfície de células
apresentadoras de antígeno (APC) como células dendríticas, macrófagos e linfócitos B.
A apresentação do alergeno para os linfócitos T CD4
+
ocorre exatamente através da
interação MHC-TCR. As APCs têm a capacidade de endocitar o alergeno que penetrou
no organismo pelo trato respiratório ou pele por exemplo, e degradá-lo em pequenos
peptídeos no compartimento lisossomal. Posteriormente, esses peptídeos se ligam a
moléculas de MHC de classe II, vindas do retículo endoplasmático (RE). Ao ser
direcionado para a superfície da APC, o complexo MHC de classe II-peptídeo liga-se ao
TCR da célula CD4
+
, fazendo com que ela seja ativada.
Os linfócitos T CD4
+
, após ativação, têm a capacidade de se diferenciar
principalmente em duas classes de células Th com habilidades funcionais distintas, os
linfócitos CD4
+
do tipo Th1 e Th2 (Mosmann
et al.
, 1989). Essas duas classes de
linfócitos CD4
+
diferenciados produzem citocinas específicas e mutuamente exclusivas,
influenciando a ativação e diferenciação de outros tipos celulares (Mosmann
et al.
,
1986; revisto em Abbas
et al.
1996). Células do tipo Th1 caracterizam-se pela produção
de IFN-
γ
, IL-2, e TNF
β
, enquanto células do tipo Th2 produzem IL-4, IL-5, IL-6, IL-10 e
IL-13 (revisto em Seder & Paul, 1994; Coffman
et al.
,1988). As citocinas produzidas
pelas células Th1 e Th2 funcionam de maneira autócrina, promovendo o
desenvolvimento de seu próprio fenótipo, a IL-4 estimulando o fenótipo Th2 e o IFN-
γ
promovendo o fenótipo Th1. Além desse papel regulador positivo, as citocinas Th1 e
Th2 também regulam negativamente o fenótipo oposto.
As células CD4
+
diferenciadas para Th1 e Th2 exibem fatores de transcrição
específicos e mutuamente exclusivos de seu fenótipo. O fator de transcrição GATA-3 é
expresso durante o processo de diferenciação de células CD4
+
para um fenótipo Th2 e
tem a capacidade de transativar o promotor do gene de IL-4
in vitro
(Zheng & Flavell,
1997; Ranganath
et al.
, 1998). O fator de transcrição GATA-3, além de extremamente
importante na consolidação do fenótipo Th2, também controla a expressão de diversas
citocinas típicas do fenótipo Th2, as quais são essenciais para a indução de inflamação
alérgica
in vivo
. Outros fatores de transcrição também são importantes para o
desenvolvimento do fenótipo Th2, como NFAT, AP-1 e a subunidade p50 do NF-
κ
B.
Especificamente, células CD4
+
de camundongos deficientes para p50 não induzem a
7
expressão de GATA-3 em condições Th2 de diferenciação (Das
et al.
, 2001). Células
Th deficientes para NFAT2 produzem níveis diminuídos de citocinas do tipo Th2,
enquanto células CD4
+
deficientes para NFAT1 têm produção aumentada de citocinas
do tipo Th2, sugerindo que esses fatores são especialmente importantes no
desenvolvimento do fenótipo Th2 (Hodge
et al.
, 1996; Kiani
et al.
, 1997). Em oposição,
o fator de transcrição T-bet é especificamente expresso em células CD4
+
diferenciadas
para Th1, mostrando-se um potente ativador do gene de IFN-γ (Szabo
et al.
, 2000).
Apesar disso, os mecanismos moleculares de regulação da diferenciação Th1/Th2 por
fatores de transcrição ainda não estão completamente elucidados.
A inflamação alérgica está fortemente associada aos linfócitos T CD4
+
do tipo
Th2, uma vez que um padrão de citocinas do tipo Th2 foi associado à patogênese
dessa doença (Renauld, 2001). De fato, números elevados de células Th2 foram
identificados em fluidos de lavados broncoalveolares (BAL) e biópsias de vias aéreas
de pacientes asmáticos. Além disso, nas vias aéreas de indivíduos asmáticos foram
identificados níveis aumentados de expressão do mRNA para GATA-3 quando
comparados com seus respectivos controles, que foram correlacionados com
expressão aumentada de IL-5 (Nakamura
et al.
, 1999a). Quando uma proteína GATA-3
mutante, que atua como dominante negativo, é expressa especificamente em linfócitos
T ocorre uma redução dos níveis das citocinas IL-4, IL-5 e IL-13, típicas do fenótipo
Th2, além de diminuição da produção de muco, síntese de IgE e eosinofilia nesses
animais transgênicos (Zhang
et al.
, 1999). Similarmente, a administração intranasal de
DNA anti-senso para GATA-3 reduz a inflamação das vias aéreas, hiper-reatividade e
produção de muco num modelo experimental de asma em camundongos (Finotto
et al.
,
2001). Camundongos deficientes para T-bet apresentam diminuição da produção de
IFN-
γ
e desenvolvem hiper-reatividade das vias aéreas espontaneamente (Finotto
et al.
,
2002). De forma similar, a expressão de T-bet em células CD4
+
está diminuída no
pulmão de indivíduos asmáticos, quando comparados com indivíduos saudáveis
(Finotto
et al.
, 2002).
As principais citocinas produzidas pelas células Th2: IL-4, IL-5 e IL-13, são
extremamente importantes no recrutamento e ativação de células efetoras relacionadas
às respostas alérgicas, como eosinófilos e mastócitos. A IL-13 é responsável pela
8
hipersecreção de muco das glândulas da submucosa e/ou células caliciformes. A IL-4 e
IL-5 aumentam a adesão de eosinófilos às células endoteliais vasculares, promovendo
sua infiltração nos sítios inflamatórios ao regular moléculas de adesão na superfície dos
eosinófilos (VLA-4) e do próprio endotélio (VCAM-1). A IL-4 também é essencial para a
diferenciação de linfócitos CD4
+
para um fenótipo Th2 e para a diferenciação de
mastócitos, além de ser caracterizada como um indutor da mudança de classe de
imunoglobulinas para IgE em linfócitos B (revisto em Gould
et al.
, 2003).
Essa IgE secretada por linfócitos B ativados é direcionada para a corrente
sanguínea e liga-se a receptores de Fc específicos (FcεR) na superfície de mastócitos
teciduais ou basófilos sangüíneos. A partir desse momento, essas células estão
preparadas para serem ativadas por antígenos/alergenos, tornando o indivíduo
sensibilizado para aquele determinado antígeno específico.
1.2.3 Fase imediata e fase tardia da resposta alérgica asmática
A resposta alérgica asmática pode ser dividida em duas fases distintas: uma
imediata, caracterizada pela degranulação de mastócitos, aumento da permeabilidade
vascular e edema; e uma tardia, que começa a se desenvolver 5-6h após contato com o
alergeno, sendo caracterizada por infiltrado de células inflamatórias, principalmente
linfócitos, eosinófilos e neutrófilos (Figura 2).
9
Figura 2
:
Fases da resposta asmática.
A asma pode ser dividida em duas fases distintas. A
fase imediata ocorre rapidamente após a exposição ao alergeno, induzindo degranulação de
mastócitos, causando liberação de mediadores inflamatórios e, conseqüentemente, mudanças
nas funções das vias aéreas. Os mediadores liberados durante a fase imediata causam
progressão para a fase tardia da resposta imune contra esse determinado alergeno. A fase
tardia é geralmente mais severa e caracterizada pelo acúmulo de células mononucleares
(monócitos e linfócitos), bem como de eosinófilos. Os tipos celulares que se acumulam durante
a fase tardia estão associados com disfunção e dano prolongado das vias aéreas. Adaptado de
Lukacs, 2001.
A fase imediata inicia-se após a sensibilização, quando ocorre uma reexposição
ao alergeno. Ele interage com duas moléculas de IgE adjacentes, levando à formação
de um “cross-linking” de receptores, culminando na ativação/degranulação dos
mastócitos (revisto em Gould
et al.
, 2003). Uma vez ativadas essas células liberam
mediadores lipídicos e vasoativos (como histamina, prostaglandinas e leucotrienos),
10
proteases, fatores quimiotáticos (como
eotaxina, MCP-1 e RANTES) e citocinas (IL-4, IL-
5, IL-13, TNF-α, TGF-β), que irão contribuir para o recrutamento de outros tipos
celulares e desenvolvimento da inflamação alérgica aguda (revisto em Wills-Karp,
1999).
Durante a fase tardia ocorre então a migração de diversos tipos celulares para o
sítio inflamatório, atraídos pelo microambiente de citocinas e quimiocinas já
estabelecido. Um dos tipos celulares extremamente importante nessa fase da resposta
alérgica é o eosinófilo. Após a migração para o sítio inflamatório e durante a reação
alérgica, os eosinófilos estão sujeitos à ativação, que resulta na degranulação e
produção de mediadores por estas células. Após ativação, essas células secretam
mediadores inflamatórios, como leucotrieno C
4
(LTC
4
) e fator ativador de plaquetas
(PAF), induzindo broncoconstrição, e proteínas com alto nível de toxicidade para o
epitélio, como MBP (Major Basic Protein) e EPO (Eosinophil Peroxidase), gerando
descamação da camada epitelial das vias aéreas (revisto em Corrigan & Kay, 1992). Os
eosinófilos também são capazes de apresentar antígenos e secretar citocinas do tipo
Th2, podendo funcionar como amplificadores ou perpetuadores do processo
inflamatório em seus sítios de infiltração (Shi
et al.
, 2000). De fato, animais deficientes
para eosinófilos são completamente protegidos contra hiper-reatividade das vias aéreas
e demonstram proteção parcial contra metaplasia das células caliciformes (Lee
et al.
,
2004). Além disso, os eosinófilos secretam citocinas envolvidas em seu próprio
processo de ativação, incluindo IL-3, IL-4, IL-5 e GM-CSF, podendo participar de uma
alça de retroalimentação positiva (Kita
et al.
, 1991).
1.3 Fisiopatologia da asma
Na asma, a parede das vias aéreas é infiltrada por células mononucleares, em
sua maioria linfócitos CD4
+
, e eosinófilos. Mastócitos, macrófagos, plasmócitos e
neutrófilos estão variavelmente aumentados nas vias aéreas de indivíduos asmáticos
comparados com seus respectivos controles. No lúmen das vias aéreas, o muco está
junto a macrófagos ativados, linfócitos, eosinófilos e células epiteliais danificadas. Em
11
alguns casos, especialmente os mais severos, neutrófilos também estão presentes
(revisto em Cohn
et al.
, 2004).
Mudanças estruturais da parede das vias aéreas, conjuntamente chamadas de
remodelamento das vias aéreas, podem ser resultantes tanto da interação de
mediadores inflamatórios com as células epiteliais quanto da injúria tecidual (
Figura 3
).
Fatores locais, incluindo as células estruturais das vias aéreas e matriz, respondem à
inflamação de maneira coordenada, a fim de reparar o dano causado pela inflamação
local, num esforço para manter as vias aéreas intactas (revisto em Cohn
et al.
, 2004). O
espessamento das vias aéreas varia de 10 a 300 % do normal, o que leva a uma
redução do diâmetro luminal das vias aéreas (Elias
et al.
, 1999). Além das células
inflamatórias, a maioria dos elementos das vias aéreas contribui para o aumento desse
espessamento. As células epiteliais, no intuito de reparar a injúria ao epitélio, começam
a proliferar e com a exposição aos mediadores inflamatórios do microambiente, passam
de um fenótipo absortivo, para um fenótipo secretório. Há então um aumento da
produção e secreção de muco por essas células em conjunto com uma hipertrofia das
células caliciformes, produtoras de muco. A camada subepitelial, que varia de 4 a 5
microns em indivíduos normais, vai de 7 a 23 microns em indivíduos asmáticos como
resultado da deposição de colágeno (tipos I, III e IV), fibronectina e tenascina logo
abaixo da membrana basal (Roche
et al.
, 1989). A massa da musculatura lisa aumenta
e pode ocupar até três vezes a área normal, predominantemente por causa da
hiperplasia dessas células. Também ocorre dilatação vascular e angiogênese, aumento
de permeabilidade vascular e edema da parede das vias aéreas (revisto em Cohn
et al.
,
2004).
12
Figura 3: Vias aéreas antes e após exposição ao alergeno. Na ausência do alergeno as vias
aéreas têm estruturação tecidual e funções normais (painel superior). Quando o alergeno é
inalado, o sistema imune do indivíduo asmático gera uma resposta inflamatória contra ele
(painel inferior). Durante esse processo há estimulação da diferenciação e proliferação de
linfócitos T CD4
+
Th2, ativação e recrutamento de células inflamatórias e liberação de
mediadores inflamatórios. Todos esses fatores contribuem para o aumento da produção e
camada de muco no lúmen do brônquio, espessamento da membrana basal do epitélio e dano
epitelial, gerando um quadro de inflamação persistente e remodelamento das vias aéreas que
resulta na hiper-reatividade das vias aéreas. Adaptado de Cohn
et al.
, 2004.
13
O remodelamento das vias aéreas e a inflamação resultam na hiper-reatividade e
obstrução das vias aéreas, causando dispnéia. A hiper-reatividade brônquica é definida
como uma broncoconstrição aumentada em resposta a um estímulo não específico
(revisto em Cohn
et al.
, 2004). A magnitude da hiper-reatividade está correlacionada
com o grau de inflamação das vias aéreas (Jeffery
et al.
, 1989). Outros fatores como o
diâmetro reduzido das vias aéreas, aumento na contratibilidade da musculatura lisa, o
grau de dano no epitélio, desregulação das funções neuronais, aumento da
permeabilidade vascular, e muitos mediadores inflamatórios também foram associados
à hiper-reatividade (revisto em Cohn
et al.
, 2004). Quando as vias aéreas tornam-se
estreitadas por essas mudanças estruturais, com muco e células inflamatórias no
espaço luminal, é fácil imaginar como qualquer estímulo que aumente a contração da
musculatura lisa resulta em obstrução das vias aéreas.
A inflamação e as mudanças estruturais descritas anteriormente foram
observadas em biópsias de crianças anos antes dos sintomas da asma se
manifestarem, sugerindo a hipótese de que a obstrução sintomática das vias aéreas
ocorra apenas quando um grau crítico de remodelamento ocorre (Pohunek
et al.
, 2005).
Ao longo do tempo, a função pulmonar dos indivíduos asmáticos cai mais rapidamente
se comparada à de indivíduos normais, indicando progressão da doença (Lange
et al.
,
1998).
1.4 Mediadores da resposta asmática
1.4.1 Citocinas
As citocinas são glicoproteínas solúveis multifuncionais, que atuam local ou
sistemicamente na regulação de funções celulares através de sua interação com
receptores específicos, presentes na membrana citoplasmática da maioria das células.
Apesar da cadeia de eventos que leva ao desenvolvimento da patologia asmática ser
bastante complexa, as citocinas típicas de uma resposta Th2 (IL-4, IL-5 e IL-13) se
destacam como importantes participantes tanto no desenvolvimento quanto no
estabelecimento da asma. Os mecanismos exatos pelos quais estas citocinas regulam
a inflamação pulmonar e a conseqüente hiper-reatividade das vias aéreas ainda não
14
estão completamente elucidados, mas sabe-se que elas atuam em diferentes tipos
celulares envolvidos no desenvolvimento da resposta asmática.
Além do papel fundamental da IL-4 na diferenciação de células CD4
+
“naive” em
células Th2, essa citocina também influencia diversos outros processos. Como dito
anteriormente, a IL-4 induz a mudança de classe de imunoglobulina para IgE em
linfócitos B; é um fator de crescimento para mastócitos, juntamente com a IL-3 e induz a
expressão de moléculas de adesão (VCAM-1) que levam à migração preferencial de
eosinófilos aos tecidos (revisto em Wills-Karp, 1999). Animais geneticamente
deficientes para o gene da IL-4 não são capazes de gerar hiper-reatividade brônquica
ou eosinofilia pulmonar quando submetidos a um modelo de asma experimental
(Brusselle
et al.
, 1994). Segundo os autores, esta incapacidade está relacionada à
ausência de produção de anticorpos sensibilizantes, devido à falhas na geração de
linfócitos Th2 (Brusselle
et al.
, 1994). Além disso, Gavett e colaboradores (1997)
demonstraram que a administração de anticorpos contra o receptor de IL-4 (IL-4R) em
camundongos já sensibilizados inibe a inflamação alérgica pulmonar e hiper-reatividade
brônquica. Estudos com camundongos transgênicos para a expressão IL-4 demonstram
seu envolvimento na produção de muco, uma vez que esses animais apresentam
aumento considerável das células produtoras de muco no epitélio das vias aéreas
(Temann
et al.
, 1997). Neste mesmo estudo, os autores também demonstraram que a
IL-4 também regula um gene responsável pela expressão de uma mucina (
MUC5
) nas
vias aéreas desses animais (Temann
et al.
, 1997).
A IL-5 parece ser um elemento essencial na indução da inflamação alérgica
mediada por eosinófilos. Na medula óssea a IL-5 é importante na estimulação da
eosinofilopoiese e indução da diferenciação terminal de precursores mielóides em
eosinófilos. A IL-5 também aumenta a adesão de eosinófilos às células endoteliais
vasculares, promove a migração de eosinófilos da corrente sanguínea para os tecidos,
prolonga a sobrevivência dos eosinófilos nos tecidos e aumenta a atividade citotóxica
dessas células (revisto em Wills-Karp, 1999). De fato, animais deficientes para o gene
da IL-5 não desenvolvem eosinofilia pulmonar induzida por aeroalergenos (Foster
et al.
,
1996). A IL-5 é também a citocina predominantemente encontrada em fluidos nasais de
indivíduos alérgicos (Sim
et al.
, 1994). Além disso, parece haver uma correlação entre o
15
aumento da concentração de IL-5 e o aumento de eosinófilos no sangue e lavado
broncoalveolar de pacientes asmáticos (Walker
et al.
, 1991).
A IL-13 ficou primeiramente reconhecida por seus efeitos em linfócitos B e
monócitos, induzindo a expressão de MHC de classe II, promovendo mudança de
classe de imunoglobulina para IgE e inibindo a produção de citocinas inflamatórias
(revisto em Wynn, 2003). Atualmente a IL-13 é considerada uma citocina fundamental
na resposta alérgica, estando envolvida na patologia da asma e anafilaxia (revisto em
Wynn, 2003). Algumas das propriedades funcionais da IL-13 se sobrepõem às da IL-4.
Isso ocorre porque o receptor para IL-13 (IL-13R) compartilha uma de suas
subunidades com o receptor para IL-4 (IL-4R), a IL-4R
α
, fazendo com que as vias de
sinalização desses receptores também sejam similares (revisto em De Vries, 1998).
Entretanto, estudos feitos com camundongos transgênicos que expressam IL-13
especificamente no pulmão puderam elucidar as funções específicas da IL-13 na
patologia asmática. Esses camundongos desenvolvem espontaneamente diversas
características da asma incluindo eosinofilia pulmonar, hiperplasia das células epiteliais
das vias aéreas, metaplasia das células caliciformes, fibrose subepitelial, obstrução das
vias aéreas e hiper-reatividade (Zhu
et al.
, 1999). O bloqueio da IL-13 também inibiu
muitas dessas características em camundongos normais submetidos a um modelo de
asma experimental, demonstrando um papel crítico e não-redundante para a hiper-
reatividade mediada por IL-13 (Grunig
et al.
, 1998).
1.4.2 Quimiocinas
As quimiocinas são um grupo de citocinas quimiotáticas estruturalmente
relacionadas, envolvidas principalmente na ativação e recrutamento de diversos tipos
celulares. Elas são classificadas em 4 grupos distintos, denominados CXC, CC, C e
CX3C, dependendo do espaçamento entre as cisteínas conservadas (onde X
representa um aminoácido qualquer). Os grupos CXC e CC, ao contrário dos grupos C
e CX3C, possuem vários membros e têm sido estudados mais detalhadamente. As
quimiocinas da família CXC atuam principalmente em neutrófilos e linfócitos, enquanto
as da família CC agem em uma diversidade de tipos celulares, incluindo macrófagos,
16
eosinófilos, basófilos e células dendríticas (revisto em Zimmermann
et al.
, 2003).
Diversos estudos demonstraram que uma variedade de quimiocinas é fortemente
induzida em modelos de inflamação alérgica e em doenças alérgicas em humanos.
Na família das CC quimiocinas, destacam-se as eotaxinas I e II, RANTES, MIP-
1α, MIP-1β, MCP-1, MCP-2, MCP-3, MCP-4 e MCP-5. Essas quimiocinas são
importantes não só na regulação do recrutamento de leucócitos, mas também por
outras atividades, como ativação celular, indução da liberação de mediadores
inflamatórios, participação no desenvolvimento de respostas Th2 e regulação da
síntese de IgE (revisto em Gangur & Oppenheim, 2000). Camundongos geneticamente
deficientes para eotaxina apresentam uma redução considerável do recrutamento de
eosinófilos quando submetidos a um modelo de inflamação alérgica (Rothenberg
et al.
,
1997). Além disso, a eotaxina também tem um papel na indução da degranulação de
eosinófilos (Fujisawa
et al.
, 2000). De forma similar o uso de um antagonista do
receptor de RANTES inibiu completamente a eosinofilia pulmonar em camundongos
submetidos a um modelo experimental de asma (Gonzalo
et al.
, 1998).
Estudos clínicos também demonstram um papel importante das quimiocinas na
patofisiologia da asma. Pacientes asmáticos apresentam concentrações aumentadas
de eotaxina em fluidos de lavagem broncoalveolar e maior expressão do mRNA e
proteína dessa quimiocina no epitélio e submucosa de suas vias aéreas, quando
comparados com seus respectivos controles (Lamkhioued
et al.
, 1997). Além disso, foi
demonstrada uma associação direta entre níveis aumentados de eotaxina, diagnóstico
de asma e diminuição da função pulmonar (Nakamura
et al.
, 1999b). Da mesma forma,
as concentrações de MCP-1, MIP-1
α
e RANTES também estão aumentadas em fluidos
de lavagem broncoalveolar de indivíduos asmáticos (Alam
et al.
, 1996).
1.4.3 Acetilcolina
Os nervos parassimpáticos são responsáveis pelo principal mecanismo neural de
broncoconstrição das vias aéreas de humanos e animais. As fibras nervosas
colinérgicas partem do cérebro através do nervo vago, terminando em fibras nervosas
pré e pós-ganglionares situadas nas vias aéreas. Essas fibras nervosas recebem o
17
impulso nervoso e o conduzem até a musculatura lisa das vias aéreas e glândulas da
submucosa. A estimulação do nervo vago gera a liberação de acetilcolina (ACh) que irá
ativar receptores específicos no músculo liso, resultando em broncoconstrição (revisto
em Barnes, 1993).
A ACh é o principal neurotransmissor do sistema nervoso periférico. As ações
fisiológicas mais importantes da ACh são iniciadas pela sua ligação à duas classes
distintas de receptores de membrana: os receptores nicotínicos (nAChRs) e
muscarínicos (mAChRs). Esses receptores foram nomeados de acordo com sua
afinidade por duas substâncias, a nicotina e a muscarina, um alcalóide derivado do
cogumelo venenoso
Amanita muscaria
. Enquanto os nAChRs funcionam como canais
de Na
+
e K
+
controlados por ligante, os mAChRs são membros de uma superfamília de
receptores acoplados à proteína G. As ações muscarínicas da ACh são mediadas por
cinco subtipos de mAChRs molecularmente distintos (M
1
-M
5
) (Caulfield & Birdsall,
1998).
Baseado em sua habilidade de ativar diferentes classes de proteínas G
heterotriméricas, os cinco subtipos de mAChRs podem ser subdivididos em duas
classes distintas de acordo com suas atividades funcionais: os mobilizadores
intracelulares de cálcio (receptores M
1
, M
3
e M
5
), que são acoplados seletivamente às
proteínas G da família G
q
,
e os inibidores da adenilato ciclase (M
2
e M
4
), que
demonstram seletividade por proteínas G da família G
i
(revisto em Felder, 1995).
Diferentes abordagens experimentais demonstram que os mAChRs estão
presentes em praticamente todos os órgãos, tecidos e tipos celulares. Os mAChRs
periféricos são responsáveis pelas ações clássicas da ACh em órgãos ou tecidos
inervados por fibras nervosas parassimpáticas. As principais ações mediadas por esses
mAChRs periféricos incluem a redução do ritmo cardíaco e estimulação de secreção
glandular e contração da musculatura lisa (revisto em Wess, 2004). Os mAChRs
centrais estão envolvidos na regulação de um número extraordinário de funções
cognitivas, comportamentais, sensitivas, motoras e autônomas. Sinalização reduzida ou
aumentada dos diferentes subtipos de mAChRs implicam na patofisiologia de diversas
doenças do sistema nervoso central, incluindo a doença de Alzheimer e Parkinson,
depressão, esquizofrenia e epilepsia (revisto em Wess, 2004).
18
1.4.3.1 Sinalização pelos mAChRs
A sinalização da via dos mAChRs é determinada por elementos estruturais
desses receptores que os permitem ligar seletivamente à acetilcolina e à proteína G
apropriada. Todos os membros da família dos receptores acoplados à proteína G são
caracterizados por uma única proteína que transpassa a membrana plasmática sete
vezes, resultando em sete domínios hidrofóbicos transmembrana conectados por três
“loops” hidrofílicos extracelulares e três intracelulares. A porção N-terminal reside no
meio extracelular e a porção C-terminal no citoplasma.
As proteínas G existem como um heterotrímero contendo três subunidades:
α
,
β e γ. Na sua forma inativa, a protéina G está complexada em α, β e γ, com GDP fixado
à subunidade α. Uma vez estimulada por um receptor ativado por seu ligante, a
subunidade α troca seu GDP por GTP. Isso causa a dissociação de α que se separa
das subunidades β e γ, interagindo com uma proteína efetora ou canal iônico afim de
estimular ou inibir mensageiros intracelulares secundários. A conseqüência fisiológica
da ligação da ACh é determinada pelo subtipo de mAChR recebendo o estímulo bem
como pela proteína G e mensageiros celulares secundários (revisto em Felder, 1995).
Os receptores M
1
e M
3
acoplados à proteína G
q
, uma vez ativados, ativam a
fosfolipase C (PLC), causando a hidrólise do fosfolipídeo de membrana fosfatidilinositol
4,5-bifosfato (PtdIns(4,5)P
2
) em inositol 1,4,5-trisfosfato (InsP
3
) e
sn
-1,2-diacilglicerol
(DAG). O InsP
3
está envolvido na mobilização de cálcio dos estoques intracelulares,
gerando um aumento rápido e transiente das concentrações intracelulares de cálcio. O
DAG, por sua vez, ativa a proteína quinase C (PKC), que pode ativar a cascata de
sinalização das MAP quinases (MAPK) (Figura 4).
Já os receptores M
2
acoplados à proteína G
i
, uma vez ativados, inibem a adenilil
ciclase através da ligação da subunidade
α
i
com essa enzima. Isso faz com que haja
uma diminuição dos níveis de AMP cíclico intracelulares e conseqüente inibição da via
de ativação celular induzida pela proteína quinase A (PKA) (Figura 4).
19
Figura 4: Vias de sinalização mediadas por proteínas G.
Agonistas estimulam
especificamente seus receptores acoplados a proteínas G, os quais estão inseridos na
membrana plasmática. O mAChR2 ativa as proteínas G do subtipo G
i
, que inibem a geração de
cAMP e a conseqüente ativação da via de sinalização induzida por PKA. O mAChR3 ativa as
proteínas G do subtipo G
q
que induzem um influxo de Ca
+
e ativação de PKC através da
ativação da PLC e subseqüente conversão de PtdIns(4,5)P
2
em InsP
3
e DAG. Adaptado de
Malbon, 2005.
1.4.3.2 Receptores muscarínicos no pulmão
Nos pulmões, as fibras nervosas parassimpáticas inervam a musculatura lisa, as
glândulas produtoras de muco da submucosa e os vasos sanguíneos. Elas mantêm o
tônus muscular das vias aéreas, estimulam a secreção de muco pelas glândulas da
submucosa e dilatam os vasos sanguíneos (revisto em Coulson & Fryer, 2003).
A distribuição dos mAChRs no tecido pulmonar de animais e humanos revelou
que esses receptores estão localizados na musculatura lisa das vias aéreas, tanto nas
20
vias superiores quanto nas inferiores. Os mAChRs também estão localizados no epitélio
das vias aéreas e nas glândulas da submucosa (revisto em Barnes, 2004).
Dos cinco subtipos de mAChRs, três deles, os receptores M
1
, M
2
e M
3
,
exercem
efeitos fisiológicos nas vias aéreas. A musculatura lisa das vias aéreas apresenta
mAChRs dos subtipos M
2
e M
3
. Apesar de corresponderem a 50-80% dos mAChRs
pulmonares, os receptores M
2
não parecem desempenhar um papel direto na contração
da musculatura lisa das vias aéreas (revisto em Fryer & Jacoby, 1998). Ao invés disso,
os mAChRs do subtipo M
2
inibem qualquer tipo de broncodilatação mediada pela
ativação da adenilato ciclase, como a broncodilatação induzida por β-agonistas
(Fernandes
et al.
, 1992). Esses receptores também estão presentes nas fibras
nervosas pré-ganglionares que chegam ao pulmão. Neste sítio os receptores M
2
funcionam diretamente como inibidores da liberação de ACh. De fato, a função alterada
desses receptores aumenta a concentração de ACh liberada na musculatura lisa,
resultando numa broncoconstrição aumentada em resposta a estimulação pelo nervo
vago (revisto em Coulson & Fryer, 2003).
Os receptores M
3
são considerados os responsáveis pela contração da
musculatura lisa das vias aéreas. A estimulação dos receptores M
3
pela ACh ativa a
fosfolipase C, aumentando as concentrações intracelulares de Ca
2+
e causando a
contração da musculatura lisa (revisto em Coulson & Fryer, 2003). De fato,
camundongos geneticamente modificados para não expressarem o receptor M
3
(mAChR3-/-) apresentam uma inibição de 60% da broncoconstrição induzida por
muscarina (Struckmann
et al.
, 2003). Surpreendentemente, neste mesmo estudo,
camundongos geneticamente modificados para não expressarem os dois receptores M
3
e M
2
(mAChR2-/- x mAChR3-/-) demonstram uma completa inibição da
broncoconstrição induzida por muscarina (Struckmann
et al.
, 2003). Esses dados
sugerem que a dicotomia M
2
/M
3
não é tão rígida, indicando um papel importante para o
receptor M
2
na contração da musculatura lisa.
As glândulas da submucosa expressam mAChRs dos subtipos M
1
e M
3
. Os
receptores M
3
são predominantes e regulam a secreção de eletrólitos, muco e água. Os
receptores M
1
parecem contribuir apenas para a regulação da secreção de água e
eletrólitos (revisto em Coulson & Fryer, 2003).
21
1.4.3.3 Acetilcolina na asma
Até o momento não se tem registro de nenhuma alteração de expressão dos
mAChRs na asma. Estudos funcionais em vias aéreas de camundongos demonstraram
que a resposta dos mAChRs permanece inalterada após desafio antigênico (Fryer &
Wills-Karp, 1991).
In vitro
, agonistas colinérgicos exógenos não produziram diferenças
na contração da musculatura retirada de indivíduos asmáticos versus indivíduos
normais (Whicker
et al.
, 1988). Portanto, não há evidências de que o número ou função
dos receptores M
2
ou M
3
presentes na musculatura lisa das vias aéreas esteja alterado.
Entretanto, estudos demonstram que a função dos receptores M
2
nas fibras
nervosas parassimpáticas estaria diminuída, fazendo com que sua atividade inibitória
seja perdida em indivíduos asmáticos. Isso contribuiria para o reflexo colinérgico
exagerado característico da asma. De fato, agonistas muscarínicos inibem a
broncoconstrição em indivíduos normais, mas não em indivíduos asmáticos,
demonstrando uma possível perda de função do receptor M
2
(Minette
et al.
, 1989; Ayala
& Ahmed, 1989). O mecanismo exato pelo qual essa perda de função ocorre ainda não
está completamente estabelecido, mas acredita-se que a liberação de MBP por
eosinófilos pode estar envolvida nesse processo (revisto em Coulson & Fryer, 2003).
1.4.4 Serotonina
A serotonina (ou 5-hidroxitriptamina; 5-HT) foi inicialmente descrita como um
importante fator vasotônico. Ela é uma amina formada pela descarboxilação do
aminoácido triptofano, proveniente da dieta que se encontra armazenada nos grânulos
secretórios de mastócitos de roedores, mas não de humanos. A principal fonte de
serotonina em humanos são as plaquetas, apesar de também ser encontrada em
células neuroendócrinas do trato respiratório e nervos periféricos (revisto em Barnes,
2001).
Seus efeitos são mediados pela interação com uma família de receptores
dividida em 7 subtipos (5-HT
1-7
). Os receptores 5-HT
1
, 5-HT
2
, 5-HT
4
, 5-HT
5
, 5-HT
6
e 5-
HT
7
são acoplados à proteína G, enquanto os receptores 5-HT
3
são canais iônicos
22
ativados por ligantes (revisto em Raymond
et al.
, 2001). Quatro desses subtipos 5-HT
1
,
5-HT
2
, 5-HT
3
e 5-HT
4
são importantes no controle funcional das vias aéreas humanas.
Entretanto, aparentemente, existem diferenças entre espécies quanto ao subtipo de
receptor e sua capacidade de induzir broncoconstrição direta ou indiretamente. Em
ratos a serotonina induz broncoconstrição diretamente via receptores 5-HT
2A
localizados na musculatura lisa das vias aéreas, mas em cobaias a broncoconstrição
pode ser causada pela ativação dos receptores 5-HT
2A
, 5-HT
1
-like e 5-HT
3
. Em
humanos a serotonina tem tanto uma função constritora quanto relaxante da
musculatura lisa das vias aéreas mediada pelos receptores 5-HT
2A
e 5-HT
1A
,
respectivamente (revisto em Raymond
et al.
, 2001).
Além do papel direto da serotonina na musculatura lisa induzindo
broncoconstrição, também já foi comprovada uma influência indireta da serotonina
nesse processo. Dupont e colaboradores (1999) demonstraram que a serotonina atua
como facilitadora da contração colinérgica, induzindo a liberação de ACh pelas fibras
nervosas pós-ganglionares humanas, via receptores 5-HT
3
e 5-HT
4
. Em camundongos
a influência da serotonina na broncoconstrição mediada por ACh também já foi
demonstrada. Estudos com traquéias isoladas de camundongos utilizando antagonistas
e agonistas seletivos dos diferentes receptores de serotonina demonstraram um papel
importante de receptores 5-HT
1
-like nesse processo (Van Oosterhout
et al.
, 1991).
1.4.4.1 Serotonina na asma
O papel da serotonina na patologia da asma ainda não está completamente
elucidado. Lechin e colaboradores (1996) demonstraram que os níveis plasmáticos de
serotonina estão aumentados em indivíduos asmáticos e que esses níveis estavam
relacionados à severidade da doença. De fato, antagonistas do receptor 5-HT
2
foram
capazes de inibir parcialmente a hiper-reatividade brônquica e eosinofilia induzidas em
camundongos submetidos a um modelo experimental de asma (De Bie
et al.
, 1998).
Além disso, a tianeptina, um antidepressivo que estimula a recaptação de serotonina
pelas plaquetas, diminui os níveis de serotonina no plasma em pacientes asmáticos e
foi associado à redução dos sintomas da asma (Lechin
et al.
, 1998).
23
1.5 Família NFAT
Muitos dos processos que fazem parte do desenvolvimento da patologia
asmática têm a participação de fatores de transcrição da família NFAT (Nuclear Factor
of Activated T cells) (revisto em Rao
et al.
, 1997). A família NFAT é composta por
quatro membros distintos regulados por calcineurina: NFAT1 (NFATp, NFATc2), NFAT2
(NFATc, NFATc1), NFAT3 (NFATc4), NFAT4 (NFATx, NFATc3) e uma proteína
regulada por estresse hiperosmótico (NFAT5/TonE-BP) (nomenclatura alternativa entre
parênteses) (Lopez-Rodriguez
et al.
, 1999; revisto em Rao
et al.
, 1997). Todas as
proteínas da família NFAT têm um domínio de ligação ao DNA (DBD) extremamente
conservado, que confere a essas proteínas uma especificidade comum de ligação ao
DNA (revisto em Rao
et al.
, 1997).
As proteínas NFAT1-4 são ativadas pela estimulação de receptores acoplados à
mobilização de cálcio, como os receptores de antígeno presentes em linfócitos T e B,
os receptores de Fcε presentes em mastócitos e basófilos e os receptores de Fcγ em
macrófagos e células NK (revisto em Rao
et al.
, 1997). Além disso, o NFAT também é
ativado por receptores acoplados a proteínas G
q
, mais especificamente o receptor
muscarínico M
3
(Boss
et al.
, 1996). A ativação das proteínas da família NFAT é inibida
por agentes imunossupressores, como ciclosporina A (CsA) e FK506 (revisto em Rao
et
al.
, 1997).
A família NFAT foi inicialmente identificada como um fator nuclear capaz de se
ligar ao promotor da IL-2 em linfócitos T ativados. Atualmente, os diversos membros da
família NFAT já foram identificados em diversos tipos celulares, incluindo outras células
do sistema imune e células “não-imunes”. O NFAT1 e o NFAT2 são expressos em
linfócitos T periféricos enquanto o NFAT4 é predominantemente expresso no timo
(Masuda
et al.
, 1995; revisto em Rao
et al
., 1997). Já o NFAT3 é preferencialmente
expresso em células que não fazem parte do sistema imune (revisto em Rao
et al.
,
1997). O NFAT1 também é expresso em linfócitos B (Peng
et al.
, 2001), mastócitos
(Prieschl
et al.
, 1995), eosinófilos (Seminario
et al.
, 2001), células NK e alguns
monócitos e macrófagos (Wang
et al.
1995).
24
As proteínas da família NFAT são expressas constitutivamente em sua forma
fosforilada, estando em sua forma inativa. Estímulos que induzem mobilização de cálcio
para o citoplasma das células levam a ativação da PLC, que hidrolisa o fosfolipídeo de
membrana PtdIns(4,5)P
2
em InsP
3
e DAG, como já descrito anteriormente. O InsP
3
induz a liberação de cálcio dos estoques intracelulares, que promove a abertura dos
canais ativados por liberação de cálcio (CRAC) presentes na membrana plasmática
gerando um aumento rápido e transiente das concentrações intracelulares de cálcio. O
cálcio então se liga à calmodulina que por sua vez ativa a calcineurina, uma serina-
treonina fosfatase dependente de cálcio/calmodulina. O NFAT é então rapidamente
defosforilado pela calcineurina (revisto em Macian, 2005). Uma vez defosforilado, o
NFAT transloca para o núcleo, ligando-se a regiões promotoras e reguladoras de vários
genes, incluindo genes que codificam para citocinas como IL-4, IFN-
γ
, IL-2, IL-5, IL-13 e
GM-CSF, e para moléculas de superfície, como CTLA-4 e CD40L (revisto em Rao
et al.
,
1997) (
Figura 5
).
25
Figura 5: Vias de sinalização que levam a ativação das proteínas da família NFAT através
da geração de influxo de cálcio intracelular. A ativação de receptores que induzem
mobilização de cálcio ativam a PLC, que hidrolisa PtdIns(4,5)P
2
em InsP
3
e DAG. O InsP
3
induz
a liberação de cálcio dos estoques intracelulares. O cálcio se liga à calmodulina, que ativa a
calcineurina, levando a uma rápida defosforilação do NFAT. Uma vez defosforilado, o NFAT
transloca para o núcleo, ligando-se a regiões promotoras e reguladoras de vários genes.
Adaptado de Macian, 2005.
26
1.5.1 Fenótipo dos camundongos deficientes para NFAT
Camundongos geneticamente modificados com uma deleção dos diferentes
genes que codificam as proteínas NFAT1/2/4 apresentam algumas alterações nas
funções do sistema imune, como descrito na
Tabela 1
. Quando mais de um membro da
família é eliminado, alterações severas em diversas células e funções do sistema imune
tornam-se aparentes, sugerindo que há certo grau de redundância nas funções dessas
proteínas e indicando também que algumas dessas funções podem ser controladas
pela regulação de proteínas NFAT específicas que podem ocupar um determinado
promotor de um determinado gene em momentos diferentes de ativação celular.
Tabela 1: Fenótipo dos animais deficientes para as diferentes proteínas da família
NFAT*.
*Adaptado de Macian, 2005.
No sistema de quimeras de fígado fetal, células T apresentam um
comprometimento de funções efetoras com uma importante diminuição da
produção de citocinas Th1 e Th2. Hiperreatividade de células B.
NFAT1+NFAT2
Função de células T diminuída em condições hiperosmóticas. Celularidade
diminuída no timo e baço.
NFAT5
Desordem linfoproliferativa devido a uma hiperreatividade da resposta dependente
da ativação via TCR e defeito de apoptose de células T. Aumento da resposta Th2
com blefarite alérgica e pneumonite intersticial.
NFAT1+NFAT4
Moderado comprometimento no desenvolvimento de células CD4 e CD8 devido a
um aumento da apoptose de timócitos duplo positivos. Moderada hiperativação de
células T periféricas.
NFAT4
Ainda não mostrado.NFAT3
Fenótipo letal (defeito em desenvolvimento de válvulas cardíacas). No sistema de
complementação de blastocisto de animais RAG-/-, células T e B apresentam uma
redução de proliferação e uma moderada redução da resposta Th2 com uma
diminuição da produção de IL-4.
NFAT2
Hiperproliferação de linfócitos. Aumento moderado da resposta de células T e B
com uma superprodução de IL-4 e outras citocinas Th2, e diminuição de expressão
de IFN-γ. Hipereosinofília e alergia.
NFAT1
Fenótipo dos animais NFAT “knockouts”Proteínas NFAT
27
Os camundongos NFAT1-deficientes (NFAT1-/-) apresentam desenvolvimento
normal, não exibem deficiências comportamentais óbvias e são, surpreendentemente,
imunocompetentes (Xanthoudakis
et al.
, 1996; Hodge
et al.
, 1996). Além disso, esses
animais apresentam esplenomegalia e uma resposta imune exacerbada, caracterizada
por uma hiperproliferação linfocitária em resposta a diferentes estímulos (Xanthoudakis
et al.
, 1996; Caetano
et al.
, 2002). Quando submetidos a um modelo de pleurisia
alérgica, os animais NFAT1-/- apresentam uma resposta alérgica exacerbada
caracterizada por hipereosinofilia na cavidade pleural e medula óssea, além de um
aumento nos níveis séricos de IgE (Xanthoudakis
et al.
, 1996; Viola
et al.
1998).
Corroborando os resultados da pleurisia alérgica, foi demonstrado que células CD4
+
NFAT1-/- diferenciam-se preferencialmente para um fenótipo Th2
in vitro
, caracterizado
por alta produção de IL-4, IL-5, IL-10 e IL-13, confirmado pela maior susceptibilidade
dos animais NFAT1-/- a infecção por
L. major
(Kiani
et al.
, 1997).
Estes resultados sugerem que o NFAT1 pode ter um papel regulador negativo da
expressão gênica durante a resposta imune. Entretanto, quando camundongos cujos
linfócitos T não expressam NFAT1 e NFAT2 foram gerados através da transferência do
fígado fetal de doadores NFAT1-/- e NFAT2-/- para receptores letalmente irradiados,
verificou-se que os linfócitos T apresentavam produção de citocinas nula ou
extremamente diminuída, incluindo tanto IFN-γ quanto IL-4 (Peng
et al.
, 2001).
Analisados em conjunto, estes resultados sugerem que o NFAT1 tem papel tanto
positivo quanto negativo na regulação da expressão gênica de linfócitos T. Apesar
disso, as bases moleculares destes efeitos ainda estão por ser identificadas.
1.5.2 NFAT1 na resposta alérgica/asmática
Os resultados descritos na seção acima sugerem fortemente o envolvimento do
NFAT1 na resposta alérgica. A predominância de um fenótipo Th2 e a exacerbação da
resposta alérgica e hipereosinofilia no modelo de pleurisia em camundongos NFAT1-/-
indicam um possível papel desse fator de transcrição nas patologias alérgicas.
Corroborando essa hipótese, camundongos NFAT1-/- x NFAT4-/- desenvolvem
uma síndrome predominantemente Th2, caracterizada por blefarite e pneumonite
28
alérgicas associadas com aumentos dos níveis séricos de IgG1 e IgE (Ranger
et al
.,
1998). Esses animais apresentam uma diferenciação preferencial para um fenótipo Th2,
com uma produção de IL-4 que pode chegar a ser 600 vezes maior que a de seus
respectivos controles (Ranger
et al
., 1998). A produção de outras citocinas típicas do
fenótipo Th2, como IL-5, IL-6 e IL-10 também está significativamente aumentada,
enquanto a produção de IFN-
γ
e TNF-
α
apresenta-se diminuída (Ranger
et al
., 1998).
Apesar disso, um estudo recente mostrou que a inibição de todos os membros
da família NFAT em linfócitos T previne inflamação pulmonar alérgica, recrutamento
inicial de eosinófilos para o pulmão e desenvolvimento de uma resposta Th2 em
camundongos submetidos a um modelo de asma experimental (Diehl
et al.
, 2004).
Esses resultados suportam a idéia de que diferentes membros da família NFAT podem
ter papéis específicos durante a resposta imune
in vivo
, já que essa família de fatores
de transcrição é composta de 5 proteínas distintas com propriedades de regulação
gênica também distintas.
29
1.6 OBJETIVOS
1.6.1 Geral
Com base nas informações apresentadas anteriormente, temos como objetivo
principal estudar o papel do NFAT1 na patologia da asma alérgica, e sua
influência na hiper-reatividade brônquica.
1.6.2 Específicos
Confirmar os dados relativos aos ensaios de pleurisia em animais
selvagens e deficientes para NFAT1;
Avaliar e caracterizar a resposta inflamatória alérgica de animais selvagens
e deficientes para NFAT1 submetidos a um modelo de asma;
Avaliar a hiper-reatividade brônquica de animais selvagens e deficientes
para NFAT1;
Avaliar o papel do NFAT1 na broncoconstricção mediada por receptores
muscarínicos.
30
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Animais utilizados
Foram utilizados camundongos geneticamente deficientes para o fator de
transcrição NFAT1 (NFAT1-/-) (Xanthoudakis
et al.
, 1996) e seus respectivos
controles selvagens: linhagem mista de 129/Sv x C57BL/6 (NFAT1+/+). Os
animais foram mantidos no biotério do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Os
animais foram tratados de acordo com as normas de tratamento de animais do
Council for International Organizations of Medical Sciences. Foram utilizados em
todos os experimentos, camundongos de 8 a 12 semanas de idade, criados e
mantidos independentemente.
2.2 Pleurisia
Os animais (5 animais/grupo) foram sensibilizados subcutaneamente em uma das
patas traseiras com 0,1 ml (200
µ
g) de ovalbulmina (OVA) emulsificada em
adjuvante completo de Freund (CFA), na proporção de 1:1. Quinze dias após a
sensibilização a pleurisia alérgica foi induzida por injeção intratorácica de 0,1 ml
de solução de ovalbumina (12 µg/cavidade). Os animais foram sacrificados (asfixia
por CO
2
) 24 horas depois e sua cavidade torácica foi lavada com 1 ml de PBS 0,1
% BSA (albumina bovina sérica) (Sigma). A suspensão celular recuperada foi
centrifugada e as células resultantes da centrifugação foram ressuspendidas em 1
ml de PBS 0,1 % BSA, diluídas em solução de Turk e contadas em uma câmara
de Newbauer.
2.3 Cultura de células
As culturas de células foram feitas em meio DME (Dulbecco’s modified eagle’s
medium) e mantidas em estufas úmidas a 37ºC, com 5 % de CO
2
.
31
2.4 Modelo experimental de asma
Os animais (6 animais/grupo) foram sensibilizados subcutaneamente em uma das
patas traseiras com 0,1 ml (50 µg) de ovalbulmina (OVA) (Sigma) emulsificada em
adjuvante completo de Freund (CFA) ou em hidróxido de alumínio (20 mg/ml) na
proporção de 1:1. Sete dias após a sensibilização os animais foram novamente
sensibilizados com OVA (50 µg) intraperitonialmente, na ausência de adjuvante.
Sete dias depois os animais foram desafiados através da exposição a um aerosol
de PBS ou OVA 2,5 % em PBS por 30 min durante 3 dias consecutivos.
2.5 Lavado Broncoalveolar (BAL)
Os animais foram submetidos ao modelo experimental de asma descrito na seção
2.4. Vinte e quatro horas após a última aerolização os animais foram sacrificados,
tendo sua traquéia exposta por dissecção. Um tubo plástico de 0,70 mm de
diâmetro foi então inserido e fixado no interior da traquéia. Um volume de 1 ml de
PBS 0,1 % BSA foi instilado e gentilmente aspirado com o auxílio de uma seringa.
Cada amostra de BAL recuperada foi centrifugada e as células resultantes da
centrifugação foram ressuspendidas em 500
µ
l de PBS 0,1 % BSA (Sigma). Uma
alíquota dessa suspensão celular foi então diluída em solução de Turk e contada
em uma câmara de Newbauer.
2.6 Contagem diferencial de células
Alíquotas das suspensões celulares contendo as células totais recuperadas no
lavado pleural ou lavado broncoalveolar foram citocentrifugadas em lâminas de
vidro por 5 minutos a 450 rpm e coradas com May-Grünwald-Giemsa (Merck). A
análise diferencial de leucócitos foi feita com o auxílio de uma objetiva de imersão,
baseada nas características morfológicas e de coloração das células.
32
2.7 Análise de imunoglobulinas
Para medir a concentração de imunoglobulina E (IgE) no soro dos animais
submetidos à pleurisia alérgica e modelo experimental de asma, o sangue de
animais individuais foi recolhido através de punção cardíaca e deixado coagular
por 30 minutos a 37ºC. As amostras foram então centrifugadas por 5 min a 13000
rpm e o sobrenadante (soro) foi avaliado para os níveis protéicos de IgE através
da metodologia de ELISA, como descrito pelo fabricante (BD Pharmingen).
2.8 Estimulação
in vitro
Os animais (5 animais/grupo) foram sensibilizados como descrito na seção 2.4.
Quinze dias após a sensibilização os linfonodos drenantes (inguinais e poplíteos)
da pata sensibilizada foram recolhidos e estimulados
in vitro
com anti-CD3 (1
µg/ml) (2C11) fixado à placa. Quarenta e oito horas após a estimulação, os
sobrenadantes das culturas foram recolhidos e avaliados para IL-4 e IFN-γ através
da metodologia de ELISA (BD Pharmingen).
2.9 Análise de citocinas e quimiocinas
Os animais (3 animais/grupo) foram submetidos ao modelo experimental de asma
descrito na seção 2.4. Vinte e quatro horas após a última aerolização os animais
foram sacrificados e tiveram seus pulmões isolados. O tecido retirado (0,1 g) foi
colocado em 1 ml de tampão de homogeneização e homogeneizado com o auxílio
de um homogeneizador de tecidos. Os homogenatos foram imediatamente
congelados em nitrogênio líquido. Posteriormente ao uso das amostras, essas
foram descongeladas e centrifugadas a 6000 g por 20 min a 4ºC. Os
sobrenadantes foram então coletados para quantificação de proteínas totais e
análise de citocinas e quimiocinas através da metodologia de ELISA (BD
Pharmingen).
33
2.10 Histopatologia
Os animais (3 animais/grupo) foram submetidos ao modelo experimental de asma
descrito na seção 2.4. Vinte e quatro horas após a última aerolização os animais
foram sacrificados e tiveram seus pulmões isolados, fixados, embebidos em
parafina e seccionados na espessura de 5
µ
m com o auxílio de um micrótomo. As
secções foram montadas em lâminas de vidro e coradas com Hematoxilina e
Eosina (HE), tricrômico de Gomori e PAS (Periodic Acid-Schiff). As secções foram
então avaliadas por microscopia óptica.
2.11 Análise da (hiper-) reatividade brônquica
As análises de (hiper-) reatividade brônquica foram feitas em animais não-
anestesiados e não-imobilizados utilizando-se o sistema conhecido como
pletismografia barométrica de corpo inteiro (Buxco
Electronics, Sharon, CT, USA),
como descrito por Hamelmann e colaboradores (1997). A reatividade brônquica foi
avaliada utilizando estímulos de metacolina ou serotonina (5-hidroxitriptamina). Os
animais foram colocados numa câmara de acrílico (Buxco) e os parâmetros
respiratórios foram medidos após exposição por 2 min a aerosol de 0, 6, 12 e 24
mg/ml de metacolina ou 0, 5, 10 e 20 mg/ml de serotonina. A impedância expressa
em Penh (enhanced pause), foi calculada de acordo com os parâmetros
recomendados pelo fabricante: Penh = [(tempo de expiração/tempo de
relaxamento) - 1] × (pico do fluxo expiratório/pico do fluxo inspiratório). Antes de
medirem-se as variações de Penh provocadas pela exposição dos animais aos
agonistas aerolizados, valores basais de Penh foram obtidos em resposta à
aerolização do veículo (PBS).
2.12 RT-PCR
Para os ensaios de RT-PCR, secções de tecido do pulmão de camundongos
selvagens e deficientes para NFAT1 (3 animais/grupo) foram retiradas e
34
congeladas imediatamente em nitrogênio líquido. Posteriormente as amostras
congeladas foram colocadas separadamente na presença de 1ml de Trizol (Gibco)
e homogeneizadas com o auxílio de um homogenizador de tecidos. O RNA total
das amostras foi extraído de acordo com as recomendações do fabricante. Cinco
microgramas de RNA total foram incubados por 5 min a 65ºC na presença de 2,5
µ
M oligo(dT) e 0,5 mM dNTP. As amostras foram então colocadas a 4ºC por 1 min
e posteriormente incubadas a 50ºC por 1 h na presença de 0,5 mM DTT e 200 U
Superscript III RNase Transcriptase Reversa (Invitrogen). Para a reação de PCR
as amostras foram incubadas na presença de 2 mM MgCl
2
(Invitrogen), 20 pmoles
de cada primer (Dialab Diagnósticos), 0,25 mM dNTP e 2 U Taq DNA polimerase
(Invitrogen). Condições de amplificação: 10 min a 95ºC, 30 ciclos de 30 seg a
94ºC, 20 seg a 62ºC e 30 seg a 73ºC, seguidos de 7 min a 73ºC.
A seqüência dos primers utilizados está demonstrada na tabela a seguir:
Gene Primer Seqüência
Tamanho do
produto (pb)
mAChR1
Fwd
Rev
cag tcc caa cat cac cgt ctt
gag aac gaa gga aac caa cca c
441
mAChR2
Fwd
Rev
tgt ctc cca gtc tag tgc aag g
cat tct gac ctg acg atc caa c
369
mAChR3
Fwd
Rev
gta caa cct cgc ctt tgt ttc c
gac aag gat gtt gcc gat gat g
245
GAPDH
Fwd
Rev
gtg atg ggt gtg aac cac gag
cca cta tgc caa agt tgt ca
120
2.13 Análise estatística
Os resultados foram expressos em média +
SEM.
A análise estatística dos valores
correspondentes aos camundongos selvagens e deficientes para NFAT1 foi
determinada utilizando um teste
t
de Student para comparações simples, ou uma
35
análise de variância seguida da Student-Newman-Keuls para comparações
múltiplas.
p
<0,05 foi considerado estatisticamente significativo.
2.14 Soluções e reagentes utilizados
2.14.1 PBS 1x
8,0g NaCl
1,44g NaH
2
PO
4
0,24g KH
2
PO
4
0,2g KCl
Água milli-Q q.s.p
2.14.2 Ovalbumina
Foi feita uma solução estoque de 4 mg de OVA (Sigma) em 1 ml de PBS 1x. Para
a sensibilização dos animais utilizamos uma parte dessa solução para uma parte
de CFA (Sigma) ou Hidróxido de Alumínio (Pepsamar – Sanofi-Synthelabo). Para
a aerolização dos animais foi feita uma solução de 2,5 % de OVA em PBS 1x.
2.14.3 Solução de Turk
2 % de ácido acético
0,01 % de cristal violeta
Água milli-Q q.s.p
2.14.4 DMEM suplementado
O meio DME (Dulbecco’s modified eagle’s medium - high glucose - A13233)
(Gibco) foi suplementado com 10 % SFB (Gibco), 40 mM de Bicarbonato de Sódio
(Sigma), 1 mM de Fosfato de Sódio Monobásico (Reagen), 1 mM de Piruvato de
36
Sódio (Gibco), aminoácidos essenciais (Gibco), aminoácidos não-essenciais
(Gibco), vitaminas (Gibco), 10 mM de HEPES (Gibco), 100.000 U/L de penicilina e
100 mg/ml de estreptomicina (Gibco), 2 mM de L-glutamina (Gibco) e 55 µM de β-
mercaptoetanol (Gibco).
2.14.5 Hidróxido de alumínio
Para obtenção da solução de hidróxido de alumínio, diluímos 24 ml de Pepsamar
(Sanofi-Synthelabo) em 320 ml de água milli-Q e centrifugamos a 3000 rpm por 6
min. O sedimento resultante da centrifugação foi lavado 3 vezes em água milli-Q e
centrifugado a 2500 rpm por 6 min. Após a última lavagem o sedimento foi
transferido para um becher e adicionado dos seguintes reagentes: 25 ml de Tris
0,01 M pH 7, 1,8 ml de HCl 1 N, 2,9 g de NaCl e 223 ml de água milli-Q. A solução
resultante foi homogeneizada por 30 min. A solução foi então dividida em 5 partes
de 1 ml e cada uma foi transferida para um becher independente. A solução foi
aquecida a 100ºC por 24 h e, ao final desse processo de secagem, determinamos
o peso seco da solução, obtendo a concentração exata do hidróxido de alumínio
por ml. Para a sensibilização dos animais foi feita uma solução estoque de 20
mg/ml de hidróxido de alumínio e utilizamos uma parte dessa solução para uma
parte de ovalbumina, como descrito no item 2.14.2 desta seção.
2.14.6 Tampão de homogeneização
500 mM NaCl
50 mM Hepes, pH 7.4
0,1 % Triton X-100
0,5 mg/ml de leupeptina
1 mM PMSF
0.02 % NaN
3
PBS 1x q.s.p
37
3. RESULTADOS
Como demonstrado por Viola e colaboradores (1998), os animais deficientes
para NFAT1 (NFAT1-/-) ao serem submetidos a um modelo de pleurisia, apresentam
hipereosinofilia e altos níveis séricos de IgE quando comparados aos seus
respectivos controles selvagens (NFAT1+/+). A fim de confirmar esses resultados e
caracterizar o padrão da resposta alérgica desses animais, submetemos animais
NFAT1+/+ e NFAT1-/- ao mesmo modelo de pleurisia alérgica, como descrito na
Figura 6.
Figura 6: Esquema do modelo in vivo de pleurisia: Os animais foram sensibilizados
subcutaneamente com OVA emulsificada em CFA em uma das patas traseiras. Quinze dias
depois, os animais foram desafiados com uma injeção intratorácica de PBS ou OVA,
conforme indicado. As análises seguintes foram feitas 24 h após o desafio.
Como o aumento dos níveis séricos de IgE é uma das características
marcantes das patologias alérgicas, o sangue dos animais submetidos à inflamação
alérgica foi coletado, processado e analisado para os níveis de IgE. Também foi
avaliado o influxo de leucócitos na cavidade pleural de animais selvagens e
deficientes para NFAT1, submetidos ao modelo de alergia descrito anteriormente
(Figura 6).
Os animais desafiados com OVA desenvolveram um processo inflamatório
alérgico aumentado quando comparados aos controles desafiados com PBS, uma
vez que foi observado um maior influxo de eosinófilos na cavidade pleural tanto de
animais NFAT1+/+, quanto de animais NFAT1-/- desafiados com OVA (Figura 7).
Apesar de ambos animais apresentarem eosinofilia característica de uma resposta
inflamatória alérgica, os animais NFAT1-/- apresentam uma hipereosinofilia quando
14
Sensibilização
(s.c.)
OVA + CFA
Desafio
(i.t.)
(PBS ou OVA)
Análises
0
15
Dias
38
comparados com seus respectivos controles selvagens (Figura 7). Da mesma
forma, os animais NFAT1-/- também apresentam uma alta concentração de IgE no
soro (Figura 8). Esses resultados corroboram dados anteriores demonstrando que
os animais NFAT1-/- realmente apresentam uma resposta alérgica exacerbada
quando comparados com seus respectivos controles.
Figura 7: Caracterização do fenótipo alérgico de animais selvagens e deficientes para
NFAT1 submetidos ao modelo de pleurisia. Animais selvagens (NFAT1+/+) e deficientes
(NFAT1-/-) para NFAT1 foram sensibilizados como descrito na Figura 6. Vinte e quatro
horas após o desafio, a cavidade torácica foi lavada e a suspensão celular foi
citocentrifugada e corada com May-Grünwald/Giemsa para análise diferencial de leucócitos.
Resultado expresso em média +
EPM (n=5), representativo de 3 experimentos
independentes. (*) Resultados significativamente diferentes quando comparados com
animais NFAT1+/+ desafiados com OVA (
p
<0,05).
*
Leucócitos
totais
Céls
mononucleares
Neutrófilos
Eosinófilos
PBS OVA PBS OVA PBS OVA PBS OVA
0
10
20
30
40
NFAT1+/+
NFAT1-/-
*
*
Leucócitos
(x10
-6
células/cavidade)
39
Figura 8: Caracterização dos níveis séricos de IgE de animais NFAT1+/+ e NFAT1-/-
submetidos ao modelo de pleurisia. Animais selvagens (NFAT1+/+) e deficientes (NFAT1-
/-) para NFAT1 foram sensibilizados e desafiados como descrito na Figura 6. Vinte e quatro
horas após o desafio, o sangue dos animais foi coletado através de punção cardíaca,
coagulado e centrifugado. O sobrenadante (soro) foi coletado e acessado para IgE através
da metodologia de ELISA. Resultado expresso em média +
EPM (n=5), representativo de 3
experimentos independentes. (*) Resultados significativamente diferentes quando
comparados com animais NFAT1+/+ desafiados com OVA (
p
<0,05).
Com base nesses dados, estabelecemos um modelo de inflamação alérgica
pulmonar que mimetiza a resposta asmática induzida por alergenos a fim de avaliar
o envolvimento do NFAT1 na patologia da asma. Os animais foram então
submetidos a um modelo experimental de asma, conforme descrito na Figura 9.
Figura 9: Esquema do modelo experimental de asma. Os animais foram sensibilizados
subcutaneamente com OVA emulsificada em CFA ou hidróxido de alumínio em uma das patas
traseiras. Sete dias após a sensibilização os animais foram novamente sensibilizados com OVA
intraperitonialmente, na ausência de adjuvante. Sete dias depois os animais foram desafiados
através da exposição a um aerosol de PBS ou OVA durante 3 dias consecutivos. As análises
seguintes foram feitas 24 h após o desafio.
0
10000
20000
30000
40000
NFAT1-/-
NFAT1+/+
*
IgE (ng/ml)
0151614717
Dias
50µg Ova
(s.c.)
em
CFA ou Al
2
(OH)
3
50µg Ova
(i.p.)
Desafio (aerosol)
Ova 2,5%
30 min
Análises
OVA OVA
40
O lavado broncoalveolar (BAL) desses animais mostrou que os animais
desafiados com OVA apresentam aumento do influxo de leucócitos totais,
particularmente de eosinófilos, quando comparados aos seus respectivos controles
desafiados com PBS (Figura 10). Esse fato demonstra a eficácia do modelo
experimental escolhido uma vez que a eosinofilia é característica marcante das
patologias asmáticas. Tal como no modelo de pleurisia, os animais NFAT1-/-
desafiados com OVA apresentaram hipereosinofilia quando comparados com os
animais selvagens (Figura 10). De forma similar, os animais NFAT1-/- também
apresentam uma alta concentração de IgE sérica, quando comparados com os
animais NFAT1+/+ (Figura 11).
Figura 10: Caracterização do lavado broncoalveolar (BAL) de animais NFAT1+/+ e
NFAT1-/- submetidos ao modelo de asma.
Animais selvagens (NFAT1+/+) e deficientes
(NFAT1-/-) para NFAT1 foram sensibilizados e desafiados como descrito na
Figura 9. Vinte
e quatro horas após a última aerolização foi feito um lavado broncoalveolar dos animais. A
suspensão celular recolhida foi citocentrifugada e corada com May-Grünwald/Giemsa para
análise diferencial de leucócitos. Resultado expresso em média +
EPM (n=5), representativo
de 4 experimentos independentes. (*) Resultados significativamente diferentes quando
comparados com animais NFAT1+/+ desafiados com OVA (
p
<0,05).
PBS OVA PBS OVA PBS OVA PBS OVA
0
10
20
30
40
50
60
70
NFAT1+/+
NFAT1-/-
Leucócitos
totais
Céls
mononucleares
Neutrófilos
Eosinófilos
*
*
*
Leucócitos (x10
-4
células/BAL)
41
Figura 11: Caracterização dos níveis séricos de IgE de animais NFAT1+/+ e NFAT1-/-
submetidos ao modelo de asma.
Animais selvagens (NFAT1+/+) e deficientes (NFAT1-/-)
para NFAT1 foram sensibilizados e desafiados como descrito na
Figura 9. Vinte e quatro
horas após o desafio, o sangue dos animais foi coletado através de punção cardíaca,
coagulado e centrifugado. O sobrenadante (soro) foi coletado e acessado para IgE através
da metodologia de ELISA. Resultado expresso em média +
EPM (n=5), representativo de 3
experimentos independentes. (*) Resultados significativamente diferentes quando
comparados com animais NFAT1+/+ desafiados com OVA (
p
<0,05).
Como demonstrado por Kiani e colaboradores (1997), os linfócitos T CD4
+
de
animais deficientes em NFAT1, quando submetidos a um protocolo de diferenciação
in vitro na ausência de citocinas exógenas, diferenciam-se preferencialmente para
um fenótipo Th2. Para caracterizar o padrão de resposta predominante e a produção
de IFN-γ e IL-4 in vivo pelos linfócitos destes animais, estes foram sensibilizados
subcutaneamente com OVA em uma das patas traseiras. Quinze dias após a
sensibilização, os linfonodos drenantes das patas sensibilizadas foram então
recolhidos e estimulados in vitro. Na Figura 12 podemos observar que, de fato, os
linfócitos NFAT1-/- apresentam alta produção de IL-4 e baixa produção de IFN-γ,
caracterizando a resposta Th2 predominante observada anteriormente. Já os
linfócitos dos animais NFAT1+/+ apresentam alta produção de IFN-γ e baixa
produção de IL-4, característica de uma resposta Th1 (Figura 12). Esses dados
demonstram que os animais NFAT1-/- apresentam um padrão de resposta
característico de um fenótipo Th2 in vivo. Além disso, observamos que os animais
0
25000
50000
75000
NFAT1-/-
NFAT1+/+
*
IgE (ng/ml)
OVA OVA
42
NFAT1-/- apresentam inflamação alérgica exacerbada em relação aos animais
NFAT1+/+, caracterizada por hipereosinofilia e altos níveis de IgE sérica. Em
conjunto, esses resultados sugerem um papel importante do NFAT1 na patologia de
doenças alérgicas pulmonares.
Figura 12: Padrão de produção de IFN-γ e IL-4 por linfócitos de animais NFAT1+/+ e
NFAT1-/- sensibilizados
in vivo. Animais selvagens (NFAT1+/+) e deficientes (NFAT1-/-)
para NFAT1 foram sensibilizados como descrito na
Figura 9. Quinze dias depois, os
linfonodos drenantes (inguinais e poplíteos) das patas traseiras foram recolhidos e as
células foram estimuladas
in vitro
por 48 h com anti-CD3 fixado à placa. Os sobrenadantes
foram então recolhidos e acessados para IFN-γ e IL-4 através da metodologia de ELISA.
Resultado expresso em média +
EPM (n=5), representativo de 2 experimentos
independentes. (*) Resultados significativamente diferentes quando comparados com
animais NFAT1+/+ (
p
<0,05).
A fim de caracterizarmos o perfil de citocinas e quimiocinas estabelecido no
microambiente pulmonar desses animais, os níveis de IL-13 e eotaxina foram
medidos no tecido pulmonar de animais NFAT1+/+ e NFAT1-/- submetidos ao
modelo descrito na Figura 9 e desafiados com OVA.
Como demonstrado na Figura 13, os animais NFAT1-/- apresentam níveis de
IL-13 no pulmão ligeiramente aumentados se comparados aos níveis apresentados
pelos animais NFAT1+/+, apesar desse resultado não ter atingido diferença
estatisticamente significativa (p=0,1793). Além disso, os animais NFAT1-/- possuem
níveis aumentados de eotaxina quando comparados aos animais NFAT1+/+,
corroborando o maior influxo de eosinófilos no pulmão demonstrado nas análises de
BAL dos animais NFAT1-/- (Figura 14).
PBS
α
-CD3
0
100
200
NFAT1+/+
NFAT1-/-
*
IFN-
γ
(ng/mL)
PBS
α
-CD3
0.0
0.1
0.2
0.3
NFAT1+/+
NFAT1-/-
*
IL-4 (ng/mL)
43
Figura 13: Níveis de IL-13 nos pulmões de animais NFAT1+/+ e NFAT1-/- desafiados
com OVA.
Animais selvagens (NFAT1+/+) e deficientes (NFAT1-/-) para NFAT1 foram
sensibilizados e desafiados como descrito na
Figura 9. Vinte e quatro horas após o desafio,
o pulmão dos animais foi isolado, homogeneizado e centrifugado. O sobrenadante foi
coletado e acessado para IL-13 através da metodologia de ELISA. Resultado expresso em
média +
EPM (n=4), representativo de 1 experimento.
Figura 14: Níveis de eotaxina nos pulmões de animais NFAT1+/+ e NFAT1-/-
desafiados com OVA.
Animais selvagens (NFAT1+/+) e deficientes (NFAT1-/-) para NFAT1
foram sensibilizados e desafiados como descrito na
Figura 9. Vinte e quatro horas após o
desafio, o pulmão dos animais foi isolado, homogeneizado e centrifugado. O sobrenadante
foi coletado e acessado para eotaxina através da metodologia de ELISA. Resultado
expresso em média +
EPM (n=4), representativo de 1 experimento. (*) Resultados
significativamente diferentes quando comparados com animais NFAT1+/+ (
p
<0,05).
0
100
200
300
400
500
NFAT1+/+
NFAT1-/-
IL-13
(pg/mg de protna)
0
25
50
75
100
NFAT1+/+
NFAT1-/-
*
Eotaxina
(pmoles/mg de protna)
OVA OVA
OVA OVA
44
Com base nesses resultados decidimos avaliar as características histológicas
do pulmão de animais NFAT1+/+ e NFAT1-/-, a fim de verificar quaisquer alterações
na estruturação do tecido pulmonar desses animais. Para isso, os animais foram
submetidos ao modelo de asma descrito na Figura 9 e 24 h após a última
aerolização seus pulmões foram isolados, fixados, embebidos em parafina e
seccionados. As secções foram coradas com Hematoxilina e Eosina (HE), para
avaliarmos a estruturação tecidual geral do pulmão, bem como a ausência ou
presença de influxo leucocitário; tricrômico de Gomori, para avaliarmos a deposição
de colágeno no tecido; e PAS (Periodic Acid-Schiff), a fim de verificarmos a
produção de mucopolissacarídeos pelas células caliciformes.
Na Figura 15 (A e C) podemos observar que os animais desafiados com
PBS, tanto NFAT1+/+ quanto NFAT1-/-, apresentam parênquima pulmonar limpo,
sem qualquer infiltrado celular. Já os animais desafiados com OVA apresentam
intenso infiltrado inflamatório, caracterizado pela presença de leucócitos tanto no
parênquima pulmonar quanto na região peribronquiolar (Figura 15B e D). Como
demonstrado na Figura 15D os animais NFAT1-/- apresentam infiltrado leucocitário
aumentado em relação aos animais NFAT1+/+, corroborando os dados obtidos nas
análises de BAL.
Em comparação aos seus respectivos controles, os animais NFAT1+/+ e
NFAT1-/- desafiados com OVA também apresentam deposição de colágeno na
região peribronquiolar (Figura 16A e C). Podemos observar também que os animais
NFAT1-/- demonstram maior acúmulo de colágeno nessa região, evidenciado por
um espessamento maior da área logo abaixo da membrana basal em comparação
aos animais NFAT1+/+ (Figura 16C e D).
Como demonstrado na Figura 17, comparados com os animais controle
desafiados com PBS, há um grande aumento na produção de muco pelas células do
epitélio dos animais NFAT1+/+ desafiados com OVA (Figura 17A e B). Por outro
lado, esse aumento foi mais discreto quando comparamos a produção de muco
pelas células dos animais NFAT1-/- com seus respectivos controles desafiados com
PBS (Figura 17C e D). Da mesma forma, a produção de muco pelos animais
NFAT1-/- também se apresenta diminuída em relação aos animais NFAT1+/+
(Figura 17B e D).
45
NFAT1+/+ NFAT1-/-
PBS
OVA
Figura 15:
Histopatologia dos pulmões de animais NAFT1+/+ e NFAT1-/- submetidos ao modelo de asma. Animais selvagens
(NFAT1+/+) (A e B) e deficientes (NFAT1-/-) (C e D) para NFAT1 foram sensibilizados e desafiados como descrito na
Figura 9. Vinte e quatro
horas após o desafio, os animais foram sacrificados e tiveram seus pulmões isolados, fixados, embebidos em parafina e seccionados com o
auxílio de um criostato. As lâminas foram coradas com Hematoxilina e Eosina e foram avaliadas por microscopia óptica com aumento de 40X.
A
C
B
D
45
46
Figura 16: Histopatologia dos pulmões de animais NFAT1+/+ e NFAT1-/- submetidos ao modelo de asma. Animais selvagens
(NFAT1+/+) (A e B) e deficientes (NFAT1-/-) (C e D) para NFAT1 foram sensibilizados e desafiados como descrito na
Figura 9. Vinte e quatro
horas após o desafio, os animais foram sacrificados e tiveram seus pulmões isolados, fixados, embebidos em parafina e seccionados com o
auxílio de um criostato. As lâminas foram coradas com tricrômico de Gomori e avaliadas por microscopia óptica com aumento de 40X.
NFAT1+/+ NFAT1-/-
PBS
OVA
A
B
C
D
46
47
Figura 17: Histopatolgia dos pulmões de animais NFAT1+/+ e NFAT1-/- submetidos ao modelo de asma.
Animais selvagens (NFAT1+/+)
(A e B) e deficientes (NFAT1-/-) (C e D) para NFAT1 foram sensibilizados e desafiados como descrito na
Figura 9. Vinte e quatro horas após o
desafio, os animais foram sacrificados e tiveram seus pulmões isolados, fixados, embebidos em parafina e seccionados com o auxílio de um
criostato. As lâminas foram coradas com PAS (Periodic Acid-Schiff) e avaliadas por microscopia óptica com aumento de 60X.
NFAT1+/+ NFAT1-/-
PBS
OVA
A
B
C
D
47
48
A asma é uma manifestação alérgica caracterizada principalmente pela
inflamação crônica da mucosa brônquica, níveis aumentados de IgE sérica e por
uma hiper-reatividade das vias aéreas. Os resultados anteriores mostram que os
animais NFAT1-/- submetidos ao modelo experimental de asma apresentam
inflamação pulmonar, caracterizada por uma hipereosinofilia, e altos níveis de IgE
sérica, além de apresentarem alterações características da patologia asmática na
estrutura do pulmão, sugerindo que esses animais desenvolvem asma exacerbada
em relação a seus respectivos controles. Dessa forma, decidimos avaliar a hiper-
reatividade brônquica dos animais selvagens e deficientes para NFAT1 através do
método não-invasivo de “enhanced pause” (Penh). Os animais foram então
submetidos ao modelo experimental de asma descrito na Figura 9 e a hiper-
reatividade a um broncoconstrictor análogo à acetilcolina, a metacolina, foi avaliada
24 h após a última aerolização.
Na Figura 18, podemos observar que comparados com os animais
desafiados com PBS, os animais NFAT1+/+ desafiados com OVA apresentam
broncoconstrição aumentada em resposta à metacolina, corroborando os dados de
eosinofilia e IgE sérica observados anteriormente (Figuras 10 e 11). Já os animais
NFAT1-/- desafiados com OVA, os quais possuem inflamação e níveis de IgE
aumentados em relação aos animais NFAT1+/+, surpreendentemente não
apresentam hiper-reatividade em relação aos controles desafiados com PBS,
mesmo quando submetidos às maiores concentrações de metacolina (Figura 18).
Similarmente, os animais NFAT1-/- desafiados com PBS também não apresentam a
broncoconstrição basal observada nos animais NFAT1+/+ desafiados da mesma
maneira (Figura 18).
49
Figura 18: Hiper-reatividade à metacolina de animais NFAT1+/+ e NFAT1-/- submetidos
ao modelo de asma.
Animais selvagens (NFAT1+/+) e deficientes (NFAT1-/-) para NFAT1
foram sensibilizados e desafiados como descrito na
Figura 9. Vinte e quatro horas após a
última aerolização a hiper-reatividade brônquica dos animais foi analisada por pletismografia
barométrica. Os parâmetros respiratórios foram medidos após exposição a aerosol de
metacolina, conforme indicado. A resistência é expressa em Penh (enhanced pause), de
acordo com os parâmetros recomendados pelo fabricante. Resultado expresso em média
+
EPM (n=5), representativo de 3 experimentos independentes. (*) Resultados
significativamente diferentes quando comparados com animais NFAT1-/- desafiados com
OVA (
p
<0,05).
A fim de adequarmos nosso modelo aos modelos experimentais de asma
mais utilizados na literatura e dessa forma corroborar os resultados de hiper-
reatividade observados, utilizamos como adjuvante na sensibilização o hidróxido de
alumínio ao invés do adjuvante completo de Freund (CFA). Os animais foram então
submetidos ao mesmo modelo experimental de asma descrito na Figura 9 e um
lavado broncoalveolar foi feito para avaliar o influxo de leucócitos no pulmão dos
animais. Como demonstrado na Figura 19, tanto os animais NFAT1+/+, quanto os
animais NFAT1-/- desafiados com OVA apresentam níveis similares de eosinofilia
pulmonar, ao contrário do que ocorre quando os animais são sensibilizados na
presença de CFA (Figura 10).
Apesar de não observarmos diferenças no influxo de eosinófilos entre os
animais selvagens e deficientes para NFAT1, ambos apresentam influxo inflamatório
característico da resposta asmática (Figura 19). Por esse motivo, decidimos avaliar
a hiper-reatividade brônquica desses animais sensibilizados com hidróxido de
0 6 12 24
0.0
2.5
5.0
7.5
10.0
NFAT1+/+ PBS
NFAT1+/+ OVA
NFAT1-/- PBS
NFAT1-/- OVA
*
Metacolina (mg/ml)
Penh
50
alumínio. Os animais foram então submetidos ao modelo experimental de asma
descrito na Figura 9 e a hiper-reatividade brônquica à metacolina foi avaliada 24 h
após a última aerolização. Na Figura 20 podemos observar que enquanto os
animais NFAT1+/+ desafiados com OVA apresentam hiper-reatividade brônquica em
relação aos controles desafiados com PBS, os animais NFAT1-/- não induzem a
broncoconstrição característica dessa hiper-reatividade. Portanto, independente do
adjuvante utilizado na sensibilização dos animais, os animais NFAT1-/- não induzem
broncoconstrição em resposta à metacolina, mesmo quando submetidos às maiores
concentrações desse mediador.
Figura 19: Caracterização do lavado broncoalveolar (BAL) de animais NFAT1+/+ e
NFAT1-/- submetidos ao modelo de asma na presença de hidróxido de alumínio.
Animais selvagens (NFAT1+/+) e deficientes (NFAT1-/-) para NFAT1 foram sensibilizados e
desafiados como descrito na
Figura 9. Vinte e quatro horas após a última aerolização o
pulmão dos animais foi lavado com PBS 0.1% BSA. A suspensão celular recolhida foi
citocentrifugada e corada com May-Grünwald/Giemsa para análise diferencial de leucócitos.
Resultado expresso em média +
EPM (n=5), representativo de 3 experimentos
independentes. (*) Resultados significativamente diferentes
quando comparados com
animais NFAT1+/+ desafiados com OVA (
p
<0,05).
Céls
mononucleares
PBS OVA PBS OVA PBS OVA PBS OVA
0
10
20
30
NFAT1+/+
NFAT1-/-
Leucócitos
totais
Neutrófilos Eosinófilos
Leucócitos (x10
-4
células/BAL)
51
Figura 20: Hiper-reatividade à metacolina de animais NFAT1+/+ e NFAT1-/- submetidos
ao modelo de asma na presença de hidróxido de alumínio.
Animais selvagens
(NFAT1+/+) e deficientes (NFAT1-/-) para NFAT1 foram sensibilizados e desafiados como
descrito na
Figura 9. Vinte e quatro horas após a última aerolização a hiper-reatividade
brônquica dos animais foi analisada por pletismografia barométrica. Os parâmetros
respiratórios foram medidos após exposição a aerosol de metacolina, conforme indicado. A
resistência é expressa em Penh (enhanced pause), de acordo com os parâmetros
recomendados pelo fabricante. Resultado expresso em média +
EPM (n=5), representativo
de 3 experimentos independentes. (*) Resultados significativamente diferentes quando
comparados com NFAT1-/- desafiados com OVA (
p
<0,05).
Com base nesses dados, decidimos investigar a capacidade de
broncoconstrição natural de animais “naive”, não sensibilizados ou submetidos a
qualquer manipulação. Para isso animais NFAT1+/+ e NFAT1-/- “naive” foram
submetidos a aerosol de diferentes concentrações de metacolina. Verificamos então
que os animais NFAT1-/- apresentam broncoconstrição diminuída em relação aos
seus respectivos controles selvagens (Figura 21). Ou seja, os animais NFAT1-/-
apresentam naturalmente uma capacidade de broncoconstrição diminuída em
resposta à metacolina.
0 6 12 24
0.0
2.5
5.0
7.5
10.0
NFAT1+/+ PBS
NFAT1+/+ OVA
NFAT1-/- PBS
NFAT1-/- OVA
Metacolina (mg/ml)
Penh
*
*
52
Figura 21: Reatividade à metacolina de animais NFAT1+/+ e NFAT1-/- “naive”.
A
reatividade brônquica dos animais selvagens (NFAT1+/+) e deficientes (NFAT1-/-) para
NFAT1 foi analisada por pletismografia barométrica. Os parâmetros respiratórios foram
medidos após exposição a aerosol de metacolina, conforme indicado. A resistência é
expressa em Penh (enhanced pause), de acordo com os parâmetros recomendados pelo
fabricante. Resultado expresso em média +
EPM (n=5), representativo de 3 experimentos
independentes. (*) Resultados significativamente diferentes quando comparados com
animais NFAT1-/- desafiados com OVA (
p
<0,05).
A fim de confirmar o envolvimento do NFAT1 no fenômeno de
broncoconstrição induzida por metacolina, animais NFAT1+/+ “naive” receberam
diferentes concentrações de ciclosporina A (CsA), um bloqueador da ativação do
NFAT. Três horas após o tratamento, os animais NFAT1+/+ tratados com CsA,
juntamente com animais “naive” NFAT1+/+ não-tratados e animais “naive” NFAT1-/-,
foram submetidos a aerosol de diferentes concentrações de metacolina. Os animais
NFAT1+/+ tratados com a menor concentração de CsA (20 mg/kg) já apresentam
redução na broncoconstrição induzida por metacolina quando comparados aos
animais NFAT1+/+ (Figura 22A). Essa redução torna-se mais pronunciada nos
animais tratados com 50 mg/kg de CsA, os quais já apresentam broncoconstrição
diminuída quando submetidos a concentração de 12 mg/ml de metacolina,
aproximando-se dos níveis de Penh apresentados pelos animais NFAT1-/- (Figura
22B
). Esses resultados demonstram que ao bloquear a ativação do NFAT1, ocorre
inibição da broncoconstrição induzida por metacolina de forma similar ao que ocorre
0 6 12 24
0.0
2.5
5.0
7.5
10.0
NFAT1+/+
NFAT1-/-
Metacolina (mg/ml)
Penh
*
53
com os animais NFAT1-/-, sugerindo fortemente o envolvimento do NFAT1 nesse
processo.
A)
B)
Figura 22: Reatividade à metacolina de animais NFAT1+/+ e NFAT1-/- “naive” tratados
com CsA.
A reatividade brônquica dos animais selvagens (NFAT1+/+), tratados ou não com
diferentes concentrações de Cisclosporina A (CsA), e deficientes (NFAT1-/-) para NFAT1 foi
analisada por pletismografia barométrica. Os animais foram tratados com
A) 20 mg/kg ou B)
50 mg/kg de CsA e foram analisados 3 horas após o tratamento. Os parâmetros
respiratórios foram medidos após exposição a aerosol de metacolina, conforme indicado. A
resistência é expressa em Penh (enhanced pause), de acordo com os parâmetros
recomendados pelo fabricante. Resultados expressos em média +
EPM (n=5),
representativos de 2 experimentos independentes. (*) Resultados significativamente
diferentes quando comparados com os animais NFAT1-/- (
p
<0,05). (+) Resultados
significativamente diferentes quando comparados com os animais NFAT1+/+ (
p
<0,05).
0 6 12 24
0
5
10
15
NFAT1+/+
NFAT1-/-
NFAT1+/+ CsA 20 mg/kg
*
*
+
Metacolina (mg/ml)
Penh
0 6 12 24
0
10
20
NFAT1+/+
NFAT1-/-
NFAT1+/+ CsA 50 mg/kg
*
*
+
+
Metacolina (mg/ml)
Penh
54
Para avaliar a especificidade da participação do NFAT1 na broncoconstrição
induzida pela via colinérgica utilizamos um mediador que induz broncoconstrição por
outra via. Para isso animais NFAT1+/+ e NFAT1-/- “naive” foram submetidos a
aerosol de diferentes concentrações de serotonina. Verificamos então que os
animais NFAT1-/- apresentam níveis de broncoconstrição similares aos níveis dos
animais NFAT1+/+ (Figura 23A). Portanto, os animais NFAT1-/- têm capacidade
normal de broncoconstrição em resposta à serotonina, mostrando que as células da
musculatura lisa do pulmão desses animais têm capacidade de contração. Dessa
forma, os dados sugerem que a falha na indução da resposta bronconstrictora está
envolvida exclusivamente com a via dos receptores muscarínicos.
Baseados nesses resultados decidimos investigar os níveis de hiper-
reatividade à serotonina dos animais NFAT1-/- e NFAT1+/+ quando os submetemos
ao modelo experimental de asma utilizado inicialmente. Na Figura 23B podemos
observar que os animais NFAT1-/- desafiados com OVA apresentam hiper-
reatividade brônquica aumentada em relação aos animais NFAT1+/+ desafiados da
mesma maneira. Esses resultados demonstram que os animais NFAT1-/- são hiper-
reativos e têm real capacidade de broncoconstrição, perdendo essa capacidade
quando esta é especificamente induzida por um estímulo colinérgico, como a
metacolina.
55
A)
B)
Figura 23: (Hiper-) reatividade à serotonina de animais NFAT1+/+ e NFAT1-/- “naive” e
submetidos ao modelo de asma. A)
A reatividade brônquica dos animais selvagens
(NFAT1+/+) e deficientes (NFAT1-/-) para NFAT1 foi analisada por pletismografia
barométrica.
B) Animais selvagens (NFAT1+/+) e deficientes (NFAT1-/-) para NFAT1 foram
sensibilizados e desafiados como descrito na
Figura 9. Vinte e quatro horas após a última
aerolização a hiper-reatividade brônquica dos animais foi analisada por pletismografia
barométrica.
A e B) Os parâmetros respiratórios foram medidos após exposição a aerosol
de serotonina, conforme indicado. A resistência é expressa em Penh (enhanced pause), de
acordo com os parâmetros recomendados pelo fabricante. Resultados expressos em média
+
EPM (n=5), representativos de 3 experimentos independentes. (*) Resultados
significativamente diferentes quando comparados com os animais NFAT1+/+ desafiados
com OVA (
B) ou não (A) (
p
<0,05).
0 5 10 20
0
10
20
30
NFAT1+/+ PBS
NFAT1+/+ OVA
NFAT1-/- PBS
NFAT1-/- OVA
Serotonina (mg/ml)
Penh
*
*
0 5 10 20
0.0
2.5
5.0
7.5
10.0
NFAT1+/+
NFAT1-/-
Serotonina (mg/ml)
Penh
*
56
Uma das hipóteses que poderia explicar a ausência de broncoconstrição
induzida pela via colinérgica seria a ausência dos receptores muscarínicos nas
células do pulmão de animais NFAT1-/-. Para avaliarmos essa hipótese fizemos uma
reação de RT-PCR utilizando como amostras o RNA total do pulmão de três animais
“naive” individuais NFAT1+/+ e NFAT1-/-.
Na Figura 24 podemos verificar que ambas linhagens de camundongos
NFAT1+/+ e NFAT1-/- expressam mRNAs para esses receptores em seu tecido
pulmonar, em quantidades relativamente similares. Dessa forma a ausência de
hiper-reatividade dos animais NFAT1-/- em relação aos controles selvagens não
pode ser explicada por uma ausência ou diminuição da expressão do mRNA para os
receptores da via colinérgica nos pulmões desses animais.
Figura 24: Análise por RT-PCR da expressão dos receptores muscarínicos 1-3 em
extratos de tecido pulmonar de animais NFAT1+/+ e NFAT1-/-.
Primers específicos para
os receptores mAChR1, 2 e 3 foram utilizados para amplificar o cDNA derivado de extratos
de tecido pulmonar de animais NFAT1+/+ (três primeiras colunas) e NFAT1-/- (três últimas
colunas). Os detalhes da seqüência dos primers ou condições da reação de RT-PCR estão
descritos na
seção 2.12 do Material e Métodos.
mAChR1
mAChR2
mAChR3
GAPDH
NFAT1
+/+ -/-+/+ +/+ -/- -/-
57
4. DISCUSSÃO
A incidência, morbidade e mortalidade da asma cresceram mundialmente
nas últimas décadas. A asma é uma doença inflamatória do pulmão,
extremamente complexa, caracterizada pela obstrução do fluxo de ar para as vias
aéreas, hiper-reatividade brônquica e inflamação das vias aéreas.
A hiper-reatividade brônquica é uma característica marcante da asma,
definida como uma broncoconstrição excessiva das vias aéreas em resposta a
uma variedade de estímulos contráteis. Elucidar os mecanismos moleculares que
induzem ou mantêm essa hiper-reatividade é extremamente importante para o
desenvolvimento de novos tratamentos para doenças pulmonares. Diversas
evidências sugerem que a contração da musculatura lisa das vias aéreas em
resposta à estimulação por receptores acoplados a proteínas G regula o tônus
broncomotor (revisto em Amrani & Panettieri, 2002). A contração da musculatura
lisa é iniciada por aumento nas concentrações intracelulares de Ca
2+
e
subseqüente ativação da maquinaria contrátil. Os níveis intracelulares de Ca
2+
são
o principal determinante na contratibilidade das células da musculatura lisa. O
NFAT1 é um fator de transcrição, constitutivamente expresso no citoplasma,
ativado por Ca
2+
(revisto em Rao
et al.
, 1997). Animais geneticamente deficientes
para NFAT1, ao serem submetidos a um modelo de inflamação pulmonar alérgica,
apresentam uma resposta exacerbada quando comparados a seus respectivos
controles (Viola
et al.
, 1998). Apesar disso, nenhum estudo sobre a fisiologia
pulmonar desses animais em resposta a estímulos alérgicos havia sido feito até o
momento.
A fim de confirmar os resultados de Viola e colaboradores e caracterizar o
padrão de resposta alérgica dos animais NFAT1-/-, esses animais foram
submetidos ao modelo de pleurisia alérgica utilizado anteriormente por esses
autores (Viola
et al.
, 1998) (Figura 6). De fato, observamos que os animais
NFAT1-/- desenvolvem uma resposta alérgica exacerbada em relação aos animais
NFAT1+/+, caracterizada por hipereosinofilia e altos níveis séricos de IgE (Figuras
7 e 8).
58
Com base nesses resultados decidimos avaliar o papel do NFAT1 na
patofisiologia de uma importante doença alérgica, a asma. Para isso, os animais
NFAT1+/+ e NFAT1-/- foram submetidos a um modelo experimental de asma
(Figura 9). A partir daí foram avaliados os principais fatores característicos dessa
doença: influxo de eosinófilos, níveis de IgE, produção de citocinas, níveis de
quimiocinas e citocinas no pulmão, estrutura do tecido pulmonar e, por fim, hiper-
reatividade brônquica.
O lavado broncoalveolar dos animais submetidos ao modelo de asma
demonstrou novamente uma hipereosinofilia dos animais NFAT1-/- em relação aos
animais NFAT1+/+ (Figura 10). A intensa infiltração da mucosa brônquica por
eosinófilos é uma característica importante da asma (Azzawi
et al.
, 1990). Essa
infiltração de eosinófilos foi correlacionada com a presença de linfócitos T ativados
em fluidos de lavagem broncoalveolar de pacientes asmáticos, da mesma forma
que a severidade da reação asmática foi associada ao número de linfócitos T
ativados e eosinófilos (Walker
et al.
, 1991). Além disso, a análise da freqüência de
eosinófilos presentes no escarro de 205 pacientes asmáticos demonstrou uma
correlação significativa entre eosinofilia e hiper-reatividade das vias aéreas
(Woodruff et al., 2001). De fato, as proteínas liberadas por eosinófilos ativados,
tais como ECP e MBP, são tóxicas para o epitélio das vias aéreas. O dano ao
epitélio pode levar à hiper-reatividade ao alterar a função de enzimas importantes
para a degradação de neuropeptídeos (revisto em Wills-Karp, 1999). Estudos em
cobaias também demonstraram que a MBP pode induzir hiper-reatividade ao inibir
competitivamente a ligação da ACh ao receptor muscarínico M
2
nos nervos
parassimpáticos, resultando num aumento ao invés de inibição da liberação de
ACh (Jacoby
et al.
, 1993).
A dosagem dos níveis de IgE também confirmou os dados do modelo de
pleurisia alérgica: os animais NFAT1-/- apresentam maiores níveis de IgE no soro
que seus respectivos controles (Figura 11). A IgE secretada liga-se a receptores
de Fc específicos (FcεR) na superfície de mastócitos teciduais ou basófilos
sangüíneos, preparando essas células para serem ativadas por antígenos. Uma
vez ativadas essas células liberam mediadores lipídicos e vasoativos, proteases,
59
fatores quimiotáticos e citocinas, que irão contribuir para o desenvolvimento da
resposta alérgica.
O fenótipo alérgico apresentado por esses animais foi correlacionado
anteriormente com uma alta produção de IL-4 e IL-5, decorrentes de uma resposta
Th2 predominante (Viola
et al.
, 1998). De fato, linfócitos CD4
+
Th2 e suas citocinas
têm um papel importante tanto no recrutamento de eosinófilos quanto na indução
da produção de IgE. A depleção de células Th2 antígeno-específicas ou das
citocinas (IL-4 e IL-5) produzidas por elas reduz significativamente a eosinofilia
pulmonar (Garlisi
et al.
, 1995; Foster
et al.
, 1996; Lukacs
et al.
, 1994). Neste
estudo, verificamos que enquanto os animais NFAT1+/+ produzem altos níveis de
IFN-γ e baixos níveis de IL-4, ocorre o inverso nos animais NFAT1-/- (Figura 12).
Esses resultados confirmam dados apresentados por Kiani e colaboradores
(1997), os quais mostram que os linfócitos NFAT1-/- produzem maiores
quantidades de IL-4 que os linfócitos NFAT1+/+. A expressão aumentada de IL-4
pelos linfócitos NFAT1-/- foi atribuída a uma manutenção prolongada dos mRNAs
para IL-4 por essas células (Kiani
et al.
, 1997). Resultados anteriores também
mostram que os linfócitos T NFAT1-/- já diferenciados apresentam níveis menores
de expressão de mRNA para IFN-γ (Kiani
et al.
, 1997). Além disso, dados
propostos por Kiani e colaboradores (2001) mostram que células CD4
+
deficientes
para NFAT1 apresentam um defeito intrínseco na expressão do gene de IFN-
γ
,
manifestado por uma expressão diminuída dos níveis de mRNA e proteína.
Adicionalmente, esses efeitos foram observados independentemente dos efeitos
inibitórios da IL-4, uma vez que os animais utilizados nesse estudo são
duplamente deficientes para NFAT1 e IL-4 (Kiani
et al.
, 2001).
Ao contrário do padrão de produção de IL-4 apresentado pelos animais
NFAT1-/-, os níveis de IL-13 no pulmão desses animais não diferiram
significativamente dos níveis apresentados pelos animais NFAT1+/+ (Figura 13).
Apesar disso, podemos observar uma tendência de aumento dessa citocina no
pulmão dos animais NFAT1-/- quando comparamos com os respectivos controles
(
Figura 13
). Uma vez que Kiani e colaboradores (1997) demonstraram
anteriormente que células CD4
+
NFAT1-/- apresentam alta produção de IL-13 e
60
Viola e colaboradores (1998) detectaram níveis aumentados dessa citocina na
cavidade pleural de animais NFAT1-/- submetidos ao modelo de pleurisia alérgica,
acreditamos que esse resultado, por ser preliminar, ainda necessite de
confirmação posterior.
A dosagem dos níveis de eotaxina nos mesmos extratos de pulmão de
animais NFAT1-/- desafiados com OVA demonstrou uma maior produção dessa
quimiocina no tecido pulmonar desses animais (
Figura 14
). Esses dados
corroboram os resultados de hipereosinofilia apresentados pelos animais NFAT1-/-
, uma vez que a eotaxina tem alto grau de seletividade para recrutamento de
eosinófilos. Muitos tipos celulares são capazes de produzir eotaxina no pulmão,
incluindo fibroblastos, células da musculatura lisa, células endoteliais, macrófagos
alveolares, eosinófilos e linfócitos (revisto em Pease & Williams, 2001). A geração
dessa quimiocina no pulmão é dependente da presença de linfócitos T uma vez
que a depleção dessas células inibe a expressão de eotaxina, reduzindo a
infiltração de eosinófilos no pulmão (MacLean
et al.
, 1996). Além disso, já foi
demonstrado que a IL-4 estimula a transcrição do gene da eotaxina em
fibroblastos pulmonares e células epiteliais das vias aéreas de humanos (Teran
et
al.
, 1999; Stellato
et al.
, 1999). Em conjunto, esses dados sugerem que o infiltrado
inflamatório aumentado associado aos altos níveis de IL-4 apresentados pelos
animais NFAT1-/- podem estar correlacionados com o aumento dos níveis de
eotaxina no pulmão desses animais.
As alterações estruturais na arquitetura do tecido pulmonar são
extremamente importantes na patofisiologia da asma. O interesse pelas alterações
estruturais evidenciadas em vias aéreas asmáticas surgiu pela observação de que
em alguns pacientes asmáticos havia queda da função pulmonar de caráter
irreversível ao longo do tempo (Lange
et al.
, 1998). Além disso, alguns estudos
mostraram que certos pacientes têm alteração persistente da função pulmonar,
apesar de não manifestarem a doença clinicamente (revisto em Cohn
et al.
, 2004).
Esse processo de remodelamento das vias aéreas é um processo crônico,
resultante da persistência da inflamação que age em cada um dos
compartimentos das vias aéreas e leva a um dano tecidual progressivo. Com base
61
nessas informações, avaliamos neste estudo as alterações mais imediatas que
são características das vias aéreas asmáticas: infiltrado inflamatório, deposição de
colágeno e produção de muco.
Na Figura 15 podemos observar que os animais NFAT1-/- apresentam
infiltrado leucocitário peribronquiolar aumentado em relação aos animais
NFAT1+/+. Esses resultados confirmam os dados anteriores que mostram um
aumento do influxo de leucócitos totais nos fluidos de lavagem broncoalveolar
desses animais (Figura 10). A infiltração de células inflamatórias no pulmão é um
dos achados histopatológicos mais comuns na asma. A presença e ativação
dessas células, principalmente de eosinófilos, linfócitos e mastócitos gera a
liberação de diversos mediadores inflamatórios, como histamina, leucotrienos,
PAF, etc. Os efeitos contráteis desses mediadores são mediados através da
estimulação direta de receptores na musculatura lisa e através de mecanismos
que incluem a indução da liberação de outros agonistas contráteis (revisto em
Wills-Karp, 1999).
As paredes das vias aéreas são compostas por um epitélio associado a
uma membrana basal e uma camada de tecido submucoso contendo glândulas,
todas circundadas por musculatura lisa. A membrana basal consiste de três
camadas: a lamina lúcida, adjacente à membrana plasmática basal das células
que repousam na lamina, tipicamente células epiteliais; a lamina densa e a lamina
reticularis, contendo fibrilas de colágeno, que liga a membrana basal ao tecido
conjuntivo subjacente. Na asma ocorre o espessamento da lamina reticularis da
membrana basal que se torna uma densa camada de colágeno fibrilar, decorrente
de uma deposição anormal de componentes da matriz intersticial extracelular,
como as fibras colágenas tipos I, III e V (Roche
et al.
, 1989). Os animais NFAT1-/-
desenvolvem maior acúmulo dessas fibras quando comparados aos animais
NFAT1+/+ (Figura 16). Em humanos, esse espessamento, avaliado através de
fragmentos de biópsias brônquicas feitas através da broncoscopia de 34 pacientes
asmáticos, demonstrou uma correlação estreita entre espessura da membrana
basal e gravidade da doença (Chetta
et al.
, 1997). As principais células
associadas a esse acúmulo de colágeno e à fibrose subepitelial em pacientes
62
asmáticos são os miofibroblastos (Brewster
et al.
, 1990). Os fibroblastos, fontes
bem conhecidas de colágeno intersticial, não expressam NFAT1 (revisto em Rao
et al.
, 1997). Portanto esse aumento da deposição de colágeno não pode ser
explicado por uma superprodução dessa substância pelos miofibroblastos
pulmonares. Entretanto, o grau de deposição subepitelial de colágeno está
intimamente relacionado à expressão de TGF
β
1
por eosinófilos presentes nas vias
aéreas de pacientes asmáticos (Minshall
et al.
, 1997). Os níveis de TGFβ
1
nos
pulmões dos animais NFAT1+/+ e NFAT1-/- não foram analisados nesse estudo,
mas a hipereosinofilia dos animais NFAT1-/- sugere níveis aumentados dessa
citocina que poderiam explicar o aumento da espessura da camada subepitelial
observado nesses animais.
A produção excessiva de muco e a obstrução das vias aéreas devido ao
acúmulo dessa substância são achados muito comuns em pacientes asmáticos.
Essa hipersecreção de muco está associada a uma hipertrofia das glândulas
mucosas e hiperplasia e metaplasia das células caliciformes na superfície do
epitélio, culminando num aumento da secreção intraluminal com conseqüente
obstrução das vias aéreas. O acúmulo de muco nas vias aéreas reduz a tensão
superficial e aumenta a probabilidade de colapso das vias aéreas (revisto em
Maddox & Schwartz, 2002). A capacidade secretória relativa das glândulas da
submucosa e das células caliciformes ainda não é bem definida, mas estudos
recentes demonstram que as células caliciformes presentes no epitélio são tão
importantes, se não mais, para a secreção de muco quanto as glândulas (revisto
em Jackson, 2001). Essa resposta secretória aumentada está relacionada a
efeitos de mediadores inflamatórios e citocinas produzidas nas vias aéreas,
principalmente IL-13, além de efeitos de mecanismos neuronais, especialmente os
ligados à via colinérgica (revisto em Rogers, 2004). Neste estudo, pudemos
verificar que os animais NFAT1-/- desafiados com OVA apresentam menor
marcação para muco nas células caliciformes do epitélio das vias aéreas quando
comparados aos animais NFAT1+/+ (Figura 17). Mesmo apresentando níveis
similares de produção de IL-13 no pulmão, os animais NFAT1-/- apresentam uma
secreção de muco diminuída, ao contrário do que ocorre nos animais NFAT1+/+. A
63
via colinérgica é o principal mecanismo neural responsável pelo controle da
secreção de muco das vias aéreas. Agonistas de receptores colinérgicos induzem
a secreção de mucinas pelas células caliciformes em modelos de asma em
roedores e cobaias. Nessas espécies, onde o componente glandular na
submucosa é relativamente pequeno, a regulação neuronal da secreção de muco
pelas células caliciformes é extremamente importante (revisto em Jackson, 2001).
Uma vez que o NFAT é ativado pela via dos receptores muscarínicos, os
principais receptores da via colinérgica no pulmão, a ausência desse fator de
transcrição poderia comprometer a indução da secreção de muco por essa via.
Os animais NFAT1-/- quando comparados com seus controles selvagens
apresentam hipereosinofilia, altos níveis de IgE no soro, fenótipo Th2
predominante, presença de IL-13 e altos níveis de eotaxina no pulmão, intenso
infiltrado inflamatório e maior deposição de fibras colágenas no pulmão. Todos
esses fatores caracterizariam os animais NFAT1-/- como potenciais asmáticos
exacerbados em relação aos animais NFAT1+/+, uma vez que essas
características estão presentes na patologia asmática como discutido nos
parágrafos anteriores. A hiper-reatividade brônquica é um fenômeno marcante da
asma que é determinado e influenciado por todos esses fatores.
Conseqüentemente, as características apresentadas pelos animais NFAT1-/-
contribuiriam para que esses animais apresentassem maiores níveis de hiper-
reatividade brônquica em relação aos controles selvagens. Apesar disso, quando
os animais NFAT1-/- desafiados com OVA são aerolizados com metacolina como
broncoconstrictor, esses animais além de não serem hiper-reativos quando
comparados com os controles desafiados com PBS, têm broncoconstrição
diminuída em relação aos animais NFAT1+/+, desafiados ou não com OVA
(Figura 18).
O hidróxido de alumínio é, de fato, o adjuvante mais comumente utilizado
na literatura para sensibilização de animais nos modelos experimentais de asma.
Por causa disso decidimos reproduzir esses resultados utilizando o hidróxido de
alumínio como adjuvante na sensibilização. Esses experimentos corroboraram os
dados da hiper-reatividade observados nos animais NFAT1-/- sensibilizados com
64
CFA, demonstrando que independente do adjuvante utilizado no processo de
sensibilização os animais NFAT1-/- realmente apresentam um defeito na
broncoconstrição induzida por metacolina (
Figura 20
).
Nestes ensaios também verificamos que os animais NFAT1-/- apresentam
níveis de eosinofilia similares aos apresentados pelos animais NFAT1+/+, ao
contrário do que ocorre quando os animais são sensibilizados utilizando o CFA
como adjuvante (
Figura 19
). Como descrito anteriormente, a eosinofilia pulmonar
característica da asma está fortemente associada ao desenvolvimento de um
fenótipo Th2 pelos linfócitos T CD4
+
(revisto em Wills-Karp, 1999). Estudos
anteriores demonstraram que enquanto o hidróxido de alumínio estimula a
diferenciação de linfócitos CD4
+
para o fenótipo Th2, o CFA faz o oposto,
promovendo a diferenciação Th1 (Grun & Maurer, 1989). Posteriormente esses
resultados foram confirmados por Chuang e colaboradores (1997) que
demonstraram um aumento da relação IFN-
γ
/IL-4 produzida por esplenócitos de
animais sensibilizados com CFA. Como mencionado anteriormente, os animais
NFAT1-/- têm uma produção de IL-4 aumentada concomitante com uma produção
de IFN-
γ
diminuída de maneira independente dos efeitos mediados pela IL-4. De
fato, durante um estímulo primário os linfócitos T CD4
+
de animais NFAT1-/-
“naive” produzem níveis de IL-4 bastante similares aos produzidos pelas mesmas
células NFAT1+/+, que tornam-se aumentados em 72 h de estimulação (dados
não mostrados). Por outro lado, ao passo que os linfócitos T CD4
+
NFAT1+/+ já
produzem IFN-
γ
em momentos iniciais da cultura, essa produção não é
acompanhada por linfócitos T CD4
+
NFAT1-/-, mesmo em momentos tardios de
estimulação primária (dados não mostrados). Essa diferença inicial de produção
de IFN-γ é refletida no padrão de diferenciação dessas células, como demonstrado
na
Figura 12
. Uma vez que o CFA induz a produção de IFN-γ e que os animais
NFAT1-/- têm um defeito nessa produção, o equilíbrio Th1/Th2 desses animais é
afetado. Ou seja, a ausência da produção de IFN-
γ
faz com que não ocorra o
contrabalanço ou “freio” natural da produção de IL-4, fazendo com que os animais
NFAT1-/- desenvolvam um fenótipo Th2 aumentado em relação aos animais
NFAT1+/+. Como o hidróxido de alumínio favorece a produção de IL-4 e ambos
65
animais são capazes de produzir essa citocina, o IFN-γ por não ser
preferencialmente induzido nesse tipo de sensibilização, não teria um papel tão
ativo no contrabalanço ou “freio” da diferenciação Th2. Ou seja, os níveis basais
de IFN-γ produzidos tanto pelos animais NFAT1+/+ quanto NFAT1-/- não seriam
suficientes para afetar a produção de IL-4 e acentuar a diferença de produção
dessa citocina entre as duas linhagens de animais. É claro que para confirmarmos
essa hipótese, o padrão de produção de citocinas dos linfócitos de animais
NFAT1+/+ e NFAT1-/- sensibilizados na presença de hidróxido de alumínio ainda
precisa ser analisado. Com esses dados poderemos verificar se os animais
NFAT1+/+ e NFAT1-/- de fato apresentam níveis similares de produção de IL-4
quando sensibilizados com hidróxido de alumínio, o que poderia explicar a
similaridade no influxo de eosinófilos apresentado por esses animais.
Os ensaios anteriores com animais sensibilizados sugerem que os animais
NFAT1-/- têm um defeito na broncoconstrição induzida por metacolina de maneira
independente do processo de sensibilização. Para confirmar essa hipótese,
animais “naive” NFAT1+/+ e NFAT1-/-, os quais não foram submetidos a qualquer
protocolo de sensibilização ou desafio, foram aerolizados com metacolina.
Corroborando os dados anteriores, os animais NFAT1-/- “naive” também
apresentam broncoconstrição diminuída em relação aos animais selvagens
(Figura 21), sugerindo que este é um fenômeno intrínseco causado pela ausência
do NFAT1 e não por quaisquer efeitos do processo de sensibilização ou desafio. O
tratamento com CsA, um inibidor da ativação do NFAT, confirmou o envolvimento
do NFAT1 no processo de broncoconstrição uma vez que os animais NFAT1+/+
tratados com CsA apresentaram níveis de broncoconstrição diminuídos, similares
aos apresentados pelos animais NFAT1-/- (
Figura 22
).
Como descrito anteriormente, a liberação de acetilcolina (ACh) pelos nervos
parassimpáticos é responsável pelo principal mecanismo neural de
broncoconstrição das vias aéreas. Os receptores muscarínicos do subtipo M
1
e M
3
,
ao se ligarem a ACh, geram um influxo de cálcio intracelular ao ativarem a cascata
de sinalização da PLC (revisto em Felder, 1995). Experimentos anteriores
demonstraram que células T Jurkat que expressam ectopicamente o receptor M
1
66
(J-HM1-2.2) quando ativadas com carbachol, um agonista de receptores
muscarínicos, produzem IL-2 e induzem a atividade do NFAT (Desai
et al.
, 1990;
Wu
et al.
, 1995). Posteriormente foram feitos experimentos similares tanto com
linhagens de células linfóides (Jurkat) quanto com linhagens de células não-
linfóides (feocromocitoma PC12) (Boss
et al.
, 1996). Ambas linhagens foram
transfectadas com vetor de expressão para o receptor M
3
e vetor que continha
seqüências consenso de ligação para NFAT conjugadas a um gene repórter, a
luciferase. O tratamento com carbacol induz expressão de luciferase pelas células
transfectadas demonstrando que a ativação do receptor M
3
leva à indução da
ativação do NFAT (Boss
et al.
, 1996). Isso ocorre de maneira específica para o
receptor M
3
, uma vez que células PC12 transfectadas com um vetor de expressão
para o receptor M
2
, quando tratadas com carbacol, não apresentam indução do
gene da luciferase (Boss
et al.
, 1996). Além disso, o tratamento com CsA inibe a
expressão de luciferase induzida por carbacol nas células PC12 que expressam o
receptor M
3
, demonstrando que de fato o NFAT é ativado por esses receptores em
células não-imunes (Boss
et al.
, 1996).
Os receptores muscarínicos do subtipo M
3
estão presentes na musculatura
lisa do pulmão e são os principais mediadores da broncoconstrição (revisto em
Coulson & Fryer, 2003). Camundongos deficientes para esse receptor têm
broncoconstrição induzida por metacolina completamente abolida (Fisher
et al.
2004). Outros experimentos mostram uma inibição de 60% da broncoconstrição
induzida por metacolina em camundongos geneticamente deficientes para M
3
(Struckmann
et al.
, 2003). Até o momento, não há qualquer registro na literatura
que indique especificamente quais membros da família NFAT estão expressos na
musculatura lisa do pulmão. No entanto, ensaios com uma linhagem de células de
musculatura lisa das vias aéreas de humanos (HASM) demonstraram que essas
células não só expressam NFAT, mas apresentam atividade funcional desses
fatores de transcrição (Ediger
et al.
, 2003). Quando essas células HASM são
transduzidas com vetor retroviral contendo regiões consenso de ligação para
NFAT fusionadas a luciferase e são posteriormente estimuladas, ocorre expressão
do gene repórter (Ediger
et al.
, 2003). Além disso, já foi demonstrado que os
67
membros da família NFAT são expressos principalmente na musculatura lisa
vascular de diversos tecidos, incluindo cérebro e coração (Boss
et al.
, 1998;
revisto em Hill-Eubanks
et al.
, 2003). Em uma linhagem de células de musculatura
lisa vascular aórtica, a estimulação com diversos agonistas de receptores
acoplados a proteínas G da família G
q
foi capaz de ativar o NFAT (Boss
et al.
,
1998).
Todas essas informações juntas sugerem um papel importante do NFAT na
musculatura lisa e na sinalização via receptores muscarínicos acoplados a
proteína G da família G
q
. A fim de comprovar a especificidade da resposta
broncoconstritora à metacolina observada nos animais NFAT1-/-, utilizamos outro
broncoconstritor, a serotonina. Como demonstrado na Figura 23, os animais
“naive” NFAT1+/+ e NFAT1-/- apresentam respostas broncoconstritoras similares
quando expostos à serotonina, ao contrário do que ocorre durante a exposição à
metacolina. Já os animais NFAT1-/- submetidos ao modelo de asma e desafiados
com OVA além de apresentarem hiper-reatividade em relação aos controles
desafiados com PBS, têm resposta broncoconstritora exacerbada em relação aos
animais NFAT1+/+ (Figura 23). Por causa da grande diversidade de receptores
para serotonina há bastante controvérsia sobre qual receptor é capaz de induzir
broncoconstrição em diferentes espécies. Acredita-se que a ativação do receptor
5HT
2A
presente na musculatura lisa das vias aéreas seja a principal via de
broncoconstrição induzida por serotonina em ratos, mas não há qualquer estudo
que demonstre os mesmos dados para camundongos (Saxena, 1995). A via de
sinalização do receptor 5HT
2A
também envolve influxo de Ca
+2
através da ativação
da PLC, mas até o momento não há qualquer evidência de
que o NFAT seja
ativado por esse receptor (Raymond
et al.
, 2001). Além disso, a natureza do
estímulo indutor do influxo de Ca
+2
também é importante para a ativação de
diferencial de alguns fatores de transcrição, como o NFAT (Dolmetsch
et al.
,
1997).
A ausência dos receptores muscarínicos do subtipo M
3
no pulmão dos
animais NFAT1-/- poderia explicar o defeito na broncoconstrição apresentado por
esses animais. De fato, o promotor do gene que codifica para o receptor M
3
de
68
humanos possui diversos sítios de ligação para NFAT (Forsythe
et al.
2002).
Apesar disso a análise da expressão desses receptores no pulmão de animais
NFAT1+/+ e NFAT1-/- revelou que todos os três subtipos de receptores
muscarínicos têm mRNAs igualmente expressos (Figura 24). Esses resultados
sugerem que o NFAT1 está atuando abaixo da via dos receptores muscarínicos do
subtipo M
3
e não como regulador direto de sua expressão. Para confirmar essa
hipótese ainda precisam ser feitos experimentos que confirmem a expressão
protéica desses receptores, assim como sua funcionalidade.
Os resultados anteriores, em conjunto, mostram que o NFAT1 é essencial
para a broncoconstrição induzida especificamente pela via colinérgica. O processo
de contração da musculatura lisa é extremamente complexo e pode ser regulado
por uma variedade de fatores. O exato papel no NFAT1 nesse processo ainda
permanece obscuro. Sabe-se que o NFAT2 é importante para a transcrição do
gene que codifica para a cadeia pesada da miosina específica de músculo liso em
células da musculatura lisa aórtica, o que poderia influenciar na contração
muscular (Wada
et al.
, 2002). Além disso, a modulação da homeostase do Ca
+2
também é extremamente importante para a resposta da musculatura lisa a
estímulos contráteis (Amrani & Panettieri, 2002). Análises de sítios putativos de
ligação NFAT/AP1 em células T identificaram sítios de ligação para NFAT nas
regiões promotoras de genes que codificam para proteínas que se ligam à Ca
+2
,
incluindo a calmodulina 2 (Kel
et al.
, 1999). Para dar continuidade ao trabalho,
pretendemos investigar mais detalhadamente a via do receptor muscarínico M
3
, a
fim de fundamentar uma hipótese mais completa de como ocorre exatamente a
participação do NFAT1 no processo de broncoconstrição.
69
5. CONCLUSÕES
De acordo com os resultados obtidos, podemos concluir que o NFAT1 tem papel
extremamente importante na resposta alérgica, sendo fundamental na
broncoconstrição induzida pela via colinérgica.
Os animais NFAT1-/- quando comparados com seus controles selvagens
apresentam hipereosinofilia, altos níveis de IgE no soro, fenótipo Th2
predominante, presença de IL-13 e altos níveis de eotaxina no pulmão,
intenso infiltrado inflamatório e maior deposição de fibras colágenas no
pulmão, sugerindo um papel regulador negativo da proteína NFAT1 na
resposta alérgica asmática;
Os animais NFAT1-/-, quando expostos a metacolina, não apresentam
hiper-reatividade em relação a seus respectivos controles, além de
apresentarem broncoconstrição diminuída quando comparados com os
animais NFAT1+/+, sugerindo um papel essencial para o NFAT1 no
processo de broncoconstrição induzido pela via colinérgica;
Quando expostos a serotonina, os animais NFAT1-/- são hiper-reativos em
relação a seus respectivos controles e apresentam resposta
broncoconstritora aumentada quando comparados aos animais NFAT1+/+.
Além disso, animais NFAT1-/- “naive” apresentam broncoconstrição similar
aos controles selvagens, excluindo um papel do NFAT1 no processo de
broncoconstrição mediado pela serotonina.
70
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABBAS, A.K., MURPHY, K.M., SHER, A. 1996. Functional diversity of helper T
lymphocytes.
Nature
383:787-793.
ALAM, R., YORK, J., BOYARS, M., STAFFORD, S., GRANT, J.A., LEE, J.,
FORSYTHE, P., SIM, T., IDA, N. 1996. Increased MCP-1, RANTES, and MIP-
1alpha in bronchoalveolar lavage fluid of allergic asthmatic patients.
Am J Respir
Crit Care Med.
153
:1398-1404.
AMRANI, Y. & PANETTIERI, R.A. 2002. Modulation of calcium homeostasis as a
mechanism for altering smooth muscle responsiveness in asthma.
Curr Opin
Allergy Clin Immunol.
2:39-45.
AYALA, L.E. & AHMED, T. 1989. Is there loss of a protective muscarinic receptor
in asthma?
Chest
96:1285–1291.
AZZAWI, M., BRADLEY, B., JEFFERY, P.K., FREW, A.J., WARDLAW, A.J.,
KNOWLES, G., ASSOUFI, B., COLLINS, J.V., DURHAM, S., KAY, A.B. 1990.
Identification of activated T lymphocytes and eosinophils in bronchial biopsies in
stable atopic asthma.
Am Rev Respir Dis.
142:1407-1413.
BARNES, P.J. 1993. Muscarinic receptor subtypes in airways.
Life Sci.
52:521-
527.
BARNES, P.J. 2001. Histamin and serotonin.
Pulm Pharmacol Ther.
14:329-339.
BARNES, P.J. 2004. Distributon of receptor targets in the lung.
Proc Am Thor Soc.
1:345-351.
71
BEASLEY, R. [For the The International Study of Asthma and Allergies in
Childhood (ISAAC) Steering Committee] 1998.
Worldwide variation in prevalence
of symptoms of asthma, allergic rhinoconjunctivitis, and atopic eczema: ISAAC.
Lancet.
351: 1225-1232.
BENNICH, H.H., ISHIZAKA, K., JOHANSSON, S.G.O., ROWE D.S.,
STANWORTH, D.R., TERRY, W.D. 1968. Immunoglobulin E, a new class of
human immunoglobulin.
Bull World Hlth Org.
38:151-152.
BOSS, V., TALPADE, D.J., MURPHY, T.J. 1996. Induction of NFAT-mediated
transcription by G
q
-coupled receptors in lymphoid and non-lymphoid cells.
J Biol
Chem.
271:10429-10432.
BOSS, V., ABBOTT, K.L., WANG, X.F., PAVLATH, G.K., MURPHY, T.J. 1998. The
cyclosporin A-sensitive nuclear factor of activated T cells (NFAT) proteins are
expressed in vascular smooth muscle cells. Differential localization of NFAT
isoforms and induction of NFAT-mediated transcription by phospholipase C-
coupled cell surface receptors.
J Biol Chem.
273:19664-19671.
BRUSSELLE, G.G., KIPS, J.C., TAVERNIER, J.H., VAN DER HEYDEN, J.G.,
CUVELIER, C.A., PAUWELS, R.A., BLUETHMANN, H. 1994. Attenuation of
allergic airway inflammation in IL-4 deficient mice.
Clin Exp Allergy
. 24:73-80.
BREWSTER, C.E., HOWARTH, P.H., DJUKANOVIC, R., WILSON, J., HOLGATE,
S.T., ROCHE, W.R. 1990. Myofibroblasts and subepithelial fibrosis in bronchial
asthma.
Am J Respir Cell Mol Biol.
3:507-511.
CAETANO, M.S., VIEIRA-DE-ABREU, A., TEIXEIRA, L.K., WERNECK, M.B.,
BARCINSKI, M.A., VIOLA, J.P. 2002. NFATC2 transcription factor regulates cell
cycle progression during lymphocyte activation: evidence of its involvement in the
control of cyclin gene expression.
FASEB
J.
16:1940-1942.
72
CASTRO, H.J., MALKA-RAIS, J., BELLANTI, J.A. 2005.
Current epidemiology of
asthma: emerging patterns of asthma.
Allergy Asthma Proc.
26
:79-82.
CAULFIELD, M.P. & BIRDSALL, N.J.M. 1998. International Union of
Pharmacology. XVII. Classification of muscarinic acetylcholine receptors.
Pharmacol Rev.
50
:279–290.
COFFMAN, R.L., SEYMOUR, B.W.P., LEBMAN, D.A., HIRAKI, D.D.,
CHRISTIANSEN, J.A., SHRADER, B., CHERWINSKI, H.M., SAVELKOUL, H.F.J.,
FINKELMAN, F.D., BOND, M.W.; MOSMANN, T.R. 1988. The role of helper T cell
products in mouse B cell differentiation and isotype regulation.
Immunol. Rev.
102:5-28.
CHETTA, A., FORESI, A., DEL DONNO, M., BERTORELLI, G., PESCI, A.,
OLIVIERI, D. 1997. Airways remodeling is a distinctive feature of asthma and is
related to severity of disease.
Chest.
111:852-857.
CHUANG, Y.H., CHIANG, B.L., CHOU, C.C., HSIEH, K.H. 1997. Immune effector
cells induced by complete Freund’s adjuvant exert an inhibitory effect on antigen-
specific type 2 T helper responses.
Clin Exp Allergy.
27:315-324.
COHN, L., HOMER, R.J., MARINOV, A., RANKIN, J., BOTTOMLY, K. 1997.
Induction of airway mucus production by T helper 2 (Th2) cells: a critical role for
interleukin 4 in cell recruitment but not mucus production.
J Exp Med.
186:1737-
1747.
COHN, L., ELIAS, J.A., CHUPP, G.L. 2004. Asthma: mechanisms of disease
persistence and progression.
Annu Rev Immunol.
22: 789-815.
73
COOKSON, W. 2004. The immunogenetics of asthma and eczema: a new focus
on the epithelium.
Nat Rev Immunol.
4: 978-988.
CORRIGAN, C.J. & KAY, A.B. 1992. T cells and eosinophils in the pathogenesis of
asthma.
Immunol Today.
13:501-507.
COULSON, F.R. & FRYER, A.D. 2003. Muscarinic acetylcholine receptors and
airway diseases.
Pharmacol Ther.
98
:59-69.
DAS, J., CHEN, C.H., YANG, L., COHN, L., RAY, P., RAY, A. 2001. A critical role
for NF-kappa B in GATA3 expression and Th2 differentiation in allergic airway
inflammation.
Nat Immunol.
2:45-50.
DE BIE J.J., HENRICKS, P.A.J., CRUIKSHANK W.W., HOFMAN, G., JONKER,
E.H., NIJKAMP, F.P., VAN OOSTERHOUT A.J.M. 1998. Modulation of airway
hyperresponsiveness and eosinophilia by selective histamine and 5-HT receptor
antagonists in a mouse model of allergic asthma.
Br J Pharmacol.
124:857-864.
DE VRIES, J.E. 1998. The role of IL-13 and its receptor in allergy and inflammatory
resposnses.
J Allergy Clin Immunol.
102:165-169.
DESAI, D.M., NEWTON, M.E., KADLECEK, T., WEISS, A. 1990. Stimulation of the
phosphatidyl-inositol pathway can induce T-cell activation.
Science.
348:66-69.
DIEHL, S., KRAHL, T., RINALDI, L., NORTON, R., IRVIN, C.G., RINCON, M.
2004. Inhibition of NFAT specifically in T cells prevents allergic pulmonary
inflammation.
J Immunol.
172:3597-3603.
DOLMETSCH, R.E., LEWIS, R.S., GOODNOW, C.C., HEALY, J.I. 1997.
Differential activation of transcription factors induced by Ca 2+ response amplitude
and duration.
Nature.
386:855-858.
74
DUPONT, L.J., PYPE, J.L., DEMEDTS, M.G., DE LEYN, P., DENEFFE, G.,
VERLEDEN, G.M. 1999. The effects of 5-HT on cholinergic contraction in human
airways
in vitro
.
Eur Respir J.
14
:642-649.
EDIGER, T.L., SCHULTE, N.A., MURPHY, T.J., TOEWS, M.L. 2003. Transcription
factor activation and mitogenic synergism in airway smooth muscle cells.
Eur
Respir J.
21
:759-769.
ELIAS, J.A. ZHU, Z., CHUPP, G., HOMER, R.J. 1999. Airway remodeling in
asthma.
J Clin Investig.
104:1001-1006.
ERB, K.J., KIRMAN, J., DELAHUNT, B., MOLL, H., LE GROS, G. 1999. Infection
of mice with
Mycobacterium bovis
-BCG induces both Th1 and Th2 immune
responses in the absence of interferon-
γ
signaling.
Eur Cytokine Netw.
10:147-154.
FELDER, C. 1995. Muscarinic aceylcholine receptors: signal transduction through
multiple receptors.
FASEB J.
9:619-625.
FERNANDES, L. B., A. D. FRYER, C. A. HIRSHMAN. 1992. M2 muscarinic
receptors inhibit isoproterenol-induced relaxation of canine airway smooth muscle.
J Pharmacol Exp Ther.
262:119-126.
FINOTTO, S., DE SANCTIS, G.T., LEHR, H.A., HERZ, U., BUERKE, M., SCHIPP,
M., BARTSCH, B., ATREYA, R., SCHMITT, E., GALLE, P.R., RENZ, H.,
NEURATH, M.F. 2001. Treatment of allergic airway inflammation and
hyperresponsiveness by antisense-induced local blockade of GATA-3 expression.
J Exp Med.
193:1247-1260.
FINOTTO, S., NEURATH, M.F., GLICKMAN, J.N., QIN, S., LEHR, H.A., GREEN,
F.H.Y., ACKERMAN, K., HALEY, K., GALLE, P.R., SZABO, S.J., DRAZEN, J.M.,
DE SANCTIS, G.T., GLIMCHER, L.H. 2002. Development of spontaneous airway
75
changes consistent with human asthma in mice lacking T-bet.
Science.
295
:336-
338.
FISHER, J.T., VINCENT, S.G., GOMEZA, J., YAMADA, M., WESS, J. 2004. Loss
of vagally mediated bradycardia and bronchoconstriction in mice lacking M
2
or M
3
muscarinic acetylcholine receptors.
FASEB J.
18:711-713.
FORSYTHE, S.M., KOGUT, P.C., MCCONVILLE, J.F., FU, Y., MCCAULEY, J.A.,
HALAYKO, A.J., LIU, H.W., KAO, A., FERNANDES, D.J., BELLAM, S., FUCHS,
E., SINHA, S., BELL, G.I., CAMORETTI-MERCADO, B., SOLWAY, J. 2002.
Structure and transcription of the human m3 muscarinic receptor gene.
Am J
Respir Cell Mol Biol.
26:298-305.
FOSTER, P.S., HOGAN, S.P., RAMSAY, A.J., MATTHAEI, K.I., YOUNG, I.G.
1996. Interleukin 5 deficiency abolishes eosinophilia, airways hyperreactivity, and
lung damage in a mouse asthma model.
J Exp Med.
183:195-201.
FRYER, A.D. & WILLS-KARP, M. 1991. Dysfunction of M2-muscarinic receptors in
pulmonary parasympathetic nerves after antigen challenge.
J Appl Physiol.
71:2255 – 2261.
FRYER, A.D. & JACOBY, D.B. 1998. Muscarinic receptors and control of airway
smooth muscle.
Am J Respir Crit Care Med
. 158:S154-S160.
FUJISAWA, T., KATO, Y., NAGASE, H., ATSUTA, J., TERADA, A., IGUCHI, K.,
KAMIYA, H., MORITA, Y., KITAURA, M., KAWASAKI, H., YOSHIE, O., HIRAI, K.
2000. Chemokines induce eosinophil degranulation through CCR-3.
J Allergy Clin
Immunol.
106:507-513.
GANGUR, V. & OPPENHEIM, J.J. 2000. Are chemokines essential or secondary
participants in allergic responses?
Ann Allergy Asthma Immunol.
84:569–581.
76
GARLISI, C.G., FALCONE, A., KUNG, T.T., STELTS, D., PENNLINE, K.J.,
BEAVIS, A.J., SMITH, S.R., EGAN, R.W., UMLAND, S.P. 1995. T cells are
necessary for Th2 cytokine production and eosinophil accumulation in airways of
antigen-challenged allergic mice.
Clin Immunol Immunopathol.
75
:75-83.
GAVETT, S.H., O'HEARN, D.J., KARP, C.L., PATEL, E.A., SCHOFIELD, B.H.,
FINKELMAN, F.D., WILLS-KARP, M. 1997. Interleukin-4 receptor blockade
prevents airway responses induced by antigen challenge in mice.
Am J Physiol.
272:L253-261.
GONZALO, J.A., LLOYD, C.M., WEN, D., ALBAR, J.P., WELLS, T.N.,
PROUDFOOT, A., MARTINEZ-A, C., DORF, M., BJERKE, T., COYLE, A.J.,
GUTIERREZ-RAMOS J. C. 1998. The coordinated action of CC chemokines in the
lung orchestrates allergic inflammation and airway hyperresponsiveness.
J Exp
Med.
188:157-167.
GOULD, H.J., SUTTON, B.J., BEAVIL, A.J., BEAVIL, R.L., MCCLOSKEY, N.,
COKER, H.A., FEAR, D., SMURTHWAITE, L. 2003. The biology of IgE and the
basis of allergic disease.
Annu Rev Immunol.
21:579-628.
GRUN, J.L., MAURER, P.H. 1989. Different T helper cell subsets elicited in mice
utilizing two different adjuvant vehicles: the role of endogenous interleukin 1 in
proliferative responses.
Cell Immunol.
121:134-145.
GRÜNIG, G., WARNOCK, M., WAKIL, A.E., VENKAYYA, R., BROMBACHER, F.,
RENNICK, D.M., SHEPPARD, D., MOHRS, M., DONALDSON, D.D., LOCKSLEY,
R.M., CORRY, D.B. 1998. Requirement for IL-13 independently of IL-4 in
experimental asthma.
Science.
282:2261-2263.
77
HAMELMANN, E., SCHWARZE, J., TAKEDA, K., OSHIBA, A., LARSEN, G.L.,
IRVIN, C.G., GELFAND, E.W. 1997. Noninvasive measurement of airway
responsiveness in allergic mice using barometric plethysmography.
Am J Respir
Crit Care Med.
156:766-775.
HILL-EUBANKS, D.C., GOMEZ, M.F., STEVENSON, A.S., NELSON, M.T. 2003.
NFAT regulation in smooth muscle.
Trends Cardiovasc Med.
13
:56-62.
HODGE, R.M., RANGER, A.M., DE LA BROUSSE, F.C., HOEY, T., GRUSBY, M.,
GLIMCHER, L. 1996. Hyperproliferation and dysregulation of IL-4 expression in
NF-Atp-deficient mice.
Immunity.
4:397-405.
HOFFJAN, S. & OBBER, C. 2002. Present status of the genetic studies of asthma.
Curr Opi Immunol.
14:709–717.
ISHIZAKA, K. & ISHIZAKA, T. 1967a. Identification of gamma-E antibodies as a
carrier or reaginic activity.
J Immunol
. 99:1187-1198.
ISHIZAKA, K., ISHIZAKA, T., TERRY, W.D. 1967b. Antigenic structure of gamma-
E-globulin and reaginic antibody.
J Immunol.
99:849-858.
JACKSON, A.D. 2001. Airway goblet-cell mucus secretion.
Trends Pharmacol Sci.
22:39-45
JACOBY, D.B., GLEICH, G.J., FRYER, A.D. 1993. Human eosinophil major basic
protein is an endogenous allosteric antagonist at the inhibitory muscarinic M2
receptor.
J Clin Invest.
91:1314-1318.
JEFFERY, P.K., WARDLAW A.J., NELSON F.C., COLLINS J.V., KAY, A.B. 1989.
Bronchial biopsies in asthma. An ultrastructural, quantitative study and correlation
with hyperreactivity.
Am Rev Respir Dis.
140:1745-1753.
78
JOHANSSON, S.G.O. 2002. Milestones in understanding allergy and its diagnosis.
Clin Exp All Rev.
2:2-7.
KEL, A., KEL-MARGOULIS, O., BABENKO, V., WINGENDER, E. 1999.
Recognition of NFATp/AP-1 Composite Elements within Genes Induced upon the
Activation of Immune Cells.
J Mol Biol.
288:353-376.
KIANI, A., VIOLA, J.P.B., LICHTMAN, A.H., RAO, A. 1997. Down-regulation of IL-4
gene transcription and control of Th2 cell differentiation by a mechanism involving
NFAT1.
Immunity.
7:849-860.
KIANI, A., GARCÍA-CÓZAR, F.J., HABERMANN, I., LAFORSCH, S., AEBISCHER,
T., EHNINGER, G., RAO, A. 2001. Regulation of interferon-
γ
gene expression by
nuclear factor of activated T cells.
Blood.
98:1480-1488.
KITA, H., OHNISHI, T., OKUBO, Y., WEILER, D., ABRAMS, J.S., GLEICH, G.J.
1991. Granulocyte-macrophage colony stimulating factor and interleukin 3 release
from human peripheral blood eosinophils and neutrophils.
J Exp Med.
174:745-
748.
LAMKHIOUED, B., RENZI, P.M., ABI-YOUNES, S., GARCIA-ZEPADA, E.A.,
ALLAKHVERDI, Z., GHAFFAR, O., ROTHENBERG, M.D., LUSTER, A.D., HAMID,
Q. 1997. Increased expression of eotaxin in bronchoalveolar lavage and airways of
asthmatics contributes to the chemotaxis of eosinophils to the site of inflammation.
J Immunol.
159:4593-4601.
LANGE, P., PARNER, J., VESTBO, J., SCHNOHR, P., AND JENSEN, G. 1998. A
15-year follow-up study of ventilatory function in adults with asthma.
N Engl J Med.
339:1194–1200.
79
LECHIN, F., VAN DER DIJS, B., OROZCO, B., LECHIN, M., LECHIN, A.E. 1996.
Increased levels of free serotonin in plasma of symptomatic asthmatic patients.
Ann Allergy Asthma Immunol.
77
:245-253.
LECHIN, F., VAN DER DIJS, B., OROZCO, B., JARA, H., RADA, I., LECHIN, M.E.,
LECHIN, A.E. 1998. The serotonin uptake-enhancing drug tianeptine suppresses
asthmatic symptoms in children: a double-blind, crossover, placebo-controlled
study.
J Clin Pharmacol.
38:918–925.
LEE, J.J., DIMINA, D., MACIAS, M.P., OCHKUR, S.I., MCGARRY, M.P., O'NEILL,
K.R., PROTHEROE, C., PERO, R., NGUYEN, T., CORMIER, S.A., LENKIEWICZ,
E., COLBERT, D., RINALDI, L., ACKERMAN, S.J., IRVIN, C.G., LEE, N.A. 2004.
Defining a link with asthma in mice congenitally deficient in eosinophils.
Science
.
305:1773-1776.
LOPEZ-RODRIGUEZ, C., ARAMBURU, J., RAKEMAN, A.S., RAO, A. 1999.
NFAT5, a constitutively nuclear NFAT protein that does not cooperate with Fos and
Jun.
Proc Natl Acad Sci USA.
96:7214-7219.
LUKACS, N.W., STRIETER, R.M., CHENSUE, S.W., KUNKEL, S.L. 1994.
Interleukin-4-dependent pulmonary eosinophil infiltration in a murine model of
asthma.
Am J Respir Cell Mol Biol.
10:526-532.
LUKACS, N.W. 2001. Role of chemokines in the pathogenesis of asthma.
Nat Rev
Immunol.
1:108-116.
MACIAN, F. 2005. NFAT proteins: key regulators of T-cell development and
function.
Nat Rev Immunol.
5:472-484.
MACLEAN, J.A., OWNBEY, R., LUSTER, A.D. 1996.T cell-dependent regulation of
eotaxin in antigen-induced pulmonary eosinophila.
J Exp Med.
184:1461-1469.
80
MADDOX, L., SCHWARTZ, D.A. 2002. The pathophysiology of asthma.
Annu Rev
Med.
53
:477-498.
MALBON, C.C. 2005. G proteins in development.
Nat Rev Mol Cell Biol.
6
:689-
701.
MASUDA, E.S., NAITO, Y., TOKUMITSU, H., CAMPBELL, D., SAITO, F.,
HANNUM, C., ARAI, K-I., ARAI, N. 1995. NFATx, a novel member of the nuclear
factor of activated T cells family that is expressed predominantly in the thymus.
Mol
Cel Biol.
15:2697-2706.
MINETTE, P.J., LAMMERS, J.W.J., DIXON, C.M.S., MCCUSKER, M.T., BARNES,
P.J. 1989. A muscarinic agonist inhibits reflex bronchoconstriction in normal but not
asthmatic subjects.
J Appl Physiol.
67:2461–2465.
MINSHALL, E.M., LEUNG, D.Y.M., MARTIN, R.J., SONG, Y.L., CAMERON, L.,
ERNST, P., HAMID, Q. 1997. Eosinophil-associated TGF
β
1
mRNA expression and
airways fibrosis in bronchial asthma.
Am J Respir Cell Mol Biol.
17:326-333.
MOSMANN, T.R., CHERWINSKI, H., BOND, M.W., GIEDLIN, M.A., AND
COFFMAN, R.L. 1986. Two types of murine helper T cell clone. I.Definition
according to profiles of lymphokine activities and secreted proteins.
J.Immunol.
136:2348-2357.
MOSMANN, T.R. & COFFMAN, R.L. 1989. Th1 and Th2 cells: different patterns of
lymphokine secretion lead to different functional properties.
Annu Rev Immunol.
7:145-173.
NAKAMURA, Y., GHAFFAR, O., OLIVENSTEIN, R., TAHA, R.A., SOUSSI-
GOUNNI, A., ZHANG, D.H., RAY, A., HAMID, Q. 1999a. Gene expression of the
81
GATA-3 transcription factor is increased in atopic asthma.
J Allergy Clin Immunol.
103:215-222.
NAKAMURA, H., WEISS, S.T., ISRAEL, E., LUSTER, A.D., DRAZEN, J.M., LILLY,
C.M. 1999b. Eotaxin and impaired lung function in asthma.
Am J Respir Crit Care
Med.
160:1952-1956.
PEASE, J.E. & WILLIAMS, T.J. 2001. Eotaxin and asthma.
Curr Opin Pharmacol.
1:248-253.
PENG, S.L., GERTH, A.J., RANGER, A.M., GLIMCHER, L.H. 2001. NFATc1 and
NFATc2 together control both T and B cell activation and differentiation.
Immunity.
14:13-20.
POHUNEK, P., WARNER, J.O., TRZIKOVA, J., KURDMANN, J., ROCHE, W.R.
2005. Markers of eosinophilic inflammation and tissue re-modelling in children
before clinically diagnosed bronchial asthma.
Pediatr Allergy Immunol.
16:43-51.
PRAUSNITZ, C. & KÜSTNER, H. 1921. Studien über die Überempfindlichkeit.
Z
entralbl Bakteriol
I
. Abt Orig 86:160-169. Originally published, in English, in
PRAUSNITZ, C. In: GELL, P.G.H., COOMBS, R.R.A., editors. Clinical aspects of
immunology. Oxford: Blackwell; 1962. p. 128.
PRESCOTT, S.L., MACAUBAS, C., HOLT, B.J., SMALLACOMBE, T.B., LOH, R.,
SLY, P.D., HOLT, P.G. 1998a. Transplacental priming of the human immune
system to environmental allergens: universal skewing of initial T cell responses
toward the Th2 cytokine profile.
J Immunol.
60:4730-4737.
PRESCOTT, S.L., MACAUBAS, C., SMALLACOMBE, T., HOLT, B.J., SLY, P.D.,
LOH, R., HOLT, P.G. 1998b. Reciprocal age-related patterns of allergen-specific T-
cell immunity in normal vs. atopic infants.
Clin Exp Allergy
. 28:39-44.
82
PRIESCHL, E.E., GOUILLEUX-GRUART, V., WALKER, C., HARRER, N.E.,
BAUMRUKER, T. 1995. A nuclear factor of activated T cell-like transcription factor
in mast cells is involved in IL-5 gene regulation after IgE plus antigen stimulation.
J
Immunol.
154:6112-6119.
RANGANATH, S., OUYANG, W., BHATTARCHARYA, D., SHA, W.C., GRUPE, A.,
PELTZ, G., MURPHY, K.M. 1998. GATA-3-dependent enhancer activity in IL-4
gene regulation.
J Immunol
. 161:3822-3826.
RANGER, A.M., OUKKA, M., RENGARAJAN, J., GLIMCHER, L.H. 1998. Inhibitory
function of two NFAT family members in lymphoid homeostasis and Th2
development.
Immunity.
9
:627-635.
RAO, A., LUO, C., HOGAN, P.G. 1997 Transcription Factors of the NFAT family:
Regulation and Function.
Annu Rev Immunol.
15:707-747.
RAYMOND, J.R., MUKHIN, Y.V., GELASCO, A., TURNER, J., COLLINSWORTH, G.,
GETTYS, T.W., GREWAL, J.S., GARNOVSKAYA, M.N. 2001. Multiplicity of
mechanisms of serotonin receptor signal transduction.
Pharmacol Ther.
92:179-212.
RENAULD, J-C. 2001. New insights into the role of cytokines in asthma.
J Clin
Pathol.
54:577-589.
ROCHE, W.R., BEASLEY, R., WILLIAMS, J.H., HOLGATE, S.T. 1989.
Subepithelial fibrosis in the bronchi of asthmatics.
Lancet.
1
:520-524.
ROGERS, D.F. 2004. Airway mucus hypersecretion in asthma: an undervalued
pathology?
Curr Opin Pharmacol.
4:241-250.
83
ROTHENBERG, M.E., MACLEAN, J.A., PEARLMAN, E., LUSTER, A.D., LEDER,
P. 1997. Targeted disruption of the chemokine eotaxin partially reduces antigen-
induced tissue eosinophilia.
J Exp Med.
185
:785-790.
SAXENA, P.R. 1995. Serotonin receptors: subtypes, functional responses and
therapeutic relevance.
Pharmacol Ther.
66:339-368.
SEDER, R.A. & PAUL, W.E. 1994. Acquisition of limphokine-producing phenotype
by CD4
+
T cells.
Annu Rev Immunol.
12:
635-673.
SEMINARIO, M.C., GUO, J., BOCHNER, B.S., BECK, L.A., GEORAS, S.N. 2001.
Human eosinophils constitutively express nuclear factor of activated T cells p and
c.
J Allergy Clin Immunol.
107:143-152.
SIM, T.C., GRANT, J.A., HILSMEIER, K.A., FUKUDA, Y., ALAM, R. 1994.
Proinflammatory cytokines in nasal secretions of allergic subjects after antigen
challenge.
Am J Respir Crit Care Med.
149:339-344.
SHI, H.Z., HUMBLES, A., GERARD, C., JIN, Z., WELLER, P.F. 2000. Lymph node
trafficking and antigen presentation by endobronchial eosinophils.
J Clin Invest.
105:945-953.
STELLATO, C., MATSUKURA, S., FAL, A., WHITE, J., BECK, L.A., PROUD, D.,
SCHLEIMER, R.P. 1999. Differential regulation of epithelial-derived C-C
chemokine expression by IL-4 and the glucocorticoid budesonide.
J Immunol.
163:5624-5632.
STRACHAN, D.P. 1989. Hay fever, hygiene and household size.
Br Med J.
299:1259-1260.
84
STRUCKMANN, N., SCHWERING, S., WIEGAND, S., GSCHNELL, A., YAMADA,
M., KUMMER, W., WESS, J., HABERBERGER, R.V. 2003. Role of muscarinic
receptor subtypes in the constriction of peripheral airways: studies on receptor-
deficient mice.
Mol Pharmacol
. 64:1444-1451.
SZABO, S.J.; KIM, S.T.; COSTA, G.L.; ZHANG, X.; FATHMAN, C.G.; GLIMCHER,
L.H. 2000. A novel transcription factor, T-bet, directs Th1 lineage commitment.
Cell
. 100:655-669.
TEMANN, U.A., PRASAD, B., GALLUP, M.W., BASBAUM, C., HO, S.B.,
FLAVELL, R.A., RANKIN, J.A. 1997. A novel role for murine IL-4 in vivo: induction
of MUC5AC gene expression and mucin hypersecretion.
Am J Respir Cell Mol Biol.
16:471-478.
TERAN, L.M., MOCHIZUKI, M., BARTELS, J., VALENCIA, E.L., NAKAJIMA, T.,
HIRAI, K., SCHRODER, J.M. 1999. Th1- and Th2-type cytokines regulate the
expression and production of eotaxin and RANTES by human lung fibroblasts.
Am
J Respir Cell Mol Biol.
20:777-786.
VAN OOSTERHOUT, A.J.M., HOFMAN, G., WOUTERSEN-VAN NIJNANTEN
F.M.A., NIJKAMP, F.P. 1991. 5-HT
1
-like receptors mediate potentiation of
cholinergic nerve-mediated contraction of isolated mouse trachea.
Eur J
Pharmacol.
209:237-244.
VIOLA, J.P.B., KIANI, A., BOZZA, P.T., RAO, A. 1998. Regulation of allergic
inflammation and eosinophil recruitment in mice lacking the transcription factor
NFAT1: role of interleukin-4 (IL-4) and IL-5.
Blood.
91:2223-2230.
VON PIRQUET, C. 1906. Allergie.
Munchen Med Wchnschr
. 53:1457. Originally
published, in English, in VON PIRQUET, C. In: GELL, P.G.H., COOMBS, R.R.A.,
editors. Essentials of clinical immunology. Oxford: Blackwell; 1963. p. 805.
85
WADA, H., HASEGAWA, K., MORIMOTO, T., KAKITA, T., YANAZUME, T., ABE,
M., SASAYAMA, S. 2002. Calcineurin-GATA-6 pathway is involved in smooth
muscle–specific transcription.
J Cell Biol.
156:983-991.
WALKER, C., KAEGI, M.K., BRAUN, P., BLASER, K. 1991. Activated T cells and
eosinophilia in bronchoalveolar lavages from subjects with asthma correlated with
disease severity.
J Allergy Clin Immunol.
88:935-942.
WANG, D.Z., MCCAFFREY, P.G., RAO, A. 1995. The cyclosporin-sensitive
transcription factor NFATp is expressed in several classes of cells in the immune
system.
Ann N Y Acad Sci.
766:182-194.
WESS, J. 2004. Muscarinic Acetylcholine receptor knockout mice: Novel
phenotypes and clinical implications.
Annu Rev Pharmacol Toxicol.
44:423-450.
WHICKER, S.D., ARMOUR, C.L., BLACK, J.L. 1988. Responsiveness of bronchial
smooth muscle from asthmatic patients to relaxant and contractile agonists.
Pulm
Pharmacol.
1:25–31.
WILLS-KARP, M. 1999. Immunologic basis of antigen-induced airway
hyperresponsiveness.
Annu Rev Immunol.
17:255-281.
WILLS-KARP, M., SANTELIZ, J., KARP, C.L. 2001. The germless theory of allergic
disease: revisiting the hygiene hypothesis.
Nat Rev Immunol.
1:69-75.
WILLS-KARP, M. & EWART, S.L. 2004. Time to draw breath: asthma susceptibility
genes are identified.
Nat Rev Gen.
5:376-387.
86
WOODRUFF, P.G., KHASHAYAR, R., LAZARUS, S.C., JANSON, S., AVILA, P.,
BOUSHEY, H.A., SEGAL, M., FAHY, J.V. 2001. Relationship between airway
inflammation, hyperresponsiveness, and obstruction in asthma.
J Allergy Clin
Immunol.
108:753-758.
WU, J., KATZAV, S., WEISS, A. 1995. A functional T-cell receptor signaling
pathway is required for p95
vav
activity.
Mol Cell Biol.
15
:4337-4346.
WYNN, T.A. 2003. IL-13 effector functions.
Annu Rev Immunol.
21
:425-456.
XANTHOUDAKIS, S., VIOLA, J.P.B., SHAW, K.T.Y., LUO, C., WALLACE, J.D.,
BOZZA, P.T., CURRAN, T., RAO, A. 1996. An enhanced immune response in
mice lacking the transcription factor NFAT1.
Science.
272:892-895.
ZHANG, D.H., YANG, L., COHN, L., PARKYN, L., HOMER, R., RAY, P., RAY, A.
1999. Inhibition of allergic inflammation in a murine model of asthma by expression
of a dominant-negative mutant of GATA-3.
Immunity.
11:473-482.
ZHENG, W., FLAVELL, R.A. 1997. The transcription factor GATA-3 is necessary
and sufficient for Th2 cytokine gene expression in CD4 T cells.
Cell.
89:587-596.
ZHU, Z., HOMER, R.J., WANG, Z., CHEN, Q., GEBA, G.P., WANG, J., ZHANG,
Y., ELIAS, J.A. 1999. Pulmonary expression of interleukin-13 causes inflammation,
mucus hypersecretion, subepithelial fibrosis, physiologic abnormalities, and eotaxin
production.
J Clin Invest.
103:779-788.
ZIMMERMANN, N., HERSHEY, G.K., FOSTER, P.S., ROTHENBERG, M.E. 2003.
Chemokines in asthma: cooperative interaction between chemokines and IL-13.
J
Allergy Clin Immunol.
111:227-242.
87
7. ANEXOS
7.1 Anexo I
TEIXEIRA, L.K.,
FONSECA, B.P.F.
, VIEIRA DE ABREU, A., BARBOZA, B.A.,
ROBBS, B.K., BOZZA, P.T., VIOLA, J.P.B. IFN-
γ
production by CD8 T cells
depends on NFAT1 transcription factor and regulates Th differentiation.
J Immunol
.
175:5931-5939. 2005.
IFN-
Production by CD8
؉
T Cells Depends on NFAT1
Transcription Factor and Regulates Th Differentiation
1
Leonardo K. Teixeira,* Bruna P. F. Fonseca,* Adriana Vieira-de-Abreu,
Bianca A. Barboza,*
Bruno K. Robbs,* Patrı´cia T. Bozza,
and Joa˜o P. B. Viola
2
*
CD8
؉
T lymphocytes are excellent sources of IFN-
; however, the molecular mechanisms that dictate IFN-
expression upon TCR
stimulation in these cells are not completely understood. In this study, we evaluated the involvement of NFAT1 in the regulation
of IFN-
gene expression in murine CD8
؉
T cells and its relevance during Th differentiation. We show that CD8
؉
, but not CD4
؉
,
T cells, represent the very first source of IFN-
upon primary T cell activation, and also that the IFN-
produced by naive CD8
؉
T cells may enhance CD4
؉
Th1 differentiation in vitro. TCR stimulation rapidly induced IFN-
expression in CD8
؉
T lympho-
cytes in a cyclosporin A-sensitive manner. Evaluation of CD8
؉
T cells showed that calcium influx alone was sufficient to activate
NFAT1 protein, transactivate IFN-
gene promoter, and induce IFN-
production. In fact, NFAT1-deficient mice demonstrated
highly impaired IFN-
production by naive CD8
؉
T lymphocytes, which were totally rescued after retroviral transduction with
NFAT1-encoding vectors. Moreover, NFAT1-dependent IFN-
production by the CD8
؉
T cell compartment was crucial to control
a Th2-related response in vivo, such as allergic inflammation. Consistently, CD8
- as well as IFN-
-deficient mice did not mount
a Th1 immune response and also developed in vivo allergic inflammation. Our results clearly indicate that IFN-
production by
CD8
؉
T cells is dependent of NFAT1 transcription factor and may be an essential regulator of Th immune responses in vivo. The
Journal of Immunology, 2005, 175: 5931–5939.
U
pon T cell stimulation, CD4
ϩ
T lymphocytes may un-
dergo a Th1/Th2 differentiation that is mostly character-
ized by the distinct pattern of cytokines they secrete.
Th1 cells produce IFN-
, which is essential for the eradication of
intracellular pathogens, whereas Th2 cells secrete IL-4, IL-5, and
IL-13, which are crucial to the elimination of extracellular organ-
isms and to sustain allergic reactions. Several factors can influence
the differentiation pathway of CD4
ϩ
Th cells, especially the cy-
tokines prevailing within the microenvironment where these cells
encounter Ags (1, 2). IL-12 and IFN-
are known to be the major
Th1-inducing cytokines (3). IFN-
is a pleiotropic cytokine that is
essential for both innate and adaptive immunities (4), and its role
in CD4
ϩ
Th1 differentiation has been intensely addressed. In vitro
studies have shown that IFN-
exerts both indirect and direct ef-
fects during Th1 development (5, 6). It induces APCs to produce
IL-12, which is of great importance during Th1 cell commitment
(7, 8). In addition, IFN-
is responsible for inducing/maintaining
the expression of the
-chain of the IL-12R (IL-12R
2) on CD4
ϩ
T cells, indicating an important role for IFN-
in the Th1 effects
mediated by IL-12 (9, 10). Furthermore, IFN-
and Th1 responses
are considered to be protective against Th2-related disorders such
as asthma and allergy (11–13). In animal models, the adoptive
transfer of IFN-
-producing cells into allergen-sensitized recipi-
ents has protected from airway eosinophilia after Ag challenge (14,
15). Defective IFN-
production also predisposes toward the de-
velopment of allergic diseases, and patients with severe asthma
present significantly reduced IFN-
production in response to al-
lergen compared with control individuals (16, 17).
Different transcription factors have been shown to regulate IFN-
gene expression in T lymphocytes (3, 18). In CD4
ϩ
T cells, T-bet, the
master switch of the Th1 response, is a key regulator of IFN-
pro-
duction in developing Th1 lymphocytes (19). However, T-bet expres-
sion is induced by IFN-
signaling pathway through STAT1, and thus
is dependent on an initial source of IFN-
(10, 20). Several cellular
compartments of the immune system have been characterized as po-
tential sources of IFN-
in vivo, including NK cells and CD8
ϩ
T cells
(21, 22). It has been suggested that CD8
ϩ
T cells may represent an
early source of IFN-
, which acts directly on CD4
ϩ
Th1 differenti-
ation (22). Nevertheless, there are no available data concerning the
involvement of TCR-induced transcription factors in the regulation of
IFN-
expression in CD8
ϩ
T cells.
NFAT proteins are pre-existing cytoplasmic transcription fac-
tors that are rapidly activated in T lymphocytes upon TCR stim-
ulation (23). The activation of NFAT proteins requires sustained
intracellular calcium levels that are induced shortly after TCR trig-
gering (23, 24). Calcium influx then activates the Ca
2ϩ
-dependent
phosphatase calcineurin, which dephosphorylates NFAT (25, 26).
Once activated, NFAT translocates to the nucleus, where it binds
to regulatory sequences and regulates the expression of several
cytokine genes, including IFN-
(27, 28). The process of NFAT
activation is blocked by immunosuppressive drugs, such as cy-
closporin A (CsA)
3
and FK506, which inhibit the phosphatase
activity of calcineurin (29, 30). In fact, NFAT1-deficient mice
*Division of Cellular Biology, Brazilian National Cancer Institute, Rio de Janeiro,
Brazil; and
Laboratory of Immunopharmacology, Department of Physiology and
Pharmacodynamics, Oswaldo Cruz Foundation, Rio de Janeiro, Brazil
Received for publication February 4, 2005. Accepted for publication August 24, 2005.
The costs of publication of this article were defrayed in part by the payment of page
charges. This article must therefore be hereby marked advertisement in accordance
with 18 U.S.C. Section 1734 solely to indicate this fact.
1
This work was supported by grants from Instituto Nacional de Ca ncer/Fundac¸a˜o Ary
Frauzino, Furnas Centrais Ele´tricas S.A. and Conselho Nacional de Pesquisas (to
J.P.B.V.); and Howard Hughes Medical Institute and Conselho Nacional de Pesquisas
(to P.T.B.). L.K.T. and B.A.B. were supported by an Instituto Nacional de Ca ncer/
Fundac¸a˜o Ary Frauzino fellowship; B.P.F.F., A.V-A. and B.K.R. were supported by
a Conselho Nacional de Pesquisas fellowship.
2
Address correspondence and reprint requests to Dr. Joa˜o P. B. Viola, Divisa˜o de
Biologia Celular, Instituto Nacional de Ca ncer, Rua Andre´ Cavalcanti 37, Rio de
Janeiro, Brasil 20231-050. E-mail address: [email protected]
3
Abbreviations used in this paper: CsA, cyclosporin A; EGFP, enhanced GFP;
Eomes, eomesodermin; IRES, internal ribosomal entry sequence.
The Journal of Immunology
Copyright © 2005 by The American Association of Immunologists, Inc. 0022-1767/05/$02.00
(NFAT1
Ϫ/Ϫ
) present a preferential differentiation toward a Th2
phenotype, including low levels of IFN-
and high levels of
IL-4 (31, 32). Consistently, CD4
ϩ
T cells from NFAT1
Ϫ/Ϫ
mice present an impaired IFN-
production (33), but no reports
regarding the participation of NFAT1 in the regulation of IFN-
in CD8
ϩ
T lymphocytes have been described.
Thus, we addressed the involvement of NFAT1 transcription factor
in the regulation of IFN-
production in CD8
ϩ
T cells and its influ
-
ence on Th1/Th2 immune responses using in vitro and in vivo models
of Th differentiation. In this study we show that naive CD8
ϩ
T cells
do produce high levels of IFN-
upon TCR triggering during the
primary response, which is dependent on NFAT1 transcription factor.
Also, we demonstrate that IFN-
production by the CD8
ϩ
T cell
compartment enhances CD4
ϩ
Th1 differentiation in vitro and is cru
-
cial to control allergic inflammation, which has been related to a Th1/
Th2 immune response deregulation. Our results thus suggest that
NFAT1 protein plays a positive regulatory role in IFN-
production in
CD8
ϩ
T cells, which may modulate Th immune response in vivo.
Materials and Methods
Animals, cells, and reagents
C57BL/6, NFAT1
Ϫ/Ϫ
, CD8
Ϫ/Ϫ
, and IFN-
Ϫ/Ϫ
8- to 12-wk-old female
mice were used in all experiments. Animals were bred and maintained in
the Brazilian National Cancer Institute animal facility. Animals were
treated according to the animal care guidelines of the Council for Interna-
tional Organizations of Medical Sciences. All primary cells (lymph nodes,
CD3
ϩ
, CD4
ϩ
, and CD8
ϩ
T lymphocytes) and the mouse CD8
ϩ
CTLL-
R8
ϩ
cell line were cultured in DMEM supplemented with 10% FCS, L-
glutamine, streptomycin-penicillin, essential and nonessential amino acids,
sodium pyruvate, vitamins, and 2-ME (all from Invitrogen Life Technol-
ogies). Hybridomas 2C11 (anti-CD3) and 53-6.7 (anti-CD8) were cultured
in RPMI 1640 supplemented with 10% FCS. All Abs were purified from
hybridoma supernatants by chromatography over protein G (Amersham
Biosciences), and their activities were functionally tested by cellular pro-
liferation, complement-dependent depletion, and ELISA. The cytokines
IFN-
, IL-2, IL-12, and IL-18 were purchased from PeproTech. The poly-
clonal Ab 67.1 (Dr. A. Rao, Harvard University, Boston, MA) was used to
detect the NFAT1 protein. PMA and ionomycin were obtained from Cal-
biochem, and the immunosuppressive drug CsA was obtained from LC
Laboratories. CFA and OVA were purchased from Sigma-Aldrich. The
solutions of May-Gru¨nwald and Giemsa were obtained from Merck.
Polybrene (hexadimethrin bromide) was obtained from Fluka Chemie, and
chondroitin 6-sulfate sodium salt was purchased from Sigma-Aldrich.
Cell isolation and flow cytometry
In all experiments, different cell populations (CD3
ϩ
, CD4
ϩ
, and CD8
ϩ
T
cells) were obtained from lymph nodes (inguinal, brachial, axillary, and su-
perficial cervical). Purified single-cell suspensions were isolated by negative
selection with magnetic beads (Micro Beads, MACS technology) according to
the manufacturer’s instructions (Miltenyi Biotec). Streptavidin magnetic beads
were conjugated to specific-biotinylated Abs (anti-CD4, anti-CD8, and anti-
B220/CD45R) to sort out undesired cell populations. For cytometric analysis,
cells were stained with specific fluorochrome-labeled Abs as previously de-
scribed (32). Labeled mAbs were all obtained from BD Pharmingen, and cells
were analyzed by flow cytometry on a FACScan (BD Biosciences). Cell pop-
ulations were isolated to Ͼ95% purity.
CD4
ϩ
Th differentiation
CD4
ϩ
and CD8
ϩ
T cells were purified from C57BL/6 (IFN-
ϩ/ϩ
) or IFN-
Ϫ/Ϫ
as described. For cocultivation assays, CD4
ϩ
T cells from IFN-
ϩ/ϩ
mice were cultured together with CD8
ϩ
T cells from either IFN-
ϩ/ϩ
or
IFN-
Ϫ/Ϫ
mice (CD4:CD8 ratio, 2:1) and primarily stimulated in vitro for
72 h with plate-bound anti-CD3 (1
g/ml) in the presence of IL-12 (10
ng/ml). On the third day, cells were harvested, washed, and rested for 48 h.
After resting, CD4
ϩ
T cells were isolated again as described and were left
unstimulated or were in vitro stimulated for 48 h with plate-bound anti-
CD3 (1
g/ml). After stimulation, cell-free supernatants were assessed for
IFN-
or IL-4 by ELISA.
ELISA and intracellular cytokine staining
Cells were left unstimulated or were in vitro stimulated for 24, 48, or 72 h
at 37°C with different stimuli as indicated. Cell-free supernatant was as-
sessed for IFN-
and IL-4 protein levels by ELISA according to the man-
ufacturer’s instructions (BD Pharmingen). For intracellular cytokine stain-
ing, indicated cell populations (1 ϫ 10
6
cells) from naive C57BL/6,
NFAT1
ϩ/ϩ
, and NFAT1
Ϫ/Ϫ
mice were stimulated in vitro for 72 h with
plate-bound anti-CD3 (1
g/ml). Brefeldin A (1/1000; Cytofix/Cytoperm;
BD Pharmingen) was added to the culture 5 h before the staining proce-
dure. Briefly, cells were harvested, and surface markers were stained with
anti-CD8-FITC or anti-CD4-FITC Ab. Cells were next fixed and perme-
abilized for intracellular cytokine staining with anti-IFN-
-PE Ab, then
analyzed by flow cytometry.
RNase protection assays, Western blot, and immunofluorescence
staining
For RNase protection assay analysis, purified CD8
ϩ
T cells (2 ϫ 10
6
cells)
from C57BL/6 mice were left unstimulated or were in vitro stimulated for
6 h at 37°C with plate-bound anti-CD3 (1
g/ml) as indicated. CsA (5
M)
was added to cells 15 min before anti-CD3 stimulation. Total RNA was
immediately extracted with TRIzol reagent according to the manufacturer’s
protocol (Invitrogen Life Technologies). mRNA expression was analyzed
with a multiprobe RNase protection assay kit (Ribo-Quant; BD Pharmin-
gen). For IFN-
expression analysis, mCK-1 and mCK-2 multiprobe sets
were used, and RNA loading was estimated by measuring GAPDH and
L32 housekeeping genes.
To detect the presence of the NFAT1 protein, purified CD8
ϩ
T cells
from C57BL/6 mice or the CTLL-R8
ϩ
cell line (2 ϫ 10
6
cells) were left
unstimulated or were in vitro stimulated for 15 min at 37°C with ionomycin
(5
M). CsA (5
M) was added to cells 15 min before stimulation. Total
protein lysates were obtained as previously described (26). Briefly, cells
were lysed in buffer containing 40 mM Tris (pH 7.5), 60 mM sodium
pyrophosphate, 10 mM EDTA, and 5% SDS, followed by incubation at
100°C for 20 min. Small-scale nuclear extracts were made as previously
described (34). Briefly, cells were resuspended in buffer containing 0.5%
Nonidet P-40, 10 mM Tris (pH 7.5), 10 mM NaCl, 3 mM MgCl
2
, 0.5 mM
DTT, 0.1 mM EGTA, 2 mM leupeptin, 1 mg/ml aprotinin, and 1 mM
PMSF. The supernatant was removed to a separate tube, and the nuclear
pellet was lysed in the same buffer as described above. Cell extracts were
analyzed by electrophoresis on 6% SDS-PAGE. The separated proteins
were transferred to nitrocellulose membrane, and NFAT1 protein was de-
tected by the polyclonal Ab 67.1 as previously described (26).
Intracellular localization of NFAT1 protein was addressed in purified
CD8
ϩ
T cells (2 ϫ 10
5
cells) from C57BL/6 mice by immunofluorescence
staining, also as previously described (26). Briefly, cells were attached to
coverslips previously coated for 1 h with 2% gelatin and were left un-
stimulated or were stimulated for 16 h at 37°C with ionomycin (5
M).
CsA (5
M) was added to cells 15 min before ionomycin. Then cells were
fixed in 3% paraformaldehyde, permeabilized with 0.1% Nonidet P-40, and
stained with anti-NFAT1 67.1 Ab. The cells were photographed under
ϫ100 magnification with a Zeiss Axiovert S100 microscope.
Retroviral construction and lymphocyte transduction
The pLIRES-EGFP bicistronic vector was constructed by inserting a 1.4-kb
BglII-NotI fragment from the pIRES2-EGFP vector (BD Clontech), compris-
ing the encephalomyocarditis virus internal ribosomal entry sequence (IRES)
and the enhanced GFP (EGFP) coding region, into the pLEGFP-N1 retroviral
vector (BD Clontech; pLIRES-EGFP-empty). To generate the retroviral vector
encoding for NFAT1, the full-length cDNA from NFAT1 isoform C was
cloned into the pLIRES-EGFP (pLIRES-EGFP-NFAT1). Then, the BD Eco-
Pack2 ecotropic packing cell line (BD Biosciences) was transiently transfected
with retroviral vectors by calcium phosphate precipitation for 16 h. Cell-free
virus-containing supernatant was collected 48 h after transfection, and con-
centrated as previously described (35). The supernatant was supplemented
with IL-2 (20 U/ml), and immediately used for spin infection (twice, 45 min
each time, 1800 rpm, room temperature) of purified CD8
ϩ
T cells from naive
NFAT1
ϩ/ϩ
and NFAT1
Ϫ/Ϫ
mice previously stimulated with anti-CD3 (1
g/
ml) for 24 h. Infected cells were incubated at 37°C for an additional 48 h,
supplemented with fresh medium, and stimulated with anti-CD3 (1
g/ml) for
another 48 h. Cells were then stained for intracellular cytokine as described
above, and EGFP
ϩ
CD8
ϩ
lymphocytes were analyzed by flow cytometry for
IFN-
production as described.
Transactivation assays
CTLL-R8
ϩ
cell line (2 ϫ 10
6
cells) was eletroporated (950
F, 250 V) in
a 0.4-cm GenePulser Cuvette (Bio-Rad) with 5
g of the indicated IFN-
-promoter constructs fused to a luciferase reporter gene (Luc; donated by
Dr. C. Wilson, University of Washington, Seattle, WA) (28) in serum-free
5932 REGULATION OF IFN-
EXPRESSION IN CD8
ϩ
T CELLS
medium. After 24 h, cells were washed and left unstimulated or were stim-
ulated in vitro for 16 h at 37°C with PMA (10 nM) or ionomycin (5
M)
as indicated. CsA (5
M) was added to cells 15 min before any other
treatment when indicated. The next day, cells were harvested, and lysis was
performed for 20 min at room temperature with 50
lof1ϫ cell culture
lysis reagent (Promega). Crude extract (10
l) was added to 100
lof
luciferase assay substrate (Promega). Luciferase activity was promptly
measured in a Monolight 3010 Luminometer (Analytical Luminescence
Laboratory) and was expressed as relative light units.
Eomesodermin (Eomes) RT-PCR
Purified CD8
ϩ
T cells (2 ϫ 10
6
cells) from naive NFAT1
ϩ/ϩ
and
NFAT1
Ϫ/Ϫ
mice were left unstimulated (0 h) or were in vitro stimulated
for the indicated time periods at 37°C with plate-bound anti-CD3 (1
g/
ml). Total RNA was extracted with TRIzol reagent (Invitrogen Life Tech-
nologies), and semiquantitative RT-PCR for murine Eomes expression was
performed using the Ready-To-Go You-Prime First-Strand Beads, accord-
ing to the manufacturer’s instructions (Amersham Biosciences). The prim-
ers used were as follows: Eomes, 5Ј-GCC CAC GTC TAC CTG TGC
AAC CG-3Ј and 5Ј-TGT TAT TGG TGA GTT TTA ACT TCC C-3Ј
(334-bp product); and GAPDH, 5Ј-TGA AGG TCG GTG TGA ACG GAT
TTG-3Ј and 5Ј-ACG ACA TAC TCA GCA CCA GCA TCA-3Ј (276-bp
product). PCR conditions were as follows: 95°C for 3 min; 35 cycles at
95°C for 30 s, 60°C for 30 s, and 72°C for 45 s; and final elongation at
72°C for 10 min. PCR products were resolved on 1.5% agarose gels and
visualized with ethidium bromide.
Pleurisy model
Naive animals were s.c. sensitized with 200
g (0.1 ml) of OVA emulsified
in CFA in a hind footpad, as previously described (36). Fifteen days later,
animals were intrathoracically challenged with PBS or OVA (12
g) as
indicated. After 24 h, thoracic cavity was rinsed with 1 ml of PBS/0.1%
BSA. Cells were then cytocentrifuged and stained with May-Gru¨nwald/
Giemsa for differential leukocyte analysis. Draining lymph nodes (popliteal
and inguinal) were harvested, and cells (2 ϫ 10
6
cells) were stimulated in
vitro for 48 h with plate-bound anti-CD3 (1
g/ml). Cell-free supernatants
were then assessed for IFN-
and IL-4 by ELISA. For in vivo CD8
ϩ
T cell
depletion, NFAT1
ϩ/ϩ
mice were i.v. treated with anti-CD8 Ab (100
g/
animal) every 2 days in a total of five injections before sensitization
(NFAT1
ϩ/ϩ
and anti-CD8). Thereafter, mice continued to be treated with
anti-CD8 Ab (100
g/animal) every 2 days until challenge. CD8
ϩ
T cell
depletion was evaluated by flow cytometry of lymph nodes, which always
showed Ͻ3% CD8
ϩ
T cells.
Statistical analysis
Statistical analysis of values from wild type (ϩ/ϩ) and knockout (Ϫ/Ϫ)
mice and between control and treated groups was performed using un-
paired Student’s t test for single comparison. A value of p Ͻ 0.05 was
considered statistically significant.
Results
Influence of IFN-
produced by CD8
ϩ
T cells on CD4
ϩ
Th1
differentiation
The cytokine IL-12 was initially characterized as the dominant
cytokine influencing the Th1 phenotype (3, 7, 8). However, addi-
tional studies have shown that other cytokines, such as IFN-
, may
also play a role during Th1 development (5, 6). In an in vitro
model of Th differentiation, disruption of IFN-
R signaling path-
way drastically reduced IFN-
production by CD4
ϩ
T cells even
when stimulated in the presence of IL-12, indicating that IFN-
directly enhances CD4
ϩ
Th1 differentiation (data not shown). Sev
-
eral cellular sources of IFN-
may enhance CD4
ϩ
Th1 differen
-
tiation, such as NK, dendritic cells and CD8
ϩ
T cells (3, 21, 22).
As shown in Fig. 1A, upon TCR stimulation of primary lymph
node cells, CD8
ϩ
T lymphocytes represent the very first source of
IFN-
production. To specifically address the influence of the
IFN-
produced by CD8
ϩ
T cells on CD4
ϩ
Th1 differentiation,
naive CD4
ϩ
T lymphocytes cultivated together with CD8
ϩ
T cells
from IFN-
ϩ/ϩ
or IFN-
Ϫ/Ϫ
mice were stimulated in vitro for 72 h
with anti-CD3. After this primary stimulation, CD4
ϩ
T lympho
-
cytes were purified, stimulated in vitro, and assessed for their abil-
ity to produce IFN-
and IL-4. We observed in this study that
CD4
ϩ
T cells, which were cocultivated with IFN-
-competent
CD8
ϩ
T cells, clearly produce more IFN-
and less IL-4 than
those cocultivated with IFN-
-deficient CD8
ϩ
T lymphocytes
(Fig. 1B). Thus, our results demonstrate that the IFN-
produced
by CD8
ϩ
T cells enhances Th1 phenotype development of CD4
ϩ
T lymphocytes during primary stimulation in vitro.
IFN-
production by CD8
ϩ
T lymphocytes
The molecular mechanisms that control IFN-
gene expression in
CD4
ϩ
Th cells are widely known; however, the mechanisms that
dictate its expression in CD8
ϩ
T lymphocytes are not completely
elucidated. Thus, we decided to address the molecular pathways by
which CD8
ϩ
T cells produce IFN-
. We show in this study that pu
-
rified naive CD8
ϩ
T cells produce IFN-
upon TCR stimulation, but
not in response to IL-12/IL-18 treatment alone (Fig. 2A). We also
observed that the IFN-
production level was not altered when anti-
CD28 costimulation was administered together with anti-CD3 (data
not shown). However, IL-12/IL-18 administration highly increased
IFN-
levels when associated with TCR triggering, suggesting that
both cytokines may play a secondary role on TCR-induced IFN-
production by CD8
ϩ
T lymphocytes (Fig. 2B). To evaluate the influ
-
ence of other pathways in IFN-
production, we stimulated naive
CD8
ϩ
T cells with different stimuli. Surprisingly, ionomycin-driven
Ca
2ϩ
influx was sufficient to induce IFN-
production in CD8
ϩ
T
cells, which was slightly potentiated by PMA administration (Fig.
2C). However, PMA stimulation alone was not sufficient to induce
IFN-
production in these cells (Fig. 2C). In addition, we found
that IFN-
expression is totally dependent on TCR stimulation, be-
cause IFN-
transcript levels could be detected as early as 6 h after
TCR triggering, but not in unstimulated CD8
ϩ
T cells (Fig. 2D). In
this study, we also show that IFN-
expression/production by CD8
ϩ
T lymphocytes is totally inhibited when CsA is administered together
FIGURE 1. IFN-
produced by CD8
ϩ
T lymphocytes enhances CD4
ϩ
Th1 differentiation. A, Total lymph node cells from naive C57BL/6 mice
were stimulated in vitro with anti-CD3 (1
g/ml). After stimulation, cells
were analyzed for intracellular IFN-
production at 72 h as described. Data
are representative of three independent animals. B, Purified CD4
ϩ
T lym
-
phocytes from IFN-
ϩ/ϩ
mice were cultivated together with CD8
ϩ
T cells
from IFN-
ϩ/ϩ
or IFN-
Ϫ/Ϫ
mice, and then stimulated in vitro for 72 h
with anti-CD3 (1
g/ml) in the presence of IL-12 (10 ng/ml). On the third
day, cells were rested for 48 h. After resting, CD4
ϩ
T cells were purified
again and were left unstimulated (Unst) or were stimulated in vitro for 48 h
with anti-CD3 (1
g/ml). Cell-free supernatants were assessed for IFN-
and IL-4 by ELISA. All results are from a pool of three mice and are
representative of two independent experiments.
5933The Journal of Immunology
with any other stimulus (Fig. 2). These results clearly demonstrate that
CD8
ϩ
T lymphocytes are competent for IFN-
production upon TCR
engagement, and IFN-
expression was totally inhibited by CsA at the
transcriptional level.
CD8
ϩ
T lymphocytes present functional NFAT1 protein
The activation of NFAT transcription factors requires sustained intra-
cellular Ca
2ϩ
levels induced by TCR engagement (23). Calcium in
-
flux then activates the Ca
2ϩ
-dependent phosphatase calcineurin,
which is blocked by the immunosuppressive drug CsA (23). Taking
into account that IFN-
expression is Ca
2ϩ
dependent and blocked in
a CsA-sensitive manner, we decided to investigate whether CD8
ϩ
T
lymphocytes presented NFAT transcription factor. We demonstrate
for the first time, to our knowledge, that naive CD8
ϩ
T cells do
present inactive endogenous NFAT1 transcription factor (phosphor-
ylated form), which is activated by ionomycin-induced Ca
2ϩ
influx
(dephosphorylated form), and blocked by CsA (Fig. 3). In fact, iono-
mycin treatment not only led to NFAT1 dephosphorylation, but also
resulted in NFAT1 nuclear translocation, which was again blocked by
CsA as observed by Western blot of nuclear lysate and immunoflu-
orescence staining of CD8
ϩ
T lymphocytes (Fig. 3).
Effect of NFAT transcription factor on IFN-
promoter
We then examined the ability of NFAT transcription factor to reg-
ulate the IFN-
promoter in a CD8
ϩ
T cell line. The CTLL-R8
ϩ
cell line presents endogenous NFAT1 whose activation is induced
by ionomycin and blocked by CsA (Fig. 4A). Moreover, the
CTLL-R8
ϩ
cell line did not produce IFN-
when maintained in
culture without stimulation, but ionomycin treatment was sufficient
to induce its production, as assessed by ELISA (data not shown).
We then transiently transfected these cells with different IFN-
-
promoter constructs containing NFAT-binding sites and driving
the luciferase reporter gene (Fig. 4B). Three NFAT-binding sites
were approximately identified at positions Ϫ100, Ϫ160, and Ϫ280
bp through the proximal 538 bp of the IFN-
promoter (pIFN-
Ϫ538; Fig. 4B) (28). Interestingly, ionomycin stimulation was suf-
ficient to highly transactivate the IFN-
proximal promoter con-
struct pIFN-
Ϫ538 (Fig. 4C). In accordance with primary CD8
ϩ
T cells results, PMA administration alone did not induce luciferase
activity or enhance reporter expression when associated with iono-
mycin, indicating that ionomycin-driven Ca
2ϩ
influx alone was
sufficient to induce optimal response (Fig. 4C). The partial pro-
moter construct pIFN-
Ϫ108, which contained a single NFAT-
binding site, still showed 50% luciferase activity compared with
the full-length promoter construct (Fig. 4D). Again, IFN-
pro-
moter activity remained sensitive to CsA (Fig. 4, C and D). How-
ever, promoter construct pIFN-
Ϫ39 showed no luciferase ex-
pression at all (Fig. 4D). To evaluate the direct role of NFAT on
IFN-
promoter transactivation, we analyzed the effects of point
mutations in different NFAT binding sites (Fig. 4B) (28). As
shown in Fig. 4E, point mutations at the NFAT Ϫ160 site (N160),
Ϫ280 site (N280), or both sites (N160/N280) decreased luciferase
activity compared with the wild-type pIFN Ϫ538 construct. Point
mutation at both sites (N160/N280) decreased luciferase expres-
sion by an average of 50% compared with the pIFN Ϫ538 con-
struct, which is similar to the reduction observed in the pIFN-
Ϫ108 construct (Fig. 4, D and E). It is still important to note in this
study the presence of a third intact NFAT binding site at position
Ϫ100, which could explain at least some of the luciferase activity
observed in the double mutant (N160/N280) and pIFN Ϫ108 con-
structs (Fig. 4, D and E). This site might play an important unrec-
ognized role in IFN-
promoter regulation in CD8
ϩ
T cells. More
-
over, luciferase expression always remained sensitive to CsA in all
constructs (Fig. 4, D and E). Based on these results, we conclude
that NFAT transcription factor plays a positive role in regulation of
the IFN-
promoter in the CD8
ϩ
T cell compartment.
Involvement of NFAT1 in IFN-
production by CD8
ϩ
T cells
To unequivocally test the hypothesis that NFAT1 is required for
IFN-
production in CD8
ϩ
T lymphocytes, we evaluated intracel
-
lular IFN-
production by these cells in NFAT1-deficient mice
(NFAT1
Ϫ/Ϫ
). Strikingly, upon stimulation of purified naive CD3
ϩ
T lymphocytes from NFAT1
ϩ/ϩ
mice, CD8
ϩ
, but not CD4
ϩ
,T
FIGURE 2. TCR triggering induces IFN-
production in CD8
ϩ
T lym
-
phocytes in a CsA-sensitive manner. CD8
ϩ
T lymphocytes were purified
from naive C57BL/6 mice as described, and then left unstimulated or stim-
ulated in vitro as indicated: anti-CD3 (1
g/ml), IL-12 (10 ng/ml), IL-18
(50 ng/ml), PMA (10 nM), ionomycin (Iono; 5
M), or CsA (5
M). CsA
was added 15 min before the other treatments. A–C, Analysis of IFN-
production by CD8
ϩ
T cells after 72 h of stimulation as indicated. Cell-free
supernatant was assessed for IFN-
by ELISA. D, Analysis of IFN-
ex-
pression in CD8
ϩ
T cells by RNase protection assay after6hofstimula
-
tion. RNA loading was estimated by measuring the intensity of L32 house-
keeping ribosomal protein gene. All results are from a pool of three mice
and are representative of three independent experiments.
FIGURE 3. NFAT1 is dephosphorylated and translocated to the nucleus
in CD8
ϩ
T lymphocytes after Ca
2ϩ
influx. CD8
ϩ
T lymphocytes were
purified from naive C57BL/6 mice as described, and then left unstimulated
(Unst) or stimulated in vitro as indicated: ionomycin (Iono; 5
M) or CsA
(5
M). CsA was added 15 min before ionomycin. A, Detection of NFAT1
transcription factor in CD8
ϩ
T cells in total lysates (Total; upper panel)or
nuclear lysates (Nuclear; lower panel) by Western blot analysis after 15
min of stimulation. NFAT1, dephosphorylated NFAT1; NFAT1-P, phos-
phorylated NFAT1. B, Cellular localization of NFAT1 protein in CD8
ϩ
T
cells by immunofluorescence staining after 15 min of stimulation. All re-
sults are representative of at least two independent experiments.
5934 REGULATION OF IFN-
EXPRESSION IN CD8
ϩ
T CELLS
cells represented the main source of IFN-
during the primary
response (Fig. 5A). Furthermore, NFAT1
Ϫ/Ϫ
mice showed a 3-fold
decrease in the frequency of IFN-
-producing CD8
ϩ
T cells com
-
pared with NFAT1
ϩ/ϩ
mice after 72 h of in vitro stimulation (Fig.
5A). Also, NFAT1
Ϫ/Ϫ
CD8
ϩ
T cells showed a drastic impairment
of IFN-
production compared with NFAT1
ϩ/ϩ
CD8
ϩ
T cells, as
assessed by ELISA (Fig. 5B). To investigate the essential role of
NFAT1 transcription factor during IFN-
expression in CD8
ϩ
T
cells, NFAT1
Ϫ/Ϫ
CD8
ϩ
T lymphocytes were retrovirally trans
-
duced with an NFAT1-enconding vector. As shown in Fig. 5C,
CD8
ϩ
T cells from NFAT1
Ϫ/Ϫ
mice infected with pLIRES-EGFP-
empty construct showed drastically decreased IFN-
-producing
cells compared with NFAT1
ϩ/ϩ
CD8
ϩ
T cells infected with the
same construct. However, the frequency of IFN-
-producing cells
was rescued in NFAT1
Ϫ/Ϫ
CD8
ϩ
T cells retrovirally transduced
with NFAT1-encoding vector (pLIRES-EGFP-NFAT1) to the
same levels as the NFAT1
ϩ/ϩ
CD8
ϩ
T cells (Fig. 5C). Although
these results clearly demonstrate that IFN-
expression in CD8
ϩ
T
lymphocytes is extremely dependent on NFAT1, we also decided
to investigate the expression levels of the transcription factor
Eomes, which has been shown to be responsible for IFN-
pro-
duction in CD8
ϩ
T lymphocytes (37). As shown in Fig. 5D,no
differences were observed on Eomes gene expression levels in
CD8
ϩ
T lymphocytes from NFAT1
ϩ/ϩ
compared with
NFAT1
Ϫ/Ϫ
mice. Thus, our results clearly demonstrate that the
IFN-
produced by T lymphocytes upon TCR stimulation primar-
ily originates from CD8
ϩ
T cells and depends mostly on NFAT1
transcription factor.
In vivo consequences of NFAT1-dependent IFN-
production
To further characterize the relevance of the IFN-
produced by
CD8
ϩ
T cells during in vivo Th immune responses, we took ad
-
vantage of a well-defined pleurisy model. Allergic diseases are
usually characterized by eosinophil tissue infiltration, increase in
the level of serum IgE, and a Th2 pattern of cytokine production,
including IL-4, IL-5, and IL-13, which is totally dependent on
CD4
ϩ
T lymphocytes (38). It has been clearly shown that Th1
cytokines, such as IFN-
and IL-12, may suppress and counteract
the Th2 response of some allergic diseases (11, 12). Thus, we
asked whether NFAT1-dependent IFN-
production by CD8
ϩ
T
cells could modulate the Th1/Th2 immune response and control
allergic inflammation in vivo. We performed a pleurisy model of
allergic inflammation to evaluate the influence of IFN-
on eosin-
ophil infiltration and cytokine production profile. As previously
demonstrated, we show in this study that NFAT1
Ϫ/Ϫ
mice present
more eosinophils in the pleural cavity than wild-type mice after Ag
challenge (Fig. 6) (36, 39). Reinforcing our proposal, in vivo de-
pletion of CD8
ϩ
T cells from wild-type mice (NFAT1
ϩ/ϩ
plus
anti-CD8) led to eosinophilia in the pleural cavity similar to levels
in NFAT1
Ϫ/Ϫ
mice (Fig. 6). Consistently, CD8
Ϫ/Ϫ
and IFN-
Ϫ/Ϫ
mice also presented more pleural eosinophils compared with
respective wild-type mice (Fig. 6). To better understand the im-
mune response generated in vivo in this model, we analyzed the
cytokine production profile after restimulation ex vivo. As shown
in Fig. 7, NFAT1
Ϫ/Ϫ
mice presented an enhanced Th2 phenotype,
including higher levels of IL-4 production and lower levels of
IFN-
compared with wild-type mice. Surprisingly, CD8
ϩ
T cell-
depleted NFAT1
ϩ/ϩ
mice, which presented eosinophilia similar to
NFAT1
Ϫ/Ϫ
mice, did not show high levels of IL-4 production (Fig.
7). However, IFN-
production was strikingly decreased to levels
similar to those in NFAT1
Ϫ/Ϫ
mice (Fig. 7). Consistently, the
frequency of IFN-
-competent CD4
ϩ
T cells in CD8
ϩ
T cell-
depleted mice was also decreased to the level in NFAT1
Ϫ/Ϫ
mice
as analyzed by intracellular cytokine staining (data not shown).
Interestingly, CD8
Ϫ/Ϫ
mice also presented a highly decreased
IFN-
response compared with respective wild-type mice, but
showed a mild increase in IL-4, which was observed in IFN-
Ϫ/Ϫ
mice (Fig. 7). These results suggest that NFAT1 transcription fac-
tor-dependent IFN-
production by CD8
ϩ
T cells plays a crucial
role in eosinophil migration in this model of allergic inflammation
FIGURE 4. NFAT is able to transactivate IFN-
promoter in the CD8
ϩ
T cell line. CTLL-R8
ϩ
cells
were left unstimulated (Unst) or were stimulated in
vitro as indicated: ionomycin (Iono; 5
M), PMA (10
nM), or CsA (5
M). CsA was added 15 min before
the other treatments. A, Detection of NFAT1 transcrip-
tion factor in CTLL-R8
ϩ
cells by Western blot anal
-
ysis 15 min after stimulation. NFAT1, dephosphory-
lated NFAT1; NFAT1-P, phosphorylated NFAT1. B,
Schematic view of the plasmid constructs used in the
transactivation assay. Different IFN-
-promoter con-
structs containing NFAT-binding sites were used:
pIFN-
Ϫ538 (proximal 538 bp of IFN-
promoter),
pIFN-
Ϫ108, pIFN-
Ϫ39, pIFN-
Ϫ538N160
(point mutation in the NFAT Ϫ160 site), pIFN-
Ϫ538N280 (point mutation in the NFAT1 Ϫ280 site),
and pIFN-
Ϫ538N160/N280 (double mutation). El-
ement binding sites for the transcription factors
NFAT, AP-1, AP-2, and YY-1 are indicated. C–E,
CTLL-R8
ϩ
cells were transfected with the indicated
IFN-
-promoter constructs and left unstimulated
(Unst) or stimulated in vitro for 16 h as indicated.
Then luciferase activity (Luc) was measured, and gene
reporter activity was expressed as relative light units
(RLUs). All results are representative of at least two
independent experiments.
5935The Journal of Immunology
and may be important to control Th immune responses and allergic
diseases in vivo.
Discussion
In this study, we have demonstrated that IFN-
production by CD8
ϩ
T cells during the primary response is dependent on NFAT1 tran-
scription factor. Little is known about the molecular mechanisms that
regulate IFN-
production in CD8
ϩ
T cells. T-bet, the master switch
of the Th1 response, is a key regulator of IFN-
expression in CD4
ϩ
T cells (19). Nonetheless, it is noteworthy that T-bet expression is
induced through the IFN-
signaling pathway, and thus its effects are
dependent on an initial source of this cytokine (10, 20). Pearce et al.
(37) have shown that the transcription factor Eomes, a T-bet paral-
ogue, controls effector functions of CD8
ϩ
T cells, including IFN-
production. However, this transcription factor is highly induced in
activated CD8
ϩ
T lymphocytes, but moderately detectable in naive
CD8
ϩ
T cells (37). Also, the regulatory mechanisms that dictate
Eomes gene expression in CD8
ϩ
T lymphocytes are not completely
elucidated. In fact, Eomes expression was induced in CD8
ϩ
T cells
early after TCR triggering (Fig. 5D), but this does not seem to explain
the striking differences observed in IFN-
production by NFAT1
ϩ/ϩ
and NFAT1
Ϫ/Ϫ
CD8
ϩ
T lymphocytes.
By contrast, the NFAT family of transcription factors is largely
known to be activated soon after TCR stimulation. Within minutes
after Ca
2ϩ
influx, NFAT translocates to the nucleus and binds to
regulatory sequences of the IFN-
promoter region, regulating its
expression (23, 27, 28). In this study we have shown that iono-
mycin-induced calcium influx was sufficient for IFN-
production
FIGURE 5. NFAT1 is crucial for IFN-
production
in CD8
ϩ
T lymphocytes. A, CD3
ϩ
T lymphocytes were
purified from naive NFAT1
ϩ/ϩ
and NFAT1
Ϫ/Ϫ
mice as
described and were stimulated in vitro with anti-CD3 (1
g/ml). After stimulation, CD4
ϩ
and CD8
ϩ
T cells
were analyzed for intracellular IFN-
production at 72 h
as described. B–D, CD8
ϩ
T lymphocytes were purified
as described from naive NFAT1
ϩ/ϩ
and NFAT1
Ϫ/Ϫ
mice and were stimulated in vitro with anti-CD3 (1
g/
ml). B, Cell-free supernatants of stimulated cells were
assessed for IFN-
by ELISA at the indicated time
points. C, Cells were transduced with either pLIRES-
EGFP-empty or -NFAT1 vector after 24 h of stimula-
tion. Then, EGFP
ϩ
cells were analyzed by flow cytom
-
etry for intracellular IFN-
production at 96 h as
described. D, Eomes gene expression was analyzed by
semiquantitative RT-PCR at the indicated time points.
RNA loading was estimated by measuring the intensity
of the GAPDH housekeeping gene. All results are from
a pool of three mice and are representative of at least
two independent experiments.
FIGURE 6. NFAT1-dependent IFN-
production by CD8
ϩ
T lymphocytes controls eosinophilia in vivo. Naive animals (NFAT1
ϩ/ϩ
, NFAT1
Ϫ/Ϫ
, CD8
ϩ/ϩ
,
CD8
Ϫ/Ϫ
, IFN-
ϩ/ϩ
, and IFN-
Ϫ/Ϫ
)orCD8
ϩ
T cell-depleted mice (NFAT1
ϩ/ϩ
plus anti-CD8) were s.c. sensitized with OVA (200
g) emulsified in CFA in
a hind footpad as described. Fifteen days later, animals were intrathoracically challenged with PBS or OVA (12
g) as indicated. After 24 h, the thoracic cavity
was assessed for differential leukocyte analysis. The total number of pleural eosinophils is shown in control (PBS) and treated (OVA) groups. Data are expressed
as the mean Ϯ SEM of values from five mice and are representative of two independent experiments. ء, Significantly different from wild-type, OVA-challenged
mice (p Ͻ 0.05); ϩ, significantly different from non-CD8
ϩ
T cell-depleted, wild-type, OVA-challenged mice (p Ͻ 0.05).
5936 REGULATION OF IFN-
EXPRESSION IN CD8
ϩ
T CELLS
in naive CD8
ϩ
T lymphocytes. In fact, the three NFAT-binding
sites identified in the proximal regulatory region of the IFN-
pro-
moter are required for maximum inducibility of this gene in Jurkat
T cells and primary murine splenocytes (27, 28). Consistently,
CD4
ϩ
T lymphocytes lacking NFAT1 display a substantial defect
in IFN-
gene expression, independent of the down-regulatory ef-
fects of IL-4 and GATA-3 (33). It has also been proposed that
NFAT transcription factors may act as candidates to drive early
transcription of cytokine genes in T cells, because they can recruit
histone acetyltransferases and thus initiate localized histone mod-
ification in the IFN-
promoter region (40 42). Thus, TCR-in-
ducible transcription factors, such as NFAT1, may represent the
very first switch on IFN-
production in CD8
ϩ
T cells.
The local cytokine microenvironment is fundamental to define the
Th1/Th2 balance that CD4
ϩ
T cells may undergo during Ag recog
-
nition (1, 2). The cytokine IFN-
induces IL-12 production by APCs
and also up-regulates the expression of IL-12R
2onCD4
ϩ
T cells
through the activation of T-bet (7–10). Both mechanisms are widely
known to promote/enhance CD4
ϩ
Th1 differentiation (3). Myeloid
cells, such as dendritic cells and macrophages, represent an early
source of IFN-
and IL-12 in the innate arm of the immune system (3,
4). In fact, CD8a
ϩ
dendritic cells are able to prime CD4
ϩ
T lympho
-
cytes toward the Th1 phenotype (43, 44). Furthermore, it has been
recently demonstrated that NK cells may also represent an initial
source of IFN-
during Th1 polarization of naive CD4
ϩ
T cells (21).
Our data indicate that upon TCR stimulation of primary T cells,
CD8
ϩ
, but not CD4
ϩ
, T lymphocytes, are excellent producers of
IFN-
, which is crucial to enhance CD4
ϩ
Th1 differentiation (Fig. 1).
We thus suggest that CD8
ϩ
T cells also function as another source of
IFN-
that may reinforce and amplify an adaptive Th1-specific re-
sponse. In accordance, it has been argued that the IFN-
secreted by
CD8
ϩ
T cells acts directly on CD4
ϩ
Th1 priming and also stimulates
APCs to secrete IL-12 (22). In that work, in vivo injections of anti-
CD3 in various MHC gene knockout mice have clearly demonstrated
that IFN-
is rapidly produced by a distinct population of CD8
ϩ
T
cells and polarizes CD4
ϩ
T cells toward the Th1 phenotype (22). It
has also been shown that the presence of IFN-
during the early phase
of CD4
ϩ
Th priming is essential for Th1 phenotype stabilization,
because CD4
ϩ
T cells lacking the IFN-
gene or its receptor do not
mount an efficient Th1 response and retain the capacity to produce
IL-4 (6). We thus suggest that CD8
ϩ
T lymphocytes represent an
early source of NFAT1-dependent IFN-
production during the initial
adaptive response, which may account for the consolidation of Th1
immunity.
Altering the cytokine-producing profile of Th cells by inducing Th1
responses has been proposed to be protective against Th2-related dis-
orders, such as allergy (11–13). Our findings show that IFN-
and
also CD8
ϩ
T cells are regulators of eosinophil recruitment and Th
immune responses in vivo. Because the IFN-
produced by CD8
ϩ
T
lymphocytes was highly dependent on NFAT1, we suggest that mice
lacking this transcription factor could not counteract a Th2 response
and presented overexpression of Th2 cytokines and eosinophilia in
vivo. Thus, the impaired NFAT1-dependent IFN-
production by
CD8
ϩ
T cells could be an alternative explanation for the allergic
phenotype described in the NFAT1-deficient mice (36, 39). However,
we cannot rule out the hypothesis that NFAT1
Ϫ/Ϫ
mice present a
Th2-biased phenotype in consequence of an intrinsic defect of CD4
ϩ
T cells to silence IL-4. This hypothesis could explain the low levels of
IL-4 production observed in CD8
ϩ
T cell-depleted mice and the only
moderate increase in CD8
- and IFN-
-deficient mice, rather than the
profound increase in IL-4 levels observed in NFAT1
Ϫ/Ϫ
mice
(Fig. 7).
In vivo studies of airway allergic inflammation have demon-
strated that IFN-
, CD8
ϩ
T cells, and also CD4
ϩ
Th1 cells are
able to regulate Ag-induced eosinophil infiltration by inhibiting
Th2 responses (11–15). Interestingly, T-bet-deficient mice had im-
paired IFN-
production and also developed spontaneous airway
hyper-responsiveness similar to asthma patients, who revealed de-
ficient T-bet expression of the lungs and significantly lower IFN-
secretion by PBMC compared with healthy individuals (45, 46). In
accordance, it has been recently shown in a model of Leishmania
major infection that the IFN-
produced by CD8
ϩ
T cells directly
promotes Th1 differentiation and down-regulates initial Th2 im-
mune responses (47). Although depletion of CD8
ϩ
T lymphocytes
in NFAT1
ϩ/ϩ
mice induced eosinophil infiltration in our model of
allergic inflammation (Fig. 6), we cannot exclude the involvement
of other cell types in this phenomenon. In addition to CD8
ϩ
T
cells, in vivo treatment with anti-CD8 Ab could deplete CD8a
ϩ
dendritic cells, which have been implicated in Th1 differentiation
as well (43, 44). Thus, it is still possible that the absence of both
CD8
ϩ
T cells and CD8a
ϩ
dendritic cells might explain the en
-
hanced allergic inflammation observed in CD8-depleted
NFAT1
ϩ/ϩ
mice. Nevertheless, conflicting results have been doc
-
umented regarding the protective action of CD8
ϩ
T and CD4
ϩ
Th1 cells against allergic diseases (48 –50).
The suppressive effects of IFN-
on allergic inflammation may
be explained by several mechanisms. It is most likely that IFN-
directly induces the differentiation of naive T cells toward the Th1
phenotype and/or represses Th2 cell recruitment/differentiation
rather than acting on eosinophils itself (4 6). It is also possible
that IFN-
suppresses the release of Th2 cytokines from activated
T cells (51, 52) and thus inhibits the following Th2-dependent
FIGURE 7. IFN-
production by CD8
ϩ
T cells reg
-
ulates the cytokine profile in vivo. Naive animals were
treated as described in Fig. 6. One day after challenge,
the draining lymph nodes (popliteal and inguinal) of the
indicated animals were stimulated in vitro for 48 h with
anti-CD3 (1
g/ml). Then cell-free supernatants were
assessed for IFN-
and IL-4 by ELISA. Data are ex-
pressed as the mean Ϯ SEM values from five mice and
are representative of two independent experiments. ء,
Significantly different from wild-type, OVA-challenged
mice (p Ͻ 0.05); ϩ, significantly different from non-
CD8
ϩ
T cell-depleted, wild-type, OVA-challenged mice
(p Ͻ 0.05).
5937The Journal of Immunology
eosinophil recruitment (11, 38). However, other reports have
shown inhibitory properties of IFN-
directly on eosinophil infil-
tration into inflammatory tissues (53, 54). Our results support the
idea that NFAT1 plays a positive regulatory role in IFN-
produc-
tion by CD8
ϩ
T cells and may control allergic inflammation in
vivo. In contrast, a recent report have shown that inhibition of all
NFAT family members in T cells prevents allergic pulmonary in-
flammation, early eosinophil recruitment to the lungs, and Th2
response development (55). These results support the idea that
different NFAT members may play specific roles during immune
responses in vivo, because this family consists of five proteins with
distinct properties in the regulation of cytokine genes.
In conclusion, we demonstrate in this study that IFN-
produc-
tion by naive CD8
ϩ
T cells during primary stimulation is highly
dependent on NFAT1 transcription factor. We also indicate that
CD8
ϩ
T cells and IFN-
are essential to control allergic inflam
-
mation. Finally, we suggest that NFAT1 protein plays a positive
regulatory role on IFN-
production in CD8
ϩ
T cells, which is
central to the generation of Th1 immune responses in vivo.
Acknowledgments
We are especially grateful to M. A. Barcinski and B. L. Diaz for comments
on the work and manuscript, and to members of our laboratory for helpful
advice and discussions. We are in debt to A. Rao, C. Wilson, and
F. Cunha for kindly providing reagents, and to E. Abrantes for help with
gene reporter experiments.
Disclosures
The authors have no financial conflict of interest.
References
1. Seder, R. A., and W. E. Paul. 1994. Acquisition of lymphokine-producing phe-
notype by CD4
ϩ
T cells. Annu. Rev. Immunol. 12: 635– 673.
2. Abbas, A. K., K. M. Murphy, and A. Sher. 1996. Functional diversity of helper
T lymphocytes. Nature 383: 787–793.
3. Szabo, S. J., B. M. Sullivan, S. L. Peng, and L. H. Glimcher. 2003. Molecular
mechanisms regulating Th1 immune responses. Annu. Rev. Immunol.
21: 713–758.
4. Boehm, U., T. Klamp, M. Groot, and J. C. Howard. 1997. Cellular responses to
interferon-
. Annu. Rev. Immunol. 15: 749 –758.
5. Bradley, L. M., D. K. Dalton, and M. Croft. 1996. A direct role for IFN-
in
regulation of Th1 cell development. J. Immunol. 157: 1350 –1358.
6. Zhang, Y., R. Apilado, J. Coleman, S. Ben-Sasson, S. Tsang, J. Hu-Li,
W. E. Paul, and H. Huang. 2001. Interferon
stabilizes the T helper cell type 1
phenotype. J. Exp. Med. 194: 165–172.
7. Ma, X., J. M. Chow, G. Gri, G. Carra, F. Gerosa, S. F. Wolf, R. Dzialo, and
G. Trinchieri. 1996. The interleukin 12 p40 gene promoter is primed by interferon
in monocytic cells. J. Exp. Med. 183: 147–157.
8. Seder, R. A., R. Gazzinelli, A. Sher, and W. E. Paul. 1993. Interleukin 12 acts
directly on CD4
ϩ
T cells to enhance priming for interferon
production and
diminishes interleukin 4 inhibition of such priming. Proc. Natl. Acad. Sci. USA
90: 10188 –10192.
9. Mullen, A. C., F. A. High, A. S. Hutchins, H. W. Lee, A. V. Villarino,
D. M. Livingston, A. L. Kung, N. Cereb, T. P. Yao, S. Y. Yang, et al. 2001. Role
of T-bet in commitment of TH1 cells before IL-12-dependent selection. Science
292: 1907–1910.
10. Afkarian, M., J. R. Sedy, J. Yang, N. G. Jacobson, N. Cereb, S. Y. Yang,
T. L. Murphy, and K. M. Murphy. 2002. T-bet is a STAT1-induced regulator of
IL-12R expression in naive CD4
ϩ
T cells. Nat. Immunol. 3: 549 –557.
11. Iwamoto, I., H. Nakajima, H. Endo, and S. Yoshida. 1993. Interferon
regulates
antigen-induced eosinophil recruitment into the mouse airways by inhibiting the
infiltration of CD4
ϩ
T cells. J. Exp. Med. 177: 573–576.
12. Dow, S. W., J. Schwarze, T. D. Heath, T. A. Potter, and E. W. Gelfand. 1999.
Systemic and local interferon
gene delivery to the lungs for treatment of allergen-
induced airway hyperresponsiveness in mice. Hum. Gene Ther. 10: 1905–1914.
13. Cohn, L., R. J. Homer, N. Niu, and K. Bottomly. 1999. T helper 1 cells and
interferon
regulate allergic airway inflammation and mucus production. J. Exp.
Med. 190: 1309–1318.
14. Suzuki, M., R. Taha, D. Ihaku, Q. Hamid, and J. G. Martin. 1999. CD8
ϩ
T cells
modulate late allergic airway responses in Brown Norway rats. J. Immunol. 163:
5574 –5581.
15. Suzuki, M., K. Maghni, S. Molet, A. Shimbara, Q. A. Hamid, and J. G. Martin.
2002. IFN-
secretion by CD8 T cells inhibits allergen-induced airway eosino-
philia but not late airway responses. J. Allergy Clin. Immunol. 109: 803–809.
16. Leonard, C., V. Tormey, C. Burke, and L. W. Poulter. 1997. Allergen-induced
cytokine production in atopic disease and its relationship to disease severity.
Am. J. Respir. Cell Mol. Biol. 17: 368–375.
17. Renzi, P. M., J. P. Turgeon, J. E. Marcotte, S. P. Drblik, D. Be´rube´,
M. F. Gagnon, and S. Spier. 1999. Reduced interferon-
production in infants
with bronchiolitis and asthma. Am. J. Respir. Crit. Care Med. 159: 1417–1422.
18. Murphy, K. M., W. Ouyang, J. D. Farrar, J. Yang, S. Ranganath, H. Asnagli,
M. Afkarian, and T. L. Murphy. 2000. Signaling and transcription in T helper
development. Annu. Rev. Immunol. 18: 451– 494.
19. Szabo, S. J., B. M. Sullivan, C. Stemmann, A. R. Satoskar, B. P. Sleckman, and
L. H. Glimcher. 2002. Distinct effects of T-bet in Th1 lineage commitment and
IFN-
production in CD4 and CD8 T cells. Science 295: 338–342.
20. Lighvani, A. A., D. M. Frucht, D. Jankovic, H. Yamane, J. Aliberti,
B. D. Hissong, B. V. Nguyen, M. Gadina, A. Sher, W. E. Paul, et al. 2001. T. bet
is rapidly induced by interferon-
in lymphoid and myeloid cells. Proc. Natl.
Acad. Sci. USA 98: 15137–15142.
21. Martı´n-Fontecha, A., L. L. Thomsen, S. Brett, C. Gerard, M. Lipp,
A. Lanzavecchia, and F. Sallusto. 2004. Induced recruitment of NK cells to
lymph nodes provides IFN-
for Th1 priming. Nat. Immunol. 5: 1260 –1265.
22. Das, G., S. Sheridan, and C. A. Janeway, Jr. 2001. The source of early IFN-
that
plays a role in Th1 priming. J. Immunol. 167: 2004–2010.
23. Rao, A., C. Luo, and P. G. Hogan. 1997. Transcription factors of the NFAT
family: regulation and function. Annu. Rev. Immunol. 15: 707–747.
24. Lewis, R. S. 2001. Calcium signaling mechanisms in T lymphocytes. Annu. Rev.
Immunol. 19: 497–521.
25. Shaw, K. T. Y., A. M. Ho, A. Raghavan, J. Kim, J. Jain, J. Park, S. Sharma,
A. Rao, and P. G. Hogan. 1995. Immunosuppressive drugs prevent a rapid de-
phosphorylation of transcription factor NFAT1 in stimulated immune cells. Proc.
Natl. Acad. Sci. USA 92: 11205–11209.
26. Loh, C., K. T. Y. Shaw, J. Carew, J. P. B. Viola, C. Luo, B. A. Perrino, and
A. Rao. 1996. Calcineurin binds the transcription factor NFAT1 and reversibly
regulates its activity. J. Biol. Chem. 271: 10884–10891.
27. Sica, A., L. Dorman, V. Viggiano, M. Cippitelli, P. Ghosh, N. Rice, and
H. A. Young. 1997. Interaction of NF-
B and NFAT with the interferon-
pro-
moter. J. Biol. Chem. 272: 30412–30420.
28. Sweetser, M. T., T. Hoey, Y. L. Sun, W. M. Weaver, G. A. Price, and
C. B. Wilson. 1998. The roles of nuclear factor of activated T cells and ying-yang
1 in activation-induced expression of the interferon-
promoter in T cells. J. Biol.
Chem. 273: 34775–34783.
29. Liu, J., J. D. Farmer, Jr., W. S. Lane, J. Friedman, I. Weissman, and
S. L. Schreiber. 1991. Calcineurin is a common target of cyclophilin-cyclosporin
A and FKBP-FK506 complexes. Cell 66: 807– 815.
30. Clipstone, N. A., and G. R. Crabtree. 1992. Identification of calcineurin as a key
signalling enzyme in T-lymphocyte activation. Nature 357: 695–697.
31. Hodge, M. R., A. M. Ranger, F. Charles de la Brousse, T. Hoey, M. J. Grusby,
and L. H. Glimcher. 1996. Hyperproliferation and dysregulation of IL-4 expres-
sion in NF-ATp-deficient mice. Immunity 4: 397– 405.
32. Kiani, A., J. P. B. Viola, A. H. Lichtman, and A. Rao. 1997. Down-regulation of
IL-4 gene transcription and control of Th2 cell differentiation by a mechanism
involving NFAT1. Immunity 7: 849 860.
33. Kiani, A., F. J. Garcia-Co´zar, I. Habermann, S. Laforsch, T. Aebischer,
G. Ehninger, and A. Rao. 2001. Regulation of interferon-
gene by nuclear factor
of activated T cells. Blood 98: 1480 –1488.
34. Jain, J., P. G. McCaffrey, V. E. Valge-Archer, and A. Rao. 1992. Nuclear factor
of activated T cells contains Fos and Jun. Nature 365: 801– 804.
35. McMillin, D. W., N. Landazuri, B. Gangadharan, B. Hewes, D. R. Archer,
H. T. Spencer, and J. M. Le Doux. 2005. Highly efficient transduction of repop-
ulating bone marrow cells using rapidly concentrated polymer-complexed retro-
virus. Biochem. Biophys. Res. Commun. 330: 768 –775.
36. Viola, J. P. B., A. Kiani, P. T. Bozza, and A. Rao. 1998. Regulation of allergic
inflammation and eosinophil recruitment in mice lacking the transcription factor
NFAT1: role of interleukin-4 (IL-4) and IL-5. Blood 7: 2223–2230.
37. Pearce, E. L., A. C. Mullen, G. A. Martins, C. M. Krawczyk, A. S. Hutchins,
V. P. Zediak, M. Banica, C. B. DiCioccio, D. A. Gross, C. A. Mao, et al. 2003.
Control of effector CD8
ϩ
T cell function by the transcription factor eomesoder
-
min. Science 302: 1041–1043.
38. Wills-Karp, M. 1999. Immunologic basis of antigen-induced airway hyperre-
sponsiveness. Annu. Rev. Immunol. 17: 255–281.
39. Xanthoudakis, S., J. P. B. Viola, K. T. Shaw, C. Luo, J. D. Wallace, P. T. Bozza,
D. C. Luk, T. Curran, and A. Rao. 1996. An enhanced immune response in mice
lacking the transcription factor NFAT1. Science 272: 892–895.
40. Garcı´a-Rodrı´guez, C., and A. Rao. 1998. Nuclear factor of activated T cells
(NFAT)-dependent transactivation regulated by the coactivators p300/CREB-
binding protein (CBP). J. Exp. Med. 187: 2031–2036.
41. Avots, A., M. Buttmann, S. Chuvpilo, C. Escher, U. Smola, A. J. Bannister,
U. R. Rapp, T. Kouzarides, and E. Serfling. 1999. CBP/p300 integrates Raf/Rac-
signaling pathways in the transcriptional induction of NF-ATc during T cell
activation. Immunity 10: 515–524.
42. Avni, O., D. Lee, F. Macian, S. J. Szabo, L. H. Glimcher, and A. Rao. 2002. T
H
cell differentiation is accompanied by dynamic changes in histone acetylation of
cytokine genes. Nat. Immunol. 3: 643– 651.
43. Maldonado-Lopez, R., T. De Smedt, P. Michel, J. Godfroid, B. Pajak,
C. Heirman, K. Thielemans, O. Leo, J. Urbain, and M. Moser. 1999. CD8
ϩ
and
CD8
Ϫ
subclasses of dendritic cells direct the development of distinct T helper
cells in vivo. J. Exp. Med. 189: 587–592.
44. Maldonado-Lopez, R., C. Maliszewski, J. Urbain, and M. Moser. 2001. Cyto-
kines regulate the capacity of CD8
ϩ
and CD8
Ϫ
dendritic cells to prime Th1/
Th2 cells in vivo. J. Immunol. 167: 4345–4350.
45. Finotto, S., M. F. Neurath, J. N. Glickman, S. Qin, H. A. Lehr, F. H. Y. Green,
K. Ackerman, K. Haley, P. R. Galle, S. J. Szabo, et al. 2002. Development of
5938 REGULATION OF IFN-
EXPRESSION IN CD8
ϩ
T CELLS
spontaneous airway changes consistent with human asthma in mice lacking T-bet.
Science 295: 336–338.
46. Nurse, B., M. Haus, A. S. Puterman, E. G. Weinberg, and P. C. Potter. 1997.
Reduced interferon-
but normal IL-4 and IL-5 release by peripheral blood
mononuclear cells from Xhosa children with atopic asthma. J. Allergy Clin. Im-
munol. 100: 662–668.
47. Uzonna, J. E., K. L. Joyce, and P. Scott. 2004. Low dose Leishmania major
promotes a transient T helper cell type 2 response that is down-regulated by
interferon
-producing CD8
ϩ
T cells. J. Exp. Med. 199: 1559 –1566.
48. Hamelmann, E., A. Oshiba, J. Paluh, K. Bradley, J. Loader, T. A. Potter,
G. L. Larsen, and E. W. Gelfand. 1996. Requirement for CD8
ϩ
T cells in the
development of airway hyperresponsiveness in a murine model of airway sensi-
tization. J. Exp. Med. 183: 1719 –1729.
49. Hansen, G., G. Berry, R. H. DeKruyff, and D. T. Umetsu. 1999. Allergen-specific
Th1 cells fail to counterbalance Th2 cell-induced airway hyperreactivity but
cause severe airway inflammation. J. Clin. Invest. 103: 175–183.
50. Miyahara, N., K. Takeda, T. Kodama, A. Joetham, C. Taube, J. W. Park,
S. Miyahara, A. Balhorn, A. Dakhama, and E. W. Gelfand. 2004. Contribution of
antigen-primed CD8
ϩ
T cells to the development of airway hyperresponsiveness
and inflammation is associated with IL-13. J. Immunol. 172: 2549–2558.
51. Coyle, A. J., S. Tsuyuki, C. Bertrand, S. Huang, M. Aguet, S. S. Alkan, and
G. P. Anderson. 1996. Mice lacking the IFN-
receptor have impaired ability to
resolve a lung eosinophilic inflammatory response associated with a prolonged
capacity of T cells to exhibit a Th2 cytokine profile. J. Immunol. 156: 2680–2685.
52. Elser, B., M. Lohoff, S. Kock, M. Giaisi, S. Kirchhoff, P. H. Krammer, and
M. Li-Weber. 2002. IFN-
represses IL-4 expression via IRF-1 and IRF-2. Im-
munity 17: 703–712.
53. Luttmann, W., E. Dauer, S. Schmidt, O. Marx, M. Hossfeld, H. Matthys, and
J. C. Virchow, Jr. 2000. Effects of interferon-
and tumor necrosis factor-
on
CD95/Fas ligand-mediated apoptosis in human blood eosinophils. Scand. J. Im-
munol. 51: 54–59.
54. Fulkerson, P. C., N. Zimmermann, E. B. Brandt, E. E. Muntel, M. P. Doepker,
J. L. Kavanaugh, A. Mishra, D. P. Witte, H. Zhang, J. M. Farber, et al. 2004.
Negative regulation of eosinophil recruitment to the lung by the chemokine
monokine induced by IFN-
(Mig, CXCL9). Proc. Natl. Acad. Sci. USA 101:
1987–1992.
55. Diehl, S., T. Krahl, L. Rinaldi, R. Norton, C. G. Irvin, and M. Rinco´n. 2004.
Inhibition of NFAT specifically in T cells prevents allergic pulmonary inflam-
mation. J. Immunol. 172: 3597–3603.
5939The Journal of Immunology
97
7.2 Anexo II
TEIXEIRA L.K., FONSECA, B.P.F.,
BARBOZA B.A., VIOLA, J.P.B. The role of
interferon-γ on immune and allergic responses.
Mem Inst Oswaldo Cruz
100: 137-
144. 2005.
137137
137137
137Mem Inst Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Vol. 100(Suppl. I): 137-144, 2005
The role of interferon-
γγ
γγ
γ on immune and allergic responses
Leonardo K Teixeira
++
, Bruna PF Fonseca
++
, Bianca A Barboza
++
, João PB Viola
+
Divisão de Biologia Celular, Instituto Nacional de Câncer, Rua André Cavalcanti 37, 20231-050 Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Allergic diseases have been closely related to Th2 immune responses, which are characterized by high levels of
interleukin (IL) IL-4, IL-5, IL-9 and IL-13. These cytokines orchestrate the recruitment and activation of different
effector cells, such as eosinophils and mast cells. These cells along with Th2 cytokines are key players on the
development of chronic allergic inflammatory disorders, usually characterized by airway hyperresponsiveness,
reversible airway obstruction, and airway inflammation. Accumulating evidences have shown that altering cytokine-
producing profile of Th2 cells by inducing Th1 responses may be protective against Th2-related diseases such as
asthma and allergy. Interferon-
γ
(IFN-
γ
), the principal Th1 effector cytokine, has shown to be crucial for the resolu-
tion of allergic-related immunopathologies. In fact, reduced production of this cytokine has been correlated with
severe asthma. In this review, we will discuss the role of IFN-
γ
during the generation of immune responses and its
influence on allergic inflammation models, emphasizing its biologic properties during the different aspects of
allergic responses.
Key words: interferon-γ - lymphocytes - immune system - allergy - allergic inflammation
Airway allergic diseases are common disorders, which
affect approximately 5% of the Western world popula-
tion, and show reportedly increasing incidence in devel-
oping countries during the last decades. Asthma, rhinitis,
and allergy represent the most common allergic diseases,
which arise as a result of interaction between multiple
genetic and environmental factors. Most patients exhibit
an acute immediate hypersensitivity to inhaled antigens,
known as allergens, as a consequence of a genetic pre-
disposition for the development of deregulated immune
responses (atopy). The inflammatory process may be di-
vided into early- and late-phase reactions. The early (im-
mediate) response is usually mediated by mast cell de-
granulation, whereas late phase is followed by neutro-
phil, eosinophil, and lymphocyte migration to the inflam-
matory site. This chronic inflammatory disorder of the lung
is usually characterized by (i) airway hyperresponsiveness
(AHR), (ii) reversible airway obstruction and mucus hyper-
secretion, and (iii) airway inflammation (Wills-Karp 1999).
Although allergic diseases have been linked to an en-
hanced Th2 immune response associated with high levels
of interleukin (IL) IL-4, IL-5 and IL-13, accumulating evi-
dences demonstrate that a decreased Th1 immune re-
sponse is also important in the pathogenesis of theses
diseases, and that interferon-γ (IFN-γ) could act as a cen-
tral regulator in this phenomenon. Therefore, in this re-
view we have decided to focus on some of the major func-
tions of IFN-γ that may be implicated in the pathogenic
process of allergic inflammation.
Financial support: Inca/FAF, Furnas Centrais Elétricas S.A.,
CNPq
+
Corresponding author. E-mail: [email protected].br
++
Inca/FAF fellowship.
Received 8 November 2004
Accepted 30 December 2004
The IFN-
γγ
γγ
γ cytokine
The molecule - The cytokine IFN-γ belongs to the
family of interferons, which are closely related by their
ability to protect cells from viral infections. Based on sev-
eral criteria, the IFN molecules have been divided into
two distinct classes. The first class is named type I IFN
and includes the IFN-α and IFN-β molecules, which are
the classical interferons induced in response to viral in-
fections. The second class is solely composed by IFN-γ
(also termed type II or immune IFN), which is not related
to the type I IFN at both the genetic and the protein lev-
els. Although IFN-γ displays most of the biologic activi-
ties that have been described to the other IFN, it has a
lower specific antiviral activity, but presents more
immunomodulatory properties than the type I interferons
(Farrar & Schreiber 1993).
Both human and mouse IFN-γ genes generate a unique
1.2 kb mRNA that encodes an amino acid polypeptide of
166 and 134 residues, respectively (Boehm et al. 1997).
Two polypeptide chains self-associate in an antiparallel
fashion, producing a molecule that exhibits a twofold axis
of symmetry with an apparent molecular weight of 34 kDa
(Farrar & Schreiber 1993, Bach et al. 1997). Only the dimer
displays biologic activity, possibly because it is the only
conformation of the molecule that can induce IFN-γ re-
ceptor (IFN-γR) dimerization (Farrar & Schreiber 1993).
For a long time, the production of IFN-γ has been consid-
ered to be restricted to activated natural killer (NK) cells,
CD4
+
T helper-1 (Th1) cells, and CD8
+
T cytotoxic cells
(Farrar & Schreiber 1993, Boehm et al. 1997). However, we
now know that these cells are the most potent, but not the
only sources of IFN-γ. Several studies have identified
additional IFN-γ-secreting cell types, including γδ T cells,
NKT cells, macrophages, dendritic cells, naive CD4
+
T
cells, and even B cells (Frucht et al. 2001, Szabo et al.
2003).
Molecular mechanisms of gene expression - Much of
the knowledge regarding the molecular mechanisms for
IFN-γ expression has been described in T lymphocytes,
138138
138138
138 IFN-γ in immune and allergic responses • Leonardo K Teixeira et al.
since these cells are excellent producers of this cytokine.
Its gene expression is dictated by several transcription
factors, which bind to DNA elements located within spe-
cific regulatory regions of the IFN-γ locus (Murphy et al.
2000, Szabo et al. 2003). DNase I-hypersensitive experi-
ments have shown that the IFN-γ regulatory region en-
compasses more than 8.0 Kb of genomic DNA, and con-
sists of promoter cis elements, intronic regions and distal
enhancers. The promoter region contains binding sites
for a sort of IFN-γ-inducers, such as NF-kB, NFAT, STAT-
4, and T-bet (Murphy et al. 2000, Szabo et al. 2003).
The expression of the IFN-γ gene has showed to be
repressed by the immunosuppressive drug cyclosporin.
In fact, three binding sites for the cyclosporin-sensitive
NFAT family of transcription factors have been identified
through the proximal region of the IFN-γ promoter. These
sites are required for maximal IFN-γ expression in T cell
lines and primary T lymphocytes (Sweetser et al. 1998).
The NFAT and NF-kB transcription factors are thought to
bind to similar DNA sequences, and may thus coordi-
nately cooperate for the regulation of IFN-γ gene expres-
sion. Hence, NF-kB induction within T cells is crucial for
substantial IFN-γ production and Th1 response (Sica et
al. 1997). It has also been shown that both IL-12 and IL-18
augments IFN-γ production through the activation of NF-
kB pathway. However, the influence of the IL-12/IL-18
pathway on IFN-γ production in Th1 effector cells de-
pends mainly on STAT4, which is able to directly bind to
the promoter region of the IFN-γ gene. Even so, STAT4
does not seem to be essential for the initial production of
IFN-γ, but to amplify the amount of IFN-γ produced by
individual cells since STAT4-/- T lymphocytes are still
able to produce this cytokine (Murphy et al. 2000, Szabo
et al. 2003).
While some nuclear factors are ubiquitous regulators
of gene expression, others are required for selective gene
expression in specific cellular subsets. In CD4
+
T lym-
phocytes, T-bet (T-box expressed in T cells) was recently
identified as the master switch of Th1 differentiation and
to be the key regulator of IFN-γ expression in these cells
(Szabo et al. 2000). T-bet is largely expressed in the lym-
phoid system, and also has shown to transactivate the
IFN-γ gene and induce chromatin remodeling of the IFN-
γ locus (Szabo et al. 2003). Three putative T-box binding
sites were identified in the IFN-γ gene locus, two sites
located 2 Kb from the start site and one in the third intron.
Recently, Reiner and collaborators have identified two
transcription factors also related to IFN-γ production: Hlx,
a potential interacting partner for T-bet that has presented
synergistic effects on IFN-γ production (Mullen et al.
2002); and Eomesodermin, a T-bet paralogue that con-
trols effector functions of CD8
+
T cells, including IFN-γ
production (Pearce et al. 2003). Although some transcrip-
tion factors are conserved regulators of IFN-γ gene ex-
pression among different cell types, it remains to be de-
termined the key effectors of each cell lineage. Further-
more, the regions responsible for tissue-specific expres-
sion of the IFN-γ gene remain to be elucidated.
The signaling pathway - IFN-γ exerts its pleiotropic
effects through a specific interaction with the cell surface
IFN-γR. The receptor complex consists of two chains: IFN-
γR1 (also known as IFN-γ receptor α), which is the major
ligand-binding subunit, and IFN-γR2 (also known as IFN-
γ receptor β), which is obligatory for IFN-γ signal trans-
duction, and also increases the affinity of IFN-γR1 for its
ligand, presumably by enhancing the stability of the com-
plex (Boehm et al. 1997, Tau & Rothman 1999).
Signal transduction starts with an interaction of the
IFN-γ homodimer with two α-chain receptors, thereby in-
ducing α-chain dimerization and the subsequent recruit-
ment of two β-chains to the complex. Each chain is consti-
tutively associated with a specific Janus kinase (JAK)
(the α-chain with JAK1 and the β-chain with JAK2)
(Igarashi et al. 1994). The aggregation of the receptor com-
ponents brings inactive JAKs into close proximity with
one another. Once clustered, JAKs are reciprocally acti-
vated through sequential auto and transphosphorylation
events. After activation, JAKs then phosphorylate a spe-
cific tyrosine residue near the C-terminus of the IFN-γR1,
which serve as a docking site to the binding of STAT1
(Heim et al. 1995). The recruitment of STAT1 is followed
by its phosphorylation on tyrosine residue 701 by the
receptor-associated JAKs. This phosphorylation leads to
a rapid dissociation of the receptor and to the formation
of STAT1 homodimers (also called GAF, for gamma-acti-
vated factor) (Greenlund et al. 1995). At some point dur-
ing the early phase of activation, STAT1 is also phospho-
rylated on serine 727 by a process involving phos-
phatidylinositol 3-kinase (PI3-K) and Akt that is required
for maximal transcriptional activity (Nguyen et al. 2001).
The STAT1 homodimer then translocates into the nucleus,
where it is able to bind to defined DNA sequences (known
as GAS, for gamma-activated site) and initiate or suppress
transcription of IFN-γ-regulated genes (Darnell et al. 1994)
(Fig. 1). In addition to the well known Jak-STAT pathway,
IFN-γ activates several additional signal-transduction
proteins (Ramana et al. 2002). In fact, targeted disruption
of the STAT1 gene in mice has revealed STAT1-indepen-
dent pathways in IFN-γ-dependent signaling (Gil et al.
2001). The role of these pathways in the variety of physi-
ological and pathological conditions remains to be eluci-
dated.
In summary, by activating the latent cytosolic tran-
scription factor STAT1, IFN-γ initiates the transcription
of a number of genes containing STAT1-binding sites in
their promoter regions. Many of these induced genes are
transcription factors (for example, IRF-1) that are able to
further drive the regulation of the next wave of transcrip-
tion. The total number of IFN-γ-regulated genes is esti-
mated to be ~500 (Boehm et al. 1997). It has been demon-
strated that IFN-γ upregulates the transcription of genes
related to antigen presentation (MHC class I and II, β2-
microglobulin, TAP), Th1 phenotype development
(STAT1, T-bet), chemokine-based recruitment of mono-
cytes, T cells, eosinophils and basophils (MCP-1, MCP-
2, MCP-3, RANTES), cellular adhesion (VLA-4, ICAM-1,
VCAM-1 molecules), immunoglobulin heavy chain class
switch (IFN-γ upregulates IgG and downregulates IgE),
cytokines network (IL-12, IFN-γ, CD40), apoptosis (CD95,
caspases), lymphocyte activation (B7-1 and B7-2 mol-
ecules), and others (Boehm et al. 1997). As we shall dis-
139139
139139
139Mem Inst Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Vol. 100(Suppl. I), 2005
cuss here, these IFN-γ-regulated genes take part in the
generation of immune responses related to several stages
of some allergic processes.
Immunologic basis of allergic diseases
Allergic inflammation has been closely associated with
CD4
+
Th lymphocytes, since a classical Th2 pattern of
cytokine production has shown to contribute to the patho-
genesis of this disease (Renauld 2001). Elevated numbers
of Th2 cells have been identified in the bronchoalveolar
lavage (BAL) fluids and airway biopsies from asthmatic
patients. These lymphocytes produce high levels of IL-4,
IL-5, IL-9, and IL-13, which orchestrate the recruitment
and activation of effector cells related to allergic re-
sponses, such as eosinophils and mast cells. The cytokine
IL-4 was originally identified as a B cell growth factor, and
further showed to promote IgE isotype switch in B cells.
In addition, IL-4 is required for optimal Th2 and mast cell
differentiation, whereas IL-5 is a selective factor for eosi-
nophil activation and development. IL-4 and IL-5 also in-
crease eosinophil adhesion to vascular endothelial cells,
and promotes its infiltration to inflammatory sites by regu-
lating surface markers on eosinophils (such as VLA-4)
and endothelium (such as VCAM-1). These cytokines may
be produced not only by CD4
+
T cells, but also by mast
cells and eosinophils themselves. Still considering Th2
cytokines, IL-13 is responsible for the mucus hyper-se-
cretion of submucosal glands and/or epithelial cells, and
IL-9 has been recently related to mast cell and eosinophil
proliferation/differentiation (Wills-Karp 1999, Renauld
2001).
In line with all these features, allergic inflammation is
correlated with pronounced levels of serum IgE, eosino-
phil migration to the site of inflammation, and activation
of specific cellular compartments. Together with allergen
recognition, IgE antibodies bind to Fc receptors (FcR)
present on the surface of mast cells and basophils, and
thus trigger the release of inflammatory mediators (such
as histamine, prostaglandin and leukotrienes), as well as
chemotactic factors (such as eotaxin/CCL11, MCP-1/CCL2
and RANTES/CCL5) and cytokines that in a fine-tuned
way are responsible for several allergic reactions. In the
mucosa, these mediators of hypersensitivity reactions
rapidly induce vascular changes, edema, mucus produc-
tion, and smooth muscle constriction. Furthermore, it
seems that eosinophils are also involved in the patho-
genesis of allergic diseases because they usually infil-
trate to the target tissues, where they release several in-
flammatory mediators and cytokines that contribute to
airway wall epithelium damage. Finally, chemokines, or
chemoattractants, are also relevant in allergy not only for
their role in regulating leukocyte recruitment (mainly ba-
sophils, eosinophils, and mast cells), but also because
they can regulate cellular activation and inflammatory
mediators release, IgE synthesis, and Th2 cell recruitment
to the site of allergic inflammation. Taken all together, these
findings indicate that Th2 cells and their cytokines can
account for some of the initial hallmarks of airway inflam-
mation, and are crucial for the pathogenesis of allergic
diseases (Wills-Karp 1999, Renauld 2001). During the next
sections, we will focus on how IFN-γ regulates Th im-
mune responses, and may thus control allergic diseases.
IFN-
γγ
γγ
γ and Th immune response
A critical aspect of the immune response to allergens
is mediated by the helper function of CD4
+
T cells. After
engagement of the T cell receptor (TCR) by the appropri-
ate peptide-MHC complex, naive CD4
+
T cells rapidly
undergo a differentiation process that leads to the devel-
opment of two functionally distinct cell subsets. These
subsets are characterized by a mutually exclusive pattern
of cytokine secretion. Th1 cells secrete IFN-γ and TNF-β
and are efficient in eliminating intracellular pathogens.
Th2 cells produce IL-4, IL-5, IL-10 and IL-13, which affect
Fig. 1: interferon-γ (IFN-γ) signaling pathway. IFN-γ binds to its receptor (IFN-γR) and leads to the aggregation of α and β-chains, which
are constitutively associated with Janus Kinases (JAKs). Once actived, JAKs phosphorylate the IFN-γRα chain, creating a docking site for
STAT1, which is then phosphorylated and associated in homodimers (named GAF, for gamma-activated factor). The STAT1 homodimer
translocates to the nucleus where it is able to bind to specific DNA sequences (named GAS, for gamma-activated site) and regulate the
expression of IFN-γ-responsive genes.
140140
140140
140 IFN-γ in immune and allergic responses • Leonardo K Teixeira et al.
humoral immunity to helmintic parasites and are respon-
sible for immune responses to persistent allergens (Abbas
et al. 1996). Several factors can influence the differentia-
tion pathway of CD4
+
Th cells, specially the cytokines
prevailing within the microenvironment where these cells
encounter antigens (Constant & Bottomly 1997). IL-12
and IL-4 are known to be the major Th1- and Th2-induc-
ing cytokines, respectively (Abbas et al. 1996). The Th1/
Th2 balance is extremely important and may determine
whether the immune response is appropriate or leads to
severe immunopathologies. Overproduction of Th1
cytokines has been implicated in delayed-type hypersen-
sitivity reactions and autoimmune diseases. On the other
hand, it is notorious that the basis for allergic disorders
remains on the dysregulation of the Th2 phenotype as
previously stated here (Abbas et al. 1996).
Accumulating evidences have shown that altering
cytokine-producing profile of Th2 cells by inducing Th1
responses is protective against Th2-related disorders
such as asthma and allergy. It has been demonstrated
that Th1 lymphocytes and cytokines such as IFN-γ and
IL-12 may counteract and suppress Th2 responses of al-
lergic diseases (Iwamoto et al. 1993, Cohn et al. 1999, Dow
et al. 1999). In fact, defective IFN-γ production predis-
poses toward the development of allergic diseases, and
patients with severe asthma present significantly reduced
IFN-γ production in response to allergen when compared
to control individuals (Leonard et al. 1997, Renzi et al.
1999). Moreover, resolution of allergy seems not to be
related with a reduction in Th2-cytokine production, but
with normalization of IFN-γ levels (Smart et al. 2002). In-
terestingly, it has also been reported an inverse associa-
tion between dominant IFN-γ immune responses to intra-
cellular pathogens in childhood and the incidence of
asthma (Shirakawa et al. 1997). These results emphasize
the inhibitory character of IFN-γ on the response against
allergens.
IFN-γ is the principal Th1 effector cytokine, and it has
a crucial role in Th1 differentiation. IFN-γ has the ability
to act in a great number of cell types that are involved in
Th differentiation. It induces IL-12 production by antigen
presenting cells (APC), such as dendritic cells and mac-
rophages (Snijders et al. 1998, Szabo et al. 2003). These
APCs provide the first contact of naive CD4
+
T cells with
the antigen, therefore this IL-12 production is of great
importance on the differentiation pathway towards a Th1
phenotype. In addition to its role on APC, IFN-γ exerts
effects on the CD4
+
T cells themselves. This cytokine is
capable of enhancing the development of Th1 effector
cells from BALB/c mice by increasing naive CD4
+
T cells
responses to IL-12 (Wenner et al. 1996). Actually, IFN-γ is
responsible for inducing/maintaining the expression of
the β chain of the IL-12 receptor (IL-12Rβ2) through T-bet
activation, stating an important role of IFN-γ on the Th1
effects mediated by IL-12 (Mullen et al. 2001, Afkarian et
al. 2002). Studies on CD4
+
T cells from C57BL/6 mice have
also revealed a direct role for IFN-γ as an inducer of Th1
polarization via an autocrine mechanism, independent of
IL-12 (Bradley et al. 1996) (Fig. 2).
IFN-γ also exerts direct inhibitory effects on Th2
cytokines, reducing the levels of IL-4 and IL-5 produc-
tion. The IFN-γ signaling pathway activates T-bet pro-
tein, the Th1-specific and Th2-suppresing transcription
factor (Lighvani et al. 2001, Afkarian et al. 2002). In fact,
ectopically expression of T-bet was able to repress IL-4
and IL-5 in Th2 cells (Szabo et al. 2000). In a model of
atopic dermatitis, Th2 cells retrovirally transfected with a
vector expressing T-bet conferred Th1-like cytokine pro-
duction and migratory capacities to those cells (La-
metschwandtner et al. 2004). Consistently, T-bet-deficient
mice have impaired IFN-γ production and also develop
spontaneous AHR similar to allergic patients (Finotto et
al. 2002). Also, T-bet expression in CD4
+
T cells is dimin-
ished in the lungs of asthmatic patients, who present sig-
Fig. 2: interferon-γ (IFN-γ) controls Th immune and allergic responses. IFN-γ is produced by different cell sources. It may counteract Th2
immune responses (by suppressing the development of Th2 lymphocytes), induce Th1 differentiation (by enhancing IL-12 production by
APC or skewing naive Th lymphocytes toward the Th1 phenotype), and control several steps of allergic responses (by inducing eosinophil
apoptosis and blocking IgE isotype switch in B cells).
141141
141141
141Mem Inst Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Vol. 100(Suppl. I), 2005
nificantly lower IFN-γ secretion by peripheral blood mono-
nuclear cells when compared with healthy individuals
(Nurse et al. 1997, Finotto et al. 2002). On the other hand,
the Th2-induced transcription factor GATA-3 specifically
controls the expression of Th2 cytokines, which are es-
sential to induce allergic inflammation in vivo (Zheng &
Flavell 1997). In fact, increased levels of GATA-3 mRNA
expression have been reported in asthmatic airways when
compared to those of control subjects and correlated with
increased IL-5 expression (Nakamura et al. 1999). The ex-
pression of a dominant-negative mutant of GATA-3 led to
a reduction in the levels of all Th2 cytokines and attenu-
ated mucus production, IgE synthesis, and airway eosi-
nophilia in the transgenic mice (Zhang et al. 1999).
IFN-γ has indeed a crucial role on inhibiting Th2 re-
sponses but not only through T-bet expression. Loss of
IL-4 receptor responsiveness may be another mechanism
that suppresses Th2 development in polarizing Th1 cells
(Huang & Paul 1998). Other studies have shown that IFN-
γ directly suppresses IL-4 gene expression through IRF-1
and 2, which bind to three distinct IL-4 promoter sites and
act as transcriptional repressors (Elser et al. 2002). In vivo,
IFN-γ-mediated Th2 repression can be shown by experi-
ments based on models of pulmonary inflammation or-
chestrated by Th2 cytokines. In IFN-γR-/- mice previously
sensitized with OVA and rechallenged intranasally with
the same antigen, the inflammatory lung disease persisted
long after it was resolved by wild type mice (Coyle et al.
1996). As discussed before, IFN-γ acts not only as a po-
tent activator of the Th1 phenotype, but also as a sup-
pressor of Th2 development.
Besides the counteracting roles of IFN-γ in the Th2
differentiation process, IFN-γ has a role in inhibiting the
proliferation of Th2 cells. In fact, over a decade ago
Gajewski and Fitch (1988) have observed that IFN-γ was
responsible for the inhibition of proliferation and IL-1-
induced responses of some Th2 clones. Further experi-
ments have shown that Th1 cells decreased their expres-
sion of the β chain of the IFN-γR while Th2 cells did not,
suggesting a mechanism by which IFN-γ could inhibit
selectively the proliferation of Th2 clones (Pernis et al.
1995). The role of IFN-γ in promoting Th1- and inhibiting
Th2-type responses has also been subject of some con-
troversy. Recently, Bocek and colleagues (2004) have
shown a quite unexpected function for IFN-γ as an IL-4-
production inducer. The authors suggest that the precise
amount of cytokines may be the key to whether the domi-
nant effect of IFN-γ is to enhance or suppress Th2 prim-
ing (Bocek et al. 2004).
IFN-
γγ
γγ
γ and allergic inflammation
The suppressive effects of IFN-γ on allergic diseases
have been shown to be mediated by various mechanisms,
such as the (1) regulation of allergen presentation to T
lymphocytes, (2) differentiation of naive T cells toward
Th1 phenotype and/or inhibition of Th2 cell recruitment/
differentiation, (3) suppression of Th2 cytokine release
from activated T cells, (4) inhibition of effector cell re-
cruitment to the site of inflammation, (5) induction of
apoptosis in T cells and eosinophils, (6) blockage of IgE
isotype switch in B cells, and (7) induction of nitric oxide
(NO) production. Actually, IFN-γ is known to be a pleio-
tropic cytokine that induces and modulates an array of
immune responses. Therefore, in this section we have
decided to focus on some of the major functions of this
cytokine not discussed until here that may be implicated
in allergic diseases in a certain manner.
One of the important physiologic roles of IFN-γ dur-
ing the generation of immune responses is its ability to
upregulate the expression of MHC class I and II proteins
in several cell types. While this upregulation enhances
antigen presentation in macrophages, it has been shown
that IFN-γ almost completely abrogates the capacity to
present antigens by mast cells, central mediators of aller-
gic reactions (Farrar & Schreiber 1993, Frandji et al. 1995).
Since Th cells can be activated in the airway mucosa,
mast cells could act as APCs in the absence of IFN-γ,
inducing Th2-type responses through their ability to pro-
duce substantial amounts of IL-4 (Hamid et al. 1991, Frandji
et al. 1995, Constant & Bottomly 1997).
It has been demonstrated that IFN-γ is responsible for
regulating the activation, differentiation and recruitment
of eosinophils. In fact, IFN-γ induces a decrease in the
expression of the eotaxin receptor (CCR3), which was re-
cently showed to be an important inducer of eosinophil
differentiation from hematopoietic progenitor cells
(Lamkhioued et al. 2003). Lung eosinophil recruitment is
one of the hallmarks of atopic asthma and IFN-γ seems to
play an important inhibitory role on these cells. Through
the induction of the chemokine Mig (CXCL9), IFN-γ in-
hibits the eotaxin-dependent recruitment of eosinophils
to the lung (Fulkerson et al. 2004). In vivo models of aller-
gic inflammation have also proved the properties of IFN-
γ to regulate allergen-induced eosinophilic infiltration.
Recombinant IFN-γ treatment before inhalation of aero-
solized antigen prevented eosinophil infiltration into the
trachea of sensitized mice (Iwamoto et al. 1993). Targeted
disruption of the IFN-γ receptor gene has resulted in a
prolonged airway eosinophilia in response to allergen,
suggesting that IFN-γ signaling pathway is crucial to con-
trol eosinophil recruitment in vivo (Coyle et al. 1996). In
human studies, nebulized IFN-γ has also reduced the num-
ber of eosinophils in the BAL of asthmatic patients
(Boguniewicz et al. 1995). However, it is unlikely that this
cytokine directly acts on the eosinophils during its infil-
tration to inflammatory tissues. In agreement, several re-
ports have concluded that IFN-γ directly prevents aller-
gen-induced CD4
+
T cell infiltration into the tissue and
thereby inhibits the following IL-5-dependent eosinophil
recruitment.
IFN-γ also plays a role in the nitric oxide pathway,
inducing iNOS, an NO synthase (Boehm et al. 1997).
Through the induction of NO production, IFN-γ inhibits
IgE-mediated degranulation of mast cells (Eastmond et al.
1997). Moreover, NO itself is a bronchodilator, and inhala-
tion of high concentrations of NO has resulted in a small
bronchodilatory response in asthmatic patients (Högman
et al. 1993). NO has also shown a role in inhibiting prolif-
eration and DNA synthesis in airway smooth muscle cells
(Patel et al. 1999). Since hyperplasia and hypertrophy of
airway smooth muscle are thought to contribute to air-
way dysfunctions such as asthma, NO induction could
be an important inhibitor of these diseases (Patel et al.
1999).
142142
142142
142 IFN-γ in immune and allergic responses • Leonardo K Teixeira et al.
Another critical role of IFN-γ in allergic reactions is its
ability to inhibit immunoglobulin class switching to IgE,
which is an important mediator of allergic pathologies in-
duced by Th2 cytokines as discussed before (Boehm et
al. 1997). Besides inhibiting IgE class switch, IFN-γ in-
duces IgG production instead. IgG may neutralize inhaled
allergens, and through interactions with Fcγ receptors
(FcγR), may promote activation of accessory cells and
enable FcγR-mediated endocytosis of allergen-IgG com-
plexes, thereby promoting allergen capture and presenta-
tion by APC, such as alveolar macrophages (Sehra et al.
2003). This results on the activation of specific Th sub-
sets, specially cells from the Th1 lineage, since several
studies have shown that the APC activity of macroph-
ages is associated with Th1 cell priming (Desmedt et al.
1998). In fact, treatment with anti-allergen IgG in the air-
ways of sensitized mice was followed by an increment of
secreted IFN-γ along with a shift from a Th2-skewed re-
sponse to a more balanced Th1/Th2 response. In addi-
tion, a resulting reduction in eosinophils in the
bronchoalveolar lavage (BAL) fluid of these mice has also
been observed after treatment (Sehra et al. 2003). For these
reasons, it has been suggested that the induction of IFN-
γ may be beneficial in regulating IgE-mediated inflamma-
tion. Thus, the decreased production of IFN-γ in asth-
matic patients may enable an increase in IgE levels by
either permitting IgE isotype switch of B cells or by per-
mitting more CD4
+
T cell progenitors to differentiate into
Th2 cells.
It has also been reported the involvement of IFN-γ in
apoptotic events. Inflammatory responses induced by al-
lergen exposure cause mucus cell metaplasia by differen-
tiation of existing and proliferating epithelial cells into
mucus-storing cells. IFN-γ has a role in inducing apoptosis
of these cells through the induction of caspases and Bax,
two proapoptotic proteins, thereby recovering the origi-
nal proportions of cell types in the airway epithelium (Shi
et al. 2002, Tesfaigzi et al. 2002). Accordingly, IFN-γ has
shown to induce apoptosis in T cells and eosinophils
through caspase and CD95/Fas-mediated mechanisms,
respectively (Luttman et al. 2000, Refaeli et al. 2002). Also,
it has been indicated a correlation between increased IFN-
γ production and enhanced apoptosis of eosinophils and
CD4
+
T cells in allergic airway infiltrates (Kodama et al.
2003). Thus, IFN-γ-mediated apoptosis induction of CD4
+
T cells and eosinophils may be an alternative explanation
for the suppressive effects of IFN-γ directly on the local
recruitment of these cells in allergic situations.
The adoptive transfer of IFN-γ-producing cells into
allergen-sensitized recipients has also protected from air-
way eosinophilia after antigen challenge. Indeed, when
transferred into recipient mice, CD4
+
Th1 cells have inhib-
ited Th2-induced eosinophilia and mucus secretion
through the production of IFN-γ, since IFN-γR-/- mice
had prolonged eosinophilia (Cohn et al. 1999). However,
other studies have suggested that adoptively transferred
Th1 cells might induce an inflammatory response encoun-
tered in asthma due to the proinflammatory properties of
IFN-γ. It really seems that an inflammatory response is
necessary to activate lung macrophages to produce reac-
tive oxygen species, which are important to airway re-
modeling. Lung macrophages are also able to selectively
promote Th1 responses during secondary exposure to
inhaled allergen, thereby suppressing Th2-mediated al-
lergic airway inflammation (Tang et al. 2001). Finally, IFN-
γ secretion by transferred CD8
+
T cells has also controlled
airway eosinophilia in a model of allergen-challenged rats
(Suzuki et al. 2002). Although increasing evidences sug-
gest a protective role for IFN-γ against allergic diseases,
conflicting results still regard its involvement in these
responses (Hansen et al. 1999). Therefore, strengthening
Th1 responses of allergic patients either by the adoptive
transfer of activated antigen-specific T cells or by the
administration of recombinant IFN-γ may only be consid-
ered as a potential immunotherapy intervention after fur-
ther intensive investigations.
Concluding remarks
Several experimental findings have strongly supported
the idea that the pathogenesis of allergic diseases is re-
lated to a misbalance between Th1/Th2 immune responses.
For the past few years, it has been demonstrated that
allergic inflammation is associated to an enhanced Th2
immune response. However, we now know that the ab-
sence of competent Th1 immune responses, specially the
downregulation of IFN-γ, accounts for the establishment
of these diseases. We reviewed here the recent data that
demonstrate the importance of this cytokine in the modu-
lation of allergic diseases. The development of novel thera-
peutic strategies has been designed to inhibit the devel-
opment of Th2 cells (or the effect of their cytokines) and
shift the immune response into a Th1 phenotype. In fact,
the potent inhibitory property of IFN-γ on Th2 responses
and allergic inflammation has suggested that it might be a
possible treatment approach for such diseases. However,
initial studies have shown unexpectedly high toxicity and
several side effects related to IFN-γ administration to al-
lergic patients. Even so, based on all findings related to
IFN-γ modulation of Th immune response and allergy,
any new possible immunotherapy approach developed
for allergic inflammation will need to take into account the
potent immunoregulatory properties of this cytokine.
REFERENCES
Abbas AK, Murphy KM, Sher A 1996. Functional diversity of
helper T lymphocytes. Nature 383: 787-793.
Afkarian M, Sedy JR, Yang J, Jacobson NG, Cereb N, Yang SY,
Murphy TL, Murphy KM 2002. T-bet is a STAT1-in-
duced regulator of IL-12R expression in naive CD4
+
T cells.
Nat Immunol 3: 549-557.
Bach EA, Aguet M, Scheiber RD 1997. The IFN-γ: a paradigm
for cytokine receptor signaling. Annu Rev Immunol 15: 563-
591.
Bocek P, Foucras G, Paul WE 2004. Interferon-γ enhances both
in vitro and in vivo priming of CD4
+
T cells for IL-4 pro-
duction. J Exp Med 199: 1619-1630.
Boehm U, Klamp T, Groot M, Howard JC 1997. Cellular re-
sponses to interferon-γ. Annu Rev Immunol 15: 749-795.
Boguniewicz M, Martin RJ, Martin D, Gibson U, Celniker A,
Williams M, Leung DY 1995. The effects of nebulized re-
combinant interferon-gamma in asthmatic airways. J Al-
lergy Clin Immunol 95: 133-135.
143143
143143
143Mem Inst Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Vol. 100(Suppl. I), 2005
Bradley LM, Dalton DK, Croft M 1996. A direct role for IFN-
g in regulation of Th1 cell development. J Immunol 157:
1350-1358.
Cohn L, Homer RJ, Niu N, Bottomly K 1999. T helper 1 cells
and interferon gamma regulate allergic airway inflammation
and mucus production. J Exp Med 190: 1309-1318.
Constant SL, Bottomly K 1997. Induction of Th1 and Th2
CD4
+
T cells response: the alternative approaches. Annu
Rev Immunol 15: 297-322.
Coyle AJ, Tsuyuki S, Bertrand C, Huang S, Aguet M, Alkan SS,
Anderson GP 1996. Mice lacking the IFN-g receptor have
impaired ability to resolve a lung eosinophilic inflamma-
tory response associated with a prolonged capacity of T
cells to exhibit a Th2 cytokine profile. J Immunol 156:
2680-2685.
Darnell Jr JE, Kerr IM, Stark GR 1994. Jak-STAT pathways
and transcriptional activation in response to IFNs and other
extracellular signaling proteins. Science 264: 1415-1421.
Desmedt M, Rottiers P, Dooms H, Fiers W, Grooten J 1998.
Macrophages induce cellular immunity by activating Th1
cell responses and suppressing Th2 cell responses. J
Immunol 160: 5300-5308.
Dow SW, Schwarze J, Heath TD, Potter TA, Gelfand EW 1999.
Systemic and local interferon gamma gene delivery to the
lungs for treatment of allergen-induced airway hy-
perresponsiveness in mice. Hum Gene Ther 10: 1905-1914.
Eastmond NC, Banks EMS, Coleman JW 1997. Nitric oxide
inhibits IgE-mediated degranulation of mast cells and is the
principal intermediate in IFN-γ-induced suppression of exo-
cytosis. J Immunol 159: 1444-1450.
Elser B, Lohoff M, Kock S, Giaisi M, Kirchhoff S, Krammer
PH, Li-Weber M 2002. IFN-γ represses IL-4 expression via
IRF-1 and IRF-2. Immunity 17: 703-712.
Farrar MA, Schreiber RD 1993. The molecular cell biology of
interferon-γ and its receptor. Annu Rev Immunol 11: 571-
611.
Finotto S, Neurath MF, Glickman JN, Qin S, Lehr HA, Green
FHY, Ackerman K, Haley K, Galle PR, Szabo SJ, Drazen
JM, De Sanctis GT, Glimcher LH 2002. Development of
spontaneous airway changes consistent with human asthma
in mice lacking T-bet. Science 295: 336-338.
Frandji P, Tkaczyk C, Oskéritzian C, Lapeyre J, Peronet R,
David B, Guillet J-G, Mécheri S 1995. Presentation of
soluble antigens by mast cells: upregulation by interleukin-
4 and granulocyte/macrophage colony-stimulating factor and
downregulation by IFN-γ. Cell Immunol 163: 37-46.
Frucht DM, Fukao T, Bogdan C, Schindler H, O´Shea JJ,
Koyasu S 2001. IFN-γ production by antigen-presenting
cells: mechanisms emerge. Trends Immunol 22: 556-560.
Fulkerson PC, Zimmermann N, Brandt EB, Muntel EE, Doepker
MP, Kavanaugh JL, Mishra A, Witte DP, Zhang H, Farber
JM, Yang M, Foster PS, Rothenberg ME 2004. Negative
regulation of eosinophil recruitment to the lung by the
chemokine monokine induced by IFN-γ (Mig, CXCL9).
Proc Natl Acad Sci USA 101: 1987-1992.
Gajewski TF, Fitch FW 1988. Anti-proliferative effect of IFN-
g in immune regulation I. IFN-γ inhibits the proliferation of
Th2 but not Th1 murine helper T lymphocyte clones. J
Immunol 140: 4245-4252.
Gil MP, Bohn E, O´Guin AK, Ramana CV, Levine B, Stark GR,
Virgin HW, Schreiber RD 2001. Biologic consequences of
STAT1-independent IFN signaling. Proc Natl Acad Sci USA
98: 6680-6685.
Greenlund AC, Morales MO, Viviano BL, Yan H, Krolewski J,
Schreiber RD 1995. Stat recruitment by tyrosine-phospho-
rylated cytokine receptors: an ordered reversible affinity-
driven process. Immunity 2: 677-687.
Hamid Q, Azzawi M, Ying S, Moqbel R, Wardlaw AJ, Corrigan
CJ, Bradley B, Durham SR, Collins JV, Jeffery PK 1991.
Expression of mRNA for interleukin-5 in mucosal bronchial
biopsies from asthma. J Clin Invest 87: 1541-1546.
Hansen G, Berry G, DeKruyff RH, Umetsu DT 1999. Allergen-
specific Th1 cells fail to counterbalance Th2 cell-induced
airway hyperreactivity but cause severe airway inflamma-
tion. J Clin Invest 103: 175-183.
Heim MH, Kerr IM, Stark GR, Darnell Jr JE 1995. Contribu-
tion of STAT SH2 groups to specific interferon signaling
by the Jak-STAT pathway. Science 267: 1347-1349.
Högman M, Frostell CG, Hedenström H, Hedenstierna G 1993.
Inhalation of nitric oxide modulates adult human bronchial
tone. Am Rev Respir Dis 148: 1474-1478.
Huang H, Paul WE 1998. Impaired interleukin 4 signaling in T
helper type 1 cells. J Exp Med 187: 1305-1313.
Igarashi K, Garotta G, Ozmen L, Ziemiecki A, Wilks AF, Harpur
AG, Larner AC, Finbloom DS 1994. Interferon-induces ty-
rosine phosphorylation of interferon-g receptor and regu-
lated association of protein kinases, JAK1 and JAK2, with
its receptor. J Biol Chem 269: 14333-14336.
Iwamoto I, Nakajima H, Endo H, Yoshida S 1993. Interferon γ
regulates antigen-induced eosinophil recruitment into the
mouse airways by inhibiting the infiltration of CD4
+
T
cells. J Exp Med 177: 573-576.
Kodama T, Kuribayashi K, Nakamura H, Fujita M, Fujita T,
Takeda K, Dakhama A, Gelfand EW, Matsuyama T, Kitada
O 2003. Role of interleukin-12 in the regulation of CD4
+
T
cell apoptosis in a mouse model of asthma. Clin Exp Immunol
131: 199-205.
Lametschwandtner G, Biedermann T, Schwärzler C, Günther
C, Kund J, Fassl S, Hinteregger S, Carballido-Perrig N, Szabo
SJ, Glimcher LH, Carballido JM 2004. Sustained T-bet ex-
pression confers polarized human Th2 cells with Th1-like
cytokine production and migratory capacities. J Allergy Clin
Immunol 113: 987-994.
Lamkhioued B, Abdelilah SG, Hamid Q, Mansour N, Delespesse,
Renzi PM 2003. The CCR3 receptor is involved in eosino-
phil differentiation and is up-regulated by Th2 cytokines in
CD34
+
progenitor cells. J Immunol 170: 537-547.
Leonard C, Tormey V, Burke C, Poulter LW 1997. Allergen-
induced cytokine production in atopic disease and its rela-
tionship to disease severity. Am J Respir Cell Mol Biol 17:
368-375.
Lighvani AA, Frucht DM, Jankovic D, Yamane H, Aliberti J,
Hissong BD, Nguyen BV, Gadina M, Sher A, Paul WE,
O’Shea JJ 2001. T-bet is rapidly induced by interferon-
gamma in lymphoid and myeloid cells. Proc Natl Acad Sci
USA 98: 15137-15142.
Luttmann W, Dauer E, Schmidt S, Marx O, Hossfeld M,
Matthys H, Virchow Jr JC 2000. Effects of interferon-g
and tumor necrosis factor-a on CD95/Fas ligand-mediated
144144
144144
144 IFN-γ in immune and allergic responses • Leonardo K Teixeira et al.
apoptosis in human blood eosinophils. Scand J Immunol
51: 54-59.
Mullen AC, High FA, Hutchins AS, Lee HW, Villarino AV,
Livingston DM, Kung AL, Cereb N, Yao TP, Yang SY, Reiner
SL 2001. Role of T-bet in commitment of TH1 cells before
IL-12-dependent selection. Science 292: 1907-1910.
Mullen AC, Hutchins AS, High FA, Lee HW, Sykes KJ, Chodosh
LA, Reiner SL 2002. Hlx is induced by and genetically in-
teracts with T-bet to promote heritable Th1 gene induction.
Nat Immunol 3: 652-658.
Murphy KM, Ouyang W, Farrar JD, Yang J, Ranganath S,
Asnagli H, Afkarian M, Murphy TL 2000. Signaling and
transcription in T helper development. Annu Rev Immunol
18: 451-494.
Nakamura Y, Ghaffar O, Olivenstein R, Taha RA, Soussi-Gounni
A, Zhang DH, Ray A, Hamid Q 1999. Gene expression of
the GATA-3 transcription factor is increased in atopic
asthma. J Allergy Clin Immunol 103: 215-222.
Nguyen H, Ramana CV, Bayes J, Stark GR 2001. Roles of
phosphatidylinositol-3’-kinase in IFN-γ-dependent phos-
phorylation of STAT1 on serine 727 and activation of gene
expression. J Biol Chem 276: 33361-33368.
Nurse B, Haus M, Puterman AS, Weinberg EG, Potter PC 1997.
Reduced interferon-gamma but normal IL-4 and IL-5 re-
lease by peripheral blood mononuclear cells from Xhosa
children with atopic asthma. J Allergy Clin Immunol 100:
662-668.
Patel HJ, Belvisi MG, Donnelly LE, Yacoub MH, Chung KF,
Mitchell JA 1999. Constitutive expression of type I NOS
in human airway smooth muscle cells: evidence for an
antiproliferative role. FASEB J 13: 1810-1816.
Pearce EL, Mullen AC, Martins GA, Krawczyk CM, Hutchins
AS, Zediak VP, Banica M, DiCioccio CB, Gross DA, Mao
C-a, Shen H, Cereb N, Yang SY, Lindsten T, Rossant J,
Hunter CA, Reiner SL 2003. Control of effector CD8
+
T
cell function by the transcription factor Eomesodermin Sci-
ence 302: 1041-1043.
Pernis A, Gupta S, Gollob KJ, Garfein E, Coffman RL, Schindler
C, Rothman P 1995. Lack of interferon-γ receptor b chain
and the prevention of interferon g signaling in Th1 cells.
Science 269: 245-247.
Ramana CV, Gil MP, Schreiber RD, Stark GR 2002. STAT1-
dependent and -independent pathways in IFN-γ-dependent
signaling. Trends Immunol 23: 96-101.
Refaeli Y, Parijs LV, Alexander SI, Abbas AK 2002. Interferon γ
is required for activation-induced death of T lymphocytes.
J Exp Med 196: 999-1005.
Renauld J-C 2001. New insights into the role of cytokines in
asthma. J Clin Pathol 54: 577-589.
Renzi PM, Turgeon JP, Marcotte JE, Drblik SP, Bérubé D,
Gagnon MF, Spier S 1999. Reduced interferon-γ produc-
tion in infants with bronchiolitis and asthma. Am J Respir
Crit Care Med 159: 1417-1422.
Sehra S, Pynaert G, Tournoy K, Haegeman A, Matthys P, Tagawa
Y, Pauwels R, Grooten J 2003. Airway IgG counteracts
specific and bystander allergen-triggered pulmonary inflam-
mation by a mechanism dependent on FcgR and IFN-γ. J
Immunol 171: 2080-2089.
Shi ZO-Q, Fischer MJ, De Sanctis GT, Schuyler MR, Tesfaigzi
Y 2002. IFN-γ, but not Fas, mediates reduction of allergen-
induced mucous cell metaplasia by inducting apoptosis. J
Immunol 168: 4764-4771.
Shirakawa T, Enomoto T, Shimazu S, Hopkin JM 1997. The
inverse association between tuberculin responses and atopic
disorder. Science 275: 77-79.
Sica A, Dorman L, Viggiano V, Cippitelli M, Ghosh P, Rice N,
Young HA 1997. Interaction of NF-kB and NFAT with the
interferon-γ promoter. J Biol Chem 272: 30412-30420.
Smart JM, Horak E, Kemp AS, Robertson CF, Tang ML 2002.
Polyclonal and allergen-induced cytokine responses in adults
with asthma: resolution of asthma is associated with nor-
malization of IFN-gamma responses. J Allergy Clin Immunol
110: 450-456.
Snijders A, Kalinski P, Hilkens CM, Kapsenberg ML 1998.
High-level IL-12 production by human dendritic cells re-
quires two signals. Int Immunol 10: 1593-1598.
Suzuki M, Maghni K, Molet S, Shimbara A, Hamid QA, Mar-
tin JG 2002. IFN-γ secretion by CD8 T cells inhibits aller-
gen-induced airway eosinophilia but not late airway re-
sponses. J Allergy Clin Immunol 109: 803-809.
Sweetser MT, Hoey T, Sun YL, Weaver WM, Price GA, Wil-
son CB 1998. The roles of nuclear factor of activated T
cells and ying-yang 1 in activation-induced expression of
the interferon-γ promoter in T cells. J Biol Chem 273: 34775-
34783.
Szabo SJ, Kim ST, Costa GL, Zhang X, Fathman CG, Glimcher
LH 2000. A novel transcription factor, T-bet, directs Th1
lineage commitment. Cell 100: 655-669.
Szabo SJ, Sullivan BM, Peng SL, Glimcher LH 2003. Molecu-
lar mechanisms regulating Th1 immune responses. Annu
Rev Immunol 21: 713-758.
Tang C, Inman MD, van Rooijen N, Yang P, Shen H, Matsumoto
K, O’Byrne PM 2001. Th type 1-stimulating activity of
lung macrophages inhibits Th2-mediated allergic airway in-
flammation by an IFN-γ-dependent mechanism. J Immunol
166: 1471-1481.
Tau G, Rothman P 1999. Biologic function of the IFN-γ recep-
tor. Allergy 54: 1233-1251.
Tesfaigzi Y, Fischer MJ, Daheshia M, Green FHY, De Sanctis
GT, Wilder JA 2002. Bax is crucial for IFN-γ-induced reso-
lution of allergen-induced mucus cell metaplasia. J Immunol
169: 5919-5925.
Wenner CA, Güler ML, Macatonia SE, O’Garra A, Murphy
KM 1996. Roles of IFN-γ and IFN-α in IL-12-induced T
helper cell-1 development. J Immunol 156: 1442-1447.
Wills-Karp M 1999. Immunologic basis of antigen-induced air-
way hyperresponsiveness. Annu Rev Immunol 17: 255-281.
Zhang DH, Yang L, Cohn L, Parkyn L, Homer R, Ray P, Ray A
1999. Inhibition of allergic inflammation in a murine model
of asthma by expression of a dominant-negative mutant of
GATA-3. Immunity 11: 473-482.
Zheng W, Flavell RA 1997. The transcription factor GATA-3 is
necessary and sufficient for Th2 cytokine gene expression
in CD4 T cells. Cell 89: 587-596.
106
7.3 Anexo III
VIOLA J.P.B., CARVALHO L.D.S., FONSECA, B.P.F.
, TEIXEIRA L.K. NFAT
transcription factors: from cell cycle to tumor development.
Braz J Med Biol
Research
38: 335-344. 2005.
335
Braz J Med Biol Res 38(3) 2005
NFAT proteins in cell cycle and tumorigenesis
NFAT transcription factors: from cell
cycle to tumor development
Divisão de Biologia Celular, Instituto Nacional de Câncer,
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
J.P.B. Viola,
L.D.S. Carvalho,
B.P.F. Fonseca
and L.K. Teixeira
Abstract
The nuclear factor of activated T cells (NFAT) family of transcription
factors has been primarily identified in immune cells; however, these
proteins have been recently found to be functionally active in several
other non-immune cell types. NFAT proteins are activated upon
different stimuli that lead to increased intracellular calcium levels.
Regardless of their widely known cytokine gene expression proper-
ties, NFATs have been shown to regulate other genes related to cell
cycle progression, cell differentiation and apoptosis, revealing a broader
role for these proteins in normal cell physiology. Several reports have
addressed the participation of NFATs in many aspects of malignant
cell transformation and tumorigenic processes. In this review, we will
discuss the involvement of the different NFAT family members in the
regulation of cell cycling, differentiation and tumor formation, and
also its implications on oncogenesis. Better understanding the mechan-
isms by which NFATs regulate cell cycle and tumor-related events
should be relevant for the development of rational anti-cancer thera-
pies.
Correspondence
J.P.B. Viola
Divisão de Biologia Celular
Instituto Nacional de Câncer (INCA)
Rua André Cavalcanti, 37, 5º andar
20231-050 Rio de Janeiro, RJ
Brasil
Fax: +55-21-3233-1470
Presented at the XI Congresso
Brasileiro de Biologia Celular,
Campinas, SP, Brazil, July 15-18,
2004.
Research supported by INCA/FAF,
FURNAS Centrais Elétricas S.A.,
and CNPq. L.K. Teixeira and
B.P.F. Fonseca were supported by
an INCA/FAF fellowship.
Received July 16, 2004
Accepted November 12, 2004
Key words
NFAT
Cell cycle
Cancer
Cell differentiation
Gene expression
Introduction
Cell activation is regulated by an interact-
ing network of transcription factors that de-
termine the expression of different genes. It
has been shown that several transcription
factors, including the nuclear factor of acti-
vated T cells (NFAT) family, play an impor-
tant role in the control of gene expression
during cell activation and differentiation.
Most of the work on NFAT proteins has been
related to immune cell activation and its
mediators, such as cytokines (1). However,
accumulating evidence has been demonstrat-
ing that NFAT transcription factors are pres-
ent in a wide range of cell types and tissues
that are not related to the immune system,
and implicated in the regulation of genes that
control cell cycle progression, cell develop-
ment and differentiation, angiogenesis, and
possibly tumorigenesis (2-7). Given the im-
portance of these processes in different stages
of cell physiology, it is of considerable inter-
est to understand the mechanisms by which
NFAT transcription factors affect cell acti-
vation and function. Thus, in this review we
will focus on the involvement of the NFAT
family of transcription factors in cell cycle
Brazilian Journal of Medical and Biological Research (2005) 38: 335-344
ISSN 0100-879X Review
336
Braz J Med Biol Res 38(3) 2005
J.P.B. Viola et al.
regulation, cell differentiation and oncogen-
esis.
The NFAT family of transcription
factors
NFAT was first identified in T cells as a
rapidly inducible nuclear factor able to bind
to the distal antigen receptor responsive ele-
ment of the human IL-2 promoter (8). Over
the past few years, studies from several labo-
ratories have indicated that NFAT proteins
regulate the expression of different genes,
including signaling proteins, cytokines, cell
surface receptors, and cell cycle and apopto-
sis related proteins. The NFAT family of
transcription factors encodes four distinct
proteins that are regulated by the calcium/
calcineurin signaling pathway, known as
NFAT1 (also called NFATp, NFATc2),
NFAT2 (NFATc, NFATc1), NFAT3
(NFATc4), and NFAT4 (NFATx, NFATc3),
and another protein named NFAT5 (TonE-
BP), which is regulated by hyperosmotic
stress (1,9). NFAT1, the first identified mem-
ber of the family, was cloned from murine
(Ar-5) and human (Jurkat) T cell cDNA
libraries (10,11). A distinct protein, NFAT2,
was also cloned from a Jurkat T cell cDNA
library (12). cDNA clones encoding two other
NFAT proteins, NFAT3 and NFAT4, were
isolated from Jurkat T cell, human peripher-
al blood lymphocyte and human thymus
cDNA libraries (13,14).
Despite their name, NFAT proteins are
expressed not only in T cells, but also in
other classes of immune and non-immune
cells. NFAT1, NFAT2 and NFAT4 are ex-
pressed at the protein level in peripheral T
and B cells; NFAT1 is also expressed in mast
cells, NK cells, and in certain monocytes and
macrophages (1,9,15). NFAT1 and NFAT2
mRNAs are expressed in peripheral lym-
phoid tissues, and NFAT2 mRNA is upregu-
lated in activated T cells and NK cells (12,14).
NFAT4 mRNA is expressed at high levels in
the thymus and at low levels in peripheral
lymphoid tissues (13,14). However, several
data have demonstrated that NFAT proteins
are also present in different non-related im-
mune cell lines and tissues, such as neuronal
cell line and nervous system tissues, endo-
thelial cell line, skeletal and heart muscle,
chondrocytes, keratinocytes, and adipocytes
among others (1,5,16).
Several isoforms have been described for
NFAT1, NFAT2 and NFAT4. Sequence ho-
mology represented in all the isoforms sug-
gests two different domains, comprising the
DNA-binding domain and the NFAT homol-
ogy region (11,17). The DNA-binding do-
main, which is located between amino acid
residues 400 and 700, is highly conserved
within the NFAT family, and shows moder-
ate sequence similarity to the DNA-binding
domains of Rel-family proteins (17). Based
on comparisons of binding site sequences,
the NFAT binding site is determined to be a
9-bp element, possessing the consensus
nucleotide sequence (A/T)GGAAA(A/N)(A/
T/C)N (1,9). In addition, NFAT transcrip-
tion factors cooperate with AP-1 proteins in
DNA binding and transactivation, and this
association results in stabilization of the
NFAT-DNA interaction (1,9). The NFAT
homology region is located in the N-terminal
region, comprising 300 amino acids, and
shows a strong conservation of several se-
quence motifs characteristic of the NFAT
family (11,13,14).
Further on, NFAT transcription factors
have been characterized as cytosolic proteins
constitutively expressed in resting cells (1).
Upon stimulation of receptors coupled to cal-
cium mobilization, NFAT proteins are acti-
vated by calcineurin, the calcium/calmodulin-
activated serine-threonine phosphatase (1,9).
Activation of NFAT by calcineurin is sensitive
to calcineurin inhibitors and immunosuppres-
sive agents, such as cyclosporin A and FK506
(1,15). Three different steps of activation have
been defined for NFAT proteins: dephospho-
rylation, nuclear translocation, and DNA bind-
ing (Figure 1). In resting cells, NFAT proteins
337
Braz J Med Biol Res 38(3) 2005
NFAT proteins in cell cycle and tumorigenesis
are phosphorylated and cytoplasmic, and show
a low affinity for DNA (18). Stimuli that
trigger calcium mobilization result in rapid
dephosphorylation of NFAT proteins and their
translocation to the nucleus, where dephos-
phorylated proteins show increased affinity
for DNA (18,19). Binding sites for NFAT
proteins are present in the promoter/enhancer
regions of several inducible genes, including
the cytokines IL-2, IL-4, IL-5, IL-13, IFN-γ,
and TNF-α; the cell surface proteins CD40L,
CTLA-4 and FasL; the enzyme cyclooxy-
genase-2, and the cell cycle regulator CDK4
(1,4,15,20,21). Thus, a large number of induc-
ible genes that regulate cell proliferation, dif-
ferentiation, survival, and apoptosis are under
the control of NFAT proteins.
NFAT and cell cycle regulation
The cell cycle is controlled by a set of
protein complexes composed by two basic
components: cyclin-dependent kinases
(CDK) and their activation partners, the
cyclins. Cyclin-CDK activity is regulated in
response to appropriate stimuli and plays a
key role in controlling cell cycle progres-
sion. The expression of specific cyclins is
regulated at the transcription level, and dic-
tates the formation of distinct cyclin/CDK
complexes at different points of the cell
cycle. CDK activity is usually influenced by
several mechanisms, such as cyclin degrada-
tion (22) and phosphorylation of CDKs by
inhibitory proteins, known as CDK inhibi-
tors. CDK inhibitors are composed by two
families of proteins: INK4 proteins, which
specifically inhibit the catalytic subunit of
CDK4 and CDK6, and Cip/Kip proteins,
which affect the activity of cyclin D-, E-, and
A-dependent kinases (23).
Different classes of cyclins are defined
by the cell cycle phase at which they bind to
CDKs and exert their function. During G0/
G1 transition phase, cyclin C stimulates
CDK3-mediated phosphorylation of the ret-
inoblastoma protein (pRB), exiting cells from
quiescence (24). In G1 phase, cyclin D-
CDK4/6 complex phosphorylates pRB and
leads to E2F transcription factor release,
which transactivates genes related to S phase
entry (23,25,26). During late G1, cyclin E-
CDK2 phosphorylates additional sites of the
pRB subsequent to cyclin D-CDK4/6 phos-
phorylation sites, regulating G1/S transition.
Cyclin A has been implicated in the control
of S phase entry, as well as in the G2/M
transition by binding to CDK2 and CDK1,
respectively. Mitosis phase events are quite
dependent on specific cyclin B-CDK1 com-
plex activity (23,26).
Increase of intracellular free calcium is
central for cellular activation. Several obser-
vations have demonstrated that calcium sig-
nal stimulates gene transcription associated
with cell cycle progression, and also pro-
motes G1/S phase transition (27-29). Fur-
thermore, accumulating evidence suggests
that the phosphatase calcineurin plays a ma-
jor role in the regulation of cell cycle pro-
gression by acting during the early stages of
G1 phase (20,30,31). Taken together, these
results suggest that NFAT proteins, which
are activated in consequence of calcium
stimulus and calcineurin activity, are central
regulators of the cell cycle machinery.
Figure 1. Schematic view of
NFAT transcription factor signal-
ing pathway in gene expression
regulation. NFAT proteins are
activated upon different stimuli
that lead to increased intracellu-
lar calcium levels. When de-
phosphorylated by calcineurin,
NFAT rapidly translocates to the
nucleus where it regulates the
expression of several target
genes. NFATs may function as
transcriptional activators or re-
pressors and cooperate with
several other transcription fac-
tors. Ca
2+
= calcium; CaM = cal-
modulin; Cn = calcineurin; CsA
= cyclosporin A; NFAT = nuclear
factor of activated T cells; P =
phosphorylation; TFs = trans-
cription factors.
P
CaM/Cn
CsA
FK506
Other
pathways
Receptors
Stimulation
[Ca
2+
]
Cytoplasm
NFATNFAT
TFs
Nucleus
Target gene
338
Braz J Med Biol Res 38(3) 2005
J.P.B. Viola et al.
Recently, it has been demonstrated that the
promoter of CDK4 presents a consensus-bind-
ing site for NFAT proteins and is negatively
regulated by NFAT1 without AP-1 coopera-
tion (4). This finding demonstrates that NFAT1
directly controls the expression of CDK4 at
the transcription level. Furthermore, NFAT1
has been implicated in the control of some
cyclin genes, acting as a negative regulator of
cyclins A2, E and B1 during lymphocyte acti-
vation (3). These results support the idea that
the hyperproliferative phenotype observed in
NFAT1-/- lymphocytes is related to a deregu-
lated cell cycle progression, suggesting that
NFAT1 transcription factor plays a central
role in controlling cell cycle during T cell
activation (3). Several other data also support
this evidence. It has been shown that cyclo-
sporin A and FK506 inhibit the expression of
cyclins A and E in 3T3 fibroblasts (31). An-
other evidence for the involvement of NFAT
on cell growth has been shown in keratinocyte
cells, where cyclosporin A suppressed the
expression of p21
WAF1/Cip1
and p27
KIP1
, two
CDK inhibitors (32). Moreover, transactiva-
tion of p21 promoter is upregulated by calci-
neurin and is dependent of Sp1/Sp3 in syner-
gism with NFAT1 and NFAT2 (32). In addi-
tion, it has also been demonstrated that over-
expression of NFAT2 in preadipocyte 3T3-L1
cells promoted cell cycle progression even
under low serum concentrations and induced
altered expression of cell cycle-related genes,
such as cyclin D1, cyclin D2, pRB, and c-Myc
(6). Finally, preliminary data from our labora-
tory suggest that NFAT1 directly regulates the
expression of cyclin A2 gene (Carvalho LDS
and Viola JPB, unpublished observations).
This evidence supports the hypothesis that
NFAT transcription factors control the expres-
sion of cell cycle-related genes and are central
regulators of cell cycle progression.
Cell cycle and CD4
+
T cell
differentiation
Upon primary stimulation, naive CD4
+
T
lymphocytes (T helper, Th) differentiate into
two classes of effector cells with distinct
functional abilities (33). During Th differen-
tiation, these cells commit to a specific and
mutually exclusive pattern of cytokine se-
cretion (33). Th1 cells are characterized by
the production of IFN-γ, contributing to cel-
lular immune responses against intracellular
pathogens, while Th2 cells produce IL-4, IL-
5 and IL-13, participating on the response
against extracellular pathogens (33). Several
factors can influence the differentiation path-
way of Th cells, specially the conditions
prevailing within the microenvironment
where T cells encounter antigen (34). How-
ever, the molecular basis for the cell-specific
and mutually exclusive expression of Th1 or
Th2 cytokines is not yet completely defined.
Genetic experiments have implicated sev-
eral transcription factors in Th cell differen-
tiation, including NFAT, STAT4, STAT6,
T-Bet and GATA-3. The proteins T-Bet and
GATA-3 have been implicated as critical
lineage-specific transcription factors which
are sufficient to program Th1 and Th2 cy-
tokine expression profiles, respectively
(35,36). Conversely, gene disruption of
STAT4 and STAT6 indicated that these trans-
cription factors also play major roles in Th
differentiation (37,38). However, in this sec-
tion we will focus on reviewing data regard-
ing the role of NFAT family proteins in Th
differentiation.
NFAT proteins are present in both Th1
and Th2 cells, and can activate cytokine
promoters in both cell types (1,15). Also,
NFAT transcriptional activity appeared to
be similarly regulated during Th1/Th2 de-
velopment, although it was enhanced in dif-
ferentiated Th2 cells compared with differ-
entiated Th1 cells (39). These similarities
suggested that the activity of NFAT trans-
cription factors were likely to overlap sub-
stantially. However, data generated by in
vivo gene disruption of the different NFAT
proteins suggest that they may have distinct
roles in Th differentiation. NFAT1-/- mice
339
Braz J Med Biol Res 38(3) 2005
NFAT proteins in cell cycle and tumorigenesis
developed normally, and did not exhibit any
obvious behavioral deficiencies (40,41).
However, NFAT1-/- mice consistently
showed a marked increase in their immune
response. NFAT1-/- mice showed an en-
hanced Th2 development in both in vivo and
in vitro models of Th differentiation, as evi-
denced by increased levels of IL-4 produc-
tion (40,42,43). Furthermore, cells from
lymph nodes and spleen hyperproliferated in
response to different antigen stimulations
(41). Likewise, CD4
+
T cells hyperproliferated
in vitro in response to anti-CD3 (40). On the
other hand, targeted disruption of NFAT2
resulted in an embryonic lethal phenotype
(9,15). Complementing RAG-1- or RAG-2-
deficient blastocysts with homozygous
NFAT2-/- mutant ES cell lines demonstrated
that T and B cells from chimeric mice showed
reduced proliferation of peripheral lympho-
cytes when compared to wild-type mice
(44,45). In an in vitro model of Th differen-
tiation, the chimeric mice displayed a de-
creased production of IL-4 but normal pro-
duction of IFN-γ, demonstrating an impaired
Th2 response in NFAT2-/- T cells (44,45).
Taken together, the results observed in
NFAT-deficient mice demonstrated that these
transcription factors play an important role
in Th differentiation, and suggest that NFAT1
and NFAT2 have opposite roles in regulat-
ing gene expression in Th cell activation and
differentiation. However, the molecular ba-
sis of these effects remains to be identified.
Cell cycle entry is one of the first events
that occur during lymphocyte activation.
Upon T cell receptor (TCR) activation, naive
T lymphocytes, which are in a quiescent
stage, proliferate, differentiate and acquire
their effector functions. It has been shown
that T cell differentiation is dependent on the
cell cycle entry (46,47). Although prolifera-
tion and differentiation of CD4
+
T cells oc-
cur concomitantly during cellular activation,
it is still not clear whether they are effec-
tively interconnected. Reiner and colleagues
(46) have argued that cell cycle is an impor-
tant regulator of Th differentiation. IL-4 and
IFN-γ production by naive CD4
+
T cells
could only be detected after one and three
rounds of cellular division, respectively, be-
ing blocked by cell cycle-arresting drugs
(46). Furthermore, it has been suggested that
DNA synthesis is essential for the acquisi-
tion of IL-4 production competence in acti-
vated CD4
+
T cells, since it is blocked by
specific drugs that prevent cell cycle pro-
gression to S phase, but not to G2/M phase
(48). In contrast, it has been proposed that
cell cycling only increases the frequency of
cytokine-secreting cells, showing a correla-
tion rather than dependence between cell
cycle and differentiation (47,49). In fact,
non-cycling cells are capable of IFN-γ secre-
tion, suggesting that acquisition of compe-
tence to produce IFN-γ can be achieved with-
out entering into S phase (49). Other studies
have argued that cell cycle progression is
fundamental to the commitment of a Th cell
with its cytokine-secreting profile, including
the heritable activation/silencing of lineage-
defining players (50). Actually, the reversi-
bility of Th1 and Th2 populations is lost
along the increasing number of cellular divi-
sions and after long-term stimulation (47).
Moreover, it has been shown that T cell
differentiation is associated with a dynamic
process of histone acetylation and chromatin
remodeling at regulatory regions of IL-4 and
IFN-γ genes, suggesting that cell cycle could
provide a window of opportunity to rear-
range genes from an inactive to an active
state (47,51).
As discussed before, NFAT1-/- T cells
show both hyperproliferation and increase
in Th2 cytokine expression (40-42). How-
ever, it is still not clear whether the overex-
pression of Th2 cytokines, such as IL-4, is
dependent on the hyperproliferative response
observed in NFAT1-/- T cells or both phe-
nomena are independent. We have hypoth-
esized that NFAT transcription factors coor-
dinately regulate the expression of early-
inducible genes that are involved in cell
340
Braz J Med Biol Res 38(3) 2005
J.P.B. Viola et al.
cycle control, such as cyclin genes, and in
Th1/Th2 differentiation, such as IFN-γ and
IL-4 cytokines (3). It has been demonstrated
that NFAT1 is able to bind to IFN-γ pro-
moter regions and to the IL-4 enhancer in T
cells stimulated under Th1 or Th2 condi-
tions, respectively (51). Since TCR stimula-
tion activates an immediate and global chro-
matin derepression program in naive T cells,
it has been suggested that TCR-inducible
transcription factors, such as the preexisting
cytoplasmic NFAT1 protein, may bind to
regulatory regions of these cytokine genes,
initiating localized chromatin remodeling
(51). Finally, we indicate here that NFAT
proteins regulate central events during lym-
phocyte activation, such as cell proliferation
and cytokine expression, and may represent
an informative model to elucidate the real
correlation between cell cycle and Th differ-
entiation.
NFAT and malignant cell
transformation
As we discussed until here, NFAT pro-
teins are involved in a variety of cellular
mechanisms, and thus represent broader con-
trollers of cell growth and development of
normal cells. Several studies have already
demonstrated definitive evidence for the in-
volvement of NFAT proteins in the regula-
tion of cell cycle progression, cell differen-
tiation and cell death in different tissues
(3,6,52,53). These findings point to NFAT
activation as an essential pathway in normal
cell physiology, and therefore suggest that
deregulation of NFAT signaling may occur
during cellular aberrations and tumorigenic
processes.
NFAT proteins have been shown to regu-
late cell cycle progression by modulating
cyclin/CDK gene expression profile (3,4). In
mouse models, deficiency of NFAT1 trans-
cription factor caused hyperproliferative cel-
lular responses, altered cell cycle control,
and increased stage-specific cyclin expres-
sion in lymphocytes (3,40,41). NFAT1 pro-
tein also repressed the CDK4 gene in T cells,
dictating cell cycle re-entry from quiescence
(4). Out of the immune system, NFAT1 defi-
ciency also led to uncontrolled cell growth
and differentiation of the connective tissue
and skeletal muscle cells (52,54). These re-
sults clearly implicate NFAT1 as a negative
controller of early-inducible genes that regu-
late cell cycle progression and differentia-
tion, and thus suggest a putative tumor sup-
pressor role for this protein in different or-
gan systems.
Although some members of the NFAT
family are regulated in a similar way, they
seem to play quite different effects during
cellular responses. In contrast to NFAT1
effects, NFAT2 as well as NFAT3 and
NFAT4 appear to function as inductors of
cellular proliferation. NFAT2-deficient lym-
phocytes present a defect in B and T cell
proliferation and an impaired repopulation
of both thymus and peripheral lymphoid or-
gans (44,45). Recently, Neal and Clipstone
(6) have shown that NFAT2 protein controls
cellular proliferation of adipocytes by regu-
lating cell cycle-related genes. In skeletal
muscle and endothelial cells, NFAT2 activa-
tion was also essential for cellular growth
and cardiac morphogenesis, respectively
(9,15,55). In accordance to NFAT2 data,
several mouse models have elucidated the
importance of NFAT3 and NFAT4 activa-
tion in smooth and skeletal muscle cell dif-
ferentiation, indicating their role in blood
vessels formation and angiogenesis (16,29).
These results provide evidence for a positive
regulatory role of NFAT2 transcription fac-
tor in cell cycle machinery and growth signal
autonomy, revealing its oncogenic potential.
Another hallmark of tumorigenesis is the
ability that cancer cells present to evade cell
death. Programmed cell death by apoptosis
occurs in virtually all cell types and is pre-
cisely regulated at the cellular and molecular
levels. Many molecular players have been
characterized to take part in the apoptotic
341
Braz J Med Biol Res 38(3) 2005
NFAT proteins in cell cycle and tumorigenesis
process, such as caspases, kinases and trans-
cription factors. In fact, NFAT proteins have
shown to bind to promoter regions and up-
regulate the expression of some effectors of
apoptosis, such as TNF-α and FasL (1). It
seems that NFAT1 presents a pro-apoptotic
role in T lymphocytes since cells lacking this
protein showed a decreased expression of
FasL and TNF-α and were resistant to apop-
tosis (53). Moreover, overexpression of some
NFAT members in primary T cells led to
increased rates of apoptosis (53). These re-
sults thus suggest that NFAT deregulation
may rescue normal cells from apoptosis and
enable tumor cell survival. Conversely, some
reports have also indicated anti-apoptotic
roles for NFAT members. Overexpression
of the NFAT2 protein in adipocytes pro-
tected cells from undergoing apoptosis in
response to growth factor withdrawal (6).
Mice lacking NFAT4 presented impaired
expression of the anti-apoptotic protein Bcl-
2 and increased thymocyte apoptosis during
T cell development in the thymus (56). Also,
NFAT1 showed to rescue lymphocytes from
activated-induced cell death upon antigen
stimulation in vitro (3). In spite of the con-
troversial data discussed, NFAT proteins are
known regulators of apoptotic mechanisms
and may take part in tumor development by
sustaining cell survival.
Besides indirect evidence, there is plenty
of data demonstrating the effective partici-
pation of NFAT proteins in tumor-related
processes. Several in vitro and also in vivo
reports support NFAT transcription factors
as essential targets for better understanding
tumor progression pathways. In an elegant
work, Neal and Clipstone (6) have investi-
gated the role of NFAT2 in tumorigenesis. A
constitutively active form of the NFAT2 pro-
tein expressed in the murine 3T3-L1 preadi-
pocyte cell line was able to induce cell trans-
formation and inhibit cell differentiation.
Upregulated NFAT2 activity induced the
acquisition of well-defined hallmarks of tu-
morigenesis, including: 1) loss of contact-
mediated growth inhibition, 2) reduced se-
rum growth requirements, 3) protection from
apoptosis, 4) formation of colonies in semi-
solid media, 5) acquisition of growth au-
tonomy, and 6) formation of tumors in
athymic nude mice (6). Moreover, authors
speculate that sustained NFAT2 activity in
vivo could be achieved by the continuous
presence of a soluble promitogenic/prosur-
vival factor, which establishes an autocrine
regulatory growth loop and leads to cell
autonomy. These results provide strong evi-
dence for the oncogenic potential of NFAT2
transcription factor and elicit its participa-
tion during tumor progression in vivo. Still,
the expression of functional NFAT2 has been
also identified in proliferating glioma cells, a
nervous system-derived cell line. In line with
this, cyclosporin A inhibited the prolifera-
tion of these cells and induced apoptotic cell
death in a dose-dependent manner (57). Thus,
the correlation between the presence of NFAT
proteins and the proliferative status of glioma
cells might converge to the participation of
NFAT transcription factors in the transformed
glioma cell phenotype by regulating an auto-
crine growth factor stimulation.
The formation of new blood vessels, a
process called angiogenesis, is also essential
in tumor development, since it supplies oxy-
gen and nutrients during late stages of tum-
origenesis. NFAT proteins have been impli-
cated in the regulation of vascular endotheli-
al growth factor-mediated angiogenesis by
dictating the expression of cyclooxygenase-
2, an enzyme that plays a pivotal role in
neovascularization (2,21). A very recent data
also suggest NFAT1 protein as a convergent
factor during angiogenesis, since it regulates
the balance between stimulatory and inhibi-
tory angiogenic signals (7). Beyond angio-
genic processes, NFAT proteins have also
been related to cellular metastasis. Rao and
colleagues (58) have linked the integrin-
signaling pathway to the activation of NFAT1
and NFAT5 proteins, which induced carci-
noma invasion of cell lines derived from
342
Braz J Med Biol Res 38(3) 2005
J.P.B. Viola et al.
human breast and colon cancer. Integrins are
extracellular matrix ligand receptors widely
described as controllers of tumor invasion
and migration. These results have highlighted
NFAT proteins as relevant players in pro-
moting tumor metastasis.
It is evident the involvement of NFAT
transcription factors during tumorigenic pro-
cesses (Figure 2). In accordance, antagonists
of NFAT proteins inhibit tumor formation,
supporting an oncogenic potential for these
family of transcription factors (59). When
binding to promoter regions and regulating
gene expression, NFATs have shown to co-
operate with several protooncogene prod-
ucts, such as c-Fos, c-Jun (AP-1), and Egr
proteins (1,60). These interactions may re-
sult in transcriptional activators or repres-
sors in different moments (Figure 1). How-
ever, the subset of genes regulated by NFAT
proteins and its importance during the differ-
ent stages of tumor progression remain to be
elucidated. Strong effort must focus on clari-
fying this still puzzling participation of
NFATs during tumorigenesis.
Final remarks
NFAT transcription factors act as ubiqui-
tous regulators of gene expression during
cellular activation. NFAT proteins have di-
verse effects not only on cytokine expres-
sion, but also on cell cycle entry and apopto-
sis. Cumulative evidence has recently dem-
onstrated that NFAT transcription factors
exert important roles in the physiology of
different cell types, and not only in cells
related to the immune system. As such, NFAT
has the potential to participate in malignant
cell transformation related to cancer. As we
discussed here, NFAT proteins regulate genes
involved in cell cycle control, cell death and
angiogenesis. Given the importance of these
phenomena in the development of cell ma-
lignancies, it is of considerable interest to
understand the mechanisms by which NFAT
affects cell growth, differentiation and func-
tion. Finally, understanding more about the
cell cycle regulation by NFAT proteins is
central to precisely indicate the involvement
of these transcription factors in malignant
cell transformation and oncogenic processes.
Figure 2. Tumor-related processes regulated by NFAT transcription factors. NFAT proteins
have shown to directly regulate the expression of genes related to cellular proliferation
(e.g., CDK4) and differentiation (e.g., cytokines and growth factors), apoptosis (e.g., FasL),
angiogenesis (e.g., cyclooxygenase-2) and tissue invasion mechanisms among others.
NFAT = nuclear factor of activated T cells.
References
1. Rao A, Luo C & Hogan PG (1997). Transcription factors of the NFAT
family: regulation and function. Annual Review of Immunology, 15:
707-747.
2. Hernández GL, Volpert OV, Íñiguez MA, Lorenzo E, Martínez-
Martínez S, Grau R, Fresno M & Redondo JM (2001). Selective
inhibition of vascular endothelial growth factor-mediated angiogen-
esis by cyclosporin A: roles of the nuclear factor of activated T cells
and cyclooxygenase 2. Journal of Experimental Medicine, 193: 607-
620.
3. Caetano MS, Vieira-de-Abreu A, Teixeira LK, Werneck MBF,
Barcinski MA & Viola JPB (2002). NFATC2 transcription factor regu-
lates cell cycle progression during lymphocyte activation: evidence
of its involvement in the control of cyclin gene expression. FASEB
Journal, 16: 1940-1942.
4. Baksh S, Widlund HR, Frazer-Abel AA, Du J, Fosmire S, Fisher DE,
DeCaprio JA, Modiano JF & Burakoff SJ (2002). NFATc2-mediated
repression of cyclin-dependent kinase 4 expression. Molecular Cell,
10: 1071-1081.
Cell growth andCell growth and
Cell growth andCell growth and
Cell growth and
proliferationproliferation
proliferationproliferation
proliferation
Cell differentiationCell differentiation
Cell differentiationCell differentiation
Cell differentiation
Growth signalsGrowth signals
Growth signalsGrowth signals
Growth signals
Tissue invasion andTissue invasion and
Tissue invasion andTissue invasion and
Tissue invasion and
migrationmigration
migrationmigration
migration
AngiogenesisAngiogenesis
AngiogenesisAngiogenesis
Angiogenesis
NFATNFAT
NFATNFAT
NFAT
ApoptosisApoptosis
ApoptosisApoptosis
Apoptosis
343
Braz J Med Biol Res 38(3) 2005
NFAT proteins in cell cycle and tumorigenesis
5. Graef IA, Wang F, Charron F, Chen L, Neilson J, Tessier-Lavigne M
& Crabtree GR (2003). Neurotrophins and netrins require calcineu-
rin/NFAT signaling to stimulate outgrowth of embryonic axons. Cell,
113: 657-670.
6. Neal JW & Clipstone NA (2003). A constitutively active NFATc1
mutant induces a transformed phenotype in 3T3-L1 fibroblasts.
Journal of Biological Chemistry, 278: 17246-17254.
7. Zaichuk TA, Shroff EH, Emmanuel R, Filleur S, Nelius T & Volpert O
(2004). Nuclear factor of activated T cells balances angiogenesis
activation and inhibition. Journal of Experimental Medicine, 199:
1513-1522.
8. Shaw JP, Utz PJ, Durand DB, Toole JJ, Emmel EA & Crabtree GR
(1988). Identification of a putative regulator of early T cell activation
genes. Science, 241: 202-205.
9. Macian F, Lopez-Rodriguez C & Rao A (2001). Partners in transcrip-
tion: NFAT and AP-1. Oncogene, 20: 2476-2489.
10. McCaffrey PG, Luo C, Kerppola TK et al. (1993). Isolation of the
cyclosporin-sensitive T cell transcription factor NFATp. Science,
262: 750-754.
11. Luo C, Burgeon E, Carew JA, Badalian TM, McCaffrey PG, Lane
WS, Hogan PG & Rao A (1996). Recombinant NFAT1 (NFATp) is
regulated by calcineurin in T cells and mediates the transcription of
several cytokine genes. Molecular and Cellular Biology, 16: 3955-
3966.
12. Northrop JP, Ho SN, Chen L, Thomas DJ, Timmerman LA, Nolan
GP, Admon A & Crabtree GR (1994). NF-AT components define a
family of transcription factors targeted in T-cell activation. Nature,
369: 497-502.
13. Ho SN, Thomas DJ, Timmerman LA, Li X, Francke U & Crabtree GR
(1995). NFATc3, a lymphoid-specific NFATc family member that is
calcium-regulated and exhibits distinct DNA binding specificity. Jour-
nal of Biological Chemistry, 270: 19898-19907.
14. Masuda E, Naito Y, Tokumitsu H, Campbell D, Saito F, Hannum C,
Arai K-I & Arai N (1995). NFATx, a novel member of the NFAT family
that is expressed predominantly in the thymus. Molecular and
Cellular Biology, 15: 2697-2706.
15. Crabtree GR & Olson EN (2002). NFAT signaling: choreographing
the social lives of cells. Cell, 109 (Suppl): S-67-S-79.
16. Horsley V & Pavlath GK (2002). NFAT: ubiquitous regulator of cell
differentiation and adaptation. Journal of Cell Biology, 156: 771-774.
17. Jain J, Burgeon E, Badalian TM, Hogan PG & Rao A (1995). A similar
DNA-binding motif in NFAT family proteins and the Rel homology
region. Journal of Biological Chemistry, 270: 4138-4145.
18. Shaw KTY, Ho AM, Raghavan A, Kim J, Jain J, Park J, Sharma S,
Rao A & Hogan PG (1995). Immunosuppressive drugs prevent a
rapid dephosphorylation of the transcription factor NFAT1 in stimu-
lated immune cells. Proceedings of the National Academy of Sci-
ences, USA,
92: 11205-11209.
19. Loh C, Shaw KTY, Carew J, Viola JPB, Luo C, Perrino BA & Rao A
(1996). Calcineurin binds the transcription factor NFAT1 and revers-
ibly regulates its activity. Journal of Biological Chemistry, 271:
10884-10891.
20. Baksh S, DeCaprio JA & Burakoff SJ (2000). Calcineurin regulation
of the mammalian G0/G1 checkpoint element, cyclin dependent
kinase. Oncogene, 19: 2820-2827.
21. Iniguez MA, Martinez-Martinez S, Punzon C, Redondo JM & Fresno
M (2000). An essential role of the nuclear factor of activated T cells
in the regulation of the expression of the cyclooxygenase-2 gene in
human T lymphocytes. Journal of Biological Chemistry, 275: 23627-
23635.
22. Koepp DM, Harper JW & Elledge SJ (1999). How the cyclin became
a cyclin: regulated proteolysis in the cell cycle. Cell, 97: 431-434.
23. Sherr CJ & Roberts JM (1999). CDK inhibitors: positive and negative
regulators of G1-phase progression. Genes and Development, 13:
1501-1512.
24. Ren S & Rollins BJ (2004). Cyclin C/Cdk3 promotes Rb-dependent
G0 exit. Cell, 117: 239-251.
25. Ohtani K, DeGregori J & Nevins JR (1995). Regulation of the cyclin E
gene by transcription factor E2F1. Proceedings of the National
Academy of Sciences, USA, 92: 12146-12150.
26. Murray AW (2004). Recycling the cell cycle: cyclins revisited. Cell,
116: 221-234.
27. Anraku Y, Ohya Y & Iida H (1991). Cell cycle control by calcium and
calmodulin in Saccharomyces cerevisiae. Biochimica et Biophysica
Acta, 1093: 169-177.
28. Tomono M, Toyoshima K, Ito M & Amano H (1996). Calcineurin is
essential for DNA synthesis in Swiss 3T3 fibroblasts. Biochemical
Journal, 317: 675-680.
29. Lipskaia L & Lompré AM (2004). Alteration in temporal kinetics of
Ca
2+
signaling and control of growth and proliferation. Biology of
the Cell, 96: 55-68.
30. Terada N, Lucas JJ & Gelfand EW (1991). Differential regulation of
the tumor suppressor molecules, retinoblastoma susceptibility gene
product (Rb) and p53, during cell cycle progression of normal hu-
man T cells. Journal of Immunology, 147: 698-704.
31. Tomono M, Toyoshima K, Ito M, Amano H & Kiss Z (1998). Inhibitors
of calcineurin block expression of cyclins A and E induced by
fibroblast growth factor in Swiss 3T3 fibroblasts. Archives of Bio-
chemistry and Biophysics, 353: 374-378.
32. Santini MP, Talora C, Seki T, Bolgan L & Dotto GP (2001). Cross talk
among calcineurin Sp1/Sp3 and NFAT in control of p21
WAF1/CIP1
expression in keratinocyte differentiation. Proceedings of the Na-
tional Academy of Sciences, USA, 98: 9575-9580.
33. Abbas AK, Murphy KM & Sher A (1996). Functional diversity of
helper T lymphocytes. Nature, 383: 787-793.
34. Constant SL & Bottomly K (1997). Induction of Th1 and Th2 CD4
+
T
cells response: the alternative approaches. Annual Review of Im-
munology, 15: 297-322.
35. Zheng W & Flavell RA (1997). The transcription factor GATA-3 is
necessary and sufficient for Th2 cytokine gene expression in CD4 T
cells. Cell, 89: 587-596.
36. Szabo SJ, Kim ST, Costa GL, Zhang X, Fathman CG & Glimcher LH
(2000). A novel transcription factor T-bet directs Th1 lineage com-
mitment. Cell, 100: 655-669.
37. Kaplan MH, Schindler U, Smiley ST & Grusby MJ (1996). Stat6 is
required for mediating responses to IL-4 and for development of
Th2 cells. Immunity, 4: 313-319.
38. Kaplan MH, Sun YL, Hoey T & Grusby MJ (1996). Impaired IL-12
responses and enhanced development of Th2 cells in Stat4-defi-
cient mice. Nature, 382: 174-177.
39. Rincon M & Flavell RA (1997). T-cell subsets: transcriptional control
in the Th1/Th2 decision. Current Biology, 7: R729-R732.
40. Hodge MR, Ranger AM, Charles de la Brousse F, Hoey T, Grusby
MJ & Glimcher LH (1996). Hyperproliferation and dysregulation of
IL-4 expression in NF-ATp-deficient mice. Immunity, 4: 397-405.
41. Xanthoudakis S, Viola JP, Shaw KT, Luo C, Wallace JD, Bozza PT,
Luk DC, Curran T & Rao A (1996). An enhanced immune response in
mice lacking the transcription factor NFAT1. Science, 272: 892-895.
42. Kiani A, Viola JPB, Lichtman AH & Rao A (1997). Downregulation of
IL-4 gene transcription and control of Th2 cell differentiation by a
mechanism involving the transcription factor NFAT1. Immunity, 7:
849-860.
344
Braz J Med Biol Res 38(3) 2005
J.P.B. Viola et al.
43. Viola JPB, Kiani A, Bozza PT & Rao A (1998). Regulation of allergic
inflammation and eosinophil recruitment in mice lacking the trans-
cription factor NFAT1: Role of interleukin-4 (IL-4) and IL-5. Blood, 91:
2223-2230.
44. Ranger AM, Hodge MR, Gravallese EM, Oukka M, Davidson L, Alt
FW, Charles de la Brousse F, Hoey T, Grusby M & Glimcher LH
(1998). Delayed lymphoid repopulation with defects in IL-4-driven
responses produced by inactivation of NF-ATc. Immunity, 8: 125-
134.
45. Yoshida H, Nishina H, Takimoto H et al. (1998). The transcription
factor NF-ATc1 regulates lymphocyte proliferation and Th2 cytokine
production. Immunity, 8: 115-124.
46. Bird JJ, Brown DR, Mullen AC, Moskowitz NH, Mahowald MA,
Sider JR, Gajewski TF, Wang C-R & Reiner SL (1998). Helper T cell
differentiation is controlled by the cell cycle. Immunity, 9: 229-237.
47. Grogan JL, Mohrs M, Harmon B, Lacy DA, Sedat JW & Locksley
RM (2001). Early transcription and silencing of cytokine genes un-
derlie polarization of T helper cell subsets. Immunity, 14: 205-215.
48. Richter A, Löhning M & Radbruch A (1999). Instruction for cytokine
expression in T helper lymphocytes in relation to proliferation and
cell cycle progression. Journal of Experimental Medicine, 190: 1439-
1450.
49. Ben-Sasson SZ, Gerstel R, Hu-Li J & Paul WE (2001). Cell division is
not a “clock” measuring acquisition of competence to produce IFN-
γ or IL-4. Journal of Immunology, 166: 112-120.
50. Mullen AC, Hutchins AS, Villarino AV, Lee HW, High FA, Cereb N,
Yang SY, Hua X & Reiner SL (2001). Cell cycle controlling the
silencing and function of mammalian activators. Current Biology,
11: 1695-1699.
51. Avni O, Lee D, Macian F, Szabo S, Glimcher L & Rao A (2002). Th
cell differentiation is accompanied by dynamic changes in histone
acetylation of cytokine genes. Nature Immunology, 3: 643-651.
52. Ranger AM, Gerstenfeld LC, Wang J, Kon T, Bae H, Gravallese EM,
Glimcher MJ & Glimcher LH (2000). The nuclear factor of activated
T cells (NFAT) transcription factor NFATp (NFATc2) is a repressor of
chondrogenesis. Journal of Experimental Medicine 191: 9-22.
53. Chuvpilo S, Jankevics E, Tyrsin D et al. (2002). Autoregulation of
NFATc1/A expression facilitates effector T cells to escape from
rapid apoptosis. Immunity, 16: 881-895.
54. Horsley V & Pavlath GK (2003). Prostaglandin F2α stimulates growth
of skeletal muscle cells via an NFATC2-dependent pathway. Journal
of Cell Biology, 161: 111-118.
55. Musaro A, McCullagh KJ, Naya FJ, Olson EN & Rosenthal N (1999).
IGF-1 induces skeletal myocyte hypertrophy through calcineurin in
association with GATA-2 and NF-ATc1. Nature, 400: 581-585.
56. Oukka M, Ho IC, De la Brousse FC, Hoey T, Grusby MJ & Glimcher
LH (1998). The transcription factor NFAT4 is involved in the genera-
tion and survival of T cells. Immunity, 9: 295-304.
57. Mosieniak G, Figiel I & Kaminska B (1997). Cyclosporin A, an immu-
nosuppressive drug, induces programmed cell death in rat C6 glioma
cells by a mechanism that involves the AP-1 transcription factor.
Journal of Neurochemistry, 68: 1142-1149.
58. Jauliac S, López-Rodriguez C, Shaw LM, Brown LF, Rao A & Toker A
(2002). The role of NFAT transcription factor in integrin-mediated
carcinoma invasion. Nature Cell Biology, 4: 540-544.
59. Jiang H, Yamamoto S, Nishikawa K & Kato R (1993). Anti-tumor-
promoting action of FK506 a potent immunosuppressive agent.
Carcinogenesis, 14: 67-71.
60. Rengarajan J, Mittelstadt PR, Mages HW, Gerth AJ, Kroczek RA,
Ashwell JD & Glimcher LH (2000). Sequential involvement of NFAT
and Egr transcription factors in FasL regulation. Immunity, 12: 293-
300.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo