Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO
ACOMETIMENTO ORBITÁRIO NA DISPLASIA FIBROSA
MÁRCIO ALBERTO COSTANZI
Ribeirão Preto
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO
ACOMETIMENTO ORBITÁRIO NA DISPLASIA FIBROSA
ALUNO: MÁRCIO ALBERTO COSTANZI
Orientador: Prof. Dr. Antonio Augusto Velasco e Cruz
Dissertação apresentada à Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto da Universidade
de o Paulo, para a obtenção do tulo de
Mestre em Medicina, Área de Oftalmologia.
Ribeirão Preto
2006
ads:
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
C838a Costanzi, Márcio Alberto
Acometimento orbitário na displasia fibrosa
47. : il. ; 30cm.
Inclui bibliografia.
Dissertação (Mestrado) - Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto. Programa de Oftalmologia da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto, 2006.
Orientação: Prof. Dr. Antonio Augusto Velasco e Cruz
1.Tumores ósseos. 2. Displasia fibrosa óssea. 3. Tumor orbitário.
I. Velasco e Cruz, Antonio Augusto. II. Título.
CDU: 616-006.211/216.2
Catalogação na fonte elaborada pela Bibliotecária
Danielle Braga Moita - CRB 10/1400
Dedicatória
AO MEU PAI:
ARNO ROBERTO COSTANZI
Pelos princípios morais e éticos que me norteiam no caminho do bem.
AO MESTRE:
ANTONIO AUGUSTO VELASCO E CRUZ
Por sua mente brilhante ter a compreensão e a paciência no auxílio intelectual de
um jovem aprendiz fazendo com que eu seja também, um pouco seu filho.
Agradecimentos:
À Universidade de São Paulo pela oportunidade de desenvolver
pesquisa médica de qualidade, bem como a todos os funcionários e corpo
docente do setor de Oftalmologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-
SP.
Á todos os colegas oftalmologistas que contribuíram para minha
formação desde o inicio, em especial Dr. Sérgio Manuel Ramos Filho, Dr.
Milton Antônio Papi, Dr. Eduardo Alonso Garcia, Dr. Adriano Baccega, Dra.
Iracema Moribe e Dra. Patrícia Akaishi.
Aos colegas de especialização e pós-graduação que dividiram
comigo todas as angústias, as incertezas e todas as vitórias desta caminhada.
Aos amigos de todas as horas: Fernanda e Eduardo Sozo, pela ajuda,
pela paciência, pela acolhida e por dividir uma sincera amizade fundamentada no
respeito, fazendo de vocês minha família.
Aos meus irmãos Marcelo e Marcos, pelo amor que nos faz fortes e
nos permite seguir sempre juntos.
A minha mãe Salete, por acreditar que poderia chegar mais longe do
que imaginava;
A minha esposa Cristine e a sua família pela compreensão, pela
dedicação e por ter acreditado e vivido este sonho comigo.
A todos os MESTRES da MINHA VIDA, o meu reconhecimento e o
meu compromisso de seguir progredindo.
RESUMO
OBJETIVO: Com o intuito de avaliar as características clinicas do acometimento
orbitário em pacientes com displasia fibrosa, foram avaliados 17 pacientes ( 24
órbitas ) com idade variando entre 2 e 60 anos, atendidos no Hospital das Clinicas
da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto USP, no período de janeiro de 1980
a setembro de 2005. TODOS: Os pacientes foram identificados por avaliação
retrospectiva dos casos atendidos, tendo sido os sujeitos convocados para exame
oftalmológico e radiológico.Foram incluídos no estudo apenas os pacientes com
acometimento craniofacial. Os critérios de exclusão foram: história insuficiente,
diagnóstico de displasia fibrosa não comprovado clínica ou radiologicamente.
Todos os pacientes foram submetidos a exame oftalmológico completo,
campimetria computadorizada, tomografia de seios da face e documentação
fotográfica digital. RESULTADOS: A parede orbitária superior (17 órbitas) e o
ápice (16 órbitas) foram as regiões orbitárias mais afetadas pela displasia fibrosa.
O osso frontal foi o mais acometido (18 órbitas). O padrão de acomentimento
circunferente incompleto esteve presente em 11 órbitas. Em cinco olhos houve
evidência de disfunção visual. Dois olhos amauróticos e outros três com
diminuição de sensibilidade na campimetria, com manutenção de acuidade visual
normal. Dos pacientes submetidos à descompressão do nervo óptico (dois), um
ficou amaurótico com a cirurgia, e o outro não teve o seu estado visual
modificado. CONCLUSÕES: Considerando a dificuldade e a complexidade dos
procedimentos craniofaciais envolvidos no tratamento cirúrgico da displasia
fibrosa, e levando-se em conta que a função visual se mantém estável por um
longo período de tempo, acredita-se que a cirurgia deve ser dirigida unicamente
para à correção das distorções induzidas pela doença.
ABSTRACT
With intention to evaluate orbital undertaking´s clinical characteristics in patients
with fibrous dysplasia, 17 patients (24 orbits) with age had been evaluated varying
among two and sixty years and they were taken care of the Medicine College’s
Clinics Hospital (Ribeirão Preto-USP) in the period of January (1980) at
September (2005). Only the patients with craniofacial undertaking had been
selected fro the handbooks that had been reviewed. Patients had been convoked
to appear to Medicine College’s Ophthalmology Clinic (Ribeirão Preto-USP). The
exclusion criteria had been: insufficient history, not proven fibrous dysplasia´s
diagnosis radiological or clinically. Patients had been submitted the complete
ophthalmologic examination, computadorized campimetry, face´s breast
tomography and digital photographic documentation. The superior orbital wall (17
orbits) and the apex (16 orbits) had been the orbital regions affected by the fibrous
dysplasia. The frontal bone was the most undertaken (eighteen orbits). The
incomplete circumferential undertaking standard was present in 11 orbits. It had
evidence of visual disfunction in five eyes. Excepting those that had been operated
(two), the loss restricted to the sensitivity reduction in the campimetry with
maintenance of the normal visual acuteness. Between the patients submitted to
the optical nerve decompression one of them lost the vision totally with the
surgery, and in the other, the vision did not modified. Considering the difficulty and
the complexity of the involved craniofacial procedures in the surgical treatment of
the fibrous dysplasia, and taking into account that the visual function keeps itself
steady for a time period long, therefore the surgery must solely be directed to the
induced distortions correction by illness
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Anatomia dos Ossos Orbitários. Vista frontal (Dutton,1994a) .....................5
Figura 2: Acometimento orbitário segundo envolvimento das paredes e região
apical.........................................................................................................................22
Figura 3: Acometimento orbitário segundo envolvimento ósseo ..............................24
Figura 4: Padrão de acometimento orbitário nos pacientes estudados com
displasia fibrosa.........................................................................................................25
Figura 5: Síndrome de McCune-Albright com comprometimento circunferente
completo bilateral ......................................................................................................26
Figura 6: Comprometimento circunferente completo unilateral ................................26
Figura 7: Comprometimento circunferente incompleto de três paredes ...................27
Figura 8: Comprometimento circunferente incompleto de duas paredes .................27
Figura 9: Comprometimento isolado unilateral inferior .............................................28
Figura 10: Comprometimento Apical ........................................................................28
Figura 11: Desenvolvimento de cistos intralesionais em pacientes portadores de
displasia fibrosa orbitária...........................................................................................29
Figura 12: Distribuição dos sinais e sintomas dos pacientes acometidos por
displasia fibrosa orbitária...........................................................................................31
Figura 13: Paciente apresentando distopia orbitária ................................................31
Figura 14 Resultado do tratamento cirúrgico da paciente n
º
13. À esquerda pré-
operatório, no centro ptose induzida pelo remodelamento do teto orbitário, à
direita, resultado final. ...............................................................................................39
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Constituição óssea da órbita e suas relações com estruturas vizinhas ......5
Tabela 2. Estruturas que atravessam as descontinuidades das paredes orbitárias. ..6
Tabela 3. Pacientes com displasia fibrosa envolvendo a órbita, distribuídos quanto
ao sexo, idade, idade do diagnóstico, tempo de evolução da doença e condições
associadas: FMRP-USP, 2006..................................................................................20
Tabela 4. Localização do acometimento orbitário nos portadores de displasia
fibrosa, segundo lateralidade, parede e região apical: FMRP-USP, 2006. ...............21
Tabela 5. Acometimento ósseo craniofacial dos pacientes estudados: FMRP-
USP, 2006.................................................................................................................23
Tabela 6. Dados oftalmológicos dos pacientes da amostra estudada: FMRP-USP,
2006. .........................................................................................................................30
Tabela 7. Distribuição dos pacientes acometidos por displasia fibrosa orbitária,
quanto à lateralidade, campimetria e acuidade visual, procedimento cirúrgico
realizado e tempo de evolução da doença. FMRP-USP, 2006. ................................32
LISTA DE ABREVIATURAS
A- Artéria
AV- Acuidade visual
C. Visual- Campo visual
Cm- centímetro
D- Direita
DF- Displasia Fibrosa
DO- Descompressão orbitária
E- Esquerda
F- Feminino
º- grau
HCFMRP- Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Lat- Lateral
M- Masculino
MEO- Músculos extra-oculares
Ml- Mililitro
N- Normal
Nº- Número
OD- Olho direito
OE- Olho esquerdo
Orb.- Órbita
Pac- Paciente
SPL- Sem percepção luminosa
TC- Tomografia computadorizada
USP- Universidade de São Paulo
INDICE
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................1
1.1. Tecido Ósseo.........................................................................................2
1.2. Osteologia Orbitária...............................................................................4
1.3. Displasia ................................................................................................7
1.4. Displasia Fibrosa ...................................................................................8
1.5. Acometimento orbitário na Displasia Fibrosa.......................................13
1.6. Justificativa do trabalho .......................................................................14
2. OBJETIVOS......................................................................................................15
3. CASUÍSTICA E MÉTODOS..............................................................................17
3.1. População de Estudo...........................................................................18
3.2. Métodos...............................................................................................18
4. RESULTADOS..................................................................................................19
5. DISCUSSÃO.....................................................................................................33
6. CONCLUSÕES .................................................................................................40
7. REFERENCIAS.................................................................................................42
1. INTRODUÇÃO
2
1.1. Tecido ósseo
Ao contrário dos seres invertebrados, cujo esqueleto é, geralmente, de
constituição orgânica (quitina), os vertebrados são os primeiros seres vivos a
apresentarem a estrutura óssea como se conhece hoje, isto é, um tecido vivo
mineralizado, com crescimento e funções próprias. Os tecidos mineralizados,
compostos de fosfato de cálcio, incluem além do osso, a dentina e o esmalte.
Esse tipo de tecido constitui um importante e novo aspecto dos Vertebrados. Vale
mencionar que, embora apenas os vertebrados apresentem ossos, o tecido ósseo
não é um elemento de definição dos vertebrados. Ou seja, vertebrados sem
osso. Na realidade o que define os vertebrados é a presença de uma extremidade
cefálica contendo um encéfalo tripartido, encerrado em um crânio cartilaginoso e
contendo complexos órgãos sensoriais (Pough;Heiser, 2003).
O aparecimento dos primeiros vertebrados data de aproximadamente 500
milhões de anos atrás. Os ostracodermes, vertebrado agnatos, (grego ostrac=
casca e derm=pele), eram peixes encerrados numa armadura óssea. Fragmentos
ósseos são conhecidos cerca de 480 milhões de anos, a partir do período
Ordovaciano da Era Paleozóica. Fósseis vertebrado completos foram
encontrados 80 milhões de anos depois no período Siluriano Superior
(Pough;Heiser, 2003).
A origem dos tecidos mineralizados permanece um enigma, pois eles o
podem ser considerados homólogos de quaisquer tecidos dos invertebrados. O
osso resulta da deposição de minerais numa matriz orgânica produzida, por
células especiais, os osteócitos, dispostas numa rede de suporte de proteína
fibrosa, o colágeno. Nesse sentido, o osso é semelhante à concha dos moluscos
e às partes duras de outros animais e minerais. Proteção, eletrorecepção e
3
armazenagem de minerais são alguns dos fatores que estão envolvidos na origem
evolutiva do osso (Pough;Heiser, 2003).
No ser humano, o tecido ósseo é o constituinte principal do esqueleto.
Serve de suporte para as partes moles e protege os órgãos vitais, como os
contidos nas caixas craniana e torácica e no canal raquidiano. Proporciona apoio
aos músculos esqueléticos e constitui um sistema de alavancas que amplia as
forças geradas na contração muscular. Além disso, funciona como depósito de
cálcio, fosfato e outros íons, armazenando-os ou liberando-os de maneira
controlada (Junqueira, 1995).
O tecido ósseo pode ser definido como um tipo especializado de tecido
conjuntivo, formado por células e material intercelular calcificado, a matriz óssea.
As células são representadas pelos: a) osteócitos que se situam em cavidades ou
lacunas no interior da matriz e têm um papel importante na manutenção da matriz;
b) osteoblastos, produtores da parte orgânica da matriz e c) osteoclastos, células
gigantes, móveis e multinucleadas que reabsorvem o tecido ósseo, participando
dos processos de remodelação do osso. Todos os ossos são revestidos em suas
superfícies externa e interna por membranas conjuntivais que possuem células
osteogênicas, respectivamente, o periósteo e o endósteo (Junqueira, 1995).
Macroscopicamente, os ossos podem ser divididos em compacto e
esponjoso e longos e chatos. Os ossos do crânio e da face são chatos e formados
por duas lâminas de osso compacto, separadas por osso esponjoso, a díploe
(Junqueira, 1995).
4
1.2. Osteologia orbitária
A obra fundamental no estudo da osteologia orbitária é o clássico livro do
Whitnal, fonte das informações aqui detalhadas (Whitnall, 1932).
As órbitas são duas amplas e profundas cavidades piramidais, de cerca de
4 cm de profundidade e 30 ml de volume,situadas de cado lado do nariz. São
compostas por ossos da face e do crânio. A ampla abertura anterior da órbita dá-
se na face e é chamada de base ou entrada (aditus orbitae) e é circunscrita pela
margem (margo orbitalis).
Acima da órbita está situada a fossa craniana anterior; abaixo o seio
maxilar; medialmente os ossos etmóide e lacrimal. As duas órbitas são separadas
pelo osso esfenóide. A região temporal e fossa craniana média estão em relação
com aspecto lateral e o limite frontal é dado pelas sobrancelhas.
A cavidade é delimitada por quatro paredes: a superior ou teto, a inferior ou
assoalho, a lateral e a medial. As paredes mediais são paralelas, enquanto as
laterais divergem, formando um ângulo de 90
0
(Figura 1). Elas são conectadas por
ângulos e terminam posteriormente, no ápice. A continuidade das paredes é
interrompida por diversos forames e aberturas. A tabela 1 apresenta a
constituição óssea das paredes orbitárias, bem como as relações da órbita com
as estruturas vizinhas.
5
osso frontal forame supra-orbitário
osso etmóide
osso lacrimal forame
zigomáticotemporal
osso zigomatico
osso nasal
forame
zigomáticofacial
forame osso maxilar
infra-orbitário
Figura1: Anatomia dos Ossos Orbitários. Vista frontal (Dutton,1994a)
Tabela 1. Constituição óssea da órbita e suas relações com estruturas
vizinhas
Parede Ossos Aberturas e Forames Estrutura
relacionada
Lateral Frontal (Processo
zigomático), esfenóide
(asa maior) e
zigomático (processo
frontal)
Forame zigomático
temporal
Fossa
temporal
Inferior Zigomático, Maxilar e
Palatino.
Fissura orbitária inferior Fossa pterigo-
palatina
Superior Frontal e esfenóide
(asa menor)
Forame meningo-lacrimal,
Fissura Orbitária superior,
Canal Óptico, Forame
supra-orbitário.
Crânio
Medial Maxilar (processo
frontal), Lacrimal,
Etmóide e Esfenóide.
Forames etmoidal anterior
e posterior
Cavidade
nasal
6
O conteúdo orbitário é formado, basicamente, por gordura, tecido fascial
ou septos fibrosos, vasos, nervos, músculos extra-oculares (MEO), glândula
lacrimal principal, nervo óptico, gânglio ciliar e, evidentemente, o globo ou bulbo
ocular.
Anteriormente, o conteúdo orbitário é separado das pálpebras pelo septo
orbitário. O septo nada mais é do que uma continuação do periósteo que reveste
as paredes orbitárias. Esse periósteo, conhecido também pelo nome de periórbita,
no rebordo continua para baixo, fundindo-se, na pálpebra superior, com a
aponeurose do músculo elevador palpebral e, na inferior, com os retratores ou
fáscia cápsulo-palpebral. Dessa maneira, o septo funciona como um diafragma
que impede o prolapso anterior das estruturas intra-orbitárias.
As descontinuidades das paredes orbitárias permitem a passagem de
importantes estruturas que comunicam o conteúdo orbitário com as estruturas
vizinhas, como detalhado na tabela 1. A tabela 2 sumariza essas estruturas.
Tabela 2. Estruturas que atravessam as descontinuidades das paredes orbitárias.
Aberturas Parede Estrutura
Forame zigomático-facial Lateral Nervo e artéria zigomático-facial
Forame zigomático-temporal Lateral Nervos e artéria zigomático-temporal
Fissura orbitária inferior ou Esfeno-
maxilar
Inferior Nervo e vasos infraorbitários
Forame óptico Ápice Nervo Óptico, Artéria Oftálmica, fibras Simpáticas
do Plexo Carotídeo, prolongamentos das meninges
cerebrais pela bainha do nervo óptico
Fissura orbitária superior:
Ápice III, IV e VI e primeira divisão do V nervo (Nervo
oftálmico); veia Oftálmica superior, raiz simpática
e algumas raízes sensoriais do gânglio ciliar e
alguns filamentos do plexo cavernoso do sistema
simpático; ramificação da a. Meningea Média
Forames etmoidais Medial Vasos e nervos etmoidais anteriores e posteriores
7
1.3. Displasia
O controle da divisão e da diferenciação celular é feito por um sistema
integrado e complexo que mantém a população celular dentro de limites
fisiológicos. Alterações nesses sistemas regulatórios resultam em distúrbios ora
do crescimento, ora da diferenciação, ora dos dois ao mesmo
tempo(Bogliolo;Guimaraes, 2000).
O termo displasia (do grego dys= imperfeito, irregular) refere-se a
proliferação celular e redução ou ausência de diferenciação. A palavra displasia é
empregada, na clínica, para denominar condições patológicas às vezes muito
diferentes, e por isso mesmo, é um termo que gera confusão. Os exemplos mais
conhecidos do uso da palavra displasia o as denominadas “displasias
epiteliais”, nas quais ocorrem, em graus variados, aumento do crescimento celular
(hiperplasia), distúrbios da maturação das células e atipias celulares arquiteturais.
Não raro essas displasias se originam em tecidos metaplásicos. As mais
importantes, na prática, são as displasias de mucosas, como a do colo uterino, a
dos brônquios e a gástrica, pois muitas vezes precedem os tumores que se
formam nesses locais. Todavia nem sempre uma displasia epitelial progride para
o câncer, que pode estacionar ou até mesmo regredir (Bogliolo;Guimaraes,
2000).
Ao lado da acepção descrita para a “displasia epitelial”, o termo displasia
também é empregado para indicar outros processos patológicos cuja gênese é
pouco conhecida. É o caso de certos defeitos malformativos (como a displasia
renal), ou de doenças proliferativas acompanhadas de desordens arquiteturais,
como a displasia fibrosa, que acomete os ossos. (Bogliolo;Guimarães, 2000)
8
1.4. Displasia fibrosa
Em 1891, Von Recklinghausen descreveu pacientes com condições
patológicas ósseas, caracterizadas pela deformidade e alterações fibrosas,
denominando esta entidade como osteitis fibrosa generalisata”. após quatro
décadas,em 1938, é que Liechtenstein e Jaffe reconheceram a condição como
uma entidade distinta, sugerindo que essa fosse denominada displasia fibrosa
(DF) (Lichtenstein;Jaffe, 1938; Ricalde, 2001).
A DF representa uma desordem displásica do osso, caracterizada por uma
lesão solitária ou multifocal, intramedular, composta de proliferações de
fibroblastos fusiformes, no qual trabéculas de tecido ósseo imaturo não rodeados
por osteoblastos estão presentes (Dorfman;Bogdan, 1998).
O trabeculado ósseo na DF apresenta graus variáveis de maturação e
aparece com uma variedade grande de formas, descritas como “C”,”S” ou letras
chinesas. A quantidade de tecido ósseo também é variável. lesões com
grande predominância de tecido fibroso e outras nas quais as trabéculas ósseas
são mais abundantes,o estroma fibroso exibe marcantes variações Pode ser
altamente celular, com diminuição de colágeno, poucas células e abundante
colágeno ou mixomatoso. Células multinucleadas gigantes estão presentes ao
longo da superfície do trabeculado.
A forma histológica da DF não mostra mudança com o decorrer do tempo,
sendo a mesma nos adultos e crianças (Ricalde, 2001). Isto é bem relatado na
literatura. Porém um risco significativo de malignização após a radioterapia. A
malignização espontânea é rara, podendo ocorrer de 0,01 a 0,4% dos pacientes.
O tipo maligno mais comum é o osteosarcoma, seguido do fibrosarcoma
,condrosarcoma e fibrohistiocitoma maligno (Ricalde, 2001).
9
A doença é considerada uma desordem óssea benigna, de progressão
lenta na qual substituição do osso normal por tecido fibroso (Vigorita, 1999)).
Em geral, afeta 1 em cada 4000 a 10000 indivíduos (Sharma, et al. 2002) .Trata-
se de um distúrbio não familiar, congênito, que produz cerca de 2,5% de todos os
tumores ósseos e mais de 7% de todos os tumores não malignos do osso
(Edgerton;Jane, 1985).
Apesar de os ossos afetados apresentarem um crescimento lento,
necessidade de se obter dados sobre o curso clínico da doença, a fim de otimizar
o manejo dos pacientes afetados, pois a enfermidade pode produzir
conseqüências nefastas, tanto do ponto de vista estético, como funcional.
O diagnóstico da displasia fibrosa raramente se dá exclusivamente de
forma histológica; ao contrário, ele é baseado no somatório de dados radiológicos,
clínicos ,além, evidentemente, do exame histológico nos casos duvidosos
(Ricalde, 2001).
A tomografia computadorizada (TC) demonstra-se muito útil na detecção e
definição das lesões craniofaciais. Com o advento da tomografia computadorizada
em três dimensões melhorou a localização e visibilização da extensão da afecção
e ajudaram na acurácia do planejamento cirúrgico.
A ressonância pode ser reservada especificamente quando
envolvimento neurovascular e ocular e na detecção de lesões de partes moles.
Portanto, esses métodos diagnósticos o complementares e devem ser usados
como tal (Ricalde, 2001).
Radiologicamente, a displasia fibrosa mostra uma lesão medular com
aparência de “vidro fosco”. A densidade radiológica da lesão depende da
proporção relativa de osso e elementos fibrosos. Lesões com elementos ósseos
10
são mais radiopacos. A predominância do tecido fibroso está associada com uma
maior radioluscência. Lesões predominantemente radiopacas ocorrem mais
freqüentemente em ossos crânio-faciais, que em outras partes do esqueleto
(Dorfman;Bogdan, 1998; Khalil, et al.,2001).
Nos ossos craniofaciais, a displasia fibrosa mostra a expansão do osso
com afilamento do córtex. As margens são pobremente definidas e a displasia
transgride a linha de sutura com a proporção de tecido mineralizado para tecido
fibroso, determinando um grau de radioluscência. Quando os elementos fibrosos
são predominantes, possibilidade de existir áreas císticas, ao passo que
quando preponderância de tecido mineralizado resultam em um homogêneo,
esclerosado, aspecto “ground glass”ou vidro fosco. A maioria dos casos
demonstra uma mistura equivalente, com uma aparência “pagetoid”
(Rootman;White;Selva, 2004).
A variabilidade do crescimento da displasia fibrosa explica as diferentes
formas da exposição radiológica. A morfologia interna das lesões depende do
local anatômico afetado.Desta forma, radiológicament identifica-se lesões da
displasia fibrosa como tipo esclerótico, cístico ou mistas (Ricalde, 2001).
O tipo esclerótico constitui 35% dos casos e tendem a ocorrer na base do
crânio. O tipo misto é o mais comum,representando 40% dos casos, e a forma
lítica ou cística é a menos comum (Ricalde, 2001).
Clinicamente, a maioria dos sinais e sintomas reflete deslocamento,
distorção ou compressão das estruturas afetadas que variam de intensidade de
acordo com o local e a extensão da doença (Ricalde, 2001;Rootman;White;Selva,
2004).
11
O diagnóstico radiológico primário diferencial é com o meningeoma
hiperostótico, que normalmente ocorre em faixa etária mais alta, e está associado
com a presença de tecidos moles, melhor visto na ressonância nuclear
magnética. Freqüentemente o meningeoma causa um espessamento ósseo maior
,contrastando a displasia que não mostra uma forma cortical distinta
(Rootman;White;Selva, 2004).
Outra afecção que faz diferencial com a DF é a Doença de Paget que
apresenta pequenas lesões ósseas císticas. Usualmente é bilateral, ocorrendo
após os 40 anos e radiologicamente mostra áreas de densidade tipo “roupa de
algodão” que não são usualmente vistas na displasia fibrosa ( Hullar;Lustig,
2003).
Quando a DF acomete apenas um osso ela é denominada de monostótica.
Trata-se da forma mais freqüente de displasia fibrosa. Acomete mais mulheres do
que homens e apresenta-se, freqüentemente, na primeira década de vida
(Dorfman;Bogdan,1998). A DF monostótica pode ser assintomática e seu
diagnóstico ser realizado de forma acidental, por outras razões. O sinal clínico
mais comum é a deformidade do osso afetado. De fato, a magnitude da
deformação no local afetado representa um dos maiores problemas no manejo da
doença. Pode também apresentar dor de intensidade moderada no local afetado
de longa duração. Os principais locais afetados são as costelas, ossos crânio-
faciais, fêmur e tíbia (Dorfman;Bogdan, 1998; Vigorita, 1999)
A DF pode apresentar-se envolvendo várias óssos, sendo chamada neste
caso de forma poliostótica. Embora essa forma seja 8 a 10 vezes menos
freqüente que a forma monostótica, está mais associada a sintomas extra-
esqueléticos. O sintoma mais comum não esquelético é a hiperpigmentação da
12
pele (mancha café com leite). As formas mais graves de displasia fibrosa
poliostóticas podem estar associadas a anormalidades endocrinológicas, como a
puberdade precoce em meninas (Síndrome de Mccune-Albright). Outras
disfunções endocrinológicas menos freqüentes incluem acromegalia,
hipertireoidismo, hiperparatireiodismo e Síndrome de Cushing. Associação de
displasia fibrosa poliostótica, com outros tumores como os mixomas (Síndrome de
Mazabraud) e sarcomas é uma manifestação rara desta doença (Vigorita, 1999).
O aparecimento de sarcomas corre em menos de 1% dos pacientes
durante a vida adulta, com extenso envolvimento esquelético. Lesões tratadas
com radioterapia são as que mais freqüentemente desenvolvem transformações
sarcomatosas. Entretanto, casos de transformação maligna também são
relatados, embora muito raros. O tempo entre o diagnóstico e o desenvolvimento
da malignização é de 13,5 anos,quando os pacientes estão na 3
a
e 4
a
década de
vida. Pacientes com forma poliostótica e acometimento craniofacial e do fêmur
são os mais comumente afetados(Vigorita, 1999).
A Síndrome de MCcune-Albright merece um lugar especial no
estudo da displasia fibrosa, uma vez que dos pacientes portadores dessa
síndrome podem trazer novos horizontes para o conhecimento da patogênese da
displasia. Trata-se de uma doença genética, não hereditária, caracterizada pela
tríade de hiperpigmentação da pele, displasia fibrosa e endocrinopatias
hiperfuncionais, como a puberdade precoce. Afeta basicamente meninas e desde
sua descrição, em 1937, outras anormalidades endócrinas foram incluídas, como
hipertireoidismo, hipofosfatemia, entre outras. Pode apresentar-se sob a forma
monostótica ou poliostótica a mais freqüente. Qualquer osso pode ser
afetado,acometendo freqüentemente o fêmur, a tíbia, as costelas e os ossos da
13
face(Albright, et al. 1937; Vigorita,1999; Yamamoto, et al.,1996; Candeliere, et
al.,1995)
1.5. Acometimento orbitário na displasia fibrosa
O envolvimento da órbita na displasia fibrosa tem sido descrito na literatura
com diferentes enfoques tais como: crânio-maxilo-facial (Edgerton;Jane,1985),
orbital (Bibby; McFadzean, 1994), fronto-orbital (Jan; Destrieux;Djebbari, 1994) e
crânio-facial (Ricalde, 2001). O acometimento fronto-orbital, com lesões
avançando o conteúdo intraorbitário ou infiltrando a base do crânio,
principalmente o canal óptico e a fissura orbital superior, constitui um desafio
médico (Ricalde, 2001).
Estima-se que a freqüência da displasia fibrosa orbital seja rara (5/764
casos de tumores orbitários em 26 anos na clínica Mayo) ou não muito comum
(Bibby; McFadzean, 1994). Jack Rootman por sua vez, em 24 anos encontrou 11
casos de displasia fibrosa primária, em 62 casos de tumores ósseos primários de
órbita (Rootman;White;Selva, 2004).
A incidência de displasia fibrosa orbitária como lesão isolada é rara,
representando menos de 1% dos tumores ósseos. No entanto, a órbita é
acometida em 1/3 à 1/5 dos casos, quando a displasia fibrosa está presente em
outras partes do esqueleto (Sharma,et al., 2002).
Assimetria facial, proptose e distopia orbitária são manifestações comuns
após muitos anos de envolvimento orbitário na doença. Outros sinais associados
ao acometimento orbitário incluem: obstrução naso-lacrimal, diplopia, obstrução
nasal, má oclusão dentária, aumento da pressão intra-craniana paralisia de
nervos cranianos e dor (Rootman;White;Selva, 2004).
14
O mais temido e devastador resultado do acometimento orbitário é a perda
de visão. A expressão “perda de visão” inclui déficits do sentido cromático,
defeitos no campo visual periférico e central e baixa de acuidade visual. A
patogênese da perda visual associada à displasia fibrosa, pode estar relacionada
à compressão da drenagem venosa do nervo óptico e decréscimo da perfusão
retiniana ou compressão /tração do nervo óptico (Ricalde, 2001). Alguns casos
de perda visual, reversíveis ou não, tem sido descritos na literatura (Bland, et al.,
1992;.Edelstein, et al., 1998; Weisman, et al., 1990; Michael, et al., 2000;
Messaoud, et al., 2003) No entanto, não nenhum estudo sobre a prevalência
da perda visual nos pacientes acometidos por displasia fibrosa orbitária.
1.6. Justificativa do trabalho
. Por tratar-se de uma doença relativamente rara, potencialmente geradora
de perda visual e de difícil manejo cirúrgico, é importante a sistematização de
observações longitudinais sobre a DF. Outro ponto seria a existência de
controvérsias na literatura especializada quanto ao manejo dos pacientes
portadores de Displasia Fibrosa orbitária, bem como a inexistência de estudos
sobre a prevalência de perda visual na Displasia Fibrosa orbitária.
Desta forma o presente estudo pretende contribuir para o estabelecimento
de condutas terapêuticas em pacientes com DF orbitária.
15
2. OBJETIVO
16
Avaliar as características clínicas do acometimento orbitário em portadores de
displasia fibrosa
17
3.CASUÍSTICA E MÉTODOS
18
3.1. População de estudo
Amostra consistiu de 17 pacientes, com idades variando entre 2 e 60 anos,
sendo 4 do sexo masculino, atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto-USP, com diagnóstico de displasia fibrosa orbitária.
3.2. Métodos
Foi realizada uma análise retrospectiva de prontuários médicos de
pacientes que tinham diagnóstico de displasia fibrosa, no Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP, no período de janeiro de 1980 a
setembro de 2005.
Foram incluídos apenas os pacientes com acometimento
craniofacial.Todos os que apresentavam evidências de acometimento craniofacial
foram convocados a comparecerem no Ambulatório de Oftalmologia do
HCFRMRP-USP.Dos vinte e três pacientes selecionados, dezessete
compareceram para o estudo. Os critérios de exclusão foram: história
insuficiente, diagnóstico de DF não comprovado radiológica ou clinicamente.
Todos pacientes identificados como portadores de DF craniofacial foram,
então, submetidos a exame oftalmológico completo (medida da acuidade visual,
exame biomicroscópico, exame da motilidade ocular, medida da pressão
intraocular, exoftalmometria e fundoscopia sob midríase), campimetria
computadorizada (Campímetro Humphrey - campimetria de estímulos limiares),
tomografia de seios da face e documentação fotográfica digital.
19
4. RESULTADOS
20
A tabela 3 relaciona o sexo, idade e tempo de evolução dos pacientes da amostra
estudada.
Tabela 3. Pacientes com displasia fibrosa envolvendo a órbita, distribuídos quanto
ao sexo, idade, idade do diagnóstico, tempo de evolução da doença e condições
associadas: FMRP-USP, 2006.
Paciente Sexo Idade
(anos)
Idade
Diagnostico
(anos)
Tempo
Evolução
(anos)
Condições
associadas
01 M 22 16 6 -
02 M 07 02 5 S. de McCune
Albright
03 F 25 16 9 -
04 F 52 52 1 -
05 F 31 15 16 -
06 F 32 09 23 -
07 F 18 16 2 -
08 F 39 39 1 -
09 F 09 05 2 S. de McCune
Albright
10 F 21 09 12 Esclerose
Tuberosa
11 F 41 26 15 -
12 F 14 13 1 -
13 M 13 09 4 -
14 M 18 10 8 -
15 F 11 7 4 S. de McCune
Albright
16 F 60 40 20 -
17 F 15 02 13 S. de McCune
Albright
21
Na tabela 4 e figura 2 estão detalhados o acometimento orbitário segundo
lateralidade, envolvimento das paredes e região apical.
Tabela 4 Localização do acometimento orbitário nos portadores de displasia
fibrosa, segundo lateralidade, parede e região apical: FMRP-USP, 006.
Parede Pac. Órbita
envolvida
Lateral Inferior Medial Superior
Ápice
1 D/E +D/E +D +D/E +D/E +D/E
2 D/E +D/E +D/E +D/E +D/E +D/E
3 D - + - - -
4 D + - + - +
5 D - + - - -
6 E - + - - -
7 D/E + - + + +D/E
8 E - - + + -
9 D - - + + +
10 E + + + + +
11 D + - - + -
12 D/E - - + + +D/E
13 E + + + + +
14 D/E +D/E +D/E +E +E +D/E
15 D + + + + +
16 D/E D - D D/E D
17 D/E D/E - - D/E -
Legenda:
D=direita, E=esquerda, +=comprometimento, - =sem comprometimento.
22
Lateral Inferior Medial Superior Ápice
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
Número de órbitas
Parede orbitária
Figura 2: Acometimento orbitário segundo envolvimento das paredes e região
apical
23
A abela 5 e figura 3 detalham o acometimento orbitário segundo osso envolvido.
Tabela 5. Acometimento ósseo craniofacial dos pacientes estudados: FMRP-
USP, 2006.
Ossos Pac
Zigomático
Esfenóide
Maxilar Palatino Etmóide
Lacrimal Frontal
1 -D/+E +D/E +D/-E +D/E +D/E -D/+ E +D/E
2 +D/E +D/E +D/E +D/E +D/E +D/E +D/E
3 + - + - - - -
4 - + - - + - -
5 + - + - - - -
6 - - + - - - -
7 - + - - +E +E +E
8 - - - - + - +
9 - + - - + + +
10 + + + + + + +
11 - + - - - - +
12 - +D - - +D +D +D/E
13 + + + + + + +
14 +D/E +D/E +D/E +D/E +D/E +D/E +E
15 D + + + + + +
16 D D - - D D D/E
17 D/E - - - - - D/E
Legenda:
D=direita; E=esquerda; +=comprometimento; - =sem comprometimento.
24
F
r
o
n
t
a
l
E
s
f
e
n
ó
i
d
e
E
t
m
ó
i
d
e
L
a
c
r
i
m
a
l
Z
i
g
o
m
á
t
i
c
o
M
a
x
i
l
a
r
P
a
l
a
t
i
n
o
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Número
Figura 3: Acometimento orbitário segundo envolvimento ósseo
Levando-se em conta o número de paredes acometidas e os ossos
envolvidos, três padrões podem ser distinguidos: 1) circunferencial completo, 2)
circunferencial incompleto e 3) isolado (Figura 4).
25
Incompleto Completo Isolado
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Número
Padrão de comprometimento
Circunferente
Figura 4: Padrão de acometimento orbitário nos pacientes estudados com
displasia fibrosa.
As figuras de número 5 a 11 mostram típicos exemplos dos padrões de
acometimento orbitário. Em três órbitas foi notada a presença de cistos
intralesionais (Figura 11).
26
Figura 5: Síndrome de McCune-Albright com comprometimento circunferente
completo bilateral
Figura 6: Comprometimento circunferente completo unilateral
27
Figura 7: Comprometimento circunferente incompleto de três paredes
Figura 8: Comprometimento circunferente incompleto de duas paredes
28
Figura 9: Comprometimento isolado unilateral inferior
Figura 10: Comprometimento Apical
29
Figura 11: Desenvolvimento de cistos intralesionais em pacientes portadores de
displasia fibrosa orbitária
30
Na tabela 6 estão listados os dados oftalmológicos dos pacientes.
Tabela 6. Dados oftalmológicos dos pacientes da amostra estudada: FMRP-USP,
2006.
Acuidade Visual Campo visual Exoftalmometria Disco
Óptico
Pac.
OD OE OD OE
Motilidade
Ocular
OD OE OD OE
01 1 SPL N XT 30º D/E 16 16 N Pálid
o
02 1 1 N N Ortofórico 13 14 N N
03 0,5 0,3 N N Ortofórico 15 15 N N
04 0,7 1 N N Ortofórico 22 20 N N
05 1 1 N N Ortofórico 15 15 N N
06 1 1 N N Ortofórico 16 18 N N
07 1 1 N
Escotoma
relativo
central
Ortofórico 12 16 N N
08 0,8 0,8 N N Ortofórico 11 13 N N
09 1 1
Redução
geral da
sensibilidad
e
N
Ortofórico 21 16 N N
10 1 SPL N Ortofórico 14 14 N Pálid
o
11 1 1 N N Ortofórico 16 16 N N
12 1 1 N N ET 15º D/E 18 16 N N
13 1 1 N N Ortofórico 11 11 N N
14 1 1 N
Escotoma
relativo
central
Ortofórico 13 12 N N
15 1 1 N N Ortofórico 13 13 N N
16 1 1 N N Ortofórico 14 15 N N
17 1 1 N N Ortofórico 15 15 N N
Legenda:
OD= olho direito; OE= olho esquerdo; SPL= sem percepção luminosa;
N=normal; D/E= direito sobre esquerdo; XT= exotropia; ET=endotropia.
31
2.7%
5.41%
10.8%
27%
27%
27%
cefaléia
dor periorbitaria
Assimetria facial
Proptose
Retração palpebral
Ptose
A figura 12 mostra a distribuição dos sinais e sintomas apresentados pelos
pacientes. O principal sintoma relatado foi cefaléia e dor periorbital. O sinal mais
freqüente foi a assimetria facial, devido a distorção dos ossos acometidos.
Figura 12: Distribuição dos sinais e sintomas dos pacientes acometidos por
displasia fibrosa orbitária
A figura 13 ilustra um caso de assimetria vertical orbitária, induzindo grande
distopia ocular.
Figura 13: Paciente apresentando distopia orbitária
32
A Tabela 7 apresenta a distribuição dos pacientes acometidos por displasia
fibrosa orbitária quanto à lateralidade, campimetria visual, acuidade visual,
acometimento apical, procedimento cirúrgico realizado e tempo de evolução da
doença.
Tabela 7– Distribuição dos pacientes acometidos por displasia fibrosa orbitária,
quanto à lateralidade, campimetria e acuidade visual, procedimento cirúrgico
realizado e tempo de evolução da doença. : FMRP-USP, 2006.
Pac
Orb.
Lat. C. Visual A. V Ápice Cirurgia Tempo de
Evolução
1 D N 1 + - 1
2 E - Amaurose
+ DO
6 anos
3 D N 1 + - 2
4 E N 1 + -
5 anos
3 5 D N 0,5 - - 9 anos
4 6 D N 0,7 + - 1 anos
5 7 D N 1 - - 16 anos
6 8 E N 1 - Ampliação do Piso 23 anos
9 D N 1 + - 7
10 E Escotoma relativo
central
1 + Ampliação do teto
2 anos
8 11 E N 0,8 - - 1 ano
9 12 D Redução geral da
sensibilidade
1 + - 2anos
10 13 E N Amaurose
+ Clampeamento de
Aneurisma
12 anos
11 14 D N 1 - - 15 anos
15 D N 1 + DO 12
16 E N 1 + -
1 anos
13 17 E N 1 + Ampliação do
Frontal
4 anos
18 D N 1 + DO 14
19 E Escotoma relativo
central
0,8 + DO + ampliação
cavidade
8 anos
15 20 D N 1 + - 4 anos
21 D N 1 + - 16
22 E N 1 - -
20 anos
23 D N 1 - - 17
24 E N 1 - -
13 anos
Legenda: D=direita; E=esquerda; N=normal; +=acometido;
-=sem acometimento; DO = descompressão óptica.
33
5. DISCUSSÃO
34
A experiência clínica com a displasia fibrosa crânio-facial é exígua. Embora
a doença seja conhecida desde o final do século XIX, poucos o os trabalhos
que descrevem características clínicas do acometimento orbitário, especialmente
no que tange ao risco de dano visual. Até a mesmo a distribuição por sexo é
objeto de controvérsia. No presente estudo houve um nítido predomínio do sexo
femino sobre o masculino numa razão 3,25:1. Ricalde observou em uma série de
seis pacientes uma distribuição igualitária entre homens e mulheres igualitária.
Esse fato foi corroborado por Rootman que também encontrou uma distribuição
igual entre os sexos. No entanto, Bibby em sua série de 12 pacientes observou
um discreto predomínio do sexo feminino (7:5).(Bibby;McFadzean,1994; Ricalde,
2001; Rootman;White;Selva,2004).
Nesse ponto vale a pena lembrar que a S. de McCune-Albright, que além
da presença de manchas de pele café-com-leite, endocrinopatias, como a
puberdade precoce, tem a displasia como manifestação constante é observada
predominantemente em pacientes do sexo feminino, confirmando, de certo modo,
a tendência das mulheres serem mais afetadas pela displasia fibrosa.
O segundo aspecto interessante, e que tem sido objeto de publicação, é o
acometimento ósseo orbitário. Ou seja, quais ossos são mais freqüentemente
afetados. Na presente série, o osso frontal foi o mais acometido seguido do
etmóide e do esfenóide. Essa tendência (Frontal > Esfenóide > Etmóide) também
foi verificada em outros estudos (Bibby;McFadzean,1994; Ricalde, 2001;
Rootman;White;Selva,2004).
Talvez, mais importante do que o puro estudo do envolvimento de ossos
isolados, seja determinar como esse acometimento se distribui espacialmente na
órbita. Assim, procurou-se classificar os pacientes, pela primeira vez, segundo o
35
padrão de comprometimento em: a) circunferente (completo ou incompleto) e b)
isolado.
O acometimento circunferente incompleto foi o mais freqüente em nossa
amostra. Das 24 órbitas, 11 mostravam esse padrão (Figuras 7 e 8). Por sua vez
quando existe acometimento circunferente completo (7 órbitas) o caso é mais
complexo (Figuras 5 e 6), pois, como todas as paredes orbitárias estão
envolvidas, a chance de danos neurais por compressão nas fissuras orbitárias
inferior, superior e canal óptico é real. O acometimento isolado foi menos
freqüente ocorrendo em 6 órbitas, a grande maioria (4) parede inferior. Embora
esses casos sejam potencialmente geradores de distopia vertical o risco de dano
visual é menor e só passa a existir quando o ápice é afetado. Aliás, em relação ao
envolvimento do ápice de se notar que 16 órbitas havia evidência de algum
grau de comprometimento apical.
Os sinais e sintomas observados nos pacientes em nosso estudo seguem
os já relatados em outras séries: cefaléia, dor periorbitária, assimetria facial,
retração palpebral e proptose são as principais queixas. Bibby e McFazdzean em
1994 relatara proptose, cefaléia e dor periorbitária. Rootman et al em onze casos
também apontou assimetria facial, proptose, dor periorbitária como os principais
sinais e sintomas em seus pacientes. Em 2002, avaliando oito casos, também
Sharma corroborou estes dados (Bibby;McFadzean,1994; Sharma, et al. 2002;
Rootman;White;Selva, 2004).
Antes de se analisar especificamente o tratamento cirúrgico da displasia
fibrosa, é preciso comentar brevemente a questão do diagnóstico diferencial.
Como a displasia não tem cura, a não ser por excisão radical, o diagnóstico
correto é extremamente importante.
36
Rootman agrupa a displasia fibrosa orbitária junto a outros tumores
benignos fibro-ósseos. Os principais representantes desta classe são os
osteomas e o fibroma ossificante. Os osteomas são tão freqüentes quanto à
displasia fibrosa; no entanto, seu aspecto radiológico é bempico. Apresentando-
se como um tecido ósseo redondo ou ovóide, crescendo dentro de um seio da
face, usualmente invadindo a órbita. A tomografia computadorizada pode mostrar
uma periferia muito densa com uma estrutura interna menos densa, podendo
variar com o tamanho da lesão. Normalmente são solitários e assintomáticos,
tendo tratamento conservador, sendo recomendado sua excisão apenas quando
ocasionar sintomas (Rootman; White; Selva, 2004).
Muito mais raro que o osteoma é o fibroma ossificante ou displasia fibro-
óssea como também é chamado. O fibroma ossificante é mais freqüente na
mandíbula, ocorrendo nas primeiras décadas de vida, com predileção pelo sexo
feminino. Raramente afetando a órbita. Clinicamente semelhante à displasia
fibrosa, o fibroma ossificante possui características radiológicas diferentes. A
lesão se inicia com características monostóticas, que se expande e origina um
osso bem circunscrito. A tomografia demonstra uma aparência ovóide ou redonda
bem definida, com imagem esclerosada centralmente a um patch e áreas
osteoblásticas e osteolíticas. Como a história natural é uma inexorável progressão
a cirurgia geralmente é requerida, com excisão completa da lesão. No entanto,
possibilidade de recidiva (Rootman; White; Selva,2004).
A discussão mais importante reside na controvérsia relativa ao manejo da
displasia fibrosa orbitária. Deve-se operar? Quando operar? Essa questão que é
candente para os pacientes com DF está relacionada ao grau de dano do nervo
óptico, o qual depende do acometimento apical.
37
Quando se analisa, especificamente, os pacientes (11/16 órbitas) com
evidência radiológica de comprometimento apical (tabela 7), pode-se notar que o
tempo de evolução da doença variou entre 1 e 20 anos (média de 5,44 anos).
Dois desses pacientes estavam amauróticos e ambos tinham sofrido
neurocirurgia, um para descompressão do canal óptico (paciente n
0
1) e outro
para clampeamento de aneurisma (paciente n
0
10). Um outro paciente (o de
número 14) teve seu ápice descomprimido sem alteração pós-operatória do
estado visual. Apesar de serem poucos os casos esses dados mostram
claramente que o benefício da descompressão do canal óptico é duvidoso. Com
efeito, além do risco de perda visual imediata durante a cirurgia, vários pacientes
têm mantido por longo tempo boa função visual apesar de evidências radiológicas
de comprometimento apical.
Assim, o tratamento cirúrgico deve primariamente ser dirigido às alterações
ósseas crânio-faciais que cursam com distorção e deslocamentos
(Jackson;Webster,1994; Frodel et al,2000).
Quais as opções de reconstrução e o manejo das complicações pós-
operatórias? Cada caso deve ser analisado particularmente, uma vez que a
doença tem manifestação que pode ser bastante heterogênea. Pacientes com
pequenas áreas de displasia craniofacial requerem apenas seguimento clínico,
sem ressecções. Porém quando distorções evidentes a ressecção total ou
subtotal deve ser realizada (Brusati, et al.2000; Sharma, et al. 2002).
O tratamento cirúrgico da displasia craniofacial é um assunto controvertido
na literatura especializada. consenso que uma equipe multidisciplinar na
abordagem craniofacial deve estar envolvida, visto que os procedimentos podem
38
ser inúmeros e de grande complexidade cirúrgica
(Osguthorpe;Gudeman,1987;Chen;Breidahl,Chang,1997 ; Sharma, et al., 2002).
Os procedimentos incluem ressecção da lesão, curetagem ou desgaste e
os defeitos resultantes devem ser corrigidos na mesma cirurgia (Brusati et
al,2000; Sharma, et al, 2002; Rootman;White;Selva, 2004).
A reconstrução pode ser feita com osso autólogo ou metilmetacrilato
Lesões craniofaciais são normalmente excisadas em bloco ; no entanto, a simples
curetagem pode resultar em anos livres de sintomas (Papay,et al.1995; Sharma;et
al. 2002) .
Ozek et al em uma série de 16 casos propõe uma conduta mais
conservadora na abordagem da displasia craniofacial, reconhecendo que a
excisão total do osso acometido é a forma mais eficaz de tratamento, no entanto,
com muitas complicações pós-operatórias (Ozek,2002).
Em 1990, Chen e Noordhof propuseram um protocolo de tratamento
baseado na localização da lesão. Eles dividiram o esqueleto facial em 4 zonas:
zona 1 área fronto-orbitária, zigomática e parte superior da maxila; zona 2
parte do crânio coberta pelo couro cabeludo; zona 3:- área central da base do
crânio e zona 4 parte alveolar da maxila e mandíbula. O protocolo proposto é
que na: zona 1 poder-se-ia tentar a total excisão dos ossos displásicos e
reconstrução primária. No entanto, uma posição conservadora foi advogada no
tratamento da zona 2 e na zona 3 haveria a possibilidade de se optar ou não pela
cirurgia. Na zona 4, a conduta conservadora ou cirurgia para desgaste ósseo
(Chen; Noordhoff ,1990).
Na realidade o protocolo, acima citado, serve apenas como orientação,
pois a indicação cirúrgica deve ser judiciosamente considerada caso-a-caso.
39
Indubitavelmente, os casos de distopia orbitária podem ser beneficiados com a
remodelação do continente da órbita. O caso ilustrado na figura é emblemático do
efeito benéfico que a cirurgia pode ter, quando bem executada.
Figura 14 – Resultado do tratamento cirúrgico da paciente n
0
13. À esquerda pré-
operatório, no centro ptose induzida pelo remodelamento do teto orbitário, à
direita, resultado final.
40
6 - CONCLUSÕES
41
1. Houve um nítido predomínio do sexo feminino na razão de 3,25:1 .
2. A média de idade dos pacientes acometidos é de 25,1 anos.
3. A idade média do diagnóstico é de 16,8 anos.
4. Pacientes com evidência radiológica de comprometimento apical podem
manter funções visuais estáveis por longo período de tempo
5. O padrão de comprometimento orbitário mais comum é circunferente e
incompleto
6. Comprometimento isolado é mais freqüente na parede inferior
7. A cirurgia de descompressão do canal óptico não deve ser indicada, a
menos que haja importante e progressiva perda visual
8. Tratamento estético das distopias orbitárias é benéfico
42
7- REFERÊNCIAS
43
ALBRIGHT, F. et al. Syndrome characterized by ostitis fibrosa disseminata, areas
of the pigmentation and endocrine dysfunction, with precoucious puberty in
females: report of five cases. New Engl J Med. , 1937.216;727-746.
BIBBY, K.; McFADZEAN, R. Fibrous dysplasia of the orbit. Br J
Ophthalmol.,1994. 78 ; 266-270.
BLAND, L. I. et al. Acute monocular blindness secondary to fibrous dysplasia of
the skull: a case report. Ann Ophthalmol.,1992 .24(7); 263-266.
BOGLIOLO, L. B. F. ; GUIMARAES,R.C. Distúrbio do Crescimento e da
Diferenciação. In: G. Brasileiro Filho (Ed.). Patologia. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2000.152-161.
BRUSATI,R. et al. Reconstruction of the orbital walls in surgery of the skull base
for benign neoplasms. Int.J.Oral Maxilofac.Surg.,2000.29; 325-330.
CANDELIERE, G.A. et al. Increased expression of the c-fos proto-oncogene in the
boone from patients with fibrous dysplasia New Engl J Med.,1995. 8;1546-1551.
CHEN,Y.R.;BREIDAHL,A.;CHANG,C.N. Optic nerve decompressionin fibrous
dysplasia: indications, efficacy and safety. Plast Reconstr Surg.,1997.99;22-33.
44
CHEN, Y. R.; NOORDHOFF, M.S. Treatment of cranio-maxilo-facial fibrous
dysplasias: how early and how extensive? Plast Reconstr. Surg. 1990. 86(5);
835-842.
DORFMAN, H. D. ; BOGDAN, C. Fibrooseous Lesions. In: (Ed.). Bone Tumors. St
Louis: Mosby, 1998.441-491.
EDELSTEIN, C. et al. Unilateral blindness after ipsilateral prophylactic transcranial
optic canal decompression for fibrous dysplasia. Am J Ophthalmol.,1998. 126(3);
469-471.
EDGERTON, M. T. P.;JANE, J.A. The Surgical Treatment of Fibrous Dysplasia.
Ann Surg.,1985. 202(4), 459-479.
FRODEL,J.L. et al. Management of aggressive midface and orbital fibrous
dysplasia. Arch Facial Plast Surg.,2000.2;187-195.
HULLAR,T.E.; LUSTIG,L.R. Paget´s disease and fibrous dysplasia. Otolaryngol
Clin North Am. 2003.36(4);707-732.
JACKSON, I.T.; WEBSTER, H.R. Clin Plast Surg., 1994. 21;633-645
JAN, A.; DESTRIEUX,C.; DJEBBARI,Y. Fronto-orbital Sphenoidal Fibrous
Dysplasia. Neurosurgery ,1994.34(3);544-547.
45
JUNQUEIRA, L. C. C., J. Tecido Ósseo. In: (Ed.). Histologia Básica. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1995.108-126.
KHALIL,H.S. et al .Radiological difficulties in the diagnosis of fibrous dysplasia of
the sphenoid sinus and the cranial base. Rhinology.2001.39; 49-51
LICHTENSTEIN, L.; JAFFE H.L. Polyostotic fibrous dysplasia. Arch Surg 1938.
36;874-898
MESSAOUD, R. et al. Compressive optic neuropathy caused by fibrous dysplasia.
J Fr Ophtalmol, 2003.26; 631-636
MICHAEL, C. B. et al. Visual loss associated with fibrous dysplasia of the anterior
skull base. Case report and review of the literature. J Neurosurg,2000. 92(2);
350-354.
OSGUTHORPE, J.D.; GUDEMAN, S.K. Orbital complications of fibrous dysplasia.
Otolaryngol.Head Neck Surg., 1987. 97;403-405.
PAPAY, F.A. et al. Optic nerve decompression in cranial base fibrous dysplasia. J
Craniofac Surg. 1995. 6(1);5-10
OZEK,C. et al. Craniomaxilofacial fibrous dysplasia.J Craniofac
Surg.,2002.12;382-389.
46
POUGH, F. H. J.; HEISER,J.B. Os Primeiros Vertebrata: Vertebrados Agnatos e a
Origem dos Vertebrados Gnatostomados. In: A. M. Souza (Ed.). A Vida dos
Vertebrados. São Paulo: Atheneu Editora . 2003.1; 47-51
RICALDE, P. E. A. Craniofacial Fibrous Dysplasia of the Fronto-Orbital Region: A
Case Series and Literature Review. J Oral Maxilofac Surg.,2001 .59;157-168.
ROOTMAN, J. O. C.; WHITE,V.A.; SELVA,D. Prymary Bone Tumors of the Orbit.
Surv Ophthalmol. 2004 .49(3);328-342.
SHARMA, R. R. et al. Sympomatic cranial fibrous dysplasias: clinico-radiological
analysis in a series of eigth operative cases with follow-up results. Journal of
Clinical Neuroscience., 2002.9(4);381-390.
VIGORITA, V. J. Orthopaedic Pathology. In: (Ed.). Orthopaedic Pathology.
Philadelphia: Lippincott Willians &Wilkins, 1999; 300-309
WEISMAN, J. S. et al. Reversible visual loss caused by fibrous dysplasia. Am J
Ophthalmol. 1990.110(3); 244-249.
WHITNALL, E. Osteology. In: E. Whitnall (Ed.). The anatomy of the human orbit
and acessory organs of vision. London: Humphrey Milford Oxford University
Press, 1, 1932.1-108
47
YAMAMOTO, T. et al. Increased IL-6 production by cells isolated from thefibrous
bone dysplasia tissues in the patients with Mc Cune-Albright syndrome. J Clin
Invest, 1996. 98-113
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo