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Dissertação apresentada à Escola de Comuni-
cações e Artes da Universidade de São Paulo,
para obtenção do título de Mestre. Programa de
Pós-Graduação em Ciência da Informação
Área de concentração: Cultura e Informação.
Linha de pesquisa: Acesso à informação.
Orientadora: Profa Dra. Marilda Lopes Ginez
de Lara
São Paulo
Fevereiro 2006
JOICE CLAUDIA DE CARVALHO CAMARGO
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web:
da difusão à divulgação
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Autorizo:
[ ] divulgação do texto completo em bases de
dados especializadas.
[ ] reprodução total ou parcial, por processos
fotocopiadores, exclusivamente para fins
acadêmicos e científicos.
Assinatura:
Data:
Autorização para reprodução
Camargo, Joice C. de Carvalho.
A disseminação de informações estatísticas na Web: da difusão à
divulgação/ Joice C. de Carvalho Camargo.- São Paulo: J.C.C. Camargo, 2006.
128p. il.
Dissertação (mestrado) – Escola de Comunicações e Artes/USP, 2006.
Disseminação da informação
Sites de informação estatística
Difusão da informação
Divulgação da informação
Informação estatística
t
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FOLHA DE APROVAÇÃO
Joice Claudia de Carvalho Camargo
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação
Dissertação apresentada à Escola de Comu-
nicações e Artes da Universidade de São Paulo,
para obtenção do título de Mestre em Ciência
da Informação.
Área de Concentração: Cultura e Informação.
Linha de pesquisa: Acesso à informação.
Aprovado em:
Presidente da Banca: Prof. Dr.
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Instituição
Prof. Dr. Instituição
Prof. Dr. Instituição
Prof. Dr. Instituição
Prof. Dr. Instituição
Ao Reynaldo, Mariana e Renata,
Por serem a motivação
e
À minha mãe, por ser o exemplo.
5
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
À minha orientadora Profa. Dra. Marilda Lopes Ginez de Lara,
pelo incentivo e pela orientação paciente e carinhosa.
À Profa. Dra. Maria de Fátima G. Tálamo e à Profa. Dra. Johanna
Smit pelas orientações durante o exame de qualificação.
A todos os meus amigos do Instituto Via Pública que acom-
panharam tão de perto o desenvolvimento deste trabalho, em especial ao
Diretor Executivo Dr. Pedro Paulo Martoni Branco.
A minha amiga Icléia que com sua competência profissional
transformou este trabalho.
À minha família pela paciência, dedicação e apoio irrestrito.
AGRADECIMENTOS
Resumo
Camargo, Joice C. de Carvalho. A disseminação de informações estatísticas na Web:
da difusão à divulgação. São Paulo, 2006. Dissertação (Mestrado em Ciência da
Informação) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo.
Verifica como as Instituições oficiais de informação estatística lidam com a
disseminação numa nova mídia, observando de que maneira disponibilizam suas
informações na Web, investigando o tratamento, a disponibilização e o acesso dado
às informações nos sites estatísticos, estabelecendo relações entre a forma de
estruturação dessas informações, a navegação dos sites e o uso das ferramentas da
linguagem da Web para criar os contextos de entendimento da informação estatística.
Observa em que medida as interfaces criadas nos sites estatísticos garantem a
circulação da informação pelos diversos segmentos do público usuário, a partir do
conceito de Espiral da Cultura Científica proposto por Vogt (2003) e tem como objetivo
verificar, supondo a cultura para a ciência, como as informações veiculadas alcançam
os atores envolvidos no processo de circulação da informação. Foram considerados
os sites de instituições oficiais governamentais, nacionais e internacionais,
responsáveis ou participantes de sistemas nacionais de estatísticas demográficas e
socioeconômicas, dentre os quais, três foram selecionados: IBGE – Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (Brasil), INE – Instituto Nacional de Estatística (Portugal)
e INEGI – Instituto Nacional de Estadística, Geografia e Informática (México). Pela
observação, pudemos perceber que a Web dispõe de recursos únicos para a difusão e
divulgação do conhecimento científico, sendo instrumento de grande valia na sua
disseminação. Exemplos interessantes foram encontrados nos sites observados,
destancando-se os recursos de contextualização dos dados, o uso da linguagem e de
ícones significativos e a associação das informações por meio de links.
Descritores: Disseminação da informação; Sites de informação estatística; Difusão
da informação; Divulgação da informação; Informação estatística; Arquitetura da
informação.
Abstract
Camargo, Joice C. de Carvalho. Dissemination of Statistical Information in the
Web: diffusion to spreading. São Paulo,2006. (Master in Information Science).
Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo.
It verifies how the official Institutions of statistics information deal with the
dissemination in a new media, observing how they show the information on the
WEB. The treatment, the dissemination form / way and the access to the information
to statistical sites are analyzed to establish relations between the information
structure’s form, the language form, the site navigation and the use of Web tools to
create the contexts of agreement of the information. Remark how the new interfaces
created on the statistical sites guarantee the information dissemination for the di-
verse segments of the public use, from the Vogt’s concept (2003) in “Spiral of the
Scientific Culture”, and has as objective to verify, assuming the culture for science,
how the propagated information reach the involved actors on the statistical informa-
tion dissemination process The governmental official institutions Web sites, nationals
or internationals, responsible or participant of national systems of demographic and
social-economics statisticians had been considered which we select: the (IBGE)
Brazilian Institute of Geography and Statistics site ( Brazil), the (INE) National Sta-
tistics Institute site (Portugal) and the (INEGI) National Institute of Statistics, Geog-
raphy and Computer Science (Mexico). For the comment, we even could notice that
Web makes use of only resources for the diffusion and spreading of the scientific
knowledge, however much of the diffusion and the spreading mainly demands the
comment of the language questions. Interesting examples had been found in the
observed sites, detaching the resources of the data context, the use of the language
and significant icons and the association of the information by links.
Describers: Information dissemination; Statistics Information Sites; Statistics In-
formation; Information Architecture.
SUMÁRIO
1 Introdução........................................................................................ 9
2 A informação e a Ciência da Informação ..................................... 18
2.1 Informação e Linguagem .......................................................... 18
2.2 Informação e Comunicação ...................................................... 20
2.3 Informação para a Ciência da Informação ................................ 24
3 A Informação Estatística ............................................................... 29
3.1 Características das Informações Estatísticas ........................... 29
3.2 As estatísticas públicas e os Sistemas
Nacionais de Estatística ............................................................ 33
4 A Circulação Social da Informação: à procura de
procedimentos de análise ............................................................. 39
4.1 Divulgação e Difusão: A Espiral da Cultura Científica ............... 39
4.2 A espiral da Cultura Científica e a Ciência da Informação ........ 43
4.3 Disseminação e Mídias Digitais................................................. 45
4.3.1 A arquitetura da informação............................................ 48
4.3.2 Os estudos de usabilidade ............................................. 51
4.3.3 As metodologias de construção das Linguagens ........... 54
Documentárias e a Terminologia
5 A Informação Estatística, a Espiral da Cultura
Científica e a Web........................................................................... 57
5.1 A Disseminação das Informações Estatísticas .......................... 57
5.2 Os Sites Oficiais de Informações Estatísticas:
visibilidade institucional e visibilidade das informações ............ 59
5.3 Os Sites estatísticos e a Espiral da Cultura Científica .............. 62
6 Parâmetros para Observação de Sites Estatísticos ................... 69
6.1 Parâmetros de organização da informação .............................. 71
6.2 Critérios para observação dos Sites ......................................... 71
7 Observação de Sites Estatísticos................................................. 75
7.1 IBGE – Brasil ............................................................................. 75
7.2 INE – Portugal ........................................................................... 89
7.3 INEGI – México ....................................................................... 104
8 Considerações Finais ................................................................... 119
9 Referências .................................................................................... 125
9
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
s mais importantes órgãos produtores de estatísticas mantêm sites na Internet com o
intuito de divulgar e disseminar suas pesquisas e seus produtos. O avanço trazido por
1 Introdução
O
esse novo meio de comunicação é inegável, não só pela agilidade e rapidez no tratamento e
disponibilização de informações – o que significa informações mais recentes, em maior quan-
tidade e em menor tempo – mas também, pela facilidade de acesso, que pode ocorrer de forma
independente dos entraves mais comuns do dia-a-dia como o tempo e a distância, bem como
pelos benefícios do aumento da capacidade de acúmulo e de gestão de grandes estoques de
informação.
A possibilidade de acesso fácil às mais diversas fontes de informação a qualquer tem-
po e em qualquer lugar ampliou, significativamente, o público usuário – mesmo que poten-
cial – dessas informações. Proveniente dos mais diversos lugares, trata-se de um público
heterogêneo, difícil de ser mensurado ou avaliado, mas certamente com expectativas bem
definidas em relação à obtenção de informações claras e confiáveis, de acesso fácil e rápido.
Por outro lado, a Internet é um veículo de comunicação novo que possui caracterís-
ticas específicas ainda não inteiramente exploradas. Os novos recursos próprios do “fazer
da Web” ainda requerem maiores estudos e assimilação por parte tanto dos criadores de
sites, dos disponibilizadores de conteúdos, como também dos próprios usuários, que ape-
nas começam a incorporar, no seu dia-a-dia, os benefícios dessa nova tecnologia. Tratando-
se da disponibilização de informações técnico-científicas para um público tão amplo, o
estudo de novas formas de organização, apresentação e acesso às informações – como o uso
das ferramentas dessa nova mídia – poderá contribuir para a disseminação de informações
estatísticas.
10
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
É preciso reavaliar muitas abordagens tradicionais, analisar o que existe e propor uma
leitura adequada a esta nova realidade incorporando as possibilidades dessa nova linguagem
em favor da informação e de seus usuários. Tratando-se de sites estatísticos na Web, o impor-
tante é saber identificar de que maneira e em que medida os recursos trazidos pelo uso dessas
novas tecnologias poderão ajudar na criação de elos de significação entre a informação e o
usuário, bem como na garantia de acesso dessas informações a um público tão diverso.
Neste trabalho procuraremos, inicialmente, levantar elementos que auxiliem na com-
preensão do significado da informação para a Ciência da Informação, bem como da
disponibilização de informações na Web para, em seguida, verificar as características da
informação estatística, as formas tradicionais de sua disseminação e os possíveis modos de
tratamento e disseminação dessas informações na Web.
Nosso interesse aqui é verificar como as Instituições oficiais de informação estatística
estão lidando com essa nova mídia e de que maneira estão disponibilizando suas informações
na Web.
Como objetivo geral, pretendemos: levantar as formas de disseminação e acesso às
informações disponibilizadas pelos sites dos órgãos oficiais de informação estatística.
Como objetivo específico: investigar o tratamento, a disponibilização e o acesso dado
às informações dos sites estatísticos, estabelecendo relações entre a forma de estruturação
dessas informações, a navegação dos sites e o uso das ferramentas da linguagem da Web para
criar os contextos de entendimento da informação. Utilizaremos, como estudo de caso, os
sites oficiais de informação estatística procurando observar, a partir do conceito de Espiral da
Cultura Científica proposto por Vogt (2003), em que medida as interfaces criadas nesses sites
estatísticos conseguem garantir a circulação da informação pelos diversos segmentos de
público.
Partimos do pressuposto de que, à medida que os sites de informação estatística vão se
proliferando na Web, torna-se mais clara a necessidade da criação de formas mais adequadas
de tratamento, disponibilização e acesso a essas informações. Nos novos meios digitais mui-
tos dos problemas relacionados às dificuldades de disseminação da informação ficam ate-
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
nuados pelas possibilidades de relacionamentos hipertextuais. A transposição mecânica das
formas de disseminação tradicionais não faz sentido, fato evidenciado principalmente
quando se tenta transpor para a Web informações no mesmo formato usado nas publicações
impressas.
A Internet é um meio que usa protocolos específicos para cada “tarefa” de comunica-
ção a ser executada. Os protocolos são as várias formas de “fazer” da Internet, por exemplo:
o protocolo para comunicação de dados (envio de arquivos) é o FTP - File Tranfer Protocol,
para e_mail é o SMTP - Simple Mail Transfer Protocol e, o protocolo da WEB é o HTTP -
Hiper Text Transfer Protocol, caracterizado pelo uso do hipertexto que, por meio de
hiperlinks, nos permite a navegação pelo ambiente da Web. Não nos preocuparemos, no âm-
bito deste trabalho, com todos os protocolos aqui mencionados; no entanto, a sua enumeração
serve para enfatizar que a navegação efetiva através dos hiperlinks pelo ambiente da Web
depende também de interfaces, encarregadas de mediar o relacionamento homem/máquina.
Como afirma Costa, R. (2002), vivemos cada dia mais em um mundo de ambientes
digitais. A interação “que é essa capacidade de relação dos indivíduos com os inúmeros
ambientes de informação que os cercam” (p.13), é o aspecto marcante desse novo mundo e se
realiza por meio do uso de interfaces, assim chamadas porque se colocam entre o usuário e as
informações veiculadas.
Segundo Barreto (1997), é necessário considerar que as características da Web de
hiperinteratividade e a hiperconectividade são as verdadeiras mudanças provocadas pelas
tecnologias intensas de informação, “não é o microcomputador, os satélites, protocolos,
modens e outros apetrechos que importam, mas sim, a suas conseqüências na mediação da
relação receptor-informação, da relação informação-conhecimento” (p.4).
No caso das informações estatísticas, não são inexpressivas as alterações provocadas
pelo uso da Web. De fato, segundo Lara (1998), as consultas aos acervos estatísticos tradi-
cionais
eram feitas preponderantemente através de mediadores, ou seja, profissionais que respondiam
por eventuais carências relacionadas à representação da informação, com base no seu
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
conhecimento particular da informação. Hoje, entretanto, os serviços de informação não
requerem a presença física do usuário, já que eles podem estar disponíveis na Web. Com
efeito, a atividade de representação documentária passa a ser explicitada, pois desloca-se o
eixo da mediação usuário/intérprete/instituição para a mediação linguagem do usuário/lingua-
gem da instituição (Lara, 1998, p.99).
Verifica-se, desse modo, que os problemas de compatibilização de linguagem são tão
importantes quanto os relativos à interação homem/máquina. Frente às especificidades das
informações estatísticas, o usuário pode contar, em bibliotecas e centros de informação con-
vencionais, com um profissional que o auxilie na localização e contextualização da informa-
ção, a quem recorre formulando uma ou mais perguntas. Já, frente a informações estatísticas
disponibilizadas na Web, é preciso que lhe sejam garantidos todos os recursos de acesso e
contextualização da informação, usando para isso formas adequadas de estruturação dos con-
teúdos, linguagem apropriada para a criação de elos de significação da informação com o
usuário e desenvolvendo mecanismos adequados de navegação nos sites, que lhe permitam
criar seus próprios caminhos de acesso às informações.
Os problemas de acesso e apropriação das informações estatísticas não se relacionam
apenas à sua disponibilização na Web. Na verdade, a questão é anterior e mais complexa,
quaisquer que sejam os meios utilizados. É preciso observar, todavia, que a Web oferece
inúmeros recursos que não devem ser ignorados.
Consideramos que para que haja uma boa disseminação das informações estatísticas
na Web, é necessário colocar à disposição do usuário todos os recursos para que ele possa
encontrar o que procura, ou mesmo, simplesmente explorar as possibilidades de um site esta-
tístico. Essa liberdade de intensa interatividade é uma das grandes características da Web.
Esse processo interativo potencializado entre emissor e receptor aumenta consideravelmente
a possibilidade de criação de vínculos entre eles, sem os quais não é possível estabelecer o
processo de comunicação (Baitello Júnior, 1994). O reconhecimento da informação, bem
como seu significado e apreensão, solicitam mecanismos próprios que não se resolvem ape-
nas com a existência da rede, mas as características dos meios digitais abrem caminhos para a
solução de alguns velhos problemas.
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
A experiência no trato com usuários de dados estatísticos tem mostrado que, embora a
Web apresente recursos importantes para o tratamento, disponibilização e acesso às informa-
ções, aparentemente, eles ainda não são explorados plenamente em suas características de
acesso por opções. A navegação de um site é produto de escolhas, não devendo existir uma
única forma de acesso às informações, mas uma série de opções que permitam ao usuário com
ele “interagir”, buscando a melhor forma, para si, de utilizá-lo.
Nesse sentido, reconhecemos a necessidade de procurar novas formas de dispo-
nibilização de informações mais compatíveis com essa nova mídia, ou seja, “desconstruir” os
livros como objetos físicos e construir a informação sem as barreiras impostas pelo limite
natural das obras impressas, considerando também que é muito diferente o uso de uma publi-
cação, com suas características de objeto manuseável, da navegação em um site estatístico,
quando se faz uso das interfaces interativas na Web com seus hiperlinks, sons e imagens.
Como foi dito anteriormente, num centro de informações, quando a linguagem utili-
zada não consegue cumprir seu papel de “ponte” entre o sistema e o usuário, pode-se contar
com a ajuda do profissional da informação para mediar essa relação. Nas publicações impres-
sas, procura-se garantir o acesso às informações por meio de outros recursos de linguagem,
como sumários, índices remissivos e textos explicativos da organização das informações
dentro das publicações. Na Web, a linguagem deve suprir a ausência do mediador humano
usando seus inúmeros recursos para veicular significados valendo-se, para tanto, dos recursos
da arquitetura da informação, das formas de navegação e das formas de interatividade do
meio.
Percebe-se, pelo exposto, a necessidade da criação de mecanismos de acesso às infor-
mações estatísticas próprios à Web, capazes de tornar transparente ao usuário, o “empa-
cotamento” das informações (apresentadas, geralmente, como produtos) por meio de instru-
mentos que perpassem esses “pacotes”. Do ponto de vista conceitual (e concreto), acredita-
mos que é preciso (e possível) oferecer ao usuário condições para obter a informação a partir
de diversos pontos de acesso.
No caso das informações estatísticas, além da sua organização em estruturas hierár-
quicas bem definidas e da sua tradução numa linguagem próxima ao universo de significa-
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
ções do usuário, é necessário contextualizá-las utilizando, como elos significantes, todos os
elementos pertinentes ao dado estatístico procurado, como por exemplo, suas fontes,
metodologias, pesquisas primárias que permitiram sua produção, descrição de variáveis, pro-
dutos dos quais faz parte, e todos os demais recursos que poderão servir para conceituar e
contextualizar a informação.
Estas devem ser as premissas pelas quais as informações estatísticas devem ser trata-
das, considerando a informação independentemente da pesquisa, do produto, da obra e, prin-
cipalmente, dando ao usuário a oportunidade de traçar seus próprios caminhos de pesquisa,
“quebrando” a tensão existente entre a visão do produtor da informação e a visão do usuário.
Podemos dizer, portanto, que uma pesquisa que consiga ao menos mapear o estado da
arte dos sites de informação estatística, identificando seus problemas, como também suas
soluções, permitirá apontar alguns parâmetros de arquitetura da informação, navegação e de
acesso às informações com o objetivo de favorecer tanto a sua difusão aos especialistas como
sua divulgação à sociedade. Não pretendemos, entretanto, propor metodologias de dissemi-
nação de informações em sites estatísticos, mas delinear critérios para observá-los, acreditan-
do que o resultado dessas observações poderá auxiliar a definição de metodologias relativas à
problemática.
Os conceitos, inicialmente tomados como referência para o desenvolvimento do
trabalho, remetem à produção sobre estatística, ciência da informação, terminologia e
arquitetura da informação e usabilidade. A busca de referências nessas áreas justifica-se
pela necessidade de dar conta de aspectos que dizem respeito às características das
informações estatísticas, das necessidades relacionadas à sua organização e disseminação
em sistemas informacionais e às particularidades de sua disponibilização para o acesso em
meios digitais.
De início, é preciso considerar a condição das informações estatísticas:
Considera-se que as estatísticas são representações numéricas da realidade a qual buscam
mensurar. Em seu processo de construção, apóiam-se em interpretações teóricas que modelam
aspectos da realidade e passam a criar seus próprios modelos de interpretação do real. As
estatísticas que buscam apreender a realidade social guardam, pois, em sua configuração
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
numérica, uma certa visão de mundo, o que as restringe ao contexto que as referencia.
(Porcaro, 2001, p.2).
Segundo Feijó (2002), as estatísticas oficiais que integram os sistemas estatísticos
nacionais descrevem, de forma consistente e contínua, os diferentes aspectos de um país,
dando credibilidade às ações econômicas e sociais do Governo servindo de insumo às deci-
sões que envolvem o monitoramento dessas condições, assim como sustentam o plane-
jamento e avaliação de políticas, programas e investimentos tanto do setor público quanto do
privado.
A disponibilização dessas informações à sociedade segundo Barreto (1998) é “condi-
ção necessária para sua validação e socialização, construindo, também, um ciclo constante e
auto-regenerativo” (p.123).
Harmonizar o estoque de informação produzida e disponível na sociedade, com a sua
transferência visando à assimilação que gera conhecimento, é a intenção maior de todos aque-
les que trabalham com a informação. Os fatores tecnológicos determinados por uma
tecnologia intensa em inovação e velozmente mutante são os outros parceiros responsáveis
pelo reposicionamento dos agentes do setor de informação, que atinge o produtor de estoques
de informação, o documento de informação, a transferência da informação e, sobretudo, a
relação do usuário com todos os demais (Barreto, 1997, p.3).
É importante salientar que quando se fala de sistemas de recuperação de informação a
discussão está relacionada à possibilidade de estabelecimento de vínculos de significação.
Barreto (1994), por exemplo, afirma que para que se possa reconhecer a informação como tal,
e transformá-la em conhecimento, ela deve significar. Portanto, a informação agrega ou se-
grega conhecimento conforme sua capacidade de significar.
Para Barreto (1998), a informação leva à produção de conhecimento no indivíduo, e
para que isso ocorra é necessário organizar o conhecimento para possibilitar a transformação
dos estoques em algo que possa fazer sentido para o indivíduo ou, dito de outro modo, da
organização depende a possibilidade de vínculos de interação e a assimilação da informação.
Para contemplar esses objetivos é preciso identificar critérios que combinem, de um
lado, as características da informação estatística de sua organização e disseminação e, por
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
outro, as características da linguagem mais adequada à apresentação dessas informações na
Internet. Do ponto de vista das características da informação estatística (organização e dis-
seminação), buscaremos referências na literatura sobre construção de linguagens documen-
tárias e sobre terminologia. Já na perspectiva da apresentação dessas informações na
Internet recorreremos às referências sobre arquitetura da informação e usabilidade.
Concretamente, procederemos ao levantamento de bibliografia sobre: informação es-
tatística, ciência da informação, arquitetura da informação, interface, navegação e
usabilidade.
A partir das observações teórico-metodológicas sobre a produção e divulgação de
informações estatísticas na Web, utilizaremos o seguinte método de trabalho:
1 Levantamento de referências sobre sites de informação estatística, nacionais e
internacionais.
2 Escolha dos sites mais representativos para observação.
3 Definição de parâmetros de observação de sites estatísticos em relação aos crité-
rios de Arquitetura da informação e terminologia relacionando-os com os
quadrantes da Espiral da Cultura Científica.
4 Análise segundo os critérios definidos pelos parâmetros aplicados aos quadrantes
descritos na Espiral.
5 Apresentação dos resultados da observação.
A partir da expansão dos meios de comunicação e, principalmente, da popularização
da Web, os órgãos oficiais produtores de estatísticas passaram a contar com um grande instru-
mento de disseminação de informações.
Neste novo cenário, o usuário
deixa sua posição de espectador do processo de recuperação da informação e atua junto aos
estoques de informação diretamente. Interage com documentos (hipertexto) e usa linguagens
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
multimídia. Questiona ou não aceita mais a super organização dos sistemas de
Armazenamento e Recuperação da Informação, os quais procuram tirá-lo do lugar conquista-
do, o de participante virtual do sistema, para transformá-lo de novo em espectador de um
processo de transferência da informação, com o distanciamento alienante que caracterizou a
interação do tipo “feed - back”, sempre a posteriori. Nessa nova posição o receptor da infor-
mação percebe, ainda, que não é suficiente ter, somente acesso à informação, mas que neces-
sita, também, conhecer o seu significado, estar apto a re-elaborar esta informação em seu
proveito e no da comunidade em que ele vive a sua odisséia individual (Barreto, 1997, p.4).
Se, nos sites de informação estatística as formas de acesso estão associadas à sua
interatividade, o reconhecimento da informação está relacionado à possibilidade de escolhas
dada pela linguagem de acesso por opções. A Web potencializa essa possibilidade, porém,
para oferecer maiores oportunidades de escolha é necessário organizar as informações e tratá-
las adequadamente de acordo com o público a ser atingido.
Não é exatamente correto dizer que as informações na rede estão acessíveis – as informações
estão publicadas na rede, mas achá-las depende de inúmeros fatores que escapam ao nosso
domínio [ ... ] Desse modo, a navegação pela rede Internet tem ainda um caráter de
aleatoriedade. O usuário tem uma necessidade, um interesse ou uma proposta pela qual se
guia, mas nem sempre resultará no alcance de sua meta. O encontro com a informação procu-
rada tem sempre um componente de sorte e acaso. (Costa, C., 2002, p. 18-19 ).
18
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
egundo Benveniste (1991) , o ser humano é o único dos animais a ter a faculdade de
simbolizar, “fonte comum do pensamento, da linguagem e da sociedade” ( p.29). É essa
2 A informação e a Ciência da Informação
2.1 Informação e linguagem
S
capacidade que torna possível ao homem a formação do conceito e lhe dá o poder da
abstração e da imaginação criadora. Para o autor, “a faculdade simbólica no homem atinge a
sua realização suprema na linguagem, que é a expressão simbólica por excelência; todos os
sistemas de comunicações, gráficos, gestuais, visuais, etc., derivam dela e a supõem” ( p.30).
De fato, “a linguagem, enquanto fenômeno geral, pressupõe a capacidade de traduzir em
significados os elementos da vida” (Tálamo, 1997. p.1).
A linguagem está na base de todo o esforço do Homem na incessante busca pela
compreensão de si mesmo e do mundo que o cerca. Por essa razão, com o intuito de garantir
sua sobrevivência e a da sua espécie, usando sua capacidade inata para a linguagem e
desenvolvendo formas de comunicação cada vez mais sofisticadas, o ser humano utiliza-se da
informação para transformar sua percepção de mundo, evoluindo seu modo de vida,
avançando no desenvolvimento de técnicas e tecnologias que atendam às suas necessidades
(Lévy, 1993).
A linguagem é o principal veículo para a transmissão de informações. Sendo um siste-
ma simbólico de significação, é utilizada pelos membros de uma mesma comunidade
objetivando a comunicação, o compartilhamento de informações e a compreensão de uma
realidade. “A prática da linguagem é marcada por uma tendência natural do homem: compre-
ender, governar e modificar o mundo” (Cintra et al., 2002, p.27).
Segundo Benveniste (1991), a linguagem é um sistema simbólico especial que se
organiza em dois planos: de um lado é um fato físico, um plano material, que utiliza a media-
19
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
ção dos aparelhos vocal e auditivo para ser produzida e percebida e que se presta à observa-
ção, à descrição e ao registro. De outro, é uma estrutura imaterial, “comunica significados,
substituindo os acontecimentos ou as experiências pela sua ‘evocação’”. Dessa forma, o sím-
bolo lingüístico é mediatizante, pois “organiza o pensamento e realiza-se numa forma especí-
fica, torna a experiência interior de um sujeito acessível a outro numa expressão articulada e
representativa” (Benveniste, 1991, p.30).
As sociedades são estabelecidas por intermédio da linguagem, “língua e sociedade
não se concebem uma sem a outra” (Benveniste, 1991, p. 31), assim, a linguagem se realiza
sempre dentro de uma determinada língua, numa estrutura lingüística definida e particular,
inseparável de uma sociedade definida e particular, dentro de uma determinada cultura. Dessa
forma, indivíduo e sociedade se determinam mutuamente, o aprendizado da língua introduz
pouco a pouco a criança como indivíduo numa sociedade e desperta em cada um deles a
consciência de seu meio social e de sua cultura. (Benveniste, 1991).
Construímos nossa percepção de mundo por meio da informação, da observação, da
experiência e da nossa herança cultural. Assim, para interpretarmos o mundo que nos cerca
atribuímos sentido e significado às coisas e aos acontecimentos, buscando criar em nosso
estoque pessoal de conhecimentos a compreensão do ambiente que nos rodeia.
A informação é o insumo para a geração do conhecimento no indivíduo. Parte prepon-
derante na evolução do homem e da sociedade, atuando como “agente mediador na produção
do conhecimento”, a informação, quando reconhecida como tal é assimilada pelo indivíduo
na forma de conhecimento, capacitando-o a mudanças e criando assim condições para o seu
desenvolvimento e o da sociedade a qual ele pertence (Barreto, 1994).
Para Pierre Lévy (1993), a construção do nosso universo de sentidos é feita por inter-
médio das experiências vividas e do conhecimento compartilhado através de atos de comuni-
cação. Os atos de comunicação só acontecem pela disposição de alguém para comunicar e
com a disposição de alguém para ouvir ou receber a mensagem, mas, além disso, para que
esses atos sejam bem sucedidos, é necessário que ambos (comunicador e comunicado) este-
jam usando o mesmo código, a mesma língua, e também que ambos partilhem minimamente
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o mesmo universo de sentido. Somente assim as informações poderão ser passadas, compre-
endidas e assimiladas.
Da mesma forma que a comunicação só se torna possível se existir o entendimento do
que está sendo comunicado, também a informação só cumprirá seu papel se o receptor puder
percebê-la e reconhecê-la como tal, entendendo seu significado e apreendendo seu sentido,
podendo, dessa forma, agir sobre ela, transformando-a em conhecimento. Assim, “a informa-
ção é qualificada como um instrumento modificador da consciência do homem e de seu gru-
po. Deixa de ser uma medida de organização para ser a organização em si” (Barreto, 1997,
p.2); é o conhecimento, que só se realiza se a informação é percebida e aceita como tal e
coloca o indivíduo em um estágio melhor de convivência consigo mesmo e dentro do mundo
em que vive. A informação, quando adequadamente assimilada, produz conhecimento, modi-
fica o estoque mental de informações do indivíduo e traz benefícios ao seu desenvolvimento
e ao desenvolvimento da sociedade. (Barreto, 1994).
Todo esse processo somente se torna possível por intermédio do uso da linguagem.
Dessa forma, também a transferência de informações na Web depende, pois, da linguagem,
em primeiro lugar.
2.2 Informação e comunicação
Segundo Baitello Júnior (1998), a comunicação é um fenômeno característico de toda
e qualquer sociedade, seja ela humana ou animal, envolvendo, no mínimo, dois personagens:
um emissor e um receptor. Para o autor, processos comunicativos são construções de vínculos
que, na medida em que vão sendo criados, estabelecem e ampliam a comunicação envolven-
do então outros agentes emissores e receptores, fazendo com que a troca de informações
viabilize a geração e a organização das comunidades.
De fato, as sociedades são constituídas tendo como fundamento os processos de emis-
são e captação de sinais, de troca de informações, que vinculam ou desvinculam os indivídu-
os dentro dela, ou seja, uma sociedade é feita agregando pessoas e também segregando-as (no
verbo agregar o sentido de desagregar está implícito), sendo que, o que as agrega ou separa
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são os vínculos criados entre elas pela troca e pelo compartilhamento de informações
(Baitello Junior, 1994).
Para Adriano Rodrigues podemos distinguir três modelos comunicacionais: o modelo
informal da comunicação tradicional, o modelo da comunicação moderna e o modelo
reticular da comunicação informatizada (Rodrigues, 1994).
No primeiro modelo – o modelo informal da comunicação tradicional (predominância
da comunicação oral) –, a linguagem contém todo o mundo do dizível, existe uma comunhão
entre as palavras e a realidade e não existem distinções entre natureza e cultura ou as
diferenças entre as dimensões de verdade, bondade e beleza.
A distribuição do direito à palavra é fundamentada no reconhecimento, pelos outros,
de uma apropriação da memória mítica coletiva, dando o direito e o dever de falar geralmente
aos mais velhos. Neste caso, o grupo de referência coincide com o grupo de pertença, onde se
nasce, cresce, vive e morre e onde estão todos os modelos a imitar ou reproduzir. A comuni-
cação nas sociedades tradicionais determina a inclusão e a exclusão dos membros de uma
coletividade no seu território de pertença, reconhecendo aos seus membros direitos e deveres
que são negados aos de fora.
No modelo de comunicação moderna (predominância da comunicação escrita) existe
a pretensão de autonomizar a linguagem em relação às outras dimensões da experiência,
buscando uma ruptura com o modelo tradicional de comunicação. As palavras já não se con-
fundem com as coisas que designam e representam. A linguagem passa a ser considerada um
sistema de elementos e de relações, um sistema de signos, permitindo ao homem moderno
conceber e realizar projetos racionais, independentemente do respeito às normas e aos valores
coletivos herdados da tradição.
O direito à palavra e o dever de falar passa a ser fundamentado num reconhecimento
de natureza profissional específica dos que têm a competência técnico-comunicacional. A
comunicação moderna marca a segmentação da estrutura social numa multiplicidade de do-
mínios funcionais autônomos, cada um com seus valores, normas, interesses e prioridades,
dando aos indivíduos e às coletividades direito à diferença e à privacidade.
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Já o modelo de comunicação reticular (predominância da comunicação eletrônica)
caracteriza-se por uma dupla rede de circulação de mensagens: uma, onde existe uma espécie
de memória central a qual todos os usuários estão conectados e, outra, onde os usuários fazem
contato entre si aleatoriamente, criando assim uma distinção entre informação mediatizada e
comunicação direta. Neste modelo é permitido o alargamento do espaço de percepção direta
do mundo aos seus usuários que será tanto maior, quanto mais mediatizada for a rede
informativa a qual ele estiver conectado.
A autonomização das diferentes esferas da experiência e sua diferenciação numa
multiplicidade de mundos surgiu como resultado do processo de racionalização da experiên-
cia moderna. Na verdade, essa diferença conceitual trouxe uma dupla abertura: a abertura da
noção de mundo físico e a abertura da noção de mundos possíveis, proporcionada pelo fato da
modernidade ter situado o homem nas descrições dos fenômenos, visto que a própria
experiência humana se desdobra, além do mundo natural, numa multiplicidade de mundos
pela pluralidade de pontos de vista que o observador coloca em cena.
Segundo Rodrigues, entretanto, estes três modelos comunicacionais não são exclu-
dentes ou incompatíveis entre si e nem devem ser vistos como etapas sucessivas. Eles coexis-
tem num mesmo território e especializam-se no desempenho de funções próprias da experi-
ência (Rodrigues, 1994).
Embora os modelos comunicacionais não sejam excludentes ou incompatíveis entre
si, são fruto da evolução das técnicas e tecnologias de comunicação que, a cada etapa de sua
evolução, configuram um novo modo de agir e um novo modo de ver e entender o mundo.
Foi assim com a primeira grande revolução da comunicação, causada pela invenção
da escrita, que trouxe consigo toda uma nova perspectiva para a transmissão de mensagens e
informações, possibilitando prescindir da presença física, tanto do emissor da mensagem
quanto do receptor, condição obrigatória para a comunicação oral. Dessa forma, “a comuni-
cação puramente escrita elimina a mediação humana no contexto que adaptava ou traduzia as
mensagens vindas de um outro tempo ou lugar” (Lévy, 1993, p.89).
Segundo Tálamo (1997) “a mensagem escrita impõe uma mudança radical face aos
processos de comunicação vinculados à tradição oral. Não se encontra na dependência direta
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de quem propõe a mensagem e nem de quem a recebe. À mensagem escrita, portanto, agre-
gam-se duas características importantes relacionadas à neutralização do tempo e do espaço:
disponibilidade e permanência” (p.1). De fato, poder contar com a disponibilidade e a perma-
nência da informação fez com que outras mudanças entrassem em curso, até mesmo na forma
de organização das comunidades: “a sociedade não só passa de algum modo a promover uma
distribuição de seus membros segundo a possibilidade ou não de terem acesso à informação
de forma indireta, mas também toma a si a tarefa de organizar para transferir ou não o
conhecimento que se encontra registrado, decidindo assim sobre a função que o mesmo irá
ter” ( p.1)
Pierre Levy afirma que percebemos nosso mundo de acordo com a evolução das técni-
cas e dos dispositivos informacionais com os quais contamos. Nossas relações com a socieda-
de, com o trabalho e até mesmo nossa inteligência, evoluem de acordo com as tecnologias de
informação de que dispomos, condicionando e direcionando nossas evoluções culturais
(Lévy, 1993).
Para Barreto “esta passagem da cultura tribal para a cultura escrita/tipográfica foi uma
transformação tão profunda para o indivíduo e para a sociedade, como está sendo a passagem
da cultura escrita para a cultura eletrônica, que ora presenciamos” (Barreto, 1998, p.124).
Dessa forma, como no advento da imprensa, atualmente os avanços tecnológicos da
informática têm causado grandes impactos à comunicação, permitindo ainda mais a expansão
de seus horizontes, melhorando as condições de transmissão de mensagens e aumentando as
possibilidades de acesso e compartilhamento de informações.
Assim, como afirma Pierre Levy, “na época atual, a técnica é uma das dimensões
fundamentais onde está em jogo a transformação do mundo humano por ele mesmo” ( Levy,
1993, p.7).
É o caso do hipertexto que com o desenvolvimento das redes de computadores e das
tecnologias de informação que integram profissionais conectados por computadores
dispersos pelo mundo todo, trouxe uma das maiores contribuições para a disseminação de
informações e o compartilhamento de sentido. No entanto, para que isso se concretize é ne-
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cessário que todas as pessoas da coletividade compartilhem também da mesma rede de asso-
ciações e conhecimentos, ou seja, não basta que todos recebam a mesma mensagem, é neces-
sário que todos possam interpretá-la da mesma maneira, que a rede interpretante usada para
captar a mensagem seja comum a todos os seus membros (Lévy, 1993).
É preciso lembrar, entretanto, que uma base comum de conhecimento é desejável e,
antes de tudo, democrática, porém, isso não significa que as interpretações devam ser neces-
sariamente as mesmas, não é esse o objetivo. Pelo contrário, o que se busca é criar as condi-
ções necessárias para que todos tenham acesso à informação e possam, dessa forma, se apro-
priar delas, a seu modo.
2.3 Informação para a Ciência da Informação
Como visto anteriormente, a informação sempre exerceu papel fundamental na formação
e no desenvolvimento da sociedade humana. Podemos ter uma idéia da sua importância e do
problema em tomá-la como objeto de estudo, pela diversidade de áreas do conhecimento que têm
a informação como foco, motivo pelo qual é tão difícil encontrar uma definição única que
conceitue o termo, uma vez que cada área tem a sua própria maneira de abordá-la.
Além disso, em tempos de “Era do Conhecimento” e “Sociedade da Informação”, tem
se verificado, em muitos casos, o uso indevido dos termos “informação” e “conhecimento”
como sinônimos, provavelmente em razão da estreita relação existente entre eles, fato que,
como afirmam Kobashi e Tálamo, oculta sua distinção original, ou seja: a natureza social da
informação e a natureza subjetiva do conhecimento, introduzindo distorções teóricas no en-
tendimento da relação que mantém entre si (Kobashi e Tálamo, 2003).
Segundo Araújo (2001) que busca o sentido do conceito informação em sua origem
etimológica, “informação é uma palavra de origem latina, do verbo “informare”, que significa
dar forma, colocar em forma, criar, representar, construir uma idéia ou uma noção” ( p.1).
Para a autora, em termos de práticas informacionais, a informação pode ser compreendida
como processo de atribuição de sentido por meio das ações de recepção/seleção das informa-
ções recebidas e, também, como processo de representação cujo objetivo é comunicar seu
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
sentido mediante ações de geração e transferência de informação. Dessa maneira, a informa-
ção pode ser considerada como uma prática social que envolve ações de atribuição e comuni-
cação de sentido.
Tendo a Ciência da Informação forte dimensão social e humana, ao assumir a infor-
mação como seu objeto de estudo, delimita seu foco na informação documentada com poten-
cial de uso para geração de conhecimento. Trata-se, portanto, daquela informação contex-
tualizada, institucionalizada e construída para integrar sistemas documentários, com o
objetivo de circular e ser socializada
Assim, conforme afirmam Kobashi e Tálamo (2003) “a Ciência da Informação instau-
ra seu objeto – a informação – no seu universo simbólico original – distinguindo objeto
material – conteúdo documentado – e objeto formal – processos de elaboração de estruturas
significantes (formas sintéticas), passíveis de integrarem fluxos sociais e de serem apropria-
das subjetivamente” (p.15).
A Ciência da Informação tem sua origem após a II Guerra Mundial, com o apoio dado
à pesquisa em ciência e tecnologia para o desenvolvimento da indústria e seus processos.
Como conseqüência, o número de informações geradas e disponibilizadas cresceu assustado-
ramente. Já não era mais possível acompanhar tudo o que ocorria, porque o número de publi-
cações crescia de maneira exponencial.
As técnicas usadas até então para a criação e manutenção de estoques de informação
já não respondiam adequadamente às demandas, pois um novo elemento havia sido
acrescentado ao problema. Com o incentivo dado ao uso e à produção de informações de
todos os tipos e áreas, ficou patente a necessidade de dispositivos capazes de permitir a
seleção rápida de documentos por conteúdo, evidenciando que, mais importante que ter
acesso a toda informação disponível, era ter acesso a informações relevantes, aquelas que
especificamente seriam de interesse.
Como o conceito de relevância é subjetivo, ou seja, do ponto de vista de quem usa a
informação é relevante aquilo que, de algum modo, para ele, suscita a oportunidade de uma
mudança, coube à Ciência da Informação organizar sistemas de recuperação de informação
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capazes de dar respostas adequadas a seus usuários, levando em conta suas diferentes neces-
sidades e seus diferentes modos de reconhecê-las.
Desse modo, a necessidade de um novo olhar sobre o armazenamento e o tratamento
dado às informações, bem como, o desenvolvimento de melhores técnicas e dispositivos mais
adequados para a sua recuperação, passaram a ser a grande preocupação dos especialistas da
informação (Cintra et al., 2002).
Wersig (1993) criticando a falta de reflexão da área sobre a evolução das mudanças
ocorridas no papel do conhecimento para os indivíduos, as organizações e as culturas, afirma
que discutir apenas questões práticas e imediatas para a solução de problemas emergenciais,
acaba por reduzir a Ciência da Informação, impedindo, também, uma reflexão mais profunda
sobre os aspectos relevantes da questão que contribuiriam para consolidá-la como disciplina.
Sendo a Ciência da Informação uma ciência preocupada com os homens e seus usos do co-
nhecimento, calcar as discussões da área em técnicas para a solução imediata de problemas
causados pelo aumento da produção de informações é tratar superficialmente a questão.
Segundo Wersig (1993) a situação complexa do uso do conhecimento na sociedade
contemporânea tem deixado as pessoas confusas, sendo, portanto, papel da ciência da Infor-
mação ajudar o homem a se comportar nesse novo ambiente de conhecimento. Assim, afirma
que, do ponto de vista da transformação do conhecimento, o entendimento tradicional de
“comunicação” (o modelo dialógico comunicador – mensagem – destinatário) não tem o
alcance suficiente. A comunicação no contexto da Ciência da Informação é um processo de
redução da complexidade no qual muitos mecanismos tomam parte como: filtro, raciocínio,
modelo, significação, re-significação e padronização, sendo portanto, muito mais que a sim-
ples transferência de signos.
Para identificar o efeito dessas mudanças do papel do conhecimento para a sociedade,
Wersig (1993) analisa o problema segundo quatro traços da questão:
1 a despersonalização do conhecimento: tecnologia de comunicação: antes a infor-
mação era individual e personalizada;
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2 a credibilidade do conhecimento: tecnologia de observação:
antes todo o conhecimento produzido poderia ser comprovado e entendido, agora
o conhecimento produzido tem que ser “acreditado”;
3 a fragmentação do conhecimento: tecnologia de apresentação:
vários campos do conhecimento cada um com padrões próprios e autônomos em
relação aos outros;
4 a racionalização do conhecimento: tecnologia de informação: o mundo se tornou
complexo, o conhecimento passa a ser orientado pelos cálculos.
Assim, propõe uma reflexão sobre as formas de circulação da informação e do conhe-
cimento na sociedade, afirmando que a Ciência da Informação, como uma ciência pós-mo-
derna, não tem o objetivo de explicar como o mundo funciona, mas sim o de compreender os
problemas causados pelas mudanças do papel do conhecimento na sociedade com o avanço
das ciências tradicionais e da tecnologia e, assim, criar estratégias para abordá-los e para
resolvê-los (Wersig, 2003).
Kobashi e Tálamo (2003), reiterando a necessidade do estudo da informação, da sua
produção, circulação e consumo com especial atenção às questões relativas à integração da
oferta, do acesso e do uso da informação, analisam seus traços característicos na
contemporaneidade propondo a idéia de informação como bem – “objeto material ou
imaterial que responde pela satisfação das necessidades físicas e culturais do homem” – inte-
grando-a ao sistema estruturado pelos elementos produção, armazenamento, distribuição,
acesso, troca e uso, destacando que “qualquer bem que não participe desse sistema gera ca-
rência e desigualdade na sociedade” (Kobashi e Tálamo, 2003, p.9).
Tomando a informação em seu sentido dinâmico, seus processos de circulação assu-
mem importância social, sua distribuição e acesso questões sócio-político-econômicas, sen-
do considerada não mais um problema individual mas um problema social (Kobashi e
Tálamo, 2003).
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Assim, Kobashi e Tálamo, fazendo uma interpretação sob a luz da estrutura e dos
elementos do sistema de fluxo de bens, afirmam que a informação projeta um fluxo de rela-
ções constantes:
na produção, entre conteúdo registrado e forma da informação;
na disseminação, entre produtos informacionais e segmentos de usuários;
no acesso, entre as formas significantes compatíveis simultaneamente com a lin-
guagem do sistema e a linguagem do usuário;
na troca, na relação entre o capital cultural dos segmentos populacionais e a for-
ma simbólica do estoque informacional;
no uso, entre a informação disponível socialmente e o conhecimento subjetivo
dos segmentos sociais (Kobashi e Tálamo, 2003).
Situações de carência de qualquer bem, tanto podem refletir um fluxo impróprio,
como também a falta de poder aquisitivo de quem dele necessita. Assim, seguindo a analogia,
a carência de informações pode também refletir fluxos inadequados, ou ainda, a falta de
capital cultural por parte do usuário que a procura, cabendo, então, à Ciência da Informação
interferir nesse processo para “estabelecer os princípios e as práticas relacionadas à produção
da informação, sua distribuição e formas de acesso(Kobashi e Tálamo, 2003, p.19), agindo
na elaboração de estruturas significantes adequadas a integrar fluxos sociais de circulação de
informações, adotando metodologias que considerem o valor social da informação permitin-
do a integração entre linguagem dos documentos, dos usuários e as políticas institucionais
(Kobashi e Tálamo, 2003).
Ao perseguir o valor da informação, a Ciência da Informação deve contemplar o modo pelos
quais conteúdos podem ser acessados, manejados e entendidos. O trajeto a ser seguido impõe
a busca pela relação fundadora da constituição do sentido: o ducumento, o seu conteúdo, as
possibilidades de tratamento e os segmentos variados da população (Kobashi e Tálamo, 2003,
p.20).
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
rocuraremos, a partir de agora, trazer a discussão para o campo da informação estatís-
tica, buscando verificar, de início, as características desse tipo de informação e sua
tipologia, para então, discutir as suas formas de disseminação na Web.
3 A Informação Estatística
P
3.1 Características das informações estatísticas
Desde o começo da humanidade o homem acumula e inventaria coisas: flechas, pe-
dras, carneiros, peles... Mesmo antes dos números serem inventados, sementes e gravetos,
além de marcas em árvores e pedras, auxiliavam no controle dos rebanhos, ajudando aos
pastores saber se ali estavam todos os animais que deveriam estar.
Contar nunca foi tarefa simples: não se conta qualquer coisa e nem todas as coisas
juntas. Sempre se contou de cada vez determinadas coisas que, agrupadas por características
específicas, seriam contadas: o pastor não contava o cachorro juntamente com suas cabras (já
que seu objetivo com as cabras era bem diferente do objetivo que ele tinha com o cão), e
assim por diante. Contar coisas está diretamente ligado à tarefa de caracterizar, separar,
tipificar, classificar, para então poder quantificar. No ato de contar está implícita a idéia das
coisas que são de alguma forma iguais entre si e das coisas que são diferentes.
Para Cintra et al.(2002) “o homem busca, incansavelmente, encontrar uma ordem
para as coisas, já que um mundo caótico seria incompreensível, insuportável; por isso ele
busca encontrar em meio à aparência caótica uma ordem mesmo que subjacente, uma estrutu-
ra capaz de explicar as coisas” ( p.27).
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Sob esse ponto de vista, separar e quantificar é ter, de algum modo, uma organização,
um controle sobre elas. Poder organizar e agrupar de formas diferentes todas as coisas que nos
rodeiam, ajuda-nos a dar sentido e significado ao mundo. Para isso os números foram criados
e assim as coisas são contadas: de acordo com o sentido que damos a elas, de acordo com o
que se quer saber... Contar coisas, separá-las e organizá-las de acordo com o interesse de
quem as conta é tão antigo quanto as civilizações.
Portanto, fazer levantamentos e inventários, observar e registrar fenômenos e aconte-
cimentos faz parte da cultura humana, auxiliando-nos a entender o mundo e, de certa forma,
ajudando-nos a tentar controlar as incertezas do dia-a-dia. Sendo assim, podemos dizer que as
estatísticas vêm sendo feitas desde os primórdios da história do homem: acontecimentos,
fenômenos, coisas, animais e pessoas são contados, analisados, separados ou agrupados pelas
mais diversas características e de acordo com os mais diversos objetivos, sob a ótica de quem
as conta (Besson, 1995).
Existem evidências de que em 3.000 a.C. já eram feitos censos na Babilônia, na China
e no Egito. Na própria Bíblia, no novo testamento, encontramos um exemplo na narração de
Lucas 2,1 do nascimento de Jesus.: “Naqueles dias César Augusto publicou um decreto orde-
nando o recenseamento de todo o império romano... E todos iam para a sua cidade natal, a fim
de alistar-se. Assim, José também foi da cidade de Nazaré da Galiléia para a Judéia, para
Belém, cidade de Davi, porque pertencia à casa e à linhagem de Davi” (Lucas, 2,1, 3-4).
Compreende-se hoje os limites da metodologia aplicada nesse recenseamento, pois,
as pessoas só poderiam ser contadas nos locais de origem de suas famílias, o que deve ter
causado um transtorno imenso em todo o império com pessoas retornando dos mais diversos
lugares para suas cidades de origem.
Tais levantamentos tinham como objetivo dar ao governante uma idéia do tamanho de
sua riqueza e de seu poder, expressos não só pelo seu território, castelos e tesouros, mas
também, pelos indivíduos que compunham seu povo, informações usadas geralmente em
decisões militares e especialmente na arrecadação de tributos. Apesar de sua natureza quanti-
tativa, pois basicamente inventariava os recursos e a força militar de um governo, seus
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resultados não eram necessariamente expressos em números (Senra, 1999), evidenciando,
talvez, a necessidade da tradução de qualquer contagem para uma linguagem mais próxima à
semântica da língua.
Os números por si só não significam muita coisa: números são códigos e, como tal,
precisam ser entendidos de acordo com suas regras. Às vezes o que se está procurando saber
nem é a quantidade de determinada coisa, mas o seu aparecimento nas contagens. Os núme-
ros, apesar de representarem quantidades, no caso das estatísticas têm um significado maior,
uma vez que seu poder de representação vai além da obtenção de resultados em operações
matemáticas, pois procuram representar uma realidade, um coletivo, um universo de coisas
que se quer conhecer ou acompanhar. Assim, o número não representa a coisa pela coisa, mas
o fato dela existir, de ter determinada extensão em relação ao universo pesquisado e de ter o
poder de alterar outras contagens referentes àquele universo; essa é a verdadeira importância
desses números.
Várias são as definições de estatística. Referindo-se à pesquisa estatística, Pereira
(2001) afirma que ela “é uma estratégia de classificação de um fenômeno que, fixando pre-
missas de natureza ontológica e semântica, instrumentaliza o reconhecimento do evento, a
análise de seu comportamento e suas relações com outros eventos” ( p.21).
Segundo Senra, a palavra “estatística” vem do alemão Statistik e foi fixada pelo pro-
fessor Gottfried Achenwall (1917-72), na cidade de Gottingen, em 1749, sendo considerada
então como a Ciência do Estado ou a Ciência que se refere ao Estado (Senra, 1999).
Para Besson (1995) , por serem as estatísticas modelizações, pesquisam as populações
para obter modelos de comportamento, então, para entender o modelo e aceitá-lo como tal, é
necessário que se conheça o processo de observação que o criou, com toda sua base
conceitual, sua ótica de realidade, sua metodologia, e sua forma de expressão. Assim, as
estatísticas não são verdadeiras ou falsas, são relativas, são sínteses, que representam não as
situações individuais, mas a média dessas situações.
O mesmo autor discute a visão segundo a qual as estatísticas seriam a medida da
realidade ou mesmo uma fotografia dela, alertando para os perigos de se considerar a estatís-
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tica como a exata expressão do real, pois a diferença de pontos de vista é irredutível, “a
similitude, ao contrário (da diferença) está na base da abordagem estatística: é um princípio
de equivalência sob uma certa relação. A comensurabilidade não é uma propriedade dos
objetos, mas uma qualidade que lhes atribui o observador” (Besson, 1995, p.45), por essa
razão, diferentes observadores poderão obter diferentes resultados observando uma mesma
realidade. Coletando dados individuais de uma população, os ordena, classifica e analisa de
forma coletiva, procurando extrair deles médias de comportamento e assim influir no com-
portamento coletivo ou tirar proveito disso de qualquer forma.
Segundo Besson (1995) só se satisfazem com a observação em massa aqueles cujas
preocupações se situam nesse nível, como a política econômica ou o Estado em geral. Levan-
do-se em conta que as observações que geram as estatísticas são feitas de acordo com o
interesse de análise de quem as encomenda, estatísticas locais, com base em interesses locais,
globalmente podem não ter sentido: “a pertinência eventual das estatísticas é, portanto, uma
pertinência de nível: dados de um certo nível dão sentido nesse nível” ( p.36).
Em suma, podemos afirmar que as estatísticas são um bem público, cuja produção
é, em grande parte, suportada pelo Estado e têm como objetivo retratar a situação
socioeconômica e demográfica de um país, além de medir a ação do governo e da própria
sociedade sobre essa realidade. Utilizam-se de embasamentos teóricos resultantes de vi-
sões específicas e de pressupostos, pelos quais buscam confirmar ou não eventos e tendên-
cias.
A tradução de um dado estatístico apóia-se num tripé de significação: o fenômeno que
procura retratar, o local retratado e o tempo (instante) do retrato. O dado estatístico é sempre
a medida de algo em algum lugar em determinado instante, ou seja, o quê, onde e quando.
Não ter uma dessas informações torna impossível a compreensão do dado, mas só isso não
basta. Para poder usá-lo como expressão da realidade é necessário conhecer as condições em
que o dado foi gerado, o que inclui conhecer sob que ponto de vista a pesquisa foi feita, e a
partir de quais pressupostos. Informações estatísticas não são, desta forma, neutras, ao contrá-
rio, são construções feitas a partir de modelos, não podendo ser interpretadas de maneira
isolada.
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Como afirma Besson (1995) “as estatísticas não provêm da denotação, mas da
conotação, pois é o contexto, o contorno, que determina seu sentido” (p.52). Não refletem de
fato a realidade, mas o olhar da sociedade sobre si mesma. “As categorias estatísticas expres-
sam os a priori baseados em um certo consenso a respeito da realidade econômica, social,
cultural, etc.” (p.51), portanto, moldam a realidade que representam servindo assim como
uma espécie de forma na qual reconhecemos nosso mundo.
3.2 As estatísticas Públicas e os Sistemas Nacionais de Estatística
Segundo Schwartzman (1996)
“Estatística pública”, ou “estatística oficial”, refere-se à informação estatística produzida
pelas agências estatísticas do governo – órgãos de recenseamento, departamentos de
estatística e instituições semelhantes. Elas são de especial interesse para o sociólogo de ciên-
cia porque elas são produzidas em instituições que são, simultaneamente, centros de pesquisa,
envolvendo, portanto, valores científicos e tecnológicos, além de perspectivas e abordagens
típicas dos seus campos de investigação – e instituições públicas ou oficiais sujeitas às regras,
valores e restrições do serviço público. Os seus produtos – números relativos a população,
renda, produto nacional, urbanização, emprego, natalidade, e muitos outros – são publicados
na imprensa, utilizados para apoiar políticas governamentais e avaliar os seus resultados, e
podem criar ou limitar direitos e benefícios legais e financeiras para grupos, instituições e
pessoas específicas. Essa pluralidade de papéis, contextos e perspectivas associadas às
estatísticas públicas está na própria origem deste campo ( p.2).
Para Senra (1999) o conjunto das estatísticas de um país, ou de uma região, fornece-
nos não apenas a simples constatação e quantificação de determinados fenômenos, mas um
conjunto de dados que nos auxiliam a perceber os diversos aspectos que afetam o desenvolvi-
mento de qualquer sociedade.
Quanto à sua tipologia, Jannuzzi (2003) afirma que podem ser classificadas em três
tipos:
censos demográficos;
pesquisas amostrais;
registros administrativos de órgãos oficiais
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Essas informações podem ser a matéria-prima para a construção de indicadores soci-
ais, ferramentas fundamentais hoje em dia para a elaboração, ampliação, acompanhamento e
avaliação de políticas públicas (Jannuzzi, 2003).
Para caracterizar esses diferentes tipos de registros, seguem algumas definições:
Censos:
Censo é a medida exaustiva de um universo. Sua execução é cara e necessita de muita
organização e bom treinamento dos recenseadores, por essa razão, não são freqüentes
e nem muito detalhados (Besson, 1995).
Para o IBGE,
os censos populacionais constituem a única fonte de informação sobre a situação de vida da
população nos municípios e localidades. As realidades locais, rurais ou urbanas, dependem
dos censos para serem conhecidas e atualizadas. Os censos produzem informações
imprescindíveis para a definição de políticas públicas estaduais e municipais e para a tomada
de decisões de investimento, sejam eles provenientes da iniciativa privada ou de qualquer
nível de governo (IBGE, 2005).
Pesquisa Amostral:
Para entender o conceito, segundo Bunchaft (2002) “amostra é todo o conjunto cujas
propriedades se estudam com o fim de generalizá-las para outro conjunto (população)
de que o primeiro (amostra) é considerado uma parte [...]. Para estudar uma variável
em uma amostra de modo a generalizar os resultados obtidos para a população a que
pertence, é essencial que esta amostra seja: representativa (proporcional quantitativa e
qualitativamente à população) e imparcial (todos os elementos da população devem
ter a mesma oportunidade de fazer parte da amostra). Com esses cuidados o estudo
aprofundado de uma amostra é mais valioso do ponto de vista científico do que um
apanhado sumário de toda a população” ( p.18).
Besson (1995) considera a pesquisa amostral uma técnica nova que, além de reduzir
os custos das pesquisas, melhora sua qualidade.
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Registros Administrativos de Órgãos Oficiais:
Segundo Zacharias (2003), citado em Guizzardi Filho (2004, p.61), os registros administra-
tivos são “resultantes de necessidades fiscais, tributárias e outras, tendo como fim permitir a
administração ou operacionalização de programas de governo, ou a fiscalização e o controle
do cumprimento de obrigações legais”.
Mas, para Guizzardi Filho (2004), embora os registros administrativos não sejam fei-
tos com o intuito de gerar estatística, ainda assim, constituem-se numa fonte imensa de
informações que podem ser exploradas para esse fim .
Mesmo assim, a utilização de estatísticas públicas resultantes de registros administra-
tivos pode apresentar algumas limitações, necessitando portanto, de algumas ressalvas. Se-
gundo Túlio Khan (2005) , registros administrativos estão sujeitos a diversos problemas que
vão desde a sua subnotificação até erros de digitação e processamento dos dados. Usando
como referência os Boletins de Ocorrência Policial, afirma que “estatísticas oficiais de
criminalidade são utilizadas em todos os países para retratar a situação de segurança pública,
mas devemos lembrar que devem ser interpretadas com prudência, pois estão sujeitas a uma
série de limites de validade e confiabilidade, são mais um retrato do processo social de noti-
ficação de crimes, do que um retrato fiel do universo dos crimes realmente cometidos num
determinado local” ( p.A2).
Esses problemas não estão restritos à área de estatísticas criminais e podem ser encon-
trados em todas as áreas onde se produz estatísticas a partir de registros administrativos mas,
o fato é que o que torna essas estatísticas importantes é que são capazes de apontar e
acompanhar tendências, além de, muitas vezes, serem as únicas informações disponíveis
sobre determinado tema (Khan, 2005).
Indicadores Sociais:
Segundo Jannuzzi,(2003) “indicador social é uma medida em geral quantitativa dotada de
significado social substantivo, usado para substituir, quantificar ou operacionalizar um con-
ceito social abstrato, de interesse teórico (para pesquisa acadêmica) ou programático (para
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
formulação de políticas). É um recurso metodológico, empiricamente referido, que informa
algo sobre um aspecto da realidade social ou sobre mudanças que estão se processando na
mesma” ( p. 15).
Besson (1995) considera os indicadores sociais como agentes da vida econômica e
social em razão do seu grande poder de síntese e dramatização.
O IBGE define Indicadores Sociais como sendo estatísticas sobre aspectos da vida de
uma nação que, em conjunto, retratam seu estado social e permitem conhecer seu nível de
desenvolvimento social. Por constituírem um sistema, para que tenham sentido, precisam ser
analisados uns em relação aos outros, como elementos de um mesmo conjunto. Esse conjunto
é composto por informações sobre características da população, dinâmica demográfica,
trabalho e rendimento, saúde, justiça e segurança pública, educação e condições de vida das
famílias (IBGE, 2005).
Informações estatísticas são geradas sobre os mais variados assuntos e pelas mais
diversas instituições. São tornadas públicas, ou então simplesmente geradas para conheci-
mento interno da própria entidade que as gerou. A decisão de disponibilizá-las à sociedade é
de caráter estratégico e, portanto, depende da política adotada pelas empresas que as produ-
zem. Podemos ter acesso às mais diversas fontes de dados estatísticos, públicas ou particula-
res, porém, o fato de podermos contar tamanha variedade, nos coloca a necessidade de obser-
var a veracidade da informação, ligada principalmente à credibilidade da Instituição e à fide-
dignidade de seus profissionais (princípios diretamente vinculados à escolha dos pressupos-
tos que originaram a pesquisa e a metodologia adotada em sua coleta), além da verificação da
possibilidade de comparação e de compatibilização de dados entre pesquisas geradas por
instituições, ou mesmo países diferentes.
Schwartzman (1996) afirma que a credibilidade das informações estatísticas é medida
pela “seriedade” do organismo que a gera e está sustentada pela capacidade técnica e científi-
ca da Instituição, além de sua estabilidade e consistência. Já quanto à metodologia, deve-se
considerar que, uma vez que o produto, tanto das estatísticas públicas quanto dos indicadores
sociais, são dados numéricos, taxas e porcentagens – ou seja, dados brutos ou de alguma
37
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
forma já trabalhados – seu significado terá sempre a necessidade de uma “tradução” e, seu
sentido, de uma interpretação.
É necessário saber que as pesquisas são resultado de registros coletados individual-
mente com a intenção de retratar aspectos predeterminados da realidade e, portanto, têm seu
sentido e significado, estabelecidos antes de sua coleta (Senra, 2001).. Isso significa que, em
tese, todas essas informações, ou seja, as metodologias de coleta, seus objetivos, deveriam
estar disponíveis ao usuário, seja ele especialista ou não.
Guizzardi Filho (2004) exemplifica muito bem essa questão usando, para isso, as
Pesquisas de Emprego e Desemprego, cujas metodologias variam conforme a instituição pro-
dutora: IBGE e Fundação Seade:
Um bom exemplo dessas diferentes possibilidades de modelização ou de recorte, levando a
distintas interpretações e de ações que busquem transformá-la, é dado pelas disparidades
existentes entre a metodologia de medição do desemprego da Pesquisa de Emprego e
Desemprego – PED, realizada pela Fundação SEADE e pelo Departamento Intersindical de
Estatísticas e Estudos Sócio-econômicos – DIEESE, e aquela da Pesquisa Mensal de
Emprego –PME, do IBGE. A PED considera como desempregados pessoas que se enquadrem
nas seguintes categorias (SEADE, [1995], p. 24) :
Desemprego Aberto: pessoas sem trabalho nos 7 últimos dias e com procura de trabalho efetiva
nos 30 dias anteriores ao da entrevista.
Desemprego Oculto pelo Trabalho Precário: pessoas que realizaram, nos últimos 30 dias,
trabalhos precários – algum trabalho remunerado irregular ou trabalho não-remunerado em ajuda
a negócios de parentes – e que procuraram substituir este trabalho nos 30 dias anteriores ao da
entrevista ou que, não tendo procurado neste período, o fizeram sem êxito até 12 meses atrás.
Desemprego Oculto pelo Desalento: pessoas sem trabalho e com necessidade de trabalhar, porém
sem procura efetiva de trabalho por desestímulo do mercado de trabalho ou por circunstâncias
fortuitas, mas que apresentaram procura ativa de trabalho, de pelo menos 15 dias, nos últimos 12
meses.
Já a PME (IBGE, [2003], p. 5) considera como desempregadas apenas
as pessoas sem trabalho na semana de referência, mas que estavam disponíveis para assumir
um trabalho nessa semana e que tomaram alguma providência efetiva para conseguir trabalho
no período de referência de 30 dias, sem terem tido qualquer trabalho ou após terem saído do
último trabalho que tiveram nesse período. (Guizzardi Filho, 2004, p. 37 )
38
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Como podemos notar, de fato, os números, ou melhor, as pesquisas precisam ser bem
entendidas por que os números resultantes delas podem determinar políticas, ações e atitudes
(tomadas de decisão) que afetam a vida de todos, Estados e pessoas.
As estatísticas criam modelos explicativos do mundo, seus sistemas de classificação e
as nomenclaturas usadas são como mapas de sentido e fazem parte da informação. Por essa
razão a linguagem é tão importante para as estatísticas, como o é para a comunicação, e as
linguagens documentárias, utilizadas para realizar a mediação em sistemas documentários,
podem ser tomadas como modelo para sua organização e apresentação.
Sendo assim, a credibilidade da fonte de informação, como também, a explicitação
das metodologias utilizadas, não esgotam as referências para que os usuários compreendam
os produtos estatísticos. Por ser o dado estatístico ele mesmo uma síntese, a linguagem de
organização da informação deve exercer o papel de contextualizadora do sentido da informa-
ção, de forma não só a conduzir o usuário à informação, mas também ajudá-lo a compreender
seu significado, na medida em que delimita e organiza a informação a uma área do conheci-
mento, sinalizando contextos e explicitando alguns pressupostos. “A interpretação é fruto do
desenvolvimento das possibilidades de compreensão, não se realizando na ausência de um
pressuposto” (Lara, 1999, p.137). Na estruturação da linguagem de organização da informa-
ção deve-se definir os vínculos que permitem o acesso e a interpretação.
A possibilidade de criação de vínculos na divulgação das informações estatísticas
ajuda a sociedade atual, tão globalizada, incompreensível e distante do cidadão comum, a
contextualizar os fatos e acontecimentos do seu dia-a-dia, auxiliando-o na compreensão de
sua realidade, dando maior visibilidade, ainda que por intermédio de números, índices e ta-
xas, do mundo em que ele vive.
57
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
5 A Informação Estatística, a Espiral da
Cultura Científica e a Web
5.1 A disseminação das informações estatísticas
“Os produtores de informação estão limitados pelas competências contextuais e cognitivas
dos habitantes de realidades diferenciadas; necessitam, pois, adotar estratégias de
distribuição, que viabilizem a aceitação de seu produto”. (Barreto, 1994, p 5)
Apesar de ser tradição antiga a publicação de estatísticas públicas pelos órgãos com-
petentes, sempre foram poucos e determinados os usuários que delas se utilizaram. Geradas
por instituições oficiais, disseminadas entre pares e organizadas sob a ótica institucional,
costumam usar linguagem específica da área, além de estarem sujeitas a normas e regras
próprias de apresentação.
Assim, as estatísticas públicas, além de estarem, desde sua origem, sujeitas a um
viés conceitual, um ponto de vista próprio das instituições que as produzem (Porcaro,
2001), em sua divulgação, acabam sofrendo do mesmo mal, uma vez que a tarefa de
organizar os dados, trabalhá-los e apresentá-los para divulgação, também é da própria
instituição produtora.
Compostas por tabelas, publicações como os Anuários Estatísticos procuram apresen-
tar a síntese dos dados coletados pelas instituições oficiais, com o intuito de proporcionar
uma visão ampla de cada uma das áreas ditas de interesse para a compreensão do andamento
das políticas governamentais e do controle administrativo do governo.
Nos dias de hoje, além dos anuários, outras publicações são disponibilizadas aos usu-
ários, uma vez que novos produtos pretendem dar conta de novas necessidades, mas a
58
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
ampliação do número de produtos estatísticos não é necessariamente acompanhada por
políticas de disseminação mais amplas. Para garantir uma circulação mais abrangente dessas
informações é preciso criar mecanismos específicos para que outros universos de usuários
sejam atendidos.
Assim, motivados pelo aumento da demanda por informações estatísticas e podendo
contar com tecnologias mais avançadas para o tratamento e a disponibilização de grandes
volumes de informação, os órgãos oficiais de estatística começaram a migrar para a Web suas
estruturas de disseminação de informações, como se pode notar pelo texto retirado do site do
IBGE sobre o funcionamento de seu sistema de disseminação:
O provimento de informações pelo IBGE é realizado através da sua rede nacional de disse-
minação, com áreas de atendimento em todas as capitais e nas principais cidades,
oferecendo um dos maiores acervos especializados em informações estatísticas e
geográficas do país. Este acervo constitui-se de publicações impressas e eletrônicas, como
também de bases de dados.
O IBGE estabelece, pela Internet, seu principal canal de comunicação com o usuário,
disponibilizando os resultados das pesquisas em páginas dinâmicas e arquivos para download
e banco de dados (Sistema IBGE de Recuperação Automática) (IBGE, 2005).
Embora a Internet tenha transformado a disponibilização de dados, informações e
pesquisas de forma drástica, trazendo, além de agilidade e rapidez à disponibilização des-
sas informações, um volume maior de informações disponibilizadas e a garantia de acesso
físico a essas informações a um público imensamente maior do que os meios tradicionais
de disseminação, podemos perceber que continua a dificuldade em fazer com que essas
informações, tão agilmente disponibilizadas sejam acessadas, compreendidas e assimila-
das por um público mais amplo do que os tradicionalmente alcançados pelos produtos
impressos.
Assim, embora os órgãos oficiais de estatística tenham assumido a Web como seu
principal canal de comunicação com o usuário (explícito no texto do IBGE), o fato é que as
melhorias trazidas pela adoção desse novo meio se limitaram, por enquanto, às etapas de
produção e disponibilização, não afetando de nenhuma forma a disseminação dessas infor-
mações para um público mais amplo, ignorando os aspectos relativos ao reconhecimento,
59
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
compreensão e apreensão para a transformação dessas informações em conhecimento pelo
público de modo geral.
Gracioso (2003), referindo-se à disseminação de informações estatísticas pelas agências
estaduais de estatística, afirma que
As principais dificuldades referentes à disponibilização das informações estatísticas pelas
agências estaduais relacionaram-se principalmente à dificuldade de adequar a estrutura da
oferta de maneira a atingir a especificidade de cada demanda. As dificuldades referentes ao
desenvolvimento de políticas de disponibilização de informações equivalem-se às dificul-
dades sentidas pela maioria da população em acessar e assimilar as informações estatísticas.
[...] a preocupação com a demanda tem sido o foco central destas agências quando se trata
de desenvolvimento de políticas de disponibilização das informações estatísticas. O
diagnóstico de que grande parte dos usuários tem dificuldades não só de acesso, mas
principalmente de compreensão destas informações, pode ser considerado grande avanço
por parte das agências estaduais (p. 74).
Considerando-se que essas dificuldades relatadas já há muito fazem parte do universo
da disseminação de informações técnico-científicas, ou seja, que são muito anteriores ao
advento da Web, de maneira nenhuma poderíamos esperar que fossem resolvidas pela sim-
ples adoção de uma nova tecnologia, uma vez que para enfrentar esse tipo de dificuldade é
necessário um trabalho voltado para o reconhecimento e segmentação desse público, para a
adequação dessas informações segundo esses parâmetros.
5.2 Os Sites Oficiais de Informações Estatísticas:
visibilidade institucional e visibilidade das informações
Os sites de organismos oficiais estatísticos no início da Web cumpriam apenas um
papel institucional de se manterem visíveis ao mundo por meio da rede mundial de
computadores, fato que caracterizou as páginas de organizações internacionais, nacionais,
governamentais e de organismos não governamentais.
Com o avanço da capacidade de processamento e memória dos equipamentos e com o
desenvolvimento de softwares capazes de lidar com grandes massas de dados, a produ-ção de
informações, seu tratamento, disponibilização e disseminação sofreram grande impacto.
60
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Aliando-se a isso a descoberta de uma tendência cada vez mais crescente do uso da
Internet pelo mundo, esses mesmos sites foram se transformando em verdadeiros portais de
informação, disponibilizando conteúdos mais completos e mais complexos, permitindo, tam-
bém, o acesso através de links a outras Instituições produtoras de informações.
No início da Web, os sites oficiais disponibilizavam as informações estatísticas da
mesma maneira que nas obras impressas. Hoje, verifica-se que grande parte das Instituições
opta por apresentar um misto de produtos, desde dados isolados e tabelas que combinam
dados de naturezas diferentes, até produtos que são desenhados segundo perspectivas especi-
ais, podendo, até mesmo, ser acompanhado de análises textuais.
Apresentar o resultado de pesquisas em formatos tradicionais como publicações, ta-
belas e produtos pré-formatados, sempre foi uma boa solução para a contextualização das
informações pois, dessa forma, a informação é disposta em espaços bem definidos, permitin-
do a caracterização dos produtos como um todo, como afirma Senra:
Assim, por um jogo de diferentes linguagens (tabular, gráfica, cartográfica, textual, editorial,
referencial, bibliográfica e outras), tomadas de forma complementar, as informações
presentes e as ausentes seriam postas em associação mútua, como que se complementando em
um exercício de remissivas e referenciamentos cruzados. Enfim, os índices de assuntos, as
relações de fontes, os guias de leitura, os registros de memória, todo um conjunto coerente e
exaustivo de peças documentais garantiriam um acesso cômodo às informações (Senra, 1997,
p. 8).
Se por um lado esse jogo de linguagens é interessante porque nele se utilizam re-
cursos já conhecidos das obras impressas (prefácio, introdução, sumário, índices remissi-
vos, notas metodológicas, comentários, etc), por outro, ele é insuficiente para contemplar
outras possibilidades de uso, como por exemplo, a de permitir ao usuário a oportunidade de
realizar suas próprias tabulações, a escolha de agregações geográficas e temporais, bem
como a seleção de dados. Esse é um dos recursos que a linguagem da Web oferece. Consi-
derando-se que as informações estatísticas são de várias ordens, torna-se necessário, por-
tanto, levar em conta diversas características da linguagem da Web para oferecer aos usuá-
rios uma gama de possibilidades de recuperação.
61
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Dentre as características a serem observadas, de início é preciso considerar:
a) a tipologia das estatísticas e seu significado (censos, pesquisas amostrais, indica-
dores sociais, etc.);
b) as formas de acesso que são, na Web, ampliadas (microdados, bases de da-
dos, ...);
c) as dimensões dos dados estatísticos (tempo, espaço, assunto), as possibilidades
de agregação e forma de saída;
d) os diferentes níveis de preparo e conhecimento dos usuários que podem acessar
os sites.
No caso das tipologias, considere-se, por exemplo, as pesquisas amostrais que, com o
avanço das técnicas estatísticas, passaram a substituir, muitas vezes, as pesquisas censitárias,
altamente onerosas. Frente a uma pesquisa amostral deve-se sempre tomar certos cuidados
com a manipulação das informações, dado que elas podem não permitir determinados cruza-
mentos pretendidos pelo usuário. Do mesmo modo é necessário deixar bem claro para o
usuário a que universo a amostra se refere.
A linguagem utilizada nos sites estatísticos é, geralmente, a linguagem técnica espe-
cializada marcada pela presença de jargões e denominações institucionais. Frente a essa
realidade, o usuário não especialista sente-se excluído do acesso às informações e,
freqüentemente, não consegue encontrar o que procura. Além disso, sua divulgação requer,
muitas vezes, ferramentas que auxiliem na compreensão das informações, pois, ao contrá-
rio dos termos, que são expressões em linguagem verbal repletas de significado, os dados
estatísticos são codificações numéricas que requerem tradução para serem mais bem enten-
didos.
Os recursos da Web, principalmente os hiperlinks, são instrumentos que facilitam a
apresentação de informações e auxiliam e contextualizam as codificações numéricas. Sendo a
informação estatística de ordem semântica e, também, fortemente afetada pela “cultura
institucional”, a utilização dos vários recursos da Web é vital para oferecer aos usuários as
informações a respeito do “contexto” de produção dos dados, compondo melhor os cenários
que conduzem ao seu entendimento.
62
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
De um modo geral, verifica-se que o acesso principal às informações estatísticas em
sites oficiais é feito pelo nome ou sigla das pesquisas que lhes deram origem, o que, na
maioria das vezes, não explicita seu conteúdo. No entanto, as estatísticas públicas compreen-
dem censos, pesquisas amostrais, indicadores e registros administrativos, que são gerados a
partir de metodologias diferentes, principalmente em relação à sua coleta. A apresentação
dessas informações em versão impressa é normalmente constituída por tabelas, gráficos e
mapas, além de textos explicativos e analíticos. Em versões da Internet, a gama de formas de
acesso se amplia, podendo compreender outros tipos como: produtos pré-formatados,
microdados de pesquisas
3
, dados isolados, análises textuais e bancos de dados, que, além de
suportar quantidades de informação que a publicação não comporta, dão a oportunidade ao
usuário da manipulação da informação conforme com suas necessidades. (possibilidades de
agregação, seleção de período temporal, criação de saída de acordo com suas solicitações...).
De qualquer modo, a construção de um site estatístico deve considerar a tipologia das
estatísticas públicas, de um lado, e suas possíveis formas de apresentação, de outro. Precisa,
ainda, observar os diferentes públicos que podem utilizar as informações.
Se a visibilidade da instituição produtora de estatística pode, de certo modo, ser
alcançada com a publicação de informações em sites, a “visibilidade dos dados” exige cuida-
dos específicos em relação à identificação de seus públicos.
5.3 Os Sites estatísticos e a Espiral da Cultura Científica
As informações estatísticas, apesar de terem a longa tradição de servir principalmente
aos governantes no conhecimento e controle da sociedade, têm, com o aumento da
complexidade da vida moderna e com a mudança no papel do conhecimento no cotidiano do
cidadão, assumido o importante papel de aproximar o cidadão comum dos fatos e realidades
3. Segundo o IBGE, Microdados são o menor nível de desagregação dos dados de uma pesquisa e retratam em
código o conteúdo dos questionários, preservado o sigilo das informações. Acompanhados de uma docu-
mentação que fornece nomes e respectivos códigos das variáveis e suas categorias, além dos elementos para
o cálculo dos erros amostrais, possibilitam aos usuários criar suas próprias tabelas. (http://www.ibge.gov.br
– Metodologia do Censo Demográfico 2000. consulta: 30/11/2005).
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
distantes, auxiliando-o na compreensão da realidade complexa do mundo contemporâneo e
no acompanhamento dos acontecimentos do mundo.
Porém, as estatísticas, além de usadas para representar a realidade com vistas ao
planejamento futuro, figuram também no nosso dia-a-dia como “fatos” capazes de explicar
fenômenos e acontecimentos, mudar nossa opinião sobre as coisas e alterar nossa percepção
do mundo, de nós mesmos e dos outros. Assim, também corroboram a implantação de deter-
minadas políticas em detrimento de outras e justificam decisões e ações em todas as esferas
da sociedade (Besson, 1995).
Aplicando os quadrantes da espiral da cultura científica à disseminação de informa-
ções estatísticas na Web, poderíamos pensar, numa primeira análise, que esse é um instru-
mento completo para a divulgação de informações. Sob essa perspectiva, poderíamos incluir
os sites estatísticos no quarto quadrante juntamente com todas as outras mídias voltadas ex-
clusivamente para divulgação de informações. Entretanto, a Web é um meio muito mais com-
plexo do que parece à primeira vista, considerando o potencial de todos os seus recursos. Na
realidade, trata-se de um ambiente que pode ser utilizado em todas as etapas previstas para a
circulação de informações na espiral da cultura científica e, conseqüentemente, para a disse-
minação de informações estatísticas.
Analisando cada um dos quadrantes, verificamos que a cada um deles corresponde
um público específico de informação estatística: os públicos característicos dos processos de
difusão (os especialistas), os que são objeto do ensino, os que são alvo da educação para o uso
da informação e, finalmente, a sociedade em geral, atingida por meio dos processos de divul-
gação.
Se considerarmos as características específicas da Web para a difusão e divulgação de
informações estatísticas, podemos perceber que ela, muito mais do que os suportes tradicio-
nais de difusão e divulgação (livros, periódicos, etc...), oferece maiores condições para que,
num mesmo espaço, sejam atendidos diferentes públicos segundo distintas necessidades e
perfis de consumo da informação. Para cada quadrante da espiral, existem grupos diferentes
de destinadores e de destinatários. Esse fato é, por si só, suficiente para afirmar a existência de
64
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
outras variáveis que interferem no fluxo de informações, dentre elas, a linguagem adotada em cada
quadrante, o tipo de abordagem necessária à informação estatística para atender cada tipo público
e o nível de profundidade requerido por cada segmento de usuários ao longo da espiral.
A cada mudança de quadrante corresponde uma mudança de atores envolvidos, principal-
mente quanto aos destinatários. Essa mudança sugere necessariamente a transposição de informa-
ções de um quadrante a outro, implicando, portanto, uma alteração de convenções, de linguagem
e, eventualmente, uma perda controlada de conteúdo. Em sentido horário, na passagem entre os
quadrantes alguns conteúdos se perdem, mas se expande o público, ocorrendo a transformação do
conhecimento científico em senso comum esclarecido.
Todavia, tanto o movimento de expansão de públicos, como a transformação do conheci-
mento para o aumento das condições de sua apreciação, somente são possíveis com o reconheci-
mento das segmentações e com ações de conversão de conteúdos adequadas à diversidade dos
perfis de usuários.
Como afirma Negroponte, as novas tecnologias permitiram a conjugação entre volume e
profundidade de informação.
Uma mudança editorial fundamental tem lugar, pois não se trata mais de uma escolha do tipo
ou-ou entre profundidade e volume de informação. Quando você compra uma enciclopédia
impressa, um Atlas ou um livro sobre o reino animal, o que você espera é um tratamento
bastante amplo e genérico da miscelânea de assuntos ali tratados. Por outro lado, um livro
sobre as ilhas Aleutas ou cangurus, você quer um tratamento em profundidade da pessoa, lugar
ou animal em questão. No mundo dos átomos, limites físicos impedem que se tenha volume e
profundidade ao mesmo tempo – a não ser que se tenha um livro com quilômetros de
espessura. No mundo digital, o problema do volume versus profundidade desaparece, de
modo que leitores e autores podem mover-se com maior liberdade entre o geral e o específico.
Na verdade a idéia de querer saber mais sobre o assunto é parte integrante da multimídia, está
na base da hipermídia. (Negroponte (1995), citado em Santos, 2004, p 8)
Para Burbules (1998) a Web por acrescentar dimensões à escrita e à leitura, pode abrigar
diversos pontos de vista, inclusive os alternativos, sendo portanto, inclusiva no que diz respeito às
diferenças culturais.
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Dessa forma, um site de conteúdo especializado em informações estatísticas poderá
ser ao mesmo tempo instrumento de difusão e de divulgação, pois permite, em princípio, que
se desenvolvam tantos “caminhos” e interfaces quantos sejam necessários para atingir os
públicos possíveis da informação.
De fato, se as Instituições estatísticas têm credibilidade, deduz-se que as informações
são consistentes. Trata-se, portanto, de desenvolver interfaces que permitam realizar a passa-
gem das informações de um quadrante a outro para que se alcance, juntamente com o avanço
da ciência, a participação da cidadania.
Usar adequadamente as ferramentas da Web para possibilitar diferentes abordagens a
uma mesma informação a fim de atingir seus diferentes públicos significa dar aos usuários
opções nas quais eles possam reconhecer a informação e escolher a melhor forma de acessá-
la. A utilização dos recursos da Web permite, inclusive, oferecer opções para que o usuário
possa aprofundar seu conhecimento, acessando outros níveis de informação.
Os leques de opção devem ser formulados com base em princípios de conversão de
informação entre quadrantes, de modo a oferecer formas de interação diversificadas segundo
os públicos-alvo. Embora a conversão não se faça sem perda de conteúdo, ela é uma exigên-
cia se considerarmos os diferentes atores envolvidos nesse processo e suas distintas condi-
ções de reconhecimento e de apropriação da informação.
As diferentes interfaces encarregadas de mediação constituem o resultado das opera-
ções de conversão que permitem realizar a passagem de um quadrante a outro. É fácil perce-
ber que a maioria dos sites especializados em informações estatísticas, hoje em dia, trabalha
mais com a difusão de informações entre especialistas do que com a divulgação. Pode-se
propor que a disseminação da informação, própria dos sistemas de informação, compreende a
difusão, como também a divulgação. No entanto, observa-se que o que acontece com os sites
reflete o que já se verificava nos serviços de informação de um modo geral. Ao orientar suas
ações de disseminação na perspectiva exclusiva da emissão, não completam o ciclo da
dinâmica própria da atividade científica.
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
É por essa razão que a exploração dos diferentes quadrantes da espiral da cultura
científica pode ser uma referência para a Web. A proposta de Vogt (1993), ao mostrar a com-
plexidade dos processos de circulação da produção científica, põe em evidência a necessida-
de de diferentes interfaces para o acesso e apropriação da informação. Por outro lado, a rique-
za instrumental da Web e a potencialização do acesso, podem, a partir da referência à espiral,
ser aproveitadas na sua real dimensão.
A principal contribuição da proposta de Vogt (1993) para o nosso trabalho está,
portanto, na possibilidade de situar as questões de disseminação da informação estatística na
Web, precisando melhor o seu contexto e definindo melhor a abordagem dos diferentes
eventos de circulação da informação: a difusão da informação estatística para a população
que conhece e sabe manejá-la e a divulgação da informação estatística para o público não
especialista, que deve ser atendido com mais cuidado.
Recuperando a espiral da cultura científica, podemos visualizar a descrição de cada
quadrante, os atores envolvidos e os destinatários principais, conforme se pode verificar a
seguir:
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Cultura para a Produção da Ciência Cultura para a Socialização da Ciência
I Quadrante II Quadrante III Quadrante IV Quadrante
Produção e Difusão
Produção e Circulação
do conhecimento entre
Pares
Ensino da Ciência
Ensino e Formação de
Novos Pesquisadores e
Cientistas
Ensino para a Ciência
Educação para a
Ciência
Divulgação da
Ciência
Mídias de divulgação
Destinadores Destinadores Destinadores Destinadores
Universidades
Centros de pesquisa
Órgãos governamentais
Agências de fomento
Congressos
Revistas científicas
Universidades
Sistemas de pós-
graduação
Ensino fundamental e
médio
Museus
Feiras de ciências
Exposições
Revistas de divulgação
científica
Editoriais de jornais
voltados para o tema
Programas de TV
Destinatários Destinatários Destinatários Destinatários
Cientistas
Estudantes
Estudantes e
Público Jovem em
Geral
O Cidadão
Sociedade em Geral
Sociedade Civil
Organizada
Essa distribuição, focando a produção e a circulação da informação estatística poderia
ser visualizada conforme segue:
Quadro I - A Espiral da Cultura Científica (Vogt, 2003).
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
A proposta de analogia feita para contemplar a informação estatística permite, portan-
to, delimitar, ao menos de forma tentativa, como poderiam ser abordadas as características da
circulação desse gênero de informações.
O quadro elaborado será utilizado como referência para a observação dos sites estatís-
ticos no capítulo a seguir.
Cultura para a Produção da Ciência Cultura para a Socialização da Ciência
I Quadrante II Quadrante III Quadrante IV Quadrante
Linguagem de
Especialidade
Conteúdo: Nenhuma
perda de conteúdo
Linguagem de
Especialidade com
algumas traduções e
simplificações
Conteúdo: Mínima perda
de conteúdo
Linguagem: menos
técnica, traduzindo e
simplificando conceitos
Conteúdo: Alguma
perda de conteúdo
Linguagem de
divulgação (mais
próxima do cidadão)
Conteúdo: perda de
conteúdo acentuada
Produção e Difusão
Uso:
Produção e Circulação
do conhecimento entre
Pares
Uso:
Estratégias de gestão
para Governos
Empresas e ONGs
Planejamento pela
Análise e interpretação
dos resultados para
aplicação de políticas e
avaliação da ação dos
governos e das
empresas
Uso:
Educação para a
Ciência (não formal)
Formação de usuários
Fornecimento de
Informações básicas,
trabalhadas de forma a
iniciar usuários leigos na
compreensão e uso de
estatísticas
Divulgação da Ciência
Uso:
Manter o cidadão
conhecedor da realidade
e dos aspectos
essenciais da ciência,
relevantes para o seu
desenvolvimento e de
toda a sociedade
Atores Envolvidos Atores Envolvidos Atores Envolvidos Atores Envolvidos
Organismos Oficiais de
Estatística
Universidades
Centros de pesquisa
Órgãos governamentais
Agências de fomento
Agências de Estatística
Órgãos Governamentais
Entidades Internacionais
ONGs
Empresas (comércio,
indústria e serviços)
Especialistas da área
Profissionais Liberais
Professores
Educadores
Estudantes e jovens em
geral
A sociedade Civil como
um todo
O cidadão em especial
Forma de Apresentação Forma de Apresentação Forma de Apresentação Forma de Apresentação
Microdados de pesquisa
Questionários
Metodologias
Artigos especializados
Notícias especializadas
Microdados
Tabulações Especiais
Georreferenciamento
Análises de pesquisa
Metodologias
Produtos fechados
Tabelas
Tabulações Especiais
Bancos de Variáveis
Mapas e gráficos
Metodologias
Press-release
Tabelas simples
Bancos de Variáveis
Mapas e Gráficos
Notícias gerais
Quadro 2 - Aplicando a Espiral da Cultura Científica para a disseminação da Informação Estatística:
39
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
4 A Circulação Social da Informação:
à procura de procedimentos de análise
4.1 Divulgação e Difusão: a Espiral da Cultura Científica
E
mbora não seja alvo de nossas considerações diárias hoje, queiramos ou não, estamos
envolvidos em nosso cotidiano pela ciência e pela tecnologia (Vogt, 2003). De fato,
cada vez mais o cidadão comum necessita de informações de cunho científico orientando
suas decisões no dia-a-dia como, por exemplo, para cuidar de sua saúde, para entender a
complexidade da vida urbana, para entender o meio ambiente que o rodeia e, também, para
usar equipamentos hoje tão difundidos como computadores, aparelhos celulares, etc.
Esse conhecimento, que é produto da popularização da ciência, chega até o público
leigo por intermédio de diversas fontes e variados canais e necessita, sempre, de alguma
mediação que transforme sua linguagem especializada e seus conceitos complexos em infor-
mações mais próximas ao cidadão comum. “Dependemos de intermediários, pessoas e enti-
dades que fazem uso de vários canais de comunicação e linguagens para transmitir as novida-
des científicas aos diversos segmentos da sociedade. Esse processo de transposição das idéias
contidas em textos científicos para os meios de comunicação populares é chamado de
popularização da ciência” (Mueller, 2002, p.1).
A importância de se garantir o acesso a informações científicas devidamente trabalha-
das no sentido de possibilitar sua compreensão e apreensão pelo cidadão comum é a de contar
com cidadãos mais capazes de orientar suas vidas e influir, como membros da sociedade, nos
rumos da ciência e no desenvolvimento da sociedade. “A ignorância de fatos básicos da
ciência produz cidadãos ingênuos, propensos a acreditarem facilmente em fatos
pseudocientíficos, potencialmente prejudiciais a si próprio e à sociedade”. Porém, este não é
40
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
um processo simples ou fácil. “Sob o ponto de vista estritamente técnico, a dificuldade mais
visível está em reduzir conceitos complexos, que demandam domínio de conhecimento e
linguagem especializada, a uma linguagem compreensível para pessoas sem treinamento es-
pecífico” (Mueller, 2002, p.1).
Segundo Carlos Vogt (2003) a divulgação científica é um processo cultural onde a
participação ativa do cidadão permite que a ciência e a tecnologia entrem no cotidiano das
pessoas da mesma maneira que a ficção, a poesia e a arte. Apoiando as discussões que colo-
cam o conhecimento em ciência e tecnologia dentro da cultura, tal qual os conhecimentos
advindos da arte ou da literatura, advoga que não há dicotomia entre cultura da ciência e
tecnologia e a cultura humanística. O que existem são “distinções teóricas e metodológicas
fundamentais entre arte e ciência” (p. 2), embora ambas compartilhem uma finalidade: “a
criação e geração do conhecimento, através da formulação de conceitos abstratos e ao mesmo
tempo, por paradoxal que pareça, tangíveis e concretos” ( p.2) – no caso da ciência pela
demonstração lógica e pela experiência – no caso da arte pela sensibilização do conceito em
metáforas e pela vivência.
Vogt (2003) adota a expressão “Cultura Científica” para designar o fenômeno da di-
vulgação científica e da inserção no dia-a-dia de nossa sociedade dos temas da ciência e da
tecnologia, acrescentando que a vantagem do termo é a de poder englobar outros como alfa-
betização científica, popularização/vulgarização da ciência, percepção/compreensão pública
da ciência, como também a de conter em seu campo de significações a idéia de que o processo
que envolve o desenvolvimento científico é um processo cultural , considerado em seus
vários ângulos como o de sua produção, o de sua difusão, seu ensino, ou mesmo sob o ângulo
da sua divulgação na sociedade “para o estabelecimento das relações críticas necessárias
entre o cidadão e os valores culturais, de seu tempo e de sua história” ( p. 2).
Para Vogt (2003) valendo-se da estrutura lingüística da expressão cultura científica,
distingue-se, pelo menos, três possibilidades de sentido:
1 Cultura da ciência
- cultura gerada pela ciência
- cultura própria da ciência
41
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
2 Cultura pela ciência
- cultura por meio da ciência
- cultura a favor da ciência
3 Cultura para a ciência
- cultura voltada para a produção da ciência
- cultura voltada para a socialização da ciência
Neste terceiro caso, o da cultura para a ciência, ocorre a difusão científica e a forma-
ção de pesquisadores e novos cientistas (cultura voltada para a produção da ciência), como
também o processo de educação no ensino fundamental e médio, na graduação, nos museus e
feiras de ciências e também a divulgação, responsável pela dinâmica cultural de apropriação
da ciência e da tecnologia pela sociedade (cultura voltada para a socialização da ciência).
Sob esse aspecto o processo cultural da ciência e da tecnologia pode assumir a forma
de uma espiral que se desenvolve ao redor do eixo de duas linhas que se cruzam: a horizontal
representando o tempo e a vertical representando o espaço, conforme a figura a seguir:
A Espiral da Cultura Científica
Figura 1 A espiral da cultura científica (Vogt, 2003, p. 5).
42
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Conforme a figura, a espiral da cultura científica tem início no primeiro quadrante
com a difusão da ciência feita entre pares; segue avançando no segundo quadrante em direção
ao ensino da ciência respondendo pela formação de novos cientistas; no terceiro quadrante
passa do ensino para a ciência, atingindo estudantes de ensino médio e graduação, além do
público jovem e, finalmente, no quarto quadrante, alcança a divulgação da ciência, fazendo a
passagem da cultura científica para a sociedade em geral (Vogt, 2003).
Da mesma forma, o autor sugere distribuir nos quatro quadrantes os atores envolvidos
no processo:
1º Quadrante:
Universidades
Centros de pesquisa
Órgãos governamentais
Agências de fomento
Congressos
Revistas científicas
2º Quadrante:
Universidades
Sistemas de pós-graduação
Ensino fundamental e médio
3º Quadrante:
Museus
Feiras de ciências
4º Quadrante:
Revistas de divulgação científica
Editoriais de jornais voltados para o tema
Programas de TV
Nesta representação, Vogt (2003) chama a atenção para a distância existente entre os
pontos de partida da espiral no primeiro quadrante e sua chegada no quarto quadrante, o que,
43
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
segundo ele, significa um avanço de “conhecimento e de participação da cidadania no proces-
so dinâmico da ciência e de suas relações com a sociedade”, destacando que na continuidade
desse processo “um novo ciclo de enriquecimento e de participação ativa dos atores em cada
um dos momentos de sua evolução” se realiza. “O que, enfim, a espiral da cultura científica
pretende representar, na forma que lhe é própria, é, em termos gerais, a dinâmica constitutiva
das relações inerentes e necessárias entre ciência e cultura” ( p. 6).
Tais relações inerentes e necessárias entre ciência e cultura são, claramente, as rela-
ções de troca e compartilhamento de informações que caracterizam todo o processo cultural e
onde a comunicação desempenha papel central na popularização da ciência e na apropriação
de conhecimentos pela sociedade.
4.2 A espiral da cultura científica e a Ciência da Informação
A criação de fluxos para a circulação de informações por toda a sociedade, além de
atender a um direito fundamental dos indivíduos, é um dos objetivos da Ciência da Informa-
ção. Esse direito é, não só elementar como direito individual dos homens, mas também,
condição da interação do indivíduo com a sociedade, seja ela no nível público ou no nível
privado. O reconhecimento desse direito coloca de forma inequívoca o papel da informação
no cotidiano da sociedade contemporânea, evidenciando sua importância como bem simbóli-
co, cujo acesso, como afirmam Kobashi e Tálamo (2003), “impõe-se como um direito global
e globalizante em relação aos demais” ( p. 8).
Retratando a necessidade e o uso da informação técnica e especializada em diferentes
contextos sociais, institucionais e individuais, a espiral da cultura científica traça, de forma
genérica, um fluxo para a circulação de informações especializadas pela sociedade, desde a
sua produção, até sua divulgação em geral. Dessa forma, sendo nosso objetivo a observação
de sites estatísticos voltados para a disseminação de informações à sociedade, consideramos
importante tomar como ponto de partida a espiral da cultura científica, tentando aprofundar e
esclarecer algumas questões que possibilitem o fluxo de informações pelos diversos
quadrantes, tornando possível sua circulação na sociedade. Vale destacar os principais pontos
que a utilização da espiral propicia:
44
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
A espiral nos dá um esquema geral da circulação da informação na sociedade.
O detalhamento desse esquema poderá nos auxiliar na verificação dos procedi-
mentos necessários para a transformação das informações de um quadrante para o
outro.
Basicamente, cada quadrante trabalha com o reconhecimento de públicos distin-
tos e com a produção de saídas diferentes (informações) de acordo com o “ambi-
ente” abrangido pelo quadrante, considerando as variáveis de tempo e espaços
particulares de cada um.
O direito à informação só será uma realidade se a Informação passar corretamente
pelos quadrantes, completando todas as fases da espiral. A informação sai da sociedade e a ela
retorna, completando, assim, seu ciclo e mantendo seu necessário fluxo de retroalimentação
constante. É esse processo que permite ao cidadão participar e influir nos rumos da ciência e
no desenvolvimento da sociedade.
Porém, é preciso considerar que
a realidade, em que se pretende que a informação atue e transforme, é multifacetada e
formada por micronúcleos sociais com divergências tão profundas em países como o Brasil,
que podem ser vistas como micronações isoladas por suas diferenças. Os habitantes destas
comunidades sociais diferenciam-se segundo suas condições, como grau de instrução, nível
de renda, religião, raça, acesso e interpretação dos códigos formais de conduta moral e ética,
acesso à informação, confiança no canal de transferência, codificação e decodificação do
código lingüístico comum, entre outros (Barreto, 1994, p. 5).
Considerando que o objetivo da Ciência da Informação na disponibilização de esto-
ques informacionais é o de criar fluxos capazes de garantir a circulação da informação para
que ela possa ser usada de forma produtiva pela sociedade e, sabendo também que a socie-
dade é formada por indivíduos com diferentes capacidades de cognição e capital social,
condições necessárias para o reconhecimento da informação e a ação necessária para
transformá-la em conhecimento, podemos constatar que a simples aplicação da
racionalidade técnica usada na formação dos estoques informacionais não basta (Barreto,
1994).
45
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Além da necessidade de adequação de conteúdos oriundos das mais diversas fontes
produtoras de informação, no que se refere à linguagem adotada, aos jargões institucionais e
aos diferentes recortes da realidade, é necessário também reconhecer a segmentação dos
públicos a quem a informação é destinada. É uma tarefa complexa, mas, absolutamente
necessária para que esses conteúdos possam ser apresentados como opções possíveis e
reconhecíveis para os cidadãos.
Grande parte dessa tarefa se refere ao fato de, na sociedade contemporânea, a informa-
ção se constituir em “recurso estratégico não apenas para a organização e o controle sociais,
mas principalmente para a produção de bens” (Kobashi e Tálamo 2003, p. 10). Assegurar o
fluxo da informação nesta realidade multifacetada é garantir, a todo indivíduo, o acesso e o
uso de informações importantes e necessárias ao seu cotidiano, contribuindo para sua
integração e participação na sociedade para o exercício pleno de sua cidadania.
Para garantir que a produção da ação humana retorne à sociedade e que mantenha o
fluxo contínuo de construção do conhecimento, é necessário que ela seja trabalhada conside-
rando as diferentes competências de recepção. De fato, a circulação social da informação só
pode ser efetivada a partir de um conjunto de opções
esta função primária da informação – a de manifestar-se como um leque ou conjunto de
opções – relaciona-se diretamente ao fato de que ela se propõe como universo de
alternativas. Para o sujeito, de modo recíproco, ela resulta de um processo de seleção – quero
isto e não aquilo. Dito de outro modo, o sujeito integra-se ao mundo a partir do momento que
reconhece a existência de opções e seleciona as mais adequadas segundo o contexto em que se
encontra; assimilada, compreendida e interiorizada, a informação integra o processo de
geração do conhecimento, essencialmente subjetivo (Tálamo, 2004, p.2).
4.3 Disseminação e Mídias Digitais
O papel desempenhado pelas mídias na circulação de informações, com o apoio ao
desenvolvimento e a adoção de novas tecnologias de comunicação, tem contribuído de forma
inquestionável para evolução dos modos como vemos o mundo e a maneira como nos relaci-
onamos com ele (Levy, 1993).
46
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Para Bender (2003) “há mais de vinte anos a mídia digital evoluiu dos meios de
aprimorar o acesso individual à informação para um mecanismo de engajamento ativo im-
buído de crítica e reflexão. Assistimos à emergência de uma forte onda de expressividade
que irá aprimorar processos democráticos e que desafiará os que não o são” (Bender, 2003,
p.13).
Essa evolução tem colocado a própria comunicação em patamares nunca antes imagi-
nados possibilitando uso de dispositivos de comunicação cada vez mais abrangentes, sofisti-
cados e poderosos.
Dessa forma, segundo Bender (2003) “a mídia digital está longe de engendrar um
mundo fragmentado, povoado por interesses próprios e míopes. Em vez disso está libertando
em cada um de nós nosso desejo básico de compartilhar, que às vezes se traduz em
compartilhamento de informação, de idéias políticas e sociais, ou de bens e serviços”
(Bender, 2003, p.13)
Saad (2003) afirma que o surgimento de uma nova mídia é sempre o resultado da
evolução de mídias anteriores que, nem por essa razão, sucumbem ao seu aparecimento, ao
contrário, desenvolvem-se, transformam-se e adaptam-se a essa nova mídia, criando assim,
condições não só de sobrevivência mas também de coexistência.
De fato, fortemente presentes ao nosso cotidiano, mídias como o telefone, o rádio e a
TV, convivem perfeitamente nos dias de hoje com novos dispositivos como a Web, desempe-
nhando suas funções originais, melhorando continuamente seu desempenho com a incorpora-
ção de novas tecnologias.
Analogamente, o surgimento do hipertexto, com suas características digitais, incorpo-
ra a trajetória percorrida pela comunicação da linguagem escrita, desde as tábuas de argila até
os livros como hoje os conhecemos, expandindo seus limites com o acréscimo da possibili-
dade do uso integrado de links, de imagens e de sons, agregando amplitude e profundidade às
informações. Como afirma Pierre Levy (1993) ”o hipertexto retoma e transforma antigas
interfaces da escrita” (p.34).
47
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Assim segundo Saad (2003) “a mensagem transformada em conteúdo traz como mai-
or inovação as qualidades da hipermídia e da interatividade que até então não eram tecnica-
mente possíveis nas chamadas mídias tradicionais. Contextos com amplitude e profundidade
passam a ter um valor inestimável para quem produz informação eletrônica” (p.77).
De fato, os meios de disseminação da informação se alteraram profundamente nas
últimas décadas, podendo-se afirmar que uma nova linguagem nasceu com a Internet e a Web.
Essa nova linguagem, que se apresenta com o hipertexto e é articulada por meio de hiperlinks,
permite ao usuário o acesso a um universo de informações de variadas fontes e de diversos
formatos (texto, som ou imagem) possibilitando a criação de uma ampla rede de ligações
entre informações, idéias e conceitos sendo, portanto, uma ferramenta poderosa na produção
de conteúdos e agregação de significado à informação.
Para Johnson (2001), hiperlink, “como a palavra sugere, um link – um elo, ou vín-
culo –, é uma maneira de traçar conexões entre coisas, uma maneira de forjar relações
semânticas. Na terminologia da lingüística, o link desempenha um papel conjuncional,
ligando idéias díspares em prosa digital” (p.84).
Neste contexto, as interfaces são encarregadas de mediar o relacionamento homem/
máquina, permitindo que possamos navegar, através dos hiperlinks, no ambiente da Web.
Assim, Johnson (2001) define interface “em seu sentido mais simples, como sendo softwares
que dão forma à interação entre usuário e computador. A interface atua como uma espécie de
tradutor, mediando entre as duas partes, tornando uma sensível à outra. Em outras palavras, a
relação governada pela interface é uma relação semântica, caracterizada por significado e
expressão” (p.17).
Uma boa interface permite colocar à disposição do usuário todos os recursos necessá-
rios para que ele possa encontrar o que procura num site, ou mesmo, simplesmente explorar
suas possibilidades. Essa liberdade de intensa circulação e interatividade é uma das grandes
características da Web, o que não significa dizer que sejam exclusivas desse meio. No entan-
to, são enormemente potencializadas por ele.
48
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Efetivamente, a potencialização desse processo interativo entre emissor e receptor
requer, antes de qualquer outra coisa, a existência de vínculos de significação entre eles,
fundamentais para desencadear o processo de comunicação. Apesar da internet permitir o
aumento da circulação e o reconhecimento da informação, seu significado e apreensão solici-
tam mecanismos próprios que não se esgotam na existência da rede, muito embora as carac-
terísticas de meio digital permitam agilizar o processo.
Nesse sentido, a transmissão da informação e a transformação do homem pelo
conhecimento é, antes, um processo cognitivo e intelectual, sendo papel das mídias tornar
disponíveis mecanismos para que o acesso seja facilitado. O acesso, todavia, não resulta de
imediato no conhecimento.
4.3.1 A arquitetura da Informação
O avanço das tecnologias de informação e o surgimento das novas mídias digitais têm
permitido, cada vez mais, o acesso físico a uma infinidade de informações importantes a um
número crescente de pessoas com interesses diversos.
Embora saibamos que quaisquer que sejam os meios utilizados, o problema da divul-
gação e da difusão de informações técnico-científicas está relacionado ao modo de sua
disponibilização para efetiva apropriação, é inevitável observar que, ao lado dos problemas
inerentes aos tipos de disseminação e tipos de usuários, o uso das novas tecnologias coloca
questões particulares.
Com o desenvolvimento das tecnologias digitais, hoje podemos vislumbrar uma
gama imensa de possibilidades de comunicação, compartilhamento e acesso a informações.
O surgimento da Internet e a crescente popularização da Web introduziram um novo mo-
delo de disseminação de informações que permite abordagens diferentes para a mesma
informação estocada num mesmo espaço, com chances de atender, assim, a um público
mais amplo e diversificado.
49
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Da mesma maneira que o livro levou séculos de aprimoramentos contínuos para che-
gar à forma que hoje conhecemos (formato, organização e ferramentas de acesso às partes),
também, a Web com suas ferramentas diferenciadas de navegação e de compartilhamento,
tem passado por um processo de entendimento e apreensão de suas reais possibilidades, para
posterior aperfeiçoamento do uso.
Nesse contexto, a arquitetura da informação tem mostrado sua importância no desen-
volvimento de sites, principalmente em razão da quantidade cada vez maior de informações
disponibilizadas na rede e do número cada vez maior de pessoas conectadas a ela. Sendo
responsável pela organização das informações de um site, a arquitetura da informação tem
como objetivo torná-las acessíveis a seus usuários, considerando suas diferentes característi-
cas e necessidades de informação.
Segundo Rosenfeld e Morville, para a arquitetura da informação, um site é um con-
junto estrutural que deve manter um equilíbrio entre informação, aspecto visual, uso apro-
priado de softwares e tecnologias e, ao mesmo tempo, atender às necessidades e políticas
de disponibilização de informação da instituição que veicula a informação e suprir as ne-
cessidades de acesso por parte de públicos distintos (Rosenfeld e Morville, citado por Lara,
2000).
A estrutura organizacional de um site define a maneira pela qual os usuários poderão
se movimentar nele, abrindo múltiplas possibilidades de navegação por diferentes perspecti-
vas. Assim, cabe à arquitetura da informação propor sistemas de organização que façam sen-
tido para o usuário, utilizando múltiplas possibilidades de organização do mesmo conteúdo
(Rosenfeld e Morville, citado por Lara, 2000).
A própria complexidade do hipertexto enfatiza a necessidade de planejar e estruturar
as informações visando sua acessibilidade pelos usuários, como afirma Lara Filho (2003)
assim como no labirinto o fio de Ariadne marca o caminho para a volta de Teseu após matar
o Minotauro, a arquitetura da informação procura mapear o labirinto imprimindo um certo
grau de ordem ao hipertexto [...] É tanto um referente para o objetivo que se pretende atingir
como para a saída. Permite uma caminhada – ou navegação – que pode ser refeita, mas
50
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
também abre a possibilidade de trilhar múltiplos caminhos que levam a um mesmo objetivo
(Lara Filho, 2003, p.6).
De fato,
Sem planejamento, um site se torna um labirinto confuso e tortuoso. A maioria das pessoas que
os constrói se preocupa com o layout das telas, com as tecnologias a serem utilizadas, com a
capacidade de atualização tecnológica que ele possa suportar e até com sua manutenção
periódica, mas esquecem de sua estrutura. Ou seja, preocupam-se com tudo menos com o
pobre do visitante, que se perde em montanhas de páginas, links e efeitos até chegar na
informação que estava procurando, se der sorte... A Arquitetura da Informação visa à
organização de grandes massas de dados, preparando rotas de acesso a eles. ... Uma
arquitetura eficiente torna a informação acessível e compreensível a outras pessoas, qualquer
que seja seu nível de conhecimento (Cardoso, 2002, p.1).
Para organizar a informação a arquitetura da informação trabalha com estruturas e
esquemas de organização. As estruturas de organização incluem hierarquias, modelos orien-
tados a bases de dados e hipertexto e, são o alicerce da navegação do usuário pelo site. Os
esquemas de organização definem os tipos de agrupamento lógico dados aos itens de infor-
mação e podem ser exatos (alfabéticos, cronológicos, geográficos), ou ambíguos (organiza-
ção em tópicos, esquemas orientados por função ou tarefa, para audiências específicas, etc.).
Por serem subjetivos, os esquemas de organização do tipo ambíguo devem sempre apresentar
ao usuário uma definição explícita, uma vez que utilizam-se de categorias não exatas.
(Rosenfeld e Morville citado por Lara, 2000).
Podemos dizer que a estrutura de organização de um site está ligada diretamente à
criação de seus espaços informacionais, sendo os esquemas de organização os responsáveis
pelo arranjo das informações nesses espaços.
No que diz respeito às questões de organização, todavia, as propostas da arquitetura
da informação não diferem daquelas feitas pela Documentação. Pode-se afirmar que o ter-
mo Arquitetura da Informação é um termo novo para abrigar conhecimentos de várias espe-
cialidades, designando um campo de atividade para vários profissionais: bibliotecários,
documentalistas, profissionais da informática, arquitetos etc. As propostas relativas às
51
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
questões organizacionais, portanto, têm inúmeras semelhanças com as da Documentação
ou, ainda, são no seu núcleo, as mesmas.
4.3.2 Os estudos de usabilidade
Segundo a NBR 9241-11 de 08/2002, a usabilidade se define como sendo a “medida
na qual um produto pode ser usado por usuários específicos para alcançar objetivos
específicos com eficácia, eficiência e satisfação em um contexto específico de uso” (p.3).
A mesma norma ressalta sua importância e benefícios:
Usabilidade é uma consideração importante no projeto de produtos uma vez que ela se refere
à medida da capacidade dos usuários em trabalhar de modo eficaz, efetivo e com satisfação. A
usabilidade de produtos pode ser melhorada pela incorporação de características e atributos
conhecidos como capazes de beneficiar os usuários em um contexto particular de uso. De
modo a determinar o nível de usabilidade alcançado é necessário medir o desempenho e
satisfação dos usuários trabalhando com um produto. A medição de usabilidade é
particularmente importante para visualizar a complexidade das interações entre o usuário, os
objetivos, as características da tarefa e os outros elementos do contexto de uso. Um produto
pode ter níveis significativamente diferentes de usabilidade quando usados em diferentes
contextos (p.3).
A literatura sobre usabilidade de sites costuma reunir indicações generalizantes sobre
o que deve ou não ser feito nas páginas Web. Tais indicações são feitas a partir da observação
do comportamento dos usuários frente aos sites na Web. O fato de que os usuários da Web
“lêem de forma diferente” diante dos sites é uma das afirmações mais comuns na literatura
sobre usabilidade.
Segundo Nielsen (1997), raramente um usuário chega a ler todas as palavras de uma
página da Web; na verdade, ele pesquisa a página selecionando palavras e frases
específicas.
Martinez (2000) afirma que, assim como não se lê na Web da mesma maneira que se
lê no meio impresso, não se deve escrever na Web como se escreve no meio impresso. “O
52
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
papel absorve luz, a tela do computador emite. A partir deste ponto, começam muitas diferen-
ças. Até recentemente muitos dos sites na Web procuravam imitar o meio impresso. Aos
poucos, está se descobrindo a linguagem da nova mídia” ([p.9]).
Burbules (1997) observa, no entanto, que discussões sobre essa questão só serão
objetivas se analisarem, no nível concreto, que papel os elementos de leitura desempenham
na leitura de hipertextos e quais as maneiras de reinterpretar, na prática, as mudanças na
leitura em ambientes hipertextuais que, ao contrário dos suportes tradicionais, armazenam
um volume imenso de informações, com uma alta velocidade de acesso, numa estrutura que
permite que uma série de pontos no texto interliguem outros textos.
Não se pode negar, no entanto, que a discussão está aí colocada. Como afirma
Martinez (2000), embora a Web tenha popularizado a noção de usabilidade, acrescentou-lhe
também outros desafios, uma vez que a Web se constitui num novo meio de comunicação,
com uma linguagem própria, funcionando num espaço hipermídia complexo e de caracterís-
ticas particulares.
Donald Norman, considerado fundador da engenharia cognitiva, afirma que “é
indispensável uma tecnologia centrada no ser humano, desde o princípio até o fim do
processo de inovação e criação. As necessidades das pessoas vêm em primeiro lugar, a
tecnologia depois” (p.2), portanto, o desenvolvimento de um site deve desviar o foco do
projeto da interface para a tarefa que o usuário quer desempenhar – a interface deve ser
centrada no usuário –, além de considerar, também, como prioridades do projeto o que o
usuário quer fazer e como essa tarefa pode ser melhor desenvolvida.
Considerando que a apreensão depende, também, da forma como são produzidos os
documentos e da adequação dessa forma ao meio ao qual ela estará sujeita, produzir informa-
ções para a Web requer uma maneira diferente de construção de textos. É provável que para a
Internet a utilização de blocos de informação, esquemas e índices seja um recurso mais
operacional para agilizar a consulta (Lara, 2004
1
).
1. Apontamentos de aula.
53
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Para Nielsen (2002), a usabilidade de sites está associada a cinco atributos:
a facilidade de aprendizagem do uso do site: é a capacidade do site de permitir
imediata interação ao usuário;
a eficiência de uso: é o grau de produtividade alcançado pelo usuário no uso do
site;
a satisfação subjetiva do usuário: é o quanto o usuário se sente satisfeito com o
uso do site;
a baixa taxa de erros: é a medida de quanto o usuário pode ser induzido a erro
pelo sistema e de que forma o sistema providencia correção;
a facilidade de memorização: diz respeito àa adequação do endereço de domínio,
do uso das metáforas e do funcionamento lógico das tarefas.
Como decorrência, esses atributos sugerem critérios que, aplicados na análise de sites
estatísticos, podem indicar a possibilidade de maior ou menor interação do usuário com o
site, além de apontar os caminhos para o desenvolvimento de interfaces mais próximas daqui-
lo que o usuário desejaria encontrar.
Em resumo, pode-se propor que alguns ítens devem ser considerados de importância
para atingir as metas de usabilidade de sites:
a – Quanto à navegação:
Permitir que o usuário sempre se localize no site (explicitação dos caminhos per-
corridos) e propor mecanismos, na barra de navegação, que se constituam em
opções de retorno e de acesso a outros locais do próprio site;
Apontar opções e caminhos usando linguagem adequada e indicações (metáforas,
na linguagem da usabilidade) que correspondam claramente às tarefas e opções
às quais se referem;
Usar as facilidades do hipertexto com o objetivo de oferecer ao usuário opções
adequadas de complementação da informação e de entendimento do dado;
Desenvolver sistemas de navegação (menus, buscas, barras, links, etc)
objetivando a orientação do usuário na execução de suas tarefas e uso do site.
54
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
b – Quanto à arquitetura da informação:
Segundo os critérios de usabilidade, a arquitetura da informação deve se basear no
“modelo mental do usuário”, ou seja, na forma como o usuário estrutura sua procura, criando
condições para que o acesso aos conteúdos do site possa ser feito por meio de variadas opções
e caminhos distintos.
Para a Ciência da Informação, na vertente que seguimos, os critérios para organizar os
conteúdos de um site devem se orientar, principalmente, pela linguagem, onde as relações
entre os termos (hierárquica, associativa e de equivalência sinonímica) são objetivas e muito
importantes. Pode-se afirmar que a arquitetura da informação está estreitamente relacionada
com o uso de parâmetros estruturais (lógico-semânticos) para a organização da informação.
c – Quanto à forma de apresentação da informação:
Saber usar adequadamente as características particulares da linguagem da Web é fator
determinante no alcance das metas de usabilidade.
Desse mesmo modo, a disponibilização de informações, particularmente as informa-
ções estatísticas, deve levar em conta as ferramentas da Web, não somente para torná-las
acessíveis, mas também, para agregar valor a elas. É importante oferecer notas
metodológicas, definições e análises, auxiliando na explicitação do contexto dos dados e
adequando sua formatação (produtos, tabelas, dados isolados, etc.) para esse ambiente.
4.3.3 As metodologias de construção das Linguagens Documentárias
e a Terminologia
Recentemente, os conceitos trabalhados pelas metodologias de construção de
Linguagens Documentárias e suas interfaces com a Terminologia
2
, no seu sentido
metodológico e concreto, têm sido utilizados para a organização de conteúdos de sites
estatísticos com o objetivo de garantir melhores condições de circulação e apropriação dessas
informações a um público mais amplo que o tradicional. (Lara, et al., 2002).
2. Terminologia com T maiúsculo denota o campo teórico-metodológico; com t minúsculo, os termos relati-
vos aos conceitos tal como se organizam num domínio do saber ou numa área de atividade concreta.
55
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
De fato, a organização dos conteúdos em um site estatístico voltado para a dissemina-
ção de informações é fator fundamental para garantir o acesso às informações
disponibilizadas. Estruturar sistemas de organização de informações estatísticas para acesso
em ambientes Web é uma tarefa que necessita a análise de diferentes aspectos, tanto no que
diz respeito às características particulares da informação estatística, como às várias maneiras
de estabelecer vínculos de significação com seus usuários.
As diretrizes de construção de tesauros, gênero de Linguagem Documentária mais
desenvolvida, têm como foco principal o desenvolvimento de redes relacionais entre os ter-
mos, por meio das quais trabalha-se a linguagem como meio de garantir o controle das formas
e do significado.
As redes relacionais são organizadas tendo como referência termos de um domínio
que são colocados em oposição mediante relações hierárquicas, associativas e de equiva-
lência. A referência aos domínios é feita a partir da terminologia concreta. Do ponto de
vista metodológico, a Terminologia instrumentaliza a identificação dos conceitos e sua de-
nominação por meio dos termos, da definição dos termos e da modelagem do sistema
conceitual.
As representações documentárias [...] podem ser analisadas como ”estruturas significantes“
intimamente ligadas à função de produção do conhecimento. Sob este ângulo, a função das
representações é a de exercer a mediação, agenciando a produção do conhecimento para
modificar os estoques de informação dos indivíduos e das sociedades (Lara, 1999, p. 136).
A principal tarefa da Terminologia é a de observar as unidades da língua natural e da comu-
nicação especializada e propor a representação de conceitos e sistemas de conceitos através
de termos. A Terminologia objetiva agilizar a comunicação entre especialistas e entre
especialistas e o público em geral. Assume funções de comunicação e de representação,
procura o consenso e propõe formas de controle da diversidade de significação (Lara, 2002,
p. 5).
A Terminologia tem sido apropriada pela Ciência da Informação quer sob a perspecti-
va metodológica, quer sob o uso concreto dos termos que formam as terminologias de áreas
do saber ou de atividades.
56
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
O tratamento da informação estatística, sob o ponto de vista de sua organização e
disseminação, requer a identificação dos sistemas de conceitos estatísticos relativos a cada
área de atividade (educação, saúde, habitação, finanças públicas, transportes, economia, etc).
A apresentação desse gênero de informações é facilitada a partir de agrupamentos por seme-
lhança e diferença de atributos, como por associação. Os agrupamentos referidos respondem
pela organização estrutural dos conjuntos de informação. Complementa a apresentação o
conjunto de equivalências, que respondem pela estrutura de acesso à informação.
As metodologias terminológica e documentária convergem aos objetivos de organiza-
ção do arranjo estrutural dos termos. Essa convergência também se refere ao objetivo de
potencializar a circulação da informação.
Assim, como afirmam Lara et al. (2002),
para que um meta-sistema de informações funcione, ele precisa, de um lado, ser elaborado a
partir de princípios que permitam estruturar as unidades de representação da informação e que
permitam, conseqüentemente, constituir um todo integrado e dotado de significação. Por
outro, é necessário que ele permita o estabelecimento de pontos em comum com os seus
usuários (vínculos de significação), condição para que ele desempenhe o papel de ponte entre
linguagens: a linguagem da instituição e a linguagem do usuário. Dito de outro modo, tal meta-
sistema deve ser, ele mesmo, uma linguagem, funcionando simultaneamente como uma
proposta de organização e um instrumento de comunicação (p.10).
O uso desses parâmetros para a construção de sites alinha-se à preocupação da Ciên-
cia da Informação com o tratamento da informação visando sua disponibilização e transferên-
cia. É por essa razão que eles devem ser considerados tanto na organização de um site, como
nas formas previstas para o seu acesso.
69
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
6 Parâmetros para Observação de
Sites Estatísticos
P
ara analisar sites estatísticos com o objetivo de verificar sua eficiência, é preciso dispor
de um conjunto de critérios de referência. A elaboração de parâmetros procura conjugar
elementos da reflexão realizada até agora, articulando-os de forma a contemplar os aspectos
que são preponderantes nas ações de disseminação da informação estatística.
A apresentação da informação estatística em sites deve observar que:
a. a informação estatística não é de fácil compreensão, pois requer que seu usuário
tenha conhecimentos prévios específicos sobre esse tipo de informação;
b. a informação estatística exige pressupostos explícitos para que seus dados sejam
bem compreendidos. Tais informações referem-se a sua origem, metodologia de
coleta, fonte dos dados, definição de conceitos, metadados, dicionário de dados,
etc;
c. a forma de disponibilização das informações estatísticas é tão importante quanto as
informações em si, pois, na falta de maiores esclarecimentos, as pessoas podem
lidar basicamente com o senso comum ao interpretá-las. A disponibilização de aná-
lises e interpretações ajuda a construir o sentido e o significado dessas informações.
Além disso, é importante que sejam consideradas as características do meio de circu-
lação, como por exemplo:
a. a Web é uma mídia nova cuja linguagem ainda não foi totalmente explorada.
Comparações com outras mídias como jornais, revistas, televisão, etc., não são
adequadas (Nielsen, 2002);
b. a maneira de o usuário ler na Web é completamente diversa das formas mais
convencionais. Na opinião de Nielsen, na Web não se lê, passa-se os olhos,
70
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
percorre-se com o olhar os blocos de informação (Nielsen, 1997). Deve-se, por-
tanto, escrever apropriadamente para o meio, ou seja, usar a hipersegmentação da
informação. Essa afirmação, todavia, não pode ser tomada de forma absoluta,
devendo-se respeitar as características da informação estatística e dos perfis de
usuários desse gênero de informação;
c. a apresentação da informação estatística deve utilizar os recursos da linguagem
da Web, observando sua distribuição, possibilidades de segmentação, níveis de
navegação, etc;
d. na Web o acesso à informação é individualizado. Devemos construir níveis de
navegação de forma a garantir que todos os usuários consigam traçar seus própri-
os caminhos de significação. Aos diferentes níveis de navegação correspondem
diferentes usuários segundo os quadrantes da espiral da cultura científica.
Para contemplar esses objetivos, portanto, é preciso que os critérios combinem, de um
lado, as características da informação estatística, de sua organização e disseminação e, de
outro, as da linguagem mais adequada à apresentação dessas informações na Web, contem-
plando as especificidades de cada tipo de público identificado ao longo dos quadrantes da
Espiral da Cultura Científica, conforme nossa proposta explicitada no quadro 2 .
Do ponto de vista das características da informação estatística (organização e dissemi-
nação) utilizaremos para a elaboração de um quadro de critérios, referências metodológicas
sobre construção de linguagens documentárias na sua interface com a terminologia. Já na
perspectiva da apresentação dessas informações na Internet recorreremos às referências sobre
usabilidade e sobre arquitetura da informação.
A reunião dos atributos sugere critérios que, aplicados na análise de sites estatísticos,
podem indicar a possibilidade de maior ou menor interação do usuário com o site, além de
apontar caminhos para o desenvolvimento de interfaces mais próximas daquilo que ele dese-
jaria encontrar.
Não pretendemos, entretanto, propor metodologias de disseminação de informações
em sites estatísticos, mas reunir alguns parâmetros para realizar a observação deles. Acredita-
mos que o resultado dessas observações poderá auxiliar a definição de metodologias relativas
à problemática.
71
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
6.1 Parâmetros de organização da informação
Serão analisados os critérios de organização da informação, segundo a Linguagem
Documentária e a Terminologia, bem como os parâmetros relativos à rede relacional entre termos,
relações hierárquicas, associativas e de equivalência, organização dos sistemas de conceitos,
denominação dos conceitos, definição, terminologia dos domínios e áreas de atividade.
A escolha de parâmetros extraídos da Linguagem Documentária para a observação de
sites estatísticos deve-se à preocupação da Ciência da Informação com o tratamento e organi-
zação da informação, com o objetivo de sua disponibilização e transferência, usando para isso
a Linguagem Documentária na organização dos conceitos em sistemas de representação.
6.2 Itens para observação e critério de escolha dos sites
Para esta observação foram considerados os sites de instituições oficiais governa-
mentais, nacionais e internacionais, responsáveis ou participantes de sistemas nacionais de
estatísticas demográficas e socioeconômicas, dentre os quais selecionamos três: IBGE
(Brasil), INE (Portugal) e INEGI (México), em virtude da semelhança no escopo das
informações disponibilizadas e pela diferença no modo de disponibilização das informações
adotado por cada site.
A aplicação dos quadrantes da espiral da cultura científica à análise dos sites
tem como objetivo verificar, supondo a cultura para a ciência, como as
informações veiculadas alcançam os atores envolvidos no processo de cir-
culação da informação. Para a análise focaremos: a organização das
informações no site – a navegação e o acesso, o mapa do site, a linguagem
utilizada, a identificação de usuários específicos e mecanismos de busca – e,
em seguida focaremos a contextualização das informações, suas formas de
disponibilização e o apoio ao usuário da informação.
Os itens para observação desses sites são os seguintes:
1 Identificação da Instituição responsável pelo site
2 Proposta do site
3 Organização da Informação
72
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
3.1 Menus de Navegação e Acesso à Informação
3.2 Funcionalidade das ferramentas de navegação
3.3 Opções diferentes de arranjo das informações para acesso
3.4 Entradas específicas por perfil de usuário
3.5 Mapa do site
3.6 Mecanismos de busca e recuperação de informações
3.7 Linguagem utilizada
4 Contextualização das Informações
5 Formas de Disponibilização das Informações
6 Apoio ao Usuário
1 Identificação da Instituição responsável pelo site: A credibilidade dos dados estatís-
ticos é dada pela seriedade da instituição geradora e pela notoriedade e competência dos
especialistas a ela ligados. Informações claras e concisas sobre a instituição e sua
vinculação a órgãos estatais, se for o caso, bem como a identificação de suas fontes e de
seus especialistas são obrigatórias e devem ser de fácil acesso ao usuário da informação.
2 Proposta do site: A explicitação clara da proposta do site é a melhor forma de orientar o
usuário quanto à adequação das informações ali disponibilizadas. Dessa maneira, poupa-
se o usuário de frustrações em relação, por exemplo, ao tratamento dado à informação, à
falta de acesso (naqueles com áreas restritas de informações), ou à possibilidade de
baixar arquivos de dados.
3 Organização da Informação:
3.1 Menus de Navegação e Acesso à Informação:
os sistemas de navegação de um
site (menus, barras de navegação, links de acesso, etc) devem ser desenvolvidos
objetivando sua facilidade de uso e a orientação do usuário na execução de suas tarefas.
Assim, neste item serão observadas as diferentes formas de percorrer os espaços de infor-
mação do site (menus de navegação global e local e links de acesso direto), seu funciona-
mento lógico e linguagem utilizada (metáforas de acesso). O objetivo é levantar as facili-
dades e as dificuldades mais recorrentes no uso dessas ferramentas em sites estatísticos.
73
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
3.2 Funcionalidade das ferramentas de navegação: serão observadas características
como utilidade, pertinência, adequação e funcionamento lógico das ferramentas.
3.3 Opções diferentes de arranjo das informações para acesso: Diferentes opções
de acesso às informações sob diferentes pontos de vista é uma das grandes possibilidades
dos meios digitais, razão pela qual a observação da presença de opções de acesso à
mesma informação sob diferentes perspectivas é importante.
3.4 Entradas específicas por perfil de usuário: acessos diferenciados às informações
por perfil de usuário deixam claro o reconhecimento por parte da instituição de segmen-
tos específicos de público para a sua informação. Por esse meio, verifica-se claramente a
passagem das informações de um quadrante a outro.
3.5 Mapa do site: o mapa do site é um instrumento importante para a compreensão da
organização e arranjo das informações, além de servir como mais uma ferramenta de
acesso às informações.
3.6 Mecanismos de busca e recuperação de informações: os mecanismos de busca são
importantes ferramentas de apoio à localização de informações. Se esses mecanismos
contarem com recursos lógico-semânticos de relação entre termos (hierárquica,
associativa e de equivalência sinonímica), poderão dar grande flexibilidade à pesquisa e
atenderão a um número maior de usuários.
3.7 Linguagem utilizada: a linguagem de organização utilizada no site é um recurso
para sua melhor apreensão. Por esse motivo, a observação das formas de sua estruturação
é fundamental. Do mesmo modo, a identificação do uso, ou não, da linguagem de especi-
alidade e de sua tradução para públicos especiais ou para o cidadão comum, a utilização
de simbologia e a presença de recursos não-verbais.
Observaremos, portanto, os itens abaixo:
- estrutura hierárquica da Informação
- uso de sinonímia
- uso da linguagem de especialidade
- uso do jargão institucional
- uso adequado de metáforas
- ícones
- imagens
- sons
74
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
4 Contextualização das Informações: a contextualização, particularmente no caso das
informações estatísticas, é uma exigência, uma vez que metainformações complementam
sua compreensão.
Oferecer ferramentas de contextualização das informações com a disponibilização de :
- metodologias
- descrição das fontes
- dicionários de dados
- glossários
- definições de dados e variáveis
- questionários das pesquisas
5 Formas de Disponibilização das Informações: as formas de disponibilização das in-
formações no site facilitam ou dificultam o acesso para apreensão e uso da informação.
Os formatos adotados são, pois, cruciais. Disponibilizar, por exemplo, informações esta-
tísticas, apenas sob a forma de publicação (mesmo em PDF para download) ou em tabe-
las muito grandes em excel, dificultam o acesso do usuário à informação que realmente o
interessa ao usuário.
Neste item serão observadas as alternativas de disponibilização de informações, buscan-
do as melhores formas de considerar as características da linguagem da Web para esse
fim, como produtos que permitam a navegação do usuário por seus espaços de informa-
ção, oferecendo a possibilidade de seleção dos dados de interesse do usuário para a mon-
tagem da sua própria tabulação.
6 Apoio ao Usuário: garantir apoio ao usuário na solução de dúvidas, problemas no uso do
site e no entendimento da informação é de vital importância para que se possa completar
o fluxo de circulação social da informação.
O usuário necessita ter a quem recorrer no caso de dúvida ou problema de acesso, como
também de garantia de resposta. Espaços dedicados ao relacionamento instituição/usuá-
rio são necessários, para garantir que a comunicação não se reduza às relações frias entre
máquinas.
75
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
7 Observação de Sites Estatísticos
7.1 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Brasil
IBGE: http://www.ibge.org.br
Página Principal
1 Identificação da Instituição responsável pelo site
A identificação da Instituição é clara e facilmente visualizada pelo usuário, estando
seu nome e sua vinculação adequadamente destacados na parte superior esquerda da
página. Contudo, as informações mais detalhadas sobre a instituição, seus objetivos e
papel exercido na administração pública, são localizadas no Menu inferior de navega-
ção, ou seja, no rodapé da página, em local de difícil acesso, principalmente quando se
trata de casos como o do IBGE, onde o conteúdo da página principal do site não cabe
inteiramente na tela, sendo necessário, para visualizar esse menu, que o usuário “role
a página” na tela, até o final.
76
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
2 Proposta do site
Acessando no Menu inferior de navegação a opção A Instituição e escolhendo o item
“Disseminação” no menu de navegação local, encontramos:
“Através da Internet, o IBGE estabelece seu principal canal de comunicação com o usuário, dispo-
nibilizando os resultados das pesquisas em páginas dinâmicas e arquivos para download e banco de
dados (Sistema IBGE de Recuperação Automática)”.
Nessa mesma opção de Menu, escolhendo o item “O IBGE”, podemos obter a
especificação do usuário reconhecido pela Instituição:
“O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE se constitui no principal provedor de dados e
informações do país, que atendem às necessidades dos mais diversos segmentos da sociedade civil,
bem como dos órgãos das esferas governamentais federal, estadual e municipal”.
77
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
3 Organização da informação
3.1 Menus de navegação e acesso à Informação
Menu de navegação global:
Menu inferior de navegação:
3.2 Funcionalidade das Ferramentas de Navegação
O menu de navegação global e o menu inferior de navegação são mantidos em todas
as páginas internas do site, permitindo ao usuário o acesso rápido às suas opções,
independentemente do local onde se encontra.
Canais
Banco de Dados
BME
Cidades@
Mapas Interativos
Perfil dos Municípios
Brasileiros
SIDRA
Canais temáticos
Brasil em Síntese
IBGE - 7 a 12
IBGE teen
Produtos e Serviços
Biblioteca
Catálogo do IBGE
Loja Virtual
IBGE modo texto
Questionários
Eletrônicos
Conteúdo Histórico
Brasil - 500 anos de
povoamento
Estatísticas do
século XX
Memória Institucional
Projetos e Entidades
Censo 2000
Classificações
Estatísticas/ CONCLA
Comunidade Européia
Mercosul
CONFEST/CONFEGE
ENCE
78
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
O acesso aos “canais IBGE”, que na Página Principal é feito em dois locais diferen-
tes, ou seja, no menu de navegação local e na janela de acesso direto aos canais IBGE,
localizada no canto superior direito da página, nas páginas internas é feito somente
por essa janela de opções, permitindo ao usuário o acesso aos “canais IBGE” de qual-
quer parte do site.
Porém, essa janela, presente na Página Principal, dá a falsa impressão de ser uma
alternativa diferente de acesso às informações. Ao abrir as opções da janela e constatar
que elas não acrescentam nada às opções do menu de navegação local, que já se
encontram na página, o usuário se sentirá confuso e terá sua confiança no entendimen-
to do uso das ferramentas do site prejudicada. Afinal, a presença desses mecanismos
nas páginas só se justifica pela utilidade e facilidade que agregam ao uso do site.
3.3 Opções diferentes de organização da informação para acesso
O acesso às informações do site é feito somente pelas entradas “temáticas”, ou
através do mecanismo de busca por palavras, disponível na parte superior da página,
não havendo, portanto, a possibilidade de acesso a informações por qualquer outro
critério, como por exemplo, território ou período temporal.
3.4 Entradas específicas por perfil de usuário
Consideramos a entrada “canais temáticos”, do menu de na-
vegação local do site, como entrada específica por perfil de
usuário, em razão do seu objetivo evidente de alcançar usuá-
rios específicos, não só pelas opções “IBGE – 7 a 12”, “IBGE
teen” que procuram atingir o público infanto-juvenil, mas
também pela opção “Brasil em Síntese” que pode satisfazer a um público menos espe-
cialista que necessita de informações rápidas e diretas sobre o País.
Canais temáticos
Brasil em Síntese
IBGE - 7 a 12
IBGE teen
79
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
3.5 Mapa do Site
não é possível a visualização completa do mapa do site em uma única tela, sendo
necessário, ao usuário, correr a tela várias vezes para completar sua visualização;
contempla uma série de entradas por nome ou sigla de pesquisas e produtos, além
de usar linguagem técnica para designar conteúdos;
apresenta um esquema de arranjo de conteúdos de difícil compreensão em razão
de uso de termos de naturezas diversas, em níveis distintos.
80
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Agropecuária
Produção Agrícola
Produção Pecuária
Estoque
Contas Nacionais
Trimestrais -
SCNT
Indústria
Pesquisa Industrial Mensal
de Emprego e Salário
Produção Física-
Agroindústria
Produção Física-Brasil
Produção Física-Regional
Produção Física-Índices
Especiais de Bens de
Capital
Produção Física - Por
Intensidade
do Gasto com Energia
Elétrica
Pesquisa Mensal do
Comércio-PMC
Preços
INPC - IPCA
IPCA-E
IPCA-15
Construção Civil-SINAPI
IPA (Fundação Getúlio
Vargas)
Trabalho e rendimento
Pesquisa Mensal de
Emprego-PME
Pesquisa Mensal de
Emprego-PME
Antiga Metodologia
Calendário de Divulgação
2005
Indicadores Sociais
Acesso e Utilização de
Serviços de Saúde
Estatística da Saúde :
Assistência
Médico Sanitária
Associativismo,
Representação de
Interesses e Intermediação
política
Educação e Trabalho
Trabalho Infantil
Indicadores Sociais Mínimos
Sindicatos:Indicadores
Sociais
Síntese de Indicadores
Sociais
Perfil das Mulheres
Responsáveis
pelos Domicílios no Brasil
Perfil dos Idosos
Responsáveis
pelos Domicílios no Brasil
Indústria
Pesquisa Industrial de
Inovação Tecnológica
Pesquisa Anual da Industria
da Construção
Pesquisa Industrial Anual-
PIA Empresa
Pesquisa Industrial Anual-
PIA Produto
Comércio
Pesquisa Anual de
Comércio-PAC
Serviços
Pesquisa Anual de Serviços-
PAS
Pesquisa Anual de Serviços-
Produtos e Serviços
Meios de Hospedagem
Agropecuária
Censo Agropecuário 1995-
1996
Indicadores Agropecuários
1996- 2003
Produção Agrícola Municipal
- PAM
Produção da Extração
Vegetal
e da Silvicultura - PEVS
Produção da Pecuaria
Municipal -
PPM
Caracterização do Setor
Produtivo
de Flores e Plantas
Ornamentais
no Brasil
Estatísticas do Café no
Estado do
Paraná
Uso de Agrotóxicos no
Paraná
Contas Nacionais
Contas Regionais
Produto Interno Bruto
dos Munipios
Finanças Públicas do
Brasil
Cadastro e
Classificações
Econômicas
Classificação Nacional de
Atividades Econômicas 1.0
Classificação Nacional de
Atividades Econômicas -
Fiscal 1.1
Lista de Produtos da
Indústria - PRODLIST :
Indústria
Lista de Produtos da
Agropecuária e Pesca -
PRODLIST : Agro/Pesca
Estatísticas do Cadastro
Central de Empresas
Recursos Naturais
Publicações
Indicadores de
Desenvolvimento
Sustentável (IDS)
Vocabulário Básico
Estudos Ambientais
Fauna e Flora
Inventários
Uso da Terra
Produtos
Sistematização
Produtos
Recursos Hídricos
Produtos
Mapas
BME
Cidades@
Mapas Interativos
Perfil dos Municípios
Brasileiros
SIDRA
Brasil em síntese
IBGE - 7 a 12
IBGE Teen
Biblioteca
Catálogo do iBGE
Loja Virtual
IBGE Modo Texto
Questionários
Eletrônicos
Brasil: 500 anos de
povoamento
Estatísticas do século
XX
Memória Institucional
Censo 2000
Classificações
Estatísticas
Comunidade Européia
Mercosul
ENCE
Transferência de
Arquivos-FTP
Missão Institucional
O IBGE
Diretorias
Informações
(continua)
Reprodução do Mapa do Site completo:
81
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Crianças e Adolescentes
Mobilidade Social
Evolução e Perspectivas da
Mortalidade Infantil no
Brasil
Mapa do Mercado de
Trabalho no Brasil
População Jovem no Brasil
Indicadores Sociais
Municipais
Pesquisa Nacional de
Saneamento
Básico
Censos
Censo Demográfico 2000 :
Primeiros Resultados da
Amostra
Censo Demográfico 2000 :
Resultados do Universo
Censo Demográfico 2000 :
Características Gerais da
População
Censo Demográfico 2000 :
Migração e Deslocamento
Tendências Demográficas
Indicadores Sociais
Municipais
Censo Demográfico - 2000 :
Educação
Censo Demográfico - 2000 :
Trabalho e Rendimento
Censo Demográfico - 2000 :
Nupcialidade e
Fecundidade
Censo Demográfico-1991
Contagem da População-
1996
Dados Históricos dos Censos
Estatísticas do Registro
Civil
Pesquisa de Orçamentos
Familiares: Primeiros
resultados
Pesquisa de Orçamentos
Familiares: Aquisição
alimentar
Pesquisa de Orçamentos
Familiares: Análise
domiciliar
Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios-
PNAD
Tábuas Completas de
Mortalidade
Projeção da População
Atlas de Saneamento
Economia Informal
Urbana
Estimativas de População
Calendário de Divulgação
2005
As Micro e Pequenas
Empresas Comerciais e
de Serviços no Brasil
As Fundações Privadas
e Associações sem Fins
Lucrativos no Brasil
Calendário de
Divulgação 2005
Área Territorial Oficial
Cartografia
Mapeamento Topográfico
Mapeamento das
Unidades Territoriais
Mapeamento Geográfico
Publicações
Geodésia
Sistema Geogésico
Brasileiro
Rede Planimétrica
Rede Altimétrica
Rede Gravimétrica
Redes Estaduais GPS
Banco de Dados
Modelo Geoidal
Rede Brasileira de
Monitoramento Contínuo
(RBMC)
Estações
Banco de Dados
Rede Maregráfica
Permanente para
Geodésia (RMPG)
Estações
Banco de Dados
Sistema de Referência
Geocêntrico para as
Américas (SIRGAS)
Projeto Mudança do
Referencial Geodésico
(PMRG)
Documentação
Artigos Técnicos
Especificações e
Normas
Homologação de
Marcos
Geografia
Divisão Regional
Áreas Especiais
Faixa de Fronteira
Zona Costeira
Atlas
Mapas
Sociais,Demográficas e
Econômicas
Informações Geográficas
Disseminação
Estatuto
Regimento Interno
Obrigatoriedade de
prestação de informações
estatísticas
Home
Fale Conosco
Locais de Atendimento
Estatísticas do Site
Editais e Licitações
Reprodução do Mapa do Site completo (cont.):
82
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
3.6 Mecanismos de busca e recuperação de informações no site
Busca no Site
Parte inferior do formulário
Todos os temas
Notícias
Indicadores Conjunturais
População
Economia
Geociências
IBGE teen
Comissão Nacional de Classificação - CONCLA
Censo 2000
Banco de Dados Agregados - SIDRA
Sr(a). Usuário(a),
marque abaixo o canal temático onde deseja fazer a busca:
Parte superiordo formulário
1
Pesquisar por:
Embora não disponha de instruções para uso, este mecanismo de busca permite a
pesquisa de informações através do uso de palavras, termos e frases, abrangendo to-
dos os “canais temáticos” ou optando por algum dos “canais temáticos” disponíveis.
Optando pesquisar em “Todos os Temas” a frase “número de pessoas no Brasil” o
sistema enviou a seguinte resposta:
83
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Enviando o usuário para:
Mas, pesquisando a mesma frase “número de pessoas no Brasil”, no canal temático
“Censo 2000”, a resposta recebida foi:
84
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Na primeira pesquisa, pode-se pensar que, apesar da linguagem de busca do usuário
(número de pessoas no Brasil) não ser a linguagem adotada pela instituição (população
brasileira), existe um sistema de busca por sinonímia auxiliando a pesquisa e permitin-
do que o usuário encontre a informação desejada, mesmo usando palavras e frases da
linguagem comum não especializada.
Contudo, o resultado da segunda pesquisa, feita com a mesma frase, no canal temático
“Censo 2000”, demonstra ser impossível identificar claramente o critério adotado.
3.7 Linguagem Utilizada
A organização das informações pelos assim chamados “canais temáticos”, apresenta
um esquema de arranjo de conteúdos de difícil compreensão, em razão do uso de ter-
mos de naturezas diversas em níveis distintos, numa lógica difícil de compreender
quando nos deparamos com, por exemplo, nos canais temáticos do Menu de navegação
global:
- “Indicadores”, “População”, “Economia”, “Geociências”, “Downloads” “Calendário
de Divulgação” “Pesquisas” –
Essas opções dão margem a considerações como:
- Não existem informações sobre Saúde e Educação?
- Será essa opção “Pesquisas” para busca de conteúdos no site?
85
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Ao abrir as opções desses canais temáticos, encontramos incoerências como:
No canal “Indicadores” temos:
No canal “Economia” temos:
As informações são dispersadas na grade “temática”, como se pode ver, por exemplo,
em relação às informações sobre agricultura. O problema, nesse caso, não é o uso da
poli-hierarquia, que poderia ser um recurso interessante, mas a aplicação do próprio
conceito de tema.
Além disso, em muitos casos, são usados como etiqueta de acesso nesses canais, siglas
ou nome de produtos e pesquisas que só fazem sentido internamente na Instituição ou
para usuários especializados já acostumados à linguagem de especialidade e aos
jargões institucionais, como:
O uso de entradas pouco significativas e até pouco claras para o usuário que dificultam
o acesso à informação:
Canal temático (refere-se a temas) – agrupando entradas como:
Brasil em Síntese – dados genéricos;
IBGE 7 a 12 – informações genéricas para público infantil;
IBGE Teen – informações genéricas para público juvenil.
Agropecuária
Produção Agrícola
Produção Pecuária
Estoque
Contas Nacionais Trimestrais -
SCNT
Tábuas Completas de Mortalidade
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios-PNAD
BME
SIDRA
Agropecuária
Censo Agropecuário 1995-1996
Indicadores Agropecuários 1996- 2003
Produção Agrícola Municipal - PAM
Produção da Extração Vegetal
e da Silvicultura - PEVS
Produção da Pecuaria Municipal -
86
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Ou então:
IBGE – de 7 a 12, pode ser entendido como um espaço onde são encontradas informa-
ções a respeito da população de 7 a 12 anos;
e
IBGE teen – não significa nada para uma grande parte da população.
Além disso, como dsitinguir entre os dois canais?
Da mesma forma:
BME, SIDRA – não significam nada para quem não conhece as siglas.
e
Cidades@
Perfil dos Municípios Brasileiros
Podem ter significado idêntico para o usuário.
A entrada “Download” é apenas para um usuário especializado...
4 Contextualização das informações
As pesquisas disponibilizadas apresentam:
Breve resumo da pesquisa
Data da primeira pesquisa
Periodicidade
Abrangência geográfica
Introdução da pesquisa
Comentários (sobre a última coleta)
Tabelas (as principais)
Publicação completa para download
Metodologia da pesquisa
Calendário de divulgação
Portaria (diz respeito à obrigatoriedade da resposta ao IBGE)
87
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Algumas pesquisas apresentam também:
notas metodológicas
notas técnicas
conceituação de variáveis
link para o SIDRA
Em alguns casos, pode-se encontrar essas informações nos mais variados pontos do
produto, incluindo links internos em textos explicativos.
Ex: Pesquisa Produção Física – Brasil
Ind. Esp. Por intensidade do gasto com energia elétrica
- notas técnicas: link no meio do texto explicativo da pesquisa.
- Metodologia de cálculo: link para a metodologia de outra pesquisa.
Todas essas informações são essenciais para auxiliar a compreensão das informações.
5 Formas de Disponibilização das Informações
O site disponibiliza suas pesquisas na forma de arquivos para acesso e visualização no
próprio site ou para captura de arquivos: PDF no caso de textos e publicações
eletrônicas ou XLS (excel) no caso de tabelas.
Além disso, disponibiliza bancos de dados para consulta, que podem ser compostos
por tabelas, mapas e variáveis, de acordo com cada produto, que permitem saídas em
formatos intercambiáveis, como txt, xls, csv, etc.
As pesquisas e produtos disponibilizados no site podem ser adquiridos, também, na
forma de publicação impressa, ou em CDRom, através do canal temático “loja Virtu-
al”, ou, pessoalmente, nos locais de atendimento do IBGE em todos os Estados brasi-
leiros.
Para algumas pesquisas, é possível obter microdados, que são acompanhados da do-
cumentação necessária ao processamento correto dos dados.
Todos as informações disponibilizadas são de acesso livre, exceção feita ao BME
(Banco Multidimensional de Estatística), cujo acesso é somente por assinatura.
6 Apoio ao usuário
Para esclarecimento de dúvidas ou problemas a opção oferecida é o “Fale Conosco”
localizado no canto direito superior do site, sem nenhum destaque.
88
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
com as seguintes instruções:
Adicionalmente, a opção “locais de atendimento”, no Menu inferior de navegação,
permite ao usuário encontrar, para cada Estado do Brasil, os escritórios do IBGE com
endereço completo e telefone para contato.
A Institui
ç
ão | Locais de Atendimento | Estatísticas do Site | Presta
ç
ão de Contas | Editais e Licita
ç
ões
89
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
7.2 Instituto Nacional de Estatísticas – INE Portugal
http:// www.ine.pt
Página Principal
1 Identificação da Instituição responsável pelo site
A identificação da Instituição responsável pelo site é bastante evidente e clara, ocu-
pando lugar de destaque na parte superior esquerda da página sendo, portanto, a pri-
meira informação visualizada pelo usuário. Informações mais detalhadas sobre a ins-
tituição são facilmente encontradas na opção “Apresentação”, que ocupa lugar de
destaque no menu de navegação global.
2 Proposta do site
O fato de o usuário poder contar com uma opção de “Apresentação”, em local desta-
cado no menu de navegação global, é um grande diferencial neste tipo de site, pois
além de fornecer dados importantes sobre a própria instituição, apresenta o site ao
usuário. Por meio dessa opção, informações importantes são passadas como a política
90
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
disseminação de informações do site, sua proposta e objetivos. Essa clareza dá maior
segurança ao usuário quanto à seriedade do site e demonstra, por parte da Instituição,
a preocupação em manter um bom relacionamento com seu público.
No item “formas de acesso à informação do INE” a Instituição informa ao usuário as
informações disponibilizadas e a forma de obtê-las:
“Possibilita a consulta (bem como a importação) de toda a informação estatística publicada pelo INE e
pelos Organismos do Sistema Estatístico Nacional, pela Internet, através do serviço INFOLINE - Ser-
viço de Informação On Line do INE. Este serviço inclui a informação mais recente, bem como alguns
dados retrospectivos sob a forma de Séries Cronológicas.”
3 Organização da Informação
3.1 Menus de navegação e acesso à informação
Menu de navegação global:
Menu inferior de navegação:
Repete as opções do menu de navegação global, acrescentando outras opções de pres-
tação de serviço.
Menu de navegação local:
| APRESENTAÇÃO | PRODUTOS E SERVIÇOS | NOVIDADES | AJUDA | CAIXA DE CORREIO | PESQUISA |
APRESENTAÇÃO | PRODUTOS E SERVIÇOS | NOVIDADES | AJUDA | CAIXA DE CORREIO | PESQUISA |
| MAPA DO SITE | LITERACIA ESTATÍSTICA | LOCAIS DE ATENDIMENTO | CATÁLOGO ON LINE | SEMINÁRIOS | OUTRAS LIGAÇÕES |
ENGLISH VERSION |
Registo de Utilizadores
Novidades por email
Perfis de Utilizador
Mapa do site
Locais de atendimento
Biblioteca Digital
Catálogo On Line
Seminários
Estágios PEPAP
Outras ligações
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3.2 Funcionalidade das Ferramentas de Navegação
O usuário deste site conta com uma opção de ajuda, disponível no menu de navegação
global, onde encontrará orientações básicas e importantes á sua navegação:
- O logotipo do site do Instituto Nacional de Estatística está sempre presente
no canto superior esquerdo do site e permite-o regressar, a qualquer
momento, à página de entrada.
- Para facilitar a
navegação utilize o
menu azul que se
encontra sempre no
topo de todas as
páginas do site.
- Encontra informação relativa ao Instituto Nacional de Estatística (INE), ao
Sistema Estatístico Nacional (SEN) ou ao Conselho Superior de Estatística
(CSE), no link Apresentação
.
- Relativamente à informação estatística disponibilizada pelo Instituto Nacional
de Estatística ou por órgãos delegados do SEN, o INFOLINE dispõe de três
formas principais de pesquisa:
Entrada por Tema - Pode iniciar-se a procura da informa
ç
ão através de
um dos dez temas estatísticos existentes: Estasticas Gerais, Território e
Ambiente, População e Condições Sociais, Economia e Finanças, Comércio
Externo, Agricultura, Produção Animal, Silvicultura e Pescas, Instria,
Construção e Energia, Comércio Interno, Turismo e Outros Serviços,
Sociedade da Informação e do Conhecimento
e Diversos.
Entrada por Serviço - Dependendo do tipo de informação pretendida
(Série Cronológica, Quadro Estatístico, Estudo, Retrato Territorial, etc.)
pode iniciar-se a pesquisa directamente por um dos vários serviços de
informação estatística.
Pesquisa Rápida / Avançada - Como alternativa, o INFOLINE
disponibiliza um motor de pesquisa rápida e pesquisa avançada para
aceder à informação estatística.
O menu de navegação global continua presente em todas as páginas internas, do site,
garantindo acesso a todas as suas entradas, de qualquer local do site.
Navegando em qualquer produto ou serviço do site, o usuário pode contar, também,
com o auxílio de uma ferramenta que, além de indicar a próxima operação a ser exe-
cutada, registra e mostra, passo a passo, os caminhos já percorridos pelo usuário,
listando cada uma das escolhas feitas:
Tema > Subtema > Tópico > Série Tipo > Série
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Essa ferramenta, além de orientar o usuário em sua localização, permite acesso rápi-
do através da explicitação da estrutura hierárquica que organiza as informações, re-
lacionando-as aos níveis anteriores sem que para isso seja necessário voltar ao início
da pesquisa.
CAMINHO ESCOLHIDO:
TEMA:
C - População e Condições Sociais
SUBTEMA: 03 - Condições de Vida das Famílias
TÓPICO: 01 - Alojamentos e Fogos
SÉRIE TIPO: Tipos de Alojamento
UNIDADE GEOGRÁFICA: Portugal
3.3 Opções diferentes de organização da informação para acesso
O site oferece duas opções de entrada de acesso:
entrada por Tema
entrada por Serviço
Já, a navegação dos produtos oferece outras opções de recuperação:
área temática;
território;
séries cronológicas.
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Oferecer opções sob diferentes pontos de vista é um dos fatores que colaboram para a
expansão de público, facilitam o acesso às informações e tornam a navegação do site
mais flexível.
3.4 Entradas específicas por perfil de usuário
As entradas específicas por perfil de usuários deste site procuram atender a públicos
distintos, por diferentes áreas de interesse e setores de atuação:
PERFIS DE
UTILIZADOR
Escolha um dos perfis de utilizador disponíveis e passe a ter acesso a um novo
serviço realizado à medida dos seus interesses. Para este serviço, o INE seleccionou e
organizou a informação preexistente e apresentou informação nova, especialmente
vocacionada para responder às necessidades de cada perfil de utilizadores.
Indicadores
Estruturais
Este servi
ç
o visa o acom
p
anhamento dos
p
ro
g
ressos observados
no conjunto dos Estados Membros nos domínios económico,
social e ambiental relativamente à prossecução do objectivo
estratégico definido no Conselho Europeu de Lisboa em Março
de 2000.
nero
Este serviço visa proporcionar uma visão do peso relativo de
cada um dos géneros (masculino e feminino) nas diversas áreas
da sociedade portuguesa.
Autarquias
Este serviço destina-se fundamentalmente aos a
g
entes do
p
oder
local. Contém informação relativa aos diferentes projectos
estatísticos que envolvem as Câmaras Municipais ou as Juntas
de Freguesia, um quadro-resumo com os indicadores principais
a nível concelhio e outra informa
ç
ão com es
p
ecial relevo
p
ara as
autarquias.
IntraStat
Este serviço destina-se fundamentalmente aos Responsáveis de
Informação Estatística (RIE) e aos Terceiros Declarantes,
contendo as informações necessárias à preparação e envio das
Declarações Intrastat, bem como a outros interessados nos
procedimentos de recolha e nos resultados das Estatísticas do
Comércio Intracomunitário.
Calçado
Este perfil permitirá uma visibilidade mútua entre o organismo
de produção de estatísticas oficiais portuguesas (INE) e as
instituições representativas do sector do Calçado e destina-se a
todos os emprerios e responveis pelas áreas relacionadas
com este sector.
94
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
3.5 Mapa do site
O Mapa do site do INE representa um exemplo de objetividade e clareza de informações,
além de apresentar uma visualização impecável.
Pela apresentação do mapa é possível compreender perfeitamente a estrutura de organização
dos espaços de informação, bem como o esquema que orienta o arranjo das informações
nesses espaços.
É uma importante ferramenta para o entendimento da navegação do site e acesso às suas
informações.
Além das entradas específicas por perfil de usuário o site reserva um espaço dedicado ao
público jovem, para apoio ao ensino de estatística: Alea – Acção Local Estatística Aplicada:
95
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homepage
Registo de Utilizadores
Pedido de acesso
Recuperar password
Alterar dados/password
Novidades por E-mail
Perfis de Utilizador
Perfil Autarquias
Perfil Calçado
Perfil Intrastat
Perfil Género
Destaques
Último destaque
Outros destaques
Calendário de destaques
Indicadores Estatísticos
Genéricos
Índice de preços no
consumidor
Índice harmonizado de preços
no consumidor
Taxa de desemprego
População residente
Índice de produção industrial
Principais indicadores
Indicadores por região
Indicadores por tema
Publicações
Pesquisa de publicações
Catálogo On Line
Locais de atendimento
Seminários
Outras ligações
Versão inglesa
apresentação
Instituto Nacional de Estatística
Sistema Estatístico Nacional
Conselho Superior de Estatística
ajuda
Como pesquisar este site
Mapa do site
FAQs - Perguntas frequentes
caixa de correio
Registo de comenrios
Pedido de informação
Novidades por e-mail
Pedido de acesso
pesquisa
Pesquisa rápida
Pesquisa avançada
novidades
Publicações
Indicadores estatísticos gerais
Outra informação estatística
Outras
produtos & serviços
Informação estatística
Indicadores estatísticos gerais
Quadros estatísticos
Séries cronológicas
Pesquisa por unidade
territorial
Informação rápida
Retratos territoriais
Estudos
Calendário de difusão
Tarifário de Produtos e Serviços
do INE - 2003
Metainformação
Fontes estatísticas
Conceitos estatísticos
Classificações
Literacia estatística
Eurostat Data Shop Lisboa
Reprodução do Mapa do site:
3.6 Mecanismos de busca e recuperação de informações no site:
O mecanismo de busca pode ser acessado de qualquer local do site através do menu de
navegação global pela opção “Pesquisa” ou, utilizando o “box” “Pesquisa rápida”
localizado no menu de navegação local da Página Principal. Pela opção “Pesquisa”
do menu de navegação global, o usuário poderá escolher entre a pesquisa simples e a
pesquisa avançada que dispõe de maiores recursos de filtragem para a pesquisa. O
mecanismo de busca avançada oferece ao usuário um link de acesso a instruções para
o uso correto da ferramenta.
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Tela da pesquisa avançada
Objecto da pesquisa
A Pesquisa por Palavra permite aceder mais rapidamente a determinada informação contida no
INFOLINE.
Assim, ao utilizador, é dada a possibilidade de obter a listagem dos Destaques, Principais
Indicadores, Informação Rápida, Quadros Estatísticos e Estudos em que certa(s) palavra(s)
figuram.
Áreas a pesquisar
1. Destaque do INE: são pesquisados os títulos e o período de todos os destaques do INE.
2. Indicadores Estatísticos Gerais : são pesquisados os títulos e o período de todos os quadros de
Indicadores Gerais contidos na área dos Indicadores Estatísticos Gerais.
3. Informação Rápida: são pesquisados os títulos e o período de todos os quadros estatísticos
contidos na área das Folhas de Informação Rápida.
4. Quadros Estatísticos: são pesquisados os títulos de todos os quadros estatísticos existentes nos
Quadros Estatísticos.
5. Estudos: são pesquisados os títulos e resumos de todos os Estudos existentes.
Tipo de pesquisa
1. Por todas as palavras (em qualquer ordem): no resultado da pesquisa aparecerão os
quadros/estudos em cujos títulos todas as palavras pretendidas existam. A ordem pela qual as
palavras aparecem nos títulos pode ser diferente da utilizada na pesquisa.
2. Por todas as palavras - frase completa: no resultado da pesquisa aparecerão os
quadros/estudos em cujos títulos todas as palavras pretendidas existam. A ordem pela qual as
palavras aparecem nos títulos será forçosamente igual à utilizada na pesquisa.
3. Pelo menos uma das palavras: no resultado da pesquisa aparecerão os quadros/estudos em
cujos títulos pelo menos uma de entre as palavras pretendidas existam.
Alguns exemplos
tipo de pesquisa
expressão
a pesquisar
Título do quadro
(resultado da pesquisa)
Por todas as palavras (em qualquer
ordem)
quadro regio
regio quadro
Quadros regionais
Quadros regionais
Por todas as palavras - frase
completa
quadro regio
quadros regio
regio quadro
regio quadros
(não encontra)
Quadrosregionais
(não encontra)
(não encontra)
Pelo menos uma das palavras
cultura porto
cultura porto
Equipamentos por freguesia (cultura e lazer)
Desporto para todos
[ regressar à pesquisa ]
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
O resultado da pesquisa organiza os itens selecionados de acordo com a estrutura de
organização do site, informando o número de itens para cada área.
Apresentação do resultado da pesquisa:
3.7 Linguagem Utilizada
A linguagem adotada para estruturar a organização das informações no site e prover
acesso a elas é simples e eficaz auxiliando o usuário na rápida visualização do conteú-
do geral do site e no entendimento de seu funcionamento.
As etiquetas de entrada dos menus, botões e ligações do site são diretas, claras e ade-
quadas, não deixando dúvidas sobre seu significado.
4 Contextualização das informações
O acesso a ferramentas de contextualização das informações no site é amplamente
facilitado, podendo o usuário alcançá-las pelo item “metainformação” da opção “Pro-
dutos e Serviços” do menu de navegação global sempre presente em qualquer página
do site.
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
“Produtos e Serviços”
“metainformação”
fontes estatísticas;
conceitos estatísticos;
nomenclaturas;
terminologia estatística;
documento metodológico.
Além disso, consultando qualquer produto estatístico do site, o usuário poderá contar
também com outras ferramentas de auxílio à contextualização, entendimento e
aprofundamento da informação como:
99
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Ficha técnica:
Para saber mais:
100
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
5 Formas de Disponibilização das Informações:
Disponibiliza suas pesquisas na forma de produtos eletrônicos estruturados, de
modo a permitir a navegação do usuário através de menus organizados hierarquica-
mente por temas e assuntos, além de oferecer formas alternativas de acesso, como
unidade territorial e período da informação.
101
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Todo o conteúdo do site é gratuito e está disponível para download: os textos em PDF
e as tabelas em Excel.
É necessário, apenas para acesso a áreas restritas, o uso de login e senha, obtidos
através do preenchimento e envio, no próprio site, do formulário de cadastramento.
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
6 Apoio ao usuário
A preocupação do INE com seu público usuário é bastante evidente. No site, em sua
Página Principal, dedica todo o menu de navegação local ao estabelecimento e manu-
tenção de relacionamento com seus usuários procurando manter um canal permanente
de comunicação com eles, oferecendo:
Novidades por e_mail – envia, periodicamente por e_mail, notícias da área, datas
de eventos e lançamentos do site;
e
Registro de utilizadores – permite a manutenção do cadastramento do usuário,
bem como, emissão e troca de logins e senhas de acesso.
Além disso, as entradas do menu de navegação global “ajuda” e “caixa de correio”,
funcionam como canais de apoio ao usuário na solução de dúvidas ou problemas
referentes, tanto ao uso do site, quanto à obtenção ou entendimento da informação.
“Ajuda”
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“Caixa de Correio”
104
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7.3 Instituto Nacional de Estadística, Geografia e Informática – INEGI México
http://www.inegi.gob.mx
Página Principal
1 Identificação da Instituição
Localizada na parte superior esquerda do site, com logotipo e nome completo, a
instituição, o INEGI é identificada adequadamente, bem como, é explicitada sua
vinculação ao Sistema Nacional de Estatística do México.
Mais informações sobre a Instituição ou sua política de disseminação são localizadas
na opção “Transparência” do Menu de navegação local da Página Principal, mas
apresentadas no formato de decretos oficiais que regulam a política de disponi-
bilização de informações geradas por órgãos públicos do governo, ou seja, de difícil
leitura e entendimento para o usuário.
A falta de outras informações que esclareçam melhor o usuário sobre a instituição e,
até mesmo sobre o próprio site, prejudicam o relacionamento Instituição/usuário na
medida que criam um distanciamento entre os “Destinadores” e os “Destinatários” da
informação.
105
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
2 Proposta do site
Embora não tenha sido explicitado pela instituição, podemos perceber, já pela divisão
e organização de áreas da Página Principal do site, que sua prioridade é a dispo-
nibilização de informações à sociedade em geral, uma vez que a área principal de
destaque da página é dedicada ao acesso de informações de forma simples, clara e
facilitada.
Essa percepção pode ser confirmada acessando a apresentação ou introdução de
alguns produtos, como o Censo, onde a Instituição declara:
“El propósito del INEGI es ofrecer a toda la población la posibilidad de accesar a la información”.
3 Organização da Informação
3.1 Menus de navegação e acesso à informação
Menu de navegação global:
Menu inferior de navegação:
106
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Menu de navegação local:
3.2 Funcionalidade das Ferramentas de Navegação
O menu de navegação global apresenta duas opções de entrada: “Informação
Estatística” e “Informação Geográfica”, além das opções de busca simples e busca
avançada, evidenciadas pelos ícones “lupa” e “lupa +” . O acesso às
informações estatísticas pelo menu global de navegação apresenta as informações
organizadas por tema e subtema.
Entretanto, a entrada localizada na área central da página principal para as informa-
ções estatísticas oferece opções para acesso a:
Estatísticas por tema;
Estatísticas por projeto;
Sistemas de consulta (Bancos de dados)
Metodologias;
Produtos.
O menu de navegação global se mantém ativo em todas as páginas internas do site,
permitindo ao usuário sua utilização a qualquer momento.
O Menu de navegação local da Página Principal, além do acesso a serviços, como
acesso a sites de interesse, reserva um espaço para o acesso a informações por
entidade federativa por intermédio de um “box” de opções:
107
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Esse “box” se mantém constante em todas as páginas internas do site, enquanto as
opções de acesso a serviços são transferidas para o menu inferior de navegação.
3.3 Opções diferentes de organização da informação para acesso
O acesso específico à informação estatística oferece:
estatísticas por tema;
estatísticas por projeto;
informação por entidade federativa;
acesso a bancos de dados (sistemas de consulta)
produtos.
O acesso às informações por diferentes arranjos aumenta as chances de sucesso do usuário
na busca pela informação, flexibilizando a navegação do site.
3.4 Entradas específicas por perfil de usuário
Além da “sala de imprensa” para atendimento à mídia e difusão de informações, o
INEGI mantém serviços diferenciados de fornecimento de informação através de
cadastramento dos usuários interessados:
via e_mail
o Serviço de informação estatística de conjuntura;
Internet móvel
o INEGI Móvil
Información económica oportuna: inclui os principais indicadores
econômicos do México, voltados para a tomada de decisões.
México de um Vistazo: síntese de dados úteis para traçar um
panorama geral das principais características do País.
Dedica, especialmente ao público infanto-juvenil, um espaço diferenciado.
Información por entidad federativa
108
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3.5 Mapa do site
Cuéntame
“Objetivo del sitio
Contribuir al fomento de una cultura de uso de información estadística y geográfica de México entre la
población infantil y el público no especializado”.
109
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
A apresentação do Mapa do Site é absolutamente simples e concisa, tanto que para
sua visualização é deslocada a página principal para a direita abrindo o espaço de
uma coluna para a apresentação do mapa do site. De qualquer forma, o mapa conse-
gue cumprir sua função quanto à explicitação da estrutura de organização das infor-
mações no site, permitindo ao usuário conhecer seu conteúdo.
Mecanismos de busca e recuperação de informações no site
O acesso aos mecanismos de busca do site é feito pelo menu de navegação global do
site ou pelo menu inferior de navegação.
O usuário poderá optar entre o mecanismo de busca simples através de uma janela
para digitação de palavras ou termos para pesquisa rápida, ou pela busca avançada
com recursos mais sofisticados de pesquisa.
Busca Simples
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Busca Avançada – Índice temático
A busca avançada permite incluir na pesquisa temas relacionados àquele
pesquisado, filtro por entidade federativa e seleção de área do site para busca.
Pesquisa Avançada - Documentos
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Permite buscar em todo o site ou somente na área de documentos; permite incluir
temas relacionados; dá opção para buscar a palavra ou termo dentro do documento ou
apenas no título; permite a escolha da forma de ordenação da resposta (título ou
proximidade); permite restringir a pesquisa a um determinado formato de arquivo e,
escolher quantos registros mostrar de cada vez.
Ajuda da pesquisa
Embora exista a opção para acesso a instruções de ajuda da pesquisa, em nenhum
momento foi possível o acesso ao documento.
3.7 Linguagem Utilizada
As etiquetas de acesso referentes, tanto a produtos e serviços, quanto a informações
são objetivas, claras e adequadas, não deixando margem a dúvidas no entendimento
ao que se referem.
As utilização de imagens é bastante adequada e os ícones usados como metáfora para
opções e tarefas representam com clareza o que designam, obedecendo, no que é
possível, aos padrões internacionais de sinalização. Além disso, oferece aos usuários
acesso ao “Dicionário Iconográfico”, presente na parte superior direita do site:
Dicionário Iconográfico
112
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4 Contextualização das informações
Em todos os passos de navegação do site o usuário poderá contar com o acesso às
ferramentas de contextualização das informações pelo menu de navegação global e
representadas pelo ícone
:
Visualização do Glossário
113
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No acesso às informações por temas, o sistema oferece sempre um quadro resumo dos
dados referentes ao tema escolhido, além de textos relativos aos mesmos
.
Texto Introdutório ao Tema Educação
114
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Além disso, conta com as opções de contextualização internas aos produtos:
São fornecidas informações como notas, fontes, definições, siglas e metodologia em
cada tabela disponibilizada.
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Na opção Estatísticas por Projeto, disponibiliza seus metadados.
Disponibiliza, também, os questionários das pesquisas, tanto para visualização na tela
como para importação pelo usuário.
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Os ícones orientam o usuário que para visualizar o questionário na tela é necessário
ter o Acrobat Reader, informando o tamanho do arquivo para importação que, se
interessar, poderá ser feita clicando o botão indicado.
5 Formas de Disponibilização das Informações
O INEGI disponibiliza o resultado de suas pesquisas em produtos eletrônicos que, por
intermédio de seus sistemas de recuperação,, permitem ao usuário acessar a
informação desejada, na forma de tabelas e textos. A seleção dessas informações para
importação é possibilitada pelo sistema, indicando ao usuário o formato do arquivo
com o uso dos seguintes ícones:
117
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Disponibiliza acesso a bancos de dados de variáveis, onde o usuário seleciona e monta
suas próprias tabelas, permitindo inclusive sua importação
PRINCIPALES FORMATOS
IMAGEN
SIGNIFICADO IMAGEN
SIGNIFICADO
Explorer
Indica que el documento puede ser
interpretado a través del navegador de
Internet Explorer.
Adobe
Indica que el documento publicado se
encuentra almacenado en formato PDF para
ser interpretado por el sistema de Acrobat
Reader.
Word
Indica que el documento publicado se
encuentra almacenado en formato Word
para ser interpretado por el programa MS-
Office.
Excel
Indica que el documento publicado se
encuentra almacenado en formato Excel
para ser interpretado por el programa MS-
Office.
Power Point
Indica que el documento publicado se
encuentra almacenado en formato Power
Point para ser interpretado por el programa
MS-Office.
Ejecutable
Indica que el archivo es de tipo aplicación.
Archivo compactado
Indica que el archivo está compactado en
formato ZIP.
Gráfico
Indica que el documento se presenta de
manera gráfica a través de algun formato de
tipo imagen.
Texto
Indica que el documento publicado se
encuentra almacenado en formato de tipo
texto.
Archivo de audio
Indica que el dato a consultar se trata de un
recurso de audio (mp3, wav o rm).
Archivo de video
Indica que el formato del documento es de
un recurso de video (mpg, avi).
118
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Todas as informações são gratuitas, necessitando apenas do cadastramento do usuário
para acesso em algumas áreas restritas. O cadastramento é feito na hora, com o preen-
chimento de um formulário no próprio site.
6 Apoio ao usuário
O INEGI procura valorizar seu relacionamento com o usuário incentivando seu
registro por intermédio de um link permanentemente visível em todas as páginas do
site. Além disso, conta com um serviço específico de atendimento, cujo acesso é feito
na parte superior direita do site, pelo ícone
.
119
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
8 Considerações Finais
O
avanço das tecnologias digitais trouxe modificações significativas para o
processamento, tratamento e disponibilização de informações. Os volumes cresceram
assustadoramente, tanto no que diz respeito à quantidade de informações, como aos públicos
passiveis de serem atingidos . É possível, agora, utilizando a Internet, disseminar os dados
produzidos por uma instituição com uma agilidade muito maior, se comparada ao tempo
demandados por meios impressos. No entanto, à agilidade de disponibilização das
informações deveria corresponder a possibilidade de sua assimilação por diferentes tipos de
público, o que nem sempre acontece. Esse é o grande desafio.
No caso das informações estatísticas, pudemos perceber pela observação dos sites
que, se por um lado a Web possibilita a garantia do acesso às instituições produtoras por meio
de seus sites (tarefa impossível até então por vias tradicionais), por outro, é responsabilidade
dessas mesmas instituições investir na construção de interfaces que visem um melhor acesso
às informações. Isso significa, principalmente, garantir a possibilidade de o usuário fazer
escolhas, selecionando, dentre um leque amplo de opções, aquelas que ele considera
significativas para seus objetivos. É necessário que se reconheça os diversos tipos de usuários
e suas necessidades, procurando traçar caminhos que facilitem sua interação com o site.
Trata-se, pois, de criar boas condições para o acesso intelectual, simbólico e cognitivo a
essas informações.
A interface de um site é o meio que permite estabelecer a relação entre o usuário e a
informação que ele busca. Uma interface adequada é aquela que lhe permite fazer escolhas,
decidindo sobre sua utilidade, ou não, para seus objetivos.
120
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
O primeiro e mais importante contato do usuário com o site se dá pela página
principal. É nesse local que ele irá conhecer os principais conteúdos veiculados, decidindo,
assim, pela sua utilidade e possibilidades de uso. Se a interface não for capaz de mostrar essas
possibilidades - porque não usa uma linguagem que ele compreenda; porque não organiza seu
conteúdo de forma a permitir seu reconhecimento; porque não apresenta a informação com a
devida profundidade; porque não oferece informações para a contextualização dos dados, ou
ainda, porque não apresenta índices que permitam avaliar a veracidade das informações, uma
boa chance de divulgar informações terá sido perdida.
Pela observação realizada pudemos perceber que, de fato, a Web dispõe de recursos
importantes para a difusão e divulgação do conhecimento científico sendo, portanto,
instrumento de grande valia na disseminação. O insucesso dessa tarefa tem outras causas.
Pela experiência no trabalho com o usuário sabemos que, ao acessar um site de
informação estatística, a expectativa dos indivíduos não se relaciona apenas às questões
de conteúdo, mas, também, às de entendimento do site como um todo e das possi-
bilidades de apoio no caso de dúvidas relativas ao conteúdo ou a problemas no uso da
tecnologia.
Sabemos também que, com o tempo e o desenvolvimento de novas ferramentas
voltadas para a criação e manutenção de sites, espaços desenvolvidos de forma exploratória e
amadora serão substituídos por outros que, usando adequadamente a linguagem da Web,
facilitarão seu uso a partir de padrões mínimos de apresentação, organização, estrutura de
informações, navegação e uso adequado dos links.
Vários foram os exemplos interessantes encontrados nos sites observados, cujos
recursos permitiram facilitar o acesso às informações. Dentre eles destaque-se a
contextualização dos dados, o uso de linguagem adequada para contemplar os publicos
especificos, como também de ícones significativos e a associação das informações por meio de
links bem localizados. O sistema de organização de estrutura de informações, bem como os
esquemas de apresentação, quando bem executados, fazem toda a diferença no que se refere ao
acesso, compreensão e apreensão das informações.
121
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
O domínio do uso das ferramentas da Web para uma disseminação de informações esta-
tísticas adequada ainda está em curso. Do mesmo modo, o alcance das tecnologias a públicos mais
amplos. Apesar desses problemas, talvez nenhuma mídia possa realizar melhor, ao menos em ter-
mos operacionais, a passagem da cultura científica para a sociedade como a Web
Por suas características de ambiente digital, com recursos multimídia e hipertextuais, a Web
é por natureza inclusiva. Seu acesso físico universal permite alcançar um volume imenso de informa-
ções numa velocidade espantosa, com a possibilidade de interligação de textos através de links e o
uso simultâneo de formatos diversos de informação, tais como som, textos e imagens estáticas ou
em movimento, além de grande flexibilidade na criação de novos documentos, colocação de liga-
ções entre informações e a possibilidade de contínua modificação (Burbules, 1997). Todas essas
transformações trazidas pelo avanço das tecnologias de informação devem ter suas possibilidades
analisadas e exploradas para que possam ser utilizadas em benefício da circulação de informações
e da criação de fluxos de informação que perpassem toda a sociedade.
O trabalho realizado permitiu verificar que as instituições estatísticas não só se utilizam de
modos diferentes dos inúmeros recursos oferecidos pela Web, como também têm distintas políticas
de informação.
O quadro a seguir pretende mostrar os aspectos que consideramos mais significativos em
relação às formas de utilização da Web e da sua linguagem para a efetiva transferência da informa-
ção estatística aos diferentes públicos dessa informação.
122
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Quadro III - Aplicando a Espiral da Cultura Científica nos Sites Estatísticos
Cultura para a Produção da Ciência Cultura para a Socialização da Ciência
I Quadrante II Quadrante III Quadrante IV Quadrante
Linguagem de
Especialidade
Conteúdo: nenhuma
perda de conteúdo
Linguagem de
Especialidade com
algumas traduções e
simplificações
Conteúdo: pequena
perda de conteúdo
Linguagem: menos
técnica, traduzindo e
simplificando conceitos
Conteúdo: alguma perda
de conteúdo
Linguagem de
divulgação: próxima ao
cidadão
Conteúdo: perda de
conteúdo acentuada
Produção e Difusão
Produção e circulação
do conhecimento entre
Pares
Aplicação
Estratégias, análise e
gestão para Governos,
Empresas e ONGs
Aprendizado
Educação (não formal)
para a ciência
Divulgação da Ciência
Passagem da Cultura
Científica para o público
em geral
Pertinentes ao
Quadrante
Pertinentes ao
Quadrante
Pertinentes ao
Quadrante
Pertinentes ao
Quadrante
IBGE
INE
INEGI
INE
INEGI
IBGE
INE
INEGI
INE
INEGI
Locais do Site Locais do Site Locais do Site Locais do Site
IBGE
- Todo o Site
INE
- Perfis de Utilizador
- IntraStat
- Revistat
INEGI
- Comitês Técnicos
Consultivos
INE
- Perfis de utilizador
- Indicad. Estruturais
- Gênero
- IntraStat
- Calçado
INEGI
- Serviço de Inf. Est. e
Conjuntura
- INEGI Movil
-Inf. Econ. Oportuna
- México em um
Vistazo
IBGE
- IBGE de 7 a 12
- IBGE Teen
INE
- Alea Acção Local
Estatística Aplicada
- Literacia Estatística
INEGI
- Cuentame
INE
- Todo o Site
- Novidades por e_mail
- Destaques do INE
INEGI
- Todo o Site
- Sala de imprensa
Os pontos destacados podem representar, do ponto de vista da circulação social da ciên-
cia, as soluções de excelência que não se aplicam, necessariamente, ao site como um todo, mas a
alguns ítens genéricos. A análise, seguindo os mesmos parâmetros, poderia abranger cada item
específico de informação nos sites. Nos limites deste trabalho, no entanto, restringimo-nos a apon-
tar as características dos itens mais genéricos.
O site do IBGE (Brasil) não pode ser bem avaliado segundo a perspectiva do acesso ao
público em geral; ao contrário, ele é um site para especialistas porque não realiza a passagem
123
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
do primeiro quadrante aos demais. Uma exceção pode ser feita aos espaços dedicados ao público
infanto-juvenil que, desconsiderando-se as formas adotadas para as etiquetas de acesso, cumprem
sua função transferindo informações para os públicos do terceiro quadrante, exercendo a função
de “ensino para a ciência”. Esses espaços dedicados a crianças e jovens em idade escolar, usam as
características do ambiente digital com seus atrativos multimídia para, por meio de narrativas
interativas e jogos eletrônicos, passar noções de estatística e mostrar sua utilidade na vida cotidiana
dos indivíduos e da sociedade.
O site do INE (Portugal) destacou-se pelo cuidado com que considera as necessidades do
usuário, tanto no que diz respeito à disponibilização das informações (organização e estrutura das
informações no site) e sua contextualização, como quanto à manutenção da confiança do usuário na
Instituição por intermédio do contato permanente mantido pelo INE com seu público, seja por
meio do envio periódico de “notícias” ou pelo constante acréscimo de “perfis de utilizadores” em
seu site, provavelmente a partir de análise de demandas. Observa-se aqui, que o ciclo entre a
produção e a divulgação se completa, em razão da evidente preocupação da instituição com a
identificação dos diversos públicos possíveis de sua informação, do reconhecimento e seg-
mentação que faz desses públicos e da organização de suas informações de modo diferenciado,
para atendê-los.
Apenas gostaríamos de ressaltar que, embora o INE dê acesso em seu site ao Projeto Alea
- Acção Local Estatística Aplicada, voltado para o ensino de estatística para alunos do ensino
básico e secundário, nenhum destaque é dado ao projeto, além do que, sua etiqueta de entrada está
localizada abaixo do menu local da página principal, sendo impossível sua visualização sem rolar a
tela. Esse espaço, dedicado à formação de novos públicos para a informação estatística, deveria
merecer, por parte do INE, maior atenção, uma vez que cumpre importante papel na divulgação de
informações estatísticas e na formação da cidadania.
O site do INEGI (México) surpreende pela forma direta, clara e aparentemente simples
com que disponibiliza suas informações. Usando com competência os recursos da linguagem da
Web como links, ícones e imagens, permite ao usuário uma navegação fácil, com recursos sofistica-
dos de recuperação e contextualização das informações (que, de tão bem resolvidos, parecem
absolutamente naturais...).
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A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
Oferecendo variadas opções de acesso à informação e, demonstrando em todas o mesmo
cuidado em relação à simplicidade da navegação, ao acesso facilitado da informação e à sua
contextualização, consegue alcançar públicos diversos, embora não tenha criado áreas específicas
para eles.
Pela observação podemos afirmar que o site do INEGI cumpre sua função na disseminação
de informações estatísticas, promovendo a difusão e a divulgação dessas informações, não só pela
competência com que trata e organiza suas informações nos vários espaços do site, mas também pelo
uso apropriado da linguagem da Web na construção de interfaces bem articuladas e capazes de
alcançar alto grau de interatividade com públicos diversos, especialistas ou não.
Também no caso do INEGI não podemos deixar de ressaltar que, embora o site conte
com um espaço específico dedicado ao público infanto-juvenil, infelizmente, sua localização,
sem nenhum destaque no menu de navegação local da página principal, como também a
escolha pouco elucidativa da etiqueta de acesso “cuentame” e seu respectivo ícone ,
não favorecem seu reconhecimento e conseqüente acesso. Sendo esse um espaço considerado
importante para completar o ciclo pretendido pela espiral da cultura científica no processo de
socialização da ciência, seria importante que a instituição trabalhasse melhor essa questão.
Na análise efetuada, pudemos perceber, no entanto, que o uso de todos os recursos
tecnológicos não é suficiente sem uma contrapartida no investimento na linguagem usada para orga-
nizar e estruturar a informação, uma vez que, na Web, como em qualquer outro meio, é ela que
determina a possibilidade da passagem da informação de um quadrante ao outro da espiral,
viabilizando a transferência da informação para sua transformação em conhecimento. Ao lado das
questões de linguagem se coloca outra, tão importante quanto: a existência de uma política de
informação que sustente o desenvolvimento de melhores práticas de disseminação dessas informa-
ções.
125
A Disseminação de Informações Estatísticas na Web: da difusão à divulgação Joice Claudia de Carvalho Camargo
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