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Julia Myriam de Almeida Pereira
A ATIVIDADE PESQUEIRA NA REPRESA DO LOBO-
BROA (ITIRAPINA, BROTAS – SP): CARACTERIZAÇÃO
E COMPOSIÇÃO DA CAPTURA
Dissertação apresentada à Escola de
Engenharia de São Carlos da Universidade de
São Paulo como parte dos requisitos para
obtenção do título de mestre em Ciências da
Engenharia Ambiental.
Orientador: Prof. Dr. Miguel Petrere Júnior
São Carlos - SP
2005
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---
FOLHA DE JULGAMENTO
Candidata: Engenheira JULIA MYRIAM DE ALMEIDA PEREIRA
Dissertação defendida ejulgada em 11-11-2005perante a ComissãoJulgadora:
~
Prof Df. MI ETRERE JUNIOR (Orientador)
(UNESP/Rio Claro)
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~t'J/ --
Df. EDSON KIYOSHI OKADA
(Universidade Estadual de MaringálUEM)
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#~VAi>A-
Af';fXJ V/lt);f
ESPINDOLA
em Ciências da
DO CARMO CA~J'URI
omissão de Pós-Graduaça
'li!'
I...-.-
Aos meus grandes amores Diogo e Rinaldo.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Dr. Miguel Petrere Júnior pela orientação durante o
desenvolvimento deste trabalho e pela amizade, carinho e exemplo que me
acompanharão por toda a minha vida.
À FAPESP pela concessão de bolsa de estudo durante o período
(processo 02/12576-0).
Ao Programa de Pós Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental
(Centro de Recurso Hídricos e Ecologia Aplicada – CRHEA) da Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
À Dra. Maria do Carmo Calijuri e ao Dr. Edson K. Okada por aceitarem
examinar este trabalho.
Ao Dr. Evaldo Lúis Gaeta Espíndola pela oportunidade de começar
trabalhar com os pescadores esportivos da represa do Lobo-Broa.
Às doutoras Maria Aparecida Pión Abuabara e Márcia Noélia Eller pelas
valiosas sugestões em meu exame de qualificação. À Dra. Maria Cecília
Barreto (UFSCar) pelas sugestões quanto ao delineamento experimental.
Aos meus pais, Joaquim e Regina pelo apoio e carinho que recebi. Aos
meus irmãos Marcello, Andréia e Cecília, e aos meus cunhados Lucia, Ivan e
Fábio.
Ao técnico de pesquisa do CRHEA Amândio Nogueira Menezes pela
ajuda nos trabalhos de campo e pela amizade. Ao técnico Marcelo Nogueira
Menezes pelas eventuais ajudas nos trabalhos de campo.
Às pessoas que me ajudaram no desenvolvimento do trabalho: Mariana,
Alessandro, Juliana, Fernanda Simões, Évellyn e Domingos.
Aos amigos que me receberam em São Carlos durante o tempo em que
estive ausente: Celisa, Alemão e Zuba e – mais uma vez – Mariana. Aos
amigos do CRHEA Ricardo e Wilminha, Andréa, Aline, Rubens, Rodrigo e Suzi.
Ao meu querido marido Rinaldinho pelo carinho, paciência,
companheirismo e apoio nos trabalhos de campo.
Ao meu filho Diogo, por ser um bebê muito bonzinho e permitir que eu
executasse e concluísse este trabalho.
Resumo
Pereira, J.M.A. (2005). A atividade pesqueira na represa do Lobo-Broa
(Itirapina, Brotas – SP): caracterização e composição da captura. Dissertação
(Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo,
São Carlos, 2005.
Em 2002 a produção total de pescado no mundo foi de 133,0 milhões de
toneladas. No Brasil, o volume total desembarcado foi de 822,2 mil toneladas,
sendo cerca de 26,5% provenientes da pesca em água doce. A represa do
Lobo-Broa (Itirapina, Brotas, SP; 22°15’S, 47°49’W) pode ter a sustentabilidade
de seus recursos pesqueiros comprometida devido à proximidade de cidades
como São Carlos e Itirapina. O objetivo geral deste trabalho foi estudar as
pescarias esportivas e suas artes, realizar pescarias experimentais e estudar
as composições das capturas de ambas pescarias. O trabalho foi apresentado
em oito capítulos: (1) apresentação, (2) caracterização sócio-econômica dos
pescadores esportivos, (3) descrição das capturas das pescarias esportivas, (4)
descrição das capturas das pescarias experimentais, (5) análises estatísticas
sobre as ambas, (6) estudo preliminar da seletividade das redes de emalhar
utilizadas nas pescarias experimentais, (7) manejo de recursos pesqueiros em
reservatórios e (8) considerações finais e recomendações. Entre setembro e
novembro de 2004 foram aplicados 38 questionários para avaliação sócio-
econômica dos pescadores esportivos e estes indicaram que as pescarias são
praticadas principalmente por homens cujo padrão de vida se assemelha à
média populacional do país. Entre setembro de 2002 a setembro de 2004
foram realizadas 1027 entrevistas sobre as capturas nos três principais locais
de pescarias esportivas (Praia, Píer e Horto Florestal). As pescarias esportivas
são praticadas com vara de pescar simples e com molinete, principalmente no
Horto Florestal, local que apresentou maiores as cpues e onde foi registrado o
maior esforço pesqueiro. A captura foi composta de Ciclídeos (cará,
Geophagus brasiliensis, tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus, tilápia do Congo,
Tilapia rendalli e tucunaré Cichla monoculus), principalmente, embora a
represa não tenha elevada produtividade pesqueira. A sazonalidade e o uso de
isca/ceva não se mostraram estatisticamente significativos. Para avaliação da
composição da ictiofauna da represa, foram realizadas sete pescarias
experimentais entre novembro de 2002 e setembro de 2004 em três locais
(Horto/ Itaqueri, Meio e Barragem), utilizando redes de emalhar. As espécies
que tiveram maiores capturas relativas foram o cará e o lambari rabo amarelo
(Astyanax altiparanae) e a região com maiores capturas relativas foi o Horto/
Itaqueri. A sazonalidade e a variação diuturna não foram significativas
estatisticamente. Buscou-se detectar os fatores e a covariável estatisticamente
significativos (P<0,05) sobre as capturas dos estudos acima, testando-se dois
modelos de Análise de Covariância com três fatores (3 way ANCOVA). O
estudo da seletividade das redes de emalhar para cada espécie por abertura
de malha mostrou que as redes foram seletivas para os lambaris rabo amarelo
e rabo vermelho (Astyanax scabripinnis paranae), sagüiru (Cyphocharax
modesta) e cará. Para tuvira (Gymnotus carapo), cascudo (Hypostomus sp) e
mandi (Pimelodella cf gracilis) esta arte não foi seletiva. Com base nos estudos
acima, concluiu-se que as pescarias esportivas deveriam ser incentivadas
visando o aumento do turismo na região e da produtividade pesqueira da
represa. Porém, faz-se urgente a conscientização para que a ceva para os
peixes deixe de ser utilizada, pois esta prática não aumenta as capturas e
contribui para o processo de eutrofização represa.
Palavras chaves: Pescarias esportivas, pescarias experimentais, manejo de
recursos pesqueiros, cpue, ANCOVA.
Abstract
Pereira, J.M.A. (2005). The fishing activity of the Lobo-Broa Reservoir
(Itirapina, Brotas – SP): characterization and composition of the capture.
Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de
São Paulo, São Carlos, 2005.
In 2002 the total production of fish in the world was 133,0 million tons. In Brazil,
the total volume of fish was of 822,2 thousand tons, with 26,5% coming from
freshwater fisheries. The Lobo-Broa Reservoir (Itirapina, Brotas, SP; 22°15'S,
47°49'W), can have the sustainability of their fishing resources changed due to
the proximity of cities as São Carlos and Itirapina. The general objective of this
work was to study the sporting fisheries and their fishing gears, to do
experimental fisheries and to study the compositions of the captures of both
studies. The work was presented in eight chapters: (1) presentation, (2)
socioeconomic characterization of the sporting fishermen, (3) description of the
captures of the sporting fisheries, (4) description of the captures of the
experimental fisheries, (5) statistical analyses on the both fisheries, (6)
preliminary survey of the selectivity of the gillnets used in the experimental
fisheries, (7) handling of fishing resources in reservoirs and (8) final
considerations and recommendations. Among September and November of
2004 it was applied 38 questionnaires for socioeconomic evaluation of the
sporting fishermen and these indicated that the fisheries are practiced mainly by
men whose standard of living resembles each other to the population average
of the country. Among September of 2002 to September of 2004, 1027
interviews were did on the captures in the three main places of sporting
fisheries (Praia, Píer and Horto Florestal). The sporting fisheries are practiced
with simple fishing rod and with reel, mainly in Horto Florestal, place that
presented larger captures and where was concentrated the largest fishing effort.
The capture is composed of Ciclídeos (cará, Geophagus brasiliensis, tilápia do
Nilo, Oreochromis niloticus, tilápia do Congo, Tilapia rendalli and tucunaré
Cichla monoculus), mainly, although the reservoir has not elevated fishing
productivity. The seasonal variation and the bait use were not shown
statistically significant. For fish fauna composition evaluation of the reservoir,
seven experimental fisheries were accomplished between November of 2002
and September of 2004 in three places (Horto/ Itaqueri, Meio and Barragem),
using gillnets. The species that had larger relative captures were the cará and
the lambari rabo amarelo (Astyanax altiparanae) and the area with larger
relative captures was the Horto/ Itaqueri. The seasonal variation and the
daytime-nighttime variation were not statistically significant. It was detected the
factors and the covariates statistically significant (P<0,05) on the captures of the
studies above, being tested two models of Analysis of Covariance with three
factors (3 way ANCOVA). The selectivity of the gillnets study for each species,
for mesh size showed that the nets were selective for the lambari rabo amarelo,
lambari rabo vermelho (Astyanax scabripinnis paranae), sagüiru (Cyphocharax
modesta) and cará. For species as tuvira (Gymnotus carapo), cascudo
(Hypostomus sp) and mandi (Pimelodella cf gracilis) this fishing gear was not
selective. It was believed that the sporting fisheries should be motivated aiming
the increment of the tourism in the area and increase of the fishing productivity
of the reservoir. A larger understanding of the fishermen is urgent so that the
bait stop being used, once this practice doesn't increase the captures and
contributed to the eutrofication process in the reservoir.
Key words: Sporting fisheries, experimental fisheries, fisheries handling, cpue,
ANCOVA.
Lista de Figuras
1 Imagem da represa do Lobo- Broa (SP). Fonte: Google Earth.................. 5
2 Principais locais de entrevistas para obtenção dos dados sobre as
pescarias esportivas (1*= Horto Florestal, 2*= Píer, 3*= Praia) e locais
de captura das pescarias experimentais (1= Horto/ Itaqueri, 2= Meio, 3=
Barragem).................................................................................................. 10
3 Freqüência relativa, de acordo com os municípios de origem, dos
pescadores esportivos da represa do Lobo-Broa...................................... 11
4 Classificação dos pescadores esportivos da represa do Lobo-Broa
quanto à faixa etária, distribuídos por sexo............................................... 12
5 Distribuição de fontes de renda para os pescadores esportivos da
represa do Lobo-Broa (n= 32)................................................................... 12
6 Distribuição de freqüência relativa (%) do nível de escolaridade dos
pescadores esportivos da represa do Lobo-Broa (n= 38)......................... 13
7 Situação de moradia dos pescadores esportivos da represa do Lobo-
Broa (n=38)................................................................................................ 14
8 Distribuição de freqüência absoluta do número do cômodos pelo
número de residências dos pescadores esportivos da represa do Lobo-
Broa. (A) casas próprias (n=24) e (B) casas alugadas (n=13).................. 14
9 Distribuição do número de pescadores esportivos por dia de visita, por
estação, para o período de 2002 a 2004................................................... 27
10 Distribuição do número de pescadores esportivos por dia de visita a
campo, por local de captura e por estação do ano........................................ 27
11 Distribuição do esforço de pesca (número de varas de pesca X tempo
de pescaria) e número de entrevistas realizadas com os pescadores
esportivos para as estações do ano.......................................................... 28
12 Distribuição de cw (captura em peso, gramas) e f (esforço de pesca, em
termos de número de varas de pesca multiplicado pelo tempo de
operação do petrecho) para os locais de pescarias esportivas................ 30
13 Distribuição da captura cw (captura em peso, gramas) e de f (esforço de
pesca, em termos de número de varas de pesca multiplicado pelo
tempo de operação do petrecho), para as estações secas e chuvosas
durante o período amostrado..................................................................... 30
14 Distribuição relativa, em peso, das espécies capturadas para as
estações seca e chuvosa.......................................................................... 31
15 Distribuição da cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) e f (esforço) por local de captura
para novembro de 2002............................................................................. 45
16 Distribuição da cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) e f (esforço) por local de captura
para junho de 2003................................................................................... 45
17 Distribuição da cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) e f (esforço) por local de captura
para setembro de 2003............................................................................. 46
18 Distribuição da cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) e f (esforço) por local de captura
para janeiro de 2004................................................................................. 46
19 Distribuição da cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) e f (esforço) por local de captura
para março de 2004.................................................................................. 47
20 Distribuição da cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) e f (esforço) por local de captura
para julho de 2004..................................................................................... 47
21 Distribuição da cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) e f (esforço) por local de captura
para setembro de 2004.............................................................................. 48
22 Distribuição da cpue (captura por unidade de esforço) e f (esforço) para
as estações seca e chuvosa, para os locais de captura, nas pescas
experimentais realizadas entre 2002 e 2004........................................... 48
23 Distribuição da cpue d (captura por unidade de esforço, para o período
diurno), cpue n (captura por unidade de esforço, para o período
noturno), fd (esforço para o período diurno) e fn (esforço para o período
noturno), para os locais de captura, para as pescas experimentais
realizadas entre 2002 e 2004.................................................................... 49
24 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha no Horto/ Itaqueri, para novembro de 2002................. 50
25 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) e das espécies capturadas por
abertura de malha no Horto/ Itaqueri, para junho de 2003........................ 51
26 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha no Horto/ Itaqueri, para setembro de 2003.................. 51
27 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha no Horto/ Itaqueri, para janeiro de 2004...................... 51
28 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha no Horto/ Itaqueri, para março de 2004....................... 52
29 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha no Horto/ Itaqueri, para julho de 2004......................... 52
30 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha no Horto/ Itaqueri, para setembro de 2004.................. 53
31 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha no Meio, para novembro de 2002................................ 54
32 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha no Meio, para junho de 2003....................................... 54
33 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha no Meio, para setembro de 2003................................. 54
34 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha no Meio, para janeiro de 2004..................................... 55
35 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha no Meio, para março de 2004..................................... 55
36 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha no Meio, para julho de 2004........................................ 56
37 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha no Meio, para setembro de 2004................................. 56
38 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha na Barragem, para novembro de 2002....................... 57
39 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha na Barragem, para junho de 2003............................... 57
40 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha na Barragem, para setembro de 2003......................... 58
41 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha na Barragem, para janeiro de 2004............................. 58
42 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha na Barragem, para março de 2004............................. 59
43 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha na Barragem, para julho de 2004................................ 59
44 Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura
expressa em gramas e esforço em termos de área de rede (m²)
multiplicada pelo tempo de exposição) das espécies capturadas por
abertura de malha na Barragem, para setembro de 2004........................ 60
45 Relação entre lncw (logaritmo neperiano da captura, em gramas) e lnf
(logaritmo neperiano do esforço, em termos de número de varas de
pesca multiplicado pelo tempo de exposição) para as pescarias
esportivas................................................................................................... 68
46 Distribuição dos resíduos studentizados em função dos valores
estimados pelo modelo ANCOVA
ε
µ
+
fLcw lnln , para os
dados agrupados da pesca esportiva, onde L é o local de captura (1=
Horto, 2= Píer, 3= Praia), lnf é o logaritmo do esforço expresso em
termos de número de vara de pesca multiplicado pelo tempo de
exposição e ε é o erro experimental..........................................................
73
47 Histograma dos resíduos do modelo final da ANCOVA
ε
µ
++
fLcw lnln , para os dados agrupados da pesca esportiva,
onde L é o local de captura (1= Horto, 2= Píer, 3= Praia), lnf é o
logaritmo do esforço expresso em termos de número de vara de pesca
multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o erro experimental. g
1
=
-0,7211** e g
2
= 2,0753**............................................................................
74
48
Médias ajustadas dos
cwln
para os locais de pescaria, com 1 = Horto,
2 = Píer e 3 = Praia, para a pesca esportiva. As barras verticais indicam
o erro padrão da média ajustada...............................................................
75
49 Relação entre lncw (logaritmo neperiano da captura, em gramas) e lnf
(logaritmo neperiano do esforço, em termos de área de rede
multiplicada pelo tempo de exposição) para as pescarias experimentais.
75
50 Distribuição dos resíduos studentizados em função dos valores
estimados pelo modelo ANCOVA
ε
µ
+
fLcw lnln
, para os
dados agrupados da pesca experimental, onde L é o local de captura
(1= Horto/ Itaqueri, 2= meio, 3= Barragem), lnf é o logaritmo do esforço
expresso em termos de área de rede (m²) multiplicado pelo tempo de
exposição e ε é o erro experimental..........................................................
81
51 Histograma dos resíduos do modelo final da ANCOVA
ε
µ
++
fLcw lnln , para os dados agrupados da pesca
experimental, onde L é o local de captura (1= Horto/ Itaqueri, 2= meio,
3= Barragem), lnf é o logaritmo do esforço expresso em termos de área
de rede (m²) multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o erro
experimental. g
1
= -2,7151** e g
2
= 3,1838**............................................
81
52
Médias ajustadas dos
cwln para os locais de pescaria, com 1 = Horto/
Itaqueri, 2 = Meio e 3 = Barragem, para a pesca esportiva. As barras
verticais indicam o erro padrão da média ajustada...................................
82
53 Distribuição freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento
(cm). (a) abertura 15mm entre nós adjacentes: mo
a
= 7,4cm, n= 288, e
(b) abertura 20mm entre nós adjacentes: mo
b
= 9,3cm, n= 199, para o
lambari rabo amarelo (Astyanax altiparanae), com mo (valor modal) e n
(número de indivíduos).............................................................................. 92
54 Distribuição freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento
(cm). (a) abertura 15mm entre nós adjacentes: mo
a
= 9,0cm, n= 124, e
(b) abertura 20mm entre nós adjacentes: mo
b
= 11,0cm, n= 79, para o
lambari rabo vermelho (Astyanax scabripinnis paranae), com mo (valor
modal) e n (número de indivíduos)............................................................ 93
55 Distribuição freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento
(cm). (a) abertura 15mm entre nós adjacentes: mo
a
= 10,5cm, n= 11, (b)
abertura 20mm entre nós adjacentes: mo
b
= 15,0cm, n= 40, e (c)
abertura 30mm entre nós adjacentes: mo
c
= 21,5cm, n= 46, para a traíra
(Hoplias malabaricus), com mo (valor modal) e n (número de indivíduos) 93
56 Distribuição freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento
(cm), para abertura 15mm entre nós adjacentes: m
o
= 17,4cm, n= 13,
para o jeju (Hoplerithrynus unitaeniatus), com mo (valor modal) e n
(número de indivíduos).............................................................................. 94
57 Distribuição freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento
(cm). (a) para abertura 15mm entre nós adjacentes: mo
a
= 13,5m, n=
152, (b) abertura 20mm entre nós adjacentes: mo
b
= 12,5cm, n= 134, e
(c) abertura 30mm entre nós adjacentes: mo
c
= 14,4cm, n= 41, para o
sagüiru (Cyphocharax modesta) com mo (valor modal) e n (número de
indivíduos).................................................................................................. 95
58 Distribuição freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento
(cm), para abertura 15mm entre nós adjacentes: n= 39 para a tuvira
(Gymnotus carapo) com n (número de indivíduos).................................... 95
59 Distribuição freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento
(cm), para abertura 15mm entre nós adjacentes: mo= 13,0cm, n= (26),
para o cascudo (Hypostomus sp), com mo (valor modal) e n (número de
indivíduos).................................................................................................. 96
60 Distribuição freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento
(cm). (a) para abertura 40mm entre nós adjacentes: mo
a
= 21,4cm, n=
58, (b) abertura 50mm entre nós adjacentes: mo
b
= 22,5cm, n= 98, e (c)
abertura 60mm entre nós adjacentes: mo
c
= 26,0cm, n= 76, para a
tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) com mo (valor modal) e n
(número de indivíduos).............................................................................. 96
61 Distribuição freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento
(cm). (a) abertura 15mm entre nós adjacentes: mo
a
= 6,5cm, n= 43, (b)
abertura 20mm entre nós adjacentes: mo
b
= 10,0cm, n= 54, (c) abertura
30mm entre nós adjacentes: mo
c
= 12,0cm, n= 286, (d) abertura 40mm
entre nós adjacentes: mo
d
= 6,5cm, n= 43, (e) abertura 50mm entre nós
adjacentes: mo
e
= 16,5cm, n= 156, e (f) abertura 60mm entre nós
adjacentes mo
f
= 17,6cm, n= 109, para o cará (Geophagus brasiliensis)
com mo (valor modal) e n (número de indivíduos)................................... 98
62 Distribuição freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento
(cm). (a) abertura 15mm entre nós adjacentes mo
a
= 9,0cm, n= 38, (b)
abertura 20mm entre nós adjacentes: mo
b
= 12,0cm, n= 15, (c) abertura
30mm entre nós adjacentes: mo
c
= 17,5cm, n= 46, e (d) abertura 40mm
entre nós adjacentes: mo
d
= 20,6cm; n= 38 para o tucunaré (Cichla
monoculus) com mo (valor modal) e n (número de indivíduos)................. 99
63 Distribuição freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento
(cm), para abertura 15mm entre nós adjacentes mo= 9,8cm, n= 21, para
o mandi (Pimelodella cf gracilis), com mo (valor modal) e n (número de
indivíduos).................................................................................................. 99
Lista de Tabelas
1 Características da represa do Lobo-Broa ......................................................... 4
2 Freqüência relativa do estado civil dos pescadores esportivos da represa do
Lobo-Broa, para o sexo masculino (86,8% do total) e feminino (13,2% do
total) (n = 38)...................................................................................................... 11
3 Tipo de material utilizado para a construção das residências dos
pescadores esportivos da represa do Lobo-Broa (n= 38)................................ 14
4 Bens duráveis dos pescadores esportivos da represa do Lobo-Broa (n= 38). 15
5 Freqüência relativa de pescarias praticadas em outros locais (n=38) e quais
locais de pescaria n=23).................................................................................... 15
6 Tipos de petrechos utilizados pelos pescadores esportivos da represa do
Lobo-Broa............................................................................................................ 16
7 Principais problemas apontados e o número de vezes que foram citados
pelos pescadores esportivos da represa do Lobo-Broa.................................... 17
8 Relação entre o esforço exercido (número de varas X tempo de pescaria)
dividido pelo número de entrevistas realizadas, para as estações seca e
chuvosa, durante o período de estudo............................................................... 28
9 Comparação entre produção (kg de pescado/ pescador) e densidade de
pescadores/ km², para a área da represa Lobo-Broa, para as estações de
estudo................................................................................................................. 28
10 Utilização de tipos de isca por local de pescaria esportiva, para as estações
do ano................................................................................................................. 29
11 Percentagem relativa em número (N) e peso (Wt - g) dos indivíduos
capturados pela pescaria esportiva durante o período de estudo................... 32
12 Comparação entre a produção de pescado (kg/ha/ano) e área inundada
para sete reservatórios da bacia do Rio Paraná e o Lobo-Broa (este estudo) 34
13 Registro de produção de peixes em reservatórios com propagação ou com
estocagem de peixes (sem cultivo)................................................................... 35
14 Datas das pescas experimentais....................................................................... 39
15 Percentagem relativa das espécies capturadas pelas pescarias
experimentais (em número e peso-g) para o período de estudo..................... 44
16 Espécies de peixes capturadas por Albino (1987), Marinelli (2002) e neste
estudo, através de pescarias experimentais, onde X indica captura e X*
apenas registro, ou seja, captura de um único indivíduo.................................. 62
17 Motivos para introduções de espécies de peixes exóticas e alóctones........... 63
18 Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
++
+++
fISLVIISLISVILVIISLVIcw ln*****ln ,
para os dados agrupados da pesca esportiva, onde VI é a sazonalidade (1=
V= verão, 2= I= inverno), L é o local de captura (1= Horto, 2= Píer, 3=
Praia), IS é tipo de isca utilizado (1= uso exclusivo de isca, 2= uso
associado de isca e ceva, 3= uso exclusivo de ceva), VI*L, VI*IS e L*IS são
interações de 1ª ordem, VI*L*IS é a interação de 2ª ordem, lnf é o logaritmo
do esforço expresso em termos de número de vara de pesca multiplicado
pelo tempo de exposição e ε é o erro experimental.........................................
68
19 Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
+
+++
fISLVIISLLVIISLVIcw ln****ln , para os
dados agrupados da pesca esportiva, onde VI é a sazonalidade (1= V=
verão, 2= I= inverno), L é o local de captura (1= Horto, 2= Píer, 3= Praia), IS
é tipo de isca utilizado (1= uso exclusivo de isca, 2= uso associado de isca e
ceva, 3= uso exclusivo de ceva), VI*L e L*IS são interações de 1ª ordem,
VI*L*IS é a interação de 2ª ordem, lnf é o logaritmo do esforço expresso em
termos de número de vara de pesca multiplicado pelo tempo de exposição e
ε é o erro experimental.......................................................................................
69
20 Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
+++
fISLVIISLISLVIcw ln***ln
, para os dados
agrupados da pesca esportiva, onde VI é a sazonalidade (1= V= verão, 2=
I= inverno), L é o local de captura (1= Horto, 2= Píer, 3= Praia), IS é tipo de
isca utilizado (1= uso exclusivo de isca, 2= uso associado de isca e ceva, 3=
uso exclusivo de ceva), L*IS é interação de 1ª ordem, VI*L*IS é a interação
de 2ª ordem, lnf é o logaritmo do esforço expresso em termos de número de
vara de pesca multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o erro
experimental.......................................................................................................
70
21 Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
+++
fISLVIISLVIcw ln**ln , para os dados agrupados
da pesca esportiva, onde VI é a sazonalidade (1= V= verão, 2= I= inverno),
L é o local de captura (1= Horto, 2= Píer, 3= Praia), IS é tipo de isca
utilizado (1= uso exclusivo de isca, 2= uso associado de isca e ceva, 3= uso
exclusivo de ceva), VI*L*IS é a interação de 3ª ordem, lnf é o logaritmo do
esforço expresso em termos de número de vara de pesca multiplicado pelo
tempo de exposição e ε é o erro experimental..................................................
71
22 Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
+++
fISLVIcw lnln , para os dados agrupados da pesca
esportiva, onde VI é a sazonalidade (1= V= verão, 2= I= inverno), L é o local
de captura (1= Horto, 2= Píer, 3= Praia), IS é tipo de isca utilizado (1= uso
exclusivo de isca, 2= uso associado de isca e ceva, 3= uso exclusivo de
ceva), lnf é o logaritmo do esforço expresso em termos de número de vara
de pesca multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o erro experimental....
71
23 Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
+++
fLVIcw lnln
, para os dados agrupados da pesca
esportiva, onde VI é a sazonalidade (1= V= verão, 2= I= inverno), L é o local
de captura (1= Horto, 2= Píer, 3= Praia), lnf é o logaritmo do esforço
expresso em termos de número de vara de pesca multiplicado pelo tempo
de exposição e ε é o erro experimental.............................................................
72
24 Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
++
fLcw lnln , para os dados agrupados da pesca esportiva,
onde L é o local de captura (1= Horto, 2= Píer, 3= Praia), lnf é o logaritmo
do esforço expresso em termos de número de vara de pesca multiplicado
pelo tempo de exposição e ε é o erro experimental..........................................
72
25 Teste a posteriori entre as médias ajustadas de lncw (logaritmo neperiano
da captura, em gramas) obtidas a partir do modelo final da ANCOVA
ε
µ
++
fLcw lnln para os três locais de pescaria (1= Horto; 2= Píer;
3= Praia). Os números entre parêntesis representam os antilogaritmos das
médias ajustadas, em escala aritmética...........................................................
74
26 Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
µ
+
++
fLVIDNLVILDNVIDNLVIDNcw ln*****ln
, para os dados agrupados da pesca experimental, onde DN é a variação
diuturna (1= dia, 2= noite), VI é a sazonalidade (1= V= verão, 2= I= inverno),
L é o local de captura (1= Horto/ Itaqueri, 2= Meio, 3= Barragem), DN*VI,
DN*L e VI*L são interações de 1ª ordem, DN*VI*L é a interação de 2ª
ordem, lnf é o logaritmo do esforço expresso em termos de área de rede
(m²) multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o erro
experimental.......................................................................................................
76
27 Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
+
++
fLVILDNVIDNLVIDNcw ln***ln , para os
dados agrupados da pesca experimental, onde DN é a variação diuturna
(1= dia, 2= noite), VI é a sazonalidade (1= V= verão, 2= I= inverno), L é o
local de captura (1= Horto/ Itaqueri, 2= Meio, 3= Barragem), DN*VI, DN*L e
VI*L são interações de 1ª ordem, lnf é o logaritmo do esforço expresso em
termos de área de rede (m²) multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o
erro experimental............................................................................................... 77
28 Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
++
fLVILDNLVIDNcw ln**ln
, para os dados
agrupados da pesca experimental, onde DN é a variação diuturna (1= dia,
2= noite), VI é a sazonalidade (1= V= verão, 2= I= inverno), L é o local de
captura (1= Horto/ Itaqueri, 2= Meio, 3= Barragem), DN*L e VI*L são
interações de 1ª ordem, lnf é o logaritmo do esforço expresso em termos de
área de rede (m²) multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o erro
experimental.......................................................................................................
77
29 Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
++
fLDNLVIDNcw ln*ln , para os dados agrupados da
pesca experimental, onde DN é a variação diuturna (1= dia, 2= noite), VI é a
sazonalidade (1= V= verão, 2= I= inverno), L é o local de captura (1= Horto/
Itaqueri, 2= Meio, 3= Barragem), DN*L é interação de 1ª ordem, lnf é o
logaritmo do esforço expresso em termos de área de rede (m²) multiplicado
pelo tempo de exposição e ε é o erro experimental..........................................
78
30 Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
++
fLVIDNcw lnln
, para os dados agrupados da pesca
experimental, onde DN é a variação diuturna (1= dia, 2= noite), VI é a
sazonalidade (1= V= verão, 2= I= inverno), L é o local de captura (1= Horto/
Itaqueri, 2= Meio, 3= Barragem), lnf é o logaritmo do esforço expresso em
termos de área de rede (m²) multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o
erro experimental...............................................................................................
78
31 Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
+++
fLVIcw lnln
, para os dados agrupados da pesca
experimental, onde VI é a sazonalidade (1= V= verão, 2= I= inverno), L é o
local de captura (1= Horto/ Itaqueri, 2= Meio, 3= Barragem), lnf é o logaritmo
do esforço expresso em termos de área de rede (m²) multiplicado pelo
tempo de exposição e ε é o erro experimental..................................................
79
32 Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
++
fLcw lnln , para os dados agrupados da pesca experimental,
onde L é o local de captura (1= Horto/ Itaqueri, 2= Meio, 3= Barragem), lnf é
o logaritmo do esforço expresso em termos de área de rede (m²)
multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o erro experimental......................
79
33 Teste a posteriori entre as médias ajustadas de lncw (logaritmo neperiano
da captura, em gramas) obtidas a partir do modelo final da ANCOVA
ε
µ
++
fLcw lnln para os três locais de pescaria (1= Horto/ Itaqueri;
2= Píer; 3= Praia). Os números entre parêntesis representam os
antilogaritmos das médias ajustadas, em escala aritmética.............................
82
34 Relação peso (Wt)/ comprimento padrão (Ls) (Wt = a*Lsb) independente do
sexo, por espécie, por abertura de malha, expressando N (número de
peixes), a, b e r² (coeficiente de determinação de Pearson) (*) P< 0,05; (**)
P< 0,01................................................................................................................ 89
35 Relação perímetro máximo (P)/ comprimento padrão (Ls) (P=a+b*Ls),
independente do sexo, por espécie, por abertura de malha, expressando N
(número de peixes), a, b e r² (coeficiente de determinação de Pearson) (*)
P< 0,05; (**) P< 0,01.......................................................................................... 90
36 Hábito alimentar, tipo e época de desova, e tamanho de 1ª maturação para
as mesmas espécies de peixes capturadas na represa do Lobo-Broa.......... 101
37 Sumário dos métodos que regulamentam a pesca esportiva na Inglaterra e
seus efeitos......................................................................................................... 104
38 Comparação entre as estratégias para o manejo de águas continentais em
países desenvolvidos e em desenvolvimento.................................................. 104
39 Espécies e tamanhos mínimos permitidos para captura com rede de
emalhar e tarrafa................................................................................................. 105
Sumário
1. Introdução......................................................................................................
1.1. Considerações iniciais...........................................................................
1.2. Caracterização da área de estudo.........................................................
1.3. Considerações sobre a fauna de peixes da represa do Lobo-Broa......
1
1
3
5
2. Descrição dos aspectos sócio-econômicos dos pescadores da represa do
Lobo-Broa..........................................................................................................
2.1. Introdução..............................................................................................
2.2. Objetivos................................................................................................
2.3. Metodologia...........................................................................................
2.4. Resultados.............................................................................................
2.4.1. Dados pessoais..............................................................................
2.4.2. Estrutura domiciliar.........................................................................
2.4.3. Atividade pesqueira........................................................................
2.4. Discussão..............................................................................................
7
7
8
9
11
11
13
15
17
3. Descrição da pesca esportiva na represa do Lobo-Broa..............................
3.1. Introdução..............................................................................................
3.2. Objetivos................................................................................................
3.3. Metodologia...........................................................................................
3.3.1. Levantamento da atividade pesqueira...........................................
3.3.2. Análise de esforço e captura..........................................................
3.4. Resultados.............................................................................................
3.4.1. Análise de esforço..........................................................................
3.4.2. Uso de iscas...................................................................................
3.4.3. Descrição da captura.....................................................................
3.5. Discussão..............................................................................................
21
21
23
23
23
24
26
26
29
29
33
4. As pescarias experimentais e a ictiofauna da represa do Lobo-Broa...........
4.1. Introdução..............................................................................................
4.2. Objetivos................................................................................................
4.3. Material e métodos................................................................................
4.3.1. Coleta de dados.............................................................................
4.3.2. Análise de esforço e captura..........................................................
4.4. Resultados.............................................................................................
4.4.1. Composição da captura.................................................................
4.4.2. Análise de cpue por local de captura.............................................
36
36
38
38
38
39
41
41
45
4.4.3. Análise de cpue por estação do ano..............................................
4.4.4. Análise de cpue por período..........................................................
4.4.5. Análise de cpue por tamanho de abertura de malha.....................
4.4.5.1. Horto/ Itaqueri.........................................................................
4.4.5.2. Meio........................................................................................
4.4.5.3. Barragem................................................................................
4.5. Discussão..............................................................................................
48
49
49
49
53
56
60
5. A análise de covariância da captura e do esforço pesqueiro, aplicada às
pescarias esportiva e experimental...................................................................
5.1. Introdução..............................................................................................
5.2. Objetivo..................................................................................................
5.3. Metodologia...........................................................................................
5.4. Resultados.............................................................................................
5.4.1. Modelo para as pescarias esportivas.............................................
5.4.2. Modelo para as pescarias experimentais.......................................
5.5. Discussão..............................................................................................
64
64
65
65
67
67
75
83
6. A seletividade de redes de emalhar..............................................................
6.1. Introdução..............................................................................................
6.2. Objetivo..................................................................................................
6.3. Metodologia...........................................................................................
6.3.1. Relações do peso/ comprimento padrão das espécies.................
6.3.2. Relações entre perímetro máximo/ comprimento padrão..............
6.3.3. Cálculo da seletividade por abertura de malha..............................
6.4. Resultados.............................................................................................
6.4.1. Relações peso/ comprimento padrão das espécies......................
6.4.2. Relações entre perímetro máximo/ comprimento padrão..............
6.4.3. Cálculo da seletividade por abertura de malha..............................
6.5. Discussão..............................................................................................
86
86
87
87
87
88
88
88
88
90
91
100
7. Manejo dos recursos pesqueiros no Brasil e na represa do Lobo-Broa............. 103
8. Conclusões e recomendações...................................................................... 107
Bibliografia......................................................................................................... 110
Anexos............................................................................................................... 125
1
1. Introdução
1.1. Considerações iniciais
Em 2002, a produção total de pescado no mundo foi de 133,0 milhões de
toneladas. No Brasil, o volume total de pescado desembarcado foi de cerca de
822,2 mil toneladas, sendo cerca de 217,8 mil toneladas provenientes da pesca
em água doce (26,5%) (FAO, 2004). Neste percentual estão inseridos os volumes
provenientes da pesca artesanal e da pesca esportiva, gerando importantes
recursos econômicos e também impactos, diretos e indiretos.
A pesca artesanal em reservatórios e rios apresenta-se como atividade
extrativa tradicional, com importantes repercussões sociais e ambientais. Os
recursos pesqueiros, capazes de gerar elevados retornos econômicos, devem ser
bem administrados. O manejo da pesca, portanto, não está relacionado apenas ao
estoque de peixes, mas também deve-se considerar as necessidades sociais,
econômicas e culturais da comunidade envolvida (Lucena, 2000). O manejo
tradicional, baseado principalmente na conservação dos estoques, não tem
atendido às novas expectativas, que incluem fatores econômicos, sociais e
ambientais (King, 1995). No caso da pesca esportiva, existe também a
necessidade de conciliar os anseios dos pescadores esportivos ao impacto gerado
pelos mesmos no ecossistema (Kerkvliet & Nowell, 2000).
Nos reservatórios, as novas comunidades de peixes apresentam
diversidade mais baixa do que a que lhe deu origem, pois poucas espécies se
adaptam às novas condições. A construção e o enchimento de reservatórios
promovem uma reorganização do sistema, afetando as populações de peixes
(Straškraba & Tundisi, 2000). Algumas destas mudanças são: (a) a colonização
por peixes da própria bacia hidrográfica, provenientes dos tributários, que passam
a explorar os novos nichos (Fernando & Holčík, 1991); (b) alterações das
2
propriedades físico-químicas da água, principalmente no período após o
fechamento da represa, quando as concentrações de oxigênio dissolvido tornam-
se muito baixas, causando elevada mortandade de peixes (Esteves, 1988) e (c)
restrições à migração de peixes anádromos, diminuindo seu sucesso reprodutivo
(Agostinho et al., 1999).
No Brasil, a ictiofauna que compõe os grandes reservatórios é
proveniente tanto dos antigos tributários como introduzidas. Destas, há as
exóticas que são originárias de outros continentes e as alóctones, originárias
de outras bacias hidrográficas, do mesmo continente (Walter, 2000). Porém, a
introdução de espécies exóticas em reservatórios pode acarretar (a) alterações
na cadeia alimentar, e por vezes na perda de espécies nativas valiosas,
quando introduzido um predador (Petrere et al., 2002) e (b) surgimento de
novos parasitas e outros animais nocivos (Straškraba e Tundisi, 2000).
Straškraba e Tundisi (2000) consideram o gerenciamento da fauna íctica
uma tarefa complexa, devendo ser consideradas as várias características da
atividade pesqueira. Carvalho & Silva (1999) ressaltam a importância de
estudos anteriores e posteriores ao represamento de rios para análise
comparativa e simulações de modelos de alterações na composição da
ictiofauna e produção pesqueira. A caracterização através de pescas
experimentais padronizadas e aplicação de índices de cpue (captura por
unidade de esforço) visam à determinação da composição da ictiofauna,
diversidade e abundância de estoques. Desembarques provenientes da
atividade de pescadores artesanais e profissionais também são bastante
utilizados para a estatística pesqueira (Carvalho & Silva, 1999). Com base em
estudo deste tipo, Hilsdorf & Petrere (2002) observaram um acentuado declínio
nos estoques da bacia do rio Paraíba do Sul (SP) nas últimas décadas.
A sustentabilidade dos recursos pesqueiros na represa do Lobo-Broa
pode estar comprometida por diversos fatores. A proximidade de cidades como
São Carlos e Itirapina tem atraído pescadores da região, tendo sido
observadas em fevereiro de 2002 cerca de 50 embarcações (canoas de
alumínio com motor e de madeira), e o controle sobre o recurso explotado pode
se tornar ineficiente, uma vez que não há nenhum tipo de registro sobre os
desembarques. A retirada sistemática através da pesca pode ter diversas
implicações na qualidade da água e a quantificação da biomassa de peixes
3
pode servir como indicativo ou controle das condições limnológicas de uma
represa (Gulati, 2001). As pesquisas sobre pesca esportiva, combinadas a
outros tipos de dados, podem também ser usadas para responder a questões
sobre a biologia dos peixes (Pollock et al., 1994), bem como auxiliar no
diagnóstico da qualidade da água da represa.
Assim, o objetivo geral deste trabalho foi estudar a atividade pesqueira
esportiva e as artes de pesca, realizar pescas experimentais e estudar as
composições das capturas de ambos estudos.
Este estudo será apresentado em oito capítulos. Neste primeiro a
represa do Lobo-Broa é apresentada. O segundo capítulo caracteriza as
pescarias esportivas e no terceiro os resultados desta atividade são descritos.
A descrição das capturas das pescarias experimentais é apresentada no
capítulo quatro. O quinto capítulo se refere às análises estatísticas sobre as
pescarias. No capítulo seis um estudo preliminar da seletividade das redes
utilizadas na condução das pescarias experimentais é exposto. O sétimo
capítulo utiliza os resultados expostos nos capítulos anteriores como
ferramentas para discutir o manejo de recursos pesqueiros. O oitavo capítulo,
finalmente, expõe as considerações finais e recomendações deste trabalho.
1.2. Caracterização da área de estudo
A represa do Lobo-Broa (latitude 22°15’S e longitude 47°49’W) (Figura
1), situada entre os municípios de Itirapina e Brotas (SP), foi construída em
1936, com o objetivo inicial de gerar energia elétrica, a partir do represamento
do ribeirão do Lobo, do rio Itaqueri e dos córregos do Geraldo, Água Branca,
Limoeiro e das Perdizes e do ribeirão do Onça (Argenton, 2004) (Tabela 1).
Atualmente é utilizada para abastecimento local de água potável, lazer, pescas
esportiva e profissional, e desde 2000, as turbinas voltaram a produzir energia
elétrica, após alguns anos desativadas. Na bacia do ribeirão do Horto/ Itaqueri,
à qual a represa está inserida, também são desenvolvidas outras atividades, a
saber: mineração, reflorestamento e extrativismo vegetal e agricultura (Tundisi,
1988).
4
As águas da bacia do ribeirão do Lobo percolam uma vasta área de
sedimentos holocênicos, apresentando intrusão de basalto em alguns pontos.
Nesta região afloram rochas da formação Serra Geral (basalto, arenito,
intertrap e diabásio), da formação Botucatu-Pirambóia e do grupo Bauru
(arenitos, siltitos e conglomerados) (Queiroz, 2000).
O clima da área é do tipo Cwa, segundo Köppen, ou seja, subtropical
mesotérmico, com verão úmido e inverno seco, sob influência de frentes frias
vindas do sul, principalmente no inverno e outono. A pluviosidade anual média
é de 1300 mm, e a estação seca, com maiores precipitações, vai de abril a
setembro (Tundisi, 1986).
Às margens da represa estão situados condomínios (Balneário Santo
Antônio, loteamento Núcleo Urbano do Broa, Condomínio Vivenda do Broa) e
clubes (Iate Clube e Clube de Campo da represa do Lobo) (Figueroa, 1996),
pequenas propriedades particulares, o Centro de Recursos Hídricos e Ecologia
Aplicada (CRHEA), pertencente à USP, além do Horto Florestal de Itirapina e
uma reserva florestal pertencente ao município de Brotas.
Os investimentos na área de turismo, incluindo a construção de edifícios,
centros de compras, turismo e infra-estrutura de transportes foram estimados
em torno de US$ 200 milhões ao longo dos últimos 20 anos (Straškraba &
Tundisi, 2000). Entretanto, a atividade antrópica tem gerado impactos, como a
descarga de esgotos residenciais não tratados, desmatamento, mineração,
recreação e turismo e intensa pesca esportiva (Tundisi et al., 2003; Jørgensen
& Vollenweider, 2000).
Tabela 1: Características da represa do Lobo-Broa
Local Entre os municípios de Itirapina, Brotas e São Carlos
Altitude 770 m
Área superficial do lago 6,8 km
2
Área da bacia hidrográfica 227,7 km
2
Volume 22 10
6
m
3
Profundidade máxima 12 m
Profundidade média 3 m
Comprimento 8 km
Forma: vale do rio; largura média 300 m
Faixa de flutuação do nível de água 2 m
Tempo de retenção 20 dias
Classificação trófica Oligo/mesotrófico
Fonte: Straškraba & Tundisi (2000) (modificada)
5
Figura 1: Imagem da represa do Lobo- Broa (SP). Fonte: Google Earth
A bacia hidrográfica formadora da represa do Lobo-Broa tem sido
amplamente estudada ao longo do tempo, com caracterização do ambiente físico
(Nishiyama, 1991; Lorandi et al., 1983; Freire et al., 1980), vegetação do entorno
(Giampietro et al., 2004; Pulitano, 1998; Souza, 1977) limnologia e produção
primária (Argenton, 2004; Leite & Espíndola, 2002; Abe et al., 2000; Angelini,
1995; Tundisi & Matsumura-Tundisi, 1995; Calijuri & Tundisi, 1990; Whitaker,
1987, Calijuri, 1985; Tundisi, 1977, Moraes, 1978; Rocha, 1978) sedimento
(Dornfeld et al., 2002; Trindade, 1980; Strixino, 1973).
1.3. Considerações sobre a fauna de peixes da represa do Lobo-Broa
A partir da década de 1970, alguns estudos sobre os peixes da represa
do Lobo-Broa foram realizados, principalmente sobre a biologia das principais
espécies. Estes eram referentes a análises sobre crescimento do cará,
Geophagus brasiliensis (Barbieri, 1975; 1974), e da tuvira, Gymnotus carapo
(Barbieri & Barbieri, 1984), crescimento e reprodução do piau três pintas,
Leporinus friderici (Barbieri & Santos, 1988), reprodução da piava, Leporinus
6
octofasciatus (Barbieri e Barbieri, 1991), reprodução da tuvira (Barbieri e
Barbieri, 1984), reprodução do lambari rabo amarelo, Astyanax bimaculatus e
do lambari rabo vermelho, Astyanax fasciatus (Barbieri e Barbieri, 1988) e
reprodução e nutrição do piau três pintas (Barbieri e Garavelo, 1981).
Os levantamentos da fauna de peixes são restritos aos realizados por
Albino (1987) e Marinelli (2002). Este capturou 22 espécies de peixes distribuídas
em 7 ordens e 12 famílias, sendo quatro introduzidas: tilápia do Congo (Tilapia
rendalli), tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), carpa comum (Cyprinus carpio) e
tucunaré (Cichla monoculus), além de ter registrado a presença de outras duas
espécies (o registro se refere à captura de um único exemplar durante as
amostragens preliminares). Este autor se refere ainda à presença de outras
espécies não capturadas em suas campanhas de pesca, porém presentes na
represa do Lobo-Broa: matrinchã (Salminus hilarii), curimbatá (Prochilodus
lineatus), bagre africano (Clarias gariepinnus), piava (Leporinus octofasciatus) e
uma híbrida (tilápia Saint Piter). No estudo de Albino (op cit.) foram capturadas 15
espécies de peixes, pertencentes a 12 gênero, 8 famílias e 5 ordens.
Marinelli (op cit.), ao comparar as capturas de ambos os estudos, deduziu
que a diferença entre as composições de capturas pode ter ocorrido devido a
introduções ou devido a diferenças de metodologia durante as amostragens. O
autor menciona que, em relação ao número de indivíduos capturados em seu
trabalho, 62,5% da ictiofauna da represa provavelmente ocupavam o antigo
sistema fluvial barrado, 21% são oriundos do sistema Tietê e 16,5%, de processos
de introdução e que oficialmente, apenas a tilápia do Congo foi introduzida através
de peixamento. Quanto à metodologia de coletas, o autor, em suas pescarias
experimentais, utilizou redes de emalhar com abertura de 15 a 70mm entre nós
adjacentes, tarrafas e peneiras, em pescarias diurnas e noturnas, nas regiões de
transição rio-reservatório dos rios Lobo e Itaqueri e em bancos de macrófitas.
Albino (op cit.) obteve seus dados a partir de coletas realizadas pelo
Departamento de Biologia da Universidade Federal de São Carlos, entre 1970 e
1985, utilizando os mesmo petrechos de pesca, além de redes de arrasto. Suas
pescarias experimentais foram realizadas nos mesmos locais que Marinelli (op
cit.), além de outros três não amostrados pelo segundo, porém o autor não
fornece especificações dos petrechos, nem detalhes sobre as pescarias.
7
2. Descrição dos aspectos sócio-
econômicos dos pescadores esportivos da
represa do Lobo-Broa
2.1. Introdução
As pescarias esportivas tiveram início na Inglaterra, apesar de haverem
manuscritos relatando pescarias com linha e anzol na China e no Japão, com
propósitos recreativos, datados do primeiro milênio d.C. (Brandt, 1984). Este
autor considera ainda as pescarias esportivas com vara de pescar aquelas
praticadas seguindo quatro diferentes métodos:
a) Pesca de peixes de superfície, com o uso de bóia para manter linha e
anzol sem contato com o fundo, e o comprimento da linha inferior à
profundidade do local de pesca;
b) Pesca de peixes de fundo, com o anzol tocando o sedimento, onde o
uso de bóia pode ser dispensado;
c) Pesca de peixes predadores, com o uso de vara de fibra, molinete e
iscas artificiais;
d) Pesca de fly: neste método, a linha arremessada com uma isca leve,
imitando artificialmente um inseto. A primeira informação sobre pesca de
fly data do 3º século d.C., na Macedônia.
Para Agostinho & Gomes (2005) a pesca esportiva ou recreativa – pesca
amadora para os órgãos ambientais – é aquela realizada (a) apenas por lazer,
com o emprego da modalidade “pesque e solte” e (b) pesca com fins de lazer,
porém com a retirada do pescado e sua destinação para o consumo, doação
ou venda do excedente.
8
A aplicação de questionários sócio-econômicos, baseados em estrutura
familiar e infra-estrutura do domicílio, pode ajudar a identificar as condições de
vida e de trabalho dos pescadores e o perfil tecnológico da atividade
(Mendonça, 1999). Conhecer a realidade sócio-econômica dos pescadores é
de grande importância, tanto para a implementação de medidas de manejo de
estoque pesqueiro quanto para o desenvolvimento econômico destas
populações, embora nem sempre se dê importância a estes levantamentos
(Walter, 2000).
Infelizmente, no Brasil ainda são escassos os estudos sobre pescarias
esportivas e os estudos sobre as condições sócio-econômicas dos pescadores
são voltados para pescadores artesanais (Okada et al., 1997; Tomanik et al.,
1997; Mendonça, 1999; Camargo, 1998; Minte-Vera, 1997; Walter, 2000;
Ceregato & Petrere, 2003). O conhecimento sobre as pescarias artesanais é
ainda objeto de estudos sobre ecologia humana (Costa-Neto et al., 2002; Madi,
1998; Carvalho, 2002a, 2002b, Begossi & Garavelo, 1990; Begossi & Braga,
1992). Alguns estudos sobre pescarias esportivas têm sido conduzidos a
respeito de pescarias no Pantanal Mato-grossense (Catella, 2005) e no estado
do Paraná. Neste, Zacarkim et al., (2005) acompanharam as pescarias
esportivas no Parque Nacional de Ilha Grande e Agostinho & Gomes (2005)
mencionam torneios de pesca realizados no reservatório de Itaipu.
Na represa do Lobo-Broa, com potencial pesqueiro desconhecido, um
estudo como este pode fornecer subsídios para o desenvolvimento da
atividade, dando suporte à elaboração de projetos de desenvolvimento
pesqueiro sustentável.
2.2. Objetivos
9 Caracterizar os aspectos sócio-econômicos dos pescadores esportivos da
Lobo-Broa, no que se refere à estrutura familiar e domiciliar e à atividade
pesqueira.
9
2.3. Metodologia
Nos meses de setembro a novembro de 2004 foram aplicados 38
questionários com base familiar, modificados de Walter (2000) (Anexo 1). Os
locais das entrevistas foram os três principais locais de pescarias: Horto
Florestal (19 entrevistas), Praia (8) e Píer (11) (Figura 2). Eventualmente
alguns pescadores (cinco embarcações) foram abordados embarcados, em
locais próximos aos principais locais de captura, e para fins de contabilizar
suas presenças, foram agrupados nestes locais. As visitas aos locais de
pescaria foram realizadas tanto no período da manhã (entre 8:00 e 11:00h)
quanto à tarde (entre 13:00 e 16:00h).
10
11
2.4. Resultados
2.4.1. Dados pessoais
As pescarias esportivas da represa do Lobo-Broa são praticadas
principalmente por homens (86,8%), casados (54,5% dos homens), enquanto a
parcela feminina responde por 13,2% do total de pescadores entrevistados e
60% são viúvas (Tabela 2).
Os pescadores são, em sua maioria, do município de São Carlos (Figura
3), têm idade média de 43,4 anos (máxima de 68 e mínima de 15 anos) (Figura
4) e 1,3 dependentes.
Tabela 2: Freqüência relativa do estado civil dos pescadores esportivos da represa do Lobo-
Broa, para o sexo masculino (86,8% do total) e feminino (13,2% do total) (n = 38).
Estado civil Sexo masculino (86,8%) Sexo feminino (13,2%)
Casado 54,5 0
Solteiro 39,4 40,0
Viúvo 6,1 60,0
o Carlos
60%
Itirapina 24%
Broa 8%
Analândia 5%
Brotas 3%
Figura 3: Freqüência relativa, de acordo com os municípios de origem, dos pescadores
esportivos da represa do Lobo-Broa.
12
0123456789
abaixo de 20
21-30
31-40
41-50
51-60
acima de 60
faixa etária
de entrevistados
mas c fem
Figura 4: Classificação dos pescadores esportivos da represa do Lobo-Broa quanto à faixa
etária, distribuídos por sexo.
A maior parte dos pescadores é empregada no meio urbano
(assalariado, 56,0%) (Figura 5) e freqüentou até o ensino médio completo
(44,7%) (Figura 6). Quando indagados sobre sua principal ocupação, seis
entrevistados afirmaram ser estudantes e por este motivo o número total de
pescadores para o cálculo de freqüência relativa é menor do que o número de
pescadores entrevistados.
assalariado
56,3%
autônomo
15,6%
aposentado
25,0%
vendedor de
peixes 3,1%
Figura 5: Distribuição de fontes de renda para os pescadores esportivos da represa do Lobo-
Broa (n= 32).
13
5,3
28,9
15,8
44,7
0,0
5,3
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0
fundamental incompleto
fundamental completo
dio inc ompleto
médio completo
superior incompleto
superior completo
escolaridade
freqüência relativa (%)
Figura 6: Distribuição de freqüência relativa (%) do nível de escolaridade dos pescadores
esportivos da represa do Lobo-Broa (n=38).
2.4.2. Estrutura domiciliar
A maior parte dos pescadores vive em casa própria (63,2%), seguido
dos que vivem em casa alugada (34,2%); um pescador afirmou viver em casa
de propriedade do Estado (Figura 7). Muitos pescadores afirmaram não saber a
área da casa e por este motivo o tamanho foi mensurado em termos de número
de cômodos (Figura 8).
Quanto à qualidade das paredes do domicílio, todas as casas possuem
parede de alvenaria e a maioria, cobertura de telha de barro (60,5%); no piso o
uso predominante é de madeira e ladrilho/ cerâmica (28,9%) (Tabela 3). Todas
as residências têm energia elétrica da rede e utilizam gás de botijão para
cocção.
A avaliação do conforto das residências dos pescadores, através da
quantificação dos bens de consumo duráveis, indicou que em todas as
residências há geladeira, 81,6% possui telefone e 97,4% possui televisor
(Tabela 4).
14
alugada
34,2%
própria
63,2%
outro
2,6%
Figura 7: Situação de moradia dos pescadores esportivos da represa do Lobo-Broa (n=38).
Figura 8: Distribuição de freqüência absoluta do número de cômodos pelo número de
residências dos pescadores esportivos da represa do Lobo-Broa. (A) casas próprias (n=24) e
(B) casas alugadas (n=13).
Tabela 3: Tipo de material utilizado para a construção das residências dos pescadores
esportivos da represa do Lobo-Broa (n= 38)
Paredes (%) Cobertura (%) Piso (%)
Alvenaria 100,0 Telha de barro 60,5 Madeira 23,7
Telha de fibrocimento 2,6 Ladrilho ou cerâmica 26,3
Telha de barro + telha
de fibrocimento
36,8 Cimento 2,6
Madeira + ladrilho ou
cerâmica
28,9
Madeira + ladrilho ou
cerâmica + cimento
18,4
024681012
3
4
5
6
número de cômodos
número de residências
B
024681012
3
4
5
6
7
8
9
número de cômodos
A
15
Tabela 4: Bens duráveis dos pescadores esportivos da represa do Lobo-Broa (n= 38)
Bens de consumo duráveis não tem tem 1 tem 2 ou mais
Automóvel 31,6 60,5 7,9
Motocicleta 76,3 23,7 0,0
Bicicleta 57,9 18,4 23,7
Televisor 2,6 81,6 15,8
Telefone 18,4 73,7 7,9
Geladeira 0,0 100,0 0,0
Rádio 7,9 81,6 10,5
Máquina de lavar roupa ou tanquinho 34,2 60,5 5,3
Máquina de lavar louça 94,7 5,3 0,0
Máquina de costura 76,3 23,7 0,0
Microondas 78,9 21,1 0,0
Freezer 73,7 26,3 0,0
2.4.3. Atividade pesqueira
As pescarias esportivas são praticadas pelos entrevistados há cerca de
14 anos (média de 13,9 anos; mínimo de 0,1 ano e máximo de 50 anos). A
atividade é praticada também em outros locais por 60,5% dos pescadores.
Destes, há aqueles que pescam em rios e represas da região (87,0%), como
por exemplo, na represa do 29, nos rios Passa 5 e Mogi Guaçu e em
pesqueiros do tipo “pesque-pague” da região. Os demais (13,0%) afirmaram
participar de pescarias no estado do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
(Tabela 5).
Tabela 5: Freqüência relativa de pescarias praticadas em outros locais (n=38) e quais locais de
pescaria (n=23).
Pescarias em outros locais (%) Quais locais? (%)
Sim 60,5 Rios e represas da região 87,0
Não 39,5 Outros locais 13,0
Dos entrevistados, 20 pescadores afirmaram pescar eventualmente
(menos de uma vez por semana). Os demais pescam, em média, dois dias por
semana. Em cada pescaria, todos pescam em média 5:40 horas (mínimo de
2:30 e máximo de 9:00 horas). O montante máximo despendido por pescaria foi
de R$40,00, por um pescador abordado embarcado, e o mínimo de R$2,00
(média de R$10,00). Todos afirmaram consumir o pescado quando capturado.
Quando perguntados sobre a existência de locais pré-determinados para
as pescarias, 21,1% dos pescadores disseram que sim, e que estes locais
16
eram determinados pelo uso de ceva. Quanto aos equipamentos de captura,
apenas cinco pescadores esportivos possuíam barco. A vara de pescar simples
foi o principal equipamento citado (35 pescadores), seguido da vara com
molinete (10 pescadores) e vara telescópica com molinete (cinco pescadores).
Dos 38 pescadores entrevistados, 12 possuíam mais de um tipo de vara de
pescar. O número médio de varas por pescador, os valores de cada tipo de
vara e sua durabilidade em anos estão apresentados na Tabela 6.
Tabela 6: Tipos de petrechos utilizados pelos pescadores esportivos da represa do Lobo-Broa.
Tipo de petrecho
Quantidade média por
pescador
Valor
médio
Durabilidade (em
anos)
Vara simples 3,2 R$ 3,00 2,75
Vara com molinete 1,1 R$ 39,00 5,4
Vara telescópica com
molinete
1,2 R$ 50,00 4,8
A maior parte dos pescadores pesca durante o ano todo (52,6%),
enquanto os demais (47,4%) praticam a pesca esportiva apenas no verão. Os
pescadores esportivos fazem limpeza do pescado em casa e não o
comercializa. Apenas um pescador afirmou que pesca para vender, porém o
faz com redes de emalhar e vende o pescado preparado em seu bar, situado
no Núcleo Urbano do Broa. Quando há excedente, comercializa o pescado
congelado no bairro Cidade Araci (São Carlos).
Quando indagados sobre os problemas da atividade pesqueira, as
pescarias com rede e tarrafa foram mais vezes indicadas (28 vezes), seguidas
da introdução do tucunaré (21 vezes), da poluição da água e das margens (13
vezes) (Tabela 7). Os problemas foram muitas vezes citados de modo
associado, ou seja, os pescadores apontaram mais de um problema quando
questionados, e apenas três pescadores se mostraram satisfeitos em relação
às condições de pescaria da represa do Lobo-Broa.
Os pescadores esportivos não pertencem a nenhum tipo de associação
(100,0%) e a ceva de peixes é bastante utilizada: 78,9% dos pescadores a
utilizam.
17
Tabela 7: Principais problemas apontados e o número de vezes que foram citados pelos
pescadores esportivos da represa do Lobo-Broa.
Problemas Nº de vezes citados
Pesca de rede e de tarrafa 28
Introdução do tucunaré 21
Poluição da água e das margens 13
Falta de fiscalização 4
Falta de infra-estrutura 3
Pesca de bomba 1
Presença de caçadores 1
Satisfação 3
2.5. Discussão
Montaño et al. (2005), estudando as pescarias esportivas no sistema de
lagoas da Reserva Natural Humacao (Porto Rico) encontraram a proporção de
89% de homens e 11% de mulheres. Esta situação apresenta-se semelhante à
encontrada na represa do Lobo-Broa, onde as mulheres efetivamente praticam
a pescaria esportiva. Em outras situações, como em pescarias artesanais, a
participação da mulher é restrita à ocupação de ajudante, seja na pesca,
comércio, processamento do pescado ou tecendo/ consertando material de
pesca (Walter, 2000).
O fato da maior parte dos pescadores esportivos possuírem nível médio
completo pode ser um reflexo da necessidade de maior instrução para
obtenção de melhores empregos nos centros urbanos; ainda que pequena,
uma parcela dos entrevistados possuía nível superior, corroborando tal idéia.
Os pescadores artesanais profissionais entrevistados por Okada et al. (1997)
nos reservatórios de Salto Santiago e Salto Osório possuíam instrução formal,
incompleta, até o grau primário (nível fundamental) e acreditavam que um
maior grau de instrução para seus filhos os ajudaria, no futuro, a obter
empregos mais rentáveis do que as pescarias, fato observado também no
reservatório de Itaipu por Agostinho et al. (1999).
Walter (2000) vê na análise de patrimônio dos pescadores uma
referência para a avaliação do padrão de conforto e qualidade de vida e que a
posse de equipamentos como televisão e aparelho de som (com grau de
essencialidade menor) pode ter alta incidência. Para os entrevistados com
padrão de vida mais elevado, o fator diferenciador seria a quantidade destes
18
equipamentos, registrados em maior número. Além disso, esta quantificação
pode ainda servir como um indicador indireto de renda, uma vez que, neste
estudo, a grande maioria se recusou a fornecer uma informação precisa sobre
o montante recebido. Assim, nota-se que para os pescadores esportivos da
represa do Lobo-Broa, a maior parte dos entrevistados possui equipamentos
desse tipo, além de telefone e máquina de lavar roupa, por exemplo. As
freqüências relativas encontradas para televisão, telefone, geladeira, rádio e
freezer foram, ainda, semelhantes aos apontados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística para o estudo conduzido em 2003 (90,0%, 62,0%,
87,3%, 87,9%, 17,7%, respectivamente). Um indicador da melhor condição de
vida dos pescadores esportivos é a incidência de proprietários de mais de um
automóvel (7,9% dos entrevistados).
A baixa procura pela represa do Lobo-Broa leva a acreditar que os
pescadores esportivos entrevistados preferem outros locais de pesca, pois a
maioria afirmou praticar a atividade em outros rios e represas da região, um
possível reflexo da baixa densidade dos estoques e da falta de infra-estrutura
para este tipo de pescador que freqüenta a represa. O montante despendido
(média de R$ 10,00) por dia de pescaria parece não ser um fator limitante e os
entrevistados afirmam que este montante é gasto em gasolina, alimentação,
bebidas e, no caso do Horto Florestal, com a taxa de acesso. Nenhum dos
pescadores entrevistados pertence a algum tipo de clube ou associação. Em
eventos de pescarias esportivas no Parque Nacional de Ilha Grande, Zacarkim
et al. (2005) afirmam que os pescadores por eles entrevistados gastam, em
média, R$145,85 por pescaria, pescam cerca de 30 dias por ano e pertencem a
clubes e associações. Na região do Pantanal o turismo pesqueiro é importante
economicamente, apesar de haver a necessidade de maior planejamento para
garantir a sustentabilidade da atividade, frente à atual crise do setor e dos
estoques pesqueiros (Catella & Piovezan, 2005).
O uso de varas de pescar com molinete ou telescópicas é restrito aos
pescadores esportivos que desejam capturar o tucunaré, enquanto as varas de
pesca simples foram mais utilizadas por pescadores de tilápias (a descrição
das pescarias, principais espécies e métodos de captura encontram-se no
Capítulo 3). Camargo & Petrere (2004) afirmam que os maiores conflitos entre
os pescadores profissionais e esportivos do reservatório de Tucuruí estão
19
relacionados à ocupação do espaço, isto é, onde há algum pescador atuando
com rede, não se utiliza linha e anzol e vice-versa. No caso da represa do
Lobo-Broa, a ocupação dos locais das pescarias esportivas é determinada pelo
uso de ceva, ou seja, um pescador não pesca em um local onde há ceva de
outro pescador.
As sugestões para melhorar as pescarias na represa estiveram
vinculadas às respostas sobre os problemas. Desta forma, quando os
principais problemas foram apontados, paralelamente os pescadores
esportivos sugeriam uma forma de resolvê-los. As seguintes sugestões foram
registradas:
o Restrição/ proibição de pescarias com redes (espera e batida), com
tarrafas; coibir a pesca com bomba;
o Redução/ remoção da população de tucunaré;
o Melhora da qualidade da água através do controle das águas que
chegam à represa pelos tributários e limpeza das margens e/ou
distribuição de lixeiras nos principais locais de pescarias;
o Aumento da fiscalização. Os pescadores acreditavam, porém, que esta
deveria ser voltada para os pescadores de rede e tarrafa e para o único
pescador profissional da represa, excluindo-se do rol de pescadores
fiscalizados. A fiscalização deveria também ser voltada para caçadores
que atuam nas margens da represa;
o Necessidade de infra-estrutura, como construção de plataformas/ píeres
para a pesca e locais para refeições.
Algumas das sugestões que os pescadores entrevistados por Zacarkim
et al. (2005) apontaram para a melhora das pescarias esportivas no Parque
Nacional de Ilha Grande foram: (a) acabar com a pesca profissional, (b)
repovoar os locais explotados; (c) aumentar a fiscalização, (d) melhorar a
estrutura, (e) incentivo à pesca esportiva, (f) conscientização e preservação, (g)
pesque e solte, (h) aumentar a segurança dos pescadores, (i) combater a
poluição e (j) proteção de espécies existentes.
Em comum entre o estudo acima e este se nota o aumento da
fiscalização, melhora da infra-estrutura, poluição e o conflito entre pescadores
amadores e pescadores profissionais. Conflito semelhante foi descrito por
Valêncio et al. (2001), e os autores acreditam que as pescarias esportivas são
20
ainda mais impactantes porque estes pescadores possuem equipamentos mais
sofisticados, causando prejuízos aos recursos pesqueiros e à própria pesca
profissional bacia do alto/ médio São Francisco.
Apesar dos pescadores apontarem como necessidade a melhora da
qualidade das águas da represa, os próprios colaboram com o aumento da
eutrofização através da prática de ceva dos peixes.
21
3. Descrição da captura das pescarias
esportivas na represa do Lobo-Broa
3.1. Introdução
Há uma tendência mundial entre os administradores dos recursos
pesqueiros em reconhecer a importância econômica e social da pesca
esportiva frente ao crescimento do setor (Murray-Jones & Steffe, 2000). Esses
autores, em estudo realizado em 1984 na Austrália, estimaram que a pesca
esportiva era praticada por cerca de 4,5 milhões de pessoas. Normalmente, o
manejo dos recursos pesqueiros neste país proposto em relação ao tamanho
mínimo de captura para as espécies, e quando uma espécie é alvo tanto da
pesca comercial quanto da esportiva, nesta há restrição, sendo permitida a
captura apenas dos indivíduos de maior tamanho.
Na Alemanha, os estoques de carpa (Cyprinus carpio) têm se mantido
estáveis devido aos pescadores esportivos, cujas técnicas são seletivas e
relacionadas ao tamanho das iscas utilizadas (Arlinghaus & Mehner, 2003).
A pesca esportiva é uma das principais atividades de lazer na Finlândia
(Sipponen & Muotka, 1996) e a importância da atividade aumentou com
crescimento do número de pescadores, da captura e do lucro que a atividade
tem gerado (Sipponen, 2001).
Nos Estados Unidos, no início da década de 90 havia cerca de 60
milhões de praticantes de pesca esportiva (Kendall, 1991). Há um grande
número de praticantes voltados para a pesca de bagres em 282, dos 349
reservatórios examinados por Miranda (1999). Bell (1997) considerou as
22
áreas alagadas – wetlands – como locais de grande captura e lucro elevado,
associados à maior produtividade primária.
O’Connel (2003) estudou a importância dos dados obtidos através da
pesca esportiva canadense na costa do Atlântico para estimar o tamanho do
estoque pesqueiro de salmão na área.
Arlinghaus et al. (2002) consideram o manejo de recursos pesqueiros de
países industrializados enfocado quase exclusivamente na pesca esportiva
(recreação) e conservação, enquanto países em desenvolvimento ainda
priorizam a segurança alimentar. Porém, mesmo nesses países, a ênfase em
pescas esportivas e conservação está aumentando como resultado da
globalização. A evolução da pesca esportiva na Europa é pequena quando
comparada aos Estados Unidos, onde há mais estudos sobre o tema, e
conseqüentemente, um manejo dos recursos pesqueiros mais eficiente.
No Brasil, a partir da década de 80, houve um aumento das atividades
turísticas e recreacionais em espaços rurais, levando desenvolvimento aos
pólos receptores, gerando empregos e lucro (Queiroz, 2000). Estas atividades,
entretanto, quando mal planejadas, podem causar impactos negativos ao meio
ambiente, na economia e sociedade locais (Beni, 1997). Algumas atividades
recreativas, como a pesca esportiva, anteriormente consideradas inofensivas
ao meio ambiente são agora vistas como potencialmente prejudiciais: a
presença de pescadores pode causar erosão nas margens de rios e represas,
poluição da água e no entorno do corpo d´água e a degradação da paisagem.
A atividade pesqueira em águas interiores é importante no que se refere
à população que dela sobrevive e ao manejo dos ecossistemas de água doce.
Desde que o ambiente esteja bem cuidado, a produção pesqueira pode se
constituir numa importante fonte de proteína animal para a população, com
acesso relativamente fácil e de baixo custo (Walter, 2000). Desta forma, o
monitoramento da pesca esportiva também pode oferecer respostas para a
avaliação dos recursos pesqueiros disponíveis, através da aplicação de
questionários (Castro, 1992; Camargo e Petrere, 2001). Esta ferramenta
também auxilia na caracterização da arte de pesca, seletividade e eficiência de
petrechos.
Os levantamentos qualitativo e quantitativo periódicos de desembarques
pesqueiros podem fornecer respostas para a avaliação dos estoques e de sua
23
dinâmica populacional e para determinação das interações intra e
interespecíficas (Fonteles Filho, 1989). Estudos sobre a situação de recursos
pesqueiros podem fornecer subsídios para o manejo da população de peixes,
incrementar a captura e contribuir para a melhora da qualidade da água de um
reservatório (Agostinho et al., 1999).
A pesca em território brasileiro é regulamentada pelo decreto-lei nº 221
de 28/02/1967 e posteriores alterações, e o artigo 2º, §2º descreve a pesca
esportiva como aquela praticada com linha de mão ou aparelho permitido pela
autoridade competente, não havendo comercialização do pescado. No Estado
de São Paulo o Decreto nº 31663, de 05/7/1990, criou o Conselho Estadual da
Pesca- CONPESC, com atribuição, entre outras, de implantar o Plano Estadual
da Pesca, observando as políticas agrícola e ambiental.
Em âmbito federal, foi criado em 1997 o Programa Nacional de
Desenvolvimento da Pesca Amadora (PNDPA, sob responsabilidade do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais, IBAMA), cujo
objetivo é transformar a pesca amadora em instrumento de desenvolvimento
econômico, social e de conservação ambiental.
3.2. Objetivos
9 Descrição da pesca esportiva na represa do Lobo-Broa, no que se refere à
arte de pesca empregada, ao número de pessoas envolvidas na atividade e
aos locais de pesca;
9 Determinar a estrutura da captura e a produção pesqueira.
3.3. Metodologia
3.3.1. Levantamento da atividade pesqueira
Entre os meses de setembro a novembro de 2002, fevereiro a dezembro
de 2003 e janeiro a setembro de 2004 foram realizados 254 visitas aos três
principais locais de pescarias esportivas: Praia, Píer e Horto Florestal. Foram
24
contabilizadas as presenças de 1027 pescadores, com maioria entrevistada
mais de uma vez no decorrer das pesquisas de campo. As visitas aos locais de
pescaria foram realizadas tanto no período da manhã (entre 8:00 e 11:00h)
quanto à tarde (entre 13:00 e 16:00h).
Para cada pescador foram anotados dados como local da pescaria, data,
tempo gasto com a pescaria, petrechos, iscas utilizadas e composição da
captura (Anexo 2). Devido ao elevado número de pescadores presentes,
principalmente nos meses mais quentes, durante as amostragens as capturas
foram quantificadas em apenas um dos locais de pescaria, alternando-os em
cada período, de modo que em todos os locais fossem realizadas amostragens
detalhadas da captura. Neste, além das informações acima mencionadas, os
peixes foram contados, separados por espécie, pesados (peso individual não
eviscerado, em gramas) e medidos (comprimento total em centímetros). Nos
demais locais, apenas foi contado o número de pescadores presentes no
momento.
As análises das visitas aos locais de pesca (número de pescadores) e
do pescado capturado foram agrupadas em estações seca e chuvosa. Para
determinação das estações, foi avaliada a pluviosidade mensal registrada na
estação climatológica do CHREA-USP (Anexo 3).
3.3.2. Análise de esforço e captura
A cpue é um índice proporcional à quantidade média de indivíduos de
tamanho capturável presente numa área num período de tempo, se a relação
fcw lnln × passa pela origem (onde cw é a captura em peso e f é o esforço
pesqueiro), como será demonstrado no Capítulo 5. Fonteles Filho (1989) se refere
ao estoque capturável representando uma parte do estoque disponível, ou seja,
uma parte dos indivíduos de uma população que apresenta idade/ comprimento
vulneráveis ao aparelho de pesca. Este índice relativo de abundância reflete
melhor a disponibilidade dos organismos aquáticos que a captura, a qual estaria
influenciada pela variação do esforço, seja em número de pescadores como em
número de petrechos multiplicado pelo tempo de exposição.
25
A avaliação do esforço foi realizada de duas maneiras. Para os locais onde
os pescadores foram apenas contados, o esforço foi estimado em termos do
número de pescadores. Para os demais locais, onde houve entrevistas detalhadas
sobre esforço e captura, o número de varas de pesca utilizado por cada pescador
foi multiplicado pelo número de horas de pescaria (Petrere, 1978; Pollock et
al.,1994). Assim, foram calculados, para cada local de pescaria, para as estações
seca e chuvosa, os esforços abaixo:
pescadorespescadores
nf
(equação 1)
Onde
pescadores
f é o esforço quantificado em termos de número de
pescadores e
pescadores
n é o número de pescadores.
)( tnf
varaspesca
(equação 2)
Onde
pesca
f é o esforço realizado para as pescarias esportivas e
varas
n é o
número de varas de pesca utilizado por cada pescador e t é o tempo de operação
do petrecho.
A cpue foi utilizada para a comparação entre os locais de pescarias e
entre as estações (sazonalidade) em relação aos locais de pescaria, quanto
aos resultados das atividades. Para esta análise foram utilizados os dados
provenientes das amostragens detalhadas das pescarias e calculada a
seguinte variável:
pesca
local
local
f
cw
cpue
= (equação 3)
Onde
local
cw
é a captura em peso (g) por local de pescaria e
pesca
f é o
esforço de pesca, em termos de número de varas de pesca utilizado por cada
pescador multiplicado pelo tempo de operação do petrecho.
A outra variável calculada foi:
pesca
estação
estação
f
cw
cpue
=
(equação 4)
Onde
estação
cw
é a captura em peso (g) por estação de pescaria e
pesca
f é
o esforço de pesca, expresso em termos de número de varas de pesca por
pescador multiplicada pelo tempo de operação do petrecho.
26
3.4. Resultados
Os principais petrechos utilizados foram a vara de pescar simples e com
molinete. A pesca esportiva na represa do Lobo-Broa é praticada em três locais
principais:
1. Horto Florestal de Itirapina: com acesso mediante pagamento. Neste local o
sedimento apresenta-se descoberto e os pescadores exercem a atividade
em pé ou sentados em palafitas de madeira; alguns pescadores utilizam
barcos;
2. Píer: estrutura construída próxima à praia, com acesso pelo condomínio. O
fundo da represa neste trecho é coberto por pedras;
3. Praia: acesso pelo condomínio do Broa, com sedimento descoberto de
vegetação.
3.4.1. Análise de esforço.
A análise da Figura 9 indica, por dia de visita a campo, o maior número
de pescadores na estação chuvosa de 2002-2003. A segunda maior
observação foi na estação seca de 2002, podendo ser justificada devido às
elevadas temperaturas registradas neste período que favoreceram a atividade.
Tais temperaturas não foram registradas em 2002 e 2003 para a estação seca
e o número de pescadores por dia observado na estação chuvosa de
2003/2004 foi também elevado. A observação detalhada da distribuição de
número de pescadores esportivos por dia de visita a campo, por local de
captura e por estação do ano (Figura 10) indica a concentração de pescadores
na primeira estação chuvosa de estudo (2002-2003), utilizando principalmente
o Horto, comportamento que se manteve na estação chuvosa seguinte (2003-
2004), embora com um número menor de pescadores observados. Na primeira
estação seca de estudo o número de pescadores por dia foi bastante elevado
embora não haja um local de pesca preferido, ao comparar com as estações
secas seguintes, e os pescadores exploraram os três locais de pesca sem que
fosse observada uma tendência.
27
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
seca 2002 chuvosa 2002-
2003
seca 2003 chuvosa 2003-
2004
seca 2004
estações
nº pescadores/ dia
Figura 9: Distribuição do número de pescadores esportivos por dia de visita, por estação, para
o período de 2002 a 2004.
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
seca 2002 chuvosa 2002-2003 seca 2003 chuvosa 2003-2004 seca 2004
estação
número de pescadores/ dia
Hor to er Pra ia
Figura 10: Distribuição de número de pescadores esportivos por dia de visita a campo, por local de
captura e por estação do ano.
A análise de distribuição de esforço por local de pescaria por estação
(Figura 11) mostra o maior esforço de pesca exercido no Horto em todas as
estações. O maior número de entrevistas foi realizado na estação chuvosa
2002-2003 no Horto e no Píer, quando houve também um maior número de
pescadores explorando estes locais. Além disso, o maior esforço por pescador
foi exercido também no Horto (Tabela 8). Para os demais locais, as maiores
relações deste tipo foram registradas na estação chuvosa 2002-2004 no Píer e
na seca 2003 na Praia.
28
0
200
400
600
800
1000
1200
seca 2002 chuvosa 2002-
2003
seca 2003 chuvosa 2003-
2004
seca 2004
estação
esforço (nº de varas X tempo de
pesca)
0
10
20
30
40
50
60
70
nº de entrevistas
Hor to e r Pr a ia Horto e r Pr aia
Figura 11: Distribuição de esforço de pesca (número de varas de pesca X tempo de pescaria) e
número de entrevistas realizadas com os pescadores esportivos para as estações do ano.
Tabela 8: Relação entre o esforço exercido (número de varas X tempo de pescaria) dividido
pelo número de entrevistas realizadas, para as estações seca e chuvosa, durante o período de
estudo.
Local de pescaria
Estação Horto Píer Praia
Seca 2002
10,4 8,0 4,7
Chuvosa 2002-2003
19,9 13,9 9,5
Seca 2003
18,0 8,8 17,6
Chuvosa 2003-2004
13,1 8,8 17,1
Seca 2004
31,0 2,5 16,8
As maiores densidades de pescador por km² foram obtidas nas estações
chuvosas (período mais quente). A maior captura por pescador foi registrada
na primeira estação chuvosa de estudo. Apesar da estação seca de 2004 não
corresponder à menor densidade de pescadores explorando as margens da
represa, nesta estação foi registrada a menor produção de pescado (Tabela 9).
Tabela 9: Comparação entre produção (kg de pescado/ pescador) e densidade de pescadores/
km², para a área da represa Lobo-Broa, para as estações de estudo.
Estação Produção (kg/ pescador) Número de pescadores/ km²
Seca 2002
0,11 6,2
Chuvosa 2002/2003
0,22 74,6
Seca 2003
0,10 25,1
Chuvosa 2003/2004
0,10 36,8
Seca 2004
<0,001 8,4
29
3.4.2. Uso de iscas
As iscas utilizadas pelos pescadores esportivos foram minhoca, massa
(preparada com farinha e água), bichinho de laranja, isca viva (lambaris ou
outros peixes pequenos capturados na represa) e artificial, principalmente. A
atividade é desenvolvida com o uso de apenas um tipo de isca (45,7%), dois
tipos (35,9%) e três ou mais tipos (6,7%).
A utilização exclusiva de ceva (11,7%) ou associada ao uso de isca
(64,1%) também foi mencionada, sendo utilizados ração, quirera de milho e
milho em grão. No primeiro caso, a “pesca de lambada” é praticada com dois
ou mais anzóis do tipo garatéia presos a uma linha principal e o peixe, ao tocar
o anzol, pode ser capturado, sendo fisgado não só pela boca, mas por qualquer
outra parte do corpo. Esta prática, porém, não garante a captura e os peixes
não fisgados podem ficar feridos (Anexo 4) ou morrerem posteriormente.
A análise da Tabela 10 indica uma preferência por parte dos pescadores
em utilizar a associação de isca e ceva para captura dos peixes.
Tabela 10: Utilização de tipos de isca por local de pescaria esportiva, para as estações do ano.
Estações Local
Uso exclusivo de isca
(%)
Uso de isca + ceva
(%)
Uso exclusivo de ceva
(%)
Secas Horto
17,7 72,6 9,7
Píer
22,5 50,0 22,5
Praia
21,4 61,9 16,7
Chuvosas Horto
30,4 65,2 4,3
Píer
26,1 66,3 7,6
Praia
19,4 51,6 29,0
3.4.3. Descrição da captura
As espécies capturadas e suas abundâncias relativas, tanto em número
de indivíduos quanto em peso encontram-se na Tabela 11. Os valores
apresentados representam a percentagem relativa do número de indivíduos
amostrados por estação. Para a estação seca de 2002 foram realizadas
biometrias de 48 indivíduos (4,52kg). Para a estação chuvosa de 2003-2004,
estes valores foram de 569 indivíduos, somando 111,69kg, e para a estação
seca seguinte, 36 indivíduos (16,72kg). Na estação chuvosa de 2003-2004,
30
foram amostrados 100 indivíduos (25,04kg). Na estação seca de 2004 foi
registrada a captura de apenas um indivíduo (0,02kg).
A avaliação da distribuição de captura e esforço de pesca (Figura 12) para
os locais de pescaria mostra os maiores valores de logaritmo da captura no Horto,
quando também foram obtidos os maiores valores dos logaritmos do esforço.
Quando analisada a captura por estação (Figura 13), os maiores valores foram
obtidos nas duas estações chuvosas de estudo, apesar de não haver diferença
estatística na avaliação de captura em relação à sazonalidade.
0
20000
40000
60000
80000
100000
120000
Horto Píer Praia
local
cw (g)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
f
cw f
Figura 12: Distribuição de cw (captura em peso, g) e f (esforço de pesca, em termos de número
de varas de pesca multiplicado pelo tempo de operação do petrecho) para os locais de
pescarias esportivas.
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
seca 2002 chuvosa 2002-2003 seca 2003 chuvosa 2003-2004 seca 2004
cw (g)
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
f
cw f
Figura 13: Distribuição de cw (captura em peso, g) e f (esforço de pesca, em termos de número de
varas de pesca multiplicado pelo tempo de operação do petrecho), para as estações secas e
chuvosas durante o período amostrado.
31
O estudo de estrutura de captura por estações (Figura 14) indica que o
cará, a tilápia do Nilo e o tucunaré foram capturados em quase todas as estações.
Na última estação de estudo foi amostrado apenas um exemplar de mandi e a
traíra, jeju e piava foram capturados apenas na estação chuvosa de 2002-2003.
0%
25%
50%
75%
100%
lambari
rabo
amarelo
trra jeju piau três
pintas
mandi saguiru cará rendali nilótica tucunaré
espécies
peso relativo
seca 2002 chuvosa 2002/ 2003 seca 2003 chuvosa 2003/ 2004 seca 2004
Figura 14: Distribuição relativa, em peso, das espécies capturadas para as estações seca e
chuvosa.
32
33
3.5. Discussão
Na represa do Lobo-Broa não se observa a presença de pescadores
artesanais: existe apenas um pescador que pratica a atividade com redes de
emalhar e comercializa o pescado; os demais pescadores que usam a mesma
arte de pesca, quando encontrados, afirmam não comercializar o pescado e
não permitem o acesso à captura. Petrere et al. (2002) afirmaram que em
represas de porte semelhante, como as represas de Ibitinga e de Bariri (Rio
Tietê) e a represa de Salto Grande (Rio Paranapanema), a pesca artesanal é
mais praticada do que a esportiva. Em represas maiores, como Jupiá, Itaipu
(Rio Paraná), Barra Bonita, Promissão (rio Tietê), a pesca profissional
prevalece, apesar da presença de pescadores esportivos em finais de semana.
A região do Horto, segundo Argenton (2004), é classificada como meso-
oligotrófica e a autora encontrou na região as maiores concentrações de nutrientes
e condutividade, as menores concentrações de oxigênio causadas pelos efluentes
trazidos pelo rio Itaqueri e turbidez elevada – causada principalmente pela
presença de uma mineradora no rio Itaqueri. Tais condições podem ser favoráveis
à captura de peixes, principalmente as elevadas concentrações de nutrientes
(aumentando a produtividade primária) (Walter, 2000) e a elevada turbidez. Arcifa
et al. (1988) associaram o aumento da turbidez ao aumento das capturas no
reservatório de Americana (SP). O processo de eutrofização pode ainda colaborar
para o estabelecimento de espécies como a tilápia, que não requer águas limpas
(Ribeiro Filho, 2001).
No Horto, a presença de estacas de madeira dentro da água para fixação
de cadeiras ou bancadas pode favorecer a maior captura. Tais estacas poderiam
funcionar, em pequena escala, como um recife artificial (a) fornecendo substrato
para o perifíton e bentos, elementos importantes para a alimentação de peixes, (b)
disponibilizando locais de reprodução e refúgio de peixes, (c) aumentando a
produtividade biológica por fornecer matéria orgânica e nutrientes e (d) atenuando
impactos da erosão marginal, entre outros (Agostinho et al., 2000).
A região referente à Praia tem elevada produtividade pesqueira
(estatisticamente igual ao Horto) devido ao elevado esforço observado e ao
padrão de circulação da represa que proporciona elevadas temperaturas da água
34
nesta região, podendo favorecer a presença de peixes (A. Saggio, 2004,
comunicação pessoal).
O uso de ceva, apesar de muito utilizado em todos os locais de pescaria,
não garante o acesso ao pescado. Observando-se os peixes capturados na pesca
experimental foi possível perceber a presença, principalmente de tilápias, com
ferimentos abertos ou em cicatrizados, na boca ou ao longo do corpo. É provável
que estes ferimentos sejam causados durante a prática da “pesca de lambada”.
Ao se alimentar da ceva fornecida, o peixe pode eventualmente tocar numa das
linhas e o pescador, percebendo o movimento, puxa o petrecho. O peixe então
pode ficar preso pela boca ou por qualquer outra parte em contato com a linha. O
insucesso da operação (escape do peixe) pode resultar em ferimentos,
acarretando a morte do peixe ou um gasto energético muito elevado para sua
recuperação.
A produção de peixe (kg) por pescador foi baixa quando comparada à
densidade de pescadores que exploram sete reservatórios da bacia do rio
Paraná (Petrere et al., 2002) (Tabela 12). A baixa produção pode estar
associada à presença de mais de dois predadores no reservatório que pode
acarretar baixas capturas, devido à elevada competição por recursos (Paiva et
al., 1994).
Fernando et al. (1998) consideram os reservatórios explorados para
recreação com baixas capturas, enquanto os explorados por pescas comerciais
têm as capturas maximizadas e podem alcançar elevados níveis de produção
(Tabela 13). Os autores mencionam a presença de tilápias nos trópicos e de
sardinhas no lago Tanganica como espécies responsáveis pelas elevadas
capturas.
Tabela 12: Comparação entre a produção de pescado (kg/ha/ano) e área inundada para sete
reservatórios da bacia do Rio Paraná e o Lobo-Broa (este estudo).
Reservatório Área inundada (ha) Produção (kg/ha/ano)
Jupiá (Rio Grande) 35200 4,7
Água Vermelha (Rio Grande) 64400 2,9
Barra Bonita (Rio Tietê) 33430 6,0
Ibitinga (Rio Tietê) 11400 3,2
Promissão (Rio Tietê) 53000 3,7
Nova Avanhandava (Rio Tietê) 21700 2,5
Itaipu (Rio Paraná) 135000 13,3
Este estudo 6,8 < 1
35
Tabela 13: Registro de produção de peixes em reservatórios com propagação ou com
estocagem de peixes (sem cultivo)
Locais
Produção
aproximada de
peixes (kg/© ano)
Principal tipo
de pesca
Principal componente da
captura
Austrália, Canadá,
Nova Zelândia,
Espanha, EUA.
0 – 50 Esportiva
Espécies de rios, mas
também invasores
marinhos.
Rússia e Repúblicas 0,8 – 11
Produção de
alimento
Bream e outras espécies
de rios
África (tropical) Brasil
(NE), Cuba, Sri Lanka.
20 - >250
Produção de
alimento
Tilápias
Índia, Tailândia. 5 – 50
Produção de
alimento
Ciprinídeos
Este estudo < 1 Esportiva
Ciclídeos, sendo duas
espécies exóticas e uma
alóctone
As elevadas capturas em peso e número de tilápia do Nilo,
predominantes em quase todas as estações de estudo pode ser explicada
porque a espécie, de hábitos onívoros, ao explorar ambientes litorais (Ribeiro
Filho, 2002) torna-se um recurso de fácil acesso para os pescadores esportivos
das margens da represa. Além disso, Fernando & Holčík (1985) afirmam que
tilápias, quando introduzidas em açudes da região Nordeste do Brasil,
assumiram maior proporção na captura. Arcifa & Meschiatti (1993), ao
comparar o tamanho em comprimento e peso de tilápia do Congo, antes e
depois da introdução de tucunaré no lago Monte Alegre (SP) obtiveram
indivíduos maiores capturados após introdução. O sucesso da introdução de
tilápia na represa Billings (SP), por exemplo, se deve a características como o
alto potencial reprodutivo, à capacidade de consumir o plâncton, a sua
resistência a baixas concentrações de oxigênio dissolvido, à tolerância a
contaminações químicas, como ressaltam Minte-Vera & Petrere (2000).
36
4. As pescarias experimentais e a ictiofauna
da represa do Lobo-Broa
4.1. Introdução
As pescarias experimentais em rios e reservatórios têm se prestado, ao
longo dos anos, a aumentar o conhecimento sobre a composição da ictiofauna,
sua distribuição, reprodução, alimentação, ecologia e biologia.
Com a crescente necessidade de aumentar a produção de alimentos,
introduções de espécies de peixes têm sido realizadas ao longo do tempo.
Além do incremento nas pescarias, estas introduções têm causado alterações
nas comunidades nativas, seja através da ocupação de elos da cadeia trófica,
seja através de modificações dos habitats.
Goudswaard et al. (2002) avaliaram a situação de duas populações
nativas de tilápias (Oreochromis esculentus e O. variabilis) no Lago Vitória
(África) após a introdução de perca do Nilo (Lates niloticus) e quatro espécies
de tilápias (O. niloticus, O leucostictus, Tilapia zillii e T. rendalli), através de
pescarias experimentais e dados de Departamentos de Pesca oficiais do
Quênia e da Tanzânia. Os autores observaram o aumento das capturas de O.
niloticus e o declínio das espécies nativas, que foram atribuídos (a) ao impacto
do aumento do esforço pesqueiro; (b) à predação pela perca do Nilo; (c) à
eutrofização; (d) à hibridização e competição por recursos com as tilápias
introduzidas ou (e) a uma combinação entre estes fatores.
As modificações nos ambientes aquáticos, transformando-os de lóticos
para lênticos causam alterações nas comunidades de peixes. Victor (1998)
realizou, com intervalo de três anos, duas campanhas de pescarias
experimentais no rio Ikpoba (Nigéria) para análises das mudanças ocorridas
37
nas comunidades de peixes após a construção de um reservatório. Foi
constatada uma redução na diversidade da ictiofauna, degradação do habitat,
baixo potencial de pesca para consumo, prevalecendo a captura de ciclídeos,
porém com elevada captura de peixes ornamentais.
Lazzaro et al. (2003) realizaram um estudo comparativo entre 13 açudes
do semi-árido de Pernambuco, tendo como ferramenta pescarias experimentais
realizadas entre 1995 e 1999. Os autores relacionaram as altas concentrações
de fitoplâncton à elevada concentração de clorofila e de fósforo e à presença
de peixes onívoros; de modo inverso, as elevadas biomassas de peixes
piscívoros facultativos foram relacionadas às concentrações mais baixas de
fitoplâncton.
Agostinho et al. (1997) realizaram pescarias experimentais em diferentes
ambientes da bacia do rio Paraná, no trecho compreendido entre os rios
Paranapanema e Ivinheima no intuito de determinar a composição e
abundância das capturas e observaram a dominância de 15 espécies. Em
estudos sobre a fauna de peixes do alto rio Paraná, Agostinho et al. (1995)
identificaram em lagos rasos, entre as 101 espécies catalogadas para a região
a presença de apenas uma exclusiva.
Grando (1989) realizou pescarias experimentais no Lago Paranoá (DF)
para avaliação do estágio de quatro espécies de peixes e análise de conteúdo
estomacal. O autor registrou uma elevada ocorrência de tilápias (O. niloticus e
T. rendalli) associada às condições então eutróficas do Lago. Além destas
duas, o autor estudou ainda o conteúdo estomacal de outras duas espécies,
bluegill (Lepomis macrochirus) e sagüiru (Steindachnerina insculpa), agrupando
as espécies em três guildas tróficas: oniívoros (tilápias), carnívoro (bluegill) e
iliófago (sagüiru).
Petrere et al. (2002) estudaram os resultados de pescarias
experimentais realizadas entre 1983 a 1996 na bacia do rio Paraná e atribuíram
a baixa produção de pescado a fatores como a baixa densidade de pescadores
que exploram os reservatórios estudados, ausência de espécies nativas
adaptadas aos ambientes lênticos, desaparecimento de muitas espécies
migratórias devido às sucessivas barragens em rios como Paraná e Tietê,
poluição e introdução de espécies exóticas e alóctones.
38
A determinação das espécies presentes na represa do Lobo-Broa pode
ajudar a compreender seu funcionamento na medida em que o re-uso de
nutrientes pelos peixes é um fator de extrema importância e apresenta
conseqüências para o ambiente. Starling (1998) constatou que a presença de
tilápias (T. rendalli e O. niloticus) no Lago Paranoá (Brasília-DF), onde sua
elevada excreção de fósforo, associada a um hábito onívoro, sugere um
mecanismo pelo qual estas espécies favorecem o crescimento de algas
indesejáveis.
Os estudos qualitativos sobre a ictiofauna podem ajudar a compreender o
funcionamento do ecossistema e auxiliar em propostas de manejo de ambiente,
melhorando-o e/ou incrementando as pescarias no local. A descrição dos
estoques pesqueiros presentes na represa do Lobo-Broa pode fornecer subsídios
para novas formas de manejo, seja das populações de peixes, seja da qualidade
da água, através de biomanipulação e modificações e/ou criação de habitats
artificiais para refúgio ou reprodução.
4.2. Objetivos
9 Determinar a composição especifica e a abundância da comunidade de
peixes nos locais de amostragem;
9 Determinar a estrutura da captura das redes de emalhar;
9 Determinar as áreas mais produtivas da represa.
4.3. Material e métodos
4.3.1. Coleta de dados
As pescarias experimentais foram realizadas nas datas registradas na
Tabela 14 em três locais de coleta (Horto/ Itaqueri, Meio e Barragem) (Figura 2,
Capítulo 2), seguindo a metodologia descrita por Lazzaro et al. (2003). Para
padronizar as capturas (expressas em peso), foram utilizadas redes de emalhar
com aberturas de 15, 20, 30, 40, 50 e 60 mm (entre nós adjacentes), com 50 m
39
de comprimento e coeficiente de entralhamento de 50%. De acordo com as
malhas, as alturas das redes variaram de 10 a 48 malhas, ou seja, de 1,44 a
3,60m. As redes foram dispostas em baterias em três áreas litorais (pouco
profundas), paralelamente à linha de praia, durante a manhã do primeiro dia e
despescadas na mesma tarde, sendo recolocadas para recolhimento na manhã
seguinte (8:00h até 18:00h e 19:00h até 6:00h do dia seguinte).
Tabela 14: Datas das pescas experimentais.
Ano Data Estação
2002
11 e 12 de novembro Chuvosa
2003
23 e 24 de junho Seca
10, 11 e 16 de setembro. Seca
2004
28 a 30 de janeiro Chuvosa
23 a 26 de março Chuvosa
5 a 7 de julho Seca
9 e 10 de setembro Seca
Devido ao furto de material nos dias 11 de setembro de 2003 e 27 de
janeiro de 2004 na estação Barragem (período noturno), esta teve a operação
repetida nos dias 16 e 29 dos mesmos meses, respectivamente, com a
finalidade de minimizar possíveis diferenças entre as condições de coleta das
demais estações e períodos de captura.
Após as despescas foram registradas as seguintes informações: período
de captura (horário), malha, estação e espécie. Sobre os peixes, dados como
peso (individual não eviscerado), comprimento total e padrão, perímetro
máximo e altura foram tomados.
4.3.2. Análise de esforço e captura
O esforço exercido na pesca experimental foi expresso em termos de
tamanho de rede (área em m²) multiplicado pelo tempo de exposição do
petrecho (Petrere, 1978).
táreaf
rede
(equação 5)
Onde
f
é o esforço de pesca,
rede
área é a área da rede (m²) e t é o
tempo de exposição.
40
A cpue foi escolhida como índice de captura relativa pelo fato de as
capturas apresentarem relação linear com o esforço de pesca e a reta passar
pela origem (Capítulo 5). A análise da cpue para as pescarias experimentais foi
obtida para todos os meses amostrados para a captura total por rede por
período de exposição (diurno e noturno) e por abertura de malha para cada
espécie capturada por mês e por ponto de captura.
localredeespécie
localredeespécie
espécie
f
cw
cpue
,,
,,
= (equação 6)
Onde
espécie
cpue é a cpue por espécie capturada,
localredeespécie
cw
,,
é o
somatório da capturas por espécie, para cada abertura de malha, para cada
local de pescaria e f é o somatório do esforço de pesca em termos de área
de rede multiplicada pelo tempo de exposição.
local
local
local
f
cw
cpue
= (equação 7)
Onde
local
cpue é a cpue por local de captura,
local
cw
é o somatório das
capturas por espécie para cada local de pescaria e
local
f
é o somatório do
esforço, em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição,
para cada local de pescaria.
estação
estaçao
estação
f
cw
cpue
=
(equação 8)
Onde
estação
cpue é a cpue por estação do ano, cw
é o somatório das
capturas por espécie para cada estação do ano de pescaria e
estação
f é o
somatório do esforço, em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo
de exposição, para cada estação do ano de pescaria.
período
período
período
f
cw
cpue
= (equação 9)
Onde
período
cpue é a cpue por período de captura,
período
cw é o
somatório das capturas por espécie para cada período de pescaria e
período
f é
o somatório do esforço, em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo
tempo de exposição, para cada período de pescaria.
41
4.4. Resultados
4.4.1. Composição da captura
Durante as sete pescarias experimentais realizadas entre 2002 e 2004
foram capturados 7479 indivíduos (cerca de 551,9 kg) distribuídos em cinco
ordens e 14 famílias, conforme a listagem taxonômica abaixo. Das dezessete
espécies capturadas, 41,2% eram Characiformes, 23,5% eram Siluroformes e
igual quantidade, Perciformes; 5,9% eram Cypriniformes e igual quantidade,
Gymnotiformes. A predominância de Characiformes e Siluriformes é consoante
com o proposto por Lowe-McConnel (1987) para ambientes lóticos da América
do Sul e por Súarez (2001) para ambientes lênticos.
CLASSE OSTEICHTHYES
SUBCLASSE ACTINOPTERYGII
DIVISÃO TELEOSTEI
SUBDIVISÃO OSTARIOPHISY
SÉRIE OTOPHYSI
Ordem CHARACIFORMES
Subordem CHARACOIDEI
Família CHARACIDAE
Subfamília TETRAGONOPTERINAE
Astyanax altiparanae (Garutti & Britsky, 2000) lambari rabo amarelo
Astyanax scabripinnis paranae (Eigenmann, 1914) lambari rabo vermelho
Família ERYTHRINIDAE
Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) traíra
Hoplerithrynus unitaeniatus (Spix, 1829) jeju
Família ANOSTOMIDAE
Leporinus fridericii (Bloch, 1974) piau três pintas
Família CURIMATIDADE
Cyphocharax modesta (Fernandez-Yepez, 1948) sagüiru
Família PROCHILODONTIDADE
Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836) curimbatá
Ordem cypriniformes
Subordem CYPRINOIDEI
Família CYPRINIDADE
42
Cyprinus carpio (Linnaeus, 1758) carpa comum
Ordem SILURIFORMES
Subordem SILURIODEI
Família pimelodidae
Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824) bagre
Pimelodella cf gracilis ((Valenciennes, 1836) mandi chorão
Família CALLICHTHYIDAE
Hoplosternum litoralle (Hancock, 1928) tamoatá
Família LORICARIIDAE
Hypostomus sp (Ihering, 1911) cascudo
Ordem gymnotiformes
Família GYMNOTIDAE
Gymnotus carapo (Linnaeus, 1758) tuvira
Ordem PERCIFORMES
Subordem LABROIDEI
Família CICHLIDAE
Tilapia rendalli (Bolenger, 1896) tilápia do Congo
Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758) tilápia do Nilo
Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824) cará
Cichla monoculus (Spix & Agassiz, 1831) tucunaré
Para a pescaria realizada em novembro de 2002, o tempo médio de
exposição das redes foi de cerca de 11 horas; com captura de 13 espécies,
somando 1150 indivíduos e 78,3kg (Tabela 15). Do total de espécies, 11
capturas foram coincidentes para ambos os períodos; o maior número de
indivíduos foi capturado à noite (701), embora o maior peso tenha sido
registrado no período diurno (44,5 kg). O cará foi responsável pela maior
captura relativa em número de indivíduos e em peso, seguido do lambari rabo
amarelo. A tilápia do Nilo teve a terceira maior captura relativa em peso,
enquanto o lambari rabo vermelho, em número.
A pescaria realizada em junho de 2003 teve tempo médio de pesca de
11 horas, com composição de captura idêntica à pesca anterior. O resultado da
pescaria noturna também foi superior (491 indivíduos e 51,9kg). A captura de
cará foi responsável pelos maiores valores, tanto em peso quanto em número.
O lambari rabo amarelo e o sagüiru responderam pelas segunda e terceira
43
maiores capturas em número, respectivamente. As maiores capturas em peso
foram referentes ao cará, tilápia do Nilo e sagüiru.
A pescaria de setembro de 2003 teve tempo médio de exposição das
redes de 10 horas e 40 minutos e captura semelhante à anterior, exceto pela
ausência de captura de mandi chorão. A tendência de maior captura no período
noturno se manteve (373 indivíduos, 53,8kg). A captura relativa de lambari rabo
amarelo, em número, foi superior à de cará e tilápia do Nilo e a captura em
peso foi inversa.
Para janeiro de 2004, as maiores capturas em peso foram de lambari
rabo amarelo, cará e lambari rabo vermelho. Em peso, as duas primeiras
espécies também tiveram maiores capturas, seguidas da tilápia do Nilo. O
tempo médio de pesca foi de 10 horas e 30 minutos. Pela primeira vez, para a
pesca experimental, foi registrada a captura de piau três pintas, com a captura
de um indivíduo no período noturno.
Em março de 2004 as redes tiveram tempo médio de pesca de 11 horas.
No período diurno houve captura apenas de cará, tucunaré e tilápia do Nilo. Na
captura total, o primeiro respondeu pelas maiores capturas tanto em peso
quanto em número. A traíra apresentou captura elevada tendo sido a terceira
mais capturada em peso.
Na pesca realizada em julho de 2004, o tempo médio de exposição das
redes foi de 11 horas e 20 minutos. A captura diurna foi semelhante à de março
de 2004. Em número, o lambari rabo amarelo respondeu pela maior captura,
seguido do cará e sagüiru. Em peso o cará teve maior captura, seguido da
tilápia do Nilo e do lambari rabo amarelo. No período noturno foi registrada a
primeira captura de tamoatá (2 indivíduos, 78g) e curimbatá (1 indivíduo, 91g).
Na pesca realizada em setembro de 2004 as redes ficaram expostas por
cerca de 10 horas e 40 minutos, capturando um total de 143,2 kg de peixe.
Foram capturados novamente exemplares de curimbatá e de tamoatá. Pela
primeira vez foi capturado um exemplar de carpa comum. A captura de lambari
rabo amarelo foi elevada, perfazendo 74,8% da captura em número, enquanto
a maior captura em peso de cará.
A produção média para a estação seca foi de 134,84 kg de peixe/km² e
para a estação chuvosa, de 90,73kg/km².
44
45
4.4.2. Análise de cpue por local de captura
A análise de cpue total por local de captura indica os maiores valores
das capturas relativas obtidos no Horto/ Itaqueri (Figuras 16, 18, 19, 20 e 21),
exceto para a primeira pescaria experimental (Figura 15) e para a terceira
(Figura 17), quando os maiores valores de cpue foram obtidos no Meio e no
Barragem, respectivamente. Para o Horto/ Itaqueri, o esforço foi superior em
cinco pescarias (Figuras 16, 17, 18, 19 e 21). Na primeira e na penúltima
campanhas, os valores de esforço obtidos foram superiores no Meio (Figura
15) e Barragem (Figura 20).
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
Horto/Itaqueri Meio Barragem
local de captura
cpue
10000
10500
11000
11500
12000
12500
13000
f
cpue f
Figura 15: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) e f
(esforço) por local de captura para novembro de 2002.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
Horto/Itaqueri Meio Barragem
local de captura
cpue
10000
10500
11000
11500
12000
12500
13000
f
cpue f
Figura 16: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) e f
(esforço) por local de captura para junho de 2003.
46
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
Horto/Itaqueri Meio Barragem
local de captura
cpue
10000
10500
11000
11500
12000
12500
13000
f
cpue f
Figura 17: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) e f
(esforço) por local de captura para setembro de 2003.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
Horto/Itaqueri Meio Barragem
local de captura
cpue
10000
10500
11000
11500
12000
12500
13000
f
cpue f
Figura 18: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) e f
(esforço) por local de captura para janeiro de 2004.
47
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
Horto/Itaqueri Meio Barragem
local de captura
cpue
10000
10500
11000
11500
12000
12500
13000
f
cpue f
Figura 19: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) e f
(esforço) por local de captura para março de 2004.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
Horto/Itaqueri Meio Barragem
local de captura
cpue
10000
10500
11000
11500
12000
12500
13000
f
cpue f
Figura 20: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) e f
(esforço) por local de captura para julho de 2004.
48
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
Horto/Itaqueri Meio Barragem
local de captura
cpue
10000
10500
11000
11500
12000
12500
13000
f
cpue lnf
Figura 21: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) e f
(esforço) por local de captura para setembro de 2004.
4.4.3. Análise de cpue por estação do ano
Observando a Figura 22 é possível notar os maiores valores de cpue e
do esforço obtidos para a estação seca em todos os locais de captura. Essa
tendência, embora não tenha apresentado diferença significativa, pode ser
justificada pelo fato de terem sido realizadas três pescas na estação chuvosa e
quatro na estação seca. Observa-se também uma tendência de o maior esforço
ter sido exercido no Horto/ Itaqueri, seguido do Meio e Barragem para a
estação chuvosa e com valores do esforço iguais para o Meio e Barragem na
estação seca.
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
Horto/Itaqueri Meio Barragem
local de captura
cpue
34000
37000
40000
43000
46000
49000
52000
f
cpue verão cpue inverno f veo f inverno
Figura 22: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço) e f (esforço) para as estações
seca e chuvosa, para os locais de captura, para as pescas experimentais realizadas entre 2002
e 2004.
49
4.4.4. Análise de cpue por período
A análise de cpue por período para os locais de captura indica os
maiores valores de captura relativa ocorrendo no período noturno, embora não
tenha sido registrada diferença estatística entre os períodos de estudo. Para
ambos os períodos a maior cpue foi obtida no Horto/ Itaqueri, seguido do Meio
e Barragem. Os maiores valores do esforço foram observados para o Horto/
Itaqueri e para o período noturno (Figura 23).
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
Horto/Itaqueri Meio Barragem
local de captura
cpue
25000
30000
35000
40000
45000
50000
55000
60000
f
cpue d cpue n f d f n
Figura 23: Distribuição de cpue d (captura por unidade de esforço, para o período diurno), cpue
n (captura por unidade de esforço, para o período noturno), fd (esforço para o período diurno) e
fn (esforço para o período noturno), para os locais de captura, para as pescas experimentais
realizadas entre 2002 e 2004.
4.4.5. Análise de cpue por tamanho de abertura de malha
4.4.5.1. Horto/ Itaqueri
Para o Horto/ Itaqueri, analisando a distribuição de cpue por abertura de
malha (mm) (Figuras 24 a 30) foi possível observar a captura de cará em todas
as pescarias, e naquelas realizadas em novembro/ 2002 (Figura 24), junho/
2003 (Figura 25) e setembro/ 2004 (Figura 30), em todas as redes. Esta
espécie também respondeu pelos maiores valores de cpue na primeira e na
50
última pescas, na rede com abertura de malha 30mm. Nas demais pescarias,
as maiores capturas relativas ocorreram na malha 40mm.
A quarta operação de captura (Figura 27) teve o registro do menor
número de espécies capturadas (8 espécies) e na última pescaria, o maior (13
espécies). Além do cará, a traíra, o sagüiru e o lambari rabo amarelo também
foram capturados em todas as pescarias. O lambari rabo vermelho não foi
capturado nas pescarias de junho de 2003 e março de 2004 (Figura 28). Não
houve captura de nenhuma tilápia na quinta pescaria, e a tilápia do Congo não
foi capturada na quarta e na sexta (Figura 29) pescas. O tamoatá foi capturado
apenas em julho de 2004 e apenas um exemplar de carpa foi capturado na
pesca de setembro de 2004.
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
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5,50
15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo verm lambari rabo am cará saguiru tipia do Congo tilápia do Nilo tucunar é traíra jeju
Figura 24: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Horto/ Itaqueri, para novembro de 2002.
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
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5,00
5,50
15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo am cará saguiru tilápia do Congo tilápia do Nilo t ucunaré traíra tuvira jeju
Figura 25: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) e das
espécies capturadas por abertura de malha no Horto/ Itaqueri, para junho de 2003.
51
0,00
0,50
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2,50
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15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo am lambari rabo verm cará saguiru t iláp ia d o Co ngo tilápia do Nilo
t ucunaré traíra jeju bagre cascudo
Figura 26: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Horto/ Itaqueri, para setembro de 2003
0,00
0,50
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2,50
3,00
3,50
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5,50
15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo am lambari rabo verm cará saguiru tilápia do Nilo tucunaré traíra tuvira
Figura 27: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Horto/ Itaqueri, para janeiro de 2004.
52
0,00
0,50
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2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
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5,00
5,50
15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo am cará saguiru t ucunar é traíra jeju bagre cascudo tuvira
Figura 28: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Horto/ Itaqueri, para março de 2004
0,00
0,50
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2,00
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3,00
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15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo am lambari rabo verm cará saguiru tilápia do Nilo tucunaré traíra jeju tuvira tamboa
Figura 29: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Horto/ Itaqueri, para julho de 2004
53
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo am lambari rabo verm cará saguiru tilápia do Nilo
t iláp ia d o Co ngo traíra jeju tuvira tamoa
cascudo bagre carpa
Figura 30: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Horto/ Itaqueri, para setembro de 2004
4.4.5.2. Meio
Na análise das Figuras 31 a 37, referentes à distribuição de cpue por
abertura de malha para as espécies capturadas no Meio, o cará, o tucunaré, a
traíra e as duas espécies de lambaris foram capturados em todas as pescarias.
O cará, nas pescarias de novembro/ 2002 (Figura 31), março/ 2004 (Figura 35)
e em setembro/ 2004 (Figura 37) foi capturado em todas as redes.
Os maiores valores de cpue forma obtidos para o cará na malha de
abertura 40mm nas pescarias realizadas em novembro/ 2002, setembro/ 2003
(Figura 33), março/ 2004, julho/ 2004 (Figura 36), e na malha de abertura
30mm na pesca de junho/ 2003 (Figura 32). Nas demais pescarias –
janeiro/2004 (Figura 34) e setembro/ 2004 – as maiores cpues foram obtidas
para a captura de lambari rabo amarelo na malha 15mm.
Em janeiro de 2004 foi capturado o menor número de espécies (oito),
enquanto na pescaria de setembro de 2004 houve o registro do maior número
de espécies capturadas (treze). O curimbatá foi capturado na 6ª operação de
pesca na malha 30mm e na última, nas malhas 30mm 40mm.
54
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo verm lambari rabo am cará saguiru tilápia do Nilo tucuna traíra jeju bagre
Figura 31: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Meio, para novembro de 2002
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
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5,00
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15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo am lambari rabo verm ca saguiru tilápia do Nilo tucunaré traíra tuvira bagre
Figura 32: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Meio, para junho de 2003
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo am lambari rabo verm ca tilápia do Co ngo
tilápia do Nilo tucunaré traíra jeju
bagre cascudo tuvira
Figura 33: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Meio, para setembro de 2003
55
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo am lambari rabo verm cará tilápia do Nilo t ucunaré traíra tuvira bagre
Figura 34: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Meio, para janeiro de 2004
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo am lambari rabo verm ca saguiru t ucunaré
traíra tilápia do Nilo tilápia do Congo bagre tuvira
Figura 35: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Meio, para março de 2004
56
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo am lambari rabo verm ca saguiru tilápia do Nilo
tucuna traíra cascudo curimbatá
Figura 36: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Meio, para julho de 2004
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo am lambari rabo verm cará saguiru tilápia do Nilo t iláp ia d o Co ng o
t ucunaré traíra tuvira cascudo bagre curimbatá
Figura 37: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Meio, para setembro de 2004
4.4.5.3. Barragem
Ao observar as Figuras 38 a 44 nota-se a presença do cará, das duas
espécies de lambari, do tucunaré e da tilápia do Nilo em todas as pescarias
realizadas. Na pescaria de março/ 2004 (Figura 43) houve o registro do menor
número de espécies capturadas (sete) e em janeiro e setembro de 2004
(Figuras 42 e 45, respectivamente), o maior número (12 espécies).
57
O cará foi capturado em todas as redes nas pescarias de novembro/
2002 (Figura 39) e em setembro/ 2004. Os maiores valores de cpue foram
obtidos para a tilápia do Nilo nas redes de abertura 50mm em junho/ 2003
(Figura 40), setembro/ 2003 (Figura 41), janeiro/ 2004, quando houve captura
exclusiva desta espécie e julho/ 2004 (Figura 44). Em março/ 2004 o maior
valor de cpue foi obtido para o cará na malha 30mm e para a tilápia do Nilo na
malha 60mm, e em setembro/ 2004 a tilápia do Nilo respondeu pelo maior valor
de cpue na rede de abertura 60mm.
0,00
1,50
3,00
4,50
6,00
7,50
9,00
15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo am lambari rabo verm cará tilápia do Nilo t ucunaré traíra tuvira mandi cascudo
Figura 38: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Barragem, para novembro de 2002
0,00
1,50
3,00
4,50
6,00
7,50
9,00
15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo am lambari rabo verm cará saguiru tilápia do Nilo t ucunaré traíra cascudo mandi jej
u
Figura 39: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Barragem, para junho de 2003
58
0,00
1,50
3,00
4,50
6,00
7,50
9,00
15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo am lambari rabo verm cará t ilápia do Co ngo tilápia do Nilo t ucunaré traíra cascudo tuvira
Figura 40: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Barragem, para setembro de 2003
0,00
1,50
3,00
4,50
6,00
7,50
9,00
15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo am lambari rabo verm cará t iláp ia d o Co ng o tilápia do Nilo t ucunaré
traíra tuvira bagre mandi p iau t rês p int as cascudo
Figura 41: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Barragem, para janeiro de 2004
59
0,00
1,50
3,00
4,50
6,00
7,50
9,00
15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo am lambari rabo verm cará t ucunaré tilápia do Nilo tuvira mand i
Figura 42: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Barragem, para março de 2004
0,00
1,50
3,00
4,50
6,00
7,50
9,00
15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo am lambari rabo verm cará saguiru tilápia do Co ngo tilápia do Nilo
t ucunaré traíra tuvira cascudo mandi bagre
Figura 43: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Barragem, para julho de 2004
60
0,00
1,50
3,00
4,50
6,00
7,50
9,00
15 20 30 40 50 60
abertura de malha (mm)
cpue
lambari rabo am lambari rabo verm cará saguiru tilápia do Nilo tilápia do Congo
t ucunaré traíra tuvira cascudo bagre mandi
Figura 44: Distribuição de cpue (captura por unidade de esforço, com captura expressa em
gramas e esforço em termos de área de rede (m²) multiplicada pelo tempo de exposição) das
espécies capturadas por abertura de malha no Barragem, para setembro de 2004
4.5. Discussão
Para as pescarias experimentais, a composição da captura se manteve
semelhante para todos os meses, evidenciando a distribuição de espécies
litorâneas como cará, lambaris, tilápias, traíra, entre outras, com distribuição
vertical em até 6m de profundidade (Arcifa et al., 1988). Houve captura
predominante, em número, de cará e lambari rabo amarelo e em peso, o cará
respondeu pelas maiores capturas, exceto na pesca de setembro de 2003,
quando a captura de tilápia do Nilo foi superior. Os estudos de cpue indicam
maiores capturas relativas em malhas 30mm e 40mm e o cará foi uma das
principais espécies responsáveis por estas elevadas capturas relativas. Isto
pode ser justificado pelo fato de os Ciclídeos, de um modo geral, ocuparem
áreas litorais (Fernando e Holčik, 1991), e também pela presença de vegetação
aquática e nas margens, um dos principais fatores que estruturam a
comunidade em lagos e reservatórios rasos (Sheffer, 2004).
As capturas foram ligeiramente superiores no Horto/ Itaqueri, onde o
esforço também foi superior. Este local sofre as mesmas influências que o
Horto (local de captura da pesca esportiva), e o fato da turbidez ser elevada no
local (Argenton, 2004) associada ao pequeno diâmetro do fio das malhas (ø
entre 0,20 e 0,30mm) pode tornar o petrecho de difícil visualização para o peixe
61
(Fonteles Filho, 1989, Arcifa et al., 1988). A presença de macrófitas também
pode ter contribuído para as capturas, uma vez que constitui um dos principais
fatores na estruturação da comunidade de peixes de lagos rasos,
proporcionando refúgio a peixes jovens contra a predação (Scheffer, 2004).
Nos meses mais frios (estação seca) o número total de indivíduos
capturados foi menor, embora a captura em peso tenha sido elevada,
sugerindo a captura de indivíduos maiores, tendência apontada também por
Okada et al. (1996) em estudo sobre o reservatório de Itaipu. Algumas das
espécies têm reprodução a partir do período chuvoso, quando ocorre elevação
da temperatura e da oxigenação da água (Tundisi et al., 2003). Os indivíduos
menores teriam sido capturados, portanto, no período posterior ou coincidente
à desova (novembro de 2002 e janeiro de 2004).
Comparando as cpues do tucunaré, uma espécie introduzida, com a
traíra e o jeju, por exemplo, estas sugerem não haver dominância do primeiro
na represa, sendo possível, inclusive a convivência entre os predadores, como
sugerem Fontenele & Peixoto (1979), apesar de introduções de peixes em
lagos e reservatórios tropicais já terem sido amplamente criticadas por seus
impactos negativos (Fernando, 1991), especialmente do tucunaré (Zaret &
Paine, 1973).
Marinelli (2002) discutiu as introduções de tilápias e tucunaré e segundo
o autor, a tilápia do Congo teria sido introduzida dentro de um programa de
peixamento da CESP no final da década de 60. A tilápia do Nilo teria
colonizado as águas da represa na década de 80 através de escape de
acidentais de tanques de cultivo. Este teria sido também o motivo da
colonização do tucunaré, cuja presença tem sido observada há cerca de dez
anos na represa.
A captura de curimbatá no presente trabalho, nas duas últimas
campanhas de pesca, pode indicar uma nova introdução, pois sua presença
ainda não havia sido registrada nas pescarias experimentais. Apesar de
Marinelli (2002) ter citado a presença desta espécie na represa, é provável que
os indivíduos capturados sejam introduzidos, uma vez que esta espécie é
migratória (Nakatami et al., 2001) e não teria condições de realizar sua
reprodução nas águas do Lobo-Broa.
62
Desde que se iniciaram os primeiros levantamentos sobre a ictiofauna
da represa do Lobo-Broa foram registradas as presenças de 28 espécies
diferentes (Tabela 16). Albino (1987), em suas pescarias, registrou 50% destas
espécies e Marinelli (2002), 82,1%. Neste estudo, do total mencionado, houve
a captura de 60,7% das espécies. Esta diferença pode ter ocorrido devido a
diferenças nos métodos de captura, diferença nos locais de captura ou devido
a introduções ocorridas ao longo do tempo.
Tabela 16: Espécies de peixes capturadas por Albino (1987), Marinelli (2002) e neste estudo,
através de pescarias experimentais, onde X indica captura e X* apenas registro, ou seja, captura de
um único indivíduo.
Nome científico Nome vulgar
Albino
(1987)
Marinelli
(2002)
Este
estudo
Astyanax altiparanae
Tambiú X X X
Astyanax fasciatus
Lambari rabo
vermelho
X X
Astyanax scabripinnis
paranae
Lambari X X x
Hyphessobrycon
bifasciatus
Lambarizinho X X
Odontostilbe microcephala
Lambarizinho X X
Hoplias malabaricus
Traíra X X X
Hoplerithrynus unitaeniatus
Jeju X X
Leporinus fridericii
Piau três pintas X X X
Leporinus octofasciatus
Piava X
Cyphocharax modesta
Sagüiru rabo
vermelho
X X
Steindachnerina insculpa
Sagüiru rabo
amarelo
X*
Prochilodus lineatus
Curimbatá x
Cyprinus carpio
Carpa X X
Rhamdia quelen
Bagre X X X
Pimelodella meeki
Mandi X*
Pimelodella cf gracilis
Mandi chorão x
Cetopsorhamdia iheringi
Bagre X
Hoplosternum litoralle
Tamoatá X x
Hypostomus sp Cascudo x
Corydoras aeneus
Pedrinha X
Gymnotus carapo
Tuvira X X X
Synbranchus marmuratus
Mussum X
Phalloceros
caudimaculatus
Guaru X X
Tilapia rendalli
Tilápia do Congo X X
Oreochromis niloticus
Tilápia do Nilo X X
Cichlassoma paranae
Cará verde X
Geophagus brasiliensis
Cará X X X
Cichla monoculus
Tucunaré X X X
63
Na região do alto rio Paraná, Agostinho et al (1997) identificaram, ao
longo dos últimos 20 anos, a introdução de espécies oriundas da bacia
amazônica (6 espécies) e exóticas, provenientes da África, Ásia e Argentina (8
espécies). As introduções foram intencionais em 70% dos casos; nos demais,
houve introdução acidental. A pesca na região é dividida em pesca artesanal,
pesca amadora (esportiva) e pesca de subsistência. Os autores consideram
que o manejo deve depender do controle da pesca através de restrições a
certos equipamentos de pesca, tamanho mínimo de captura e proibição da
atividade pesqueira em áreas ou períodos relevantes para o sucesso do
recrutamento.
Enquanto no Brasil as introduções são realizadas para aumentar a
produção pesqueira de reservatórios, na Europa as introduções de espécies
exóticas e alóctones são motivadas pelos motivos descritos por Holčík (1991)
(Tabela 17). O sucesso do manejo dos recursos pesqueiros depende dos
padrões de distribuição espacial e temporal dos peixes e dos pescadores (Pet
& Piet, 1993).
Tabela 17: Motivos para introduções de espécies de peixes exóticas e alóctones.
Espécies exóticas Espécies alóctones
aqüicultura, incluindo experimental (30,6%) melhora do estoque selvagem (37,6%)
acidente (21,0%) razões desconhecidas (20,8%)
razões desconhecidas (15,5%) acidente (18,4%)
aumento do estoque pesqueiro (14,7) esporte (12,0%)
biomanipulação (7,1) aqüicultura (7,2)
Ornamentação (11,1) ornamentação (4,0%)
Em estudos sobre a fauna de peixes do alto rio Paraná, Agostinho et al
(1997) identificaram em lagos rasos, entre as 101 espécies catalogadas para a
região a presença de apenas uma exclusiva. Na maioria dos reservatórios, um
decréscimo da ictiofauna é percebido em direção à barragem, principalmente
aqueles que têm rios ou riachos a montante (Amaral & Petrere, 2001).
Latini & Petrere (2004) correlacionaram as introduções de três espécies de
predadores (tucunaré, Cichla cf. monoculus, oscar Astronotus ocellatus e piranha
Pygocentrus nattereri) com a redução da riqueza específica da comunidade de
peixes em lagos do Vale do Rio Doce. Os autores apontam ainda as introduções
como causadoras de modificações ecológicas, alterando a reprodução,
crescimento e desenvolvimento de espécies nativas.
64
5. Análise de covariância da captura e do
esforço pesqueiro, aplicada ‘as pescarias
esportiva e experimental
5.1. Introdução
A Análise de Covariância (ANCOVA) se constitui numa importante
ferramenta para a análise de dados pesqueiros por serem muitos os fatores
que determinam o sucesso das operações de pesca (Petrere, 1986). Além
disso, esta é uma ferramenta mais adequada que a ANOVA, pois possibilita a
comparação de médias através de uma relação linear entre a variável
dependente (captura) e a covariável (esforço de pesca), sem dividir a captura
pelo esforço, que é uma decisão válida somente se a reta passar pela origem,
o que nem sempre occorre (Huitema, 1980). Estudos têm sido desenvolvidos
utilizando esta ferramenta para análise de dados sobre pescarias (Murray-
Jones & Steffe ,2000; Camargo, 1998; Wudneh, 1988; Pet et al, 1995; Okada et
al, 1996; Paiva et al, 1994; Ribeiro & Petrere, 1990).
Kotas (2003) descreveu as condições que devem ser respeitadas para a
aplicação deste tipo de análise: (a) randomização, (b) independência na
distribuição dos erros, (c) paralelismo das linhas de regressão, (d)
independência dos tratamentos com a covariável, (e) covariáveis fixas e
medidas sem erro, (f) linearidade nas regressões dentro de cada grupo, (g)
normalidade na distribuição dos resultados, (h) homogeneidade da variância
dos resultados e (i) níveis de fixos dos tratamentos.
65
5.2.Objetivo
¾ Definir os fatores e variáveis que determinam as capturas das pescarias
esportiva e experimental da represa do Lobo-Broa.
5.3. Metodologia
A partir dos dados coletados, buscou-se detectar os fatores e a
covariável estatisticamente significativos (P<0,05) sobre as capturas
provenientes das pescarias esportivas e do estudo sobre a ictiofauna da
represa do Lobo-Broa. Para tanto, foram testados dois modelos de ANCOVA
sobre os dados das capturas e dos esforços, e os possíveis fatores que têm
efeito nas pescarias esportiva e experimental (Huitema, 1980). Para as
pescarias esportivas, os fatores sazonalidade, local de pescaria e uso de isca
foram testados, e nas pescarias experimentais, variação diuturna, sazonalidade
e local de captura. Em ambas as análises os logaritmo neperianos da captura e
do esforço foram calculados.
Os dados de captura e esforço da pesca esportiva foram obtidos a partir
de entrevistas realizadas com os pescadores da represa do Lobo-Broa, entre
setembro e dezembro de 2002, março a dezembro de 2003 e janeiro a agosto
de 2004. Foram realizadas sete operações de pesca experimentais com redes
de emalhar entre novembro de 2002 e setembro de 2004 para avaliação de
captura e esforço.
No intuito de se obter um desenho experimental mais balanceado
(Kotas, 2004), os dados foram agrupados por época do ano (sazonalidade),
local de pesca e tipo de isca utilizada, para a pesca esportiva, e para a
experimental, além dos dois primeiros grupos citados acima, a variação
diuturna também foi considerada.
A avaliação entre a captura e o esforço de pesca para as pescas
esportiva e experimental foram realizadas através de um gráfico da captura X
esforço e o gráfico que foi inspecionado para decidir se a relação era linear.
Graficamente, a captura e o esforço foram expressos de acordo com as
equações abaixo:
66
(
)
cwcw lnln
=
(equação 1)
(
)
ff lnln
(equação 2)
Onde cw é o valor original da captura (expressa em gramas),
f
é o
valor do esforço,
cwln
o valor transformado de cw e fln o valor transformado
de f . O esforço das pescarias esportivas foi calculado em termos de número
de varas de pescar multiplicado pelo tempo de exposição, e para as pescarias
experimentais, em termos de área da rede (m²) multiplicado pelo tempo de
exposição. Apesar das transformações, alguns resultados de cwln foram zero,
tendo sido desconsiderados nas análises.
Na análise de resíduos, foram calculados os valores de g
1
e g
2
para se
verificar sua normalidade.
Após as análises preliminares acima se decidiu aplicar uma ANCOVA
aos dados das pescarias esportiva e experimental. Assim, após as
transformações descritas, para ambos os estudos foram aplicadas análises de
covariância com três fatores, ou 3-way ANCOVA (Petrere, 1978, 1983, 1986,
Kotas, 2004), no intuito de avaliar as variáveis que determinam a captura. As
análises têm caráter exploratório, ao tentar se entender a estrutura de
correlação entre as variáveis do modelo, em busca de um modelo mínimo que
melhor a explique. Assim as interações e os fatores não significativos em nível
de 5% foram sucessivamente descartados.
Para a comparação entre as médias, duas etapas foram seguidas: (a) a
execução da análise de covariâcia e verificação da significância do teste F a
5%, e (b) teste LSD com pares de médias ajustadas ao nível de significância de
5%, apenas para o modelo final padrão da diferença entre as médias
ajustadas, de acordo com a equação 6 (Huitema, 1980). Assim, para cada par
de médias obtidas, foi calculado o erro:
)
(
+
=
x
jadjiadj
w
ji
ji
w
YY
SS
XX
nn
MSress
2
11
(equação 3)
67
Onde
MSres
w
= resíduo da análise de covariância, obtido da tabela da análise de
covariância;
n
i
,, n
j
= tamanhos das amostras para os grupos i e j, respectivamente;
i
X ,
j
X = médias das covariáveis para os grupos i e j, respectivamente;
x
w
SS
= soma dos quadrados dentro dos grupos, obtida da tabela da ANOVA da
covariável.
Foi então aplicado um teste t com N-1 graus de liberdade, de acordo
com a equação:
jadj
iadj
Y
Y
jadjiadj
s
YY
t
=
(equação 4)
Os dados foram analisados com o programa SYSTAT 10 (SYSTAT,
2000).
5.4. Resultados
Após a inspeção dos gráficos de dispersão entre captura e esforço, para
as pescarias esportiva e experimental, decidiu-se que a relação era linear. Ao
ajustar o modelo e verificar os resíduos studentizados houve um excesso de
outliers (pontos discrepantes da reta de ajuste da regressão). Assim, foram
tomados os logaritmos da captura e do esforço no intuito de verificar se a
relação continuaria linear e se os outliers desapareceriam, tendo sido
utilizadas, para os dados originais, as equações 1 e 2:
5.4.1. Modelo para as pescarias esportivas
A Figura 45 mostra a relação positiva entre cwln e
fln
, que pode ser
tomada como linear, embora com bastante dispersão ao longo da reta de
tendência.
68
-1 0 1 2 3 4 5
lnf
2
3
4
5
6
7
8
9
10
l
n
c
w
Figura 45: Relação entre lncw (logaritmo neperiano da captura, em gramas) e lnf (logaritmo
neperiano do esforço, em termos de número de varas de pesca multiplicado pelo tempo de
exposição) para as pescarias esportivas.
No modelo testado inicialmente (Tabela 18) foram considerados cwln a
variável dependente e os fatores (variáveis independentes) e covariável estão
discriminados abaixo.
Fatores:
VI : sazonalidade (chuva = 1; seca = 2);
L : local de pesca (Horto = 1; Píer = 2 e Praia = 3);
IS : usos de iscas e/ ou ceva (uso exclusivo de isca = 1; uso de isca e ceva = 2;
uso exclusivo de ceva = 3).
Covariável:
fln : logaritmo do esforço de pesca, expresso em termos de número de varas
de pesca multiplicado pelo tempo de exposição.
O modelo completo inicialmente testado foi:
ε
µ
+
++++= fISLVIISLISVILVIISLVIcw ln*****ln (equação 5)
Tabela 18: Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
+
++++= fISLVIISLISVILVIISLVIcw ln*****ln , para os dados
agrupados da pesca esportiva, onde VI é a sazonalidade (1= V= verão, 2= I= inverno), L é o
local de captura (1= Horto, 2= Píer, 3= Praia), IS é tipo de isca utilizado (1= uso exclusivo de
isca, 2= uso associado de isca e ceva, 3= uso exclusivo de ceva), VI*L, VI*IS e L*IS são
69
interações de 1ª ordem, VI*L*IS é a interação de 2ª ordem, lnf é o logaritmo do esforço
expresso em termos de número de vara de pesca multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o
erro experimental.
Effects coding used for categorical variables in model.
Categorical values encountered during processing are:
VI (2 levels)
1,, 2,
L (3 levels)
1,, 2,, 3,
IS (3 levels)
1,, 2,, 3,
198 case(s) deleted due to missing data.
Dep Var: LNCW N: 112 Multiple R: 0,6847 Squared multiple R: 0,4688
Analysis of Variance
Source Sum-of-Squares df Mean-Square F-ratio P
VI 1,3744 1 1,3744 1,2430 0,2678
L 9,0302 2 4,5151 4,0832 0,0200
IS 2,6041 2 1,3021 1,1775 0,3126
LNF 34,6314 1 34,6314 31,3187 0,0000
VI*L 1,3676 2 0,6838 0,6184 0,5410
VI*IS 0,5940 2 0,2970 0,2686 0,7650
L*IS 5,5582 4 1,3895 1,2566 0,2927
VI*L*IS 10,7957 4 2,6989 2,4407 0,0522
Error 102,8372 93 1,1058
Como as interações de 1ª ordem não foram significativas, elas foram,
uma a uma, desconsideradas do modelo, como foi explicado anteriormente. A
Tabela 19 mostra o modelo sem a interação VI*IS. A Tabela 20, sem a
interação VI*L. A Tabela 21, sem a interação L*IS. A interação de 3ª ordem
também não foi significativa, tendo sido desconsiderada e os valores da
ANCOVA são apresentados na Tabela 22. As Tabelas 23 e 24 são os
resultados das ANCOVAs sem os fatores
IS e VI, respectivamente. Este último
é o modelo final
ε
µ
= fLcw lnln que melhor explicou a relação entre a
captura, o esforço e o local de pescaria. Como a interação L*lnf presente no
modelo
ε
µ
++= fLfLcw ln*lnln não foi significativa, as retas foram
consideradas paralelas.
Tabela 19: Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
++++= fISLVIISLLVIISLVIcw ln****ln , para os dados agrupados
da pesca esportiva, onde VI é a sazonalidade (1= V= verão, 2= I= inverno), L é o local de
captura (1= Horto, 2= Píer, 3= Praia), IS é tipo de isca utilizado (1= uso exclusivo de isca, 2=
uso associado de isca e ceva, 3= uso exclusivo de ceva), VI*L e L*IS são interações de 1ª
70
ordem, VI*L*IS é a interação de 2ª ordem, lnf é o logaritmo do esforço expresso em termos de
número de vara de pesca multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o erro experimental.
Effects coding used for categorical variables in model.
Categorical values encountered during processing are:
VI (2 levels)
1,, 2,
L (3 levels)
1,, 2,, 3,
IS (3 levels)
1,, 2,, 3,
198 case(s) deleted due to missing data.
Dep Var: LNCW N: 112 Multiple R: 0,6824 Squared multiple R: 0,4657
Analysis of Variance
Source Sum-of-Squares df Mean-Square F-ratio P
VI 1,9347 1 1,9347 1,7770 0,1857
L 8,7788 2 4,3894 4,0316 0,0209
IS 2,8350 2 1,4175 1,3019 0,2768
LNF 39,3472 1 39,3472 36,1398 0,0000
VI*L 1,8096 2 0,9048 0,8310 0,4387
L*IS 5,3277 4 1,3319 1,2234 0,3061
VI*L*IS 10,8418 4 2,7104 2,4895 0,0484
Error 103,4312 95 1,0887
Tabela 20: Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
++++= fISLVIISLISLVIcw ln***ln , para os dados agrupados da pesca
esportiva, onde VI é a sazonalidade (1= V= verão, 2= I= inverno), L é o local de captura (1=
Horto, 2= Píer, 3= Praia), IS é tipo de isca utilizado (1= uso exclusivo de isca, 2= uso associado
de isca e ceva, 3= uso exclusivo de ceva), L*IS é interação de 1ª ordem, VI*L*IS é a interação
de 2ª ordem, lnf é o logaritmo do esforço expresso em termos de número de vara de pesca
multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o erro experimental.
Effects coding used for categorical variables in model.
Categorical values encountered during processing are:
VI (2 levels)
1,, 2,
L (3 levels)
1,, 2,, 3,
IS (3 levels)
1,, 2,, 3,
198 case(s) deleted due to missing data.
Dep Var: LNCW N: 112 Multiple R: 0,6755 Squared multiple R: 0,4564
Analysis of Variance
Source Sum-of-Squares df Mean-Square F-ratio P
VI 1,3757 1 1,3757 1,2680 0,2629
L 8,5130 2 4,2565 3,9232 0,0230
IS 3,2871 2 1,6436 1,5149 0,2250
LNF 39,9313 1 39,9313 36,8045 0,0000
L*IS 4,6078 4 1,1520 1,0618 0,3797
VI*L*IS 9,5946 4 2,3987 2,2108 0,0734
Error 105,2408 97 1,0850
71
Tabela 21: Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
++++= fISLVIISLVIcw ln**ln , para os dados agrupados da pesca
esportiva, onde VI é a sazonalidade (1= V= verão, 2= I= inverno), L é o local de captura (1=
Horto, 2= Píer, 3= Praia), IS é tipo de isca utilizado (1= uso exclusivo de isca, 2= uso associado
de isca e ceva, 3= uso exclusivo de ceva), VI*L*IS é a interação de 3ª ordem, lnf é o logaritmo
do esforço expresso em termos de número de vara de pesca multiplicado pelo tempo de
exposição e ε é o erro experimental.
Effects coding used for categorical variables in model.
Categorical values encountered during processing are:
VI (2 levels)
1,, 2,
L (3 levels)
1,, 2,, 3,
IS (3 levels)
1,, 2,, 3,
198 case(s) deleted due to missing data.
Dep Var: LNCW N: 112 Multiple R: 0,6577 Squared multiple R: 0,4326
Analysis of Variance
Source Sum-of-Squares df Mean-Square F-ratio P
VI 1,3761 1 1,3761 1,2653 0,2633
L 6,4332 2 3,2166 2,9575 0,0565
IS 3,5197 2 1,7598 1,6181 0,2034
LNF 45,5493 1 45,5493 41,8802 0,0000
VI*L*IS 8,3155 4 2,0789 1,9114 0,1143
Error 109,8486 101 1,0876
Tabela 22: Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
++++= fISLVIcw lnln , para os dados agrupados da pesca esportiva, onde VI é a
sazonalidade (1= V= verão, 2= I= inverno), L é o local de captura (1= Horto, 2= Píer, 3= Praia),
IS é tipo de isca utilizado (1= uso exclusivo de isca, 2= uso associado de isca e ceva, 3= uso
exclusivo de ceva), lnf é o logaritmo do esforço expresso em termos de número de vara de
pesca multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o erro experimental.
Effects coding used for categorical variables in model.
Categorical values encountered during processing are:
VI (2 levels)
1,, 2,
L (3 levels)
1,, 2,, 3,
IS (3 levels)
1,, 2,, 3,
198 case(s) deleted due to missing data.
Dep Var: LNCW N: 112 Multiple R: 0,6242 Squared multiple R: 0,3896
Analysis of Variance
Source Sum-of-Squares df Mean-Square F-ratio P
VI 4,4442 1 4,4442 3,9491 0,0495
L 10,3179 2 5,1590 4,5842 0,0123
IS 1,2778 2 0,6389 0,5677 0,5685
LNF 46,6265 1 46,6265 41,4321 0,0000
Error 118,1641 105 1,1254
72
Tabela 23: Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
++++= fLVIcw lnln , para os dados agrupados da pesca esportiva, onde VI é a
sazonalidade (1= V= verão, 2= I= inverno), L é o local de captura (1= Horto, 2= Píer, 3= Praia),
lnf é o logaritmo do esforço expresso em termos de número de vara de pesca multiplicado pelo
tempo de exposição e ε é o erro experimental.
Effects coding used for categorical variables in model.
Categorical values encountered during processing are:
VI (2 levels)
1,, 2,
L (3 levels)
1,, 2,, 3,
IS (3 levels)
1,, 2,, 3,
198 case(s) deleted due to missing data.
Dep Var: LNCW N: 112 Multiple R: 0,6189 Squared multiple R: 0,3830
Analysis of Variance
Source Sum-of-Squares df Mean-Square F-ratio P
VI 4,3625 1 4,3625 3,9081 0,0506
L 10,6335 2 5,3167 4,7629 0,0104
LNF 48,8277 1 48,8277 43,7415 0,0000
Error 119,4419 107 1,1163
Tabela 24: Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
+
+= fLcw lnln , para os dados agrupados da pesca esportiva, onde L é o local de
captura (1= Horto, 2= Píer, 3= Praia), lnf é o logaritmo do esforço expresso em termos de
número de vara de pesca multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o erro experimental.
Effects coding used for categorical variables in model.
Categorical values encountered during processing are:
VI (2 levels)
1,, 2,
L (3 levels)
1,, 2,, 3,
IS (3 levels)
1,, 2,, 3,
198 case(s) deleted due to missing data.
Dep Var: LNCW N: 112 Multiple R: 0,6004 Squared multiple R: 0,3605
Analysis of Variance
Source Sum-of-Squares df Mean-Square F-ratio P
L 10,7605 2 5,3803 4,6934 0,0111
LNF 49,5198 1 49,5198 43,1983 0,0000
Error 123,8044 108 1,1463
Os resultados das ANCOVAs apresentados acima indicam não só o
efeito do esforço de pesca, mas também do local das pescarias esportivas
sobre a captura. Para o modelo final foi feita uma análise de resíduos. Na
Figura 46 observam-se os pontos dispersos de modo aleatório, sem que haja
73
relação entre a distribuição dos resíduos studentizados e os valores estimados.
O teste g
1
mostrou que a distribuição é assimétrica à esquerda (g
1
= -0,7211**)
e o teste g
2
mostrou que a curva é leptocúrtica (g
2
= 2,0753**) (Figura 47).
Embora a distribuição dos resíduos não seja normal, e foram esgotadas
todas as possibilidades de normalizá-los através de transformações, e como
não há alternativa não-paramétrica, o modelo será adotado assim mesmo. Isto
porque o delineamento é balanceado, o que torna os testes F mais robustos,
de acordo com a literatura corrente da área (Huitema, 1980).
O teste de comparação entre as médias (Tabela 25) mostrou haver
diferença estatística entre os locais 1 e 2 (Horto e Píer), mas não entre 2 e 3
(Píer e Praia) e entre 1 e 3 (Horto e Praia) (Figura 48).
3 4 5 6 7 8
ESTIMATE
-3
-2
-1
0
1
2
3
R
E
S
I
D
U
A
L
Figura 46: Distribuição dos resíduos studentizados em função dos valores estimados pelo
modelo ANCOVA
ε
µ
= fLcw lnln , para os dados agrupados da pesca esportiva,
onde L é o local de captura (1= Horto, 2= Píer, 3= Praia), lnf é o logaritmo do esforço expresso
em termos de número de vara de pesca multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o erro
experimental.
74
-3 -2 -1 0 1 2 3
RESIDUAL
0
5
10
15
20
25
30
35
C
o
u
n
t
0,0
0,1
0,2
0,3
P
r
o
p
o
r
t
i
o
n
p
e
r
B
a
r
Figura 47: Histograma dos resíduos do modelo final da ANCOVA
ε
µ
++= fLcw lnln ,
para os dados agrupados da pesca esportiva, onde L é o local de captura (1= Horto, 2= Píer,
3= Praia), lnf é o logaritmo do esforço expresso em termos de número de vara de pesca
multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o erro experimental. g
1
= -0,7211** e g
2
= 2,0753**.
Tabela 25: Teste a posteriori entre as médias ajustadas de lncw (logaritmo neperiano da
captura, em gramas) obtidas a partir do modelo final da ANCOVA
ε
µ
++= fLcw lnln
para os três locais de pescaria (1= Horto; 2= Píer; 3= Praia). Os números entre parêntesis
representam os antilogaritmos das médias ajustadas, em escala aritmética.
Locais de captura Captura média ajustada
cwln (g) ± ep
Comparação entre locais Teste t
Horto (1) 6,9928 (1089) ± 0,0178 1 e 2 4,1672*
Píer (2) 6,0711(433) ± 0,1816 2 e 3 1,3633 ns
Praia (3) 6,4832(654) ± 0,3650 1 e 3 1,6846 ns
75
1, 2, 3,
l
4
5
6
7
8
l
n
c
w
Figura 48: Médias ajustadas dos cwln para os locais de pescaria, com 1 = Horto, 2 = Píer e 3
= Praia, para a pesca esportiva. As barras verticais indicam o erro padrão da média ajustada.
5.4.2. Modelo para as pescarias experimentais
Para as pescarias experimentais, a relação entre
cwln
e fln pode ser
tomada como linear, embora com bastante dispersão ao longo da reta de
tendência (Figura 49).
6,0 6,5 7,0 7,5 8,0
lnf
3
4
5
6
7
8
9
10
l
n
c
w
Figura 49: Relação entre lncw (logaritmo neperiano da captura, em gramas) e lnf (logaritmo
neperiano do esforço, em termos de área de rede multiplicado pelo tempo de exposição) para
as pescarias experimentais.
76
No modelo testado inicialmente (Tabela 26), foram considerados cwln a
variável dependente e os fatores (variáveis independentes) e covariável estão
discriminados abaixo.
Fatores:
DN
: variação diuturna (dia= 1; noite = 2);
VI : sazonalidade (chuva = 1; seca = 2);
L : local de pesca (Horto/ Itaqueri = 1; meio = 2; Barragem = 3).
Covariável:
fln : logaritmo do esforço de pesca, expresso em termos de área de rede
multiplicado pelo tempo de exposição.
O modelo completo inicialmente testado foi:
ε
µ
++
++= fLVIDNLVILDNVIDNLVIDNcw ln*****ln
(equação 15)
Tabela 26: Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
++
++++= fLVIDNLVILDNVIDNLVIDNcw ln*****ln , para os
dados agrupados da pesca experimental, onde DN é a variação diuturna (1= dia, 2= noite), VI é
a sazonalidade (1= V= chuva, 2= I= seca), L é o local de captura (1= Horto/ Itaqueri, 2= Meio,
3= Barragem), DN*VI, DN*L e VI*L são interações de 1ª ordem, DN*VI*L é a interação de 2ª
ordem, lnf é o logaritmo do esforço expresso em termos de área de rede (m²) multiplicado pelo
tempo de exposição e ε é o erro experimental.
Effects coding used for categorical variables in model.
Categorical values encountered during processing are:
DN (2 levels)
0,, 1,
VI (2 levels)
0,, 1,
L (3 levels)
1,, 2,, 3,
39 case(s) deleted due to missing data.
Dep Var: LNCW N: 213 Multiple R: 0,4557 Squared multiple R: 0,2076
Analysis of Variance
Source Sum-of-Squares df Mean-Square F-ratio P
DN 0,2771 1 0,2771 0,2636 0,6082
VI 4,6844 1 4,6844 4,4572 0,0360
L 9,9780 2 4,9890 4,7471 0,0097
LNF 12,7155 1 12,7155 12,0989 0,0006
DN*VI 0,1659 1 0,1659 0,1579 0,6915
DN*L 1,7288 2 0,8644 0,8225 0,4408
VI*L 1,8725 2 0,9362 0,8908 0,4119
DN*VI*L 0,3714 2 0,1857 0,1767 0,8382
Error 210,1924 200 1,0510
77
A Tabela 27 mostra o modelo sem a interação de 2ª ordem,
desconsiderada por não apresentar significância. As interações de 1ª ordem
não foram significativas e foram, uma a uma, desconsideradas do modelo. A
Tabela 28 mostra o modelo sem a interação DN*VI. A Tabela 29, sem a
interação VI*L. A Tabela 30, sem a interação DN*L. A Tabela 31 é resultado da
ANCOVA sem o fator DN. Na Tabela 32 o resultado da ANCOVA sem o fator VI
é apresentado. Este modelo final
ε
µ
fLcw lnln melhor explicou a
relação entre a captura, o esforço e o local de pescaria. Como a interação L*lnf
presente no modelo
ε
µ
fLfLcw ln*lnln não foi significativa, as
retas foram consideradas paralelas.
Tabela 27: Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
++++= fLVILDNVIDNLVIDNcw ln***ln , para os dados agrupados
da pesca experimental, onde DN é a variação diuturna (1= dia, 2= noite), VI é a sazonalidade
(1= V= chuva, 2= I= seca), L é o local de captura (1= Horto/ Itaqueri, 2= Meio, 3= Barragem),
DN*VI, DN*L e VI*L são interações de 1ª ordem, lnf é o logaritmo do esforço expresso em
termos de área de rede (m²) multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o erro experimental.
Effects coding used for categorical variables in model.
Categorical values encountered during processing are:
DN (2 levels)
0,, 1,
VI (2 levels)
0,, 1,
L (3 levels)
1,, 2,, 3,
39 case(s) deleted due to missing data.
Dep Var: LNCW N: 213 Multiple R: 0,4541 Squared multiple R: 0,2062
Analysis of Variance
Source Sum-of-Squares df Mean-Square F-ratio P
DN 0,3025 1 0,3025 0,2902 0,5907
VI 4,7141 1 4,7141 4,5224 0,0347
L 9,9930 2 4,9965 4,7933 0,0093
LNF 12,7287 1 12,7287 12,2110 0,0006
DN*VI 0,1773 1 0,1773 0,1701 0,6804
DN*L 1,8827 2 0,9414 0,9031 0,4070
VI*L 1,7610 2 0,8805 0,8447 0,4312
Error 210,5638 202 1,0424
Tabela 28: Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
++++= fLVILDNLVIDNcw ln**ln
, para os dados agrupados da pesca
experimental, onde DN é a variação diuturna (1= dia, 2= noite), VI é a sazonalidade (1= V=
chuva, 2= I= seca), L é o local de captura (1= Horto/ Itaqueri, 2= Meio, 3= Barragem), DN*L e
78
VI*L são interações de 1ª ordem, lnf é o logaritmo do esforço expresso em termos de área de
rede (m²) multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o erro experimental.
Effects coding used for categorical variables in model.
Categorical values encountered during processing are:
DN (2 levels)
0,, 1,
VI (2 levels)
0,, 1,
L (3 levels)
1,, 2,, 3,
39 case(s) deleted due to missing data.
Dep Var: LNCW N: 213 Multiple R: 0,4534 Squared multiple R: 0,2056
Analysis of Variance
Source Sum-of-Squares df Mean-Square F-ratio P
DN 0,2465 1 0,2465 0,2374 0,6266
VI 5,2693 1 5,2693 5,0758 0,0253
L 9,9821 2 4,9910 4,8077 0,0091
LNF 14,8975 1 14,8975 14,3503 0,0002
DN*L 1,8960 2 0,9480 0,9132 0,4029
VI*L 1,8414 2 0,9207 0,8869 0,4135
Error 210,7411 203 1,0381
Tabela 29: Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
++++= fLDNLVIDNcw ln*ln , para os dados agrupados da pesca
experimental, onde DN é a variação diuturna (1= dia, 2= noite), VI é a sazonalidade (1= V=
chuva, 2= I= seca), L é o local de captura (1= Horto/ Itaqueri, 2= Meio, 3= Barragem), DN*L é
interação de 1ª ordem, lnf é o logaritmo do esforço expresso em termos de área de rede (m²)
multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o erro experimental.
Effects coding used for categorical variables in model.
Categorical values encountered during processing are:
DN (2 levels)
0,, 1,
VI (2 levels)
0,, 1,
L (3 levels)
1,, 2,, 3,
39 case(s) deleted due to missing data.
Dep Var: LNCW N: 213 Multiple R: 0,4457 Squared multiple R: 0,1986
Analysis of Variance
Source Sum-of-Squares df Mean-Square F-ratio P
DN 0,2142 1 0,2142 0,2066 0,6499
VI 5,0191 1 5,0191 4,8401 0,0289
L 9,2409 2 4,6205 4,4557 0,0128
LNF 15,2559 1 15,2559 14,7118 0,0002
DN*L 1,8954 2 0,9477 0,9139 0,4026
Error 212,5825 205 1,0370
Tabela 30: Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
++++= fLVIDNcw lnln , para os dados agrupados da pesca experimental, onde
DN é a variação diuturna (1= dia, 2= noite), VI é a sazonalidade (1= V= chuva, 2= I= seca), L é
79
o local de captura (1= Horto/ Itaqueri, 2= Meio, 3= Barragem), lnf é o logaritmo do esforço
expresso em termos de área de rede (m²) multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o erro
experimental.
Effects coding used for categorical variables in model.
Categorical values encountered during processing are:
DN (2 levels)
0,, 1,
VI (2 levels)
0,, 1,
L (3 levels)
1,, 2,, 3,
39 case(s) deleted due to missing data.
Dep Var: LNCW N: 213 Multiple R: 0,4376 Squared multiple R: 0,1915
Analysis of Variance
Source Sum-of-Squares df Mean-Square F-ratio P
DN 0,2567 1 0,2567 0,2477 0,6192
VI 5,0502 1 5,0502 4,8741 0,0284
L 8,8150 2 4,4075 4,2538 0,0155
LNF 14,2027 1 14,2027 13,7075 0,0003
Error 214,4779 207 1,0361
Tabela 31: Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
++++= fLVIcw lnln , para os dados agrupados da pesca experimental, onde VI é a
sazonalidade (1= V= chuva, 2= I= seca), L é o local de captura (1= Horto/ Itaqueri, 2= Meio, 3=
Barragem), lnf é o logaritmo do esforço expresso em termos de área de rede (m²) multiplicado
pelo tempo de exposição e ε é o erro experimental.
Effects coding used for categorical variables in model.
Categorical values encountered during processing are:
DN (2 levels)
0,, 1,
VI (2 levels)
0,, 1,
L (3 levels)
1,, 2,, 3,
39 case(s) deleted due to missing data.
Dep Var: LNCW N: 213 Multiple R: 0,4365 Squared multiple R: 0,1905
Analysis of Variance
Source Sum-of-Squares df Mean-Square F-ratio P
VI 5,1534 1 5,1534 4,9918 0,0265
L 8,5953 2 4,2977 4,1629 0,0169
LNF 38,5826 1 38,5826 37,3726 0,0000
Error 214,7346 208 1,0324
Tabela 32: Resultados da ANCOVA de três fatores aplicada no modelo
ε
µ
+
+= fLcw lnln , para os dados agrupados da pesca experimental, onde L é o local
de captura (1= Horto/ Itaqueri, 2= Meio, 3= Barragem), lnf é o logaritmo do esforço expresso
em termos de área de rede (m²) multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o erro
experimental.
80
Effects coding used for categorical variables in model.
Categorical values encountered during processing are:
DN (2 levels)
0,, 1,
VI (2 levels)
0,, 1,
L (3 levels)
1,, 2,, 3,
39 case(s) deleted due to missing data.
Dep Var: LNCW N: 213 Multiple R: 0,4136 Squared multiple R: 0,1711
Analysis of Variance
Source Sum-of-Squares df Mean-Square F-ratio P
L 8,5476 2 4,2738 4,0622 0,0186
LNF 37,6928 1 37,6928 35,8264 0,0000
Error 219,8880 209 1,0521
Para o modelo final que explica o efeito do esforço de pesca e do local
de pescaria sobre a captura para as pescarias experimentais foi feita uma
análise de resíduos. Na Figura 50 observam-se os pontos dispersos de modo
aleatório, sem que haja relação entre a distribuição dos resíduos studentizados
e os valores estimados. O teste g
1
mostrou que a distribuição é assimétrica à
esquerda (g
1
= -2,7151**) e o teste g
2
mostrou que a curva é leptocúrtica (g
2
=
3,1838**) (Figura 51).
Embora a distribuição dos resíduos não seja normal, e foram esgotadas
todas as possibilidades de normalizá-los através de transformações, e como
não há alternativa não-paramétrica, o modelo será adotado assim mesmo. Isto
porque o delineamento é balanceado, o que torna os testes F mais robustos,
de acordo com a literatura corrente da área (Huitema, 1980).
81
6 7 8 9
ESTIMATE
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
R
E
S
I
D
U
A
L
Figura 50: Distribuição dos resíduos studentizados em função dos valores estimados pelo
modelo ANCOVA
ε
µ
+= fLcw lnln , para os dados agrupados da pesca experimental,
onde L é o local de captura (1= Horto/ Itaqueri, 2= Meio, 3= Barragem), lnf é o logaritmo do
esforço expresso em termos de área de rede (m²) multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o
erro experimental.
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3
RESIDUAL
0
10
20
30
40
50
C
o
u
n
t
0,0
0,1
0,2
P
r
o
p
o
r
t
i
o
n
p
e
r
B
a
r
Figura 51: Histograma dos resíduos do modelo final da ANCOVA
ε
µ
++= fLcw lnln ,
para os dados agrupados da pesca experimental, onde L é o local de captura (1= Horto/
Itaqueri, 2= Meio, 3= Barragem), lnf é o logaritmo do esforço expresso em termos de área de
rede (m²) multiplicado pelo tempo de exposição e ε é o erro experimental. g
1
= -2,7151** e g
2
=
3,1838**.
82
O teste de comparação entre as médias (Tabela 33) mostrou haver
diferença estatística entre os locais 2 e 3 (Horto/ Itaqueri e Meio), 1 e 3 (Horto/
Itaqueri e Barragem), mas não entre 1 e 2 (Horto/ Itaqueri e Meio) (Figura 52).
Tabela 33: Teste a posteriori entre as médias ajustadas de lncw (logaritmo neperiano da
captura, em gramas) obtidas a partir do modelo final da ANCOVA
ε
µ
++= fLcw lnln
para os três locais de pescaria (1= Horto; 2= Píer; 3= Praia). Os números entre parêntesis
representam os antilogaritmos das médias ajustadas, em escala aritmética.
Locais de captura Captura média ajustada
(
cwln )± ep (g)
Comparação entre locais Teste t
Horto/ Itaqueri (1) 7,5188(1842) ± 0,1331 1 e 2 0,4553 ns
Meio (2) 7,4419 (1706) ± 0,1237 2 e 3 2,0726*
Barragem (3) 7,0757(1183) ± 0,1363 1 e 3 2,5719*
1, 2, 3,
l
5
6
7
8
9
l
n
c
w
Figura 52: Médias ajustadas dos
cwln
para os locais de pescaria, com 1 = Horto/ Itaqueri, 2 =
Meio e 3 = Barragem, para a pesca experimental. As barras verticais indicam o erro padrão da
média ajustada.
83
5.5. Discussão
As capturas em peso registradas nas pescarias esportiva e experimental
mostraram-se dependentes do esforço de pesca exercido e são, por coincidência,
descritas pelo mesmo modelo final:
ε
µ
fLcw lnln . O agrupamento dos
dados por sazonalidade, local e uso de isca (para a pesca esportiva) e variação
diuturna, sazonalidade e local (para a pesca experimental) possibilitou que as
capturas e esforços logaritmizados ( fcw lnln
) pudessem ser representados
através de relações lineares. Apesar disso, o agrupamento pode “anular” as
tendências aleatórias que atrapalham a visualização esperada no diagrama de
dispersão (Petrere, 1983; 1986).
Cetra (1996) e Petrere (1986) observaram que o aumento do esforço
aumenta significativamente as capturas em pescarias no médio rio Tocantins (MA)
e na Amazônia, respectivamente.
Para as pescarias esportiva e experimental, a sazonalidade não se mostrou
significativa, ou seja, os efeitos da temperatura e pluviosidade na região da
represa do Lobo-Broa não afetaram as capturas de peixes. A pequena diferença
entre as médias de temperatura para as estações chuvosa e seca e a baixa
pluviosidade para este período, contrastando com chuvas abundantes no verão
durante o período de estudo, ocorreram como descrito por Argenton (2004),
Marinelli (2002), Machado (2000) e Tundisi (1996). O período chuvoso (verão)
parece não intervir nas capturas porque durante as chuvas as comportas foram
abertas para verter água, diminuindo a oscilação do nível da água.
Cetra (1996) menciona que em rios com planície de inundação o regime de
inundação e a variação periódica do nível e fluxo da água são considerados
variáveis essenciais e estão relacionados com a manutenção da diversidade e da
biomassa dos estoques pesqueiros. As maiores capturas obtidas em seu estudo
ocorreram entre maio e agosto devido não só à diminuição do nível do rio, mas
também ao período de migração, aumento no esforço e utilização do arrastão.
O estudo de Wudneh (1988) no lago Tana, Etiópia, mostrou que a
sazonalidade é um fator importante na captura de Barbus tsanensis e para os
peixes compreendidos nas maiores classes de comprimento de Oreochromis
niloticus e Barbus platydorsus, em pesca com redes de arrasto. A sazonalidade
84
também teve efeito nos valores de cpue para as capturas de C. gariepinus e as
outras três espécies de peixes estudadas. O efeito da área de captura (total de
cinco áreas) também se mostrou significativo na pesca e nos valores de cpue das
espécies estudadas, conforme sua distribuição espacial no mesmo lago. Os
padrões temporais de cpue tiveram maior diferença nas capturas de cada espécie
do que na captura total.
A sazonalidade pode também representar diferenças nas capturas de
modo indireto. Petrere (1986), em estudo sobre pescarias na Amazônia, observou
maiores capturas em estação com maior pluviosidade (cheia) devido ao maior
esforço exercido nesta estação. Outros fatores importantes para as capturas
diferenciadas na estação cheia foram o comportamento do peixe, o tipo de
operação de pesca, além da modificação de habitats proporcionada pela flutuação
do nível da água.
Ribeiro & Petrere (1990) destacam as variações hidrológicas do Rio Negro
como um fator importante nas diferenças entre as capturas, além das áreas de
pesca. No reservatório de Itaipu Okada et al (1996) observaram as maiores
capturas nas estações primavera- verão.
O fato de não haver uma estação seca definida na região sul (Julio Jr. et
al., 1997) fez entender que as maiores capturas no reservatório de Itaipu estavam
ligadas ao tipo de petrecho utilizado associado à maior atividade dos peixes em
épocas mais quentes. As áreas de captura apresentaram diferença quanto ao
volume de peixes capturados.
Neste estudo, os locais de captura foram tomados como fator
estatisticamente significativo. Para a pesca esportiva, as capturas entre o Horto e
o Píer foram diferentes, mas não entre o Horto e a Praia e entre a Praia e o Píer.
As capturas ligeiramente maiores obtidas no Horto para a pesca esportiva e no
Horto/ Itaqueri para a experimental podem ser explicadas por esta região ter
elevada produtividade primária associada à proximidade da foz do rio Itaqueri,
corpo receptor indireto do efluente da Estação de Tratamento de Esgoto e do
esgoto de duas penitenciárias do município de Itirapina (Argenton, 2004). A autora
também apontou que, no estudo sobre as condições limnológicas da represa entre
dezembro de 2001 a dezembro de 2002 não houve efeito da sazonalidade.
O tipo de isca utilizado também não se mostrou significativo, ou seja, ao
contrário do que muitos pescadores acreditam, a associação entre o uso de isca e
85
ceva, ou apenas o uso de ceva durante as pescarias não aumentou a captura em
nenhum dos locais onde foram feitas as entrevistas. A descontinuidade desta
prática poderia melhorar a qualidade da água da represa, uma vez que suas
águas apresentaram concentrações de fósforo superiores ao indicado pela
resolução 20/86 do CONAMA (Argenton, 2004).
Arlinghaus & Mehner (2003) destacam que, apesar da pesca de carpas na
Alemanha ser seletiva devido principalmente ao tamanho de isca utilizada, o
insucesso da operação (quando nenhum peixe é fisgado) pode contribuir para a
eutrofização das águas.
86
6. A seletividade de redes de emalhar
6.1. Introdução
A captura de peixes por um determinado petrecho de pesca representa
uma parcela do estoque pesqueiro presente numa dada área. A rede de
emalhar, amplamente utilizada em pescarias de pequeno porte, requer pouco
investimento de mão-de-obra e equipamento, podendo ser utilizada em
pequenas embarcações (Kalsen & Bjarnarom, 1989). É uma arte de pesca
bastante seletiva, comparada a outras, ou seja, apenas as classes de idade ou
comprimento modal são retidas e a captura de peixes menores e maiores que
esta classe é pequena (Lucena, 1997).
A seletividade pode ser definida como a probabilidade relativa de se
capturar peixes com uma determinada amplitude de tamanho por uma arte
particular, numa situação na qual todos os peixes da população têm a mesma
chance de captura (Regier, 1975).
O estudo da seletividade para redes de emalhar é baseado no fato de os
peixes ficarem presos nas malhas da rede (a) emalhados à altura do perímetro
máximo; (b) emalhados pelo opérculo; (c) emaranhados, presos pelos dentes,
maxilares ou outras proeminências do corpo, sem necessariamente penetrar na
malha (Fonteles Filho, 1989).
É esperado que uma curva de seletividade tenha a forma da curva de
distribuição normal, atingindo valores nulos tanto para indivíduos pequenos
quanto para os grandes. Esta curva é similar na forma para todos os tamanhos
de aberturas de malhas, deslocando-se à direita para malhas progressivamente
maiores (Hamley, 1975). A seletividade é definida por três características: (a)
moda (comprimento médio de seleção); (b) largura (amplitude de seleção) e (c)
87
altura (freqüência da malha em capturar indivíduos com comprimento modal)
(Fonteles Filho, 1989).
Uma compreensão da seletividade da rede de emalhar torna-se
necessária para se avaliar estimativas de capturas, alterar captura por unidade
de esforço e regular o tamanho do peixe capturado (Trent & Pristas, 1977).
O método de estudo da seletividade das redes de emalhar utilizadas nas
pescarias experimentais adotado neste trabalho foi o de distribuição de classes
de comprimento das principais espécies de peixes capturados por abertura de
malha. Este fornece uma idéia generalizada, uma vez que a própria curva de
captura traduz a seletividade da arte (Lucena, 1997).
6.2. Objetivo
¾ Determinar a seletividade das redes de emalhar utilizadas durante as
pescarias experimentais na represa do Lobo-Broa.
6.3. Metodologia
6.3.1. Relações do peso/ comprimento padrão das espécies
Os dados de peso (Wt) e comprimento padrão (Ls) foram utilizados para
determinação do padrão de peso de cada espécie e por abertura de malha, de
acordo com a equação (Santos, 1978):
)()( cmLagW
b
st
×= (equação 16)
Onde )(
gW
t
é o peso em gramas e L
s
é o comprimento padrão em
centímetros. As constantes a e b foram estimadas log-log, após inspeção visual
dos gráficos para que houvesse certificação de sua linearidade.
88
6.2.2. Relações entre perímetro máximo/ comprimento padrão
Em função do perímetro máximo das espécies estudadas, foi
determinado o padrão de seletividade por abertura de malha, de acordo com a
reta (Vanconcelos, 1997):
)()( cmLbacmP
s
(equação 17)
Onde P(cm) é o perímetro máximo do peixe, em centímetros e L
s
é o
comprimento padrão (cm).
6.2.3. Cálculo da seletividade por abertura de malha
Para cada espécie, os comprimentos padrão (Ls) dos indivíduos
capturados foram determinados por abertura de malha. Os Ls foram ordenados
de maneira crescente e divididos em classes de comprimentos com intervalos
de 1cm. A partir da distribuição dos peixes nas diferentes redes, foi
determinada a freqüência de abundância em cada classe de comprimento. A
curva, relacionando a freqüência de captura dos indivíduos de uma espécie em
função das classes de comprimento padrão, representa a expressão
quantitativa da seletividade desta malha para a respectiva espécie
(Vanconcelos, 1997). Para as espécies que não apresentaram uma relação
perímetro/ comprimento padrão estatisticamente significativa e para aquelas
com n< 10 indivíduos por abertura de malha, as distribuições não foram
apresentadas.
6.4. Resultados
6.4.1. Relações peso/ comprimento padrão das espécies
A 34 mostra os valores obtidos na relação peso/ comprimento para cada
espécie e para o número total de indivíduos amostrados (p< 0,05). Das
espécies capturadas, apenas a tilápia do Nilo, (malha 30mm) não apresentou
89
relação peso/ comprimento padrão estatisticamente significativa. Os gráficos
não serão apresentados por serem numerosos. Todos foram inspecionados em
escala log-log e sua linearidade foi confirmada.
Tabela 34: Relação peso (Wt)/ comprimento padrão (Ls) (Wt = a*Ls
b
) independente do sexo,
por espécie, por abertura de malha, expressando o número de peixes (N), a, b e r² (coeficiente
de determinação de Pearson) P< 0,05 (*); P< 0,01 (**).
Espécie
Malha
(mm)
N a b
Lambari rabo amarelo
15
20
total
282
191
473
0,1012
0,4559
0,0236
2,3794
1,8357
3,1357
0,6413**
0,6074**
0,8324**
Lambari rabo vermelho
15
20
30
total
123
78
1
202
0,0178
0,1323
-
0,0088
3,1407
2,3689
-
3,4831
0,7705**
0,6912**
-
0,8796**
Traíra
15
20
30
40
50
60
total
10
35
35
7
2
-
89
0,0553
0,0288
0,0443
0,0106
-
-
0,0291
2,6356
2,8928
2,75
3,2222
-
-
2,8911
0,9401**
0,9025**
0,8398**
0,9652**
-
-
0,972**
Jeju
15
20
30
40
50
60
total
1
3
13
2
-
1
20
-
-
0,446
-
-
-
0,0597
-
-
2,0395
-
-
-
2,742
-
-
0,6516**
-
-
-
0,8941**
Piau três pintas
20 1 - - -
Sagüiru
15
20
30
50
total
14
121
26
1
161
0,0229
0,2706
0,5549
-
0,047
3,0893
2,1308
1,935
-
2,817
0,9864**
0,7051**
0,4246**
-
0,8637**
Tuvira
15
20
total
36
15
51
0,0294
0,0217
0,0147
3,3224
2,4413
2,5457
0,7956**
0,7569**
0,8947**
Bagre
15
20
30
total
7
4
8
19
0,0007
-
0,2474
0,0119
4,2466
-
2,1373
3,1249
0,9466**
-
0,4651*
0,9452**
Tamoatá
20 2 - - -
Cascudo
15
20
30
total
6
16
3
25
0,6391
0,2538
-
0,2559
1,7119
2,0784
-
2,0861
0,6512*
0,6056**
-
0,6456**
Tilápia do Congo
20
30
40
50
60
total
1
1
10
1
1
14
-
-
0,05
-
-
0,046
-
-
2,921
-
-
2,9422
-
-
0,8122**
-
-
0,9904**
Tilápia do Nilo
30 9 1,6349 1,5618 0,1216 ns
90
40
50
60
total
54
84
57
204
0,0335
0,2343
1,6896
0,065
3,0692
2,4275
1,8321
2,8452
0,9461**
0,8657**
0,5979**
0,943**
Cará
15
20
30
40
50
60
total
40
44
255
287
131
83
840
0,0219
0,03
0,1113
0,196
0,1557
0,075
0,0363
3,2553
3,1084
2,6125
2,4372
2,5355
2,7962
3,0441
0,8634**
0,983**
0,8424**
0,7799**
0,8469**
0,9074**
0,9519**
Tucunaré
15
20
30
40
50
60
total
38
15
46
31
6
1
137
0,0173
0,0068
0,0234
5,0518
0,0164
-
0,012
3,0689
3,4775
3,0239
1,2992
3,1308
-
3,2506
0,9496**
0,7947**
0,9194**
0,24**
0,9341**
-
0,9836**
Curimatã
30 1 - - -
Mandi
15 19 0,0407 2,5725 0,7125**
6.4.2. Relações entre perímetro máximo/ comprimento padrão
Na 35 são apresentados os valores obtidos a partir da relação perímetro/
Ls para as diferentes espécies capturadas. Das espécies capturadas, apenas o
cascudo (malha 15mm), a tuvira e o bagre (malha 30mm) e a tilápia do Congo
(malha 40mm) não apresentaram relação significativa (p <0,05). Os gráficos em
escala aritmética também não serão apresentados, mas todos foram
visualmente inspecionados e sua linearidade, confirmada.
Tabela 35: Relação perímetro máximo (P)/ comprimento padrão (Ls) (P=a+b*Ls), independente
do sexo, por espécie, por abertura de malha, expressando o número de peixes (N), a, b e r²
(coeficiente de determinação de Pearson).
Espécie
Malha
(mm)
N a b
Lambari rabo amarelo
15
20
282
191
1,3224
4,2092
0,7354
047599
0,4274**
0,1449**
Lambari rabo vermelho
15
20
30
123
78
1
1,5384
6,7595
-
0,6656
0,205
-
0,3658**
0,0405**
-
Traíra
15
20
30
40
50
60
10
35
35
7
2
-
-0,2737
-0,3834
2,3283
-0,3205
-
-
0,6545
0,6328
0,5107
0,6282
-
-
0,9658**
0,8549**
0,7121**
0,9371**
-
-
Jeju
15
20
30
1
3
13
-
-
4,0154
-
-
0,4637
-
-
0,4115*
91
40
50
60
2
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Piau três pintas
20 1 - - -
Sagüiru
15
20
30
50
14
121
26
1
-0,7545
7,154
3,4579
-
0,9439
0,2402
0,5274
-
0,8993**
0,0766**
0,2551**
-
Tuvira
15
20
36
13
2,6001
6,3679
0,1786
0,0763
0,2599**
0,0435 ns
Bagre
15
20
30
7
4
8
0,4581
-
3,8593
0,3374
-
0,419
0,9442**
-
0,2703 ns
Tamoatá
20 2 - - -
Cascudo
15
20
30
6
16
3
5,9935
3,3825
-
0,3248
0,512
-
0,6497 ns
0,5221**
-
Tilápia do Congo
20
30
40
50
60
1
1
10
1
1
-
-
10,476
-
1
-
-
0,3903
-
1
-
-
0,1423 ns
-
1
Tilápia do Nilo
30
40
50
60
9
54
84
57
3,7236
1,1919
4,3504
13,781
0,8123
0,9647
0,7824
0,4467
0,6036*
0,8419**
0,3572**
0,1663**
Cará
15
20
30
40
50
60
40
44
255
287
131
83
-0,6196
-0,423
3,4792
3,8255
3,0772
-0,7802
1,125
1,0961
0,8008
0,8287
0,897
1,1476
0,8243**
0,9599**
0,6552**
0,6457**
0,7426**
0,742**
Tucunaré
15
20
30
40
50
60
38
15
46
31
6
1
-0,7168
-2,1816
-0,8975
10,48
1,9099
-
0,8008
0,8987
0,8191
0,296
0,6861
-
0,9551**
0,7231**
0,7817**
0,1639*
0,8903**
-
Mandi
15 19 2,2404 0,3474 0,3278**
6.4.3. Cálculo da seletividade por abertura de malha
As Figuras 53 a 73 representam a distribuição freqüência de
comprimento modal (%) por classes de comprimento (cm).
Para o lambari rabo amarelo (Figura 53 a e b), as redes de aberturas 20
e 30mm se mostraram seletivas, com as maiores freqüências relativas
coincidindo com as classes de comprimento onde estão incluídos os
comprimentos modais calculados.
O lambari rabo vermelho teve maiores freqüências relativas em classes
que não coincidiram com os comprimentos modais. Para as redes de aberturas
92
15mm e 20mm (Figura 54 a e b), a maior freqüência foi registrada para a
classe de comprimento imediatamente anterior à classe do comprimento
modal. Isto ocorreu devido ao elevado número de indivíduos capturados nessa
classe, que somados perfizeram a maior freqüência.
Na Figura 55 observa-se que para a traíra, os valores modais
coincidiram com as classes de comprimento com maior freqüência de
ocorrência de indivíduos capturados nas malhas de abertura 15mm (a), 20mm
(b) e 30mm (c). Apesar disso, houve um registro de indivíduos com
comprimento padrão muito superior registrado em redes de aberturas
pequenas.
Figura 53: Distribuição da freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento (cm). (a)
abertura 15mm entre nós adjacentes: mo
a
= 7,4cm, n= 288, e (b) abertura 20mm entre nós
adjacentes: mo
b
= 9,3cm, n= 199, para o lambari rabo amarelo (Astyanax altiparanae), com mo
(valor modal) e n (número de indivíduos).
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
5,0-5,9 6,0-6,9 7,0-7,9 8,0-8,9 9,0-9,9 10,0-10,9 11,0-11,9
%
a
0,0
10 , 0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
5,0-5,9 6,0-6,9 7,0-7,9 8,0-8,9 9,0-9,9 10,0-10,9 11,0-11,9
classes de comprimento (cm)
b
93
Figura 54: Distribuição da freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento (cm). (a)
abertura 15mm entre nós adjacentes: mo
a
= 9,0cm, n= 124, e (b) abertura 20mm entre nós
adjacentes: mo
b
= 11,0cm, n= 79, para o lambari rabo vermelho (Astyanax scabripinnis
paranae), com mo (valor modal) e n (número de indivíduos).
Figura 55: Distribuição da freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento (cm). (a)
abertura 15mm entre nós adjacentes: mo
a
= 10,5cm, n= 11, (b) abertura 20mm entre nós
adjacentes: mo
b
= 15,0cm, n= 40, e (c) abertura 30mm entre nós adjacentes: mo
c
= 21,5cm, n=
46, para a traíra (Hoplias malabaricus), com mo (valor modal) e n (número de indivíduos).
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
7,0-7,9 8,0-8,9 9,0-9,9 10,0-10,9 11,0-11,9 12,0-12,9 13,0-13,9
%
a
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
7,0-7,9 8,0-8,9 9,0-9,9 10,0-10,9 11,0-11,9 12,0-12,9 13,0-13,9
classes de comprimento (cm)
%
b
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
9,0-
9,9
10,0-
10,9
11,0-
11,9
12,0-
12,9
13,0-
13,9
14,0-
14,9
15,0-
15,9
16,0-
16,9
17,0-
17,9
18,0-
18,9
19,0-
19,9
20,0-
20,9
21,0-
21,9
22,0-
22,9
23,0-
23,09
24,0-
24,9
25,0-
25,9
26,0-
26,9
%
a
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
9,0-
9,9
10,0-
10,9
11,0-
11,9
12,0-
12,9
13,0-
13,9
14,0-
14,9
15,0-
15,9
16,0-
16,9
17,0-
17,9
18,0-
18,9
19,0-
19,9
20,0-
20,9
21,0-
21,9
22,0-
22,9
23,0-
23,09
24,0-
24,9
25,0-
25,9
26,0-
26,9
%
b
0,0
10 , 0
20,0
30,0
40,0
9,0-9,9 10,0-
10 , 9
11, 0 -
11, 9
12 , 0 -
12 , 9
13 , 0 -
13 , 9
14 , 0 -
14 , 9
15 , 0 -
15 , 9
16 , 0 -
16 , 9
17 , 0 -
17 , 9
18 , 0 -
18 , 9
19 , 0 -
19 , 9
20,0-
20,9
21,0-
21,9
22,0-
22,9
23,0-
23,09
24,0-
24,9
25,0-
25,9
26,0-
26,9
classes de comprimento (cm)
c
94
O jeju (Figura 56) teve capturas elevadas não só em sua classe de
comprimento modal, mas também em outras duas. Isto ocorreu porque na
classe 17,0-17,9cm apenas dois indivíduos foram capturados, e nas classes
19,0-19,9 e 21,0-21,9cm, a soma dois indivíduos capturados, embora não
apresentasse valor modal, foi superior à soma dos indivíduos com comprimento
modal.
0,0
5,0
10 , 0
15 , 0
20,0
25,0
13 , 0 - 13,9 14,0-14,9 15,0-15,9 16,0-16,9 17,0-17,9 18,0-18,9 19,0-19,9 20,0-
20,9
21,0-21,9 22,0-
22,9
23,0-
23,9
24,0-
24,9
25,0-
25,9
26,0-
26,9
classes de comprimento (cm)
Figura 56: Distribuição da freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento (cm), para
abertura 15mm entre nós adjacentes: mo= 17,4cm, n= 13, para o jeju (Hoplerithrynus
unitaeniatus), com mo (valor modal) e n (número de indivíduos).
A Figura 57 mostra a distribuição de freqüência de ocorrência do
sagüiru. Para as redes de aberturas de malha 15 e 30mm (Figura 56 a e c) as
maiores freqüências de ocorrências coincidiram com os valores modais
calculados. Para a abertura 20mm (Figura 56 b) a maior freqüência foi
registrada para a classe de comprimento anterior à classe do comprimento
modal. Isto ocorreu devido ao elevado número de indivíduos capturados nessa
classe, que somados perfizeram a maior freqüência.
Para a tuvira (Figura 58) a distribuição de freqüência de ocorrência
mostrou que, além da classe em que contém o comprimento modal, outras
classes apresentaram elevada freqüência de ocorrência. Isto ocorreu porque a
moda foi representada por apenas dois valores, fato que se repetiu em outras
classes (mo
1
= 20,5; mo
2
= 21,5; mo
3
= 21,9; mo
3
= 23,1; mo
4
= 24,6; mo
5
= 26,6;
mo
6
= 26,9).
Para o cascudo (Figura 59), a classe de comprimento com maior número
de indivíduos capturados não coincidiu com a classe do comprimento modal,
apesar do cálculo não ter indicado uma distribuição bimodal.
95
Figura 57: Distribuição da freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento (cm). (a)
para abertura 15mm entre nós adjacentes: mo
a1
= 13,5m, n= 152, (b) abertura 20mm entre nós
adjacentes: mo
b
= 12,5cm, n= 134, e (c) abertura 30mm entre nós adjacentes: mo
c
= 14,4cm, n=
41, para o sagüiru (Cyphocharax modesta) com mo (valor modal) e n (número de indivíduos).
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
17,0-
17,9
18,0-
18,9
19,0-
19,9
20,0-
20,9
21,0-
21,9
22,0-
22,9
23,0-
23,9
24,0-
24,9
25,0-
25,9
26,0-
26,9
27,0-
27,9
28,0-
28,9
29,0-
29,9
30,0-
30,9
31,0-
31,9
32,0-
32,9
33,0-
33,9
34,0-
34,9
classes de comprimento (cm)
%
Figura 58: Distribuição da freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento (cm), para
abertura 15mm entre nós adjacentes: n= 39 para a tuvira (Gymnotus carapo) com n (número de
indivíduos).
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
7,0-7,9 8,0-8,9 9,0-9,9 10,0-10,9 11,0-11,9 12,0-12,9 13,0-13,9 14,0-14,9 15,0-15,9 16,0-16,9 17,0-17,9
%
a
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
7,0-7,9 8,0-8,9 9,0-9,9 10,0-10,9 11,0-11,9 12,0-12,9 13,0-13,9 14,0-14,9 15,0-15,9 16,0-16,9 17,0-17,9
%
b
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
7,0-7,9 8,0-8,9 9,0-9,9 10,0-10,9 11,0-11,9 12,0-12,9 13,0-13,9 14,0-14,9 15,0-15,9 16,0-16,9 17,0-17,9
classes de comprimento (cm)
%
c
96
0,0
10 , 0
20,0
30,0
40,0
50,0
9,0-9,9 10,-10,9 11,0-11,9 12,0-12,9 13,0-13,9
classes de comprimento (cm)
Figura 59: Distribuição da freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento (cm), para
abertura 15mm entre nós adjacentes: mo= 13,0cm, n= (26), para o cascudo (Hypostomus sp),
com mo (valor modal) e n (número de indivíduos).
A distribuição de freqüência de ocorrência para a tilápia do Nilo indicou,
para a rede de abertura de malha 40mm (Figura 60 a) uma distribuição
bimodal. Para as aberturas 50 e 60mm (Figura 60 b e c), as classes que
apresentam maiores freqüências não coincidem com a classe modal. Isto
ocorreu devido ao elevado número de indivíduos capturados nessa classe, que
somados perfizeram a maior freqüência.
Figura 60: Distribuição da freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento (cm). (a)
para abertura 40mm entre nós adjacentes: mo
a
= 21,4cm, n= 58, (b) abertura 50mm entre nós
adjacentes: mo= 22,5cm, n= 98, e (c) abertura 60mm entre nós adjacentes: mo= 26,0, n= 76,
para a tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) com mo (valor modal) e n (número de indivíduos).
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
14,0-
14,9
15,0-
15,9
16,0-
16,9
17,0-
17,9
18,0-
18,9
19,0-
19,9
20,0-
20,9
21,0-
21,9
22,0-
22,9
23,0-
23,9
24,0-
24,9
25,0-
25,9
26,0-
26,9
27,0-
27,9
28,0-
28,9
30,0-
30,9
31,0-
31,9
32,0-
32,3
%
a
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
14,0-
14,9
15,0-
15,9
16,0-
16,9
17,0-
17,9
18,0-
18,9
19,0-
19,9
20,0-
20,9
21,0-
21,9
22,0-
22,9
23,0-
23,9
24,0-
24,9
25,0-
25,9
26,0-
26,9
27,0-
27,9
28,0-
28,9
30,0-
30,9
31,0-
31,9
32,0-
32,3
%
b
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
14,0-
14,9
15,0-
15,9
16,0-
16,9
17,0-
17,9
18,0-
18,9
19,0-
19,9
20,0-
20,9
21,0-
21,9
22,0-
22,9
23,0-
23,9
24,0-
24,9
25,0-
25,9
26,0-
26,9
27,0-
27,9
28,0-
28,9
30,0-
30,9
31,0-
31,9
32,0-
32,3
classes de comprimento (cm)
%
c
97
Para as redes de aberturas 15, 30, 40 e 60mm (Figura 61 a, c, d e f) as
distribuições de freqüência de ocorrência do cará coincidiram com as classes
dos respectivos comprimentos modais. Para as aberturas das malhas 20 e
50mm (Figura 61 b e c) as classes com as maiores freqüências não coincidiram
com as respectivas classes modais. Isto ocorreu devido ao elevado número de
indivíduos capturados nessa classe, que somados perfizeram a maior
freqüência.
O tucunaré apresentou distribuição de freqüência de ocorrência
coincidindo com a classe do comprimento modal para as redes de abertura de
malha 20 e 30mm (Figura 62 b e c). Para a abertura de 15mm (Figura 62 a),
houve um grande número de indivíduos capturados na classe anterior cuja
soma relativa ultrapassou a freqüência da classe de comprimento modal. A
abertura de 40mm (Figura 62 d) a distribuição de freqüência de ocorrência
mostrou que, além da classe em que contém o comprimento modal, outras
classes apresentaram elevada freqüência de ocorrência. Isto ocorreu porque a
moda foi representada por apenas três valores, fato que se repetiu em outras
classes (mo
1
= 20,6cm; mo
2
= 21,5cm; mo
3
= 21,6cm e mo
3
= 22,1cm).
Para o mandi, na rede de abertura de malha 15mm (Figura 63), a
distribuição de freqüência de ocorrência mostrou que, além da classe em que
contém o comprimento modal, outras classes apresentaram elevada freqüência
de ocorrência. Isto ocorreu porque a moda foi representada por apenas dois
valores, fato que se repetiu em outras classes (mo
1
= 9,8cm; mo
2
= 10,0cm;
mo
3
= 10,5cm, mo
3
= 10,7cm; mo
4
= 11,5cm).
98
Figura 61: Distribuição da freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento (cm). (a)
abertura 15mm entre nós adjacentes: mo
a
= 6,5cm, n= 43, (b) abertura 20mm entre nós
adjacentes: mo
b
= 10,0cm, n= 54, (c) abertura 30mm entre nós adjacentes: mo
c
= 12,0cm, n=
286, (d) abertura 40mm entre nós adjacentes: mo
d
= 6,5cm, n= 43, (e) abertura 50mm entre nós
adjacentes: mo
e
= 16,5cm, n= 156, e (f) abertura 60mm entre nós adjacentes mo
f
= 17,6cm, n=
109, para o cará (Geophagus brasiliensis) com mo (valor modal) e n (número de indivíduos).
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
5,0-
5,9
60,-
6,9
7,0-
7,9
8,0-
8,9
9,0-
9,9
10,0-
10,9
11,0-
11,9
12,0-
12,9
13,0-
13,9
14,0-
14,9
15,0-
15,9
16,0-
16,9
17,0-
17,9
18,0-
18,9
19,0-
19,9
20,0-
20,9
21,0-
21,9
21,0-
22,9
23,0-
23,9
24,0-
24,9
25,0-
25,9
%
a
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
5,0-
5,9
60,-
6,9
7,0-
7,9
8,0-
8,9
9,0-
9,9
10,0-
10,9
11,0-
11,9
12,0-
12,9
13,0-
13,9
14,0-
14,9
15,0-
15,9
16,0-
16,9
17,0-
17,9
18,0-
18,9
19,0-
19,9
20,0-
20,9
21,0-
21,9
21,0-
22,9
23,0-
23,9
24,0-
24,9
25,0-
25,9
%
b
0
10
20
30
40
50
5,0-
5,9
60,-
6,9
7,0-
7,9
8,0-
8,9
9,0-
9,9
10 , 0 -
10 , 9
11, 0 -
11, 9
12 , 0 -
12 , 9
13 , 0 -
13 , 9
14 , 0 -
14 , 9
15 , 0 -
15 , 9
16 , 0 -
16 , 9
17 , 0 -
17 , 9
18 , 0 -
18 , 9
19 , 0 -
19 , 9
20,0-
20,9
21,0-
21,9
21,0-
22,9
23,0-
23,9
c
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
5,0-
5,9
60,-
6,9
7,0-
7,9
8,0-
8,9
9,0-
9,9
10,0-
10,9
11,0-
11,9
12,0-
12,9
13,0-
13,9
14,0-
14,9
15,0-
15,9
16,0-
16,9
17,0-
17,9
18,0-
18,9
19,0-
19,9
20,0-
20,9
21,0-
21,9
21,0-
22,9
23,0-
23,9
24,0-
24,9
25,0-
25,9
%
d
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
5,0-
5,9
60,-
6,9
7,0-
7,9
8,0-
8,9
9,0-
9,9
10,0-
10,9
11,0-
11,9
12,0-
12,9
13,0-
13,9
14,0-
14,9
15,0-
15,9
16,0-
16,9
17,0-
17,9
18,0-
18,9
19,0-
19,9
20,0-
20,9
21,0-
21,9
22,0-
22,9
23,0-
23,9
24,0-
24,9
25,0-
25,9
%
e
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
5,0-
5,9
60,-
6,9
7,0-
7,9
8,0-
8,9
9,0-
9,9
10,0-
10,9
11,0-
11,9
12,0-
12,9
13,0-
13,9
14,0-
14,9
15,0-
15,9
16,0-
16,9
17,0-
17,9
18,0-
18,9
19,0-
19,9
20,0-
20,9
21,0-
21,9
22,0-
22,9
23,0-
23,9
24,0-
24,9
25,0-
25,9
classes de comprimento (cm)
%
f
99
Figura 62: Distribuição da freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento (cm). (a)
abertura 15mm entre nós adjacentes mo
a
= 9,0cm, n= 38, (b) abertura 20mm entre nós
adjacentes: mo
b
= 12,0cm, n= 15, (c) abertura 30mm entre nós adjacentes: mo
c
= 17,5cm, n= 46,
e (d) abertura 40mm entre nós adjacentes: mo
d
= 20,6cm; n= 38 para o tucunaré (Cichla
monoculus) com mo (valor modal) e n (número de indivíduos).
0,0
10 , 0
20,0
30,0
40,0
50,0
8 , 0 - 8 , 9 9 , 0 - 9 , 9 10 , 0 - 10 , 9 11, 0 - 11, 9 12 , 0 - 12 , 9 13 , 0 - 13 , 9 14 , 0 - 14 , 9
classes de comprimento (cm)
Figura 63: Distribuição da freqüência de ocorrência (%) por classe de comprimento (cm), para
abertura 15mm entre nós adjacentes mo= 9,8cm, n= 21, para o mandi (Pimelodella cf gracilis),
com mo (valor modal) e n (número de indivíduos).
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
7,0-
7,9
8,0-
8,9
9,0-
9,9
10,0-
10,9
11,0-
11,9
12,0-
12,9
13,0-
13,9
14,0-
14,9
15,0-
15,9
16,0-
16,9
17,0-
17,9
18,0-
18,9
19,0-
19,9
20,0-
20,9
21,0-
21,9
22,0-
22,9
23,0-
23,9
24,0-
24,9
25,0-
25,9
%
a
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
7,0-
7,9
8,0-
8,9
9,0-
9,9
10,0-
10,9
11,0-
11,9
12,0-
12,9
13,0-
13,9
14,0-
14,9
15,0-
15,9
16,0-
16,9
17,0-
17,9
18,0-
18,9
19,0-
19,9
20,0-
20,9
21,0-
21,9
22,0-
22,9
23,0-
23,9
24,0-
24,9
25,0-
25,9
%
b
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
7,0-
7,9
8,0-
8,9
9,0-
9,9
10,0-
10,9
11,0-
11,9
12,0-
12,9
13,0-
13,9
14,0-
14,9
15,0-
15,9
16,0-
16,9
17,0-
17,9
18,0-
18,9
19,0-
19,9
20,0-
20,9
21,0-
21,9
22,0-
22,9
23,0-
23,9
24,0-
24,9
25,0-
25,9
%
c
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
7,0-
7,9
8,0-
8,9
9,0-
9,9
10,0-
10,9
11,0-
11,9
12,0-
12,9
13,0-
13,9
14,0-
14,9
15,0-
15,9
16,0-
16,9
17,0-
17,9
18,0-
18,9
19,0-
19,9
20,0-
20,9
21,0-
21,9
22,0-
22,9
23,0-
23,9
24,0-
24,9
25,0-
25,9
classes de comprimento (cm)
%
d
100
6.5. Discussão
Em estudos de seletividade amostral, as proporções morfométricas têm
grande importância. Segundo Kawamura (1972) as proporções do corpo do
peixe afetam a seletividade das redes de emalhar, principalmente no que se
refere às relações comprimento-perímetro-peso.
Além das regressões Perímetro/ Ls para comparação com curvas de
seletividade, foram utilizadas curvas Wt/ Ls. Esta medida indireta pode ajudar a
estimar o tamanho do pescado capturado através de seu peso (Martinelli &
Petrere, 1999), como forma de manejo para os estoques pesqueiros da represa
do Lobo-Broa.
Peixes predadores como a traíra, jeju e tucunaré apresentaram grande
amplitude em suas distribuições por abertura de malha, não implicando
necessariamente em captura por emalhamento, e sim por enredamento, uma
vez que estas espécies provavelmente ficaram presas às malhas ao se
alimentarem de peixes menores já capturados. Durante as pescarias foi
possível notar que a maior parte dos carás também ficava enredada, embora
seu hábito alimentar não justifique tal fato.
A seletividade da rede de emalhar pode ser influenciada pelo tamanho e
forma da malha; visibilidade; cor e tempo de imersão da rede, além da
elasticidade do fio e da forma do corpo do peixe (Fonteles Filho, 1989).
Segundo McCombie & Berst (1969) apud Vasconcelos (1997), o fato de
o peixe poder ser capturado em diferentes posições do corpo pode contribuir
para desvios nas curvas de seletividade baseadas no perímetro de retenção.
Lucena (1997) afirma que para ser emalhado ou preso em volta do corpo, um
peixe deve penetrar na rede além do seu opérculo, mas em razão do seu
perímetro máximo, não poder passar adiante. O padrão de seletividade neste
caso é unimodal e pode ser simétrico, como o lambari rabo amarelo, sagüiru
(abertura 30mm), cará (aberturas 15, 30, 40 e 60). Normalmente as curvas
unimodais correspondem aos peixes capturados de uma única maneira,
geralmente pelo dorso (emalhado), enquanto que as curvas bimodais indicam
que os peixes foram capturados de duas ou mais maneiras (Vasconcelos,
1997). Neste trabalho, sagüiru (abertura 15mm) e tilápia do Nilo (abertura
40mm) apresentaram distribuição bimodal.
101
Algumas espécies tiveram suas maiores freqüências de ocorrência em
classes de comprimento anteriores àquela referente à classe modal, como o
lambari rabo vermelho, sagüiru (abertura 20mm), tilápia do Nilo (aberturas 50 e
60mm), cará (aberturas 20 e 50). Outras, como tuvira, cascudo e mandi não se
mostraram seletivas para esta arte de pesca, comportamento evidenciado pela
ampla distribuição de freqüência de ocorrência.
Considerando o tamanho de primeira maturação dos lambaris rabo
amarelo e rabo vermelho (Tabela 36), segundo as regressões obtidas para a
menor abertura de malha, a arte de pesca não capturaria indivíduos
sexualmente imaturos. Deve-se considerar, entretanto, que as regressões
obtidas não consideraram a diferença de tamanho os entre sexos.
Tabela 36: Hábito alimentar, tipo e época de desova, e tamanho de 1ª maturação para as
mesmas espécies de peixes capturadas na represa do Lobo-Broa.
Espécie Hábito alimentar Tipo de
desova
Época de
desova
maturação
Lambari rabo
amarelo
Onívoro
1
Microcarnívoro
12
Insetívoro
8
Periódica
15
Out-fev
1
Set-dez
6
45mm
6
Lambari rabo
vermelho
Onívoro
1
Microcarnívoro
12
Periódica
15
Set-dez
6
50mm
6
Traíra
Ictiófago
1
Ictiófago facultativo
11, 16
Parcelada
12
Set-mar
1
Set-fev
12
167mm
9
140mm
12
Jeju
Ictiófago
2
Piau três pintas
Onívoro
1
Planctívoro
11
Parcelada
15
Total
12
Nov-jan
4
Out-jan
12
150mm
12
Sagüiru
Iliófago
1
Out-jan
1
Tuvira
Insetívoro
10
Parcelada
5
* Out-dez
5
Out-nov
7
141mm
12
Bagre
Piscívoro facultativo
11, 16
Parcelada
12
2 picos: verão e
inverno
12
165mm
12
Tamoatá
Parcelada
12
Nov-abr
12
83mm
12
Cascudo
Iliófago
1
Onívoro
11
Dez-mar
1
Tilápia do
Congo
Onívoro
3, 13
Parcelada
15
Set-jan
3
165mm
3
Tilápia do Nilo
Onívoro
11, 13
Parcelada
12
Contínua
15
Set-nov
12
123mm
13
Cará
Onívoro
8, 13
Contínua
15
82mm
13
Tucunaré
Ictiófago
1, 16
semestre
17
Mandi
Onívoro
1
Insetívoro
2
Curimbatá
Onívoro
11, 13
Total
12
Parcelada
15
Nov-fev
12
197mm
12
1
Nakatami, 1987;
2
Santos, 1987;
3
Barbieri et al., 1983;
4
Barbieri & Santos,
1988;
5
Barbieri & Barbieri, 1984;
6
Barbieri & Barbieri, 1988;
7
Barbieri &
Barbieri, 1984;
8
Arcifa & Meschiatti, 1993;
9
Barbieri, 1989;
10
Arcifa et al.,
102
1988;
11
Lazzaro et al., 2003;
12
Nakatami et al., 2001;
13
Lazzaro et al., 1999;
14
Vasconcelos, 1997;
15
Lazzaro et al., 1996;
16
Ribeiro Filho, 1999;
17
Pedro, 1995
Por outro lado, a traíra não deveria ser capturada por redes de aberturas
pequenas (15 e 20mm), pois sua captura é de indivíduos com tamanho inferior
ao de primeira maturação. Infelizmente, para as redes de aberturas maiores
(50 e 60mm) não foi possível estabelecer uma relação entre o comprimento
padrão e o perímetro máximo, não sendo possível inferir sobre as capturas de
indivíduos maduros nestas redes.
Considerando apenas o perímetro médio dos indivíduos capturados na
rede de abertura de malha 15mm, a tuvira não teria sua reprodução
comprometida. Porém, o fato desta espécie se enredar faz com que indivíduos
menores fiquem retidos na malha.
O estudo de seletividade para o cará indicou que esta espécie não
deveria ser capturada com redes de abertura inferior a 30mm, pois teriam sua
reprodução comprometida (Tabela 37).
Redes com abertura inferior a 40mm não deveriam ser utilizadas para
captura de tilápia do Nilo, pois a espécie estaria suscetível à captura antes de
atingir o tamanho mínimo de captura. Porém, vale ressaltar que esta espécie é
exótica e que não há nenhuma norma relacionada ao tamanho mínimo de
captura destas espécies.
Deve-se lembrar, porém, que as pescarias experimentais foram
realizadas apenas em região litoral, próxima à praia, ambiente que pode
propiciar refúgio a indivíduos menores (mais jovens) das espécies capturadas.
103
7. Manejo dos recursos pesqueiros no Brasil
e na represa do Lobo-Broa
O sucesso do manejo dos recursos pesqueiros depende dos padrões de
distribuição espacial e temporal dos peixes e dos pescadores (Pet & Piet, 1993).
Na Suécia, como estratégia para a recuperação do estoque de
salmonídeos explorados por pecadores esportivos, foi realizado um
melhoramento do habitat, com a criação de refúgios para reprodução,
mostrando-se eficiente (Rubin et al., 2004).
Para a pesca de bagres em reservatórios norte americanos, o
melhoramento de habitats pareceu ser uma boa estratégia, desde que não haja
intervenção nas demais comunidades dos reservatórios estudados. Para
reservatórios de pequeno porte, a estocagem pareceu ser mais eficiente do
que nos de grande porte, onde a estocagem tem limitações (Miranda, 1999).
As diferentes estratégias de manejo de pesca refletem condições
econômicas, políticas e sociais, muito mais do que a realidade biológica de um
reservatório. O desenvolvimento de teorias econômicas tem fornecido uma
estrutura e ferramentas básicas para a avaliação dos recursos naturais e sua
exploração (Toivonen et al., 2004).
Templeton (1984) considera a pesca com vara o método mais utilizado de
captura, adequado a pescas em grandes ou pequenos lagos, a rios e outros
ambientes. As capturas dependem do direcionamento do esforço, dependendo
das técnicas usadas. O autor descreveu algumas medidas para regulamentação
da pesca na Inglaterra (Tabela 37) e suas implicações para a pesca esportiva.
Arlinghaus et al. (2003) acreditam nos benefícios socioculturais e
socioeconômicos gerados pelas pescarias esportivas na Europa, apesar dos
impactos negativos nos ecossistemas aquáticos e descreveram as diferentes
104
estratégias para manejo de águas continentais para pescarias em países
desenvolvidos (regiões temperadas) e em desenvolvimento (regiões tropicais)
(Tabela 38).
Tabela 37: Sumário dos métodos que regulamentam a pesca esportiva na Inglaterra e seus efeitos.
Medidas Principais efeitos Efeitos eventuais
Estações
fechadas
Pesca somente com
autorização do proprietário ou
inquilino da área
Proteção durante a
época reprodutiva
Proteção de alevinos,
de ninhos de aves
aquáticas ou
domésticas.
Santuários
Pesca esportiva não é
permitida
Restrição à captura de
peixes
Proteção de alevinos,
de ninhos de aves
aquáticas ou
domésticas
Limite de
captura
Normalmente aplicada a um
dia de visita quando o peixe é
levado. Quando há devolução
do peixe, consideram-se
amostras.
Diminui a pressão nos
estoques quando as
capturas são grandes
Pode ser frustrante
para os pescadores
nos demais dias
Limite de
equipamento
Restrição do número de varas
utilizado num determinado
local
Previne lotação, reduz
prejuízos aos estoques
Requer um equilíbrio
entre qualidade e
quantidade de
equipamentos
Tipo de
equipamento
Determina tipo de molinete,
linha, anzol, técnica (uso de
bóia, isca viva, larvas,
minhocas, uso de carretilha
ou “fly”, etc)
Melhora o esporte
Limite de
tamanho
Devolução de peixes que
ainda não atingiram tamanho
mínimo de captura
Proteção dos indivíduos
que ainda não se
reproduziram e otimiza a
qualidade do esporte
Fonte: Templeton (1984) (modificada).
Tabela 38: Comparação entre as estratégias para o manejo de águas continentais em países
desenvolvidos e em desenvolvimento.
Países desenvolvidos (regiões
temperadas)
Países em desenvolvimento
(regiões tropicais)
Objetivos
Conservação/ preservação
Recreação
Abastecimento de alimento
Renda
Mecanismos
Pesca recreativa
Reabilitação de habitats
Estocagem para melhora do
ambiente
Aqüicultura intensiva
Pescas comerciais
Modificação de habitats
Estocagem intensiva (para melhora da
pesca)
Aqüicultura extensiva
Aspectos
econômicos
Capital intensivo Trabalho Intensivo
O manejo da pesca no Brasil é implementado de forma centralizada,
através de medidas planejadas pelo IBAMA e utiliza metodologias tradicionais,
como o estabelecimento de épocas de defesos e regulação de tamanhos de
105
malhas. Em poucos casos existe a participação dos usuários (comunidades,
pescadores, armadores) como co-gestores deste processo. Como
conseqüência, a regulamentação das pescarias se torna um elemento de
conflito social ao invés de contribuir para a sustentabilidade da exploração dos
recursos pesqueiros (IBAMA, 2001). A sobrexploração e os colapsos das
pescarias têm levado os administradores a fazerem proposições de manejo
conservadoras, dirigidas a maximizar rendimentos imediatos e que visam
diminuir os riscos e o impacto sobre a biodiversidade. Entretanto, propostas
contraditórias têm sido feitas pelos Ministérios do Meio Ambiente (IBAMA) e de
Agricultura e Abastecimento (Departamento de Pesca e Aqüicultura - DPA),
sobre conservação de recursos e produção de alimentos (MP N° 1999-17 de
16/11/00)
A instrução normativa nº 36/04-N, de 29 de junho de 2004 estabelece
normas gerais para o exercício da pesca na bacia hidrográfica do rio Paraná. É
permitido na pesca comercial, nos reservatórios da bacia do rio Paraná, o uso
de rede de emalhar com malha igual ou superior a 80mm, com o máximo de
100m (cem metros) de comprimento, sem emenda de panagem, instaladas a
uma distância mínima de 150m uma da outra, independentemente do
proprietário, e identificada com plaqueta e tarrafa com malha igual ou superior
a 70mm. Os tamanhos mínimos de captura são apresentados na Tabela 39.
Tabela 39: Espécies e tamanhos mínimos permitidos para captura com rede de emalhar e
tarrafa.
Espécie Tamanho mínimo (CT, cm)
Gymnotus carapo
30
Hoplias malabaricus
30
Hypostomus spp. 30
Leporinus spp. 30
Prochilodus spp. 35
Fonte: www.ibama.gov.br (modificada)
Agostinho & Gomes (2005) mencionam que no Brasil, o manejo dos
estoques pesqueiros pode ser direcionado para a preservação da diversidade
biológica e/ou sustentar a exploração pesqueira:
(a) Manejo com finalidade conservacionista: voltado para a manutenção das
populações acima dos limiares demográficos e genéticos críticos à
reprodução e aos processos evolutivos;
106
(b) Manejo para explotação: visa permitir o rendimento máximo sustentável
da atividade pesqueira, através de medidas que incrementem a taxa de
recrutamento, elevação na capacidade biogênica do ambiente, redução
na mortalidade natural e controle da pesca.
Pouco tem sido feito em relação ao manejo dos estoques pesqueiros da
represa do Lobo-Broa e aos pescadores que exploram suas águas. A região do
Horto, mais produtiva, não oferece nenhum tipo de abrigo para os pescadores na
época de inverno. Algumas introduções de peixes são realizadas aleatoriamente,
sem estudos prévios, pelos próprios pescadores. Em entrevista realizada durante
a estação chuvosa 2002-2003, dois pescadores afirmavam estar capturando
tucunaré na represa para levá-los a outra represa próxima. Quando indagados
sobre o motivo, afirmaram que a represa era mais próxima de suas casas e que
preferiam pescar esta espécie a outras presentes. O registro de captura de
curimbatá nas duas últimas pescarias pode ser um indício de novas introduções e
o impacto desta introdução ainda não foi estudado, a exemplo de outras
introduções anteriores, de outras espécies agora estabelecidas nas águas da
represa.
Um outro fator preocupante na represa do Lobo-Broa é consoante com a
pesquisa de Zacarkim et al (2005): em ambos os estudos, os pescadores
esportivos entrevistados sugerem, para melhoria de sua atividade, a proibição de
pescarias artesanais (proibição de pescas com redes). Entretanto, existem nas
águas do Horto/ Itaqueri-Broa outros pescadores – que não comercializam o
pescado – que utilizam redes de emalhar e tarrafas em suas pescarias. Uma
fiscalização mais eficiente, igualmente sugerida pelos pescadores esportivos,
deveria ser voltada para todos os pescadores que utilizam estes petrechos.
Investimentos na área de turismo, voltados para as pecarias esportivas,
poderiam promover o desenvolvimento regional de forma sustentável. O manejo
adequado do estoque pesqueiro e da qualidade da água do Horto/ Itaqueri-Broa
poderia garantir que o estoque nativo não fosse super explotado e também
controlar as populações das espécies introduzidas.
107
8. Conclusões e recomendações
Com base no presente estudo foi possível concluir que:
A pescaria esportiva na represa do Lobo-Broa é praticada com vara de
pescar simples e com molinete, às margens da represa ou em barcos.
Os pescadores freqüentam principalmente o Horto Florestal, onde é
concentrado o maior esforço pesqueiro. Além deste local, o Píer e a
Praia (com acesso pelo condomínio Santo Antônio) também são
explorados.
As pescarias esportivas são desenvolvidas principalmente por homens
provenientes do município de São Carlos. Uma grande parcela concluiu
o ensino médio e vive em casa própria.
Os pescadores esportivos freqüentam outras represas e rios da região e
utilizam, principalmente, vara de pesca simples, de bambu.
O uso de ceva para os peixes é freqüente entre os pescadores
entrevistados, Apesar disso, apontam como problemas para as
pescarias na represa do Lobo-Broa a má qualidade da água.
A captura da pescaria esportiva é constituída principalmente de
Ciclídeos (cará, tilápias do Nilo e do Congo e tucunaré), embora a
represa, de um modo geral, não tenha elevada produtividade pesqueira.
O local que apresenta maior produtividade pesqueira, para a pescaria
esportiva, é a região do Horto Florestal devido à maior produtividade
primária do local provocada pela proximidade à foz do rio Itaqueri,
associada à presença de estacas de madeira (que funcionam como
recifes artificiais).
Para as pescarias esportivas, a sazonalidade e o uso de isca não se
mostraram estatisticamente significativos. A sazonalidade não se
mostrou significativa devido à abertura das comportas da represa
108
durante o período chuvoso, diminuindo a oscilação do nível da água, e,
portanto a inundação de áreas adjacentes que poderiam proporcionar
refúgio para as espécies de peixes. A captura também é independente
do uso de isca, ou seja, o uso de ceva, ao contrário do que os
pescadores esportivos acreditam, não favorece as capturas.
Para as pescarias experimentais, as espécies que tiveram maiores
capturas relativas foram o cará e o lambari rabo amarelo nos três locais
de pescaria (Horto/ Itaqueri, Meio e Barragem).
Para a pescaria experimental, o local de maiores capturas foi o Horto/
Itaqueri, pela proximidade ao Horto Florestal e, portanto sofrendo as
mesmas influências limnológicas deste, e devido à presença de
macrófitas, que podem funcionar como área de abrigo para os peixes.
Para as pescarias experimentais, a sazonalidade e a variação diuturna
não foram significativas estatisticamente. A variação diuturna não se
mostrou importante devido ao pequeno diâmetro do fio utilizado nas
redes de emalhar, tornando o petrecho de difícil visualização tanto à
noite quanto durante o dia.
As capturas de curimbatás nas últimas duas pescarias experimentais
sugerem uma nova introdução de peixes na represa.
As redes de abertura de malha menores tiveram captura de espécies de
pequeno porte e de espécies que alcançam tamanhos maiores, como
traíra e tucunaré. Suas capturas foram justificadas devido ao hábito
alimentar, predando os indivíduos menores já capturados nas redes.
Espécies como cará e as tilápias tiveram capturas amplas, em todas as
aberturas de malha.
As redes se mostraram seletivas para espécies como os lambaris rabo
amarelo e rabo vermelho, sagüiru e cará. Para outras espécies como
tuvira, cascudo e mandi a arte de pesca não foi seletiva.
Como recomendações, sugerem-se:
As pescarias esportivas deveriam ser incentivadas visando o incremento
do turismo na região e aumento da produtividade pesqueira da represa.
Este incentivo, desde que bem administrado, poderia não representar
109
um conflito de interesses, uma vez que a pesca artesanal é pouco
praticada na represa. Como forma de incentivar as pescarias esportivas,
abrigos ou píeres deveriam ser construídos em locais como o Horto
Florestal e na Praia do Balneário Santo Antônio, melhorando o conforto
dos pescadores. É recomendável que haja, como forma de monitorar as
capturas, o controle do desembarque pesqueiro e acompanhamento das
possíveis oscilações das capturas. Uma conscientização maior dos
pescadores se faz urgente para que o uso de ceva para os peixes deixe
de ser utilizada, uma vez que não aumenta as capturas e aumenta o
grau de trofia das águas da represa.
O uso de ceva deveria ser proibido e órgãos competentes deveriam
passar a fiscalizar a atividade, como forma de evitar que as águas da
represa passassem a ser eutróficas.
Um estudo sobre a qualidade do pescado também é necessário, devido
à maior captura ocorrer em região de descarga dos efluentes da Estação
de Tratamento de Esgoto de Itirapina e do esgoto in natura do presídio
do mesmo município.
As pescarias com redes deveriam ser acompanhadas pelos órgãos
competentes no intuito de verificar os padrões da arte de pesca.
Aumento na fiscalização e a conscientização dos pescadores no que se
refere à introdução de novas espécies.
110
Bibliografia
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USP/ PPG-ERN-DEBE-UFSCar/ IEA-USP, São Carlos, 26p.
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125
Anexos
Anexo 1: Questionário sócio-econômico aplicado aos pescadores esportivos da
Represa do Lobo-Broa
Local: Data:
A. Dados Pessoais
1. Nome do pescador:
Sexo: ( ) masculino
( ) feminino
Estado civil:
(1) solteiro; (2) casado;
Endereço: (3) amigado; (4) divorciado/
Cidade: Separado; (5) viúvo
Escolaridade: ____________ Idade:_______ anos
2. Dependentes:___ Nº pessoas que trabalha: _____ Nº pessoas não trabalha: _____
3. Fontes de renda:
(1) assalariado (empregado rural ou urbano); (2) renda por serviços prestados
(autônomo); (3). renda de juros (poupança, etc.); (4) aposentadoria; (5) agricultura; (6)
artesanato; (7) extrativismo; (8) venda de peixes; (9) trabalhador da construção civil;
(10) outros:____________
B. Perfil dos membros da família de cada domicílio
1. Nome Parentesco Sexo Idade Escolaridade Atividade Econômica Renda
C. Estrutura domiciliar e urbanidade
1. Há quanto tempo mora no local?_________
a. origem (cidade/ estado)_____________/_______ zona: ( )urbana ( )rural
b. Sua casa é: ( ) própria ( ) alugada ( ) outro_______________________
2. Área construída do domicílio em metros quadrados: ______________
126
3. Qualidade do domicílio:
Material das paredes Material do telhado Material do piso
( )alvenaria
( )madeira
( )adobe
( )pau a pique
( )outros:__________
( )telha de barro
( ) madeira
( ) zinco
( )fibrocimento (brasilite)
( ) sapé ou palha
( ) outros:_______
( )madeira
( ) ladrilho
( ) cimento ou tijolo
( ) terra batida
( ) outros:_____________
4. A família residente no domicílio possui:
Bens Quantos? Bens Quantos?
1. automóvel 7. rádio
2. motocicleta 8. máquina de lavar roupa
3. bicicleta 9. máquina de lavar louça
4. televisor 10. Máquina de costura
5. telefone 11. microondas
6. geladeira 12. freezer: É utilizado para armazenar
peixes provenientes da pesca? ( ) sim ( ) não
5. Fonte de energia: (1) Eletricidade da rede; (2) Lampião/ Vela; (3) outro,
citar:___________________
6. Combustível para cocção: (1) gás de botijão; (2) lenha; (3) carvão
F. Pesca
1. Há quanto tempo pratica a pesca na região? _______________
Em outros locais?_________Quais?_____________________________________
Pesca em algum rio ou córrego aqui perto?__________Quais?_______________
2. Quantos dias pesca por semana? ____________/sem
3. Quantas horas por dia? _______________/horas
4. Gasto de manutenção dos insumos de produção por semana: _____________/sem
5. Consome pescado da sua própria produção?
( ) sim. Quantos quilos por semana?_____________________
( ) não
6. Existem locais de pesca pré-determinados para cada pescador?
( )sim. Em que região e por quê?_____________________________________
( ) não.
7. Equipamento de pesca (quantidade):
Equipamento De quem é? Características Quanto duram? Quanto custam?
Barco de madeira
Vara simples
Vara com molinete
Outros
De quem é: 1. Próprio, 2. Do intermediário, 3. Emprestado, 4. Outro: citar.
127
8. Pesca o ano inteiro?
( )sim
( )não, em que época?____________________
9. Local onde limpa o
pescado:
10. Caso haja comercialização, local onde vende o
pescado:
1. na represa (barco)
2. em casa
3. barranca
4. outros:________________
1. na represa
2. em casa
3. na cidade
4. outros:___________________
11. A quem vende o pescado?
(1) atravessador; (2) peixeiro; (3) feira. Onde?_________________________; (4)
consumidor; (5) outros_______________________________________________
12. Qual é o preço que é vendido o quilo do pescado?
Espécie Preço R$/kg
13. Conservação do pescado:
(1) fresco; (2) gelo; (3) congelador/ freezer; (4) salgado; (5) outros:________________
14. Como é vendido o pescado?
(1) inteiro com vísceras; (2) inteiro eviscerado e s/ escamas; (3) filé; (4) outro: _______
15. Quais os problemas que vem enfrentando na atividade pesqueira e quais as
sugestões para solucioná-las______________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
16. Acha que o estoque pesqueiro diminuiu?
( ) não: 1. Aumentou, 2. Está igual
( ) sim. A que atribui esta redução?
(1) Pesca excessiva; (2) Poluição; (3) Pesca para comercialização; (4) Outros:_______
17. Pertence a alguma associação?
( ) sim, qual?__________________________
( ) não
OBSERVAÇÕES:
128
Anexo 2: Questionário sobre os resultados das pescarias esportivas da
Represa do Lobo-Broa
Local de pescaria
Data
Tempo de pescaria
Petrechos
Iscas utilizadas
Uso de ceva
Composição da captura Espécie
Wt (g)
Lt (cm)
129
Anexo 3: Dados climatológicos na represa do Lobo-Broa, para o período de
setembro de 2002 a setembro 2004: distribuição de pluviosidade média (mm) e
temperatura do ar média (°C).
130
Anexo 4: Ferimento cicatrizado de peixe (tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus),
causado pela prática de “pesca de lambada”, capturado durante as pescarias
experimentais.
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