decote “V”; os chapéus, também ficaram menores antes da primeira guerra e, a
extravagância, deixou de ser o foco principal da indumentária, uma vez que a
partir desse momento, as mulheres perceberam que era inútil esse tipo de
comportamento em períodos de conflito (FEGHALI; DWYER, 2001, p. 222-
229).
No entanto, percebe-se que a alta moda voltou ao seu ritmo normal a
partir de 1919, quando o universo feminino passou a se vestir e a se comportar
diferentemente do que costumavam antes do combate. A saia, que era ampla,
passou a ser “barrete”, com o efeito tubular. O busto era de menino; a cintura
desapareceu; os cabelos cacheados ficaram curtos e lisos. Ou seja, nesse
momento, todas as curvas femininas foram abdicadas para que essas se
adaptassem à nova voga. Não obstante, nota-se ainda que a década de 1920
seja conhecida pelo talento protuberante de Coco Chanel que, diferentemente
de muitos estilistas da época, soube se adaptar à nova tendência do pós-
guerra (Idem, 2001, p. 50; LAVER, 1989, p. 230-232).
Ao observar, portanto, o período compreendido, nota-se que as
mudanças na maneira dessas pessoas se vestirem foram tantas que, entre
1925-1927, é possível considerar a maior revolução no que tange o
comprimento das saias. Essas, para o escândalo de muitos, ficaram curtas
como jamais foram no decorrer do século XX. Porém, logo se fizeram tentativas
de alongá-las novamente à medida que a década chegava ao fim. Do mesmo
modo, as mulheres deixaram o cabelo crescer outra vez; as mangas compridas
voltaram a ser usadas; os ombros largos e os quadris estreitos passaram a ser
o estereotipo do momento (LAVER, 1989, p. 234-240).
A década de 1930, por sua vez, caracteriza-se pelo destaque dado
às costas que acabaram sendo desnudadas. Tais roupas foram influenciadas
pela evolução ocorrida nos trajes de banho. Esses eram recatados até 1920 e,
a partir de 1930, com a moda de se tomar banho de sol, as roupas passaram a
ser mais decotadas atrás. Também é possível verificar que, nessa época, os
saiotes foram reduzidos; a cavas, aumentadas e o decote, ampliado (Idem, p.
240-242).
Por outro lado, ao observar a ocasião que compreende a Segunda
Guerra Mundial, é plausível perceber que novamente o vestuário sofreu a
influência do período instaurado. No entanto, verifica-se que a silhueta feminina
começou a ser modificada; a saia adquiriu um estilo camponês, além de ficar
mais curta e franzida. As vestes masculinas, em contrapartida, caminharam em
sentido à informalidade, já que a freqüência de uso de trajes como a casaca e
o casaco para a manhã diminuíram, sendo, portanto, usados em ocasiões mais
formais, como funerais e casamentos. Todavia, a principal mudança ocorrida
no vestuário masculino no decorrer de 1920 foi na largura das calças, a
chamada Oxford Bags que permaneceram muito largas até o final da década e
se afunilaram um pouco mais em meados de 1930 (LAVER, 1989, p. 246-250).
Por volta de 1940, em compensação, já se pode perceber que a
guerra praticamente interrompeu o curso da moda. Nesse período, a mão-de-
obra e os tecidos ficaram limitados; a matéria-prima, escassa e os estilistas;
barrados com suas idéias inovadoras, o que dificultou a elaboração de peças
novas e extravagantes. Nesse sentido, afirma-se que a Segunda Guerra
Mundial mudou toda a estrutura dessa indústria, uma vez que as roupas da
época de conflito passaram a refletir a situação vigente no momento. Tanto,
que as vestes – especialmente as femininas – faziam alusão às fardas: com