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ELIANE SIMÕES PEREIRA BULHÕES
ESTUDO VOCABULAR DE PETIÇÕES JURÍDICAS:
ORNAMENTAÇÃO E REBUSCAMENTO
Volume 1
ARARAQUARA – SP
2006
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ELIANE SIMÕES PEREIRA BULHÕES
ESTUDO VOCABULAR DE PETIÇÕES JURÍDICAS:
ORNAMENTAÇÃO E REBUSCAMENTO
Volume 1
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Lingüística e
Língua portuguesa, da Faculdade de Letras da
Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, campus de Araraquara, como
requisito para obtenção do título de Mestre em
Lingüística e Língua Portuguesa.
Orientadora: Profa. Dra. Maria Teresa
Camargo Biderman.
ARARAQUARA – SP
2006
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Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca da FCL – Araraquara – Unesp
Bulhões, Eliane Simões Pereira
Estudo Vocabular de Petições Jurídicas: Ornamentação e Rebuscamento / Eliane Simões Pereira
Bulhões.
Araraquara, 2006.
257 p.
Dissertação de Mestrado – Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara – Universidade
Estadual Paulista. Orientadora: Profa. Dra. Maria Teresa Camargo Biderman
1. Lingüística – Lexicologia. 2. Direito. 3. Análise Textual
9
ELIANE SIMÕES PEREIRA BULHÕES
ESTUDO VOCABULAR DE PETIÇÕES JURÍDICAS:
ORNAMENTAÇÃO E REBUSCAMENTO
ARARAQUARA, ____ de ______________ de 2006
Presidente e Orientador:
Profa. Dra. Maria Teresa Camargo Biderman
........................................................................
Unesp- Araraquara
1º Examinador
Prof(a). Dr(a):..................................................................
.......................................................................................
Instituição:
2º Examinador
Prof(a). Dr(a):..................................................................
.......................................................................................
Instituição:
10
Agradeço à professora Biderman, aos meus preciosos pais
e ao querido Marcelo Magalhães Bulhões.
11
RESUMO
O objetivo central desta dissertação consiste em avaliar as unidades lexicais peculiares
usadas na redação jurídica as quais visam unicamente a rebuscar e/ ou ornamentar a
linguagem do direito, a partir das contribuições da Lexicologia. Tal linha de pesquisa foi
eleita principalmente porque acreditamos que o universo redacional jurídico muito ganharia
com o subsídio dessa ciência do léxico para o fim de debater a problemática da escolha do
vocabulário usado em seus textos. A contribuição da Lexicologia, quando faz ponte com o
direito, oferece-nos subsídios para analisarmos o vocabulário jurídico no que concerne à
linguagem das petições. Para a finalidade da pesquisa, analisamos um corpus composto de
petições jurídicas em um dado corte sincrônico considerando neles a presença de um
vocabulário específico marcado pela ornamentação e/ ou rebuscamento. Verificamos as
manifestações de ornamentação e rebuscamento considerando as categorias expressivas:
arcaísmos léxicos, expressões latinas, termos laudatórios e preciosismos. De acordo com
nossa hipótese, as unidades lexicais singulares selecionadas segundo tais categorias
remontariam a uma tradição vocabular do direito brasileiro resistente às mudanças temporais
que se fariam necessárias desde o século dezenove.
Palavras-chave: Lingüística Direito Lexicologia Língua portuguesa Petições jurídicas
– Análise de textos especializados – Rebuscamento – Ornamentação retórica
12
ABSTRACT
The main purpose of this dissertation is to evaluate peculiar lexical units used in legal
writing with the exclusive purpose of flourishing the style, using resources from Lexicology.
We chose this line of research because we believe that legal writing could benefit from a
critical lexical theory analysis in order to assist lawyers in improving their style in legal
documents. Consequently, this study has tried to establish an interface between Lexicology
and Law, offering instruments to analyze the legal vocabulary employed in legal petitions. For
the purpose of this research, we took a set of legal petitions in a synchronic corpus and
scrutinized the vocabulary regarding questions related to ornate style and/or rhetorical forms.
The results were analysed in accordance with the following categories of expression:
archaisms, Latin phrases, laudatory terms and figures of speech. In conclusion, these
categories of lexical units are so rooted in traditional Brazilian legalese that they have resisted
changes since the nineteenth century.
Keywords: Linguistic Law Lexicology Portuguese language Legal petition
Analysis of texts – Elaboration – Law Rhetoric.
13
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................19
1. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS...........................................................................................25
1.1 Linguagem e Sociedade............................................................................................25
1.2 Língua e Fala ............................................................................................................29
1.3 Sistema e Norma.......................................................................................................31
1.4 Desempenho e competência lingüística....................................................................35
1.5 Norma Culta .............................................................................................................35
1.6 O Ato comunicacional..............................................................................................38
1.7 Funções da linguagem ..............................................................................................42
1.8 O Léxico e as Palavras..............................................................................................44
1.8.1 Lexicologia......................................................................................................45
1.8.2 Terminologia ...................................................................................................47
1.9 Considerações sobre a Sociolingüística....................................................................50
1.10 Noções de estilo......................................................................................................57
2. A LINGUAGEM E O DIREITO.........................................................................................61
2.1 Oratória e Retórica....................................................................................................63
2.2 A Linguagem Jurídica no Banco dos Réus...............................................................65
2.3 Questão Terminológica sobre a Linguagem Forense ...............................................74
2.4 O Vocabulário Jurídico em Ação .............................................................................77
3. METODOLOGIA................................................................................................................83
14
3.1 Problematização e hipótese ......................................................................................83
3.2 Procedimento prévio.................................................................................................85
3.3 As categorias expressivas em estudo: Ornamentação e Rebuscamento...................86
3.3.1 Ornamentação: Expressões Latinas e Termos Laudatórios.............................89
3.3.1.1 Expressões Latinas ..............................................................................89
3.3.1.2 Termos Laudatórios.............................................................................90
3.3.2 Rebuscamento: Preciosismos e Arcaísmos .....................................................91
3.3.2.1 Preciosismos........................................................................................92
3.3.2.2 Arcaísmos Léxicos ..............................................................................94
3.3.2.3 Critérios avaliativos.............................................................................96
3.4 Os Corpora do Direito..............................................................................................99
3.4.1 Corpus A: petições jurídicas..........................................................................100
3.4.2 Corpus B: obras jurídicas ..............................................................................102
4. ANÁLISE DE TEXTOS JURÍDICOS..............................................................................106
4.1 ETAPA 1: Análise do Corpus A com base nas categorias expressivas .................106
4.1.1 Expressões Latinas localizadas no Corpus A................................................108
4.1.2 Observação dos termos laudatórios no Corpus A .........................................120
4.1.3 Coleta dos preciosismos no Corpus A...........................................................167
4.1.4 Exame dos arcaísmos léxicos encontrados no Corpus A..............................215
4.1.5 Considerações sobre a Etapa 1 ......................................................................220
4.2 ETAPA 2: Exame das palavras recolhidas no Corpus B........................................222
4.2.1 Expressões Latinas no Corpus B...................................................................225
4.2.2 Termos Laudatórios Corpus B ......................................................................226
4.2.3 Preciosismos no Corpus B.............................................................................232
4.2.4 Arcaísmos no Corpus B.................................................................................233
15
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................235
6. BIBLIOGRAFIA...............................................................................................................239
6.1 Obras de referência.................................................................................................239
6.2 Dicionários .............................................................................................................250
7. ANEXOS...........................................................................................................................252
16
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura Sistema, norma e fala 1..................................................................................................25
Figura Esquema Jakobson 2......................................................................................................32
Figura Diálogo 3.......................................................................................................................33
Figura Difusão 4.......................................................................................................................33
Figura Esquema Shannon 5......................................................................................................34
Figura Funções da linguagem 6................................................................................................37
Figura Variedade Sociocultural 7.............................................................................................44
Figura Variedade Geográfica 8.................................................................................................44
Figura Dialetos sociais 9...........................................................................................................48
Figura Codificação/ Decodificação 10......................................................................................71
Figura Processo comunicativo na audiência judicial 11...........................................................72
Figura Saussure 12....................................................................................................................73
Figura Ornamentação x Rebuscamento 13...............................................................................80
Figura Categorias Expressivas 14.............................................................................................80
Figura Hierarquia 15.................................................................................................................81
Figura Arcaísmo Monteiro Lobato 14......................................................................................87
Figura Termos Laudatórios 16................................................................................................157
Figura Preciosismos 17...........................................................................................................202
Figura Ocorrências 18.............................................................................................................213
17
Figura Categoria 19.................................................................................................................214
18
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Ullmann.....................................................................................................................23
Tabela 2. Obras Antigas............................................................................................................96
Tabela 3. Simulação................................................................................................................100
Tabela 4. Expressões latinas encontradas no Corpus A..........................................................101
Tabela 5: Termos laudatórios encontrados no Corpus A........................................................114
Tabela 6. Explicação sobre a tabela dos preciosismos............................................................160
Tabela 7. Termos preciosistas encontrados no Corpus A.......................................................161
Tabela 4: Termos preciosistas encontrados no Corpus A.........................................................88
Tabela 5. Incidência de preciosismos no Corpus A..................................................................95
Tabela 6: Arcaísmos léxicos encontrados no Corpus A...........................................................98
Tabela 7: Incidência de arcaísmos no Corpus A......................................................................99
Tabela 8: Arcaísmos................................................................................................................209
Tabela 9: Obras antigas...........................................................................................................215
Tabela 10: Simulação de tabela do Corpus B.........................................................................217
Tabela 11: Latinismos no Corpus B.......................................................................................218
Tabela 12: Termos laudatórios no Corpus B..........................................................................220
Tabela 13: Preciosismos no Corpus B....................................................................................236
Tabela 14: Arcaísmos no Corpus B........................................................................................238
Tabela 15: Preciosismos no Corpus B....................................................................................107
19
INTRODUÇÃO
Em maio de 2004, o pedreiro Gleison Lopes de Oliveira foi solto por engano da
penitenciária de Itu, onde estava detido. O que vem a nos interessar, nesse caso, é o motivo
pelo qual esta liberdade foi concedida, ou seja, o telegrama enviado pelo desembargador de
Justiça de São Paulo para o juiz da cidade de Itu. A sua intenção era comunicar a negação de
um pedido de habeas corpus para Gleison. Porém, mal redigido e contendo uma frase de 135
palavras, o documento deu margem a uma interpretação equivocada pelo juiz, o qual soltou o
acusado.
Tal dificuldade de entendimento é freqüente na comunicação entre profissionais do
Direito e, talvez, entre eles e a sociedade em geral. De acordo com uma matéria do Jornal do
Magistrado, publicada na época:
[...] juízes e promotores nem sempre têm sido felizes na comunicação e, não raro,
parecem até não falar a mesma língua. Estes ruídos acontecem, principalmente, por
conta do rebuscamento das frases, erros de português e excessos de citações. Para
quem não é da área jurídica, a falta de entendimento é ainda maior. A simples
existência da expressão “falou como um advogado”, para indicar o uso de termos
considerados difíceis, é um sinal da distância que existe entre a comunicação de
gente comum e a chamada linguagem jurídica, popularmente conhecida como
juridiquês. (TEIXEIRA, 2004, p. 21)
Mesmo quem não estabelece um contato mais estreito com a área do Direito pode
perceber que a linguagem
1
utilizada pelos profissionais jurídicos é bastante peculiar.
Combinando com a formalidade dos seus trajes profissionais, podemos notar um caráter de
solenidade na linguagem do Direito, que se nota, inclusive, na redação dos textos da área: uso
1
Entenda-se linguagem, neste caso, como sendo o modo de expressão especial ou especializado que é utilizado
por um grupo ou setor de atividade.
20
de expressões latinas, arcaísmos, preciosismos, uso de modelos previamente constituídos e
tornados tradicionais para dar conta do formalismo exigido, uso de citações como argumento
de autoridade etc.
A reflexão acerca do tema desta pesquisa, Ornamentação e rebuscamento do
vocabulário jurídico, foi-se desenvolvendo a partir de um contato estreito que mantivemos
com a Ciência Jurídica durante a experiência da aprendizagem universitária. A vivência
profissional, que se deu por meio da atuação como estagiária de escritórios, empresas e da
Procuradoria de Assistência Judiciária (PAJ/ SP), suscitou nossa curiosidade a respeito do
discurso
2
forense brasileiro.
Podemos dizer que as palavras ou expressões que percebemos como sendo peculiares
no discurso jurídico têm mais de uma faceta: a da presença de um vocabulário técnico, o
jargão específico do Direito, e outra que, por o ter a finalidade de individualizar fatos ou
instituições, ou de estabelecer configurações ou entidades jurídicas (SILVA, 1990, v. 1, p.
XI), parece estar situada no âmbito da expressão “beletrista” e “requintada”, ou seja, no da
ornamentação e do rebuscamento. Embalados pelo crescente interesse na análise dessa
segunda faceta, escolhemos como tema para pesquisa o caráter ornamental e rebuscado do
vocabulário jurídico, anunciado pelo título: Estudo vocabular de petições jurídicas:
ornamentação e rebuscamento.
Ao observarmos os textos jurídicos, chegamos à percepção de que o campo do Direito
não é auto–suficiente, impermeável, mas se relaciona e busca apoio no conhecimento de
inúmeras ciências do saber, merecendo destaque, nesta pesquisa, a contribuição da ciência da
Lingüística. Assim, nosso trabalho pretende ser desenvolvido a partir da colaboração de uma
2
Usamos o termo discurso para ser entendido enquanto linguagem de um grupo ou profissão.
21
importante área da Lingüística, a Lexicologia. Esta pode ser definida como o estudo científico
do léxico, ou seja, a Lexicologia propõe-se a estudar e analisar a palavra, a categorização e a
estruturação do léxico (BIDERMAN, 2001b, p. 16). Para tal fim, compreendemos que o
vocábulo técnico utilizado no universo do Direito pode tornar-se um interessante objeto de
estudo para a Lexicologia.
A escolha da linguagem jurídica como objeto de análise em uma perspectiva
lingüística se revela pertinente uma vez que existe um crescente interesse na
interdisciplinaridade entre essas duas esferas do conhecimento. A área jurídica desde sempre
demonstrou uma preocupação com a linguagem, que a palavra é a ferramenta fundamental
de trabalho do profissional da área forense. Hoje, o interesse na análise dessa linguagem feita
segundo uma ótica lingüística se justifica sobretudo pela inclusão de uma nova disciplina nos
cursos jurídicos de graduação no Brasil: a Redação ou Linguagem Forense, “um ramo do
estudo da linguagem que vem se desenvolvendo, dedicado ao estudo da linguagem do direito”
(PETRI, 2001, p. 39).
Por outro lado, é sabido que o objeto de estudo da Lingüística é a própria linguagem
humana, em todas as suas dimensões e variações. E a Lexicologia, como ramo da ciência
lingüística que objetiva basicamente o estudo dos vocábulos, pode se tornar um importante
campo de estudo para a apreciação dos termos utilizados no campo forense. Ainda nesse
sentido, Eduardo Bittar (2001) interessa-se por saber que áreas dos estudos da linguagem
poderiam oferecer subsídios para o domínio jurídico. Ele atribui um papel de destaque à
semiótica. Em relação à disciplina da Lexicologia, Bittar também faz uma ponderação
positiva: “Estudos lexicológicos talvez aventassem hipóteses interessantes acerca da formação
de palavras e expressões jurídicas, demonstrando a circulação dos fatores culturais e
expressivos entre os grupos de comunicação”. (2001, p. 04)
22
Além do interesse por essa interdisciplinaridade, estamos convencidos da necessidade
científica de se estudar a linguagem jurídica brasileira com o fim de observação das formas
lexicais peculiares contidas nesse discurso, pois acreditamos que muitas delas se destacam no
texto a ser examinado por se revelarem notadamente obsoletas e/ ou rebuscadas. Em regra,
essas formas promoveriam um distanciamento vocabular da linguagem usual, ou seja, do
chamado “uso comum” ou freqüente dos falantes em situações cotidianas. Acreditamos que
essa análise vocabular é uma instância privilegiada para a percepção de uma especificidade
discursiva relevante social e cientificamente.
Situação que nos vem a dificultar a pesquisa e, quem sabe, instigar é o de não haver
uma bibliografia satisfatória acerca do assunto no Brasil. Podemos, aqui, encontrar obras de
caráter genérico que se referem à Linguagem ou à Redação Jurídica como objeto de estudo da
disciplina homônima. Porém, não nos foi ainda possível encontrar livros que se dediquem
mais pertinentemente à interdisciplinaridade entre o Direito e o importante ramo da
Lingüística que é a Lexicologia.
Aliás, ao iniciarmos nossa investigação, percebemos que havia muito pouco interesse
científico pela pesquisa acerca da linguagem especializada do Direito. Qual não foi nossa
surpresa quando, no início do ano de 2005, os jornais
3
mais importantes que circulam na
cidade de São Paulo, Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo, além de uma série de sites
da Internet, publicaram diversas reportagens que versavam não simplesmente sobre a
linguagem jurídica, mas, de maneira especial, a respeito do tom solene e rebuscado com que
os profissionais forenses escrevem seus textos. Esse assunto coincide precisamente com o
nosso intento investigativo.
3
Essas reportagens poderão ser observadas nos anexos 1, 2 e 3.
23
Embora nossa pesquisa não se dedique à análise dessas reportagens da mídia
jornalística, nas quais se pode acompanhar o debate acerca da expressão ornamental e
rebuscada da linguagem do Direito, tacitamente reconhece o eco das discussões estabelecidas.
Uma vez que não se nega a importância das instituições jurídicas para a sociedade,
com o reconhecimento de que o Direito permeia todas as instâncias da vida social, discutir a
linguagem jurídica pode ser um passo importante no sentido de que sejam analisadas e
revistas algumas de suas práticas discursivas. Eis, pois, a relevância social de nossa pesquisa.
Em outro plano, nossa investigação se justificaria cientificamente, sobretudo por certa
carência de estudos nessa linha. a importância acadêmica de nosso trabalho residiria na
promoção no interior da vivência acadêmica de um vínculo necessário entre um dos mais
importantes segmentos da área de Letras, a Lingüística, e o meio jurídico.
Dessa forma, confiamos que esta pesquisa poderá servir como contribuição aos
estudos lingüísticos não por trazer uma noção mais aprofundada da língua, mas também
por tirar da obscuridade uma faceta de uma linguagem especial pouco estudada, a do universo
forense.
O desenvolvimento de nosso trabalho deverá percorrer algumas fases. No primeiro
capítulo, passamos por uma etapa de estabelecimento dos pressupostos teóricos da Ciência
Lingüística, os quais nos auxiliaram em nosso intento investigativo. Particularmente,
lembramos características teóricas essenciais a respeito da Lexicologia, da Terminologia, da
Sociolingüística e da Estilística, cujos conceitos salientados embasaram a análise dos corpora.
No capítulo seguinte, apresentamos um panorama do uso da linguagem na área jurídica e da
sua recepção na sociedade para, em seguida, realizarmos uma articulação entre a Lingüística e
o Direito.
24
A metodologia usada na pesquisa foi descrita em seguida, no terceiro capítulo. Nele,
evidenciamos os procedimentos utilizados para a coleta e seleção das unidades lexicais, a que
chamamos de ornamentais e rebuscados, sua forma de categorização e o seu método de
análise nos corpora.
O capítulo seguinte é, enfim, empírico, já que ele é reservado para o tratamento
analítico do conjunto de palavras recolhidas nos corpora segundo os critérios estabelecidos no
capítulo anterior. Por fim, realizamos uma sinopse geral das questões aqui apresentadas, sem
a pretensão de esgotar o assunto, a qual procurará fazer um delineamento acerca dos
resultados obtidos nesta pesquisa.
25
1. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
Para se tornarem pertinentes, os propósitos analíticos deste trabalho precisam apoiar-
se em alguns pressupostos teóricos da lingüística, os quais podem nos fornecer algumas bases
conceituais que, implícita ou ostensivamente, nos acompanharão durante todo o percurso. É
necessário fazer um reconhecimento, mesmo que de maneira sucinta, de alguns desses
pressupostos. A delimitação teórica do campo do estudo da linguagem se torna muito
importante dadas as muitas possibilidades interessantes de análise lingüística cabíveis à
linguagem forense.
1.1 Linguagem e Sociedade
É notório o fato de que o ser humano é um ente com natureza social. Consciente de
suas limitações, o homem tem indiscutível necessidade de se agrupar em sociedade. Daí
deriva o fato de que o indivíduo precisa se relacionar com o seu semelhante, e com ele
comunicar-se.
Em qualquer sociedade, por mais simples que seja, a linguagem é o principal meio de
comunicação do ser humano. Ela desempenha, assim, um formidável papel, estabelecendo o
homem como sujeito, constituindo as relações sociais e fornecendo possibilidades do
indivíduo conhecer a si próprio e o mundo do qual é parte.
26
Muitos pensadores e lingüistas refletiram sobre a relação entre língua/ linguagem e
pensamento, sendo uma das principais teorias sobre a linguagem e sobre a língua a formulada
por Ferdinand de Saussure no início do século XX. A linguagem é um instrumento de
comunicação partilhada pelos falantes, membros de uma comunidade, para garantir a eficácia
da transmissão de suas mensagens. Vale introduzirmos a conveniente definição de linguagem
elaborada por Dubois (2001, p. 387):
Linguagem é a capacidade específica à espécie humana de comunicar por
meio de um sistema de signos vocais (ou língua), que coloca em jogo uma técnica
corporal complexa e supõe a existência de uma função simbólica e de centro
nervosos geneticamente especializados. Esse sistema de signos vocais utilizado por
um grupo social (ou comunidade lingüística) determinado constitui uma língua
particular.
Ao externar o seu pensamento utilizando a linguagem, além de transmitir uma
mensagem, no processo interativo, o indivíduo age sobre o ouvinte, motivado por uma
finalidade. A partir de uma determinada situação comunicativa em um certo contexto, a
produção de sentido se verifica entre dois indivíduos que interagem ao se comunicar. Tal
interação se realiza uma vez que a linguagem é uma atividade social do indivíduo no âmbito
de uma comunidade lingüística, atividade por meio da qual nós temos consciência do mundo
em que vivemos.
Passemos a considerar a mais importante manifestação da linguagem humana: a
língua.
A linguagem é a base para o conhecimento da língua. Trata-se de uma realidade
imaterial e mental que, nos seus limites, se confunde com o próprio pensamento. Ela é
inacessível por se constituir como um universo de abstrações (BIDERMAN, 2001a, p. 13).
27
A língua, como instituição social, influencia a comunidade lingüística na qual estão
inseridos seus falantes e influencia o próprio ambiente. Dessa forma, ela desvenda a “visão de
mundo” que existe nas sociedades.
Muito mais do que um meio para a comunicação humana, a língua é considerada um
produto de expressão da cultura. A língua se enraíza na comunidade lingüística e na tradição
cultural que ela reproduz e transmite de geração a geração. Assim, tanto a língua como a
cultura, constituem um saber partilhado pelos membros de uma dada comunidade, transmitido
através do tempo e da história. Dessa forma, ambas inexoravelmente refletem, e refratam,
uma “visão de mundo” da sociedade, a não ser que ocorrências catastróficas como, por
exemplo, uma guerra, possa intervir na estrutura social da comunidade e abalar, ou mesmo
desintegrar tal cultura e sua língua.
Assim, constata-se que a língua pode afetar a sociedade, influenciando e, até mesmo,
controlando a “visão de mundo” de seus falantes. Malberg (1979 apud MONTEIRO, 2000, p.
18) conclui que nossa “visão de mundo” é inteiramente determinada por nossa língua.
De um ponto de vista diferente, ou inverso, também podemos concluir que a sociedade
exerce influência sobre a língua. Basta comentarmos que na Língua Portuguesa possuímos
apenas uma forma de nos referirmos à neve, enquanto na língua dos esquimós muitas
maneiras de expressar este conceito por meio de uma unidade lexical (MONTEIRO, 2000, p.
18). Além disso, também os valores sociais influenciam a língua. Existem vocábulos, por
exemplo, que são considerados tabus e, por isso, geralmente são substituídos por palavras
eufêmicas.
Considerada um sistema de sinais pelo qual o homem procura transmitir suas idéias, a
língua é fenômeno social e cultural que pertence a todos os indivíduos formadores de uma
28
comunidade. Mas, embora diga respeito a todos, a língua é exterior a esses indivíduos que,
por isso, não podem, de pronto, modificá-la, uma vez que ela chega até eles por legado,
sendo-lhes ensinada desde a infância.
Como dissemos, a língua é um meio de influência mútua entre o homem e o ambiente
social, e revela, assim, a “visão de mundo” de cada comunidade lingüística. Porém, como é
por meio da língua que a realidade se transforma abstratamente em signos, as diferentes
realidades vivenciadas darão origem a diferentes manifestações lingüísticas. Cada usuário da
língua a manipula conforme seus conhecimentos lingüísticos e sua situação individual e
sociocultural, por meio da fala e eventualmente da escrita. Porém, essa manipulação não é
total, dado que a língua, como se disse, é uma instituição socialmente herdada, preexistente ao
indivíduo. Assim, a liberdade do homem no exercício da linguagem é circunscrita
(BIDERMAN, 2001a, p. 10 e 11).
A liberdade do indivíduo não é absoluta em nenhum sentido que existem
convenções sociais que regulam o comportamento humano e seu uso da linguagem. O aparato
judicial, por exemplo, estabelece uma série de normas que devem regulamentar o
relacionamento social. Esse aparato constitui um sistema organizado e criado para esse fim,
com práticas sociais codificadas e até mesmo ritualizadas. Fenômeno semelhante ocorre com
a língua, um sistema que possui regras estruturadas e normatizadas que são convencionadas
para disciplinar a interação lingüística.
É sempre oportuno, ao tratarmos da ngua, contrastá-la com outro conceito básico no
domínio da Lingüística, o da fala.
29
1.2 Língua e Fala
A fala é considerada uma prática individual na qual o sujeito atualiza a língua. Já que a
fala é dependente da vontade do falante, ele tem liberdade de criá-la e modificá-la. Cada
usuário da língua realiza a fala de modo pessoal e momentâneo, alterando-a de acordo com
fatores exteriores e psíquicos.
A língua e a fala são dependentes uma da outra ou se complementam. De acordo com
Coseriu (1969, p. 41), “el habla es realización de la lengua, y, por otro lado, la lengua es
condición del habla, se constituye sobre la base del habla y se manifiesta concretamente sólo
en el habla”.
Em Cours de linguistique générale, obra póstuma publicada em 1916, Ferdinand de
Saussure estabelece uma oposição entre língua e fala, em uma de suas clássicas dicotomias.
Ele compara a língua (langue) a um dicionário, do qual cada indivíduo de uma comunidade
lingüística possui um exemplar para retirar dele aquilo que lhe interessa para se comunicar. E
justamente a essa escolha individualizada, a essa atitude individual do falante, Saussure
chama de fala (parole).
Embora a dicotomia langue x parole de Saussure tenha sido muito frutífera para a
Lingüísticado século XX, muitos autores já a reformularam.
De acordo com Ullmann (1964, p. 47), podemos esquematizar as principais diferenças
entre a língua e a fala:
30
Tabela 1. Ullmann
4
LÍNGUA FALA
Código Codificação de uma mensagem
Potencial Actualizada
Social Individual
Fixa Livre
Movendo-se lentamente Efémera
Psicológica Psico-física
As alterações ocorridas na fala, com o passar do tempo, podem vir a ser incorporadas à
língua, desde que elas sejam seguidas por uma parcela considerável de uma comunidade
lingüística. Assim descreve Saussure (1977, p. 196): “Nada entra na língua sem ter sido
experimentado na fala, e todos os fenômenos evolutivos têm sua raiz na esfera do indivíduo”.
E ele ainda nos diz que todo fato de evolução se encontra em dois momentos diferentes: o
primeiro acontece quando a mudança nasce entre os usuários da língua e o segundo, quando
ela vira um fato de língua, idêntico exteriormente, mas aceito por toda a comunidade
lingüística. De tal fato chega-se à conclusão de que “tudo quanto seja diacrônico na língua,
não o é senão pela fala”. (SAUSSURE, 1977, p. 115).
Sincronia versus diacronia é mais uma das dicotomias elaboradas por Saussure. A
diacronia diz respeito às mudanças que acontecem na língua através do tempo. Ela se ocupa
das relações que atrelam termos sucessivos não apreendidos por uma mesma consciência
coletiva e que se substituem sem compor um sistema entre si. a sincronia trata das relações
lógicas e psicológicas que juntam termos coexistentes e formam um sistema, da maneira
como são percebidos pela consciência coletiva (SAUSSURE, 1977, p. 116).
4
A grafia foi mantida como na tabela original.
31
O estudo sincrônico elege um certo estado da língua para isolar e estudar as suas
mudanças nesse determinado período. De acordo com Saussure (1977, 103 e 104), a língua
assume um comportamento tal qual um tronco de árvore em fase de crescimento. De tal modo
que, se houver um corte transversal no tronco, este revelaria uma relação sincrônica entre os
elementos que podemos visualizar na planta e, se fosse feito um corte longitudinal, ele
demonstraria um desenho com uma representação diacrônica do estado da planta.
Saussure vê a língua como uma estrutura
5
, um sistema de signos com regras
combinatórias estabelecidas em diferentes níveis, ou seja, o autor percebe a língua como
sendo um código com total independência do indivíduo que dela se utiliza.
As correntes lingüísticas mais modernas refutam a noção conceitual da língua como
simplesmente um sistema abstrato de formas. Consideram-na, além disso, um fenômeno de
interação social e ideológica.
1.3 Sistema e Norma
Coseriu não foi o primeiro estudioso a discorrer sobre a norma, mas foi ele quem,
remetendo a Ferdinand de Saussure, ampliou a célebre dicotomia langue x parole,
estabelecendo a tríade sistema x norma x fala. Assim, chamou a atenção para o conceito de
norma. Vejamos:
5
A idéia da língua como estrutura é o postulado básico da corrente de estudo da linguagem que surge a partir de
Saussure, seu precursor: o estruturalismo moderno.
32
Figura Sistema, norma e fala 1
Segundo o esquema de Coseriu, a figura central a’-b’-c’-d’ corresponderia ao sistema.
Este coincide com o conceito saussuriano de língua. O que Coseriu chama de língua é o
sistema articulado com suas normas, ou melhor, com suas variantes lingüísticas
(PIETROFORTE, 2003, p. 92).
O sistema seria o componente da língua que abarcaria somente as formas
indispensáveis para garantir o seu funcionamento no processo comunicativo. O sistema, ao
contrário da norma, que é imperativa, seria aberto a um sem número de possibilidades de uso
pelo falante, que ela permite infinitas realizações lingüísticas que não irão afetar a
funcionalidade da língua.
Assim, o sistema seria o conjunto constituído pelas unidades da língua as que estão
em uso e ainda aquelas possíveis de serem usadas – que se relacionam segundo regras
A
B
fala
a
b
norma
a’
b’
sistema
c’
d’
c
d
C
D
33
constituídas de forma tácita pelos próprios usuários da língua e não pelos gramáticos, os quais
apenas as descrevem. Somente ocorrem alterações no sistema se houver mudança no
comportamento lingüístico de toda a sociedade. Como podemos reparar no exemplo que foi
oferecido por Biderman (2001a, p. 20), o sistema se impõe ao falante tal qual a tela e as tintas
ao pintor, que, ao pintar um quadro, o artista não pode escapar de sua tela, nem empregar
cores que não possui, limitando-se às fronteiras da tela e utilizando-se das cores que possui.
Aí sim, seu arbítrio criativo é infinito.
o quadrado a-b-c-d, visto no esquema acima, equivale à norma. A norma seria o
que, dentro da fala, é repetido tradicionalmente e reiteradamente, de forma coercitiva dentro
de certa comunidade lingüística. Ela consiste em um padrão de uso, ou seja, na maneira como
os usuários utilizam o sistema ou código lingüístico.
Acerca da norma, não um consenso entre os lingüistas quanto a uma definição
categórica. Todavia, é sempre inegável o seu caráter social. Isso porque ela tem como fim
garantir os interesses comunicativos da comunidade lingüística e reflete os costumes de sua
comunidade lingüística, uma vez que é produto de uma tradição. De acordo com Bechara
(1999, p. 42 apud MEDEIROS; TOMASI, 2004, p. 20), a norma:
contém tudo o que na língua não é funcional, mas que é tradicional, comum e
constante, ou, em outras palavras, tudo o que se diz “assim e não de outra maneira”.
É o plano de estruturação do saber ideomático que está mais próximo das
realizações concretas. O sistema e a norma de uma língua funcional refletem a sua
estrutura.
A norma lingüística pode ser considerada um sistema de realizações obrigatórias, de
imposições sócio-culturais que variam de acordo com a comunidade na qual se realiza. Dino
Preti (2003, p. 47)
nos diz que o fenômeno segundo o qual os falantes de um grupo social se
exprimem de um mesmo modo e mantêm esse comportamento por gerações como se
houvesse uma verdadeira lei que lhes indicassem a melhor maneira de comunicar-se dentro de
34
seu grupo geográfico e social se estuda sob o nome de norma lingüística.
Qualquer transgressão à gramática, na qual estão descritas as normas de uma
comunidade lingüística, é considerado um desvio. Assim, é a norma a grande força
conservadora da linguagem. A própria comunidade lingüística se incumbe de conservar o uso
que ela mesma estabeleceu se preocupando, constantemente, em submeter sua comunicação à
norma.
Segundo Coseriu, o quadrado A-B-C-D representaria a fala. Como foi exposto, a
fala corresponde ao ato individual que se opõe à língua, que é coletiva. Assim, a fala é a
concretização, a realização do sistema. Por meio da fala, feita por parte dos falantes, a língua
se desempenha como código, instrumento de comunicação.
Em síntese, o sistema é a entidade abstrata e coletiva que permanece memorizada por
falantes de um grupo lingüístico. A norma é padrão coletivo de uso, o modo como os usuários
manipulam a língua, preferindo certas formas e preterindo outras. A fala é a concretização
individual do código lingüístico que é feita pelos participantes de um ato comunicativo.
Enfim, um falante, quando faz uso da língua (sistema) em sua fala, elege padrões de
enunciação que são extraídos da norma.
A Língua Portuguesa pode ser considerada um sistema lingüístico que compreende a
reunião das normas que foram materializadas por intermédio de atos de fala. Esse sistema
compreende e está por todo o tempo sendo submetido a múltiplas variações que podem
ocorrer de acordo com fatores sociais, históricos e culturais que o manipulam
ininterruptamente.
35
1.4 Desempenho e competência lingüística
Do mesmo modo como Saussure estabelece diferenças entre a língua e a fala,
Chomsky diferencia a competência do desempenho lingüístico.
Competência lingüística seria a parte componente do sistema lingüístico a qual é do
conhecimento do usuário da língua, a qual lhe propicia estabelecer o processo comunicativo,
ou seja, é o conhecimento interno que o falante tem da língua. Desempenho é o
comportamento lingüístico do falante que é resultado não da sua competência lingüística,
mas também de fatores extralingüísticos, tais como convenções sociais, atitude emotiva do
emissor com relação ao assunto da mensagem e em relação ao destinatário da mensagem, e,
ainda, o funcionamento dos mecanismos psicológicos e fisiológicos envolvidos na produção
da mensagem etc (PETTER, 2003, p. 15). O desempenho pressupõe a competência, mas o
contrário não ocorre.
1.5 Norma Culta
Como disse Benveniste (1995, p. 27), a sociedade é possível pela língua e por ela,
também o indivíduo. A relação entre a linguagem e a sociedade é visceral, pois desde que
nascemos somos cercados por um mundo de signos os quais necessitamos interpretar. Por
outro lado, tudo o que é produzido a respeito da linguagem acontece, necessariamente, em
instância social. Toda vivência social pressupõe a interação e a comunicação entre os
36
indivíduos. E é principalmente por meio da língua que realizamos esse intercâmbio
lingüístico.
Preti cita uma passagem interessante da obra de Granai (1963, p. 276 apud PRETI,
2003, p. 14) que ressalta o vínculo entre a linguagem e a sociedade:
Enquanto ato, a linguagem entra no fenômeno total, isto é, na própria
existência social, aquém de todas as suas manifestações, suas cristalizações e suas
obras. Ela exprime sempre as relações dos assuntos e o universo simbolizado, ao
qual se refere a experiência dos homens, e que chamamos civilização. O ato de
linguagem e a sociedade considerada como de existência se condicionam
reciprocamente numa relação de implicação mútua que impede que se possa
deduzir um dos termos do outro, a linguagem da sociedade ou a sociedade da
linguagem. A este respeito, quem diz linguagem diz sociedade.
Assim como ocorre em outros setores da sociedade, a linguagem também reflete as
relações de poder socioeconômicas existentes em uma comunidade, ou seja, podemos dizer
que também há uma hierarquia lingüística. Assim, as diferenças sociais resultam em
diferenças lingüísticas. Desse modo, para regulamentar o uso da língua, foi escolhido um
modelo com base nos usos lingüísticos que desfrutam de melhor conceito no seio social da
comunidade para ser usada por todos seus demais integrantes: a norma culta.
A sociedade é organizada de acordo com princípios e regras que enquadram e
condicionam o comportamento dos indivíduos que dela fazem parte. Assim, dentro do campo
da língua, foi estabelecida uma normatização almejando uma padronização de um modelo
lingüístico para a sociedade.
É chamado de norma culta
6
, ou norma-padrão, o ideal lingüístico da sociedade, a
forma lingüística de maior prestígio em uma comunidade. Essa padronização formal é
acompanhada de procedimentos como a codificação operada pelas gramáticas e preservadas
6
A designação norma culta tem gerado certa polêmica que pressupõe uma norma “inculta”, utilizada pelos
indivíduos desprovidos de cultura e, carrega, assim, um aspecto, no mínimo, preconceituoso. Além disso, como é
notório, não é possível que uma parcela de um grupo social não tenha cultura, mesmo que não utilize o padrão
lingüístico mais conceituado pelo resto da sociedade.
37
por instituições sociais como o sistema escolar, o sistema jurídico e o sistema político. A
norma culta é comumente ensinada nas escolas, embora renomados paradigmas educacionais
afirmem que não se deve suprimir a norma popular, usada comumente pelo aluno segundo
situações e contextos. Propõe-se, assim, respeitar ambas as variações, pois elas podem e
devem coexistir para que sejam utilizadas pelo usuário da língua segundo os contextos,
situações e necessidades distintas e particulares.
O estabelecimento desse critério de variedade padrão, artificial e ideal, contrasta com a
heterogeneidade real que existe no comportamento lingüístico (LUCCHESI, 2002, p. 63) e
possui, ao mesmo tempo, uma função unificadora e uma separatista. Une, que se propõe a
reunir os usuários de uma comunidade lingüística em torno de uma variedade de uso,
tomada como língua nacional, e separa, quando opõe essa variedade aos outros usos da
comunidade.
Além disso, o conceito de norma culta carrega outra função simbólica, a de prestígio,
pois cria as características ideais de um modelo padrão a ser imitado pelas variantes correntes.
A variedade padrão também serve como quadro de referência para toda a forma de expressão
e, a partir dela, os usuários da língua em geral são julgados, valorizados ou depreciados, em
termos de seu desvio ou não em relação ao padrão.
A norma culta comporta dois padrões: o formal e o coloquial:
Padrão formal - É o modelo culto utilizado na escrita, que segue rigidamente as regras
gramaticais. Essa linguagem é mais “sofisticada”, tanto porque o indivíduo tem mais
tempo para refletir na forma vocabular como porque a escrita elaborada é valorizada
culturalmente.
38
Padrão coloquial - É a versão oral da língua culta e, por ser mais espontânea, está
menos presa ao rigor gramatical.
Na linguagem coloquial, admitem-se construções que seriam inadmissíveis na língua
escrita. Por outro lado, usos próprios do padrão formal empregados na língua oral costumam
parecer forçados ou artificiais no falar despreocupado do dia-a-dia e configuram um falar
considerado preciosista.
Em uma comunidade lingüística há, além da norma culta, utilizada pelas pessoas
escolarizadas, a chamada norma popular ou subpadrão. Os princípios da norma popular
regulam a linguagem dos usuários menos cultos da língua que se deparam, normalmente, com
situações mais coloquiais, as quais requerem uma linguagem mais simplificada e menor
reflexão na escolha das formas vocabulares a serem utilizadas.
1.6 O Ato comunicacional
No âmbito da Teoria da Informação, Jakobson estuda, em seu ensaio Linguistique et
poétique, os seis fatores que afetam o ato da comunicação, de acordo com o conhecido
esquema abaixo (1969, p. 123 apud FIORIN, 2003, p. 28):
39
Figura Esquema Jakobson 2
No esquema acima reconhecemos:
a) emissor/destinatário: o emissor é o destinador ou o remetente da mensagem, ou seja,
aquele que a transmite; o destinatário seria o receptor da mensagem emitida no ato
comunicacional, aquele que recepciona os signos enviados pelo emissor.
b) contato: veículo ou canal pelo qual a mensagem é transmitida. Segundo Moscovici e Plon
(apud GENOUVIER; PEYTARD, 1974, p. 24): Os canais de comunicação definem-
se pelo meio físico, social, psicológico, pelos meios técnicos aos quais o sujeito
falante tem acesso para fazer com que a mensagem chegue ao destinatário por ele
escolhido”. Percebe-se, assim, que o contato deve ter um sentido amplo, que
ultrapasse o técnico.
c) código: conjunto de sinais e regras de conhecimento que deve ser comum ao emissor e ao
receptor, que permite estabelecer unidades significativas para serem usadas na
expressão da mensagem.
d) contexto: situação ou acontecimento acerca da qual se refere a mensagem emitida.





40
e) mensagem: a mensagem pode ser de dois tipos, de acordo com a relação entre emissor e
destinatário:
- diálogo: a mensagem entre emissor e destinatário é feita de tal forma que emissor e
destinatário a emitem e a recebem alternadamente. Vejamos o seguinte esquema
(GENOUVIER; PEYTARD, 1974, p. 24):
Figura Diálogo 3
- difusão: somente A age como emissor, enquanto os ouvintes têm o papel de receptores, sem
que haja alternância admissível para eles. Esse tipo de mensagem ocorre, geralmente, nos
meios de comunicação tais como os jornais, o rádio etc. Observemos a figura abaixo
(GENOUVIER; PEYTARD, 1974, p. 24):
Figura Difusão 4
Uma outra proposta interessante de esquema comunicativo foi a elaborada pelo
lingüista Shannon (apud BARROS, 2003, p. 26), a qual foi assim reproduzida:
A
B
A
B
C
D
E
41
Figura Esquema Shannon 5
De acordo com o esquema apresentado, a comunicação pode ser entendida
prioritariamente como a transmissão, por parte de um emissor para um receptor, de
mensagens estabelecidas segundo um código específico e, em seguida, transformadas em
seqüência de sinais.
Nessa comunicação, a fonte de ruído pode intervir por todo o processo de informação
fazendo com que diminua a eficácia comunicativa. Os ruídos podem ser compreendidos como
sendo qualquer fenômeno que se superpõe, em diversos graus ou níveis, à transmissão da
mensagem (GENOUVIER; PEYTARD, 1974, p. 27).
Esses ruídos podem ser tanto físicos, como barulhos, problemas no canal
comunicativo etc., quanto psicológicos, tais como distração, medo etc., ou, ainda, culturais,
como problemas no código utilizado na comunicação, falta de conhecimentos em comum etc.
A comunicação lingüística poderá ser realizada por meio da linguagem oral ou da
escrita, embora utilizando-se do mesmo código, ou da mesma língua, a expressão oral seja
fonte de
Informação transmissor receptor destino
mensagem sinal sinal recebido mensagem
fonte de ruído
42
sensivelmente diferente da escrita.
A linguagem oral tende a ser mais espontânea e menos preocupada com a norma culta.
na língua escrita, como não um contato direto entre o emissor e o destinatário da
mensagem, seu caráter tem uma tendência a ser mais abstrato, e seu estilo mais elaborado e
conservador.
É válido acrescentar que para cada um dos fatores que interferem no ato da
comunicação pode ser atribuída uma função da linguagem. Ou seja, cada uma dessas funções
estaria centrada em um elemento do processo da comunicação.
1.7 Funções da linguagem
Jakobson, ao retomar o esquema de Bühler (Teoría del lenguage apud BIDERMAN,
2001a, p. 32) função expressiva/ função apelativa/ função representativa –, acrescenta-lhe
mais três funções. Ele apresenta, então, seis funções da linguagem, quais sejam:
Na função referencial, a qual também pode ser chamada de informativa ou
representativa, o texto segue uma tendência à exposição do contexto, da realidade, da
informação. A mensagem, assim, costuma denotar “coisas reais”, o objeto, deixando de lado o
emissor e o receptor. Tal função se apresenta, principalmente, pela colocação da pessoa e
pelo uso de nomes próprios. A função referencial é muito comum no discurso científico e
jornalístico.
A função emotiva é percebida no texto quando este se centra no emissor, no
remetente, o qual busca transmitir na mensagem os seus sentimentos. Essa função produz no
43
texto um efeito de subjetividade e emotividade, sobretudo pelo uso do pronome em pessoa,
de interjeições e de exclamações. Tem como meta gerar um efeito de proximidade do emissor,
o qual não expõe necessariamente o fato, mas seu ponto de vista e seus sentimentos em
relação ao episódio revelado.
A função conativa, ou apelativa, incide sobre o destinatário da mensagem, agindo
para tentar influenciá-lo. Provoca o efeito de interação com o qual busca convencer, persuadir
o destinatário da mensagem. A função conativa utiliza freqüentemente o imperativo, o
vocativo, os pronomes elocutivos etc.
A função fática centra-se no canal de comunicação. Por isso, ressalta e alimenta
continuamente o contato físico ou psicológico entre o emissor e o receptor da mensagem. Essa
função é interacional e utiliza fórmulas prontas para iniciar ou interromper a comunicação
como, por exemplo, tchau, oi, você está escutando?
A função metalingüística se concentra no código, ou seja, na própria linguagem. A
mensagem, quando impregnada desta função, não faz referência aos objetos do mundo
exterior, mas fala da própria linguagem. Para isso, usa os verbos de existência (ser e estar) ou
de existência da significação (significar, ter o sentido de), geralmente no tempo verbal do
presente do indicativo, bem como outros recursos. Ex: um poema que trate do ato de fazer
poesia.
Finalmente, a função poética surge nos textos que têm como maior tendência a ênfase
na própria mensagem e cuja finalidade comunicativa recai sobre seus procedimentos formais.
Esses textos usam recursos no plano da expressão, principalmente as formas de reiteração de
sons, como rima, ritmo, entonação etc.
Segundo Biderman (2001a, p. 40 e 41), a função poética sobrepõe-se a todas as outras
44
funções da linguagem, que, por meio dela, a língua deixa de ser simplesmente um
instrumento de comunicação e expressão no sentido usual para comunicar e expressar a beleza
das formas, dos sons e dos sentidos.
Para visualização das funções lingüísticas, é adequado o seguinte esquema de
Jakobson (BARROS, 2002, p. 32):
Figura Funções da linguagem 6
Cada uma dessas funções da linguagem pode ocorrer simultaneamente no discurso,
sem que haja hierarquia entre elas.
1.8 O Léxico e as Palavras
As tentativas de se encontrar uma definição suficientemente apropriada para palavra
REFERENCIAL
(centrada no contexto ou referente)
EMOTIVA POÉTICA CONATIVA
(centrada no remetente) (centrada na mensagem) (centrada no destinatário)
FÁTICA
(centrada no contato)
METALINGUÍSTICA
(centrada no código)
45
desencadearam muitos debates entre os lingüistas. Vejamos a observação que faz Biderman
(2001a, p. 100) a respeito da palavra:
É certo, porém, que a noção de palavra varia conforme o nível de
consciência do falante. Nas nossas culturas ocidentais, herdeiras do patrimônio
greco-latino, ao lado da intuição espontânea, se sobrepõe a longa tradição
gramatical acima referida, em que o individou aprendeu a isolar palavras, a
identificá-las e a apor-lhes rótulos. Provavelmente esse falante comum ficará
surpreso ao saber que os lingüistas não sabem definir a palavra, nem tampouco
delimitá-la.
Em um congresso internacional sobre lingüística, chegou-se a ponto de haver uma
proposta radical de banimento da noção de palavra e de sua substituição pelos termos
sintagma lexicalizado e sintagma semi-automatizado.
As teorias mais antigas costumavam abordar o tema semanticamente ao conceituar as
palavras como sendo as menores unidades significativas da fala. Hoje, sabe-se que tal
definição cabe aos morfemas.
Biderman, amparada na teoria de Sapir –Whorf, afirma que o conceito de palavra não
tem um valor universal se cada língua delineia de forma diferente a realidade e a molda em
categorias lingüísticas e mentais particulares. Por conseguinte, a unidade léxica deve ser
delimitada, identificada e conceituada dentro de cada língua distinta.
A palavra é de tal forma decisiva para a estrutura de uma língua que precisamos de um
ramo da Lingüística para especificamente estudá-la: a Lexicologia.
1.8.1 Lexicologia
A Lexicologia é a disciplina que, dentro da Lingüística, tem por objetivo o estudo
científico do léxico. Para isso ela procura determinar a origem, a forma e o significado das
46
palavras que constituem o léxico de uma língua bem como o seu uso na comunidade dos
falantes. Assim, por meio da Lexicologia torna-se possível observar e descrever
cientificamente as unidades léxicas de uma comunidade lingüística. De acordo com Haensch:
“Chamaremos lexicologia a descrição do léxico que se ocupa das estruturas e regularidades
dentro da totalidade do léxico de um sistema individual ou de um sistema coletivo.” (1982, p.
93) A Lexicologia se diferencia da Lexicografia, ciência instrumental que tem como
finalidade a elaboração ou compilação de dicionários.
O conjunto de palavras de uma língua é denominado como léxico. Podemos dizer que
o léxico está em constante movimento, dado o fato de que palavras se tornam arcaicas, outras
são incorporadas, outras mudam seu sentido, e, tudo isso, de forma gradual e quase
imperceptível. O sistema léxico de uma língua traduz toda a experiência cultural acumulada
por uma sociedade através do tempo, ou seja, o léxico de uma língua pode ser considerado
como o patrimônio vocabular de uma comunidade lingüística através de sua história, um
acervo que é transmitido de uma geração para a geração seguinte.
que um dos principais problemas da Lexicologia vem a ser a definição de palavra,
pois o termo é considerado demasiadamente impreciso, como visto há pouco, nessa disciplina,
especialmente, tem-se optado por usar unidade léxica. Esta expressão tem um significado
mais geral e mais preciso por não estar contaminada pelos usos da língua geral.
A unidade mínima de significação, com conteúdo e expressão, é chamada de morfema.
Harris (apud BIDERMAN, 2001, p. 125) propôs que o morfema poderia constituir a base de
análise de uma língua, uma vez que os enunciados constituem uma somatória de morfemas e a
palavra, ou lexema, seria irrelevante. Embora os lingüistas em geral não tenham chegado ao
extremismo de Harris em relação à palavra, é certo que o conceito de morfema é mais preciso
que o de palavra.
47
O usuário da língua utiliza o léxico de uma língua, esse inventário aberto de palavras
disponíveis no seu idioma, para a formação do seu vocabulário, para sua própria expressão no
momento da fala e para a efetivação do processo comunicativo. Assim, o vocabulário de um
indivíduo caracteriza-se pela seleção e pelos empregos pessoais que ele faz do léxico. Quanto
maior for o vocabulário do usuário, maior a possibilidade de escolha da palavra mais
adequada ao seu intento expressivo.
De acordo com Biderman (2001c, p. 158), na medida em que as comunidades
lingüísticas vão aperfeiçoando o seu conhecimento da realidade, também criam novas técnicas
e ciências. O desenvolvimento científico ocasiona, assim, a ampliação do repertório de signos
lexicais, a qual é ocasionada pela criação de novos termos que procuram abarcar os conceitos
que vão surgindo. “O patrimônio lexical que as línguas estão constituindo documenta a
acumulação do conhecimento humano na contemporaneidade.” (BIDERMAN, 2001c, p. 159)
Enquanto o conhecimento humano se sofistica, vão surgindo sistemas léxicos
complexos, denominados de terminologias científicas. A Lingüística possui um ramo
específico para o estudo das terminologias da ciência, a saber, a Terminologia.
1.8.2 Terminologia
A Terminologia é um ramo da Lingüística aplicada que estuda os termos concernentes
a uma ciência, ou a uma disciplina literária ou artística. De acordo com Biderman, as
terminologias científicas “são sistemas classificatórios baseados em modelos científicos,
oriundos da estruturação do conhecimento em modelos conceptuais por meio dos quais se
organiza cada uma das ciências” (2001c, p. 159).
48
A Terminologia moderna surge somente no século XX com os estudos de E. Wüster, o
qual pretendia superar os inúmeros obstáculos de comunicação profissional que são
ocasionados por fatores como imprecisão, diferenciação e polissemia em relação à linguagem
natural.
Basicamente, a Terminologia se encarrega da tarefa de analisar a expressão lexical
formal da organização dos conhecimentos científicos, técnicos e tecnológicos, ou seja, os
termos técnico-científicos. Mais especificamente, o objetivo da Terminologia é
decribir formal, semantica y funcionalmente las unidades que pueden adquirir valor
terminológico, dar cuenta de como lo activan y explicar sus relaciones com otros
tipos de signos del mismo distinto sistema, para hacer progresar el conocimiento
sobre la comunicación especializada y las unidades que se usan en ella. (CABRÉ,
1999, p. 124)
O uso da terminologia científica tem um desempenho efetivo na comunicação
profissional, uma vez que uma ciência se torna legítima ao atribuir aos seus conceitos uma
denominação específica:
No caso das denominações técnicas, o componente lexical especializado
permite ao homem denominar objetos, processos e conceitos que as áreas
cientificas, tecnológicas e jurídicas criam e delimitam conceitualmente. Do mesmo
modo, o léxico especializado contribui para expressar princípios e propósitos que
constituem e animam diferentes áreas sócias e profissionais. É o caso, por exemplo,
da terminologia jurídica, que auxilia o Direito a estabelecer suas determinações
normativas, entre outros aspectos. (KRIEGER; FINATTO, 2004, p. 16).
O componente lexical especial, que possui muitas particularidades, é utilizado tanto na
expressão oral como na escrita, na redação de artigos, manuais etc. Geralmente, a face
peculiar do discurso especializado é notável por características como precisão, objetividade e
uso sistemático de termos técnico-científicos.
A precisão é uma condição necessária para a comunicação eficaz entre os profissionais
de uma área técnico-científica. O uso de termos especializados surge, então, como uma
necessidade evidente para a organização discursiva desses profissionais. Assim, dentro do
discurso de especialidade, os termos possuem duas funções: a de representação e a de
49
transmissão do conhecimento científico. E é justamente o termo o objeto essencial do estudo
da Terminologia, já que esse campo do saber tem como gênese a necessidade cientifica de
expressão de seu conhecimento.
Não existe uma unanimidade acerca do conceito de termo. Bem explica Adelstein
(1998, p. 67) quando nos mostra as diferentes concepções atribuídas a essa entidade:
En efecto, en la bibliografia se ha utilizado término para referir realidades
distintas, por ejemplo:
a) unidad lingüística própria de uso en dominios de especialidad o propia
de los lenguajes de especialidad;
b) unidad léxica própria de los dominios de especialidad;
c) unidad semiótica de los dominios especializados (tanto unidades
lingüísticas como no lingüísticas);
d) parte formal de una unidad semiótica de especialidad;
e) parte formal (o parte “significante”) de una unidad lingüística de
especialidad.
Vamos considerar que o termo, ou unidade terminológica, é um componente
constitutivo da produção do saber que possui características que favorecem a precisão
vocabular da comunicação técnico-científica. Qualquer unidade lexical pode se tornar um
termo quando se adapta aos propósitos de uma determinada área do saber. Além disso, os
termos sofrem os mesmos processos e transformações típicos do sistema lingüístico,
equiparando-se, assim, a uma unidade do léxico comum.
A linguagem especializada não consiste, simplesmente, na presença de termos técnico-
científicos, mas se configura no conjunto que os reúne aos diversos recursos lingüísticos
usados em um ambiente específico de comunicação.
O texto especializado é o instrumento ou o resultado de uma atividade
comunicativa socioprodutiva especializada. Compõe uma unidade estrutural e
funcional (um todo) e está formado por um conjunto ordenado e finito de orações
coerentes pragmática, sintática e semanticamente ou de unidades com valor de
oração, que, como signos lingüísticos complexos de enunciados complexos do
conhecimento humano e das circunstâncias complexas, correspondem à realidade
objetiva. (HOFFMANN, 1998, p. 77 apud KRIEGER; FINATTO, 2004, p. 113).
50
É interessante anotar que a terminologia jurídica é a mais antiga linguagem
profissional de que se tem conhecimento. Miguel Reale comenta: “Os juristas falam uma
linguagem própria e devem ter orgulho de sua linguagem multimilenar, dignidade de que bem
poucas ciências podem invocar”. (1987, p. 08)
1.9 Considerações sobre a Sociolingüística
Como dissemos, a língua age como um instrumento de interação entre cada usuário
e a sociedade na qual está inserida, assim, a relação entre língua e sociedade é visceral e
inegável.
Os usos lingüísticos variam geograficamente, socialmente e historicamente. Assim,
três parâmetros: social, geográfico e histórico.
O parâmetro social, no qual ocorrem as variações diástricas, são correlatas aos grupos
sociais. Tais variedades ocorrem num plano vertical, dentro da linguagem de uma
comunidade específica (urbana ou rural). Atentemos para o esquema de Preti (2003, p. 24)
abaixo:
51
a
c
g
d
e
f
b
h
linguagem
comum
a c e g i
b d f h j etc.
AB Eixo horizontal das variantes geográficas: falares
urbanos e rurais.
Ab, cd, ef, gh, ij, etc. Eixos verticais das variantes
socioculturais. Podem ocorrer em qualquer ponto do eixo
geográfico.
Figura Variedade sociocultural 7
O parâmetro geográfico, no qual ocorrem as variações diatópicas, são correlatas aos
lugares. Elas se dão, segundo Preti (2003, p. 24), em um plano horizontal da língua, ou seja,
na concorrência das comunidades lingüísticas. As variedades diatópicas são responsáveis
pelos regionalismos, os quais provêm de dialetos ou falares locais. Observemos a figura
(PRETI, 2003, p. 24) a seguir:
A B
C D
ABCD: Limites da comunidade lingüística
Abcdefgh: Falares locais
Figura Variedade geográfica 8
B
A
52
O parâmetro histórico, no qual ocorrem as variações diacrônicas, são correlatas ao
falante ou ao grupo a que ele pertence. Tais variedades podem ser analisadas de acordo com
categorias como idade, sexo, raça, profissão, posição social, grau de escolaridade, local em
que o falante reside na comunidade etc. De tal forma, a carreira de um profissional da área
jurídica pode vir a determinar amplamente a maneira como ele utiliza a sua língua.
Essas variedades no uso da linguagem podem acarretar conseqüências no modo de as
pessoas se comportarem diante de outro falante. Calvet (2002, p. 72) desenvolve o conceito de
segurança lingüística e insegurança lingüística:
Fala-se de segurança lingüística quando, por razões sociais variadas, os
falantes não se sentem questionados em seu modo de falar, quando consideram sua
norma a norma. Ao contrário, insegurança lingüística quando os falantes
consideram seu modo de falar pouco valorizador e têm em mente outro modelo,
mais prestigioso, mas que não praticam.
Desse modo, podemos considerar que existem vários modos de dizer a mesma coisa e
há formas mais prestigiosas do que outras. Essas condutas podem ser vistas, ao mesmo tempo,
como um fenômeno lingüístico e social, já que existe uma relação de forças subjetivas que se
refletem diretamente nos falantes da comunidade lingüística.
Além disso, é válido salientarmos que a norma culta é acionada que se atribui
legitimidade a uma forma, que tem como parâmetros alguns critérios, tais como os de
prestígio, de status social etc.
Para Bourdieu (1990, p. 41 apud Calvet, 2002, p. 107), muito mais que simples
comunicação de sentido, os discursos são signos de riqueza, signos de autoridade. Eles são
emitidos para serem avaliados e obedecidos e, dessa forma, a estrutura social está presente no
discurso. Ou seja, por intermédio da linguagem, podemos reconhecer e diferenciar um
indivíduo de diferentes grupos sociais em uma comunidade lingüística, além de seu grau de
escolaridade, sua nacionalidade e naturalidade, sua condição econômica ou social, fato este
53
que pode vir a ser usado para discriminar ou estigmatizar o usuário da língua.
Temos variável lingüística no momento em que duas formas diferenciadas permitem
nos referirmos a uma mesma “coisa”, ou, ainda, quando dois significantes têm, em comum, o
mesmo significado e as diferenças entre os dois possuem um caráter estilístico ou social. Um
exemplo de variável lingüística, utilizado por Calvet (2002, p. 103), é: toalete, reservado,
banheiro, latrina wc ou sanitário. Para se determinar a que função corresponde tais variáveis,
poderíamos utilizar diversos critérios como, por exemplo, o da faixa etária. Ou seja, o juízo de
que os jovens provavelmente, e supostamente, usariam banheiro, os adultos wc, enquanto os
idosos, reservado. Pelo critério das classes sociais, imaginaríamos que a classe social de
maior poder aquisitivo utilizaria, preferencialmente, o termo toalete, enquanto a mais
desfavorecida, latrina. Porém, na utilização desses critérios, o uso é sempre presumido, já que
um falante ou um grupo de falantes pode utilizar qualquer uma dessas variáveis justamente
para infringir a norma.
No caso da apreciação pelo critério, temos a utilização involuntária e inconsciente da
variável lingüística, enquanto, no segundo caso, o uso é consciente e voluntário, e merece
uma apreciação social.
A variação lingüística pode ser decomposta em variação social e variação estilística
(LABOV apud LUCCHESI, 2002, p. 67). A variação social diz respeito às diferenças
observáveis nas falas das diferentes camadas sociais (alta, média, operária etc.), enquanto a
estilística faz referência à variação que é observada no falante de acordo com a situação na
qual ele se encontra (espontânea, formal etc.).
O dialeto ou nível culto é aquele eleito pela própria comunidade como sendo o que
ostenta maior prestígio. Ele reflete um nível cultural que todos os falantes querem alcançar. O
54
dialeto social culto prende-se mais às regras da gramática tradicional, confundindo-se até com
a própria norma culta da língua, daí ser muito mais conservador. Ele costuma ser utilizado em
situações mais formais e seus usuários são escolarizados. A linguagem do nível culto é
artificial e conservadora.
O dialeto culto opõe-se ao dialeto ou vel popular, o qual é mais passível de sofrer
alterações provenientes da linguagem popular. Esse dialeto conta com o desprestígio sicial. O
nível normal atua como intermediário entre o nível culto e o popular.
Observemos o gráfico que nos oferece Preti (2003, p. 36):
55
c
Padrão lingüístico
Maior prestígio
Situações mais formais
Falantes cultos
Literatura e linguagem escrita
Culto Sintaxe mais complexa
DIALETOS Vocabulário mais amplo
SOCIAIS Vocabulário técnico
Maior ligação com a gramática e com a língua dos
escritores
etc.
Comum
Subpadrão lingüístico
Menor prestígio
Situações menos formais
Falantes do povo menos cultos
Popular Linguagem escrita popular
Simplificação sintática
Vocabulário mais restrito
Gíria, linguagem obscena
Fora dos padrões da gramática tradicional
etc.
Figura Dialetos sociais 9
56
O ambiente, ou fator situacional, no qual ocorre o ato comunicacional também pode
influenciar o nível da linguagem, ou seja, a situação criada pela ocasião, lugar e tempo nos
quais a comunicação se dá, e, além disso, o vínculo que reuniu o falante e o ouvinte naquele
momento.
Inseridas no nível culto da linguagem, podemos encontrar algumas vertentes
interessantes:
A linguagem técnica e científica é uma modalidade próxima do nível culto, que se
ampara na gramaticalidade para imprimir imagem de precisão, rigor e neutralidade ao seu
discurso. Os vocábulos utilizados nessa linguagem podem ou não ser idênticos aos da
linguagem comum, mas, neste caso, deverão ter um sentido monossêmico e preciso.
A variante de linguagem burocrática é notada pelo uso da norma culta, de
perífrases, do jargão, de expressões excessivamente técnicas, de formalidades de tratamento e
pela ausência de espontaneidade e de gírias. Se a burocratização no uso da linguagem tiver
como intuito torná-la ininteligível para alguns, gera obscuridade e contraria uma função
primordial da linguagem que é a da comunicação. (MEDEIROS; TOMASI, 2004, p. 29 e 30)
O nível normal da linguagem seria o que se desvia das formalidades e dos
rebuscamentos lingüísticos. É exemplo dele o estilo de texto utilizado pelos jornalistas.
A linguagem popular é uma variante cujo maior objetivo é a comunicação clara e
eficaz da mensagem. Por isso, tende a ser mais informal e espontânea. Essa linguagem é
considerada desprestigiada e estigmatizada.
57
1.10 Noções de estilo
Bally (1951 apud Guiraud, 1970, p. 74) usa como referência Saussure ao aceitar que a
linguagem expressa nossos pensamentos e idéias, mas acrescenta à sua teoria o argumento de
que esta não seria sua única função. Para ele, a linguagem, além de refletir a realidade, a
refrata, ou seja, lhe confere um tipo de deformação cujo germe é a natureza de cada usuário da
língua, o eu. O que compõe o eu seria a parte afetiva de cada ser, as emoções, os sentimentos,
os impulsos e os desejos.
Estilística é um campo da Lingüística que analisa todos os elementos de uma obra ou
da linguagem falada, o efeito de sentido que o escritor ou falante deseja comunicar ao leitor
ou receptor do discurso falado e os termos, torneios estilísticos e estruturas complexas que os
tornam mais ou menos eficazes. Pretende estabelecer princípios capazes de explicar os
motivos que levam um indivíduo ou um grupo social a selecionar expressões particulares no
uso da linguagem, a socialização desses usos e a produção e recepção dos significados.
No dizer de Guiraud (1970, p. 35), “a retórica é a estilística dos antigos”. Nilce
Sant’anna Martins (2000, p. 03) nos diz que somente no século XX a Estilística surge como
disciplina integrante da Lingüística. Ela ainda destaca que quatro tipos de Estilística: a do
som, a da palavra, a da frase e a da enunciação. Em nossa pesquisa nos interessa a Estilística
da palavra. De acordo com a professora (2000, p. 71), a Estilística Léxica investiga a face
expressiva das palavras relacionadas aos seus componentes semânticos e morfológicos, os
quais não podem ser separados dos sintáticos e contextuais.
Segundo Martins (2000, p. 01), a Estilística é um ramo da Lingüística que se volta
para o fenômeno da linguagem e que tem como objeto principal o estilo. O conceito de estilo,
58
segundo Mounin (1997, p. 158 e 159), não seria suscetível de definição absoluta, já que é:
“[...] um fenômeno humano de grande complexidade. É a resultante
lingüística de uma conjunção de fatores múltiplos, em que todas as hipóteses
evocadas têm o seu valor. [...] Se algum dia se chegar a atribuir ao estilo uma
fórmula, há-de ser uma fórmula extremamente complexa. Todas as reduções
lapidares da definição do estilo podem ser e permanecer como empobrecimentos
unilaterais. Não damos ainda por findas as nossas tentativas para compreender o
porquê do efeito que certas obras m sobre nós. Nesta encruzilhada onde talvez
compreendamos o por que é que certo poema nos envolve e nos possui e nos toca
de determinada maneira, tem que haver uma convergência de causas lingüísticas
formais, mas também de causas psicológicas, psicanalíticas, históricas,
sociológicas, literárias, etc. E será indubitavelmente o conjunto que poderá dar
conta dessa coisa ainda muito misteriosa que é a função poética: por que é que
certas mensagens produzem em nós efeitos incomensuráveis com os de todas as
outras espécies de mensagem que cotidianamente recebemos.”
O estilo reflete a força emotiva que o indivíduo usa na ngua para adaptá-la ao modo
mais eficaz de exteriorização de seus sentimentos. Essa tonalidade emotiva da palavra pode
ser inerente ao seu conteúdo semântico ou ser resultante de seu uso particularizado, ou seja,
decorrência do contexto em que é utilizada, da sua entonação, de algum recurso gráfico
(aspas, grifos etc.).
De acordo com Lefebvre (1983, p. 357 apud POSSENTI, 1988, p. 187-188):
As noções de estilo que encontramos em nossa leitura da literatura sobre o
assunto revela duas tendências. Num caso, os estilos são considerados como
códigos dentre os quais os locutores de uma comunidade lingüística podem operar
uma escolha apropriada à situação, tanto do ponto de vista social quanto cultural,
situação definida por uma lista de fatores cujo número e configuração variam de
uma comunidade a outra. Estas escolhas estão igualmente disponíveis aos locutores.
No segundo caso, os diferentes estilos utilizados por uma mesma pessoa são
considerados como distanciamentos em relação a seu estilo de base, o vernáculo. A
noção de estilo é aqui definida numa dimensão, a do grau de atenção dispensado
à linguagem. Para ter um estilo adequado a uma situação dada, o locutor deverá,
nesse modelo, prestar mais atenção à linguagem do que em outra situação.
Lapa (1988, p. 09) nos diz que as palavras desempenham papel diferenciado no
discurso, ou seja, têm maior ou menor importância umas que as outras. Isso porque elas se
encontram submetidas a escalas de valores expressivos. Devem-se diferenciar as palavras
reais (lexemas), que têm em si a responsabilidade de dar sentido à frase, tais como o
substantivo, o adjetivo e o verbo, dos instrumentos gramaticais (morfemas), os quais são
compostos por todos os outros elementos de relação e precisão, como o artigo, as preposições
59
etc. As palavras reais sobressaem muito em comparação aos instrumentos gramaticais
principalmente devido à sua força expressiva.
Os elementos emotivos são de grande valia para os estudos lingüísticos. Vejamos a
tonalidade afetiva das palavras.
As palavras de significado afetivo são aquelas que manifestam um estado psíquico
emotivo. Elas podem ser adjetivos (amoroso, gentil) ou substantivos abstratos (amor,
gentileza). Ex: O belo poema me enterneceu.
As palavras que exprimem um julgamento manifestam uma apreciação pessoal e têm
sua afetividade expressa por meio de uma qualidade positiva ou negativa, valorizadora ou
depreciativa. Em geral, ocorrem em adjetivos que atribuem uma qualificação positiva ou
negativa, em substantivos abstratos, entre outros. Ex: O policial teve uma atuação corajosa.
O elemento de avaliação carrega a palavra com um significado complexo no qual se
pode verificar um valor substantivo ou verbal mais um valor adjetivo ou adverbial. Utilizando
o exemplo de Nilce Sant’anna Martins (2000, p. 80), a palavra castelo, além de ter o
significado de moradia, agrega o valor de ostentação e riqueza. a palavra casebre
geralmente carrega um significado semântico oposto, desvalorizativo.
O sentido avaliativo relacionado a afixo pode ser avaliado, por exemplo, no uso da
palavra politicagem, em que o uso do sufixo agrega um valor pejorativo à palavra política.
As palavras evocativas têm sua tonalidade afetiva determinada por sua origem ou por
sua variedade lingüística. Os estrangeirismos, os arcaísmos, os neologismos, os termos
dialetais, as gírias são exemplo desse tipo de palavra.
Os grupos fraseológicos, frases feitas ou locuções estereotipadas são os nomes com os
60
quais se podem designar uma reunião de palavras na qual os elementos se encontram tão
intimamente ligados para exprimirem um determinado sentido que tal uso em conjunto torna-
se convencionado.
A coesão entre esse conjunto de vocábulos pode ser mais ou menos íntima. Chamam-
se série fraseológica os grupos de palavras nos quais a coesão é apenas relativa e unidade
fraseológica quando essa coesão é absoluta.
Lapa (1988, p. 59) comenta que as locuções estereotipadas são uma herança do
passado e, freqüentemente, contam com arcaísmos em sua construção.
61
2. A LINGUAGEM E O DIREITO
A natureza interdisciplinar de nossa investigação aos poucos precisa ser reconhecida.
E embora saibamos que no caso em questão o encontro da área jurídica com a Lingüística
pareça-nos pertinente, é sempre um desafio aproximar áreas distintas. De qualquer modo,
expusemos alguns pressupostos teóricos da Lingüística que, acreditamos, constituem
fundamentos para o trabalho de avaliação do vocabulário jurídico que empreenderemos mais
adiante, por meio de um corpus selecionado. Avancemos, agora, no reconhecimento sumário,
mas necessário, do meio jurídico, na descrição de alguns de seus aspectos e de sua prática.
Contemplemos também um pouco a própria linguagem jurídica. Reconheçamos que se por um
lado a feição ornamental da linguagem do Direito parece ser respaldada por uma tradição, por
outro sofreu ataques contundentes, foi objeto de escárnio por parte de grandes escritores da
literatura brasileira do século XX, os quais parecem ter acusado seu caráter passadista e
antiquado.
A palavra é o instrumento essencial de trabalho do profissional do Direito. Já houve
até quem dissesse que o Direito é, por excelência, entre as que mais o sejam, a ciência da
palavra”. (XAVIER, 1982, p. 1). Com efeito, é por intervenção dela, seja escrita, seja falada,
que é consumada a maioria das atividades do ofício jurisdicional: aconselhar, peticionar,
defender, acusar, provar, absolver, condenar, entre tantas outras.
A palavra é o principal recurso à disposição de advogados e promotores para exercer
sua função (CHALITA, 1999). Por intermédio dela os fatos ingressam no horizonte jurídico.
O advogado, quando expõe à autoridade representativa do Estado uma situação
62
conflitante em que está envolvido um cliente, o faz por meio de uma petição inicial escrita.
Nas palavras que usa nessa petição o advogado busca enquadrar um caso concreto dentro da
norma jurídica pertinente, usar a linguagem técnica jurídica e persuadir o juiz competente de
que a parte por ele representada na lide
7
detém a razão.
Em outra situação, um advogado que defende um acusado de ter cometido um crime
doloso contra a vida, em seu discurso perante o ri, busca ganhar o pronunciamento a favor
de seu cliente “seduzindo” (CHALITA, 1999) os jurados, convencendo-os por meio de suas
palavras. Até mesmo o juiz que soluciona o litígio com sua decisão final, a sentença, a
compõe por escrito, expondo os fatos e motivos que o levaram a tal decisão.
Nehemias Gueiros, citado por Rosa (1972, p. 67), admite que “é no oficio de usar a
palavra, esgrimando-a no argumento e na persuasão, que os advogados praticam a arte da
advocacia”. Assim, o conflito entre as partes processualmente litigantes é muitas vezes
decidido por aquele que melhor e mais claramente expõe sua posição ao juiz e, nesse sentido,
as técnicas persuasivas são de grande valia aos profissionais do Direito. Para aperfeiçoar seu
discurso, eles costumam lançar mão de recursos da tradição da Oratória e da Retórica.
Vale salientar que o Direito abarca mais de doze séculos de evolução, tendo sido por
um período relativamente longo calcado no costume, ou seja, nas normas que se fundamentam
na prática, em detrimento da escrita. Assim, as técnicas orais, que adquiriram grande
importância para o profissional do Direito desde seu período inicial ou pré-clássico
8
, deixam
suas marcas estáveis no discurso jurídico até os dias atuais, como veremos mais adiante.
7
Entenda-se lide por conflito de interesses submetido ao pronunciamento do Estado.
8
Período evolutivo que tem como base o Direito Romano e transcorre entre a data da origem de Roma até a da
Lei Aebutia, cuja data exata é incerta, mas situa-se provavelmente entre 149 e 126 a.C. Dessa época, nenhuma
obra escrita completa chegou até os dias atuais, de tal forma que a Filologia serve como importante instrumento
para a reconstituição das regras e princípios vigentes naquele período.
63
2.1 Oratória e Retórica
A Oratória é considerada uma subdivisão do gênero literário prosa, podendo ser
definida como a expressão artística de uma seqüência de juízos pessoais ou alheios dirigida a
um grupo de ouvintes a fim de persuadi-los (MONTEZUMA, sd, p. 86). Ela pode ser
nomeada sacra, quando utilizada em sermões, panegíricos etc., ou profana, nos discursos
judiciário, parlamentar, acadêmico etc. A qualidade fundamental do orador é a eloqüência e o
conjunto de regras a que ele deve submeter sua elocução, visando a dar ao seu discurso beleza
e eficácia, tem o nome de Retórica.
A Retórica, como arte persuasiva e recurso de convencimento, foi objeto de estudo
desde a Antigüidade Clássica e, em seu início, ligava-se às técnicas jurídicas. De acordo
com Roland Barthes, a Retórica se originou na Magna Grécia, em cerca de 485 a.C., como
arte de falar em público. Barthes ainda nos informa que seu aparecimento é relacionado com a
defesa do direito da propriedade, o qual, na época, era muito precário. Foi a partir disto que
surgiram as primeiras escolas de Oratória com o escopo de ensinar às pessoas a acusarem e a
se defenderem perante os tribunais da época.
Aristóteles (384 a.C a 322 a.C.), filósofo grego do período clássico (séculos VI a.C. ao
I d.C.), dividiu em três os gêneros da Retórica: judiciário, deliberativo e demonstrativo, em
sua obra Retórica.
Ainda sobre os gêneros da Retórica, Roland Barthes (2001, p. 75-76) comenta que
“Dos gêneros acima [judiciário, deliberativo e demonstrativo], é o judicial que melhor foi
comentado na Antigüidade; a árvore retórica prolonga-o para além dos seus vizinhos”.
64
Henrich Lausberg (1967, p. 67) explica o estudo retórico da seguinte forma:
Como “retórica em sentido lato”, entende-se a “arte do discurso em geral”,
que é exercida por qualquer indivíduo activamente participante na vida de uma
sociedade; como “retórica em sentido restrito”, deve compreender-se a arte do
discurso partidário (exercida especialmente diante dos tribunais), a qual desde o
século V a.C. constitui-se objeto de ensino.
Quanto aos elementos do discurso, lê-se:
São três os gêneros da retórica, do mesmo modo que são as categorias de
ouvintes dos discursos. Com efeito, um discurso comporta três elementos: a pessoa
que fala, o assunto de que fala e pessoa a quem se fala; e o fim do discurso refere-se
a esta última, que eu chamo o ouvinte. (1998, p. 42)
Na Idade Média, a Retórica era considerada uma disciplina indispensável no sistema
educacional. Porém, a partir do final do século XIX, o sentido original da Retórica acabou por
se perder, sendo então deslocado para uma espécie de função embelezadora do texto, que
ocorria por meio de palavras raras, laudatórias, orações cheias de figuras de estilo e
adjetivação e, no caso do discurso jurídico, até de brocardos latinos. Toda a Retórica viu-se
reduzida simplesmente à Elocutio, parte da techne rethorique. De tal forma, foi-se criando
uma idéia pejorativa da Retórica. Adilson Citelli (1989, p. 15) afirma:
As figuras de linguagem e os torneios de estilo ganharam faixa própria,
encobrindo, muitas vezes, as insuficiências das idéias. Por isso, ainda hoje, persiste
um pouco a visão negativa da retórica como sinônimo de enfeite do estilo e vazio
das idéias. É verdade que muitas organizações discursivas confirmam tal visão.
Note-se, por exemplo, certas petições de advogados, ou ainda, aqueles célebres
discursos de formatura [...].
E ainda:
Em conseqüência do Romantismo, a atitude tradicional em relação à
retórica foi substituída por hostilidade. A ênfase nas qualidades e na inspiração
pessoais afastou o gosto literário das regras retóricas e preceptísticas. A palavra
“retórica” passou a significar, então, na linguagem corrente, o cuidado excessivo
com o aspecto técnico e o exagero dos elementos formais e ornamentais.
(CHALITA, 1999, p. 76)
Um texto retórico passou a ser associado a uma expressão verbal baseada em efeitos
“embelezadores”, aos exageros do rebuscamento da linguagem. Há, é verdade, uma nova
Retórica, interessada em retificar essa concepção tradicional. Seu surgimento se deu com o
65
Tratado da Argumentação: a nova retórica, do filósofo do Direito e lingüista belga Chaïm
Perelman (1996), que resgatou a Retórica como argumentação e técnica de persuasão e
centrou-se nas questões relativas à prova, defendendo a razão prática. Enfim, a Retórica, com
Perelman, ressurge, não mais restrita ao exame de figuras de linguagem, mas com seu campo
de análise ampliado ao avaliar todas as manifestações discursivas, do ponto de vista
argumentativo. Perelman, vinte séculos depois de Aristóteles, define igualmente a este a
Retórica como sendo uma técnica de persuasão: “O objeto desta teoria é o estudo das técnicas
discursivas que permitem provocar ou aumentar a adesão de espíritos às teses apresentadas ao
seu assentimento.” (1996, p. 05)
2.2 A Linguagem Jurídica no Banco dos Réus
Na sociedade brasileira, o discurso jurídico, em especial, foi muito influenciado pela
Retórica tradicional, e, por isso, continuou resistente às transformações. Essa resistência se
torna perceptível, por exemplo, na permanência do uso dos brocardos jurídicos
9
incluídos nos
discursos orais ou escritos. O uso desse latinismo é considerado um modo conciso e elegante
de expressão, além de revelar a “verdade jurídica” em poucas palavras (FRANÇA, 1977).
É compreensível que, por isso, o profissional do Direito seja visto como um falante
que conduz a língua a um certo patamar de solenidade expressiva ou excessiva “mesura
verbal”. Em linhas gerais, é bastante perceptível uma feição discursiva “peculiar" no interior
da prática jurídica.
9
No dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Brocardo é definido como: “termo jurídico. axioma ou aforismo
jurídico” e no Vocabulário jurídico, de Plácido e Silva: “denominação dada aos adágios ou aforismas jurídicos”.
66
Para darmos alguma noção da imagem que se criou dos profissionais do Direito em
relação à sua fala erudita, temos um exemplo curioso. O Mini-dicionário de sinônimos da
editora Melhoramentos (s.d., p. 77) propõe algumas acepções aos verbetes relacionados aos
bacharéis. Que se atente, principalmente, para o terceiro significado:
bacharel sm 1 bacharelado. Ex: Formou-se bacharel em Letras. 2 Pop. Advogado. 3
Fam. tagarela, falador, linguarudo.
bacharelar vi 1 tagarelar, palavrear, parolar. vpr 2 formar-se, colar grau (de
bacharel).
bacharelismo sm palavreado, tagarelice, palavrório, falação. [grifo nosso]
Ou seja, ao título de graduação oferecido ao acadêmico jurídico o dicionário atribui
um comportamento de juízo pejorativo, situado na conduta discursiva, ou seja, na
manifestação lingüística.
Parece que tal impressão de que o discurso jurídico é “empolado” e aborrecedor tem
origem bastante remota. Segundo Rodrìguez, em sua obra Curso de argumentação jurídica
(2004, p. 09), o imperador Cláudio teria falado a Hércules que ele teria preferido limpar os
estábulos de Áugias, o que significava um de seus doze trabalhos, a fazer a administração da
justiça e, assim, ouvir a argumentação dos advogados.
Embora uma parcela dos juristas tenha percebido a utilização exagerada de
“ornamentos” no texto jurídico e, conseqüentemente, tenha proposto uma linguagem expressa
em um estilo novo, claro e preciso, muitos permaneceram arraigados às raízes da tradição
lingüística ornamental. Percebemos, inclusive, na perspectiva de outros profissionais alheios
ao Direito, a visão estereotipada e deturpada na qual ainda continuam figurando os técnicos
do Direito, como se nota na abordagem do psicólogo judiciário J. P. Porto-Carrero citado por
Eliasar Rosa (1972, p. 125 – 127):
67
O despacho dos papéis, no Foro, está cheio de um ritual que por vezes se
torna ridículo aos não familiarizados ao cerimonial forense. Regras que, um dia,
tiveram a razão de ser, vocábulos que foram outrora de uso comum, persistem, apesar
de inadequados e obsoletos, através de séculos, como manobra de neurótico, ou
normas de ritual religioso. [...] Mas se as próprias leis punem a falsificação das provas
e o suborno, não até hoje medida contra a oratória comovente ou demagógica, que
visa vencer com o apelo da emoção, não à razão, nem meio legal para impedir o
sofisma da argumentação que pode levar o incauto a decidir contra a justiça.
Rui Barbosa, conhecidíssimo orador e renomado advogado, famoso também por sua
trajetória na política brasileira do século XIX e XX, pode ser considerado um dos maiores
representantes do discurso jurídico, caracteristicamente rebuscado. De Oração aos Moços
(1988, p. 11), uma de suas mais conhecidas obras, recolhemos algumas frases ilustrativas do
seu estilo:
Todo o bom magistrado tem muito de heróico em si mesmo, na pureza
imaculada e na plácida rigidez, que a nada se dobre. Não tergiverseis com as suas
responsabilidades, por mais atribulações que vos imponham, e mais perigos a que
vos imponham. [...] O povo é uma torrente, que rara vez se não deixa conter pelas
ações magnânimas. A intrepidez do juiz, como a bravura do soldado, o arrebatam e
fascinam.
A. Tenório D’Albuquerque, grande admirador de Rui e autor da obra A Linguagem de
Ruy Barbosa (193–), revela-nos, em meio a muitos elogios, certas características da
linguagem do autor:
Conseguimos reunir passante de quatro mil vocábulos empregados pelo
exímio escritor baiano ainda não dicionarizados. Grande foi a apanha, quando se
considera a sua contribuição para os nossos léxicos, talvez escassa se julgarmos que
ainda é assaz elevada a quantidade sobejante para arrecadar. (D’ALBUQUERQUE,
193–, p. 19).
Nos seus pareceres, nas suas petições, em todos os seus arrazoados, Ruy
Barbosa acumulava citações, apresentava um labor que demandava fatigosa
seqüência de horas de estudo, não escrevia a trouxe-mouxe. Apesar disso, ele se
alongava, com uma distensibilidade surpreendente, a ponto de acoimarem-no de
perluxo. (D’ALBUQUERQUE, 193–, p. 62).
Esplendente, a translumbrar-se com suas galas, modelarmente castiça, com
uma extasiante opulência léxica, com a magia de um inofuscável estilo
personalíssimo, de pureza inultrapassável, emprego dos vocábulos com uma
propriedade inexcedível, eis, em síntese, a linguagem de Ruy Barbosa, o mais
clássico e feraz de nossos escritores. (D’ALBUQUERQUE, 193–, p. 63).
A adjetivação de Ruy Barbosa era farta, abundosa e, sobretudo,
variadíssima. Como Gustavo Flaubert e Victor Hugo, o Mestre Baiano
68
escrupulizava-se no selecionar as palavras, já para engastá-las nas frases, com
propriedade, para não haver repetição, forcejando por não demonstrar
paupérrimo léxico. [...] Nas páginas de Ruy, com freqüência se nos deparam, a
deslumbrar-nos, períodos em que os substantivos estão seguidos de dois, três e
quatro adjetivos, a esclarecer a idéia, pormenorizando-a. Em outros, enseja-se-nos
aso para extasiar-nos com o uso de dois, três ou quatro verbos lado a lado,
apresentando-nos uma gradação de grande efeito, um clímax belíssimo, sobretudo
em linguagem oral. (D’ALBUQUERQUE, 193–, p. 75).
Como modelo para os juristas, a linguagem de carga eminentemente rebuscada de Rui
Barbosa foi, e é, imitada pelos “colegas”. Vide Silvio de Macedo (1986, p. 218), jurista, o
qual ressalta que “são exemplos, ainda, de estética jurídica, no nosso país [...] as argüições
constitucionais de Rui Barbosa”. Tal situação, somada ao fato de ser a área jurídica
demasiadamente conservadora e tradicional, traz como resultado o vocabulário conservador
de grande parte dos bacharéis com traços claramente obsoletos em relação à fala usual.
Uma tradição que nos demonstra o conservadorismo do universo jurídico é a ilustrada
pelos trajes utilizados neste meio. É de praxe que os homens atuem em juízo sempre de terno
e gravata, as mulheres preferencialmente trajando saia. Em certas audiências, muitos juízes
ainda preferem a toga. José Francelino de Araújo (2001, p. 35) cita o famoso jurista Roberto
Lyra quando este nos relembra esses símbolos:
É prerrogativa do advogado o uso das vestes talares. E quanta
responsabilidade pesa sobre seus ombros, quando em debate judicial ele agita o
branco, o preto e o vermelho de suas franjas na luta pela vida do Direito. O anel,
outra insígnia da profissão, é de ouro e rubi, tendo, de um lado, a balança e a espada
e, de outro, as tábuas da lei. A cor do rubi é a do sangue dos que morreram pelo que
nos faz viver.
Na literatura, o estilo formal e rebuscado do discurso dos juristas ficou caricaturado,
sendo objeto de caracterizações pejorativas por parte de alguns escritores. Graciliano Ramos
(1970, p. 118-119), por exemplo, um crítico das formas retrógradas, ornamentais e
estereotipadas, no conto A Testemunha, do livro Insônia, apresenta a personagem Gouveia
travando contato com figuras da Justiça:
Em seguida, a voz rolou sonora, gorgolejada, cheia de adjetivos
compridos. Era apenas uma pergunta, mas tão enfeitada que se perdia, como essas
69
cruzes de beira de estrada, invisíveis sob fitas e flores de papel. [...] Falavam-lhe
do crime agora, mas com palavras antigas, algumas evidentemente mal
empregadas, outras de significação desconhecida. [...] O promotor se remexia, um
sujeito razoável que bocejou perguntas e passou Gouveia às unhas dos advogados.
O primeiro tossiu, grunhiu, mostrou as gengivas num sorriso preso e se declarou
satisfeito. O segundo usou várias expressões pedantes. E Gouveia se atordoou, teve
a impressão de que o achatavam, machucavam numa prensa. Acuado entre o sorriso
do primeiro bacharel e o pedantismo do segundo, julgou-me um idiota, meteu os
pés pelas mãos, disparou, correndo frases, indiferente ao juiz que se arreliava e
coçava o queixo.
Mário de Andrade (1928), na Carta pras Icamiabas, de Macunaíma, incorpora a
linguagem ornamental jurídica como um dos elementos para uma grande elaboração paródica.
Oswald de Andrade, citado na obra Vanguarda européia e modernismo brasileiro (TELES,
1985, p. 326), o mais combativo e irreverente dos modernistas, no Manifesto Pau-Brasil, faz
uma alusão ao uso da linguagem feito pelos juristas:
O lado doutor, o lado citações, o lado autores conhecidos. Comovente. Rui
Barbosa: uma cartolana Senegâmbia. Tudo revertendo riqueza. A riqueza dos bailes
e das frases feitas. Negras de Jockey. Odaliscas no Catumbi. Falar difícil.
O lado doutor. Fatalidade do primeiro branco aportado e dominando
politicamente as selvas selvagens. O bacharel. o podemos deixar de ser doutos.
Doutores. País de dores anônimas, de doutores anônimos. O Império foi assim.
Eruditamos tudo. Esquecemos o gavião de penacho.
Na obra-prima de outro importante escritor brasileiro, O Coronel e o Lobisomem de
José Cândido de Carvalho (1964, p. 20), notam-se observações irônicas e depreciativas em
relação aos profissionais das leis. Em uma delas, entrevê-se uma alusão à postura discursiva
forense: “As questionações do Foro, a lengalenga dos doutores fizeram de Ponciano um
andarilho”.
Além dos escritores da literatura brasileira, os profissionais da área jornalística
também evidenciaram indícios de rebuscamento e ornamentação na linguagem forense. De tal
forma que, como citamos na introdução do trabalho, os jornais com maior circulação da
cidade de São Paulo publicaram uma série de artigos que tratavam do “juridiquês”, ou seja, da
complicada linguagem usada no meio jurídico.
Além dos intelectuais, a própria sociedade, ao ficar desorientada, condena o uso de tal
70
dificuldade lingüística:
Não por gosto, mas por necessidade, a funcionária pública Clória Castillo,
50, pacientemente transpôs a “incomunicabilidade” jurídica. Durante um processo
de separação, ela aprendeu que “incomunicabilidade” é uma cláusula para impedir
que um bem seja dividido com o marido ou com a mulher do herdeiro beneficiado.
“Você até deduz o significado de algumas expressões, como impenhorabilidade’,
mas, em geral, eu vivia cheia de dúvidas, fragilizada. Tinha de pesquisar e me
virar”. Em oito anos de litígio, ela buscou esclarecimento onde pôde. Ia até o
fórum, lia, estudava os termos jurídicos. “Não quero generalizar, mas os advogados
com os quais tive contato falavam de um jeito arrogante. Não explicavam muito,
não.” (
HELVÉCIA, 2005, p. 01)
A par desse julgamento generalizado, os próprios juristas começam a reprimir o
referido rebuscamento retórico. Doutrinadores e formadores de opinião passam a prescrever
uma linguagem mais clara e precisa:
O data vênia melífluo, a cada ligeiro discordar; o aliás douto mesureiro,
cada breve apreciação; o excelência turiferante, para cá; o digníssimo salvo
conduto, para lá; o egrégio, o culto, o mui ilustre, o abalizado, o mestre... e tantas
outras expressões desse malabarismo habitual formam o meloso condimento com
que o lisonjeiro de polpa prepara e confeita os seus pratos apetecidos... (NETO,
1946, p. 463, grifo do autor).
No dizer de Eliasar Rosa:
Aliás, qualquer pessoa medianamente compreensiva pode bem avaliar o
que de irritante e soporífero para o juiz haverá numa petição mal feita. Sem os
cuidados da “toilette” profissional. [...] Redundante. Obscura. Recheada de citações
impertinentes. De muito latim. De canhestra literatice. E, até mesmo, de vulgares e
grosseiras intemperanças de linguagem. (1972, p. 41).
Ronaldo Caldeira Xavier aponta-nos que:
O jargão profissional, todavia, não pode nem deve encapsular-se num
hermetismo vocabular somente acessível a iniciados. Em muitos dos papéis que
tramitam pelo nosso Fórum, diariamente, sob a falsa roupagem de tecnicismo,
mais engrimanço, mais preocupação com os efeitos pirotécnicos da palavra do
que com um compromisso real com a profundidade científica. (1982, p. 11).
E há profissionais do Direito que condenam o uso retórico exagerado:
Não há campo que use mais palavras desnecessárias que o das lei, na
opinião do advogado Rui Fragoso, 47, da Comissão de ensino da OAB-SP. Ele diz
que o uso pernóstico do português é tão anacrônico quanto o anel da advocacia
embora o ensino do Direito ainda não reflita mudanças. “O advogado deve ser
moderno e confiável. O jargão inspira confiança nos incautos”. Fragoso afirma
que ainda se verifica um excesso de expressões em latim e brocardos (aqueles
provérbios jurídicos), quando a meta é clareza e concisão. “A pretensa erudição
esconde a ausência de conhecimentos da língua e de argumentos. Sentença ou
71
petição boa é aquela que o leigo entende.” (
HELVÉCIA, 2005, p. 01)
Mais especificamente, a prolixidade nas petições jurídicas foi alvo, também, de
críticas dos doutrinadores, como percebemos no seguinte trecho da mesma obra de Xavier
(1982, p. 4 e 5):
Ou então, ao avesso, é a graforréia desenfreada, filha ilegítima da
desorganização mental e da afetação ingênua de um suposto saber jurídico. O
exemplo, dado a seguir, fala por si mesmo. Trata-se da defesa de uma pessoa,
acusada de apropriação indébita, encaminhada por certo advogado ao Superior
Tribunal Militar. Eis alguns trechos:
“O alcançador Conselho Especial de Justiça, na sua apostura
irrepreensível, foi correto e acendrado no seu decisório. É certo que o Ministério
Público tem o seu lambem largo no exercício do poder de denunciar. Mas nenhum
labéu o levaria a pouso cinéreo se houvesse acolitado o pronunciamento absolutório
dos nobres alvazires de primeira instância.”
Verbo à rédea solta, prossegue o falador:
“A sentença apelada é de enche-mão e vegeta. Mereceu, por isso, o
imbatível confirmatório dessa corte. Explica-se sem repechos. A empresa de (cita o
nome do cliente), depois da persecutio criminis em espécie, não deixou de prestar
seus serviços aos impávidos heiduques do Exército Nacional. [...] Um varão com
essas qualidades de escol, alciônico e respeitador, iria cometer um estelionato que é
cometimento próprio dos zafimeiros e dos calafanjes do pior felpo? Seria capaz de
lesar o acervo pecuniário da administração militar?
A sentença da Justiça Militar, que absolveu em primeira instância o cliente
do advogado, foi por este classificada como “um elóquio revelador de equilíbrio
aporegmático no exame do fato e pode encerrar, quando muito, um sombrio
colorido étnico, sonante, apenas, nos cromos do chamado direito penal
disciplinador”.
Recentemente, em maio de 2003, o jurista Miguel Reale, em uma conferência na qual
foi abordada “A Parte Geral do Novo Código Civil”, acabou nos mostrando mais uma
iniciativa dos profissionais do Direito no sentido de modernizar a linguagem forense, quando
nos expôs a seguinte consideração: “para elaborar o texto, preferiu-se a linguagem coloquial
dos advogados e juízes, uma fala espontânea, em vez de uma linguagem rebuscada” (NOVO
CÓDIGO..., 2003, p. 01).
O fato de que na elaboração de um documento com tamanha importância como o
Código Civil brasileiro tenha havido a preocupação com a linguagem clara é de notável
importância na busca da simplificação do discurso jurídico.
72
Outro acontecimento de bastante destaque foi o fato de a Associação dos Magistrados
Brasileiros (AMB) ter participado dessa tentativa de se contrapor ao que se chama
juridiquês
10
, como pudemos perceber nos comentários apresentados no Jornal dos
Magistrados, citado em nossa introdução (cf. p. 14). O ingresso da AMB nessa empreitada
chamou a atenção da imprensa paulista para o fato. Além disso, atualmente mais de um
simpósio sobre o assunto já aconteceu em nível nacional.
Podemos perceber que, além da população em geral, manifestações por parte dos
próprios integrantes da área jurídica contra o exagero na ornamentação vocabular e a presença
de uma linguagem desatualizada, obsoleta. Assim, muitos doutrinadores aconselham o uso de
uma linguagem mais clara. Apesar disso, podemos notar que muitos outros profissionais ainda
vêm preferindo o uso de uma certa pompa redacional:
Sem embargo das regras modernas de comunicação, não se pode despojar
de um mínimo de solenidade a linguagem do Direito. A precisão técnica,
expressada com elegância e cortesia, assegura o respeito dos órgãos julgadores,
promoventes, colaboradores e auxiliares da Justiça. (PINHO, 1999, p. 25).
Ou, ainda:
Nada é mais árido que um estilo despojado por inteiro de figuras e
preocupação com a estética da linguagem, pois são estes elementos que conferem
exatamente o importantíssimo efeito psicológico e expressional. Como aconselha
Agenor Fernandes Gadelha, todos devem usar a palavra com acerto e expressão;
alguns com “esmero e arte”, mas o advogado, “como dizia o grande Horácio: recte,
bene et pulchre”. (XAVIER, 1982, p. 11)
Até mesmo nos manuais de modelos de petições, tão freqüentes nos dias atuais,
percebemos alguns resquícios de linguagem ornamental e tradicional na propositura da ação,
como observamos nestes fragmentos de um modelo de petição inicial para propositura de
Ação Revisional de Alimentos:
10
Vide, inclusive, reportando-se a essa denominação, os anexos 1, 2 e 3.
73
Modelo de Petição
Exmo. Sr. Dr. Juiz da Vara de Família e Sucessões
Objeto: Ação Revisional de Alimentos por Dependência para a Vara de
Família e Sucessões
__________, brasileiro, separado judicialmente, atualmente
desempregado, domiciliado na Rua________, ____, apto. ___, Bairro_____,
nesta capital, por seu procurador firmatário (doc. 01), que na forma do art. 39 do
CPC, receberá intimações no seu escritório, na Av______, ___, conj. ___, nesta
capital, vem, com o máximo acatamento, propor AÇÃO REVISIONAL DE
ALIMENTOS contra_____________ e _____________, brasileiras, a primeira ex-
esposa e a segunda filha do demandante, domiciliadas na Rua________, ___, Bl.
___, apto. _____, nesta capital, pelos motivos cticos e de direito a seguir
explicitados:
PRELIMINAR
Antes da apresentação dos fatos do mérito por V. Exa., para maior
esclarecimento da questio, pede vênia o requerente para apresentar a seguinte
preliminar.
..............................................................................................
O autor ingressou, em data de ________, no MM. Juízo da ___ Vara de
Família e Sucessões, nesta capital, com Ação de Conversão de Separação Judicial
em Divórcio contra a ré, cujo feito encontra-se sobrestado, em razão de o casal
separando ter prometido doar à única filha um terreno urbano [...]
Deveria a retificação ser efetuada pelo colega que fez o inventário, ou a
Sra. _____ e sua genitora outorgarem procuração a outro advogado ou, como foi
pedido, ao patrono do autor, ora signatário.
Nenhuma das duas moveram uma palha em favor deste assunto; ao
contrário, se recusaram a dar procuração, apesar da insistência do requerente, como
já foi levado a conhecimento do ilustre Dr. Juiz da ____Vara [...]
..............................................................................................
Com a propositura da conversão em divórcio a ilustre procuradora, [...]
enquanto aguardava-se a boa vontade da divorcianda em cumprir junto com o
requerente a doação, informou o demandante ao digno Juiz da _____ Vara de
Família e Sucessões determinados fatos ou atos necessários ao esclarecimento da
demora, como se vê das petições acostadas como docs. 08, 09 e 10.
Tendo a ré voltando a insistir em seu equívoco (doc.11), o DD. Juiz
mandou ouvir o MP, tendo o seu ilustrado Representante ratificado a manifestação
anterior, de fl.____(doc. 12) e exigido a doação sob pena de não prosperar a
conversão.
..............................................................................................
Diante da omissão propositada da de não facilitar a retificação da área
do imóvel a ser doado para registro, constituindo-se verdadeira obstaculização à
realização da Justiça, o requerente autorizou ao patrono, ora signatário a postular
como informa a petição, em doc. 14, em apenso.
..............................................................................................
Julgando caso parecido ao ora em debate, a Colenda Câmara Cível do
Egr. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, sendo relator Des. Athos Gusmão
Carneiro, juiz que dignifica a magistratura brasileira, como desembargador,
como ministro do STJ ou como jurista, seus votos sempre mereceram o maior
respeito dos lidadores do direito, reduziu a pensão, como se vê da ementa infra:
..............................................................................................
6. Em razão da modificação das condições econômicas do requerente,
demitido e desempregado, não tem meios de se manter, vivendo às expensas da
atual companheira, Sra_________
..............................................................................................
74
Salta aos olhos a grande injustiça e é gritante a diferença em favor da e
o prejuízo que está levando o requerente à extrema pobreza.
..............................................................................................
9. Comentando o art. 400 do CC que trata dos alimentos o eminente J. M.
Carvalho Santos [...] Diz mais o festejado mestre:
..............................................................................................
A ação revisional é, ainda, meio próprio para alteração em prestação
alimentícia decorrente de acordo entre as partes, matéria que enseja decisões
mansas e pacíficas em nossos Tribunais [...]
..............................................................................................
Ad argumentandum, no caso em tela não se trata de alimentos
provisórios, [...]
..............................................................................................
Ex positis, forte nos arts. 282 do CPC, c/c arts. 400 e 401 do CC e § do
art. 13 e do art. 15 da Lei nº 5.478/68, requer a V. Exa. a presente com os
documentos que a instruem e se digne:
a) [...]
b) determinar a suspensão imediata da obrigação da pensão alimentícia,
LIMINARMENTE, em face da prova monolítica apresentada de estar o requerente
desempregado e sem poder manter a família com a qual vive atualmente;
..............................................................................................
(ARAUJO, 2001, p. 46-54, grifo nosso).
Podemos visualizar um exagero de adjetivos laudatórios, expressões latinas e vícios de
linguagem, tais como arcaísmos e preciosismos. Tal caso torna-se especialmente preocupante
devido ao fato de se encontrar em uma obra que se propõe a oferecer modelos de textos,
exemplos a serem seguidos pelos profissionais da área jurídica. E a situação também deixa
transparecer uma força ainda existente no sentido de dar continuidade a essa tradição
vocabular.
2.3 Questão Terminológica sobre a Linguagem Forense
Se até nos ofícios mais corriqueiros sentimos a necessidade de uma linguagem com
vocabulário preciso, que se dirá do campo das ciências? As áreas científicas utilizam termos
específicos que dizem respeito aos conceitos e atividades deste mesmo domínio. Como
explica o jurista Miguel Reale (1987, p. 08): “Cada ciência exprime-se numa linguagem.
75
Dizer que há uma Ciência Física é dizer que há um vocabulário da Física”.
O Direito, ciência
11
dialética por natureza, é uma área que requer termos e expressões
precisas em sua linguagem como um todo. Assim, possui uma infinidade de vocábulos
específicos utilizados no âmbito de sua atualização profissional. Eles fazem parte da chamada
linguagem cnica jurídica. Ela é a linguagem que tem origem na teoria do Direito, ou seja,
possui uma estrutura teórica profunda, que é recheada de conceitos científicos garantidos
pela doutrina jurídica.
No que tange aos termos da linguagem jurídica, Petri (2001) os chama de “termos de
pertinência jurídica exclusiva” e explica que seriam aqueles que não possuem sentido a não
ser para a comunidade lingüística jurídica, para a qual teriam, como função exclusiva, dar
nome às noções do Direito. Diz ainda a autora:
Na língua, estes termos constituem um lote definido, por exemplo:
anticrese, sinalagmático. Eles são as primeiras testemunhas da linguagem do
direito. Concorrem, freqüentemente, para criar o obstáculo lingüístico. Mais
radicalmente, a reunião desses termos exclusivamente jurídicos constituem o
cego de um vocabulário especial, próprio do direito. E é revelando a existência, no
seio da língua, de um vocabulário jurídico, que se revela a existência de uma
linguagem do direito da qual o vocabulário é, entre outros, um elemento de base.
(2001, p. 40)
Paralelamente a esses termos, percebemos, na grande parte dos textos do universo do
Direito, uma linguagem recheada de componentes estilísticos próprios do meio a que
podemos chamar ornamentais e rebuscados. Rodríguez (2004, p. 214) utiliza, para definir
esses vocábulos que aparecem exclusivamente em textos jurídicos, e que, todavia, não fazem
parte do universo dos termos técnicos, a palavra jargão
12
:
11
A ciência do Direito pode ser definida como um estudo rigoroso da técnica jurídica, elaborado por juristas,
com vistas à orientação da prática legal a qual utiliza conceitos jurídicos. muitas divergências acerca do fato
de o Direito ser ou não uma ciência. Para a consideração de ele ser uma ciência, consultar autores como Savigny
(responsável pela criação do conceito de ciência do Direito), Kelsen e Norberto Bobbio.
12
Rodrigues comenta que o “Dicionário Aurélio, ao definir uma das acepções de jargão como gíria profissional,
traz como ilustração interessante texto de Lima Barreto, retirado da obra Histórias e Sonhos, de que aqui nos
apropriamos: Para eles (os doutores javaneses) é boa literatura a que é constituída por vastas compilações de
76
[...] O jargão tem as mesmas funções: de diferenciar aqueles que o conhecem
daqueles que o ignoram e de evitar que estes últimos compreendam a mesma
linguagem. [...] O jargão jurídico são aquelas palavras que não constituem nenhum
arcabouço técnico, apenas um meio específico de os profissionais de determinada
área se expressarem. Talvez nem fosse necessário, ao leigo mais atento, mostrar
que algumas substituições de linguagem seriam extremamente cabíveis para deixar
o discurso mais claro sem prejudicar-lhe minimamente o sentido original, como:
exordial ministerial = denúncia [...]
Assim, a linguagem técnica é caracterizada como sendo carregada de sentido técnico,
o que, conseqüentemente, a possibilita a se mais individualizada e distinguir-se do uso
corrente da linguagem. Já o jargão, diversamente, diferencia-se da linguagem comum sem que
tenha respaldo técnico. Além disso, a utilização do jargão não se caracteriza como
competência lingüísticas, mas como um ruído grave na comunicação, ao afastar o interlocutor
no lugar de trazê-lo para o contato comunicativo.
Wartburg e Ulmann (1975, p. 104 106), exemplificando uma determinada situação
profissional da Medicina, dizem que, muitas vezes, ao conversarem livremente a respeito de
doenças usarão várias expressões técnicas em lugar da linguagem comum que normalmente
seria empregada. E é dessa forma que a língua profissional é transportada para a esfera da
gíria.
Percebemos que, segundo tais autores, os termos da linguagem profissional os quais
não são pertencentes ao campo técnico-científico poderiam ser chamados de gíria. A gíria é
considerada um idioma pertencente a uma determinada camada da sociedade a qual é usada
para esconder declarações e enunciações aos que não são iniciados.
cousas de sua profissão, escritas laboriosamente em um jargão enfadonho com fingimento de língua arcaica’”
(2004, p. 216, grifos do autor).
77
2.4 O Vocabulário Jurídico em Ação
Parece que é chegada a hora de identificarmos melhor o espaço de interface entre a
Lingüística e o Direito que interessa aos propostos específicos de nossa investigação. Trata-se
de apontar alguns aspectos do processo comunicacional no interior da prática forense segundo
uma perspectiva que destaca a peculiaridade do vocabulário forense.
Dentro da complexidade processual jurídica, muitas vezes a comunicação do
advogado se por meio do uso de petições jurídicas. Ele, ao redigir uma petição, atua como
emissor, agente transmissor da expressão jurídica. O advogado opera como o codificador da
mensagem recebida por seu cliente a justificativa do pedido judicial - utilizando, para isso,
um código
13
, a chamada linguagem forense. Ele se expressa em linguagem escrita utilizando a
terminologia específica do Direito.
O canal, ou veículo, de difusão dessa mensagem será a petição jurídica e seu
destinatário é o juiz de Direito. Esse, ao receber a mensagem já codificada pelo advogado, a
aprecia e emite finalmente seu parecer: a sentença. Ao receber a sentença, o advogado
novamente é utilizado pelo cliente para decodificar aquela mensagem.
Observe-se o quadro exemplificativo desse processo:
13
É interessante expor que se, no decorrer de um processo, o código utilizado por uma parte processual não for
do conhecimento dos demais, como no caso dos mudos, surdos-mudos, analfabetos ou estrangeiros, a legislação
recomenda o uso de peritos ou intérpretes para a elucidação de todas as mensagens comunicacionais.
78
Cliente Advogado Juiz
recebe e codifica recebe e decodifica
Figura Codificação/ Decodificação 10
Assim, atuando como codificador e decodificador das mensagens do cliente e do juiz,
o advogado deve receber uma procuração
14
do cliente, porque é por intermédio dela que ele se
torna seu “representante”, dentro do universo legal das reivindicações. Por meio dessa
procuração, o advogado adquire o ius postulandi
15
, ou seja, o direito de postular em nome do
cliente.
O ambiente de uma audiência judicial padrão
16
é flagrantemente representativo dessa
relação comunicativa. No decorrer dela, o advogado transmite ao juiz o pedido de seu cliente,
ainda que esteja o requerente sentado na mesma mesa. Fato idêntico ocorre com a parte
contrária. O juiz, quando pronuncia sua decisão, tem sua declaração “decifrada” pelos
advogados para os clientes. Tal qual um intérprete. Note-se:
14
Documento legal no qual se registram os poderes dados a um advogado por aquele que o contrata para tratar
de suas questões de ordem jurídica.
15
Poder de atuar e de falar no rito processual em nome das partes. “Tal poder é atribuído, como regra,
exclusivamente a técnicos do Direito, legalmente habilitados.” (SANTOS, 1993, p. 362)
79
Adv
1
A C
Figura Audiência 11
A linguagem jurídica deve ser precisa, objetiva, denotativa. Assim sendo, faz uso da
função referencial. Porém, a escolha vocabular no texto jurídico também pode vir carregada
de preocupação com a sonoridade das palavras e seu ritmo, voltando-se, dessa forma, para a
função poética da linguagem (DAMIÃO; HENRIQUES, 2000, p. 22). Além disso, devido ao
fato de que o texto do Direito muitas vezes volta-se especificamente ao receptor da mensagem
para persuadi-lo, cerca-se das características básicas da função conativa da linguagem.
O uso da codificação lingüística no meio jurídico nem sempre ocorre como em outras
formas de comunicação especializada, que, por vezes, tal codificação torna-se exagerada.
Como enfatizamos anteriormente, o excesso de rebuscamento lingüístico pode tornar a
linguagem do Direito inacessível, adquirindo características de um código secreto,
absolutamente impermeável aos ouvidos dos destinatários do discurso coloquial. E isso
ocorre, comumente, quando tal fato não é necessário. Respaldando tal argumento, observemos
a recomendação da professora de Redação Forense da Universidade Mackenzie, Regina
16
Existe mais de um tipo de ritual forense em audiências. Exemplo disso são as audiências que ocorrem nos
Juizados Especiais Cíveis ou Criminais, nas quais é desnecessária a presença do advogado.
C = cliente
A = advogado
J = juiz
80
TEMPO
Toledo Damião (MATOS, 2004, p. 157):
No diálogo durante uma audiência, por exemplo, um juiz usa
uma linguagem, na hora de redigir uma sentença, outra. Veja o termo
Vossa Excelência. Juridicamente, não podemos abreviá-lo e se
estamos nos referimos ao juiz, temos que usar maiúsculas. Quem não
sabe dessas coisas está fora da profissão, é como um código de
segredo. - Regina Toledo Damião, professora da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.
Figura Saussure 12 (SAUSSURE, 1977, p. 93)
lingüística possam, de forma direta, transformá-la. Existe a impossibilidade completa de a
língua se proteger das forças sociais que agem por intermédio do tempo, modificando-a.
As mudanças na língua revelam-se em diversos níveis e, em geral, acontecem de
maneira gradual. No entanto, em relação ao nível lexical tal fenômeno ocorre de modo
diferenciado, pois o léxico é um sistema que se mantém aberto e que está em constante
expansão. Elementos tais como a criatividade dos usuários da língua, o contato com outros
grupos sociais e culturais e o desenvolvimento léxico-científico fazem das mudanças lexicais
as mais perceptíveis nas línguas.
O uso do léxico na redação dos profissionais do Direito é bastante incomum, podendo
ser considerado como desvio à norma léxica. que popularmente um bom vocabulário faz
presumir um bom conhecimento (RODRÍGUEZ, 2004, p. 207), é provável que os
Para embasar teoricamente tal fenômeno,
podemos reportar-
nos, mais uma vez, ao clássico
Curso de lingüística geral,
de Ferdinand de
Saussure, no tocante aos princípios gerais da
natureza do signo lingüístico. Saussure (1977, p.
89) chama de princípio da
Imutabilidade e
Mutabilidade do Signo
a idéia de que a língua se
modifica sem que os usuários da comunidade
Língua
Massa
Falante
81
profissionais jurídicos se excedam no uso de palavras raras para que haja a presunção de
terem um vocabulário vasto e, portanto, erudição. Além disso, existe a presunção de que a
“aquilo que assume a melhor forma é o que tem mais conteúdo” (RODRÍGUEZ, 2004, p.
213) o que faz crer que, quanto mais ornamental e rebuscado for o uso da língua em
determinada situação lingüística, mais ele cria a impressão de maior conhecimento acerca da
matéria sobre a qual o emissor disserta.
Se, por um lado, o uso de palavras inusitadas, tais como preciosismos e arcaísmos,
almejando efeitos estéticos, causa bastante estranheza, pode também ser considerado um
exagero proposital do uso da norma culta.
Para imprimir status elevado ao seu discurso, e ser considerado possuidor de uma
forma de maior prestígio, o profissional jurídico tem como tradição a utilização de um
vocabulário conservador e incomum, causando, dessa forma, um ruído comunicacional e
aprofundando o afastamento entre o Judiciário e a sociedade.
Porém, acreditamos que o patamar da linguagem culta diferencia-se da linguagem
preciosa, falsamente pomposa (RODRÍGUEZ, 2004, p. 216 e 217), e que palavras difíceis não
significam diretamente competência lingüística. Tal fato ocorreria porque, uma boa redação
tem a ver com fluência e objetividade.
A linguagem do Direito utiliza o dialeto culto em suas manifestações orais e escritas.
Provavelmente porque o padrão da norma culta, utilizado nesse dialeto, se encontra bastante
associado a uma forma lingüística com fins ao mesmo tempo estetizantes e retóricos
(BAGNO, 2005, p. 94), que é bastante característica do discurso jurídico.
Embora no contexto jurídico predomine a linguagem culta a qual pressupõe
competência lingüística aprimorada o discurso do Direito deve se adaptar às circunstâncias
82
temporais e utilizar uma linguagem mais dinâmica, funcional e atrelada à realidade. Afinal, a
língua não tem como característica a de ser estática, que sempre modifica sua constituição
no fluir do tempo.
Enquanto uma língua possuir falantes, ela sepassível de sofrer alterações, ou seja,
muitas palavras, expressões e modos de dizer deixarão de ocorrer ou se transformarão,
enquanto muitas outras surgirão continuamente. Dessa forma, não é admissível o fato de uma
parcela da comunidade de usuários de uma ngua insistir em mantê-la estagnada e presa a
uma tradição.
No ambiente de uma audiência ou no ato de se escrever uma petição jurídica, a
linguagem do profissional forense se torna consideravelmente distinta da usual. O uso do
registro formal é requerido por se tratar de uma situação técnica e formal. A linguagem
formal de nível culto corresponde à variante padrão. As situações formais condicionam um
comportamento mais tenso, ponderado e refletido, e, lingüisticamente, a predominância da
norma culta e de um vocabulário mais diversificado, técnico, polido e artificial.
No processo comunicacional, acreditamos que o mais conveniente, não só para a
linguagem comum como para a linguagem especializada do Direito, seria o estabelecimento
de um dialeto intermediário entre o culto e o padrão, a que Preti (2003, p. 33) denomina
dialeto comum. Tal dialeto teria aceitação entre todas as camadas sociais, tornando a
comunicação, embora em estilo formal, um ato mais simples e natural.
83
3. METODOLOGIA
Vistos os pontos principais acerca da teoria lingüística que irão embasar nossa
pesquisa e a sua introdução no universo do Direito, trataremos agora de demonstrar os
procedimentos dos quais vamos fazer uso para a realização da parte central de nossa pesquisa:
a que se baseará na análise dos corpora. Observemos o percurso a ser utilizado para a coleta e
a seleção das unidades lexicais de nosso interesse, seu método de categorização e de análise.
Mas, antes disso, devemos reconhecer uma trajetória de questionamentos e reflexões
acerca dos objetivos a serem perseguidos com a nossa análise.
3.1 Problematização e hipótese
A profusão de vocábulos arcaicos, da adjetivação excessiva, de expressões latinas, de
metáforas, declarações de reverência etc. parece demonstrar a intenção de imprimir
“erudição” e “belos efeitos” ao texto jurídico. Dito isto, um problema fundamental se
configurou no interior de nossa pesquisa, anunciado pela dicotomia repetição/ novidade. Em
outros termos, indagamos: haveria formas vocabulares de ornamentação e rebuscamento que
se repetem de uma petição a outra, continuamente, a ponto de serem consideradas, de certo
modo, “consagradas”? Ou, ao contrário, haveria uma gama bastante variada e diferenciada de
vocábulos que atestaria a baixa freqüência da repetição no âmbito do rebuscamento e da
84
ornamentação vocabular? No último caso, poderíamos, portanto, considerar a novidade como
marca da presença vocabular, enquanto, no primeiro, assinalaríamos os traços de repetição,
permanência, continuidade.
Poderíamos, ainda, tornar o problema mais completo aplicando a distinção repetição/
novidade aos mecanismos que elegemos para revelar a ornamentação e o rebuscamento.
Assim, as perguntas seriam de outra ordem: haveria alguns mecanismos que se repetiriam
mais que outros; haveria aqueles cuja freqüência de repetição é insignificante? Expressões
laudatórias e latinas, por exemplo, repetir-se-iam mais que preciosismos e arcaísmos léxicos?
Um outro problema pode ser levantado em nossa pesquisa, localizado especificamente
no uso das expressões latinas. Assim ele se anuncia: o uso dessas expressões deve ser
considerado exclusivamente elemento de ornamentação e/ ou rebuscamento? Ou certos usos
atenderiam à especificidade terminológica da área jurídica, fazendo parte de sua linguagem
específica, ou seja, do vocabulário de sua esfera profissional? Haveria uma fronteira segura
que nos permitiria discernir o uso rebuscado/ ornamental dos “termos de pertinência jurídica
exclusiva” e, portanto, inevitavelmente necessários?
Formulamos, então, a hipótese: aquilo a que chamamos ornamentação e rebuscamento
verbais do discurso jurídico, no âmbito do vocabulário, remontaria a uma tradição resistente a
mudanças. Procuraremos provar essa asserção na segunda etapa de nossa análise, a qual será
explicada detalhadamente mais adiante. Nela, traçaremos um quadro comparativo entre as
unidades lexicais rebuscadas e ornamentais que encontramos em nosso corpus de petições e
as que obtivemos ao analisar o nosso segundo corpus, ou seja, obras publicadas mais de
meio século que se propõem a apresentar alguns modelos de petições.
Com o confronto entre as unidades lexicais recolhidas nas petições da atualidade e
85
aquelas que recolhemos nos livros antigos, provaremos a existência de uma “coincidência”
entre essas formas vocabulares, o que respaldará a idéia de conservadorismo vocabular. Além
disso, oferecendo “modelos” textuais aos profissionais do Direito, os manuais seriam como
um instrumento de conservação de formas vocabulares estereotipadas e obsoletas.
3.2 Procedimento prévio
É relevante ressaltar que, antes de iniciarmos nossa pesquisa analítica, devemos
realizar um procedimento prévio para dirimir algumas possíveis imprecisões na seleção das
unidades lexicais que serão objeto de nossa apreciação: submeter as unidades do corpus a um
dicionário do Direito.
Esse procedimento tem como intenção a confirmação de que as unidades léxicas
selecionadas não fazem parte do universo de termos técnicos forenses. O dicionário elencado
para essa finalidade foi o Vocabulário jurídico, de Plácido e Silva, por ser bastante
recomendado e utilizado no meio acadêmico do Direito.
É importante, porém, fazermos uma ressalva a respeito desse procedimento. Como
nem todas as palavras que constam no dicionário forense são, inequivocamente, termos
técnicos do universo jurídico, algumas poucas expressões foram mantidas no nosso trabalho
mesmo estando presentes no dicionário. Porém, no contecimento de tal evento, todas essas
ocorrências são listadas e devidamente justificadas.
86
3.3 As categorias expressivas em estudo: Ornamentação e Rebuscamento
Torna-se imprescindível, no momento, especificar o significado dos conceitos que
utilizaremos em nossa pesquisa empírica. Inicialmente vamos discutir os principais, os que
dão nome à nossa pesquisa: ornamentação e rebuscamento. Vejamos o que pode ser dito sobre
eles.
Por ornamentação entendemos a utilização de recursos expressivos utilizados em
textos visando principalmente a “embelezá-los”.
o rebuscamento diz respeito à presença de formas expressivas fora do “uso
corrente” da língua, raras, ou ditas “requintadas”, que também visam a “enfeitar” o texto.
Acreditamos que tais casos possuem entre si um vínculo, e nele se encontram alguns
termos que podem ser definidos, a um só tempo, ornamentais e rebuscados. Cremos, na
verdade, que rebuscamento e ornamentação podem ser permeáveis entre si, de modo que
procurou-se ressaltar, em cada uma das divisões que estabelecemos, os traços de linguagem
que lhes são predominantes. Isso porque, com vistas aos critérios da pesquisa, vamos
distinguir esses dois conceitos para subdividi-los em categorias expressivas nas quais iremos
nos espaldar para fins analíticos nos corpora. Vale a representação abaixo para visualização:
87
Embora as categorias com as quais iremos trabalhar sejam subdivididas em termos de
ornamentação e rebuscamento, já dissemos que é certo que temos ciência que tal distinção não
é absoluta. Assim, podemos dizer que um termo laudatório pode ser, também, preciosista,
como ocorre, por exemplo, com o termo colenda. Do mesmo modo, uma expressão latina
pode ser laudatória, como percebemos em data maxima venia. E assim por diante.
Figura Categorias Expressivas 14
Termo
laudatório
Expressões
latinas
Preciosismo
Arcaísmo
ORNAMENTAÇÃO REBUSCAMENTO
Arcaísmos
Preciosismo
Termos
Laudatórios
Expressões
Latinas
Figura Ornamentação x Rebuscamento 13
88
Como dito, nos deparamos com o fato de alguns termos se situarem em mais de uma
categoria expressiva ao mesmo tempo. Por isso, decidimos traçar um quadro hierárquico no
qual esboçamos o caráter preferencial que cada categoria adquirará sobre outras. Tal
classificação seguirá o critério da raridade, ou seja, como é mais provável nos depararmos
com termos preciosistas do que com termos laudatórios, um item lexical, colenda, por
exemplo, será qualificado como laudatório. Observemos:
Figura Hierarquia 15
Os itens acima expostos podem ser suficientes para a identificação da feição
ornamental e rebuscada do discurso forense. De certo modo, revelam matizes da
obsolescência da linguagem forense. Utilizaremos noções teóricas a respeito de cada um
desses recursos para que haja um melhor esclarecimento sobre eles, e em seguida, iremos
expor o critério de avaliação que usaremos para categorizá-los.
Arcaísmos
Termos Laudatórios
Preciosismos
Expressões Latinas
89
3.3.1 Ornamentação: Expressões Latinas e Termos Laudatórios
Como foi dito, ornamentação é o uso de formas vocabulares em que a finalidade é
tornar o texto mais “belo”. A ornamentação visa, pois, a um efeito decorativo. Na categoria da
ornamentação encontram-se os termos que designamos como Expressões Latinas e Termos
Laudatórios. Vejamos mais a respeito desses grupos expressivos:
3.3.1.1 Expressões Latinas
As Expressões latinas são, como o próprio nome revela, termos emprestados ao
latim. Na redação forense, são utilizadas “salpicadas” pelo texto. Sobre elas manifesta-se
Eduardo Bittar (2001, p. 347 e 348):
Então, tem-se que a coerência de um texto jurídico não se dá pela mera
ligação de locuções técnico-jurídicas entre si [...], ou ainda, pelo simples uso
indiscriminado de uma linguagem rebuscada [...], prenhe de estilísticas construções
barrocas, ou mesmo de expressões latinas (ex.: Data venia, que se considerar
desprovido de ratio iuris aquele que discute por meio de argumentos ad terrorem,
contribuindo para a produção da summa iniuria).
É curioso observar que, pouco tempo, recomendava-se que os candidatos à
aprovação para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) utilizassem, no mínimo, três
expressões latinas nas suas provas, para medir a capacidade” de elaboração textual. Sobre o
caso, Rodríguez (2004, p. 219) nos conta a anedótica passagem:
Na dúvida, e esse era o ponto mais interessante de toda história, os
candidatos que impropriamente nos consultavam, não querendo correr qualquer
risco de serem reprovados, revelavam-nos a inteligente recomendação que haviam
ouvido: que utilizassem três expressões latinas genéricas, que cabem em qualquer
peça. Geralmente, disse-me um deles, usamos data venia, ab ovo e ex positis;
quando muito, um rebus sic stantibus
.
De tal passagem podemos concluir que, no intuito de mostrar erudição e competência
90
lingüística, muitos bacharéis selecionavam expressões genéricas apenas para “rechear” o
texto, ou seja, preenchiam o texto com expressões que eram, para eles, vazias de sentido.
Mas, se os doutrinadores que se opõem ao uso desnecessário das expressões latinas
nos textos da atualidade, há os que o elogiam:
Há, sem dúvida os que lhes negam a utilidade e evitam empregá-las, como
se velharias imprestáveis, ancilosadas pelo tempo, ou denunciadoras de falsa
erudição. Mas nem esses poderão recusar a necessidade de conhecer-lhes o
significado, ao menos para poder entender perfeitamente um numero incontável de
livros de Direito, acórdãos, sentenças, pareceres, exposições de motivos,
arrazoados, petições etc. Além disso, devido ao grande poder de síntese verbal de
que se revestem, as locuções latinas, se empregadas de modo apropositado, servem
como um instrumento altamente valedio à boa expressão do advogado, suprimindo,
amiúde, o palanfrório enfadonho e redundante. (XAVIER, 1982, p. 169)
Ainda hoje é considerado “desejável” que o advogado conheça algumas expressões
latinas, pelo menos para que consiga, no exercício profissional, traduzir “um sem-número de
locuções e aforismas latinos, ou, quando nada, entendê-los, para poder empregá-los de modo
pertinente, uma vez que se fixaram em definitivo na terminologia jurídica” (XAVIER, 1982,
p. 161)
3.3.1.2 Termos Laudatórios
Termos laudatórios são expressões ou palavras elogiosas, apologéticas e
enaltecedoras. Podem se manifestar por meio de substantivos, adjetivos, verbos, pronomes de
tratamento, entre outras categorias gramaticais, ou por meio, ainda, de figuras de linguagem.
Os textos jurídicos, em geral quando são dirigidos a um profissional hierarquicamente
superior, revelam um excesso abusivo de respeito, quase uma veneração. Conforme Armando
José Farah (2003, p. 1-2), advogado e professor universitário,
91
sem falar no excesso de reverências ou louvaminhas em petições processuais,
sentenças ou editais publicados pela imprensa. Veja-se, por exemplo: “de ordem do
excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito...” Ora, para compreender a
mensagem e sem desrespeito à autoridade judicial, bastaria constar: “de ordem do
Juiz de Direito...” [...] Não se pode confundir a linguagem polida à função judicante
com salamanques, expressões de subserviência ou frases ensaboativas, provindas de
tradição anacrônica e nitidamente extemporânea.
Rubem Queiróz Cobra (2005), em seu artigo Pronomes de tratamento, faz uma
condenação ao seu uso, muitas vezes autoritário e subserviente:
Penso que é uma falsa idéia considerar os pronomes de tratamento como
necessários para manifestar respeito pelo cargo público que uma pessoa ocupa.
Esses cargos, em uma democracia, são conferidos pelo povo e nenhum deles
representa autoridade sobre pessoas; representam apenas responsabilidade pelo
cumprimento da Lei no setor específico da autoridade respectiva.
Porém, quando a autoridade pública tende a ser atrabiliária e aterrorizante,
o medo é, com certeza, um fator no inconsciente coletivo que leva ao excesso de
frases e cumprimentos laudatórios em que a subserviência é uma defesa e a sabujice
uma estratégia. No Estado Moderno, onde existe verdadeiramente Justiça e os
funcionários do Poder são corretos, os cidadãos não precisam temer a
arbitrariedade, e por isso o tratamento não enfrenta nenhuma barreira e pode
dispensar perfeitamente estas formas fantasiosas e ultrapassadas de tratamento com
origem nos círculos da tirania por direito divino e nos meios oficiais corruptos.
O site Ad nauseum: Segredos do poder (2003), que se propõe a fazer uma critica
ríspida e satírica à área jurídica, destaca a falta de necessidade do uso de tantos superlativos
laudatórios na redação forense: “Uma autoridade jurídica não é simplesmente excelente, ela é
excelentíssima. Não é somente ilustre, é ilustríssima. Não é apenas digna, mas digníssima”.
3.3.2 Rebuscamento: Preciosismos e Arcaísmos
O rebuscamento, como foi mencionado, trata das formas vocabulares raras, estranhas
ao vocabulário corrente da língua. As unidades lexicais que são pouco freqüentes ou
92
que estão em desuso em uma comunidade lingüística com intuito de mostrar erudição,
provocam, geralmente, estranheza quando utilizadas por algum falante em sua comunicação.
Como comenta Rodríguez (2004, p. 216 e 217):
Quem abusa das palavras difíceis não raro quebra a coerência do discurso: se
pretendemos fazer um discurso em linguagem que demonstre excessiva erudição,
pelo conhecimento de vasto vocabulário, temos de mantê-lo no mesmo nível
durante todo o percurso; de nada adiante meia dúzia de palavras escolhidas a dedo
no dicionário, com nebuloso significado ao interlocutor, em enunciação permeada
de erros gramaticais e impropriedades lexicais. [...] Isso é importante de ser
ressaltado, pois muitos autores confundem linguagem culta com termos inusitados,
antigos, arcaicos e de significado pouco preciso para o leitor médio. [...] Na
verdade, o que determina a eficiência e o estilo do texto não é o emprego de
algumas poucas palavras raras selecionadas a dedo, mas sim a seleção constante de
termos claros e precisos para enunciar a idéia que se quer transmitir ao interlocutor.
O que determina a boa seleção vocabular é sua coerência, não uma ou outra palavra
rara.
A utilização de palavras e expressões distantes da linguagem usual, como os
preciosismos, só é válida caso o texto por inteiro acompanhasse tal estilo de linguagem, como
ocorre, por exemplo, na escrita poética. Se o termo aparece no texto isoladamente, em
desarmonia com o contexto, causa uma falsa sensação de erudição, além de ocasionar um
ruído comunicacional por meio do afastamento do foco da atenção por parte do destinatário
da mensagem, e, até mesmo, o insucesso da comunicação em si, ao ocasionar uma possível
incompreensão por parte do remetente do conteúdo dessa mensagem.
Devemos, no momento, nos referir a dois itens que são objetos de nossa pesquisa, os
quais consideramos rebuscados:
3.3.2.1 Preciosismos
O vocabulário preciosista, ou preciosismo, diz respeito às formas pouco usuais, de uso
raro. Aquelas que, embora estando ainda dicionarizadas, praticamente não são utilizadas em
determinada comunidade lingüística. Digamos que estariam “em vias de extinção”, a um
93
passo de se tornarem arcaicas. Além disso, trata-se de expressões extravagantes que conferem
um falso “requinte” ao texto.
Ronaldo Caldeira Xavier (1982) classifica os preciosismos como Vícios de
Linguagem. E os define como sendo um exagerado esmero na língua falada ou escrita devido
ao uso de palavras ou expressões excêntricas e pouco usuais. E prossegue:
caracteriza-se pelo desvio ex abrupto dos padrões normais da linguagem; mesmo
assim alguns autores, e até dos bons, o cometem, seduzidos por uma espécie de
exibicionismo lingüístico, o que prejudica a naturalidade do discurso e dificulta
o entendimento da mensagem, quando não revela pedantismo.
Acquaviva (1994) chama de preciosismo ao defeito constante em obscurecer e tornar
ininteligível um texto. Diz ele que “tal afetação ainda é peculiar a alguns bacharéis que
esperam, com o emprego de palavras difíceis, ainda ser possível cativar os Juízes”. (1994, p.
30, v. 1)
Napoleão Mendes de Almeida (1999, p. 517) define preciosismo como sendo o
emprego de “palavras, expressões e construções antigas (mais propriamente o vício se
denomina, então, arcaísmo) ou inusitadas, esquisitas, rebuscadas, de forma que o pensamento
se torne de difícil compreensão”.
Sabbag (2005, p. 112) chama de preciosismo o “conjunto de expressões raras e
obscuras, despidas de clarificação, que acabam por traduzir certa dose de rebuscamento
indesejável e pedantismo no emissor”.
Mais adiante veremos o critério que utilizaremos para localizarmos os preciosismos no
corpus a ser analisado.
94
3.3.2.2 Arcaísmos Léxicos
O livro de Monteiro Lobato Emília no país da gramática (1954, p. 129 e 130) nos
expõe um diálogo interessante que as personagens Emília e Narizinho travam com a Dona
Sintaxe a respeito do arcaísmo:
Logo depois Dona Sintaxe disse:
- Vou agora mostrar a vocês os Vícios de Linguagem.
- Quê?! Andam soltos pela cidade, êsses monstros?
- Não, menina. Os vícios eu os conservo em jaulas, como feras perigosas.
Vamos vê-los.
..............................................................................................
Emília passou no nono cubículo, onde estava um velho de cabelos brancos,
todo coberto de teias-de-aranha.
- E êste Matusalém?
- Este é o Arcaísmo, que faz muita gente pedante usar palavras que
morreram há muito tempo e que, portanto, ninguém mais entende.
- Já estive no bairro das palavras Arcaicas e travei conhecimento com
algumas observou Narizinho. Mas por que está prêso o pobre velho? Êle não tem
culpa de haver palavras arcaicas.
- Mas tem culpa de botar essas velhas corocas nas frases modernas. Para
que não faça isso é que está encarcerado.
Para a lingüista Nilce Sant’Anna Martins (2000, p. 85), inseridas nas tonalidades
emotivas das palavras estão aquelas de “poder evocativo”. Diz ela que a tonalidade emotiva
de muitas palavras se deve a associações provocadas pela sua origem ou variedade lingüística.
Assim, os arcaísmos nos favoreceriam uma evocação ao passado, a recriação de uma
Figura Arcaísmo – Monteiro Lobato 14
95
atmosfera solene. O arcaísmo léxico utilizaria palavras que caíram em desuso.
O Dicionário de Lingüística de Jean Dubois (2001, p. 65) define arcaísmo assim:
Uma forma xica ou uma construção sintática pertencente, numa dada
sincronia, a um sistema desaparecido ou em via de desaparecimento. Num dado
momento, numa comunidade lingüística, existem simultaneamente, segundo os
grupos sociais e segundo as gerações, diversos sistemas lingüísticos. Em particular,
existem formas que pertencem aos locutores mais velhos; estas serão
consideradas arcaísmos em relação à norma comum [...].
3. Em estilística, o arcaísmo é o emprego de um termo pertencente a um
estado de língua antigo e não mais usado na língua contemporânea; o arcaísmo faz
parte do conjunto de desvios entre a língua padrão e a comunicação literária.
Ronaldo Caldeira Xavier (1982, p. 95) situa os arcaísmos dentro dos Vícios de
Linguagem, ou seja, uma transgressão à norma lingüística em curso na classe social que
detém o maior prestígio cultural no país. O autor ainda cita, curiosamente, Rui Barbosa,
quando ele nos expõe que:
o gosto pela antiguidade levado ao arcaísmo, isto é, a mania de rejuvenescer
inutilmente formas anacrônicas, ininteligíveis ao ouvido comum na época em que
se exumam com o vão infinito intuito de as modernizar, avulta entre os mais
ridículos e insensatos vícios do estilo, no falar idiomas vivos.
Acquaviva (1994), ao destacar quatro vícios do estilo forense, inclui entre eles o uso
do arcaísmo. O professor ressalta a impressão que se cria em relação ao profissional que
utilizar tal recurso, que o faz parecer “alguém perdido no passado e desatualizado em sua
atividade” (p. 19). Além disso, o autor cita alguns exemplos de arcaísmos léxicos
considerados por ele como “terríveis”: “suplicante e suplicado, em vez de autor e réu;
exordial, em vez de petição inicial; meirinho, em vez de oficial de justiça, e tantos outros” (p.
19).
É válido anotar, ainda, o que Darmesteter escreve a respeito dos arcaísmos:
Uma geração de homens, num dado momento, começa a abandonar tal
palavra representada por outra idéia que ela designa; a geração seguinte conhecê-la-
á ainda menos, e virá um instante em que ela já não será conhecida senão dos
velhos, que, dentro em pouco, a levarão consigo para o túmulo. (La Vie des Mots, p.
170 apud XAVIER, 1982, p. 95).
96
O arcaísmo preenche uma função lingüística dentro do texto que estamos tratando
da linguagem milenar do Direito.
Como o arcaísmo é um fenômeno que pode alcançar diversos níveis da língua, como,
por exemplo, o da morfologia e o do vocabulário, devemos situar o nosso objetivo quanto ao
seu estudo. Elegemos como objeto de estudo os arcaísmos léxicos, pois estes são os que
dizem respeito diretamente ao vocabulário.
3.3.2.3 Critérios avaliativos
Para que possamos distinguir as palavras preciosistas e os arcaísmos léxicos nos textos
que analisamos, elas foram submetidos a um corpus formado por textos jornalísticos. Tal
artifício tem como objetivo comprovar que as unidades lexicais que elencamos em nossos
corpora são raras, ou seja, apresentam baixa freqüência de uso no padrão corrente, aquele
situado junto aos amplos contingentes sociais, da Língua Portuguesa do Brasil no estágio
sincrônico contemporâneo.
A escolha do vocabulário jornalístico como instrumento de apreciação do corpus de
nossa pesquisa se deve ao fato de que
O jornalista e o publicitário experientes optam por uma variante que se
adapta a seu público-alvo; em geral, utilizam o nível comum tenso, ou seja, não
redigem textos em linguagem só compreensível pelos doutores, nem escrevem
textos utilizando uma variante lingüística em que sejam freqüentes agressões ao
padrão culto da linguagem, ou erros gramaticais. (MEDEIROS; TOMASI, 2004, p.
33)
O corpus jornalístico, a que vamos submeter o resultado de nossa pesquisa, é
constituído por:
97
1. um conjunto de textos de reportagens extraídas da revista Veja. Esse corpus faz
parte da base textual do Laboratório de Lexicografia da Faculdade de Ciências e
Letras da UNESP/Araraquara e contém os exemplares correspondentes da revista
ao seguinte período, de 03 de junho de 1992 a 30 de agosto de 1995. A esse corpus
chamaremos CJ-V. Podemos utilizar um recurso estatístico para prevermos a
quantidade de palavras contidas em tal corpus. Vejamos:
Tal base textual informatizada ocupa 37MB em disco. Utilizando a seguinte
fórmula: 1MB = 1.000.000 bytes = mais ou menos 166.000 palavras, chegamos à
conclusão de que nosso corpus CJ-V possui cerca de 6.142.000 palavras.
2. uma base textual constituída de 1.458.174 palavras do domínio jornalístico que
também faz parte do acervo do mesmo Laboratório de Lexicologia, no qual está
identificado como CP (Literatura Jornalística). Denominamos esse conjunto de
textos como CJ-CP.
Tal corpus, segundo Biderman (1998, p. 166):
[...] compreende qualquer tipo de texto jornalístico (noticiario em geral e editorial)
dos principais jornais brasileiros, bem como de semanários de grande circulação no
Brasil. Por exemplo: O Estado de São Paulo, Folha de S. Paulo, Jornal do Brasil,
O Globo, Correio Brasiliense, Zero Hora. Algumas revistas de grande circulação
que integram esse corpus: Veja, Isto É, Visão, Exame, Placar. Um volume
considerável de matérias da revista Veja constam nesse acervo.
O resultado quantitativo da pesquisa das unidades lexicais que nos interessam,
submetidas ao CJ-CP, poderá ser observado mais adiante.
Com tal procedimento, esperamos ter satisfeito a curiosidade acerca dos termos que
são raros em nossa língua. No entanto, esse método só nos satisfaz acerca dos termos
preciosistas, os quais são considerados simplesmente raros. Ele não atende os itens lexicais
arcaicos os quais, para além de raros, encontram-se em nítido desuso por nossa comunidade
98
lingüística.
Nossa pesquisa pretende separar os vocábulos arcaicos daqueles que estão “em vias de
arcaização”, os quais consideramos como sendo preciosismos.
Na bibliografia pesquisada, não pudemos identificar nenhum critério para detectar os
arcaísmos léxicos. Para que a unidade lexical encontrada no corpus possa ser considerada um
arcaísmo léxico, optamos por utilizar um critério para a avaliação. Idealizamos, desse modo, o
método que descrevemos a seguir.
Por meio do processo escolhido, vamos submeter a palavra considerada arcaica ao
Dicionário de usos do Português do Brasil (2002), de Francisco de S. Borba e colaboradores.
A escolha desse dicionário deve-se ao fato de que esta é uma obra lexicográfica
sincronicamente atual, a qual procura retratar os usos lingüísticos da contemporaneidade
que, para sua feitura, foi utilizado especificamente um corpus da língua escrita no Brasil na
segunda metade do século XX. Tal fato é importante por evidenciar um uso lingüístico restrito
a uma forma, um período e um local bastante precisos, os quais coincidem com as mesmas
características de nosso corpus formado por petições jurídicas recentes.
Entretanto, acreditamos que o simples fato de não constar em um dicionário da
atualidade não torna a palavra estudada um arcaísmo. Sua omissão pode dever-se ao fato de a
palavra em questão ser um neologismo. Para dirimir essa dificuldade, a palavra foi submetida
a um dicionário mais antigo.
O Diccionario da lingua portuguesa, de Antonio Morais Silva, publicado fac-
similarmente a partir da edição de 1813 e publicado em 1922, foi o escolhido para a tarefa
de solucionar o impasse ao procurarmos nele coincidências entre o vocabulário do Direito
atual e o usado por escritos jurídicos mais antigos. Nele, fizemos a checagem de termos que,
99
quando encontrados, foram por nós considerados arcaísmos léxicos. Afinal, segundo a teoria,
se o termo é considerado hoje um arcaísmo léxico é porque já foi parte da linguagem corrente
e tal fato só poderia ser checado ao se consultar um dicionário antigo.
O Diccionario da lingua portuguesa, elaborado por Antônio Moraes Silva, é
considerado a primeira obra lexicológica de relevância da língua portuguesa. Morais, para
fazer este dicionário, baseou-se em um corpus como fonte de referência, composto por textos
datados dos séculos XVI a XVIII. De acordo com Biderman (s.d.): “Podemos considerar o
Morais como um dicionário de língua, registrando o vocabulário mais usual da língua escrita
e oral do seu tempo.”
Tendo, enfim, delimitado as categorias expressivas que vamos buscar em nossa
pesquisa, resta-nos demonstrar quais foram os textos a que as submetemos para realizar o
intuito de nossa análise.
3.4 Os Corpora do Direito
Para o exame das unidades lexicais consideradas rebuscadas e ornamentais é
necessário trabalhar com um corpus, uma coletânea de textos nos quais coletamos vocábulos
e expressões ordenados em conjuntos, usando critérios que discriminaremos mais adiante.
O método empírico de análise de corpus possibilitará a coleta das palavras a serem
analisadas e facilitará a descoberta de suas propriedades ornamentais e rebuscadas. Usando
100
subsídios da Lingüística, por sua vez, poderemos avaliar adequadamente os procedimentos
verbais e estilísticos utilizados na escolha de formas peculiares no universo redacional
jurídico.
3.4.1 Corpus A: petições jurídicas
Para compor a primeira parte de nosso corpus textual, que chamaremos de Corpus A,
resolvemos nos valer das petições jurídicas. Medeiros (2004, p. 286) nos esclarece o que são
elas: “petição por escrito feita com as fórmulas legais, na qual se solicita algo que é permitido
por lei ou que como tal se supõe. É todo pedido que se encaminha a uma autoridade do
Serviço Público.”
Em uma petição jurídica, aquele que emite seu pronunciamento (o advogado do autor,
o procurador ou o réu da ação, geralmente) pretende influenciar o juízo opinativo de seu
destinatário (juiz, em regra). Insere-se, assim, em um contexto no qual ele pretende satisfazer
sua pretensão por meio de uma linguagem e de uma argumentação bastante persuasiva. Para
tentar impor o seu “viés da realidade”, o elaborador da petição pode utilizar-se de inúmeros
recursos de convencimento. Notamos que, no campo jurídico, é comum a idéia de uma certa
primazia da erudição retórica da linguagem como meio de impressionar aquele que irá julgar
o conflito.
Na elaboração de petições, os advogados não raras vezes se mostram retoricamente
rebuscados, laudatórios, apologéticos para com os juízes, visando a obter uma decisão
101
favorável ao seu cliente. Willian Hamilton, jurista citado por Eliasar Rosa no Dicionário de
Conceitos para o advogado (1972, p. 14), aconselha aos advogados: “Exaltai o juiz,
entrelaçando o seu mérito com os interesses da causa.”
Como são muitas as áreas que utilizam petições para requerimentos em juízo e, dado o
caráter restrito de nossa pesquisa, fomos obrigados a ter que escolher entre tantas. Decidimos
escolher peças processuais das áreas com as quais mais proximamente mantivemos contato
durante o estágio realizado na Procuradoria Geral do Estado, em São Paulo, ou seja, as cíveis
e as criminais, podendo realizar, assim, uma pesquisa sincrônica com alguns profissionais do
sistema jurídico. Serão reunidas petições de diferentes ações, além de advogados e de
Procuradores distintos, já que, segundo Biderman (2001a, p. 79):
No desenho do corpus é necessário que haja uma proporção equilibrada de
diferentes tipos de texto e/ ou de temas nele incluídos. É também importante que o
corpus seja representativo dos diferentes gêneros e variedades dos usos lingüísticos,
ou seja, impõe-se a representatividade dos diferentes níveis de linguagem para
assegurar a inclusão de todos os aspectos do idioma. Só assim o corpus pode
representar, em miniatura, o universo multifacetado da língua.
No total, recolhemos petições de 11 profissionais do Direito, sendo 8 Procuradores do
Estado e 3 advogados.
É necessário ressaltar que, embora as petições analisadas nesta pesquisa tenham sido
coletadas nos processos com os quais trabalhamos no período de 2001 a 2002, elas podem ter
data anterior a esse período. Isso se explica pelo fato de que, como a tramitação processual é,
geralmente, bastante longa, as petições dos autos do processo podem ter sido interpostas
um tempo razoavelmente anterior ao estágio realizado. Mas, respeitando o intento sincrônico
da pesquisa, as peças têm datas que variam entre os anos de 1999 e 2002.
Estabelecidos tais critérios, dizemos que coletamos o total de cem petições, as quais
acreditamos figurar como um corpus suficientemente demonstrativo para nosso objetivo.
102
Nosso corpus de petições é informatizado, o qual, segundo Biderman (2001a, p. 79),
“é uma coletânea de textos selecionados segundo critérios lingüísticos, codificados de modo
padronizado e homogêneo”. Isso quer dizer que recolhemos petições e as registramos
digitalmente a fim de compor um banco de dados informatizado para análise. A reunião de
textos foi manejada com o auxílio de programas de manipulação de informações de alto
desempenho, como o Folio Views. Esse uso nos auxiliou a selecionar, classificar e quantificar
as unidades lexicais que são o objeto de nossa pesquisa.
Para a finalidade da pesquisa, ao analisarmos esse corpus, pertencente a um
determinado corte sincrônico, consideramos nele a presença de um vocabulário particular
marcado pela ornamentação e/ ou rebuscamento, usando como critério seletivo a presença das
categorias expressivas: arcaísmos léxicos, expressões latinas, termos laudatórios e
preciosismos.
3.4.2 Corpus B: obras jurídicas
A segunda parte de nosso corpus, a que chamamos Corpus B, é composto por obras da
área do Direito, nas quais constam modelos de petições. Essas obras foram publicadas entre a
segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX. São elas:
103
Tabela 2. Obras antigas
Título Ano de Publicação
Formulário orphanologico de autos e termos do respectivo
processo
186-
O advogado comercial 1872
O direito 1879
Gazeta jurídica 1896
Pratica forense ou repositorio completo de jurisprudencia
pratica
1907
Consultor Civil de todas as acções seguidas no foro civil 1910
Consultor criminal acerca de todas as acções seguidas no
foro criminal
1913
Novissimo assessor forense: formulario de todas as acções
cíveis conhecidas no foro brasileiro
1917
Manual do advogado 1926
Pratica civil: formulario dos actos mais importantes do
código civil
1927
Manual de Prática Forense 1957
A escolha desse corpus procura fazer um “mergulho no passado”, ou seja, quer refletir
um perfil histórico da linguagem jurídica em uso no Brasil em um período anterior ao de
nosso corpus principal, o de petições jurídicas. A mais antiga das obras que elencamos,
diferentemente das demais, não foi publicada no Brasil, mas em Portugal.
É cil justificar a inclusão de tal obra em nosso corpus. Na cada de 1860, as
faculdades de Direito brasileiras estavam sendo fundadas. Assim, a impressão de livros dessa
área do conhecimento ainda não era comum no Brasil. Tal fato pode ser deduzido ao nos
remetermos à obra Momentos do livro no Brasil (1996):
104
No Rio de Janeiro, em 1871, a Casa Alves, de Serafim José Alves, foi uma
das primeiras a editar obras jurídicas no país, e chegou a ser considerada a melhor
do gênero no Brasil. E a partir de 1917, outra livraria carioca, a Leite Ribeiro
(posteriormente Freitas Barros), se destacou no comércio e edição de livros
jurídicos [...]
Mesmo depois de haver uma autonomia legislativa no Brasil, durante muito tempo os
livros jurídicos utilizados em nosso país eram provenientes de Portugal, onde havia tradição
no Direito, maior número de autores dedicados à área e melhor aparelhamento gráfico-
editorial.
Assim, optamos por manter uma obra proveniente de Portugal em nosso corpus por
mais de um motivo. Não só pela dificuldade de obtermos obras que versem sobre a redação de
petições brasileiras publicadas em nosso país em um período tão remoto, como pelo
reconhecimento da importância e da grande influência que o padrão redacional jurídico
português exerceu e, ainda exerce, na escrita dos textos jurídicos no Brasil.
Montando um quadro comparativo entre as unidades lexicais rebuscadas e ornamentais
encontradas nas petições de nosso corpus A e as que obtemos nesses livros, pretendemos
provar a hipótese de nossa pesquisa. De acordo com ela, as unidades lexicais singulares
selecionadas segundo tais categorias remontariam a uma tradição jurídica que se reflete no
vocabulário dos profissionais do Direito persistente às variações lingüísticas que o tempo
torna necessárias.
Esta base textual composta por obras jurídicas se confrontada com o corpus A,
servindo como base representativa de uma linguagem de um estágio sincrônico anterior ao
atual. Ela servirá para compor a porção de nossa pesquisa a que podemos chamar de
diacrônica. Isso porque a leitura de uma obra jurídica do século XIX, por exemplo, remete o
leitor àquele momento histórico. E, além disso, permite analisar, assim como fizemos, a
redação da Língua Portuguesa anterior à nossa experiência do presente.
105
A experiência de comparar textos do campo do Direito em diferentes níveis históricos
de sua redação é bastante importante no âmbito lingüístico já que “ter um primeiro
conhecimento de uma língua significa experenciá-la no cruzamento dos eixos de uma
sincronia e de uma diacronia”. (GENOUVRIER; PEYTARD, 1974, p. 19)
106
4. ANÁLISE DE TEXTOS JURÍDICOS
O que estivemos considerando a respeito da feição vocabular da linguagem jurídica
necessita, agora, ser cotejado com um trabalho analítico, por meio da verificação de alguns
corpora selecionados.
Uma vez que na comunicação jurídica as petições assumem um papel de destaque e de
grande interesse para o estudo desta linguagem especializada, dediquemo-nos a elas,
procurando analisá-las detidamente. Para isso, do corpus constituído por cem petições
jurídicas foram extraídas as palavras e as expressões que nos interessavam. Reunimos
petições de diferentes áreas (cível ou criminal), ações (investigação de paternidade, processo
crime, separação judicial etc.) e autores (procuradores do estado ou advogados).
4.1 ETAPA 1: Análise do Corpus A com base nas categorias expressivas
A primeira parte de nossa análise trata do problema exposto anteriormente. Ela tem
como finalidade encontrar unidades lexicais que visam unicamente a rebuscar e ornamentar o
discurso forense. Essas formas vocabulares ornamentais e rebuscadas, extraídas das petições
jurídicas analisadas, foram agrupadas como: termos laudatórios, preciosismos, arcaísmos
léxicos e expressões latinas.
107
Para facilitar a pesquisa, convencionamos configurar as ocorrências de expressões
latinas, termos laudatórios, preciosismos e arcaísmos em uma tabela. Devemos, então explicá-
la.
Cada tabela diz respeito a uma categoria expressiva. Sua primeira linha indica os itens
que constarão nas colunas, os quais corresponderão à ordem que ilustraremos na simulação
abaixo:
Tabela 3. Simulação
Coluna 1
A classificação da
categoria expressiva,
Latinismo, por exemplo,
aparecerá na primeira
linha.
Coluna 2
Coluna 3
Coluna 4
Na seqüência
paradigmática que segue
abaixo à primeira linha,
serão listados, em ordem
alfabética, os itens
lexicais arrecadados nas
petições do Corpus A.
Contexto no qual
apareceu a unidade
lexical escolhida. Esses
contextos foram
transcritos
exaustivamente, ao lado
de cada item lexical que
aparece na coluna 1.
Petição de onde foram
retirados os contextos
listados na coluna 2.
Número de freqüência de
emprego do item lexical,
o qual consta na coluna 1.
É válido comentarmos que, todas as transcrições dos contextos (coluna 2), nos quais
estão inseridos os itens lexicais elencados, foram feitas literalmente, ou seja, não corrigimos
erros gramaticais, sintáticos, de digitação ou afins. Todas as petições analisadas têm o seu
original por extenso anexado no volume dois da pesquisa, para fim de consulta.
108
4.1.1 Expressões Latinas localizadas no Corpus A
Foram coletadas trinta e seis incidências de expressões latinas na análise das cem
petições coletadas, como verificamos nas tabelas a seguir:
Tabela 4. Expressões latinas encontradas no Corpus A.
Latinismo Contexto Petição
Frequência
ad
argumentandum
tantum
“[...] ainda que "ad argumentandum tantum", houvesse prova robusta do
diálogo referido pela reclamante [...]”
P1 1
ad hoc
“Conforme se constata no termo de interrogatório, sequer foi nomeado
defensor "ad hoc" para que acompanhasse ou instruísse o acusado [...]”
P49 1
afectio maritalis
“Por sua vez, como união afectio maritalis, entre homem e mulher,
desenvolvida por convivência duradoura, pública e continua, ( art. 1º da
Lei 9.278/96) gera uma comunhão espiritual e patrimonial [...]”
P94 1
a priori
“A priori, o depoimento do policial deve ser tomado com reservas ,
posto que não pode por questão lógica , servir de testemunha em fato
cuja existência é pressuposto da ação [...]”
P20 2
“A priori, vale ressaltar que ambos policiais afirmaram em juízo que
referidas armas foram encontradas no automóvel que o acusado
conduzia.”
P46
caput
“[...] no sentido estrito do artigo 3° "caput" e parágrafos do CDq e,
ainda assim, a análise da questão sob a ótica das relações juridicas de
consumo, concessa venia, não abalaria a sólida argumentação acima
lançada.”
P1 48
“Em que pese seu entendimento, não há que se falar em ocorrência do
delito tipificado no art. 12, caput, e art. 18, da Lei 6.368/76.”
P10
“10.Constitui causa para a separação judicial, pejo teor do art. 5°,
"caput" da Lei 6.515/77, a conduta desonrosa do cônjuge [...]”
P12
109
Latinismo Contexto Petição
Frequência
“O peticionário foi denúnciado nos artigos 157, "caput" (por duas
vezes) e no artigo 214, cc artigo 69, todos do CP [...]”
P18
“[...] pois a intimidação da vítima pelo emprego de arma de brinquedo
ou arma inapta a realização de disparos é suficiente apenas para
configurar a grave ameaça caracterizadora da extorsão, prevista no
"caput" do artigo 158 do Código Penal.”
P19
“[...] como incurso no artigo 157 ,§2º , I c/c artigo 213, caput todos do
Código Penal [...]”
P20
“[...] arma inapta à realização de disparos é suficiente apenas para
configurar a grave ameaça caracterizadora do roubo, prevista no
"caput" do artigo 157 do Código Penal.”
P23
“XXXX foi denunciado e processado criminalmente como incurso nas
sanções previstas no artigo 180, "caput””
P26
“[...] do Código Penal e artigo 10, "caput", da Lei n° 9.437/97 [...]”
P26
“por ter sido considerado incurso no artigo 180, "caput", do Código
Penal [...]”
P26
“[...] 01 (um) ano e 06 (seis) meses de detenção e 20 (vinte) dias-multa,
pelo artigo 10, "caput", da Lei n° 9.437/97, em concurso material.”
P26
“XXXX foi denunciada e processada criminalmente como incursa nas
sanções previstas no artigo 180, "caput", do Código Penal, [...]”
P27
“[...] em regime inicial semi-aberto e ao pagamento de 13 (treze) dias-
multa, por ter sido considerada incursa no artigo 180, "caput", do
Código Penal.”
P27
“XXX foi denunciado e processado criminalmente como incurso nas
sanções previstas no artigo 180, "caput"[...]”
P28
“[...] artigo 311, "caput" e artigo 157 [...]”, § 2°, incisos I e II, (por sete
vezes) [...]”
P28
“[...] com fundamento no artigo 386, inciso VI, do Código de Processo
Penal, dos delitos previstos nos artigos 180, "caput" [...]”
P28
“[...] e 311, "caput", do Código Penal e o condenou, impondo-lhe a
pena de 11 (onze) anos e 05 (cinco) meses de reclusão”
P28
“XXXX foi denunciado e processado criminalmente como incurso nas
sanções do artigo 157, "caput", do Código Penal [...]
P32
“[...] impôs ao réu a pena de 04 (quatro) anos de reclusão, em regime
inicial fechado, e ao pagamento de 10 (dez) dias-multa, por ter sido
P32
110
Latinismo Contexto Petição
Frequência
considerado incurso no artigo 157, "caput", do Código Penal. (fl. 76).”
“XXXX foi denunciado e está sendo processado criminalmente como
incurso nas penas do artigo 10, "caput", da lei n° 9.437/97 [...]”
P33
“XXXX foi denunciado como incurso nas sanções previstas no art. 180,
"caput", c/c art. 29 e art. 71, todos do Código Penal [...]”
P38
“Entretanto, a MM. Juíza "a quo" houve por bem rejeitar a denúncia por
entender não constituir o fato descrito na exordial o delito previsto no
artigo 180, "caput" do Código Penal [...]”
P38
"O crime de receptação dolosa ( art. 180, caput, do CP) pressupõe crime
antecedente e o receptador não pode ser responsabilizado sem que
definitivamente se declare a existência deste pressuposto.”
P38
“XXXX foi denunciado e processado criminalmente com incurso nas
sanções previstas pelo do artigo 297 e 304 "caput" c.c. art. 69 do
Código Penal [...]”
P41
“XXXX e Outros, foram denunciados por infração ao disposto no artigo
312, caput, [...]”
P42
“[...] c.c. o artigo 71 e artigo 288, caput, [...]”
P42
“[...] na forma dos artigos 29, caput, e 69, todos do mesmo diploma
legal, como consta da denúncia”
P42
“1 ) Do delito tipificado no artigo 288, caput, do CP.”
P42
“O réu encontra-
se denunciado como incurso nas sanções previstas no
artigo 10, caput da Lei 9437/97 do Código Penal [...]”
P45
“O réu encontra-
se denunciado como incurso nas sanções previstas no
artigo 10, caput da Lei 9437/97 c/c artigo 69 todos do Código Penal
[...]”
P46
“O peticionário foi denunciado como incurso nos artigos 157 parágrafo
2. Incisos I e II c.c. 70 e 148 "caput" (duas vezes) c.c. 70 [...]”
P50
“Ao final foi condenado na r.sentença de fls.143/149 ao cumprimento
da pena de 10 (dez) anos de reclusão e ao pagamento de 30 (trinta) dias-
multa como incurso no artigo 157 parágrafo 2. Incisos I e II e 148
"caput", ambos do Código Penal, sendo-lhe fixado o regime fechado.
P50
“Requer, ainda, o peticionário o afastamento do crime de sequestro
descrito no artigo 148 "caput" do Código Penal [...]”
P50
“[...] por ter sido considerado incurso no artigo 157, § 2°, incisos I e II,
combinado com o artigo 29, "caput", do Código Penal, pela r. sentença
P51
111
Latinismo Contexto Petição
Frequência
de fls. 295/299, decisão esta que transitou em julgado em 23.09.1988
(fl. 333).”
“O peticionário foi denunciado perante a 28ª Vara Criminal da Capital
(Proc.n. XXXX) como incurso no artigo 180 "caput" do Código Penal,
[...]”
P57
“XXXX, já qualificado nos autos, foi denunciado e processado
criminalmente como incurso nas sanções previstas no artigo 157,
"caput"[...]”
P59
“[...] c.c. artigo 14, inciso II e artigo 155, "caput" c.c. artigo 69, todos
do Código Penal, porque no dia 14 de fevereiro de 1995”
P59
“[...] a Douta Promotoria de Justiça propugnou pela condenação do
acusado como incurso no art. 157, "caput", c.c. art. 14, II, ambos do
Código Penal, e pela absolvição quanto ao crime de furto, enquanto a
defesa requereu sua absolvição em ambos os delitos.”
P59
“[...] e ao pagamento de 10 (dez) dias-multa, como incurso nas penas
do artigo 157, "caput", c.c. art. 14, inciso II, ambos do Código Penal."
P59
“Ao final foi condenado na r.sentença de fls.97/101 ao cumprimento da
pena de 01 (um) ano 10 (dez) meses e 15 (quinze) dias de reclusão e ao
pagamento de 18 (dezoito) dias-multa como incurso no artigo 155
"caput" do Código Penal”
P62
“O sistema adotado pelo ordenamento jurídico brasileiro para a fixação
da pena é trifásico - ou seja, em primeiro lugar, fixa-se a pena-base
considerando as circunstâncias judiciais do art. 59, caput, do Código
Penal [...]”
P63
“[...] 02 (dois)anos e 06 (seis) meses de reclusão em regime inicial
fechado e a recolher 18 (dezoito) dias-multa, como incurso nas sanções
do artigo 180 "caput" do Código Penal, [...]”
P65
“[...] 02 (dois) meses e 20 (vinte) dias de reclusão em regime inicial
fechado, como incurso nas sanções do artigo 157, §2o, incisos I e II,
c.c. o artigo 29 e 70 "caput" , todos do Código Penal [...]”
P66
“XXXX foi denunciado e processado criminalmente como incurso nas
sanções previstas no artigo 12, caput, e parágrafo 2o, inciso II [...]”
P67
“[...] e no artigo 14, ambos da Lei no 6.368/76, e, ainda, no artigo 10,
caput e parágrafo 3o, incisos III e IV, da Lei no 9.437/97”
P67
“Pela r. sentença de fls. 293/300 foi condenado ao cumprimento da
pena de 09 (nove) anos de reclusão, em regime integral fechado, e ao
P67
112
Latinismo Contexto Petição
Frequência
pagamento de 150 (cento e cinqüenta) dias-multa, por infração aos
artigos 12, caput [...]”
“[...] e seu parágrafo 2º, inciso II e artigo 14, caput, da Lei nº 6.368/76 e
a 01 (um) ano de detenção, [...]”
P67
“[...] sem indicação de regime, por infração ao artigo 10, caput, da Lei
9.437/97, decisão esta reformada pelo v. acórdão de fls. 358/363 que,
afastando a condenação relativa aos artigos 12, parágrafo 2º, inciso II, e
14, ambos da Lei nº 6.368/76, condenou-o ao cumprimento de 04
(quatro) anos de reclusão e ao pagamento de 66 (sessenta e seis) dias-
multa”
P67
“[...] por ter sido considerado incurso no artigo 12, caput, combinado
com o artigo 18, inciso III, ambos da Lei no 6368/76, mantendo, no
mais, a r. sentença. Tal decisão transitou em julgado em 15 de maio de
2001 (fls. 365).”
P67
“[...] pagamento de 20 (vinte) dias-multa como incurso no artigo 299
"caput"do Código Penal, sendo-lhe fixado o regime semi-aberto para
cumprimento da pena.”
P70
concessa venia
“[...] ainda assim, a análise da questão sob a ótica das relações jurídicas
de consumo, concessa venia, não abalaria a sólida argumentação acima
lançada.”
P1 1
data venia
“Data venia, o raciocínio, como já explicitado linhas atrás, não se
coaduna com a realidade das atividades desenvolvidas pelas instituições
de ensino.”
P1 2
“[...] foi a falta de reconhecimento do curso de Direito perante o MEC,
situação não condizente com a realidade, "desmascarada", "data venia",
pela recorrente.”
P1
data maxima
venia
“Entretanto, data maxima venia, a R. Decisão proferida apresenta-se
flagrantemente equivocada merecendo reforma total, em face das
razões de fato e de direito a seguir expostas.”
P1 5
“Como se isso não bastasse, além da recorrida alegar falta de prestação
de serviços, fato devidamente, data maxima venia, descaracterizado
mediante alegações apresentadas [...]”
P1
“Porém, todas as alegações apresentadas não passam de levianas e
infundadas, data maxima venia”
P1
“[...]vem, respeitosamente à presença de Vossas Excelências, não se
P66
113
Latinismo Contexto Petição
Frequência
conformando, "data maxima venia", com a respeitável sentença de fls.
151/153 [...]”
“[...] vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, não se
conformando, "data maxima venia", com a respeitável sentença [...]”
P65
de per si
“[...] não presenciaram os fatos narrados na denúncia, relativos ao
Peticionário, o que certamente tornam suas incriminações refragáveis
de per si.”
P65 1
ex positis
“Ex positis e considerando o mais que dos autos consta, aguarda a
recorrente a reforma "in totum" da R. Decisão atacada [...]”
P1 3
“Ex positis, foi declarada nula a segunda sentença, devendo ser
proferida outra conforme o direito. “
P29
“Ex positis, vem a Embargante, respeitosamente, à presença de V. Exa.,
requerer o julgamento de total procedência dos presentes Embargos à
Execução Fiscal [...]”
P40
extra petita
“[...] declarando a sentença, proferida pelo juízo a quo, extra petita, eis
que "o magistrado concedeu à autora o que não foi objeto da petição
inicial [...]”
P229 1
ex vi
“[...] dispensado de apresentar instrumento de mandato, ex vi o art. 16
da Lei 1.0601/50”
P2
P12
P14
P90
P96
P97
10
“[...] dispensado de apresentar instrumento de mandato ex vi do
parágrafo único do art. 16 da Lei 1.060/50 [...]”
P7
“[...] dispensado mandato ex vi o art. 16 da Lei 1060/50[...]”
P93
P94
P99
fumus boni juris
“Admite-se porém a prisão preventiva como medida cautelar. Assim
sendo, para sua decretação, imperiosa a constatação de seus requisitos,
quais sejam; o fumus boni juris e o periculum in mora.”
P87 1
114
Latinismo Contexto Petição
Frequência
fumus commissi
delicti
“"Na fundamentação das decisões sobre prisão cautelar é indispensável,
quanto ao fumus commissi delicti, que o juiz "demonstre a tipicitade do
fato e a sua real existência [...]”
P87 1
in
“Valdemar P. da Luz, in Curso de Contrato, 28 edição, página 15
esclarece que: [...]”
P1 7
“[...] como obtempera Nelson Nery Júnior in "Comentários ao Código
de Processo Civil" [...]”
P1
“Nesse sentido, Menezes Cordeiro in "Da Boa-Fé no Direito Civil””
P1
“"O conteúdo da garantia do contraditório", in Novas Tendências do
Direito Processual”
P13
P19
P61
“Juiz GAMA PELLEGRINI - J. 21.9.2000 'in' JTA”
P91
in albis
“O acusado foi interrogado em juízo (fl. 65), tendo a defesa constituída
deixado transcorrer "in albis" o tríduo da prévia (fl. 67). Em instrução
foram ouvidas a vítima e duas testemunhas listadas pela acusação (fls.
77/83).”
P15 1
inaudita altera
pars
“A concessão de liminar para o afastamento do Requerido "inaudita
altera pars", em face do risco à integridade física da Requerente.”
P84 1
in casu
“Porém, Eméritos Julgadores, in casu a ação é de manifesta
improcedência.”
P1 2
“A outorga do exercício e da exploração dos serviços públicos é
regulada pela Lei de Concessões n° 8.987/95, cumprindo in casu
observar o disposto no art. 6°, abaixo transcrito:”
P8
in dubio pro reo
“No Direito Processual Penal pátrio vigora o princípio in dubio pro reo
e, em conseqüência, inadmissível seria um decreto condenatório no
caso em tela, [...]”
P10 16
“É cediço que o legislador, na contraposição dos valores e bens
assegurados, optou pela solução menos nociva aos interesses da
sociedade que se pretende defender, adotando o princípio "in dubio pro
reo"”
P10
P13
P19
P67
115
Latinismo Contexto Petição
Frequência
“"Para a condenação do réu a prova há de ser plena e convincente ao
passo que para a absolvição basta a dúvida, consagrando-se o princípio
do in dubio pro reo, contido no art. 386, inciso VI, do CPP."
(JUTACRIM 72/26 - Rel. Álvaro Cury)”
P10
P13
P19
P67
“Caso não haja pleno reconhecimento por parte dos nobres julgadores,
acerca da inocência do acusado, a defesa pugna, ante a todo o exposto,
bem como pelo Princípio do "in dubio pro reo" que se absolva o
acusado.”
P20
“Caso não haja pleno reconhecimento por parte dos nobres Julgadores,
acerca da inocência do acusado, a defesa pugna, pelo Princípio do "in
dubio pro reo" que se absolva o acusado.”
P21
P41
“Assim, não havendo provas inequívocas, a absolvição é medida que se
requer, visto que vigora em nosso Direito Penal o princípio in dubio pro
reo.”
P25
“Ora, como é cediço, no processo penal militam em favor do
denunciado ou suspeito o princípio da presunção de inocência e o
princípio "in dubio pro reo", cabendo ao órgão acusatório a
demonstração inequívoca da imputação [...]”
P38
“Não se pode olvidar que no Direito Processual Penal pátrio vigora o
princípio in dubio pro reo e, em conseqüência, seria considerado
inadmissível um decreto condenatório no presente caso, uma vez que as
provas são demasiadamente frágeis.”
P67
“Não se pode olvidar que no Direito Processual Penal pátrio vigora o
princípio in dubio pro reo e, em conseqüência, seria considerado
inadmissível um decreto condenatório no presente caso, uma vez que as
provas são demasiadamente frágeis.”
P69
infra
“[...] propor o presente PEDIDO REVISIONAL, pelos fatos e motivos
de direito infra.”
P65 3
“[...] pelos fatos e motivos de direito infra.”
P66
“[...] especialmente pelo depoimento pessoal do requerido, pena de
confesso, depoimentos das testemunhas infra arroladas, cuja intimação
desde já se requer, prova documental, etc.
P85
inter criminis
“Ainda nesse diapasão requer-se a redução máxima pela tentativa face
ao diminuto, ínfimo iter criminis percorrido pelo agente no caso em
P17 2
116
Latinismo Contexto Petição
Frequência
apreço.”
“Como se vê, o "iter criminis" percorrido foi pequeno, merecendo uma
diminuição maior pela tentativa.”
P52
in fine
“E, apesar de reconhecer expressamente que a autorização da concubina
para vender o imóvel era necessária, a validade do negócio deve ser
mantida, por ser a co-ré terceira de boa fé (fis. 152, in fine).”
P29 2
“11. O juízo a quo salienta ainda que a venda de imóvel adquirido na
constância da união estável, sem a autorização de um dos
companheiros, reverte-se em perdas e danos (fis. 152, in fine).”
P29
ipsis litteris
“[...] houve sentença reconhecendo o concubinato entre a autora e o réu
varão, ficando desconstituída a sociedade de fato e declarando o direito
da autora sobre a metade do imóvel" (ipsis litteris, fls. 111).”
P29 2
“15. Referiu-se a r. sentença de fis. 148 a 154 aos LIMITES
SUBJETIVOS da Coisa Julgada (fis. 152), quais sejam aqueles
consubstanciados no art. 472, do CPC, transcrito agora, ipsis litteris:”
P29
iter criminis
“Ainda nesse diapasão requer-se a redução máxima pela tentativa face
ao diminuto, ínfimo iter criminis percorrido pelo agente no caso em
apreço.”
P17 2
“Como se vê, o "iter criminis" percorrido foi pequeno, merecendo uma
diminuição maior pela tentativa.”
P52
jus in corpus
“14. Especificamente, quanto a este, cumpre especificar que tal, na
lição do Prof. Yussef Said Cahali, "desencadeia uma série de
obrigações de agere, nom agere, de pati (assistência, fidelidade, jus in
corpus, convivência, respeito, tolerância, compreensão, colaboração,
etc.)"
P12 2
“assistência, fidelidade, jus in corpus, covivência, respeito, tolerância,
compreensão, colaboração, etc.”
P94
jus persequendi
“Assim, em face de revisão criminal, estando em jogo dois interesses
distintos, quais sejam, o "status dignatitis" do cidadão e o "jus
persequendi", é certo que deve ser dada prevalência ao primeiro, em
continência ao "princípio da igualdade", consubstanciado no
contraditório.’
P66 1
munus
“[...] foi indicado como curador o Sr. XXXX, funcionário do Distrito
Policial que, deste modo, não possuía a necessária isenção para exercer
P13 1
117
Latinismo Contexto Petição
Frequência
seu "munus" .”
na debeatur
“[...] torna inviável o "na debeatur" referido [...]”
P1 1
opinio delicti
“[...] na medida em que as provas constantes quer do inquérito policial,
quer de procedimentos ou sindicâncias administrativas em geral, não se
prestam senão à formação da opinio delicti, para efeito de oferecimento
da denúncia.”
P61 1
periculum in
mora
“Admite-se porém a prisão preventiva como medida cautelar. Assim
sendo, para sua decretação, imperiosa a constatação de seus requisitos,
quais sejam; o fumus boni juris e o periculum in mora.”
P87 2
“Porém, entende-se ausente o segundo requisito autorizador da medida
extrema, o periculum in mora ou periculum libertatis.”
P87
periculum
libertatis
“Porém, entende-se ausente o segundo requisito autorizador da medida
extrema, o periculum in mora ou periculum libertatis.”
P87 2
“o que toca ao periculum libertatis, a fundamentação da medida
envolve essencialmente o problema já focalizado das finalidades do
instituto [...]”
P87
pro rata
“Seja o requerido condenado aos ônus da sucumbência - pro rata;”
P88 1
quantum
“[...] mas juridicamente encadeada, estando abarcada às finalidades da
sanção penal e ao montante do "quantum" punitivo.”
P48 13
“[...] revisionário é primário, não ostenta antecedentes criminais e o
"quantum" da pena está dentro dos limites do artigo 33 parágrafo 2.
Letra"c" do Código Penal.”
P48
“Porém, o aumento deveria ter sido fixado no mínimo legal, ou seja,
1/3, porque não é o número de qualificadoras que determina o
"quantum" do aumento e sim as circunstâncias em que elas ocorreram.”
P50
P52
P55
“Além do mais, o Juiz Sentenciante aumentou a pena no máximo pelas
qualificadoras, ou seja, na metade, sem justificar o motivo desse
"quantum".”
P50
“[...] e o "quantum" da pena está dentro dos limites do artigo 33
parágrafo 2. Letra"b" do Código Penal.”
P53
P58
118
Latinismo Contexto Petição
Frequência
“[...] o quantum da pena permite tal aplicação, conforme o disposto no
artigo 33, § 2º, "b", CP cc § 3º do mesmo artigo.”
P56
“[...] reajustando-se o "quantum" da reprimenda.”
P59
“Pelo que consta nos autos o réu é técnicamente primário e o
"quantum" da pena está dentro dos limites previstos no artigo 33
parágrafo 2. letra "b" do Código Penal.”
P69
“A ação comporta extinção sem julgamento do mérito, por não ter o
autor formulado pedido líqüido e certo relativamente ao "quantum" que
pretende a título de pensão alimentícia”
P75
“[...] o cálculo do "quantum" devido pelos réus, de custas e verbas
sucumbenciais”
P78
res furtiva
“Assim, o delito não extrapolou a esfera da tentativa, pois o agente não
teve a posse mansa e pacífica da "res furtiva".”
P15 6
“Ocorre que o peticionário foi detido sem que houvesse qualquer
demonstração de que participava do assalto e fora preso por meras
suspeitas, uma vez que nem os carros mencionados e nem a "res
furtiva" foi encontrada em seu poder.”
P53
“Além do mais o peticionário foi detido sem que houvesse qualquer
demonstração de que participava do assalto e fora preso por meras
suspeitas, uma vez que apenas parte da "res furtiva" foi encontrada em
seu poder e por tratar-se de dinheiro poderia pertencer a ele mesmo. “
P58
“Em Juízo (fl.417) o Peticionário negou os fatos narrados na exordial
acusatória, afirmando que na data dos fatos não tinha conhecimento da
procedência ilícita da "res furtiva".”
P65
“A testemunha XXXX (fls. 41/42), nada pode assegurar acerca da
autoria da receptação, pois, além de não ter visto os autores do crime de
roubo, não presenciou o Peticionário ocultando a "res furtiva" descrita
na peça preamblar.”
P65
“Ora, referidas testemunhas nada podem imputar ao Peticionário, pois
não o presenciaram ocultando a "res furtiva" e, ademais, suas
participações no presente feito, pautaram-se tão-somente por relatar
fatos adversos aos imputados a XXXX, por ocasião da denúncia.”
P65
retro
“5. Diante da análise dos dispositivos legais retro citados, tem-se que o
contrato de fornecimento de energia revela natureza jurídica de direito
privado, de adesão e, sinalagmática [...]”
P8 3
119
Latinismo Contexto Petição
Frequência
“[...] a fim de que seja(m) intimado(a)(s) o(a)(s) Réu(é)(s)/o(a)(s)
representante(s) legal(is) do(a) Réu(é)(s), com qualificação(ões) e
endereço(s) retro declinado(s).”
P8
“Os requerentes contraíram matrimônio em 25 de Outubro de 1975,
pelo regime de comunhão universal de bens, conforme certidão de
casamento retro;”
P86
status dignatitis
“Assim, em face de revisão criminal, estando em jogo dois interesses
distintos, quais sejam, o "status dignatitis" do cidadão e o "jus
persequendi", é certo que deve ser dada prevalência ao primeiro, em
continência ao "princípio da igualdade", consubstanciado no
contraditório.”
P66 1
strictu sensu
“[...] não incidem, de fato, sobre a Ação de Nulidade de Ato Jurídico
c.c. Reintegração de Posse e Indenização por Perdas e Danos em
virtude da Coisa Julgada strictu sensu, mas sim, em virtude da
EFICÁCIA PRECLUSIVA DA COISA JULGADA, que, à semelhança
da própria Coisa Julgada [...]”
P29 1
verbis
"Para que o presente instrumento tenha eficácia e vigência, o
CONTRATANTE deverá anexar a ela, o(s) recibo(s) autenticado(s),
correspondente ao pagamento da primeira parcela da anuidade, que
possui caráter de princípio de pagamento. ("verbis").”
P1 1
A tabela acima pede alguns comentários. O elevado índice de expressões registradas
em Latim parece-nos, evidentemente, um fato peculiar, porém, típico dos textos jurídicos. Os
latinismos que elencamos, ou seja, trinta e seis, totalizam cento e cinquenta e duas
ocorrências.
A maioria das expressões latinas, ou seja, dezoito que aparecem com freqüência 1 no
corpus, constituem os chamados hapax legomena. Os termos latinos constituem 11% do
corpus formado pelos itens lexicais ornamentais e rebuscados.
120
Um examinador atento do Corpus A poderá perceber que os trinta e seis latinismos
elencados na tabela acima não esgotam totas as ocorrências de expressões latinas dos textos
petitórios. Ocorre que muitas delas, pelo fato de constarem no dicionário jurídico que
consultamos, não puderam figurar em nossa pesquisa.
4.1.2 Observação dos termos laudatórios no Corpus A
Na categoria expressiva a que chamamos Termos laudatórios, coletamos dezenove
amostras, as quais são expostas a seguir.
Perceba-se que algumas das expressões que localizamos se encontram na versão
abreviada. Esse fato pode demonstrar que o uso dos termos laudatórios é tão freqüente no
campo do profissional forense que já foi institucionalizado e consagrado, estabilizando-se em
formato abreviado. Assim, convencionamos fazer constar na 1ª coluna à direita além da
transcrição unidade léxica em estudo, sua versão abreviada, quando esta ocorrer nos textos
jurídicos do Corpus A.
É válida, inclusive, a observação de que quando um contexto (2ª coluna) se repetiu
mais de uma vez em petições diferentes, ele somente foi transcrito uma vez e as siglas
correspondentes às petições nas quais ele ocorreu foram listadas paradigmaticamente em
seqüência numérica crescente.
121
Tabela 5: Termos laudatórios encontrados no Corpus A.
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
colendo
“Colenda Câmara”
P6
P10
P13
P15
P19
P20
P22
P23
P25
P26
P27
P28
P30
P31
P32
P33
P34
P35
P36
P37
P38
P39
P44
P47
P50
70
122
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
P52
P53
P54
P57
P58
P62
P64
P65
P66
P68
P70
“COLENDA TURMA”
P7
P96
“COLENDO GRUPO DE CÂMARAS.”
P18
P48
P56
“[...] requer a esta Colenda Câmara que seja recebida a presente ação
revisional, dando-lhe provimento ao pedido de absolvição [...]”
P18
“[...] espera o apelante que essa Colenda Câmara dê provimento ao
presente recurso, para a reforma do r. título executivo condenatório [...]”
P20
“COLENDA CÂMARA”
P21
P41
“[...] espera o apelante que essa Colenda Cãmara dê provimento ao
recurso, absolvendo-o da acusação com fundamento do artigo 386, inciso
VI, do Código de Processo Penal [...]”
P25
“Neste sentido, a Colenda 8ª Câmara do Egrégio Tribunal de Alçada
Criminal deste Estado cristalizou entendimento [...]”
P27
P30
P35
123
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
P37
“[...] já que as duas primeiras foram anuladas por este Colendo Tribunal
de Justiça [...]”
P29
“[...] sendo diverso o entendimento esposado por esta Colenda Câmara,
subsidiariamente, requer seja afastada a majorante de emprego de arma
[...]”
P31
“Diante do exposto, requer-se a esta Colenda Câmara que, recebida a
presente ação revisional, julgue procedente o pedido [...]”
P48
“Diante do exposto, espera o peticionário que essa Colenda Câmara dê
procedência a ação revisional para absolvê-lo da acusação.”
P50
P52
“Colendo Grupo de Câmaras”
P51
P59
P60
P61
P67
“Diante do exposto, espera o peticionário que essa Colenda Câmara dê
procedência a ação revisional para absolvê-lo da acusação.”
P53
“Diante do exposto, espera o peticionário que essa Colenda Câmara
julgue procedente a revisão criminal para absolvê-lo da acusação ou
subsidiariamente a diminuição da pena imposta, por ser de justiça.”
P54
P62
“Diante do exposto, espera o peticionário que essa Colenda Câmara dê
procedência a ação revisional para absolvê-lo da acusação.”
P55
P58
“Contudo, sendo diverso o entendimento por este Colendo Grupo de
Câmaras, requer esta defesa seja fixada a pena base no mínimo legal,
pois o Peticionário é primário.”
P61
“Diante do exposto, espera o peticionário que essa Colenda Câmara
julgue procedente a ação revisional para absolvê-lo da acusação ou para
desclassificar o delito para tentativa de furto [...]”
P64
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ RELATOR
LAGASTRA NETO DA COLENDA 3ª CÂMARA DO EGRÉGIO
TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE SÃO
PAULO.”
P68
124
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“Sem embargo de haverem dois dos Eminentes Juizes que integraram a
Colenda 3ª Câmara desde Egrégio Tribunal mantido o regime inicial
fechado [...]”
P68
“Diante do exposto, espera o apelado que essa Colenda Câmara negue
provimento ao recurso Ministerial, mantendo nesse ponto, a r.sentença
recorrida, por ser de Justiça.”
P70
culto
“Nesta oportunidade, procedeu com o costumeiro acerto a culta
julgadora de 1ª instância.”
P7
P96
3
“Portanto, Culto Julgador, patente a contradição aferida sob o crivo do
contraditório que reflete a inconsistência da prova oral colhida, que
sequer foi firme o bastante para esclarecer ponto importantíssimo, qual
seja, se existia e quem portava a arma de fogo.”
P17
“O Nobre e Culto Magistrado Sentenciante foi por demais rigoroso no
momento da elaboração da reprimenda, ou seja, no tópico "Das Penas".”
P47
dignar-se
“14. Por todo o exposto, a AUTORA requer a V. Exa. se digne
determinar a citação do(a)(s) RÉU(É)(S)”
P8 3
“26. Requer, se digne V. Exa., em determinar que a Embargada junte aos
autos o respectivo processo administrativo que deu origem ao crédito
embargado, e posterior abertura de prazo para que a Embargante possa se
manifestar sobre aquele processo.”
P40
“Diante do disposto, a Exeqüente discorda totalmente da substituição do
bem penhorado, linha telefônica, por quantia em dinheiro e roga que V.
Exa. se digne a indeferir tal pedido da executada.”
P80
digno
“[...] além de o digno Juízo a quo estar obstruindo tal direito, ora
decidindo em desacordo com o pedido, ora levantando questões sem
fundamento jurídico, como é o caso do prazo prescricional, ou ainda,
julgando improcedente a ação em virtude do nome da mesma estar
"incorreto", quando o mesmo não estava.”
P29 2
“26. Destarte, tem a autora o direito à meação do imóvel vendido pelo
réu. E, conforme a petição inicial, bem como decisão proferida por este
digno Tribunal de Justiça [...]”
P29
d. /douto
“O D. Juízo "a quo", em R. Decisão proferida às fls.”
P1 41
125
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“A r. sentença merece alteração, porquanto o D. Magistrado "a quo" não
decidiu com o costumeiro acerto.”
P6
P23
P26
P27
P28
P30
P37
P44
“[...] a r. sentença merece alteração, porquanto a D. Magistrada "a quo"
não decidiu com o costumeiro acerto.”
P15
“[...] em processo-crime a que responde perante o D. Juízo da 8ª Vara
Criminal, desta Capital,[...]”
P43
“Insurge-se o D. Promotor de Justiça contra a decisão que fixou ao
apelado o regime semi-aberto e requer também a exasperação da pena
por ser o réu reincidente.”
P70
“Insurge-se o Douto Promotor de Justiça contra a r. sentença de fls.
72/75”
P10
“Ainda, ao contrário do afirmado pelo Douto Promotor, o veículo não
estava na posse do apelado, mas sim do adolescente.“
P13
“Há que ser reconhecido, como bem salientou o douto Promotor de
Justiça na denúncia e em sede de alegações finais, que o delito não se
consumou, por circunstâncias alheias à vontade do apelante.”
P15
“[...] uma vez que considerou o douto Magistrado ser o apelante
reincidente,[...]”
P23
“[...] em sede de alegações finais, o douto Promotor de Justiça
propugnou pela procedência da ação [...]”
P32
“Quanto ao mérito, a r. sentença merece alteração, porquanto o douto
magistrado não decidiu com o costumeiro acerto.”
P32
“Como bem destacou o Douto Juiz relator Lagrata Neto [...]”
P68
“A r. sentença merece ser alterada, porquanto o Douto Magistrado "a
quo" não decidiu com o costumeiro acerto.”
P36
126
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“A intervenção do douto representante do Ministério Público no presente
feito; [...]”
P89
“[...] em sede de alegações finais, a Douta promotoria de Justiça,
propugnou pela procedência da ação[...]”
P6
P13
P15
P19
P23
P27
P28
P30
P44
P59
P60
P61
“Douta Procuradoria.”
P20
P39
“Em sede de alegações finais, a Douta promotoria de Justiça, propugnou
pela procedência da ação[...]”
P26
“Julgou a douta 5.a Vara Cível de São Bernardo do Campo
PROCEDENTE EM PARTE a ação [...]”
P29
“A r. sentença merece alteração, porquanto a Douta Magistrada "a quo",
não decidiu com o costumeiro acerto.”
P31
“Ressalte-se Doutos Julgadores, que a suposta vítima do estupro ,
momentos após os fatos, obviamente, se dirigiu ao distrito policial para
relatar o ocorrido e formalizar o boletim de ocorrência desconhecida.”
P20
“Doutos Julgadores”
P31
P36
dr.
“EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DO FORO
REGIONAL DE SANTANA.”
P2 55
127
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
doutor
P4
P8
“EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DO FORO
REGIONAL DE SÃO MIGUEL PAULISTA”
P3
“EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL
CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SANTANA.”
P7
P7
P84
“EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA DA
FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE
SANTANA. “
P11
“Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da MM. 2ª Vara Cível do Foro Regional
de São Miguel Paulista”
P14
“EXMO. SR. DR. JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE
ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE SÃO PAULO”
P18
P56
“EXMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 10. VARA CRIMINAL DA
COMARCA DA CAPITAL”
P42
“EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DE FAMÍLIA E
SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE SÃO MIGUEL PAULISTA.”
P90
“Excelentíssimo Sr. Dr. Juiz de Direito da 10a Vara Criminal da
Comarca da Capital.”
P95
“EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA DE FAMÍLIA E
SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE SANTANA.”
P97
“Com efeito, o acusado em Juízo, negou veementemente ter sido o autor
do delito e tal negativa não restou isolada das demais provas como quer
crer o Dr. Promotor de Justiça, senão vejamos:”
P19
“Dr. XXXX”
P63
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE
DO EGRÉGIO SUPERIOR TRlBUNAL DE JUSTIÇA-BRASÍLIA/DF”
P5
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA DO
FORO REGIONAL DE SANTANA”
P9
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª
VARA DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE
P24
128
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
SANTANA - COMARCA DA CAPITAL”
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR
PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO/SP. “
P29
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO II
ANEXO DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE SÃO
BERNARDO DO CAMPO / SP.”
P40
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE
SÃO PAULO.”
P43
P66
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ VICE-PRESIDENTE
DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
PAULO.”
P50
“Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Vice-Presidente do
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo”
P87
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ VICE-PRESIDENTE
DO TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE SÃO
PAULO.”
P51
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª
VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SANTANA-COMARCA
DA CAPITAL”
P98
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª
VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SANTANA-COMARCA
DA CAPITAL”
P78
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
__a. VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SANTANA
COMARCA DE SÃO PAULO”
P99
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ VICE-PRESIDENTE
DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO
DE SÃO PAULO.”
P47
P52
P53
P54
P55
P57
129
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
P58
P59
P60
P61
P62
P64
P65
P67
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ RELATOR XXXX
DA COLENDA 3ª CÂMARA DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE
ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE SÃO PAULO.”
P68
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª
VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SANTANA-COMARCA
DA CAPITAL”
P71
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ª VARA DA
FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE SANTANA. -
COMARCA DA CAPITAL”
P85
P86
P89
P93
P94
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
VARA DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES DO FORO REGIONAL
DE SANTANA- SAN.”
P92
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª
VARA DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE
SANTANA - COMARCA DA CAPITAL”
P72
P73
P74
P75
P76
P77
P81
130
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
P82
P83
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª
VARA DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE
SANTANA - COMARCA DA CAPITAL”
P88
“EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO
DA 9A VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO PAULO –
CAPITAL”
P79
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 38a
VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP
P80
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE
DO EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA-BRASILIA/DF”
P91
e.
egrégio
“[...] a qual submeteu o peticionário ao julgamento pelo E. Tribunal do
Júri da Comarca [...]”
P63 106
“Assim, também, é o entendimento do Egrégio Supremo Tribunal
Federal [...]”
P1
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE
DO EGRÉGIO SUPERIOR TRlBUNAL DE JUSTIÇA-BRASÍLIA/DF”
P5
“Egrégio Tribunal”
P5
P6
P10
P13
P15
P19
P20
P22
P23
P25
P26
131
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
P27
P28
P30
P31
P32
P33
P34
P35
P36
P37
P38
P39
P44
P48
P50
P51
P52
P53
P54
P55
P57
P58
P59
P60
P61
P62
P64
132
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
P65
P66
P67
P68
P70
P91
“EGRÉGIO 2º COLÉGIO RECURSAL”
P7
“Diante do exposto, espera esta Defensoria que este Egrégio Tribunal,
apreciando estas razões, negue provimento ao presente recurso [...]”
P10
“Pelo exposto, espera esta Defensoria que este Egrégio Tribunal,
apreciando estas razões, negue provimento ao presente recurso,
mantendo a r. sentença recorrida [...]”
P13
P19
“EXMO. SR. DR. JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE
ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE SÃO PAULO.“
P18
“EGRÉGIO TRIBUNAL.”
P18
P21
P41
P47
“O réu foi intimado da r. sentença e, inconformando-se com o decreto
obtido, manifestou o interesse expresso (fl. 100) de submetê-la à
apreciação deste Egrégio Tribunal.”
P23
“O réu foi intimado da r. sentença e, inconformando-se com o decreto
obtido, manifestou o interesse expresso (fl. 199) de submetê-la à
apreciação deste Egrégio Tribunal.”
P26
“A ré foi intimada da r. sentença e, inconformando-se com o decreto
obtido, manifestou o interesse expresso (fl. 125/126) de submetê-la à
apreciação deste Egrégio Tribunal.”
P27
“Neste sentido, a Colenda 8ª Câmara do Egrégio Tribunal de Alçada
Criminal deste Estado cristalizou entendimento, conforme ementa abaixo
transcrita: [...]”
P27
“O réu foi intimado da r. sentença e, inconformando-se com o decreto
P28
133
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
obtido, manifestou o interesse expresso (fl. 311) de submetê-la à
apreciação deste Egrégio Tribunal.”
“O Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, ao proferir o
Acórdão, asseverou que a decisão dada pela r. sentença apelada, apesar
de ser possível, não poderia ter sido procedida de oficio pelo magistrado
[...]”
P29
“O réu foi intimado da sentença e, inconformando-se com o decreto
obtido, manifestou o interesse expresso (fl. 110) de submetê-la à
apreciação deste Egrégio Tribunal.”
P30
“Neste sentido, a Colenda 8ª Câmara do Egrégio Tribunal de Alçada
Criminal deste Estado cristalizou entendimento [...]”
P30
“O réu foi intimado da sentença e, inconformando-se com o decreto
obtido, manifestou o interesse expresso (fl. 149) de submetê-la à
apreciação deste Egrégio Tribunal”
P31
“Pelo exposto, espera esta Defensoria que este Egrégio Tribunal,
apreciando estas razões, dê provimento ao presente recurso.”
P31
P32
P37
“O acusado foi intimado da r. sentença e, inconformando-se com o
decreto obtido, manifestou o interesse expresso (fl. 84) de submetê-la à
apreciação deste Egrégio Tribunal.”
P32
“O réu foi intimado da r. sentença e, inconformando-se com o decreto
obtido, manifestou o interesse expresso (fl. 93) de submetê-la 'a
apreciação deste Egrégio Tribunal.”
P34
“Neste sentido, a Colenda 8ª Câmara do Egrégio Tribunal de Alçada
Criminal deste Estado cristalizou entendimento [...]”
P35
“O réu foi intimado da r. sentença e, inconformando-se com o decreto
obtido, manifestou o interesse expresso (fl. 89) de submetê-la à
apreciação deste Egrégio Tribunal.”
P36
“Contudo, caso seja diverso o entendimento deste Egrégio Tribunal,
requer-se o afastamento da majorante de concurso de agentes pois para a
configuração de tal circunstância, é indispensável a confirmação de que
tais pessoas [...]”
P36
“O réu foi intimado da sentença e, inconformando-se com o decreto
obtido, manifestou o interesse expresso (fl. 128) de submetê-la à
P37
134
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
apreciação deste Egrégio Tribunal.”
“Neste sentido, a Colenda 8ª Câmara do Egrégio Tribunal de Alçada
Criminal deste Estado cristalizou entendimento, conforme ementa abaixo
transcrita”
P37
“Pelo exposto, espera esta Defensoria que este Egrégio Tribunal,
apreciando estas razões, negue provimento ao Recurso em Sentido
Estrito, mantendo a r. decisão agravada por seus próprios e jurídicos
fundamentos, por ser medida de Justiça.”
P38
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE
SÃO PAULO.”
P43
“O réu foi intimado da r. sentença e, inconformando-se com o decreto
obtido, manifestou o interesse expresso de submetê-la à apreciação deste
Egrégio Tribunal (fl. 112)”
P44
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ VICE-PRESIDENTE
DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO
DE SÃO PAULO.”
P47
P50
P52
P53
P54
P55
P57
P58
P59
P60
P61
P62
P64
P65
P66
P67
135
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“EXMO. SR. DR. JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE
ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE SÃO PAULO.”
P56
“Requer-se, portanto, que este Egrégio Tribunal, após o acolhimento da
presente revisão, dê procedência ao pedido.”
P56
“[...] tendo o v. acórdão proferido por este Egrégio Tribunal negado
provimento a ambos os recursos, sendo que tal decisão transitou em
julgado em 02.02.98.”
P60
“[...] tendo o v. acórdão proferido por este Egrégio Tribunal negado
provimento, sendo que tal decisão transitou em julgado em 04.10.95 (fl.
123).”
P61
“EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
PAULO”
P63
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ RELATOR XXXX
DA COLENDA 3ª CÂMARA DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE
ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE SÃO PAULO.”
P68
“Sem embargo de haverem dois dos Eminentes Juizes que integraram a
Colenda 3ª Câmara desde Egrégio Tribunal mantido o regime inicial
fechado [...]”
P68
“Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Vice-Presidente do
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.”
P87
“[...] impetrar perante este Egrégio Tribunal, a presente ORDEM DE
HABEAS CORPUS [...]”
P87
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE
DO EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA-
BRASILIA/DF”
P91
“EGRÉGIO 2º COLÉGIO RECURSAL COLENDA TURMA”
P96
emérito
“EMÉRITOS JULGADORES”
P1 10
“Porém, Eméritos Julgadores, in casu a ação é de manifesta
improcedência”
P1
“Nota-se, Eméritos Julgadores, que a recorrida, visando reaver o valor
pago á titulo de matricula, funda-se em alegações desesperadas e
inverídicas, acarretando contradições e inverdades”
P1
“Ademais, se este emérito Tribunal de Justiça reconheceu o direito da
autora, não cabe ao juízo a qtlo criar vicissitudes acerca da ação
P29
136
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
proposta.”
“Eméritos Julgadores”
P59
P60
P61
P65
P66
P67
eminente
“O respeitável Acórdão proferido por este Eminente Tribunal de Justiça
de São Paulo (fls. 141 a 145), por votação unânime [...]”
P29 2
“Sem embargo de haverem dois dos Eminentes Juizes que integraram a
Colenda 3ª Câmara desde Egrégio Tribunal mantido o regime inicial
fechado [...]”
P68
exmo.
/excelentíssimo
“EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DO FORO
REGIONAL DE SANTANA.”
P2 136
“EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DO FORO
REGIONAL DE SÃO MIGUEL PAULISTA”
P3
“EXMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 8ª VARA CÍVEL DO FORO
REGIONAL DE SANTANA.”
P4
“EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL
CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SANTANA.”
P7
P7
“EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA MMa .8 VARA CíVEL DO
FORO REGIONAL DE SANTANA.”
P8
“EXMO. SR. DR. JUIZ 'DE DIREITO DA 4a VARA DE FAMíLIA E
SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE SANTANA.”
P12
P97
“Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da MM. 2ª Vara Cível do Foro Regional
de São Miguel Paulista”
P14
“EXMO. SR. DR. JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE
ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE SÃO PAULO.“
P18
P56
“EXMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 10. VARA CRIMINAL DA
P42
137
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
COMARCA DA CAPITAL.”
“EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FAMíLIA E
SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE SANTANA”
P84
P100
“EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DE FAMÍLIA E
SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE SÃO MIGUEL PAULISTA.”
P90
‘EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE
DO EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA-
BRASÍLIA/DF”
P5
“[...] Câmara do 2° Tribunal de Alçada Civil do Estado de São Paulo,
composta pelos Excelentíssimos Senhores Magistrados [...]”
P5
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA DO
FORO REGIONAL DE SANTANA”
P9
“EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ~~ VARA DA
FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE
SANTANA.”
P11
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª
VARA DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE
SANTANA - COMARCA DA CAPITAL”
P24
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR
PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO/SP.”
P29
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO II
ANEXO DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE SÃO
BERNARDO DO CAMPO / SP.”
P40
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE
SÃO PAULO.”
P43
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ VICE-PRESIDENTE
DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO
DE SÃO PAULO.”
P47
“Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da 10ª Vara Criminal da
Comarca da Capital.”
P49
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ VICE-PRESIDENTE
DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
PAULO.”
P50
P67
138
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ VICE-PRESIDENTE
DO TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE SÃO
PAULO.”
P51
P52
P53
P54
P55
P57
P58
P59
P60
P61
P62
P64
P65
P66
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ RELATOR
LAGASTRA NETO DA COLENDA 3ª CÂMARA DO EGRÉGIO
TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE SÃO
PAULO.”
P68
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª
VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SANTANA-COMARCA
DA CAPITAL”
P71
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª
VARA DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE
SANTANA - COMARCA DA CAPITAL”
P72
P73
P74
P75
P76
P77
P81
139
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
P82
P83
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª
VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SANTANA-COMARCA
DA CAPITAL”
P78
“EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO
DA 9A VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO PAULO –
CAPITAL”
P79
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 38a
VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP
P80
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ª VARA DA
FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE SANTANA. -
COMARCA DA CAPITAL”
P85
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ª
VARA DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE
SANTANA - COMARCA DA CAPITAL”
P86
P89
“Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Vice-Presidente do
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.”
P87
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª
VARA DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE
SANTANA - COMARCA DA CAPITAL”
P88
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE
DO EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA-
BRASILIA/DF”
P91
“[...] Turma Julgadora da 2º Câmara do 2º Tribunal de Alçada Civil do
Estado de São Paulo, composta pelos Excelentíssimos Senhores
Magistrados, que aqui figuram como autoridades coatoras [...]”
P91
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
VARA DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES DO FORO REGIONAL
DE SANTANA- SAN.”
P92
“EXCELENTÍSIMO (sic) SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
___º VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DOFOROR REGIONAL
DE SANTANA COMARCA DE SÃO PAULO”
P93
P94
“Excelentíssimo Sr. Dr. Juiz de Direito da 10a Vara Criminal da
Comarca da Capital.”
P95
140
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª
VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SANTANA-COMARCA
DA CAPITAL”
P98
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
__a. VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SANTANA
COMARCA DE SÃO PAULO”
P99
“EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DO FORO
REGIONAL DE SANTANA.”
P2
“EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DO FORO
REGIONAL DE SÃO MIGUEL PAULISTA”
P3
“EXMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 8ª V ARA CÍVEL DO FORO
REGIONAL DE SANTANA.”
P4
“EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL
CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SANTANA.”
P7
“EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA MMa .8 VARA CíVEL DO
FORO REGIONAL DE SANTANA.”
P8
“EXMO. SR. DR. JUIZ 'DE DIREITO DA 4a VARA DE FAMíLIA E
SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE SANTANA.”
P12
“Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da MM. 2ª Vara Cível do Foro Regional
de São Miguel Paulista”
P14
“EXMO. SR. DR. JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE
ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE SÃO PAULO.“
P18
“EXMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 10. VARA CRIMINAL DA
COMARCA DA CAPITAL.”
P42
“EXMO. SR. DR. JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE
ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE SÃO PAULO.”
P56
“EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FAMíLIA E
SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE SANTANA”
P84
“EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DE FAMÍLIA E
SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE SÃO MIGUEL PAULISTA.”
P90
“EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA DE FAMÍLIA E
SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE SANTANA.”
P97
“EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA a VARA DE F AMILIA E
P100
141
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
SUCESSÕES DA REGIONAL DE SANTANA.“
‘EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE
DO EGRÉGIO SUPERIOR TRlBUNAL DE JUSTIÇA-
BRASÍLIA/DF”
P5
“[...] Câmara do 2° Tribunal de Alçada Civil do Estado de São Paulo,
composta pelos Excelentíssimos Senhores Magistrados [...]”
P5
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA DO
FORO REGIONAL DE SANTANA”
P9
“EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ~~ VARA DA
FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE
SANTANA.”
P11
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR
DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DE SÃO PAULO/SP.”
P29
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO II
ANEXO DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE SÃO
BERNARDO DO CAMPO / SP.”
P40
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE
SÃO PAULO.”
P43
“Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador-Presidente do Egrégio
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.”
P49
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ VICE-PRESIDENTE
DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
PAULO.”
P50
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ VICE-PRESIDENTE
DO TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE SÃO
PAULO.”
P51
P68
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ VICE-PRESIDENTE
DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO
DE SÃO PAULO.”
P47
P52
P53
P54
P55
P57
142
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
P58
P59
P60
P61
P62
P64
P65
P66
P67
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª
VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SANTANA-COMARCA
DA CAPITAL”
P71
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª
VARA DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE
SANTANA - COMARCA DA CAPITAL”
P72
P73
P74
P75
P76
P77
P81
P82
P83
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª
VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SANTANA-COMARCA
DA CAPITAL”
P78
“EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO
DA 9A VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO PAULO –
CAPITAL”
P79
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 38a
VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP
P80
143
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ª VARA DA
FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE SANTANA. -
COMARCA DA CAPITAL”
P85
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ª
VARA DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE
SANTANA - COMARCA DA CAPITAL”
P86
“Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Vice-Presidente do
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.”
P87
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª
VARA DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE
SANTANA - COMARCA DA CAPITAL”
P88
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
___ª VARA DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE
SANTANA - COMARCA DA CAPITAL”
P89
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE
DO EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA-
BRASILIA/DF”
P91
“[...]Turma Julgadora da 2º Câmara do 2º Tribunal de Alçada Civil do
Estado de São Paulo, composta pelos Excelentíssimos Senhores
Magistrados, que aqui figuram como autoridades coatoras [...]”
P91
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
VARA DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES DO FORO REGIONAL
DE SANTANA- SAN.”
P92
“EXCELENTÍSIMO (sic) SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
___º VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DOFOROR REGIONAL
DE SANTANA COMARCA DE SÃO PAULO”
P93
P94
“Excelentíssimo Sr. Dr. Juiz de Direito da 10a Vara Criminal da
Comarca da Capital.”
P95
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª
VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SANTANA-COMARCA
DA CAPITAL”
P98
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
__a. VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SANTANA
COMARCA DE SÃO PAULO”
P99
144
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
i./ ilustre
/ilustríssimo
“Deste modo, o reconhecimento pela i. Magistrada da qualificadora de
concurso de agentes, condenando o apelante por circunstância não
contida expressamente na denúncia e sem que fosse dada à defesa
oportunidade de se manifestar [...]”
P15 24
“A construção teórica do Ilustre Professor Camargo Aranha elucida o
ponto em questão:”
P6
P28
P30
“Em que pesem as alegações do ilustre membro do 'Parquet" ao entender
que o nobre julgador agiu com desacerto ao afastar a qualificadora da
arma de fogo e fixar o regime semi-aberto ao apelado, razão não lhe
assiste, senão vejamos.”
P22
“A despeito da fixação do regime fechado, como pugna o ilustre membro
de "Parquet", razão também lhe carece , senão vejamos.’
P22
“A construção teórica do Ilustre Professor Camargo Aranha elucida o
ponto em questão:”
P23
“O ilustre Magistrado fixou as penas base no mínimo legal, aumentando-
as, no dobro quanto à receptação e em metade no porte de arma [...]”
P26
“Outrossim, incorreu a ilustre Magistrada em erro ao aumentar a pena na
proporção de dois terços em razão da continuidade delitiva [...]”
P28
“Superada a fase do artigo 499 do Código de Processo penal, em sede de
Alegações Finais, o Ilustre Membro do Ministério Público propugnou
pela procedência da ação com conseqüente condenação, enquanto a
defesa requereu sua absolvição.”
P31
“Assim, não poderia o ilustre magistrado desclassificar o delito para o
previsto no artigo 32 da Lei das Contravenções Penais [...]”
P35
“[...] em sede de Alegações Finais, o Ilustre Membro do Ministério
Público propugnou pela procedência da ação, [...]”
P36
“[...] bem sustentou o ilustre Promotor de Justiça, no caso "sub-judice"
não há a necessária comprovação da origem ilícita dos objetos [...]”
P38
“Em que pesem as alegações do ilustre membro do 'Parquet" ao entender
que o nobre julgador agiu com desacerto ao absolver o apelado [...]”
P41
“A construção teórica do Ilustre Professor Camargo Aranha elucida o
ponto em questão:”
P44
145
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“De outro lado, o outro policial responsável pela prisão do acusado à
época dos fatos não foi inquirido, sendo certo que o ilustre membro do
Parquet desistiu de seu depoimento.”
P45
“Outrossim, contrariamente ao que afirma o ilustre membro do Parquet,
uma das armas não é apta a disparar, conforme atesta o laudo pericial de
fls.65, razão porque referida arma não possui capacidade lesiva.”
P46
“Em sede de alegações finais, o Ilustríssimo Representante do Ministério
Público propugnou pela pronúncia de Moacir, enquanto a defesa
postulou pela sua absolvição sumária por legítima [...]
P63
“[...] esta Defensoria acredita que a razão está com o Ilustre Juiz
Lagrasta Neto que, em seu voto vencido, alterava o regime de
cumprimento da pena privativa de liberdade para o semi-aberto.”
P68
“Conforme ensinamento do ilustre professor Júlio Fabbrini Mirabete,
quanto aos regimes prisionais [...]”
P68
“A intimação do ilustre representante do Ministério Público”
P82
“Isto posto, requer-se de V. Exa.: a) a oitiva do Ilustre representante do
Ministério Público;”
P90
“[...] que seja intimado o ilustre membro do Ministério Público para que
intervenha na presente”
P94
mm.
meritíssimo
“Pactua do mesmo entendimento recentes decísões, do MM. Juizo nos
autos [...]”
P1 36
“O MM. Juizo nos autos n° XXXX que tramita perante o Juizado
Especial Cível [...]”
P1
“[...] e o MM. Juiz da 7ª Vara Cível do Foro Regional de Santana
determinou expedição do mandado de intimação, para que a paciente
entregue o bem [...]”
P5
“Decerto, houve por bem o MM. Juízo recorrido julgar procedente o
pedido.”
P7
P96
“Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da MM. 2ª Vara Cível do Foro Regional
de São Miguel Paulista”
P14
“Na fase decisória, o MM Juiz "a quo", entendeu por bem acolher
parcialmente o pedido inicial, condenando o peticionário [...]”
P18
146
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“O MM. Juiz "a quo" condenou o ora apelante a pena de quinze(15) anos
de reclusão [...]”
P20
“O MM. Juiz "a quo" absolveu o ora apelado das sanções do artigo 157”
P21
“O MM. Juiz "a quo" condenou o ora apelado como incurso nas sanções
do artigo 157, §2º, I do Código de Penal.”
P22
“Entretanto, a MM. Juíza "a quo" houve por bem rejeitar a denúncia por
entender não constituir o fato descrito na exordial o delito previsto no
artigo 180 [...]”
P38
“O MM. Juiz "a quo" condenou o ora apelante como incurso nos artigos
155 , §2º do Código Penal a uma pena de oito meses de reclusão [...]”
P39
“MM JUIZ”
P42
“A resposta foi dada pelo próprio depoente quando , em seguida,
concluiu dizendo para o MM Juiz que não tinha condições de reconhecer
o revisionário [...]”
P48
“Entretanto, há ainda que se considerar que o MM. Juiz ao proferir a
sentença condenatória, afirmou que "verifico que o acusado é primário e
portador de bons antecedentes [...]”
P63
“Desta maneira, ao fixar a pena base acima do mínimo legal com
fundamento nas qualificadoras do homicídio, agiu o MM. Juiz não
respeitou o sistema trifásico de fixação da pena [...]”
P63
“MM. JUÍZA”
P79
”[...] pois está sofrendo constrangimento ilegal por parte do MM.Juiz de
Direito, pelas razões abaixo expostas:”
P87
“Em sentença proferida em 05/05/1992, pelo MM. Juiz de Direito da 2ª
Vara da Família e Sucessões do Foro Regional de Santana, [...]”
P88
“[...] o MM. Juiz da 8º Vara Cível do Foro Regional de Santana
determinou expedição de mandado de intimação [...]
P91
“Por sentença proferida pelo MM. Juiz da 4ª Vara da Família e
Sucessões do Foro Regional de Santana, nos autos do processo 423/97 o
requerido ficou obrigado a pagar ao requerente alimentos o importe de
1/2 salário-mínimo, mensalmente.”
P97
“Meritíssima Juíza”
P15
“MERITÍSSIMO JUIZ”
P17
147
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
P45
P46
“Declarada a nulidade da primeira sentença, o juízo a quo proferiu outra
(fls. 115 a 120), em que o meritíssimo magistrado afirmava possuir a
autora legítimo direito à 'meação [...]”
P29
“Meritíssimo Juiz”
P49
P69
P95
“Observa-se que o Meritíssimo Juiz exasperou a pena base em um ano
em razão da reincidência, dos antecedentes do peticionário e alto valor
da "res", [...]”
P54
“A defesa atenta, ainda, que houve um "bis in idem" na fixação da
reprimenda, pois o Meritíssimo Juiz levou também em consideração a
reincidência ao fixar a pena-base [...]”
P54
“Observa-se que o Meritíssimo Juiz exasperou a pena base em seis meses
em razão dos antecedentes do peticionário [...]”
P62
“Atenta-se, ainda, que a pena privativa de liberdade imposta ao apelado
foi rigorosa para o delito praticado, sendo que a Meritíssima Juíza
dobrou a pena mínima prevista para o tipo penal.”
P70
“Ocorre que após a oitiva da vítima e testemunhas de acusação, o
Meritíssimo Juiz decretou a prisão preventiva do paciente.”
P87
“Além do mais, o Meritíssimo Juiz não justificou suficientemente quais
seriam os motivos que o levaram a decretar a prisão preventiva do
paciente, sendo um constrangimento a medida extrema.”
P87
“[...] ante o evidente constrangimento ilegal gerado pela prisão
preventiva decretada pelo Meritíssimo Juiz.”
P87
mestre
“A mútua assistência, por sua vez, bem entendida, compreende, nos
dizeres do mestre Beviláqua [...]”
P12
P94
2
nobre
“Nobres Julgadores:”
P5 16
“Com acerto o Nobre Magistrado prolator da decisão considerou
insuficiente a prova produzida nos autos.”
P10
148
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“NOBRES JULGADORES.”
P18
P48
P56
“Diante do exposto, requer-se aos Nobres Julgadores que, recebido a
presente ação, seja dado provimento à revisão, [...]”
P18
“Contudo Nobres Julgadores, verifica-se que há nos autos do inquérito
policial uma foto do apelante (fls. 62) [...]”
P20
“Caso não haja pleno reconhecimento por parte dos nobres julgadores,
acerca da inocência do acusado [...]”
P20
“Em que pesem as alegações do ilustre membro do 'Parquet" ao entender
que o nobre julgador agiu com desacerto ao absolver o apelado [...]”
P21
P41
“Caso não haja pleno reconhecimento por parte dos nobres Julgadores,
acerca da inocência do acusado, a defesa pugna, pelo Princípio do
"indubio pro reo" que se absolva o acusado.”
P21
P41
“Em que pesem as alegações do ilustre membro do 'Parquet" ao entender
que o nobre julgador agiu com desacerto ao afastar a qualificadora da
arma de fogo [...]”
P22
“Entretanto, em que pese o entendimento do Nobre Juiz Sentenciante, a
ação penal merecia ser julgada IMPROCEDENTE.”
P25
“O Nobre e Culto Magistrado Sentenciante foi por demais rigoroso no
momento da elaboração da reprimenda, ou seja, no tópico "Das Penas".”
P47
“[...] demonstrar que sofreu coação para afastar seu interrogatório
extrajudicial como assim se pronunciou o Nobre Magistrado
Sentenciante na decisão [...]”
P54
“Diante de todo o exposto, requer-se aos Nobres Julgadores que seja
acolhida a presente ação revisional, dando-lhe provimento o pedido
absolutório [...]”
P56
“Egrégio Tribunal, Nobres Julgadores:”
P91
r. /respeitável
“O D. Juízo "a quo", em R. Decisão proferida às fls., julgou procedente o
pedido inicial [...]”
P1 97
“Entretanto, data maxima venia, a R. Decisão proferida apresenta-se
flagrantemente equivocada [...]”
P1
149
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“[...]e, por fim, R. Decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça
em 15 de dezembro de 2000[...]”
P1
“[...] aguarda a recorrente a reforma "in totum" da R. Decisão atacada
[...]”
P1
“em razão da ameaça de prisão que sofre por força de r. acórdão
proferido pela Turma Julgadora”
P5
“A r. sentença merece alteração, porquanto o D. Magistrado "a quo" não
decidiu com o costumeiro acerto.”
P6
“em face da irresignação da parte contrária para com a r. sentença,
apresentar suas CONTRA-RAZÕES DE RECURSO INOMINADO”
P7
“Em face do exposto, requer-se seja o presente recebido e não provido,
mantendo-se a r. sentença em todos os seus termo [...]”
P7
“Insurge-se o Douto Promotor de Justiça contra a r. sentença de fis.
72/75”
P10
“[...] negue provimento ao presente recurso, mantendo a r. sentença
recorrida [...]”
P10
P13
“Entende a defesa padecer o presente processo de nulidade, notadamente
quanto à r. sentença de fls. 119/123 que, de maneira equivocada,
condenou pessoa diversa, parte ilegítima nestes autos.”
P15
“Assim, resta evidente a nulidade da r. sentença, mesmo porque tendo
sido a pena e regime de cumprimento fixados após tal dispositivo [...]”
P15
“Outrossim, é certo que a r. sentença é nula, também, porque não
observado o disposto no artigo 384 do Código de Processo Penal.”
P15
“Entretanto, caso Vossas Excelências entendam pela rejeição da
preliminar argüida,
quanto ao mérito, a r. sentença merece alteração [...]”
P15
“Entretanto, caso Vossas Excelências entendam manter a r. decisão de 1ª
Instância, requer seja alterado o regime inicial de cumprimento da
reprimenda imposta [...]”
P15
“O v. acórdão de folhas 106/109 negou, por unanimidade, provimento ao
recurso, mantendo assim a r. decisão de 1ª Instância.”
P18
“Inconformado com a r decisão do Tribunal "ad quem", o peticionário
propôs a presente ação revisional, que, após minuciosa análise,
entendemos que deva ser acolhida e posteriormente provida.”
P18
150
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“[...] por estar evidenciado que a r. decisão é contrária às provas dos
autos.”
P18
“Pelo exposto, espera esta Defensoria que este Egrégio Tribunal,
apreciando estas razões, negue provimento ao presente recurso,
mantendo a r. sentença recorrida, ou, subsidiariamente, afaste a
majorante de emprego de arma.”
P19
“[...] razões pelas quais a reforma da r. sentença para Absolvição do
apelante é medida que se impõe ao caso em testilha.”
P20
“[...] dê provimento ao presente recurso, para a reforma do r. título
executivo condenatório [...]”
P20
“Desta forma, o presente recurso deve ser julgado improcedente,
mantendo-se a r. sentença integralmente.”
P21
“Diante de todo o exposto, requer-se o não acolhimento do presente
recurso ministerial, mantendo-se a r. decisão nesses pontos.”
P22
“O réu foi intimado da r. sentença e, inconformando-se com o decreto
obtido, manifestou o interesse expresso (fl. 100) de submetê-la à
apreciação deste Egrégio Tribunal.”
P23
“A r. sentença merece alteração, porquanto o D. Magistrado "a quo" não
decidiu com o costumeiro acerto.”
P23
“O réu foi intimado da r. sentença e, inconformando-se com o decreto
obtido, manifestou o interesse expresso (fl. 199) de submetê-la à
apreciação deste Egrégio Tribunal.”
P26
“A r. sentença merece alteração, porquanto o D. Magistrado "a quo" não
decidiu com o costumeiro acerto.”
P26
P27
P30
P37
P44
“A ré foi intimada da r. sentença e, inconformando-se com o decreto
obtido, manifestou o interesse expresso (fl. 125/126) de submetê-la à
apreciação deste Egrégio Tribunal.”
P27
“O réu foi intimado da r. sentença e, inconformando-se com o decreto
obtido, manifestou o interesse expresso (fl. 311) de submetê-la à
apreciação deste Egrégio Tribunal.”
P28
151
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“A r. sentença merece alteração, porquanto a D. Magistrada "a quo" não
decidiu com o costumeiro acerto.”
P28
“ [...] asseverou que a decisão dada pela r. sentença apelada”
P29
“Asseverou a r. sentença que os limites subjetivos da sentença transitada
em julgado [...]”
P29
“Mister se faz abordar o tema da Coisa Julgada, eis que a r. sentença
proferida pela terceira vez [...]”
P29
“[...} já que as duas primeiras foram anuladas por este Colendo Tribunal
de Justiça, conforme os r. Acórdãos de fis. 108 a 111 e 141 a 145 [...]”
P29
“Referiu-se a r. sentença de fis. 148 a 154 aos LIMITES SUBJETIVOS
da Coisa Julgada [...]”
P29
“Requer, ainda, a citação dos réus para, no prazo que V. Exa. assinar
entre 15 e 30 dias, responder à ação, que deverá ser julgada procedente
tanto para rescindir a r. sentença prolatada [...]”
P29
“Pelo exposto, aguarda esta Defensoria a reforma da r. sentença nos
termos acima.”
P28
“O réu foi intimado da r. sentença e, inconformando-se com o decreto
obtido, manifestou o interesse expresso (fl. 149) de submetê-la à
apreciação deste Egrégio Tribunal.”
P31
“A r. sentença merece alteração, porquanto a Douta Magistrada "a quo",
não decidiu com o costumeiro acerto.”
P31
“O acusado foi intimado da r. sentença e, inconformando-se com o
decreto obtido, manifestou o interesse expresso (fl. 84) de submetê-la à
apreciação deste Egrégio Tribunal.”
P32
“Quanto ao mérito, a r. sentença merece alteração, porquanto o douto
magistrado não decidiu com o costumeiro acerto.”
P32
“O réu foi intimado da r. sentença e, inconformando-se com o decreto
obtido, manifestou o interesse expresso (fl. 93) de submetê-la 'a
apreciação deste Egrégio Tribunal.”
P34
“O réu foi intimado da r. sentença e, inconformando-se com o decreto
obtido, manifestou o interesse expresso (fl. 89) de submetê-la à
apreciação deste Egrégio Tribunal.”
P36
“A r. sentença merece ser alterada, porquanto o Douto Magistrado "a
quo" não decidiu com o costumeiro acerto.”
P36
152
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“Assim, ausente a necessária comprovação da origem ilícita dos objetos,
bem como a ciência desta por parte do denunciado, correta está a r.
decisão agravada.”
P38
“[...] negue provimento ao Recurso em Sentido Estrito, mantendo a r.
decisão agravada por seus próprios e jurídicos fundamentos, por ser
medida de Justiça.”
P38
“Verifica-se então, que a r. sentença baseou-se em ilações, presunções da
culpa da apelante, que acabaram por condená-la baseado no encontro da
"res"”
P39
“Desta forma, o presente recurso deve ser julgado improcedente,
mantendo-se a r. sentença integralmente.”’
P41
“O réu foi intimado da r. sentença e, inconformando-se com o decreto
obtido, manifestou o interesse expresso de submetê-la à apreciação deste
Egrégio Tribunal (fl. 112).”
P44
“Inconformado com a r. decisão "a quo" houve recurso de apelação que
foi recebido e provido parcialmente, tendo sido reduzida a reprimenda
para 06 (seis) anos, 02 (dois) meses e 20 (vinte) dias de reclusão [...]”
P48
“Novamente, inconformado com a r. decisão do Tribunal "ad quem", o
revisionário, através da Procuradora do Estado[...]”
P48
“Ao final foi condenado na r.sentença de fls.143/149 ao cumprimento da
pena de 10 (dez) anos de reclusão e ao pagamento de 30 (trinta) dias-
multa [...]”
P50
“A r.sentença condenatória foi baseada em presunções que não restaram
provadas.”
P50
“[...] pela r. sentença de fls. 295/299, decisão esta que transitou em
julgado em 23.09.1988 (fl. 333).”
P51
“Ao final foi condenado na r.sentença de fls.217/222 ao cumprimento da
pena de 04 (quatro) anos de reclusão [...]
P52
“A r.sentença condenatória foi baseada em presunções que não restaram
provadas.”
P52
P53
P55
P58
153
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“Ao final foi condenado na r. sentença de fls.357/371 ao cumprimento da
pena de 05 (cinco) anos e 04 (quatro) meses de reclusão [...]”
P53
“Ao final foi condenado na r.sentença de fls.534/540 ao cumprimento da
pena de 04 (quatro) anos de reclusão [...]”
P54
“Inconformado com a r. decisão, tanto o Ministério Público (fls 134/139)
como a Defesa (145 e 151/162), interpuseram apelação.”
P56
“[...] o que certamente torna a r. decisão "ad quem", contrária às
evidências dos autos.”
P56
“Ao final foi condenado na r.sentença de fls.127/130 ao cumprimento da
pena de 01 (um) ano e 02 (dois) meses de reclusão e ao pagamento de 11
(onze) dias-multa.”
P57
“Ao final foi condenado na r. sentença de fls.69/76 ao cumprimento da
pena de 05 (cinco) anos e 04 (quatro) meses de reclusão [...]”
P58
“Entretanto, convencido da injustiça da r. decisão proferida, busca o
Poder Judiciário interpondo REVISÃO CRIMINAL”
P59
“Entretanto, uma vez mais convencido da injustiça da r. decisão
proferida, busca novamente o Poder Judiciário interpondo REVISÃO
CRIMINAL”
P60
P61
“[...] o final foi condenado na r.sentença de fls.97/101 ao cumprimento
da pena de 01 (um) ano 10 (dez) meses e 15 (quinze) dias de reclusão e
ao pagamento de 18 (dezoito) dias-multa como incurso no artigo 155
"caput" do Código Penal”
P62
“Porém, em que pese as afirmações da vítima, um fato não foi observado
na r.sentença condenatória.”
P62
“Sobreveio a r. sentença de pronúncia, acostada aos autos às fls. 173 /
175, a qual submeteu o peticionário ao julgamento pelo E. Tribunal do
Júri da Comarca”
P63
“[...] e ao final provido para se desconstituir a r. decisão prolatada e se
submeter o peticionário a novo julgamento [...]”
P63
“Ao final foi condenado na r. sentença de fls.92/94 ao cumprimento da
pena de 04 (quatro) anos de reclusão [...]”
P64
“A r. sentença proferida foi acostada as fls.367/376, a qual condenou o
Peticionário às penas de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão em
regime inicial fechado e a recolher 18 (dezoito) dias-multa”
P65
154
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“A r. sentença foi publicada aos 16 de Junho de 1995 (fl.377).”
P65
“Conforme se infere das provas coligidas no presente feito, a r. sentença
monocrática não está amparada em um alicerce seguro [...]”
P65
“[...] pois da apreciação conjunta e conjugada dos elementos
probatórios, merece o r. decisório ser modificado.”
P65
“A r. sentença proferida foi acostada às fls.151/153, a qual condenou o
Peticionário às penas de 06 (seis) anos, 02 (dois) meses e 20 (vinte) dias
de reclusão em regime inicial fechado e pagamento de 10 (dez) dias-
multa.”
P66
“A r. sentença foi publicada na data de 09 de Outubro de 1990 (fl.154).
P66
“O defensor foi intimado do inteiro teor da r. decisão (fl.161v.), sendo o
Peticionário intimado por edital, haja vista estar em lugar incerto e não
sabido (fls.161v e 164).”
P66
“Conforme se infere das provas coligidas no presente feito, a r. sentença
monocrática não está amparada em um alicerce seguro [...]”
P66
“[...] pois da apreciação conjunta e conjugada dos elementos probatórios,
merece o r. decisório ser modificado.”
P66
“Pela r. sentença de fls. 293/300 foi condenado ao cumprimento da pena
de 09 (nove) anos de reclusão, em regime integral fechado[...]”
P67
“[...] por ter sido considerado incurso no artigo 12, caput, combinado
com o artigo 18, inciso III, ambos da Lei no 6368/76, mantendo, no
mais, a r. sentença. Tal decisão transitou em julgado em 15 de maio de
2001 (fls. 365).”
P67
“O apelado foi condenado na r.sentença de fls.112/117 ao cumprimento
da pena de 02 (dois) anos e reclusão e ao pagamento de 20 (vinte ) dias-
multa [...]”
P70
“Diante do exposto, espera o apelado que essa Colenda Câmara negue
provimento ao recurso Ministerial, mantendo nesse ponto, a r.sentença
recorrida, por ser de Justiça.”
P70
“[...] em razão da ameaça de prisão que sofre por força de r. acórdão
proferido pela Turma Julgadora [...]”
P91
“[...] em face da irresignação da parte contrária para com a r. sentença,
apresentar suas CONTRA-RAZÕES DE RECURSO INOMINADO”
P95
155
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“Em face do exposto, requer-se seja o recurso recebido e não provido,
mantendo-se a r. sentença em todos os seus termos”
P95
“O respeitável Acórdão proferido por este Eminente Tribunal de Justiça
de São Paulo (fls. 141 a 145)”
P29
“[...] não se conformando, "data maxima venia", com a respeitável
sentença de fls. 367/376 que o condenou à pena de 02 (dois)anos e 06
(seis) meses de reclusão [...]”
P65
“[...] não se conformando,"data maxima venia", com a respeitável
sentença de fls. 367/376 que o condenou à pena de 06 (seis)anos e 02
(dois) meses de reclusão [...]”
P66
respeitosamente
“[...] vem respeitosamente à presença de V. Exa., propor a presente
AÇÃO SUMÁRIA DE REPARAÇÃO DE DANO [...]”
P2 28
“Isto posto, requer-se de V. Exa.”
P2
“[...] vem respeitosamente à presença de V. Exa., [...]”
P3
P4
P7
P7
P8
P12
P14
P29
P40
P84
P91
P95
P97
P100
“[...] vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência [...]”
P5
P9
156
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
P43
P65
P68
P92
P93
P94
“[...] vem, respeitosamente, pela Procuradora do Estado, designada pela
Procuradoria de Assistência Judiciária, propor [...]”
P11
“Ex positis, vem a Embargante, respeitosamente, à presença de V. Exa.,
requerer o julgamento de total procedência dos presentes Embargos à
Execução Fiscal [...]”
P40
“[...] vem, respeitosamente, à presença de Vossas Excelências [...]”
P66
“[...] vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por meio de
seu advogado ao final subscrito, procuração apensa, [...]”
P80
saudoso
“17. De fato, como ensina o saudoso Prof. HeIy Lopes Meireles: "A
demolição de obra em ruína, ou que ofereça perigo, compete, em geral a
Administração Pública, e em especial à Prefeitura [...]”
P3 1
v. exa.
vossa excelência
“Isto posto, requer-se de V. Exa.:”
P2
P12
P90
P97
P100
107
“Ante o exposto requer-se a V. Exa.:”
P3
“[...] não curnprida a obrigação do Réu em prazo assinado por V. Exa.,
possa a municipalidade proceder a demolição as custas deste.”
P3
“[...] vem respeitosamente à presença de V. Exa., [...]”
P2
P3
P4
157
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
P7
P7
P8
P12
P29
P87
P90
P97
P100
“14. Por todo o exposto, a AUTORA requer a V. Exa. se digne
determinar a citação do(a)(s) RÉU(É)(S)/do(a)(s) representante(s)
legal(is) do(a)(s) Réu(é), [...]”
P8
“[...] além do pagamento das custas e demais despesas processuais e
honorários advocatícios, a serem arbitrados por V. Exa.”
P8
“[...] vêm, respeitosamente, à presença de V. Exa., [...]
P14
“Requer, ainda, a citação dos réus para, no prazo que V. Exa. assinar
entre 15 e 30 dias, responder à ação, que deverá ser julgada procedente
tanto para rescindir a r. sentença prolatada [...]”
P29
“[...] vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., [...]
P40
“Ex positis, vem a Embargante, respeitosamente, à presença de V. Exa.,
requerer o julgamento de total procedência dos presentes Embargos à
Execução Fiscal [...]”
P40
“Requer, se digne V. Exa., em determinar que a Embargada junte aos
autos o respectivo processo administrativo que deu origem ao crédito
embargado [...]”
P40
“Porém, se esse não for o entendimento de V.Exas. requer-se, ainda, a
diminuição da pena no que se refere ao aumento pelas qualificadoras.”
P52
P55
“Em caso de outro entendimento por V.Exa. a defesa requer o
afastamento da qualificadora do emprego de arma de fogo, uma vez a
arma utilizada não foi apreendida.”
P55
158
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“[...] vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência,
tempestivamente, nos termos do artigo 5°, § 5°, da Lei n° 1.060/50, com
redação dada pela Lei n° 7.871/89, com fundamento no parágrafo único
do artigo 609 do Código de Processo Penal [...]”
P68
“Em caso de outro entendimento por V.Exa. a defesa requer o
afastamento da qualificadora do emprego de arma de fogo, uma vez a
arma utilizada não foi apreendida.”
P69
“Diante do exposto, requer-se a V. Exa.”
P74
P77
“Pelo exposto, requer-se a V.Exa.”
P76
“Diante do disposto, a Exeqüente discorda totalmente da substituição do
bem penhorado, linha telefônica, por quantia em dinheiro e roga que V.
Exa. se digne a indeferir tal pedido da executada.”
P80
“Em face de todo o exposto, requer a V. Exa.:”
P84
“Caso V. Exa. entenda necessária, requer a designação de audiência, para
oitiva das testemunhas.”
P84
“Em face do exposto e da proteção que o Estado outorga à entidade
familiar, consubstanciada, no caso, na sociedade de fato, é ajuizada a
presente, e requerido a V. Exa.”
P85
“[...] vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência [...]”
P5
P9
P43
P65
P91
P92
P93
P94
“[...] vem a presença de Vossa Excelência, em complementação à
RÉPLICA à contestação do requerido, informar e requerer o quanto
segue:”
P24
159
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“Contudo, sendo diverso o entendimento esposado por Vossa
Excelência, subsidiariamente, requer a defesa seja fixado o regime aberto
para início de cumprimento da reprimenda [...]”
P32
“12. Assim, tendo a Procuradoria do Estado melhores condições de
trazer aos autos a documentação constante dos citados processos
administrativos, a Embargante-Executada desde logo requer que Vossa
Excelência determine à Embargada-Exeqüente que providencie a citada
documentação”
P40
“13. Desta feita, sendo o valor executado oriundo de créditos decaídos,
deverá Vossa Excelência declarar a nulidade dos atos de inscrição das
mesmas na Dívida Ativa Estadual [...]”
P40
“14. Caso Vossa Excelência ultrapasse a questão preliminar acima
suscitada - o que somente se admite ante o Princípio da Eventualidade
[...]”
P40
“Diante do flagrante constrangimento ilegal a que se acha submetido o
paciente, aguarda a impetrante haja por bem Vossa Excelência, num
gesto de estrita Justiça [...]”
P43
“[...] vem à presença de Vossa Excelência, tempestivamente, apresentar
sua CONTESTAÇÃO nos termos abaixo”
P71
“Isto posto, requer-se a Vossa Excelência”
P71
P73
P78
P98
P99
“[...] vem à presença de Vossa Excelência, tempestivamente, apresentar
sua RESPOSTA à presente ação nos termos abaixo”
P72
“03- Isto posto, e prestados os esclarecimentos supra, no sentido de que
não se pode imputar à requerida culpa pelo rompimento da vida em
comum das partes, requer-se a Vossa Excelência: [...]
P72
“[...] vem à presença de Vossa Excelência apresentar CONTESTAÇÃO
nos termos abaixo”.
P73
“[...] pela Procuradora do Estado designada pela Procuradoria de
Assistência Judiciária, vem à presença de Vossa Excelência [...]”
P74
160
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“[...] em à presença de Vossa Excelência apresentar sua
CONTESTAÇÃO à ação em epígrafe, nos termos seguintes [...]”
P75
“DO PEDIDO: Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência [...]”
P75
“[...] vem à presença de Vossa Excelência apresentar sua
CONTESTAÇÃO, nos termos abaixo [...]”
P76
“A extinção do feito sem julgamento do mérito, por não estarem
presentes os requisitos para a ação de divórcio ou, caso Vossa Excelência
não entenda desta forma [...]”
P76
“[...] motivo pelo qual se requer a Vossa Excelência seja a requerente
intimada a fornecer "incontinenti" nos autos [...]”
P77
“[...] vem à presença de Vossa Excelência, tempestivamente, opor
EMBARGOS À EXECUÇÃO [...]”
P78
“[...] vem, perante, V.Exa., requerer o RELAXAMENTO DE
FLAGRANTE, pelos motivos abaixo expostos”
P79
“[...] vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por meio de
seu advogado ao final subscrito [...]”
P80
“[...] vem à presença de Vossa Excelência propor a presente [...]
P81
P82
P83
P85
P86
“Diante de todo exposto, requer-se a Vossa Excelência:”
P86
“[...] aguarda a impetrante haja por bem Vossa Excelência conceder a
LIMINAR DA ORDEM [...]
P87
“[...] vêm, pela Procuradora do Estado designada pela Procuradoria de
Assistência Judiciária à presença de Vossa Excelência propor a presente
[...]”
P88
“Isto posto, requer-se a Vossa Excelência”
P88
“[...] vêm à presença de Vossa Excelência ajuizar pedido de [...]”
P89
“Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência”
P89
“Diante de todo o exposto, requer de Vossa Excelência o quanto segue:”
P92
161
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“Não merece ser recebida, por Vossa Excelência, a denúncia oferecida
(f1s. 105) pelos motivos a seguir aduzidos.”
P95
“[...] vem à presença de Vossa Excelência, tempestivamente, [...]”
P98
“[...] vem a presença de Vossa Excelência, com fundamento nos arts 9º,
inc I c/c art. 5º, propor a presente [...]”
P99
“[...] vem, respeitosamente, à presença de Vossas Excelências [...]”
P65
“[...] Entretanto, caso Vossas Excelências entendam pela rejeição da
preliminar argüida [...]”
P15
“Entretanto, caso Vossas Excelências entendam manter a r. decisão de 1ª
Instância, requer seja alterado o regime inicial de cumprimento da
reprimenda imposta porquanto considerando a primariedade e bons
antecedentes do apelante [...]”
P15
“Porém, se outro for o entendimento de Vossas Excelências, postula a
defesa pela alteração do regime inicial de cumprimento da reprimenda
[...]”
P25
“Entetanto, caso assim não entendam Vossas Excelências, necessário,
outrossim, em sede de pedido subsidiário, requerer sejam reduzidas as
reprimendas aplicadas.”
P26
“Outrossim, mesmo que Vossas Excelências entendam pela
caracterização da reincidência, requer sejam diminuídos os aumentos
procedidos a tal título, uma vez que estes se mostram exacerbados e
sequer foi utilizado mesmo critério nessa majoração.”
P26
“Outrossim, caso Vossas Excelências entendam não ser possível a
substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos,
requer esta Defensoria seja concedido "sursis" especial (artigo 78, § 2°,
do Código Penal).”
P26
“Entretanto, caso assim não entendam Vossas Excelências, necessário,
outrossim, em sede de pedido subsidiário, requerer sejam reduzidas as
reprimendas aplicadas [...]”
P27
P28
“Entretanto, caso assim não entendam Vossas Excelências, requer a
defesa seja afastada a correção monetária da pena pecuniária imposta a
partir da data dos fatos [...]”
P35
“Em caso de outro entendimento por Vossas Excelências a defesa requer
a diminuição da pena imposta ao apelante.”
P37
P50
162
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“Em caso de outro entendimento por Vossas Excelências a defesa
postula pela concessão do regime semi-aberto para cumprimento de
pena.”
P48
“Por fim, em caso de outro entendimento por Vossas Excelências, a
defesa postula pela concessão do regime o semi-aberto para
cumprimento de pena [...]”
P53
“E mesmo que esse não seja o entendimento de Vossas Excelências a
pena merece ser reduzida, pois houve muito rigor em sua fixação.”
P54
“Em caso de outro entendimento por Vossas Excelências, requer-se a
modificação do regime de cumprimento de pena [...]”
P56
“Por fim, em caso de outro entendimento por Vossas Excelências, a
defesa postula pela concessão do regime o semi-aberto para
cumprimento de pena [...]”
P58
“E mesmo que esse não seja o entendimento de Vossas Excelências a
pena merece ser reduzida, pois houve muito rigor em sua fixação.”
P62
“Porém, em caso de outro entendimento por Vossas Excelências, requer
o peticionário a desclassificação para tentativa de furto.”
P64
“Subsidiariamente, caso Vossas Excelências entendam de modo diverso
do pretendido, ainda assim requer-se a absolvição do Peticionário [...]
P65
“[...] em, respeitosamente à presença de Vossas Excelências, não se
conformando, "data maxima venia", com a respeitável sentença de fls.
151/153 [...]”
P66
“Diante do exposto e tudo mais que dos autos consta, requer seja
recebido o presente pedido por Vossas Excelências, e ao final julgado
procedente para absolver o Peticionário”.
P66
v.
venerando
“O v. acórdão de folhas 106/109 negou, por unanimidade, provimento ao
recurso, mantendo assim a r. decisão de 1ª Instância.”
P18 14
“Este v. acórdão transitou em julgado no dia 05 de julho de 1999,
conforme certidão de folha 144.”
P48
“O v.acórdão negou provimento ao recurso, conforme fls.183/187 dos
autos.”
P50
163
Termos
laudatórios
Contexto Petição
Frequência
“O v.acórdão de fls. 167/171 manteve a sentença de primeiro grau no
que se refere ao peticionário e a decisão transitou em julgado conforme
certidão inserida às fls.180 dos autos.”
P55
“Deste feito resultou o v. acórdão (fls 203/207), o qual anulou a sentença
somente no tocante a fixação da reprimenda, com fulcro no artigo 93, IX,
CF, pois não houve a necessária fundamentação para a exacerbação da
pena.”
P56
“O v.acórdão foi prolatado às folhas 336/345, a qual entendeu por
diminuir a pena para 06 (seis) anos, 02 (dois) meses e 20 (vinte) dias de
reclusão e 15 (quinze) dias multa, com cumprimento da pena no regime
inicialmente fechado”.
P56
“Por outro lado, há que se anotar, que no v. acórdão, em suas folhas 341
e 342, não foi bem exposto, pois registrou que quem, de arma em punho,
ameaçou o cobrador do coletivo e posteriormente abordou o passageiro
[...]”
P56
“O v.acórdão negou provimento ao recurso, conforme fls.113/118 dos
autos.”
P58
“[...] tendo o v. acórdão proferido por este Egrégio Tribunal negado
provimento a ambos os recursos, sendo que tal decisão transitou em
julgado em 02.02.98.”
P60
“[...] tendo o v. acórdão proferido por este Egrégio Tribunal negado
provimento, sendo que tal decisão transitou em julgado em 04.10.95 (fl.
123).”
P61
“[...] qual foi parcialmente reformada pelo v. acórdão de fls. 432/436
que reduziu a pena a 02 (dois) anos de reclusão [...]”
P65
“O V. Acórdão de fls.432/436, por votação unânime deu provimento
parcial ao recurso, para reduzir a pena corporal para 02 (dois) anos de
reclusão.”.
P65
“[...] decisão esta reformada pelo v. acórdão de fls. 358/363 que,
afastando a condenação relativa aos artigos 12, parágrafo 2º, inciso II, e
14, [...]”
P67
“[...] opor os presentes EMBARGOS INFRINGENTES ao V. Acórdão
de fls. 135/138 que negou provimento, sem unanimidade, à apelação
interposta pelo Embargante, conforme razões que seguem anexas.”
P68
164
Como comentamos, encontramos o número de dezenove termos laudatórios.
Praticamente todas as formas elencadas têm uma freqüência bastante alta. Com isso, podemos
mensurar o quanto tais termos estão arraigados no discurso do Direito. somente uma
ocorrência de hapax legomena.
Pelo fato de possuir a freqüência espantosa de 753 ocorrências (uma média de 7,5
unidades reverentes por texto petitório), os termos laudatórios compõem 50% do corpus.
O gráfico abaixo ilustra como a intensa freqüência desses termos é distribuída pelas
unidades léxicas elencadas:
70
41
55
106
136
97
107
36
28
27
14
10
33221
Figura Termos laudatórios 16
É importante ressaltar que algumas das unidades lexicais que consideramos
laudatórias apareceram como entrada de verbete no Vocabulário Jurídico de Plácido e Silva.
Tal evento não nos impediu de fazê-las constar em nossa pesquisa por não podermos
concordar com o fato de que palavras como culto, mestre, nobre, venerando etc. sejam
consideradas termos técnicos do Direito.
Torna-se bastante relevante averiguarmos com maior cuidado alguns dos termos que
elencamos:
165
Doutor e Douto
se observou que o dr. vem perdendo há muito tempo o significado
original, para designar, nas relações de classes, a pessoa de categoria social
superior, ou pelo menos de aparência mais ajustada aos figurinos dessa categoria.
Doutores são vagamente os bafejados pela sorte dos privilégios, conglobados numa
aparência de aristocracia burguesa. (MEYER apud PRETI, 2003, p. 156)
A respeito desse tratamento formal, o de doutor, freqüentemente utilizado pelos
profissionais do Direito, como pudemos reparar na enorme quantidade de ocorrência em
nosso corpus, qual seja, sessenta e cinco vezes Dino Preti (2003, p. 156) escreve que foi
introduzido no universo forense por uma associação semântica que se deu pelo falso
entendimento de que todos os formados seriam doutos. “Douto: do latim doctu-, que
aprendeu, que sabe, instruído, sábio.” (MACHADO, 1967 apud PRETI, 2003, p. 156)
Lima Barreto (1917, p. 23), em seu primeiro romance, Recordações do Escrivão
Isaías Caminha, nos presenteia com uma passagem bastante irônica a respeito dessa “mania”
bacharelesca. Vejamos:
Ah! Doutor! Doutor!... Era mágico o titulo, tinha poderes e alcances
múltiplos, vários, polifórmicos... Era um pallium, era alguma cousa como clâmide
sagrada, tecida com um fio tênue e quase imponderável, mas a cujo encontro os
elementos, os maus olhares, os exorcismos se quebravam De posse dela, as gotas de
chuva afastar-se-iam transidas do meu corpo, não se animariam a tocar-me nas
roupas, no calçado sequer. O invisível distribuidor dos raios solares escolheria os
mais meigos para me aquecer, e gastaria os fortes, os inexoráveis, com o comum
dos homens que não é doutor. Oh! ser formado, de anel no dedo, sobrecasaca e
cartola, inflado e grosso, como um sapoentanha antes de ferir a martelada à beira do
brejo; andar assim pelas ruas, pelas praças, pelas estradas, pelas salas, recebendo
cumprimentos: Doutor, como passou? Como está, doutor? Era sobre-humano!...
O uso da forma de tratamento doutor no meio jurídico é, além de desnecessário,
inapropriado. Tal expressão possui dois únicos usos possíveis e pertinentes: o primeiro como
título tradicionalmente atribuído aos formados em medicina e, o segundo, designando os
profissionais de ensino que se submeteram à graduação de doutorado. No entanto, sua
presença na atividade jurídica é reiterada e revela o excesso de comportamento reverente.
166
Sobre o assunto, Rubem Queiroz Cobra (2005) faz a seguinte ponderação:
O emprego indevido de "Doutor" é comum entre a gente mais humilde e sem
instrução, e por funcionários mal preparados, que associam a palavra Doutor a um
status social ou a um nível de autoridade superior ao seu. Essas velhas divisões não
são condizentes com a democracia. É necessário lembrar que não existe lei que
obrigue uma pessoa comum a tratar uma outra por Doutor. Esse tratamento é
obrigatório nos meios acadêmicos para aqueles que fizeram defesa (antigamente
pública) de tese. Tão pouco um tratamento discriminatório desse tipo poderá ser um
dever de Civilidade ou de Boas-maneiras.
Excelentíssimo
Sobre o uso formal do adjetivo excelente como forma de tratamento, Cobra (2005) faz
o seguinte comentário:
O respeito pelo cargo de uma autoridade, ou pela autoridade mesma, ou
pela pessoa que exerce a autoridade, consiste em respeitar a Lei por cujo
cumprimento ela é responsável, e não em chamá-la de "excelentíssima".
O uso corriqueiro desse tratamento excessivamente respeitoso no meio jurídico fez
com que tal expressão se tornasse a unidade léxica de maior freqüência de nossa pesquisa,
ocorrendo 136 vezes nos textos das petições.
Respeitosamente
Consultando Português Forense, de João Bosco Medeiros e Carolina Tomasi (2004),
livro destinado a estudantes do Curso de Direito, verificamos o que se afirma a respeito de
termos que estão retratados em nossa pesquisa com grau considerável de repetição: “Foram
abolidas as expressões abaixo assinado, muito respeitosamente e tantas outras.” (p. 287)
Facilmente percebemos o quanto os autores estão enganados.
167
4.1.3 Coleta dos preciosismos no Corpus A
A tabela dos preciosismos foi constituída de forma diferenciada das anteriores. Isso
porque, de acordo com os critérios de seleção desses itens lexicais, estes foram submetidos
aos corpora CJ-CP e CJ-V. Assim como foi feito anteriormente, ilustraremos sua
configuração na simulação abaixo:
Tabela 6. Explicação sobre a tabela dos preciosismos
Coluna 1
A classificação da
categoria expressiva:
Preciosismo.
Coluna 2
Coluna 3
Coluna 4
OP
(Ocorrência em
Petições –
Corpus A)
Coluna 5
OCJ-V
(Ocorrência no
Corpus Jornalístico
- Veja)
Coluna 6
OCJ-CP
(Ocorrência no
Corpus Jornalístico
- Corpus Principal)
Na seqüência
paradigmática que
segue abaixo à
primeira linha, serão
listados, em ordem
alfabética, os
preciosismos
arrecadados nas
petições do Corpus
A.
Contexto no
qual apareceu
o
preciosismo.
Petição de
onde foram
retirados os
contextos
listados na
coluna 2.
Número de
ocorrências no
emprego dos
itens
preciosistas.
Freqüência do
preciosismo no
corpus CJ-V. O
símbolo Ø foi
utilizado para
indicar a ausência
de ocorrência no
corpus.
Freqüência do
preciosismo no
corpus CJ-CP. O
símbolo Ø foi
utilizado para
indicar a ausência
de ocorrência no
corpus.
É importante ressalvar que, na busca dos itens lexicais nos corpora CJ-CP e CJ-V,
foram considerados raras as palavras que obtiveram freqüência menor que 15. Vejamos a
estatística acerca da soma das unidades lexicais dos corpora:
168
CJ-V
(Corpus Jornalístico – Veja)
: 6.142.000
CJ-CP
(Corpus Jornalístico – Corpus Principal):
1.458.174
Resultado: 7.600.174
Assim, dado o resultado fornecido cerca de sete milhões e seissentas mil palavras,
consideramos que, se um item aparece menos do que 1,973% vezes no texto, pode ser
considerado preciosista.
Foi na busca de preciosismos que arrecadamos a maior quantidade de termos. As
oitenta ocorrências serão apresentadas a seguir.
Tabela 7: Preciosismos encontrados no Corpus A.
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
aduzir
“Aduz, ainda, que em 20 de dezembro de 2000 tomou
ciência, através de matérias exibidas nos jornais "Agora"
e "Estado de São Paulo", que o curso de Direito de
responsabilidade da recorrente não era reconhecido pelo
MEC.”
P1 10
Ø
3
“[...] descaracterizado mediante alegações apresentadas,
aduz, também, que o curso de Direito não era
reconhecido pelo MEC [...]”
P1
“Aduz ainda que fora impedida pela instituição de
efetivar o cancelamento, e, que não recebeu sequer a
cópia do contrato firmado.”
P1
“[...] o próprio Promotor aduz na exordial, roubar o
carro e para isso pretendia fazê-lo parar e não a morte da
vítima.”
P17
“Aduz-se, também, excesso de execução, tendo em vista
a inclusão de multa de 20% sobre o valor de débito
objeto da locação, o que vem sendo afastado pela
jurisprudência [...]”
P78
169
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“Em face da pretensão aduzida pela recorrida, se faz
necessário destacar: [...]”
P1
“[...] nem por isso, a recorrente deixou de prestar
serviços, conforme a seguir aduzidos.”
P1
“Seja a presente ação julgada improcedente pelos
motivos aduzidos, condenando-se a requerente aos ônus
da sucumbência.”
P77
“[...] com base nos motivos abaixo aduzidos: [...]”
P85
“A vítima em suas declarações de fls. 73 aduziu que o
acusado era a pessoa que portava a arma, pela análise do
seguinte trecho: [...]”
P17
afã
“15. Resta violado, portanto, o dever de assistência
quando um dos cônjuges falta ao respeito com o outro,
seja maltratando, enquanto lhe impõe sevícias, seja
irrogando impropérios, no afã injurioso”
P12 1 15 11
amealhado
“O presente caso comporta a competente Ação
Revisional, haja vista que as provas amealhadas,
restaram contrárias à evidência dos autos (art. 621,
inciso I, do Cód. de Proc. Penal).”
P65 3 15 1
“As provas amealhadas nos autos, não podem embasar
um decreto de procedência.”
P65
“O presente caso comporta a competente Ação
Revisional, haja vista que as provas amealhadas
restaram contrárias à evidência dos autos (art. 621,
inciso I, do Cód. de Proc. Penal).”
P66
anódino
“[...] nem realizou qualquer tipo de violência e,
outrossim, não recebeu qualquer vantagem. o fato foi,
em si, anódino, visto que não produziu nenhum efeito
que prejudicasse o andamento das funções públicas.”
P95 1
Ø Ø
apreço
“Ainda nesse diapasão requer-se a redução máxima pela
tentativa face ao diminuto, ínfimo iter criminis
percorrido pelo agente no caso em apreço”
P17 4
Ø
2
170
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“[...] ou seja, instrumento utilizado para se fumar crack,
e nada mais , o caso em apreço não configurar-se-á
objeto material desse delito [...]”
P39
“Frise- se que a testemunha não inquirida foi também a
responsável pela detenção do réu e poderia sem sombra
de dúvidas asseverar acerca da autoria do delito em
apreço, entretanto ela não foi inquirida.”
P45
“A Egrégia Corte entendeu que a alegação da gravidade
do delito não pode ensejar a restrição da liberdade para
que haja a permanência é necessário que estejam
presentes as hipóteses da prisão preventiva, o que não se
verifica no caso em apreço.”
P79
apriorístico
“[...] mas deve revelar tão somente uma probabilidade,
pelo que não é dado ao magistrado externar julgamento
apriorístico.”
P87 1
Ø Ø
aquilatar
"Imprescindível para a caracterização da qualificadora
do art. 157, § 2°, inc. I, do CP é a apreeensão da arma,
para que, submetida a exame, se possa aquilatar de sua
potencialidade."
P23
P31
P55
P69
1 5 2
assertiva
“Sem prejuízo da assertiva supra, a inexistência do
recibo correlato, não denota nexo causal automático,
com ato desidioso da reclamada [...]”
P1 11
Ø
2
“[...] no ãmbito das liberalidades imponíveis, para o
exercício de seu mister, o que desnatura as assertivas
exaradas na causa de pedir fática, descritas no 3°
parágrafo da petição inicial.”
P1
“Tal assertiva decorre do fato de que a paciente
responderá com seu corpo, para a satisfação de um
débito que, fosse a paciente dotada de esclarecimento e
conhecimento mínimo”
P5
“Tal assertiva é corroborada pela testemunha XXXX
quando afirmou que referida arma foi encontrada sob o
banco do motorista [...]”
P26
171
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“Tal assertiva, é certo, não restou isolada das demais
provas colhidas.”
P27
“Em Juízo negou a prática delitiva, sendo certo que tal
assertiva não restou isolada no panorama probatório.”
P30
“A corroborar tal assertiva estão as declarações da
própria vítima na fase policial (fls.07) quando afirmou
não ter condições de dar mais detalhes em razão da
rapidez dos fatos.”
P37
“Tal assertiva deve-se, simplesmente, ao fato de as
causas que levaram à constituição dos mesmos - os fatos
geradores dos autos de infração, que são alegadas
vendas de bilhetes de passagem a preço superior [...]”
P40
“As testemunhas XXXXX (fls. 07/08 e 147/148) e
XXXX (fl.07), investigadores de polícia, tratam-se de
testemunhas suspeitas, haja vista que suas assertivas são
direcionadas em favor dos atos que praticam, a fim de
garantir a procedência da ação estatal.”
P65
“No que pertine às declarações da vítima XXXX (fls. 10
e 84), suas assertivas restaram isoladas nos autos, eis
que trata-se de vítima do crime precedente (roubo) [...]”
P65
“Tal assertiva decorre do fato de que o paciente dotado
de esclarecimentos e conhecimento mínimo, eis que
pessoa visivelmente simples e sem informação
suficiente para compreensão de cláusulas contratuais
[...]”
P91
asseverar
“[...] a reclamante asseverou que, referido preposto teria
informado, quanto à possibilidade de encaminhamento
de requerimento, para fins de eventual devolução,
permissa hipotética [...]”
P1 6
Ø
3
“O Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,
ao proferir o Acórdão, asseverou que a decisão dada
pela r. sentença apelada [...]”
P29
“Asseverou a r. sentença que os limites subjetivos da
sentença transitada em julgado, que reconheceu a
existência da sociedade de fato, devem ser respeitados
P29
172
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
[...]”
“[...] poderia sem sombra de dúvidas asseverar acerca
da autoria do delito em apreço, entretanto ela não foi
inquirida.”
P45
“Assim sendo, o conjunto probatório nada assevera
sobre o conhecimento do peticionário da origem ilícita
do bem , visto que as testemunhas corroboraram a
versão oferecida por ele.”
P57
“[...] nada pode asseverar acerca da autoria delitiva, pois
foi vítima do delito de roubo [...]”
P65
avença
“Afirmou ainda a magistrada substituta que "a autora
não era proprietária e, tampouco, possuidora do imóvel,
tanto que a posse foi transferida à co-ré, sem que
houvesse qualquer impugnação inicial, pois esta
somente ocorreu sete anos após a avença" (fls. 152).”
P29 1
Ø Ø
cediço
“É cediço que o legislador, na contraposição dos valores
e bens assegurados, optou pela solução menos nociva
aos interesses da sociedade que se pretende defender
[...]”
P10
P13
P19
P67
10
Ø Ø
“[...] quando o critério orientador do aumento em razão
das agravantes de emprego de arma e concurso de
agente, como é cediço, devem ser as circunstâncias em
que elas ocorreram e não seu número.”
P28
P30
P31
“Ora, como é cediço, no processo penal militam em
favor do denunciado ou suspeito o princípio da
presunção de inocência e o princípio "in dubio pro reo",
cabendo ao órgão acusatório a demonstração inequívoca
da imputação [...]”
P38
“É cediço que para a caracterização do delito de
receptação dolosa faz-se necessário que fique
demonstrado inequivocamente , o dolo do agente, ou
seja , que o agente tinha a ciência da origem criminosa
do bem.”
P57
173
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“Assim, como é cediço, o Peticionário defende-se dos
fatos narrados na denúncia e, no caso vertente, a referida
testemunha nada relatou acerca da culpabilidade do
Peticionário.”
P65
coadunar
“Data venia, o raciocínio, como já explicitado linhas
atrás, não se coaduna com a realidade das atividades
desenvolvidas pelas instituições de ensino.”
P1 4
Ø
3
“Pretenso erro interpretativo, no caso em testilha,
afigurar-se-ia, destarte, inescusável, uma vez que, não se
delineou que a informação referida, coadunar-se-ia com
certeza de devolução, não denotando, destarte, nexo
causal admissível, para fins de inserção, como motivo
determinante da contratação.”
P1
“Por derradeiro, não evidenciado vício na prestação de
serviço e havendo sua disponibilidade em potencial, que
se coaduna com a exigibilidade da matrícula, a
pretensão exordial, não comporta acolhimento.”
P1
“Desse modo, verifica-se que a versão ofertada pelo
peticionário se coaduna por completo frente a prova oral
colhida [...]”
P57
coligir
“No Direito Processual Penal pátrio vigora o princípio
in dubio pro reo e, em conseqüência, inadmissível seria
um decreto condenatório no caso em tela, uma vez que
as provas coligidas nos autos são demasiadamente
frágeis e de difícil credibilidade.”
P10 4
Ø
2
“Conforme se infere das provas coligidas no presente
feito, a r. sentença monocrática não está amparada em
um alicerce seguro, [...]”
P65
“Conforme se infere das provas coligidas no presente
feito, a r. sentença monocrática não está amparada em
um alicerce seguro,.”
P66
“Ainda que se cogite ser a delação de co-réu "meio de
prova", esta deve ser contrastada com os demais
elementos probatórios coligidos nos autos [...]”
P66
174
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
colimar
“[...] além do mais, os reconhecimentos efetuados não
tiveram por fim colimado a inculpação de XXXX.”
P66 1
Ø
1
comento
“18. Complexo e de pouco comento é o tema da
Eficácia Preclusiva da Coisa Julgada, com supedâneo no
art. 474 do Cpc.”
P29 2
Ø Ø
“[...] haja vista que, se o delito foi praticado contra
patrimônio vultuoso, já não tem o Peticionário direito ao
privilégio descrito no parágrafo segundo do artigo em
comento.”
P47
cominar
“Por outro lado, não há como cominar as qualificadoras
do §2º quando o delito é classificado como latrocínio,
senão vejamos o posicionamento jurisprudencial.”
P17 1 1
1
consectário
“a pagarem os valores decorrentes dos consectários da
sucumbência.”
P2 3
Ø Ø
“[...] equivalentes a R$ 3.217,95 em 06/03/02, a
condenação do Réu a pagar a quantia ele R$ 4.549,19,
como nos consectários da sucumbência.”
P4
“[...] condenando a Ré ao pagamento dos aluguéis
vencidos e vincendos no curso da ação, bem como, aos
consectários da sucumbência;”
P99
corolário
“Como corolário da assertativa supra, o pagamento da
matrícula, teve por escopo, o prelúdio da freqüência”
P1 1 6 1
corroborar
“Além do mais, os policiais abordaram o réu próximo ao
local dos fatos em companhia de outro rapaz que teria se
evadido, o que corrobora a versão apresentada pelo
acusado.”
P15 12 15 3
“Tal assertiva é corroborada pela testemunha XXXX
quando afirmou que referida arma foi encontrada sob o
banco do motorista [...]”
P26
“[...] é uma afronta ao direito líquido e certo da mesma,
reconhecido por sentença e corroborado pela Eficácia
Preclusiva da Coisa Julgada.”
P29
175
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“A corroborar tal entendimento está o fato de que
afirmou que vítima teria reconhecido o apelante como
um dos autores do roubo [...]”
P34
“A corroborar tal assertiva estão as declarações da
própria vítima na fase policial (fls.07) quando afirmou
não ter condições de dar mais detalhes em razão da
rapidez dos fatos.”
P37
“E, para corroborar o entendimento, segue anexo um
artigo intitulado "A Prescrição Intercorrente no Processo
Administrativo Fiscal", de Walmir Luiz Becker,
extraído do site eletrônico www.tributario.com (doc.
n.º).”
P40
“Além do mais, em Juízo não foi possível corroborar
esses reconhecimentos, pois em nenhuma audiência para
oitiva de vítimas o peticionário esteve presente [...]”
P50
“Frise-se que sua versão foi plenamente corroborada
pelos depoimentos das testemunhas.”
P57
“Assim sendo, o conjunto probatório nada assevera
sobre o conhecimento do peticionário da origem ilícita
do bem, visto que as testemunhas corroboraram a versão
oferecida por ele.”
P57
“O laudo de corpo de delito confirmou que XXXX foi
agredido, o que novamente corrobora a legítima
defesa,[...]”
P63
“As testemunhas arroladas pela defesa, por sua vez,
corroboraram a inocência do peticionário ao referirem-
se a ele como uma pessoa trabalhadora e que nunca se
envolveu com tráfico de drogas (fls. 130/132).”
P67
“A testemunha XXXX, por sua vez, também corroborou
essa versão e disse que o veículo sempre foi de cor azul,
desde que o réu o adquiriu.”
P69
cútis
“Observa-se também, que no auto de qualificação
(descrição das características físicas) de fls. 59 , a
pessoa do apelante possui a cútis branca e não parda
como afirmou a vítima momentos após o estupro.”
P20 1
Ø
1
176
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
derrogar
“Assim, não poderia o ilustre magistrado desclassificar
o delito para o previsto no artigo 32 da Lei das
Contravenções Penais, uma vez que esta norma, no
tocante a veículos automotores, foi derrogada pelo
Código Brasileiro de Trânsito [...]”
P35 1 2
Ø
desiderato
"A reincidência exige a seu reconhecimento a existência
nos autos de certidão cartorária de que conste a data do
trânsito em julgado da anterior sentença adversa, não
bastando a tal desiderato simples notícias de
condenações constantes de boletim de antecedentes."
P26 1
Ø
3
dessumir
“[...] não se dessume conclusão, concernente à elisão do
dever de lealdade entre os contratantes.”
P1 1
Ø Ø
destarte
“Destarte não se há de cogitar em ausência de prestação
de serviços.”
P1 10
Ø
6
“Destarte, não obstante toda a tese jurídica que se
sustenta abaixo, é inegável que não tem a recorrida
qualquer direito à restituição pretendida.”
P1
“Pretenso erro interpretativo, no caso em testilha,
afigurar-se-ia, destarte, inescusável, uma vez que, não se
delineou que a informação referida, [...]”
P1
“[...] coadunar-se-ia com certeza de devolução, não
denotando, destarte, nexo causal admissível, para fins de
inserção, como motivo determinante da contratação.”
P1
“Emerge, destarte, que a reclamante submeteu se, por
seu próprio interesse aos exames de vestibular, junto à
reclamada.”
P1
“Destarte, tem a autora o direito à meação do imóvel
vendido pelo réu.”
P29
“Destarte, de suas declarações não decorre nenhum nexo
entre a autoria imputada e os fatos narrados.
P66
“Destarte, a incriminação ofertada pelo co-réu Nilson,
não pode dar ensejo à condenação do Peticionário, haja
vista que é meio de autodefesa.”
P66
177
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“Ficou claro, destarte, que o réu visava, ao contratar
com a autora, continuar a exercer sua atividade
laborativa, seu meio de sobrevivência, o que ficou
comprometido com a apreensão do veículo.”
P71
“[...] e também decorre do desejo de se unir a seu
namorado, com quem já se relaciona há seis anos,
portanto, desde sua infância, não havendo, destarte,
imposição dos pais para que a mesma se case.”
P89
égide
“Na fase inquisitiva (fls. 10/11), malgrado tenha o
Peticionário confessado a prática do delito em tela,
referida confissão não pode dar ensejo a um decreto
condenatório, eis que fora prestada fora da égide do
contraditório e ampla defesa.”
P65 1 8 2
em sede
“Para tanto, após sucessivas retificações, em sede de
depoimento pessoal [...]”
P1 39
Ø Ø
“A ação foi julgada procedente em primeira instância,
sendo confirmada em sede de recurso.
P5
“Superada a fase do artigo 499 do Código de Processo
Penal, em sede de alegações finais, a Douta promotoria
de Justiça, propugnou pela procedência da ação [...]
P6
P13
P15
P19
P23
P27
P28
P30
P31
P44
P59
P60
P61
178
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“Embora esta Defensoria acredite na inocência de
XXXX, necessário, outrossim, em sede de pedido
subsidiário, [...].”
P6
P10
P13
P19
P23
P44
“Há que ser reconhecido, como bem salientou o douto
Promotor de Justiça na denúncia e em sede de alegações
finais, que o delito não se consumou, por circunstâncias
alheias à vontade do apelante.”
P15
“Já em juízo, diante de todas as garantias legais, em
sede de interrogatório, relatou que trabalha como
empacotador, nunca cometeu nenhum delito [...]”
P17
“Em sede de alegações finais, a Douta Promotoria de
Justiça propugnou pela procedência da ação (fls. 83/86),
enquanto a defesa requereu sua absolvição (fls.
106/113).”
P26
“Entetanto, caso assim não entendam Vossas
Excelências, necessário, outrossim, em sede de pedido
subsidiário, requerer sejam reduzidas as reprimendas
aplicadas.”
P26
P27
P28
“Superada a fase do artigo 499 do Código de Processo
Penal, em sede de alegações finais, o douto Promotor de
Justiça propugnou pela procedência da ação [...]”
P32
“Em instrução foram ouvidas duas testemunhas (fls. 95
e 130). Superada a fase do artigo 499 do Código de
Processo Penal, em sede de alegações finais [...]”
P33
“Superada a fase do artigo 499 do Código de Processo
Penal, em sede de alegações finais, propugnou a
acusação pela procedência da ação (fls. 74/76) [...]”
P34
“Superada a fase do artigo 499 do Código de Processo
Penal, em sede de Alegações Finais, o Ilustre Membro
do Ministério Público propugnou pela procedência da
ação, com conseqüente condenação (fls. 60/64) [...]”
P36
179
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“Já em Juízo, diante das garantias constitucionais, em
sede de interrogatório (fls. 45), apresentou sua versão
para os fatos, alegando que foi presa em razão da "res"
encontra-se próxima a ela que aguardava um ônibus em
meio a calçada [...]”
P39
"Em sede de roubo, a pluralidade de agravantes
especiais, por si só, não autoriza a adoção de aumento
de pena acima do mínimo de 1/3, vez que a dosimetria
entre o mínimo e o máximo tem por parâmetros não o
número de qualificadoras, mas sim os meios
empregados que tornam o crime mais grave."
P44
P50
P52
P55
“Muito embora o réu tenha confessado o delito em tela
em sede de interrogatório, sob o crivo do contraditório
nenhuma prova foi produzida a fim de que se aferisse a
autoria dos fatos.”
P45
“Em sede de alegações finais, o Ilustríssimo
Representante do Ministério Público propugnou pela
pronúncia de XXXX [...]”
P63
“A ação foi julgada procedente em primeira instância,
sendo confirmada em sede de apelação. Transitado em
julgado o acórdão [...]”
P91
em tela
“Demonstrou-se, também que no caso em tela,
efetivamente, a recorrida ocupou vaga que, certamente,
teria sido preenchida por alguém realmente interessado
[...]”
P1 24 1 4
“[...] permite ao consumidor a restituição do valor pago
até sete dias do recebimento do serviço, o que não
ocorreu no caso em tela em que com o pedido de
devolução se deu ao 05/03/99.”
P1
“Assim, não tendo sido demonstrada de maneira
inequívoca a participação de XXXX no delito em tela,
mister se faz sua absolvição, nos termos do artigo 386,
inciso IV, do Código de Processo Penal.”
P6
“No caso em tela, o(a)(s) usuário(a)(s) inadimplente(s)
firmou(ram) com a autora "CONTRATO TÁCITO DE
FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA" [...]
P8
180
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“No caso em tela, foi outorgada a escritura de compra e
venda do imóvel pelo executado ao Sr. XXXX, em 23
de março de 1993, transcrita no Cartório de Registro de
Imóveis em 20 de abril do mesmo ano.
P9
“No Direito Processual Penal pátrio vigora o princípio
in dubio pro reo e, em conseqüência, inadmissível seria
um decreto condenatório no caso em tela, uma vez que
as provas coligidas nos autos são demasiadamente
frágeis e de difícil credibilidade.”
P10
“Afirmou que estava em meio ao mato procurando um
balão que por ali havia caído, quando então foi detido
pelo miliciano que o acusava de ter praticado o crime
em tela.”
P17
“A doutrina e jurisprudência dominante esclarece que
mister a desclassificação ora indicada quando do delito
em tela não resulta ferimentos graves na vítima.”
P17
“No caso em tela a vítima sequer se feriu levemente,
razão porque impõe-se a referida desclassificação.”
P17
“Frise-se que o próprio delegado de polícia, que pese
sua larga experiência, classificou o caso em tela como
roubo tentado quando da elaboração da peça
flagrancial.”
P17
“Assim, não tendo sido demonstrada de maneira
inequívoca a participação de Jefferson no delito em tela,
mister se faz sua absolvição, nos termos do artigo 386,
inciso IV, do Código de Processo Penal.”
P23
“[...] a participação de XXXX no delito em tela, mister
se faz sua absolvição, nos termos do artigo 386, inciso
IV, do Código de Processo Penal.”
P25
“O regime semi-aberto é suficiente para a repressão do
delito em tela, tendo em vista a idade e as condições de
XXXX, ademais tal benefício legal é direito do réu.
P25
“Assim, não tendo sido demonstrada de maneira
inequívoca a participação do apelante no delito em tela,
mister se faz sua absolvição, nos termos do artigo 386,
inciso VI, do Código de Processo Penal.”
P28
P44
181
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“É que muitos pensam que o dispositivo legal em tela
autoriza o alargamento do campo de incidência da Coisa
Julgada Material, isto é, a Coisa Julgada
Extraprocessual.”
P29
“Muito embora o réu tenha confessado o delito em tela
em sede de interrogatório, sob o crivo do contraditório
nenhuma prova foi produzida a fim de que se aferisse a
autoria dos fatos.”
P45
“Nenhum outro elemento de prova foi produzida sob o
crivo do contraditório, restando-se apenas a confissão
isolada do acusado, razão porque a Absolvição é mister
para o caso em tela.”
P45
“A justificativa é de rigor sempre que a majoração se
afastar do mínimo legal, o que não ocorreu no caso em
tela.”
P50
“No caso em tela, nada ocorreu que justificasse um
aumento acima do mínimo legal.”
P52
“Não é isso que se argumenta, mas sim que o
reconhecimento para ser inequívoco é necessário que
seja revestido das recomendações do artigo 226 do
Código de Processo Penal, o que não ocorreu no caso
em tela.”
P55
“Entretanto, com seus depoimentos, restou uma enorme
dúvida quanto a participação do peticionário no delito
em tela, pois ficou registrado que em todo o momento o
peticionário manteve-se sentado próximo ao cobrador e
nem ao menos chegou a ameaçá-lo.”
P56
“Na fase inquisitiva (fls. 10/11), malgrado tenha o
Peticionário confessado a prática do delito em tela,
referida confissão não pode dar ensejo a um decreto
condenatório[...]”
P65
“No caso em tela, a constrição havida nos autos em
epígrafe recai sobre o bem onde reside o embargante, e
que, assim, é impenhorável nos termos da Lei 8.009/90
[...]”
P78
182
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
entrementes
“Entrementes, como depreende-se da análise do
documento de propriedade de referido veículo acostado
aos autos em fls. 32, o mesmo não pertence ao acusado.”
P46 1 1 5
epígrafe
“[...] já devidamente qualificada nos autos do processo
da ação em epígrafe [...]”
P4
P7
15 8 8
“No processo de execução em epígrafe, movida em face
de [...]”
P9
“[...] por seu advogado infra-assinado, nos autos em
epígrafe, oferecer os presentes [...]”
P40
“[...] já qualificado nos autos do processo da ação em
epígrafe que lhe move [...]”
P71
P73
P75
P77
P79
“[...] já qualificada nos autos do processo da ação em
epígrafe, [...]”
P24
P72
P74
P76
“[...] Vossa Excelência apresentar sua
CONTESTAÇÃO à ação em epígrafe, nos termos
seguintes: [...]”
P75
“No caso em tela, a constrição havida nos autos em
epígrafe recai sobre o bem onde reside o embargante
[...]”
P78
escopo
“[...] pagamento da matrícula, teve por escopo, o
prelúdio da freqüência [...]”
P1 4 2 3
“A incriminar o acusado restaram, apenas, as
declarações do cobrador vítima, as quais devem ser
recebidas com cautela pois não ultimam o escopo do
processo penal, traduzido na busca da verdade real [...].”
P19
183
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“No que tange ao depoimento do vigia XXXX, este
deve ser recebido com reservas, eis que não ultimam o
escopo do processo penal, traduzido na busca da
verdade real, em decorrência das distorções
incontornáveis no depoimento do indivíduo que sofrer a
ação delituosa.”
P31
“[...] eis que não ultimam o escopo do processo penal,
traduzindo no princípio da busca da verdade real, em
decorrência das distorções incontornáveis no
depoimento do indivíduo que sofrera a ação delituosa.”
P36
esposado
“[...] ao contrário, do entendimento esposado, não é
limitada à ministração de aulas atinentes à grade
curricular do respectivo curso.”
P1 11 1 1
“[...] entretanto, sendo diverso o entendimento esposado,
requer a defesa a redução das reprimendas impostas
[...]”
P6
P23
P30
“Contudo, sendo diverso o entendimento esposado por
esta Colenda Câmara, subsidiariamente, requer seja
afastada a majorante de emprego de arma [...]”
P31
“Contudo, sendo diverso o entendimento esposado por
Vossa Excelência, subsidiariamente, requer a defesa seja
fixado o regime aberto [...]”
P32
“Caso, entretanto, não seja acolhido o entendimento
acima esposado, a defesa aguarda seja a pena privativa
de liberdade substituída por multa, nos termos do artigo
44, §2°, do Código Penal.”
P33
“caso, entretanto, não seja acolhido o entendimento
acima esposado, a defesa aguarda seja reconhecido que
o delito não ultrapassou a esfera da tentativa [...]”
P34
“Conforme entendimento esposado pela maioria de
nossos Tribunais, o prazo para a formação da culpa é de
81 (oitenta e hum dias), incluindo-se neste a prolação da
sentença.”
P43
“entretanto, sendo diverso o entendimento esposado,
P44
184
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
requer a defesa seja o aumento decorrente das causas de
aumento de emprego de arma e concurso de agentes
fixado no mínimo legal [...]”
“Em que pesem os eruditos e claros argumentos
esposados no édito de Primeiro Grau, sustentado por
acervo probatório que prima pela cristalinidade [...]”
P47
exsurgir
“Exsurge incongruente o estabelecimento de pena-base
no mínimo previsto para o tipo, ficando aquém dos oito
anos, com imposição do regime fechado.”
P31 1
Ø Ø
fito
“05- Com o fito de solucionar a presente demanda, a
autora , requer seja designada audiência de conciliação e
caso não se chegue a uma solução na referida audiência,
pugna-se pela total procedência da presente ação, [...]
P24 1 1 2
fulcro
“Diante do exposto, requer-se a absolvição do réu com
fulcro no artigo 386,VI do Código de Processo Penal ou
o acolhimento das teses subsidiárias expostas acima, por
ser de Justiça.”
P15 11
Ø
4
“O recurso do réu (fls. 87/90), interposto em
05/12/1995, foi aceito com fulcro no art. 191 do CPC,
conforme despacho de fls. 93.”
P29
“12. E, por derradeiro, foi julgado IMPROCEDENTE o
pedido da autora com fulcro no art. 269, inciso I, do
CPC, condenando-a ao pagamento das custas e
honorários advocatícios em 10% [...].”
P29
“28. A autora requer, portanto, seja declarada a
NULIDADE DA SENTENÇA proferida às fls. 149 a
154, já transitada em julgado, com fulcro no art. 485,
inciso IV, do CPC, [...]”
P29
“[...] com fulcro no artigo 386, inciso VI, do Código de
Processo Penal.”
P31
“Ante o exposto e tudo mais que dos autos consta, a
Defesa postula pela absolvição do apelante José Antônio
de Jesus, com fulcro no artigo 386, inciso VI, do Código
de Processo Penal.”
P36
185
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“Deste feito resultou o v. acórdão (fls 203/207), o qual
anulou a sentença somente no tocante a fixação da
reprimenda, com fulcro no artigo 93, IX, CF, pois não
houve a necessária fundamentação para a exacerbação
da pena.”
P56
“[...] vem, com fulcro no disposto nos artigos 621,
inciso I, e seguintes do Código de Processo Penal,
propor o presente”
P65
P66
“Diante do exposto, requer-se a absolvição do réu com
fulcro no artigo 386,VI do Código de Processo Penal.”
P69
“Isto posto, requer-se a extinção do processo sem
julgamento do mérito, com fulcro no artigo 267, VI do
CPC.”
P76
fático
“[...] o que desnatura as assertivas exaradas na causa de
pedir fática [...]”
P1 3
Ø Ø
“Os autos de exibição, apreensão e entrega de fls. 22/23
não deixam dúvidas de que foram sete as vítimas dentro
um único ("sic") contexto fático’
P28
“[...] com fundamento nas seguintes razões fáticas e
jurídicas”
P40
genitor
“A genitora do autor conheceu o requerido no início do
ano de 1996, quando ele foi visitar os donos da casa em
que ela trabalha como empregada doméstica.”
P11 14
Ø
3
“[...] apresenta necessidades de vestuários, alimentação
e saúde, que a genitora vem atendendo com muita
dificuldade.”
P11
“[...] o menor passará o Natal com sua genitora [...]”
P74
“[...] Ano Novo com seu genitor, invertendo-se a ordem
nos demais anos.”
P74
“[...] e o segundo representado por sua genitora [...]”
P88
“A genitora dos menores aufere, mensalmente, cerca de
R$ 300,00 (Trezentos Reais), com o trabalho temporário
que realiza [...]”
P88
186
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“[...] neste ato representada por seus genitores, [...]”
P89
“[...] uma edificação erigida nos fundos do terreno da
residência dos genitores da requerente, [...]”
P89
“[...] compareceu à esta Procuradoria, assistido de sua
genitora, manifestando interesse e anuência com a
realização do casamento [...]”
P89
“[...] especialmente depoimento pessoal do pretendente
ao matrimônio, bem como de sua genitora.”
P89
“Os genitores do autor não usavam métodos
anticoncepcionais, ocorrendo a gravidez de sua
representante, [...]”
P92
“[...] com declaração judicial da paternidade legítima do
genitor do réu, relativa ao autor, passando este a usar o
sobrenome paterno [...]”
P92
“[...] uma vez que o requerido freqüentava a casa da
genitora do autor com certa regularidade.”
P93
“[...] período contido na duração do relacionamento
mantido entre o requerido e a genitora do menor”
P93
imponível
“[...] a inexistência do recibo correlato, não denota nexo
causal automático, com ato desidioso da reclamada, no
âmbito das liberalidades imponíveis [...]”
P1 1
Ø Ø
impropério
“15. Resta violado, portanto, o dever de assistência
quando um dos cônjuges falta ao respeito com o outro,
seja maltratando, enquanto lhe impõe sevícias, seja
irrogando impropérios, no afã injurioso.”
P12 1 11 2
incúria
“24. Tal instituto jurídico, qual seja o da prescrição
intercorrente do Processo Administrativo Fiscal, se dá
quando este ficar paralisado por mais de 5 (cinco) anos
em função da incúria da Fazenda Pública.”
P40 1 7 3
imperioso
“É notório ainda que as salas de aula são montadas para
um número determinado de alunos, o que tornas
imperioso considerar o transtorno decorrido quando de
eventual desistência.”
P1 2 3 11
187
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“Para SÍLVIO ANTUNES DE CARVALHO parece
imperioso corrigir a nomalia, com alteração do
dispositivo legal, para que seja afastada a
impenhorabilidade no processo de execução civil,
movido por obrigação assumida em contrato de
locação.”
P14
impingir
“[...] face ao vagaroso procedimento instrutório, que está
impingindo ao acusado uma prisão sem culpa formada.”
P79 1 7 15
incontinenti
“[...] motivo pelo qual se requer a Vossa Excelência seja
a requerente intimada a fornecer "incontinenti" nos
autos, o endereço onde o requerido poderá encontrar a
menor XXXX.”
P77 1 1 3
increpado
“Com relação ao depoimento do motorista do coletivo
(fl 93/93v), em nada serve de concreto para se apurar a
verdade dos fatos, pois claramente disse que somente
percebeu a rapinagem quando os increpados desceram
do ônibus.”
P56 2
Ø Ø
“De tudo o que se expôs, fica claro que não houve o
conluio entre os increpados e que o peticionário é
totalmente inocente, mesmo porque a acusação não
produziu prova suficientemente robusta neste sentido
[...]”
P56
inculpação
“[...] além do mais, os reconhecimentos efetuados não
tiveram por fim colimado a inculpação de XXXX.”
P66 1
Ø Ø
infra-assinado
“[...] pelo Procurador do Estado infra-assinado,
designado pela Procuradoria de Assistência Judiciária
[...]”
P2
P3
P7
P7
P14
P97
P100
11
Ø Ø
188
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“[...] pelo Procurador do Estado infra assinado, vem
respeitosamente à presença de V. Exa. [...]”
P4
“[...] pelo Procurador do Estado infra-assinado,
dispensado de apresentar instrumento de mandato, ex vi
o art. 16 da Lei 1.060/50 [...]”
P12
P90
“[...] vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., por
seu advogado infra-assinado, nos autos em epígrafe [...]”
P40
infra-firmado
“[...] residente na XXXX, n.o 203, Bairro Potuvera,
Itapecerica da Serra, São Paulo, por seu procurador
infra-firmado (procuração anexa - doc. n.º)[...]”
P29 1
Ø Ø
inobstante
“[...] impediu as visitas maternas, inobstante o fato de a
mãe visitar as crianças em dias e horários incertos.”
P73 2
Ø
2
“Para tentar solucionar a pendência objeto da ação, e
inobstante a invocação do artigo 1.531 do C.C., a ré
apresenta a seguinte proposta de acordo ao autor: [...]”
P98
insculpido
“o tocante a condenação de posse de entorpecente, tendo
em vista que o objeto material (entorpecente) insculpido
no delito do artigo 16 do mencionado Diploma Legal
não fora encontrado com a apelante [...]”
P39 1
Ø Ø
insurgir
“Insurge-se o Douto Promotor de Justiça contra a r.
sentença de fis. 72/75 que absolveu XXXX por
insuficiência de provas.”
P10 5 16 7
“Sobreveio a sentença absolutória de fls. 83/84, contra a
qual se insurge o apelante, porém sem razão.”
P13
“Sobreveio a sentença absolutória de fls. 96/97, contra a
qual se insurge o apelante, porém sem razão.”
P19
“Insurge-se o D. Promotor de Justiça contra a decisão
que fixou ao apelado o regime semi-aberto e requer
também a exasperação da pena por ser o réu
reincidente.”
P70
“Quanto a medida extrema é que nos insurgimos, pois
não estão presentes os requisitos ensejadores de sua
decretação.”
P87
189
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
intróito
“17. Requer-se, ainda, a intimação da testemunha Sr.
XXXX, signatário do Termo de Ocorrência de
Irregularidade, sito no mesmo endereço do requerido
descrito no intróito.”
P8 1 1
Ø
laboral
“[...] exerce atividade laboral como ajudante geral,
percebendo rendimentos médios no valor de R$ 400,00
(quatrocentos reais) [...]”
P89 1
Ø Ø
lídimo
“Diante de todo o exposto, espera o apelante que essa
Colenda Câmara dê provimento ao presente recurso,
para a reforma do r. título executivo condenatório,
absolvendo o ora apelante da imputação, por ser medida
da mais lídima Justiça!”
P20 1
Ø Ø
maculado
“As únicas pessoas que presenciaram os fatos são
XXXX e XXXX, as quais, ao prestarem depoimento,
trouxeram aos autos versões maculadas por
contradições.”
P63 1 2 2
malgrado
“Na fase inquisitiva (fls. 10/11), malgrado tenha o
Peticionário confessado a prática do delito em tela,
referida confissão não pode dar ensejo a um decreto
condenatório, eis que fora prestada fora da égide do
contraditório e ampla defesa.”
P65 3 1 9
“XXXX (fls.67/69, 79, 155/157), esposa do
Peticionário, malgrado tenha dito que o réu sabia da
procedência ilícita da "res", nada disse no que tange à
ocultação do caminhão.”
P66
“Malgrado tenha sido decretada a revelia do
Peticionário, esta não pode ser ilidida em seu prejuízo.”
P66
miliciano
“Afirmou que estava em meio ao mato procurando um
balão que por ali havia caído, quando então foi detido
pelo miliciano que o acusava de ter praticado o crime
em tela.”
P17 3 3 1
“A única testemunha ouvida sob o crivo do contraditório
foi o miliciano XXXX que, sendo o responsável pela
P26
190
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
detenção do apelante, é suspeito de parcialidade.”
“Ocorre que o peticionário foi detido sem que houvesse
qualquer demonstração de que participava do assalto e
fora preso por meras suspeitas e por estar próximo ao
local entendeu o miliciano que fazia parte do grupo.”
P52
mister
“[...] a inexistência do recibo correlato, não denota nexo
causal automático, com ato desidioso da reclamada, no
âmbito das liberalidades imponíveis, para o exercício de
seu mister [...]”
P1 15 1 13
“Assim, não tendo sido demonstrada de maneira
inequívoca a participação de XXXX no delito em tela,
mister se faz sua absolvição, nos termos do artigo 386,
inciso IV, do Código de Processo Penal.”
P6
P23
P28
P30
P45
“A doutrina e jurisprudência dominante esclarece que
mister a desclassificação ora indicada quando do delito
em tela não resulta ferimentos graves na vítima.”
P17
“No caso da desclassificação ora indicada é mister o
afastamento da qualificadora relativa a arma de fogo,
face a contradição acima mencionada e pela não
apreensão da mesma, sem a qual não pode se aferir a
potencialidade lesiva dela.”
P17
“Mister se faz abordar o tema da Coisa Julgada, eis que
a r. sentença proferida pela terceira vez, já que as duas
primeiras foram anuladas por este Colendo Tribunal de
Justiça [...]”
P29
“Assim, não tendo restado demonstrado ser XXXX o
autor do roubo em questão, mister se faz sua absolvição,
nos termos do artigo 386, inciso VI, do Código de
Processo Penal.”
P32
“Nenhum outro elemento de prova foi produzida sob o
crivo do contraditório, restando-se apenas a confissão
isolada do acusado, razão porque a Absolvição é mister
para o caso em tela.”
P45
191
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“"Para que se admita a existência da receptação é mister
que haja certeza de que o agente conhecia a origem
criminosa da coisa que adquiriu ou recebeu de outrem"”
P57
“Desta forma, diante da precariedade das provas
colhidas contra o peticionário, mister se faz a
absolvição do peticionário, nos termos do artigo 386,
inciso VI, do Código de Processo Penal.”
P60
“Para que se admita a existência da receptação em sua
forma dolosa, é mister haja evidência segura de que o
agente conhecia de fato, tinha ciência, da procedência
criminosa da coisa que adquire ou recebe de outrem”
P65
“Mister se faz lembrar que durante toda a constância do
relacionamento a representante legal do menor não
manteve relacionamento sexual com nenhum outro
homem.”
P93
mormente
"Uma vez verificado o excesso de prazo na instrução
criminal, incumbe colocar em liberdade o acusado,
mormente quando a ordem de prisão repousa única e
exclusivamente na imputação feita com a denúncia.”
P43 1 3 14
obtemperar
“[...] como obtempera Nelson Nery Júnior in
"Comentários ao Código de Processo Civil"[...]
P1 2
Ø
2
“[...] descaracterizando-se a abusividade referida, a qual,
como obtempera Genovese, deverá ser sopesada com a
assunção de riscos [...]”
P1
olvidar
“Não se pode olvidar que outras atividades, outros
serviços são prestados aos alunos, mesmo antes de eles
ingressarem na sala de aula Primeiro, é elaborado um
contrato de prestação de serviços que, evidentemente
[...]”
P1 13 1 3
“Não se pode olvidar que em favor do recorrente milita
a presunção de inocência, constitucionalmente
assegurada a todos os cidadãos indistintamente [...]”
P6
P23
P26
P27
192
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
P28
P30
P36
P44
P60
“Não se pode olvidar que em favor do apelante milita o
estado de inocência, constitucionalmente assegurado
(artigo 5°, inciso LVII), cabendo ao órgão acusatório
demonstrar a imputação e a culpabilidade do réu de
forma inequívoca, pois a menor dúvida deve acarretar
sua absolvição.”
P33
P34
“Não se pode olvidar que no Direito Processual Penal
pátrio vigora o princípio in dubio pro reo e, em
conseqüência, inadmissível seria um decreto
condenatório no presente caso, uma vez que as provas
são demasiadamente frágeis.”
P67
óptica
“Interrogado perante autoridade policial o apelante
confessou os fatos. Entretanto, a confissão realizada
longe do Contraditório não deve sob a óptica da Carta
Magna ser considerado como elemento de prova
válido.”
P20 1 5 3
outrem
"[...] Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar
prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano."
P8 5 5 10
"Para que se admita a existência da receptação dolosa é
necessária a evidência segura de que o agente conheça
de fato a procedência criminosa das coisas que adquire
ou recebe de outrem.”
P27
“É a destinação diversa que o agente dá à coisa, em
proveito seu ou de outrem.”
P42
"Para que se admita a existência da receptação é mister
que haja certeza de que o agente conhecia a origem
criminosa da coisa que adquiriu ou recebeu de outrem"
P57
193
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“[...] é mister haja evidência segura de que o agente
conhecia de fato, tinha ciência, da procedência
criminosa da coisa que adquire ou recebe de outrem"
P65
outrossim
“Outrossim, inquestionável, é o fato da recorrida estar
causando prejuízo à recorrente, na medida em que
ocupou uma vaga que seria objeto de oferta para outro
aluno [...]”
P1 36
Ø
5
“Outrossim, não se desconhece decisões que consideram
o artigo 49 da Lei 8.078/90 que permite ao consumidor a
restituição do valor pago até sete dias do recebimento do
serviço [...]”
P1
“Embora esta Defensoria acredite na inocência de
XXXX, necessário, outrossim, em sede de pedido
subsidiário, requerer seja reconhecido que o delito não
ultrapassou a esfera da tentativa.”
P6
“Requer, outrossim, caso se tornem necessários atos
judiciais pessoais, que sejam facultados ao Sr. Oficial de
Justiça, os benefícios do parágrafo 2° do artigo 172 do
CPC. “
P8
“[...] necessário, outrossim, em sede de pedido
subsidiário, requerer seja afastada a majorante prevista
no artigo 18 [...]”
P10
“[...] necessário, outrossim, em sede de pedido
subsidiário, requerer sejam consideradas na eventual
fixação de pena privativa de liberdade as circunstâncias
atenuantes da menoridade e confissão.”
P13
“Outrosim, há que se destacar que sendo os responsáveis
pela detenção do apelado, comparecem interessados em
justificarem suas condutas.” (sic)
P13
“Outrossim, é certo que a r. sentença é nula, também,
porque não observado o disposto no artigo 384 do
Código de Processo Penal.”
P15
“Outrossim, há que ser afastada a qualificadora de
escalada pois embora o laudo se refira a "sujidades na
parede" do local submetido a exame, [...]”
P15
194
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“Outrossim, há que se destacar que a materialidade do
delito é questionável porquanto o fato sequer foi
noticiado à autoridade policial quando de sua
ocorrência.”
P19
“[...] necessário, outrossim, em sede de pedido
subsidiário, requerer seja afastada a majorante de
emprego de arma, porquanto tal circunstância não restou
devidamente demonstrada.”
P19
“Embora esta Defensoria acredite na inocência de
XXXX, necessário, outrossim, em sede de pedido
subsidiário, seja requerer seja afastada a majorante de
emprego de arma eis que não restou comprovada
efetivamente a ocorrência de tal circunstância.”
P23
“Outrossim, é certo que às declarações da testemunha
XXXX não se pode atribuir valor probante, porquanto
colhidas sem as garantias do devido processo legal que
devem cercar toda a atividade probatória.”
P26
“Entretanto, caso assim não entendam Vossas
Excelências, necessário, outrossim, em sede de pedido
subsidiário, requerer sejam reduzidas as reprimendas
aplicadas.”
P26
“Outrossim, mesmo que Vossas Excelências entendam
pela caracterização da reincidência, requer sejam
diminuídos os aumentos procedidos a tal título[...].”
P26
“Outrossim, caso Vossas Excelências entendam não ser
possível a substituição da pena privativa de liberdade
por pena restritiva de direitos, requer esta Defensoria
seja concedido "sursis" especial.”
P26
“Entretanto, caso assim não entendam Vossas
Excelências, necessário, outrossim, em sede de pedido
subsidiário, requerer sejam reduzidas as reprimendas
aplicadas[...]”
P27
“Entretanto, caso assim não entendam Vossas
Excelências, necessário, outrossim, em sede de pedido
subsidiário, requerer sejam reduzidas as reprimendas
aplicadas.’
P28
195
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“Outrossim, incorreu a ilustre Magistrada em erro ao
aumentar a pena na proporção de dois terços em razão
da continuidade delitiva, [...]”
P28
“Outrossim, há que ser alterado o regime inicial de
cumprimento da reprimenda reclusiva imposta
porquanto observados os critérios do artigo 59 do
Código Penal [...]”
P28
“Requer, outrossim, seja concedido à suplicante os
beneficios da Justiça Gratuita, em virtude de a mesma
ser pobre, na acepção juridica do termo, conforme
instrumento comprobatório em anexo (doc. n. o ).”
P29
“Outrossim, o valor do dia-multa deverá ser
estabelecido no trigésimo do salário mínimo, uma vez
que não há nos autos informações acerca das condições
econômicas do apelante de forma a justificar a fixação
acima do mínimo legal.”
P30
“Outrossim, requer seja reconhecido que o delito não
ultrapassou a esfera de tentativa, sendo o acusado
perseguido e imediatamente detido na posse da "res"”
P31
“Outrossim, sendo o responsável pela detenção do
apelante, comparece interessado em justificar sua
conduta, devendo, deste modo, ser considerado com a
devida reserva seu depoimento.”
P34
“Outrossim, o valor do dia-multa deverá ser
estabelecido no trigésimo do salário mínimo, uma vez
que não há nos autos informações acerca das condições
econômicas do apelante de forma a justificar a fixação
acima do mínimo legal.”
P37
“Outrossim, a prova da origem ilícita incumbe ao órgão
acusatório e não ao denunciado que, ao contrário do
alegado pelo recorrente [...]”
P38
“Outrossim, esclarece a Embargante que todas as ações
em questão têm as mesmas partes, o mesmo objeto,
causa de pedir, e encontram-se na mesma fase
processual.”
P40
196
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“Embora esta Defensoria acredite na inocência de Jo
Roberto, necessário, outrossim, em sede de pedido
subsidiário, requerer seja reconhecido que o delito não
ultrapassou a esfera da tentativa.”
P44
“Outrossim, contrariamente ao que afirma o ilustre
membro do Parquet, uma das armas não é apta a
disparar, conforme atesta o laudo pericial de fls.65,
razão porque referida arma não possui capacidade
lesiva.”
P46
“Outrossim, a argumentação pelo fato do ilícito ter sido
cometido durante o período noturno, ou seja, à
madrugada, segue a mesma sorte que o motivo supra
[...]”
P47
“Outrossim, em razão da perturbação psicológica no
momento dos fatos, a vítima pode ter se equivocado ao
reconhecer o peticionário, na saciedade de ver o crime
que sofreu, punido.”
P60
“Outrossim, disse não conhecer o Peticionário pelo
nome de XXXX.”
P65
“Outrossim, disse que apenas fez um favor a "XXXX",
tida para o Peticionário como uma pessoa de bem, eis
que freqüentava seu comércio [...]”
P65
“Outrossim, conquanto tenham mencionados os
reconhecimentos efetuados na polícia, estes não foram
realizados em face de XXXX, [...]”
P66
“Outrossim, a defesa postula pela concessão do regime
semi-aberto para o início do cumprimento de pena, haja
vista ser o réu primário e de bons antecedentes.”
P66
“Ocorre que, com o passar dos anos o requerido cedeu a
dependência alcoólica, outrossim não aceitou a ajuda da
requerente para deixar tal vício, [...].”
P94
parquet
“Em que pesem as alegações do ilustre membro do
'Parquet" ao entender que o nobre julgador agiu com
desacerto ao absolver o apelado, haja vista, ter sido o
mesmo detido com a "res"”
P21 6
Ø
4
197
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“Em que pesem as alegações do ilustre membro do
'Parquet" ao entender que o nobre julgador agiu com
desacerto ao afastar a qualificadora da arma de fogo e
fixar o regime semi-aberto ao apelado, razão não lhe
assiste, senão vejamos.”
P22
“A despeito da fixação do regime fechado, como pugna
o ilustre membro de "Parquet", razão também lhe carece
, senão vejamos.”
P22
“Em que pesem as alegações do ilustre membro do
'Parquet" ao entender que o nobre julgador agiu com
desacerto ao absolver o apelado [...]”
P41
“De outro lado, o outro policial responsável pela prisão
do acusado à época dos fatos não foi inquirido, sendo
certo que o ilustre membro do Parquet desistiu de seu
depoimento.”
P45
“Outrossim, contrariamente ao que afirma o ilustre
membro do Parquet, uma das armas não é apta a
disparar, conforme atesta o laudo pericial de fls.65,
razão porque referida arma não possui capacidade
lesiva.”
P46
perenizar
“O Processado foi perenizado pelos efeitos da coisa
julgado (fl.437).”
P65 2
Ø Ø
“A fls. 180 noticia o transcurso do prazo perenizado
pelo efeitos da coisa julgado.’
P66
permissa
“[...] referido preposto teria informado, quanto à
possibilidade de encaminhamento de requerimento, para
fins de eventual devolução, permissa hipotética,
inconfundível com a certeza, ou direito líquido e certo
do consumidor.”
P1 1
Ø Ø
perpetrador
“Contudo Nobres Julgadores, verifica-se que há nos
autos do inquérito policial uma foto do apelante (fls. 62)
e que o mesmo é branco e não pardo como o verdadeiro
perpetrador do delito conforme a própria vítima
relatou.”
P20 1
Ø Ø
198
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
plexo
“Verifica-se do plexo probatório que as testemunhas de
acusação (vítimas) não testemunharam a ação delituosa,
apenas após constatado a pilhagem, saíram em
perseguição ao furtador em meio a via pública e
acabaram por deter a ora apelante.”
P39 1
Ø Ø
porquanto
“[...] também não decorreria qualquer ônus à mesma
quanto à desistência manifestada, porquanto, a
instituição ainda mantinha inscrições abertas em janeiro
último.”
P1 47 1 11
“[...] que redundam na prestação de alimentos, a
indenização é devida (Súmula 491 do STF) porquanto se
evidencia que, participando de família humilde [...]”
P2
“Assim, a morte do menor representa um dano potencial
aos pais cuja expectativa de futuro auxílio material do
filho falecido a estes seria mais do que razoável,
porquanto haveria máxima possibilidade de se
concretizar [...]”
P2
“Decerto, somente assim se poderá verificar se a Autora
tem autorização do Estado, porquanto trate-se de
atividade econômica que a exige para ser exercida (art.
170, parágrafo único, c/c art. 175 da CF/88).”
P4
“Com efeito, é mesmo assim porquanto constitua-se
dever da fornecedora do serviço receber da
fornecedora/concessionária do serviço [...]”
P4
“Ora, tal seria de rigor, porquanto o Réu, como
consumidor, tem o direito de ser informado sobre o
conteúdo do contrato ele fornecimento de energia
elétrica [...]”
P4
“Ainda que assim não fosse, tal cláusula regulamentar
seria nula porquanto permitiria ao fornecedor impor,
indiretamente, uma variação no preço do serviço (art.
51, inc X, do CDC).”
P4
“A r. sentença merece alteração, porquanto o D.
Magistrado "a quo" não decidiu com o costumeiro
acerto.”
P6
199
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“Por fim, há que ser alterado o regime inicial de
cumprimento da reprimenda reclusiva imposta
porquanto considerando os bons antecedentes, a
primariedade e menoridade relativa do apelante [...]”
P6
“Há que se ressaltar que não se pode atribuir valor
probante à confissão extrajudicial de XXXX, porquanto
foram colhidas sem a observância das garantias do
devido processo lega! que devem cercar toda a atividade
probatória.”
P13
“O Embargante é proprietário do imóvel supra descrito,
que constitui bem de família legal, nos termos da Lei
8.009/90, porquanto próprio dos mesmos [...]”
P14
“A parte isto, em sendo consideradas as assinaturas dos
Embargantes como autênticas, deve-se dizer que a
penhora é nula, vez que incidiu sobre bem
impenhorável, porquanto tratar-se de bem de família
legal.”
P14
“15. Também a excesso de cobrança porquanto não
podem conviver cláusulas penais moratória e
compensatória.”
P14
“Entretanto, caso Vossas Excelências entendam pela
rejeição da preliminar argüida, quanto ao mérito, a r.
sentença merece alteração, porquanto a D. Magistrada
"a quo" não decidiu com o costumeiro acerto.”
P15
“[...] tal circunstância não restou demonstrada,
porquanto em favor do recorrente milita o princípío
constitucional da presunção de inocência [...]”
P15
“[...] requer seja alterado o regime inicial de
cumprimento da reprimenda imposta porquanto
considerando a primariedade e bons antecedentes do
apelante [...]”
P15
“Há que se ressaltar que não se pode atribuir valor
probante à confissão extrajudicial de XXXX, porquanto
foram colhidas sem a observância das garantias do
devido processo legal que devem cercar toda a atividade
probatória.”
P19
200
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“Outrossim, há que se destacar que a materialidade do
delito é questionável porquanto o fato sequer foi
noticiado à autoridade policial [...]”
P19
“[...] outrossim, em sede de pedido subsidiário, requerer
seja afastada a majorante de emprego de arma,
porquanto tal circunstância não restou devidamente
demonstrada.”
P19
“A r. sentença merece alteração, porquanto o D.
Magistrado "a quo" não decidiu com o costumeiro
acerto.”
P23
“A r. sentença merece alteração, porquanto o D.
Magistrado "a quo" não decidiu com o costumeiro
acerto.”
P26
“Outrossim, é certo que às declarações da testemunha
XXXX não se pode atribuir valor probante, porquanto
colhidas sem as garantias do devido processo legal que
devem cercar toda a atividade probatória.”
P26
“Requer, ainda, seja alterado o regime inicial de
cumprimento da reprimenda imposta porquanto
considerando a primariedade do apelante (não infirmada
nos autos) e observados os critérios do artigo 59 do
Código Penal [...]”
P26
“A r. sentença merece alteração, porquanto o D.
Magistrado "a quo" não decidiu com o costumeiro
acerto.”
P27
“Por fim, requer a defesa seja afastada a correção
monetária da pena pecuniária imposta a partir da data
dos fatos, porquanto sendo a multa considerada dívida
de valor [...]”
P27
“A r. sentença merece alteração, porquanto o D.
Magistrado "a quo" não decidiu com o costumeiro
acerto.”
P28
“[...] tal circunstância não restou demonstrada
porquanto não há nos autos as necessárias certidões
constando o trânsito em julgado das sentenças proferidas
nos processos [...]”
P28
201
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“Outrossim, há que ser alterado o regime inicial de
cumprimento da reprimenda reclusiva imposta
porquanto observados os critérios do artigo 59 [...]”
P28
“A r. sentença merece alteração, porquanto o D.
Magistrado "a quo" não decidiu com o costumeiro
acerto.”
P30
“[...] requer a defesa a redução das reprimendas
impostas, porquanto a fixação da pena base em um
quarto acima do mínimo legal se mostra exacerbado
[...]”
P30
“Por fim, requer a defesa seja afastada a correção
monetária da pena pecuniária imposta a partir da data
dos fatos, porquanto sendo a multa considerada dívida
de valor [...]”
P30
“A r. sentença merece alteração, porquanto o D.
Magistrado "a quo" não decidiu com o costumeiro
acerto.”
P31
“Por fim, há que ser alterado o regime inicial de
cumprimento da reprimenda reclusiva imposta,
porquanto considerando a primariedade [...]”
P31
“Quanto ao mérito, a r. sentença merece alteração,
porquanto o douto magistrado não decidiu com o
costumeiro acerto”
P32
“[...] requer a defesa seja afastada a correção monetária
da pena pecuniária imposta a partir da data dos fatos,
porquanto sendo a multa considerada dívida [...]”
P35
“A r. sentença merece ser alterada, porquanto o Douto
Magistrado "a quo" não decidiu com o costumeiro
acerto.”
P36
“A r. sentença merece ser alterada, porquanto o Douto
Magistrado "a quo" não decidiu com o costumeiro
acerto.”
P37
“Ainda, requer a defesa seja afastada a correção
monetária da pena pecuniária imposta a partir da data
dos fatos, porquanto sendo a multa considerada dívida
P37
202
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
de valor [...]”
“Por fim, requer a defesa seja fixado o regime semi-
aberto para início de cumprimento da reprimenda,
porquanto observados os critérios do artigo 59 do
Código Penal, tal regime se mostra, no caso "sub judice"
suficiente às finalidades da pena.”
P37
“A r. sentença merece ser alterada, porquanto o Douto
Magistrado "a quo" não decidiu com o costumeiro
acerto.”
P44
“Por fim, há que ser alterado o regime inicial de
cumprimento da reprimenda reclusiva imposta
porquanto considerando os bons antecedentes, a
primariedade e menoridade relativa do apelante [...]”
P44
“[...] conclui-se imprópria tal pretensão, porquanto
obstada por expressa vedação legal contida no artigo
622 do Código de Processo Penal.”
P51
“A incriminar XXXX restou, isolada, uma suposta
confissão extrajudicial, à qual não se pode atribuir valor
probante porquanto não observadas, durante a sua
colheita, as garantias do devido processo legal [...]”
P61
“[...] quando XXXX arrumava as roupas deste último, o
acusado disse que não queria ir embora, porquanto
gostava da mesma [...]”
P63
“[...] nada podendo relatar acerca da autoria pertinente à
receptação, porquanto nada presenciou no que se refere
ao delito subseqüente.”
P65
“[...] em razão da reincidência, porquanto o aumento foi
muito rigoroso no momento da dosimetria da pena,
incidindo em "bis in idem" [...]”
P65
“De fato, o regime inicial de cumprimento da pena
privativa de liberdade deve ser o semi-aberto, porquanto
a gravidade do delito já foi considerada pelo legislador
ao fixar os limites mínimo e máximo da pena [...]”
P68
prelúdio
“Como corolário da assertativa supra, o pagamento da
matrícula, teve por escopo, o prelúdio da freqüência”
P1 1 3 5
203
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
principiológico
“[...] o que é vedado não apenas pelas principiológicas
normas constitucionais já referidas, como por lei
específica, que é a recente Lei Estadual n. 10.177/98,
regedora do processo administrativo.”
P40 1
Ø Ø
propugnar
“[...] em sede de alegações finais, a Douta Promotoria
de Justiça propugnou pela procedência da ação [...]”
P6
P13
P15
P19
P23
P26
P27
P28
P30
P44
P59
P60
21 3 1
“[...] o Ilustre Membro do Ministério Público
propugnou pela procedência da ação com conseqüente
condenação, [...]”
P31
“[...] o douto Promotor de Justiça propugnou pela
procedência da ação (fls. 63/64[...]”
P32
“[...] em sede de alegações finais, propugnou a
acusação pela procedência da ação [...]”
P33
P34
“Em debates, a acusação propugnou pela procedência da
ação, enquanto a defesa requereu a absolvição do
acusado (fls. 54/55).”
P35
“Superada a fase do artigo 499 do Código de Processo
Penal, em sede de Alegações Finais, o Ilustre Membro
do Ministério Público propugnou pela procedência da
ação [...]”
P36
204
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“Superada a fase do artigo 499 do Código de Processo
Penal, em sede de alegações finais, a Douta Promotoria
de Justiça propugnou pela condenação do acusado,
enquanto a defesa requereu sua absolvição.”
P61
“Em sede de alegações finais, o Ilustríssimo
Representante do Ministério Público propugnou pela
pronúncia de XXXX, [...]”
P63
“O representante ministerial apresentou suas Alegações
Finais, propugnando pela procedência do pedido
formulado na denúncia (fls.349/355).
P65
pugnar
“Caso não haja pleno reconhecimento por parte dos
nobres julgadores, acerca da inocência do acusado, a
defesa pugna, ante a todo o exposto , bem como pelo
Princípio do "indubio pro reo" que se absolva o
acusado.’
P20 4
Ø
3
“Caso não haja pleno reconhecimento por parte dos
nobres Julgadores, acerca da inocência do acusado, a
defesa pugna, pelo Princípio do "indubio pro reo" que se
absolva o acusado.”
P21
“Com o fito de solucionar a presente demanda, a autora,
requer seja designada audiência de conciliação e caso
não se chegue a uma solução na referida audiência,
pugna-se pela total procedência da presente ação, [...]
P24
“Caso não haja pleno reconhecimento por parte dos
nobres Julgadores, acerca da inocência do acusado, a
defesa pugna, pelo Princípio do "in dubio pro reo" que
se absolva o acusado.”
P41
rapinagem
“[...] em nada serve de concreto para se apurar a verdade
dos fatos, pois claramente disse que somente percebeu a
rapinagem quando os increpados desceram do ônibus.”
P56 2 12 1
“E quanto a qualificadora do concurso de agentes, não
foi diferente, pois registrou-se que praticamente o
peticionário não participou das ameaças e nem da
rapinagem.”
P56
205
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
refragável
“[...] não presenciaram os fatos narrados na denúncia,
relativos ao Peticionário, o que certamente tornam suas
incriminações refragáveis de per si.”
P65 1
Ø Ø
silente
“Na delegacia permaneceu silente manifestando o
desejo de se pronunciar somente em juízo, direito que
lhe é constitucionalmente assegurado.”
P63 1
Ø
1
sobrevir
“Sobreveio a sentença condenatóna de fls. 255/258, que
impos ao réu a pena de 06 (seis) anos, 02 (dois) meses e
20 (vinte) dias de reclusão, em regime inicial fechado
[...]”
P6 20 4 10
“Sobreveio a sentença absolutória de fls. 83/84, contra a
qual se insurge o apelante, porém sem razão.”
P13
“Sobreveio a sentença condenatória de fls. 119/123 que
impôs ao réu a pena de 02 (dois) anos de reclusão, em
regime inicial semi-aberto [...]”
P15
“Sobreveio a sentença absolutória de fls. 96/97, contra a
qual se insurge o apelante, porém sem razão.”
P19
“Sobreveio a sentença condenatória de fls. 255/258 que
impôs ao réu a pena de 08 (oito) anos de reclusão, em
regime inicial fechado [...]”
P23
“Sobreveio a sentença condenatória de fls. 116/120 e
declaração de fls. 133/134 que impôs ao réu a pena de
02 (dois) anos de reclusão [...]”
P26
“Sobreveio a sentença condenatória de fls. 96/99 que
impôs à ré a pena de 01 (um) ano e 04 (quatro) meses de
reclusão, em regime inicial semi-aberto [...]”
P27
“sobreveio a sentença de fls. 277/293 que o absolveu,
com fundamento no artigo 386, inciso VI, do Código de
Processo Penal, dos delitos previstos nos artigos 180
[...]”
P28
“Sobreveio a sentença condenatória de fls. 101/104 que
impôs ao réu a pena de 09 (nove) anos e 02 (dois) meses
de reclusão, em regime inicial fechado [...]”
P30
206
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“Sobreveio a sentença condenatória de fls. 126/129 e
sentença de fl. 136 que, acolhendo os Embargos opostos
pelo Ministério Público, impôs ao réu a pena de 06
(seis) anos [...]”
P31
“Sobreveio a sentença condenatória de fls. 71/76 que
impôs ao réu a pena de 04 (quatro) anos de reclusão, em
regime inicial fechado, e ao pagamento de 10 (dez) dias-
multa [...]”
P32
“Sobreveio a sentença condenatória de fls. 155/157 que
impôs ao réu a pena de 01 (um) ano de detenção, em
regime inicial aberto [...]”
P33
“Sobreveio a sentença condenatória de fls. 81/86 que
impôs ao réu a pena de 06 (seis) anos e 02 (dois) meses
de reclusão, em regime inicial fechado [...]”
P34
“sobreveio a sentença condenatória de fls. 55/56 que
impôs ao réu o pagamento de 10 (dez) dias-multa, por
ter sido considerado incurso no artigo 32 [...]”
P35
“Sobreveio a sentença condenatória de fls. 71/76, que
impôs ao réu a pena de 05 (cinco) anos e 04 (quatro)
meses de reclusão [...]”
P36
“Sobreveio a sentença condenatória de fls. 103/105 que
impôs ao réu a pena de 06 (seis) anos de reclusão, em
regime inicial fechado [...]”
P44
“Sobreveio a sentença condenatória de fls. 72/74 que
impôs ao Réu a pena de 02 (dois) anos, 08 (oito) meses
e 20 (vinte) dias [...]”
P59
“Sobreveio a sentença condenatória de fls. 138/151, que
impôs ao Réu a pena de 06 (seis) anos e 08 (oito) meses
de reclusão em regime integralmente fechado [...]”
P60
“Sobreveio a sentença condenatória de fls. 85/87 que
impôs ao Réu a pena de 05 (cinco) anos e 08 (oito)
meses de reclusão em regime inicialmente fechado [...]”
P91
“Sobreveio a r. sentença de pronúncia, acostada aos
autos às fls. 173 / 175, a qual submeteu o peticionário ao
julgamento pelo E. Tribunal do Júri da Comarca [...]”
P63
207
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
sopesado
“Para tanto, ainda que sopesada a existência de relação
de consumo [...]”
P1 2
Ø Ø
“[...] como obtempera Genovese, deverá ser sopesada
com a assunção de riscos, no ato da contratação [...]”
P1
sucumbencial
“Também não se admite a inclusão, no cálculo do
"quantum" devido pelos réus, de custas e verbas
sucumbenciais, tendo em vista que o embargante é
beneficiária da Assistência Judiciária Gratuita.”
P78 1
Ø Ø
supedâneo
“18. Complexo e de pouco comento é o tema da
Eficácia Preclusiva da Coisa Julgada, com supedâneo no
art. 474 do Cpc.”
P29 1
Ø Ø
supracitado
“Verifica-se dos supracitados elementos de prova uma
patente contradição acerca da verdade dos fatos, senão
vejamos.”
P17 1
Ø Ø
testilha
“Pretenso erro interpretativo, no caso em testilha,
afigurar-se-ia, destarte, inescusável, [...]”
P1 9
Ø Ø
“Diante do exposto, requer-se a desclassificação do
delito em testilha para simplesmente o delito de roubo
tentado.”
P17
“[...] razões pelas quais a reforma da r. sentença para
Absolvição do apelante é medida que se impõe ao caso
em testilha.”
P20
“[...] refletem a inveracidade dessas versões e por via
oblíqua do reconhecimento do apelado como autor do
delito em testilha.”
P21
“Como depreende-se da análise do caso em testilha, o
juiz sentenciante agiu com costumeiro acerto [...]
P22
“Ocorre que a prova oral colhida nada indica sobre a
autoria do apelante, posto que em se tratando do delito
em testilha não há testemunhas presenciais da ação dos
meliantes.”
P39
“[...] e por via oblíqua do reconhecimento do apelado
como autor do delito em testilha.”
P41
208
Preciosismo Contexto Petição OP
OCJ
-V
OCJ
-CP
“Diante de todo o exposto não há qualquer elemento de
prova que impute a autoria do delito em testilha ao
acusado [...]”
P46
“[...] o peticionário nada tem haver com o delito em
testilha, pois não sabia da origem criminosa do
mencionado veículo.”
P57
varoa
“A guarda dos menores deverá ser fixada em favor da
cônjuge varoa [...]”
P90 2
Ø Ø
“A varoa pretende voltar a usar o nome de solteira [...]”
P90
Assinalemos o fato de que os termos preciosistas se repetem nos textos das petições
analisadas por 450 vezes. Tal freqüência pode ser considerada bastante alta se considerarmos
que as unidades lexicais preciosistas ocorrem em uma porcentagem de 4,5 vezes por texto
jurídico. Desse modo, os preciosismos formam 32% do corpus.
A ocorrência dos preciosismos no Corpus A se apresentou de forma bastante diferente
daquela que se deu nos termos laudatórios. Enquanto nestes arrecadamos uma quantidade
razoável de itens lexicais com freqüência enorme, pudemos colher um grande número de
preciosismos, porém, com baixa ocorrência particular.
Vejamos esse evento no gráfico ilustrativo, no qual cada termo preciosista é grifado
com uma cor diferente:
209
Figura Preciosismos 17
Como dissemos anteriormente, fizemos uso do símbolo Ø para marcar a ausência de
ocorrência do termo analisado nos CJ-CP e no CJ-V. Das oitenta (80) unidades léxicas que
analisamos, vinte e nove (29) delas não ocorreram simultaneamente em nenhum desses
corpora.
Devemos, por ora, ilustrar algumas dessas ocorrências preciosistas.
assertiva
A respeito dessa palavra, é válida a informação de que a pesquisa no CJ-CP somente
nos mostrou ocorrências dela como adjetivo, e não substantivo, como a forma que
encontramos por 11 vezes no corpus A.
asseverar
O verbo asseverar aparece apenas três vezes no CJ-CP e nenhuma vez no CJ-V.
Quanto a este último corpus, o CJ-V, a palavra comparece, sim, duas vezes, porém na sessão
210
de cartas dos leitores, ou seja, não se configura propriamente como material de textualidade
jornalística. Se não bastasse isso, o mais curioso é constatar que ambas as cartas nas quais
aparecem o verbo asseverar são exatamente de profissionais do Direito. Valem as
transcrições:
1.
Apesar da informação inicial da matéria, no sentido de que ninguém
acredita na Justiça brasileira, no ano de 1992 foi elaborada uma pesquisa de opinião
pública, por uma conceituada agência de publicidade paulista, asseverando que a
única instituição no Brasil que ainda goza de credibilidade junto à população
brasileira é a Justiça.
Daniela Maria Cilento
Juíza de Direito
São Roque, SP
2.
Quanto à essência, parece-me feliz e tempestiva a proposta do SOS Erro
Advocatício. Só divirjo de Carlos Frederico Vaz de Carvalho quanto à ilusória
confiança na OAB enquanto órgão fiscalizador da conduta de seus filiados. Não
quero generalizar, mas assevero que minha experiência junto à atual Comissão de
Ética e Disciplina da OAB/São Paulo foi extremamente decepcionante. Ao que tudo
indica, prevalece nessa instituição um corporativismo acima da própria Justiça.
José Xavier de Oliveira
São Paulo, SP
avença
Sobre o uso do substantivo avença, verifica-se no livro de Nilce Santa’anna Martins,
Introdução à Estilística (2000, p. 87), a classificação da palavra entre os arcaísmos léxicos.
Além dela, Sabbag (2005, p. 111) considera a palavra como um termo arcaico. Todavia, nosso
critério de avaliação não permitiu que essa unidade léxica fosse classificada como arcaísmo.
Mantemos, pois, a designação de preciosismo.
211
cominar
A respeito dos registros do verbo cominar, ficamos em uma apreciação parcialmente
semelhante à do verbo asseverar, que avaliávamos anteriormente. Isso porque a palavra
também aparece em uma carta de leitor da revista Veja e, do mesmo modo, em contexto
jurídico, embora cominar não tenha aparecido somente nessa circunstância. Vejamos a carta
do leitor:
Violência
Na reportagem "Assassinato a pontapés" (18 de agosto), comete-se
engano ao afirmar que os maiores podem pegar até trinta anos de pena por
homicídio culposo. Pelo teor da reportagem, trata-se de homicídio doloso, este sim,
com a devida qualificação legal, comina a pena de doze a trinta anos.
Niwman Jackson de Araújo
Frederico Newman Figueiredo de Araújo
Paraopeba, MG
destarte
Embora seja um advérbio que conste na maioria (senão todas) das gramáticas
modernas, cabe dizer que o uso de destarte está em decadência de uso na comunidade
lingüística do Português brasileiro atual. Basta observarmos a sua freqüência nos corpora CJ-
CP e CJ-V. Enquanto a ocorrência neste último corpus ficou em zero, no outro foi de seis
vezes. É curioso expormos o teor de uma das ocorrências da CJ-CP:
"Destarte", "outrossim", "obtemperar", são verdadeiros palavrões que, francamente,
não há cristão que me obrigue a empregar.
Coincidência ou não, os três “palavrões” a que o texto se refere encontram-se em
exame na nossa pesquisa.
212
égide
Mais uma vez, deparamos com uma palavra com baixa freqüência nos corpora, e na
qual o exame das ocorrências tem, algumas vezes, pertinência com a área forense. Vejamos:
1.
Dos quatro presidentes eleitos sob a égide da Constituição de 1946, dois - Getúlio
Vargas e Jânio Quadros - não terminaram seus mandatos e foram sucedidos pelos
vices.
2.
As eleições municipais, em outubro, deveriam ser organizadas já sob a égide da
nova lei
.
em tela
Em tela é mais uma expressão que possui grande ocorrência nos textos do corpus A:
22 vezes. Sua presença freqüente se de fato na área jurídica, embora não se restrinja a ela.
no corpus CJ–CP, encontra-se apenas uma ocorrência. Refere-se, não coincidentemente, a
um assunto de natureza jurídica:
O jurista Reginaldo Fanckin sustenta que a nova Constituição impôs
limitações ao instituto do plebiscito enquanto criatura da lei, sendo questionável sua
autorização para o caso em tela.
mister
Mister é uma palavra que possui grandee ocorrência no CJ-CP: treze. Em uma delas, a
ironia manifesta torna sua transcrição irresistível:
Mister - em lugar de necessário. Impressiona muito, sobretudo às crianças. Cuidado
para não dizer míster.
213
olvidar
Sobre olvidar, nos textos dos corpora CJ-CP e CJ-V, podemos dizer que sua
ocorrência é bem restrita. Das três vezes que olvidar apareceu no CJ-CP, uma delas fez parte
da transcrição da denúncia (texto jurídico) de impeachment do ex-presidente Fernando Collor
de Mello.
Além disso, a única vez em que a palavra aparece no CP-V é em um poema, o qual
costuma, como vimos em um dos capítulos anteriores, utilizar palavras ricas de
potencialidade expressiva, com apelo intencional à sonoridade, entre outros aspectos de
natureza literária. Olvidar figura, pois, como palavra de uso raro, a serviço da criação estética.
Vejamos, então, o texto em que encontramos olvidar, presente no corpus CP-V, o poema de
Décio Bar:
......................................................
Saravá e malquerências descalças
ilha aglutinada no contorno
mapa desbotado, rajado de tacos
salitrosos
pedra perturbada e súbita
olfato basilar de chaves malferidas
trombone arfante descoberto na hora
da míngua
elegia esquerda do olvidar marisco
Na teia rendada que eu digo: veias
no almoxarife nunca detido
........................................................
outrem
A incidência de apenas quinze ocorrências como total das aparições da palavra outrem
nos corpora a que foi submetida faz parecer que tal unidade lexical está entrando, hoje, em
desuso na linguagem corrente de nosso português. E quando verificamos que dessas quinze
214
ocorrências cinco estão em contexto estritamente jurídico, a constatação de sua baixa
circulação se torna mais contundente.
1.
Escolhida a forma jurídica de Zona de Livre Comércio, necessário foi tomar em
conta que o Brasil, Chile, Peru e Uruguai haviam contraído compromissos no Gatt,
e como membros do Acordo Geral estão obrigados a estender as partes contratantes
do mesmo todas concessões outorgadas a outrem.
2.
E prossegue:"Deu, assim, a sentença implicitamente pela existência da infração; e
nem poderia ser diferente pois o próprio principal acusado, no interrogatório
judicial, reconheceu que o título havia sido adulterado, acrescentando que outrem e
não ele teria sido o falsificador".
3.
I - valer-se ou permitir dolosamente que terceiros tirem proveito de
informação, prestígio ou influência, obtidos em função do cargo, para lograr, direta
ou indiretamente, proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da
função pública;
4.
Também incompatível com a dignidade, a honra e o decoro, para o exercício de
função pública, sob pena de demissão, é o procedimento de valer-se o funcionário
de seu cargo, para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da coisa
pública (Lei nº 8.113/90, art. 117, IX, e 132, XIII).
5.
Ao contrário, os aquinhoados com um berço melhor fizeram chegar e prevalecer em
nossos tribunais uma tese chamada "legítima defesa de honra", estranha alquimia
jurídica que, segundo seus adeptos, justifica a eliminação da vida de outrem
"quando a sua honra foi ultrajada ou ameaçada " (sic).
outrossim
Sobre o escritor Graciliano Ramos um episódio bastante conhecido que envolve o
uso da palavra outrossim. Conta-se que, trabalhando na função de revisor do Correio da
Manhã, era bastante temido e admirado. O autor de Caetés abominava o uso de palavras e
expressões “empoladas” em textos do jornal. Quando se deparava com um outrossim,
disparava: “Outrossim é a puta que o pariu!”. (COSTA, 2005, p. 93)
215
Não sabemos se foram muitas as ocasiões em que Graciliano encontrou outrossim nas
páginas de O Correio, na época em que esteve como revisor, em fins da década de 1940.
Atualmente, os manuais de redação jornalística recomendam que seus profissionais passem
longe dele. Por isso, não estranhamos sua baixíssima freqüência em nosso corpus jornalístico.
Vale a pena verificarmos a única aparição de outrossim no CJ-V. Trata-se, mais uma vez, de
uma carta de leitor.
Li notícia na VEJA de domingo de que eu seria advogado do empresário
Paulo César Farias. Esclareço que a notícia não procede, tendo sido apenas
consultado pelo contador se poderia ofertar parecer sobre as limitações
constitucionais da Receita Federal para invadir domicílio de contribuintes, à luz da
entrevista que dera ao jornal Folha de S. Paulo, entendendo somente ser possível
com mandado judicial. Esclareço, outrossim, que não darei o parecer ("Conexões
aéreas", de julho).
Ives Gandra da Silva Martins
São Paulo, SP
A ocorrência é bastante reveladora. O leitor que enviou a carta à revista Veja é um
jurista. Na verdade, um dos mais renomados representantes do Direito no Brasil, Ives Gandra
Martins.
4.1.4 Exame dos arcaísmos léxicos encontrados no Corpus A
Ao submetermos as unidades léxicas do Corpus A, as quais suspeitávamos ser
arcaísmos léxicos, ao primeiro dicionário, o Dicionário de usos do português do Brasil,
pudemos recolher dezenove (19) exemplos de vocábulos não dicionarizados. Vejamos quais
foram eles:
216
cediço | dessumir | destarte | exordial | imponível |
increpado | infra-assinado | infra-
firmado |
majorante | parquet | permissa | preambular |
proêmio | regedor | sito | supedâneo | sucumbencial |
supra | varoa
No segundo passo para a verificação dos arcaísmos léxicos, confrontamos as palavras
da tabela acima com as acepções do dicionário de Antonio de Moraes Silva. Dessa forma, seis
das dezenove ocorrências listadas acima puderam ser consideradas arcaicas, que foram
encontradas no Diccionario da Língua Portuguesa. São elas:
Tabela 8. Arcaísmos
ARCAÍSMOS Contexto Petição OP
exordial
“[...] a pretensão exordial, não comporta acolhimento [...]”
P1 16
“[...] subtraído uma maleta contendo porta discos com 24 CDs no
interior do veículo GM/Corsa placas XXXX pertencente a XXXX,
segundo narra a exordial.”
P15
“[...] assumindo o risco de ocasionar a morte do ofendido, seu
automóvel, bens pessoais tudo pertencente a XXXX, conforme narra a
exordial acusatória.”
P17
“[...] como o próprio Promotor aduz na exordial, roubar o carro e para
isso pretendia faze-lo parar e não a morte da vítima.”
P17
“[...] durante a constância da união foi adquirido um imóvel descrito na
exordial, imóvel este que foi alienado sem a anuência da autora à ré,
XXXX, em 1989.”
P29
“[...] por não ter restado comprovada a materialidade delitiva, mesmo
após a realização do necessário exame pericial [...]”
P38
“Narra a exordial que teria participado de atos fraudulentos, que teriam
P42
217
ARCAÍSMOS Contexto Petição OP
causado prejuízo ao erário público [...]”
“Na medida que os fatos narrados na exordial, não configuram o delito
previsto, e não se harmonizam ao tipo penal [...]”
P42
“[...] na data e local descritos na exordial, detido em razão de portar
arma de fogo sem a devida permissão.”
P45
“[...] em virtude de ter , supostamente , na data e local descritos na
exordial, detido em razão de portar arma de fogo sem a devida
permissão.”
P46
“[...] subtraído para si mediante concurso de agentes e emprego de
arma de fogo um par de sapatos pertencentes a XXXX, conforme narra
a exordial”
P55
“[...] R$ 20,00 em dinheiro do "caixa" do coletivo, bem como a
importância de R$ 139,00 pertencentes a um passageiro do ônibus de
nome José Santana. É o que consta na exordial.”
P56
“[...] subtraído para si mediante violência contra a pessoa um Kit de
produtos de limpeza para veículos pertencente ao supermercado
XXXX, conforme narra a exordial.”
P64
“Em Juízo (fl.417) o Peticionário negou os fatos narrados na exordial
acusatória, afirmando que na data dos fatos não tinha conhecimento da
procedência ilícita da "res furtiva".”
P65
“[...] diversos bens pertencentes às vítimas XXXX e XXXX, bem
como dos funcionários do referido estabelecimento, diversos bens
descritos na exordial acusatória.”
P66
“[...] mediante grave ameaça com emprego de arma de fogo e em
concurso de agentes ter subtraído para si o veículo Ford Escort 1.8 ano
89/90 placas XXXX chassi XXXX pertencente a XXXX, conforme
narra a exordial.”
P69
preambular
“Na medida que os fatos narrados na exordial, não configuram o delito
previsto, e não se harmonizam ao tipo penal, portanto, não pode vir a
ser recebida a preambular acusatória.”
P42 1
proêmio
“Por proêmio, no bojo dos autos, não há qualquer adminículo
probatório referente a eventual pagamento de reserva de matrícula.”
P1 1
regedor
“[...] o que é vedado não apenas pelas principiológicas normas
constitucionais já referidas, como por lei específica, que é a recente Lei
Estadual n. 10.177/98, regedora administrativa.”
P40 1
218
ARCAÍSMOS Contexto Petição OP
sito
“17. Requer-se, ainda, a intimação da testemunha Sr. XXXX, signatário
do Termo de Ocorrência de Irregularidade, sito no mesmo endereço do
requerido descrito no intróito.”
P8 6
“3. Durante a constância da sociedade conjugal, as partes adquiriram
bens móveis, para além do seguinte bem imóvel: imóvel sito a R.
XXXX”
P12
“[...] certamente em menção à autora (XXXX - nome de casada) e data
de ocupação 02/04/1995, sito na XXXX, nesta Capital, no preço de
R$1.200,00 [...]”
P85
“b) Na época do início da união o requerido vinha pagando prestações
(havia pago somente as duas primeiras) de financiamento relativo a
aquisição de direitos sobre um terreno sito no município de Ibiúna, [...]”
P85
“3. Durante a constância da sociedade conjugal, o casal adquiriu os
seguintes bens, ademais de outros que já foram partilhados: direitos de
permissionário de uso de bem público do imóvel sito no povoado de
Barra do Parateca, município de Carinhanha-BA”
P90
“1. O Autor é proprietário e locador, do imóvel sito na Av. XXXX nº
2791/ 2793, fundos, Vila Maria, nesta Capital, sendo o réu locatário do
mesmo.”
P99
supra
“Sem prejuízo da assertiva supra, a inexistência do recibo correlato, não
denota nexo causal automático [...]”
P1 15
“Como corolário da assertativa supra, o pagamento da matrícula, teve
por escopo, o prelúdio da freqüência”
P1
“Os Autores são casados e compromissários - compradores do imóvel
onde residem, supra descrito.”
P3
“O Embargante é proprietário do imóvel supra descrito, que constitui
bem de família legal, nos termos da Lei 8.009/90 [...]”
P14
“[...] documentos vários relativos ao imóvel supra, em época em que o
Embargante pretendia vendê-lo.”
P14
“E, assim sendo, a penhora sobre o imóvel supra descrito é nula, vez
que recai sobre bem absolutamente impenhorável.”
P14
“[...] ou responsáveis técnicos de outras empresas pertencentes ao
mesmo grupo econômico supra mencionado.”
P42
“[...] à madrugada, segue a mesma sorte que o motivo supra [...]”
P47
219
ARCAÍSMOS Contexto Petição OP
“Convém salientar que, ainda que se rechace a tese supra, nota-se que
não há nos autos exame de corpo de delito pertinente aos disparos de
arma de fogo que foram efetuados no palco dos fatos, conforme
declinado pelas vítimas.”
P66
“Isto posto, e prestados os esclarecimentos supra, no sentido de que não
se pode imputar à requerida culpa pelo rompimento da vida em comum
das partes, requer-se a Vossa Excelência:”
P72
“Observe-se que a pensão supra destina-se somente aos dois filhos mais
novos do casal, XXXX, sendo que, em razão da idade do menor
Anderson não se requer a fixação de alimentos em favor deste.”
P86
“A homologação do presente acordo de divórcio dos requerentes, com a
decretação do divórcio destes nos termos supra”
P86
“[...] decretando-se o divórcio das partes, dissolvendo-se a sociedade e
o vínculo conjugal, nos termos supra expostos”
P90
“[...] citação da ré no endereço residencial supra”
P92
“[...] declarando-se e desconstituindo-se a união havida entre as partes,
bem como dissolvendo-se a sociedade para-conjugal, nos termos supra
referidos;”
P94
Os arcaísmos que angariamos, ou seja, seis, totalizam quarenta ocorrências no
Corpus A. Metade dos arcaísmos encontrados constituem hapax legomena. Os termos
arcaicos constituem 4% do corpus total de vocábulos ornamentais e rebuscados.
exordial
Acquaviva (1994, p. 19) destaca exemplos de arcaísmos léxicos a que chama de
“terríveis”. Entre eles, cita o inapropriado uso de exordial no lugar da expressão petição
inicial. Pudemos constatar que o uso dessa unidade léxica é bastante freqüente na redação
jurídica, dado o número de suas ocorrências: dezesseis. É curioso notarmos, inclusive, que o
220
emprego de exordial é consideravelmente mais habitual em petições da área criminal.
lídimo
Embora seja considerado um preciosismo em nossa pesquisa, é interessante
comentarmos que Sabbag (2005, p. 111) considera arcaica a palavra lídimo.
4.1.5 Considerações sobre a Etapa 1
No total, encontramos 1395 ocorrências de unidades léxicas ornamentais e rebuscadas.
Podemos visualizar, na representação abaixo a porcentagem com que tais unidades se
distribuíram pelo Corpus A:

Figura Ocorrências 18
 
 
 
 
221
Podemos ver, no gráfico acima, a quantidade de itens léxicos correspondentes a cada
item pesquisado, seguido da sua percentagem em relação ao corpus formado pelos vocábulos
pesquisados.
Percebemos que, em termos de freqüência dos termos encontrados no Corpus A, os
termos laudatórios têm a maior porcentagem, chegando a abarcar mais da metade de todas as
unidades arrecadadas.
Vejamos, agora, o gráfico que retrata, quantitativamente, os diferentes vocábulos
arrecadados para cada categoria expressiva pesquisada.
Figura Categoria 19
Na figura acima entendemos que, acerca da quantidade de unidades léxicas
encontradas por categoria analisada, são os preciosismos que levam uma grande vantagem
sobre os outros itens.
36
19
80
6
0
20
40
60
80
1
2
3
4
26% 13% 57% 6%
Latinismo Termo Laudatório Preciosismo Arcaísmo
222
4.2 ETAPA 2: Exame das palavras recolhidas no Corpus B
A segunda parte de nossa pesquisa tem objetivo idêntico ao da primeira etapa
empírica, ou seja, localizar as mesmas formas lexicais que visam unicamente a rebuscar e
ornamentar o discurso forense. Porém, nosso corpus muda, ou seja, o Corpus B é composto
por algumas obras da área jurídicas, publicadas em um período que compreende a segunda
metade do século XIX e a primeira metade do século XX. Nas obras em questão, somente
foram objeto de análise os modelos de petições. As unidades lexicais encontradas foram,
igualmente à Etapa 1, agrupadas de acordo com os critérios estabelecidos: termos
laudatórios, preciosismos, expressões latinas e arcaísmos. Isso porque nosso objetivo é, na
segunda etapa de nossa análise, fazer a comparação vocabular entre as palavras contidas
especificamente em petições jurídicas das petições e das obras antigas.
Para facilitar a denominação das obras que serão manipuladas, nos valemos de siglas,
conforme podemos verificar na tabela abaixo:
Tabela 9. Obras antigas
Título da Obra Ano de Publicação nº de páginas
Sigla
Formulário orphanologico de autos e termos
do respectivo processo
186- 138 O1
O advogado comercial 1872 360 O2
O direito 1879 760 O3
Gazeta jurídica 1896 300 O4
223
Pratica forense ou repositorio completo de
jurisprudencia pratica
1907 829 O5
Consultor civil de todas as acções seguidas no
foro civil
1910 517 O6
Consultor criminal acerca de todas as acções
seguidas no foro criminal
1913 561 O7
Novissimo assessor forense: formulario de
todas as acções veis conhecidas no foro
brasileiro
1917 441 O8
Manual do advogado 1926 320 O9
Pratica civil: formulario dos actos mais
importantes do código civil
1927 370 O10
Manual de prática forense - volume III 1957 510 O12
Assim como na etapa 1, assinalamos com negrito as unidades lexicais interessantes e
as listamos na primeira coluna da tabela. Na segunda coluna, marcamos as ginas nas quais
pudemos encontrar as unidades lexicais que nos interessavam. Cabe ressaltar que foi
considerada desnecessária e excessivamente laboriosa a transcrição dos contextos nos quais
tais expressões apareceram. Vários fatos contribuíram para que abandonássemos as
transcrições do corpus B. Vamos vê-los:
as unidades lexicais recolhidas nos livros são as mesmas que encontramos no corpus
A, e, por isso, os contextos são bastante semelhantes;
a quantidade de aparições das unidades lexicais que nos interessavam é
extremamente grande, como poderemos checar nas tabelas abaixo. É válido lembrar
que a soma das páginas dos livros que compõem o corpus B quantifica mais de
cinco mil páginas não digitalizadas;
224
consideramos, como foi ressaltado, que o corpus A é a base textual principal de
nossa pesquisa. É ele o dado representativo da redação forense em seu estágio
sincrônico, o qual é nosso objeto de análise. O corpus B se submete ao corpus A,
servindo como base representativa de uma linguagem de um estágio sincrônico
diferente do atual. Ele serve à porção de nossa pesquisa a que podemos chamar
diacrônica.
Além disso, é conveniente ressaltar que a grafia original encontrada nos livros foi
mantida nas transcrições realizadas.
A respeito da tabela a ser utilizada na segunda etapa de análise, devemos fazer as
seguintes considerações. Assim como na Etapa 1, cada tabela trata de uma categoria
expressiva e, em sua primeira linha constarão os itens que serão listados paradigmaticamente
nas colunas. Vejamos a simulação abaixo:
4
Tabela 10. simulação de tabela do Corpus B
Coluna
1
Categoria
expressiva,
por
exemplo,
Latinismo
Coluna 2
Coluna
3
Coluna
4
Coluna
5
Coluna
6
Coluna
7
Coluna
8
Coluna
9
Coluna
10
Coluna
11
Coluna
12
Abaixo da
primeira
linha,
serão
listados,
em ordem
alfabética,
os itens
léxicos
colhidos
nas
petições
do Corpus
A.
Ocorrência
do item
léxico na
obra de nº
1.
Idem
coluna
2, na
obra de
2.
Idem
coluna
2, na
obra
de nº 3.
Idem
coluna
2, na
obra de
4.
Idem
coluna
2, na
obra de
5.
Idem
coluna
2, na
obra de
6.
Idem
coluna
2, na
obra de
7.
Idem
coluna
2, na
obra de
8.
Idem
coluna
2, na
obra de
9.
Idem
coluna
2, na
obra de
10.
Idem
coluna
2, na
obra de
11.
225
A ocorrência da unidade léxica de nosso interesse no interior do Corpus B pode ser
percebida por meio da transcrição da quantidade de vezes em que consta a palavra na obra
analisada. Caso a unidade lexical apareça mais de uma vez na mesma página, ao lado da
transcrição desta, o número de repetições será registrado entre parênteses.
4.2.1 Expressões Latinas no Corpus B
Vejamos, na tabela abaixo, o resultado da pesquisa por latinismos no Corpus B.
Tabela 11. Latinismos no Corpus B
Expressões Latinas
O1
O2
O3
O4
O5
O6
O7
O8
O9
O10
O11
data venia
1 1 1 1
de per si
1 1
ex vi
ex-vi
1 3
in continenti
incontinenti
incontinente
3 2 2 3 70 4
in fine
infine
9
226
Expressões Latinas
O1
O2
O3
O4
O5
O6
O7
O8
O9
O10
O11
quantum
2 1
retro
1 1 1 12 4
A freqüência com que os latinismos se repetiram entre o Corpus A e o Corpus B foi
menor do que a que esperávamos. Somente sete das trinta e seis expressões latinas que
encontramos nas petições atuais apareceram nas obras jurídicas analisadas.
Acreditamos que tal fato deve-se à grande variedade de expressões latinas com que
nos deparamos, tanto nas petições da atualidade, quanto nas antigas, com pequena freqüência
de repetição nos textos.
Nas obras jurídicas antigas que analisamos, encontramos, além de expressões latinas,
grande quantidade de brocardos jurídicos. Tal fato não ocorreu em petições contemporâneas.
Provavelmente, esse episódio demonstra que tais adágios estão, lentamente, entrando em
desuso na linguagem jurídica da atualidade, enquanto que as expressões em Latim, ainda
permanecem em uso e, além disso, estão se diversificando cada vez mais.
4.2.2 Termos Laudatórios Corpus B
Observemos, na tabela abaixo, a freqüência com que ocorreram termos laudatórios em
nosso Corpus B:
227
Tabela 12. Termos Laudatórios no Corpus B
Termo
laudatório
O1
O2 O3 O4
O5 O6
O7 O8
O9 O10
O11
collendo
6
dignar-se
3
7 23 51 25 49
1 29
digno
dignissimo
11 15 3
d. /douto
doutissimo
16 5
dr.
doutor
22 12 15 25 65 85 45
43 43
egregio
32 5 5 2 2
eminente
1
exm.
exmo.
3
22
25 13 9
41 41
228
Termo
laudatório
O1
O2 O3 O4
O5 O6
O7 O8
O9 O10
O11
exm.
o
excelentíssimo
Illm.
ilustre
ilustríssimo
58
11 2 1 72 43 83
M.
mm.
meritíssimo
meritíssimo
4
5
6
7
9
10(2)
11
119
420
421
629
631(2)
651
653
654
663(3)
664(2)
295
303
319
72(2)
74
76
77
82
87(2)
91(2)
140
145
148
160
168(2)
169
177
236
239(2)
238
239
240
respeitavel
respeitabilíssimo
286
416
144
229
Termo
laudatório
O1
O2 O3 O4
O5 O6
O7 O8
O9 O10
O11
636
722
respeitavelmente
respeitosamente
99
102
417
33
v. ex.
v. exa.
v. exc.
v. ex.
a
vossa excelência
17
17
38
39
39
245
245
246
2(2)
187
188(2)
190
194
195
196(2)
197
488(4)
489(3)
490
631
632
633
635
637(4)
638
639
640
641(4)
643(4)
644(3)
646(4)
647(2)
648
256
257
289
297
351
357(2)
363
367(2)
370
377
56
72(4)
74
88(3)
89
134
138
143
144
145(2)
158
162(2)
163(2)
167
237
247
256
26(2)
250
307
351
361
25
33(2)
35
36(2)
52(3)
53
131
156
157(3)
178
180
183
184
189(2)
190
194(2)
195
196
197
222
224(3)
235
230
Termo
laudatório
O1
O2 O3 O4
O5 O6
O7 O8
O9 O10
O11
236
242
263
269
312
313
332(2)
333(4)
334(2)
349
356
357
370
371(3)
407(4)
426
v. /venerando
87
87
88
93
99(3)
100(3)
101(2)
102(3)
103
104(2)
105
151
34
43
670
671(2)
144
231
Termo
laudatório
O1
O2 O3 O4
O5 O6
O7 O8
O9 O10
O11
157
285(2)
286
287
297
298
299
376
380
416
417
418
419
420
454
455(3)
456
488
551(3)
640
652
655
724
Podemos notar uma grande freqüência de termos laudatórios coincidentes na nossa
pesquisa de cotejo entre os corpora A e B. Quinze (15) vocábulos considerados laudatórios,
dos dezenove (19) que foram arrecadados no total, apareceram em ambos os corpora. Tal fato
232
pode demonstrar uma permanência no uso desse recurso no âmbito do campo jurídico.
4.2.3 Preciosismos no Corpus B
Apresenta-se, a seguir, a transcrições das ocorrências dos preciosismos arrecadados
nas obras do Corpus B.
Tabela 13. Preciosismos no Corpus B
Preciosismo O1
O2
O3
O4
O5
O6
O7 O8 O9 O10 O11
asseverar
315
321
derrogar
657
dest’arte
37
89
173
infra
-assinado
640
36
mister
90 318
665
642
outrem
630
641
outrosim
outrossim
87
94
162
164
99
153
58
79
28 180
348
233
Preciosismo O1
O2
O3
O4
O5
O6
O7 O8 O9 O10 O11
175
179
257(2)
153
258
porquanto
252
258
375
651
653
278
280
149
151
213
338
supracitado
376
A pequena quantidade de coincidência entre os preciosismos encontrados nos corpora
é bastante curiosa. No Corpus A tivemos a importante ocorrência de oitenta termos
preciosistas, enquanto que ao compararmos tais itens com o Corpus B somente elencamos
nove coincidências, ou seja, somente 10%.
4.2.4 Arcaísmos no Corpus B
Pudemos encontrar apenas dois arcaísmos no cotejo do Corpus A com o Corpus B.
São eles:
Tabela 14. Arcaísmos no Corpus B
Arcaísmos
O1
O2
O3
O4
O5
O6
O7 O8
O9
O10
O11
sito (a)
202
181 24
35
234
Arcaísmos
O1
O2
O3
O4
O5
O6
O7 O8
O9
O10
O11
52
130
333
supra
26 20
156
171(2)
184
167
211
240
255
289
313
325(2)
326
224
65
77
176
176
354(2)
37
Após o cotejo entre os corpora, acreditamos ter verificado a existência de uma
“coincidência” entre formas vocabulares presentes em petições antigas e aquelas encontradas
na atualidade, respaldando, assim, a idéia de conservadorismo vocabular. Eliminando a idéia
de coincidência, com ou sem aspas, a pesquisa realizada revela de fato o caráter de
conservação e obsolescência na linguagem jurídica.
235
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo da linguagem jurídica é um dos momentos ricos de percepção da língua
como instituição social, enraizada na tradição cultural que ela reproduz, transmitida de
geração a geração. É também via de acesso à compreensão de que a cultura transmitida pela
língua revela uma “visão de mundo” que possui uma tendência à conservação.
Sabemos que a linguagem permeia todos nossos atos, em todas as instâncias da
realidade social e que, por meio dela, se podem perceber manifestações de poder entre os
indivíduos que deixam transparecer a hierarquia existente na sociedade. A linguagem do
Direito, por sua feição ornamental e rebuscada, é matéria privilegiada para a percepção do
universo hierárquico. Em nossa análise, podem-se entrever características peculiares de
servilismo e reverência no interior da linguagem jurídica, transmitidas na forma consagrada
de modelos peticionais.
Chegados a este ponto - e reconhecendo o trajeto percorrido - acreditamos terem sido
confirmadas as principais conjeturas que preexistiram à elaboração dessa pesquisa acerca do
vocabulário jurídico. Por meio das análises desenvolvidas, foi possível demonstrar que, no
vocabulário presente no corpus selecionado, de fato a marca da natureza ornamental e
rebuscada. Embora se possa dizer que toda escolha possua um sentido de arbitrariedade,
acreditamos que nosso corpus tenha sido representativo do discurso especial que procuramos
avaliar.
O cotejo das unidades lexicais do campo jurídico contemporâneo, recortado no corpus
236
formado por petições, com aquelas provenientes de obras jurídicas antigas, em um período
que vai da segunda metade do século XIX ao início do XX, deixa-nos a convicção do sentido
de conservadorismo que impregna a linguagem jurídica. de fato sinais claros da
obsolescência na área jurídica, o que não se observa em outras áreas, como a economia, por
exemplo, a qual parece ser movida pelos signos da renovação e da novidade. No Direito, ao
contrário, o anacronismo chega a fazer parte do próprio aprendizado de quem busca integrar-
se ao meio. Aqui, é irresistível a piada:
Um professor de direito perguntou a um de seus estudantes:
“se você quer dar a Paulo uma laranja, o que deverá dizer?”
O estudante respondeu: “aqui está, Paulo, uma laranja.
O professou gritou, furioso: “Não! Não! Pense como um advogado!”
O estudante respondeu: “Ok. Eu diria... eu, por meio desta dou e concedo a
Paulo e somente a ele a propriedade e benefícios futuros, os direitos, as
reivindicações, títulos, obrigações e vantagens no que concerne à laranja em
questão, juntamente com sua casca, sumo, polpa e sementes, e todos os direitos e
vantagens necessários para morder, cortar, congelar e de outra forma comer a
referida laranja, ou cedê-la com ou sem casca, sumo, polpa ou sementes, e qualquer
decisão contrária, passada ou futura, em qualquer petição, ou petições, ou em
instrumentos de qualquer natureza ou tipo ficam assim revogados”.
A comicidade do exemplo não se refere ao rebuscamento ou à ornamentação. De
qualquer modo identifica, com o apelo ao ridículo da situação, alguns vícios que convivem
com o rebuscamento: a prolixidade excessiva e a pseudocomplexidade discursiva que
impregnam as atividades jurisdicionais. A linguagem jurídica aparece com sua feição
peculiar, com uma formalidade inconcebível e desnecessária.
De modo semelhante, frente a unidades lexicais como esposado, outrossim, mister,
obtemperar, supra, douto, venerando, colendo, data maxima venia, dificilmente pode-se
sustentar que são insubstituíveis, imprescindíveis ou façam parte do vocabulário de uso
técnico. Também não é difícil ver aí a máscara da pseudo-erudição.
Talvez mais grave que a pseudo-erudição é enxergar no rebuscamento/ ornamentação
do estilo um empecilho à própria prestação jurisdicional. Afinal, se o rebuscamento e a
ornamentação configuram nitidamente uma atitude de afastamento da linguagem usual, a dos
237
amplos setores da comunicação social, desenha-se um abismo, uma afastamento da própria
sociedade, instância com a qual o Direito deveria manter canais plenos de comunicação. Ao
invés de exaltado, o obscurantismo verbal do Direito deveria ser combatido com veemência,
uma vez que a própria finalidade da instituição jurídica, a de ser a via de preservação da
liberdade humana e garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos, deve exigir uma
transparência e uma permeabilidade discursivas que rejeitariam qualquer obscurantismo. De
fato, o exercício de garantias fundamentais necessita de uma manifestação verbal que
favoreça todas as partes processuais, e não somente aos juristas. Sob tal perspectiva, o
rebuscamento e a ornamentação tornam-se um inaceitável artifício comunicativo, uma espécie
de código secreto, reservado àqueles que possuem uma “valiosa” chave, uma chave
corporativista.
Essa espécie de código para “iniciados”, explicitada em formas lexicais rebuscadas e
ornamentais, possui uma outra faceta. Ela reflete claramente um sentido de hierarquia. Trata-
se de uma “visão de mundo” baseada no sistema de “casta” e na reverência própria da cultura
forense. Vale o exemplo: no momento em que um advogado compõe uma peça processual e
utiliza formas ornamentais laudatórias, com vistas a obter uma decisão judicial favorável, está
ressaltando a hierarquia existente no interior da esfera judicial.
Nossa pesquisa também revela que o Direito é uma instância que oferece grande
resistência à renovação comum à natureza da língua. Sua atividade escrita procura ser
refratária à mutabilidade. Tudo isso se identifica na postura dos próprios advogados ou
juristas, que acreditam ser a tradição verbal do Direito necessária à manutenção de uma
imagem de respeitabilidade. Uma visão ponderada pode identificar apenas marcas de uso
consagrado de um setor profissional. Uma postura menos eufêmica diria que estão em jogo
mecanismos de exclusão e exercício do poder por meio da linguagem.
238
Felizmente, manifestações de inquietação e inconformismo diante do
conservadorismo da linguagem jurídica. Na atualidade, são divulgados na imprensa
jornalística debates que têm colocado no banco dos réus as velhas formas rebuscadas e
ornamentais. Há, é claro, os defensores desse conservadorismo, enquanto advogados e juízes
com visão crítica e renovadora propõem a superação de uma tradição que ainda resiste às
mudanças. As discussões devem prosseguir.
Nossa pesquisa ouviu o eco de tais debates. E, embora deles não tenha participado
diretamente, acolheu-os e os conduziu, de modo latente, para o interior da vivência
acadêmica. Abraçando a Lingüística e, mais especificamente, a Lexicologia, encontrou nesse
caminho teórico e metodológico uma perspectiva fértil de análise. Durante a pesquisa,
percebemos que avaliações de outras disciplinas e mesmo de outras áreas poderiam se cruzar
com a nossa. No campo das Letras, as contribuições da Sociolingüística e da Análise do
Discurso, para ficarmos em duas, poderiam se debruçar sobre o assunto e fornecer suas
contribuições.
Propusemos a Lexicologia, num espaço de interface com nossa formação jurídica, para
questionar a linguagem do Direito e, quem sabe, participar do movimento de renová-la.
239
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7. ANEXOS
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